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INSTITUTO BRASILEIRO DE ACUPUNTURA E MOXABUSTÃO DE PORTO ALEGRE - IBRAMPA Auriculoterapia no tratamento da dor em idosos no residencial santa catarina

Auriculoterapia no tratamento da dor em idosos no residencial santa catarina

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Tratamento com auriculoterapia na dor em idosos. Trabalho de conclusão de curso de especialização em Acupuntura no IBRAMPA, Porto Alegre.

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INSTITUTO BRASILEIRO DE ACUPUNTURA E MOXABUSTÃO DE PORTO ALEGRE - IBRAMPA

 Auriculoterapia no tratamento da dor em idosos no residencial santa catarina

Porto Alegre, 2013.

INSTITUTO BRASILEIRO DE ACUPUNTURA E MOXABUSTÃO DEPORTO ALEGRE

Lucas Carrão Bertoldo

 AURICULOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DOR EM IDOSOS NO RESIDENCIAL SANTA CATARINA

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.Projeto de Monografia apresentado ao Instituto Brasileiro

de Acupuntura e Moxabustão de Porto Alegre como requisito parcial à conclusão do curso de Pós-graduação Latu Sensu em Acupuntura sob orientação do Professor: Ms. João Alfredo Mulattieri Barão

Porto Alegre, Abril de 2013.

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RESUMO

Dor em indivíduos idosos é um sério problema de saúde pública, que necessita ser diagnosticado, mensurado e avaliado devidamente. Os sintomas álgicos que não forem identificados para serem tratados corretamente podem ser comprometedores, afetando o nível funcional a independência e a qualidade de vida dos idosos. Como proposta de tratamento, a auriculoterapia que é um sistema independente da acupuntura pode ser utilizada aplicando pontos da orelha para tratar, diagnosticar e prevenir distúrbios energéticos que podem provocar dor.Este estudo teve como objetivo averiguar a efetividade dos pontos básico de auriculoterapia para o tratamento da dor em idosos divididos em 2 grupos sem e com o ponto rim do dorso da orelha com 3 aplicações cada. Participaram do presente estudo 14 indivíduos idosos moradores do Residencial Santa Catarina sendo 14 mulheres com faixa etária de 81 anos, que apresentavam qualquer sintomatologia de dor. Os participantes eram avaliados pré e pós tratamento utilizando o Questionário de McGill. Os resultados foram bem significativos no ponto de vista clínico, já que metade dos indivíduos que participaram deste trabalho obtiveram melhora do quadro álgico ficando sem dor. Foram encontrados valores significativos para distúrbios vasculares, transtornos emocionais e distúrbios neurogênicos, porém não houve nível de significância para distúrbios músculo-esqueléticos. Segundo os dados obtidos neste trabalho podemos afirmar que os pontos auriculares utilizados apresentam bom resultado em relação ao nível de dor, porém o mais aconselhado seria um acompanhamento maior no tempo de tratamento ou sua correlação com acupuntura a fim de melhorar o quadro dos indivíduos que não obtiveram melhora, assim como se necessita de maiores estudos na área a ponto de saber a durabilidade do seu efeito e sua efetividade quanto à cura.

Palavras chave: Auriculoterapia, dor, dor crônica, idosos, acupuntura

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ABSTRACT

Pain in older adults is a serious public health problem that needs to be diagnosed, measured and evaluated properly. The pain symptoms that are not identified to be handled correctly can be incriminating, affecting the functional level of independence and quality of life for seniors. As proposed treatment, auriculotherapy is an independent system of acupuncture points can be used by applying the ear to treat, diagnose and prevent energy disturbances that can cause pain.This study aimed to determine the effectiveness of the basic points of auriculotherapy for the treatment of pain in elderly patients divided into 2 groups with and without kidney point of the back of each ear with 3 applications. The study included 14 elderly residents of Santa Catarina Residential and 14 women aged 81 years, who had no symptoms of pain. Participants were assessed before and after treatment using the McGill Questionnaire. The results were very significant in a clinical standpoint, since half of the subjects of this study showed improvement of pain without getting pain. We found significant values for vascular disorders, emotional disorders, and neurogenic disorders, but there was no significance level for musculoskeletal disorders. According to the data obtained in this study we can say that ear points used have good result in the level of pain, but the most desirable would be a followup treatment time and its correlation with acupuncture to improve the framework for individuals who do not showed improvement, and if you need further studies in the area to know about the durability of its effect and its effectiveness as a cure.

DESCRIPTORS: auriculotherapy, pain, chronic pain, elderly, acupuncture.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................ 61.1 PROBLEMA ................................................................................................. 71.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 71.3 OBJETIVOS ................................................................................................. 8

1.3.1 Objetivo geral .................................................................................. 81.3.2 Objetivos específicos ...................................................................... 8

1.4 HIPÓTESE ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, 8

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................... 82.1 Acupuntura .................................................................................................. 82.2 Auriculoterapia ............................................................................................ 92.3 Dor .............................................................................................................. 11

3. METODOLOGIA............................................................................................ 123.1 TIPO DE PESQUISA .................................................................................. 123.2 ÁREA DE ABRANGÊNCIA ......................................................................... 123.3 RESPONSABILIDADE DOS PESQUISADORES ....................................... 123.4 LOCAL DE REALIZAÇÃO DAS ETAPAS EXPERIMENTAIS ..................... 123.5 POPULAÇÃO / AMOSTRA ......................................................................... 13

3.5.1 Obtenção do Termo de Consentimento Livre Esclarecido ............ 133.5.2 Critérios de Inclusão e Exclusão ................................................... 13

3.6 PROCEDIMENTOS .................................................................................... 133.7 TRATAMENTOS DOS DADOS .................................................................. 133.8 FORMA DE DIVULGAÇÃO DOS DADOS .................................................. 14

4. RESULTADOS.............................................................................................. 14

5. DISCUSSÃO.................................................................................................. 186. CONCLUSÃO................................................................................................ 207. BIBLIOGRAFIA............................................................................................. 218. ANEXOS........................................................................................................ 248.1 ANEXO A .................................................................................................... 248.2 ANEXO B .................................................................................................... 25

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1. INTRODUÇÃO

A transição demográfico-epidemiológica vivenciada pelo Brasil e pelo mundo está associada à alta incidência de doenças crônicas e degenerativas, que muitas vezes resultam em quadros de dor e dependência, podendo interferir na qualidade de vida dos idosos (DELLAROZA et al., 2007). Segundo FREITAS (2006) a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera idoso, em países em desenvolvimento como o Brasil, indivíduos a partir de 60 anos de idade, estimando-se que no ano de 2025 o Brasil seja o sexto país em relação à população idosa no mundo.

Dor é considerada pela Associação Internacional de Estudos da Dor (IASP) como uma experiência desagradável, sensitiva e emocional, associada ou não ao dano real ou potencial de lesões dos tecidos, podendo ser aguda ou crônica (PEDROSO et al., 2006). De acordo com CABRERA (2008) 80% a 85% dos indivíduos com mais de 65 anos apresentam, pelo menos, um problema significativo de saúde que predisponha a dor, entretanto a dor ocasional representa 10% a 25%, a aguda 6% a 7% e a dor crônica se destaca perfazendo 45% a 55% das queixas.

De acordo com (MARTINEZ et al., 2008) a dor crônica é um problema que envolve sofrimento, incapacidade progressiva e significativo custo socioeconômico, com preponderância para as afecções do aparelho locomotor que são as causas mais freqüentes, estimando-se que 40% dos indivíduos manifestarão dor musculoesquelética em algum momento da vida. BARR (2002) considera este tipo de dor como um dos fatores que compromete e agrava a perda das capacidades funcionais do idoso, assumindo a maior importância devido à sua expressiva prevalência aliada a freqüente limitação funcional dela resultante.

Além da dor crônica os pacientes idosos podem apresentar importantes complicações tais como depressão, ansiedade, isolamento social, distúrbios do sono, agitação, agressividade, comprometimento da função cognitiva, incapacidade funcional e diminuição da qualidade de vida, levando a dependência em atividades de vida diária. Outras disfunções como o descondicionamento físico, alterações da marcha, quedas, processo de reabilitação lento, polifarmácia, disfunção cognitiva e desnutrição estão entre as muitas condições geriátricas comuns que podem ser pioradas pela presença e pelo tratamento inadequado da dor. Vários medicamentos utilizados para o tratamento da dor ocasionam como efeitos adversos instabilidade postural, delirium e quedas (HELME et al., 1997).

Então, as incapacidades física, psicológica e social são as principais repercussões que acometem a qualidade de vida dos idosos com dor crônica, sendo importante a sua identificação (AMERO et al., 2004).

DELLAROZZA (2007) refere que a dor representa uma queixa de difícil manejo seja para o seu reconhecimento, diagnóstico, tratamento ou até mesmo para a manutenção de sua terapêutica ao longo da evolução da doença de base, crônica ou aguda subjacente, podendo levar ao desconforto e comprometimento da funcionalidade, bem-estar e, conseqüentemente, da qualidade de vida dos idosos.

Nos últimos anos a Acupuntura e os seus tratamentos complementares como a Auriculoterapia vem sendo procurada com uma maior freqüência pelas pessoas para o tratamento de várias enfermidades e principalmente para o tratamentos das disfunções que causam sintomas dolorosos. Relatos históricos confirmam que a acupuntura auricular já era praticada na China antiga. No ocidente, principalmente na França, estudos de acupuntura auricular ganharam grande impulso e vários pontos novos e técnicas de tratamento foram

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desenvolvidas nessa área YAMAMURA (2001). Atualmente, usa-se a auriculoterapia na anestesia e no tratamento, diagnóstico e prevenção de doenças DULCETTI (2001). A auriculoterapia é uma técnica ligada à acupuntura usada para os tratamentos de saúde utilizando o pavilhão auricular, com isso aproveitando o reflexo que essa técnica exerce sobre o sistema nervoso central SOUZA (2007). GARCIA (2003) relata que cada parte do corpo tem um local de representação específica no pavilhão auricular e cada ponto auricular leva o nome de um órgão, víscera, membro e/ou função do corpo humano, além de exercer ação sobre a área do corpo na qual corresponde.

Conforme a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) o pavilhão auricular possui mais de 200 pontos para tratamento em sua parte anterior e posterior, trata disfunções e promove analgesia através do estímulo em pontos reflexos situados na orelha externa ou no pavilhão auricular. A orelha é um dos vários microssistemas do corpo humano, assim como as palmas das mãos, as plantas dos pés, o crânio, as regiões laterais da coluna vertebral. (CHIQUETTI et al., 2004). Ao se puncionar com agulhas ou ao se pressionar esses pontos, com outros recursos, tais como sementes ou esferas de metal, as enfermidades podem ser tratadas FERNANDES (2008).

Acredita-se que a analgesia por acupuntura ocorre devido à estimulação de pontos reflexos do corpo na orelha que irá gerar impulsos nervosos que inibem as respostas álgicasnas comportas da dor, atingindo desta forma os centros superiores do tronco cerebral O`NEILL (2003). O Questionário de Dor de McGill é o mais conhecido dos instrumentos multidimensionais para medir a dor. São registrados a localização da dor, sua intensidade e o seu comportamento. É um instrumento complexo e demanda muito tempo para aplicação em pacientes com idade muito avançada e com outros fatores associados. Mas, até então, é a principal referência para avaliação de dor em idosos (HERR, 2001).

Este trabalho utilizou como base o trabalho de conclusão de curso do IBRAMPA, o acadêmico Leonardo de Souza e Silva Pinheiro auto intitulado: Auriculoterapia no tratamento de distúrbios osteomusculares utilizando apenas uma intervenção.

Sendo assim, diante do que foi descrito, este estudo teve como objetivo avaliar a eficácia da auriculoterapia na dor em idosos, utilizando pontos básicos auriculares para tratamento da dor em 3 sessões, analisando os benefícios no alívio da dor ou modificações dolorosas, bem como se este seria um bom tratamento alternativo a terapia medicamentosa freqüentemente utilizada para alivio da dor.

1.1 PROBLEMA

Qual a eficácia da auriculoterapia em pacientes idosos com dor residentes no residencial Santa Catarina?

1.2 JUSTIFICATIVA

A dor em indivíduos idosos é uma queixa muito recorrente. Com este estudo teremos uma idéia da eficácia da auriculoterapia no tratamento da dor em idosos, já que é um tratamento que possui baixo custo em relação ao uso de medicamentos que é o recurso mais utilizado perante a necessidade de alivio das dores por estes indivíduos.

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1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Avaliar a efetividade da auriculoterapia no tratamento da dor em indivíduos idosos.

1.3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste trabalho são:

- Comparação dos níveis de dor entre os grupos; - Comparação entre os descritores do grupo 1 e 2;- Utilizar os descritores do Questionário de Dor de McGill para avaliar quais itens oprotocolo de auriculoterapia irá influenciar;- Descrever os resultados do tratamento, se foram positivos ou negativos;- Descrever quais descritores do Questionário de McGill irá aparecer com maiorfreqüência;- Aplicar o Questionário de McGill pré e pós aplicação de auriculoterapia;

1.4 HIPÓTESE

Supõe-se que os indivíduos deste estudo tenham aprendido como estimular os pontos e como conservá-los, porém pode haver esquecimento por parte dos mesmos em estimular corretamente os pontos por conta da idade ou a perda de algum ponto , fatos estes que podem gerar modificações no resultado final deste estudo.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Acupuntura

A acupuntura é uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC) utilizada desde 2.000 a 3.000 anos antes de Cristo. No ocidente, a prática foi introduzida por missionários jesuítas há aproximadamente 300 anos. Porém, foi a partir de 1970 que esta passou a ser estudada, especialmente por seus efeitos analgésicos (TAFFAREL et al., 2009).

Segundo DULCETTI (2001), o termo Acupuntura significa, em chinês clássico, acus - agulha, e punctura - picada. Esta técnica se baseia na aplicação de agulhas em pontos anatômicos específicos no corpo com o objetivo analgésico e de produzir efeitos terapêuticos (TAFFAREL et al., 2009). Muitas teorias tem sido elaboradas sobre os possíveis mecanismos fisiológicos com liberação de substancias analgésicas e antiinflamatórias CHRIST (2005).

A MTC baseia-se nas teorias do Yin-Yang e dos Cinco Elementos. Segundo seus conceitos, o campo eletromagnético da vida (Qi) no organismo flui por todos os órgãos, e a comunicação entre estes ocorre pelos meridianos. Alterações nesse fluxo manifestariam sintoma de acúmulo (Yang – quente, ativo) ou deficiência (Yin – frio, passivo) de energia. A colocação de agulhas em pontos de Yin e Yang normaliza esse desequilíbrio (TAFFAREL et al., 2009), pelo qual acredita-se que as interrupções nesse fluxo são responsáveis pela doença. Dessa forma, a Acupuntura, através da inserção de agulhas em pontos específicos do corpo, corrige esses desequilíbrios de fluxo NIH (1998).

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Conforme Silva et al (2005), a acupuntura controla o fluxo de energia através de canais que estabelecem o equilíbrio yin e yang do corpo, onde a doença é um reflexo da perda deste.

Além da acupuntura, a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) inclui técnicas terapêuticas que compõem um conjunto de procedimentos culturalmente constituídos, que inclui massagem, exercícios respiratórios e físicos, dietas alimentares, ervas e normas higiênicas de conduta ALTMAN (1979).

A MTC é um vasto campo de conhecimento, de origem e de concepção filosófica abrangendo vários setores ligados à saúde e à doença, promovendo um equilíbrio geral no organismo, pois nenhuma doença existe isoladamente, sempre está associada a algum desequilíbrio geral. Além do sintoma principal que trouxe o paciente ao consultório, haverá outros sintomas, mesmo de menor importância, que são reflexos do mesmo desequilíbrio e que, quando tratado com a acupuntura, promoverá a cura do paciente como um todo YAMAMURA (2001).

O excelente resultado com o uso da Acupuntura em diversos casos foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que após vinte e cinco anos de pesquisas editou uma lista com quarenta e três doenças em cujo tratamento a Acupuntura é altamente indicada (OMS) (WHO, 2002) bem como por pesquisas científicas (ALLEN et al., 1998).

2.2 Auriculoterapia

A auriculoterapia consiste na pontuação e/ou estimulação de pontos auriculares com agulhas, sementes, cristais, moxa, massagens, sangria dentre outros métodos para tratamento e diagnóstico de diversas doenças. Trata-se de um método simples com maior grau de aceitação por não apresentar grandes riscos (SENNAFERNANDES et al., 2003).

Este método de tratamento cresceu rapidamente, graças a grande quantidade de investigação na prática clínica efetuada pelos profissionais habilitados, e se converteu em um ramo principal da MTC, com um sistema de teoria independente. O diagnóstico e o tratamento auricular utilizado em forma geral na prática clínica tem sua utilidade no diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças. A técnica de fácil aplicação obtém resultados num prazo mais curto e não apresenta efeitos colaterais, podendo tratar de forma satisfatória mais de duzentas doenças em praticamente todas as áreas HUANG (2002).

“O emprego da aurícula é explicado pela rica inervação e pelas múltiplas conexões que esta representa com o sistema nervoso central” NOGIER (1998).

Auriculoterapia é um ramo da acupuntura destinado ao tratamento das efermidades físicas e mentais através de estímulos de pontos situados na orelha. A quase totalidade dos pontos leva a denominação do órgão ou região do corpo sobre o qual tem efeitos reflexos. Ao se efetuar estímulos para a sensibilização desses pontos, o cérebro recebe um impulso que desencadeia uma série de fenômenos físicos, relacionados com a área do corpo, produzindo a cura, além dos efeitos curativos imediatos, tem efeitos preventivos, dando ao organismo energia suficiente para impedir enfermidades SOUZA (2007).

Conforme os antigos escritos da Medicina Tradicional Chinesa “Os doze meridianos reúnem-se na orelha”. A orelha também é uma das principais zonas onde o Yin e o Yang se inter-relacionam. Os 3 Yang da mão e os 3 Yin do pé chegam indiretamente através de seus ramos. GARCIA (2003) disserta sobre o trajeto dos canais e vasos descritos no Ling Shu, dizendo que se estabelece que os três canais Yang da mão e os três Yang dos pés tem em seu trajeto uma estreita relação com o pavilhão auricular. Os três canais Yin, mesmo tendo

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suas trajetórias regulares não entrem na orelha, diretamente, o fazem pelos seus canais distintos. Isto contempla que os 12 canais chegam ao pavilhão auricular.

Sabendo-se a estreita relação energética dos pontos auriculares com o resto do corpo, foram realizadas investigações sobre esta teoria milenar. Do ponto de vista neurofisiológico, o pavilhão auricular é compreendido como um receptáculo de informação periférica e central de alta fidelidade, podendo definir os pontos auriculares como uma estação comunicadora com os canais, colaterais, fluído corpóreo e nervos, formado por uma estrutura de tecido fibrocartilaginoso, sustentado por ligamentos, tecido adiposo e músculos. A parte inferior do pavilhão é rica em nervos, vasos sangüíneos e linfáticos, e o lóbulo, em sua maior parte, é constituído por tecido adiposo e conjuntivo GARCIA (2003).

GUIMARÃES e BOUCINHAS (2001), garantem que na atualidade, os métodos e estímulos que se utilizam sobre os pontos auriculares para o tratamento das enfermidades continuam apresentando um amplo desenvolvimento, onde a introdução de novas técnicas proporciona maior eficiência aos resultados.Dentre os métodos, destaca-se o uso da colocação de sementes, por ser um procedimento menos traumático e doloroso para o paciente. Neste método são usados materiais esféricos, de superfície lisa, que realizam pressão sobre os pontos auriculares. As sementes colocadas no pavilhão auricular podem permanecer por um período de 3 a 7 dias, sendo que entre um atendimento e outro a orelha deverá ter um período de descanso de um dia , evitando a acomodação dos pontos estimulados. A estimulação após a aplicação das sementes deve ser realizada pelo próprio paciente, de três (3) a cinco (5) vezes por dia, auto-massageando as orelhas, o que gera uma maior participação e desempenho em relação à melhora do quadro GARCIA (2003).

Os pontos auriculares utilizados nesta pesquisa foram;

Ponto Shen Men: O shen men tem função analgésica (trata enfermidade dolorosa acalmando a dor), sedante (trata enfermidades do sistema nervoso, cardiovascular, respiratório e digestivo), antiinflamatória (trata cada tipo de padecimento inflamatório) GARCIA (2003).

Ponto Fígado: O fígado controla os ligamentos e tendões e armazena o sangue, ativando a circulação drena os ligamentos e tendões acalmando a dor além de tonificar a energia GARCIA (2003).

Ponto Baço: O baço tem por função controlar a qualidade dos músculos e a atividade dos quatro membros, portanto esta função permite aliviar algias da coluna e membros, assim como atrofia muscular e perda da força nos quatro membros através da ativação da circulação de Qi (energia) e Xue (sangue) tratando todas as patologias que envolvem comprometimento muscular GARCIA (2003).

Ponto Rim: É um ponto importante para a manutenção e conservação do estado de saúde, armazena a essência vital, sustenta a atividade vital do homem Portanto a utilização deste ponto permite fortalecer a coluna lombar e a medula espinhal, drenar e conservar o metabolismo dos líquidos corporais, controlar os ossos, tratar afecções do sistema nervoso e osteoarticulares GARCIA (2003).

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Ponto Rim do Dorso da Orelha: É um ponto utilizado no tratamento das cefaléias, vertigens, neurastenia, transtornos do sistema neurovegetativo e nas neuroses GARCIA (2003).

2.3 Dor

O envelhecimento representa uma etapa do desenvolvimento individual, que associados a fatores externos e internos, como deficiência nutricional, mudanças endócrinas, ausência regular de atividade física e hereditariedade, podem levar ao aparecimento de doenças ocasionando alterações posturais, déficits na marcha, diminuição da força muscular, diminuição da capacidade de respiratória, dentre outras modificações que na maioria das vezes limitam o movimento corporal e associadas a quadros patológicos levam ao surgimento do quadro álgico (AGUIAR et al, 2006).

Sabendo-se que a dor é um dos sintomas mais relatados pelos pacientes, deve-se, antes de ter uma compreensão completa da história, sinais e sintomas acompanhantes, questionar a natureza e a localização da dor. Para Medicina Tradicional Chinesa (MTC) a diferenciação da natureza da dor é significante para deduzir sua etiologia e patologia, enquanto a identificação da localização da dor ajuda a determinar os órgãos Zang Fu e canais de energia desequilibrados XINNONG (1999).

A dor é parte integrante da vida, presente ao longo de todo o ciclo desenvolvimental desde o nascimento até a morte. Aparece associada a doenças, processos inflamatórios e acidentes, embora tão desagradável e estressante, é essencial para a sobrevivência porque exerce uma função protetora para o organismo. Portanto, a intensidade e a freqüência da dor podem exceder suas funções indicadoras e comprometer seriamente a qualidade de vida da pessoa em sofrimento ou inabilitá-lo para diferentes atividades da vida diária. CARVALHO (1999).

De acordo com SHIGUEMOTO (2004), a dor pode ser desencadeada através de vários mecanismos como os nociceptivos que são causados por receptores específicos de dor; as neuropáticas causadas por danos provocados em nervos ou no trajeto dos mesmos; as não específicas ou variadas são causadas por mecanismos desconhecidos ou múltiplos e as mediadas psicologicamente causadas por fatores psicológicos.

Existem duas classificações para a dor de acordo com sua duração: crônica (é vaga e mal delineada, persistindo por meses ou além do tempo razoável para a cura da lesão causal ou patologia) e aguda (caracterizada por surto repentino de curta duração, bem delineada). Ambos os tipos podem ser classificados em nociceptiva, neuropática, mista ou psicogênica. (BACHION et al, 2005)No idoso a forma mais expressiva da dor é a crônica. Esta vem como fator limitante de funções, aumentando a agitação, o risco de estresse emocional e de mortalidade, afetando parte do corpo ou regiões, limitando o funcionamento físico muitas vezes já debilitado nos idosos (FALCAO e NATOUR, 2002). Para BACHION (2005), a dor crônica se caracteriza por ocorrências intermitentes com períodos de dor intercalados com intervalos incertos, podendo ser constante, persistir e piorar progressivamente apesar do tratamento.

Conforme os autores citados, os distúrbios músculo-esqueléticos na terceira idade são de ordem acumulativa, muitas vezes de caráter fisiológico ou associados á afecções reumáticas degenerativas ou traumato-ortopédicas que se manifestam por dores crônicas, disfunção articular e contraturas musculares, limitando progressivamente as atividades físicas diárias.

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A etiologia de todas as enfermidades osteomioarticulares, dentro da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), pode se resumir em duas categorias: exógenas (traumas externos, esforços repetitivos e alterações climáticas como o vento, frio e umidade) e endógenas (fatores emocionais, idade e alimentação). Ambas podem provocar a má nutrição dos músculos, articulações, tecidos moles e ossos, afetando a circulação de Qi e Xue a nível superficial e profundo, desordenando o funcionamento dos órgãos Zang Fu, através do desequilíbrio das funções do Fígado, do Rim e do Baço. (NEVES,2004).

Segundo MACIOCIA (1996) os chineses costumam simbolizar a dor de músculos, tendões e articulações através da Síndrome da Obstrução Dolorosa, sendo definida como a aflição dos meridianos, em lugar dos órgãos internos. A dor, a sensibilidade e o formigamento dos músculos, tendões e articulações são causadas por obstrução na circulação de Qi (energia) e Xue (sangue) nos meridianos, por ação exterior do vento, frio e umidade. Sendo de extrema importância, revisar a estrutura dos meridianos principais e secundários, bem como a função energética sobre os membros, para maior compreensão na discussão do tratamento da Síndrome da Obstrução Dolorosa.

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

O presente estudo caracterizou-se por ser quantitativo e pré-experimental, para o qual foi realizada avaliação do questionário referente à qualidade da dor antes e após 3 sessões deauriculoterapia.

3.2 ÁREA DE ABRANGÊNCIA

A área de abrangência restringiu-se idosos com algum tipo de dor no residencial Santa Catarina.

3.3 RESPONSABILIDADE DOS PESQUISADORES

Este trabalho ocorrerá sob a responsabilidade do pesquisador principal LUCAS CARRÃO BERTOLDO (Bacharel em Fisioterapia - Centro Universitário Metodista - IPA) e sob a orientação do professor orientador JOÃO ALFREDO M.BARAO (Bacharel em Fisioterapia – Centro Universtitário Metodista - IPA). Conforme a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, esta pesquisa respeitará a autonomia do indivíduo, a beneficência, a não maleficência, a justiça e a equidade. Desta forma, todos preencheram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B) antes de responder o questionário.

3.4 LOCAL DE REALIZAÇÃO DAS ETAPAS EXPERIMENTAIS

A pesquisa foi realizada no Residencial Santa Catarina, em Porto Alegre - RS, situado na Rua Professor Clemente Pinto, nº 939 - Bairro Teresópolis.

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3.5 POPULAÇÃO / AMOSTRA

A população foi de 14 indivíduos divididos em dois grupos de sete pessoas, sendo que os dados foram comparados entre si. Foi obrigatório que todos os participantes assinaram primeiramente o TCLE para e em seguida responderam ao Questionário de Dor de McGill elocalizaram a dor.

3.5.1 Obtenção do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

A versão aplicada do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo B) foi preenchida em duas cópias assinadas tanto pelo entrevistado quanto pelo pesquisador, ficando uma cópia com cada um. Foi obtido de forma individual e, além de conter todas as informações de como seria realizado o trabalho, o documento foi lido para o entrevistado, para que não houvesse dúvidas.

3.5.2 Critérios de Inclusão e Exclusão da Amostra

Os critérios de inclusão determinavam que os participantes apresentassem pelo menos uma queixa de dor, e deveria apresentar idade superior a 60 anos, e não ter nenhuma dúvida sobre como funciona a técnica (auriculoterapia).Os critérios de exclusão seriam de idosos que possivelmente teriam dor, mas não teriam capacidade cognitiva para entender o questionário de McGill, bem como responder as perguntas necessárias, assim como indivíduos com algum tipo de infecção ou ferimento na orelha.

3.6 PROCEDIMENTOS

O procedimento inicial consistia na leitura do termo de consentimento livre e esclarecido, seguido da sua assinatura. Foi explicado como funciona o Questionário de Dor de McGill e depois de sanadas as dúvidas o participante respondia ao Questionário. Realizou-se a assepsia da orelha com algodão e álcool 70%, para a retirada da oleosidade da pele e desinfecção do local antes de cada aplicação.Para aplicação de auriculoterapia foram utilizadas placas acrílicas para a separação das sementes de colza e esparadrapos hipoalérgicos para a fixação das sementes sobre o ponto auricular. As sementes foram colocadas nos pontos auriculares selecionados para o tratamento. Foi realizada a estimulação vigorosa dos pontos auriculares pelo pesquisador durante 30 segundos (cada ponto), por meio de pressão digital sobre as sementes de colza. Ao final de cada aplicação foram demonstrados os procedimentos a serem tomados pelos participantes (pressão e melhor maneira de secar a orelha após qualquer contato com água)para que não houvessem erros.

3.7 TRATAMENTO DOS DADOS

A análise dos dados do presente trabalho foi realizada através do teste de Wilcoxon e o teste de Mann-Whitney, que é utilizado para dados não paramétricos e amostra dependentes, onde foi utilizado como padrão valor de p<0,05.

Cada opção marcada no Questionário foi considerada com valendo um ponto, a partir

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da soma de cada marcação foi possível mensurar o grau de dor, conforme sugere o Questionário de McGill (DUTTON, 2006).

A medição mais comum do Questionário de McGill é o índice total de classificação de dor onde este fornece uma estimativa da intensidade total da dor. Essa medição, obtida pela soma de todas as expressões selecionadas nas 20 subclasses, possui uma faixa possível de 0 a 78. A pontuação de 4-8 representa normal, 8-10 grau moderado de dor, 10-16 grau forte de dor e acima de 16 foi considerado com uma dor com fundo psicológico.

Para chegar ao valor de pré e pós tratamento para cada grupo (grupo que sugere distúrbio vascular, grupo do distúrbio neurogênico, grupo com suposto distúrbio músculo-esquelético e o grupo que sugere transtorno emocional), os grupos do Questionário de McGill foram divididos da seguinte forma: a letra A relacionou-se ao grupo que sugere distúrbio vascular, da letra B a H foi relacionado ao grupo com suposto distúrbio neurogênico, o sub-grupo correspondente a letra I esta ligado ao grupo do distúrbio musculo-esquelético e da letra J até a letra T podemos dizer que pertence ao grupo com transtorno emocional.

3.8 FORMA DE DIVULGAÇÃO DOS DADOS

Depois de apresentado para finalização da Especialização em Acupuntura no Instituto Brasileiro de Acupuntura e Moxabustão de Porto Alegre (IBRAMPA), será almejado publicar o trabalho em revista científica e apresentado em congressos de Acupuntura.

4. RESULTADOS

Para esta pesquisa contamos com 14 indivíduos divididos em dois grupos. O grupo 1 utilizou os pontos (shen men, baço, fígado e rim) e o grupo 2 utilizou os mesmos pontos mais o ponto rim do dorso da orelha, sendo 14 (100%) do sexo feminino, nenhum realizava fisioterapia no período da coleta, a média de idade foi de 81 anos.As sintomatologias apresentadas foram: 2 (14,3%) com dor no(s) quadril(is), 1 (7,1%) comdor no(s) joelho(s), 7 (50%) com dor na coluna, 2 (14,3%) com dor no(s) ombros e 2 (14,3%) com dor na(s) perna(s) (Gráfico 1).

Gráfico 1 . Informações sobre sintomatologia dos participantes

Para o resultado que compete ao índice total de classificação de dor (ITCD) do grupo 1 foi encontrado no paciente um valor de 5 no pré tratamento e 10 no pós tratamento, no segundo 10 para 0, no terceiro 17 para 0, no quarto foi de 19 para 0, quinto 20 para 0, no

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sexto também 20 para 0 e conseqüentemente no último 10 para 0. Para estes dados foi encontrado na comparação entre pré e pós-tratamento p = 0,027 menor que 0,05.

Para o resultado que compete ao índice total de classificação de dor (ITCD) do grupo 2 foi encontrado no paciente um valor de 29 no pré tratamento e 17 no pós tratamento, no segundo 11 para 11, no terceiro 10 para 7, no quarto foi de 21 para 8, quinto 18 para 4, no sexto também 22 para 6 e conseqüentemente no último 23 para 0. Para estes dados foi encontrado na comparação entre pré e pós-tratamento p = 0,028 menor que 0,05.

Gráfico 2. Índice Total de Classificação de Dor – ITCD

Na comparação entre os grupos no pré e pós tratamento, não houve diferença estatisticamente significativa no pré-tratamento com um p= 0,108 e no pós-tratamento houve diferença estatisticamente significativa com um p= 0,024.

As respostas foram divididas em quatro grupos. O primeiro grupo sugere distúrbio vascular (DV), segundo distúrbio neurogênico (DN), terceiro distúrbio musculo-esquelético (DM) e o quarto sugere transtorno emocional (TE). Baseado nesta divisão foi possível avaliar quais as causas da dor e em qual área a auriculoterapia teve maior resposta. Para o grupo 1, DV obtivemos uma soma pré de 8 pontos e uma pós de 2 ponto, o grupo DN contou com uma soma de 32 passando para 7, já o grupo DM obteve 10 pontos e pós teve uma soma de 3 pontos e o último grupo (TE) começou com 54 pontos e passou para 15 pontos. Para distúrbio vascular na comparação entre pré e pós-tratamento encontramos p = 0,049; Distúrbio neurogênico p= 0,018; Distúrbio músculo-esquelético p= 0,233; Transtorno emocional p= 0,034. Para um nível de significância de p<0,05 encontramos significância em distúrbio vascular, neurogênico e transtorno emocional e não encontramos significância neste grupo para distúrbi0 músculo-esquelético.

Já no grupo 2, DV obtivemos uma soma no pré de 7 pontos e uma pós de 0 ponto, o grupo DN contou com uma soma de 39 passando para 9, já o grupo DM obteve 18 pontos e pós teve uma soma de 7 pontos e o último grupo TE começou com 59 pontos e passou para

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21 pontos. Para distúrbio vascular na comparação entre pré e pós-tratamento encontramos p = 0,038; Distúrbio neurogênico p= 0,028; Distúrbio músculo-esquelético p= 0,084; Transtorno emocional p= 0,027. Para um nível de significância de p<0,05 encontramos significância em distúrbio vascular, distúrbio neurogênico e transtorno emocional e não encontramos significância neste grupo apenas em distúrbio músculo-esquelético.

Gráfico 3. Distúrbio Vascular –Comparação entre grupos pré e pós-tratamento

Na comparação entre os grupos no pré e pós tratamento de distúrbio vascular, não houve diferença estatisticamente significativa no pré-tratamento com um p= 0,599 e no pós-tratamento também não houve diferença estatisticamente significativa com um p= 0,317.

Gráfico 4. Distúrbio Neurogênico – Comparação entre grupos pré e pós-tratamento

Na comparação entre os grupos no pré e pós tratamento de distúrbio neurogênico, não houve diferença estatisticamente significativa no pré-tratamento com um p= 0,221 e no pós-tratamento houve diferença estatisticamente significativa com um p= 0,025.

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Gráfico 5. Distúrbio Músculo-Esqulético – Comparação entre grupos pré e pós-tratamento

Na comparação entre os grupos no pré e pós tratamento de distúrbio músculo-esquelético, não houve diferença estatisticamente significativa no pré-tratamento com um p= 0,165 e no pós-tratamento também não houve diferença estatisticamente significativa com um p= 0,102

. Gráfico 6. Transtorno Emocional – Comparação entre grupos pré e pós-tratamento

Na comparação entre os grupos no pré e pós tratamento de transtorno emocional, não houve diferença estatisticamente significativa no pré-tratamento com um p= 0,441 e no pós-tratamento houve diferença estatisticamente significativa com um p= 0,009.

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5. DISCUSSÃO

Atualmente os indivíduos idosos vêm referindo cada vez mais dores em alguma parte do corpo, pelo qual acabam impossibilitados de realizar uma simples atividade de vida diária ou mesmo incapacitados de realizar tarefas mais complexas por não conseguir alívio da dor.Este estudo procurou evidenciar a efetividade do tratamento auricular sob a dor em indivíduos que se utilizam geralmente de fármacos para este fim, e o intuito foi descobrir se os pontos base para o tratamento de patologias osteomusculares (fígado, rim, baço e shen men) podem influenciar no tratamento e no alívio da dor.

A dor em idosos é um sério problema de saúde pública, que necessita ser diagnosticado, mensurado, avaliado e devidamente tratado pelos profissionais de saúde, uma vez que são esses os agentes capazes através de intervenções, minimizar a morbidade e melhorar a qualidade de vida desses indivíduos (ANDRADE et al., 2006).

Através deste trabalho pode-se constatar uma melhora no quadro álgico dos indivíduos que utilizaram o tratamento de auriculoterapia com pontos para tratamento ortopédicos para fim de analgesia, principalmente no que diz respeito a sua grande maioria serem mulheres que fazem uso de analgésicos ou anti-inflamatórios para alívio da dor. Conforme apresentado em estudo em outra região do Brasil em que a maioria dos pacientes com dor músculo-esquelética nas unidades básicas de saúde caracteriza-se por mulheres, com queixas crônicas envolvendo a coluna vertebral e articulações periféricas. O principal método terapêutico adotado foi medicamentoso, com predomínio de analgésicos e anti-inflamatórios não hormonais. (MARTINEZ et al., 2008).

Corroborando com este estudo o presente trabalho teve prevalência de dor em membros inferiores e coluna vertebral. Autores como BARRO (2004) e REIS (2008) relatam que as localizações nas quais a presença de dor predominaram foram membros inferiores (47,7%) e coluna (25,0%). A associação de dor em membros inferiores e coluna foram encontradas em estudos epidemiológicos de dor músculo-esquelético no qual foram estudadas 258 pessoas de 60 a 74 anos buscando avaliar a relação de dor em quadril e joelho com outras condições mórbidas e incapacidade. Entre os 124 com morbidade associadas, 10,98% tinham dor em quadril e joelho e dor lombar. Estudos evidenciam que os membros inferiores são os segmentos corporais mais acometidos por dor, isto devido à degeneração cartilaginosa decorrente do envelhecimento biológico ou da ocorrência de patologias crônico-degenerativas a exemplo da artrite e artrose.

A idade avançada é um importante fator de risco para a ocorrência de patologias osteomusculares, uma vez que com o processo de envelhecimento biológico ocorre comprometimento das estruturas do aparelho locomotor sendo afetados os ossos, músculos, tendões e articulações de todas as regiões do corpo (REIS et al., 2008).

No presente trabalho todos idosos apresentavam pelo menos um quadro de dor e responderam pelo menos uma alternativa de cada grupo do questionário de McGill referindo o tipo de dor que sentiam. Esses achados assemelham-se aos encontrados em pesquisas nacionais, visto que em estudo sobre dor em idosos asilados relataram prevalência que variou de 71% a 83%. (AUGUSTO et al., 2004).

Além da dor na terceira idade, correlacionadas a ela como foi relatado neste trabalho, o idoso referiu muito comumente esta vir acompanhada de transtornos emocionais pelos quais tende a ser levado a dependência em atividades de vida diária, redução da socialização, redução global da qualidade de vida, fomentando a aplicação da tríade ortopédica (fígado, baço e rim) e o ponto shen men que tratam as incapacidades física e

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alterações psicológicas que são as principais repercussões que comprometem a qualidade de vida dos idosos com dor.

Método simples, a auriculoterapia permite, por sua facilidade de aplicações, agir rápido e ser eficaz. Ela traz um auxílio sério a todas as outras terapêuticas. Por ser uma terapia pouca custosa, ela apresenta a vantagem de poder ser praticada sem o auxílio de aparelhos sofisticados. Com o conhecimento desta técnica o terapeuta poderá agir, aliviar e freqüentemente curar em qualquer situação NOGIER (1998).

Segundo o autor referido, a técnica da auriculoterapia age particularmente nas algias, e esta é sua primeira indicação. Todas as dores, quais quer que sejam, podem ser influenciadas, atenuadas, aliviadas e, vezes, suprimidas pelo tratamento efetuado na orelha. As indicações dessa terapia não se limitam somente a dores. A Auriculoterapia é aconselhada nos estados de sofrimento que se manifestam no sistema nervoso central por distúrbios de ordem emocional, assim, pode-se agir sobre um grande número de perturbações funcionais que, aparentemente, não podem ser melhoradas facilmente por interações medicamentosas.

Há várias teorias sobre os mecanismos de ação da auriculoterapia. Dentre as mais aceitas e conhecidas são: a nervosa e a fisiológica por intermédio do sistema reticular ativador ascendente do tálamo, e a de equilíbrio do yin/yang da acupuntura através dos canais de energia principais e colaterais. A orelha é rica em nervos e vasos sanguíneos. Os pontos usados para tratamentos, presentes no pavilhão auricular, correspondem à união de níveis energéticos e nódulos nervosos que, uma vez estimulados, devolve o equilíbrio orgânico (CHIQUETTI et al., 2004).

GARCIA (2003) afirma ainda que a combinação dos pontos utilizados, bem como a junção, dos pontos do Rim, Fígado e Baço, promovem o controle da qualidade dos ligamentos, tendões, ossos, músculos, bem como a atividade dos quarto membros, respectivamente, através da ativação da circulação de Qi e Xue. Esta função permite tratar todas as patologias que envolvem comprometimentos musculares, principalmente afecções da coluna e suas irradiações. Já o ponto Shen men, possui uma ação tranqüilizante, sedativa, hipnótica. É um forte analgésico, qualquer que seja a origem da dor. Pode se dizer então que é o ponto mais utilizado para analgesia. Ele consegue reduzir a febre, neutraliza intoxicações, trata enfermidades inflamatórias, possui ação no fígado e por extensão nos processos alérgicos, é um dos pontos obrigatórios por ser um dos que tem as maiores ações terapêuticas.

Neste trabalho obtivemos apenas uma paciente que houve um aumento no valor do ITCD, o qual passou de 5 para 10. Esta paciente possuía dor no quadril e foi descoberto após a coleta que esta paciente em questão estava com uma fratura na cabeça do fêmur, motivo pelo qual fez com que não houvesse redução do quadro álgico.

O resultado apresentado na comparação do nível de dor dos indivíduos pesquisados demonstra que a auriculoterapia é eficiente como método de redução da dor músculo-esquelética, concordando com outros estudos, como o realizado em hospital cubano. Esse estudo acompanhou cinco anos de tratamento e observou que a auriculoterapia para redução da dor, realizada em 89 pacientes, apresentou- se eficaz em 84% dos casos, realizados em média de 13 sessões (VALDES e col, 2001). Tanto no Oriente quanto no Ocidente, encontramos estudos que comprovam a eficácia da auriculoterapia na melhora de diversos quadros. Dentre os benefícios, podemos citar: diminuição da intensidade de dores crônicas (SUEN et al., 2007).

PEREZ (2000) ressalta que com os benefícios encontrados com acupuntura e suas técnicas como a auriculoterapia revelam ser mais eficaz que o tratamento medicamentos,

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além de se obter em um curto espaço de tempo. Um importante dado obtido nesta pesquisa refere-se à significativa redução do uso de analgésicos, em relação tanto ao número de usuários quanto à quantidade utilizada. Esse fator é secundário à redução da dor e apresenta grande impacto quanto ao custo-benefício dessa técnica, assim como a excelente resposta obtida pela grande maioria dos indivíduos que ficaram sem dor ou tiveram uma diminuição significativa do quadro álgico, entretanto não podemos afirmar a duração do efeito já que este trabalho procurava demonstrar a efetividade da auriculoterapia nas dores em idosos.

O presente trabalho optou pela colocação de sementes ao invés de agulhas semipermanentes por este ser um método mais simples, menos traumático e na qual o paciente poderia ficar com a aplicação por até 7 dias sem que houvessem danos a cartilagem auricular. Segundo VARGAS (2001), as sementes possuem duas funções distintas, a primeira refere-se a ela ter dentro de si uma vida que é energia a ser entregue ao ponto estimulado e a segunda, seria a pressão constante sobre o ponto o que aumentaria sua efetividade. Desta forma podemos citar este como um fator relevante para eficácia do tratamento proposto, assim como os bons resultados obtidos.

O envelhecimento tem sido cada vez mais tema de pesquisas pelo aumento gradativo da expectativa de vida, assim como a qualidade de vida também foi otimizada pelas diversas técnicas e tratamentos na área da saúde, a ponto de diminuir as co-morbidades dos idosos e o quadro de dor que atinge essa faixa etária. Entretanto, o crescimento da população idosa ainda não promove muitos estudos na área da MTC a fim de poder fazer um estudo comparativo com este trabalho. Mesmo assim, podemos afirmar que com base nos resultados significativos (p<0,05) tanto no grupo 1 com p de (p=0,027) e grupo 2 com um p de (p=0,028) obtidos neste trabalho, não há diferença significativa entre o uso do ponto rim do dorso da orelha, destacando que a auriculoterapia pode e deve ser utilizada com maior força para tratamentos que envolvem dor, seja ela física ou emocional, já que nosso corpo tem uma ligação direta entre corpo e mente proporcionando assim de fato um alívio de ambas no aspecto funcional e holístico da MTC de tratar quaisquer que seja a patologia em questão.

6. CONCLUSÃO

Este trabalho conclui que a auriculoterapia é eficaz na redução da dor, proporcionando uma diminuição do uso de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, obtendo uma melhora satisfatória diante da sua proposta, independente do tempo que o indivíduo está com dor e o local da queixa da dor, porém não podemos afirmar a durabilidade deste efeito. Não houve diferença significativa entre os grupos, haja vista que foi utilizado um número mínimo de pontos (tríade ortopédica e shen men) diferenciando um grupo com o ponto rim do dorso da orelha, evidenciando que se for necessário à utilização de outros pontos, pode-se conseguir uma eficácia ainda maior do resultado, assim como a possibilidade de se associar o tratamento com Acupuntura. Portanto, a utilização da auriculoterapia como tratamento coadjuvante a Acupuntura, é de fato um tratamento alternativo muito bom por não ter efeitos colaterais, ter um baixo custo de investimento, ser prática e eficaz atingindo um bom nível de satisfação diante da sua proposta terapêutica.

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ANEXO A – QUESTIONÁRIO DE MCGILL

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ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISATítulo do Projeto: Auriculoterapia no tratamento da dor em idosos no residencial santa catarina

Área do Conhecimento: Saúde Número de participantes

No centro: Total: 14

Curso: Acupuntura Unidade:Projeto Multicêntrico Si

mNão

x Nacional

x Internacional

Cooperação Estrangeira

Sim

Não x

Patrocinador da pesquisa: recurso próprioInstituição onde será realizado: Residencial Santa CatarinaNome dos pesquisadores e colaboradores: Pesquisador: Lucas Carrão Bertoldo Orientador: João Alfredo Mullatieri Barão2. IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA

Nome: Data de Nasc: Sexo:Nacionalidade: Estado Civil: Profissão:RG: CPF/MF: Telefone: E-mail:Endereço: 3. IDENTIFICAÇÃO DO PESQUISADOR RESPONSÁVELNome: Lucas Carrão Bertoldo Telefone: (51) 92883525Profissão: Fisioterapeuta Registro no Conselho: 119905 - F E-mail:

[email protected]ço: Rua Silva Só, 223 apto: 403Esta pesquisa tem por finalidade avaliar a funcionalidade da auriculoterapia para o tratamento da dor em idosos. Será utilizado o questionário de McGill, onde este avalia a qualidade da dor, antes e após o período de tratamento. As questões respondidas serão utilizadas a fim de pesquisa, sem identificação de dados pessoais sob hipótese alguma. Apenas as respostas das perguntas serão utilizadas neste estudo. Os participantes têm liberdade total de recusar, desistir ou retirar o TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO se for de vontade própria, sem precisar da permissão do pesquisador, tendo, também a garantia de tomar conhecimento e obter informações, a qualquer tempo, sobre os procedimentos e métodos utilizados neste estudo, bem como sobre os resultados, parciais e finais desta pesquisa. Não haverá custo algum para o paciente sendo que esta pesquisa tem por finalidade ser um trabalho de conclusão de curso de especialista em acupuntura do pesquisador em questão.

Tenho a garantia de tomar conhecimento e obter informações, a qualquer tempo, dos procedimentos e métodos utilizados neste estudo, bem como dos resultados, parciais e finais, desta pesquisa. Para tanto, poderei consultar o pesquisador responsável (acima identificado) ou o Comitê de Ética em Pesquisa do IBRAMPA com endereço na Rua Dr. OscarBittencourt, 151 – Menino Deus – Porto Alegre – RS. l [email protected]

Declaro que obtive todas as informações necessárias e esclarecimento quanto às dúvidas por mim apresentadas e, por estar de acordo, assino o presente documento em duas vias de igual conteúdo e forma, ficando uma em minha posse.

_____________( ), _____ de ____________ de ______.

_____________________________________________ _________________________________

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Sujeito da Pesquisa Responsável pelo Sujeito da Pesquisa

_________________________________Pesquisador Responsável pelo Projeto

Testemunhas:

_______________________________________ ___________________________________________Nome: Nome:

RG: RG:CPF/MF: CPF/MF:Telefone: Telefone:

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