166
PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES www.pontodosconcursos.com.br Página | 1 Olá, pessoal, Sejam bem vindos ao nosso pacote de exercícios para Analista Processual do MPU, em especial ao nosso módulo de Direito Administrativo. Antes de darmos início a nossa aula, deixe-me fazer uma breve apresentação. Sou o prof. Edson Marques, atualmente ocupo o cargo de Defensor Público Federal, de categoria especial, com atuação no Superior Tribunal de Justiça, Também sou também professor de Direito Administrativo e Constitucional em cursos preparatórios, na pós-graduação e na graduação aqui em Brasília. Bem, minha vida de concurseiro começou lá em 1994, quando abandonei a graduação (matemática), para fazer concursos públicos. E naquele ano obtive minhas primeiras aprovações (TFC, Técnico Judiciário no TST e no STJ, Técnico Administrativo no GDF), de modo que fui nomeado para Técnico de Finanças e Controle e, depois, já em 95, para Técnico Judiciário no STJ. Bem, depois disso, voltei à graduação para fazer o curso de Direito. Concluída a graduação, voltei à rotina normal do concurseiro, ou seja, muito estudo e dedicação. Mas, não foi em vão, pois obtive aprovação em diversos concursos públicos (PFN, Delegado de Polícia Federal, Analista Processual do MPU, Advogado CEF, Oficial de Justiça no TRF 1ª Região e TJDFT, Analista Judiciário do STF, TST e STJ, Advogado da União e Defensor Público), tendo ocupado os cargos de Analista Judiciário no STF e no STJ, Advogado da União e, o atual, Defensor Público Federal. Então, no tocante ao nosso módulo, teremos cinco (05) aulas para ministrar todo o conteúdo. Assim, de acordo com o edital, distribuiremos as aulas conforme o seguinte cronograma: AULA CONTEÚDO AULA 01 5. Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 6. Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação. 1. Administração pública: princípios básicos. 2. Poderes administrativos: poder hierárquico,

Direito Administrativo - Aula 01

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Direito Administrativo - Aula 01

Citation preview

Page 1: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 1

Olá, pessoal,

Sejam bem vindos ao nosso pacote de exercícios para Analista Processual do MPU, em especial ao nosso módulo de Direito Administrativo.

Antes de darmos início a nossa aula, deixe-me fazer uma breve apresentação. Sou o prof. Edson Marques, atualmente ocupo o cargo de Defensor Público Federal, de categoria especial, com atuação no Superior Tribunal de Justiça, Também sou também professor de Direito Administrativo e Constitucional em cursos preparatórios, na pós-graduação e na graduação aqui em Brasília.

Bem, minha vida de concurseiro começou lá em 1994, quando abandonei a graduação (matemática), para fazer concursos públicos.

E naquele ano obtive minhas primeiras aprovações (TFC, Técnico Judiciário no TST e no STJ, Técnico Administrativo no GDF), de modo que fui nomeado para Técnico de Finanças e Controle e, depois, já em 95, para Técnico Judiciário no STJ. Bem, depois disso, voltei à graduação para fazer o curso de Direito.

Concluída a graduação, voltei à rotina normal do concurseiro, ou seja, muito estudo e dedicação. Mas, não foi em vão, pois obtive aprovação em diversos concursos públicos (PFN, Delegado de Polícia Federal, Analista Processual do MPU, Advogado CEF, Oficial de Justiça no TRF 1ª Região e TJDFT, Analista Judiciário do STF, TST e STJ, Advogado da União e Defensor Público), tendo ocupado os cargos de Analista Judiciário no STF e no STJ, Advogado da União e, o atual, Defensor Público Federal.

Então, no tocante ao nosso módulo, teremos cinco (05) aulas para ministrar todo o conteúdo. Assim, de acordo com o edital, distribuiremos as aulas conforme o seguinte cronograma:

AULA CONTEÚDO

AULA 01

5. Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 6. Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação. 1. Administração pública: princípios básicos. 2. Poderes administrativos: poder hierárquico,

Page 2: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 2

poder disciplinar, poder regulamentar, poder de polícia, uso e abuso do poder.

AULA 02

4. Ato administrativo: conceito, requisitos e atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e vinculação. 3. Serviços Públicos: conceito e princípios; delegação: concessão, permissão e autorização.

AULA 03 12. Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93)

AULA 04

9. Processo administrativo (Lei nº 9.784/99): das disposições gerais; dos direitos e deveres dos administrados. 10. Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade civil do Estado. 11. Lei nº 8.429/92: das disposições gerais; dos atos de improbidade administrativa.

AULA 05

7. Servidores públicos: cargo, emprego e função públicos. 8. Lei nº 8.112/90 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União): Das disposições preliminares; Do provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição. Dos direitos e vantagens: do vencimento e da remuneração; das vantagens; das férias; das licenças; dos afastamentos; do direito de petição. Do regime disciplinar: dos deveres e proibições; da acumulação; das responsabilidades; das penalidades.

Vamos estabelecer uma rotina, ou seja, as aulas serão disponibilizadas, em regra, na quinta-feira, de modo que na sexta você já esteja com ela e mãos. Assim, sempre na segunda-feira, estarei no fórum respondendo às perguntas. Nada impede, por óbvio, conforme nosso tempo, de entrar antes e respondê-las, mas na segunda é ponto certo.

Pois bem. Vamos ao que interessa, ou seja, nesta aula veremos:

AULA 01

5. Organização administrativa: administração direta e indireta; centralizada e descentralizada; autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. 6. Órgãos públicos: conceito, natureza e classificação. 1. Administração pública: princípios básicos. 2. Poderes administrativos: poder hierárquico, poder disciplinar, poder regulamentar, poder de polícia, uso e abuso do poder.

Page 3: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 3

QUESTÕES COMENTADAS

1. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A descentralização política ocorre quando os entes descentralizados exercem atribuições próprias que não decorrem do ente central. Sendo os estados-membros da Federação tais entes e, no Brasil, também os municípios, a descentralização política possui os mesmos entes da descentralização administrativa.

Comentário:

Pessoal, para iniciarmos os nossos estudos, devemos, antes, conhecer um pouco da teoria dos setores e, a partir daí a organização Administrativa.

Pois bem. Devemos considerar o Estado como sendo 1º setor, onde, como regra, teremos a submissão ao regime de direito público (regime especial), a prevalência do interesse público (supremacia do interesse público sobre o privado), e os bens são públicos (protegidos). Por tudo isso, dizemos que se trata de setor público.

Assim, as pessoas que são criadas nesse setor são pessoas jurídicas de direito público.

No 2º setor, o qual denominados de mercado, teremos interesses privados. Assim, os bens são privados, o interesse é o privado, o regime é o comum. Por isso, as pessoas constituídas nesse ambiente, são pessoas jurídicas de direito privado.

Essas pessoas são constituídas pela união de duas ou mais pessoas formando uma sociedade, com a finalidade de obter lucro, ou por uma só pessoa que exerce uma atividade com fins de lucro, empresa. (observe que para o Direito Empresarial, empresa é a atividade realizada pelo empresário ou pela sociedade empresária)

Mais recentemente podemos constatar a preocupação com as questões ligadas ao meio ambiente, ao futuro, aos desamparados ou aos excluídos, ou seja, questões inerentes à solidariedade, ao campo ou setor social.

Page 4: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 4

Temos, por isso, o terceiro setor ou setor social.

Nesse setor, constituem-se pessoas jurídicas, cujos interesses são filantrópicos, ou seja, de ajudar, fomentar, auxiliar em diversas atividades, tal como saúde, educação, desenvolvimento social, dentre outras áreas.

É importante percebermos que, nesse setor, temos pessoas que se unem para ajudar ao próximo, sobretudo aqueles que estejam em situação de desigualdade, mas também para tutelar interesses comuns.

A união de pessoas com esse objetivo comum constitui uma associação (ex. associação de moradores de Bairro, Associações dos catadores de Lixo, Associação dos Protetores da Mata-Atlântica, Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias – ABRACE, dentre outras) ou alguém, como tal propósito, destaca bens/capital de seu patrimônio para constituir essa pessoa, como é o caso das fundações (Ex. Fundação Bradesco, Fundação Ayrton Senna, Fundação Xuxa, Fundação Roberto Marinho etc).

Atualmente, podemos ainda citar a existência de um contingente considerável de pessoas que se relacionam, porém à margem do Estado, não se inserindo de forma regular no mercado, tampouco com interesses filantrópicos, exercendo atividades irregulares, por vezes até mesmo ilícitas, o que denominados de 4º setor ou de economia informal, ou seja, é o ambulante, o camelô, dentre outras atividades que abrigam desempregados, excluídos pelo regime formal de emprego.

Dessa forma, podemos dizer que a sociedade se divide em setores (1º setor o Estado; 2º, Mercado; 3º, Social; 4º, Mercado Informal). Com efeito, Estado (1º setor) é compreendido como uma entidade, ou seja, pessoa jurídica, politicamente organizada, de modo a contemplar três elementos essenciais, sendo povo, território e soberania ou governo. Há quem ainda inclua a finalidade.

Essa definição parte dos estudos formulados por Montesquieu, para quem o Estado, organização política, é concebido para bem promover os interesses coletivos e, portanto, ser democrático.

Page 5: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 5

Então, com base nesse entendimento, para consideramos o Estado como democrático deve-se contemplar nele a existência da separação de poderes, ou seja, não pode haver a concentração de funções ou atividades em um único órgão, sob pena desse Estado se tornar absolutista.

Por isso, formulou Montesquieu a chamada tripartição de poderes estatais, tal como observamos na nossa Constituição, ou seja, Executivo, Legislativo e Judiciário, atribuindo cada função a órgãos distintos.

Esse processo, de separar poderes e com isso criar órgãos, independentes, para exercer essas funções de Estado, leva o nome de desconcentração política de funções.

Reforçando: O Estado é uma organização política, dotada de personalidade jurídica de direito público, que, modernamente, congrega três funções ou poderes, sendo o Legislativo, Judiciário e Executivo.

A função executiva também é denominada administrativa e, por isso, muitas vezes se confunde o Poder Executivo com a Administração Pública, toa essa simplificação não é de todo correta na medida em que a Administração Pública se encontra inserida nos três poderes. Veja o art. 37, caput, da Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

Explico Isso.

É que, muito embora haja essa divisão de funções (legislativa, executiva e judiciária), sendo cada função exercida de forma primordial ou principal por um órgão independente, ou seja, como função típica, é possível verificar que há funções atípicas ou anômalas que também serão exercidas concomitantemente pelos Poderes.

Observe que cada função é exercida por órgãos especiais (independentes) definidos como Poder Executivo, Poder Judiciário e Poder Legislativo,

Page 6: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 6

significando dizer que um não está subordinado aos outros, tendo suas limitações e prerrogativas conferidas constitucionalmente.

Cada Poder, é preciso que saibam, exerce, além de sua função típica (finalística), outras funções, de forma atípica ou anômala.

Por exemplo, ao Poder Executivo cabe o exercício da função típica administrativa, que é de gerir a máquina estatal, realizar os serviços públicos e as políticas públicas, dentre outras atividades, mas cabe, de forma atípica, o exercício das funções legislativas (tal como a edição de Medidas Provisórias, regulamentos internos) e de julgar (condução de processos administrativos etc).

Por outro lado, aos demais Poderes, isto é, ao Legislativo e ao Judiciário caberá o exercício de forma atípica ou anômala das funções que seriam funções típicas de outro poder.

Assim, além de legislar e fiscalizar os gastos públicos, ao Legislativo cabe realizar a organização e funcionamento de suas atividades (função administrativa), bem como julgar os parlamentares por falta de decoro ou, no âmbito do Senado, por exemplo, julgar o Presidente por crime de responsabilidade (função de julgar).

De igual forma, ao Poder Judiciário, além de dizer o direito no caso concreto, promovendo a pacificação social, resolvendo os conflitos de interesse (função judiciária), também terá que gerir seus serviços, seus servidores, realizando concursos, licitações etc (função administrativa) e elaborar seu regimento interno e expedir resoluções administrativas (função legislativa).

Por isso, ante essa complexidade de atuações e as inúmeras atividades que devem desempenhar o Estado, além de suas funções primordiais (poderes), é necessária uma organizada estrutura administrativa a fim de promover seus objetivos, qual seja, de atender os interesses coletivos.

Nesse sentido, e como já ressaltamos, foi estabelecida essa divisão de funções entre os três órgãos ou poderes (desconcentração política).

Porém, é possível percebermos que esses órgãos estão na estrutura de um

Page 7: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 7

Ente Político, que conforme a Constituição Federal, chama-se República Federativa do Brasil.

Observe que, ao se transformado em uma federação, o Estado (República Brasileira) deixou de ser um Estado Central, ou seja, aquele que não tem divisão política interna de competências, para distribuir competências entre outros Entes Políticos internos. (Forma de Estado: Federativa)

Assim, com o intuito de aproximar a realização das atividades Estatais ao povo, no sentido de abandonar a centralização, já que, como ressaltei, inicialmente o Estado era centralizado e isso dificultava o exercício de suas atividades, empreendeu-se uma repartição de atribuições – competências políticas -, criando-se outros entes políticos, o que se denomina de descentralização política.

Importante compreender que essa descentralização é realizada por força da Constituição, conforme a criação dos Entes Federados, nos moldes do art. 18 da CF/1988, sendo: a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios.

Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.

Então, vamos relembrar:

O Estado exerce três funções primordiais por órgãos criados para isso (desconcentração política). Funções que integrarão as competências distribuídas aos entes políticos internos que foram criados para tanto (descentralização política).

Com efeito, vamos perceber, então, que o exercício da função administrativa é concebido para ser realizado pelo Estado ou seus entes políticos. Desse modo, quando o Estado ou os Entes Políticos estão exercendo a função administração serão chamados de Administração Pública.

Nesse sentido é que o Decreto-Lei 200/67, em que pese não se atentar para

Page 8: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 8

o exercício de funções atípicas pelos demais poderes, estabeleceu o conceito de Administração Pública Direta, vejamos:

Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

Assim, verifica-se que o Estado, já desconcentrado politicamente, e ao proceder à descentralização política (empreendida pela Constituição Federal) criou um modelo político em que o Estado Central deu origem a outros Entes Políticos (União, Estados, DF e Municípios), por isso o modelo de Estado Federado (Forma de Estado, lembre-se).

A esse movimento de criação de outros entes políticos dentro do Estado central, descentralizando-o, deu-se o nome Administração Pública Direta, visto que se correlaciona o Estado (desmembrado politicamente em outras pessoas jurídicas) e o exercício da própria função administrativa.

Portanto, a Administração Pública Direta compreende os próprios Entes Políticos, ou seja, União, Estados-membros, DF e Municípios, todos com personalidade jurídica de direito público à semelhança do Estado Central (República Federativa do Brasil).

Toa, tais entes políticos ( Administração Pública Direta) vão realizar suas funções por meio de estruturas organizacionais internas, eis que serão distribuídas funções, competências, ou atividades administrativas a repartições, departamentos, setores, ou órgãos desses entes políticos a fim de que possam realizar suas atribuições.

Essa necessidade de organização interna da atividade administrativa, a fim de melhor desempenhá-la, distribuindo-a através da criação de órgãos em uma mesma estrutura interna é denominada desconcentração administrativa.

Portanto, podemos entender que a desconcentração administrativa é a criação de órgãos dentro da estrutura administrativa de um ente.

Pois bem.

Page 9: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 9

O Estado inicialmente concentrado e centralizado reparte internamente suas funções políticas entre órgãos independentes ou de poder, denominados Executivo, Legislativo e Judiciário (desconcentração política), depois se reparte em diversos entes políticos a fim de dividir, distribuir a titularidade de certas competências e o exercício de suas atribuições, criando a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios (descentralização política).

Assim, podemos perceber que tais entes exercerão as funções de Estado (Executiva, Legislativa e/ou Judiciária). Porém, esses entes políticos no exercício da função administrativa são denominados de Administração Pública Direta.

Observe que olhando até aqui, ou seja, olhando isoladamente cada ente político, temos uma representação menor do próprio Estado, de modo que cada ente no exercício da função administrativa, ou seja, atuando como Administração Pública o faz de igual modo ao Estado central antes de ter empreendido a descentralização.

Por isso, até o presente momento, cada ente que compõe o Estado exerce de forma centralizada a função administrativa. Por isso, a denominação de Administração Pública Direta ou Centralizada, pois ainda não houve o desmembramento dessa atividade por cada ente político no seu âmbito interno.

Significa dizer que a cada ente político foi distribuído uma gama de competências administrativas pelo Ente Central, e que estes mesmos entes, diretamente, deverão exercê-las. E, assim, vistos isoladamente são entes centralizados também.

Ocorre que são amplas as atividades administrativas a serem exercidas, de modo que tais entes políticos, a fim de agirem organizadamente e obterem uma atuação satisfatória, verificam a necessidade de distribuição interna dessas atividades, ou seja, de criarem setores, de modo que cada um tenha funções específicas e, assim, possa a engrenagem funcionar de forma coordenada.

Para tanto, a Administração Pública Direta ou centralizada cria órgãos, ou

Page 10: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 10

seja, núcleos de atuação interna em que são distribuídas as diversas atribuições, o que se denomina desconcentração administrativa, na medida em que há a repartição interna da função administrativa num mesmo ente.

É importante lembrar que o órgão, departamento, setor, é uma parte do ente que o criou, de maneira que não tem vida própria, ou seja, não se trata de uma pessoa jurídica, não detém, portanto, personalidade jurídica.

É sabido, no entanto, que somente tal repartição interna não consegue atingir a todos os interesses e serviços que o Estado deve realizar. Isso porque mesmo organizado internamente continuamos a ter uma única pessoa a realizar o complexo de atividades administrativas.

Por isso, tendo como parâmetro aquilo que havia sido empreendido pela própria Constituição em dado momento (descentralização política), e considerando, pois, a necessidade de melhor realizar as funções administrativas, concebe-se nova descentralização, agora não mais sob a vertente política (constitucional), mas sob a ótica administrativa.

Sabendo, pois, que a descentralização política deu surgimento aos entes políticos (União, Estados, DF e Municípios), a descentralização administrativa dará surgimento a entes ou entidades administrativas.

Com efeito, a descentralização administrativa dá origem às seguintes entidades: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista.

Lembre-se que a descentralização política deu surgimento a pessoas jurídicas derivados do Estado. Assim, a descentralização administrativa dá surgimento a pessoas jurídicas derivadas da Administração Pública.

Nesse caso, se a Administração Direta ou Centralizada são os próprios entes políticos (Estado diretamente), por meio de seus órgãos, realizando a atividade administrativa, então, quando não são esses entes, mas pessoas jurídicas criadas por eles (entidades) a realizar tais funções, teremos com isso o Estado atuando de forma indireta, o que denominamos, portanto, de Administração Pública Indireta.

A descentralização administrativa promove, assim, a criação de pess-oas

Page 11: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 11

jurídicas distintas das pessoas políticas, ou seja, a criação de entidades para realizar as atividades administrativas pelo Estado, por isso Administração Pública Indireta.

A Administração Pública Indireta será, portanto, o conjunto de pessoas jurídicas distintas do Estado e criadas por ele, a fim de realizar atividades que lhe são atribuídas como próprias.

Então, temos:

Nesse sentido, o Decreto-Lei nº 200/67 assim dispõe:

Art. 4° A Administração Federal compreende: I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas

Essa é a organização da Administração Pública, ou seja, é daí que surgem os entes ou entidades que compõem a Administração Pública direta ou indireta.

Lembre-se: A desconcentração é a criação de órgãos. A descentralização é

Page 12: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 12

a criação de pessoas jurídicas.

A propósito, entenda que os órgãos, em que pese terem sidos criados originariamente no âmbito da Administração Pública direta, também existem no âmbito da Administração Pública indireta. Significa dizer que a desconcentração administrativa pode ocorrer na Administração direta ou indireta.

Lei nº 9.784/99 Art. 1º. §2º. I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;

Por isso, a característica básica que diferencia um órgão e de uma entidade é que os órgãos não possuem personalidade jurídica.

Assim, a descentralização política é a criação pelo Estado Central dos chamados entes políticos, ou seja, os membros da federação. Assim, as atribuições de cada ente político decorrem do próprio ente central, que reparte, no âmbito da federação, as competências entre seus entes políticos.

Além desse erro, se estabelece que a descentralização política faz surgir os mesmos entes que a descentralização administrativa. Ora, a descentralização política dá surgimento a Administração Pública Direta (União, Estados, DF e Municípios), enquanto que a descentralização administrativa dá surgimento à Administração Pública Indireta (Autarquia, Fundação Pública, Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista).

Gabarito: Errada.

2. (JUIZ FEDERAL – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Acerca dos quatro setores da economia, os quais repercutem na atuação da administração pública, julgue o item subseqüente. *** O Estado compõe o primeiro setor, ao passo que o mercado configura o segundo setor.

Comentário:

Page 13: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 13

A teoria da divisão da sociedade em setores utilizada pela economia é bem aproveitada no âmbito do Direito Administrativo a fim de explicar o surgimento dos entes políticos e entidades administrativas, assim como das atividades realizadas pelo Estado, dentre outros temas.

Com efeito, podemos entender os setores da economia da seguinte forma:

a) o primeiro setor como sendo o setor público, ou seja, aquele em que se cuida das questões ligadas ao Estado e seu relacionamento com os administrados, no sentido de ser o Estado o provedor das necessidades coletivas, o que ensejaria a prestação de serviços públicos.

b) o segundo setor como sendo o mercado, ou seja, aquele em que há relação entre particulares, submetidas ao acordo de vontades, em que vige o princípio da igualdade, ou seja, o âmbito de atuação da iniciativa privada em que se estabelecem negócios jurídicos;

c) o terceiro setor, também denominado setor social, em que convivem o interesse privado e o público para promoção do bem de todos, cujo desiderato é ajudar ou auxiliar aqueles que estão em desigualdade social, cuidando, pois, de áreas relacionadas aos idosos, crianças, deficientes, meio ambiente, saúde, educação etc. Estando presentes aqui as chamadas paraestatais, entidades sem fins lucrativos que se vinculam com o Estado a fim de colaborar com sua atuação no âmbito social.

d) Por fim, pode-se dizer ainda da existência de um quarto setor, o qual compreenderia do atividade informal, exercida sem o controle e à margem dos requisitos legais, denominado mercado informal. E já há aqueles que citam o quinto setor, considerando-o neste os excluídos, os desprovidos de meios para a própria subsistência.

Gabarito: Certo.

3. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A descentralização territorial ou geográfica se verifica quando uma entidade local e geograficamente delimitada, com personalidade jurídica de direito público, exerce a totalidade ou a maior parte dos encargos públicos de interesse da coletividade, sujeitando-se a controle do poder central. No

Page 14: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 14

Brasil, os estados e territórios podem ser categorizados como entes de descentralização territorial.

Comentário:

Essa é uma daquelas assertivas “bem bonitinha” que se não prestar-mos atenção, pronto! Escorregamos na armadilha.

A descentralização administrativa pode ser realizada de três formas: a territorial ou geográfica; a técnica, funcional ou por serviço; e, a por colaboração.

A geográfica ou territorial é aquela em que há a criação de um ente, dentro de certa localidade, ou território, com personalidade jurídica de direito público, eis que se trata de uma Autarquia Política, com capacidade de auto-administração, porém se sujeitando ao controle central. (Ex. Territórios)

Até então, tudo certinho. O erro consiste no fato de que no Brasil, somente os territórios representam a descentralização territorial ou geográfica, já que os estados surgem por descentralização política.

Gabarito: Errada.

4. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) O regime democrático, cada vez mais, tem-se pautado na necessidade de um sistema institucional mais coeso e centralizado, apesar de conter algumas aberturas a ações políticas oriundas dos cidadãos e da opinião pública.

Comentário:

Essa questão não se refere a um tema puramente de direito administrativo, mas de natureza político-administrativa.

Observe que a centralização é um modelo ultrapassado na medida em que responde de forma lenta e burocrática aos anseios da coletividade. A descentralização, por outro lado, opera uma especialização de atividades, de modo que se pode conseguir respostas mais rápidas e satisfatórias.

Page 15: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 15

Assim, no regime democrático, tem se buscando cada vez mais a descentralização de atividades.

Gabarito: Errado.

5. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A descentralização por serviço, técnica ou funcional ocorre quando a União, o estado ou os municípios criam, por lei, uma pessoa de direito público ou privado e a ela atribuem a titularidade e a execução de determinado serviço público. Caracteristicamente, essa pessoa legalmente criada denomina-se autarquia. No entanto, é possível incluir, por exemplo, nessa categoria, as fundações governamentais, sociedades de economia mista e empresas públicas, que exerçam serviços públicos.

Comentário:

Muito embora a descentralização por serviço, técnica ou funcional ocorre quando a União, o estado ou os municípios criam pessoas jurídicas e por força dela se atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público a entidades administrativas, devemos perceber que nem sempre é a Lei quem cria a entidade.

A Lei somente criará diretamente a pessoa quando se tratar de Autarquia, como restou consignado. No entanto, quando se referir às Fundações, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista, a Lei autoriza a criação, que deverá ser conduzida por ato da administração, ou seja, uma fundação governamental precisa ter seu estatuto registrado no cartório de pessoas jurídicas para ser criada, a fim de obter personalidade jurídica, e as estatais, levado seu contrato social a registro na Junta Comercial.

Portanto, não é a lei quem criará todas essas entidades. Além disso, elas poderão ser autarquias, fundações, sociedade de economia mista ou empresa pública, que, nestes dois últimos casos, poderão prestar serviços públicos ou explorar atividade econômica e, ainda, assim, integrarão a administração pública, ou seja, não só as que exerçam serviços públicos integram a administração, mas as exploradoras de atividade econômica também.

Page 16: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 16

Gabarito: Errado.

6. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A centralização político-administrativa garante e protege a capacidade de tomar decisões, pois os resultados são sentidos de forma mais imediata.

Comentário:

Como já observamos, a centralização político-administrativa leva a lentidão, a burocracia, a dificuldade de realização das atividades administrativas na medida em que o Estado deve, sozinho, realizar todas as suas atividades.

Gabarito: Errado.

7. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A descentralização pode ser feita por qualquer um dos níveis de Estado: União, DF, estados e municípios.

Comentário:

Percebam. A descentralização, conforme demonstrado, pode ocorrer de forma política (empreendida pela Constituição), ao se criar os entes políticos (União, estados, DF e municípios). Poderá ocorrer também administrativamente, quando se criará os entes ou entidades administrativas (Autarquia, Fundação Pública, Empresa Pública e Sociedade de Economia Mista).

Então, podemos verificar que, quaisquer dos entes políticos, ou seja, dos entes que compõem a Administração Pública Direta ou centralizada, poderá se descentralizar administrativamente, de modo a ter sua própria Administração Pública Indireta.

Gabarito: Certo.

Page 17: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 17

8. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A divisão de determinado tribunal em departamentos visando otimizar o desempenho, para, posteriormente, redistribuir as funções no âmbito dessa nova estrutura interna, é um exemplo de descentralização.

Comentário:

Essa é uma questão rotineira e que algumas pessoas ainda insistem em errá-la. Mais uma vez, devemos ter muita atenção para não confundir desconcentração e descentralização. Eu brinco que é resultado de se conhecer as vogais, coisa lá do pré-escolar, especialmente o “E” e “O”. (risos)

Vejamos:

Na descentralização ocorre a criação de pessoas jurídicas, distintas do Estado, para realizar atividades que lhe são atribuídas como próprias, ou seja, é a transferência da titularidade e exercício de uma atividade administrativa por uma pessoa jurídica a outra.

Na desconcentração é a repartição de atividades, atribuições ou competências, dentro de uma mesma estrutura organizacional administrativa, ou seja, dentro de um mesmo ente ou entidade de maneira a criar órgãos, departamentos, setores etc.

Então: DESC: descOncentração – criação de Órgãos descEntralização - criação de Entes, Entidades

Vê como é fácil. Então, não tenhamos mais dúvidas, e não vamos dar sopa para essas questões mais simples.

Gabarito: Errado.

9. (ADVOGADO – SGA/AC – CESPE/2008). Considere que uma lei estadual do Acre institua, com caráter de autarquia, o Instituto Academia de Polícia Civil, com o objetivo de oferecer formação e aperfeiçoamento aos servidores

Page 18: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 18

ligados à polícia civil do Acre. Nessa situação, a criação do instituto representaria um processo de descentralização administrativa, visto que implicaria a criação de uma entidade da administração estadual indireta.

Comentário:

Novamente a discussão acerca da descentralização. Sabemos, portanto, que a criação de outras pessoas jurídicas, com a finalidade de exercer as atividades administrativas em substituição ao Estado, é o fenômeno da descentralização administrativa, que dá surgimento à Administração Pública Indireta, onde estão localizados os entes ou entidades administrativas, dentre eles as autarquias.

Gabarito: Certo.

10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – CESPE/2009) A União, os estados, os municípios e o Distrito Federal são entidades políticas que compõem a administração pública indireta.

Comentário:

As pessoas políticas ou entes políticos (União, estados, DF e municípios), como vimos, compreendem o Estado realizando diretamente a função administrativa e, por isso, denomina-se Administração Pública Direta.

Gabarito: Errado.

11. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – CESPE/2009) Por meio do processo de descentralização vertical da administração pública, são criadas entidades com personalidade jurídica, às quais são transferidas atribuições conferidas pela Constituição (CF) aos entes políticos.

Comentário:

A descentralização política cria entes políticos todos dotados de autonomia, ou seja, seja qualquer dependência ou vinculação, cada qual respondendo

Page 19: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 19

por seus atos e nenhum podendo interferir na atuação do outro, salvo situação excepcional que poderia levar a intervenção da União nos estados e DF ou dos estados nos municípios.

Por isso, essa descentralização criaria pessoas de mesmo nível, sendo, pois, descentralização horizontal.

A descentralização administrativa cria uma estrutura vinculada ao ente político, de modo que teríamos uma vinculação da Administração Pública Direta com a Indireta. Por isso, diz-se que a descentralização administrativa é verticalizada.

E, conforme ressaltado, na descentralização administrativa, ao se criar as entidades administrativas, transferem-se competências administrativas do ente político ao novo ente administrativo.

Gabarito: Certo.

12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – CESPE/2009) Na estrutura dos entes políticos, os órgãos estão estruturados a partir de critérios de hierarquia. Contudo, há órgãos independentes, que não se subordinam a qualquer outro, devendo, apenas, obediência às leis. É o caso da presidência da República, na estrutura do Poder Executivo federal, e dos gabinetes dos governadores, na estrutura do Poder Executivo estadual.

Comentário:

A criação de órgãos, ou seja, fenômeno da desconcentração observa a hierarquia administrativa. No entanto, há órgãos que estão na cúpula da administração, exercendo atribuições advindas diretamente da Constituição e, por isso, não estariam subordinados a nem outro, sendo, pois, independentes.

Toa, tais órgãos estão subordinados aos ditames legais, ou seja, às leis de forma geral, significando dizer ao ordenamento jurídico. Toa, a Presidência e o Governo Estadual é que são órgãos independentes, no entanto, o gabinete do Governador é um órgão subordinado a este, por isso a questão é errada.

Page 20: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 20

Gabarito: Errado.

13. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Por não possuírem personalidade jurídica, os órgãos não podem figurar no polo ativo da ação do mandado de segurança.

Comentário:

Essa é uma questão muito boa, que dá margem para avançarmos um pouco mais nos meandros da Administração Pública Direta, ou seja, na organização (desconcentração) de sua atividade com a criação de órgãos.

Nesse sentido, vale citar a Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro que define órgão público como uma unidade que congrega atribuições exercidas pelos agentes públicos que o integram com o objetivo de expressar a vontade do Estado.

Na clássica lição de Hely Lopes Meirelles, órgãos são centro de competências instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertecem.

De qualquer modo, temos uma definição legal dada a órgão pública, conforme art. 1º, §2º, inc. I, da Lei nº 9.784/99, que assim estabelece:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. ... § 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta;

Como ressaltei, os órgãos têm por características não terem personalidade jurídica, pois integram a estrutura de um ente ou entidade da Administração

Page 21: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 21

Pública direta ou indireta.

Assim, não se confundem com a pessoa jurídica (ente ou entidade), pois a integram, tampouco com a pessoa física (agente público).

É importante destacar, no entanto, que os órgãos podem ter representação própria para a defesa de suas prerrogativas institucionais, ou seja, podem ir a juízo em defesa da garantia do exercício de suas atribuições, observe a seguinte jurisprudência do STJ:

PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO – DEFESA JUDICIAL DE ÓRGÃO SEM PERSONALIDADE JURÍDICA – PERSONALIDADE JUDICIÁRIA DA CÂMARA DE VEREADORES. 1. A regra geral é a de que só os entes personalizados, com capacidade jurídica, têm capacidade de estar em juízo, na defesa dos seus direitos. 2. Criação doutrinária acolhida pela jurisprudência no sentido de admitir que órgãos sem personalidade jurídica possam em juízo defender interesses e direitos próprios, excepcionalmente, para manutenção, preservação, autonomia e independência das atividades do órgão em face de outro Poder. 3. Hipótese em que a Câmara de Vereadores pretende não recolher contribuição previdenciária dos salários pagos aos Vereadores, por entender inconstitucional a cobrança. 4. Impertinência da situação excepcional, porque não configurada a hipótese de defesa de interesses e prerrogativas funcionais. 5. Recurso especial improvido. (REsp 649.824/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 28/03/2006, DJ 30/05/2006 p. 136)

Com efeito, podemos verificar que são os órgãos que realizam as competências administrativas. Todavia, dentro dessas estruturas é imprescindível o elemento humano a fim de exercer a vontade da administração.

Por isso, necessário o estudo da relação entre o agente e o órgão, ou seja, a relação que se concretiza em razão do exercício de atividades pelos agentes públicos em decorrência das atribuições destinadas a determinados

Page 22: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 22

órgãos.

Três sãos as teorias que tentam explicar essa relação, sendo:

a) teoria do mandato: Para esta teoria o agente público seria um mandatário da pessoa jurídica, ou seja, receberia um mandato ou procuração para atuar em nome da administração.

Sofreu críticas em razão de não se saber quem outorgou o mandato ao agente tal, que outorgara mandato a outros e daí por diante. Isto é, quem passaria procuração para que o agente pudesse atuar em nome do Estado? A essa pergunta, obviamente não se encontrou resposta adequada.

Por isso, tal teoria foi refutada, de modo que não se aplica modernamente no âmbito da Administração Pública.

b) teoria da representação: para esta o agente público era legalmente representante do Estado, ou seja, o Estado teria como seu representante legal o agente público.

É criticável, pois equipara o agente ao tutor ou curador, considerando o Estado como incapaz. Assim, se o Estado é considerado incapaz, como ele próprio poderia estabelecer tal representação? Por isso, também essa teoria não se sustentou.

c) teoria do órgão: é a aplicada no âmbito da Administração Pública, devendo ser aquela observada nas respostas dos certames.

Explica a relação no sentido de que a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo que, quando os agentes que os compõem ao exercerem suas atribuições, é como se o próprio Estado o fizesse, traduzindo-se numa idéia de imputação.

Significa que o agente atua de acordo com as competências do órgão, realizando a vontade do ente ou entidade que este integra, ou seja, o Estado atua por meio de seus órgãos e, dentro destes, haverá agentes que realizarão as atribuições destinadas à estrutura organizacional.

Como visto, é essa a teoria que explica a relação entre o Estado, o órgão e

Page 23: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 23

o exercício das atividades administrativas pelos agentes, por isso também é denominada teoria da imputação.

Nessa lógica, dentro dessa concepção de atribuir ou distribuir funções aos órgãos, podemos classificá-los conforme o seguinte:

Quanto à posição estatal: o Independentes: são órgãos cuja criação tem origem na

própria Constituição e representam um dos Poderes estatais, não estando sujeitos a qualquer subordinação hierárquica ou funcional, apenas sofrendo o controle de um poder pelo outro. (Ex: Chefia do Executivo, Tribunais, Congresso Nacional etc)

o Autônomos: são órgãos que gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica, localizados na cúpula da Administração, abaixo e subordinados diretamente aos órgãos independentes, participando das decisões governamentais no âmbito de suas competências. (Ex: Ministérios, Secretarias de Estado).

o Superiores: são os órgãos que detêm o poder de direção, comando e controle das atividades administrativas de sua competência, porém estão sempre subordinados a controle hierarquia de uma autoridade superior, não gozando, portanto, de autonomia. (Ex: Departamentos, Gabinetes, Coordenadorias, Divisões etc)

o Subalternos: são os órgãos que estão subordinados a outros órgãos de hierarquia maior, com função eminentemente de execução das decisões tomadas administrativamente. (Ex: Seção de pessoal, expediente, material, transporte, apoio técnico etc).

Quanto à estrutura: o Simples: são órgãos constituídos por um só centro de

comando, sem subdivisões internas.

o Compostos: são órgãos que possuem, em sua estrutura interna, outros órgãos que lhe estão subordinados hierarquicamente.

Page 24: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 24

Quanto à atuação funcional: o Singulares: são órgãos que atuam, exercem seu poder

decisório, por meio de um único agente. (Diretoria Geral etc)

o Colegiados: são órgãos que atuam e decidem pela manifestação conjunta e majoritária de seus membros (Comissões Disciplinares, Comissão de Licitação etc).

Então, conforme vimos, os órgãos não possuem personalidade jurídica própria. Isso porque órgão integra a estrutura de um Ente ou Entidade da Administração Pública.

Porém, como já ressaltado, em que pese os órgãos não terem personalidade jurídica, alguns (órgãos independentes e autônomos) são dotados de capacidade processual (capacidade judiciária) a fim de irem a juízo na defesa de suas prerrogativas institucionais, tal como o TCU na defesa de sua prerrogativa de fiscalizar as contas públicas, por exemplo.

Nesse sentido, além do STJ como já vimos, o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que órgãos simples ou a órgãos coletivos têm a capacidade ou “personalidade judiciária” para impetrarem mandado de segurança para a defesa do exercício de suas competências e do gozo de suas prerrogativas.

Gabarito: Errado.

14. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Os órgãos subalternos, conforme entendimento do STF, têm capacidade para a propositura de mandado de segurança para a defesa de suas atribuições.

Comentário:

Observamos que o STF tem entendimento no sentido de reconhecer a órgãos ou a órgãos coletivos, a capacidade ou “personalidade judiciária” para impetrarem mandado de segurança para a defesa do exercício de suas competências e do gozo de suas prerrogativas.

Toa, tal entendimento se aplica ap enas no que diz respeito aos órgãos

Page 25: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 25

independentes e aos autônomos, não se estendendo aos superiores e subalternos.

Gabarito: Errado.

15. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Segundo a teoria da imputação, os atos lícitos praticados pelos seus agentes são imputados à pessoa jurídica à qual eles pertencem, mas os atos ilícitos são imputados aos agentes públicos.

Comentário:

Pela teoria da imputação ou do órgão, todos os atos praticados pelos agentes são imputados a pessoa jurídica, ou seja, não importa se lícitos ou ilícitos. Claro que se ilícito, o agente responderá interna e externamente, ou seja, responsabilidade civil, administrativa e penal.

Gabarito: Errado.

16. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Os órgãos públicos da administração direta, autárquica e fundacional são criados por lei, não podendo ser extintos por meio de decreto do chefe do Poder Executivo.

Comentário:

É uma excelente questão que vem complementar o que já tratamos. Devemos lembrar o seguinte: a desconcentração política, criação dos órgãos de poder, se deu por força da Constituição. Assim, se a desconcentração política se dá por lei fundamental, somente por lei pode se dá a desconcentração administrativa.

Significa dizer que somente por lei podem ser criados órgãos públicos. Com efeito, aplica-se o princípio do paralelismo das formas, ou seja, simetria, se somente por lei pode ser criado, somente por lei pode ser EXTINTO.

Page 26: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 26

Nesse sentido, bem esclarece a Constituição, quando trata do de-creto autônomo, vejamos:

VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Portanto, está correta, ou seja, os órgãos públicos da administração direta, autárquica e fundacional são criados por lei, não podendo ser extintos por meio de decreto do chefe do Poder Executivo.

Gabarito: Certo.

17. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) A delegação de competência, no âmbito federal, somente é possível se assim determinar expressamente a lei.

Comentário:

No âmbito federal, por força da Lei nº 9.784/99, a regra é a possibilidade de delegação, ou seja, não se delega se a lei vedar. Nós veremos quando tratarmos sobre atos administrativos.

Gabarito: Errado.

18. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Quando as atribuições de um órgão público são delegadas a outra pessoa jurídica, com vistas a otimizar a prestação do serviço público, há desconcentração.

Comentário:

Page 27: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 27

Vejam aí? É esse o jogo das bancas, qualquer uma delas, sempre quer-em trocar um instituto por outro.

Então, você sabe bem que O é de órgãos, o que indica, portanto, a DESCOncentração. O E é de Ente/Entidade, indicando a DESCEntralização.

Portanto, quando atribuições de órgãos (que integram uma pessoa jurídica, por óbvio) são transferidas para outra pessoa jurídica (Pessoa=Entidade) ocorre a DESCENTRALIZAÇÃO e não a desconcentração.

Gabarito: Errado.

19. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) Segundo a doutrina, na descentralização por serviço, o poder público mantém a titularidade do serviço e o ente descentralizado passa a deter apenas a sua execução.

Comentário:

Como já ressaltado, a descentralização por serviço, funcional ou técnica ocorre à outorga da atividade da Administração direta para entidade da Administração indireta, ou seja, há a transferência da titularidade e do exercício da atividade.

Na descentralização por colaboração é que se transfere somente o exercício da atividade, permanecendo a titularidade com o poder público.

Gabarito: Errado.

20. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) A desconcentração consiste na distribuição de competência de uma para outra pessoa física ou jurídica.

Comentário:

Mais uma vez a tentativa de confundir os institutos da desconcentração e descentralização.

Page 28: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 28

É a descentralização que consiste na distribuição de competência de uma para outra pessoa física ou jurídica. (Física porque pode haver a descentralização por colaboração para pessoa física, no caso de delegação ou autorização de prestação de serviço público, tal como ocorre na delegação do exercício de atividade cartorária pelo Poder Judiciário a uma pessoa física, ou seja, ao Tabelião).

Gabarito: Errado.

21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) A descentralização é simples técnica administrativa, utilizada apenas no âmbito da administração direta.

Comentário:

A descentralização, como vimos, pode ser política (horizontal) ou administrativa (vertical), ou seja, utiliza-se no âmbito da organização do Estado, bem como no âmbito da organização da Administração. Não se tratando de simples técnica administrativa, tampouco utilizada apenas no âmbito da administração direta.

Gabarito: Errado.

22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) Caso o TRE distribua competências no âmbito de sua própria estrutura, é correto afirmar que ocorreu descentralização.

Comentário:

Sabidamente, o Tribunal Regional Eleitoral é um órgão integrante do Poder Judiciário da União e, no caso, quando distribui competências internas, ocorre a desconcentração, pois será distribuídas competências para outros órgãos.

Gabarito: Errado.

Page 29: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 29

23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) A desconcentração pressupõe a existência de apenas uma pessoa jurídica.

Comentário:

Conforme ressaltamos, a desconcentração é um fenômeno que ocorre internamente em uma mesma pessoa jurídica, com a criação de órgãos, departamentos, setores, ou seja, com a distribuição interna de atribuições. Gabarito: Certo.

24. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) A outorga e a delegação são formas de efetivação da desconcentração.

Comentário:

A outorga e a delegação sãos institutos da descentralização. Ocorre a outorga quando se transfere a titularidade e o exercício de uma atividade estatal (descentralização técnica, funcional ou por serviço) e a delegação quando se transfere apenas o exercício (descentralização por colaboração, a exemplo das concessões e permissões de serviços públicos).

Gabarito: Errado.

25. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) A descentralização administrativa é o fenômeno no qual o Estado atua por meio de entes que lhe são juridicamente distintos.

Comentário:

Na descentralização, ocorre o fenômeno de criação de outras pessoas, distintas do ente criador, que estarão atuando por ele, por isso, administração pública indireta.

Page 30: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 30

Gabarito: Certo.

26. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) A desconcentração pressupõe a existência de, pelo menos, duas pessoas entre as quais se repartem competências.

Comentário:

Como vimos, quando a distribuição de competência ocorre na mesma pessoa, ou seja, ocorre um fenômeno interno de distribuição de competências, temos a desconcentração, pois se trata da criação de órgãos.

Gabarito: Errado.

27. (PROCURADOR – AGU – CESPE/2007). No direito brasileiro, os órgãos são conceituados como unidades de atuação integrantes da estrutura da administração direta e da estrutura da administração indireta e possuem personalidade jurídica própria.

Comentário:

Os órgãos são partes integrantes do ente ou entidade que os criou, não possuindo, portanto, personalidade jurídica.

É bom ressaltar, no entanto, que mesmo não possuindo personalidade jurídica, alguns órgãos são dotados de capacidade processual a fim de ir a juízo na defesa de suas prerrogativas institucionais, tal como o TCU na defesa de sua prerrogativa de fiscalizar as contas públicas.

Gabarito: Errado.

28. (PROCURADOR – AGU – CESPE/2007). As ações dos entes políticos -- como União, estados, municípios e DF -- concretizam-se por intermédio de pessoas físicas, e, segundo a teoria do órgão, os atos praticados por meio

Page 31: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 31

desses agentes públicos devem ser imputados à pessoa jurídica de direito público a que pertencem.

Comentário:

Conforme a teoria do órgão, a pessoa jurídica manifesta a sua vontade por meio dos órgãos, de tal modo que, quando os agentes que os compõem ao exercerem suas atribuições, é como se o próprio Estado o fizesse, traduzindo-se numa idéia de imputação.

Significa dizer que o Estado atua por meio de seus órgãos e, dentro destes, haverá agentes que realizarão as atribuições destinadas à estrutura organizacional.

Como visto, é essa a teoria que explica a relação entre o Estado, o órgão e o exercício das atividades administrativas pelo Agente.

Então, o que achou dessa questão. Muito boa, não é! Por isso é que é gostoso esse Direito Administrativo, quanto mais estudamos, mais fácil fica. Diz aí, não é uma coisa maravilhosa, especial, coisa de louco mesmo!!!! (risos)

Gabarito: Certo.

29. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/TO – CESPE/2007) A administração direta abrange todos os órgãos do Poder Executivo, excluindo-se os órgãos dos Poderes Judiciário e Legislativo.

Comentário:

Como já foi ressaltado, a Administração Pública é dividida em Direta (centralizada) e Indireta (descentralizada).

A administração pública direta é o próprio Estado, descentralizado politicamente, a realizar as atividades administrativas, por meio de seus diversos órgãos (desconcentração administrativa). Órgãos que, como vimos, não são dotados de personalidade jurídica.

Page 32: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 32

A administração pública indireta é a atuação do Estado por outras pessoas distintas, criando por ele a fim de realizar suas atividades (descentralização administrativa). No âmbito da administração pública indireta encontra-se as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.

Com efeito, nos termos da Constituição Federal, artigo 37, caput, temos que a Administração Pública encontra-se inserida em quaisquer dos três poderes, seja do Executivo, Legislativo ou Judiciário, conforme assim expresso: “a administração pública de quaisquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios...”.

Então, vimos que as funções típicas de um poder, não excluí o exercício de funções atípicas, sendo que os órgãos do poder judiciário e legislativo, além de suas funções típicas, exercem de forma atípica a função administrativa, sendo, pois, por essa razão integrantes da administração pública direta.

Gabarito: Errado.

30. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) A autarquia configura pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, sujeita ao princípio da especialização, o qual a impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foi constituída.

Comentário:

As autarquias integram o conjunto de entes que pertencem à Administração Pública Indireta. Mas o que é uma autarquia?

Bem! As autarquias são pessoas jurídicas de direito público, criadas por lei, com capacidade de auto-administração, e capital exclusivamente público, para o desempenho de atividades típicas do Estado.

De forma bem simples, as autarquias representam, na verdade, uma parcela do Estado a que se deu vida própria, para exercer suas atividades típicas.

Podemos, pois, dar as seguintes características: A criação é sempre por lei;

Page 33: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 33

são dotadas de personalidade jurídica de direito público; gozam de autonomia administrativa e financeira; especialização dos fins ou atividades; e, sujeição ao controle ou tutela, que significa não está subordinada ao ente que a criou, mas apenas vinculada aos fins para que foi criada (supervisão ministerial).

As autarquias são sempre criadas por lei, ou seja, somente a Lei pode criar uma Autarquia. E é a lei que definirá sua estrutura, sua atividade, ou seja, seus contornos.

Significa que, a partir do início da vigência da lei criadora, tem a entidade seu surgimento, sem qualquer necessidade de averbação de seus atos institucionais em órgãos destinados a tanto, pois seu delineamento está todo contido na norma criadora.

Desse modo, é bom ressaltar, para sua extinção, por observância do princípio da simetria (paralelismo das formas), deverá ser também procedida por meio de lei. Isto é, somente por lei é possível a extinção de uma Autarquia.

Assim, doutrinariamente costuma-se dividir as autarquias em institucionais e territoriais. As autarquias territoriais surgem por desmembramento geográfico do Estado, criando-se um ente ao qual se outorga prerrogativas de ordem político-administrativa, a exemplo dos territórios que são autarquias territoriais de natureza política integrantes da União.

As autarquias institucionais são pessoas administrativas criadas por lei, com objetivo específico, sem qualquer espécie de delegação política, pois recebem, por outorga, a titularidade de uma atividade típica do Estado.

Por outro lado, é possível classificar, ainda, as autarquias quanto ao objeto, quando teríamos as autarquias comuns, cuja disciplina jurídica não teria maior especificidade, ou seja, estariam submetidas ao denominado “regime comum” das autarquias em geral, ou seja, gozam de autonomia administrativa e financeira, prerrogativas à semelhança do Estado. Ex. Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente – IBAMA, Instituto de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, dentre outros.

Page 34: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 34

Há, ademais, as autarquias em regime especial, que são autarquias dotadas de maiores prerrogativas, tal qual maior independência administrativa, poder normativo técnico e, ainda, gozando de mandato fixo para os seus dirigentes Ex: Universidades (Lei no. 5.540/68), BACEN e as denominadas agências reguladoras (ex.: Anatel, Ana, Aneel etc).

Caracteriza-se por três elementos: maior independência, investidura especial (depende de nomeação pelo Presidente aprovação prévia do Senado Federal) e mandato, com prazo fixo, conforme lei que cria a pessoa jurídica.

Podemos utilizar, ainda, classificação considerando a estrutura, quando teremos:

a) autarquias corporativas, ou seja, as autarquias que tem a prerrogativa de fiscalizar e controlar o exercício de certas profissões. Ex.: CRECI, CRM, CREA, CRC, ou seja, os conselhos profissionais.

Nesse aspecto, cabe destacar que o Supremo Tribunal Federal tem entendimento de que a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) não integra a Administração Pública, realizando, pois, serviço público de forma independente, e, por isso, não se submete ao regime jurídico-administrativo, tampouco a controle Estatal de suas finalidades ou mesmo do Tribunal de Contas da União, no tocante aos seus recursos e gastos.

b) autarquias fundacionais: são autarquias criadas em razão de um destacamento de patrimônio estatal, com o escopo de atuarem desempenhando atividades ligadas ao desenvolvimento social, tal como saúde, educação ou em proteção aos direitos e interesses de minorias. Ex. Fundação Universidade de Brasília (FUB), Fundação Nacional do Índio (FUNAI) etc.

Assim, sintetizando, é possível identificar as seguintes características:

A criação é sempre por lei; São dotadas de personalidade jurídica de direito público; Gozam de autonomia administrativa, orçamentária e técnica; São criadas para especialização dos fins ou atividades;

Page 35: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 35

Sujeitam-se ao controle de tutela, que significa que não estão subordinadas ao ente que as criou, mas apenas vinculada aos fins para os quais foi criada (supervisão ministerial).

Devemos observar que dentre as autarquias em regime especial deve-se dar destaque às denominadas agências reguladoras, ou seja, autarquias em regime especial, que se caracterizam por três circunstâncias: Maior independência, Investidura especial de seus dirigentes (depende de nomeação pelo Presidente aprovação prévia do Senado Federal), Mandato com prazo fixo.

Significa dizer, portanto, que a autarquia é forma de atuação especializada da Administração no exercício de certa atividade administrativa, de modo que não poderá atuar fora de tais fins, sob pena de violação da finalidade para a qual fora constituída.

Gabarito: Certo.

31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – CESPE/2009) De forma geral, as autarquias corporativas, como a OAB e os demais conselhos de profissões regulamentadas, devem prestar contas ao Tribunal de Contas da União (TCU), fazer licitações e realizar concursos públicos para suas contratações.

Comentário:

Verificamos que, muito embora os conselhos de profissões sejam autarquias corporativas, e, por isso, se submetem a controle do Tribunal de Contas da União, além de terem o dever de licitar e realizar concursos públicos, a OAB estaria excluída de tais obrigações na medida em que não integra a Administração Pública, conforme entendimento do STF.

Gabarito: Errado.

32. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/TO – CESPE/2007) As autarquias profissionais de regime especial, como a Ordem dos Advogados do Brasil e

Page 36: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 36

as agências reguladoras, submetem-se ao controle do Tribunal de Contas da União.

Comentário:

Lembremos que a OAB, conforme a ADI 3.026, da relatoria do Min. Eros Graus, não integra a Administração Pública, sendo um serviço público independente, categoria ímpar no elenco das personalidades jurídicas existentes no direito brasileiro.

Portanto, a OAB não está incluída na categoria na qual se inserem essas que se tem referido como "autarquias especiais" para pretender-se afirmar equivocada independência das hoje chamadas "agências". Assim, por não consubstanciar uma entidade da Administração Indireta, a OAB não está sujeita a controle da Administração, nem a qualquer das suas partes está vinculada.

Assim, a OAB não integra a Administração Indireta, visto que não é autarquia em regime especial, de modo que não se submete também ao controle do TCU e não necessita realizar concurso para seus quadros funcionais.

Gabarito: Errado.

33. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) A OAB, conforme entendimento do STF, é uma autarquia pública em regime-especial e se submete ao controle do TCU.

Comentário:

Segundo o posicionamento do STF, a OAB não integra a Administração Pública, exercendo serviço público de forma independente, não se submetendo à fiscalização do TCU.

Gabarito: Errado.

Page 37: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 37

34. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Os conselhos de profissões regulamentadas, como o CREA e o CRM, são pessoas jurídicas de direito privado.

Comentário:

Conforme vimos, segundo orientação do STF, os conselhos profissionais por serem autarquias corporativas, são pessoas jurídicas de direito público, na medida em que exercem o poder normativo e de polícia de certas categorias profissionais, conforme ADI 1717 e confirmado no âmbito do julgamento da ACO 684. Vejamos:

INFORMATIVO Nº 398 TÍTULO: Competência Originária do STF e Divisão Constitucional de Competências (Transcrições) PROCESSO: ACO - 684

ARTIGO Competência Originária do STF e Divisão Constitucional de Competências (Transcrições) (v. Informativo 395) ACO 684 QO/MG* RELATOR: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE RELATÓRIO - Cuida-se de ação civil pública ajuizada pelo Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais - entidade autárquica federal, o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais e a Associação Médica de Minas Gerais, com pedido de tutela antecipada, no Juízo Federal de primeira instância daquela unidade da Federação, com o objetivo de obter a nulidade do Decreto 42.178, de 20 de dezembro de 2001, DOE 21.12.2001, pelo qual o Governador do Estado de Minas Gerais credenciou a Faculdade de Medicina de Caratinga, mantida pela Fundação Educacional de Caratinga, e autorizou o funcionamento do respectivo Curso de Medicina. Funda-se o pedido na ilegalidade e inconstitucionalidade do decreto estadual, por afronta à L. 9.394/96 (Lei de ‘Diretrizes e Bases da Educação Nacional’) e aos artigos 22, XXIV e 24, IX - regras que determinam a competência privativa da União para estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional e para legislar concorrentemente sobre educação - bem como ao artigo 211, todos da Constituição Federal. O Juiz Federal da 21ª

Page 38: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 38

Vara de Minas Gerais, invocando o artigo 102, I, f, da Constituição Federal, declinou da competência para o Supremo Tribunal Federal (f. 621/626). Extrato da decisão de primeiro grau: (...) No caso em pauta, em face da suspensão cautelar da eficácia do art. 58, caput e seus parágrafos (com exceção do § 3º), da Lei 9.649/98, na decisão proferida na ADIN 1.717/DF pelo Supremo Tribunal Federal, as entidades fiscalizadoras de profissões, entre elas o Conselho Regional de Medicina, retornaram a condição de autarquias federais, dotadas de personalidade jurídica de direito público, integrantes, portanto, da administração indireta. Consoante se percebe, são conflitantes os interesses da autarquia federal de fiscalização do exercício profissional (CRM) e o interesse do Estado-Membro que credenciou e autorizou o funcionamento do Curso de Medicina, a despeito de se tratar de instituição de ensino superior mantida pela iniciativa privada e, nestas condições, apto a desencadear um possível desequilíbrio no pacto federativo tendo em vista as normas encartadas na Lei Fundamental acerca da repartição de competência entre a União, Estados e o Distrito Federal para a organização de seus sistemas de ensino e ainda a competência privativa da União para legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional. Não desconheço que a competência prevista no art. 102, I, “f”, da Constituição restringe-se, segundo iterativos julgados da Suprema Corte, às hipóteses de litígios cuja potencialidade ofensiva revele-se apta a ofender o pacto federativo. Conquanto reconheça que a autarquia em questão, tenha sede e estrutura regional de representação no território estadual respectivo, na hipótese dos autos, toa o tema em questão (organização dos respectivos sistemas de ensino) poderá deflagrar um possível desequilíbrio no pacto federativo, tendo em vista o disposto no art. 81 e 82 e respectivos parágrafos, ambos do Ato das Disposições Transitórias do Estado de Minas Gerais nos quais – não é demasiado recordar – o Estado-Membro sustenta a sua competência para credenciar e autorizar o funcionamento do Curso de Medicina ao fundamento de que a Fundação mantenedora do estabelecimento educacional integra o Sistema Estadual de Ensino, a despeito de se tratar de instituição de ensino superior

Page 39: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 39

mantida pela iniciativa privada”. Após invocar precedente do STF (ACO-QO 593, Néri da Silveira), no qual se decidiu pela competência deste Tribunal para “julgar demanda que comprometa o equilíbrio federativo e ainda disponha a respeito de competências no âmbito federativo”, continua o magistrado: “No caso sob apreciação, a competência da Suprema Corte para conhecer e julgar a questão se revela ainda mais evidente quando se verifica que os arts. 81 e 82, ambos do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado de Minas Gerais, estão sendo alvo de controle concentrado de constitucionalidade mediante a propositura da ADIN 2.501-5, Rel. o Sr. Ministro MOREIRA ALVES, tendo o Tribunal conhecido parcialmente da ação relativamente aos parágrafos primeiro e segundo do art. 81 e ao artigo 82, com exceção do parágrafo terceiro, mas nesta parte, indeferido a medida cautelar, para suspender-lhes a eficácia. Diante deste quadro, o pano de fundo da presente ação – notadamente a alegada impossibilidade de a instituição de ensino superior mantida pela iniciativa privada permanecer sob a supervisão pedagógica do Conselho Estadual de Educação (art. 82, parágrafo primeiro, inciso II, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado de Minas Gerais – continua pendente de apreciação pela Suprema Corte a recomendar o julgamento simultâneo e decisão uniforme dos feitos”. A Procuradoria-Geral da República, em parecer do eminente Procurador-Geral Cláudio Fonteles, opina pela devolução dos autos ao Juízo de origem, competente, no seu entender, para a causa. Lê-se no parecer (f. 642/648): “Manifestando-se acerca do alcance da norma prevista o artigo 102, inciso I, alínea “f”, da Constituição Federal, este Excelso Pretório “tem enfatizado o seu caráter de absoluta excepcionalidade, restringindo a sua incidência às hipóteses de litígios cuja potencialidade ofensiva revele-se apta a vulnerar os valores que informam o princípio fundamental que rege, em nosso ordenamento jurídico, o pacto da Federação. Ausente qualquer situação que introduza a instabilidade no equilíbrio federativo ou que ocasione a ruptura da harmonia que deve prevalecer nas relações entre as entidades integrantes do Estado Federal, deixa de incidir,

Page 40: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 40

ante a inocorrência dos seus pressupostos de atuação, a norma de competência prevista no art. 102, I, f, da Constituição”. (STF – Tribunal Pleno – ACO 359 QO / SP. Ministro-Relator: CELSO DE MELLO, D.J. de 11.03.1994, p. 4110). (...) Depreende-se da análise dos autos que o âmago da discussão em apreço circunscreve-se a possível usurpação de competência da União para “autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior”, criadas e mantidas pela iniciativa privada, consoante preceituam os artigos 9.º e 16, da Lei Federal n.º 9394/96. A despeito da regra jurídica supracitada, releva ressaltar que, eventual usurpação da competência da União, como no presente caso, não tem o condão de gerar instabilidade no equilíbrio do pacto federativo, como decidiu o Juízo a quo. Existe, no ordenamento jurídico pátrio, meio adequado para resolver pendências desta natureza – controle concentrado de constitucionalidade. (...) Neste contexto, afigura-se relevante trazer à colação decisão proferida por este Excelso Pretório em caso análogo, cujo teor restou consignado nos seguintes termos: “DECISÃO: Cabe verificar, preliminarmente, se a presente causa inclui-se, ou não, na esfera de competência originária do Supremo Tribunal Federal, especialmente em face da decisão, proferida pelo magistrado de primeira instância, de que se subsume, a espécie ora em exame, à regra consubstanciada no art. 102, I, “f”, da Constituição da República (fls. 270/271). Impõe-se ter presente, neste ponto, considerada a norma inscrita no art. 102, I, “f”, da Constituição, que essa regra de competência confere, ao Supremo Tribunal Federal, a posição eminente de Tribunal da Federação, atribuindo, a esta Corte, em tal condição institucional, o poder de dirimir as controvérsias, que, ao irromperem no seio do Estado Federal, culminam, perigosamente, por antagonizar as unidades federadas. Essa magna função jurídico-institucional da Suprema Corte impõe-lhe o gravíssimo dever de velar pela intangibilidade do vínculo federativo e de zelar pelo equilíbrio harmonioso das relações políticas entre as pessoas estatais que integram a Federação brasileira. (...) É por tal razão que esse preceito constitucional somente incide naquelas controvérsias

Page 41: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 41

que possam provocar situações caracterizadoras de conflito federativo (RTJ 132/109 - RTJ 132/120). O alcance dessa regra de competência originária do Supremo Tribunal Federal foi claramente exposto pelo eminente Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE, que, ao julgar a ACO 417/PA, destacou a ratio subjacente à norma constitucional em questão, assinalando-lhe o caráter de absoluta excepcionalidade: “(...) a jurisprudência da Corte traduz uma audaciosa redução do alcance literal da alínea questionada da sua competência original: cuida-se, porém, de redução teleológica e sistematicamente bem fundamentada, tão-manifesta, em causas como esta, se mostra a ausência dos fatores determinantes da excepcional competência originária do S.T.F. para o deslinde jurisdicional dos conflitos federativos.” (RTJ 133/1059-1062, 1062 - grifei) (...) A partir dessa orientação, mostra-se inequívoco que o preceito constante do art. 102, I, “f”, in fine, da Constituição revela-se inaplicável aos litígios, que, desvestidos de qualquer projeção de caráter institucional, em nada afetam as relações políticas entre as unidades federadas (RTJ 81/675, Rel. Min. LEITÃO DE ABREU - RTJ 95/485, Rel. Min. XAVIER DE ALBUQUERQUE), tal como ocorre na espécie ora em exame. A diretriz jurisprudencial prevalecente no Supremo Tribunal Federal, firmada a partir da exegese da regra inscrita no art. 102, I, “f”, da Constituição, resultou de sucessivas decisões que não têm reconhecido, na mera instauração de processos judiciais, a possibilidade de ocorrência de conflito federativo, notadamente quando se tratar de causas promovidas (a) por sociedade de economia mista federal contra entidade da administração indireta de Estado—membro (RTJ 132/109, Rel. Min. SYDNEY SANCHES - RTJ 132/120, Rel. Min. SYDNEY SANCHES), ou (b) por sociedade de economia mista federal contra Estado-membro da Federação (RTJ 98/5, Rel. Min. LEITÃO DE ABREU), ou (c) por sociedade de economia mista, instituída pelo Distrito Federal, contra Estado-membro (ACO 597-AgR/SC, Rel. Min. CELSO DE MELLO), ou (d) por Estado-membro contra sociedade de economia mista federal (ACO 193/PE, Rel. Min. DJACI FALCÃO), ou (e) por autarquia federal contra Estado-membro (RTJ 133/1059, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - ACO 482/RJ, Rel. Min. CARLOS

Page 42: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 42

VELLOSO), ou (f) por empresa pública federal contra o Distrito Federal (ACO 428/DF, Rel. Min. CARLOS VELLOSO), ou, ainda, (g) por Estado-membro contra autarquia federal (RTJ 62/563, Rel. Min. BILAC PINTO - ACO 450/PE, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE), mesmo porque - consoante tem sido sempre enfatizado - tais controvérsias não caracterizam, só por si, “conflito de interesses capaz de pôr em risco a harmonia federativa” (ACO 537/MG, Rel. Min. NELSON JOBIM - grifei). (...) (STF – ACO 641/AC. Ministro-Relator: CELSO DE MELLO. D.J. 19.12.2002, p. 136, sem grifos no original). Na esteira de tal entendimento, infere-se que a controvérsia em apreço não é suficiente para atrair a competência desta Excelsa Corte para julgar o presente feito. A discussão travada nos autos da ação civil pública não tem o condão de colocar em risco a harmonia federativa, razão porque a presente ação cível originária não deve ser conhecida.” Para que se decida sobre a competência, submeto o caso ao Plenário, em questão de ordem. É o relatório. VOTO - Não têm pertinência à espécie os precedentes recordados no parecer da Procuradoria-Geral da República, nos quais o Tribunal se declarou incompetente. Assim, v.g., na ACO 417, Pertence, cuidava-se de mera ação de cobrança de contribuições previdenciárias movida pelo IAPAS contra Estado-membro; na ACO 597, Celso, instituição financeira de economia mista questionava “a validade jurídica de operações de índole financeira e de conteúdo negocial e obrigacional”. Para temas como esses, de cunho meramente patrimonial, é que entendo sustentável a “redução teleológica” a que procedeu o Tribunal na dicção literal do art. 102, I, “f”, da Constituição. Ao contrário, não há como negar que é desta Corte a competência originária para conhecer de causa em que pessoas jurídicas relacionadas naquele inciso litigam acerca da divisão constitucional de competência entre a União e os Estados-membros. Nesse sentido, por exemplo, a afirmação da competência originária do Supremo na ACO 593, 7.6.01, relator o em. Ministro Néri da Silveira, que dizia “com as competências da União Federal e dos Estados, acerca do aproveitamento dos potenciais hidráulicos e da realização de obras atingindo rios de curso interestadual e ainda a respeito da partição de competências, no âmbito federativo, sobre a

Page 43: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 43

proteção ambiental e os embaraços que Estados possam opor a obras atinentes à geração de energia elétrica”. Estou em que, igualmente, se impõe reconhecê-la na espécie, onde autarquia federal controverte com Estado-membro sobre a competência federal ou estadual para credenciar e autorizar o funcionamento de curso de nível superior de entidade privada de ensino. Desnecessário demonstrar que, para o fim cogitado, não se reduz o risco de “conflito federativo” à iminência de guerra civil ou similar; basta cuidar-se de controvérsia jurídica relevante sobre a demarcação dos âmbitos materiais de competência dos entes que compõem a Federação. Resolvo, pois, a questão de ordem no sentido de declarar a competência originária do Supremo Tribunal para o caso: é o meu voto. acórdão pendente de publicação

Gabarito: Errado.

35. (PROC. MUNICIPAL – PREF. NATAL – CESPE/2008). A criação de uma autarquia federal é feita por decreto do presidente da República.

Comentário:

As autarquias são únicas entidades da Administração Indireta que são criadas diretamente por lei. As fundações, empresas públicas e sociedade de economia mista, a lei autoriza a criação.

Cuidado, lembre-se que as fundações públicas de direito público possuem natureza de autarquia e, por isso, são denominadas autarquias fundacionais ou fundações autárquicas, por isso, são criadas diretamente pela Lei, veja o exemplo da Fundação Universidade de Brasília (UnB).

Gabarito: Errado.

36. (PROC. MUNICIPAL – PREF. NATAL – CESPE/2008). O dirigente de autarquia não pode figurar como autoridade coatora em mandado de segurança.

Page 44: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 44

Comentário:

As autarquias, como regra, gozam das mesmas características do ente que a criou.

Assim, gozam de imunidade tributária, suas dívidas prescrevem em cinco anos (prescrição qüinqüenal), gozam de privilégios processuais (prazo em dobro para recorrer e em quádruplo para contestar, intimação pessoal de seus procuradores, dispensa de apresentação de procuração, pagamento de custas judiciais ao final e pagamento de decisões judiciais por precatórios, salvo requisição de pequeno valor).

Os atos das autarquias são considerados atos administrativos e, portanto, seus dirigentes ao executá-los atuam como autoridade pública, de modo que tais atos são passíveis de impugnação via mandado de segurança.

Gabarito: Errado.

37. (PROC. MUNICIPAL – PREF. NATAL – CESPE/2008). Uma autarquia municipal pode litigar em juízo contra o município que a criou.

Comentário:

Por serem pessoas jurídicas distintas, é possível uma lide envolvendo uma autarquia municipal, estadual ou federal e o ente que as criou, não havendo nenhum impedimento nesse sentido.

Gabarito: Certo.

38. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2009) As agências reguladoras são autarquias sob regime especial, as quais têm, regra geral, a função de regular e fiscalizar os assuntos relativos às suas respectivas áreas de atuação. Não se confundem os conceitos de agência reguladora e de agência executiva, caracterizando-se esta última como a autarquia ou fundação que celebra contrato de gestão com o órgão da administração

Page 45: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 45

direta a que se acha hierarquicamente subordinada, para melhoria da eficiência e redução de custos.

Comentário:

Vale lembrar que em decorrência da chamada “reforma administrativa” empreendida pelo Governo Federal, surgiu no Estado brasileiro as denominadas Agências, inspiradas no modelo Norte-Americano das agencies, procurando estabelecer autarquias submetidas a regime especial.

No entanto, conforme crítica do Prof. Celso Bandeira, “a única particularidade marcante do tal regime especial é a nomeação pelo Presidente da República, sob aprovação do Senado, dos dirigentes da autarquia, com garantia, em prol destes, de mandato a prazo certo” e, enfim, da adoção do nome de agência.

A denominação agência, no sentido de se estabelecer uma atividade reguladora como sendo inovadora no ordenamento administrativo nacional, nada traz de novo, a não ser, como eu havia dito, o próprio nome, visto que a existência de autarquias com referida função já há muito existia na seara nacional, podendo citar, por exemplo, o Banco Central, a CVM (Conselho de Valores Monetários), a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).

Assim, nada há de inovador na atribuição de poderes regulador às denominadas autarquias em regime especial (agências).

É o que alguns doutrinadores têm chamado de agencificação, no sentido da proliferação das agências.

De tudo, no entanto, precisamos verificar que há duas hipóteses de agências: as reguladoras e as executivas.

As agências reguladoras surgiram em decorrência do plano nacional de desestatização (Lei nº 9.491/97), cujo escopo era por fim ao monopólio estatal de alguns serviços definidos em certos setores e, principalmente, visando o princípio da especialidade, com papel de disciplinar e fiscalizar atividades típicas do Estado, cuja execução fora outorgada a particulares.

É importante para efeito de concurso saber que essas agências,

Page 46: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 46

caracterizam-se por três elementos: maior independência, investidura especial (depende de nomeação pelo Presidente aprovação prévia do Senado Federal) e mandato, com prazo fixo, conforme lei que cria a pessoa jurídica.

As agências reguladoras são responsáveis pela regulamentação, controle e fiscalização de serviços públicos, atividades e bens transferidos ao setor privado e, em suma, englobam as seguintes atividades:

a) serviços públicos propriamente ditos, tal como ANEEL (Lei nº 9.427/96), ANATEL (Lei nº 9.472/97), ANTT e ANTAQ (Lei nº 10.233/2001);

b) atividade de fomento e fiscalização de atividade privada (Ancine – MP 2.281-1/01 – Lei nº 10.454/02);

c) regulação e fiscalização de atividades econômicas (ANP, Lei nº 9.478/97);

d) atividades sociais - exercidas pelo Estado, mas facultadas também ao particular – (ANVISA, Lei nº 9.782/99; ANS, Lei nº 9.961/00); e,

e) agência reguladora de uso de bens públicos, tal como a ANA, criada pela Lei nº 9.984/00.

As agências reguladoras têm as seguintes características: a) Regime de pessoal: A Lei nº 9.986/00 estabelecia a possibilidade de contratação por meio do regime celetista. Porém, o STF entendeu que não se compatibilizava o regime de emprego com as atribuições desempenhas pelas agências reguladoras, firmando, com isso, a necessidade de observar o regime estatutário.

Dessa forma, fora revogado o regime anterior pela Lei nº 10.871/04, a qual estabeleceu o regime estatutário, prejudicando o julgamento final da ADI 2.130, que havia suspendido a aplicação de regime privado aos agentes. Autorizou-se, contudo, a contratação de pessoal técnico de caráter temporário pelo prazo máximo de 36 meses.

b) Licitação: devem observar as normas da Lei nº 8.666/93. Podendo optar por modalidades especificas como o pregão e a consulta, conforme consta

Page 47: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 47

da Lei nº 9.986/00.

As agências executivas, por outro lado, são autarquias ou fundações que por iniciativa da Administração Direta (Presidente da República), recebem o status de Agência Executiva, em razão da celebração de um contrato de gestão, que objetiva uma maior eficiência e redução de custos (Decretos Federais nº 2.487 e 2.488, ambos de 1998).

Para receber tal qualificação é preciso ter plano estratégico de reestruturação e desenvolvimento institucional em andamento e celebrar contrato de gestão com o Ministério supervisor.

São, portanto, autarquias ou fundações qualificadas para melhor desempenho de suas atividades que firmam contrato de gestão para maior autonomia administrativa e orçamentária, não estando, portanto, hierarquicamente subordinadas.

Gabarito: Errado.

39. (PROCURADOR MUNICIPAL - PREF. NATAL – CESPE/2008) As agências reguladoras são órgãos da administração pública cuja finalidade é fiscalizar e controlar determinada atividade.

Comentário:

Esta questão é até engraçada. As agências reguladoras são órgãos??? Como bem observamos as agências reguladoras, cuja denominação aparece a partir da Reforma Administrativa (EC 19/98), é autarquia em regime especial. Assim, trata-se de pessoa jurídica de direito público, portanto, não é um órgão.

Gabarito: Errado.

40. (PROCURADOR MUNICIPAL - PREF. NATAL – CESPE/2008) A CF criou, por meio de norma inserida em seu texto, duas das atuais agências reguladoras, quais sejam a ANATEL e a ANEEL.

Page 48: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 48

Comentário:

Há previsão no âmbito constitucional da Anatel (art. 21, inc. XI, CF/88) e da ANP (art. 177, §2º, inc. III, CF/88)

Gabarito: Errado.

41. (PROCURADOR MUNICIPAL - PREF. NATAL – CESPE/2008) O quadro de pessoal das agências reguladoras é vinculado ao regime celetista, conforme expressa disposição legal.

Comentário:

Devemos observar, novamente, que o regime de pessoal (Lei nº 9.986/00) que inicialmente fora configurado no sentido de possibilitar a utilização do regime celetista, restou afastado cautelarmente pelo STF (ADI 2.130), que ficou prejudicada em razão da revogação dessa lei pela Lei nº 10.871/04 que adotou o regime estatutário.

Ademais, com a ADI 2.135 o STF restabeleceu a redação original do art. 39, caput, da CF/88, de modo que temos novamente a obrigatoriedade de regime jurídico único.

Gabarito: Errado.

42. (PROCURADOR MUNICIPAL - PREF. NATAL – CESPE/2008) Segundo jurisprudência do STF, a subordinação da nomeação dos dirigentes das agências reguladoras à prévia aprovação do Poder Legislativo não implica violação à separação e à independência dos poderes.

Comentário:

A investidura dos dirigentes das agências reguladoras é tida por especial na medida em que necessita de prévia aprovação do Senado Federal.

Page 49: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 49

Essa subordinação, como ocorre em outras situações, tal como posse de Ministros dos Tribunais Superiores, conforme a jurisprudência do STF, não viola a garantia de separação e independência dos poderes, pelo contrário confere-lhe ares de democrático na medida em que possibilita a fiscalização dos atos do poder público.

Gabarito: Certo.

43. (PROC. MUNICIPAL – PREF. NATAL – CESPE/2008) A relação entre uma autarquia e o ente que a criou é de subordinação.

Comentário:

Então, conforme consignamos, dentre as características das autarquias temos que ela goza de autonomia administrativa e que se submete ao controle de tutela pela administração direta, ou seja, controle de finalidade, de modo que não está subordinada hierarquicamente a esta, mas apenas vinculada.

Gabarito: Errado.

44. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) As autarquias são caracterizadas pela sua subordinação hierárquica a determinada pasta da administração pública direta. Dessa forma, contra a decisão proferida por elas cabe recurso hierárquico próprio para o chefe da pasta.

Comentário:

Como já observamos, não há subordinação entre a autarquias e órgãos da União, é que as autarquias são pessoas jurídicas, dotados de autonomia e capacidade administrativa, de modo que não existe subordinação entre as entidades da Administração Indireta e os entes da Administração Direta, existe uma relação de vinculação, apenas.

Gabarito: Errado.

Page 50: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 50

45. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) Os ministérios e autarquias fazem parte da administração pública direta.

Comentário:

Outra vez, as mesmas indagações. Perceberam como fica fácil. Basta termos concentração e prestarmos atenção, que descobrimos os encantos de modo bem simples.

Então, as autarquias são entidades administrativas, ou seja, não são entes políticos, por isso, fazem parte da Administração Pública Indireta.

Gabarito: Errado.

46. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) Prevalece o entendimento de que as fundações públicas com personalidade jurídica de direito público são verdadeiras autarquias, as quais devem ser criadas por lei e não por ato infralegal.

Comentário:

De fato, o entendimento doutrinário é no sentido de que as fundações públicas com personalidade jurídica de direito público são verdadeiras autarquias, as quais devem ser criadas por lei e não por ato infralegal.

Gabarito: Certo.

47. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) A fundação instituída pelo Estado com personalidade jurídica de direito privado se sujeita inteiramente a esse ramo do direito.

Comentário:

O Decreto-Lei 200/67, conforme art. 5º, inc. IV, define fundações, como

Page 51: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 51

entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

Portanto, Fundação é uma pessoa jurídica composta por um patrimônio personalizado, destinado pelo seu fundador para uma finalidade específica.

Nesse sentido, a Constituição Federal em seu artigo 37, inc. XIX, assim dispõe:

XIX - somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Significa dizer que a criação de Fundações depende sempre de lei, ou seja, a lei autorização a criação, cabendo a lei complementar definir a área de atuação. Ressalte-se, no entanto, que a criação se dá por meio de decreto executivo que aprova o Estatuto Social e com o devido registro em cartório de registro de pessoas jurídicas.

De outro lado, devemos entender que as Fundações Públicas podem ter a natureza de pessoa jurídica de direito público, caracterizando uma espécie de autarquia, denominada autarquia fundacional, ou de direito privado, denominada, por alguns de fundação governamental, e seguirá o regime das empresas públicas e sociedades de economia mista.

Com efeito, disso podemos extrair que, as fundações públicas de direito público estão submetidas a regime jurídico de direito público, o que caracteriza que seus bens são públicos, o regime adotado para seu pessoal é o estatutário, pagando suas dívidas por precatórios e, no caso das fundações públicas de direito público federal estão sob a jurisdição da justiça federal.

De outro lado, as fundações públicas de direito privado, se submete ao

Page 52: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 52

regime jurídico de direito privado, seus bens são considerados privados, seu agentes, como regra, se submetem ao regime celetista. No entanto, nem tudo se reduz ao regime privado, é que por ser entidade pública está submetida a algumas restrições oriundas do princípio da indisponibilidade do interesse público, ou seja, oriundas do regime jurídico-administrativo, tal como obrigatoriedade de licitar, realizar concurso público, dentre outras.

Gabarito: Errado.

48. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são criadas e extintas mediante autorização legal, têm personalidade jurídica de direito privado, possuem a mesma forma de organização ou estruturação e, ambas, desempenham atividade de natureza econômica.

Comentário: As empresas públicas e sociedades de economia mista são denominadas Estatais. Cuidado com alguns livros antigos, tal como do Hely Lopes, pois ele as chamava de paraestatais.

É importante perceber que as estatais têm características que as assemelham, mas têm outras que as distingue.

A empresa pública, conforme Decreto-Lei 200/67, é pessoa jurídica de direito privado composta por capital exclusivamente público, criada para a prestação de serviços públicos ou exploração de atividades econômicas sob qualquer modalidade empresarial.

Nesse sentido, vale citar, além do referido art. 37, inc. XIX, o art. 173, §1º, inc. II, da Constituição, que assim dispõe:

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública,

Page 53: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 53

da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

De outro lado, a sociedade de economia mista é pessoa jurídica de direito privado, criada para prestação de serviço público ou exploração de atividade econômica, com capital misto e na forma de S/A.

Observem, assim, que quanto a criação dessas entidades, sempre depende de lei, só que a Lei autoriza a instituição, dependendo para sua constituição do registro de seus atos constitutivos no órgão competente (art. 37, XIX da CF). Assim, pelo princípio da simetria haveria a necessidade também de lei autorizar a extinção da estatal.

No entanto, paira na doutrina controvérsia acerca da possibilidade de empresa pública ou sociedade de economia mista falir. A Lei nº 6.404/76 (LSA) estabelecia que a Sociedade de Economia Mista não poderia falir, esse era o entendimento sustentado por parte da doutrina, outros sustentavam que poderia ante a norma do art. 173, §1º, CF/88.

Outrossim, cumpre dizer que as estatais estão submetidas às disposições da Lei 8.666/93. Pode, contudo, quando exploradoras da atividade econômica, ter regime especial por meio de estatuto próprio conforme o art.173, §1º, III, CF. Deve-se ressaltar, no entanto, que o STF entendeu recentemente que estatal exploradora de atividade econômica em regime concorrencial pode adotar procedimento simplificado de licitação aprovado por decreto presencial (caso Petrobras)

Ademais, no tocante ao regime tributário, tendo em vista a disposição contida no art. 173, §1º, inc. II, CF/88, em regra, as estatais não

têm privilégios

Page 54: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 54

tributários, não extensíveis à iniciativa privada. De todo modo, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que se prestam serviços públicos, seriam imunes.

E, por fim, no tocante a responsabilidade civil, as estatais podem tanto explorar a atividade econômica como prestar serviço público. Assim, quando prestadoras de serviços públicos submetem-se ao regime de responsabilidade objetiva (art. 37, §6º, CF/88), respondendo o Estado subsidiariamente pelos prejuízos causados. Quando exploradoras de atividade econômica, o regime será o privado, portanto, em regra, a responsabilidade é subjetiva, ou seja, depende da comprovação de dolo ou culpa.

No tocante ao seu pessoal, por estarem submetidas ao regime de direito privado, titularizam emprego, seguindo o regime da CLT, toa, são considerados agentes públicos (servidores públicos lato sensu), em razão de algumas regras: concurso público, teto remuneratório, acumulação, remédios constitucionais, fins penais, improbidade administrativa, dentre outros aspectos;

E, por fim, no tocante aos bens são passíveis de penhora, já que são considerados bens privados, exceto se a empresa for prestadora de serviços públicos e o bem estiver diretamente ligado a eles, de modo que por força do princípio da continuidade o bem não poderá sofrer constrição.

Essas características assemelham as empresas públicas e as sociedades de economia mista, no entanto, se distanciam no tocante a sua constituição, isso porque as empresas públicas são formadas por capital exclusivamente público, enquanto as de economia mista não.

As empresas públicas podem assumir qualquer forma societária/empresarial, ou seja, podem ser S/A, Limitada, Comandita. No entanto, as de economia mista só podem assumir a forma de S/A.

Ademais, no caso federal, as empresas públicas são submetidas à Justiça Federal (art. 109, inc. I, da CF/88), enquanto que as sociedades de economia mista terão suas causas decididas na Justiça comum.

Page 55: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 55

Por isso tudo, não se pode dizer que possuem a mesma forma de organização ou estruturação.

Gabarito: Errado

49. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) As empresas públicas têm natureza jurídica de pessoas jurídicas de direito público interno.

Comentário:

Como é fácil ou não? Pois é, uma empresa pública, por ter sido gerada tendo como molde o 2º setor (ou seja, o mercado), somente poderá ter as características das demais entidades ali localizadas, ou seja, é pessoa jurídica de direito privado.

Gabarito: Errado.

50. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/TO – CESPE/2007) As empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica em regime de monopólio submetem-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas.

Comentário:

Como regra, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, denominadas de estatais, são pessoas jurídicas de direito privado.

Essas entidades estatais da Administração Indireta têm por características a necessidade de lei que autorize a sua criação, de modo que a criação se dá efetivamente com o registro de seus atos constitutivos na Junta Comercial, e pode tanto exercer atividade econômica quanto serem prestadoras de serviços (art. 173, §1º, CF/88).

Nesse sentido, de acordo com §1º, inciso II, do citado artigo constitucional, tais entidades estão sujeitas ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais,

Page 56: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 56

trabalhistas e tributários.

É verdade, no entanto, que as estatais submetidas ao regime de monopólio, gozam de privilégios e, por isso mesmo, não estariam submetidas a regime jurídico próprio das empresas privadas.

Entendimento semelhante é aplicado às prestadoras de serviços públicos, sejam elas empresas públicas ou sociedades de economia mista, de modo que já estabeleceu o STF, por exemplo, a imunidade tributária da ECT – empresa pública -, bem como da Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia – sociedade de economia mista.

Gabarito: Errado.

51. (ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS – TJDFT - CESPE/2008) As empresas públicas e as sociedades de economia mista federais submetem-se à fiscalização do TCU, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista.

Comentário:

Vimos que o regime de pessoal das estatais é o celetista, isso porque se submete ao mesmo regime jurídico das empresas privadas.

Toa, em que pese a submissão a tal regime, não exclui a atuação do TCU na fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, quanto à legitimidade, legalidade, economicidade e aplicação das subvenções e renúncia de receitas, nos termos do art. 70 e seguintes da Constituição Federal.

Gabarito: Certo.

52. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/ES – CESPE/2008). A única diferença entre sociedade de economia mista e empresa pública é a composição do capital.

Page 57: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 57

Comentário:

Além da composição do capital, visto que as empresas públicas são constituídas com capital exclusivamente estatal, as sociedades de economia mista conta com capital formado por participação majoritária do Estado e em menor participação de particulares, é possível distingui-las no tocante à forma societária.

As sociedades de economia mista são sempre constituídas na forma de sociedade anônima, ou seja, S/A, o que as distingues das empresas públicas, que podem assumir qualquer forma societária.

Gabarito: Errado.

53. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/ES – CESPE/2008). As sociedades de economia mista integram a administração, estão sujeitas à supervisão de uma secretaria e não podem gozar de benefícios fiscais que não sejam extensivos ao setor privado.

Comentário:

Esse é o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal. Gosto de ressaltar que é preciso ter atenção aos posicionamentos do STF, isso porque o CESPE é fã número 1 da Corte Suprema.

Consignei, ainda há pouco que, em regra, as estatais, empresas públicas e sociedades de economia mista, submetem-se ao regime jurídico das empresas privadas, não podendo gozar de privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado.

Toa, entende o STF que empresas públicas e sociedades de economia mista que prestem serviços públicos de natureza obrigatória pelo Estado gozam de imunidade tributária, regime diferenciado de bens, pois não são passíveis de penhora, além de pagamento de suas dívidas por meio de precatórios. (exemplo: quanto à imunidade tributária AC 1851 – Companhia de Água e Esgoto de Rondônia; ACO 1095 – ECT; RE 363412 – Infraero; e quanto à impenhorabilidade e precatório – RE 230051).

Page 58: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 58

É entendimento recente do STF no que diz respeito à imunidade tributária. Por isso, devemos ficar atentos.

Gabarito: Errado.

54. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Caso uma empresa pública federal impetre mandado de segurança contra ato do juiz de direito do estado da Paraíba, conforme entendimento do STJ, caberá ao respectivo tribunal regional federal julgar o referido mandado de segurança.

Comentário:

Posicionou-se o STJ no sentido de que é competente o Tribunal Regional Federal para apreciar mandado de segurança impetrado por empresa pública federal contra ato de juiz de direito estadual, nos termos do art. 108, I, “c” c/c art. 109, I, ambos da CF/88. Vale transcrever a ementa do julgado:

CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA ENTRE JUÍZO ESTADUAL E FEDERAL. MANDADO DE SEGURANÇA IMPETRADO PELA CEF CONTRA ATO DE JUIZ DE DIREITO. INCIDÊNCIA DO ART. 109, I, DA CARTA MAGNA DE 1988. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. O art. 109, I, da Carta Magna de 1988, não faz qualquer distinção entre os diversos tipos de procedimento, de tal sorte a contemplar o mandado de segurança, bastando para a definição da competência da Justiça Federal a presença dos entes lá enumerados (ratione personae). 2. O inciso VIII do art. 109, da Lei Maior, por sua vez, dispõe que aos juízes federais compete processar e julgar os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuando os casos de competência dos tribunais federais, no sentido da fixação de competência hierárquica. Sob este enfoque, tem-se que o inciso VIII tutela o grau de hierarquia dentre as diversas autoridades federais. 3. In casu, tratando-se de Precedente da Suprema Corte: RExt 176.881 - RS, Relator para acórdão Ministro ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno, DJ de 06 de março de 1998 e CC 46.512 - RN. Ainda quanto a este particular, a egrégia Primeira Seção deste STJ decidiu que: CONFLITO DE COMPETÊNCIA - MANDADO DE

Page 59: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 59

SEGURANÇA IMPETRADO POR AUTARQUIA FEDERAL CONTRA ATO DE JUIZ ESTADUAL - ARTS. 108, I, "c", E 109, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL - PRINCÍPIOS DA HIERARQUIA E SIMETRIA - ORIENTAÇÃO DO PRETÓRIO EXCELSO. 1. O art. 109, I, da Constituição Federal, que estabelece regra de competência ratione personae, atrai a competência para a Justiça Federal inclusive nas hipóteses de mandado de segurança impetrado pela União, entidade autárquica ou empresa pública federal contra entidade pública local, consoante a previsão do enunciado da Súmula 511/STF: "Compete à Justiça Federal, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas entre autarquias federais e entidades públicas locais, inclusive mandado de segurança, ressalvada a ação fiscal, nos termos da Constituição Federal de 1967, art. 119, § 3º". 2. Apesar da existência de respeitável corrente doutrinária e jurisprudencial em sentido contrário, o Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do RE 176.881/RS, Relator para acórdão o Ministro Ilmar Galvão, publicado no DJ de 6.3.1998, sufragou o entendimento de que o art. 109, I, da Constituição Federal, aplica-se inclusive aos casos de mandado de segurança impetrado por entidade federal contra ato de Juiz Estadual. 3. Além disso, firmou-se a orientação de que é imperiosa a análise do mandamus, nesses casos, pelo Tribunal Regional Federal, e não por um juiz federal. Isso porque, em razão do princípio da hierarquia, os mandados de segurança impetrados contra atos praticados por juízes federais, nos termos do art. 108, I, 'c', da Carta Magna, são processados e julgados originariamente pelos Tribunais Regionais Federais. Desse modo, em respeito ao princípio da simetria, as ações mandamentais impetradas contra ato de Juiz Estadual também devem ser processadas e julgadas originariamente pela Corte Regional. 4. Evidencia-se, portanto, a competência da Justiça Federal para processar e julgar o mandado de segurança em questão, nos termos do art. 109, I, da Carta Magna. Registre-se, entretanto, que a demanda deverá ser julgada pelo Tribunal Regional Federal, e não pelo Juízo Federal Suscitante, com

Page 60: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 60

fundamento no art. 108, I, "c". 5. Conflito conhecido para declarar a competência do Tribunal Regional Federal da 5ª Região. (CC 46.512 - RN, Relatora Ministra DENISE ARRUDA, Primeira Seção, DJ de 05 de setembro de 2005) 4. Ademais, in casu, aplica-se integralmente o disposto no art. 2º da Lei 1.533/51, verbis: Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as conseqüências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o mandado houverem de ser supostamente pela União Federal ou pelas entidades autárquicas federais, porquanto à CEF foi determinado restituisse verba retirada da conta de cliente de cuja responsabilidade diz estar inume. 5. A jurisprudência da Corte, quanto à qualificação da autoridade coatora, visa fixar a competência funcional de juízes ou tribunais, sem olivar as regras de competência absoluta previstas na CF. 6. Competência da Justiça Federal. (CC 45.709/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 23/08/2006, DJ 18/09/2006 p. 247)

Gabarito: Certo.

55. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Considere a seguinte situação hipotética. O município de João Pessoa pretende receber o Imposto Sobre Serviços (ISS) da INFRAERO, empresa pública federal que presta serviço público aeroportuário em regime de monopólio, em face dos serviços prestados, sobre os quais não incide ICMS. Nessa situação, a pretensão do município deve ser atendida, já que a imunidade recíproca não atinge as empresas públicas, mas apenas a administração direta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como as suas autarquias e fundações públicas.

Comentário:

Conforme vimos, o entendimento do STF é no sentido de que as empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos também gozam de imunidade tributária, nos termos do art. 150, inc. VI, al. “a”, da CF/88.

Page 61: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 61

Nesse sentido, entendeu o STF que a INFRAERO, que é empresa pública, executa, como atividade-fim, em regime de monopólio, serviços de infra-estrutura aeroportuária constitucionalmente outorgados à União Federal, qualificando-se, em razão de sua específica destinação institucional, como entidade delegatária dos serviços públicos a que se refere o art. 21, inciso XII, alínea "c", da Lei Fundamental, o que exclui essa empresa governamental, em matéria de impostos, por efeito da imunidade tributária recíproca (CF, art. 150, VI, "a"), do poder de tributar dos entes políticos em geral.

Gabarito: Errado.

56. (ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA – TST – CESPE/2008). Considere que, há sete anos, Adriano é empregado da Caixa Econômica Federal (CAIXA), que é uma empresa pública federal. Nessa situação hipotética, julgue o item a seguir. *** Por força constitucional, o fato de a CAIXA ser uma empresa pública impede que Adriano possa ser demitido sem justa causa.

Comentário: Devemos entender que sendo a Caixa Econômica Federal uma empresa pública, submete-se ao mesmo regime jurídico das demais empresas privadas, nos termos do citado art. 173, §1º, inc. II, da CF/88.

Nesse sentido, o STF já firmou entendimento no sentido de que não viola o disposto no art. 37, caput e II, da Constituição Federal, a aplicação de normas de dispensa trabalhista aos empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista.

Gabarito: Errado.

57. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) Não colide materialmente com a CF a determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das entidades da administração pública indireta.

Page 62: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 62

Comentário:

É entendimento do STF de que não colide materialmente com a CF a determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das autarquias e fundações públicas, conforme Informativo 339-STF. (ADI 1281):

À vista da cláusula final de abertura do art. 52, III, f da Constituição Federal, consolidou-se a jurisprudência do STF no sentido da validade de normas locais que subordinam a nomeação dos dirigentes de autarquias ou fundações públicas à prévia aprovação da Assembléia Legislativa. (ADI 2.225-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 29-6-00, DJ de 29-9-00). No mesmo sentido: ADI 1.949-MC, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 18-11-99, DJ de 25-11-05.

Toa, no tocante às estatais, o entendimento do STF é outro, ou seja, não poderá o Legislativo intervir no processo de escolha, conforme Info 500, assim expresso:

INFORMATIVO Nº 500 TÍTULO: ADI e Provimento de Diretoria de Empresas Estatais PROCESSO: ADI - 1642 ARTIGO O Tribunal julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação direta proposta pelo Governador do Estado de Minas Gerais para dar interpretação conforme a Constituição Federal à alínea d do inciso XXIII do art. 62 da Constituição estadual, com a redação dada pela EC 26/97 (“Art. 62 - Compete privativamente à Assembléia Legislativa: ... XXIII - aprovar, previamente, por voto secreto, após argüição pública, a escolha: ... d) dos Presidentes das entidades da administração pública indireta, dos Presidentes e Diretores do Sistema Financeiro Estadual;”), para restringir sua aplicação às autarquias e fundações públicas, excluídas as empresas estatais. Considerou-se que, embora as sociedades de economia mista e as empresas públicas prestadoras de serviço público não estejam alcançadas pelo disposto no art. 173 e seus parágrafos, da CF, a intromissão do Poder Legislativo no

Page 63: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 63

processo de provimento de suas diretorias afronta o princípio da harmonia e interdependência entre os poderes. O Min. Marco Aurélio julgou parcialmente procedente o pedido, em maior extensão, para declarar a inconstitucionalidade da expressão “dos Presidentes das entidades de administração pública indireta”, contida na referida alínea, ao fundamento de que, por não estarem os presidentes das autarquias e fundações públicas submetidos à aprovação do Senado Federal (CF, art. 52, III), não se poderia placitar, tendo em conta o princípio da simetria, essa mesma submissão à Assembléia do Estado, consideradas a autarquia ou a fundação pública estaduais. ADI 1642/MG, rel. Min. Eros Grau, 3.4.2008. (ADI-1642)

Por isso, teríamos duas possibilidades:

a) Não se pode subordinar à aprovação do legislativo a nomeação de dirigentes das Estatais; b) Pode se subordinar à aprovação do Legislativo a nomeação de dirigentes das Autarquias e Fundações Públicas

Gabarito: Errado.

58. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) Devido à natureza privada das empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica, não há espaço para que essas entidades sejam fiscalizadas pelo TCU.

Comentário:

Todas as entidades administrativas federais, seja de direito público, seja de direito privado, se submetem à fiscalização do TCU, conforme determina o art. 70 da CF/88, que assim expressa:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,

Page 64: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 64

aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Gabarito: Errado.

59. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) O consórcio público, mesmo com personalidade jurídica de direito público, não passa a integrar a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

Comentário:

De acordo com a Lei nº 11.076/2005, os entes políticos (entes federados) e somente estes, podem ser unir para realizarem atividade de interesse comum. Assim, podem formar uma pessoa jurídica de direito privado, que não integra a Administração Pública, ou se unir em associação pública, cuja natureza é de pessoa jurídica de direito público, e, por isso, será tratada como autarquia integrante da Administração Pública Indireta de todos os entes consorciados.

Gabarito: Errado.

60. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/TO – CESPE/2007) Enquanto a administração pública extroversa é finalística, dado que ela é atribuída especificamente a cada ente político, obedecendo a uma partilha constitucional de competências, a administração pública introversa é instrumental, visto que é atribuída genericamente a todos os entes, para que possam atingir aqueles objetivos.

Page 65: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 65

Comentário:

Essa é uma daquelas questões que o CESPE resolve derrubar os candidatos por simples prazer em não permitir que o candidato venha a acertar todas as questões.

Trata-se de classificação utilizada pelo Prof. Diogo de Figueiredo, para o qual a administração pública introversa compreende a gestão de pessoal, de bens e de serviços internos dos entes públicos. E, por outro lado, a administração pública extroversa seria aquela destinada a satisfazer os interesses coletivos.

Diante disso, na lição do Prof., enquanto a administração pública extroversa é finalística, atribuída especialmente a cada ente político, obedecendo a uma partilha constitucional, a administração pública introversa é instrumental, atribuída genericamente a todos eles.

Significa dizer que a administração pública introversa é aquela destinada a cuidar das necessidades internas da administração (atividade-meio) a fim de cumprir seus fins que é atender ao interesse público. De outro lado, a extroversa é aquela que busca realizar as atividades típicas da Administração, de modo a satisfazer o interesse coletivo (atividade-fim).

Gabarito: Certo.

2ª PARTE – PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS

61. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O sistema administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da indisponibilidade do interesse público pela administração.

Comentário:

A Constituição Federal, em seu art. 37, caput, determina que a Administração Pública deverá observar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, dentre outros, na

Page 66: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 66

realização de suas atividades.

Entretanto, além desses princípios expressos, existem outros princípios implícitos, sendo importante destacar o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do interesse público, considerados por parte da doutrina como superprincípios na medida em que dão origem aos demais princípios administrativos e ao próprio regime jurídico administrativo.

Significa dizer que o regime jurídico de direito público está assentado em dois postulados primordiais, a supremacia do interesse público e a indisponibilidade desse interesse.

O princípio da supremacia do interesse público traduz-se na idéia de que o interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular, de modo que, em regra, quando houver um confronto entre o interesse público e o particular, deve-se dar primazia ao interesse público.

Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituição estabeleceu uma série de direitos e garantias individuais, que mesmo em confronto com o interesse público devem ser respeitados, resguardados, conforme títulos dos direitos e garantias individuais previsto na Constituição.

Com efeito, é em razão do princípio da supremacia do interesse público que se fundam as prerrogativas ou poderes especiais conferidos à Administração Pública.

De outro lado, o princípio da indisponibilidade do interesse público orienta à Administração Pública impondo-lhe restrições, limitações, ou seja, não lhe é dado dispor desse interesse, ela não é proprietária, detentora do interesse público, apenas o tutela, o protege, ou seja, apenas representa a coletividade, de modo que não pode dispor do que não lhe pertence.

Significa dizer que, de um modo geral, não há possibilidade de a Administração Pública abdicar, dispor, abrir mão, daquilo que se refere ao interesse público. Por isso, a sujeição da administração pública a restrições especiais ou diferenciadas, tal como dever de prestar contas, concurso público, licitações etc.

Page 67: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 67

É por força da supremacia que a Administração Pública atua com superioridade em relação ao particular, por exemplo, impondo-lhe obrigações de forma unilateral, criando cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo presunção de legitimidade aos atos da Administração etc.

No entanto, como dito, junto a tais poderes, surgem limitações, restrições à atuação da Administração Pública, traduzindo-se na idéia que a Administração Pública não é proprietário, é mera gestora do interesse público, por isso, não lhe é dado abdicar, dispor, negociar o interesse público.

Portanto, pode-se afirmar que o sistema administrativo está fundado nesses dois princípios primordiais, ou seja, na supremacia e na indisponibilidade do interesse público.

Gabarito: Certo.

62. (AUXILIAR DE PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) A doutrina aponta como princípios do regime jurídico administrativo a supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse público.

Conforme vimos, a Constituição Federal estabeleceu princípios constitucionais orientadores da administração pública, havendo os expressos, constantes do art. 37, e outros implícitos.

Dessa forma, é princípio que orienta o regime jurídico administrativo a supremacia do interesse público, revestida do entendimento de que a Administração Pública goza de poderes, prerrogativas a fim de que bem possa atuar em defesa do interesse coletivo, e o princípio da indisponibilidade, o qual vincula à imposição de restrições, limitações ou deveres especiais para a Administração.

Gabarito: Certo.

Page 68: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 68

63. (PROMOTOR – MPE/AM - CESPE/2007) Explícita ou implicitamente, os princípios do direito administrativo que informam a atividade da administração pública devem ser extraídos da CF.

Comentário:

A Constituição Federal, como ressaltado, em seu artigo 37, caput, dispõe que a Administração Pública deverá observar os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, dentre outros.

O princípio da legalidade é princípio norteador de toda a Administração Pública que somente está autoriza a fazer ou deixar de fazer o que a lei permita ou autorize. Que dizer que a atuação administrativa está determina em lei (ato vinculado) ou a lei autoriza sua realização (ato discricionário), mas sempre depende de lei.

Consoante magistral lição de Afonso da Silva o princípio da legalidade é “princípio basilar do Estado Democrático de Direito”, “porquanto é da essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na legalidade democrática. Sujeitar-se ao império das Leis”.

Nesse sentido, a doutrina mais moderna tem denominado princípio da jurisdicidade, ou seja, submissão ao ordenamento jurídico.

É necessário distinguirmos o princípio da legalidade da reserva legal. O princípio da legalidade deve ser visto como respeito, submissão, à lei. O princípio da reserva legal traduz a idéia de necessidade de lei, no sentido formal, para dispor, regulamentar, certas matérias.

Ademais, ínsito ao princípio da legalidade verifica-se o princípio da finalidade, segundo o qual o administrador público deve observar, em todos os seus atos, ao fim estabelecido pela lei, que se traduz essencialmente em satisfazer o interesse público. Com efeito, acaso o administrador pratique o ato não cuidando da finalidade pública incidirá em desvio de finalidade, modalidade de abuso de poder.

O princípio da impessoalidade é visto sob duas vertentes, a primeira no sentido de impedir que a Administração atue de forma discriminatória, ou seja, que favoreça ou prejudique alguém por critérios pessoais, devendo

Page 69: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 69

atuar de forma isonômica (princípio da isonomia). Noutra acepção estabelece que a Administração não buscará promoção pessoal, mas sim a consecução do interesse coletivo, de maneira que é vedada a utilização de propagandas, publicidades, para promoção pessoal, conforme estabelece o art. 37, §1º, parte final, da CF/88, assim expresso:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos

órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação

social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que

caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

É bom esclarecer que os atos realizados pela administração não são atos das pessoas que ocupam determinados cargos, e sim do Estado.

Por isso, o agente que usa a máquina administrativa visando promoção pessoal deverá sofrer as sanções legais na medida em que não atua em seu nome, mas em nome da coletividade, isto é, em nome da Administração Pública representando o interesse coletivo.

Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade está relacionado ao princípio da finalidade, pois a finalidade se traduz na busca da satisfação do interesse público, interesse que se subdivide em primário (interesse coletivo) e secundário (entendido como interesse da Administração).

Noutro sentido é a lição de Celso Antonio Bandeira de Mello, que liga a impessoalidade ao princípio da isonomia, que determina tratamento igual a todos perante a lei.

O princípio da moralidade está assentado na ética, moral, lealdade, ou seja, no sentido de promover a probidade administrativa, a honestidade. Trata-se de princípio abrangente, porém jamais se pode dizer inútil, visto servir de parâmetro para coibir arbitrariedades e excessos, devendo ser tonalizado sob o aspecto jurídico, de modo a caracterizar o conjunto de preceitos advindos da disciplina administrativa no tocante à condução da coisa pública.

Nesse sentido, a Constituição, no seu art. 37, §4º, estabelece que os atos de improbidade administrativa importarão em suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao

Page 70: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 70

erário, sem prejuízo da ação penal cabível.

Como bem ensina Hely Lopes Meirelles é a atuação dentro dos padrões da ética, moral, honestidade, probidade.

Nesse sentido, como destacado, a Constituição deu especial atenção à probidade, nos dizeres de Afonso da a improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada.

O princípio da publicidade consiste na obrigação que tem a administração pública, como atividade e ente público, de dar transparências aos seus atos, como meio de assegurar a todos o conhecimento de suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o controle sobre esses atos. É visto também como requisito de validade e eficácia dos atos administrativos.

Toa, a Constituição ressalva alguns atos que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos imperativos de segurança nacional ou que digam respeito aos interesses privados. Aqueles são resguardos por sigilo especial, oponível contra todos. A esses não se opõe o sigilo ao interessado, mas somente a terceiros.

A publicidade é realizada em jornal oficial ou em local onde se possa dar ampla divulgação dos atos administrativos. Por vezes será necessário que a publicidade seja realizada diretamente ao interessado (notificação).

Por fim, o principio da eficiência, erigido a princípio expresso a partir da EC 19/98, traduz a idéia de resultado, busca pela excelência no exercício das atividades administrativas. Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de desenvolvimento da administração.

Como bem destaca Afonso da o princípio da eficiência “orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir os melhores resultados com os meios escassos de que dispõe e a menor custo”, “consiste na organiz-ação racional dos meios e recursos humanos, materiais e institucionais para a prestação de serviços públicos de qualidade com razoável rapidez”. (art. 5º, LXXVIII)

De qualquer forma, além desses princípios expressos, também se verifica

Page 71: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 71

princípios implícitos, todos extraídos da Constituição Federal, ou seja, expressa ou implicitamente os princípios que orientam a Administração Pública advêm da Constituição Federal, tal como os princípios da supremacia, da indisponibilidade, da proporcionalidade e razoabilidade e da finalidade.

Gabarito: Certo.

64. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) Os princípios que regem a atividade da administração pública e que estão expressamente previstos na CF são os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.

Comentário:

Como verificamos, a Constituição Federal expressamente estabelece os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Destaco que o princípio da eficiência estava implícito na Constituição, somente vindo a ser positivado expressamente com a Emenda Constitucional nº 19/98. Assim, observe que a assertiva traz a redação da Constituição Federal de 1988 antes da EC 19/98.

Importante reforçar que, muito embora a Administração Pública sempre estivesse pautada pelo princípio da eficiência, este somente integrou o rol dos princípios expressos após a alteração promovida pela EC 19/98 (emenda de reforma administrativa).

Gabarito: Errado.

Page 72: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 72

65. (TÉCNICO CIENTÍFICO – BASA – CESPE/2010) Os princípios da moralidade, da legalidade, da publicidade, da eficiência e da impessoalidade, estipulados pelo texto constitucional, somente se aplicam à legislação administrativa referente à administração pública no âmbito federal, com desdobramentos na administração direta, na indireta e na fundacional.

Comentário:

Observe que o mandamento constitucional prescrito no art. 37, caput, determina a aplicação dos princípios administrativos a toda as esferas de governo, ou seja, a Administração Pública direta e indireta, de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da

União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos

princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e

eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 19, de 1998)

Gabarito: Errado.

66. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) A lei que trata dos processos administrativos no âmbito federal previu outros princípios norteadores da administração pública. Tal previsão extrapolou o âmbito constitucional, o que gerou a inconstitucionalidade da referida norma.

Comentário:

Consoante destacado, a Constituição consagrou uma série de princípios administrativos expressos no art. 37, caput e incisos, além de outros implícitos. Sendo certo entendermos que todos os princípios orientadores da Administração advém da própria Constituição Federal.

Nesse sentido, a Lei nº 9.784/99, que regulamenta o processo administrativo no âmbito federal, tornou expresso alguns desses princípios implícitos, além

Page 73: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 73

de repetir os expressos, elencando os seguintes princípios: legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Dessa forma, ao dispor acerca de outros princípios administrativos, que não estavam expressos na CF/88, a Lei nº 9.784/99 não extrapolou as diretrizes constitucionais, pois, de fato, apenas positivou alguns princípios implícitos e outros decorrentes dos expressos.

Gabarito: Errado.

67. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) O princípio da legalidade no âmbito da administração pública identifica-se com a formulação genérica, fundada em ideais liberais, segundo a qual ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Comentário:

O princípio da legalidade administrativa traduz-se na idéia de que a Administração Pública e, por via de conseqüência, o administrador público somente pode fazer aquilo que a lei autoriza ou permita, ou seja, somente atua quando há permissivo a autorizar a atuação.

Por isso, a formulação genérica do princípio da legalidade no sentido de ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (princípio da legalidade geral, também denominado da autonomia da vontade) é aplicável aos particulares, visto que somente são obrigados a pautar-se de certo modo se e quando existente lei que os obrigue.

Por outro lado, a Administração Pública somente pode atuar se houver lei que a permita. Então, enquanto para o particular vige a liberdade, sendo restringida somente quando lei obrigar, na Administração Pública há limitações, somente atuando quando a lei permitir.

Gabarito: Errado.

Page 74: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 74

68. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A atuação administrativa dos integrantes do setor público deve ser pautada pela existência de uma permissão legal. Assim sendo, o princípio explicitado na CF hierarquicamente definido como mais importante é o da legalidade, pois é um princípio norteador das ações públicas.

Comentário:

De fato, como vimos, temos o princípio da legalidade como norteador de toda a atividade administrativa, ou seja, o agente público somente atua quando houver permissão legal.

No entanto, não se pode dizer que se trata de princípio hierarquicamente definido com mais importante. É que, primeiro não há hierarquia entre as disposições constitucionais, segundo que todos os princípios orientadores da Administração são igualmente importantes, podendo um ato administrativo, por exemplo, ser legal, mas ser imoral, ser legal, mas violar a eficiência.

Gabarito: Errado.

69. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) Os princípios da moralidade e da eficiência da administração pública, por serem dotados de alta carga de abstração, carecem de densidade normativa. Assim, tais princípios devem ser aplicados na estrita identificação com o princípio da legalidade.

Comentário:

De fato, os princípios da moralidade e da eficiência são dotados de considerável carga de abstração, ou seja, não estão definidos de forma concreta. Toa, eles não carece m de densidade normativa, eis que gozam de aplicabilidade a fim de balizar as condutas administrativas.

Nesse sentido, esclarece a Profa. Di Pietro que nem todos os autores aceitam a existência desse princípio; alguns entendem que o conceito de moral administrativa é vago e impreciso ou que acaba por ser absorvido pelo próprio princípio de legalidade.

Page 75: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 75

De qualquer modo, o Supremo Tribunal Federal entende que, muito embora o princípio seja abstrato, condiciona a legitimidade e validade dos atos estatais. Vejamos:

"Lei estadual que autoriza a inclusão, no edital de venda do Banco

do

Estado do Maranhão S/A, da oferta do depósito das disponibilidades

de

caixa do tesouro estadual (...) Alegação de ofensa ao princípio da

moralidade administrativa – Plausibilidade jurídica (...). O princípio

da

moralidade administrativa – enquanto valor constitucional revestido de

caráter ético-jurídico – condiciona a legitimidade e a validade dos atos

estatais. A atividade estatal, qualquer que seja o domínio institucional de sua

incidência, está necessariamente subordinada à observância de parâmetros

ético-jurídicos que se refletem na consagração constitucional do princípio

da moralidade administrativa. Esse postulado fundamental, que rege a

atuação do Poder Público, confere substância e dá expressão a uma pauta

de valores éticos sobre os quais se funda a ordem positiva do Estado." (ADI

2.661-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 5-6-02, Plenário, DJ de 23-

8-02)

Portanto, tais princípios NÃO carecem de densidade normativa, ou seja, possuem carga normativa para serem aplicáveis.

Gabarito: Errado.

70. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) Se determinado ato administrativo for analisado e categorizado como ilegal e imoral, haverá redundância nessa categorização, pois, de acordo com os princípios constitucionais, todo ato imoral é necessariamente um ato ilegal, sujeito ao controle do Poder Judiciário.

Comentário:

Pudemos verificar que a legalidade e a moralidade administrativa são dois princípios distintos, ou seja, um ato pode ser legal, porém poderá ser imoral. No entanto, conforme destacou a Profa. Di Pietro, há quem entenda que a moral administrativa insere-se no conteúdo da legalidade.

Page 76: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 76

Em que pese esse posicionamento, devemos observar que a moralidade por si só é fundamento suficiente para anular ato administrativo, conforme extraímos do entendimento do STF, assim expresso:

"Concurso para a Magistratura do Estado do Piauí. Critérios de convocação

para as provas orais. Alteração do edital no curso do processo de seleção.

Impossibilidade. Ordem denegada. O Conselho Nacional de Justiça tem

legitimidade para fiscalizar, inclusive de ofício, os atos administrativos

praticados por órgãos do Poder Judiciário (MS 26.163, Rel. Min. Cármen

Lúcia, DJe 04-09-2008). Após a publicação do edital e no curso do certame,

só se admite a alteração das regras do concurso se houver modificação na

legislação que disciplina a respectiva carreira. Precedentes. (RE 318.106, Rel.

Min. Ellen Gracie, DJ 18-11-2005). No caso, a alteração das regras do

concurso teria sido motivada por suposta ambigüidade de norma do edital

acerca de critérios de classificação para a prova oral. Ficou evidenciado,

contudo, que o critério de escolha dos candidatos que deveriam ser

convocados para as provas orais do concurso para a magistratura do Estado

do Piauí já estava claramente delimitado quando da publicação do Edital n.

1/2007. A pretensão de alteração das regras do edital é medida que afronta

o princípio da moralidade e da impessoalidade, pois não se pode permitir

que haja, no curso de determinado processo de seleção, ainda que de

forma velada, escolha direcionada dos candidatos habilitados às provas

orais, especialmente quando já concluída a fase das provas escritas

subjetivas e divulgadas as notas provisórias de todos os candidatos.” (MS

27.165, Rel. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 18-12-08, Plenário, DJE de

6-3-09)

No entanto, a Banca considerou como ilegal, todo ato imoral. Tal entendimento se explica com fundamento na corrente que entende que a concretização da imoralidade depende da positivação das condutas tidas por imorais, e dessa forma, toda imoralidade, na verdade seria uma ilegalidade.

Nesse sentido, vale citar a lição do Prof. Afonso da que esclarece: Pode-se pensar na dificuldade que será desfazer um ato, produzido conforme a lei, sob o fundamento de vício de imoralidade. Mas isso é possível, porque a moralidade administrativa não é meramente subjetiva, porque não é puramente formal, porque tem conteúdo jurídico, a partir de regras e princípios da Administração.

Page 77: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 77

Gabarito: Certo.

Ps.: Ressalvo meu entendimento pessoal, no sentido de que a imoralidade pode ser aferida sozinha e serve como elemento para invalidar o ato administrativo. Lembro-me inclusive de, em certa ocasião, ter sustentado isso antes da existência da Súmula 13 e da Res. 7-CNJ que versam sobre o nepotismo, quando aleguei que a nomeação de parentes era ato que violava a moralidade e a impessoalidade, muito embora não houvesse norma vedando.

71. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) Governadores de estado devem obrigatoriamente observar o princípio da moralidade pública na prática de atos discricionários.

Comentário:

Como destacado, de acordo com o art. 37, caput, da CF/88, a Administração Pública, direta e indireta, de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Assim, tanto o Presidente, os Prefeitos, quanto os Governadores estarão submetidos ao princípio da moralidade administrativa, seja no tocante aos atos vinculados, seja em relação aos discricionários, ainda que atuem com certa margem de liberdade, só que deverá se pautar pelos princípios básicos da Administração contidos no caput do art. 37, CF/88.

Gabarito: Certo.

72. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O princípio da moralidade administrativa, por possuir relação com o princípio da legalidade, impõe que um ato, para ser legal, isto é, esteja em conformidade com a lei, precisa ser necessariamente moral.

Comentário:

Page 78: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 78

Então, acabamos de verificar que o entendimento firmado no âmbito CESPE, com base em parte da doutrina, é de que todo ato imoral é necessariamente ilegal. Significa dizer que para esta corrente não existe imoralidade sem previsão legal.

Toa, o contrário não é verdadeiro, ou seja, nem toda ilegalidade é uma imoralidade.

Assim, para um ato ser legal, nem sempre significa dizer que ele precise ser necessariamente moral, muito embora, as imoralidades, no âmbito administrativo, para serem penalizadas devem ser tipificadas, ou seja, previstas em lei.

Gabarito: Errado.

73. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PE – CESPE/2009) O princípio da boa-fé está previsto expressamente na CF e, em seu aspecto subjetivo, corresponde à conduta leal e honesta do administrado.

Comentário:

Então, o princípio da boa-fé não está previsto expressamente na Constituição, ele é um aspecto da moralidade administrativa, a moralidade no seu aspecto subjetivo no qual se exige tanto do administrado quanto do administrador (agente público) uma atuação dentro dos padrões de ética, lealdade, honestidade, probidade.

Gabarito: Errado.

74. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) O presidente de um tribunal de justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos

Page 79: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 79

desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento inicial em razão de os desembargadores estarem em nível hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos desembargadores. Considerando a situação hipotética acima apresentada, julgue: Respeitado o princípio da publicidade, uma vez que a decisão do presidente que determinou o pagamento aos desembargadores foi publicada mediante portaria no Diário Oficial, é correto afirmar que, em consequência, os princípios da moralidade e legalidade não foram violados.

Comentário:

Então, essa questão é uma aplicação do conhecimento obtido na anterior. Veja que o ato é imoral na medida em que beneficia uns por questões meramente pessoais, já que não existe referida hierarquia. Assim, a atuação do Presidente do Tribunal é violadora da moralidade administrativa, bem como da legalidade na medida em que não lei estabelecendo referida conduta. Outrossim, podemos dizer, inclusive, que houve violação ao princípio da impessoalidade.

Gabarito: Errado.

75. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) O princípio da finalidade, explicitado no art. 37 da CF, define que, se o gestor público praticar atos fora dos fins expressa ou implicitamente contidos na regra de competência, praticará desvio de finalidade. E se tal ato atentar contra os princípios da administração pública ao visar fim proibido em lei ou demais normas, constituirá ato de improbidade administrativa.

Comentário:

Essa questão é pura maldade com o candidato, com o concursando. Veja que ela é toda perfeita, toda certinha. Mas tomem cuidado! Veja que diz que o princípio da finalidade, EXPLICITADO no art. 37 da CF/88.

Page 80: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 80

Ora, o princípio da finalidade não é princípio expresso, explicitado, na Constituição.

Podemos assumir o entendimento majoritário no sentido que ele decorre do princípio da legalidade na medida em que a legalidade se orienta no sentido de se satisfazer o interesse público. Como também podemos assumir o posicionamento minoritário, do Prof. Bandeira de Mello, e entender que ele decorre da impessoalidade.

Gabarito: Errado.

76. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) Entendendo que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (CF, art. 5, caput), determinado órgão público, responsável pela fiscalização de tributos, estará adequadamente respaldado pelo princípio da impessoalidade ao instituir fila única aos atendimentos à comunidade, não dando diferenciação de atendimento aos cadeirantes, gestantes, idosos etc.

Comentário:

O princípio da impessoalidade, na sua vertente isonomia, não permite dar tratamento discriminatório ou privilegiar em razão de critérios subjetivos ou para satisfação pessoal.

No entanto, se há situação de desigualdade, é medida adequada e atende ao princípio da isonomia, dar diferença no tratamento para, enfim, diminuir a diferença, ou seja, não atende a impessoalidade, a criação de fila única, de modo a colocar todas as pessoas na mesma condição.

O que se veda é discriminar ou privilegiar por critérios pessoais, subjetivos.

Gabarito: Errado.

77. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) O presidente de um tribunal de justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes

Page 81: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 81

de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento inicial em razão de os desembargadores estarem em nível hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos desembargadores. Considerando a situação hipotética acima apresentada, julgue: A decisão do presidente do tribunal de justiça violou o princípio da impessoalidade, na medida em que esse princípio objetiva a igualdade de tratamento que o administrador deve dispensar aos administrados que se encontrarem em idêntica situação jurídica.

Comentário:

De fato, ao dar preferência a uns, por critérios pessoais, ou seja, subjetivos na medida em que não existe tal hierarquia, o Presidente do Tribunal violou o princípio da impessoalidade, visto que não adotou critério objetivo para definir o pagamento das verbas devidas.

Gabarito: Certo.

78. (AUDITOR DE CONTAS – SECONT/ES – CESPE/2009) Como decorrência do princípio da impessoalidade, a CF proíbe a presença de nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos.

Comentário:

Estabelece a Constituição Federal que é vedada a utilização de propagandas, publicidades, para promoção pessoal, conforme estabelece o art. 37, §1º, parte final, da CF/88, assim expresso:

§ 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e

Page 82: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 82

campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Com efeito, trata-se de aplicação do princípio da impessoalidade na medida em que a publicidade não pode servir para promover agentes ou autoridades, conforme entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal:

INFORMATIVO Nº 502 TÍTULO: Publicidade de Atos Governamentais e Impessoalidade PROCESSO: RE - 191668 ARTIGO O art. 37, caput, e seu § 1º, da CF, impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. Com base nesse entendimento, a Turma negou provimento a recurso extraordinário interposto pelo Município de Porto Alegre contra acórdão do tribunal de justiça local que o condenara a abster-se da inclusão de determinado slogan na publicidade de seus atos, programas, obras, serviços e campanhas. Considerou-se que a referida regra constitucional objetiva assegurar a impessoalidade da divulgação dos atos governamentais, que devem voltar-se exclusivamente para o interesse social, sendo incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans que caracterizem a promoção pessoal ou de servidores públicos. Asseverou-se que a possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que pertença o titular do cargo público ofende o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou de orientação que constam do comando imposto na Constituição. RE 191668/RS, rel. Min. Menezes Direito, 15.4.2008. (RE-191668)

Gabarito: Certo.

Page 83: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 83

79. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) A inserção de nome, símbolo ou imagem de autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços ou campanhas de órgãos públicos fere o princípio da impessoalidade da administração pública.

Comentário:

Pois é! Acabamos de ver isso! Exatamente igual a anterior, não é!!! Então, vimos que o art. 37, §1º, CF/88 norteia o princípio da publicidade, quando diz que terá caráter educativo, orientador e informativo, mas de igual forma, na parte final, dispõe que não poderá a propaganda e a publicidade conter nomes ou símbolos que caracterizem promoção pessoal, sob pena de violação ao princípio da impessoalidade.

Gabarito: Certo.

80. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) As sociedades de economia mista e as empresas públicas que prestam serviços públicos estão sujeitas ao princípio da publicidade tanto quanto os órgãos que compõem a administração direta, razão pela qual é vedado, nas suas campanhas publicitárias, mencionar nomes e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar promoção pessoal de autoridade ou servidor dessas entidades.

Comentário:

De acordo com o que vimos, segundo o princípio da publicidade a Administração Pública deve dar ampla divulgação de seus atos, ressalvadas as hipóteses de sigilo, com o objetivo de informar, educar e orientar.

Nesse sentido, tanto a administração pública direta, quanto à indireta, seja as sociedades de economia mista ou as empresas públicas, estarão submetidas aos princípios constitucionais constantes do art. 37, caput, da CF/88, dentre eles o da publicidade.

Assim, conforme estabelece o art. 37, §1º, CF/88 a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter

Page 84: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 84

caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal da autoridade ou servidores públicos.

Observe que além de dizer respeito à impessoalidade, referido dispositivo também diz respeito à publicidade que deve ter caráter orientador, educativo e de informação. Sob o aspecto da impessoalidade veda a publicidade para fins de promoção pessoal.

Significa dizer que na 1ª parte do dispositivo temos o princípio da publicidade, e na 2ª parte, o princípio da impessoalidade, conforme se depreende dos seguintes entendimentos:

"Publicidade de caráter autopromocional do Governador e de seus correligionários, contendo nomes, símbolos e imagens, realizada às custas do erário. Não observância do disposto na segunda parte do preceito constitucional contido no art. 37, § 1º." (RE 217.025-AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 18-4-00, 2ª Turma, DJ de 5-6-98)

"Publicidade de atos governamentais. Princípio da impessoalidade. (...) O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional que assegura o princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter educativo, informativo ou de orientação social é incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que caracterizem promoção pessoal ou de servidores públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que pertença o titular do cargo público mancha o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou de orientação que constam do comando posto pelo constituinte dos oitenta." (RE 191.668, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 15-4-08, 1ª Turma, DJE de 30-5-08)

Gabarito: Certo.

Page 85: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 85

81. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PB – CESPE/2008 – adaptada) O princípio da eficiência, introduzido expressamente na Constituição Federal (CF) na denominada Reforma Administrativa, traduz a idéia de uma administração gerencial:

Comentário:

O princípio da eficiência, como dito, deu destaque para a busca de resultado, traduzindo-se na idéia de administração gerencial, ou seja, aquela voltada para resultados, atuando com presteza, perfeição e rendimento funcional.

Com efeito, a reforma administrativa implicou na fixação expressa do princípio da eficiência, o qual tem por objetivo a busca de melhores resultados com o menor dispêndio de recursos.

Gabarito: Certo.

82. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) O princípio da eficiência na administração pública foi inserido no caput do art. 37 da CF apenas com a edição da Emenda Constitucional n.º 19/1998. Entretanto, mesmo antes disso, já era considerado pela doutrina e pela jurisprudência pátria como um princípio implícito no texto constitucional. Assim, a transparência dos atos administrativos é um importante aspecto do princípio da eficiência, na medida em que coíbe a prática de atos que visam à satisfação de interesses pessoais.

Comentário:

De fato, o principio da eficiência somente foi erigido a princípio expresso a partir da EC 19/98, adotando-se uma visão de Administração gerencial, na tentativa de superar a chamada Administração burocrática.

Tal princípio traduz a idéia de resultado, busca pela excelência no exercício das atividades administrativas. Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal

Page 86: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 86

como as escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de desenvolvimento da administração.

Diante disso, a transparência da atuação da Administração, muito embora diga respeito também ao princípio da publicidade, revela-se em aspecto também da eficiência.

Gabarito: Certo.

83. (JUIZ FEDERAL – TRF 2ª REGIÃO – CESPE/2009) De acordo com um modelo de administração gerencial, no setor das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou não exclusivos, o foco é a ênfase no controle prévio da atividade, de forma a não permitir condutas não previstas em lei.

Comentário:

Podemos dizer que existem três modelos de administração. A chamada patrimonialista, a burocrática e a gerencial.

A patrimonialista, que teve seu apogeu durante a vigência dos Estados absolutistas (século XVIII) tem como expressão a idéia de que o Estado é a extensão do próprio poder do governante e os seus funcionários são considerados como membros da nobreza, ou seja, de que o Estado é patrimônio do próprio governante.

Assim, nesse âmbito, vigoram problemas como a corrupção e nepotismo. Coisa muito longe da realidade da Administração Pública brasileira (risos). A burocrática, por outro lado, foi instituída visando combater tais ilícitos, mudando o foco da administração, adotando-se princípios como a impessoalidade, o formalismo, a hierarquia funcional, a estruturação em carreiras pública, criando instrumento para controle da atividade, de seus meios, com forte ênfase em controles prévios a fim de evitar a corrupção.

Por exemplo, para a Administração contratar (resultado) é preciso que adote um procedimento formal, prévio, ou seja, deve licitar. Vê-se que o controle é prévio ao resultado.

Page 87: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 87

É claro que esse tipo de Administração evita abusos, mas, por outro lado, o controle passa a ser um fim do Estado, primando-se não pelo resultado, de modo que a Administração vai se tornando cada vez mais lenta, pois em cada etapa é necessário o prévio controle.

Enfim, a administração pública gerencial, introduzida com as denominadas reformas administrativas, sobretudo na gestão Bresser, tem como alvo simplificar a burocracia, tornando a Administração mais ágil, célere.

Assim, busca-se a eficiência da Administração, o aumento da qualidade dos serviços, com redução dos custos (otimização dos resultados). Passa-se a uma cultura gerencial nas organizações, com ênfase nos resultados, aumentando-se a governança do Estado, isto é, a sua capacidade de gerenciar com efetividade e eficiência.

De outro lado, o cidadão, de mero controlador e postulante de atividades públicas, torna-se essencial para o correto desempenho da atividade pública na medida em que é considerado o seu beneficiário principal, cliente dos serviços prestados pelo Estado.

Portanto, ênfase no controle prévio da atividade, de forma a não permitir condutas não previstas em lei, é orientação adotada na Administração Burocrática.

A propósito, cuidado, pois muito embora tenha brincado, no Brasil, em que pese com a EC 19/98 termos inaugurado a Administração gerencial, ainda convivemos com os outros dois modelos.

Gabarito: Errado.

84. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) O paradigma que apresenta o cliente como foco da qualidade depara-se com a subjetividade de conceitos, como os da rapidez, confiabilidade, precisão e validade, além das peculiaridades desses conceitos quando entendidos sob a ótica de cada indivíduo. Assim, o encantamento do cliente - que no setor privado já é um desafio árduo e contínuo se compreendido no contexto

Page 88: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 88

financeiro - muito mais complexo vem a ser quando se dá no contexto do lucro social, foco das organizações do setor público.

Comentário:

Então, como vimos, a Administração gerencial é aquela que tem o administrado, ora tratado como cliente, como foco principal. Por isso, a busca por resultados, por celeridade, rapidez e precisão, de modo a gerar para a coletividade um sentimento de satisfação, de serviço adequado, de realização do bem comum (lucro social), sendo, portanto, muito mais complexo que no setor privado.

Gabarito: Certo.

85. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) A busca da excelência, considerada, no setor privado, uma prerrogativa para sobrevivência em um contexto competitivo, nos serviços públicos não se aplica, pois o cliente não tem a possibilidade de escolher outros fornecedores de serviços públicos.

Comentário:

Mais uma vez temos o contexto da aplicação do princípio da eficiência, de modo que se busca a excelência na realização, execução da atividade administrativa, cujo foco é, atualmente, o cliente.

Gabarito: Errado.

86. (AUXILIAR DE TRÂNSITO – DETRAN-DF – CESPE/2009) A administração pública é regida pelo princípio da autotutela, segundo o qual o administrador público está obrigado a denunciar os atos administrativos ilegais ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.

Comentário:

O princípio da autotutela permite à Administração Pública realizar o controle

Page 89: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 89

de seus próprios atos, anulando os ilegais e revogando os inoportunos e inconvenientes.

Assim, não é por força do princípio da autotutela que está o administrador público obrigado a denunciar os atos administrativos ilegais ao Poder Judiciário e ao Ministério Públicos, mas sim por seu dever de lealdade, honestidade e boa-fé, ou seja, de probidade.

Outro equívoco que se pode apontar é que o Judiciário é inerte e, diante de ilegalidade, não teria o administrador público como representar para o Judiciário, salvo, o controle do ato administrativo, por força de violação à legalidade, for exercido pelo particular, por meio de ação popular, por exemplo.

Gabarito: Errado.

87. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2007) A probidade administrativa é um aspecto da moralidade administrativa que recebeu da Constituição Federal brasileira um tratamento próprio.

Comentário:

Estabelece o princípio da moralidade administrativa que deve o agente público atuar dentro dos padrões de moral administrativa, ou seja, de moralidade especial que qualifica a moral comum, isto é, deve agir de modo ético, com honestidade, com probidade e boa-fé no trato da coisa pública.

Assim, é de se observar que a probidade administrativa está inserida no âmbito da moralidade administrativa. Toa, o legislador constituinte entendeu por bem de, expressamente, conferir tratamento próprio a referido tema, ante sua importância para a atuação da Administração Pública e para o agente público.

Com efeito, o art. 37, §4º, da Constituição determina que os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade de bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal

Page 90: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 90

cabível.

Percebam, portanto, que houve tratamento constitucional próprio acerca da probidade administrativa, de modo que estabeleceu a Constituição as seguintes sanções para referidos atos: a) suspensão dos direitos políticos; b) perda da função pública; c) indisponibilidades dos bens; e, d) ressarcimento ao erário.

O dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei nº 8.429/92, que estabeleceu os atos considerados de improbidade administrativa, fixando três hipóteses, sendo: i) atos de importam em enriquecimento ilícito; ii) atos que causem lesão ao erário; iii) atos que atentem contra os princípios da administração pública.

Atente-se, no entanto, para dois posicionamentos importantes do Supremo Tribunal Federal. O primeiro no sentido de que a Lei de Improbidade Administrativa (LIA – Lei nº 8.429/92) não tem natureza criminal, ela estabelece regime de responsabilidade político-adminstrativa para os agentes públicos. Outro, no sentido de que tal regime não se aplica aos agentes políticos que estão submetidos ao regime de crime de responsabilidades, conforme Lei nº 1.079/50.

Gabarito: Certo.

88. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2007) A declaração de sigilo dos atos administrativos, sob a invocação do argumento da segurança nacional, é privilégio indevido para a prática de um ato administrativo, pois o princípio da publicidade administrativa exige a transparência absoluta dos atos, para possibilitar o seu controle de legalidade.

Comentário:

Segundo o princípio da publicidade, expresso no art. 37, caput, da Constituição Federal, a Administração Pública deve atuar com transparência e dar conhecimento de seus atos por meio de órgão oficial, de maneira a conferir-lhes validade e eficácia, para com isso possibilitar o controle de sua atuação.

Page 91: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 91

A publicidade deve sempre primar pelo seu caráter educativo, informativo ou de orientação social, conforme expresso no art. 37, §1º, vedando-se a vinculação de nomes, símbolos ou imagens de modo a caracterizar promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

No entanto, tal princípio não é absoluto, eis que há casos em que a Administração não deve dar publicidade aos atos praticados sob pena de violar a intimidade, a honra do administrado, conforme fixa o art. 5º, inc. X, CF/1988.

De igual forma, também excepciona o princípio da publicidade, os atos administrativos que estejam vinculados à segurança da sociedade e do Estado.

Nesse sentido, dispõe o art. 5º, inc. XXXIII, da Constituição Federal que todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Gabarito: Errado.

89. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) O princípio da publicidade se verifica sob o aspecto da divulgação externa dos atos da administração, não propiciando o conhecimento da conduta interna dos agentes públicos.

Comentário:

Como destacado, o princípio da publicidade traduz-se na obrigação que tem a Administração Pública de dar transparências aos seus atos, como meio de assegurar a todos o conhecimento de suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o controle sobre esses atos. É visto também como requisito de validade e eficácia dos atos administrativos.

Lembremos que o art. 37, §1º, CF/88 estabelece que a publicidade terá o caráter de educar, informar e orientar. Assim, a regra, é a publicidade dos

Page 92: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 92

atos da Administração, podendo ser ampla (publicação em jornal de grande circulação, Diário Oficial) ou ser mais restrita (publicação em boletim interno, exemplo de férias dos servidores)

Nesse sentido, a Constituição faz ressalva a alguns atos que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos imperativos de segurança nacional ou que digam respeito aos interesses privados, conforme estabelece o art. 5º, inc. XXXIII, CF/88, assim disposto:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; (Regulamento)

Assim, tanto as condutas internas, nomeação de servidores, férias, e demais atos devem ser publicados, como as condutas externas.

Gabarito: Errado.

90. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) As organizações privadas podem deixar de fornecer, por exemplo, determinados dados financeiros, para resguardar as suas estratégicas. Em contrapartida, na gestão pública, a transparência das ações e decisões deve existir, salvo quando houver questões que envolvam segurança nacional ou demais exceções respaldadas na CF.

Comentário:

Pois é, e agora? Fácil não é? De fato, no âmbito privado, tendo em vista a concorrência entre as entidades, o sigilo é uma estratégia comercial. No entanto, no âmbito da Administração Pública aplica-se o princípio da transparência (publicidade), até porque se está gerindo interesses públicos, de modo que à coletividade é devida a prestação de contas daquilo que se realize, sendo um direito de todos o acesso a tais informações, inclusive para efeitos de controle de atuação estatal.

Page 93: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 93

Assim, a publicidade somente será excepcionada nos casos de imperativo de segurança nacional ou de sigilo à intimidade e vida privada.

Gabarito: Certo.

91. (JUIZ FEDERAL – TRF 2ª REGIÃO – CESPE/2009) De acordo com o princípio da publicidade, os atos administrativos devem ser publicados necessariamente no Diário Oficial, não tendo validade a mera publicação em boletins internos das repartições públicas.

Comentário:

Como destacado, alguns atos exigem publicidade mais ampla, devendo ser publicado em jornal de grande circulação e no Diário Oficial (exemplo: licitações na modalidade concorrência). Outros atos, no entanto, não exigem publicidade ampla, podendo ser publicados em boletim interno da Administração, tal como férias de servidores, concessão de licenças etc.

Gabarito: Errado.

92. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O princípio da publicidade é um requisito formal dos atos administrativos, contratos e procedimentos, pois apenas a partir da publicação por instrumentos oficiais de divulgação, a exemplo dos diários oficiais, é que tais ações tornam-se transparentes e efetivas.

Comentário:

Então, é mera repetição da anterior. Ou seja, os atos administrativos, como regra, são válidos quando publicados em instrumentos oficiais, sejam em boletim interno ou em Diário Oficial.

No entanto, também é possível dar-lhes validade, de modo a observar a transparência e torná-los efetivos, por meio de publicação em instrumentos que não tenham o caráter de oficiais, tal como jornal de grande circulação ou colocação em local acessível da Administração.

Page 94: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 94

Gabarito: Errado.

93. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) Diferentemente do princípio da legalidade, o princípio da publicidade possui exceções, quando se refere, por exemplo, à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas.

Comentário:

De fato, como já observamos, o princípio da publicidade pode ser excepcionado, diante de situações que requeiram o sigilo, tal como em razão de imperativos de segurança nacional e em razão da intimidade, vida privada, honra e imagem.

Gabarito: Certo.

94. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2009) Com base no princípio da eficiência e em outros fundamentos constitucionais, o STF entende que viola a Constituição a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas.

Comentário:

O Supremo Tribunal Federal tem entendimento no sentido de que a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, para cargos comissionados ou funções de confiança, ou, ainda, de função gratificada, constitui-se em nepotismo, situação violadora dos princípios da impessoalidade, moralidade e eficiência.

Page 95: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 95

Ressalte-se, ademais, que a Suprema Corte entende que a vedação se estende ao denominado nepotismo cruzado, ou seja, a nomeação de parentes de outra autoridade para ocupar cargos comissionados ou funções de confiança a fim de que esta venha nomear, de igual forma, parentes daquele na tentativa de fugir a tal controle.

Por exemplo, imaginemos um Ministro de um Tribunal Superior nomeando como assessores filhos de um Deputado Federal. E, este, por sua vez, tenha nomeado para cargo comissionado em seu gabinete, filhos do referido Ministro. Essa situação configura o nepotismo cruzado, é também é vedada, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal.

Esse entendimento foi consagrado no julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal na ADC 12, da relatoria do Min. Carlos Brito, no qual se formulara pedido de declaração de constitucionalidade da Resolução nº 7/2005, do Conselho Nacional de Justiça, conforme veiculado no Informativo 516, assim sintetizado:

(...)

O Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação declaratória

de constitucionalidade proposta pela Associação dos Magistrados do

Brasil - AMB para declarar a constitucionalidade da Resolução 7/2005,

do Conselho Nacional de Justiça – CNJ — que veda o exercício de

cargos, empregos e funções por parentes, cônjuges e companheiros

de magistrados e de servidores investidos em cargos de direção e

assessoramento, no âmbito do Poder Judiciário —, e emprestar

interpretação conforme a Constituição a fim de deduzir a função de

chefia do substantivo “direção”, constante dos incisos II, III, IV e V do

art. 2º da aludida norma.

(...)

No mérito, entendeu-se que a Resolução 7/2005 está em sintonia com

os princípios constantes do art. 37, em especial os da impessoalidade,

da eficiência, da igualdade e da moralidade, que são dotados de

eficácia imediata, não havendo que se falar em ofensa à liberdade de

nomeação e exoneração dos cargos em comissão e funções de

confiança, visto que as restrições por ela impostas são as mesmas

previstas na CF, as quais, extraídas dos citados princípios, vedam a

prática do nepotismo.

(...)

Page 96: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 96

A Resolução nº 07 do CNJ estabeleceu como sendo nepotismo as seguintes práticas:

a) o exercício de cargo comissionado ou de função gratificada por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau;

b) o exercício de cargos em comissão, ou de funções gratificadas, por cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de dois ou mais magistrados, ou de servidores investidos em cargos de direção ou de assessoramento, em circunstâncias que caracterizem ajuste para burlar a regra da vedação do nepotismo, mediante reciprocidade nas nomeações ou designações (nepotismo cruzado);

c) o exercício de cargo em comissão ou de função gratificada por cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, de qualquer servidor investido em cargo de direção ou de assessoramento;

d) a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos membros ou juízes vinculados, bem como de qualquer servidor investido em cargo de direção ou de assessoramento;

e) a contratação, em casos excepcionais de dispensa ou inexigibilidade de licitação, de pessoa jurídica da qual sejam sócios cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, dos respectivos membros ou juízes vinculados, ou servidor investido em cargo de direção e de assessoramento.

No entanto, conforme a resolução do CNJ, fica excepcionada da regra da vedação ao nepotismo as nomeações ou designações de servidores ocupantes de cargo de provimento efetivo das carreiras judiciárias, admitidos por concurso público, observada a compatibilidade do grau de escolaridade do cargo de origem, ou a compatibilidade da atividade que lhe seja afeta e a complexidade inerente ao cargo em comissão a ser

Page 97: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 97

exercido, além da qualificação profissional do servidor, vedada, em qualquer caso, a nomeação ou designação para servir subordinado ao magistrado ou servidor determinante da incompatibilidade.

No caso de contratação temporária, a vedação não se aplica quando a contratação houver sido precedida de regular processo seletivo, em cumprimento de preceito legal.

Por fim, devemos observar que, de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, essas vedações se aplicam não só ao Judiciário, mas ao Executivo e Legislativo, conforme súmula vinculante nº 13, assim expressa:

SÚMULA VINCULANTE nº 13 - A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 3º grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal

Por fim, é de se observar que referida vedação não se aplica para os chamados cargos de natureza especial, preenchidos por agentes políticos, não estando, portanto, submetidos à vedação estabelecida pelo STF acerca do nepotismo, conforme entendimento veiculado no Informativo 516 ao julgar a ADC 12.

Assim, atendidos aos requisitos legais, pode, por exemplo, Governador nomear para ocupar cargo de natureza política, ou seja, Secretário de Estado, seu parente.

Não poderá ser nomeado para cargo comissionado ou função de confiança, entendendo o STF, no entanto, que essa vedação não se aplica aos cargos ocupados por agentes políticos.

Gabarito: Certo.

Page 98: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 98

95. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2009) Considere que Platão, governador de estado da Federação, tenha nomeado seu irmão, Aristóteles, que possui formação superior na área de engenharia, para o cargo de secretário de estado de obras. Pressupondo-se que Aristóteles atenda a todos os requisitos legais para a referida nomeação, conclui-se que esta não vai de encontro ao posicionamento adotado em recente julgado do STF.

Comentário:

Então, percebeu! Acabei de dizer isso. Para o Supremo Tribunal Federal a vedação ao nepotismo não se aplica quando temos dois cargos políticos e uma autoridade nomeia para ocupar outro cargo de igual natureza, um parente seu.

INFORMATIVO Nº 537 TÍTULO: Nepotismo e Conselheiro de Tribunal de Contas - 1 PROCESSO: Rcl - 6702 ARTIGO Por vislumbrar ofensa à Súmula Vinculante 13 (“A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”), o Tribunal deu provimento a agravo regimental interposto contra decisão que indeferira pedido de liminar em reclamação ajuizada contra decisão de 1º grau que, no bojo de ação popular movida pelo reclamante, mantivera a posse do irmão do Governador do Estado do Paraná no cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas local, para o qual fora por este nomeado. Asseverou-se, de início, que o caso sob exame apresentaria nuances que o distinguiriam da situação tratada no julgamento do RE 579951/RN (DJE de 24.10.2008), na qual se declarara que a prática do nepotismo no âmbito dos três Poderes da República afronta à Lei Maior, e, ressaltando-se a diferença entre cargo estritamente

Page 99: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 99

administrativo e cargo político, reputara-se nulo o ato de nomeação de um motorista e hígido o do Secretário Municipal de Saúde, não apenas por se tratar de um agente político, mas por não ter ficado evidenciada a prática do nepotismo cruzado, nem a hipótese de fraude à lei. Esclareceu-se, no ponto, que, em 24.6.2008, o Presidente do Tribunal de Contas daquela unidade federada encaminhara ofício ao Presidente da Assembléia Legislativa, informando a vacância de cargo de Conselheiro, em decorrência de aposentadoria, a fim de que se fizesse a seleção de um novo nome, nos termos dos artigos 54, XIX, a e 77, § 2º, da Constituição estadual. O expediente fora lido em sessão no mesmo dia em que recebido, mas protocolizado no dia subseqüente. Neste dia, a Comissão Executiva da Assembléia Legislativa editara o Ato 675/2008, abrindo o prazo de 5 dias para as inscrições de candidatos ao aludido cargo vago, além de estabelecer novas regras para o procedimento de escolha e indicação da Casa, em especial para transformar a votação de secreta em nominal, segundo uma única discussão. Destacou-se que tal ato fora publicado em jornal no Diário da Assembléia somente em 9.7.2008, e que, no mesmo dia, em Sessão Especial Plenária, os Deputados Estaduais integrantes da Assembléia Legislativa elegeram o irmão do Governador para ocupar o cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas, tendo o Governador, no dia 10.7.2008, assinado o Decreto 3.041, que aposentou o anterior ocupante do cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas estadual, o Decreto 3.042, que exonerou o irmão do cargo de Secretário do Estado da Educação, e o Decreto 3.044, que o nomeou para exercer o mencionado cargo de Conselheiro. Rcl 6702 AgR-MC/PR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 4.3.2009. (Rcl-6702)

Gabarito: Certo

96. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) O princípio da razoabilidade impõe à administração pública a adequação entre meios e fins, não permitindo a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

Comentário:

Page 100: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 100

Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade não estão expressos no texto Constitucional, porém deve toda conduta administrativa ser pautada por eles, de modo que haja adequação, coerência entre os meios e os fins.

Com efeito, a razoabilidade dá essa idéia de equilíbrio, de adequação da conduta administrativa, não podendo haver imposição de obrigação, restrição ou sanção em medida superior àquela que corresponda ao atendimento ao interesse público, conforme dispõe o art. 2º, parágrafo único, inciso VI, da Lei nº 9.784/99:

VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

Gabarito: Certo.

3ª PARTE – PODERES ADMINISTRATIVOS

Antes de começarmos essa 2ª parte, deixe-me fazer uma breve consideração acerca dos poderes administrativos.

Então, observem que o ordenamento jurídico confere à Administração Pública e aos agentes públicos um conjunto de prerrogativas, denominados de poderes (poderes públicos), e deveres administrativos, em decorrência, como já sabemos, do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade desse interesse.

Assim, para o exercício de suas funções e consecução dos fins públicos, a Administração é detentora de certas prerrogativas especiais de direito público. Tais prerrogativas, como disse, denominam-se poderes administrativos.

Nesses termos, por ser esse poder administrativo outorgado aos agentes públicos no sentido de que cumpram suas atribuições voltadas ao atendimento do interesse coletivo, pode-se enumerar duas características básicas: são irrenunciáveis e devem ser obrigatoriamente exercidos.

Page 101: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 101

Em razão desse duplo aspecto, os poderes administrativos impõem ao administrador o exercício das prerrogativas e vedam a inércia, eis que o exercício dessas prerrogativas é obrigatório tendo em vista o atendimento dos anseios coletivos.

Assim, enquanto o particular como titular de uma prerrogativa tem a faculdade de exercê-la, o administrador tem o poder-dever de agir. Por isso, o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello diz que se trata de um dever e não um poder, ou seja, seria para ele um dever-poder.

Com efeito, quando esses poderes estão sendo utilizados de forma normal, ou seja, nos limites da lei, observando seus fins, diz-se que há o uso do poder. De outro lado, quando há o uso anormal, ou seja, fora dos limites legais ou não observando os fins estabelecidos, ocorre o chamado abuso de poder.

Assim, o uso do poder é a utilização normal das prerrogativas públicas. E o abuso de poder é , c o n f o r m e l i ç ã o d e d o s S a n t o s C a r v a l h o F i l h o “a conduta ilegítima do administrador, quando atua fora dos objetivos expressa e implicitamente traçados na lei” .

Por isso, podemos constatar que o poder administrativo pode sofrer de vício de duas espécies, sendo: por excesso ou por desvio de poder.

Ocorre o excesso de poder quando o agente atua fora dos limites da competência que lhe foi atribuída, ou seja, extrapola os limites de sua competência ou invade competência que não é sua. Significa dizer que o agente não tem competência para praticar o ato.

O desvio de poder ocorre quando o agente, muito embora seja competente, atua em descompasso com a finalidade estabelecida em lei para a prática de certo ato, ou seja, aqui o agente tem competência, porém a utiliza para alcançar fins que não os queridos pela norma.

Por isso, o desvio de poder também é conhecido como desvio de finalidade, ou seja, conduta do agente público que dá finalidade ao ato administrativo diverso daquele previsto na lei.

Exemplo: Diretor de um órgão ou entidade que no sentido de punir, perseguir, subordinado o remove para comarca distinta da sua sede. Ora,

Page 102: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 102

ele teria competência para remover servidores, toa não o faz para atender ao interesse público, mas por sentimento pessoal de vingança.

Tanto quando há excesso de poder ou desvio de poder diz-se que houve abuso de poder. Assim agindo, o agente comete ilícito administrativo (além de ilícito penal, Lei nº 4.898/65), visto que o abuso de poder afronta o princípio da legalidade, sujeitando-se, portanto, ao controle administrativo (autotutela) ou judicial (mandado de segurança, por exemplo).

Diante disso, podemos definir poderes administrativos como o conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins, conforme lição de dos Santos Carvalho Filho.

Ademais, esse conjunto de prerrogativas conferidas aos agentes administrativas pode ser distinguido sob vários aspectos. Sendo, portanto, possível indicar as seguintes modalidades: a) poder discricionário/vinculado; b) poder regulamentar; c) poder de polícia; d) poder hierárquico; e) poder disciplinar.

É certo, no entanto, que parte considerável da doutrina tem entendimento de que o poder discricionário/vinculado não seria um poder em si, mas atributo de outros poderes, ou seja, estaria inserido em outros poderes, na realização dos atos concernentes a algumas atividades.

Vamos às questões para aprofundarmos um pouco mais.

97. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Há excesso de poder quando o agente público decreta a remoção de um servidor não como necessidade do serviço, mas como punição.

Comentário:

Como salientei, ocorre o abuso de poder quando há uma conduta ilegítima do agente público, seja por extrapolar os limites de sua competência (excesso de poder), seja por usar sua competência para finalidade diversa daquele visada pela norma (desvio de poder ou de finalidade).

Page 103: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 103

Assim, tendo em vista que o excesso ou desvio dizem respeito mais especificamente a elementos do ato administrativo, vamos estudar tais vícios de forma mais abrangente lá.

De toda sorte, há desvio de poder e não excesso quando o agente decreta a remoção como medida punitiva, já que utiliza sua competência não para atender a finalidade pública, mas para outros fins.

Gabarito: Errado.

98. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O poder vinculado não existe como poder autônomo; em realidade, ele configura atributo de outros poderes ou competências da administração pública.

Comentário:

É importante percebemos o seguinte: Quando a lei não traça todos os parâmetros para atuação do agente administrativo, cabendo-lhe avaliar a conveniência e oportunidade dos atos que intenciona praticar, dando margem para valoração dessa conduta, configura-se o poder discricionário, ou seja, poder do agente de decidir acerca da conveniência e oportunidade em atuar, por exemplo.

Assim, poder discricionário é o poder concedido ao agente público que mensurando a conveniência e oportunidade, diante de mais de uma ou várias condutas possíveis, elege aquela que melhor atenda ao interesse público.

Entenda que a conveniência diz respeito às condições para exercício do poder. E, a oportunidade refere-se ao momento em que ele deve ser praticado.

Assim, tome como exemplo, a necessidade de a Administração adquirir material de consumo (caneta, papel etc). A lei determina que seja licitado, mas o momento (oportunidade) e as condições (conveniência) para tanto será definida pelo administrador, com base no seu planejamento administrativo.

Page 104: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 104

Vê-se que o poder discricionário encontra-se dentro dos limites permitidos ou estabelecidos pela própria lei. No entanto, em que pese essa abertura, o poder discricionário possui limitação, de modo que pode sofrer controle administrativo e judicial, por excessos, desvios ou mesmo por ilegalidades, bem como, no seu mérito, pela própria Administração Pública.

Com efeito, no âmbito da discricionariedade deve-se observar a adequação da conduta ao alcance da finalidade (razoabilidade / proporcionalidade) expressa em lei.

Discute-se se é possível o controle judicial dos atos praticados com base no poder discricionário.

Nesse sentido, com base nos limites impostos é permitido que o Poder Judiciário afira a legalidade e razoabilidade do ato, vedando-se, tão só, se imiscuir nos critérios de conveniência e oportunidade que foram firmados com base nos parâmetros legais, salvo se tais critérios são abusivos / excessivos, desproporcionais (ilegais, então).

Esse é o entendimento do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO - MANDADO DE SEGURANÇA - AUSÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO - SOBREPOSIÇÃO DE ÁREAS - LICENCIAMENTO AMBIENTAL - EXPLORAÇÃO DE FLORESTAS - DISPUTA POSSESSÓRIA - MÉRITO DE ATO ADMINISTRATIVO - EXAME DE LEGALIDADE. 1. Age com discricionariedade Secretário Estadual de meio ambiente que, amparado por atos normativos, suspende procedimentos administrativos e revê licenças e autorizações ambientais por motivo de disputa judicial possessória quanto à sobreposição de área em que se encontram os recursos florestais. 2. Ausência de direito líquido e certo decorrente da falta de demonstração da titularidade de domínio e posse da área tida como sobreposta pela autoridade coatora. 3. Não cabe ao Poder Judiciário, salvo em caso de ilegalidade, defeito de forma, abuso de autoridade ou teratologia, adentrar no mérito do ato administrativo revendo o juízo de

Page 105: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 105

conveniência e oportunidade da autoridade tida como coatora. 4. Recurso ordinário não provido. (RMS 25.267/MT, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/05/2009, DJe 09/06/2009)

É preciso salientar, ademais, que todos os atos administrativos são passíveis de controle judicial. Os atos discricionários, no entanto, podem sofrer controle acerca dos seus elementos vinculados que estarão previstos na norma, bem como nos elementos discricionários quanto à razoabilidade e proporcionalidade (limites da legalidade).

A discricionariedade está baseada nos limites legais, de modo que não há discricionariedade contra legem, ou seja, contrária ao direito, à lei, pois configuraria prática arbitrária.

Não se deve, outrossim, confundir a discricionariedade com concei-tos jurídicos indeterminados.

Conceitos jurídicos indeterminados, conforme explica dos Santos Carvalho Filho, são termos ou expressões contidos em normas jurídicas, que, por não terem exatidão em seu sentido, permitem que o intérprete ou o aplicador possam atribuir certo significado, mutável em função da valoração que se proceda diante dos pressupostos da norma. É que sucede com expressões do tipo ‘ordem pública’, ‘bons costumes’, ‘interesse público’, ‘segurança nacional’.

Significa dizer que conceitos jurídicos indeterminados são expressões previstas no âmbito da norma, que não foram definidas, determinado seu alcance, cabendo ao aplicador, intérprete, determinar seu sentido. (Ex. Manifestação de apreço ou desapreço, boa-fé, moralidade administrativa etc).

Claro, no entanto, que há certa margem de discricionariedade em certos conceitos jurídicos indeterminados.

A discricionariedade reside no campo da aplicação da norma, de forma que permite ao administrador, dentro da margem legal, observando a oportunidade e conveniência, ponderar os interesses concorrentes dando

Page 106: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 106

prevalência ao que melhor atenda ao fim perseguido.

Diz-se, de outro lado, que o poder é vinculado ou regrado quando a lei define todos os elementos e requisitos necessários à prática de ato inerente ao poder conferido à Administração.

Assim, para alguns doutrinadores, tais poderes (vinculado e discricionário) não seriam propriamente poderes, mas atributos de outros. Nesse sentido é o entendimento da Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, para quem os poderes discricionários e vinculados “não existem como poderes autônomos; a discricionariedade e a vinculação são, quando muito, atributos de outros poderes ou competências administrativas”.

Para a professora Di Pietro só existiria os poderes normativo, disciplinar, hierárquico e de polícia.

Gabarito: Certo.

99. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) Não há que se confundir a discricionariedade do administrador em decidir com base nos critérios de conveniência e oportunidade com os chamados conceitos indeterminados, os quais carecem de valoração por parte do intérprete diante de conceitos flexíveis. Dessa forma, a discricionariedade não pressupõe a existência de conceitos jurídicos indeterminados, assim como a valoração desses conceitos não é uma atividade discricionária, sendo passível, portanto, de controle judicial.

Comentário:

Como ressaltado, não se deve confundir a discricionariedade com conceitos jurídicos indeterminados.

Os conceitos jurídicos indeterminados são termos ou expressões contidos em normas jurídicas, que não foram definidos com exatidão, carecendo de interpretação, valoração. (Ex: “bem comum”, “boa-fé”, “decoro” etc).

A discricionariedade é a atuação com liberdade, ou seja, com possibilidade de se avaliar, analisar, as opções que se apresentam, e, dentro da margem

Page 107: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 107

legal, definir sob o aspecto da oportunidade e conveniência da realização do ato que melhor atenda o fim perseguido.

Importante, no entanto, destacar que existem autores que entendem que há discricionariedade quando a lei utiliza os conceitos jurídicos indeterminados, sobretudo, quando há essa indefinição acerca do alcance do instituto.

Por exemplo, saber o que é boa-fé todo mundo sabe, mas defini-la exatamente, não. Então haveria um núcleo comum, mas dentro desse núcleo uma margem de mutação de sentido, no que se aplicaria uma interpretação, uma integração do alcance.

Toa, mesmo diante dessa situação , não se pode confundir uma coisa com outra.

Gabarito: Certo.

100. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – CESPE/2008) No exercício do poder hierárquico, os agentes públicos têm competência para dar ordens, rever atos, avocar atribuições, delegar competência e fiscalizar.

Comentário:

Inicialmente temos que entender que na Administração há uma hierarquia funcional, ou seja, uma relação de subordinação existente entre os vários órgãos e agentes.

Assim, tendo em vista essa hierarquia, é concedida a prerrogativa da Administração, ou do administrador, de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas.

Esses atributos também chamados de poderes de comando, de fiscaliza-ção, de revisão, de delegação e de avocação da atividade administrativa.

Por isso é que se diz que do poder hierárquico decorrem as faculdades implícitas para o superior, tais como a de dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, a de delegar e avocar atribuições e a de rever atos dos subalternos.

Page 108: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 108

Trata-se, como destacado, de uma relação de subordinação entre os vários órgãos e agentes componentes de uma estrutura administrativa.

Não se deve, no entanto, confundir subordinação com vinculação administrativa. A subordinação decorre do poder hierárquico e desta a autotutela. A vinculação resulta do poder de supervisão ministerial (tutela) sobre a entidade vinculada e é exercida nos limites legais, não retirando a autonomia administrativa da entidade.

Gabarito: Certo.

101. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – CESPE/2008) O funcionamento racional da estrutura administrativa pressupõe uma configuração interna embasada em relações que assegurem coordenação entre as diversas unidades que desenvolvem a atividade administrativa.

Comentário:

Então, não é exatamente o que acabamos de verificar? Pois é, lembre-se que o poder hierárquico traduz a idéia de escalonamento, distribuição de funções dentro da estrutura administrativa, estando cada camada unida por uma sincronia coordenada, ou seja, dentro de uma estrutura orgânica em que os órgãos e agentes funcionam coordenadamente.

É que a Administração, cada um de seus entes e entidades, internamente, deve funcionar de forma entrosada, harmoniosa, sob pena de falência do próprio Estado.

Gabarito: Certo.

102. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Do poder hierárquico decorre a possibilidade de os agentes públicos delegarem suas competências, devendo haver sempre responsabilização do delegante pelos atos do delegado, por agirem em seu nome.

Page 109: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 109

Comentário:

Como ressaltei, do poder hierárquico decorrem os poderes implícitos para dar ordens, fiscalizar seu cumprimento, de delegar e avocar atribuições e, ainda, de rever atos dos subalternos.

No entanto, o delegante somente responde pelos atos do delegado exercidos nos limites daquilo que foi delegado, ou seja, se o agente delegado extrapolou tais limites, ele é quem responderá e não o delegante.

Gabarito: Errado.

103. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) A hierarquia é atribuição exclusiva do Poder Executivo, que não existe na esfera do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, pois as funções atribuídas a esses últimos poderes são apenas de natureza jurisdicional e legiferante.

Comentário:

Devemos sempre lembrar que os Poderes Legislativo e Judiciário, além de suas funções típicas, possuem funções atípicas e dentre estas temos a função administrativa.

Não só o Poder Executivo é a Administração Pública, pois conforme estabelece o art. 37, caput, da CF/88, temos a Administração Pública do três Poderes.

Assim, o poder hierárquico, observando no âmbito da função administrativa, é também observado na atuação dos Poderes Legislativo e Judiciário, quando realizam tal função, podendo, portanto, delegar ou avocar atribuições.

Gabarito: Errado.

104. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O regimento interno de um órgão é fruto do exercício do poder hierárquico desse órgão.

Page 110: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 110

Comentário:

Conforme se pode perceber, o poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas internamente. Teríamos, portanto, atividade no sentido de dar ordens, fiscalizar seu cumprimento, controlar a realização dos atos, bem como revê-los etc.

Então, tais poderes ou atribuições são ditadas ou direcionadas à pessoas determinadas, ou seja, àqueles que estejam na linha de subordinação, sendo expedido por meio de ordens de serviços, por exemplo instruções, portarias etc.

Assim, tal poder não enseja a elaboração de normas que regulamentem a atuação dos órgãos ou suas funções, mas a atuação de seus agentes subordinados, seja por atos concretos (portarias, ordem de serviço) ou mesmo gerais (instruções).

Por isso, a expedição de regimento interno em dado órgão, por se trata de ato geral e abstrato a regular a funcionalidade do órgão, ou seja, seu funcionamento, muito embora deva ser observados pelos agentes, não é emanação do poder hierárquico, mas do poder normativo.

Gabarito: Errado.

105. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – CESPE/2008) O poder de direção das entidades políticas se manifesta pela capacidade de orientar as esferas administrativas inferiores, o que se faz por meio de atos concretos ou normativos de caráter vinculante.

Comentário:

O poder de direção ou comando é o de ordenar, orientar, as atividades administrativas, mediante a expedição de atos gerais e determinações específicas através dos quais, como ressaltamos, são repartidas e escalonadas as funções dos agentes e órgãos públicos, com o objetivo de assegurar seu exercício harmônico e coordenado da função administrativa.

Page 111: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 111

Assim, o poder de direção subjacente ao poder hierárquico será exercido através da expedição de atos normativos que vinculam a atuação do agente em determinadas situações, de modo a realizar certas condutas (instruções) ou por ordens concretas individualizadas (portarias) a fim de que os órgãos inferiores observem o direcionamento dado pelos órgãos de comando.

Por isso, recorde que é dever funcional observar as ordens superiores, somente podendo descumpri-las se forem MANIFESTAMENTE ilegais.

Gabarito: Certo.

106. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AC – CESPE/2008) Considere que a Constituição da República determina que as polícias civis sejam dirigidas por delegados de polícia de carreira. Essa determinação confere aos delegados poder hierárquico e poder disciplinar sobre os servidores da polícia civil que lhes são subordinados.

Comentário:

Notadamente, a hierarquia é o poder de comando, de orientação, de coordenação, de fiscalizar.

Então, um agente, um escrivão estaria subordinado ao delegado chefe da respectiva unidade, e demais autoridades dentro da linha hierárquica de subordinação na estrutura organizacional da Polícia, assim como os demais servidores administrativos.

Toa, no caso da organização policial, a atividade correcional, ou seja, o poder disciplinar, como já devem saber, não é dado ao próprio delegado que coordena, que controla, que exerce o comando da unidade, mas à corregedoria.

E, ademais, no tocante aos demais servidores (atividade meio), o poder disciplinar é conferido à autoridade administrativa, conforme organização interna.

Gabarito: Errado.

Page 112: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 112

107. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – CESPE/2008) Devido ao sistema hierarquizado da administração pública, torna-se possível a esta distribuir a legitimidade democrática do governo a todas as esferas administrativas.

Comentário:

Então, questão filosófica não é? É simples! Quer dizer simplesmente que se pode distribuir as funções administrativas, no âmbito interno, e possibilitar a ampla participação dos servidores no processo de condução da Administração Pública.

É óbvio que sim. Ou seja, a Administração Pública não é um quartel em que os soldados não podem manifestar seus pensamentos, suas idéias.

Ora, vivemos num ambiente democrático, de participação, que se exige do servidor, não só o dever de cumprir as ordens emanadas, mas de participar da condução da máquina estatal, apresentando idéias, sugestões, tecendo críticas, ou seja, construindo uma Administração melhor.

De outro lado, já não há mais espaço para chefes ou dirigentes que entendem que somente ele, por ser quem está na condução do órgão ou entidade, é que pode pensar.

O verdadeiro líder é aquele que sabe ouvir, e tomar as decisões adequadas, sempre consultando seus pares.

Gabarito: Certo.

108. (EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) No exercício do poder regulamentar, a administração não pode criar direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, devendo limitar-se a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai ser cumprida.

Comentário:

Page 113: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 113

Poder regulamentar é a prerrogativa conferida, em especial, ao Chefe do Executivo para editar atos gerais visando dar aplicabilidade à lei.

Trata-se de poder no sentido de praticar atos de natureza derivada, ou seja, tendo em vista complementar o alcance da lei. Assim, tal poder formaliza-se por meio de decretos e regulamentos (vide art. 84, IV, CF/88).

Conforme dos Santos Carvalho Filho (2006:46), o poder regulamentar é subjacente à lei e pressupõe a existência desta. É com esse enfoque que a Constituição autorizou o Chefe do Executivo a expedir decretos e regulamentos: viabilizar a efetiva execução das leis.

O poder regulamentar deve observar, assim, as balizas legais, de modo que não pode contrariar a lei sob pena de ser inválido. Nesse tocante, cabe ao Congresso Nacional sustar os atos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar (art. 49, V, CF/88), além da possibilidade de sofrer o controle judicial.

É bom esclarecer que a doutrina assenta a possibilidade de duas espécies de decretos ou regulamentos. Os denominados regulamentos de execução e os regulamentos autônomos.

Os regulamentos de execução ou decreto regulamentar, no âmbito brasileiro, estariam previstos no art. 84, IV, CF/88 quando menciona que cabe ao Presidente editar atos para a fiel execução das leis.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;

Os chamados decretos autônomos tutelariam situações não previstas em lei, as quais a Constituição possibilitou o uso de decreto para então regulá-la, conforme prevê o art. 86, inc. VI, alíneas “a” e “b” da CF/88.

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI - dispor, mediante decreto, sobre: (Redação dada pela Emenda

Constitucional nº 32, de 2001) a) organização e funcionamento da administração federal,

Page 114: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 114

quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº

32, de 2001) b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Fala-se, ainda, em poder regulatório ou normativo, conferido por exemplo às Autarquias reguladoras (agências reguladoras), ao Conselho Nacional de Justiça, ao CADE, ao Conselho Monetário Nacional, dentre outros órgãos e entidades da Administração.

É certo, no entanto, que o poder normativo ou regulatório não é poder de inovar na ordem jurídica, está calcando em pormenorizar tecnicamente os aspectos legais (o que se tem chamado de discricionariedade técnica), conforme a expedição de Instruções Normativas por uma Agência, quanto à edição de um Regimento Interno por um Tribunal ou Resolução do CNJ.

Dessa forma, o poder regulamentar ou o regulatório (normativo) não pode ultrapassar os limites da lei, criando situação jurídica não tutelada na norma, ou seja, deve apenas esclarecer, explicitar, pormenorizar, viabilizar a operacionalidade técnica da lei.

Gabarito: Certo.

109. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Decorrente diretamente do denominado poder regulamentar, uma das características inerentes às agências reguladoras é a competência normativa que possuem para dispor sobre serviços de suas competências.

Comentário:

Como acabei de dizer, tem-se como expressão do poder regulamentar, sob aspecto geral ou mais amplo, a existência do poder regulatório ou normativo, conferido por exemplo às Autarquias reguladoras (agências reguladoras), ao Conselho Nacional de Justiça, ao CADE, ao Conselho Monetário Nacional, dentre outros órgãos e entidades da Administração.

Como ressaltado, o poder regulamentar ou o regulatório (normativo) não

Page 115: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 115

pode ultrapassar os limites da lei, criando situação jurídica não tutelada na norma, ou seja, deve apenas esclarecer, explicitar, pormenorizar, viabilizar a operacionalidade técnica da lei.

Gabarito: Certo.

110. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) O poder regulamentar formaliza-se por meio de decretos e regulamentos. Nesse sentido, as instruções normativas, as resoluções e as portarias não podem ser qualificadas como atos de regulamentação.

Comentário:

Poder regulamentar, como ressaltado, é a prerrogativa conferida, em especial, ao Chefe do Executivo para editar atos gerais visando dar aplicabilidade à lei que, como regra, formaliza-se por meio de decretos e regulamentos.

T o a , c o m o o b s e r v a d o , h á n o â m b i t o d o p o d e r r e g u l a m e n t a r o denominado poder normativo, atribuído a órgãos ou entidades da Administração, para regulamentar os aspectos técnicos de seus serviços ou área de regulação, que é formalizado por meio de Instruções normativas, resoluções ou portarias gerais.

Gabarito: Errado.

111. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à administração pública de editar atos de caráter geral que visam complementar ou alterar a lei, em face de eventuais lacunas e incongruências.

Comentário:

Como bem destaca o Prof. dos Sant os Carvalho Filho (2006:46), o poder regulamentar é subjacente à lei e pressupõe a existência desta. Trata-se de poder no sentido de praticar atos de natureza derivada, ou seja, tendo em

Page 116: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 116

vista complementar o alcance da lei.

Assim, o poder regulamentar é poder conferido no sentido de esclarecer, explicitar, detalhar o alcance da norma, nunca no sentido de preencher lacunas ou corrigir incongruências. Pois tal tarefa é dada ao intérprete, utilizando instrumentos de aplicação da lei, tal como a analogia, os princípios gerais de direito, ou ao próprio legislador na formulação de novas leis.

Gabarito: Errado.

112. (PROCURADOR MUNICIPAL – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) Com o estado de direito, passou-se a afirmar a existência de uma função de natureza administrativa cujo objeto é a proteção do bem-estar geral, mediante a regulação dos direitos individuais, expressa ou implicitamente reconhecidos no sistema jurídico. Nesse contexto, o poder público, além de impor certas limitações, emite atos preventivos de controle, aplica penalidades por eventuais infrações e, em determinados contextos, exerce coação direta em face de terceiros para preservar interesses sociais. Raquel M. U. de Carvalho. Curso de direito administrativo. Salvador: Juspodivum, 2008, p. 327 (com adaptações). Trata-se, portanto, do poder de normativo.

Comentário:

Como vimos, o poder normativo ou regulatório é poder de explicitar tecnicamente como será a aplicabilidade de uma norma, ou seja, como deve ser observada, como deve ser cumprida na realização ou desenvolvimento técnico de atividades ou exercício de profissão.

No entanto, quando o poder público, além de impor certas limitações, emite atos preventivos de controle, aplica penalidades por eventuais infrações e, em determinados contextos, exerce coação direta em face de terceiros para preservar interesses sociais, está atuando no exercício do poder de polícia.

Atentemos para o fato de que o poder normativo ou regulatório não enseja a aplicação de sanções ou penalidades, estas são decorrências ou do poder disciplinar (quando há vínculo com a Administração) ou do poder de

Page 117: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 117

polícia, quando a Administração ou o Estado atuará restringindo, limitando direitos e liberdades individuais.

Gabarito: Errado.

113. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) O ato normativo do Poder Executivo que contenha uma parte que exorbite o exercício de poder regulamentar poderá ser anulado na sua integralidade pelo Congresso Nacional.

Comentário:

Como disse, o poder regulamentar deve observar as balizas legais, de modo que não pode contrariar a lei sob pena de ser inválido.

Nesse tocante, cabe ao Congresso Nacional sustar os atos do Poder Executivo que exorbitem o poder regulamentar, conforme estabelece o art. 49, inc. V, CF/88, assim expresso:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa;

Dessa forma, o Congresso somente poderá sustar o ato normativo no que extrapolar ou exorbitar o poder regulamentar, ou seja, somente a parte que excede os limites do poder regulamentar ou da delegação legislativa conferidos ao Poder Executivo.

Gabarito: Errado.

114. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) As sanções impostas aos particulares pela administração pública são exemplos de exercício do poder disciplinar.

Comentário:

Page 118: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 118

O poder disciplinar é a faculdade conferida à Administração Pública no sentido de punir no âmbito interno os ilícitos funcionais de seus agentes, bem como de outras pessoas ou órgãos sujeitos à disciplina da Administração.

É importante percebemos que o poder disciplinar é uma decorrência do poder hierárquico (poder de controle), não se confundindo no entanto, na medida em que o poder hierárquico induz à idéia de escalonamento de funções e subordinação entre os diversos graus de hierarquia interna, ou seja, dos órgãos.

Então, o poder disciplinar é o poder, em razão do controle e fiscalização do exercício de certas funções ou atividades, de responsabilizar o agente, órgão ou entidade, por ilícitos cometidos.

Observar, portanto, que o poder disciplinar pode incidir sobre agentes públicos (regime disciplinar) ou mesmo sobre entidades privadas que mantenham vínculo com a Administração (contratadas, por exemplo).

No entanto, se não houver nenhum vínculo com a Administração, não poderá incidir o poder disciplinar.

Com efeito, conforme menciona a Prof. Raquel Melo Urbano, “esclareça-se que o poder disciplinar não abrange as sanções impostas a terceiros estranhos ao quadro de pessoal do Poder Público. Particulares que não foram investidos em cargos, empregos ou funções públicas não estão sujeitos à disciplina punitiva da Administração”.

Significa dizer que se o particular não tem qualquer vínculo com a Administração (funcional ou contratual, por exemplo), não poderá sofrer sanção em razão do poder disciplinar da Administração, mas poderá em razão do poder de polícia (fiscalização de atividade etc).

Lembre-se, no entanto, se esse particular tiver algum vínculo com o Estado (contrato de prestação de serviço, concessionário, permissionário) sofrerá sanção disciplinar (multa, advertência, suspensão etc), e se não tiver qualquer vínculo somente poderá sofrer sanção decorrente do poder de polícia.

Gabarito: Errado.

Page 119: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 119

115. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2009) O poder de a administração pública impor sanções a particulares não sujeitos à sua disciplina interna tem como fundamento o poder disciplinar.

Comentário:

De acordo com o que verificamos, com base no poder disciplinar, a Administração Pública poderá aplicar sanções aos seus agentes e a terceiros que mantenha vínculo com a Administração.

Toa, o poder disciplinar não alcança particulares que não tenham vínculo com a Administração. Trata-se de poder introverso. De outro lado, aos particulares, não sujeitos à disciplina interna da Administração, se aplica o poder de polícia.

Gabarito: Errado.

116. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) Segundo entendimento do STJ, o poder disciplinado é sempre vinculado, não havendo qualquer espaço de escolha para o administrador, quer quanto à ocorrência da infração, que quanto à pena a ser aplicada, razão pela qual o ato pode ser revisto em todos os aspectos pelo Poder Judiciário.

Comentários:

Diante de um ilícito administrativo não há a discricionariedade de escolher em punir ou não punir, ou seja, deverá incidir o poder disciplinar admoestando as condutas que violem a ordem interna.

Ademais, em que pese a norma disciplinar configurar tipos abertos (ou seja, não estabelece em todos os casos, como na lei penal, penas específicas para os ilícitos administrativos), deve o administrador, sopesando as circunstâncias agravantes e atenuantes, aplicar a penalidade de acordo com as previstas em lei.

Page 120: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 120

Assim, só pelo fato de ter que sopesar, levar em consideração a razoabilidade e proporcionalidade, não quer dizer que se trata de poder discricionário, pois não há margem de liberdade entre punir ou não punir, se existir a violação ao dever funcional, por parte do servidor.

Diante do ilícito, configurado e comprovado, o administrador somente poderá definir qual a pena mais adequada, entre as previstas no ordenamento, nem que seja somente uma advertência escrita, deverá aplicá-la.

Assim, não punir somente é aceitável se a conduta ilícita não tiver configurada ou o agente não a tiver praticado, ou não há provas para condená-lo, conforme entendimento do STJ.

Gabarito Certo.

117. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) Decorre do poder disciplinar do Estado a multa aplicada pelo poder concedente a uma concessionária do serviço público que tenha descumprido normas reguladoras impostas pelo poder concedente.

Comentário:

E aí? Vê o que eu disse.

Quando há uma relação, um vínculo, entre o particular e o Estado há a incidência do poder disciplinar. Acaso não haja esse vínculo, atos punitivos decorrem do poder de polícia.

Por isso, a aplicação de penalidade a uma concessionária de serviço público decorre do poder disciplinar.

É importante lembrarmos que se deve observar, em todos os casos, o contraditório e a ampla defesa, pois são garantias constitucionalmente asseguradas.

Gabarito: Certo.

Page 121: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 121

118. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) No exercício do poder disciplinar, cabe à administração apurar e aplicar penalidades aos servidores públicos e às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.

Comentário:

De fato, como já bem observamos, o poder disciplinar confere à Administração o poder de punir no âmbito interno os ilícitos funcionais de seus agentes, bem como de outras pessoas ou órgãos sujeitos à disciplina da Administração.

Gabarito: Certo.

119. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PE – CESPE/2009) O poder disciplinar, que confere à administração pública a tarefa de apurar a prática de infrações e de aplicar penalidades aos servidores públicos, não tem aplicação no âmbito do Poder Judiciário e do MP, por não haver hierarquia quanto ao exercício das funções institucionais de seus membros e quanto ao aspecto funcional da relação de trabalho.

Comentário:

Em que pese no âmbito do Poder Judiciário e do Ministério Público, no exercícios de suas funções típicas, seus membros atuarem com independência funcional, isso não os coloca à margem do poder punitivo da Administração.

É que tais agentes, enquanto agentes públicos, estão submetidos à disciplina interna da Administração, de modo que podem sofrer sanções administrativas quando violarem suas atribuições legais, existindo, como regra, o órgão de corregedoria que exerce o poder disciplinar.

Gabarito: Errado.

Page 122: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 122

120. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) O poder disciplinar é aquele pelo qual a administração pública apura infrações e aplica penalidades aos servidores públicos e a pessoas sujeitas à disciplina administrativa, sendo o processo administrativo disciplinar obrigatório para a hipótese de aplicação da pena de demissão.

Comentários:

De fato, no âmbito do poder disciplinar a Administração tem poderes para apurar infrações e aplicar penalidades aos seus agentes e demais pessoas sujeitas à disciplina interna, sendo que, no âmbito das infrações administrativa de seus servidores é necessário, para aplicação de penalidade de demissão a abertura de processo administrativo disciplinar.

Gabarito: Certo.

121. (PROCURADOR 3ª CATEGORIA – PGE/CE – CESPE/2008) Atividade da administração pública, expressa em atos normativos ou concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (non facere), a fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo. (Celso Antônio Bandeira de Mello. Curso de direito administrativo. Editora Malheiros. 20.ª ed., p. 787). A definição objeto do fragmento de texto acima se refere ao poder de polícia.

Comentário:

De fato, é justamente essa a definição de poder de polícia dada por Celso Antônio Bandeira de Mello.

Nesse sentido, Hely Lopes Meirelles, define poder de polícia como a faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.

Page 123: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 123

Toa, podemos extrair a definição do poder de polícia, de forma mais abrangente, do Código Tributário Nacional, conforme artigo 78 ao expressar que:

Art. 78. Considera-se poder de polícia a atividade da Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividade econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais e coletivos.

É de se ressaltar que o fundamento do poder de polícia é o princípio da predominância do interesse público sobre o particular, que dá a Administração posição de supremacia sobre os administrados, ou seja, tal prerrogativa é conferida à Administração no sentido de velar, zelar pelo interesse público.

Poder de polícia, em acepção ampla, significa a atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade ajustando-as aos interesses coletivos, compreendo tanto os atos legislativos quanto os atos executivos.

Em sentido estrito corresponde à atividade administrativa que impõe restrições à liberdade e à propriedade, por meio de intervenções abstratas ou concretas da Administração.

Gabarito: Certo.

122. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) O poder de polícia, considerado como a atividade do Estado limitadora do exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público, é atribuído com exclusividade ao Poder Executivo.

Comentário:

O poder de polícia é atividade do Estado que visa limitar, condicionar ou

Page 124: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 124

restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.

Toa, é poder atribuído ao Estado , na sua função administrativa, de modo que não é atividade exclusiva do Poder Executivo.

Gabarito: Errado.

123. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O poder de polícia, regido pelo direito administrativo, é o meio pelo qual a administração pública exerce atividade de segurança pública, seja por meio da polícia civil, seja pela polícia militar, a fim de coibir ilícitos administrativos.

Comentário:

Com efeito, já sabemos que o poder de polícia é atividade que incide sobre bens, atividades ou direitos, ou seja, na restrição, limitação ao exercício destes.

Dessa forma, é possível entender que o poder de polícia poderá ser encontrado em duas áreas, no âmbito da polícia administrativa e o da polícia judiciária.

Porém, não devemos confundir uma coisa com outra, ou seja, a polícia administrativa com a judiciária.

A Polícia Judiciária é a polícia de segurança do Estado, atuando no sentido de manter a ordem e a segurança pública, combatendo a criminalidade, atuando por meio de órgãos de defesa (Polícia Civil e Federal, por exemplo).

Então, podemos dizer que a polícia judiciária tem atuação predominantemente voltada para as pessoas, no combate à criminalidade, à repressão penal, à segurança pública.

A polícia administrativa, por outro lado, não incide sobre pessoas, incide sobre bens, atividades, e liberdades individuais, tanto preventiva quanto repressivamente, ou seja, atua no combate a ilícitos administrativos, anti

Page 125: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 125

sociais, na fiscalização dos diversos setores sociais (comércio, sanitário, meio ambiente etc).

Portanto, enquanto a polícia administrativa é regida pelo Direito Administrativo, a polícia judiciária deve observar as normas de direito criminal (processuais e penais).

Gabarito: Errado.

124. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008). No exercício do poder de polícia, a administração pública está autorizada a tomar medidas preventivas e não apenas repressivas.

Comentário:

Como acabamos de ver, no âmbito do exercício do poder de polícia poderá ser efetivadas medidas de cunho repressivo, quanto de cunho preventivo.

Significa dizer que no exercício da polícia administrativa preventiva a Administração expedirá os atos normativos (regulamentos, portarias etc), ou seja, atos gerais e abstratos, que delimitarão a atividade e o interesse dos particulares em razão do interesse público.

No tocante ao poder de polícia repressivo a Administração irá atuar no sentido de fiscalizar atividades e bens, verificando a existência de infrações às disposições preventivas e punindo as condutas ilícitas administrativas.

No primeiro caso, ou seja, do exercício do poder de polícia preventivo podemos citar a necessidade, por exemplo, de se requerer o alvará de funcionamento para abertura de bares ou restaurantes. No segundo caso, polícia repressiva, temos a fiscalização estatal a fim de verificar se os bares e restaurantes têm os referidos alvarás e se cumprem as regras inerentes à segurança, saúde etc.

Gabarito: Certo.

Page 126: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 126

125. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/BA – CESPE/2010) O poder de polícia manifesta-se apenas por meio de medidas repressivas.

Comentário:

Como destacado, o poder de polícia pode tanto ser preventivo (edição de normas, exigência de alvarás etc), como repressivo (apreensão de mercadorias, fechamento de estabelecimento, aplicação de multas).

Gabarito: Errado.

126. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) A administração exerce o poder de polícia por meio de atos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto, compreendendo medidas preventivas e repressivas. A edição, pelo Estado, de atos normativos de alcance geral não pode ser considerada meio adequado para o exercício do poder de polícia.

Comentário:

Essa questão é um pouco mais complexa, pois devemos observar que o Poder de Polícia pode ser visto numa acepção mais ampla, envolvendo tanto as atividades legislativas quanto as administrativas.

A legislativa no sentido de o Poder Legislativo editar leis que criam as limitações administrativas ao exercício dos direitos e das atividades individuais, estabelecendo normas gerais e abstratas, bem como ao Executivo quando regulamenta tais leis de modo a aplicá-la no caso concreto.

De outro lado, ainda podemos considerar a atuação material da Administração, ou seja, na expedição de atos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto, de modo a compreender medidas preventivas (fiscalização, autorização, licença etc) ou repressiva (interdição de atividades, internação de pessoas doentes, por exemplo com a gripe suína).

Page 127: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 127

Desse modo, o poder de polícia tanto diz respeito à edição de atos gerais e abstratos primários (Lei, pelo Legislativo) ou secundários (regulamentos, pelo Executivo), ou de atos ou operações materiais.

Por isso, a edição de atos normativos de alcance geral pelo Estado, muito embora também possa dizer respeito ao poder regulamentar ou normativo, se disser respeito a atividades de restrição de direitos, liberdades ou bens, é atuação da Administração no exercício do poder de polícia.

Gabarito: Errado.

127. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) O poder de polícia administrativa manifesta-se por meio de atos concretos e específicos, mas não de atos normativos, pois estes não constituem meios aptos para seu adequado exercício.

Comentário:

Acabei de ressaltar que o poder de polícia tanto diz respeito à edição de atos gerais e abstratos primários (Lei, pelo Legislativo) ou secundários (regulamentos, pelo Executivo), ou de atos ou operações materiais.

Assim, não só de atos concretos e específicos manifesta-se o poder de polícia, como também por meio de normas gerais e abstratas. Veja, agora, por exemplo a Resolução Contram que exige a utilização de cadeirinhas por crianças.

Gabarito: Errado.

128. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) O poder de polícia administrativa consubstancia-se por meio de determinações de ordem pública, de modo a gerar deveres e obrigações aos indivíduos. Nesse sentido, os atos por intermédio dos quais a administração consente o exercício de determinadas atividades não são considerados atos de polícia.

Comentário:

Page 128: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 128

Então, a atividade do poder de polícia, como atividade preventiva, pode se manifestar na exigência de alvará (autorização) para abertura de estabelecimento comercial.

Assim, quando a Administração consente no exercício de determinadas atividades, a exemplo de permissão do exercício de profissão, tais atos são considerados exercício do poder de polícia.

Gabarito: Errado.

129. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008). Em regra, os atributos do poder de polícia do Estado incluem-se executoriedade, finalidade, presunção de legitimidade e tipicidade.

Comentário:

A doutrina, majoritariamente, tem apresentado como atributos do poder de polícia a discricionariedade, a auto-executoriedade e a coercibilidade.

A discricionariedade deve ser entendida no sentido de que cabe à Administração definir quando e onde exercitar seu poder de fiscalização e controle, ou seja, a oportunidade e conveniência de exercer o poder de polícia, aplicando as sanções e os meios necessários à proteção do interesse público.

Assim, em regra, o poder de polícia é discricionário. No entanto, a lei pode estabelecer o modo e a forma de sua realização, não dando margem de liberdade para o administrador.

Ou seja: Nem sempre a discricionariedade estará presente. É que existem atos ou atuações do poder de polícia que não são discricionários, são vinculados. É o exemplo da licença na medida em que a Administração deve concedê-la se o particular preencher os requisitos legais. (Ex. licença para dirigir, para exercício de profissão)

Distintamente, no caso da autorização, mesmo que se preencha os requisitos legais, a Administração pode conceder ou não (é discricionário). (Ex.: porte

Page 129: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 129

de arma).

A autoexecutoridade é a possibilidade que tem Administração de tomar e executar diretamente suas decisões, por seus próprios meios, sem intervenção do Poder Judiciário.

Assim, a Administração para praticar seus atos condizentes com o poder de polícia não necessita de autorização judicial, de modo que por si mesma pode praticá-los.

Por isso, atualmente, tem se dividido a autoexecutoriedade em exigibilidade e executoriedade.

A executoriedade é a possibilidade de a Administração tomar suas decisões executórias, ou seja, sem precisar ir a juízo e diretamente forçar seu cumprimento. A exigibilidade é adoção de meios indiretos para que se cumpra a decisão tomada (ex. não licenciar veículo, a fim de que o proprietário pague a multa).

A coercibilidade é o poder que tem a Administração, unilateralmente, de impor condutas aos particulares, de modo que o administrado deverá observar tais condutas, sob pena de a Administração fazer-se cumprir pelo uso da força.

É certo, no entanto, que os atos decorrentes do poder de polícia também são atos administrativos, e estes têm os seguintes atributos: presunção de legitimidade e veracidade, autoexecutoriedade, imperatividade e tipicidade. (veremos em outra aula).

Assim, mesmo diante disso, não se deve confundir os atributos do poder de polícia, com os atributos dos atos administrativos.

Gabarito: Errado.

130. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) No exercício do poder de polícia, a administração age sempre com autoexecutoriedade, não dependendo de outro poder para torná-lo efetivo.

Page 130: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 130

Comentário:

Pois é, nem todos os atos do poder de polícia gozam do atributo da autoexecutoriedade. Tal como já citado, a multa não goza de tal atributo. Muito embora seja exigível, não é executável, de modo que é autoexecutável, dependendo, portanto, de medida judicial para lhe dar força executiva.

Gabarito: Errado.

131. (JUIZ DO TRABALHO – TRT/BA – CESPE/2007) O poder de polícia administrativo se confunde com a discricionariedade.

Comentário:

Então, aqui o CESPE quer fazer uma bagunça na sua cabeça.

Não há que se confundir a discricionariedade, que poderá existir no exercício do poder de polícia pela Administração, com sua própria definição ou sentido.

Lembre-se que a discricionariedade é o poder conferido à Administração ou ao administrador, para, nos limites da lei, avaliar a conveniência e oportunidade em realizar certos atos.

O poder de polícia é o poder que tem a Administração de restringir, limitar o exercício dos direitos e liberdades individuais em benefício da coletividade, ou seja, do interesse público.

Vê-se que a discricionariedade é um atributo do poder de polícia e não se confunde com o próprio poder.

Gabarito: Errado.

132. (JUIZ FEDERAL – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2009) Mesmo sem autorização legal expressa, o atributo da autoexecutoriedade do poder de polícia

Page 131: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 131

autoriza o exercício desse poder quando necessária a prática de medida urgente, sem a qual poderá ocorrer prejuízo maior aos bens de interesse público.

Comentário:

De fato, esse atributo permite à Administração atuar rapidamente, por si mesma, diante de situações ilícitas que possam causar prejuízos ao interesse público, mesmo quando não haja lei expressamente autorizando.

É preciso lembrar que, como regra, o exercício do poder de polícia depende de previsão legal expressa, e com isso a autoexecutoriedade de seus atos.

No entanto, por esse atributo não se exigirá autorização judicial e em situações emergenciais não se exigirá nem previsão legal expressa para a Administração atuar em proteção ao interesse público.

Vamos imaginar um Agente da Vigilância Sanitária (Lineu Silva) chegando a um restaurante e lá verifica um cheiro muito forte. Então, diz que é uma fiscalização é solicita a entrada no depósito, cozinha etc. Na cozinha verifica uma peça de carne (filé miau) no chão, em cima de um jornal. Verdinha, verdinha! Como uma esmeralda!

Pergunta, obviamente, o que é aquilo? E o Chef diz é uma carne especial, que está sendo preparada, amaciada, um procedimento para dar um gosto especial. (kkkkkkk!!!)

Então, o que vocês fariam? Iriam até o Judiciário para pedir um mandado para aprender o produto? Fechar o estabelecimento? Ou ver se há uma norma que determine a atuação? Se esperarmos uma coisa ou outra, podem ter certeza, a carne já terá sumido! Claro!

Assim, apreende-se o produto estragado, no mínimo, ainda que não tivesse previsão legal expressa para tanto! E sem qualquer pedido ao Judiciário também, até mesmo como medida de cautela, de proteção ao interesse coletivo.

Aí, você diz: “E o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa” e a atuação da Administração restrita ao princípio da legalidade? Primeiro, em

Page 132: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 132

relação às garantias, será diferida (postergada), e no tocante à legalidade (lembre-se que os princípios também são fontes da atuação da Administração, não só o da legalidade, de modo que a Administração também pode se orientar pelos princípios do interesse público, finalidade, moralidade etc.

Assim, como regra, deve a lei autorizar a medida expressamente. No entanto, em casos emergenciais, ou seja, medida de urgência, não se exige o uso de procedimentos especiais, tampouco lei que expressamente trate da situação, sob pena de se causar maiores prejuízos para o interesse público.

Em todo caso, no entanto, deve-se ter cuidado, pois a Administração não pode atuar com abusividade, arbitrariedade, devendo se orientar pelos princípios administrativos.

Gabarito: Certo

133. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/BA – CESPE/2010) Quando um fiscal apreende remédios com prazo de validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmácia, tem-se exemplo do poder disciplinar da administração pública.

Comentário:

Na hipótese há a incidência do Poder de Polícia, eis que se trata de limitação de atividade, de bens ou direitos dos particulares em proveito da coletividade, do interesse público.

Gabarito: Errado.

134. (ANALISTA DE TRANSPORTES URBANOS – SEPLAC/DFTRANS – CESPE/2008). O Estado pode delegar o exercício do poder de polícia a uma empresa privada.

Comentário:

Page 133: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 133

Observem que essa questão volte e meia tem sido objeto de questionamento pelo CESPE.

Então, deve se ressaltar que a competência para exercer o poder de polícia é, em regra, da pessoa política a qual a Constituição conferiu o poder de regular a matéria.

Assim, como regra, se o assunto é de interesse nacional a competência é da União, se estadual, a competência é do Estado-membro. Assuntos locais, a competência é do Município.

Por isso, a depender do interesse em jogo, o exercício do poder de polícia será da União, dos Estados-membros, do Distrito Federal ou dos Municípios, sendo atividade típica do Estado, e, por isso, quando muito poderá ser transferida (outorgada) para uma entidade administrativa.

No entanto, sempre se discute se o poder de polícia poderá ser exercido por pessoa privada, por particular, ou seja, se é possível a delegação do poder de polícia.

Nesse sentido, entende o professor Celso Antônio Bandeira de Mello que, em regra, não se pode delegar os atos de poder de polícia a particulares e essa tem sido a orientação jurisprudencial do próprio Supremo Tribunal Federal (ADI 1.717/DF) e do Superior Tribunal de Justiça. Ilustrativamente:

PROCESSUAL CIVIL – CONFLITO DE COMPETÊNCIA – CONSELHO DE FISCALIZAÇÃO PROFISSIONAL – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO – PROCESSO LICITATÓRIO – COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. O Supremo Tribunal Federal, na ADIn 1.717/DF, declarou a inconstitucionalidade dos dispositivos da Lei 9.649/98, que alteraram a natureza jurídica dos conselhos profissionais por ser indelegável a entidade privada atividade típica de Estado, que abrange até poder de polícia, de tributar e de punir, no que concerne ao exercício das atividades profissionais regulamentadas. 2. Mantida a natureza autárquica dos conselhos profissionais permanece competente a Justiça Federal para julgar mandado de segurança, ainda que o ato impugnado seja de gestão e não de delegação, como in casu.

Page 134: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 134

3. Conflito conhecido para declarar-se competente o Juízo Federal, suscitado. (CC 54.780/RR, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/06/2006, DJ 07/08/2006 p. 197)

O ilustre professor, no entanto, ressalva o caso de capitães de navios, em que há o exercício do poder de polícia por pessoa privada. No entanto, se trata de uma excepcionalidade.

Destaca-se, toa, que é possível qu e se permita ao particular, pessoa privada, a prática de atos materiais que precedam os atos jurídicos do poder de polícia (colocação de fotossensores, radares, pardais etc), conforme orientação jurisprudencial:

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. MULTA DE TRÂNSITO. NECESSIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE. AUTO DE INFRAÇÃO. 1. Nos termos do artigo 280, § 4º, do Código de Trânsito, o agente da autoridade de trânsito competente para lavrar o auto de infração poderá ser servidor civil, estatutário ou celetista ou, ainda, policial militar designado pela autoridade de trânsito com jurisdição sobre a via no âmbito de sua competência. O aresto consignou que toda e qualquer notificação é lavrada por autoridade administrativa. 2. "Daí não se segue, entretanto, que certos atos materiais que precedem atos jurídicos de polícia não possam ser praticados por particulares, mediante delegação, propriamente dita, ou em decorrência de um simples contrato de prestação. Em ambos os casos (isto é, com ou sem delegação), às vezes, tal figura aparecerá sob o rótulo de "credenciamento". Adílson Dallari, em interessantíssimo estudo, recolhe variado exemplário de "credenciamentos". É o que sucede, por exemplo, na fiscalização do cumprimento de normas de trânsito mediante equipamentos fotossensores, pertencentes e operados por empresas privadas contratadas pelo Poder Público, que acusam a velocidade do veículo ao ultrapassar determinado ponto e lhe captam eletronicamente a imagem, registrando dia e momento da ocorrência" (Celso Antônio Bandeira de Mello, in "Curso de Direito Administrativo, Malheiros, 15ª edição, pág. 726): 3. É descabido exigir-se a presença do agente para lavrar o auto de infração no local e momento em que ocorreu a infração, pois o § 2º do CTB admite como meio para comprovar a ocorrência "aparelho eletrônico ou

Page 135: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 135

por equipamento audiovisual (...)previamente regulamentado pelo CONTRAN." 4. Não se discutiu sobre a impossibilidade da administração valer-se de cláusula que estabelece exceção para notificação pessoal da infração para instituir controle eletrônico. 5. Recurso especial improvido. (REsp 712.312/DF, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, 2ª TURMA, julgado em 18/08/2005, DJ 21/03/2006 p. 113)

Gabarito: Errado.

135. (AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) O poder de polícia do Estado pode ser delegado a particulares.

Comentário:

Então, fácil agora ou não?

DICA: NÃO SE ADMITE A DELEGAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA PARA PARTICULARES.

Gabarito: Errado.

136. (TECNICO EM PROCURADORIA - PGE/PA – CESPE/2007) Conforme entendimento do STF, o poder de polícia não pode ser delegado a pessoas ou instituições privadas, mesmo que haja lei nesse sentido.

Comentário:

Conforme observamos, na linha da orientação do Superior Tribunal de Justiça, o poder de polícia, sua realização ou seu exercício, não poderá ser delegado a particulares ou a pessoa jurídica de direito privado, sobretudo aquelas que não integram a Administração Pública.

Gabarito: Certo.

Page 136: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 136

137. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) É possível a delegação do poder de polícia a particular mediante celebração de contratos administrativos, em especial nos locais em que a presença do poder público seja deficiente.

Comentário:

Então, mais uma vez a mesma situação. Conforme observamos, o poder de polícia é atividade conferida exclusivamente ao Poder Público, ao Estado.

Gabarito: Errado.

138. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PB – CESPE/2008) Segundo entendimento majoritário na doutrina e na jurisprudência, admite-se a delegação do poder de polícia a pessoa da iniciativa privada prestadora de serviços de titularidade do estado.

Comentário:

Fiquem de olha nisso! É sempre uma variante da mesma coisa! Então, mesmo que se trate de concessionário, permissionário de serviço público, não se admite a delegação do poder de polícia, por se tratar de atividade típica do Estado, a qual somente poderá ser exercida por pessoa jurídica de direito público.

No entanto, em recente decisão o STJ entendeu que o poder de polícia, que atualmente é desmembrado em quatro atividades, qual seja: legislação, consentimento, fiscalização e sanção, poderá ser delegado a pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Pública, no tocante às atividades de consentimento e fiscalização.

Significa dizer que, para o STJ, as atividades de consentimento (tal como expedição de alvará, carteira de motorista) e de fiscalização (instalação de equipamentos eletrônicos – pardais) podem ser delegadas às entidades de direito privado.

No entanto, jamais poderá ser delegada as atividades de legislação e

Page 137: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 137

aplicação de sanções, por se caracterizar como atividades intrínsecas do campo administrativo.

Nesse sentido, vale transcrever a notícia veiculada no âmbito do STJ:

"A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela possibilidade de a Empresa de Transporte de Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) exercer atos relativos à fiscalização no trânsito da capital mineira. Entretanto, os ministros da Turma mantiveram a vedação à aplicação de multas pela empresa privada.

A Turma decidiu reformar, parcialmente, decisão de novembro último que garantiu ao poder público a aplicação de multa de trânsito. Na ocasião, os ministros acompanharam o entendimento do relator, ministro Mauro Campbell Marques, de ser impossível a transferência do poder de polícia para a sociedade de economia mista, que é o caso da BHTrans. Ele explicou que o poder de polícia é o dever estatal de limitar o exercício da propriedade e da liberdade em favor do interesse público. E suas atividades se dividem em quatro grupos: legislação, consentimento, fiscalização e sanção.”

Então, como disse, atenção para isto! Não poderá ser delegado o poder de polícia. No entanto, alguns atos do poder de polícia, tal como os de consentimento e de fiscalização podem ser delegados a pessoa jurídica de direito privado, no exercício da função pública.

Gabarito: Errado.

139. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AC - CESPE/2008) Considere que uma lei federal tenha determinado a proibição da venda de bebidas alcoólicas em postos e bares localizados às margens de rodovias federais. Nessa situação, a fiscalização do cumprimento dessa determinação configura exercício de poder de polícia administrativa.

Comentário:

De fato, a fiscalização de atividade comercial a fim de verificar o cumprimento de normas que restrinjam a liberdade, direitos ou atividades é

Page 138: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 138

incidência do poder de polícia.

Lembre-se que o poder de polícia em sentido amplo envolve não só os atos da administração (atos normativos secundários), como também os atos legislativos (atos normativos primários), que condicionem, restrinjam ou limite o exercício, gozo de direitos individuais.

Gabarito: Certo.

140. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008). Do objeto do poder de polícia exige-se tão-somente a licitude. A discussão acerca da proporcionalidade do ato de poder de polícia é matéria que escapa à apreciação de sua legalidade.

Comentário:

Do objeto do poder de polícia se exige a conformação com o ordena-mento jurídico, ou seja, não só com a lei e que o objeto esteja dentro da licitudade.

Exige-se também que o ato seja razoável, proporcional, aspectos ou princípios que são inerentes ao próprio princípio da legalidade.

Assim, exige-se que no exercício do poder de polícia a Administração atue com equilíbrio, com moderação, com proporcionalidade e razoabilidade, que são princípios que decorrem do princípio da legalidade.

Gabarito: Errado.

141. (ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008) Programa de restrição ao trânsito de veículos automotores, em esquema conhecido como rodízio de carros, é ato que se insere na conceituação de poder de polícia, visto ser uma atividade realizada pelo Estado com vistas a coibir ou limitar o exercício dos direitos individuais em prol do interesse público.

Comentário:

Page 139: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 139

Então, o rodízio de veículos, como ocorre ou já ocorreu em alguns Estados ou Municípios brasileiros é em absoluto exemplo do exercício do poder de polícia na medida em que há restrição ou limitação da liberdade individual em prol do interesse público.

O engraçado é que em alguns Estados têm se fomentado a pratica de dar carona aos colegas de trabalho, inclusive com propagandas. Contudo, quando se dá carona e é pego em blitz, leva-se uma multa sob o fundamento de se fazer transporte coletivo não autorizado. É cômico!!!!

Gabarito: Certo.

142. (ANALISTA - JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - STF – CESPE/2008) O Ministério da Saúde firmou convênio com uma instituição privada, com fins lucrativos, que atua na área de saúde pública municipal. O objeto desse convênio era a instalação de uma UTI neonatal no hospital por ela administrado. Conforme esse convênio, a referida instituição teria o encargo de, utilizando-se de subvenções da União, instalar a UTI neonatal e disponibilizar, para a comunidade local hipossuficiente, pelo menos 50% dos leitos dessa nova UTI. No entanto, essa instituição acabou por utilizar parte desses recursos públicos na reforma de outras áreas do hospital e na aquisição de equipamentos médico-hospitalares de baixíssima qualidade. Maria, que ali foi atendida, viu sua filha recém-nascida falecer nesse hospital. Apurou-se, por meio de perícia, que a morte da recém-nascida ocorreu por falha técnica na instalação e devido à baixa qualidade dos equipamentos ali instalados. Em face dessa constatação e visando evitar novas mortes, o município suspendeu provisoriamente o alvará de funcionamento da referida UTI, notificando-se o hospital para ciência e eventual impugnação no prazo legal. Considerando a situação hipotética apresentada acima, julgue: A suspensão temporária do alvará de funcionamento da referida UTI neonatal, que decorreu do exercício de poder de polícia, poderia ocorrer mesmo sem o prévio contraditório e a ampla defesa na esfera administrativa.

Comentário:

Atente-se para essa situação, ou seja, toda vez que tivermos uma circunstância emergencial, sobretudo quando está em jogo o interesse

Page 140: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 140

público, ou seja, ocorrência que poderá redundar em prejuízos à coletividade ou a segurança pública, poderá a Administração adotar medidas protetivas a fim de resguardar tais bens.

Com efeito, nessas hipóteses, haverá o contraditório e ampla defesa, no entanto, conforme já ressaltei, serão diferidos, postergados para um momento posterior.

Lembre-se, portanto, que sempre haverá de se franquear o contraditório e a ampla defesa, pois são garantias constitucionais. Porém, no caso, ele será diferido para ocasião futura.

Por outro lado, também o Ministério da Saúde, por força do convênio, poderia aplicar penalidades previstas no instrumento ao Hospital. Porém, neste caso, a penalidade seria disciplinar.

Gabarito: Certo.

143. (JUIZ FEDERAL - TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2009) A Lei nº 9.873/1999, que não se aplica às infrações de natureza funcional nem aos processos e procedimentos de natureza tributária, dispõe que o prazo prescricional da ação punitiva da administração pública, no exercício do poder de polícia, é de cinco anos, contados da data em que o ato tornou-se conhecido.

Comentário:

A Lei nº 9.873/99 estabelece prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal direta e indireta, no exercício do poder de polícia, conforme determina o art. 1º:

Art. 1o Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração

Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia,

objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data

da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou

continuada, do dia em que tiver cessado.

De fato, essa lei não se aplica às infrações de natureza funcional e aos processos e procedimentos de natureza tributária, conforme art. 5º.

Page 141: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 141

No entanto, o erro está ao definir que o prazo prescricional será contado da data do conhecimento do ato lesivo, eis que o correto seria da prática do ato e em caso de infração permanente (aquela que a lesão se perpétua no tempo) ou continuada (aquela que é repetida), o prazo terá início do dia em que tiver cessada a lesão.

Gabarito: Errado.

144. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Na esfera da administração pública federal, direta ou indireta, a ação punitiva, quando se tratar do exercício do poder de polícia, prescreve em cinco anos contados a partir da data da prática do ato ou, em se tratando de infração permanente ou continuada, a partir do dia em que esta tiver cessado.

Comentário:

Como prescreve a Lei nº 9.873/99, o prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal direta e indireta, no exercício do poder de polícia, prescreve em cinco anos, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

Gabarito: Certo.

145. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) O prazo prescricional para que a administração pública federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, inicie ação punitiva, cujo objetivo seja apurar infração à legislação em vigor, é de cinco anos, contados da data em que o ato se tornou conhecido pela administração, salvo se se tratar de infração dita permanente ou continuada, pois, nesse caso, o termo inicial ocorre no dia em que cessa a infração.

Comentário:

Não é da data da pratica do ato, como vimos, a Lei nº 9.873/99, estabelece

Page 142: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 142

que o prazo de prescrição para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal direta e indireta, no exercício do poder de polícia, prescreve em cinco anos, contados:

a) da data da prática do ato ou, b) no caso de infração permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.

Gabarito: Errado.

146. (JUIZ FEDERAL - TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2009) Os atributos da autoexecutoriedade e da coercibilidade são exclusivos dos atos decorrentes do poder de polícia. O atributo da discricionariedade, apesar de verificado nos atos praticados no exercício de outros poderes da administração, é um atributo marcante do poder de polícia, pois todos os atos decorrentes desse poder são necessariamente discricionários.

Comentário:

Ressalto que nem todos os atos decorrentes do poder de policia são discricionários. É que, como vimos, temos a discricionariedade como regra, no entanto, é possível verificarmos atos que são vinculados, tal como a concessão de licença para construir, para dirigir.

Gabarito: Errado.

147. (JUIZ FEDERAL - TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2009) Segundo entendimento do TRF da 5.ª Região, a Polícia Rodoviária Federal pode apreender veículo utilizado no transporte irregular de passageiros ou de madeira e, independentemente de previsão expressa em lei, condicionar a sua devolução ao pagamento da multa aplicada.

Comentário:

As medidas do poder de polícia, como regra, devem ter previsão expressa em lei.

Page 143: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 143

Lembre-se que citei caso em o procedimento será posterior, ou seja, em situações emergenciais, a medida de polícia, preventiva, será realizada sem a expressa prisão legal.

Assim, não poderá a autoridade manter bem apreendido, somente liberando-o com o pagamento da multa, se não houver previsão legal para tal medida.

Gabarito: Errado.

148. (JUIZ DO TRABALHO - TRT/BA – CESPE/2007) É inconcebível a instituição de taxa que tenha por fundamento o poder de polícia exercido por órgãos da administração compreendidos na noção de segurança pública.

Comentário:

A taxa é espécie tributária que irá remunerar serviço público, podendo existir a taxa de serviço público (por prestar serviço público) ou a taxa de polícia (pela realização de atos do poder de polícia).

Toa, tais taxas (de serviço público ou de polícia administrativa) são concebidas para a realização da atividade estatal, ou seja, no sentido de remunerar os serviços administrativos específicos e individuais.

Por isso, não pode o Estado instituir taxa para prestar os serviços vinculados à segurança pública, pois estes são remunerados pelos impostos, já que se trata de serviço geral.

Gabarito: Certo.

É isso aí pessoal, vamos em frente. Bons estudos e fiquem com Deus.

Prof. Edson Marques

Page 144: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 144

QUESTÕES SELECIONADAS

1. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A descentralização política ocorre quando os entes descentralizados exercem atribuições próprias que não decorrem do ente central. Sendo os estados-membros da Federação tais entes e, no Brasil, também os municípios, a descentralização política possui os mesmos entes da descentralização administrativa.

2. (JUIZ FEDERAL – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Acerca dos quatro setores da economia, os quais repercutem na atuação da administração pública, julgue o item subseqüente. *** O Estado compõe o primeiro setor, ao passo que o mercado configura o segundo setor.

3. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A descentralização territorial ou geográfica se verifica quando uma entidade local e geograficamente delimitada, com personalidade jurídica de direito público, exerce a totalidade ou a maior parte dos encargos públicos de interesse da coletividade, sujeitando-se a controle do poder central. No Brasil, os estados e territórios podem ser categorizados como entes de descentralização territorial.

4. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) O regime democrático, cada vez mais, tem-se pautado na necessidade de um sistema institucional mais coeso e centralizado, apesar de conter algumas aberturas a ações políticas oriundas dos cidadãos e da opinião pública.

5. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A descentralização por serviço, técnica ou funcional ocorre quando a União, o estado ou os municípios criam, por lei, uma pessoa de direito público ou privado e a ela atribuem a titularidade e a execução de determinado serviço público. Caracteristicamente, essa pessoa legalmente criada denomina-se autarquia. No entanto, é possível incluir, por exemplo, nessa categoria, as fundações governamentais, sociedades de economia mista e empresas públicas, que exerçam serviços públicos.

Page 145: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 145

6. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A centralização político-administrativa garante e protege a capacidade de tomar decisões, pois os resultados são sentidos de forma mais imediata.

7. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A descentralização pode ser feita por qualquer um dos níveis de Estado: União, DF, estados e municípios.

8. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A divisão de determinado tribunal em departamentos visando otimizar o desempenho, para, posteriormente, redistribuir as funções no âmbito dessa nova estrutura interna, é um exemplo de descentralização.

9. (ADVOGADO – SGA/AC – CESPE/2008). Considere que uma lei estadual do Acre institua, com caráter de autarquia, o Instituto Academia de Polícia Civil, com o objetivo de oferecer formação e aperfeiçoamento aos servidores ligados à polícia civil do Acre. Nessa situação, a criação do instituto representaria um processo de descentralização administrativa, visto que implicaria a criação de uma entidade da administração estadual indireta.

10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – CESPE/2009) A União, os estados, os municípios e o Distrito Federal são entidades políticas que compõem a administração pública indireta.

11. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – CESPE/2009) Por meio do processo de descentralização vertical da administração pública, são criadas entidades com personalidade jurídica, às quais são transferidas atribuições conferidas pela Constituição (CF) aos entes políticos.

12. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – CESPE/2009) Na estrutura dos entes políticos, os órgãos estão estruturados a partir de critérios de hierarquia. Contudo, há órgãos independentes, que não se subordinam a qualquer outro, devendo, apenas, obediência às leis. É o caso da presidência da República, na estrutura do Poder Executivo federal, e dos gabinetes dos governadores, na estrutura do Poder Executivo estadual.

Page 146: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 146

13. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Por não possuírem personalidade jurídica, os órgãos não podem figurar no polo ativo da ação do mandado de segurança.

14. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Os órgãos subalternos, conforme entendimento do STF, têm capacidade para a propositura de mandado de segurança para a defesa de suas atribuições.

15. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Segundo a teoria da imputação, os atos lícitos praticados pelos seus agentes são imputados à pessoa jurídica à qual eles pertencem, mas os atos ilícitos são imputados aos agentes públicos.

16. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Os órgãos públicos da administração direta, autárquica e fundacional são criados por lei, não podendo ser extintos por meio de decreto do chefe do Poder Executivo.

17. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) A delegação de competência, no âmbito federal, somente é possível se assim determinar expressamente a lei.

18. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) Quando as atribuições de um órgão público são delegadas a outra pessoa jurídica, com vistas a otimizar a prestação do serviço público, há desconcentração.

19. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) Segundo a doutrina, na descentralização por serviço, o poder público mantém a titularidade do serviço e o ente descentralizado passa a deter apenas a sua execução.

20. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) A desconcentração consiste na distribuição de competência de uma para outra pessoa física ou jurídica.

21. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) A descentralização é simples técnica administrativa, utilizada apenas no âmbito da administração direta.

Page 147: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 147

22. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) Caso o TRE distribua competências no âmbito de sua própria estrutura, é correto afirmar que ocorreu descentralização.

23. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) A desconcentração pressupõe a existência de apenas uma pessoa jurídica.

24. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009) A outorga e a delegação são formas de efetivação da desconcentração.

25. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) A descentralização administrativa é o fenômeno no qual o Estado atua por meio de entes que lhe são juridicamente distintos.

26. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) A desconcentração pressupõe a existência de, pelo menos, duas pessoas entre as quais se repartem competências.

27. (PROCURADOR – AGU – CESPE/2007). No direito brasileiro, os órgãos são conceituados como unidades de atuação integrantes da estrutura da administração direta e da estrutura da administração indireta e possuem personalidade jurídica própria.

28. (PROCURADOR – AGU – CESPE/2007). As ações dos entes políticos -- como União, estados, municípios e DF -- concretizam-se por intermédio de pessoas físicas, e, segundo a teoria do órgão, os atos praticados por meio desses agentes públicos devem ser imputados à pessoa jurídica de direito público a que pertencem.

29. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/TO – CESPE/2007) A administração direta abrange todos os órgãos do Poder Executivo, excluindo-se os órgãos dos Poderes Judiciário e Legislativo.

30. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) A autarquia configura pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, sujeita ao princípio da especialização, o qual a impede de exercer atividades diversas daquelas para as quais foi constituída.

Page 148: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 148

31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/GO – CESPE/2009) De forma geral, as autarquias corporativas, como a OAB e os demais conselhos de profissões regulamentadas, devem prestar contas ao Tribunal de Contas da União (TCU), fazer licitações e realizar concursos públicos para suas contratações.

32. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/TO – CESPE/2007) As autarquias profissionais de regime especial, como a Ordem dos Advogados do Brasil e as agências reguladoras, submetem-se ao controle do Tribunal de Contas da União.

33. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) A OAB, conforme entendimento do STF, é uma autarquia pública em regime-especial e se submete ao controle do TCU.

34. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Os conselhos de profissões regulamentadas, como o CREA e o CRM, são pessoas jurídicas de direito privado.

35. (PROC. MUNICIPAL – PREF. NATAL – CESPE/2008). A criação de uma autarquia federal é feita por decreto do presidente da República.

36. (PROC. MUNICIPAL – PREF. NATAL – CESPE/2008). O dirigente de autarquia não pode figurar como autoridade coatora em mandado de segurança.

37. (PROC. MUNICIPAL – PREF. NATAL – CESPE/2008). Uma autarquia municipal pode litigar em juízo contra o município que a criou.

38. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2009) As agências reguladoras são autarquias sob regime especial, as quais têm, regra geral, a função de regular e fiscalizar os assuntos relativos às suas respectivas áreas de atuação. Não se confundem os conceitos de agência reguladora e de agência executiva, caracterizando-se esta última como a autarquia ou fundação que celebra contrato de gestão com o órgão da administração direta a que se acha hierarquicamente subordinada, para melhoria da eficiência e redução de custos.

Page 149: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 149

39. (PROCURADOR MUNICIPAL - PREF. NATAL – CESPE/2008) As agências reguladoras são órgãos da administração pública cuja finalidade é fiscalizar e controlar determinada atividade.

40. (PROCURADOR MUNICIPAL - PREF. NATAL – CESPE/2008) A CF criou, por meio de norma inserida em seu texto, duas das atuais agências reguladoras, quais sejam a ANATEL e a ANEEL.

41. (PROCURADOR MUNICIPAL - PREF. NATAL – CESPE/2008) O quadro de pessoal das agências reguladoras é vinculado ao regime celetista, conforme expressa disposição legal.

42. (PROCURADOR MUNICIPAL - PREF. NATAL – CESPE/2008) Segundo jurisprudência do STF, a subordinação da nomeação dos dirigentes das agências reguladoras à prévia aprovação do Poder Legislativo não implica violação à separação e à independência dos poderes.

43. (PROC. MUNICIPAL – PREF. NATAL – CESPE/2008) A relação entre uma autarquia e o ente que a criou é de subordinação.

44. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) As autarquias são caracterizadas pela sua subordinação hierárquica a determinada pasta da administração pública direta. Dessa forma, contra a decisão proferida por elas cabe recurso hierárquico próprio para o chefe da pasta.

45. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) Os ministérios e autarquias fazem parte da administração pública direta.

46. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) Prevalece o entendimento de que as fundações públicas com personalidade jurídica de direito público são verdadeiras autarquias, as quais devem ser criadas por lei e não por ato infralegal.

47. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) A fundação instituída pelo Estado com personalidade jurídica de direito privado se sujeita inteiramente a esse ramo do direito.

Page 150: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 150

48. (PROCURADOR – PGE/PE – CESPE/2009) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são criadas e extintas mediante autorização legal, têm personalidade jurídica de direito privado, possuem a mesma forma de organização ou estruturação e, ambas, desempenham atividade de natureza econômica.

49. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL – CESPE/2008) As empresas públicas têm natureza jurídica de pessoas jurídicas de direito público interno.

50. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/TO – CESPE/2007) As empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica em regime de monopólio submetem-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas.

51. (ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MANDADOS – TJDFT - CESPE/2008) As empresas públicas e as sociedades de economia mista federais submetem-se à fiscalização do TCU, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista.

52. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/ES – CESPE/2008). A única diferença entre sociedade de economia mista e empresa pública é a composição do capital.

53. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/ES – CESPE/2008). As sociedades de economia mista integram a administração, estão sujeitas à supervisão de uma secretaria e não podem gozar de benefícios fiscais que não sejam extensivos ao setor privado.

54. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Caso uma empresa pública federal impetre mandado de segurança contra ato do juiz de direito do estado da Paraíba, conforme entendimento do STJ, caberá ao respectivo tribunal regional federal julgar o referido mandado de segurança.

55. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) Considere a seguinte situação hipotética. O município de João Pessoa pretende receber o Imposto Sobre Serviços (ISS) da INFRAERO, empresa pública federal que presta serviço público aeroportuário em regime de monopólio, em face dos serviços prestados, sobre os quais não incide ICMS. Nessa situação, a

Page 151: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 151

pretensão do município deve ser atendida, já que a imunidade recíproca não atinge as empresas públicas, mas apenas a administração direta da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como as suas autarquias e fundações públicas.

56. (ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA – TST – CESPE/2008). Considere que, há sete anos, Adriano é empregado da Caixa Econômica Federal (CAIXA), que é uma empresa pública federal. Nessa situação hipotética, julgue o item a seguir. *** Por força constitucional, o fato de a CAIXA ser uma empresa pública impede que Adriano possa ser demitido sem justa causa.

57. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) Não colide materialmente com a CF a determinação de que sejam previamente aprovadas, pelo Poder Legislativo, as indicações dos presidentes das entidades da administração pública indireta.

58. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) Devido à natureza privada das empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica, não há espaço para que essas entidades sejam fiscalizadas pelo TCU.

59. (PROCURADOR DO BANCO CENTRAL – BACEN – CESPE/2009) O consórcio público, mesmo com personalidade jurídica de direito público, não passa a integrar a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados.

60. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/TO – CESPE/2007) Enquanto a administração pública extroversa é finalística, dado que ela é atribuída especificamente a cada ente político, obedecendo a uma partilha constitucional de competências, a administração pública introversa é instrumental, visto que é atribuída genericamente a todos os entes, para que possam atingir aqueles objetivos.

61. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O sistema administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da indisponibilidade do interesse público pela administração.

Page 152: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 152

62. (AUXILIAR DE PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) A doutrina aponta como princípios do regime jurídico administrativo a supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse público.

63. (PROMOTOR – MPE/AM - CESPE/2007) Explícita ou implicitamente, os princípios do direito administrativo que informam a atividade da administração pública devem ser extraídos da CF.

64. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) Os princípios que regem a atividade da administração pública e que estão expressamente previstos na CF são os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade.

65. (TÉCNICO CIENTÍFICO – BASA – CESPE/2010) Os princípios da moralidade, da legalidade, da publicidade, da eficiência e da impessoalidade, estipulados pelo texto constitucional, somente se aplicam à legislação administrativa referente à administração pública no âmbito federal, com desdobramentos na administração direta, na indireta e na fundacional.

66. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) A lei que trata dos processos administrativos no âmbito federal previu outros princípios norteadores da administração pública. Tal previsão extrapolou o âmbito constitucional, o que gerou a inconstitucionalidade da referida norma.

67. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) O princípio da legalidade no âmbito da administração pública identifica-se com a formulação genérica, fundada em ideais liberais, segundo a qual ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

68. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A atuação administrativa dos integrantes do setor público deve ser pautada pela existência de uma permissão legal. Assim sendo, o princípio explicitado na CF hierarquicamente definido como mais importante é o da legalidade, pois é um princípio norteador das ações públicas.

69. (PROMOTOR – MPE/AM – CESPE/2007) Os princípios da moralidade e da eficiência da administração pública, por serem dotados de alta carga de

Page 153: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 153

abstração, carecem de densidade normativa. Assim, tais princípios devem ser aplicados na estrita identificação com o princípio da legalidade.

70. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) Se determinado ato administrativo for analisado e categorizado como ilegal e imoral, haverá redundância nessa categorização, pois, de acordo com os princípios constitucionais, todo ato imoral é necessariamente um ato ilegal, sujeito ao controle do Poder Judiciário.

71. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) Governadores de estado devem obrigatoriamente observar o princípio da moralidade pública na prática de atos discricionários.

72. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O princípio da moralidade administrativa, por possuir relação com o princípio da legalidade, impõe que um ato, para ser legal, isto é, esteja em conformidade com a lei, precisa ser necessariamente moral.

73. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PE – CESPE/2009) O princípio da boa-fé está previsto expressamente na CF e, em seu aspecto subjetivo, corresponde à conduta leal e honesta do administrado.

74. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) O presidente de um tribunal de justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento inicial em razão de os desembargadores estarem em nível hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos desembargadores. Considerando a situação hipotética acima apresentada, julgue: Respeitado o princípio da publicidade, uma vez que a decisão do presidente que determinou o pagamento aos desembargadores foi

Page 154: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 154

publicada mediante portaria no Diário Oficial, é correto afirmar que, em consequência, os princípios da moralidade e legalidade não foram violados.

75. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) O princípio da finalidade, explicitado no art. 37 da CF, define que, se o gestor público praticar atos fora dos fins expressa ou implicitamente contidos na regra de competência, praticará desvio de finalidade. E se tal ato atentar contra os princípios da administração pública ao visar fim proibido em lei ou demais normas, constituirá ato de improbidade administrativa.

76. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) Entendendo que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (CF, art. 5, caput), determinado órgão público, responsável pela fiscalização de tributos, estará adequadamente respaldado pelo princípio da impessoalidade ao instituir fila única aos atendimentos à comunidade, não dando diferenciação de atendimento aos cadeirantes, gestantes, idosos etc.

77. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) O presidente de um tribunal de justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento inicial em razão de os desembargadores estarem em nível hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos desembargadores. Considerando a situação hipotética acima apresentada, julgue: A decisão do presidente do tribunal de justiça violou o princípio da impessoalidade, na medida em que esse princípio objetiva a igualdade de tratamento que o administrador deve dispensar aos administrados que se encontrarem em idêntica situação jurídica.

78. (AUDITOR DE CONTAS – SECONT/ES – CESPE/2009) Como decorrência do princípio da impessoalidade, a CF proíbe a presença de nomes, símbolos ou

Page 155: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 155

imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos.

79. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) A inserção de nome, símbolo ou imagem de autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços ou campanhas de órgãos públicos fere o princípio da impessoalidade da administração pública.

80. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) As sociedades de economia mista e as empresas públicas que prestam serviços públicos estão sujeitas ao princípio da publicidade tanto quanto os órgãos que compõem a administração direta, razão pela qual é vedado, nas suas campanhas publicitárias, mencionar nomes e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar promoção pessoal de autoridade ou servidor dessas entidades.

81. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PB – CESPE/2008 – adaptada) O princípio da eficiência, introduzido expressamente na Constituição Federal (CF) na denominada Reforma Administrativa, traduz a idéia de uma administração gerencial:

82. (AGENTE DE POLÍCIA – PC/PB – CESPE/2009) O princípio da eficiência na administração pública foi inserido no caput do art. 37 da CF apenas com a edição da Emenda Constitucional n.º 19/1998. Entretanto, mesmo antes disso, já era considerado pela doutrina e pela jurisprudência pátria como um princípio implícito no texto constitucional. Assim, a transparência dos atos administrativos é um importante aspecto do princípio da eficiência, na medida em que coíbe a prática de atos que visam à satisfação de interesses pessoais.

83. (JUIZ FEDERAL – TRF 2ª REGIÃO – CESPE/2009) De acordo com um modelo de administração gerencial, no setor das atividades exclusivas e de serviços competitivos ou não exclusivos, o foco é a ênfase no controle prévio da atividade, de forma a não permitir condutas não previstas em lei.

84. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) O paradigma que apresenta o cliente como foco da qualidade depara-se com a

Page 156: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 156

subjetividade de conceitos, como os da rapidez, confiabilidade, precisão e validade, além das peculiaridades desses conceitos quando entendidos sob a ótica de cada indivíduo. Assim, o encantamento do cliente - que no setor privado já é um desafio árduo e contínuo se compreendido no contexto financeiro - muito mais complexo vem a ser quando se dá no contexto do lucro social, foco das organizações do setor público.

85. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) A busca da excelência, considerada, no setor privado, uma prerrogativa para sobrevivência em um contexto competitivo, nos serviços públicos não se aplica, pois o cliente não tem a possibilidade de escolher outros fornecedores de serviços públicos.

86. (AUXILIAR DE TRÂNSITO – DETRAN-DF – CESPE/2009) A administração pública é regida pelo princípio da autotutela, segundo o qual o administrador público está obrigado a denunciar os atos administrativos ilegais ao Poder Judiciário e ao Ministério Público.

87. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2007) A probidade administrativa é um aspecto da moralidade administrativa que recebeu da Constituição Federal brasileira um tratamento próprio.

88. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2007) A declaração de sigilo dos atos administrativos, sob a invocação do argumento da segurança nacional, é privilégio indevido para a prática de um ato administrativo, pois o princípio da publicidade administrativa exige a transparência absoluta dos atos, para possibilitar o seu controle de legalidade.

89. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) O princípio da publicidade se verifica sob o aspecto da divulgação externa dos atos da administração, não propiciando o conhecimento da conduta interna dos agentes públicos.

90. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) As organizações privadas podem deixar de fornecer, por exemplo, determinados dados financeiros, para resguardar as suas estratégicas. Em contrapartida, na gestão pública, a transparência das ações e decisões

Page 157: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 157

deve existir, salvo quando houver questões que envolvam segurança nacional ou demais exceções respaldadas na CF.

91. (JUIZ FEDERAL – TRF 2ª REGIÃO – CESPE/2009) De acordo com o princípio da publicidade, os atos administrativos devem ser publicados necessariamente no Diário Oficial, não tendo validade a mera publicação em boletins internos das repartições públicas.

92. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O princípio da publicidade é um requisito formal dos atos administrativos, contratos e procedimentos, pois apenas a partir da publicação por instrumentos oficiais de divulgação, a exemplo dos diários oficiais, é que tais ações tornam-se transparentes e efetivas.

93. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) Diferentemente do princípio da legalidade, o princípio da publicidade possui exceções, quando se refere, por exemplo, à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem das pessoas.

94. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2009) Com base no princípio da eficiência e em outros fundamentos constitucionais, o STF entende que viola a Constituição a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas.

95. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2009) Considere que Platão, governador de estado da Federação, tenha nomeado seu irmão, Aristóteles, que possui formação superior na área de engenharia, para o cargo de secretário de estado de obras. Pressupondo-se que Aristóteles atenda a todos os requisitos legais para a referida nomeação, conclui-se que esta não vai de encontro ao posicionamento adotado em recente julgado do STF.

Page 158: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 158

96. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) O princípio da razoabilidade impõe à administração pública a adequação entre meios e fins, não permitindo a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público.

97. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Há excesso de poder quando o agente público decreta a remoção de um servidor não como necessidade do serviço, mas como punição.

98. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O poder vinculado não existe como poder autônomo; em realidade, ele configura atributo de outros poderes ou competências da administração pública.

99. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) Não há que se confundir a discricionariedade do administrador em decidir com base nos critérios de conveniência e oportunidade com os chamados conceitos indeterminados, os quais carecem de valoração por parte do intérprete diante de conceitos flexíveis. Dessa forma, a discricionariedade não pressupõe a existência de conceitos jurídicos indeterminados, assim como a valoração desses conceitos não é uma atividade discricionária, sendo passível, portanto, de controle judicial.

100. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – CESPE/2008) No exercício do poder hierárquico, os agentes públicos têm competência para dar ordens, rever atos, avocar atribuições, delegar competência e fiscalizar.

101. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – CESPE/2008) O funcionamento racional da estrutura administrativa pressupõe uma configuração interna embasada em relações que assegurem coordenação entre as diversas unidades que desenvolvem a atividade administrativa.

102. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Do poder hierárquico decorre a possibilidade de os agentes públicos delegarem suas competências, devendo haver sempre responsabilização do delegante pelos atos do delegado, por agirem em seu nome.

Page 159: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 159

103. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) A hierarquia é atribuição exclusiva do Poder Executivo, que não existe na esfera do Poder Judiciário e do Poder Legislativo, pois as funções atribuídas a esses últimos poderes são apenas de natureza jurisdicional e legiferante.

104. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O regimento interno de um órgão é fruto do exercício do poder hierárquico desse órgão.

105. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – CESPE/2008) O poder de direção das entidades políticas se manifesta pela capacidade de orientar as esferas administrativas inferiores, o que se faz por meio de atos concretos ou normativos de caráter vinculante.

106. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AC – CESPE/2008) Considere que a Constituição da República determina que as polícias civis sejam dirigidas por delegados de polícia de carreira. Essa determinação confere aos delegados poder hierárquico e poder disciplinar sobre os servidores da polícia civil que lhes são subordinados.

107. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ADMINISTRATIVA – STF – CESPE/2008) Devido ao sistema hierarquizado da administração pública, torna-se possível a esta distribuir a legitimidade democrática do governo a todas as esferas administrativas.

108. (EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) No exercício do poder regulamentar, a administração não pode criar direitos, obrigações, proibições, medidas punitivas, devendo limitar-se a estabelecer normas sobre a forma como a lei vai ser cumprida.

109. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Decorrente diretamente do denominado poder regulamentar, uma das características inerentes às agências reguladoras é a competência normativa que possuem para dispor sobre serviços de suas competências.

110. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) O poder regulamentar formaliza-se por meio de decretos e regulamentos. Nesse sentido, as instruções normativas, as resoluções e as portarias não podem ser qualificadas como atos de regulamentação.

Page 160: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 160

111. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Poder regulamentar é a prerrogativa conferida à administração pública de editar atos de caráter geral que visam complementar ou alterar a lei, em face de eventuais lacunas e incongruências.

112. (PROCURADOR MUNICIPAL – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) Com o estado de direito, passou-se a afirmar a existência de uma função de natureza administrativa cujo objeto é a proteção do bem-estar geral, mediante a regulação dos direitos individuais, expressa ou implicitamente reconhecidos no sistema jurídico. Nesse contexto, o poder público, além de impor certas limitações, emite atos preventivos de controle, aplica penalidades por eventuais infrações e, em determinados contextos, exerce coação direta em face de terceiros para preservar interesses sociais. Raquel M. U. de Carvalho. Curso de direito administrativo. Salvador: Juspodivum, 2008, p. 327 (com adaptações). Trata-se, portanto, do poder de normativo.

113. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) O ato normativo do Poder Executivo que contenha uma parte que exorbite o exercício de poder regulamentar poderá ser anulado na sua integralidade pelo Congresso Nacional.

114. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) As sanções impostas aos particulares pela administração pública são exemplos de exercício do poder disciplinar.

115. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2009) O poder de a administração pública impor sanções a particulares não sujeitos à sua disciplina interna tem como fundamento o poder disciplinar.

116. (ANALISTA DE TRANSPORTES – ADVOGADO – CETURB/ES – CESPE/2010) Segundo entendimento do STJ, o poder disciplinado é sempre vinculado, não havendo qualquer espaço de escolha para o administrador, quer quanto à ocorrência da infração, que quanto à pena a ser aplicada, razão pela qual o ato pode ser revisto em todos os aspectos pelo Poder Judiciário.

117. (OFICIAL DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) Decorre do poder disciplinar do Estado a multa aplicada pelo poder concedente a uma

Page 161: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 161

concessionária do serviço público que tenha descumprido normas reguladoras impostas pelo poder concedente.

118. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) No exercício do poder disciplinar, cabe à administração apurar e aplicar penalidades aos servidores públicos e às demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.

119. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PE – CESPE/2009) O poder disciplinar, que confere à administração pública a tarefa de apurar a prática de infrações e de aplicar penalidades aos servidores públicos, não tem aplicação no âmbito do Poder Judiciário e do MP, por não haver hierarquia quanto ao exercício das funções institucionais de seus membros e quanto ao aspecto funcional da relação de trabalho.

120. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES – DPU – CESPE/2010) O poder disciplinar é aquele pelo qual a administração pública apura infrações e aplica penalidades aos servidores públicos e a pessoas sujeitas à disciplina administrativa, sendo o processo administrativo disciplinar obrigatório para a hipótese de aplicação da pena de demissão.

121. (PROCURADOR 3ª CATEGORIA – PGE/CE – CESPE/2008) Atividade da administração pública, expressa em atos normativos ou concretos, de condicionar, com fundamento em sua supremacia geral e na forma da lei, a liberdade e a propriedade dos indivíduos, mediante ação ora fiscalizadora, ora preventiva, ora repressiva, impondo coercitivamente aos particulares um dever de abstenção (non facere), a fim de conformar-lhes os comportamentos aos interesses sociais consagrados no sistema normativo. (Celso Antônio Bandeira de Mello. Curso de direito administrativo. Editora Malheiros. 20.ª ed., p. 787). A definição objeto do fragmento de texto acima se refere ao poder de polícia.

122. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) O poder de polícia, considerado como a atividade do Estado limitadora do exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público, é atribuído com exclusividade ao Poder Executivo.

Page 162: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 162

123. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O poder de polícia, regido pelo direito administrativo, é o meio pelo qual a administração pública exerce atividade de segurança pública, seja por meio da polícia civil, seja pela polícia militar, a fim de coibir ilícitos administrativos.

124. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008). No exercício do poder de polícia, a administração pública está autorizada a tomar medidas preventivas e não apenas repressivas.

125. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/BA – CESPE/2010) O poder de polícia manifesta-se apenas por meio de medidas repressivas.

126. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) A administração exerce o poder de polícia por meio de atos e operações materiais de aplicação da lei ao caso concreto, compreendendo medidas preventivas e repressivas. A edição, pelo Estado, de atos normativos de alcance geral não pode ser considerada meio adequado para o exercício do poder de polícia.

127. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) O poder de polícia administrativa manifesta-se por meio de atos concretos e específicos, mas não de atos normativos, pois estes não constituem meios aptos para seu adequado exercício.

128. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) O poder de polícia administrativa consubstancia-se por meio de determinações de ordem pública, de modo a gerar deveres e obrigações aos indivíduos. Nesse sentido, os atos por intermédio dos quais a administração consente o exercício de determinadas atividades não são considerados atos de polícia.

129. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008). Em regra, os atributos do poder de polícia do Estado incluem-se executoriedade, finalidade, presunção de legitimidade e tipicidade.

130. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) No exercício do poder de polícia, a administração age sempre com autoexecutoriedade, não dependendo de outro poder para torná-lo efetivo.

Page 163: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 163

131. (JUIZ DO TRABALHO – TRT/BA – CESPE/2007) O poder de polícia administrativo se confunde com a discricionariedade.

132. (JUIZ FEDERAL – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2009) Mesmo sem autorização legal expressa, o atributo da autoexecutoriedade do poder de polícia autoriza o exercício desse poder quando necessária a prática de medida urgente, sem a qual poderá ocorrer prejuízo maior aos bens de interesse público.

133. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/BA – CESPE/2010) Quando um fiscal apreende remédios com prazo de validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmácia, tem-se exemplo do poder disciplinar da administração pública.

134. (ANALISTA DE TRANSPORTES URBANOS – SEPLAC/DFTRANS – CESPE/2008). O Estado pode delegar o exercício do poder de polícia a uma empresa privada.

135. (AGENTE DE INTELIGÊNCIA – ABIN – CESPE/2008) O poder de polícia do Estado pode ser delegado a particulares.

136. (TECNICO EM PROCURADORIA - PGE/PA – CESPE/2007) Conforme entendimento do STF, o poder de polícia não pode ser delegado a pessoas ou instituições privadas, mesmo que haja lei nesse sentido.

137. (ANALISTA JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) É possível a delegação do poder de polícia a particular mediante celebração de contratos administrativos, em especial nos locais em que a presença do poder público seja deficiente.

138. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/PB – CESPE/2008) Segundo entendimento majoritário na doutrina e na jurisprudência, admite-se a delegação do poder de polícia a pessoa da iniciativa privada prestadora de serviços de titularidade do estado.

139. (DELEGADO DE POLÍCIA – PC/AC - CESPE/2008) Considere que uma lei federal tenha determinado a proibição da venda de bebidas alcoólicas em

Page 164: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 164

postos e bares localizados às margens de rodovias federais. Nessa situação, a fiscalização do cumprimento dessa determinação configura exercício de poder de polícia administrativa.

140. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008). Do objeto do poder de polícia exige-se tão-somente a licitude. A discussão acerca da proporcionalidade do ato de poder de polícia é matéria que escapa à apreciação de sua legalidade.

141. (ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA – TJDFT – CESPE/2008) Programa de restrição ao trânsito de veículos automotores, em esquema conhecido como rodízio de carros, é ato que se insere na conceituação de poder de polícia, visto ser uma atividade realizada pelo Estado com vistas a coibir ou limitar o exercício dos direitos individuais em prol do interesse público.

142. (ANALISTA - JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - STF – CESPE/2008) O Ministério da Saúde firmou convênio com uma instituição privada, com fins lucrativos, que atua na área de saúde pública municipal. O objeto desse convênio era a instalação de uma UTI neonatal no hospital por ela administrado. Conforme esse convênio, a referida instituição teria o encargo de, utilizando-se de subvenções da União, instalar a UTI neonatal e disponibilizar, para a comunidade local hipossuficiente, pelo menos 50% dos leitos dessa nova UTI. No entanto, essa instituição acabou por utilizar parte desses recursos públicos na reforma de outras áreas do hospital e na aquisição de equipamentos médico-hospitalares de baixíssima qualidade. Maria, que ali foi atendida, viu sua filha recém-nascida falecer nesse hospital. Apurou-se, por meio de perícia, que a morte da recém-nascida ocorreu por falha técnica na instalação e devido à baixa qualidade dos equipamentos ali instalados. Em face dessa constatação e visando evitar novas mortes, o município suspendeu provisoriamente o alvará de funcionamento da referida UTI, notificando-se o hospital para ciência e eventual impugnação no prazo legal. Considerando a situação hipotética apresentada acima, julgue: A suspensão temporária do alvará de funcionamento da referida UTI neonatal, que decorreu do exercício de poder de polícia, poderia ocorrer mesmo sem o prévio contraditório e a ampla defesa na esfera administrativa.

143. (JUIZ FEDERAL - TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2009) A Lei nº 9.873/1999, que não se aplica às infrações de natureza funcional nem aos processos e

Page 165: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 165

procedimentos de natureza tributária, dispõe que o prazo prescricional da ação punitiva da administração pública, no exercício do poder de polícia, é de cinco anos, contados da data em que o ato tornou-se conhecido.

144. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Na esfera da administração pública federal, direta ou indireta, a ação punitiva, quando se tratar do exercício do poder de polícia, prescreve em cinco anos contados a partir da data da prática do ato ou, em se tratando de infração permanente ou continuada, a partir do dia em que esta tiver cessado.

145. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) O prazo prescricional para que a administração pública federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, inicie ação punitiva, cujo objetivo seja apurar infração à legislação em vigor, é de cinco anos, contados da data em que o ato se tornou conhecido pela administração, salvo se se tratar de infração dita permanente ou continuada, pois, nesse caso, o termo inicial ocorre no dia em que cessa a infração.

146. (JUIZ FEDERAL - TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2009) Os atributos da autoexecutoriedade e da coercibilidade são exclusivos dos atos decorrentes do poder de polícia. O atributo da discricionariedade, apesar de verificado nos atos praticados no exercício de outros poderes da administração, é um atributo marcante do poder de polícia, pois todos os atos decorrentes desse poder são necessariamente discricionários.

147. (JUIZ FEDERAL - TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2009) Segundo entendimento do TRF da 5.ª Região, a Polícia Rodoviária Federal pode apreender veículo utilizado no transporte irregular de passageiros ou de madeira e, independentemente de previsão expressa em lei, condicionar a sua devolução ao pagamento da multa aplicada.

148. (JUIZ DO TRABALHO - TRT/BA – CESPE/2007) É inconcebível a instituição de taxa que tenha por fundamento o poder de polícia exercido por órgãos da administração compreendidos na noção de segurança pública.

Page 166: Direito Administrativo - Aula 01

PACOTE DE EXERCÍCIOS MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010 PROF. EDSON MARQUES

www.pontodosconcursos.com.br Página | 166

GABARITOS 01 E 26 E 51 C 76 E 101 C 126 E 02 C 27 E 52 E 77 C 102 E 127 E 03 E 28 C 53 E 78 C 103 E 128 E 04 E 29 E 54 C 79 C 104 E 129 E 05 E 30 C 55 E 80 C 105 C 130 E 06 E 31 E 56 E 81 C 106 E 131 E 07 C 32 E 57 E 82 C 107 C 132 C 08 E 33 E 58 E 83 E 108 C 133 E 09 C 34 E 59 E 84 C 109 C 134 E 10 E 35 E 60 C 85 E 110 E 135 E 11 C 36 E 61 C 86 E 111 E 136 C 12 E 37 C 62 C 87 C 112 E 137 E 13 E 38 E 63 C 88 E 113 E 138 E 14 E 39 E 64 E 89 E 114 E 139 C 15 E 40 E 65 E 90 C 115 E 140 E 16 C 41 E 66 E 91 E 116 C 141 C 17 E 42 C 67 E 92 E 117 C 142 C 18 E 43 E 68 E 93 C 118 C 143 E 19 E 44 E 69 E 94 C 119 E 144 C 20 E 45 E 70 C 95 C 120 C 145 E 21 E 46 C 71 C 96 C 121 C 146 E 22 E 47 E 72 E 97 E 122 E 147 E 23 C 48 E 73 E 98 C 123 E 148 C 24 E 49 E 74 E 99 C 124 C 149 25 C 50 E 75 E 100 C 125 E 150