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Ano I nº 08 Dezembro 2007 O SABOR DO NATAL Final de ano faz duplicar as vendas da Stuttgart, empresa blumenauense que importa produtos finos, principalmente da Alemanha, e distribui para estados do Sul e Sudeste A empresária Hanna Hirt-Duebbers fundou a empresa em 1993, na garagem de casa ASSOCIATIVISMO: consultor Rainer Müller-Glodde fala sobre núcleos setoriais

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Ano Inº 08

Dezembro2007

O sabOr dO NatalFinal de ano faz duplicar as vendas da Stuttgart, empresa blumenauense que importa produtos finos, principalmente da Alemanha, e distribui para estados do Sul e Sudeste

a empresária Hanna Hirt-duebbers fundou a empresa em 1993, na garagem de casa

assOCIatIVIsMO: consultor Rainer Müller-Glodde fala sobre núcleos setoriais

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EDITORIAL

Blumenau deu ao Encontro Econômico Brasil-Alemanha a importância que ele realmente tem. Foram 1.858 inscrições, sendo 267 da Alemanha. Nunca uma edição do evento reuniu tantos empresários interessados nas oportunidades de negó-cios entre os dois países. Além disso, o Encontro contou com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que impressionou a muitos com o discurso que fez na abertura do evento. Foi a primeira vez que um presidente do Brasil marcou presença em 25 edições.

Ao atrair a atenção de tantos, o evento realizado em Blumenau consolida-se como um dos mais importantes já realiza-dos e marca a cidade como um potencial destino de novos investimentos europeus. Da mesma forma, o produto fabricado em Blumenau ganha força no competitivo mercado global. O Encontro serviu como uma enorme vitrine para os potenciais da cidade, revelando aos alemães um cantinho do Brasil familiar, acolhedor, trabalhador e que prima pela qualidade em tudo que faz.

O sucesso do trabalho realizado antes e durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha está intimamente ligado ao empenho daqueles que estiveram à frente da organização do evento. A Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Bundesverband der Deutschen Industrie (BDI) e a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) mostraram a vontade necessária para fazer o melhor e não dar margem para falhas no desenvolvimento do evento. É claro que alguns problemas localizados foram identificados, mas nada que comprometesse a impressão positiva que os participantes levaram de Blumenau.

Também devemos creditar o sucesso ao apoio dado por diversas entidades e pelos governos federal, estadual e muni-cipal. Atento às oportunidades, o governador Luiz Henrique da Silveira, por exemplo, transferiu a sede da capital do Estado para Blumenau no período de realização do evento. Além disso, o apoio dado pela Câmara Brasil Alemanha, Blumenau Convention & Visitors Bureau, Câmara de Dirigentes Lojistas e Acib foram determinantes para fazer com que a cidade apro-veitasse ao máximo a rápida e valorosa estada dos participantes do evento. Outro trabalho de destaque foi o da imprensa blumenauense, que se mostrou comprometida com o futuro da região, dando cobertura poucas vezes vista na história da cidade.

Tamanha reunião de forças mostra que a cidade está empenhada em receber cada vez mais eventos de qualidade, que mostrem Blumenau como um pólo de oportunidades nas mais diversas áreas da economia e do turismo. Temos estruturas confiáveis para a realização desses eventos, como o Parque Vila Germânica, o Teatro Carlos Gomes e diversos hotéis. Nossa rede hoteleira investe em melhorias como há tempo não se via. Nossos acessos e rodovias estão sendo reestruturados e vão facilitar a vida de quem chega à cidade. Mas o principal parece ser o envolvimento de toda a comunidade, que percebeu a necessidade de bem receber e de se envolver em toda movimentação em torno dos eventos que atraem novos olhares para a cidade. Parabéns, Blumenau! Estamos preparados para novos desafios.

A Diretoria

Evento reuniu 1.858 empresários e governantes e criou oportunidades de negócios entre os dois países

EncOnTRO DE sucesso

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EXPERIÊncIAcOM nÚcLEOSSETORIAISO consultor Rainer Müller-Glodde ajuda a espalhar esta filosofia pelo mundo

12InVESTIR EMTEcnOLOGIADÁ RETORnO

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UMA DÉcADADE BOnSRESULTADOS

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20 O sucesso do encontro Brasil-Alemanha

22 como fazer doações deduzindo do IR

28 Artigo - Brasil-Alemanha: conexão jurídica

31 Acib é notícia

42 Memória

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SUMÁRIO

EdItOr EXECUtIVOSidnei dos Santos - 1198 JP (MTb/Sc) - [email protected] assIstENtEFábio Ricardo rEPÓrtErEsAna Paula Lauth, Gisele Scopel e Francisco Fresard (Institucional)dIrEtOr dE artERicardo Augusto KühlFOtO dE CaPaIvan Fernando SchulzeFOtOsIvan Fernando Schulze, Gilberto Viegas e DivulgaçãodIrEtOr COMErCIalcleomar Debarba - 47 3035.5500 - [email protected] EXECUtIVOniclas Mund - [email protected] EdItOrIalLuiz Mund - 0189 JP (MTb/Sc) - [email protected]

BluSol completa 10 anos de atuação gerando crédito para micro e pequenos empreendedores

Legalização dos softwares nas empresas é uma medida indispensável para o progresso

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SABORES REQUInTADOSFundada em 1993 na garagem de casa, a Stuttgart Importação e Distribuição trás ao Brasil o doce sabor europeu

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dIrEtOrIaPresidente: Ricardo Stodieck / Vice-presidente: car-los Tavares D’Amaral / administrativo e Financeiro: Manfredo Krieck / assuntos da Indústria: carlos Odebrecht / assuntos de Comércio e turismo: Bruno nebelung / assuntos de desenvolvimento e Plane-jamento Urbano: Jorge Rodacki / assuntos de Pres-tação de serviços: Maria Denise Ribeiro Ern / assun-tos da Pequena e Micro Empresa: Haida Leny Siegle / assuntos Comunitários: Solange Rejane Schröder / Núcleos e Câmaras: Avelino Lombardi / assuntos ambientais e de Energia: Jaime Grossembacher / assuntos Internacionais: Ido José Steiner / relações Institucionais: Ronaldo Baumgarten Jr / assuntos da saúde: Mauro Sergio Kreibich / assuntos tecnológi-cos: Ingo Tiergarten

CONsElHO EdItOrIalAvelino Lombardicarlos Tavares D’Amaralcharles SchwankeFrancisco FresardHans Dieter DidjurgeitLuiz MundMarilda Steil Ricardo StodieckRubens Olbrisch

Rua Ingo Hering, 20 – 8º andarneumarkt Financial & Trade centercEP: 89010-205Blumenau – Sc47 3326.1230www.acib.net

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EMPREEnDEDORISMO

nATAL cOM sabor requintado

Hanna Hirt-duebbers, partici-pante do Conselho Consultivo da Câmara da Mulher Empresária e do Conselho deliberativo da acib, é o nome forte por trás da stuttgart Importação e distribuição. Fundada em 1993, na garagem de casa, a em-presa começou muito pequena, com apenas algumas importações. após três anos de calmaria, a empresa se profissionalizou e hoje tem uma equipe forte e pronta para atender o mercado de importação de alimen-tos finos.

A história da importadora iniciou-se muito antes da data de sua fundação. Nascida em Florianópolis, moradora de Blumenau e com pais alemães, o que lhe fornece uma ligação intensa com a Alema-nha, foi pela primeira vez para o país eu-ropeu para estudar na Escola de Técnicas Paramédicas da universidade de Marburg an der Lahn. Viveu 10 anos na Alemanha e em cada uma das suas viagens de volta para o Brasil, trazia diversos produtos ale-mães, como salsichas, pães e chocolates.

Voltando ao Brasil, passou a trabalhar com o esposo Robert, o qual assumiu a representação em Blumenau de uma multinacional alemã especializada em ins-trumentos para controle de processos industriais. Com a venda da multinacional para um grupo norte-americano, Hanna

resolveu buscar novas oportunidades de negócios, criando a importadora Stuttgart, para trazer da Alemanha produtos alimen-tícios para o Brasil. O início dos trabalhos foi lento, com importações de pequenos valores e poucos produtos. Após três anos, decidiu investir mais pesado na nova empresa que havia se formado e passou a explorar com mais força esse nicho de mercado.

A empresa instalou-se em um novo prédio, no bairro Vila Nova, onde está lo-calizada até hoje. Ampliou o número de fornecedores estrangeiros, já contando com cerca de 250 produtos de 40 forne-cedores alemães, de 11 Estados alemães diferentes (no total a Alemanha tem 16 Estados). Além destes fornecedores, ainda existem mais da Hungria, Estados Unidos, França e Dinamarca. A empresa cresceu, contratou mais funcionários, hoje contan-do com nove colaboradores e mais de vinte representantes no país, e distribui alimentos finos importados para grandes redes de varejo, lojas de delicatessen e lojas especializadas em chocolates. A Stut-tgart distribui seus produtos por mais de 1,5 mil estabelecimentos comerciais no Brasil, a maioria localizada em São Paulo (49%), Rio de Janeiro (13%), Paraná (11%) e Santa Catarina (11%).

Mesmo com o crescimento vertigino-so, a Stuttgart comemora seus 15 anos de existência em 2008 e continua sendo uma

empresa familiar. Além de Hanna, seu filho Frank Norman Hirt, de 26 anos, comanda a área de marketing e vendas da importa-dora. Conhecedor dos negócios da família desde criança, Frank iniciou seus trabalhos oficialmente na Stuttgart aos 16 anos, e com 10 anos de experiência, já consegue organizar tudo para que a empresa conti-nue mantendo o nível crescente de quali-dade e competência.

Frank acompanha Hanna nas viagens ao Exterior, com o intuito de participar de feiras de produtos alimentícios realizadas em todo o mundo. É nessas feiras que os dois fazem contatos com clientes, forne-cedores e procuram novidades da área de alimentos finos. Assim, conseguem trazer a Blumenau somente os melhores produtos encontrados no mundo. Para os contatos mundo afora, Hanna e Frank dominam, além do português, o inglês e o alemão, além de terem boas noções de francês. Hanna conta que esta é uma herança que veio de casa, quando ainda era criança e seus pais obrigavam os filhos a falar so-mente em alemão quando estivessem em casa. “Quando estávamos na rua, podía-mos falar na língua que quiséssemos, mas em casa, só em alemão”, explica. A mes-ma técnica foi utilizada com seu filho, que logo tomou gosto pelas línguas e culturas diferentes. “Cada idioma que você fala, é uma porta a mais que se abre para o seu mundo”, garante.

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Alguns produtos demoram

para serem aceitos no

Brasil, como o pão integral e o marzipan.

ninguém conhecia o marzipan,

e hoje ele é um produto

que não pode faltar

em nenhuma cesta de

natal

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EMPREEnDEDORISMO

A importadora é especializada em pro-dutos alimentícios alemães, mas também trabalha com produtos da Hungria, Estados Unidos, França, Dinamarca e recentemen-te Itália, estes são em menor número. Para encontrar os melhores produtos, visitam as feiras e fazem muita pesquisa através de catálogos e conversas com fornecedores. A afinidade de Hanna com os produtos alemães ajuda na hora da escolha, por ela ter morado já diversos anos naquele país. Hoje, além dos chocolates, pães integrais e salsichas, a Stuttgart também importa pro-dutos como biscoitos, chás, geléias, aren-que, salgadinhos e pães orgânicos, Spätzle, nhoques e conservas, além de sete tipos de cervejas alemãs e uma extensa linha DIET para diabéticos.

Para a aquisição de novos produtos, além das detalhadas pesquisas, todos os produtos são degustados pelos funcioná-rios da Stuttgart, que já têm senso crítico para decidir sobre a aprovação ou não de determinado produto. Alguns dos repre-sentantes da marca também são convida-dos a fazer o teste e discutir a importação

ou não do produto. “Alguns produtos demoram um pouco para se tornarem bem aceitos aqui no Brasil, como o pão integral e o marzipan. Ninguém conhecia o marzipan aqui no Brasil, e hoje ele é um dos produtos que não pode faltar em ne-nhuma cesta de Natal”, diz Hanna. Hoje, a diretora da empresa já comemora: “é uma unanimidade, toda cesta de importados tem que ter algum produto da Stuttgart”.

Os importados são procurados pelo sabor diferenciado que apresentam. Nisso, Hanna garante que os alemães se desta-cam do restante. “Quatro coisas fazem a Alemanha tão boa em seus produtos. Um sabor inigualável, tecnologia avançada, uma bela aparência e o know-how de anos de experiência na produção dos alimentos”, define a diretora da Stuttgart.

O Natal se aproxima e é nessa época do ano que as vendas da Stuttgart dupli-cam. As vendas de Natal da empresa já começam no mês de junho, e os produ-tos a serem importados da Alemanha já precisam ser decididos no mês de janeiro. Tudo isso para garantir que o estoque es-

tará repleto de delícias, e que as cestas de final de ano estejam completas em todo o país. E para isso, Hanna faz questão de cui-dar pessoalmente das embalagens, e co-loca a mão na massa para garantir que os clientes receberão os melhores produtos existentes no mercado. “Não consigo ficar longe daqui. Nem que eu só possa passar uma hora por dia na área de expedição, eu venho, tenho que estar presente nesse trabalho”, conta. “Quando vejo os pedi-dos prontos para serem embalados, fico admirada com o lindo sortimento de pro-dutos que o cliente fez para as suas vendas de Natal”, completa.

artigos de primeira qualidade

INFORMAçõESstuttgart Importação e distribuiçãoFundação: 1993Postos de trabalho: 9E-mail: [email protected]: www.stuttgart.com.brtelefone: (47) 3323-2137

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ASSOcIATIVISMO

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RAInERMüller-Glodde

No início da década de 90, a Acib ainda era uma entidade em fase de consolida-ção. Uma parceria com entidades alemãs trouxe, no dia 8 de fevereiro de 1991, Rainer Müller-Glodde à cidade, onde implantou a metodologia de Núcleos Setoriais na enti-dade. “Encontrei uma ACI pequena, não-representativa. Uma ACI de médias empre-sas, onde a elite das empresas de Blumenau não participava”, conta o consultor.

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cOnSOLIDAçãO DOtrabalho eM equipe

Quando implantava-se uma nova forma de trabalho na entidade, optou-se por começar organizando os grupos por ramos de atividades. Rainer conta que o primeiro grupo formado foi com os pro-prietários de panificadoras, o que causou uma grande discussão na época. Os pro-prietários destes estabelecimentos não eram considerados empresários, o que demonstrou as diferenças entre as meto-dologias de trabalho aplicadas no Brasil e na Alemanha.

“Esse era um modelo de ACI que já não funciona mais”, explica Rainer. Ele conta que na época, as decisões eram tomadas apenas pela direção dos grupos, como se a diretoria soubesse o que seria melhor para todos. Com o tempo, apren-deu-se que o método de trabalho teria que ser modificado, e que os próprios em-presários é quem deveriam definir quais

suas necessidades.Outra dificuldade encontrada na épo-

ca foi que os empresários blumenauen-ses tinham muito medo de mostrar seus segredos para outros empresários, tidos então como concorrentes. “Tivemos que explicar que como eram 10 empresários, e cada um colocava um segredo na mesa, a matemática mostrava que cada um deles ainda saía com nove segredos de lucro”, lembra o consultor.

Ainda assim, o consultor alemão alerta que este é um problema encontrado em todo o mundo, e não apenas em nossa cidade. “Essa desconfiança é comum em todos os países, seja Brasil, Argélia ou Sri Lanka. Em todo lugar acontece a mesma coisa”, diz, ao contar que o sistema de Núcleos conseguiu atravessar essa des-confiança, desenvolvendo a autoconfiança de todo o grupo.

Isso passou a encorajar os empresários a iniciar novas atividades em suas empre-sas e também fora delas. Trabalhando em grupo, os empresários podem exigir cur-sos de qualificação, palestras e uma procu-ra por resultados ligados diretamente ao problema existente.

Também oodem buscar soluções para os problemas que os afligem, não preci-sando ficar presos na superficialidade das coisas genéricas. Notou-se que os proble-mas de um, também ajudavam os outros a resolverem seus próprios problemas. Em grupo, os empresários se tornaram mais fortes.

O objetivo principal de um núcleo se-torial é criar um grupo de lobby, utilizan-do o trabalho em grupo para aumentar a força de todos os seus membros. “Isso é uma escola de futuros líderes”, completa Reiner .

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ASSOcIATIVISMO

Mas para isso, é necessário manter uma metodologia de trabalho, sempre apostando na troca de idéias e no traba-lho em equipe. Rainer explica que uma coisa que não se pode deixar acontecer é o presidente da entidade querer resolver tudo sozinho. “Se ele for centralizador, não vai adiantar nada, esse é um formato já ul-trapassado. Para dar certo, todos têm que participar”, garante.

Essa descentralização não necessaria-mente atinge a hierarquia das organiza-ções que a adotam, mas faz com que a hierarquia não seja dividida por cargos, e sim por conhecimento. As decisões, toma-das em grupos, são escolhidas por todos os membros, não se tornando assunto apenas da diretoria, ou de um pequeno grupo de pessoas. Essa mesma técnica desenvolvida em Blumenau também já foi levada mundo afora, em países como Uru-

guai, Chile, Bolívia, Equador, Nicarágua, Sri Lanka, Argélia, Vietnã, Moçambique, Costa de Marfim e México.

Apesar da participação ativa dos ale-mães na construção da metodologia dos Núcleos Setoriais, este sistema é um pro-duto brasileiro, desenvolvido em nosso país e utilizado apenas em países com es-tas características econômicas e culturais. Na própria Alemanha, este procedimento não é praticado da forma com que ele aqui é realizado. “Lá, tudo acontece por escrito. São artigos, pesquisas, informações troca-das através de cartas. No Brasil, precisamos buscar uma nova forma de comunicação, pois tudo que entra por escrito em uma empresa acaba no lixo. Aqui, só se acre-dita em uma pessoa encontrando ela pes-soalmente”, diz Rainer. Ele exemplifica esta diferença de comunicação contando que as reuniões de diretoria das ACIs alemãs

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Atualmente, Reiner leva a filosofia dos núcleos setoriais para a África

Se o presidente da entidade for

centralizador, não vai adiantar nada, esse é um formato

já ultrapassado. Para dar certo, todos têm

que participar

ocorrem quatro vezes por ano, enquanto no Brasil esse encontro é semanal.

Rainer explica que a tática de Núcleos pode ser usada dentro das empresas, nas próprias famílias, e todo local que contar com outras pessoas, em que você estiver inserido.

Neste sistema, onde todos participam, nenhuma idéia é perdida, o que aumenta a chance de se encontrar uma solução para os problemas em comum. Para isso, todos os personagens do núcleo têm que parti-cipar no mesmo nível, um não podendo ser mais importante que outro. A prova do sucesso deste sistema é o crescimento acentuado da Acib desde a primeira visita de Rainer à entidade.

Mesmo com o amplo crescimento da Acib na última década, Rainer lembra que ainda há muito trabalho pela frente, para fortalecer a entidade. “A Acib só conta com 850 empresas, algo como 5% de re-presentatividade do empresariado blume-nauense. Mesmo que se diga que são as maiores empresas da cidade, ainda não é muito. É preciso atingir ainda mais empre-sas”, alerta.

Outro problema que precisa ser sana-do para o crescimento futuro da entidade é quanto aos parâmetros de qualidade e crescimento das empresas. “Os parâme-tros utilizados aqui são os que eram utiliza-dos há 20 anos na Alemanha. A realidade blumenauense mudou e a cidade continua atrasada em relação a isso”, constata o consultor.

trabalho em equipe

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TEcnOLOGIA

Os benefícios que as novas tec-nologias trazem para as empresas são impossíveis de serem enumera-dos em sua totalidade. Cada empre-sa pode solucionar seus problemas com um software específico, desen-volvido especialmente para aquele cliente, ou comprar um software já existente no mercado, que consiga concretizar seus desejos.

O passo mais importante na hora de investir em tecnologia para sua empresa é verificar a necessidade da instalação desses produtos, e ter a certeza de que esse pro-duto é o mais indicado para resolver o seu problema. O diretor da Keep It Tecnologia para Negócios, Agostinho Artur Schnaider, explica que toda empresa visa resultados financeiros. Assim, as tecnologias estão à disposição do empresariado, e cabe ao administrador escolher qual terá melhor aplicação. “É preciso sempre se perguntar qual será o retorno desse investimento”.

Mudaram as formas de trabalho, as necessidades empresariais e até mesmo a cultura do blumenauense, hoje já globali-zado pelo acesso instantâneo a qualquer parte do mundo via internet. A tecnologia tem papel fundamental nessa evolução, à disposição dos empresários. “Tecnologia aumenta a produtividade. Ela está aqui para acelerar nossos processos, dar mais tempo para fazer o que é necessário. Não precisamos mais perder tempo vasculhan-do papéis em busca de uma informação”, visualiza Schnaider.

Para que não seja feito um grande investimento que acabe sendo desperdi-çado, porém, é preciso planejamento e atenção para os resultados práticos deste investimento. “O investimento deve ser algo mensurável, é necessário saber quan-to dará de retorno. A tecnologia serve para melhorar as coisas, mas o investimen-to tem que mostrar resultados”, explica o diretor. Para isso, vale a máxima de que tempo é dinheiro, e a tecnologia consegue fazer as ações serem mais rápidas. Hoje, a procura por informações ou arquivos através de um programa de buscas no sis-tema da empresa demora menos de três segundos.

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Um bom exemplo de uma empre-sa que garantiu grandes melhorias em seu negócio ao fazer investimentos na área tecnológica é a ADD-Makler, que há três meses renovou toda a parte de hardware e software de sua matriz e de 10 filiais pelo país. Implantou um novo servidor, conectando todos os computadores, de todas as filiais, em um sistema único e instalou a última versão de todos os softwares necessá-rios. “Nós trabalhamos com prestação de serviços, então o nosso bem mais importante é a informação. Antes, nada era online, perdíamos muito tempo buscando informações. Hoje a informa-ção está disponível o tempo todo e em todo lugar”, comemora a responsável pelo suporte técnico-comercial da em-presa, Valda Stange.

A empresa se tornou mais ágil, mais eficiente e mais segura, com um moni-toramento 24 horas de todo o sistema. Os resultados foram imediatos, com a redução total das manutenções com hardware e a agilidade que surpreen-deu a todos. O que antes tinha pro-blemas de deficiência de informação, hoje é exemplo de praticidade, com o

uso de smart phones, que possibilitam o acesso à informação de qualquer lu-gar do país, seja por computador ou até mesmo por celular. Tudo fica inter-ligado e ocorre de forma instantânea, desde a leitura de e-mails até a agenda atualizada pela secretária em tempo real. “As melhorias são muito significa-tivas”, conta Valda.

Ao ser perguntado se vale à pena investir em tecnologia, Schnaider é ca-tegórico: “vale”. Mas ele completa ex-plicando que é necessário saber o que se deve comprar e onde efetuar esta compra. Como o número de softwa-res e produtos de alta tecnologia não pára de crescer, e os próprios produtos estão sempre evoluindo, a transforma-ção é constante, e a ajuda profissional é essencial. O investimento em tec-nologia está ligado diretamente com a produtividade, e o resultado rápido é uma necessidade. “Tem que tomar cuidado para não se empolgar e inves-tir em coisas desnecessárias, comprar algo no oba-oba”, alerta. “Não adianta comprar uma BMW quando você só precisa de um Fiat Uno”, exemplifica Schnaider.

Preocupações com o futuro

A SERVIçO DA evolução

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setor em crescimento

As empresas podem ser classificadas em quatro setores, quando vistas sob o prisma da tecnologia de informação: Básica, Standart, Racionalizada e Dinâmica. As empresas básicas são aquelas que têm uma equipe de TI apenas para consertar pe-quenos problemas, ou que não conta com uma organização de sua equipe de TI. Ela é centrada no custo, tentando ser o mais econômica possível. O modelo Standart é mais eficiente, ainda com grandes preocupações com custos, enquanto a Racionali-zada funciona como um facilitador de negócios, onde os custos ficam mais baixos e a eficiência ajuda a empresa a desenvolver seus projetos e atuar com maior qualidade. As Dinâmicas têm um custo mais alto, mas são as empresas que usam a tecnologia como recurso estratégico da marca.

A maior parte das empresas ainda está se desenvolvendo lentamente na área, de acordo com pesquisas que demonstram que 100% das 300 maiores empresas do país estão classificadas no perfil Básico. Schnaider explica que em Blumenau não é dife-rente. “A cidade tem uma cultura grande em desenvolvimento de softwares, mas muitas vezes não traz nada novo, é muita gente reinventando a roda”, conta, ao exemplificar que a Micro-soft, quando contrata brasileiros, busca profissionais no Recife, e não em Blumenau, considerada grande pólo tecnológico.

Blumenau, apesar de ser considerada este pólo de tecno-logia, hoje não investe muito na área de prevenção, de acordo com Schnaider. “A preocupação da equipe de tecnologias da informação em Blumenau é apagar incêndios. É apenas de re-solver problemas, não de prevenção”, critica.

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TEcnOLOGIA

Blumenau está mobilizada no com-bate à pirataria, bandeira levantada pela Acib e que aposta na conscientização da população. Schnaider elogia o movimen-to, e diz que essa conscientização é ne-cessária e está começando a demonstrar seus efeitos. Ele explica que a pirataria de softwares, apesar de grande, ainda não é tão prejudicial quanto a de filmes e música. Mesmo assim, acredita que a população está conseguindo compreender as vanta-gens de adquirir um produto original. “A cultura da região está mudando, antiga-mente a preocupação em ter um software original era puramente legal. Hoje, já se têm consciência que o produto pirata é de qualidade inferior e é, também, crimi-

noso”, explica.A campanha Blumenau Sem Pirataria

faz um trabalho forte de conscientização neste sentido, ao mostrar que o software pirata é igual ao tênis pirata, ao filme pira-ta, ao CD pirata e tantos outros produtos. Hoje, o software pirata está ligado dire-tamente à imagem de produto de baixa qualidade e como a informação está cada vez mais acessível na atualidade, o preço do produto original está cada vez mais ba-rato, diminuindo a diferença entre o origi-nal e a cópia pirateada.

O diretor da Keep It avisa que a cam-panha não tem “trabalho de polícia”, e não visa fiscalizar e coibir, e sim conscienti-zar. “Blumenau é uma cidade modelo para

muita coisa, que bom se formos para isso também”, torce. Ele alerta para o fato de que todo tipo de pirataria está ligado dire-tamente com o crime organizado.

“Estamos falando de seqüestro, tráfi-co de drogas, crime organizado mesmo, isso tem que ficar bem claro. Se comprar um software pirata, um DVD pirata ou uma roupa pirata, você está bancando o tráfico da mesma forma”, alerta. A idéia da campanha Blumenau Sem Pirataria é mostrar o que é a pirataria e conscientizar as pessoas para não a apoiarem, não co-laborarem com ela. “As pessoas estão se conscientizando de que não dá para ficar se enganando. Tudo tem um preço”, diz Schnaider.

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luta contra a pirataria

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QUE nãO cUSTA nADAuMa ajuda

ajudar entidades assistenciais sem gastar nada a mais por isso. É dessa forma que a contribuição feita através da dedução do imposto de renda, tanto para empresas quanto para pessoas físicas funciona. se-gundo o regulamento do imposto de renda, até 1% do imposto devido pelas empresas pode ser repassado a instituições atendidas pelos Fundos para a Infância e adolescência (FIa) e até 6% do imposto devido pela pessoa física. Porém, é preciso estar atento, pois somente os optantes pelo formulário completo, no caso da pessoa física, e os que decidem pelo regime de lucro real, para as empresas, podem usufruir da renún-cia fiscal.

O contador Rolf Hartmann esclarece que sem essa opção, o valor do impos-to de renda é passado integralmente ao governo federal. A grande vantagem é que tanto as pessoas declarantes quanto as empresas podem dar um destino cer-

IMPOSTO SOcIAL

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O contador rolf Hartmann

PASSO A PASSO

1° calcule o valor máximo de sua destinação. Para pessoa física é 6% do Im-posto de Renda Devido e para empresas é 1% do Imposto de Renda Devido. Lembre-se, apenas os optantes pelo Formulário completo (PF) e os optantes pelo Regime de Lucro Real (empresas) podem usufruir da renúncia Fiscal. 2° Defina para qual Fundo dos Direitos da criança e do Adolescente você des-tinará os recursos. 3° Deposite o valor na conta do Fundo. Os depósitos deverão ser efetuados dentro do exercício fiscal, ou seja, até 31 de dezembro do corrente ano. 4° Entre em contato com o conselho dos Direitos da criança e do Adolescente do referido município, Estado ou União, para o qual você depositou os recursos e informe seu dados (nome, endereço completo, valor do depósito e cPF). Des-sa forma o conselho irá providenciar o recibo e lhe encaminhará. Este recibo será seu comprovante junto à Receita Federal. 5° Informe sua destinação ao preencher sua Declaração de Imposto de Renda. Há um campo no formulário de declaração de Imposto de Renda onde você deverá informar a data, o valor e o cnPJ do Fundo para qual o recurso foi de-positado. Assim que os dados forem inseridos, o próprio programa da Receita Federal já considerará a renúncia fiscal.

Nota: Para saber onde os recursos do Fundo serão aplicados, ligue para o con-selho e informe-se. Fonte: http://www.proconselhobrasil.org.br/hotsitefia2006/passoapasso.html

to para um percentual do que está sendo pago. Essa é uma garantia de que parte do tributo fica no município para atender as entidades locais. “Ninguém precisa mexer no bolso, trata-se de um percentual des-tinado para as entidades de um dinheiro que seria pago como imposto de qualquer forma. Então, por que não ajudar o pró-prio município?”, questiona o contador.

Um dos empecilhos nos quais os pro-fissionais da contabilidade esbarram é que o imposto de renda sempre tem como base o ano anterior. Por exemplo, a em-presa que doar em 2007 deve incluir na declaração de 2008 e o valor será descon-tado do imposto que vence em abril. Isso quer dizer que é necessário antecipar o di-nheiro, pois o depósito deve ser feito para o FIA até o último dia útil bancário do ano base. Por este motivo, muitas empresas deixam de contribuir, alegando não ter o dinheiro disponível. Hartmann aponta que falta deixar claro que a antecipação é de apenas quatro meses e, após a análise da Receita Federal, o valor é devolvido junto da restituição devida ou será deduzido do valor a pagar, se for o caso.

Os Fundos da Infância e da Adolescên-cia atuam no âmbito municipal, estadual e federal e são instrumento de captação de recursos designados exclusivamente para projetos de promoção e defesa dos direi-tos da criança e do adolescente. Controla-do pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), o FIA recebe os valores e, de acordo com os projetos e planos de aplicação das ins-tituições, distribui a verba. Esses recursos são gerenciados pelo CMDCA, que é for-mado por membros que representam o poder público e a sociedade civil organiza-da. Caso o contribuinte queira destinar sua doação a uma entidade específica, deve indicar ao CMDCA ou à Secretaria Muni-cipal de Assistência Social e Cidadania (Se-masc). A doação também pode ser feita diretamente na conta da entidade, desde que ela esteja devidamente cadastrada aos órgãos fiscalizadores, para que se faça va-ler a dedução. Quando o depósito é feito diretamente na conta da entidade, é preci-so entrar em contato com o CMDCA do município, Estado ou União e informar os dados necessários.

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EncOnTRO BRASIL-ALEMAnHA

AcIB APROVEITA EncOnTROeconôMico

diretores, conse-lheiros, colaboradores e integrantes dos núcleos setoriais da acib aproveitaram ao máximo a realização de um dos mais importantes eventos já organizados em blumenau. desde a abertura, com a presença do presidente luiz Inácio lula da silva, de-zenas de empresários ligados à entidade participaram dos painéis, palestras e workshops para identificar possíveis par-cerias com empresas alemãs.

Logo na abertura o presidente Lula recebeu um ofício da Prefeitu-ra de Blumenau com quatro impor-tantes pedidos: a federalização da Universidade Regional de Blumenau (Furb), a duplicação da BR-470 (Ro-dovia Ingo Hering), a liberação de verbas previstas para a conclusão da Via Expressa e a construção da Ponte do Vale, em Gaspar. O do-cumento foi assinado pelo prefeito João Paulo Kleinübing, pelo presi-dente da Câmara Municipal, José Luis Gaspar Clerici, pelo presidente do Sintex, Ulrich Kuhn, pelo pre-sidente da Acib, Ricardo Stodieck, pelo presidente da CDL, Marcelino Campos, pelo coordenador da In-tersindical Patronal, Osmar Labes, pelo presidente da Ampe, Airton Pires de Moraes, e pelo reitor da Furb, Eduardo Deschamps.Lula recebeu reivindicações da Prefeitura, FurbAcib e outras entidades empresariais

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O acordo firmado em 2005 precisa ser cumprido. Por isso vamos chamar 50 novos

policiais para o município. com isto, mostramos, mais uma vez, a nossa preocupação com

Blumenau e com todo o Vale do Itajaí

luiz Henrique da silveira, governador do Estado de Santa catarina.

A liberação de 50 novos policiais é o investimento mais importante na área da segurança. Porque neste caso estamos

investindo no ser humano

ronaldo benedet, secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa do cidadão

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Luís c. Kriewall Filho

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O presidente da Acib, Ricardo Stodie-ck, também aproveitou bem a passagem do Governo do Estado por Blumenau, durante a realização do Encontro Eco-nômico Brasil-Alemanha. Duas importan-tes reuniões foram realizadas na Casa do Comércio, onde foi instalado o gabinete do governador Luiz Henrique da Silveira durante o evento.

A primeira delas contou com a pre-sença do presidente da CDL, Marcelino Campos, do coordenador da Intersindical Patronal, Osmar Labes, do presidente do Sinduscon, Jorge Strehl, do prefeito João Paulo Kleinübing, do secretário de Esta-do do Desenvolvimento Regional, Paulo França, e do presidente da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí, Ércio Krieck. O grupo entregou um documento ao governador solicitando a inclusão de cinco importantes obras viárias para a re-gião no BID V, programa financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimen-to. Como resposta, o governador ordenou

a licitação do projeto para a construção da nova SC-474, que será um prolongamento da Via Expressa.

A segunda reunião foi sobre segurança pública e reuniu também representantes da OAB e da comunidade. Com a presença do secretário de Estado da Segurança Pú-blica, Ronaldo Benedet, o governo decidiu fazer um novo edital que vai contemplar 50 novos policiais militares para Blumenau. Uma semana antes, havia sido lançado um edital que não contemplava o reforço para

a cidade. “Temos que cumprir o acordo firmado há dois anos, quando promete-mos 150 novos policiais para Blumenau”. Em outra decisão importante, o gover-nador determinou a licitação imediata do edital para a construção da nova Delegacia Regional de Polícia Civil em um terreno doado pela Prefeitura na Rua Humberto de Campos. O projeto executivo da obra foi pago pela Acib, CDL, Intersindical Pa-tronal, CEB, Prefeitura e Governo do Es-tado.

Stodieck participou de reuniões com o governador do Estado, Luiz Henrique(acima). Empresários e autoridades brasileiras e alemâs participaram do encontro (abaixo)

Infra-estrutura e segurança

A liberação de 50 novos policiais é o investimento mais importante na área da segurança. Porque neste caso estamos

investindo no ser humano

ronaldo benedet, secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa do cidadão

A segurança pública sempre foi uma grande preocupação. Embora vivamos

numa região com baixos índices de criminalidade, precisamos continuar mantendo este nosso desempenho

Paulo França, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional de Blumenau

Luís

c. K

riew

all F

ilho

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cRÉDITO

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UMA DÉcADA Gerando renda Há 10 anos foi fun-

dado em blumenau o blusol, surgido da neces-sidade de se criar uma al-ternativa de crédito para empreendedores que não têm acesso ao sistema tradicional de crédito, mas desejam ampliar ou criar o seu próprio ne-gócio. O blusol é uma Organização Não-Gover-namental (ONG) sem fins lucrativos, qualificada como Organização da so-ciedade Civil de Interesse Público (Oscip).

Ao fornecer microcré-dito para empreendimentos de micro e pequeno porte, o BluSol torna-se instru-mento de geração de renda e emprego. Faz despertar e incentiva o empreendedoris-mo, apoiando o surgimento de novos empreendimentos e gerando trabalho. A missão da entidade é ampliar o aces-so ao crédito para os mais carentes e, assim, reduzir a pobreza. “O objetivo é forne-cer crédito a quem não pode ter crédito nos bancos”, ex-plica o presidente do BluSol e empresário do ramo de con-sultoria e coaching, Cláudio Giovani Peixer. “O emprésti-mo de dinheiro para pessoas que não conseguem acesso ao crédito no mercado for-mal é uma forma de dar, aos mais pobres, a oportunidade de colocar em prática suas habilidades não utilizadas ou subutilizadas”, completa.

Assim, o BluSol partici-pa na geração de emprego e renda de diversas famílias, como na consolidação de microempreendimentos, se-jam eles formais ou informais. “Há dois anos, cerca de 40% dos clientes eram informais, hoje esse número já chega a 65%”, conta o presidente da entidade. São cinco as filiais do BluSol no Vale do Itajaí: além da matriz em Blumenau,

Segundo o presi-dente Cláudio Gio-vani Peixer, o BluSol contribui para o desenvolvimento dos empreendi-mentos de micro e pequeno portes

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a empresa é encontrada em Gaspar, Brus-que, Indaial e Rio do Sul. Até o ano 2000, o BluSol atuava apenas em Blumenau, en-tão começou a se regionalizar. Nesses 10 anos, o banco contabilizou mais de 7 mil clientes, atendidos em 47 municípios de toda a região.

Estudos feitos sobre impactos de programas de microcrédito revelam que a simples existência desses serviços já pro-duz efeitos positivos no nível de renda e consumo da família, no volume de recur-sos e gestão dos micronegócios e no nível de autonomia dos microempreendedores. De acordo com levantamentos feitos no mês de agosto pelo BluSol, a renda per capita de seus clientes teve um cresci-mento médio anual de 24,32%, enquanto 876 empregos foram gerados e a renda do empreendimento cresceu numa média anual de 16,67%.

Os créditos do BluSol são forneci-dos somente para geração de emprego e renda. Assim, os clientes que utilizam o dinheiro passam a fortalecer sua renda familiar, e muitas vezes quem não tinha

nenhuma renda pode passar a sustentar a família. Os empréstimos vão de R$ 100 a mais de R$ 2,5 mil. Os valores já chegaram a patamares mais altos, mas a preferência do banco é de ajudar mais pessoas a valo-res mais baixos.

A história do microcrédito no Brasil ainda é recente, de acordo com Peixer. “Eu acho que o microcrédito seria um bom caminho para os usuários do Bolsa Família”, aposta Peixer. Ele reforça que o microcrédito vai contra a prática do assis-tencialismo, pois dá uma real oportunidade para a pessoa se manter com seu próprio trabalho.

O BluSol conta hoje com uma equipe bem treinada, formada por 33 colabora-dores, e adota um modelo moderno de gestão. Com parceiros como a Prefeitu-ra, associações de bairros, de artesãos, Fundação Cultural e outras entidades or-ganizadas, consegue se inserir em todos os meios da comunidade blumenauense. Tem penetração desde a área sindical, co-mercial e industrial, até à população mais necessitada.

decisões em conselho

Desde de agosto deste ano, Ido José Steiner integra o Conselho Deli-berativo do BluSol. Na Acib, o empre-sário ocupa o cargo de diretor de As-suntos Internacionais. Steiner explica que o Conselho da instituição se reúne com freqüência para definir diretrizes do banco, entre elas os novos nichos de mercado, modelos de financiamen-to, taxa de juros, definição da estraté-gia, remuneração de diretores, critérios de avaliação, inclusive abertura de nova filial e mudança de sede. “O Conselho é formado essencialmente por pessoas que possuem boa avaliação de aspec-tos econômicos que envolvem o ban-co”, observa.

Steiner ressalta que a linha mestra do BluSol é a questão social e acre-dita ser esta a principal característica para satisfação dos clientes. “O objeti-vo do Blusol não é o lucro financeiro. O banco se preocupa em criar opor-tunidades para pessoas com menos acesso ao crédito. Por ser um crédito produtivo orientado, o banco dá con-dições aos clientes de utilizarem-no da melhor forma”, assinala. Ele ainda destaca como ponto positivo que nes-tes 10 anos o banco tenha adotado independência em relação aos interes-ses políticos e se volta apenas para as necessidades do mercado.

Ido José Steiner representa a Acib, uma das entidades fundadoras do BluSol, no Conselho Deliberativo do banco

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cRÉDITO

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João Krein foi presidente do BluSol desde sua criação, em 1997, até 2005, quando foi substituído por Cláudio Gio-vani Peixer. Ex-presidente do sindicato dos bancários, já naquela época Krein estava sempre envolvido em debates sobre a democratização do crédito, desde o início dos anos 90.

Em um período em que os peque-nos e micro empreendedores não tinham qualquer tipo de acesso a crédito, os de-bates ainda estavam se iniciando no Brasil quando a idéia do BluSol começou a surgir. Em 1995, Krein acompanhou de perto o processo de criação do PortoSol, banco do povo criado em Porto Alegre, como alternativa de crédito a pequenos e mi-cro empresários. Com esta experiência, decidiu trazer o processo para os blume-nauenses. “Blumenau tinha sete grandes empresas e milhares de trabalhadores. Da noite para o dia, eram milhares de desem-pregados. Muitos deles abriram seus pró-prios negócios, pois tinham vasta experi-ência, mas não tinham nenhum acesso a crédito”, explica.

Depois de seis meses de estudos e debates junto à sociedade, através de enti-dades e sindicatos, um projeto foi enviado à Câmara de Vereadores, que foi aprova-da por unanimidade. A proposta pedia um aporte financeiro da Prefeitura de Blume-nau na razão de R$ 1 milhão.

No dia 28 de agosto de 1997 o Blu-Sol foi fundado, e em 12 de dezembro do mesmo ano abriu as portas para os em-preendedores interessados. Hoje, o BluSol já é referência em todo o País quando o assunto é crédito. “Mesmo quando o Go-verno trocou de PT para PFL, não acon-teceu nada ao BluSol, por isso ele hoje é uma referência, está livre para caminhar com as próprias pernas”, afirma.

liberdade política O estatuto prevê mandatos de dois

anos para presidente e vice. As entida-des apoiadoras do BluSol indicam repre-sentantes para fazer parte do Conselho Deliberativo, e os próprios conselheiros é que votam na presidência, não deixando o

cargo ligado à política partidária. “Não es-tamos falando de uma entidade qualquer, é uma entidade financeira. Ela precisa man-ter a estabilidade institucional”, diz Krein.

As bases do funcionamento do Blu-Sol hoje são as mesmas da época de sua criação, porém com mudanças para a me-lhoria dos trabalhos, com o aprendizado que surgiu durante estes 10 anos. Hoje, o BluSol já emprestou recursos da ordem de R$ 74,2 milhões. “O pai, que é a Prefeitu-ra, já criou o filho, que cresceu. Agora, o filho não pode mais ficar dependendo do pai para tudo, não pode mais ficar pedindo dinheiro emprestado para o resto da vida. Ele é crescido e pode ganhar seu próprio dinheiro, tem que se virar com seus pró-prios recursos”, compara o ex-presidente.

Estes 10 anos fortaleceram o BluSol e, se na época de sua criação não havia qual-quer legislação a respeito do tema, hoje o acesso ao crédito é muito mais fácil e re-gulamentado, graças aos debates gerados na década passada. “Hoje é diferente. Para mim foi um aprendizado incrível. A coisa mais bonita e prazerosa que fiz na vida”.

Uma história de ousadia e sucesso

João Krein foi o

primeiro presidente do BluSol,

entre 1997 e 2005

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ARTIGO

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A minha experiência na relação Brasil-Alemanha tem duas faces: uma como pro-fessor universitário e outra como advoga-do na área internacional. Em 1983 estive pela primeira vez na Alemanha, quando estagiei por seis meses na Faculdade de Direito da Universidade de Tübingen e junto ao Tribunal de Justiça local (Landgeri-cht), em pleno Schwabenland.

Depois disso realizei, por vários anos seguidos, estágios de pesquisa no conhe-cido Instituto de Direito Internacional da Universidade de Heidelberg, então dirigido pelo professor Erik Jayme. Essas pesquisas no direito europeu me levaram mais tarde à Humboldt-Universität, de Berlim, onde inicialmente atuei junto à cadeira do Prof. Axel Flessner, da Faculdade de Direito.

Mais tarde, culminando esse traba-lho acadêmico, fui convidado pelo Prof. Hans-Peter Schwintowski para lecionar na referida faculdade, no âmbito de um programa específico de direito estrangeiro para estudantes de direito. A Humboldt, a mais antiga e tradicional universidade da capital alemã, situada no coração de Ber-lim, mais precisamente no bulevar Unter-den-Linden, oferece aos estudantes de di-reito a opção de complementar sua grade curricular com dois semestres de direito estrangeiro, dentre os quais, direito fran-cês, inglês, italiano, espanhol, chinês, russo e brasileiro, ministrados por professores desses países.

Assim, já há alguns anos, leciono direi-to comercial brasileiro e direito comercial internacional, especialmente a matéria de contratos internacionais, a estudantes alemães. Quando sou abordado por bra-sileiros sobre esse assunto, a indagação mais comum é acerca do interesse dos estudantes alemães em estudar direito brasileiro.

A minha resposta tem sido sempre a mesma. Em primeiro lugar, a Humboldt procura oferecer a seus estudantes uma al-ternativa para atuar em um novo nicho de mercado, procurando novos espaços para recém-formados ante uma concorrência profissional cada vez maior. Os estudantes podem, dessa forma, vislumbrar a possibi-lidade de atuarem junto a multinacionais alemãs, dando-lhes suporte jurídico em seus investimentos no exterior, notada-mente em países de grande futuro, como a China, o Brasil e a Rússia. E, em segundo lugar, o Brasil está na moda na Europa, es-pecialmente na Alemanha, não só por seu potencial econômico, mas também pela intensa troca cultural entre os dois países, tanto na música e na gastronomia, como na literatura e no esporte.

Trata-se de uma experiência gratifican-te. Berlim é uma cidade especial, por tudo que oferece no campo cultural e jurídico. Mas o principal prêmio veio com a comen-da – a Bundesverdienstkreuz (Cruz de Mé-rito) – que a República Federal da Alema-nha, pelo então Presidente Johannes Rau, me outorgou em 2001 por esse trabalho universitário de vários anos e que resul-taram em publicações de livros e artigos, no Brasil e na Alemanha. Bem como pelo auxílio gratuito que prestei por anos a ale-mães encaminhados pelo consulado local e que necessitavam de auxílio urgente.

Essa vida acadêmica, no entanto, é fruto da advocacia internacional que, de forma pioneira, implantamos em nossa região. Como a Pabst & Hadlich presta assessoria jurídica integral a empresas e diante da longa tradição exportadora de muitas delas, não havia como deixar de orientar e representar esses clientes tam-bém no plano internacional.

Passamos então a revisar a estrutura, o controle e a forma de administração dos contratos internacionais dessas empresas. Constatamos que muitas delas não dis-pensavam aos contratos internacionais o mesmo tratamento dado aos contratos nacionais. Vários contratos, por exemplo, eram simples cartas de nomeação de re-presentantes no exterior, que não conti-nham nenhuma regulamentação acerca da atuação desses agentes. Muitos contratos, especialmente de transferência de tecno-logia e licenciamento de direitos autorais, escritos em inglês e mal traduzidos, longos e repetitivos, eram assinados sem os cui-dados necessários.

Mas esse quadro era perfeitamente compreensível, mesmo na década de 80. No entanto hoje, em tempos de globa-lização acelerada, quando a competição se acentua cada vez mais, as empresas necessitam apertar os controles, inclusive o controle sobre contratos internacionais, porque um erro no contrato pode cau-sar, por vezes, grande prejuízo. Por fim, o assessoramento a empresas locais na constituição de subsidiárias no exterior ou a representação jurídica de empresas alemãs de médio e grande porte no Brasil complementam a tônica de nossa ativida-de – ou seja, a atuação jurídica visando o desenvolvimento do intercâmbio econô-mico Brasil-Alemanha, sem esquecer o aspecto cultural que sempre deve existir nas relações humanas.

Haroldo Pabst advogado em direito de empresasócio fundador da Pabst & Hadlich

advogados, blumenauProfessor de direito Comercial e

Internacional brasileiro na Humboldt-Universität em berlim, alemanha

BRASIL-ALEMAnHA:cOnEXãO jurídica

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Em tempos de globalização acelerada, as empresas precisam apertar o controle sobre contratos

internacionais. Um erro pode causar grande prejuízo

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AcIB É nOTÍcIA

O vice-presidente da Acib, Carlos Tavares D’Amaral, e o reitor da Univer-sidade Regional de Blumenau (Furb), Edu-ardo Deschamps, assinaram, no dia 14 de novembro, um importante convênio. Nele está prevista a realização de uma pesquisa para mapear a área de saúde privada de Blumenau. A idéia é fazer um levantamen-to quantitativo e qualitativo do setor que é responsável por mais de 10% do Produto Interno Bruto da cidade.

O trabalho foi idealizado pelo Núcleo de Saúde da Acib e faz parte do projeto Blumenau Referência em Saúde, lançado há um ano pelo grupo para tornar a cida-de referência estadual em saúde privada. A pesquisa vai verificar quantos estabeleci-mentos, entre clínicas, consultórios e hos-pitais, existem em Blumenau e em quais especialidades eles atuam. Segundo o co-

ordenador do Núcleo de Saúde da Acib, Eduardo Schlup, os resultados servirão como base para as futuras ações do pro-jeto. “Temos que saber como atua hoje o setor para podermos planejar o desenvol-vimento e capacitação dos profissionais e estabelecimentos”, explica.

Além do diagnóstico quantitativo, a pesquisa também vai avaliar o nível de satisfação dos pacientes que utilizaram os serviços na área de saúde privada nos últi-mos seis meses. “Esse levantamento já está em andamento e deve ficar pronto até o

fim do ano. A pesquisa quantitativa deve ser finalizada em, no máximo, seis meses”, esclarece o coordenador em exercício do Instituto de Pesquisas Sociais da Furb (IPS), Pedro Paulo Wilhelm.

Os resultados da pesquisa também se-rão utilizados pela Universidade para pla-nejar novos cursos e direcionar o trabalho dos já existentes. “Será uma importante ferramenta para o nosso planejamento interno. Pretendemos identificar novas de-mandas de capacitação”, enfatiza o reitor Eduardo Deschamps.

PESQUISA VAI MAPEAR SAúDE PRIVADA DE BLUMENAU

Deschamps e Amaral assinam importante convênio

Empresários e políticos da Costa do Marfim (África), estiveram na Acib no dia 23 de novembro. Eles conheceram a es-trutura da entidade e o método de tra-balho utilizado para incentivar empresas da cidade e promover o desenvolvimento econômico da região. A comitiva tam-

bém conheceu o trabalho da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi), com quem assinou uma carta de intenções que prevê a promoção de inicia-tivas conjuntas entre os países, visando a difusão de conhecimento e tecnologias.

Os marfinenses também conheceram a Momento Ambiental, o Samae e a Esco-la Básica Municipal Machado de Assis. Os africanos passaram por outras seis cidades brasileiras. O objetivo da missão era co-nhecer projetos desenvolvidos nas áreas de coleta e tratamento de lixo, gestão de alimentação e cantinas escolares e campa-nhas educacionais para a preservação do meio ambiente. O grupo foi recebido em Blumenau por representantes da Acib Jo-vem e da Prefeitura.

Já no dia 29 foi a vez da Acib receber a visita de 17 empresários e diretores de entidades empresariais da Argélia, outro país africano. O grupo conheceu o traba-lho que a Acib desenvolve com os núcle-os desde meados da década de 1990. O sistema está sendo implantado em asso-

ciações empresariais argelinas pelo mes-mo consultor que realizou o trabalho em Santa Catarina, Rainer Müller-Glodde, que acompanhou o grupo. Rainer também se reuniu com os coordenadores de núcleo da Acib e com diretores e dirigentes da entidade que trabalhavam na época da ins-talação do sistema.

COMITIVAS INTERNACIONAIS NA ACIB

Comitiva da Costa do Marfim

Argelinos conheceram a Acib

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A senadora Ideli Salvatti esteve em Blumenau na sexta-feira, dia 30 de novem-bro. Ela vistoriou as obras de instalação da pista sintética de atletismo do Sesi e as de construção do viaduto sobre o Trevo da Mafisa, no cruzamento da BR-470 (Rodo-via Ingo Hering) com a SC-474 (Rodovia Guilherme Jensen). As duas obras foram viabilizadas pelo governo federal com o apoio da senadora.

A pista do Sesi deve ser inaugurada em maio ou junho de 2008. O investimen-to total é de R$ R$ 3,85 milhões. O go-verno federal repassou R$ 2,05 milhões. A contrapartida do Sesi foi de R$ 1,3 milhão e da Prefeitura de R$ 500 mil. Já o viaduto sobre Trevo da Mafisa vai custar mais de R$ 7,15 milhões, integralmente pagos pelo governo federal. O projeto executivo, no valor de R$ 150 mil, foi pago pela Prefeitu-ra (1/3) e pela Acib (2/3) que contou com a colaboração de inúmeras empresas de Blumenau. A obra deve ser concluída no segundo semestre de 2008.

Em entrevista coletiva a imprensa, re-alizada no Auditório do Sesi, a senadora anunciou para janeiro ou fevereiro o início das licitações para o projeto de engenha-ria da duplicação da BR-470, no trecho entre Navegantes e Indaial, e para obras emergenciais no trecho entre Indaial e a BR-116.

Já a verba para a construção da Pon-te do Vale, que ligaria a SC-470 (Rodovia

Jorge Lacerda) à BR-470, em Gaspar, ainda não está garantida no orçamento de 2008. A obra não foi aprovada entre as emendas coletivas da bancada catarinense e agora

os representantes de Santa Catarina em Brasília tentam incluir a obra no PPA, atra-vés do Ministério das Cidades. “Já estamos conversando com o relator setorial de In-fra-estrutura, o senador Leomar Quintani-lha (PMDB/TO), para viabilizar a inclusão da obra no Orçamento Geral da União”, revela a senadora.

A Ponte do Vale seria a primeira etapa do contorno viário de Gaspar. O proje-to pretende tirar do centro da cidade o trânsito da Rodovia Jorge Lacerda, que liga Blumenau a Itajaí. Segundo Ideli Salvatti, a obra é tão importante quanto a do via-duto sobre o Trevo da Mafisa. “Juntas, elas desafogarão o trânsito, preparando a re-gião para a duplicação da BR-470”.

A construção da Ponte do Vale estava prevista no orçamento deste ano. Ela só não saiu do papel porque a obra foi atri-buída, indevidamente, ao Ministério dos Transportes, que só pode realizar obras desse gênero em cidades que ainda não têm acesso a uma rodovia federal. Com isso, os R$ 15 milhões serão destinados à construção de uma ponte sobre o Rio Itajaí Açu em Ilhota. A licitação deve ser lançada até o final do ano.

SENADORA FALA SOBRE A PONTE DO VALE E A BR-470

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Ideli Salvatti visitou as obras no Trevo da Mafisa

AcIB É nOTÍcIA

Senadora vistoria obras da pista sintética do Centro Esportivo do Sesi

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AcIB É nOTÍcIA

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A Blufix Indústria e Comércio Ltda (Arber Parafusos) foi a gran-de vencedora da 2ª Olimpíada da Qualidade, evento promovido pelo Núcleo da Qualidade da Associação Empresarial de Blumenau (Acib). A decisão saiu no sábado, dia 10 de novembro, depois de mais de seis horas de provas da etapa final da Olimpíada. Para sagrar-se campeã, a equipe da Blufix ainda teve que passar por uma prova de desempate com a Electro-Aço Altona, que terminou em segundo lugar. Em tercei-ro ficou a equipe da Baumgarten Gráfica. O prêmio de melhor torcida foi para a Cia Hering.

As provas finais da 2ª Olimpíada da Qualidade foram realizadas no ginásio da Associação Cultural Esportiva Cremer. Mais de 150 compe-tidores de 15 equipes encararam a tarde de calor para cumprir oito provas de integração, técnicas e recreativas. Além de mostrar o conhe-cimento que têm sobre gestão da qualidade, os integrantes das equipes tiveram que mostrar que são bons de raciocínio, mímica e integração, alguns dos elementos exigidos nas provas do último dia. Até o grito de guerra de cada equipe foi avaliado pela organização.

Cada integrante da equipe vencedora ganhou um livro sobre Ges-tão da Qualidade, um passaporte para o Beto Carrero World e uma medalha. Já a empresa vencedora ganhou um troféu, vídeos empresa-riais e terá direito a uma atividade com o Movimento Catarinense para a Excelência.

A 2ª Olimpíada da Qualidade começou no dia 1º de outubro, quando foi entregue o caderno de provas aos coordenadores de cada equipe participante. As equipes tiveram que cumprir outras nove pro-vas de caráter social, técnico e de integração. O destaque ficou por conta das provas sociais, que mobilizaram os colaboradores das empre-sas participantes na coleta de lixo reciclável e na doação de sangue.

Outra prova de destaque foi a realização de uma palestra no dia 29 de outubro. Os participantes tiveram que vender convites para o even-to, que teve como centro das atenções o tema Coaching, abordado pelo consultor Marcos Wunderlich. A palestra reuniu 517 pessoas no Teatro Michelangelo (Uniasselvi).

A Olimpíada da Qualidade foi criada pelo Núcleo de Qualidade da Acib para estimular a consciência e despertar o interesse da comuni-dade empresarial para a gestão da qualidade e produtividade. No ano passado a equipe da Rigesa Celulose foi a grande vencedora. Nesta se-gunda edição, a competição contou com o apoio da A.C.E. Cremer, Cia Hering, ICPG, Link Quality, Movimento Brasil Competitivo, Movimen-to Catarinense de Excelência, Qualidade em Quadrinhos, Qualistore, Quality Mark, Sebrae, Senai e Uniasselvi.

BLUFIx VENCE OLIMPíADA DA QUALIDADE

Equipe foi campeã depois de prova de desempate

HORÁRIO DE FIM DE ANO

A Associação Empresarial de Blumenau (Acib) co-munica à comunidade que não haverá atendimento em sua sede entre os dias 22 de dezembro e 6 de janeiro. A entidade reabre normalmente no dia 7 de janeiro, das 8h às 12h e das 14h às 18h. A Acib fica na Rua Ingo Hering, 20 – 8º andar – Neumarkt Trade & Financial Center. O telefone para informações é o (47) 3326-1230.

FEIRãO DO IMPOSTO NA xV DE NOVEMBRO

Alertar a comunidade para a alta carga tributária brasi-leira foi o principal objetivo do Feirão do Imposto, realiza-do pelo Núcleo de Jovens Empreendedores de Blumenau (Acib Jovem) no sábado, dia 24 de novembro, em frente à escadaria da Catedral São Paulo Apóstolo. Uma bar-raca com diversos produtos, dos mais diversos gêneros, foi montada na calçada. Cada produto tinha uma placa informando quanto se paga de imposto no preço final. Até um carro e uma moto foram utilizados para mostrar à comunidade o tamanho da carga tributária brasileira.

Em média, o brasileiro paga 40% de imposto no que compra. Alguns produtos, como a cachaça, têm carga tri-butária maior que 80%. Os tributos estão embutidos no preço final e passam despercebidos por muitos. A orga-nização do Feirão do Imposto teve o apoio da Abrapi, Copamil, Eisenbahn, Lojas Pernambucanas, Regata Motos, Sulfabril e Villa Têxtil.

População teve contato com a alta carga tributária

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O Núcleo de Responsabilidade Social da Acib recebeu dezenas de empresários em um evento especialmente promovido para abordar o tema Pacto Global. O Café de Idéias foi realizado no dia 28 de no-vembro, no auditório da entidade e teve como atração principal duas importantes presenças: a do presidente da Unimed Blumenau, Jauro Soares, e a do diretor de exportação da Dudalina, Rui Souza.

As duas organizações assinaram o Pacto Global, proposto pela Organiza-

ção das Nações Unidas (ONU) através de uma parceria com a iniciativa privada. A idéia é promover a prática da respon-sabilidade social corporativa na busca por uma economia global mais sustentável e inclusiva. Todo o trabalho é baseado em 10 princípios universais (veja o quadro ao lado). Os dois convidados falaram sobre a experiência e as ações que estão sendo desenvolvidas na Unimed e na Dudalina. Para saber como colaborar, acesse o site www.pactoglobal.org.

CAFÉ DE IDÉIAS – PACTO GLOBAL OS DEz PRINCíPIOS

Princípios de direitos Humanos1. Respeitar e proteger os direitos humanos;2. Impedir violações de direitos hu-manos;

Princípios de direitos do trabalho3. Apoiar a liberdade de associação no trabalho;4. Abolir o trabalho forçado;5. Abolir o trabalho infantil;6. Eliminar a discriminação no am-biente de trabalho;

Princípios de Proteção ambiental7. Apoiar uma abordagem preventi-va aos desafios ambientais;8. Promover a responsabilidade am-biental;9. Encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente.

Princípio contra a Corrupção10. combater a corrupção em todas as suas formas inclusive extorsão e propina.

Rui Souza e Jauro Soares falam sobre o Pacto Global

A empresária blumenauense zalfa Benites, integrante da Câmara da Mulher Empresária da Acib, foi empossada para o segundo mandato à frente do Conselho Estadual da Mulher Empresária. A cerimônia foi realizada no dia 7 de novembro, durante o 17° Congresso Brasileiro da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), 4° Encontro Nacional do Empreender e 11° Encontro Estadual do Empreender, eventos realizados simultaneamente no Cos-tão do Santinho, em Florianópolis. O presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Luiz Carlos Furtado Neves, também foi reconduzido ao cargo.

zalfa Benites foi reeleita no dia 1º de setembro, durante assembléia do Conse-lho realizada na sede da Acib. A presidente definiu como prioridade para o novo mandato de dois anos a integração nacional das mulheres empresárias. Para isso, uma pesquisa será feita com o objetivo de mapear os conselhos existentes em outros estados. A idéia é promover um grande encontro nacional para fortalecer a imagem da empreendedora brasileira.

O Conselho Estadual da Mulher Empresária é composto por 33 câmaras ou núcleos da mulher empresária de todas as regiões do Estado..

EMPRESÁRIA DA ACIB à FRENTE DO CEME

zalfa Benites é empossada pelo presidente da Facisc

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A Comissão de Segurança da Acib de 1987 foi homenageada em um jan-tar promovido pelo Núcleo de Segu-rança no Trabalho e Saúde Ocupacio-nal da Acib. Naquele ano, a Acib doou uma viatura ao Corpo de Bombeiros de Blumenau, especialmente equipada para atendimentos de emergência e trauma. O atendimento estava sendo implantado na cidade e foi pioneiro no Estado e segundo no País.

Receberam a homenagem o presi-dente da Comissão da Acib em 1987, Hans Dieter Didjurgeit, o médico Newton Mota, responsável pelo trei-namento dos bombeiros na época, e o comandante do 3º Batalhão de Bom-beiros Militares, Ten.Cel. Carlos Menes-trina, que representou a corporação. O evento foi realizado na A.D.R. Sulfabril em comemoração ao Dia do Profissio-nal de Segurança e Saúde do Trabalho e reuniu cerca de 60 pessoas.

SEGURANçA NO TRABALHO PRESTA HOMENAGENS

Didjurgeit recebe homenagem do diretor Avelino Lombardi

A Acib Jovem foi a anfitriã, no dia 19 de novembro, da Assembléia Ge-ral Ordinária do Conselho Estadual do Jovem Empreendedor de Santa Catarina (Cejesc). A reunião foi re-alizada no Parque Vila Germânica, durante a realização do Encontro Econômico Brasil-Alemanha.

Jovens empreendedores de di-versas cidades catarinenses discu-tiram vários assuntos, entre eles o Feirão do Imposto e o planejamento estratégico para 2008. A assembléia em Blumenau foi a primeira da nova diretoria do Cejesc, empossada no início de novembro e presidida pelo jovem empresário André Gaidzinski, de Criciúma.

CEJESC EM BLUMENAU

Tomás Dalsenter (E), coordenador da Acib Jovem, ao lado de Gaidzinski

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O diretor-presidente do Seterb, Ru-dolf Clebsch, participou no último dia 12 de novembro de uma reunião conjunta do Conselho Deliberativo e Diretoria da Acib. Além de expor, em linhas gerais, a política de trânsito da cidade, o represen-tante do Poder Público também conver-sou sobre os trabalhos que estão sendo atualmente desenvolvidos no Aeroporto Quero-Quero.

O Seterb contratou a empresa H&S Serviços Aeronáuticos para fazer um le-vantamento completo da área. Segundo o representante da empresa, Clairton Hammer, algumas restrições foram en-contradas pela equipe durante as análises, e todas deverão ser suprimidas antes de apresentar ao Governo Federal o projeto

de ampliação do Aeroporto. A empresa contratada garantiu que o Quero-Quero é totalmente viável e pode operar com segurança se tomadas as providências ne-cessárias.

Conselheiros e diretores da Acib co-braram velocidade nas ações do governo municipal para tornar, o quanto antes, o Aeroporto referência na aviação regional. A reativação dos vôos comerciais na ci-dade é uma das mais importantes metas da Associação Empresarial de Blumenau (Acib).

Um documento com sugestões para implementação do tratamento de esgoto sanitário nos municípios da Ba-cia do Itajaí está sendo formatado pelo Núcleo de Gestão Ambiental da Acib. As informações foram obtidas duran-te o II Fórum Sobre Esgoto Sanitário, realizado no dia 22 de novembro, no Auditório do Senai.

O evento reuniu mais de cem pes-soas de toda a região e contou com a participação do diretor de Desen-volvimento e Cooperação Técnica do Ministério das Cidades, Umberto Luiz Teixeira. Ele falou sobre o Marco Regu-latório do Saneamento (Lei 11.445/07). Os participantes também assistiram a apresentações de cases e conheceram os projetos que estão em andamento em Blumenau.

II FóRUM SOBRE ESGOTO SANITÁRIO

Rudolf Clebsch se reuniu com diretores e conselheiros da Acib

AEROPORTO REGIONAL É VIÁVEL

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Mais de 150 pessoas foram ao Park Blumenau Restaurant na noite de segunda-feira, dia 3 de dezembro, para a confraternização de fim de ano da Acib. Associados, parceiros, colaboradores, diretores e conselheiros tiveram a oportunidade de ouvir a saudação do presidente do Conselho Deliberativo da Acib, Hans Dieter Didjurgeit. Também foram entregues os certificados aos novos associados da entidade que com-

pareceram ao even-to.

A noite foi ani-mada pela música de Deco Dalponte e ganhou um charme a mais com a apresen-tação de esquetes da peça Então, é Natal... da Cia Carona de Teatro. Depois do jantar houve sorteio de dezenas de brin-des, oferecidos por diversas empresas associadas à Acib.

CONFRATERNIzAçãO DE FIM DE ANO

Diretores e conselheiros da Acib conhe-ceram na segunda-feira, dia 3 de dezembro, o projeto do novo Clube Atlético Metropolita-no, apresentado pelo gestor da Metropolitano Investimentos e Participações, João Telles, e pelo presidente do Conselho Deliberativo do Clube, Vilberto Schürmann. O projeto tem como base o trabalho feito no Figueirense e pretende dar projeção nacional ao clube blu-menauense até 2015.

A idéia do grupo que está gerindo o clube é apostar no bom trabalho com as equipes de base, que serão montadas com a ajuda de nú-cleos de treinamento espalhados por toda a cidade. Outro objetivo é dar à administração um caráter empresarial, visando o lucro para poder manter a estrutura e a equipe, além de tornar o Metropolitano uma importante peça de marketing para as empresas da cidade. “A Acib acredita na proposta e apóia o projeto do clube”, enfatizou o presidente da entidade, Ricardo Stodieck. Para mais informações aces-se www.metropolitano.net.

METROPOLITANO NA ACIB

Salão lotado na despedida de 2007

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MEMÓRIA

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as cervejarias, criadas por mes-tres cervejeiros vindos da alemanha, também prosperaram na colônia e continuavam a fazer parte do cená-rio do novo município. a primeira havia surgido em 1860, pelas mãos de Heinrich Hosang, quando blume-nau tinha apenas 950 moradores. a empresa permaneceu sob o contro-le de seus descendentes até 1923, quando foi vendida para a firma bock, de Presidente Getúlio. a ries-chbieter brauerei, criada em 1875, produzia marcas famosas na épo-ca, como a bavária (clara), Favorita e schwartzbier (escuras). Chegou a fabricar cem mil garrafas anualmen-te. Na Itoupava seca , funcionava a cervejaria de Otto Jennrich, ponto de reuniões alegres e muita canto-ria durante noites e mais noites bem regadas por garrafas de Polar, Estrela e Kulmbach.

O movimento de substituição dos im-portados, no entanto, deu impulso espe-cialmente à indústria têxtil. O crescimento desse setor no Brasil, entre 1885 e 1911, foi de 18,4 vezes. A produção de tecidos e confecções subiu de 20,6 milhões para 378,6 milhões de metros quadrados. Em 1907, corresponderia a 35,4% da produ-ção industrial brasileira (têxtil, vestuário

e toucador), atrás apenas da indústria ali-mentícia.

Ao lado de São Paulo, Santa Catarina começava a despontar no cenário nacio-nal como centro de produção têxtil e de confecções, graças à vinda de tecelões da Alemanha. A produção, antes direciona-da apenas para suprir o mercado interno, passou a buscar compradores em outros estados a partir de 1910. Produtos de Blumenau e Brusque seguiam para o Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Pau-lo e até para o Nordeste. Entre 1880 e 1919, foram fundadas 18 indústrias têxteis em Santa Catarina, com notável destaque para o período compreendido entre 1910 e 1914.

A inovação gerada pela Revolução Industrial chegou a todos os setores. No final do século xIx, os engenhos de ser-ra (madeireiras) existentes em Blumenau começaram a operar movidos a água ou a vapor. Até então, o desdobramento das toras em tábuas, barrotes e sarrafos era fruto do esforço manual. A produção des-tinada à exportação foi expressiva. Além de 8.216 dúzias de tábuas, foram embar-cadas outra 5 mil peças de madeira bene-ficiada. A oferta era tão significativa que a Companhia de Navegação Fluvial a Vapor Itajaí-Blumenau decidiu realizar concorrên-cias entre os engenhos para fornecimento da lenha que iria alimentar as caldeiras de

seus barcos.A cidade recebeu com tristeza a no-

tícia de que Dr. Blumenau havia morrido na Alemanha, em 30 de outubro de 1899. Ele tinha 79 anos e passou os últimos dias em Braunschweig, sua cidade natal. A Câ-mara Municipal realizou sessão solene de luto e deu o nome do fundador da co-lônia ao Boulevard Wendeburg (rua das Palmeiras), onde ele havia vivido por mais de 30 anos.

Blumenau entrou no século xx co-memorando seu primeiro cinqüentenário de existência. A Câmara Municipal deci-diu mudar a data oficial de fundação da colônia para 2 de setembro de 1850, dia da chegada dos 17 primeiros imigrantes alemães. O próprio Dr, Blumenau havia adotado como referência 28 de agosto de 1852, quando vendeu os primeiros dez lo-tes de terra situados na margem direita do ribeirão Garcia.

A cidade comemorou seus 50 anos com desfile de barcos iluminados pelo rio Itajaí-Açu, baterias de fogos de artifício e o lançamento da pedra fundamental do monumento aos imigrantes no Jardim Pú-blico.

* Trecho do livro 100 Anos Construindo Blumenau, de Nelson Marcelo Santiago, publicado em comemora-ção ao centenário da Acib, no ano de 2001.

Funcionários de uma fábrica de charutos na Itoupava Seca (na época, Altona), em 1907

Arquivo Histórico

O SURGIMENTO DA

indÚstria (1880-1900)Parte IV - Final

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