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ENFERMAGEM Profª. Lívia Bahia SAÚDE DA MULHER Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto Parte 1

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ENFERMAGEM

Profª. Lívia Bahia

SAÚDE DA MULHER

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

Parte 1

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

Assistência de Enfermagem ao Parto

• A assistência ao parto tem seu objetivo primordial – recém-nascido e parturiente sem problemas

relacionados ao parto – exige da equipe responsabilidade e critérios;

• A atenção adequada à mulher no momento do parto representa um passo indispensável para

garantir que ela possa exercer a maternidade com segurança e bem-estar;

• Este é um direito fundamental de toda mulher. A equipe de saúde deve estar preparada para

acolher a grávida, seu companheiro e família, respeitando todos os significados desse momento;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

Diagnóstico de Trabalho de Parto

• Presença de contrações uterinas em intervalos regulares, que vão aumentando a

frequência e intensidade progressivamente com o passar do tempo e não

diminuem com o repouso da gestante;

• O padrão contrátil inicial é, geralmente, de 1 contração a cada 3-5 minutos e

com duração entre 20 e 60 segundos;

• Apagamento (esvaecimento) e dilatação progressivos do colo uterino;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

• A perda do tampão mucoso e a formação da bolsa das águas são indicadores

menos precisos de trabalho de parto;

• Na maioria da vezes a rotura das membranas ocorre durante o trabalho de

parto, porém pode também ocorrer dias antes do início do trabalho de parto (12

a 20%);

• Condutas utilizadas no manejo da rotura prematura de membrana de gestações

a termo:

o Indução imediata do trabalho de parto;

o Indução após 6-12 horas;

o Conduta expectante por até 48h, com observação da gestante, seguida de

indução se o trabalho de parto não se iniciar espontaneamente;

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

• Etapas do trabalho de parto (Ziegel, 1985):

o Primeira etapa: etapa de dilatação – começa com o início das contrações

regulares e termina com a dilatação completa da cérvix;

o Segunda etapa: etapa de expulsão - começa com a dilatação completa da cérvix

e termina com a saída completa do feto;

o Terceira etapa: etapa placentária - começa imediatamente após a criança nascer

e termina quando a placenta é liberada

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

Momento da Internação

• Não existe um “momento ideal” para internar a gestante em trabalho de parto;

• O desejável é a internação seja já na fase ativa, porém não deve-se descartar a

internação precoce para aquelas gestante que tem dificuldade de acesso ao local

do parto e aquelas com condições que caracterizam gestação ou parto de risco:

idade gestacional superior a 41 anos, cesárea anterior, amniorrexe prematuara

e/ou patologias clínicas de grau leve;

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Admissão/ Internação da parturiente

• Anamnese:

o Antecedentes de morbidade

o Antecedentes obstétricos

o DUM

o Informações sobre movimentação fetal

o Dados sobre a evolução da gestação atual

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

• Exame Clínico:

o Aferição dos sinais vitais ( pressão artéria, pulso e temperatura)

o Avaliação das mucosas para inferir ou não a presença de anemia

o Presença ou não de edema

o Presença de ou não de varizes em membros inferiores

o Ausculta Cardíaca

o Ausculta Pulmonar

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• Exame Obstétrico:

o Ausculta da frequência cardíaca fetal ( antes, durante e após a contração

uterina)

o Medida da altura uterina

o Palpação obstétrica

o Se suspeita de sangramento ou amniorrexe prematura, realizar exame especular

de rotina

o Obs.: o toque vaginal pode ser postergado até que a gestante se encontre em

fase ativa do trabalho de parto

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• Tricotomia

o Não existem evidências científicas claras sobre a tricotomia dos pelo pubianos

o Pode gerar desconforto e risco para a parturiente: no momento de sua execução

e quando os pelos começam a crescer e se utilizado lâminas não descartáveis;

• Enteroclisma (enema)

o Benefícios são questionáveis: menor risco de infecção local, maior facilidade para

a descida da apresentação e influência positiva sobre a contratilidade uterina;

o Gera desconforto para a parturiente para sua execução, porém minimiza

constrangimento da mulher de evacuar no período expulsivo;

o A decisão de realizar ou não deve levar em conta a opinião da parturiente;

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Alimentação

o Na fase latente de trabalho de parto, as gestantes de baixo risco devem ser

orientadas a ingerir alimentos leves;

o Gestantes com maior risco para procedimento anestésicos ou para parto

cirúrgico devem permanecer em jejum durante o trabalho de parto

Higiene

o Banhos não são contra indicados durante o trabalho de parto;

o Banhos de chuveiro com água morna tem sido utilizado para aliviar a dor

durante o trabalho de parto – sensação de relaxamento físico contribui para o

bem estar da gestante

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Posição da parturiente

o Salvo raras exceções, a parturiente não deve ser obrigada a permanecer no

leito;

o Deambular, sentar, deitar são condições que as gestantes podem adotar no

trabalho de parto de acordo com sua preferência;

o Quando deitada, orientar decúbito lateral esquerdo -> decúbito dorsal horizontal

reduz o fluxo sanguíneo;

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Amniotomia

o Embora existam evidências que a amniotomia precoce possa reduzir a duração

do trabalho de parto em 60 a 120 minutos, efeitos indesejáveis podem ocorrer,

como: desacelerações precoces da FCF e alterações plásticas sobre o pólo

cefálico (bossa serossanguinolenta) Risco ainda de infecção ovular e puerperal

quanto maior for a duração do trabalho de parto;

o Assim, a rotura artificial deve ser evitada, reservando para as situações onde sua

prática seja claramente benéfica

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Vigilância da Vitalidade Fetal

o Controle rigoroso da frequência cardíaca fetal (FCF)

o Na fase latente do trabalho de parto e no início da fase ativa, deve ser realizado

a cada 60 minutos;

o Conforme progride a fase ativa, deve ser realizado a cada 30 minutos;

o Quando existe excesso de contratilidade uterina ( taquissistolia, hipertonia) quer

espontânea ou iatrogênica, o sofrimento fetal agudo pode se instalar em poucos

minutos -> vigilância contínua da FCF até que o quadro seja revertivo.

Desejável uso de monitores fetais para vigilância contínua;

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Uso do Partograma no Acompanhamento do Trabalho de Parto

o `Partograma: representação gráfica do trabalho de parto que permite

acompanhar, diagnosticar alterações e indicar tomadas de decisões adequadas;

o Os benefícios da interpretação gráfica da evolução do trabalho de parto são

inúmeros e o método é simples, podendo ser feito em qualquer folha de papel;

o Eixo abcissa (eixo X): tempo em horas

o Eixo ordenadas (eixo Y): à esquerda - dilatação cervical em centímetros e à

direita – descida da apresentação;

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• Fase latente do trabalho de parto: trabalho de parto inicial, com menor

velocidade de dilatação;

• Fase ativa: fase final – o parto se desenvolve mais rapidamente a partir dos 4

cm de dilatação;

• A abertura do partograma na fase latente ou no início da dilatação ( menor que

3-4 cm) implicaria em intervenções não só desnecessárias, mas também

iatrogênicas;

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• Partograma

Assistência de Enfermagem ao Parto/Aborto

• Para a construção de um partograma:

o Cada divisória corresponde a 1 hora na abcissa e a 1 cm de dilatação cervical e

de descida da apresentação na ordenada;

o Inicia-se o registro do gráfico quando a parturiente estiver na fase ativa do

trabalho de parto ( 2 a 3 contrações em 10 minutos, dilatação cervical mínima

de 3 cm). Em caso de dúvida, aguardar 1 hora e realizar novo toque;

o Se velocidade de dilatação estiver de 1cm/h, verificada em dois toques

sucessivos, confirma diagnóstico de fase ativa de trabalho de parto;

o A cada 2 horas, devem ser realizados toques vaginais, avaliando a dilatação

cervical, a altura da apresentação, a variedade de posição e as condições da

bolsa;

o Registra-se dilatação cervical com um triângulo e a apresentação com uma

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o O padrão das contrações uterinas, o padrão dos batimentos cardíacos fetais, a

infusão de líquidos e drogas e o uso de analgesia devem ser registrados;

o A dilatação cervical inicial marcada no ponto correspondente no gráfico,

traçando-se na hora imediatamente seguinte a linha de alerta. Em paralelo, 4

horas após, desenhamos a linha de ação;

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• Exemplo de ficha com partograma e linhas de alerta e ação

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• Na evolução normal do trabalho de parto, a curva de dilatação cervical se

processa à esquerda da linha de ação;

• Quando esse curva ultrapassa a linha de ação, trata-se de um parto disfuncional;

Erro na construção do partograma – iniciado na fase latente do trabalho de parto

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• A OMS tornou obrigatório o partograma nas maternidades desde 1994;

• Seu uso facilita o acompanhamento do trabalho de parto por principiantes e a

passagem de plantão do pré-parto, favorecendo também a utilização racional de

ocitócitos e analgesia;