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Castelo Branco Científica - Ano VII - Nº 12 - janeiro/junho de 2017 - www.castelobrancocientifica.com.br 1 Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255 A INCLUSÃO DO ENSINO A DISTÂNCIA NOS CURSOS DE HABILITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS NA PMES Wesley da Silva Gonçalves Alexandre Jacob RESUMO Trata da adoção da modalidade de ensino a distância em cursos de formação. Analisa os benefícios da adoção da modalidade nos cursos de aperfeiçoamento e habilitação de sargentos e na segurança pública. Por meio de levantamento bibliográfico e pesquisa de campo com 243 alunos matriculados no curso de habilitação de sargentos no ano de 2014, demonstra que a maioria dos entrevistados é a favor da adoção do ensino a distância nos cursos de habilitação e aperfeiçoamento de sargentos na Polícia Militar do Estado do Espírito Santo. Constata que um entrave sempre foi o cumprimento da escala de trabalho com os cursos de capacitação. Conclui que a Instituição Militar precisa repensar a forma de permanência dos militares exercendo suas funções diárias em território de trabalho e proporcionar aprendizagem, sendo a modalidade de ensino a distância instrumento possível para alcançar a capacitação sem prejuízo de seu múnus. Palavras-chave: Capacitação. Habilitação. Ensino a distância. Gestão. Polícia Militar. ABSTRACT It deals with the adoption of distance education in training courses. It analyzes the benefits of adopting the modality in the courses of improvement and habilitation of sergeants and in public safety. Through a bibliographical survey and field research with 243 students enrolled in the sergeants' Tecnólogo em Marketing pela Faculdade de Tecnologia Faesa e Especialista em Gestão Pública pelo Ifes campus Colatina. E-mail: [email protected]. Bacharel em Direito, Especialista em Direito Civil e Supervisão, orientação e gestão escolar e Mestre em Ciências das Religiões. Professor. E-mail: [email protected]. CIENTÍFICA

Faculdade Castelo Branco CIENTÍFICAcastelobrancocientifica.com.br/img.content/artigos/artigo161.pdf · EAD, sendo efetivamente, inserida no ano de 1996 na estrutura organizacional

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A INCLUSÃO DO ENSINO A DISTÂNCIA NOS CURSOS DE HABILITAÇÃO E

APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS NA PMES

Wesley da Silva Gonçalves�

Alexandre Jacob�

RESUMO

Trata da adoção da modalidade de ensino a distância em cursos de formação. Analisa os benefícios da

adoção da modalidade nos cursos de aperfeiçoamento e habilitação de sargentos e na segurança

pública. Por meio de levantamento bibliográfico e pesquisa de campo com 243 alunos matriculados no

curso de habilitação de sargentos no ano de 2014, demonstra que a maioria dos entrevistados é a favor

da adoção do ensino a distância nos cursos de habilitação e aperfeiçoamento de sargentos na Polícia

Militar do Estado do Espírito Santo. Constata que um entrave sempre foi o cumprimento da escala de

trabalho com os cursos de capacitação.

Conclui que a Instituição Militar precisa repensar a forma de permanência dos militares exercendo

suas funções diárias em território de trabalho e proporcionar aprendizagem, sendo a modalidade de

ensino a distância instrumento possível para alcançar a capacitação sem prejuízo de seu múnus.

Palavras-chave: Capacitação. Habilitação. Ensino a distância. Gestão. Polícia Militar.

ABSTRACT

It deals with the adoption of distance education in training courses. It analyzes the benefits of adopting

the modality in the courses of improvement and habilitation of sergeants and in public safety. Through

a bibliographical survey and field research with 243 students enrolled in the sergeants'

�Tecnólogo em Marketing pela Faculdade de Tecnologia Faesa e Especialista em Gestão Pública pelo Ifes campus

Colatina. E-mail: [email protected].

�Bacharel em Direito, Especialista em Direito Civil e Supervisão, orientação e gestão escolar e Mestre em Ciências das

Religiões. Professor. E-mail: [email protected].

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qualification course in 2014, it shows that most of the interviewees favor the adoption of distance

education in the courses of qualification and improvement of sergeants in the Military Police of the

State of Espírito Santo. He noted that an obstacle was always to comply with the scale of work with the

training courses. It concludes that the Military Institution needs to rethink the way military personnel

carry out their daily functions in the territory of work and provide learning, and the method of distance

education is a possible instrument to achieve training without prejudice to their role.

Keywords: Training. Enablement. Distance learning. Management. Military police.

1. INTRODUÇÃO

A capacitação é necessária não só para aquisição e complementação do conhecimento, mas também

como forma de melhoria salarial, o que não é diferente na carreira policial militar. APolícia Militar do

Estado do Espírito Santo é uma instituição regida por disciplina e hierarquia. A hierarquia é dividida

em vários níveis, denominados postos e graduações. Para alcançar a promoção, o militar pode

participar de processos seletivos internos, que lhe irá garantir o direito de pertencer a esses novos

quadros hierárquicos, e como consequência, a melhoria salarial.

A cada ano, vários Policiais Militares são encaminhados às salas de aula para essa finalidade, conforme

as vagas existentes. São profissionais que estão na graduação de Cabo, que ganhará à graduação de

Terceiros-sargentos, e outros que já são Primeiros-sargentos e se aperfeiçoam para a vaga de

Subtenente. Esses militares, lotados em todo o Estado do Espírito Santo, ao serem matriculados em um

curso de Habilitação ou de Aperfeiçoamento, necessitam deslocar- se para o Centro de Formação e

Aperfeiçoamento (CFA), situado no Município de Cariacica, ou outra instituição de ensino locado para

as aulas, na Grande Vitória. Outra dificuldade é que a legislação existente não contempla aos policiais

militares o direito à ajuda de custo durante a capacitação. Dessa forma, o aluno suporta o ônus com sua

manutenção no curso (moradia, alimentação e transporte, por exemplo), além de manter o auxílio no

sustento familiar.

A modalidade de ensino a distância torna-se uma alternativa viável, tanto em cursos livres quanto nos

de graduação e pós-graduação, podendo ser capaz de reduzir a evasão e aplacar os conflitos internos

dos alunos desses cursos de capacitação e aperfeiçoamento.

Ao gestor público cabe a eficiência na aplicação dos recursos públicos, respeitando os princípios da

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Administração Pública, não sendo diferente com os Oficiais da Policia Militar. A instituição é um

órgão pertencente ao Governo do Estado do Espírito Santo e por isso está diretamente subordinada à

Secretaria de Segurança Pública.

Partindo desse princípio, a hipótese é que treinando e capacitando os seus integrantes com a

preocupação de garantir o conforto psicológico, o gestor pode poupar gastos com baixas evasões nos

quadros da Polícia Militar, tornando o processo mais eficaz. Consequentemente, o profissional

capacitado poderá executar as suas atividades pensando no bem comum e contribuindo com a

segurança pública, resultando no controle da violência. Dentro desse contesto surge o seguinte

problema de pesquisa: Quais as benesses da adoção pela Polícia Militar da modalidade do Ensino a

Distância (EaD) nos cursos de Aperfeiçoamento e Habilitação de Sargentos e na segurança pública?

Crê-se que, com a adoção dessa modalidade de ensino, a capacitação seria mais eficaz, permitindo que

esses educandos continuassem a sua atividade profissional definida na Constituição da República

Federativa do Brasil, que é a de manter e preservar a ordem pública, auxiliando a comunidade a qual

estão inseridos (BRASIL, 1988), deslocando-se ao Centro de Ensino apenas para a realização de

atividades avaliativas e presenciais obrigatórias, como aulas de aperfeiçoamento em tiro, dentre

outras.

É inegável a necessidade da presença da força policial militar no cotidiano da população brasileira, e

isso não é diferente no Estado do Espírito Santo, sendo constatado durante a realização da pesquisa,

que a corporação da Polícia Militar possui um efetivo fixo em 10.748 policiais militares na ativa. A

permanência desses militares exercendo as suas funções diárias em seu território de trabalho justifica a

necessidade de a Administração Pública repensar a forma de capacitá-los, surgindo como modelo de

capacitação o Ensino a Distância.

O tipo de pesquisa utilizado foi o descritivo, na forma de pesquisa exploratória. A abordagem da

pesquisa foi quantitativa, definida por Roberto Jarry Richardson (2007), como aquela que se

caracteriza pelo emprego de instrumentos estatísticos, tanto na coleta como no tratamento dos dados, e

que tem como finalidade medir relações entre as variáveis. Preocupa-se, portanto, com

representatividade numérica, isto é, com a medição objetiva e a quantificação dos resultados.

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2 . A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A educação a distância é uma realidade crescente e de indiscutível eficácia, que aliada a programas e

planos educacionais, com supervisão e regularização das modalidades de ensino3 através das

autoridades competentes, juntamente com políticas públicas favoráveis, para que se desenvolva de

maneira harmônica e sustentável, favorece a todos os envolvidos nesse processo, desde o aluno à

instituição que promove os cursos e assim, como resultado, surge o profissional qualificado.

Educação a distância é a modalidade de ensino que permite ao aprendiz não estar fisicamente presente

em um ambiente formal de ensino-aprendizagem existindo uma separação temporal ou espacial entre

ele e o professor. A ligação entre professor e aluno ocorre por meio de tecnologias, das mais diversas,

passando pela impressa, pelas digitais, principalmente a Internet, e também pelas hipermídias

(SCREMIN, 2002).

Por suas características intrínsecas, por sua própria natureza, a EaD, mais do que as instituições

convencionais de ensino superior, poderá contribuir para a formação inicial e continuada destes

estudantes mais autônomos, já que autoaprendizagem é um dos fatores básicos de sua realização.

Por aprendizagem autônoma entende-se um processo de ensino-aprendizagem centrado e dependente,

cujas experiências são aproveitadas como recurso, e no qual o professor deve assumir-se como recurso

do aprendente, considerado como um ser autônomo, gestor de seu processo de aprendizagem, capaz de

autodirigir e autorregular este processo. Este modelo de aprendizagem é apropriado aos adultos com

maturidade e motivação necessárias à autoaprendizagem e possuindo um mínimo de habilidades de

estudo (TRINDADE, 1992 e CARMO, 1997).

O processo de aprendizagem ocorre mediante uma interação entre o aluno e o professor, através da

comunicação. Sendo definido como o processo pelo qual as competências, habilidades,

conhecimentos, comportamentos ou valores são adquiridos ou modificados. Esse processo pode ser

analisado a partir de diferentes perspectivas, de forma que há diferentes teorias de aprendizagem

(HILGARD, 1973).

De acordo com Santos, Almeida e Blasius (2013), o termo educação é preferido por ser mais

abrangente, embora nenhuma das expressões, devido à complexidade de opções e variações seja

plenamente completa. Historicamente, torna-se muito criteriosa a seleção de um marco que possa ter

iniciado formalmente à Educação a Distância no mundo, pois a própria Bíblia, a depender da

epistemologia pretendida, serviu como instrumento de educação. Desta forma, pode-se dizer que o

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Ensino a Distância (EaD) tem suas origens na antiguidade greco-romana, onde havia o intercâmbio de

mensagens de cunho educacional (instruções), através de correspondências, que possuíam os mais

diversos fins: transmissão de conhecimentos científicos, ensinamentos estratégicos de guerras,

religiosidade, dentre outros.

Assim, esta técnica perpassa pelo Cristianismo, e tem especial destaque no período Humanista e

Iluminista. De maneira bastante resumida o desenvolvimento da EaD pode ser descrito em três

gerações, conforme os avanços e recursos tecnológicos e de comunicação de cada época, segundo

Arnaldo Niskier (2000):

a) Primeira geração: ensino por correspondência, caracterizada pelo material impresso;

b) Segunda geração: os recursos são ampliados com programas radiofônicos e televisivos, aulas

expositivas e fitas de vídeo aliados ao material impresso. A comunicação síncrona predominou neste

período;

c) Terceira geração: ambientes interativos, com a eliminação do tempo fixo para o acesso à educação.

A comunicação passa a ser assíncrona em tempos diferentes e as informações são armazenadas e

acessadas sem perder a interatividade, facilitadas pelos meios digitais.

2.1. A REGULAÇÃO DA EAD NO BRASIL

Segundo Hermano Duarte de Almeida e Carmo (1997), no Brasil, em 1993, o Ministério da Educação

e Cultura (MEC) em parceria com o Ministério das Comunicações (MC), regularam o ensino a

distância no País, por meio do Decreto n° 1.237, de 06/09/1994, criando o Sistema Nacional de

Educação a Distância (SINEAD), estruturando as primeiras medidas para uma Política Nacional de

EAD, sendo efetivamente, inserida no ano de 1996 na estrutura organizacional do Ministério da

Educação e Cultura, com a denominação de Secretaria de Educação a Distância.

Paralelo a esses acontecimentos, no ano de 1994, expandia nos ambientes universitários brasileiros, a

internet. As bases legais para essa modalidade foram estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases na

Educação Nacional n° 9.394 (20/12/1996), “Lei Darcy Ribeiro” que finalmente foi responsável por

novo status da EaD, regulamentada pelo decreto n° 5.622 (20/12/2005), que revogou os decretos n°

2.494 (10/02/98), e n° 2.561 (27/04/98), com normatização definida na Portaria Ministerial n° 4.361

de 2004. O decreto n° 5.622 classifica os níveis de Modalidades educacionais em educação básica, de

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jovens e adultos, especial, profissional e superior.

2.2. O ENSINO A DISTÂNCIA NAS INSTITUIÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA

Deu-se ênfase a educação à distância nos órgãos de segurança pública, com o advento da criação da

Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), em 1997, órgão ligado ao Ministério da Justiça

(MJ) que, dentre outras, foi-lhe atribuída à função de estimular a capacitação dos profissionais da área

de segurança pública.

As Diretrizes Pedagógicas para as Atividades Formativas dos Profissionais da

Área de Segurança Pública consiste num conjunto de orientações para o

planejamento, acompanhamento e avaliação das Ações Formativas, e a Malha

Curricular, constituindo-se em um núcleo comum, compostos por disciplinas

que congregam conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, ambos

produzidos pela própria SENASP e cujo objetivo é garantir a unidade de

pensamento e ação dos profissionais da área de Segurança Pública (MJ, 2008,

p. 02).

Uma contribuição bastante relevante de tal secretaria foi à elaboração do documento denominado

Bases Curriculares para a Formação dos Profissionais da Área de Segurança Pública no ano de 2000.

A formação dos policiais que antes não possuía um direcionamento central por parte do governo

federal, passou a ter uma orientação, inclusive, de um currículo mínimo, que servia de base para a

construção dos currículos dos cursos, além de o documento apresentar perfil do profissional de

segurança pública. Tinha como objetivo ser uma ferramenta de trabalho que auxilie a

homogeneização dos cursos de formação e o planejamento curricular, com o propósito de assegurar o

princípio de equidade no processo de formação, garantindo unidade de pensamento e ações

adequadas às necessidades sociais vigentes (MEC, 2000).

Em 2008, o documento foi atualizado mais uma vez e é considerado pela SENASP,

atualmente, um documento completo contendo todas as orientações que servem de referência para as

Ações Formativas dos Profissionais da Área de Segurança Pública.

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2.3. O ENSINO A DISTÂNCIA NA PMES

A Polícia Militar do Estado do Espírito Santo é uma instituição com 179 anos de existência. O ensino a

distância na instituição começou a ter uma ênfase no ano de 2005, quando a Secretaria Nacional de

Segurança Pública (SENASP), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, criou em parceria com a

Academia Nacional de Polícia, a Rede Nacional de Educação a Distância (Rede EaD SENASP), que é

uma escola virtual destinada aos profissionais de segurança pública em todo o Brasil, e tem como

objetivo viabilizar o acesso à capacitação continuada, independente das limitações geográficas e

temporais.

A SENASP exerce o papel de conduzir os processos de educação em segurança pública. A atividade de

instrução na PMES segue as diretrizes desse órgão, tanto na formação de policiais, quanto na sua

capacitação, dando um novo formato aos currículos disciplinares, direcionado ao desempenho da

missão de segurança pública.

Nesse sentido, afirma Vitor Rosa no que tange aos conteúdos:

A Diretoria de Ensino e Instrução e o Centro de Formação e Aperfeiçoamento

da Polícia Militar fizeram as adequações necessárias dos currículos,

respeitando as proposições emanadas da SENASP, por meio da implantação

de princípios comuns em nível nacional, e proporcionando o estudo das

questões pertinentes ao contexto do Estado do Espírito Santo (ROSA, 2007, p.

27).

Do ano de 2005 até os dias de hoje, muitos policiais foram capacitados através da rede à distância, o

que proporcionou uma melhora na qualidade de ensino e cultural do policial. Muitos ainda não

conseguiram se adaptar a essa nova modalidade, por diversos motivos. Com os anos vindouros será

necessária uma melhor e mais intensa difusão do ensino a distância dentro da instituição Policial

Militar, onde alcançará um número maior de policiais. E, esses agentes do poder público não serão

“retirados” das ruas, fazendo com que possam estudar, capacitar e prestar um serviço público de

qualidade, o que almeja toda a sociedade.

Um dos fatores que ainda resiste a essas mudanças é a cultura organizacional, compreendida como:

Um conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em elementos

simbólicos, que em sua capacidade de ordenar, atribuir significações,

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construir a identidade organizacional, tanto agem como elemento de

comunicação e consenso, como ocultam e instrumentalizam as relações de

dominação (FLEURY, 1987, p. 22).

Por fim, no âmbito a Polícia Militar, a DEIP - Diretoria de Ensino, Instrução e Pesquisa é o órgão de

direção setorial da PMES responsável pelo planejamento, coordenação, fiscalização e controle das

atividades de instrução militar.

3. PESQUISA E ANÁLISE DE DADOS

A pesquisa foi realizada no Curso de Aperfeiçoamento e Habilitação de Sargentos do Centro de Ensino

de Cariacica-ES, onde foram colhidas as informações necessárias para confecção do trabalho.

A amostra probabilística foi baseada em um total de 243 pessoas, entre alunos, professores/instrutores

e gestores do curso e do tipo estratificada, sendo a população dividida em grupos conforme sua atuação

nos cursos. A coleta de dados foi realizada através de observações pessoais, percepções de terceiros,

livros, artigos e legislações, além de consultas a sítios oficiais na Internet. O procedimento adotado na

coleta dos dados se deu através da pesquisa bibliográfica e o levantamento de dados executado dentro

do Curso de Aperfeiçoamento e Habilitação de Sargentos. Como instrumento de coleta de dados, foi

utilizado como suporte o questionário onde contém diversas perguntas.

A escolha do curso se deu por entender que é de suma importância a qualificação do profissional de

segurança pública, ao mesmo tempo, não se pode prejudicar o efetivo disponível de militares

empregados na atividade, que é de policiamento ostensivo e preventivo.

3.1. OS CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO E HABILITAÇÃO DE SARGENTOS NA PMES

Segundo Emília Alves (2011), a ascensão funcional na Polícia Militar está condicionada à exigência

legal de frequentar os cursos, o que gera impacto tanto na atuação profissional quanto no processo da

ascensão.

Para progredir na carreira, o sargento passa por dois momentos de qualificação profissional: o primeiro

é o Curso de Habilitação de Sargentos (CHS), curso que forma/modela/transforma o cabo em

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sargento, portanto, marca seu ingresso na graduação. O segundo é justamente o Curso de

Aperfeiçoamento de Sargentos (CAS), que tem como finalidade capacitar o sargento para exercer

cargos, encargos e funções inerentes à graduação de subtenente e dos postos de tenente e de capitão do

Quadro de Oficiais da Administração.

Assim, a ascensão funcional está atrelada a uma qualificação profissional que desenvolva novas

competências no policial militar para que ele possa assumir outras tarefas na instituição.

3.1.1. O CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE SARGENTOS

A Polícia Militar é uma instituição dividida hierarquicamente, ou seja, possui vários grupos de

trabalhadores separados conforme sua subordinação. Dois agrupamentos destes trabalhadores são

bastante distintos no que tange ao exercício das funções dentro da instituição, que são os oficiais e as

praças. Os primeiros são subdivididos por postos e são os gerentes da corporação. Já os segundos são

subdivididos em graduações e estão no nível operacional da atividade policial.

Em meio a essas divisões, configura-se a função do sargento que é também relevante, uma vez que

este graduado é o elo funcional entre o nível de trabalhadores da execução, os soldados e os cabos, e os

gerentes da corporação, que são os oficiais situados no nível intermediário. O sargento precisa se

qualificar para continuar seu percurso profissional. A frequência ao Curso de Aperfeiçoamento de

Sargentos (CAS) é um momento primordial naformação continuada deste profissional, por dois

motivos muito consideráveis: é condição para que o 1° sargento possa alcançar a última graduação do

seu círculo, isto é, das praças, e também possibilita seu ingresso em outro círculo, o dos oficiais do

Quadro de Oficiais da Administração (QOA), em cuja ascensão pode-se chegar ao posto de capitão.

Para uma melhor concepção a respeito do curso de sargento da PMES, é preciso reportar a formação

do sargento no período entre 1994 e 2012. A PMES desenvolveu três formatos distintos de curso: o

Curso de Formação de Sargento (CFS), cuja última edição ocorreu em 1994; o Curso de Adaptação de

Sargento Peculiar (CASP), com cinco edições, entre os anos de 1998 a 2002; e por fim, o Curso de

Habilitação de Sargento (CHS), desenvolvido com o advento da Lei Complementar n.° 321/2005,

reformulada pela Lei Complementar n.° 467/2008 que foi alterada pela Lei Complementar nº

589/2011. Neste último formato foram desenvolvidas sete edições até 2014, nos anos de 2006 e entre

2008 a 2013.

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3.1.2 . O CURSO DE HABILITAÇÃO DE SARGENTOS

Os sargentos são selecionados entre os cabos da corporação, sendo assim, torna-se necessário que sua

formação seja vinculada à posição que ele ocupará na organização e o papel a ele destinado nesta nova

qualificação profissional. Neste sentido, a ideia é de que ele seja elevado de posição. Ao serem

promovidos ocupam posições diferentes na estrutura organizacional. Deve incorporar a noção de que

deixou de ser apenas executor e que suas ações requerem projeções e análises dentro do seu campo de

ação.

A formação do sargento deverá estar pautada nos princípios e valores institucionais que privilegiem o

compromisso com a cidadania e a educação para a paz. As ações educativas devem, portanto,

viabilizar a construção de conhecimentos acerca do exercício do ofício policial de forma que o aluno

se torne sujeito de sua aprendizagem. Como forma de viabilizar uma formação ampla e aberta são

entendidos como fatores primordiais o compromisso com a educação e os valores humanos voltados

para a ética, cidadania, legalidade, os direitos humanos e a comunitarização das atividades policiais.

No ano de 2014, a Polícia Militar levou a sala de aulas inicialmente, no CHS/2014, um total

aproximado de 243 cabos, que pelo critério de antiguidade e de merecimento, se dispuseram a se

aperfeiçoar para assumir a função de 3º Sargento. Destes, 53 alunos sargentos pertenciam ao quadro

de especialista da saúde, ou seja, não trabalhavam diretamente na atividade policial.

O curso iniciou-se no dia 19 de maio de 2014, sendo sua formatura de conclusão no dia 13 de

novembro do mesmo ano. Inicialmente, os alunos ficaram a disposição do “Batalhão Copa” em

virtude da realização da Copa do Mundo de Futebol que foi realizada no Brasil, sendo empregados no

território do Estado do Espírito Santo, mais precisamente, na Grande Vitória, devido à hospedagem e

treinamento em terras capixabas, de duas seleções participantes (Austrália e Camarões) durante a

primeira fase da competição. Com o fim do evento, foram remanejados no dia 21 de julho de 2014,

para a sala de aulas, onde permaneceram até o encerramento do referido curso de habilitação.

Por não comportar a realização do Curso de Habilitação de Sargentos no Centro de Formação e

Aperfeiçoamento da PMES (CFA) situado no Bairro Santana, Cariacica, o CHS/2014 teve as suas

aulas teóricas e práticas nas dependências da União Capixaba de Ensino (UNICAPE), também no

município de Cariacica, conforme convênio firmado entre a Polícia Militar e a instituição de ensino.

Sendo que as aulas de Defesa Pessoal e Policial, Uso de Forças e Armas de Fogo e Informática Básica

foram ministradas nas dependências do CFA.

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3.2 . PERFIL E PERCEPÇÕES DOS ALUNOS

Durante a entrevista com os alunos, foi constatado que a rotina diária das aulas e a obrigação de estar

presente a um lugar de estudo, também foi motivo de muitas reclamações. Pode-se perceber que

grande parte dos matriculados estava afastado das salas de aulas há mais de seis anos, uma vez que

84% dos entrevistados estão fora da sala de aula, sendo 44% há mais de 11 anos sem estudar. Apenas

16% permanecem estudando.

Com o questionamento, surgiu o motivo de dar continuidade aos estudos e de cumprir suas obrigações

em regime de escalas extraordinárias de seis horas, conhecida como “escala extra”. Mas, a queixa

maior, foi a respeito do não pagamento por parte da Policia Militar da Indenização de Ajuda de Custo a

que se faziam direito a receber, conforme dispositivo expresso na Lei do Estado do Espírito Santo nº

2.701/1972, que regula os vencimentos, indenizações, proventos e dispõe sobre outros direitos,

define:

Art. 30 Indenização é o quantitativo em dinheiro, isento de qualquer tributação

devido ao policial militar para ressarcimento de despesas decorrentes de

obrigações impostas para o exercício de cargo, comissão, função, encargo ou

missão, bem como compensar os “desgastes orgânicos” de que trata o art. 52

desta Lei.

Parágrafo único. As indenizações compreendem:

[...]

b) ajuda de Custo (ESPÍRITO SANTO, 1972).

Por sua vez, nos artigos 38 e 39 da mesma lei:

Art. 38 Ajuda de Custo é a indenização para custeio das despesas de viagem,

mudança e instalação, exceto às de transporte, devidas ao PM, quando, por

conveniência do serviço, for nomeado, designado, classificado, destacado,

transferido de destacamento, recolhido, matriculado em Escola, Centro de

Instrução ou Curso, mandado servir ou estagiar em nova comissão, e, ainda,

quando deslocado com a OPM que tenha sido transferida da sede.

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Parágrafo único. A indenização de que trata este artigo será paga com o primeiro

vencimento posterior ao deslocamento.

Art. 39 O PM terá direito à Ajuda de Custo sempre que for designado para

comissão cujo desempenho importe na obrigação de mudança de domicílio,

concomitantemente com o seu afastamento da sede da OPM onde exercia suas

atribuições, missões, tarefas ou atividades policiais militares, obedecidas as

prescrições do art. 39 desta Lei (ESPÍRITO SANTO, 1972).

Muitos alunos alegam que se fosse pago a quantia em que eles têm direito a receber conforme a Lei,

esta, poderia amenizar o impacto das despesas financeiras, realizadas com alimentação, aluguel de

moradia (repúblicas), combustível e até mesmo com material escolar, como cópias de materiais

didáticos.

Ressaltaram ainda, que o risco de se percorrer as estradas todos os fins de semana, para se deslocarem

para suas residências no interior do Estado, fez com que eles, repensassem a vantagem de estar

frequentando um Curso de Habilitação, mesmo se isso custasse um não aumento de salário, como é

propiciado com a promoção.

A pesquisa deu conta que 57 dos alunos residem na Grande Vitória, 24% na região norte, 13% na região

sul e 8% na região serrana, ou seja, quase a metade dos matriculados possuem residências longe da

Grande Vitória.

Com o objetivo de avaliar os alunos integrantes do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos

(CAS/2014), a respeito da inclusão e interesse na modalidade do curso a distância, pode-se notar o

desinteresse de contribuir com a pesquisa, pois do total de 150 pesquisas aplicadas, apenas 65 pessoas

responderam ao questionário, representando um total de 43,33%, o que fez descartar a pesquisa, tendo

em vista representar menos da metade dos alunos matriculados, o que influenciaria negativamente no

resultado.

O mesmo questionário foi aplicado aos 243 alunos matriculados no curso de Habilitação de Sargentos

(CHS/2014), sendo que 59 alunos não se manifestaram e não responderam as perguntas, num

aproveitamento de 75,72%.

Vale ressaltar que muitos desses alunos pesquisados que estão matriculados no CHS/2014, poderão

estar em um futuro próximo, frequentando um curso de Aperfeiçoamento de Sargentos, e com isso, a

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resposta da pesquisa, se torna de suma importância para saber a respeito de um curso futuro.

Quando se trata de um curso na modalidade a distância, deve se atentar para saber se o entrevistado

possui curso e/ou noções de informática, sendo requisito primordial para que se desempenhem as

ferramentas disponíveis na internet. Essa pergunta foi aberta, deixando à escolha do pesquisado o

interesse por uma ou mais opções, e como resultado, 157 pessoas, o que totaliza 85,33% possuem

internet em suas residências. E esse fator é importante, pois para que se estude a distância, o aluno deve

possuir um local que propicie a conexão com a rede mundial de computadores, a internet.

Como é importante ter a disponibilização de uma rede de conexão, e não menos importante, se faz a

necessidade de saber utilizar esse sistema. Dos entrevistados, apenas 15,76% não possuíam nenhum

tipo de noção de domínio da informática, totalizando a quantidade de 29 alunos. A maioria, ou seja,

85,24% sabiam exercer atividades através da informática.

Foi pesquisado também se conheciam ou se já efetuaram algum tipo de curso na modalidade a

distância. Devido à globalização ocorrida também pela rede mundial de computadores, apenas 4,89%,

ou seja, 09 pessoas não conheciam a modalidade de ensino a distância. Dos alunos que responderam

que conheciam ou já ouviram falar, 41,84%, ou seja, 77 pessoas no universo de 184 entrevistados, já

realizaram algum tipo de curso na modalidade a distância.

Através de entrevistas pessoais, relataram que a distância dos familiares, dentre outras, foi um fator de

desiquilíbrio emocional durante o período de estudos. O questionário, em uma das suas perguntas se

propôs colher dos entrevistados em ordem de prioridade, quais eram ou poderiam vir a ser, os fatores

ou motivos que dificultavam a participação em um curso na modalidade presencial, como era o que

estava sendo realizado.

É importante ressaltar que dos 184 alunos que responderam a referida questão, um total de 46 respostas

foram excluídas, por não marcar corretamente a questão proposta, restando assim, 138 respostas

válidas, o que representa 56,79% dos matriculados no CHS/2014.

Das respostas válidas colhidas através do questionário, podemos notar que 44,20%, ou seja, 61 pessoas

relataram que o fator preponderante que dificulta a realização de um curso na modalidade EaD é a

ausência dos familiares. Como segunda prioridade, 32 pessoas relataram que a dificuldade de

locomoção é um dos gargalos para se fazer presente no curso presencial.

Isto ocorre devido o curso ser realizado na Região da Grande Vitória, ou seja, no município de

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Cariacica, e muitos alunos pesquisados, eram residentes no interior do Estado do Espírito Santo.

Ainda, 21,73% disseram que os encargos financeiros, os gastos com alimentação e hospedagem, ficam

em terceiro lugar de prioridade, e por último, vem empatado com 21,01%, que foi a resposta de 29

pessoas, que a distância do seu local de residência e o não pagamento por parte do Estado, da ajuda de

custo. Mesmo assim, pouco afeta em ordem de prioridade, a participação em um curso presencial.

Questionados sobre uma possível participação em um curso de habilitação na modalidade EaD caso

fosse ofertado pela Polícia Militar do Estado do Espírito Santo, 89% dos entrevistados, gostariam de

participar do curso nesta modalidade. Esses mesmos entrevistados responderam que não haveria

problema algum em estudar a distância e desempenhar a missão de agente de segurança pública, pois

das 184 pessoas que responderam o questionário, 154 dessas, disseram que não haveria problemas

para estudar a distância e trabalhar ao mesmo tempo, representando um total de 84%.

Como havia matriculado o total de 243 alunos no curso de habilitação de sargentos no ano de 2014,

essa quantidade de pessoas que optaram pela rede EaD, representa em sentido global, 63,37% de todos

os matriculados.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

É importante a capacitação do funcionário público, e com o policial militar não é diferente.

Este servidor precisa estar capacitado e treinado para exercer a sua função com qualidade que a

sociedade espera e necessita. Essa capacitação vem de encontro à necessidade de manter ao mesmo

tempo, esse mesmo policial militar à disposição do centro de ensino da instituição e prestando seu

serviço operacionalmente.

Atualmente, a demanda pela permanência desses militares em sua atividade é de suma importância,

mas não se pode negar, a oportunidade dos mesmos de frequentarem um curso de habilitação e

aperfeiçoamento, onde galgarão posições superiores na estrutura da corporação.

Através da pesquisa, foi colhida, dos 243 alunos do CHS/2014, a opinião a respeito do mesmocurso na

modalidade a distância e o percentual de 89% demonstrou interesse de que o curso fosse na

modalidade EaD, e 84% dos entrevistados ainda, disseram que não haveria problema para trabalharem

em sua escala de serviço e estudarem no horário de folga.

O Governo do Estado do Espírito Santo, através da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo, com a

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realização do ensino a distância, estaria praticando um dos princípios da administração pública, que é

da economicidade, pois para ser realizado o CHS/2014, se fez necessário à locação de salas de aulas,

aonde foram realizadas as aulas presenciais, ao passo que, se fosse via sistema de ensino on-line, esses

recursos públicos, poderiam estar sendo investidos em outras prioridades.

Vale ressaltar, que a modalidade EaD na Instituição não é tão ausente, haja vista que do ano de 2005

até os dias de hoje, muitos policiais foram capacitados por meio desta modalidade, adotada pela

Secretária Nacional de Segurança Pública, o que vem proporcionando uma melhora cultural e na

qualidade de ensino policial. Muitos que tinham dificuldades estão procurando se adaptar a essa nova

ferramenta.

Por fim, a permanência desses militares exercendo as suas funções diárias em seu território de

trabalho justifica a necessidade da Administração Pública repensar a forma de capacitá-los, surgindo

como modelo de capacitação o Ensino a Distância.

5. REFERÊNCIAS

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