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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEGUNDA-FEIRA 8 DE JULHO DE 2013 ANO XII Nº 2887 PUB PUB VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler MOP$10 AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 30 HUM 75-95% EURO 10.0 BAHT 0.2 YUAN 1.3 PUB PLANEAMENTO URBANÍSTICO NOVA LEI ACUSADA DE FAVORECER ENRIQUECIMENTO DOS EMPRESÁRIOS PÁGINA 4 MUST apresenta as propinas mais altas da RAEM O preço do canudo • DROGA IAS quer rastreio nas escolas, ARTM é contra PÁGINA 6 • CLIMA Dois tufões devem chegar a Macau entre Julho e Agosto PÁGINA 7 JOSÉ MARQUES, O PORTUGUÊS QUE HÁ 50 ANOS NÃO VÊ PORTUGAL CENTRAIS TIMOR ENSINO Afinal, quanto custa tirar um curso superior em Macau? É fácil a todas as famílias pagar os estudos dos seus filhos ou a universidade é só para alguns? O Hoje Macau foi saber. Apesar dos muitos subsídios e apoios do Governo da RAEM, a Universidade de Ciência e Tecnologia (MUST) é a que tem as propinas mais caras. PÁGINAS 2 E 3

Hoje Macau 8 JUL 2013 #2887

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2887 de 8 de Julho de 2013.

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Page 1: Hoje Macau 8 JUL 2013 #2887

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006 D IRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 8 DE JULHO DE 2013 • ANO XII • Nº 2887

PUB PUB

VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS)

Ter para lerMOP$10

AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 26 MAX 30 HUM 75-95% • EURO 10.0 BAHT 0.2 YUAN 1.3

PUB

PLANEAMENTO URBANÍSTICO

NOVA LEI ACUSADA DE FAVORECER ENRIQUECIMENTO DOS EMPRESÁRIOS

PÁGINA 4

MUST apresenta as propinas mais altas da RAEM

O preçodo canudo

• DROGA

IAS quer rastreio nas escolas, ARTM é contra

PÁGINA 6

• CLIMA

Dois tufões devem chegar a Macau entre Julho e Agosto

PÁGINA 7

JOSÉ MARQUES, O PORTUGUÊS QUE HÁ 50 ANOS NÃO VÊ PORTUGAL CENTRAISTIMOR

ENSINO

Afinal, quanto custa tirar um curso superior em Macau? É fácil a todas as famílias pagar os estudos dos seus filhos ou a universidade é só para alguns? O Hoje Macau foi saber. Apesar dos muitos subsídios e apoios do Governo da RAEM, a Universidade de Ciência e Tecnologia (MUST) é a que tem as propinas mais caras. PÁGINAS 2 E 3

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O QUE DIZEM OS ALUNOS

segunda-feira 8.7.2013ensino2 www.hojemacau.com.mo

• SIO TAN, EX-ALUNO DA MUST,DE ZHUHAI, FUNCIONÁRIODO BANCO DA CHINA EM MACAU:“Vim para a MUST porque é a maior universidade, mas as propinas são um pouco caras. Preferi estudar em Macau porque tem diversidade, mas acho que o ensino superior precisa de ser melhorado”.

• NANCY WU, EX-ALUNA DA MUST, DE HANGZHOU, FUNCIONÁRIA DA AIR MACAU: “Vi na CCTV a apresentação das universidades em Macau, pareciam todas boas, mas depois descobri que não é assim. Os cursos aqui são semelhantes aos do continente e Hong Kong, mas são mais fáceis. Claro que as propinas da MUST não são baratas mas temos de comparar com os custos de vida.”

• WINNIE QIN, EX-ALUNA DA MUST, DE XANGAI, FUNCIONÁRIA NUM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA:“As propinas são caras. Tudo tem que ser pago pelos estudantes e até as infra-estruturas, como a luz ou o ar condicionado nas residências. Escolhi a MUST porque a publicidade no continente é boa, parecia igual à Universidade de Hong Kong. Mas só soube que a MUST era privada e que não tinha muita credibilidade junto dos residentes quando cheguei a Macau.”

• EVA ZHANG, EX-ALUNADO IFT, DE ZHUHAI:“Escolhi esta universidade porque o ambiente de ensino é melhor e há muitos profissionais da área da hotelaria. Há maior ligação com o mundo lá fora e ganhamos uma visão mais ampla. As propinas são um pouco caras, mas eu tinha uma bolsa de estudo”.

• LEI HOI IAN, LICENCIADAPELA UMAC, DE HONG KONG:“Nunca pensei escolher uma universidade em Macau, mas a UMAC é muito conhecida em Hong Kong e senti

que era um bom local para estudar. A MUST é uma loja de cursos onde se podem comprar certificados. As propinas em Macau são mais baratas do que em Taiwan, Hong Kong ou no continente, os custos do meu curso foram normais. Mas acho que o ensino superior em Macau não tem sucesso. Em Hong Kong, a maioria dos certificados de Macau não são reconhecidos”.

• GUO, EX-ALUNODO IPM, DO CONTINENTE:“Queria estudar no exterior e achei que Macau, por ter sido uma colónia portuguesa, poderia ter um ensino superior mais moderno. Concordei com as propinas, o valor não era alto para a minha família e é mais barato do que no Reino Unido ou Estados Unidos. Mas os cursos não são bons, há muita burocracia e superficialismo nas universidades. As actividades realizadas não ajudam a melhorar a qualidade da formação”.

• TIARA, EX-ALUNADO IPM, DE HONG KONG:“Queria aprender português e optei por estudar aqui, porque ouvi dizer que era bom. Concordo com o valor das propinas. A qualidade dos alunos não é satisfatória”.

• ANNIE, EX-ALUNADO IPM, DO CONTINENTE:“Disseram-me que o curso de música era tão bom como o da conservatória de Xangai e as notas eram mais baixas. Concordo com o valor que paguei de propinas. Ao contrário de muitos colegas meus, acho que o valor é aceitável para a educação que recebi. Não sei porque tantos colegas manifestam arrependimento em estudar em Macau. Talvez tivessem demasiadas expectativas e achassem que o ensino é tão bom como em Hong Kong”.

Depoimentos recolhidospor Cecília Lin e Zhou Xuefei

A dois meses do início do ano lectivo, o Hoje Macau analisou os valores das propinas cobrados nas instituições do ensino superior público e privado. Os cursos da MUST são os mais caros, enquanto que as ofertas do IPM e IFT são mais em conta. Estudantes falam de propinas caras e de um ensino que poderia ser melhor. Reitor da USJ avança que Governo pondera maior equilíbrio nos apoios para poupar alunos

Licenciatura na MUST pode ir até 296 mil dólares de Hong Kong

Quanto custa uma educação superior?Andreia Sofia [email protected]

É uma universidade privada, é líder nos apoios que re-cebe da Fundação Macau (FM) e figura central de

muita polémica política e social. Trata-se da Universidade de Ciên-cias e Tecnologia (MUST, na sigla inglesa), a instituição de ensino superior que mais cobra aos alunos pelos cursos que oferece, apesar de, em parte, serem financiados pela fundação da própria universidade.

É também a única instituição que estabelece a maior diferença de valores consoante a origem dos alunos: há os residentes de Macau, os da China Continental e os outros, de Hong Kong, Taiwan e estrangeiro. Cada grupo paga um valor diferente. Todas as outras universidades optam por englobar os alunos do continente, de Hong Kong e Taiwan no pacote dos es-tudantes locais, e apresentam outro valor para estrangeiros.

Segundo os dados disponibi-lizados na página Web da MUST,

referentes ao ano lectivo 2013-2014, uma licenciatura de quatro anos custa aos residentes entre 132 e 176 mil patacas (apenas o curso de medicina tradicional chinesa, de cinco anos e com estágio, pago pelos alunos, é mais caro). Já os não-residentes podem pagar entre 252 mil e 296 mil dólares de Hong Kong para terem uma licenciatura.

Nos estudos pós-graduados, a MUST continua a ser a rainha. Um doutoramento, que pode ir entre três a cinco anos de duração, custa

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ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

OUTRAS ENTIDADES PRIVADAS

3ensinosegunda-feira 8.7.2013 www.hojemacau.com.mo

Escola de Enfermagem do hospital Kiang Wu 25 mil patacas/ano

Instituto Milénio 26 a 28 mil patacas/ano

Instituto de Gestão de Macau Não possui quaisquer dados online.

USJ “com austeridade”

Universidades públicasA Universidade de Macau (UMAC), também receptora dos apoios do Governo e da FM, disponibiliza licenciaturas entre as 123 e 154 mil patacas para quem tem BIR, mas quem não tem pode pagar até 199 mil patacas. O Hoje Macau não obteve qualquer resposta às perguntas enviadas via e-mail. Dentro do sector público o Instituto Politécnico de Macau (IPM) e o Instituto de Formação Turística (IFT) são as instituições mais baratas. As licenciaturas não chegam a 100 mil patacas. Os estrangeiros pagam apenas 128 mil por um curso de quatro anos. A inflação, os custos do programa e os apoios do Governo determinam a aplicação dos valores para estas instituições. O IPM não tem dúvidas de que “está a oferecer o melhor aos alunos”, com “bons equipamentos escolares” e excelência no ensino.

188 mil dólares de Hong Kong (HKD) anuais para alunos das regiões vizinhas e países estrangei-ros. Quem possuir BIR paga 140 mil patacas por ano, e quem vem do continente paga 160 mil HKD anuais. Por comparação, a Univer-sidade de São José (USJ), privada e sem apoios governamentais, cobra apenas pelos seus programas de doutoramento entre 25 a 50 mil

patacas anuais, por igual período de tempo.

Já os mestrados da MUST, com a duração de dois anos, variam entre 80 a 86 mil HKD, tanto para residentes como para alunos das regiões vizinhas. Para quem vem da China, os valores sobem: entre 90 a 96 mil HKD. Só o mestrado em gestão pode atingir 200 mil HKD.

A USJ, por sua vez, cobra, por

ano, 39,500 patacas pelos seus mestrados. O mestrado de gestão é também mais caro: 47,500 patacas.

O Hoje Macau apresentou questões por escrito à MUST no sentido de saber quais os critérios para decidir estes valores, mas a resposta baseou-se apenas nos conteúdos académicos.

“O nosso compromisso é pro-videnciar uma educação de alta

qualidade aos nossos alunos, e queremos fazer melhorias em todas as áreas possíveis.”

Recorde-se que o ano passado estalou a polémica do aumento das propinas para alunos não lo-cais, sendo que este ano a propina aumentou duas mil patacas para locais, segundo um comunicado da MUST datado de 24 de Janeiro. Trata-se do “primeiro aumento da propina em 12 anos”, afirma a

universidade, que dá mais razões para os aumentos.

“A decisão resultou uma consi-deração cuidadosa de acordo com a consulta feita junto da adminis-tração da universidade. O aumento dos ganhos vai ser gasto na me-lhoria contínua das condições de ensino, na contratação de profes-sores excelentes e no aumento dos salários do pessoal académico”, conclui a universidade.

No que diz respeito às licenciaturas, a USJ apresenta valores próximos da MUST, mas ainda assim mais baixos. Os cursos mais caros são os de design e arquitectura e podem atingir as 244 mil patacas (61 mil patacas por ano). O reitor Peter Stilwell não tem dúvidas que a USJ oferece “em termos sistémicos os cursos mais baratos das quatro universidades em Macau”, afirma ao Hoje Macau. “Os nossos (cursos) custam o valor das propinas pagas. Os das instituições congéneres custam o valor das propinas mais o valor dos apoios públicos dispensados”, diz o reitor, embora frise “nada ter contra esses apoios”. Sem essas ajudas do Governo, a USJ garante que necessita de apertar o cinto. “Foi preciso aplicar, este ano, um regime de austeridade para que as receitas cobrissem os custos.”Garantindo que a “sustentabilidade”, a “qualidade” e a ideia de que os estudantes são “o centro da vida universitária” são os critérios para a aplicação das propinas, Peter Stilwell

não tem dúvidas que “os alunos que nos escolheram darão por bem empregue o seu dinheiro e o seu tempo”. A maioria das instituições contactadas pelo Hoje Macau garantem que não têm previsto, a curto prazo, um aumento das propinas. Do lado da USJ o desejo é mesmo a redução, mas para já o reitor diz ser impossível. “Para diminuir a nossa dependência das propinas dos alunos, temos vindo a tentar prestar serviços profissionais à comunidade, como consultadoria e programas de formação.”E adianta que o Executivo está a ponderar mudanças. “Há indicações de que o Governo pretende estabelecer um sistema de financiamento mais equitativo das universidades locais, para que pelo menos todos os alunos oriundos de Macau sejam tratados de uma forma igual. Se assim for, passar-nos-á a ser possível não onerar tanto os alunos locais. Até lá, não temos outra opção.”

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HOJE

MAC

AUHá muita gente contra certas disposições da Lei de Planeamento Urbanístico. É que, dizem, é visível a vontade do Governo de enriquecer ainda mais os empresários do sector

Cecília [email protected]

A Associação Novo Macau (ANM) realizou ontem uma conferência

de imprensa na qual se mos-trou contra as novas disposi-ções da Lei de Planeamento Urbanístico, expressas no novo articulado entregue pelo Governo à 2ª Comissão

O balanço das autoridades policiais sobre os tumul-

tos pós-manifestação contra Florinda Chan, a 30 de Junho, foi de onze polícias feridos e de ataques físicos e morais constantes entre os civis e os polícias, visível nas imagens em sua posse. Uma versão dos factos bem diferente da Asso-ciação Novo Macau.

«Eles gritaram bem alto nos ouvidos dos polícias. Se a audição deles não foi afectada é porque têm um corpo de super-homem. Se não houvesse vídeos do que aconteceu, eu

ALÉM do grupo da Angela Leong, ainda há mais três grupos pela via

directa e um grupo pela via indirecta que entregaram os seus documentos na sexta-feira passada. A Aliança do Movimento dos Operários, liderado pelo operário Leong Seak, disse que não tem muita esperança de vir a ser eleito porque não tem poder financei-ro contra os “grupos ricos” e apenas depende da consciência dos eleitores. Se for eleito dará mais voz às classes baixas, contra os “figurões e o conluio entre o Governo e os comerciantes”.

Já a Associação de Promoção do Es-tado de Direito, Liberdade e Democra-cia apresenta o activista Cheong Weng Fa como número um da lista. Trata-se da pessoa que se viu agora envolvida com um processo da deputada Kwan Tsui Hang. Outro membro da lista é

Lei do planeamento urbanístico Novas disposições não satisfazem Ng Kuok Cheong

“Vai dar mais benefícios aos empresários”

PSP faz balanço da manifestação contra Florinda Chan

Polícias ficaram surdosMais seis grupos entregam programas

De cima a baixo

Permanente da Assembleia Legislativa (AL) na semana passada. Ng Kuok Cheong foi uma das vozes presentes que se levantou contra o arti-go 56º sobre «Indemnização decorrente da alteração ou revogação de uma planta de alinhamento oficial”. O deputado, que compõe a comissão que analisa o diploma na especialidade, acredita a alteração do artigo só dará mais benefícios aos empresários.

“A comissão pensa que os novos artigos evitam a ne-cessidade de ter uma licença de obra sobre a construção no pedido de compensação, caso os proprietários de ter-renos privados sejam lesa-dos pela entrada em vigor de um novo plano urbanístico que altere as disposições de construção. Neste caso, bas-ta a planta de alinhamento oficial», esclarece Ng Kuok Cheong. «Isso significa que a compensação do Governo no futuro pode ser muito grande, o que representa

uma má utilização do dinhei-ro público”, defende.

Por essa razão, o depu-tado defende que deve ser cancelado o artigo 56º sobre «indemnização decorrente da alteração ou revogação de uma planta de alinha-mento oficial» para não dar tanta margem a que os empresários aproveitem a lei para pedir compensação de qualquer. “Pensando no caso Ao Man Long, apren-demos que os dirigentes não podem ter tanto poder, se se deixar margem de manobra,

deixam-se que beneficiem os empresários a seu bel-prazer e, no final de contas, quem sofre é o interesse público.”

Ng Kuok Cheong revelou ainda que existem no seio da comissão, divergências de opiniões entre os assessores jurídicos da Assembleia Le-gislativa (AL) e do Governo.

NÃO APENAS NOVO MACAUNão apenas Novo Macau se opõe às novas disposi-ções da proposta de lei. A “Macau Tri-decade Action Union” também ontem se

reuniu à tarde em “Defesa de Macau, contra a lei de planeamento urbanístico ser considerada um multibanco para comerciantes”. Kou Ngan Fong, presidente do grupo, e candidato às elei-ções legislativas, disse ao Hoje Macau que já reuniram cerca de 300 assinaturas para apresentarem uma petição ao Governo.

Também os Kai Fong, na sexta-feira passada, entrega-ram uma carta ao Governo com algumas recomenda-ções. “Consideremos que

devem dar preferência às licenças de obras valida-das para que requeiram a compensação, se não, vai dar espaço aos empresários para que peçam as plantas de alinhamento oficial e venham depois a pedir indemnização quando a lei entrar em vigor. Isto funciona como uma nova maneira de transferência de benefícios. A lei vai tornar-se uma lei de compensação”, explicou o vice-presidente da União Geral da Associação de Moradores de Macau, Ho Chong Chun.

Também o presidente da Associação dos Arquitec-tos de Macau, Ben Leong, apontou que as disposições relevantes ainda não são co-nhecidas pelo sector, e que o Governo precisa de clarificar os sectores interessados. O urbanista Rhino Lam consi-dera que como a lei é baseada no interesse publico, os pro-jectos privados não devem ter nenhuma compensação, isso também é uma maneira comum nos outros países.

um dos seis presos das manifestações contra Florinda Chan, Hong Man Tei.

O advogado e antigo polícia Hong Weng Kuan disse que o seu grupo Pro-tecção dos Direitos dos Cidadãos vai atrair os votos das forças de segurança, funcionários públicos, sector jurídico e outros eleitores. “Como sabemos quem votará em nós, tenho confiança de que serei eleito”, disse o advogado. O seu programa político dá mais atenção às forças de segurança, função pública e sistema jurídico.

Já o grupo Cuidados de Macau, liderado por Wiliam Kuan, também entregou o seu programa político. Para ete grupo os principais temas são melhorias das políticas de saúde, reforma dos profissionais e a aquisição de habitação pelos jovens.

Além dos grupos de via directa, o grupo indirecto do sector dos trabalha-dores - Comissão Conjunta da Candi-datura das Associações de Empregados - entregou o seu programa político. Como não há mais competição, dois candidatos, o deputado actual Lam Hong San e membro da FAOM Ella Lei são auto-eleitos. O mesmo caso também ocorreu com a candidata do sector de educação, Chan Hong. - C.L.

pensaria que era o regresso do Kung Fu Fighter», explicou Lei Siu Peng, comandante da PSP, numa conferência de imprensa na passada sexta-feira. «Eles ficaram verdadeiramente aba-lados. Causaram-lhes lesões auditivas graves e o tratamento demora», frisou.

O dirigente da PSP justifi-cou ainda o cerco aos civis na Penha, que antes tinham estado na manifestação. Segundo explicou, os polícias conside-raram que a rua das residências dos secretários é demasiado estreita por isso seria desade-quado um protesto na zona. No entanto, não apontou ao abrigo de que lei foi possível fechar a Colina da Penha aos residentes, que disseram estar simples-mente a «passear» pela área. No entender da PSP, o passeio foi apenas uma desculpa para continuar a manifestação por isso os agentes no local não os deixaram continuar.

Sobre a garantia de que a PSP não ostentava qualquer arma, facto contraditório ao

que algumas imagens mostram, o comandante não quis dar qualquer resposta.

QUEIXA DE MANIFESTANTESAmanhã, porém, a «Aliança para demissão de Florinda Chan», que participou nas manifestações, e na qual seis elementos foram detidos pela PSP, vai entregar a sua queixa junto do Ministério Público (MP) sobre aquilo que consi-deram de «abuso de poder» por parte da PSP.

Já na sexta-feira, Hong Man Tei e Lee Kin Yun, dois dos seis activistas detidos na Colina da Penha, entregaram uma carta na sexta-feira passada à Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segu-rança de Macau, a reclamar que houve uso excessivo de força durante a acção da polícia, pe-dindo uma investigação ao caso.

Recorde-se que já existe uma investigação a decorrer no MP sobre a «agressão à autori-dade» que a PSP diz ter sido alvo por parte dos manifestantes.

Cheong Weng Fa

segunda-feira 8.7.2013política4 www.hojemacau.com.mo

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5políticasegunda-feira 8.7.2013 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

Cecília [email protected]

ANGELA Leong, directora da So-ciedade de Jogos de Macau (SJM)

deslocou-se na passada sexta-feira aos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) para apre-sentar o programa político com o qual se vai candidatar às próximas legislativas. A deputada actual disse que vai dar atenção à questão de habitação ambos de classe média e classe baixo, as indústrias diversas na so-ciedade, responsabilização dos cargos altos do Governo e questão ambiental: “Su-portamos absolutamente a responsabilização dos cargos, porque é importante manter um grupo de função publico a ser limpo. Também a diversão das indústrias, o desenvolvimento com os vizinhos, por exemplo Hengqin e Nansha.”

Ambrose So, também director-executivo da ope-

Lei de Terras sobea plenário no próximo mêsA discussão da proposta de lei para rever a actual Lei de Terras deverá estar concluída até ao fim do mês. Kwan Tsui Hang, presidente da 1ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), indicou na sexta-feira que falta apenas aperfeiçoar pormenores técnicos do diploma e, por isso, salientou, todas as divergências foram resolvidas com o Governo. A deputada acredita que o diploma pode ser uma ajuda no combate à corrupção mas sozinho não chegará. “No que diz respeito ao poder dos governantes, vai ser significativamente reduzido (com esta revisão da lei). Acho que os comportamentos e situações irregulares vão diminuir significativamente. Mas se vai evitar situações de corrupção? Acho que isso tem de ser resolvido através de vários diplomas legais”, frisou, lembrando o esquema de corrupção do ex-secretário das Obras Públicas e Transportes, Ao Man Long. Os deputados irão votar em plenário o diploma, que inclui novas regras e prazos para terras cedidas a privados sem aproveitamento, nomeadamente, novas multas, apertando assim o cerco aos terrenos em mãos privadas. E obrigada agora a concessão de terras por meio de concurso público. Prevê-se a entrada em vigor da lei em Março de 2014.

Rita Marques [email protected]

SÃO mais de 13 anos à frente dos destinos da ATFPM mas

o presidente da associação diz que há “ainda muito trabalho pela frente”, sobretudo a ní-vel de habitação e lei laboral. Pereira Coutinho reassumiu naturalmente a presidência da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) no passado sábado, por mais três anos. E, neste próximo mandato, 2013-2016, promete as mesmas lutas - habi-tação, lei laboral e actualização salarial - ou não fosse esta uma eleição de “continuidade”, já que “os corpos gerentes são os mesmos desde o estabelecimen-to da RAEM. A questão funda-

mental é que os sócios confiam no trabalho desenvolvido pelos actuais corpos gerentes”

Para já, diz Pereira Couti-nho, o lugar assenta-lhes bem na medida em que representam bem os problemas dos fun-cionários da Administração, razão que justifica também a inexistência de outras listas. “Acho que a questão funda-mental é que os sócios confiam no trabalho desenvolvido pelos actuais corpos gerentes e é normal que eles não queiram mudanças porque estão satis-feitos e não é fácil substituir os actuais dirigentes porque se têm esforçado muito num regime de voluntariado”, explica ao Hoje Macau.

No entanto, vê nos seus cavalos de batalha uma luta

inglória por mais dois anos, até às eleições para o Chefe do Executivo, já que pouco pode mudar com esta Administração. “Vamos ter que esperar pelo segundo mandato do Chefe do Executivo e provavelmente muitos secretários terão de dar lugar a outros mais jovens, que alguns deles já têm o prazo de validade expirado, e entraram num ciclo vicioso de rotina. E nós estamos em concorrência com as regiões adjacentes e temos de acelerar a máquina administrativa para dar um melhor contributo aos cidadãos de Macau”, frisa.

Sobre os problemas dos trabalhadores da função públi-ca, mais uma vez invoca que “têm dificuldade em arrendar e comprar habitação”, pelo

que é esta uma das matérias mais proeminentes no apelo à mudança, como presidente da ARTM e no caso de garantir novamente assento na Assem-bleia Legislativa. Por outro lado, promete fazer finca-pé na actualização anual dos sa-lários. Tal como tem referido também, a lei laboral é outra questão prioritária. “É impor-tante alterar a lei laboral que tem muitas situações injustas. A questão do não pagamento de horas extraordinárias, de não pagamento de subsídios nocturnos e de turnos e de não pagamento de feriados obriga-tórios para os trabalhadores da função pública”, salienta, sem esquecer a “injustiça” face ao despedimento sem justa causa.

Eleições Angela Leong entregou programa político

Há vida para além dos casinos... mas pouca

ATFPM Pereira Coutinho tomou posse e fala em “continuidade”

Confiança dos sócios, ano 13

SJM não sabe onde colocar as slot-machinesO Governo decretou a retirada das máquinas de jogo das zonas residenciais, mas a SJM ainda não sabe que destino dar às máquinas que possui na zona do Canídromo. “Temos de fazer esta mudança porque é uma nova disposição do Governo. Queremos ir ao encontro daquilo que são as regras estabelecidas. Estamos a seguir as instruções do Governo para fazer a mudança das slot-machines e devemos estar em condições para fazer essa mudança no final do prazo”, disse Ambrose So, garantindo que os ganhos obtidos com as máquinas representam apenas 5% das receitas totais da SJM no primeiro trimestre. Quanto ao casino Macau Palace, deverá estar concluída a sua renovação no primeiro trimestre de 2014.

Os dois rostos da Sociedade de Jogos de Macau apresentaram a sua estrutura política para as eleições deste ano. Ambrose So, mandatário, disse estar preocupado com “o desenvolvimento saudável da indústria do jogo” e com os seus funcionários

radora de jogo e mandatário da Nova União para o De-senvolvimento de Macau (NUDM), disse que o grupo defende cinco questões fun-damentais. “A primeira está ligada ao desenvolvimento saudável da industria do jogo, estamos preocupados com a saúde mental dos que trabalham no sector.” Já o segundo ponto diz respeito à ligação entre a protecção ambiental e o desenvolvi-mento da sociedade, entre outras áreas.

Ambrose So garantiu que a lista vai conseguir ele-ger dois deputados à Assem-bleia Legislativa (AL) pela via directa. “Temos vindo a fazer muito trabalho para os jovens e gostaríamos de ter mais apoio da sociedade, e esperamos, e estamos con-fidentes, que vamos ter dois candidatos eleitos.”

VOZ DIVERSAAngela Ho disse que a lista passa de seis candidatos nas últimas eleições a oito desta vez e são de sectores diferen-tes. Saúde, serviços sociais e associações de jovens são,

para além do jogo, alguns dos sectores representados.

“Espero que, além de ser eleita, possa trazer a voz de diferentes sectores à Assembleia”, afirmou. O número dois Kent Wong, jovem comerciante e asses-sor sénior da Melco, disse que nos últimos anos se tem empenhado nba promoção do trabalho de jovens. E promete que, se tiver o cargo na AL, não desiludirá os seus apoiantes.

Hetzer Siu, o número quatro da lista e CEO de Special Olympics de Macau, apontou que o programa

menciona muitos direitos e benefícios dos deficientes, porque considera que com o desenvolvimento econó-mico de Macau, os deficien-tes não são beneficiados. “Espero que, através das eleições, possamos auxiliar esta classe mais vulnerável, nomeadamente aumentar o nível da qualidade de vida dos deficientes, pressionar o Governo de modo a dar mais atenção a este grupo e estabelecer um mecanismo eficaz que facilite a integra-ção social de longo prazo das pessoas com deficiência”, disse Hetzer.

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CHEFE DA PSP OBRIGA COLEGAS A 30 FLEXÕES NO PARQUE DE ESTACIONAMENTO

segunda-feira 8.7.2013sociedade6

Rita Marques [email protected]

O Instituto de Acção So-cial (IAS) avançou aos meios de comunicação chineses que está em

cima da mesa a possibilidade de virem a existir sistemas de ras-treio nas escolas para detecção de consumo de drogas. No entanto, adiantou, precisará primeiro de fazer estudos e de chegar a um con-senso social para aplicar a medida. Surpreendido com a nova indica-ção, Augusto Nogueira, presidente da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM), diz-se surpreendido e mostra-se totalmente contra a ideia.

“Até estou um bocado surpreso porque tudo aquilo que nos foi indicado pelo IAS é que não está de acordo com esse rastreio. Não vejo que seja solução. Não sei o que terá sucedido para que tenha acontecido esse comentário”, de-clarou ao Hoje Macau, entendendo que tal causaria “uma ruptura de confiança entre a escola e o aluno”.

COPIAR O QUE NÃO PRESTAAs declarações foram veiculadas por Hoi Va Pou, do Departamento de Prevenção de Toxicodepen-

Cecília [email protected]

A taxa de aprovação da prova de com-petências feito aos operadores das

agências imobiliárias é de 93%, revelou o Instituto de Habitação (IH) na passada sexta-feira. O novo “teste de técnicas do agente imobiliário” foi regulamentado na nova Lei de Mediação Imobiliária, que entrou em vigor na semana passada. Até dia 3 de Julho, já 500 agentes imobiliários se submeteram aos testes mas apenas 114 o fizeram para já, sendo que 106 já garan-tiram o certificado técnico e apenas oito pessoas falharam.

O director do IH, Tam Kuong Man, disse na reunião com sete representan-tes do sector imobiliário no mesmo dia que a nova lei para o sector da agência imobiliária serve para melhorar a quali-

dade dos serviços prestados, bem como garantir o direito dos consumidores. O Governo, refere, vai continuar a fazer promoção da lei e proteger o interesse legal das partes.

Além disso, 671 pessoas que já têm ac-tualmente licenças de mediação imobiliária já se candidataram a um curso completar. O IH avisou ainda que antes do dia 11 de Julho, têm de ser entregues listas de dados (do vendedor, do comprador e dos imóveis) nos contratos de promessa de compra e venda (ou arrendamento) da agencia imobiliário.

Desde que a lei entrou em vigor, no primeiro dia do mês, o IH já recebeu 111 listas, referindo que tem recursos humanos suficientes para tratar dos documentos antes de próxima quinta-feira.

Além disso, já existem 1200 pedidos de licenças temporárias sobre imóveis já aceites, num total de 1600 submetidos.

Um alto cargo da PSP é suspeito de abuso de poder. Uma destas noites, ao que dizem embriagado, acusou um polícia não estar bem vestido e deixou trinta agentes a fazer flexões no parque de estacionamento do Corpo de Polícia de Segurança Pública (PSP) no NAPE. Um polícia tirou esta foto através das câmaras de segurança da PSP e enviou-a à imprensa de Hong Kong. A foto tornou-se popular nas redes sociais. A PSP diz que está a acompanhar o caso. Segundo o jornal Today Macao, o polícia foi identificado e poderá enfrentar uma investigação interna e demissão.

Para a ARTM, eis uma medida que pode conduzir a uma “ruptura de confiança entre a escola e o aluno”

Droga IAS admite rastreio nas escolas. ARTM é contra

Governo dá chuto no pé

dência do IAS, no sábado, aos jornalistas. “Vamos ter as regiões vizinhas como referência. Há regiões que adoptaram o pro-grama de rastreio de drogas por isso vamos recolher opiniões e perceber a eficácia dos testes de rastreio nas escolas para perceber se a medida se adequa a Macau”, garantiu a responsável, em de-clarações difundidas pela TDM,

ainda que tivesse salvaguardados que o número de casos de jovens toxicodependentes com menos de 21 anos baixou de 110 para 76, entre 2011 e 2012.

Para Augusto Nogueira, não há boas referências nas regiões vizinhas. “Inclusivamente Hong Kong já veio dizer que a imple-mentação dos testes nas escolas não está a ter sucesso por isso,

não vemos nem percebemos essa insistência”, revela.

PRIVACIDADE EM PRIMEIROEm seu entender, os casos nas escolas não são expressivos, segundo o que foi apurado em estatísticas e por de-clarações veiculadas pelos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), e as formas de combate passam pelo acompanhamento já existente

por parte dos assistentes sociais de Organizações Não-Governamentais (ONG), contratados pela DSEJ, e de-vem ficar salvaguardados no interior das instituições escolares.

“Aconselhamos que haja uma reunião entre assistente social, escola e pais para ver como resol-ver da melhor forma a situação do jovem em causa e não chamarem logo a polícia ou expulsarem logo”, indica Nogueira. “Devem perceber por que está a consumir, o grau de consumo, e depois encaminhar, se precisa de ser internado ou não, e de ter ou não tratamento ambulatório. Portanto, há vários métodos que se pode seguir salvaguardando a privacidade e confidencialidade.”

Se houver casos de tráfico é necessário perceber “qual o nível” e, nesse caso, “uma reunião e uma ameaça” pode resolver a situação, defende. É também já conhecida a propensão para o consumo em es-paços fechados - em casas e hotéis -, longe dos olhares públicos. Hoi Va Pou, do IAS, explica a necessi-dade de atentar para essas situações. Aqui, mais uma vez, indica Augusto Nogueira, o trabalho dos assistentes sociais é crucial na “ajuda” aos jo-vens, de modo a tentarem “arranjar--lhes novos caminhos”.

As palestras, revela ainda, de-verão ser os métodos dissuasores por excelência, para uma juventude que sempre esteve, está e estará susceptível ao mundo das drogas. Nas quais, refere, é elucidada a lei, já que, segundo o IAS, os jovens acreditam que não correm riscos por consumirem em locais priva-dos. Mas, segundo a lei, a pena de prisão pode ir até cinco anos.

Mediação Imobiliária 93% dos agentes passaram no «teste de técnicas»

Uma centenaapta para trabalhar

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7sociedadesegunda-feira 8.7.2013 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

AS previsões para já batem certo. Tal como tinham avançado em inícios de Abril, os Ser-

viços de Meteorologia e Geofísicos (SMG) confirmam que vêm aí mais quatro tufões que se juntam aos dois já ocorridos no mês passado, sendo que dois dos próximos serão intensos. O que não se sabia é que vão atingir o sinal oito de tufão, confirmou ontem Fung Soi Kun ao Hoje Macau.

“Segundo a nossa previsão, este ano vão haver dois tufões de intensidade número 8, geralmente mais propicio para este mês e próximo mês”, refere o director dos SMG. O perigo ainda não espreita nos próximos dias mas não se atrasará muito. Quando

A empresa portuguesa Viriato quer entrar no mercado de

Macau. A empresa de equipamen-tos para interiores de hotéis regis-tou no ano passado 25 milhões de euros de volume de negócios e exporta 80 a 90 por cento da capacidade de produção.

António Rocha, líder da em-presa, considera que “o mercado de Macau está em crescente”, e abriria também uma ponte para outros mercados. “Macau tem Hong Kong ao lado que seria uma grande oportunidade tam-bém. Para além disso outros pa-

íses da zona como a Austrália”, afirma. António Rocha admite também a criação de uma fábrica na China.

A empresa, com 150 traba-lhadores e 50 postos de trabalho indirectos, já equipou hotéis na Europa, Norte de África e Ásia.

A Viriato quer ter uma presença em Macau no futuro e ainda este ano vai abrir um escritório de representação no território. “Não vou levar já contratos firmados mas vou levar pelo menos contac-tos que depois das férias virei cá concretizar”, diz António Rocha.

Banca Empréstimos ao exterior aumentaram 38%

OS empréstimos ao exterior pela banca de Macau aumentaram 38% em Maio

face ao mês homólogo de 2012 para 260 mil milhões de patacas, revelam dados ofi-ciais. De acordo com as estatísticas da Au-toridade Monetária de Macau, a maior fatia dos empréstimos ao exterior foi executada em moedas que não a pataca ou o dólar de Hong Kong, num total equivalente a 202,5 mil milhões de patacas, o que representa um aumento de 47% face a Maio de 2012. Em patacas, os empréstimos ao exterior subiram 92,7% para 2,3 mil milhões e em dólares de Hong Kong 11,8% para o equivalente a 55,1 mil milhões. Quanto a empréstimos internos ao sector privado, a banca de Macau disponibilizou em Maio 220,7 mil milhões de patacas, mais 26% face ao mês homólogo do ano passado, dos quais 129,4 mil milhões foram desig-nados em dólares de Hong Kong, o que representa um acréscimo de 17,3%. Em patacas, foram concedidos empréstimos ao sector privado de 71,4 mil milhões, mais 50% do que em Maio de 2012, e o equivalente a 19,8 mil milhões em outras moedas, representando um aumento de 14,7%. Já os depósitos do sector público aumentaram 19,6% em Maio para 229,5 mil milhões de patacas, dos quais 173,6 mil milhões foram depositados na Autoridade Monetária de Macau e 55,9 mil milhões nos bancos locais. Também os depósitos dos residentes de Macau registaram uma subida de 27,3% para 399,3 mil milhões de patacas, a maior parte aplicada em contas a prazo. Os não residentes depositaram em Maio nos bancos locais 150,5 mil milhões de patacas, mais 22% do que no mês ho-mólogo de 2012, sendo que a maior parte também foi aplicada em contas a prazo.

A Macau Legend Develop-ment, liderada pelo empre-

sário e ex-deputado de Macau David Chow, estreou-se na bolsa de Hong Kong, arrecadando cer-ca de dois mil milhões de dólares de Hong Kong. A empresa, que opera casinos em Macau sob a concessão da SJM Holdings, encerrou o primeiro dia de negociação com as acções a valorizarem 2,1%, com um valor unitário de 2,4 dólares de Hong Kong, segundo a Bloomberg.

A Macau Legend, que ini-cialmente pretendia angariar 788 milhões de dólares, vendeu 934,8 milhões de acções por 2,35 dólares de Hong Kong por título, perto do valor mais baixo da va-riação fixada entre 2,30 dólares de Hong Kong e 2,98 dólares de

É já em finais deste mês e Agosto que vão aparecer duas tempestades tropicais de intensidade oito, uma a seguir à outra.

Mau tempo Avizinham-se dois tufões de intensidade oito entre finais de Julho e Agosto

Tempestades tropicais ao largo de Macauchegarem próximo do território, é certo, para já, que vêm seguidos, naquilo que é visto por Fung Soi Kun como uma “ocorrência nor-mal” nesta época.

“Esta semana ainda não vai haver um tufão forte portanto só [está previsto] para finais de Julho e Agosto”, anunciou. Para já, é difícil prever futuros estra-gos, nomeadamente, na ordem de inundações fortes, já que tal terá de ser conjugado mais em cima do acontecimento porque “dependerá do calendário lunar”.

De modo a que as informações meteorológicas estejam mais próximo de toda a população, os SMG vão criar uma aplicação para Smartphones que servirá de aviso prévio.

“Neste momento, os serviços já estão a preparar um novo website e, ao mesmo tempo, estamos a

preparar uma aplicação para os telemóveis que será lançada este mês”, adianta Fung Soi Kun.

Os SMG prevêem assim uma comunicação reforçada e mais cé-lere entre serviços, nomeadamente, com a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), que deverá emitir o alerta de tufão, e consequente suspensão de aulas, meia hora mais cedo. Desta forma, acredita, os alunos não terão de se ausentar de casa para a escola desnecessariamente.

“Nós já tínhamos reunido com os serviços de educação de modo a fazer a previsão mais cedo, por exemplo, antigamente telefoná-vamos para a DSEJ às 6h30, que antes das 7h decidia se seria içado ou não o sinal de alerta. Agora telefonamos à DSEJ às 6h e é ne-cessário decidir antes das 6h30”, esclareceu o dirigente do SMG.

Macau Legend David Chow arrecada dois mil milhões na Bolsa de HK

Valorização em marcha

Hotelaria Empresa portuguesa Viriato quer entrar no mercado local

Equipar hotéis de Macau

Hong Kong por acção, escreveu o Wall Street Journal.

O objectivo inicial da Macau Legend era vender 2,05 mil mi-lhões de acções, mas a empresa acabou por restruturar a Oferta Pública Inicial após as quedas registadas nos mercados asiáti-cos, perante os receios quanto aos efeitos da crise de liquidez na desaceleração do crescimen-to económico na China.

Em Junho, o índice Hang Seng de Hong Kong perdeu cerca de 7 %, descreveu a Bloomberg. Não obstante a redução do vo-lume de acções disponibilizado, a Macau Legend Development informou que apenas 17% da Oferta Pública Inicial reservada para os investidores de Hong Kong foi vendida antes da estreia

na Bolsa de Hong Kong. “Penso que tomaram uma boa decisão ao fixarem um preço num nível mais atrativo”, disse Michael Ting, um analista da CIMB Securities, citado pela Bloomberg.

A empresa, que controla o

hotel Macau Landmark e gere o complexo de entretenimento Macau Fisherman Wharf, é em parte detida pela SJM Holdings e terceira mulher de Stanley Ho, Ina Chan, de acordo com o Wall Street Journal. - Lusa

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segunda-feira 8.7.2013nacional8 www.hojemacau.com.mo

A Fosun foi criada em 1992 por quatro estudantes da Universidade de Fudan. Vinte anos depois, continuam a trabalhar juntos e controlam 70% da companhia — uma raridade entre as empresas privadas chinesas, que em geral pertencem a famílias. E nenhuma empresa chinesa gosta tanto de coleccionar marcas ocidentais como esta

EM Maio, A Fosun liderou uma oferta de aquisição da Club Méditerranée de-pois de ter comprado uma

participação de 10% na operadora francesa de resorts, em 2010. Nos últimos dois anos, a Fosun inves-tiu na joalheria grega Folli Follie Group e na confecção americana de roupas de luxo St. John Knits International Inc. A Fosun também deve anunciar em breve um acordo com uma agência de viagens dos Estados Unidos.

Agora que o governo chinês tenta substituir o investimento pelo consumo como principal motor da economia, a Fosun, sediada em Xangai, também está a mudar de

A China National Petro-leum Corp. (CNPC)

concordou em ajudar no financiamento da construção de uma refinaria no Equador, informou neste sábado o vice--presidente equatoriano, Jorge Glas. Não foram divulgados detalhes do acordo, nem a participação chinesa no pro-jecto de US$ 12 mil milhões.

Para a construção da re-finaria, foi criada uma joint venture entre a equatoriana Petroecuador — com 51% de participação — e a estatal venezuelana PDVSA — com 49%. De acordo com o pro-jecto, a planta vai processar 300 mil barris de petróleo por dia a partir de 2017.

“Nós trabalhamos com um terceiro parceiro. E esse terceiro parceiro será nem

O Presidente da Serra leoa, Ernest Koroma,

anunciou hoje ter assinado acordos com dirigentes chineses para a construção de várias infraestruturas no montante de oito mil milhões de dólares.

Os acordos, relativos à construção de um aeroporto internacional, uma via--férrea e uma quantidade elevada de grandes projec-tos de construção, foram assinados durante uma sua recente viagem à China.

Koroma, que regressou na quarta-feira da viagem que durou uma semana, adiantou que entre os acor-dos está um, no montante de 1,7 mil milhões de dólares, com o Kingho Energy Group, para a construção

de um porto, uma mina, central elétrica e via-férrea de 250 quilómetros. Acres-centou que também foi finalizado um acordo de 300 milhões de dólares com a Chinese Railway International Company, relativo à construção de um aeroporto internacional, a 60 quilómetros da capital, Freetown.

“Estou muito feliz por dizer que os chineses as-sumiram um compromisso muito forte em nos apoiar nos nossos programas de desenvolvimento”, afirmou Koroma, que se reuniu com o Presidente chinês, Xi Jinping, durante a visita.

A Serra Leoa perma-nece um dos países mais pobres do mundo, depois

de uma guerra civil, que durou 11 anos até acabar em 2002, mas as suas riquezas minerais, que incluem diamantes, ouro, bauxite, titânio e magnetite, têm atraído investimentos significativos.

A via-férrea da região mineira de Tonkolili, no norte do país, para a cidade costeira de Sulima, no sul, vai ser a segunda financiada pela China na Serra Leoa.

A empresa African Minerals, que explora minério de ferro, possui uma linha férrea com 120 quilómetros, construída por outra empresa chinesa, que transporta o minério para um porto especialmente construído no norte do país para exportação.

Grupo económico chinês colecciona marcas ocidentais

Um apetite milenardirecção, aumentando sua exposi-ção a sectores que tendem a crescer junto com o poder aquisitivo dos consumidores chineses.

O director-presidente, Liang Xinjun, explica como a empresa conserva o apetite pelo empreen-dedorismo e como se está a adaptar a áreas desconhecidas.

Quais são as maiores oportuni-dades para a China nos próximos dez anos?Liang: Creio que a gestão de acti-vos terá a maior oportunidade de crescimento, seguida por serviços e consumo. O preço dos imóveis subiu todos os anos nos últimos dez. Isso vai começar a mudar. Há três mudanças importantes. Primeiro, a China está a perder as suas princi-pais vantagens competitivas, como mão de obra barata. Em segundo lugar, o país está a envelhecer rapi-damente. Os governos locais podem ter que gastar até um quarto da sua receita em reformas para os idosos, enquanto as famílias também têm que contribuir. Isso põe pressão so-bre o consumo futuro. Em terceiro, a liberalização da taxa de juros vai mudar o cenário competitivo nas finanças. As pessoas ricas terão mais opções para investir seu dinheiro.

Como vai ajustar as estratégias da Fosun em resposta a essas mudanças?

Liang: Os mercados estrangeiros representam uma grande opor-tunidade. A China já responde por 20% a 30% das receitas de algumas multinacionais, e talvez 30% a 40% dos lucros. Então, a nossa estratégia é comprar em-presas que já tenham um valor de mercado razoável e aumentar o seu valor ajudando-as a ter um bom desempenho na China. E quanto às empresas em que investimos na China, como as siderúrgicas, queremos que elas cresçam no exterior.

Poderia explicar a lógica das suas aquisições no exterior?Liang: Como o Club Med tem

vindo a fazer novos resorts na China, até 2015 o país deverá ser seu segundo maior mercado, depois da França. A maioria das vendas da St. John’s ainda vêm dos Estados Unidos. Queremos tornar a marca mais atraente para os clientes mais jovens, que são os principais compradores na China.

A Fosun foi bem-sucedida ao vender algumas de suas partici-pações. Que conselho daria sobre a importância de saber sair de investimentos?Liang: Antes de investir em qualquer coisa, nós sempre temos que perguntar: “Se não pudermos sair, será que vamos querer ficar

com eles para o resto da vida?” Se a resposta for não, então não devemos nem considerar o inves-timento. Mais de 5.000 firmas de private equity da China investi-ram em 7.000 a 8.000 empresas. Nem todas podem sair por meio de abertura de capital. Por isso, tentamos sair através de vários mercados, ou por meio de fusões e aquisições.

Como controlam os riscos?Liang: Aqueles que tomam de-cisões de investimento também têm que entrar com 1% a 2% do total do investimento. Se um projecto está com 15% de atraso em relação às metas, damos um alerta e alguém da direcção tem que assumir a responsabilidade. Os projectos com 10% de atraso precisam ser cuidados por um director administrativo. Queremos ficar mais focados, realizando menos projectos, porém maiores.

A falta de profissionais compe-tentes muitas vezes é um proble-ma para as empresas chinesas quando se expandem no exterior. Como encontra os talentos?Liang: Procuramos em vários lugares. Os nossos executivos de alto nível têm procurado aprender melhor o inglês, e colocamos alguém de língua inglesa em cada departamento. Agora procu-ramos os melhores profissionais do mercado e preparamo-los com pequenos projectos, antes de lhes dar projectos grandes. Sempre tratamos de encontrar as pessoas certas antes de lançar um projecto. Não pode ser de outra maneira. - Fonte | The Wall Street Journal

Refinaria no Equador com dinheiro chinês

No meio do mundoSerra Leoa China investe 8 mil milhões de dólares

Rugir em Áfricamais nem menos que a maior companhia de petróleo do mundo, a chinesa CNPC”, disse Glas.

A Petroecuador e a PD-VSA comprometeram-se em financiar 30% do total necessário para o empre-endimento, e o resto seria procurado no mercado com parcerias externas. De acordo com o governo equatoriano, a construção está na primeira

fase, com 21% do projecto completo.

Quando estiver concluí-da, a refinaria deve suprir a procura interna de derivados do petróleo do Equador. O país, que faz parte da Organi-zação de Países Exportadores de Petróleo, explora cerca de 500 mil barris diários de crude, mas importa derivados por causa da baixa capacida-de de refinação.

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segunda-feira 8.7.2013 www.hojemacau.com.mo

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Suíça e China assinam acordo de livre comércioApesar da escalada de tensões com União Europeia, a China assinou neste sábado um acordo de livre comércio com a Suíça. É o primeiro tratado deste tipo entre o gigante asiático e um país da europa continental. De acordo com a agência de notícias estatal Xinhua, o pacto vai contribuir para aumentar o volume de trocas entre os dois países. Em 2012, o comércio bilateral foi de US$ 26,31 mil milhões. Nos cinco primeiros meses deste ano, o montante é de US$ 22,89 mil milhões. A cerimónia de assinatura reuniu em Pequim o ministro do Comércio chinês, Gao Hucheng, e o ministro da Economia da Suíça, Johann Schneider-Ammann. Em Abril, a China fechou acordo semelhante com a Islândia. Recentemente, o governo chinês iniciou investigação formal sobre a importação de vinhos europeus. De acordo com representantes do bloco europeu, trata-se de uma retaliação por causa de uma disputa sobre painéis solares chineses.

O primeiro veículo do Grupo Salvador Caetano ‘made in China’ - um autocarro

para aeroportos - começará a ser montado em Setembro, em parceria com uma conhecida empresa local.

OS dois passageiros mor-tos na queda do Boeing

777 da companhia Asiana Airlines no sábado, no ae-roporto de São Francisco, nos Estados Unidos, eram de nacionalidade chinesa, declarou ontem o director executivo da companhia sul--coreana numa conferência de imprensa.

“As duas vítimas são de nacionalidade chinesa, nascidos em 1997 e 1996”, declarou Yoon Young-Doo, acrescentando que ambos se encontravam na parte traseira do aparelho, que teria batido com a cauda na pista, segundo as primeiras informações.

Um funcionário do Mi-nistério dos Transportes da Coreia do Sul confirmou que as vítimas eram duas jovens chinesas.

O último balanço pro-visório do acidente do voo 214 é de dois mortos e 182 feridos entre os passageiros e a tripulação.

De acordo com a Asiana,

Salvador Caetano ‘made in China’ começa em Setembro

Vem aí o autocarro lusitano

Duas jovens chinesasmorreram em queda de avião nos EUA

Um acidente misterioso

9nacional

Trata-se do ‘Cbus 3.000’, com capacidade para 112 passageiros, montado a partir de peças fabri-cadas em Portugal.

A inauguração oficial da ‘Brillance Caetano’ (‘Huachen Kayikanuo’ em chinês), ocor-rerá apenas em Novembro, mas

a laboração vai começar antes, indicou sexta-feira à agência Lusa o director-geral da empresa, Mário Conde.

Para além daquele tipo de veículos, a Brillance Caetano tenciona desenvolver auto-carros eléctricos de cidade e

autocarros escolares, adiantou o responsável.

O parceiro da Salvador Caeta-no, a Brilliance Special Vehicles, é uma empresa do Grupo Huachen, com sede em Shenyang, que está também associado à marca BMW.

Situada em Dalian, importante cidade portuária do nordeste da China, a meio caminho entre Pequim e a península coreana, a nova fábrica empregará cerca de 300 trabalhadores até 2014.

A Salvador Caetano já exporta autocarros de aeroporto para a China há 23 anos e o seu modelo ‘Cobus’ continua a circular em muitos aeroportos chineses.

A fábrica de Dalian, com uma área de 3,2 hectares, é o primeiro projecto do grupo na Ásia e representa “uma excelente oportunidade de crescimento para a sua actividade industrial”, disse Mário Conde.

Segunda economia do mundo, logo a seguir aos Estados Unidos, a China já é também o maior merca-do mundial do sector automóvel.

estavam a bordo do avião 307 pessoas, 291 passagei-ros e 16 tripulantes, sobre-tudo chineses, coreanos e norte-americanos.

Pelo menos sessenta dos 141 chineses que estavam a bordo do aparelho são estudantes e professores das províncias de Shanxi e Zhejiang, que viajavam para os Estados Unidos para um acampamento de verão e

intercâmbio de estudos, de acordo com a Agência Nova China.

De acordo com Yoon, a tripulação do avião havia anunciado normalmente a aproximação para a ater-ragem do aparelho no ae-roporto de São Francisco, pedindo que os passageiros apertassem os cintos de segurança.

“Não houve procedimen-tos de emergência”, acres-centou o director executivo da companhia aérea. “Do que sabemos, não havia proble-mas no motor ou problemas mecânicos” antes da queda, disse Yoon, acrescentando que os pilotos eram expe-rientes, com cerca de 10 mil horas de voo cada.

O governo sul-coreano e a companhia Asiana Airlines enviaram ontem equipas para investigarem o acidente do Boeing 777, que fazia a última ligação de um voo que começou em Xangai, parou em Seul e seguiu para os Estados Unidos.

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segunda-feira 8.7.201310 personalidade www.hojemacau.com.mo

Isabel Marisa Serafimin Lusa

JOSÉ Esteves Serra é o portu-guês a viver há mais tempo em Timor-Leste, chegou em 1964, sobreviveu à guerra,

à ocupação indonésia, votou no referendo e celebrou a restauração da independência, mas a Portugal nunca mais voltou.

O avô Serra, como é carinho-samente tratado por timorenses e portugueses, tem 83 anos e chegou a Díli há 49 anos, no barco Timor para fugir à apanha da azeitona e tentar ter uma vida melhor.

“Eu vim porque em Portugal se passava muito mal. Naquela altura colhíamos azeitona a 20 escudos por dia, com frio, e a gente não

aguentava”, recordou à agência Lusa sentado no alpendre da sua casa em Vatuvou, na montanha de Maubara, a cerca de 60 quilómetros a oeste de Díli.

Quando chegou a Timor-Leste, para juntar-se a um irmão, deixou em Portugal mulher e um filho com um mês. Nunca mais os viu. A mu-lher pediu o divórcio e “com razão, porque nunca mais lá fui”, disse.

É naquela montanha onde possui 70 hectares de terrenos que planta café e frutas, principalmente ananás,

que depois vende a várias unidades hoteleiras em Díli, a capital timo-rense.

Na casa de José Serra não há luz, nem água canalizada e as notícias de Timor e de Portugal chegam pelo rá-dio a pilhas que ouve religiosamente para estar bem informado ou pelos telefonemas que faz regularmente ao irmão que vive em Vila Franca de Xira.

No alpendre, falou da crise em Portugal e dos problemas de desen-volvimento em Timor-Leste. E fez

críticas aos políticos de ambos os países, que prometem tudo ao povo para terem votos, mas que depois se esquecem deles, principalmente dos agricultores.

Sempre de chinelos e com o longo cabelo branco apanhado atrás da cabeça, José Serra recordou que quando chegou a Timor-Leste nem todas as coisas correram bem, mas com o apoio do antigo governador português Alves Aldeia lá conseguir iniciar a plantação de café e comprar 25 cabeças de gado.

As 25 cabeças de gado aumenta-ram para 400 e foram os animais que lhe salvaram a vida quando começou a guerra em Timor-Leste.

“Quando se meteu a guerra em 1975 aquilo era para matar a gente toda. Eu tinha os pastores dentro de

José Serra foi para Timor há quase 50 anos e nunca mais voltou a Portugal

O último português

Os indonésios achavam que ele era um embaixador português disfarçado para passar informações a Portugal e aos guerrilheiros, que ajudava com alimentos

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11segunda-feira 8.7.2013 personalidadewww.hojemacau.com.mo

José Serra também sofreu a ira das milícias pró-indonésia que em 1999 lhe destruíram as casas e as plantações, mas votou no referendo, de 30 de agosto, que deu a independência a Timor-Leste

casa e as 400 cabeças e disse aos pastores para se esconderem, por-que não podiam ficar ao pé de mim porque era português”, afirmou.

“A Fretilin, quando chegou, pediu para matar duas cabeças e eu disse para matarem duas ou três. ‘Podem matar e levar para as companhias, mas não me matem, eu sou português, mas sou maubere (homem pobre)’”, contou à Lusa, recordando o que disse aos apoiantes daquele partido.

Depois viveu no mato durante quase quatro anos até ser apanhado pelos indonésios, a quem teve de garantir que “não era comunista, era português”.

Nessa altura, recordou, os in-donésios achavam que ele era um embaixador português disfarçado para passar informações a Portugal e aos guerrilheiros, que ajudava com alimentos.

“Eu passava. Eu tinha um rádio com pilhas e ouvia todas as noites as notícias”, disse.

José Serra também sofreu a ira das milícias pró-indonésia que em 1999 lhe destruíram as casas e as plantações, mas votou no referendo, de 30 de agosto, que deu a indepen-dência a Timor-Leste.

Agora, vive da agricultura e dos 30 dólares de pensão que recebe do Estado timorense na companhia das famílias de dois rapazes, que criou, e que hoje são casados e têm filhos.

Questionado sobre as razões porque nunca mais voltou a Portugal, José Serra disse que foi por causa das guerras, por falta de dinheiro e porque está com medo.

“A embaixada arranjou para irem uns portugueses. Primeiro foi um. Ele aceitou, foi lá duas semanas, com certeza recebeu dinheiro demais lá ou começou a beber muito vinho, ou a comer diferente, quando veio morreu. Eu fiquei muito triste”, disse, explicando que foram mais dois e também morreram.

“Eu fico aqui tão bem, o clima é tão bom, vou a Portugal passear duas semanas e pode acontecer. Estou com medo”, confessou.

Enquanto decide se vai matar a curiosidade de ver Portugal quase 50 anos depois de ter saído, José Serra, que nunca mais voltou a casar, conti-nua a zelar pelos seus 70 hectares de terreno na montanha e a receber com mesa farta os amigos portugueses ou timorenses que o vão visitar.

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segunda-feira 8.7.2013 www.hojemacau.com.mo 13www.hojemacau.com.mo vida

MACAU está livre de perigo. A garantia é da Capitania dos Portos (CP) sobre o

facto de uma das fontes de abas-tecimento de água do território, o rio Hejiang, estar poluída. Em comunicado enviado no sábado à noite para a versão chinesa do Gabinete de Comunicação Social, a CP indica que o fornecimento de Macau não foi afectado e não há razão para alarme porque a zona poluída fica a cerca de 400 quilómetros (km) da zona de abastecimento de Macau. E que,

até ao momento, já “verificou as condições de água potável na ci-dade” e não há registo de qualquer anomalia.

No entanto, segundo indica também, “em dois ou três dias” poderia atingi-la mas, garante, as autoridades já estão a tomar medidas para impedir a conta-minação.

Por essa razão, o Governo crê que até lá “o problema já esteja resolvido”. Ainda assim, vão estar atentos e manter o contacto para em caso de necessidade alterar a fonte de abastecimento.

Na semana passada, foi detec-tada uma substância poluente nas águas de Hejiang, aluente do rio Xi Jiang, na região autónoma de Guangxi. A população local deu o alerta às autoridades quando detectou peixes mortos nas mar-gens. O consumo de água da região proibiram o consumo da água e dos peixes do rio.

O rio Xi Jiang, o maior do sul do país, com uma extensão de 1900 km, sobe na província de Yunnan e corre para o mar do Sul da China. Cantão fica no braço norte e Hong Kong na foz do rio. - R.M.R.

UM panda gigante fêmea do-ado pela China para Taiwan

há quatro anos deu à luz neste sábado, depois de ser submetido à inseminação artificial. Yuan Yuan e o seu parceiro Tuan Tuan tornaram-se as estrelas do Jardim Zoológico de Taipé, localizado na capital, desde que chegaram da China no final de 2008, numa tentativa de melhorar as relações bilaterais.

Depois de alguns anos de espera por uma gravidez natural - raras em situação de cativeiro -, a instituição fez três sessões de inseminação artificial na panda em Março. No final de Junho, o zoo anunciou que Yuan Yuan mostrava sintomas de gravidez.

Panda dá à luz em Taiwan

Filho de conflito menor

HOJE NO PRATO

Aveia

Paula BichoNaturopata e Fitoterapeuta • [email protected]

Nome botânico: Avena sativa L.Família: Poaceae (Gramineae).

Originária da Ásia Menor e Ásia Cen-tral, a Aveia é uma planta de regiões temperadas, atualmente cultivada nos cinco continentes. O seu fruto é um grão, sendo por isso incluída na família das Gramíneas; é nela que se encontram os cereais, assim designados numa alusão a Ceres, a deusa romana do grão e do amor maternal (Deméter na mitologia grega). Um dos primeiros cereais a ser cultivado pelo homem, a Aveia foi referida por Dioscórides, o famoso médico grego do séc. I. Na China, o seu consumo conta já com cerca de 9000 anos e integra a dietética da medicina tradicional chinesa.Na alimentação é usado o fruto, o que inclui o farelo e a semente; em me-dicina botânica são ainda utilizadas as partes aéreas (palha de Aveia).

COMPOSIÇÃOUm dos cereais mais ricos em nu-trientes, a Aveia apresenta um alto teor em hidratos de carbono, pro-teínas, gorduras, fibras, vitaminas, minerais e oligoelementos; contém ainda enzimas, lecitina (fosfolípido), avenasterol (fitosterol), avenatra-midas (polifenois) e avenina (alca-loide). De textura macia e cremosa tem um sabor adocicado.

ACÇÃO TERAPÊUTICAMuito nutritiva e de excelente diges-tibilidade, a Aveia é um excelente alimento na dieta humana. Tem efei-tos reconstituintes e fortificantes, e a forma gradual como liberta a sua energia aumenta a resistência ao esforço físico; assim, é excelente para as crianças, grávidas e lactan-tes, na falta de apetite, dificuldades no crescimento e desmineralização, anemia e convalescença, impotência sexual, pessoas com grande ativida-de física e desportistas em compe-tição. A Aveia aquece o organismo, melhorando a sua reação às baixas temperaturas e à humidade, sendo por isso considerada um cereal de Inverno ou dos climas frios.Tonifica e equilibra o sistema ner-voso, tem ação calmante e, simul-taneamente, favorece a atividade intelectual, sendo útil na ansiedade, nervosismo, insónia, stress, depres-são, hiperatividade das crianças, fadiga física ou mental e estudantes em épocas de exames.

Suaviza e lubrifica as mucosas di-gestivas, beneficiando situações de gastrite, úlcera gastroduodenal, colite e diverticulose; aumenta a secreção de sucos biliares e favorece a sua evacuação no intestino facilitando a digestão, tem efeitos laxantes e previne o cancro do cólon. Pratica-mente isenta de gliadina, a proteína do glúten, a Aveia é um cereal muito bem tolerado e seguro para celíacos.

OUTRAS PROPRIEDADESInúmeros estudos comprovam que o consumo da Aveia confere proteção cardiovascular reduzindo vários fatores de risco: tem propriedades antioxidantes; diminui o colesterol, o total e o LDL (mau), sem afetar o HDL (bom) que previne a arteriosclerose; contribui para baixar a hipertensão arterial; regula os níveis de açúcar no sangue atenuando a sua subida após as refeições e prevenindo a diabetes tipo 2; ajuda à manutenção de um peso saudável: é saciante, diminui a absorção das gorduras, e proporciona energia durante várias horas evitando a fome e o cansaço.

COMO CONSUMIRA Aveia pode e deve ser consumida diariamente, nas suas diversas formas. Pode ainda ser usada em regimes de monodieta para trata-mentos específicos e devidamente acompanhados por um profissional de saúde.Sugestões:• Flocos (sementes prensadas): • Cozem-se em leite ou em caldo de verduras. É a melhor forma de consumir a Aveia.• Muesli: Juntamente com outros cereais, frutos secos ou fruta fresca, com um pouco de leite, Canela e mel.Farinha: Em sopas (combina bem com Grão-de-bico) ou em papas para crianças.• Bebida de Aveia: Para beber ao longo do dia, em substituição do leite de vaca ou de outras bebidas de ori-gem vegetal (Soja, Arroz, Amêndoa).• Em bolos, bolachas, biscoitos, panquecas, pães ou snacks.• Pode ser adicionada ao rolo de carne ou às almondegas.• Infusão: 1 colher de sobremesa de farelo ou palha de Aveia por chávena de água fervente. Tomar 2 ou 3 chávenas por dia.• Em gotas e comprimidos como tónico para os nervos, ou em produtos para a pele.

Governo garante não haver riscos das águasde Macau saírem afectadas da poluição do rio Hejiang

Cidade abastecida por rio poluído

“O prefeito de Taipé, Hao Lung-bin, tem muito prazer em saber que Yuan Yuan deu à luz com sucesso, às 20h05”, informou uma nota oficial.

A ilha poderá ficar com o novo panda, já que o casal foi um presente e não um empréstimo do governo chinês, acrescentaram as autorida-des. Em geral, Pequim apenas “em-presta” seus pandas e eventuais crias devem ser enviadas para a China.

A decisão do governo chinês de oferecer a Taiwan Tuan Tuan e Yuan Yuan foi um gesto simbólico para reforçar os laços diplomáti-cos entre ambas as partes, gover-nadas separadamente desde o fim da guerra civil em 1949.

Hoje, estima-se em menos de 1600 o número de pandas rema-nescentes em vida selvagem, em especial, na província de Sichuan. Há cerca de 300 animais a viver em cativeiro em todo o mundo.

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TIAG

O AL

CÂNT

ARA

segunda-feira 8.7.2013www.hojemacau.com.mocultura14

O vice-reitor da Univer-sidade de Coimbra, Joaquim Ramos de Carvalho, defendeu

o interesse de “abrir uma nova frente” de cooperação com as insti-tuições de ensino superior e outros parceiros de Macau na área das indústrias criativas. “Gostaríamos de ver alunos ligados às indústrias criativas a fazerem os seus projec-tos, por exemplo, de fim de curso, e de mestrado, nas instituições parceiras do outro continente”, disse Joaquim Ramos de Carvalho à agência Lusa em Macau, onde nos últimos dias tem estabelecido contactos com entidades locais.

A ideia é que os alunos de Ma-cau possam desenvolver projectos na Universidade de Coimbra e na rede das universidades europeias suas parceiras e, no sentido in-verso, que os estudantes dessas instituições tenham oportunidades de realizar estágios e desenvolver trabalhos em Macau. “Achamos que podemos fazer isso a curto prazo, eventualmente no próximo ano lectivo”, afirmou.

De acordo com os contactos estabelecidos, as parcerias deverão ser desenvolvidas com o Instituto de Estudos Europeus de Macau, “que de certa forma representa, neste contexto, a Universidade de Macau, e com outras instituições de ensino superior com as quais a

AFA com três exposições em JulhoA AFA (Art for All) promove durante o corrente mês três exposições em Macau e Pequim. Os novos trabalhos de um dos mais proeminentes artista locais, James Chu, estão em exibição desde o passado dia 7 de Junho na AFA. “Backyard” é a primeira exposição a solo de James Chu em 2013, tem curadoria de Alice Kok e pode ser vista até dia 19 de Julho. “Thought Provoking – Pinturas de Nick Tai”, inaugurou a 29 de Julho no espaço AFA em Pequim, e reúne 22 pinturas a óleo realizadas pelo artista nos últimos dois anos. Esta primeira exposição a solo de Nick Tai em Pequim ficará aberta ao público até 25 de Setembro e tem curadoria de James Chu. Na galeria do Tap Seac continuam em exibição 50 fotografias de um dos mais importantes filósofos contemporâneos, Jean Baudrillard. O olhar do pensador sobre o mundo que o rodeia está expresso neste trabalho fotográfico, que contou com a organização do Instituto Cultural e que pode ser visto até ao próximo dia 28 do corrente mês.

O Centro Cultural de Macau abriu as

audições para o elenco de “Local do Crime”, uma nova produção encenada pelo mestre da comédia de Hong Kong Chan Suk Yi. A peça corresponde à etapa final de um projecto de “Artis-ta Residente”(AIR), agendada para o final de Novembro, informa o comunicado de im-prensa da organização.

Escrita pelo drama-turgo britânico Geoff Bamber, a peça gira em torno de situações có-micas que vão surgindo quando uma diva pede à polícia que investigue o seu próprio assassínio. “Local do Crime” inclui

no elenco a conhecida actriz de Hong Kong Cecilia Ng, que também traduziu o texto. Chan Suk Yi, líder deste projecto, foi galardoado Melhor Actor e Melhor Encenador (Comédia) pelos Prémios de Te-atro de Hong Kong e aprofundou os seus es-tudos de representação e métodos de ensino na Grã-Bretanha, em 1995 e 2001, com o mestre internacional Philippe Gaulier, diz a nota de imprensa.

As audições terão lugar a 4 de Agosto e serão conduzidas em cantonense. Os candi-datos podem enviar as suas inscrições até 22 de Julho.

Indústrias Criativas Universidade de Coimbra quer parceria com Macau no próximo ano

A tradição de cooperar com o Oriente

CCM pede actores para nova comédia

Convite para o local do crime

Universidade de Coimbra já tem protocolos de colaboração noutras áreas, como a Universidade de São José”.

Para tornar a parceria “mais eficaz” estão idealizadas liga-ções a empresas portuguesas e de Macau. “Seria desejável, no futuro, que esta parceria envol-

vesse mais do que universidades, e que pudéssemos ter uma troca de experiências e de projectos que envolvam universidades, empre-sas e entidades responsáveis pela gestão do património, do turismo e do desenvolvimento local das indústrias criativas”, adiantou.

A nova aposta surge depois

de estabelecida uma “longa co-laboração” entre a Universidade de Coimbra e as instituições aca-démicas da região administrativa especial chinesa ao nível do Direito e da língua portuguesa. “Viemos [a Macau] para consolidar essas cooperações, ( ) mas também para tentar abrir esta nova frente, que

nos parece particularmente interes-sante, sobretudo desde a inscrição da Universidade de Coimbra como Património da Humanidade, com base em critérios muito semelhan-tes à inscrição de Macau como Património da Humanidade, ou seja, pelo seu papel no encontro entre culturas e na difusão de valo-res universais entre povos”, disse.

BOLSAS COM A FUNDAÇÃO MACAUA visita a Macau serviu também para ultimar os detalhes de um protocolo com a Fundação Macau, que prevê a atribuição de bolsas de mestrado e doutoramento a jovens investigadores interessados em aprofundar os estudos de Macau na Universidade de Coimbra.

“O protocolo vai-nos permitir consolidar este conhecimento que nós temos sobre as relações históricas entre Coimbra e Macau: quer o papel da Universidade de Coimbra na formação de pessoas que tiveram algum papel na história de Macau, quer todas as relações que giravam à volta do Colégio de Jesus e da troca de conhecimentos culturais e linguísticos” [com o Colégio de São Paulo], descreveu. “Estamos a finalizar os detalhes do protocolo, mas os termos es-tão acordados e contamos que ele entre em efectivo no próximo ano lectivo”, concluiu. - Lusa

Page 15: Hoje Macau 8 JUL 2013 #2887

15culturasegunda-feira 8.7.2013 www.hojemacau.com.mo

UM estudante de arqueologia encontrou uma cabeça de

pedra, com 20 centímetros de altura, que poderá pertencer a uma estátua de um deus romano venerado no século II ou III como fonte de inspiração para a guerra.

Alex Kirton, com apenas 19 anos e estudante de arqueologia do primeiro ano, encontrou a cabeça enquanto analisava o que seria, em tempos, um depósito de lixo ancestral. “Como estudante de arqueologia isto é uma das melhores e mais excitantes coisas que poderiam ter acontecido”.

Um professor de arqueologia na Universidade de Durham, David Petts, comentou o acha-do: “Nós encontramos a cabeça Binchester perto do local onde um altar romano foi encontrado, há cerca de dois anos. Pensamos

SE Camões fosse vivo teria um ar aperaltado, usaria uma capa sobre

os ombros com motivos náuticos e usaria ainda uma mala de cartão, pronto para emigrar a qualquer momento. A iniciativa é de Plácida Mendes que ganhou um concurso promovido pelo canal História.

A jovem venceu o concurso em que deveria imaginar uma vestimen-ta para o autor de “Os Lusíadas” como se fosse uma pessoa dos nossos dias. A proposta foi apresentada na estátua do poeta, no largo Camões, em Lisboa, que mede quatro metros de altura.

“Acho que o estilo “dandy” se adapta perfeitamente à personagem que ele é, porque ele é uma pessoa vistosa, ilustre em toda a sua gran-diosidade. Acho que o estilo «dan-dy», o ser elegante, o não deixar de ser clássico e o ser vistoso, encaixa-

Pois é. É muito bonito mas não dá para viver. Souto Moura confessa que teoria não chega

PAUL Goldberger, crítico de arquitec-tura da The New Yorker e da Vanity

Fair , e interlocutor de Eduardo Souto de Moura na conversa que decor-reu sexta-feira na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), no Brasil, considerou-a “a melhor frase do dia, possivelmente da semana”. E o público em Paraty aplaudiu.

O arquitecto português, Prémio Pritzker de arquitec-tura 2011, acabara de dizer que “ninguém dorme debai-xo da semiótica”. E mais à

Camões dos nossos dias com mala de cartão

O poeta “dandy”Estudante encontra cabeça de deus romano com 1800 anos

Sorte de principiante

Souto de Moura disse a frase do dia no Brasil

“Ninguém dorme debaixo da semiótica”frente diria que as pessoas também “não conseguem almoçar debaixo de um ma-nifesto”. Discutia-se o peso da teoria na arquitectura e Souto de Moura explicou que quando era estudante, nos anos 70, “falava-se de tudo menos de arquitec-tura” e que “o importante era a semiótica”. Foi então que surgiu em Portugal um programa que implica-va a construção em larga escala de casas, hospitais, escolas. “Ninguém sabia fazer. A nossa formação era só metafísica. No fim do curso, eu e os meus colegas não sabíamos fazer uma linha”. Valeu-lhe Álvaro Siza e Mies van der Rohe, arquitecto que mais admira e que dominou grande parte da conversa na FLIP que foi transmitida em directo no site oficial do evento.

Souto de Moura insistiu muito na questão do equilí-

brio entre uma arquitectura habitável e a necessidade de fazer “arquitectura para os museus” — ou seja, para ficar na História. E interrogou-se sobre por que é que muitas das casas que os críticos e historiadores apontam como os grandes exemplos da arquitectura do século XX foram pouco habitadas, como acontece com a Villa Savoye de Le Corbusier.

Foi aí que disse que “as pessoas não conseguem almoçar debaixo de um manifesto”, o que deixou a Paul Goldberger a ingrata (foi ele quem o disse) tarefa de defender a teoria. “O erro é ver essas casas como pro-tótipos”, disse o crítico. “São obras de arte únicas. Mas eu aprecio a Villa Savoye porque não tenho que viver nela. É muito difícil viver todos os momentos dentro de uma obra de arte. Quem é que

consegue ouvir um quarteto de cordas de Beethoven o dia inteiro, todo o tempo?”.

Questionado sobre quais os arquitectos brasileiros

que mais admira, Souto de Moura fez um rasgado elogio a Paulo Mendes da Rocha e à sua obra em Lis-boa, o (ainda por inaugurar)

novo Museu dos Coches. Quanto às críticas, diz que as aprecia desde que não se-jam ofensivas ou pessoais, e defendeu que a arquitectura “não deve ser adjectivada”.

Numa entrevista ao jor-nal Globo, o arquitecto por-tuguês falou do projecto para o qual foi convidado, junta-mente com Álvaro Siza, de um pavilhão temporário no Parque do Ibirapuera que deveria estar pronto para a Bienal de Arquitectura de São Paulo, em Outubro, mas para o qual não há financia-mento porque “Portugal não tem dinheiro e os brasileiros perguntam qual a razão para financiarem um pavilhão português”.

Siza confirmou isso mes-mo à Lusa, explicando que o projecto, no valor de cerca de 9 milhões de patacas, está à espera de que a Secretaria de Estado da Cultura concretize o apoio que prometera.

que possa estar associado a um pequeno santuário dentro de uma casa de banho, destruída, prova-velmente, no século IV, DC.”

Porém, no ano de 1862, uma cabeça semelhante a esta havia

sido encontrada em Newcastle, Inglaterra. O artefacto vinha com uma inscrição identifican-do-o como Antenociticus, um deus de origem celta, adoptado por alguns britânicos e romanos.

ria bem se ele estivesse vivo”, disse a autora citada pela agência lusa.

De forma divertida, a artista optou ainda por incluir uma vistosa mala de cartão, numa referência aos emigrantes da década de 70. A iro-nia serve para mostrar que também Camões estaria disponível para via-jar a qualquer momento, tal como os milhares de jovens portugueses desempregados.

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segunda-feira 8.7.2013desporto16

China Camacho sem acordo O antigo seleccionador da selecção da China, o espanhol José Antonio Camacho, ainda não chegou a acordo com a Federação Chinesa de Futebol (CFA), após ter sido demitido no final de Junho. Desde 24 de junho, data em que foi oficializada a rescisão da CFA com o antigo treinador do Benfica, Camacho tem tido encontros com os responsáveis chineses, mas ainda não foi possível alcançar um acordo, sobretudo no que diz respeito à indemnização. Em comunicado, a que a agência oficial Xinhua teve acesso, Javier Ferrero, representante de Camacho, refere que a CFA “falhou o cumprimento do contrato”, admitindo recorrer à FIFA ou ao Tribunal Arbitral do Desporto. O contrato de Camacho previa uma indemnização de 5,5 milhões de euros, mas a CFA já terá revelado ao treinador que apenas pode pagar três milhões. Durante os quase dois anos de Camacho à frente da equipa, a China falhou a qualificação para o Mundial2014, caiu 30 lugares no “ranking” da FIFA e sofreu a pior goleada da sua história, por 8-0, frente ao Brasil.

Olhanense Abel Xavier é o novo treinador O antigo internacional português Abel Xavier vai ser o treinador do Olhanense na próxima temporada, informou o clube da I Liga portuguesa de futebol em comunicado. “A Sporting Clube Olhanense Futebol, SAD, vem informar que chegou a acordo com o senhor Abel Luís da Silva Costa Xavier, para a celebração de um contrato de trabalho desportivo, como treinador da sua equipa profissional de futebol, válido para a época 2013/14”, lê-se no comunicado. O novo treinador do Olhanense e restante equipa técnica serão apresentados oficialmente na quarta-feira, às 12:00, no Estádio José Arcanjo. Esta será a primeira experiência de Abel Xavier como treinador, depois de como jogador ter passado por clubes como Benfica, PSV Eindhoven, Everton, Liverpool, Roma e Los Angeles Galaxy. Abel Xavier sucede a Bruno Saraiva, que, na última temporada, “salvou” o Olhanense da descida, numa época em que também passaram pelo banco do conjunto algarvio Sérgio Conceição e Manuel Cajuda.

Tiago Pimentel In Público

MALÁSIA e Singa-pura são vizinhos. Bons vizinhos, diga--se: a Malásia é o

principal destino das exportações singapurenses e na tabela das importações da cidade-Estado o vizinho do Norte aparece logo na segunda posição, a seguir aos EUA. Já a Malásia só importa e exporta mais para a China do que para Singapura.

Se nas trocas comerciais tudo corre sobre rodas, em termos desportivos já não é bem assim. As federações de futebol de cada um dos lados assinaram em 2011 um acordo para incluir em cada campeonato uma equipa vizi-nha, constituída por jogadores sub-23.

“Sempre houve um romance especial entre o futebol de Singa-pura e da Malásia”, sublinhava na altura o presidente da federação

singapurense, Zainudin Nordin, esperando “desenvolvimentos positivos” para as duas partes. Mas as coisas desequilibraram-se: a equipa malaia no campeonato de Singapura anda pelo meio da tabela; já a equipa singapurense no campeonato da Malásia acabou de se sagrar campeã.

LEÕES BRAVOSLionsXII – é este o nome da equipa de Singapura que ergueu o troféu de campeã da Malásia. O feito nem é exactamente inédito: a presente formação é herdeira dos Singapore Lions, uma espécie de selecção da cidade-Estado que entre 1921 e 1994 competiu do outro lado da fronteira.

Venceu a prova que viria a dar origem à Taça da Malásia 24 vezes e teve uma despedida ines-quecível, com uma “dobradinha”: à conquista da 24.ª Taça juntou o triunfo na M-League, a única da história do futebol singapurense até agora.

Seguiu-se um período de afas-tamento entre os dois vizinhos. Não houve acordo na divisão das receitas de bilheteira e os Singa-pore Lions deixaram de participar nas provas malaias. Isto durou até 2011, quando se deu a actual reaproximação e o “romance” foi reatado. A federação da Malásia inscreveu o Harimau Muda na S. League, e o Lions XII passou a competir na Liga malaia.

O objectivo inicial dos sin-gapurenses passava por preparar uma equipa para os Jogos do Sudeste asiático, que se reali-zam em Dezembro, na Birmânia (Myanmar). Mas os resultados superaram as expectativas: no primeiro ano o Lions XII foi segundo classificado; esta época, na penúltima jornada, recebeu e bateu (4-0) o FELDA United e celebrou o título – 19 anos depois, o título de campeão da Malásia voltou para Singapura. “Esta equipa ofuscou o Dream Team de 1994. Para principiantes, fizeram

um excelente trabalho”, frisou o treinador V. Sundramoorthy.

PESADELO MALAIOAs deslocações a Singapura para de-frontar o LionsXII revelaram-se um autêntico pesadelo para as equipas malaias. Apenas o Darul Takzim “so-breviveu” à viagem até ao outro lado da fronteira e conseguiu levar pontos para casa, obtendo um empate (1-1). Todos os outros emblemas foram derrotados na cidade-Estado, com o Estádio Jalan Besar a revelar-se uma fortaleza (cinco golos sofridos e 24 marcados em 11 jogos).

Mas nem este registo valerá ao LionsXII a vaga reservada ao campeão da Malásia na Taça da Confederação Asiática de Futebol. A equipa singapurense não pode representar o país vizinho, pelo que será o segundo classificado a juntar-se ao Kelantan (vencedor da Taça) na competição interna-cional. Aos jovens “leões” resta continuarem a treinar-se para os Jogos do Sudeste asiático.

Malásia e Singapura vivem um “romance especial” no futebol

Leões desfazem equipas malaias

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17segunda-feira 8.7.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

Sudoku [ ] Cruzadas

[ ] Cinema Cineteatro | PUB

Aqui há gato

[Tele]visão

Pu Yi

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-CALMA. COCAR. 2-AMUO. AURORA. 3-ARO. CAQUI. 4-OS. AUTO. 5-S0S. RO. NEM. 6-OMASO. PATIM. 7-AME. AO. ERA. 8-ARIA. AS. 9-ARRAS. SIM. 10-SORRIU. PAPA. 11-OLAIA. POLIR.VERTICAIS: 1-CALOSO. VASO. 2-AM. SOMA. ROL. 3-LUA. SAMARRA. 4-MORA. SE. ARI. 5-OURO. ASIA. 6-TO. AR. 7-CUCO. POIS. 8-ORA. NA. AIPO. 9-COQUETE. MAL. 10-ARU. MIRA. PI. 11-RAIZ. MASCAR.

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

HORIZONTAIS: 1 – Sossego de espírito; estar à espreita (gír.). 2 – Mau humor; madrugada. 3 – Argola; tecido de algodão cor de barro, usado para as fardas em muitos exercícios, por tornar os soldados pouco visíveis a certa distância. 4 – Ósmio (s.q.); narração escrita e autenticada de qualquer acto. 5 – Sinal radiotelegráfico internacional para pedir socorro; nome da letra grega que corresponde ao R latino; e não. 6 – Terceiro estômago dos ruminantes; aparelho que se adapta ao pé para patinar ou andar sobre o gelo. 7 – Deseje; contr. da prep. a com o art. def. o; início de uma nova ordem de coisas. 8 – Cantiga; aquelas. 9 – Dinheiro dado como sinal e princípio de pagamento em garantia de um contrato; anuência. 10 – Riu sem fazer ruído; Sumo Pontífice. 11 – Árvore leguminosa cesalpinácea; dar brilho a.VERTICAIS: 1 – Que tem calos ou calosidades; qualquer objecto côncavo, próprio para conter substâncias líquidas ou sólidas. 2 – Antes do meio-dia (abrev.); adição; relação. 3 – Planeta que gira em volta da Terra e que lhe serve de satélite; peça de vestuário, semelhante a um sobretudo curto, com gola de pele ou todo forrado de pele. 4 – Alargamento de um prazo para restituir ou pagar alguma coisa; a si mesmo; nome próprio masculino. 5 – Dinheiro (fig.); um dos cinco continentes terrestres. 6 – Contr. do pron. Pess. te com o pron. Pess. o; espaço aéreo. 7 – Ave trepadora da família dos cuculídeos; portanto. 8 – Além disso; sódio (s.q.); planta herbácea da família das umbelíferas. 9 – Mulher pretensiosa; aquilo que prejudica ou se opõe ao bem. 10 – Espécie de sapo da região do Amazonas; peça metálica na extremidade do cano de algumas armas de fogo, para regular a pontaria; nome da letra grega que corresponde ao P latino. 11 – Órgão das plantas vasculares de fixação e absorção, normalmente subterrâneo; mastigar sem engolir.

TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Telejornal + 360° (Diferido)14:40 RTPi Directo18:10 Cougar Town Sr.218:30 Contraponto (Repetição)19:30 Vingança20:30 Telejornal21:00 TDM Desporto22:20 Escrito nas Estrelas23:00 TDM News23:30 Com Ciência00:00 Telejornal (Repetição)00:30 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:35 Consigo15:00 EUA- Nova Inglaterra Contacto – 201315:30 Em Reportagem (Madeira)16:00 Bom Dia Portugal17:00 AntiCrise17:15 Portugal Aqui Tão Perto18:20 O Teu Olhar (Telenovela)19:00 Programa a designar20:00 Jornal da Tarde 21:15 O Preço Certo22:15 EUA – Nova Inglaterra Contacto - 201322:45 Verão Total

30 - FOX Sports12:30 NASCAR Sprint Cup Series 201315:30 MLB Regular Season 2013 Baltimore Orioles vs. New York Yankees18:30 (Delay) Baseball Tonight International 201319:30 (LIVE) FOX SPORTS Central20:00 NASCAR Sprint Cup Series 2013 - Highlights21:00 Open Championship Official Film 200422:00 FOX SPORTS Central22:30 FIA F1 World Championship 2013 - Highlights German Grand Prix

31 - STAR Sports11:30 The Championships, Wimbledon 2013 Ladies’ Singles/Doubles & Gentlemen’s Doubles Finals15:30 FIM Mx1 & Mx2 World Championship 2013 - Highlights16:00 MotoGP World Championship 2013 - Highlights17:00 SBK Superbike World Championship 2013 - Highlights17:30 USA Swimming Grand Prix - Santa Clara19:30 The Championships, Wimbledon 2013 Daily Highlights Day #1220:30 (LIVE) The Championships, Wimbledon 2013 Gentlemen’s Singles/Mixed Doubles Finals

40 - FOX Movies13:00 Piranha 3Dd14:20 Act Of Valor16:10 The Hunger Games18:35 Once Upon A Time19:25 Cat 8 - Part 2 Of 221:00 Paladin: Dawn Of The Dragon Slayer22:40 Ufc 16200:35 Piranha 3Dd

41 - HBO12:30 Salmon Fishing In The Yemen14:15 The Parent Trap16:40 Happy Feet Two18:20 A Monster In Paris19:50 The Matrix Revolutions22:00 Veep22:30 True Blood23:30 And Soon The Darkness

42 - Cinemax13:00 Dead Birds14:30 Bending The Rules16:00 Force 10 From Navarone18:15 Mad Dog And Glory20:15 Videodrome22:00 Pulse23:30 Flight Of The Conchords

SALA 1MAN OF STEEL [B]Um filme de: Zack SnyderCom: Henry Cavill, Russel Crowe, Amy Adams, Kevin Costner14.15, 16.45, 19.15

WORLD WAR Z [C]Um filme de: Marc ForsterCom: Brad Pitt, Marc Forster, Mireille Enos21.45

SALA 2 DESPICABLE ME [3D] [C](Falado em cantonês)Um filme de: Marc ForsterCom: Brad Pitt, Marc Forster, Mireille Enos14.30, 18.00

DESPICABLE ME [C](Falado em cantonês)Um filme de: Marc ForsterCom: Brad Pitt, Marc Forster, Mireille Enos16.15, 19.45

MAN OF STEEL [3D] [B]Um filme de: Zack SnyderCom: Henry Cavill, Russel Crowe, Amy Adams, Kevin Costner21:30

SALA 3EPIC [A](Falado em cantonês)Um filme de: Lee Hwan-gyeongCom: Shin Chinawut, Namcha Sheranat, Sean Jindachote14.15, 19.45

EPIC [3D] [A](Falado em cantonês)Um filme de: Lee Hwan-gyeongCom: Shin Chinawut, Namcha Sheranat, Sean Jindachote16.15, 19.45

WORLD WAR Z [C]Um filme de: Marc ForsterCom: Brad Pitt, Marc Forster, Mireille Enos16.00

NOW YOU SEE ME [B]Um filme de: Louis LeterrierCom: Mark Ruffalo, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Mélanie Laurent21.30

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A VIDA NO CÉU • José Eduardo Agualusa“A Vida no Céu” é um romance distópico, num futuro que se segue ao Grande Desastre, e em que o Mundo deixou de ser onde e como o conhecemos. Encontrando-se o globo terrestre inteiramente coberto por água, e a temperatura, à superfície, intolerável, restou ao Homem subir aos céus. Mas essa ascensão é literal (não é alusiva ou simbólica): a Humanidade, reduzida agora a um par de milhões de pessoas, habita aldeias suspensas e cidades flutuantes - dirigíveis gigantescos denominados Tóquio, Xangai ou São Paulo -, e os mais pobres navegam o ar em pequenas balsas rudimentares. Carlos Benjamim Moco é o narrador da história. Tem 16 anos e nasceu numa aldeia, Luanda, que junta mais de cem balsas. O desaparecimento do pai fará com que Benjamim decida partir à sua procura.

FALA, MEMÓRIA • Vladimir NabokovNabokov foi um dos raros escritores exilados pela Revolução de Outubro de 1917 que preservou na memória a Rússia da sua infância como paraíso perdido a que nunca quis regressar. A sua obra não é, pois, um ajuste de contas com os acontecimentos que destruíram as paisagens da sua infância e juventude. “Fala, Memória” é um dos mais deslumbrantes livros que alguém escreveu sobre o seu passado. Talvez porque, para Nabokov, mais importante do que a política ou a vida usual, era a arte sob a forma da escrita, o amor, o voo colorido das borboletas, a recusa da vulgaridade e os problemas de xadrez.

PESSOASE NEGÓCIOS

As relações entre países podem apostar em diversas estratégias. Estas podem ser, por exemplo, de curto ou de longo prazo. No mundo actual, privilegia-se o contacto empresarial, portanto dependente de negócios, cuja duração é exactamente a dos negócios. Contudo, existem outros modos de cooperar que, ao invés de apostarem à cabeça no dinheiro, preferem investir nas pessoas. Isto passa, por exemplo, pela cooperação universitária, pela deslocação entre os territórios de gente que aí permanecem por um período e aí conhecem, de facto, os povos em questão. Mas há outros exemplos.No papel de ponte entre os países de língua oficial portuguesa Macau tem apostado em ambas as estratégias. Contudo, nos últimos tempos parece-me que a segunda está a ficar um pouco esquecida. E é pena porque esta, ao contrário da outra, cria mesmo raízes. As pessoas são muito melhor aposta que os negócios. Estes vêm depois. Não porque interessa a alguém mas porque tem mesmo que ser. E esta realidade – a do ter que ser – não tem preço porque não é de plástico.

Sugestão temática

Um casino austríaco. Com valsas de Strauss e empregados de cabeleira. Festas mascaradas e muita salsicha. Alguma animalidade alemã. Em Macau... sucesso garantido. Vantagens: a proliferação de candelabros, ideais para pousar casacos e vê-los arder.

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segunda-feira 8.7.2013opinião18 www.hojemacau.com.mo

Subsídio para ahistória dos subsídiosRicaRdo aRaújo PeReiRain Visão

tempo em que o subsídio de férias era pago na altura das férias parece bem ridículo, visto a esta distância. A falta de ima-ginação do legislador, a

linguagem denotativa do recibo, tudo era desinteressante e enfado-nho. Receber o subsídio de férias quatro ou cinco meses depois das férias, como agora se usa, introduz na vida dos funcionários públicos e dos reformados uma dimensão de ousadia que é muito estimulante. O subsídio recebido em Novembro é uma inesperada lembrança das férias, como tropeçar num maço de fotografias do verão. Mas é uma lembrança de férias que não tivemos, uma vez que não havia dinheiro para gozá-las na altura própria. Uma recordação do que nunca existiu: eis a complexa pro-posta do ministério das Finanças.

Primeiro, o governo quis dei-xar de pagar o subsídio de férias.

Infelizmente, a ideia enfermava de um pequeno vício, que era o de violar a principal lei do país. Impedido de cometer ilegalidades pelo tribunal constitucional, o go-verno viu-se forçado a legislar de novo, desta vez dentro dos limites da lei - o que, por ser mais difícil, atrasou o processo de pagamen-to dos subsídios. Foi azar: poderíamos ter tido uma ilegalidade irrepreensivelmente pontual, mas ficámos com uma legalidade atrasada. O corte dos subsídios era ilegal, mas teria sido feito a tempo e horas; a reposição respeita a lei, mas já não consegue respeitar o calendário. Enfim, não se pode ter tudo. E, além disso, é natural que, quando se tenta cometer uma ilegalidade, se sofra uma punição. Normalmente, é a entidade que tenta cometer a ilegalidade que sofre a punição, mas também pode acontecer que quem tente cometer a ilegalidade inflija

também a punição, como neste caso. Julgo que é mais económico, e não está tempo para grandes despesas. O governo tentou não pagar os subsídios e os cidadãos pagaram o

preço do chumbo de uma medida ilegal. Sempre houve alguém a pagar alguma coisa neste processo, o que acaba por ser refres-cante.

O episódio deixa à vista a injustiça das críticas que têm sido feitas ao primeiro-

-ministro. Ao contrário do que se diz, o governo é implacável com os credores. É duro a renegociar montantes de dívidas e prazos de pagamento. Aos pensionistas e funcionários públicos, começou por propor um violento hair-cut de 100%, relativamente ao dinheiro que lhes devia. E depois alargou o prazo de pagamento em vários meses. Tudo indica, portanto, que temos o governo certo. Nós é que somos os credores errados.

caRla HiláRio QuevedoIn jornal i

S acontecimentos po-líticos da semana lem-bram dois aspectos importantes sobre a nossa vida pública. O primeiro é o de que

sabemos muito pouco sobre o que se passa realmente em certos meios. A comunicação social tam-bém não ajuda neste momento. A verdade é que não sabe o sufi-ciente sobre os acontecimentos, sobretudo quando se desenrolam com esta rapidez. A maioria dos comentadores também faz políti-ca, uns sabendo umas coisinhas do que se passa, outros ainda menos. Mas o conhecimento das coisas que im-portam, ou de uma certa verdade, se quiserem, nunca foi um privilégio da maioria. Toda a vida houve pou-cos que souberam, menos ainda os que assistiram, mas muitos, imensos, aqueles que re-petiram histórias, interpretaram falsi-dades, espalharam rumores, etc.

Tenho pensa-do por estes dias nos últimos ins-tantes de vida de Sócrates, a que terão assistido 15 pessoas. Platão, curiosamente, não foi uma delas (cf. Fédon, 59b). No texto mais impor-tante de testemunho da civiliza-ção ocidental, quem escreveu não esteve lá. Há muito, portanto, que pouco se sabe e muito se fala. Podemos tirar duas conclusões daqui: fala pouco quem sabe, mas se aquele que sabe fala muito, devemos pensar que nos está a manipular. A confiança não é um dado adquirido, por isso não é errado desconfiar nestes casos.

O primeiro aspecto com que nos confrontámos nesta crise, que se pode resumir por “sabemos pouco sobre o que é decisivo”, leva a um segundo, também apa-rentemente conhecido por todos, mas que nunca tinha aparecido

com tanta clareza. Falo do termo “responsabilidade”, usado e abu-sado nos últimos dias. Muito se tem dito por muitos que sabem pouco sobre a irresponsabilida-de de Passos Coelho e de Paulo Portas em criar uma crise num momento delicado da nossa vida. Mas quando se pensava que o Blo-co de Esquerda ia comer à colher as latas de sevruga que sobravam e que PS e PCP iam abrir as últimas garrafas de champanhe, primeiro com a demissão de Vítor Gaspar, logo seguida da de Paulo Portas, eis que o inesperado acontece. Tivemos a oposição aos gritos por causa da “irresponsabilidade” do governo. António José Segu-

ro desapareceu de cena, quem sabe se a respirar para sacos de papel, José Gomes Ferreira, que durante meses apontou o dedo ao terrível Gaspar, apareceu aflitíssi-mo com a possi-bilidade de “irmos parar ao abismo”, como se a vida até corresse mais ou menos bem há dois anos. Para cúmulo, Manuela Ferreira Leite introduziu a possibilidade sempre possível de estar tudo “pior do que pensamos”, mas, surpresa!, que o governo se devia manter. Justiça seja feita a Constança Cunha e Sá e José Pacheco Pereira, que se mantiveram coerentes com as

suas exigências. Não que a coe-rência seja uma virtude por si só, mas convém perceber que oposi-ção é esta que pede demissões e eleições, mas que fica aterrorizada quando a realidade acede aos seus pedidos sucessivos.

Há, de facto, um problema de falta de responsabilidade. Mas ela é partilhada por todos os que falam demasiado sobre o que sabem e o que não sabem e pelos que se amedrontam no momento em que os seus sonhos pareciam estar prestes a ser realizados. Ficámos a saber que mentem, cada um à sua maneira.

Há, de facto, um problema de falta de responsabilidade. Mas ela é partilhada por todos os que falam demasiado sobre o que sabem e o que não sabem e pelos que se amedrontam no momento em que os seus sonhos pareciam estar prestes a ser realizados. Ficámos a saber que mentem, cada um à sua maneira

Tudo indica, portanto, que temos o governo certo. Nós é que somos os credores errados

Agora não

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19opiniãosegunda-feira 8.7.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos; Zhou Xuefei[estagiária] Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

a outra faceCarlos Morais José

O imperador, o escravo e os paradoxosANTO o imperador romano Marco Aurélio como o escravo grego Epicteto, que viveram em épocas próximas, abraçaram a filosofia estóica. Este facto não é apenas invulgar, é paradoxal.

Mas verdade é que no século XX o Manual do escravo e os Pensamentos do imperador surgem reunidos num só livro, em edição francesa. Há qualquer coisa de estranho, de desconcertante, neste caso da História do Pensamento e da Sociedade. Para mim, constitui, mais do que todas as possíveis frases, o paradoxo por excelência.

Entenda-se: adoro paradoxos. Ao rever-ter o sentido mais óbvio da corriqueira vida, o paradoxo parece abrir sempre uma porta à compreensão aveludada da vida, excelsa, superior. O paradoxo é a rejeição do dado, um passo que se apoia por vezes na bengala do absurdo, noutras na muleta do demasiado óbvio. Sempre um salto inesperado, uma constatação do impossível.

Contudo, para quem tiver alguma fa-miliaridade com a obra de Marco Aurélio não achará realmente estranho que o dono de metade do mundo e o que nem de sua vida dispõe se encontrem lado a lado, como expoentes de, mais do que um pensamento, uma atitude perante a morte e a vida. Afinal, o romano não disse uma vez: “Quisera ser rouxinol, mas os deuses fizeram-me apenas imperador.”? Que magnífico erro de propor-ções! Este é talvez o mais belo paradoxo que conheço, na sua profundidade e luz interior. No que desvela da importância das coisas, do ter e do ser.

Do mesmo modo, Epicteto encarava o seu amo com distanciamento, enquanto este lhe partia uma perna só para lhe provar o seu poder. Debalde. O escravo, desprezando a dor, racionalmente negava sempre a existên-

cia efectiva da relação. Mais um magnífico erro de proporções! Da mera existência do corpo e da suprema liberdade do espírito.

Poderá o paradoxo ser verdadeiro, quer face às exigências da lógica, quer na sua ultrapassagem? Peguemos num dos mais perturbantes paradoxos, que nos nega a existência do movimento, portanto do tempo: o paradoxo de Zenão. A coisa é simples: para chegar daqui à parede eu terei de per-correr metade do caminho, depois metade de metade, metade de metade de metade e por aí adiante, até concluir que é impossível alcançar a parede. Contudo, na vida prática, matemática aparte, se não tiver cuidado ainda parto o nariz. O paradoxo de Zenão parece ser uma tolice académica, uma blague, um exercício fútil, uma acrobacia do pensamento e da própria lógica. No entanto, andaram e andam ainda filósofos e matemáticos em redor do mesmo problema, isto é, da exis-tência do movimento e do próprio tempo, para além da convenção do calendário. Se Parménides nos propôs um mundo imóvel e o último Nietzsche tragicamente aí quase fundeia, parece-me que o paradoxo de Zenão ocultará algo de não-dito naquela parte de nós reservada ao temor, que pode ser vertigem perante o desconhecido ou o irregular. Pois se são as próprias regras do pensamento a propor-nos um mundo impossível...

Mas digamos que o paradoxo é, noutros casos, uma espécie de achamento, de des-coberta. O paradoxo raramente se constrói minuciosamente; pelo contrário, surge. Pou-cas formas de enunciado estiveram, na sua maior parte, tão próximas do que se costuma designar por intuição. Isto ainda que ele se apoie, como acontece em numerosos casos, numa retorcida dedução.

Claro que o paradoxo é muitas vezes mal visto e depreciado. O pensamento oficial,

instituído, não gosta dele; prefere as coisas certinhas e sem saltos. É verdade que o paradoxo percorre muitas ruas, diferentes artérias, dissemelhantes ambientes. Alguns dos meus brejeiros favoritos saíram, como não podia deixar de ser, da pena de Óscar Wilde: “Uma mulher leva 42 anos a chegar aos 30”. Ou “É mais seguro pedir do que roubar, mas é melhor roubar do que pedir”.

Se mais vale “ser um homem de para-doxos, do que um homem de preconceitos” (Rousseau), então avancemos. E detenhamo--nos agora nesse paradoxo que é o amor, pelo menos desde que Camões escreveu o seu definitivo soneto.

“Desdramatizemos: diz ela ao amante desavindo – Nunca mais nos encontraremos! – Porquê? O mundo é muito pequeno... – Sim, mas Lisboa é muito grande!”

Resta a paradoxal vida de Mr. de Lapalis-se, esse grande injustiçado do pensamento. Existe a ideia de que se tratava de um homem basicamente estúpido, que dizia banalidades com o ar compenetrado e solene de um Cícero no senado. A coisa não era bem assim. O homem era, na verdade, um cultor de para-doxos. De tal modo que o destino lhe fez a vontade. Conta-se que morreu numa batalha, em plena carga de cavalaria. Dias depois um amigo teria composto uma lapalissada: “Avant de mourir, il était toujours en vie”.

“Desdramatizemos: diz ela ao amante desavindo – Nunca mais nos encontraremos! – Porquê? O mundo é muito pequeno... – Sim ,mas Lisboa é muito grande!”

TFrase que seria idiota não se tivesse dado o caso de não denotar também, na subtileza do jogo de palavras (en vie, envie), o seu exacto estado de espírito (exaltação) no momento da morte.

Resumindo, o paradoxo é grande na sua insignificância. Com pezinhos de lã ou botas de militar, lá foi invadindo a filosofia, a ciência, a poesia, a filosofia, o jornalismo. Para o melhor e também para o pior. Que isto do paradoxo é como armas: tudo depende de quem aperta o gatilho.

E aqui vos deixo com um pequeno e humilde exercício paradoxal em verso, que este vosso servo teve a desmedida ambição de compor, não precisando para isso de qualquer retribuição (os cheques podem seguir para a morada do costume), nem de nenhum reconhecimento (para além das habituais garrafas de uísque no próximo Natal).

Mote: É melhor tudo gastar,antes que tudo se acabe

Fica em casa o poupadopela mobília a velar;mas estava o Fado marcado,muito perto, a conspirar.O desgraçado não sabe:é melhor tudo gastar,antes que tudo se acabe.

Tenho por certo afinalo lenço da despedida:quero viver genial,ser o primeiro à partida,ter o prémio que me cabe,abusar do roseiral,antes que tudo se acabe.

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segunda-feira 8.7.2013www.hojemacau.com.mo

car toonpor Steff

Fronteira Chan Wai Chi promove 24 horasPaul Chan Wai Chi apresentou ao Governo uma interpelação escrita em que questiona a data exacta da concretização da política de funcionamento de posto fronteiriço durante 24 horas. O deputado aponta que este opção pode ser mais conveniente aos passageiros, nomeadamente aos residentes de Macau. A pressão ao transporte também pode ser aliviada através desta medida. Paul Chan Wai Chi referiu, ainda vários problemas, que a isenção de horários nas fronteiras pode trazer mas, para tal, refere medidas de resposta que o Governo pode levar em consideração.

Grand Hyatt 16presos em elevador Esta é a segunda ocorrência de uma avaria de elevador este ano num hotel local. Depois do acidente no Four Seasons, em Abril, o mesmo aconteceu com 16 turistas presos num elevador do Grand Hyatt, na última quarta-feira. Os visados, oriundos da província de Zhejiang, ficaram presos durante 20 minutos, o que levou a que dois fossem levados para o hospital por se encontrarem mal-dispostos. Segundo o jornal OU MUN, o elevador começou a cair de repente, até que parou, altura em que os turistas carregaram no botão de alarme. Os bombeiros chegaram “de imediato” depois de receber pedido do hotel, de acordo com um responsável do hotel, mas os turistas já tinham sido resgatados. Em Abril, o processo de resgate dos 34 funcionários do hotel Four Season demorou mais de 2 horas. Recorde-se que já estão em vigor os novos critérios que determinam que as empresas reparadoras de elevadores têm de se inscrever nas Obras Públicas, para haver uma inspecção periódica e certificação, no entanto, não é obrigatório porque não há uma lei que o regulamente, o que impossibilita a aplicação de multas

Estudante sem carta causa acidenteO acidente, que ocorreu no sábado na Av. Leste do Hipódromo, fez quatro feridos ligeiros, entre os quais um jovem de 17 anos, sem carta de condução, que levava uma das duas motas envolvidas. Segundo relata o Ou Mun, o jovem roubou a mota da família para aproveitar as suas férias de verão e divertir-se com o seu amigo, outro ferido no acidente, mas perdeu o controlo da mota. A causa do acidente ainda está, porém, a ser investigada pelas autoridades.

CTM reduz tarifas internacionais A CTM decidiu baixar os preços das tarifas internacionais. Os novos clientes podem aproveitar a partir de hoje de um desconto até 34%, enquanto que os antigos podem usufruir de 42%. A proposta de redução nas linhas internacionais foi aprovada pelo Governo e, segundo a operadora, faz parte de um esquema de redução que contempla, sobretudo, as empresas clientes, que poderão assim reduzir custos de operação. Em comunicado, a empresa explica que a iniciativa pretende “promover o desenvolvimento social e o crescimento económico de Macau”.

Angela Leong contra roubos nos autocarros No comentário de Angela Leong aos dados publicados pela PSP, onde se revela um aumento de 77% por cento em roubos nos autocarros nos primeiros 5 meses do anos, em comparação com o período homólogo do ano passado, a deputada aconselha que a polícia “tome atenção”, “avance técnicas” e “aumente a cooperação com as empresas de autocarros”. Segundo sugere, as medidas actuais - tais como pôr polícias à paisana ocasionalmente e realizar actividades contra roubo - não recebem bons resultados, razão pela qual é preciso um endurecimento. Além disso, a também candidata à AL exorta ainda que as autoridades facilitem o relato de crime de maneira a que as vítimas possam recuperar os seus bens com mais celeridade. A instalação de câmaras no interior dos autocarros também é recomendado pela deputada.

Eleições Mais de mil escrutinadores Cerca de metade da população está inscrita para votar este ano. São mais de 270 mil eleitores com capacidade eleitoral activa e, em simultâneo, cinco colégios eleitorais nas eleições por sufrágio indirecto. Face à dimensão das assembleias de voto e do número de eleitores, foram este ano recrutados mais de mil escrutinadores, que trabalharão por turnos, de dia e noite, nas assembleias de voto, a título experimental este ano. A Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa disse que irá adoptar este sistema de «trabalho por dois turnos», para que os do período diurno fiquem responsáveis pelo trabalho de atendimento aos eleitores e da verificação dos seus dados durante o período de votação, e os do período nocturno escrutinem os votos após terminada a votação. A decisão foi tomada na sexta-feira, numa reunião que durou duas horas, onde também foram apresentadas diversas medidas a adoptar nas eleições e o programa de acções de formação das funções eleitorais.

Paquistão reinstaura pena de morte

Ultraje reaccionárioO novo primeiro-mi-

nistro do Paquistão, Nawaz Sharif islâ-mico - líder da Liga

Muçulmana, ganhou as eleições em Maio passado - decidiu não renovar a moratória que estava em vigor no país contra a pena de morte, em uma tentativa de parar o aumento da criminalidade, uma medida que a Amnistia Interna-cional classificou de “ultrajante e reaccionária”.

O governo anterior, liderado pelo Partido do Povo do Paquis-tão (PPP), havia imposto uma moratória em 2008, elogiada por várias organizações de de-fesa dos direitos humanos, que

expirou em 30 de Junho. Mas o governo não tem a intenção de renová-la, segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Hamid Omar Jan.

Jan disse que a nova política do governo de Sharif servirá para executar todos os prisionei-ros que permanecem no corredor da morte, a não ser aqueles que foram perdoados por razões humanitárias.

Todas as execuções devem ser aprovadas pelo presidente do país, Asif Ali Zardari. A restauração da pena de morte no Paquistão é uma medida que preocupa a comunidade internacional, num contexto em

que cerca de 150 países aboliram a pena de morte. Mais de 8 mil pessoas aguardam execução na prisão de dezenas de países, conforme relatado pela Amnistia Internacional.

O Paquistão é um dos últimos países do mundo que continua fiel à prática, juntamente com os Estados Unidos, China, Ni-géria, Iémen e Irão. A Amnistia Internacional disse que enquanto a pena de morte continuar sendo praticada, nunca se poderá elimi-nar o risco de executar pessoas inocentes.

O Paquistão alegou que a pena de morte é a chave para acabar com o crime em lugares como Karachi, uma cidade de 18 milhões de pessoas afectada pela violência, e nas áreas de fron-teira com o Afeganistão, onde os ataques do Talibã acontecem diariamente.

Jan reforçou seus argumen-tos com base na vigência da pena de morte “em muitas partes dos Estados Unidos, um país com o melhor sistema judicial do mundo”, disse ele.

UNESCO aprovou o relatório de MacauO director do Instituto Cultural (IC), Ung

Vai Meng, afirmou ontem que o grupo de especialistas da UNESCO aprovou o relatório do Governo da RAEM sobre o património. Na 37ª Assembleia Geral do Comité do Património Mundial, em Phnom Penh, no Camboja, que teve lugar no último mês, os especialistas deram muita atenção às politicas do Governo da RAEM para a protecção de património, bem como ao processo legislativo da Lei do planeamento urbanístico e da Lei de Salvaguarda do Património Cultural,

vendo-as como a formalização de uma melhor protecção do património mundial. “Fico contente que o nosso esforço foi reconhecido, na realidade o Governo da RAEM fez muitos trabalhos nisso”, disse o presidente do IC. O dirigente revelou ainda que de acordo com as exigências da UNESCO ao Governo da RAEM - que entregasse o relatório do plano de gestão sobre a protecção do centro histórico em 2015 - o IC já está a fazer os trabalhos relevantes, e está confiante de que irá entregar o relatório detalhado antes esta data. - C.L.

DEMOCRACIA NO EGIPTO