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TEMPO POUCO NUBLADO MIN 27 MAX 33 HUMIDADE 50-95% • CÂMBIOS EURO 9.6 BAHT 0.2 YUAN 1.2 AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 PUB MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ SEXTA-FEIRA 20 DE JULHO DE 2012 ANO XI Nº 2656 PUB Ter para ler NOVO MACAU DSEJ suspeita de falha PÁGINA 4 ESTAÇÃO NA GUIA Lixo provoca discórdia PÁGINA 13 MIGUEL POIARES MADURO “O Fundo de Resgate Europeu é apenas um penso rápido” PÁGINA 7 INVESTIMENTO CHINÊS CRESCEU 60% EM DOIS ANOS Hu Jintao anuncia disponibilização de 150 mil milhões patacas para África PÁGINA 9 Lei do Erro Médico está há 12 anos para ser concretizada. Agora, Assembleia e Governo concordaram que a saúde tem outras prioridades: aumentar a qualidade dos médicos e criar uma Ordem. Como e quando ainda não se sabe. PÁGINA 3 PUB h Happy ending Lei do Erro Médico foi outra vez adiada porque é prioritário ter médicos melhores Sem cura à vista

Hoje Macau 20 JUL 2012 #2656

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Edição do Hoje Macau de 20 de Julho de 2012 • Ano X • N.º 2656

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Page 1: Hoje Macau 20 JUL 2012 #2656

TEMPO POUCO NUBLADO MIN 27 MAX 33 HUMIDADE 50-95% • CÂMBIOS EURO 9.6 BAHT 0.2 YUAN 1.2

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 20 DE JULHO DE 2012 • ANO XI • Nº 2656

PUB

Ter para ler

NOVO MACAU

DSEJ suspeita de falha

PÁGINA 4

ESTAÇÃO NA GUIA

Lixo provoca discórdia

PÁGINA 13

MIGUEL POIARES MADURO

“O Fundo de Resgate Europeu é apenasum penso rápido”

PÁGINA 7

INVESTIMENTO CHINÊS CRESCEU 60% EM DOIS ANOS

Hu Jintao anuncia disponibilizaçãode 150 mil milhões patacas para África

PÁGINA 9

Lei do Erro Médico está há 12 anospara ser concretizada. Agora, Assembleiae Governo concordaram que a saúde tem outras prioridades: aumentar a qualidade dos médicos e criar uma Ordem. Comoe quando ainda não se sabe. PÁGINA 3

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h• Happy ending

Lei do Erro Médico foi outra vez adiadaporque é prioritário ter médicos melhores

Sem cura à vista

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2 política sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.mo

Pereira Coutinho pede mais restrições no regime de impedimento dos deputados. Académico concorda e vai mais longe, sugerindo a saída de cena de Alves

PEREIRA Coutinho e Bill Chou acre-ditam que o actual regime de impedi-

mento para os deputados não está a funcionar. Em mais uma reacção ao caso de alegada corrupção que envolve a Sands e Leonel Alves – recentemente noti-

Cecília [email protected]

A Direcção dos Serviços de Educação e Juven-

tude (DSEJ) tem vindo a fazer a implementação da educação moral e cívica nas escolas primária e se-cundária. Passados quatro anos, o Governo assumiu, recentemente, que quer fazer modificações nessa matéria, reformulando con-ceitos e aburilando noções.

A deputada da Assem-bleia Legislativa (AL) Ho Sio Kam, que também é presidente da Associação de Educação de Macau

(AEM) e sub-directora da escola Keang Peng, deseja, com a iniciativa de revisão do Governo, ver aumentada a educação da democracia, a noção de Estado de direito e o saber fugir ao apelo do jogo nos casinos e casas de apostas. “O sector de edu-cação pensa que os alunos cumprem os padrões nas virtudes morais. Mas isso por si só não bata. Os jovens de Macau têm uma consci-ência fraca em democracia, naquilo que se denomina de Estado de direito e de como dizer não ao jogo”, começou por explicar a deputada, que acrescentou:

“Estudos recentes mostram que os alunos ainda não conhecem bem o que é o sistema político, e há até quem não sabe o que é a separação de poderes. Eu e os meus colegas na AEM estamos muito preocupados com isso.”

Ho Sio Kam lembrou ainda todo o processo de reforma política, no qual se viram jovens a participar com alguma iniciativa. “A democracia está a tornar--se, se é que já não é, no principal sistema político mundial, como tal temos de a ensinar devidamente às novas gerações”.

Na quarta-feira, os três deputados da Novo Macau tinham recusado aceitar a modificação da Resolução nº 4/2000 sobre o Regulamento das Audições, que vai exigir que o limite para a apresentação de um pedido de audição na Assembleia Legislativa passe de dois para cinco deputados. Mas ontem, Vong Hin Fai disse considerar que as mudanças estão de acordo com as necessidades do desenvolvimento social e afirma apoiar a

decisão do Executivo. “Os regulamentos da audição e o processo de perguntas ao Governo também já sofreram modificações no passado. A Comissão de Regras recomendou os cinco ou mais membros para que seja pedida uma audição, porque antigamente nenhum pedido de audição foi aprovada.” Vong Hin Fai acredita que a modificação não vai enfraquecer a força da Assembleia Legislativa para monitorizar o Governo. - C.L.

Ainda o caso da reportagem feita por jornalistas norte-americanos

Bill Chou quer demissão de Leonel Alves

Ho Sio Kam quer ensinoda democracia e da recusa do jogo nas escolas

Pelo Estado de direitoPUB

Vong Hin Fai apoia a modificação no pedido de audição

ciado por jornalistas norte--americanos -, o deputado e o professor de ciência política apontam baterias ao advogado macaense.

Segundo declarações à

TDM de Pereira Coutinho, que já tinha levado o caso à Assembleia Legislativa (AL), o sistema deveria ser mais restrito. “O actual regime de impedimento

para deputados não está a funcionar. Existe, mas não é prático. Aliás, o que acontece na AL é que os deputados ligados ao sector

do jogo têm mais influência nas questões do jogo do que os outros.”

Coutinho sugere uma lei que impeça uma pessoa de ser membro do Conselho Executivo e deputado ao mesmo tempo. E ainda que os membros de cargos polí-ticos não sejam favorecidos, pelo menos quando tratam de assuntos profissionais.

Bill Chou, professor de ciência política, também falou ao canal português da TDM, onde afirmou que a demissão de Leonel Alves dos cargos políticos será o melhor. “De tempos a tempos, o Governo de Macau diz que tem um bom mecanismo para garantir que os membros do Conselho Executivo não tomem de-cisões que influenciem os seus negócios. Nas recentes suspeitas de corrupção que envolvem Leonel Alves,

suspeitamos que o sistema não funciona.”

Leonel Alves tem evo-cado por diversas vezes precisamente o regime de incompatibilidade, para afirmar que nada do que faz a nível profissional intervém nas suas posições políticas. Nem o contrário.

O advogado é depu-tado, membro de Macau da Conferência Política Consultiva do Povo Chinês (mais importante órgão de consulta política da China), do Conselho que elege o Chefe do Executivo, e ain-da do Conselho Executivo (CE). Bill Chou deixa um reparo para quem faz parte deste último grupo. “Sugiro que estes membros, com fortes ligações a grandes negócios em Macau e cujos negócios estão na agenda do CE, tenham de ser demitidos das suas funções públicas.”

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3políticasexta-feira 20.7.2012 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

HÁ trabalho primordial a fazer antes de imple-mentar a Lei do Erro Médico. É esta a con-

clusão da 3ª. Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), encarregue de estudar a viabilidade deste diploma em Macau.

Ontem, numa apresentação do relatório final que a comissão entregou ao Executivo, o pre-sidente do grupo afirmou que a altura é inoportuna para legislar a matéria. E quando for, a tarefa cabe ao Governo, apesar de a iniciativa de elaboração da lei ter sido da AL. Cheang Chi Keong já tinha anunciado esta decisão em Abril, conforme noticiado pelo Hoje Macau.

Para já – e pelo menos até 2013 -, o Executivo tem outras tarefas antes da elaboração e implementa-ção do diploma propriamente dito. Até porque “a lei não vai resolver todos os problemas”.

Entre as sugestões de melhoria enviadas pelos deputados, e tam-bém tidas em conta pelo Executivo, está o reforço do profissionalismo dos médicos e entidades de saúde de Macau. “O mais importante é arranjar soluções para elevar a qualidade dos serviços médicos, porque sem qualidade não se con-seguem resolver os problemas”, frisou Cheang Chi Keong.

O presidente diz que são precisas regras e organização na “máquina médica”, mais formação e – uma vez que o sistema a ser implementado vai ser o erro mé-dico culposo –, a criação de uma comissão de avaliação das queixas e dos próprios profissionais de saú-de. Algo que não é possível agora, pelo que Cheang Chi Keong avança uma sugestão. “Tendo em conta a qualidade do pessoal médico, não é fácil criar essa comissão. Daí propomos ao Governo que crie uma Ordem dos Médicos, ou uma associação, que seja independente e tenha auto-gestão.”

MAIS QUALIDADEA fraca qualificação profissional do pessoal médico tem sido alvo de críticas da parte de deputados, até porque Macau não tem um regime de credenciação destes profissionais.

Em Dezembro, Cheong U, se-cretário para os Assuntos Sociais e Cultura, esteve na AL a responder às questões dos deputados, mas não avançou com a possibilidade da criação de um diploma que regule a profissão médica. Por isso, a arti-culação da Lei do Erro Médico com outros diplomas vai ser a única via possível para o futuro do projecto.

Porém, isto implica que o Executivo demore mais na im-plementação da lei, já que tem primeiro de rever as outras que a complementam. “Nomeadamente,

AL quer Ordem dos Médicos e outras melhorias antes de implementar a Lei do Erro Médico. Que está há 12 anos para ser criada

Com calma, que há tempoO Governo diz que o importante é melhorar os aspectos negativos do sistema de saúde antes de existir regulação. Cidadãos estarão mais um ano à espera da Lei do Erro Médico. Pelo menos

critérios para a profissão. A lei vai servir apenas de via.” A formação contínua dos médicos é outra das sugestões.

PROTEGIDOS À MESMAO sistema de erro médico culposo vai ser o escolhido para aplicar em Macau. Identifica-se por ser um método que reside no pagamento de indemnização em caso de erro médico por culpa. Mas este sistema inclui seguros e fundos criados pelos profissionais de saúde, um problema para as seguradoras que não confiam nos actuais critérios de licenciamento dos profissionais de Macau, o que por sua vez lhes dificulta a obtenção de seguros. “Isto tem que ser resolvido, bem como a questão da qualificação profissional”, apontou Cheang Chi Keong em Abril, altura da última reunião. “A Lei do Erro Médico não vai ser solução única, tem de se elevar os serviços de saúde e isto não se faz de um dia para o outro.”

A aprovação da lei, neste caso, será o objectivo primordial, para depois serem limados outros proce-dimentos. “Como o mecanismo de seguro, porque uma vez aprovada a lei haverá problemas - o pessoal médico tem medo e vai perder ânimo no trabalho.”

A Comissão demorou mais de um ano a redigir o relatório, a ser entregue na quarta-feira ao Execu-tivo. A iniciativa de elaborar a lei foi impulsionada pela apresentação de três interpelações escritas sobre o assunto do erro médico na AL e pela reclamação de dois cidadãos.

Para quem quer ver o problema da falta de uma legislação espe-cífica para estes casos, o tempo vai parecer demasiado longo. É que os trabalhos legislativos só começarão no quarto trimestre deste ano, sendo que o projecto da lei deverá ser apresentado no final da legislatura do próximo ano, em Agosto. “Não vale a pena fazer as coisas à pressa”, diz Cheang Chi Keong, “porque num caso onde o Executivo necessitou de mais de uma década para estudar o assunto a pressa será má conselheira.”

Há 12 anos que o assunto está a ser estudado em Macau. Mas o presidente da Comissão descarta que isto implique problemas graves. “É preciso recordar que não há lacunas nesta matéria. O que há, sim, é alguns problemas concretos e não há uma lei geral do Erro Médico. Os doentes estão protegidos por outros diplomas, só não há um regime específico para o erro médico.”

a revisão do diploma da carreira do pessoal médico e da formação de médicos estagiários”, explicou Cheang Chi Keong. “A Comissão entende que se deve em primeiro lugar encontrar os problemas existentes no regime em vigor e definir quais devem ser resolvidos

e só depois apresentar proposta para a Lei do Erro Médico. Não devemos encarar a Lei do Erro Médico como uma panaceia que vai resolver todos os problemas.”

Como não existe em Macau uma Ordem dos Médicos, deve ser então criada uma associação

profissional constituída por mem-bros da área, que elabore e reveja regras deontológicas, além de avaliar e aplicar medidas discipli-nares. Tecnologia, equipamentos e instalações devem ser também inseridos entre os assuntos a ser tratados por este grupo. “Há que ter

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4 sociedade sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

UM grupo que se debruça sobre as mensagens co-merciais electrónicas, na maioria constituído

por membros da Associação Novo Macau (ANM), foi queixar-se de

O prolongamento do troço da Avenida Marginal do Patane vai ser mais fácil. O Governo reverteu ontem um total de sete terrenos. Apesar de alguns terem sido desocupados por iniciativa própria dos ocupantes, um demorou mais tempo a fazê-lo, tentando negociar com o Governo. Desde Maio que os editais foram afixados nos locais ocupados de forma ilegal.

DSEJ cancelou curso que começaria domingo

Novo Macau suspeita de formação ilegal

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MARGINAL DO PATANE AVANÇA

ilegalidades à Direcção dos Ser-viços de Educação e Juventude (DSEJ), por causa de um curso que ensina os cidadãos a enviar men-sagens comerciais para promover o seu negócio.

A formação, levada a cabo no âmbito do Programa de Desen-volvimento e Aperfeiçoamento

Contínuo (PDAC), da DSEJ, teria alunos residentes acima dos 15 anos, que receberiam 5 mil pata-cas de financiamento, pagos pelo Governo. Embora financiado pelo Executivo, o curso seria promovido pelo Centro de Inovação Tecnoló-gica (CIT).

Jason Chao, membro do grupo e presidente da ANM, acusa o curso de ser ilegal, por fomentar o envio de mensagens com o intuito de vender um produto, mas roubando dados pessoais. “O Gabinete de Protecção de Dados Pessoais disse recentemente que é ilegal utilizar os dados pessoais das pessoas através de telemóveis para campanhas comerciais. Mas o facto da DSEJ ter aprovado o financiamento para o curso é enig-mático. Esperamos que a DSEJ cancele este curso para evitar fazer o mesmo erro no futuro”.

O curso iria começar este do-

mingo, mas terá sido cancelado durante a tarde de ontem por falta de alunos, segundo disse a DSEJ.

CIT DEU EXPLICAÇÕESO CIT explicou que a formação teria como objectivo ensinar as pessoas a usar mensagens de forma legitima, não com o propósito de fazer publicidade. A DSEJ já veio entretanto explicar que tem anali-

sado todos os pedidos da PDAC e que quando o curso lhe chegou às mãos também teve dúvidas quanto ao seu conteúdo.

Contudo, o curso responderia “a todos os requisitos” e por isso “foi aprovado”, sendo que os prin-cipais factores de avaliação são de natureza institucional, além de instalações e equipamentos para a aprendizagem.

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5sociedadesexta-feira 20.7.2012 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

CANSADOS de um regime alega-damente injusto, os professores do

Instituto de Menores vão amanhã, pelas 15h30, à sede do Governo entregar uma petição ao Governo. A exigência: mais regalias e um contrato semelhante aos restantes docentes da função pública.

A Associação dos Tra-balhadores da Função Pú-blica de Macau (ATFPM) tem sido o organismo que dá visibilidade ao seu pro-blema, já que para o presi-dente da ATFPM, Pereira Coutinho, a situação é “desumana”, segundo de-clarações à Rádio Macau.

“Esses professores não têm um contrato individual

de trabalho, ao longo de muitos anos, alguns deles há uma década que traba-lham sobre um regime de contrato de tarefa, que não é um contrato de trabalho”, apontou.

O responsável tem se-guido o caso desde que interpelou o Chefe do Executivo em Setembro passado. Desde então já ouviu respostas do mesmo e do director dos serviços para os assuntos de justiça, André Cheong, que tutela o IM, mas as respostas ainda não são satisfatórias. Até porque o regime se mantém igual.

“O contrato de tarefa pode não ser a melhor solução e já vai longo. Achando que estes pro-fessores são necessários, temos de procurar outras soluções e uma maneira de

resolver o problema”, disse o responsável em plenário na AL, no dia 5 de Julho, depois de interpelado pelo também deputado Pereira Coutinho.

Os direitos, reclama Pereira Coutinho, são os atribuídos aos professores tutelados pela Direcção dos Serviços de Educação e Ju-ventude. “O direito a regime de previdência, o direito a receber as 1500 patacas de subsídio de residência” mas também acesso a cuidados de saúde, mais dias de férias e outras regalias, que são providenciadas aos traba-lhadores da função pública com contrato individual de trabalho.

O deputado acredita que, mais a mais, dada a posição social destes pro-fessores, a situação deve ser urgentemente revertida.

“Têm a responsabilidade e o dever de educar esses jovens para depois poderem reinseri-los outra vez na sociedade, tudo isto é de facto um mau exemplo de como o Governo de Macau trata mal os professores.”

SEM RESPOSTA DO CCACCom a intervenção do presidente da AFTPM, a situação laboral também se tornou insustentável no IM, segundo os professo-res, que se disseram “alvo de pressões por parte da direcção” para forçá-los a demitirem-se.

No fim do mês de Maio, uma das professoras apre-sentou queixa ao Comissa-riado Contra a Corrupção (CCAC) mas até agora ainda não houve resposta, que deveria chegar em trinta dias.

Andreia Sofia [email protected]

DEPOIS da operadora de jogo Wynn ter registado uma que-

bra nas receitas liquidas por culpa de menos apostas VIP, eis que Manuel das Neves, da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) vem confirmar uma tendência ligeiramente negativa no mercado para os próximos meses.

“O primeiro semestre foi bom,

Dez professores do Instituto de Menores entregam petição ao Governo amanhã

Direitos iguais são exigência

Manuel das Neves confirma quebra nas receitas de jogo

“Haverá um crescimento mais reduzido”mas de acordo com as nossas aná-lises haverá um crescimento mais reduzido no segundo semestre. A principal causa tem a ver com a crise global da economia, que está a começar a afectar esta área do globo”. Segundo o responsável, tais análises são feitas com base

nos resultados obtidos nos últimos meses, comparando com igual período do ano anterior.

Contudo, Davis Fong, espe-cialista na área e docente da Uni-versidade de Macau (UMAC), disse que as receitas obtidas estão de acordo com as expectativas.

Sands China, uma polémica “passageira”Parco em palavras quanto à polémica que envolve a Sands China e o deputado Leonel Alves, Manuel das Neves acredita que é algo “passageiro” e que “não vai afectar a longo prazo a imagem de Macau”. Davis Fong concorda. “Temos uma grande reputação como destino turístico, e estes casos não vão ter um impacto negativo”. Questionado sobre a proposta de lei sobre Condicionamento da entrada, trabalho e prática nos casinos, Manuel das Neves considerou “positiva” a medida de não permitir jovens com menos de 21 anos a jogar ou a trabalhar na área. “É positiva em termos do fomento do jogo responsável. No fundo, pretende-se atrasar o contacto directo dos jovens ao jogo”. Sobre a questão da auto-exclusão dos viciados em jogo, Manuel das Neves diz que a lista da DICJ “não é elevada”.

“No inicio deste ano o foco era em crescimentos anuais na ordem dos 10 ou 20%. Está de acordo com as nossas expectativas, e no final deste ano esperamos que existam receitas na ordem das 300 mil milhões de patacas. Tal significa um crescimento

na ordem dos 10 ou 12%. Ainda estamos a crescer, para além do panorama económico negativo na Europa e Ásia”.

Tais declarações foram pro-feridas no dia em que nasceu a Associação de Gestão do Jogo de Macau, presidida por Davis Fong e que conta com nomes conhecidos na gestão das operadoras. “O objec-tivo é profissionalizar os gestores da indústria do jogo, estamos a planear o futuro”, disse Fong.

FRANCIS TAM SEM MEDO A cerimónia de criação da asso-ciação contou com a presença do secretário para a Economia e Finanças, Francis Tam, que não mostrou receios perante a recente noticia da abertura de um casino em Taiwan. “O jogo ainda é o principal sector da economia, mas não esperamos crescimentos a dois dígitos. Mes-mo que o crescimento não seja tão rápido, acredito que não vai influenciar a economia. Não po-demos comparar-nos às regiões vizinhas porque estamos a fazer esforços para desenvolver Macau como um centro de turismo e lazer. O mais importante agora é desenvolver o sector hoteleiro, com mais facilidades no turismo e na restauração”, apontou.

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6 publicidade sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.mo

AVISOCOBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO PREDIAL URBANA

1. A única prestação da Contribuição Predial Urbana referente ao exercício de 2011, será cobrada nos meses de Junho, Julho e Agosto do ano corrente.2. No mês de pagamento, se os Srs. Contribuintes não tiverem recebido o conhecimento de cobrança, agradece-se que

se dirijam ao NÚCLEO DE INFORMAÇÕES FISCAIS, situado no r/c do Edifício “Finanças”, ao Centro de Atendimento Taipa ou ao Centro de Serviços da RAEM, trazendo consigo conhecimento de cobrança ou fotocópia do ano anterior, para efeitos de emissão de 2.ª via do conhecimento de cobrança.

3. O pagamento pode ser efectuado, até ao último dia do mês indicado no conhecimento de cobrança (Junho, Julho ou Agosto), nos seguintes locais: - Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, do Centro de Atendimento Taipa ou do Centro de Serviços da RAEM;

Os impostos/contribuições poderão ser pagos por intermédio de cartão de crédito ou de débito emitidos pelo Banco da China ou pelo Banco Nacional Ultramarino (incluindo “Maestro” e “UnionPay”). O montante total de pagamento não pode ser inferior a MOP$200,00 (duzentas patacas), nem superior a MOP$100 000,00 (cem mil patacas). O pagamento, através de cartão de crédito ou de débito, deve ser efectuado pelo montante total da dívida, sendo apenas permitido utilizar na operação um único cartão.

- Nos balcões dos Bancos a seguir discriminados: Banco da China; Banco Comercial de Macau; Banco Delta Ásia; Banco Industrial e Comercial da China; Banco Luso Internacional; Banco Nacional Ultramarino; Banco Tai Fung e Banco Weng Hang. - Nas máquinas ATM da rede Jetco de Macau, assinaladas com a indicação «Jet payment»; - Por pagamento electrónico [“banca-on-line”], no Banco da China, no Banco Nacional Ultramarino ou no Banco Tai Fung, através dos endereços: www.bocmacau.com, www.bnu.com.mo e www.taifungbank.com, respectivamente; - Por pagamento telefónico “banca por telefone”, no Banco da China ou no Banco Tai Fung.4. Se o pagamento for efectuado por meio de cheque, a data de emissão não poderá ser anterior, em mais de três dias, à

da sua entrega nas Recebedorias da DSF, e deve ser emitido a favor da «Direcção dos Serviços de Finanças», nos termos das alíneas 2) e 3) do n.º 1 do Artigo 4.º do Regulamento Administrativo n.º 22/2008.

Se o valor do cheque for igual ou superior a MOP$ 50 000.00, deverá o mesmo ser visado, nos termos da alínea 4) do Artigo 5.º do Regulamento Administrativo acima mencionado.

5. Os contribuintes podem também efectuar o pagamento através do envio de ordem de caixa, cheque bancário ou cheque por correio registado para a Caixa Postal 3030. Note-se que não se pode enviar dinheiro, mas apenas ordem de caixa, cheque bancário ou cheque, devendo incluir-se um envelope devidamente selado e endereçado ao próprio contribuinte, a fim de se enviar posteriormente o respectivo conhecimento, comprovando o pagamento. Lembra-se que devem ser respeitadas as regras descritas no ponto 4, relativamente aos cheques.

- O envio para a caixa postal deve ser feito 5 dias úteis antes do termo do prazo de pagamento indicado no conhecimento de cobrança.6. Nenhum dos métodos acima mencionados acarreta quaisquer encargos adicionais aos contribuintes pela prestação do serviço de cobrança.7. Para a sua comodidade, evite pagar os impostos nos últimos dias do prazo. Aos 23 de Maio de 2012. A Directora dos Serviços Vitória da Conceição

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7sociedadesexta-feira 20.7.2012 www.hojemacau.com.mo

Rita Marques [email protected]

Qual a política comum a adoptar pela União Europeia (UE), para evitar a dependência financeira entre estados?Os mecanismos de solidariedade financeira entre estados devem assentar num orçamento da UE, com capacidade suficiente para dar resposta aos choques assimé-tricos que resultam de uma união monetária e cujas receitas sejam entendidas pelos cidadãos como provenientes de uma riqueza ope-rada pela UE. Não necessita de ser como o americano, que é mais de 30% do PIB, mas também não pode ser o 1% que temos hoje em dia.

Como é que poderia ser assegu-rado esse orçamento?Fiz várias propostas. Ainda recente-mente estive no Parlamento Europeu a apresentá-las, introduzindo uma tributação que esteja associada à actividade económica que é trans-fronteiriça. Ou, por exemplo, através de impostos associados à produção de CO2, uma actividade que tem uma externalidade que é causada noutros estados. Ou o famoso imposto sobre as transacções financeiras.

O Fundo de Resgate Europeu (FRE), ou equiparados, é solução sustentável por quanto tempo?O FRE é um apenas um penso rápi-do ou uma aspirina. Ajuda mas não resolverá o problema. No fundo é mais um instrumento daquilo que tem sido a política predominante na UE, tentar ganhar tempo na expectativa de que se consiga realmente gerar um consenso, para adoptar ao nível europeu as medidas necessárias e posições mais radicais.

Devem ser reequacionadas tam-bém as estratégias de exportação, de modo a poder equilibrar a balança comercial?Na mesma medida em que o Oriente irá crescer economicamente, em termos de riqueza dos cidadãos, também será desejável que o que tem sido sobretudo um défice em termos comerciais da Europa relativamente à Ásia diminua. Aquilo que podemos esperar é uma maior igualdade em

Palestras em MacauEspecialista em Direito da União Europeia, Miguel Poiares Maduro, vem à Fundação Rui Cunha falar de soluções para a saída da crise europeia, hoje pelas 18 horas. Abordará também os desafios democráticos colocados pela globalização, enquanto director da Academia Internacional de Direito Comercial, numa palestra promovida pelo Instituto de Estudos Europeus de Macau no CCM.

O director do Global Governance Programme - programa europeu que estuda problemas globais e apresenta soluções – está em Macau para dar a sua visão de um mundo capaz de ultrapassar as dificuldades comuns a todos

Miguel Poiares Maduro fala da saída para a crise europeia.E do que não resolve o problema

“O Fundo de Regaste Europeu é apenas um penso rápido”

termos de redistribuição de riqueza global, com menores assimetrias radicais na distribuição dos padrões de comércio e de défices comerciais em zonas do globo.

Quais são os desafios económicos colocados pela globalização?A crescente necessidade de se regular certos aspectos a nível internacional. Por exemplo, as questões climáticas, do combate ao terrorismo e da crise fi-nanceira são fenómenos que exigem respostas crescentemente globais. O que assistimos é ao aparecimento de mecanismos formais e informais. Em algumas áreas são as Nações Unidas (e o seu Conselho de Segurança) que assumem poderes para regular globalmente certas questões, como combate ao terrorismo. Noutras áreas são mecanismos mais informais como o G20 que procuram coordenar uma resposta global. Isso significa uma transferência de certas compe-tências e funções de governação de um estado para o nível global. É um desafio saber em que medida estes novos mecanismos correspondem a parâmetros democráticos, como os que temos em vigor em muitos estados.

Em Portugal, os investimentos que têm vindo a ser feitos por parte da China são viáveis para o futuro da economia lusa?

Depende de cada uma das áreas em causa, do know how que é trazido, do investimento que está em causa. Em geral, a entrada de capital num país é um aspecto positivo. No entanto, quer para captarmos investimento externo, quer para estarmos em condições de responder aos eventuais desafios e riscos relacionados com a natu-reza particular de alguns desses investimentos, torna-se prioritário fazer reformas estruturais. Devem solidificar e melhorar a qualidade do sistema de justiça, o funciona-mento da economia de mercado e os mecanismos de regulação.

Deve-se ponderar também me-didas proteccionistas?Não, essas medidas proteccio-nistas são oportunidades de cap-tura por interesses económicos concentrados. Portanto, temos é que salvaguardar uma economia concorrencial sujeita a regras de direito claras, mas com agências de regulação que prossigam deter-

minados interesses públicos. Isto não tem nada a ver com a natureza nacional ou não do capital.

Paulo Portas, em visita recente a Macau, prometeu títulos de residência atractivos, compen-sando o investimento chinês. É uma boa aposta?Essa residência em Portugal traduz-se depois em direitos de circulação no espaço da UE, o que é atractivo para os chineses. É comum em muitos estados. Os EUA têm muito isso para captura não apenas de investimento mas sobretudo de know how, de mão de obra qualificada - estudantes e especialistas de determinadas áreas - muito boa. Portugal até devia ser mais ambicioso com esta política de abertura à imigração, para cativar também mão-de-obra qualificada estrangeira para haver mais massa crítica portuguesa. Diria até que a principal razão que expulsa portugueses do país é o facto de sermos demasiado

fechados. E é bom haver esse tipo de trocas e experiência com intercâmbios, ganhando imensas fontes de contacto e pontes de comércio.

Quanto a Macau, pode fugir à dependência do jogo e diversifi-car a economia?Ninguém deve pôr as suas fichas todas apenas num número. E estar sempre a apostar nisso. Não conheço as especificidades da economia local, nunca é bom apostar apenas num determinado sector. Talvez Macau pudesse ter apostado numa maior diversidade da sua economia e de uma menor dependência do jogo, desde o tem-po da administração portuguesa. Ou, mesmo dentro do jogo, que os casinos também investissem no espectáculo, de outro tipo de turismo. E em Singapura vê-se que é uma economia muito menos dependente do jogo do que Ma-cau, que talvez possa desenvolver outras alternativas, por exemplo a educação. O ensino superior está a sofrer desenvolvimentos impor-tantes e isso é um sinal positivo porque este sector é um dos que está em maior desenvolvimento global e que mais irá ser globa-lizado no futuro. Pode ser uma área de possível investimento e crescimento de Macau.

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8 nacional sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.mo

A China pediu que os órgãos governa-mentais e empresas melhorem as condi-

ções para combater hackers e ladrões de dados, já que a cres-cente popularidade da internet trouxe mais riscos à segurança informática.

Segundo uma série de directrizes introduzidas pelo Conselho de Estado na terça--feira, os órgãos governa-mentais foram aconselhados a reduzir o número de canais através do quais os hackeres poderiam atacar e, ao mesmo tempo, intensificar as medidas de supervisão sobre as infor-mações secretas.

Os sectores de energia e finanças, instalações nucleares,

programa espacial e grandes projectos de infra-estrutura devem dar importância à segu-rança das informações e adoptar medidas de supervisão para prevenir os riscos.

A China enfrenta crescentes ataques cibernéticos e ameaças externas, apesar do aperfeiçoa-mento da segurança, de acordo com um relatório divulgado no início deste mês pelo Centro Nacional de Coordenação de Resposta à Emergências da Rede de Computadores da China, principal rede de mo-nitorização da segurança de computadores do país.

Um total de 47 mil endereços de protocolo de internet (IP) es-trangeiros estiveram envolvidos em ataques contra 8,9 milhões

de computadores chineses no ano passado, em comparação com aproximadamente 5 mi-lhões de computadores atacados em 2010, diz o relatório.

LUTA REFORÇADAPara proteger os recursos infor-máticos do país, o Conselho de Estado exigiu uma regulação rigorosa da recolha de dados das empresas e organizações e pediu que os departamentos governamentais assegurem a segurança na troca de infor-mações.

De acordo com as directri-zes, os esforços para descobrir e lidar com as “emergências informáticas” e lutar contra crimes da internet devem ser intensificados.

O vice-presidente chinês Xi Jinping disse terça-feira que a

China continuará a apoiar e a partici-par nos esforços das Nações Unidas em várias áreas, além de apoiar o presidente da Assembleia Geral da organização.

Xi fez a declaração ao reunir-se com o presidente eleito da 67ª sessão da Assembleia Geral da ONU e ex--chanceler da Sérvia, Vuk Jeremic, que está de visita à China. Destacou a importância do papel da ONU perante a crescente tendência de multipolari-dade, a recuperação difícil da econo-mia global e as reformas profundas dos sistemas e mecanismos interna-cionais. “A ONU, uma organização internacional intergovernamental universal com a mais alta autoridade, deve desempenhar um papel essencial no governo global.”

O vice-presidente chinês acres-

centou que a China aderirá firme-mente aos regulamentos e princípios da Carta da ONU, cumprirá as suas responsabilidades e obrigações e fará contribuições activas para o de-senvolvimento das causas da ONU.

AMIGO SÉRVIOJeremic, que foi eleito presidente da 67ª sessão da Assembleia Geral da ONU em Junho, elogiou as contri-buições da China à ONU e prometeu impulsionar a cooperação com a China. Disse que a 67ª sessão dará prioridade aos assuntos de grande preocupação, como a promoção do desenvolvimento sustentável e a manutenção da unidade entre os membros da ONU.

Xi também pediu uma coopera-ção mais profunda entre a China e a Sérvia, já que os dois lados estabele-ceram a parceria estratégica em 2009.

A China é um dos principais motores do crescimento

económico global e o esta-belecimento de uma relação construtiva com a China favo-rece os interesses dos Estados Unidos, disse na terça-feira o ex-secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson.

Durante um seminário orga-nizado pelo Conselho Atlânti-co, com sede em Washington, Paulson disse que os dois países devem esforçar-se para encontrar uma nova cooperação empresa-

rial e económica, para criarem mais oportunidades recíprocas.

Os EUA devem assegurar uma maior abertura ao investi-mento chinês parar liberalizar o potencial do capital e inves-timento cruzado, disse Paulson, também ex-presidente e director--geral da Goldman Sachs.

A China encontra-se no processo de transformação de um modelo económico ex-cessivamente dependente do investimento e exportação a um modelo mais dependente

do consumo, o que está estreita-mente vinculado ao futuro êxito económico dos EUA, indicou o dirigente, destacando que o crescimento da China tem de-sacelerado recentemente, mas o país evitará uma aterragem dura. “Iria surpreender-me muito” se o crescimento da economia da China não se registar entre 7,5% e 8% este ano, disse Paulson, acrescentando que o grande desafio para a China é a reforma do actual modelo de crescimento económico a longo prazo.

AS reservas de minério de ferro em 25 portos importantes na

China continuaram a crescer na semana encerrada a 16 de Julho, pois a desaceleração económica desencorajou as fábricas de aço de expandir a produção, de acordo com o último relatório sobre o preço do minério de ferro divulgado pela Xinhua na terça-feira.

Os stocks de minério de ferro importado nos portos ficaram em 98,26 milhões de toneladas, um aumento de 350 mil toneladas em termos semanais.

O índice de preço para a impor-

tação de minério de ferro de gra-duação de 63,5% diminuiu 1,44%, ou 2 pontos, para 137 pontos na semana. O índice para a importação de minério de ferro com graduação de 58% registou uma queda de 1,7% para 116 pontos na semana.

Pressionados pelo aumento dos custos e a queda dos preços, os produtores chineses de aço re-duziram a produção ou baixaram os preços para enfrentar a actual conjuntura, levando ao volume mais baixo de compra de minério de ferro, apontaram os analistas da Xinhua no documento.

Governo quer intensificação de medidas para assegurar segurança informática

Abordagem aos piratas

Vice-presidente chinês garante apoio

“ONU temum papel essencial”

Ex-secretário do tesouro dos EUA pede maior cooperação

De olhos nas oportunidades

Preços de minério enfrentam pressão de queda

Ferro pode ir ao fundo

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9nacionalsexta-feira 20.7.2012 www.hojemacau.com.mo

O investimento directo chinês em África cres-ceu 60% em dois anos, atingindo os 117,4 mil

milhões de patacas no ano passado, enquanto as trocas comerciais se situaram nos 1.326 mil milhões de patacas, segundo dados oficiais.

Os números foram avançados ontem pelo ministro do Comércio da China, Chen Deming, num artigo publicado no jornal China Daily, na véspera da chegada de vários chefes de estado e de gover-no de países africanos a Pequim, para participar no Fórum para a Cooperação entre China e África (FOCAC).

No fórum participa também o secretário-geral das Nações Uni-das, Ban Ki-Moon, que já elogiou as relações da China com África durante um encontro com o Presi-dente chinês, Hu Jintao.

“O comércio e a cooperação económica registaram um rápido crescimento em várias áreas e das mais diversas formas, trazendo benefícios concretos para as populações chinesa e africana”,

O chefe do Partido Comu-nista de uma das mais

pobres províncias da China provavelmente receberá um cargo com bastante poder de Pequim este ano, disseram três fontes à agência Reuters, como parte de uma remode-lação antes da mudança da liderança nacional que deve garantir a continuidade da política de abertura chinesa.

Li Zhanshu, de 61 anos e visão reformista, foi dispen-sado como chefe do partido da província de Guizhou, no sudoeste da China, e substituído pelo governador provincial Zhao Kezhi, de 58, informou a agência Xinhua nesta quarta-feira, dizendo que Li vai ser “transferido” sem entrar em detalhes.

Li, que tem laços estreitos tanto com o presidente Hu Jin-tao como com o provável fu-turo lídera, o vice-presidente Xi Jinping, é o favorito para se tornar chefe do poderoso Gabinete Geral, dentro do Co-

O ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de transição da Guiné-

-Bissau, Faustino Imbali, encontra-se na China para participar na V conferência ministerial do fórum de cooperação sino--africana, que termina hoje em Pequim.

De acordo com uma nota de imprensa do gabinete do governante, Faustino Imbali vai aproveitar a reunião para se encontrar com as autoridades chinesas dos sectores de pescas, educação e agricultura.

As autoridades de transição da Guiné-Bissau estão à procura de novos parceiros para o sector das pescas (uma das principais fontes de receitas do estado guineense), depois de a União Europeia ter suspendido, unilateralmente, o acordo de pesca nas águas do país, na sequência do golpe militar de 12 de Abril último.

A China é um dos poucos países da comunidade internacional que não virou as costas às actuais autoridades de transição guineense, já que o embaixa-dor em Bissau (ou seus representantes) comparece nas cerimónias e reuniões convocadas pelo governo de Bissau.

CONDENAÇÃO DE ACTONo entanto, logo após ao golpe de estado de 12 de Abril que destituiu o

Investimento directo cresceu 60% em dois anos

Um dragão em África

Chefe regional do Partido Comunista chinês deve ser promovido

Sessentão mas reformistaMinistro dos Negócios Estrangeiros

da Guiné-Bissau na conferência Sino-África

Apoio depois do golpe

Presidente chinês anuncia créditos de 150 mil milhõesO presidente chinês, Hu Jintao, anunciou ontem a concessão de novos créditos a África num total de 150 mil milhões de patacas para apoiar a construção de infra-estruturas, agricultura, indústria e pequenas e médias empresas. O anúncio foi feito na abertura da 5.ª Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-África.

escreveu Chen, adiantando que a “estreita cooperação” entre os dois blocos permitiu-lhes resistir à crise global de 2008.

A China é o principal parceiro comercial de África e o maior investidor em infra-estruturas, gastando centenas de milhões de patacas em estradas e no sector energético em todo o continente.

Mas a presença chinesa em África está levantar também preo-cupações relacionadas com abusos laborais e corrupção.

ABUSOS REPORTADOSEm Maio, o ministro do Trabalho do Zimbabué disse que o seu Go-verno está a investigar “queixas persistentes” de abuso de trabalha-dores por parte de empregadores chineses, enquanto na Zâmbia as

queixas contra as práticas comer-ciais chinesas têm vários anos.

A organização não-gover-namental Human Rights Watch divulgou em Novembro um rela-tório, revelando que as condições de trabalho e segurança nas minas de cobre detidas pelos chineses em África são piores do que as existentes em outras minas explo-radas por estrangeiros, acusando os gestores mineiros chineses de violarem frequentemente a legis-lação laboral.

OPÇÕES INÉDITASNa semana passada, num discur-so sobre as relações com África, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Zhai Jun, rejeitou que a crescente influência em África seja uma nova forma de colonialismo, considerando que a China está a dar aos países africanos opções que nunca tive-ram. “Estamos totalmente com os países africanos na defesa da sua soberania e dignidade e na procura de novos caminhos para o desenvolvimento”, disse Zhai. “A injusta e irracional ordem política e económica ainda é um obstáculo ao desenvolvimento económico de África.”

Zhai disse ainda que na reu-nião de Pequim, as delegações farão um balanço da cooperação e delinearão um plano de acção para 2013-15.

mité Central de 200 membros do partido, disseram duas fontes com conhecimento da promoção planeada de Li. Ambas pediram anoni-mato para evitar repercussões políticas por falarem com a imprensa estrangeira.

DECISÃO NO RESORTO Gabinete Geral é o centro da liderança de alto nível, que inclui decidir as reuniões e a agenda dos membros do Politburo. O gabinete é ac-tualmente dirigido por Ling Jihua, um dos assessores mais próximos do presidente Hu.

Como alternativa, Li pode tornar-se chefe do de-partamento de organização do partido, disse uma terceira fonte, também sob condição de anonimato. O departa-mento recomenda entre os 82,6 milhões de membros do partido quem é promovido ou despromovido.

A decisão final sobre o novo cargo de Li deve acon-tecer na reunião informal de líderes, actuais e reforma-dos, no resort de verão de Beidaihe, no final de Julho e início de Agosto, disseram as mesmas fontes.

presidente interino, Raimundo Pereira, e o primeiro-ministro, Carlos Gomes Jú-nior, Pequim condenou o acto e exigiu o restabelecimento das autoridades eleitas nos respectivos cargos.

O encontro, que decorre em Pequim, junta a China a 50 países africanos.

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10 sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.moentrevista

Helder [email protected]

Quando apareceu a bolsa para estudar no estrangeiro, já sentia vocação para psicólogo?Os estudantes potencialmente bol-seiros, após completado o liceu, são submetidos a uma prova não apenas vocacional como também sobre as reais capacidades para frequentarem um curso superior. Fui então selec-cionado para continuar os estudos no estrangeiro, em 1988.

Já trabalhava depois de terminado o liceu?Sim, dava aulas no secundário. Naquele tempo, após completarmos o 12º ano, alguns eram escolhidos para leccionarem, foi o meu caso quando me selecionaram para fazer o curso de psicologia em Pequim, na Universidade Normal.

Tinha algum conhecimento da língua chinesa?(risos) Nem uma palavra! Em prin-cípio, naturalmente que foi quase um susto, foi muito difícil, princi-palmente quando me informaram que o curso ía ser ministrado em chinês. Mas o meu interesse pelo acesso ao conhecimento era grande. Ansiava aprender outras coisas, sair e experimentar novas culturas, ga-nhar uma formação superior. Nessa época não tínhamos universidade em São Tomé, esses bons argumentos ajudaram-me muito.

Nessa altura foi sozinho para Pequim?Fomos 3 estudantes para Pequim, mas para diferentes cursos. O Or-lando Graça, o Nelson Bandeira e eu. Por coincidência, todos nós, posteriormente, com experiência profissional em Macau.

Qual a primeira grande contra-riedade mais difícil de adaptação?O clima. Antes mesmo da língua. No período mais frio, para um africano habituado a temperaturas totalmente diferentes, aquilo era mesmo duro (ri-sos). Durante o primeiro ano, o estudo intensivo de chinês simplificado não dava tréguas. Estudar de manhã até à noite, inclusive na Universidade de Línguas. Passado um ano já estava bastante bem adaptado à língua chi-nesa, não tinha outra solução, uma vez que queria mesmo seguir em frente. Era grande o número de caracteres diários que tínhamos de conhecer o significado, saber a pronúncia e a escrever. Não havia tempo para distracções, todo o dia era para estu-dar, incluindo as chamadas aulas de superação que eram à noite. Quanto

Fernando Quaresma, jurista e psicólogo são-tomense

“Psicologia em Pequim e direito em Macau complementam-me”

O problema é a não existência de um plano bem definido. Cada vez que há mudança de governo, há mudança de plano. Como São Tomé e Príncipe vive muito de ajuda externa, a credibilidade que os investidores exigem vai-se desmoronando em cada governo que aparece. A gestão da coisa pública é deficiente, isso cria fragilidade ao país

Sim, nomeadamente nas aulas inten-sivas de chinês. Mas em psicologia, na turma os alunos eram todos chi-neses, o único que não era chinês era eu, estudante de São Tomé e Príncipe. O curso de psicologia era ministrado igualmente para chineses. De vez em quando lá se falava umas coisinhas em inglês, principalmente por minha causa, mas eu tinha de acompanhar aquele ritmo como se fosse mais um chinês na aula. Os meus colegas e professores compreendiam simpa-ticamente uma ou outra mudança circunstancial em inglês. Em termos de unidade da turma, ela funcionava muito bem. Um percurso difícil, claro, mas uma bela experiência.

Reprovações não podiam existir...Isso não. Reprovar seria perder a bolsa. Eventualmente, uma cadeira em atraso para logo recuperar, mais do que isso não. A Universidade realizava todo o apoio possível, junto dos alunos estrangeiros, no sentido de superarmos as naturais dificuldades.

Durante os 5 anos de estudante em Pequim, também o prepararam ideologicamente?Não tínhamos esse género de ma-téria. Não era assunto corrente nas aulas, falar-se das lutas de libertação dos povos africanos. Tínhamos alguns professores que tinham estudado no Canadá, nos Estados Unidos, com mentalidade bastante aberta e com quem se falava casual-mente desses aspectos, por exemplo de Nelson Mandela, mas nunca no sentido da ideologia propriamente dita. Por outro lado, não devemos esquecer que a China foi dos países que apoiou convictamente a luta pela independência dos países africanos. O que ficou do tempo em que vivi como estudante em Pequim, para além da formação em psicologia, foi uma talvez mais perfeita cons-ciência política, naturalmente com base chinesa, bem como uma boa formação humana.

Depois do curso havia mercado de trabalho na China?Isso é impensável! É enormíssimo o número de chineses que saem das universidades. Depois de terminado o curso, fiz alguns contactos com pes-soas radicadas em Macau. Foi assim que vim até cá, na altura a região era administrada por Portugal e, com a simpatia dos portugueses, comecei a trabalhar e a desenvolver a minha actividade profissional. Eu e os meus dois colegas são-tomenses, em 1993.

Sendo o curso reconhecido em Ma-cau, trabalhou como psicólogo?

à comida, também foi difícil, mas na nossa pequena cozinha íamos cozi-nhando o possível, apesar da escassez de tempo para grandes cozinhados. Muitas ocasiões optámos pelo refei-tório, e lá escolhíamos alguns pratos que nos pareciam do nosso agrado.

E nas férias?As férias eram ali mesmo. Não havia recursos económicos para irmos até casa. Para além de termos de estudar, caso contrário a matéria era esqueci-da. Ao todo foram cinco anos a estudar intensivamente a língua chinesa, não sendo assim não é possível obter um curso superior. Mas tive oportunidade de conhecer alguns locais da China.

Contactava a família?Descobria algum tempo para escre-ver cartas aos familiares, na altura não havia a facilidade dos emails, como agora.

Quantos anos como estudante em Pequim?Cinco anos e alguns meses. Com-pletei o curso de psicologia na área educativa na vertente comportamento desviante. Um curso muito útil no campo do conhecimento humano. Na China, pelo menos naquele tempo, a psicologia era mais com base oriental. O que me fez conhecer outros rumos do pensamento, da reflexão, apesar da adaptação não ter sido fácil. São regras muito diferentes das nossas, a China ainda não alcançara a abertura que hoje todos sabemos que tem e pratica. Seja como for, sempre houve um bom acolhimento e compreensão, e até de estímulo, por parte da univer-sidade, dos professores, dos colegas. Entre todos um bom relacionamento.

Os professores eram todos chine-ses, mas os colegas eram de várias nacionalidades?

FABR

ÍZIO

CRO

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11sexta-feira 20.7.2012 www.hojemacau.com.mo entrevista

A experiência em Pequim

Fernando Quaresma, jurista e psicólogo são-tomense

“Psicologia em Pequim e direito em Macau complementam-me”Como tinha feito psicologia na vertente sócio educativa ao lado de comportamento desviante, foi útil a minha função como psicólogo no Estabelecimento Prisional de Ma-cau, era então director, João Pires, entretanto falecido.

Começou logo a aplicar os seus co-nhecimentos e, maioritariamente, com cidadãos chineses...Precisamente. Também havia alguns estrangeiros, mas a maioria eram chineses. Foram 12 anos de grande actividade de acompanhamento psi-cológico dos reclusos, fazia relatórios pré-sentenciais, relatórios relaciona-dos com comportamentos desviantes. A minha vantagem em relação a outros meus colegas psicólogos portugueses, que formavam comigo uma boa equipa, era eu poder comu-nicar directamente com os reclusos na sua língua materna, uma vez que a grande maioria era do continente. Todo esse trabalho me enriqueceu muito, profissional e humanamente. Em relação ao cantonense, que eu não sabia, fui aprendendo ao longos destes anos em Macau, através dos contactos pessoais.

O que o levou a desejar obter o curso de Direito?Enquanto exercia psicologia no Es-tabelecimento Prisional, surgiu-me a curiosidade pelo direito, uma vez que existiam muitas situações que faziam ponte entre as duas áreas, a psicologia e o direito. Senti neces-sidade de conhecer o complemento, na circunstância mais directo, do meu trabalho de psicólogo. Então, em 1997 iniciei o curso de direito na Universi-dade de Macau, enquanto trabalhava no EPM. Foi bastante difícil, até porque também houve um pequeno contratempo: o meu contrato com o EPM, que terminava em Agosto de1999, foi renovado somente até Dezembro desse ano, à beira da data da transição, pois não podiam fazer contratos para além daquela data. Isso aconteceu com muita gente.

Contrariedade que não foi sufi-ciente para abandonar o curso.Ainda cheguei a pensar nisso, mas tudo se resolveu. Estava no 3º ano, não consegui fazer todas as cadeiras, mas logo depois continuei, recupe-rei e tirei a licenciatura em direito em 2002, ainda trabalhando como psicólogo no EPM até 2005. Senti logo que estava mais completo, ti-nha outro tipo de conhecimentos, o exercício profissional tornou-se mais consistente.

Mas acabou por abandonar a actividade de psicólogo.

Por causa da minha grande curiosi-dade quanto à actividade de jurista, quanto à aplicação profissional das regras do direito.

Coração dividido profissional-mente...Um bocadinho dividido. Exerci psicologia aqueles anos todos, mas o direito também me deu uma ou-tra base de fundamentação e onde também aprendi muito. Exercer profissionalmente o direito tem sido uma mais valia para mim.

Nunca pensou ser advogado?Sinceramente, já pensei. Teria de fazer o estágio, observar bem o mercado actualmente, se seria uma boa opção, enfim, uma série de factores. Embora a minha vantagem em saber a língua, ou as línguas, reconheço que seja boa. Talvez mais tarde, quem sabe? Para já ainda não quero arriscar, pois tenho alguns compromissos familiares, um filho nascido em São Tomé, uma filha de 9 anos nascida em Macau, a mãe é de cá, uma série de coisas que me obrigam a reflectir com cuidado so-bre qualquer alteração profissional. Psicologia em Pequim e direito em Macau, complementam-me do ponto de vista humano e do ponto de vista profissional.

Quando vai ao seu país, o que lhe dizem, sabendo que em Macau têm um quadro bem preparado?Tenho realmente esse chamamento. Mas as próprias pessoas que me fazem esse chamamento também reconhecem que as condições lá ainda não são boas, o que é uma pena.

Efectivamente, São Tomé e Príncipe necessita de quadros bem formados, é um país que completou agora 37 anos de existência, estamos come-morando a Independência. É um país jovem com jovem democracia. Ainda não obteve condições neces-sárias para poder acolher quadros, sobretudo quadros com raízes no estrangeiro, como eu, com condições de vida e compromissos que têm de ser tidos em conta.

Quando fala à sua filha, nascida em Macau, sobre São Tomé, o que lhe diz?Falo-lhe de vários aspectos culturais são-tomenses, mostro-lhe imagens, músicas, danças. Ela tem acompa-nhado as festas da lusofonia. É uma realidade fantástica ela ser uma africana-asiática, embora eu pense que puxa mais para o lado africano (risos). Acompanho no quotidiano, através dos jornais online, por exem-plo, o que acontece em São Tomé, inclusive no sector cultural, os nos-sos músicos, os nossos poetas, etc.

Podendo dizer-se que São Tomé e Príncipe é politicamente estável, qual a principal carência no país?Na minha opinião, observando do exterior, o que mais falta faz ao país é ter realmente um plano certo, bem definido. O país tem recursos económicos, inclusivamente tem petróleo. Recursos que podem ajudar ao desenvolvimento. O problema é a não existência de um plano bem de-finido. Cada vez que há mudança de governo, há mudança de plano. Como São Tomé e Príncipe vive muito de ajuda externa, a credibilidade que os investidores exigem, vai-se desmoro-nando em cada governo que aparece. A gestão da coisa pública é deficiente, isso cria fragilidade ao país.

A componente agrícola, as célebres roças?O sector produtivo de São Tomé e Príncipe sempre se baseou na agri-

cultura. Depois da independência, do abandono por parte dos agricultores portugueses, as roças foram naciona-lizadas, mas não se criou mecanismos para fazer a manutenção da sua produ-tividade. Não havia quadros formados para poderem dar sequência ao que tinha sido feito nos campos. Aconte-ceu que as roças se foram degradando, embora algumas estejam lentamente a ser recuperadas. Um factor, como o agrícola, que fazia parte importante do desenvolvimento, tem baixado muito. Também o sector das pescas é muito importante, temos um mar extraordinário com peixe e mariscos magníficos, faltam é infraestruturas, continuamos com a pesca artesanal. Assim, fica difícil o desenvolvimento.

Diplomaticamente, não há rela-ções formais entre São Tomé e a China. No entanto existe relacio-namento paralelo aparentemente muito frutuoso.Toda a gente conhece essa situação, o relacionamento formal com Taiwan. Diria que com a China, em relação a Macau isso não tem importância alguma. Nós, são-tomenses, estamos cá, não temos ligações políticas e sempre fomos muito bem recebidos. Estou convencido que, mais tarde ou mais cedo, serão restabelecidas as relações com a China. Até porque a China tem um encarregado de ne-gócios em São Tomé. É apenas um relacionamento, diplomaticamente, e por enquanto, apenas suspenso. Foi uma interrupção por circunstâncias de fragilidade, na época, por parte de São Tomé e Príncipe. Será por certo ultrapassado.

Para quem não conhece o seu país, do que mais gosta de falar sobre ele?Do povo hospitaleiro, amigo, sim-pático. Das praias excelentes, da gastronomia fantástica. É muito aconselhável visitar São Tomé e Príncipe.

Celebra-se a Independência. Que valores lhe transmite essa data maior de 12 de Julho?A independência de um povo é sempre um acto muito importante. Depois de termos estado sob o jugo colonial, de termos lutado por diferentes formas pela liberdade, a data da Independência é sempre observada com muito respeito e profunda emoção. Há 37 anos ganhámos a nossa independência política, mas o que aconselharia aos são-tomenses, mesmo àqueles que estão no estrangeiro, é que realizem um grande esforço no sentido de conseguirmos a nossa independência económica. O facto de ainda não ter-mos a independência económica cria uma certa falta de confiança entre as populações, especialmente entre os jovens, porque numa casa onde não há pão toda a gente chora e ninguém tem razão. Temos de fazer tudo para conjugar, digamos, a independência política que foi uma grande vitória, com a independência económica que será outra vitória importantíssima.

No momento em que ainda se vai celebrando o Dia da Independência de São Tomé e Príncipe (12 de Julho), apetece destacar o prestígio da comunidade são-tomense em Macau e no continente chinês, através da sua associação representativa e da dinâmica individual dos elementos da comunidade. Fernando Quaresma, psicólogo cursado em Pequim e licenciado em direito na RAEM, é um entre muitos exemplos. Nascido na localidade Caixão Grande, Fernando Quaresma foi contemplado com uma bolsa de estudos após completar a primária e o secundário, ao abrigo de um acordo existente entre aquele país e a China, no âmbito da formação de quadros. Em Pequim, estudou intensivamente a língua chinesa e formou-se em psicologia. Foram 5 anos num ultrapassar constante das naturais dificuldades: da comida ao clima, dos hábitos diferentes à língua.

Fernando observa todo aquele tempo como uma magnífica experiência pessoal e ao nível da aquisição de conhecimentos. Em Macau, exerceu por 12 anos a actividade de psicólogo no Estabelecimento Prisional (EPM), designadamente na vertente de comportamentos desviantes. Desejando complementar os conhecimentos, o psicólogo resolveu licenciar-se em direito na Universidade de Macau, enquanto trabalhador no EPM. Fernando Quaresma é um representativo exemplo do prestígio da comunidade são-tomense em Macau. A Associação dos São-tomenses e Amigos de São Tomé e Príncipe (Macau-China), dirigida por António Costa, outro ex-aluno formado em Pequim, celebra amanhã à noite, no restaurante “Miramar” a data maior daquele país, o Dia da Independência.

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12 publicidade sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.mo

Síntese do relatório de actividade da MassMutual no ano de 2011

No ano de 2011 os prémios auferidos em Macau pela MassMutual Asia Ltd. (MassMutual Asia) elevaram-se a 334 milhões de patacas.

Em resposta às necessidades de protecção dos seus clientes, a MassMutual Asia introduziu três novos planos de saúde e de cobertura para assistência médico-hospitalar, denominados de “Critical Illness Supreme Benefit”, “Refundable Hospital Cash Plan” e “Refundable Accident Protector”. Perante o cenário actual de baixo nível dos juros, os planos de seguro garantindo 100% de reembolso registaram uma resposta excepcional, traduzida no acréscimo de 70% nos prémios dos seguros novos efectuados no ano findo. Adicionalmente, a MassMutual Asia continuou a lançar os seguros “Premier–Choice Series”, proporcionando uma oferta adicional de 12 opções de investimento para a escolha dos clientes. Quanto aos prémios dos seguros novos da MassMutual Asia respeitantes a seguros ligados a planos de investimento tiveram um aumento na ordem de 10%.

Face à flexibilidade e qualidade dos seus produtos, à MassMutual Asia foi concedido a qualificação de “Investment Linked Provider of the Year” (“Benchmark”), significando um prémio para a nossa empresa em relação à gestão de poupanças em 2011. Por outro lado, a MassMutual Asia recebeu o louvor “The Most Popular Life Insurance Company” no programa semanal de “Prémio 2011” do canal de televisão TVB.

Com o objectivo de celebrar o 160º. aniversário da constituição das empresas do seu grupo, a MassMutual Asia convidou mais de 3.000 VIP’s e clientes para um “cocktail” em Macau e assistirem ao espectáculo “The House of Dancing Water”, no mês de Maio de 2011.

A MassMutual Asia procedeu a investimentos substanciais na formação profissional e desenvolvimento contínuo dos seus agentes, tendo proporcionado mais de 90.000 horas de formação em 2011 para aqueles em Hong Kong e Macau.

No ano de 2012, em resposta às necessidades dos seus clientes, a MassMutual Asia tem continuado a conferir a maior ênfase em inovações e nos produtos relacionados com a gestão de poupanças e em serviço de plataforma.

A MassMutual Asia Ltd. (MassMutual Asia) integra-se na entidade MassMutual Financial Group1, sendo a empresa de actuação deste na Ásia, com o seu escritório-sede em Hong Kong e a sucursal em Macau.

O MassMutual Financial Group representa uma organização financeira de negócios diversificados que gere activos superiores a 443 mil milhões de dólares americanos2 para um conjunto de clientes que excede 13 milhões. A MassMutual Asia foi constituída em 1851 e tem mantido estabilidade na gestão das suas operações, pelo que lhe têm sido atribuídas elevadas qualificações de notação (“rating”), pelas duas das maiores empresas da especialidade, como a A.M. Best Company, que lhe atribuiu “A++” (Superior, categoria no topo 15) e a Fitch Rating, que lhe deu o grau “AA+” (Muito forte, segundo na categoria de 21), bem como pela Standard & Poor’s, que lhe concedeu a avaliação de “AA+” (Muito forte, segundo na categoria de 21)3. À MassMutual Asia também foi conferido a renovação da graduação pela revista “Fortune 500” como sendo uma das “Five Largest US Mutual Life Insurance Companies”4.

Manly ChengPresidente

Notas:

1. O MassMutual Financial Group corresponde à designação comercial de Massachusetts Mutual Life Insurance Company (MassMutual) e suas subsidiárias.2. Dados que se reportam a 31 de Dezembro de 2011.3. Todas as avaliações financeiras referem-se à Massachusetts Mutual Life Insurance Company e as suas subsidiárias, C.M. Life Insurance Company e MML Bay State Life Insurance Company. Os dados referem-se à data de 1 de Junho de 2012, podendo haver ajustamentos posteriores.4. As avaliações baseiam-se no total de rendimentos auferidos em 2011, na categoria de “Insurance: Life, Health (Mutual)”, constante da revista “Fortune 500”, publicada no dia 21 de Maio de 2012.

Síntese do Parecer dos Auditores Externos

Para os directores da MassMutual Asia Limited Referente a MassMutual Asia Limited – Sucursal de Macau

Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras da MassMutual Asia Limited – Sucursal de Macau relativas ao ano de 2011, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 9 de Maio de 2012, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras das quais as presentes constituem um resumo.As demonstrações financeiras a que se acima se alude compreendem o balanço, à data de 31 de Dezembro de 2011, a demonstração de resultados, a demonstração de alterações no capital próprio e a demonstração de fluxos de caixa relativas ao ano findo, assim como um resumo das políticas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas.As demonstrações financeiras resumidas preparadas pela gerência resultam das demonstrações financeiras anuais auditadas e dos livros e registos da Sucursal. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas e os livros e registos da Sucursal.Para a melhor compreensão da posição financeira da MassMutual Asia Limited - Sucursal de Macau e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demonstrações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Ng Kar Ling Johnny, Auditor de ContasKPMG Macau, aos 9 de Maio de 2012

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13vidasexta-feira 20.7.2012 www.hojemacau.com.mo

Cecília [email protected]

Gonçalo Lobo [email protected]

A construção do novo centro de lixo na zona da Guia está a causar apreensão nos morado-

res que ontem se manifestaram junto da sede do Governo. Os ma-nifestantes não entende porque o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) não consultou primeiro a população sobre a ins-talação do centro e teme por maus cheiros e poluição. “Já enviei diver-sos e-mails à Direcção de Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) mas parece que ninguém nos quer ajudar”, começou por dizer ao Hoje Macau um dos moradores da Rua Nova à Guia.

“O IACM quer construir um novo equipamento que comprime o lixo, no entanto já existem três grandes zonas de lixo no bairro onde moramos: Horta da Mitra, Estrada de S. Francisco e Rua de Henrique de Macedo. Naquele bairro já cheira muito mal por causa das mini estações existentes. Agora

UM bloco de gelo gigante, com 120 quilómetros qua-

drados, separou-se do glaciar Pe-termann, um dos dois maiores da Gronelândia, no passado dia 16. O iceberg é pouco maior do que a cidade de Lisboa e quatro vezes e meio o tamanho de Macau. “Nesta altura do ano estamos sempre a observar o glaciar Petermann, porque dele se podem separar icebergues que depois acabam por cruzar as rotas dos navios no Atlântico Norte”, afirmou à Reuters Trudy Wohleben, do ser-viço canadiano responsável pela monitorização deste fenómeno,

que foi confirmado pelo satélite Aqua, da NASA.

Esta separação de blocos de gelo do glaciar Petermann ocorre pela segunda vez em menos de dois anos, depois de em 2010 se ter separado uma ilha de gelo com 260 quilómetros quadrados. Para Eric Rignot, da NASA, não se está perante um “colapso, mas é certamente um acontecimento significativo”.

O novo icebergue deverá seguir o caminho feito pelo anterior, até entrar no estreito de Nares, um canal entre o Norte da Gronelândia e o Canadá, onde se deverá quebrar.

Antes de 2010, a última vez que um icebergue com um tamanho semelhante se separou naquela região tinha sido muito anterior, remetendo para o ano de 1962.

Note-se que a plataforma de gelo da Gronelândia está a diminuir, devido às alterações globais das temperaturas do ar e dos oceanos e às mudanças nos padrões de circulação das correntes, estando o Noroeste da Gronelândia e o Nordeste do Canadá a aquecer cinco vezes mais depressa do que o resto do planeta.

Descoberta espéciede cobra vermelhaUma equipa de biólogos descobriu na floresta do Camboja uma nova espécie de cobra, vermelha, com anéis pretos e brancos, e inofensiva para o ser humano, revelou a organização Flora & Fauna International. A cobra chama-se Oligodon kampucheaensis e foi descoberta por Neang Thy, herpetólogo do Ministério do Ambiente do Camboja e responsável pela descoberta de outras espécies de répteis naquele país, como o lagarto Cnemaspis neangthyi, em 2010. “Deu-me muito orgulho descobrir e descrever esta nova espécie e dar-lhe o nome em honra do meu país”, disse Neang Thy, investigador que colabora com a organização Flora & Fauna International (FFI), em comunicado. Kampuchea quer dizer Camboja, na língua local. “A ciência no Camboja foi esmagada durante o regime Pol Pot e agora estamos a tentar recuperá-la”, acrescentou. A cobra agora descoberta foi encontrada nas florestas tropicais das montanhas Cardamom, no Sul do país. Mas, ainda que esta região faça parte do sistema de áreas protegidas, a floresta “está ameaçada pela perda de habitat e transformação dos usos do solo”, segundo a organização. Assim, a Oligodon kampucheaensis já é uma espécie em risco, alerta.

Nova estação provoca descontentamento na Guia

A discórdia do lixo

depositamos a nossa esperança no deputado Au Kam San.”

O democrata, que também esteve presente na manifestação, referiu que o Governo deveria ter consultado a população para saber da sua opinião. “Este caso mostra o

Governo não fez a consulta pública devida”, atirou.

“Acho que o Governo tem que aprender com os erros do passado e consultar a população naquilo que são os seus interesses. Estou convicto que o problema possa ter solução.”

As palavras de ordem foram vá-rias e os moradores da Guia dizem que nem se importam de andar mais para colocar o lixo desde que isso implique o fim das obras da nova estação. “Não nos importa andar mais longe para colocar o lixo”.

“A nova estação pode ser preju-dicial à comunidade e ao comércio local. A bem da comunidade a obra tem de ser cancelada no imediato”, disse um dos moradores.

EQUIPAMENTO LIMPOE AMIGO DO AMBIENTEDa parte do IACM, a justificação não tardou. A entidade refere que o novo equipamento é moderno e limpo. “O tipo da estação de lixo em questão é melhor do que as tradicionais, é mais fácil de limpar e usar, e também é bom para a saúde de ambiental”, disse em comunica-do enviado ao Hoje Macau.

Os moradores, esses, não desar-mam. Prometem continuar a lutar pelo cancelamento da obra e até adiantam alternativas. ”Proponho fazerem a estação em frente da Escola de Santa Rosa de Lima, porque lá não há comunidades a viverem nem lojas. Existe no local um muro alto para evitar que o mau cheiro se espalhe, por isso parece--me ser a melhor solução”, referiu um dos manifestantes.

Macau tem, de acordo com o IACM, 21 estações de lixo que “funcionam na perfeição” e “os cidadãos não se têm queixado”.

Icebergue gigante separa-se de glaciar da Gronelândia

Quatro vezes e meiao tamanho de Macau

Page 14: Hoje Macau 20 JUL 2012 #2656

14 cultura sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

O sitio na internet “Ma-canese Families” que se dedica a recolher informações gene-

alógicas sobre as tradicionais famílias de Macau, pretende chegar a um público lusófono. Como tal, o seu autor, Henrique

LAVINIA Ramirez, com apenas dois anos, encan-

tou e surpreendeu especialis-tas na sua primeira aparição pública a tocar piano, com apenas seis semanas de lições.

Residente em Devon, na Inglaterra, Lavinia Ramirez tocou durante um concerto da Escola Plymouth Piano, a versão perfeita de “Mary Had a Little Lamb” [Maria tinha um carneirinho] - uma canção infantil norte-americana.

A pequena pianista, apeli-dada de “Little Miss Mozart” [Pequena Miss Mozart], destacou-se, claro, no meio de 21 crianças, todas elas com cerca de 10 anos de idade.

O professor de piano, Matej Lehocky, afirmou que o talento da criança é

“notável” para alguém tão jovem, descrevendo a sua capacidade como “excepcio-nal”. “Tocar como ela tocou, com pouco mais de dois anos, é algo extraordinário e muito especial. Geralmente as crianças não são capazes de se controlar e fazer o que lhes é pedido. Normalmente, começam a ficar cansadas e aborrecidas”, contou ao jornal “Daily Mail”.

Matej Lehocky, que ini-ciou a carreira no mundo da música com quatro anos de idade, disse que começar a tocar piano com a idade de Lavinia é algo incomum. “Ela é tão madura para a idade, que até me esqueço que estou a dar aulas a uma criança de dois anos”, disse.

Lavinia adora música

clássica e é a primeira da casa a tocar um instrumento. Tudo começou quando recebeu um piano de brinquedo, no último Natal. Mas, depois de revelado o talento, os pais acabaram por comprar um piano verdadeiro.

A mãe, Jenna Ramirez, contou: “Eu não sei de onde vem a inteligência dela. É mais inteligente que eu. Antes dos dois anos de ida-de, ela conseguia escrever letras e números e conseguia reconhecê-los nos livros.”

Sem pressões, Lavinia vai tocando várias horas por dia. Os pais garantem que no futuro será ela a decidir se quer ou não continuar a tocar. Por agora, apenas querem “permitir que a sua habilidade se desenvolva naturalmente”.

Fundador da “Playboy” discute filme sobre a sua vidaPeter Morgan esteve reunido com o criador da “Playboy” com o objectivo de vir a escrever o argumento para um filme sobre a sua vida. “Tive hoje uma boa reunião com o argumentista Peter Morgan, na qual discutimos um filme sobre a minha vida”, declarou terça-feira o criador da “Playboy”, Hugh Hefner, à Hollywood Reporter . Peter Morgan - que foi nomeado para os Óscares pelos argumentos de “A Rainha” e “Frost/Nixon” - pretende escrever o argumento para o filme sobre a biografia do criador da “Playboy”, actualmente com 85 anos. O projecto já tem anos, mas nunca chegou a avançar. Começou com a Universal, que planeou fazer o filme com o realizador Brett Ratner e com o papel de Hefner interpretado por Tom Cruise, Hugh Jackman e Robert Downey Jr. No início do ano o projecto passou, contudo, para a Warner. Mas, além de Peter Morgan para o argumento, não foram ainda indicados quaisquer nomes para o elenco e realização.

Cura não é com Pete DohertyPete Doherty foi expulso de uma clínica de reabilitação na Tailândia, esta terça-feira, três semanas após ter dado entrada na mesma, noticia a AFP. O músico britânico tinha cancelado vários concertos, incluindo a participação no festival Super Bock Super Rock, para se livrar da dependência de drogas, mas, segundo o centro The Cabin, Doherty não mostrou estar preparado para deixar a heroína. “É importante manter a integridade do programa de tratamento para que os outros clientes tenham boas chances de recuperação. O Pete percebe isso e percebe as razões pelas quais lhe pedimos para sair”, disse à AFP Alastair Mordey, um dos responsáveis da clínica de reabilitação situada em Chiang Mai, no norte da Tailândia.

Sofia Vergara é a mulher mais bem paga da TVSofia Vergara tornou-se na mulher mais bem paga da televisão, nos EUA. A actriz latina que interpreta Gloria em “Uma Família Muito Moderna” auferiu, nos últimos 12 meses, cerca de 150 milhões de patacas, segundo revelou a revista “Forbes”. Kim Kardashian, estrela de “reality shows” e a ex-campeã deste “ranking”, passou agora para segundo lugar, com 140 milhões. A completar o pódio está Eva Longoria, a Gabrielle de “Donas de Casa Desesperadas”, com 120 milhões. No ‘top dez’ estão ainda Felicity Huffman, Tina Fey ou Zooey Deschanel.

Projecto mais próximo dos falantes de português

IIM ajuda a traduzir site “Macanese Families”

Tem dois anos e toca piano na perfeição após seis semanas de aulas

“Pequena Miss Mozart”

D’Assumpção, garantiu ao Hoje Macau que o projecto tem vindo a ser traduzido para português, num trabalho feito em parceria com o Instituto Internacional de Macau (IIM).

“O meu website foi original-mente lançado em inglês. Por forma a chegar às comunidades macaenses que existem em Por-tugal e no Brasil, tenho vindo, de

forma gradual, a traduzir partes dos textos com a ajuda de José Mário Teixeira, do IIM. Com a ajuda de Maria de Carvalho e Rêgo Machado Marques tenho vindo a incluir alguns sons de muitas palavras em patuá, mas há muitas frases que precisam de ser incluídas.” “Pretendo chegar a mais macaenses falantes de português”, acrescentou o autor.

Para além disso, Henrique D’Assumpção quer continuar a trabalhar em parceria com o investigador Jorge Forjaz, autor da obra “Famílias Macaenses”, editada em 1996 e recentemente revisitada. “Forjaz produziu as histórias das famílias portugue-sas na Índia (obra Os Luso-Des-cendentes da Índia Portuguesa, lançada em 2003), e que mostra o lado ancestral de muitas famílias macaenses. Espero que possa incluir estas gravações no meu website”, disse ainda Henrique D’Assumpção.

REGISTOEM TODO O MUNDOCriado pouco tempo depois do projecto de Jorge Forjaz, o we-bsite “Macanese Families” tem acesso restrito a macaenses ou a “investigadores sérios” que se interessem pela cultura maca-ense. Henrique D’Assumpção garante que o trabalho não se distancia da obra do genealo-gista. “O monumental trabalho feito pelo doutor Jorge Forjaz tem sido a base do meu projecto. Ele enviou-me uma lista de cor-recções dos seus livros, que eu tenho vindo a usar para actualizar a base de dados”.

Distinguido com o Prémio Identidade 2011 pelo IIM, o projecto online de Henrique D’Assumpção tem vindo a receber comentários positivos. Mais de mil macaenses de todo o mundo estão registados, e já houve cerca de 30 mil visitas. O “Macanese Families” já con-seguiu, inclusive, voltar a juntar famílias que já tinham perdido o contacto.

Page 15: Hoje Macau 20 JUL 2012 #2656

15culturasexta-feira 20.7.2012 www.hojemacau.com.mo

Um trabalho de Rogério Miguel Puga, investigador da Universidade Nova de Lisboa, revela que o primeiro museu de traço ocidental da China nasceu no território em 1829 e não na cidade de Xangai em 1868, como defendiam responsáveis pelos Estudos sobre Museus

Andreia Sofia [email protected]

NA próxima edição do “Journal of the Royal Asiatic Society”, pu-blicação da Univer-

sidade de Cambridge, no Reino Unido, será divulgado um trabalho de investigação de Rogério Mi-guel Puga, que promete mudar a forma como até então se encarava a história dos museus a Oriente.

O trabalho de Puga, que há muito escreve sobre Macau e é colaborador no Centro de História Além-Mar da Universidade Nova de Lisboa, vem revelar que o primeiro museu da China nasceu,

MAIS de 530 expo-sitores de 20 países

participam na 23.ª edição da Feira do Livro de Hong Kong e na qual os organi-zadores esperam receber um milhão de visitantes. “Estou muito confiante que a edição deste ano exceda a participação do ano pas-sado”, disse o vice-director executivo do Conselho do Desenvolvimento e Comércio de Hong Kong. A edição de 2011 registou 950 mil visitantes.

As novas tecnologias

Keith Richards assume esquecer-se das cançõesO guitarrista dos Rolling Stones, Keith Richards, admitiu esquecer-se frequentemente de como tocar as canções mais antigas. Richards explicou que, por vezes, após os primeiros acordes se esquece de como tocar o resto da canção, embora rapidamente recupere a memória. “Quando começas uma música vês que não te lembras como se toca o meio mas os dedos lembram-se mesmo que tu não”, admitiu à Absolute Radio. “Provavelmente, não pratico tanto como devia”, reconheceu Richards. “Mas agora que estamos a montar um espectáculo outra vez, estou a voltar ao lugar”, descreveu. Os Rolling Stones comemoram 50 anos sobre o primeiro concerto na semana passada. Mick Jagger adiantou que a banda deverá regressar aos palcos ainda este ano.

Halle Berryhospitalizada de urgência A actriz Halle Berry sofreu um acidente durante as filmagens do filme “The Hive”, em Los Angeles, e teve de ser hospitalizada de urgência na noite de terça-feira. Halle Berry, de 45 anos, caiu e bateu com a cabeça num pedaço de cimento e permanece sob observação nos cuidados médicos, não sendo ainda conhecido quando terá alta.

Fotógrafo suíço captura momento de explosão de bolas de sabãoQuem nunca já fez uma bola de sabão? O fotógrafo suíço Fabian Oefner, de 28 anos, fotografou o momento de explosão de bolas de sabão. A inspiração para o trabalho surgiu de sua própria infância, onde ele diz que era fascinado por elas e pelas suas cores, e ficava desapontado quando as bolas desapareciam. Nas imagens, Fabian tentou capturar a beleza delas que possuem vida curta e que consistem em 99% de ar. O maior desafio foi iluminar as bolas, transparentes, e conseguir fotografá-las antes que elas explodissem no ar.

Investigador da Universidade Nova de Lisboa conclui

Primeiro museu chinês nasceu em Macau

Mais de 530 expositores de 20 países na Feira do Livro de Hong Kong

Livros para todos os gostos‘e-reading’ e seminários por alguns dos escritores mais conhecidos da Ásia são algumas das atracções da feira de sete dias.

Para muitos visitantes da China, a feira é a opor-tunidade para um contacto com obras de autores chineses proibidos pelas autoridades de Pequim. “Sempre que venho a Hong Kong, procuro este tipo de livros,” disse um visitante oriundo de Nanjing, no interior da China, enquanto folheava

um livro proibido sobre Bo Xilai, antigo dirigente polí-tico recentemente afastado pelo Partido Comunista Chinês.

A antiga colónia britâ-nica é uma região autóno-ma dotada de leis próprias, que garantem a liberdade de expressão.

O artista e escritor chinês, Ai Weiwei, que esteve 81 dias sob custódia no ano passado e continua a ser impedido de sair da China, tem disponível na Feira do Livro de Hong

Kong uma coleção de ‘posts’ de blogue cuja venda foi proibida no interior da China. “Acre-dito que a população do interior da China com um bom conhecimento de Ai Weiwei estará interessada em comprar o livro”, disse um porta-voz da editora Great Culture Mountain Publications.

Além dos livros, a feira apresenta novos disposi-tivos digitais, como uma máquina que recomenda livros através da leitura

da estrutura facial dos leitores.

O equipamento distin-gue as pessoas ao ler os traços do rosto e consegue determinar sexo, idade, e mesmo a nacionalidade”, disse o director do fabri-cante MultiMedia Global, Ian Chan. “As mulheres mais novas podem querer ler romances, as pessoas mais velhas podem querer ler livros de saúde, por isso este método é uma boa ajuda para as editoras”, disse Ian Chan.

afinal, em Macau. Tinha como nome “Museu Britânico de Ma-cau”, e foi inaugurado e mantido por sobrecargas da Companhia das Índias, de origem inglesa. O museu manteve-se aberto em Macau até 1834, altura em que terminou o monopólio comercial da Companhia das Índias britânica na China.

Ao Hoje Macau, Rogério Miguel Puga fala de um processo de investigação que começou em 2005. “Recolhi fontes que me permitiam estudar a presença anglófona em Macau, e um dia

inesperadamente li uma breve descrição do Museu Britânico de Macau. Na altura achei curioso e falei do museu em várias confe-rências, até que me apercebi que a data da sua inauguração, em 1829, era anterior à do museu inaugurado pelo missionário francês Pierre Marie Heude, o Zhendan Museum, fundado em Xangai em 1868”.

Com a consciência de que tinha descoberto algo novo, o investigador redigiu um artigo que enviou depois “a uma das mais conceituadas revistas de

Estudos Asiáticos do mundo”. Depois, a revista terá enviado o artigo a dois especialistas, “ambos da opinião que o artigo deveria ser publicado”.

“NÃO DAMOS A DEVIDA ATENÇÃO A MACAU”Questionado sobre a importância de Macau ter sido o lugar escolhido para receber o primeiro museu chinês, Rogério Miguel Puga afirma que, “enquanto investiga-dor, não damos a devida atenção a Macau”. O território “teve um papel pioneiro nas relações sino-ocidentais e esta descoberta continua a reforçar esta ideia, que já se tornou um lugar-comum”. A prova de que Macau foi importante é que “olhámos durante muito tempo para Xangai e esquecemos o território, cuja vida cultural foi riquíssima no século XIX, também devido à comunidade anglófona. Cabe assim a Macau a honra de ter tido o primeiro museu na China, o que muito me alegra.”

Posteriormente, o segundo museu, intitulado Museu Nan-tong, seria inaugurado por um jesuíta francês em Jiansy, no ano de 1868, para “ensinar o conceito de evolução e progresso histórico através das vitrines”. Em 1855 o Governo de Hong Kong viria a inaugurar “uma pequena exposi-ção de objectos culturais”, “e em 1872, a filial do Norte da Royal Asiatic Society (na China) funda um museu em Xangai”.

Mesmo sem ter encontrado provas históricas de como os chineses encaravam os museus enquanto forma de consumo, Miguel Puga refere que “os naturalistas anglófonos, os so-brecargas e os missionários que organizaram o museu viam-no como um passatempo e como um projecto cientifico de divulgação. Os visitantes iam em busca de interessantes curiosidades, muitas delas exóticas.”

ANTÓ

NIO

FALC

ÃO

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16 desporto sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.mo

Sérgio [email protected]

NOS últimos anos, mais precisamen-te cinco, habi-tuamo-nos a ver

Tiago Monteiro a representar o automobilismo português na Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau com uma viatura da marca espanhola SEAT. E este ano era espera-do que o piloto de 35 anos da cidade do Porto repetisse pela sexta vez a presença na prova defendendo o construtor dos arredores de Barcelona, mas tal não vai acontecer. Esta quarta-feira, Tiago Monteiro foi confirmado como piloto oficial da Honda no ingresso da marca nipónica no Cam-peonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC).

Apesar da Honda só entrar oficialmente em 2013 no campeonato, tendo tam-bém contratado o italiano Gabriele Tarquini, vai já este ano efectuar as últimas três provas da temporada como forma de preparação. Assim, a Honda competirá na jorna-da do Japão (Suzuka), China (Xangai) e Macau.

ORGULHO DE TIAGOMonteiro foi o piloto es-colhido para se sentar ao volante da máquina que tem estado a ser desenvolvida pela JAS Motorsport nestas três corridas. Para este pro-jecto, a Honda formou uma parceria com a Mugen e a equipa J.A.S. Motorsport,

Português surge como piloto principal da Honda

Monteiro na Guiaequipa italiana com quem o piloto de Macau André Cou-to correu na edição 2008 do Grande Prémio do território.

A experiente Mugen irá construir o motor 1.6-litros turbo que será mantido du-rante a época pela Honda R&D, enquanto a J.A.S. Motorsport irá desenvolver o Honda Civic cinco portas produzido em Inglaterra. “É um enorme orgulho ter sido o piloto escolhido pela Honda para vestir as cores da marca no WTCC em 2013. Estou muito entusiasmado e cheio de vontade de dar início ao projeto, que é extremamente aliciante mas também muito completo não só ao nível técnico mas humano. Sei que vou ter à disposição todas as condições para discutir as vitórias. E acredito que vou estar à altura das exigências. Estes seis anos no Cam-peonato conferiram-me a experiência necessária para ser bem sucedido”, começou por dizer o portuense.

A COMPANHIADE TARQUINIMas antes de entrar em pista para as primeiras corridas do Honda Civic ainda esta épo-ca, Monteiro terá oportunida-de de partilhar com Tarquini os seis dias de testes, dois deles em Portimão, que lhe permitirão evoluir e adaptar o carro ao seu estilo de con-dução: “Serão três sessões de testes de dois dias cada uma. O Gabriele vai andar mais no inicio e depois andarei mais

eu no final. Depois deverei ter mais dois dias em Sugo no Japão antes da estreia. Serão testes de primordial importância. Temos muito trabalho pela frente e evo-luir um carro do zero é um trabalho moroso mas muito gratificante. Sei que a Honda R&D, a JAS Motorsport e a Mugen assim como toda a sua equipa técnica reuniram todas as ferramentas neces-sárias para preparar um carro com um potencial muito forte. A experiência da JAS Motorsport no WTCC vai ter também um papel fulcral em todo o processo”, rematou o ex-piloto de Fórmula 1.

MACAU É IMPORTANTENa conferência de imprensa realizada em Lisboa e orga-nizada pela Honda Portugal, Monteiro não falou particular-mente do Grande Prémio de Macau, mas deixou explícito que sabe o que lhe espera. “Es-tamos cientes que as primeiras provas serão complicadas mas essenciais para entrarmos na época 2013 bem preparados”, explicou o piloto português que vai manter o número 18 na porta do seu carro.

Monteiro entrou no WTCC em 2007 com a SEAT depois de duas épocas na Formula 1 e desde então soma 15 subidas ao pódio, quatro vitórias, duas ‘pole--positions’ e quatro voltas mais rápidas. O melhor resultado de Monteiro nas ruas da RAEM foi o terceiro lugar obtido em 2010.

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TDM13:00 TDM News - Repetição13:30 Jornal das 24h14:45 RTPi DIRECTO19:00 TDM Talk Show (Repetição)19:30 Resistirei20:30 Telejornal21:00 Olhar Macau21:30 Regresso a Sizalinda22:15 Aquarela do Brasil23:00 TDM News23:31 Moolight Mile (Sonhos Desfeitos)01:20 Telejornal (Repetição)01:30 RTPi DIRECTO

INFORMAÇÃO TDM

RTPi 8214:00 Telejornal Madeira14:30 Sexta às 915:30 Cenas do Casamento - SIC16:00 Bom Dia Portugal17:00 Portugal Negócios - Com: Vitor Barbosa17:30 Lagoa Henriques (1923-2009)17:55 Com Amor Se Paga19:00 Estado de Graça 20:00 Jornal da Tarde 21:15 Ler +, Ler Melhor21:30 O Preço Certo 22:15 7 Maravilhas - Praias de Portugal: Ribeira d’Ilhas

30 - ESPN12:00 The Open Championship 2012 1st Round15:00 Host City London16:00 (LIVE) The Open Championship 2012 2nd Round19:30 (LIVE) Sportscenter Asia 201220:00 LIVE) The Open Championship 2012 2nd Round

31 - STAR SPORTS13:00 Total Rugby13:30 2 Wheels14:00 JK Racing Asia Series

14:30 Inside Grand Prix 201215:00 IRB Junior World Championship 2012 South Africa vs. New Zealand17:00 Autobacs Super GT Series 201218:00 MotoGP World Championship 2012 - Highlights19:00 Asian Olympic Qualifiers Uzbekistan vs. UAE21:00 2 Wheels21:30 (LIVE) Score Tonight 201222:00 Total Rugby22:30 Game 201223:00 When The Games Begin

40 - FOX MOVIES12:00 Diary Of A Wimpy Kid13:40 X2: X-Men United15:55 Charlie’S Angels17:35 Up19:15 The Switch21:00 X-Men: The Last Stand22:45 Transporter 200:15 X2: X-Men United

41 - HBO12:00 It’S Kind Of A Funny Story13:40 The Final Curtain15:00 More Than A Game16:40 Dumb & Dumber18:20 Shrek Forever After19:50 The World Is Not Enough22:00 Resident Evil23:35 Macgruber

42 - CINEMAX12:30 Tremors14:10 Cop Out16:00 The Bedford Incident18:00 Sinbad Of The Seven Seas20:05 Half Past Dead21:45 Epad On Max22:00 Spartacus: Vengeance00:00 Strike Back00:45 Quarantine 2

17futilidadessexta-feira 20.7.2012 www.hojemacau.com.mo

[Tele]visão

Aqui há gato

Sudoku [ ] Cruzadas

REGRAS |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

SOLUÇÃO DO PROBLEMADO DIA ANTERIOR

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

HORIZONTAIS: 1-Atracção, encanto (Fig.). Gato (Prov.). 2-Vestígio que deixa uma substância suja ou gorda. Fazer passar alguém por uma vergonha. 3-Da cor do céu sem nuvens. Grande vasilha de aduela, para vinho. Benefício. Pessoa reles, sem préstimo e sem força (Prov.). Limite (abrev.). 5-Imposto de Circulação (abrev.). Ofício divino. 6-Relativo a lugar certo. Desembrulhem. 7-O m. q. ligara. Rádio (s.q.). 8-Reduza certo. Desembrulhem. 7- O m. q. ligara Rádio (s.q.). 8-Reduza a pó. Composição poética para se cantada. Guerreiro valente. 9-Estaca a que se liga a videira depois da poda. Soltar ais. 10-Desconfiada. Brotem, sobressaiam. 11-O m. q. oasiana. Molha, irriga.

VERTICAIS: 1-Que não e hábil. Espertalhão, atrevido. 2-Dente molar (Prov.). Poupança. 3-Ajuntem. Em seguida a. 4-Qualquer fruto seco, indeiscente, com uma só semente. Logo que. Empunhei. 5-Protecção. Actínio (s.q.). 6-Interpretas por meio da leitura. Acrescente. 7-Avenida (abrev.). Trajareis. 8-República (abrev.). Margem de rio. Rio da Suiça. 9- O m. q. exile. Sustente uma criança, alimente. 10-Macho da tartaruga (Amazonas). Prata (s.q.) 11-Discursam. Senhora.

HORIZONTAIS: 1-IMAN. TARECO. 2-NODOA. VEXAR. 3-A. AZUL. PIPA. 4-BEM. XEU. LIM. 5-IC. MISSA. T. 6-LOCAL. ABRAM. 7-N. LIARA. RA. 8-MOA. ODE. CID. 9-EMPA. AIAR. A. 10-CIOSA. SAIAM. 11-OASICA. REGA.VERTICAIS: 1-INABIL. MECO. 2-MO. ECONOMIA. 3-ADAM. C, APOS. 4-NOZ. MAL. ASI. 5-AUXILIO. ACA. 6-T. LES. ADA. 7-AV. USAREIS. 8-REP. ABA. AAR. 9-EXIL. R. CRIE. 10-CAPITARI. AG. 11-ORAM. MADAMA.

“POR FAVOR,NÃO EXPECTOREPARA O CHÃO”

Ontem vi espalhada pelo chão uma colecção algo avultada de panfletos. Corri a espezinhá-los, em jeito de perceber do que tratavam. Eram panfletos de boa conduta elaborados pelo IACM. Creio que já estamos habituados a ver a educação panfletária em outdoors, que muitas vezes se traduzem em sugestões e conselhos algo caricatos. Talvez em chinês as coisas não pareçam tão engraçadas, em português por seu lado são autênticas comédias, por vezes. Por exemplo, “Por favor, não expectore para o chão” dá lugar a umas grotescas risadas. Pensei que, por ser um “hábito cultural” não se podia educar os transeuntes sobre isto. Então, fui ler...”Expectorar para o chão é um acto de mau gosto, pouco civilizado e nojento, destrói a beleza da cidade...”, ou seja, só falta dizer que quem o faz é um porco! É que “basta pensar: quem quer viver num ambiente cheio de expectoração, tudo nojento?” Eu não podia estar mais em concordância com toda esta indignação. Portanto, espero que quando for fotografar para um dos lugares patrimoniais não tenha o desprazer de levar com uma “expectoração” ou pisar alguma. (ver foto)Mas outros panfletos, património da minha tia Joana, me fizeram arregalar os olhos. “Sabe como evitar ser atacado por cães?” Achei deveras interessante poder proteger-me destes ataques, porque esta cidade - eu não sabia - ao que parece é pródiga em cães atacantes. “Todos os anos, cerca de 500 pessoas, atacadas por cães, recorrem ao médico, sendo, contudo, inúmeras as vítimas que não procuram tratamento médico.” Inacreditável. No mesmo folheto informativo, até se compara Macau aos EUA, nestas taxas. A responsabilidade, avisam, é toda do dono por isso, tem de socorrer a vítimas, dar-lhes toda a sua identificação e dados relevantes do cão, relatar à polícia o sucedido e saber informações com o veterinário. Acho que são dicas úteis mas também acredito, e espero, que sejam de senso comum em toda a parte do mundo. Educar um cão é como ter uma criança, há que saber tratá-lo e responder pelos seus actos. Bom, e posto isto, já que o enredo vai longo... Não vou avançar sobre “Tips on Purchasing Chilled Pork” mas, acreditem, vale a pena deixar para um próximo capítulo.

Pu Yi

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AGENDA DOS EDUCADORES DE INFÂNCIA 2012/2013Atividades inovadoras e fundamentadas, curiosidades para as crianças, planificações e registos diversos são apenas alguns dos conteúdos da nova agenda dos educadores de infância. Muito prática de usar e com uma bolsa para arquivar os documentos mais importantes. Uma agenda divertida para um bom ano lectivo!

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18 opinião sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.mo

perspect ivasJorge Rodrigues Simão

conceito de sustentabilidade foi inicialmente concebido com o entendimento de ser um tipo de desenvolvimento, que considera as necessidades do presente sem comprometer a disponibilidade

dos recursos indispensáveis às gerações futuras. O conceito foi consagrado no “Re-latório Bruntland”, também conhecido como “O Nosso Futuro Comum”, elaborado pela “Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento” da ONU, em 1987, liderada pela então Primeira-Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland.

O “Relatório Bruntland” descreveu-o, como sendo o pilar valorativo das relações entre os seres humanos e destes com a natureza, ou seja, entre as necessidades humanas e a capacidade da natureza; entre as necessidades dos pobres e dos ricos (pro-blema da equidade intrageracional); entre as necessidades do presente e as necessidades das gerações futuras (problema da equidade intergeracional).

É um conceito que pretende potenciar uma regulação das relações do ser huma-no entre si, e deste com o meio ambiente. É possível descrever, no entanto, outras acepções deste termo. As diferentes ciên-cias, a política e os grupos de interesse assumiram o conceito com interpretações um tanto diferenciadas, em função da sua área de aplicação. Tal facto, tem vindo a criar uma verdadeira confusão conceitual. Uma boa parte das definições são associáveis ao desejo de persistência de determinadas características do sistema sociopolítico e do ambiente natural.

Formularam-se diversas críticas sobre a validade operativa do conceito de desenvol-vimento sustentável exposto no “Relatório Bruntland”, dado que, este, por exemplo, propõe soluções tecnocráticas sem ques-tionar a viabilidade do modelo económico actual. O conceito parece ter sido criado também, para servir de ponte em negociação entre as posições desenvolvimentistas da economia e os movimentos sociais ligados à defesa do meio ambiente.

Em uma outra visão, a formulação de um desenvolvimento equitativo e equili-brado, entre os hemisférios Norte e Sul, parece ignorar a limitação dos recursos num planeta de mais de sete mil milhões de habitantes. Assim, o modelo de desenvolvi-mento do hemisfério Norte não é discutido em profundidade. As instituições políticas

A teoria de sistemas aplicada à análise do desenvolvimento sustentável permite isolar, a partir dos seus termos básicos e suposições, as características fundamentais do conceito. Tal como acontece nos sistemas ecológicos, como a sucessão do ecossistema por exemplo, são o resultado da integração de processos básicos

Cultura da sustentabilidade“But who are the legitimate environmentalists? Most would agree that ideas like “sustainable development” and the “precautionary principle”- as well as knowledge of the causes and consequences of escalating problems (deforestation, desertification, biodiversity loss, ozone depletion, climate change) -infuse environmentalism with beliefs and values, shaping arguments and prescriptions.”

The A to Z of EnvironmentalismPeter Dauvergne

e económicas do hemisfério Norte consi-deram este conceito na definição das suas políticas, apresentando todavia, resultados demasiado limitados quanto à sua efectiva aplicação, não alterando significativamente os padrões actuais de produção e consumo e, logo, não reduzem substancialmente os impactos ambientais que são consequência desse modelo.

Se este é o modelo de desenvolvimento sustentável que deve aplicar-se no hemis-fério Sul, o desenvolvimento sustentável à escala global é mera falácia. Esta situação é evidente se analisarmos os dados sobre a produção de resíduos nas diferentes partes do mundo. A cidade de Quito produz uma quantidade anual de resíduos sólidos por habitante, de cerca de 300 quilos enquanto, a cidade de Washington produz uma quanti-dade anual de resíduos sólidos por habitante de 1400 quilos.

O relatório da “II Estratégia Mundial para a Conservação” promovido pela “Inter-national Union for Conservation of Nature (IUCN)”, “United Nations Environment Programme (UNEP) – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)” e “World Wide Fund for Nature (WWF) – Fundo Mundial para a Natureza” de 1991, denominado de “Caring for the Earth: A Strategy for Sustainable Living – Cuidan-do da Terra: Uma Estratégia para a Vida Sustentável”, definiu o conceito como um processo de melhoria da qualidade de vida humana, sem comprometer a capacidade de manutenção e existência dos ecossistemas, que são o seu suporte vital.

Seguindo a mesma estratégia foram propostos os princípios da sociedade sus-tentável, ou seja, que este tipo de sociedade deve respeitar e cuidar a comunidade de

vida; melhorar a qualidade de vida dos seres humanos; conservar a vitalidade e a diversidade do planeta (conservar os siste-mas ecológicos e a diversidade biológica e assegurar o uso sustentável dos recursos renováveis); minimizar o esgotamento dos recursos não renováveis; manter-se dentro da capacidade de suporte do planeta; mudar as atitudes e o comportamento individual; fazer que as comunidades possam cuidar do seu meio ambiente; proporcionar um modelo nacional que integre o desenvolvimento e a conservação e criar uma aliança global.

O conceito de desenvolvimento susten-tável adquiriu natureza política em 1992, com a redacção da “Agenda 21 da Cimeira da Terra” do Rio de Janeiro. A “Agenda 21”, apresenta sugestões concretas para a acção, aos níveis global, regional e local, destacando a necessidade de adaptação do conceito aos diferentes contextos. Assim, por exemplo, ao nível local foram imple-mentadas as denominadas “Agendas 21 locais”, que representam uma aplicação do conceito a esse grau.

São programas com propostas de mu-dança nas actuações administrativas, econó-micas e pessoais à escala local e dirigidos à sustentabilidade. Por seu lado, no contexto regional a aplicação do conceito exige a adaptação a cada região, dada a heterogenei-dade de situações de desequilíbrio regional existentes que, ao mesmo tempo, respeitem as opções locais.

A teoria de sistemas aplicada à análise do desenvolvimento sustentável permite isolar, a partir dos seus termos básicos e suposições, as características fundamentais do conceito. Tal como acontece nos sistemas ecológicos, como a sucessão do ecossistema por exemplo, são o resultado da integração

de processos básicos. O conceito de desen-volvimento sustentável pode ser interpretado como um processo cultural que inclui um número ilimitado de microprocessos que apresentam uma evolução funcional conjun-ta. Uma primeira ideia importante é isolar o conceito de desenvolvimento como um processo progressivo de mudança qualitativa que inclui um aumento da complexidade, especialização e a organização.

O uso tradicional do termo desenvolvi-mento nos contextos económico, biológico, político e social dificulta o consenso sobre o seu significado. O desenvolvimento relaciona-se, sobretudo na esfera política, como um fim em si, mais do que como conceito evolutivo de transição contínuo de uma fase a outra. Por sua vez, o con-ceito de sustentabilidade descreve uma característica das relações, os estados ou os processos que podem ser mantidos por um período de tempo longo, senão mesmo, indefinidamente.

No contexto a que temos vindo a re-ferir, o conceito de sustentabilidade deve interpretar-se como um critério de avaliação das relações existentes entre a natureza e o comportamento humano. Como critério de avaliação, o conceito tem de usar algumas hipóteses iniciais ou um modelo teórico relacionado com as condições de sustenta-bilidade. Este modelo teórico prévio baseia--se em princípios, salientando aqueles que consideram que a integridade e a capacidade evolutiva dos ecossistemas são característi-cas básicas da sua própria natureza.

A diversidade e característica dos sis-temas naturais, são requisitos essenciais para a qualidade da vida humana. O uso da natureza para a sobrevivência e bem--estar humanos, para propósitos culturais e económicos, produz mudanças e danos nos ecossistemas. A natureza dos ecossistemas pode preservar-se apenas, se o homem aceitar um conjunto de limitações concernente aos espaços naturais, recursos e capacidade de regeneração dos ecossistemas. A destruição da diversidade estrutural e das funções dos ecossistemas pelo homem não só reduz a ca-pacidade ecológica, mas também, produzem incerteza relativamente à viabilidade futura da humanidade.

O conceito compreende diferentes di-mensões socioculturais, económicas, polí-ticas e científicas e compreende diferentes valores ou características humanas como são a solidariedade, criatividade, adaptação reflexiva, esperança e a responsabilidade. Esta dupla dimensão deve organizar-se de forma triangular com os diferentes níveis de concretização de desenvolvimento sus-tentável, como são o individual, colectivo e institucional. Trata-se, pois, de um sistema conceitual que considera múltiplos aspec-tos do comportamento humano que podem enquadrar-se no que se vem designando por cultura da sustentabilidade.

O

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crepúsculo dos ídolosArnaldo Gonçalves

19opiniãosexta-feira 20.7.2012 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

ARECE uma verdade de La Palisse mas a política não se dá bem com o calor. Não sei se as altas temperaturas obnubilam as mentes e perturbam o raciocínio mas existe uma coincidência ob-

jectiva entre calor e os disparates que os actores políticos proferem nesta época.

Uso “actores” não num sentido alegórico mas literal. É como se pondo-se em bicos dos pés e elevando a voz umas oitavas os polí-ticos ganhassem maior auditório e aqueles cinco segundos que obtêm na abertura dos jornais os deixasse absolutamente extasia-dos. É como que um clímax depois de uma movimentada noite de copos.

Os ingleses têm uma expressão bem apa-nhada para isto. Chamam-lhe a “silly season”, a época “tonta” numa tradução simpática, ou “idiota”, numa tradução mais próxima do sentido etimológico. Trocando por miúdos, uma época em que nada de definitivamente importante acontece, em que o centro noti-cioso se preenche com banalidades.

Esta é uma verdade geral, independente das latitudes. Atravessa continentes e é comum a todas as raças, nacionalidades e preferências políticas.

Em Portugal, a época da “silly season” começou com a licenciatura de um político, em funções de ministro. Segundo relatam as peças efervescentes de jornal que se preze ou canal que se afirme, foi conseguida com um séquito de equivalências à experiência do político em causa e com um diminuto número de exames. Ao caso uma Universi-dade privada rapidamente eleita pela turba (esse superlativo patológico da indignação) como traça de todos os escândalos, de todas as mistificações e perversões.

Na voragem das notícias e da indignação, multiplicada até à exaustão por blogues, comunidades do Facebook e por esse es-paço educadíssimo que se chama zona de comentários dos jornais on-line, parecia que o jovem político havia cometido o crime do século, a ofensa intolerável que merecia exemplar castigo. Explodia a turba “demita-se”!.

Ora como tantas vezes acontece nesta feira parola que é o espaço público em Por-tugal, os mirones que há um ano e qualquer coisa se exasperaram com um ataque a um outro político, desta vez engenheiro e socia-lista, que havia obtido uma licenciatura em engenharia numa outra universidade privada com expedientes não menos “católicos”, não perderam um segundo para virem a terreiro denunciar o escândalo e o caso como um comportamento indigno do Ministro e uma violação ética incomportável.

Em Portugal, a época da “silly season” começou com a licenciatura de um político, em funções de ministro. Segundo relatam as peças efervescentes de jornal que se preze ou canal que se afirme, foi conseguida com um séquito de equivalências à experiência do político em causa e com um diminuto número de exames

Silly SeasonPara ajudar à festa um eclesiástico, bispo

das Forças Armadas, escolheria o momento do disparate nacional para vir a terreiro dis-parar um chorrilho de acusações vulgares de corrupção e má política como se a batina que enverga o ilibasse da fraqueza do insulto, da acusação torpe, do enxovalho ao Primeiro--Ministro. Esquecendo que a instituição a que pertence também deu várias parangonas jornalísticas com abusos de poder e crimes contra menores, ou com a gestão ruinosa e tráfico de influências no banco da Santa Sé.

Em Portugal campeia a maledicência e a inveja, multiplica-se a calúnia e o julgamento apressado sobre quem tem visibilidade pú-blica. Como se tudo fosse permitido, como se não houvesse que responder criminal-mente por acusações torpes ao bom-nome das pessoas. Naquela forma tão cobarde de quem se indigna, levanta a voz e acusa mas quando confrontado foge cobardemente, dando o dito pelo não dito, refugiando-se nas cambiantes da retórica para disfarçar o seu “animus nocendi”.

Entraremos no fim deste mês de Julho no “intermezzo” da política activa e não posso deixar de endereçar votos que esse descanso devolva a razão aos espíritos exaltados, mo-dere o uso da palavra e do insulto, porque como diria o poeta aqui não há santos ou pelo menos nunca se revelaram. O país precisa de serenidade, de confiança, de trabalho e de menos discursos e julgamentos públicos.

Teremos ao que tudo indica um ano difícil pela frente. A Europa não dá sinais que se liberta das grilhetas da crise financeira e orçamental que a tem coarctado. Depois da Grécia, a bola de neve da insolvabilidade passou para Espanha e para Portugal.

A solidariedade europeia, essa muleta discursiva mil vezes acenada e mil vezes ne-gada, espera melhores dias e uma renovação dos mandatos políticos. Depois da Grécia e da Espanha, a Alemanha, a Itália e a Holanda em eleições de carácter regional ou local.

O próprio processo de integração eu-ropeia entrou num impasse como a última cimeira europeia o bem demonstrou. Importa equacionar um conjunto de questões decisi-vas para o futuro da Europa que têm de ser respondidas a 27 vozes. O que será Europa numa dúzia de anos? Será o Presidente da Europa eleito por sufrágio directo e univer-sal? Evoluirá o Parlamento Europeu para uma estrutura bicamaral, com uma câmara eleita pelos eleitores e outra representando os Estados-membros? Haverá uma união fiscal? Os pontos estão em cima da mesa porque a crise financeira os empurrou para lá. Os europeus estão sozinhos perante o seu próprio destino.

P

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ATENTADOEM DAMASCO

sexta-feira 20.7.2012www.hojemacau.com.mo

car toonpor Steff

Desvendado plano nazi para matar Churchill A história foi revelada pelo diário inglês Daily Telegraph nesta quarta-feira e dá conta de um esquema que pretendia matar o antigo primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill. A acção, elaborada por nazis em 1943 misturava chocolates e explosivos. Quase 70 anos depois, foi revelada uma carta, escrita por um mestre em espionagem do MI5, Lord Victor Rothschild, que conta com detalhe a acção. Na carta que escreveu ao artista Laurence Fish, o espião Lord Victor Rothschild admitia que os nazis tinham disfarçado bombas em tabletes de chocolate que explodiriam assim que as barras fossem desembrulhadas. “Quanto se parte um pedaço de chocolate num dos lados da barra, surge um bocado de tela metido no meio do bocado que foi partido, e ouve-se um tique-taque vindo do resto da tablete”, explicou Rothschild. A carta foi descoberta por Jean Bray, viúva de Fish, que vai escrever um livro sobre a vida do marido.

Confrontos na Índia causam um mortoUma pessoa morreu e mais de 40 ficaram feridas na sequência de confrontos na fábrica de automóveis indiana Maruti Suzuki, perto de Nova Deli, informou ontem um responsável da empresa, ao indicar que a produção foi suspensa. “A produção foi completamente suspensa depois de uma pessoa ter sido queimada viva na sala de conferências da fábrica. Outros 40 quadros da nossa fábrica de Manesar ficaram feridos”, declarou um responsável da empresa sob anonimato, citado pela agência AFP.

Alemanha de olho nas barragens angolanas Jorg-Wener Wolfgang, embaixador da Alemanha em Luanda, garantiu que o Governo do seu país está “muito interessado” em fazer parecerias com Angola em projectos hidroeléctricos, que vão representar, nos próximos anos, um investimento de 17 mil milhões de dólares. “A nossa chanceler, Angela Merkel, já fez saber ao Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, desse interesse em parcerias, em especial no fornecimento de equipamento para barragens”, disse Jor-Wener Wolfgang, à margem da visita que fez à 29.ª edição da Feira Internacional de Luanda.

Naufrágio de ferry em Zanzibar faz 30 mortosMais de 30 pessoas morreram e 140 foram resgatadas com vida, na sequência do naufrágio de um ferry, com 290 pessoas a bordo, que fazia a travessia entre a Tanzânia e Zanzibar, na quarta-feira. Segundo o porta-voz da polícia de Dar es Salaam, Mohammed Mhina, as buscas foram retomadas esta manhã, mas as esperanças de encontrar sobreviventes no Índico são escassas. “O balanço eleva-se actualmente a 31 mortos. Em contrapartida, 140 pessoas puderam ser socorridas até ao momento”, acrescentou, em declarações à AFP. O presidente de Zanzibar, Mohamed Shein, decretou três dias de luto, na sequência deste acidente.

Olimpíadas Prostitutas acusam polícia de cercoA English Collective Prostitutes (ECP), associação que defende profissionais do sexo em Inglaterra, acusa a polícia de “cerco”, que se traduz num “aumento de operações e detenções por causa dos Jogos Olímpicos”, garante a presidente Sarah Walker. “O controlo passou a ser de tal forma que não nos deixam trabalhar. Estamos indignadas”, juntou. Uma vez que a prostituição é legal, a polícia estará a apertar o controlo no capítulo dos vistos e/ou problemas com a justiça das prostitutas, além de uma vigilância mais apertada junto de alegados turistas ou estudantes e nas zonas de fronteira. A Scotland Yard tem-se defendido das críticas e passa a mensagem que o que está em causa são os riscos associados ao aumento repentino de imigração ilegal relacionada com o sexo, em especial do continente asiático e africano, nalguns casos fruto da actividade de redes internacionais de tráfico humano.

Stallone quer investigar a morte do filhoSylvester Stallone terá decidido contratar um detective privado para investigar as circunstâncias da morte do filho. Sage, de 36 anos, foi encontrado morto em casa, em Hollywood, na passada sexta-feira. Segundo o site de celebridades TMZ, o actor contratou Scott Ross, já conhecido por investigar os casos em que Michael Jackson foi acusado de pedofilia, e a agressão do cantor Chris Brown a Rihanna. O site revela que Scott Ross reuniu-se em casa de Stallone, na terça-feira, juntamente com o irmão do actor, Frank, e um funcionário de uma clínica forense de Los Angeles, tendo a estrela de cinema o objectivo descobrir o que aconteceu ao filho na sexta-feira.

Editores de jornais afastados mesesantes da mudança de liderança partidária

Efeito inibidor sobre a liberdade de imprensaTRÊS editores de dois

jornais chineses fo-ram afastados dos seus cargos meses

antes da mudança de liderança do Comité Permanente do Po-litburo do Partido Comunista Chinês (PCC) aguardada este ano, afirmaram ontem grupos de liberdade de imprensa.

O editor e editor-adjunto do jornal de Xangai “The Oriental Morning Post”, Lu Yan e Sun Jian, terão sido afastados na quarta--feira, dias depois de o “New Express”, com sede em Cantão, ter remetido o seu editor chefe Lu Fumin para outro título do grupo.

A Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla

inglesa) disse estar “profun-damente preocupada” com os desenvolvimentos ocorridos na semana em que o alto oficial de segurança Zhou Yongkang exor-tou os chefes de propaganda a in-tensificarem os seus esforços. “A mudança iminente de liderança dentro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês (PCC) está a ter um efeito inibidor sobre a liberdade de im-prensa no país, com um regime de censura elevada a censurar e a punir qualquer comentário político independente”, disse a federação em comunicado.

David Bandurski, que dirige o projecto “China Media” da Uni-versidade de Hong Kong, disse

que Pequim estava “especial-mente sensível” neste momento, embora estime que as últimas alterações tenham sido levadas a cabo pelos funcionários locais do partido em Xangai e na pro-víncia de Guangdong. “Este é um momento em que a liderança está especialmente sensível”, disse à AFP David Bandurski.

“The Oriental Morning Post” é considerado um dos jornais mais independentes da China, nomeadamente pela sua cobertura de desastres, incluin-do o acidente com um comboio de alta velocidade no leste do país ocorrido em 2011 e o ter-ramoto na província chinesa de Sichuan em 2008.