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PIS/PASEP e COFINS: Tomadas de Créditos Marcelo Magalhães Peixoto Presidente Fundador da APET Associação Paulista Estudos Tributários Contabilista e Bacharel em Direito, Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP Membro do CARF - Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Juiz do TIT Tribunal de Impostos e Taxas

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PIS/PASEP e COFINS:

Tomadas de Créditos

Marcelo Magalhães Peixoto

Presidente Fundador da APET – Associação Paulista Estudos Tributários

Contabilista e Bacharel em Direito, Mestre em Direito Tributário pela PUC/SP

Membro do CARF - Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Juiz do TIT – Tribunal de Impostos e Taxas

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PIS/PASEP e COFINS:

Fundamento Constitucional

Art. 195, parag. 12 da CF/88:

“A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incs. I, b; e IV do caput,

serão não-cumulativas.“

NOTA: Será que na prática é isso que ocorre?

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PIS/PASEP e COFINS:

Princípio da Neutralidade Tributária

O principio da não-cumulatividade é apenas umas das espécies do genero ‘neutralidade tributária’, ou seja, não é a única forma de neutralizar uma incidência tributária.

Destaco aqui 5 formas de neutralidade tributária utilizada no direito internacional.

1) Metodo Direto Subtrativo – esse método consiste na aplicaçao da alíquota do tributo (a) sobre a diferença entre as vendas (V) e as compras (C).

T= a x (V-C)

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PIS/PASEP e COFINS:

2) Método Direito Aditivo – consiste na aplicação da alíquota do tributo (a) sobre o valor efetivamente agregado pelo contribuinte, isto é, mão de obra (MO), matérias-primas e insumos (MP), outras despesas (D) e a margem de lucro (L). O tributo será calculado da seguinte forma:

T= a x (MO+MP+D+L)

3) Método Indireto Aditivo – o cálculo do tributo se faz por meio do somatório da aplicação da alíquota (a) a cada um dos elementos que compõem o valor agregado pelo contribuinte, mão-de-obra (MO), matérias primas e insumos (MP), outras despesas (D) e a margem de lucro (L). O tributo será determinado com a utilização da seguinte fórmula:

T= (a x MO) + (a x MP) + (a x D) + (a x L)

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PIS/PASEP e COFINS:

4) Método Indireto Subtrativo – o tributo será determinado por meio da diferença entre a alíquota (a) aplicada sobre as vendas (V) e a alíquota aplicada sobre as compras (C), isto é:

T= (a x V) – (a x C)

Na análise da sistemática de não cumulatividade adotada pelas leis 10.637 e 10.833, constata-se que a opção legislativa foi pelo Método Indireto Subtrativo, como forma de garantir a neutralidade da incidência das contribuições sociais do PIS e da Cofins sobre todos os agentes da cadeia comercial.

Embora o Caput do art. 3 desses dispositivos legais faça referência a crédito, não estamos diante do Método de Créditos de Impostos, pois se assim fosse deveria haver o destaque na nota fiscal, como ocorre com o ICMS e IPI. (que seria o quinto método)

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Regras Gerais para a Tomada de Crédito

na Apuração do Pis e da Cofins

1 – Adquirindo bens e ou serviços de pessoa jurídica.

nota: tem exceção

2 – A venda do bem ou serviços tem que estar na sistemática de apuração Não

Cumulativa

3 – Não revender bens cuja aquisição tenha incidido alíquotas diferenciadas ou

“sistemática monofásica”.

nota: discussão judicial.

4 – As entradas de bens e serviços devem ter sido tributadas pelo Pis e Cofins, ou

seja, não gera crédito as aquisições com alíquota zero, suspensão, não-incidência e

isenção.

nota: tem exceção e muita discussão judicial.

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PIS/COFINS – Faturamento:

Existem duas modalidades de PIS/Pasep e COFINS sobre o faturamento:

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

PESSOAS JURÍDICAS NÃO SUJEITAS AO REGIME NÃO-CUMULATIVO:

Não estão sujeitas as contribuições no regime não-cumulativo (art. 10 da Lei n° 10.833/03, com alterações no art. 21 da Lei n° 10.865/04 e art. 5° da Lei n° 10.925/04), as pessoas jurídicas:

Tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado;

Optantes pelo SIMPLES;

Imunes a impostos;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

RECEITAS SUJEITAS AO REGIME CUMULATIVO

(art. 10 da Lei n° 10.833/03):

Receitas sujeitas à substituição tributária do PIS/COFINS;

Vendas de veículos usados;

Prestação de serviços de telecomunicações;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

Receita decorrente de venda de jornais e periódicos e de prestação de serviços das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens;

Receitas submetidas ao MAE;

Serviços de transporte coletivo rodoviário, metroviário, ferroviário e aquaviário de passageiros;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

Serviço prestado por hospital, pronto-socorro, clínica médica, odontológica, de fisioterapia e de fonoaudiologia, e laboratório de anatomia patológica, citológica ou de análises clínicas;

Receitas decorrentes de serviços de diálise, raios X, radiodiagnóstico e radioterapia, quimioterapia e de banco de sangue;

Serviços de educação infantil, ensinos fundamental e médio e educação superior;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

Receitas decorrentes de venda de mercadorias realizadas pelas pessoas jurídicas referidas no art. 15 do DL n° 1.455/1976 (lojas francas);

Receitas de prestação de serviço de transporte coletivo de passageiro, efetuado por empresa regulares de linhas aéreas domésticas, e de prestação de serviço de transporte de pessoas por empresa de táxi aéreo;

Receitas auferidas por pessoas jurídicas, decorrentes da edição de periódicos e de informações neles contidas, que sejam relativas aos assinantes dos serviços públicos de telefonia;

Receitas da prestação de serviços com aeronaves de uso agrícola inscritas no RAB;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

Receitas da prestação de serviços das empresas de call center, telemarketing, telecobrança e de teleatendimento em geral;

Receitas decorrentes da execução por administração, empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil, até 31/12/2015 (Lei 12.375/2010);

Receitas auferidas por parques temáticos, e as decorrentes de serviços de hotelaria e de organização de feiras e eventos, conforme definido em ato conjunto dos Ministérios da Fazenda e do Turismo;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

Da prestação de serviços postais e telegráficos prestados pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos;

De prestação de serviços públicos de concessionárias operadoras de rodovias;

Da prestação de serviços das agências de viagem e de viagens e turismo;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

As receitas auferidas por empresas de serviços de informática, decorrentes das atividades de desenvolvimento de software e o seu licenciamento ou cessão de direito de uso, bem como de análise, programação, instalação, configuração, assessoria, consultoria, suporte técnico e manutenção ou atualização de software, compreendidas ainda como softwares as páginas eletrônicas;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

Fato Gerador: O fato gerador das contribuições é o

faturamento mensal, que corresponde à receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas, independentemente da atividade por elas exercidas e da classificação contábil adotada para a escrituração das receitas (arts. 1° das Leis n° 10.637/02 e 10.833/03).

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

Base de Cálculo: Totalidade das receitas auferidas (-) IPI (-) ICMS – ST (-) receitas isentas ou sujeitas à alíquota zero (-) receitas não alcançadas pela incidência da contribuição (-) receitas não-operacionais, decorrentes da venda de ativo

permanente (-) contribuições na condição substituição tributária

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

(-) vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos;

(-) reversões de provisões e recuperação de créditos baixados como perda;

(-) lucros e dividendos recebidos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição

(-) Resultado positivo da participação societária (-) Subvenções para investimentos LEI 11.941/09) (-) valores decorrentes de transferência onerosa, a outros

contribuintes do ICMS, de créditos de ICMS originados de operações de exportação (MP 451)

(-) valores recebidos a título de incentivo de emissão de Nota Fiscal estão sujeitos à alíquota 0% (MP 451)

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

Alíquotas: Como regra geral, a alíquota será: a) 1,65%, para o PIS/Pasep; e b) 7,6%, para a COFINS.

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

Determinação: Base de cálculo x 1,65% = PIS Devido Base de cálculo x 7,6% = COFINS Devida

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

DEDUÇÃO DE CRÉDITOS: A pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em

relação a:

a) Bens adquiridos para revenda, exceto em relação a mercadorias na condição de substituição tributária; venda de álcool para fins carburantes e mercadorias relacionadas no § 1° do art. 2° das Leis n° 10.637/02 e 10.833/03;

b) Bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou na prestação de serviços, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2° da Lei n° 10.485/02;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

c) Energia elétrica e térmica, inclusive sob a forma de vapor, consumidas nos estabelecimentos da pessoa jurídica;

d) Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos, pagos a pessoas jurídicas, utilizados nas atividades da empresa;

e) Valor das contraprestações de operações de arrendamento mercantil de pessoas jurídicas, exceto de optantes pelo SIMPLES;

f) Máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação de terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda, ou na prestação de serviços;

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PIS/COFINS

Regime Não-Cumulativo

g) Edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da empresa;

h) Bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha integrado faturamento do mês ou de mês anterior, e tributada conforme o disposto nas Leis n°s 10.637/2002 e 10.833/2003;

i) Armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, nos casos das letras “a” e “b”, quando o ônus for suportado pelo vendedor.

j) Vale-transporte, vale-refeição ou vale-alimentação, fardamento ou uniforme fornecidos aos empregados por pessoa jurídica que explore as atividades de prestação de serviços de limpeza, conservação e manutenção.

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PIS/COFINS

Conceito de Insumos

Bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços ou na produção ou fabricação de produtos, inclusive combustíveis e lubrificantes.

definição de insumo (IN 358/03):

Fabricação/Produção de bens: MP´s, PI´s, ME´s e quaisquer bens que de desgastem, danifiquem ou percam suas propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, (exceto ativo imobilizado) e serviços prestados por PJ brasileira, aplicados/consumidos na produção/fabricação;

Prestação de Serviços: Bens e serviços aplicados/consumidos na prestação de serviços.

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PIS/COFINS

Imobilizados

Máquinas e equipamentos incorporados ao ativo, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços.

9,25% sobre encargos de depreciação ou via 1/48 (regras gerais);

Base de cálculo do crédito inclui ICMS e IPI (artigo 8º da IN nº 404/04);

No cálculo dos créditos não podem ser computados os valores decorrentes da reavaliação de bens do imobilizado (artigo 2º, §1º, da IN SRF nº 457/04);

Vedada a utilização de créditos sobre encargos de depreciação acelerada incentivada, apurados na forma do artigo 313 do RIR/99 (artigo 1º, §3º, inciso I, da IN SRF nº 457/04);

Lei n. 11.488/07: reduz o prazo de apropriação do crédito para 1/24 em relação aos bens adquiridos a partir de 01/2007;

Lei n. 11.774/08: possibilidade de apropriação de créditos de imobilizados utilizados na produção de bens ou prestação de serviços, desde que o bem tenha sido adquirido a partir de maio/2008, em 1/12. Pela lei (de setembro/2008), o novo regime aplica-se retroativamente, de modo que o contribuinte pode refazer sua apuração no período.

Art. 4º da Lei 12.546/2011 – Mudou tudo. Começa com 1/12 depois 1/11, 1/10, até chegar em 1/1. E a partir de 07/2012, imediatamente.

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Regime Não Cumulativo

BASES DE CRÉDITOS – RESUMO Bens adquiridos para revenda;

Insumos do processo produtivo e da prestação de serviços;

Energia elétrica e térmica consumidas nos estabelecimentos da PJ;

Aluguéis de prédios, máquinas e equipamentos utilizados nas atividades da PJ;

Contraprestações de arrendamento mercantil ;

Máquinas, equipamentos e outros imobilizados utilizados no processo produtivo ou na prestação de serviços;

Edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, utilizados nas atividades da PJ;

Bens recebidos em devolução cuja receita de venda tenha sido tributada pelo PIS/COFINS;

Armazenagem e frete da operação de venda, quando suportado pelo vendedor;

Vale-transporte, vale-refeição, vale-alimentação e uniformes fornecidos a empregados por PJs que exploram atividades de serviços de limpeza, conservação e manutenção.

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Regime Não Cumulativo

CÁLCULO DO CRÉDITO: Apuração mista (regime não cumulativo com receitas sujeitas à

cumulatividade):

Apropriação direta – sistema de contabilidade de custos integrada e coordenada;

Rateio proporcional;

Custos comuns

Vedações ao crédito:

Mão-de-obra paga a pessoa física;

Aquisições não sujeitas ao pagamento das contribuições (não incidência, alíquota zero, etc), inclusive no vaso de isenção quando revendidos ou utilizados com insumos em produtos ou serviços sujeitos à alíquota zero, isentos ou não alcançados pelas contribuições;

Conclusão: se a aquisição for isenta mas saída subsequente for tributada, haverá crédito.

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Regime Não Cumulativo

CÁLCULO DO CRÉDITO: Aplicação da alíquota de 9,25% sobre o gasto incorrido, conforme art. 3º, §1º, das Leis

nº 10.637/02 e 10.833/03, artigo 8º, caput, da IN n. 404/04, e artigo 66, caput, da IN n. 247/02 (exceção para importadores sujeitos ao regime monofásico);

Esta alíquota é aplicável mesmo que o fornecedor apure o seu PIS/COFINS pelo regime cumulativo, ou esteja enquadrado no SIMPLES. Posições da RFB a respeito: – COFINS NÃO-CUMULATIVO. CRÉDITOS. INSUMOS. A aquisição de bens para serem utilizados como

insumos na fabricação de bens ou produtos destinados à venda de empresa optante pelo Simples ou tributada com base no lucro presumido ou arbitrado pode ser considerada para fins de apuração de créditos de Cofins não-cumulativa, desde que, em relação aos insumos, estes sejam efetivamente aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda (Solução de Consulta nº 100/07 – 8ª Região Fiscal) (grifei)

– As pessoas jurídicas sujeitas ao regime de apuração não-cumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), observadas as vedações previstas e demais disposições da legislação aplicável, podem descontar créditos calculados em relação às aquisições de bens e serviços de pessoa jurídica optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pelo art. 12 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 (Ato Declaratório Interpretativo nº 15/07) (grifei)

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Regime Não Cumulativo

BENS ADQUIRIDOS PARA REVENDA:

De acordo com o artigo 8, § 3º, da IN n. 404/04, integram a base de créditos:

O ICMS;

O IPI, quando não for recuperável.

Contradições nos posicionamentos da RFB a respeito:

CRÉDITOS. O crédito relativo a mercadorias revendidas deverá ser calculado com base no valor das aquisições do mês de bens para revenda, com inclusão do IPI não recuperável e do ICMS incidente na aquisição dos bens (Solução de Consulta nº 117/05 – 1ª Região Fiscal) (grifei)

CRÉDITOS. O crédito relativo a mercadorias revendidas deverá ser calculado com base no valor das aquisições do mês de bens para revenda, com inclusão do IPI não recuperável e do ICMS incidente na aquisição dos bens. Os valores referentes ao frete na operação de venda, desde que e suportados pelo vendedor, geram direito aos créditos a serem descontados, a partir de 01 de fevereiro de 2004 (Solução de Consulta nº 242/05 – 6ª Região Fiscal) (grifei)

INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA CRÉDITO PRESUMIDO - ESTOQUE DE ABERTURA O valor do ICMS, quando recuperável, não integra o valor dos estoques a ser utilizado como base de cálculo do crédito presumido previsto no art. 12 da Lei nº 10.833, de 2003 (Solução de Divergência nº 13/08 - COSIT) (grifei)

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Regime Não Cumulativo

BENS ADQUIRIDOS PARA REVENDA (cont.): O frete pago pelo adquirente também integra a base de créditos do PIS/COFINS, afinal,

compõe o seu custo de aquisição. É o entendimento da própria RFB:

– COFINS. FRETE NA AQUISIÇÃO DE PARTES E PEÇAS. CRÉDITOS. Como o frete pago pelo adquirente na compra de insumos para produção integra o custo de aquisição desses insumos, o frete referente à aquisição de partes e peças de reposição que geram direito a créditos a serem descontados da Cofins também gera tal direito, desde que suportado pelo adquirente (Solução de Consulta nº 156/08 – 6ª Região Fiscal)

– INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. FRETE RELACIONADO A PARTES E PEÇAS DE REPOSIÇÃO. CRÉDITOS. O frete pago para entrega de partes e peças de reposição de máquinas e equipamentos utilizados diretamente na fabricação de produtos destinados à venda, integra o custo de aquisição desses bens. Por essa razão, se tais bens, nos termos da legislação aplicada, gerarem direito a crédito na tributação não-cumulativa da Cofins (seja como insumos, seja com base em suas depreciações, se sujeitos à escrituração no ativo imobilizado), o frete a eles relacionados, por compor o custo, também gerará. O frete pago a pessoa jurídica domiciliada no País pelo serviço de transporte de bem importado a partir do local onde devam ser cumpridas as formalidades de sua entrada no território aduaneiro não gera direito a crédito na tributação não-cumulativa da Cofins. (SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 90 de 30 de Abril de 2012)

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Regime Não Cumulativo

BENS ADQUIRIDOS PARA REVENDA (cont.):

INCIDÊNCIA NÃO-CUMULATIVA. GERAÇÃO DE CRÉDITOS. DESPESAS COM AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE DE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. INMETRO. Os custos incorridos relativos à aquisição de serviços ligados à avaliação da conformidade de produtos industrializados, decorrentes de exigências legais, podem compor a base de cálculo dos créditos a serem descontados da Cofins. (SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 145 de 21 de Setembro de 2012)

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Regime Não Cumulativo

INSUMOS DO PROCESSO PRODUTIVO E DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: Segundo a IN n. 247/02 (alterada pela IN n. 358/03) e IN n. 404/04, consideram-se insumos

da:

– Fabricação/Produção de bens: MP´s, PI´s, ME´s e quaisquer bens que de desgastem, danifiquem ou percam suas propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, (exceto ativo imobilizado) e serviços prestados por PJ brasileira, aplicados/consumidos na produção/fabricação;

– Prestação de Serviços: Bens e serviços aplicados/consumidos na prestação de serviços

– Solução de Divergência nº 15/08 – COSIT: “Para efeito do inciso II do art. 3º da Lei nº 10.833, de 2003, o termo insumo não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço necessário para a atividade da pessoa jurídica, mas, tão somente, aqueles bens ou serviços adquiridos de pessoa jurídica, intrínsecos à atividade, aplicados ou consumidos na fabricação do produto ou no serviço prestado. (...)”

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Regime Não Cumulativo

INSUMOS DO PROCESSO PRODUTIVO (cont.)

Solução de Divergência nº 35/08 – COSIT: “Cofins não-cumulativa. Créditos. Insumos. As despesas efetuadas com a aquisição de partes e peças de reposição que sofram desgaste ou dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas utilizadas em máquinas e equipamentos que efetivamente respondam diretamente por todo o processo de fabricação dos bens ou produtos destinados à venda, pagas à pessoa jurídica domiciliada no País, a partir de 1º de fevereiro de 2004, geram direito à apuração de créditos a serem descontados da Cofins, desde que às partes e peças de reposição não estejam obrigadas a serem incluídas no ativo imobilizado, nos termos da legislação vigente”

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Regime Não Cumulativo

INSUMOS DO PROCESSO PRODUTIVO (cont.) Itens 08 e 11 da NPC n. 02 do IBRACON:

– “8. Custo é a soma dos gastos incorridos e necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, e compreende todos os gastos incorridos na sua aquisição ou produção, de modo a colocá-los em condições de serem vendidos, transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma”

– “11. O conceito de custo, conforme aplicado a estoques produzidos na entidade, é entendido como sendo o somatório dos gastos com matéria-prima, mão-de-obra direta e outros gastos fabris (mão-de-obra indireta, energia, depreciação, etc), excluídos aqueles atribuíveis à ocorrência de fatores não previsíveis, tais como efeitos de ociosidade e de perdas anormais. Gastos gerais e administrativos, quando não claramente relacionados com a produção, não são incorporados ao custo dos estoques”

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Regime Não Cumulativo

INSUMOS DO PROCESSO PRODUTIVO (cont.) Pronunciamento “XIV – Receitas e Despesas – Resultados”:

– “13. Custo – É o preço pelo qual se obtém um bem, direito ou serviço. Por extensão, é também o montante do preço da matéria-prima, mão-de-obra e outros encargos incorridos para a produção de bens ou serviços. Ele é, pois, tanto o preço pelo qual é adquirido um bem ou serviço, como o incorrido no processo interno da empresa para a prestação de serviços ou obtenção de bens, para venda ou uso interno.

Ou seja, enquadra-se no conceito de “custo de produção”: – Os incorridos e necessários na produção de determinado bem até a etapa em

que ele (o bem) estiver em condições de ser comercializado;

– Em relação aos bens em estoque produzidos pela própria empresa, considera-se “custo de produção” a soma dos gastos com matéria-prima, mão-de-obra direta e quaisquer outros gastos fabris (como mão-de-obra indireta, energia, depreciação, etc), excluídos apenas e tão-somente aqueles cuja ocorrência é imprevisível.

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Regime Não Cumulativo

INSUMOS DO PROCESSO PRODUTIVO (cont.)

CPC nº 16, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis: – “12. Os custos de transformação de estoques incluem os custos diretamente

relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode ser o caso da mão-de-obra direta. Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados. Os custos indiretos de produção fixos são aqueles que permanecem relativamente constantes independentemente do volume de produção, tais como a depreciação e a manutenção de edifícios e instalações fabris, máquinas e equipamentos e os custos de administração da fábrica. Os custos indiretos de produção variáveis são aqueles que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção, tais como materiais indiretos e certos tipos de mão-de-obra indireta”

– Ou seja: as conclusões tiradas a partir da análise das normas do IBRACON permanecem com a edição do CPC nº 16.

– Ressalvas: vedações expressas em lei (p.ex, mão-de-obra paga a pessoa física) ou despesas com linhas de créditos específicas (p.ex, depreciação)

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Regime Não Cumulativo

INSUMOS DO PROCESSO PRODUTIVO (cont.)

Exclusões do custo para fins de apuração dos créditos de PIS e COFINS:

– Valores com vedação expressa; e

– Valores que contam com linhas de crédito específicas

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Regime Não Cumulativo

Na jurisprudência do antigo Conselho de Contribuintes:

Processo nº 13855.001586/2003-71:

“Texto da Decisão: Por maioria de votos, negou-se provimento ao recurso, adotando-se no contexto da não-cumulatividade do PIS a tese da definição de ´insumos´ prevista na legislação do IPI, a teor do Parecer Normativo nº 65/79. Contra essa tese em primeira rodada, por maioria de votos, ficaram vencidos os Conselheiros Eric Moraes de Castro e Silva, Sílvia de Brito Oliveira e Dalton Cesar Cordeiro de Miranda que adotavam como definição de ´insumos´ a aplicação dos custos e despesas previstos na legislação do IRPJ. Ainda contra a tese vencedora, em segunda rodada, na qual todos participaram, por maioria de votos, ficaram vencidos os Conselheiros Emanuel Carlos Dantas de Assis, Luciano Pontes Maya Gomes e Dalton Cesar Cordeiro de Miranda que adotavam como definição de ´insumos´, no contexto da não-cumulatividade do PIS, todos os custos diretos de produção [...]” (DOU. de 01/07/2008, Seção1 pág. 40) (grifei)

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Regime Não Cumulativo

Na jurisprudência do CARF:

Processo nº 11020.001952/2006-22 : “[...] É de se concluir, portanto, que o termo “insumo” utilizado para o cálculo do PIS e COFINS não cumulativos deve necessariamente compreender os custos e despesas operacionais da pessoa jurídica, na forma definida nos artigos 290 e 299 do RIR/99, e não se limitar apenas ao conceito trazido pelas Instruções Normativas nº 247/02 e 404/04 (embasadas exclusivamente na (inaplicável) legislação do IPI).

No caso dos autos foram glosados pretendidos créditos relativos a valores de despesas que a Recorrente houve por bem classificar como insumos (materiais utilizados para manutenção de máquinas e equipamentos), em virtude da essencialidade dos mesmos para a fabricação dos produtos destinados à venda.

Ora, constata-se que sem a utilização dos mencionados materiais não haveria a possibilidade de a Recorrente destinar seus produtos à venda, haja vista a inviabilidade de utilização das máquinas. Frise-se que o material utilizado para manutenção sobre, inclusive, desgaste com o tempo.

Em virtude dos argumentos expostos, em que pese o respeito pela I. decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Porto Alegre (RS), ao não admitir a apuração de créditos sobre os bens adquiridos pela Recorrente, entendo que tal glosa não deve prosperar, uma vez que os equipamentos adquiridos caracterizam-se como despesas necessárias ao desenvolvimento de suas atividades, sendo certo o direito ao crédito sobre tais valores para desconto das contribuições para o PIS e COFINS [...]” (grifei)

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Regime Não Cumulativo

Na jurisprudência do CARF:

Processo 10932.000016/2005-78:

“REGIME NÃO-CUMULATIVO. INSUMOS. DESCONTOS COM SEGUROS. Na apuração do PIS não-cumulativo podem ser descontados. créditos calculados sobre as despesas decorrentes da contratação de seguros, essenciais para a atividade fim desenvolvida pela recorrente, pois estes se caracterizam sim como `insumos' previstos na legislação do IRPJ (Acórdão 203-12.741, sessão de 11 de março de 2008)”

Processo 16366.002403/2007-69

“NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMOS. O termo “insumo” utilizado pelo legislador na apuração de créditos a serem descontados da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins denota uma abrangência maior do que MP, PI e ME relacionados ao IPI. Por outro lado, tal abrangência não é tão elástica como no caso do IRPJ, a ponto de abarcar todos os custos de produção e as despesas necessárias à atividade da empresa. Sua justa medida caracteriza-se como elemento diretamente responsável pela produção dos bens ou produtos destinados à venda, ainda que este elemento não entre em contato direto com os bens produzidos, atendidas as demais exigências legais. (Acórdão 3402-002.125 – 4ª Câmara/ 2ª Turma Ordinária, sessão de 24 de julho de 2013)

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Regime Não Cumulativo

Na jurisprudência do CARF:

Câmara Superior de Recursos Fiscais - 3ª Turma – Boletim 23 a 25 de agosto/2010 :

CRÉDITO DE PIS/COFINS - NÃO CUMULATIVOS - A Turma decidiu, em vários processos, por unanimidade negar provimento a recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional, mantendo-se o entendimento dos acórdãos recorridos de que o conceito de insumo para efeito de crédito de PIS/COFINS é distinto daquele contido no IPI. No caso créditos presumidos calculados sobre combustíveis utilizados em frota própria e serviços de remoção de resíduos industriais, utilizados na industrialização de produtos exportados.

(Processo: 11065.101271/2006-47) (grifamos)

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Regime Não Cumulativo

Câmara Superior de Recursos Fiscais COFINS. INDUMENTÁRIO. INSUMOS. DIREITO DE CRÉDITO. ART. 3º LEI

10.833/03. Os dispêncios, denominados insumos, dedutíveis da Cofins não cumulativa, são todos aqueles relacionados diretamente com a produção do contribuinte e que participem, aferem, o universo das receitas tributáveis pelo referida contribuição social. A indumentária imposta pelo próprio Poder Público na indústria de processamento de alimentos - exigência sanitária que deve ser obrigatoriamente cumprida - é insumo inerente à produção da indústria avícola, e, portanto, pode ser abatida no cômputo de referido tributo. Recurso Especial do Procurador Negado. (Acórdão 9303-01.740 - 3a Turma, sessão de 09 de novembro de 2011)

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Regime Não Cumulativo

INSUMOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COFINS NÃO-CUMULATIVA. DIREITO DE CRÉDITO. INSUMO. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.

Consideram-se insumos, para fins de desconto de créditos na apuração da Cofins não cumulativa, os bens e serviços adquiridos de pessoas jurídicas, aplicados ou consumidos diretamente na prestação de serviços. O termo insumo não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas, sim, tão somente, como aqueles, adquiridos de pessoa jurídica, que efetivamente sejam aplicados ou consumidos diretamente na prestação do serviço da atividade-fim. DESPESAS NÃO VINCULADAS DIRETAMENTE À PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS . Excluem-se do conceito de insumo as despesas que se reflitam indiretamente na prestação de serviços, tais como, as despesas relativas aos serviços de transporte, consultoria e assessoria em informática, serviços gráficos, serviços com representantes e serviços bancários. (...) SERVIÇOS DE MANUTENÇÃO DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS. Os valores referentes a serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, para manutenção das máquinas e equipamentos empregados na prestação de serviços, podem compor a base de cálculo dos créditos a serem descontados da Cofins não-cumulativa, desde que respeitados todos os demais requisitos normativos e legais atinentes à espécie (Solução de Consulta nº 136/09 – 8ª Região Fiscal)

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Regime Não Cumulativo

INSUMOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Solução de Divergência nº 10/2011: “As despesas realizadas com serviços de telefonia para a execução de serviços contratados, por mais necessários que sejam, não geram direito à apuração de créditos a serem descontados da Cofins, por não se enquadrarem na definição legal de insumos aplicados ou consumidos diretamente nos serviços prestados”

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Regime Não Cumulativo

ENERGIA ELÉTRICA E TÉRMICA: Crédito é sobre a totalidade do gasto incorrido com energia,

independentemente de sua utilização no setor produtivo, comercial ou administrativo. Apenas para lembrar, o crédito de ICMS sobre energia é calculado apenas sobre a parcela utilizada no setor produtivo.

FRETE: ADI n. 02: RFB se manifestou genericamente sobre a possibilidade de

apropriação de créditos em relação ao frete da operação de venda;

SD n. 11/07: COFINS. Apuração não-cumulativa. Créditos de despesas com fretes. Por não integrar o conceito de insumo utilizado na produção e nem ser considerada operação de venda, os valores das despesas efetuadas com fretes contratados, ainda que pagos ou creditados a pessoas jurídicas domiciliadas no país para realização de transferências de mercadorias (produtos acabados) dos estabelecimentos industriais para os estabelecimentos distribuidores da mesma PJ, não geram direito a créditos a serem descontados da COFINS (e do PIS) devida. Somente os valores das despesas realizadas com fretes contratados para entrega de mercadorias diretamente aos clientes adquirentes, desde que o ônus tenha sido suportado pela PJ vendedora, é que geram direito a créditos a serem descontados da COFINS (e do PIS) devida.

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Regime Não Cumulativo

FRETE (cont.):

SD n. 26/08: TRANSPORTE DE PRODUTO ACABADO ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA PESSOA JURÍDICA; INSUMOS DA ATIVIDADE DE TRANSPORTE; CRÉDITOS DE COFINS. IMPOSSIBILIDADE. 1. O transporte de produto acabado entre estabelecimentos industriais, ou destes para os centros de distribuição e ainda de um centro de distribuição para outro, da mesma pessoa jurídica não gera direito a crédito a ser descontado da Cofins com incidência não-cumulativa, ainda que esse transporte constitua ônus da empresa que irá vender o produto. 2. Os insumos utilizados na atividade de transporte de produto acabado (ou em elaboração) entre estabelecimentos industriais; destes para os centros de distribuição; de um centro de distribuição para outro ou do estabelecimento vendedor para o comprador não gera direito a crédito a ser descontado da Cofins apurada de forma não-cumulativa.

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Regime Não Cumulativo

FRETE (cont.):

Mudança na Jurisprudência do CARF:

Processo 16366.003307/2007-38

COFINS-EXPORTAÇÃO. NÃO CUMULATIVIDADE. FRETES ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. TRANSPORTE DE INSUMOS E PRODUTOS ACABADOS. DIREITO A CRÉDITO. LEI Nº 10.833/2003, ART. 3º, INCS. II E IX. A norma introduzida pelo inc. IX do art. 3º da Lei nº 10.833/2003, segundo a qual a armazenagem e o frete na operação de venda suportados pela vendedora de mercadorias geram créditos, é ampliativa em relação aos créditos previstos no inc. II do mesmo artigo. Com base nesses dois incisos, geram créditos, além do frete na operação de venda, para entrega das mercadorias vendidas aos seus adquirentes, os fretes entre estabelecimentos da própria empresa, desde que para o transporte de insumos, produtos acabados ou produtos já vendidos. (Acórdão 3401-002.075 – 4ª Câmara/1ª Turma Ordinária, sessão de 28 de novembro de 2012)

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Regime Não Cumulativo

Utilização dos créditos:

Recuperação de créditos extemporâneos: Quantificação e lançamento no campo “outros créditos” no DACON – valor

nominal sem atualização monetária e/ou cômputo de juros;

Recomposição da apuração e alocação dos créditos nos meses competência – configuração de pagamento indevido ou a maior, capturação da SELIC e utilização para pagamento de tributos federais.

“COBRANÇA NÃO-CUMULATIVA. CRÉDITOS DECORRENTES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL NÃO DESCONTADOS NO PERÍODO DE APURAÇAO PRÓPRIO. Relativamente ao PIS não-cumulativo apurado a partir de 1º de fevereiro de 2003, observada s as normas do art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, é permitido o desconto a posteriori de créditos originários de contraprestações de arrendamento mercantil que não tenham sido descontados no primeiro período de apuração em que fora facultado fazê-lo, podendo esse aproveitamento retroagir ao mencionado primeiro período de apuração, mediante refazimento da escrita fiscal” (Solução de Consulta nº 31/03 – 5ª Região Fiscal (grifei)

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Regime Não Cumulativo

PIS e COFINS e os créditos presumidos de ICMS:

Solução de Consulta nº 58/09, da 5ª Região Fiscal: – SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO. BENEFÍCIO FISCAL. ISENÇÃO OU

REDUÇÃO DE ICMS. INEXISTÊNCIA DE VINCULAÇÃO E SINCRONISMO. DESCARACTERIZAÇÃO. Os valores correspondentes ao benefício fiscal de isenção ou redução de ICMS que não possuam vinculação com a aplicação específica dos recursos em bens ou direitos referentes à implantação ou expansão de empreendimento econômico não se caracterizam como subvenção para investimento, devendo a receita correspondente integrar a base de cálculo da Cofins.

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Regime Não Cumulativo

PIS e COFINS e os créditos presumidos de ICMS (cont.)

Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 22/2003 “Art. 1º. Os incentivos concedidos pelo Poder Público às pessoas jurídicas, consistentes em empréstimos subsidiados ou regimes especiais de pagamento de impostos, em que os juros e a atualização monetária, previstos contratualmente, incidem sob condição suspensiva, não configuram subvenções para investimento, nem subvenções correntes para custeio.

Parágrafo único. Os incentivos de que trata o caput configuram reduções de custos ou despesas, não se aplicando o disposto no art. 443 do RIR, de 1999.

Art. 2º. Os juros e a atualização monetária contratados, incidentes sob condição suspensiva, serão considerados despesas na apuração do Lucro Real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), quando implementada a condição”

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Regime Não Cumulativo

PIS e COFINS e os créditos presumidos de ICMS (cont.)

Solução de Divergência nº 15/03 – COSIT – LUCRO REAL E BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE

O LUCRO LÍQUIDO. SUBVENÇÃO PARA INVESTIMENTO. DESPESAS QUE PENDEM DE EVENTO FUTURO E INCERTO. INDEDUTIBILIDADE. Incentivos dados por Estados-membros a empresas instaladas na região, consistentes em empréstimos subsidiados ou Regime Especial de pagamento de ICMS, em que os juros e parte da correção monetária estão previstos contratualmente sob condição suspensiva, não configuram subvenções para investimento, sequer subvenções correntes para custeio, já que, no sentido técnico-contábil, as vantagens advindas não têm natureza de receitas ou de resultados. Tais vantagens configuram meras reduções de custos ou despesas. Ainda que subvenções fossem, não seriam subvenções na modalidade para investimento, já que os recursos não desembolsados podem reforçar o capital de giro, como convier à beneficiária, sem a necessária aplicação em ativo imobilizado. (grifei)

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MARCELO MAGALHÃES PEIXOTO

OBRIGADO!