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Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda. Suplemento distribuído em conjunto com o jornal Público a nível nacional e não pode ser vendido separadamente AGOSTO 2014 / EDIÇÃO Nº 38 - Periodicidade Mensal Venda por Assinatura - 4 Euros RELAÇÕES BILATERAIS PORTUGAL-ANGOLA PEDRO COUTO, MANAGING PARTNER DA CGA – EM ENTREVISTA PROPRIEDADE INDUSTRIAL – J. PEREIRA DA CRUZ GOLDEN VISA: E DEPOIS? CONSTRUMED RESPONDE Fotografia: Diana Quintela de Vista Pontos Jorge Tadeu “O ALVO É ABRIR MAIS TRABALHO, AJUDAR MAIS PESSOAS, TER MAIS MISSIONÁRIOS, FAZER MAIS OBRA, OCUPAR MAIS RÁDIOS E TELEVISÕES, CRESCER” Fundador e Presidente do Grupo Maná, à margem da Convenção de Fé 2014: pág. 20 ANTÓNIO GAMEIRO Atual Presidente da Federação Distrital de Santarém do PS e candidato a um segundo mandato Pág. 12

Revista Pontos de Vista Edição 38

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Publicação da responsabilidade editorial e comercial da empresa Horizonte de Palavras Edições, Lda.Suplemento distribuído em conjunto com o jornal Público a nível nacionale não pode ser vendido separadamente

AGOSTO 2014 / EDIÇÃO Nº 38 - Periodicidade MensalVenda por Assinatura - 4 Euros

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“O ALVO É ABRIR MAIS TRABALHO, AJUDAR MAIS PESSOAS, TER MAIS MISSIONÁRIOS, FAZER MAIS OBRA, OCUPAR MAIS RÁDIOS E TELEVISÕES, CRESCER”

Fundador e Presidente do Grupo Maná,à margem da Convenção de Fé 2014:

pág. 20

ANTÓNIO GAMEIROAtual Presidente daFederação Distritalde Santarém do PS e candidatoa um segundo mandatoPág. 12

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O Palco Somersby, visto como o palco principal do evento, recebeu no pri-meiro dia Sebastião Antunes & A Quadrilha, um coletivo português que

funde a música tradicional com a folk; os vetera-nos Milladoiro que têm um legado de mais de 20 anos de carreira e que provêm da vizinha Galiza; e ainda os Música Profana que abriram o festival depois de no ano passado terem encantado no palco dedicado aos novos talentos. No dia 26 de julho, por sua vez, o palco foi entre-gue aos Isga Collective que trouxeram para este concerto a participação especial da galega Lorena Freixeiro; ao Kepa Junkera, mestre da Trikitixa e vencedor do Grammy Latino para melhor álbum folk em 2004; e ainda os portugueses Uxu Ka-lhus que se têm reinventado musicalmente nos últimos anos sempre com o objetivo de explorar novas fronteiras do tradicional.O Palco Bricelta, que é por sua vez dedicado aos novos talentos da música folk e celta, apresentou quatro estreias, todas elas selecionadas por votação online do público. No dia 25 de julho atuaram a Myrica Faia e Espiral. A 26 de julho foi a vez dos Swing Station e aCordaPele prestarem provas.Simultaneamente, e como vem sendo habitual, decorreu a Feira Alternativa que teve entrada li-

vre no período da tarde. Nela foi possível encon-trar cerveja artesanal, licores tradicionais, vinhos, queijos e enchidos da região, sabonetes artesanais, óleos e unguentos naturais, entre outros produtos manufaturados. A feira incluiu ainda uma área de restauração que esteve a trabalhar durante todo o horário dos concertos permitindo aos visitantes jantar e petiscar durante a noite.Para o Presidente da autarquia de Ponte da Bar-ca, António Vassalo Abreu, “este foi um evento de enorme qualidade e que tem ainda mais valor, se atendermos às dificuldades porque passam as autarquias. Foi um festival de enorme qualidade e que trouxe boa disposição a todos os visitantes”. A satisfação era a linha de ordem de todos aque-les que visitaram Ponte da Barca nestes dois dias. Acima de tudo boa disposição, muita música e uma qualidade gastronómica incomparável. Nin-guém saiu defraudado, não fosse este um evento esperado, todos os anos, por todos os apreciadores deste género de sucessos. Para o ano prevê-se um novo espetáculo de enorme qualidade e ainda me-lhor que o anterior. Sim, porque em Ponte da Bar-ca, ano após ano, o objetivo é fazer mais e melhor. Se não veio este ano, para o ano não falte. Venha a Ponte da Barca e traga a sua família e amigos. Será um evento para ficar na memória.

E mais uma vez um sucesso em Ponte da Barca. A 7ª edição do Festival Folk Celta, que decorreu nos dias 25 e 26 de julho, fez as delícias de todos aqueles que visitaram este evento, organizado pela Câmara Municipal de Ponte da Barca, e que decorreu na Praça

Terras da Nóbrega, tendo como cenário principal as margens do Rio Lima e do seu afluente Vade.

7.ª EDIÇÃO DO FESTIVAL FOLK CELTA– Novo sucesso

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EVENTOS

António Vassalo Abreu

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I - A ORIGEM DA “RESTITUTIO IN INTEGRUM” (CONTINUAÇÃO)

1 - As atas de uma Conferencia Diplomática, como a da Patente Europeia, que se arrastou por vinte e cinco dias – ou seja de 10 de setembro até 5 de outubro de 1973 – com sessões diárias, são, natu-ralmente, extensas e com muita coisa com pouco interesse. A dificuldade será, portanto, encontrar o que é realmente útil para estudar certas disposições, como, por exemplo, a que estamos a tra-tar, ou seja a “restitutio in integrum”.

2 - Ora, justamente, foi nas Atas da Conferencia que encontramos uma referência direta à origem da “restitutio in integrum”:

“(543) The Chairman pointed out that it had been the Inter-Gover-nmental Conference’s deliberate intention – on the model of Scandi-

navian law, moreover – to limit this provision to the time limits laid down by the European Patent Office.”

3 - Portanto, para já, ficamos a saber, pelo menos, que esta disposição já era aplicada na Escandinávia, pelos países que a compõem, onde, naturalmente, teve origem e que, sem dúvida, a sugeriram para ser incluída na Convenção da Patente Europeia, para evitar a perda inútil – e não desejada – de um direito de propriedade industrial.

4 - Tal como apareceu na Conferencia Diplomática, no documento de trabalho, a “restitutio in integrum” só podia ser aplicada por mo-tivos de força maior:

“The applicant for or proprietor of a European patent who is prevented by force majeure from observing a time limit vis-à-vis the European Patent Office shall, upon application, have his rights reestablished …”

5 - Interessa, portanto, ver o que as Atas refletem da longa discussão que esta interessante disposição ocasionou.

6 - Como já foi referido, o Prof. Paul Mathély, em nome da AIPPI, fez uma importante proposta, que alterava este aspeto fundamental, ou seja a possibilidade prática da sua aplicação.

7 - Vamos examinar estas duas versões – a do Prof. Paul Mathély, no seu livro “Le Droit Européen des Brevets d’Invention”, relativo à Convenção de Munich e as Atas que relatam o que se passou nas sessões que levaram à sua aprovação.

8 - Com o título de “Condition de la restauration”

Escreve o Prof. Paul Mathély:“Pour que le demandeur ou le titulaire du brevet puisse obtenir la

restitutio in integrum, il faut qu’il ait manqué d’observer le délai, « bien qu’ayant fait preuve de toute la vigilance nécessitée par les circonstances ».

Élaboration de la condition. L’élaboration de cette disposition a fait l ’objet, lors de la Conférence de

Munich, d’une étude approfondie. 1. Le projet de texte, soumis à la Conférence, portait que la restauration était accordée, lorsque l ’intéressé avait été empêché de respecter un délai

« par force majeure » .

PROPRIEDADE INDUSTRIALRestitutio In Integrum (Restabelecimento de Direitos)

A la Conférence, la délégation de l ’A.I.P.P.I. a montré que cette con-dition de la force majeure était excessive. En effet, la force majeure

s’entend d’un événement, extérieur à celui qui l ’invoque, imprévisible et insurmontable. La notion de force majeure est donc très rigoureuse. Si la condition de force majeure était maintenue dans l ’article 122, la

restitutio in integrum ne pourrait intervenir que dans des cas exceptio-nnels extrêmement rares.

Le Comité Principal I a reconnu le bien fondé de l ’observation de l ’A.I.P.P.I.

2. L’A.I.P.P.I. a proposé que la condition de force majeure soit remplacée para la condition « d’excuse légitime ».

La délégation allemande, de son côté, a proposé que soit retenue la con-dition « de cas fortuit inévitable ».

Un groupe de travail a retenu la formule, finalement adoptée, et qui a été citée plus haut »

9 - Em todo o caso, a discussão deste problema – fundamental para a aplicação da “restitutio in integrum” – foi demorada e nada fácil, até ser possível encontrar uma forma aceitável, ou seja fazer uma exigência para dificultar um pouco a aplicação da disposição, mas de modo a que, na prática, não inviabilizasse essa possibilidade.

10 - Em Portugal, para uma situação semelhante, relativa à revali-dação de direitos caducados por falta de pagamento de taxas dentro dos prazos previstos, apenas se exige, agora, que seja paga uma taxa adicional.

Este sistema é, sem dúvida, muito mais realista – para não dizer mais honesto – pois estas faltas resultam sempre de lapsos que as vigilâncias, por maiores que sejam, não conseguem evitar. Portanto, o pagamento de uma taxa relativamente elevada equilibra o exagero que seria natural com uma taxa simbólica ou modesta.

11 - Mas vejamos o que consta das “atas” da Conferência Diplomática:

1 - (549) The IAPIP delegation, supported by the French delegation, proposed that the concept of “force majeure” in paragraph 1 should be

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

Jorge Cruz, Agente Oficial da Propriedade Industrial

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replaced by a less restrictive one. On the basis of Roman law “force ma-jeure” was to be interpreted as an external occurrence which the party concerned could neither foresee nor prevent. It might perhaps be better to substitute the concept of “legitimate excuse”, which denoted a fortuitous, unintended and underserved occurrence.2 – (550) The delegation of the Federal Republic of Germany recalled its earlier vain attempts to introduce the concept of an act of God. It would, in certain circumstances, be prepared to reiterate its proposal, but did not know whether it fully reflected the views of the IAPIP delegation.3 – (551) The IAPIP delegation replied that it did not believe that there was always a “legitimate excuse” in the case of an act of God.4 – (552) The COPRICE delegation supported the suggestion made by the IAPIP delegation. It thought that the best rendering in German of the French term “excuse légitime” might perhaps be “unabwendbares Ereignis”.5 – (553) In view of the fact that Article 121 would have considerable practical significance, the FICPI delegation called on the Government Delegations toagree to the IAPIP proposal, since the concept “force majeure” was, in any case, too vague.6 – (556) The IFIA delegation pointed out that, on several occasions, it had already spoken up in the interests of inventors along the lines of the IAPIP proposal. It did not mind what term was finally selected, provi-ded it were more flexible than the concept of “force majeure”.(557) The UNION delegation supported the proposal put forward by the IAPIP delegation.7 – (559) The IAPIP delegation demonstrated its idea in the following way. A competent clerk in a patent agent’s office, who was familiar with his work and suitably supervised, negligently allowed a time limit to expire as a result of which the patent application became void. This was not a case of “force majeure”, since the employee’s omission was neither unavoidable nor an act of God, although it was indeed fortuitous. The concept “excuse légitime” was apposite for the patent agent, since, if he had selected and supervised the competent clerk with due care, he was in no way liable for the latter’s negligence.8 – (560) At this juncture, the Main Committee decided, at the request of several delegations, to postpone discussion of paragraph 1 until the

IAPIP delegation and the delegation of the Federal Republic of Ger-many had formulated their proposals for amendments and illustrated them with examples.9 – (561) It also decided to set up a Working Party to discuss these pro-posals and to submit the results of its discussions to the Main Committee. This Working Party was to consist of the delegations of Austria, the Fe-deral Republic of Germany, Finland, France, Switzerland, the United Kingdom and the IAPIP.10 – (570) There had therefore been unanimous agreement that the pos-sibility of “restitutio in integrum” in proceedings before the European Patent Office should correspond to this practice and that the concept of “force majeure” was not suited for this purpose, since it would cover only the limited number of cases of objetive “force majeure”. The Working Par-ty had also rejected the idea of using other concepts already applied in one State or another – the concept of an “act of God” or “legitime excuse”, for example – since they would offer the other States no real guide as to an accurate interpretation.11 – Finally, the Working Party unanimously agreed that the best solu-tion would be to describe the grounds on which the desired “restitutio in integrum” could take place in the following manner:“The applicant for or proprietor of a European patent who, in spite of all due care required by the circumstances having been taken, was unable to observe a time limit vis-à-vis the European Patent Office, shall…It considered that this form of wording would permit “restitutio in in-tegrum” before the European Patent Office to be dealt with in much the same way as it was at present in the States concerned. It should be parti-cularly stressed that, in the view of the Working Party, the applicant for or the proprietor of the patent were not guilty of negligence, this was not, in most cases, sufficient grounds for “restitution in integrum”: it was also necessary for the applicant to have exercised particular care.”

12 - Portanto, com a alteração introduzida, uma disposição comple-tamente inútil passou a ter possibilidade de aplicação prática. Em todo o caso, a solução encontrada é muitas vezes dificultada na sua utilização, pois é necessário entender que o objetivo é encontrar solução para uma situação que, de outro modo, levaria à perda de um direito que o titular ou requerente não pretendia abandonar.

13 - Como é evidente, todos os problemas nascem de uma falha humana, ou seja um simples lapso no cumprimento de uma forma-lidade e o objetivo é possibilitar uma solução para evitar a perda do direito que, por regra, é acompanhado com todo o cuidado. A dificuldade, concretamente, é poder provar que esse cuidado foi seguido e nem todos os Técnicos que examinam estes problemas têm o entendimento necessário para facilitar essas provas.

É que os eventuais prejuízos de terceiros, como mais tarde veremos, estão devidamente salvaguardados, não só pela própria disposição, mas até porque podem, quando se justifica, intervir no processo para tentar impedir o restabelecimento.A solução mais simples, como foi já referido, seria uma taxa adicio-nal, relativamente elevada, para que apenas fossem restabelecidos os direitos que são efetivamente importantes para a justificar.

14 - No próximo artigo vamos continuar a examinar a “restitutio in integrum”, abordando, em princípio, os objetivos e justificação desta disposição legal.

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“Portanto, para já, ficamos a saber, pelo menos, que esta disposição já era aplicada na Escandinávia, pelos países que a compõem, onde, natu-ralmente, teve origem e que, sem dúvida, a sugeriram para ser incluída na Convenção da Patente Europeia, para evitar a perda inútil – e não desejada – de um direito de propriedade industrial”

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EM DESTAQUE ÍNDICE DE TEMAS

28 MMC WORLD

Espalhada por mais de 35 países e quatro continentes é, no entanto, para a Rússia que a MMC World tem direcionado a maior parte da sua atenção, exportando carne dos maiores e mais conhecidos produtores da América Latina.Sónia Marques Mendes, Diretora do Grupo MMC World, revela a estratégia da marca

36 STANDARD BANK

Pedro Pinto Coelho, Presidente da Comissão Executiva do Standard Bank Angola, assevera que o mercado angolano«não é para amadores» e que atualmente o Standard Bank Angola promove uma imagem de segurança, qualidade, capacidade de resposta e capacidade técnica nos seus clientes

50 LUÍS GAMEIRO

Luís Gameiro, Senior Partner da Gameiro Associados, revela, em entrevista, o papel da Gameiro Associados ao nível da consultoria empresarial de apoio à internacionalização em Angola e Portugal. Saiba mais de uma marca que é um parceiro essencial

4 7.ª Edição do Festival Folk Celta – Ponte da Barca6 Propriedade Industrial – J. Pereira da Cruz10 APPSO – Stress Laboral12 PS Distrital de Santarém – António Gameiro Candidato a Líder20 Igreja Maná – 30 anos24 Turismo no Douro25 Logística e Distribuição Farmacêutica 30 Relações Bilaterais Portugal – Cabo Verde32 Relações Bilaterais Portugal – Moçambique36 Relações Bilaterais Portugal – Angola54 10 anos – APEGAC57 Fiscalidade Verde62 Construmed – Gestão de Património

FICHA TÉCNICA Os artigos nesta publicação são da respon-sabilidade dos seus autores e não expres-sam necessariamente a opinião do editor. Reservados todos os direitos, proibida a reprodução, total ou parcial, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor. A pagi-nação é efectuada de acordo com os inter-esses editoriais e técnicos da revista, excepto nos anúncios com a localização obrigatória paga. O editor não se responsabiliza pelas inserções com erros, lapsos ou omissões que sejam imputáveis aos anunciantes. Quais-quer erros ou omissões nos conteúdos, não são da responsabilidade do editor.

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*O conteúdo editorial da Revista Pontos de Vista é totalmente escrito segundo o novo Acordo Ortográfico.

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De que forma a APPSO tem desenvolvido a sua ação no âmbito da consciencialização para a ne-cessidade de avaliação e intervenção ao nível do perfil de riscos psicossociais?A APPSO, e para além de uma estratégia de in-formação e desenvolvimento formativo, refira-se que têm sido as principais medidas de divulgação, editou também aquele que até à data é o único relatório de avaliação de perfil de risco psicosso-cial em Portugal, contendo a avaliação de mais de 38000 inquiridos de vários setores de atividade e ainda incluindo o setor público e privado. Destes, mais de 40% foram submetidos a intervenção, e os resultados, naquele que é o nosso ponto de vis-ta, refletem, e para além da realidade, tudo o que podemos fazer na tentativa de minimizar aqueles que são considerados como dos principais fatores que influenciam a vida pessoal e de trabalho, e em consequência a eficiência que todos preten-demos.Deste modo, e nos três anos de existência a APP-SO, que foi a primeira, e julgamos ainda a única associação que centra as suas preocupações em termos globais nesta área, teve em nosso entender a atuação desejada, sendo que para o próximo tri-énio procuramos a sustentabilidade daquele que é o nosso objetivo fundamental, um contributo ativo para a prevenção, o que está facilitado através de uma renovada Direção, Assembleia Geral, Con-selho Fiscal, e Conselho Científico, que detêm uma perspetiva focada em estratégias e meios, que garantem como temos vindo a observar, eficiência na promoção da saúde e no bem-estar tanto das pessoas como das organizações com as quais te-mos vimos a trabalhar.Ao longo destes últimos meses, e já na perse-cução deste objetivo, fomos recebidos por duas comissões parlamentares, e marcámos presença em vários encontros sobre a temática da Saúde Ocupacional. A nossa agenda dos próximos meses integra a participação em eventos nacionais e in-ternacionais, bem como parcerias estratégicas com entidades como a Agência Europeia de Seguran-ça e Saúde no Trabalho, que este ano tem como como foco temático a Gestão de Stress e Organi-zações Saudáveis.Sendo uma Associação assumidamente não Coo-perativa, independentemente da nossa designação “Psicologia”, a nossa perspetiva multidisciplinar e o envolvimento de todos os profissionais da área da saúde ocupacional tem sido um dos fundamen-tais elementos para a nossa eficiência, pois sabe-mos que jamais um técnico de uma única e qual-quer área por si só será capaz de intervir naquela que é uma realidade multifacetada.

Quais os principais riscos psicossociais existentes nos locais de trabalho? Quais as áreas com mais propensão ao stress laboral?Num primeiro momento, o principal fator de ris-co é o facto de as organizações serem constituídas por pessoas, delas dependerem, e continuarem a depender, para o exercício das suas funções. Este fator é essencial, porquanto os fatores de risco psicossocial estão imersos nas perceções dos tra-balhadores, sobre o conteúdo do seu trabalho, a forma como o realizam, bem como, e entre outros, a perceção de desnível de exigência e recursos.Assim, e indo ao encontro da questão, de uma forma mais concreta, os principais fatores de ris-co psicossocial existentes numa organização estão intimamente ligados com o desenho das tarefas, suas exigências e recursos organizacionais para elas serem executadas, a perceção que os trabalha-dores têm de todo este processo, e logo de inicio a concretização de uma mais perfeita adequação do perfil da pessoa com o da função que vai exercer, bem como com a cultura da organização onde se vai inserir. Todas as áreas que impliquem o con-tacto com outros, com situações emocionais extre-mas, com assumir comportamentos de auxílio, são as fundamentais na exposição ao risco. No entanto podermos referir que TODOS estamos em risco.

O que é que pode ser feito para minimizar estes riscos? Qual o papel do empregador e do próprio trabalhador no combate ao stress laboral?O papel a desempenhar deve ser, e desde logo talvez aqui comece a dificuldade, um papel coo-perante. Os espaços de trabalho existem, vão con-

Qual o papel do empregador e do próprio trabalhador no combate ao stress laboral? Estas são apenas algumas das questões feitas a João Paulo Pereira, Presidente da APPSO - Associação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional, que, em entrevista à Revista

Pontos de Vista, deu a conhecer qual tem sido o papel da entidade que lidera no combate a um dos problemas da sociedade, ou seja, os riscos psicossociais existentes nos locais de trabalho. Mas saiba mais ao longo desta conversa.

“É FUNDAMENTAL COOPERAR na conciliação das imperfeiçõese maximização das perfeições”

tinuar a existir, e jamais serão perfeitos. Os traba-lhadores existem, vão continuar a existir, e jamais serão perfeitos. Assim, cooperar na conciliação das imperfeições e maximização das perfeições será no nosso ponto de vista o caminho. A minimização dos Riscos Psicossociais deve, imperativamente, partir de uma estratégia a mon-tante, conducente com a realidade individual e organizacional. Impera começar por compreender e aceitar o facto de que tal como em qualquer ou-tra situação, o risco, em si mesmo estará sempre presente sendo impossível eliminá-lo totalmente, podendo, ser mais ou menos dilatado. Esta rea-lidade conceptualiza-se através da exposição a determinados fatores (de risco) que sempre exis-tirão e sobre o quais nós, seres humanos, teremos de atuar, e com eles conviver. Por isto, a estratégia a montante supramencionada com a aquisição e desenvolvimento de competências pessoais e or-ganizacionais específicas e adaptadas ao contexto cultural vigente, apostando numa estratégia de (auto-)reconhecimento, gestão e organização, quer ao nível de atuações, comportamentos, atitudes, posturas, clima e cultura. Neste seguimento, toda a organização deve posicionar-se conjunta e pró--ativamente, levando-nos a questionar a pertinên-cia em dividir responsabilidades, papeis e funções, neste processo. Porém, fica claro que cada pessoa deve assumir-se como um front-manager daqui-lo que é na sua componente de binómio do saber ser e fazer. Por isso a importância de se apostar na exploração daquilo que se é (autoconhecimento) do que realmente se significa, quer para si mesmo, quer para a sua família, amigos e grupos de pares, bem como para a organização a que pertence, o que permitirá uma mais eficiente capacidade de gestão e prevenção atuando sobre fatores perce-bidos, numa perspetiva de antecipação. Quanto ao empregador enquanto tal, hoje em dia uma das principais questões a que deve atender é à realida-de daquilo que são os processos implementados, muito além da sistematização e operacionaliza-ção da Gestão de Capital Humano. Importa que atente nos processos formativos e real significância e produtividade dos mesmos, bem como nas es-tratégias adotadas com a finalidade de obtenção de um qualquer objetivo e que, muitas vezes, e na realidade portuguesa, são criadoras de enormes instabilidades pela falta de clareza para com quem vai ser submetido, ou mesmo pela falta de conso-nância com a realidade com as quais determinadas ferramentas e metodologias estão a ser aplicadas.

A conjuntura económico-financeira está a fazer com que os nossos empresários releguem a ques-

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STRESS LABORAL

João Paulo Pereira

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tão da Segurança e da Saúde para um plano infe-rior na gestão das empresas?Uma questão complexa que nos começa a fazer ter de olhar para o que tem sido feito, nomeada-mente, em e por muitas das empresas e pessoas responsáveis pela área e vertente da Segurança e Saúde, em Portugal. Dissecando, diria que aqui o principal problema não se centrará na economia, mas sim na componente financeira. Enquanto ciência social, a Economia jamais poderá ambi-cionar esta relegação para inferiores planos, no que respeita às questões relativas à Segurança e à Saúde, devendo a responsabilidade de determi-nação de estratégias positivas para as melhores escolhas e opções. Sabemos, nacional e interna-cionalmente, tanto que já nem se considera as-sunto, qua a Segurança e a Saúde, naquilo que representam as perceções acerca delas tomadas pelos trabalhadores, são fatores-chave para a preponderância e efetivação de outros fatores la-borais como o envolvimento e o sentimento de pertença. Isto, numa perspetiva emocional e prá-tica. Todavia, é claro algum (muito) desleixo... O repto terá de passar, necessariamente, e segundo nos parece, por exemplo, pela atenção aos inci-dentes e não só ao “espetáculo” de um acidente de trabalho, bem como um maior índice de respon-sabilização para com a atividade de Medicina do Trabalho. Nesta segunda, o que se tem verificado é uma tentativa de ficar pelo legalmente obriga-tório, estádio onde, inúmeras vezes, nem se chega por falta de responsabilização de uma máquina que vai desde prestadores a visados pelo serviço. Já quanto aos incidentes, impera que comecemos a tentar perceber, por exemplo, e na prática, por-que é que um trabalhador que exerce a sua fun-ção a uns determinados e consideráveis metros do chão se permite a circular num andaime sem a devida proteção, seja ela o que for, dependendo do momento. Claro que o efeito surpresa e de fenómeno é a perceção de um acidente, onde, por exemplo, tal trabalhador cai. Mas é tarde, claro! A atuação a montante, mais uma vez, é o que se requer, de forma sustentada. Concluindo, pensa-mos que a Gestão das Empresas, e falando muito

concretamente do nosso Portugal, deve começar por descer no nível de formalismo e autorita-rismo. Impera humanizar os locais de trabalho, focando-nos, primeiramente, nos aspetos essen-ciais e basilares de qualquer sociedade justa e competente, desenvolvendo e criando estratégia. Obviamente que a Segurança e a Saúde são dois dos pilares...

Os empregadores ainda não estão conscientes de que os problemas relacionados com o stress levam ao absentismo dos funcionários e consequente custas e perdas de produtividade? Que mensagem gostaria de deixar aos mesmos?Discordo em absoluto do que refere, há consci-ência, o que parece coexistir com ela é uma certa “cegueira” economicista/financeira que não permi-te que se consiga organizar o trabalho, e ter em consideração as fontes de stress numa perspetiva global e a médio/longo prazo.Aliás, os estudos internacionais demonstram que a preocupação existe, mas como preocupação por si só não leva a nada, a não ser ao desenvolvimen-to de vontade de intervir, a realidade está como a conhecemos, e onde o exemplo das 40 horas de trabalho é excelente. Em parte alguma verifica-mos uma correlação positiva entre aumento de horas de trabalho e produtividade, mas enfim...Em Portugal fazemos, e mesmo que as possamos considerar poucas, muitas avaliações, e só me per-mito dizer muitas porque são inconsequentes, pou-cas são as que levam à intervenção ou a alterações processuais, são mais quase autorrealizações de profecias, e constatações do fantástico. Ainda esta semana (10 a 16 de agosto), fomos confrontados com dados relativos aos enfermeiros. A APPSO já sabia desta realidade, e sobre ela já havíamos falado diversas vezes, mas a pergunta que aqui interessa é aquela que nos permita perceber o que se fez e o plano existente para minimizar uma realidade que é preocupante. Que tenhamos conhecimento, e ainda dentro do período ao qual neste momento nos podemos referir, NADA, e é esta a nossa his-tória, parece haver um profundo incómodo em ter de fazer algo, e uma profunda satisfação naquilo

que intitulei a “atitude Calimero”, a constatação do risco e vivermos no fio da navalha.

O stress no trabalho dos portugueses é elevado. Segundo a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho num estudo efetuado com 31 países europeus, Portugal é o sétimo país com mais stress no trabalho da Europa. Porquê? O que é que é necessário fazer para alterar esta situação?Num primeiro momento, e sem que possa parecer um argumento vazio, cumprir a legislação em vi-gor, seja ela a 003/2014, seja o Plano Nacional de Saúde Ocupacional, para posteriormente se pode-rem de forma objetiva, sustentar mais e melhores avaliações/intervenções, seja qual for o quadro a que se referem estas realidades.Se a Lei não está a ser cumprida de forma objeti-va, não poderemos jamais dizer o que poderemos fazer mais, mas a verdade é que num momento de particular questionamento social e daquilo que é o conceito de trabalho e de vida em sociedade, todos, pessoas e organizações, sejam elas quais fo-rem, devemos contribuir para uma discussão mais eficiente sobre este novo papel social, e esta nova perspetiva do trabalho.Se o stress, e em termos gerais, é desencadeado pela perceção de incongruências entre aquilo que são as exigências a que estamos submetidos e as competências que temos para fazer face ao que nos é solicitado, passando pela forma como percebe-mos as recompensas que obtemos, a justiça social, e a noção de sobrecarga, entre outros, parece-nos de extrema importância que cada organização pense nos seus trabalhadores num médio/longo prazo, e que cada trabalhador pense a sua função como algo que antes de mais se encontra ligado ao prazer de fazer.Sabemos da dificuldade do que afirmámos ante-riormente, mas também sabemos, e por experiên-cia própria que advém da obra que editámos, que este tipo de pensamento é possível e mutuamente lucrativo no curto prazo, havendo sempre a neces-sidade de um compromisso global, e uma abertura geral para a adaptação a estes “novos” desafios.

O que é que a APPSO tem vindo a desenvolver em termos de investigação científica? Que trabalhos quer destacar?Ao longo deste três anos de vida associativa, a APPSO tem sido, até agora uma das poucas insti-tuições, com apoio de instituições associadas, que direta ou indiretamente tem contribuído para a formação de técnicos específicos em Riscos Psi-cossociais. Foi a única instituição que publicou um Barómetro do estado da arte em Portugal, tomando como ponto de partida o trabalho de cinco anos, e instrumentos perfeitamente adequa-dos à realidade Portuguesa (o PPJM). Ainda, e ao longo deste tempo, a APPSO tem organizado a sua reunião anual, onde por exemplo na última, conseguiu trazer a Portugal autores de referência mundial em Stress e Burnout (Christina Maslach e Michael Leiter), bem como os de referência ao nível da da Psicologia da Saúde Ocupacional Po-sitiva como é o caso de Marisa Salanova que tive-ram oportunidade de partilhar com conceituados autores portugueses como Silvia Silva, Maria José Chambel, Helena Marujo, entre muitos outros.Assim, e após estes três excelentes anos, a APPSO pode vangloriar-se, e sem estar a ser presunçosa, de estar no topo da investigação na área dos Riscos Psicossociais, e de ser uma referência quando se fala desta realidade em Portugal.

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O que é que podemos esperar da Associação nos próximos tempos?Conforme já referido anteriormente, a APPSO tem por objetivo um papel interventivo, baseando toda a sua análise não no “achómetro”, infelizmente típico em Portugal, mas assente em meios de obtenção de dados e execução de medidas preventivas e curativas que cumpram critérios de Qualidade que são já uma reali-dade em Portugal (ISO 10667-1; 10667-2 e 10018), reiterando que de outra forma tudo será um profundo equívoco, uma vez que a adaptabilidade cultural da avaliação de uma das variáveis que mais traduz esta realidade, é uma miragem. A nossa perspetiva é então defender esta adequabilidade, e por isso somos já uma entidade certificadora nas medidas em cima referidas; construir o barómetro dos Riscos Psicossociais (tendo já o referencial de cinco anos com 38791 respondentes, onde 40% foram submetidos a intervenção); continuar a assumir o papel de intervenção e defesa dos princípios de locais de trabalho seguros e organizações positivas, muito para além daquilo que são as campanhas europeias, tal como já antes vínhamos a realizar.Não queremos uma participação medíocre nestas realidades, não queremos que nos cinjamos somente à “obrigatoriedade” de adesão às diretrizes das Campanhas Europeias, de forma atabalhoada sem que para tal se criem reais e concretas condições de trabalho. A APPSO continuará a ser um espaço de partilha e divulgação, de encontro de pessoas com interesses na área da saúde ocupacional, procurando apoiar ini-ciativas e incentivar o cumprimento legal como já o fazia anteriormente, não deixando de congratular-se com todos os que agora parecem ter “acordado” para a realidade do progresso e evolução da produtividade e bem-estar da nossa população passar necessariamente por aí. Permitimo-nos, contudo, até pela história que temos, salientar a noção que o fator cooperativista ou amadorista no que diz respeito ao trabalho sobre Riscos Psicossociais não é, nem nunca poderá ser, uma solução... Pelo contrário, este pode muito bem ser mais um problema.Pelo referido, e porque achamos que a nossa experiência pode ser interessante, a APPSO pretende ainda cooperar com países em desenvolvimento, participando num processo de internacionalização, fundamen-talmente nos PALOP’s.

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A Revista Pontos de Vista foi conhecer o atual Presidente da Federação Distrital de Santarém do PS, António Gameiro, que apresentou recentemente a sua re-

candidatura ao cargo, tendo como grande objeti-vo ganhar as legislativas de 2015 no distrito com maioria absoluta. Ao longo desta conversa, fica-mos a perceber que António Gameiro é dos que vivem a política com «paixão» e dos que lutam

para melhorar as condições de vida da sociedade. Marcadas para 5 e 6 de setembro, as eleições para a liderança distrital do partido serão o ponto de partida para que, caso vença esta disputa, nas elei-ções legislativas do próximo ano possam ser eleitos «pelo menos cinco deputados socialistas pelo cír-culo de Santarém», assumiu o nosso entrevistado. Ao longo da entrevista ficamos a conhecer as principais prioridades daquele que é, além de

O «divórcio» entre os portugueses e a classe política tem sido mais do que evidente. Tem crescido na sociedade um espaço de afastamento, fruto de um conjunto de cenários e conjunturas que têm criado uma onda de ceticismo para com os que são eleitos para tomar as melhores decisões em prol do bem comum e que, inúmeras vezes, mais não têm feito do que seguir caminhos em

que valores e princípios têm sido esquecidos ou omitidos. Marcar a diferença deve ser um desiderato de uma política assertiva e dos agentes que a perpetuam, em prol da segurança e confiança dos cidadãos. Felizmente, ainda há quem esteja na política com um

sentimento de «paixão» e com o objetivo de fazer melhor.

“O QUE ME MOTIVApara o desempenho destas funções?

São as pessoas…”

Presidente da Federação Distrital de Santarém do PS, Deputado e Vice-presidente da bancada parlamentar do PS, para um possível novo man-dato. Percebemos qual o rumo que pretende dar ao distrito de Santarém, uma região que - na sua opinião - «foi esquecida pelo atual Governo e que urge voltar a colocar nos trilhos do desenvolvi-mento, até pelo caracter único da região», salien-ta o nosso interlocutor, que vê a regionalização

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CANDIDATURA A LÍDER

António Gameiro

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como «um modelo positivo para Portugal» e que apoia o atual líder do PS, António José Seguro. De salientar ainda que António Gameiro tem uma visão “diferente”, no bom sentido, quase vanguardista, pois, ao longo dos últimos anos, tem sido um promotor de novos projectos, novas empresas, fazendo do empreendedorismo uma forma de estar, um cartão-de-visita importante na sua carreira e mesmo para a região de San-tarém. Será uma personalidade que «olha» para os projectos com um olhar distinto, uma visão que lhe tem granjeado diversos sucessos, novas empresas e desafios que ao longo dos anos foram sido conquistadas pelo nosso entrevistado. Saiba mais desta conversa com um político de alma e coração, um escritor, um professor, um verdadeiro empreendedor e confesso apaixonado pela região de Santarém, onde ficou ainda pa-tente a necessidade de ter um pensamento claro sobre o que é um partido de esquerda: «temos de continuar a fazer uma defesa intransigente dos valores que estão na génese da esquerda, ou seja, da igualdade, da solidariedade e da justiça».

O que é que o motivou para um primeiro mandato como Presidente da Federação Distrital de Santa-rém do PS? Acima de tudo um grande amor pelo PS San-tarém, partido onde milito há 24 anos e onde percebi que posso fazer algo diferente. Ao longo destes dois anos tentamos estar mais presentes no terreno, fazendo uma reestruturação do próprio partido a partir de dentro. Este trabalho é vasto e moroso e por isso é um trabalho que ainda não está totalmente concretizado. Além disso, quise-mos dar visibilidade a um conjunto de iniciativas de cariz político de apoio às populações e cor-porações. Reunimos com dezenas de entidades e instituições com responsabilidades nos mais di-versos campos de atuação para mostrarmos que o PS tem uma plataforma de preparação política dos diversos temas.

Disse que foi feita uma reestruturação…Sim. Fizemos esse trabalho de reorganização interna e promovemos a abertura do partido em termos distritais, constituímo-nos como plata-

forma de apoio aos nossos candidatos às câmaras municipais, que era um grande objetivo dessa mi-nha candidatura. Foi também por isso que esco-lhi, de forma simples, um desígnio para a moção que então apresentei: «Juntos para Ganhar 2013». Achei que era a estratégia correta: promover uma união estreita entre a Federação e todas as conce-

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Vê alguma relação entre a disputa pela lide-rança da Federação Distrital de Santarém do PS e a que está a decorrer a nível nacio-nal pela liderança do PS? Não sou candidato do José António Seguro nem do António Costa. Sou o candidato António Gameiro. Tenho uma candidatura individual, que nos termos dos estatutos do PS é unipesso-al e portanto nos dias 5 e 6 de setembro espero ganhar a presidência da Federação Distrital de Santarém do PS. Assim tenha a confiança dos militantes através do seu voto! A outra candida-tura anunciou-se aos militantes, por carta, como sendo a face a visível da candidatura de António Costa no distrito. Acho que isso é um mau cami-nho. Precisamos no Ribatejo de quem faça a dife-rença na união dos socialistas e dos ribatejanos em torno dos problemas. Não me anuncio candi-dato de ninguém, nem de nenhuma fação, nem dizendo que é preciso outra liderança na Federa-ção para estar mais próximo da futura direção política do partido… Até porque não sei quem será o novo Secretário Geral do partido! O que afirmo é que trabalharei com quem for o líder do PS no futuro. E portanto não me faz qualquer diferença quem vai ganhar.

“Portanto, vamos trabalhar no sentido de definir objetivos eleitorais, sendo que o principal é que o PS tenha uma grande maioria absoluta para poder concretizar um programa político consistente, conciso e direcionado para resolver os problemas dos ribatejanos. O partido gere-se no dia a dia, reforma-se na continuidade do trabalho”

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lhias, no sentido de escolhermos os melhores can-didatos para protagonizarem verdadeiras vitórias do PS no distrito. E foi isto que aconteceu: saímos vitoriosos a 29 de setembro de 2013, com 13 con-quistas eleitorais em 21 possíveis. Somos a Fede-ração com mais autarquias no país, entre todos os partidos. Não há nenhum partido que tenha 13 municípios no mesmo distrito. A Federação que mais se aproxima do caso de Santarém é Coim-bra, que tem 12 câmaras também do PS. Isto obviamente que é um motivo de orgulho, uma grande bandeira. Ao nível sociológico significa que o distrito de Santarém voltou a reencontrar--se com uma prática política de esquerda, vincada

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CANDIDATURA A LÍDER

por um grande sentido democrático. Ao mesmo tempo também significa que há um sentimento de que o socialismo democrático olha para as pes-soas, atende aos seus problemas e sobretudo tem uma visão humanista e social dos problemas das pessoas. Como é que isto se faz? Indo ao terreno, procurando saber o que afeta cada um, estando presente, dando uma palavra de afeto, carinho e estímulo para que ninguém fique para trás nesta luta que é a vida.

O que descobriu sobre o distrito de Santarém e sobre as pessoas, que desconhecia até então? A vida e a política são uma aprendizagem cons-

tante. E eu, ao longo dos anos, aprendi muito so-bre o distrito de Santarém e aprendi a olhar para esta região de uma forma diferente. O trabalho desenvolvido pela Federação e pelo PS levou-me a olhar para o setor empresarial ribatejano de forma mais otimista: vejo um tecido empresarial que se está a reformar no bom sentido, que se está a desenvolver e que aposta num certo tipo de empreendedorismo, que posso quase caraterizar como regionalista. Ou seja, há uma aposta nos produtos regionais ribatejanos e um transpor-te dessa «bandeira» além das nossas fronteiras, exportando esses produtos. A inovação e a tec-nologia associadas a esse empreendedorismo são

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reais e fundamentais. Vejo uma grande vontade e um grande potencial nas diversas áreas, como na agroalimentar, na pecuária, na agricultura, na floresta, no setor dos serviços, na logística, en-tre outros. Isto significa que temos em Santarém uma forte capacidade empreendedora que eu já conhecia, mas que agora vejo com outros olhos. Também muito por via do trabalho realizado pela NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém, com quem temos um diálogo per-manente. Mas este crescimento não ficou por aqui. Temos ainda um conjunto de atividades de natu-reza económica, e até social, do setor terciário que fui descobrindo ao longo destes dois anos…

Quais? Atividades relacionadas com o turismo religioso e cultural, com a valorização do Rio Tejo, onde há vários exemplos de requalificações de zonas ribeirinhas extremamente bem concretizadas, servindo portanto como modelo para outros mu-nicípios. Temos também algumas boas obras que foram realizadas pelo Governo anterior, como por exemplo a construção do IC9. Mas agora constatamos que existe uma necessidade pre-

mente de requalificação da estrada nacional 118, de Samora Correia até à Chamusca, e que nada foi feito... Olhamos também para o cluster am-biental no Eco Parque do Relvão e em tudo isso há sinais de uma grande vitalidade económica que está latente. Mas ao mesmo tempo fizemos levantamento das necessidades que o distrito tem, do ponto de vista estratégico. Estes dois últimos anos foram muito enriquecedores… Co-nheci pessoas boas e de valor, que todos os dias trabalham para fazer crescer a nossa economia e o Ribatejo. É isso que me motiva para o desem-penho destas funções. São as pessoas…

Apesar de estarmos a falar do PS, ao longo des-tes dois últimos anos nem tudo foi «cor-de-rosa». Quais foram os piores momentos do mandato? A nível interno foram dois ou três momentos de desavença entre camaradas. De posições pouco conciliatórias e de impaciência para compreen-der o papel e a função dos outros. Ou melhor, as posições políticas dos outros, porque nestas coisas a razão nunca está apenas de um lado. Daí ser necessário saber ler os sinais políticos - o que não é fácil - para detetar de que lado está a razão.

EU, ANTÓNIO GAMEIRO…

Passei a minha infância em Urqueira, concelho de Ourém. Mais tarde, para ir à escola tinha de vir de Aldeia Nova a pé (3,5km) e mais tarde pe-dalava até Caxarias, apanhava o comboio e ia estudar ao Entroncamento. O meu primeiro trabalho foi como ajudante de camionista. Hoje sou professor universitário e consultor jurídico. Além disso, dou aulas como professor universitário na Universidade Lusófo-na e na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Leiria (IPL). Pratiquei e fui guarda-redes de futebol. Ainda hoje pratico desporto regular-mente, embora menos do que gostaria.O melhor da minha vida é a minha filha. Gos-to mais do verão pela alegria e felicidade que sinto nos outros e pelo calor, que deixa as pes-soas mais descontraídas e mais libertas para se divertirem. O lugar de que mais gosto em Por-tugal fica numa região que adoro: no Ribatejo, em Peras Ruivas e é a minha casa. Embora toda a nossa região tenha lugares deslumbrantes…A política é uma paixão porque a encaro como uma oportunidade de fazer alguma coisa pelo bem comum e para melhorar as vidas das outras pessoas. Acho que o Presidente da República de-via ter um mandato único de 7 anos. Chega muito bem para deixar a sua marca e fazer o seu traba-lho. Julgo que os deputados deveriam ser eleitos em círculos mais próximos dos eleitores para lhes prestarem melhores contas do que fazem.Ninguém deve “viver da política”. O currículo de um bom político faz-se de experiência profis-sional, de experiência de vida, de inteligência e de vontade de ajudar o país e os outros.Gosto de música e de pintura. Falta-me o tem-po para as apreciar. Por isso, aproveito os fan-tásticos concertos que a minha filha me dedica lá em casa. (risos)Nasci no Canadá, mas sou muito português. Ainda assim, Azeitonas, só na telefonia. No prato nem vê-las! As minhas referências são mesmo os meus pais: é a eles que devo muito do que sou como ser humano. Claro que na política muitos me influenciaram, da JS ao PS, aprendi com todos o valor do socialismo demo-crático, do humanismo e da fraternidade!Uma frase? No Ribatejo mandam os Ribatejanos!

“Não é possível prometer tudo. O que digo nesta candidatura é que a moção identifica claramente os temas em que pretendemos concentrar-nos ao nível político. Assim, quando chegarmos a 2015, teremos um programa político muito consistente, abrangente e determinante para resolver duas ou três questões centrais no distrito de Santarém. Não vamos prometer este mundo e o outro porque depois não é possível cumprir. Mas posso garantir que nos vamos concentrar e vamos empenhar a nossa palavra, no que tem e deve ser feito. E não iremos transigir enquanto essas bandeiras não estiverem realizadas. Não vamos fazer como outros, que prometeram tudo e mais alguma coisa e depois não concretizam nada”

TRABALHOS ACADÉMICOS ELABORADOS:• O controlo externo da Administração Pública pela Assembleia da República.• O princípio da maioria na teoria constitucional.• Subsídio para o estudo da função de controlo da Comissão Europeia.• Subsídios para o estudo do conceito de Agência Administrativa no Direito Europeu.• Análise comparativa do perfil orgânico de três organismos de controlo estratégico da Administração Pública.• A motivação para a mudança na Administração Pública.• Avaliação do Programa Leader: um contributo para um esboço de uma Teoria do Controlo.• Contributo para o estudo da “esfera pública” no Estado Moderno.• O E-government: estratégia ou processo?• Subsídios para o estudo da “Agência” na Administração norte-americana.• As fontes não escritas do Direito Comunitário.• Os Direitos Humanos em Timor-Leste, um povo mudo.• As Finanças Comunitárias, seu regime jurídico.• A PAC, seu carácter neo-liberalista.• Portugal e nova (Des)Ordem Internacional.• A crise de representatividade do povo, o papel da Assembleia da República.• Os critérios de Maastricht e o Pacto de Estabilidade e Crescimento.• O Federalismo Fiscal, um passo prévio para a União Política?• Os cinco Princípios Gerais de Direito do Ambiente.• Subsídio para o estudo do conceito de Harmonização Fiscal.• Reflexões sobre a Teoria da Zonas Monetárias Óptimas de Robert Mundell.

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Creio que foram os momentos mais complicados a nível interno, mas que é preciso ultrapassar. Tal como na sociedade em geral, também no seio do PS existem pessoas que teimam em não ver os acontecimentos do outro lado. A nível externo, creio que foi e tem sido a governação da direi-ta, com o distrito de Santarém recorrentemente afetado. Não temos uma única medida positiva a referir! Ao nível da Saúde sofremos cortes, en-cerramentos de serviços e extensões de apoio à saúde familiar. Muitas pessoas ficaram sem mé-dico de família e sem cuidados continuados. Ou-tras esperam meses por uma pequena cirurgia ou uma simples consulta… Quando comparamos o investimento estatal que foi feito no passado no distrito de Santarém, percebemos que fomos do «80 para o 8». E isso reflete-se nas obras dignas desse nome: não foi feita nenhuma! Portanto, este é um momento muito negro para o distrito de Santarém. Não temos ninguém que defenda esta região no Governo e que olhe para o Riba-tejo como «a mãe que pode alimentar Portugal» e como a bacia da cultura produtiva portuguesa. Acredito que é necessário mudar de Governo, para deixarmos esta página negra, colocando no Governo alguém que conheça os problemas do distrito e seja capaz de protagonizar políticas construtivas e positivas para promover a melho-ria da qualidade de vida das populações do dis-trito de Santarém.

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CANDIDATURA A LÍDER

Diz que, em termos de tratamento ao nível do Po-der Central, o distrito de Santarém regrediu. Sen-te que este é o momento adequado para voltar a colocar Santarém no rumo certo? Como?Sem dúvida. Escolhi como lema «Santarém no Rumo Certo» para reforçar esta ideia de que é necessária uma estratégia concreta e ter alguém que a protagonize e defenda, pegando no traba-lho desenvolvido ao longo destes dois últimos anos, e que foi muito! Houve um rejuvenesci-mento dos quadros do partido, valorizando-os, colocando-os no terreno, junto das pessoas e das instituições, para se fazer o rastreio, o levanta-mento e o diagnóstico dos problemas do distrito e protagonizar, através de um programa político, uma aposta definitiva na vida dos ribatejanos e do Ribatejo. Para proporcionar mais qualidade de vida e ajudar a resolver aquilo que sistematica e cronicamente fica por resolver no distrito de Santarém e que é sempre muita coisa.

Está a fazer promessas…? De todo. Não é possível prometer tudo. O que digo nesta candidatura é que a moção identifi-ca claramente os temas em que pretendemos concentrar-nos ao nível político. Assim, quando chegarmos a 2015, teremos um programa políti-co muito consistente, abrangente e determinante para resolver duas ou três questões centrais no distrito de Santarém. Não vamos prometer este

“A atual governação central tem sido um buraco negro”Portugal tem vivido momentos difíceis nos úl-timos anos. O atual Governo tem sido alvo de inúmeras polémicas e manifestações por parte dos portugueses. Perguntamos a António Ga-meiro como vê a atual ação governativa a nível nacional. A resposta não podia ser mais clara: «Um verdadeiro buraco negro na história de Por-tugal», assegura, lembrando que «tem sido feita muita propaganda política e têm sido ditas coi-sas que não são verdade. Basta ouvir o Primeiro--Ministro Pedro Passos Coelho, que diz que o universo empresarial e a economia estão mais fortes. Isso não corresponde à verdade. Que me-canismos de defesa e apoio existem atualmente para os empresários? Nenhuns! E o desemprego? Uma calamidade!»Mas será que esta postura de desinvestimento tem sido comum a outros setores? «Obviamen-te. Vemos um desinvestimento brutal em tudo o que está relacionado com a prestação de ser-viços às populações: encerramentos de serviços e um pensamento neoliberal encapotado sobre políticas públicas, sobre a atividade do Estado e sobre o papel deste na economia e na própria sociedade. Não tenho dúvidas, as pessoas foram esquecidas pelo atual Governo», salienta o nosso entrevistado.

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mundo e o outro porque depois não é possível cumprir. Mas posso garantir que nos vamos concentrar,e vamos empenhar a nossa pa-lavra no que tem e deve ser feito. E não iremos transigir enquanto essas bandeiras não estiverem realizadas. Não vamos fazer como outros, que prometeram tudo e mais alguma coisa e depois não concretizam nada. Vamos prometer pouco e fazer. Na eleição se-guinte vamos prometer um pouco mais e fazer. Fazer sempre de acordo com a nossa palavra, que é o que mais nos honra. E porque é que é assim? Porque hoje, em final de mandato, posso dizer que cumpri integralmente a minha moção de estratégia. Tudo o que prometi, cumpri!

Reforma Administrativa do Território, Saúde e Educação. Estes são os três temas centrais da sua moção. O que pretende exatamente em cada um deles? Ao nível da reforma do território, estamos a falar da regionalização. Esta é uma proposta já apresentada por António Jose Seguro e que me parece que deve ser concretizada pelo PS no plano nacional. Sendo executada, não faz sentido que as populações continuem a ser integralmente servidas por decisores políticos de Lisboa. A minha ideia é simples: é fazer uma reorganização administrativa

QUEM É ANTÓNIO RIBEIRO GAMEIRO

Nascido a 14 de agosto de 1970.Nacionalidade portuguesa.Reside em Pêras Ruivas, Ourém.

ATIVIDADE POLÍTICA:

• Militante e dirigente distrital e nacional da JS e do PS entre 1985 e 2014• Militante do PS desde 1990.• Eleito Deputado Municipal de Ourém, nos mandatos de 1997-2001, 2005-2009, 2009-1013 e 2013-2017• Eleito Vereador da Câmara Municipal de Ourém, no mandato de 2001-2005.• Coordenador-adjunto do Secretario Nacional para as Eleições Autárquicas de 1997, António José Seguro, entre janeiro 1996 e fevereiro de 1998.• Membro da Direção de Campanha do Dr. Manuel Alegre às Eleições Presidenciais de 2011.• Eleito Deputado à Assembleia da República, nos mandatos de 2005-2009, 2009-2011 e entre Maio de 2013 e Outubro de 2015• Presidente da Federação Distrital do PS de Santarém, em junho de 2012.• Membro do Grupo de Trabalho nomeado pelo atual Secretário-Geral do PS, para a “Reforma Fiscal e Sustentabilidade das Políticas Sociais”.• Coordenador no PS do LIPP – Grupo Finanças Públicas, 2012/2013.

“Acima de tudo um grande amor pelo PS Santarém, partido onde milito há 24 anos e onde percebi que posso fazer algo diferente. Ao longo destes dois anos, tentamos estar mais presentes no terreno, fazendo uma reestruturação do próprio partido a partir de dentro. Este trabalho é vasto e moroso e por isso é um trabalho que ainda não está totalmente concretizado. Além disso, quisemos dar visibilidade a um conjunto de iniciativas de cariz político de apoio às populações e corporações. Reunimos com dezenas de entidades e instituições com responsabilidades nos mais diversos campos de atuação para mostrarmos que o PS tem uma plataforma de preparação política dos diversos temas”

LIVROS:• O Controlo Parlamentar das Finanças Públicas em Portugal (1976-2002), 2004.• Jusprático- Laboral e Segurança Social 2010, 2010, em co-auto-ria com Prof. Dr. Luis Pereira.• Direito Internacional Público Contemporâneo e Relações Inter-nacionais I, 2011, em co-autoria com o Dr. Rui Januário.• JusFormulários de Processo Penal, 2012, em co-autoria com a Dra. Maria Isilda Ribeiro.• O Contrato de Compra e Venda e o Documento Particular Au-tenticado, 2012, em co-autoria com o Dr. Rui Januário.• O Papel dos Parlamentos Nacionais na União Europeia, 2012.• O Código do Trabalho e Legislação Complementar, em co-auto-ria com Prof. Dr. Luis Pereira, 2012.• Manual de Contabilidade para Juristas, em co-autoria com o Prof. Dr. Nuno Moita da Costa, 2013.• Manual de Teoria Geral - Introdução ao Estudo do Direito I, 2013, em co-autoria com o Dr. Rui Januário.

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de Saúde. Por fim, as questões da Educação. Te-mos de preparar mais uma geração de cidadãos e estes têm de estar ainda mais bem preparados que as atuais gerações. Logo, é vital que se façam reformas na área da Educação que a melhorem desde o pré-escolar ao ensino universitário. Mas não só! Temos que nos preocupar também com a formação de cidadãos. Não podemos achar que é só formar alunos. Isso é um erro crasso! Os pla-nos curriculares devem «olhar» para questões da cidadania, dos valores da República, da respon-sabilidade do poder e do exercício do mesmo em Portugal. Só assim será possível que as pessoas compreendam o seu verdadeiro papel na socieda-de e possam desenhar um projeto de vida dentro desses parâmetros da sociedade. Nós, no distrito de Santarém, queremos ter uma palavra a dizer sobre estes assuntos.

Nesta moção não há grandes objetivos do ponto de vista partidário. Porquê?É para nós muito claro que o essencial são os objetivos políticos para o distrito. Tal como o resto do país, o distrito precisa de uma mudança. A descrença e desconfiança na atividade política

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CANDIDATURA A LÍDER

dos serviços centralizados do Estado, assente no que temos de mais genuíno, ou seja, o poder au-tárquico. Temos 21 presidentes de câmara eleitos no distrito de Santarém e acreditamos que pode ser constituída uma região com os municípios do Médio Tejo, da Lezíria, do Oeste e talvez mais três ou quatro concelhos do distrito de Leiria, mais concretamente Leiria, Porto de Mós, Alco-baça e Batalha. Com esta junção faríamos uma grande região com cerca de 500 mil habitantes, onde emergiria o poder autárquico delegado nos nossos edis, que já estão eleitos e que já recebem o seu ordenado. Ou seja, não é necessário ter mais despesas. Além disso, eles próprios promoveriam a organização de um concelho coordenador da região que tomasse decisões. Acredito portan-to que deve existir um Governo de esquerda que olhe para este lado da necessidade de fazer aproximar as decisões das populações e dos seus problemas. Quem acham que conhece melhor os problemas locais? O presidente da autarquia ou algum organismo em Lisboa? Estas coisas são evidentes e importantes.

Mas não terá o PS, para que essa reorganização administrativa seja possível, de apresentar ideias muito claras sobre o que deve ser feito no distrito?Evidentemente. Esse olhar para o futuro só é possível dessa forma. Com clareza e transparên-cia. A Saúde é um tema central, que diz tudo so-bre a nossa sociedade e sobre a qualidade de vida que temos ou não. Portanto, julgo que o PS tem de fazer um enorme «finca-pé» na coordenação dos cuidados de saúde primários, cuidados hos-pitalares e continuados. Simultaneamente deve ser promovida uma complementaridade entre o Hospital de Santarém e o Grupo Hospitalar do Médio Tejo. Temos escassez de recursos e temos de os saber utilizar. E os transportes, embora possa não parecer, estão intimamente ligados à prestação de cuidados de Saúde. Como se faz o acesso à Saúde? Neste tema os municípios terão que se articular, pois o Estado não tem recursos suficientes para chegar tão próximo da malha urbana. Daí a necessidade de criar novas formas de acessibilidade para que as pessoas possam deslocar-se ao hospital e usufruir dos serviços

HABILITAÇÕES LITERÁRIAS E ACADÉMICAS:1995Licenciatura em Direito pela Universidade Internacional, com a classificação final de 14 valores.1995/96Curso de Pós-Graduação em Ciências Político-Administrativas pela Faculdade de Direito de Lisboa.1996/97Curso em Estudos Europeus da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, sob o título “A Revi-são do Tratado da União Europeia e experiências comparadas de integração”.1996/97Master em Estudos Europeus e Direitos Humanos pela Universidade Pontifícia de Salamanca, com a seguinte Dissertação: “A União Económica e Monetária versus o Federalismo Orçamental: O estruturo-grama do equilíbrio possível”2000/2001Curso de Pós-Graduação em Contabilidade, Gestão Orçamental e Finanças Públicas pelo Instituto Supe-rior de Gestão e Economia (ISEG).2001/2003Mestre em Administração e Políticas Públicas, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empre-sa, sobre “O controlo Parlamentar das Finanças Públicas 1976-2002”, com a classificação de Muito Bom aprovado por Unanimidade.2006/2011Doutor em Direito Constitucional na Faculdade de Direito da Universidade Complutense de Madrid, tendo defendido a Dissertação intitulada: “O Papel dos Parlamentos Nacionais na Construção da União Europeia”, que teve discussão pública dia 15 de Julho de 2011 e aprovada com “Sobressaliente”.

levou a que as pessoas recentrassem o seu pen-samento nos problemas que têm para solucionar. O que a moção defende são objetivos no sentido de resolver os problemas das pessoas e de poder reposicionar o PS como plataforma dessa mu-danç, uma plataforma em que os ribatejanos se revejam e verifiquem que é aqui que estão os me-lhores quadros, em quem podem depositar toda a sua confiança. Portanto, vamos trabalhar no sentido de definir objetivos eleitorais, sendo que o principal é que o PS tenha uma grande maio-ria absoluta para poder concretizar um programa político consistente, conciso e direcionado para resolver os problemas dos ribatejanos. O partido gere-se no dia a dia, reforma-se na continuidade do trabalho.

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BREVES

PORTOJÓIA 2014, de 25 a 28 de setembroEstando já na sua vigésima quinta edição, a PORTOJÓIA está de regresso à EXPONOR – Feira Internacional do Porto. De 25 a 28 de setembro, o setor da joalharia, ourivesaria e relojoaria tem encontro marcado nesta celebração das Bodas de Prata, que pretende recriar um ambiente pontuado por sobriedade e elegância, originando promissores contactos e negócios.Por outro lado, os compradores procuram estar presente neste evento para conhecer as tendências e novidades, para encontrar os seus fornecedores habituais e novos fornecedores, ou seja, para concretizar o mais importante momento de encomendas do ano.

Lisboa na Ruajá chegou Já começou no dia 21 de agosto e estende-se até 20 de setembro. O Festival “Lisboa na Rua”, com um programa repleto de música, cinema e instalações artísticas em espaços públicos e ao ar livre da capital, está aí. Parque das Conchas, Largo de São Carlos, Jardim do Arco do Cego, Largo da Severa, Praça José Fontana ou o Jardim das Esculturas do Museu do Chiado são alguns dos espaços que vão acolher a iniciativa. Ao longo destas semanas, as ruas da cidade serão animadas com iniciativas como Noites de Verão (concertos com selo da Filho Único), Clássicos na Rua (concertos de jazz, samba, blues e tango), Fitas na Rua (sessões de cinema ao ar livre, por vezes acompanhadas de música ao vivo), o Fuso (vídeo arte nos jardins), o Projeto Vicente ou as Noites de Verão no Museu do Chiado.

Primeiro Festival de Teatro em Português em MatosinhosDe Fernando Pessoa a Chico Buarque, passando por Ondjaki ou por Shakespeare. São estes alguns dos nomes do roteiro proposto para a primeira edição do festival de teatro “Cena Contemporânea de Matosinhos em Português”, que vai decorrer de 18 a 30 de setembro por iniciativa da Câmara Municipal de Matosinhos. Este evento incluirá uma dezena de espetáculos teatrais, mas também debates, concertos e uma exposição que homenageia a encenadora e atriz Fernanda Lapa, cuja carreira começou há 50 anos. Outro dos pontos altos da programação será o espetáculo de rua “Cidade Encantada”, um projeto que envolverá uma centena de participantes e ressuscitará algumas das lendas matosinhenses para comemorar os 500 anos do Foral do concelho.

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Decorria o ano de 1984, estávamos em pleno mês de setembro. Jorge Tadeu, seguindo o que o seu coração demanda-va, criou os primeiros alicerces daquilo

que hoje conhecemos como a Igreja Maná, uma grande comunidade cujo eco se faz ouvir nos quatro cantos do Mundo. Não caindo de modo algum no exagero, representantes dessas nações, chegaram, no passado dia 12 de agosto, a Lisboa, para mais uma Convenção de Fé, um momento de grande simbolismo que começou na noite do dia 12 com intervenções musicais dos KK Por-tugal que guiaram todos os presentes ao som do grande tema desta convenção: “Prosseguir para o alvo”. Este foi o momento para muitos dos con-vidados se levantarem dos seus lugares e junta-rem-se a esta banda, perto do palco. O Kepy e

o Nepy também marcaram presença, como não podia deixar de ser, para grande regozijo dos mais pequenos que subiram ao palco para conhecer de perto estes desenhos animados. Jorge Tadeu jun-tou-se à sua comunidade, inicialmente num ví-deo de receção que serviu como âncora para falar dos eventos passados, das conquistas diárias e dos passos para um futuro ainda melhor. “Como re-ceber instruções de Deus” foi o livro sobre o qual falou e cujo principal objetivo é ensinar a per-ceber e a decifrar sinais que Deus envia. Estava, assim, inaugurada a Convenção de Fé de 2014.“Em 30 anos aconteceram tantas coisas, foram imensos os momentos”, começou por dizer, em conversa com a Revista Pontos de Vista, Jorge Tadeu, Fundador e Presidente do Grupo Maná, instantes antes da Convenção de Fé começar.

“Terramoto espiritual”. Um pouco por toda a incomensurável comunidade que dá vida à Igreja Maná é exatamente disto que se trata. A Convenção de Fé, mais do que um momento de reencontro entre nações oriundas de todo o Mundo, assinala os 30 anos

desta grande família. Uma família que se reuniu, entre os dias 12 e 16 de agosto, em Santo Antão do Tojal, na Quinta da Ribeirinha, para falar do passado, relembrar momentos vividos juntos, mas, sobretudo, o objetivo aqui é outro. Com os olhos voltados para o futuro, Jorge Tadeu, Fundador e Presidente do Grupo Maná, abriu o caminho para o alvo, não fosse o grande lema deste encontro

precisamente esse: “Prosseguindo para o Alvo”. Social e economicamente, não há dúvidas de que este evento assume uma especial relevância. Foram milhares de pessoas, oriundas de vários cantos do país e de todo o Mundo, a deslocarem-se a esta freguesia

do concelho de Loures. O alvo, esse, será continuar, permanentemente, a falar de Deus e a encarar o futuro com determinação e esperança, no sentido de chegar e tocar um maior número de nações. A Revista Pontos de Vista esteve lá e conta-lhe como foi!

CONVENÇÃO DE FÉ 2014:um reencontro entre nações

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IGREJA MANÁ – 30 ANOS

Mensagens para Jorge Tadeu“Pode confiar em nós. Estamos juntos. Tem sido um bom líder, que nos ensinou e ensina muito, que nos deu uma visão e expetativa enormes. Pode, certamente, ter plena confiança em nós, como bispos, porque juntos vamos conquistar o Mundo”

Rui Pedro, Bispo de todo oContinente Africano

“Continue a ser o pai, o líder e um homem incan-sável. Para quem está junto dele, é preciso ter muita força de vontade para conseguir acompa-nhá-lo. É um homem que abdicou de toda a sua vida, apesar de ter um futuro brilhante na área da engenharia, para se dedicar em pleno à pre-gação do Evangelho. Hoje, somos o fruto desse esforço e dedicação. De hoje em diante, não va-mos ser apenas o que já somos. Vamos triplicar”

Joaquim Muanda, Bispo de Angola

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Num evento que não pretendeu apenas celebrar aquilo que foi feito, importava responder à ques-tão central que deu nome ao tema do certame: qual é, afinal, o alvo? “O alvo é abrir mais traba-lho, ajudar mais pessoas, ter mais missionários, fazer mais obra, ocupar mais rádios e televisões, crescer. Vamos sempre lembrar os passos que de-mos e tudo o que já alcançamos mas o objetivo é falar do futuro, dos nossos projetos e desafios”, afirmou Jorge Tadeu. E, no centro de tudo isto, com uma comunidade dispersa por mais de 80 países, como é que se consegue unir tantas pesso-as ao redor de um mesmo objetivo? O que motiva todos a seguirem o mesmo caminho, o mesmo

rumo? “Sendo de Deus tudo se consegue”, garan-tiu. Jorge Tadeu atribuiu o mérito à sua equipa, às pessoas que o rodeiam. “Consigo fazer muito mais porque tenho bons colaboradores, bispos nacionais e regionais que foram treinados e são da minha total confiança. Se assim não fosse, era impossível”, defendeu o responsável. Se, nos anos anteriores, a abertura era feita com o cenário de uma festa vistosa, com grande apa-rato visual e auditivo, para comemorar estes 30 anos de existência foram feitas outras opções. “Foi diferente. Quisemos fazer algo um pouco mais sério, com a transmissão de um retroativo do que fizemos e do que pretendemos ainda fa-zer. Falamos desses temas e, ao longo de todos os dias, cada um deles é tratado em profundi-dade”, partilhou Jorge Tadeu. Este será ainda o momento para apresentar algumas novidades, nomeadamente dois novos DVD’s. “Faz a tua opção. Em tempos de crise”, direcionado para um público mais adulto e que tem como ob-jetivo orientar cada um para a sua tomada de decisões. “Fazer filmes não é para entreter. É, sim, para levar recados, transmitir mensagens”, salientou Jorge Tadeu. Depois, para o público mais pequeno, chegam Kepy & Nepy, dois dese-nhos animados que prometem fazer as delícias das crianças. “A nossa aposta é também criar de-senhos animados para os mais novos, ensinando

conceitos de honestidade, moral e fidelidade. As escolas estão em crise e, por causa das dificulda-des financeiras, não pensam em muitos aspetos fundamentais. Mais do que ensinar matemática e sem menosprezar os estudos, importa desen-volver o caráter. Se não formos fortes no caráter, nunca vamos vencer na vida. Esta responsabili-dade é dos pais mas também é da Igreja. Lançar este DVD é, por isso, importante”, disse Jorge Tadeu. Por fim, e depois de várias solicitações nesse sentido, o já autor de muitos livros e ma-nuais de liderança, “parou no tempo” e escre-veu mais seis obras que estiveram disponíveis durante a convenção e cujas mensagens foram também partilhadas ao longo destes dias.Foram milhares as pessoas que se deslocaram a Santo Antão do Tojal e ouviram as palavras e os mais variados testemunhos. Mas, para aqueles que não conseguiram marcar presença, Jorge Ta-deu deixou uma mensagem. “Para todos aqueles que viram as nossas transmissões, hoje é mais do que evidente que temos de nos voltar para Deus e cada vez mais será assim. As pessoas construíram as suas vidas na areia. Quando surge uma tem-pestade, perdem tudo. Mas, a pessoa que constrói a sua casa na rocha vai bem fundo, às fundações. Construir a sua vida na rocha é andar ao lado de Deus”, concluiu Jorge Tadeu, o Apóstolo desta comunidade.

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Centros religiosos e de caridade no Mundo:Existem, atualmente, 9000 centros de cari-dade e religiosos, com 17 mil colaboradores, distribuídos pelo Mundo. Além da sede em Portugal, existem outras por todo o globo, no-meadamente: África do Sul (Sede de Rosetten-ville em Joanesburgo); Angola (sede Josafat do Golfe); Argentina (Sede de Buenos Aires); Brasil (sede de Ribeirão Preto); Cabo Verde (sede de Cabo Verde); Chile (sede de Los Andes); França (sede de Paris).

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“ESTA CONVENÇÃO É UM MARCO HISTÓRICO NAS NOSSAS VIDAS”

Para Rui Pedro, a Convenção de Fé é um mo-mento que acarreta grandes expetativas. Há 25 anos ligado à Igreja Maná, depois de ter abando-nado uma carreira promissora na área da medici-na dentária, para o Bispo de África, estes 30 anos de celebração representam uma vida, no fundo, a sua vida. “Se em 30 anos chegamos aqui, ima-gino o que ainda podemos fazer nos próximos. Temos muitas pessoas novas e os desafios são imensos. Hoje, estamos em várias nações. Es-tamos em praticamente todas as ilhas de Cabo Verde, temos cerca de 112 igrejas em São Tomé e Príncipe, estamos em Angola, Namíbia, Zâmbia, África do Sul, Moçambique, Botswana (apesar de ainda em pouca escala), Tanzânia, Congo, Quénia”, enumerou o responsável. Rui Pedro está implementado em Moçambique há cerca de 10 anos mas relembra o momento em que che-gou, como se fosse hoje. “Tínhamos duas igre-jas lá, hoje são cerca de 105. O nosso objetivo é mostrar ao povo que há uma forma diferente de viver. Eles sempre estiveram muito habituados a viver com tradições, com princípios que sempre aprenderam. A Igreja quer levar a verdade, quer transformar a vida das pessoas”, explicou. Nesta missão de “tocar” a população, além de ensinar o Evangelho, a Igreja Maná tem uma parceria con-tínua com instituições prisionais, com lares de idosos e escolas. No fundo, o intuito é também contribuir para toda a obra social num países com dificuldades. O mesmo acontece em Angola. Como nos re-velou Joaquim Muanda, Vice Presidente da Igreja Josafat neste país, através das igrejas, é

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IGREJA MANÁ – 30 ANOS

transmitido o Evangelho, mas o trabalho é bem mais do que esse. “Em termos sociais, estamos envolvidos com obras de alfabetização junto das comunidades mais carenciadas e apoiamos lares de idosos e infantários, levando roupa, alimentos e, sobretudo, esperança”, contou. Depois de 27 anos de guerra, Angola é, hoje, um país do futuro mas as dificuldades inerentes a um processo de reconstrução são notórias. “Além desse processo de reconstrução nacional, é necessário haver uma reconciliação entre irmãos porque foram irmãos da mesma terra, da mesma pátria, que lutaram em lados opostos. A paz não significa apenas o calar de águas. É a pacificação do espírito e do Homem. A Igreja tem precisamente esse papel. Vai construir dentro da comunidade angolana um novo Homem, voltado para o bem, para a paz

Novidades apresentadas

FAZ A TUA OPÇÃO (EM TEMPOS DE CRISE)Trata-se do mais recente filme das Produções Maná. Nesta convenção foi possível, para os interessados, adquirir o DVD que promete “mudar a vida de muitas pessoas”. Sinopse: “Dois amigos, Luís Miguel e Roberto, traba-lham como serralheiros numa empresa que está prestes a falir. Um dia as suas vidas mu-dam. A empresa abre falência e eles são des-pedidos. As dificuldades começam a apertar, até que cada um deles consegue uma opor-tunidade de emprego: Luís Miguel consegue um trabalho com um conhecido da sua família que se encontra na Grécia e Roberto conse-gue um emprego num supermercado. Ambos passam peripécias e a ambos é mostrado um caminho diferente. E agora? Que opção cada um irá tomar? E que consequências isso terá na vida de cada um?”

KEPY & NEPY: NASCIDOS PARA UMPROPÓSITO (DESENHOS ANIMADOS)Através deste DVD, os mais pequenos podem aprender mais sobre Deus. Sinopse: “Kepy & Nepy vão ter que ajudar a pequena Ana a so-lucionar um problema. Ela vai ter que enfren-tar um colega malvado que vive a perturbá-la e ainda descobrir o seu talento. Kepy & Nepy vão ensinar através de princípios bíblicos que todos nós nascemos com um propósito. Mas, qual será este propósito? E será que Ana vai conseguir solucionar os seus problemas?

LIVROS DA AUTORIA DE JORGE TADEUDepois de algumas solicitações, Jorge Tadeu dedicou parte do seu tempo à escrita de uma série de obras, nomeadamente: Como receber instruções de Deus; Redimidos da Maldição; Usos e Costumes; Atributos que movem Deus; O que Jesus veio fazer à Terra? e 7 passos para castigar o diabo.

“Este é um grande acontecimento, sem dúvida. Mais do que um ato religioso, há um poder no batismo nas águas, uma entrega das vidas a Jesus. Há muita gente que testemunha e diz mesmo que as suas vidas mudaram. É, no fundo, um ato que se vê mas que simboliza algo que não se vê porque a grande mudança acontece cá dentro”

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e para a família. Unidos, de mãos dadas, vamos ajudar Angola a crescer”, defendeu Joaquim Muanda. Daí também a extrema importância deste encontro entre nações, materializado na Convenção de Fé. “Esta con-venção é um marco histórico nas nossas vidas. São 30 anos, é um hemi-ciclo. Há 30 anos, um único homem começou a salvar as almas perdidas. Hoje somos milhares de pessoas. É uma celebração mas é também um momento de reflexão”, concluiu Joaquim Muanda.

PRINCIPAIS MOMENTOS DA CONVENÇÃOAlém de todos os momentos musicais e das atividades desportivas e lú-dicas que preencheram o dia a dia dos presentes, a Convenção de Fé foi também um momento de aconselhamento, de transmissão de mensagens e de linhas de atuação. Joaquim Muanda (Bispo de Angola), dedicando a sua intervenção aos Grupos Familiares, deu o seu testemunho no segun-do dia da convenção e a ele se juntou, da parte da tarde, Gerson (Bispo de São Tomé), num seminário sobre Media. No dia seguinte a família esteve no centro com a transmissão do conhecimento e experiência de Christel Tadeu. Na sexta feira, dia 15 de agosto, Domingos Costa falou da importância da Evangelização e, durante a tarde, Rui Pedro, Bispo de todo o Continente Africano, teve a palavra, dedicando o seu discurso à relevância cada vez mais presente das missões e, sobretudo, ao papel de cada um no desenvolvimento desse mesmo trabalho. Não retirando importância a todos estes momentos, o ponto mais alto da convenção surgiu no último dia, com o esperado Batismo nas Águas, considerado por muitos como um “momento de mudança”. “Este é um grande acontecimento, sem dúvida. Mais do que um ato religioso, há um poder no batismo nas águas, uma entrega das vidas a Jesus. Há muita gente que testemunha e diz mesmo que as suas vidas mudaram. É, no fundo, um ato que se vê mas que simboliza algo que não se vê porque a grande mudança acontece cá dentro”, descreveu Jorge Tadeu. Uma mu-dança que a Igreja Maná quer continuar a implementar, pelos 80 países onde está hoje presente mas o objetivo é continuar a prosseguir para o alvo, conquistando muitos mais. Os dados estão lançados e Jorge Tadeu acredita na sua comunidade para que todos os planos partilhados neste evento se tornem numa realidade muito presente. Como disse Joaquim Muanda, “não queremos apenas 30 anos. Queremos 60, 90, 120”.

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O inesquecível e arrebatador monumento erigido a Armamar, Capital da Maçã de Montanha na entrada sul da vila dá as boas vindas a quem chega a um

destino que se tem afirmado como uma alter-nativa à tradicional oferta turística massificada. Foi acompanhando esta tendência que há cerca de dois anos e meio um núcleo familiar, de ra-ízes ligadas ao ramo da saúde, e tendo já à sua responsabilidade a gestão de uma farmácia local, aproveitou a casa de arquitetura ímpar que nos remonta ao primeiro quartel do século XX, e abraçou um novo desafio. A Casa da Farmácia, em granito e madeira, foi totalmente recuperada, tendo sempre em mente a preservação da traça original. No fundo, pretendia-se criar um espaço contemporâneo, com uma decoração moderna, mantendo a raiz do edifício, ainda hoje presen-te nas paredes. Depois de atravessar o centro da vila, decorada com flores nas casas e que apela ao

espírito simpático e acolhedor da sua população, a Revista Pontos de Vista foi recebida por José Andrade, que nos abriu as portas daquela que é também a sua casa, não fosse este um dos requi-sitos do Turismo de Habitação. Situada em pleno centro histórico da vila, repleto de transeuntes, ao atravessar o imponente portão, não é essa a ideia que fica. “Apesar da Casa da Farmácia estar bem no centro, a entrada é feita a partir de uma rua antiga de acesso ao centro da vila. No fundo, dá a sensação que estamos a entrar pelas traseiras da vila mas continuamos no centro. Além disso, o facto de estarmos aqui loca-lizados dá a segurança de nos encontrarmos num centro mas, no interior, dá a sensação que se está num espaço rural, com a tranquilidade e o convite ao relaxamento”, explicou o responsável. E de que forma um espaço que conquistou no ano passado o “Best Choice Traveller” do TripAdvisor e que está atualmente no “booking.com” com a melhor

avaliação do Douro (9.6), se tem diferen-ciado dos demais? Sem dúvida que este reco-nhecimento público é um chamariz incomen-surável mas o mérito é desta equipa. “Além das avaliações e do prémio, a Casa da Farmácia tem conseguido cati-var turistas, nacionais e estrangeiros, pelo cuidado que tem com os seus hóspedes. Que-remos sempre saber o que é que ele pretende e, para fugir à oferta dos hotéis mais con-vencionais, implemen-tamos roteiros em que tentamos responder a qualquer interesse. Sugerimos desde pas-sagens por miradouros, por quintas mais fami-liares, e aqui optamos por fugir a quintas de turismo massivo, visi-tas a vilas medievais e vinhateiras, descida ao rio, cruzeiros curtos. Queremos saber o que o hóspede quer”, expli-cou José Andrade. De igual modo na cozinha essa é uma garantia

É mesmo no coração do Douro, na vila de Armamar, a “terra de emoções”, que podemos encontrar “o melhor remédio para o seu descanso”, não fosse este o grande lema da Casa da Farmácia, uma unidade de Turismo de Habitação, constituída há cerca de dois

anos e meio por um núcleo familiar em nada ligado à área do turismo. Atravessando um estonteante portão, o hóspede é convidado a fugir à agitação da cidade e entrar num espaço totalmente recatado. Uma garantia é dada: história, cultura e arte unem-se para o

convidar a um memorável momento de relaxamento.

“O MELHOR REMÉDIOpara o seu descanso”

deixada. Uma cozinha também ela da responsa-bilidade do nosso entrevistado que, evitando as características dos restaurantes locais, tem explo-rado o intenso mundo da cozinha experimental. Estando localizada numa vila que tem tudo para conseguir impulsionar a sua vertente turística, desde o património, às paisagens sobre o Rio Douro, até à excecional gastronomia, não fosse Armamar conhecida como a Capital da Maçã de Montanha e do Cabrito, a Casa da Farmácia tem importantes projetos em mente. Continu-ar a conquistar o reconhecimento dos hóspedes relativamente à qualidade do serviço prestado e divulgar o nome da Casa da Farmácia dentro e fora do país são os principais objetivos. Mas José Andrade vai ainda mais além, convidando-o a ir a Armamar e a atravessar o sumptuoso portão, tão reconhecido pela comunidade local: “acredi-to que este seja um dos melhores espaços para fugir à rotina, à agitação das cidades, conhecen-do a natureza do Douro, um dos poucos locais onde o Homem mexe e não estraga. Usufrua de um espaço que tem o máximo de cuidado com os seus hóspedes, quer seja numa estadia de uma noite ou mais. Damos sempre o melhor de nós”, concluiu José Andrade.

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TURISMO NO DOURO

Conheça os espaços da Casa da Farmácia:- 10 suites com aquecimento central e ar condicionado;- Sala de pequenos almoços e jantares;- Espaço de leitura, computador para uso de hóspedes e internet wireless gratuita;- Sala de lazer com mesa de jogos, jogos de consola, TV plasma, canais cabo e música;- Bar para degustação de fumados da região e vinhos do Douro;- Pátio para relaxar, comer refeições ligeiras e tapas regionais.

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Recentemente assistiram-se a profundas mudanças no seio da empresa. De FCC Logística, um dos prin-cipais e mais reconhecidos operadores logísticos a nível nacional apresentou um novo nome: Logiters. A empresa começa agora uma nova etapa. O que se pode esperar?A mudança de nome surge na sequência da alte-ração da estrutura acionista. Com o “corte” com o Grupo FCC, a Logiters tornou-se uma empresa mais independente, mais flexível e com maior capa-cidade de adaptação às mudanças que os setores em que atua nos tem exigido. A Logiters apresenta-se como um operador logís-tico ibérico de referência, e orgulha-se de ao longo dos vários anos em que presta serviços em Portugal e Espanha ter construído uma sólida base de clien-tes e com perspetivas de crescimento. A estratégia comercial mantém-se: crescer sustentadamente e oferecer serviços de valor diferenciados, que per-mitam manter a posição de liderança, nomeada-mente enquanto prestador de serviços de logística a empresas farmacêuticas.

Com o intuito de alcançarem uma posição mais competitiva no mercado e um crescimento susten-tável, que estratégias estão a ser delineadas?Como já referido, a oferta de serviços de valor acrescentado, a adoção de medidas de qualidade contínua, a garantia dos standards de qualidade e do cumprimento, até por antecipação, das novas Guidelines de Boas Práticas de Distribuição de Medicamentos, a par de uma aposta contínua em recursos humanos de qualidade. Adicionalmente, foram efetuadas algumas reorganizações internas de modo a flexibilizar processos e recursos.

A Logiters Logística S.A. gere, no momento atual, em toda a Península Ibérica, um total de 750 mil m² em mais de 50 centros operativos. Com este novo projeto empresarial, estes números vão mudar?Alterações deste nível não estão diretamente rela-cionadas com a alteração organizacional efetuada na Logiters, mas serão tomadas à medida das ne-cessidades dos clientes (atuais e futuros) e com o decorrer do negócio ibérico.

Quando se fala em inovação e originalidade, em que medida estas são características presentes no ADN da empresa? De que forma têm conseguido ser únicos na vossa atividade?Exatamente por se posicionar em ser mais do que um operador logístico “puro”, a Logiters estabelece verdadeiras relações de parceria com os seus Clien-tes, muitas vezes desenhando em conjunto novas soluções, novos serviços, novos processos, estando sempre disponíveis para investir. Adicionalmente dispõe de uma Direção de Inovação, que garante a constante procura de soluções mais ágeis, otimiza-

das, inovadoras, que permitam agilizar processos e prestar um serviço de qualidade.

Atuando em setores tão díspares, como o automo-tive, grande consumo, saúde ou eletrodomésticos, qual é, atualmente, a representatividade da Logi-ters Logística S.A. ao nível do setor farmacêutico?A Logiters é líder na prestação de serviços de logís-tica a empresas do setor farmacêutico. Desde 1998, ano em que obteve a primeira autorização do IN-FARMED, tem vindo a crescer sustentadamente, tendo neste momento a responsabilidade de gerir as operações de 20 clientes, a maioria dos quais mul-tinacionais e líderes nos mercados em que atuam.

Com mais de 17 anos de experiência no setor farma-cêutico, a empresa quer continuar a aprofundar a sua estratégia de especialização. Que estratégia é esta?É efetivamente um dos sectores chave da Logiters, daí a forte aposta em infraestruturas, tecnologia e recursos. Em junho de 2009 centralizou as opera-ções farmacêuticas, que estavam divididas por dois centros logísticos, num único armazém com 20.200 m2, instalações de topo, construídas à medida e com elevados requisitos de qualidade e segurança. Em 2010, foi instalado um sistema automatizado de preparação de pedidos, desenhado pela KNAPP em exclusivo para a Logiters e incorporando todas as necessidades e particularidades de cada cliente. A Logiters tem participado em projetos ibéricos de otimização de recursos / processos, seguindo a filosofia lean, em todas as áreas operacionais: rece-ção, preparação e, em breve, expedição. Por outro lado, desde que a nova Guideline das Boas Práticas de Distribuição foi publicada, mesmo antes da sua transposição para Portugal, foi efetuada uma aná-lise exaustiva da mesma e da sua implicação prática na operação e dos seus clientes, tendo identificado e já implementado as alterações necessárias ao seu cumprimento.

Com instalações especializadas em Espanha e Por-tugal, devidamente equipadas, as operações da Lo-giters estão certificadas pelos órgãos oficiais com-petentes. Ao trabalhar neste setor, que cuidados fazem questão de ter como garante da qualidade do vosso serviço?O setor farmacêutico é bastante regulado, pelo que no imediato é necessário garantir o cumprimento da legislação em vigor em cada país. Em paralelo, os requisitos de cada cliente, de qualidade, de se-gurança, ao nível de processos operacionais, estão no centro das operações e de tudo o que a Logiters desenvolve. A adoção de um sistema rigoroso de monitorização de KPIs nas várias áreas da empre-sa leva a que quaisquer desvios sejam devidamente analisados, documentados e corrigidos, na sequên-cia do sistema de change control implementado.

Afastando-se do Grupo FCC, a Logiters tornou-se mais independente, flexível e ainda mais apta a responder às exigências dos setores com os quais trabalha. Ao longo de vários anos, a empresa orgulha-se de ter criado uma relação sólida com os seus clientes, sendo, hoje, um operador logístico ibérico de reconhecido mérito. A atuar no setor farmacêutico há mais de 17 anos, a Logiters pretende

continuar a apostar em infraestruturas, tecnologias e recursos, tal como salientou Joana Pires da Conceição, Commercial & Customer Service Manager e Pharma BU na Logiters.

UM OPERADOR LOGÍSTICO ibérico de referência

Na sua opinião, quais são os principais desafios que se colocam atualmente ao setor farmacêutico por-tuguês e de que forma os mesmos se refletem no medicamento e na saúde pública?O principal desafio da indústria está relacionado com a diminuição das margens, sem que tal tenha impac-to na qualidade do produto/serviço disponibilizado. As empresas têm de se centrar em ser cada vez mais produtivas, flexíveis, criando fatores de competitivi-dade inovadores, que lhes permitam criar valor.

A estratégia deste Governo para a saúde tem sido focada nos cortes, principalmente onde é mais fácil cortar. O setor do medicamento é o ‘alvo fácil’ para a contenção da despesa pública?Poderá ser considerado um alvo fácil pois traduz um impacto imediato na despesa pública, sem um esforço de investimento com retorno apenas a mé-dio/longo prazo. No entanto, esses cortes devem ser bem ponderados dada a “sensibilidade” deste setor a nível social. Tem havido alguma preocupação por parte das entidades governamentais neste sentido, mas caberá também a cada organização/entidade pública saber gerir de forma racional os recursos, tendo em conta essa conjuntura.

De um modo geral, o que é que esta empresa tem feito de modo a enfrentar os grandes desafios que se têm colocado à indústria farmacêutica?A Logiters tem-se adaptado aos novos modelos e es-tratégias de negócio adotadas pelos clientes, com en-foque na otimização e controlo de custos, garantindo uma elevada qualidade de serviço. Proativamente a Logiters tem também tomado medidas que permi-tem uma maior flexibilidade de recursos técnicos e humanos, assegurando a variabilidade dos custos, fa-tor de competitividade para quem está neste negócio.

O que podemos continuar a esperar da atuação da Logiters?Uma forte presença no mercado, liderando de for-ma sustentada e economicamente viável este setor, garantindo inovação e qualidade de serviço, a custos competitivos.

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LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃOFARMACÊUTICA

Interior do Centro Logístico Farmacêutico e do automatismo de preparação de pedidos

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Foi difícil gerir a alteração brusca que se deu no setor farmacêutico depois de 2008. Por essa razão, e de acordo com os dados da Associação Nacional de Farmácias, na

maioria dos distritos portugueses, as insolvências e acções de penhora ultrapassam 10% das Farmá-cias. A rentabilidade das mesmas foi tão atingida nos últimos anos que os especialistas afirmam que dificilmente voltará, alguma vez, a ser um setor semelhante aquele que tínhamos antes de a crise rebentar. Opinião que é partilhada pelo Administrador da Lopha, Henrique de Matos.“Em Portugal, o setor da Farmácia sempre fun-cionou bem, nas várias etapas, desde o fabricante, aos armazenistas que têm um papel preponde-rante na entrega e disponibilidade dos produtos e claro às próprias Farmácias, que sendo a ponta fi-nal da cadeia de abastecimento e a linha da frente no contacto com o utente sempre privilegiaram este contacto, disponibilizando produtos e servi-ços ao utente numa ótica de just-in-time. Infeliz-mente a conjuntura económica fez com que essa realidade tivesse que mudar e a Lopha pretende ser um dos agentes para que se regresse a essa época em que a Farmácia tinha sempre os me-dicamentos disponíveis para o utente. Mais do que isso, a Farmácia presta um serviço excelente de aconselhamento farmacêutico através de um capital humano de excelência, que sabe aconse-lhar o utente e satisfazê-lo nas suas necessidades. Ainda que tenha consciência que não será pos-sível fazer o setor regressar exactamente aquilo

que era antes, queremos fazer o possível para que se aproxime ao máximo desses tempos”, garante.Com as políticas introduzidas nos últimos anos, a disponibilidade financeira das Farmácias é cada vez menor e a necessidade de um novo caminho cada vez mais clara!“Como sabemos, houve necessidade da parte do Estado em reduzir as despesas públicas nesta área, como resultado do compromisso estabeleci-do com a Tróika. Uma das formas foi pela redu-ção do preço de referência. Quem fixa o preço do medicamento é o Estado e, por isso, há estados membros da UE em que o mesmo medicamento, do mesmo laboratório, tem um preço completa-mente diferente – depende do nível de vida da população e da própria situação política do país. Obviamente que se baixamos o PVP menor será

A atual política do medicamento, assente em alguns pontos principais como a redução geral dos preços e a revisão do sistema de comparticipação, tem tido reflexos negativos no setor para os quais é necessário encontrar uma solução. É na busca da resolução

para este problema que surge em 2012 a Lopha. Mais do que uma empresa de logística farmacêutica, esta empresa da Charneca da Caparica pode ser classificada como uma central de negócios. Saiba em que consistem estas entidades!

CENTRAIS DE NEGÓCIOS:a solução para a competitividade

das Farmácias

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LOGÍSTICA E DISTRIBUIÇÃOFARMACÊUTICA

“As Farmácias que têm apostado na Lopha percebem que fazemos algo de bom para elas, para que consigam ser melhores em termos económico e financeiro e de variedade do produto. O objetivo tem que ser exatamente fazer com que percebam que a nossa estratégia é em prol das Farmácias, para que consigam a maior rentabilidade com o menor investimento em stock e os nossos clientes felizmente têm percebido”

“A Lopha deu uma resposta a isto, juntando encomendas de várias Farmácias, para comprar diretamente ao laboratório em maiores quantidades e obter esses mesmos descontos. Desta forma, oferece às Farmácias melhores condições que as mesmas sozinhas não conseguiriam”

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a margem das Farmácias e da distribuição. Para além disso, o Estado decidiu colocar margens re-gressivas no setor, o que diminui a margem de lucro das Farmácias e distribuidores. Para além das medidas governamentais, temos que ver tam-bém que houve uma crise financeira em Portugal a partir de 2008, que afetou todos os setores e este não foi excepção. Trata-se de um setor que movimenta um elevado cash flow, concentrado em 3 mil Farmácias e em termos de grandes ar-mazenistas apenas 7 ou 8 nível nacional. Nessa altura, a banca começou, entre outras coisas, a reduzir os limites de créditos, e isso levou ao as-fixiar de muitos armazenistas e Farmácias”, enu-mera Henrique de Matos.

“A NOSSA ESTRATÉGIAÉ EM PROL DAS FARMÁCIAS”

Neste cenário, a Lopha compromete-se a tornar as Farmácias mais competitivas pela redução da despesa das mesmas na compra dos produtos. Numa altura em que as Farmácias se deparam com dificuldades na aquisição dos medicamen-tos e que as próprias empresas de distribuição estão a sofrer aquilo que podemos chamar de “Síndrome de Sandwich”, completamente pres-sionadas pelos clientes na busca de melhores condições comerciais e financeiras, a sustenta-bilidade do setor passa por uma reestruturação do mesmo e pela busca de novos caminhos e soluções. As centrais de negócios são uma des-sas soluções!Estas direccionam-se para a busca de soluções e resultados colectivos, pela ampliação dos canais de comercialização, a otimização de produtos e serviços e pela redução de custos na aquisição dos produtos através de sistemas de compra em grupo.“A Lopha surgiu em 2012 com o intuito de ser uma central de compras para as Farmácias, ou seja, como as Farmácias têm menos tesouraria disponível para fazer os investimentos no seu stock, não conseguem atingir escalões que lhes dão acesso a grandes descontos financeiros ou comerciais dos fabricantes. A Lopha deu uma resposta a isto, juntando encomendas de várias Farmácias, para comprar diretamente ao labora-

tório em maiores quantidades e obter esses mes-mos descontos. Desta forma, oferece às Farmá-cias melhores condições que as mesmas sozinhas não conseguiriam”, explica Henrique de Matos.O modelo de base de um processo como este é o associativismo. Isoladamente as Farmácias, com tesourarias bastante debilitadas, não são capazes de encomendar quantidades suficientes para te-rem acesso a descontos e se tornarem mais com-petitivas. Se os pedidos forem feitos conjunta-mente para mais Farmácias, as quantidades são maiores e como tal as condições mais favoráveis. O resultado tem sido positivo e Henrique de Matos orgulha-se porque “as Farmácias que têm apostado na Lopha percebem que fazemos algo de bom para elas, para que consigam ser melhores

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em termos económico e financeiro e de variedade do produto. O objetivo tem que ser exatamente fazer com que percebam que a nossa estratégia é em prol das Farmácias, para que consigam a maior rentabilidade com o menor investimento em stock e os nossos clientes felizmente têm percebido. Como tal, têm ajudado também a Lo-pha a crescer e a apostar em alguns produtos que inicialmente não apostava. Elas facultam as suas necessidades e nós, a partir dessas indicações, ne-gociamos com os laboratórios”.A Lopha já está também a exportar para os PA-LOP, sempre com autorização dos Laboratórios. “São os Laboratórios que dão as condições para fazer a exportação. Os Laboratórios são nossos parceiros”, conclui o administrador da empresa.

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O sucesso da MMC World na Rússia despertou a atenção de outros em-presários que pediram apoio a Sónia Marques Mendes, alguém com o know

how e a experiência suficiente para colocar outros produtos made in Portugal neste mercado. É as-sim que surge a Porto Union, uma união de pro-dutores portugueses, de modo a apresentarem-se sob um rótulo comum além-fronteiras - inicial-mente no mercado russo, mas de há alguns meses para cá, também no Brasil. A próxima etapa será partir com esta união das mais “saborosas” marcas de Portugal para os países Árabes. O limite é o céu, quem o diz é esta bem sucedida empresária, a dar cartas no mundo dos negócios em Portugal e nos quatro cantos do globo.A Indústria da Carnes do Minho (ICM), que faz parte do Grupo Primor, foi a primeira empresa a ser representada pela MMC World na Rússia. No primeiro ano em que exportaram carne con-gelada portuguesa para este mercado atingiram imediatamente quatro milhões de euros em ven-das. Valor que não tem parado de crescer! “Co-meçou quase por brincadeira, tentar levar carne portuguesa para a Rússia e resultou. Os russos adoraram a nossa carne”, afirma.Levar os produtos portugueses para a Rússia só é uma missão bem sucedida se a imagem de Portugal for bem divulgada no país. Ciente dis-so, Sónia Marques Mendes decidiu realizar uma espécie de festival para promover os produtos nacionais e como Portugal é também a sua cul-tura, as suas tradições, as suas músicas… convi-dou a fadista Mariza a estar presente no certame. O fado deu assim voz à promoção dos produtos portugueses na Rússia. Se a MMC World foi “o pilar de tudo”, a Porto Union está a ser “uma aventura fantástica” para toda a equipa. O receio inicial deu lugar a um desejo de partir para tantos outros mercados, com uma marca que engloba alguns dos produtos com melhor qualidade e re-putação no nosso país, apresentando a verdadeira celebração do paladar português. “Tivemos algum receio inicialmente, não por duvidarmos da qualidade, porque isso sabemos que todos os produtos selecionados têm, mas pela questão do preço. São produtos de uma gama alta e portanto temos que concorrer pela qualidade! Os resultados têm sido formidáveis. Já estamos nas grandes cadeias russas e a empresa tem crescido exponencialmente. Como tal, esta-mos também, neste momento, a colocar os nossos produtos no Brasil, um mercado que conhecemos muito bem e no qual já se podem encontrar, em

algumas superfícies comerciais, as nossas massas milanesa e o azeite porto union. Com as carnes da MMC World estamos também a apostar, nes-te momento, na China. Para os produtos portu-gueses, o mercado chinês não é tão viável porque há muita concorrência a nível de preços e na Chi-na dão muito valor ao preço. A aposta da Porto Union tem que ser pela qualidade, pela imagem e, portanto, nos mercados que começam a des-pertar para isso. É por esse motivo que a próxima aposta serão os países árabes. Depois disso não há limites e o nosso objetivo é infinito”.Até 2018 estima-se que a Rússia possa ser o maior mercado de consumo da Europa. O país assiste a um crescimento muito rápido e, com o aumento do poder de compra, cresce também o consumo de bens alimentares. Para além dis-so, os consumidores russos são cada vez mais exigentes. Outro ponto a favor das empresas nacionais que ambicionam entrar neste mer-cado são, naturalmente, os Golden Visa. Uma espécie de cartão de vista para Portugal, Sónia Marques Mendes acredita que este programa é de extrema importância “por divulgar a imagem do país”. Por essa razão defende também que o mesmo deve ser alargado.Apesar de a Rússia não ser um país fácil de en-trar, pela cultura, pela língua ou pelas questões burocráticas, esta empresária soube como nin-guém adaptar-se a ele e não poupa elogios aos clientes russos. O mesmo se aplica à equipa com a qual trabalha. “Temos uma área comercial bas-tante eficaz e uma forma muito particular de li-dar com o cliente. Na Rússia é preciso conquistar a confiança do cliente e isso não foi para nós uma grande dificuldade porque, ainda que no início não nos conhecessem, rapidamente se apercebe-ram que esta é uma empresa em que podem con-fiar, que cumpre com datas, com as encomendas, com os embarques. Depois, o meio empresarial na Rússia, e até a nível mundial, nesta área, é pequeno e, portanto, tão facilmente se consegue chegar ao topo como um falha apenas pode dei-tar tudo a perder”.Por isso deixa um conselho aos empresários que tencionam exportar para a Rússia: “ir muito bem preparados porque, se fizerem algo de errado, não mancham apenas a imagem da empresa, mas também a imagem de Portugal, que tem habitu-ado os russos a um certo padrão de qualidade”.Qualidade tal que o azeite da Porto Union, Me-diterraneam Olive Oil, brilhou no programa televisivo Zhit Zdorobo, em português Viver Saudavelmente, do principal canal de televisão

Espalhada por mais de 35 países e quatro continentes é, no entanto, para a Rússia que a MMC World tem direcionado a maior parte da sua atenção, exportando carne dos maiores e mais conhecidos produtores da América Latina. O volume de negócios para este mercado é superior aos cem milhões de euros. “A Rússia pelas suas condições climatéricas tem carências a este nível o que obriga

a importar bastante e portanto é um mercado alvo para nós”, explica a Diretora do Grupo, Sónia Marques Mendes. Para além disso, é um país com cerca de 143 milhões de habitantes o que o torna atrativo para qualquer empresa exportadora. Por essa razão, foi

desenvolvido o projeto Porto Union que engloba conhecidas marcas nacionais do ramo alimentar como a Primor, a Sovena, a Dan Cake, a Vieira de Castro, a Sumol+Compal, os vinhos José Maria da Fonseca e a Cerealis.

O SUCESSOnacional na Rússia

da Rússia, ORT, tendo sido eleito, entre tantos outros, como o melhor azeite para a saúde.Relativamente às notícias recentes, as quais da-vam conta que o embargo da Rússia poderia atingir 70 empresas portuguesas, Sónia Marques Mendes garante que a Porto Union não sairá afe-tada nem, naturalmente, a MMC cujos produtos são oriundos da América Latina e, portanto, nada têm a ver com esta decisão do governo russo de embargar totalmente e pelo período de um ano a importação de alimentos da União Europeia e dos Estados Unidos. Esta é a resposta de Mos-covo ao endurecimento das sanções ocidentais depois da crise ucraniana.

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INTERNACIONALIZAÇÃO E VALOR

Sónia Marques Mendes

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Мы работаем с крупными сетями, компания переживает экспоненциальный рост. В то же время мы предлагаем свои продукты на хорошо знакомом нам рынке Бразилии; в супермаркетах уже продаются некоторые продукты Porto Union, например, макароны milanesa, оливковое масло». Также сегодня MMC World пытается закрепиться со своей мясной продукцией на рынке Китая. Португальским продуктам здесь не очень просто из-за высокой ценовой конкуренции, ведь китайский рынок очень чувствителен к ценам. В центре внимания MMC World стоит качество и имидж, и рынки начинают к этому привыкать. Поэтому следующая ставка будет сделана на страны Арабского мира. В конце концов, нет пределов совершенству». Согласно подсчетам, к 2018 году Россия может стать самым большим потребительским рынком мира. Страна переживает очень бурный рост, растет покупательская способность, увеличивается потребление продуктов питания. Помимо этого, российские покупатели становятся более требовательными. Другим благоприятным моментом для национальных компаний, решившихся проникнуть на этот рынок, является, конечно, программа Золотая виза. Это как «визитная карточка Португалии, имеющая первостепенное значение для раскрытия имиджа нашей страны», по словам Сони Маркеш Мендеш. Поэтому действие программы должно быть продлено.Хотя бизнес в России непростая задача, с точки зрения языка, культуры, бюрократических трудностей, бизнес-леди смогла к нему приспособиться и крайне высоко ценит российских потребителей. То же относится и к команде, с которой она работает. «У нас очень эффективная коммерческая область, и свой особенный способ взаимодействия с заказчиками. У нас не возникло слишком больших сложностей; несмотря на то, что сначала они не знали нас, но быстро поняли, что мы являемся компанией, которой они могут доверять, всегда соблюдающей сроки и условия поставок. В сущности, торговый мир России и даже всего мира достаточно тесен, и поэтому, достаточно легко добиться успеха, в то время как ошибки могут привести к полному краху». Итак, что можно посоветовать предпринимателям, собирающимся экспортировать свою продукцию в Россию: «вы должны быть очень

Успех MMC World в России привлек внимание других предпринимателей, которые обратились за поддержкой к Соне Маркеш Мендеш, обладающей

опытом, необходимым для ввода на рынок продуктов, произведенных в Португалии. Таким образом, было создано объединение португальских производителей Porto Union, пожелавших выступать под единой торговой маркой, первоначально предлагая свои продукты в России, а затем и в Бразилии. Следующим шагом этого союза становится представление самых «вкусных» брендов Португалии в ОАЭ. Добившись успеха в Португалии, и собираясь показать себя всему миру, эта бизнес-леди не видит перед собой никаких преград, кроме неба.Мясное производство Minho (ICM), входящее в Primor Group, было первой компанией, представленной группой MMC World в России. Уже в первый год экспортирования замороженной свинины на этот рынок объем продаж достиг 4 млн. евро. И объемы продолжали расти! «Все началось практически с шуточного предложения продавать португальское мясо в России. И это сработало. Россияне полюбили наше мясо». Для успеха миссии представить России наши продукты было необходимо познакомить россиян с нашей страной. Понимая это, Соня Маркеш Мендеш решила провести что-то вроде праздника, представляющего национальные продукты, традиции и культуру Португалии. В событии приняла участие популярная португальская певица Mariza, исполняющая фаду. Таким образом, продвижение португальской продукции в России проходило под чарующие звуки фаду. Если MMC World был нашим «краеугольным камнем», Porto Union стал «фантастическим приключением» для всей группы. Первоначальный страх отступил перед желанием продвинуться на многие другие рынки, с помощью бренда, объединяющего наши самые лучшие продукты, превратив все это в настоящее торжество португальского вкуса. «Изначально у нас были некоторые сомнения относительно цен, но не было сомнений в качестве, так как мы брали только лучшие отборные продукты, высочайшего качества. Мы работаем в сегменте дорогостоящих продуктов и цена должна соответствовать качеству! Результаты были великолепными.

Компания World MMC, работает в 35 странах на четырех континентах, в сотрудничестве с Россией направляет свое основное внимание на экспорт мяса, при этом привлекая самых лучших производителей Латинской Америки. Оборот этого рынка превышает сто миллионов евро. «Доступная нам на российском рынке ниша обуславливается ограничениями, которые

диктуют климатические условия этой страны, - говорит директор группы, Соня Маркеш Мендеш (Sonia Marques Mendes). Более того, численность населения около 143 млн. человек делает эту страну привлекательной для любого экспортера. По этой причине был разработан проект Porto Union, объединяющий популярные марки пищевой промышленности, такие как

Primor, Sovena, Dan Cake, Vieira de Castro, Sumol + Compal, Cerealis и вина José Maria da Fonseca .

хорошо подготовлены, так как ваши ошибки могут повредить не только имиджу вашей компании, но и имиджу всей Португалии, которая в данный момент ассоциируется у русских с определенными высокими стандартами». Качество средиземноморского оливкого масла, представленного группой Porto Union, освещалось в программе «Жить здорово» федерального телеканала ОРТ, где оно было признано самым полезным для здоровья. Что же касается последнего постановления российского правительства о полном запрете на ввоз в Россию продуктов, произведенных в странах ЕС и США, в течение одного года, который может затронуть 70 португальских компаний, Соня Маркеш Мендеш гарантирует, что он нас не повлияет, так как все временно запрещенные продукты поступят из Латинской Америки.

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INTERNACIONALIZAÇÃO E VALOR

НАЦИОНАЛЬНЫЙуспех в России

Sónia Marques Mendes

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As três operações BCN, Banif Brasil e Banif Malta foram incluídas nas uni-dades operacionais descontinuadas do Banif e perspetiva-se a venda das três

ainda este ano. O Banif registou, segundo este relatório, um resultado negativo de 41 milhões de euros. Melhor, ainda assim, dos que os 78,3 milhões de euros registados no ano passado. Pelo contrário, todas as três unidades descontinuadas apresentaram resultados positivos e, como tal, ajudaram a melhorar as contas consolidadas da instituição bancária portuguesa.Dos três bancos, destaque para o Banco Cabo--verdiano de Negócios com um resultado positi-vo na ordem dos 800 mil euros. Apesar disso, tal alienação não constitui qualquer tipo de novida-de para Manuel Chantre.“Esta questão não é assim tão nova! Desde que o Banif entrou em processo de recapitalização sobre os auspícios da famosa Troika que venho a receber indicações de que deveriam descontinuar as operações fora da União Europeia, colocando-

-se assim a questão do Brasil e de Cabo-Verde e, mais tarde, surge também a questão de Malta. O Banif, efetivamente tinha que mudar de estraté-gia! Apesar de ter surgido recentemente na co-municação social este assunto, ele não é novo e o Banif, pelos vistos, não tem tido pressa nisso por-que a operação em Cabo Verde corre bem e não é por ai que os problemas do Banif surgem. Eu, enquanto representante no banco dos investido-res cabo-verdianos e fundadores do BCN, posso garantir que, se o Banif conseguir um bom ne-gócio, certamente será ponderado por parte dos acionistas o que fazer, mas só nesse momento, quando se puser a questão em concreto”, afirma.Manuel Chantre afirma ainda: “esta não é uma questão que me preocupa, seja qual for a estru-tura acionista, o banco continuará a existir nos mesmos moldes. Se os accionistas fizeram bons negócios, bom para eles, mas o banco não defen-de uma determinada constelação de accionistas. Está atento ao processo mas a sua ambição é sa-tisfazer os interesses dos Stakeholders”.

Manuel Chantre exerceu, em Cabo Verde, os cargos de Ministro dos Transportes e Comunicações, Ministro da Economia e Ministro dos Negócios Estrangeiros. Atualmente, é Presidente do Conselho de Administração do BCN – Banco Caboverdiano de

Negócios. Numa altura em que foram divulgados os resultados do primeiro semestre de 2014 do Banif e anunciada a alienação das participações de controlo do BCN, à semelhança do Banif Brasil e Banif Malta, a Revista Pontos de Vista aproveitou a ocasião para falar

com Manuel Chantre sobre esta e outras questões.

BCN: CRESCIMENTO, INOVAÇÃOe aposta na diáspora

“A CONFIANÇA DO SISTEMABANCÁRIO É FUNDAMENTAL”

Assim, neste momento, a preocupação do Presi-dente do Conselho de Administração do BCN, um banco que em pouco tempo passou de cerca de 30 empregados para mais de 100 e que conta já com uma rede de 18 balcões em todas as ilhas de Cabo-Verde, é responder aos desafios que se vão colocando.Um deles é, exatamente, o desafio do crescimen-to. Manuel Chantre explica: “o crescimento exi-ge cada vez mais capital e é preciso dosear essa necessidade de capital com a necessidade de re-munerar os acionistas. Principalmente nos tem-pos difíceis que a área atravessa há essa tensão que é o principal problema entre os interesses dos acionistas e os interesses dos stackholders. A confiança do sistema bancário é fundamental e não precisamos nós de ser mal comportados, basta outros serem, para que também sejamos afetados negativamente. Vivemos um período em que é muito difícil manter uma boa imagem

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RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-CABO VERDE

Manuel Chantre

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de confiança no setor bancário e em cada banco individualmente”.Apesar dessa dificuldade, Manuel Chantre acre-dita que o BCN tem “uma boa imagem e con-sideramos isso uma boa resposta ao desafio da imagem”.Existe porém um desafio ainda maior: a globa-lização. Os problemas que surgem algures num ponto distante do mundo podem repercutir-se de imediato noutro canto do mundo e a crise despoletada em 2008 nos EUA é o maior exem-plo disso. “Surgiu nos EUA, que tem os meios para a enfrentar mas, os outros países que sofrem as consequências de decisões que não tomaram não têm tantos meios para fazer o mesmo”, la-menta Manuel Chantre.

“DEVERÁ PENSAR EM INTERNACIONALIZAR UM POUCO MAIS A SUA ATIVIDADE”

É exatamente isso que tem acontecido em Cabo--Verde nos últimos anos, um país pequeno, com um mercado limitado, demasiado dependente do setor do turismo e muito exposto, principalmen-te à zona euro. “É um mercado muito aberto e portanto todas as vagas que se desenvolvem al-gures no oceano acabam quebrando nas praias de Cabo-Verde. Como tal, não ficamos imunes à crise, primeiro financeira e hoje económica”, explica Manuel Chantre que refere, no entanto, que o país tem sabido resistir, ainda que para isso tenham sido introduzidas “políticas muito cau-

telosas, restritivas do crédito e criativas do ponto de vista dos produtos que pomos no mercado”.Essa tem sido a estratégia seguida pelo BCN. Um dos traços associados à imagem desta insti-tuição bancária é exatamente a inovação. Como tal, o BCN foi o primeiro banco cabo-verdiano a dar a possibilidade aos seus clientes de fazer pagamentos externos, podendo movimentar em qualquer parte do mundo a sua conta à ordem, através lançamento do cartão visa electron.O Banco Caboverdiano de Negócios tem atual-mente uma quota de mercado de 11% . Quando iniciou atividade, em 2005, era apenas de 3%. Se inicialmente a sua estratégia estava focada na co-munidade cabo-verdiana, espalhada pelas 9 ilhas que compõe o país e pelas quais se distribuem os 18 balcões ativos do BCN, atualmente está a direcionar o foco também para a diáspora. Neste âmbito, foi mesmo criado o Portal do Emigrante do Banco Caboverdiano de Negócios.Crescer de forma sustentada, resistir bem à crise, continuar a prestar serviços de qualidade à co-munidade cabo-verdiana mas, sobretudo, desen-volver a relação com as comunidades emigradas, quer nos EUA, quer na Europa, é aquilo que podemos esperar do BCN nos próximos tem-pos. Num prazo mais longo, “deverá pensar em internacionalizar um pouco mais a sua atividade, através da prestação de serviços mais abrangentes a outros públicos e mercados que não apenas o interno”, conclui Manuel Chantre.

Revista Pontos de Vista: Na mensagem ins-titucional que deixou no site do BCN fala num otimismo sadio quanto ao futuro de Cabo-Verde. Esse otimismo mantem-se? Como perspetiva o futuro do país?Manuel Chantre: Penso que esse optimismo é de manter porque da mesma forma que sofremos dos efeitos negativos, beneficiamos dos efeitos do que de bom acontece. Pensa-se que a zona euro está a sair da crise e, como tal, acredito que em Cabo-Verde também é transitória. Como Cabo-Verde tem uma estrutura económica que ainda não é muito complexa, ainda que se vá tornando cada vez mais complexa, pode resistir melhor às crises. Cabo-Verde tem aliás tradição de viver em crise e uma certa experiância no combate a estas. Acredito que, por exemplo, o setor do Turismo, que é um dos que mais con-tribui para o PIB, pode continuar a beneficiar de uma procura. Claro que se exige, e é esse o desafio nesse setor, uma resposta do ponto de vista da oferta. Uma vez que têm sido feitos investimentos importantes nas infraestrturas nos últimos anos não só no turismo, mas tam-bém na agricultura e nos transporte marítimos e aéreos, que penso serem os três setores com mais potencial e nos quais é preciso continuar a apostar. O país irá beneficiar destes investimen-tos no futuro. Isto sem falar na qualificação dos recursos humanos e da Administração.

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A Couto, Graça e Associados conquis-tou o seu nome em Moçambique. Pela aposta nos seus recursos humanos, pelo cuidado que imprime em cada projeto,

pela elevada reputação nacional e internacional, pela qualidade dos serviços jurídicos, a CGA, materializada por uma equipa especializada nas mais variadas áreas do direito público e privado, quer continuar esse mesmo caminho: ser líder e a mais conceituada e reconhecida prestadora de serviços jurídicos no mercado moçambicano. Mas como se chega até aqui? “Com muita pa-ciência”, garantiu, desde logo, Pedro Couto, Ma-naging Partner da CGA, completando a ideia: “Com muito investimento na casa CGA e com investimento humano, na formação e na criação de um escritório que tenha capacidades não só a nível profissional mas também que saiba estar e ser dentro da sociedade, para que o serviço seja de qualidade e de confiança”, defendeu em con-versa com a Revista Pontos de Vista. Apesar de ter uma posição já bastante consolidada em áreas mais tradicionais, como direito bancário, fusões e aquisições ou atividade comercial de mercado, sensivelmente ao longo dos últimos cinco anos, a CGA tem acompanhado a evolução do pró-prio país, apostando fortemente em áreas como o direito público, concessões, infraestruturas, pe-tróleo e gás ou minas. Em todas as situações, os profissionais que “vestem a camisola” da CGA têm conquistado um nome no mercado moçam-bicano pela capacidade de prestar desde o serviço jurídico mais simples ao mais complexo, com o profissionalismo e a exigência que têm caracteri-zado o próprio mercado moçambicano, um mer-cado jovem mas com muito por descobrir.Para investir é importante conhecer o sistema le-gal e a realidade nacional. Brincando com o facto de não ter uma “varinha mágica” ou uma lista dos ingredientes fundamentais para que um negócio tenha sucesso, Pedro Couto garantiu que há um fator primordial, em qualquer momento, em qual-quer setor de atividade, numa pequena, média ou grande empresa: “é preciso conhecer o mercado em todas as suas vertentes”, assumiu. Aqui, natu-ralmente que a componente legal é fundamental. “Moçambique é um país distinto, tem as suas próprias leis e, embora seja muito regulamentar, não deixa de ser funcional. É preciso conhece-lo e saber fazer com que as coisas funcionem para que o seu investimento tenha sucesso. Ao longo des-te processo, importa ainda ter bons profissionais que conheçam bem o mercado e que consigam apoiá-lo. Não caiam em Moçambique de para-quedas”, concluiu Pedro Couto.

APOSTA NA FORMAÇÃOHoje, a CGA pode afirmar com convicção e provas dadas de que tem uma equipa de profissionais espe-cializados que conseguem atuar em qualquer ramo. Acreditando que continua a existir em Moçambi-que um grande défice em algumas áreas especiali-zadas, como a do petróleo que tem chamado a aten-ção de grandes escritórios internacionais, a CGA tem procurado preencher essa lacuna. Como? Além da formação dos seus próprios quadros, esta socie-dade de advogados tem desenvolvido parcerias com escritórios internacionais. Os passos estão a ser da-dos. Apesar de ainda ser um longo caminho a per-

Ser a melhor dentro desta profissão. Para muitos este será um objetivo demasiado ambicioso. Para a Couto, Graça e Associados, uma das principais sociedades de advogados de Moçambique, o longo e consolidado trabalho no terreno nas áreas do direito comercial,

direito financeiro, energias, minas, operações de contencioso, entre muitas outras, tem permitido chegar bem perto desse propósito. Foi junto de Pedro Couto, Managing Partner da CGA que a Revista Pontos de Vista procurou conhecer melhor um escritório que tem norteado o seu crescimento com base num principal alicerce: o investimento humano. Num país que também ele está a apostar nas

pessoas, a CGA conta hoje profissionais totalmente especializados e preparados para responder às necessidades que chegam de todos os cantos do Mundo.

“A FORMAÇÃO É A CHAVEpara o desenvolvimento de Moçambique”

correr, é “fazendo” que se aprende. A formação é, aliás, o grande segredo. Como disse Pedro Couto, “a formação é a chave para o desenvolvimento de Moçambique”. Com o aparecimento de novas uni-versidades, onde a qualidade tem sido inexcedível, e com a crescente aposta por parte das empresas na sua “força humana”, o advogado elogiou o pa-pel que o Governo Moçambicano tem procurado desempenhar no sentido de assegurar que empresas ligadas ao setor do petróleo, gás e minas contratem técnicos moçambicanos. “Estamos ainda numa fase embrionária mas é perfeitamente natural que assim seja. Este é um processo que começou há cerca de

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RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-MOÇAMBIQUE

Pedro Couto

Principais áreas de atuação de Pedro Couto:- Societário; Minas; Energia; Petróleo e gás;Investimentos; Financeiro; Direito Marítimo.

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imagem em três anos. É preciso apostar. Acredito que houve algum excesso de expetativa de alguns empresários e não é pelo facto de carimbarem o seu produto com este selo que o mesmo vai ser mais vendido. O produto tem de ser o melhor”, adiantou. Uma mais valia será sempre. Aliás, o produto não é carimbado se assim não for. É também com esta exigência e com uma visão paciente que se tem de olhar para o mercado moçambicano. Não é um mercado por si só fácil. Para Pedro Couto, tanto o Governo Português como o Moçambicano têm caminhado lado a lado no sentido de impulsionarem o relaciona-mento entre estes dois países. Para o empresário que quer investir, “é importante que ele venha a Moçambique com um conhecimento local e não pode partir com a ideia de que terá um retor-no fácil e rápido”. Em todo este processo, terá na CGA uma parceira, “um produtor de investi-mento”, como descreveu Pedro Couto.

cinco anos e os resultados não surgem de repente”, defendeu Pedro Couto. Mas, se há dois anos se di-zia que o trabalho estava a ser feito, hoje mais do que “dizer”, “sente-se”.

OPORTUNIDADES VS DIFICULDADESPara Pedro Couto, Moçambique tem uma caracte-rística que é cada vez mais atrativa para o investidor. “Sendo um país jovem que começou agora o seu desenvolvimento, tem oportunidades em todas as áreas”, esclareceu. Estas oportunidades são, sobre-tudo, a nível dos grandes projetos, nos segmentos do carvão, gás, energia, transmissão elétrica, água ou novas energias renováveis. Mas mais do que isso. Tudo o que está ao redor destas grandes áreas é também uma oportunidade que importa agarrar. Serviços, imobiliário ou construção são três janelas abertas com infindáveis oportunidades de negócio. A par disso, “a população está a crescer, a classe mé-dia começa a ter uma maior capacidade de compra, a procura aumentou. As oportunidades existem em todo o lado e quer seja um investidor que quei-ra abrir um restaurante ou trabalhar uma mina de carvão, existe um sem número de potencialidades”, afirmou. Moçambique tem evoluído a olhos vistos, sendo, hoje, um importante destino para o investi-mento estrangeiro, assim o disse também, recente-mente, um estudo da responsabilidade do Deutsche Bank. Até 2019, o crescimento económico moçam-bicano estará acima dos 8% por ano, beneficiando, para tal, de um ambiente macroeconómico positivo. Do outro lado da balança continuam a pesar as difi-culdades de um país em desenvolvimento. Falamos das necessidades mais básicas que continuam a ser o seu “calcanhar de Aquiles”. Apesar de Moçambique ser um país recetivo ao investimento estrangeiro, continuam a existir dificuldades, por exemplo, na

obtenção de crédito ou no acesso limitado à eletri-cidade. Para Pedro Couto, as infraestruturas, ou a falta delas, continuam a ser um enorme entrave, so-bretudo ao nível rodoviário, portuário e ferroviário. “Já existe um plano para desenvolve-las e isso tem sido uma forte aposta do Governo mas o acesso ao interior do país continua a ser bastante complica-do”, explicou. Por outro lado, os bancos permane-cem relutantes na adoção de riscos significativos, daí que o crédito em Moçambique continue a ser bastante caro. “Todavia, é um cenário que tem vin-do a mudar, com o aparecimento de novos bancos que estão a investir no seu capital para poderem emprestar mais dinheiro”, evidenciou o responsável.

MADE IN MOZAMBIQUELançada em 2006 pela Direção para a Promoção de Produtos e Serviços Nacionais, uma unidade orgânica do Ministro da Indústria e Comércio, a campanha “Made in Mozambique” tem procurado erguer bem alto o lema: Produza Moçambicano, Consuma Moçambicano, Exporte Moçambicano. Pedro Couto não tem dúvidas. Esta iniciativa tem desempenhado um papel dinamizador para o cres-cimento sustentável da economia nacional. Tendo participado na terceira cerimónia de entrega de certificados, Pedro Couto acredita que “esta aposta do Governo e das confederações dos empresários foi, claramente, um sucesso. Hoje em dia, a maioria das empresas quer aderir uma vez que este símbolo traduz confiança no produto e na sua qualidade”, defendeu. Confrontado com algumas críticas que se têm feito ouvir por parte de alguns empresários relativamente à ideia de um rápido retorno finan-ceiro, o advogado esclareceu que é necessário definir a rapidez com que um empresário quer um retor-no. “Não se constrói uma marca, um nome e uma

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Principais áreas de atuação da CGA:- Contratos, concessões, “Project Finance”, in-vestimentos, fiscal e regulamentação cambial;- Direito societário;- Banca, finanças, mercados de capitais e seguros;- Direito público, direito dos setores económi-cos e regulação;- Pesquisa e elaboração legislativa;- Terras e ambiente;- Trabalho e Segurança Social;- Contencioso judicial;- Arbitragem, conciliação e mediação;- Propriedade Industrial.

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Criada em 1932, como tem sido a evolução da Imperial desde então? Quais os principais marcos que importa assinalar?Com mais de 80 anos, a Imperial é, atualmente, o maior fabricante nacional de chocolate e é de-tentora de um conjunto de marcas de referência, tais como Regina, Jubileu, Pintarolas, Allegro e Pantagruel. A empresa foi fundada em 1932 e integrada no grupo RAR em 1973. Foi uma empresa que soube evoluir, detendo hoje posições cimeiras a nível nacional e com uma presença com significado em muitos países.Recentemente, a Imperial procedeu a um investi-mento de 10 milhões de euros numa nova unidade de fabrico de tabletes e barras. Este investimento dotou a empresa de meios tecnológicos de última geração que lhe permitiu o desenvolvimento e fa-brico de produtos diferenciadores, para além de ter gerado capacidade de produção para responder ao

seu plano de crescimento. A aquisição da Regina em 2000 e o seu relançamento na Páscoa de 2002, com o sucesso hoje bem patente na posição de li-derança que a marca detém no mercado, constitui também um dos marcos históricos da empresa. A inovação tem representado a chave para o bom de-sempenho das nossas marcas, pelo que o prémio PME Inovação COTEC, atribuído à Imperial em 2013, foi para nós uma importante validação do caminho que de há muito vimos a seguir e que nos tem permitido cativar cada vez mais os nos-sos consumidores, em todas as geografias onde as marcas estão presentes. Já lá vão 15 anos desde que a Imperial começou a expandir-se para outros mercados, estando pre-sente atualmente em 45 países. Quais os merca-dos de maior relevo para a consolidação da posi-ção internacional da empresa?

São mais de 80 anos a criar verdadeiras delícias. Com a Imperial, maior fabricante nacional de chocolate, todas as tentações são em formato de chocolate. Uma marca que tem vindo a fazer história e que está hoje em diversos pontos a nível mundial. A Revista Pontos de Vista conversou com Manuela Tavares de Sousa, CEO da Imperial. Ao longo desta entrevista ficamos a conhecer qual tem sido a estratégia da marca e que é hoje sobejamente conhecida e reconhecida por todos. Saiba mais e perca-se na tentação de um

chocolate da marca Imperial.

IMPERIAL– Uma marca que é uma tentação

Além de Portugal, que representa aproxima-damente 80 por cento das vendas, os mercados de maior revelo são o africano, concretamente Angola – que ocupa a posição cimeira no que às exportações diz respeito, com um peso na or-dem dos 20 por cento –, seguida da África do Sul e Moçambique. Destaco, ainda, o mercado da América Latina, concretamente Brasil, Co-lômbia, Peru e Venezuela, assim como o mercado europeu e leste europeu. Os mais de 45 países em que os produtos Imperial são comercializa-dos estão distribuídos pela Europa, África, Ásia e Américas. Atualmente qual é o peso das exportações para a Imperial?O mercado externo representa atualmente um peso que ronda os 20 por cento do volume global de negócios.

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RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-MOÇAMBIQUE

Manuela Tavares de Sousa

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Há quanto tempo a Imperial marca presença em Moçambique? Quais as marcas à venda neste país?Em Moçambique, a Imperial comercializa to-das as suas marcas – Regina, Jubileu, Pantagruel, Pintarolas, Allegro – há sensivelmente três anos.Os resultados de vendas têm sido crescentes e isso resulta da conjugação de diversos fatores. A alta qualidade e a diversidade do nosso portefólio de produtos, associados à capacidade da Imperial ser, todos os anos, capaz de inovar e lançar pro-dutos diferenciadores no mercado tem sido um dos grandes fatores de sucesso.Mas para que as marcas possam ter um bom desempenho no mercado é determinante ter um bom nível de distribuição. O nosso parcei-ro distribuidor em Moçambique é a Topigália. Trata-se da maior empresa importadora e distri-buidora de produtos alimentares, com um exce-lente nível de conhecimento do mercado e com uma organização e logística que lhe permite ser a única empresa com cobertura a nível nacional, absolutamente essencial para produtos como o chocolate que exige armazenagem e transporte em condições de temperatura controlada.Para a divulgação e visibilidade das nossas marcas muito têm contribuído as campanhas massivas de televisão, em programas de grande audiência, a presença contínua na rádio e jornais, em que a Tropigália sempre apostou e que têm conduzido a excelentes resultados. O consumidor moçam-bicano tem mostrado uma boa recetividade aos nossos produtos, pelo que estamos muito con-fiantes que Moçambique será, cada vez mais, um mercado onde as nossas marcas se continuarão a afirmar e o negócio continuará a evoluir numa trajetória de crescimento sustentado. Como caracteriza o consumidor moçambicano?Ávido por novidades e aprecia-dor de produtos de qualidade. Estas são duas das caracterís-ticas que melhor descrevem o consumidor moçambicano, que encontra na Imperial marcas que respondem à sua necessida-de de experimentar produtos de elevada qualidade, novas textu-ras e novos sabores. Quais os principais desafios que se colocaram à entrada neste mercado e qual tem sido o balan-ço da vossa presença no mesmo?O principal desafio que se co-locou à entrada neste merca-do foi o facto do chocolate ser um produto muito sensível à temperatura e, como tal, exigir uma logística eficiente e capaz de dar resposta às necessidades de armazenagem e transporte a temperatura controlada. Sem este requisito resolvido, seria de todo impossível ganhar di-mensão neste mercado e estar presente com uma cobertura nacional. O nosso parceiro local, a Tropigália, sendo a maior em-presa importadora de produtos alimentares, tem uma estrutura logística que permitiu ultrapas-sar esta questão. As taxas adu-aneiras constituem outro aspeto

que dificulta a competitividade dos produtos face aos que são fabricados em mercados, como, por exemplo, a África do Sul, em que existem acor-dos bilaterais, em condições muito favoráveis à troca de bens e serviços. Mesmo com estas bar-reiras alfandegárias, o crescimento das marcas da Imperial tem sido muito expressivo e a grande diversidade de produtos que hoje o mercado tem das nossas marcas, é bem evidente da excelente recetividade dos consumidores moçambicanos. Angola e Moçambique são inevitavelmente mer-cados muitas vezes comparados. Tendo Angola um peso tão importante na faturação da Impe-rial, as expetativas em relação a Moçambique, país em que marcam presença há relativamente pouco tempo, são semelhantes? Como perspetiva o crescimento das vendas neste mercado?Apesar da inevitabilidade da comparação, não são de todo mercados comparáveis, quer do ponto de vista da dimensão quer no que se refere ao poder de compra do consumidor. A evolução nos dois mercados tem sido muito positiva, com cresci-mentos sustentados a dois dígitos, mas natural-mente que a dimensão do volume de negócios em cada um dos mercados é ainda muito diferente pelas razões acima referidas.

Quais as inovações que a Imperial tem feito nos últimos anos? É importante inovar num setor com tanta tradição?No mercado atual, marcado pela crescente compe-titividade e pela globalização, as empresas têm que oferecer novas propostas de valor aos consumido-res. Apostamos numa política de inovação, uma vez que a posição de líder nacional na produção de chocolates é, para nós uma responsabilidade que acarreta um desafio permanente. A Imperial tem

apostado na criação de novos sabores e formatos – com o objetivo de acompanhar a evolução das tendências de mercado – e na recuperação de pro-dutos históricos das marcas, que estão afetivamen-te ligados à história de vida dos consumidores, tendo acompanhado várias gerações.

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Consolidar cá dentro e crescer lá fora é a es-tratégia que tem vindo a seguir nos últimos anos. Quais os resultados que têm vindo a atingir neste âmbito e as metas que quer ain-da ver alcançadas?Não obstante a atual conjuntura e consequente retração do poder de compra no mercado por-tuguês, o comportamento das nossas marcas no mercado interno tem-se revelado muito positivo. O crescimento alcançado, ano após ano, pelas nossas marcas em Portugal tem sido muito ex-pressivo. Pretendemos desenvolver e consolidar a nossa posição no mercado nacional, uma vez que este tem sido um dos principais impulsionadores do crescimento global da empresa, sendo, por isso, uma das prioridades estratégicas da Imperial.A nível internacional, a Imperial tem como ambi-ção ser reconhecida pelas suas marcas de origem portuguesa para os mercados que a valorizam como tal – países lusófonos, em particular – e de origem europeia – para outros mercados que va-lorizam o status que a cultura europeia lhes trans-mite. A Imperial tem marcas com presença num grande número de países, mais de 45 mercados entre Europa, África, Ásia e Américas, e detém uma posição líder ou sub-líder nos países de expressão portuguesa. A expansão para novas geografias será cada vez mais um vetor estratégico de cresci-mento do volume de negócios da empresa.

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Por Benguela, Huíla, Huambo, Namibe, Kuanza Sul ou Cabinda, é possível en-contrar uma equipa de profissionais, entre uma vasta rede com mais de 500 colabo-

radores dispersos por estas regiões do país, ap-tos a ajuda-lo a estimular, a criar e a expandir o seu negócio ou as suas poupanças. Com a casa mãe sedeada em Joanesburgo, o Grupo Stan-dard Bank é, hoje, a maior instituição bancária e financeira em África no setor dos serviços fi-nanceiros. Desde a banca de retalho à banca de empresas, passando pelo financiamento de pro-jeto, por operações de tesouraria, financiamento do comércio internacional e banca comercial, tudo é feito a pensar na necessidade de todo o tipo de cliente. Em Angola, a linha de atuação rege-se pelos mesmos princípios. Profissionalis-mo, rigor e qualidade fazem parte do ADN de um grupo que tem sabido conquistar a confiança de todos aqueles que, em momentos económi-cos mais conturbados a nível global, precisam de uma instituição sólida onde possam deposi-tar plena segurança. Neste mercado, depois de um longo “trabalho de casa”, o Standard Bank iniciou as suas operações em setembro de 2010. Depois disso tem sido uma avalanche de bons resultados. “Conseguimos num prazo de cerca de quatro anos ter uma boa posição no mercado, ser um banco reconhecido pelos nossos clientes e

captar uma boa quota de mercado, tudo isto ten-do em conta a entrada já tardia do banco neste mercado. São já 25 bancos a operar em Angola e, destes 25, o SBA conseguiu, em três anos, chegar à 11ª posição no ranking de bancos neste país”, explicou Pedro Pinto Coelho, Presidente da Co-missão Executiva do Standard Bank Angola em conversa com a Revista Pontos de Vista. Quer em ativos, quer em receita ou carteira de crédito, o SBA foi, no final de 2013, o banco que mais cresceu em toda a banca nacional. 2013 foi, sem dúvida, um ano de rápido crescimento, tendo o banco apresentando um total de AOA (kwanza angolano) 148.492 milhões de ativos líquidos, um crescimento de 140% relativamente ao ano anterior. “Há uma imagem de segurança, quali-dade, capacidade de resposta e capacidade técni-ca que os clientes têm do Standard Bank Angola e, dessa perceção, estamos a capturar uma boa

Foi em 2010 que o Standard Bank chegou a Angola e, sem qualquer desprestígio por qualquer outra instituição bancária, o SBA “chegou, viu e venceu”. Em apenas quatro anos, o banco é já uma referência incontornável no sistema financeiro angolano, estando sempre ao lado da economia local neste longo e difícil processo de reconstrução do país. Tem, por isso, caminhado com o Governo

Angolano na estruturação de operações de grande dimensão ou na autorização de créditos ao Estado, a pequenas, médias e grandes empresas e a multinacionais que têm demonstrado interesse em desenvolver negócio na região. Tudo isto em prol de um país com extraordinárias oportunidades e cujo mercado vai continuar a crescer nos próximos 10 a 15 anos. Conheça mais de uma instituição que pretende manter os sólidos indicadores de crescimento a que estão habituados, pelas mãos de Pedro Pinto Coelho, Presidente

da Comissão Executiva do Standard Bank Angola.

“ANGOLAnão é um mercado de amadores”

quota de mercado, nomeadamente ao nível das grandes empresas e multinacionais”, explicou o responsável. Este tem sido, aliás, o banco de elei-ção de muitas empresas multinacionais do setor do petróleo e gás natural. “As grandes multina-cionais petrolíferas são muito conservadoras e querem trabalhar com bancos sólidos, dinâmicos e com uma maior capacidade de resposta”, evi-denciou. Como resultado, em parte, das alterações legis-lativas verificadas no mercado cambial angolano, houve ainda um significativo aumento dos depó-sitos, sobretudo em moeda nacional. Associado a tudo isto, o Standard Bank Angola tem sido um parceiro inexcedível do Estado Angolano nas operações de reconstrução de um país que, apesar de registar um crescimento incomparável, ainda tem fortes debilidades, sobretudo ao nível mais básico. Com empréstimos internacionais ou do-

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RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-ANGOLA

Quem é Pedro Pinto Coelho?Com mais de 20 anos de experiência interna-cional em serviços financeiros em instituições dispersas por três continentes, Pedro Pinto Coelho tem um vasto conhecimento em áre-as como gestão, desenvolvimento de negó-cios, estratégia e M&A. É, atualmente, CEO do Standard Bank Angola, uma instituição ban-cária reconhecida como sendo das melhores do país, com qualidade, competência e pro-fissionalismo há muito comprovados. É ain-da membro do Conselho do Standard Bank Moçambique, a terceira maior instituição do país. Mas, antes disso, Pedro Pinto Coelho fundou e foi CEO da Amorim Global Investors, uma empresa gestora de um fundo de inves-timento, essencialmente direcionada para o aconselhamento a investidores sobre novas oportunidades de investimento. Passou ain-da pelo Banif Investimentos no Portugal e no Brasil ou pela Salomon Brothers/Citigroup no Reino Unido e em Portugal.

Pedro Pinto Coelho

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mésticos com garantias de Estado, a carteira de crédito cresceu, ao mesmo tempo que Angola vai conquistando a imagem de um país reconstruído.

DIFICULDADES DE IMPLEMENTAÇÃOEM ANGOLA

Num país em reconstrução, a primeira grande dificuldade para quem chega está, sobretudo, ao nível das infraestruturas, em sentido totalmen-te lato. “Desde energia elétrica, a instalações, transportes, telecomunicações, Angola tem ainda fortes carências”, defendeu Pedro Pinto Coelho. Mas, um banco só funciona com pessoas, com profissionais capazes de responder com a máxima prontidão a qualquer necessidade. Este foi outro obstáculo encontrado. Se, hoje, Pedro Pinto Co-elho se orgulha e não hesita em afirmar que o sucesso do Standard Bank Angola só se deve aos colaboradores, ao esforço e dedicação de todos (a par de clientes, instituições do Governo e do Banco Nacional de Angola), não foi uma tarefa fácil chegar a este patamar de qualidade. “Angola ainda tem poucos angolanos qualificados. Assim, para ter uma máquina operacional a funcionar

em pleno, há uma pressão maior sobre as em-presas e as instituições financeiras. Noutro país, é mais fácil contratar pessoas e erguer o banco. Em Angola optamos por contratar alguns pro-fissionais do setor e trazer outras de outros países e outras empresas, dar-lhes uma formação espe-cífica para o setor bancário e avançar”, explicou. O capital humano sempre foi um dos principais fatores críticos de sucesso do negócio deste ban-co. É, por isso, na “massa humana” que concen-tram grandes esforços. A partir de um processo de seleção altamente rigoroso e de uma forte e contínua aposta na formação interna e externa dos seus colaboradores (mais de 65% concluiu ou encontra-se a frequentar o ensino universitário), o banco conta hoje com uma rede comercial de profissionais jovens e qualificados. O SBA tem sabido investir no seu capital humano e, no fi-nal de 2013, comparativamente ao ano anterior, registou-se um crescimento de 41%. Num mercado que ainda é procurado como a “galinha dos ovos de ouro”, o Standard Bank An-gola tem procurado desmistificar essa ideia junto de investidores estrangeiros. Como? Marcando

presença em eventos internacionais, a institui-ção tem transmitido a mensagem de que este é, cada vez mais, um mercado exigente. Dando a conhecer os riscos que se correm e que podem ser facilmente ultrapassados, Pedro Pinto Coelho deixa uma ideia bastante clara: “Angola não é um mercado de amadores”.

“SOMOS DOS BANCOS COM MAIOR NÍVELDE SOFISTICAÇÃO”

Assumindo não ser diferente de qualquer outra instituição bancária a operar neste mercado, Pe-dro Pinto Coelho sabe que os setores ditos mais estratégicos serão sempre alvo de maior atenção. Naturalmente que o petrolífero, o que maior re-presentatividade tem, neste momento, em An-gola, está no topo. Ao contrário talvez de outros bancos, no SBA o segmento da construção não tem tido grande notoriedade mas, no outro prato da “balança”, estão outras áreas de vinculada im-portância, nomeadamente tudo que diga respeito a importações e à própria indústria real que tem uma quota pequena mas significativa.Não só o Standard Bank como vários empresá-rios de todo o Mundo têm olhado para este mer-cado como uma extensa fonte de oportunidades. Daí que, no momento em que aterram em solo angolano, podem contar com esta instituição bancária para acompanha-los em todas as fases. Pedro Pinto Coelho avançou com alguns exem-plos. “Podemos dar apoio por via dos nossos ca-nais eletrónicos. Somos dos bancos com maior nível de sofisticação ao nível de ferramentas, de-pendendo da exigência do cliente. Mesmo em-presas que tenham o seu próprio sistema de con-tabilidade, temos vários sistemas de integração ao nível de canais remotos ou canais eletrónicos”, explicou. Sendo ainda um dos bancos que mais trabalha com o setor petrolífero, o SBA tem ain-da a capacidade de fazer face às necessidades dos clientes na compra de divisas. “Com uma equipa técnica muito forte, conseguimos olhar de uma

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Prémios recebidos nos primeiros três anos e meio de atividade:- “African Banker of the Year Nominee in 2014”, pelo African Banker, em abril de 2014;- “Best Managed Bank Angola 2014”, pela International Finance Magazine, em maio de 2014;- “Best Bank in 2014”, pelo Global Finance, em março de 2014;- “Most Innovative Bank in 2014”, pelo Global Banking & Finance Review, em fevereiro de 2014;- “Best Investment Bank in 2013”, pelo EMEA Finance, em outubro de 2013;- “Member of the Year in 2013”, pela US-Angola Chamber of Commerce, em dezembro de 2013;- “Best Investment Bank in 2013”, pelo Global Finance, em 2013;- “STP – Quality of Service Award in 2013”, pelo COMMERZBANK, em julho de 2013;- “Most Innovative Bank in 2013”, pela International Finance Magazine, em novembro de 2013;- “Most Innovative Bank in 2013”, pelo Global Banking & Finance Review, em julho de 2013;- “Best Bank in Angola in 2012”, pelo Capital Finance International, em 2012;- “Best Bank in Angola in 2012”, pelo Global Banking & Finance Review, em 2012;- “Best Investment Bank in 2012”, pelo EMEA Finance, em outubro de 2012;- “Deal of the Year in 2011”, pelo Global Trade Review.

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forma muito detalhada para a operação. Temos tido sucesso em estruturar operações mais com-plexas que os clientes teriam dificuldade com outras instituições habituadas a transações mais simples”, rematou o responsável.

ANGOLA: UM MERCADO EXIGENTEAngola há muito que abandonou a ideia de ser um país pobre. Há muito tempo ainda aban-donou outro pré conceito existente: o mercado angolano não é o mercado daqueles que querem fazer com que o seu negócio consiga sobreviver, não é, de todo, uma “tábua de salvação”. Angola é considerado um caso de enorme sucesso e tem tido, nos últimos anos, uma procura muito posi-tiva mas a consciência mudou e, hoje, os riscos tendem a ser mais ponderados. “Há empresários que têm tido sucesso e conseguem aproveitar as oportunidades mas há sempre outros que têm maior dificuldade”, afirmou Pedro Pinto Coelho. E há uma clara distinção entre estes dois tipos de empresários. “Aqueles que têm uma visão de médio e longo prazo, que querem investir e têm uma estratégia clara, normalmente saem vence-dores em oposição a um outro tipo de empresá-rio que está à procura de um lucro fácil e rápido e que tem uma orientação mais tática e menos profunda e mudam muito a sua perspetiva de ne-gócio”, afirmou. Em Angola estão, hoje, presentes empresas de todos os cantos do Mundo e, para vingar, importa ser diferente, acrescentar valor e ter uma vantagem competitiva. Se assim não for, o destino destas empresas, mais cedo ou mais tar-de, estará traçado.

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A exigência surge ao nível do risco associado. Os desafios são incomensuráveis e os retornos inte-ressantes e difíceis de encontrar em qualquer outra parte do Globo. “Depois da Nigéria e da África do Sul, Angola é o terceiro país com maior peso económico na região. Como tal, para as multi-nacionais e empresas que se querem expandir a nível internacional, deve ser considerado um mercado prioritário”, aconselhou Pedro Pinto Coelho. O Grupo Standard Bank tem também sido disso exemplo. Em 2011, a instituição adotou um processo de abandono dos restantes mercados emergentes, como Brasil, Argentina, Rússia ou Turquia, concentrando-se a 100% no continente africano. “O grupo considerou que a sua capacida-de de investimento era limitada e seria demasiado ambicioso. Além disso, uma vez que o continen-te africano passou a ser mais procurado e melhor aceite por investidores internacionais, fazia todo o sentido apostar no grande crescimento económico previsto para este século, nomeadamente ao nível do crescimento da classe média, da industrializa-ção ou do aumento da riqueza. Esta mudança sur-giu sobretudo porque, em termos de capital e de vantagem competitiva, seria difícil estar em todos os mercados em simultâneo”, concluiu. Em Angola, Pedro Pinto Coelho admite que o banco chegou à posição desejada. Com 28 bal-cões, 11 deles inaugurados em 2013, o responsável acredita que poderão ser abertas novas agências noutros pontos importantes mas “a ideia é acelerar o processo de crescimento com base na rede que temos e só depois de terminada essa tarefa é que poderemos avançar para uma nova fase de expan-

são”, disse. Até lá, o Standard Bank quer continuar a posicionar-se como um banco de qualidade e continuar a responder com a máxima prontidão aos crescentes desafios que vão surgindo com o aumento da carteira de clientes. Para aqueles que pensam entrar no mercado angolano, além de te-rem no SBA um parceiro de negócio, Pedro Pin-to Coelho deixou uma mensagem: “se considera África um destino interessante deve procurar en-tender Angola, fazer um estudo aprofundado das condições de mercado antes de avançar com qual-quer investimento para minimizar os erros futuros. Deve estar preparado para ser paciente e garantir que o investimento irá correr bem. No fundo, deve estar preparado para fazer uma maratona e não apenas um sprint de cem metros”, concluiu Pedro Pinto Coelho. O segredo passa por ter uma visão de médio e longo prazo num mercado com parti-cularidades muito próprias.

Standard Bank em Angola:- 1966: regista-se um investimento conjunto com o Banco Totta & Açores Portugal no Banco Totta Standard Angola SARL;- Julho de 2006: o Standard Bank inaugurou o seu primeiro escritório de representação em Luanda;- Novembro de 2009: obtenção da sua primei-ra licença bancária;- Setembro de 2010: início das operações.

Onde é que o Grupo Standard Bank está presente?- Continente Africano: Angola, República Do-minicana do Congo, Gana, Namíbia, Malawi, Sudão do Sul, Zâmbia, Botswana, Quénia, Ni-géria, Maurícia, Zimbabué, Suazilândia, Leso-to, Costa do Marfim, Moçambique, África do Sul, Uganda e Tanzânia;- Continente Americano: Brasil e EUA;- Europa e Ásia-Pacífico: China, Jérsia, Ilha de Man, Taiwan, Reino Unido, Singapura, Japão, Hong Kong, Emirados Árabes Unidos.

RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-ANGOLA

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De que forma a Elite International Careers conse-gue localizar o melhor capital humano nos mer-cados de trabalho emergentes e em desenvolvi-mento? Quais os mercados com os quais estão a trabalhar?A nossa equipa está constantemente em contacto com pólos de candidatos distribuídos pelo mun-do e contactamos candidatos de acordo com as necessidades dos nossos clientes, que neste mo-mento são mais viradas para Angola, Moçambi-que e Norte de África.

Quais os principais desafios que se colocam à en-trada nesses mercados de trabalho? Qual o papel da Elite na resolução dos mesmos?Um dos principais desafios que os candidatos têm é poder contactar com os executivos que têm poder de decisão de recrutamento nos mercados onde operamos, e, através dos nossos serviços (eventos e Executive Search), nós aproximamos estas duas partes interessadas, candidatos e empre-gadores, para que o trabalho de ambos seja muito mais reduzido, tanto no que diz respeito à procura de talento, por parte das empresas, como procura de oportunidades, por parte dos candidatos.

A Elite dispõe de alguns serviços mais convencio-nais, outros menos. De um modo geral, o que é que a empresa tem para oferecer aos seus clien-tes? O que é que distingue a Elite das demais em-presas a operar nesta área?O nosso objetivo é ser um parceiro completo dos nossos clientes, e para tal o nosso leque de ser-viços é variado de forma a providenciar serviços ao maior número de empresas possíveis com ne-cessidades reais e concretas nos mercados onde operamos. Acreditamos ser uma empresa única devido à nossa oferta de serviços, mas princi-palmente pelo facto de ser a primeira opção dos nossos candidatos na diáspora na hora de voltar para casa pelas variadas oportunidades de recru-tamento que oferecemos durante o ano, tanto a nível local como internacional. Os nossos can-didatos e clientes são o grande motivo do nosso sucesso!

Relativamente a Angola, a área da gestão de re-cursos humanos tem crescido imenso nos últimos anos. Como perspetiva o crescimento desta área nos próximos tempos?Isto deve-se ao facto que o talento nacional é cada vez mais procurado pelo empregador, e a grande pressão que o governo põe aos emprega-dores para reforçar o conteúdo local das empresas em Angola. O talento nacional é cada vez mais procurado e precisa de ser gestionado tanto de forma interna, por parte dos empregadores, como de forma externa, por parte de terceiros como, neste caso, a Elite International Careers. Eu acredito que isto mostra o forte crescimento da economia Angolana ao longo da última década, e só vem dinamizar a contratação local, que é o que mais beneficia o candidatos Angolano.

E em relação ao crescimento da Elite? Quais as suas expectativas?Este ano temos programados dez eventos a nível internacional e temos um plano de crescimento agressivo para dar resposta às necessidades dos nossos clientes.

Em Portugal a questão é inversa. Recursos huma-nos qualificados existem, o que não existe para muitos deles é um emprego onde possam por em prática esses conhecimentos. Estas áreas, nas quais Angola carece de profissionais qualificados, continuam a constituir oportunidades para os trabalhadores portugueses ou o mercado de tra-balho em Angola está a fechar-se cada vez mais aos trabalhadores de nacionalidade portuguesa?Por lei todos os candidatos devem ter autorização para trabalhar em Angola, seja qual for a nacio-nalidade do mesmo. Contudo, no passado algu-mas empresas foram mais flexíveis que outras por motivos de quotas de estrangeiros disponíveis (70%-30%) e a preferência era sempre para can-didatos de expressão portuguesa, nomeadamente

Marca de excelência, a Elite International Careers é especialista no apoio a multinacionais e grandes empresas nacionais para localizar capital humano em mercados de trabalho emergentes e em desenvolvimento. Miguel Vieira, Diretor-Geral, Fóruns de Recrutamento

da Elite International Careers, deu a conhecer um pouco mais de uma marca de «elite» em entrevista à Revista Pontos de Vista.

PARCEIRO de «Elite»

Portugueses e Brasileiros. Neste momento as portas estão cada vez mais fechadas pois, como mencionei antes, o Governo está a por bastante pressão às empresas para contratarem candida-tos nacionais, e até porque não se justifica finan-ceiramente contratar um expatriado (a preço de ouro) quando existe um quadro nacional capa-citado para exercer a mesma função. Em casos de funções mais críticas onde a mão de obra seja bastante mais escassa e especializada, cabe então ao respetivo ministério decidir se as empresas podem ou não contratar estrangeiros, sejam eles portugueses ou alemães.

Que mensagem gostaria de deixar aos leitores que estejam a ponderar uma nova etapa na sua vida profissional que passe por uma das econo-mias emergentes com as quais a Elite trabalha?Deixamos aqui o convite a visitarem a nossa pá-gina web e a fazerem a inscrição na nossa base de dados pois, como empresa de recrutamento in-ternacional, estamos sempre abertos a candidatos de todas as nacionalidades.

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RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-ANGOLA

Miguel Vieira

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Tudo começou com apenas três colabora-dores. António Meireles S.A., um nome bem representativo de uma empresa do povo, que sempre se colocou perto das

pessoas, ouviu as suas necessidades, conseguindo mesmo antecipa-las. A empresa era de pequena dimensão, sedeada inicialmente naquele bairro tão típico da cidade do Porto, as Fontainhas. Daí que, tão rapidamente, a Meireles tenha entrado pelos lares portugueses, tornando-se quase um membro da família. Daí que não nos surpreen-da o facto de, na noite da véspera de Natal, os funcionários desta empresa abdicarem das suas próprias “consoadas” para socorrerem eventuais avarias nos fogões. No fundo, a Meireles não tem nenhuma fórmula extraordinária que justifique o sucesso que tem tido. Depois de ter sido a grande promotora do primeiro fogão elétrico português, a empresa não se tem cansado de fazer notar esta portugalidade além fronteiras. Nos anos 90, com a mudança de instalações para as que hoje co-nhecemos, na Zona Industrial da Gandra, em Paredes, a empresa deu um grande salto. Passou de pequena a média indústria, deixou de ser um pequeno armazém, aquilo a que se poderia cha-mar de construtor de oficina, para adquirir uma nova estrutura organizacional que acompanhou o aumento progressivo da produção. Hoje, esta-mos perante uma líder de mercado em Portugal, com uma quota de 36%, que exporta para mais

de 40 países, uns mais relevantes do que outros certamente, nomeadamente o Médio Oriente, a Austrália ou o mercado espanhol, onde se tornou líder em finais de 2010. Mas ninguém melhor do que os anfitriões para nos contarem esta história. A Revista Pontos de Vista foi recebida por um dos membros desta quarta geração, Alexandre Meireles, Jorge Guimarães, administradores da Meireles Angola e por António Viana, da direção técnica e comercial da empresa ango-lana. Deram-nos a conhecer os cantos à casa e levaram-nos numa viagem de memórias, de ima-gens, de planos para o futuro, de relíquias que estão hoje expostas na sala museu e, sobretudo, de orgulho. Sente-se o orgulho em fazer parte da família Meireles, uma família carismática cujo passado remete-nos para um presente de respon-sabilidade. “Esta geração está a dar seguimento ao trabalho iniciado, um trabalho que tem sido feito em conformidade com os valores que nos têm sido transmitidos pelos mais velhos, pela ex-periência, com a introdução de novas tecnologias, de novas informações, novas formas de gestão que se enquadram no quotidiano e, em sincro-nização com o conhecimento dos mais antigos, temos conseguido fazer um bom trabalho”, de-fendeu Alexandre Meireles. Há mais de 35 anos nesta empresa, Jorge Guima-rães não hesita em comparar a Meireles ao Fute-bol Clube do Porto. “O carisma do tripeiro não é

A constante corrida pelo lucro fácil e imediato aqui não é o objetivo. No seio da família Meireles, uma empresa, um núcleo familiar onde à mesma mesa se sentam trabalhadores e corpo administrativo, há um constante respeito por valores que foram transmitidos ao longo de gerações. Tudo começou em 1931 e, hoje, decorridas mais de oito décadas, o elo continua tão forte como no início. Os jovens dão continuidade ao trabalho iniciado pelo fundador António Meireles. Olhando para o passado, são muitos os momentos

que devem e merecem ser partilhados. É, sem dúvida, de história que aqui vamos falar e no centro deste álbum de fotografias, muitas delas ainda a preto e branco, está uma empresa antiga de idade e jovem de espírito, que segue um conjunto de tradições,

envolvidas por valores que, apesar de terem perdido força na sociedade, aqui permanecem de pedra e cal. Responsabilidade, qualidade, inovação e segurança contribuem para o sucesso da Meireles, a “mãe” do primeiro fogão elétrico português.

MEIRELES, MAIS DO QUE UMA EMPRESAUma família com tradição

o mesmo de um adepto de um clube de Lisboa. Aliás, em Lisboa há vários clubes grandes mas não há nenhum que se chame Lisboa. Aqui não. O Porto é o Porto, cidade e clube. Há um carisma muito especial, um bairrismo muito próprio. A Meireles tem muito dessa mística”, comparou o responsável. Não estamos, no entanto, a falar de uma empresa de grande dimensão. Emprega, atu-almente, cerca de 160 pessoas e o lema é a união. “Hoje as empresas não podem funcionar com base apenas na tecnocracia. Técnicos há muitos. A transmissão de uma cultura e de uma cultura de humanidade é fundamental. A visão capitalis-ta, a ânsia de ser um monopólio e esmagar a con-corrência não é o princípio que alguma vez esta casa tenha seguido. A Meireles tem tido padrões de comportamento que seguem a filosofia huma-nista de Manuel Meireles, filho do fundador e impulsionador da Meireles. Esse tem sido o fator de diferenciação que nos permitiu chegar aos 80 anos”, evidenciou Jorge Guimarães. Revestida de tradição, é uma empresa jovem e inovadora, pioneira no fabrico de fogões, uma especialização que lhe deu notoriedade e prestígio.A quarta geração, comandada por Bernardino Meireles e pelo seu irmão, Manuel Meireles, en-tretanto falecido, tem sabido incorporar o saber e a tradição que a têm mantido na liderança do setor em Portugal. Mas, muito para além dos fo-gões domésticos, a Meireles disponibiliza hoje uma vasta gama de soluções de topo para equipar uma cozinha.

EXPERIÊNCIA E INOVAÇÃO EM ANGOLAA Meireles tem procurado elevar o nome e a qualidade do que é português aos quatro can-tos do Mundo, sendo um exemplo internacional de referência no seu setor de atividade. Até há relativamente pouco tempo, 30% do capital so-cial pertencia a uma sociedade italiana, a Nardi ElettrodomesticiS.p.A. Mas, esta experiência terminou e a Meireles voltou às origens, passan-do a ser uma empresa 100% nacional, apesar de continuar a ter o seu capital aberto a uma eventu-al participação de um parceiro estratégico estran-geiro. A empresa tem recebido contactos honro-sos e gratificantes, estabelecidos nesse sentido. Com o início do novo milénio, dá-se uma vira-gem na história desta empresa. As energias são concentradas na internacionalização, com a apos-ta em mercados que ainda hoje recebem os seus produtos de braços abertos. “O Médio Oriente e os PALOP solicitam cada vez mais o nosso core business, os fogões. Apesar de termos o encastre,

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António Viana, Alexandre Meireles e Jorge Guimarães

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em Angola, por exemplo, a percentagem de im-plementações com fogões é superior ao encastre porque este é de preço mais acessível e o cliente está muito mais adaptado ao fogão”, constatou Alexandre Meireles. Com presença assídua em feiras internacionais, a Meireles está recetiva a todos os mercados. “Grande parte das unidades fabris estrangeiras nesta área já não faz o que a Meireles faz. O nosso foco são os fogões, não é a placa de encastrar nem o forno, apesar de os fabricarmos. O nosso mercado por excelência é o fogão e, o mercado do produto é muito diversifi-cado, desde Espanha, Austrália, Indonésia, Índia e Países Árabes. Em suma, são cerca de 40 mil fogões por ano que levam a marca Portugal por esse mundo fora”, defendeu Jorge Guimarães.Com o know how transmitido pelos mais ve-lhos, Alexandre Meireles e toda a geração mais jovem têm tido a autonomia para se abalança-

rem a voos mais altos. A inovação tem sido, por isso, um ponto contínuo de análise e de estímu-lo. A Meireles é pois uma empresa direcionada para o mercado global. Neste seguimento, em 2007, criou, em parceria com outros investido-res, uma sociedade em Angola, um mercado jo-vem, em crescimento e com potencialidades in-discutíveis. Uma empresa externa que se instala em Angola deverá procurar a excelência e não facilitismos. O mercado evidencia já níveis de exigência avançados e o desleixo será pago com o insucesso. A Meireles tem sabido adaptar-se às condições e exigências locais. Desde o iní-cio até ao momento atual, a Meireles Angola movimentou cerca de seis milhões de euros em volume de negócios constituídos por vendas di-retas e indiretas, distribuídos pelo ramo hotelei-ro em 80% e pelo equipamento doméstico em 20%. Aqui, o que diferencia esta empresa das

Algumas obras com o cunho Meirelesem Angola:• Hotel Mil Cidade (Benguela);• Hotel Epic Sana Luanda;• Hotel Rio Mar Catumbela (Lobito);• Eusébios Angola – Palácio Zaire;• Ministério Interior (Cadeia Hospital São Paulo; Luanda; Cadeia Viana – Luanda; Cadeia Km 33 Bom Jesus – Luanda);• MPLA (Complexa Futunga II – VI Congresso MPLA Futunga – Luanda), entre outros.

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demais é também o acompanhamento técnico e especializado da obra após a sua finalização. O cliente é assistido por uma equipa de técnicos portugueses altamente qualificados, que enqua-dram jovens angolanos em processo de forma-ção, mas com aptidões para as funções. Esta presença num país em reconstrução e ainda com fortes carências tem sido, para Alexandre Mei-reles, uma experiência gratificante. “É um país carenciado ao nível de infraestruturas com um potencial de investimento elevadíssimo. Angola é um mercado promissor mas sobretudo para empresas produtoras. Ter a ideia de que qual-quer empresa comercial chega a Angola e vence é errada”, defendeu Alexandre Meireles. Angola é um mercado exigente e que solicita qualidade em tudo. “O empresário tem de transferir o me-lhor que tiver, em meios humanos, materiais e know how. Não pode enviar produtos obsoletos,

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que não têm saída no mercado português. Por outro lado, tem de estar suficientemente capita-lizado para aguardar o momento cruzeiro, sem sobressaltos, caso contrário agravará disfunções que possam estar a ocorrer em Portugal. Mas, neste processo, é ainda essencial encontrar um parceiro credível que o ajude a conhecer, comer-cialmente, o mercado”, acrescentou Jorge Gui-marães. António Viana fez esta “apalpação do terreno”. Foi há quatro anos para Angola e já contactou um agregado de clientes representa-tivo e, hoje, conhece este mercado como poucos. “A exigência é maior e a esperança em empresas como a nossa continua a ser muita. Somos uma mais valia para os angolanos, tanto industriais de hotelaria, como consumidores domésticos e vamos notando isso à medida que lhes vamos apresentando o nosso trabalho. Os angolanos, como qualquer outro cliente na Europa ou de

outros continentes não querem ser iludidos e nós temos de transmitir uma total credibilidade e confiança”, afirmou António Viana. Em Angola, a Meireles não funciona numa lógi-ca industrial, apesar de, no espaço de dois anos, ser esse o objetivo. Paulatinamente, a Meireles Angola pretende criar uma “mini industrializa-ção”, como definiu Jorge Guimarães. “Em An-gola, não vendemos produto. Vendemos soluções e qualidade. Esta tem sido a nossa política”, con-cluiu o mesmo responsável. Para o futuro, com as sinergias necessárias, a Meireles quer continu-ar a ultrapassar os obstáculos que vão surgindo com mestria e sabedoria. “Este núcleo mais jo-vem acredita que está a representar uma marca prestigiada e com história. Surgirão dificuldades, naturalmente, mas nós temos capacidade para vencê-las, tal como a Meireles o tem feito desde sempre”, concluiu Alexandre Meireles.

Principais momentos da história da Meireles, por décadas:Anos 30 – Criação da empresa no Porto. Fabrico do primeiro fogão elétrico português;Anos 40 – Início do fabrico de produtos industriais, como fogões industriais, fornos elétricos e estufas elétricas;Anos 50 – Fabrico do primeiro fogão a gás produzido em Portugal;Anos 60 – Alargamento da gama industrial ao gás, passando a empresa a ter condições para o equipamento de cozinhas profissionais;Anos 70 – Alteração de forma jurídica para sociedade por quotas, assistindo-se ainda a um aumento significativo do seu volume de negócios com base no aumento da produção;Anos 80 – Mudança de instalações para uma área de 14 000m², com o fabrico de 300 unidades de fogões por dia. A empresa atinge os 20 mil fogões por ano;Anos 90 – Internacionalização teve início com exportações de fogões para o norte de Espanha. Foi implementada a política de qualidade na empresa. A empresa, constituída entretanto como sociedade anónima, atinge uma produção anual de 65 mil fogões e uma quota de mercado de 24% no mercado de fogões em Portugal;2000 – Forte aposta na internacionalização, com a entrada no mercado do Médio Oriente (Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Kuwait, Qatar, Líbano, Irão, Iémen), e Índia, seguindo-se a Austrália, Venezuela, Guiné, Argélia, Cabo Verde, Angola, Itália e Reino Unido. Ao mesmo tempo que atinge as 80 mil unidades de fogões por ano, a empresa torna-se líder no mercado de fogões em Portugal. Inicia-se, então, a produção de placas de encastre a gás e vitrocerâmicas;2007 – Abertura de uma sociedade trading em Angola;2010 – A empresa torna-se líder no mercado de fogões em Espanha e atinge 36% da quota de mercado em fogões no mercado português. Alarga ainda a gama Meireles a frio;2011 – Lançamento de encastre com marca Meireles no mercado português.

RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-ANGOLA

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Qual a história da Angola Cables?A Angola Cables, criada em 2009 como operador de cabos submarinos angolanos, tem vindo a desenvolver o seu negócio nacional como o opera-dor dos operadores, visto que suporta as ligações internacionais de grandes capacidades. Adicionalmente está a desenvolver a internet de Angola O negócio central da empresa consiste na comercialização de capacidade de circuitos internacionais de voz e dados por cabo submarino de fibra óti-ca. A empresa gere igualmente as infraestruturas do IXP nacional (o AN-GONIX) assim como comercializa espaço de colocation de equipamentos de transmissão, no seu datacenter, o ANGONAP.

Quais os investimentos feitos pela Angola Cables em 2013? Um dos mais recentes projetos da Angola Cables que tem contribuído para reforçar a sua posição enquanto empresa inovadora e na vanguarda do setor tecnológico é o Angonix, o novo Internet Exchange Point de Angola, onde operadores e fornecedores de conteúdos trocam informa-ções e dados para toda a Angola. Este projeto transformará a internet do país garantindo maior qualidade nas ligações e maior velocidade.

Como querem contribuir para o desenvolvimento de Angola e do continen-te africano?Neste momento a Angola Cables tem a visão de transformar Angola num dos principais Hub africanos de telecomunicações. A sua atividade visa su-portar o desenvolvimento das telecomunicações em Angola e no continente africano. Atualmente, é possível afirmar-se que em Angola o crescimento emergente das TIC tem sido notável e já bastante reconhecido a nível mun-dial. A Angola Cables é mais um dos impulsionadores desta evolução.

“Neste momento a Angola Cables tem a visão de transformar Angola num dos principais Hub africanos de telecomunicações”, afirma António Nunes, Presidente da Comissao Executiva da Angola Cables, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Conheça mais de uma

marca criada em 2009 e que tem vindo a assumir uma preponderância vital no desenvolvimento das telecomunicações em Angola e no continente africano

ANGOLA CABLESimpulsiona o mercado angolano

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Sobre a empresaData de criaçãoCriada em 2009 entra em atividade comercial em 2013Áreas de negócio• Circuitos internacionais• Internet• Serviços de DataCenterNº de colaboradores: 72Mercados de destino dos serviços:Internacional diverso, Maior abrangência para África

Sobre PCE Nome: António NunesIdade: 46Nacionalidade: AngolanoCargo:Presidente da Comissao ExecutivaFormação académica: EngenheiroElectrotecnico pela universidade de Dresden (Alemanha)

O projeto SACS: O SACS é um cabo submarino que irá unir Angola ao Brasil. Este cabo tem a particularidade de ser o primeiro sistema de cabos submarinos de telecomunicações no Atlântico Sul que ligará África à América do Sul, permitindo ligações alternativas ao Brasil e novas rotas aos países da Costa Oeste de África. O sistema terá cerca de 6000 km de cumprimento e irá usar as mais inovadoras tecnologias exis-tentes no mercado. Contamos que este projeto esteja concluído em 2016. O projeto tem um custo de investimento estimado em cerca de US$ 160 milhões sendo a Angola Cables o principal. Em termos de equipa envolvida o projeto está a ser coordenado pela Angola Cables diretamente. Contudo e devido a complexidade dos projetos temos consultores de diversas origens a suportarem o desenvolvimento.

Qual o impacto deste projeto no mercado das telecomunicações?Com a entrada em serviço em 2016 este projeto irá revolucionar as rotas de tráfego de telecomunicações mundiais, pois trata-se de uma rota completamente nova no fórum das telecomunicações mundiais. A América do Sul e África passam a ter rota alternativas as atualmente existentes.

António Nunes

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Levar o nome de Angola mais longe sempre foi o seu sonho. Sente que está a conseguir realizar esse objetivo de vida através das suas criações?Sim, e sinto que consigo ‘recontar’ a história do meu país, a verdadeira essência da alma angolana.

Em algumas palavras, quem é Cilene Correia?Uma mulher furacão, como alguém um dia me ro-tulou, feliz embora sofrida, com um coração enor-me e com uma força capaz de mover montanhas.

Sempre esteve ligada à moda e às tendências. Como é que veio parar ao mundo das artes? As artes sempre fizeram parte da sua vida?Sempre tive apetência por esta área. A minha mãe, que foi uma excelente costureira, transmi-tiu-nos o gosto do saber fazer e do saber criar coisas diferentes, passávamos vários serões e to-das as férias escolares a ‘inventar’ coisas… como as nossas roupas, os nossos acessórios e, como as dificuldades eram imensas, éramos ‘obrigadas’ a criar também ‘coisas’ para tornar a casa mais aco-lhedora como quadros, almofadas, etc.

Quais eram as suas expetativas quando criou a Defendideias e qual o balanço que já pode ser fei-to agora que passaram cinco anos desde a criação deste projeto?Acreditei sempre ser capaz de criar algo que fa-lasse por si, contando a história da terra que me viu nascer. Passados estes anos, considero que a aceitação ultrapassou as minhas expectativas na medida em que as minhas peças estão hoje es-palhadas um pouco pelo mundo e em posse das mais altas individualidades.

Quais as principais dificuldades que a Defendi-deias encontrou?Dada a especificidade das nossas criações, a con-quista do mercado foi feita de forma gradual, atendendo à exigência do nosso cliente alvo.

Na altura que decidiu iniciar este projeto, um dos motores de arranque foi o facto de existirem enor-mes lacunas a nível da oferta de produtos como peças de cristal, louça ou outros artigos de deco-ração em Angola, principalmente para a classe mé-dia alta. Continua a haver essa falha no país?A lacuna existente não era tanto na área da deco-ração em geral, mas centrava-se numa área mais especifica que tinha a ver com peças de cunho nacional que fossem para além do artesanato lo-cal em pau preto. Penso que hoje essa falha está colmatada porque existe já bastante oferta no mercado.

A área do design está a crescer em Angola? Como perspetiva este crescimento?Sim, começa a haver um interesse cada vez

Uma empresa de design angolana que pretende levar o nome de Angola mais longe e contar a história, os costumes e as tradições das suas gentes, assim pode definir-se a Defendideias. Por trás deste projeto só poderia estar uma grande mulher. A Revista Pontos de Vista entrevistou Cilene Correia, “uma mulher furacão, como alguém um dia me rotulou, feliz embora sofrida, com um coração

enorme e com uma força capaz de mover montanhas”, assim se caracteriza a empresária. Fique a conhecê-la!

“SINTO QUE CONSIGO’recontar’ a história do meu país”

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Cilene Correia no seu gabinete de trabalho

RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-ANGOLA

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maior nessa área o que impulsiona o desenvol-vimento da criatividade artística de uma forma generalizada.

De que forma consegue trazer inovação aos seus produtos ao mesmo tempo que eleva o patriotis-mo e a tradição angolana?Costumo dizer que o sangue negro que me cor-re na veia é o responsável pela necessidade nata que vou tendo de inovar constantemente para, assim, transmitir esse patriotismo e o orgulho de ser angolana.

Viveu mais de 20 anos em Portugal. A cultura por-tuguesa também acaba, de certa forma, por se refletir nas suas obras?Sem dúvida. Foi na região de Coimbra, a terra do meu pai, que vivi uma grande parte da minha vida. Uma parte da minha história também lá está… e, como é óbvio, todas as nossas vivências fazem parte da nossa obra.

Já ofereceu peças da sua autoria a José Eduardo dos Santos, a Assunção Esteves e até mesmo ao Papa. Que notoriedade estes momentos trouxe-ram à Defendideias?Oferecemos sempre o nº 1 de todas as nossas edições limitadas e numeradas ao nosso Presi-dente da República porque essas peças se refe-rem às datas especiais e mais marcantes do país, como a comemoração da independência, da paz e reconciliação nacional e outras. Por oca-sião da oferta da peça nº 1 da independência, recebemos do nosso Presidente José Eduardo dos Santos uma carta de louvor e incentivo de que muito nos orgulhamos. Às outras indivi-dualidades como as que refere e outras como Ban Ki Moon, Hillary Clinton, o Papa Bento XVI , o actual Papa Francisco, Passos Coelho…entre outras… não somos nós que oferecemos, mas temos o privilégio das nossas peças serem adquiridas pelas altas figuras nacionais que, nas suas visitas de estado, as oferecem.

A Defendideias já conquistou algum espaço no mercado angolano devido às suas peças inovado-ras e originais. Tem outros mercados em vista? A internacionalização da Defendideias passa pelos seus objetivos?A Defendideias caminha sozinha, com capitais próprios, com a audácia e o calculismo necessá-rios para não defraudar as expectativas de quem confia em nós. Devagar atingiremos outros mer-cados, no próximo ano teremos um espaço em Lisboa e…veremos o que virá a seguir.

Até onde quer levar a Defendideias? Quais os grandes objetivos que tem definidos?Lançámos recentemente o nosso book “D’onde Sou”, vendo assim cumprido mais um dos nossos objetivos. Quero continuar a elevar o orgulho nacional através da Defendideias e contribuir com a minha obra para que o espirito ‘Amar Angola’ seja uma realidade cada vez maior, pois parafraseando a minha amiga Anot, ‘não se tem orgulho sem primeiro amar’.

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Conjunto de Chávenas da Comemoração da Independência de Angola, Edição Limitada e Numerada (Cujo número 1 mereceu carta de louvor do Presidente da República)

Pormenor Jóia Amar Angola, Edição Limitada e Numerada

Conjunto de Chávenas da Comemoraçãodo Dia da Paz e da Reconciliação Nacional, 2ª Edição

Jóia Amar Angola, Edição Limitada e Numerada(Cujo número 1 foi oferecido à Primeira Dama)

Parte da equipa Defendideias (da esq. para a dir., Jony, Filipe, Cilene Correia, Paizão e Inês Andrade)

Cilene Correia na apresentação da colecção 2013/2014

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E replicar porquê? As vantagens são mais que muitas. A primeira prende-se natu-ralmente com questões de saúde pública. À luz da monografia da Farmacopeia Eu-

ropeia o ar medicinal é considerado um fármaco e a qualidade do ar entregue à rede hospitalar é da responsabilidade do Farmacêutico Hospitalar. Os equipamentos que produzem ar medicinal devem, por isso, ser isentos de óleo como forma de garantir a total segurança e domínio da quali-dade do ar administrado ao paciente. Nesta ótica, as centrais de ar isentas de óleo oferecem uma alternativa mais segura do que as centrais de ar, com compressores lubrificados a óleo. Estas últi-mas terão, na opinião do Engenheiro Sabino de Pompeia, os dias contados. “Cada vez mais, as administrações hospitalares vão dando conta das vantagens em possuírem equipamentos desta natureza, conscientes deste facto. Os nossos produtos têm uma grande ma-turidade e ciclos de vida útil de décadas de anos e estão associados a grandes hospitais”, afirma.A ULTRA-CONTROLO é o fornecedor líder no mercado português e conta com mais de 500 centrais de gases medicinais registadas no Infar-med e instaladas em Portugal, com contagem apenas desde o ano 2000. Ao longo destes 25 anos os seus principais parceiros e instaladores têm sido a GASIN (AirProducts), a LINDE e o SUCH.

“SÃO MÁQUINAS FEITAS PARA DURARMUITO TEMPO E COM CUSTODE OPERAÇÃO MAIS BAIXO”

Para além da qualidade do ar administrado, im-porta referir que este equipamento está prepara-do para trabalhar em regime contínuo, enquanto a maioria dos compressores de pistão, isentos de óleo, ao contrário dos compressores da ULTRA--CONTROLO, foram concebidos para uso in-dustrial e para funcionamento intermitente, não estando por isso preparados para um funciona-mento contínuo. Ora, obviamente que é de todo prudente garantir um débito de ar constante para que não se corra o risco de, por exemplo, as ferra-mentas pneumáticas, aquando da sua utilização, perderem a força necessária ao normal funcio-namento e isso resultar no fraco abastecimento de ar medicinal, algo que pode ser fatal para o doente.É de referir ainda que, para além de sinónimo de qualidade e fiabilidade, estes equipamentos caracterizam-se também pela durabilidade. “São máquinas feitas para durar muitos anos e com custo de operação mais baixo. A Ultra-Controlo

tem capitalizado muito para o Estado nesta área, com a implementação de equipamentos e tec-nologias de topo, os hospitais não gastam nem mais um euro do que podiam gastar para terem os sistemas a funcionar. Qualquer outra central da concorrência tem a durabilidade de 10 ou 15 anos e depois têm que ser substituídas. Quando o Estado investe num equipamento destes, in-veste uma vez, mas não tem que reinvestir nos próximos 40 anos portanto, até os governos estão interessados neste tipo de produtos e por isso eles próprios vão comunicar às unidades hospitala-res”, explica Sabino de Pompeia.Este tem sido, por isso, o discurso de entrada em novos mercados. “Quando estou a entrar noutros países falo com o Ministério da Saúde local, porque o Estado é o principal interessado em implementar equipamentos que oferecem maior segurança, que excedem os requisitos exi-gidos pelas normas internacionais nesta área, que estão preparados para ciclos de vida útil de décadas, em que não terão uma nova despesa em aquisição de equipamento novo durante 30 a 40 anos e que estão concebidos ainda, para poupar energia e outras despesas de manutenção. Estou convencido que em Portugal vamos conseguir reduzir alguns milhões de euros na despesa que o Estado tem com os gases medicinais. Estamos a trabalhar neste sentido e já demos as primei-ras luzes ao atual Secretário de Estado Adjunto

Com mais de 25 anos de experiência, a Ultra-Controlo é o principal fornecedor de vácuo em Portugal. Tendo começado por ser representante exclusiva de importantes fábricas internacionais - com destaque para a Rietschle - hoje é também um importante

fabricante a nível mundial de centrais de produção de oxigénio medicinal, centrais de vácuo e centrais de ar comprimido para aplicação hospitalar e tem implementado, em Portugal, com grande sucesso, o conceito de total isenção de óleo nas redes de ar

comprimido medicinal nos hospitais portugueses. É o primeiro fabricante português de centrais para gases medicinais, certificadas de acordo com a Diretiva Europeia 93/42/CEE para dispositivos médicos. Replicar o modelo português a outros países é o grande

objectivo do CEO da empresa, Sabino de Pompeia, com quem a Revista Pontos de Vista esteve à conversa.

“ATÉ OS GOVERNOSestão interessados neste tipo de produtos”

do Ministério da Saúde e ao Infarmed. Neste momento, estou a trabalhar também na Arábia Saudita com as autoridades locais com esse obje-tivo de reduzir dezenas de milhões de dólares ao Estado saudita”, refere.

“ESTAMOS MAIS FOCALIZADOSNOS PAÍSES EMERGENTES”

Foi apenas em 2011 que a internacionalização começou a ser preparada na ULTRA-CON-TROLO com um site em 4 línguas. “Com o pre-cioso apoio do AICEP que acreditou em nós e com o plano de negócios bem delineado, hoje já estamos com projetos ativos em 52 países. Cada vez que vamos a uma feira há sempre empresas interessadas em distribuir os nossos produtos, especialmente pelos nossos produtos de topo. Quanto aos mercados de exportação são já cerca de 20. Este mês foi enviada a primeira carga para a Indonésia e no próximo mês será enviada a pri-meira carga para o Brasil. Estamos mais focaliza-dos nos países emergentes, não só em África, mas também na América do Sul e Médio Oriente, onde realmente percebemos que o setor da saúde é um setor em que os governos estão a investir. Em relação a Angola, fizemos a FILDA no ano passado e, nessa altura, tive a oportunidade de vi-sitar vários hospitais e perceber que se encontram ainda muito debilitados nesta área. Portanto, há também ainda muito a fazer. Nós estamos a fazer

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Sabino de Pompeia

RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-ANGOLA

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história, com a implementação de equipamentos de topo de gama que não existem lá e com a pre-ocupação também de instituir as boas práticas”, orgulha-se o CEO da ULTRA-CONTROLO.Angola é o país onde a empresa neste momen-to, mais vende, fruto da persistência e também do excelente desempenho do distribuidor. No entanto, não foi fácil entrar neste mercado. “Em 2002/ 2003 falou-se num projeto de construção de 195 novos hospitais em Angola e esse poten-cial naturalmente despertou a minha atenção, ainda que depois o projeto não tenha andado. Há cerca de 3 anos atrás um amigo meu criou a sua própria empresa em Angola e decidiu traba-lhar com as nossas marcas. A nossa colaboração mútua resultou que neste momento concorremos em cerca de 80% dos projetos de gases medici-nais em Angola, com as nossas centrais”, refere.

“DAQUI A UNS ANOS SEREMOS UMA DAS MARCAS LÍDERES DE MERCADO NOS

PAÍSES ONDE ESTAMOS FOCALIZADOS”Sabino de Pompeia aproveita esta entrevista para deixar um conselho: “era importante que os hospitais ou decisores públicos nesse setor, an-tes de comprarem uma central, pensassem bem o que estão a adquirir porque cheguei a visitar vários hospitais e ver equipamentos que custam fortunas todos parados. Estive num hospital, em Angola, em que a central de produção de oxi-génio estava parada e estava para ser substituída. No conjunto havia um compressor de oxigénio que só tinha 1800 horas de utilização. Ou seja, ainda nem tinha chegado as horas para fazer a primeira intervenção de manutenção das duas mil horas e já estava para ir para o lixo. Só esse compressor custa 44 mil dólares e para mim está completamente novo!! Portanto, optarem por um fabricante português como a ULTRA CON-TROLO, com o prestígio que nós temos, com as referências do que já fizemos aqui e que estamos a fazer no mundo... Falamos a mesma língua e podemos formar bons técnicos de manutenção nos próprios hospitais em Angola – acho que o país só ganhava com tudo isso”.No que concerne às expectativas para os próximos tempos. “Nós tivemos a felicidade e a destreza de

fechar um contrato de licença de construção em Portugal, de compressores isentos de óleo e por-tanto somos o primeiro fabricante português de compressores de ar, isentos de óleo, com a nossa própria marca ULTRACECO. Podemos expor-tar a nossa marca para o mundo inteiro. As ex-pectativas de futuro para a ULTRA CONTRO-LO são, de facto, muito boas. Temos a nossa divisão de fabricação industrial de compressores,

Scroll Division, e a divisão de fabricação de dis-positivos médicos, Medical Gas Systems, onde também integramos os próprios compressores que fabricamos. Parece que não mas esta combi-nação tornou-se perfeita para não dependermos de terceiros. Os nossos distribuidores estão mui-to satisfeitos. A continuar assim daqui a uns anos seremos uma das marcas líderes de mercado nos países onde estamos focalizados”, conclui.

Central de Produçãode Oxigénio MedicinalULTRAOX

Primeira Central deProdução e Enchimento de Oxigénio

Medicinal ULTRAOX 120 SS,instalada em Cabo Verde

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O BANC – Banco Angolano de Negócios e Comér-cio, abriu, em novembro de 2013, um escritório de representação em Portugal. Quais foram os principais desideratos desta edificação e que ba-lanço é possível perpetuar da atividade da enti-dade desde esse período até hoje?O BANC – Escritório de Representação em Portugal foi o primeiro passo para a internacio-nalização segura e sustentada da instituição. A missão primordial deste Escritório em Portugal é a representação e divulgação do BANC e o objetivo principal é apoiar, ajudar e aconselhar os nossos clientes que aqui se encontram. O es-critório é a ponte que os nossos clientes neces-sitam para sentirem que o seu banco angolano os acompanha em Portugal e que podem contar com profissionais conhecedores das políticas mo-netárias, legislações cambiais e mercados finan-ceiros de ambos os países.

O que esperam conseguir aportar ao mercado luso com esta introdução do BANC em Portugal? Esta “ligação” era essencial para o BANC? Porquê? Esta ligação mais do que ser essencial para o crescimento sustentado da instituição, da entrada no mercado financeiro português, era premente para os nossos clientes que organizaram as suas vidas profissionais | particulares e empresariais entre Angola e Portugal, e que sentiam a nos-sa falta, enquanto elo de ligação entre empresas associadas, bem como suporte para jovens ango-lanos que estão a estudar em Portugal ou portu-gueses a trabalhar em Angola e que mantém a sua família em Portugal.

Era o passo que faltava ao BANC ao nível da estra-tégia de internacionalização e ao mesmo tempo de reforço da sua posição em Angola com a aber-tura de novos balcões? Que impacto terá esta “evolução” na relação da entidade com os seus clientes?Os clientes de qualquer instituição financeira bancária querem ver o seu banco crescer de forma segura, sustentada, tranquila e com muita segu-rança. E são estes os termos do nosso crescimen-to, e estes são os pilares que sustentam o Banco Angolano de Negócios e Comércio. A presença em todas as províncias de Angola e o reforço na-quelas em que sentimos o apelo dos nossos clien-tes é o fator decisivo para o nosso crescimento.

Como especialistas financeiros, de que forma têm vindo a trabalhar em conjunto com o universo empresarial, instituições financeiras e particu-

“O BANC – Escritório de Representação em Portugal foi o primeiro passo para a internacionalização segura e sustentada da instituição. A missão primordial deste Escritório em Portugal é a representação e divulgação do BANC e o objetivo principal é apoiar,

ajudar e aconselhar os nossos clientes que aqui se encontram”, afirma Sara Gameiro, Head Officer do escritório de representação em Portugal do BANC – Banco Angolano de Negócios e Comércio, em entrevista à Revista Pontos de Vista. Fique a saber mais da

estratégia da instituição e de como tem sido um apoio preponderante na internacionalização do universo empresarial.

BANC– Parceiro de excelência

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Sara Gameiro

RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-ANGOLA

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lares no sentido dos mesmos alcançarem todo o seu potencial?A criação de alianças comerciais com empresas já internacionalizadas ou em fase de internacio-nalização em Angola ou Portugal, Câmaras de Comércio, Associações empresarias, bem como a celebração de protocolos de cooperação ou Me-morandos de Entendimentos (MOU) são apenas ferramentas para potenciar ligações e oferecer outros universos aos nossos clientes atuais, bem como apelar a futuras ligações comerciais.

Quais têm sido as maiores dificuldades que têm enfrentado? Sente que a vossa proposta de valor foi bem acolhida por parte do público e do univer-so empresarial que atua em Angola e Portugal?O Banco Angolano de Negócios e Comercio – Escritório de Representação em Portugal, não sentiu qualquer adversidade, dificuldade ou obs-táculo no mercado financeiro e bancário e Por-tugal. A adesão entusiástica a este conceito por parte dos nossos clientes tem sido um verdadeiro study case. O nosso cliente sente-se verdadeira-mente satisfeito, seguro e acompanhado quando se depara com uma equipa de profissionais que conhece a tramitação de ambos os mercados, e que pode contar com a mesma linguagem, com o mesmo Banco, estando ele em Angola ou em Portugal. Saliente-se que o Escritório de Repre-sentação não executa as tradicionais operações bancárias, apenas acompanha, aconselha, esclare-ce os seus clientes e as suas operações financeiras. Este projeto assenta a sua cultura na elevação contínua do serviço prestado ao nosso cliente.

A globalização dos mercados associada à crise nos diversos países mundiais tem marcado a agenda quotidiana a nível global. De que forma a concen-tração de esforços e investimentos por parte das entidades e empresas portuguesas e angolanas pode ajudar a enfrentar a crise económica?O Banco Angolano de Negócios e Comércio, S.A., acredita em projetos de investimento que criem riqueza sustentada na economia angolana, que tragam mais valias duradouras para o país, pelo que a globalização dos mercados tem de ser entendida pelos players como o caminho óbvio do crescimento cooperante entre economias, em que todos investem, todos correm riscos de in-vestimento e todos colhem frutos destas partilhas económicas.

Com um crescimento do PIB para 2014 estimado em mais de 8% e com uma forte aposta governamen-tal no incentivo à diversificação da economia, Angola continuará a ser, a nível mundial, um dos países mais atrativos para investir. De que for-ma tem o BANC vindo a contribuir para este desen-volvimento do potencial do mercado angolano? Na sua opinião, o que ainda falta ao mercado angolano? O mercado angolano não se distingue de outros mercados, pois todas as nações necessitam sem-pre de ter investimentos contínuos na educação, na saúde, na bancarização, na construção, nas po-líticas ambientais...

O mercado financeiro angolano assistiu a uma evolução positiva nos últimos anos, contribuin-do para tal a criação de forte regulamentação do órgão supervisor em áreas de Governo Corpora-tivo, compliance e corporate finance.Estas medidas, assim como a “desdolorização da economia” contribuíram para um fortalecimento da moenda, acréscimo de operações correntes ma moeda nacional e robustez no próprio sistema.

Que soluções oferece o BANC às empresas portu-guesas que queiram apostar no mercado angolano?O BANC é um Banco Angolano que presta aos seus clientes todas as operações bancárias por lei permitidas. A grande vantagem que o BANC apresenta aos seus clientes particulares ou de corporate portugueses é o facto de sermos o mes-mo banco em Angola e em Portugal, e sempre que necessitem de comunicar com o seu banco, estamos em Portugal para o ajudar, esclarecer e acompanhar as suas transações. Somos um só in-terlocutor, uma só voz em ambos os países.

A moeda nacional de Angola “Kwanza” começou a ser transacionada na banca portuguesa, France-sa, Moçambicana e Namibiana, desde o passado dia 11 de novembro de 2013. A internacionaliza-ção da moeda angolana, assentou na estratégia de amadurecer e fortalecer o “Kwanza”, estimu-lando as comunidades e empresários angolanos a consolidar o mercado monetário do país no exte-rior. Desta forma, o que ganhou o país e a própria moeda angolana com a internacionalização do “Kwanza”?A estabilidade do Kwanza e a sua internacionali-zação só vieram confirmar a segurança da econo-mia angolana junto de outros mercados. Como já referido, assistiu-se a um fortalecimento da mo-eda nacional, após a implementação das medidas protecionistas de desdolorização da economia.

Em que domínio pode este processo funcionar como um forte apoio no serviço à comunidade luso-angolana e a todos aqueles que desenvol-

vem uma atividade profissional e comercial em Angola e Portugal?O nosso conceito de estar junto dos nossos clien-tes, de porta aberta para os receber e os ajudar, é o verdadeiro apoio, sejam eles particulares ou empresariais. O que mais nos importa é o verda-deiro agradecimento que temos sentido por parte dos nossos clientes por estarmos junto deles em Angola ou em Portugal.

As empresas portuguesas, através deste novo processo, poderão ter maior «facilidade» para promover a sua internacionalização em Angola? Sente que é um marco importante nas relações entre Portugal e Angola?Neste período de tempo, constatámos que exis-tem clientes portugueses, espanhóis e brasileiros a contactar-nos para os esclarecermos quanto a procedimentos de início das suas atividades co-merciais em Angola, e esses, sem exceção, de-monstraram confiança na nossa instituição e ficam sensibilizados com o facto de o seu banco comercial ter interlocutores em Portugal que os orientam e os acompanham de forma transversal na sua atividade financeira em Angola. Os nossos clientes que iniciam o processo de internaciona-lização da sua atividade agradecem a nossa pre-sença em Portugal, pois sentem apoio, confiança, segurança e tranquilidade nas suas operações.

Quais são os principais desafios e projetos do BANC? Enquanto Escritório de Representação em Portugal não nos compete desvendar os rumos da política comercial ou expansionista da nossa instituição. Resta-nos apenas salientar o agrade-cimento que os nossos clientes veem demons-trando face a nossa elevada qualidade de serviço prestado. A nossa entrada discreta no mercado financeiro português excedeu de forma inimaginável as ex-pectativas de toda a instituição e de toda a nossa carteira de clientes, pois têm sido estes o nosso veículo de divulgação e sucesso alcançado.

“O Banco Angolano de Negócios e Comércio, S.A., acredita em projetos de investimento que criem riqueza sustentada na economia angolana, que tragam mais valias duradouras para o País, pelo que a globalização dos mercados tem de ser entendida pelos players como o caminho óbvio do crescimento cooperante entre economias, em que todos investem, todos correm riscos de investimento e todos colhem frutos destas partilhas económicas”

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Quando foi edificada a Gameiro Associados e de que forma é que a mesma tem funcionado como um elo primordial na ligação/parceria entre Por-tugal e Angola? Apesar de a estrutura formal ter sido objeto de diversas alterações ao longo do tempo, o início da atividade da Gameiro Associados reporta-se a 1986, ano em que decidimos abranger no âmbito das nossas atividades de consultoria e assessoria empresarial, a área de apoio à internacionaliza-ção, a qual conseguimos implementar a partir do final dessa década.

Quais as razões que o levaram a apostar no merca-do angolano? Quais as potencialidades do mesmo? A nossa atividade em Angola não resulta de uma aposta ou de uma moda recente. Sempre estive-mos presentes em Angola, tal como em Portugal, pois acreditamos no País independentemente, por um lado, de interesses conjunturais, e por ou-tro lado, de necessidades de sobrevivência. O ponto de partida da Gameiro Associados é con-fundível, ou seja, não é possível dizermos com rigor se iniciamos atividade em Angola ou em Portugal. Se se indagar sobre essa questão junto de empre-sas nossas clientes, estamos certos que nenhuma o conseguirá determinar. Daí que a nossa visão não tenha em consideração os benefícios que se po-dem retirar do mercado angolano, mas antes uma visão biunívoca dos mercados. E restringindo-nos à sua questão: o sucesso das empresas que se in-ternacionalizam para o mercado angolano tem de assentar em dois vetores, o benefício privado e o contributo à economia nacional.

De que forma é que a Gameiro Associados tem vindo a desenvolver trabalhos de elevada rele-vância na área do Business e apoio à internacio-nalização de capitais angolanos, bem como no apoio e acompanhamento ao investimento por-tuguês em Angola? Qual o apoio que prestam aos vossos clientes?Não somos nós que temos de avaliar o nosso de-sempenho profissional, mas os nossos clientes. Contudo, o que podemos expressar a esse propó-sito, é o conforto que sentimos perante o sucesso obtido pelas empresas que apoiamos nos seus processos de internacionalização. Tal conforto tem-nos impelido a criar áreas complementares nos serviços de consultoria de apoio à interna-cionalização, permitindo aos nossos clientes en-contrar na Gameiro Associados uma abrangên-cia de serviços que lhes permita ter a garantia do cumprimento de todos os procedimentos que são impostos ao investidor externo.

Gameiro Associados é sinonimo de parceiro de qualidade e credibilidade, sendo portanto um importante pilar no que concerne ao apoio ao universo empresarial, estando centrada na consultoria empresarial de apoio à internacionalização em Angola e

Portugal, tendo alargado recentemente a sua atividade ao mercado brasileiro. Na entrevista que se segue, a Revista Pontos de Vista conversou com Luís Gameiro, Senior Partner da Gameiro Associados, que nos deu a conhecer um pouco do panorama

que se vive em Angola do ponto de vista do direito, bem como os apoios que são prestados pela «marca» aos empresários que pretendem apostar na internacionalização.

GAMEIRO ASSOCIADOS E O SUCESSOdas empresas que se internacionalizam

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Luís Gameiro

RELAÇÕES BILATERAISPORTUGAL-ANGOLA

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A Gameiro Associados presta um conjunto de serviços aos seus clientes que abrange toda a cadeia de procedimentos legislativos e regula-mentares impostos ao investidor externo, o que significa que, além dos serviços que visam dar cumprimento às obrigações legais genéricas e abrangentes a todos os setores de atividade, executa todas as tarefas e trabalhos inerentes à obtenção de autorizações e licenciamentos ao exercício de atividades especializadas e sujeitas ao cumprimento obrigações especiais. Importa referir também que a montagem de operações de internacionalização realizadas pela Gameiro As-sociados têm a preocupação de proceder ao seu enquadramento de forma ampla, permitindo às empresas obter todos os benefícios concedidos à internacionalização quer no país de origem quer no país de destino do investimento.

No âmbito legislativo quais são as principais la-cunas que ainda identifica no mercado angolano? O que está ser efetuado para alterar esses pontos menos positivos? Na sua opinião, estamos no ca-minho correto? Ao contrário da ideia instalada de que no âmbi-to legislativo o mercado angolano carece de um regime jurídico, importa esclarecer que o ordena-mento jurídico angolano está devidamente estru-turado. O que acontece, a exemplo de qualquer outro Estado de Direito, é que o legislador tem de acompanhar a evolução do mercado, e nesse sentido é indispensável, produzir diplomas legais de forma a adaptar a lei àquela evolução. Ora, o que tem acontecido é que os legisladores angola-nos, órgãos de soberania e instituições imbuídas de competências para tal, têm produzido um ele-vado número de diplomas legais que vêm cum-prir esse desiderato. Casos paradigmáticos desta afirmação, são: o conjunto de normativos que têm sido publicados pelo BNA (Banco Nacional de Angola), no sentido de adequar o funciona-mento das instituições financeiras angolanas ao quadro internacional do sistema bancário; ou, o novo regime fiscal, recentemente aprovado e que entrará um vigor dentro de um curto prazo,

o qual significa a implementação de alterações substanciais ao sistema tributário angolano.

De que forma é que estas lacunas legislativas funcionam como um obstáculo às empresas por-tuguesas que pretendem estabelecer-se em terri-tório angolano? Tendo presente o anteriormente referido, o legis-lador tem vindo a produzir adaptações ao regime jurídico das empresas de forma a adequá-lo às atuais circunstâncias do mercado e às inovações das infraestruturas para os diversos setores do te-cido empresarial. Neste âmbito está englobado o regime jurídico aplicável ao investimento exter-no, o qual contém um conjunto de mecanismos a cumprir pelos investidores estrageiros. Mas tais mecanismos não significam que hajam obstácu-los às empresas portuguesas que se pretendem instalar em Angola. O que acontece é que, por vezes, o processo decisório de internacionaliza-ção das empresas não foi devidamente projetado e elaborado de acordo com aquele regime jurí-dico. Na verdade, quando um projeto de inter-nacionalização é preparado de acordo com estas premissas, regra geral, os aludidos obstáculos le-gislativos desvanecem-se.

O que buscam as empresas de génese lusa que pretendem apostar na internacionalização nesses países? Que tipo de apoio prestam às mesmas? As empresas de génese lusa quando se interna-cionalizam para Angola têm tido, em nossa opi-nião, dois tipos de pretensão: criar novas unida-des produtivas, dentro do seu core business, em território angolano, mantendo, simultaneamente, o seu centro de decisão, bem como as suas ativi-dades, em Portugal; ou, devido à conjuntura eco-nómica que se tem vivido na Europa na última década, deslocalizar toda a sua atividade para o mercado angolano, abandonando por completo a vida empresarial em Portugal.A Gameiro Associados, na qualidade de presta-dora de serviços de consultoria, tem prestado a estas empresas dois níveis de apoio. Por um lado,

como já referimos, produzindo e executando to-dos os procedimentos destinados ao cumprimento integral das obrigações legais que o investidor está sujeito, desde a elaboração do projeto de investi-mento à constituição da entidade veiculo desse investimento, passando pelo enquadramento le-gal da atividade que se pretende desenvolver em território angolano. Por outro lado, aconselhando, promovendo e acompanhando as diligências que o investidor tem de percorrer para ver o seu projeto em curso; a definição da província que o o investi-mento vai ser desenvolvido; a escolha, e verificação da legalidade, do imóvel em que vai ser instala-da a unidade produtiva; a definição do quadro de recursos humanos, estrageiro e nacional, que integrará esta unidade; o acompanhamento fiscal--tributário; realização de todas as diligências junto das entidades que tutelam as respetivas atividades em que ficará integrado o investimento. Em resu-mo, a Gameiro Associados presta apoio as empre-sas que se internacionalizam para Angola, quer na fase de definição, criação e aprovação do projeto de investimento, quer na fase da sua implemen-tação, assessorando e acompanhando a atividade diária da empresa já instalada em Angola.

Quais são os grandes desafios que se colocam à Gameiro e Associados? Pode surgir uma nova aposta em outro país lusófono? A Gameiro Associados tem estado centrada na consultoria empresarial de apoio à internacio-nalização em Angola e Portugal. Recentemente, alargou esta sua atividade ao mercado brasileiro, estando já instalado e em funcionamento um es-critório em São Paulo. Este projeto visa prestar e garantir apoio aos clientes angolanos, brasileiros e portugueses que já acompanhávamos em An-gola e em Portugal. Além disso, com a abertura deste escritório, Gameiro Associados tem tam-bém como objetivo prestar apoio à internacio-nalização das empresas angolanas e portuguesas para o Brasil, bem como apoiar as empresas bra-sileiras que pretendam internacionalizar-se para Angola e para Portugal.

“O ponto de partida da Gameiro Associados é confundível, ou seja, não é possível dizermos com rigor se iniciamos atividade em Angola ou em Portugal. Se se indagar sobre essa questão junto de empresas nossas clientes, estamos certos que nenhuma o conseguirá determinar. Daí que a nossa visão não tenha em consideração os benefícios que se podem retirar do mercado angolano, mas antes uma visão biunívoca dos mercados. E restringindo-nos à sua questão: o sucesso das empresas que se internacionalizam para o mercado angolano tem de assentar em dois vetores, o beneficio privado e o contributo à economia nacional”

“A Gameiro Associados tem estado centrada na consultoria empresarial de apoio à internacionalização em Angola e Portugal. Recentemente, alargou esta sua atividade ao mercado brasileiro, estando já instalado e em funcionamento um escritório em São Paulo”

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A EDC – Executive Decisions Commu-nication, empresa de comunicação e marketing out-of-the-box especializada na promoção de empresas, tanto na área

de B2B como de B2C, passou a ser a responsá-vel pela comunicação da cadeia hoteleira Skyna Hotels. O Skyna Hotels é uma cadeia hoteleira pertencente ao Grupo Socinger, detentor de vá-rias empresas com um portfólio estrategicamente diversificado. Todo o branding e comunicação da cadeia hoteleira vai ser da inteira responsabilida-de da EDC.O primeiro hotel - Skyna Hotel Luanda - foi inaugurado em Angola em 2009. Agora, a ca-deia hoteleira aposta na internacionalização, com Portugal no seu horizonte e o objetivo de criar um intercâmbio entre as melhores práticas da hotelaria portuguesa e a hospitalidade e alegria

do povo angolano. O Skyna Hotel Lisboa, um moderno hotel de 4 estrelas vai inaugurar em Portugal, bem no coração de Lisboa, com uma vista incrível sobre a cidade. Os acessos são ex-celentes e o espaço envolvente não podia ser mais dinamizador, com os centros comerciais El Corte Inglés e Amoreiras, assim como o aero-porto a posicionarem-se muito perto. O Skyna Hotel Lisboa surge no seguimento da estratégia de internacionalização da cadeia hoteleira Skyna Hotels, sendo este hotel o primeiro em todo o mercado Angolano a internacionalizar-se.O hotel apresenta-se como um espaço ideal para uma estadia em viagem de negócios, com várias vantagens competitivas para empresários e tu-ristas. Homens e mulheres de negócios terão no Skyna Hotel Lisboa um espaço com uma locali-zação estratégica e um intercâmbio cultural e de

A cadeia de hotéis com presença em Angola escolheu Portugal como o primeiro país para iniciar a sua aposta de internacionalização e conta com o modelo de serviço da EDC composto por Assessoria de Marketing, Assessoria de Imprensa, Design Gráfico e Web Design. Todo o branding do Skyna Hotel Lisboa, com inauguração prevista para março de 2015, está nas

mãos da equipa da agência de comunicação.

SKYNA HOTELS APOSTAna EDC para gestão da marca

negócios privilegiado entre os dois países: Ango-la e Portugal, constituindo para este público um ponto de encontro. Uma das vantagens competi-tivas que o hotel apresenta para os empresários prende-se com a facilidade de programar todos os pagamentos da estadia no hotel em Lisboa, ainda em Luanda. O Skyna Hotel Lisboa orgulha-se de reunir num único espaço tudo o que os turistas dão mais valor: requinte e facilidade de acessos tanto por estrada como pedonais, sendo que a Ave-nida da Liberdade consegue oferecer uma pa-nóplia de experiências únicas, sejam culturais, como de comércio ou restauração. Este é ainda um espaço pensado ao pormenor para o viajante português que gosta de colecionar novas experi-ências e de conhecer novos sítios dentro ou fora da sua cidade.

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MARCA DE VALOR

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A garantia de que entrega a gestão do seu condomínio a alguém com rosto e que se pauta pelo profissionalismo e honestidade é aquilo que Magda Pais e

a sua equipa se orgulham de oferecer através da M Condomínios. Nesta empresa, cada cliente é único e tratado de forma personalizada, sendo os serviços prestados ajustados às reais necessidades de cada um. É esta capacidade de compreender o cliente, encarando cada caso como único, que caracteriza e distingue o serviço aqui prestado e que transforma esta empresa no parceiro ideal para a gestão e administração de condomínios. É também esse posicionamento que tem permi-tido à M Condomínios crescer continuamente ganhando a confiança de novos clientes.“Temos crescido sustentadamente porque tam-bém não é nossa intenção ter um crescimento muito elevado e depois perder o controlo. Para isso, temos recorrido muito pouco a publicidade e os clientes que ganhamos são através do pas-sa palavra dos clientes mais antigos. Queremos continuar a crescer desta forma, continuando a prestar um bom serviço àqueles que confiam em nós. Estamos sempre abertos a sugestões por parte dos nossos clientes e temos tentado melho-rar o nosso sistema informático de forma a estar mais próximos dos clientes”, afirma.“A fama das empresas de gestão de condomínio é má porque algumas empresas se prestam a isso”Para Magda Pais, a cobrança de contas é o maior desafio que se impõe a esta área. “Na M Con-domínios privilegiamos o acordo, a conversa e o diálogo com os condóminos, com os quais tenta-mos ter uma relação muito próxima, de forma a os podermos ajudar a não entrar em incumpri-mento. Quando isso acontece, tentamos sempre chegar a um consenso entre as partes sobre como e quanto a pessoa pode pagar. De facto, prefe-rirmos fazer maus acordos do que recorrer a tri-bunal, algo a que recorremos apenas em última instância. Até porque muitas das pessoas que en-tram numa situação destas querem cumprir mas não conseguem por isso temos que ser razoáveis e encontrar um acordo que não prejudique ne-nhum dos envolvidos”, refere.A automatização nas penhoras de contas, sem que antes seja necessário o despacho de um juiz a dar autorização para a sua realização, veio dar uma resposta positiva a esta situação ao facilitar a recuperação das dívidas dos condóminos que têm quotas em atraso e cujo valor tem vindo su-cessivamente a aumentar. Por vezes são quantias reduzidas, abaixo de uma centena ou duas de euros. Noutras, são muito mais anos acumula-

dos de quotas em atraso, condóminos que, por não terem, ou por não quererem, se recusam a cumprir esta obrigação mensal ou proprietários que fecharam as portas de casa, partiram para o estrangeiro e nunca mais se lembraram desta obrigação. Com as dívidas dos condóminos aos condomínios a serem cada vez mais frequentes tal medida veio permitir aos administradores re-aver o dinheiro mais facilmente.No entanto, se algumas coisas têm vindo a mudar para melhor, outras continuam sem uma solução à vista. 2014 deveria ser o ano em que a regula-mentação da gestão e administração de condo-

No ano em que a Associação Portuguesa de Empresas de Gestão e Administração de Condomínios faz 10 anos, a Revista Pontos de Vista dá-lhe a conhecer algumas das empresas que representam as melhores práticas na área. A M Condomínios é uma delas!

Nasceu pelas mãos de Magda Pais em 2007 com pouco mais de 20 prédios, atualmente são já cerca de 80. Para além da gestão de condomínios, a empresa é especializada também na administração de bens imóveis e dispõe de outras valências, tais como emissão,

cobrança e controlo de pagamentos de rendas de casa, gabinete jurídico, serviços de limpeza, obras, mediadores de seguros e mediação imobiliária. Saiba mais!

“TENTAMOS SEMPRE CHEGARa um consenso entre as partes”

mínios, uma área com tantas queixas dos consu-midores, estaria aprovada. Estamos já em agosto e o diploma que estabelecerá um regime jurídico de licenciamento das empresas que se dedicam à administração de condomínios continua sem sair.Como tal, “continuamos entregues ao que calha. Qualquer pessoa pode abrir uma empresa de ges-tão de condomínios e algumas dão muito mau nome às outras. A fama das empresas de gestão de condomínio é má porque algumas empresas se prestam a isso pelo facto de não haver regula-mentação alguma”, afirma Magda Pais.De facto, por se tratar de uma atividade não re-

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10 ANOS - APEGAC

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gulamentada, esta é, frequentemente, exercida por empresas e empresários que não oferecem garantias de idoneidade e capacidade técnica. Para além disso, é desconhecido o número de empresas que exercem tal atividade.Na M Condomínios seriedade é palavra de or-dem. Por essa razão, “uma das exigências consiste em não movimentarmos as contas bancárias so-zinhos, tem sempre que haver alguém do prédio a movimentar connosco. Infelizmente ainda há pessoas que preferem despejar tudo nas empre-sas, abdicando de qualquer tipo de responsabili-dade e isso, muitas vezes, não corre bem”, garante.Ao contrário da maior parte das empresas de gestão e administração de condomínios, em que as reuniões se realizam na entrada do prédio ou noutra zona do edifício, na M Condomínios existe uma sala de reuniões para a realização das mesmas. No nono andar do número 30 da Ave-nida Fontes Pereira de Melo, no centro de Lis-boa, a empresa tem ainda um fantástico terraço, com uma vista única sobre a cidade, que promete tornar estas reuniões menos cansativas. Com a M Condomínios, os condóminos não têm por que faltar, nem razões de queixa a apontar!

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“Uma das exigências consiste em não movimentarmos as contas bancárias sozinhos, tem sempre que haver alguém do prédio a movimentar connosco. Infelizmente ainda há pessoas que preferem despejar tudo nas empresas, abdicando de qualquer tipo de responsabilidade e isso, muitas vezes, não corre bem”

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sequer ter escritório aberto”, lamenta.Mas se para esta questão parece já haver uma so-lução à vista nos próximos tempos, agora que o projeto de lei para a regulamentação da atividade foi entregue à tutela, o mesmo não se pode dizer em relação à formação. “Não estamos à espera de uma solução para este problema porque, uma das coisas que a Troika impôs, na minha opinião disparatadamente, foi, e tomando como exemplo o caso da mediação imobiliária, que deixasse de ser obrigatória a formação. Nós, que estávamos a reivindicar isto para o nosso setor, depressa per-cebemos e fomos confrontados pela tutela que, por imposição da Tróika, não vale a pena ter es-perança que neste setor de atividade a formação venha a ser obrigatória, o que é uma frustração e vai contra o interesse dos condóminos, que é um interesse público, porque a regulamentação não é só por si suficiente para garantir a qualidade destes profissionais”, explica Vítor Amaral.Nem por isso a APEGAC baixa os braços. A associação tem-se empenhado em oferecer uma alternativa para aqueles que queiram exercer esta atividade através de conferências, workshops te-máticos e protocolos com duas faculdades, a de Direito e a de Engenharia da Universidade do Porto (FDUP e FEUP). Em novembro have-rá, neste âmbito e entre outras iniciativas, uma conferência em Lisboa, dada pela Faculdade de Engenharia, que versará sobre manutenção de edifícios.

De facto, dias antes, em entrevista à Re-vista Pontos de Vista, o dirigente la-mentou a demora na regulamentação da atividade e mostrou-se pouco confiante

na mesma no curto prazo. “Se olharmos pelo lado positivo foram dez anos de grande crescimento da associação mas por outro lado, se quisermos ver o lado mais negativo, fica a frustração de ao fim de dez anos ainda não termos a atividade re-gulamentada. O trabalho que competia à APE-GAC foi feito mas, ainda assim, fica este amargo de boca. É uma desilusão para todos nós por ser um dos grandes objetivos à data da criação e ain-da não ter sido atingido.”, referiu.Com esta novidade, a luz ao fundo do túnel para uma luta que dura já há tantos anos parece estar mais próxima. Enquanto medidas mais urgentes, Vítor Amaral destaca a obrigatoriedade de um seguro de responsabilidade civil e da emissão de uma certidão de dívida ou não dívida. “Quer uma, quer outra, são medidas que oferecem maior se-gurança aos condóminos e que não são difíceis de ser tomadas, bastando, para tanto, vontade política”, afirma.

EMISSÃO DE UMA CERTIDÃO DE DÍVIDAOU NÃO DÍVIDA

Esta segunda medida iria dar resposta a um dos maiores problemas que o setor enfrenta nos últi-mos tempos. “Esta medida seria muito simples de implementar e muito contribuiria para a vida dos condomínios porque, efetivamente, com a crise, acentuaram-se as dificuldades na cobrança das dívidas, mas essa dificuldade, ainda que numa menor escala, sempre existiu. O que agravou con-sideravelmente foi a situação dos incobráveis. Ou seja, se o condómino perde o apartamento e não tem outro património, como tem acontecido ulti-mamente com regularidade, com a insolvência de muitos deles, o condomínio nunca mais recebe o dinheiro. Imagine-nos um condómino que deve cinco mil euros e não paga, esse dinheiro tem que ser pago por alguém, que são os restantes condó-minos, gerando grande conflitualidade na vida do condomínio e dificuldades de gestão. Isto reflete--se na degradação do próprio parque habitacional porque num edifício que necessite de obras e no qual os condóminos cumpridores sabem que al-guns dos moradores não irão pagar as suas pres-tações, acabam por desistir de fazer as obras que, muitas vezes, são muito necessárias, ou mesmo imperiosas para que o prédio mantenha condi-ções de habitabilidade”, refere Vítor Amaral.

Assim sendo, de que forma esta certidão poderia contribuir para alterar a situação? Vítor Amaral explica: “com uma certidão de dívida ou não dívi-da a ser apresentada na altura da transmissão do imóvel, o novo proprietário obrigava-se ao paga-mento porque tinha conhecimento dessa dívida e, das duas, uma, ou assumia e assinava a escritura de compra e venda ou não fazia a aquisição para não herdar a dívida do vendedor”.

A QUESTÃO DA FORMAÇÃOPara os próximos tempos, são duas as promessas de Vítor Amaral. “A APEGAC vai continuar muito empenhada na regulamentação e na formação”.Atualmente, não há certezas quanto ao número de empresas a operar na área da gestão e admi-nistração de condomínios por não ser uma ativi-dade regulamentada. Para além disso, é exercida muitas vezes por empresas e empresários que não dão garantias de idoneidade, nem capacida-de técnica. “É uma atividade em crescendo, com novos administradores quase todos os dias, pelo facto de não ser uma atividade regulamentada. Qualquer pessoa, mesmo sem ter capacidade para tal, instala-se no mercado na convicção que administrar condomínios é apenas receber as quotas dos condóminos e pagar aos prestado-res de serviços. Com o nível de desemprego que temos no país, as pessoas são quase que levadas para esta atividade que é muito facilitadora, em que não é preciso alvará para exercê-la e nem

Os pedidos da APEGAC não são novos! Desde a sua criação em 2004 que dois dos grandes objetivos da associação são a promoção da formação profissional e a regulamentação da atividade. No ano em que celebra dez anos continua a lutar por essas duas causas. Apesar disso, o diploma/ projeto de lei para a regulamentação do setor só muito recentemente foi apresentado à tutela, esperando-

se a sua aprovação dentro desta legislatura. Vítor Amaral, Presidente da Associação, teve conhecimento desse facto no início de agosto, na última reunião com o InCI (Instituto da Contrução e Imobiliário), com quem a APEGAC tem mantido conversações e com o qual foi criado uma Comissão de Trabalho que analisou e preparou aquele projeto. “É positivo, embora fosse desejável que a lei já

estivesse em vigor, tendo agora uma forte esperança que, finalmente, a atividade profissional de administração de condomínios seja regulamentada a curto/médio prazo”, afirma.

ESTARÁ A REGULAMENTAÇÃOda profissão à vista?

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Vítor Amaral

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Ninguém gosta de pagar impostos, mas todos gostamos de benefi-ciar de muitas das regalias que os Governos nos dão com a receita desses impostos, por exemplo: estradas, educação, saúde, etc…A reforma da Fiscalidade Verde pretende ser neutra do ponto de

vista do contribuinte, isto é, não visa o aumento de receita para o Estado; antes uma transferência de umas rubricas para outras. Acredito que assim seja, pelo que se pode ler no documento disponibilizado para a consulta, e pela própria composição da Comissão constituída para esta empreitada, conhecendo eu bem algumas das pessoas que a integram.Tem havido algumas manifestações contra esta nova filosofia de impostos, o que é natural, pois sendo alterações de receitas propostas de soma nula, haverá quem seja prejudicado - os que protestam - e quem seja beneficiado – os que se calam. Esta forma de estar na vida, leva muitas vezes a sociedade a pensar que os que estão contra são muito mais do que os que estão a favor. Mas uma coisa é certa: a Fiscalidade Verde está aí e é incontornável.O Conselho Europeu de junho de 2012 concluiu que “A política fiscal de-verá contribuir para a consolidação orçamental e para o crescimento sus-tentável”. Seguindo esta orientação, “o Governo decidiu iniciar a revisão da fiscalidade ambiental e energética, bem como promover um novo enqua-dramento fiscal e parafiscal, através do desenvolvimento de mecanismos que permitam a internalização das externalidades ambientais” conforme se pode ler no Despacho n.º 1962/2014.Neste documento pode ler-se também que a reforma da Fiscalidade Verde: “…deverá contribuir para a ecoinovação e a eficiência na utilização dos re-cursos, a redução da dependência energética exterior e a indução de padrões de produção e de consumo mais sustentáveis, bem como fomentar o em-preendedorismo e a criação de emprego, a concretização eficiente das metas e objetivos internacionais e a diversificação das fontes de receita, num con-

FISCALIDADE VERDE- uma realidade incontornável

texto de neutralidade dos sistema fiscal e da competitividade económica”.Julgo que, na atual sociedade e em particular na UE, estes princípios são compreensíveis e aceites por todos, entre os quais me incluo. O problema é quando as medidas propostas afetam este ou aquele grupo de interesse, que vê nesta reforma uma ameaça em vez de ver uma oportunidade. É sempre mais fácil queixarmo-nos e protestarmos do que analisar a nova realidade e procurar forma de melhorar a nossa atividade ou negócio.O sermos derrotistas e pessimistas não nos leva a lado nenhum. A análise às novas circunstâncias e a adaptação às mesmas, essas sim, farão evoluir a sociedade e com que todos saiamos a ganhar.As regras estão definidas pela UE e refletem uma evolução da sociedade, uma tendência: a do desenvolvimento sustentável e do uso eficiente dos recursos. E este é, sem dúvida, o rumo a seguir.O anteprojeto de reforma para a Fiscalidade Verde encaixa-se perfeitamen-te, como peça desta nova lógica de desenvolvimento da sociedade, não que-rendo com isto dizer que a proposta é perfeita. Na minha ótica é um bom documento para iniciar o processo de implementação deste novo paradig-ma. Carece de acertos e correções certamente que sim, e estou certo que a Comissão acatará muitos dos comentários e sugestões que lhe tenham sido feitos. Mas, que se dê tempo ao tempo, implemente-se este primeiro passo, observe-se com espírito crítico e construtivo os primeiros tempos de apli-cação e tenha-se a abertura para ir corrigindo o que a prática vier a mostrar que está menos bem ou que possa ser melhorado.É assim que as sociedades evoluem. Espero pois que Portugal também o faça, de uma forma transparente e sustentada, pois para a frente é que é o caminho e este faz-se caminhando de uma forma segura. E, tendo em vista que o que todos pretendemos é uma sociedade sustentável, independente e competitiva, a reforma da Fiscalidade Verde irá com certeza nesse sentido.

FISCALIDADE VERDE

O ser humano é adverso a mudanças, mas o

certo é que, sem elas, não há progresso. Vem

isto a propósito do anteprojeto de reforma

da Fiscalidade Verde, documento colocado em

consulta pública pelo Governo, em meados

de julho e cuja consulta terminou no passado dia

15 de agosto.

A OPINIÃO DE António Sá da Costa , Presidente da Direção da APREN - Associação Portuguesa de Energias Renováveis

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O biodiesel é, ainda, a única alternativa ao gasóleo suficientemen-te competitiva, pois outras possibilidades, designadamente com origem em resíduos ou matéria lenhosa, ou não atingiram ma-turidade tecnológica ou o seu custo de produção mantém-se

demasiado elevado.O biodiesel em Portugal cumpre todos os critérios de sustentabilidade impostos pela legislação comunitária e satisfaz simultaneamente a condi-ção de energia renovável, induzindo a redução real das emissões de gases de estufa.A maximização do consumo de biodiesel é necessária ao cumprimento, por parte de Portugal, da exigente meta para 2020, de 31% de energias renová-veis no total da energia consumida no país.Por estas razões, surpreende-nos e causa-nos grande desilusão a não con-sideração nas propostas de alteração da Fiscalidade Verde da diferencia-ção, em sede de ISP e que hoje não existe, do biodiesel face ao gasóleo rodoviário.A Reforma da Fiscalidade Verde que, à partida, na nossa qualidade de produtores de energias renováveis mereceu a nossa atenção e as melhores expectativas, em nosso entender, deveria ter dado maior atenção ao cum-primento por parte de Portugal, da meta de 10% de parcela renovável no conjunto da energia consumida nos transportes.

BIOCOMBUSTÍVEIS- Um setor que faz mover o país

FISCALIDADE VERDE

A APPB representa os produtores de biocombustíveis e os seus Associados

(Iberol S.A; Fábrica Torrejana S.A.; Biovegetal S.A; Prio Biocombustíveis

S.A e Sovena S.A.) garantem o abastecimento de cerca de 90% do

biodiesel que é hoje incorporado no gasóleo consumido nos transportes.

A OPINIÃO DE Jaime Braga, Secretário Geral da APPB - Associação Portuguesa de Produtores de Biocombustíveis

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A APPB tem como principais objetivos:1. Promover e divulgar a utilização de biocombustíveis, nomeadamente do biodiesel;2. Assistir e apoiar tecnicamente os organismos oficiais na implementação das diretivas europeias sobre Energias Renováveis e Créditos de Carbono;3. Ser o porta-voz do biodiesel em Portugal;4. Promover os interesses do biodiesel e contribuir para uma discussão esclarecida das vantagens da incorporação de biodiesel em gasóleo;

“A maximização do consumo de biodiesel é necessária ao cumprimento, por parte de Portugal, da exigente meta para 2020, de 31% de energias renováveis no total da energia consumida no país”

“Por estas razões, surpreende-nos e causa-nos grande desilusão a não consideração nas propostas de alteração da Fiscalidade Verde da diferenciação, em sede de ISP e que hoje não existe, do biodiesel face ao gasóleo rodoviário”

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Um título atrativo e capaz de desviar qual-quer olho desatento para um artigo de uma revista, uma imagem provocante num outdoor ou uma combinação audio-

visual poderosa na comunicação de um produto. Estas são, sem dúvida, estratégias de marketing que têm conquistado um número crescente de adeptos, mas a música, aquele elemento omnipresente, tem uma linguagem própria, difícil de comparar com qualquer outro. Foi com esta ideia em mente que nasceu, em junho de 2013, a D’ouro Musa, uma empresa que assumiu, desde logo, como missão “transformar ideias em sons que provoquem re-sultados”. Com a ambição de conquistar um lugar cativo no mercado da publicidade e do marketing, esta empresa tem procurado desenvolver soluções criativas e inovadoras que respondam às necessida-des do mercado atual, como relembrou, em conver-sa com a Revista Pontos de Vista, Pedro Ramos, um dos Sócios da D’ouro Musa. “Inicialmente, tí-nhamos o objetivo de trabalhar o som das empre-sas, desde o tom da chamada, ao toque de telefone, ao IVR (atendimento telefónico automático). No entanto, fomos nos apercebendo que a área gráfica e digital nos levava aos nossos objetivos e que po-

díamos trabalha-la, juntamente com o som. Apesar de, hoje em dia, o áudio não ser valorizado, com a junção da imagem, conseguimos ter o melhor de dois mundos”, partilhou. Com que principal fina-lidade? “A D’ouro Musa quer ajudar as empresas a destacarem-se no mercado e a não serem apenas mais uma”, garantiu, desde logo, Pedro Ramos. Por outras palavras e, aproveitando o lema adotado pela edição de 2013 da Feira do Empreendedor, reali-zada pela ANJE (Associação Nacional dos Jovens Empresários), “quem não aparece, desaparece”. A D’ouro Musa foi, aliás, a empresa responsável pelos vídeos promocionais deste certame, o que signifi-cou, inquestionavelmente, uma abertura de portas. Esta jovem equipa, composta por quatro elementos, viu o seu trabalho reconhecido no seio empresarial nacional e foi esse trabalho, aliado a uma crescente e contínua aposta em publicidade via online, que tem feito com que o nome D’ouro Musa seja cada vez mais procurado. De outro modo também não poderia ser. “Para termos uma base sólida para con-seguirmos mostrar aos nossos clientes os resultados que são atingidos com a aposta neste tipo de publi-cidade, e uma vez que não podemos quebrar con-fidencialidades com outros clientes, optamos por

partilhar a nossa própria experiência. A partir daí o cliente compreenderá o quão vantajosa é a en-trada no mundo digital”, asseverou Pedro Ramos. Das redes sociais, pas-sando pelo youtube, por motores de busca ou por blogues, são inúmeras as possibilidades de divul-gação de uma empresa no meio digital. Com os recursos monetários cada vez mais limitados, os empresários têm de ponderar estas opções e escolher o melhor ca-minho para chegar ao seu público. “Cada tipo de empresa tem um tar-get específico. Se esta-mos a falar de produtos para o consumidor, o Twitter ou o Facebook são, sem dúvida, meios mais fortes. Mas, se for uma empresa de cariz industrial, logicamen-te que sem esquecer o Facebook, a melhor for-ma de divulgação será através do Google+ ou do LinkedIn, mais vo-cacionados para empre-

Douro, como não podia deixar de ser e uma vez que os dois sócios têm raízes transmontanas, remonta-nos ao Rio Douro em toda a sua plenitude. Musa leva-nos ao início de uma empresa que começou por disponibilizar um serviço de áudio, havendo uma

inevitável associação ao canto das musas. Da união destes dois mundos nasceu a D’ouro Musa, uma empresa que surgiu em junho de 2013, depois de uma experiência de cerca de meio ano enquanto marca: a Musa Branding. E, mais uma vez, deu-se a união de outros dois mundos: o som e o digital, dois aliados poderosos na comunicação de uma mensagem. Neste sentido, a D’ouro Musa

compromete-se a transformar a sua forma de comunicação. Deixe-a entrar.

SOM E DIGITAL: o melhor de dois mundos

sas”, explicou o responsável. Através de uma pes-quisa exaustiva, a D’ouro Musa vai percebendo que a comunicação nem sempre é feita da forma mais adequada. Na prática, nem sempre há presença nas redes sociais e os sites, quando existem, não têm in-formação adequada. Aliás, se no passado, o primei-ro passo seria a criação de um site, hoje, a realidade é outra. A presença nas redes sociais acaba por ser imprescindível, muito embora o site tenha de apa-recer logo depois. Contudo, “se estivermos a falar, novamente, na indústria, primeiro está a criação de um sítio na internet, depois é necessário fazer toda a divulgação em termos de motores de busca e, só nesse momento importa marcar presença nas redes sociais”, explicou. Apesar de ainda sentirem alguma resiliência no momento de abrirem as suas portas às infinitas po-tencialidades do marketing digital, sobretudo quan-do se trata de uma empresa de cariz mais familiar, Pedro Ramos acredita que tem havido uma maior consciência, nomeadamente junto dos novos em-presários. “Para nós, é mais fácil fazer com que um jovem empresário entenda que se não aparecer e se não apostar na comunicação é esquecido. Para em-presas com um nome no mercado e de caráter mais familiar, é mais complicado. Apesar disso, começam a ter essa consciência e sentem que devem apostar em publicidade”, defendeu. A necessidade de apa-recer tem aumentado a procura por este mercado e, para Pedro Ramos, contratar um serviço em regime de outsourcing, só pode ter mais valias. “Além de conseguirem reduzir custos, os empresários acabam por ter uma visão externa do interior da sua empre-sa e sabem o que têm de mudar para conseguirem chegar ao seu consumidor”, evidenciou. Neste sentido, a D’ouro Musa assume-se como um aliado que pretende consolidar a sua posição junto do mercado nacional, estabelecendo as parcerias certas, rumo a objetivos já delineados. A internacionaliza-ção é um deles. “Dentro de portas”, a empresa quer reforçar a sua atuação e “aumentar a rede de clientes e parcerias para que a D’ouro Musa consiga ser reco-nhecida por todos”, rematou Pedro Ramos.

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MARKETING DIGITAL

Pedro Ramos

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Com a atual conjuntura económica, a re-cuperação de crédito vencido é, hoje, um enorme desafio e uma tarefa que tende a ser ainda mais difícil. É verdade que exis-

tem mais processos e mais montantes para recu-perar em jogo, mas a dificuldade é muito superior porque, de facto, as empresas não têm dinheiro disponível. Dentro deste cenário, a ProSolvendo, enquanto entidade especializada na recuperação de crédito e na gestão de faturação, assume-se como um aliado, um parceiro de negócio que assume, desde logo, a garantia de ser remunerada com base no sucesso das cobranças. Só assim poderia ser, como assegurou em entrevista à Revista Pontos de Vista, Nuno Varela, Administrador da ProSol-vendo. Além disso, a passagem de mensagem tem sido imprescindível para esta empresa e é, por isso, crucial que cada cliente seja tratado com o máximo profissionalismo e com 100% de dedicação aos seus processos. O facto de trabalharem com empresas de qualquer ramo de atividade tem sido, de igual modo, fundamental para “apetrechar” esta equipa de uma sólida bagagem que lhe permite lidar com todo o tipo de pessoas e, hoje, para Nuno Varela, dizer que uma empresa não tem uma dívida é uma total falácia. “Mesmo assim, ainda existem empre-sas que dizem não ter dívidas. Isso não pode corres-ponder à verdade. Por isso, ou são devedoras ou os seus proprietários não estão minimamente interes-sados e não têm uma verdadeira noção da realidade da sua empresa”, defendeu. Nuno Varela trabalha nesta área desde 2002 e, ao longo deste tempo, foi conhecendo diferentes re-alidades e aperfeiçoando a melhor forma de es-tabelecer e manter uma relação com um cliente. Para o responsável, cada vez mais as empresas têm a necessidade de ter um profissional especializado na tarefa de recuperar créditos. O estado de ordem do departamento contabilístico dita o futuro de uma empresa e, em muitos casos, aquilo que den-tro deste meio tornou-se conhecido como “amiza-de comercial” acaba por se sobrepor e deixar para segundo plano a cobrança de dívidas. “Estamos a falar daqueles clientes mais antigos, com os quais já se criou uma relação de amizade. Tendo como base esta amizade comercial, o empresário não tem a coragem necessária para pressionar e, sem ter cons-ciência disso, as dívidas arrastam-se por muito tem-po”, contou Nuno Varela. Não havendo profissio-nais especializados nesta função, acaba por ser uma tarefa mais “ingrata” que é tratada com demasiada leviandade. A Prosolvendo surgiu, assim, como uma solução que tem permitido ao cliente focar-se no seu core business e entregar estas tarefas a uma equipa experiente e focada nas melhores práticas. As vantagens, essas, são inúmeras: a ProSolvendo disponibiliza, detalhadamente, toda a informação em relação a cada processo; as operações são mais controladas e fluem de uma forma mais rápida (re-messa eletrónica de novos processos para cobrança); utilizam métodos de cobrança inovadores, baseados

no extraordinário “poder” das novas tecnologias; permite reduzir custos operacionais e administrati-vos e, através da redução de prazos médios de rece-bimento, possibilitam um rápido encaixe financeiro. O sucesso tem sido tal que, hoje, Nuno Varela or-gulha-se de poder contar com clientes cuja relação já passou por altos e baixos. “Temos muitos clientes que já foram devedores”, acabou por partilhar. Este cenário só demostra a fiabilidade de uma empre-sa. Se, no início, Nuno Varela conheceu um atual cliente como devedor, hoje, depois da recupera-ção, este mesmo cliente conta com a equipa da ProSolvendo para solu-cionar os seus próprios casos de recuperação de crédito. Desde sempre que esta empresa segue uma li-nha de atuação, regida por um inviolável có-digo de conduta que é também ele usado para apagar a má imagem que ainda hoje persis-te na sociedade sobre uma empresa ou um cobrador de dívidas. Até que o processo chegue ao departamen-to de cobranças, são muitos os passos. Em primeira instância, os mesmos são analisados pormenorizadamente pelo departamento de informação e pelo de-partamento jurídico e só depois deste último dar o aval necessário é que o mesmo começa a ser trabalhado no terreno. Nesta fase, são, desde logo, excluídos todos os processos que não podem ser recuperados (insolvências, falências, entre outros). “Só po-

Especializada na prestação de serviços de recuperação de crédito e na gestão de faturação, a ProSolvendo tem vindo a trilhar um caminho consolidado na construção de uma imagem de “parceiro de negócios”. Em regime de Business Process Outsourcing, esta

empresa segue um conjunto de passos indispensáveis, filtrando os processos viáveis e passíveis de recuperação e só então se lança no terreno. O objetivo é bastante claro, tal como nos indicou Nuno Varela, Administrador da ProSolvendo: dar fôlego às empresas

para que elas regressem ao mercado, mais saudáveis e concentradas no seu core business.

“MUITOS CLIENTES já foram devedores”

demos trabalhar um processo que seja viável. Não podemos dar uma ilusão ao cliente porque isso só trará uma má imagem para a empresa e para o pró-prio setor”, explicou. Depois disso, avança-se para o terreno, contactando o devedor e chegando ao me-lhor acordo possível, quer seja através do responsá-vel da ProSolvendo encarregue do caso, quer através de uma “transmissão” de responsabilidades para o departamento jurídico que verá, junto do devedor, a melhor forma de chegar a um acordo de pagamen-to. O sucesso desta empresa, que tem um protocolo com a Associação Nacional das Pequenas e Médias Empresas (ANPME), tem estado baseado em dois principais alicerces. Além de se dedicar a 100% à recuperação de créditos, na ProSolvendo há sem-pre a profunda noção de uma realidade empresarial difícil. “Temos de representar o cliente, com toda a dedicação e profissionalismo, mas também não posso deixar de ser um ser humano e ouvir o outro lado. Não deve continuar a existir uma má imagem das empresas de cobranças difíceis. Estamos aqui para ajudar e nunca para criar problemas. Aliás, a existência de uma dívida é, por si só, um problema”, concluiu Nuno Varela.

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RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO

Nuno Varela

Page 62: Revista Pontos de Vista Edição 38

Constituída em 1995, a Construmed foi conquis-tando o seu lugar no setor da administração e rentabilização de imóveis. Quais foram os princi-pais momentos da história desta empresa?Não foi um crescimento rápido mas foi deline-ado ao longo de muitos anos. Conforme foram chegando as administrações que íamos receben-do, começamos a ganhar terreno no mercado. Foi um percurso longo. Nunca tivemos altos e baixos. Todos os anos conquistávamos novas frações e íamos aumentando gradualmente. Mas, foi sem-pre um crescimento muito estável.

Podemos, portanto, dizer que cada passo foi mui-to bem pensado?Sim, foi sempre tudo muito calculado porque é um trabalho de muita responsabilidade. Estamos muito longe da compra e venda de propriedades, ou seja, da mediação. É necessário, aliás, fazer um paralelo entre a gestão integral de património

imobiliário, que é o que a Construmed faz, e a mediação. Quando a gestão não é integral, a em-presa e o proprietário vão pagar as consequências dos erros dos outros. Todas as componentes do património imobiliá-rio têm de estar sob a tutela e autoridade do pro-fissional: jurídica, fiscal, entidades reguladoras, relação com o condomínio, manutenção, entre outros aspetos. As gestoras de património imo-biliário estão munidas de uma procuração que lhes dá todos estes poderes, por várias razões. Os nossos clientes vivem no estrangeiro e não têm tempo de reação a um problema que surja, nem o conhecimento dos hábitos e leis locais. Por outro lado, nós funcionamos como a rede para o trapezista. Se está tudo bem, a rede é inútil. No entanto, se houver uma queda, pode ser a dife-rença entre a vida e a morte. Esta procuração é essencial para um compromisso duradouro. Por outro lado, obriga o proprietário a cumprir as re-

Dinamismo é talvez a característica mais notória no seio da Construmed. Francisco Pacheco de Amorim, Gerente de uma empresa já com uma consolidada experiência no setor da administração e rentabilização de imóveis, não esconde um imenso orgulho na

sua equipa: determinada, motivada e constantemente atenta às oportunidades do mercado. Em que consiste, afinal, o trabalho de um gestor de património? Como confiar neste profissional ao ponto de entregar nele a administração do seu imóvel que tanto lhe custou a adquirir? Francisco Pacheco de Amorim responde a todas as questões, com a clareza necessária para fazer da Construmed

um parceiro de referência. Para o futuro, a empresa quer continuar a merecer esta confiança, já com a atenção voltada para o mercado chinês. Ao investirem num património imobiliário, a maioria dos empresários chineses não pretende ficar a viver em

Portugal. Como tal, precisará de alguém que o rentabilize. É aí que entra a Construmed e a sua equipa de profissionais!

“ESTAMOS MUITO LONGEda mediação”

gras do jogo e obriga ainda a empresa e o seu gerente a prestar contas. Estas regras chamam a consciência dos investidores, por muito ousados que sejam na compra. No fundo, nós não compramos, nem vendemos. Já nos distanciamos dessa atividade há muitos anos. Para a mediadora, o negócio termina com a venda. Para a gestora, o negócio começa pre-cisamente nesse momento. É por tudo isto que a Construmed é o que é hoje. Atualmente, so-mos responsáveis fiscais de muitas centenas de proprietários a quem fazemos, todos os anos, as declarações fiscais.

Esta procuração de que falou concede às gestoras de património uma série de poderes. Que pode-res são estes?Temos o poder de arrendar, de denunciar o arrendamento, contratar água, luz, telefones, representá-los nos condomínios. No caso de

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GESTÃO DO PATRIMÓNIO

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haver um litígio com o inquilino, temos o po-der para ir a tribunal, temos poder para receber a renda deles. Tudo o que diga respeito à fração, nós temos poderes, menos venda. Pontualmente, podemos colocar o imóvel no mercado mas não somos nós que o faremos porque não fazemos compra e venda. Ao aparecer o comprador, nós podemos tratar de tudo mas só com uma procu-ração específica para venda dessa fração. A partir do momento em que o dinheiro é depositado na conta do cliente, termina o poder dado por essa procuração.

Como descreveria, então, o Modus Operandi da Construmed, uma das empresas do setor que mais rentabilidade dá aos seus clientes, atingin-do um nível até superior ao que é oferecido pela hotelaria?Vou ter de me fechar um pouco nesta questão, como deve calcular. O ano passado, a Constru-med comprou a carteira de duas empresas que não resistiram e já está em negociações para mais duas. Pensamos fechar este acordo até ao final do ano. Esta atividade é um labirinto muito comple-xo e turbulento. Levei, aliás, 20 anos a aperfei-çoá-lo e, por isso, não o vou desvendar. Posso, no entanto, dar algumas pistas. Não se consegue uma velocidade de sustentação abaixo das 500 frações ocupadas (se no conjunto total não tiver mais de cem livres), senão mesmo com as 500 ocupadas, perde altitude a cada hora que passa. Este rácio é proporcional das 500 para cima. Só existem duas empresas em Portugal nestas condições e, felizmente, nós estamos mui-to acima deste número. Temos conversado muito com esta nossa congénere acerca do futuro do mercado. A gestão integral de património imo-biliário, para quem não conhece o mapa dos ca-minhos e dos procedimentos, é impossível! É um mercado sem concorrência.

A crise no mercado do arrendamento pode ser vista como um exagero mas existiu e continua a ter algum impacto. De que forma a Construmed tem conseguido contornar os efeitos das dificul-dades sentidas?Ao contrário do que muita gente pensa, a crise no mercado do arrendamento é real. O desemprego, a instabilidade, a nova vaga de emigração são fatores que afetaram o nosso mercado. As nossas taxas de ocupação, antes da crise, eram de 98% mas, em fe-vereiro de 2013, tínhamos 74% de taxa de ocupação. A Construmed tem uma média de rotação mensal (saídas e entradas) de 20 a 30, dependendo da altura do ano. Estamos em agosto de 2014 e recuperamos. Neste momento, estamos com uma taxa de ocupa-ção de 89%. Este contraciclo tem sido stressante mas temos saído, sem dúvida, fortalecidos.

Noto que tem os números muito presentes. Por que razão se preocupa tanto com a taxa de ocu-pação? Se o apartamento não estiver ocupado, quem deixa de ganhar não é o proprietário?Não é exatamente assim. Embora, contratual-mente, a isso não esteja obrigada, a empresa nun-

ca pediu um euro que seja de despesas quando o bem não está a render. Esses valores só são descontados quando o imóvel regressa ao mer-cado. Por outro lado, o nosso contrato é muito claro nesse aspeto. A Construmed só é paga se o imóvel estiver ocupado, ou seja, a empresa e o proprietário “puxam pelo mesmo lado da corda”. Esta é a coluna vertebral da aliança direta entre mim e os proprietários. Nós não podemos ter uma atitude meramente “problema/solução”. Se o ativo está no mercado, não pode sair. Se não está, tem de estar apto para estar.

Então quer dizer que, quando estava com uma taxa de ocupação de 78%, estava a adiantar todas as despesas?Sim, nomeadamente condomínios, IMI, seguros, IRS, entre outras questões. O pára-choques de tesouraria tem de ser muito robusto.

De um modo geral, para o cliente final, qual é a prin-cipal mais valia de uma gestora de património?

É uma forma de o investidor não residente, quando apanha o avião no Aeroporto da Portela, deixar um “sócio”, um “partner”, a tomar conta do seu bem/investimento.

E como definiria este profissional? Quem é um gestor de bens?A gestão de património é uma tarefa muito com-plexa e que toca em muitas áreas, desde o direito, a arquitetura, a fiscalidade, até à vertente comer-cial. É muito importante separar o trigo do joio. Uma coisa é a mediação e outra totalmente di-ferente é a gestão de património imobiliário. A compra e venda é um negócio que nós chama-mos de “pica e foge”, isto é, o operador tem um comprador para o produto angariado, apresenta ao vendedor, realizam o negócio e este concre-tiza-se. Quando o comprador é um cliente final toma conta da sua fração. Mas o problema surge quando o comprador adquire esse imóvel como um investimento. É neste segmento que ainda há uma enorme lacuna no mercado português.

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É aqui que entra o vosso trabalho?É só aqui que entra o nosso trabalho. É um tra-balho muito complexo em que não há tradição nos países latinos.

Precisamente. Neste setor de atividade, como é que Portugal está comparativamente com ou-tros mercados mundiais? Será difícil acompanhar o desenvolvimento que se assiste ao nível, por exemplo, do mercado anglo saxónico?Tenho conhecimento do que se passa a nível mundial e sem dúvida que os anglo saxónicos são os que estão mais desenvolvidos nesta atividade. Em França e no Norte da Europa esta é já uma prática recorrente. Nos países latinos esta é, de facto, uma prática desconhecida e no Terceiro Mundo nem sequer existe.

Na área de assessoria jurídica, quais são as prin-cipais dúvidas que os clientes querem ver escla-recidas?A assessoria jurídica funciona pontualmente para alguns problemas que o cliente tenha, relaciona-dos com o imobiliário ou com a parte fiscal mas, sobretudo, são levantadas dúvidas quando o in-quilino entra em incumprimento. Aí o nosso ad-vogado atua e o cliente não terá que pagar nada porque está incluído nos nossos serviços.

Esse incumprimento é cada vez mais comum. A justiça portuguesa continua a ser branda em muitos desses aspetos. No seu entender, o que deveria ser feito para combater definitivamente os casos de incumprimento? Quando não há um pagamento, importa agir imediatamente?É um mal geral na Europa. Aliás, em alguns paí-ses, o proprietário está mais defendido mas nou-

tros há uma maior defesa do inquilino. Penso que os mecanismos que temos na justiça, neste mo-mento, são largamente insuficientes mas, apesar disso, já começam a trazer alguma segurança ao proprietário. Nós também temos que fazer a se-leção à entrada das pessoas, com exigência de fia-dor, com as informações devidas sobre o mesmo e depois cabe a nós a responsabilidade de decidir. Se não houver essa triagem, não há departamen-to jurídico ou tribunais que nos valham. Não vale a pena estar a condenar um indivíduo se ele não tiver como pagar. Não vale a pena ir para tribunal para ter razão mas sim para ter um retorno.

Trabalham muito com emigrantes portugueses em França. Porquê?É a segunda cidade de Portugal, a seguir a Lisboa é a cidade que mais portugueses tem. O emigran-te, quer esteja na Suíça, França ou Luxemburgo, tem uma apetência a este tipo de investimentos tal como o suíço ou o francês também o tem. É muito típico em França um indivíduo que vive na província e compra um imóvel em Paris para ter rendimento, ficando entregue a uma empresa que faça a gestão, tal como a nossa. Isto é uma prá-tica corrente nos países onde os nossos emigran-tes estão e, por isso, os nossos emigrantes têm a mentalidade adequada a este tipo de trabalho.

É necessário um trabalho mais profundo de divul-gação para que os portugueses despertem para o trabalho destes profissionais?Não adianta muita divulgação porque não há quase nenhuma empresa preparada para isto. É preciso muita formação para estar neste mercado. Não sei a quem caberia essa responsabilidade de promoção. Talvez à entidade que nos regulamen-

ta, ao Ministério da Economia, não sei ao certo.Até porque esta também poderia ser um meca-nismo para combater a proliferação de prédios devolutos, cujos proprietários residem no estran-geiro e não conseguem ter total controlo. Era, sem dúvida alguma, uma grande mais valia para todos.

Além da questão do preço, o que é que um inqui-lino procura nos imóveis que a Construmed tem à sua responsabilidade?Acessos, localização, o espaço em si, a segurança, conforto. Apesar dos rendimentos terem descido muito nos últimos anos, o inquilino não desvalo-riza o conforto. Continuam a querer ter uma vida confortável, um apartamento com condições. O grau de exigência continua. O que desceu foi o rendimento. Mesmo assim, não temos tido fa-lhas, não nos queixamos disso, até porque apos-tamos muito na triagem. Temos padrões de rigor elevados.

O que é que um profissional precisa de ter para integrar a equipa da Construmed?Disciplina e organização. Ideias e criativida-de vem em segundo plano. As regras são muito claras. É preciso cumpri-las. Uma pessoa traba-lhadora, inteligente e muito organizada vence na Construmed. Se estas componentes falharem, não durará cá muito tempo.

Que projetos estão em cima da mesa, para um fu-turo a médio e longo prazo?A empresa só trabalha com residentes no ex-terior. Está, deste modo, preparada para que, à distância de um clique, o cliente possa entrar na sua conta e estar online 24 horas por dia, 365

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dias por ano. O mercado dos Golden Visa está a precisar de nós e é uma expansão que me parece muito interessante. Como tal, a empresa está a trabalhar o mercado chinês. Já fomos contactados neste sentido e já tivemos algumas reuniões com grupos de investidores chineses. Nesses momen-tos, notei alguma dificuldade na comunicação uma vez que não são muitos os chineses que se predispõem a falar inglês. Como não nos pode-mos dar ao luxo de existirem mal entendidos, até porque estamos a falar de contratos de elevada responsabilidade e que têm de ser transcritos por tradutores oficiais, para entrarmos neste mercado teremos de aprender a falar e escrever mandarim. Nós temos de ter uma modulagem muito clara com eles. Queremos construir uma relação para os próximos 30 anos.

O que é que os investidores chineses procuram em Portugal?Antes de mais procuram obter o Golden Visa. Sabem que se investirem 500 mil euros em patri-mónio imobiliário têm um passaporte para circu-lar e comercializar. Só que o chinês não vai ficar a viver em Portugal, virá cá duas ou três vezes por ano e precisará de alguém para tomar conta do património, uma forma de rentabilizá-lo. Como tal, terá de deixar a uma empresa que coloque lá um inquilino. No entanto, e se o inquilino não pagar a renda ou se surgirem problemas com o condomínio? São muitas as questões que podem ser levantadas e ele, a 15 mil quilómetros de dis-tância não poderá agir. É aí que nós entramos!

É preciso, por isso, uma total confiança nesse ges-tor que vai administrar o seu património. Como é que se conquista essa confiança?

Nós não conhecemos o cliente e o cliente não nos conhece a nós. Aliás, ele mal conhece o país. Desde logo, o elevado número de frações e o know how da empresa constituem uma montra para a Construmed. Além disso, os nossos con-tratos dizem claramente que nós só ganhamos se eles estiverem a ganhar. Portanto, estamos ambos a puxar pelo mesmo lado da corda.

A par disso, pretendem ainda apostar na interna-cionalização para o mercado africano?É uma ideia. Gostaria de expandir para o mer-cado africano. É um mercado que nos receberia de braços abertos, era uma expansão apetecível mas, como tem sido desde o início, vamos dar um passo de cada vez.

Transferiram a vossa sede para o Estoril, em 2014. Por alguma razão em concreto?Com o enorme crescimento em 2013, foi uma estratégia da empresa separar proprietários de in-quilinos. O escritório do Estoril é um centro de comando e necessita de muita calma para atender os clientes que estamos obrigados a proteger, ou seja, os proprietários. Para entrarmos no merca-do dos Golden Visa, temos também de estar em Lisboa. É ali que tudo se passa. Além disso, se a internacionalização da Construmed se concre-tizar, teremos de estar na capital. Esta cidade é uma placa giratória a todos os níveis para o res-to do Mundo, o que já não acontece no caso do Porto.

Que mensagem deixaria a um potencial leitor que esteja, neste momento, à procura de um gestor de património?Abdiquem nem que seja um pouco do rendimen-to. É uma forma de terem uma rede de segurança no investimento. Um apartamento vazio durante um ano consegue pagar anos e anos de comis-sões a uma gestora. Procurem um bom gestor de património imobiliário. Uma empresa estável, credível, segura e com muitas provas dadas. Pro-curem alguém que faça este trabalho bem feito, com rigor, bom senso, prudência e agressividade no mercado.

Francisco Pacheco de Amorim

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BREVES

Portuguesas criam projeto de aluguerde brinquedosChama-se “Alugar para Brincar” e é um projeto criado por duas irmãs portuguesas com o objetivo de facilitar a vida das famílias com crianças que se encontram a enfrentar dificuldades financeiras, permitindo-lhes alugar brinquedos educativos por 20% do seu custo no mercado. Para Ana Cátia e Andreia Ferreira, o estímulo decisivo para o negócio foi a crise atual e a inspiração da própria família. Tudo porque ambas têm filhas pequenas terão decidido comprar brinquedos e montar um sistema de rotatividade dos mesmos entre as suas casas e a casa dos avós das meninas. Daí até chegar à ideia de um negócio foi instantâneo! A poupança para as famílias é imensa, para além de libertar espaço em casa e dar aos mais pequenos a possibilidade de ter brinquedos novos muito mais facilmente.

Campanha “Mergulho Seguro” alerta paraperigo de mortenas praias e piscinasA Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está a promover a campanha nacional “Mergulho Seguro” com o objetivo de prevenir os traumatismos vertebro medulares provocados por acidentes relacionados com o mergulho. Durante os meses de agosto e setembro, a campanha vai estar presente em mais de cem praias do país, com cartazes e folhetos de sensibilização. “Estima-se que 43% dos acidentes de mergulho aconteceram a jovens entre os dez e os 19 anos e que 73% dos acidentados tinham menos de 29 anos. Sabemos também que é nos meses de julho a setembro que se verifica mais de 90% destas ocorrências”, explica Jorge Mineiro, Presidente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.

Incontinência:Roupa interior lusaé sucesso mundial

A empresa têxtil portuguesa Impetus, com sede em Barcelos, está a fazer sucesso por todo o mundo graças ao desenvolvimento de roupa interior "high-tech" destinada a homens e mulheres que sofrem de incontinência urinária e que é capaz de reter urina e neutralizar odores.A mais recente inovação da companhia barcelense já chegou a países como Argélia, Marrocos, Dubai, Bélgica e Holanda, sendo que está também prevista a entrada das cuecas portuguesas ProtechDry - como foram batizadas - em Inglaterra e no Brasil. Para as colocar no estrangeiro, a Impetus estabeleceu uma sociedade com a multinacional holandesa EMERGO, especializada em dispositivos médicos.

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