Ged - PARTE II

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOSFACULDADE DE EDUCAÇÃOPROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO - MESTRADO EM EDUCAÇÃO

TRABALHO APRESENTADO A DISCIPLINA ESTUDOS EM GESTÃO EDUCACIONAL SOB ORIENTAÇÃO DA

PROF. DR. PAULO GOMES LIMA

Mestranda Kellcia Rezende Souza

Gestão escolar democrática: discursos de

transformação ou conservação? (Parte II)

SIMONE VIEIRA DE MELO SHIMAMOTO

Mestranda Kellcia Rezende Souza PPGEdu/UFGD


SIMONE VIEIRA DE MELO SHIMAMOTO

Graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Uberlândia (1987) e Mestrado em Educação pela mesma universidade (2011). Tem experiências nas áreas de educação básica e ensino superior, atuando na docência, gestão e capacitação de profissionais da educação.


GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA: ESPAÇO DE CONTESTAÇÃO

• Ao exercício de superação da visão e das práticas autocráticas instituídas.

Conquistas

• Não obtiveram a efetivação de uma política educacional para além dos muitos programas e projetos que ainda hoje persistem como medidas pontuais para amenizar dificuldades imediatas.Barreiras


Época da colheita Eleições diretas

Luta dos professores

Universalização da escola pública

1980

Decrescente

Retórica sedutora dos que detêm o

poder

Ocultação das necessidades da classe dominada

A falácia da negação das

desigualdades

1990


Sob o discurso de uma reforma política, econômica e social, no qual o poder descentralizar-se-ia, sendo assumido por autores cujas práticas se efetivam nas instâncias micro, o implante da desconcentração não só mantém como conquista novos sujeitos para o centro, fortalecendo o tão necessário rompimento entre concepção/execução.

Os discursos desenhados na política de parcerias e negociações, com ênfase na igualdade de condições e possibilidades e nos quais os interesses antagônicos são colocados como interesses comuns, desmontam a crítica, deixam porosa a ação dos sujeitos com vias a uma transformação.


A escola enquanto instrumento de manutenção/transformação social

DERMEVAL SAVIANI

Desvalorização da escola Instrumento

Manutenção do modelo

capitalista

ESCOLA – fragilizada, seu poder de interferência, seu impacto social é minimizado, amortizando-se assim as exigências da transformação da própria sociedade.


O saber produzido socialmente é uma força produtiva, é um meio de produção. Na sociedade capitalista, a tendência é torná-lo propriedade exclusiva da classe dominante.

CONTRADIÇÃO INTRÍNSECA AO CAPITALISMO

Opressão

Resistência


A proposta de Saviani para superação do modelo de gestão escolar autocrática aproxima-se de algumas discussões críticas da educação, que veem na transformação radical da sociedade o único caminho possível. A mudança pura e simplesmente não atende, já que a raiz continua intacta. Assim, para que haja alcance efetivo na implantação da GED, é necessário que transformações drásticas, nas instâncias macro, se processem na prática.


Educação e a política sejam inseparáveis

Manifestações sociais

determinadas

Novo modelo social

Superar a ilusão liberal

Estado/sociedade civil

Pedagogia socialista


Vitor Paro

Não é possível uma compreensão real dos processos educacionais escolares se não se considerar os determinantes sociais e econômicos da administração escolar.

A administração vista como utilização racional de recursos para a realização de fins determinados.


Homem natureza Homem

coisa

Sobre a administração em contexto capitalista, nutre-se na ideia de domínio, permanecendo as relações entre os homens submersas no campo da divisão pormenorizada do trabalho ou divisão técnica.

A administração transforma-se em instrumento de acréscimo de produtividade, eficiência e eficácia. Na instituição educacional, concebe a escola como espaço neutro, burocrático e técnico.


Desqualificação do trabalhador

Dissociação concepção/execuç

ão

Fortalecimento dos processos burocráticos

Reestruturação produtiva

Administração inteligente

Ampliação do controle

Maior produtividade


A administração em si enquanto utilização racional de recursos para realização de fins, não traz consigo a exploração do trabalho, característica da administração capitalista. Deste modo, de acordo com o contexto social, a administração se constitui, atendendo ao modelo em questão.

SUPERAÇÃO DO ESTADO-COERÇÃO

A educação escolar para transformação social deve ser refletida no campo das relações entre educação e política.


Instrumento de

reprodução e

manutenção do

capitalismo

Espaço de

transformação social

ESCOLA


A GED no contexto de instabilidades

• Detentor do poderGestor

autoritário

• Próximo dos problemas educacionais

Gestor democrático


Os projetos criam corpo e vida na prática

A materialização e a historicidade humanas constituem-se na convivência contraditória e dialética do viver em sociedade.

A hominização é processo que se constrói mediado pelas relações dos homens entre si.


Administração escolar para a transformação social

Administração autoritária reinante nas escolas

A GED exige participação consciente

direcionada a transformaçã

o social

A atuação do gestor escolar comprometido com a transformação social deve considerar o conhecimento técnico tecido junto à consciência política transformadora para a construção de uma nova modalidade gestora.


Paro Racionalidade interna

Racionalidade externa

PRÁXIS ADMINISTRATIVA

TRANSFORMADORA

É a efetivação da práxis na superação do grande vácuo conteúdo/forma. As amarras burocráticas são um dos grandes empecilhos. Já estão tão arraigadas aos modelos postos, que parece termos saído do movimento da indignação e entrado no de frágil reclamação isolada e resignada, com o agravante de corrermos em busca das conquistas exigidas socialmente, sob o risco de não sobrevivermos – no sentido literal do termo – a ele.


BUROCRACIA: UM PONTO NODAL NO AVANÇO DA DESCENTRALIZAÇÃO SOCIOEDUCACIONAL

Maurício Tragtenberg

O controle burocrático junto a inculcação ideológica é imensa amarra sociopolítica geradora da reprodução/manutenção da ordem econômica e divisão social do trabalho;

A classe trabalhadora é plenamente capaz de autogerir-se pela via de democracia direta e não representativa;

Separação concepção e execução e burocracia;

Burocracia – um sistema de organização formal, um modelo de dominação fundado na exploração.


A busca pelo consenso é perspicaz, assumindo papel na superação de conflitos e na conciliação amistosa das atitudes entre indivíduos componentes das escolas hierárquicas mantenedoras da autoridade e centralidade do poder;

O cidadão é alienado na esfera social e do psíquico pela ocultação do político e do inconsciente;

Produção de trabalhadores

FLEXÍVEIS - ADAPTÁVEIS INOVADORES

AdministradoresLÍDERES

A ideologia do consenso além de instituída e

fortalecida pela burocracia.


Modelo administrativo da escola e das relações humanas

Linguagem Atitude psicologizantes

Co-gestão e participaçãoParticipacionismo Estratégia de manipulação e

controle

Tragtenberg

Administração Controle burocrático do trabalho vivo


ESCOLA

Parte do tecido social macro, como espaço micro reprodutor do modelo instalado.

Critica duramente o uso da máquina educacional para conquistas pessoais, distanciadas de uma responsabilidade ética e social para com todos os cidadãos. Denuncia, defendendo outra escola, que não advenha desta, já tão arraigada e contaminada; uma escola em que pensar e fazer sejam realmente inseparáveis.


Funções conservadores atribuídas a escola

Exclusão da classe social

Dos meios e condições sociais e

econômicas

Socialização da

subordinação

Lugar social da escola Peso político

Implicações na

constituição do homem ao longa de sua história


Apenas uma real participação dos assalariados nos processos de decisões fundamentais da sociedade permitirá uma democratização real do ensino. São impossíveis oportunidades educacionais iguais para todos se as oportunidades econômicas e sociais são desiguais.


REFERÊNCIAS

SHIMAMOTO, Simone Vieira de Melo. Gestão escolar democrática: discursos de transformação ou conservação? Uberlândia, 2010. Dissertação (Mestrado em Educação), Universidade Federal de Uberlândia, 2010.

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