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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA DA COMARCA DE BELÉM, ESTADO DO PARÁ. DISTRIBUÍDO POR DEPENDÊNCIA AOS AUTOS Nº XXX XXX, brasileiro, casado, vigilante, inscrito no CPF/MF sob o nº. XXX, residente e domiciliado na Passagem XXX, nº XXX, Bairro XXX, Belém/PA, CEP XXX; devidamente representado pelo causídico in fine assinado, constituído por meio do instrumento procuratório em anexo, vem perante Vossa Excelência ajuizar ENDEREÇO: Rua Manoel Barata, nº 1.279, Ponta Grossa, Icoaraci, Belém, PA. CEP 66812-020. Tel/Fax: (0**91) 3227-5155. Site: www.defensoria.pa.gov.br E-mail: [email protected] Pág. 1 de 12

A%E7%E3o Revisional de Alimentos - Para Minorar

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EXCELENTÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS DE FAMÍLIA DA COMARCA DE

BELÉM, ESTADO DO PARÁ.

DISTRIBUÍDO POR DEPENDÊNCIA AOS AUTOS Nº XXX

XXX, brasileiro, casado, vigilante, inscrito no CPF/MF sob o nº. XXX,

residente e domiciliado na Passagem XXX, nº XXX, Bairro XXX, Belém/PA, CEP XXX;

devidamente representado pelo causídico in fine assinado, constituído por meio do

instrumento procuratório em anexo, vem perante Vossa Excelência ajuizar

AÇÃO REVISIONAL DE ALIMENTOSCOM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

ENDEREÇO: Rua Manoel Barata, nº 1.279, Ponta Grossa, Icoaraci, Belém, PA. CEP 66812-020. Tel/Fax: (0**91) 3227-5155.Site: www.defensoria.pa.gov.br E-mail: [email protected]

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em face de XXX e XXX, menores, devidamente representados pela sua genitora, XXX,

brasileira, solteira, residente e domiciliada na Travessa XXX, nº XXX, Bairro XXX, XXX, CEP

XXX, o que faz com fulcro nos pontos de fato e de Direito doravante articulados:

1 – DOS FATOS

01. Por sentença judicial nos autos do processo nº XXX, que tramitou

perante a XXX, o Postulante foi obrigado a pagar em favor dos Promovidos uma pensão

alimentícia mensal cuja prestação foi arbitrada em xxx% (xxx por cento) sobre o salário

mínimo vigente, como comprova a cópia do referido decium, em anexo.

02. Ocorre que, Excelência, posteriormente à fixação da obrigação acima

indicada, a situação econômico-financeira do ora Promovente sofreu profunda modificação,

como se passa a demonstrar.

03. O Demandado, à época da prolação da sentença, exercia a atividade

vigilante e auferia renda mensal três salários mínimos. Entretanto, em dezembro de 2009,

perdeu seu emprego, como comprova os documentos demissionais em anexo. Atualmente,

o Promovente possui emprego na São Bernardo Serviços de Segurança Ltda., onde aufere

renda de um salário mínimo, exercendo a função de vigilante em tempo parcial, valor que

não satisfaz sequer as necessidades de sua atual família, constituída por ele, sua

companheira e sua filha – como comprova documentação em anexo.

04. Assim, ante a falta de condições para o Autor continuar adimplindo

as obrigações neste quantum, devido a mudança de emprego, recorre o Demandante ao

Poder Judiciário, para que revise os valores da prestação alimentícia de acordo com as

disposições legais.

2 – DO DIREITO

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05. O novel CÓDIGO CIVIL, traçando as obrigações alimentícias, quem

como a sistemática de alteração da referida obrigação, seja para majorar, seja para minora,

positiva que:

Art. 1.699 – Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na situação

financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o interessado

reclamar ao juiz, conforme as circunstancias, exoneração, redução ou majoração

do encargo.

06. A Lei nº 5.478, de 25 de julho de 1968, deixa claro a possibilidade de

o encargo alimentar ser revisto, em seu art. 15 preceitua que “Art. 15. A decisão Judicial

sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face de

modificação da situação financeira dos interessados”.

07. A doutrinadora gaúcha MARIA BERENICE DIAS (Manual de Direito

das Famílias. 4ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, páginas 518 e 519), de forma

lapidar, preleciona que:

“Ainda que ocorra a coisa julgada em sede de alimentos, prevalece o princípio da

proporcionalidade. Estipulado o valor do encargo alimentar, quer por acordo, quer

por decisão judicial, possível é a revisão do valor quando houver o desatendimento

do parâmetro possibilidade-necessidade. Mesmo que não tenha ocorrido alteração,

quer das possibilidades do alimentante, quer das necessidades do alimentado,

possível a adequação a qualquer tempo. Essa é a única forma de impedir a

perpetuação de flagrantes injustiças.”

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08. A jurisprudência, desde há muito, já sedimentou o entendimento no

sentido da revisão da pensão fixada quando demonstrada alteração posterior da situação

econômica do Alimentante, verbis:

REVISIONAL DE ALIMENTOS – REDUÇÃO DO QUANTUM – COMPROVAÇÃO –

ADMISSIBILIDADE – RECURSO DESPROVIDO – O valor fixado a título de alimentos

pode ser revisto a qualquer momento, desde que se demonstre a ocorrência de

alteração da situação econômica do alimentante e a necessidade do alimentando.

(TJSC – AC 00.010762-0 – 1ª C.Cív. – Rel. Des. Ruy Pedro Schneider – J. 20.02.2001)

09. Dessa forma, mostra-se cabido o presente pleito de revisão da

pensão alimentícia, fazendo-se urgente a minoração do quantum fixado na sentença,

sugerindo-se o valor de 15% (quinze por cento) sobre salário mínimo, para que se enquadre

nas disposições legais de proporcionalidade entre as necessidades do réu e os recursos do

autor.

3 – DA ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

10. O Código de Processo Civil pátrio vigente prevê, genericamente, a

possibilidade da antecipação dos efeitos práticos da tutela, positivada no art. 273, cujos

dispositivos pertinente passa-se a transcrever, verbum pro verbum:

Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou

parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,

existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:

(Redação dada pela Lei nº 8.952, de 1994)

I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou

(Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)

(...)

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§ 2º - Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de

irreversibilidade do provimento antecipado. (Incluído pela Lei nº 8.952, de 1994)

11. Portanto, para concessão da antecipação de tutela, faz-se necessária

a presença dos requisitos da verossimilhança das alegações, do perigo da demora, bem

como não se fazer presente o requisito negativo da irreversibilidade. No presente, caso,

todos encontram-se presentes:

12. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES – A verossimilhança das

alegações articuladas na inicial exsurge do que foi narrado no ponto 03 da presente,

acompanhado da prova documental em anexo.

13. PERICULUM IN MORA – O perigo da demora consiste na

possibilidade de o ora Demandado ver-se executado pelo rito da prisão civil, uma vez que

não suporta o pagamento da prestação estabelecida na sentença vergastada.

14. DA REVERSIBILIDADE DA MEDIDA – A decisão antecipatória de

minoração é juridicamente reversível, uma vez que, não sendo confirmada no mérito, se

restabelecerá a sentença ora esgrimada, nos termos postos, retornando-se ao statu quo.

15. Não fosse a previsão genérica insculpida no art. 273 do CPC, os

Tribunais pátrios, de forma unânime e pacífica, têm entendido cabível a antecipação de

tutela nas ações revisionais, como se observa dos seguintes arestos transcritos:

A antecipação da tutela em ação de redução de alimentos deve atender aos

pressupostos da regra geral do art. 273 do CPC, no sentido de exigir-se prova que

convença da verossimilhança, pena de indeferimento. Decisão indeferitória

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mantida. (TJ/RS - Ag. de Instrumento n. 596074039 - 7a. Câm. Cív. - Rel: Des. Paulo

Heerdt - j. em 26.06.96 - Fonte: DJRS, 05.09.96, pág. 18).

ALIMENTOS - REVISÃO - TUTELA ANTECIPADA - Decisão que, antecipando a tutela

em revisional de alimentos, reduz a quantia devida - Ato judicial reformado por

acórdão, que, desconstituindo a tutela, tem efeito ex tunc, não se podendo

considerar como devidos, no interregno, apenas o valor concedido na aludida

tutela antecipada, mas sim o valor que vinha sendo pago - Decisão que endente

que deve prevalecer a redução até a data do acórdão, incorreta - Eventual inserção

de quantias pagas que deve ser examinada a requerimento do devedor, quando

intimado para pagar - Recurso provido. (TJSP - AI 140.143-4 - São Paulo - 10ª

CDPriv. - Rel. Des. Marcondes Machado - J. 14.03.2000 - v.u.)

16. Assim, fica desde já requerida a antecipação dos efeitos práticos da

minoração de prestação alimentícia pleiteada no mérito, vez que presentes os requisitos

autorizadores elencados no CPC, tudo para fins de minorar os alimentos fixados na sentença

vergasta, sugerindo-se o valor indicado no ponto 09 da presente.

4 – DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA

17. A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu art. 5º,

inciso LXXIV, garante aos cidadãos a prestação de assistência jurídica integral àqueles que

comprovarem a insuficiência de recursos. Conformando a referida garantia, a Lei nº 1.060,

de 5 de fevereiro de 1950, que estabelece normas para a concessão da assistência judiciária

aos legalmente necessitados, recepcionadas por todas as Constituições que lhe sucederam,

traz como requisito para concessão do direito à gratuidade judiciária (art. 4º, § 1º) a mera

afirmação, na própria petição inicial, de que a parte não está em condições para pagar as

custas do processo e os honorários advocatícios.

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18. Nesse viés, o Requerente, por meio de sua Representante legal,

procurou a Defensoria Pública do Estado do Pará e declarou-se necessitado na forma da lei,

não podendo arcar com as custas do processo, nem tampouco com honorários advocatícios,

daí porque merecer o reconhecimento do seu direito subjetivo à prestação de assistência

jurídica gratuita e integral.

5 – DO PEDIDO

ANTE O EXPOSTO,

Requer o Demandante que Vossa Excelência, após recebimento e

autuação da presente, digne-se em:

a) reconhecer o direito subjetivo à prestação de assistência jurídica

gratuita e integral, nos termos da Lei nº 1.060/50, uma vez que o

mesmo declara-se necessitado na forma da lei, não podendo prover

as custos do processo ou honorários advocatícios sem prejuízo de sua

própria mantença;

b) conceder a antecipação dos efeitos prático da tutela, fixando

provisoriamente os alimentos no valor mensal de 15 % (quinze por

cento) do salário mínimo vigente, a ser pago até o quinta dia útil de

cada mês;

c) determinar a citação do(s) Promovido(s), no endereço declinado

no frontispício da presente, para tomar ciência da audiência a ser

designada nos termos do art. 5° da Lei 5.478/68, e, querendo,

apresentar contestação na forma e prazos legais, tudo sob as

advertências da legislação processual cabível;

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d) determinar a intimação do representante do Ministério Público

com atribuições perante esse Juízo para intervir no feito, na

qualidade de custos legis;

e) julgar procedente o presente pedido, confirmando a tutela de

urgência eventualmente concedida, tudo para fins de revisar a

obrigação alimentar, minorando o quantum, sugerindo-se o valor de

15% (quinze por cento) do salário mínimo vigente, devendo ser pago

até o quinto dia útil do mês;

f) em caso de condenação na obrigação indicada na aliena anterior,

condenar os Promovidos a pagar as verbas de sucumbência, isto é,

custas processuais e honorários advocatícios, estes a serem

arbitrados por esse Juízo, na forma do CPC.

Valor da causa R$ 918,00 (novecentos e dezoito reais).

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito

permitido.

Nesses termos, espera deferimento.

Vila Sorriso, 12 de abril de 2023.

CARLOS HENRIQUE HARPER COXDEFENSOR PÚBLICO

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