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lona.redeteia.com Apesar do conceito médico permanecer o mesmo, inúmeros projetos e me- didas visam mudar o panorama atual dos transexuais brasileiros “Que o bom senso impere e que cada profissional possa exercer seu trabalho sem barreiras.” Ninguém é humilde o suficiente para aceitar que o outro seja melhor. Nossa chegada aqui já foi uma disputa.” Exposição visa mostrar que a natureza é orgânica até mesmo em sua matéria bruta “Semana passada aconteceu o Draft da NFL, que nada mais é que o recru- tamento de jogadores universitário. O evento começou na quinta-feira (08), e terminou no sábado (10).” “Quando um governo está em baixa, a população logo quer derrubar tudo e reconstruir do zero. Isso não é ruim. O problema é escolher o engenheiro dessa obra.” Transexualidade ainda é vista clinicamente como doença Dilma assina contratação do metrô de Curitiba Presidente da República compareceu à capital paranaense para lan- çar edital do metrô da cidade; aberta a consulta pública, obras devem ter início no segundo semestre de 2014 O único jornal-laboratório diário do Brasil Ano XV > Edição 887 > Curitiba, 12 de maio de 2014 Igor Castro Jorge de Sousa COLUNISTAS OPINIÃO EDITORIAL #PARTIU p. 2 p. 5 p. 5 p. 2 p. 6 p. 4 p.3 Foto: Karinne Lourenço

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lona.redeteia.com

Apesar do conceito médico permanecer o mesmo, inúmeros projetos e me-didas visam mudar o panorama atual dos transexuais brasileiros

“Que o bom senso impere e que cada profissional possa exercer seu trabalho sem barreiras.”

Ninguém é humilde o suficiente para aceitar que o outro seja melhor. Nossa chegada aqui já foi uma disputa.”

Exposição visa mostrar que a natureza é orgânica até mesmo em sua matéria bruta

“Semana passada aconteceu o Draft da NFL, que nada mais é que o recru-tamento de jogadores universitário. O evento começou na quinta-feira (08), e terminou no sábado (10).”

“Quando um governo está em baixa, a população logo quer derrubar tudo e reconstruir do zero. Isso não é ruim. O problema é escolher o engenheiro dessa obra.”

Transexualidade ainda é vista clinicamente como doença

Dilma assina contratação do metrô de CuritibaPresidente da República compareceu à capital paranaense para lan-çar edital do metrô da cidade; aberta a consulta pública, obras devem ter início no segundo semestre de 2014

O único jornal-laboratório diário do Brasil

Ano XV > Edição 887 > Curitiba, 12 de maio de 2014

Igor Castro

Jorge de Sousa

COLUNISTAS

OPINIÃO

EDITORIAL

#PARTIU

p. 2

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p. 5

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p. 6p. 4

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“Pride” > Ilustração: Florence Sophie Boyd

LONA > Edição 887 > Curitiba, 12 de maio de 2014

EDITORIAL OPINIÃO

Expediente

ReitorJosé Pio Martins Vice-Reitor e Pró-Reitor de AdministraçãoArno Gnoatto

Pró-Reitora AcadêmicaMarcia Sebastiani

Coordenadora do Curso de JornalismoMaria Zaclis Veiga Ferreira Professora-orientadoraAna Paula Mira

Coordenação de Projeto GráficoGabrielle Hartmann GrimmEditoresAna Carolina Justi, Kawane Martynowicz e Luiza RomagnoliEditorialDa Redação

O último livro que li é de um es-critor argentino, explica a soberba em forma de romance. Talvez a surpresa não fosse pelo autor ser jornalista, nem pelo personagem ser um jornalista de ficção com-pletamente perfeito no seu tra-balho; mas sim, pela forma como ele prova que a soberba está pre-sente em todo e qualquer ser. Um detalhe que fundamenta isso, por exemplo, é que o autor é uma es-pécie de “eu invertido” em relação à sua “criatura”.

Referente à Argentina, vale lem-brar que ela sempre quis ser um país europeu. E quiçá isso não te-nha sido um erro.

São 7 pecados capitais. São Tomás de Aquino dizia que a soberba é a forma básica do pecado. Nada mais é do que o desejo distorcido de grandeza. Ela é tão enraizada em nós, que só morre meia hora depois do dono.

Ninguém é humilde o suficiente para aceitar que o outro seja me-lhor. Antes mesmo de estarmos vivos nesse mundo, a nossa che-gada aqui já foi uma competição de quem é mais rápido. Vale lem-brar, também, que humildade tem limite.

A soberba de sempre levou a raça ariana a desencadear uma Guerra Mundial. Isso sem contar no regi-me do Apartheid, na África do Sul. Além dos colonizadores europeus; da parcela radical de árabes e ju-deus; da sociedade indiana. O na-cionalismo xenófobo. Uma coisa leva a outra.

E se piscarmos um pouco menos,

percebemos que absolutamente tudo é movido a tempo e compe-tição. Você só vai ser escolhido o funcionário do mês se der duro, bem mais do que todos os seus colegas. E grande parte do seu tempo vai ser para o seu trabalho.

Tempo é dinheiro. Errado, o tempo custa muito caro para quem não sabe ter. Benjamim Franklin que

me desculpe, mas, nem sempre foi assim. Algumas gerações atrás só faltava dinheiro. Todo mundo tinha tempo. Mais ou menos 170 anos depois, na década de 1920, o “tempo das máquinas” tomou conta do homem por inteiro, com a criação da linha de produção.

A identidade não tem contornos precisos. E também espelhos in-

Desde o começo da sua gestão como presi-dente do Clube Atlético Paranaense, em 1995, Mario Celso Petraglia é a figura mais simbólica do time. Desde então, vem colecionando títu-los e polêmicas: um Campeonato Brasileiro, uma final de Copa Libertadores da América, e um estádio de nível internacional que contras-tam com denúncias de corrupção nas obras da Arena da Baixada, e incessantes conflitos com a imprensa paranaense. Este último fato é a ra-zão de muitos dos veículos de mídia esportiva (locais e nacionais) terem uma severa antipatia pela equipe.

Óbvio que não se pode colocar apenas os fatos negativos como carro-chefe da gestão Petra-glia. Sua maneira ousada de comandar o Atlé-tico-PR fez o time ultrapassar os limites do eixo Rio-São Paulo e tornar-se, junto com o Cruzei-ro, um dos únicos dois times fora dos estados acima citados que venceram o Campeonato Brasileiro. Mas é preciso reconhecer que há momentos que prejudicam a imagem do clube. Como a coletiva de semanas atrás, na qual, em uma mesa com Jerome Valcke (Secretário Ge-ral da FIFA) e Ronaldo (centroavante campeão mundial pelo Brasil), o presidente ofendeu os jornalistas paranaenses com palavras de baixo nível, e de forma injusta. Afinal, todas as ma-térias divulgadas sobre denúncias nas obras da Arena da Baixada foram comprovadas pelo Ministério Público. Isso, somado ao fato de que a imprensa é proibida de entrar nas dependên-cias do clube e levar informações para a própria torcida rubro negra, chega-se à percepção de que certos fatos precisam mudar radicalmente na diretoria da agremiação.

Por isso, que o bom senso impere e que cada profissional exerça seu trabalho. Que os jorna-listas possam cobrir o clube sem barreiras (o que divulga a marca do Clube Atlético Para-naense em todo o Brasil); que haja liberdade para se criticar o que é bem feito, e o que não é também. Que apenas dentro de campo exista a fúria, e dentro dele se concentrem todos os esforços em vencer o seu adversário, não na im-prensa, mas sim no time que enfrentar o rubro negro paranaense.

O presidente e o monstroDo latim; “supervia”Bianca Ogliari

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Curitiba, 12 de maio de 2014 > Edição 887 > LONA

NOTÍCIAS DO DIA

Cover de Rei do Pop tem final emocionante

No ultimo sábado, dia 10 de maio, aconteceu em Curitiba, no Teatro Posi-tivo, o maior Tributo ao Rei do Pop da América Latina. Com Rodrigo Teaser no lugar do Rei Michael Jackson, o show contou com o repertório mais famoso do falecido astro pop. Hits clássicos como They Don’t Really Care About Us, I Just Can’t Stop Loving You, Beat it, Smooth Criminal, Thriller, Billy Jean, Black and White, I Want You Back, I’ll Be There (do Jackson Five), entreteram o público como se o próprio Michael estivesse no palco. O show foi uma re-alização da Prime Eventos e teve duas horas de muitos efeitos visuais e uma perfomance energética.

Além de contar com os clássicos do Rei, Teaser fez algo inesperado e fora do re-pertório. No meio do show, o artista fez uma pausa para dedicar a canção Smile a uma fã que sempre o acompa-nha nos shows e nas redes sociais. Foi um dos momentos emocionantes que marcaram o show.

Com uma banda e um grupo coreográ-fico impecável, o público teve a sensa-ção de reviver os melhores momentos da carreira de Michael Jackson. Ver to-das as coreografias exatamente como o Rei do Pop fazia foi nostálgico para todos que estavam presentes. O show contou com várias técnicas de palco,

como elevadores e efeitos audiovisuais que contribuíram para que o espetácu-lo fosse um prato cheio.

O fim do show foi marcado com a mú-sica Billy Jean, todo caracterizado “pa-drão Michael”, com direito a Moon Walk e terno com luzes coloridas. Na sua despedida, Rodrigo Teaser se emocio-nou ao falar do legado do Rei do Pop, dizendo que não foi apenas música e dança que Michael Jackson deixou. “O Show é dele. Então quem termina, é ele.” Falou Teaser saindo do palco e deixando no telão uma imagem do Rei e um playback com a voz de Michael Jackson.

A presidente Dilma Rousseff esteve nesta sexta feira, dia 9, na cidade de Curitiba para assinar o documento de autorização do lançamento do edital de licitação das obras do metro na ca-pital. A cerimônia aconteceu durante o evento Mobilidade Urbana, mais inves-timentos para Curitiba, e contou com a participação de Gustavo Fruet, atual prefeito da capital, a senadora Glei-si Hoffmann, o vice-governador Flá-vio Arns, entre outras autoridades. As obras do metrô em Curitiba serão fruto de uma parceria entre público e priva-do, e deverão custar R$ 4,56 bilhões, entre recursos do governo federal, es-tadual e da prefeitura.

Além de assinar os documentos, Dil-ma anunciou a liberação de uma ver-ba de 450 milhões para a obra de res-tauração do Contorno Sul de Curitiba

Dilma Rousseff vem a Curitiba lançar edital de licitação do metrô Karinne Lourenço

Presidente esteve presente em evento sobre mobilidade urbana em Curitiba, e participou da cerimônia de contratação do metrô e lançamento do edital da parceria público-privada da capital

no PAC 2 (Programa de Aceleração de Crescimento), afirmando ser este um presente aos Curitibanos. Os principais assuntos abordados em seu discurso foram mobilidade urbana, ampliação da capacidade e velocidade das linhas de ônibus, remodelação da linha Inter 2 e, a conclusão da Linha Verde. O pre-feito Gustavo Fruet também aproveito a ocasião para prestar esclarecimentos sobre esses mesmos itens.

Fábio Dória Scatolin, secretário de pla-nejamento de Curitiba, anunciou an-tes da cerimônia que a primeira fase do metro ganhou mais uma estação, a parada Santa Regina, que fica entre os terminais do Pinheirinho e Capão Raso. As obras da primeira fase terão extensão de 17,6 quilômetros, entre o bairro CIC-Sul e o Terminal do Cabral. A segunda fase das obras ainda não tem previsão de início, mas deve se esten-

der do Cabral até o Santa Cândida.

O processo de licitação do metro será gerenciado pela BM&F Bovespa, os consórcios interessados tem 45 dias para apresentar suas propostas. O gru-po escolhido será responsável pela gestão do sistemas pelos próximos 35 dias.

A preseidente da república aproveitou, ainda para elogiar o transporte cole-tivo de Curitiba, dando destaque ao pioneirismo da capital na instalação de linhas expressas, caneletas exclusi-vas para ônibus e estações tubos, “nós estamos querendo essa integração em todo o Brasil”, disse.

Logo após o fim da cerimônia, Dilma fez uma visita à Arena da Baixada, se-des da Copa do Mundo. Foi recebida pelo presidente do clube Mario Celso Petraglia e operários que finalizam as obras no local. A visita foi marcada por protesto contra a copa: do lado de fora da Arena, cerca de 30 manifestante to-cavam cornetas e traziam faixas com a os dizeres “menos Copa e mais saúde”, o grupo não foi visto e nem ouvido pela presidente.

Luiza Romagnoli

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O prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, e a presidente, em cerimônia de assinatura do edital > Foto: Roberto Stuckert Filho

Show contou com multidão > Foto: Luiza Romagnoli

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LONA > Edição 887 > Curitiba, 12 de maio de 2014

Escolhas pessoais podem ser consideradas doenças

Beatriz Moreira

Para manuais de psicologia e medicina, transexualidade é considerada distúrbio e causa sofrimento

Em 2009, um grupo de ativistas es-panhóis criou uma plataforma para protestar contra os manuais de psi-cologia e psiquiatria que tratam da transexualidade como doença. A STP, Campanha Internacional Stop Trans Pathologization, é uma plataforma ati-vista internacional, criada com o obje-tivo de incentivar a realização de ações pela despatologização trans em dife-rentes partes do mundo. Até outubro de 2013, mais de 370 grupos e redes de África, América Latina, América do Norte, Ásia, Europa e Oceânia aderiram à STP.

Segundo manifesto do grupo, “a psi-quiatrização relega às instituições mé-dico-psiquiátricas o controle sobre as identidades de gênero. A prática oficial de tais instituições, motivada por inte-resses estatais, religiosos, econômicos e políticos, trabalha sobre os corpos das pessoas amparando e reproduzin-do o binômio homem e mulher”. Eles defendem a autodeterminação de gê-nero, ou seja, a pos-sibilidade de manter as decisões indivi-duais independente das características físicas da pessoa.

De acordo com a Classificação Inter-nacional de Doenças (CID), a transexualidade pode ser diag-nosticada como doença se existirem “evidências de uma forte e persistente identificação com o gênero oposto, que consiste do desejo de ser, ou a in-sistência do indivíduo de que ele é do sexo oposto”.

Para César Fernandes, psicólogo do Grupo de Trabalho de Psicologia e Questões LGBT do Sindicato do Psicó-logos (Sindypsi-PR), não existe acor-do sobre o conceito. Para o sindicato, a orientação sexual é uma questão pessoal e não deve ser tratada como

doença. “Entendemos que a identida-de de gênero trans existe e não é um quadro médico. A transexualidade exi-ge uma série de procedimentos médi-cos, farmacéuticos e psicológicos para ajudar no alinhamento entre físico e

psicológico, assim como a gravidez. Isso não é estar do-ente”, explica.

Rafaelly Wiest tem 31 anos, é casada, e presidente do Trans-grupo Marcela Pra-do. Desde pequena

possuia trejeitos femininos, com 13 anos resolveu assumir sua identidade como mulher. “Sempre fui uma meni-na. Meu corpo é minha identidade e me sinto tão mulher quanto qualquer outra”, conta Rafaelly.

A militante conta que o movimento LGBT e as ONGs que trabalham com diversidade sexual uniram a Parada da Diversidade de 2014 em torno da questão da transexualidade a partir de dois eixos principais: a depatologiza-ção da identidade de gênero, e a reti-ficação do registro civil. “A retificação

do registro civil é diferente do nome social, pois o nome nem sempre é acei-to”, comenta.

A partir dessa perspectiva, o deputa-do federal Jean Wyllys (PSOL – RJ) e a deputada Érika Kokay (PT-DF) propu-seram a Lei João Ney ou a Lei de Iden-tidade de Gênero, que tenta ratificar a confusão causada pela diferenciação entre o nome “legal” e o nome “social”. Segundo o documento, graças a esse furo legal, há pessoas que vivem sua vida cotidiana com o nome pelo qual são conhecidas e se sentem chamadas, porém outro nome aparece na carteira de motorista, no diploma ou na conta de luz. “Um nome que evidentemente é de outro, daquele “ser imaginário” que habita nos papéis, mas que nin-guém conhece no mundo real”, contes-ta o documento.

Para Rafaelly, esse constrangimento é frequente, uma vez que apenas as Se-cretarias de Saúde e de Educação aten-dem o cidadão pelo nome social. “Já fui parada em aeroportos ou questionada em bancos, por exemplo. Isso me ex-põe e dá margem para os preconcei-tuosos que acham graça das minhas

escolhas pessoais”, lamenta.

Contradições criadas pelas lacunasUltimamente muito se fala sobre a saú-de integral e humanizada. Esse concei-to predetermina um tratamento que vai muito além de medidas paliativas e que respeitam o ser humano como um indivíduo que possui emoções e ques-tionamentos psicológicos. No entanto, foi somente o fato de a transexualida-de ser considerada doença interna-cionalmente que levou o Conselho de Medicina a aprovar a cirurgia de rede-signação sexual como procedimento do SUS.

Já em novembro de 2013, uma decisão judicial determinou que o Ministério da Saúde encaminhasse as medidas necessárias para definir e ampliar o acesso às cirurgias de mudança de sexo pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Se-gundo a nova portaria, o SUS deverá arcar, por meio das Redes de Atenção Básica, com ações terapêuticas para travestis, transexuais e transgêneros que procurem pela cirurgia de mudan-ça de sexo. Também fica definida a cria-ção de um Serviço de Atenção Especia-lizado no Processo Transexualizador. A medida é conhecida como Portaria Nº 2.803, de 19 de novembro de 2013, e leva em consideração medidas ante-riores, dos anos de 2010 e 2011.

Para o psicólogo César Fernandes, a ci-rurgia é um direito, mas não é determi-nante para identidade de gênero. “Há quem quer e consegue, e quem quer e não consegue. E há, ainda, os casos de pessoas que se sentem bem mesmo com seu pênis (no caso de uma tran-sexual mulher), ou seios (no caso de um transexual homem)”, afirma César. Hoje o procedimento é longo e pode demorar alguns anos até que todas as etapas sejam cumpridas. É necessária a aprovação de um psicólogo, de uma assistente social e do médico que reali-zará o procedimento.

“Meu corpo é minha identi-dade, me sinto mulher.”

Parada da Diversidade 2014 tratou de temas relacionados ao transexualismo > Foto: Arquivo Wikimedia Commons

GERAL

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COLUNISTAS

Draft

Politicalizando

Igor Castro

Jorge de Sousa

Curitiba, 12 de maio de 2014 > Edição 887 > LONA

Jovens talentos

Nova geração de gregos e troianos

Semana passada aconteceu o Draft da NFL, que nada mais é que o recruta-mento de jogadores universitários. O Draft começou na quinta-feira (08), e terminou no sábado (10), e foi feito em sete rodadas, com os 32 times da liga escolhendo os melhores jogadores. Va-mos dar ênfase à primeira rodada que é a mais importante de todas, desta-cando as principais escolhas.

A expectativa foi enorme. O primeiro time a escolher era o Houston Texans, com a pior campanha da temporada

passada. Contudo, a esperança de que os Texans escolheriam um quarterback como Johnny Manziel, considerado o melhor QB universitário, não se con-cretizou. Os Texans preferiram o de-fense end da Universidade de South Carolina, Jadeveon Clowney. Um belo parceiro para o também defense end J.J. Watt, que é considerado um dos melhores da NFL.

O segundo time a escolher foi o St. Louis Rams, que fez uma troca na po-sição de escolha com o Washington

Quando um governo está em baixa, a população logo quer derrubar tudo e reconstruir do zero. Isso não é ruim. O problema é escolher o engenheiro dessa obra. Esse ponto é fundamental, já que o novo escohido pode acabar sendo mais um perpetuador de velhos esquemas fraudados que virão a ruir qualquer estrutura. O eleitor tem que se informar, principalmente, da ideo-logia de cada candidato. Alguns exem-plos serão dissecados ao decorrer des-te texto, e a similaridade destes com membros no poder em outrora, não é pouca coisa.

Começarmos com o herdeiro do tro-no regado a leite e ouro, Aécio Neves. O tucano comandou Minas Gerais em dois mandatos, e admiração da popu-lação mineira pelo candidato é enor-me. Mas, nem tudo são rosas para ele. Denúncias de obras faturadas, vida pessoal mais do que agitada, e prin-cipalmente a pouca representativida-de de seu nome nas regiões Norte e

Nordeste, fazem com que Aécio não esteja conseguindo um cenário me-lhor nas últimas pesquisas eleitoreiras (seu acréscimo de votos nas últimas medições se deve mais à rejeição ao mandato de Dilma Roussef do que seu próprio ônus). Além de todas essas “virtudes”, Neves ainda precisa se livrar de uma ideologia tucana que remete ao Brasil em tempos bem tenebrosos, tal como o segundo mandato de Fer-nando Henrique Cardoso. Será que com uma vitória do PSDB, o país não viria a mudar coisas positivas (mesmo que poucas) do atual governo e voltar a colocar práticas pouco valorosas ao povo em primeiro lugar? Veremos o que a urna e o futuro nos dirão.

No nosso cenário local temos uma candidata que tenta vender a “face da renovação” aos eleitores paranaenses. A atual ministra da Casa Civil, sobre quem circulam fortes rumores (e gra-vações bem quentes) de ser ligada ao cartel da Petrobrás, pode realmente ser

Redskins. A expectativa em cima de Manziel ainda era grande, mas os Rams optaram pelo offensive tackle Greg Robinson, da Universidade de Auburn. Uma excelente escolha para a proteção do QB dos Rams, Bradford, que sofreu muito com as defesas adversárias sa-cando-o todo tempo.

O terceiro time foi o Jacksonville Ja-guars, um dos piores da NFL, e que pre-cisa, sem dúvidas, reformular seu elen-co. Sua opção foi por um quarterback, mas não Johnny Manziel. O QB escolhi-do foi Blake Bortles, da Universidade de Central Flórida. Após uma péssima temporada (como vem acontecendo há vários anos) os Jaguars resolveram apostar em um quarteback calouro para mudar os rumos do time. Vai ser difícil.

Johnny Manziel só foi escolhido na 23ª seleção, vez do Philadelphia Eagles. Vendo a possibilidade de perder Man-ziel para o Kansas City Chiefs, o Cleve-land Browns trocou de posição com o Eagles, e acabou com a ansiedade de

todos. Manziel foi para um time razo-ável, mas que precisa melhorar muito se quiser chegar às fases decisivas dos playoffs da NFL.

Vou dar destaque também à escolha do Minnesota Vikings que, em um boa troca com o Seattle Seahawks (atu-al campeão do Super Bowl), decidiu pelo quarterback Teddy Bridgewater, da Universidade de Louisville. A posi-ção de QB foi muito problemática para os Vikings, que tiveram três jogares: Cristian Ponder, Josh Freeman e Matt Cassell. Todos irregulares e sempre no departamento médico. O destaque negativo ficou pela não escolha, na primeira rodada, do quarterback De-rek Carr, da Universidade de Fresno. Derek já teve um irmão jogando profis-sionalmente na liga, David Carr. David teve passagens por Houston Texans, Carolina Panthers, San Francisco 49ers, e New York Giants do qual foi dispen-sado em 2013. Nas próximas colunas vamos destrinchar mais o Draft 2014, apontando quais foram as melhores escolhas. Hasta lá vista baby!

o “sangue novo” na política do Paraná? Acho que não. O esquema atual com o péssimo governo do tucano Beto Richa ajuda a relacionar essa especulação ao nome de Gleisi Hoffmann. Se não fos-se esta má gestão, o nome dela estaria mais ligado ao do seu marido (Paulo Bernardo, ministro das Comunicações) do que à postulante a morar no Palácio das Araucárias. No caso de Alexandre Padilha, em São Paulo, sequer ouso co-locar que ele tem chance de pontuar o suficiente para chegar em um “téti a téti” com Geraldo Alckmin. Além de seu ex-ministério (Saúde) ser o pior avaliado pelos brasileiros, seu nome vem sendo constantemente ligado

a esquemas pouco louváveis (mérito também adquirido por Alckmin).

Bom, para colocar tudo nesse liquidi-ficador louco que é o pleito eleitoral que nos aguardoa, meu caro leitor, só concluo dizendo que os fatores dessa equação são os mesmos de outras, e que as famosas promessas de “boas novas” na realidade são carregadas de “boas velhas” , já vem até embaladas e chegam antes do Natal. O problema é que esse “presente” dura quatro anos, portanto escolha sua ideologia (ou seja, ganhe do Cazuza) e defina seu voto com base nela, e não por outro motivo qualquer.

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LONA > Edição 887 > Curitiba, 12 de maio de 2014

Natureza ConstruídaAv. Mateus Leme, 4700, Parque São Lourenço

Data: de 12 de maio a 1 de junho – todos os diasHorário: 2ª a 6ª feira, 9h às 21h sábado e domingo, 9h às 12h e 13h às 16hLocal: Centro de Criatividade de CuritibaIngresso: gratuito

Casa FurmanBosque João Paulo II - Centro Cívico

Data: Toda 3ª, 4ª, 5ª e 6ª feira, sábado e domingoHorário: 9h às 18hLocal: Memorial da Imigração PolonesaIngresso: gratuito

Casa PrezepyuraBosque João Paulo II - Centro Cívico

Data: Toda 3ª, 4ª, 5ª e 6ª feira, sábado e domingoHorário: 9h às 18hLocal: Memorial da Imigração PolonesaIngresso: gratuito

A Grande VitóriaDia 25 de abril > Local Museu Tal

O Espetacular Homem-Aranha 2Aventura > 142min > 12 anos

Copa de EliteComédia > 99min > 14 anos

Eu, Mamãe e os Meninos (França)Comédia > 85min > 12 anos

Exposição dos artistas do Ateliê de Escul-tura do Centro de Criatividade A nature-za é orgânica até mesmo na pedra. Nada está desambientado. O universo possui uma tênue linha que o sustenta, uma rede silenciosa. Constante movimento, que arranja e desarranja a realidade dos humanos. Escultores profissionais, ini-ciantes e frequentadores apresentarão, com Elvo Benito Damo, instalações com materiais orgânicos integrados com for-mas de animais em grandes dimensões, oferecendo ao público a oportunidade de interação com as esculturas. Curado-ria de Pedro Moreira. Artistas do Atelier de Esculturas participantes: Beth Jabur, Natalia Lara, Angela Komnitski, Juceli Palu, Walmir Weber, Angela Gee, Alan González Groth, Viviane Flores Goldoni, Ivan Anzuategui.

Max Trombini (Caio Castro) teve uma infância humilde e conturbada. Abandonado pelo pai ainda hoje, ele foi criado pela mãe e pelo avô, que morreu quando tinha 11 anos. Revoltado, passou a se envolver em diversas confusões em sua cidade natal, Ubatuba, e depois em Bastos, onde passou a morar.

Foi através do aprendizado das artes marciais, em especial o judô, que ele conseguiu se es-tabelecer emocionalmente e construir uma

carreira que fez com que se tornasse um dos principais técnicos do esporte no Brasil.

A Grande Vitória representa uma proposta in-teressante no universo de cinebiografias pro-duzidas no Brasil, que é justamente investir na história de uma pessoa não muito conhecida. No caso, Max Trombini, um sujeito de infância humilde que vê no judô a chance de ser al-guém na vida e de descarregar suas energias.

Novo drama brasileiro estreiou quinta-feira

Terremoto na China mata 70 mil pessoasO sismo de Sichuan, ocorrido em 12 de maio de 2008, foi um violento ter-remoto que abalou a zona de Wen-chuan, na província de Sichuan, na República Popular da China, às 14h28 (06h28 GMT).

De magnitude 8,0 na Escala de Rich-ter, o terremoto pode ser sentido em localidades tão longínquas quanto Beijing e Xangai, aonde edifícios ba-lançaram com o impacto. A maior ci-dade próxima ao epicentro do terre-

moto é Chengdu, capital da província de Sichuan. Estima-se que mais de 70 mil pessoas morreram, e mais de 358 mil ficaram feridas. Em Mianzhu, per-to do epicentro do terremoto, e na ci-dade de Mianyang, houve um grande número de vítimas, assim como perto de Beichuan Qiang, onde 80% das construções foram destruídas. Uma réplica de forte intensidade ocorreu 6 dias depois., como é comum. O go-verno decretou 3 dias de luto pelas vítimas da catástrofe.

Matéria bruta em forma de matéria viva

ACONTECEU NESTE DIA

#PARTIU

Prédios inteiros ficaram destruídos > Foto: Arquivo Wikimedia Commons

Exposições

Em Cartaz

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Escultura da exposição > Foto: Divulgação