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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II

O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

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Page 1: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE

II

Page 2: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

TÍTULO: O uso de mapas conceituais no ensino de filosofia

Autor Claudio Roberto Molina Sanches

Disciplina/Área Filosofia

Turma 2014-2015

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização

C.E. Benedicto João Cordeiro

Localizado na rua Eurico Zytkievitz, 143

Município da escola Curitiba

Núcleo Regional de Educação Curitiba

Professor Orientador Prof. Dr. Gleisson Roberto Schmidt

Instituição de Ensino Superior UTFPR – Universidade Tecnológica Federal

do

]P

Paraná

Resumo Esse projeto tem por objetivo pesquisar a

elaboração de mapas conceituais pelos

estudantes do Ensino Médio, com o uso do

software livre CmapTolls, auxiliando-os na

interpretação dos textos clássicos de

filosofia.

Palavras-chave Mapas conceituais, CmapTolls , textos

clássicos de filosofia.

Formato do Material Didático Caderno Pedagógico

Público Alvo Alunos do curso de Formação de Docentes:

modalidade integrada de Ensino Médio.

Page 3: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ESTUDOS SOCIAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

CLAUDIO ROBERTO MOLINA SANCHES

O uso de mapas conceituais no ensino de filosofia

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

CURITIBA

2014

Page 4: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

CLAUDIO ROBERTO MOLINA SANCHES

O uso de mapas conceituais no ensino de filosofia

Projeto de Intervenção Pedagógica no C. E. Benedicto João Cordeiro apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, sob a orientação do: Prof. Dr. Gleisson Roberto Schmidt - Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Curitiba.

Disciplina: Filosofia

IES: UNIVERSIDADE TECNONÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

ORIENTADOR: PROF. DR. GLEISSON ROBERTO SCHMIDT

ÁREA CURRICULAR: FILOSOFIA

CURITIBA

2014

Page 5: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

1. APRESENTAÇÃO

Este Caderno pedagógico apresenta atividades para uma experiência de

aprendizagem filosófica com o uso de mapas conceituais a partir da leitura de textos

clássicos de filosófica, a ser realizado com os estudantes do Ensino Médio. Esse

trabalho de pesquisa foi estruturado de modo a responder as seguintes questões

norteadoras:

Como a criação de mapas conceituais pode contribuir para o desenvolvimento

da consciência crítica e do filosofar de modo auxiliar na formação ética de cidadãos

autônomos, conscientes e participativos?

A utilização e a criação de mapas conceituais podem colaborar para um

ensino significativo e problematizado na disciplina de Filosofia enquanto instrumento

de análise que contribua qualitativamente na interpretação de textos filosóficos no

Ensino Médio?

Em que medida o recurso do Software CmapTools pode contribuir na

superação das dificuldades dos estudantes em trabalhar interpretativamente com

textos filosóficos, por meio da realização de exercícios operatórios, enquanto

elaboração de mapas conceituais?

2. Revisão de literatura

O ensino atual passa por uma reformulação conceitual com as novas

possibilidades didáticas, sobretudo pelo advento das TICs - Tecnologia da

Informação e da Comunicação. Nesse contexto de mudanças, a aprendizagem

significativa e o construtivismo ganham prestígio no meio educacional. Muitos

defendem que um bom ensino deve promover a aprendizagem significativa

(MOREIRA, 1997, p. 19).

Favareto (1993) destaca que a educação para a inteligibilidade e a formação

para pensamento crítico é possivelmente o melhor caminho a ser considerado pelo

professor. Na prática, corresponde a conduzir os estudantes à realização de

exercícios operatórios, seguidos da leitura de textos, das discussões, na obtenção

Page 6: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

de uma informação ou na elaboração de conceitos, dentro de um espaço que tenha

condições de transmissibilidade.

Esse projeto de pesquisa vem ofertar um recurso didático a ser considerado

como um exercício operatório e que pode contribuir na superação das dificuldades

dos estudantes em realizar uma adequada interpretação dos textos clássicos de

filosofia por meio da confecção de mapas conceituais.

Os Mapas conceituais se constituem um recurso didático criado por Novak

(1977) como forma de organizar e representar o conhecimento. Fundamentou a

utilização dessa ferramenta na Teoria da Aprendizagem significativa ou teoria da

assimilação de David Ausubel (1968).

Nessa teoria da assimilação, a aprendizagem torna-se significativa na medida

em que é incorporada às estruturas cognitivas, estabelecendo uma relação com o

conhecimento prévio do estudante, quando isso não ocorre, ela se torna mecânica

ou repetitiva. Pelizzari (2002) descreve o conceito de ―subsunçor‖ referente aos

conhecimentos prévios elaborado por Ausubel para se contrapor ao conceito de

aprendizagem mecânica, este último refere-se aos conteúdos escolares que ao

serem aprendidos não se ligam a algo conhecido, ou seja, é quando as novas

informações não se conectam com os conceitos relevantes existentes na estrutura

cognitiva (p.38).

Para a aprendizagem significativa ocorrer, o aluno precisa ter disposição a

aprender, o conteúdo precisa ser potencialmente lógico e psicologicamente

significativo. A organização cognitiva é baseada em conhecimentos de caráter

conceitual que estabelecem relações entre si e se organizam de modo hierárquico,

funcionando como uma rede de conceitos complexos de acordo com o grau de

abstração e de generalização (PELIZZARI et al, 2002, p.38).

Pellizari (2002) destaca dois pólos de aprendizagem da teoria de Ausubel, por

descoberta e pela aprendizagem receptiva. Esses dois modos se referem à maneira

como o aluno recebe os conteúdos, quanto mais se aproxima do pólo de

aprendizagem por descoberta, esses conteúdos se apresentam inacabados e o

aluno deve defini-los antes da assimilação. Na medida em que se aproxima do pólo

da aprendizagem receptiva, mais os conteúdos a serem aprendidos, são dados ao

aluno em forma final e acabada. Analisa as vantagens da teoria da aprendizagem de

Page 7: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

Ausubel, em relação à aprendizagem memorística: O conhecimento adquirido de

maneira significativa é lembrado por mais tempo. Dessa forma aumenta a

capacidade de aprender outros conteúdos de uma maneira mais fácil e facilita a

―reaprendizagem‖, o que constitui a aprendizagem significativa. A interação entre a

estrutura cognitiva prévia do aluno e o conteúdo de aprendizagem pode ser

entendido ―em um processo de modificação mútua tanto da estrutura cognitiva inicial

como do conteúdo que é preciso aprender‖. (PELIZZARI et al, 2002, p.39)

As mediações didático-pedagógicas representam aspectos necessários para

a aprendizagem significativa, contribuindo para os estudantes se apropriem dos

conceitos filosóficos no contato com os textos clássicos de filosofia. ―Entendemos

que o uso de mapas conceituais permite que o texto seja lido, compreendido e

apropriado pelos alunos do Ensino Médio‖ (MENDES & REZENDE, 2013, p. 40). Os

mapas conceituais constituem uma estratégia facilitadora da aprendizagem

significativa e de conceituação. Para realizar a aprendizagem de conceitos é

importante que o trabalho de elaboração de mapas conceituais ocorra sob a

mediação do professor, que deve discutir a relevância dos termos de ligação, dos

conceitos a serem incluídos e ordenados no mapa.

O processo de leitura do texto filosófico, por meio da produção e discussão

dos mapas conceituais, tanto no plano individual como no coletivo, mediado

pelo trabalho docente, constitui-se na produção de materiais empíricos, a

partir dos quais é possível avaliar qualitativamente o processo de ensino e

aprendizagem, por meio do qual os alunos se apropriam e ressignificam os

conceitos filosóficos. Neste processo, os alunos começam a perceber que

os conceitos são elementos importantes na construção do conhecimento

filosófico. Assim, os materiais produzidos são tomados como um conjunto

de documentos que acabam por constituir um dossiê do processo de

aprendizagem. (MENDES & REZENDE, 2013, p. 40).

As DCEs de Filosofia, em suas concepções e nos encaminhamentos

metodológicos, propõem que as ações docentes do ensino de filosofia estejam

voltadas para a criação de conceitos:

Assim, o ensino de filosofia como criação de conceitos deve abrir espaço para que o estudante possa planejar um sobrevoo sobre todo o vivido, a fim de que consiga à sua maneira também, cortar, recortar a realidade e criar conceitos. (PARANÁ, 2008, p. 52)

Page 8: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

Ao articular vários elementos, o ensino de Filosofia pressupõe um

planejamento que inclua leitura, debate, produção de textos, entre outras

estratégias, a fim de que a investigação seja fundamento do processo de

criação de conceitos. (PARANÁ, 2008, p. 61)

Portanto, a proposta da utilização de mapas conceituais vai ao encontro as

orientações presentes nas DCEs para o ensino de filosofia, uma vez que os mapas

conceituais também atuam na construção de conceitos em redes semânticas.

Novak e Gowin (1988) descrevem a relação entre a aprendizagem

significativa e os mapas conceituais. Esse recurso gráfico possui o objetivo de

representar relações significativas entre os conceitos na forma de proposições. Cada

proposição é constituída de dois ou mais termos conceituais unidos por palavras

para formar uma unidade semântica, é uma forma de aprendizagem que resulta na

ancoragem de novos conceitos. Devem ser hierárquicos, ou seja, os conceitos mais

gerais situam-se na parte superior, e os conceitos mais específicos e menos

inclusivos na parte inferior. Portanto, tornam-se dinâmicos na medida em que vão

sendo construídos. (Pellizari et al p.41)

O modelo de ensino baseado na investigação não é garantia de

aprendizagem significativa. Para isso ocorrer, faz-se necessário que os estudantes

possuam ao menos uma compreensão conceitual rudimentar do fenômeno que

estão investigando, caso contrário, a atividade pode acabar não obtendo relevância

alguma (NOVAK e CANÃS, 2010, p. 12).

O uso educacional de mapas conceituais pode ser significativo não só como

recurso de aprendizagem, mas como instrumentos de avaliação, incentivando os

estudantes a usarem padrões de aprendizagem significativos, bem como

favorecendo a identificação das ideias sustentadas por eles. É importante

compreender que a memória humana não é um simples ―recipiente‖ a ser

preenchido (tábula rasa) e sim uma trama complexa de sistemas de memória

interligadas (NOVAK e CANÃS, 2010, p. 12).

É fundamental identificar os conhecimentos prévios dos estudantes antes de

iniciar aqueles conteúdos a serem estudados. Novak e Canãs (2010) citam o

exemplo da concepção errônea que muitos têm em relação ao fenômeno das

estações do ano. Em geral, acredita-se que no inverno a terra está mais distante do

sol, desconhecendo-se o movimento de inclinação do planeta. Equívocos

Page 9: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

semelhantes existem em todos os campos de estudos, ao identificá-los, pode se

buscar a superação de concepções errôneas dos conhecimentos prévios, ajudando

os estudantes a aprenderem significativamente e, nesse sentido, o uso de mapas

conceituais torna-se potencialmente útil. Essa elaboração de mapas permite

registrar a compreensão individual gerando novas oportunidades para estudar o

processo de aprendizado e criando novos conhecimentos (id. p. 15).

Nessa proposta, os desafios didáticos foram ordenados no sentido de buscar

alternativas que superem a mera leitura de textos ou o uso restrito da lousa. Essa

maneira de ensinar filosofia pode não abordar de modo satisfatório os conteúdos,

que têm em sua raiz uma proposta de criticidade. Nesse sentido, este estudo tem

como objetivo analisar a aplicação didática da elaboração de mapas conceituais

pelos estudantes do curso de Formação de Docentes, modalidade Integrada de

Ensino Médio.

A utilização das novas tecnologias, como o software livre, CmapTools,

indicam recortes e novas maneiras de interagir com os problemas filosóficos com os

quais os estudantes em algum momento se depararão, despertando, então, maior

interesse e melhor aproveitamento através de aprendizados mais significativos.

Aplicando-se os conceitos da aprendizagem significativa relacionada ao uso

do software livre CmapTools como uma opção didática a ser desenvolvido nas

instituições de ensino básico no Estado do Paraná, tendo como base a experiência

de intervenção pedagógica a ser realizada no C. E. Benedicto João Cordeiro em

Curitiba – PR, propondo intervenções e encaminhamentos metodológicos para

alguns conteúdos específicos de modo a superar dificuldades observadas nas aulas

de filosofia, fomentando a elaboração de mapas conceituais.

3. ETAPAS DO PROJETO DE INTERVENÇÃO

A sugestão dos conteúdos estruturantes deste caderno pedagógico está em

conformidade com a organização de conteúdos para as turmas de primeiros anos de

Ensino Médio presente nas Diretrizes Curriculares do Paraná - DCEs/PR.: Do mito à

filosofia e teoria do conhecimento.

Page 10: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

Sugere-se para aplicação dessa proposta de trabalho, no inicio do ano letivo,

apresentar aos alunos de primeiros anos do Ensino Médio, a importância da

elaboração de mapas conceituais como recurso pedagógico que auxilie na

interpretação de textos filosóficos - importância essa, também relevante nas outras

áreas do conhecimento. A etapa seguinte é a apresentação dos conteúdos

estruturantes, a composição de conteúdos específicos que fundamentam o ensino

da filosofia, bem como os textos a serem estudados. Nessa perspectiva, a carga

horária total do semestre será utilizada para leitura dos textos, elaboração dos

mapas conceituais e apresentação dos estudantes. Podendo-se propor atividades

aos estudantes do primeiro ano de ensino médio, tendo como foco a qualidade na

interpretação dos textos clássicos de filosofia por meio da elaboração de mapas

conceituais em sala de aula, explorando a possibilidade dos recursos multimodais do

software CmapTools.

Para o desenvolvimento do projeto, propomos duas etapas, descritas a

seguir, bem como o que pretendemos discutir em cada uma delas.

Primeira etapa: Conteúdo estruturante – Do mito à filosofia

Segunda etapa: Conteúdo estruturante – Teoria do conhecimento

Para permitir ao leitor a compreensão desse caderno pedagógico de modo a

possibilitar a propagação deste trabalho, segue a sugestão/descrição da maneira

como se dará o desenvolvimento de cada uma das etapas.

Etapa I: Do mito a filosofia:

Nessa etapa é importante o professor realizar um estudo caracterizando a

consciência mítica, seguido da análise de uma narrativa mítica.

A narrativa mítica:

Para se trabalhar o tema do pensamento mítico, a sugestão é o texto As

Cinco idades do homem – de Hesíodo, contidos nas Obras:

- Sproul Barbara C. Mitos Primais. Editora Siciliano; São Paulo; 1994. pp. 184-

186.

Page 11: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

Ou:

- Hesíodo. Teogonia: Os trabalhos e os dias; Editora Iluminuras 3.ª Ed. 1996.

pp. 31-36.

Os primeiros filósofos

Nessa etapa é importe o professor realizar um estudo caracterizando o

surgimento da filosofia, destacando o que representou esse novo modo de pensar

em relação à consciência mítica, seguido da análise de textos referente a alguns dos

filósofos pré socráticos. Sugere-se, Tales, Heráclito e Parmênides.

a) Tales - Fonte: BORNHEIM, GERD A. (organizador) Pré-Socráticos. Editora

Cultrix; São Paulo, 1998 (p.23).

Doxografia descrita por Simplício.

b) Heráclito - Fonte: SOUZA, José C. (organ.) Os pré Socráticos, Coleção Os

Pensadores; Abril Cultural; São Paulo, 1996. (Versão online - pp.89-108)1

A guerra e a luta dos opostos: doxografia 01 parte 08 e os fragmentos 08 53,

67, 88;

O Logus (a inteligência): Fragmentos 29, 45, 108,113 e 114;

O princípio lógico e inteligente: fragmento 31 e 76;

c) Parmênides: Atributos do ser e a distinção entre verdade e opinião.

Fragmento Sobre a Natureza- Fonte NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de

Filosofia; Globo, São Paulo, 2005 (p. 28);

Fragmentos: PROCLO, Comentário ao Timeu, I, 345, 18. E, CLEMENTE DE

ALEXANDRIA, Tapeçarias, VI, 23. Fonte: SOUZA, José C. (organ.) Os pré

1 http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Pr%C3%A9-Socr%C3%A1ticos-Os-

Pensadores-Nova-Cultural.pdf

Page 12: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

Socráticos, Coleção Os Pensadores; Abril Cultural; São Paulo, 1996. (Versão

online – p. 133)2

Etapa II: Teoria do Conhecimento

Nessa etapa é importe o professor realizar um estudo caracterizando o

desenvolvimento da filosofia, destacando o relativo abandono às questões da physis

e a forma como esse novo modo de pensar passou a valorizar as questões

epistemológicas e metafísicas. Para esse intento, após a introdução explanatória do

professor, a sugestão é o estudo e análise dos textos referente às ideias

apresentadas por Platão e Descartes.

Alegoria da Caverna: trecho do livro a República - Fonte NICOLA, Ubaldo.

Antologia Ilustrada de Filosofia; Globo, São Paulo, 2005. (pp. 68-72);

Teoria da reminiscência trecho do livro Fédon - Fonte Antologia Ilustrada de

Filosofia (pp. 65-68);

Meditação I e II: Descartes – Fonte NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de

Filosofia; Globo, São Paulo, 2005 (pp. 222-225 e 228-229).

Esse experimento didático consiste na leitura de textos clássicos de filosofia,

seguido da elaboração de mapas conceituais auxiliados pelo software CmapTools, a

ser realizado no laboratório de informática conectado a internet, com o programa

devidamente instalado.

É necessária uma exposição previa dos temas e dos textos a serem utilizados

para criação dos mapas conceituais. Após as elaborações, por parte dos estudantes,

será realizada a socialização destes materiais na forma de seminários, as produções

poderão ser compartilhadas em blogs ou páginas de redes sociais.

2 http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Pr%C3%A9-Socr%C3%A1ticos-Os-

Pensadores-Nova-Cultural.pdf

Page 13: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

4. DESENVOLVIMENTO DAS ETAPAS DO PROJETO

UNIDADE DIDÁTICA I – Do mito a filosofia:

Na unidade I, a proposta de trabalho se refere ao conteúdo estruturante: Do

mito á filosofia, esboçando os textos: As cinco idades do homem de Hesíodo, a

doxografia de Tales e Heráclito e fragmentos de Heráclito e Parmênides. Esses

textos estão dispostos nesta unidade em quatro passos a serem realizados

inicialmente pelo professor e posteriormente pelos estudantes: a) a exposição oral

pelo professor de modo a reforçar a estrutura dos conhecimentos prévios dos

estudantes; b) seguida da leitura de textos clássicos de filosofia; c) a produção de

mapas conceituais; d) a exposição oral dos alunos apresentando suas produções

coletivas de mapas conceituais.

Recomenda-se ao professor antes de realizar a atividade de elaboração de

mapas conceituais apoiados na leitura de textos clássicos de filosofia, realizando

junto aos alunos alguns exercícios de confecção de mapas conceituais de modo a

prepará-los para que supere possíveis dificuldades.

Sugere-se que os mapas conceituais da atividade um (01) e dois (02), seja

realizada pelo professor com a utilização de um projetor, de modo a capacitá-los a

um bom manuseio da ferramenta CmapTolls.

ATIVIDADES 01:

Após o professor realizar a exposição prévia, conceituando o pensamento

mítico, sugere-se elaborar mapas conceituais a partir da narrativa mítica do texto de

Hesíodo: As cinco idades do homem.

Conforme dito anteriormente, sugere-se que os mapas conceituais dessa

atividade, seja realizada pelo professor com a utilização de um projetor, de modo a

capacitar os estudantes a um bom manuseio da ferramenta CmapTolls.

O encaminhamento dessa atividade poderá ser dividido em 06 aulas para a

produção dos mapas conceituais a partir da leitura do texto: As cinco idades do

homem, na seguinte maneira:

Page 14: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

Aulas Atividades

01-02 Exposição do professor: Introdução ao Hesíodo, contextualizando o pensamento mítico;

03-04 05-06

Confecção de mapas conceituais pelo professor com o uso de projetor a partir do texto de Hesíodo; disponível em: http://prafazerctba.wix.com/filosofia-

classica ou http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Os-trabalhos-e-os-dias-

Hes%C3%ADodo.pdf (pp. 31-36)

ATIVIDADES 02:

Nessa atividade, sugere-se ao professor explorar a temática: A passagem do

mito, enfatizando a origem da filosofia.

Também se sugere nessa etapa, o professor realizar junto aos estudantes,

os mapas conceituais, utilizando para isso um projetor, de modo a capacitar os

estudantes a um bom manuseio da ferramenta CmapTolls.

O encaminhamento dessa atividade da produção dos mapas conceituais

poderá ser desenvolvido em 04 aulas. Para essa realização sugere-se a doxografia

de Tales elaborada por SIMPLÍCIO, Física, 23, 22 (DK 11 a 13).

Sugestão de encaminhamento: após o professor conceituar e contextualizar

o tema, produzir um mapa conceitual, juntamente aos estudantes para que adquiram

a familiaridade com esse recurso. Essa atividade poderá ser divida em 06 aulas na

seguinte maneira:

Aulas Atividades

01-02 Exposição prévia do professor: Introdução a Tales – a origem da filosofia;

03-04 Confecção de mapas Conceituais a respeito da doxografia de Tales; disponível em: http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-1/c205u ou http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Pr%C3%A9-Socr%C3%A1ticos-Os-

Pensadores-Nova-Cultural.pdf p. 52

Page 15: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

ATIVIDADE 03

Nessa atividade, sugere-se ao professor explorar a temática relacionada a

divisão metodológica que historicamente se estabeleceu entre os seguidores do

modelo de pensamento de Heráclito (que atribuíam ênfase maior às sensações) e

aqueles que deram continuidade ao modo de pensar de Parmênides (que

valorizavam a supremacia da razão em relação as sensações). Realizada essa

exposição prévia, sugere-se ao professor, contextualizar o pensamento de Heráclito

e Parmênides. Sugestão de textos: doxografia de Heráclito, seguido de alguns

fragmentos que remetem a algumas abordagens desses autores.

Sugestão de encaminhamento: após o professor conceituar e contextualizar

o tema divide-se a turma em 05 grupos para os estudantes produzirem mapas

conceituais a partir da leitura dos seguintes textos de Heráclito e Parmênides:

GRUPO 01 – ―A guerra e a luta dos opostos‖, contidos na doxografia

01 parte 08;

Para explorar o tema abordado por Heráclito: ―a guerra e a luta dos opostos‖

por meio da elaboração de mapas conceituais, a sugestão é que se explore a

Doxografia sobre Heráclito, elaborada por Diógenes Laércio, IX, 1-17 (DK 22 a 1) -

fonte: Col. Os Pensadores, disponível em:

http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/c23cm

ou

http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Pr%C3%A9-Socr%C3%A1ticos-Os-Pensadores-

Nova-Cultural.pdf pp.89-90

GRUPO 02 – ―A luta dos contrários/Devir‖: Fragmentos 08 53, 67,

88;

Para explorar o tema abordado por Heráclito: ―Os contrários, a guerra e o

devir”. Mobilizar os estudantes para elaboração de mapas conceituais, a sugestão é

que o professor utilize os fragmentos: 08, 53, 67 e 88. Fonte: Col. Os Pensadores,

disponível em:

Page 16: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/c23cm

Ou

http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Pr%C3%A9-Socr%C3%A1ticos-Os-Pensadores-

Nova-Cultural.pdf pp. 97-105

GRUPO 03 – ―O Logus (a inteligência)‖: Fragmentos 29, 45,

108,113 e 114;

Para explorar o tema abordado por Heráclito: ―O Logus (o pensar)‖, por meio

da elaboração de mapas conceituais, a sugestão é se trabalhar os fragmentos: 29,

45, 108, 113, 114 - fonte: Col. Os Pensadores, disponível em:

http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/c23cm

ou

http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Pr%C3%A9-Socr%C3%A1ticos-Os-Pensadores-

Nova-Cultural.pdf pp.97-108

GRUPO 04 - O princípio lógico e inteligente: fragmento 31 e 76;

Para explorar o tema abordado por Heráclito: O princípio lógico e inteligente

(Devir), por meio da elaboração de mapas conceituais, sugere-se os fragmentos: 31

e 76 - fonte: Col. Os Pensadores, disponível em:

http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/c23cm

ou

http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Pr%C3%A9-Socr%C3%A1ticos-Os-Pensadores-

Nova-Cultural.pdf pp.97-104

GRUPO 05 - Parmênides: o caminho da verdade e da opinião:

fragmentos 01, 02 e 03.

Para se explorar a temática, proposta pelo filósofo Parmênides, entre o

caminho da verdade e o da opinião, a sugestão é se trabalhar a elaboração de

mapas conceituais utilizando os fragmentos (01, 02 e 03):

Page 17: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

Sexto Empírico – Sobre a Natureza;

Fragmentos: Proclo, Comentário ao Timeu, I, 345, 18;

Fragmento Clemente de Alexandria, Tapeçarias, VI, 23. Disponível em:

http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/cnnc

ou

http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Pr%C3%A9-Socr%C3%A1ticos-Os-Pensadores-

Nova-Cultural.pdf pp.131-133

Essa atividade poderá ser divida em 06 aulas na seguinte maneira:

Aulas Atividades

01-02 Exposição prévia do professor - Introdução a Heráclito e Parmênides (Identidade do Ser);

03-04 Os Estudantes realizam a confecção de mapas conceituais sobre o Heráclito e Parmênides, trabalhando com textos distintos entre Doxografia e fragmentos – Formar 05 grupos; Heráclito: http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/c23cm Parmênides: http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/cnnc ou http://charlezine.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Pr%C3%A9-Socr%C3%A1ticos-Os-Pensadores-Nova-Cultural.pdf pp.89-133

05-06 Apresentação dos mapas conceituais elaborado pelos alunos sobre Heráclito e Parmênides.

Page 18: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

UNIDADE II - Teoria do conhecimento:

Nesta unidade II, a proposta de trabalho refere-se ao conteúdo estruturante:

Teoria do conhecimento. A sugestão é se trabalhar os textos de Platão: ―Teoria da

Reminiscência‖ e a ―Alegoria da Caverna‖ e os escritos de Descartes, ―Meditação I e

II‖.

Portanto são duas atividades para a produção de mapas conceituais, sendo

cada atividade dispostos em quatro etapas a serem consideradas, consistindo em:

a) exposição prévia pelo professor; b) seguida da leitura de textos clássicos de

filosofia; c) produção de mapas conceituais; d) exposição oral dos alunos

apresentando suas produções coletivas de mapas conceituais.

ATIVIDADE 01

Sugestão de encaminhamento: O professor pode conceituar e

contextualizar o tema, dividindo a turma em dois grupos para os estudantes

produzirem mapas conceituais a partir da leitura dos textos de Platão.

O primeiro grupo desenvolve mapas conceituais a partir do texto do livro

Fédon: Teoria da reminiscência;

O segundo grupo desenvolve mapas conceituais a partir do texto contido no

livro 07 da república: A alegoria da caverna.

Essa atividade poderá ser desenvolvida em 06 aulas, dividida na seguinte

maneira:

Aulas Atividades

01-02 Exposição prévia do Professor: Introdução à Platão;

03-04 Confecção de mapas conceituais em 02 grupos: GRUPO 01 - Texto Fédon – Teoria da Reminiscência. Texto disponível em: http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/c1915 ou

http://www.cefetsp.br/edu/sertaozinho/professores/Carlos_Terra/apostila_1ano/textoVI.pdf (pp. 65-68) GRUPO 02 - Texto Alegoria da Caverna de Platão. Texto disponível em: http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/crcm ou http://www.aprendizagemnasnuvens.pro.br/moodle/mod/page/view.php?id=151

05-06 Apresentação dos mapas conceituais sobre o Fédon e Alegoria da Caverna de Platão por parte dos estudantes.

Page 19: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

Alegoria da Caverna: trecho do livro a República - Fonte NICOLA, Ubaldo.

Antologia Ilustrada de Filosofia; Globo, São Paulo, (2005 pp. 68-72) – Obra

disponível na biblioteca do professor nos Colégios Estaduais do Paraná;

Teoria da reminiscência trecho do livro Fédon - Fonte NICOLA, Ubaldo.

Antologia Ilustrada de Filosofia; Globo, São Paulo, 2005 (pp. 65-68) - Obra

disponível na biblioteca do professor nos Colégios Estaduais do Paraná;

ATIVIDADE 02

Sugestão de encaminhamento: essa atividade poderá ser desenvolvida em

06 aulas, o professor pode conceituar e contextualizar o tema, dividindo a turma em

grupos para os estudantes produzirem mapas conceituais a partir da leitura dos

textos da Meditação I e II de Descartes:

Texto: Meditação I e II: Descartes – Fonte NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada

de Filosofia; Globo, São Paulo, 2005 (pp. 222-225 e 228-229) – Obra disponível na

biblioteca do professor nos Colégios Estaduais do Paraná.

Esta atividade poderá ser dividida da seguinte maneira:

Aulas Atividades

01-02 Exposição prévia por parte do professor: Introdução a Descartes;

03-04 Elaboração de mapas conceituais referentes aos livros 01 e 02 das Meditações de Descartes. Texto disponível em: http://prafazerctba.wix.com/filosofia-classica#!sobre-2/c1gxs ou http://copyfight.me/Acervo/livros/DESCARTES,%20Rene%CC%81.%20Meditac%CC%A7o%CC%83es%20Sobre%20Filosofia%20Primeira%20(Unicamp).pdf (pp.21-49)

05-06 Apresentação dos estudantes referente aos mapas conceituais elaborados a partir dos textos de Descartes.

Tema: O uso de mapas conceituais no Ensino Médio

QUESTÃO:

Como a criação de mapas conceituais pode colaborar para um ensino

significativo e problematizado na disciplina de Filosofia enquanto instrumento de

análise que contribua qualitativamente na interpretação de textos filosóficos no

Ensino Médio?

Page 20: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

CONTEÚDOS:

Do mito à filosofia;

Teoria do conhecimento

OBJETIVOS

Analisar a possibilidade de uso do software livre CmapTools no processo de

ensino-aprendizagem na disciplina de Filosofia enquanto possibilidade de

superação das dificuldades dos estudantes, na apropriação de conceitos

filosóficos apoiados na leitura de textos clássicos;

Analisar a capacidade da reflexão filosófica dos estudantes a partir da

produção de mapas conceituais;

Utilizar os conhecimentos prévios dos estudantes para auxiliar na elaboração

de conceitos filosóficos por meio da produção de mapas conceituais;

Mostrar aos professores do C. E. Benedicto João Cordeiro, na semana de

formação pedagógica, a possibilidade de uso do software CmapTools

enquanto ferramenta didática para construção de mapas conceituais nas

diversas disciplinas.

RECURSOS:

Será implementado no laboratório de informática com o programa CmapTolls

devidamente instalado.

Page 21: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

TEMPO PREVISTO PARA DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE:

A implementação junto aos alunos do Ensino médio do Projeto de Intervenção

pode ser aplicado em 16 semanas no total de 32 aulas, da seguinte forma:

Semana Atividade

01 Aplicação do questionário de prospecção dos conhecimentos prévios (pré teste).

02 Introdução ao Hesíodo;

03 Professor confeccionar mapas conceituais, junto aos estudantes, sobre o texto de Hesíodo;

04 (Continuação) Confecção de mapas conceituais sobre o texto de Hesíodo;

05 Introdução a Tales;

06 Professor confeccionar mapas conceituais, junto aos estudantes, sobre a doxografia de Tales;

07 Introdução a Heráclito e Parmênides (Identidade do Ser);

08 Confecção de mapas Conceituais sobre o Heráclito e Parmênides. Trabalho com textos distintos (doxografia e fragmentos) – Formar 05 grupos;

09 Seminário 01: os estudantes apresentam os mapas conceituais elaborados por eles, referentes aos textos Heráclito e Parmênides;

10 Introdução à Platão;

11 Confecção de mapas conceituais em 02 grupos: Texto Fédon e Alegoria da Caverna de Platão;

12 Seminário 02: os estudantes apresentam os mapas conceituais elaborados por eles, referentes aos textos do Fédon e Alegoria da Caverna de Platão;

13 Introdução a Descartes;

14 Elaboração de mapas conceituais sobre o livro 01 e 02 das Meditações de Descartes;

15 Seminário 03: os estudantes apresentam os mapas conceituais elaborados por eles, referentes aos textos de Descartes;

16 Aplicação do questionário de prospecção para avaliar a aprendizagem adquirida – pós teste.

Page 22: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

AVALIAÇÃO

Consiste na exposição oral dos estudantes em relação aos mapas

conceituais por eles produzidos. Priorizando a preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos em relação aos mapas conceituais elaborados por

eles.

Essa produção didático pedagógica procura estabelecer comparativos entre

os conhecimentos prévios demonstrados pelos estudantes e identificados pelo

professor com aqueles adquiridos pela atividade de elaboração de mapas

conceituais.

Conforme Ausubel (1978) a avaliação em torno dos mapas conceituais

consiste numa análise essencialmente qualitativa. Cabe ao professor o intento de

interpretar as informações implícitas nos mapas de modo a obter evidências de

aprendizagem significativa ao invés de se preocupar em atribuir notas pela execução

da tarefa e da mera elaboração. Para isso, é de grande importância analisar a

qualidade dos conceitos estruturados pelos estudantes através das explicações,

orais ou escritas, destacando que não existe um modelo correto de mapa, sendo

cada elaboração singular, devendo ser entendida como um meio de expressar um

determinado conhecimento na forma da organização de conceitos.

A avaliação dos processos de aprendizagem significativa quanto ao uso de

mapas conceituais está em avaliar os estudantes em relação aos conhecimentos

prévios, isto é, aqueles conhecimentos que possui antes de se realizar um

determinado estudo. Nesse sentido é importante identificar esses conhecimentos

prévios antes de introduzir os estudantes na leitura dos textos e nos temas da

filosofia. Para isso, é importante aplicar um questionário que expressem os

conhecimentos prévios que possuem, observando como o estudante organiza,

estrutura, hierarquiza, diferencia, relaciona, discrimina e integra esses conceitos

prévios.

Para a demonstração dos conhecimentos prévios pelos estudantes é

importante que as perguntas dirigidas sejam respondidas individualmente. É

importante que as conclusões em relação a esses conhecimentos prévios sejam

registradas e sistematizadas pelo professor-pesquisador, de modo a estabelecer

Page 23: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

estudos comparativos a qualificar a aprendizagem significativa dos estudantes ao

final de todo esse processo.

Segue a sugestão de questionário que podem ser utilizadas como roteiro

base para identificar os conhecimentos prévios dos estudantes, de modo a servir de

subsídios comparativos com a aprendizagem que os estudantes obtiveram ao final

da aplicação dessa proposta didática da elaboração de mapas conceituais, dividido

em duas etapas:

Um questionário pré teste para detectar os conhecimentos prévios dos

estudantes;

Um questionário pós teste para verificação da aprendizagem adquirida.

QUESTIONARIO PRÉ TESTE

1. Em relação à metodologia do uso de mapas conceituais para interpretação

de texto, você se considera:

(...) Com nenhum conhecimento

(...) Com alguns conhecimentos

(...) Com conhecimentos médios

Se tiver alguma experiência quanto ao uso dessa metodologia, descreva

............................................................................................................................. ...........

....................................................................................................................... ................

2. Em relação aos conhecimentos filosóficos, você se considera:

(...) Com nenhum conhecimento

(...) Com alguns conhecimentos

(...) Com conhecimentos médios

3. Em relação à temática, consciência mítica, você se considera:

(...) Com nenhum conhecimento

(...) Com alguns conhecimentos

(...) Com conhecimentos médios

Page 24: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

4. Em relação ao tema, Teoria do conhecimento, você se considera:

(...) Com nenhum conhecimento

(...) Com alguns conhecimentos

(...) Com conhecimentos médios

5. Em relação aos processos do conhecimento, você se considera:

(...) Com nenhum conhecimento, isto é, não possuo compreensão do modo como

adquirimos e nem da forma como os conhecimentos se organizam na mente.

(...) Com alguns conhecimentos, isto é, possuo alguma compreensão do modo como

adquirimos e as formas como os conhecimentos se organizam na mente.

(...) Com conhecimentos médios, isto é, conheço algumas teorias epistemológicas e

cognitivas sobre as formas de assimilação, estruturação e síntese pelos quais os

conhecimentos se organizam na mente.

Descreva seu entendimento sobre a forma como o conhecimento ocorre: .................

............................................................................................................................. ...........

........................................................................................................................ ................

............................................................................................................................. ..........

6. Em relação à temática, Pensamento mítico, assinale a alternativa abaixo que

melhor representa a forma mítica de pensar.

(...) Quanto às narrativas dos povos antigos, geralmente possuem caráter religioso,

de modo geral essas narrativas recorrem a figura de deuses para explicar

fenômenos da natureza.

(...) São narrativas religiosas, explicativas das façanhas de deuses e heróis míticos,

no entanto não corresponde a uma explicação dos fenômenos da natureza.

(...) Mitos e lendas são as mesmas coisas e ambas não possuem relação alguma em

explicar fenômenos da natureza, são apenas relatos fictícios e fantasiosos que

apenas remetem as tradições antigas.

Page 25: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

7. Das alternativas abaixo, assinale aquela que melhor apresenta a função que

o mito primitivo cumpre.

(...) A função do mito é criar modos operante de dominação capitalista de um grupo

sobre o outro, utilizando para isso um discurso religioso de modo a impor a

escravidão e a servidão.

(...) O mito no cotidiano do homem contemporâneo, possui a mesma abrangência

que fazia sentir no homem primitivo, onde o exercício da crítica racional leva à

desumanização. Nossa época conheceu o horror do desencadeamento dos mitos do

poder e da raça, quando seu fascínio se exercia sem controle.

(...) Sua função além de explicar a realidade, também visava acomodar e tranquilizar

o homem em um mundo primordialmente assustador, o homem recorre aos deuses

para apaziguar sua aflição. É um discurso que se estende por todas as

dependências da realidade vivida, e não apenas no campo sagrado.

8. Das alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta uma argumentação

mais coerente em relação ao surgimento da filosofia.

(...) O nascimento da filosofia pode ser entendido como o surgimento de uma nova

ordem do pensamento, complementar ao mito, que era uma forma de pensar dos

gregos. Uma visão de mundo que se formou de um conjunto de narrativas contadas

de geração a geração por séculos e que transmitiam aos jovens a experiência dos

anciãos.

(...) O Nascimento da filosofia representou uma ruptura radical com o modo mítico de

pensar, enquanto as narrativas míticas recorriam às explicações religiosas para

explicar a realidade em forma de poemas, esse modo operante foi completamente

abandonado pelas explicações filosóficas.

(...) O nascimento da filosofia representou o advento de uma metodologia que

identificava facilmente o conhecimento especulativo, caracterizando sua relevância

técnica e a preponderância da razão sobre as sensações.

Page 26: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

QUESTIONÁRIO PÓS TESTE

1. Descreva quais as principais aprendizagens decorrentes da elaboração de

mapas conceituais?

2. Descreva quais as principais possibilidades inerentes à elaboração de

mapas conceituais como instrumento avaliativo ou como a elaboração dos mapas

conceituais pode auxiliar os estudantes na aquisição de novos conhecimentos?

3. Descreva quais as principais dificuldades inerentes à elaboração de mapas

conceituais como instrumento avaliativo?

4. Quanto à metodologia do uso de mapas conceituais

(...) Aprovo e considero importante esse modo de aprendizagem e entendo que

favorece a aprendizagem.

(...) Desaprovo o uso dessa metodologia, pois entendo que atrapalha a

aprendizagem;

(...) Aprovo parcialmente, pois entendo que pouco contribui no processo de

aprendizagem.

5. Em relação aos conhecimentos filosóficos, você se considera:

(...) Com nenhum conhecimento

(...) Com alguns conhecimentos

(...) Com conhecimentos médios

6. Em relação à temática da consciência mítica, você se considera:

(...) Com nenhum conhecimento

(...) Com alguns conhecimentos

( ) Com conhecimentos médios

7. Em relação ao assunto Teoria do conhecimento, você se considera:

(...) Com nenhum conhecimento

Page 27: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

(...) Com alguns conhecimentos

(...) Com conhecimentos médios

8. Em relação aos processos do conhecimento, você se considera:

(...) Com nenhum conhecimento, isto é, não possuo compreensão do modo como

adquirimos e nem da forma como os conhecimentos se organizam na mente.

(...) Com alguns conhecimentos, isto é, possuo alguma compreensão do modo como

adquirimos e as formas como os conhecimentos se organizam na mente.

(...) Com conhecimentos médios, isto é, conheço algumas teorias epistemológicas e

cognitivas sobre as formas de assimilação, estruturação e síntese pelos quais os

conhecimentos se organizam na mente.

Descreva seu entendimento sobre a forma como o conhecimento ocorre: .................

............................................................................................................................. ...........

........................................................................................................................................

............................................................................................................................. ..........

9. Pensamento mítico: das alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta

características da forma mítica de pensar.

(...) Quanto às narrativas dos povos antigos, geralmente possuem caráter religioso,

recorrendo a deuses para explicar fenômenos da natureza.

(...) São narrativas religiosas, explicativas das façanhas de deuses e heróis míticos,

no entanto não corresponde a uma explicação dos fenômenos da natureza.

(...) Mitos e lendas são as mesmas coisas e ambas não possuem relação alguma em

explicar fenômenos da natureza, são apenas relatos fictícios e fantasiosos que

apenas remetem as tradições antigas.

10. Das alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta a função que o mito

primitivo cumpre.

(...) A função do mito é criar modos operante de dominação capitalista de um grupo

sobre o outro, utilizando para isso um discurso religioso de modo a impor a

escravidão e a servidão

(...) O mito no cotidiano do homem contemporâneo, possui a mesma abrangência

que fazia sentir no homem primitivo, onde o exercício da crítica racional leva à

Page 28: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

desumanização. Nossa época conheceu o horror do desencadeamento dos mitos do

poder e da raça, quando seu fascínio se exercia sem controle.

(...) Sua função além de explicar a realidade, também visava acomodar e tranquilizar

o homem em um mundo primordialmente assustador, o homem recorre aos deuses

para apaziguar sua aflição. É um discurso que se estende por todas as

dependências da realidade vivida, e não apenas no campo sagrado.

11. Das alternativas abaixo, assinale aquela que apresenta uma argumentação

mais coerente em relação ao surgimento da filosofia.

(...) O nascimento da filosofia pode ser entendido como o surgimento de uma nova

ordem do pensamento, complementar ao mito, que era uma forma de pensar dos

gregos. Uma visão de mundo que se formou de um conjunto de narrativas contadas

de geração a geração por séculos e que transmitiam aos jovens a experiência dos

anciãos.

(...) O Nascimento da filosofia representou uma ruptura radical com o modo mítico de

pensar, enquanto as narrativas míticas recorriam às explicações religiosas para

explicar a realidade em forma de poemas, esse modo operante foi completamente

abandonado pelas explicações filosóficas.

(...) O nascimento da filosofia representou o advento de uma metodologia que

identificava facilmente o conhecimento especulativo, caracterizando sua relevância

técnica e a preponderância da razão sobre as sensações.

Observação: nota-se que os estudantes responderão ao final dos estudos, no

questionário pós teste, muitas questões que responderam no início desse processo

com o questionário de detecção dos conhecimentos prévios (pré teste). A repetição

das questões amplia e potencializa uma melhor coleta de dados, permitindo

comparativos e análises qualitativas e quantitativas.

As produções dos estudantes do C. E. Benedicto J. Cordeiro, no ano 2015,

serão analisadas de forma quantitativa e qualitativa, constando na redação do Artigo

Final do curso PDE 2014-2015, referente a essa proposta em consonância com a

orientação didático-metodológica das DCEs/SEED de filosofia que instruem para o

ensino da filosofia voltada para a criação de conceitos.

Page 29: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

CRONOGRAMA

O Cronograma corresponde ao definido anteriormente no tempo previsto.

Page 30: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A vivência como professor de filosofia no Ensino Médio, possibilitou a

constatação da dificuldade dos estudantes em interpretar textos clássicos de

filosofia. Diante desse fato, se propõe a possibilidade didática, da utilização do

recurso da criação de mapas conceituais a partir da leitura de textos clássicos na

filosofia, sugerindo que essa elaboração de mapas conceituais seja realizada com a

ferramenta tecnológica do software livre CmapTools.

Este pesquisa pretendeu responder algumas questões norteadoras:

A criação de mapas conceituais pode contribuir para o desenvolvimento da

consciência crítica e do filosofar de modo auxiliar na formação ética de cidadãos

autônomos, conscientes e participativos?

A partir de alguns estudos realizados sobre a aplicação de mapas conceituais

em experimentos educacionais, permite-se inferir que a utilização e a criação de

mapas conceituais colaboraram para um ensino significativo e problematizado na

disciplina de Filosofia enquanto instrumento de análise, que contribua

qualitativamente na interpretação de textos filosóficos no Ensino Médio. Auxiliado

pelo recurso do Software CmapTools que pode contribuir na superação das

dificuldades dos estudantes em trabalhar interpretativamente com textos filosóficos

por meio da elaboração de mapas conceituais.

As temáticas a serem trabalhadas neste caderno pedagógico podem mostrar

o forte potencial didático dos mapas conceituais, como um recurso pedagógico,

evidenciando a aprendizagem significativa, apontando para a construção de

conceitos na forma de redes semânticas que evoluem na estrutura cognitiva do

estudante, apoiados nos conhecimentos prévios.

Os mapas conceituais podem ser elaborados como estratégia pedagógica a

serem utilizados para organizar conteúdos no processo ensino-aprendizagem, bem

como, instrumento de avaliação.

Page 31: O USO DE MAPAS CONCEITUAIS NO ENSINO DE FILOSOFIA

REFERÊNCIAS

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FAVARETTO, C. F. ―Notas sobre o Ensino de Filosofia‖. ARANTES, P; SILVA, F. L. FAVARETTO, C. et al. Filosofia e seu Ensino. Petrópolis/SP: Vozes/EDUC, 1996, pp. 77-85.

HONDA, R. E. Formulação, aplicação e avaliação de exercícios operatórios como procedimento para auxiliar o aprendizado de conceitos de química [Dissertação de Mestrado]. São Paulo, Faculdade de Educação da USP, 2011.

KLEIN, Tânia Aparecida da Silva LABURÚ, Carlos Eduardo. Multimodos de representação e teoria da aprendizagem significativa: possíveis interconexões na construção do conceito de biotecnologia. Revista Ensaio | Belo Horizonte | v.14 | n. 02 | pp. 137-152 | ago-nov | 2012.

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MOREIRA, M. A. Aprendizagem significativa: um conceito subjacente. In: II Encuentro Internacional sobre el Aprendizaje Significativo, 1997, Burgos. Actas del II Encuentro Internacional sobre el Aprendizaje Significativo. Burgos: Universidad de Burgos, 1997. pp. 19-44.

NICOLA, Ubaldo. Antologia Ilustrada de Filosofia: das Origens à Idade Moderna – São Paulo; Globo, 2005.

NOVAK, Joseph D. CAÑAS Alberto J. A teoria subjacente aos mapas conceituais e Como elaborá-los e usá-los - The theory underlying concept maps and how toConstruct and use them. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.5, n.1, pp. 9-29 , jan.-jun. 2010. Disponível em <http://www.periodicos.uepg.br>

NOVELLI, PP. G. A. ―O ensino da Filosofia segundo Hegel: contribuições para a atualidade‖. Trans/Form/Ação, São Paulo, 28(2): 129-148, 2005.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação, Diretrizes Curriculares de Educação para a Educação Básica. Curitiba-PR; SEED, 2008.

PELIZZARI, Adriana e outros autores. Teoria da aprendizagem significativa Segundo Ausubel. Rev. PEC, Curitiba, v.2, n.1, pp.37-42, jul. 2001-jul. 2002.

PLATÃO. A República (Os pensadores) 5. ed. — São Paulo : Nova Cultural, 1991.

RAMOS, C. A. ―Aprender a filosofar ou aprender a Filosofia: Kant ou Hegel?‖. Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(2): 197-217, 2007.

SPROUL, Barbara C.. Mitos Primais 1979. Editora Editora Siciliano

TALES, PARMENIDES E HERÁCLITO. Os Pré-socráticos, Coleção Os Pensadores, Abril Cultural, São Paulo, 1.ª edição, vol.I, agosto 1973.