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PROCESSO CIVIL – DRA. JAQUELINE MIELKE SILVA 1 PROC. CIVIL PONTO 1: RECURSOS PONTO 2: a) REQUISITO EXTRÍNSECOS/EFEITOS PONTO 3: b) RECURSOS EM ESPÉCIE REQUISITOS EXTRÍNSECOS REGULARIDADE FORMAL: diz respeito a requisitos de admissibilidade específicos dos recursos cíveis em espécies. Ex: agravo de instrumento, traslado de peças obrigatório. A ausência de traslado de peça obrigatória acarreta o não conhecimento do agravo de instrumento por falta de regularidade formal. Via de regra, a não juntada de peça cujo traslado é facultativo não prejudica o conhecimento do agravo. Todavia, se a peça cujo traslado for facultativo, mas for essencial a compreensão do agravo não será reconhecido por falta de regularidade formal. TEMPESTIVIDADE: tem um prazo determinado (prazo específico previsto em lei). Art. 188 1 e 191 2 CPC. A fazenda pública e o Ministério Público tem prazo em dobro para recurso, do mesmo modo os litisconsortes com procuradores diferentes. Para que o prazo dobre quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ambos devem ter interesse em recorrer. Se apenas um deles tiver interesse em recorrer não dobra. Súm. 629 3 STF. Litisconsortes tiveram o mesmo advogado durante o 1º grau. No curso do prazo da apelação, por exemplo, no 5º dia do prazo, um dos litisconsortes resolve constituir um novo advogado passando então a existir o litisconsorte com diferentes procuradores. Neste caso, o prazo dobra? Conforme jurisprudência dominante (STJ) haverá a dobra de prazo, mas dobrará apenas o que faltar para completar o prazo simples. Para dobrar o prazo, o novo procurador constituído deverá comprovar, ainda dentro do prazo simples, que foi constituído como novo procurador. Se juntar no último dia terá apenas 1 para recorrer. PREPARO: é o recolhimento de custas na esfera recursal. Estão dispensados de realizar o preparo: o MP, a fazenda pública e os beneficiários da AJG estão dispensados. Sempre que o preparo for obrigatório o comprovante de pagamento deverá acompanhar o recurso. De acordo com entendimento dominante, não é possível a juntada posterior do recolhimento do preparo (preclusão consumativa). PREPARO A MENOR/INSUFICIENTE: antes de decretar a deserção o magistrado DEVERÁ oportunizar a parte a respectiva complementação no prazo de 5 dias. Se após oportunizada a complementação, ainda assim o recorrente não complementar o magistrado poderá decretar a deserção. 1 Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público. 2 Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos. 3 SÚMULA Nº 629 A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO POR ENTIDADE DE CLASSE EM FAVOR DOS ASSOCIADOS INDEPENDE DA AUTORIZAÇÃO DESTES.

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PROC. CIVIL PONTO 1: RECURSOS PONTO 2: a) REQUISITO EXTRÍNSECOS/EFEITOS PONTO 3: b) RECURSOS EM ESPÉCIE

REQUISITOS EXTRÍNSECOS

REGULARIDADE FORMAL: diz respeito a requisitos de admissibilidade específicos dos recursos cíveis em espécies. Ex: agravo de instrumento, traslado de peças obrigatório. A ausência de traslado de peça obrigatória acarreta o não conhecimento do agravo de instrumento por falta de regularidade formal. Via de regra, a não juntada de peça cujo traslado é facultativo não prejudica o conhecimento do agravo. Todavia, se a peça cujo traslado for facultativo, mas for essencial a compreensão do agravo não será reconhecido por falta de regularidade formal.

TEMPESTIVIDADE: tem um prazo determinado (prazo específico previsto em lei). Art. 1881 e 1912 CPC. A fazenda pública e o Ministério Público tem prazo em dobro para recurso, do mesmo modo os litisconsortes com procuradores diferentes. Para que o prazo dobre quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ambos devem ter interesse em recorrer. Se apenas um deles tiver interesse em recorrer não dobra. Súm. 6293 STF.

Litisconsortes tiveram o mesmo advogado durante o 1º grau. No curso do prazo da apelação, por exemplo, no 5º dia do prazo, um dos litisconsortes resolve constituir um novo advogado passando então a existir o litisconsorte com diferentes procuradores. Neste caso, o prazo dobra? Conforme jurisprudência dominante (STJ) haverá a dobra de prazo, mas dobrará apenas o que faltar para completar o prazo simples. Para dobrar o prazo, o novo procurador constituído deverá comprovar, ainda dentro do prazo simples, que foi constituído como novo procurador. Se juntar no último dia terá apenas 1 para recorrer.

PREPARO: é o recolhimento de custas na esfera recursal. Estão dispensados de realizar o preparo: o MP, a fazenda pública e os beneficiários da AJG estão dispensados. Sempre que o preparo for obrigatório o comprovante de pagamento deverá acompanhar o recurso. De acordo com entendimento dominante, não é possível a juntada posterior do recolhimento do preparo (preclusão consumativa).

PREPARO A MENOR/INSUFICIENTE: antes de decretar a deserção o magistrado DEVERÁ oportunizar a parte a respectiva complementação no prazo de 5 dias. Se após oportunizada a complementação, ainda assim o recorrente não complementar o magistrado poderá decretar a deserção.

1 Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.

2 Art. 191. Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos.

3 SÚMULA Nº 629 A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO POR ENTIDADE DE CLASSE EM FAVOR DOS ASSOCIADOS INDEPENDE DA AUTORIZAÇÃO DESTES.

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NATUREZA DA DECISÃO QUE APRECIA OS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DOS RECURSOS -– EX: O TRF4 admite o Resp e manda para o STJ (admitido em 2010) em 2012 o STJ diz não reconhecer o RESP por falta de preparo. Quando transita em julgado essa decisão? S 4014 STJ a natureza da decisão que aprecia os requisitos de admissibilidade é declaratória com eficácia ‘ex nunc’, ou seja, mesmo que o Tribunal não conheça o recurso à data do trânsito em julgado será depois de esgotado o prazo de interposição de todos os recursos cabíveis contra a última decisão do processo. Não volta para a data de interposição, via de regra. EXCEÇÃO: a S 401 STJ, conforme jurisprudência (vide art. 4955 CPC), quando o recurso é intempestivo, nesse caso, a natureza da decisão que apreciar será declaratória, mas os efeitos são ‘ex tunc’(volta o prazo).

PROVISORIEDADE: o exame provisoriedade da decisão que aprecia os requisitos de admissibilidade. Sempre que os requisitos de admissibilidade forem examinados por mais de um órgão, o primeiro exame é sempre provisório estando sujeito a modificação pelo órgão encarregado de julgar o mérito do recurso. Por exemplo: se o juiz de 1º grau admitir uma apelação, nada impede que o Tribunal o torne não conhecido.

EFEITOS DOS RECURSOS CÍVEIS: a doutrina tradicional fala apenas em dois efeitos: Efeito devolutivo e suspensivo. Nelson Neli Junior elenca mais quarto efeitos: efeito translativo, expansivo, efeito substitutivo e efeito ativo.

EFEITO DEVOLUTIVO: é uma expressão do princípio do dispositivo, ou seja, estão sujeitos às apreciações do Tribunal apenas as questões que a parte suscitar no recurso, o que não for suscitado no recurso não estará sujeito à apreciação pelo Tribunal. Entretanto, este princípio do dispositivo nos recursos cíveis sofre algum temperamento, ou seja, em alguns casos o Tribunal pode apreciar questões ainda que não tenham sido objeto do recurso. São temperamentos, que ocorrem apenas nos Recursos Ordinários. No RESP e no REXT não acontece. Art. 515 e §§6 CPC.

4 Súmula 401 - O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial. 5 Art. 495. O direito de propor ação rescisória se extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da decisão.

6 Art. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.

§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

§ 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

§ 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação. (Incluído pela Lei nº 11.276, de 2006)

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Nos termos do §1º do art. 515 CPC estão sujeitas a apreciação pelo Tribunal todas as questões suscitadas e discutidas ainda que as sentenças não as tenham julgadas por inteiro. Por exemplo: uma ação indenizatória onde o réu alegue preliminar de prescrição e ausência de culpa (princípio da eventualidade). O juiz acolhe a prescrição, julgando a ação prescrita. Se o magistrado acolhe a prescrição não se pronuncia sobre a culpa. O autor apela e diz que não está prescrito. O Tribunal determina que não está prescrita, mas determina improcedência do processo alegando que o réu não tem culpa. §2º, art. 515 CPC - O magistrado não é obrigado a se pronunciar sobre todos os fundamentos suscitados pelas partes. Ainda que o magistrado não tenha apreciado todos os fundamentos, mesmo os fundamentos não apreciados ficam abrangidos no âmbito do efeito devolutivo. §3º, ART. 515 CPC - a doutrina denomina TEORIA DA CAUSA MADURA – se o processo estiver em condições de imediato julgamento e as questões forem, exclusivamente, de direito o Tribunal poderá julgar o mérito ainda que, a sentença de 1º grau seja de extinção sem resolução do mérito. Se as questões forem de fato e o processo estiver em condições de imediato julgamento, ou seja, todas as provas estão prontas, o TJ poderá apreciar o mérito? Duas posições. 1ª posição não literal a norma (Marinoni) poderá julgar o mérito. (princípio da economia processual). 2ª posição que entende que diante da literalidade da norma o TJ não pode apreciar o mérito, devendo remeter o processo para que o juiz de 1º grau faça (teoria subjetiva). Parte da doutrina, minoritariamente, (José Rogério Cruz e Tucci) critica este parágrafo, por entender que o mesmo viola o princípio do duplo grau de jurisdição, pois se o processo é extinto sem resolução de mérito em 1º grau, em 2º não poderá se pronunciar também. Prevalece a 2ª posição. De acordo com esta posição a partir do momento em que se considera que o artigo viola o duplo grau, nós estamos considerando este princípio como o mais importante do sistema e estes não são. Em matéria de princípios não há hierarquia. A finalidade do parágrafo é a ECONOMIA PROCESSUAL. §4º art. 515 CPC – em havendo nulidade no processo ou na sentença ao invés de decretá-las o magistrado poderá saná-las. Ex: sentença ‘ultra-petita’, ao invés de decretar a nulidade o Tribunal pode adequar a sentença ao pedido.

EFEITO SUSPENSIVO: nos recursos dotados por este efeito, enquanto não julgado o recurso a decisão não produz efeitos. A apelação, via de regra, tem o efeito suspensivo, excepcionalmente, não terá este efeito, art. 5207 CPC. O agravo de instrumento não tem este efeito. Art. 5588 CPC. No agravo de instrumento e apelação, nas hipóteses do artigo 520 CPC, o magistrado poderá agregar efeito suspensivo a apelação ou agravo, desde que haja requerimento, ou seja, nestes recursos não é possível agregar efeito suspensivo de ofício. De acordo com entendimento dominante a decisão que deferir ou indeferir um pedido de efeito suspensivo aos recursos é irrecorrível. As vezes é admitido no agravo regimental (na justiça federal).

7 Art. 520. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta de sentença que: (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

I - homologar a divisão ou a demarcação; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

II - condenar à prestação de alimentos; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

IV - decidir o processo cautelar; (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)

V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)

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RESP E REXT: não têm efeito suspensivo. Se a parte pretender este efeito deverá

ajuizar uma medida cautelar. Problema: onde ajuizar? O RESP e o REXT são interpostos perante os tribunais de origem (TRFs, STF, STJ), os tribunais de origem examinam a admissibilidade primariamente, e os demais fazem um segundo juízo de admissibilidade.

Súmulas 6349 e 63510 STF (aplicado pelo STJ também). Se ainda não tiver despacho a respeito da admissibilidade do recurso na origem, a cautelar será ajuizada na origem. Em contrapartida se já houver despacho a respeito da admissibilidade na origem, a cautelar será ajuizada em Brasília. Para que o STJ e STF agreguem efeito suspensivo a esses recursos, exigem a admissibilidade positiva na origem. Não basta a interposição de agravo contra a negativa de seguimento.

EFEITO TRANSLATIVO: é aquele que possibilita o exame das questões de ordem pública, ‘ex ofício’ pelos tribunais. Não ocorre, via de regra, nos recursos especial e extraordinário em razão do pré-questionamento.

EFEITO EXPANSIVO SUBJETIVO: ocorre nas hipóteses de litisconsórcio unitário (quando a decisão é a mesma para todas as litisconsortes), ainda que apenas um deles recorra, aquele que não recorreu será atingido pelo efeito do julgamento do recurso do seu parceiro na lide. Os efeitos expandem-se além da pessoa do recorrente.

EFEITO SUBSTITUTIVO: a decisão que julgar o recurso, tanto no caso de julgar a manutenção, como no caso de reforma substitui a decisão recorrida. (ex: objeto de ação rescisória – última decisão de mérito prolatada no processo). E esta última decisão de mérito prolatada no processo estabelece o prazo para propor ação rescisória.

EFEITO ATIVO: (efeito suspensivo ativo) que nada mais é que a tutela antecipada no âmbito recursal. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: de acordo com entendimento dominante, os ED tem a natureza de recurso.

VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem. (Incluído pela Lei nº 9.307, de 23.9.1996)

VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela; (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

8 Art. 558. O relator poderá, a requerimento do agravante, nos casos de prisão civil, adjudicação, remição de bens, levantamento de dinheiro sem caução idônea e em outros casos dos quais possa resultar lesão grave e de difícil reparação, sendo relevante a fundamentação, suspender o cumprimento da decisão até o pronunciamento definitivo da turma ou câmara. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)

Parágrafo único. Aplicar-se-á o disposto neste artigo as hipóteses do art. 520. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)

9 SÚMULA Nº 634 NÃO COMPETE AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONCEDER MEDIDA CAUTELAR PARA DAR EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE AINDA NÃO FOI OBJETO DE JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM. 10 SÚMULA Nº 635 CABE AO PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE ORIGEM DECIDIR O PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO AINDA PENDENTE DO SEU JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE.

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- CABIMENTO: ART. 53511 CPC. Dar-se-á sempre que uma sentença ou um acórdão tiver obscuridade, omissão ou contradição. Não fala em interlocutórias, monocráticas. Será que as decisões interlocutórias ou monocráticas de tribunais são embargáveis? De acordo com entendimentos dominantes as interlocutórias poderão ser omissas, contraditórias ou obscuras, logo podem ser atacadas pelo ED. Monocrática de tribunais, de acordo com entendimentos dominantes as interlocutórias poderão ser omissas, contraditórias ou obscuras, logo podem ser atacadas pelo ED, todavia há quem entenda que não são embargáveis. Ministro Salomão do STJ. Dando má-fé para quem interponha. Há decisões recebendo declaratórios como Regimental. (certa resistência aos declaratórios). Decisões monocráticas em tribunais que admitem ou não RESP ou REXT na origem não cabe declaratórios. Via de regra, os embargos de declaração podem ser interpostos apenas com a finalidade de sanar um desses 3 vícios, não cabe mais os declaratórios com base no CPC com base em dúvida. Apenas no JEC. Via de regra, os ED não tem efeito modificativo. Todavia, excepcionalmente, o magistrado no Tribunal poderá agregar efeito infringente ao ED. Poderá ocorrer se a modificação da decisão se der em decorrência de omissão, contradição ou obscuridade. ED – Vistas à parte contrária: via de regra, não há vistas a parte contrária. Todavia, se o magistrado, tribunal pretender agregar efeito infringente aos declaratórios é obrigatório dar vistas a parte contrária. Se não der vista pode ser anulada a sentença por Resp. INTERRUPÇÃO DO PRAZO QUANTO AO ED – via de regra, os ED INTERROMPEM O prazo para interposição de outros recursos. Ainda que, o magistrado ou tribunal neguem provimento aos ED. Só não interrompe o prazo se os declaratórios forem intempestivos. _ Posição minoritária TJ/RS: se o que a parte pretende é a reconsideração, não é declaratória, logo aquela manifestação pode ser indeferido. Como os embargos interrompem o prazo para interposição de outros recursos muito profissionais utilizam os mesmos em caráter procrastinatórios (para ganhar tempo). Se os ED forem utilizados com este caráter haverá a aplicação das penas de litigância temerária (má-fé). AGRAVOS INTERPOSTOS COMO DECISÕES PROLATADAS NO 1º GRAU: _ AGRAVO DE INSTRUMENTO: exceção. Será interposto sempre que a parte sofrer um dano grave de difícil ou incerta reparação. Decisões em sede de tutela de urgência deve se interpor agravo de instrumento. Decisões em sede de execução. Decisões que julgam exceções de incompetência, suspeição e impedimento.

11 Art. 535. Cabem embargos de declaração quando: (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)

I - houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição; (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)

II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)

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Recurso com prazo de 10 dias interposto ao Tribunal. Além dos requisitos gerais de admissibilidade, também tem requisitos de admissibilidade específicos: _traslado de peças. _ art. 52612 CPC – no prazo de 3 dias, a contar da interposição do agravo de instrumento o agravante deve comprovar na origem a interposição do recurso. Essa juntada na origem tem dois propósitos (requisito de admissibilidade e retratação do juízo ‘a quo’). _ AGRAVO RETIDO: regra. É um recurso interposto perante juiz de 1º grau no prazo de 10 dias. Não tem preparo. Tem como requisito de admissibilidade que compromete a regularidade formal que a parte solicite a apreciação do mesmo por ocasião da apresentação das razões e das contrarrazões de apelação. Das decisões prolatadas em audiência de instrução e julgamento o agravo é sempre retido e oral. Problema - E as decisões interlocutórias prolatadas nas outras audiências? Não precisa, é possível a interposição do agravo de instrumento. Mas a maioria entende ser possível interpor o retido oralmente nas outras audiências (preliminar, por exemplo). _ Problema – decisão prolatada em audiência de instrução e julgamento, por exemplo, o magistrado rejeita a contradita de uma testemunha – ao invés de interpor agravo retido oral – a parte interpõe o agravo de instrumento. Será que este agravo de instrumento pode ser convertido em agravo retido, tal como permite o artigo 527 CPC13? NÃO PODE nesta hipótese, em razão da preclusão temporal, deviria ser em audiência, e não 10 dias após.

12 Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso. (Redação dada pela Lei nº 9.139, de 30.11.1995)

Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

13 Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

I - negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 557; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

II - converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa; (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)

III - poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

IV - poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

V - mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias (art. 525, § 2o), facultando-lhe juntar a documentação que entender conveniente, sendo que, nas comarcas sede de tribunal e naquelas em que o expediente forense for divulgado no diário oficial, a intimação far-se-á mediante publicação no órgão oficial; (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)

VI - ultimadas as providências referidas nos incisos III a V do caput deste artigo, mandará ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)

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_ DECISÃO INTERLOCUTÓRIA prolatada em audiência de instrução e julgamento que é incompatível com a modalidade retida, por exemplo, magistrado na audiência defere uma liminar. Neste caso, não se aplica a regra do código, pois de nada adiantaria interpor o retido, interpõe-se o agravo de instrumento. Agravo de instrumento -Interposto perante o tribunal. Alem dos requisitos de admissibilidade gerais, também tem requisitos de admissibilidade específicos.

1. Traslado de peças. 2. Artigo 526 CPC. No prazo de 3 dias, a contar da interposição do agravo de

instrumento, o agravante tem que comprovar na origem a interposição do recurso. Essa juntada na origem tem dois propósitos: 1 requisito de admissibilidade 2 propiciar a retratação do juiz a quo.

Todos os requisitos de admissibilidade no âmbito dos recursos cíveis, são pronunciáveis de ofício, menos a falta de comunicação ao juízo a quo, nesse caso o agrava do tem que se pronunciar sobre a ausência desse requisito. Processamento do agravo de instrumento e possibilidades de despacho que o relator tem: Distribuído o agravo de instrumento perante o tribunal, será sorteado um relator, que terá as seguintes possibilidades de despacho. São todas decisões monocráticas:

1. Não admitir o agravo. 2. Negar provimento ao agravo. 3. Julgar o agravo prejudicado. Ocorre por exemplo se o juiz de primeiro grau se retratar

da decisão As 3 primeiras estão no caput do artigo 55714 CPC;

4. §1º -A, do 557. Relator dá, provimento ao agravo de instrumento, se a decisão recorrida estiver em confronto com sumula ou jurisprudência do STF ou de tribunal superior.

Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar. (Redação dada pela Lei nº 11.187, de 2005)

14 Art. 557. O relator negará seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do respectivo tribunal, do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior. (Redação dada pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 1o-A Se a decisão recorrida estiver em manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar provimento ao recurso. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 1o Da decisão caberá agravo, no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, e, se não houver retratação, o relator apresentará o processo em mesa, proferindo voto; provido o agravo, o recurso terá seguimento. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

§ 2o Quando manifestamente inadmissível ou infundado o agravo, o tribunal condenará o agravante a pagar ao agravado multa entre um e dez por cento do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. (Incluído pela Lei nº 9.756, de 17.12.1998)

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Nessas 4 primeiras hipóteses, a decisão monocrática é atacada através de recurso de agravo interno, que está no §1º, do artigo 557. Tem prazo de 5 dias, não tem preparo, não tem contrarrazões, a competência para julga-lo é do órgão colegiado a que pertence o relator.

5. Agregar efeito suspensivo ou efeito ativo ao agravo de instrumento, desde que haja requerimento. De acordo com entendimento dominante, essa decisão monocrática é recorrível.

6. Converter o agravo de instrumento em agravo retido. Este provimento é irrecorrível. 7. Pode solicitar informações ao juiz de 1º grau. 8. Nos casos de intervenção obrigatória do MP, ele intimará o MP para se manifestar. 9. Se ele entender, não ser o caso das 4 primeira hipóteses de monocrática cotadas, ele vai

intimar a parte contrária para contrarrazões, e submeter a apreciação do agravo de instrumento pelo órgão colegiado. Via de regra, tem que intimar a parte contrária para contrarrazões, salvo quando a parte contraria não tiver sido ainda citada. Acontece quando o juiz indefere liminar inaldita altera parte.

O agravo de instrumento não ter revisor, sustentação oral, sendo possível apenas a apresentação de memoriais no prazo do regimento interno, via de regra é de 48 h antes do julgamento. Apelação: interposta contra sentenças terminativas e contra sentenças definitivas. Prazo de 15 dias. Todos os requisitos gerais de admissibilidade. Tem também um requisito de admissibilidade específico, previsto no artigo 518 do CPC, é a súmula impeditiva de recursos. Se houver súmula no mesmo sentido da decisão recorrida, o magistrado pode não admitir a apelação. A súmula impeditiva de recursos prevista no artigo 518, não é a mesma coisa que sumula vinculante. Distinções entre as duas: a súmula impeditiva, o magistrado não é obrigado a observar, diversamente da sumula vinculante, onde o magistrado é obrigado a aplicá-la, se não aplicar cadê reclamação. Sumula impeditiva é qualquer súmula, inclusive do STJ, não precisa de corum específico para ter força de impeditiva, diversamente da súmula vinculante, que são apenas as sumulas do STF, criadas para esse propósito com corum específico. Apreciação dos requisitos de admissibilidade em cede de apelação. A apelação é interposta perante o juiz de 1º grau que poderá admiti-la ou não. Se ele admiti-la, dará vistas a parte contrária para contrarrazões. A parte contraria, quando apresentar as contra razões, poderá arguir a ausência de alguns dos requisitos de admissibilidade, ex. falta de preparo, nesse caso o magistrado poderá se retratar da decisão que tiver admitido o apelo, nos termos do artigo 51815 CPC, no prazo de 5

15 Art. 518. Interposta a apelação, o juiz, declarando os efeitos em que a recebe, mandará dar vista ao apelado para responder. (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)

§ 1o O juiz não receberá o recurso de apelação quando a sentença estiver em conformidade com súmula do Superior Tribunal de Justiça ou do Supremo Tribunal Federal. (Renumerado pela Lei nº 11.276, de 2006)

§ 2o Apresentada a resposta, é facultado ao juiz, em cinco dias, o reexame dos pressupostos de admissibilidade do recurso. (Incluído pela Lei nº 11.276, de 2006)

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PROCESSO CIVIL – DRA. JAQUELINE MIELKE SILVA

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dias. Esse prazo se chama de prazo impróprio, porque não tem como contar, não se observa. Se a apelação for admitida será remetida para o tribunal, se não for admitida, contra a decisão que não admiti-la caberá à interposição de agravo de instrumento.