203
GERALDO MAGELLA TEIXEIRA Tese apresentada à Universidade Federal de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências. SÃO PAULO 2011 PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA AVALIAÇÃO COM TÉCNICOS DE ENFERMAGEM

PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de

GERALDO MAGELLA TEIXEIRA

Tese apresentada agrave Universidade Federal de

Satildeo Paulo para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Doutor

em Ciecircncias

SAtildeO PAULO

2011

PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENCcedilAtildeO DE LERDORT UMA AVALIACcedilAtildeO COM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

GERALDO MAGELLA TEIXEIRA

Tese de Doutorado apresentada agrave

Universidade Federal de Satildeo Paulo para

obtenccedilatildeo do grau de Doutor em Ciecircncias

Orientadora Profordf Dra Paulete Goldenberg

Co-orientador Prof Dr Nildo Alves Batista

SAtildeO PAULO

2011

PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENCcedilAtildeO DE LERDORT UMA AVALIACcedilAtildeO COM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

TeixeiraGeraldo Magella Programa Educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT uma avaliaccedilatildeo com Teacutecnicos de Enfermagem Geraldo MagellaTeixeira ndash Satildeo Paulo 2011

Xix p 160 f

Tese (Doutorado) ndash Universidade Federal de Satildeo Paulo Escola Paulista de Medicina Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva

Tiacutetulo em Inglecircs Educational Program to prevent RSI an assessment with nursing technicians

1Educaccedilatildeo em sauacutede 2 LERDORT3 Enfermagem 4 Prevenccedilatildeo 5 Cultura Organizacional

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAtildeO PAULO

DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

Coordenador Professora Doutora Suely Godoy Agostinho Gimeno

Vice-coordenador Professor Doutor Luiz Carlos de Oliveira Ceciacutelio

GERALDO MAGELLA TEIXEIRA

Tiacutetulo PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENCcedilAtildeO DE LERDORT

UMA AVALIACcedilAtildeO COM TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

BANCA EXAMINADORA DA QUALIFICACcedilAtildeO

Professor Doutor Nildo Alves Batista (Presidente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Almira Alves dos Santos

Professora Doutora Patriacutecia Froes Meyer

Professor Doutor Walter Joseacute Martins Migliorini

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Stella Peccin da Silva

_______________________________________________________________

Professor Doutor Impeacuterio Lombardi Juacutenior (Suplente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Goretti Fernandes (Suplente)

_______________________________________________________________

Aprovada em________2011

VI

DEDICATOacuteRIA

VII

Aos meus pais (in memorian) Benedito Teixeira e Maria Joseacute da Silva Teixeira os quais com suas atitudes de carinho liberdade e simplicidade proporcionaram-me forccedilas para a superaccedilatildeo dos inuacutemeros desafios da vida

VIII

AGRADECIMENTOS

IX

Tempo de congregar razatildeo e sentimento

Eacute hora de agradecer e valorizar aqueles que me acompanharam nesta

imersatildeo pelos trilhos do saber Neste periacuteodo submeti-me a crises socialmente

programadas pelo campo cientiacutefico incorporando novos coacutedigos discutindo

novas questotildees e descobrindo maneiras de resolver os problemas que se

colocavam quer nas disciplinas cursadas quer na pesquisa ou ainda na

elaboraccedilatildeo da tese e nas inuacutemeras idas e vindas entre a Terra da Garoa e

Terra dos Marechais

Ao longo desse percurso contei com o apoio de profissionais jaacute

consagrados na aacuterea acadecircmica o que me estimulou a percorrer o caminho da

Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ao mesmo tempo fiquei na dependecircncia da presenccedila paciente

generosa e constante daqueles que fazem parte da minha vida pessoal

compartilhando anguacutestias ausecircncias e tambeacutem descobertas e assim me

recompondo das tensotildees inerentes agraves etapas do fazer cientiacutefico

Tendo vencido desafios e momentos de provaccedilotildees o que me resta eacute a

sensaccedilatildeo de que o processo criativo vem acompanhado por ambiguidades De

um lado expressa-se um sentimento de prazer ao ver nascer o resultado de

um parcimonioso trabalho de outro insinua-se certa melancolia que se traduz

nos limites agora impressos no texto e dispersos numa sucessatildeo mnemocircnica

de imagens presentes em mim Eacute o sentimento de quem eacute perfeccionista e

considera que a obra natildeo estaacute pronta

Nesse turbilhatildeo simultaneamente emerge ainda um sentimento de

satisfaccedilatildeo atenuam-se ansiedades por ter chegado agrave reta final por ter ousado

e cumprido o que me propus

Concebo desse modo meu estudo com emoccedilatildeo e a infinita gratidatildeo a

todos que de um jeito ou de outro contribuiacuteram para a sua realizaccedilatildeo e eacute com

este sentimento que termino esta tese

Agradeccedilo a Deus que me cobre de becircnccedilatildeos e sempre estaacute ao meu

lado Tenho plena e absoluta certeza disso

X

Agradeccedilo de modo muito especial a todos os teacutecnicos de enfermagem

que se dispuseram e constituiacuteram o material humano deste trabalho

Ao meu orientador Prof Dr Nildo Batista pela disposiccedilatildeo em orientar

este trabalho por sua presenccedila durante todo o processo de elaboraccedilatildeo deste

estudo Minha admiraccedilatildeo respeito e o meu profundo agradecimento ao Mestre

do ofiacutecio que me conduziu neste ritual de passagem com criacutetica minuciosa

indicando caminhos o que muito contribuiu para a realizaccedilatildeo desta tese

Aacute Professora Dra Almira Alves dedicada para ensinar e compreensiva

dos limites dos neoacutefitos com quem troquei muitas ideias a respeito do material

de pesquisa e da vida Meus agradecimentos agrave apaixonada pela academia

sedutora da arte de se Educar em Sauacutede vocecirc me indicou caminhos e

preciosas sugestotildees

Aos companheiros da PROEXUNCISAL sei que vocecircs estatildeo na torcida

Foi importante dividir ansiedades e alegrias

Ao meu filhosobrinho Samuel que vai descobrindo a vida e se

descobrindo Espero que faccedila suas descobertas do seu modo com suas

inquietaccedilotildees e questionamentos do jeito de quem eacute muito jovem Obrigado por

permitir com que eu reflita e revele as minhas experiecircncias Sobretudo que as

troque e as renove constantemente Com vocecirc aprendo a cada dia

Agraves pessoas da minha famiacutelia povo de jeito mineiromatuto gente amiga

e carinhosa que sabe cuidar e fazer florescer sentimentos () o trem mais

valoroso do mundo eacute o amor

Ao amigo e irmatildeo Marcus Aureacutelio por estar sempre disponiacutevel para

atender minhas solicitaccedilotildees eou anguacutestias pessoais e acadecircmicas e por sua

amizade dedicaccedilatildeo e cumplicidade

Aos Professores Doutores membros da banca avaliadora por suas

contribuiccedilotildees preciosas e pertinentes para a consecuccedilatildeo desta tese

Aos amigos George Vannessa e Goretti que deram o start

companheiros de profissatildeo e de trabalho com quem tanto aprendo

Aos Professores e Funcionaacuterios da Universidade Federal de Satildeo Paulo

pela forma carinhosa e profissional como sempre me receberam

XI

SUMAacuteRIO

XII

SUMAacuteRIO

Dedicatoacuteria VII

Agradecimentos VIII

Resumo XIV

Abstract XVII

Abreviaturas XVIII

Lista tabela XX

Lista graacuteficos XXII

Lista de quadros XXIV

1 Introduccedilatildeo 28

11 As origens da Pesquisa 29

12 A contextualizaccedilatildeo do objeto 30

2 Referencial Teoacuterico 34

21 A sauacutede do trabalhador como questatildeo social 35

22 Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no trabalho 37

23 O processo de trabalho como determinante do processo sauacutede-doenccedila em enfermagem 42

231 LERDORT e absenteiacutesmo no trabalho 52

232 LERDORT e as poliacuteticas trabalhistas 55

24 A educaccedilatildeo em sauacutede na LERDORT 56

3 Objetivos 65

31 Objetivo geral 66

32 Objetivos Especiacuteficos 66

4 Metodologia 67

41 Fundamentaccedilatildeo metodoloacutegica 68

42 O contexto da pesquisa 69

43 Populaccedilatildeo de estudo 71

44 Os instrumentos de coleta de dados 73

XIII

441 Primeira Etapa 74

441 1 Observaccedilatildeo etnograacutefica 74

4412 Entrevista de aprofundamento 76

4413 Grupo Focal 77

442 Segunda Etapa 80

4421 Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) 81

4422 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (SF-36) 83

45 Anaacutelise dos dados 84

46 Aspectos eacuteticos 86

5 Resultados e discussatildeo 88

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do teacutecnico de enfermagem 90

52 Uma proposta de educaccedilatildeo em sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do

teacutecnico de enfermagem

101

53 A qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa 107

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho em teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

113

6 Consideraccedilotildees Finais 119

7 Referecircncias 123

8 Anexos 149

81 Cartaz Convite 150

82Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 151

83 Questionaacuterio Noacuterdico 153

84 Versatildeo Brasileira de Qualidade de Vida SF-36 154

85 O Recurso Educativo 159

86 Formulaacuterio de coleta de dados 199

87 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNCISAL 201

88 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNIFESP 202

XIV

RESUMO

XV

A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um campo multifacetado para o qual concorrem inuacutemeras concepccedilotildees das aacutereas tanto da educaccedilatildeo quanto da sauacutede as quais espelham diferentes compreensotildees do mundo demarcadas por distintas posiccedilotildees poliacutetico-filosoacuteficas sobre o homem e a sociedade Sua praacutetica na sauacutede ocupacional favorece e potencializa a adaptaccedilatildeo harmocircnica do indiviacuteduo ao meio laboral e potencializa as relaccedilotildees com os outros com o espaccedilo e o tempo elementos indispensaacuteveis para o sucesso no autogerenciamento na prevenccedilatildeo das LERDORTs Esta pesquisa procurou compreender juntamente com um grupo de teacutecnicos de enfermagem que trabalham em Hospital Puacuteblico do Nordeste do Brasil o significado da questatildeo LERDORT sobretudo nos aspectos preventivos e ainda propor e avaliar um recurso educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das necessidades e da interaccedilatildeo com os sujeitos Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e quantitativas Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo e elaborar um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo de suas praacuteticas nessa etapa foram utilizadas as teacutecnicas da observaccedilatildeo etnograacutefica e grupo focal A segunda etapa da pesquisa correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida como a percepccedilatildeo aacutelgica nesta etapa foram utilizados os instrumentos Questionaacuterio Noacuterdico (QNSO) e Questionaacuterio de Qualidade de Vida (SF 36) Participaram 70 teacutecnicos de enfermagem e esses foram divididos aleatoriamente em dois subgrupos os primeiros trinta e cinco sujeitos participantes da primeira etapa e os restantes participaram da segunda etapa Foi possiacutevel compreender que os Teacutecnicos de Enfermagem possuem mesmo que intuitivamente saberes sobre a questatildeo LERDORT e satildeo capazes de contribuir positivamente no construto de recurso Apoacutes a participaccedilatildeo no programa educativo foi possiacutevel observar que o recurso construiacutedo a partir da fala dos participantes eacute capaz de interferir positivamente na qualidade de vida e na percepccedilatildeo da sintomatologia aacutelgica A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas em Sauacutede na ambiecircncia laboral com teacutecnicos de enfermagem sobre este tema mostra-se como uma estrateacutegia a ser valorizada na prevenccedilatildeo das LERDORTs

PALAVRAS-CHAVE Educaccedilatildeo em Sauacutede LERDOERT Enfermagem Prevenccedilatildeo Clima Organizacional

XVI

ABSTRACT

XVII

Health education is a multifaceted field for which many competing conceptions both areas of education and health reflecting different understandings of the world framed by distinct political-philosophical views on man and society Its practice in occupational health promotes and enhances the harmonious adaptation of the individual in the work environment and enhances relationships with others with space and time essential elements for success in self-management in the prevention of RSI This research sought to understand along with a group of practical nurses who work in Public Hospitals of Northeast Brazil the meaning of the issue RSI especially in the preventive aspects and also propose and evaluate an educational resource in the prevention of RSI for these professionals built from the needs and interaction with the participants For this research we opted for a descriptive-analytic methodology assuming the complementarity of qualitative and quantitative approaches This research was composed for two distinct stages The first stage corresponded to the proposed methodological approach that aimed to know the subjects of research and develop an educational program that potentially triggers on the transformation of their practices this step was used the techniques of ethnographic observation and focus groups The second stage of the study corresponded to the proposed methodological approach that aimed to evaluate the changes induced by the educational program developed specifically in relation to different dimensions of quality of life as a painful perception this stage were used tools Nordic Questionnaire (QNSO) and Questionnaire Quality of Life (SF 36)Participated 70 nursing technicians and these were divided randomly into two subgroups the first thirty-five subjects in the first stage and the other participated in the second step It was possible to understand that nursing technicians have although intuitively knowledge on the issue RSI and are able to positively contribute to the construct of resource After participating in the educational program was possible to observe that the action constructed from the speech of the participants is able to positively affect the quality of life and perception of pain symptoms The use of health education in the ambience with nursing technicians working about this theme shows up as a strategy to be valued in the prevention of RSI KEYWORDS Health Education RSI Nursing Prevention Organizational Climate

XVIII

ABREVIATURAS

XIX

AL Alagoas

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

CEP Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CVM Contraccedilatildeo Voluntaacuteria Maacutexima

DORT Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

EPI Equipamento de proteccedilatildeo individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

LER Lesotildees por esforccedilos repetitivos de Sauacutede do trabalhador

MOI Modelo Operaacuterio Italiano

NOST Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador

NR32 Norma Regulamentadora 32

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

QNSO Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares

R$ Real

RF-36 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida

SGA Siacutendrome Geral de adaptaccedilatildeo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE Termo Consentimento livre e esclarecido

UNCISAL Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

UNIFESP Universidade Federal de Satildeo Paulo

URL Localizador Uniforme de Recursos

UTI Unidade de Terapia Intensiva

www Rede Mundial e Computadores (do inglecircs World Wide Web)

XX

TABELAS

XXI

Paacutegina

Tabela 1 72

Tabela 2 92

Tabela 3 113

Tabela 4 115

XXII

GRAacuteFICO

XXIII

Paacutegina

Graacutefico 1 109

XXIV

QUADROS

XXV

Paacutegina

Quadro 1 107

Quadro 2 110

XXVI

A Estrada

Vocecirc natildeo sabe O quanto eu caminhei

Praacute chegar ateacute aqui Percorri milhas e milhas

Antes de dormir Eu nem cochilei

Os mais belos montes Escalei

Nas noites escuras De frio chorei

A vida ensina E o tempo traz o tom

Praacute nascer uma canccedilatildeo Com a feacute do dia-a-dia

Encontro a soluccedilatildeo Quando bate a saudade

Eu vou pro mar Fecho os meus olhos

E sinto vocecirc chegar Vocecirc chegar

Letra Toni Garrido Lazatildeo Da Gama Bino

XXVII

28

INTRODUCcedilAtildeO

29

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 AS ORIGENS DA PESQUISA

O meu interesse pela temaacutetica educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na

sauacutede ocupacional iniciou-se no ano de 2001 quando um grupo de

trabalhadores na aacuterea da Sauacutede da Universidade Estadual de Ciecircncias da

Sauacutede de Alagoas (UNCISAL) solicitou-me acompanhamento para a realizaccedilatildeo

de Ginaacutestica Laboral

Para atender tal solicitaccedilatildeo enquanto Fisioterapeuta propus um

programa de Extensatildeo Universitaacuteria que tinha como intento assessorar tais

profissionais na compreensatildeo da gecircnese do adoecimento no ambiente de

trabalho bem como ajudaacute-los em relaccedilatildeo ao enfrentamento e superaccedilatildeo dos

problemas decorrentes dos esforccedilos pertinentes agraves condiccedilotildees de trabalho

Atuei enquanto Coordenador do Programa de Extensatildeo em diversos

setoresalas do Hospital bem como em vaacuterios setores da Universidade Tal

atuaccedilatildeo permitiu o contato direto com trabalhadores e alunos de graduaccedilatildeo

que relatavam interesse sobre a questatildeo os acadecircmicos mais precisamente

dos cursos de Graduaccedilatildeo em Fisioterapia e Terapia Ocupacional tambeacutem

apontavam dificuldades para conduzir adiante os estudos sobre o tema

No ano seguinte com o decorrer das atividades extensionistas

juntamente com o relato dos alunos da graduaccedilatildeo e dos servidores surgiu a

necessidade de aglutinar saberes praacuteticas e pessoas nesse intento fortaleceu-

se a adesatildeo dos acadecircmicos de Fisioterapia da UNCISAL e os mesmos

passaram a participar do programa mais efetivamente com isto o Programa de

Extensatildeo Universitaacuteria passou a funcionar tambeacutem como disciplina eletiva com

carga horaacuteria complementar na graduaccedilatildeo

A posteriori as atividades agora de extensatildeo e graduaccedilatildeo na

modalidade disciplina eletiva demandaram a necessidade de se entender mais

30

sobre o processo de Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede Ocupacional dessa forma

foi proposto e organizado um grupo de estudo sobre a temaacutetica Com essa

etapa o programa conseguia unir de forma prazerosa experiecircncias baseadas

no pressuposto do tripeacute universitaacuterio Extensatildeo Ensino e Pesquisa

Em seguida devido ao andamento dos estudos motivado pelo desejo

sempre ardente de ensinar e o interesse em me aprimorar e qualificar para o

bom exerciacutecio da docecircncia senti-me instigado a procurar um curso Stricto

Sensu que me trouxesse subsiacutedios para o ensino em Ciecircncias da Sauacutede com

uma visatildeo ampliada para aleacutem do ensino tecnicista e isto motivou essa

proposta agora posta

A minha experiecircncia na Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de

Alagoas (UNCISAL) como docente e extensionista mesclado com interesse

sobre o tema Educaccedilatildeo em Sauacutede e Sauacutede Ocupacional motivou os

questionamentos que trago a este trabalho

12 A CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO OBJETO

Este trabalho traz como objeto de pesquisa a Educaccedilatildeo em Sauacutede na

Sauacutede Ocupacional e a investigaccedilatildeo inscreve-se especificamente na Sauacutede

do Trabalhador Teacutecnico em Enfermagem com vistas a discutir o processo de

adoecimento bem como a prevenccedilatildeo por intermeacutedio de programa educativo

em uma equipe que trabalha em Hospital Puacuteblico especializado no cuidado de

portadores de doenccedilas infectocontagiosas

Os questionamentos que idealizaram o estudo remeteram agrave necessidade

de se pensar na construccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo na

prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das

necessidades e da anaacutelise situacional da realidade local dos sujeitos

envolvidos

Apesar da educaccedilatildeo em sauacutede relacionada com a LERDORT ser

amplamente discutida na literatura nacional e internacional o objeto dessa

pesquisa apresenta-se relevante desafiador e inovador pela ausecircncia de

31

investigaccedilotildees nesta populaccedilatildeo de trabalhadores podendo contribuir para o

aprimoramento profissional bem como na melhoria da assistecircncia prestada

Assim a busca de sentidos sobre o entendimento do processo de adoecimento

por parte dos teacutecnicos de enfermagem mostra-se relevante

A importacircncia deste trabalho estaacute tambeacutem em fomentar a reflexatildeo entre

profissionais de Enfermagem Fisioterapia e Recursos Humanos sobre o

processo de surgimento de queixas dolorosas na ambiecircncia laboral

entendendo que refletir sobre a proacutepria praacutetica jaacute eacute um meio de transformaacute-la

de forma a contribuir e atribuir acepccedilotildees que possam servir de ferramentas ao

grupo de estudo oferecendo suporte para a autonomia no autocuidado

A profissatildeo de enfermagem figura dentre as que tecircm maior

predisposiccedilatildeo a ao surgimento das DORTs1 isso ocorre devido agrave exposiccedilatildeo

ocupacional a diversos fatores de riscos existentes na ambiecircncia laboral bem

como agraves particularidades do processo de trabalho agravado muitas vezes pela

precariedade das condiccedilotildees deste Tais fatos fazem com que a lista de agravos

agrave sauacutede desse profissional seja volumosa2 A praacutetica de enfermagem expotildee

seus trabalhadores a fatores de risco e agravos agrave sauacutede presentes no

ambiente no processo e na organizaccedilatildeo de trabalho3

No exerciacutecio de enfermagem os profissionais estatildeo expostos natildeo soacute ao

trabalho fisicamente pesado que as tarefas peculiares da profissatildeo exigem

mas tambeacutem a um grande nuacutemero de eventos circunstacircncias e condiccedilotildees

inerentes a ele tais como transferecircncias e movimentaccedilotildees de pacientes e de

objetos pesados tomada de decisotildees conflitos interpessoais no trabalho entre

outros que requerem accedilotildees ou respostas que mitiguem as agressotildees posto

isso sugere-se que o trabalho de enfermagem favorece ao surgimento de

algias relacionadas ao trabalho principalmente na regiatildeo lombar ombros

coluna cervical e joelhos sendo a regiatildeo lombar a mais acometida2 Os

profissionais de enfermagem de niacutevel superior e meacutedio tecircm uma elevada taxa

de lesotildees dorsais45 e por isso se torna um grupo de interesse na sauacutede

ocupacional no que tange a educaccedilatildeo em sauacutede

Essa tambeacutem eacute uma observaccedilatildeo encontrada na literatura internacional e

estudos afirmam que realmente os profissionais da aacuterea de enfermagem

32

apresentam elevada prevalecircncia67 de dores relacionadas ao trabalho bem

como LERDORTs

Nos Estados Unidos pesquisa6investigou solicitaccedilotildees de indenizaccedilotildees

devido a lesotildees nas costas em 24 ocupaccedilotildees Esta pesquisa revelou que os

profissionais de enfermagem tecircm uma elevada taxa de lesotildees dorsais e que o

profissional de enfermagem de niacutevel meacutedio foi o grupo que ficou classificado

em primeiro lugar entre os 24 pesquisados

A dor lombar eacute um dos maiores problemas de sauacutede puacuteblica e tem

grande prevalecircncia em enfermeiros e auxiliares 8 9

A responsabilidade da equipe de enfermagem pelos cuidados integrais e

o nuacutemero reduzido de profissionais aumentam a carga fiacutesica e emocional num

ambiente em que a convivecircncia com o sofrimento e a finitude eacute constante

Podemos citar ainda como agravantes os deslocamentos as frequentes idas e

vindas para execuccedilatildeo de procedimentos laborais manuseios de materiais

delicados causando dano ao sistema musculoesqueleacutetico longos periacuteodos em

posturas incorretas agravadas pela inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio que geralmente

natildeo corresponde agraves medidas antropomeacutetricas dos trabalhadores a

organizaccedilatildeo do trabalho caracterizado por frequentes interrupccedilotildees para a

busca e procura de material ou de informaccedilotildees a implementaccedilatildeo constante de

novas tecnologias sem o devido treinamento causando ansiedade e

inadaptaccedilotildees acrescidos e agravados por fatores externos como a crescente

problemaacutetica do trajeto do profissional entre a residecircncia e o local de trabalho10

A inoacutepia de estudos traz como decorrecircncia grandes variaccedilotildees na

interpretaccedilatildeo do papel educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos

de enfermagem tal estudo pode amenizar incertezas acerca de instrumentos

auxiliares para prevenir doenccedilas e agravos ocupacionais nessa populaccedilatildeo

Eacute importante identificar e resolver ou minimizar problemas relacionados

aos riscos de estresse existentes na ambiecircncia de trabalho para que o

trabalhador de enfermagem seja protegido dos agravos agrave sua sauacutede enquanto

executa as tarefas pelas quais eacute responsaacutevel e possa prestar ao paciente uma

assistecircncia de qualidade11

33

Dessa forma parece ser oportuno discutir a incorporaccedilatildeo produccedilatildeo de

teorias metodoloacutegicas e modelos cientiacuteficos para a construccedilatildeo e assimilaccedilatildeo de

programas educativos no intuito de prevenir LERDORT Tal abordagem parece

ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem jaacute que esses profissionais tecircm sido afetados por distuacuterbios

musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 801213

Frente a esse panorama essa pesquisa se propotildee a responder as

seguintes questotildees

1 ndash Qual a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agrave

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho antes e apoacutes a aplicaccedilatildeo de

um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

2 ndash Qual a decorrecircncia no cuidado agrave sauacutede ocupacional de um programa

educativo construiacutedo a partir da realidade dos teacutecnicos de enfermagem

3 ndash Qual o niacutevel de qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental antes e apoacutes a

aplicaccedilatildeo de um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

34

O REFERENCIAL TEOacuteRICO

35

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

O referencial teoacuterico foi organizado de forma a levantar a produccedilatildeo

cientiacutefica sobre o objeto pesquisado organizando-a nos toacutepicos abaixo

- A sauacutede do trabalhador como questatildeo social

- Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no

trabalho

- O processo de trabalho como determinante do processo Sauacutede-

Doenccedila em enfermagem

- A Educaccedilatildeo em Sauacutede na LERDORT

21 A SAUacuteDE DO TRABALHADOR COMO QUESTAtildeO SOCIAL

No Brasil as doenccedilas ocupacionais vecircm aumentando e ocupando status

de problema de Sauacutede Coletiva fato que causa detrimentos financeiros para o

Estado e enormes dificuldades sociais

A questatildeo sauacutede do trabalhador vem sendo erigida no Brasil a partir das

duas uacuteltimas deacutecadas do seacuteculo anterior no bojo do processo de

redemocratizaccedilatildeo do Paiacutes O ano de 1986 em funccedilatildeo da VIII Conferecircncia

Nacional de Sauacutede e I Conferecircncia Nacional de Sauacutede do Trabalhador pode

ser considerado um marco de mobilizaccedilatildeo popular pela sauacutede do trabalhador

brasileiro poreacutem somente em 1998 fica definida a Portaria ndeg3908 por meio

da Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador (NOST) que instituiu os

procedimentos que servem como instrumentos de orientaccedilatildeo para as accedilotildees e

serviccedilos de sauacutede do trabalhador no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)13

36

Esta nova abordagem no campo da Sauacutede do Trabalhador diferencia o

modelo hegemocircnico da Medicina do Trabalho e da Sauacutede Ocupacional A

Medicina do Trabalho agora ultrapassada apresentava-se como centralidade

a figura do meacutedico sendo seu conhecimento baseado na teoria da

unicausalidade isto eacute um agente etioloacutegico para cada doenccedila Tal fato revela

que na esfera do trabalho a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do trabalhador

baseava-se no isolamento de riscos especiacuteficos e na intervenccedilatildeo focalizada

nas consequecircncias

A Sauacutede Ocupacional surge como uma proposta mais inovadora e

aberta e se apresenta a parir de um caraacuteter Interprofissional e relaciona o

ambiente de trabalho e o corpo do trabalhador Consubstancia-se na Teoria da

Multicausalidade onde um conjunto de fatores de risco ambientais e bioloacutegicos

eacute considerado na questatildeo sauacutede

Desta forma a Sauacutede Ocupacional no Brasil passa a ser compreendida

numa perspectiva coletiva e multifatorial levando em consideraccedilatildeo o saber do

trabalhador como pode ser observado no texto abaixo

[] O conjunto de conhecimentos oriundos de diversas

disciplinas como medicina social sauacutede puacuteblica sauacutede

coletiva cliacutenica meacutedica medicina do trabalho sociologia

epidemiologia social engenharia psicologia entre outras

tantas ndash que aliado ao saber do trabalhador sobre as

condiccedilotildees e a organizaccedilatildeo do trabalho estabelece uma

nova forma diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede dos

trabalhadores e de intervenccedilatildeo nos ambientes de trabalho

(NARDI 2004 p 49)14

Nessa loacutegica a construccedilatildeo desse campo de estudo e intervenccedilatildeo entre

trabalho e sauacutede articula-se com diferentes saberes e novos atores sociais e

inclui as questotildees de Sauacutede Puacuteblica

Como modelo a sauacutede ocupacional orienta accedilotildees de atenccedilatildeo agrave sauacutede

do trabalhador que privilegiam iniciativas de promoccedilatildeo cura prevenccedilatildeo

37

reabilitaccedilatildeo e vigilacircncia em sauacutede Trata-se portanto de um processo que

apresenta como intento a mudanccedila do complexo quadro da sauacutede

populacional Para tal exige compromissos que requerem um agir que busca

melhor condiccedilatildeo de vida e de trabalho aleacutem de um maior compromisso do

Estado na implementaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede dos trabalhadores

Lacaz15 tambeacutem confirma essa nova perspectiva conceitual e de

mudanccedilas poliacuteticas e ideoloacutegicas no campo sauacutede do trabalhador

[] o campo da Sauacutede do Trabalhador seria uma nova

abordagem e um novo enfoque do ponto de vista

conceitual emanado do setor sauacutede (coletiva) a propoacutesito

do estudo e da intervenccedilatildeo transformaccedilatildeo das relaccedilotildees de

trabalho e sauacutede-doenccedila na medida em que procura

estabelecer outra articulaccedilatildeo com os grupos sociais numa

sociedade que passa por mudanccedilas importantes do ponto

de vista poliacutetico e social tendo como pano de fundo a

realidade brasileira do final dos anos 70 e iniacutecio dos 80

(LACAZ 1996 p51-2)

De um modo geral percebe-se que as abordagens compreensivas em

sauacutede requerem uma accedilatildeo interventiva interativa e transformadora Nesse

sentido acredita-se que devem ocorrer movimentos de diferentes atores

sociais entrando em cena consciecircncias e vontades individuais e coletivas

justificando-se a necessidade de se construir conjuntamente com os

trabalhadores locais propostas de programas preventivos para as doenccedilas

ocupacionais Tal visatildeo se coaduna com a proposta de se trabalhar com

Educaccedilatildeo em Sauacutede

22 CONCEPCcedilOtildeES SOBRE O PROCESSO HISTOacuteRICO E A

RELACcedilAtildeO SAUacuteDE E DOENCcedilA NO TRABALHO

38

O trabalho eacute tatildeo antigo como o primeiro ser humano mas as relaccedilotildees

entre as atividades laborativas e o processo de adoecimento permaneceu

praticamente ignoradas por 250 anos16 Desde os primoacuterdios da era cristatilde a

bibliografia refere fatores nocivos ao trabalho pode-se citar por exemplo a

obra conhecida de Hipoacutecrates de Coacutes intitulada ldquoAr Aacutegua e Lugaresrdquo na qual

discorre sobre o saturnismo e tambeacutem a obra de Pliacutenio o velho (23 dC) que

descreve o aspecto dos trabalhadores de minas de mercuacuterio e chumbo e

aconselha o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual do tipo maacutescaras

faciais16

No seacuteculo XVI algumas observaccedilotildees esparsas surgiram evidenciando a

possibilidade de o trabalho estar relacionado ao processo de adoecimento

Georg Bauer publicou em 1556 a obra intitulada ldquoDe Remetallicardquo nessa

obra o autor discorre sobre diversos problemas relacionados agrave extraccedilatildeo de

minerais e a fundiccedilatildeo de prata e de ouro17 e os correlacionam com o processo

de adoecimento entre trabalhadores

Nesse mesmo texto eacute apresentado ainda um capiacutetulo particular que

versa sobre os acidentes do trabalho e as doenccedilas mais comuns entre

trabalhadores de minas provocadas por poeiras o autor faz alusatildeo agrave chamada

asma dos mineiros Pela descriccedilatildeo dos sintomas e pela raacutepida evoluccedilatildeo da

doenccedila sugere agrave luz dos novos conhecimentos casos de

silicosepneumoconiose causada pela siacutelica livre18

Apesar de sua importacircncia estes trabalhos permaneceram praticamente

ignorados por mais de um seacuteculo Em 1700 foi publicado na Itaacutelia o livro ldquoDe

Morbis Artificum Diatribardquo (As Doenccedilas do Trabalho) do meacutedico Bernardini

Ramazzini (1633-1714) que descreve uma seacuterie de doenccedilas relacionadas

acerca de 50 profissotildees diversas Por este motivo o autor foi cognominado o

patriarca da medicina do trabalho Foi o primeiro a estudar com afinco as

doenccedilas relacionadas ao trabalho e descreveu os riscos especiacuteficos para cada

uma delas Destacou os danos causados agrave sauacutede do trabalhador pela falta de

ventilaccedilatildeo e pelo desconforto teacutermico Reconheceu a importacircncia das pausas

durante a jornada de trabalho a relevacircncia bioloacutegica dos exerciacutecios laborais e

da boa postura na prevenccedilatildeo da fadiga muscular Ramazzini acrescenta agrave

39

anamnese hipocraacutetica da eacutepoca uma nova pergunta ldquoQual eacute a sua

ocupaccedilatildeordquo1619

Um pouco mais tardiamente a Revoluccedilatildeo Industrial exerce grande papel

sobre a questatildeo do trabalho eacute apoacutes esse movimento ocorrido paralelamente

na Inglaterra entre 1760 e 1830 que foi criada a comissatildeo de inqueacuterito para

avaliar as condiccedilotildees de trabalho nas faacutebricas onde foi elaborada lei que

regulava a jornada de trabalho que era em torno de 16 horas diaacuterias19

A Revoluccedilatildeo Industrial impocircs aos trabalhadores precaacuterias condiccedilotildees

laborais jornadas de trabalho extenuantes exposiccedilatildeo a acidentes de trabalho

submissatildeo ao trabalho insalubre e perigoso19 Neste contexto a preocupaccedilatildeo

com a sauacutede do trabalhador surgiu como meio de possibilitar a recuperaccedilatildeo do

mesmo e favorecer o retorno mais ceacutelere possiacutevel para a ambiecircncia laboral

isso eacute importante pois com a Reforma Industrial vive-se numa perspectiva de

desenvolvimento social e em virtude da inquietaccedilatildeo com esse

desenvolvimento a preocupaccedilatildeo com a sauacutede laboral foi focada na visatildeo

biologicista e individual e buscava a causa das doenccedilas e acidentes de

trabalho com uma abordagem unicausal e imediatista18 19 e centrada

exclusivamente no homem

Como decorrecircncia de um processo acelerado e desumano de produccedilatildeo

aumentou o nuacutemero de acidentes e adoecimento entre trabalhadores e por

este motivo surge a figura do profissional meacutedico dentro da faacutebrica em

princiacutepio da induacutestria tecircxtil Foi exatamente aiacute na primeira metade do seacuteculo

XIX que surgiu a Medicina do Trabalho centrada na figura do meacutedico O

serviccedilo de sauacutede na induacutestria era dirigido por pessoas da confianccedila do

empresaacuterio que atuava muito mais como fiscalizador do que profissional da

sauacutede e rapidamente este modelo foi expandido para os paiacuteses

industrializados18

As questotildees concernentes agrave sauacutede e trabalho se apresentaram como

uma questatildeo de inquietaccedilatildeo puacuteblica desde o seu nascedouro em meados do

seacuteculo XIX quando o adoecimento referente ao modo de produccedilatildeo comeccedila

surgir Esse fato ocorre diversamente no Brasil onde o processo de

industrializaccedilatildeo ocorreu somente um seacuteculo posteriormente20

40

Nos paiacuteses industrializados o Estado passou a assumir as funccedilotildees de

regulamentaccedilatildeo e intervenccedilatildeo nos temas relativos agrave promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da

sauacutede e seguranccedila dos trabalhadores com o intento de eliminar os obstaacuteculos

ao desenvolvimento econocircmico O Estado entatildeo passou a promover uma vasta

gama de accedilotildees que se destinavam garantir as condiccedilotildees para o

desenvolvimento do novo sistema de produccedilatildeo agora vigente21

Em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do trabalho a medicina ocupacional teria

pouco a contribuir com a sauacutede do trabalhador na medida em que sua atenccedilatildeo

era voltada exclusivamente para o indiviacuteduo privilegiando diagnoacutestico e

tratamento dentro de uma visatildeo na qual o espaccedilo para a subjetividade e a

percepccedilatildeo do trabalhador era restrito Desvela-se entatildeo a impotecircncia da sauacutede

do trabalhador para intervir sobre os problemas de sauacutede causados pelo

processo de produccedilatildeo19 20 21

A Sauacutede Ocupacional comeccedila a se delinear a partir do contexto

econocircmico e poliacutetico da II Guerra e do Poacutes-Guerra onde o custo provocado

pela perda de vidas abruptamente por acidentes de trabalho ou por doenccedilas do

trabalho comeccedilam a ser sentido tanto por empregadores como pelas

companhias de seguro devido agraves pesadas indenizaccedilotildees Nesta abordagem

desloca-se a intervenccedilatildeo que antes era centrada no indiviacuteduo para a questatildeo

dos riscos existentes na ambiecircncia laboral Desta forma a Sauacutede Ocupacional

vale-se do enfoque da higiene Industrial e busca atraveacutes da atuaccedilatildeo

multiprofissional intervir nos locais de trabalho com a finalidade de controlar

os riscos ambientais19

No Brasil a adoccedilatildeo e o desenvolvimento da Sauacutede Ocupacional deram-

se mais tardiamente e ainda atualmente o modelo de Sauacutede Ocupacional

parece natildeo ter alcanccedilado seus reais objetivos pois ainda o modelo se manteacutem

curativista de forma pouco ampla e restrita agraves accedilotildees pontuais sobre os riscos

laborais locais171819

Na deacutecada de 80 uma forma diferente de analisar as questotildees

referentes a relaccedilatildeo trabalhosauacutededoenccedila comeccedila a surgir com alguns

autores Latino americanos22 que conceituam o trabalho a partir da concepccedilatildeo

de seu processo de trabalho que se inscreveria nas relaccedilotildees sociais de

produccedilatildeo Assim aleacutem das consequecircncias mais visiacuteveis do trabalho sobre a

41

sauacutede ou seja agentes nocivos de natureza quiacutemica fiacutesica entre outros

procura tambeacutem entender a nocividade do trabalho com suas implicaccedilotildees a

niacutevel biopsiacutequico e social

Concordando com o texto acima Lacaz15 afirma que comeccedilam a surgir

na Ameacuterica Latina ideias ampliadas em relaccedilatildeo agrave Sauacutede Ocupacional

A Medicina Social Latino americana propotildee entatildeo uma

visatildeo do conceito de trabalho que incorpora a ideia de

processo de trabalho na qual o foco natildeo se restringe agrave sua

composiccedilatildeo ambiental constituiacuteda dos vaacuterios

fatoresagentes de risco e externo ao trabalhador mas

como uma categoria explicativa que se inscreveria nas

relaccedilotildees sociais de produccedilatildeo existentes entre o capital e o

trabalho (LACAZ 1996 p23)15

Neste contexto uma questatildeo nova comeccedila a ser apresentada a

emergecircncia da Sauacutede ocupacional com foco no processo de trabalho a partir

da discussatildeo preventivista e de educaccedilatildeo em sauacutede para o autocuidado com

sauacutede em relaccedilatildeo ao trabalho

A Sauacutede do Trabalhador passa a apresentar sobretudo a partir dos anos

80 na regiatildeo Latino-Americana como premissa baacutesica o enfoque na relaccedilatildeo

sauacutedetrabalho compreendendo o processo de adoecimento dos

trabalhadores atraveacutes do estudo dos processos de trabalho Articula as

questotildees soacutecio-poliacuteticas e econocircmicas de forma a se estabelecer o nexo

biopsiacutequico das coletividades nas sociedades22

Esta aacuterea de estudo e praacuteticas buscou na experiecircncia sindical italiana

uma referecircncia teoacuterico-metodoloacutegica que contribuiu para o reconhecimento do

saber do trabalhador no controle dos agravos e riscos existentes nos

ambientes de trabalho23

Os trabalhadores italianos no final da deacutecada de 70 estabeleceram

alianccedilas com os profissionais de sauacutede comprometidos com a efetividade de

42

um meacutetodo direcionado para o conhecimento da relaccedilatildeo entre processo de

trabalho e sauacutede resultando na construccedilatildeo do Modelo Operaacuterio Italiano (MOI)

que pressupotildee a valorizaccedilatildeo do saber e das experiecircncias do trabalhador a natildeo

delegaccedilatildeo do planejamento e do controle de sua sauacutede aos teacutecnicos a

socializaccedilatildeo e a apropriaccedilatildeo muacutetua do conhecimento na perspectiva da

construccedilatildeo de um saber coletivo23

Neste sentido a questatildeo sauacutede-trabalho passa a ser discutida como

questatildeo social aliada a participaccedilatildeo igualitaacuteria que se fortalece a partir do final

da deacutecada de 80 onde se comeccedila timidamente a discutir questotildees

trabalhistas com destaque agrave proteccedilatildeo agrave sauacutede O texto abaixo corrobora com o

referido

A teoria da determinaccedilatildeo social do processo

sauacutededoenccedila cuja centralidade colocada no trabalho-

enquanto organizador da vida soacutecia l- contribui para

aumentar os questionamentos agrave medicina do trabalho e a

sauacutede ocupacional (MENDES ET col 1991 p 346)24

Associada a estas questotildees pesquisa24 aponta tambeacutem que as

mudanccedilas ocorridas com a utilizaccedilatildeo das novas tecnologias atraveacutes da

automaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo nos processos de trabalho que aparentemente

representam melhoria das condiccedilotildees de trabalho na verdade introduziram

novos riscos agrave sauacutede Estes acabaram gerando doenccedilas de difiacutecil

medicalizaccedilatildeo tais como as LERDORTs1 entidades nosoloacutegicas

intrinsecamente relacionadas agrave organizaccedilatildeo do trabalho

1Terminologia utilizada para designar uma doenccedila relacionada ao trabalho que se manifesta atraveacutes de diversas siacutendromes pouco conhecida ateacute os anos 1970 eacutepoca em que teve um faacutetuo crescimento entre os trabalhadores em todo mundo inclusive no Brasil No ano de 1977 por meio da Norma de Avaliaccedilatildeo da Incapacidade do Instituto Nacional da Seguridade Social o termo LER foi substituiacutedo por DORT poreacutem a polecircmica ainda existe na literatura (Morofuse 2000)

43

Todo esse processo de mudanccedilas ocorrida no mundo do trabalho

desencadeou aspectos relevantes na relaccedilatildeo trabalho e sauacutede e contribuiu

efetivamente para o surgimento do campo da Sauacutede do Trabalhador

23 O PROCESSO DE TRABALHO COMO DETERMINANTE DO

PROCESSO SAUacuteDE-DOENCcedilA EM ENFERMAGEM

A sauacutede e a doenccedila do trabalhador satildeo determinadas pelos processos

de trabalho que envolve complexas relaccedilotildees econocircmicas sociais e

tecnoloacutegicas que determinam a exposiccedilatildeo a fatores de risco25

O processo de trabalho eacute a relaccedilatildeo entre o homem e a natureza atraveacutes

do qual o homem utiliza sua energia muscular para transformar manter ou

produzir bens necessaacuterios agrave sua sobrevivecircncia26

A relaccedilatildeo que o homem estabelece com a natureza a forma como dela

se apropria e a transforma resulta tambeacutem no processo sauacutede-doenccedila O

homem ao transformaacute-la tambeacutem se modifica desenvolvendo suas

potencialidades e ampliando seu universo social

Para compreender o processo de trabalho eacute preciso conhecer os

elementos que o compotildeem ou seja o objeto de trabalho os instrumentos e o

proacuteprio trabalho e ainda identificar a relaccedilatildeo entre estes elementos25

Eacute preciso analisar para aleacutem das caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e

mecacircnicas para se alcanccedilar um entendimento mais ampliado dos fatores

relacionados ao processo de trabalho que repercutem na sauacutede ou no corpo

dos trabalhadores22 De um modo geral satildeo propostas duas categorias de

anaacutelise para a compreensatildeo da sauacutede ocupacional cargas de trabalho e

desgaste

As cargas de trabalho satildeo elementos do processo de trabalho que

interatuam dinamicamente entre si e com a corporeidade humana ou seja com

o corpo do trabalhador gerando processos de adaptaccedilatildeo que se traduzem em

desgaste

44

As cargas podem ser divididas em dois grupos aquelas que tecircm

materialidade externa ao corpo do trabalhador como as cargas fiacutesicas

quiacutemicas bioloacutegicas e mecacircnicas e as que soacute adquirem materialidade no

corpo humano ou seja as cargas fisioloacutegicas biomecacircnicas e emocionais A

intensidade das cargas depende do modo de produccedilatildeo da organizaccedilatildeo da

divisatildeo do trabalho e de fatores individuais2728

Para compreender os impactos sobre a sauacutededoenccedila dos

trabalhadores eacute necessaacuterio entender como as cargas interatuam entre si

acarretando adoecimentos diversos decorrentes do trabalho Considera-se que

haacute desgaste na realizaccedilatildeo da atividade laborativa quando ocorrem processos

de adaptaccedilatildeo destruidores da integridade corporal denominados como

excesso de cargas de trabalho2930

O modo de trabalho no setor de sauacutede apresenta algumas

especificidades que se distinguem do trabalho de outros setores da economia

jaacute que o seu produto final eacute um serviccedilo resultante da accedilatildeo compartilhada de

vaacuterios profissionais e centra-se nas relaccedilotildees interpessoais entre beneficiaacuterios e

executores Reuacutene um conjunto de atividades programadas e normatizadas

que se realizam sob a base da cooperaccedilatildeo em um cenaacuterio dinacircmico e instaacutevel

e promove transformaccedilotildees nesse cenaacuterio27

Na enfermagem o objeto de trabalho a ser transformado eacute o corpo

humano individual ou coletivo em suas mais diversificadas demandas no

processo sauacutede-doenccedila31 O trabalho em si inclui as formas de organizaccedilatildeo

divisatildeo e relaccedilatildeo de trabalho que garantem a forccedila laborativa obtida pelos

agentes a saber enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e auxiliares de

enfermagem O processo sauacutede-doenccedila eacute gerado em dois momentos o

momento produtivo e o momento de consumo O primeiro refere-se ao

processo de trabalho que gera por um lado tensatildeo mas por outro satisfaccedilatildeo

O segundo refere-se agrave vida social cultural e aos valores do indiviacuteduo32

Os processos de desgaste do trabalhador de enfermagem satildeo oriundos

da diversidade intensidade e simultaneidade de exposiccedilatildeo agraves cargas

inerentes ao processo de trabalho cabe agrave equipe de enfermagem o

acompanhamento aos pacientes em tempo integral levando a uma maior

45

exposiccedilatildeo aos riscos Esses processos satildeo explicitados pelos danos

biopsiacutequicos em suas diferentes formas de expressatildeo33

Haacute que se destacar que o processo de trabalho tem estreita relaccedilatildeo com

a sauacutede e quando haacute desarmonia nessa relaccedilatildeo pode ocorrer desgastedoenccedila

por parte dos operaacuterios ressaltando-se que as doenccedilas causadas pelo trabalho

podem ser somaacuteticas psicossomaacuteticas e psiacutequicas Estas doenccedilas satildeo

originaacuterias das diversas cargas de trabalho as quais os trabalhadores ficam

expostos sejam elas de natureza fiacutesica quiacutemica por tensatildeo nervosa ritmo do

trabalho ou por repetitividade das tarefas

No que tange ao processo de trabalho no setor de serviccedilos

especialmente no setor sauacutede a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) vem

complementar a proteccedilatildeo a sauacutede do trabalhador em relaccedilatildeo aos riscos

bioloacutegicos tatildeo comuns no cotidiano do trabalho de enfermagem poreacutem natildeo eacute

objeto do presente estudo

Os principais agravos relacionados ao trabalho que acometem

profissionais de enfermagem satildeo queixas relacionadas a LERDORT e o

estresse manifestaccedilotildees que levam ao absenteiacutesmo34

As LERDORTs por definiccedilatildeo satildeo fenocircmenos nosoloacutegicos relacionados

ao trabalho caracterizados pela ocorrecircncia de vaacuterios sintomas concomitantes

ou natildeo tais como dor parestesia sensaccedilatildeo de peso fadiga Podem ter

manifestaccedilatildeo insidiosa geralmente nos membros superiores membros

inferiores regiatildeo da coluna vertebral lombar toraacutecica e cervical que

frequentemente satildeo causas de incapacidades laborais temporaacuterias ou

permanentes As LERDORTs resultam da super utilizaccedilatildeo das estruturas

anatocircmicas do sistema musculoesqueleacutetico sem o devido tempo para a sua

recuperaccedilatildeo27 Acredita-se que estejam ligadas a atividades repetitivas

manutenccedilatildeo de posturas estaacuteticas durante o trabalho e aspectos psiacutequico-

sociais

A primeira doenccedila descrita na literatura associada agraves atividades

repetitivas foi a tenossinovite caracterizando-se pela restriccedilatildeo ao livre

movimento de um tendatildeo devido a uma inflamaccedilatildeo deste ou de sua bainha Em

1891 Fritz De Quervain descreveu a doenccedila como entorse das lavadeiras

46

devido ao fato de ter encontrado mulheres que lavavam roupa que

apresentavam tendinite dos tendotildees e muacutesculo adutor longo e extensor curto

do polegar 35

Em marccedilo de 1993 o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)

elaborou a Norma Teacutecnica que dispotildee sobre procedimentos de avaliaccedilatildeo da

incapacidade de trabalhadores afastados do trabalho para orientaccedilatildeo a

meacutedicos e peritos Posteriormente ocorreu uma revisatildeo no texto e em 19 de

agosto de 1998 foi publicada no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a Nova Norma Teacutecnica

de Avaliaccedilatildeo de Incapacidade para fins de Benefiacutecios Previdenciaacuterios

substituindo o termo LER por DORT A Norma Teacutecnica incluiu novos

diagnoacutesticos como a siacutendrome miofascial e as fibromialgias poreacutem apresenta

dificuldades para o diagnoacutestico precoce dificultando a caracterizaccedilatildeo do nexo

causal36 37

A LER eacute o vocaacutebulo utilizado no Brasil para definir uma siacutendrome

caracterizada pelo desconforto incapacidade ou dor persistente em

articulaccedilotildees muacutesculos tendotildees e outros tecidos moles com ou sem

manifestaccedilotildees fiacutesicas ou cliacutenicas entretanto essa terminologia natildeo eacute bem

acolhida de maneira geral e foi alterada para Distuacuterbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho38

Em 2003 o INSS em sua Instruccedilatildeo Normativa 9836 instituiu a adoccedilatildeo

oficial do termo LERDORT devido agrave consagraccedilatildeo do antigo termo o qual

usaremos neste trabalho

As LERDORTs tecircm relaccedilatildeo direta com as exigecircncias de tarefas

laborais ambiecircncia fiacutesica e com a organizaccedilatildeo do trabalho e eacute uma doenccedila

ocupacional que vem crescendo de forma ameaccediladora provocando mutilaccedilotildees

e sequelas reversiacuteveis eou irreversiacuteveis nos trabalhadores aleacutem de

desencadear nas empresas aumento do absenteiacutesmo e dos custos reduccedilatildeo

do lucro da produtividade e da qualidade nos serviccedilos prestados e aumento do

niacutevel de estresse39

Apresentam-se com sinais e sintomas de origem ocupacional

caracterizadas por inflamaccedilotildees dos muacutesculos tendotildees faacutescias e nervos

principalmente mas natildeo exclusivamente nos membros superiores regiatildeo

47

escapular e pescoccedilo merecem destaque natildeo soacute pelo aumento de sua

incidecircncia mas por existirem evidecircncias de sua associaccedilatildeo com o ritmo de

trabalho Essas doenccedilas em geral possuem uma maacute evoluccedilatildeo ocasionando

dor edema e perda de forccedila sendo responsaacuteveis por uma fatia significativa

das causas da queda do desempenho no trabalho e produtividade 40 41

Abrangem quadros cliacutenicos amplos caracterizados pela ocorrecircncia de

agravos neuro-ortopeacutedicos definidos como tenossinovites sinovites

compressotildees de nervos perifeacutericos que podem ser identificadas ou natildeo sendo

comum agrave ocorrecircncia de vaacuterios sinais e sintomas concomitantes e agraves vezes

inespeciacuteficos 42

As condiccedilotildees laborais que podem induzir o surgimento das LERDORTs

satildeo aquelas que incluem movimentos repetitivos aplicaccedilatildeo de forccedila

levantamento e transporte de cargas posturas inadequadas e estresse

relacionado agraves condiccedilotildees psicosociais do local onde o trabalho acontece 36 40

Para a ocorrecircncia das LERDORTs natildeo existe causa uacutenica e

determinada pois satildeo vaacuterios os fatores existentes no trabalho que podem estar

relacionados agrave sua gecircnese como por exemplo a repetitividade de movimentos

manutenccedilatildeo de posturas inadequadas por tempo prolongado esforccedilo fiacutesico

invariabilidade de tarefas pressatildeo mecacircnica sobre determinadas partes do

corpo mais precisamente nos membros superiores trabalho estaacutetico frio

fatores organizacionais e psicossociais36

Neste sentido estas doenccedilas podem manifestar-se com diferentes

quadros cliacutenicos e distintos sinais e sintomas Algumas manifestaccedilotildees mais

comuns satildeo as tenossinovite tendinite epicondilite bursite siacutendrome do tuacutenel

do carpo Existem outras manifestaccedilotildees de LERDORT cujo fator

desencadeante eacute o estresse emocional que pode ser causado pelo trabalho ou

mesmo pelo afastamento do trabalho como a Siacutendrome aacutelgica miofascial que eacute

decorrente de uma praacutetica de atividades extenuantes ou como subproduto de

tensatildeo psicoloacutegica anguacutestia ou ansiedade39

A dor eacute um sintoma bastante relatado e se exacerba com o estresse

emocional39 e pode ser localizada irradiada ou generalizada acompanhada ou

natildeo de sensaccedilatildeo de desconforto fadiga sensaccedilatildeo de peso parestesia

48

sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo de forccedila edema enrijecimento articular choque falta

de firmeza nas matildeos sudorese excessiva e alodiacutenea As queixas geralmente

se apresentam em diferentes graus de severidade podendo ser caracterizadas

em relaccedilatildeo ao tempo de duraccedilatildeo localizaccedilatildeo intensidade entre outros

aspectos39

Inicialmente os sintomas se apresentam de forma insidiosa nos

momentos de picos de produccedilatildeo ou ao final da jornada de trabalho com o

decorrer do tempo se tornam mais frequentes inclusive no iniacutecio da jornada de

trabalho e em atividades extra laborativas do trabalhador Neste momento as

pessoas procuram assistecircncia em sauacutede devido agraves implicaccedilotildees no

desempenho de suas capacidades funcionais Eacute constante nestes casos o

tratamento baseado em anti-inflamatoacuterios e sessotildees de fisioterapia que podem

mascarar a gecircnese ergonocircmica do problema se natildeo forem detectados e

sanados sem debelar os fatores desencadeantes ocorreraacute a progressatildeo do

quadro cliacutenico com crises de dor intensa geralmente desencadeadas por

movimentos bruscos pequenos esforccedilos fiacutesicos alternacircncia de temperatura

insatisfaccedilatildeo e tensatildeo39 De um modo geral natildeo haacute uma preocupaccedilatildeo com o

banimento do fator desencadeante do estado moacuterbido

Faz-se necessaacuteria uma abordagem mais aprofundada com equipe

multidisciplinar e como em qualquer caso cliacutenico outros sintomas ou doenccedilas

devem ser investigados tendo em vista a possibilidade de terem influecircncia na

determinaccedilatildeo ou agravamento do caso Traumas diabetes mellitus artrite

reumatoide gravidez podem causar ou agravar sintomas do sistema

musculoesqueleacutetico e do sistema nervoso perifeacuterico18

Na anamnese ocupacional aleacutem de ser elaborada a histoacuteria cliacutenica eacute

imprescindiacutevel saber onde e como o trabalhador desenvolve seu trabalho

rotina de atividades duraccedilatildeo e jornada de trabalho existecircncia de pausa

execuccedilatildeo e frequecircncia de movimentos repetitivos sobrecarga estaacutetica forma

de pressatildeo das chefias mudanccedilas no ritmo insatisfaccedilatildeo ruiacutedo excessivo

mobiliaacuterio desconforto teacutermico enfim vaacuterios fatores predisponentes para o

surgimento das LERDORTs18

Natildeo existem evidecircncias na literatura acerca da relevacircncia das tarefas

domeacutesticas como uso de computador em casa ato de dirigir tricotar

49

carregamento de sacolas entre outras como desencadeantes de quadros de

LERDORT poreacutem existem estudos que associam a ocorrecircncia de doenccedilas

musculoesqueleacuteticas com a exposiccedilatildeo de fatores de risco no trabalho43

A insatisfaccedilatildeo com o trabalho a carga social da eacutepoca atual a tensatildeo

emocional e o estresse contribuem privilegiando para o surgimento da e ou

agravamento da LERDORT43

Atualmente o termo estresse tem sido amplamente utilizado natildeo

apenas em pesquisas cientiacuteficas mas tambeacutem pelos diferentes meios de

comunicaccedilatildeo e tem ocupado lugar de destaque pela sua importacircncia na vida

das pessoas principalmente quando estaacute associado a algum desconforto de

ordem fiacutesica eou emocional

A palavra estresse vem do inglecircs stress Na aacuterea da sauacutede passou a ser

utilizado no iniacutecio do seacuteculo XX sendo o primeiro pesquisador em estresse o

meacutedico austriacuteaco Hans Selye considerado o liacuteder nesta linha de pesquisa nas

deacutecadas de 20 e 30 Em sua primeira publicaccedilatildeo empregou a palavra estresse

como forma de caracterizar as reaccedilotildees do corpo sugerindo a designaccedilatildeo de

reaccedilatildeo de alarme agraves respostas iniciais do organismo frente a pressotildees

psicoloacutegicas 44

Em 1956 publicou o livro intitulado The stress of life onde explicava o

mecanismo bioquiacutemico do estresse44 Considerado o primeiro pesquisador que

demonstrou as etapas do estresse bioloacutegico Selye exprime um significado para

o estresse como esforccedilo de adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentar situaccedilotildees

que considera ameaccediladora a sua vida e ao seu equiliacutebrio Descreveu a

Siacutendrome Geral de Adaptaccedilatildeo (SGA) ou do estresse bioloacutegico como um

conjunto de sintomas que o indiviacuteduo apresenta quando eacute submetido a

situaccedilotildees que exijam uma importante adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentaacute-

las podendo ocorrer atraveacutes de estiacutemulos internos ou psicoemocionais e

estiacutemulos externos ou do meio socioeconocircmico inclusive o trabalho O

estresse eacute um processo de adaptaccedilatildeo normal do indiviacuteduo entretanto quando

a resposta eacute patoloacutegica registra-se uma disfunccedilatildeo que leva aos distuacuterbios

transitoacuterios ou doenccedilas graves ou ainda ao agravamento daquelas jaacute

existentes 44 45

50

Estudos demonstram que o estresse possui trecircs fases uma inicial que eacute

a chamada de reaccedilatildeo de alarme a segunda da resistecircncia e a terceira da

exaustatildeo Todas as fases satildeo comandadas pelo sistema nervoso autocircnomo

via sistema liacutembico e pelo sistema nervoso central via hipotaacutelamo46 47

A fase de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

agente estressor e ocorre quando o organismo se prepara para as reaccedilotildees de

luta ou fuga ou seja no momento em que o estressor eacute percebido pela pessoa

Nesta fase tanto pode ocorrer a eliminaccedilatildeo do estressor quanto a adaptaccedilatildeo

do organismo a ele A reaccedilatildeo de alarme representa para o indiviacuteduo um

desgaste e consequentemente uma alteraccedilatildeo da capacidade de manter

constacircncia no bem-estar e equiliacutebrio do organismo Os principais sintomas que

caracterizam a reaccedilatildeo de alarme satildeo a taquicardia sudorese cefaleia

alteraccedilotildees da pressatildeo arterial irritabilidade fadiga tensatildeo muscular sensaccedilatildeo

de esgotamento e alteraccedilotildees gastrointestinais46 47

A segunda fase eacute a de resistecircncia nessa fase o estresse continua

presente por periacuteodos prolongados ou a sua dimensatildeo eacute demasiadamente

grande e eacute aiacute que predomina o desgaste porque a pessoa tenta

instintivamente se adaptar ao que estaacute passando atraveacutes de reservas de

energia adaptativa que possui As repercussotildees mais evidentes estatildeo nos

sistema fisioloacutegico psicoloacutegico e social que fazem com que o indiviacuteduo se

mantenha em estado de alerta Pela resistecircncia ao estressor torna-se difiacutecil o

retorno da homeostase Alguns dos sintomas que caracterizam a fase de

resistecircncia satildeo ansiedade o nervosismo o medo a impotecircncia sexual a falta

ou excesso de apetite e o isolamento social44 47

A terceira fase eacute a exaustatildeo onde o organismo chega a seu limite ao

esgotamento e estaacute associada a uma seacuterie de doenccedilas Ocorre quando haacute

continuidade do agente estressor e natildeo acontece mais a adaptaccedilatildeo do

organismo Nesta fase apresentam-se sinais de deterioraccedilatildeo haacute uma queda na

imunidade e eacute quando surgem doenccedilas tais como as cardiacuteacas respiratoacuterias

gastrointestinais musculoesqueleacuteticas depressatildeo desequiliacutebrio total do

indiviacuteduo podendo culminar com a sua morte Estas fases natildeo ocorrem de

forma delimitada visto que a simultaneidade e a rapidez evolutiva satildeo suas

caracteriacutesticas 4446 47

51

Em 1975 Selye publicou outro livro denominado rdquoStress without

distressldquo no qual reconhece a importacircncia da intervenccedilatildeo psicoloacutegica e da

atividade fiacutesica no mecanismo de regulaccedilatildeo orgacircnica diante da multiplicidade

de fatores a que o organismo estaacute exposto o autor introduziu na literatura os

termos eustress e distress para estabelecer a diferenccedila entre o estresse bom

ou beneacutefico (eustress) e o ruim que causa reaccedilotildees adversas fiacutesicas e

emocionais (distress) 44 47

O eustress tem efeito positivo e pode demonstrar quando se estaacute em

alerta a concentraccedilatildeo eacute melhor os reflexos satildeo mais raacutepidos pensa-se com

mais fluidez e dependendo das condiccedilotildees do ambiente pode-se ser mais

criativo e produtivo O distress tem efeito negativo e processa-se quando se

reage por um tempo prolongado ao agente estressor sentindo quando

esgotado a capacidade de atenccedilatildeo e a concentraccedilatildeo diminuiacutedas havendo um

esforccedilo maior para manter a produtividade Se o agente estressor continuar

agindo e a situaccedilatildeo natildeo for resolvida o corpo ainda que cansado continua

reagindo e consumindo energia ocasionando as doenccedilas 47

Acredita-se que nos seres humanos o grande determinante do

potencial nocivo do estresse eacute um estado interior de insatisfaccedilatildeo consigo

mesmo e com a vida O estresse pode provocar uma reaccedilatildeo nos denominados

oacutergatildeos de choque como os intestinos o estocircmago sistema muscular sistema

arterial e o cardiacuteaco Com a repeticcedilatildeo das situaccedilotildees estressantes ao longo da

vida a pessoa poderaacute apresentar gastrites uacutelceras mau funcionamento do

intestino tensotildees musculares hipertensatildeo arterial e infarto do miocaacuterdio48

A preocupaccedilatildeo em estabelecer a articulaccedilatildeo entre estresse e trabalho

data da Revoluccedilatildeo Industrial e o foco concentrava-se na atribuiccedilatildeo de causas

de doenccedilas agrave exposiccedilatildeo do organismo aos agentes fiacutesicos quiacutemicos ou

bioloacutegicos O sofrimento dos trabalhadores pode ser expresso atraveacutes da

insatisfaccedilatildeo e da ansiedade e pode estar vinculado agraves condiccedilotildees de trabalho

ambiente fiacutesico risco quiacutemico e bioloacutegico condiccedilotildees de higiene e de

seguranccedila organizaccedilatildeo divisatildeo do trabalho e das tarefas relaccedilotildees de poder

as questotildees de responsabilidade habilidade para cuidar de pacientes graves e

o relacionamento entre pessoas49 Tais condiccedilotildees satildeo encontradas de um

modo geral no ambiente hospitalar

52

Atualmente o termo estresse vem sendo empregado como sinocircnimo de

cansaccedilo dificuldade frustraccedilatildeo ansiedade desamparo desmotivaccedilatildeo

Tornou-se o responsaacutevel pela maioria dos males que nos afligem

principalmente aos infortuacutenios relacionados ao estilo de vida urbana atual Com

a disseminaccedilatildeo progressiva do conceito de estresse no discurso popular o

termo passou a ser utilizado como uma accedilatildeo resultante de uma forccedila invisiacutevel e

difusa que agiria como intermediaacuteria entre o indiviacuteduo e o meio ambiente em

que vive e trabalha 150

A enfermagem eacute uma profissatildeo estressante devido agrave sobrecarga de

trabalho necessidade de contato intenso e fisicamente proacuteximo ao paciente

conflitos inerentes ao processo de trabalho sofrimento humano proximidade

com a morteperda e conflitos interpessoais Cabe ao profissional de

enfermagem cuidar de indiviacuteduos adoecidos e promover o seu bem-estar geral

O Health Education Authority classifica a enfermagem como a quarta

profissatildeo mais estressante que tenta afirmar-se profissionalmente de forma a

alcanccedilar maior reconhecimento social 1 50

Neste contexto o envolvimento acaba sendo muito intenso a ponto de

os profissionais natildeo identificarem suas proacuteprias vulnerabilidades ou quando o

fazem deixam-nas de lado tornando-se com isso mais expostos aos efeitos

negativos do estresse 51 52

A aparente aura de tranquilidade dos hospitais oculta uma realidade

onde a tensatildeo estaacute sempre presente onde se exigem concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

continuadamente Esse tipo requerido o trabalhador atento gera uma

sobrecarga mental agravada com a tarefa de zelar pela vida do outro

As LERDORTs guardam estreita relaccedilatildeo com estresse e aparece

devido a uma restriccedilatildeo da micro circulaccedilatildeo nos muacutesculos e tendotildees tensos

que pode evoluir para uma vascularizaccedilatildeo precaacuteria fato que tem por

implicaccedilatildeo a reduccedilatildeo da chegada de nutrientes aos muacutesculos e tendotildees

induzindo agrave fadiga muscular crocircnica e ao surgimento de dor

53

231 LERDORT E ABSENTEIacuteSMO NO TRABALHO

O absenteiacutesmo tem-se tornado problema crucial tanto para as

organizaccedilotildees como para os administradores Suas causas estatildeo ligadas a

muacuteltiplos fatores tornando-o complexo e de difiacutecil gerenciamento Absenteiacutesmo

laboral eacute o termo utilizado na literatura para genericamente indicar o natildeo

comparecimento inesperado ao trabalho quando se espera que o trabalhador

esteja presente em especial aquele de caraacuteter repetitivo Para Miguez e

Bomami (1988)53 aleacutem da ausecircncia fiacutesica o termo absenteiacutesmo contempla um

conjunto de comportamentos de ausecircncia Isto porque o trabalhador pode estar

presente no posto de trabalho mas improdutivo ou ainda que presente natildeo

estar em seu posto de trabalho

Tambeacutem Midorikawa (2000)54 aponta esses dois tipos de absenteiacutesmo

aquele decorrente da falta ao trabalho e aquele em que o trabalhador se

encontra apenas de corpo presente com algum problema de sauacutede que

repercute no seu desempenho e produtividade Pela oacuteptica administrativa o

comparecimento ao trabalho eacute condiccedilatildeo imprescindiacutevel para a eficaacutecia de uma

organizaccedilatildeo

As faltas imprevistas fazem com que as empresas se ressintam da

carecircncia de matildeo-de-obra suficiente para manter a produccedilatildeo ou o serviccedilo e

muitas vezes se veem obrigadas a contornar a situaccedilatildeo substituindo o

ausente por outro funcionaacuterio natildeo necessariamente preparado para

desempenhar aquela funccedilatildeo resultando no decreacutescimo da produtividade na

queda de qualidade aleacutem de exercer um efeito negativo sobre os demais

trabalhadores por gerar sobrecarga de trabalho55 Tal comportamento

sobrecarrega o funcionaacuterio e as chances de erros e adoecimento aumentam

Para Graccedila (2000)56 pior para a produtividade que o absenteiacutesmo eacute o

presentismo Pessoas que embora estejam no trabalho tecircm problemas de

sauacutede ou outros problemas que natildeo lhes permitem ser completamente

funcionais

54

O presentismo eacute um conceito utilizado para explicar o fato das pessoas

estarem presentes no local de trabalho mas devido a problemas de ordem

fiacutesica ou psicoloacutegica natildeo conseguirem cumprir na totalidade as suas funccedilotildees57

Satildeo vaacuterias as profissotildees abrangidas pelo presentismo sendo que as

taxas mais elevadas parecem residir em setores relacionados com a sauacutede e

educaccedilatildeo 57

Entre as principais causas geradoras do presentismo estatildeo os

problemas psicoloacutegicos as doenccedilas musculoesqueleacuteticas e a utilizaccedilatildeo de

faacutermacos como anti-histamiacutenicos e benzodiazepiacutenicos que tem impacto na

produtividade laboral tanto em termos quantitativos de trabalho quando a

produccedilatildeo natildeo corresponde agravequilo que eacute esperado como tambeacutem em termos de

qualidade do trabalho produzido refletindo-se essencialmente em erros e

omissotildees nos procedimentos A quebra da produtividade traduz-se assim na

incapacidade de desempenhar as tarefas de rotina podendo resultar em

elevadas taxas de abandono por doenccedila 57

Na enfermagem esse fenocircmeno vem preocupando os gerentes uma

vez que faltas frequentes ao trabalho repercutem no quantitativo de recursos

humanos refletindo na qualidade da assistecircncia prestada agrave clientela Aleacutem

disso o absenteiacutesmo constitui-se em variaacutevel relevante quando se trata de

dimensionar quadro de pessoal para os serviccedilos As razotildees que acarretam o

absenteiacutesmo em larga escala satildeo as longas jornadas de trabalho as condiccedilotildees

de insalubridade do ambiente de trabalho a baixa remuneraccedilatildeo o duplo

emprego e a tensatildeo emocional e doenccedilas ocupacionais58

O estado fisioloacutegico e psicoloacutegico dos trabalhadores eacute importante em

termos de responsabilidade social59 e o absenteiacutesmo laboral decorrente de

problemas de sauacutede acarretam consequecircncias econocircmicas e sociais pois aleacutem

do ocircnus econocircmico-administrativo direto absorvido pela empresa e pelo

empregado incrementa os gastos ao Sistema de Previdenciaacuterio Social que

responde pelo pagamento dos benefiacutecios pela incapacidade temporaacuteria por

doenccedila ou acidente de trabalho

55

232 LERDORT E AS POLIacuteTICAS TRABALHISTAS

A enfermagem eacute uma das profissotildees da aacuterea da sauacutede cuja essecircncia e

especificidade eacute o cuidado ao ser humano desenvolvendo atividades de

prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede

atuando em equipes60

Portanto a enfermagem eacute considerada responsaacutevel pelo cuidado pelo

conforto acolhimento e bem-estar dos pacientes seja prestando o cuidado

seja coordenando outros setores para a prestaccedilatildeo da assistecircncia e

promovendo a autonomia dos pacientes atraveacutes da educaccedilatildeo em sauacutede61

Cuidar do Ser Humano procurando encontrar caminhos e

desenvolvendo potenciais para que este Ser Humano desempenhe seus

papeacuteis eou possa abdicar deles entregando-se por livre escolha ou por forccedila

das circunstacircncias ao controle de outrem temporaacuteria ou definitivamente com

dignidade e respeito levando-o a sentir-se estimado e respeitado durante todo

o processo de viver tudo isto eacute papel da enfermagem 62

Ideologicamente a definiccedilatildeo posta acima deixa transparecer relaccedilatildeo

direta da enfermagem com bem estar mas por outro lado a reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas trabalhistas visa diminuir cada vez mais o nuacutemero de trabalhadores

economicamente ativos e achata a remuneraccedilatildeo daqueles que continuam

inseridos no mercado formal de trabalho63 tal preceito finda por conduzir a um

intenso processo de flexibilizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho marcado pelo

aumento das horas extras de trabalho e rendimento salarial modesto criando

assim uma sociedade global de risco64 Essa relaccedilatildeo por um lado trouxe

conquistas para a vida humana48 moderna mas tem produzido por outro lado

desafios para a aacuterea da sauacutede do trabalhador Dentre tais desafios encontram-

se as alcunhadas LERDORTs65

As LERDORTs tiveram um faacutetuo incremento nos uacuteltimos quinze anos e

satildeo consideradas como uma epidemia3566 No Brasil esse incremento comeccedilou

no iniacutecio da deacutecada de 80 no setor de processamento de dados mas

presentemente eacute possiacutevel encontrar casos em quase todos os ramos de

atividade67 e tem estreita relaccedilatildeo com as poliacuteticas trabalhistas

56

A conjuntura poliacutetica o achatamento salarial estreitamento do mercado

de trabalho e o desemprego satildeo fatores agravantes aos profissionais de

enfermagem e obriga esses profissionais a atuarem em mais de um local de

trabalho exercendo uma carga horaacuteria mensal extremamente longa 68

Tal fato parece ser agravado quando se pensa no profissional de

enfermagem de niacutevel meacutedio o mercado de trabalho se mostra cruel no que

tange agraves remuneraccedilotildees oferecendo em meacutedia dois salaacuterios miacutenimos pela

jornada de trabalho de quarenta horas semanais para esses profissionais68

O problema vem se agravando paulatinamente pelo desconhecimento

acerca do processo de adoecimento e pela ausecircncia de intervenccedilotildees

ergonocircmicas na condiccedilatildeo de trabalho69 e nesse sentido satildeo essenciais

esforccedilos para a compreensatildeo do homem na ambiecircncia laboral bem como de

programa educativo para prevenccedilatildeo de doenccedilas ocupacionais pois aquilatam

atitudes que valorizam a cultura da sauacutede ocupacional

De um modo geral quando se fala em sauacutede prevenccedilatildeo eacute ponto

meritoacuterio de destaque sobretudo pela questatildeo faacutermaco-econocircmica Quando se

trata especificamente da sauacutede ocupacional prevenccedilatildeo eacute apresentada como

fator primordial 35 70 71 72 73 e 74

24 A EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE NA LERDORT

Os projetos educativos em sauacutede satildeo majoritariamente propostos com

a perspectiva de transmissatildeo de um conhecimento onde o profissional da

sauacutede que sabe ensina para a populaccedilatildeo leiga

A forma de se educar em sauacutede descrita acima com certa ironia pode

ser melhor compreendida se considerarmos que as praacuteticas sanitaacuterias que

ganharam supremacia ao longo do seacuteculo XX fundamentaram-se na

hegemonia do binocircmio sauacutede-doenccedila como questotildees antagocircnicas esse

caminho incutiu padrotildees culturais sanitaacuterios inadequados constituindo o que

vem sendo nomeado contemporaneamente como comportamentos de

risco75 e assim parece evidente que as mudanccedilas comportamentais esperadas

57

com esse tipo de praacutetica constituem um produto raro das propostas educativas

implantados sem a efetiva participaccedilatildeo dos sujeitos 76 77

Os princiacutepios preventivos de LERDORT na realidade satildeo

reestruturaccedilotildees do processo de produccedilatildeo de conhecimento e devem resultar

na melhoria da qualidade de vida no trabalho78 79

Por outro lado atuaccedilotildees preventivas podem tornar-se meros rituais80

uma vez que se transformam numa seacuterie de protocolos e procedimentos que

seratildeo incorporados por funcionaacuterios sem uma efetiva participaccedilatildeo dos

mesmos no processo de construccedilatildeo das medidas preventivas

Os programas preventivos para prevenccedilatildeo das LERDORTs via de

regra satildeo embasados pela praacutetica da ginaacutestica laboral no entanto tal praacutetica

merece ser melhor estudada e compreendida pois natildeo apresentam soluccedilotildees

definitivas na reduccedilatildeo do surgimento das doenccedilas ocupacionais 81 82 83 84 85 86

Assim atitudes preventivas quando natildeo idealizadas em parceria com os

grupos a que seratildeo aplicadas e de acordo com suas reais necessidades e

praacutexis podem natildeo surtir efeitos desejados pois seratildeo na verdade conjunto de

regras e leis a serem adotadas nesse sentido a praacutetica prevencionista passa a

ser simples aplicaccedilatildeo de leis e normas que satildeo incorporadas agrave legislaccedilatildeo e

tornam-se obrigatoacuterios na praacutetica da seguranccedila do trabalho87 e portanto devem

ser memorizadas e cumpridas

Educaccedilatildeo em sauacutede constitui um conjunto de saberes e praacuteticas

orientadas para a prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede87 Dessa forma

rompe-se com a verticalidade da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio88

O usuaacuterio eacute reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o

processo sauacutede-doenccedila-cuidado capaz de estabelecer uma interlocuccedilatildeo

dialoacutegica com o serviccedilo de sauacutede e de desenvolver uma anaacutelise criacutetica sobre a

realidade e o aperfeiccediloamento das estrateacutegias de luta e enfrentamento 88

A estrateacutegia valorizada por este modelo eacute a comunicaccedilatildeo dialoacutegica que

visa agrave construccedilatildeo de um saber sobre o processo sauacutede-doenccedila-cuidado que

capacite os indiviacuteduos a decidirem quais as estrateacutegias mais apropriadas para

promover manter e recuperar sua sauacutede88

58

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) define sauacutede como natildeo apenas

ausecircncia de doenccedila mas tambeacutem enquanto uma situaccedilatildeo de perfeito bem-

estar fiacutesico mental e social Atualmente entende-se que essa definiccedilatildeo ainda

que avanccedilada para a eacutepoca em que foi elaborada atualmente eacute irreal e

ultrapassada Eacute possiacutevel afirmar que se trata de um conceito irreal pois referir-

se ao perfeito bem-estar caracteriza uma utopia jaacute que se acredita na

impossibilidade de atingir a perfeiccedilatildeo fiacutesica mental e social simultaneamente89

Seria pertinente ponderar que o conceito de sauacutede natildeo pode ser ideado

como um conceito unicausal mas sim transdisciplinar Sabe-se que definir

sauacutede implica uma experiecircncia subjetiva individual vivenciada pelo sujeito e

que natildeo pode ser totalmente apreendida pelo saber fazer cientiacutefico90 91 pois os

problemas de sauacutede natildeo se referem apenas ao monitoramento de doenccedilas

mas principalmente na anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo

abrangendo o aspecto econocircmico social e ambiental O planejamento a

programaccedilatildeo e a execuccedilatildeo de accedilotildees a serem implementadas para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede devem objetivar a eliminaccedilatildeo dos

riscos e danos e fundamentalmente os causadores destes

Por outro lado o conceito de educar eacute compreendido pela inserccedilatildeo do

homem na realidade e o processo deve partir sempre de experiecircncias do

homem com a realidade na qual estaacute inserido da sua vivecircncia pessoal com a

sua realidade a educaccedilatildeo deve cumprir tambeacutem a funccedilatildeo de analisar e refletir

a realidade posta no sentido de apropriar-se dela e transforma-la92

Ao se aglutinar esses pressupostos supra mencionados cria-se a

possibilidade real de se pensar em educaccedilatildeo em sauacutede que eacute entendida como

uma atividade planejada e tem como objetivo estimular e criar condiccedilotildees para

que mudanccedilas de comportamento sejam produzidas no zelo com a sauacutede93 94

estando assim totalmente desvinculada agrave mera obediecircncia aos cuidados

preventivos importantes e necessaacuterios idealizados para a promoccedilatildeo em sauacutede

A educaccedilatildeo em sauacutede pressupotildee uma combinaccedilatildeo de oportunidades

que favoreccedilam a manutenccedilatildeo da sauacutede e sua promoccedilatildeo natildeo se trata de uma

mera transmissatildeo de conteuacutedos mas sim como a adoccedilatildeo de praacuteticas

educacionais que busquem a autonomia dos sujeitos na conduccedilatildeo de sua

vida95

59

No intento de apreender essa perspectiva eacute importante grifar os modelos

sobre a educaccedilatildeo em sauacutede a saber O modelo tradicional e o modelo

radical96

De acordo com o modelo tradicional que eacute chamado tambeacutem de modelo

preventivista adota os pressupostos da sauacutede puacuteblica tradicional tal modelo

evidencia a prevenccedilatildeo de agravos centrando-se na mudanccedila individual96

Intenciona-se com este modelo a mudanccedila de comportamento individual

e segue a loacutegica da pedagogia de ensino bancaacuterio no qual o ldquoprofessorrdquo deteacutem

todo o conhecimento que seraacute ldquodepositadordquo nos educandos que satildeo sujeitos

passivos do processo Leva em consideraccedilatildeo que o sujeito eacute receptor de

conteuacutedo e que nada ou pouco sabe sobre o assunto em questatildeo Tal modelo

dificulta e inibe o despertar da consciecircncia criacutetica em relaccedilatildeo ao autocuidado

com a sauacutede96

Por outro lado o modelo radical de educaccedilatildeo em sauacutede surge no

tentame de compreender a complexidade da vida e da sauacutede surge na ideia do

construtivismo e tem como objetivo principal a promoccedilatildeo da sauacutede

considerando o saber do outro sobre os aspectos da realidade pessoal e

coletiva

Os pressupostos do modelo radical fundamentam-se nas ideias de Paulo

Freire e eacute um modelo educativo onde as pessoas satildeo estimuladas a

desenvolver uma consciecircncia criacutetica pelo processo de anaacutelise coletiva de

problemas na busca de soluccedilotildees e estrateacutegias conjuntas para a mudanccedila da

realidade Essa pedagogia evidencia a formaccedilatildeo de um indiviacuteduo mais criacutetico e

questionador 97

Considerando-se a educaccedilatildeo em sauacutede na ambiecircncia laboral parece

precioso ressaltar que as questotildees pertinentes sobre sauacutede-trabalho passaram

por vaacuterias modificaccedilotildees ao longo da histoacuteria

No que tange a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede para o trabalho as

primeiras preocupaccedilotildees foram com a seguranccedila do trabalhador os esforccedilos

eram voltados no intento de afastamento dos riscos acidentaacuterios mais

tardiamente preocupou-se tambeacutem com a medicina do trabalho que era

voltada para a cura de doenccedilas oriundas nessa ambiecircncia em seguida

60

alargou-se o olhar para a questatildeo higiene industrial visando a prevenir as

doenccedilas e garantir sauacutede ocupacional mais tarde o questionamento passou

para a sauacutede do trabalhador que caminha em direccedilatildeo ao bem-estar fiacutesico

mental e social dos trabalhadores que tem vida dentro e fora do loacutecus laboral98

Neste contexto eacute impossiacutevel isolar o homem-trabalhador do homem-

social como se o trabalhador pudesse deixar no portatildeo de entrada da empresa

toda a sua histoacuteria pessoal ou se na saiacuteda retirasse do corpo fiacutesico e mental

toda carga e significado conferido pelo trabalho98 e parece ser nessa loacutegica que

a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede no ambiente de trabalho assume relevacircncia eacute

neste ambiente que o indiviacuteduo passa grande parte do seu dia e seria salubre

que neste mesmo espaccedilo o indiviacuteduo pudesse vivenciar uma reflexatildeo a

respeito da sua proacutepria sauacutede como partiacutecipe do processo de mudanccedila da

realidade

A Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute de suma importacircncia quando se pretende

vincular novas posturas e tomadas de atitudes frente ao cuidado com a

promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo da doenccedila99 Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute

compreender os problemas que acometem determinada comunidade e fazer

que a populaccedilatildeo tenha consciecircncia desses problemas e busquem soluccedilotildees100

para tal a educaccedilatildeo deve estar pautada no diaacutelogo bem como na troca de

experiecircncias e deve haver uma ligaccedilatildeo entre o saber cientiacutefico e o sensu

comum

Programas de Educaccedilatildeo em Sauacutede satildeo importantes pois

contextualizam e despertam nas pessoas o saber e a atitude participativa nas

accedilotildees educativas obtendo assim melhorias nas suas condiccedilotildees de sauacutede 101

induz a mudanccedilas de crenccedilas atitudes e comportamentos em relaccedilatildeo ao

autocuidado e ao cuidado com os outros

Tal abordagem parece ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da

LERDORT em teacutecnicos de enfermagem pois dentre as profissotildees da aacuterea da

sauacutede essa eacute a que mais eacute acometida por esses distuacuterbios tem sido afetada

por distuacuterbios musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 80 de

ocorrecircncia102103 104

61

Esses distuacuterbios favorecem a diminuiccedilatildeo da capacidade laborativa uma

vez que estaacute ligada a diminuiccedilatildeo seguranccedila no trabalho105 106 e atitudes de

Educaccedilatildeo em Sauacutede podem suavizar a inseguranccedila e diminuir sintomas fiacutesicos

de forma a proporcionar um incremento da capacidade funcional fato que pode

contribuir para a melhoria da qualidade de vida outrora afetada na ambiecircncia

de trabalho

Algumas dificuldades de compreensatildeo acerca dos riscos ocupacionais

como tambeacutem a dificuldade de aceitaccedilatildeo em cumprir certas medidas de

seguranccedila permanecem marcantes ainda hoje nos trabalhadores de

enfermagem possivelmente devido agrave falta de formaccedilatildeo e conhecimentos sobre

tais riscos bem como uma questatildeo ideoloacutegica do quatildeo eacute importante cuidar do

outro com o maacuteximo de competecircncia e dedicaccedilatildeo procurar salvar-lhe a vida

minimizar-lhe as dores ouvir suas queixas confortaacute-lo natildeo sendo dada muita

importacircncia ao aumento da carga horaacuteria laboral ao cansaccedilo agraves condiccedilotildees

inapropriadas para se trabalhar a falta de horaacuterio para alimentaccedilatildeo

sonorepouso lazer entre outros problemas107

Em estudo96 realizado para verificar o niacutevel de conhecimento dos

trabalhadores de sauacutede hospitalar no desenvolvimento de suas atividades

constatou-se que eles conhecem os riscos de forma geneacuterica e que esse

conhecimento natildeo se transforma numa accedilatildeo segura de prevenccedilatildeo de acidentes

e doenccedilas ocupacionais apontando para a necessidade de uma accedilatildeo que

venha modificar essa situaccedilatildeo27

Em funccedilatildeo dessa conclusatildeo percebe-se que a questatildeo da Educaccedilatildeo em

Sauacutede e sua representaccedilatildeo no ambiente de trabalho satildeo fatores que podem

propiciar ao trabalhador condiccedilotildees significativas de vivenciar e compreender

diversas experiecircncias de controle de risco dentro e fora do ambiente de

trabalho97 De tal modo que torna-se imprescindiacutevel a experimentaccedilatildeo de

praacuteticas de Educaccedilatildeo em Sauacutede para todos os trabalhadores envolvidos com o

setor sauacutede108

A educaccedilatildeo no ambiente de trabalho serve de suporte para que os

trabalhadores possam desempenhar suas funccedilotildees com mais seguranccedila e

qualidade constituindo-se uma exigecircncia de todos os serviccedilos de assistecircncia agrave

sauacutede109

62

Os trabalhadores tecircm direito de saber quais os perigos e riscos

potenciais de suas tarefas e locais de trabalho eacute importante que os

trabalhadores se empoderem de saberes que visem o melhoramento das

condiccedilotildees de trabalho pelas suas proacuteprias accedilotildees devendo para isso receber

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para enfrentar efetivamente seus problemas

de sauacutede ocupacional109

Mesmo que os autores nos artigos anteriormente referidos tenham feito

alusotildees geneacutericas referentes agrave importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede

Ocupacional de forma mais ampla seus apontamentos auxiliam na

compreensatildeo da importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada tambeacutem ao

teacutecnico de enfermagem entendendo que praacuteticas educativas em sauacutede

contribuem na compreensatildeo do quatildeo profiacutecuo eacute uma boa condiccedilatildeo de sauacutede

para o bom desempenho laboral

Muitas vezes na praacutetica a Educaccedilatildeo em Sauacutede tem sido considerada

apenas como divulgaccedilatildeo transmissatildeo de conhecimentos e informaccedilotildees de

forma fragmentada e muitas vezes distante da realidade de vida do puacuteblico

alvo poreacutem o fulcro do problema que ainda permanece estaacute no caraacuteter

abstrato da concepccedilatildeo da relaccedilatildeo unidirecional como se ela fosse uma relaccedilatildeo

entre dois aquele que ensina e aquele que aprende abstraiacuteda do contexto

soacutecio institucional

Tal afirmaccedilatildeo pode ser constatada ao se analisar o trabalho100 proposto

por J Hartvigsen S Lauritzen S Lings T Lauritzen que tinha como objetivo

avaliar a eficaacutecia de uma intervenccedilatildeo ergonocircmica educacional intensiva no

sentido de reduzir dores lombares entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

que trabalham no cuidados de pacientes com AIDS no ambiente domiciliar Os

participantes foram acompanhados semanalmente por um profissional

especialmente treinado que instruiacutea os participantes da pesquisa quanto agrave

transferecircncia do paciente e teacutecnicas de levantamento de peso Os participantes

assistiram a aulas com a temaacutetica dor lombar de trecircs horas Os dados foram

coletados por meio do questionaacuterio Noacuterdico chegando-se ao resultado de que

natildeo houve melhora na percepccedilatildeo da sintomatologia dolorosa relacionada agrave dor

lombar no grupo pesquisado110

63

Em oposiccedilatildeo agrave metodologia proposta no paraacutegrafo acima acreditamos

que a accedilatildeo de quem se compromete em trabalhar com Educaccedilatildeo em Sauacutede na

sauacutede ocupacional deve ser aberta para construir novos conhecimentos

compreender o processo de ensinar e apreender como fluxo de via de matildeo

dupla juntamente com os pares

Em outros estudos autores concluem que a construccedilatildeo participativa eacute o

melhor vieacutes para se fazer educaccedilatildeo em sauacutede Estudiosos inferem que

seminaacuterios realizados com enfermeiras auxiliam na identificaccedilatildeo de fatores de

riscos ergonocircmicos e fornecem ganho de habilidades na resoluccedilatildeo de

problemas relacionados a esses riscos Os resultados da pesquisa indicaram

moderada a alta confianccedila na realizaccedilatildeo das avaliaccedilotildees ergonocircmicas por parte

das enfermeiras que participaram dos seminaacuterios indicando que o experimento

participativo gerou um niacutevel moderado a elevado de confianccedila na prevenccedilatildeo ao

surgimento das LERDORTs111 112

Na tentativa de reduzir sintomas relacionados ao trabalho na regiatildeo

cervical e membros superiores em enfermeiros um serviccedilo de sauacutede

ocupacional Holandecircs desenvolveu de forma participativa um programa de

prevenccedilatildeo que objetivava a exposiccedilatildeo aos enfermeiros de fatores de risco na

ambiecircncia laboral O estudo randomizado teve duraccedilatildeo de 12 meses e para tal

os participantes foram aleatoriamente divididos em grupo de intervenccedilatildeo e

grupo controle o desfecho do estudo mostrou que ocorreu uma significativa

mudanccedila positiva entre educaccedilatildeo participativa e diminuiccedilatildeo de adoccedilatildeo de

posturas e movimentaccedilatildeo adversas112

Em outro trabalho chega-se a conclusatildeo que os transtornos traumaacuteticos

cumulativos representam mais da metade de todos os acidentes de trabalho

notificados nos Estados Unidos e que a falta de uma definiccedilatildeo clara sobre

esses traumas eacute causa de confusatildeo entre trabalhadores nesse sentido os

autores propuseram o desenvolvimento coletivo de um cartaz educativo sobre

traumas cumulativos que tinha como intento descrever a prevenccedilatildeo cuidados e

reabilitaccedilatildeo Apoacutes a confecccedilatildeo do cartaz foi realizado avaliaccedilatildeo dos servidores

por meio de entrevista e os autores concluiacuteram que a maioria dos participantes

acreditou que o cartaz foi uacutetil ou muito uacutetil e que promovia real mudanccedila de

comportamento na tomada de medidas reducionais para os fatores de risco113

64

Por fim a educaccedilatildeo continuada de teacutecnicos de enfermagem envolvendo

temas relacionados agrave sauacutede ocupacional deve ser reconhecida como

estrateacutegia que pode contribuir para a consolidaccedilatildeo de uma boa qualidade de

vida no trabalho Embasado neste princiacutepio as praacuteticas educativas em sauacutede

na ambiecircncia hospitalar podem e devem ser diversificadas poreacutem coadunadas

com a realidade dos sujeitos que vivencia o saber fazer da tarefa

65

OBJETIVOS

66

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar os resultados de um Programa Educativo em Sauacutede idealizado a

partir da realidade do trabalho de teacutecnicos de enfermagem nos aspectos

percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem quanto ao processo de surgimento das

LERDORTs qualidade de vida e percepccedilatildeo dolorosa

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Apreender a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre o processo

de adoecimento relacionado com a LERDORT

Elaborar a partir dos dados obtidos uma proposta de Educaccedilatildeo em

Sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do teacutecnico de

enfermagem

Analisar a qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor

estado geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental

antes e apoacutes vivecircncia de uma proposta educativa

Avaliar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo aos

sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho antes e apoacutes o

desdobramento desta proposta

67

METODOLOGIA

68

4 METODOLOGIA

41 FUNDAMENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-

descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e

quantitativas104 A dicotomia entre abordagem qualitativa e quantitativa que se

estabelece na praacutetica de um lado deixa agrave margem relevacircncias e dados que

natildeo podem estar contidos em nuacutemeros e de outro lado agraves vezes contempla

apenas os significados subjetivos e omite a realidade114

A escolha do desenho metodoloacutegico se deu por entender que os

meacutetodos qualitativos e quantitativos natildeo guardam relaccedilotildees de oposiccedilatildeo entre

si115 e que a triangulaccedilatildeo torna a investigaccedilatildeo mais forte116 e se ajusta agraves

perguntas do presente desse estudo

Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento

correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos

especiacuteficos 1 e 2 ou seja conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo para elaborar

um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo

de suas praacuteticas

O segundo momento da pesquisa correspondeu ao caminho

metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos especiacuteficos 3 e 4 ou seja

avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado

especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida

como a percepccedilatildeo aacutelgica

Para a primeira etapa da pesquisa privilegiou-se abordagem qualitativa

Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se compreender o fenocircmeno

LERDORT na perspectiva de teacutecnicos de enfermagem Esta abordagem

apresentou-se como importante estrateacutegia pois permitiu compreender e

conhecer significados e praacuteticas individuais e coletivas dos sujeitos

69

pesquisados o que possibilitou ao pesquisador conhecer sentimentos e

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo ao objeto de estudo fato

que muito contribuiu na construccedilatildeo coletiva do manual educativo

Para a segunda etapa da pesquisa privilegiou-se a abordagem

quantitativa Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se alcanccedilar o

entendimento de singularidades pertinentes na avaliaccedilatildeo do Programa

Educativo como qualidade de vida e percepccedilatildeo aacutelgica

42 O CONTEXTO DA PESQUISA

O loacutecus do estudo foi o Hospital Escola Dr Heacutelvio de Farias Auto uacutenico

hospital do Estado de Alagoas especializado no cuidado de portadores de

doenccedilas infectocontagiosas

A unidade foi inaugurada no fim do seacuteculo XIX com o propoacutesito de isolar

pacientes portadores de hanseniacutease peste coacutelera malaacuteria entre outras vindos

de todo o Estado de Alagoas Apoacutes uma reforma estrutural na deacutecada de 40

no Governo Silvestre Peacutericles de Goacutees Monteiro passou a ser

denominado ldquoHospital Constanccedila de Goacutees Monteirordquo e ampliou o atendimento

para traumas Na deacutecada de 80 o Hospital mudou novamente de denominaccedilatildeo

e passou a chamar-se ldquoHospital de Doenccedilas Tropicais Constanccedila de Goacutees

Monteirordquo e volta a especializar-se em doenccedilas infecciosas hoje estaacute vinculado

a Secretaria Estadual de Sauacutede de Alagoas e passou a servir de referecircncia

junto ao Ministeacuterio da Sauacutede

A caracteriacutestica de ser Hospital de Ensino se deve ao fato de aqui serem

ministradas desde a deacutecada de 50 aulas teoacutericas e praacuteticas da disciplina de

doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias da Universidade Federal de Alagoas e

posteriormente em 1970 tambeacutem da Escola de Ciecircncias Meacutedicas de Alagoas

Em dezembro de 1998 foi denominado ldquoHospital Escola Heacutelvio Joseacute de

Farias Autordquo em homenagem ao Meacutedico e Professor pertencente ao quadro

efetivo do hospital e pioneiro no estudo das doenccedilas infectocontagiosas no

Estado

70

No ano de 2000 apoacutes a reforma Administrativa do Estado o Hospital

passou a ser vinculado a entatildeo Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Ciecircncias da Sauacutede

(UNCISAL) mantendo suas caracteriacutesticas como referecircncia no cuidado de

doenccedilas infectocontagiosas e mantendo sua funccedilatildeo de Hospital Escola

atendendo exclusivamente aos usuaacuterios do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Em 2005 apoacutes a transformaccedilatildeo da UNCISAL em Universidade Estadual

de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas o hospital passou a ser uma das Unidades

Complementares dessa Universidade

O atendimento se destina aos doentes encaminhados por outros

serviccedilos acometidos ou com suspeita cliacutenica das doenccedilas infecciosas O

cliente encaminhado recebe um atendimento inicial no ambulatoacuterio caso o seu

problema possa ser incluiacutedo em um dos programas de atenccedilatildeo do hospital ele

seraacute registrado como usuaacuterio dispondo a partir daiacute de qualquer serviccedilo

existente no hospital

Dependendo da necessidade o paciente poderaacute ser atendido em

consulta de ambulatoacuterio na internaccedilatildeo ou no hospital-dia

O Hospital dispotildee de Ambulatoacuterio Serviccedilo de admissatildeo e registro

Serviccedilo Social Farmaacutecia Lavanderia Hospitalar Serviccedilo de Nutriccedilatildeo e

Dieteacutetica Central de Esterilizaccedilatildeo de Materiais Nuacutecleo de Reabilitaccedilatildeo

Psicologia Radiologia Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Comissatildeo de

Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar Serviccedilo de Arquivo Meacutedico Ouvidoria

Assessoria de Comunicaccedilatildeo Hospital Dia Auditoacuterio Sala de Aula Auditoacuterio e

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

A Capacidade Instalada eacute de 113 (cento e treze) leitos distribuiacutedos em

05 (cinco) Unidades de Internaccedilatildeo Hospitalar a saber 40 leitos masculinos 19

leitos femininos 40 leitos de pediatria e 07 leitos patologia do trato respiratoacuterio e

10 leitos de UTI

71

43 POPULACcedilAtildeO DE ESTUDO

Os sujeitos da pesquisa foram teacutecnicos de enfermagem que trabalham

no Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto por mais de 01 (um) ano no cuidado aos

pacientes internados e que natildeo tinham diagnoacutestico cliacutenico de qualquer doenccedila

reumaacutetica

Os sujeitos do estudo foram selecionados de forma intencional a partir

de convite realizado publicamente atraveacutes de cartazes (anexo 1) dispostos nos

quadros de avisos situados proacuteximo ao reloacutegio de ponto e no repouso dos

funcionaacuterios do hospital apoacutes a manifestaccedilatildeo do desejo de participar foi feito

contatos para apresentar os propoacutesitos da pesquisa

Dentre os teacutecnicos de enfermagem encontramos 76 provaacuteveis

colaboradores desse total apoacutes a leitura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (anexo 2) 70 concordaram em participar da pesquisa

perfazendo um total de 9210 dos elegiacuteveis

Dos que concordaram em participar5 (714) eram do gecircnero masculino

e 65 (9286) do gecircnero feminino tendo como meacutedia de idades 2871 anos

(DP + 503 IC a 950=167) Em relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo civil o maior nuacutemero dos

respondentes possuiacutea uniatildeo estaacutevel (5714)

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de escolaridade 4572 dos teacutecnicos de

enfermagem concluiacuteram niacutevel superior enquanto 5428 findaram niacutevel meacutedio

A renda mensal meacutedia dos respondentes gira em torno de R$ 84943 tal

salaacuterio correspondeu a 204 salaacuterios miacutenimos na eacutepoca da coleta dos dados

Em relaccedilatildeo agrave etnia os integrantes se auto declararam em sua maioria

pardos (62) oito (08) se auto declararam brancos e cinco (05) negros

O tempo meacutedio de anos na atividade profissional como teacutecnico de

enfermagem foi de 7 anos (DP+407 IC a 95)

72

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo dos Teacutecnicos de Enfermagem do Hospital Escola Dr

Heacutelvio AutoUNCISAL Janeiro 2009

VARIAVEL CARACTERIZACcedilAtildeO DOS TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

Meacutedia de idade 2871plusmn503

Gecircnero Feminino 65 (9286)

Gecircnero Masculino 05 (714)

Escolaridade (Niacutevel Superior) 4772

Escolaridade (Niacutevel Meacutedio) 5428

Estado Civil (Casado) 5714

Estado Civil (solteiro) 4386

Meacutedia de renda mensal 205 Salaacuterios Miacutenimos

Tempo Meacutedio de trabalho com

enfermagem 7 plusmn 407

Legenda Salaacuterio Miacutenimo da eacutepoca R$ 41500

O grupo selecionado foi dividido aleatoriamente pelo pesquisador

principal por meio de sorteio simples em dois subgrupos os participantes

foram identificados por nuacutemeros sendo todos escritos em papeacuteis e colocados

em um envelope de cor escura e retirados um a um os primeiros trinta e cinco

serviram para formar a lista dos sujeitos participantes da primeira etapa de

coleta de dados (subgrupo 1) e os restantes formaram a lista dos sujeitos

participantes da segunda etapa (subgrupo 2) O subgrupo 1 contendo 50 dos

elegiacuteveis participou de grupo focal e foram submetidos a observaccedilatildeo

73

etnograacutefica pelo pesquisador Os dados coletados nesta etapa ofereceram

subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo do recurso educativo

O subgrupo 2 contendo exatamente o mesmo contingente participou do

programa educativo e respondeu o Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) (anexo 3) e o Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36) (anexo 4)

Apoacutes a divisatildeo dos grupos o pesquisador por meio de contato

telefocircnico agendou reuniatildeo com o grupo a reuniatildeo ocorreu no auditoacuterio do

hospital e nesse momento foram explicadas as razotildees e objetivos da pesquisa

e a divisatildeo dos grupos sendo mais uma vez lido o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) para que os mesmos os assinassem autorizando a

sua participaccedilatildeo na pesquisa

44 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Nesta pesquisa foram utilizados cinco instrumentos de coleta de dados

de acordo com Santos (1999) a utilizaccedilatildeo de mais de um instrumento permite

ao pesquisador combinar vantagens e corrigir algumas deficiecircncias de qualquer

fonte de informaccedilotildees ou seja permite ao pesquisador validar as

informaccedilotildees117118

Para a primeira etapa da pesquisa os instrumentos escolhidos foram

observaccedilatildeo etnograacutefica entrevista de aprofundamento e grupo focal

Na segunda etapa apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa os

instrumentos utilizados foram Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) 119 e Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36)120

74

441 PRIMEIRA ETAPA

4411 OBSERVACcedilAtildeO ETNOGRAacuteFICA

Trata-se de uma modalidade de pesquisa social que foi desenvolvida

pelos antropoacutelogos Boas e Malinoviski tal abordagem constitui a partir da

observaccedilatildeo in locus dos comportamentos sociais na descriccedilatildeo vivida e

detalhada da realidade de pessoas pertencentes a um determinado contexto

essa teacutecnica em educaccedilatildeo em sauacutede pode viabilizar a possibilidade de prestar

cuidados mais congruentes e mais proacuteximos da realidade A etnografia eacute

constituiacuteda numa descriccedilatildeo vivida da realidade de pessoas pertencentes a um

determinado contexto cultural

ldquoA etnografia no seu sentido mais amplo

pode ser definida como um processo

sistemaacutetico de observar detalhar descrever

documentar e analisar o estilo de vida ou

padrotildees especiacuteficos de uma cultura ou

subcultura para aprender o seu modo de

viver em seu ambiente naturalrdquo (LEININGER

1985 p 35)121

A etnografia eacute uma teacutecnica metodoloacutegica alicerccedilada na metodologia

qualitativa onde o processo eacute criado na interaccedilatildeo com o grupo e para tal o

senso comum deve ser valorizado trata-se de uma postura metodoloacutegica que

se opotildee aos modos tradicionais de manusear os problemas Eacute um modo de

olhar de muito perto que se baseia em experiecircncia pessoal e na participaccedilatildeo

do cotidiano

Deve ser entendida como a descriccedilatildeo de uma cultura que pode ser a de

um pequeno grupo tribal numa terra exoacutetica ou a de uma turma de uma escola

75

dos subuacuterbios sendo a tarefa do investigador etnograacutefico compreender a

maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo110 122

Segundo Laplantine (1994)123 a etnografia tem como fundamento a

ruptura inicial em relaccedilatildeo ao abstrato e especulativo e com tudo aquilo que natildeo

esteja baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos sociais a partir de

uma relaccedilatildeo humana Considera ainda que para a captaccedilatildeo profunda de um

fenocircmeno eacute preciso compreendecirc-lo alternadamente tal como percebe o

observador estrangeiro mas tambeacutem tal como os atores sociais o vivem O

fundamento deste movimento de desdobramento ininterrupto diz respeito agrave

especificidade do objeto antropoloacutegico

Segundo Spradley (1980)122 o elemento essencial da etnografia eacute

buscar compreender o modo de vida de pessoas ou grupos na sua proacutepria

perspectiva e localidade

A observaccedilatildeo implica em buscar e construir a teoria geral da cultura

objetivando gerar hipoacuteteses e viabilizar investigaccedilotildees subsequentes saberes e

costumes de um grupo123

Os dados culturais de uma etnografia derivam de abstraccedilotildees daquilo que

as pessoas fazem ou dizem que fazem ou ainda a forma como interpretam

aquilo que fazem124

O subgrupo 1 foi observado pelo pesquisador por um periacuteodo de 03

(trecircs) meses no periacuteodo de fevereiro a abril de 2009 e foi realizado com uma

periodicidade de 03 (trecircs) vezes por semana em dias alternados a alternacircncia

dos dias ocorreu para diversificar os teacutecnicos de enfermagem As impressotildees

foram anotadas em diaacuterio de campo Aleacutem da observaccedilatildeo participante

registros fotograacuteficos produzidos pelo pesquisador em campo foram utilizados

como recursos para o procedimento de coleta de informaccedilotildees pois se

acreditou que tais imagens forneceriam informaccedilotildees de situaccedilotildees vividas no

tempo real da observaccedilatildeo Tal observaccedilatildeo resultou numa descriccedilatildeo vivida da

realidade dos teacutecnicos de enfermagem e possibilitou a geraccedilatildeo de conceitos e

teorias que serviram como subsiacutedios para a confecccedilatildeo do programa educativo

baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos do grupo em estudo

76

A escolha metodoloacutegica levou em consideraccedilatildeo que o campo eacute um lugar

de aprendizagem e entendimento do assunto que se pretende estudar que o

pesquisador para compreender o simboacutelico deveria estar proacuteximo do loacutecus da

pesquisa que o pesquisador deveria estar preparado para inserir-se no campo

de pesquisa interagindo com os participantes com a finalidade de apreender

com os colaboradores que o pesquisador natildeo partiria para o campo com ideias

preacute-concebidas ou com uma seacuterie de hipoacuteteses preacute-estabelecidas que a

aquisiccedilatildeo do conhecimento se daria a partir das interaccedilotildees com os

participantes da pesquisa

4412 ENTREVISTA DE APROFUNDAMENTO

Para aprofundar a compreensatildeo das categorias que emergiram do campo

por meio da observaccedilatildeo etnograacutefica e melhor apreender significados que os

profissionais atribuem ao mesmo optamos pela entrevista de aprofundamento

Utilizamos a entrevista semiestruturada que para Minayo (2002)115

permite alguma padronizaccedilatildeo e favorece a comparaccedilatildeo de dados obtidos pelo

conjunto de respostas mas tambeacutem eacute flexiacutevel permitindo adaptaccedilotildees e

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees complementares

A entrevista apresenta como vantagens a possibilidade do entrevistador

poder esclarecer o significado das perguntas possibilitando a obtenccedilatildeo de

maior nuacutemero de respostas (eacute mais livre do que um questionaacuterio) aleacutem disso eacute

uma teacutecnica muito eficiente para obtenccedilatildeo de dados que permitam

aprofundamento115

O nuacutemero de participantes entrevistados foi definido somente durante a

execuccedilatildeo do trabalho no campo na seleccedilatildeo dos participantes considerou-se

natildeo o nuacutemero de pessoas mas a qualidade e repetitividade das informaccedilotildees115

116 As entrevistas foram feitas em nuacutemero significante para ateacute que houvesse

saturaccedilatildeo e repetitividade das informaccedilotildees Foram assim realizadas 28 (vinte

e oito) entrevistas com tempo meacutedio de 46 minutos cada uma

77

Para a elaboraccedilatildeo do roteiro das entrevistas foram utilizados 03 (trecircs)

nuacutecleos direcionadores desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas

As respostas foram gravadas em aacuteudio mediante o consentimento do

entrevistado e posteriormente transcritas integralmente pelo proacuteprio

pesquisador respeitando-se as pausas e outras expressotildees que puderam

auxiliar a traduccedilatildeo da realidade

Em relaccedilatildeo agrave transcriccedilatildeo Szymanski et al (2002)121 colocam que ela eacute a

primeira versatildeo escrita do texto da fala do participante que deve ser registrada

tanto quanto possiacutevel tal como ela se deu ao escrever faz-se um esforccedilo no

sentido de passar a linguagem oral para a escrita ou seja haacute um esforccedilo na

traduccedilatildeo de um coacutedigo para outro124

4413 GRUPO FOCAL

Grupo focal eacute uma teacutecnica que aborda os aspectos qualitativos da

realidade que se quer estudar125 apoia-se na avaliaccedilatildeo qualitativa por meio

das interaccedilotildees grupais ao se discutir um toacutepico proposto pelo pesquisador

Nessa teacutecnica o pesquisador reuacutene num mesmo local e durante certo

periacuteodo uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do puacuteblico-

alvo de suas investigaccedilotildees tendo como objetivo coletar ou analisar dados

acerca de um tema especiacutefico a partir do diaacutelogo e do debate com e entre os

sujeitos 126

Essa metodologia vem desde a deacutecada de 80 conquistando um loacutecus

privilegiado nas mais diversas aacutereas de estudo Tal crescimento foi em grande

medida impulsionado pela pesquisa de mercado que resgatando

procedimentos claacutessicos das Ciecircncias Sociais Psicologia e Serviccedilo Social

conjugados agraves ldquomodernasrdquo tecnologias e paradigmas de business marketing e

miacutedia reelaborou-a com o objetivo de captar os anseios dos consumidores

definindo padrotildees a serem seguidos pelas empresas em seus futuros

lanccedilamentos

78

Os resultados dessa conjugaccedilatildeo foram bastante positivos que a teacutecnica

recebeu novo alento no campo das Ciecircncias Sociais inicialmente pelo vieacutes

poliacutetico com sua utilizaccedilatildeo no mapeamento e na elaboraccedilatildeo do perfil dos

eleitores influenciando diretamente na definiccedilatildeo das diretrizes e accedilotildees de

partidos e candidatos Trilhando esse percurso espraiou-se pelos diversos

segmentos da pesquisa social Na aacuterea de sauacutede o grupo focal tem sido mais

usado a partir da segunda metade dos anos 80127128

Para realizaccedilatildeo dos grupos devem ser reservados espaccedilos apropriados

de preferecircncia em territoacuterio neutro e de faacutecil acesso aos participantes O ideal eacute

uma sala que abrigue confortavelmente o nuacutemero previsto de participantes e

moderadores e que esteja protegida de ruiacutedos e interrupccedilotildees externas Os

participantes podem ser distribuiacutedos em torno de uma mesa retangular ou oval

ou dispostos em cadeiras arrumadas em forma circular Eacute recomendaacutevel

tambeacutem disponibilizar aacutegua cafeacute e um pequeno lanche aos participantes129

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de participantes nos grupos focais

encontramos na literatura uma variaccedilatildeo entre 6 a 15 mas tamanho oacutetimo para

um grupo focal eacute aquele que permita a participaccedilatildeo efetiva dos participantes e

a discussatildeo adequada dos temas129

Os participantes de um grupo focal devem apresentar certas

caracteriacutesticas em comum que estatildeo associadas agrave temaacutetica central em estudo

O grupo deve ser portanto homogecircneo em termos de caracteriacutesticas que

interfiram radicalmente na percepccedilatildeo do assunto em foco recomenda-se que

os participantes sejam selecionados dentro de um grupo de indiviacuteduos que

convivam com o assunto a ser discutido e que tenham profundo conhecimento

dos fatores que afetam os dados mais pertinentes130

As reuniotildees do grupo focal ocorreram no mecircs de maio de 2009 O

subgrupo 1 foi convidado e encorajado a participar da discussatildeo e anaacutelise dos

dados coletados na observaccedilatildeo etnograacutefica Os voluntaacuterios foram organizados

em 4 (quatro) grupos de discussatildeo foram 3 grupos de discussatildeo com 9

teacutecnicos de enfermagem e 01 grupo contendo 8 teacutecnicos Todos os grupos

participaram de 04 (quatro) encontros Foi explicado para cada grupo o objetivo

da anaacutelise das fotos e das anotaccedilotildees no diaacuterio de campo

79

Nessa fase 7 sujeitos faltaram a 03 encontros e o fizeram em outro

momento marcado separadamente

Em cada encontro foi discutido o tema LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem sendo marcado o horaacuterio conforme a solicitaccedilatildeo dos

participantes Todas as narrativas e discussotildees foram gravadas em aacuteudio

mediante o consentimento dos participantes e posteriormente integralmente

transcritas pelo pesquisador respeitando-se as pausas e expressotildees que

puderam auxiliar na compreensatildeo da realidade

Os encontros foram cercados dos seguintes cuidados sala fora do

ambiente hospitalar para assegurar a privacidade com boa iluminaccedilatildeo

climatizada de acesso faacutecil e com cadeiras dispostas em ciacuterculos O espaccedilo foi

preparado para oferecer um ambiente descontraiacutedo utilizando-se de uma

muacutesica relaxante com sons de aacutegua natureza paacutessaros com isso pretendeu-

se tornar o momento o mais aconchegante possiacutevel Foi disponibilizado um

lanche em cada encontro

Ao final de cada encontro foi agendado o horaacuterio e o dia do proacuteximo e

na veacutespera deste dia o pesquisador entrou em contato telefocircnico com cada

participante confirmando sua presenccedila Tal cuidado foi adotado para natildeo

ocorrer baixa no nuacutemero de sujeitos participantes

Em cada encontro as fotos retiradas na Observaccedilatildeo Etnograacutefica foram

projetadas por meio de multimiacutedia e enquanto observam-se os registros

fotograacuteficos os temas foram desenvolvidos

A temaacutetica de cada encontro ficou assim distribuiacuteda

Primeiro Encontro buscando compreender as posturas corporais

durante a jornada de trabalho

O objetivo deste encontro foi identificar as posturas adotadas durante a

jornada de trabalho para tal foi utilizada a teacutecnica de explosatildeo de ideias e os

participantes responderam aos seguintes questionamentos As posturas

corporais que vocecircs veem nessas fotos satildeo adequadas e protegem a coluna

vertebral Como poderiacuteamos fazer para melhorar essa postura

80

Segundo Encontro O meu corpo comunica-se comigo

O objetivo desse encontro foi o de experimentar as sensaccedilotildees corporais

Para tal as posturas visualizadas na projeccedilatildeo por meio de multimiacutedia foram

adotadas e experimentadas pelos teacutecnicos de enfermagem e apoacutes o

experimento cada participante foi estimulado a falar sobre as sensaccedilotildees

Terceiro Encontro O processo de adoecimento no trabalho

Para estimular a discussatildeo solicitamos que os teacutecnicos de enfermagem

recortassem e colassem figuras e palavras de revistas foi solicitado aos

participantes que representassem como veem o processo de adoecimento

Apoacutes a colagem cada participante fez uma explanaccedilatildeo sobre sua colagem

Quarto Encontro Como prevenir o adoecimento no trabalho

O objetivo desse encontro foi averiguar se os participantes reconhecem

as medidas preventivas para os agravos de LERDORT Cada participante foi

convidado a descrever maneiras corretas de transporte de cargas

transferecircncias de pacientes posturas corretas ao deitar sentar caminhar

sapatos ideais entre outras questotildees

442 SEGUNDA ETAPA

A coleta de dados dessa fase ocorreu antes e apoacutes o desenvolvimento

da atividade educativa elaborada na primeira etapa da pesquisa (descrita no

capitulo 52 de resultados e discussatildeo e apresentada no anexo 5)

O desenvolvimento da atividade educativa com o subgrupo 2 de

teacutecnicos de enfermagem ocorreu conforme a descriccedilatildeo feita a seguir

Ao entregar cada um dos capiacutetulos do manual o pesquisador

apresentava a temaacutetica do dia e instigava a participaccedilatildeo de todo o grupo na

81

discussatildeo com perguntas do tipo o que vocecirc acha sobre isso Vocecirc tem algo a

acrescentar

Ao fim de cada discussatildeo que durava em meacutedia 20 minutos os

exerciacutecios contidos no final do manual eram realizados e ensinados aos

teacutecnicos durante a execuccedilatildeo o pesquisador reforccedilava a importacircncia de se

realizar os mesmos foram 19 exerciacutecios no total e por dia eram realizados 05

(cinco) exerciacutecios com 03 (trecircs) repeticcedilotildees de cada Cuidados foram tomados

ao longo dos encontros no sentido de que todos os exerciacutecios fossem

experimentados e as posturas corrigidas O tempo de execuccedilatildeo dos exerciacutecios

foi em meacutedia de 30 minutos de tal forma que cada encontro durava em torno de

50 minutos

Os encontros em nuacutemero de dez ocorreram nos meses de janeiro a

marccedilo de 2010 em dias intercalados para quatro pequenas turmas 03 com 09

teacutecnicos e uma com 08 teacutecnicos de enfermagem

Tivemos o cuidado de sempre estimular a discussatildeo entre os grupos

por acreditar que natildeo basta disponibilizar informaccedilotildees em avalanches

quantitativas sem uma reflexatildeo contextualizada sobre os objetivos a que se

destinam

A boneca foi intencionalmente colocada em diferentes ambientes do

hospital enfermarias (masculina e feminina) refeitoacuterio e sala de repouso onde

permaneceu por um tempo meacutedio de 4 horas

Os instrumentos de coletas de dados antes e apoacutes a atividade educativa

foram

4421 QUESTIONAacuteRIO NOacuteRDICO DE SINTOMAS

OSTEOMUSCULARES (QNSO)

O objetivo da aplicaccedilatildeo desse questionaacuterio foi o de verificar a ocorrecircncia

de sintomas musculoesqueleacuteticos percebidos pelos trabalhadores

82

O QNSO (anexo 3) foi desenvolvido com a proposta de padronizar a

mensuraccedilatildeo de relato de sintomas musculoesqueleacuteticos constituindo

importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou do posto de trabalho131

132 133 134

O instrumento foi traduzido para diversos idiomas na uacuteltima deacutecada

dando origem a muitos estudos empiacutericos Nesse estudo foi utilizado o

Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) na versatildeo

traduzida e adaptada para o Portuguecircs do Brasil por Pinheiro (2002)119

Os autores desse questionaacuterio natildeo o indicam como base para

diagnoacutestico cliacutenico mas para a identificaccedilatildeo de distuacuterbios osteomusculares e

como tal pode constituir importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou

do posto de trabalho Haacute trecircs formas do QNSO uma forma geral

compreendendo todas as aacutereas anatocircmicas e outras duas especiacuteficas para a

regiatildeo lombar cervical e ombros A forma geral do QNSO eacute a que recebe

apresentaccedilatildeo no presente estudo

Tal questionaacuterio eacute autoaplicaacutevel consiste em um instrumento de

muacuteltiplas escolhas quanto agrave ocorrecircncia de sintomas aacutelgicos relacionadas ao

trabalho nas diversas regiotildees anatocircmicas e apresenta uma figura humana em

vista posterior dividida em nove regiotildees anatocircmicas a saber cervical ombros

toraacutecica cotovelos punhosmatildeos lombar quadrilcoxas joelhos

tornozelospeacutes O respondente deve assinalar com um ldquoXrdquo (xis) nas respostas

ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo em cada questatildeo referente agrave ocorrecircncia de sintomas como dor

formigamentodormecircncia considerando os 12 (doze) meses e os sete dias

precedentes agrave entrevista bem como relatar a ocorrecircncia de afastamento das

atividades rotineiras no uacuteltimo ano Este instrumento investiga tambeacutem se os

indiviacuteduos ficaram impedidos de exercer suas atividades normais e se

procuraram auxiacutelio de algum profissional da aacuterea de sauacutede nos uacuteltimos 12

meses devido aos sintomas de distuacuterbios musculoesqueleacuteticos

A simplicidade e os bons iacutendices de confiabilidade do QNSO indicam-no

para utilizaccedilatildeo em investigaccedilotildees epidemioloacutegicas e estudos que busquem

mensurar a incidecircncia dos sintomas osteomusculares135 136

83

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em dois momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes da proposta educativa e

apoacutes 30 (trinta) dias corridos do desenvolvimento da proposta A aplicaccedilatildeo teve

duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante o final do plantatildeo em uma

sala reservada

4422 QUESTIONAacuteRIO GENEacuteRICO DE AVALIACcedilAtildeO DE

QUALIDADE DE VIDA (SF-36)

O Short Form-36 (SF-36) eacute um instrumento de medida de qualidade de

vida desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA Foi aplicado em diversas

situaccedilotildees com boa sensibilidade eliminando-se o problema de distribuiccedilatildeo

excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim 137 138

Este instrumento foi traduzido e validado no Brasil para avaliar a

qualidade de vida em pacientes com artrite reumatoide e mostrou-se adequado

agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e culturais da populaccedilatildeo brasileira120

O questionaacuterio aplica-se tanto agrave populaccedilatildeo geral como a pacientes

especiacuteficos129 por este motivo o SF-36 foi o instrumento escolhido para

estimar a qualidade de vida dos sujeitos avaliados neste estudo139 140 e qual a

interferecircncia de recurso educativo idealizado a partir da interaccedilatildeo com teacutecnicos

de enfermagem na qualidade de vida dos mesmos

Trata-se de um instrumento constituiacutedo por 36 itens de auto resposta e

destina-se a avaliar conceitos de sauacutede que representam valores humanos

baacutesicos relevantes agrave funcionalidade e ao bem estar de cada indiviacuteduo o

questionaacuterio abrange oito dimensotildees de estado geral de sauacutede que detectam

tanto os estados positivos como os negativos a saber a) capacidade funcional

(CF) que eacute avaliada a partir do desempenho de atividades diaacuterias como

aptidatildeo para cuidar de si vestir-se tomar banho subir escadas b) limitaccedilatildeo

por aspectos fiacutesicos (AF) indicada pelo impacto da sauacutede fiacutesica no

desempenho das atividades diaacuterias eou profissionais c) dor (DF) de acordo

84

com o niacutevel de dor e o impacto no desempenho das atividades diaacuterias eou

profissionais d) estado geral de sauacutede (SG)assinalado pela percepccedilatildeo

subjetiva do estado geral de sauacutede e) vitalidade (VIT) disposiccedilatildeo dos

pacientes em realizar tarefas do cotidiano f) aspectos sociais (AS) pelo reflexo

da condiccedilatildeo de sauacutede nas atividades sociais g) aspectos emocionais (AE)

pelos reflexos das condiccedilotildees emocionais no desempenho das atividades

diaacuterias eou profissionais h) sauacutede mental (SM) pela escala de humor e bem-

estar A pontuaccedilatildeo varia entre 00 e 100 pontos que refletem o pior e o melhor

estado geral de sauacutede respectivamente

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em trecircs momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes do programa educativo e

apoacutes 10 e 30 dias decorridos do desenvolvimento da proposta educativa A

aplicaccedilatildeo teve duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante no final do

plantatildeo em uma sala reservada

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

Os dados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo dos instrumentos Questionaacuterio

Noacuterdico e SF36 foram sistematizados classificados tabulados dispostos em

graacuteficos permitindo de forma indutiva estabelecer conclusotildees apoacutes anaacutelise e

interpretaccedilotildees

Para a realizaccedilatildeo da anaacutelise quantitativa optou-se pela estatiacutestica

inferencial e os dados coletados por meio do formulaacuterio de coleta de dados

(anexo 6) foram analisados quantitativamente utilizando o programa estatiacutestico

Bioestatreg versatildeo 50 sendo que a anaacutelise estatiacutestica descritiva utilizou meacutedia e

desvio padratildeo Para a comparaccedilatildeo de variaacuteveis categoacutericas parameacutetricas foi

utilizado o teste t-student e o teste de Tukey Foi utilizado um niacutevel de

significacircncia de 005 um poder de teste de 95 e um teste de hipoacutetese

monocaudal

85

O texto produzido apoacutes os encontros do grupo focal foi analisado

seguindo a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) proposta por

Lefegravevre et al (2006)131

O Discurso do Sujeito Coletivo ou DSC eacute uma teacutecnica de processamento

de dados qualitativos notadamente de depoimentos com vistas agrave obtenccedilatildeo e

descriccedilatildeo do sentido das opiniotildees ou representaccedilotildees coletivas Para que se

produzam os DSCs satildeo necessaacuterios quatro operadores que satildeo

1 Expressotildees Chave (Ech) trechos selecionados do material que melhor

descrevem seu conteuacutedo

2 Ideias Centrais (Ics) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem o sentido

presente no material escrito

3 Ancoragens (Acs) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem as ideologias

crenccedilas valores presentes no material

4 Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) satildeo as reuniotildees das Expressotildees

Chave presentes no material verbal (por exemplo nas diferentes

respostas a uma mesma questatildeo de pesquisa) que tem Ideias Centrais

ou Ancoragens de sentido semelhante ou complementar131

Na pesquisa qualitativa o discurso ocupa lugar de relevacircncia como teacutecnica

para obtenccedilatildeo de dados conforme afirma Alves ndash Mazzotti (2004)132

ldquo() por sua natureza interativa a entrevista permite

tratar temas complexos que dificilmente poderiam

ser investigados adequadamente atraveacutes de

questionaacuteriosrdquo (ALVES-MAZZOTTI 2004 p 168)

Os dados obtidos por meio das entrevistas de aprofundamento apoacutes

sua transcriccedilatildeo foram sistematizados e submetidos agrave anaacutelise temaacutetica uma

das teacutecnicas de Anaacutelise de Conteuacutedo valorizando os significados presentes

nos dados a sua correlaccedilatildeo com as questotildees formuladas e a articulaccedilatildeo com o

marco teoacuterico adotado na pesquisa

A anaacutelise temaacutetica137 foi operacionalizada segundo as etapas abaixo

86

Primeira fase (Preacute-anaacutelise) foi realizado um contato exaustivo com o

material atraveacutes de repetidas leituras (leituras flutuantes) retomando

simultaneamente os questionamentos e os objetivos iniciais da pesquisa

criando-se indicadores que orientaram a interpretaccedilatildeo final

As gravaccedilotildees foram analisadas conforme os nuacutecleos direcionadores

anteriormente descritos desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas (relaccedilatildeo interpessoal) A partir

destes nuacutecleos unidades de contexto foram separadas do texto A unidade de

contexto representou a parte mais ampla do conteuacutedo que era analisado

sendo considerada como o ldquopano de fundordquo que imprimia significado e sentido

as unidades de registro

Das unidades de contexto foram retiradas as unidades de registro nelas

presentes considerando que a unidade de registro representou a menor parte

do conteuacutedo

A segunda fase consistiu na codificaccedilatildeo na qual quantificamos as

unidades contexto e suas respectivas unidades de registro As unidades de

registros foram classificadas e agrupadas de acordo com seus significados

emergindo daiacute as categorias de anaacutelise

46 ASPECTOS EacuteTICOS

A presente pesquisa foi desenvolvida dentro dos procedimentos eacuteticos

previstos pelo CONEP e assim o projeto foi submetido ao

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) Universidade Estadual de Ciecircncias

da Sauacutede de Alagoas protocolo nordm 902 08 e aprovado em 29052008

(Anexo 7)

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Satildeo

Paulo protocolo n ordm 1509 09 e aprovado em 04122009 (Anexo 8)

Todos os sujeitos participantes da pesquisa aderiram agrave proposta e

concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (Anexos 2)

87

Os sujeitos que participaram da etapa de construccedilatildeo da proposta

educativa foram convidados a participarem do programa de Ginaacutestica Laboral e

Ergonomia da UNCISAL trata-se de um programa de extensatildeo universitaacuterio

devidamente cadastrado e em funcionamento na Proacute-reitoria de extensatildeo da

UNCISAL e coordenado pelo pesquisador responsaacutevel

88

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

89

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo destina-se agrave apresentaccedilatildeo dos resultados e suas

discussotildees com a literatura sendo expostos nos seguintes subcapiacutetulos

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do Teacutecnico

de Enfermagem

52 Uma proposta de Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada para o cuidado com

a sauacutede ocupacional do Teacutecnico de Enfermagem

53 A Qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes o

programa educativo

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho

em teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

90

51 O COTIDIANO DO TRABALHO E O PROCESSO DE

ADOECIMENTO DO TEacuteCNICO DE ENFERMAGEM

Entendemos percepccedilatildeo como sendo a faculdade ou ato de aprender

uma ideia ou questatildeo ou de compreender algo percepccedilatildeo modo de ver ou

sentir ponto de vista entendimento noccedilatildeo maneira subjetiva de ver e

entender o mundo apresentando-se muito mais abrangente do que um simples

conceituar141

A percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre LERDORT foi

realizada por meio do grupo focal e da observaccedilatildeo etnograacutefica Atraveacutes da

observaccedilatildeo etnograacutefica foi possiacutevel realizar registros das percepccedilotildees do

pesquisador sobre o que foi observado sem contudo focar exclusivamente nos

aspectos fiacutesicos e ambientais pois acredito que a consequecircncia do trabalho

sobre o corpo do trabalhador vai aleacutem desses aspectos e em funccedilatildeo dessa

crenccedila procurei abdicar-me do reducionismo relacional entre doenccedila

ocupacional e espaccedilo fiacutesico

Observamos que pelo fato de estarem diretamente em contato com os

pacientesclientes e serem responsaacuteveis pelo cuidado a eles oferecido esses

profissionais lidam rotineiramente com as mais diversas situaccedilotildees envolvendo

natildeo soacute os pacientes mas seus acompanhantes familiares meacutedicos e outros e

com certa frequecircncia foi possiacutevel observar atitudes de conflitos interpessoais

por outro lado observaram-se natildeo raras vezes viacutenculos criados com os

pacientes estabelecidos muitas vezes pelo tempo de internaccedilatildeo

Outro fato que me chamou a atenccedilatildeo foi a desarmonia existente entre o

trabalhar em prol da sauacutede de terceiros e a falta de tempo para o lazer e o

cuidado com a proacutepria sauacutede parece que a necessidade e o modo de trabalho

fazem com que o ritmo normal da vida vai se quebrando e o teacutecnico de

enfermagem se submete aos ritmos laborais que favorecem ao adoecimento

A divisatildeo das escalas de serviccedilo natildeo me pareceu biomecanicamente

justa por vezes foi possiacutevel observar muitos pacientes para um uacutenico

profissional o que por uma lado favorecia a sobrecarga fiacutesica por outro

91

empobrecia o despertar da criatividade na resoluccedilatildeo dos problemas a

permanecircncia do profissional em um uacutenico setor por tempo ilimitado foi outro

aspecto que me despertou a atenccedilatildeo e acredito ser fator que tambeacutem limite o

despertar criativo

Foi possiacutevel observar certo descompasso entre a exigecircncia fiacutesica que o

trabalho impotildee ao teacutecnico de enfermagem e as condiccedilotildees de conforto e

seguranccedila ofertadas ao profissional por um lado o trabalho exige desses

profissionais agigantados e repetitivos esforccedilos fiacutesicos e por outro o cenaacuterio

laboral se apresenta superlotado com excesso de pacientes local de repouso

sem colchatildeo mobiacutelia e equipamentos inadequados e isso ficava evidenciado

pela diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo nos finais do plantatildeo visivelmente percebia-se o

corpo dos profissionais mais pesados e as faacutecies abatidas fato preocupante

quando se observa que alguns desses profissionais dobram a escala de

trabalho com certa frequecircncia em decorrecircncia de duplo ou triplo viacutenculo

empregatiacutecio ou de moacutedicos vencimentos

O Ritmo de Trabalho desses profissionais em funccedilatildeo da sobrelotaccedilatildeo

apresentava-se acelerado com pouco horaacuterio para pausas Os profissionais

trabalhavam na maior parte do tempo em peacute e deambulando Ficou

evidenciada grande exigecircncia fiacutesica inerente ao trabalho resultante da

realizaccedilatildeo de atividades como mobilizaccedilatildeo de objetos e instrumentos pesados

transporte e movimentaccedilatildeo de pacientes arrumaccedilatildeo do leito higiene corporal

de pacientes incapacitados aleacutem dos esforccedilos visuais e mentais impostos aos

teacutecnicos de enfermagem acrescenta-se os deslocamentos excessivos a cada

jornada de trabalho

Evidenciou-se tambeacutem a existecircncia de condiccedilotildees biomecacircnicas

favoraacuteveis para a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais no grupo estudado

estes profissionais realizam movimentos com esforccedilos repetitivos no trabalho

fato que evidencia a necessidade de se buscar alternativas teacutecnicas e de

modos operatoacuterios ergonocircmicos para minimizar as cargas excessivas de

trabalho acrescentar pausas e instrumentos adequados no exerciacutecio

profissional

A estrutura predial antiga mostrou-se aparentemente inadequada

enfermaria e repouso apertados corredores estreitos rampas iacutengremes

92

escadas salas que deviam estar acopladas uma agrave outra distantes entre si

ausecircncia de boa iluminaccedilatildeo ventilaccedilatildeo maacutes condiccedilotildees das instalaccedilotildees

sanitaacuterias e ausecircncia de armaacuterios para guardar bolsas e objetos pessoais

Os fatos observados revelaram a presenccedila de fatores predisponentes

que podem estar relacionados ao surgimento eou agravamento dos sinais e

sintomas e o meio assim emergem da observaccedilatildeo do campo sentidos

decorrentes da experiecircncia preacutevia do pesquisador e relaccedilatildeo com inadequaccedilatildeo

de mobiacutelia espaccedilos superlotaccedilatildeo jornadas extras Essas categorias

agregaram conteuacutedos uacuteteis para apreender melhor o processo do adoecimento

e a relaccedilatildeo da LERDORT com o discurso dos sujeitos

Outro aspecto marcante durante a observaccedilatildeo foi a aparente hesitaccedilatildeo

inicial dos trabalhadores ao serem abordados por um ldquoestranhordquo Em alguns

momentos nessa fase de observaccedilatildeo etnograacutefica foi necessaacuteria a opccedilatildeo por

natildeo insistir no assunto adoecimento no trabalho para evitar constrangimento e

desabafos excessivos Alguns teacutecnicos de enfermagem parecem ao menos

inicialmente ter confundido o que seria a observaccedilatildeo com a possibilidade de

intervenccedilatildeo terapecircutica e verbalizam o desejo de serem atendidos pelo

fisioterapeuta

As entrevistas de aprofundamento da observaccedilatildeo etnograacutefica permitiram

entender melhor fatores de risco para das LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem foi possiacutevel evidenciar aspectos quanto agrave percepccedilatildeo multifatorial

da LERDORT bem como prevenccedilatildeo na fala dos sujeitos contribuindo assim

para uma maior compreensatildeo do tema prevenccedilatildeo das LERDORT nessa

populaccedilatildeo

Com o intento de situar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em

relaccedilatildeo a LERDORT foram analisadas as falas obtidas na primeira fase do

estudo sem interferecircncia portanto da atividade educativa em sauacutede

A anaacutelise temaacutetica das entrevistas de aprofundamento realizada a partir

de (03) trecircs nuacutecleos direcionadores (desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho

atitudes cooperativas e realizaccedilatildeo pessoal) permitiram a apreensatildeo das

Unidades de Contexto (UC) Unidades de Registros (UR) e categorias

emergentes do campo

93

A tabela abaixo retrata a quantidade de vezes que cada um dos nuacutecleos

direcionadores foi comentado (UR)

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual das unidades de registros

identificadas no discurso dos sujeitos em estudo segundo aos respectivos

nuacutecleos temaacuteticos Maceioacute-AL 2009

NUacuteCLEOS DIRECIONADORES UR

Nordm

Desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho 184 5396

Atitudes cooperativas 88 2580

Realizaccedilatildeo pessoal 69 2023

TOTAL 341 9999

A tabela 2 mostra que houve maior referecircncia ao nuacutecleo direcionador

desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho com 184 unidades de registro em

relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas houve 88 referecircncias Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho 69 unidades de registros

Estes dados estatildeo em consonacircncia com a literatura onde eacute possiacutevel

perceber que dentre profissionais da sauacutede os trabalhadores de enfermagem

satildeo os que mais apresentam absenteiacutesmo e elevadas queixas de desconforto

relacionado ao trabalho142 em funccedilatildeo de adoccedilatildeo de posturas corporais

incorretas muitas vezes associadas agrave exposiccedilatildeo constante a doenccedilas que

favorecem o aparecimento da fadiga e raquialgia na equipe de enfermagem

que trabalha na ambiecircncia hospitalar143

O grupo reconhece que o trabalho do teacutecnico de enfermagem expotildee a

fatores de risco e agravos para a sua sauacutede e que devido agrave adoccedilatildeo de posturas

corporais incorretas e excesso de forccedila favorecem ao aparecimento da fadiga e

dores na equipe que trabalha na ambiecircncia hospitalar

94

ldquoOlha doutor de manhatilde a gente pega muito pesordquo

ldquoTrabalhar em enfermagem eacute muito cansativo Dar

banho no leito eacute muito pesado e faz mal para a

coluna e para os ombro () eacute por isso que tenho

tanta dorrdquo

Outra categoria foi referente agrave identificaccedilatildeo de atividades de

movimentaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo de pacientes como agravante da situaccedilatildeo dor

ldquoLevantar o paciente daacute contratura nos ombros

Subir paciente () assim quando estatildeo

escorregando para baixo virar o decuacutebito () daacute

uma coisa cansada nos braccedilos nas matildeos e na

lombar tambeacutemrdquo

As categorias emergentes deste estudo satildeo confirmadas na literatura

como fatores importantes no processo de adoecimento e surgimento de

desconfortos fiacutesicos em enfermagem pois na praacutexis desta profissatildeo

movimentos repetitivos aliados agrave exigecircncia de forccedila satildeo uma constante e

favorecem o surgimento de doenccedilas ocupacionais 144 145 e 146

A adoccedilatildeo de posturas viciosas e incorretas foi bastante citada

encontramos referecircncias quanto agrave percepccedilatildeo dos sujeitos sobre o surgimento

de dores em decorrecircncia das mais diversas atividades inerentes ao trabalho do

teacutecnico de enfermagem Alguns exemplos destas descriccedilotildees estatildeo abaixo

citados

ldquoNa hora que vai puncionar uma veia a gente passa

muito tempo assim curvando aiacute vai dando problema

na colunardquo () ldquoO pior eacute fazer o pacote quando o

95

paciente morre aleacutem de ser triste forccedila os ombros e

as matildeos sem contar que corro o risco de me

contaminarrdquo

umlE tem a postura pra aspirar puncionar dar banho

no leitoCurvado assimas costas ningueacutem

aguentauml

A literatura confirma a percepccedilatildeo desses profissionais quando afirma

que dores tendem a acometer indiviacuteduos que atuam em profissotildees exaustivas

como eacute o caso da enfermagem147 Nessa populaccedilatildeo devido a manutenccedilatildeo de

posturas improacuteprias as queixas de dores satildeo constantes podendo destacar

algias nos membros superiores e coluna vertebral148 As posturas inadequadas

satildeo adotadas pelos teacutecnicos de enfermagem quando prestam assistecircncia aos

pacientes quando preparam medicaccedilatildeo empurram ou arrastammacas13

Outro estudo corrobora com a percepccedilatildeo do grupo quando ao avaliar

ocorrecircncias de cervicodorsolombalgias nas enfermeiras relata que os efeitos

nocivos das longas jornadas de trabalho levam a um esforccedilo excessivo que

poderaacute agravar lesotildees na coluna vertebral 149

No exerciacutecio da profissatildeo inuacutemeras satildeo agraves vezes em que os

trabalhadores de Enfermagem adotam posturas corporais improacuteprias ou

inadequadas do ponto de vista biomecacircnico como eacute o caso de vaacuterias tarefas

desempenhadas agrave beira do leito realizar curativo puncionar acesso venoso

auxiliar no banho de leito realizar trocas de decuacutebito ou transferecircncias leito-

maca-leito tais tarefas podem contribuir para o aparecimento de danos ao

sistema musculoesqueleacutetico150 Tal fato eacute relatado pela profissional abaixo

ldquoDoacutei bastante na hora dos movimentos neacute Na hora

de dar banho no leito parece que os ossos esquenta

doacutei queimando a coluna e o pescoccedilo Bem que doacuteirdquo

96

rdquoSinto contratura nos ombros sinto contratura nos

meus dedos () a contratura eacute cansada e desce

queimando do pescoccedilo e desce para os braccedilos isso

eacute mais forte na hora de fazer a punccedilatildeordquo

Esta relaccedilatildeo entre a atividade de trabalho do teacutecnico em enfermagem e o

surgimento de dores pode ser confirmada pois haacute relaccedilatildeo entre o trabalho e o

desgaste do trabalhador em enfermagem 151 152

Outro aspecto constatado eacute o entendimento por parte do grupo de que

a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e surgimento de dores tambeacutem tem relaccedilatildeo

com equipamentos e mobiacutelias inadequadas

umlOlha por exemplo as seringa natildeo aspira e a gente

tem que fazer bastante forccedila porque o material natildeo eacute

de boa qualidade [] aiacute faz uma forccedila [] tanta que

agraves vezes o dedo fica roxouml

Ao avaliar ambiente de trabalho equipamentos mobiliaacuterio e postura

corporal de trabalhadores de enfermagem na unidade de internaccedilatildeo Goacutees26

afirma que espaccedilos restritos no banheiro mobiliaacuterios com altura fixa

incompatiacutevel provocam a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e que 100 dos

enfermeiros e 9770 dos auxiliares relatam dor na coluna vertebral

Eacute possiacutevel perceber elevadas queixas referentes agraves mobiacutelias

principalmente altura dos leitos e berccedilos de pacientes o que obriga os

profissionais a adotarem posturas de anteriorizaccedilatildeo do tronco durante as

atividades de banho no leito punccedilatildeo venosa e realizaccedilatildeo de curativos tal

observaccedilatildeo estaacute de acordo com a literatura quando se verifica que em relaccedilatildeo

ao trabalho de enfermagem haacute inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio utensiacutelios e

equipamentos quanto agraves dimensotildees alturas das superfiacutecies peso e condiccedilotildees

de funcionamento27 e que eacute necessaacuterio propor redesenho dos equipamentos

auxiliares na elevaccedilatildeo e transferecircncia de pacientes153154

97

ldquoAs macas satildeo muito ruins e as cadeiras dificultam

as posturasrdquo

ldquoPara mim as camas satildeo altas demais aiacute tem que

subir numa coisinha dessa (aponta para escada) e eacute

arriscado cair neacuterdquo

As lesotildees do sistema musculoesqueleacutetico particularmente as algias

vertebrais satildeo internacionalmente reconhecidas como um risco ocupacional

entre os trabalhadores de enfermagem 155156157 e no ambiente hospitalar

existem vaacuterios fatores ergonocircmicos relacionados com problemas ambientais e

organizacionais que podem ser relacionados agraves lesotildees osteomusculares tais

como recursos tecnoloacutegicos inadequados incluindo mobiliaacuterio a falta de

equipamentos especiais para movimentar pacientes aleacutem da escassez de

recursos humanos e a falta de treinamento158 Deste modo os trabalhadores

de enfermagem submetem-se constantemente a condiccedilotildees de trabalho

inadequadas originando aleacutem de agravos de ordem psiacutequica agravos nos

sistemas corporais ocasionado os acidentes do trabalho e as licenccedilas para

tratamento de sauacutede 159

Observou-se que unidade hospitalar pesquisada tem problemas

ergonocircmicos e que os teacutecnicos de enfermagem os reconhecem e tecircm

consciecircncia de suas influecircncias na sua sauacutede

uml[] na minha enfermaria o local onde eacute guardado o

material Eacute porque a gente tem que abaixar se

curvar pra apanhar o materialuml

A superlotaccedilatildeo nas enfermarias com estreitamento dos espaccedilos entre

as macas eacute lembrado como fato gerador de estresse pois aumenta a

sobrecarga de trabalho e tensatildeo

A literatura compreende a correlaccedilatildeo da interferecircncia do espaccedilo fiacutesico

disponiacutevel para atendimento de pacientes utilizaccedilatildeo de equipamentos pelo

98

pessoal de enfermagem e estresse 160 Este problema foi confirmado quando

se reconhece que para o pessoal de enfermagem ter que assistir pacientes em

sua higiene em restritos espaccedilos hospitalares eacute pernicioso 161 a sauacutede fiacutesica e

mental Tal evidecircncia eacute percebida e relatada pelo

ldquoAqui no trabalho eu fico aperreada eu fico tensa

Afeta todo o sistema nervoso e o corpo doacutei todo

tambeacutem com esse monte de paciente nas

enfermariasrdquo

Esta percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem tem respaldo na literatura

pois acredita-se que superlotaccedilatildeo gera sobrecarga de trabalho aos

profissionais tanto do ponto de vista quantitativo quanto do aumento de

demanda decorrente do quadro cliacutenico dos pacientes Os hospitais

universitaacuterios brasileiros via de regra sofrem com a superlotaccedilatildeo presenccedila de

pacientes graves em todas as unidades deacuteficit de profissionais falta de

equipamentos de suporte no manuseio dos paciente162

O excesso de trabalho afeta consideravelmente os teacutecnicos de

enfermagem no que diz respeito tanto a sua sauacutede fiacutesica quanto a sua

condiccedilatildeo psicoloacutegica os trabalhadores que exercem suas funccedilotildees em

situaccedilotildees adversas apresentaratildeo com maior frequecircncia queixas de fadiga

crocircnica e alteraccedilotildees gastrointestinais do que os teacutecnicos que trabalham em

ritmo mais tranquilos163 164165 166

Eacute possiacutevel perceber que o grupo entende que o processo de

adoecimento pode ser influenciando pela falta de atividades fiacutesicas regulares

Uma questatildeo levantada foi o trabalho intenso com carga horaacuteria semanal

extenuante O excesso de trabalho pode favorecer o surgimento do cansaccedilo

cumulativo estimulando o sedentarismo desses profissionais

No grupo estudado percebeu-se que haacute uma divisatildeo hierarquizada e

vertical do trabalho da enfermagem e que grande parte das tarefas de

execuccedilatildeo eacute efetuada pelos teacutecnicos e esses tecircm menor autonomia de decisatildeo

sobre o proacuteprio trabalho e salaacuterios menores em funccedilatildeo disso eacute comum a

99

realizaccedilatildeo de horas extras plantotildees extras Tais achados encontram reforccedilos

em estudos 167 168 que apontam a relaccedilatildeo entre hierarquizaccedilatildeo do trabalho em

enfermagem e ritmo intenso

ldquoA gente anda demais a semana toda Trabalha muito e

natildeo paacutera pior ainda quando dobra a escala[] Chego em

casa um caco depois do plantatildeo aiacute nem daacute coragem de

fazer mais nada sei que preciso fazeruml

ldquoNa minha folga nem tenho coragem de brincar com minha

filha Pago a babaacute para banhar ela soacute fico deitada vendo

televisatildeordquo

ldquoMoro perto da praia e podia fazer caminhada para abaixar

o peso mas ando tanto aqui que natildeo daacute coragem de

caminhar maisrdquo

De fato percorrer longas distacircncias e ficar por muito tempo em peacute

contribui para elevar os iacutendices de dor e fadiga essa afirmaccedilatildeo tem respaldo

na literatura que afirma que pesquisas realizadas em vaacuterios paiacuteses exibem

prevalecircncias superiores a 80 de ocorrecircncia dessas sensaccedilotildees em teacutecnicos

de enfermagem13169 Estudo brasileiro mostra prevalecircncias de 43 a 93162

Em relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas (segundo nuacutecleo direcionador da

entrevista) observou-se carecircncia das mesmas o que favorece o processo de

adoecimento na percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem

O grupo entende que haacute problemas de relacionamento interpessoal fato

que dificulta a colaboraccedilatildeo entre os pares e gera sobrecarga de trabalho tal

fato eacute maximizado quando essa elevada carga laboral eacute acrescida com o

desconhecimento de medidas de economia biomecacircnica

A necessidade de trocar informaccedilotildees sobre o trabalho e de cooperar

com a equipe eacute relatada nas falas poreacutem apesar da verbalizaccedilatildeo do

100

sentimento a praacutetica natildeo eacute vivenciada o relacionamento interpessoal eacute

apontado pelo grupo como um dos fatores que influenciam o cotidiano do

trabalho cujo resultado depende de parcerias para obter melhores ganhos e

adoecer menos

ldquoA relaccedilatildeo interpessoal interfere em tudo no trabalho ()

Quando a equipe eacute boa natildeo tem estresse e tudo fica

bomsem tensatildeordquo

ldquoA maioria da equipe natildeo ajuda Eacute isso que acontece e a

gente acaba ficando sozinha e trabalhando muito maisrdquo

Estudo demonstra que para minimizar as fontes geradoras das

LERDORT a equipe de enfermagem necessita criar estrateacutegias de melhoria de

relacionamento com colegas edemais membros da equipe 170

Ao confrontar os achados com literatura observa-se que a falta de um

bom relacionamento implica numa comunicaccedilatildeo deficiente entre os pares e

utilizaccedilatildeo de mecanismos de defesas inadequados como a impaciecircncia natildeo

realizaccedilatildeo do trabalho em equipe falta de cooperaccedilatildeo espontacircnea sobrecarga

de trabalho para alguns elementos da equipe e a falta de continuidade das

accedilotildees iniciadas171 172 173 174 175 176177

O terceiro nuacutecleo direcionador da entrevista trata da realizaccedilatildeo pessoal

do profissional

Enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma

profissatildeo caracterizada por ter em sua essecircncia o cuidado Em relaccedilatildeo ao

auxiliar e teacutecnico de enfermagem haacute indefiniccedilatildeo do papel profissional

sobrecarga de trabalho frequentemente justificada por falta de pessoal e

estimulada pelo pagamento de horas-extras e falta de autonomia e autoridade

na tomada de decisotildees50178179180 fatos que fazem dessa profissatildeo a quarta

mais estressante no setor puacuteblico1

O grupo reconhece carecircncia de realizaccedilatildeo pessoal com o trabalho e isso

pode favorecer o surgimento de doenccedilas relacionadas agraves LERDORTs

101

uml Eu queria fazer faculdade mas a faculdade natildeo me quis

natildeo Fiz vestibular umas trecircs vezes mas natildeo passei aiacute o

jeito foi fazer o teacutecnico mesmordquo

ldquoMinha profissatildeo infelizmente natildeo eacute reconhecida mas Deus

reconhece [] Natildeo eacute reconhecida por parte do salaacuterio por

parte da direccedilatildeo do hospital do governador e da

comunidaderdquo

ldquo tocirc cansadajaacute era pra mim ter saiacutedo mas enquanto natildeo

aparece nadardquo

As percepccedilotildees dos sujeitos da pesquisa estatildeo de acordo com a

literatura pois eacute possiacutevel encontrar relatos de profissionais de niacutevel meacutedio de

enfermagem dizendo que sofrem de despersonalizaccedilatildeo e baixa realizaccedilatildeo

pessoal1181182183184185186

A despersonalizaccedilatildeo eacute caracterizada pela insensibilidade emocional do

profissional com prevalecircncia de condutas ciacutenicas e de dissimulaccedilatildeo 1181187 A

baixa realizaccedilatildeo pessoal faz menccedilatildeo a uma auto avaliaccedilatildeo negativa associada

agrave insatisfaccedilatildeo e desacircnimo com o trabalho com sentimentos de que este natildeo

vale a pena 1187 188

52 UMA PROPOSTA DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE VOLTADA

PARA O CUIDADOCOM A SAUacuteDE OCUPACIONAL DO TEacuteCNICO

DE ENFERMAGEM

Acreditando-se que os sujeitos trazem percepccedilotildees sobre o objeto de

pesquisa entendemos que eacute preciso atuar na Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ocupacional tendo como referecircncia o saber e a vivecircncia das pessoas agraves quais

as accedilotildees satildeo voltadas

102

Numa primeira etapa de coleta de dados por meio de observaccedilatildeo

etnograacutefica e entrevista de aprofundamento constatamos um cenaacuterio de

trabalho repleto de incoerecircncias ergonocircmicas inadequaccedilotildees de mobiacutelias

adoccedilotildees de posturas corporais inadequadas e uma percepccedilatildeo de ambiente

insalubre de trabalho por parte dos teacutecnicos de enfermagem

Para a elaboraccedilatildeo da atividade educativa que atendesse agrave perspectiva

da presente pesquisa assumimos estrateacutegias da participaccedilatildeo e diaacutelogo

privilegiando uma construccedilatildeo coletiva Isto eacute foi desenvolvida por meio da

teacutecnica de grupo focal

Neste grupo focal observamos que a falta de experiecircncias aprofundadas

anteriores dos teacutecnicos de enfermagem com a praacutetica de Educaccedilatildeo em Sauacutede

permitiu que os mesmos colocassem refletissem e dialogassem com os dados

colhidos e sistematizados pelo pesquisador

Nestes diaacutelogos exploramos as necessidades e expectativas dos

teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo a um programa educativo

O Recurso Educativo foi sendo assim proposto em funccedilatildeo dos dados

revelados por meio da interaccedilatildeo com o grupo

A opccedilatildeo de mergulhar no campo de estudo e construir uma intervenccedilatildeo

a partir de uma realidade tem respaldo na literatura que afirma que embora

tenha havido um desenvolvimento surpreendente de metodologias na

educaccedilatildeo em sauacutede as estrateacutegias de aproximaccedilatildeo a populaccedilotildees especiacuteficas

e a utilizaccedilatildeo de metodologias problematizadoras ainda carecem de realce na

educaccedilatildeo em sauacutede2489

Nessa perspectiva o objeto da Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute o de alterar

positivamente os conhecimentos por meio de aproximaccedilotildees de saberes

tornando-se via de matildeo de dupla onde todos (educador e educando)

aprendem e ensinam177 189190191

As diferentes aproximaccedilotildees com os teacutecnicos de enfermagem permitiram

observar que os mesmos detecircm conhecimentos sobre o assunto e condiccedilotildees

de contribuir no sentido de ampliar o repertoacuterio pedagoacutegico no processo de

elaboraccedilatildeo da proposta educativa

103

Os diaacutelogos estabelecidos no grupo focal possibilitaram apreender

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agraves atividades educativas

suas teacutecnicas modos e maneiras de se estabelecer o aprendizado sobre

LERDORT

ldquo Jaacute fui numas palestras mas natildeo entendi muita

coisa natildeo Se tivesse cartilhas com figuras Se

ensinasse a fazer os exerciacutecios era muito melhorrdquo

ldquoEacute porque palestras soacute natildeo resolve () quando tem

panfleto eu coloco na bolsa e leio depois com calma

na hora que esquecerrdquo

ldquoQuando tem alguma coisa que lembra a gente fixa

melhor () alguma coisa que eu veja que natildeo me

deixa esquecer do que aprendirdquo

ldquoQuando tem algueacutem fazendo ginaacutestica junto com a

gente eacute bom porque empolga e se tiver fazendo

errado ensina na horardquo

Os teacutecnicos de enfermagem apontam claramente para um pressuposto

de que a informaccedilatildeo pode favorecer no autocuidado

ldquoEacute preciso saber fazer posturas na hora de fazer o

procedimento Se eu soubesse bem direitinho a

posiccedilatildeo certa do banho eu ia fazer e natildeo sofria

tantordquo

104

ldquoJaacute ouvi falar da LER mas natildeo sei direito como eacute

quer dizer sei mais ou menos () o que eu queria

era ter mais entendimento para natildeo terrdquo

A literatura comenta que o trabalho educativo pode ser uma saiacuteda

extremamente potente para a comunicaccedilatildeo em sauacutede facilitando a construccedilatildeo

de estrateacutegias preventivas e terapecircuticas174 175 por outro lado eacute preciso

destacar que embora o conhecimento seja um preacute-requisito de modo algum eacute

garantia da realizaccedilatildeo no cuidado com a sauacutede ocupacional176 177 Isso pode

ser evidenciado no diaacutelogo com os teacutecnicos

umlEu sei como sentar mas isso natildeo basta porque

aleacutem de sentar tem que promover mais coisa () eacute

preciso saber fazer os alongamentos durante o

trabalho antes do trabalho e depois tambeacutem () Se

soubeacutessemos a gente natildeo esquecia de sentar

corretordquo

Sugestatildeo metodoloacutegicas que apontam para atividades teoacutericas e

praacuteticas foram tambeacutem feitas O reconhecimento da ginaacutestica laboral como

ferramenta preventiva das LERDORTs e a confecccedilatildeo de material didaacutetico que

discuta teacutecnicas de economia biomecacircnica durante a jornada de trabalho foi

enfatizada

umlrdquoEacute preciso fazer ginaacutestica laboral manobras de

alongamentordquo

ldquoA gente deveria aprender quais satildeo as posturas

corretas deveria aprender a fazer exerciacutecios mais

ateacute do que isso deveria vir algueacutem aqui para fazer

exerciacutecios com a gente porque ao mesmo tempo que

fazia estimulava e ensinava a fazer tambeacutemrdquo

105

uml[] palestra soacute natildeo resolve [] se tivesse cartilhas

livros panfletos porque depois eu podia ler sem

aperreiouml

A literatura reforccedila esses aspectos quando afirma que para uma

efetivaccedilatildeo mais adequada dos saberes eacute preciso considerar estimular e

valorizar competecircncias teoacutericas e praacuteticas178 nas quais se incluem tanto as

habilidades comportamentais e praacuteticas (saber ser) quanto os savoirs-faire

(saber-fazer) ou conhecimentos teoacutericos dos indiviacuteduos 179180

Os teacutecnicos de enfermagem reconhecem que esse curso para natildeo cair

no esquecimento devia ser feito por moacutedulos com reforccedilos que e evoquem o

que foi discutido sobre a questatildeo

O grupo sugere tambeacutem que o reforccedilo deve ser disponibilizado e

entregue em moacutedulos pois a leitura de um texto longo pode ficar cansativa e

desestimulante Tal observaccedilatildeo pode se reforccedilada nas falas abaixo

ldquoCom o tempo a gente se esquece do que aprendeu

mas se tiver uma coisa pra lembrar seria muito bom

[] uma coisa que eu visse jaacute me lembravardquo

ldquoTipo assim todo dia falar um pouco em pedaccedilos

Quando fala tudo de uma vez depois a gente nem se

lembrardquo

Entre as discussotildees e planejamento coletivo das atividades educativas o

grupo por votaccedilatildeo sugeriu a adoccedilatildeo de uma personagem fictiacutecia para o

desenvolvimento da estrateacutegia uma boneca enfermeira entendendo que seria

algo inusitado e estimulante para ativar a lembranccedila do que fora apreendido

um modo de natildeo cair no esquecimento

106

Apoacutes algumas sugestotildees de nomes para a personagem (Dodoacutei

Penicilina Espondileacuteia Costa e Enfermerita) por votaccedilatildeo direta e aberta

escolheram o nome Espondileacuteia Costa

Um desenhista alheio ao processo foi contratado para desenvolver uma

proposta de desenho da personagem que foi preliminarmente aprovado pelo

grupo O desenho ficou exposto na sala de reuniatildeo por 10 (dez) dias para

eventuais sugestotildees de mudanccedilas que natildeo ocorreram

Ilustrado pelo desenho e ancorado nas referecircncias cientiacuteficas sobre a

prevenccedilatildeo das LERDORTs e nas sugestotildees do grupo focal foi elaborado a

versatildeo preliminar do manual que seria utilizado na atividade educativa

O manual ficou disponiacutevel para anaacutelise na sala de encontros por mais

10 (dez) dias e os teacutecnicos de enfermagem fizeram devidas observaccedilotildees sobre

o memo As principais sugestotildees ocorreram em relaccedilatildeo agrave substituiccedilatildeo de

palavras desconhecidas pelo grupo

O Recurso Instrucional final foi composto do manual e da boneca O

manual foi idealizado em fasciacuteculos a serem distribuiacutedos em cada encontro e a

boneca foi concebida para ser apresenta com uma caixinha com o manual em

miniatura sendo assim proposta para ser utilizada como um siacutembolo que tem

como finalidade ativar a lembranccedila do que foi discutido e praticado

O manual possui duas partes distintas a primeira com apresentaccedilatildeo do

mesmo e a segunda com uma parte mais praacutetica e algumas sugestotildees de

exerciacutecios

A primeira parte do material ficou assim dividida

A Espondileacuteia Costa Nessa etapa a boneca Espondileacuteia Costa se

apresenta e diz qual eacute a sua intenccedilatildeo com o grupo

Apresentaccedilatildeo Nessa pesquisado o autor esclarece alguns pontos

sobre a confecccedilatildeo do manual o objetivo do mesmo e relata

brevemente como foi o seu desenvolvimento

A quem se destina o manual Nesse momento eacute apresentado o puacuteblico

alvo que o manual educativo pretende alcanccedilar

107

A segunda parte de caraacuteter mais praacutetico ficou assim dividida

O trabalho do teacutecnico de enfermagem Nesse capiacutetulo discutem-se as

exigecircncias fiacutesicas para o trabalho como teacutecnico de enfermagem a

saber exigecircncia de grande esforccedilo fiacutesico atenccedilatildeo repetitividade de

movimentos sobrecarga de trabalho e instrumentos de trabalho

Tipos de contraccedilatildeo muscular no ambiente de trabalho

LERDORT o processo de adoecimento do sistema musculoesqueleacutetico

relacionado ao trabalho

Orientaccedilotildees para o trabalho na postura biacutepede

Orientaccedilotildees para o trabalho em sedestaccedilatildeo

Orientaccedilotildees para transferecircncia de pacientes acamados

Cinesioterapia laboral Nesse capiacutetulo se discute a importacircncia do

exerciacutecio fiacutesico na prevenccedilatildeo da LERDORT sendo eacute apresentados

alguns exerciacutecios laborais com convite para a praacutetica regular dos

mesmos

O Manual produzido e posteriormente aplicado encontra-se no anexo 5

53 A QUALIDADE DE VIDA DE TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

ANTES E APOacuteS UMA ATIVIDADE EDUCATIVA

A qualidade de vida no trabalho eacute percebida subjetivamente pelos

indiviacuteduos no ambiente laboral e deve envolver condiccedilotildees de seguranccedila

trabalho digno remuneraccedilatildeo e benefiacutecios adequados estabilidade feedback

quanto ao desempenho oportunidade de crescimento e de aprendizado

possibilidade de promoccedilatildeo clima social positivo e justiccedila social132 192

Trata-se de um conceito amplo e de certo modo pode ser afetado pela

sauacutede fiacutesica estado emocional convicccedilotildees pessoais relaccedilotildees sociais e

estiacutemulos provenientes do meio 132 De um modo geral as definiccedilotildees de

108

Qualidade de Vida reforccedilam a ideia de que sua percepccedilatildeo eacute encarada

diferentemente pelos indiviacuteduos192

O trabalho ocupa lugar central na vida do homem e dependendo da

forma como estaacute sendo executado e organizado pode ser gerador de fatores

desgastantes e potencializadores de processos sauacutede-doenccedila levando o

trabalhador ao adoecimento193 194 195

Inseridos nesse contexto estaacute o trabalhador de enfermagem que tem

seu trabalho caracterizado por atividades que exigem alta interdependecircncia

entre os pares nas quais a motivaccedilatildeo surge como aspecto fundamental na

busca de maior eficiecircncia para a qualidade na assistecircncia prestada aliada agrave

satisfaccedilatildeo destes trabalhadores196

Justifica-se avaliar a qualidade de vida no trabalho do teacutecnico de

enfermagem devido aos prejuiacutezos que a baixa desta pode desencadear tanto

para os funcionaacuterios como para os hospitais

Essa atitude eacute necessaacuteria agravequelas empresas que almejam o sucesso

pois trazem resultados positivos tanto para o empregado na forma de uma

vida mais saudaacutevel e satisfatoacuteria como para a empresa na forma de reduccedilatildeo

no absenteiacutesmo melhorias no clima organizacional nos relacionamentos na

produtividade e nos resultados194

Para este estudo foram avaliados 08 domiacutenios de qualidade de vida

propostos pelo SF 36 lembrando que quanto mais proacuteximo de 100 (cem)

melhor o estado de sauacutede da populaccedilatildeo pesquisada

Observou-se que todos os domiacutenios pesquisados antes da atividade

educativa mostraram-se abaixo de 50 do ideal significando um

comprometimento desta

Observou-se tambeacutem que o domiacutenio mais afetado foi vitalidade seguido

pelos aspectos fiacutesicos aspecto emocional aspecto funcional estado geral

aspectos sociais sauacutede mental e por fim dor

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

109

QUADRO 1 O quadro abaixo mostra os valores obtidos nos diferentes

domiacutenios com a aplicaccedilatildeo do SF 36antes do desenvolvimento da atividade

educativa

DOMIacuteNIOS Meacutedia dos valores encontrados

Capacidade funcional 458333

Aspectos fiacutesicos 291667

Dor 506667

Estado geral 491667

Vitalidade 200000

Aspectos sociais 499000

Aspectos emocionais 386667

Sauacutede Mental 499998

Partimos do princiacutepio que o trabalho quando executado em ambientes

insalubres e penosos pode interferir negativamente na qualidade de vida de

trabalhadores197 e traz sofrimento fiacutesico198

Em outro estudo199 encontramos resultados semelhantes aos aqui

apresentados os autores relatam que tais resultados refletem o sentimento de

cansaccedilo e esgotamento do grupo O cansaccedilo estaacute significativamente associado

agrave presenccedila de sintomas como problemas do sono estresse e depressatildeo203

fato que daacute credibilidade a fala do grupo quando se refere ldquofico aperreadordquo

ldquofico estressadordquo abordadas no capiacutetulo 51

Trabalhadores de enfermagem comumente apresentam sensaccedilatildeo de

fadiga crocircnica e essa pode se manifestar de diversas formas sensaccedilatildeo de

esgotamento dores de cabeccedila e no corpo perda do apetite irritabilidade

desacircnimo e induzem ao empobrecimento da vida social mental e laboral dos

mesmos192

Devido agraves condiccedilotildees laborais percebidas o excesso de trabalho e a natildeo

satisfaccedilatildeo pessoal com a profissatildeo anteriormente descritas nas falas dos

sujeitos da pesquisa nos faz acreditar que haacute um cansaccedilo acumulado no grupo

e isso pode interferir na satisfaccedilatildeo perante o trabalho

110

Estudo demonstra que haacute influecircncia direta do ambiente de trabalho e da

organizaccedilatildeo do mesmo sobre a qualidade de vida dos servidores e ainda

afirma que eacute necessaacuterio proporcionar ao trabalhador um estilo de vida mais

ativo saudaacutevel e ofertar ao mesmo condiccedilotildees salubres e adequadas para

desenvolverem e aperfeiccediloarem seu trabalho200

Neste contexto o ambiente de trabalho pode estar associado ao

sofrimento fiacutesico e psiacutequico dos trabalhadores uma vez que um tempo

significativo da vida dessas pessoas acontece neste ambiente201

Partimos do pressuposto de que existe relaccedilatildeo positiva entre o

Programa Educativo e a Qualidade de Vida dos Teacutecnicos de Enfermagem

Os dados referentes agrave qualidade de vida aleacutem de terem sido colhidos

antes da atividade educativa foram tambeacutem avaliados apoacutes 10 e 30 dias do

desenvolvimento da mesma

O graacutefico abaixo mostra o comportamento dos domiacutenios do SF 36 no

grupo nos trecircs momentos investigados

111

Graacutefico 1 Comportamento dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por

meio do SF-36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias

decorridos da atividade educativa

O quadro abaixo detalha quantitativamente as meacutedias obtidas

Quadro 2 Meacutedia dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por meio do SF-

36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias decorridos da

atividade educativa

DOMIacuteNIOS Valores antes Valores apoacutes

10 dias

Valores apoacutes

30 dias

Capacidade funcional 458333 a 700000 b 715000 b

Aspectos fiacutesicos 291667 a 750000 b 718333 ab

Dor 506667 a 760000 b 765000 ab

Estado geral 491667 a 708333 b 718333 ab

Vitalidade 200000 a 316667 a 331667 a

Aspectos sociais 499000 a 458333 a 464167 a

Aspectos emocionais 386667 a 831667 b 876667 ab

Sauacutede Mental 499998 a 680000 a 688333 a

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5 de probabilidade

112

Apoacutes 10 (dez) observamos que houve incremento na qualidade de vida

do grupo em todos os domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade e aspectos sociais

que continuaram abaixo de 50 (cinquenta por cento)

Decorridos 30 (trinta) dias da accedilatildeo educativa o mesmo resultado se

manteve apenas os domiacutenios vitalidade e aspectos sociais mantiveram

escores menores que 50 (cinquenta)

Estatisticamente analisando os dados pelo teste de Tukey todos os

domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade aspecto social e sauacutede mental

apresentaram incremento estatisticamente significante apoacutes a atividade

educativa

A vitalidade apresentou pequena variaccedilatildeo positiva nos dez dias apoacutes o

desenvolvimento da atividade educativa que se manteve 30 dias apoacutes apesar

de natildeo ter sido estatisticamente significante

O domiacutenio aspecto social manteve-se inalterado do ponto de vista

estatiacutestico antes e apoacutes (tanto 10 como 30 dias) decorridos da atividade

educativa

As meacutedias encontradas para a Sauacutede Mental do SF36 tiveram evoluccedilatildeo

depois de decorrido 10 dias e 30 dias apoacutes a atividade educativa apesar de

tambeacutem natildeo terem significacircncia estatiacutestica

O componente Capacidade Funcional que avalia a presenccedila e extensatildeo

de restriccedilotildees relacionadas agrave capacidade fiacutesica dos sujeitos teve significativa

variaccedilatildeo estatiacutestica nos 10 (dez) dias seguintes da atividade educativa apoacutes o

trigeacutesimo dia houve variaccedilatildeo positiva mas sem ser estatisticamente

significante esses achados nos sugerem uma melhor condiccedilatildeo fiacutesica apoacutes a

atividade educativa

Os dados encontrados estatildeo em desacordo com a literatura que afirma

que a capacidade funcional apresenta domiacutenio comprometido apoacutes ginaacutestica

laboral em profissionais que trabalham em hospital universitaacuterio e equipe de

enfermagem com queixas de lombalgia 204 203

Por outro lado os dados obtidos nesta pesquisa vatildeo ao encontro de

estudos que se propunham avaliar qualidade de vida de enfermeiros frente a

atividades fiacutesicas tais estudos mostraram bons iacutendices no domiacutenio Capacidade

Funcional204 205 206 em enfermeiros praticantes de atividade fiacutesica Natildeo

113

encontramos estudos que avaliassem mudanccedilas de capacidade funcional

correlacionadas com atividades educativas que incluam a atividade fiacutesica como

uma das suas estrateacutegias

Os aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos emocionais

apresentaram comportamentos similares ou seja evoluiacuteram e mantiveram um

valor crescente com significacircncia estatiacutestica apoacutes 10 (dez) e 30 (trinta) dias

decorridos da accedilatildeo educativa

Estudos demonstram que muacuteltiplos fatores podem estar relacionados ao

incremento negativo dos aspectos supra referidos e trazer sofrimento fiacutesico e

psiacutequico aos trabalhadores na maioria das vezes longas jornadas de trabalho

ritmos acelerados de produccedilatildeo pressatildeo repressora e autoritaacuteria inexistecircncia

ou escassas pausas para o descanso ao longo das jornadas de trabalho

estrutura fiacutesica precaacuteria material disponiacutevel fragmentaccedilatildeo de tarefas e

desqualificaccedilatildeo do trabalho realizado geram agressatildeo ao trabalhador 207 208 209

210 no entanto um aspecto nos chamou a atenccedilatildeo eacute que no periacuteodo em que o

estudo foi realizado natildeo constatamos qualquer mudanccedila na estrutura fiacutesica

eou administrativa na Unidade Hospitalar e mesmo assim incrementos

positivos aconteceram isso nos leva a concluir que o programa educativo

idealizado a partir da interaccedilatildeo com o grupo estudado foi eficaz na melhoria da

qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem sobretudo nos aspectos fiacutesicos

dor estado geral e aspectos emocionais e capacidade funcional

54 A PRESENCcedilA DE DORES OSTEOMUSCULARES

RELACIONADAS AO TRABALHO EM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM ANTES E APOacuteS UM PROGRAMA EDUCATIVO

Para este estudo foi avaliada a percepccedilatildeo aacutelgica dos teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa

Antes da atividade educativa independentemente do periacuteodo

considerado (12 meses ou sete dias) observou-se queixas de dores em todas

as aacutereas corpoacutereas avaliadas pelo Instrumento

114

Essas queixas estavam relacionadas agrave dor e parestesia Os dados

apresentados vatildeo ao encontro do que mostra a literatura onde se conclui que

os relatos referidos pelos trabalhadores portadores de DORTs envolvem

queixas inespeciacuteficas tais como dor localizada dor irradiada e sensaccedilatildeo de

peso 211

Acreditamos que essas queixas possuem relaccedilatildeo direta com as

condiccedilotildees de trabalho percebidas e relatadas pelo grupo A literatura aponta

tambeacutem que a presenccedila de sintomas osteomusculares nos trabalhadores de

enfermagem eacute atribuiacuteda principalmente a fatores ergonocircmicos e posturais

inadequados presentes na dinacircmica hospitalar212

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

Eacute possiacutevel observar que antes da atividade educativa existia no

grupoelevada percepccedilatildeo de sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano Natildeo

considerando a regiatildeo acometida constata-se que 942 dos teacutecnicos de

enfermagem queixavam-se de dores

Dentre os que aludiram sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(912) parte superior das costas (8369) punhos e matildeos (539) e joelhos

(337)

Em relaccedilatildeo aos sintomas osteomusculares percebidos nos uacuteltimos sete

dias 8857 dos teacutecnicos de enfermagem afirmaram positivamente Entre os

que referiram sintomatologia na uacuteltima semana as regiotildees mais referenciadas

foram respectivamente parte inferior das costas (933) parte superior das

costas (714) ombros (256) e pescoccedilo (151) como eacute possiacutevel observar

na tabela que se segue

115

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de

Enfermagem do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES da atividade educativa

Nos uacuteltimos 12 meses vocecirc

teve problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7 dias vocecirc teve

problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b)

Ombros 1084(a) 256(b)

Parte superior das costas 8369(a) 714(b)

Cotovelos 91(a) 128(b)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b)

Parte inferior das costas 912(a) 933(b)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b)

Joelhos 337(a) 116(b)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Em estudo eacute confirmado dados similares com prevalecircncia de sintomas

na regiatildeo lombar146 Em pesquisas similares foi verificada a prevalecircncia de

distuacuterbios osteomusculares em regiotildees corporais como a coluna lombar

ombros coluna cervical e joelhos213 214

Elevadas taxas de queixas aacutelgicas tambeacutem foram observadas em outras

pesquisas 215216217218219 que utilizaram o mesmo instrumento do presente

estudo verificou-se que 930 dos teacutecnicos e auxiliares de enfermagem de

um hospital puacuteblico referiram queixas de dor

Cada atividade ocupacional apresenta caracteriacutesticas que podem

predispor algum tipo de doenccedila relacionada ao trabalho No caso especiacutefico

das LERDORTs determinadas atividades que envolvem de alguma forma

movimentos repetitivos esforccedilo com sobrecarga inclusive estaacutetica estatildeo

associados agrave origem de muitos problemas musculoesqueleacuteticos como parece

ser o caso dos profissionais teacutecnicos de enfermagem216 Contraccedilotildees

musculares estaacuteticas contiacutenuas aumento da pressatildeo intramuscular

116

minimizaccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e compressatildeo de feixes nervosos satildeo

mecanismos fisiopatoloacutegicos que podem produzir alteraccedilotildees musculares e

repercutir em dores musculares216

Outro fato importante de salientar eacute que as dores de coluna podem estar

relacionadas tanto a questotildees psicoloacutegicas (estresse e ansiedade) quanto

fiacutesicas 216 220 Dentre as possiacuteveis causas de estresse psicoloacutegico nos teacutecnicos

de enfermagem poderiam estar o fato de trabalharem com a questatildeo da

doenccedila enfermarias superlotadas falta de atitudes cooperativas baixa

autoestima atenccedilatildeo constante fatos relatados pelos mesmos

ldquoEu fico triste no trabalho soacute fico alegre quando eu

recebo elogios fica bomeu sei conversarsou meio

psicoacutelogardquo

ldquoNatildeo tocirc realizada natildeo quer dizer mais ou menos Eacute

razoaacutevel O salaacuterio eacute ruim o trabalho eacute muito

cansativo Cuidar do paciente se quebra ateacute os

braccedilos Eacute uma torturardquo

ldquoNingueacutem taacute nem aiacute para genterdquo

Outro fato que merece destaque eacute o sedentarismo pois pode tornar o

indiviacuteduo suscetiacutevel a doenccedilas ocupacionais afetando a sua produtividade no

ambiente de trabalho221 Este dado condiz com o presente estudo pois

encontramos falas aludidas no capiacutetulo 5 que fazem menccedilatildeo a essa situaccedilatildeo

A praacutetica regular de atividade fiacutesica promove melhor adaptaccedilatildeo do

sistema muscular circulatoacuterio e metaboacutelico levando a alteraccedilotildees beneacuteficas na

musculatura esqueleacutetica e assim reduzindo o surgimento de sintomas

osteomusculares e incapacidades222

A participaccedilatildeo do teacutecnico de enfermagem no programa educativo

idealizado agrave partir da interaccedilatildeo com os mesmos mostrou forte impacto na

reduccedilatildeo das dores osteomusculares relacionadas ao trabalho A tabela abaixo

mostra os dados encontrados antes e apoacutes a atividade educativa

117

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de Enfermagem

do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES e APOacuteS 30 dias decorridos da atividade educativa

ANTES APOacuteS

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b) 2502 (a) 51(c)

Ombros 1084(a) 256(b) 1098(a) 56(c)

Parte superior das

costas

8369(a) 714(b) 8069(a) 111(c)

Cotovelos 91(a) 128(b) 99(a) 56(c)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b) 519(a) 51(c)

Parte inferior das

costas

912(a) 933(b) 892(a) 226(c)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b) 139(a) 030(c)

Joelhos 337(a) 116(b) 347(a) 49(c)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b) 279(a) 32(c)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Apoacutes o desenvolvimento da Atividade Educativa como era esperado

verificou-se que natildeo houve variaccedilatildeo das queixas de dores referentes ao uacuteltimo

ano No entanto em relaccedilatildeo as queixas aacutelgicas nos uacuteltimos 7 (sete) dias

quando se compara antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa eacute

possiacutevel constatar diminuiccedilatildeo estatisticamente significativa da queixa de dores

entre os trabalhadores

Entre os que referiram sintomatologia dolorosa na uacuteltima semana as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(226) parte superior das costas (116) cotovelos e ombros (56)

118

Observou-se portanto o efeito positivo da atividade educativa proposta

na minimizaccedilatildeo de queixas aacutelgicas relacionadas ao trabalho Natildeo encontramos

estudos similares na literatura correlacionando percepccedilatildeo aacutelgica de teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa

119

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

120

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A educaccedilatildeo em sauacutede tem sido utilizada por profissionais da sauacutede

sobretudo na atenccedilatildeo baacutesica como forma de intervenccedilatildeo na tentativa de

facilitar o aprendizado modificar haacutebitos e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees tal praacutetica eacute comprovada pela literatura atual poreacutem o modo de se

fazer ainda natildeo estaacute totalmente difundido entre os profissionais da sauacutede

sobretudo aqueles que trabalham na sauacutede ocupacional

A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas na ambiecircncia hospitalar pode ser

uma forma de aprimorar o conhecimento dos profissionais que trabalham com

sauacutede ocupacional neste caso especificamente com a prevenccedilatildeo das

LERDORTs

Nesta pesquisa procuramos colaborar com dois aspectos o primeiro

quando nos propusemos a conhecer a realidade do trabalho e os saberes do

teacutecnico de enfermagem sobre LERDORT para a partir desses dados

organizar uma proposta de intervenccedilatildeo educativa e o segundo ao avaliar esta

intervenccedilatildeo a partir da qualidade de vida e da percepccedilatildeo de dores

osteomusculares relacionadas ao trabalho

No primeiro momento o processo de elaboraccedilatildeo da intervenccedilatildeo

educativa considerou que a transmissatildeo unidirecional de informaccedilotildees

desvalorizando os saberes e experiecircncia dos educandos seria um equiacutevoco

como vem mostrando a literatura sobre educaccedilatildeo em sauacutede Partimos do

pressuposto de que os sujeitos possuiacuteam saberes valiosos decorrentes de

suas experiecircncias em lidar com trabalho e seus problemas de sauacutede

Observamos que os teacutecnicos de enfermagem tecircm uma compreensatildeo

sobre o processo de adoecimento relacionado com seus trabalhos

especialmente no tocante potencial desenvolvimento das LERDORTs

121

As falas dos teacutecnicos de enfermagem do Hospital investigado sobre

LERDORT mencionadas nos capiacutetulos iniciais dessa pesquisa foram muito

ricas e serviram de ferramentas para a construccedilatildeo da proposta educativa

Dessa forma a Educaccedilatildeo em Sauacutede proposta estimulada pela

construccedilatildeo e pensar coletivos sobre o modo que os teacutecnicos de enfermagem

atuavam tornou-os corresponsaacuteveis pela prevenccedilatildeo desencadeando uma

aprendizagem mais significativa Isto reforccedilou o potencial da Educaccedilatildeo em

Sauacutede opondo-se ao reducionismo do processo educativo e caminhando em

direccedilatildeo a um processo informativo-cognitivo na educaccedilatildeo dos trabalhadores

proacuteximo a realidade laboral dos mesmos

No segundo momento dessa pesquisa observamos que a vivecircncia

dessa intervenccedilatildeo trouxe benefiacutecios na qualidade de vida e na reduccedilatildeo de

dores osteomusculares relacionadas ao trabalho do grupo de estudo

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida dos teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede e vitalidade pode- se afirmar que o programa educativo

elaborado a partir da interaccedilatildeo com o grupo teve impactos positivos Nos

domiacutenios capacidade funcional aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais podemos afirmar tambeacutem que tal melhora persiste ateacute 30 (trinta)

dias corridos nos domiacutenios aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais e sauacutede mental

No que diz respeito a presenccedila de sintomas osteomusculares

relacionados ao trabalho observou-se que a atividade educativa interfere

positivamente na minimizaccedilatildeo dos mesmos

Eacute sabido que o surgimento das LERDORTs na ambiecircncia hospitalar eacute

multifatorial e por isso necessita ser abordada de forma distinta Grande parte

dos fatores desencadeadores das mesmas em hospitais puacuteblicos natildeo estaacute ao

nosso alcance poreacutem uma atividade educativa dependente diretamente do

envolvimento dos profissionais que trabalham com sauacutede ocupacional e podem

ter repercussotildees positivas minimizaccedilatildeo dos agravos Apesar de natildeo se ter

modificado o meio em que o teacutecnico de enfermagem trabalha foi possiacutevel com

122

a atividade educativa melhorar sua qualidade de vida e reduzir a

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho

Ao final dessa pesquisa nos remetemos a algumas indagaccedilotildees De que

modo o Fisioterapeuta como integrante de uma equipe de sauacutede ocupacional

tem se apropriado dessas questotildees Como aprimorar o papel educativo do

Fisioterapeuta junto a estes e outros profissionais expostos ao adoecimento

relacionado ao trabalho

As respostas a estes questionamentos ainda poderatildeo ser mais

aprofundadas e discutidas pela comunidade acadecircmica mas o que sabemos eacute

que o aprimoramento da Atividade Educativa do Fisioterapeuta pode ajudar os

trabalhadores a manterem-se mais saudaacuteveis produtivos e felizes

123

REFEREcircNCIAS

124

7 REFEREcircNCIAS

1 Murofuse NT Abranches S S Napoleatildeo A A Reflexotildees sobre estresse e

Burnout e a relaccedilatildeo com a enfermagem Rev Latino-amEnfermagem

200513(2)255-61

2 Murofuse NT O adoecimento dos trabalhadores de enfermagem na Fundaccedilatildeo

Hospitalar do estado de Minas Gerais reflexatildeo das mudanccedilas no mundo do

trabalho Ribeiratildeo Preto Tese [Doutorado Enfermagem] - Universidade de Satildeo

Paulo 2004

3 Belancieri MF Bianco MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em

trabalhadores da aacuterea de enfermagem de um Hospital Universitaacuterio

TextoampContexto Enfermagem 2004 janmar 13(1)124-131

4 Jensen R Disabling back injuries among nursing personal research needs and

justification RevNursHealth 198710(1)29-38

5 De Marchi BD Rita C Do Carmo CR Maria Luacutecia Almeida S L Riscos

ocupacionais e alteraccedilotildees de sauacutede entre trabalhadores de enfermagem

brasileiros de unidades de urgecircncia e emergecircncia Cienc Enferm 2010

16(2)69-81

6 Vieira ER Kumar S Coury HJ Narayan Y Low back problems and possible

improvements in nursing jobs Journal of Advanced Nursing 2006 jul 55 (1) 79-

89

7 Magora A Investigation of the relation between low back pain and occupation

Ind Med 2010 39(11)31-7

125

8 Hartvigsen J Lauritzen S Lings S Lauritzen T Intensive education combined

with low tech ergonomic intervention does not prevent low back pain in nurses

Occup Environ Med 2005 62 (1)13-7

9 Horneij EL Jensen IB Holmstroumln EB Ekdahl C Sick leave among home-care

personnel a longitudinal study of risk factors BMC Musculoskelet Disord

20045(1)38

10 Chiou WK Wong MK Lee YH Epidemiology of low back pain in Chinese

nurses Int J Nurs Stud 1994 31361-368

11 Fernandes JD Ferreira SL albergaria AK Conceiccedilatildeo FM Sauacutede mental e

trabalho feminino imagens e representaccedilotildees de enfermeiras Rev Latino-am

Enfermagem 200210(2)199-206

12 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Occup Environ Med 2004 61 398-404

13 Botha WE Bridger RS Anthropometric variability equipment usuability and

musculoskeletal pain in a group of nurses in the western cape Appl Ergon

2008 1(1) 481-90

14 Nardi HC Sauacutede do trabalhador subjetividade e interdisciplinaridade In Merlo

ARC organizador Sauacutede e Trabalho no Rio Grande do Sul realidade

pesquisa e intervenccedilatildeo 1ed Porto Alegre UFRGS 2004 [v143-64]

15 Lacaz FAC Sauacutede do trabalhador Campinas Tese [Doutorado] - Faculdade de

Ciecircncias Medicas da Universidade Estadual de Campinas 1996

16 Haag GS Lopes MJM Schuck JS Organizadores A enfermagem e a sauacutede

dos trabalhadores 2 ed rev e ampl Goiacircnia Editora AB 2001

17 Farias SNP Riscos no trabalho e agravos agrave sauacutede do trabalhador de

enfermagem em centro municipal de sauacutede Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo

126

[Mestrado em Enfermagem]- EEAN Universidade Federal do Rio de Janeiro

1999

18 Frias Junior CAS A sauacutede do trabalhador no Maranhatildeo uma visatildeo atual e

proposta de atuaccedilatildeo Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede

Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz 1999

19 Wright WC Introduction In RAMAZZINI B Diseases of Workers Thunder

Bay Canada OHampS Press 1993 p 1-34 [Translated by Wilmer Cave Wright

1940]

20 Arruda JJA Piletti N Toda a Histoacuteria Satildeo Paulo Aacutetica 1997

21 Prado Juacutenior C Evoluccedilatildeo poliacutetica do Brasil Colocircnia e impeacuterio Satildeo Paulo

Brasiliense 1999

22 Laurell AC Noriega M Para o Estudo da Sauacutede na sua relaccedilatildeo com o

processo de trabalho In Processo de Produccedilatildeo e Sauacutede Trabalho e Desgaste

Operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

23 Oddone I Marri G Gloacuteria S Briante G Chiattella M REA Ambiente de

trabalho a luta dos trabalhadores pela sauacutede Satildeo Paulo Hucitec 1986

24 Mendes R Dias EC Da medicina do trabalho agrave sauacutede do trabalhador Revista

de sauacutede puacuteblica 1991 25 (5) 341-349

25 Bellusci SM Doenccedilas profissionais ou do trabalho 6 ed Satildeo Paulo Editora

Senac 2005

26 Chaffin DB Anderson GBJ Martins BJ Biomedicina Ocupacional Belo

Horizonte Ed Ergo 2001

27 Oliveira RMR A abordagem das lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho LERDORT no Centro de

127

Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador do Espiacuterito Santo ndash CRSTES Rio de

Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Oswaldo

Cruz Rio de Janeiro 2001

28 Leite PC Silva A Merighi MAB A mulher trabalhadora de enfermagem e os

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho Rev esc enferm USP

2007 jun 41 (2)287-291

29 Felli VEA Kurcgant P A sauacutede do trabalhador de enfermagem um estudo no

enfoque do materialismo histoacuterico e dialeacutetico Rev Paulista de Enfermagem

2000 setdez19 (3)41-8

30 Pinho DLM Abrahatildeo JI Ferreira MC As estrateacutegias operatoacuterias e a gestatildeo da

informaccedilatildeo no trabalho de enfermagem no contexto hospitalar Rev latino-am

Enfermagem 2003 marabr11(2)168-76

31 Peduzzi M Anselmi ML O processo de trabalho de enfermagem a cisatildeo entre

o planejado e execuccedilatildeo do cuidado Rev Bras Enferm 2002 55(4)392-398

32 Rocha SSL Felli AVE Qualidade de vida no trabalho docente em enfermagem

Rev Latino-am enfermagem 2004 janfev 2(1) 28-35

33 Raduumlnz V Cuidando e se cuidando 2 ed Goiacircnia Editora AB 1999

34 Murofuse NT Alves DCI Favero GC Brotto AO Comportamento dos

acadecircmicos docentes e teacutecnicos administrativos da cliacutenica odontoloacutegica da

Unioeste riscos e atividades desenvolvidas Acta Scientiarum Health Sciences

(Online) 2008 3081-87

35 Assunccedilatildeo AA Rocha LE Doenccedilas Osteomusculares Relacionadas com o

Trabalho membro superior e pescoccedilo In MENDES R Patologia do Trabalho

Satildeo Paulo Atheneu 2003

128

36 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Protocolo de investigaccedilatildeo diagnoacutestico

tratamento e prevenccedilatildeo de lesotildees por esforccedilos repetitivos LERDORT

Brasiacutelia DF 2000

37 Rio RP LER ciecircncia e lei novos horizontes da sauacutede e do trabalho Belo

Horizonte (MG) Health 199

38 MINISTEacuteRIO DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL (BR) Atualizaccedilatildeo da Norma Teacutecnica

sobre Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-DORT Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo 11 de julho 1997 Seccedilatildeo 34231-9

39 OLIVEIRA CR Conceituaccedilatildeo da LER In OLIVEIRA CR Manual Praacutetico de

LER 2aed Belo Horizonte Editora Health 1998 p21-28

40 Regis F Gilseacutee I Michels G SELL I Work related musculoskeletal disorders in

dentists Rev bras epidemiol 2006 9(3)346-359

41 Merlo AacuteRC Jacques MGC Hoefel MGLGroups activity with repetitive strain

injuries workers experience reportPsicol Reflex Crit 2001 14(1)253-258

42 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Comitecirc Assessor das LERDORT Protocolo de

investigaccedilatildeo diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo de LERDORT Brasiacutelia

1999

43 Michelin CF Michelin AL Loureiro CA Estudo epidemioloacutegico dos distuacuterbios

musculoesqueletais e ergonocircmicos em Cirurgiotildees Dentistas Revista da

Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo 2000

juldez5(2)61-7

44 Guido LA Stress e coping entre enfermeiras de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo

anesteacutesica Satildeo Paulo Tese [Doutorado em enfermagem] ndash Escola de

enfermagem da Universidade de Satildeo Paulo 2003

129

45 Britto ES Enfermeiros psiquiaacutetricos estresse enfrentamento e sauacutede Ribeiratildeo

Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

2006

46 Christophoro R Waidman MAP Estresse e condiccedilotildees de trabalho um estudo

com docentes do curso de enfermagem da UEM Estado do Paranaacute Acta

Scientiarum 2002 24(3)757-63

47 Almeida NA Estresse ocupacional uma visatildeo psicoloacutegica sobre a sauacutede do

trabalhador Manaus Tese [doutorado em Psicologia] - Centro Universitaacuterio

Luterano de Manaus 2005

48 Beck CLC Gonzales RMB Stekel LMC Donaduzzi JC O trabalho da

enfermagem em unidades criacuteticas e sua repercussatildeo sobre a sauacutede dos

trabalhadores Esc Anna Nery R Enferm 2006 Ago 10(2)221-7

49 Dejours C A loucura do trabalho estudo de psicopatologia do trabalho

Traduccedilatildeo de Ana Isabel Paraguay e Lucia Leal Ferreira 5 ed ampl Satildeo

Paulo Editora Cortez 1992

50 Stacciarini JMR Troacuteccoli BT O estresse na atividade ocupacional do

enfermeiro Rev Latino-AmEnfermagem 2001 marabr9(2)305-17

51 Popim RC O cuidador na accedilatildeo de cuidar na enfermagem oncoloacutegica Ribeiratildeo

Preto Tese [Doutorado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

Ribeiratildeo Preto 2001

52 Meirelles NF Zeitoune RCG Satisfaccedilatildeo no trabalho e fatores de estresse da

equipe de enfermagem de um centro ciruacutergico oncoloacutegico Escola Anna Nery

Revista de Enfermagem 2003 abr 7(1)78-88

53 Miguez J Bonami M Comportamentos de ausecircncia quadros de anaacutelise e suas

operacionalizaccedilotildees Cad de Ciecircnc Sociais 19886173-9

130

54 Midorikawa ET A odontologia em sauacutede do trabalhador como uma nova

especialidade profissional definiccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funccedilotildees do

cirurgiatildeo dentista na equipe de sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Odontologia]-Universidade de Satildeo Paulo 2000

55 Souza M de Acidentes ocupacionais e situaccedilotildees de risco para a equipe de

enfermagem um estudo em cinco hospitais do municiacutepio de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo Tese [Doutorado em Medicina] - Universidade Federal de Satildeo Paulo

2002

56 Graccedila L Satisfaccedilatildeo profissional dos meacutedicos de famiacutelia no SNS Meacutedico de

Famiacutelia 2000 Feb 2 (III seacuterie)48-50

57 Martinez L Ferreira A Sousa L Cunha J A esperanccedila eacute a uacuteltima a morrer

Capital psicoloacutegico positivo e presentismo Comportamento Organizacional e

Gestatildeo v13 n1 Disponiacutevel em

httpwwwscieloocesmctesptpdfcogv13n1v13n1a03pdf Acesso em 28 de

julho de 2010

58 Nascimento GM Estudo do absenteiacutesmo dos trabalhadores de enfermagem

em uma unidade baacutesica e distrital de sauacutede do municiacutepio de Ribeiratildeo Preto -

SP Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de

Satildeo Paulo 2003

59 Castejoacuten JC El papel de las condiciones del trabajo em La incapacidad

temporal por enfermidad comuacuten y acidente no laboral Barcelona [Doutorado] -

Bellaterra Universitat Autonoma de Barcelona 2002

60 Rocha SMM Almeida MCP O processo de trabalho da enfermagem em sauacutede

coletiva e a interdisciplinaridade Rev Latino-Am Enfermagem 20008(6) 96-

101

61 Mussi FC Conforto e loacutegica hospitalar anaacutelise a partir da evoluccedilatildeo histoacuterica do

conceito conforto na enfermagem Acta paul enferm [online] 200518(1)72-81

131

62 Carvalho MB de Felli VEA O trabalho de enfermagem psiquiaacutetrica e os

problemas de sauacutede dos trabalhadores Rev Latino-Am Enfermagem [serial

on the Internet] 2006 Feb [cited 2011 June 09] 14(1) 61-69

63 Singer P Souza AR Organizador A economia solidaacuteria no Brasil a autogestatildeo

como resposta ao desemprego Satildeo Paulo Contexto 2003

64 Beck U La sociedade Del riesgo hacia uma nueva modernidad Barcelona

Paidoacutes 1998

65 Murofuse NT Marziale MHP Mudanccedilas no trabalho e na vida de bancaacuterios

portadores de Lesotildees por esforccedilos repetitivos LER Rev Latino-am

Enfermagem 2001 julhoago 9(4)19-25

66 Settimi MM Silvestre MP Lesotildees por esforccedilos repetitivos (LERDORT) um

problema da sociedade brasileira In Codo W Almeida MC (Orgs)

LERDORT diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo Petroacutepolis Vozes 1995

67 Merlo ARC A informaacutetica no Brasil Prazer e sofrimento no trabalho Porto

Alegre Ed da UniversidadeUFRGS 1999

68 Stacciarini JM OKeeffe M Mathews M Group therapy as treatment for

depressed Latino women a review of the literature Issues in Mental Health

Nursing 2007 May28(5)473-88

69 Regis FGI Michels G Sell I Lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiotildees-dentistas Rev bras

epidemiol [serial on the Internet] 2006 Sept 9(3) 346-359

70 Sato L LER Objeto e Pretexto para a Construccedilatildeo do Campo Trabalho e

Sauacutede Cad Sauacutede Puacuteblica 2001 JanFeb 17(1)147-152

132

71 Bernard BP Musculoskeletal disorders and workplace factors A critical review

of epidemiologic evidence for work related musculoskeletal disorders of the

neck upper extremity and low back Cincinnati NIOSH 1997 KUORINKA I

FORCIER L LATR ndash Les Leacutesions Attribuables au Travail Reacutepeacutetitif Quebec ndash

Canadaacute Editions Multi Mondes 1995

72 Buckle P Work factors and upper limb disorders BMJ 1997 1360-1363

73 Santos Filho SB Barreto SM Atividade ocupacional e prevalecircncia de dor

osteomuscular em cirurgiotildees-dentistas de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil

Contribuiccedilatildeo ao debate sobre os distuacuterbios osteomusculares relacionados ao

trabalho Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 17(1) 181-193

74 Lupton D Corpos prazeres e praacuteticas do eu Educaccedilatildeo amp Realidade 2000 25

15-48

75 Valla VV Stotz EN organizadores Participaccedilatildeo popular educaccedilatildeo e sauacutede

teoria e praacutetica Rio de Janeiro Relume-Dumaraacute 1997

76 Valadatildeo MM Sauacutede na Escola um campo em busca de espaccedilo na agenda

intersetorial Satildeo Paulo Tese [Doutorado]-Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da

Universidade de Satildeo Paulo 2004

77 Dejours C Confeacuterence d introduction In Acts Colloque International de

Psycodynamique et Psychopathologie du Travail Paris Conservatorie

Naacutetionaldes Arts et Meacutetieacuters 1997

78 Assunccedilatildeo AA As modalidades de gestatildeo das situaccedilotildees de trabalho para

compensar as deficiecircncias dos membros do coletivo Belo Horizonte UFMG

2001

79 Assunccedilatildeo AA Lima FPA A Nocividade no Trabalho Contribuiccedilatildeo da

Ergonomia In MENDES R Patologia do Trabalho ndash Atualizada e Ampliada 2ordf

ed Vol II parte IV Rio de Janeiro Atheneu 2002

133

80 A Ginaacutestica Laboral na prevenccedilatildeo da LERDORT soluccedilatildeo ou paliatvo In

Barbosa Luis Guilherme Fisioterapia Preventiva nos Distuacuterbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ndash DORTrsquos ndash A fisioterapia do

trabalho aplicada Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002

81 Costa M LoacutepezE Educacioacuten para lasalud 1996 Madrid Piraacutemide 1996

82 Sznelwar LI Foacuterum Nacional sobre o Fenocircmeno LERDORT - ldquoConstruindo

uma nova visatildeo e formas concretas de accedilatildeordquo Ata final do Foacuterum Florianoacutepolis

Fundacentroout 2001 Disponiacutevel na internet httpwwwfundacentroscgov

Acesso em 18 de abril de 2011

83 Saad JED Responsabilidade civil do empregador pelos danos decorrentes do

acidente do trabalho Jus Navigandi 2011 Jan 16(2750) Disponiacutevel em

lthttpjusuolcombrrevistatexto18242gt Acesso em 24 abr 2011

84 Hobsbawm E Mundos do Trabalho Novos estudos sobre Histoacuteria Operaacuteria

Traduccedilatildeo de Waldea Barcellos e Sandra Bedran 3 ed Rio de Janeiro Paz e

Terra 2000

85 Mello RC Acidentes do trabalho sob a oacutetica da legislaccedilatildeo atualizada inclusive

com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 Doutrina e jurisprudecircncia dominantes

Satildeo Paulo Saraiva 1990

86 Morim SL Oliveira J Responsabilidade Civil Acidente do Trabalho Satildeo Paulo

Saraiva 2001

87 Alves VS A health education model for the Family Health Program towards

comprehensive health care and model reorientation Interface - Comunic

Sauacutede 2005 set 9(16)39-52

88 Segre M Ferraz FC O conceito de sauacutede Rev Sauacutede Puacuteblica199731(5) Satildeo

Paulo

134

89 Caponi S Georges CY El estatuto epistemoloacutegico del concepto de salud

Histoacuteria Ciecircncias Sauacutede 1997 4287-307

90 Teixeira CF Paim JS Vilasboas AL SUS modelos assistenciais e vigilacircncia da

sauacutede Informe Epidemioloacutegico do SUS 1998 7(2) 7-28

91 Freire P Pedagogia do Oprimido 23a Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2003

92 Gazzienelli MF Gazzienelli A Reis DC Penna CMM Educaccedilatildeo em sauacutede

conhecimentos representaccedilotildees sociais e experiecircncias da doenccedila Cad Sauacutede

Puacuteblica 2005 21(1)200-206

93 Candeias FMN Conceitos de educaccedilatildeo e de promoccedilatildeo em sauacutede mudanccedilas

individuais e mudanccedilas organizacionais Rev Sauacutede Puacuteblica 1997 31(2)209-

12

94 Pereira AL Educaccedilatildeo em sauacutede In Ensinando a cuidar em Sauacutede Puacuteblica

Difusatildeo 2003

95 Souza AC Colomeacute ICS Costa LED Oliveira DLLC A educaccedilatildeo em sauacutede com

grupos na comunidade uma estrateacutegia facilitadora da promoccedilatildeo da sauacutede

Rev Gauacutecha de Enf 2005 ago 26(2) 147-53

96 Freire P Educaccedilatildeo e mudanccedila 8ordf Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983

97 Oliveira SG Proteccedilatildeo Juriacutedica agrave sauacutede do Trabalhador 3ordf ed rev ampl e

atual Satildeo Paulo LTr 2001

98 Bellini HT Ensaios sobre programas de sauacutede bucal Biblioteca Cientiacutefica 1991

99 Vasconcelos EM Educaccedilatildeo popular nos serviccedilos de sauacutede 3ed Satildeo Paulo

Hucitec 1997

135

100 Hilger EC Abegg C Pretto SM Anaacutelise das abordagens de Educaccedilatildeo em

Sauacutede em programas de sauacutede bucal Accedilatildeo Coletiva 1999 2(2) 10-4

101 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Ocup Environ Med 2004 61 398-404

102 Gros MA The role of the occupational health nurse in risk management of

upper extremity complaints Occupational Medicine 199813(3)599-609

103 Ando S Ono Y Shimaoka M Hiruta S Hattori Y Hori F Takeuchi Y

Associations of self-estimated workloads with musculoskeletal symptoms

among hospital nurses Ocup Environ Med 2000 57 211-6

104 Macleod D The ergonomics edge improving safety quality and productivity

American College of Sports Medicine 2003 30(6)992-1008

105 Dale L Barkley A Bayless S Coleman SD McDonald B Myszkowski J

Phipps-Stevens Experience of cumulative trauma disorders on life roles of

worker and family member a case study of a married couple Work Reading

2003 20 (3)245-255

106 Rezende MP Agravos agrave sauacutede de auxiliares de enfermagem resultantes da

exposiccedilatildeo ocupacional aos riscos fiacutesicos Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 2003

107 Pereira ALF As tendecircncias pedagoacutegicas e a praacutetica educativa nas ciecircncias da

sauacutede Caderno de Sauacutede Puacuteblica 2003 setout 19(5) 1527ndash1534

108 Alan MM Ceacutesar-Vaz MR Almeida T Educaccedilatildeo ambiental e o conhecimento

do trabalhador em sauacutede sobre situaccedilotildees de risco Cienc Saude Colet 2005

10 (sup) 39-47

136

109 Tavolaro P Pereira IMTB Pelicioni MCF Oliveira CA F Empowerment as a

way to prevent work-related health conditions in slaughterhouse workers Rev

Sauacutede Puacuteblica [serial on the Internet] 2007 Apr 41(2)307-312

110 Vieira ER Work-related low back disorders in nurses frequency of

occurrence causes and prevention (reprint) allnursescom Nursing for Nurses

27 Aug 2006

111 Shawn WS Feuerstein M Lincoln AE Miller VI Wood PM Case management

services for work related upper extremity disorders integrating workplace

accommodation and problem solving AAOHN Journal 200149 (8)378-89

112 Spekle EM Hoozemans MJ Blatter BM Heinrich J van der Beek AJ Knol

DL Bongers PM van Dieen JH Effectiveness of a questionnaire based

intervention programme on the prevalence of arm shoulder and neck

symptoms risk factors and sick leave in computer workers a cluster

randomised controlled trial in an occupational setting BMC Musculoskelet

Disord 2010 11(1) 99

113 Monsivais DB Monsivais JJ Christensen M Treatment for clients with

cumulative trauma disorders using an educational model to communicate

choices AAOHN J 1993 41(12) 587-91

114 Serapioni M Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em

sauacutede algumas estrateacutegias para a integraccedilatildeo Ciecircnc sauacutede coletiva [online]

2000 5(1) 187-192

115 Minayo MC Sanches O Quantitativo-qualitativo oposiccedilatildeo ou

complementaridade Cad deSauacutedePuacuteblica19939(3)239-262

116 Morse JM A review committees guide for evaluating qualitative proposals

Qualitative Health Research 2007 13(1) 833-851

137

117 Moehr JR Evaluation salvation or nemesis of medical informatics

Computers in biology and medicine 2002 32 113-25

118 Santos SR Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomeacutedica

Sociedade Brasileira de Pediatria Jornal de Pediatria 1999

119 Pinheiro FA Troacuteccoli BT Carvalho CV Validaccedilatildeo do questionaacuterio noacuterdico de

sintomas osteomusculares como medida de morbidade Rev de Sauacutede Puacuteblica

36 (3) 307-312

120 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinatildeo I Quaresma MRl Traduccedilatildeo para

a liacutengua portuguesa e validaccedilatildeo do questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) Rev Bras Reumatol 1999 39(3)143-

150

121 Leininger M Qualitative research methods in nursing Orlando Grune amp

Stratton 1985 cap 3 p 33-71 Ethnography and ethnonursing models and

modes of qualitative dada analysis

122 Spradley J The Ethnographic Interview New York Holt Rinehart and

Winston 1979

123 Laplantine F Aprender antropologia Satildeo Paulo Brasiliense 1994

124 Aamodt AM Ethnography and Epistemology Generanting Nursing

Knowledge IN Morse JM Qualitative nursing research a contemporaty issue

Newbury Parke Sage 1991

125 Krueger RA Focus group a practical guide for applied esearch Newbury

Park Sage 1988 - Morgan DL (ed) Successful focus group advancing the

state o the art Newbury Park Sage 1993

138

126 Dawson S Manderson L e Tallo VL 1993 A manual for the use of focus

groups Methods for Social Research in Disease Boston World Health

Organization

127 Carlini-Cotrim B Potencialidades da teacutecnica qualitativa grupo focal em

investigaccedilotildees sobre abuso de substacircncias Rev Sauacutede Puacuteblica 1996 30(3)

285-93

128 Veiga L Gondim S M G A utilizaccedilatildeo de meacutetodos qualitativos na Ciecircncia

Poliacutetica e no Marketing Poliacutetico Opin Publica 2001 7(1) 1-15

129 Pizzol SJS Combinaccedilatildeo de grupos focais e anaacutelise discriminante um meacutetodo

para tipificaccedilatildeo de sistemas de produccedilatildeo agropecuaacuteria Rev Econ Sociol

Rural 2004 42(3) 451-468

130 Barbour RS Kitzinger J Developing focus group research London Sage

1999

131 Lefevre AMC Lefevre F Cardoso MRL Mazza MMPR Assistecircncia puacuteblica agrave

sauacutede no Brasil estudo de seis ancoragensSaude soc [online] 2002 11(2)

35-47

132 Alves-Mazzotti AJ Gewandsznajder F O meacutetodo nas ciecircncias naturais e

sociais pesquisa quantitativa e qualitativa 2ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Pioneira

2004

133 Szymanski H (Org) Almeida LR Prandini RCAR A entrevista na pesquisa

em educaccedilatildeo a praacutetica reflexive Brasiacutelia Editora Plano 2002

134 Kuorinka I Jonsson B Kilbom A Vinterberg H Biering-Sorensen F

Andersson G et al Standardised Nordic questionnaires for the analysis of

musculoskeletal symptoms ApplErgon 1987

139

135 Bergqvist V Wolgast E Nilsson B Voos M The influence of VDT work on

musculoskeletal disorders Ergonomics 199538754-62

136 Toomingas A Theorell T Michesen H Nordemar R Associations between

self-rated and psychosocial work conditions and musculoskeletal symptoms and

signs Scand J Work Environ Health 199723130-9

137 Ware JE Sherbourne CD The MOS ndash 36 item Short Form Health Survey (SF

ndash 36) conceptual framework and item selection MedCare 1992 30473-483

138 Viacava F Informaccedilotildees em sauacutede a importacircncia dos inqueacuteritos

populacionais Ciecircnc sauacutede coletiva 2002 7607-621

139 Aranha LLM Miroacuten Canelo JA Alonso Sardoacuten M Del Pino Montes J Saacuteenz

Gonzaacutelez MC Qualidade de vida relacionada agrave sauacutede em espanholas com

osteoporose Rev Sauacutede Puacuteblica [online] 200640(2) 298-303

140 Puglisi ML Franco B Anaacutelise de conteuacutedo 2 ed Brasiacutelia Liacuteber Livro 2005

141 Houaiss A Villar MS Minidicionaacuterio Houaiss de liacutengua portuguesa Rio de

Janeiro Objetiva 2004

142 Alves M Motivos de licenccedilas meacutedicas em um hospital de urgecircncia-

emergecircncia Rev Bras Enferm 2006 mar-abr 59(2) 195-200

143 Cecirca GSS Murofuse NT Associaccedilatildeo dos Portadores de LER (AP-LER) na luta

pelos direitos dos trabalhadores de frigoriacuteficos do oeste do Paranaacute In

TUMOLO Paulo Sergio BATISTA Roberto Leme Trabalho economia e

educaccedilatildeo perspectivas do capitalismo global Praacutexis 2008 421-436

144 Nielsen K Trinkoff A Applying ergonomics to nurse computer workstations

review and recommendations Comput Inform Nurs 2006 21(3)150-157

2003

140

145 Guedes EM Distuacuterbios osteomusculares e o trabalho de enfermagem

hospitalar estudos com auxiliares de enfermagem em unidade de ortopedia

Rio de Janeiro 2000

146 Murofuse NT Marziale MHP Doenccedilas do sistema osteomuscular em

trabalhadores de enfermagemRev Latino-Am Enfermagem [online] 2005

13(3)364-373

147 Pheasant S Stubs D Back pain in nurses epidemiology and risk assessment

Appl Erg 1992 23(4) 226-232

148 Sahrmann AS Diagnoacutestico e Tratamento das Siacutendromes de disfunccedilatildeo

motora Siacutendromes de Disfunccedilatildeo Motora da Cintura Escapular Ed Santos

2006

149 Alexandre NMCA Angerami ELSA Estilo de vida e trabalho do pessoal de

enfermagem e a ocorrecircncia de cervicodorsolombalgias Rev Latino am

Enfermagem 1995 3(1)121-128

150 Maciel RH Prevenccedilatildeo da LERDORT o que a ergonomia pode oferecer In

Cadernos de sauacutede do trabalhador 2000 Disponiacutevel

emlthttpwwwinstcutorgbrpub8htmgt Acesso em 17 dez 2010

151 Silva VEF O desgaste do trabalhador de enfermagem relaccedilatildeo trabalho de

enfermagem em sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Tese [Doutorado em

Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 1996

152 Robazzi MLCC Marziale MHP Alguns problemas ocupacionais decorrentes

do trabalho de enfermagem no Brasil Rev Bras Enfermagem 1999 52(3)331-

8

153 Rocha AM Fatores ergonocircmicos e traumaacuteticos envolvidos na ocorrecircncia de

dor nas costas em trabalhadores de enfermagem Belo Horizonte Dissertaccedilatildeo

[mestrado em Enfermagem]- Universidade Federal de Minas Gerais 1997

141

154 Froemming MB Proposta de melhoramentos do equipamento de

transferecircncia visando o conforto do idoso e do cuidador Santa Maria (RS)

Dissertaccedilatildeo [mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo]-Universidade Federal de

Santa Maria 2004

155 Larese F Fiorito A Musculoskeletal disorders in hospital nurses a

comparison between two hospitals Ergonomics 1994 37(7)1205-11

156 UNIVERSITY OF SURREY Ergonomics Research Unit Back pain in nurses

Guildford 1986 WORLD HEALTH ORGANIZATION Identification and control

of work-related diseases Geneva 1985 (Techn Rep Ser 714)

157 WORLD HEALTH ORGANIZATION Occupational hazards in hospitals

Copenhagem 1981 (EURO Reports and Studies 80)

158 Parada EO Alexandre NMC Benatti MCC Lesotildees ocupacionais afetando a

coluna vertebral em trabalhadores de enfermagem RevLatAmEnferm

200210(1)64-9

159 Barboza DB Soler ZASG Afastamentos do trabalho na enfermagem

ocorrecircncias com trabalhadores de um hospital de ensino Rev Lat Am Enferm

2003 1(2)177-83

160 BELL F Ergonomic aspects of equipament Int J Nurs Stud 1987 24(4)

331-7

161 McAtamnney L Hignett S A space to move in Nurs Times 1993 89(18) 44-

6

162 Magnago TSBS Lisboa MTL Souza IEO Moreira MC Distuacuterbios muacutesculo-

esqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem associaccedilatildeo com condiccedilotildees de

trabalho [revisatildeo] Rev Bras Enferm 200760(6)701-5

142

163 Salvage J The theory and pratice of the new nursing Nursing Times 1990

42-45

164 Martins MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em

ambiente hospitalar Escola Superior de Enfermagem de Vise 2003

165 Estryn-Behar M Poinsignon H Travailler agrave lhocircpital Paris Berger-Levrault

1989

166 Mauro MIC Marques SC Gomes AMT Ferreira SS Introduccedilatildeo agrave anaacutelise

ergonocircmica um estudo da postura corporal de um profissional de enfermagem

Rev Enferm UERJ 200210(1)29-32

167 Gonccedilalves JRS Melo EP Lombas SRL Mariano CS Barbosa L Chillida

MSP Causas de afastamento entre trabalhadores de enfermagem de um

hospital puacuteblico do interior de Satildeo Paulo REME Rev Min Enferm

20059(4)309-14

168 Mello MC Fugulin FMT Gaidzinski RR O tempo no processo de trabalho em

sauacutede uma abordagem socioloacutegica Acta Paul Enferm 200720(1)87-90

169 Lagerstroumlm M Wenemark M Hagberg M Hjelm EW Occupational and

individual factors related to musculoskeletal symptoms in five body regions

among Swedish nursing personnel Int Arch Occup Environ Health

199568(1)27-35

170 Druhle M Le travail eacutemotionnel dans la relation soignante professionnelle

dans Professions et institutions de santeacute face agrave lrsquoorganisation du travail

Rennes Edition de lrsquoENSP 2000

171 Tomasi NGS Gueacuterios EMG Fontes de estresse na equipe multiprofissional

na unidade de terapia intensiva pediaacutetrica Curitiba (PR) (sd) (mimeografado)

143

172 Shimizu HE Ciampone MHT Sofrimento e prazer no trabalho vivenciado

pelas enfermeiras que trabalham em unidade de terapia intensiva em um

hospital escola Rev Esc Enfermagem USP 1999 junho-agosto 33(1)95-106

173 Schwartz S O estresse e como viver com ele implicaccedilotildees para a praacutetica de

enfermagem In Shumaker WC Tratado de Terapia Intensiva Satildeo Paulo

Panamericana 1992

174 Oliveira Junior JF O Grupo como uma matriz familiar de Foulkes Cortesatildeo

aos dias atuais Trabalho apresentado no XII Congresso Luso-Brasileiro de

Psicoterapia de Grupo e Grupanaacutelise Lisboa-Portugal 2005

175 Minayo MCS O desafio do conhecimento Satildeo Paulo-Rio de Janeiro Ed

Hucitec- Abrasco 2000

176 Snoek FJ Breaking the barriers to optimal glycaemic control - what physicians

need to know from patients perspectives Int J ClinPract Suppl 2002 (129)80-

4

177 DowieRs Tannahil C Tannahil A Heath promotion models and values 2nd

ed Oxford Oxford University Press 1996

178 Manfredi SM Trabalho qualificaccedilatildeo e competecircncia profissional das

dimensotildees conceituais e poliacuteticas Educ Soc [Internet] 1998 [acesso 2009 Fev

10] 19(64) [25p] Disponiacutevel em httpwwwscieloorg

179 Leacutevy P Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 1999

180 Leacutevy P A Inteligecircncia coletiva por uma antropologia do ciberespaccedilo 3a ed

Satildeo Paulo Ediccedilotildees Loyola 1994

181 Chwartzmann L Estreacutes laboral siacutendrome de desgaste (quemado) depresioacuten

iquestestamos hablando de lomismo CiencTrab 2004 6174-84

144

182 Maslach C Goldberg J Prevention of burnout new perspectives Appl Prev

Psychol 1998 763-74

183 IacovidesA Fountoulakis KN Kaprinis S Kaprinis G The relationship

between job stress burnout and clinical depression J Affect Disord 2003

75209-21

184 Tena PS Soriano JS Bernal JS Mulet EM Muntildeoz CR Garciacutea MG et al

Desgaste profesional em los meacutedicos de atencioacuten primaria de Barcelona

Medifam 2002 1217-25

185 Bianchini MM El Siacutendrome Del Burnout em personal profesional de La salud

Med Leg 1997 13(14)189-92

186 Goacutemez MMN Dodino CN Aponte CF Caycedo CE Riveros MP Martiacutenez

MPM et al Relacioacuten entre perfil psicoloacutegico calidad de vida y estreacutes asistencial

em personal de enfermeriacutea Revista Universitas Psychologica 2005 463-75

187 Alpi SV Floacuterez LA El siacutendrome Del Burnouten una muestra de auxiliares de

enfermeriacutea um estuacutedio exploratorio Revista Universitas Psychologica 2004

335-45

188 Moreira S Magnago RF Sakae TM Magajewski FRL Prevalecircncia da

siacutendrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de

grande porte da Regiatildeo Sul do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica [serial on the

Internet] 2009 July 25(7) 1559-1568

189 MerchaacutenndashHamann E Os ensinos da educaccedilatildeo para a sauacutede na prevenccedilatildeo de

HIV-Aids subsiacutedios teoacutericos para a construccedilatildeo de uma praacutexis integral Cad

Sauacutede Puacuteblica 1999 15 Supl (2)85-9

190 Tones BK Tilford S Robinson YK Health education effectiveness and

efficiency London Chapman Hall 1991

145

191 Schraiber LB Medicina tecnoloacutegica e praacutetica profissional contemporacircnea

novos desafios outros dilemas Satildeo Paulo Tese [livre-docecircncia]-Faculdade de

Medicina Universidade de Satildeo Paulo 1997

192 Carvalho DV Lima EDRP Sintomas fiacutesicos de estresse na equipe de

enfermagem de um centro ciruacutergico Rev Nursing 2001 mar4(34)31-4

193 Haddad MCL Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem Rev

Espaccedilo Sauacutede 2000 jun1(2)75-88

194 Barboza DB Afastamentos do trabalho na enfermagem de um hospital geral

no periacuteodo de 1995 a 1999 [dissertaccedilatildeo] Satildeo Joseacute do Rio Preto Faculdade de

Medicina de Satildeo Joseacute do Rio Preto 2001

195 Nunes MBG Mauro MYC Cupello AJ Estresse nos trabalhadores de

enfermagem estudo em uma unidade de psiquiatria In Anais do VI Congresso

Latino Americano de Ergonomia ABERGO 2001 2 a 15 de setembro de 2001

Gramado RS

196 Pereira MCA Faacutevero N A motivaccedilatildeo no trabalho da equipe de enfermagem

RevLatinoam Enfermagem 2001 jul9(4)7-12

197 Rio RP O fasciacutenio do stress vencendo desafios num mundo em

transformaccedilatildeo Rio de Janeiro QualityDunya 1996

198 Lima Jr JH Eacutesther AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem

Rev Adm Empresas 2001 julset41(3)20-30

199 Baiardi F Esposit ED Cocechi R Fabri A Sturani Valpiani G et al Effects of

clinical and individual variables on quality of life in chronic renal failure patients

J Nephrol 2002 january 15(1)61- 7

146

200 Bellusci SM Fischer FM Envelhecimento funcional e condiccedilotildees de trabalho

em servidores forenses Revista de Sauacutede Puacuteblica 1999 33(6) 602-609

201 Lentz RA Costenaro RGS Gonccedilalves LHT Nassar SM O profissional de

enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas

dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem 2000

ago8(4)7-14

202 Bettarello PA Saut TB Analise dos resultados do questionaacuterio sobre a

qualidade de vida ndash SF 36 apoacutes aplicaccedilatildeo dom liangong em 18 terapias e

ginaacutestica laboral em funcionaacuterios do setor de editoraccedilatildeo do centro universitaacuterio

claretiano de batatais Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em

Fisioterapia) ndash Centro Universitaacuterio Claretiano Batatais SP 2006

203 Almeida CB Pagliuca LMF Leite ALAS Acidentes de trabalho envolvendo os

olhos avaliaccedilatildeo de riscos ocupacionais com trabalhadores de enfermagem

Revista Latino-Americana Enfermagem [online] 2005 13(5) 708-716

204 Franco GP Barros ALBL Nogueira-Martins LA Qualidade de vida e sintomas

depressivos em residentes de enfermagem Rev Latino-Am Enfermagem

2005 13(2) 700-708

205 Pimenta FAP et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida de aposentados com a

utilizaccedilatildeo do questionaacuterio SF-36 Rev Assoc Med Bras [online] 2008

54(1)55-60

206 Nishide VM Benatti MCC Riscos Ocupacionais entre trabalhadores de

enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Enfermagem

USP Ribeiratildeo Preto 2004 38(4)406-14

207 Laurell AC Noriega M Processo de produccedilatildeo e sauacutede trabalho e desgaste

operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

147

208 Cooper CL Identifying workplace stress costs benefits and the way forward

Proceedings of the European Conference on Stress at Work a call for action

1993 Nov 9-10 Brussels BE Brussels European Foundation for the

improvement of living and working conditions 1993

209 Moraes LFR Swan JA Cooper CL A study of occupational stress among

government white-collar workers in Brazil using the occupational stress

indicator Stress Med1993991-104

210 Freitas MEacuteA Mindori E Promovendo a Qualidade de Vida experiecircncia

vivenciada com cuidadores de enfermagem de um hospital universitaacuterio do

municiacutepio de Belo Horizonte In 12ordm Seminaacuterio Nacional de Pesquisa em

Enfermagem 2003 Porto Seguro Anais do 12ordm SENPE Brasilia ABEn

Nacional 2003

211 Walsh IAP Oishi J Coury HJCG Clinical and functional aspects of work-

related musculoskeletal disorders among active workers Rev Sauacutede Puacuteblica

2008 42(1)108-16

212 Silva DMPP da Marziale MHP Absenteiacutesmo de trabalhadores de

enfermagem em um Hospital Universitaacuterio Rev latino-am enfermagem 2000

8(5)44- 51

213 Calavaro CG Riveros MS Orellana AL Transtornos musculoesqueleacuteticos de

espalda lumbar em trabajadores de la salud de la comuna rural de Til Til Cuad

Meacuted Soc (Chile) 2007 47(2)68-73

214 Borges A Maizlish N Loreto V Lumbalgia ocupacional em enfermeras

venezolanas Salud de los trabajadores 2004 12(1)19-32

215 Brandatildeo AG Horta BL Tomasi E Sintomas de distuacuterbios osteomusculares

em bancaacuterios de Pelotas prevalecircncia e fatores associados Ver Bras Epidemiol

20058(3)295-05

148

216 Gurgueira GP Alexandre NMC Correa HR Filho Prevalecircncia de sintomas

muacutesculo ndash esqueleacuteticos em trabalhadoras de enfermagem Rev Latino-am

Enfermagem 200311(5)608-13

217 Queiroacutes PPJ Carga Fiacutesica Riscos Ocupacionais nos Enfermeiros Rev Sinais

Vitais 1996 (6)35-40

218 Barros ENC Alexandre NMC Cross-cultural adaptation of the Nordic

musculoskeletal questionnaire Int Nurs Review 200350(2)101-8

219 Trelha CS Carvalho RP Franco SS Nakaoski T Broza TP Faacutebio Tl Arte e

sauacutede frequecircncia de sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos em muacutesicos da orquestra

sinfocircnica da Universidade Estadual de Londrina Semina Ciecircncias Biol Sauacutede

2004 2565-72

220 Devereux JJ Vlachonikolis IG Buckle PW Epidemiological study to

investigate potential interaction between physical and psychosocial factors at

work that may increase the risk of symptoms of musculoskeletal disorder of the

neck and upper limb Occup Environ Med [on line] 2002 59 269-77

Disponiacutevelemlthttpoembmj comcgicontentfull594269gt [2011 Jan 21]

221 Salve MGC Theodoro PFR Sauacutede do trabalhador arelaccedilatildeo entre ergonomia

atividade fiacutesica e qualidade de vida Salusvita 200423(1)137-46

222 Gamperine M Stigum H Work related risk factors for musculoskeletal

complaints in the spinning in Lithuania Occup Environ Meacuted 199956411-6

149

ANEXOS

150

ANEXO 1

Cartaz convite para os Teacutecnicos de Enfermagem

151

ANEXO 2

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Paacutegina 1 de 2

Pesquisador Geraldo Magella Teixeira fone +82 8821-0199 correio eletrocircnico

magellafisioyahoocombr Universidade Estadual em Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

Proacute-reitoria de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Rua Doutor Jorge de Lima 113 3O andar Trapiche da

Barra Maceioacute AL CEP 57010-382

Eu_________________ __________________________________ brasileiro (a)

portador do documento de identidade ___________ SSP-____residente na

Rua (Av) ________________________________ nordm____Bairro________________

na cidade de ________________________

DECLARO na condiccedilatildeo do sujeito da pesquisa que fui convidado (a) a participar da

pesquisa intitulada Proposiccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo para

prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem desenvolvido pelo

pesquisador Geraldo Magella Teixeira Fui devidamente informado (a) pelo

pesquisador que o objetivo da pesquisa eacute o de Propor e avaliar a efetividade de um

programa educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT para teacutecnicos de enfermagem fui

informado (a) ainda que a pesquisa possui riscos para minha pessoa sobretudo no

que diz respeito a possiacuteveis perseguiccedilotildees que poderei sofrer por parte de meus

superiores imediatos uma vez que seratildeo tratadas questotildees que dizem respeito agraves

condiccedilotildees de trabalho fui informado (a) que medidas preventivas seratildeo adotadas para

anular eou amenizar esse risco a saber a minha identidade seraacute preservada o diaacuterio

onde o pesquisador faz suas anotaccedilotildees e as fitas gravadas seratildeo incinerados ao fim

da pesquisa

Fui esclarecido (a) que a pesquisa me beneficiaraacute na prevenccedilatildeo de LERDORT assim

como ajudaraacute tambeacutem aos teacutecnicos de enfermagem com a comprovaccedilatildeo de o efeito

preventivo nas LERDORT

Como responsaacutevel concordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo e sei que posso

retirar o meu consentimento a qualquer momento antes ou durante o transcurso da

pesquisa sem penalidades prejuiacutezo e perda de qualquer benefiacutecio que eu possa ter

adquirido

152

Sei tambeacutem que em caso de duacutevidas poderei chamar ou entrar em contato com o

pesquisador Geraldo Magella Teixeira pelo telefone (82) 8821- 0199 ou pelo endereccedilo

eletrocircnico magellafisioyahoocombr ou pelo seguinte endereccedilo fiacutesico Avenida

Amazonas 29101 ndash Prado MaceioacuteAL

Fui esclarecido (a) quanto aos aspectos da pesquisa

a) Seraacute criado com a participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem um programa de

educaccedilatildeo para prevenccedilatildeo de LERDORT O pesquisador avaliaraacute esse programa

aplicando dois questionaacuterios os quais eu serei convidado a responder Um dos

questionaacuterios avalia a minha qualidade de vida e o outro avalia as queixas de dor

durante o trabalho

b) O objetivo da pesquisa eacute propor e avaliar um programa educativo para prevenccedilatildeo

de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem

c) Riscos que corro perseguiccedilotildees por parte de seus superiores imediatos

d) No entanto beneficiaraacute mostrando a validade de um programa de prevenccedilatildeo de

LERDORT nos teacutecnicos de enfermagem

f) Serei acompanhado e avaliado sempre pelo mesmo pesquisador ou seja sempre

pela mesma pessoa

G) Terei a liberdade de recusar da participaccedilatildeo ou retirar meu consentimento em

qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem prejuiacutezo no desempenho

de minhas funccedilotildees

I) Custoreembolso para o participante natildeo haveraacute nenhum gasto financeiro com a

minha participaccedilatildeo como tambeacutem natildeo receberei nenhum pagamento com a minha

participaccedilatildeo

J) Caso eu sofra algum dano com nexo causal serei ressarcido de acordo com leis

vigentes

k) A pesquisa tem garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos

durante a pesquisa assegurando-me absoluta privacidade no entanto o pesquisador

torna expresso o comprometimento em tornar puacuteblico os resultados da pesquisa

sejam eles favoraacuteveis ou natildeo

DECLARO outrossim que apoacutes convenientemente esclarecido pelo termo de

consentimento e pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado consinto

voluntariamente a minha participaccedilatildeo nesta pesquisa

Maceioacute de de 2008

Assinatura do (a) Responsaacutevel Assinatura do Pesquisador

153

ANEXO 3

Questionaacuterio Noacuterdico de sintomas osteomusculares (QNSO)

154

ANEXO 4

VERSAtildeO BRASILEIRA DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Instruccedilatildeo Estas informaccedilotildees nos manteratildeo informados de como vocecirc se sente

e quatildeo bem vocecirc eacute capaz de fazer suas atividades de vida diaacuteria Responda

cada questatildeo marcando a resposta como indicado Caso vocecirc se sinta

inseguro ou em duvida como responder por favor tente responder da melhor

forma que puder

1 Em geral vocecirc diria que sua sauacutede eacute

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

2Compara da a um ano atraacutes como vocecirc classificaria sua sauacutede em geral

agora

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

3Os seguintes satildeo sobre atividades que vocecirc poderia fazer atualmente

durante um dia comum Devido a sua sauacutede vocecirc teria dificuldade para fazer

essas atividades Neste caso quanto

( circule um numero em cada linha)

Atividades Sim

Dificulta

muito

Sim

Dificulta

um

pouco

Natildeo

Natildeo

dificulta

nenhum

pouco

a Atividades vigorosas que exigem esforccedilo

tais como correr levantar objetos pesados

participar em esportes agraverduos

1 2 3

155

b Atividades moderadas tais como mover uma

mesa passar aspirados de poacute jogar bola

varrer a sala

1 2 3

c levantar o carregar mantimentos 1 2 3

d Subir vaacuterios lances de escada 1 2 3

e Subir um lance de escada 1 2 3

f Curvar-se ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g Andar mais de um quilocircmetro 1 2 3

h Andar vaacuterios quarteirotildees 1 2 3

i Andar um quarteiratildeo 1 2 3

j Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

1 Durante a ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diaacuteria regular como a

consequecircncia de sauacutede fiacutesica

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-se ao

seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras

atividades

1 2

e- teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades

( p ex necessitou de esforccedilo extra)

1 2

5 Durantes as ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diaacuteria como

consequumlecircncia de algum problema emocional ( com sentir-se deprimido ou

ansioso) (circule uma em cada linha)

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-

se ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

156

c- Natildeo trabalhou ou fez qualquer atividade com tanto

cuidado como geralmente faz

1 2

6 Durante as ultimas 4 semanas de que maneira sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais em

relaccedilatildeo agrave famiacutelia vizinhos amigos ou em grupo (circule uma)

De forma

nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7 Quanta dor no corpo vocecirc teve durante as ultimas semanas

Nenhuma Muito Leve Leve Moderada Grave Muito

Grave

1 2 3 4 5 6

8 Durante as ultimas 4 semanas quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)

De maneira

alguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9 Estas questotildees sobre como vocecirc se sente e como tudo tem acontecido com

vocecirc durante as ultimas 4 semanas Para cada questatildeo por favor decirc uma

resposta que mais se aproxime da maneira como vocecirc se sente Em relaccedilatildeo agraves

ultimas 4 semanas (circule um numero em cada linha)

Todo o

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a- Quanto tempo vocecirc

esta se sentindo cheio

1 2 3 4 5 6

157

de vigor cheio de

vontade cheio de

forccedila

b- Quando tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido

deprimido que nada

pode anima-lo

1 2 3 4 5 6

d- Quando tempo vocecirc

tem se sentindo calmo

ou tranquumlilo

1 2 3 4 5 6

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Alguma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

e- Quando tempo vocecirc

tem com muita energia

1 2 3 4 5 6

f- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

desanimado e abatido

1 2 3 4 5 6

g- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

esgotado

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa feliz

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido cansado

1 2 3 4 5 6

158

10 Durante as ultimas 4 semanas quanto do seu tempo a sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiam com suas atividades sociais ( como visitar

amigos parentes etc) (circule uma)

Todo tempo A maior parte

do tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma parte do

tempo

1 2 3 4 5

11 O quanto verdadeiro ou falso eacute cada uma das informaccedilotildees para vocecirc

Definitiva

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Natildeo

sei

A

maioria

das

vezes

falsas

Definitiva

mente

falsa

a- Eu acostumo adoecer um

pouco mais facilmente que as

outras pessoas

1 2 3 4 5

b- Eu sou tatildeo saudaacutevel quanto

qualquer outra pessoa que

conheccedilo

1 2 3 4 5

c- Eu acho que a minha sauacutede

vai piorar

1 2 3 4 5

e- Minha sauacutede eacute excelente 1 2 3 4 5

159

ANEXO 5

O Recurso Educativo

160

161

162

163

164

165

166

167

168

169

170

171

172

173

174

175

176

177

178

179

180

181

182

183

184

185

186

187

188

189

190

191

192

193

194

195

196

197

198

199

ANEXO 6

Formulaacuterios de coleta de dados

1 Identificaccedilatildeo do informante

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

2 Nome do pesquisador

3 Data de preenchimento

2 0 0

3 Gecircnero

1 Feminino

2 Masculino

4 Data de nascimento

1 1 9

5 Niacutevel de escolaridade

1 Analfabeto

2 Niacutevel fundamental

3 Niacutevel Meacutedio

4 Niacutevel Superior

6 Quantos anos trabalha como teacutecnico de enfermagem

200

1 Anos

2 Natildeo sei

7 Sente doresdurante o trabalho

1 Sim

2 Natildeo

8 Setor de Trabalho

1 Pediatria

2 Unidade adulta

3 UTI

4 Central de esterelizaccedilatildeo

5 Pronto atendimento

6 Laboratoacuterio

7 Farmaacutecia

8 Outros

Perguntas Norteadoras da entrevista

O que vocecirc entende por LERDORT natildeo precisa ser o conceito e sim o

que vem na sua cabeccedila

Como prevenir LERDORT no trabalho

Haacute alguma relaccedilatildeo da LERDORT com o trabalho do teacutecnico de

enfermagem

Como vocecirc percebe seu corpo nesse contexto

Quais estrateacutegias vocecirc sugere para amenizar o problema

201

ANEXO 7

Aprovaccedilatildeo do CEP UNCISAL

202

ANEXO 8

Aprovaccedilatildeo do CEP UNIFESP

203

Page 2: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de

GERALDO MAGELLA TEIXEIRA

Tese de Doutorado apresentada agrave

Universidade Federal de Satildeo Paulo para

obtenccedilatildeo do grau de Doutor em Ciecircncias

Orientadora Profordf Dra Paulete Goldenberg

Co-orientador Prof Dr Nildo Alves Batista

SAtildeO PAULO

2011

PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENCcedilAtildeO DE LERDORT UMA AVALIACcedilAtildeO COM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

TeixeiraGeraldo Magella Programa Educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT uma avaliaccedilatildeo com Teacutecnicos de Enfermagem Geraldo MagellaTeixeira ndash Satildeo Paulo 2011

Xix p 160 f

Tese (Doutorado) ndash Universidade Federal de Satildeo Paulo Escola Paulista de Medicina Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva

Tiacutetulo em Inglecircs Educational Program to prevent RSI an assessment with nursing technicians

1Educaccedilatildeo em sauacutede 2 LERDORT3 Enfermagem 4 Prevenccedilatildeo 5 Cultura Organizacional

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAtildeO PAULO

DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

Coordenador Professora Doutora Suely Godoy Agostinho Gimeno

Vice-coordenador Professor Doutor Luiz Carlos de Oliveira Ceciacutelio

GERALDO MAGELLA TEIXEIRA

Tiacutetulo PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENCcedilAtildeO DE LERDORT

UMA AVALIACcedilAtildeO COM TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

BANCA EXAMINADORA DA QUALIFICACcedilAtildeO

Professor Doutor Nildo Alves Batista (Presidente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Almira Alves dos Santos

Professora Doutora Patriacutecia Froes Meyer

Professor Doutor Walter Joseacute Martins Migliorini

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Stella Peccin da Silva

_______________________________________________________________

Professor Doutor Impeacuterio Lombardi Juacutenior (Suplente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Goretti Fernandes (Suplente)

_______________________________________________________________

Aprovada em________2011

VI

DEDICATOacuteRIA

VII

Aos meus pais (in memorian) Benedito Teixeira e Maria Joseacute da Silva Teixeira os quais com suas atitudes de carinho liberdade e simplicidade proporcionaram-me forccedilas para a superaccedilatildeo dos inuacutemeros desafios da vida

VIII

AGRADECIMENTOS

IX

Tempo de congregar razatildeo e sentimento

Eacute hora de agradecer e valorizar aqueles que me acompanharam nesta

imersatildeo pelos trilhos do saber Neste periacuteodo submeti-me a crises socialmente

programadas pelo campo cientiacutefico incorporando novos coacutedigos discutindo

novas questotildees e descobrindo maneiras de resolver os problemas que se

colocavam quer nas disciplinas cursadas quer na pesquisa ou ainda na

elaboraccedilatildeo da tese e nas inuacutemeras idas e vindas entre a Terra da Garoa e

Terra dos Marechais

Ao longo desse percurso contei com o apoio de profissionais jaacute

consagrados na aacuterea acadecircmica o que me estimulou a percorrer o caminho da

Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ao mesmo tempo fiquei na dependecircncia da presenccedila paciente

generosa e constante daqueles que fazem parte da minha vida pessoal

compartilhando anguacutestias ausecircncias e tambeacutem descobertas e assim me

recompondo das tensotildees inerentes agraves etapas do fazer cientiacutefico

Tendo vencido desafios e momentos de provaccedilotildees o que me resta eacute a

sensaccedilatildeo de que o processo criativo vem acompanhado por ambiguidades De

um lado expressa-se um sentimento de prazer ao ver nascer o resultado de

um parcimonioso trabalho de outro insinua-se certa melancolia que se traduz

nos limites agora impressos no texto e dispersos numa sucessatildeo mnemocircnica

de imagens presentes em mim Eacute o sentimento de quem eacute perfeccionista e

considera que a obra natildeo estaacute pronta

Nesse turbilhatildeo simultaneamente emerge ainda um sentimento de

satisfaccedilatildeo atenuam-se ansiedades por ter chegado agrave reta final por ter ousado

e cumprido o que me propus

Concebo desse modo meu estudo com emoccedilatildeo e a infinita gratidatildeo a

todos que de um jeito ou de outro contribuiacuteram para a sua realizaccedilatildeo e eacute com

este sentimento que termino esta tese

Agradeccedilo a Deus que me cobre de becircnccedilatildeos e sempre estaacute ao meu

lado Tenho plena e absoluta certeza disso

X

Agradeccedilo de modo muito especial a todos os teacutecnicos de enfermagem

que se dispuseram e constituiacuteram o material humano deste trabalho

Ao meu orientador Prof Dr Nildo Batista pela disposiccedilatildeo em orientar

este trabalho por sua presenccedila durante todo o processo de elaboraccedilatildeo deste

estudo Minha admiraccedilatildeo respeito e o meu profundo agradecimento ao Mestre

do ofiacutecio que me conduziu neste ritual de passagem com criacutetica minuciosa

indicando caminhos o que muito contribuiu para a realizaccedilatildeo desta tese

Aacute Professora Dra Almira Alves dedicada para ensinar e compreensiva

dos limites dos neoacutefitos com quem troquei muitas ideias a respeito do material

de pesquisa e da vida Meus agradecimentos agrave apaixonada pela academia

sedutora da arte de se Educar em Sauacutede vocecirc me indicou caminhos e

preciosas sugestotildees

Aos companheiros da PROEXUNCISAL sei que vocecircs estatildeo na torcida

Foi importante dividir ansiedades e alegrias

Ao meu filhosobrinho Samuel que vai descobrindo a vida e se

descobrindo Espero que faccedila suas descobertas do seu modo com suas

inquietaccedilotildees e questionamentos do jeito de quem eacute muito jovem Obrigado por

permitir com que eu reflita e revele as minhas experiecircncias Sobretudo que as

troque e as renove constantemente Com vocecirc aprendo a cada dia

Agraves pessoas da minha famiacutelia povo de jeito mineiromatuto gente amiga

e carinhosa que sabe cuidar e fazer florescer sentimentos () o trem mais

valoroso do mundo eacute o amor

Ao amigo e irmatildeo Marcus Aureacutelio por estar sempre disponiacutevel para

atender minhas solicitaccedilotildees eou anguacutestias pessoais e acadecircmicas e por sua

amizade dedicaccedilatildeo e cumplicidade

Aos Professores Doutores membros da banca avaliadora por suas

contribuiccedilotildees preciosas e pertinentes para a consecuccedilatildeo desta tese

Aos amigos George Vannessa e Goretti que deram o start

companheiros de profissatildeo e de trabalho com quem tanto aprendo

Aos Professores e Funcionaacuterios da Universidade Federal de Satildeo Paulo

pela forma carinhosa e profissional como sempre me receberam

XI

SUMAacuteRIO

XII

SUMAacuteRIO

Dedicatoacuteria VII

Agradecimentos VIII

Resumo XIV

Abstract XVII

Abreviaturas XVIII

Lista tabela XX

Lista graacuteficos XXII

Lista de quadros XXIV

1 Introduccedilatildeo 28

11 As origens da Pesquisa 29

12 A contextualizaccedilatildeo do objeto 30

2 Referencial Teoacuterico 34

21 A sauacutede do trabalhador como questatildeo social 35

22 Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no trabalho 37

23 O processo de trabalho como determinante do processo sauacutede-doenccedila em enfermagem 42

231 LERDORT e absenteiacutesmo no trabalho 52

232 LERDORT e as poliacuteticas trabalhistas 55

24 A educaccedilatildeo em sauacutede na LERDORT 56

3 Objetivos 65

31 Objetivo geral 66

32 Objetivos Especiacuteficos 66

4 Metodologia 67

41 Fundamentaccedilatildeo metodoloacutegica 68

42 O contexto da pesquisa 69

43 Populaccedilatildeo de estudo 71

44 Os instrumentos de coleta de dados 73

XIII

441 Primeira Etapa 74

441 1 Observaccedilatildeo etnograacutefica 74

4412 Entrevista de aprofundamento 76

4413 Grupo Focal 77

442 Segunda Etapa 80

4421 Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) 81

4422 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (SF-36) 83

45 Anaacutelise dos dados 84

46 Aspectos eacuteticos 86

5 Resultados e discussatildeo 88

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do teacutecnico de enfermagem 90

52 Uma proposta de educaccedilatildeo em sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do

teacutecnico de enfermagem

101

53 A qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa 107

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho em teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

113

6 Consideraccedilotildees Finais 119

7 Referecircncias 123

8 Anexos 149

81 Cartaz Convite 150

82Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 151

83 Questionaacuterio Noacuterdico 153

84 Versatildeo Brasileira de Qualidade de Vida SF-36 154

85 O Recurso Educativo 159

86 Formulaacuterio de coleta de dados 199

87 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNCISAL 201

88 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNIFESP 202

XIV

RESUMO

XV

A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um campo multifacetado para o qual concorrem inuacutemeras concepccedilotildees das aacutereas tanto da educaccedilatildeo quanto da sauacutede as quais espelham diferentes compreensotildees do mundo demarcadas por distintas posiccedilotildees poliacutetico-filosoacuteficas sobre o homem e a sociedade Sua praacutetica na sauacutede ocupacional favorece e potencializa a adaptaccedilatildeo harmocircnica do indiviacuteduo ao meio laboral e potencializa as relaccedilotildees com os outros com o espaccedilo e o tempo elementos indispensaacuteveis para o sucesso no autogerenciamento na prevenccedilatildeo das LERDORTs Esta pesquisa procurou compreender juntamente com um grupo de teacutecnicos de enfermagem que trabalham em Hospital Puacuteblico do Nordeste do Brasil o significado da questatildeo LERDORT sobretudo nos aspectos preventivos e ainda propor e avaliar um recurso educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das necessidades e da interaccedilatildeo com os sujeitos Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e quantitativas Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo e elaborar um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo de suas praacuteticas nessa etapa foram utilizadas as teacutecnicas da observaccedilatildeo etnograacutefica e grupo focal A segunda etapa da pesquisa correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida como a percepccedilatildeo aacutelgica nesta etapa foram utilizados os instrumentos Questionaacuterio Noacuterdico (QNSO) e Questionaacuterio de Qualidade de Vida (SF 36) Participaram 70 teacutecnicos de enfermagem e esses foram divididos aleatoriamente em dois subgrupos os primeiros trinta e cinco sujeitos participantes da primeira etapa e os restantes participaram da segunda etapa Foi possiacutevel compreender que os Teacutecnicos de Enfermagem possuem mesmo que intuitivamente saberes sobre a questatildeo LERDORT e satildeo capazes de contribuir positivamente no construto de recurso Apoacutes a participaccedilatildeo no programa educativo foi possiacutevel observar que o recurso construiacutedo a partir da fala dos participantes eacute capaz de interferir positivamente na qualidade de vida e na percepccedilatildeo da sintomatologia aacutelgica A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas em Sauacutede na ambiecircncia laboral com teacutecnicos de enfermagem sobre este tema mostra-se como uma estrateacutegia a ser valorizada na prevenccedilatildeo das LERDORTs

PALAVRAS-CHAVE Educaccedilatildeo em Sauacutede LERDOERT Enfermagem Prevenccedilatildeo Clima Organizacional

XVI

ABSTRACT

XVII

Health education is a multifaceted field for which many competing conceptions both areas of education and health reflecting different understandings of the world framed by distinct political-philosophical views on man and society Its practice in occupational health promotes and enhances the harmonious adaptation of the individual in the work environment and enhances relationships with others with space and time essential elements for success in self-management in the prevention of RSI This research sought to understand along with a group of practical nurses who work in Public Hospitals of Northeast Brazil the meaning of the issue RSI especially in the preventive aspects and also propose and evaluate an educational resource in the prevention of RSI for these professionals built from the needs and interaction with the participants For this research we opted for a descriptive-analytic methodology assuming the complementarity of qualitative and quantitative approaches This research was composed for two distinct stages The first stage corresponded to the proposed methodological approach that aimed to know the subjects of research and develop an educational program that potentially triggers on the transformation of their practices this step was used the techniques of ethnographic observation and focus groups The second stage of the study corresponded to the proposed methodological approach that aimed to evaluate the changes induced by the educational program developed specifically in relation to different dimensions of quality of life as a painful perception this stage were used tools Nordic Questionnaire (QNSO) and Questionnaire Quality of Life (SF 36)Participated 70 nursing technicians and these were divided randomly into two subgroups the first thirty-five subjects in the first stage and the other participated in the second step It was possible to understand that nursing technicians have although intuitively knowledge on the issue RSI and are able to positively contribute to the construct of resource After participating in the educational program was possible to observe that the action constructed from the speech of the participants is able to positively affect the quality of life and perception of pain symptoms The use of health education in the ambience with nursing technicians working about this theme shows up as a strategy to be valued in the prevention of RSI KEYWORDS Health Education RSI Nursing Prevention Organizational Climate

XVIII

ABREVIATURAS

XIX

AL Alagoas

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

CEP Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CVM Contraccedilatildeo Voluntaacuteria Maacutexima

DORT Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

EPI Equipamento de proteccedilatildeo individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

LER Lesotildees por esforccedilos repetitivos de Sauacutede do trabalhador

MOI Modelo Operaacuterio Italiano

NOST Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador

NR32 Norma Regulamentadora 32

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

QNSO Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares

R$ Real

RF-36 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida

SGA Siacutendrome Geral de adaptaccedilatildeo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE Termo Consentimento livre e esclarecido

UNCISAL Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

UNIFESP Universidade Federal de Satildeo Paulo

URL Localizador Uniforme de Recursos

UTI Unidade de Terapia Intensiva

www Rede Mundial e Computadores (do inglecircs World Wide Web)

XX

TABELAS

XXI

Paacutegina

Tabela 1 72

Tabela 2 92

Tabela 3 113

Tabela 4 115

XXII

GRAacuteFICO

XXIII

Paacutegina

Graacutefico 1 109

XXIV

QUADROS

XXV

Paacutegina

Quadro 1 107

Quadro 2 110

XXVI

A Estrada

Vocecirc natildeo sabe O quanto eu caminhei

Praacute chegar ateacute aqui Percorri milhas e milhas

Antes de dormir Eu nem cochilei

Os mais belos montes Escalei

Nas noites escuras De frio chorei

A vida ensina E o tempo traz o tom

Praacute nascer uma canccedilatildeo Com a feacute do dia-a-dia

Encontro a soluccedilatildeo Quando bate a saudade

Eu vou pro mar Fecho os meus olhos

E sinto vocecirc chegar Vocecirc chegar

Letra Toni Garrido Lazatildeo Da Gama Bino

XXVII

28

INTRODUCcedilAtildeO

29

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 AS ORIGENS DA PESQUISA

O meu interesse pela temaacutetica educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na

sauacutede ocupacional iniciou-se no ano de 2001 quando um grupo de

trabalhadores na aacuterea da Sauacutede da Universidade Estadual de Ciecircncias da

Sauacutede de Alagoas (UNCISAL) solicitou-me acompanhamento para a realizaccedilatildeo

de Ginaacutestica Laboral

Para atender tal solicitaccedilatildeo enquanto Fisioterapeuta propus um

programa de Extensatildeo Universitaacuteria que tinha como intento assessorar tais

profissionais na compreensatildeo da gecircnese do adoecimento no ambiente de

trabalho bem como ajudaacute-los em relaccedilatildeo ao enfrentamento e superaccedilatildeo dos

problemas decorrentes dos esforccedilos pertinentes agraves condiccedilotildees de trabalho

Atuei enquanto Coordenador do Programa de Extensatildeo em diversos

setoresalas do Hospital bem como em vaacuterios setores da Universidade Tal

atuaccedilatildeo permitiu o contato direto com trabalhadores e alunos de graduaccedilatildeo

que relatavam interesse sobre a questatildeo os acadecircmicos mais precisamente

dos cursos de Graduaccedilatildeo em Fisioterapia e Terapia Ocupacional tambeacutem

apontavam dificuldades para conduzir adiante os estudos sobre o tema

No ano seguinte com o decorrer das atividades extensionistas

juntamente com o relato dos alunos da graduaccedilatildeo e dos servidores surgiu a

necessidade de aglutinar saberes praacuteticas e pessoas nesse intento fortaleceu-

se a adesatildeo dos acadecircmicos de Fisioterapia da UNCISAL e os mesmos

passaram a participar do programa mais efetivamente com isto o Programa de

Extensatildeo Universitaacuteria passou a funcionar tambeacutem como disciplina eletiva com

carga horaacuteria complementar na graduaccedilatildeo

A posteriori as atividades agora de extensatildeo e graduaccedilatildeo na

modalidade disciplina eletiva demandaram a necessidade de se entender mais

30

sobre o processo de Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede Ocupacional dessa forma

foi proposto e organizado um grupo de estudo sobre a temaacutetica Com essa

etapa o programa conseguia unir de forma prazerosa experiecircncias baseadas

no pressuposto do tripeacute universitaacuterio Extensatildeo Ensino e Pesquisa

Em seguida devido ao andamento dos estudos motivado pelo desejo

sempre ardente de ensinar e o interesse em me aprimorar e qualificar para o

bom exerciacutecio da docecircncia senti-me instigado a procurar um curso Stricto

Sensu que me trouxesse subsiacutedios para o ensino em Ciecircncias da Sauacutede com

uma visatildeo ampliada para aleacutem do ensino tecnicista e isto motivou essa

proposta agora posta

A minha experiecircncia na Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de

Alagoas (UNCISAL) como docente e extensionista mesclado com interesse

sobre o tema Educaccedilatildeo em Sauacutede e Sauacutede Ocupacional motivou os

questionamentos que trago a este trabalho

12 A CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO OBJETO

Este trabalho traz como objeto de pesquisa a Educaccedilatildeo em Sauacutede na

Sauacutede Ocupacional e a investigaccedilatildeo inscreve-se especificamente na Sauacutede

do Trabalhador Teacutecnico em Enfermagem com vistas a discutir o processo de

adoecimento bem como a prevenccedilatildeo por intermeacutedio de programa educativo

em uma equipe que trabalha em Hospital Puacuteblico especializado no cuidado de

portadores de doenccedilas infectocontagiosas

Os questionamentos que idealizaram o estudo remeteram agrave necessidade

de se pensar na construccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo na

prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das

necessidades e da anaacutelise situacional da realidade local dos sujeitos

envolvidos

Apesar da educaccedilatildeo em sauacutede relacionada com a LERDORT ser

amplamente discutida na literatura nacional e internacional o objeto dessa

pesquisa apresenta-se relevante desafiador e inovador pela ausecircncia de

31

investigaccedilotildees nesta populaccedilatildeo de trabalhadores podendo contribuir para o

aprimoramento profissional bem como na melhoria da assistecircncia prestada

Assim a busca de sentidos sobre o entendimento do processo de adoecimento

por parte dos teacutecnicos de enfermagem mostra-se relevante

A importacircncia deste trabalho estaacute tambeacutem em fomentar a reflexatildeo entre

profissionais de Enfermagem Fisioterapia e Recursos Humanos sobre o

processo de surgimento de queixas dolorosas na ambiecircncia laboral

entendendo que refletir sobre a proacutepria praacutetica jaacute eacute um meio de transformaacute-la

de forma a contribuir e atribuir acepccedilotildees que possam servir de ferramentas ao

grupo de estudo oferecendo suporte para a autonomia no autocuidado

A profissatildeo de enfermagem figura dentre as que tecircm maior

predisposiccedilatildeo a ao surgimento das DORTs1 isso ocorre devido agrave exposiccedilatildeo

ocupacional a diversos fatores de riscos existentes na ambiecircncia laboral bem

como agraves particularidades do processo de trabalho agravado muitas vezes pela

precariedade das condiccedilotildees deste Tais fatos fazem com que a lista de agravos

agrave sauacutede desse profissional seja volumosa2 A praacutetica de enfermagem expotildee

seus trabalhadores a fatores de risco e agravos agrave sauacutede presentes no

ambiente no processo e na organizaccedilatildeo de trabalho3

No exerciacutecio de enfermagem os profissionais estatildeo expostos natildeo soacute ao

trabalho fisicamente pesado que as tarefas peculiares da profissatildeo exigem

mas tambeacutem a um grande nuacutemero de eventos circunstacircncias e condiccedilotildees

inerentes a ele tais como transferecircncias e movimentaccedilotildees de pacientes e de

objetos pesados tomada de decisotildees conflitos interpessoais no trabalho entre

outros que requerem accedilotildees ou respostas que mitiguem as agressotildees posto

isso sugere-se que o trabalho de enfermagem favorece ao surgimento de

algias relacionadas ao trabalho principalmente na regiatildeo lombar ombros

coluna cervical e joelhos sendo a regiatildeo lombar a mais acometida2 Os

profissionais de enfermagem de niacutevel superior e meacutedio tecircm uma elevada taxa

de lesotildees dorsais45 e por isso se torna um grupo de interesse na sauacutede

ocupacional no que tange a educaccedilatildeo em sauacutede

Essa tambeacutem eacute uma observaccedilatildeo encontrada na literatura internacional e

estudos afirmam que realmente os profissionais da aacuterea de enfermagem

32

apresentam elevada prevalecircncia67 de dores relacionadas ao trabalho bem

como LERDORTs

Nos Estados Unidos pesquisa6investigou solicitaccedilotildees de indenizaccedilotildees

devido a lesotildees nas costas em 24 ocupaccedilotildees Esta pesquisa revelou que os

profissionais de enfermagem tecircm uma elevada taxa de lesotildees dorsais e que o

profissional de enfermagem de niacutevel meacutedio foi o grupo que ficou classificado

em primeiro lugar entre os 24 pesquisados

A dor lombar eacute um dos maiores problemas de sauacutede puacuteblica e tem

grande prevalecircncia em enfermeiros e auxiliares 8 9

A responsabilidade da equipe de enfermagem pelos cuidados integrais e

o nuacutemero reduzido de profissionais aumentam a carga fiacutesica e emocional num

ambiente em que a convivecircncia com o sofrimento e a finitude eacute constante

Podemos citar ainda como agravantes os deslocamentos as frequentes idas e

vindas para execuccedilatildeo de procedimentos laborais manuseios de materiais

delicados causando dano ao sistema musculoesqueleacutetico longos periacuteodos em

posturas incorretas agravadas pela inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio que geralmente

natildeo corresponde agraves medidas antropomeacutetricas dos trabalhadores a

organizaccedilatildeo do trabalho caracterizado por frequentes interrupccedilotildees para a

busca e procura de material ou de informaccedilotildees a implementaccedilatildeo constante de

novas tecnologias sem o devido treinamento causando ansiedade e

inadaptaccedilotildees acrescidos e agravados por fatores externos como a crescente

problemaacutetica do trajeto do profissional entre a residecircncia e o local de trabalho10

A inoacutepia de estudos traz como decorrecircncia grandes variaccedilotildees na

interpretaccedilatildeo do papel educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos

de enfermagem tal estudo pode amenizar incertezas acerca de instrumentos

auxiliares para prevenir doenccedilas e agravos ocupacionais nessa populaccedilatildeo

Eacute importante identificar e resolver ou minimizar problemas relacionados

aos riscos de estresse existentes na ambiecircncia de trabalho para que o

trabalhador de enfermagem seja protegido dos agravos agrave sua sauacutede enquanto

executa as tarefas pelas quais eacute responsaacutevel e possa prestar ao paciente uma

assistecircncia de qualidade11

33

Dessa forma parece ser oportuno discutir a incorporaccedilatildeo produccedilatildeo de

teorias metodoloacutegicas e modelos cientiacuteficos para a construccedilatildeo e assimilaccedilatildeo de

programas educativos no intuito de prevenir LERDORT Tal abordagem parece

ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem jaacute que esses profissionais tecircm sido afetados por distuacuterbios

musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 801213

Frente a esse panorama essa pesquisa se propotildee a responder as

seguintes questotildees

1 ndash Qual a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agrave

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho antes e apoacutes a aplicaccedilatildeo de

um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

2 ndash Qual a decorrecircncia no cuidado agrave sauacutede ocupacional de um programa

educativo construiacutedo a partir da realidade dos teacutecnicos de enfermagem

3 ndash Qual o niacutevel de qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental antes e apoacutes a

aplicaccedilatildeo de um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

34

O REFERENCIAL TEOacuteRICO

35

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

O referencial teoacuterico foi organizado de forma a levantar a produccedilatildeo

cientiacutefica sobre o objeto pesquisado organizando-a nos toacutepicos abaixo

- A sauacutede do trabalhador como questatildeo social

- Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no

trabalho

- O processo de trabalho como determinante do processo Sauacutede-

Doenccedila em enfermagem

- A Educaccedilatildeo em Sauacutede na LERDORT

21 A SAUacuteDE DO TRABALHADOR COMO QUESTAtildeO SOCIAL

No Brasil as doenccedilas ocupacionais vecircm aumentando e ocupando status

de problema de Sauacutede Coletiva fato que causa detrimentos financeiros para o

Estado e enormes dificuldades sociais

A questatildeo sauacutede do trabalhador vem sendo erigida no Brasil a partir das

duas uacuteltimas deacutecadas do seacuteculo anterior no bojo do processo de

redemocratizaccedilatildeo do Paiacutes O ano de 1986 em funccedilatildeo da VIII Conferecircncia

Nacional de Sauacutede e I Conferecircncia Nacional de Sauacutede do Trabalhador pode

ser considerado um marco de mobilizaccedilatildeo popular pela sauacutede do trabalhador

brasileiro poreacutem somente em 1998 fica definida a Portaria ndeg3908 por meio

da Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador (NOST) que instituiu os

procedimentos que servem como instrumentos de orientaccedilatildeo para as accedilotildees e

serviccedilos de sauacutede do trabalhador no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)13

36

Esta nova abordagem no campo da Sauacutede do Trabalhador diferencia o

modelo hegemocircnico da Medicina do Trabalho e da Sauacutede Ocupacional A

Medicina do Trabalho agora ultrapassada apresentava-se como centralidade

a figura do meacutedico sendo seu conhecimento baseado na teoria da

unicausalidade isto eacute um agente etioloacutegico para cada doenccedila Tal fato revela

que na esfera do trabalho a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do trabalhador

baseava-se no isolamento de riscos especiacuteficos e na intervenccedilatildeo focalizada

nas consequecircncias

A Sauacutede Ocupacional surge como uma proposta mais inovadora e

aberta e se apresenta a parir de um caraacuteter Interprofissional e relaciona o

ambiente de trabalho e o corpo do trabalhador Consubstancia-se na Teoria da

Multicausalidade onde um conjunto de fatores de risco ambientais e bioloacutegicos

eacute considerado na questatildeo sauacutede

Desta forma a Sauacutede Ocupacional no Brasil passa a ser compreendida

numa perspectiva coletiva e multifatorial levando em consideraccedilatildeo o saber do

trabalhador como pode ser observado no texto abaixo

[] O conjunto de conhecimentos oriundos de diversas

disciplinas como medicina social sauacutede puacuteblica sauacutede

coletiva cliacutenica meacutedica medicina do trabalho sociologia

epidemiologia social engenharia psicologia entre outras

tantas ndash que aliado ao saber do trabalhador sobre as

condiccedilotildees e a organizaccedilatildeo do trabalho estabelece uma

nova forma diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede dos

trabalhadores e de intervenccedilatildeo nos ambientes de trabalho

(NARDI 2004 p 49)14

Nessa loacutegica a construccedilatildeo desse campo de estudo e intervenccedilatildeo entre

trabalho e sauacutede articula-se com diferentes saberes e novos atores sociais e

inclui as questotildees de Sauacutede Puacuteblica

Como modelo a sauacutede ocupacional orienta accedilotildees de atenccedilatildeo agrave sauacutede

do trabalhador que privilegiam iniciativas de promoccedilatildeo cura prevenccedilatildeo

37

reabilitaccedilatildeo e vigilacircncia em sauacutede Trata-se portanto de um processo que

apresenta como intento a mudanccedila do complexo quadro da sauacutede

populacional Para tal exige compromissos que requerem um agir que busca

melhor condiccedilatildeo de vida e de trabalho aleacutem de um maior compromisso do

Estado na implementaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede dos trabalhadores

Lacaz15 tambeacutem confirma essa nova perspectiva conceitual e de

mudanccedilas poliacuteticas e ideoloacutegicas no campo sauacutede do trabalhador

[] o campo da Sauacutede do Trabalhador seria uma nova

abordagem e um novo enfoque do ponto de vista

conceitual emanado do setor sauacutede (coletiva) a propoacutesito

do estudo e da intervenccedilatildeo transformaccedilatildeo das relaccedilotildees de

trabalho e sauacutede-doenccedila na medida em que procura

estabelecer outra articulaccedilatildeo com os grupos sociais numa

sociedade que passa por mudanccedilas importantes do ponto

de vista poliacutetico e social tendo como pano de fundo a

realidade brasileira do final dos anos 70 e iniacutecio dos 80

(LACAZ 1996 p51-2)

De um modo geral percebe-se que as abordagens compreensivas em

sauacutede requerem uma accedilatildeo interventiva interativa e transformadora Nesse

sentido acredita-se que devem ocorrer movimentos de diferentes atores

sociais entrando em cena consciecircncias e vontades individuais e coletivas

justificando-se a necessidade de se construir conjuntamente com os

trabalhadores locais propostas de programas preventivos para as doenccedilas

ocupacionais Tal visatildeo se coaduna com a proposta de se trabalhar com

Educaccedilatildeo em Sauacutede

22 CONCEPCcedilOtildeES SOBRE O PROCESSO HISTOacuteRICO E A

RELACcedilAtildeO SAUacuteDE E DOENCcedilA NO TRABALHO

38

O trabalho eacute tatildeo antigo como o primeiro ser humano mas as relaccedilotildees

entre as atividades laborativas e o processo de adoecimento permaneceu

praticamente ignoradas por 250 anos16 Desde os primoacuterdios da era cristatilde a

bibliografia refere fatores nocivos ao trabalho pode-se citar por exemplo a

obra conhecida de Hipoacutecrates de Coacutes intitulada ldquoAr Aacutegua e Lugaresrdquo na qual

discorre sobre o saturnismo e tambeacutem a obra de Pliacutenio o velho (23 dC) que

descreve o aspecto dos trabalhadores de minas de mercuacuterio e chumbo e

aconselha o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual do tipo maacutescaras

faciais16

No seacuteculo XVI algumas observaccedilotildees esparsas surgiram evidenciando a

possibilidade de o trabalho estar relacionado ao processo de adoecimento

Georg Bauer publicou em 1556 a obra intitulada ldquoDe Remetallicardquo nessa

obra o autor discorre sobre diversos problemas relacionados agrave extraccedilatildeo de

minerais e a fundiccedilatildeo de prata e de ouro17 e os correlacionam com o processo

de adoecimento entre trabalhadores

Nesse mesmo texto eacute apresentado ainda um capiacutetulo particular que

versa sobre os acidentes do trabalho e as doenccedilas mais comuns entre

trabalhadores de minas provocadas por poeiras o autor faz alusatildeo agrave chamada

asma dos mineiros Pela descriccedilatildeo dos sintomas e pela raacutepida evoluccedilatildeo da

doenccedila sugere agrave luz dos novos conhecimentos casos de

silicosepneumoconiose causada pela siacutelica livre18

Apesar de sua importacircncia estes trabalhos permaneceram praticamente

ignorados por mais de um seacuteculo Em 1700 foi publicado na Itaacutelia o livro ldquoDe

Morbis Artificum Diatribardquo (As Doenccedilas do Trabalho) do meacutedico Bernardini

Ramazzini (1633-1714) que descreve uma seacuterie de doenccedilas relacionadas

acerca de 50 profissotildees diversas Por este motivo o autor foi cognominado o

patriarca da medicina do trabalho Foi o primeiro a estudar com afinco as

doenccedilas relacionadas ao trabalho e descreveu os riscos especiacuteficos para cada

uma delas Destacou os danos causados agrave sauacutede do trabalhador pela falta de

ventilaccedilatildeo e pelo desconforto teacutermico Reconheceu a importacircncia das pausas

durante a jornada de trabalho a relevacircncia bioloacutegica dos exerciacutecios laborais e

da boa postura na prevenccedilatildeo da fadiga muscular Ramazzini acrescenta agrave

39

anamnese hipocraacutetica da eacutepoca uma nova pergunta ldquoQual eacute a sua

ocupaccedilatildeordquo1619

Um pouco mais tardiamente a Revoluccedilatildeo Industrial exerce grande papel

sobre a questatildeo do trabalho eacute apoacutes esse movimento ocorrido paralelamente

na Inglaterra entre 1760 e 1830 que foi criada a comissatildeo de inqueacuterito para

avaliar as condiccedilotildees de trabalho nas faacutebricas onde foi elaborada lei que

regulava a jornada de trabalho que era em torno de 16 horas diaacuterias19

A Revoluccedilatildeo Industrial impocircs aos trabalhadores precaacuterias condiccedilotildees

laborais jornadas de trabalho extenuantes exposiccedilatildeo a acidentes de trabalho

submissatildeo ao trabalho insalubre e perigoso19 Neste contexto a preocupaccedilatildeo

com a sauacutede do trabalhador surgiu como meio de possibilitar a recuperaccedilatildeo do

mesmo e favorecer o retorno mais ceacutelere possiacutevel para a ambiecircncia laboral

isso eacute importante pois com a Reforma Industrial vive-se numa perspectiva de

desenvolvimento social e em virtude da inquietaccedilatildeo com esse

desenvolvimento a preocupaccedilatildeo com a sauacutede laboral foi focada na visatildeo

biologicista e individual e buscava a causa das doenccedilas e acidentes de

trabalho com uma abordagem unicausal e imediatista18 19 e centrada

exclusivamente no homem

Como decorrecircncia de um processo acelerado e desumano de produccedilatildeo

aumentou o nuacutemero de acidentes e adoecimento entre trabalhadores e por

este motivo surge a figura do profissional meacutedico dentro da faacutebrica em

princiacutepio da induacutestria tecircxtil Foi exatamente aiacute na primeira metade do seacuteculo

XIX que surgiu a Medicina do Trabalho centrada na figura do meacutedico O

serviccedilo de sauacutede na induacutestria era dirigido por pessoas da confianccedila do

empresaacuterio que atuava muito mais como fiscalizador do que profissional da

sauacutede e rapidamente este modelo foi expandido para os paiacuteses

industrializados18

As questotildees concernentes agrave sauacutede e trabalho se apresentaram como

uma questatildeo de inquietaccedilatildeo puacuteblica desde o seu nascedouro em meados do

seacuteculo XIX quando o adoecimento referente ao modo de produccedilatildeo comeccedila

surgir Esse fato ocorre diversamente no Brasil onde o processo de

industrializaccedilatildeo ocorreu somente um seacuteculo posteriormente20

40

Nos paiacuteses industrializados o Estado passou a assumir as funccedilotildees de

regulamentaccedilatildeo e intervenccedilatildeo nos temas relativos agrave promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da

sauacutede e seguranccedila dos trabalhadores com o intento de eliminar os obstaacuteculos

ao desenvolvimento econocircmico O Estado entatildeo passou a promover uma vasta

gama de accedilotildees que se destinavam garantir as condiccedilotildees para o

desenvolvimento do novo sistema de produccedilatildeo agora vigente21

Em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do trabalho a medicina ocupacional teria

pouco a contribuir com a sauacutede do trabalhador na medida em que sua atenccedilatildeo

era voltada exclusivamente para o indiviacuteduo privilegiando diagnoacutestico e

tratamento dentro de uma visatildeo na qual o espaccedilo para a subjetividade e a

percepccedilatildeo do trabalhador era restrito Desvela-se entatildeo a impotecircncia da sauacutede

do trabalhador para intervir sobre os problemas de sauacutede causados pelo

processo de produccedilatildeo19 20 21

A Sauacutede Ocupacional comeccedila a se delinear a partir do contexto

econocircmico e poliacutetico da II Guerra e do Poacutes-Guerra onde o custo provocado

pela perda de vidas abruptamente por acidentes de trabalho ou por doenccedilas do

trabalho comeccedilam a ser sentido tanto por empregadores como pelas

companhias de seguro devido agraves pesadas indenizaccedilotildees Nesta abordagem

desloca-se a intervenccedilatildeo que antes era centrada no indiviacuteduo para a questatildeo

dos riscos existentes na ambiecircncia laboral Desta forma a Sauacutede Ocupacional

vale-se do enfoque da higiene Industrial e busca atraveacutes da atuaccedilatildeo

multiprofissional intervir nos locais de trabalho com a finalidade de controlar

os riscos ambientais19

No Brasil a adoccedilatildeo e o desenvolvimento da Sauacutede Ocupacional deram-

se mais tardiamente e ainda atualmente o modelo de Sauacutede Ocupacional

parece natildeo ter alcanccedilado seus reais objetivos pois ainda o modelo se manteacutem

curativista de forma pouco ampla e restrita agraves accedilotildees pontuais sobre os riscos

laborais locais171819

Na deacutecada de 80 uma forma diferente de analisar as questotildees

referentes a relaccedilatildeo trabalhosauacutededoenccedila comeccedila a surgir com alguns

autores Latino americanos22 que conceituam o trabalho a partir da concepccedilatildeo

de seu processo de trabalho que se inscreveria nas relaccedilotildees sociais de

produccedilatildeo Assim aleacutem das consequecircncias mais visiacuteveis do trabalho sobre a

41

sauacutede ou seja agentes nocivos de natureza quiacutemica fiacutesica entre outros

procura tambeacutem entender a nocividade do trabalho com suas implicaccedilotildees a

niacutevel biopsiacutequico e social

Concordando com o texto acima Lacaz15 afirma que comeccedilam a surgir

na Ameacuterica Latina ideias ampliadas em relaccedilatildeo agrave Sauacutede Ocupacional

A Medicina Social Latino americana propotildee entatildeo uma

visatildeo do conceito de trabalho que incorpora a ideia de

processo de trabalho na qual o foco natildeo se restringe agrave sua

composiccedilatildeo ambiental constituiacuteda dos vaacuterios

fatoresagentes de risco e externo ao trabalhador mas

como uma categoria explicativa que se inscreveria nas

relaccedilotildees sociais de produccedilatildeo existentes entre o capital e o

trabalho (LACAZ 1996 p23)15

Neste contexto uma questatildeo nova comeccedila a ser apresentada a

emergecircncia da Sauacutede ocupacional com foco no processo de trabalho a partir

da discussatildeo preventivista e de educaccedilatildeo em sauacutede para o autocuidado com

sauacutede em relaccedilatildeo ao trabalho

A Sauacutede do Trabalhador passa a apresentar sobretudo a partir dos anos

80 na regiatildeo Latino-Americana como premissa baacutesica o enfoque na relaccedilatildeo

sauacutedetrabalho compreendendo o processo de adoecimento dos

trabalhadores atraveacutes do estudo dos processos de trabalho Articula as

questotildees soacutecio-poliacuteticas e econocircmicas de forma a se estabelecer o nexo

biopsiacutequico das coletividades nas sociedades22

Esta aacuterea de estudo e praacuteticas buscou na experiecircncia sindical italiana

uma referecircncia teoacuterico-metodoloacutegica que contribuiu para o reconhecimento do

saber do trabalhador no controle dos agravos e riscos existentes nos

ambientes de trabalho23

Os trabalhadores italianos no final da deacutecada de 70 estabeleceram

alianccedilas com os profissionais de sauacutede comprometidos com a efetividade de

42

um meacutetodo direcionado para o conhecimento da relaccedilatildeo entre processo de

trabalho e sauacutede resultando na construccedilatildeo do Modelo Operaacuterio Italiano (MOI)

que pressupotildee a valorizaccedilatildeo do saber e das experiecircncias do trabalhador a natildeo

delegaccedilatildeo do planejamento e do controle de sua sauacutede aos teacutecnicos a

socializaccedilatildeo e a apropriaccedilatildeo muacutetua do conhecimento na perspectiva da

construccedilatildeo de um saber coletivo23

Neste sentido a questatildeo sauacutede-trabalho passa a ser discutida como

questatildeo social aliada a participaccedilatildeo igualitaacuteria que se fortalece a partir do final

da deacutecada de 80 onde se comeccedila timidamente a discutir questotildees

trabalhistas com destaque agrave proteccedilatildeo agrave sauacutede O texto abaixo corrobora com o

referido

A teoria da determinaccedilatildeo social do processo

sauacutededoenccedila cuja centralidade colocada no trabalho-

enquanto organizador da vida soacutecia l- contribui para

aumentar os questionamentos agrave medicina do trabalho e a

sauacutede ocupacional (MENDES ET col 1991 p 346)24

Associada a estas questotildees pesquisa24 aponta tambeacutem que as

mudanccedilas ocorridas com a utilizaccedilatildeo das novas tecnologias atraveacutes da

automaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo nos processos de trabalho que aparentemente

representam melhoria das condiccedilotildees de trabalho na verdade introduziram

novos riscos agrave sauacutede Estes acabaram gerando doenccedilas de difiacutecil

medicalizaccedilatildeo tais como as LERDORTs1 entidades nosoloacutegicas

intrinsecamente relacionadas agrave organizaccedilatildeo do trabalho

1Terminologia utilizada para designar uma doenccedila relacionada ao trabalho que se manifesta atraveacutes de diversas siacutendromes pouco conhecida ateacute os anos 1970 eacutepoca em que teve um faacutetuo crescimento entre os trabalhadores em todo mundo inclusive no Brasil No ano de 1977 por meio da Norma de Avaliaccedilatildeo da Incapacidade do Instituto Nacional da Seguridade Social o termo LER foi substituiacutedo por DORT poreacutem a polecircmica ainda existe na literatura (Morofuse 2000)

43

Todo esse processo de mudanccedilas ocorrida no mundo do trabalho

desencadeou aspectos relevantes na relaccedilatildeo trabalho e sauacutede e contribuiu

efetivamente para o surgimento do campo da Sauacutede do Trabalhador

23 O PROCESSO DE TRABALHO COMO DETERMINANTE DO

PROCESSO SAUacuteDE-DOENCcedilA EM ENFERMAGEM

A sauacutede e a doenccedila do trabalhador satildeo determinadas pelos processos

de trabalho que envolve complexas relaccedilotildees econocircmicas sociais e

tecnoloacutegicas que determinam a exposiccedilatildeo a fatores de risco25

O processo de trabalho eacute a relaccedilatildeo entre o homem e a natureza atraveacutes

do qual o homem utiliza sua energia muscular para transformar manter ou

produzir bens necessaacuterios agrave sua sobrevivecircncia26

A relaccedilatildeo que o homem estabelece com a natureza a forma como dela

se apropria e a transforma resulta tambeacutem no processo sauacutede-doenccedila O

homem ao transformaacute-la tambeacutem se modifica desenvolvendo suas

potencialidades e ampliando seu universo social

Para compreender o processo de trabalho eacute preciso conhecer os

elementos que o compotildeem ou seja o objeto de trabalho os instrumentos e o

proacuteprio trabalho e ainda identificar a relaccedilatildeo entre estes elementos25

Eacute preciso analisar para aleacutem das caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e

mecacircnicas para se alcanccedilar um entendimento mais ampliado dos fatores

relacionados ao processo de trabalho que repercutem na sauacutede ou no corpo

dos trabalhadores22 De um modo geral satildeo propostas duas categorias de

anaacutelise para a compreensatildeo da sauacutede ocupacional cargas de trabalho e

desgaste

As cargas de trabalho satildeo elementos do processo de trabalho que

interatuam dinamicamente entre si e com a corporeidade humana ou seja com

o corpo do trabalhador gerando processos de adaptaccedilatildeo que se traduzem em

desgaste

44

As cargas podem ser divididas em dois grupos aquelas que tecircm

materialidade externa ao corpo do trabalhador como as cargas fiacutesicas

quiacutemicas bioloacutegicas e mecacircnicas e as que soacute adquirem materialidade no

corpo humano ou seja as cargas fisioloacutegicas biomecacircnicas e emocionais A

intensidade das cargas depende do modo de produccedilatildeo da organizaccedilatildeo da

divisatildeo do trabalho e de fatores individuais2728

Para compreender os impactos sobre a sauacutededoenccedila dos

trabalhadores eacute necessaacuterio entender como as cargas interatuam entre si

acarretando adoecimentos diversos decorrentes do trabalho Considera-se que

haacute desgaste na realizaccedilatildeo da atividade laborativa quando ocorrem processos

de adaptaccedilatildeo destruidores da integridade corporal denominados como

excesso de cargas de trabalho2930

O modo de trabalho no setor de sauacutede apresenta algumas

especificidades que se distinguem do trabalho de outros setores da economia

jaacute que o seu produto final eacute um serviccedilo resultante da accedilatildeo compartilhada de

vaacuterios profissionais e centra-se nas relaccedilotildees interpessoais entre beneficiaacuterios e

executores Reuacutene um conjunto de atividades programadas e normatizadas

que se realizam sob a base da cooperaccedilatildeo em um cenaacuterio dinacircmico e instaacutevel

e promove transformaccedilotildees nesse cenaacuterio27

Na enfermagem o objeto de trabalho a ser transformado eacute o corpo

humano individual ou coletivo em suas mais diversificadas demandas no

processo sauacutede-doenccedila31 O trabalho em si inclui as formas de organizaccedilatildeo

divisatildeo e relaccedilatildeo de trabalho que garantem a forccedila laborativa obtida pelos

agentes a saber enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e auxiliares de

enfermagem O processo sauacutede-doenccedila eacute gerado em dois momentos o

momento produtivo e o momento de consumo O primeiro refere-se ao

processo de trabalho que gera por um lado tensatildeo mas por outro satisfaccedilatildeo

O segundo refere-se agrave vida social cultural e aos valores do indiviacuteduo32

Os processos de desgaste do trabalhador de enfermagem satildeo oriundos

da diversidade intensidade e simultaneidade de exposiccedilatildeo agraves cargas

inerentes ao processo de trabalho cabe agrave equipe de enfermagem o

acompanhamento aos pacientes em tempo integral levando a uma maior

45

exposiccedilatildeo aos riscos Esses processos satildeo explicitados pelos danos

biopsiacutequicos em suas diferentes formas de expressatildeo33

Haacute que se destacar que o processo de trabalho tem estreita relaccedilatildeo com

a sauacutede e quando haacute desarmonia nessa relaccedilatildeo pode ocorrer desgastedoenccedila

por parte dos operaacuterios ressaltando-se que as doenccedilas causadas pelo trabalho

podem ser somaacuteticas psicossomaacuteticas e psiacutequicas Estas doenccedilas satildeo

originaacuterias das diversas cargas de trabalho as quais os trabalhadores ficam

expostos sejam elas de natureza fiacutesica quiacutemica por tensatildeo nervosa ritmo do

trabalho ou por repetitividade das tarefas

No que tange ao processo de trabalho no setor de serviccedilos

especialmente no setor sauacutede a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) vem

complementar a proteccedilatildeo a sauacutede do trabalhador em relaccedilatildeo aos riscos

bioloacutegicos tatildeo comuns no cotidiano do trabalho de enfermagem poreacutem natildeo eacute

objeto do presente estudo

Os principais agravos relacionados ao trabalho que acometem

profissionais de enfermagem satildeo queixas relacionadas a LERDORT e o

estresse manifestaccedilotildees que levam ao absenteiacutesmo34

As LERDORTs por definiccedilatildeo satildeo fenocircmenos nosoloacutegicos relacionados

ao trabalho caracterizados pela ocorrecircncia de vaacuterios sintomas concomitantes

ou natildeo tais como dor parestesia sensaccedilatildeo de peso fadiga Podem ter

manifestaccedilatildeo insidiosa geralmente nos membros superiores membros

inferiores regiatildeo da coluna vertebral lombar toraacutecica e cervical que

frequentemente satildeo causas de incapacidades laborais temporaacuterias ou

permanentes As LERDORTs resultam da super utilizaccedilatildeo das estruturas

anatocircmicas do sistema musculoesqueleacutetico sem o devido tempo para a sua

recuperaccedilatildeo27 Acredita-se que estejam ligadas a atividades repetitivas

manutenccedilatildeo de posturas estaacuteticas durante o trabalho e aspectos psiacutequico-

sociais

A primeira doenccedila descrita na literatura associada agraves atividades

repetitivas foi a tenossinovite caracterizando-se pela restriccedilatildeo ao livre

movimento de um tendatildeo devido a uma inflamaccedilatildeo deste ou de sua bainha Em

1891 Fritz De Quervain descreveu a doenccedila como entorse das lavadeiras

46

devido ao fato de ter encontrado mulheres que lavavam roupa que

apresentavam tendinite dos tendotildees e muacutesculo adutor longo e extensor curto

do polegar 35

Em marccedilo de 1993 o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)

elaborou a Norma Teacutecnica que dispotildee sobre procedimentos de avaliaccedilatildeo da

incapacidade de trabalhadores afastados do trabalho para orientaccedilatildeo a

meacutedicos e peritos Posteriormente ocorreu uma revisatildeo no texto e em 19 de

agosto de 1998 foi publicada no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a Nova Norma Teacutecnica

de Avaliaccedilatildeo de Incapacidade para fins de Benefiacutecios Previdenciaacuterios

substituindo o termo LER por DORT A Norma Teacutecnica incluiu novos

diagnoacutesticos como a siacutendrome miofascial e as fibromialgias poreacutem apresenta

dificuldades para o diagnoacutestico precoce dificultando a caracterizaccedilatildeo do nexo

causal36 37

A LER eacute o vocaacutebulo utilizado no Brasil para definir uma siacutendrome

caracterizada pelo desconforto incapacidade ou dor persistente em

articulaccedilotildees muacutesculos tendotildees e outros tecidos moles com ou sem

manifestaccedilotildees fiacutesicas ou cliacutenicas entretanto essa terminologia natildeo eacute bem

acolhida de maneira geral e foi alterada para Distuacuterbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho38

Em 2003 o INSS em sua Instruccedilatildeo Normativa 9836 instituiu a adoccedilatildeo

oficial do termo LERDORT devido agrave consagraccedilatildeo do antigo termo o qual

usaremos neste trabalho

As LERDORTs tecircm relaccedilatildeo direta com as exigecircncias de tarefas

laborais ambiecircncia fiacutesica e com a organizaccedilatildeo do trabalho e eacute uma doenccedila

ocupacional que vem crescendo de forma ameaccediladora provocando mutilaccedilotildees

e sequelas reversiacuteveis eou irreversiacuteveis nos trabalhadores aleacutem de

desencadear nas empresas aumento do absenteiacutesmo e dos custos reduccedilatildeo

do lucro da produtividade e da qualidade nos serviccedilos prestados e aumento do

niacutevel de estresse39

Apresentam-se com sinais e sintomas de origem ocupacional

caracterizadas por inflamaccedilotildees dos muacutesculos tendotildees faacutescias e nervos

principalmente mas natildeo exclusivamente nos membros superiores regiatildeo

47

escapular e pescoccedilo merecem destaque natildeo soacute pelo aumento de sua

incidecircncia mas por existirem evidecircncias de sua associaccedilatildeo com o ritmo de

trabalho Essas doenccedilas em geral possuem uma maacute evoluccedilatildeo ocasionando

dor edema e perda de forccedila sendo responsaacuteveis por uma fatia significativa

das causas da queda do desempenho no trabalho e produtividade 40 41

Abrangem quadros cliacutenicos amplos caracterizados pela ocorrecircncia de

agravos neuro-ortopeacutedicos definidos como tenossinovites sinovites

compressotildees de nervos perifeacutericos que podem ser identificadas ou natildeo sendo

comum agrave ocorrecircncia de vaacuterios sinais e sintomas concomitantes e agraves vezes

inespeciacuteficos 42

As condiccedilotildees laborais que podem induzir o surgimento das LERDORTs

satildeo aquelas que incluem movimentos repetitivos aplicaccedilatildeo de forccedila

levantamento e transporte de cargas posturas inadequadas e estresse

relacionado agraves condiccedilotildees psicosociais do local onde o trabalho acontece 36 40

Para a ocorrecircncia das LERDORTs natildeo existe causa uacutenica e

determinada pois satildeo vaacuterios os fatores existentes no trabalho que podem estar

relacionados agrave sua gecircnese como por exemplo a repetitividade de movimentos

manutenccedilatildeo de posturas inadequadas por tempo prolongado esforccedilo fiacutesico

invariabilidade de tarefas pressatildeo mecacircnica sobre determinadas partes do

corpo mais precisamente nos membros superiores trabalho estaacutetico frio

fatores organizacionais e psicossociais36

Neste sentido estas doenccedilas podem manifestar-se com diferentes

quadros cliacutenicos e distintos sinais e sintomas Algumas manifestaccedilotildees mais

comuns satildeo as tenossinovite tendinite epicondilite bursite siacutendrome do tuacutenel

do carpo Existem outras manifestaccedilotildees de LERDORT cujo fator

desencadeante eacute o estresse emocional que pode ser causado pelo trabalho ou

mesmo pelo afastamento do trabalho como a Siacutendrome aacutelgica miofascial que eacute

decorrente de uma praacutetica de atividades extenuantes ou como subproduto de

tensatildeo psicoloacutegica anguacutestia ou ansiedade39

A dor eacute um sintoma bastante relatado e se exacerba com o estresse

emocional39 e pode ser localizada irradiada ou generalizada acompanhada ou

natildeo de sensaccedilatildeo de desconforto fadiga sensaccedilatildeo de peso parestesia

48

sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo de forccedila edema enrijecimento articular choque falta

de firmeza nas matildeos sudorese excessiva e alodiacutenea As queixas geralmente

se apresentam em diferentes graus de severidade podendo ser caracterizadas

em relaccedilatildeo ao tempo de duraccedilatildeo localizaccedilatildeo intensidade entre outros

aspectos39

Inicialmente os sintomas se apresentam de forma insidiosa nos

momentos de picos de produccedilatildeo ou ao final da jornada de trabalho com o

decorrer do tempo se tornam mais frequentes inclusive no iniacutecio da jornada de

trabalho e em atividades extra laborativas do trabalhador Neste momento as

pessoas procuram assistecircncia em sauacutede devido agraves implicaccedilotildees no

desempenho de suas capacidades funcionais Eacute constante nestes casos o

tratamento baseado em anti-inflamatoacuterios e sessotildees de fisioterapia que podem

mascarar a gecircnese ergonocircmica do problema se natildeo forem detectados e

sanados sem debelar os fatores desencadeantes ocorreraacute a progressatildeo do

quadro cliacutenico com crises de dor intensa geralmente desencadeadas por

movimentos bruscos pequenos esforccedilos fiacutesicos alternacircncia de temperatura

insatisfaccedilatildeo e tensatildeo39 De um modo geral natildeo haacute uma preocupaccedilatildeo com o

banimento do fator desencadeante do estado moacuterbido

Faz-se necessaacuteria uma abordagem mais aprofundada com equipe

multidisciplinar e como em qualquer caso cliacutenico outros sintomas ou doenccedilas

devem ser investigados tendo em vista a possibilidade de terem influecircncia na

determinaccedilatildeo ou agravamento do caso Traumas diabetes mellitus artrite

reumatoide gravidez podem causar ou agravar sintomas do sistema

musculoesqueleacutetico e do sistema nervoso perifeacuterico18

Na anamnese ocupacional aleacutem de ser elaborada a histoacuteria cliacutenica eacute

imprescindiacutevel saber onde e como o trabalhador desenvolve seu trabalho

rotina de atividades duraccedilatildeo e jornada de trabalho existecircncia de pausa

execuccedilatildeo e frequecircncia de movimentos repetitivos sobrecarga estaacutetica forma

de pressatildeo das chefias mudanccedilas no ritmo insatisfaccedilatildeo ruiacutedo excessivo

mobiliaacuterio desconforto teacutermico enfim vaacuterios fatores predisponentes para o

surgimento das LERDORTs18

Natildeo existem evidecircncias na literatura acerca da relevacircncia das tarefas

domeacutesticas como uso de computador em casa ato de dirigir tricotar

49

carregamento de sacolas entre outras como desencadeantes de quadros de

LERDORT poreacutem existem estudos que associam a ocorrecircncia de doenccedilas

musculoesqueleacuteticas com a exposiccedilatildeo de fatores de risco no trabalho43

A insatisfaccedilatildeo com o trabalho a carga social da eacutepoca atual a tensatildeo

emocional e o estresse contribuem privilegiando para o surgimento da e ou

agravamento da LERDORT43

Atualmente o termo estresse tem sido amplamente utilizado natildeo

apenas em pesquisas cientiacuteficas mas tambeacutem pelos diferentes meios de

comunicaccedilatildeo e tem ocupado lugar de destaque pela sua importacircncia na vida

das pessoas principalmente quando estaacute associado a algum desconforto de

ordem fiacutesica eou emocional

A palavra estresse vem do inglecircs stress Na aacuterea da sauacutede passou a ser

utilizado no iniacutecio do seacuteculo XX sendo o primeiro pesquisador em estresse o

meacutedico austriacuteaco Hans Selye considerado o liacuteder nesta linha de pesquisa nas

deacutecadas de 20 e 30 Em sua primeira publicaccedilatildeo empregou a palavra estresse

como forma de caracterizar as reaccedilotildees do corpo sugerindo a designaccedilatildeo de

reaccedilatildeo de alarme agraves respostas iniciais do organismo frente a pressotildees

psicoloacutegicas 44

Em 1956 publicou o livro intitulado The stress of life onde explicava o

mecanismo bioquiacutemico do estresse44 Considerado o primeiro pesquisador que

demonstrou as etapas do estresse bioloacutegico Selye exprime um significado para

o estresse como esforccedilo de adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentar situaccedilotildees

que considera ameaccediladora a sua vida e ao seu equiliacutebrio Descreveu a

Siacutendrome Geral de Adaptaccedilatildeo (SGA) ou do estresse bioloacutegico como um

conjunto de sintomas que o indiviacuteduo apresenta quando eacute submetido a

situaccedilotildees que exijam uma importante adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentaacute-

las podendo ocorrer atraveacutes de estiacutemulos internos ou psicoemocionais e

estiacutemulos externos ou do meio socioeconocircmico inclusive o trabalho O

estresse eacute um processo de adaptaccedilatildeo normal do indiviacuteduo entretanto quando

a resposta eacute patoloacutegica registra-se uma disfunccedilatildeo que leva aos distuacuterbios

transitoacuterios ou doenccedilas graves ou ainda ao agravamento daquelas jaacute

existentes 44 45

50

Estudos demonstram que o estresse possui trecircs fases uma inicial que eacute

a chamada de reaccedilatildeo de alarme a segunda da resistecircncia e a terceira da

exaustatildeo Todas as fases satildeo comandadas pelo sistema nervoso autocircnomo

via sistema liacutembico e pelo sistema nervoso central via hipotaacutelamo46 47

A fase de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

agente estressor e ocorre quando o organismo se prepara para as reaccedilotildees de

luta ou fuga ou seja no momento em que o estressor eacute percebido pela pessoa

Nesta fase tanto pode ocorrer a eliminaccedilatildeo do estressor quanto a adaptaccedilatildeo

do organismo a ele A reaccedilatildeo de alarme representa para o indiviacuteduo um

desgaste e consequentemente uma alteraccedilatildeo da capacidade de manter

constacircncia no bem-estar e equiliacutebrio do organismo Os principais sintomas que

caracterizam a reaccedilatildeo de alarme satildeo a taquicardia sudorese cefaleia

alteraccedilotildees da pressatildeo arterial irritabilidade fadiga tensatildeo muscular sensaccedilatildeo

de esgotamento e alteraccedilotildees gastrointestinais46 47

A segunda fase eacute a de resistecircncia nessa fase o estresse continua

presente por periacuteodos prolongados ou a sua dimensatildeo eacute demasiadamente

grande e eacute aiacute que predomina o desgaste porque a pessoa tenta

instintivamente se adaptar ao que estaacute passando atraveacutes de reservas de

energia adaptativa que possui As repercussotildees mais evidentes estatildeo nos

sistema fisioloacutegico psicoloacutegico e social que fazem com que o indiviacuteduo se

mantenha em estado de alerta Pela resistecircncia ao estressor torna-se difiacutecil o

retorno da homeostase Alguns dos sintomas que caracterizam a fase de

resistecircncia satildeo ansiedade o nervosismo o medo a impotecircncia sexual a falta

ou excesso de apetite e o isolamento social44 47

A terceira fase eacute a exaustatildeo onde o organismo chega a seu limite ao

esgotamento e estaacute associada a uma seacuterie de doenccedilas Ocorre quando haacute

continuidade do agente estressor e natildeo acontece mais a adaptaccedilatildeo do

organismo Nesta fase apresentam-se sinais de deterioraccedilatildeo haacute uma queda na

imunidade e eacute quando surgem doenccedilas tais como as cardiacuteacas respiratoacuterias

gastrointestinais musculoesqueleacuteticas depressatildeo desequiliacutebrio total do

indiviacuteduo podendo culminar com a sua morte Estas fases natildeo ocorrem de

forma delimitada visto que a simultaneidade e a rapidez evolutiva satildeo suas

caracteriacutesticas 4446 47

51

Em 1975 Selye publicou outro livro denominado rdquoStress without

distressldquo no qual reconhece a importacircncia da intervenccedilatildeo psicoloacutegica e da

atividade fiacutesica no mecanismo de regulaccedilatildeo orgacircnica diante da multiplicidade

de fatores a que o organismo estaacute exposto o autor introduziu na literatura os

termos eustress e distress para estabelecer a diferenccedila entre o estresse bom

ou beneacutefico (eustress) e o ruim que causa reaccedilotildees adversas fiacutesicas e

emocionais (distress) 44 47

O eustress tem efeito positivo e pode demonstrar quando se estaacute em

alerta a concentraccedilatildeo eacute melhor os reflexos satildeo mais raacutepidos pensa-se com

mais fluidez e dependendo das condiccedilotildees do ambiente pode-se ser mais

criativo e produtivo O distress tem efeito negativo e processa-se quando se

reage por um tempo prolongado ao agente estressor sentindo quando

esgotado a capacidade de atenccedilatildeo e a concentraccedilatildeo diminuiacutedas havendo um

esforccedilo maior para manter a produtividade Se o agente estressor continuar

agindo e a situaccedilatildeo natildeo for resolvida o corpo ainda que cansado continua

reagindo e consumindo energia ocasionando as doenccedilas 47

Acredita-se que nos seres humanos o grande determinante do

potencial nocivo do estresse eacute um estado interior de insatisfaccedilatildeo consigo

mesmo e com a vida O estresse pode provocar uma reaccedilatildeo nos denominados

oacutergatildeos de choque como os intestinos o estocircmago sistema muscular sistema

arterial e o cardiacuteaco Com a repeticcedilatildeo das situaccedilotildees estressantes ao longo da

vida a pessoa poderaacute apresentar gastrites uacutelceras mau funcionamento do

intestino tensotildees musculares hipertensatildeo arterial e infarto do miocaacuterdio48

A preocupaccedilatildeo em estabelecer a articulaccedilatildeo entre estresse e trabalho

data da Revoluccedilatildeo Industrial e o foco concentrava-se na atribuiccedilatildeo de causas

de doenccedilas agrave exposiccedilatildeo do organismo aos agentes fiacutesicos quiacutemicos ou

bioloacutegicos O sofrimento dos trabalhadores pode ser expresso atraveacutes da

insatisfaccedilatildeo e da ansiedade e pode estar vinculado agraves condiccedilotildees de trabalho

ambiente fiacutesico risco quiacutemico e bioloacutegico condiccedilotildees de higiene e de

seguranccedila organizaccedilatildeo divisatildeo do trabalho e das tarefas relaccedilotildees de poder

as questotildees de responsabilidade habilidade para cuidar de pacientes graves e

o relacionamento entre pessoas49 Tais condiccedilotildees satildeo encontradas de um

modo geral no ambiente hospitalar

52

Atualmente o termo estresse vem sendo empregado como sinocircnimo de

cansaccedilo dificuldade frustraccedilatildeo ansiedade desamparo desmotivaccedilatildeo

Tornou-se o responsaacutevel pela maioria dos males que nos afligem

principalmente aos infortuacutenios relacionados ao estilo de vida urbana atual Com

a disseminaccedilatildeo progressiva do conceito de estresse no discurso popular o

termo passou a ser utilizado como uma accedilatildeo resultante de uma forccedila invisiacutevel e

difusa que agiria como intermediaacuteria entre o indiviacuteduo e o meio ambiente em

que vive e trabalha 150

A enfermagem eacute uma profissatildeo estressante devido agrave sobrecarga de

trabalho necessidade de contato intenso e fisicamente proacuteximo ao paciente

conflitos inerentes ao processo de trabalho sofrimento humano proximidade

com a morteperda e conflitos interpessoais Cabe ao profissional de

enfermagem cuidar de indiviacuteduos adoecidos e promover o seu bem-estar geral

O Health Education Authority classifica a enfermagem como a quarta

profissatildeo mais estressante que tenta afirmar-se profissionalmente de forma a

alcanccedilar maior reconhecimento social 1 50

Neste contexto o envolvimento acaba sendo muito intenso a ponto de

os profissionais natildeo identificarem suas proacuteprias vulnerabilidades ou quando o

fazem deixam-nas de lado tornando-se com isso mais expostos aos efeitos

negativos do estresse 51 52

A aparente aura de tranquilidade dos hospitais oculta uma realidade

onde a tensatildeo estaacute sempre presente onde se exigem concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

continuadamente Esse tipo requerido o trabalhador atento gera uma

sobrecarga mental agravada com a tarefa de zelar pela vida do outro

As LERDORTs guardam estreita relaccedilatildeo com estresse e aparece

devido a uma restriccedilatildeo da micro circulaccedilatildeo nos muacutesculos e tendotildees tensos

que pode evoluir para uma vascularizaccedilatildeo precaacuteria fato que tem por

implicaccedilatildeo a reduccedilatildeo da chegada de nutrientes aos muacutesculos e tendotildees

induzindo agrave fadiga muscular crocircnica e ao surgimento de dor

53

231 LERDORT E ABSENTEIacuteSMO NO TRABALHO

O absenteiacutesmo tem-se tornado problema crucial tanto para as

organizaccedilotildees como para os administradores Suas causas estatildeo ligadas a

muacuteltiplos fatores tornando-o complexo e de difiacutecil gerenciamento Absenteiacutesmo

laboral eacute o termo utilizado na literatura para genericamente indicar o natildeo

comparecimento inesperado ao trabalho quando se espera que o trabalhador

esteja presente em especial aquele de caraacuteter repetitivo Para Miguez e

Bomami (1988)53 aleacutem da ausecircncia fiacutesica o termo absenteiacutesmo contempla um

conjunto de comportamentos de ausecircncia Isto porque o trabalhador pode estar

presente no posto de trabalho mas improdutivo ou ainda que presente natildeo

estar em seu posto de trabalho

Tambeacutem Midorikawa (2000)54 aponta esses dois tipos de absenteiacutesmo

aquele decorrente da falta ao trabalho e aquele em que o trabalhador se

encontra apenas de corpo presente com algum problema de sauacutede que

repercute no seu desempenho e produtividade Pela oacuteptica administrativa o

comparecimento ao trabalho eacute condiccedilatildeo imprescindiacutevel para a eficaacutecia de uma

organizaccedilatildeo

As faltas imprevistas fazem com que as empresas se ressintam da

carecircncia de matildeo-de-obra suficiente para manter a produccedilatildeo ou o serviccedilo e

muitas vezes se veem obrigadas a contornar a situaccedilatildeo substituindo o

ausente por outro funcionaacuterio natildeo necessariamente preparado para

desempenhar aquela funccedilatildeo resultando no decreacutescimo da produtividade na

queda de qualidade aleacutem de exercer um efeito negativo sobre os demais

trabalhadores por gerar sobrecarga de trabalho55 Tal comportamento

sobrecarrega o funcionaacuterio e as chances de erros e adoecimento aumentam

Para Graccedila (2000)56 pior para a produtividade que o absenteiacutesmo eacute o

presentismo Pessoas que embora estejam no trabalho tecircm problemas de

sauacutede ou outros problemas que natildeo lhes permitem ser completamente

funcionais

54

O presentismo eacute um conceito utilizado para explicar o fato das pessoas

estarem presentes no local de trabalho mas devido a problemas de ordem

fiacutesica ou psicoloacutegica natildeo conseguirem cumprir na totalidade as suas funccedilotildees57

Satildeo vaacuterias as profissotildees abrangidas pelo presentismo sendo que as

taxas mais elevadas parecem residir em setores relacionados com a sauacutede e

educaccedilatildeo 57

Entre as principais causas geradoras do presentismo estatildeo os

problemas psicoloacutegicos as doenccedilas musculoesqueleacuteticas e a utilizaccedilatildeo de

faacutermacos como anti-histamiacutenicos e benzodiazepiacutenicos que tem impacto na

produtividade laboral tanto em termos quantitativos de trabalho quando a

produccedilatildeo natildeo corresponde agravequilo que eacute esperado como tambeacutem em termos de

qualidade do trabalho produzido refletindo-se essencialmente em erros e

omissotildees nos procedimentos A quebra da produtividade traduz-se assim na

incapacidade de desempenhar as tarefas de rotina podendo resultar em

elevadas taxas de abandono por doenccedila 57

Na enfermagem esse fenocircmeno vem preocupando os gerentes uma

vez que faltas frequentes ao trabalho repercutem no quantitativo de recursos

humanos refletindo na qualidade da assistecircncia prestada agrave clientela Aleacutem

disso o absenteiacutesmo constitui-se em variaacutevel relevante quando se trata de

dimensionar quadro de pessoal para os serviccedilos As razotildees que acarretam o

absenteiacutesmo em larga escala satildeo as longas jornadas de trabalho as condiccedilotildees

de insalubridade do ambiente de trabalho a baixa remuneraccedilatildeo o duplo

emprego e a tensatildeo emocional e doenccedilas ocupacionais58

O estado fisioloacutegico e psicoloacutegico dos trabalhadores eacute importante em

termos de responsabilidade social59 e o absenteiacutesmo laboral decorrente de

problemas de sauacutede acarretam consequecircncias econocircmicas e sociais pois aleacutem

do ocircnus econocircmico-administrativo direto absorvido pela empresa e pelo

empregado incrementa os gastos ao Sistema de Previdenciaacuterio Social que

responde pelo pagamento dos benefiacutecios pela incapacidade temporaacuteria por

doenccedila ou acidente de trabalho

55

232 LERDORT E AS POLIacuteTICAS TRABALHISTAS

A enfermagem eacute uma das profissotildees da aacuterea da sauacutede cuja essecircncia e

especificidade eacute o cuidado ao ser humano desenvolvendo atividades de

prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede

atuando em equipes60

Portanto a enfermagem eacute considerada responsaacutevel pelo cuidado pelo

conforto acolhimento e bem-estar dos pacientes seja prestando o cuidado

seja coordenando outros setores para a prestaccedilatildeo da assistecircncia e

promovendo a autonomia dos pacientes atraveacutes da educaccedilatildeo em sauacutede61

Cuidar do Ser Humano procurando encontrar caminhos e

desenvolvendo potenciais para que este Ser Humano desempenhe seus

papeacuteis eou possa abdicar deles entregando-se por livre escolha ou por forccedila

das circunstacircncias ao controle de outrem temporaacuteria ou definitivamente com

dignidade e respeito levando-o a sentir-se estimado e respeitado durante todo

o processo de viver tudo isto eacute papel da enfermagem 62

Ideologicamente a definiccedilatildeo posta acima deixa transparecer relaccedilatildeo

direta da enfermagem com bem estar mas por outro lado a reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas trabalhistas visa diminuir cada vez mais o nuacutemero de trabalhadores

economicamente ativos e achata a remuneraccedilatildeo daqueles que continuam

inseridos no mercado formal de trabalho63 tal preceito finda por conduzir a um

intenso processo de flexibilizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho marcado pelo

aumento das horas extras de trabalho e rendimento salarial modesto criando

assim uma sociedade global de risco64 Essa relaccedilatildeo por um lado trouxe

conquistas para a vida humana48 moderna mas tem produzido por outro lado

desafios para a aacuterea da sauacutede do trabalhador Dentre tais desafios encontram-

se as alcunhadas LERDORTs65

As LERDORTs tiveram um faacutetuo incremento nos uacuteltimos quinze anos e

satildeo consideradas como uma epidemia3566 No Brasil esse incremento comeccedilou

no iniacutecio da deacutecada de 80 no setor de processamento de dados mas

presentemente eacute possiacutevel encontrar casos em quase todos os ramos de

atividade67 e tem estreita relaccedilatildeo com as poliacuteticas trabalhistas

56

A conjuntura poliacutetica o achatamento salarial estreitamento do mercado

de trabalho e o desemprego satildeo fatores agravantes aos profissionais de

enfermagem e obriga esses profissionais a atuarem em mais de um local de

trabalho exercendo uma carga horaacuteria mensal extremamente longa 68

Tal fato parece ser agravado quando se pensa no profissional de

enfermagem de niacutevel meacutedio o mercado de trabalho se mostra cruel no que

tange agraves remuneraccedilotildees oferecendo em meacutedia dois salaacuterios miacutenimos pela

jornada de trabalho de quarenta horas semanais para esses profissionais68

O problema vem se agravando paulatinamente pelo desconhecimento

acerca do processo de adoecimento e pela ausecircncia de intervenccedilotildees

ergonocircmicas na condiccedilatildeo de trabalho69 e nesse sentido satildeo essenciais

esforccedilos para a compreensatildeo do homem na ambiecircncia laboral bem como de

programa educativo para prevenccedilatildeo de doenccedilas ocupacionais pois aquilatam

atitudes que valorizam a cultura da sauacutede ocupacional

De um modo geral quando se fala em sauacutede prevenccedilatildeo eacute ponto

meritoacuterio de destaque sobretudo pela questatildeo faacutermaco-econocircmica Quando se

trata especificamente da sauacutede ocupacional prevenccedilatildeo eacute apresentada como

fator primordial 35 70 71 72 73 e 74

24 A EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE NA LERDORT

Os projetos educativos em sauacutede satildeo majoritariamente propostos com

a perspectiva de transmissatildeo de um conhecimento onde o profissional da

sauacutede que sabe ensina para a populaccedilatildeo leiga

A forma de se educar em sauacutede descrita acima com certa ironia pode

ser melhor compreendida se considerarmos que as praacuteticas sanitaacuterias que

ganharam supremacia ao longo do seacuteculo XX fundamentaram-se na

hegemonia do binocircmio sauacutede-doenccedila como questotildees antagocircnicas esse

caminho incutiu padrotildees culturais sanitaacuterios inadequados constituindo o que

vem sendo nomeado contemporaneamente como comportamentos de

risco75 e assim parece evidente que as mudanccedilas comportamentais esperadas

57

com esse tipo de praacutetica constituem um produto raro das propostas educativas

implantados sem a efetiva participaccedilatildeo dos sujeitos 76 77

Os princiacutepios preventivos de LERDORT na realidade satildeo

reestruturaccedilotildees do processo de produccedilatildeo de conhecimento e devem resultar

na melhoria da qualidade de vida no trabalho78 79

Por outro lado atuaccedilotildees preventivas podem tornar-se meros rituais80

uma vez que se transformam numa seacuterie de protocolos e procedimentos que

seratildeo incorporados por funcionaacuterios sem uma efetiva participaccedilatildeo dos

mesmos no processo de construccedilatildeo das medidas preventivas

Os programas preventivos para prevenccedilatildeo das LERDORTs via de

regra satildeo embasados pela praacutetica da ginaacutestica laboral no entanto tal praacutetica

merece ser melhor estudada e compreendida pois natildeo apresentam soluccedilotildees

definitivas na reduccedilatildeo do surgimento das doenccedilas ocupacionais 81 82 83 84 85 86

Assim atitudes preventivas quando natildeo idealizadas em parceria com os

grupos a que seratildeo aplicadas e de acordo com suas reais necessidades e

praacutexis podem natildeo surtir efeitos desejados pois seratildeo na verdade conjunto de

regras e leis a serem adotadas nesse sentido a praacutetica prevencionista passa a

ser simples aplicaccedilatildeo de leis e normas que satildeo incorporadas agrave legislaccedilatildeo e

tornam-se obrigatoacuterios na praacutetica da seguranccedila do trabalho87 e portanto devem

ser memorizadas e cumpridas

Educaccedilatildeo em sauacutede constitui um conjunto de saberes e praacuteticas

orientadas para a prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede87 Dessa forma

rompe-se com a verticalidade da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio88

O usuaacuterio eacute reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o

processo sauacutede-doenccedila-cuidado capaz de estabelecer uma interlocuccedilatildeo

dialoacutegica com o serviccedilo de sauacutede e de desenvolver uma anaacutelise criacutetica sobre a

realidade e o aperfeiccediloamento das estrateacutegias de luta e enfrentamento 88

A estrateacutegia valorizada por este modelo eacute a comunicaccedilatildeo dialoacutegica que

visa agrave construccedilatildeo de um saber sobre o processo sauacutede-doenccedila-cuidado que

capacite os indiviacuteduos a decidirem quais as estrateacutegias mais apropriadas para

promover manter e recuperar sua sauacutede88

58

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) define sauacutede como natildeo apenas

ausecircncia de doenccedila mas tambeacutem enquanto uma situaccedilatildeo de perfeito bem-

estar fiacutesico mental e social Atualmente entende-se que essa definiccedilatildeo ainda

que avanccedilada para a eacutepoca em que foi elaborada atualmente eacute irreal e

ultrapassada Eacute possiacutevel afirmar que se trata de um conceito irreal pois referir-

se ao perfeito bem-estar caracteriza uma utopia jaacute que se acredita na

impossibilidade de atingir a perfeiccedilatildeo fiacutesica mental e social simultaneamente89

Seria pertinente ponderar que o conceito de sauacutede natildeo pode ser ideado

como um conceito unicausal mas sim transdisciplinar Sabe-se que definir

sauacutede implica uma experiecircncia subjetiva individual vivenciada pelo sujeito e

que natildeo pode ser totalmente apreendida pelo saber fazer cientiacutefico90 91 pois os

problemas de sauacutede natildeo se referem apenas ao monitoramento de doenccedilas

mas principalmente na anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo

abrangendo o aspecto econocircmico social e ambiental O planejamento a

programaccedilatildeo e a execuccedilatildeo de accedilotildees a serem implementadas para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede devem objetivar a eliminaccedilatildeo dos

riscos e danos e fundamentalmente os causadores destes

Por outro lado o conceito de educar eacute compreendido pela inserccedilatildeo do

homem na realidade e o processo deve partir sempre de experiecircncias do

homem com a realidade na qual estaacute inserido da sua vivecircncia pessoal com a

sua realidade a educaccedilatildeo deve cumprir tambeacutem a funccedilatildeo de analisar e refletir

a realidade posta no sentido de apropriar-se dela e transforma-la92

Ao se aglutinar esses pressupostos supra mencionados cria-se a

possibilidade real de se pensar em educaccedilatildeo em sauacutede que eacute entendida como

uma atividade planejada e tem como objetivo estimular e criar condiccedilotildees para

que mudanccedilas de comportamento sejam produzidas no zelo com a sauacutede93 94

estando assim totalmente desvinculada agrave mera obediecircncia aos cuidados

preventivos importantes e necessaacuterios idealizados para a promoccedilatildeo em sauacutede

A educaccedilatildeo em sauacutede pressupotildee uma combinaccedilatildeo de oportunidades

que favoreccedilam a manutenccedilatildeo da sauacutede e sua promoccedilatildeo natildeo se trata de uma

mera transmissatildeo de conteuacutedos mas sim como a adoccedilatildeo de praacuteticas

educacionais que busquem a autonomia dos sujeitos na conduccedilatildeo de sua

vida95

59

No intento de apreender essa perspectiva eacute importante grifar os modelos

sobre a educaccedilatildeo em sauacutede a saber O modelo tradicional e o modelo

radical96

De acordo com o modelo tradicional que eacute chamado tambeacutem de modelo

preventivista adota os pressupostos da sauacutede puacuteblica tradicional tal modelo

evidencia a prevenccedilatildeo de agravos centrando-se na mudanccedila individual96

Intenciona-se com este modelo a mudanccedila de comportamento individual

e segue a loacutegica da pedagogia de ensino bancaacuterio no qual o ldquoprofessorrdquo deteacutem

todo o conhecimento que seraacute ldquodepositadordquo nos educandos que satildeo sujeitos

passivos do processo Leva em consideraccedilatildeo que o sujeito eacute receptor de

conteuacutedo e que nada ou pouco sabe sobre o assunto em questatildeo Tal modelo

dificulta e inibe o despertar da consciecircncia criacutetica em relaccedilatildeo ao autocuidado

com a sauacutede96

Por outro lado o modelo radical de educaccedilatildeo em sauacutede surge no

tentame de compreender a complexidade da vida e da sauacutede surge na ideia do

construtivismo e tem como objetivo principal a promoccedilatildeo da sauacutede

considerando o saber do outro sobre os aspectos da realidade pessoal e

coletiva

Os pressupostos do modelo radical fundamentam-se nas ideias de Paulo

Freire e eacute um modelo educativo onde as pessoas satildeo estimuladas a

desenvolver uma consciecircncia criacutetica pelo processo de anaacutelise coletiva de

problemas na busca de soluccedilotildees e estrateacutegias conjuntas para a mudanccedila da

realidade Essa pedagogia evidencia a formaccedilatildeo de um indiviacuteduo mais criacutetico e

questionador 97

Considerando-se a educaccedilatildeo em sauacutede na ambiecircncia laboral parece

precioso ressaltar que as questotildees pertinentes sobre sauacutede-trabalho passaram

por vaacuterias modificaccedilotildees ao longo da histoacuteria

No que tange a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede para o trabalho as

primeiras preocupaccedilotildees foram com a seguranccedila do trabalhador os esforccedilos

eram voltados no intento de afastamento dos riscos acidentaacuterios mais

tardiamente preocupou-se tambeacutem com a medicina do trabalho que era

voltada para a cura de doenccedilas oriundas nessa ambiecircncia em seguida

60

alargou-se o olhar para a questatildeo higiene industrial visando a prevenir as

doenccedilas e garantir sauacutede ocupacional mais tarde o questionamento passou

para a sauacutede do trabalhador que caminha em direccedilatildeo ao bem-estar fiacutesico

mental e social dos trabalhadores que tem vida dentro e fora do loacutecus laboral98

Neste contexto eacute impossiacutevel isolar o homem-trabalhador do homem-

social como se o trabalhador pudesse deixar no portatildeo de entrada da empresa

toda a sua histoacuteria pessoal ou se na saiacuteda retirasse do corpo fiacutesico e mental

toda carga e significado conferido pelo trabalho98 e parece ser nessa loacutegica que

a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede no ambiente de trabalho assume relevacircncia eacute

neste ambiente que o indiviacuteduo passa grande parte do seu dia e seria salubre

que neste mesmo espaccedilo o indiviacuteduo pudesse vivenciar uma reflexatildeo a

respeito da sua proacutepria sauacutede como partiacutecipe do processo de mudanccedila da

realidade

A Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute de suma importacircncia quando se pretende

vincular novas posturas e tomadas de atitudes frente ao cuidado com a

promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo da doenccedila99 Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute

compreender os problemas que acometem determinada comunidade e fazer

que a populaccedilatildeo tenha consciecircncia desses problemas e busquem soluccedilotildees100

para tal a educaccedilatildeo deve estar pautada no diaacutelogo bem como na troca de

experiecircncias e deve haver uma ligaccedilatildeo entre o saber cientiacutefico e o sensu

comum

Programas de Educaccedilatildeo em Sauacutede satildeo importantes pois

contextualizam e despertam nas pessoas o saber e a atitude participativa nas

accedilotildees educativas obtendo assim melhorias nas suas condiccedilotildees de sauacutede 101

induz a mudanccedilas de crenccedilas atitudes e comportamentos em relaccedilatildeo ao

autocuidado e ao cuidado com os outros

Tal abordagem parece ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da

LERDORT em teacutecnicos de enfermagem pois dentre as profissotildees da aacuterea da

sauacutede essa eacute a que mais eacute acometida por esses distuacuterbios tem sido afetada

por distuacuterbios musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 80 de

ocorrecircncia102103 104

61

Esses distuacuterbios favorecem a diminuiccedilatildeo da capacidade laborativa uma

vez que estaacute ligada a diminuiccedilatildeo seguranccedila no trabalho105 106 e atitudes de

Educaccedilatildeo em Sauacutede podem suavizar a inseguranccedila e diminuir sintomas fiacutesicos

de forma a proporcionar um incremento da capacidade funcional fato que pode

contribuir para a melhoria da qualidade de vida outrora afetada na ambiecircncia

de trabalho

Algumas dificuldades de compreensatildeo acerca dos riscos ocupacionais

como tambeacutem a dificuldade de aceitaccedilatildeo em cumprir certas medidas de

seguranccedila permanecem marcantes ainda hoje nos trabalhadores de

enfermagem possivelmente devido agrave falta de formaccedilatildeo e conhecimentos sobre

tais riscos bem como uma questatildeo ideoloacutegica do quatildeo eacute importante cuidar do

outro com o maacuteximo de competecircncia e dedicaccedilatildeo procurar salvar-lhe a vida

minimizar-lhe as dores ouvir suas queixas confortaacute-lo natildeo sendo dada muita

importacircncia ao aumento da carga horaacuteria laboral ao cansaccedilo agraves condiccedilotildees

inapropriadas para se trabalhar a falta de horaacuterio para alimentaccedilatildeo

sonorepouso lazer entre outros problemas107

Em estudo96 realizado para verificar o niacutevel de conhecimento dos

trabalhadores de sauacutede hospitalar no desenvolvimento de suas atividades

constatou-se que eles conhecem os riscos de forma geneacuterica e que esse

conhecimento natildeo se transforma numa accedilatildeo segura de prevenccedilatildeo de acidentes

e doenccedilas ocupacionais apontando para a necessidade de uma accedilatildeo que

venha modificar essa situaccedilatildeo27

Em funccedilatildeo dessa conclusatildeo percebe-se que a questatildeo da Educaccedilatildeo em

Sauacutede e sua representaccedilatildeo no ambiente de trabalho satildeo fatores que podem

propiciar ao trabalhador condiccedilotildees significativas de vivenciar e compreender

diversas experiecircncias de controle de risco dentro e fora do ambiente de

trabalho97 De tal modo que torna-se imprescindiacutevel a experimentaccedilatildeo de

praacuteticas de Educaccedilatildeo em Sauacutede para todos os trabalhadores envolvidos com o

setor sauacutede108

A educaccedilatildeo no ambiente de trabalho serve de suporte para que os

trabalhadores possam desempenhar suas funccedilotildees com mais seguranccedila e

qualidade constituindo-se uma exigecircncia de todos os serviccedilos de assistecircncia agrave

sauacutede109

62

Os trabalhadores tecircm direito de saber quais os perigos e riscos

potenciais de suas tarefas e locais de trabalho eacute importante que os

trabalhadores se empoderem de saberes que visem o melhoramento das

condiccedilotildees de trabalho pelas suas proacuteprias accedilotildees devendo para isso receber

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para enfrentar efetivamente seus problemas

de sauacutede ocupacional109

Mesmo que os autores nos artigos anteriormente referidos tenham feito

alusotildees geneacutericas referentes agrave importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede

Ocupacional de forma mais ampla seus apontamentos auxiliam na

compreensatildeo da importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada tambeacutem ao

teacutecnico de enfermagem entendendo que praacuteticas educativas em sauacutede

contribuem na compreensatildeo do quatildeo profiacutecuo eacute uma boa condiccedilatildeo de sauacutede

para o bom desempenho laboral

Muitas vezes na praacutetica a Educaccedilatildeo em Sauacutede tem sido considerada

apenas como divulgaccedilatildeo transmissatildeo de conhecimentos e informaccedilotildees de

forma fragmentada e muitas vezes distante da realidade de vida do puacuteblico

alvo poreacutem o fulcro do problema que ainda permanece estaacute no caraacuteter

abstrato da concepccedilatildeo da relaccedilatildeo unidirecional como se ela fosse uma relaccedilatildeo

entre dois aquele que ensina e aquele que aprende abstraiacuteda do contexto

soacutecio institucional

Tal afirmaccedilatildeo pode ser constatada ao se analisar o trabalho100 proposto

por J Hartvigsen S Lauritzen S Lings T Lauritzen que tinha como objetivo

avaliar a eficaacutecia de uma intervenccedilatildeo ergonocircmica educacional intensiva no

sentido de reduzir dores lombares entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

que trabalham no cuidados de pacientes com AIDS no ambiente domiciliar Os

participantes foram acompanhados semanalmente por um profissional

especialmente treinado que instruiacutea os participantes da pesquisa quanto agrave

transferecircncia do paciente e teacutecnicas de levantamento de peso Os participantes

assistiram a aulas com a temaacutetica dor lombar de trecircs horas Os dados foram

coletados por meio do questionaacuterio Noacuterdico chegando-se ao resultado de que

natildeo houve melhora na percepccedilatildeo da sintomatologia dolorosa relacionada agrave dor

lombar no grupo pesquisado110

63

Em oposiccedilatildeo agrave metodologia proposta no paraacutegrafo acima acreditamos

que a accedilatildeo de quem se compromete em trabalhar com Educaccedilatildeo em Sauacutede na

sauacutede ocupacional deve ser aberta para construir novos conhecimentos

compreender o processo de ensinar e apreender como fluxo de via de matildeo

dupla juntamente com os pares

Em outros estudos autores concluem que a construccedilatildeo participativa eacute o

melhor vieacutes para se fazer educaccedilatildeo em sauacutede Estudiosos inferem que

seminaacuterios realizados com enfermeiras auxiliam na identificaccedilatildeo de fatores de

riscos ergonocircmicos e fornecem ganho de habilidades na resoluccedilatildeo de

problemas relacionados a esses riscos Os resultados da pesquisa indicaram

moderada a alta confianccedila na realizaccedilatildeo das avaliaccedilotildees ergonocircmicas por parte

das enfermeiras que participaram dos seminaacuterios indicando que o experimento

participativo gerou um niacutevel moderado a elevado de confianccedila na prevenccedilatildeo ao

surgimento das LERDORTs111 112

Na tentativa de reduzir sintomas relacionados ao trabalho na regiatildeo

cervical e membros superiores em enfermeiros um serviccedilo de sauacutede

ocupacional Holandecircs desenvolveu de forma participativa um programa de

prevenccedilatildeo que objetivava a exposiccedilatildeo aos enfermeiros de fatores de risco na

ambiecircncia laboral O estudo randomizado teve duraccedilatildeo de 12 meses e para tal

os participantes foram aleatoriamente divididos em grupo de intervenccedilatildeo e

grupo controle o desfecho do estudo mostrou que ocorreu uma significativa

mudanccedila positiva entre educaccedilatildeo participativa e diminuiccedilatildeo de adoccedilatildeo de

posturas e movimentaccedilatildeo adversas112

Em outro trabalho chega-se a conclusatildeo que os transtornos traumaacuteticos

cumulativos representam mais da metade de todos os acidentes de trabalho

notificados nos Estados Unidos e que a falta de uma definiccedilatildeo clara sobre

esses traumas eacute causa de confusatildeo entre trabalhadores nesse sentido os

autores propuseram o desenvolvimento coletivo de um cartaz educativo sobre

traumas cumulativos que tinha como intento descrever a prevenccedilatildeo cuidados e

reabilitaccedilatildeo Apoacutes a confecccedilatildeo do cartaz foi realizado avaliaccedilatildeo dos servidores

por meio de entrevista e os autores concluiacuteram que a maioria dos participantes

acreditou que o cartaz foi uacutetil ou muito uacutetil e que promovia real mudanccedila de

comportamento na tomada de medidas reducionais para os fatores de risco113

64

Por fim a educaccedilatildeo continuada de teacutecnicos de enfermagem envolvendo

temas relacionados agrave sauacutede ocupacional deve ser reconhecida como

estrateacutegia que pode contribuir para a consolidaccedilatildeo de uma boa qualidade de

vida no trabalho Embasado neste princiacutepio as praacuteticas educativas em sauacutede

na ambiecircncia hospitalar podem e devem ser diversificadas poreacutem coadunadas

com a realidade dos sujeitos que vivencia o saber fazer da tarefa

65

OBJETIVOS

66

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar os resultados de um Programa Educativo em Sauacutede idealizado a

partir da realidade do trabalho de teacutecnicos de enfermagem nos aspectos

percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem quanto ao processo de surgimento das

LERDORTs qualidade de vida e percepccedilatildeo dolorosa

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Apreender a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre o processo

de adoecimento relacionado com a LERDORT

Elaborar a partir dos dados obtidos uma proposta de Educaccedilatildeo em

Sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do teacutecnico de

enfermagem

Analisar a qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor

estado geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental

antes e apoacutes vivecircncia de uma proposta educativa

Avaliar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo aos

sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho antes e apoacutes o

desdobramento desta proposta

67

METODOLOGIA

68

4 METODOLOGIA

41 FUNDAMENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-

descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e

quantitativas104 A dicotomia entre abordagem qualitativa e quantitativa que se

estabelece na praacutetica de um lado deixa agrave margem relevacircncias e dados que

natildeo podem estar contidos em nuacutemeros e de outro lado agraves vezes contempla

apenas os significados subjetivos e omite a realidade114

A escolha do desenho metodoloacutegico se deu por entender que os

meacutetodos qualitativos e quantitativos natildeo guardam relaccedilotildees de oposiccedilatildeo entre

si115 e que a triangulaccedilatildeo torna a investigaccedilatildeo mais forte116 e se ajusta agraves

perguntas do presente desse estudo

Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento

correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos

especiacuteficos 1 e 2 ou seja conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo para elaborar

um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo

de suas praacuteticas

O segundo momento da pesquisa correspondeu ao caminho

metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos especiacuteficos 3 e 4 ou seja

avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado

especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida

como a percepccedilatildeo aacutelgica

Para a primeira etapa da pesquisa privilegiou-se abordagem qualitativa

Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se compreender o fenocircmeno

LERDORT na perspectiva de teacutecnicos de enfermagem Esta abordagem

apresentou-se como importante estrateacutegia pois permitiu compreender e

conhecer significados e praacuteticas individuais e coletivas dos sujeitos

69

pesquisados o que possibilitou ao pesquisador conhecer sentimentos e

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo ao objeto de estudo fato

que muito contribuiu na construccedilatildeo coletiva do manual educativo

Para a segunda etapa da pesquisa privilegiou-se a abordagem

quantitativa Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se alcanccedilar o

entendimento de singularidades pertinentes na avaliaccedilatildeo do Programa

Educativo como qualidade de vida e percepccedilatildeo aacutelgica

42 O CONTEXTO DA PESQUISA

O loacutecus do estudo foi o Hospital Escola Dr Heacutelvio de Farias Auto uacutenico

hospital do Estado de Alagoas especializado no cuidado de portadores de

doenccedilas infectocontagiosas

A unidade foi inaugurada no fim do seacuteculo XIX com o propoacutesito de isolar

pacientes portadores de hanseniacutease peste coacutelera malaacuteria entre outras vindos

de todo o Estado de Alagoas Apoacutes uma reforma estrutural na deacutecada de 40

no Governo Silvestre Peacutericles de Goacutees Monteiro passou a ser

denominado ldquoHospital Constanccedila de Goacutees Monteirordquo e ampliou o atendimento

para traumas Na deacutecada de 80 o Hospital mudou novamente de denominaccedilatildeo

e passou a chamar-se ldquoHospital de Doenccedilas Tropicais Constanccedila de Goacutees

Monteirordquo e volta a especializar-se em doenccedilas infecciosas hoje estaacute vinculado

a Secretaria Estadual de Sauacutede de Alagoas e passou a servir de referecircncia

junto ao Ministeacuterio da Sauacutede

A caracteriacutestica de ser Hospital de Ensino se deve ao fato de aqui serem

ministradas desde a deacutecada de 50 aulas teoacutericas e praacuteticas da disciplina de

doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias da Universidade Federal de Alagoas e

posteriormente em 1970 tambeacutem da Escola de Ciecircncias Meacutedicas de Alagoas

Em dezembro de 1998 foi denominado ldquoHospital Escola Heacutelvio Joseacute de

Farias Autordquo em homenagem ao Meacutedico e Professor pertencente ao quadro

efetivo do hospital e pioneiro no estudo das doenccedilas infectocontagiosas no

Estado

70

No ano de 2000 apoacutes a reforma Administrativa do Estado o Hospital

passou a ser vinculado a entatildeo Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Ciecircncias da Sauacutede

(UNCISAL) mantendo suas caracteriacutesticas como referecircncia no cuidado de

doenccedilas infectocontagiosas e mantendo sua funccedilatildeo de Hospital Escola

atendendo exclusivamente aos usuaacuterios do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Em 2005 apoacutes a transformaccedilatildeo da UNCISAL em Universidade Estadual

de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas o hospital passou a ser uma das Unidades

Complementares dessa Universidade

O atendimento se destina aos doentes encaminhados por outros

serviccedilos acometidos ou com suspeita cliacutenica das doenccedilas infecciosas O

cliente encaminhado recebe um atendimento inicial no ambulatoacuterio caso o seu

problema possa ser incluiacutedo em um dos programas de atenccedilatildeo do hospital ele

seraacute registrado como usuaacuterio dispondo a partir daiacute de qualquer serviccedilo

existente no hospital

Dependendo da necessidade o paciente poderaacute ser atendido em

consulta de ambulatoacuterio na internaccedilatildeo ou no hospital-dia

O Hospital dispotildee de Ambulatoacuterio Serviccedilo de admissatildeo e registro

Serviccedilo Social Farmaacutecia Lavanderia Hospitalar Serviccedilo de Nutriccedilatildeo e

Dieteacutetica Central de Esterilizaccedilatildeo de Materiais Nuacutecleo de Reabilitaccedilatildeo

Psicologia Radiologia Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Comissatildeo de

Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar Serviccedilo de Arquivo Meacutedico Ouvidoria

Assessoria de Comunicaccedilatildeo Hospital Dia Auditoacuterio Sala de Aula Auditoacuterio e

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

A Capacidade Instalada eacute de 113 (cento e treze) leitos distribuiacutedos em

05 (cinco) Unidades de Internaccedilatildeo Hospitalar a saber 40 leitos masculinos 19

leitos femininos 40 leitos de pediatria e 07 leitos patologia do trato respiratoacuterio e

10 leitos de UTI

71

43 POPULACcedilAtildeO DE ESTUDO

Os sujeitos da pesquisa foram teacutecnicos de enfermagem que trabalham

no Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto por mais de 01 (um) ano no cuidado aos

pacientes internados e que natildeo tinham diagnoacutestico cliacutenico de qualquer doenccedila

reumaacutetica

Os sujeitos do estudo foram selecionados de forma intencional a partir

de convite realizado publicamente atraveacutes de cartazes (anexo 1) dispostos nos

quadros de avisos situados proacuteximo ao reloacutegio de ponto e no repouso dos

funcionaacuterios do hospital apoacutes a manifestaccedilatildeo do desejo de participar foi feito

contatos para apresentar os propoacutesitos da pesquisa

Dentre os teacutecnicos de enfermagem encontramos 76 provaacuteveis

colaboradores desse total apoacutes a leitura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (anexo 2) 70 concordaram em participar da pesquisa

perfazendo um total de 9210 dos elegiacuteveis

Dos que concordaram em participar5 (714) eram do gecircnero masculino

e 65 (9286) do gecircnero feminino tendo como meacutedia de idades 2871 anos

(DP + 503 IC a 950=167) Em relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo civil o maior nuacutemero dos

respondentes possuiacutea uniatildeo estaacutevel (5714)

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de escolaridade 4572 dos teacutecnicos de

enfermagem concluiacuteram niacutevel superior enquanto 5428 findaram niacutevel meacutedio

A renda mensal meacutedia dos respondentes gira em torno de R$ 84943 tal

salaacuterio correspondeu a 204 salaacuterios miacutenimos na eacutepoca da coleta dos dados

Em relaccedilatildeo agrave etnia os integrantes se auto declararam em sua maioria

pardos (62) oito (08) se auto declararam brancos e cinco (05) negros

O tempo meacutedio de anos na atividade profissional como teacutecnico de

enfermagem foi de 7 anos (DP+407 IC a 95)

72

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo dos Teacutecnicos de Enfermagem do Hospital Escola Dr

Heacutelvio AutoUNCISAL Janeiro 2009

VARIAVEL CARACTERIZACcedilAtildeO DOS TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

Meacutedia de idade 2871plusmn503

Gecircnero Feminino 65 (9286)

Gecircnero Masculino 05 (714)

Escolaridade (Niacutevel Superior) 4772

Escolaridade (Niacutevel Meacutedio) 5428

Estado Civil (Casado) 5714

Estado Civil (solteiro) 4386

Meacutedia de renda mensal 205 Salaacuterios Miacutenimos

Tempo Meacutedio de trabalho com

enfermagem 7 plusmn 407

Legenda Salaacuterio Miacutenimo da eacutepoca R$ 41500

O grupo selecionado foi dividido aleatoriamente pelo pesquisador

principal por meio de sorteio simples em dois subgrupos os participantes

foram identificados por nuacutemeros sendo todos escritos em papeacuteis e colocados

em um envelope de cor escura e retirados um a um os primeiros trinta e cinco

serviram para formar a lista dos sujeitos participantes da primeira etapa de

coleta de dados (subgrupo 1) e os restantes formaram a lista dos sujeitos

participantes da segunda etapa (subgrupo 2) O subgrupo 1 contendo 50 dos

elegiacuteveis participou de grupo focal e foram submetidos a observaccedilatildeo

73

etnograacutefica pelo pesquisador Os dados coletados nesta etapa ofereceram

subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo do recurso educativo

O subgrupo 2 contendo exatamente o mesmo contingente participou do

programa educativo e respondeu o Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) (anexo 3) e o Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36) (anexo 4)

Apoacutes a divisatildeo dos grupos o pesquisador por meio de contato

telefocircnico agendou reuniatildeo com o grupo a reuniatildeo ocorreu no auditoacuterio do

hospital e nesse momento foram explicadas as razotildees e objetivos da pesquisa

e a divisatildeo dos grupos sendo mais uma vez lido o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) para que os mesmos os assinassem autorizando a

sua participaccedilatildeo na pesquisa

44 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Nesta pesquisa foram utilizados cinco instrumentos de coleta de dados

de acordo com Santos (1999) a utilizaccedilatildeo de mais de um instrumento permite

ao pesquisador combinar vantagens e corrigir algumas deficiecircncias de qualquer

fonte de informaccedilotildees ou seja permite ao pesquisador validar as

informaccedilotildees117118

Para a primeira etapa da pesquisa os instrumentos escolhidos foram

observaccedilatildeo etnograacutefica entrevista de aprofundamento e grupo focal

Na segunda etapa apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa os

instrumentos utilizados foram Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) 119 e Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36)120

74

441 PRIMEIRA ETAPA

4411 OBSERVACcedilAtildeO ETNOGRAacuteFICA

Trata-se de uma modalidade de pesquisa social que foi desenvolvida

pelos antropoacutelogos Boas e Malinoviski tal abordagem constitui a partir da

observaccedilatildeo in locus dos comportamentos sociais na descriccedilatildeo vivida e

detalhada da realidade de pessoas pertencentes a um determinado contexto

essa teacutecnica em educaccedilatildeo em sauacutede pode viabilizar a possibilidade de prestar

cuidados mais congruentes e mais proacuteximos da realidade A etnografia eacute

constituiacuteda numa descriccedilatildeo vivida da realidade de pessoas pertencentes a um

determinado contexto cultural

ldquoA etnografia no seu sentido mais amplo

pode ser definida como um processo

sistemaacutetico de observar detalhar descrever

documentar e analisar o estilo de vida ou

padrotildees especiacuteficos de uma cultura ou

subcultura para aprender o seu modo de

viver em seu ambiente naturalrdquo (LEININGER

1985 p 35)121

A etnografia eacute uma teacutecnica metodoloacutegica alicerccedilada na metodologia

qualitativa onde o processo eacute criado na interaccedilatildeo com o grupo e para tal o

senso comum deve ser valorizado trata-se de uma postura metodoloacutegica que

se opotildee aos modos tradicionais de manusear os problemas Eacute um modo de

olhar de muito perto que se baseia em experiecircncia pessoal e na participaccedilatildeo

do cotidiano

Deve ser entendida como a descriccedilatildeo de uma cultura que pode ser a de

um pequeno grupo tribal numa terra exoacutetica ou a de uma turma de uma escola

75

dos subuacuterbios sendo a tarefa do investigador etnograacutefico compreender a

maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo110 122

Segundo Laplantine (1994)123 a etnografia tem como fundamento a

ruptura inicial em relaccedilatildeo ao abstrato e especulativo e com tudo aquilo que natildeo

esteja baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos sociais a partir de

uma relaccedilatildeo humana Considera ainda que para a captaccedilatildeo profunda de um

fenocircmeno eacute preciso compreendecirc-lo alternadamente tal como percebe o

observador estrangeiro mas tambeacutem tal como os atores sociais o vivem O

fundamento deste movimento de desdobramento ininterrupto diz respeito agrave

especificidade do objeto antropoloacutegico

Segundo Spradley (1980)122 o elemento essencial da etnografia eacute

buscar compreender o modo de vida de pessoas ou grupos na sua proacutepria

perspectiva e localidade

A observaccedilatildeo implica em buscar e construir a teoria geral da cultura

objetivando gerar hipoacuteteses e viabilizar investigaccedilotildees subsequentes saberes e

costumes de um grupo123

Os dados culturais de uma etnografia derivam de abstraccedilotildees daquilo que

as pessoas fazem ou dizem que fazem ou ainda a forma como interpretam

aquilo que fazem124

O subgrupo 1 foi observado pelo pesquisador por um periacuteodo de 03

(trecircs) meses no periacuteodo de fevereiro a abril de 2009 e foi realizado com uma

periodicidade de 03 (trecircs) vezes por semana em dias alternados a alternacircncia

dos dias ocorreu para diversificar os teacutecnicos de enfermagem As impressotildees

foram anotadas em diaacuterio de campo Aleacutem da observaccedilatildeo participante

registros fotograacuteficos produzidos pelo pesquisador em campo foram utilizados

como recursos para o procedimento de coleta de informaccedilotildees pois se

acreditou que tais imagens forneceriam informaccedilotildees de situaccedilotildees vividas no

tempo real da observaccedilatildeo Tal observaccedilatildeo resultou numa descriccedilatildeo vivida da

realidade dos teacutecnicos de enfermagem e possibilitou a geraccedilatildeo de conceitos e

teorias que serviram como subsiacutedios para a confecccedilatildeo do programa educativo

baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos do grupo em estudo

76

A escolha metodoloacutegica levou em consideraccedilatildeo que o campo eacute um lugar

de aprendizagem e entendimento do assunto que se pretende estudar que o

pesquisador para compreender o simboacutelico deveria estar proacuteximo do loacutecus da

pesquisa que o pesquisador deveria estar preparado para inserir-se no campo

de pesquisa interagindo com os participantes com a finalidade de apreender

com os colaboradores que o pesquisador natildeo partiria para o campo com ideias

preacute-concebidas ou com uma seacuterie de hipoacuteteses preacute-estabelecidas que a

aquisiccedilatildeo do conhecimento se daria a partir das interaccedilotildees com os

participantes da pesquisa

4412 ENTREVISTA DE APROFUNDAMENTO

Para aprofundar a compreensatildeo das categorias que emergiram do campo

por meio da observaccedilatildeo etnograacutefica e melhor apreender significados que os

profissionais atribuem ao mesmo optamos pela entrevista de aprofundamento

Utilizamos a entrevista semiestruturada que para Minayo (2002)115

permite alguma padronizaccedilatildeo e favorece a comparaccedilatildeo de dados obtidos pelo

conjunto de respostas mas tambeacutem eacute flexiacutevel permitindo adaptaccedilotildees e

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees complementares

A entrevista apresenta como vantagens a possibilidade do entrevistador

poder esclarecer o significado das perguntas possibilitando a obtenccedilatildeo de

maior nuacutemero de respostas (eacute mais livre do que um questionaacuterio) aleacutem disso eacute

uma teacutecnica muito eficiente para obtenccedilatildeo de dados que permitam

aprofundamento115

O nuacutemero de participantes entrevistados foi definido somente durante a

execuccedilatildeo do trabalho no campo na seleccedilatildeo dos participantes considerou-se

natildeo o nuacutemero de pessoas mas a qualidade e repetitividade das informaccedilotildees115

116 As entrevistas foram feitas em nuacutemero significante para ateacute que houvesse

saturaccedilatildeo e repetitividade das informaccedilotildees Foram assim realizadas 28 (vinte

e oito) entrevistas com tempo meacutedio de 46 minutos cada uma

77

Para a elaboraccedilatildeo do roteiro das entrevistas foram utilizados 03 (trecircs)

nuacutecleos direcionadores desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas

As respostas foram gravadas em aacuteudio mediante o consentimento do

entrevistado e posteriormente transcritas integralmente pelo proacuteprio

pesquisador respeitando-se as pausas e outras expressotildees que puderam

auxiliar a traduccedilatildeo da realidade

Em relaccedilatildeo agrave transcriccedilatildeo Szymanski et al (2002)121 colocam que ela eacute a

primeira versatildeo escrita do texto da fala do participante que deve ser registrada

tanto quanto possiacutevel tal como ela se deu ao escrever faz-se um esforccedilo no

sentido de passar a linguagem oral para a escrita ou seja haacute um esforccedilo na

traduccedilatildeo de um coacutedigo para outro124

4413 GRUPO FOCAL

Grupo focal eacute uma teacutecnica que aborda os aspectos qualitativos da

realidade que se quer estudar125 apoia-se na avaliaccedilatildeo qualitativa por meio

das interaccedilotildees grupais ao se discutir um toacutepico proposto pelo pesquisador

Nessa teacutecnica o pesquisador reuacutene num mesmo local e durante certo

periacuteodo uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do puacuteblico-

alvo de suas investigaccedilotildees tendo como objetivo coletar ou analisar dados

acerca de um tema especiacutefico a partir do diaacutelogo e do debate com e entre os

sujeitos 126

Essa metodologia vem desde a deacutecada de 80 conquistando um loacutecus

privilegiado nas mais diversas aacutereas de estudo Tal crescimento foi em grande

medida impulsionado pela pesquisa de mercado que resgatando

procedimentos claacutessicos das Ciecircncias Sociais Psicologia e Serviccedilo Social

conjugados agraves ldquomodernasrdquo tecnologias e paradigmas de business marketing e

miacutedia reelaborou-a com o objetivo de captar os anseios dos consumidores

definindo padrotildees a serem seguidos pelas empresas em seus futuros

lanccedilamentos

78

Os resultados dessa conjugaccedilatildeo foram bastante positivos que a teacutecnica

recebeu novo alento no campo das Ciecircncias Sociais inicialmente pelo vieacutes

poliacutetico com sua utilizaccedilatildeo no mapeamento e na elaboraccedilatildeo do perfil dos

eleitores influenciando diretamente na definiccedilatildeo das diretrizes e accedilotildees de

partidos e candidatos Trilhando esse percurso espraiou-se pelos diversos

segmentos da pesquisa social Na aacuterea de sauacutede o grupo focal tem sido mais

usado a partir da segunda metade dos anos 80127128

Para realizaccedilatildeo dos grupos devem ser reservados espaccedilos apropriados

de preferecircncia em territoacuterio neutro e de faacutecil acesso aos participantes O ideal eacute

uma sala que abrigue confortavelmente o nuacutemero previsto de participantes e

moderadores e que esteja protegida de ruiacutedos e interrupccedilotildees externas Os

participantes podem ser distribuiacutedos em torno de uma mesa retangular ou oval

ou dispostos em cadeiras arrumadas em forma circular Eacute recomendaacutevel

tambeacutem disponibilizar aacutegua cafeacute e um pequeno lanche aos participantes129

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de participantes nos grupos focais

encontramos na literatura uma variaccedilatildeo entre 6 a 15 mas tamanho oacutetimo para

um grupo focal eacute aquele que permita a participaccedilatildeo efetiva dos participantes e

a discussatildeo adequada dos temas129

Os participantes de um grupo focal devem apresentar certas

caracteriacutesticas em comum que estatildeo associadas agrave temaacutetica central em estudo

O grupo deve ser portanto homogecircneo em termos de caracteriacutesticas que

interfiram radicalmente na percepccedilatildeo do assunto em foco recomenda-se que

os participantes sejam selecionados dentro de um grupo de indiviacuteduos que

convivam com o assunto a ser discutido e que tenham profundo conhecimento

dos fatores que afetam os dados mais pertinentes130

As reuniotildees do grupo focal ocorreram no mecircs de maio de 2009 O

subgrupo 1 foi convidado e encorajado a participar da discussatildeo e anaacutelise dos

dados coletados na observaccedilatildeo etnograacutefica Os voluntaacuterios foram organizados

em 4 (quatro) grupos de discussatildeo foram 3 grupos de discussatildeo com 9

teacutecnicos de enfermagem e 01 grupo contendo 8 teacutecnicos Todos os grupos

participaram de 04 (quatro) encontros Foi explicado para cada grupo o objetivo

da anaacutelise das fotos e das anotaccedilotildees no diaacuterio de campo

79

Nessa fase 7 sujeitos faltaram a 03 encontros e o fizeram em outro

momento marcado separadamente

Em cada encontro foi discutido o tema LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem sendo marcado o horaacuterio conforme a solicitaccedilatildeo dos

participantes Todas as narrativas e discussotildees foram gravadas em aacuteudio

mediante o consentimento dos participantes e posteriormente integralmente

transcritas pelo pesquisador respeitando-se as pausas e expressotildees que

puderam auxiliar na compreensatildeo da realidade

Os encontros foram cercados dos seguintes cuidados sala fora do

ambiente hospitalar para assegurar a privacidade com boa iluminaccedilatildeo

climatizada de acesso faacutecil e com cadeiras dispostas em ciacuterculos O espaccedilo foi

preparado para oferecer um ambiente descontraiacutedo utilizando-se de uma

muacutesica relaxante com sons de aacutegua natureza paacutessaros com isso pretendeu-

se tornar o momento o mais aconchegante possiacutevel Foi disponibilizado um

lanche em cada encontro

Ao final de cada encontro foi agendado o horaacuterio e o dia do proacuteximo e

na veacutespera deste dia o pesquisador entrou em contato telefocircnico com cada

participante confirmando sua presenccedila Tal cuidado foi adotado para natildeo

ocorrer baixa no nuacutemero de sujeitos participantes

Em cada encontro as fotos retiradas na Observaccedilatildeo Etnograacutefica foram

projetadas por meio de multimiacutedia e enquanto observam-se os registros

fotograacuteficos os temas foram desenvolvidos

A temaacutetica de cada encontro ficou assim distribuiacuteda

Primeiro Encontro buscando compreender as posturas corporais

durante a jornada de trabalho

O objetivo deste encontro foi identificar as posturas adotadas durante a

jornada de trabalho para tal foi utilizada a teacutecnica de explosatildeo de ideias e os

participantes responderam aos seguintes questionamentos As posturas

corporais que vocecircs veem nessas fotos satildeo adequadas e protegem a coluna

vertebral Como poderiacuteamos fazer para melhorar essa postura

80

Segundo Encontro O meu corpo comunica-se comigo

O objetivo desse encontro foi o de experimentar as sensaccedilotildees corporais

Para tal as posturas visualizadas na projeccedilatildeo por meio de multimiacutedia foram

adotadas e experimentadas pelos teacutecnicos de enfermagem e apoacutes o

experimento cada participante foi estimulado a falar sobre as sensaccedilotildees

Terceiro Encontro O processo de adoecimento no trabalho

Para estimular a discussatildeo solicitamos que os teacutecnicos de enfermagem

recortassem e colassem figuras e palavras de revistas foi solicitado aos

participantes que representassem como veem o processo de adoecimento

Apoacutes a colagem cada participante fez uma explanaccedilatildeo sobre sua colagem

Quarto Encontro Como prevenir o adoecimento no trabalho

O objetivo desse encontro foi averiguar se os participantes reconhecem

as medidas preventivas para os agravos de LERDORT Cada participante foi

convidado a descrever maneiras corretas de transporte de cargas

transferecircncias de pacientes posturas corretas ao deitar sentar caminhar

sapatos ideais entre outras questotildees

442 SEGUNDA ETAPA

A coleta de dados dessa fase ocorreu antes e apoacutes o desenvolvimento

da atividade educativa elaborada na primeira etapa da pesquisa (descrita no

capitulo 52 de resultados e discussatildeo e apresentada no anexo 5)

O desenvolvimento da atividade educativa com o subgrupo 2 de

teacutecnicos de enfermagem ocorreu conforme a descriccedilatildeo feita a seguir

Ao entregar cada um dos capiacutetulos do manual o pesquisador

apresentava a temaacutetica do dia e instigava a participaccedilatildeo de todo o grupo na

81

discussatildeo com perguntas do tipo o que vocecirc acha sobre isso Vocecirc tem algo a

acrescentar

Ao fim de cada discussatildeo que durava em meacutedia 20 minutos os

exerciacutecios contidos no final do manual eram realizados e ensinados aos

teacutecnicos durante a execuccedilatildeo o pesquisador reforccedilava a importacircncia de se

realizar os mesmos foram 19 exerciacutecios no total e por dia eram realizados 05

(cinco) exerciacutecios com 03 (trecircs) repeticcedilotildees de cada Cuidados foram tomados

ao longo dos encontros no sentido de que todos os exerciacutecios fossem

experimentados e as posturas corrigidas O tempo de execuccedilatildeo dos exerciacutecios

foi em meacutedia de 30 minutos de tal forma que cada encontro durava em torno de

50 minutos

Os encontros em nuacutemero de dez ocorreram nos meses de janeiro a

marccedilo de 2010 em dias intercalados para quatro pequenas turmas 03 com 09

teacutecnicos e uma com 08 teacutecnicos de enfermagem

Tivemos o cuidado de sempre estimular a discussatildeo entre os grupos

por acreditar que natildeo basta disponibilizar informaccedilotildees em avalanches

quantitativas sem uma reflexatildeo contextualizada sobre os objetivos a que se

destinam

A boneca foi intencionalmente colocada em diferentes ambientes do

hospital enfermarias (masculina e feminina) refeitoacuterio e sala de repouso onde

permaneceu por um tempo meacutedio de 4 horas

Os instrumentos de coletas de dados antes e apoacutes a atividade educativa

foram

4421 QUESTIONAacuteRIO NOacuteRDICO DE SINTOMAS

OSTEOMUSCULARES (QNSO)

O objetivo da aplicaccedilatildeo desse questionaacuterio foi o de verificar a ocorrecircncia

de sintomas musculoesqueleacuteticos percebidos pelos trabalhadores

82

O QNSO (anexo 3) foi desenvolvido com a proposta de padronizar a

mensuraccedilatildeo de relato de sintomas musculoesqueleacuteticos constituindo

importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou do posto de trabalho131

132 133 134

O instrumento foi traduzido para diversos idiomas na uacuteltima deacutecada

dando origem a muitos estudos empiacutericos Nesse estudo foi utilizado o

Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) na versatildeo

traduzida e adaptada para o Portuguecircs do Brasil por Pinheiro (2002)119

Os autores desse questionaacuterio natildeo o indicam como base para

diagnoacutestico cliacutenico mas para a identificaccedilatildeo de distuacuterbios osteomusculares e

como tal pode constituir importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou

do posto de trabalho Haacute trecircs formas do QNSO uma forma geral

compreendendo todas as aacutereas anatocircmicas e outras duas especiacuteficas para a

regiatildeo lombar cervical e ombros A forma geral do QNSO eacute a que recebe

apresentaccedilatildeo no presente estudo

Tal questionaacuterio eacute autoaplicaacutevel consiste em um instrumento de

muacuteltiplas escolhas quanto agrave ocorrecircncia de sintomas aacutelgicos relacionadas ao

trabalho nas diversas regiotildees anatocircmicas e apresenta uma figura humana em

vista posterior dividida em nove regiotildees anatocircmicas a saber cervical ombros

toraacutecica cotovelos punhosmatildeos lombar quadrilcoxas joelhos

tornozelospeacutes O respondente deve assinalar com um ldquoXrdquo (xis) nas respostas

ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo em cada questatildeo referente agrave ocorrecircncia de sintomas como dor

formigamentodormecircncia considerando os 12 (doze) meses e os sete dias

precedentes agrave entrevista bem como relatar a ocorrecircncia de afastamento das

atividades rotineiras no uacuteltimo ano Este instrumento investiga tambeacutem se os

indiviacuteduos ficaram impedidos de exercer suas atividades normais e se

procuraram auxiacutelio de algum profissional da aacuterea de sauacutede nos uacuteltimos 12

meses devido aos sintomas de distuacuterbios musculoesqueleacuteticos

A simplicidade e os bons iacutendices de confiabilidade do QNSO indicam-no

para utilizaccedilatildeo em investigaccedilotildees epidemioloacutegicas e estudos que busquem

mensurar a incidecircncia dos sintomas osteomusculares135 136

83

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em dois momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes da proposta educativa e

apoacutes 30 (trinta) dias corridos do desenvolvimento da proposta A aplicaccedilatildeo teve

duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante o final do plantatildeo em uma

sala reservada

4422 QUESTIONAacuteRIO GENEacuteRICO DE AVALIACcedilAtildeO DE

QUALIDADE DE VIDA (SF-36)

O Short Form-36 (SF-36) eacute um instrumento de medida de qualidade de

vida desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA Foi aplicado em diversas

situaccedilotildees com boa sensibilidade eliminando-se o problema de distribuiccedilatildeo

excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim 137 138

Este instrumento foi traduzido e validado no Brasil para avaliar a

qualidade de vida em pacientes com artrite reumatoide e mostrou-se adequado

agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e culturais da populaccedilatildeo brasileira120

O questionaacuterio aplica-se tanto agrave populaccedilatildeo geral como a pacientes

especiacuteficos129 por este motivo o SF-36 foi o instrumento escolhido para

estimar a qualidade de vida dos sujeitos avaliados neste estudo139 140 e qual a

interferecircncia de recurso educativo idealizado a partir da interaccedilatildeo com teacutecnicos

de enfermagem na qualidade de vida dos mesmos

Trata-se de um instrumento constituiacutedo por 36 itens de auto resposta e

destina-se a avaliar conceitos de sauacutede que representam valores humanos

baacutesicos relevantes agrave funcionalidade e ao bem estar de cada indiviacuteduo o

questionaacuterio abrange oito dimensotildees de estado geral de sauacutede que detectam

tanto os estados positivos como os negativos a saber a) capacidade funcional

(CF) que eacute avaliada a partir do desempenho de atividades diaacuterias como

aptidatildeo para cuidar de si vestir-se tomar banho subir escadas b) limitaccedilatildeo

por aspectos fiacutesicos (AF) indicada pelo impacto da sauacutede fiacutesica no

desempenho das atividades diaacuterias eou profissionais c) dor (DF) de acordo

84

com o niacutevel de dor e o impacto no desempenho das atividades diaacuterias eou

profissionais d) estado geral de sauacutede (SG)assinalado pela percepccedilatildeo

subjetiva do estado geral de sauacutede e) vitalidade (VIT) disposiccedilatildeo dos

pacientes em realizar tarefas do cotidiano f) aspectos sociais (AS) pelo reflexo

da condiccedilatildeo de sauacutede nas atividades sociais g) aspectos emocionais (AE)

pelos reflexos das condiccedilotildees emocionais no desempenho das atividades

diaacuterias eou profissionais h) sauacutede mental (SM) pela escala de humor e bem-

estar A pontuaccedilatildeo varia entre 00 e 100 pontos que refletem o pior e o melhor

estado geral de sauacutede respectivamente

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em trecircs momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes do programa educativo e

apoacutes 10 e 30 dias decorridos do desenvolvimento da proposta educativa A

aplicaccedilatildeo teve duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante no final do

plantatildeo em uma sala reservada

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

Os dados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo dos instrumentos Questionaacuterio

Noacuterdico e SF36 foram sistematizados classificados tabulados dispostos em

graacuteficos permitindo de forma indutiva estabelecer conclusotildees apoacutes anaacutelise e

interpretaccedilotildees

Para a realizaccedilatildeo da anaacutelise quantitativa optou-se pela estatiacutestica

inferencial e os dados coletados por meio do formulaacuterio de coleta de dados

(anexo 6) foram analisados quantitativamente utilizando o programa estatiacutestico

Bioestatreg versatildeo 50 sendo que a anaacutelise estatiacutestica descritiva utilizou meacutedia e

desvio padratildeo Para a comparaccedilatildeo de variaacuteveis categoacutericas parameacutetricas foi

utilizado o teste t-student e o teste de Tukey Foi utilizado um niacutevel de

significacircncia de 005 um poder de teste de 95 e um teste de hipoacutetese

monocaudal

85

O texto produzido apoacutes os encontros do grupo focal foi analisado

seguindo a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) proposta por

Lefegravevre et al (2006)131

O Discurso do Sujeito Coletivo ou DSC eacute uma teacutecnica de processamento

de dados qualitativos notadamente de depoimentos com vistas agrave obtenccedilatildeo e

descriccedilatildeo do sentido das opiniotildees ou representaccedilotildees coletivas Para que se

produzam os DSCs satildeo necessaacuterios quatro operadores que satildeo

1 Expressotildees Chave (Ech) trechos selecionados do material que melhor

descrevem seu conteuacutedo

2 Ideias Centrais (Ics) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem o sentido

presente no material escrito

3 Ancoragens (Acs) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem as ideologias

crenccedilas valores presentes no material

4 Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) satildeo as reuniotildees das Expressotildees

Chave presentes no material verbal (por exemplo nas diferentes

respostas a uma mesma questatildeo de pesquisa) que tem Ideias Centrais

ou Ancoragens de sentido semelhante ou complementar131

Na pesquisa qualitativa o discurso ocupa lugar de relevacircncia como teacutecnica

para obtenccedilatildeo de dados conforme afirma Alves ndash Mazzotti (2004)132

ldquo() por sua natureza interativa a entrevista permite

tratar temas complexos que dificilmente poderiam

ser investigados adequadamente atraveacutes de

questionaacuteriosrdquo (ALVES-MAZZOTTI 2004 p 168)

Os dados obtidos por meio das entrevistas de aprofundamento apoacutes

sua transcriccedilatildeo foram sistematizados e submetidos agrave anaacutelise temaacutetica uma

das teacutecnicas de Anaacutelise de Conteuacutedo valorizando os significados presentes

nos dados a sua correlaccedilatildeo com as questotildees formuladas e a articulaccedilatildeo com o

marco teoacuterico adotado na pesquisa

A anaacutelise temaacutetica137 foi operacionalizada segundo as etapas abaixo

86

Primeira fase (Preacute-anaacutelise) foi realizado um contato exaustivo com o

material atraveacutes de repetidas leituras (leituras flutuantes) retomando

simultaneamente os questionamentos e os objetivos iniciais da pesquisa

criando-se indicadores que orientaram a interpretaccedilatildeo final

As gravaccedilotildees foram analisadas conforme os nuacutecleos direcionadores

anteriormente descritos desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas (relaccedilatildeo interpessoal) A partir

destes nuacutecleos unidades de contexto foram separadas do texto A unidade de

contexto representou a parte mais ampla do conteuacutedo que era analisado

sendo considerada como o ldquopano de fundordquo que imprimia significado e sentido

as unidades de registro

Das unidades de contexto foram retiradas as unidades de registro nelas

presentes considerando que a unidade de registro representou a menor parte

do conteuacutedo

A segunda fase consistiu na codificaccedilatildeo na qual quantificamos as

unidades contexto e suas respectivas unidades de registro As unidades de

registros foram classificadas e agrupadas de acordo com seus significados

emergindo daiacute as categorias de anaacutelise

46 ASPECTOS EacuteTICOS

A presente pesquisa foi desenvolvida dentro dos procedimentos eacuteticos

previstos pelo CONEP e assim o projeto foi submetido ao

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) Universidade Estadual de Ciecircncias

da Sauacutede de Alagoas protocolo nordm 902 08 e aprovado em 29052008

(Anexo 7)

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Satildeo

Paulo protocolo n ordm 1509 09 e aprovado em 04122009 (Anexo 8)

Todos os sujeitos participantes da pesquisa aderiram agrave proposta e

concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (Anexos 2)

87

Os sujeitos que participaram da etapa de construccedilatildeo da proposta

educativa foram convidados a participarem do programa de Ginaacutestica Laboral e

Ergonomia da UNCISAL trata-se de um programa de extensatildeo universitaacuterio

devidamente cadastrado e em funcionamento na Proacute-reitoria de extensatildeo da

UNCISAL e coordenado pelo pesquisador responsaacutevel

88

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

89

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo destina-se agrave apresentaccedilatildeo dos resultados e suas

discussotildees com a literatura sendo expostos nos seguintes subcapiacutetulos

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do Teacutecnico

de Enfermagem

52 Uma proposta de Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada para o cuidado com

a sauacutede ocupacional do Teacutecnico de Enfermagem

53 A Qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes o

programa educativo

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho

em teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

90

51 O COTIDIANO DO TRABALHO E O PROCESSO DE

ADOECIMENTO DO TEacuteCNICO DE ENFERMAGEM

Entendemos percepccedilatildeo como sendo a faculdade ou ato de aprender

uma ideia ou questatildeo ou de compreender algo percepccedilatildeo modo de ver ou

sentir ponto de vista entendimento noccedilatildeo maneira subjetiva de ver e

entender o mundo apresentando-se muito mais abrangente do que um simples

conceituar141

A percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre LERDORT foi

realizada por meio do grupo focal e da observaccedilatildeo etnograacutefica Atraveacutes da

observaccedilatildeo etnograacutefica foi possiacutevel realizar registros das percepccedilotildees do

pesquisador sobre o que foi observado sem contudo focar exclusivamente nos

aspectos fiacutesicos e ambientais pois acredito que a consequecircncia do trabalho

sobre o corpo do trabalhador vai aleacutem desses aspectos e em funccedilatildeo dessa

crenccedila procurei abdicar-me do reducionismo relacional entre doenccedila

ocupacional e espaccedilo fiacutesico

Observamos que pelo fato de estarem diretamente em contato com os

pacientesclientes e serem responsaacuteveis pelo cuidado a eles oferecido esses

profissionais lidam rotineiramente com as mais diversas situaccedilotildees envolvendo

natildeo soacute os pacientes mas seus acompanhantes familiares meacutedicos e outros e

com certa frequecircncia foi possiacutevel observar atitudes de conflitos interpessoais

por outro lado observaram-se natildeo raras vezes viacutenculos criados com os

pacientes estabelecidos muitas vezes pelo tempo de internaccedilatildeo

Outro fato que me chamou a atenccedilatildeo foi a desarmonia existente entre o

trabalhar em prol da sauacutede de terceiros e a falta de tempo para o lazer e o

cuidado com a proacutepria sauacutede parece que a necessidade e o modo de trabalho

fazem com que o ritmo normal da vida vai se quebrando e o teacutecnico de

enfermagem se submete aos ritmos laborais que favorecem ao adoecimento

A divisatildeo das escalas de serviccedilo natildeo me pareceu biomecanicamente

justa por vezes foi possiacutevel observar muitos pacientes para um uacutenico

profissional o que por uma lado favorecia a sobrecarga fiacutesica por outro

91

empobrecia o despertar da criatividade na resoluccedilatildeo dos problemas a

permanecircncia do profissional em um uacutenico setor por tempo ilimitado foi outro

aspecto que me despertou a atenccedilatildeo e acredito ser fator que tambeacutem limite o

despertar criativo

Foi possiacutevel observar certo descompasso entre a exigecircncia fiacutesica que o

trabalho impotildee ao teacutecnico de enfermagem e as condiccedilotildees de conforto e

seguranccedila ofertadas ao profissional por um lado o trabalho exige desses

profissionais agigantados e repetitivos esforccedilos fiacutesicos e por outro o cenaacuterio

laboral se apresenta superlotado com excesso de pacientes local de repouso

sem colchatildeo mobiacutelia e equipamentos inadequados e isso ficava evidenciado

pela diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo nos finais do plantatildeo visivelmente percebia-se o

corpo dos profissionais mais pesados e as faacutecies abatidas fato preocupante

quando se observa que alguns desses profissionais dobram a escala de

trabalho com certa frequecircncia em decorrecircncia de duplo ou triplo viacutenculo

empregatiacutecio ou de moacutedicos vencimentos

O Ritmo de Trabalho desses profissionais em funccedilatildeo da sobrelotaccedilatildeo

apresentava-se acelerado com pouco horaacuterio para pausas Os profissionais

trabalhavam na maior parte do tempo em peacute e deambulando Ficou

evidenciada grande exigecircncia fiacutesica inerente ao trabalho resultante da

realizaccedilatildeo de atividades como mobilizaccedilatildeo de objetos e instrumentos pesados

transporte e movimentaccedilatildeo de pacientes arrumaccedilatildeo do leito higiene corporal

de pacientes incapacitados aleacutem dos esforccedilos visuais e mentais impostos aos

teacutecnicos de enfermagem acrescenta-se os deslocamentos excessivos a cada

jornada de trabalho

Evidenciou-se tambeacutem a existecircncia de condiccedilotildees biomecacircnicas

favoraacuteveis para a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais no grupo estudado

estes profissionais realizam movimentos com esforccedilos repetitivos no trabalho

fato que evidencia a necessidade de se buscar alternativas teacutecnicas e de

modos operatoacuterios ergonocircmicos para minimizar as cargas excessivas de

trabalho acrescentar pausas e instrumentos adequados no exerciacutecio

profissional

A estrutura predial antiga mostrou-se aparentemente inadequada

enfermaria e repouso apertados corredores estreitos rampas iacutengremes

92

escadas salas que deviam estar acopladas uma agrave outra distantes entre si

ausecircncia de boa iluminaccedilatildeo ventilaccedilatildeo maacutes condiccedilotildees das instalaccedilotildees

sanitaacuterias e ausecircncia de armaacuterios para guardar bolsas e objetos pessoais

Os fatos observados revelaram a presenccedila de fatores predisponentes

que podem estar relacionados ao surgimento eou agravamento dos sinais e

sintomas e o meio assim emergem da observaccedilatildeo do campo sentidos

decorrentes da experiecircncia preacutevia do pesquisador e relaccedilatildeo com inadequaccedilatildeo

de mobiacutelia espaccedilos superlotaccedilatildeo jornadas extras Essas categorias

agregaram conteuacutedos uacuteteis para apreender melhor o processo do adoecimento

e a relaccedilatildeo da LERDORT com o discurso dos sujeitos

Outro aspecto marcante durante a observaccedilatildeo foi a aparente hesitaccedilatildeo

inicial dos trabalhadores ao serem abordados por um ldquoestranhordquo Em alguns

momentos nessa fase de observaccedilatildeo etnograacutefica foi necessaacuteria a opccedilatildeo por

natildeo insistir no assunto adoecimento no trabalho para evitar constrangimento e

desabafos excessivos Alguns teacutecnicos de enfermagem parecem ao menos

inicialmente ter confundido o que seria a observaccedilatildeo com a possibilidade de

intervenccedilatildeo terapecircutica e verbalizam o desejo de serem atendidos pelo

fisioterapeuta

As entrevistas de aprofundamento da observaccedilatildeo etnograacutefica permitiram

entender melhor fatores de risco para das LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem foi possiacutevel evidenciar aspectos quanto agrave percepccedilatildeo multifatorial

da LERDORT bem como prevenccedilatildeo na fala dos sujeitos contribuindo assim

para uma maior compreensatildeo do tema prevenccedilatildeo das LERDORT nessa

populaccedilatildeo

Com o intento de situar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em

relaccedilatildeo a LERDORT foram analisadas as falas obtidas na primeira fase do

estudo sem interferecircncia portanto da atividade educativa em sauacutede

A anaacutelise temaacutetica das entrevistas de aprofundamento realizada a partir

de (03) trecircs nuacutecleos direcionadores (desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho

atitudes cooperativas e realizaccedilatildeo pessoal) permitiram a apreensatildeo das

Unidades de Contexto (UC) Unidades de Registros (UR) e categorias

emergentes do campo

93

A tabela abaixo retrata a quantidade de vezes que cada um dos nuacutecleos

direcionadores foi comentado (UR)

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual das unidades de registros

identificadas no discurso dos sujeitos em estudo segundo aos respectivos

nuacutecleos temaacuteticos Maceioacute-AL 2009

NUacuteCLEOS DIRECIONADORES UR

Nordm

Desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho 184 5396

Atitudes cooperativas 88 2580

Realizaccedilatildeo pessoal 69 2023

TOTAL 341 9999

A tabela 2 mostra que houve maior referecircncia ao nuacutecleo direcionador

desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho com 184 unidades de registro em

relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas houve 88 referecircncias Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho 69 unidades de registros

Estes dados estatildeo em consonacircncia com a literatura onde eacute possiacutevel

perceber que dentre profissionais da sauacutede os trabalhadores de enfermagem

satildeo os que mais apresentam absenteiacutesmo e elevadas queixas de desconforto

relacionado ao trabalho142 em funccedilatildeo de adoccedilatildeo de posturas corporais

incorretas muitas vezes associadas agrave exposiccedilatildeo constante a doenccedilas que

favorecem o aparecimento da fadiga e raquialgia na equipe de enfermagem

que trabalha na ambiecircncia hospitalar143

O grupo reconhece que o trabalho do teacutecnico de enfermagem expotildee a

fatores de risco e agravos para a sua sauacutede e que devido agrave adoccedilatildeo de posturas

corporais incorretas e excesso de forccedila favorecem ao aparecimento da fadiga e

dores na equipe que trabalha na ambiecircncia hospitalar

94

ldquoOlha doutor de manhatilde a gente pega muito pesordquo

ldquoTrabalhar em enfermagem eacute muito cansativo Dar

banho no leito eacute muito pesado e faz mal para a

coluna e para os ombro () eacute por isso que tenho

tanta dorrdquo

Outra categoria foi referente agrave identificaccedilatildeo de atividades de

movimentaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo de pacientes como agravante da situaccedilatildeo dor

ldquoLevantar o paciente daacute contratura nos ombros

Subir paciente () assim quando estatildeo

escorregando para baixo virar o decuacutebito () daacute

uma coisa cansada nos braccedilos nas matildeos e na

lombar tambeacutemrdquo

As categorias emergentes deste estudo satildeo confirmadas na literatura

como fatores importantes no processo de adoecimento e surgimento de

desconfortos fiacutesicos em enfermagem pois na praacutexis desta profissatildeo

movimentos repetitivos aliados agrave exigecircncia de forccedila satildeo uma constante e

favorecem o surgimento de doenccedilas ocupacionais 144 145 e 146

A adoccedilatildeo de posturas viciosas e incorretas foi bastante citada

encontramos referecircncias quanto agrave percepccedilatildeo dos sujeitos sobre o surgimento

de dores em decorrecircncia das mais diversas atividades inerentes ao trabalho do

teacutecnico de enfermagem Alguns exemplos destas descriccedilotildees estatildeo abaixo

citados

ldquoNa hora que vai puncionar uma veia a gente passa

muito tempo assim curvando aiacute vai dando problema

na colunardquo () ldquoO pior eacute fazer o pacote quando o

95

paciente morre aleacutem de ser triste forccedila os ombros e

as matildeos sem contar que corro o risco de me

contaminarrdquo

umlE tem a postura pra aspirar puncionar dar banho

no leitoCurvado assimas costas ningueacutem

aguentauml

A literatura confirma a percepccedilatildeo desses profissionais quando afirma

que dores tendem a acometer indiviacuteduos que atuam em profissotildees exaustivas

como eacute o caso da enfermagem147 Nessa populaccedilatildeo devido a manutenccedilatildeo de

posturas improacuteprias as queixas de dores satildeo constantes podendo destacar

algias nos membros superiores e coluna vertebral148 As posturas inadequadas

satildeo adotadas pelos teacutecnicos de enfermagem quando prestam assistecircncia aos

pacientes quando preparam medicaccedilatildeo empurram ou arrastammacas13

Outro estudo corrobora com a percepccedilatildeo do grupo quando ao avaliar

ocorrecircncias de cervicodorsolombalgias nas enfermeiras relata que os efeitos

nocivos das longas jornadas de trabalho levam a um esforccedilo excessivo que

poderaacute agravar lesotildees na coluna vertebral 149

No exerciacutecio da profissatildeo inuacutemeras satildeo agraves vezes em que os

trabalhadores de Enfermagem adotam posturas corporais improacuteprias ou

inadequadas do ponto de vista biomecacircnico como eacute o caso de vaacuterias tarefas

desempenhadas agrave beira do leito realizar curativo puncionar acesso venoso

auxiliar no banho de leito realizar trocas de decuacutebito ou transferecircncias leito-

maca-leito tais tarefas podem contribuir para o aparecimento de danos ao

sistema musculoesqueleacutetico150 Tal fato eacute relatado pela profissional abaixo

ldquoDoacutei bastante na hora dos movimentos neacute Na hora

de dar banho no leito parece que os ossos esquenta

doacutei queimando a coluna e o pescoccedilo Bem que doacuteirdquo

96

rdquoSinto contratura nos ombros sinto contratura nos

meus dedos () a contratura eacute cansada e desce

queimando do pescoccedilo e desce para os braccedilos isso

eacute mais forte na hora de fazer a punccedilatildeordquo

Esta relaccedilatildeo entre a atividade de trabalho do teacutecnico em enfermagem e o

surgimento de dores pode ser confirmada pois haacute relaccedilatildeo entre o trabalho e o

desgaste do trabalhador em enfermagem 151 152

Outro aspecto constatado eacute o entendimento por parte do grupo de que

a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e surgimento de dores tambeacutem tem relaccedilatildeo

com equipamentos e mobiacutelias inadequadas

umlOlha por exemplo as seringa natildeo aspira e a gente

tem que fazer bastante forccedila porque o material natildeo eacute

de boa qualidade [] aiacute faz uma forccedila [] tanta que

agraves vezes o dedo fica roxouml

Ao avaliar ambiente de trabalho equipamentos mobiliaacuterio e postura

corporal de trabalhadores de enfermagem na unidade de internaccedilatildeo Goacutees26

afirma que espaccedilos restritos no banheiro mobiliaacuterios com altura fixa

incompatiacutevel provocam a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e que 100 dos

enfermeiros e 9770 dos auxiliares relatam dor na coluna vertebral

Eacute possiacutevel perceber elevadas queixas referentes agraves mobiacutelias

principalmente altura dos leitos e berccedilos de pacientes o que obriga os

profissionais a adotarem posturas de anteriorizaccedilatildeo do tronco durante as

atividades de banho no leito punccedilatildeo venosa e realizaccedilatildeo de curativos tal

observaccedilatildeo estaacute de acordo com a literatura quando se verifica que em relaccedilatildeo

ao trabalho de enfermagem haacute inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio utensiacutelios e

equipamentos quanto agraves dimensotildees alturas das superfiacutecies peso e condiccedilotildees

de funcionamento27 e que eacute necessaacuterio propor redesenho dos equipamentos

auxiliares na elevaccedilatildeo e transferecircncia de pacientes153154

97

ldquoAs macas satildeo muito ruins e as cadeiras dificultam

as posturasrdquo

ldquoPara mim as camas satildeo altas demais aiacute tem que

subir numa coisinha dessa (aponta para escada) e eacute

arriscado cair neacuterdquo

As lesotildees do sistema musculoesqueleacutetico particularmente as algias

vertebrais satildeo internacionalmente reconhecidas como um risco ocupacional

entre os trabalhadores de enfermagem 155156157 e no ambiente hospitalar

existem vaacuterios fatores ergonocircmicos relacionados com problemas ambientais e

organizacionais que podem ser relacionados agraves lesotildees osteomusculares tais

como recursos tecnoloacutegicos inadequados incluindo mobiliaacuterio a falta de

equipamentos especiais para movimentar pacientes aleacutem da escassez de

recursos humanos e a falta de treinamento158 Deste modo os trabalhadores

de enfermagem submetem-se constantemente a condiccedilotildees de trabalho

inadequadas originando aleacutem de agravos de ordem psiacutequica agravos nos

sistemas corporais ocasionado os acidentes do trabalho e as licenccedilas para

tratamento de sauacutede 159

Observou-se que unidade hospitalar pesquisada tem problemas

ergonocircmicos e que os teacutecnicos de enfermagem os reconhecem e tecircm

consciecircncia de suas influecircncias na sua sauacutede

uml[] na minha enfermaria o local onde eacute guardado o

material Eacute porque a gente tem que abaixar se

curvar pra apanhar o materialuml

A superlotaccedilatildeo nas enfermarias com estreitamento dos espaccedilos entre

as macas eacute lembrado como fato gerador de estresse pois aumenta a

sobrecarga de trabalho e tensatildeo

A literatura compreende a correlaccedilatildeo da interferecircncia do espaccedilo fiacutesico

disponiacutevel para atendimento de pacientes utilizaccedilatildeo de equipamentos pelo

98

pessoal de enfermagem e estresse 160 Este problema foi confirmado quando

se reconhece que para o pessoal de enfermagem ter que assistir pacientes em

sua higiene em restritos espaccedilos hospitalares eacute pernicioso 161 a sauacutede fiacutesica e

mental Tal evidecircncia eacute percebida e relatada pelo

ldquoAqui no trabalho eu fico aperreada eu fico tensa

Afeta todo o sistema nervoso e o corpo doacutei todo

tambeacutem com esse monte de paciente nas

enfermariasrdquo

Esta percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem tem respaldo na literatura

pois acredita-se que superlotaccedilatildeo gera sobrecarga de trabalho aos

profissionais tanto do ponto de vista quantitativo quanto do aumento de

demanda decorrente do quadro cliacutenico dos pacientes Os hospitais

universitaacuterios brasileiros via de regra sofrem com a superlotaccedilatildeo presenccedila de

pacientes graves em todas as unidades deacuteficit de profissionais falta de

equipamentos de suporte no manuseio dos paciente162

O excesso de trabalho afeta consideravelmente os teacutecnicos de

enfermagem no que diz respeito tanto a sua sauacutede fiacutesica quanto a sua

condiccedilatildeo psicoloacutegica os trabalhadores que exercem suas funccedilotildees em

situaccedilotildees adversas apresentaratildeo com maior frequecircncia queixas de fadiga

crocircnica e alteraccedilotildees gastrointestinais do que os teacutecnicos que trabalham em

ritmo mais tranquilos163 164165 166

Eacute possiacutevel perceber que o grupo entende que o processo de

adoecimento pode ser influenciando pela falta de atividades fiacutesicas regulares

Uma questatildeo levantada foi o trabalho intenso com carga horaacuteria semanal

extenuante O excesso de trabalho pode favorecer o surgimento do cansaccedilo

cumulativo estimulando o sedentarismo desses profissionais

No grupo estudado percebeu-se que haacute uma divisatildeo hierarquizada e

vertical do trabalho da enfermagem e que grande parte das tarefas de

execuccedilatildeo eacute efetuada pelos teacutecnicos e esses tecircm menor autonomia de decisatildeo

sobre o proacuteprio trabalho e salaacuterios menores em funccedilatildeo disso eacute comum a

99

realizaccedilatildeo de horas extras plantotildees extras Tais achados encontram reforccedilos

em estudos 167 168 que apontam a relaccedilatildeo entre hierarquizaccedilatildeo do trabalho em

enfermagem e ritmo intenso

ldquoA gente anda demais a semana toda Trabalha muito e

natildeo paacutera pior ainda quando dobra a escala[] Chego em

casa um caco depois do plantatildeo aiacute nem daacute coragem de

fazer mais nada sei que preciso fazeruml

ldquoNa minha folga nem tenho coragem de brincar com minha

filha Pago a babaacute para banhar ela soacute fico deitada vendo

televisatildeordquo

ldquoMoro perto da praia e podia fazer caminhada para abaixar

o peso mas ando tanto aqui que natildeo daacute coragem de

caminhar maisrdquo

De fato percorrer longas distacircncias e ficar por muito tempo em peacute

contribui para elevar os iacutendices de dor e fadiga essa afirmaccedilatildeo tem respaldo

na literatura que afirma que pesquisas realizadas em vaacuterios paiacuteses exibem

prevalecircncias superiores a 80 de ocorrecircncia dessas sensaccedilotildees em teacutecnicos

de enfermagem13169 Estudo brasileiro mostra prevalecircncias de 43 a 93162

Em relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas (segundo nuacutecleo direcionador da

entrevista) observou-se carecircncia das mesmas o que favorece o processo de

adoecimento na percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem

O grupo entende que haacute problemas de relacionamento interpessoal fato

que dificulta a colaboraccedilatildeo entre os pares e gera sobrecarga de trabalho tal

fato eacute maximizado quando essa elevada carga laboral eacute acrescida com o

desconhecimento de medidas de economia biomecacircnica

A necessidade de trocar informaccedilotildees sobre o trabalho e de cooperar

com a equipe eacute relatada nas falas poreacutem apesar da verbalizaccedilatildeo do

100

sentimento a praacutetica natildeo eacute vivenciada o relacionamento interpessoal eacute

apontado pelo grupo como um dos fatores que influenciam o cotidiano do

trabalho cujo resultado depende de parcerias para obter melhores ganhos e

adoecer menos

ldquoA relaccedilatildeo interpessoal interfere em tudo no trabalho ()

Quando a equipe eacute boa natildeo tem estresse e tudo fica

bomsem tensatildeordquo

ldquoA maioria da equipe natildeo ajuda Eacute isso que acontece e a

gente acaba ficando sozinha e trabalhando muito maisrdquo

Estudo demonstra que para minimizar as fontes geradoras das

LERDORT a equipe de enfermagem necessita criar estrateacutegias de melhoria de

relacionamento com colegas edemais membros da equipe 170

Ao confrontar os achados com literatura observa-se que a falta de um

bom relacionamento implica numa comunicaccedilatildeo deficiente entre os pares e

utilizaccedilatildeo de mecanismos de defesas inadequados como a impaciecircncia natildeo

realizaccedilatildeo do trabalho em equipe falta de cooperaccedilatildeo espontacircnea sobrecarga

de trabalho para alguns elementos da equipe e a falta de continuidade das

accedilotildees iniciadas171 172 173 174 175 176177

O terceiro nuacutecleo direcionador da entrevista trata da realizaccedilatildeo pessoal

do profissional

Enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma

profissatildeo caracterizada por ter em sua essecircncia o cuidado Em relaccedilatildeo ao

auxiliar e teacutecnico de enfermagem haacute indefiniccedilatildeo do papel profissional

sobrecarga de trabalho frequentemente justificada por falta de pessoal e

estimulada pelo pagamento de horas-extras e falta de autonomia e autoridade

na tomada de decisotildees50178179180 fatos que fazem dessa profissatildeo a quarta

mais estressante no setor puacuteblico1

O grupo reconhece carecircncia de realizaccedilatildeo pessoal com o trabalho e isso

pode favorecer o surgimento de doenccedilas relacionadas agraves LERDORTs

101

uml Eu queria fazer faculdade mas a faculdade natildeo me quis

natildeo Fiz vestibular umas trecircs vezes mas natildeo passei aiacute o

jeito foi fazer o teacutecnico mesmordquo

ldquoMinha profissatildeo infelizmente natildeo eacute reconhecida mas Deus

reconhece [] Natildeo eacute reconhecida por parte do salaacuterio por

parte da direccedilatildeo do hospital do governador e da

comunidaderdquo

ldquo tocirc cansadajaacute era pra mim ter saiacutedo mas enquanto natildeo

aparece nadardquo

As percepccedilotildees dos sujeitos da pesquisa estatildeo de acordo com a

literatura pois eacute possiacutevel encontrar relatos de profissionais de niacutevel meacutedio de

enfermagem dizendo que sofrem de despersonalizaccedilatildeo e baixa realizaccedilatildeo

pessoal1181182183184185186

A despersonalizaccedilatildeo eacute caracterizada pela insensibilidade emocional do

profissional com prevalecircncia de condutas ciacutenicas e de dissimulaccedilatildeo 1181187 A

baixa realizaccedilatildeo pessoal faz menccedilatildeo a uma auto avaliaccedilatildeo negativa associada

agrave insatisfaccedilatildeo e desacircnimo com o trabalho com sentimentos de que este natildeo

vale a pena 1187 188

52 UMA PROPOSTA DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE VOLTADA

PARA O CUIDADOCOM A SAUacuteDE OCUPACIONAL DO TEacuteCNICO

DE ENFERMAGEM

Acreditando-se que os sujeitos trazem percepccedilotildees sobre o objeto de

pesquisa entendemos que eacute preciso atuar na Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ocupacional tendo como referecircncia o saber e a vivecircncia das pessoas agraves quais

as accedilotildees satildeo voltadas

102

Numa primeira etapa de coleta de dados por meio de observaccedilatildeo

etnograacutefica e entrevista de aprofundamento constatamos um cenaacuterio de

trabalho repleto de incoerecircncias ergonocircmicas inadequaccedilotildees de mobiacutelias

adoccedilotildees de posturas corporais inadequadas e uma percepccedilatildeo de ambiente

insalubre de trabalho por parte dos teacutecnicos de enfermagem

Para a elaboraccedilatildeo da atividade educativa que atendesse agrave perspectiva

da presente pesquisa assumimos estrateacutegias da participaccedilatildeo e diaacutelogo

privilegiando uma construccedilatildeo coletiva Isto eacute foi desenvolvida por meio da

teacutecnica de grupo focal

Neste grupo focal observamos que a falta de experiecircncias aprofundadas

anteriores dos teacutecnicos de enfermagem com a praacutetica de Educaccedilatildeo em Sauacutede

permitiu que os mesmos colocassem refletissem e dialogassem com os dados

colhidos e sistematizados pelo pesquisador

Nestes diaacutelogos exploramos as necessidades e expectativas dos

teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo a um programa educativo

O Recurso Educativo foi sendo assim proposto em funccedilatildeo dos dados

revelados por meio da interaccedilatildeo com o grupo

A opccedilatildeo de mergulhar no campo de estudo e construir uma intervenccedilatildeo

a partir de uma realidade tem respaldo na literatura que afirma que embora

tenha havido um desenvolvimento surpreendente de metodologias na

educaccedilatildeo em sauacutede as estrateacutegias de aproximaccedilatildeo a populaccedilotildees especiacuteficas

e a utilizaccedilatildeo de metodologias problematizadoras ainda carecem de realce na

educaccedilatildeo em sauacutede2489

Nessa perspectiva o objeto da Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute o de alterar

positivamente os conhecimentos por meio de aproximaccedilotildees de saberes

tornando-se via de matildeo de dupla onde todos (educador e educando)

aprendem e ensinam177 189190191

As diferentes aproximaccedilotildees com os teacutecnicos de enfermagem permitiram

observar que os mesmos detecircm conhecimentos sobre o assunto e condiccedilotildees

de contribuir no sentido de ampliar o repertoacuterio pedagoacutegico no processo de

elaboraccedilatildeo da proposta educativa

103

Os diaacutelogos estabelecidos no grupo focal possibilitaram apreender

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agraves atividades educativas

suas teacutecnicas modos e maneiras de se estabelecer o aprendizado sobre

LERDORT

ldquo Jaacute fui numas palestras mas natildeo entendi muita

coisa natildeo Se tivesse cartilhas com figuras Se

ensinasse a fazer os exerciacutecios era muito melhorrdquo

ldquoEacute porque palestras soacute natildeo resolve () quando tem

panfleto eu coloco na bolsa e leio depois com calma

na hora que esquecerrdquo

ldquoQuando tem alguma coisa que lembra a gente fixa

melhor () alguma coisa que eu veja que natildeo me

deixa esquecer do que aprendirdquo

ldquoQuando tem algueacutem fazendo ginaacutestica junto com a

gente eacute bom porque empolga e se tiver fazendo

errado ensina na horardquo

Os teacutecnicos de enfermagem apontam claramente para um pressuposto

de que a informaccedilatildeo pode favorecer no autocuidado

ldquoEacute preciso saber fazer posturas na hora de fazer o

procedimento Se eu soubesse bem direitinho a

posiccedilatildeo certa do banho eu ia fazer e natildeo sofria

tantordquo

104

ldquoJaacute ouvi falar da LER mas natildeo sei direito como eacute

quer dizer sei mais ou menos () o que eu queria

era ter mais entendimento para natildeo terrdquo

A literatura comenta que o trabalho educativo pode ser uma saiacuteda

extremamente potente para a comunicaccedilatildeo em sauacutede facilitando a construccedilatildeo

de estrateacutegias preventivas e terapecircuticas174 175 por outro lado eacute preciso

destacar que embora o conhecimento seja um preacute-requisito de modo algum eacute

garantia da realizaccedilatildeo no cuidado com a sauacutede ocupacional176 177 Isso pode

ser evidenciado no diaacutelogo com os teacutecnicos

umlEu sei como sentar mas isso natildeo basta porque

aleacutem de sentar tem que promover mais coisa () eacute

preciso saber fazer os alongamentos durante o

trabalho antes do trabalho e depois tambeacutem () Se

soubeacutessemos a gente natildeo esquecia de sentar

corretordquo

Sugestatildeo metodoloacutegicas que apontam para atividades teoacutericas e

praacuteticas foram tambeacutem feitas O reconhecimento da ginaacutestica laboral como

ferramenta preventiva das LERDORTs e a confecccedilatildeo de material didaacutetico que

discuta teacutecnicas de economia biomecacircnica durante a jornada de trabalho foi

enfatizada

umlrdquoEacute preciso fazer ginaacutestica laboral manobras de

alongamentordquo

ldquoA gente deveria aprender quais satildeo as posturas

corretas deveria aprender a fazer exerciacutecios mais

ateacute do que isso deveria vir algueacutem aqui para fazer

exerciacutecios com a gente porque ao mesmo tempo que

fazia estimulava e ensinava a fazer tambeacutemrdquo

105

uml[] palestra soacute natildeo resolve [] se tivesse cartilhas

livros panfletos porque depois eu podia ler sem

aperreiouml

A literatura reforccedila esses aspectos quando afirma que para uma

efetivaccedilatildeo mais adequada dos saberes eacute preciso considerar estimular e

valorizar competecircncias teoacutericas e praacuteticas178 nas quais se incluem tanto as

habilidades comportamentais e praacuteticas (saber ser) quanto os savoirs-faire

(saber-fazer) ou conhecimentos teoacutericos dos indiviacuteduos 179180

Os teacutecnicos de enfermagem reconhecem que esse curso para natildeo cair

no esquecimento devia ser feito por moacutedulos com reforccedilos que e evoquem o

que foi discutido sobre a questatildeo

O grupo sugere tambeacutem que o reforccedilo deve ser disponibilizado e

entregue em moacutedulos pois a leitura de um texto longo pode ficar cansativa e

desestimulante Tal observaccedilatildeo pode se reforccedilada nas falas abaixo

ldquoCom o tempo a gente se esquece do que aprendeu

mas se tiver uma coisa pra lembrar seria muito bom

[] uma coisa que eu visse jaacute me lembravardquo

ldquoTipo assim todo dia falar um pouco em pedaccedilos

Quando fala tudo de uma vez depois a gente nem se

lembrardquo

Entre as discussotildees e planejamento coletivo das atividades educativas o

grupo por votaccedilatildeo sugeriu a adoccedilatildeo de uma personagem fictiacutecia para o

desenvolvimento da estrateacutegia uma boneca enfermeira entendendo que seria

algo inusitado e estimulante para ativar a lembranccedila do que fora apreendido

um modo de natildeo cair no esquecimento

106

Apoacutes algumas sugestotildees de nomes para a personagem (Dodoacutei

Penicilina Espondileacuteia Costa e Enfermerita) por votaccedilatildeo direta e aberta

escolheram o nome Espondileacuteia Costa

Um desenhista alheio ao processo foi contratado para desenvolver uma

proposta de desenho da personagem que foi preliminarmente aprovado pelo

grupo O desenho ficou exposto na sala de reuniatildeo por 10 (dez) dias para

eventuais sugestotildees de mudanccedilas que natildeo ocorreram

Ilustrado pelo desenho e ancorado nas referecircncias cientiacuteficas sobre a

prevenccedilatildeo das LERDORTs e nas sugestotildees do grupo focal foi elaborado a

versatildeo preliminar do manual que seria utilizado na atividade educativa

O manual ficou disponiacutevel para anaacutelise na sala de encontros por mais

10 (dez) dias e os teacutecnicos de enfermagem fizeram devidas observaccedilotildees sobre

o memo As principais sugestotildees ocorreram em relaccedilatildeo agrave substituiccedilatildeo de

palavras desconhecidas pelo grupo

O Recurso Instrucional final foi composto do manual e da boneca O

manual foi idealizado em fasciacuteculos a serem distribuiacutedos em cada encontro e a

boneca foi concebida para ser apresenta com uma caixinha com o manual em

miniatura sendo assim proposta para ser utilizada como um siacutembolo que tem

como finalidade ativar a lembranccedila do que foi discutido e praticado

O manual possui duas partes distintas a primeira com apresentaccedilatildeo do

mesmo e a segunda com uma parte mais praacutetica e algumas sugestotildees de

exerciacutecios

A primeira parte do material ficou assim dividida

A Espondileacuteia Costa Nessa etapa a boneca Espondileacuteia Costa se

apresenta e diz qual eacute a sua intenccedilatildeo com o grupo

Apresentaccedilatildeo Nessa pesquisado o autor esclarece alguns pontos

sobre a confecccedilatildeo do manual o objetivo do mesmo e relata

brevemente como foi o seu desenvolvimento

A quem se destina o manual Nesse momento eacute apresentado o puacuteblico

alvo que o manual educativo pretende alcanccedilar

107

A segunda parte de caraacuteter mais praacutetico ficou assim dividida

O trabalho do teacutecnico de enfermagem Nesse capiacutetulo discutem-se as

exigecircncias fiacutesicas para o trabalho como teacutecnico de enfermagem a

saber exigecircncia de grande esforccedilo fiacutesico atenccedilatildeo repetitividade de

movimentos sobrecarga de trabalho e instrumentos de trabalho

Tipos de contraccedilatildeo muscular no ambiente de trabalho

LERDORT o processo de adoecimento do sistema musculoesqueleacutetico

relacionado ao trabalho

Orientaccedilotildees para o trabalho na postura biacutepede

Orientaccedilotildees para o trabalho em sedestaccedilatildeo

Orientaccedilotildees para transferecircncia de pacientes acamados

Cinesioterapia laboral Nesse capiacutetulo se discute a importacircncia do

exerciacutecio fiacutesico na prevenccedilatildeo da LERDORT sendo eacute apresentados

alguns exerciacutecios laborais com convite para a praacutetica regular dos

mesmos

O Manual produzido e posteriormente aplicado encontra-se no anexo 5

53 A QUALIDADE DE VIDA DE TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

ANTES E APOacuteS UMA ATIVIDADE EDUCATIVA

A qualidade de vida no trabalho eacute percebida subjetivamente pelos

indiviacuteduos no ambiente laboral e deve envolver condiccedilotildees de seguranccedila

trabalho digno remuneraccedilatildeo e benefiacutecios adequados estabilidade feedback

quanto ao desempenho oportunidade de crescimento e de aprendizado

possibilidade de promoccedilatildeo clima social positivo e justiccedila social132 192

Trata-se de um conceito amplo e de certo modo pode ser afetado pela

sauacutede fiacutesica estado emocional convicccedilotildees pessoais relaccedilotildees sociais e

estiacutemulos provenientes do meio 132 De um modo geral as definiccedilotildees de

108

Qualidade de Vida reforccedilam a ideia de que sua percepccedilatildeo eacute encarada

diferentemente pelos indiviacuteduos192

O trabalho ocupa lugar central na vida do homem e dependendo da

forma como estaacute sendo executado e organizado pode ser gerador de fatores

desgastantes e potencializadores de processos sauacutede-doenccedila levando o

trabalhador ao adoecimento193 194 195

Inseridos nesse contexto estaacute o trabalhador de enfermagem que tem

seu trabalho caracterizado por atividades que exigem alta interdependecircncia

entre os pares nas quais a motivaccedilatildeo surge como aspecto fundamental na

busca de maior eficiecircncia para a qualidade na assistecircncia prestada aliada agrave

satisfaccedilatildeo destes trabalhadores196

Justifica-se avaliar a qualidade de vida no trabalho do teacutecnico de

enfermagem devido aos prejuiacutezos que a baixa desta pode desencadear tanto

para os funcionaacuterios como para os hospitais

Essa atitude eacute necessaacuteria agravequelas empresas que almejam o sucesso

pois trazem resultados positivos tanto para o empregado na forma de uma

vida mais saudaacutevel e satisfatoacuteria como para a empresa na forma de reduccedilatildeo

no absenteiacutesmo melhorias no clima organizacional nos relacionamentos na

produtividade e nos resultados194

Para este estudo foram avaliados 08 domiacutenios de qualidade de vida

propostos pelo SF 36 lembrando que quanto mais proacuteximo de 100 (cem)

melhor o estado de sauacutede da populaccedilatildeo pesquisada

Observou-se que todos os domiacutenios pesquisados antes da atividade

educativa mostraram-se abaixo de 50 do ideal significando um

comprometimento desta

Observou-se tambeacutem que o domiacutenio mais afetado foi vitalidade seguido

pelos aspectos fiacutesicos aspecto emocional aspecto funcional estado geral

aspectos sociais sauacutede mental e por fim dor

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

109

QUADRO 1 O quadro abaixo mostra os valores obtidos nos diferentes

domiacutenios com a aplicaccedilatildeo do SF 36antes do desenvolvimento da atividade

educativa

DOMIacuteNIOS Meacutedia dos valores encontrados

Capacidade funcional 458333

Aspectos fiacutesicos 291667

Dor 506667

Estado geral 491667

Vitalidade 200000

Aspectos sociais 499000

Aspectos emocionais 386667

Sauacutede Mental 499998

Partimos do princiacutepio que o trabalho quando executado em ambientes

insalubres e penosos pode interferir negativamente na qualidade de vida de

trabalhadores197 e traz sofrimento fiacutesico198

Em outro estudo199 encontramos resultados semelhantes aos aqui

apresentados os autores relatam que tais resultados refletem o sentimento de

cansaccedilo e esgotamento do grupo O cansaccedilo estaacute significativamente associado

agrave presenccedila de sintomas como problemas do sono estresse e depressatildeo203

fato que daacute credibilidade a fala do grupo quando se refere ldquofico aperreadordquo

ldquofico estressadordquo abordadas no capiacutetulo 51

Trabalhadores de enfermagem comumente apresentam sensaccedilatildeo de

fadiga crocircnica e essa pode se manifestar de diversas formas sensaccedilatildeo de

esgotamento dores de cabeccedila e no corpo perda do apetite irritabilidade

desacircnimo e induzem ao empobrecimento da vida social mental e laboral dos

mesmos192

Devido agraves condiccedilotildees laborais percebidas o excesso de trabalho e a natildeo

satisfaccedilatildeo pessoal com a profissatildeo anteriormente descritas nas falas dos

sujeitos da pesquisa nos faz acreditar que haacute um cansaccedilo acumulado no grupo

e isso pode interferir na satisfaccedilatildeo perante o trabalho

110

Estudo demonstra que haacute influecircncia direta do ambiente de trabalho e da

organizaccedilatildeo do mesmo sobre a qualidade de vida dos servidores e ainda

afirma que eacute necessaacuterio proporcionar ao trabalhador um estilo de vida mais

ativo saudaacutevel e ofertar ao mesmo condiccedilotildees salubres e adequadas para

desenvolverem e aperfeiccediloarem seu trabalho200

Neste contexto o ambiente de trabalho pode estar associado ao

sofrimento fiacutesico e psiacutequico dos trabalhadores uma vez que um tempo

significativo da vida dessas pessoas acontece neste ambiente201

Partimos do pressuposto de que existe relaccedilatildeo positiva entre o

Programa Educativo e a Qualidade de Vida dos Teacutecnicos de Enfermagem

Os dados referentes agrave qualidade de vida aleacutem de terem sido colhidos

antes da atividade educativa foram tambeacutem avaliados apoacutes 10 e 30 dias do

desenvolvimento da mesma

O graacutefico abaixo mostra o comportamento dos domiacutenios do SF 36 no

grupo nos trecircs momentos investigados

111

Graacutefico 1 Comportamento dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por

meio do SF-36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias

decorridos da atividade educativa

O quadro abaixo detalha quantitativamente as meacutedias obtidas

Quadro 2 Meacutedia dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por meio do SF-

36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias decorridos da

atividade educativa

DOMIacuteNIOS Valores antes Valores apoacutes

10 dias

Valores apoacutes

30 dias

Capacidade funcional 458333 a 700000 b 715000 b

Aspectos fiacutesicos 291667 a 750000 b 718333 ab

Dor 506667 a 760000 b 765000 ab

Estado geral 491667 a 708333 b 718333 ab

Vitalidade 200000 a 316667 a 331667 a

Aspectos sociais 499000 a 458333 a 464167 a

Aspectos emocionais 386667 a 831667 b 876667 ab

Sauacutede Mental 499998 a 680000 a 688333 a

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5 de probabilidade

112

Apoacutes 10 (dez) observamos que houve incremento na qualidade de vida

do grupo em todos os domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade e aspectos sociais

que continuaram abaixo de 50 (cinquenta por cento)

Decorridos 30 (trinta) dias da accedilatildeo educativa o mesmo resultado se

manteve apenas os domiacutenios vitalidade e aspectos sociais mantiveram

escores menores que 50 (cinquenta)

Estatisticamente analisando os dados pelo teste de Tukey todos os

domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade aspecto social e sauacutede mental

apresentaram incremento estatisticamente significante apoacutes a atividade

educativa

A vitalidade apresentou pequena variaccedilatildeo positiva nos dez dias apoacutes o

desenvolvimento da atividade educativa que se manteve 30 dias apoacutes apesar

de natildeo ter sido estatisticamente significante

O domiacutenio aspecto social manteve-se inalterado do ponto de vista

estatiacutestico antes e apoacutes (tanto 10 como 30 dias) decorridos da atividade

educativa

As meacutedias encontradas para a Sauacutede Mental do SF36 tiveram evoluccedilatildeo

depois de decorrido 10 dias e 30 dias apoacutes a atividade educativa apesar de

tambeacutem natildeo terem significacircncia estatiacutestica

O componente Capacidade Funcional que avalia a presenccedila e extensatildeo

de restriccedilotildees relacionadas agrave capacidade fiacutesica dos sujeitos teve significativa

variaccedilatildeo estatiacutestica nos 10 (dez) dias seguintes da atividade educativa apoacutes o

trigeacutesimo dia houve variaccedilatildeo positiva mas sem ser estatisticamente

significante esses achados nos sugerem uma melhor condiccedilatildeo fiacutesica apoacutes a

atividade educativa

Os dados encontrados estatildeo em desacordo com a literatura que afirma

que a capacidade funcional apresenta domiacutenio comprometido apoacutes ginaacutestica

laboral em profissionais que trabalham em hospital universitaacuterio e equipe de

enfermagem com queixas de lombalgia 204 203

Por outro lado os dados obtidos nesta pesquisa vatildeo ao encontro de

estudos que se propunham avaliar qualidade de vida de enfermeiros frente a

atividades fiacutesicas tais estudos mostraram bons iacutendices no domiacutenio Capacidade

Funcional204 205 206 em enfermeiros praticantes de atividade fiacutesica Natildeo

113

encontramos estudos que avaliassem mudanccedilas de capacidade funcional

correlacionadas com atividades educativas que incluam a atividade fiacutesica como

uma das suas estrateacutegias

Os aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos emocionais

apresentaram comportamentos similares ou seja evoluiacuteram e mantiveram um

valor crescente com significacircncia estatiacutestica apoacutes 10 (dez) e 30 (trinta) dias

decorridos da accedilatildeo educativa

Estudos demonstram que muacuteltiplos fatores podem estar relacionados ao

incremento negativo dos aspectos supra referidos e trazer sofrimento fiacutesico e

psiacutequico aos trabalhadores na maioria das vezes longas jornadas de trabalho

ritmos acelerados de produccedilatildeo pressatildeo repressora e autoritaacuteria inexistecircncia

ou escassas pausas para o descanso ao longo das jornadas de trabalho

estrutura fiacutesica precaacuteria material disponiacutevel fragmentaccedilatildeo de tarefas e

desqualificaccedilatildeo do trabalho realizado geram agressatildeo ao trabalhador 207 208 209

210 no entanto um aspecto nos chamou a atenccedilatildeo eacute que no periacuteodo em que o

estudo foi realizado natildeo constatamos qualquer mudanccedila na estrutura fiacutesica

eou administrativa na Unidade Hospitalar e mesmo assim incrementos

positivos aconteceram isso nos leva a concluir que o programa educativo

idealizado a partir da interaccedilatildeo com o grupo estudado foi eficaz na melhoria da

qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem sobretudo nos aspectos fiacutesicos

dor estado geral e aspectos emocionais e capacidade funcional

54 A PRESENCcedilA DE DORES OSTEOMUSCULARES

RELACIONADAS AO TRABALHO EM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM ANTES E APOacuteS UM PROGRAMA EDUCATIVO

Para este estudo foi avaliada a percepccedilatildeo aacutelgica dos teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa

Antes da atividade educativa independentemente do periacuteodo

considerado (12 meses ou sete dias) observou-se queixas de dores em todas

as aacutereas corpoacutereas avaliadas pelo Instrumento

114

Essas queixas estavam relacionadas agrave dor e parestesia Os dados

apresentados vatildeo ao encontro do que mostra a literatura onde se conclui que

os relatos referidos pelos trabalhadores portadores de DORTs envolvem

queixas inespeciacuteficas tais como dor localizada dor irradiada e sensaccedilatildeo de

peso 211

Acreditamos que essas queixas possuem relaccedilatildeo direta com as

condiccedilotildees de trabalho percebidas e relatadas pelo grupo A literatura aponta

tambeacutem que a presenccedila de sintomas osteomusculares nos trabalhadores de

enfermagem eacute atribuiacuteda principalmente a fatores ergonocircmicos e posturais

inadequados presentes na dinacircmica hospitalar212

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

Eacute possiacutevel observar que antes da atividade educativa existia no

grupoelevada percepccedilatildeo de sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano Natildeo

considerando a regiatildeo acometida constata-se que 942 dos teacutecnicos de

enfermagem queixavam-se de dores

Dentre os que aludiram sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(912) parte superior das costas (8369) punhos e matildeos (539) e joelhos

(337)

Em relaccedilatildeo aos sintomas osteomusculares percebidos nos uacuteltimos sete

dias 8857 dos teacutecnicos de enfermagem afirmaram positivamente Entre os

que referiram sintomatologia na uacuteltima semana as regiotildees mais referenciadas

foram respectivamente parte inferior das costas (933) parte superior das

costas (714) ombros (256) e pescoccedilo (151) como eacute possiacutevel observar

na tabela que se segue

115

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de

Enfermagem do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES da atividade educativa

Nos uacuteltimos 12 meses vocecirc

teve problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7 dias vocecirc teve

problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b)

Ombros 1084(a) 256(b)

Parte superior das costas 8369(a) 714(b)

Cotovelos 91(a) 128(b)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b)

Parte inferior das costas 912(a) 933(b)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b)

Joelhos 337(a) 116(b)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Em estudo eacute confirmado dados similares com prevalecircncia de sintomas

na regiatildeo lombar146 Em pesquisas similares foi verificada a prevalecircncia de

distuacuterbios osteomusculares em regiotildees corporais como a coluna lombar

ombros coluna cervical e joelhos213 214

Elevadas taxas de queixas aacutelgicas tambeacutem foram observadas em outras

pesquisas 215216217218219 que utilizaram o mesmo instrumento do presente

estudo verificou-se que 930 dos teacutecnicos e auxiliares de enfermagem de

um hospital puacuteblico referiram queixas de dor

Cada atividade ocupacional apresenta caracteriacutesticas que podem

predispor algum tipo de doenccedila relacionada ao trabalho No caso especiacutefico

das LERDORTs determinadas atividades que envolvem de alguma forma

movimentos repetitivos esforccedilo com sobrecarga inclusive estaacutetica estatildeo

associados agrave origem de muitos problemas musculoesqueleacuteticos como parece

ser o caso dos profissionais teacutecnicos de enfermagem216 Contraccedilotildees

musculares estaacuteticas contiacutenuas aumento da pressatildeo intramuscular

116

minimizaccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e compressatildeo de feixes nervosos satildeo

mecanismos fisiopatoloacutegicos que podem produzir alteraccedilotildees musculares e

repercutir em dores musculares216

Outro fato importante de salientar eacute que as dores de coluna podem estar

relacionadas tanto a questotildees psicoloacutegicas (estresse e ansiedade) quanto

fiacutesicas 216 220 Dentre as possiacuteveis causas de estresse psicoloacutegico nos teacutecnicos

de enfermagem poderiam estar o fato de trabalharem com a questatildeo da

doenccedila enfermarias superlotadas falta de atitudes cooperativas baixa

autoestima atenccedilatildeo constante fatos relatados pelos mesmos

ldquoEu fico triste no trabalho soacute fico alegre quando eu

recebo elogios fica bomeu sei conversarsou meio

psicoacutelogardquo

ldquoNatildeo tocirc realizada natildeo quer dizer mais ou menos Eacute

razoaacutevel O salaacuterio eacute ruim o trabalho eacute muito

cansativo Cuidar do paciente se quebra ateacute os

braccedilos Eacute uma torturardquo

ldquoNingueacutem taacute nem aiacute para genterdquo

Outro fato que merece destaque eacute o sedentarismo pois pode tornar o

indiviacuteduo suscetiacutevel a doenccedilas ocupacionais afetando a sua produtividade no

ambiente de trabalho221 Este dado condiz com o presente estudo pois

encontramos falas aludidas no capiacutetulo 5 que fazem menccedilatildeo a essa situaccedilatildeo

A praacutetica regular de atividade fiacutesica promove melhor adaptaccedilatildeo do

sistema muscular circulatoacuterio e metaboacutelico levando a alteraccedilotildees beneacuteficas na

musculatura esqueleacutetica e assim reduzindo o surgimento de sintomas

osteomusculares e incapacidades222

A participaccedilatildeo do teacutecnico de enfermagem no programa educativo

idealizado agrave partir da interaccedilatildeo com os mesmos mostrou forte impacto na

reduccedilatildeo das dores osteomusculares relacionadas ao trabalho A tabela abaixo

mostra os dados encontrados antes e apoacutes a atividade educativa

117

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de Enfermagem

do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES e APOacuteS 30 dias decorridos da atividade educativa

ANTES APOacuteS

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b) 2502 (a) 51(c)

Ombros 1084(a) 256(b) 1098(a) 56(c)

Parte superior das

costas

8369(a) 714(b) 8069(a) 111(c)

Cotovelos 91(a) 128(b) 99(a) 56(c)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b) 519(a) 51(c)

Parte inferior das

costas

912(a) 933(b) 892(a) 226(c)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b) 139(a) 030(c)

Joelhos 337(a) 116(b) 347(a) 49(c)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b) 279(a) 32(c)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Apoacutes o desenvolvimento da Atividade Educativa como era esperado

verificou-se que natildeo houve variaccedilatildeo das queixas de dores referentes ao uacuteltimo

ano No entanto em relaccedilatildeo as queixas aacutelgicas nos uacuteltimos 7 (sete) dias

quando se compara antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa eacute

possiacutevel constatar diminuiccedilatildeo estatisticamente significativa da queixa de dores

entre os trabalhadores

Entre os que referiram sintomatologia dolorosa na uacuteltima semana as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(226) parte superior das costas (116) cotovelos e ombros (56)

118

Observou-se portanto o efeito positivo da atividade educativa proposta

na minimizaccedilatildeo de queixas aacutelgicas relacionadas ao trabalho Natildeo encontramos

estudos similares na literatura correlacionando percepccedilatildeo aacutelgica de teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa

119

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

120

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A educaccedilatildeo em sauacutede tem sido utilizada por profissionais da sauacutede

sobretudo na atenccedilatildeo baacutesica como forma de intervenccedilatildeo na tentativa de

facilitar o aprendizado modificar haacutebitos e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees tal praacutetica eacute comprovada pela literatura atual poreacutem o modo de se

fazer ainda natildeo estaacute totalmente difundido entre os profissionais da sauacutede

sobretudo aqueles que trabalham na sauacutede ocupacional

A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas na ambiecircncia hospitalar pode ser

uma forma de aprimorar o conhecimento dos profissionais que trabalham com

sauacutede ocupacional neste caso especificamente com a prevenccedilatildeo das

LERDORTs

Nesta pesquisa procuramos colaborar com dois aspectos o primeiro

quando nos propusemos a conhecer a realidade do trabalho e os saberes do

teacutecnico de enfermagem sobre LERDORT para a partir desses dados

organizar uma proposta de intervenccedilatildeo educativa e o segundo ao avaliar esta

intervenccedilatildeo a partir da qualidade de vida e da percepccedilatildeo de dores

osteomusculares relacionadas ao trabalho

No primeiro momento o processo de elaboraccedilatildeo da intervenccedilatildeo

educativa considerou que a transmissatildeo unidirecional de informaccedilotildees

desvalorizando os saberes e experiecircncia dos educandos seria um equiacutevoco

como vem mostrando a literatura sobre educaccedilatildeo em sauacutede Partimos do

pressuposto de que os sujeitos possuiacuteam saberes valiosos decorrentes de

suas experiecircncias em lidar com trabalho e seus problemas de sauacutede

Observamos que os teacutecnicos de enfermagem tecircm uma compreensatildeo

sobre o processo de adoecimento relacionado com seus trabalhos

especialmente no tocante potencial desenvolvimento das LERDORTs

121

As falas dos teacutecnicos de enfermagem do Hospital investigado sobre

LERDORT mencionadas nos capiacutetulos iniciais dessa pesquisa foram muito

ricas e serviram de ferramentas para a construccedilatildeo da proposta educativa

Dessa forma a Educaccedilatildeo em Sauacutede proposta estimulada pela

construccedilatildeo e pensar coletivos sobre o modo que os teacutecnicos de enfermagem

atuavam tornou-os corresponsaacuteveis pela prevenccedilatildeo desencadeando uma

aprendizagem mais significativa Isto reforccedilou o potencial da Educaccedilatildeo em

Sauacutede opondo-se ao reducionismo do processo educativo e caminhando em

direccedilatildeo a um processo informativo-cognitivo na educaccedilatildeo dos trabalhadores

proacuteximo a realidade laboral dos mesmos

No segundo momento dessa pesquisa observamos que a vivecircncia

dessa intervenccedilatildeo trouxe benefiacutecios na qualidade de vida e na reduccedilatildeo de

dores osteomusculares relacionadas ao trabalho do grupo de estudo

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida dos teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede e vitalidade pode- se afirmar que o programa educativo

elaborado a partir da interaccedilatildeo com o grupo teve impactos positivos Nos

domiacutenios capacidade funcional aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais podemos afirmar tambeacutem que tal melhora persiste ateacute 30 (trinta)

dias corridos nos domiacutenios aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais e sauacutede mental

No que diz respeito a presenccedila de sintomas osteomusculares

relacionados ao trabalho observou-se que a atividade educativa interfere

positivamente na minimizaccedilatildeo dos mesmos

Eacute sabido que o surgimento das LERDORTs na ambiecircncia hospitalar eacute

multifatorial e por isso necessita ser abordada de forma distinta Grande parte

dos fatores desencadeadores das mesmas em hospitais puacuteblicos natildeo estaacute ao

nosso alcance poreacutem uma atividade educativa dependente diretamente do

envolvimento dos profissionais que trabalham com sauacutede ocupacional e podem

ter repercussotildees positivas minimizaccedilatildeo dos agravos Apesar de natildeo se ter

modificado o meio em que o teacutecnico de enfermagem trabalha foi possiacutevel com

122

a atividade educativa melhorar sua qualidade de vida e reduzir a

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho

Ao final dessa pesquisa nos remetemos a algumas indagaccedilotildees De que

modo o Fisioterapeuta como integrante de uma equipe de sauacutede ocupacional

tem se apropriado dessas questotildees Como aprimorar o papel educativo do

Fisioterapeuta junto a estes e outros profissionais expostos ao adoecimento

relacionado ao trabalho

As respostas a estes questionamentos ainda poderatildeo ser mais

aprofundadas e discutidas pela comunidade acadecircmica mas o que sabemos eacute

que o aprimoramento da Atividade Educativa do Fisioterapeuta pode ajudar os

trabalhadores a manterem-se mais saudaacuteveis produtivos e felizes

123

REFEREcircNCIAS

124

7 REFEREcircNCIAS

1 Murofuse NT Abranches S S Napoleatildeo A A Reflexotildees sobre estresse e

Burnout e a relaccedilatildeo com a enfermagem Rev Latino-amEnfermagem

200513(2)255-61

2 Murofuse NT O adoecimento dos trabalhadores de enfermagem na Fundaccedilatildeo

Hospitalar do estado de Minas Gerais reflexatildeo das mudanccedilas no mundo do

trabalho Ribeiratildeo Preto Tese [Doutorado Enfermagem] - Universidade de Satildeo

Paulo 2004

3 Belancieri MF Bianco MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em

trabalhadores da aacuterea de enfermagem de um Hospital Universitaacuterio

TextoampContexto Enfermagem 2004 janmar 13(1)124-131

4 Jensen R Disabling back injuries among nursing personal research needs and

justification RevNursHealth 198710(1)29-38

5 De Marchi BD Rita C Do Carmo CR Maria Luacutecia Almeida S L Riscos

ocupacionais e alteraccedilotildees de sauacutede entre trabalhadores de enfermagem

brasileiros de unidades de urgecircncia e emergecircncia Cienc Enferm 2010

16(2)69-81

6 Vieira ER Kumar S Coury HJ Narayan Y Low back problems and possible

improvements in nursing jobs Journal of Advanced Nursing 2006 jul 55 (1) 79-

89

7 Magora A Investigation of the relation between low back pain and occupation

Ind Med 2010 39(11)31-7

125

8 Hartvigsen J Lauritzen S Lings S Lauritzen T Intensive education combined

with low tech ergonomic intervention does not prevent low back pain in nurses

Occup Environ Med 2005 62 (1)13-7

9 Horneij EL Jensen IB Holmstroumln EB Ekdahl C Sick leave among home-care

personnel a longitudinal study of risk factors BMC Musculoskelet Disord

20045(1)38

10 Chiou WK Wong MK Lee YH Epidemiology of low back pain in Chinese

nurses Int J Nurs Stud 1994 31361-368

11 Fernandes JD Ferreira SL albergaria AK Conceiccedilatildeo FM Sauacutede mental e

trabalho feminino imagens e representaccedilotildees de enfermeiras Rev Latino-am

Enfermagem 200210(2)199-206

12 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Occup Environ Med 2004 61 398-404

13 Botha WE Bridger RS Anthropometric variability equipment usuability and

musculoskeletal pain in a group of nurses in the western cape Appl Ergon

2008 1(1) 481-90

14 Nardi HC Sauacutede do trabalhador subjetividade e interdisciplinaridade In Merlo

ARC organizador Sauacutede e Trabalho no Rio Grande do Sul realidade

pesquisa e intervenccedilatildeo 1ed Porto Alegre UFRGS 2004 [v143-64]

15 Lacaz FAC Sauacutede do trabalhador Campinas Tese [Doutorado] - Faculdade de

Ciecircncias Medicas da Universidade Estadual de Campinas 1996

16 Haag GS Lopes MJM Schuck JS Organizadores A enfermagem e a sauacutede

dos trabalhadores 2 ed rev e ampl Goiacircnia Editora AB 2001

17 Farias SNP Riscos no trabalho e agravos agrave sauacutede do trabalhador de

enfermagem em centro municipal de sauacutede Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo

126

[Mestrado em Enfermagem]- EEAN Universidade Federal do Rio de Janeiro

1999

18 Frias Junior CAS A sauacutede do trabalhador no Maranhatildeo uma visatildeo atual e

proposta de atuaccedilatildeo Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede

Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz 1999

19 Wright WC Introduction In RAMAZZINI B Diseases of Workers Thunder

Bay Canada OHampS Press 1993 p 1-34 [Translated by Wilmer Cave Wright

1940]

20 Arruda JJA Piletti N Toda a Histoacuteria Satildeo Paulo Aacutetica 1997

21 Prado Juacutenior C Evoluccedilatildeo poliacutetica do Brasil Colocircnia e impeacuterio Satildeo Paulo

Brasiliense 1999

22 Laurell AC Noriega M Para o Estudo da Sauacutede na sua relaccedilatildeo com o

processo de trabalho In Processo de Produccedilatildeo e Sauacutede Trabalho e Desgaste

Operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

23 Oddone I Marri G Gloacuteria S Briante G Chiattella M REA Ambiente de

trabalho a luta dos trabalhadores pela sauacutede Satildeo Paulo Hucitec 1986

24 Mendes R Dias EC Da medicina do trabalho agrave sauacutede do trabalhador Revista

de sauacutede puacuteblica 1991 25 (5) 341-349

25 Bellusci SM Doenccedilas profissionais ou do trabalho 6 ed Satildeo Paulo Editora

Senac 2005

26 Chaffin DB Anderson GBJ Martins BJ Biomedicina Ocupacional Belo

Horizonte Ed Ergo 2001

27 Oliveira RMR A abordagem das lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho LERDORT no Centro de

127

Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador do Espiacuterito Santo ndash CRSTES Rio de

Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Oswaldo

Cruz Rio de Janeiro 2001

28 Leite PC Silva A Merighi MAB A mulher trabalhadora de enfermagem e os

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho Rev esc enferm USP

2007 jun 41 (2)287-291

29 Felli VEA Kurcgant P A sauacutede do trabalhador de enfermagem um estudo no

enfoque do materialismo histoacuterico e dialeacutetico Rev Paulista de Enfermagem

2000 setdez19 (3)41-8

30 Pinho DLM Abrahatildeo JI Ferreira MC As estrateacutegias operatoacuterias e a gestatildeo da

informaccedilatildeo no trabalho de enfermagem no contexto hospitalar Rev latino-am

Enfermagem 2003 marabr11(2)168-76

31 Peduzzi M Anselmi ML O processo de trabalho de enfermagem a cisatildeo entre

o planejado e execuccedilatildeo do cuidado Rev Bras Enferm 2002 55(4)392-398

32 Rocha SSL Felli AVE Qualidade de vida no trabalho docente em enfermagem

Rev Latino-am enfermagem 2004 janfev 2(1) 28-35

33 Raduumlnz V Cuidando e se cuidando 2 ed Goiacircnia Editora AB 1999

34 Murofuse NT Alves DCI Favero GC Brotto AO Comportamento dos

acadecircmicos docentes e teacutecnicos administrativos da cliacutenica odontoloacutegica da

Unioeste riscos e atividades desenvolvidas Acta Scientiarum Health Sciences

(Online) 2008 3081-87

35 Assunccedilatildeo AA Rocha LE Doenccedilas Osteomusculares Relacionadas com o

Trabalho membro superior e pescoccedilo In MENDES R Patologia do Trabalho

Satildeo Paulo Atheneu 2003

128

36 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Protocolo de investigaccedilatildeo diagnoacutestico

tratamento e prevenccedilatildeo de lesotildees por esforccedilos repetitivos LERDORT

Brasiacutelia DF 2000

37 Rio RP LER ciecircncia e lei novos horizontes da sauacutede e do trabalho Belo

Horizonte (MG) Health 199

38 MINISTEacuteRIO DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL (BR) Atualizaccedilatildeo da Norma Teacutecnica

sobre Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-DORT Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo 11 de julho 1997 Seccedilatildeo 34231-9

39 OLIVEIRA CR Conceituaccedilatildeo da LER In OLIVEIRA CR Manual Praacutetico de

LER 2aed Belo Horizonte Editora Health 1998 p21-28

40 Regis F Gilseacutee I Michels G SELL I Work related musculoskeletal disorders in

dentists Rev bras epidemiol 2006 9(3)346-359

41 Merlo AacuteRC Jacques MGC Hoefel MGLGroups activity with repetitive strain

injuries workers experience reportPsicol Reflex Crit 2001 14(1)253-258

42 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Comitecirc Assessor das LERDORT Protocolo de

investigaccedilatildeo diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo de LERDORT Brasiacutelia

1999

43 Michelin CF Michelin AL Loureiro CA Estudo epidemioloacutegico dos distuacuterbios

musculoesqueletais e ergonocircmicos em Cirurgiotildees Dentistas Revista da

Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo 2000

juldez5(2)61-7

44 Guido LA Stress e coping entre enfermeiras de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo

anesteacutesica Satildeo Paulo Tese [Doutorado em enfermagem] ndash Escola de

enfermagem da Universidade de Satildeo Paulo 2003

129

45 Britto ES Enfermeiros psiquiaacutetricos estresse enfrentamento e sauacutede Ribeiratildeo

Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

2006

46 Christophoro R Waidman MAP Estresse e condiccedilotildees de trabalho um estudo

com docentes do curso de enfermagem da UEM Estado do Paranaacute Acta

Scientiarum 2002 24(3)757-63

47 Almeida NA Estresse ocupacional uma visatildeo psicoloacutegica sobre a sauacutede do

trabalhador Manaus Tese [doutorado em Psicologia] - Centro Universitaacuterio

Luterano de Manaus 2005

48 Beck CLC Gonzales RMB Stekel LMC Donaduzzi JC O trabalho da

enfermagem em unidades criacuteticas e sua repercussatildeo sobre a sauacutede dos

trabalhadores Esc Anna Nery R Enferm 2006 Ago 10(2)221-7

49 Dejours C A loucura do trabalho estudo de psicopatologia do trabalho

Traduccedilatildeo de Ana Isabel Paraguay e Lucia Leal Ferreira 5 ed ampl Satildeo

Paulo Editora Cortez 1992

50 Stacciarini JMR Troacuteccoli BT O estresse na atividade ocupacional do

enfermeiro Rev Latino-AmEnfermagem 2001 marabr9(2)305-17

51 Popim RC O cuidador na accedilatildeo de cuidar na enfermagem oncoloacutegica Ribeiratildeo

Preto Tese [Doutorado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

Ribeiratildeo Preto 2001

52 Meirelles NF Zeitoune RCG Satisfaccedilatildeo no trabalho e fatores de estresse da

equipe de enfermagem de um centro ciruacutergico oncoloacutegico Escola Anna Nery

Revista de Enfermagem 2003 abr 7(1)78-88

53 Miguez J Bonami M Comportamentos de ausecircncia quadros de anaacutelise e suas

operacionalizaccedilotildees Cad de Ciecircnc Sociais 19886173-9

130

54 Midorikawa ET A odontologia em sauacutede do trabalhador como uma nova

especialidade profissional definiccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funccedilotildees do

cirurgiatildeo dentista na equipe de sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Odontologia]-Universidade de Satildeo Paulo 2000

55 Souza M de Acidentes ocupacionais e situaccedilotildees de risco para a equipe de

enfermagem um estudo em cinco hospitais do municiacutepio de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo Tese [Doutorado em Medicina] - Universidade Federal de Satildeo Paulo

2002

56 Graccedila L Satisfaccedilatildeo profissional dos meacutedicos de famiacutelia no SNS Meacutedico de

Famiacutelia 2000 Feb 2 (III seacuterie)48-50

57 Martinez L Ferreira A Sousa L Cunha J A esperanccedila eacute a uacuteltima a morrer

Capital psicoloacutegico positivo e presentismo Comportamento Organizacional e

Gestatildeo v13 n1 Disponiacutevel em

httpwwwscieloocesmctesptpdfcogv13n1v13n1a03pdf Acesso em 28 de

julho de 2010

58 Nascimento GM Estudo do absenteiacutesmo dos trabalhadores de enfermagem

em uma unidade baacutesica e distrital de sauacutede do municiacutepio de Ribeiratildeo Preto -

SP Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de

Satildeo Paulo 2003

59 Castejoacuten JC El papel de las condiciones del trabajo em La incapacidad

temporal por enfermidad comuacuten y acidente no laboral Barcelona [Doutorado] -

Bellaterra Universitat Autonoma de Barcelona 2002

60 Rocha SMM Almeida MCP O processo de trabalho da enfermagem em sauacutede

coletiva e a interdisciplinaridade Rev Latino-Am Enfermagem 20008(6) 96-

101

61 Mussi FC Conforto e loacutegica hospitalar anaacutelise a partir da evoluccedilatildeo histoacuterica do

conceito conforto na enfermagem Acta paul enferm [online] 200518(1)72-81

131

62 Carvalho MB de Felli VEA O trabalho de enfermagem psiquiaacutetrica e os

problemas de sauacutede dos trabalhadores Rev Latino-Am Enfermagem [serial

on the Internet] 2006 Feb [cited 2011 June 09] 14(1) 61-69

63 Singer P Souza AR Organizador A economia solidaacuteria no Brasil a autogestatildeo

como resposta ao desemprego Satildeo Paulo Contexto 2003

64 Beck U La sociedade Del riesgo hacia uma nueva modernidad Barcelona

Paidoacutes 1998

65 Murofuse NT Marziale MHP Mudanccedilas no trabalho e na vida de bancaacuterios

portadores de Lesotildees por esforccedilos repetitivos LER Rev Latino-am

Enfermagem 2001 julhoago 9(4)19-25

66 Settimi MM Silvestre MP Lesotildees por esforccedilos repetitivos (LERDORT) um

problema da sociedade brasileira In Codo W Almeida MC (Orgs)

LERDORT diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo Petroacutepolis Vozes 1995

67 Merlo ARC A informaacutetica no Brasil Prazer e sofrimento no trabalho Porto

Alegre Ed da UniversidadeUFRGS 1999

68 Stacciarini JM OKeeffe M Mathews M Group therapy as treatment for

depressed Latino women a review of the literature Issues in Mental Health

Nursing 2007 May28(5)473-88

69 Regis FGI Michels G Sell I Lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiotildees-dentistas Rev bras

epidemiol [serial on the Internet] 2006 Sept 9(3) 346-359

70 Sato L LER Objeto e Pretexto para a Construccedilatildeo do Campo Trabalho e

Sauacutede Cad Sauacutede Puacuteblica 2001 JanFeb 17(1)147-152

132

71 Bernard BP Musculoskeletal disorders and workplace factors A critical review

of epidemiologic evidence for work related musculoskeletal disorders of the

neck upper extremity and low back Cincinnati NIOSH 1997 KUORINKA I

FORCIER L LATR ndash Les Leacutesions Attribuables au Travail Reacutepeacutetitif Quebec ndash

Canadaacute Editions Multi Mondes 1995

72 Buckle P Work factors and upper limb disorders BMJ 1997 1360-1363

73 Santos Filho SB Barreto SM Atividade ocupacional e prevalecircncia de dor

osteomuscular em cirurgiotildees-dentistas de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil

Contribuiccedilatildeo ao debate sobre os distuacuterbios osteomusculares relacionados ao

trabalho Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 17(1) 181-193

74 Lupton D Corpos prazeres e praacuteticas do eu Educaccedilatildeo amp Realidade 2000 25

15-48

75 Valla VV Stotz EN organizadores Participaccedilatildeo popular educaccedilatildeo e sauacutede

teoria e praacutetica Rio de Janeiro Relume-Dumaraacute 1997

76 Valadatildeo MM Sauacutede na Escola um campo em busca de espaccedilo na agenda

intersetorial Satildeo Paulo Tese [Doutorado]-Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da

Universidade de Satildeo Paulo 2004

77 Dejours C Confeacuterence d introduction In Acts Colloque International de

Psycodynamique et Psychopathologie du Travail Paris Conservatorie

Naacutetionaldes Arts et Meacutetieacuters 1997

78 Assunccedilatildeo AA As modalidades de gestatildeo das situaccedilotildees de trabalho para

compensar as deficiecircncias dos membros do coletivo Belo Horizonte UFMG

2001

79 Assunccedilatildeo AA Lima FPA A Nocividade no Trabalho Contribuiccedilatildeo da

Ergonomia In MENDES R Patologia do Trabalho ndash Atualizada e Ampliada 2ordf

ed Vol II parte IV Rio de Janeiro Atheneu 2002

133

80 A Ginaacutestica Laboral na prevenccedilatildeo da LERDORT soluccedilatildeo ou paliatvo In

Barbosa Luis Guilherme Fisioterapia Preventiva nos Distuacuterbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ndash DORTrsquos ndash A fisioterapia do

trabalho aplicada Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002

81 Costa M LoacutepezE Educacioacuten para lasalud 1996 Madrid Piraacutemide 1996

82 Sznelwar LI Foacuterum Nacional sobre o Fenocircmeno LERDORT - ldquoConstruindo

uma nova visatildeo e formas concretas de accedilatildeordquo Ata final do Foacuterum Florianoacutepolis

Fundacentroout 2001 Disponiacutevel na internet httpwwwfundacentroscgov

Acesso em 18 de abril de 2011

83 Saad JED Responsabilidade civil do empregador pelos danos decorrentes do

acidente do trabalho Jus Navigandi 2011 Jan 16(2750) Disponiacutevel em

lthttpjusuolcombrrevistatexto18242gt Acesso em 24 abr 2011

84 Hobsbawm E Mundos do Trabalho Novos estudos sobre Histoacuteria Operaacuteria

Traduccedilatildeo de Waldea Barcellos e Sandra Bedran 3 ed Rio de Janeiro Paz e

Terra 2000

85 Mello RC Acidentes do trabalho sob a oacutetica da legislaccedilatildeo atualizada inclusive

com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 Doutrina e jurisprudecircncia dominantes

Satildeo Paulo Saraiva 1990

86 Morim SL Oliveira J Responsabilidade Civil Acidente do Trabalho Satildeo Paulo

Saraiva 2001

87 Alves VS A health education model for the Family Health Program towards

comprehensive health care and model reorientation Interface - Comunic

Sauacutede 2005 set 9(16)39-52

88 Segre M Ferraz FC O conceito de sauacutede Rev Sauacutede Puacuteblica199731(5) Satildeo

Paulo

134

89 Caponi S Georges CY El estatuto epistemoloacutegico del concepto de salud

Histoacuteria Ciecircncias Sauacutede 1997 4287-307

90 Teixeira CF Paim JS Vilasboas AL SUS modelos assistenciais e vigilacircncia da

sauacutede Informe Epidemioloacutegico do SUS 1998 7(2) 7-28

91 Freire P Pedagogia do Oprimido 23a Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2003

92 Gazzienelli MF Gazzienelli A Reis DC Penna CMM Educaccedilatildeo em sauacutede

conhecimentos representaccedilotildees sociais e experiecircncias da doenccedila Cad Sauacutede

Puacuteblica 2005 21(1)200-206

93 Candeias FMN Conceitos de educaccedilatildeo e de promoccedilatildeo em sauacutede mudanccedilas

individuais e mudanccedilas organizacionais Rev Sauacutede Puacuteblica 1997 31(2)209-

12

94 Pereira AL Educaccedilatildeo em sauacutede In Ensinando a cuidar em Sauacutede Puacuteblica

Difusatildeo 2003

95 Souza AC Colomeacute ICS Costa LED Oliveira DLLC A educaccedilatildeo em sauacutede com

grupos na comunidade uma estrateacutegia facilitadora da promoccedilatildeo da sauacutede

Rev Gauacutecha de Enf 2005 ago 26(2) 147-53

96 Freire P Educaccedilatildeo e mudanccedila 8ordf Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983

97 Oliveira SG Proteccedilatildeo Juriacutedica agrave sauacutede do Trabalhador 3ordf ed rev ampl e

atual Satildeo Paulo LTr 2001

98 Bellini HT Ensaios sobre programas de sauacutede bucal Biblioteca Cientiacutefica 1991

99 Vasconcelos EM Educaccedilatildeo popular nos serviccedilos de sauacutede 3ed Satildeo Paulo

Hucitec 1997

135

100 Hilger EC Abegg C Pretto SM Anaacutelise das abordagens de Educaccedilatildeo em

Sauacutede em programas de sauacutede bucal Accedilatildeo Coletiva 1999 2(2) 10-4

101 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Ocup Environ Med 2004 61 398-404

102 Gros MA The role of the occupational health nurse in risk management of

upper extremity complaints Occupational Medicine 199813(3)599-609

103 Ando S Ono Y Shimaoka M Hiruta S Hattori Y Hori F Takeuchi Y

Associations of self-estimated workloads with musculoskeletal symptoms

among hospital nurses Ocup Environ Med 2000 57 211-6

104 Macleod D The ergonomics edge improving safety quality and productivity

American College of Sports Medicine 2003 30(6)992-1008

105 Dale L Barkley A Bayless S Coleman SD McDonald B Myszkowski J

Phipps-Stevens Experience of cumulative trauma disorders on life roles of

worker and family member a case study of a married couple Work Reading

2003 20 (3)245-255

106 Rezende MP Agravos agrave sauacutede de auxiliares de enfermagem resultantes da

exposiccedilatildeo ocupacional aos riscos fiacutesicos Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 2003

107 Pereira ALF As tendecircncias pedagoacutegicas e a praacutetica educativa nas ciecircncias da

sauacutede Caderno de Sauacutede Puacuteblica 2003 setout 19(5) 1527ndash1534

108 Alan MM Ceacutesar-Vaz MR Almeida T Educaccedilatildeo ambiental e o conhecimento

do trabalhador em sauacutede sobre situaccedilotildees de risco Cienc Saude Colet 2005

10 (sup) 39-47

136

109 Tavolaro P Pereira IMTB Pelicioni MCF Oliveira CA F Empowerment as a

way to prevent work-related health conditions in slaughterhouse workers Rev

Sauacutede Puacuteblica [serial on the Internet] 2007 Apr 41(2)307-312

110 Vieira ER Work-related low back disorders in nurses frequency of

occurrence causes and prevention (reprint) allnursescom Nursing for Nurses

27 Aug 2006

111 Shawn WS Feuerstein M Lincoln AE Miller VI Wood PM Case management

services for work related upper extremity disorders integrating workplace

accommodation and problem solving AAOHN Journal 200149 (8)378-89

112 Spekle EM Hoozemans MJ Blatter BM Heinrich J van der Beek AJ Knol

DL Bongers PM van Dieen JH Effectiveness of a questionnaire based

intervention programme on the prevalence of arm shoulder and neck

symptoms risk factors and sick leave in computer workers a cluster

randomised controlled trial in an occupational setting BMC Musculoskelet

Disord 2010 11(1) 99

113 Monsivais DB Monsivais JJ Christensen M Treatment for clients with

cumulative trauma disorders using an educational model to communicate

choices AAOHN J 1993 41(12) 587-91

114 Serapioni M Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em

sauacutede algumas estrateacutegias para a integraccedilatildeo Ciecircnc sauacutede coletiva [online]

2000 5(1) 187-192

115 Minayo MC Sanches O Quantitativo-qualitativo oposiccedilatildeo ou

complementaridade Cad deSauacutedePuacuteblica19939(3)239-262

116 Morse JM A review committees guide for evaluating qualitative proposals

Qualitative Health Research 2007 13(1) 833-851

137

117 Moehr JR Evaluation salvation or nemesis of medical informatics

Computers in biology and medicine 2002 32 113-25

118 Santos SR Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomeacutedica

Sociedade Brasileira de Pediatria Jornal de Pediatria 1999

119 Pinheiro FA Troacuteccoli BT Carvalho CV Validaccedilatildeo do questionaacuterio noacuterdico de

sintomas osteomusculares como medida de morbidade Rev de Sauacutede Puacuteblica

36 (3) 307-312

120 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinatildeo I Quaresma MRl Traduccedilatildeo para

a liacutengua portuguesa e validaccedilatildeo do questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) Rev Bras Reumatol 1999 39(3)143-

150

121 Leininger M Qualitative research methods in nursing Orlando Grune amp

Stratton 1985 cap 3 p 33-71 Ethnography and ethnonursing models and

modes of qualitative dada analysis

122 Spradley J The Ethnographic Interview New York Holt Rinehart and

Winston 1979

123 Laplantine F Aprender antropologia Satildeo Paulo Brasiliense 1994

124 Aamodt AM Ethnography and Epistemology Generanting Nursing

Knowledge IN Morse JM Qualitative nursing research a contemporaty issue

Newbury Parke Sage 1991

125 Krueger RA Focus group a practical guide for applied esearch Newbury

Park Sage 1988 - Morgan DL (ed) Successful focus group advancing the

state o the art Newbury Park Sage 1993

138

126 Dawson S Manderson L e Tallo VL 1993 A manual for the use of focus

groups Methods for Social Research in Disease Boston World Health

Organization

127 Carlini-Cotrim B Potencialidades da teacutecnica qualitativa grupo focal em

investigaccedilotildees sobre abuso de substacircncias Rev Sauacutede Puacuteblica 1996 30(3)

285-93

128 Veiga L Gondim S M G A utilizaccedilatildeo de meacutetodos qualitativos na Ciecircncia

Poliacutetica e no Marketing Poliacutetico Opin Publica 2001 7(1) 1-15

129 Pizzol SJS Combinaccedilatildeo de grupos focais e anaacutelise discriminante um meacutetodo

para tipificaccedilatildeo de sistemas de produccedilatildeo agropecuaacuteria Rev Econ Sociol

Rural 2004 42(3) 451-468

130 Barbour RS Kitzinger J Developing focus group research London Sage

1999

131 Lefevre AMC Lefevre F Cardoso MRL Mazza MMPR Assistecircncia puacuteblica agrave

sauacutede no Brasil estudo de seis ancoragensSaude soc [online] 2002 11(2)

35-47

132 Alves-Mazzotti AJ Gewandsznajder F O meacutetodo nas ciecircncias naturais e

sociais pesquisa quantitativa e qualitativa 2ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Pioneira

2004

133 Szymanski H (Org) Almeida LR Prandini RCAR A entrevista na pesquisa

em educaccedilatildeo a praacutetica reflexive Brasiacutelia Editora Plano 2002

134 Kuorinka I Jonsson B Kilbom A Vinterberg H Biering-Sorensen F

Andersson G et al Standardised Nordic questionnaires for the analysis of

musculoskeletal symptoms ApplErgon 1987

139

135 Bergqvist V Wolgast E Nilsson B Voos M The influence of VDT work on

musculoskeletal disorders Ergonomics 199538754-62

136 Toomingas A Theorell T Michesen H Nordemar R Associations between

self-rated and psychosocial work conditions and musculoskeletal symptoms and

signs Scand J Work Environ Health 199723130-9

137 Ware JE Sherbourne CD The MOS ndash 36 item Short Form Health Survey (SF

ndash 36) conceptual framework and item selection MedCare 1992 30473-483

138 Viacava F Informaccedilotildees em sauacutede a importacircncia dos inqueacuteritos

populacionais Ciecircnc sauacutede coletiva 2002 7607-621

139 Aranha LLM Miroacuten Canelo JA Alonso Sardoacuten M Del Pino Montes J Saacuteenz

Gonzaacutelez MC Qualidade de vida relacionada agrave sauacutede em espanholas com

osteoporose Rev Sauacutede Puacuteblica [online] 200640(2) 298-303

140 Puglisi ML Franco B Anaacutelise de conteuacutedo 2 ed Brasiacutelia Liacuteber Livro 2005

141 Houaiss A Villar MS Minidicionaacuterio Houaiss de liacutengua portuguesa Rio de

Janeiro Objetiva 2004

142 Alves M Motivos de licenccedilas meacutedicas em um hospital de urgecircncia-

emergecircncia Rev Bras Enferm 2006 mar-abr 59(2) 195-200

143 Cecirca GSS Murofuse NT Associaccedilatildeo dos Portadores de LER (AP-LER) na luta

pelos direitos dos trabalhadores de frigoriacuteficos do oeste do Paranaacute In

TUMOLO Paulo Sergio BATISTA Roberto Leme Trabalho economia e

educaccedilatildeo perspectivas do capitalismo global Praacutexis 2008 421-436

144 Nielsen K Trinkoff A Applying ergonomics to nurse computer workstations

review and recommendations Comput Inform Nurs 2006 21(3)150-157

2003

140

145 Guedes EM Distuacuterbios osteomusculares e o trabalho de enfermagem

hospitalar estudos com auxiliares de enfermagem em unidade de ortopedia

Rio de Janeiro 2000

146 Murofuse NT Marziale MHP Doenccedilas do sistema osteomuscular em

trabalhadores de enfermagemRev Latino-Am Enfermagem [online] 2005

13(3)364-373

147 Pheasant S Stubs D Back pain in nurses epidemiology and risk assessment

Appl Erg 1992 23(4) 226-232

148 Sahrmann AS Diagnoacutestico e Tratamento das Siacutendromes de disfunccedilatildeo

motora Siacutendromes de Disfunccedilatildeo Motora da Cintura Escapular Ed Santos

2006

149 Alexandre NMCA Angerami ELSA Estilo de vida e trabalho do pessoal de

enfermagem e a ocorrecircncia de cervicodorsolombalgias Rev Latino am

Enfermagem 1995 3(1)121-128

150 Maciel RH Prevenccedilatildeo da LERDORT o que a ergonomia pode oferecer In

Cadernos de sauacutede do trabalhador 2000 Disponiacutevel

emlthttpwwwinstcutorgbrpub8htmgt Acesso em 17 dez 2010

151 Silva VEF O desgaste do trabalhador de enfermagem relaccedilatildeo trabalho de

enfermagem em sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Tese [Doutorado em

Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 1996

152 Robazzi MLCC Marziale MHP Alguns problemas ocupacionais decorrentes

do trabalho de enfermagem no Brasil Rev Bras Enfermagem 1999 52(3)331-

8

153 Rocha AM Fatores ergonocircmicos e traumaacuteticos envolvidos na ocorrecircncia de

dor nas costas em trabalhadores de enfermagem Belo Horizonte Dissertaccedilatildeo

[mestrado em Enfermagem]- Universidade Federal de Minas Gerais 1997

141

154 Froemming MB Proposta de melhoramentos do equipamento de

transferecircncia visando o conforto do idoso e do cuidador Santa Maria (RS)

Dissertaccedilatildeo [mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo]-Universidade Federal de

Santa Maria 2004

155 Larese F Fiorito A Musculoskeletal disorders in hospital nurses a

comparison between two hospitals Ergonomics 1994 37(7)1205-11

156 UNIVERSITY OF SURREY Ergonomics Research Unit Back pain in nurses

Guildford 1986 WORLD HEALTH ORGANIZATION Identification and control

of work-related diseases Geneva 1985 (Techn Rep Ser 714)

157 WORLD HEALTH ORGANIZATION Occupational hazards in hospitals

Copenhagem 1981 (EURO Reports and Studies 80)

158 Parada EO Alexandre NMC Benatti MCC Lesotildees ocupacionais afetando a

coluna vertebral em trabalhadores de enfermagem RevLatAmEnferm

200210(1)64-9

159 Barboza DB Soler ZASG Afastamentos do trabalho na enfermagem

ocorrecircncias com trabalhadores de um hospital de ensino Rev Lat Am Enferm

2003 1(2)177-83

160 BELL F Ergonomic aspects of equipament Int J Nurs Stud 1987 24(4)

331-7

161 McAtamnney L Hignett S A space to move in Nurs Times 1993 89(18) 44-

6

162 Magnago TSBS Lisboa MTL Souza IEO Moreira MC Distuacuterbios muacutesculo-

esqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem associaccedilatildeo com condiccedilotildees de

trabalho [revisatildeo] Rev Bras Enferm 200760(6)701-5

142

163 Salvage J The theory and pratice of the new nursing Nursing Times 1990

42-45

164 Martins MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em

ambiente hospitalar Escola Superior de Enfermagem de Vise 2003

165 Estryn-Behar M Poinsignon H Travailler agrave lhocircpital Paris Berger-Levrault

1989

166 Mauro MIC Marques SC Gomes AMT Ferreira SS Introduccedilatildeo agrave anaacutelise

ergonocircmica um estudo da postura corporal de um profissional de enfermagem

Rev Enferm UERJ 200210(1)29-32

167 Gonccedilalves JRS Melo EP Lombas SRL Mariano CS Barbosa L Chillida

MSP Causas de afastamento entre trabalhadores de enfermagem de um

hospital puacuteblico do interior de Satildeo Paulo REME Rev Min Enferm

20059(4)309-14

168 Mello MC Fugulin FMT Gaidzinski RR O tempo no processo de trabalho em

sauacutede uma abordagem socioloacutegica Acta Paul Enferm 200720(1)87-90

169 Lagerstroumlm M Wenemark M Hagberg M Hjelm EW Occupational and

individual factors related to musculoskeletal symptoms in five body regions

among Swedish nursing personnel Int Arch Occup Environ Health

199568(1)27-35

170 Druhle M Le travail eacutemotionnel dans la relation soignante professionnelle

dans Professions et institutions de santeacute face agrave lrsquoorganisation du travail

Rennes Edition de lrsquoENSP 2000

171 Tomasi NGS Gueacuterios EMG Fontes de estresse na equipe multiprofissional

na unidade de terapia intensiva pediaacutetrica Curitiba (PR) (sd) (mimeografado)

143

172 Shimizu HE Ciampone MHT Sofrimento e prazer no trabalho vivenciado

pelas enfermeiras que trabalham em unidade de terapia intensiva em um

hospital escola Rev Esc Enfermagem USP 1999 junho-agosto 33(1)95-106

173 Schwartz S O estresse e como viver com ele implicaccedilotildees para a praacutetica de

enfermagem In Shumaker WC Tratado de Terapia Intensiva Satildeo Paulo

Panamericana 1992

174 Oliveira Junior JF O Grupo como uma matriz familiar de Foulkes Cortesatildeo

aos dias atuais Trabalho apresentado no XII Congresso Luso-Brasileiro de

Psicoterapia de Grupo e Grupanaacutelise Lisboa-Portugal 2005

175 Minayo MCS O desafio do conhecimento Satildeo Paulo-Rio de Janeiro Ed

Hucitec- Abrasco 2000

176 Snoek FJ Breaking the barriers to optimal glycaemic control - what physicians

need to know from patients perspectives Int J ClinPract Suppl 2002 (129)80-

4

177 DowieRs Tannahil C Tannahil A Heath promotion models and values 2nd

ed Oxford Oxford University Press 1996

178 Manfredi SM Trabalho qualificaccedilatildeo e competecircncia profissional das

dimensotildees conceituais e poliacuteticas Educ Soc [Internet] 1998 [acesso 2009 Fev

10] 19(64) [25p] Disponiacutevel em httpwwwscieloorg

179 Leacutevy P Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 1999

180 Leacutevy P A Inteligecircncia coletiva por uma antropologia do ciberespaccedilo 3a ed

Satildeo Paulo Ediccedilotildees Loyola 1994

181 Chwartzmann L Estreacutes laboral siacutendrome de desgaste (quemado) depresioacuten

iquestestamos hablando de lomismo CiencTrab 2004 6174-84

144

182 Maslach C Goldberg J Prevention of burnout new perspectives Appl Prev

Psychol 1998 763-74

183 IacovidesA Fountoulakis KN Kaprinis S Kaprinis G The relationship

between job stress burnout and clinical depression J Affect Disord 2003

75209-21

184 Tena PS Soriano JS Bernal JS Mulet EM Muntildeoz CR Garciacutea MG et al

Desgaste profesional em los meacutedicos de atencioacuten primaria de Barcelona

Medifam 2002 1217-25

185 Bianchini MM El Siacutendrome Del Burnout em personal profesional de La salud

Med Leg 1997 13(14)189-92

186 Goacutemez MMN Dodino CN Aponte CF Caycedo CE Riveros MP Martiacutenez

MPM et al Relacioacuten entre perfil psicoloacutegico calidad de vida y estreacutes asistencial

em personal de enfermeriacutea Revista Universitas Psychologica 2005 463-75

187 Alpi SV Floacuterez LA El siacutendrome Del Burnouten una muestra de auxiliares de

enfermeriacutea um estuacutedio exploratorio Revista Universitas Psychologica 2004

335-45

188 Moreira S Magnago RF Sakae TM Magajewski FRL Prevalecircncia da

siacutendrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de

grande porte da Regiatildeo Sul do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica [serial on the

Internet] 2009 July 25(7) 1559-1568

189 MerchaacutenndashHamann E Os ensinos da educaccedilatildeo para a sauacutede na prevenccedilatildeo de

HIV-Aids subsiacutedios teoacutericos para a construccedilatildeo de uma praacutexis integral Cad

Sauacutede Puacuteblica 1999 15 Supl (2)85-9

190 Tones BK Tilford S Robinson YK Health education effectiveness and

efficiency London Chapman Hall 1991

145

191 Schraiber LB Medicina tecnoloacutegica e praacutetica profissional contemporacircnea

novos desafios outros dilemas Satildeo Paulo Tese [livre-docecircncia]-Faculdade de

Medicina Universidade de Satildeo Paulo 1997

192 Carvalho DV Lima EDRP Sintomas fiacutesicos de estresse na equipe de

enfermagem de um centro ciruacutergico Rev Nursing 2001 mar4(34)31-4

193 Haddad MCL Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem Rev

Espaccedilo Sauacutede 2000 jun1(2)75-88

194 Barboza DB Afastamentos do trabalho na enfermagem de um hospital geral

no periacuteodo de 1995 a 1999 [dissertaccedilatildeo] Satildeo Joseacute do Rio Preto Faculdade de

Medicina de Satildeo Joseacute do Rio Preto 2001

195 Nunes MBG Mauro MYC Cupello AJ Estresse nos trabalhadores de

enfermagem estudo em uma unidade de psiquiatria In Anais do VI Congresso

Latino Americano de Ergonomia ABERGO 2001 2 a 15 de setembro de 2001

Gramado RS

196 Pereira MCA Faacutevero N A motivaccedilatildeo no trabalho da equipe de enfermagem

RevLatinoam Enfermagem 2001 jul9(4)7-12

197 Rio RP O fasciacutenio do stress vencendo desafios num mundo em

transformaccedilatildeo Rio de Janeiro QualityDunya 1996

198 Lima Jr JH Eacutesther AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem

Rev Adm Empresas 2001 julset41(3)20-30

199 Baiardi F Esposit ED Cocechi R Fabri A Sturani Valpiani G et al Effects of

clinical and individual variables on quality of life in chronic renal failure patients

J Nephrol 2002 january 15(1)61- 7

146

200 Bellusci SM Fischer FM Envelhecimento funcional e condiccedilotildees de trabalho

em servidores forenses Revista de Sauacutede Puacuteblica 1999 33(6) 602-609

201 Lentz RA Costenaro RGS Gonccedilalves LHT Nassar SM O profissional de

enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas

dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem 2000

ago8(4)7-14

202 Bettarello PA Saut TB Analise dos resultados do questionaacuterio sobre a

qualidade de vida ndash SF 36 apoacutes aplicaccedilatildeo dom liangong em 18 terapias e

ginaacutestica laboral em funcionaacuterios do setor de editoraccedilatildeo do centro universitaacuterio

claretiano de batatais Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em

Fisioterapia) ndash Centro Universitaacuterio Claretiano Batatais SP 2006

203 Almeida CB Pagliuca LMF Leite ALAS Acidentes de trabalho envolvendo os

olhos avaliaccedilatildeo de riscos ocupacionais com trabalhadores de enfermagem

Revista Latino-Americana Enfermagem [online] 2005 13(5) 708-716

204 Franco GP Barros ALBL Nogueira-Martins LA Qualidade de vida e sintomas

depressivos em residentes de enfermagem Rev Latino-Am Enfermagem

2005 13(2) 700-708

205 Pimenta FAP et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida de aposentados com a

utilizaccedilatildeo do questionaacuterio SF-36 Rev Assoc Med Bras [online] 2008

54(1)55-60

206 Nishide VM Benatti MCC Riscos Ocupacionais entre trabalhadores de

enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Enfermagem

USP Ribeiratildeo Preto 2004 38(4)406-14

207 Laurell AC Noriega M Processo de produccedilatildeo e sauacutede trabalho e desgaste

operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

147

208 Cooper CL Identifying workplace stress costs benefits and the way forward

Proceedings of the European Conference on Stress at Work a call for action

1993 Nov 9-10 Brussels BE Brussels European Foundation for the

improvement of living and working conditions 1993

209 Moraes LFR Swan JA Cooper CL A study of occupational stress among

government white-collar workers in Brazil using the occupational stress

indicator Stress Med1993991-104

210 Freitas MEacuteA Mindori E Promovendo a Qualidade de Vida experiecircncia

vivenciada com cuidadores de enfermagem de um hospital universitaacuterio do

municiacutepio de Belo Horizonte In 12ordm Seminaacuterio Nacional de Pesquisa em

Enfermagem 2003 Porto Seguro Anais do 12ordm SENPE Brasilia ABEn

Nacional 2003

211 Walsh IAP Oishi J Coury HJCG Clinical and functional aspects of work-

related musculoskeletal disorders among active workers Rev Sauacutede Puacuteblica

2008 42(1)108-16

212 Silva DMPP da Marziale MHP Absenteiacutesmo de trabalhadores de

enfermagem em um Hospital Universitaacuterio Rev latino-am enfermagem 2000

8(5)44- 51

213 Calavaro CG Riveros MS Orellana AL Transtornos musculoesqueleacuteticos de

espalda lumbar em trabajadores de la salud de la comuna rural de Til Til Cuad

Meacuted Soc (Chile) 2007 47(2)68-73

214 Borges A Maizlish N Loreto V Lumbalgia ocupacional em enfermeras

venezolanas Salud de los trabajadores 2004 12(1)19-32

215 Brandatildeo AG Horta BL Tomasi E Sintomas de distuacuterbios osteomusculares

em bancaacuterios de Pelotas prevalecircncia e fatores associados Ver Bras Epidemiol

20058(3)295-05

148

216 Gurgueira GP Alexandre NMC Correa HR Filho Prevalecircncia de sintomas

muacutesculo ndash esqueleacuteticos em trabalhadoras de enfermagem Rev Latino-am

Enfermagem 200311(5)608-13

217 Queiroacutes PPJ Carga Fiacutesica Riscos Ocupacionais nos Enfermeiros Rev Sinais

Vitais 1996 (6)35-40

218 Barros ENC Alexandre NMC Cross-cultural adaptation of the Nordic

musculoskeletal questionnaire Int Nurs Review 200350(2)101-8

219 Trelha CS Carvalho RP Franco SS Nakaoski T Broza TP Faacutebio Tl Arte e

sauacutede frequecircncia de sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos em muacutesicos da orquestra

sinfocircnica da Universidade Estadual de Londrina Semina Ciecircncias Biol Sauacutede

2004 2565-72

220 Devereux JJ Vlachonikolis IG Buckle PW Epidemiological study to

investigate potential interaction between physical and psychosocial factors at

work that may increase the risk of symptoms of musculoskeletal disorder of the

neck and upper limb Occup Environ Med [on line] 2002 59 269-77

Disponiacutevelemlthttpoembmj comcgicontentfull594269gt [2011 Jan 21]

221 Salve MGC Theodoro PFR Sauacutede do trabalhador arelaccedilatildeo entre ergonomia

atividade fiacutesica e qualidade de vida Salusvita 200423(1)137-46

222 Gamperine M Stigum H Work related risk factors for musculoskeletal

complaints in the spinning in Lithuania Occup Environ Meacuted 199956411-6

149

ANEXOS

150

ANEXO 1

Cartaz convite para os Teacutecnicos de Enfermagem

151

ANEXO 2

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Paacutegina 1 de 2

Pesquisador Geraldo Magella Teixeira fone +82 8821-0199 correio eletrocircnico

magellafisioyahoocombr Universidade Estadual em Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

Proacute-reitoria de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Rua Doutor Jorge de Lima 113 3O andar Trapiche da

Barra Maceioacute AL CEP 57010-382

Eu_________________ __________________________________ brasileiro (a)

portador do documento de identidade ___________ SSP-____residente na

Rua (Av) ________________________________ nordm____Bairro________________

na cidade de ________________________

DECLARO na condiccedilatildeo do sujeito da pesquisa que fui convidado (a) a participar da

pesquisa intitulada Proposiccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo para

prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem desenvolvido pelo

pesquisador Geraldo Magella Teixeira Fui devidamente informado (a) pelo

pesquisador que o objetivo da pesquisa eacute o de Propor e avaliar a efetividade de um

programa educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT para teacutecnicos de enfermagem fui

informado (a) ainda que a pesquisa possui riscos para minha pessoa sobretudo no

que diz respeito a possiacuteveis perseguiccedilotildees que poderei sofrer por parte de meus

superiores imediatos uma vez que seratildeo tratadas questotildees que dizem respeito agraves

condiccedilotildees de trabalho fui informado (a) que medidas preventivas seratildeo adotadas para

anular eou amenizar esse risco a saber a minha identidade seraacute preservada o diaacuterio

onde o pesquisador faz suas anotaccedilotildees e as fitas gravadas seratildeo incinerados ao fim

da pesquisa

Fui esclarecido (a) que a pesquisa me beneficiaraacute na prevenccedilatildeo de LERDORT assim

como ajudaraacute tambeacutem aos teacutecnicos de enfermagem com a comprovaccedilatildeo de o efeito

preventivo nas LERDORT

Como responsaacutevel concordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo e sei que posso

retirar o meu consentimento a qualquer momento antes ou durante o transcurso da

pesquisa sem penalidades prejuiacutezo e perda de qualquer benefiacutecio que eu possa ter

adquirido

152

Sei tambeacutem que em caso de duacutevidas poderei chamar ou entrar em contato com o

pesquisador Geraldo Magella Teixeira pelo telefone (82) 8821- 0199 ou pelo endereccedilo

eletrocircnico magellafisioyahoocombr ou pelo seguinte endereccedilo fiacutesico Avenida

Amazonas 29101 ndash Prado MaceioacuteAL

Fui esclarecido (a) quanto aos aspectos da pesquisa

a) Seraacute criado com a participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem um programa de

educaccedilatildeo para prevenccedilatildeo de LERDORT O pesquisador avaliaraacute esse programa

aplicando dois questionaacuterios os quais eu serei convidado a responder Um dos

questionaacuterios avalia a minha qualidade de vida e o outro avalia as queixas de dor

durante o trabalho

b) O objetivo da pesquisa eacute propor e avaliar um programa educativo para prevenccedilatildeo

de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem

c) Riscos que corro perseguiccedilotildees por parte de seus superiores imediatos

d) No entanto beneficiaraacute mostrando a validade de um programa de prevenccedilatildeo de

LERDORT nos teacutecnicos de enfermagem

f) Serei acompanhado e avaliado sempre pelo mesmo pesquisador ou seja sempre

pela mesma pessoa

G) Terei a liberdade de recusar da participaccedilatildeo ou retirar meu consentimento em

qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem prejuiacutezo no desempenho

de minhas funccedilotildees

I) Custoreembolso para o participante natildeo haveraacute nenhum gasto financeiro com a

minha participaccedilatildeo como tambeacutem natildeo receberei nenhum pagamento com a minha

participaccedilatildeo

J) Caso eu sofra algum dano com nexo causal serei ressarcido de acordo com leis

vigentes

k) A pesquisa tem garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos

durante a pesquisa assegurando-me absoluta privacidade no entanto o pesquisador

torna expresso o comprometimento em tornar puacuteblico os resultados da pesquisa

sejam eles favoraacuteveis ou natildeo

DECLARO outrossim que apoacutes convenientemente esclarecido pelo termo de

consentimento e pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado consinto

voluntariamente a minha participaccedilatildeo nesta pesquisa

Maceioacute de de 2008

Assinatura do (a) Responsaacutevel Assinatura do Pesquisador

153

ANEXO 3

Questionaacuterio Noacuterdico de sintomas osteomusculares (QNSO)

154

ANEXO 4

VERSAtildeO BRASILEIRA DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Instruccedilatildeo Estas informaccedilotildees nos manteratildeo informados de como vocecirc se sente

e quatildeo bem vocecirc eacute capaz de fazer suas atividades de vida diaacuteria Responda

cada questatildeo marcando a resposta como indicado Caso vocecirc se sinta

inseguro ou em duvida como responder por favor tente responder da melhor

forma que puder

1 Em geral vocecirc diria que sua sauacutede eacute

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

2Compara da a um ano atraacutes como vocecirc classificaria sua sauacutede em geral

agora

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

3Os seguintes satildeo sobre atividades que vocecirc poderia fazer atualmente

durante um dia comum Devido a sua sauacutede vocecirc teria dificuldade para fazer

essas atividades Neste caso quanto

( circule um numero em cada linha)

Atividades Sim

Dificulta

muito

Sim

Dificulta

um

pouco

Natildeo

Natildeo

dificulta

nenhum

pouco

a Atividades vigorosas que exigem esforccedilo

tais como correr levantar objetos pesados

participar em esportes agraverduos

1 2 3

155

b Atividades moderadas tais como mover uma

mesa passar aspirados de poacute jogar bola

varrer a sala

1 2 3

c levantar o carregar mantimentos 1 2 3

d Subir vaacuterios lances de escada 1 2 3

e Subir um lance de escada 1 2 3

f Curvar-se ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g Andar mais de um quilocircmetro 1 2 3

h Andar vaacuterios quarteirotildees 1 2 3

i Andar um quarteiratildeo 1 2 3

j Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

1 Durante a ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diaacuteria regular como a

consequecircncia de sauacutede fiacutesica

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-se ao

seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras

atividades

1 2

e- teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades

( p ex necessitou de esforccedilo extra)

1 2

5 Durantes as ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diaacuteria como

consequumlecircncia de algum problema emocional ( com sentir-se deprimido ou

ansioso) (circule uma em cada linha)

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-

se ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

156

c- Natildeo trabalhou ou fez qualquer atividade com tanto

cuidado como geralmente faz

1 2

6 Durante as ultimas 4 semanas de que maneira sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais em

relaccedilatildeo agrave famiacutelia vizinhos amigos ou em grupo (circule uma)

De forma

nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7 Quanta dor no corpo vocecirc teve durante as ultimas semanas

Nenhuma Muito Leve Leve Moderada Grave Muito

Grave

1 2 3 4 5 6

8 Durante as ultimas 4 semanas quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)

De maneira

alguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9 Estas questotildees sobre como vocecirc se sente e como tudo tem acontecido com

vocecirc durante as ultimas 4 semanas Para cada questatildeo por favor decirc uma

resposta que mais se aproxime da maneira como vocecirc se sente Em relaccedilatildeo agraves

ultimas 4 semanas (circule um numero em cada linha)

Todo o

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a- Quanto tempo vocecirc

esta se sentindo cheio

1 2 3 4 5 6

157

de vigor cheio de

vontade cheio de

forccedila

b- Quando tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido

deprimido que nada

pode anima-lo

1 2 3 4 5 6

d- Quando tempo vocecirc

tem se sentindo calmo

ou tranquumlilo

1 2 3 4 5 6

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Alguma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

e- Quando tempo vocecirc

tem com muita energia

1 2 3 4 5 6

f- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

desanimado e abatido

1 2 3 4 5 6

g- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

esgotado

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa feliz

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido cansado

1 2 3 4 5 6

158

10 Durante as ultimas 4 semanas quanto do seu tempo a sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiam com suas atividades sociais ( como visitar

amigos parentes etc) (circule uma)

Todo tempo A maior parte

do tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma parte do

tempo

1 2 3 4 5

11 O quanto verdadeiro ou falso eacute cada uma das informaccedilotildees para vocecirc

Definitiva

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Natildeo

sei

A

maioria

das

vezes

falsas

Definitiva

mente

falsa

a- Eu acostumo adoecer um

pouco mais facilmente que as

outras pessoas

1 2 3 4 5

b- Eu sou tatildeo saudaacutevel quanto

qualquer outra pessoa que

conheccedilo

1 2 3 4 5

c- Eu acho que a minha sauacutede

vai piorar

1 2 3 4 5

e- Minha sauacutede eacute excelente 1 2 3 4 5

159

ANEXO 5

O Recurso Educativo

160

161

162

163

164

165

166

167

168

169

170

171

172

173

174

175

176

177

178

179

180

181

182

183

184

185

186

187

188

189

190

191

192

193

194

195

196

197

198

199

ANEXO 6

Formulaacuterios de coleta de dados

1 Identificaccedilatildeo do informante

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

2 Nome do pesquisador

3 Data de preenchimento

2 0 0

3 Gecircnero

1 Feminino

2 Masculino

4 Data de nascimento

1 1 9

5 Niacutevel de escolaridade

1 Analfabeto

2 Niacutevel fundamental

3 Niacutevel Meacutedio

4 Niacutevel Superior

6 Quantos anos trabalha como teacutecnico de enfermagem

200

1 Anos

2 Natildeo sei

7 Sente doresdurante o trabalho

1 Sim

2 Natildeo

8 Setor de Trabalho

1 Pediatria

2 Unidade adulta

3 UTI

4 Central de esterelizaccedilatildeo

5 Pronto atendimento

6 Laboratoacuterio

7 Farmaacutecia

8 Outros

Perguntas Norteadoras da entrevista

O que vocecirc entende por LERDORT natildeo precisa ser o conceito e sim o

que vem na sua cabeccedila

Como prevenir LERDORT no trabalho

Haacute alguma relaccedilatildeo da LERDORT com o trabalho do teacutecnico de

enfermagem

Como vocecirc percebe seu corpo nesse contexto

Quais estrateacutegias vocecirc sugere para amenizar o problema

201

ANEXO 7

Aprovaccedilatildeo do CEP UNCISAL

202

ANEXO 8

Aprovaccedilatildeo do CEP UNIFESP

203

Page 3: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de

TeixeiraGeraldo Magella Programa Educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT uma avaliaccedilatildeo com Teacutecnicos de Enfermagem Geraldo MagellaTeixeira ndash Satildeo Paulo 2011

Xix p 160 f

Tese (Doutorado) ndash Universidade Federal de Satildeo Paulo Escola Paulista de Medicina Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Sauacutede Coletiva

Tiacutetulo em Inglecircs Educational Program to prevent RSI an assessment with nursing technicians

1Educaccedilatildeo em sauacutede 2 LERDORT3 Enfermagem 4 Prevenccedilatildeo 5 Cultura Organizacional

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAtildeO PAULO

DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

Coordenador Professora Doutora Suely Godoy Agostinho Gimeno

Vice-coordenador Professor Doutor Luiz Carlos de Oliveira Ceciacutelio

GERALDO MAGELLA TEIXEIRA

Tiacutetulo PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENCcedilAtildeO DE LERDORT

UMA AVALIACcedilAtildeO COM TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

BANCA EXAMINADORA DA QUALIFICACcedilAtildeO

Professor Doutor Nildo Alves Batista (Presidente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Almira Alves dos Santos

Professora Doutora Patriacutecia Froes Meyer

Professor Doutor Walter Joseacute Martins Migliorini

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Stella Peccin da Silva

_______________________________________________________________

Professor Doutor Impeacuterio Lombardi Juacutenior (Suplente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Goretti Fernandes (Suplente)

_______________________________________________________________

Aprovada em________2011

VI

DEDICATOacuteRIA

VII

Aos meus pais (in memorian) Benedito Teixeira e Maria Joseacute da Silva Teixeira os quais com suas atitudes de carinho liberdade e simplicidade proporcionaram-me forccedilas para a superaccedilatildeo dos inuacutemeros desafios da vida

VIII

AGRADECIMENTOS

IX

Tempo de congregar razatildeo e sentimento

Eacute hora de agradecer e valorizar aqueles que me acompanharam nesta

imersatildeo pelos trilhos do saber Neste periacuteodo submeti-me a crises socialmente

programadas pelo campo cientiacutefico incorporando novos coacutedigos discutindo

novas questotildees e descobrindo maneiras de resolver os problemas que se

colocavam quer nas disciplinas cursadas quer na pesquisa ou ainda na

elaboraccedilatildeo da tese e nas inuacutemeras idas e vindas entre a Terra da Garoa e

Terra dos Marechais

Ao longo desse percurso contei com o apoio de profissionais jaacute

consagrados na aacuterea acadecircmica o que me estimulou a percorrer o caminho da

Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ao mesmo tempo fiquei na dependecircncia da presenccedila paciente

generosa e constante daqueles que fazem parte da minha vida pessoal

compartilhando anguacutestias ausecircncias e tambeacutem descobertas e assim me

recompondo das tensotildees inerentes agraves etapas do fazer cientiacutefico

Tendo vencido desafios e momentos de provaccedilotildees o que me resta eacute a

sensaccedilatildeo de que o processo criativo vem acompanhado por ambiguidades De

um lado expressa-se um sentimento de prazer ao ver nascer o resultado de

um parcimonioso trabalho de outro insinua-se certa melancolia que se traduz

nos limites agora impressos no texto e dispersos numa sucessatildeo mnemocircnica

de imagens presentes em mim Eacute o sentimento de quem eacute perfeccionista e

considera que a obra natildeo estaacute pronta

Nesse turbilhatildeo simultaneamente emerge ainda um sentimento de

satisfaccedilatildeo atenuam-se ansiedades por ter chegado agrave reta final por ter ousado

e cumprido o que me propus

Concebo desse modo meu estudo com emoccedilatildeo e a infinita gratidatildeo a

todos que de um jeito ou de outro contribuiacuteram para a sua realizaccedilatildeo e eacute com

este sentimento que termino esta tese

Agradeccedilo a Deus que me cobre de becircnccedilatildeos e sempre estaacute ao meu

lado Tenho plena e absoluta certeza disso

X

Agradeccedilo de modo muito especial a todos os teacutecnicos de enfermagem

que se dispuseram e constituiacuteram o material humano deste trabalho

Ao meu orientador Prof Dr Nildo Batista pela disposiccedilatildeo em orientar

este trabalho por sua presenccedila durante todo o processo de elaboraccedilatildeo deste

estudo Minha admiraccedilatildeo respeito e o meu profundo agradecimento ao Mestre

do ofiacutecio que me conduziu neste ritual de passagem com criacutetica minuciosa

indicando caminhos o que muito contribuiu para a realizaccedilatildeo desta tese

Aacute Professora Dra Almira Alves dedicada para ensinar e compreensiva

dos limites dos neoacutefitos com quem troquei muitas ideias a respeito do material

de pesquisa e da vida Meus agradecimentos agrave apaixonada pela academia

sedutora da arte de se Educar em Sauacutede vocecirc me indicou caminhos e

preciosas sugestotildees

Aos companheiros da PROEXUNCISAL sei que vocecircs estatildeo na torcida

Foi importante dividir ansiedades e alegrias

Ao meu filhosobrinho Samuel que vai descobrindo a vida e se

descobrindo Espero que faccedila suas descobertas do seu modo com suas

inquietaccedilotildees e questionamentos do jeito de quem eacute muito jovem Obrigado por

permitir com que eu reflita e revele as minhas experiecircncias Sobretudo que as

troque e as renove constantemente Com vocecirc aprendo a cada dia

Agraves pessoas da minha famiacutelia povo de jeito mineiromatuto gente amiga

e carinhosa que sabe cuidar e fazer florescer sentimentos () o trem mais

valoroso do mundo eacute o amor

Ao amigo e irmatildeo Marcus Aureacutelio por estar sempre disponiacutevel para

atender minhas solicitaccedilotildees eou anguacutestias pessoais e acadecircmicas e por sua

amizade dedicaccedilatildeo e cumplicidade

Aos Professores Doutores membros da banca avaliadora por suas

contribuiccedilotildees preciosas e pertinentes para a consecuccedilatildeo desta tese

Aos amigos George Vannessa e Goretti que deram o start

companheiros de profissatildeo e de trabalho com quem tanto aprendo

Aos Professores e Funcionaacuterios da Universidade Federal de Satildeo Paulo

pela forma carinhosa e profissional como sempre me receberam

XI

SUMAacuteRIO

XII

SUMAacuteRIO

Dedicatoacuteria VII

Agradecimentos VIII

Resumo XIV

Abstract XVII

Abreviaturas XVIII

Lista tabela XX

Lista graacuteficos XXII

Lista de quadros XXIV

1 Introduccedilatildeo 28

11 As origens da Pesquisa 29

12 A contextualizaccedilatildeo do objeto 30

2 Referencial Teoacuterico 34

21 A sauacutede do trabalhador como questatildeo social 35

22 Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no trabalho 37

23 O processo de trabalho como determinante do processo sauacutede-doenccedila em enfermagem 42

231 LERDORT e absenteiacutesmo no trabalho 52

232 LERDORT e as poliacuteticas trabalhistas 55

24 A educaccedilatildeo em sauacutede na LERDORT 56

3 Objetivos 65

31 Objetivo geral 66

32 Objetivos Especiacuteficos 66

4 Metodologia 67

41 Fundamentaccedilatildeo metodoloacutegica 68

42 O contexto da pesquisa 69

43 Populaccedilatildeo de estudo 71

44 Os instrumentos de coleta de dados 73

XIII

441 Primeira Etapa 74

441 1 Observaccedilatildeo etnograacutefica 74

4412 Entrevista de aprofundamento 76

4413 Grupo Focal 77

442 Segunda Etapa 80

4421 Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) 81

4422 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (SF-36) 83

45 Anaacutelise dos dados 84

46 Aspectos eacuteticos 86

5 Resultados e discussatildeo 88

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do teacutecnico de enfermagem 90

52 Uma proposta de educaccedilatildeo em sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do

teacutecnico de enfermagem

101

53 A qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa 107

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho em teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

113

6 Consideraccedilotildees Finais 119

7 Referecircncias 123

8 Anexos 149

81 Cartaz Convite 150

82Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 151

83 Questionaacuterio Noacuterdico 153

84 Versatildeo Brasileira de Qualidade de Vida SF-36 154

85 O Recurso Educativo 159

86 Formulaacuterio de coleta de dados 199

87 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNCISAL 201

88 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNIFESP 202

XIV

RESUMO

XV

A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um campo multifacetado para o qual concorrem inuacutemeras concepccedilotildees das aacutereas tanto da educaccedilatildeo quanto da sauacutede as quais espelham diferentes compreensotildees do mundo demarcadas por distintas posiccedilotildees poliacutetico-filosoacuteficas sobre o homem e a sociedade Sua praacutetica na sauacutede ocupacional favorece e potencializa a adaptaccedilatildeo harmocircnica do indiviacuteduo ao meio laboral e potencializa as relaccedilotildees com os outros com o espaccedilo e o tempo elementos indispensaacuteveis para o sucesso no autogerenciamento na prevenccedilatildeo das LERDORTs Esta pesquisa procurou compreender juntamente com um grupo de teacutecnicos de enfermagem que trabalham em Hospital Puacuteblico do Nordeste do Brasil o significado da questatildeo LERDORT sobretudo nos aspectos preventivos e ainda propor e avaliar um recurso educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das necessidades e da interaccedilatildeo com os sujeitos Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e quantitativas Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo e elaborar um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo de suas praacuteticas nessa etapa foram utilizadas as teacutecnicas da observaccedilatildeo etnograacutefica e grupo focal A segunda etapa da pesquisa correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida como a percepccedilatildeo aacutelgica nesta etapa foram utilizados os instrumentos Questionaacuterio Noacuterdico (QNSO) e Questionaacuterio de Qualidade de Vida (SF 36) Participaram 70 teacutecnicos de enfermagem e esses foram divididos aleatoriamente em dois subgrupos os primeiros trinta e cinco sujeitos participantes da primeira etapa e os restantes participaram da segunda etapa Foi possiacutevel compreender que os Teacutecnicos de Enfermagem possuem mesmo que intuitivamente saberes sobre a questatildeo LERDORT e satildeo capazes de contribuir positivamente no construto de recurso Apoacutes a participaccedilatildeo no programa educativo foi possiacutevel observar que o recurso construiacutedo a partir da fala dos participantes eacute capaz de interferir positivamente na qualidade de vida e na percepccedilatildeo da sintomatologia aacutelgica A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas em Sauacutede na ambiecircncia laboral com teacutecnicos de enfermagem sobre este tema mostra-se como uma estrateacutegia a ser valorizada na prevenccedilatildeo das LERDORTs

PALAVRAS-CHAVE Educaccedilatildeo em Sauacutede LERDOERT Enfermagem Prevenccedilatildeo Clima Organizacional

XVI

ABSTRACT

XVII

Health education is a multifaceted field for which many competing conceptions both areas of education and health reflecting different understandings of the world framed by distinct political-philosophical views on man and society Its practice in occupational health promotes and enhances the harmonious adaptation of the individual in the work environment and enhances relationships with others with space and time essential elements for success in self-management in the prevention of RSI This research sought to understand along with a group of practical nurses who work in Public Hospitals of Northeast Brazil the meaning of the issue RSI especially in the preventive aspects and also propose and evaluate an educational resource in the prevention of RSI for these professionals built from the needs and interaction with the participants For this research we opted for a descriptive-analytic methodology assuming the complementarity of qualitative and quantitative approaches This research was composed for two distinct stages The first stage corresponded to the proposed methodological approach that aimed to know the subjects of research and develop an educational program that potentially triggers on the transformation of their practices this step was used the techniques of ethnographic observation and focus groups The second stage of the study corresponded to the proposed methodological approach that aimed to evaluate the changes induced by the educational program developed specifically in relation to different dimensions of quality of life as a painful perception this stage were used tools Nordic Questionnaire (QNSO) and Questionnaire Quality of Life (SF 36)Participated 70 nursing technicians and these were divided randomly into two subgroups the first thirty-five subjects in the first stage and the other participated in the second step It was possible to understand that nursing technicians have although intuitively knowledge on the issue RSI and are able to positively contribute to the construct of resource After participating in the educational program was possible to observe that the action constructed from the speech of the participants is able to positively affect the quality of life and perception of pain symptoms The use of health education in the ambience with nursing technicians working about this theme shows up as a strategy to be valued in the prevention of RSI KEYWORDS Health Education RSI Nursing Prevention Organizational Climate

XVIII

ABREVIATURAS

XIX

AL Alagoas

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

CEP Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CVM Contraccedilatildeo Voluntaacuteria Maacutexima

DORT Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

EPI Equipamento de proteccedilatildeo individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

LER Lesotildees por esforccedilos repetitivos de Sauacutede do trabalhador

MOI Modelo Operaacuterio Italiano

NOST Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador

NR32 Norma Regulamentadora 32

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

QNSO Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares

R$ Real

RF-36 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida

SGA Siacutendrome Geral de adaptaccedilatildeo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE Termo Consentimento livre e esclarecido

UNCISAL Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

UNIFESP Universidade Federal de Satildeo Paulo

URL Localizador Uniforme de Recursos

UTI Unidade de Terapia Intensiva

www Rede Mundial e Computadores (do inglecircs World Wide Web)

XX

TABELAS

XXI

Paacutegina

Tabela 1 72

Tabela 2 92

Tabela 3 113

Tabela 4 115

XXII

GRAacuteFICO

XXIII

Paacutegina

Graacutefico 1 109

XXIV

QUADROS

XXV

Paacutegina

Quadro 1 107

Quadro 2 110

XXVI

A Estrada

Vocecirc natildeo sabe O quanto eu caminhei

Praacute chegar ateacute aqui Percorri milhas e milhas

Antes de dormir Eu nem cochilei

Os mais belos montes Escalei

Nas noites escuras De frio chorei

A vida ensina E o tempo traz o tom

Praacute nascer uma canccedilatildeo Com a feacute do dia-a-dia

Encontro a soluccedilatildeo Quando bate a saudade

Eu vou pro mar Fecho os meus olhos

E sinto vocecirc chegar Vocecirc chegar

Letra Toni Garrido Lazatildeo Da Gama Bino

XXVII

28

INTRODUCcedilAtildeO

29

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 AS ORIGENS DA PESQUISA

O meu interesse pela temaacutetica educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na

sauacutede ocupacional iniciou-se no ano de 2001 quando um grupo de

trabalhadores na aacuterea da Sauacutede da Universidade Estadual de Ciecircncias da

Sauacutede de Alagoas (UNCISAL) solicitou-me acompanhamento para a realizaccedilatildeo

de Ginaacutestica Laboral

Para atender tal solicitaccedilatildeo enquanto Fisioterapeuta propus um

programa de Extensatildeo Universitaacuteria que tinha como intento assessorar tais

profissionais na compreensatildeo da gecircnese do adoecimento no ambiente de

trabalho bem como ajudaacute-los em relaccedilatildeo ao enfrentamento e superaccedilatildeo dos

problemas decorrentes dos esforccedilos pertinentes agraves condiccedilotildees de trabalho

Atuei enquanto Coordenador do Programa de Extensatildeo em diversos

setoresalas do Hospital bem como em vaacuterios setores da Universidade Tal

atuaccedilatildeo permitiu o contato direto com trabalhadores e alunos de graduaccedilatildeo

que relatavam interesse sobre a questatildeo os acadecircmicos mais precisamente

dos cursos de Graduaccedilatildeo em Fisioterapia e Terapia Ocupacional tambeacutem

apontavam dificuldades para conduzir adiante os estudos sobre o tema

No ano seguinte com o decorrer das atividades extensionistas

juntamente com o relato dos alunos da graduaccedilatildeo e dos servidores surgiu a

necessidade de aglutinar saberes praacuteticas e pessoas nesse intento fortaleceu-

se a adesatildeo dos acadecircmicos de Fisioterapia da UNCISAL e os mesmos

passaram a participar do programa mais efetivamente com isto o Programa de

Extensatildeo Universitaacuteria passou a funcionar tambeacutem como disciplina eletiva com

carga horaacuteria complementar na graduaccedilatildeo

A posteriori as atividades agora de extensatildeo e graduaccedilatildeo na

modalidade disciplina eletiva demandaram a necessidade de se entender mais

30

sobre o processo de Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede Ocupacional dessa forma

foi proposto e organizado um grupo de estudo sobre a temaacutetica Com essa

etapa o programa conseguia unir de forma prazerosa experiecircncias baseadas

no pressuposto do tripeacute universitaacuterio Extensatildeo Ensino e Pesquisa

Em seguida devido ao andamento dos estudos motivado pelo desejo

sempre ardente de ensinar e o interesse em me aprimorar e qualificar para o

bom exerciacutecio da docecircncia senti-me instigado a procurar um curso Stricto

Sensu que me trouxesse subsiacutedios para o ensino em Ciecircncias da Sauacutede com

uma visatildeo ampliada para aleacutem do ensino tecnicista e isto motivou essa

proposta agora posta

A minha experiecircncia na Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de

Alagoas (UNCISAL) como docente e extensionista mesclado com interesse

sobre o tema Educaccedilatildeo em Sauacutede e Sauacutede Ocupacional motivou os

questionamentos que trago a este trabalho

12 A CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO OBJETO

Este trabalho traz como objeto de pesquisa a Educaccedilatildeo em Sauacutede na

Sauacutede Ocupacional e a investigaccedilatildeo inscreve-se especificamente na Sauacutede

do Trabalhador Teacutecnico em Enfermagem com vistas a discutir o processo de

adoecimento bem como a prevenccedilatildeo por intermeacutedio de programa educativo

em uma equipe que trabalha em Hospital Puacuteblico especializado no cuidado de

portadores de doenccedilas infectocontagiosas

Os questionamentos que idealizaram o estudo remeteram agrave necessidade

de se pensar na construccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo na

prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das

necessidades e da anaacutelise situacional da realidade local dos sujeitos

envolvidos

Apesar da educaccedilatildeo em sauacutede relacionada com a LERDORT ser

amplamente discutida na literatura nacional e internacional o objeto dessa

pesquisa apresenta-se relevante desafiador e inovador pela ausecircncia de

31

investigaccedilotildees nesta populaccedilatildeo de trabalhadores podendo contribuir para o

aprimoramento profissional bem como na melhoria da assistecircncia prestada

Assim a busca de sentidos sobre o entendimento do processo de adoecimento

por parte dos teacutecnicos de enfermagem mostra-se relevante

A importacircncia deste trabalho estaacute tambeacutem em fomentar a reflexatildeo entre

profissionais de Enfermagem Fisioterapia e Recursos Humanos sobre o

processo de surgimento de queixas dolorosas na ambiecircncia laboral

entendendo que refletir sobre a proacutepria praacutetica jaacute eacute um meio de transformaacute-la

de forma a contribuir e atribuir acepccedilotildees que possam servir de ferramentas ao

grupo de estudo oferecendo suporte para a autonomia no autocuidado

A profissatildeo de enfermagem figura dentre as que tecircm maior

predisposiccedilatildeo a ao surgimento das DORTs1 isso ocorre devido agrave exposiccedilatildeo

ocupacional a diversos fatores de riscos existentes na ambiecircncia laboral bem

como agraves particularidades do processo de trabalho agravado muitas vezes pela

precariedade das condiccedilotildees deste Tais fatos fazem com que a lista de agravos

agrave sauacutede desse profissional seja volumosa2 A praacutetica de enfermagem expotildee

seus trabalhadores a fatores de risco e agravos agrave sauacutede presentes no

ambiente no processo e na organizaccedilatildeo de trabalho3

No exerciacutecio de enfermagem os profissionais estatildeo expostos natildeo soacute ao

trabalho fisicamente pesado que as tarefas peculiares da profissatildeo exigem

mas tambeacutem a um grande nuacutemero de eventos circunstacircncias e condiccedilotildees

inerentes a ele tais como transferecircncias e movimentaccedilotildees de pacientes e de

objetos pesados tomada de decisotildees conflitos interpessoais no trabalho entre

outros que requerem accedilotildees ou respostas que mitiguem as agressotildees posto

isso sugere-se que o trabalho de enfermagem favorece ao surgimento de

algias relacionadas ao trabalho principalmente na regiatildeo lombar ombros

coluna cervical e joelhos sendo a regiatildeo lombar a mais acometida2 Os

profissionais de enfermagem de niacutevel superior e meacutedio tecircm uma elevada taxa

de lesotildees dorsais45 e por isso se torna um grupo de interesse na sauacutede

ocupacional no que tange a educaccedilatildeo em sauacutede

Essa tambeacutem eacute uma observaccedilatildeo encontrada na literatura internacional e

estudos afirmam que realmente os profissionais da aacuterea de enfermagem

32

apresentam elevada prevalecircncia67 de dores relacionadas ao trabalho bem

como LERDORTs

Nos Estados Unidos pesquisa6investigou solicitaccedilotildees de indenizaccedilotildees

devido a lesotildees nas costas em 24 ocupaccedilotildees Esta pesquisa revelou que os

profissionais de enfermagem tecircm uma elevada taxa de lesotildees dorsais e que o

profissional de enfermagem de niacutevel meacutedio foi o grupo que ficou classificado

em primeiro lugar entre os 24 pesquisados

A dor lombar eacute um dos maiores problemas de sauacutede puacuteblica e tem

grande prevalecircncia em enfermeiros e auxiliares 8 9

A responsabilidade da equipe de enfermagem pelos cuidados integrais e

o nuacutemero reduzido de profissionais aumentam a carga fiacutesica e emocional num

ambiente em que a convivecircncia com o sofrimento e a finitude eacute constante

Podemos citar ainda como agravantes os deslocamentos as frequentes idas e

vindas para execuccedilatildeo de procedimentos laborais manuseios de materiais

delicados causando dano ao sistema musculoesqueleacutetico longos periacuteodos em

posturas incorretas agravadas pela inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio que geralmente

natildeo corresponde agraves medidas antropomeacutetricas dos trabalhadores a

organizaccedilatildeo do trabalho caracterizado por frequentes interrupccedilotildees para a

busca e procura de material ou de informaccedilotildees a implementaccedilatildeo constante de

novas tecnologias sem o devido treinamento causando ansiedade e

inadaptaccedilotildees acrescidos e agravados por fatores externos como a crescente

problemaacutetica do trajeto do profissional entre a residecircncia e o local de trabalho10

A inoacutepia de estudos traz como decorrecircncia grandes variaccedilotildees na

interpretaccedilatildeo do papel educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos

de enfermagem tal estudo pode amenizar incertezas acerca de instrumentos

auxiliares para prevenir doenccedilas e agravos ocupacionais nessa populaccedilatildeo

Eacute importante identificar e resolver ou minimizar problemas relacionados

aos riscos de estresse existentes na ambiecircncia de trabalho para que o

trabalhador de enfermagem seja protegido dos agravos agrave sua sauacutede enquanto

executa as tarefas pelas quais eacute responsaacutevel e possa prestar ao paciente uma

assistecircncia de qualidade11

33

Dessa forma parece ser oportuno discutir a incorporaccedilatildeo produccedilatildeo de

teorias metodoloacutegicas e modelos cientiacuteficos para a construccedilatildeo e assimilaccedilatildeo de

programas educativos no intuito de prevenir LERDORT Tal abordagem parece

ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem jaacute que esses profissionais tecircm sido afetados por distuacuterbios

musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 801213

Frente a esse panorama essa pesquisa se propotildee a responder as

seguintes questotildees

1 ndash Qual a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agrave

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho antes e apoacutes a aplicaccedilatildeo de

um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

2 ndash Qual a decorrecircncia no cuidado agrave sauacutede ocupacional de um programa

educativo construiacutedo a partir da realidade dos teacutecnicos de enfermagem

3 ndash Qual o niacutevel de qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental antes e apoacutes a

aplicaccedilatildeo de um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

34

O REFERENCIAL TEOacuteRICO

35

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

O referencial teoacuterico foi organizado de forma a levantar a produccedilatildeo

cientiacutefica sobre o objeto pesquisado organizando-a nos toacutepicos abaixo

- A sauacutede do trabalhador como questatildeo social

- Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no

trabalho

- O processo de trabalho como determinante do processo Sauacutede-

Doenccedila em enfermagem

- A Educaccedilatildeo em Sauacutede na LERDORT

21 A SAUacuteDE DO TRABALHADOR COMO QUESTAtildeO SOCIAL

No Brasil as doenccedilas ocupacionais vecircm aumentando e ocupando status

de problema de Sauacutede Coletiva fato que causa detrimentos financeiros para o

Estado e enormes dificuldades sociais

A questatildeo sauacutede do trabalhador vem sendo erigida no Brasil a partir das

duas uacuteltimas deacutecadas do seacuteculo anterior no bojo do processo de

redemocratizaccedilatildeo do Paiacutes O ano de 1986 em funccedilatildeo da VIII Conferecircncia

Nacional de Sauacutede e I Conferecircncia Nacional de Sauacutede do Trabalhador pode

ser considerado um marco de mobilizaccedilatildeo popular pela sauacutede do trabalhador

brasileiro poreacutem somente em 1998 fica definida a Portaria ndeg3908 por meio

da Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador (NOST) que instituiu os

procedimentos que servem como instrumentos de orientaccedilatildeo para as accedilotildees e

serviccedilos de sauacutede do trabalhador no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)13

36

Esta nova abordagem no campo da Sauacutede do Trabalhador diferencia o

modelo hegemocircnico da Medicina do Trabalho e da Sauacutede Ocupacional A

Medicina do Trabalho agora ultrapassada apresentava-se como centralidade

a figura do meacutedico sendo seu conhecimento baseado na teoria da

unicausalidade isto eacute um agente etioloacutegico para cada doenccedila Tal fato revela

que na esfera do trabalho a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do trabalhador

baseava-se no isolamento de riscos especiacuteficos e na intervenccedilatildeo focalizada

nas consequecircncias

A Sauacutede Ocupacional surge como uma proposta mais inovadora e

aberta e se apresenta a parir de um caraacuteter Interprofissional e relaciona o

ambiente de trabalho e o corpo do trabalhador Consubstancia-se na Teoria da

Multicausalidade onde um conjunto de fatores de risco ambientais e bioloacutegicos

eacute considerado na questatildeo sauacutede

Desta forma a Sauacutede Ocupacional no Brasil passa a ser compreendida

numa perspectiva coletiva e multifatorial levando em consideraccedilatildeo o saber do

trabalhador como pode ser observado no texto abaixo

[] O conjunto de conhecimentos oriundos de diversas

disciplinas como medicina social sauacutede puacuteblica sauacutede

coletiva cliacutenica meacutedica medicina do trabalho sociologia

epidemiologia social engenharia psicologia entre outras

tantas ndash que aliado ao saber do trabalhador sobre as

condiccedilotildees e a organizaccedilatildeo do trabalho estabelece uma

nova forma diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede dos

trabalhadores e de intervenccedilatildeo nos ambientes de trabalho

(NARDI 2004 p 49)14

Nessa loacutegica a construccedilatildeo desse campo de estudo e intervenccedilatildeo entre

trabalho e sauacutede articula-se com diferentes saberes e novos atores sociais e

inclui as questotildees de Sauacutede Puacuteblica

Como modelo a sauacutede ocupacional orienta accedilotildees de atenccedilatildeo agrave sauacutede

do trabalhador que privilegiam iniciativas de promoccedilatildeo cura prevenccedilatildeo

37

reabilitaccedilatildeo e vigilacircncia em sauacutede Trata-se portanto de um processo que

apresenta como intento a mudanccedila do complexo quadro da sauacutede

populacional Para tal exige compromissos que requerem um agir que busca

melhor condiccedilatildeo de vida e de trabalho aleacutem de um maior compromisso do

Estado na implementaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede dos trabalhadores

Lacaz15 tambeacutem confirma essa nova perspectiva conceitual e de

mudanccedilas poliacuteticas e ideoloacutegicas no campo sauacutede do trabalhador

[] o campo da Sauacutede do Trabalhador seria uma nova

abordagem e um novo enfoque do ponto de vista

conceitual emanado do setor sauacutede (coletiva) a propoacutesito

do estudo e da intervenccedilatildeo transformaccedilatildeo das relaccedilotildees de

trabalho e sauacutede-doenccedila na medida em que procura

estabelecer outra articulaccedilatildeo com os grupos sociais numa

sociedade que passa por mudanccedilas importantes do ponto

de vista poliacutetico e social tendo como pano de fundo a

realidade brasileira do final dos anos 70 e iniacutecio dos 80

(LACAZ 1996 p51-2)

De um modo geral percebe-se que as abordagens compreensivas em

sauacutede requerem uma accedilatildeo interventiva interativa e transformadora Nesse

sentido acredita-se que devem ocorrer movimentos de diferentes atores

sociais entrando em cena consciecircncias e vontades individuais e coletivas

justificando-se a necessidade de se construir conjuntamente com os

trabalhadores locais propostas de programas preventivos para as doenccedilas

ocupacionais Tal visatildeo se coaduna com a proposta de se trabalhar com

Educaccedilatildeo em Sauacutede

22 CONCEPCcedilOtildeES SOBRE O PROCESSO HISTOacuteRICO E A

RELACcedilAtildeO SAUacuteDE E DOENCcedilA NO TRABALHO

38

O trabalho eacute tatildeo antigo como o primeiro ser humano mas as relaccedilotildees

entre as atividades laborativas e o processo de adoecimento permaneceu

praticamente ignoradas por 250 anos16 Desde os primoacuterdios da era cristatilde a

bibliografia refere fatores nocivos ao trabalho pode-se citar por exemplo a

obra conhecida de Hipoacutecrates de Coacutes intitulada ldquoAr Aacutegua e Lugaresrdquo na qual

discorre sobre o saturnismo e tambeacutem a obra de Pliacutenio o velho (23 dC) que

descreve o aspecto dos trabalhadores de minas de mercuacuterio e chumbo e

aconselha o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual do tipo maacutescaras

faciais16

No seacuteculo XVI algumas observaccedilotildees esparsas surgiram evidenciando a

possibilidade de o trabalho estar relacionado ao processo de adoecimento

Georg Bauer publicou em 1556 a obra intitulada ldquoDe Remetallicardquo nessa

obra o autor discorre sobre diversos problemas relacionados agrave extraccedilatildeo de

minerais e a fundiccedilatildeo de prata e de ouro17 e os correlacionam com o processo

de adoecimento entre trabalhadores

Nesse mesmo texto eacute apresentado ainda um capiacutetulo particular que

versa sobre os acidentes do trabalho e as doenccedilas mais comuns entre

trabalhadores de minas provocadas por poeiras o autor faz alusatildeo agrave chamada

asma dos mineiros Pela descriccedilatildeo dos sintomas e pela raacutepida evoluccedilatildeo da

doenccedila sugere agrave luz dos novos conhecimentos casos de

silicosepneumoconiose causada pela siacutelica livre18

Apesar de sua importacircncia estes trabalhos permaneceram praticamente

ignorados por mais de um seacuteculo Em 1700 foi publicado na Itaacutelia o livro ldquoDe

Morbis Artificum Diatribardquo (As Doenccedilas do Trabalho) do meacutedico Bernardini

Ramazzini (1633-1714) que descreve uma seacuterie de doenccedilas relacionadas

acerca de 50 profissotildees diversas Por este motivo o autor foi cognominado o

patriarca da medicina do trabalho Foi o primeiro a estudar com afinco as

doenccedilas relacionadas ao trabalho e descreveu os riscos especiacuteficos para cada

uma delas Destacou os danos causados agrave sauacutede do trabalhador pela falta de

ventilaccedilatildeo e pelo desconforto teacutermico Reconheceu a importacircncia das pausas

durante a jornada de trabalho a relevacircncia bioloacutegica dos exerciacutecios laborais e

da boa postura na prevenccedilatildeo da fadiga muscular Ramazzini acrescenta agrave

39

anamnese hipocraacutetica da eacutepoca uma nova pergunta ldquoQual eacute a sua

ocupaccedilatildeordquo1619

Um pouco mais tardiamente a Revoluccedilatildeo Industrial exerce grande papel

sobre a questatildeo do trabalho eacute apoacutes esse movimento ocorrido paralelamente

na Inglaterra entre 1760 e 1830 que foi criada a comissatildeo de inqueacuterito para

avaliar as condiccedilotildees de trabalho nas faacutebricas onde foi elaborada lei que

regulava a jornada de trabalho que era em torno de 16 horas diaacuterias19

A Revoluccedilatildeo Industrial impocircs aos trabalhadores precaacuterias condiccedilotildees

laborais jornadas de trabalho extenuantes exposiccedilatildeo a acidentes de trabalho

submissatildeo ao trabalho insalubre e perigoso19 Neste contexto a preocupaccedilatildeo

com a sauacutede do trabalhador surgiu como meio de possibilitar a recuperaccedilatildeo do

mesmo e favorecer o retorno mais ceacutelere possiacutevel para a ambiecircncia laboral

isso eacute importante pois com a Reforma Industrial vive-se numa perspectiva de

desenvolvimento social e em virtude da inquietaccedilatildeo com esse

desenvolvimento a preocupaccedilatildeo com a sauacutede laboral foi focada na visatildeo

biologicista e individual e buscava a causa das doenccedilas e acidentes de

trabalho com uma abordagem unicausal e imediatista18 19 e centrada

exclusivamente no homem

Como decorrecircncia de um processo acelerado e desumano de produccedilatildeo

aumentou o nuacutemero de acidentes e adoecimento entre trabalhadores e por

este motivo surge a figura do profissional meacutedico dentro da faacutebrica em

princiacutepio da induacutestria tecircxtil Foi exatamente aiacute na primeira metade do seacuteculo

XIX que surgiu a Medicina do Trabalho centrada na figura do meacutedico O

serviccedilo de sauacutede na induacutestria era dirigido por pessoas da confianccedila do

empresaacuterio que atuava muito mais como fiscalizador do que profissional da

sauacutede e rapidamente este modelo foi expandido para os paiacuteses

industrializados18

As questotildees concernentes agrave sauacutede e trabalho se apresentaram como

uma questatildeo de inquietaccedilatildeo puacuteblica desde o seu nascedouro em meados do

seacuteculo XIX quando o adoecimento referente ao modo de produccedilatildeo comeccedila

surgir Esse fato ocorre diversamente no Brasil onde o processo de

industrializaccedilatildeo ocorreu somente um seacuteculo posteriormente20

40

Nos paiacuteses industrializados o Estado passou a assumir as funccedilotildees de

regulamentaccedilatildeo e intervenccedilatildeo nos temas relativos agrave promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da

sauacutede e seguranccedila dos trabalhadores com o intento de eliminar os obstaacuteculos

ao desenvolvimento econocircmico O Estado entatildeo passou a promover uma vasta

gama de accedilotildees que se destinavam garantir as condiccedilotildees para o

desenvolvimento do novo sistema de produccedilatildeo agora vigente21

Em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do trabalho a medicina ocupacional teria

pouco a contribuir com a sauacutede do trabalhador na medida em que sua atenccedilatildeo

era voltada exclusivamente para o indiviacuteduo privilegiando diagnoacutestico e

tratamento dentro de uma visatildeo na qual o espaccedilo para a subjetividade e a

percepccedilatildeo do trabalhador era restrito Desvela-se entatildeo a impotecircncia da sauacutede

do trabalhador para intervir sobre os problemas de sauacutede causados pelo

processo de produccedilatildeo19 20 21

A Sauacutede Ocupacional comeccedila a se delinear a partir do contexto

econocircmico e poliacutetico da II Guerra e do Poacutes-Guerra onde o custo provocado

pela perda de vidas abruptamente por acidentes de trabalho ou por doenccedilas do

trabalho comeccedilam a ser sentido tanto por empregadores como pelas

companhias de seguro devido agraves pesadas indenizaccedilotildees Nesta abordagem

desloca-se a intervenccedilatildeo que antes era centrada no indiviacuteduo para a questatildeo

dos riscos existentes na ambiecircncia laboral Desta forma a Sauacutede Ocupacional

vale-se do enfoque da higiene Industrial e busca atraveacutes da atuaccedilatildeo

multiprofissional intervir nos locais de trabalho com a finalidade de controlar

os riscos ambientais19

No Brasil a adoccedilatildeo e o desenvolvimento da Sauacutede Ocupacional deram-

se mais tardiamente e ainda atualmente o modelo de Sauacutede Ocupacional

parece natildeo ter alcanccedilado seus reais objetivos pois ainda o modelo se manteacutem

curativista de forma pouco ampla e restrita agraves accedilotildees pontuais sobre os riscos

laborais locais171819

Na deacutecada de 80 uma forma diferente de analisar as questotildees

referentes a relaccedilatildeo trabalhosauacutededoenccedila comeccedila a surgir com alguns

autores Latino americanos22 que conceituam o trabalho a partir da concepccedilatildeo

de seu processo de trabalho que se inscreveria nas relaccedilotildees sociais de

produccedilatildeo Assim aleacutem das consequecircncias mais visiacuteveis do trabalho sobre a

41

sauacutede ou seja agentes nocivos de natureza quiacutemica fiacutesica entre outros

procura tambeacutem entender a nocividade do trabalho com suas implicaccedilotildees a

niacutevel biopsiacutequico e social

Concordando com o texto acima Lacaz15 afirma que comeccedilam a surgir

na Ameacuterica Latina ideias ampliadas em relaccedilatildeo agrave Sauacutede Ocupacional

A Medicina Social Latino americana propotildee entatildeo uma

visatildeo do conceito de trabalho que incorpora a ideia de

processo de trabalho na qual o foco natildeo se restringe agrave sua

composiccedilatildeo ambiental constituiacuteda dos vaacuterios

fatoresagentes de risco e externo ao trabalhador mas

como uma categoria explicativa que se inscreveria nas

relaccedilotildees sociais de produccedilatildeo existentes entre o capital e o

trabalho (LACAZ 1996 p23)15

Neste contexto uma questatildeo nova comeccedila a ser apresentada a

emergecircncia da Sauacutede ocupacional com foco no processo de trabalho a partir

da discussatildeo preventivista e de educaccedilatildeo em sauacutede para o autocuidado com

sauacutede em relaccedilatildeo ao trabalho

A Sauacutede do Trabalhador passa a apresentar sobretudo a partir dos anos

80 na regiatildeo Latino-Americana como premissa baacutesica o enfoque na relaccedilatildeo

sauacutedetrabalho compreendendo o processo de adoecimento dos

trabalhadores atraveacutes do estudo dos processos de trabalho Articula as

questotildees soacutecio-poliacuteticas e econocircmicas de forma a se estabelecer o nexo

biopsiacutequico das coletividades nas sociedades22

Esta aacuterea de estudo e praacuteticas buscou na experiecircncia sindical italiana

uma referecircncia teoacuterico-metodoloacutegica que contribuiu para o reconhecimento do

saber do trabalhador no controle dos agravos e riscos existentes nos

ambientes de trabalho23

Os trabalhadores italianos no final da deacutecada de 70 estabeleceram

alianccedilas com os profissionais de sauacutede comprometidos com a efetividade de

42

um meacutetodo direcionado para o conhecimento da relaccedilatildeo entre processo de

trabalho e sauacutede resultando na construccedilatildeo do Modelo Operaacuterio Italiano (MOI)

que pressupotildee a valorizaccedilatildeo do saber e das experiecircncias do trabalhador a natildeo

delegaccedilatildeo do planejamento e do controle de sua sauacutede aos teacutecnicos a

socializaccedilatildeo e a apropriaccedilatildeo muacutetua do conhecimento na perspectiva da

construccedilatildeo de um saber coletivo23

Neste sentido a questatildeo sauacutede-trabalho passa a ser discutida como

questatildeo social aliada a participaccedilatildeo igualitaacuteria que se fortalece a partir do final

da deacutecada de 80 onde se comeccedila timidamente a discutir questotildees

trabalhistas com destaque agrave proteccedilatildeo agrave sauacutede O texto abaixo corrobora com o

referido

A teoria da determinaccedilatildeo social do processo

sauacutededoenccedila cuja centralidade colocada no trabalho-

enquanto organizador da vida soacutecia l- contribui para

aumentar os questionamentos agrave medicina do trabalho e a

sauacutede ocupacional (MENDES ET col 1991 p 346)24

Associada a estas questotildees pesquisa24 aponta tambeacutem que as

mudanccedilas ocorridas com a utilizaccedilatildeo das novas tecnologias atraveacutes da

automaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo nos processos de trabalho que aparentemente

representam melhoria das condiccedilotildees de trabalho na verdade introduziram

novos riscos agrave sauacutede Estes acabaram gerando doenccedilas de difiacutecil

medicalizaccedilatildeo tais como as LERDORTs1 entidades nosoloacutegicas

intrinsecamente relacionadas agrave organizaccedilatildeo do trabalho

1Terminologia utilizada para designar uma doenccedila relacionada ao trabalho que se manifesta atraveacutes de diversas siacutendromes pouco conhecida ateacute os anos 1970 eacutepoca em que teve um faacutetuo crescimento entre os trabalhadores em todo mundo inclusive no Brasil No ano de 1977 por meio da Norma de Avaliaccedilatildeo da Incapacidade do Instituto Nacional da Seguridade Social o termo LER foi substituiacutedo por DORT poreacutem a polecircmica ainda existe na literatura (Morofuse 2000)

43

Todo esse processo de mudanccedilas ocorrida no mundo do trabalho

desencadeou aspectos relevantes na relaccedilatildeo trabalho e sauacutede e contribuiu

efetivamente para o surgimento do campo da Sauacutede do Trabalhador

23 O PROCESSO DE TRABALHO COMO DETERMINANTE DO

PROCESSO SAUacuteDE-DOENCcedilA EM ENFERMAGEM

A sauacutede e a doenccedila do trabalhador satildeo determinadas pelos processos

de trabalho que envolve complexas relaccedilotildees econocircmicas sociais e

tecnoloacutegicas que determinam a exposiccedilatildeo a fatores de risco25

O processo de trabalho eacute a relaccedilatildeo entre o homem e a natureza atraveacutes

do qual o homem utiliza sua energia muscular para transformar manter ou

produzir bens necessaacuterios agrave sua sobrevivecircncia26

A relaccedilatildeo que o homem estabelece com a natureza a forma como dela

se apropria e a transforma resulta tambeacutem no processo sauacutede-doenccedila O

homem ao transformaacute-la tambeacutem se modifica desenvolvendo suas

potencialidades e ampliando seu universo social

Para compreender o processo de trabalho eacute preciso conhecer os

elementos que o compotildeem ou seja o objeto de trabalho os instrumentos e o

proacuteprio trabalho e ainda identificar a relaccedilatildeo entre estes elementos25

Eacute preciso analisar para aleacutem das caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e

mecacircnicas para se alcanccedilar um entendimento mais ampliado dos fatores

relacionados ao processo de trabalho que repercutem na sauacutede ou no corpo

dos trabalhadores22 De um modo geral satildeo propostas duas categorias de

anaacutelise para a compreensatildeo da sauacutede ocupacional cargas de trabalho e

desgaste

As cargas de trabalho satildeo elementos do processo de trabalho que

interatuam dinamicamente entre si e com a corporeidade humana ou seja com

o corpo do trabalhador gerando processos de adaptaccedilatildeo que se traduzem em

desgaste

44

As cargas podem ser divididas em dois grupos aquelas que tecircm

materialidade externa ao corpo do trabalhador como as cargas fiacutesicas

quiacutemicas bioloacutegicas e mecacircnicas e as que soacute adquirem materialidade no

corpo humano ou seja as cargas fisioloacutegicas biomecacircnicas e emocionais A

intensidade das cargas depende do modo de produccedilatildeo da organizaccedilatildeo da

divisatildeo do trabalho e de fatores individuais2728

Para compreender os impactos sobre a sauacutededoenccedila dos

trabalhadores eacute necessaacuterio entender como as cargas interatuam entre si

acarretando adoecimentos diversos decorrentes do trabalho Considera-se que

haacute desgaste na realizaccedilatildeo da atividade laborativa quando ocorrem processos

de adaptaccedilatildeo destruidores da integridade corporal denominados como

excesso de cargas de trabalho2930

O modo de trabalho no setor de sauacutede apresenta algumas

especificidades que se distinguem do trabalho de outros setores da economia

jaacute que o seu produto final eacute um serviccedilo resultante da accedilatildeo compartilhada de

vaacuterios profissionais e centra-se nas relaccedilotildees interpessoais entre beneficiaacuterios e

executores Reuacutene um conjunto de atividades programadas e normatizadas

que se realizam sob a base da cooperaccedilatildeo em um cenaacuterio dinacircmico e instaacutevel

e promove transformaccedilotildees nesse cenaacuterio27

Na enfermagem o objeto de trabalho a ser transformado eacute o corpo

humano individual ou coletivo em suas mais diversificadas demandas no

processo sauacutede-doenccedila31 O trabalho em si inclui as formas de organizaccedilatildeo

divisatildeo e relaccedilatildeo de trabalho que garantem a forccedila laborativa obtida pelos

agentes a saber enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e auxiliares de

enfermagem O processo sauacutede-doenccedila eacute gerado em dois momentos o

momento produtivo e o momento de consumo O primeiro refere-se ao

processo de trabalho que gera por um lado tensatildeo mas por outro satisfaccedilatildeo

O segundo refere-se agrave vida social cultural e aos valores do indiviacuteduo32

Os processos de desgaste do trabalhador de enfermagem satildeo oriundos

da diversidade intensidade e simultaneidade de exposiccedilatildeo agraves cargas

inerentes ao processo de trabalho cabe agrave equipe de enfermagem o

acompanhamento aos pacientes em tempo integral levando a uma maior

45

exposiccedilatildeo aos riscos Esses processos satildeo explicitados pelos danos

biopsiacutequicos em suas diferentes formas de expressatildeo33

Haacute que se destacar que o processo de trabalho tem estreita relaccedilatildeo com

a sauacutede e quando haacute desarmonia nessa relaccedilatildeo pode ocorrer desgastedoenccedila

por parte dos operaacuterios ressaltando-se que as doenccedilas causadas pelo trabalho

podem ser somaacuteticas psicossomaacuteticas e psiacutequicas Estas doenccedilas satildeo

originaacuterias das diversas cargas de trabalho as quais os trabalhadores ficam

expostos sejam elas de natureza fiacutesica quiacutemica por tensatildeo nervosa ritmo do

trabalho ou por repetitividade das tarefas

No que tange ao processo de trabalho no setor de serviccedilos

especialmente no setor sauacutede a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) vem

complementar a proteccedilatildeo a sauacutede do trabalhador em relaccedilatildeo aos riscos

bioloacutegicos tatildeo comuns no cotidiano do trabalho de enfermagem poreacutem natildeo eacute

objeto do presente estudo

Os principais agravos relacionados ao trabalho que acometem

profissionais de enfermagem satildeo queixas relacionadas a LERDORT e o

estresse manifestaccedilotildees que levam ao absenteiacutesmo34

As LERDORTs por definiccedilatildeo satildeo fenocircmenos nosoloacutegicos relacionados

ao trabalho caracterizados pela ocorrecircncia de vaacuterios sintomas concomitantes

ou natildeo tais como dor parestesia sensaccedilatildeo de peso fadiga Podem ter

manifestaccedilatildeo insidiosa geralmente nos membros superiores membros

inferiores regiatildeo da coluna vertebral lombar toraacutecica e cervical que

frequentemente satildeo causas de incapacidades laborais temporaacuterias ou

permanentes As LERDORTs resultam da super utilizaccedilatildeo das estruturas

anatocircmicas do sistema musculoesqueleacutetico sem o devido tempo para a sua

recuperaccedilatildeo27 Acredita-se que estejam ligadas a atividades repetitivas

manutenccedilatildeo de posturas estaacuteticas durante o trabalho e aspectos psiacutequico-

sociais

A primeira doenccedila descrita na literatura associada agraves atividades

repetitivas foi a tenossinovite caracterizando-se pela restriccedilatildeo ao livre

movimento de um tendatildeo devido a uma inflamaccedilatildeo deste ou de sua bainha Em

1891 Fritz De Quervain descreveu a doenccedila como entorse das lavadeiras

46

devido ao fato de ter encontrado mulheres que lavavam roupa que

apresentavam tendinite dos tendotildees e muacutesculo adutor longo e extensor curto

do polegar 35

Em marccedilo de 1993 o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)

elaborou a Norma Teacutecnica que dispotildee sobre procedimentos de avaliaccedilatildeo da

incapacidade de trabalhadores afastados do trabalho para orientaccedilatildeo a

meacutedicos e peritos Posteriormente ocorreu uma revisatildeo no texto e em 19 de

agosto de 1998 foi publicada no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a Nova Norma Teacutecnica

de Avaliaccedilatildeo de Incapacidade para fins de Benefiacutecios Previdenciaacuterios

substituindo o termo LER por DORT A Norma Teacutecnica incluiu novos

diagnoacutesticos como a siacutendrome miofascial e as fibromialgias poreacutem apresenta

dificuldades para o diagnoacutestico precoce dificultando a caracterizaccedilatildeo do nexo

causal36 37

A LER eacute o vocaacutebulo utilizado no Brasil para definir uma siacutendrome

caracterizada pelo desconforto incapacidade ou dor persistente em

articulaccedilotildees muacutesculos tendotildees e outros tecidos moles com ou sem

manifestaccedilotildees fiacutesicas ou cliacutenicas entretanto essa terminologia natildeo eacute bem

acolhida de maneira geral e foi alterada para Distuacuterbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho38

Em 2003 o INSS em sua Instruccedilatildeo Normativa 9836 instituiu a adoccedilatildeo

oficial do termo LERDORT devido agrave consagraccedilatildeo do antigo termo o qual

usaremos neste trabalho

As LERDORTs tecircm relaccedilatildeo direta com as exigecircncias de tarefas

laborais ambiecircncia fiacutesica e com a organizaccedilatildeo do trabalho e eacute uma doenccedila

ocupacional que vem crescendo de forma ameaccediladora provocando mutilaccedilotildees

e sequelas reversiacuteveis eou irreversiacuteveis nos trabalhadores aleacutem de

desencadear nas empresas aumento do absenteiacutesmo e dos custos reduccedilatildeo

do lucro da produtividade e da qualidade nos serviccedilos prestados e aumento do

niacutevel de estresse39

Apresentam-se com sinais e sintomas de origem ocupacional

caracterizadas por inflamaccedilotildees dos muacutesculos tendotildees faacutescias e nervos

principalmente mas natildeo exclusivamente nos membros superiores regiatildeo

47

escapular e pescoccedilo merecem destaque natildeo soacute pelo aumento de sua

incidecircncia mas por existirem evidecircncias de sua associaccedilatildeo com o ritmo de

trabalho Essas doenccedilas em geral possuem uma maacute evoluccedilatildeo ocasionando

dor edema e perda de forccedila sendo responsaacuteveis por uma fatia significativa

das causas da queda do desempenho no trabalho e produtividade 40 41

Abrangem quadros cliacutenicos amplos caracterizados pela ocorrecircncia de

agravos neuro-ortopeacutedicos definidos como tenossinovites sinovites

compressotildees de nervos perifeacutericos que podem ser identificadas ou natildeo sendo

comum agrave ocorrecircncia de vaacuterios sinais e sintomas concomitantes e agraves vezes

inespeciacuteficos 42

As condiccedilotildees laborais que podem induzir o surgimento das LERDORTs

satildeo aquelas que incluem movimentos repetitivos aplicaccedilatildeo de forccedila

levantamento e transporte de cargas posturas inadequadas e estresse

relacionado agraves condiccedilotildees psicosociais do local onde o trabalho acontece 36 40

Para a ocorrecircncia das LERDORTs natildeo existe causa uacutenica e

determinada pois satildeo vaacuterios os fatores existentes no trabalho que podem estar

relacionados agrave sua gecircnese como por exemplo a repetitividade de movimentos

manutenccedilatildeo de posturas inadequadas por tempo prolongado esforccedilo fiacutesico

invariabilidade de tarefas pressatildeo mecacircnica sobre determinadas partes do

corpo mais precisamente nos membros superiores trabalho estaacutetico frio

fatores organizacionais e psicossociais36

Neste sentido estas doenccedilas podem manifestar-se com diferentes

quadros cliacutenicos e distintos sinais e sintomas Algumas manifestaccedilotildees mais

comuns satildeo as tenossinovite tendinite epicondilite bursite siacutendrome do tuacutenel

do carpo Existem outras manifestaccedilotildees de LERDORT cujo fator

desencadeante eacute o estresse emocional que pode ser causado pelo trabalho ou

mesmo pelo afastamento do trabalho como a Siacutendrome aacutelgica miofascial que eacute

decorrente de uma praacutetica de atividades extenuantes ou como subproduto de

tensatildeo psicoloacutegica anguacutestia ou ansiedade39

A dor eacute um sintoma bastante relatado e se exacerba com o estresse

emocional39 e pode ser localizada irradiada ou generalizada acompanhada ou

natildeo de sensaccedilatildeo de desconforto fadiga sensaccedilatildeo de peso parestesia

48

sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo de forccedila edema enrijecimento articular choque falta

de firmeza nas matildeos sudorese excessiva e alodiacutenea As queixas geralmente

se apresentam em diferentes graus de severidade podendo ser caracterizadas

em relaccedilatildeo ao tempo de duraccedilatildeo localizaccedilatildeo intensidade entre outros

aspectos39

Inicialmente os sintomas se apresentam de forma insidiosa nos

momentos de picos de produccedilatildeo ou ao final da jornada de trabalho com o

decorrer do tempo se tornam mais frequentes inclusive no iniacutecio da jornada de

trabalho e em atividades extra laborativas do trabalhador Neste momento as

pessoas procuram assistecircncia em sauacutede devido agraves implicaccedilotildees no

desempenho de suas capacidades funcionais Eacute constante nestes casos o

tratamento baseado em anti-inflamatoacuterios e sessotildees de fisioterapia que podem

mascarar a gecircnese ergonocircmica do problema se natildeo forem detectados e

sanados sem debelar os fatores desencadeantes ocorreraacute a progressatildeo do

quadro cliacutenico com crises de dor intensa geralmente desencadeadas por

movimentos bruscos pequenos esforccedilos fiacutesicos alternacircncia de temperatura

insatisfaccedilatildeo e tensatildeo39 De um modo geral natildeo haacute uma preocupaccedilatildeo com o

banimento do fator desencadeante do estado moacuterbido

Faz-se necessaacuteria uma abordagem mais aprofundada com equipe

multidisciplinar e como em qualquer caso cliacutenico outros sintomas ou doenccedilas

devem ser investigados tendo em vista a possibilidade de terem influecircncia na

determinaccedilatildeo ou agravamento do caso Traumas diabetes mellitus artrite

reumatoide gravidez podem causar ou agravar sintomas do sistema

musculoesqueleacutetico e do sistema nervoso perifeacuterico18

Na anamnese ocupacional aleacutem de ser elaborada a histoacuteria cliacutenica eacute

imprescindiacutevel saber onde e como o trabalhador desenvolve seu trabalho

rotina de atividades duraccedilatildeo e jornada de trabalho existecircncia de pausa

execuccedilatildeo e frequecircncia de movimentos repetitivos sobrecarga estaacutetica forma

de pressatildeo das chefias mudanccedilas no ritmo insatisfaccedilatildeo ruiacutedo excessivo

mobiliaacuterio desconforto teacutermico enfim vaacuterios fatores predisponentes para o

surgimento das LERDORTs18

Natildeo existem evidecircncias na literatura acerca da relevacircncia das tarefas

domeacutesticas como uso de computador em casa ato de dirigir tricotar

49

carregamento de sacolas entre outras como desencadeantes de quadros de

LERDORT poreacutem existem estudos que associam a ocorrecircncia de doenccedilas

musculoesqueleacuteticas com a exposiccedilatildeo de fatores de risco no trabalho43

A insatisfaccedilatildeo com o trabalho a carga social da eacutepoca atual a tensatildeo

emocional e o estresse contribuem privilegiando para o surgimento da e ou

agravamento da LERDORT43

Atualmente o termo estresse tem sido amplamente utilizado natildeo

apenas em pesquisas cientiacuteficas mas tambeacutem pelos diferentes meios de

comunicaccedilatildeo e tem ocupado lugar de destaque pela sua importacircncia na vida

das pessoas principalmente quando estaacute associado a algum desconforto de

ordem fiacutesica eou emocional

A palavra estresse vem do inglecircs stress Na aacuterea da sauacutede passou a ser

utilizado no iniacutecio do seacuteculo XX sendo o primeiro pesquisador em estresse o

meacutedico austriacuteaco Hans Selye considerado o liacuteder nesta linha de pesquisa nas

deacutecadas de 20 e 30 Em sua primeira publicaccedilatildeo empregou a palavra estresse

como forma de caracterizar as reaccedilotildees do corpo sugerindo a designaccedilatildeo de

reaccedilatildeo de alarme agraves respostas iniciais do organismo frente a pressotildees

psicoloacutegicas 44

Em 1956 publicou o livro intitulado The stress of life onde explicava o

mecanismo bioquiacutemico do estresse44 Considerado o primeiro pesquisador que

demonstrou as etapas do estresse bioloacutegico Selye exprime um significado para

o estresse como esforccedilo de adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentar situaccedilotildees

que considera ameaccediladora a sua vida e ao seu equiliacutebrio Descreveu a

Siacutendrome Geral de Adaptaccedilatildeo (SGA) ou do estresse bioloacutegico como um

conjunto de sintomas que o indiviacuteduo apresenta quando eacute submetido a

situaccedilotildees que exijam uma importante adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentaacute-

las podendo ocorrer atraveacutes de estiacutemulos internos ou psicoemocionais e

estiacutemulos externos ou do meio socioeconocircmico inclusive o trabalho O

estresse eacute um processo de adaptaccedilatildeo normal do indiviacuteduo entretanto quando

a resposta eacute patoloacutegica registra-se uma disfunccedilatildeo que leva aos distuacuterbios

transitoacuterios ou doenccedilas graves ou ainda ao agravamento daquelas jaacute

existentes 44 45

50

Estudos demonstram que o estresse possui trecircs fases uma inicial que eacute

a chamada de reaccedilatildeo de alarme a segunda da resistecircncia e a terceira da

exaustatildeo Todas as fases satildeo comandadas pelo sistema nervoso autocircnomo

via sistema liacutembico e pelo sistema nervoso central via hipotaacutelamo46 47

A fase de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

agente estressor e ocorre quando o organismo se prepara para as reaccedilotildees de

luta ou fuga ou seja no momento em que o estressor eacute percebido pela pessoa

Nesta fase tanto pode ocorrer a eliminaccedilatildeo do estressor quanto a adaptaccedilatildeo

do organismo a ele A reaccedilatildeo de alarme representa para o indiviacuteduo um

desgaste e consequentemente uma alteraccedilatildeo da capacidade de manter

constacircncia no bem-estar e equiliacutebrio do organismo Os principais sintomas que

caracterizam a reaccedilatildeo de alarme satildeo a taquicardia sudorese cefaleia

alteraccedilotildees da pressatildeo arterial irritabilidade fadiga tensatildeo muscular sensaccedilatildeo

de esgotamento e alteraccedilotildees gastrointestinais46 47

A segunda fase eacute a de resistecircncia nessa fase o estresse continua

presente por periacuteodos prolongados ou a sua dimensatildeo eacute demasiadamente

grande e eacute aiacute que predomina o desgaste porque a pessoa tenta

instintivamente se adaptar ao que estaacute passando atraveacutes de reservas de

energia adaptativa que possui As repercussotildees mais evidentes estatildeo nos

sistema fisioloacutegico psicoloacutegico e social que fazem com que o indiviacuteduo se

mantenha em estado de alerta Pela resistecircncia ao estressor torna-se difiacutecil o

retorno da homeostase Alguns dos sintomas que caracterizam a fase de

resistecircncia satildeo ansiedade o nervosismo o medo a impotecircncia sexual a falta

ou excesso de apetite e o isolamento social44 47

A terceira fase eacute a exaustatildeo onde o organismo chega a seu limite ao

esgotamento e estaacute associada a uma seacuterie de doenccedilas Ocorre quando haacute

continuidade do agente estressor e natildeo acontece mais a adaptaccedilatildeo do

organismo Nesta fase apresentam-se sinais de deterioraccedilatildeo haacute uma queda na

imunidade e eacute quando surgem doenccedilas tais como as cardiacuteacas respiratoacuterias

gastrointestinais musculoesqueleacuteticas depressatildeo desequiliacutebrio total do

indiviacuteduo podendo culminar com a sua morte Estas fases natildeo ocorrem de

forma delimitada visto que a simultaneidade e a rapidez evolutiva satildeo suas

caracteriacutesticas 4446 47

51

Em 1975 Selye publicou outro livro denominado rdquoStress without

distressldquo no qual reconhece a importacircncia da intervenccedilatildeo psicoloacutegica e da

atividade fiacutesica no mecanismo de regulaccedilatildeo orgacircnica diante da multiplicidade

de fatores a que o organismo estaacute exposto o autor introduziu na literatura os

termos eustress e distress para estabelecer a diferenccedila entre o estresse bom

ou beneacutefico (eustress) e o ruim que causa reaccedilotildees adversas fiacutesicas e

emocionais (distress) 44 47

O eustress tem efeito positivo e pode demonstrar quando se estaacute em

alerta a concentraccedilatildeo eacute melhor os reflexos satildeo mais raacutepidos pensa-se com

mais fluidez e dependendo das condiccedilotildees do ambiente pode-se ser mais

criativo e produtivo O distress tem efeito negativo e processa-se quando se

reage por um tempo prolongado ao agente estressor sentindo quando

esgotado a capacidade de atenccedilatildeo e a concentraccedilatildeo diminuiacutedas havendo um

esforccedilo maior para manter a produtividade Se o agente estressor continuar

agindo e a situaccedilatildeo natildeo for resolvida o corpo ainda que cansado continua

reagindo e consumindo energia ocasionando as doenccedilas 47

Acredita-se que nos seres humanos o grande determinante do

potencial nocivo do estresse eacute um estado interior de insatisfaccedilatildeo consigo

mesmo e com a vida O estresse pode provocar uma reaccedilatildeo nos denominados

oacutergatildeos de choque como os intestinos o estocircmago sistema muscular sistema

arterial e o cardiacuteaco Com a repeticcedilatildeo das situaccedilotildees estressantes ao longo da

vida a pessoa poderaacute apresentar gastrites uacutelceras mau funcionamento do

intestino tensotildees musculares hipertensatildeo arterial e infarto do miocaacuterdio48

A preocupaccedilatildeo em estabelecer a articulaccedilatildeo entre estresse e trabalho

data da Revoluccedilatildeo Industrial e o foco concentrava-se na atribuiccedilatildeo de causas

de doenccedilas agrave exposiccedilatildeo do organismo aos agentes fiacutesicos quiacutemicos ou

bioloacutegicos O sofrimento dos trabalhadores pode ser expresso atraveacutes da

insatisfaccedilatildeo e da ansiedade e pode estar vinculado agraves condiccedilotildees de trabalho

ambiente fiacutesico risco quiacutemico e bioloacutegico condiccedilotildees de higiene e de

seguranccedila organizaccedilatildeo divisatildeo do trabalho e das tarefas relaccedilotildees de poder

as questotildees de responsabilidade habilidade para cuidar de pacientes graves e

o relacionamento entre pessoas49 Tais condiccedilotildees satildeo encontradas de um

modo geral no ambiente hospitalar

52

Atualmente o termo estresse vem sendo empregado como sinocircnimo de

cansaccedilo dificuldade frustraccedilatildeo ansiedade desamparo desmotivaccedilatildeo

Tornou-se o responsaacutevel pela maioria dos males que nos afligem

principalmente aos infortuacutenios relacionados ao estilo de vida urbana atual Com

a disseminaccedilatildeo progressiva do conceito de estresse no discurso popular o

termo passou a ser utilizado como uma accedilatildeo resultante de uma forccedila invisiacutevel e

difusa que agiria como intermediaacuteria entre o indiviacuteduo e o meio ambiente em

que vive e trabalha 150

A enfermagem eacute uma profissatildeo estressante devido agrave sobrecarga de

trabalho necessidade de contato intenso e fisicamente proacuteximo ao paciente

conflitos inerentes ao processo de trabalho sofrimento humano proximidade

com a morteperda e conflitos interpessoais Cabe ao profissional de

enfermagem cuidar de indiviacuteduos adoecidos e promover o seu bem-estar geral

O Health Education Authority classifica a enfermagem como a quarta

profissatildeo mais estressante que tenta afirmar-se profissionalmente de forma a

alcanccedilar maior reconhecimento social 1 50

Neste contexto o envolvimento acaba sendo muito intenso a ponto de

os profissionais natildeo identificarem suas proacuteprias vulnerabilidades ou quando o

fazem deixam-nas de lado tornando-se com isso mais expostos aos efeitos

negativos do estresse 51 52

A aparente aura de tranquilidade dos hospitais oculta uma realidade

onde a tensatildeo estaacute sempre presente onde se exigem concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

continuadamente Esse tipo requerido o trabalhador atento gera uma

sobrecarga mental agravada com a tarefa de zelar pela vida do outro

As LERDORTs guardam estreita relaccedilatildeo com estresse e aparece

devido a uma restriccedilatildeo da micro circulaccedilatildeo nos muacutesculos e tendotildees tensos

que pode evoluir para uma vascularizaccedilatildeo precaacuteria fato que tem por

implicaccedilatildeo a reduccedilatildeo da chegada de nutrientes aos muacutesculos e tendotildees

induzindo agrave fadiga muscular crocircnica e ao surgimento de dor

53

231 LERDORT E ABSENTEIacuteSMO NO TRABALHO

O absenteiacutesmo tem-se tornado problema crucial tanto para as

organizaccedilotildees como para os administradores Suas causas estatildeo ligadas a

muacuteltiplos fatores tornando-o complexo e de difiacutecil gerenciamento Absenteiacutesmo

laboral eacute o termo utilizado na literatura para genericamente indicar o natildeo

comparecimento inesperado ao trabalho quando se espera que o trabalhador

esteja presente em especial aquele de caraacuteter repetitivo Para Miguez e

Bomami (1988)53 aleacutem da ausecircncia fiacutesica o termo absenteiacutesmo contempla um

conjunto de comportamentos de ausecircncia Isto porque o trabalhador pode estar

presente no posto de trabalho mas improdutivo ou ainda que presente natildeo

estar em seu posto de trabalho

Tambeacutem Midorikawa (2000)54 aponta esses dois tipos de absenteiacutesmo

aquele decorrente da falta ao trabalho e aquele em que o trabalhador se

encontra apenas de corpo presente com algum problema de sauacutede que

repercute no seu desempenho e produtividade Pela oacuteptica administrativa o

comparecimento ao trabalho eacute condiccedilatildeo imprescindiacutevel para a eficaacutecia de uma

organizaccedilatildeo

As faltas imprevistas fazem com que as empresas se ressintam da

carecircncia de matildeo-de-obra suficiente para manter a produccedilatildeo ou o serviccedilo e

muitas vezes se veem obrigadas a contornar a situaccedilatildeo substituindo o

ausente por outro funcionaacuterio natildeo necessariamente preparado para

desempenhar aquela funccedilatildeo resultando no decreacutescimo da produtividade na

queda de qualidade aleacutem de exercer um efeito negativo sobre os demais

trabalhadores por gerar sobrecarga de trabalho55 Tal comportamento

sobrecarrega o funcionaacuterio e as chances de erros e adoecimento aumentam

Para Graccedila (2000)56 pior para a produtividade que o absenteiacutesmo eacute o

presentismo Pessoas que embora estejam no trabalho tecircm problemas de

sauacutede ou outros problemas que natildeo lhes permitem ser completamente

funcionais

54

O presentismo eacute um conceito utilizado para explicar o fato das pessoas

estarem presentes no local de trabalho mas devido a problemas de ordem

fiacutesica ou psicoloacutegica natildeo conseguirem cumprir na totalidade as suas funccedilotildees57

Satildeo vaacuterias as profissotildees abrangidas pelo presentismo sendo que as

taxas mais elevadas parecem residir em setores relacionados com a sauacutede e

educaccedilatildeo 57

Entre as principais causas geradoras do presentismo estatildeo os

problemas psicoloacutegicos as doenccedilas musculoesqueleacuteticas e a utilizaccedilatildeo de

faacutermacos como anti-histamiacutenicos e benzodiazepiacutenicos que tem impacto na

produtividade laboral tanto em termos quantitativos de trabalho quando a

produccedilatildeo natildeo corresponde agravequilo que eacute esperado como tambeacutem em termos de

qualidade do trabalho produzido refletindo-se essencialmente em erros e

omissotildees nos procedimentos A quebra da produtividade traduz-se assim na

incapacidade de desempenhar as tarefas de rotina podendo resultar em

elevadas taxas de abandono por doenccedila 57

Na enfermagem esse fenocircmeno vem preocupando os gerentes uma

vez que faltas frequentes ao trabalho repercutem no quantitativo de recursos

humanos refletindo na qualidade da assistecircncia prestada agrave clientela Aleacutem

disso o absenteiacutesmo constitui-se em variaacutevel relevante quando se trata de

dimensionar quadro de pessoal para os serviccedilos As razotildees que acarretam o

absenteiacutesmo em larga escala satildeo as longas jornadas de trabalho as condiccedilotildees

de insalubridade do ambiente de trabalho a baixa remuneraccedilatildeo o duplo

emprego e a tensatildeo emocional e doenccedilas ocupacionais58

O estado fisioloacutegico e psicoloacutegico dos trabalhadores eacute importante em

termos de responsabilidade social59 e o absenteiacutesmo laboral decorrente de

problemas de sauacutede acarretam consequecircncias econocircmicas e sociais pois aleacutem

do ocircnus econocircmico-administrativo direto absorvido pela empresa e pelo

empregado incrementa os gastos ao Sistema de Previdenciaacuterio Social que

responde pelo pagamento dos benefiacutecios pela incapacidade temporaacuteria por

doenccedila ou acidente de trabalho

55

232 LERDORT E AS POLIacuteTICAS TRABALHISTAS

A enfermagem eacute uma das profissotildees da aacuterea da sauacutede cuja essecircncia e

especificidade eacute o cuidado ao ser humano desenvolvendo atividades de

prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede

atuando em equipes60

Portanto a enfermagem eacute considerada responsaacutevel pelo cuidado pelo

conforto acolhimento e bem-estar dos pacientes seja prestando o cuidado

seja coordenando outros setores para a prestaccedilatildeo da assistecircncia e

promovendo a autonomia dos pacientes atraveacutes da educaccedilatildeo em sauacutede61

Cuidar do Ser Humano procurando encontrar caminhos e

desenvolvendo potenciais para que este Ser Humano desempenhe seus

papeacuteis eou possa abdicar deles entregando-se por livre escolha ou por forccedila

das circunstacircncias ao controle de outrem temporaacuteria ou definitivamente com

dignidade e respeito levando-o a sentir-se estimado e respeitado durante todo

o processo de viver tudo isto eacute papel da enfermagem 62

Ideologicamente a definiccedilatildeo posta acima deixa transparecer relaccedilatildeo

direta da enfermagem com bem estar mas por outro lado a reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas trabalhistas visa diminuir cada vez mais o nuacutemero de trabalhadores

economicamente ativos e achata a remuneraccedilatildeo daqueles que continuam

inseridos no mercado formal de trabalho63 tal preceito finda por conduzir a um

intenso processo de flexibilizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho marcado pelo

aumento das horas extras de trabalho e rendimento salarial modesto criando

assim uma sociedade global de risco64 Essa relaccedilatildeo por um lado trouxe

conquistas para a vida humana48 moderna mas tem produzido por outro lado

desafios para a aacuterea da sauacutede do trabalhador Dentre tais desafios encontram-

se as alcunhadas LERDORTs65

As LERDORTs tiveram um faacutetuo incremento nos uacuteltimos quinze anos e

satildeo consideradas como uma epidemia3566 No Brasil esse incremento comeccedilou

no iniacutecio da deacutecada de 80 no setor de processamento de dados mas

presentemente eacute possiacutevel encontrar casos em quase todos os ramos de

atividade67 e tem estreita relaccedilatildeo com as poliacuteticas trabalhistas

56

A conjuntura poliacutetica o achatamento salarial estreitamento do mercado

de trabalho e o desemprego satildeo fatores agravantes aos profissionais de

enfermagem e obriga esses profissionais a atuarem em mais de um local de

trabalho exercendo uma carga horaacuteria mensal extremamente longa 68

Tal fato parece ser agravado quando se pensa no profissional de

enfermagem de niacutevel meacutedio o mercado de trabalho se mostra cruel no que

tange agraves remuneraccedilotildees oferecendo em meacutedia dois salaacuterios miacutenimos pela

jornada de trabalho de quarenta horas semanais para esses profissionais68

O problema vem se agravando paulatinamente pelo desconhecimento

acerca do processo de adoecimento e pela ausecircncia de intervenccedilotildees

ergonocircmicas na condiccedilatildeo de trabalho69 e nesse sentido satildeo essenciais

esforccedilos para a compreensatildeo do homem na ambiecircncia laboral bem como de

programa educativo para prevenccedilatildeo de doenccedilas ocupacionais pois aquilatam

atitudes que valorizam a cultura da sauacutede ocupacional

De um modo geral quando se fala em sauacutede prevenccedilatildeo eacute ponto

meritoacuterio de destaque sobretudo pela questatildeo faacutermaco-econocircmica Quando se

trata especificamente da sauacutede ocupacional prevenccedilatildeo eacute apresentada como

fator primordial 35 70 71 72 73 e 74

24 A EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE NA LERDORT

Os projetos educativos em sauacutede satildeo majoritariamente propostos com

a perspectiva de transmissatildeo de um conhecimento onde o profissional da

sauacutede que sabe ensina para a populaccedilatildeo leiga

A forma de se educar em sauacutede descrita acima com certa ironia pode

ser melhor compreendida se considerarmos que as praacuteticas sanitaacuterias que

ganharam supremacia ao longo do seacuteculo XX fundamentaram-se na

hegemonia do binocircmio sauacutede-doenccedila como questotildees antagocircnicas esse

caminho incutiu padrotildees culturais sanitaacuterios inadequados constituindo o que

vem sendo nomeado contemporaneamente como comportamentos de

risco75 e assim parece evidente que as mudanccedilas comportamentais esperadas

57

com esse tipo de praacutetica constituem um produto raro das propostas educativas

implantados sem a efetiva participaccedilatildeo dos sujeitos 76 77

Os princiacutepios preventivos de LERDORT na realidade satildeo

reestruturaccedilotildees do processo de produccedilatildeo de conhecimento e devem resultar

na melhoria da qualidade de vida no trabalho78 79

Por outro lado atuaccedilotildees preventivas podem tornar-se meros rituais80

uma vez que se transformam numa seacuterie de protocolos e procedimentos que

seratildeo incorporados por funcionaacuterios sem uma efetiva participaccedilatildeo dos

mesmos no processo de construccedilatildeo das medidas preventivas

Os programas preventivos para prevenccedilatildeo das LERDORTs via de

regra satildeo embasados pela praacutetica da ginaacutestica laboral no entanto tal praacutetica

merece ser melhor estudada e compreendida pois natildeo apresentam soluccedilotildees

definitivas na reduccedilatildeo do surgimento das doenccedilas ocupacionais 81 82 83 84 85 86

Assim atitudes preventivas quando natildeo idealizadas em parceria com os

grupos a que seratildeo aplicadas e de acordo com suas reais necessidades e

praacutexis podem natildeo surtir efeitos desejados pois seratildeo na verdade conjunto de

regras e leis a serem adotadas nesse sentido a praacutetica prevencionista passa a

ser simples aplicaccedilatildeo de leis e normas que satildeo incorporadas agrave legislaccedilatildeo e

tornam-se obrigatoacuterios na praacutetica da seguranccedila do trabalho87 e portanto devem

ser memorizadas e cumpridas

Educaccedilatildeo em sauacutede constitui um conjunto de saberes e praacuteticas

orientadas para a prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede87 Dessa forma

rompe-se com a verticalidade da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio88

O usuaacuterio eacute reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o

processo sauacutede-doenccedila-cuidado capaz de estabelecer uma interlocuccedilatildeo

dialoacutegica com o serviccedilo de sauacutede e de desenvolver uma anaacutelise criacutetica sobre a

realidade e o aperfeiccediloamento das estrateacutegias de luta e enfrentamento 88

A estrateacutegia valorizada por este modelo eacute a comunicaccedilatildeo dialoacutegica que

visa agrave construccedilatildeo de um saber sobre o processo sauacutede-doenccedila-cuidado que

capacite os indiviacuteduos a decidirem quais as estrateacutegias mais apropriadas para

promover manter e recuperar sua sauacutede88

58

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) define sauacutede como natildeo apenas

ausecircncia de doenccedila mas tambeacutem enquanto uma situaccedilatildeo de perfeito bem-

estar fiacutesico mental e social Atualmente entende-se que essa definiccedilatildeo ainda

que avanccedilada para a eacutepoca em que foi elaborada atualmente eacute irreal e

ultrapassada Eacute possiacutevel afirmar que se trata de um conceito irreal pois referir-

se ao perfeito bem-estar caracteriza uma utopia jaacute que se acredita na

impossibilidade de atingir a perfeiccedilatildeo fiacutesica mental e social simultaneamente89

Seria pertinente ponderar que o conceito de sauacutede natildeo pode ser ideado

como um conceito unicausal mas sim transdisciplinar Sabe-se que definir

sauacutede implica uma experiecircncia subjetiva individual vivenciada pelo sujeito e

que natildeo pode ser totalmente apreendida pelo saber fazer cientiacutefico90 91 pois os

problemas de sauacutede natildeo se referem apenas ao monitoramento de doenccedilas

mas principalmente na anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo

abrangendo o aspecto econocircmico social e ambiental O planejamento a

programaccedilatildeo e a execuccedilatildeo de accedilotildees a serem implementadas para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede devem objetivar a eliminaccedilatildeo dos

riscos e danos e fundamentalmente os causadores destes

Por outro lado o conceito de educar eacute compreendido pela inserccedilatildeo do

homem na realidade e o processo deve partir sempre de experiecircncias do

homem com a realidade na qual estaacute inserido da sua vivecircncia pessoal com a

sua realidade a educaccedilatildeo deve cumprir tambeacutem a funccedilatildeo de analisar e refletir

a realidade posta no sentido de apropriar-se dela e transforma-la92

Ao se aglutinar esses pressupostos supra mencionados cria-se a

possibilidade real de se pensar em educaccedilatildeo em sauacutede que eacute entendida como

uma atividade planejada e tem como objetivo estimular e criar condiccedilotildees para

que mudanccedilas de comportamento sejam produzidas no zelo com a sauacutede93 94

estando assim totalmente desvinculada agrave mera obediecircncia aos cuidados

preventivos importantes e necessaacuterios idealizados para a promoccedilatildeo em sauacutede

A educaccedilatildeo em sauacutede pressupotildee uma combinaccedilatildeo de oportunidades

que favoreccedilam a manutenccedilatildeo da sauacutede e sua promoccedilatildeo natildeo se trata de uma

mera transmissatildeo de conteuacutedos mas sim como a adoccedilatildeo de praacuteticas

educacionais que busquem a autonomia dos sujeitos na conduccedilatildeo de sua

vida95

59

No intento de apreender essa perspectiva eacute importante grifar os modelos

sobre a educaccedilatildeo em sauacutede a saber O modelo tradicional e o modelo

radical96

De acordo com o modelo tradicional que eacute chamado tambeacutem de modelo

preventivista adota os pressupostos da sauacutede puacuteblica tradicional tal modelo

evidencia a prevenccedilatildeo de agravos centrando-se na mudanccedila individual96

Intenciona-se com este modelo a mudanccedila de comportamento individual

e segue a loacutegica da pedagogia de ensino bancaacuterio no qual o ldquoprofessorrdquo deteacutem

todo o conhecimento que seraacute ldquodepositadordquo nos educandos que satildeo sujeitos

passivos do processo Leva em consideraccedilatildeo que o sujeito eacute receptor de

conteuacutedo e que nada ou pouco sabe sobre o assunto em questatildeo Tal modelo

dificulta e inibe o despertar da consciecircncia criacutetica em relaccedilatildeo ao autocuidado

com a sauacutede96

Por outro lado o modelo radical de educaccedilatildeo em sauacutede surge no

tentame de compreender a complexidade da vida e da sauacutede surge na ideia do

construtivismo e tem como objetivo principal a promoccedilatildeo da sauacutede

considerando o saber do outro sobre os aspectos da realidade pessoal e

coletiva

Os pressupostos do modelo radical fundamentam-se nas ideias de Paulo

Freire e eacute um modelo educativo onde as pessoas satildeo estimuladas a

desenvolver uma consciecircncia criacutetica pelo processo de anaacutelise coletiva de

problemas na busca de soluccedilotildees e estrateacutegias conjuntas para a mudanccedila da

realidade Essa pedagogia evidencia a formaccedilatildeo de um indiviacuteduo mais criacutetico e

questionador 97

Considerando-se a educaccedilatildeo em sauacutede na ambiecircncia laboral parece

precioso ressaltar que as questotildees pertinentes sobre sauacutede-trabalho passaram

por vaacuterias modificaccedilotildees ao longo da histoacuteria

No que tange a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede para o trabalho as

primeiras preocupaccedilotildees foram com a seguranccedila do trabalhador os esforccedilos

eram voltados no intento de afastamento dos riscos acidentaacuterios mais

tardiamente preocupou-se tambeacutem com a medicina do trabalho que era

voltada para a cura de doenccedilas oriundas nessa ambiecircncia em seguida

60

alargou-se o olhar para a questatildeo higiene industrial visando a prevenir as

doenccedilas e garantir sauacutede ocupacional mais tarde o questionamento passou

para a sauacutede do trabalhador que caminha em direccedilatildeo ao bem-estar fiacutesico

mental e social dos trabalhadores que tem vida dentro e fora do loacutecus laboral98

Neste contexto eacute impossiacutevel isolar o homem-trabalhador do homem-

social como se o trabalhador pudesse deixar no portatildeo de entrada da empresa

toda a sua histoacuteria pessoal ou se na saiacuteda retirasse do corpo fiacutesico e mental

toda carga e significado conferido pelo trabalho98 e parece ser nessa loacutegica que

a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede no ambiente de trabalho assume relevacircncia eacute

neste ambiente que o indiviacuteduo passa grande parte do seu dia e seria salubre

que neste mesmo espaccedilo o indiviacuteduo pudesse vivenciar uma reflexatildeo a

respeito da sua proacutepria sauacutede como partiacutecipe do processo de mudanccedila da

realidade

A Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute de suma importacircncia quando se pretende

vincular novas posturas e tomadas de atitudes frente ao cuidado com a

promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo da doenccedila99 Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute

compreender os problemas que acometem determinada comunidade e fazer

que a populaccedilatildeo tenha consciecircncia desses problemas e busquem soluccedilotildees100

para tal a educaccedilatildeo deve estar pautada no diaacutelogo bem como na troca de

experiecircncias e deve haver uma ligaccedilatildeo entre o saber cientiacutefico e o sensu

comum

Programas de Educaccedilatildeo em Sauacutede satildeo importantes pois

contextualizam e despertam nas pessoas o saber e a atitude participativa nas

accedilotildees educativas obtendo assim melhorias nas suas condiccedilotildees de sauacutede 101

induz a mudanccedilas de crenccedilas atitudes e comportamentos em relaccedilatildeo ao

autocuidado e ao cuidado com os outros

Tal abordagem parece ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da

LERDORT em teacutecnicos de enfermagem pois dentre as profissotildees da aacuterea da

sauacutede essa eacute a que mais eacute acometida por esses distuacuterbios tem sido afetada

por distuacuterbios musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 80 de

ocorrecircncia102103 104

61

Esses distuacuterbios favorecem a diminuiccedilatildeo da capacidade laborativa uma

vez que estaacute ligada a diminuiccedilatildeo seguranccedila no trabalho105 106 e atitudes de

Educaccedilatildeo em Sauacutede podem suavizar a inseguranccedila e diminuir sintomas fiacutesicos

de forma a proporcionar um incremento da capacidade funcional fato que pode

contribuir para a melhoria da qualidade de vida outrora afetada na ambiecircncia

de trabalho

Algumas dificuldades de compreensatildeo acerca dos riscos ocupacionais

como tambeacutem a dificuldade de aceitaccedilatildeo em cumprir certas medidas de

seguranccedila permanecem marcantes ainda hoje nos trabalhadores de

enfermagem possivelmente devido agrave falta de formaccedilatildeo e conhecimentos sobre

tais riscos bem como uma questatildeo ideoloacutegica do quatildeo eacute importante cuidar do

outro com o maacuteximo de competecircncia e dedicaccedilatildeo procurar salvar-lhe a vida

minimizar-lhe as dores ouvir suas queixas confortaacute-lo natildeo sendo dada muita

importacircncia ao aumento da carga horaacuteria laboral ao cansaccedilo agraves condiccedilotildees

inapropriadas para se trabalhar a falta de horaacuterio para alimentaccedilatildeo

sonorepouso lazer entre outros problemas107

Em estudo96 realizado para verificar o niacutevel de conhecimento dos

trabalhadores de sauacutede hospitalar no desenvolvimento de suas atividades

constatou-se que eles conhecem os riscos de forma geneacuterica e que esse

conhecimento natildeo se transforma numa accedilatildeo segura de prevenccedilatildeo de acidentes

e doenccedilas ocupacionais apontando para a necessidade de uma accedilatildeo que

venha modificar essa situaccedilatildeo27

Em funccedilatildeo dessa conclusatildeo percebe-se que a questatildeo da Educaccedilatildeo em

Sauacutede e sua representaccedilatildeo no ambiente de trabalho satildeo fatores que podem

propiciar ao trabalhador condiccedilotildees significativas de vivenciar e compreender

diversas experiecircncias de controle de risco dentro e fora do ambiente de

trabalho97 De tal modo que torna-se imprescindiacutevel a experimentaccedilatildeo de

praacuteticas de Educaccedilatildeo em Sauacutede para todos os trabalhadores envolvidos com o

setor sauacutede108

A educaccedilatildeo no ambiente de trabalho serve de suporte para que os

trabalhadores possam desempenhar suas funccedilotildees com mais seguranccedila e

qualidade constituindo-se uma exigecircncia de todos os serviccedilos de assistecircncia agrave

sauacutede109

62

Os trabalhadores tecircm direito de saber quais os perigos e riscos

potenciais de suas tarefas e locais de trabalho eacute importante que os

trabalhadores se empoderem de saberes que visem o melhoramento das

condiccedilotildees de trabalho pelas suas proacuteprias accedilotildees devendo para isso receber

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para enfrentar efetivamente seus problemas

de sauacutede ocupacional109

Mesmo que os autores nos artigos anteriormente referidos tenham feito

alusotildees geneacutericas referentes agrave importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede

Ocupacional de forma mais ampla seus apontamentos auxiliam na

compreensatildeo da importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada tambeacutem ao

teacutecnico de enfermagem entendendo que praacuteticas educativas em sauacutede

contribuem na compreensatildeo do quatildeo profiacutecuo eacute uma boa condiccedilatildeo de sauacutede

para o bom desempenho laboral

Muitas vezes na praacutetica a Educaccedilatildeo em Sauacutede tem sido considerada

apenas como divulgaccedilatildeo transmissatildeo de conhecimentos e informaccedilotildees de

forma fragmentada e muitas vezes distante da realidade de vida do puacuteblico

alvo poreacutem o fulcro do problema que ainda permanece estaacute no caraacuteter

abstrato da concepccedilatildeo da relaccedilatildeo unidirecional como se ela fosse uma relaccedilatildeo

entre dois aquele que ensina e aquele que aprende abstraiacuteda do contexto

soacutecio institucional

Tal afirmaccedilatildeo pode ser constatada ao se analisar o trabalho100 proposto

por J Hartvigsen S Lauritzen S Lings T Lauritzen que tinha como objetivo

avaliar a eficaacutecia de uma intervenccedilatildeo ergonocircmica educacional intensiva no

sentido de reduzir dores lombares entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

que trabalham no cuidados de pacientes com AIDS no ambiente domiciliar Os

participantes foram acompanhados semanalmente por um profissional

especialmente treinado que instruiacutea os participantes da pesquisa quanto agrave

transferecircncia do paciente e teacutecnicas de levantamento de peso Os participantes

assistiram a aulas com a temaacutetica dor lombar de trecircs horas Os dados foram

coletados por meio do questionaacuterio Noacuterdico chegando-se ao resultado de que

natildeo houve melhora na percepccedilatildeo da sintomatologia dolorosa relacionada agrave dor

lombar no grupo pesquisado110

63

Em oposiccedilatildeo agrave metodologia proposta no paraacutegrafo acima acreditamos

que a accedilatildeo de quem se compromete em trabalhar com Educaccedilatildeo em Sauacutede na

sauacutede ocupacional deve ser aberta para construir novos conhecimentos

compreender o processo de ensinar e apreender como fluxo de via de matildeo

dupla juntamente com os pares

Em outros estudos autores concluem que a construccedilatildeo participativa eacute o

melhor vieacutes para se fazer educaccedilatildeo em sauacutede Estudiosos inferem que

seminaacuterios realizados com enfermeiras auxiliam na identificaccedilatildeo de fatores de

riscos ergonocircmicos e fornecem ganho de habilidades na resoluccedilatildeo de

problemas relacionados a esses riscos Os resultados da pesquisa indicaram

moderada a alta confianccedila na realizaccedilatildeo das avaliaccedilotildees ergonocircmicas por parte

das enfermeiras que participaram dos seminaacuterios indicando que o experimento

participativo gerou um niacutevel moderado a elevado de confianccedila na prevenccedilatildeo ao

surgimento das LERDORTs111 112

Na tentativa de reduzir sintomas relacionados ao trabalho na regiatildeo

cervical e membros superiores em enfermeiros um serviccedilo de sauacutede

ocupacional Holandecircs desenvolveu de forma participativa um programa de

prevenccedilatildeo que objetivava a exposiccedilatildeo aos enfermeiros de fatores de risco na

ambiecircncia laboral O estudo randomizado teve duraccedilatildeo de 12 meses e para tal

os participantes foram aleatoriamente divididos em grupo de intervenccedilatildeo e

grupo controle o desfecho do estudo mostrou que ocorreu uma significativa

mudanccedila positiva entre educaccedilatildeo participativa e diminuiccedilatildeo de adoccedilatildeo de

posturas e movimentaccedilatildeo adversas112

Em outro trabalho chega-se a conclusatildeo que os transtornos traumaacuteticos

cumulativos representam mais da metade de todos os acidentes de trabalho

notificados nos Estados Unidos e que a falta de uma definiccedilatildeo clara sobre

esses traumas eacute causa de confusatildeo entre trabalhadores nesse sentido os

autores propuseram o desenvolvimento coletivo de um cartaz educativo sobre

traumas cumulativos que tinha como intento descrever a prevenccedilatildeo cuidados e

reabilitaccedilatildeo Apoacutes a confecccedilatildeo do cartaz foi realizado avaliaccedilatildeo dos servidores

por meio de entrevista e os autores concluiacuteram que a maioria dos participantes

acreditou que o cartaz foi uacutetil ou muito uacutetil e que promovia real mudanccedila de

comportamento na tomada de medidas reducionais para os fatores de risco113

64

Por fim a educaccedilatildeo continuada de teacutecnicos de enfermagem envolvendo

temas relacionados agrave sauacutede ocupacional deve ser reconhecida como

estrateacutegia que pode contribuir para a consolidaccedilatildeo de uma boa qualidade de

vida no trabalho Embasado neste princiacutepio as praacuteticas educativas em sauacutede

na ambiecircncia hospitalar podem e devem ser diversificadas poreacutem coadunadas

com a realidade dos sujeitos que vivencia o saber fazer da tarefa

65

OBJETIVOS

66

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar os resultados de um Programa Educativo em Sauacutede idealizado a

partir da realidade do trabalho de teacutecnicos de enfermagem nos aspectos

percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem quanto ao processo de surgimento das

LERDORTs qualidade de vida e percepccedilatildeo dolorosa

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Apreender a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre o processo

de adoecimento relacionado com a LERDORT

Elaborar a partir dos dados obtidos uma proposta de Educaccedilatildeo em

Sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do teacutecnico de

enfermagem

Analisar a qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor

estado geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental

antes e apoacutes vivecircncia de uma proposta educativa

Avaliar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo aos

sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho antes e apoacutes o

desdobramento desta proposta

67

METODOLOGIA

68

4 METODOLOGIA

41 FUNDAMENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-

descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e

quantitativas104 A dicotomia entre abordagem qualitativa e quantitativa que se

estabelece na praacutetica de um lado deixa agrave margem relevacircncias e dados que

natildeo podem estar contidos em nuacutemeros e de outro lado agraves vezes contempla

apenas os significados subjetivos e omite a realidade114

A escolha do desenho metodoloacutegico se deu por entender que os

meacutetodos qualitativos e quantitativos natildeo guardam relaccedilotildees de oposiccedilatildeo entre

si115 e que a triangulaccedilatildeo torna a investigaccedilatildeo mais forte116 e se ajusta agraves

perguntas do presente desse estudo

Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento

correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos

especiacuteficos 1 e 2 ou seja conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo para elaborar

um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo

de suas praacuteticas

O segundo momento da pesquisa correspondeu ao caminho

metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos especiacuteficos 3 e 4 ou seja

avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado

especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida

como a percepccedilatildeo aacutelgica

Para a primeira etapa da pesquisa privilegiou-se abordagem qualitativa

Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se compreender o fenocircmeno

LERDORT na perspectiva de teacutecnicos de enfermagem Esta abordagem

apresentou-se como importante estrateacutegia pois permitiu compreender e

conhecer significados e praacuteticas individuais e coletivas dos sujeitos

69

pesquisados o que possibilitou ao pesquisador conhecer sentimentos e

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo ao objeto de estudo fato

que muito contribuiu na construccedilatildeo coletiva do manual educativo

Para a segunda etapa da pesquisa privilegiou-se a abordagem

quantitativa Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se alcanccedilar o

entendimento de singularidades pertinentes na avaliaccedilatildeo do Programa

Educativo como qualidade de vida e percepccedilatildeo aacutelgica

42 O CONTEXTO DA PESQUISA

O loacutecus do estudo foi o Hospital Escola Dr Heacutelvio de Farias Auto uacutenico

hospital do Estado de Alagoas especializado no cuidado de portadores de

doenccedilas infectocontagiosas

A unidade foi inaugurada no fim do seacuteculo XIX com o propoacutesito de isolar

pacientes portadores de hanseniacutease peste coacutelera malaacuteria entre outras vindos

de todo o Estado de Alagoas Apoacutes uma reforma estrutural na deacutecada de 40

no Governo Silvestre Peacutericles de Goacutees Monteiro passou a ser

denominado ldquoHospital Constanccedila de Goacutees Monteirordquo e ampliou o atendimento

para traumas Na deacutecada de 80 o Hospital mudou novamente de denominaccedilatildeo

e passou a chamar-se ldquoHospital de Doenccedilas Tropicais Constanccedila de Goacutees

Monteirordquo e volta a especializar-se em doenccedilas infecciosas hoje estaacute vinculado

a Secretaria Estadual de Sauacutede de Alagoas e passou a servir de referecircncia

junto ao Ministeacuterio da Sauacutede

A caracteriacutestica de ser Hospital de Ensino se deve ao fato de aqui serem

ministradas desde a deacutecada de 50 aulas teoacutericas e praacuteticas da disciplina de

doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias da Universidade Federal de Alagoas e

posteriormente em 1970 tambeacutem da Escola de Ciecircncias Meacutedicas de Alagoas

Em dezembro de 1998 foi denominado ldquoHospital Escola Heacutelvio Joseacute de

Farias Autordquo em homenagem ao Meacutedico e Professor pertencente ao quadro

efetivo do hospital e pioneiro no estudo das doenccedilas infectocontagiosas no

Estado

70

No ano de 2000 apoacutes a reforma Administrativa do Estado o Hospital

passou a ser vinculado a entatildeo Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Ciecircncias da Sauacutede

(UNCISAL) mantendo suas caracteriacutesticas como referecircncia no cuidado de

doenccedilas infectocontagiosas e mantendo sua funccedilatildeo de Hospital Escola

atendendo exclusivamente aos usuaacuterios do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Em 2005 apoacutes a transformaccedilatildeo da UNCISAL em Universidade Estadual

de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas o hospital passou a ser uma das Unidades

Complementares dessa Universidade

O atendimento se destina aos doentes encaminhados por outros

serviccedilos acometidos ou com suspeita cliacutenica das doenccedilas infecciosas O

cliente encaminhado recebe um atendimento inicial no ambulatoacuterio caso o seu

problema possa ser incluiacutedo em um dos programas de atenccedilatildeo do hospital ele

seraacute registrado como usuaacuterio dispondo a partir daiacute de qualquer serviccedilo

existente no hospital

Dependendo da necessidade o paciente poderaacute ser atendido em

consulta de ambulatoacuterio na internaccedilatildeo ou no hospital-dia

O Hospital dispotildee de Ambulatoacuterio Serviccedilo de admissatildeo e registro

Serviccedilo Social Farmaacutecia Lavanderia Hospitalar Serviccedilo de Nutriccedilatildeo e

Dieteacutetica Central de Esterilizaccedilatildeo de Materiais Nuacutecleo de Reabilitaccedilatildeo

Psicologia Radiologia Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Comissatildeo de

Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar Serviccedilo de Arquivo Meacutedico Ouvidoria

Assessoria de Comunicaccedilatildeo Hospital Dia Auditoacuterio Sala de Aula Auditoacuterio e

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

A Capacidade Instalada eacute de 113 (cento e treze) leitos distribuiacutedos em

05 (cinco) Unidades de Internaccedilatildeo Hospitalar a saber 40 leitos masculinos 19

leitos femininos 40 leitos de pediatria e 07 leitos patologia do trato respiratoacuterio e

10 leitos de UTI

71

43 POPULACcedilAtildeO DE ESTUDO

Os sujeitos da pesquisa foram teacutecnicos de enfermagem que trabalham

no Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto por mais de 01 (um) ano no cuidado aos

pacientes internados e que natildeo tinham diagnoacutestico cliacutenico de qualquer doenccedila

reumaacutetica

Os sujeitos do estudo foram selecionados de forma intencional a partir

de convite realizado publicamente atraveacutes de cartazes (anexo 1) dispostos nos

quadros de avisos situados proacuteximo ao reloacutegio de ponto e no repouso dos

funcionaacuterios do hospital apoacutes a manifestaccedilatildeo do desejo de participar foi feito

contatos para apresentar os propoacutesitos da pesquisa

Dentre os teacutecnicos de enfermagem encontramos 76 provaacuteveis

colaboradores desse total apoacutes a leitura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (anexo 2) 70 concordaram em participar da pesquisa

perfazendo um total de 9210 dos elegiacuteveis

Dos que concordaram em participar5 (714) eram do gecircnero masculino

e 65 (9286) do gecircnero feminino tendo como meacutedia de idades 2871 anos

(DP + 503 IC a 950=167) Em relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo civil o maior nuacutemero dos

respondentes possuiacutea uniatildeo estaacutevel (5714)

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de escolaridade 4572 dos teacutecnicos de

enfermagem concluiacuteram niacutevel superior enquanto 5428 findaram niacutevel meacutedio

A renda mensal meacutedia dos respondentes gira em torno de R$ 84943 tal

salaacuterio correspondeu a 204 salaacuterios miacutenimos na eacutepoca da coleta dos dados

Em relaccedilatildeo agrave etnia os integrantes se auto declararam em sua maioria

pardos (62) oito (08) se auto declararam brancos e cinco (05) negros

O tempo meacutedio de anos na atividade profissional como teacutecnico de

enfermagem foi de 7 anos (DP+407 IC a 95)

72

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo dos Teacutecnicos de Enfermagem do Hospital Escola Dr

Heacutelvio AutoUNCISAL Janeiro 2009

VARIAVEL CARACTERIZACcedilAtildeO DOS TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

Meacutedia de idade 2871plusmn503

Gecircnero Feminino 65 (9286)

Gecircnero Masculino 05 (714)

Escolaridade (Niacutevel Superior) 4772

Escolaridade (Niacutevel Meacutedio) 5428

Estado Civil (Casado) 5714

Estado Civil (solteiro) 4386

Meacutedia de renda mensal 205 Salaacuterios Miacutenimos

Tempo Meacutedio de trabalho com

enfermagem 7 plusmn 407

Legenda Salaacuterio Miacutenimo da eacutepoca R$ 41500

O grupo selecionado foi dividido aleatoriamente pelo pesquisador

principal por meio de sorteio simples em dois subgrupos os participantes

foram identificados por nuacutemeros sendo todos escritos em papeacuteis e colocados

em um envelope de cor escura e retirados um a um os primeiros trinta e cinco

serviram para formar a lista dos sujeitos participantes da primeira etapa de

coleta de dados (subgrupo 1) e os restantes formaram a lista dos sujeitos

participantes da segunda etapa (subgrupo 2) O subgrupo 1 contendo 50 dos

elegiacuteveis participou de grupo focal e foram submetidos a observaccedilatildeo

73

etnograacutefica pelo pesquisador Os dados coletados nesta etapa ofereceram

subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo do recurso educativo

O subgrupo 2 contendo exatamente o mesmo contingente participou do

programa educativo e respondeu o Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) (anexo 3) e o Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36) (anexo 4)

Apoacutes a divisatildeo dos grupos o pesquisador por meio de contato

telefocircnico agendou reuniatildeo com o grupo a reuniatildeo ocorreu no auditoacuterio do

hospital e nesse momento foram explicadas as razotildees e objetivos da pesquisa

e a divisatildeo dos grupos sendo mais uma vez lido o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) para que os mesmos os assinassem autorizando a

sua participaccedilatildeo na pesquisa

44 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Nesta pesquisa foram utilizados cinco instrumentos de coleta de dados

de acordo com Santos (1999) a utilizaccedilatildeo de mais de um instrumento permite

ao pesquisador combinar vantagens e corrigir algumas deficiecircncias de qualquer

fonte de informaccedilotildees ou seja permite ao pesquisador validar as

informaccedilotildees117118

Para a primeira etapa da pesquisa os instrumentos escolhidos foram

observaccedilatildeo etnograacutefica entrevista de aprofundamento e grupo focal

Na segunda etapa apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa os

instrumentos utilizados foram Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) 119 e Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36)120

74

441 PRIMEIRA ETAPA

4411 OBSERVACcedilAtildeO ETNOGRAacuteFICA

Trata-se de uma modalidade de pesquisa social que foi desenvolvida

pelos antropoacutelogos Boas e Malinoviski tal abordagem constitui a partir da

observaccedilatildeo in locus dos comportamentos sociais na descriccedilatildeo vivida e

detalhada da realidade de pessoas pertencentes a um determinado contexto

essa teacutecnica em educaccedilatildeo em sauacutede pode viabilizar a possibilidade de prestar

cuidados mais congruentes e mais proacuteximos da realidade A etnografia eacute

constituiacuteda numa descriccedilatildeo vivida da realidade de pessoas pertencentes a um

determinado contexto cultural

ldquoA etnografia no seu sentido mais amplo

pode ser definida como um processo

sistemaacutetico de observar detalhar descrever

documentar e analisar o estilo de vida ou

padrotildees especiacuteficos de uma cultura ou

subcultura para aprender o seu modo de

viver em seu ambiente naturalrdquo (LEININGER

1985 p 35)121

A etnografia eacute uma teacutecnica metodoloacutegica alicerccedilada na metodologia

qualitativa onde o processo eacute criado na interaccedilatildeo com o grupo e para tal o

senso comum deve ser valorizado trata-se de uma postura metodoloacutegica que

se opotildee aos modos tradicionais de manusear os problemas Eacute um modo de

olhar de muito perto que se baseia em experiecircncia pessoal e na participaccedilatildeo

do cotidiano

Deve ser entendida como a descriccedilatildeo de uma cultura que pode ser a de

um pequeno grupo tribal numa terra exoacutetica ou a de uma turma de uma escola

75

dos subuacuterbios sendo a tarefa do investigador etnograacutefico compreender a

maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo110 122

Segundo Laplantine (1994)123 a etnografia tem como fundamento a

ruptura inicial em relaccedilatildeo ao abstrato e especulativo e com tudo aquilo que natildeo

esteja baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos sociais a partir de

uma relaccedilatildeo humana Considera ainda que para a captaccedilatildeo profunda de um

fenocircmeno eacute preciso compreendecirc-lo alternadamente tal como percebe o

observador estrangeiro mas tambeacutem tal como os atores sociais o vivem O

fundamento deste movimento de desdobramento ininterrupto diz respeito agrave

especificidade do objeto antropoloacutegico

Segundo Spradley (1980)122 o elemento essencial da etnografia eacute

buscar compreender o modo de vida de pessoas ou grupos na sua proacutepria

perspectiva e localidade

A observaccedilatildeo implica em buscar e construir a teoria geral da cultura

objetivando gerar hipoacuteteses e viabilizar investigaccedilotildees subsequentes saberes e

costumes de um grupo123

Os dados culturais de uma etnografia derivam de abstraccedilotildees daquilo que

as pessoas fazem ou dizem que fazem ou ainda a forma como interpretam

aquilo que fazem124

O subgrupo 1 foi observado pelo pesquisador por um periacuteodo de 03

(trecircs) meses no periacuteodo de fevereiro a abril de 2009 e foi realizado com uma

periodicidade de 03 (trecircs) vezes por semana em dias alternados a alternacircncia

dos dias ocorreu para diversificar os teacutecnicos de enfermagem As impressotildees

foram anotadas em diaacuterio de campo Aleacutem da observaccedilatildeo participante

registros fotograacuteficos produzidos pelo pesquisador em campo foram utilizados

como recursos para o procedimento de coleta de informaccedilotildees pois se

acreditou que tais imagens forneceriam informaccedilotildees de situaccedilotildees vividas no

tempo real da observaccedilatildeo Tal observaccedilatildeo resultou numa descriccedilatildeo vivida da

realidade dos teacutecnicos de enfermagem e possibilitou a geraccedilatildeo de conceitos e

teorias que serviram como subsiacutedios para a confecccedilatildeo do programa educativo

baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos do grupo em estudo

76

A escolha metodoloacutegica levou em consideraccedilatildeo que o campo eacute um lugar

de aprendizagem e entendimento do assunto que se pretende estudar que o

pesquisador para compreender o simboacutelico deveria estar proacuteximo do loacutecus da

pesquisa que o pesquisador deveria estar preparado para inserir-se no campo

de pesquisa interagindo com os participantes com a finalidade de apreender

com os colaboradores que o pesquisador natildeo partiria para o campo com ideias

preacute-concebidas ou com uma seacuterie de hipoacuteteses preacute-estabelecidas que a

aquisiccedilatildeo do conhecimento se daria a partir das interaccedilotildees com os

participantes da pesquisa

4412 ENTREVISTA DE APROFUNDAMENTO

Para aprofundar a compreensatildeo das categorias que emergiram do campo

por meio da observaccedilatildeo etnograacutefica e melhor apreender significados que os

profissionais atribuem ao mesmo optamos pela entrevista de aprofundamento

Utilizamos a entrevista semiestruturada que para Minayo (2002)115

permite alguma padronizaccedilatildeo e favorece a comparaccedilatildeo de dados obtidos pelo

conjunto de respostas mas tambeacutem eacute flexiacutevel permitindo adaptaccedilotildees e

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees complementares

A entrevista apresenta como vantagens a possibilidade do entrevistador

poder esclarecer o significado das perguntas possibilitando a obtenccedilatildeo de

maior nuacutemero de respostas (eacute mais livre do que um questionaacuterio) aleacutem disso eacute

uma teacutecnica muito eficiente para obtenccedilatildeo de dados que permitam

aprofundamento115

O nuacutemero de participantes entrevistados foi definido somente durante a

execuccedilatildeo do trabalho no campo na seleccedilatildeo dos participantes considerou-se

natildeo o nuacutemero de pessoas mas a qualidade e repetitividade das informaccedilotildees115

116 As entrevistas foram feitas em nuacutemero significante para ateacute que houvesse

saturaccedilatildeo e repetitividade das informaccedilotildees Foram assim realizadas 28 (vinte

e oito) entrevistas com tempo meacutedio de 46 minutos cada uma

77

Para a elaboraccedilatildeo do roteiro das entrevistas foram utilizados 03 (trecircs)

nuacutecleos direcionadores desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas

As respostas foram gravadas em aacuteudio mediante o consentimento do

entrevistado e posteriormente transcritas integralmente pelo proacuteprio

pesquisador respeitando-se as pausas e outras expressotildees que puderam

auxiliar a traduccedilatildeo da realidade

Em relaccedilatildeo agrave transcriccedilatildeo Szymanski et al (2002)121 colocam que ela eacute a

primeira versatildeo escrita do texto da fala do participante que deve ser registrada

tanto quanto possiacutevel tal como ela se deu ao escrever faz-se um esforccedilo no

sentido de passar a linguagem oral para a escrita ou seja haacute um esforccedilo na

traduccedilatildeo de um coacutedigo para outro124

4413 GRUPO FOCAL

Grupo focal eacute uma teacutecnica que aborda os aspectos qualitativos da

realidade que se quer estudar125 apoia-se na avaliaccedilatildeo qualitativa por meio

das interaccedilotildees grupais ao se discutir um toacutepico proposto pelo pesquisador

Nessa teacutecnica o pesquisador reuacutene num mesmo local e durante certo

periacuteodo uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do puacuteblico-

alvo de suas investigaccedilotildees tendo como objetivo coletar ou analisar dados

acerca de um tema especiacutefico a partir do diaacutelogo e do debate com e entre os

sujeitos 126

Essa metodologia vem desde a deacutecada de 80 conquistando um loacutecus

privilegiado nas mais diversas aacutereas de estudo Tal crescimento foi em grande

medida impulsionado pela pesquisa de mercado que resgatando

procedimentos claacutessicos das Ciecircncias Sociais Psicologia e Serviccedilo Social

conjugados agraves ldquomodernasrdquo tecnologias e paradigmas de business marketing e

miacutedia reelaborou-a com o objetivo de captar os anseios dos consumidores

definindo padrotildees a serem seguidos pelas empresas em seus futuros

lanccedilamentos

78

Os resultados dessa conjugaccedilatildeo foram bastante positivos que a teacutecnica

recebeu novo alento no campo das Ciecircncias Sociais inicialmente pelo vieacutes

poliacutetico com sua utilizaccedilatildeo no mapeamento e na elaboraccedilatildeo do perfil dos

eleitores influenciando diretamente na definiccedilatildeo das diretrizes e accedilotildees de

partidos e candidatos Trilhando esse percurso espraiou-se pelos diversos

segmentos da pesquisa social Na aacuterea de sauacutede o grupo focal tem sido mais

usado a partir da segunda metade dos anos 80127128

Para realizaccedilatildeo dos grupos devem ser reservados espaccedilos apropriados

de preferecircncia em territoacuterio neutro e de faacutecil acesso aos participantes O ideal eacute

uma sala que abrigue confortavelmente o nuacutemero previsto de participantes e

moderadores e que esteja protegida de ruiacutedos e interrupccedilotildees externas Os

participantes podem ser distribuiacutedos em torno de uma mesa retangular ou oval

ou dispostos em cadeiras arrumadas em forma circular Eacute recomendaacutevel

tambeacutem disponibilizar aacutegua cafeacute e um pequeno lanche aos participantes129

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de participantes nos grupos focais

encontramos na literatura uma variaccedilatildeo entre 6 a 15 mas tamanho oacutetimo para

um grupo focal eacute aquele que permita a participaccedilatildeo efetiva dos participantes e

a discussatildeo adequada dos temas129

Os participantes de um grupo focal devem apresentar certas

caracteriacutesticas em comum que estatildeo associadas agrave temaacutetica central em estudo

O grupo deve ser portanto homogecircneo em termos de caracteriacutesticas que

interfiram radicalmente na percepccedilatildeo do assunto em foco recomenda-se que

os participantes sejam selecionados dentro de um grupo de indiviacuteduos que

convivam com o assunto a ser discutido e que tenham profundo conhecimento

dos fatores que afetam os dados mais pertinentes130

As reuniotildees do grupo focal ocorreram no mecircs de maio de 2009 O

subgrupo 1 foi convidado e encorajado a participar da discussatildeo e anaacutelise dos

dados coletados na observaccedilatildeo etnograacutefica Os voluntaacuterios foram organizados

em 4 (quatro) grupos de discussatildeo foram 3 grupos de discussatildeo com 9

teacutecnicos de enfermagem e 01 grupo contendo 8 teacutecnicos Todos os grupos

participaram de 04 (quatro) encontros Foi explicado para cada grupo o objetivo

da anaacutelise das fotos e das anotaccedilotildees no diaacuterio de campo

79

Nessa fase 7 sujeitos faltaram a 03 encontros e o fizeram em outro

momento marcado separadamente

Em cada encontro foi discutido o tema LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem sendo marcado o horaacuterio conforme a solicitaccedilatildeo dos

participantes Todas as narrativas e discussotildees foram gravadas em aacuteudio

mediante o consentimento dos participantes e posteriormente integralmente

transcritas pelo pesquisador respeitando-se as pausas e expressotildees que

puderam auxiliar na compreensatildeo da realidade

Os encontros foram cercados dos seguintes cuidados sala fora do

ambiente hospitalar para assegurar a privacidade com boa iluminaccedilatildeo

climatizada de acesso faacutecil e com cadeiras dispostas em ciacuterculos O espaccedilo foi

preparado para oferecer um ambiente descontraiacutedo utilizando-se de uma

muacutesica relaxante com sons de aacutegua natureza paacutessaros com isso pretendeu-

se tornar o momento o mais aconchegante possiacutevel Foi disponibilizado um

lanche em cada encontro

Ao final de cada encontro foi agendado o horaacuterio e o dia do proacuteximo e

na veacutespera deste dia o pesquisador entrou em contato telefocircnico com cada

participante confirmando sua presenccedila Tal cuidado foi adotado para natildeo

ocorrer baixa no nuacutemero de sujeitos participantes

Em cada encontro as fotos retiradas na Observaccedilatildeo Etnograacutefica foram

projetadas por meio de multimiacutedia e enquanto observam-se os registros

fotograacuteficos os temas foram desenvolvidos

A temaacutetica de cada encontro ficou assim distribuiacuteda

Primeiro Encontro buscando compreender as posturas corporais

durante a jornada de trabalho

O objetivo deste encontro foi identificar as posturas adotadas durante a

jornada de trabalho para tal foi utilizada a teacutecnica de explosatildeo de ideias e os

participantes responderam aos seguintes questionamentos As posturas

corporais que vocecircs veem nessas fotos satildeo adequadas e protegem a coluna

vertebral Como poderiacuteamos fazer para melhorar essa postura

80

Segundo Encontro O meu corpo comunica-se comigo

O objetivo desse encontro foi o de experimentar as sensaccedilotildees corporais

Para tal as posturas visualizadas na projeccedilatildeo por meio de multimiacutedia foram

adotadas e experimentadas pelos teacutecnicos de enfermagem e apoacutes o

experimento cada participante foi estimulado a falar sobre as sensaccedilotildees

Terceiro Encontro O processo de adoecimento no trabalho

Para estimular a discussatildeo solicitamos que os teacutecnicos de enfermagem

recortassem e colassem figuras e palavras de revistas foi solicitado aos

participantes que representassem como veem o processo de adoecimento

Apoacutes a colagem cada participante fez uma explanaccedilatildeo sobre sua colagem

Quarto Encontro Como prevenir o adoecimento no trabalho

O objetivo desse encontro foi averiguar se os participantes reconhecem

as medidas preventivas para os agravos de LERDORT Cada participante foi

convidado a descrever maneiras corretas de transporte de cargas

transferecircncias de pacientes posturas corretas ao deitar sentar caminhar

sapatos ideais entre outras questotildees

442 SEGUNDA ETAPA

A coleta de dados dessa fase ocorreu antes e apoacutes o desenvolvimento

da atividade educativa elaborada na primeira etapa da pesquisa (descrita no

capitulo 52 de resultados e discussatildeo e apresentada no anexo 5)

O desenvolvimento da atividade educativa com o subgrupo 2 de

teacutecnicos de enfermagem ocorreu conforme a descriccedilatildeo feita a seguir

Ao entregar cada um dos capiacutetulos do manual o pesquisador

apresentava a temaacutetica do dia e instigava a participaccedilatildeo de todo o grupo na

81

discussatildeo com perguntas do tipo o que vocecirc acha sobre isso Vocecirc tem algo a

acrescentar

Ao fim de cada discussatildeo que durava em meacutedia 20 minutos os

exerciacutecios contidos no final do manual eram realizados e ensinados aos

teacutecnicos durante a execuccedilatildeo o pesquisador reforccedilava a importacircncia de se

realizar os mesmos foram 19 exerciacutecios no total e por dia eram realizados 05

(cinco) exerciacutecios com 03 (trecircs) repeticcedilotildees de cada Cuidados foram tomados

ao longo dos encontros no sentido de que todos os exerciacutecios fossem

experimentados e as posturas corrigidas O tempo de execuccedilatildeo dos exerciacutecios

foi em meacutedia de 30 minutos de tal forma que cada encontro durava em torno de

50 minutos

Os encontros em nuacutemero de dez ocorreram nos meses de janeiro a

marccedilo de 2010 em dias intercalados para quatro pequenas turmas 03 com 09

teacutecnicos e uma com 08 teacutecnicos de enfermagem

Tivemos o cuidado de sempre estimular a discussatildeo entre os grupos

por acreditar que natildeo basta disponibilizar informaccedilotildees em avalanches

quantitativas sem uma reflexatildeo contextualizada sobre os objetivos a que se

destinam

A boneca foi intencionalmente colocada em diferentes ambientes do

hospital enfermarias (masculina e feminina) refeitoacuterio e sala de repouso onde

permaneceu por um tempo meacutedio de 4 horas

Os instrumentos de coletas de dados antes e apoacutes a atividade educativa

foram

4421 QUESTIONAacuteRIO NOacuteRDICO DE SINTOMAS

OSTEOMUSCULARES (QNSO)

O objetivo da aplicaccedilatildeo desse questionaacuterio foi o de verificar a ocorrecircncia

de sintomas musculoesqueleacuteticos percebidos pelos trabalhadores

82

O QNSO (anexo 3) foi desenvolvido com a proposta de padronizar a

mensuraccedilatildeo de relato de sintomas musculoesqueleacuteticos constituindo

importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou do posto de trabalho131

132 133 134

O instrumento foi traduzido para diversos idiomas na uacuteltima deacutecada

dando origem a muitos estudos empiacutericos Nesse estudo foi utilizado o

Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) na versatildeo

traduzida e adaptada para o Portuguecircs do Brasil por Pinheiro (2002)119

Os autores desse questionaacuterio natildeo o indicam como base para

diagnoacutestico cliacutenico mas para a identificaccedilatildeo de distuacuterbios osteomusculares e

como tal pode constituir importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou

do posto de trabalho Haacute trecircs formas do QNSO uma forma geral

compreendendo todas as aacutereas anatocircmicas e outras duas especiacuteficas para a

regiatildeo lombar cervical e ombros A forma geral do QNSO eacute a que recebe

apresentaccedilatildeo no presente estudo

Tal questionaacuterio eacute autoaplicaacutevel consiste em um instrumento de

muacuteltiplas escolhas quanto agrave ocorrecircncia de sintomas aacutelgicos relacionadas ao

trabalho nas diversas regiotildees anatocircmicas e apresenta uma figura humana em

vista posterior dividida em nove regiotildees anatocircmicas a saber cervical ombros

toraacutecica cotovelos punhosmatildeos lombar quadrilcoxas joelhos

tornozelospeacutes O respondente deve assinalar com um ldquoXrdquo (xis) nas respostas

ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo em cada questatildeo referente agrave ocorrecircncia de sintomas como dor

formigamentodormecircncia considerando os 12 (doze) meses e os sete dias

precedentes agrave entrevista bem como relatar a ocorrecircncia de afastamento das

atividades rotineiras no uacuteltimo ano Este instrumento investiga tambeacutem se os

indiviacuteduos ficaram impedidos de exercer suas atividades normais e se

procuraram auxiacutelio de algum profissional da aacuterea de sauacutede nos uacuteltimos 12

meses devido aos sintomas de distuacuterbios musculoesqueleacuteticos

A simplicidade e os bons iacutendices de confiabilidade do QNSO indicam-no

para utilizaccedilatildeo em investigaccedilotildees epidemioloacutegicas e estudos que busquem

mensurar a incidecircncia dos sintomas osteomusculares135 136

83

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em dois momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes da proposta educativa e

apoacutes 30 (trinta) dias corridos do desenvolvimento da proposta A aplicaccedilatildeo teve

duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante o final do plantatildeo em uma

sala reservada

4422 QUESTIONAacuteRIO GENEacuteRICO DE AVALIACcedilAtildeO DE

QUALIDADE DE VIDA (SF-36)

O Short Form-36 (SF-36) eacute um instrumento de medida de qualidade de

vida desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA Foi aplicado em diversas

situaccedilotildees com boa sensibilidade eliminando-se o problema de distribuiccedilatildeo

excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim 137 138

Este instrumento foi traduzido e validado no Brasil para avaliar a

qualidade de vida em pacientes com artrite reumatoide e mostrou-se adequado

agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e culturais da populaccedilatildeo brasileira120

O questionaacuterio aplica-se tanto agrave populaccedilatildeo geral como a pacientes

especiacuteficos129 por este motivo o SF-36 foi o instrumento escolhido para

estimar a qualidade de vida dos sujeitos avaliados neste estudo139 140 e qual a

interferecircncia de recurso educativo idealizado a partir da interaccedilatildeo com teacutecnicos

de enfermagem na qualidade de vida dos mesmos

Trata-se de um instrumento constituiacutedo por 36 itens de auto resposta e

destina-se a avaliar conceitos de sauacutede que representam valores humanos

baacutesicos relevantes agrave funcionalidade e ao bem estar de cada indiviacuteduo o

questionaacuterio abrange oito dimensotildees de estado geral de sauacutede que detectam

tanto os estados positivos como os negativos a saber a) capacidade funcional

(CF) que eacute avaliada a partir do desempenho de atividades diaacuterias como

aptidatildeo para cuidar de si vestir-se tomar banho subir escadas b) limitaccedilatildeo

por aspectos fiacutesicos (AF) indicada pelo impacto da sauacutede fiacutesica no

desempenho das atividades diaacuterias eou profissionais c) dor (DF) de acordo

84

com o niacutevel de dor e o impacto no desempenho das atividades diaacuterias eou

profissionais d) estado geral de sauacutede (SG)assinalado pela percepccedilatildeo

subjetiva do estado geral de sauacutede e) vitalidade (VIT) disposiccedilatildeo dos

pacientes em realizar tarefas do cotidiano f) aspectos sociais (AS) pelo reflexo

da condiccedilatildeo de sauacutede nas atividades sociais g) aspectos emocionais (AE)

pelos reflexos das condiccedilotildees emocionais no desempenho das atividades

diaacuterias eou profissionais h) sauacutede mental (SM) pela escala de humor e bem-

estar A pontuaccedilatildeo varia entre 00 e 100 pontos que refletem o pior e o melhor

estado geral de sauacutede respectivamente

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em trecircs momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes do programa educativo e

apoacutes 10 e 30 dias decorridos do desenvolvimento da proposta educativa A

aplicaccedilatildeo teve duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante no final do

plantatildeo em uma sala reservada

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

Os dados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo dos instrumentos Questionaacuterio

Noacuterdico e SF36 foram sistematizados classificados tabulados dispostos em

graacuteficos permitindo de forma indutiva estabelecer conclusotildees apoacutes anaacutelise e

interpretaccedilotildees

Para a realizaccedilatildeo da anaacutelise quantitativa optou-se pela estatiacutestica

inferencial e os dados coletados por meio do formulaacuterio de coleta de dados

(anexo 6) foram analisados quantitativamente utilizando o programa estatiacutestico

Bioestatreg versatildeo 50 sendo que a anaacutelise estatiacutestica descritiva utilizou meacutedia e

desvio padratildeo Para a comparaccedilatildeo de variaacuteveis categoacutericas parameacutetricas foi

utilizado o teste t-student e o teste de Tukey Foi utilizado um niacutevel de

significacircncia de 005 um poder de teste de 95 e um teste de hipoacutetese

monocaudal

85

O texto produzido apoacutes os encontros do grupo focal foi analisado

seguindo a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) proposta por

Lefegravevre et al (2006)131

O Discurso do Sujeito Coletivo ou DSC eacute uma teacutecnica de processamento

de dados qualitativos notadamente de depoimentos com vistas agrave obtenccedilatildeo e

descriccedilatildeo do sentido das opiniotildees ou representaccedilotildees coletivas Para que se

produzam os DSCs satildeo necessaacuterios quatro operadores que satildeo

1 Expressotildees Chave (Ech) trechos selecionados do material que melhor

descrevem seu conteuacutedo

2 Ideias Centrais (Ics) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem o sentido

presente no material escrito

3 Ancoragens (Acs) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem as ideologias

crenccedilas valores presentes no material

4 Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) satildeo as reuniotildees das Expressotildees

Chave presentes no material verbal (por exemplo nas diferentes

respostas a uma mesma questatildeo de pesquisa) que tem Ideias Centrais

ou Ancoragens de sentido semelhante ou complementar131

Na pesquisa qualitativa o discurso ocupa lugar de relevacircncia como teacutecnica

para obtenccedilatildeo de dados conforme afirma Alves ndash Mazzotti (2004)132

ldquo() por sua natureza interativa a entrevista permite

tratar temas complexos que dificilmente poderiam

ser investigados adequadamente atraveacutes de

questionaacuteriosrdquo (ALVES-MAZZOTTI 2004 p 168)

Os dados obtidos por meio das entrevistas de aprofundamento apoacutes

sua transcriccedilatildeo foram sistematizados e submetidos agrave anaacutelise temaacutetica uma

das teacutecnicas de Anaacutelise de Conteuacutedo valorizando os significados presentes

nos dados a sua correlaccedilatildeo com as questotildees formuladas e a articulaccedilatildeo com o

marco teoacuterico adotado na pesquisa

A anaacutelise temaacutetica137 foi operacionalizada segundo as etapas abaixo

86

Primeira fase (Preacute-anaacutelise) foi realizado um contato exaustivo com o

material atraveacutes de repetidas leituras (leituras flutuantes) retomando

simultaneamente os questionamentos e os objetivos iniciais da pesquisa

criando-se indicadores que orientaram a interpretaccedilatildeo final

As gravaccedilotildees foram analisadas conforme os nuacutecleos direcionadores

anteriormente descritos desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas (relaccedilatildeo interpessoal) A partir

destes nuacutecleos unidades de contexto foram separadas do texto A unidade de

contexto representou a parte mais ampla do conteuacutedo que era analisado

sendo considerada como o ldquopano de fundordquo que imprimia significado e sentido

as unidades de registro

Das unidades de contexto foram retiradas as unidades de registro nelas

presentes considerando que a unidade de registro representou a menor parte

do conteuacutedo

A segunda fase consistiu na codificaccedilatildeo na qual quantificamos as

unidades contexto e suas respectivas unidades de registro As unidades de

registros foram classificadas e agrupadas de acordo com seus significados

emergindo daiacute as categorias de anaacutelise

46 ASPECTOS EacuteTICOS

A presente pesquisa foi desenvolvida dentro dos procedimentos eacuteticos

previstos pelo CONEP e assim o projeto foi submetido ao

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) Universidade Estadual de Ciecircncias

da Sauacutede de Alagoas protocolo nordm 902 08 e aprovado em 29052008

(Anexo 7)

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Satildeo

Paulo protocolo n ordm 1509 09 e aprovado em 04122009 (Anexo 8)

Todos os sujeitos participantes da pesquisa aderiram agrave proposta e

concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (Anexos 2)

87

Os sujeitos que participaram da etapa de construccedilatildeo da proposta

educativa foram convidados a participarem do programa de Ginaacutestica Laboral e

Ergonomia da UNCISAL trata-se de um programa de extensatildeo universitaacuterio

devidamente cadastrado e em funcionamento na Proacute-reitoria de extensatildeo da

UNCISAL e coordenado pelo pesquisador responsaacutevel

88

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

89

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo destina-se agrave apresentaccedilatildeo dos resultados e suas

discussotildees com a literatura sendo expostos nos seguintes subcapiacutetulos

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do Teacutecnico

de Enfermagem

52 Uma proposta de Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada para o cuidado com

a sauacutede ocupacional do Teacutecnico de Enfermagem

53 A Qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes o

programa educativo

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho

em teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

90

51 O COTIDIANO DO TRABALHO E O PROCESSO DE

ADOECIMENTO DO TEacuteCNICO DE ENFERMAGEM

Entendemos percepccedilatildeo como sendo a faculdade ou ato de aprender

uma ideia ou questatildeo ou de compreender algo percepccedilatildeo modo de ver ou

sentir ponto de vista entendimento noccedilatildeo maneira subjetiva de ver e

entender o mundo apresentando-se muito mais abrangente do que um simples

conceituar141

A percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre LERDORT foi

realizada por meio do grupo focal e da observaccedilatildeo etnograacutefica Atraveacutes da

observaccedilatildeo etnograacutefica foi possiacutevel realizar registros das percepccedilotildees do

pesquisador sobre o que foi observado sem contudo focar exclusivamente nos

aspectos fiacutesicos e ambientais pois acredito que a consequecircncia do trabalho

sobre o corpo do trabalhador vai aleacutem desses aspectos e em funccedilatildeo dessa

crenccedila procurei abdicar-me do reducionismo relacional entre doenccedila

ocupacional e espaccedilo fiacutesico

Observamos que pelo fato de estarem diretamente em contato com os

pacientesclientes e serem responsaacuteveis pelo cuidado a eles oferecido esses

profissionais lidam rotineiramente com as mais diversas situaccedilotildees envolvendo

natildeo soacute os pacientes mas seus acompanhantes familiares meacutedicos e outros e

com certa frequecircncia foi possiacutevel observar atitudes de conflitos interpessoais

por outro lado observaram-se natildeo raras vezes viacutenculos criados com os

pacientes estabelecidos muitas vezes pelo tempo de internaccedilatildeo

Outro fato que me chamou a atenccedilatildeo foi a desarmonia existente entre o

trabalhar em prol da sauacutede de terceiros e a falta de tempo para o lazer e o

cuidado com a proacutepria sauacutede parece que a necessidade e o modo de trabalho

fazem com que o ritmo normal da vida vai se quebrando e o teacutecnico de

enfermagem se submete aos ritmos laborais que favorecem ao adoecimento

A divisatildeo das escalas de serviccedilo natildeo me pareceu biomecanicamente

justa por vezes foi possiacutevel observar muitos pacientes para um uacutenico

profissional o que por uma lado favorecia a sobrecarga fiacutesica por outro

91

empobrecia o despertar da criatividade na resoluccedilatildeo dos problemas a

permanecircncia do profissional em um uacutenico setor por tempo ilimitado foi outro

aspecto que me despertou a atenccedilatildeo e acredito ser fator que tambeacutem limite o

despertar criativo

Foi possiacutevel observar certo descompasso entre a exigecircncia fiacutesica que o

trabalho impotildee ao teacutecnico de enfermagem e as condiccedilotildees de conforto e

seguranccedila ofertadas ao profissional por um lado o trabalho exige desses

profissionais agigantados e repetitivos esforccedilos fiacutesicos e por outro o cenaacuterio

laboral se apresenta superlotado com excesso de pacientes local de repouso

sem colchatildeo mobiacutelia e equipamentos inadequados e isso ficava evidenciado

pela diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo nos finais do plantatildeo visivelmente percebia-se o

corpo dos profissionais mais pesados e as faacutecies abatidas fato preocupante

quando se observa que alguns desses profissionais dobram a escala de

trabalho com certa frequecircncia em decorrecircncia de duplo ou triplo viacutenculo

empregatiacutecio ou de moacutedicos vencimentos

O Ritmo de Trabalho desses profissionais em funccedilatildeo da sobrelotaccedilatildeo

apresentava-se acelerado com pouco horaacuterio para pausas Os profissionais

trabalhavam na maior parte do tempo em peacute e deambulando Ficou

evidenciada grande exigecircncia fiacutesica inerente ao trabalho resultante da

realizaccedilatildeo de atividades como mobilizaccedilatildeo de objetos e instrumentos pesados

transporte e movimentaccedilatildeo de pacientes arrumaccedilatildeo do leito higiene corporal

de pacientes incapacitados aleacutem dos esforccedilos visuais e mentais impostos aos

teacutecnicos de enfermagem acrescenta-se os deslocamentos excessivos a cada

jornada de trabalho

Evidenciou-se tambeacutem a existecircncia de condiccedilotildees biomecacircnicas

favoraacuteveis para a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais no grupo estudado

estes profissionais realizam movimentos com esforccedilos repetitivos no trabalho

fato que evidencia a necessidade de se buscar alternativas teacutecnicas e de

modos operatoacuterios ergonocircmicos para minimizar as cargas excessivas de

trabalho acrescentar pausas e instrumentos adequados no exerciacutecio

profissional

A estrutura predial antiga mostrou-se aparentemente inadequada

enfermaria e repouso apertados corredores estreitos rampas iacutengremes

92

escadas salas que deviam estar acopladas uma agrave outra distantes entre si

ausecircncia de boa iluminaccedilatildeo ventilaccedilatildeo maacutes condiccedilotildees das instalaccedilotildees

sanitaacuterias e ausecircncia de armaacuterios para guardar bolsas e objetos pessoais

Os fatos observados revelaram a presenccedila de fatores predisponentes

que podem estar relacionados ao surgimento eou agravamento dos sinais e

sintomas e o meio assim emergem da observaccedilatildeo do campo sentidos

decorrentes da experiecircncia preacutevia do pesquisador e relaccedilatildeo com inadequaccedilatildeo

de mobiacutelia espaccedilos superlotaccedilatildeo jornadas extras Essas categorias

agregaram conteuacutedos uacuteteis para apreender melhor o processo do adoecimento

e a relaccedilatildeo da LERDORT com o discurso dos sujeitos

Outro aspecto marcante durante a observaccedilatildeo foi a aparente hesitaccedilatildeo

inicial dos trabalhadores ao serem abordados por um ldquoestranhordquo Em alguns

momentos nessa fase de observaccedilatildeo etnograacutefica foi necessaacuteria a opccedilatildeo por

natildeo insistir no assunto adoecimento no trabalho para evitar constrangimento e

desabafos excessivos Alguns teacutecnicos de enfermagem parecem ao menos

inicialmente ter confundido o que seria a observaccedilatildeo com a possibilidade de

intervenccedilatildeo terapecircutica e verbalizam o desejo de serem atendidos pelo

fisioterapeuta

As entrevistas de aprofundamento da observaccedilatildeo etnograacutefica permitiram

entender melhor fatores de risco para das LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem foi possiacutevel evidenciar aspectos quanto agrave percepccedilatildeo multifatorial

da LERDORT bem como prevenccedilatildeo na fala dos sujeitos contribuindo assim

para uma maior compreensatildeo do tema prevenccedilatildeo das LERDORT nessa

populaccedilatildeo

Com o intento de situar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em

relaccedilatildeo a LERDORT foram analisadas as falas obtidas na primeira fase do

estudo sem interferecircncia portanto da atividade educativa em sauacutede

A anaacutelise temaacutetica das entrevistas de aprofundamento realizada a partir

de (03) trecircs nuacutecleos direcionadores (desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho

atitudes cooperativas e realizaccedilatildeo pessoal) permitiram a apreensatildeo das

Unidades de Contexto (UC) Unidades de Registros (UR) e categorias

emergentes do campo

93

A tabela abaixo retrata a quantidade de vezes que cada um dos nuacutecleos

direcionadores foi comentado (UR)

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual das unidades de registros

identificadas no discurso dos sujeitos em estudo segundo aos respectivos

nuacutecleos temaacuteticos Maceioacute-AL 2009

NUacuteCLEOS DIRECIONADORES UR

Nordm

Desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho 184 5396

Atitudes cooperativas 88 2580

Realizaccedilatildeo pessoal 69 2023

TOTAL 341 9999

A tabela 2 mostra que houve maior referecircncia ao nuacutecleo direcionador

desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho com 184 unidades de registro em

relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas houve 88 referecircncias Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho 69 unidades de registros

Estes dados estatildeo em consonacircncia com a literatura onde eacute possiacutevel

perceber que dentre profissionais da sauacutede os trabalhadores de enfermagem

satildeo os que mais apresentam absenteiacutesmo e elevadas queixas de desconforto

relacionado ao trabalho142 em funccedilatildeo de adoccedilatildeo de posturas corporais

incorretas muitas vezes associadas agrave exposiccedilatildeo constante a doenccedilas que

favorecem o aparecimento da fadiga e raquialgia na equipe de enfermagem

que trabalha na ambiecircncia hospitalar143

O grupo reconhece que o trabalho do teacutecnico de enfermagem expotildee a

fatores de risco e agravos para a sua sauacutede e que devido agrave adoccedilatildeo de posturas

corporais incorretas e excesso de forccedila favorecem ao aparecimento da fadiga e

dores na equipe que trabalha na ambiecircncia hospitalar

94

ldquoOlha doutor de manhatilde a gente pega muito pesordquo

ldquoTrabalhar em enfermagem eacute muito cansativo Dar

banho no leito eacute muito pesado e faz mal para a

coluna e para os ombro () eacute por isso que tenho

tanta dorrdquo

Outra categoria foi referente agrave identificaccedilatildeo de atividades de

movimentaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo de pacientes como agravante da situaccedilatildeo dor

ldquoLevantar o paciente daacute contratura nos ombros

Subir paciente () assim quando estatildeo

escorregando para baixo virar o decuacutebito () daacute

uma coisa cansada nos braccedilos nas matildeos e na

lombar tambeacutemrdquo

As categorias emergentes deste estudo satildeo confirmadas na literatura

como fatores importantes no processo de adoecimento e surgimento de

desconfortos fiacutesicos em enfermagem pois na praacutexis desta profissatildeo

movimentos repetitivos aliados agrave exigecircncia de forccedila satildeo uma constante e

favorecem o surgimento de doenccedilas ocupacionais 144 145 e 146

A adoccedilatildeo de posturas viciosas e incorretas foi bastante citada

encontramos referecircncias quanto agrave percepccedilatildeo dos sujeitos sobre o surgimento

de dores em decorrecircncia das mais diversas atividades inerentes ao trabalho do

teacutecnico de enfermagem Alguns exemplos destas descriccedilotildees estatildeo abaixo

citados

ldquoNa hora que vai puncionar uma veia a gente passa

muito tempo assim curvando aiacute vai dando problema

na colunardquo () ldquoO pior eacute fazer o pacote quando o

95

paciente morre aleacutem de ser triste forccedila os ombros e

as matildeos sem contar que corro o risco de me

contaminarrdquo

umlE tem a postura pra aspirar puncionar dar banho

no leitoCurvado assimas costas ningueacutem

aguentauml

A literatura confirma a percepccedilatildeo desses profissionais quando afirma

que dores tendem a acometer indiviacuteduos que atuam em profissotildees exaustivas

como eacute o caso da enfermagem147 Nessa populaccedilatildeo devido a manutenccedilatildeo de

posturas improacuteprias as queixas de dores satildeo constantes podendo destacar

algias nos membros superiores e coluna vertebral148 As posturas inadequadas

satildeo adotadas pelos teacutecnicos de enfermagem quando prestam assistecircncia aos

pacientes quando preparam medicaccedilatildeo empurram ou arrastammacas13

Outro estudo corrobora com a percepccedilatildeo do grupo quando ao avaliar

ocorrecircncias de cervicodorsolombalgias nas enfermeiras relata que os efeitos

nocivos das longas jornadas de trabalho levam a um esforccedilo excessivo que

poderaacute agravar lesotildees na coluna vertebral 149

No exerciacutecio da profissatildeo inuacutemeras satildeo agraves vezes em que os

trabalhadores de Enfermagem adotam posturas corporais improacuteprias ou

inadequadas do ponto de vista biomecacircnico como eacute o caso de vaacuterias tarefas

desempenhadas agrave beira do leito realizar curativo puncionar acesso venoso

auxiliar no banho de leito realizar trocas de decuacutebito ou transferecircncias leito-

maca-leito tais tarefas podem contribuir para o aparecimento de danos ao

sistema musculoesqueleacutetico150 Tal fato eacute relatado pela profissional abaixo

ldquoDoacutei bastante na hora dos movimentos neacute Na hora

de dar banho no leito parece que os ossos esquenta

doacutei queimando a coluna e o pescoccedilo Bem que doacuteirdquo

96

rdquoSinto contratura nos ombros sinto contratura nos

meus dedos () a contratura eacute cansada e desce

queimando do pescoccedilo e desce para os braccedilos isso

eacute mais forte na hora de fazer a punccedilatildeordquo

Esta relaccedilatildeo entre a atividade de trabalho do teacutecnico em enfermagem e o

surgimento de dores pode ser confirmada pois haacute relaccedilatildeo entre o trabalho e o

desgaste do trabalhador em enfermagem 151 152

Outro aspecto constatado eacute o entendimento por parte do grupo de que

a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e surgimento de dores tambeacutem tem relaccedilatildeo

com equipamentos e mobiacutelias inadequadas

umlOlha por exemplo as seringa natildeo aspira e a gente

tem que fazer bastante forccedila porque o material natildeo eacute

de boa qualidade [] aiacute faz uma forccedila [] tanta que

agraves vezes o dedo fica roxouml

Ao avaliar ambiente de trabalho equipamentos mobiliaacuterio e postura

corporal de trabalhadores de enfermagem na unidade de internaccedilatildeo Goacutees26

afirma que espaccedilos restritos no banheiro mobiliaacuterios com altura fixa

incompatiacutevel provocam a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e que 100 dos

enfermeiros e 9770 dos auxiliares relatam dor na coluna vertebral

Eacute possiacutevel perceber elevadas queixas referentes agraves mobiacutelias

principalmente altura dos leitos e berccedilos de pacientes o que obriga os

profissionais a adotarem posturas de anteriorizaccedilatildeo do tronco durante as

atividades de banho no leito punccedilatildeo venosa e realizaccedilatildeo de curativos tal

observaccedilatildeo estaacute de acordo com a literatura quando se verifica que em relaccedilatildeo

ao trabalho de enfermagem haacute inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio utensiacutelios e

equipamentos quanto agraves dimensotildees alturas das superfiacutecies peso e condiccedilotildees

de funcionamento27 e que eacute necessaacuterio propor redesenho dos equipamentos

auxiliares na elevaccedilatildeo e transferecircncia de pacientes153154

97

ldquoAs macas satildeo muito ruins e as cadeiras dificultam

as posturasrdquo

ldquoPara mim as camas satildeo altas demais aiacute tem que

subir numa coisinha dessa (aponta para escada) e eacute

arriscado cair neacuterdquo

As lesotildees do sistema musculoesqueleacutetico particularmente as algias

vertebrais satildeo internacionalmente reconhecidas como um risco ocupacional

entre os trabalhadores de enfermagem 155156157 e no ambiente hospitalar

existem vaacuterios fatores ergonocircmicos relacionados com problemas ambientais e

organizacionais que podem ser relacionados agraves lesotildees osteomusculares tais

como recursos tecnoloacutegicos inadequados incluindo mobiliaacuterio a falta de

equipamentos especiais para movimentar pacientes aleacutem da escassez de

recursos humanos e a falta de treinamento158 Deste modo os trabalhadores

de enfermagem submetem-se constantemente a condiccedilotildees de trabalho

inadequadas originando aleacutem de agravos de ordem psiacutequica agravos nos

sistemas corporais ocasionado os acidentes do trabalho e as licenccedilas para

tratamento de sauacutede 159

Observou-se que unidade hospitalar pesquisada tem problemas

ergonocircmicos e que os teacutecnicos de enfermagem os reconhecem e tecircm

consciecircncia de suas influecircncias na sua sauacutede

uml[] na minha enfermaria o local onde eacute guardado o

material Eacute porque a gente tem que abaixar se

curvar pra apanhar o materialuml

A superlotaccedilatildeo nas enfermarias com estreitamento dos espaccedilos entre

as macas eacute lembrado como fato gerador de estresse pois aumenta a

sobrecarga de trabalho e tensatildeo

A literatura compreende a correlaccedilatildeo da interferecircncia do espaccedilo fiacutesico

disponiacutevel para atendimento de pacientes utilizaccedilatildeo de equipamentos pelo

98

pessoal de enfermagem e estresse 160 Este problema foi confirmado quando

se reconhece que para o pessoal de enfermagem ter que assistir pacientes em

sua higiene em restritos espaccedilos hospitalares eacute pernicioso 161 a sauacutede fiacutesica e

mental Tal evidecircncia eacute percebida e relatada pelo

ldquoAqui no trabalho eu fico aperreada eu fico tensa

Afeta todo o sistema nervoso e o corpo doacutei todo

tambeacutem com esse monte de paciente nas

enfermariasrdquo

Esta percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem tem respaldo na literatura

pois acredita-se que superlotaccedilatildeo gera sobrecarga de trabalho aos

profissionais tanto do ponto de vista quantitativo quanto do aumento de

demanda decorrente do quadro cliacutenico dos pacientes Os hospitais

universitaacuterios brasileiros via de regra sofrem com a superlotaccedilatildeo presenccedila de

pacientes graves em todas as unidades deacuteficit de profissionais falta de

equipamentos de suporte no manuseio dos paciente162

O excesso de trabalho afeta consideravelmente os teacutecnicos de

enfermagem no que diz respeito tanto a sua sauacutede fiacutesica quanto a sua

condiccedilatildeo psicoloacutegica os trabalhadores que exercem suas funccedilotildees em

situaccedilotildees adversas apresentaratildeo com maior frequecircncia queixas de fadiga

crocircnica e alteraccedilotildees gastrointestinais do que os teacutecnicos que trabalham em

ritmo mais tranquilos163 164165 166

Eacute possiacutevel perceber que o grupo entende que o processo de

adoecimento pode ser influenciando pela falta de atividades fiacutesicas regulares

Uma questatildeo levantada foi o trabalho intenso com carga horaacuteria semanal

extenuante O excesso de trabalho pode favorecer o surgimento do cansaccedilo

cumulativo estimulando o sedentarismo desses profissionais

No grupo estudado percebeu-se que haacute uma divisatildeo hierarquizada e

vertical do trabalho da enfermagem e que grande parte das tarefas de

execuccedilatildeo eacute efetuada pelos teacutecnicos e esses tecircm menor autonomia de decisatildeo

sobre o proacuteprio trabalho e salaacuterios menores em funccedilatildeo disso eacute comum a

99

realizaccedilatildeo de horas extras plantotildees extras Tais achados encontram reforccedilos

em estudos 167 168 que apontam a relaccedilatildeo entre hierarquizaccedilatildeo do trabalho em

enfermagem e ritmo intenso

ldquoA gente anda demais a semana toda Trabalha muito e

natildeo paacutera pior ainda quando dobra a escala[] Chego em

casa um caco depois do plantatildeo aiacute nem daacute coragem de

fazer mais nada sei que preciso fazeruml

ldquoNa minha folga nem tenho coragem de brincar com minha

filha Pago a babaacute para banhar ela soacute fico deitada vendo

televisatildeordquo

ldquoMoro perto da praia e podia fazer caminhada para abaixar

o peso mas ando tanto aqui que natildeo daacute coragem de

caminhar maisrdquo

De fato percorrer longas distacircncias e ficar por muito tempo em peacute

contribui para elevar os iacutendices de dor e fadiga essa afirmaccedilatildeo tem respaldo

na literatura que afirma que pesquisas realizadas em vaacuterios paiacuteses exibem

prevalecircncias superiores a 80 de ocorrecircncia dessas sensaccedilotildees em teacutecnicos

de enfermagem13169 Estudo brasileiro mostra prevalecircncias de 43 a 93162

Em relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas (segundo nuacutecleo direcionador da

entrevista) observou-se carecircncia das mesmas o que favorece o processo de

adoecimento na percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem

O grupo entende que haacute problemas de relacionamento interpessoal fato

que dificulta a colaboraccedilatildeo entre os pares e gera sobrecarga de trabalho tal

fato eacute maximizado quando essa elevada carga laboral eacute acrescida com o

desconhecimento de medidas de economia biomecacircnica

A necessidade de trocar informaccedilotildees sobre o trabalho e de cooperar

com a equipe eacute relatada nas falas poreacutem apesar da verbalizaccedilatildeo do

100

sentimento a praacutetica natildeo eacute vivenciada o relacionamento interpessoal eacute

apontado pelo grupo como um dos fatores que influenciam o cotidiano do

trabalho cujo resultado depende de parcerias para obter melhores ganhos e

adoecer menos

ldquoA relaccedilatildeo interpessoal interfere em tudo no trabalho ()

Quando a equipe eacute boa natildeo tem estresse e tudo fica

bomsem tensatildeordquo

ldquoA maioria da equipe natildeo ajuda Eacute isso que acontece e a

gente acaba ficando sozinha e trabalhando muito maisrdquo

Estudo demonstra que para minimizar as fontes geradoras das

LERDORT a equipe de enfermagem necessita criar estrateacutegias de melhoria de

relacionamento com colegas edemais membros da equipe 170

Ao confrontar os achados com literatura observa-se que a falta de um

bom relacionamento implica numa comunicaccedilatildeo deficiente entre os pares e

utilizaccedilatildeo de mecanismos de defesas inadequados como a impaciecircncia natildeo

realizaccedilatildeo do trabalho em equipe falta de cooperaccedilatildeo espontacircnea sobrecarga

de trabalho para alguns elementos da equipe e a falta de continuidade das

accedilotildees iniciadas171 172 173 174 175 176177

O terceiro nuacutecleo direcionador da entrevista trata da realizaccedilatildeo pessoal

do profissional

Enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma

profissatildeo caracterizada por ter em sua essecircncia o cuidado Em relaccedilatildeo ao

auxiliar e teacutecnico de enfermagem haacute indefiniccedilatildeo do papel profissional

sobrecarga de trabalho frequentemente justificada por falta de pessoal e

estimulada pelo pagamento de horas-extras e falta de autonomia e autoridade

na tomada de decisotildees50178179180 fatos que fazem dessa profissatildeo a quarta

mais estressante no setor puacuteblico1

O grupo reconhece carecircncia de realizaccedilatildeo pessoal com o trabalho e isso

pode favorecer o surgimento de doenccedilas relacionadas agraves LERDORTs

101

uml Eu queria fazer faculdade mas a faculdade natildeo me quis

natildeo Fiz vestibular umas trecircs vezes mas natildeo passei aiacute o

jeito foi fazer o teacutecnico mesmordquo

ldquoMinha profissatildeo infelizmente natildeo eacute reconhecida mas Deus

reconhece [] Natildeo eacute reconhecida por parte do salaacuterio por

parte da direccedilatildeo do hospital do governador e da

comunidaderdquo

ldquo tocirc cansadajaacute era pra mim ter saiacutedo mas enquanto natildeo

aparece nadardquo

As percepccedilotildees dos sujeitos da pesquisa estatildeo de acordo com a

literatura pois eacute possiacutevel encontrar relatos de profissionais de niacutevel meacutedio de

enfermagem dizendo que sofrem de despersonalizaccedilatildeo e baixa realizaccedilatildeo

pessoal1181182183184185186

A despersonalizaccedilatildeo eacute caracterizada pela insensibilidade emocional do

profissional com prevalecircncia de condutas ciacutenicas e de dissimulaccedilatildeo 1181187 A

baixa realizaccedilatildeo pessoal faz menccedilatildeo a uma auto avaliaccedilatildeo negativa associada

agrave insatisfaccedilatildeo e desacircnimo com o trabalho com sentimentos de que este natildeo

vale a pena 1187 188

52 UMA PROPOSTA DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE VOLTADA

PARA O CUIDADOCOM A SAUacuteDE OCUPACIONAL DO TEacuteCNICO

DE ENFERMAGEM

Acreditando-se que os sujeitos trazem percepccedilotildees sobre o objeto de

pesquisa entendemos que eacute preciso atuar na Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ocupacional tendo como referecircncia o saber e a vivecircncia das pessoas agraves quais

as accedilotildees satildeo voltadas

102

Numa primeira etapa de coleta de dados por meio de observaccedilatildeo

etnograacutefica e entrevista de aprofundamento constatamos um cenaacuterio de

trabalho repleto de incoerecircncias ergonocircmicas inadequaccedilotildees de mobiacutelias

adoccedilotildees de posturas corporais inadequadas e uma percepccedilatildeo de ambiente

insalubre de trabalho por parte dos teacutecnicos de enfermagem

Para a elaboraccedilatildeo da atividade educativa que atendesse agrave perspectiva

da presente pesquisa assumimos estrateacutegias da participaccedilatildeo e diaacutelogo

privilegiando uma construccedilatildeo coletiva Isto eacute foi desenvolvida por meio da

teacutecnica de grupo focal

Neste grupo focal observamos que a falta de experiecircncias aprofundadas

anteriores dos teacutecnicos de enfermagem com a praacutetica de Educaccedilatildeo em Sauacutede

permitiu que os mesmos colocassem refletissem e dialogassem com os dados

colhidos e sistematizados pelo pesquisador

Nestes diaacutelogos exploramos as necessidades e expectativas dos

teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo a um programa educativo

O Recurso Educativo foi sendo assim proposto em funccedilatildeo dos dados

revelados por meio da interaccedilatildeo com o grupo

A opccedilatildeo de mergulhar no campo de estudo e construir uma intervenccedilatildeo

a partir de uma realidade tem respaldo na literatura que afirma que embora

tenha havido um desenvolvimento surpreendente de metodologias na

educaccedilatildeo em sauacutede as estrateacutegias de aproximaccedilatildeo a populaccedilotildees especiacuteficas

e a utilizaccedilatildeo de metodologias problematizadoras ainda carecem de realce na

educaccedilatildeo em sauacutede2489

Nessa perspectiva o objeto da Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute o de alterar

positivamente os conhecimentos por meio de aproximaccedilotildees de saberes

tornando-se via de matildeo de dupla onde todos (educador e educando)

aprendem e ensinam177 189190191

As diferentes aproximaccedilotildees com os teacutecnicos de enfermagem permitiram

observar que os mesmos detecircm conhecimentos sobre o assunto e condiccedilotildees

de contribuir no sentido de ampliar o repertoacuterio pedagoacutegico no processo de

elaboraccedilatildeo da proposta educativa

103

Os diaacutelogos estabelecidos no grupo focal possibilitaram apreender

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agraves atividades educativas

suas teacutecnicas modos e maneiras de se estabelecer o aprendizado sobre

LERDORT

ldquo Jaacute fui numas palestras mas natildeo entendi muita

coisa natildeo Se tivesse cartilhas com figuras Se

ensinasse a fazer os exerciacutecios era muito melhorrdquo

ldquoEacute porque palestras soacute natildeo resolve () quando tem

panfleto eu coloco na bolsa e leio depois com calma

na hora que esquecerrdquo

ldquoQuando tem alguma coisa que lembra a gente fixa

melhor () alguma coisa que eu veja que natildeo me

deixa esquecer do que aprendirdquo

ldquoQuando tem algueacutem fazendo ginaacutestica junto com a

gente eacute bom porque empolga e se tiver fazendo

errado ensina na horardquo

Os teacutecnicos de enfermagem apontam claramente para um pressuposto

de que a informaccedilatildeo pode favorecer no autocuidado

ldquoEacute preciso saber fazer posturas na hora de fazer o

procedimento Se eu soubesse bem direitinho a

posiccedilatildeo certa do banho eu ia fazer e natildeo sofria

tantordquo

104

ldquoJaacute ouvi falar da LER mas natildeo sei direito como eacute

quer dizer sei mais ou menos () o que eu queria

era ter mais entendimento para natildeo terrdquo

A literatura comenta que o trabalho educativo pode ser uma saiacuteda

extremamente potente para a comunicaccedilatildeo em sauacutede facilitando a construccedilatildeo

de estrateacutegias preventivas e terapecircuticas174 175 por outro lado eacute preciso

destacar que embora o conhecimento seja um preacute-requisito de modo algum eacute

garantia da realizaccedilatildeo no cuidado com a sauacutede ocupacional176 177 Isso pode

ser evidenciado no diaacutelogo com os teacutecnicos

umlEu sei como sentar mas isso natildeo basta porque

aleacutem de sentar tem que promover mais coisa () eacute

preciso saber fazer os alongamentos durante o

trabalho antes do trabalho e depois tambeacutem () Se

soubeacutessemos a gente natildeo esquecia de sentar

corretordquo

Sugestatildeo metodoloacutegicas que apontam para atividades teoacutericas e

praacuteticas foram tambeacutem feitas O reconhecimento da ginaacutestica laboral como

ferramenta preventiva das LERDORTs e a confecccedilatildeo de material didaacutetico que

discuta teacutecnicas de economia biomecacircnica durante a jornada de trabalho foi

enfatizada

umlrdquoEacute preciso fazer ginaacutestica laboral manobras de

alongamentordquo

ldquoA gente deveria aprender quais satildeo as posturas

corretas deveria aprender a fazer exerciacutecios mais

ateacute do que isso deveria vir algueacutem aqui para fazer

exerciacutecios com a gente porque ao mesmo tempo que

fazia estimulava e ensinava a fazer tambeacutemrdquo

105

uml[] palestra soacute natildeo resolve [] se tivesse cartilhas

livros panfletos porque depois eu podia ler sem

aperreiouml

A literatura reforccedila esses aspectos quando afirma que para uma

efetivaccedilatildeo mais adequada dos saberes eacute preciso considerar estimular e

valorizar competecircncias teoacutericas e praacuteticas178 nas quais se incluem tanto as

habilidades comportamentais e praacuteticas (saber ser) quanto os savoirs-faire

(saber-fazer) ou conhecimentos teoacutericos dos indiviacuteduos 179180

Os teacutecnicos de enfermagem reconhecem que esse curso para natildeo cair

no esquecimento devia ser feito por moacutedulos com reforccedilos que e evoquem o

que foi discutido sobre a questatildeo

O grupo sugere tambeacutem que o reforccedilo deve ser disponibilizado e

entregue em moacutedulos pois a leitura de um texto longo pode ficar cansativa e

desestimulante Tal observaccedilatildeo pode se reforccedilada nas falas abaixo

ldquoCom o tempo a gente se esquece do que aprendeu

mas se tiver uma coisa pra lembrar seria muito bom

[] uma coisa que eu visse jaacute me lembravardquo

ldquoTipo assim todo dia falar um pouco em pedaccedilos

Quando fala tudo de uma vez depois a gente nem se

lembrardquo

Entre as discussotildees e planejamento coletivo das atividades educativas o

grupo por votaccedilatildeo sugeriu a adoccedilatildeo de uma personagem fictiacutecia para o

desenvolvimento da estrateacutegia uma boneca enfermeira entendendo que seria

algo inusitado e estimulante para ativar a lembranccedila do que fora apreendido

um modo de natildeo cair no esquecimento

106

Apoacutes algumas sugestotildees de nomes para a personagem (Dodoacutei

Penicilina Espondileacuteia Costa e Enfermerita) por votaccedilatildeo direta e aberta

escolheram o nome Espondileacuteia Costa

Um desenhista alheio ao processo foi contratado para desenvolver uma

proposta de desenho da personagem que foi preliminarmente aprovado pelo

grupo O desenho ficou exposto na sala de reuniatildeo por 10 (dez) dias para

eventuais sugestotildees de mudanccedilas que natildeo ocorreram

Ilustrado pelo desenho e ancorado nas referecircncias cientiacuteficas sobre a

prevenccedilatildeo das LERDORTs e nas sugestotildees do grupo focal foi elaborado a

versatildeo preliminar do manual que seria utilizado na atividade educativa

O manual ficou disponiacutevel para anaacutelise na sala de encontros por mais

10 (dez) dias e os teacutecnicos de enfermagem fizeram devidas observaccedilotildees sobre

o memo As principais sugestotildees ocorreram em relaccedilatildeo agrave substituiccedilatildeo de

palavras desconhecidas pelo grupo

O Recurso Instrucional final foi composto do manual e da boneca O

manual foi idealizado em fasciacuteculos a serem distribuiacutedos em cada encontro e a

boneca foi concebida para ser apresenta com uma caixinha com o manual em

miniatura sendo assim proposta para ser utilizada como um siacutembolo que tem

como finalidade ativar a lembranccedila do que foi discutido e praticado

O manual possui duas partes distintas a primeira com apresentaccedilatildeo do

mesmo e a segunda com uma parte mais praacutetica e algumas sugestotildees de

exerciacutecios

A primeira parte do material ficou assim dividida

A Espondileacuteia Costa Nessa etapa a boneca Espondileacuteia Costa se

apresenta e diz qual eacute a sua intenccedilatildeo com o grupo

Apresentaccedilatildeo Nessa pesquisado o autor esclarece alguns pontos

sobre a confecccedilatildeo do manual o objetivo do mesmo e relata

brevemente como foi o seu desenvolvimento

A quem se destina o manual Nesse momento eacute apresentado o puacuteblico

alvo que o manual educativo pretende alcanccedilar

107

A segunda parte de caraacuteter mais praacutetico ficou assim dividida

O trabalho do teacutecnico de enfermagem Nesse capiacutetulo discutem-se as

exigecircncias fiacutesicas para o trabalho como teacutecnico de enfermagem a

saber exigecircncia de grande esforccedilo fiacutesico atenccedilatildeo repetitividade de

movimentos sobrecarga de trabalho e instrumentos de trabalho

Tipos de contraccedilatildeo muscular no ambiente de trabalho

LERDORT o processo de adoecimento do sistema musculoesqueleacutetico

relacionado ao trabalho

Orientaccedilotildees para o trabalho na postura biacutepede

Orientaccedilotildees para o trabalho em sedestaccedilatildeo

Orientaccedilotildees para transferecircncia de pacientes acamados

Cinesioterapia laboral Nesse capiacutetulo se discute a importacircncia do

exerciacutecio fiacutesico na prevenccedilatildeo da LERDORT sendo eacute apresentados

alguns exerciacutecios laborais com convite para a praacutetica regular dos

mesmos

O Manual produzido e posteriormente aplicado encontra-se no anexo 5

53 A QUALIDADE DE VIDA DE TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

ANTES E APOacuteS UMA ATIVIDADE EDUCATIVA

A qualidade de vida no trabalho eacute percebida subjetivamente pelos

indiviacuteduos no ambiente laboral e deve envolver condiccedilotildees de seguranccedila

trabalho digno remuneraccedilatildeo e benefiacutecios adequados estabilidade feedback

quanto ao desempenho oportunidade de crescimento e de aprendizado

possibilidade de promoccedilatildeo clima social positivo e justiccedila social132 192

Trata-se de um conceito amplo e de certo modo pode ser afetado pela

sauacutede fiacutesica estado emocional convicccedilotildees pessoais relaccedilotildees sociais e

estiacutemulos provenientes do meio 132 De um modo geral as definiccedilotildees de

108

Qualidade de Vida reforccedilam a ideia de que sua percepccedilatildeo eacute encarada

diferentemente pelos indiviacuteduos192

O trabalho ocupa lugar central na vida do homem e dependendo da

forma como estaacute sendo executado e organizado pode ser gerador de fatores

desgastantes e potencializadores de processos sauacutede-doenccedila levando o

trabalhador ao adoecimento193 194 195

Inseridos nesse contexto estaacute o trabalhador de enfermagem que tem

seu trabalho caracterizado por atividades que exigem alta interdependecircncia

entre os pares nas quais a motivaccedilatildeo surge como aspecto fundamental na

busca de maior eficiecircncia para a qualidade na assistecircncia prestada aliada agrave

satisfaccedilatildeo destes trabalhadores196

Justifica-se avaliar a qualidade de vida no trabalho do teacutecnico de

enfermagem devido aos prejuiacutezos que a baixa desta pode desencadear tanto

para os funcionaacuterios como para os hospitais

Essa atitude eacute necessaacuteria agravequelas empresas que almejam o sucesso

pois trazem resultados positivos tanto para o empregado na forma de uma

vida mais saudaacutevel e satisfatoacuteria como para a empresa na forma de reduccedilatildeo

no absenteiacutesmo melhorias no clima organizacional nos relacionamentos na

produtividade e nos resultados194

Para este estudo foram avaliados 08 domiacutenios de qualidade de vida

propostos pelo SF 36 lembrando que quanto mais proacuteximo de 100 (cem)

melhor o estado de sauacutede da populaccedilatildeo pesquisada

Observou-se que todos os domiacutenios pesquisados antes da atividade

educativa mostraram-se abaixo de 50 do ideal significando um

comprometimento desta

Observou-se tambeacutem que o domiacutenio mais afetado foi vitalidade seguido

pelos aspectos fiacutesicos aspecto emocional aspecto funcional estado geral

aspectos sociais sauacutede mental e por fim dor

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

109

QUADRO 1 O quadro abaixo mostra os valores obtidos nos diferentes

domiacutenios com a aplicaccedilatildeo do SF 36antes do desenvolvimento da atividade

educativa

DOMIacuteNIOS Meacutedia dos valores encontrados

Capacidade funcional 458333

Aspectos fiacutesicos 291667

Dor 506667

Estado geral 491667

Vitalidade 200000

Aspectos sociais 499000

Aspectos emocionais 386667

Sauacutede Mental 499998

Partimos do princiacutepio que o trabalho quando executado em ambientes

insalubres e penosos pode interferir negativamente na qualidade de vida de

trabalhadores197 e traz sofrimento fiacutesico198

Em outro estudo199 encontramos resultados semelhantes aos aqui

apresentados os autores relatam que tais resultados refletem o sentimento de

cansaccedilo e esgotamento do grupo O cansaccedilo estaacute significativamente associado

agrave presenccedila de sintomas como problemas do sono estresse e depressatildeo203

fato que daacute credibilidade a fala do grupo quando se refere ldquofico aperreadordquo

ldquofico estressadordquo abordadas no capiacutetulo 51

Trabalhadores de enfermagem comumente apresentam sensaccedilatildeo de

fadiga crocircnica e essa pode se manifestar de diversas formas sensaccedilatildeo de

esgotamento dores de cabeccedila e no corpo perda do apetite irritabilidade

desacircnimo e induzem ao empobrecimento da vida social mental e laboral dos

mesmos192

Devido agraves condiccedilotildees laborais percebidas o excesso de trabalho e a natildeo

satisfaccedilatildeo pessoal com a profissatildeo anteriormente descritas nas falas dos

sujeitos da pesquisa nos faz acreditar que haacute um cansaccedilo acumulado no grupo

e isso pode interferir na satisfaccedilatildeo perante o trabalho

110

Estudo demonstra que haacute influecircncia direta do ambiente de trabalho e da

organizaccedilatildeo do mesmo sobre a qualidade de vida dos servidores e ainda

afirma que eacute necessaacuterio proporcionar ao trabalhador um estilo de vida mais

ativo saudaacutevel e ofertar ao mesmo condiccedilotildees salubres e adequadas para

desenvolverem e aperfeiccediloarem seu trabalho200

Neste contexto o ambiente de trabalho pode estar associado ao

sofrimento fiacutesico e psiacutequico dos trabalhadores uma vez que um tempo

significativo da vida dessas pessoas acontece neste ambiente201

Partimos do pressuposto de que existe relaccedilatildeo positiva entre o

Programa Educativo e a Qualidade de Vida dos Teacutecnicos de Enfermagem

Os dados referentes agrave qualidade de vida aleacutem de terem sido colhidos

antes da atividade educativa foram tambeacutem avaliados apoacutes 10 e 30 dias do

desenvolvimento da mesma

O graacutefico abaixo mostra o comportamento dos domiacutenios do SF 36 no

grupo nos trecircs momentos investigados

111

Graacutefico 1 Comportamento dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por

meio do SF-36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias

decorridos da atividade educativa

O quadro abaixo detalha quantitativamente as meacutedias obtidas

Quadro 2 Meacutedia dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por meio do SF-

36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias decorridos da

atividade educativa

DOMIacuteNIOS Valores antes Valores apoacutes

10 dias

Valores apoacutes

30 dias

Capacidade funcional 458333 a 700000 b 715000 b

Aspectos fiacutesicos 291667 a 750000 b 718333 ab

Dor 506667 a 760000 b 765000 ab

Estado geral 491667 a 708333 b 718333 ab

Vitalidade 200000 a 316667 a 331667 a

Aspectos sociais 499000 a 458333 a 464167 a

Aspectos emocionais 386667 a 831667 b 876667 ab

Sauacutede Mental 499998 a 680000 a 688333 a

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5 de probabilidade

112

Apoacutes 10 (dez) observamos que houve incremento na qualidade de vida

do grupo em todos os domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade e aspectos sociais

que continuaram abaixo de 50 (cinquenta por cento)

Decorridos 30 (trinta) dias da accedilatildeo educativa o mesmo resultado se

manteve apenas os domiacutenios vitalidade e aspectos sociais mantiveram

escores menores que 50 (cinquenta)

Estatisticamente analisando os dados pelo teste de Tukey todos os

domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade aspecto social e sauacutede mental

apresentaram incremento estatisticamente significante apoacutes a atividade

educativa

A vitalidade apresentou pequena variaccedilatildeo positiva nos dez dias apoacutes o

desenvolvimento da atividade educativa que se manteve 30 dias apoacutes apesar

de natildeo ter sido estatisticamente significante

O domiacutenio aspecto social manteve-se inalterado do ponto de vista

estatiacutestico antes e apoacutes (tanto 10 como 30 dias) decorridos da atividade

educativa

As meacutedias encontradas para a Sauacutede Mental do SF36 tiveram evoluccedilatildeo

depois de decorrido 10 dias e 30 dias apoacutes a atividade educativa apesar de

tambeacutem natildeo terem significacircncia estatiacutestica

O componente Capacidade Funcional que avalia a presenccedila e extensatildeo

de restriccedilotildees relacionadas agrave capacidade fiacutesica dos sujeitos teve significativa

variaccedilatildeo estatiacutestica nos 10 (dez) dias seguintes da atividade educativa apoacutes o

trigeacutesimo dia houve variaccedilatildeo positiva mas sem ser estatisticamente

significante esses achados nos sugerem uma melhor condiccedilatildeo fiacutesica apoacutes a

atividade educativa

Os dados encontrados estatildeo em desacordo com a literatura que afirma

que a capacidade funcional apresenta domiacutenio comprometido apoacutes ginaacutestica

laboral em profissionais que trabalham em hospital universitaacuterio e equipe de

enfermagem com queixas de lombalgia 204 203

Por outro lado os dados obtidos nesta pesquisa vatildeo ao encontro de

estudos que se propunham avaliar qualidade de vida de enfermeiros frente a

atividades fiacutesicas tais estudos mostraram bons iacutendices no domiacutenio Capacidade

Funcional204 205 206 em enfermeiros praticantes de atividade fiacutesica Natildeo

113

encontramos estudos que avaliassem mudanccedilas de capacidade funcional

correlacionadas com atividades educativas que incluam a atividade fiacutesica como

uma das suas estrateacutegias

Os aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos emocionais

apresentaram comportamentos similares ou seja evoluiacuteram e mantiveram um

valor crescente com significacircncia estatiacutestica apoacutes 10 (dez) e 30 (trinta) dias

decorridos da accedilatildeo educativa

Estudos demonstram que muacuteltiplos fatores podem estar relacionados ao

incremento negativo dos aspectos supra referidos e trazer sofrimento fiacutesico e

psiacutequico aos trabalhadores na maioria das vezes longas jornadas de trabalho

ritmos acelerados de produccedilatildeo pressatildeo repressora e autoritaacuteria inexistecircncia

ou escassas pausas para o descanso ao longo das jornadas de trabalho

estrutura fiacutesica precaacuteria material disponiacutevel fragmentaccedilatildeo de tarefas e

desqualificaccedilatildeo do trabalho realizado geram agressatildeo ao trabalhador 207 208 209

210 no entanto um aspecto nos chamou a atenccedilatildeo eacute que no periacuteodo em que o

estudo foi realizado natildeo constatamos qualquer mudanccedila na estrutura fiacutesica

eou administrativa na Unidade Hospitalar e mesmo assim incrementos

positivos aconteceram isso nos leva a concluir que o programa educativo

idealizado a partir da interaccedilatildeo com o grupo estudado foi eficaz na melhoria da

qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem sobretudo nos aspectos fiacutesicos

dor estado geral e aspectos emocionais e capacidade funcional

54 A PRESENCcedilA DE DORES OSTEOMUSCULARES

RELACIONADAS AO TRABALHO EM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM ANTES E APOacuteS UM PROGRAMA EDUCATIVO

Para este estudo foi avaliada a percepccedilatildeo aacutelgica dos teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa

Antes da atividade educativa independentemente do periacuteodo

considerado (12 meses ou sete dias) observou-se queixas de dores em todas

as aacutereas corpoacutereas avaliadas pelo Instrumento

114

Essas queixas estavam relacionadas agrave dor e parestesia Os dados

apresentados vatildeo ao encontro do que mostra a literatura onde se conclui que

os relatos referidos pelos trabalhadores portadores de DORTs envolvem

queixas inespeciacuteficas tais como dor localizada dor irradiada e sensaccedilatildeo de

peso 211

Acreditamos que essas queixas possuem relaccedilatildeo direta com as

condiccedilotildees de trabalho percebidas e relatadas pelo grupo A literatura aponta

tambeacutem que a presenccedila de sintomas osteomusculares nos trabalhadores de

enfermagem eacute atribuiacuteda principalmente a fatores ergonocircmicos e posturais

inadequados presentes na dinacircmica hospitalar212

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

Eacute possiacutevel observar que antes da atividade educativa existia no

grupoelevada percepccedilatildeo de sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano Natildeo

considerando a regiatildeo acometida constata-se que 942 dos teacutecnicos de

enfermagem queixavam-se de dores

Dentre os que aludiram sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(912) parte superior das costas (8369) punhos e matildeos (539) e joelhos

(337)

Em relaccedilatildeo aos sintomas osteomusculares percebidos nos uacuteltimos sete

dias 8857 dos teacutecnicos de enfermagem afirmaram positivamente Entre os

que referiram sintomatologia na uacuteltima semana as regiotildees mais referenciadas

foram respectivamente parte inferior das costas (933) parte superior das

costas (714) ombros (256) e pescoccedilo (151) como eacute possiacutevel observar

na tabela que se segue

115

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de

Enfermagem do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES da atividade educativa

Nos uacuteltimos 12 meses vocecirc

teve problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7 dias vocecirc teve

problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b)

Ombros 1084(a) 256(b)

Parte superior das costas 8369(a) 714(b)

Cotovelos 91(a) 128(b)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b)

Parte inferior das costas 912(a) 933(b)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b)

Joelhos 337(a) 116(b)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Em estudo eacute confirmado dados similares com prevalecircncia de sintomas

na regiatildeo lombar146 Em pesquisas similares foi verificada a prevalecircncia de

distuacuterbios osteomusculares em regiotildees corporais como a coluna lombar

ombros coluna cervical e joelhos213 214

Elevadas taxas de queixas aacutelgicas tambeacutem foram observadas em outras

pesquisas 215216217218219 que utilizaram o mesmo instrumento do presente

estudo verificou-se que 930 dos teacutecnicos e auxiliares de enfermagem de

um hospital puacuteblico referiram queixas de dor

Cada atividade ocupacional apresenta caracteriacutesticas que podem

predispor algum tipo de doenccedila relacionada ao trabalho No caso especiacutefico

das LERDORTs determinadas atividades que envolvem de alguma forma

movimentos repetitivos esforccedilo com sobrecarga inclusive estaacutetica estatildeo

associados agrave origem de muitos problemas musculoesqueleacuteticos como parece

ser o caso dos profissionais teacutecnicos de enfermagem216 Contraccedilotildees

musculares estaacuteticas contiacutenuas aumento da pressatildeo intramuscular

116

minimizaccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e compressatildeo de feixes nervosos satildeo

mecanismos fisiopatoloacutegicos que podem produzir alteraccedilotildees musculares e

repercutir em dores musculares216

Outro fato importante de salientar eacute que as dores de coluna podem estar

relacionadas tanto a questotildees psicoloacutegicas (estresse e ansiedade) quanto

fiacutesicas 216 220 Dentre as possiacuteveis causas de estresse psicoloacutegico nos teacutecnicos

de enfermagem poderiam estar o fato de trabalharem com a questatildeo da

doenccedila enfermarias superlotadas falta de atitudes cooperativas baixa

autoestima atenccedilatildeo constante fatos relatados pelos mesmos

ldquoEu fico triste no trabalho soacute fico alegre quando eu

recebo elogios fica bomeu sei conversarsou meio

psicoacutelogardquo

ldquoNatildeo tocirc realizada natildeo quer dizer mais ou menos Eacute

razoaacutevel O salaacuterio eacute ruim o trabalho eacute muito

cansativo Cuidar do paciente se quebra ateacute os

braccedilos Eacute uma torturardquo

ldquoNingueacutem taacute nem aiacute para genterdquo

Outro fato que merece destaque eacute o sedentarismo pois pode tornar o

indiviacuteduo suscetiacutevel a doenccedilas ocupacionais afetando a sua produtividade no

ambiente de trabalho221 Este dado condiz com o presente estudo pois

encontramos falas aludidas no capiacutetulo 5 que fazem menccedilatildeo a essa situaccedilatildeo

A praacutetica regular de atividade fiacutesica promove melhor adaptaccedilatildeo do

sistema muscular circulatoacuterio e metaboacutelico levando a alteraccedilotildees beneacuteficas na

musculatura esqueleacutetica e assim reduzindo o surgimento de sintomas

osteomusculares e incapacidades222

A participaccedilatildeo do teacutecnico de enfermagem no programa educativo

idealizado agrave partir da interaccedilatildeo com os mesmos mostrou forte impacto na

reduccedilatildeo das dores osteomusculares relacionadas ao trabalho A tabela abaixo

mostra os dados encontrados antes e apoacutes a atividade educativa

117

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de Enfermagem

do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES e APOacuteS 30 dias decorridos da atividade educativa

ANTES APOacuteS

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b) 2502 (a) 51(c)

Ombros 1084(a) 256(b) 1098(a) 56(c)

Parte superior das

costas

8369(a) 714(b) 8069(a) 111(c)

Cotovelos 91(a) 128(b) 99(a) 56(c)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b) 519(a) 51(c)

Parte inferior das

costas

912(a) 933(b) 892(a) 226(c)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b) 139(a) 030(c)

Joelhos 337(a) 116(b) 347(a) 49(c)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b) 279(a) 32(c)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Apoacutes o desenvolvimento da Atividade Educativa como era esperado

verificou-se que natildeo houve variaccedilatildeo das queixas de dores referentes ao uacuteltimo

ano No entanto em relaccedilatildeo as queixas aacutelgicas nos uacuteltimos 7 (sete) dias

quando se compara antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa eacute

possiacutevel constatar diminuiccedilatildeo estatisticamente significativa da queixa de dores

entre os trabalhadores

Entre os que referiram sintomatologia dolorosa na uacuteltima semana as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(226) parte superior das costas (116) cotovelos e ombros (56)

118

Observou-se portanto o efeito positivo da atividade educativa proposta

na minimizaccedilatildeo de queixas aacutelgicas relacionadas ao trabalho Natildeo encontramos

estudos similares na literatura correlacionando percepccedilatildeo aacutelgica de teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa

119

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

120

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A educaccedilatildeo em sauacutede tem sido utilizada por profissionais da sauacutede

sobretudo na atenccedilatildeo baacutesica como forma de intervenccedilatildeo na tentativa de

facilitar o aprendizado modificar haacutebitos e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees tal praacutetica eacute comprovada pela literatura atual poreacutem o modo de se

fazer ainda natildeo estaacute totalmente difundido entre os profissionais da sauacutede

sobretudo aqueles que trabalham na sauacutede ocupacional

A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas na ambiecircncia hospitalar pode ser

uma forma de aprimorar o conhecimento dos profissionais que trabalham com

sauacutede ocupacional neste caso especificamente com a prevenccedilatildeo das

LERDORTs

Nesta pesquisa procuramos colaborar com dois aspectos o primeiro

quando nos propusemos a conhecer a realidade do trabalho e os saberes do

teacutecnico de enfermagem sobre LERDORT para a partir desses dados

organizar uma proposta de intervenccedilatildeo educativa e o segundo ao avaliar esta

intervenccedilatildeo a partir da qualidade de vida e da percepccedilatildeo de dores

osteomusculares relacionadas ao trabalho

No primeiro momento o processo de elaboraccedilatildeo da intervenccedilatildeo

educativa considerou que a transmissatildeo unidirecional de informaccedilotildees

desvalorizando os saberes e experiecircncia dos educandos seria um equiacutevoco

como vem mostrando a literatura sobre educaccedilatildeo em sauacutede Partimos do

pressuposto de que os sujeitos possuiacuteam saberes valiosos decorrentes de

suas experiecircncias em lidar com trabalho e seus problemas de sauacutede

Observamos que os teacutecnicos de enfermagem tecircm uma compreensatildeo

sobre o processo de adoecimento relacionado com seus trabalhos

especialmente no tocante potencial desenvolvimento das LERDORTs

121

As falas dos teacutecnicos de enfermagem do Hospital investigado sobre

LERDORT mencionadas nos capiacutetulos iniciais dessa pesquisa foram muito

ricas e serviram de ferramentas para a construccedilatildeo da proposta educativa

Dessa forma a Educaccedilatildeo em Sauacutede proposta estimulada pela

construccedilatildeo e pensar coletivos sobre o modo que os teacutecnicos de enfermagem

atuavam tornou-os corresponsaacuteveis pela prevenccedilatildeo desencadeando uma

aprendizagem mais significativa Isto reforccedilou o potencial da Educaccedilatildeo em

Sauacutede opondo-se ao reducionismo do processo educativo e caminhando em

direccedilatildeo a um processo informativo-cognitivo na educaccedilatildeo dos trabalhadores

proacuteximo a realidade laboral dos mesmos

No segundo momento dessa pesquisa observamos que a vivecircncia

dessa intervenccedilatildeo trouxe benefiacutecios na qualidade de vida e na reduccedilatildeo de

dores osteomusculares relacionadas ao trabalho do grupo de estudo

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida dos teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede e vitalidade pode- se afirmar que o programa educativo

elaborado a partir da interaccedilatildeo com o grupo teve impactos positivos Nos

domiacutenios capacidade funcional aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais podemos afirmar tambeacutem que tal melhora persiste ateacute 30 (trinta)

dias corridos nos domiacutenios aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais e sauacutede mental

No que diz respeito a presenccedila de sintomas osteomusculares

relacionados ao trabalho observou-se que a atividade educativa interfere

positivamente na minimizaccedilatildeo dos mesmos

Eacute sabido que o surgimento das LERDORTs na ambiecircncia hospitalar eacute

multifatorial e por isso necessita ser abordada de forma distinta Grande parte

dos fatores desencadeadores das mesmas em hospitais puacuteblicos natildeo estaacute ao

nosso alcance poreacutem uma atividade educativa dependente diretamente do

envolvimento dos profissionais que trabalham com sauacutede ocupacional e podem

ter repercussotildees positivas minimizaccedilatildeo dos agravos Apesar de natildeo se ter

modificado o meio em que o teacutecnico de enfermagem trabalha foi possiacutevel com

122

a atividade educativa melhorar sua qualidade de vida e reduzir a

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho

Ao final dessa pesquisa nos remetemos a algumas indagaccedilotildees De que

modo o Fisioterapeuta como integrante de uma equipe de sauacutede ocupacional

tem se apropriado dessas questotildees Como aprimorar o papel educativo do

Fisioterapeuta junto a estes e outros profissionais expostos ao adoecimento

relacionado ao trabalho

As respostas a estes questionamentos ainda poderatildeo ser mais

aprofundadas e discutidas pela comunidade acadecircmica mas o que sabemos eacute

que o aprimoramento da Atividade Educativa do Fisioterapeuta pode ajudar os

trabalhadores a manterem-se mais saudaacuteveis produtivos e felizes

123

REFEREcircNCIAS

124

7 REFEREcircNCIAS

1 Murofuse NT Abranches S S Napoleatildeo A A Reflexotildees sobre estresse e

Burnout e a relaccedilatildeo com a enfermagem Rev Latino-amEnfermagem

200513(2)255-61

2 Murofuse NT O adoecimento dos trabalhadores de enfermagem na Fundaccedilatildeo

Hospitalar do estado de Minas Gerais reflexatildeo das mudanccedilas no mundo do

trabalho Ribeiratildeo Preto Tese [Doutorado Enfermagem] - Universidade de Satildeo

Paulo 2004

3 Belancieri MF Bianco MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em

trabalhadores da aacuterea de enfermagem de um Hospital Universitaacuterio

TextoampContexto Enfermagem 2004 janmar 13(1)124-131

4 Jensen R Disabling back injuries among nursing personal research needs and

justification RevNursHealth 198710(1)29-38

5 De Marchi BD Rita C Do Carmo CR Maria Luacutecia Almeida S L Riscos

ocupacionais e alteraccedilotildees de sauacutede entre trabalhadores de enfermagem

brasileiros de unidades de urgecircncia e emergecircncia Cienc Enferm 2010

16(2)69-81

6 Vieira ER Kumar S Coury HJ Narayan Y Low back problems and possible

improvements in nursing jobs Journal of Advanced Nursing 2006 jul 55 (1) 79-

89

7 Magora A Investigation of the relation between low back pain and occupation

Ind Med 2010 39(11)31-7

125

8 Hartvigsen J Lauritzen S Lings S Lauritzen T Intensive education combined

with low tech ergonomic intervention does not prevent low back pain in nurses

Occup Environ Med 2005 62 (1)13-7

9 Horneij EL Jensen IB Holmstroumln EB Ekdahl C Sick leave among home-care

personnel a longitudinal study of risk factors BMC Musculoskelet Disord

20045(1)38

10 Chiou WK Wong MK Lee YH Epidemiology of low back pain in Chinese

nurses Int J Nurs Stud 1994 31361-368

11 Fernandes JD Ferreira SL albergaria AK Conceiccedilatildeo FM Sauacutede mental e

trabalho feminino imagens e representaccedilotildees de enfermeiras Rev Latino-am

Enfermagem 200210(2)199-206

12 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Occup Environ Med 2004 61 398-404

13 Botha WE Bridger RS Anthropometric variability equipment usuability and

musculoskeletal pain in a group of nurses in the western cape Appl Ergon

2008 1(1) 481-90

14 Nardi HC Sauacutede do trabalhador subjetividade e interdisciplinaridade In Merlo

ARC organizador Sauacutede e Trabalho no Rio Grande do Sul realidade

pesquisa e intervenccedilatildeo 1ed Porto Alegre UFRGS 2004 [v143-64]

15 Lacaz FAC Sauacutede do trabalhador Campinas Tese [Doutorado] - Faculdade de

Ciecircncias Medicas da Universidade Estadual de Campinas 1996

16 Haag GS Lopes MJM Schuck JS Organizadores A enfermagem e a sauacutede

dos trabalhadores 2 ed rev e ampl Goiacircnia Editora AB 2001

17 Farias SNP Riscos no trabalho e agravos agrave sauacutede do trabalhador de

enfermagem em centro municipal de sauacutede Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo

126

[Mestrado em Enfermagem]- EEAN Universidade Federal do Rio de Janeiro

1999

18 Frias Junior CAS A sauacutede do trabalhador no Maranhatildeo uma visatildeo atual e

proposta de atuaccedilatildeo Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede

Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz 1999

19 Wright WC Introduction In RAMAZZINI B Diseases of Workers Thunder

Bay Canada OHampS Press 1993 p 1-34 [Translated by Wilmer Cave Wright

1940]

20 Arruda JJA Piletti N Toda a Histoacuteria Satildeo Paulo Aacutetica 1997

21 Prado Juacutenior C Evoluccedilatildeo poliacutetica do Brasil Colocircnia e impeacuterio Satildeo Paulo

Brasiliense 1999

22 Laurell AC Noriega M Para o Estudo da Sauacutede na sua relaccedilatildeo com o

processo de trabalho In Processo de Produccedilatildeo e Sauacutede Trabalho e Desgaste

Operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

23 Oddone I Marri G Gloacuteria S Briante G Chiattella M REA Ambiente de

trabalho a luta dos trabalhadores pela sauacutede Satildeo Paulo Hucitec 1986

24 Mendes R Dias EC Da medicina do trabalho agrave sauacutede do trabalhador Revista

de sauacutede puacuteblica 1991 25 (5) 341-349

25 Bellusci SM Doenccedilas profissionais ou do trabalho 6 ed Satildeo Paulo Editora

Senac 2005

26 Chaffin DB Anderson GBJ Martins BJ Biomedicina Ocupacional Belo

Horizonte Ed Ergo 2001

27 Oliveira RMR A abordagem das lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho LERDORT no Centro de

127

Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador do Espiacuterito Santo ndash CRSTES Rio de

Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Oswaldo

Cruz Rio de Janeiro 2001

28 Leite PC Silva A Merighi MAB A mulher trabalhadora de enfermagem e os

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho Rev esc enferm USP

2007 jun 41 (2)287-291

29 Felli VEA Kurcgant P A sauacutede do trabalhador de enfermagem um estudo no

enfoque do materialismo histoacuterico e dialeacutetico Rev Paulista de Enfermagem

2000 setdez19 (3)41-8

30 Pinho DLM Abrahatildeo JI Ferreira MC As estrateacutegias operatoacuterias e a gestatildeo da

informaccedilatildeo no trabalho de enfermagem no contexto hospitalar Rev latino-am

Enfermagem 2003 marabr11(2)168-76

31 Peduzzi M Anselmi ML O processo de trabalho de enfermagem a cisatildeo entre

o planejado e execuccedilatildeo do cuidado Rev Bras Enferm 2002 55(4)392-398

32 Rocha SSL Felli AVE Qualidade de vida no trabalho docente em enfermagem

Rev Latino-am enfermagem 2004 janfev 2(1) 28-35

33 Raduumlnz V Cuidando e se cuidando 2 ed Goiacircnia Editora AB 1999

34 Murofuse NT Alves DCI Favero GC Brotto AO Comportamento dos

acadecircmicos docentes e teacutecnicos administrativos da cliacutenica odontoloacutegica da

Unioeste riscos e atividades desenvolvidas Acta Scientiarum Health Sciences

(Online) 2008 3081-87

35 Assunccedilatildeo AA Rocha LE Doenccedilas Osteomusculares Relacionadas com o

Trabalho membro superior e pescoccedilo In MENDES R Patologia do Trabalho

Satildeo Paulo Atheneu 2003

128

36 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Protocolo de investigaccedilatildeo diagnoacutestico

tratamento e prevenccedilatildeo de lesotildees por esforccedilos repetitivos LERDORT

Brasiacutelia DF 2000

37 Rio RP LER ciecircncia e lei novos horizontes da sauacutede e do trabalho Belo

Horizonte (MG) Health 199

38 MINISTEacuteRIO DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL (BR) Atualizaccedilatildeo da Norma Teacutecnica

sobre Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-DORT Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo 11 de julho 1997 Seccedilatildeo 34231-9

39 OLIVEIRA CR Conceituaccedilatildeo da LER In OLIVEIRA CR Manual Praacutetico de

LER 2aed Belo Horizonte Editora Health 1998 p21-28

40 Regis F Gilseacutee I Michels G SELL I Work related musculoskeletal disorders in

dentists Rev bras epidemiol 2006 9(3)346-359

41 Merlo AacuteRC Jacques MGC Hoefel MGLGroups activity with repetitive strain

injuries workers experience reportPsicol Reflex Crit 2001 14(1)253-258

42 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Comitecirc Assessor das LERDORT Protocolo de

investigaccedilatildeo diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo de LERDORT Brasiacutelia

1999

43 Michelin CF Michelin AL Loureiro CA Estudo epidemioloacutegico dos distuacuterbios

musculoesqueletais e ergonocircmicos em Cirurgiotildees Dentistas Revista da

Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo 2000

juldez5(2)61-7

44 Guido LA Stress e coping entre enfermeiras de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo

anesteacutesica Satildeo Paulo Tese [Doutorado em enfermagem] ndash Escola de

enfermagem da Universidade de Satildeo Paulo 2003

129

45 Britto ES Enfermeiros psiquiaacutetricos estresse enfrentamento e sauacutede Ribeiratildeo

Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

2006

46 Christophoro R Waidman MAP Estresse e condiccedilotildees de trabalho um estudo

com docentes do curso de enfermagem da UEM Estado do Paranaacute Acta

Scientiarum 2002 24(3)757-63

47 Almeida NA Estresse ocupacional uma visatildeo psicoloacutegica sobre a sauacutede do

trabalhador Manaus Tese [doutorado em Psicologia] - Centro Universitaacuterio

Luterano de Manaus 2005

48 Beck CLC Gonzales RMB Stekel LMC Donaduzzi JC O trabalho da

enfermagem em unidades criacuteticas e sua repercussatildeo sobre a sauacutede dos

trabalhadores Esc Anna Nery R Enferm 2006 Ago 10(2)221-7

49 Dejours C A loucura do trabalho estudo de psicopatologia do trabalho

Traduccedilatildeo de Ana Isabel Paraguay e Lucia Leal Ferreira 5 ed ampl Satildeo

Paulo Editora Cortez 1992

50 Stacciarini JMR Troacuteccoli BT O estresse na atividade ocupacional do

enfermeiro Rev Latino-AmEnfermagem 2001 marabr9(2)305-17

51 Popim RC O cuidador na accedilatildeo de cuidar na enfermagem oncoloacutegica Ribeiratildeo

Preto Tese [Doutorado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

Ribeiratildeo Preto 2001

52 Meirelles NF Zeitoune RCG Satisfaccedilatildeo no trabalho e fatores de estresse da

equipe de enfermagem de um centro ciruacutergico oncoloacutegico Escola Anna Nery

Revista de Enfermagem 2003 abr 7(1)78-88

53 Miguez J Bonami M Comportamentos de ausecircncia quadros de anaacutelise e suas

operacionalizaccedilotildees Cad de Ciecircnc Sociais 19886173-9

130

54 Midorikawa ET A odontologia em sauacutede do trabalhador como uma nova

especialidade profissional definiccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funccedilotildees do

cirurgiatildeo dentista na equipe de sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Odontologia]-Universidade de Satildeo Paulo 2000

55 Souza M de Acidentes ocupacionais e situaccedilotildees de risco para a equipe de

enfermagem um estudo em cinco hospitais do municiacutepio de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo Tese [Doutorado em Medicina] - Universidade Federal de Satildeo Paulo

2002

56 Graccedila L Satisfaccedilatildeo profissional dos meacutedicos de famiacutelia no SNS Meacutedico de

Famiacutelia 2000 Feb 2 (III seacuterie)48-50

57 Martinez L Ferreira A Sousa L Cunha J A esperanccedila eacute a uacuteltima a morrer

Capital psicoloacutegico positivo e presentismo Comportamento Organizacional e

Gestatildeo v13 n1 Disponiacutevel em

httpwwwscieloocesmctesptpdfcogv13n1v13n1a03pdf Acesso em 28 de

julho de 2010

58 Nascimento GM Estudo do absenteiacutesmo dos trabalhadores de enfermagem

em uma unidade baacutesica e distrital de sauacutede do municiacutepio de Ribeiratildeo Preto -

SP Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de

Satildeo Paulo 2003

59 Castejoacuten JC El papel de las condiciones del trabajo em La incapacidad

temporal por enfermidad comuacuten y acidente no laboral Barcelona [Doutorado] -

Bellaterra Universitat Autonoma de Barcelona 2002

60 Rocha SMM Almeida MCP O processo de trabalho da enfermagem em sauacutede

coletiva e a interdisciplinaridade Rev Latino-Am Enfermagem 20008(6) 96-

101

61 Mussi FC Conforto e loacutegica hospitalar anaacutelise a partir da evoluccedilatildeo histoacuterica do

conceito conforto na enfermagem Acta paul enferm [online] 200518(1)72-81

131

62 Carvalho MB de Felli VEA O trabalho de enfermagem psiquiaacutetrica e os

problemas de sauacutede dos trabalhadores Rev Latino-Am Enfermagem [serial

on the Internet] 2006 Feb [cited 2011 June 09] 14(1) 61-69

63 Singer P Souza AR Organizador A economia solidaacuteria no Brasil a autogestatildeo

como resposta ao desemprego Satildeo Paulo Contexto 2003

64 Beck U La sociedade Del riesgo hacia uma nueva modernidad Barcelona

Paidoacutes 1998

65 Murofuse NT Marziale MHP Mudanccedilas no trabalho e na vida de bancaacuterios

portadores de Lesotildees por esforccedilos repetitivos LER Rev Latino-am

Enfermagem 2001 julhoago 9(4)19-25

66 Settimi MM Silvestre MP Lesotildees por esforccedilos repetitivos (LERDORT) um

problema da sociedade brasileira In Codo W Almeida MC (Orgs)

LERDORT diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo Petroacutepolis Vozes 1995

67 Merlo ARC A informaacutetica no Brasil Prazer e sofrimento no trabalho Porto

Alegre Ed da UniversidadeUFRGS 1999

68 Stacciarini JM OKeeffe M Mathews M Group therapy as treatment for

depressed Latino women a review of the literature Issues in Mental Health

Nursing 2007 May28(5)473-88

69 Regis FGI Michels G Sell I Lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiotildees-dentistas Rev bras

epidemiol [serial on the Internet] 2006 Sept 9(3) 346-359

70 Sato L LER Objeto e Pretexto para a Construccedilatildeo do Campo Trabalho e

Sauacutede Cad Sauacutede Puacuteblica 2001 JanFeb 17(1)147-152

132

71 Bernard BP Musculoskeletal disorders and workplace factors A critical review

of epidemiologic evidence for work related musculoskeletal disorders of the

neck upper extremity and low back Cincinnati NIOSH 1997 KUORINKA I

FORCIER L LATR ndash Les Leacutesions Attribuables au Travail Reacutepeacutetitif Quebec ndash

Canadaacute Editions Multi Mondes 1995

72 Buckle P Work factors and upper limb disorders BMJ 1997 1360-1363

73 Santos Filho SB Barreto SM Atividade ocupacional e prevalecircncia de dor

osteomuscular em cirurgiotildees-dentistas de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil

Contribuiccedilatildeo ao debate sobre os distuacuterbios osteomusculares relacionados ao

trabalho Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 17(1) 181-193

74 Lupton D Corpos prazeres e praacuteticas do eu Educaccedilatildeo amp Realidade 2000 25

15-48

75 Valla VV Stotz EN organizadores Participaccedilatildeo popular educaccedilatildeo e sauacutede

teoria e praacutetica Rio de Janeiro Relume-Dumaraacute 1997

76 Valadatildeo MM Sauacutede na Escola um campo em busca de espaccedilo na agenda

intersetorial Satildeo Paulo Tese [Doutorado]-Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da

Universidade de Satildeo Paulo 2004

77 Dejours C Confeacuterence d introduction In Acts Colloque International de

Psycodynamique et Psychopathologie du Travail Paris Conservatorie

Naacutetionaldes Arts et Meacutetieacuters 1997

78 Assunccedilatildeo AA As modalidades de gestatildeo das situaccedilotildees de trabalho para

compensar as deficiecircncias dos membros do coletivo Belo Horizonte UFMG

2001

79 Assunccedilatildeo AA Lima FPA A Nocividade no Trabalho Contribuiccedilatildeo da

Ergonomia In MENDES R Patologia do Trabalho ndash Atualizada e Ampliada 2ordf

ed Vol II parte IV Rio de Janeiro Atheneu 2002

133

80 A Ginaacutestica Laboral na prevenccedilatildeo da LERDORT soluccedilatildeo ou paliatvo In

Barbosa Luis Guilherme Fisioterapia Preventiva nos Distuacuterbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ndash DORTrsquos ndash A fisioterapia do

trabalho aplicada Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002

81 Costa M LoacutepezE Educacioacuten para lasalud 1996 Madrid Piraacutemide 1996

82 Sznelwar LI Foacuterum Nacional sobre o Fenocircmeno LERDORT - ldquoConstruindo

uma nova visatildeo e formas concretas de accedilatildeordquo Ata final do Foacuterum Florianoacutepolis

Fundacentroout 2001 Disponiacutevel na internet httpwwwfundacentroscgov

Acesso em 18 de abril de 2011

83 Saad JED Responsabilidade civil do empregador pelos danos decorrentes do

acidente do trabalho Jus Navigandi 2011 Jan 16(2750) Disponiacutevel em

lthttpjusuolcombrrevistatexto18242gt Acesso em 24 abr 2011

84 Hobsbawm E Mundos do Trabalho Novos estudos sobre Histoacuteria Operaacuteria

Traduccedilatildeo de Waldea Barcellos e Sandra Bedran 3 ed Rio de Janeiro Paz e

Terra 2000

85 Mello RC Acidentes do trabalho sob a oacutetica da legislaccedilatildeo atualizada inclusive

com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 Doutrina e jurisprudecircncia dominantes

Satildeo Paulo Saraiva 1990

86 Morim SL Oliveira J Responsabilidade Civil Acidente do Trabalho Satildeo Paulo

Saraiva 2001

87 Alves VS A health education model for the Family Health Program towards

comprehensive health care and model reorientation Interface - Comunic

Sauacutede 2005 set 9(16)39-52

88 Segre M Ferraz FC O conceito de sauacutede Rev Sauacutede Puacuteblica199731(5) Satildeo

Paulo

134

89 Caponi S Georges CY El estatuto epistemoloacutegico del concepto de salud

Histoacuteria Ciecircncias Sauacutede 1997 4287-307

90 Teixeira CF Paim JS Vilasboas AL SUS modelos assistenciais e vigilacircncia da

sauacutede Informe Epidemioloacutegico do SUS 1998 7(2) 7-28

91 Freire P Pedagogia do Oprimido 23a Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2003

92 Gazzienelli MF Gazzienelli A Reis DC Penna CMM Educaccedilatildeo em sauacutede

conhecimentos representaccedilotildees sociais e experiecircncias da doenccedila Cad Sauacutede

Puacuteblica 2005 21(1)200-206

93 Candeias FMN Conceitos de educaccedilatildeo e de promoccedilatildeo em sauacutede mudanccedilas

individuais e mudanccedilas organizacionais Rev Sauacutede Puacuteblica 1997 31(2)209-

12

94 Pereira AL Educaccedilatildeo em sauacutede In Ensinando a cuidar em Sauacutede Puacuteblica

Difusatildeo 2003

95 Souza AC Colomeacute ICS Costa LED Oliveira DLLC A educaccedilatildeo em sauacutede com

grupos na comunidade uma estrateacutegia facilitadora da promoccedilatildeo da sauacutede

Rev Gauacutecha de Enf 2005 ago 26(2) 147-53

96 Freire P Educaccedilatildeo e mudanccedila 8ordf Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983

97 Oliveira SG Proteccedilatildeo Juriacutedica agrave sauacutede do Trabalhador 3ordf ed rev ampl e

atual Satildeo Paulo LTr 2001

98 Bellini HT Ensaios sobre programas de sauacutede bucal Biblioteca Cientiacutefica 1991

99 Vasconcelos EM Educaccedilatildeo popular nos serviccedilos de sauacutede 3ed Satildeo Paulo

Hucitec 1997

135

100 Hilger EC Abegg C Pretto SM Anaacutelise das abordagens de Educaccedilatildeo em

Sauacutede em programas de sauacutede bucal Accedilatildeo Coletiva 1999 2(2) 10-4

101 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Ocup Environ Med 2004 61 398-404

102 Gros MA The role of the occupational health nurse in risk management of

upper extremity complaints Occupational Medicine 199813(3)599-609

103 Ando S Ono Y Shimaoka M Hiruta S Hattori Y Hori F Takeuchi Y

Associations of self-estimated workloads with musculoskeletal symptoms

among hospital nurses Ocup Environ Med 2000 57 211-6

104 Macleod D The ergonomics edge improving safety quality and productivity

American College of Sports Medicine 2003 30(6)992-1008

105 Dale L Barkley A Bayless S Coleman SD McDonald B Myszkowski J

Phipps-Stevens Experience of cumulative trauma disorders on life roles of

worker and family member a case study of a married couple Work Reading

2003 20 (3)245-255

106 Rezende MP Agravos agrave sauacutede de auxiliares de enfermagem resultantes da

exposiccedilatildeo ocupacional aos riscos fiacutesicos Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 2003

107 Pereira ALF As tendecircncias pedagoacutegicas e a praacutetica educativa nas ciecircncias da

sauacutede Caderno de Sauacutede Puacuteblica 2003 setout 19(5) 1527ndash1534

108 Alan MM Ceacutesar-Vaz MR Almeida T Educaccedilatildeo ambiental e o conhecimento

do trabalhador em sauacutede sobre situaccedilotildees de risco Cienc Saude Colet 2005

10 (sup) 39-47

136

109 Tavolaro P Pereira IMTB Pelicioni MCF Oliveira CA F Empowerment as a

way to prevent work-related health conditions in slaughterhouse workers Rev

Sauacutede Puacuteblica [serial on the Internet] 2007 Apr 41(2)307-312

110 Vieira ER Work-related low back disorders in nurses frequency of

occurrence causes and prevention (reprint) allnursescom Nursing for Nurses

27 Aug 2006

111 Shawn WS Feuerstein M Lincoln AE Miller VI Wood PM Case management

services for work related upper extremity disorders integrating workplace

accommodation and problem solving AAOHN Journal 200149 (8)378-89

112 Spekle EM Hoozemans MJ Blatter BM Heinrich J van der Beek AJ Knol

DL Bongers PM van Dieen JH Effectiveness of a questionnaire based

intervention programme on the prevalence of arm shoulder and neck

symptoms risk factors and sick leave in computer workers a cluster

randomised controlled trial in an occupational setting BMC Musculoskelet

Disord 2010 11(1) 99

113 Monsivais DB Monsivais JJ Christensen M Treatment for clients with

cumulative trauma disorders using an educational model to communicate

choices AAOHN J 1993 41(12) 587-91

114 Serapioni M Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em

sauacutede algumas estrateacutegias para a integraccedilatildeo Ciecircnc sauacutede coletiva [online]

2000 5(1) 187-192

115 Minayo MC Sanches O Quantitativo-qualitativo oposiccedilatildeo ou

complementaridade Cad deSauacutedePuacuteblica19939(3)239-262

116 Morse JM A review committees guide for evaluating qualitative proposals

Qualitative Health Research 2007 13(1) 833-851

137

117 Moehr JR Evaluation salvation or nemesis of medical informatics

Computers in biology and medicine 2002 32 113-25

118 Santos SR Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomeacutedica

Sociedade Brasileira de Pediatria Jornal de Pediatria 1999

119 Pinheiro FA Troacuteccoli BT Carvalho CV Validaccedilatildeo do questionaacuterio noacuterdico de

sintomas osteomusculares como medida de morbidade Rev de Sauacutede Puacuteblica

36 (3) 307-312

120 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinatildeo I Quaresma MRl Traduccedilatildeo para

a liacutengua portuguesa e validaccedilatildeo do questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) Rev Bras Reumatol 1999 39(3)143-

150

121 Leininger M Qualitative research methods in nursing Orlando Grune amp

Stratton 1985 cap 3 p 33-71 Ethnography and ethnonursing models and

modes of qualitative dada analysis

122 Spradley J The Ethnographic Interview New York Holt Rinehart and

Winston 1979

123 Laplantine F Aprender antropologia Satildeo Paulo Brasiliense 1994

124 Aamodt AM Ethnography and Epistemology Generanting Nursing

Knowledge IN Morse JM Qualitative nursing research a contemporaty issue

Newbury Parke Sage 1991

125 Krueger RA Focus group a practical guide for applied esearch Newbury

Park Sage 1988 - Morgan DL (ed) Successful focus group advancing the

state o the art Newbury Park Sage 1993

138

126 Dawson S Manderson L e Tallo VL 1993 A manual for the use of focus

groups Methods for Social Research in Disease Boston World Health

Organization

127 Carlini-Cotrim B Potencialidades da teacutecnica qualitativa grupo focal em

investigaccedilotildees sobre abuso de substacircncias Rev Sauacutede Puacuteblica 1996 30(3)

285-93

128 Veiga L Gondim S M G A utilizaccedilatildeo de meacutetodos qualitativos na Ciecircncia

Poliacutetica e no Marketing Poliacutetico Opin Publica 2001 7(1) 1-15

129 Pizzol SJS Combinaccedilatildeo de grupos focais e anaacutelise discriminante um meacutetodo

para tipificaccedilatildeo de sistemas de produccedilatildeo agropecuaacuteria Rev Econ Sociol

Rural 2004 42(3) 451-468

130 Barbour RS Kitzinger J Developing focus group research London Sage

1999

131 Lefevre AMC Lefevre F Cardoso MRL Mazza MMPR Assistecircncia puacuteblica agrave

sauacutede no Brasil estudo de seis ancoragensSaude soc [online] 2002 11(2)

35-47

132 Alves-Mazzotti AJ Gewandsznajder F O meacutetodo nas ciecircncias naturais e

sociais pesquisa quantitativa e qualitativa 2ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Pioneira

2004

133 Szymanski H (Org) Almeida LR Prandini RCAR A entrevista na pesquisa

em educaccedilatildeo a praacutetica reflexive Brasiacutelia Editora Plano 2002

134 Kuorinka I Jonsson B Kilbom A Vinterberg H Biering-Sorensen F

Andersson G et al Standardised Nordic questionnaires for the analysis of

musculoskeletal symptoms ApplErgon 1987

139

135 Bergqvist V Wolgast E Nilsson B Voos M The influence of VDT work on

musculoskeletal disorders Ergonomics 199538754-62

136 Toomingas A Theorell T Michesen H Nordemar R Associations between

self-rated and psychosocial work conditions and musculoskeletal symptoms and

signs Scand J Work Environ Health 199723130-9

137 Ware JE Sherbourne CD The MOS ndash 36 item Short Form Health Survey (SF

ndash 36) conceptual framework and item selection MedCare 1992 30473-483

138 Viacava F Informaccedilotildees em sauacutede a importacircncia dos inqueacuteritos

populacionais Ciecircnc sauacutede coletiva 2002 7607-621

139 Aranha LLM Miroacuten Canelo JA Alonso Sardoacuten M Del Pino Montes J Saacuteenz

Gonzaacutelez MC Qualidade de vida relacionada agrave sauacutede em espanholas com

osteoporose Rev Sauacutede Puacuteblica [online] 200640(2) 298-303

140 Puglisi ML Franco B Anaacutelise de conteuacutedo 2 ed Brasiacutelia Liacuteber Livro 2005

141 Houaiss A Villar MS Minidicionaacuterio Houaiss de liacutengua portuguesa Rio de

Janeiro Objetiva 2004

142 Alves M Motivos de licenccedilas meacutedicas em um hospital de urgecircncia-

emergecircncia Rev Bras Enferm 2006 mar-abr 59(2) 195-200

143 Cecirca GSS Murofuse NT Associaccedilatildeo dos Portadores de LER (AP-LER) na luta

pelos direitos dos trabalhadores de frigoriacuteficos do oeste do Paranaacute In

TUMOLO Paulo Sergio BATISTA Roberto Leme Trabalho economia e

educaccedilatildeo perspectivas do capitalismo global Praacutexis 2008 421-436

144 Nielsen K Trinkoff A Applying ergonomics to nurse computer workstations

review and recommendations Comput Inform Nurs 2006 21(3)150-157

2003

140

145 Guedes EM Distuacuterbios osteomusculares e o trabalho de enfermagem

hospitalar estudos com auxiliares de enfermagem em unidade de ortopedia

Rio de Janeiro 2000

146 Murofuse NT Marziale MHP Doenccedilas do sistema osteomuscular em

trabalhadores de enfermagemRev Latino-Am Enfermagem [online] 2005

13(3)364-373

147 Pheasant S Stubs D Back pain in nurses epidemiology and risk assessment

Appl Erg 1992 23(4) 226-232

148 Sahrmann AS Diagnoacutestico e Tratamento das Siacutendromes de disfunccedilatildeo

motora Siacutendromes de Disfunccedilatildeo Motora da Cintura Escapular Ed Santos

2006

149 Alexandre NMCA Angerami ELSA Estilo de vida e trabalho do pessoal de

enfermagem e a ocorrecircncia de cervicodorsolombalgias Rev Latino am

Enfermagem 1995 3(1)121-128

150 Maciel RH Prevenccedilatildeo da LERDORT o que a ergonomia pode oferecer In

Cadernos de sauacutede do trabalhador 2000 Disponiacutevel

emlthttpwwwinstcutorgbrpub8htmgt Acesso em 17 dez 2010

151 Silva VEF O desgaste do trabalhador de enfermagem relaccedilatildeo trabalho de

enfermagem em sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Tese [Doutorado em

Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 1996

152 Robazzi MLCC Marziale MHP Alguns problemas ocupacionais decorrentes

do trabalho de enfermagem no Brasil Rev Bras Enfermagem 1999 52(3)331-

8

153 Rocha AM Fatores ergonocircmicos e traumaacuteticos envolvidos na ocorrecircncia de

dor nas costas em trabalhadores de enfermagem Belo Horizonte Dissertaccedilatildeo

[mestrado em Enfermagem]- Universidade Federal de Minas Gerais 1997

141

154 Froemming MB Proposta de melhoramentos do equipamento de

transferecircncia visando o conforto do idoso e do cuidador Santa Maria (RS)

Dissertaccedilatildeo [mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo]-Universidade Federal de

Santa Maria 2004

155 Larese F Fiorito A Musculoskeletal disorders in hospital nurses a

comparison between two hospitals Ergonomics 1994 37(7)1205-11

156 UNIVERSITY OF SURREY Ergonomics Research Unit Back pain in nurses

Guildford 1986 WORLD HEALTH ORGANIZATION Identification and control

of work-related diseases Geneva 1985 (Techn Rep Ser 714)

157 WORLD HEALTH ORGANIZATION Occupational hazards in hospitals

Copenhagem 1981 (EURO Reports and Studies 80)

158 Parada EO Alexandre NMC Benatti MCC Lesotildees ocupacionais afetando a

coluna vertebral em trabalhadores de enfermagem RevLatAmEnferm

200210(1)64-9

159 Barboza DB Soler ZASG Afastamentos do trabalho na enfermagem

ocorrecircncias com trabalhadores de um hospital de ensino Rev Lat Am Enferm

2003 1(2)177-83

160 BELL F Ergonomic aspects of equipament Int J Nurs Stud 1987 24(4)

331-7

161 McAtamnney L Hignett S A space to move in Nurs Times 1993 89(18) 44-

6

162 Magnago TSBS Lisboa MTL Souza IEO Moreira MC Distuacuterbios muacutesculo-

esqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem associaccedilatildeo com condiccedilotildees de

trabalho [revisatildeo] Rev Bras Enferm 200760(6)701-5

142

163 Salvage J The theory and pratice of the new nursing Nursing Times 1990

42-45

164 Martins MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em

ambiente hospitalar Escola Superior de Enfermagem de Vise 2003

165 Estryn-Behar M Poinsignon H Travailler agrave lhocircpital Paris Berger-Levrault

1989

166 Mauro MIC Marques SC Gomes AMT Ferreira SS Introduccedilatildeo agrave anaacutelise

ergonocircmica um estudo da postura corporal de um profissional de enfermagem

Rev Enferm UERJ 200210(1)29-32

167 Gonccedilalves JRS Melo EP Lombas SRL Mariano CS Barbosa L Chillida

MSP Causas de afastamento entre trabalhadores de enfermagem de um

hospital puacuteblico do interior de Satildeo Paulo REME Rev Min Enferm

20059(4)309-14

168 Mello MC Fugulin FMT Gaidzinski RR O tempo no processo de trabalho em

sauacutede uma abordagem socioloacutegica Acta Paul Enferm 200720(1)87-90

169 Lagerstroumlm M Wenemark M Hagberg M Hjelm EW Occupational and

individual factors related to musculoskeletal symptoms in five body regions

among Swedish nursing personnel Int Arch Occup Environ Health

199568(1)27-35

170 Druhle M Le travail eacutemotionnel dans la relation soignante professionnelle

dans Professions et institutions de santeacute face agrave lrsquoorganisation du travail

Rennes Edition de lrsquoENSP 2000

171 Tomasi NGS Gueacuterios EMG Fontes de estresse na equipe multiprofissional

na unidade de terapia intensiva pediaacutetrica Curitiba (PR) (sd) (mimeografado)

143

172 Shimizu HE Ciampone MHT Sofrimento e prazer no trabalho vivenciado

pelas enfermeiras que trabalham em unidade de terapia intensiva em um

hospital escola Rev Esc Enfermagem USP 1999 junho-agosto 33(1)95-106

173 Schwartz S O estresse e como viver com ele implicaccedilotildees para a praacutetica de

enfermagem In Shumaker WC Tratado de Terapia Intensiva Satildeo Paulo

Panamericana 1992

174 Oliveira Junior JF O Grupo como uma matriz familiar de Foulkes Cortesatildeo

aos dias atuais Trabalho apresentado no XII Congresso Luso-Brasileiro de

Psicoterapia de Grupo e Grupanaacutelise Lisboa-Portugal 2005

175 Minayo MCS O desafio do conhecimento Satildeo Paulo-Rio de Janeiro Ed

Hucitec- Abrasco 2000

176 Snoek FJ Breaking the barriers to optimal glycaemic control - what physicians

need to know from patients perspectives Int J ClinPract Suppl 2002 (129)80-

4

177 DowieRs Tannahil C Tannahil A Heath promotion models and values 2nd

ed Oxford Oxford University Press 1996

178 Manfredi SM Trabalho qualificaccedilatildeo e competecircncia profissional das

dimensotildees conceituais e poliacuteticas Educ Soc [Internet] 1998 [acesso 2009 Fev

10] 19(64) [25p] Disponiacutevel em httpwwwscieloorg

179 Leacutevy P Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 1999

180 Leacutevy P A Inteligecircncia coletiva por uma antropologia do ciberespaccedilo 3a ed

Satildeo Paulo Ediccedilotildees Loyola 1994

181 Chwartzmann L Estreacutes laboral siacutendrome de desgaste (quemado) depresioacuten

iquestestamos hablando de lomismo CiencTrab 2004 6174-84

144

182 Maslach C Goldberg J Prevention of burnout new perspectives Appl Prev

Psychol 1998 763-74

183 IacovidesA Fountoulakis KN Kaprinis S Kaprinis G The relationship

between job stress burnout and clinical depression J Affect Disord 2003

75209-21

184 Tena PS Soriano JS Bernal JS Mulet EM Muntildeoz CR Garciacutea MG et al

Desgaste profesional em los meacutedicos de atencioacuten primaria de Barcelona

Medifam 2002 1217-25

185 Bianchini MM El Siacutendrome Del Burnout em personal profesional de La salud

Med Leg 1997 13(14)189-92

186 Goacutemez MMN Dodino CN Aponte CF Caycedo CE Riveros MP Martiacutenez

MPM et al Relacioacuten entre perfil psicoloacutegico calidad de vida y estreacutes asistencial

em personal de enfermeriacutea Revista Universitas Psychologica 2005 463-75

187 Alpi SV Floacuterez LA El siacutendrome Del Burnouten una muestra de auxiliares de

enfermeriacutea um estuacutedio exploratorio Revista Universitas Psychologica 2004

335-45

188 Moreira S Magnago RF Sakae TM Magajewski FRL Prevalecircncia da

siacutendrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de

grande porte da Regiatildeo Sul do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica [serial on the

Internet] 2009 July 25(7) 1559-1568

189 MerchaacutenndashHamann E Os ensinos da educaccedilatildeo para a sauacutede na prevenccedilatildeo de

HIV-Aids subsiacutedios teoacutericos para a construccedilatildeo de uma praacutexis integral Cad

Sauacutede Puacuteblica 1999 15 Supl (2)85-9

190 Tones BK Tilford S Robinson YK Health education effectiveness and

efficiency London Chapman Hall 1991

145

191 Schraiber LB Medicina tecnoloacutegica e praacutetica profissional contemporacircnea

novos desafios outros dilemas Satildeo Paulo Tese [livre-docecircncia]-Faculdade de

Medicina Universidade de Satildeo Paulo 1997

192 Carvalho DV Lima EDRP Sintomas fiacutesicos de estresse na equipe de

enfermagem de um centro ciruacutergico Rev Nursing 2001 mar4(34)31-4

193 Haddad MCL Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem Rev

Espaccedilo Sauacutede 2000 jun1(2)75-88

194 Barboza DB Afastamentos do trabalho na enfermagem de um hospital geral

no periacuteodo de 1995 a 1999 [dissertaccedilatildeo] Satildeo Joseacute do Rio Preto Faculdade de

Medicina de Satildeo Joseacute do Rio Preto 2001

195 Nunes MBG Mauro MYC Cupello AJ Estresse nos trabalhadores de

enfermagem estudo em uma unidade de psiquiatria In Anais do VI Congresso

Latino Americano de Ergonomia ABERGO 2001 2 a 15 de setembro de 2001

Gramado RS

196 Pereira MCA Faacutevero N A motivaccedilatildeo no trabalho da equipe de enfermagem

RevLatinoam Enfermagem 2001 jul9(4)7-12

197 Rio RP O fasciacutenio do stress vencendo desafios num mundo em

transformaccedilatildeo Rio de Janeiro QualityDunya 1996

198 Lima Jr JH Eacutesther AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem

Rev Adm Empresas 2001 julset41(3)20-30

199 Baiardi F Esposit ED Cocechi R Fabri A Sturani Valpiani G et al Effects of

clinical and individual variables on quality of life in chronic renal failure patients

J Nephrol 2002 january 15(1)61- 7

146

200 Bellusci SM Fischer FM Envelhecimento funcional e condiccedilotildees de trabalho

em servidores forenses Revista de Sauacutede Puacuteblica 1999 33(6) 602-609

201 Lentz RA Costenaro RGS Gonccedilalves LHT Nassar SM O profissional de

enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas

dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem 2000

ago8(4)7-14

202 Bettarello PA Saut TB Analise dos resultados do questionaacuterio sobre a

qualidade de vida ndash SF 36 apoacutes aplicaccedilatildeo dom liangong em 18 terapias e

ginaacutestica laboral em funcionaacuterios do setor de editoraccedilatildeo do centro universitaacuterio

claretiano de batatais Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em

Fisioterapia) ndash Centro Universitaacuterio Claretiano Batatais SP 2006

203 Almeida CB Pagliuca LMF Leite ALAS Acidentes de trabalho envolvendo os

olhos avaliaccedilatildeo de riscos ocupacionais com trabalhadores de enfermagem

Revista Latino-Americana Enfermagem [online] 2005 13(5) 708-716

204 Franco GP Barros ALBL Nogueira-Martins LA Qualidade de vida e sintomas

depressivos em residentes de enfermagem Rev Latino-Am Enfermagem

2005 13(2) 700-708

205 Pimenta FAP et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida de aposentados com a

utilizaccedilatildeo do questionaacuterio SF-36 Rev Assoc Med Bras [online] 2008

54(1)55-60

206 Nishide VM Benatti MCC Riscos Ocupacionais entre trabalhadores de

enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Enfermagem

USP Ribeiratildeo Preto 2004 38(4)406-14

207 Laurell AC Noriega M Processo de produccedilatildeo e sauacutede trabalho e desgaste

operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

147

208 Cooper CL Identifying workplace stress costs benefits and the way forward

Proceedings of the European Conference on Stress at Work a call for action

1993 Nov 9-10 Brussels BE Brussels European Foundation for the

improvement of living and working conditions 1993

209 Moraes LFR Swan JA Cooper CL A study of occupational stress among

government white-collar workers in Brazil using the occupational stress

indicator Stress Med1993991-104

210 Freitas MEacuteA Mindori E Promovendo a Qualidade de Vida experiecircncia

vivenciada com cuidadores de enfermagem de um hospital universitaacuterio do

municiacutepio de Belo Horizonte In 12ordm Seminaacuterio Nacional de Pesquisa em

Enfermagem 2003 Porto Seguro Anais do 12ordm SENPE Brasilia ABEn

Nacional 2003

211 Walsh IAP Oishi J Coury HJCG Clinical and functional aspects of work-

related musculoskeletal disorders among active workers Rev Sauacutede Puacuteblica

2008 42(1)108-16

212 Silva DMPP da Marziale MHP Absenteiacutesmo de trabalhadores de

enfermagem em um Hospital Universitaacuterio Rev latino-am enfermagem 2000

8(5)44- 51

213 Calavaro CG Riveros MS Orellana AL Transtornos musculoesqueleacuteticos de

espalda lumbar em trabajadores de la salud de la comuna rural de Til Til Cuad

Meacuted Soc (Chile) 2007 47(2)68-73

214 Borges A Maizlish N Loreto V Lumbalgia ocupacional em enfermeras

venezolanas Salud de los trabajadores 2004 12(1)19-32

215 Brandatildeo AG Horta BL Tomasi E Sintomas de distuacuterbios osteomusculares

em bancaacuterios de Pelotas prevalecircncia e fatores associados Ver Bras Epidemiol

20058(3)295-05

148

216 Gurgueira GP Alexandre NMC Correa HR Filho Prevalecircncia de sintomas

muacutesculo ndash esqueleacuteticos em trabalhadoras de enfermagem Rev Latino-am

Enfermagem 200311(5)608-13

217 Queiroacutes PPJ Carga Fiacutesica Riscos Ocupacionais nos Enfermeiros Rev Sinais

Vitais 1996 (6)35-40

218 Barros ENC Alexandre NMC Cross-cultural adaptation of the Nordic

musculoskeletal questionnaire Int Nurs Review 200350(2)101-8

219 Trelha CS Carvalho RP Franco SS Nakaoski T Broza TP Faacutebio Tl Arte e

sauacutede frequecircncia de sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos em muacutesicos da orquestra

sinfocircnica da Universidade Estadual de Londrina Semina Ciecircncias Biol Sauacutede

2004 2565-72

220 Devereux JJ Vlachonikolis IG Buckle PW Epidemiological study to

investigate potential interaction between physical and psychosocial factors at

work that may increase the risk of symptoms of musculoskeletal disorder of the

neck and upper limb Occup Environ Med [on line] 2002 59 269-77

Disponiacutevelemlthttpoembmj comcgicontentfull594269gt [2011 Jan 21]

221 Salve MGC Theodoro PFR Sauacutede do trabalhador arelaccedilatildeo entre ergonomia

atividade fiacutesica e qualidade de vida Salusvita 200423(1)137-46

222 Gamperine M Stigum H Work related risk factors for musculoskeletal

complaints in the spinning in Lithuania Occup Environ Meacuted 199956411-6

149

ANEXOS

150

ANEXO 1

Cartaz convite para os Teacutecnicos de Enfermagem

151

ANEXO 2

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Paacutegina 1 de 2

Pesquisador Geraldo Magella Teixeira fone +82 8821-0199 correio eletrocircnico

magellafisioyahoocombr Universidade Estadual em Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

Proacute-reitoria de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Rua Doutor Jorge de Lima 113 3O andar Trapiche da

Barra Maceioacute AL CEP 57010-382

Eu_________________ __________________________________ brasileiro (a)

portador do documento de identidade ___________ SSP-____residente na

Rua (Av) ________________________________ nordm____Bairro________________

na cidade de ________________________

DECLARO na condiccedilatildeo do sujeito da pesquisa que fui convidado (a) a participar da

pesquisa intitulada Proposiccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo para

prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem desenvolvido pelo

pesquisador Geraldo Magella Teixeira Fui devidamente informado (a) pelo

pesquisador que o objetivo da pesquisa eacute o de Propor e avaliar a efetividade de um

programa educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT para teacutecnicos de enfermagem fui

informado (a) ainda que a pesquisa possui riscos para minha pessoa sobretudo no

que diz respeito a possiacuteveis perseguiccedilotildees que poderei sofrer por parte de meus

superiores imediatos uma vez que seratildeo tratadas questotildees que dizem respeito agraves

condiccedilotildees de trabalho fui informado (a) que medidas preventivas seratildeo adotadas para

anular eou amenizar esse risco a saber a minha identidade seraacute preservada o diaacuterio

onde o pesquisador faz suas anotaccedilotildees e as fitas gravadas seratildeo incinerados ao fim

da pesquisa

Fui esclarecido (a) que a pesquisa me beneficiaraacute na prevenccedilatildeo de LERDORT assim

como ajudaraacute tambeacutem aos teacutecnicos de enfermagem com a comprovaccedilatildeo de o efeito

preventivo nas LERDORT

Como responsaacutevel concordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo e sei que posso

retirar o meu consentimento a qualquer momento antes ou durante o transcurso da

pesquisa sem penalidades prejuiacutezo e perda de qualquer benefiacutecio que eu possa ter

adquirido

152

Sei tambeacutem que em caso de duacutevidas poderei chamar ou entrar em contato com o

pesquisador Geraldo Magella Teixeira pelo telefone (82) 8821- 0199 ou pelo endereccedilo

eletrocircnico magellafisioyahoocombr ou pelo seguinte endereccedilo fiacutesico Avenida

Amazonas 29101 ndash Prado MaceioacuteAL

Fui esclarecido (a) quanto aos aspectos da pesquisa

a) Seraacute criado com a participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem um programa de

educaccedilatildeo para prevenccedilatildeo de LERDORT O pesquisador avaliaraacute esse programa

aplicando dois questionaacuterios os quais eu serei convidado a responder Um dos

questionaacuterios avalia a minha qualidade de vida e o outro avalia as queixas de dor

durante o trabalho

b) O objetivo da pesquisa eacute propor e avaliar um programa educativo para prevenccedilatildeo

de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem

c) Riscos que corro perseguiccedilotildees por parte de seus superiores imediatos

d) No entanto beneficiaraacute mostrando a validade de um programa de prevenccedilatildeo de

LERDORT nos teacutecnicos de enfermagem

f) Serei acompanhado e avaliado sempre pelo mesmo pesquisador ou seja sempre

pela mesma pessoa

G) Terei a liberdade de recusar da participaccedilatildeo ou retirar meu consentimento em

qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem prejuiacutezo no desempenho

de minhas funccedilotildees

I) Custoreembolso para o participante natildeo haveraacute nenhum gasto financeiro com a

minha participaccedilatildeo como tambeacutem natildeo receberei nenhum pagamento com a minha

participaccedilatildeo

J) Caso eu sofra algum dano com nexo causal serei ressarcido de acordo com leis

vigentes

k) A pesquisa tem garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos

durante a pesquisa assegurando-me absoluta privacidade no entanto o pesquisador

torna expresso o comprometimento em tornar puacuteblico os resultados da pesquisa

sejam eles favoraacuteveis ou natildeo

DECLARO outrossim que apoacutes convenientemente esclarecido pelo termo de

consentimento e pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado consinto

voluntariamente a minha participaccedilatildeo nesta pesquisa

Maceioacute de de 2008

Assinatura do (a) Responsaacutevel Assinatura do Pesquisador

153

ANEXO 3

Questionaacuterio Noacuterdico de sintomas osteomusculares (QNSO)

154

ANEXO 4

VERSAtildeO BRASILEIRA DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Instruccedilatildeo Estas informaccedilotildees nos manteratildeo informados de como vocecirc se sente

e quatildeo bem vocecirc eacute capaz de fazer suas atividades de vida diaacuteria Responda

cada questatildeo marcando a resposta como indicado Caso vocecirc se sinta

inseguro ou em duvida como responder por favor tente responder da melhor

forma que puder

1 Em geral vocecirc diria que sua sauacutede eacute

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

2Compara da a um ano atraacutes como vocecirc classificaria sua sauacutede em geral

agora

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

3Os seguintes satildeo sobre atividades que vocecirc poderia fazer atualmente

durante um dia comum Devido a sua sauacutede vocecirc teria dificuldade para fazer

essas atividades Neste caso quanto

( circule um numero em cada linha)

Atividades Sim

Dificulta

muito

Sim

Dificulta

um

pouco

Natildeo

Natildeo

dificulta

nenhum

pouco

a Atividades vigorosas que exigem esforccedilo

tais como correr levantar objetos pesados

participar em esportes agraverduos

1 2 3

155

b Atividades moderadas tais como mover uma

mesa passar aspirados de poacute jogar bola

varrer a sala

1 2 3

c levantar o carregar mantimentos 1 2 3

d Subir vaacuterios lances de escada 1 2 3

e Subir um lance de escada 1 2 3

f Curvar-se ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g Andar mais de um quilocircmetro 1 2 3

h Andar vaacuterios quarteirotildees 1 2 3

i Andar um quarteiratildeo 1 2 3

j Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

1 Durante a ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diaacuteria regular como a

consequecircncia de sauacutede fiacutesica

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-se ao

seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras

atividades

1 2

e- teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades

( p ex necessitou de esforccedilo extra)

1 2

5 Durantes as ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diaacuteria como

consequumlecircncia de algum problema emocional ( com sentir-se deprimido ou

ansioso) (circule uma em cada linha)

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-

se ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

156

c- Natildeo trabalhou ou fez qualquer atividade com tanto

cuidado como geralmente faz

1 2

6 Durante as ultimas 4 semanas de que maneira sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais em

relaccedilatildeo agrave famiacutelia vizinhos amigos ou em grupo (circule uma)

De forma

nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7 Quanta dor no corpo vocecirc teve durante as ultimas semanas

Nenhuma Muito Leve Leve Moderada Grave Muito

Grave

1 2 3 4 5 6

8 Durante as ultimas 4 semanas quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)

De maneira

alguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9 Estas questotildees sobre como vocecirc se sente e como tudo tem acontecido com

vocecirc durante as ultimas 4 semanas Para cada questatildeo por favor decirc uma

resposta que mais se aproxime da maneira como vocecirc se sente Em relaccedilatildeo agraves

ultimas 4 semanas (circule um numero em cada linha)

Todo o

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a- Quanto tempo vocecirc

esta se sentindo cheio

1 2 3 4 5 6

157

de vigor cheio de

vontade cheio de

forccedila

b- Quando tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido

deprimido que nada

pode anima-lo

1 2 3 4 5 6

d- Quando tempo vocecirc

tem se sentindo calmo

ou tranquumlilo

1 2 3 4 5 6

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Alguma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

e- Quando tempo vocecirc

tem com muita energia

1 2 3 4 5 6

f- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

desanimado e abatido

1 2 3 4 5 6

g- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

esgotado

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa feliz

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido cansado

1 2 3 4 5 6

158

10 Durante as ultimas 4 semanas quanto do seu tempo a sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiam com suas atividades sociais ( como visitar

amigos parentes etc) (circule uma)

Todo tempo A maior parte

do tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma parte do

tempo

1 2 3 4 5

11 O quanto verdadeiro ou falso eacute cada uma das informaccedilotildees para vocecirc

Definitiva

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Natildeo

sei

A

maioria

das

vezes

falsas

Definitiva

mente

falsa

a- Eu acostumo adoecer um

pouco mais facilmente que as

outras pessoas

1 2 3 4 5

b- Eu sou tatildeo saudaacutevel quanto

qualquer outra pessoa que

conheccedilo

1 2 3 4 5

c- Eu acho que a minha sauacutede

vai piorar

1 2 3 4 5

e- Minha sauacutede eacute excelente 1 2 3 4 5

159

ANEXO 5

O Recurso Educativo

160

161

162

163

164

165

166

167

168

169

170

171

172

173

174

175

176

177

178

179

180

181

182

183

184

185

186

187

188

189

190

191

192

193

194

195

196

197

198

199

ANEXO 6

Formulaacuterios de coleta de dados

1 Identificaccedilatildeo do informante

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

2 Nome do pesquisador

3 Data de preenchimento

2 0 0

3 Gecircnero

1 Feminino

2 Masculino

4 Data de nascimento

1 1 9

5 Niacutevel de escolaridade

1 Analfabeto

2 Niacutevel fundamental

3 Niacutevel Meacutedio

4 Niacutevel Superior

6 Quantos anos trabalha como teacutecnico de enfermagem

200

1 Anos

2 Natildeo sei

7 Sente doresdurante o trabalho

1 Sim

2 Natildeo

8 Setor de Trabalho

1 Pediatria

2 Unidade adulta

3 UTI

4 Central de esterelizaccedilatildeo

5 Pronto atendimento

6 Laboratoacuterio

7 Farmaacutecia

8 Outros

Perguntas Norteadoras da entrevista

O que vocecirc entende por LERDORT natildeo precisa ser o conceito e sim o

que vem na sua cabeccedila

Como prevenir LERDORT no trabalho

Haacute alguma relaccedilatildeo da LERDORT com o trabalho do teacutecnico de

enfermagem

Como vocecirc percebe seu corpo nesse contexto

Quais estrateacutegias vocecirc sugere para amenizar o problema

201

ANEXO 7

Aprovaccedilatildeo do CEP UNCISAL

202

ANEXO 8

Aprovaccedilatildeo do CEP UNIFESP

203

Page 4: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SAtildeO PAULO

DEPARTAMENTO DE MEDICINA PREVENTIVA

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM SAUacuteDE COLETIVA

Coordenador Professora Doutora Suely Godoy Agostinho Gimeno

Vice-coordenador Professor Doutor Luiz Carlos de Oliveira Ceciacutelio

GERALDO MAGELLA TEIXEIRA

Tiacutetulo PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENCcedilAtildeO DE LERDORT

UMA AVALIACcedilAtildeO COM TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

BANCA EXAMINADORA DA QUALIFICACcedilAtildeO

Professor Doutor Nildo Alves Batista (Presidente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Almira Alves dos Santos

Professora Doutora Patriacutecia Froes Meyer

Professor Doutor Walter Joseacute Martins Migliorini

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Stella Peccin da Silva

_______________________________________________________________

Professor Doutor Impeacuterio Lombardi Juacutenior (Suplente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Goretti Fernandes (Suplente)

_______________________________________________________________

Aprovada em________2011

VI

DEDICATOacuteRIA

VII

Aos meus pais (in memorian) Benedito Teixeira e Maria Joseacute da Silva Teixeira os quais com suas atitudes de carinho liberdade e simplicidade proporcionaram-me forccedilas para a superaccedilatildeo dos inuacutemeros desafios da vida

VIII

AGRADECIMENTOS

IX

Tempo de congregar razatildeo e sentimento

Eacute hora de agradecer e valorizar aqueles que me acompanharam nesta

imersatildeo pelos trilhos do saber Neste periacuteodo submeti-me a crises socialmente

programadas pelo campo cientiacutefico incorporando novos coacutedigos discutindo

novas questotildees e descobrindo maneiras de resolver os problemas que se

colocavam quer nas disciplinas cursadas quer na pesquisa ou ainda na

elaboraccedilatildeo da tese e nas inuacutemeras idas e vindas entre a Terra da Garoa e

Terra dos Marechais

Ao longo desse percurso contei com o apoio de profissionais jaacute

consagrados na aacuterea acadecircmica o que me estimulou a percorrer o caminho da

Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ao mesmo tempo fiquei na dependecircncia da presenccedila paciente

generosa e constante daqueles que fazem parte da minha vida pessoal

compartilhando anguacutestias ausecircncias e tambeacutem descobertas e assim me

recompondo das tensotildees inerentes agraves etapas do fazer cientiacutefico

Tendo vencido desafios e momentos de provaccedilotildees o que me resta eacute a

sensaccedilatildeo de que o processo criativo vem acompanhado por ambiguidades De

um lado expressa-se um sentimento de prazer ao ver nascer o resultado de

um parcimonioso trabalho de outro insinua-se certa melancolia que se traduz

nos limites agora impressos no texto e dispersos numa sucessatildeo mnemocircnica

de imagens presentes em mim Eacute o sentimento de quem eacute perfeccionista e

considera que a obra natildeo estaacute pronta

Nesse turbilhatildeo simultaneamente emerge ainda um sentimento de

satisfaccedilatildeo atenuam-se ansiedades por ter chegado agrave reta final por ter ousado

e cumprido o que me propus

Concebo desse modo meu estudo com emoccedilatildeo e a infinita gratidatildeo a

todos que de um jeito ou de outro contribuiacuteram para a sua realizaccedilatildeo e eacute com

este sentimento que termino esta tese

Agradeccedilo a Deus que me cobre de becircnccedilatildeos e sempre estaacute ao meu

lado Tenho plena e absoluta certeza disso

X

Agradeccedilo de modo muito especial a todos os teacutecnicos de enfermagem

que se dispuseram e constituiacuteram o material humano deste trabalho

Ao meu orientador Prof Dr Nildo Batista pela disposiccedilatildeo em orientar

este trabalho por sua presenccedila durante todo o processo de elaboraccedilatildeo deste

estudo Minha admiraccedilatildeo respeito e o meu profundo agradecimento ao Mestre

do ofiacutecio que me conduziu neste ritual de passagem com criacutetica minuciosa

indicando caminhos o que muito contribuiu para a realizaccedilatildeo desta tese

Aacute Professora Dra Almira Alves dedicada para ensinar e compreensiva

dos limites dos neoacutefitos com quem troquei muitas ideias a respeito do material

de pesquisa e da vida Meus agradecimentos agrave apaixonada pela academia

sedutora da arte de se Educar em Sauacutede vocecirc me indicou caminhos e

preciosas sugestotildees

Aos companheiros da PROEXUNCISAL sei que vocecircs estatildeo na torcida

Foi importante dividir ansiedades e alegrias

Ao meu filhosobrinho Samuel que vai descobrindo a vida e se

descobrindo Espero que faccedila suas descobertas do seu modo com suas

inquietaccedilotildees e questionamentos do jeito de quem eacute muito jovem Obrigado por

permitir com que eu reflita e revele as minhas experiecircncias Sobretudo que as

troque e as renove constantemente Com vocecirc aprendo a cada dia

Agraves pessoas da minha famiacutelia povo de jeito mineiromatuto gente amiga

e carinhosa que sabe cuidar e fazer florescer sentimentos () o trem mais

valoroso do mundo eacute o amor

Ao amigo e irmatildeo Marcus Aureacutelio por estar sempre disponiacutevel para

atender minhas solicitaccedilotildees eou anguacutestias pessoais e acadecircmicas e por sua

amizade dedicaccedilatildeo e cumplicidade

Aos Professores Doutores membros da banca avaliadora por suas

contribuiccedilotildees preciosas e pertinentes para a consecuccedilatildeo desta tese

Aos amigos George Vannessa e Goretti que deram o start

companheiros de profissatildeo e de trabalho com quem tanto aprendo

Aos Professores e Funcionaacuterios da Universidade Federal de Satildeo Paulo

pela forma carinhosa e profissional como sempre me receberam

XI

SUMAacuteRIO

XII

SUMAacuteRIO

Dedicatoacuteria VII

Agradecimentos VIII

Resumo XIV

Abstract XVII

Abreviaturas XVIII

Lista tabela XX

Lista graacuteficos XXII

Lista de quadros XXIV

1 Introduccedilatildeo 28

11 As origens da Pesquisa 29

12 A contextualizaccedilatildeo do objeto 30

2 Referencial Teoacuterico 34

21 A sauacutede do trabalhador como questatildeo social 35

22 Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no trabalho 37

23 O processo de trabalho como determinante do processo sauacutede-doenccedila em enfermagem 42

231 LERDORT e absenteiacutesmo no trabalho 52

232 LERDORT e as poliacuteticas trabalhistas 55

24 A educaccedilatildeo em sauacutede na LERDORT 56

3 Objetivos 65

31 Objetivo geral 66

32 Objetivos Especiacuteficos 66

4 Metodologia 67

41 Fundamentaccedilatildeo metodoloacutegica 68

42 O contexto da pesquisa 69

43 Populaccedilatildeo de estudo 71

44 Os instrumentos de coleta de dados 73

XIII

441 Primeira Etapa 74

441 1 Observaccedilatildeo etnograacutefica 74

4412 Entrevista de aprofundamento 76

4413 Grupo Focal 77

442 Segunda Etapa 80

4421 Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) 81

4422 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (SF-36) 83

45 Anaacutelise dos dados 84

46 Aspectos eacuteticos 86

5 Resultados e discussatildeo 88

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do teacutecnico de enfermagem 90

52 Uma proposta de educaccedilatildeo em sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do

teacutecnico de enfermagem

101

53 A qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa 107

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho em teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

113

6 Consideraccedilotildees Finais 119

7 Referecircncias 123

8 Anexos 149

81 Cartaz Convite 150

82Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 151

83 Questionaacuterio Noacuterdico 153

84 Versatildeo Brasileira de Qualidade de Vida SF-36 154

85 O Recurso Educativo 159

86 Formulaacuterio de coleta de dados 199

87 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNCISAL 201

88 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNIFESP 202

XIV

RESUMO

XV

A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um campo multifacetado para o qual concorrem inuacutemeras concepccedilotildees das aacutereas tanto da educaccedilatildeo quanto da sauacutede as quais espelham diferentes compreensotildees do mundo demarcadas por distintas posiccedilotildees poliacutetico-filosoacuteficas sobre o homem e a sociedade Sua praacutetica na sauacutede ocupacional favorece e potencializa a adaptaccedilatildeo harmocircnica do indiviacuteduo ao meio laboral e potencializa as relaccedilotildees com os outros com o espaccedilo e o tempo elementos indispensaacuteveis para o sucesso no autogerenciamento na prevenccedilatildeo das LERDORTs Esta pesquisa procurou compreender juntamente com um grupo de teacutecnicos de enfermagem que trabalham em Hospital Puacuteblico do Nordeste do Brasil o significado da questatildeo LERDORT sobretudo nos aspectos preventivos e ainda propor e avaliar um recurso educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das necessidades e da interaccedilatildeo com os sujeitos Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e quantitativas Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo e elaborar um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo de suas praacuteticas nessa etapa foram utilizadas as teacutecnicas da observaccedilatildeo etnograacutefica e grupo focal A segunda etapa da pesquisa correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida como a percepccedilatildeo aacutelgica nesta etapa foram utilizados os instrumentos Questionaacuterio Noacuterdico (QNSO) e Questionaacuterio de Qualidade de Vida (SF 36) Participaram 70 teacutecnicos de enfermagem e esses foram divididos aleatoriamente em dois subgrupos os primeiros trinta e cinco sujeitos participantes da primeira etapa e os restantes participaram da segunda etapa Foi possiacutevel compreender que os Teacutecnicos de Enfermagem possuem mesmo que intuitivamente saberes sobre a questatildeo LERDORT e satildeo capazes de contribuir positivamente no construto de recurso Apoacutes a participaccedilatildeo no programa educativo foi possiacutevel observar que o recurso construiacutedo a partir da fala dos participantes eacute capaz de interferir positivamente na qualidade de vida e na percepccedilatildeo da sintomatologia aacutelgica A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas em Sauacutede na ambiecircncia laboral com teacutecnicos de enfermagem sobre este tema mostra-se como uma estrateacutegia a ser valorizada na prevenccedilatildeo das LERDORTs

PALAVRAS-CHAVE Educaccedilatildeo em Sauacutede LERDOERT Enfermagem Prevenccedilatildeo Clima Organizacional

XVI

ABSTRACT

XVII

Health education is a multifaceted field for which many competing conceptions both areas of education and health reflecting different understandings of the world framed by distinct political-philosophical views on man and society Its practice in occupational health promotes and enhances the harmonious adaptation of the individual in the work environment and enhances relationships with others with space and time essential elements for success in self-management in the prevention of RSI This research sought to understand along with a group of practical nurses who work in Public Hospitals of Northeast Brazil the meaning of the issue RSI especially in the preventive aspects and also propose and evaluate an educational resource in the prevention of RSI for these professionals built from the needs and interaction with the participants For this research we opted for a descriptive-analytic methodology assuming the complementarity of qualitative and quantitative approaches This research was composed for two distinct stages The first stage corresponded to the proposed methodological approach that aimed to know the subjects of research and develop an educational program that potentially triggers on the transformation of their practices this step was used the techniques of ethnographic observation and focus groups The second stage of the study corresponded to the proposed methodological approach that aimed to evaluate the changes induced by the educational program developed specifically in relation to different dimensions of quality of life as a painful perception this stage were used tools Nordic Questionnaire (QNSO) and Questionnaire Quality of Life (SF 36)Participated 70 nursing technicians and these were divided randomly into two subgroups the first thirty-five subjects in the first stage and the other participated in the second step It was possible to understand that nursing technicians have although intuitively knowledge on the issue RSI and are able to positively contribute to the construct of resource After participating in the educational program was possible to observe that the action constructed from the speech of the participants is able to positively affect the quality of life and perception of pain symptoms The use of health education in the ambience with nursing technicians working about this theme shows up as a strategy to be valued in the prevention of RSI KEYWORDS Health Education RSI Nursing Prevention Organizational Climate

XVIII

ABREVIATURAS

XIX

AL Alagoas

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

CEP Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CVM Contraccedilatildeo Voluntaacuteria Maacutexima

DORT Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

EPI Equipamento de proteccedilatildeo individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

LER Lesotildees por esforccedilos repetitivos de Sauacutede do trabalhador

MOI Modelo Operaacuterio Italiano

NOST Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador

NR32 Norma Regulamentadora 32

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

QNSO Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares

R$ Real

RF-36 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida

SGA Siacutendrome Geral de adaptaccedilatildeo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE Termo Consentimento livre e esclarecido

UNCISAL Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

UNIFESP Universidade Federal de Satildeo Paulo

URL Localizador Uniforme de Recursos

UTI Unidade de Terapia Intensiva

www Rede Mundial e Computadores (do inglecircs World Wide Web)

XX

TABELAS

XXI

Paacutegina

Tabela 1 72

Tabela 2 92

Tabela 3 113

Tabela 4 115

XXII

GRAacuteFICO

XXIII

Paacutegina

Graacutefico 1 109

XXIV

QUADROS

XXV

Paacutegina

Quadro 1 107

Quadro 2 110

XXVI

A Estrada

Vocecirc natildeo sabe O quanto eu caminhei

Praacute chegar ateacute aqui Percorri milhas e milhas

Antes de dormir Eu nem cochilei

Os mais belos montes Escalei

Nas noites escuras De frio chorei

A vida ensina E o tempo traz o tom

Praacute nascer uma canccedilatildeo Com a feacute do dia-a-dia

Encontro a soluccedilatildeo Quando bate a saudade

Eu vou pro mar Fecho os meus olhos

E sinto vocecirc chegar Vocecirc chegar

Letra Toni Garrido Lazatildeo Da Gama Bino

XXVII

28

INTRODUCcedilAtildeO

29

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 AS ORIGENS DA PESQUISA

O meu interesse pela temaacutetica educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na

sauacutede ocupacional iniciou-se no ano de 2001 quando um grupo de

trabalhadores na aacuterea da Sauacutede da Universidade Estadual de Ciecircncias da

Sauacutede de Alagoas (UNCISAL) solicitou-me acompanhamento para a realizaccedilatildeo

de Ginaacutestica Laboral

Para atender tal solicitaccedilatildeo enquanto Fisioterapeuta propus um

programa de Extensatildeo Universitaacuteria que tinha como intento assessorar tais

profissionais na compreensatildeo da gecircnese do adoecimento no ambiente de

trabalho bem como ajudaacute-los em relaccedilatildeo ao enfrentamento e superaccedilatildeo dos

problemas decorrentes dos esforccedilos pertinentes agraves condiccedilotildees de trabalho

Atuei enquanto Coordenador do Programa de Extensatildeo em diversos

setoresalas do Hospital bem como em vaacuterios setores da Universidade Tal

atuaccedilatildeo permitiu o contato direto com trabalhadores e alunos de graduaccedilatildeo

que relatavam interesse sobre a questatildeo os acadecircmicos mais precisamente

dos cursos de Graduaccedilatildeo em Fisioterapia e Terapia Ocupacional tambeacutem

apontavam dificuldades para conduzir adiante os estudos sobre o tema

No ano seguinte com o decorrer das atividades extensionistas

juntamente com o relato dos alunos da graduaccedilatildeo e dos servidores surgiu a

necessidade de aglutinar saberes praacuteticas e pessoas nesse intento fortaleceu-

se a adesatildeo dos acadecircmicos de Fisioterapia da UNCISAL e os mesmos

passaram a participar do programa mais efetivamente com isto o Programa de

Extensatildeo Universitaacuteria passou a funcionar tambeacutem como disciplina eletiva com

carga horaacuteria complementar na graduaccedilatildeo

A posteriori as atividades agora de extensatildeo e graduaccedilatildeo na

modalidade disciplina eletiva demandaram a necessidade de se entender mais

30

sobre o processo de Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede Ocupacional dessa forma

foi proposto e organizado um grupo de estudo sobre a temaacutetica Com essa

etapa o programa conseguia unir de forma prazerosa experiecircncias baseadas

no pressuposto do tripeacute universitaacuterio Extensatildeo Ensino e Pesquisa

Em seguida devido ao andamento dos estudos motivado pelo desejo

sempre ardente de ensinar e o interesse em me aprimorar e qualificar para o

bom exerciacutecio da docecircncia senti-me instigado a procurar um curso Stricto

Sensu que me trouxesse subsiacutedios para o ensino em Ciecircncias da Sauacutede com

uma visatildeo ampliada para aleacutem do ensino tecnicista e isto motivou essa

proposta agora posta

A minha experiecircncia na Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de

Alagoas (UNCISAL) como docente e extensionista mesclado com interesse

sobre o tema Educaccedilatildeo em Sauacutede e Sauacutede Ocupacional motivou os

questionamentos que trago a este trabalho

12 A CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO OBJETO

Este trabalho traz como objeto de pesquisa a Educaccedilatildeo em Sauacutede na

Sauacutede Ocupacional e a investigaccedilatildeo inscreve-se especificamente na Sauacutede

do Trabalhador Teacutecnico em Enfermagem com vistas a discutir o processo de

adoecimento bem como a prevenccedilatildeo por intermeacutedio de programa educativo

em uma equipe que trabalha em Hospital Puacuteblico especializado no cuidado de

portadores de doenccedilas infectocontagiosas

Os questionamentos que idealizaram o estudo remeteram agrave necessidade

de se pensar na construccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo na

prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das

necessidades e da anaacutelise situacional da realidade local dos sujeitos

envolvidos

Apesar da educaccedilatildeo em sauacutede relacionada com a LERDORT ser

amplamente discutida na literatura nacional e internacional o objeto dessa

pesquisa apresenta-se relevante desafiador e inovador pela ausecircncia de

31

investigaccedilotildees nesta populaccedilatildeo de trabalhadores podendo contribuir para o

aprimoramento profissional bem como na melhoria da assistecircncia prestada

Assim a busca de sentidos sobre o entendimento do processo de adoecimento

por parte dos teacutecnicos de enfermagem mostra-se relevante

A importacircncia deste trabalho estaacute tambeacutem em fomentar a reflexatildeo entre

profissionais de Enfermagem Fisioterapia e Recursos Humanos sobre o

processo de surgimento de queixas dolorosas na ambiecircncia laboral

entendendo que refletir sobre a proacutepria praacutetica jaacute eacute um meio de transformaacute-la

de forma a contribuir e atribuir acepccedilotildees que possam servir de ferramentas ao

grupo de estudo oferecendo suporte para a autonomia no autocuidado

A profissatildeo de enfermagem figura dentre as que tecircm maior

predisposiccedilatildeo a ao surgimento das DORTs1 isso ocorre devido agrave exposiccedilatildeo

ocupacional a diversos fatores de riscos existentes na ambiecircncia laboral bem

como agraves particularidades do processo de trabalho agravado muitas vezes pela

precariedade das condiccedilotildees deste Tais fatos fazem com que a lista de agravos

agrave sauacutede desse profissional seja volumosa2 A praacutetica de enfermagem expotildee

seus trabalhadores a fatores de risco e agravos agrave sauacutede presentes no

ambiente no processo e na organizaccedilatildeo de trabalho3

No exerciacutecio de enfermagem os profissionais estatildeo expostos natildeo soacute ao

trabalho fisicamente pesado que as tarefas peculiares da profissatildeo exigem

mas tambeacutem a um grande nuacutemero de eventos circunstacircncias e condiccedilotildees

inerentes a ele tais como transferecircncias e movimentaccedilotildees de pacientes e de

objetos pesados tomada de decisotildees conflitos interpessoais no trabalho entre

outros que requerem accedilotildees ou respostas que mitiguem as agressotildees posto

isso sugere-se que o trabalho de enfermagem favorece ao surgimento de

algias relacionadas ao trabalho principalmente na regiatildeo lombar ombros

coluna cervical e joelhos sendo a regiatildeo lombar a mais acometida2 Os

profissionais de enfermagem de niacutevel superior e meacutedio tecircm uma elevada taxa

de lesotildees dorsais45 e por isso se torna um grupo de interesse na sauacutede

ocupacional no que tange a educaccedilatildeo em sauacutede

Essa tambeacutem eacute uma observaccedilatildeo encontrada na literatura internacional e

estudos afirmam que realmente os profissionais da aacuterea de enfermagem

32

apresentam elevada prevalecircncia67 de dores relacionadas ao trabalho bem

como LERDORTs

Nos Estados Unidos pesquisa6investigou solicitaccedilotildees de indenizaccedilotildees

devido a lesotildees nas costas em 24 ocupaccedilotildees Esta pesquisa revelou que os

profissionais de enfermagem tecircm uma elevada taxa de lesotildees dorsais e que o

profissional de enfermagem de niacutevel meacutedio foi o grupo que ficou classificado

em primeiro lugar entre os 24 pesquisados

A dor lombar eacute um dos maiores problemas de sauacutede puacuteblica e tem

grande prevalecircncia em enfermeiros e auxiliares 8 9

A responsabilidade da equipe de enfermagem pelos cuidados integrais e

o nuacutemero reduzido de profissionais aumentam a carga fiacutesica e emocional num

ambiente em que a convivecircncia com o sofrimento e a finitude eacute constante

Podemos citar ainda como agravantes os deslocamentos as frequentes idas e

vindas para execuccedilatildeo de procedimentos laborais manuseios de materiais

delicados causando dano ao sistema musculoesqueleacutetico longos periacuteodos em

posturas incorretas agravadas pela inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio que geralmente

natildeo corresponde agraves medidas antropomeacutetricas dos trabalhadores a

organizaccedilatildeo do trabalho caracterizado por frequentes interrupccedilotildees para a

busca e procura de material ou de informaccedilotildees a implementaccedilatildeo constante de

novas tecnologias sem o devido treinamento causando ansiedade e

inadaptaccedilotildees acrescidos e agravados por fatores externos como a crescente

problemaacutetica do trajeto do profissional entre a residecircncia e o local de trabalho10

A inoacutepia de estudos traz como decorrecircncia grandes variaccedilotildees na

interpretaccedilatildeo do papel educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos

de enfermagem tal estudo pode amenizar incertezas acerca de instrumentos

auxiliares para prevenir doenccedilas e agravos ocupacionais nessa populaccedilatildeo

Eacute importante identificar e resolver ou minimizar problemas relacionados

aos riscos de estresse existentes na ambiecircncia de trabalho para que o

trabalhador de enfermagem seja protegido dos agravos agrave sua sauacutede enquanto

executa as tarefas pelas quais eacute responsaacutevel e possa prestar ao paciente uma

assistecircncia de qualidade11

33

Dessa forma parece ser oportuno discutir a incorporaccedilatildeo produccedilatildeo de

teorias metodoloacutegicas e modelos cientiacuteficos para a construccedilatildeo e assimilaccedilatildeo de

programas educativos no intuito de prevenir LERDORT Tal abordagem parece

ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem jaacute que esses profissionais tecircm sido afetados por distuacuterbios

musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 801213

Frente a esse panorama essa pesquisa se propotildee a responder as

seguintes questotildees

1 ndash Qual a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agrave

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho antes e apoacutes a aplicaccedilatildeo de

um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

2 ndash Qual a decorrecircncia no cuidado agrave sauacutede ocupacional de um programa

educativo construiacutedo a partir da realidade dos teacutecnicos de enfermagem

3 ndash Qual o niacutevel de qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental antes e apoacutes a

aplicaccedilatildeo de um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

34

O REFERENCIAL TEOacuteRICO

35

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

O referencial teoacuterico foi organizado de forma a levantar a produccedilatildeo

cientiacutefica sobre o objeto pesquisado organizando-a nos toacutepicos abaixo

- A sauacutede do trabalhador como questatildeo social

- Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no

trabalho

- O processo de trabalho como determinante do processo Sauacutede-

Doenccedila em enfermagem

- A Educaccedilatildeo em Sauacutede na LERDORT

21 A SAUacuteDE DO TRABALHADOR COMO QUESTAtildeO SOCIAL

No Brasil as doenccedilas ocupacionais vecircm aumentando e ocupando status

de problema de Sauacutede Coletiva fato que causa detrimentos financeiros para o

Estado e enormes dificuldades sociais

A questatildeo sauacutede do trabalhador vem sendo erigida no Brasil a partir das

duas uacuteltimas deacutecadas do seacuteculo anterior no bojo do processo de

redemocratizaccedilatildeo do Paiacutes O ano de 1986 em funccedilatildeo da VIII Conferecircncia

Nacional de Sauacutede e I Conferecircncia Nacional de Sauacutede do Trabalhador pode

ser considerado um marco de mobilizaccedilatildeo popular pela sauacutede do trabalhador

brasileiro poreacutem somente em 1998 fica definida a Portaria ndeg3908 por meio

da Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador (NOST) que instituiu os

procedimentos que servem como instrumentos de orientaccedilatildeo para as accedilotildees e

serviccedilos de sauacutede do trabalhador no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)13

36

Esta nova abordagem no campo da Sauacutede do Trabalhador diferencia o

modelo hegemocircnico da Medicina do Trabalho e da Sauacutede Ocupacional A

Medicina do Trabalho agora ultrapassada apresentava-se como centralidade

a figura do meacutedico sendo seu conhecimento baseado na teoria da

unicausalidade isto eacute um agente etioloacutegico para cada doenccedila Tal fato revela

que na esfera do trabalho a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do trabalhador

baseava-se no isolamento de riscos especiacuteficos e na intervenccedilatildeo focalizada

nas consequecircncias

A Sauacutede Ocupacional surge como uma proposta mais inovadora e

aberta e se apresenta a parir de um caraacuteter Interprofissional e relaciona o

ambiente de trabalho e o corpo do trabalhador Consubstancia-se na Teoria da

Multicausalidade onde um conjunto de fatores de risco ambientais e bioloacutegicos

eacute considerado na questatildeo sauacutede

Desta forma a Sauacutede Ocupacional no Brasil passa a ser compreendida

numa perspectiva coletiva e multifatorial levando em consideraccedilatildeo o saber do

trabalhador como pode ser observado no texto abaixo

[] O conjunto de conhecimentos oriundos de diversas

disciplinas como medicina social sauacutede puacuteblica sauacutede

coletiva cliacutenica meacutedica medicina do trabalho sociologia

epidemiologia social engenharia psicologia entre outras

tantas ndash que aliado ao saber do trabalhador sobre as

condiccedilotildees e a organizaccedilatildeo do trabalho estabelece uma

nova forma diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede dos

trabalhadores e de intervenccedilatildeo nos ambientes de trabalho

(NARDI 2004 p 49)14

Nessa loacutegica a construccedilatildeo desse campo de estudo e intervenccedilatildeo entre

trabalho e sauacutede articula-se com diferentes saberes e novos atores sociais e

inclui as questotildees de Sauacutede Puacuteblica

Como modelo a sauacutede ocupacional orienta accedilotildees de atenccedilatildeo agrave sauacutede

do trabalhador que privilegiam iniciativas de promoccedilatildeo cura prevenccedilatildeo

37

reabilitaccedilatildeo e vigilacircncia em sauacutede Trata-se portanto de um processo que

apresenta como intento a mudanccedila do complexo quadro da sauacutede

populacional Para tal exige compromissos que requerem um agir que busca

melhor condiccedilatildeo de vida e de trabalho aleacutem de um maior compromisso do

Estado na implementaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede dos trabalhadores

Lacaz15 tambeacutem confirma essa nova perspectiva conceitual e de

mudanccedilas poliacuteticas e ideoloacutegicas no campo sauacutede do trabalhador

[] o campo da Sauacutede do Trabalhador seria uma nova

abordagem e um novo enfoque do ponto de vista

conceitual emanado do setor sauacutede (coletiva) a propoacutesito

do estudo e da intervenccedilatildeo transformaccedilatildeo das relaccedilotildees de

trabalho e sauacutede-doenccedila na medida em que procura

estabelecer outra articulaccedilatildeo com os grupos sociais numa

sociedade que passa por mudanccedilas importantes do ponto

de vista poliacutetico e social tendo como pano de fundo a

realidade brasileira do final dos anos 70 e iniacutecio dos 80

(LACAZ 1996 p51-2)

De um modo geral percebe-se que as abordagens compreensivas em

sauacutede requerem uma accedilatildeo interventiva interativa e transformadora Nesse

sentido acredita-se que devem ocorrer movimentos de diferentes atores

sociais entrando em cena consciecircncias e vontades individuais e coletivas

justificando-se a necessidade de se construir conjuntamente com os

trabalhadores locais propostas de programas preventivos para as doenccedilas

ocupacionais Tal visatildeo se coaduna com a proposta de se trabalhar com

Educaccedilatildeo em Sauacutede

22 CONCEPCcedilOtildeES SOBRE O PROCESSO HISTOacuteRICO E A

RELACcedilAtildeO SAUacuteDE E DOENCcedilA NO TRABALHO

38

O trabalho eacute tatildeo antigo como o primeiro ser humano mas as relaccedilotildees

entre as atividades laborativas e o processo de adoecimento permaneceu

praticamente ignoradas por 250 anos16 Desde os primoacuterdios da era cristatilde a

bibliografia refere fatores nocivos ao trabalho pode-se citar por exemplo a

obra conhecida de Hipoacutecrates de Coacutes intitulada ldquoAr Aacutegua e Lugaresrdquo na qual

discorre sobre o saturnismo e tambeacutem a obra de Pliacutenio o velho (23 dC) que

descreve o aspecto dos trabalhadores de minas de mercuacuterio e chumbo e

aconselha o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual do tipo maacutescaras

faciais16

No seacuteculo XVI algumas observaccedilotildees esparsas surgiram evidenciando a

possibilidade de o trabalho estar relacionado ao processo de adoecimento

Georg Bauer publicou em 1556 a obra intitulada ldquoDe Remetallicardquo nessa

obra o autor discorre sobre diversos problemas relacionados agrave extraccedilatildeo de

minerais e a fundiccedilatildeo de prata e de ouro17 e os correlacionam com o processo

de adoecimento entre trabalhadores

Nesse mesmo texto eacute apresentado ainda um capiacutetulo particular que

versa sobre os acidentes do trabalho e as doenccedilas mais comuns entre

trabalhadores de minas provocadas por poeiras o autor faz alusatildeo agrave chamada

asma dos mineiros Pela descriccedilatildeo dos sintomas e pela raacutepida evoluccedilatildeo da

doenccedila sugere agrave luz dos novos conhecimentos casos de

silicosepneumoconiose causada pela siacutelica livre18

Apesar de sua importacircncia estes trabalhos permaneceram praticamente

ignorados por mais de um seacuteculo Em 1700 foi publicado na Itaacutelia o livro ldquoDe

Morbis Artificum Diatribardquo (As Doenccedilas do Trabalho) do meacutedico Bernardini

Ramazzini (1633-1714) que descreve uma seacuterie de doenccedilas relacionadas

acerca de 50 profissotildees diversas Por este motivo o autor foi cognominado o

patriarca da medicina do trabalho Foi o primeiro a estudar com afinco as

doenccedilas relacionadas ao trabalho e descreveu os riscos especiacuteficos para cada

uma delas Destacou os danos causados agrave sauacutede do trabalhador pela falta de

ventilaccedilatildeo e pelo desconforto teacutermico Reconheceu a importacircncia das pausas

durante a jornada de trabalho a relevacircncia bioloacutegica dos exerciacutecios laborais e

da boa postura na prevenccedilatildeo da fadiga muscular Ramazzini acrescenta agrave

39

anamnese hipocraacutetica da eacutepoca uma nova pergunta ldquoQual eacute a sua

ocupaccedilatildeordquo1619

Um pouco mais tardiamente a Revoluccedilatildeo Industrial exerce grande papel

sobre a questatildeo do trabalho eacute apoacutes esse movimento ocorrido paralelamente

na Inglaterra entre 1760 e 1830 que foi criada a comissatildeo de inqueacuterito para

avaliar as condiccedilotildees de trabalho nas faacutebricas onde foi elaborada lei que

regulava a jornada de trabalho que era em torno de 16 horas diaacuterias19

A Revoluccedilatildeo Industrial impocircs aos trabalhadores precaacuterias condiccedilotildees

laborais jornadas de trabalho extenuantes exposiccedilatildeo a acidentes de trabalho

submissatildeo ao trabalho insalubre e perigoso19 Neste contexto a preocupaccedilatildeo

com a sauacutede do trabalhador surgiu como meio de possibilitar a recuperaccedilatildeo do

mesmo e favorecer o retorno mais ceacutelere possiacutevel para a ambiecircncia laboral

isso eacute importante pois com a Reforma Industrial vive-se numa perspectiva de

desenvolvimento social e em virtude da inquietaccedilatildeo com esse

desenvolvimento a preocupaccedilatildeo com a sauacutede laboral foi focada na visatildeo

biologicista e individual e buscava a causa das doenccedilas e acidentes de

trabalho com uma abordagem unicausal e imediatista18 19 e centrada

exclusivamente no homem

Como decorrecircncia de um processo acelerado e desumano de produccedilatildeo

aumentou o nuacutemero de acidentes e adoecimento entre trabalhadores e por

este motivo surge a figura do profissional meacutedico dentro da faacutebrica em

princiacutepio da induacutestria tecircxtil Foi exatamente aiacute na primeira metade do seacuteculo

XIX que surgiu a Medicina do Trabalho centrada na figura do meacutedico O

serviccedilo de sauacutede na induacutestria era dirigido por pessoas da confianccedila do

empresaacuterio que atuava muito mais como fiscalizador do que profissional da

sauacutede e rapidamente este modelo foi expandido para os paiacuteses

industrializados18

As questotildees concernentes agrave sauacutede e trabalho se apresentaram como

uma questatildeo de inquietaccedilatildeo puacuteblica desde o seu nascedouro em meados do

seacuteculo XIX quando o adoecimento referente ao modo de produccedilatildeo comeccedila

surgir Esse fato ocorre diversamente no Brasil onde o processo de

industrializaccedilatildeo ocorreu somente um seacuteculo posteriormente20

40

Nos paiacuteses industrializados o Estado passou a assumir as funccedilotildees de

regulamentaccedilatildeo e intervenccedilatildeo nos temas relativos agrave promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da

sauacutede e seguranccedila dos trabalhadores com o intento de eliminar os obstaacuteculos

ao desenvolvimento econocircmico O Estado entatildeo passou a promover uma vasta

gama de accedilotildees que se destinavam garantir as condiccedilotildees para o

desenvolvimento do novo sistema de produccedilatildeo agora vigente21

Em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do trabalho a medicina ocupacional teria

pouco a contribuir com a sauacutede do trabalhador na medida em que sua atenccedilatildeo

era voltada exclusivamente para o indiviacuteduo privilegiando diagnoacutestico e

tratamento dentro de uma visatildeo na qual o espaccedilo para a subjetividade e a

percepccedilatildeo do trabalhador era restrito Desvela-se entatildeo a impotecircncia da sauacutede

do trabalhador para intervir sobre os problemas de sauacutede causados pelo

processo de produccedilatildeo19 20 21

A Sauacutede Ocupacional comeccedila a se delinear a partir do contexto

econocircmico e poliacutetico da II Guerra e do Poacutes-Guerra onde o custo provocado

pela perda de vidas abruptamente por acidentes de trabalho ou por doenccedilas do

trabalho comeccedilam a ser sentido tanto por empregadores como pelas

companhias de seguro devido agraves pesadas indenizaccedilotildees Nesta abordagem

desloca-se a intervenccedilatildeo que antes era centrada no indiviacuteduo para a questatildeo

dos riscos existentes na ambiecircncia laboral Desta forma a Sauacutede Ocupacional

vale-se do enfoque da higiene Industrial e busca atraveacutes da atuaccedilatildeo

multiprofissional intervir nos locais de trabalho com a finalidade de controlar

os riscos ambientais19

No Brasil a adoccedilatildeo e o desenvolvimento da Sauacutede Ocupacional deram-

se mais tardiamente e ainda atualmente o modelo de Sauacutede Ocupacional

parece natildeo ter alcanccedilado seus reais objetivos pois ainda o modelo se manteacutem

curativista de forma pouco ampla e restrita agraves accedilotildees pontuais sobre os riscos

laborais locais171819

Na deacutecada de 80 uma forma diferente de analisar as questotildees

referentes a relaccedilatildeo trabalhosauacutededoenccedila comeccedila a surgir com alguns

autores Latino americanos22 que conceituam o trabalho a partir da concepccedilatildeo

de seu processo de trabalho que se inscreveria nas relaccedilotildees sociais de

produccedilatildeo Assim aleacutem das consequecircncias mais visiacuteveis do trabalho sobre a

41

sauacutede ou seja agentes nocivos de natureza quiacutemica fiacutesica entre outros

procura tambeacutem entender a nocividade do trabalho com suas implicaccedilotildees a

niacutevel biopsiacutequico e social

Concordando com o texto acima Lacaz15 afirma que comeccedilam a surgir

na Ameacuterica Latina ideias ampliadas em relaccedilatildeo agrave Sauacutede Ocupacional

A Medicina Social Latino americana propotildee entatildeo uma

visatildeo do conceito de trabalho que incorpora a ideia de

processo de trabalho na qual o foco natildeo se restringe agrave sua

composiccedilatildeo ambiental constituiacuteda dos vaacuterios

fatoresagentes de risco e externo ao trabalhador mas

como uma categoria explicativa que se inscreveria nas

relaccedilotildees sociais de produccedilatildeo existentes entre o capital e o

trabalho (LACAZ 1996 p23)15

Neste contexto uma questatildeo nova comeccedila a ser apresentada a

emergecircncia da Sauacutede ocupacional com foco no processo de trabalho a partir

da discussatildeo preventivista e de educaccedilatildeo em sauacutede para o autocuidado com

sauacutede em relaccedilatildeo ao trabalho

A Sauacutede do Trabalhador passa a apresentar sobretudo a partir dos anos

80 na regiatildeo Latino-Americana como premissa baacutesica o enfoque na relaccedilatildeo

sauacutedetrabalho compreendendo o processo de adoecimento dos

trabalhadores atraveacutes do estudo dos processos de trabalho Articula as

questotildees soacutecio-poliacuteticas e econocircmicas de forma a se estabelecer o nexo

biopsiacutequico das coletividades nas sociedades22

Esta aacuterea de estudo e praacuteticas buscou na experiecircncia sindical italiana

uma referecircncia teoacuterico-metodoloacutegica que contribuiu para o reconhecimento do

saber do trabalhador no controle dos agravos e riscos existentes nos

ambientes de trabalho23

Os trabalhadores italianos no final da deacutecada de 70 estabeleceram

alianccedilas com os profissionais de sauacutede comprometidos com a efetividade de

42

um meacutetodo direcionado para o conhecimento da relaccedilatildeo entre processo de

trabalho e sauacutede resultando na construccedilatildeo do Modelo Operaacuterio Italiano (MOI)

que pressupotildee a valorizaccedilatildeo do saber e das experiecircncias do trabalhador a natildeo

delegaccedilatildeo do planejamento e do controle de sua sauacutede aos teacutecnicos a

socializaccedilatildeo e a apropriaccedilatildeo muacutetua do conhecimento na perspectiva da

construccedilatildeo de um saber coletivo23

Neste sentido a questatildeo sauacutede-trabalho passa a ser discutida como

questatildeo social aliada a participaccedilatildeo igualitaacuteria que se fortalece a partir do final

da deacutecada de 80 onde se comeccedila timidamente a discutir questotildees

trabalhistas com destaque agrave proteccedilatildeo agrave sauacutede O texto abaixo corrobora com o

referido

A teoria da determinaccedilatildeo social do processo

sauacutededoenccedila cuja centralidade colocada no trabalho-

enquanto organizador da vida soacutecia l- contribui para

aumentar os questionamentos agrave medicina do trabalho e a

sauacutede ocupacional (MENDES ET col 1991 p 346)24

Associada a estas questotildees pesquisa24 aponta tambeacutem que as

mudanccedilas ocorridas com a utilizaccedilatildeo das novas tecnologias atraveacutes da

automaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo nos processos de trabalho que aparentemente

representam melhoria das condiccedilotildees de trabalho na verdade introduziram

novos riscos agrave sauacutede Estes acabaram gerando doenccedilas de difiacutecil

medicalizaccedilatildeo tais como as LERDORTs1 entidades nosoloacutegicas

intrinsecamente relacionadas agrave organizaccedilatildeo do trabalho

1Terminologia utilizada para designar uma doenccedila relacionada ao trabalho que se manifesta atraveacutes de diversas siacutendromes pouco conhecida ateacute os anos 1970 eacutepoca em que teve um faacutetuo crescimento entre os trabalhadores em todo mundo inclusive no Brasil No ano de 1977 por meio da Norma de Avaliaccedilatildeo da Incapacidade do Instituto Nacional da Seguridade Social o termo LER foi substituiacutedo por DORT poreacutem a polecircmica ainda existe na literatura (Morofuse 2000)

43

Todo esse processo de mudanccedilas ocorrida no mundo do trabalho

desencadeou aspectos relevantes na relaccedilatildeo trabalho e sauacutede e contribuiu

efetivamente para o surgimento do campo da Sauacutede do Trabalhador

23 O PROCESSO DE TRABALHO COMO DETERMINANTE DO

PROCESSO SAUacuteDE-DOENCcedilA EM ENFERMAGEM

A sauacutede e a doenccedila do trabalhador satildeo determinadas pelos processos

de trabalho que envolve complexas relaccedilotildees econocircmicas sociais e

tecnoloacutegicas que determinam a exposiccedilatildeo a fatores de risco25

O processo de trabalho eacute a relaccedilatildeo entre o homem e a natureza atraveacutes

do qual o homem utiliza sua energia muscular para transformar manter ou

produzir bens necessaacuterios agrave sua sobrevivecircncia26

A relaccedilatildeo que o homem estabelece com a natureza a forma como dela

se apropria e a transforma resulta tambeacutem no processo sauacutede-doenccedila O

homem ao transformaacute-la tambeacutem se modifica desenvolvendo suas

potencialidades e ampliando seu universo social

Para compreender o processo de trabalho eacute preciso conhecer os

elementos que o compotildeem ou seja o objeto de trabalho os instrumentos e o

proacuteprio trabalho e ainda identificar a relaccedilatildeo entre estes elementos25

Eacute preciso analisar para aleacutem das caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e

mecacircnicas para se alcanccedilar um entendimento mais ampliado dos fatores

relacionados ao processo de trabalho que repercutem na sauacutede ou no corpo

dos trabalhadores22 De um modo geral satildeo propostas duas categorias de

anaacutelise para a compreensatildeo da sauacutede ocupacional cargas de trabalho e

desgaste

As cargas de trabalho satildeo elementos do processo de trabalho que

interatuam dinamicamente entre si e com a corporeidade humana ou seja com

o corpo do trabalhador gerando processos de adaptaccedilatildeo que se traduzem em

desgaste

44

As cargas podem ser divididas em dois grupos aquelas que tecircm

materialidade externa ao corpo do trabalhador como as cargas fiacutesicas

quiacutemicas bioloacutegicas e mecacircnicas e as que soacute adquirem materialidade no

corpo humano ou seja as cargas fisioloacutegicas biomecacircnicas e emocionais A

intensidade das cargas depende do modo de produccedilatildeo da organizaccedilatildeo da

divisatildeo do trabalho e de fatores individuais2728

Para compreender os impactos sobre a sauacutededoenccedila dos

trabalhadores eacute necessaacuterio entender como as cargas interatuam entre si

acarretando adoecimentos diversos decorrentes do trabalho Considera-se que

haacute desgaste na realizaccedilatildeo da atividade laborativa quando ocorrem processos

de adaptaccedilatildeo destruidores da integridade corporal denominados como

excesso de cargas de trabalho2930

O modo de trabalho no setor de sauacutede apresenta algumas

especificidades que se distinguem do trabalho de outros setores da economia

jaacute que o seu produto final eacute um serviccedilo resultante da accedilatildeo compartilhada de

vaacuterios profissionais e centra-se nas relaccedilotildees interpessoais entre beneficiaacuterios e

executores Reuacutene um conjunto de atividades programadas e normatizadas

que se realizam sob a base da cooperaccedilatildeo em um cenaacuterio dinacircmico e instaacutevel

e promove transformaccedilotildees nesse cenaacuterio27

Na enfermagem o objeto de trabalho a ser transformado eacute o corpo

humano individual ou coletivo em suas mais diversificadas demandas no

processo sauacutede-doenccedila31 O trabalho em si inclui as formas de organizaccedilatildeo

divisatildeo e relaccedilatildeo de trabalho que garantem a forccedila laborativa obtida pelos

agentes a saber enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e auxiliares de

enfermagem O processo sauacutede-doenccedila eacute gerado em dois momentos o

momento produtivo e o momento de consumo O primeiro refere-se ao

processo de trabalho que gera por um lado tensatildeo mas por outro satisfaccedilatildeo

O segundo refere-se agrave vida social cultural e aos valores do indiviacuteduo32

Os processos de desgaste do trabalhador de enfermagem satildeo oriundos

da diversidade intensidade e simultaneidade de exposiccedilatildeo agraves cargas

inerentes ao processo de trabalho cabe agrave equipe de enfermagem o

acompanhamento aos pacientes em tempo integral levando a uma maior

45

exposiccedilatildeo aos riscos Esses processos satildeo explicitados pelos danos

biopsiacutequicos em suas diferentes formas de expressatildeo33

Haacute que se destacar que o processo de trabalho tem estreita relaccedilatildeo com

a sauacutede e quando haacute desarmonia nessa relaccedilatildeo pode ocorrer desgastedoenccedila

por parte dos operaacuterios ressaltando-se que as doenccedilas causadas pelo trabalho

podem ser somaacuteticas psicossomaacuteticas e psiacutequicas Estas doenccedilas satildeo

originaacuterias das diversas cargas de trabalho as quais os trabalhadores ficam

expostos sejam elas de natureza fiacutesica quiacutemica por tensatildeo nervosa ritmo do

trabalho ou por repetitividade das tarefas

No que tange ao processo de trabalho no setor de serviccedilos

especialmente no setor sauacutede a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) vem

complementar a proteccedilatildeo a sauacutede do trabalhador em relaccedilatildeo aos riscos

bioloacutegicos tatildeo comuns no cotidiano do trabalho de enfermagem poreacutem natildeo eacute

objeto do presente estudo

Os principais agravos relacionados ao trabalho que acometem

profissionais de enfermagem satildeo queixas relacionadas a LERDORT e o

estresse manifestaccedilotildees que levam ao absenteiacutesmo34

As LERDORTs por definiccedilatildeo satildeo fenocircmenos nosoloacutegicos relacionados

ao trabalho caracterizados pela ocorrecircncia de vaacuterios sintomas concomitantes

ou natildeo tais como dor parestesia sensaccedilatildeo de peso fadiga Podem ter

manifestaccedilatildeo insidiosa geralmente nos membros superiores membros

inferiores regiatildeo da coluna vertebral lombar toraacutecica e cervical que

frequentemente satildeo causas de incapacidades laborais temporaacuterias ou

permanentes As LERDORTs resultam da super utilizaccedilatildeo das estruturas

anatocircmicas do sistema musculoesqueleacutetico sem o devido tempo para a sua

recuperaccedilatildeo27 Acredita-se que estejam ligadas a atividades repetitivas

manutenccedilatildeo de posturas estaacuteticas durante o trabalho e aspectos psiacutequico-

sociais

A primeira doenccedila descrita na literatura associada agraves atividades

repetitivas foi a tenossinovite caracterizando-se pela restriccedilatildeo ao livre

movimento de um tendatildeo devido a uma inflamaccedilatildeo deste ou de sua bainha Em

1891 Fritz De Quervain descreveu a doenccedila como entorse das lavadeiras

46

devido ao fato de ter encontrado mulheres que lavavam roupa que

apresentavam tendinite dos tendotildees e muacutesculo adutor longo e extensor curto

do polegar 35

Em marccedilo de 1993 o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)

elaborou a Norma Teacutecnica que dispotildee sobre procedimentos de avaliaccedilatildeo da

incapacidade de trabalhadores afastados do trabalho para orientaccedilatildeo a

meacutedicos e peritos Posteriormente ocorreu uma revisatildeo no texto e em 19 de

agosto de 1998 foi publicada no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a Nova Norma Teacutecnica

de Avaliaccedilatildeo de Incapacidade para fins de Benefiacutecios Previdenciaacuterios

substituindo o termo LER por DORT A Norma Teacutecnica incluiu novos

diagnoacutesticos como a siacutendrome miofascial e as fibromialgias poreacutem apresenta

dificuldades para o diagnoacutestico precoce dificultando a caracterizaccedilatildeo do nexo

causal36 37

A LER eacute o vocaacutebulo utilizado no Brasil para definir uma siacutendrome

caracterizada pelo desconforto incapacidade ou dor persistente em

articulaccedilotildees muacutesculos tendotildees e outros tecidos moles com ou sem

manifestaccedilotildees fiacutesicas ou cliacutenicas entretanto essa terminologia natildeo eacute bem

acolhida de maneira geral e foi alterada para Distuacuterbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho38

Em 2003 o INSS em sua Instruccedilatildeo Normativa 9836 instituiu a adoccedilatildeo

oficial do termo LERDORT devido agrave consagraccedilatildeo do antigo termo o qual

usaremos neste trabalho

As LERDORTs tecircm relaccedilatildeo direta com as exigecircncias de tarefas

laborais ambiecircncia fiacutesica e com a organizaccedilatildeo do trabalho e eacute uma doenccedila

ocupacional que vem crescendo de forma ameaccediladora provocando mutilaccedilotildees

e sequelas reversiacuteveis eou irreversiacuteveis nos trabalhadores aleacutem de

desencadear nas empresas aumento do absenteiacutesmo e dos custos reduccedilatildeo

do lucro da produtividade e da qualidade nos serviccedilos prestados e aumento do

niacutevel de estresse39

Apresentam-se com sinais e sintomas de origem ocupacional

caracterizadas por inflamaccedilotildees dos muacutesculos tendotildees faacutescias e nervos

principalmente mas natildeo exclusivamente nos membros superiores regiatildeo

47

escapular e pescoccedilo merecem destaque natildeo soacute pelo aumento de sua

incidecircncia mas por existirem evidecircncias de sua associaccedilatildeo com o ritmo de

trabalho Essas doenccedilas em geral possuem uma maacute evoluccedilatildeo ocasionando

dor edema e perda de forccedila sendo responsaacuteveis por uma fatia significativa

das causas da queda do desempenho no trabalho e produtividade 40 41

Abrangem quadros cliacutenicos amplos caracterizados pela ocorrecircncia de

agravos neuro-ortopeacutedicos definidos como tenossinovites sinovites

compressotildees de nervos perifeacutericos que podem ser identificadas ou natildeo sendo

comum agrave ocorrecircncia de vaacuterios sinais e sintomas concomitantes e agraves vezes

inespeciacuteficos 42

As condiccedilotildees laborais que podem induzir o surgimento das LERDORTs

satildeo aquelas que incluem movimentos repetitivos aplicaccedilatildeo de forccedila

levantamento e transporte de cargas posturas inadequadas e estresse

relacionado agraves condiccedilotildees psicosociais do local onde o trabalho acontece 36 40

Para a ocorrecircncia das LERDORTs natildeo existe causa uacutenica e

determinada pois satildeo vaacuterios os fatores existentes no trabalho que podem estar

relacionados agrave sua gecircnese como por exemplo a repetitividade de movimentos

manutenccedilatildeo de posturas inadequadas por tempo prolongado esforccedilo fiacutesico

invariabilidade de tarefas pressatildeo mecacircnica sobre determinadas partes do

corpo mais precisamente nos membros superiores trabalho estaacutetico frio

fatores organizacionais e psicossociais36

Neste sentido estas doenccedilas podem manifestar-se com diferentes

quadros cliacutenicos e distintos sinais e sintomas Algumas manifestaccedilotildees mais

comuns satildeo as tenossinovite tendinite epicondilite bursite siacutendrome do tuacutenel

do carpo Existem outras manifestaccedilotildees de LERDORT cujo fator

desencadeante eacute o estresse emocional que pode ser causado pelo trabalho ou

mesmo pelo afastamento do trabalho como a Siacutendrome aacutelgica miofascial que eacute

decorrente de uma praacutetica de atividades extenuantes ou como subproduto de

tensatildeo psicoloacutegica anguacutestia ou ansiedade39

A dor eacute um sintoma bastante relatado e se exacerba com o estresse

emocional39 e pode ser localizada irradiada ou generalizada acompanhada ou

natildeo de sensaccedilatildeo de desconforto fadiga sensaccedilatildeo de peso parestesia

48

sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo de forccedila edema enrijecimento articular choque falta

de firmeza nas matildeos sudorese excessiva e alodiacutenea As queixas geralmente

se apresentam em diferentes graus de severidade podendo ser caracterizadas

em relaccedilatildeo ao tempo de duraccedilatildeo localizaccedilatildeo intensidade entre outros

aspectos39

Inicialmente os sintomas se apresentam de forma insidiosa nos

momentos de picos de produccedilatildeo ou ao final da jornada de trabalho com o

decorrer do tempo se tornam mais frequentes inclusive no iniacutecio da jornada de

trabalho e em atividades extra laborativas do trabalhador Neste momento as

pessoas procuram assistecircncia em sauacutede devido agraves implicaccedilotildees no

desempenho de suas capacidades funcionais Eacute constante nestes casos o

tratamento baseado em anti-inflamatoacuterios e sessotildees de fisioterapia que podem

mascarar a gecircnese ergonocircmica do problema se natildeo forem detectados e

sanados sem debelar os fatores desencadeantes ocorreraacute a progressatildeo do

quadro cliacutenico com crises de dor intensa geralmente desencadeadas por

movimentos bruscos pequenos esforccedilos fiacutesicos alternacircncia de temperatura

insatisfaccedilatildeo e tensatildeo39 De um modo geral natildeo haacute uma preocupaccedilatildeo com o

banimento do fator desencadeante do estado moacuterbido

Faz-se necessaacuteria uma abordagem mais aprofundada com equipe

multidisciplinar e como em qualquer caso cliacutenico outros sintomas ou doenccedilas

devem ser investigados tendo em vista a possibilidade de terem influecircncia na

determinaccedilatildeo ou agravamento do caso Traumas diabetes mellitus artrite

reumatoide gravidez podem causar ou agravar sintomas do sistema

musculoesqueleacutetico e do sistema nervoso perifeacuterico18

Na anamnese ocupacional aleacutem de ser elaborada a histoacuteria cliacutenica eacute

imprescindiacutevel saber onde e como o trabalhador desenvolve seu trabalho

rotina de atividades duraccedilatildeo e jornada de trabalho existecircncia de pausa

execuccedilatildeo e frequecircncia de movimentos repetitivos sobrecarga estaacutetica forma

de pressatildeo das chefias mudanccedilas no ritmo insatisfaccedilatildeo ruiacutedo excessivo

mobiliaacuterio desconforto teacutermico enfim vaacuterios fatores predisponentes para o

surgimento das LERDORTs18

Natildeo existem evidecircncias na literatura acerca da relevacircncia das tarefas

domeacutesticas como uso de computador em casa ato de dirigir tricotar

49

carregamento de sacolas entre outras como desencadeantes de quadros de

LERDORT poreacutem existem estudos que associam a ocorrecircncia de doenccedilas

musculoesqueleacuteticas com a exposiccedilatildeo de fatores de risco no trabalho43

A insatisfaccedilatildeo com o trabalho a carga social da eacutepoca atual a tensatildeo

emocional e o estresse contribuem privilegiando para o surgimento da e ou

agravamento da LERDORT43

Atualmente o termo estresse tem sido amplamente utilizado natildeo

apenas em pesquisas cientiacuteficas mas tambeacutem pelos diferentes meios de

comunicaccedilatildeo e tem ocupado lugar de destaque pela sua importacircncia na vida

das pessoas principalmente quando estaacute associado a algum desconforto de

ordem fiacutesica eou emocional

A palavra estresse vem do inglecircs stress Na aacuterea da sauacutede passou a ser

utilizado no iniacutecio do seacuteculo XX sendo o primeiro pesquisador em estresse o

meacutedico austriacuteaco Hans Selye considerado o liacuteder nesta linha de pesquisa nas

deacutecadas de 20 e 30 Em sua primeira publicaccedilatildeo empregou a palavra estresse

como forma de caracterizar as reaccedilotildees do corpo sugerindo a designaccedilatildeo de

reaccedilatildeo de alarme agraves respostas iniciais do organismo frente a pressotildees

psicoloacutegicas 44

Em 1956 publicou o livro intitulado The stress of life onde explicava o

mecanismo bioquiacutemico do estresse44 Considerado o primeiro pesquisador que

demonstrou as etapas do estresse bioloacutegico Selye exprime um significado para

o estresse como esforccedilo de adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentar situaccedilotildees

que considera ameaccediladora a sua vida e ao seu equiliacutebrio Descreveu a

Siacutendrome Geral de Adaptaccedilatildeo (SGA) ou do estresse bioloacutegico como um

conjunto de sintomas que o indiviacuteduo apresenta quando eacute submetido a

situaccedilotildees que exijam uma importante adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentaacute-

las podendo ocorrer atraveacutes de estiacutemulos internos ou psicoemocionais e

estiacutemulos externos ou do meio socioeconocircmico inclusive o trabalho O

estresse eacute um processo de adaptaccedilatildeo normal do indiviacuteduo entretanto quando

a resposta eacute patoloacutegica registra-se uma disfunccedilatildeo que leva aos distuacuterbios

transitoacuterios ou doenccedilas graves ou ainda ao agravamento daquelas jaacute

existentes 44 45

50

Estudos demonstram que o estresse possui trecircs fases uma inicial que eacute

a chamada de reaccedilatildeo de alarme a segunda da resistecircncia e a terceira da

exaustatildeo Todas as fases satildeo comandadas pelo sistema nervoso autocircnomo

via sistema liacutembico e pelo sistema nervoso central via hipotaacutelamo46 47

A fase de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

agente estressor e ocorre quando o organismo se prepara para as reaccedilotildees de

luta ou fuga ou seja no momento em que o estressor eacute percebido pela pessoa

Nesta fase tanto pode ocorrer a eliminaccedilatildeo do estressor quanto a adaptaccedilatildeo

do organismo a ele A reaccedilatildeo de alarme representa para o indiviacuteduo um

desgaste e consequentemente uma alteraccedilatildeo da capacidade de manter

constacircncia no bem-estar e equiliacutebrio do organismo Os principais sintomas que

caracterizam a reaccedilatildeo de alarme satildeo a taquicardia sudorese cefaleia

alteraccedilotildees da pressatildeo arterial irritabilidade fadiga tensatildeo muscular sensaccedilatildeo

de esgotamento e alteraccedilotildees gastrointestinais46 47

A segunda fase eacute a de resistecircncia nessa fase o estresse continua

presente por periacuteodos prolongados ou a sua dimensatildeo eacute demasiadamente

grande e eacute aiacute que predomina o desgaste porque a pessoa tenta

instintivamente se adaptar ao que estaacute passando atraveacutes de reservas de

energia adaptativa que possui As repercussotildees mais evidentes estatildeo nos

sistema fisioloacutegico psicoloacutegico e social que fazem com que o indiviacuteduo se

mantenha em estado de alerta Pela resistecircncia ao estressor torna-se difiacutecil o

retorno da homeostase Alguns dos sintomas que caracterizam a fase de

resistecircncia satildeo ansiedade o nervosismo o medo a impotecircncia sexual a falta

ou excesso de apetite e o isolamento social44 47

A terceira fase eacute a exaustatildeo onde o organismo chega a seu limite ao

esgotamento e estaacute associada a uma seacuterie de doenccedilas Ocorre quando haacute

continuidade do agente estressor e natildeo acontece mais a adaptaccedilatildeo do

organismo Nesta fase apresentam-se sinais de deterioraccedilatildeo haacute uma queda na

imunidade e eacute quando surgem doenccedilas tais como as cardiacuteacas respiratoacuterias

gastrointestinais musculoesqueleacuteticas depressatildeo desequiliacutebrio total do

indiviacuteduo podendo culminar com a sua morte Estas fases natildeo ocorrem de

forma delimitada visto que a simultaneidade e a rapidez evolutiva satildeo suas

caracteriacutesticas 4446 47

51

Em 1975 Selye publicou outro livro denominado rdquoStress without

distressldquo no qual reconhece a importacircncia da intervenccedilatildeo psicoloacutegica e da

atividade fiacutesica no mecanismo de regulaccedilatildeo orgacircnica diante da multiplicidade

de fatores a que o organismo estaacute exposto o autor introduziu na literatura os

termos eustress e distress para estabelecer a diferenccedila entre o estresse bom

ou beneacutefico (eustress) e o ruim que causa reaccedilotildees adversas fiacutesicas e

emocionais (distress) 44 47

O eustress tem efeito positivo e pode demonstrar quando se estaacute em

alerta a concentraccedilatildeo eacute melhor os reflexos satildeo mais raacutepidos pensa-se com

mais fluidez e dependendo das condiccedilotildees do ambiente pode-se ser mais

criativo e produtivo O distress tem efeito negativo e processa-se quando se

reage por um tempo prolongado ao agente estressor sentindo quando

esgotado a capacidade de atenccedilatildeo e a concentraccedilatildeo diminuiacutedas havendo um

esforccedilo maior para manter a produtividade Se o agente estressor continuar

agindo e a situaccedilatildeo natildeo for resolvida o corpo ainda que cansado continua

reagindo e consumindo energia ocasionando as doenccedilas 47

Acredita-se que nos seres humanos o grande determinante do

potencial nocivo do estresse eacute um estado interior de insatisfaccedilatildeo consigo

mesmo e com a vida O estresse pode provocar uma reaccedilatildeo nos denominados

oacutergatildeos de choque como os intestinos o estocircmago sistema muscular sistema

arterial e o cardiacuteaco Com a repeticcedilatildeo das situaccedilotildees estressantes ao longo da

vida a pessoa poderaacute apresentar gastrites uacutelceras mau funcionamento do

intestino tensotildees musculares hipertensatildeo arterial e infarto do miocaacuterdio48

A preocupaccedilatildeo em estabelecer a articulaccedilatildeo entre estresse e trabalho

data da Revoluccedilatildeo Industrial e o foco concentrava-se na atribuiccedilatildeo de causas

de doenccedilas agrave exposiccedilatildeo do organismo aos agentes fiacutesicos quiacutemicos ou

bioloacutegicos O sofrimento dos trabalhadores pode ser expresso atraveacutes da

insatisfaccedilatildeo e da ansiedade e pode estar vinculado agraves condiccedilotildees de trabalho

ambiente fiacutesico risco quiacutemico e bioloacutegico condiccedilotildees de higiene e de

seguranccedila organizaccedilatildeo divisatildeo do trabalho e das tarefas relaccedilotildees de poder

as questotildees de responsabilidade habilidade para cuidar de pacientes graves e

o relacionamento entre pessoas49 Tais condiccedilotildees satildeo encontradas de um

modo geral no ambiente hospitalar

52

Atualmente o termo estresse vem sendo empregado como sinocircnimo de

cansaccedilo dificuldade frustraccedilatildeo ansiedade desamparo desmotivaccedilatildeo

Tornou-se o responsaacutevel pela maioria dos males que nos afligem

principalmente aos infortuacutenios relacionados ao estilo de vida urbana atual Com

a disseminaccedilatildeo progressiva do conceito de estresse no discurso popular o

termo passou a ser utilizado como uma accedilatildeo resultante de uma forccedila invisiacutevel e

difusa que agiria como intermediaacuteria entre o indiviacuteduo e o meio ambiente em

que vive e trabalha 150

A enfermagem eacute uma profissatildeo estressante devido agrave sobrecarga de

trabalho necessidade de contato intenso e fisicamente proacuteximo ao paciente

conflitos inerentes ao processo de trabalho sofrimento humano proximidade

com a morteperda e conflitos interpessoais Cabe ao profissional de

enfermagem cuidar de indiviacuteduos adoecidos e promover o seu bem-estar geral

O Health Education Authority classifica a enfermagem como a quarta

profissatildeo mais estressante que tenta afirmar-se profissionalmente de forma a

alcanccedilar maior reconhecimento social 1 50

Neste contexto o envolvimento acaba sendo muito intenso a ponto de

os profissionais natildeo identificarem suas proacuteprias vulnerabilidades ou quando o

fazem deixam-nas de lado tornando-se com isso mais expostos aos efeitos

negativos do estresse 51 52

A aparente aura de tranquilidade dos hospitais oculta uma realidade

onde a tensatildeo estaacute sempre presente onde se exigem concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

continuadamente Esse tipo requerido o trabalhador atento gera uma

sobrecarga mental agravada com a tarefa de zelar pela vida do outro

As LERDORTs guardam estreita relaccedilatildeo com estresse e aparece

devido a uma restriccedilatildeo da micro circulaccedilatildeo nos muacutesculos e tendotildees tensos

que pode evoluir para uma vascularizaccedilatildeo precaacuteria fato que tem por

implicaccedilatildeo a reduccedilatildeo da chegada de nutrientes aos muacutesculos e tendotildees

induzindo agrave fadiga muscular crocircnica e ao surgimento de dor

53

231 LERDORT E ABSENTEIacuteSMO NO TRABALHO

O absenteiacutesmo tem-se tornado problema crucial tanto para as

organizaccedilotildees como para os administradores Suas causas estatildeo ligadas a

muacuteltiplos fatores tornando-o complexo e de difiacutecil gerenciamento Absenteiacutesmo

laboral eacute o termo utilizado na literatura para genericamente indicar o natildeo

comparecimento inesperado ao trabalho quando se espera que o trabalhador

esteja presente em especial aquele de caraacuteter repetitivo Para Miguez e

Bomami (1988)53 aleacutem da ausecircncia fiacutesica o termo absenteiacutesmo contempla um

conjunto de comportamentos de ausecircncia Isto porque o trabalhador pode estar

presente no posto de trabalho mas improdutivo ou ainda que presente natildeo

estar em seu posto de trabalho

Tambeacutem Midorikawa (2000)54 aponta esses dois tipos de absenteiacutesmo

aquele decorrente da falta ao trabalho e aquele em que o trabalhador se

encontra apenas de corpo presente com algum problema de sauacutede que

repercute no seu desempenho e produtividade Pela oacuteptica administrativa o

comparecimento ao trabalho eacute condiccedilatildeo imprescindiacutevel para a eficaacutecia de uma

organizaccedilatildeo

As faltas imprevistas fazem com que as empresas se ressintam da

carecircncia de matildeo-de-obra suficiente para manter a produccedilatildeo ou o serviccedilo e

muitas vezes se veem obrigadas a contornar a situaccedilatildeo substituindo o

ausente por outro funcionaacuterio natildeo necessariamente preparado para

desempenhar aquela funccedilatildeo resultando no decreacutescimo da produtividade na

queda de qualidade aleacutem de exercer um efeito negativo sobre os demais

trabalhadores por gerar sobrecarga de trabalho55 Tal comportamento

sobrecarrega o funcionaacuterio e as chances de erros e adoecimento aumentam

Para Graccedila (2000)56 pior para a produtividade que o absenteiacutesmo eacute o

presentismo Pessoas que embora estejam no trabalho tecircm problemas de

sauacutede ou outros problemas que natildeo lhes permitem ser completamente

funcionais

54

O presentismo eacute um conceito utilizado para explicar o fato das pessoas

estarem presentes no local de trabalho mas devido a problemas de ordem

fiacutesica ou psicoloacutegica natildeo conseguirem cumprir na totalidade as suas funccedilotildees57

Satildeo vaacuterias as profissotildees abrangidas pelo presentismo sendo que as

taxas mais elevadas parecem residir em setores relacionados com a sauacutede e

educaccedilatildeo 57

Entre as principais causas geradoras do presentismo estatildeo os

problemas psicoloacutegicos as doenccedilas musculoesqueleacuteticas e a utilizaccedilatildeo de

faacutermacos como anti-histamiacutenicos e benzodiazepiacutenicos que tem impacto na

produtividade laboral tanto em termos quantitativos de trabalho quando a

produccedilatildeo natildeo corresponde agravequilo que eacute esperado como tambeacutem em termos de

qualidade do trabalho produzido refletindo-se essencialmente em erros e

omissotildees nos procedimentos A quebra da produtividade traduz-se assim na

incapacidade de desempenhar as tarefas de rotina podendo resultar em

elevadas taxas de abandono por doenccedila 57

Na enfermagem esse fenocircmeno vem preocupando os gerentes uma

vez que faltas frequentes ao trabalho repercutem no quantitativo de recursos

humanos refletindo na qualidade da assistecircncia prestada agrave clientela Aleacutem

disso o absenteiacutesmo constitui-se em variaacutevel relevante quando se trata de

dimensionar quadro de pessoal para os serviccedilos As razotildees que acarretam o

absenteiacutesmo em larga escala satildeo as longas jornadas de trabalho as condiccedilotildees

de insalubridade do ambiente de trabalho a baixa remuneraccedilatildeo o duplo

emprego e a tensatildeo emocional e doenccedilas ocupacionais58

O estado fisioloacutegico e psicoloacutegico dos trabalhadores eacute importante em

termos de responsabilidade social59 e o absenteiacutesmo laboral decorrente de

problemas de sauacutede acarretam consequecircncias econocircmicas e sociais pois aleacutem

do ocircnus econocircmico-administrativo direto absorvido pela empresa e pelo

empregado incrementa os gastos ao Sistema de Previdenciaacuterio Social que

responde pelo pagamento dos benefiacutecios pela incapacidade temporaacuteria por

doenccedila ou acidente de trabalho

55

232 LERDORT E AS POLIacuteTICAS TRABALHISTAS

A enfermagem eacute uma das profissotildees da aacuterea da sauacutede cuja essecircncia e

especificidade eacute o cuidado ao ser humano desenvolvendo atividades de

prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede

atuando em equipes60

Portanto a enfermagem eacute considerada responsaacutevel pelo cuidado pelo

conforto acolhimento e bem-estar dos pacientes seja prestando o cuidado

seja coordenando outros setores para a prestaccedilatildeo da assistecircncia e

promovendo a autonomia dos pacientes atraveacutes da educaccedilatildeo em sauacutede61

Cuidar do Ser Humano procurando encontrar caminhos e

desenvolvendo potenciais para que este Ser Humano desempenhe seus

papeacuteis eou possa abdicar deles entregando-se por livre escolha ou por forccedila

das circunstacircncias ao controle de outrem temporaacuteria ou definitivamente com

dignidade e respeito levando-o a sentir-se estimado e respeitado durante todo

o processo de viver tudo isto eacute papel da enfermagem 62

Ideologicamente a definiccedilatildeo posta acima deixa transparecer relaccedilatildeo

direta da enfermagem com bem estar mas por outro lado a reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas trabalhistas visa diminuir cada vez mais o nuacutemero de trabalhadores

economicamente ativos e achata a remuneraccedilatildeo daqueles que continuam

inseridos no mercado formal de trabalho63 tal preceito finda por conduzir a um

intenso processo de flexibilizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho marcado pelo

aumento das horas extras de trabalho e rendimento salarial modesto criando

assim uma sociedade global de risco64 Essa relaccedilatildeo por um lado trouxe

conquistas para a vida humana48 moderna mas tem produzido por outro lado

desafios para a aacuterea da sauacutede do trabalhador Dentre tais desafios encontram-

se as alcunhadas LERDORTs65

As LERDORTs tiveram um faacutetuo incremento nos uacuteltimos quinze anos e

satildeo consideradas como uma epidemia3566 No Brasil esse incremento comeccedilou

no iniacutecio da deacutecada de 80 no setor de processamento de dados mas

presentemente eacute possiacutevel encontrar casos em quase todos os ramos de

atividade67 e tem estreita relaccedilatildeo com as poliacuteticas trabalhistas

56

A conjuntura poliacutetica o achatamento salarial estreitamento do mercado

de trabalho e o desemprego satildeo fatores agravantes aos profissionais de

enfermagem e obriga esses profissionais a atuarem em mais de um local de

trabalho exercendo uma carga horaacuteria mensal extremamente longa 68

Tal fato parece ser agravado quando se pensa no profissional de

enfermagem de niacutevel meacutedio o mercado de trabalho se mostra cruel no que

tange agraves remuneraccedilotildees oferecendo em meacutedia dois salaacuterios miacutenimos pela

jornada de trabalho de quarenta horas semanais para esses profissionais68

O problema vem se agravando paulatinamente pelo desconhecimento

acerca do processo de adoecimento e pela ausecircncia de intervenccedilotildees

ergonocircmicas na condiccedilatildeo de trabalho69 e nesse sentido satildeo essenciais

esforccedilos para a compreensatildeo do homem na ambiecircncia laboral bem como de

programa educativo para prevenccedilatildeo de doenccedilas ocupacionais pois aquilatam

atitudes que valorizam a cultura da sauacutede ocupacional

De um modo geral quando se fala em sauacutede prevenccedilatildeo eacute ponto

meritoacuterio de destaque sobretudo pela questatildeo faacutermaco-econocircmica Quando se

trata especificamente da sauacutede ocupacional prevenccedilatildeo eacute apresentada como

fator primordial 35 70 71 72 73 e 74

24 A EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE NA LERDORT

Os projetos educativos em sauacutede satildeo majoritariamente propostos com

a perspectiva de transmissatildeo de um conhecimento onde o profissional da

sauacutede que sabe ensina para a populaccedilatildeo leiga

A forma de se educar em sauacutede descrita acima com certa ironia pode

ser melhor compreendida se considerarmos que as praacuteticas sanitaacuterias que

ganharam supremacia ao longo do seacuteculo XX fundamentaram-se na

hegemonia do binocircmio sauacutede-doenccedila como questotildees antagocircnicas esse

caminho incutiu padrotildees culturais sanitaacuterios inadequados constituindo o que

vem sendo nomeado contemporaneamente como comportamentos de

risco75 e assim parece evidente que as mudanccedilas comportamentais esperadas

57

com esse tipo de praacutetica constituem um produto raro das propostas educativas

implantados sem a efetiva participaccedilatildeo dos sujeitos 76 77

Os princiacutepios preventivos de LERDORT na realidade satildeo

reestruturaccedilotildees do processo de produccedilatildeo de conhecimento e devem resultar

na melhoria da qualidade de vida no trabalho78 79

Por outro lado atuaccedilotildees preventivas podem tornar-se meros rituais80

uma vez que se transformam numa seacuterie de protocolos e procedimentos que

seratildeo incorporados por funcionaacuterios sem uma efetiva participaccedilatildeo dos

mesmos no processo de construccedilatildeo das medidas preventivas

Os programas preventivos para prevenccedilatildeo das LERDORTs via de

regra satildeo embasados pela praacutetica da ginaacutestica laboral no entanto tal praacutetica

merece ser melhor estudada e compreendida pois natildeo apresentam soluccedilotildees

definitivas na reduccedilatildeo do surgimento das doenccedilas ocupacionais 81 82 83 84 85 86

Assim atitudes preventivas quando natildeo idealizadas em parceria com os

grupos a que seratildeo aplicadas e de acordo com suas reais necessidades e

praacutexis podem natildeo surtir efeitos desejados pois seratildeo na verdade conjunto de

regras e leis a serem adotadas nesse sentido a praacutetica prevencionista passa a

ser simples aplicaccedilatildeo de leis e normas que satildeo incorporadas agrave legislaccedilatildeo e

tornam-se obrigatoacuterios na praacutetica da seguranccedila do trabalho87 e portanto devem

ser memorizadas e cumpridas

Educaccedilatildeo em sauacutede constitui um conjunto de saberes e praacuteticas

orientadas para a prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede87 Dessa forma

rompe-se com a verticalidade da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio88

O usuaacuterio eacute reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o

processo sauacutede-doenccedila-cuidado capaz de estabelecer uma interlocuccedilatildeo

dialoacutegica com o serviccedilo de sauacutede e de desenvolver uma anaacutelise criacutetica sobre a

realidade e o aperfeiccediloamento das estrateacutegias de luta e enfrentamento 88

A estrateacutegia valorizada por este modelo eacute a comunicaccedilatildeo dialoacutegica que

visa agrave construccedilatildeo de um saber sobre o processo sauacutede-doenccedila-cuidado que

capacite os indiviacuteduos a decidirem quais as estrateacutegias mais apropriadas para

promover manter e recuperar sua sauacutede88

58

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) define sauacutede como natildeo apenas

ausecircncia de doenccedila mas tambeacutem enquanto uma situaccedilatildeo de perfeito bem-

estar fiacutesico mental e social Atualmente entende-se que essa definiccedilatildeo ainda

que avanccedilada para a eacutepoca em que foi elaborada atualmente eacute irreal e

ultrapassada Eacute possiacutevel afirmar que se trata de um conceito irreal pois referir-

se ao perfeito bem-estar caracteriza uma utopia jaacute que se acredita na

impossibilidade de atingir a perfeiccedilatildeo fiacutesica mental e social simultaneamente89

Seria pertinente ponderar que o conceito de sauacutede natildeo pode ser ideado

como um conceito unicausal mas sim transdisciplinar Sabe-se que definir

sauacutede implica uma experiecircncia subjetiva individual vivenciada pelo sujeito e

que natildeo pode ser totalmente apreendida pelo saber fazer cientiacutefico90 91 pois os

problemas de sauacutede natildeo se referem apenas ao monitoramento de doenccedilas

mas principalmente na anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo

abrangendo o aspecto econocircmico social e ambiental O planejamento a

programaccedilatildeo e a execuccedilatildeo de accedilotildees a serem implementadas para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede devem objetivar a eliminaccedilatildeo dos

riscos e danos e fundamentalmente os causadores destes

Por outro lado o conceito de educar eacute compreendido pela inserccedilatildeo do

homem na realidade e o processo deve partir sempre de experiecircncias do

homem com a realidade na qual estaacute inserido da sua vivecircncia pessoal com a

sua realidade a educaccedilatildeo deve cumprir tambeacutem a funccedilatildeo de analisar e refletir

a realidade posta no sentido de apropriar-se dela e transforma-la92

Ao se aglutinar esses pressupostos supra mencionados cria-se a

possibilidade real de se pensar em educaccedilatildeo em sauacutede que eacute entendida como

uma atividade planejada e tem como objetivo estimular e criar condiccedilotildees para

que mudanccedilas de comportamento sejam produzidas no zelo com a sauacutede93 94

estando assim totalmente desvinculada agrave mera obediecircncia aos cuidados

preventivos importantes e necessaacuterios idealizados para a promoccedilatildeo em sauacutede

A educaccedilatildeo em sauacutede pressupotildee uma combinaccedilatildeo de oportunidades

que favoreccedilam a manutenccedilatildeo da sauacutede e sua promoccedilatildeo natildeo se trata de uma

mera transmissatildeo de conteuacutedos mas sim como a adoccedilatildeo de praacuteticas

educacionais que busquem a autonomia dos sujeitos na conduccedilatildeo de sua

vida95

59

No intento de apreender essa perspectiva eacute importante grifar os modelos

sobre a educaccedilatildeo em sauacutede a saber O modelo tradicional e o modelo

radical96

De acordo com o modelo tradicional que eacute chamado tambeacutem de modelo

preventivista adota os pressupostos da sauacutede puacuteblica tradicional tal modelo

evidencia a prevenccedilatildeo de agravos centrando-se na mudanccedila individual96

Intenciona-se com este modelo a mudanccedila de comportamento individual

e segue a loacutegica da pedagogia de ensino bancaacuterio no qual o ldquoprofessorrdquo deteacutem

todo o conhecimento que seraacute ldquodepositadordquo nos educandos que satildeo sujeitos

passivos do processo Leva em consideraccedilatildeo que o sujeito eacute receptor de

conteuacutedo e que nada ou pouco sabe sobre o assunto em questatildeo Tal modelo

dificulta e inibe o despertar da consciecircncia criacutetica em relaccedilatildeo ao autocuidado

com a sauacutede96

Por outro lado o modelo radical de educaccedilatildeo em sauacutede surge no

tentame de compreender a complexidade da vida e da sauacutede surge na ideia do

construtivismo e tem como objetivo principal a promoccedilatildeo da sauacutede

considerando o saber do outro sobre os aspectos da realidade pessoal e

coletiva

Os pressupostos do modelo radical fundamentam-se nas ideias de Paulo

Freire e eacute um modelo educativo onde as pessoas satildeo estimuladas a

desenvolver uma consciecircncia criacutetica pelo processo de anaacutelise coletiva de

problemas na busca de soluccedilotildees e estrateacutegias conjuntas para a mudanccedila da

realidade Essa pedagogia evidencia a formaccedilatildeo de um indiviacuteduo mais criacutetico e

questionador 97

Considerando-se a educaccedilatildeo em sauacutede na ambiecircncia laboral parece

precioso ressaltar que as questotildees pertinentes sobre sauacutede-trabalho passaram

por vaacuterias modificaccedilotildees ao longo da histoacuteria

No que tange a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede para o trabalho as

primeiras preocupaccedilotildees foram com a seguranccedila do trabalhador os esforccedilos

eram voltados no intento de afastamento dos riscos acidentaacuterios mais

tardiamente preocupou-se tambeacutem com a medicina do trabalho que era

voltada para a cura de doenccedilas oriundas nessa ambiecircncia em seguida

60

alargou-se o olhar para a questatildeo higiene industrial visando a prevenir as

doenccedilas e garantir sauacutede ocupacional mais tarde o questionamento passou

para a sauacutede do trabalhador que caminha em direccedilatildeo ao bem-estar fiacutesico

mental e social dos trabalhadores que tem vida dentro e fora do loacutecus laboral98

Neste contexto eacute impossiacutevel isolar o homem-trabalhador do homem-

social como se o trabalhador pudesse deixar no portatildeo de entrada da empresa

toda a sua histoacuteria pessoal ou se na saiacuteda retirasse do corpo fiacutesico e mental

toda carga e significado conferido pelo trabalho98 e parece ser nessa loacutegica que

a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede no ambiente de trabalho assume relevacircncia eacute

neste ambiente que o indiviacuteduo passa grande parte do seu dia e seria salubre

que neste mesmo espaccedilo o indiviacuteduo pudesse vivenciar uma reflexatildeo a

respeito da sua proacutepria sauacutede como partiacutecipe do processo de mudanccedila da

realidade

A Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute de suma importacircncia quando se pretende

vincular novas posturas e tomadas de atitudes frente ao cuidado com a

promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo da doenccedila99 Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute

compreender os problemas que acometem determinada comunidade e fazer

que a populaccedilatildeo tenha consciecircncia desses problemas e busquem soluccedilotildees100

para tal a educaccedilatildeo deve estar pautada no diaacutelogo bem como na troca de

experiecircncias e deve haver uma ligaccedilatildeo entre o saber cientiacutefico e o sensu

comum

Programas de Educaccedilatildeo em Sauacutede satildeo importantes pois

contextualizam e despertam nas pessoas o saber e a atitude participativa nas

accedilotildees educativas obtendo assim melhorias nas suas condiccedilotildees de sauacutede 101

induz a mudanccedilas de crenccedilas atitudes e comportamentos em relaccedilatildeo ao

autocuidado e ao cuidado com os outros

Tal abordagem parece ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da

LERDORT em teacutecnicos de enfermagem pois dentre as profissotildees da aacuterea da

sauacutede essa eacute a que mais eacute acometida por esses distuacuterbios tem sido afetada

por distuacuterbios musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 80 de

ocorrecircncia102103 104

61

Esses distuacuterbios favorecem a diminuiccedilatildeo da capacidade laborativa uma

vez que estaacute ligada a diminuiccedilatildeo seguranccedila no trabalho105 106 e atitudes de

Educaccedilatildeo em Sauacutede podem suavizar a inseguranccedila e diminuir sintomas fiacutesicos

de forma a proporcionar um incremento da capacidade funcional fato que pode

contribuir para a melhoria da qualidade de vida outrora afetada na ambiecircncia

de trabalho

Algumas dificuldades de compreensatildeo acerca dos riscos ocupacionais

como tambeacutem a dificuldade de aceitaccedilatildeo em cumprir certas medidas de

seguranccedila permanecem marcantes ainda hoje nos trabalhadores de

enfermagem possivelmente devido agrave falta de formaccedilatildeo e conhecimentos sobre

tais riscos bem como uma questatildeo ideoloacutegica do quatildeo eacute importante cuidar do

outro com o maacuteximo de competecircncia e dedicaccedilatildeo procurar salvar-lhe a vida

minimizar-lhe as dores ouvir suas queixas confortaacute-lo natildeo sendo dada muita

importacircncia ao aumento da carga horaacuteria laboral ao cansaccedilo agraves condiccedilotildees

inapropriadas para se trabalhar a falta de horaacuterio para alimentaccedilatildeo

sonorepouso lazer entre outros problemas107

Em estudo96 realizado para verificar o niacutevel de conhecimento dos

trabalhadores de sauacutede hospitalar no desenvolvimento de suas atividades

constatou-se que eles conhecem os riscos de forma geneacuterica e que esse

conhecimento natildeo se transforma numa accedilatildeo segura de prevenccedilatildeo de acidentes

e doenccedilas ocupacionais apontando para a necessidade de uma accedilatildeo que

venha modificar essa situaccedilatildeo27

Em funccedilatildeo dessa conclusatildeo percebe-se que a questatildeo da Educaccedilatildeo em

Sauacutede e sua representaccedilatildeo no ambiente de trabalho satildeo fatores que podem

propiciar ao trabalhador condiccedilotildees significativas de vivenciar e compreender

diversas experiecircncias de controle de risco dentro e fora do ambiente de

trabalho97 De tal modo que torna-se imprescindiacutevel a experimentaccedilatildeo de

praacuteticas de Educaccedilatildeo em Sauacutede para todos os trabalhadores envolvidos com o

setor sauacutede108

A educaccedilatildeo no ambiente de trabalho serve de suporte para que os

trabalhadores possam desempenhar suas funccedilotildees com mais seguranccedila e

qualidade constituindo-se uma exigecircncia de todos os serviccedilos de assistecircncia agrave

sauacutede109

62

Os trabalhadores tecircm direito de saber quais os perigos e riscos

potenciais de suas tarefas e locais de trabalho eacute importante que os

trabalhadores se empoderem de saberes que visem o melhoramento das

condiccedilotildees de trabalho pelas suas proacuteprias accedilotildees devendo para isso receber

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para enfrentar efetivamente seus problemas

de sauacutede ocupacional109

Mesmo que os autores nos artigos anteriormente referidos tenham feito

alusotildees geneacutericas referentes agrave importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede

Ocupacional de forma mais ampla seus apontamentos auxiliam na

compreensatildeo da importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada tambeacutem ao

teacutecnico de enfermagem entendendo que praacuteticas educativas em sauacutede

contribuem na compreensatildeo do quatildeo profiacutecuo eacute uma boa condiccedilatildeo de sauacutede

para o bom desempenho laboral

Muitas vezes na praacutetica a Educaccedilatildeo em Sauacutede tem sido considerada

apenas como divulgaccedilatildeo transmissatildeo de conhecimentos e informaccedilotildees de

forma fragmentada e muitas vezes distante da realidade de vida do puacuteblico

alvo poreacutem o fulcro do problema que ainda permanece estaacute no caraacuteter

abstrato da concepccedilatildeo da relaccedilatildeo unidirecional como se ela fosse uma relaccedilatildeo

entre dois aquele que ensina e aquele que aprende abstraiacuteda do contexto

soacutecio institucional

Tal afirmaccedilatildeo pode ser constatada ao se analisar o trabalho100 proposto

por J Hartvigsen S Lauritzen S Lings T Lauritzen que tinha como objetivo

avaliar a eficaacutecia de uma intervenccedilatildeo ergonocircmica educacional intensiva no

sentido de reduzir dores lombares entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

que trabalham no cuidados de pacientes com AIDS no ambiente domiciliar Os

participantes foram acompanhados semanalmente por um profissional

especialmente treinado que instruiacutea os participantes da pesquisa quanto agrave

transferecircncia do paciente e teacutecnicas de levantamento de peso Os participantes

assistiram a aulas com a temaacutetica dor lombar de trecircs horas Os dados foram

coletados por meio do questionaacuterio Noacuterdico chegando-se ao resultado de que

natildeo houve melhora na percepccedilatildeo da sintomatologia dolorosa relacionada agrave dor

lombar no grupo pesquisado110

63

Em oposiccedilatildeo agrave metodologia proposta no paraacutegrafo acima acreditamos

que a accedilatildeo de quem se compromete em trabalhar com Educaccedilatildeo em Sauacutede na

sauacutede ocupacional deve ser aberta para construir novos conhecimentos

compreender o processo de ensinar e apreender como fluxo de via de matildeo

dupla juntamente com os pares

Em outros estudos autores concluem que a construccedilatildeo participativa eacute o

melhor vieacutes para se fazer educaccedilatildeo em sauacutede Estudiosos inferem que

seminaacuterios realizados com enfermeiras auxiliam na identificaccedilatildeo de fatores de

riscos ergonocircmicos e fornecem ganho de habilidades na resoluccedilatildeo de

problemas relacionados a esses riscos Os resultados da pesquisa indicaram

moderada a alta confianccedila na realizaccedilatildeo das avaliaccedilotildees ergonocircmicas por parte

das enfermeiras que participaram dos seminaacuterios indicando que o experimento

participativo gerou um niacutevel moderado a elevado de confianccedila na prevenccedilatildeo ao

surgimento das LERDORTs111 112

Na tentativa de reduzir sintomas relacionados ao trabalho na regiatildeo

cervical e membros superiores em enfermeiros um serviccedilo de sauacutede

ocupacional Holandecircs desenvolveu de forma participativa um programa de

prevenccedilatildeo que objetivava a exposiccedilatildeo aos enfermeiros de fatores de risco na

ambiecircncia laboral O estudo randomizado teve duraccedilatildeo de 12 meses e para tal

os participantes foram aleatoriamente divididos em grupo de intervenccedilatildeo e

grupo controle o desfecho do estudo mostrou que ocorreu uma significativa

mudanccedila positiva entre educaccedilatildeo participativa e diminuiccedilatildeo de adoccedilatildeo de

posturas e movimentaccedilatildeo adversas112

Em outro trabalho chega-se a conclusatildeo que os transtornos traumaacuteticos

cumulativos representam mais da metade de todos os acidentes de trabalho

notificados nos Estados Unidos e que a falta de uma definiccedilatildeo clara sobre

esses traumas eacute causa de confusatildeo entre trabalhadores nesse sentido os

autores propuseram o desenvolvimento coletivo de um cartaz educativo sobre

traumas cumulativos que tinha como intento descrever a prevenccedilatildeo cuidados e

reabilitaccedilatildeo Apoacutes a confecccedilatildeo do cartaz foi realizado avaliaccedilatildeo dos servidores

por meio de entrevista e os autores concluiacuteram que a maioria dos participantes

acreditou que o cartaz foi uacutetil ou muito uacutetil e que promovia real mudanccedila de

comportamento na tomada de medidas reducionais para os fatores de risco113

64

Por fim a educaccedilatildeo continuada de teacutecnicos de enfermagem envolvendo

temas relacionados agrave sauacutede ocupacional deve ser reconhecida como

estrateacutegia que pode contribuir para a consolidaccedilatildeo de uma boa qualidade de

vida no trabalho Embasado neste princiacutepio as praacuteticas educativas em sauacutede

na ambiecircncia hospitalar podem e devem ser diversificadas poreacutem coadunadas

com a realidade dos sujeitos que vivencia o saber fazer da tarefa

65

OBJETIVOS

66

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar os resultados de um Programa Educativo em Sauacutede idealizado a

partir da realidade do trabalho de teacutecnicos de enfermagem nos aspectos

percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem quanto ao processo de surgimento das

LERDORTs qualidade de vida e percepccedilatildeo dolorosa

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Apreender a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre o processo

de adoecimento relacionado com a LERDORT

Elaborar a partir dos dados obtidos uma proposta de Educaccedilatildeo em

Sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do teacutecnico de

enfermagem

Analisar a qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor

estado geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental

antes e apoacutes vivecircncia de uma proposta educativa

Avaliar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo aos

sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho antes e apoacutes o

desdobramento desta proposta

67

METODOLOGIA

68

4 METODOLOGIA

41 FUNDAMENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-

descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e

quantitativas104 A dicotomia entre abordagem qualitativa e quantitativa que se

estabelece na praacutetica de um lado deixa agrave margem relevacircncias e dados que

natildeo podem estar contidos em nuacutemeros e de outro lado agraves vezes contempla

apenas os significados subjetivos e omite a realidade114

A escolha do desenho metodoloacutegico se deu por entender que os

meacutetodos qualitativos e quantitativos natildeo guardam relaccedilotildees de oposiccedilatildeo entre

si115 e que a triangulaccedilatildeo torna a investigaccedilatildeo mais forte116 e se ajusta agraves

perguntas do presente desse estudo

Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento

correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos

especiacuteficos 1 e 2 ou seja conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo para elaborar

um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo

de suas praacuteticas

O segundo momento da pesquisa correspondeu ao caminho

metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos especiacuteficos 3 e 4 ou seja

avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado

especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida

como a percepccedilatildeo aacutelgica

Para a primeira etapa da pesquisa privilegiou-se abordagem qualitativa

Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se compreender o fenocircmeno

LERDORT na perspectiva de teacutecnicos de enfermagem Esta abordagem

apresentou-se como importante estrateacutegia pois permitiu compreender e

conhecer significados e praacuteticas individuais e coletivas dos sujeitos

69

pesquisados o que possibilitou ao pesquisador conhecer sentimentos e

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo ao objeto de estudo fato

que muito contribuiu na construccedilatildeo coletiva do manual educativo

Para a segunda etapa da pesquisa privilegiou-se a abordagem

quantitativa Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se alcanccedilar o

entendimento de singularidades pertinentes na avaliaccedilatildeo do Programa

Educativo como qualidade de vida e percepccedilatildeo aacutelgica

42 O CONTEXTO DA PESQUISA

O loacutecus do estudo foi o Hospital Escola Dr Heacutelvio de Farias Auto uacutenico

hospital do Estado de Alagoas especializado no cuidado de portadores de

doenccedilas infectocontagiosas

A unidade foi inaugurada no fim do seacuteculo XIX com o propoacutesito de isolar

pacientes portadores de hanseniacutease peste coacutelera malaacuteria entre outras vindos

de todo o Estado de Alagoas Apoacutes uma reforma estrutural na deacutecada de 40

no Governo Silvestre Peacutericles de Goacutees Monteiro passou a ser

denominado ldquoHospital Constanccedila de Goacutees Monteirordquo e ampliou o atendimento

para traumas Na deacutecada de 80 o Hospital mudou novamente de denominaccedilatildeo

e passou a chamar-se ldquoHospital de Doenccedilas Tropicais Constanccedila de Goacutees

Monteirordquo e volta a especializar-se em doenccedilas infecciosas hoje estaacute vinculado

a Secretaria Estadual de Sauacutede de Alagoas e passou a servir de referecircncia

junto ao Ministeacuterio da Sauacutede

A caracteriacutestica de ser Hospital de Ensino se deve ao fato de aqui serem

ministradas desde a deacutecada de 50 aulas teoacutericas e praacuteticas da disciplina de

doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias da Universidade Federal de Alagoas e

posteriormente em 1970 tambeacutem da Escola de Ciecircncias Meacutedicas de Alagoas

Em dezembro de 1998 foi denominado ldquoHospital Escola Heacutelvio Joseacute de

Farias Autordquo em homenagem ao Meacutedico e Professor pertencente ao quadro

efetivo do hospital e pioneiro no estudo das doenccedilas infectocontagiosas no

Estado

70

No ano de 2000 apoacutes a reforma Administrativa do Estado o Hospital

passou a ser vinculado a entatildeo Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Ciecircncias da Sauacutede

(UNCISAL) mantendo suas caracteriacutesticas como referecircncia no cuidado de

doenccedilas infectocontagiosas e mantendo sua funccedilatildeo de Hospital Escola

atendendo exclusivamente aos usuaacuterios do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Em 2005 apoacutes a transformaccedilatildeo da UNCISAL em Universidade Estadual

de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas o hospital passou a ser uma das Unidades

Complementares dessa Universidade

O atendimento se destina aos doentes encaminhados por outros

serviccedilos acometidos ou com suspeita cliacutenica das doenccedilas infecciosas O

cliente encaminhado recebe um atendimento inicial no ambulatoacuterio caso o seu

problema possa ser incluiacutedo em um dos programas de atenccedilatildeo do hospital ele

seraacute registrado como usuaacuterio dispondo a partir daiacute de qualquer serviccedilo

existente no hospital

Dependendo da necessidade o paciente poderaacute ser atendido em

consulta de ambulatoacuterio na internaccedilatildeo ou no hospital-dia

O Hospital dispotildee de Ambulatoacuterio Serviccedilo de admissatildeo e registro

Serviccedilo Social Farmaacutecia Lavanderia Hospitalar Serviccedilo de Nutriccedilatildeo e

Dieteacutetica Central de Esterilizaccedilatildeo de Materiais Nuacutecleo de Reabilitaccedilatildeo

Psicologia Radiologia Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Comissatildeo de

Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar Serviccedilo de Arquivo Meacutedico Ouvidoria

Assessoria de Comunicaccedilatildeo Hospital Dia Auditoacuterio Sala de Aula Auditoacuterio e

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

A Capacidade Instalada eacute de 113 (cento e treze) leitos distribuiacutedos em

05 (cinco) Unidades de Internaccedilatildeo Hospitalar a saber 40 leitos masculinos 19

leitos femininos 40 leitos de pediatria e 07 leitos patologia do trato respiratoacuterio e

10 leitos de UTI

71

43 POPULACcedilAtildeO DE ESTUDO

Os sujeitos da pesquisa foram teacutecnicos de enfermagem que trabalham

no Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto por mais de 01 (um) ano no cuidado aos

pacientes internados e que natildeo tinham diagnoacutestico cliacutenico de qualquer doenccedila

reumaacutetica

Os sujeitos do estudo foram selecionados de forma intencional a partir

de convite realizado publicamente atraveacutes de cartazes (anexo 1) dispostos nos

quadros de avisos situados proacuteximo ao reloacutegio de ponto e no repouso dos

funcionaacuterios do hospital apoacutes a manifestaccedilatildeo do desejo de participar foi feito

contatos para apresentar os propoacutesitos da pesquisa

Dentre os teacutecnicos de enfermagem encontramos 76 provaacuteveis

colaboradores desse total apoacutes a leitura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (anexo 2) 70 concordaram em participar da pesquisa

perfazendo um total de 9210 dos elegiacuteveis

Dos que concordaram em participar5 (714) eram do gecircnero masculino

e 65 (9286) do gecircnero feminino tendo como meacutedia de idades 2871 anos

(DP + 503 IC a 950=167) Em relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo civil o maior nuacutemero dos

respondentes possuiacutea uniatildeo estaacutevel (5714)

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de escolaridade 4572 dos teacutecnicos de

enfermagem concluiacuteram niacutevel superior enquanto 5428 findaram niacutevel meacutedio

A renda mensal meacutedia dos respondentes gira em torno de R$ 84943 tal

salaacuterio correspondeu a 204 salaacuterios miacutenimos na eacutepoca da coleta dos dados

Em relaccedilatildeo agrave etnia os integrantes se auto declararam em sua maioria

pardos (62) oito (08) se auto declararam brancos e cinco (05) negros

O tempo meacutedio de anos na atividade profissional como teacutecnico de

enfermagem foi de 7 anos (DP+407 IC a 95)

72

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo dos Teacutecnicos de Enfermagem do Hospital Escola Dr

Heacutelvio AutoUNCISAL Janeiro 2009

VARIAVEL CARACTERIZACcedilAtildeO DOS TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

Meacutedia de idade 2871plusmn503

Gecircnero Feminino 65 (9286)

Gecircnero Masculino 05 (714)

Escolaridade (Niacutevel Superior) 4772

Escolaridade (Niacutevel Meacutedio) 5428

Estado Civil (Casado) 5714

Estado Civil (solteiro) 4386

Meacutedia de renda mensal 205 Salaacuterios Miacutenimos

Tempo Meacutedio de trabalho com

enfermagem 7 plusmn 407

Legenda Salaacuterio Miacutenimo da eacutepoca R$ 41500

O grupo selecionado foi dividido aleatoriamente pelo pesquisador

principal por meio de sorteio simples em dois subgrupos os participantes

foram identificados por nuacutemeros sendo todos escritos em papeacuteis e colocados

em um envelope de cor escura e retirados um a um os primeiros trinta e cinco

serviram para formar a lista dos sujeitos participantes da primeira etapa de

coleta de dados (subgrupo 1) e os restantes formaram a lista dos sujeitos

participantes da segunda etapa (subgrupo 2) O subgrupo 1 contendo 50 dos

elegiacuteveis participou de grupo focal e foram submetidos a observaccedilatildeo

73

etnograacutefica pelo pesquisador Os dados coletados nesta etapa ofereceram

subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo do recurso educativo

O subgrupo 2 contendo exatamente o mesmo contingente participou do

programa educativo e respondeu o Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) (anexo 3) e o Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36) (anexo 4)

Apoacutes a divisatildeo dos grupos o pesquisador por meio de contato

telefocircnico agendou reuniatildeo com o grupo a reuniatildeo ocorreu no auditoacuterio do

hospital e nesse momento foram explicadas as razotildees e objetivos da pesquisa

e a divisatildeo dos grupos sendo mais uma vez lido o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) para que os mesmos os assinassem autorizando a

sua participaccedilatildeo na pesquisa

44 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Nesta pesquisa foram utilizados cinco instrumentos de coleta de dados

de acordo com Santos (1999) a utilizaccedilatildeo de mais de um instrumento permite

ao pesquisador combinar vantagens e corrigir algumas deficiecircncias de qualquer

fonte de informaccedilotildees ou seja permite ao pesquisador validar as

informaccedilotildees117118

Para a primeira etapa da pesquisa os instrumentos escolhidos foram

observaccedilatildeo etnograacutefica entrevista de aprofundamento e grupo focal

Na segunda etapa apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa os

instrumentos utilizados foram Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) 119 e Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36)120

74

441 PRIMEIRA ETAPA

4411 OBSERVACcedilAtildeO ETNOGRAacuteFICA

Trata-se de uma modalidade de pesquisa social que foi desenvolvida

pelos antropoacutelogos Boas e Malinoviski tal abordagem constitui a partir da

observaccedilatildeo in locus dos comportamentos sociais na descriccedilatildeo vivida e

detalhada da realidade de pessoas pertencentes a um determinado contexto

essa teacutecnica em educaccedilatildeo em sauacutede pode viabilizar a possibilidade de prestar

cuidados mais congruentes e mais proacuteximos da realidade A etnografia eacute

constituiacuteda numa descriccedilatildeo vivida da realidade de pessoas pertencentes a um

determinado contexto cultural

ldquoA etnografia no seu sentido mais amplo

pode ser definida como um processo

sistemaacutetico de observar detalhar descrever

documentar e analisar o estilo de vida ou

padrotildees especiacuteficos de uma cultura ou

subcultura para aprender o seu modo de

viver em seu ambiente naturalrdquo (LEININGER

1985 p 35)121

A etnografia eacute uma teacutecnica metodoloacutegica alicerccedilada na metodologia

qualitativa onde o processo eacute criado na interaccedilatildeo com o grupo e para tal o

senso comum deve ser valorizado trata-se de uma postura metodoloacutegica que

se opotildee aos modos tradicionais de manusear os problemas Eacute um modo de

olhar de muito perto que se baseia em experiecircncia pessoal e na participaccedilatildeo

do cotidiano

Deve ser entendida como a descriccedilatildeo de uma cultura que pode ser a de

um pequeno grupo tribal numa terra exoacutetica ou a de uma turma de uma escola

75

dos subuacuterbios sendo a tarefa do investigador etnograacutefico compreender a

maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo110 122

Segundo Laplantine (1994)123 a etnografia tem como fundamento a

ruptura inicial em relaccedilatildeo ao abstrato e especulativo e com tudo aquilo que natildeo

esteja baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos sociais a partir de

uma relaccedilatildeo humana Considera ainda que para a captaccedilatildeo profunda de um

fenocircmeno eacute preciso compreendecirc-lo alternadamente tal como percebe o

observador estrangeiro mas tambeacutem tal como os atores sociais o vivem O

fundamento deste movimento de desdobramento ininterrupto diz respeito agrave

especificidade do objeto antropoloacutegico

Segundo Spradley (1980)122 o elemento essencial da etnografia eacute

buscar compreender o modo de vida de pessoas ou grupos na sua proacutepria

perspectiva e localidade

A observaccedilatildeo implica em buscar e construir a teoria geral da cultura

objetivando gerar hipoacuteteses e viabilizar investigaccedilotildees subsequentes saberes e

costumes de um grupo123

Os dados culturais de uma etnografia derivam de abstraccedilotildees daquilo que

as pessoas fazem ou dizem que fazem ou ainda a forma como interpretam

aquilo que fazem124

O subgrupo 1 foi observado pelo pesquisador por um periacuteodo de 03

(trecircs) meses no periacuteodo de fevereiro a abril de 2009 e foi realizado com uma

periodicidade de 03 (trecircs) vezes por semana em dias alternados a alternacircncia

dos dias ocorreu para diversificar os teacutecnicos de enfermagem As impressotildees

foram anotadas em diaacuterio de campo Aleacutem da observaccedilatildeo participante

registros fotograacuteficos produzidos pelo pesquisador em campo foram utilizados

como recursos para o procedimento de coleta de informaccedilotildees pois se

acreditou que tais imagens forneceriam informaccedilotildees de situaccedilotildees vividas no

tempo real da observaccedilatildeo Tal observaccedilatildeo resultou numa descriccedilatildeo vivida da

realidade dos teacutecnicos de enfermagem e possibilitou a geraccedilatildeo de conceitos e

teorias que serviram como subsiacutedios para a confecccedilatildeo do programa educativo

baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos do grupo em estudo

76

A escolha metodoloacutegica levou em consideraccedilatildeo que o campo eacute um lugar

de aprendizagem e entendimento do assunto que se pretende estudar que o

pesquisador para compreender o simboacutelico deveria estar proacuteximo do loacutecus da

pesquisa que o pesquisador deveria estar preparado para inserir-se no campo

de pesquisa interagindo com os participantes com a finalidade de apreender

com os colaboradores que o pesquisador natildeo partiria para o campo com ideias

preacute-concebidas ou com uma seacuterie de hipoacuteteses preacute-estabelecidas que a

aquisiccedilatildeo do conhecimento se daria a partir das interaccedilotildees com os

participantes da pesquisa

4412 ENTREVISTA DE APROFUNDAMENTO

Para aprofundar a compreensatildeo das categorias que emergiram do campo

por meio da observaccedilatildeo etnograacutefica e melhor apreender significados que os

profissionais atribuem ao mesmo optamos pela entrevista de aprofundamento

Utilizamos a entrevista semiestruturada que para Minayo (2002)115

permite alguma padronizaccedilatildeo e favorece a comparaccedilatildeo de dados obtidos pelo

conjunto de respostas mas tambeacutem eacute flexiacutevel permitindo adaptaccedilotildees e

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees complementares

A entrevista apresenta como vantagens a possibilidade do entrevistador

poder esclarecer o significado das perguntas possibilitando a obtenccedilatildeo de

maior nuacutemero de respostas (eacute mais livre do que um questionaacuterio) aleacutem disso eacute

uma teacutecnica muito eficiente para obtenccedilatildeo de dados que permitam

aprofundamento115

O nuacutemero de participantes entrevistados foi definido somente durante a

execuccedilatildeo do trabalho no campo na seleccedilatildeo dos participantes considerou-se

natildeo o nuacutemero de pessoas mas a qualidade e repetitividade das informaccedilotildees115

116 As entrevistas foram feitas em nuacutemero significante para ateacute que houvesse

saturaccedilatildeo e repetitividade das informaccedilotildees Foram assim realizadas 28 (vinte

e oito) entrevistas com tempo meacutedio de 46 minutos cada uma

77

Para a elaboraccedilatildeo do roteiro das entrevistas foram utilizados 03 (trecircs)

nuacutecleos direcionadores desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas

As respostas foram gravadas em aacuteudio mediante o consentimento do

entrevistado e posteriormente transcritas integralmente pelo proacuteprio

pesquisador respeitando-se as pausas e outras expressotildees que puderam

auxiliar a traduccedilatildeo da realidade

Em relaccedilatildeo agrave transcriccedilatildeo Szymanski et al (2002)121 colocam que ela eacute a

primeira versatildeo escrita do texto da fala do participante que deve ser registrada

tanto quanto possiacutevel tal como ela se deu ao escrever faz-se um esforccedilo no

sentido de passar a linguagem oral para a escrita ou seja haacute um esforccedilo na

traduccedilatildeo de um coacutedigo para outro124

4413 GRUPO FOCAL

Grupo focal eacute uma teacutecnica que aborda os aspectos qualitativos da

realidade que se quer estudar125 apoia-se na avaliaccedilatildeo qualitativa por meio

das interaccedilotildees grupais ao se discutir um toacutepico proposto pelo pesquisador

Nessa teacutecnica o pesquisador reuacutene num mesmo local e durante certo

periacuteodo uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do puacuteblico-

alvo de suas investigaccedilotildees tendo como objetivo coletar ou analisar dados

acerca de um tema especiacutefico a partir do diaacutelogo e do debate com e entre os

sujeitos 126

Essa metodologia vem desde a deacutecada de 80 conquistando um loacutecus

privilegiado nas mais diversas aacutereas de estudo Tal crescimento foi em grande

medida impulsionado pela pesquisa de mercado que resgatando

procedimentos claacutessicos das Ciecircncias Sociais Psicologia e Serviccedilo Social

conjugados agraves ldquomodernasrdquo tecnologias e paradigmas de business marketing e

miacutedia reelaborou-a com o objetivo de captar os anseios dos consumidores

definindo padrotildees a serem seguidos pelas empresas em seus futuros

lanccedilamentos

78

Os resultados dessa conjugaccedilatildeo foram bastante positivos que a teacutecnica

recebeu novo alento no campo das Ciecircncias Sociais inicialmente pelo vieacutes

poliacutetico com sua utilizaccedilatildeo no mapeamento e na elaboraccedilatildeo do perfil dos

eleitores influenciando diretamente na definiccedilatildeo das diretrizes e accedilotildees de

partidos e candidatos Trilhando esse percurso espraiou-se pelos diversos

segmentos da pesquisa social Na aacuterea de sauacutede o grupo focal tem sido mais

usado a partir da segunda metade dos anos 80127128

Para realizaccedilatildeo dos grupos devem ser reservados espaccedilos apropriados

de preferecircncia em territoacuterio neutro e de faacutecil acesso aos participantes O ideal eacute

uma sala que abrigue confortavelmente o nuacutemero previsto de participantes e

moderadores e que esteja protegida de ruiacutedos e interrupccedilotildees externas Os

participantes podem ser distribuiacutedos em torno de uma mesa retangular ou oval

ou dispostos em cadeiras arrumadas em forma circular Eacute recomendaacutevel

tambeacutem disponibilizar aacutegua cafeacute e um pequeno lanche aos participantes129

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de participantes nos grupos focais

encontramos na literatura uma variaccedilatildeo entre 6 a 15 mas tamanho oacutetimo para

um grupo focal eacute aquele que permita a participaccedilatildeo efetiva dos participantes e

a discussatildeo adequada dos temas129

Os participantes de um grupo focal devem apresentar certas

caracteriacutesticas em comum que estatildeo associadas agrave temaacutetica central em estudo

O grupo deve ser portanto homogecircneo em termos de caracteriacutesticas que

interfiram radicalmente na percepccedilatildeo do assunto em foco recomenda-se que

os participantes sejam selecionados dentro de um grupo de indiviacuteduos que

convivam com o assunto a ser discutido e que tenham profundo conhecimento

dos fatores que afetam os dados mais pertinentes130

As reuniotildees do grupo focal ocorreram no mecircs de maio de 2009 O

subgrupo 1 foi convidado e encorajado a participar da discussatildeo e anaacutelise dos

dados coletados na observaccedilatildeo etnograacutefica Os voluntaacuterios foram organizados

em 4 (quatro) grupos de discussatildeo foram 3 grupos de discussatildeo com 9

teacutecnicos de enfermagem e 01 grupo contendo 8 teacutecnicos Todos os grupos

participaram de 04 (quatro) encontros Foi explicado para cada grupo o objetivo

da anaacutelise das fotos e das anotaccedilotildees no diaacuterio de campo

79

Nessa fase 7 sujeitos faltaram a 03 encontros e o fizeram em outro

momento marcado separadamente

Em cada encontro foi discutido o tema LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem sendo marcado o horaacuterio conforme a solicitaccedilatildeo dos

participantes Todas as narrativas e discussotildees foram gravadas em aacuteudio

mediante o consentimento dos participantes e posteriormente integralmente

transcritas pelo pesquisador respeitando-se as pausas e expressotildees que

puderam auxiliar na compreensatildeo da realidade

Os encontros foram cercados dos seguintes cuidados sala fora do

ambiente hospitalar para assegurar a privacidade com boa iluminaccedilatildeo

climatizada de acesso faacutecil e com cadeiras dispostas em ciacuterculos O espaccedilo foi

preparado para oferecer um ambiente descontraiacutedo utilizando-se de uma

muacutesica relaxante com sons de aacutegua natureza paacutessaros com isso pretendeu-

se tornar o momento o mais aconchegante possiacutevel Foi disponibilizado um

lanche em cada encontro

Ao final de cada encontro foi agendado o horaacuterio e o dia do proacuteximo e

na veacutespera deste dia o pesquisador entrou em contato telefocircnico com cada

participante confirmando sua presenccedila Tal cuidado foi adotado para natildeo

ocorrer baixa no nuacutemero de sujeitos participantes

Em cada encontro as fotos retiradas na Observaccedilatildeo Etnograacutefica foram

projetadas por meio de multimiacutedia e enquanto observam-se os registros

fotograacuteficos os temas foram desenvolvidos

A temaacutetica de cada encontro ficou assim distribuiacuteda

Primeiro Encontro buscando compreender as posturas corporais

durante a jornada de trabalho

O objetivo deste encontro foi identificar as posturas adotadas durante a

jornada de trabalho para tal foi utilizada a teacutecnica de explosatildeo de ideias e os

participantes responderam aos seguintes questionamentos As posturas

corporais que vocecircs veem nessas fotos satildeo adequadas e protegem a coluna

vertebral Como poderiacuteamos fazer para melhorar essa postura

80

Segundo Encontro O meu corpo comunica-se comigo

O objetivo desse encontro foi o de experimentar as sensaccedilotildees corporais

Para tal as posturas visualizadas na projeccedilatildeo por meio de multimiacutedia foram

adotadas e experimentadas pelos teacutecnicos de enfermagem e apoacutes o

experimento cada participante foi estimulado a falar sobre as sensaccedilotildees

Terceiro Encontro O processo de adoecimento no trabalho

Para estimular a discussatildeo solicitamos que os teacutecnicos de enfermagem

recortassem e colassem figuras e palavras de revistas foi solicitado aos

participantes que representassem como veem o processo de adoecimento

Apoacutes a colagem cada participante fez uma explanaccedilatildeo sobre sua colagem

Quarto Encontro Como prevenir o adoecimento no trabalho

O objetivo desse encontro foi averiguar se os participantes reconhecem

as medidas preventivas para os agravos de LERDORT Cada participante foi

convidado a descrever maneiras corretas de transporte de cargas

transferecircncias de pacientes posturas corretas ao deitar sentar caminhar

sapatos ideais entre outras questotildees

442 SEGUNDA ETAPA

A coleta de dados dessa fase ocorreu antes e apoacutes o desenvolvimento

da atividade educativa elaborada na primeira etapa da pesquisa (descrita no

capitulo 52 de resultados e discussatildeo e apresentada no anexo 5)

O desenvolvimento da atividade educativa com o subgrupo 2 de

teacutecnicos de enfermagem ocorreu conforme a descriccedilatildeo feita a seguir

Ao entregar cada um dos capiacutetulos do manual o pesquisador

apresentava a temaacutetica do dia e instigava a participaccedilatildeo de todo o grupo na

81

discussatildeo com perguntas do tipo o que vocecirc acha sobre isso Vocecirc tem algo a

acrescentar

Ao fim de cada discussatildeo que durava em meacutedia 20 minutos os

exerciacutecios contidos no final do manual eram realizados e ensinados aos

teacutecnicos durante a execuccedilatildeo o pesquisador reforccedilava a importacircncia de se

realizar os mesmos foram 19 exerciacutecios no total e por dia eram realizados 05

(cinco) exerciacutecios com 03 (trecircs) repeticcedilotildees de cada Cuidados foram tomados

ao longo dos encontros no sentido de que todos os exerciacutecios fossem

experimentados e as posturas corrigidas O tempo de execuccedilatildeo dos exerciacutecios

foi em meacutedia de 30 minutos de tal forma que cada encontro durava em torno de

50 minutos

Os encontros em nuacutemero de dez ocorreram nos meses de janeiro a

marccedilo de 2010 em dias intercalados para quatro pequenas turmas 03 com 09

teacutecnicos e uma com 08 teacutecnicos de enfermagem

Tivemos o cuidado de sempre estimular a discussatildeo entre os grupos

por acreditar que natildeo basta disponibilizar informaccedilotildees em avalanches

quantitativas sem uma reflexatildeo contextualizada sobre os objetivos a que se

destinam

A boneca foi intencionalmente colocada em diferentes ambientes do

hospital enfermarias (masculina e feminina) refeitoacuterio e sala de repouso onde

permaneceu por um tempo meacutedio de 4 horas

Os instrumentos de coletas de dados antes e apoacutes a atividade educativa

foram

4421 QUESTIONAacuteRIO NOacuteRDICO DE SINTOMAS

OSTEOMUSCULARES (QNSO)

O objetivo da aplicaccedilatildeo desse questionaacuterio foi o de verificar a ocorrecircncia

de sintomas musculoesqueleacuteticos percebidos pelos trabalhadores

82

O QNSO (anexo 3) foi desenvolvido com a proposta de padronizar a

mensuraccedilatildeo de relato de sintomas musculoesqueleacuteticos constituindo

importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou do posto de trabalho131

132 133 134

O instrumento foi traduzido para diversos idiomas na uacuteltima deacutecada

dando origem a muitos estudos empiacutericos Nesse estudo foi utilizado o

Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) na versatildeo

traduzida e adaptada para o Portuguecircs do Brasil por Pinheiro (2002)119

Os autores desse questionaacuterio natildeo o indicam como base para

diagnoacutestico cliacutenico mas para a identificaccedilatildeo de distuacuterbios osteomusculares e

como tal pode constituir importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou

do posto de trabalho Haacute trecircs formas do QNSO uma forma geral

compreendendo todas as aacutereas anatocircmicas e outras duas especiacuteficas para a

regiatildeo lombar cervical e ombros A forma geral do QNSO eacute a que recebe

apresentaccedilatildeo no presente estudo

Tal questionaacuterio eacute autoaplicaacutevel consiste em um instrumento de

muacuteltiplas escolhas quanto agrave ocorrecircncia de sintomas aacutelgicos relacionadas ao

trabalho nas diversas regiotildees anatocircmicas e apresenta uma figura humana em

vista posterior dividida em nove regiotildees anatocircmicas a saber cervical ombros

toraacutecica cotovelos punhosmatildeos lombar quadrilcoxas joelhos

tornozelospeacutes O respondente deve assinalar com um ldquoXrdquo (xis) nas respostas

ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo em cada questatildeo referente agrave ocorrecircncia de sintomas como dor

formigamentodormecircncia considerando os 12 (doze) meses e os sete dias

precedentes agrave entrevista bem como relatar a ocorrecircncia de afastamento das

atividades rotineiras no uacuteltimo ano Este instrumento investiga tambeacutem se os

indiviacuteduos ficaram impedidos de exercer suas atividades normais e se

procuraram auxiacutelio de algum profissional da aacuterea de sauacutede nos uacuteltimos 12

meses devido aos sintomas de distuacuterbios musculoesqueleacuteticos

A simplicidade e os bons iacutendices de confiabilidade do QNSO indicam-no

para utilizaccedilatildeo em investigaccedilotildees epidemioloacutegicas e estudos que busquem

mensurar a incidecircncia dos sintomas osteomusculares135 136

83

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em dois momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes da proposta educativa e

apoacutes 30 (trinta) dias corridos do desenvolvimento da proposta A aplicaccedilatildeo teve

duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante o final do plantatildeo em uma

sala reservada

4422 QUESTIONAacuteRIO GENEacuteRICO DE AVALIACcedilAtildeO DE

QUALIDADE DE VIDA (SF-36)

O Short Form-36 (SF-36) eacute um instrumento de medida de qualidade de

vida desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA Foi aplicado em diversas

situaccedilotildees com boa sensibilidade eliminando-se o problema de distribuiccedilatildeo

excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim 137 138

Este instrumento foi traduzido e validado no Brasil para avaliar a

qualidade de vida em pacientes com artrite reumatoide e mostrou-se adequado

agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e culturais da populaccedilatildeo brasileira120

O questionaacuterio aplica-se tanto agrave populaccedilatildeo geral como a pacientes

especiacuteficos129 por este motivo o SF-36 foi o instrumento escolhido para

estimar a qualidade de vida dos sujeitos avaliados neste estudo139 140 e qual a

interferecircncia de recurso educativo idealizado a partir da interaccedilatildeo com teacutecnicos

de enfermagem na qualidade de vida dos mesmos

Trata-se de um instrumento constituiacutedo por 36 itens de auto resposta e

destina-se a avaliar conceitos de sauacutede que representam valores humanos

baacutesicos relevantes agrave funcionalidade e ao bem estar de cada indiviacuteduo o

questionaacuterio abrange oito dimensotildees de estado geral de sauacutede que detectam

tanto os estados positivos como os negativos a saber a) capacidade funcional

(CF) que eacute avaliada a partir do desempenho de atividades diaacuterias como

aptidatildeo para cuidar de si vestir-se tomar banho subir escadas b) limitaccedilatildeo

por aspectos fiacutesicos (AF) indicada pelo impacto da sauacutede fiacutesica no

desempenho das atividades diaacuterias eou profissionais c) dor (DF) de acordo

84

com o niacutevel de dor e o impacto no desempenho das atividades diaacuterias eou

profissionais d) estado geral de sauacutede (SG)assinalado pela percepccedilatildeo

subjetiva do estado geral de sauacutede e) vitalidade (VIT) disposiccedilatildeo dos

pacientes em realizar tarefas do cotidiano f) aspectos sociais (AS) pelo reflexo

da condiccedilatildeo de sauacutede nas atividades sociais g) aspectos emocionais (AE)

pelos reflexos das condiccedilotildees emocionais no desempenho das atividades

diaacuterias eou profissionais h) sauacutede mental (SM) pela escala de humor e bem-

estar A pontuaccedilatildeo varia entre 00 e 100 pontos que refletem o pior e o melhor

estado geral de sauacutede respectivamente

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em trecircs momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes do programa educativo e

apoacutes 10 e 30 dias decorridos do desenvolvimento da proposta educativa A

aplicaccedilatildeo teve duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante no final do

plantatildeo em uma sala reservada

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

Os dados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo dos instrumentos Questionaacuterio

Noacuterdico e SF36 foram sistematizados classificados tabulados dispostos em

graacuteficos permitindo de forma indutiva estabelecer conclusotildees apoacutes anaacutelise e

interpretaccedilotildees

Para a realizaccedilatildeo da anaacutelise quantitativa optou-se pela estatiacutestica

inferencial e os dados coletados por meio do formulaacuterio de coleta de dados

(anexo 6) foram analisados quantitativamente utilizando o programa estatiacutestico

Bioestatreg versatildeo 50 sendo que a anaacutelise estatiacutestica descritiva utilizou meacutedia e

desvio padratildeo Para a comparaccedilatildeo de variaacuteveis categoacutericas parameacutetricas foi

utilizado o teste t-student e o teste de Tukey Foi utilizado um niacutevel de

significacircncia de 005 um poder de teste de 95 e um teste de hipoacutetese

monocaudal

85

O texto produzido apoacutes os encontros do grupo focal foi analisado

seguindo a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) proposta por

Lefegravevre et al (2006)131

O Discurso do Sujeito Coletivo ou DSC eacute uma teacutecnica de processamento

de dados qualitativos notadamente de depoimentos com vistas agrave obtenccedilatildeo e

descriccedilatildeo do sentido das opiniotildees ou representaccedilotildees coletivas Para que se

produzam os DSCs satildeo necessaacuterios quatro operadores que satildeo

1 Expressotildees Chave (Ech) trechos selecionados do material que melhor

descrevem seu conteuacutedo

2 Ideias Centrais (Ics) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem o sentido

presente no material escrito

3 Ancoragens (Acs) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem as ideologias

crenccedilas valores presentes no material

4 Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) satildeo as reuniotildees das Expressotildees

Chave presentes no material verbal (por exemplo nas diferentes

respostas a uma mesma questatildeo de pesquisa) que tem Ideias Centrais

ou Ancoragens de sentido semelhante ou complementar131

Na pesquisa qualitativa o discurso ocupa lugar de relevacircncia como teacutecnica

para obtenccedilatildeo de dados conforme afirma Alves ndash Mazzotti (2004)132

ldquo() por sua natureza interativa a entrevista permite

tratar temas complexos que dificilmente poderiam

ser investigados adequadamente atraveacutes de

questionaacuteriosrdquo (ALVES-MAZZOTTI 2004 p 168)

Os dados obtidos por meio das entrevistas de aprofundamento apoacutes

sua transcriccedilatildeo foram sistematizados e submetidos agrave anaacutelise temaacutetica uma

das teacutecnicas de Anaacutelise de Conteuacutedo valorizando os significados presentes

nos dados a sua correlaccedilatildeo com as questotildees formuladas e a articulaccedilatildeo com o

marco teoacuterico adotado na pesquisa

A anaacutelise temaacutetica137 foi operacionalizada segundo as etapas abaixo

86

Primeira fase (Preacute-anaacutelise) foi realizado um contato exaustivo com o

material atraveacutes de repetidas leituras (leituras flutuantes) retomando

simultaneamente os questionamentos e os objetivos iniciais da pesquisa

criando-se indicadores que orientaram a interpretaccedilatildeo final

As gravaccedilotildees foram analisadas conforme os nuacutecleos direcionadores

anteriormente descritos desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas (relaccedilatildeo interpessoal) A partir

destes nuacutecleos unidades de contexto foram separadas do texto A unidade de

contexto representou a parte mais ampla do conteuacutedo que era analisado

sendo considerada como o ldquopano de fundordquo que imprimia significado e sentido

as unidades de registro

Das unidades de contexto foram retiradas as unidades de registro nelas

presentes considerando que a unidade de registro representou a menor parte

do conteuacutedo

A segunda fase consistiu na codificaccedilatildeo na qual quantificamos as

unidades contexto e suas respectivas unidades de registro As unidades de

registros foram classificadas e agrupadas de acordo com seus significados

emergindo daiacute as categorias de anaacutelise

46 ASPECTOS EacuteTICOS

A presente pesquisa foi desenvolvida dentro dos procedimentos eacuteticos

previstos pelo CONEP e assim o projeto foi submetido ao

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) Universidade Estadual de Ciecircncias

da Sauacutede de Alagoas protocolo nordm 902 08 e aprovado em 29052008

(Anexo 7)

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Satildeo

Paulo protocolo n ordm 1509 09 e aprovado em 04122009 (Anexo 8)

Todos os sujeitos participantes da pesquisa aderiram agrave proposta e

concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (Anexos 2)

87

Os sujeitos que participaram da etapa de construccedilatildeo da proposta

educativa foram convidados a participarem do programa de Ginaacutestica Laboral e

Ergonomia da UNCISAL trata-se de um programa de extensatildeo universitaacuterio

devidamente cadastrado e em funcionamento na Proacute-reitoria de extensatildeo da

UNCISAL e coordenado pelo pesquisador responsaacutevel

88

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

89

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo destina-se agrave apresentaccedilatildeo dos resultados e suas

discussotildees com a literatura sendo expostos nos seguintes subcapiacutetulos

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do Teacutecnico

de Enfermagem

52 Uma proposta de Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada para o cuidado com

a sauacutede ocupacional do Teacutecnico de Enfermagem

53 A Qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes o

programa educativo

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho

em teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

90

51 O COTIDIANO DO TRABALHO E O PROCESSO DE

ADOECIMENTO DO TEacuteCNICO DE ENFERMAGEM

Entendemos percepccedilatildeo como sendo a faculdade ou ato de aprender

uma ideia ou questatildeo ou de compreender algo percepccedilatildeo modo de ver ou

sentir ponto de vista entendimento noccedilatildeo maneira subjetiva de ver e

entender o mundo apresentando-se muito mais abrangente do que um simples

conceituar141

A percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre LERDORT foi

realizada por meio do grupo focal e da observaccedilatildeo etnograacutefica Atraveacutes da

observaccedilatildeo etnograacutefica foi possiacutevel realizar registros das percepccedilotildees do

pesquisador sobre o que foi observado sem contudo focar exclusivamente nos

aspectos fiacutesicos e ambientais pois acredito que a consequecircncia do trabalho

sobre o corpo do trabalhador vai aleacutem desses aspectos e em funccedilatildeo dessa

crenccedila procurei abdicar-me do reducionismo relacional entre doenccedila

ocupacional e espaccedilo fiacutesico

Observamos que pelo fato de estarem diretamente em contato com os

pacientesclientes e serem responsaacuteveis pelo cuidado a eles oferecido esses

profissionais lidam rotineiramente com as mais diversas situaccedilotildees envolvendo

natildeo soacute os pacientes mas seus acompanhantes familiares meacutedicos e outros e

com certa frequecircncia foi possiacutevel observar atitudes de conflitos interpessoais

por outro lado observaram-se natildeo raras vezes viacutenculos criados com os

pacientes estabelecidos muitas vezes pelo tempo de internaccedilatildeo

Outro fato que me chamou a atenccedilatildeo foi a desarmonia existente entre o

trabalhar em prol da sauacutede de terceiros e a falta de tempo para o lazer e o

cuidado com a proacutepria sauacutede parece que a necessidade e o modo de trabalho

fazem com que o ritmo normal da vida vai se quebrando e o teacutecnico de

enfermagem se submete aos ritmos laborais que favorecem ao adoecimento

A divisatildeo das escalas de serviccedilo natildeo me pareceu biomecanicamente

justa por vezes foi possiacutevel observar muitos pacientes para um uacutenico

profissional o que por uma lado favorecia a sobrecarga fiacutesica por outro

91

empobrecia o despertar da criatividade na resoluccedilatildeo dos problemas a

permanecircncia do profissional em um uacutenico setor por tempo ilimitado foi outro

aspecto que me despertou a atenccedilatildeo e acredito ser fator que tambeacutem limite o

despertar criativo

Foi possiacutevel observar certo descompasso entre a exigecircncia fiacutesica que o

trabalho impotildee ao teacutecnico de enfermagem e as condiccedilotildees de conforto e

seguranccedila ofertadas ao profissional por um lado o trabalho exige desses

profissionais agigantados e repetitivos esforccedilos fiacutesicos e por outro o cenaacuterio

laboral se apresenta superlotado com excesso de pacientes local de repouso

sem colchatildeo mobiacutelia e equipamentos inadequados e isso ficava evidenciado

pela diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo nos finais do plantatildeo visivelmente percebia-se o

corpo dos profissionais mais pesados e as faacutecies abatidas fato preocupante

quando se observa que alguns desses profissionais dobram a escala de

trabalho com certa frequecircncia em decorrecircncia de duplo ou triplo viacutenculo

empregatiacutecio ou de moacutedicos vencimentos

O Ritmo de Trabalho desses profissionais em funccedilatildeo da sobrelotaccedilatildeo

apresentava-se acelerado com pouco horaacuterio para pausas Os profissionais

trabalhavam na maior parte do tempo em peacute e deambulando Ficou

evidenciada grande exigecircncia fiacutesica inerente ao trabalho resultante da

realizaccedilatildeo de atividades como mobilizaccedilatildeo de objetos e instrumentos pesados

transporte e movimentaccedilatildeo de pacientes arrumaccedilatildeo do leito higiene corporal

de pacientes incapacitados aleacutem dos esforccedilos visuais e mentais impostos aos

teacutecnicos de enfermagem acrescenta-se os deslocamentos excessivos a cada

jornada de trabalho

Evidenciou-se tambeacutem a existecircncia de condiccedilotildees biomecacircnicas

favoraacuteveis para a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais no grupo estudado

estes profissionais realizam movimentos com esforccedilos repetitivos no trabalho

fato que evidencia a necessidade de se buscar alternativas teacutecnicas e de

modos operatoacuterios ergonocircmicos para minimizar as cargas excessivas de

trabalho acrescentar pausas e instrumentos adequados no exerciacutecio

profissional

A estrutura predial antiga mostrou-se aparentemente inadequada

enfermaria e repouso apertados corredores estreitos rampas iacutengremes

92

escadas salas que deviam estar acopladas uma agrave outra distantes entre si

ausecircncia de boa iluminaccedilatildeo ventilaccedilatildeo maacutes condiccedilotildees das instalaccedilotildees

sanitaacuterias e ausecircncia de armaacuterios para guardar bolsas e objetos pessoais

Os fatos observados revelaram a presenccedila de fatores predisponentes

que podem estar relacionados ao surgimento eou agravamento dos sinais e

sintomas e o meio assim emergem da observaccedilatildeo do campo sentidos

decorrentes da experiecircncia preacutevia do pesquisador e relaccedilatildeo com inadequaccedilatildeo

de mobiacutelia espaccedilos superlotaccedilatildeo jornadas extras Essas categorias

agregaram conteuacutedos uacuteteis para apreender melhor o processo do adoecimento

e a relaccedilatildeo da LERDORT com o discurso dos sujeitos

Outro aspecto marcante durante a observaccedilatildeo foi a aparente hesitaccedilatildeo

inicial dos trabalhadores ao serem abordados por um ldquoestranhordquo Em alguns

momentos nessa fase de observaccedilatildeo etnograacutefica foi necessaacuteria a opccedilatildeo por

natildeo insistir no assunto adoecimento no trabalho para evitar constrangimento e

desabafos excessivos Alguns teacutecnicos de enfermagem parecem ao menos

inicialmente ter confundido o que seria a observaccedilatildeo com a possibilidade de

intervenccedilatildeo terapecircutica e verbalizam o desejo de serem atendidos pelo

fisioterapeuta

As entrevistas de aprofundamento da observaccedilatildeo etnograacutefica permitiram

entender melhor fatores de risco para das LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem foi possiacutevel evidenciar aspectos quanto agrave percepccedilatildeo multifatorial

da LERDORT bem como prevenccedilatildeo na fala dos sujeitos contribuindo assim

para uma maior compreensatildeo do tema prevenccedilatildeo das LERDORT nessa

populaccedilatildeo

Com o intento de situar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em

relaccedilatildeo a LERDORT foram analisadas as falas obtidas na primeira fase do

estudo sem interferecircncia portanto da atividade educativa em sauacutede

A anaacutelise temaacutetica das entrevistas de aprofundamento realizada a partir

de (03) trecircs nuacutecleos direcionadores (desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho

atitudes cooperativas e realizaccedilatildeo pessoal) permitiram a apreensatildeo das

Unidades de Contexto (UC) Unidades de Registros (UR) e categorias

emergentes do campo

93

A tabela abaixo retrata a quantidade de vezes que cada um dos nuacutecleos

direcionadores foi comentado (UR)

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual das unidades de registros

identificadas no discurso dos sujeitos em estudo segundo aos respectivos

nuacutecleos temaacuteticos Maceioacute-AL 2009

NUacuteCLEOS DIRECIONADORES UR

Nordm

Desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho 184 5396

Atitudes cooperativas 88 2580

Realizaccedilatildeo pessoal 69 2023

TOTAL 341 9999

A tabela 2 mostra que houve maior referecircncia ao nuacutecleo direcionador

desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho com 184 unidades de registro em

relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas houve 88 referecircncias Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho 69 unidades de registros

Estes dados estatildeo em consonacircncia com a literatura onde eacute possiacutevel

perceber que dentre profissionais da sauacutede os trabalhadores de enfermagem

satildeo os que mais apresentam absenteiacutesmo e elevadas queixas de desconforto

relacionado ao trabalho142 em funccedilatildeo de adoccedilatildeo de posturas corporais

incorretas muitas vezes associadas agrave exposiccedilatildeo constante a doenccedilas que

favorecem o aparecimento da fadiga e raquialgia na equipe de enfermagem

que trabalha na ambiecircncia hospitalar143

O grupo reconhece que o trabalho do teacutecnico de enfermagem expotildee a

fatores de risco e agravos para a sua sauacutede e que devido agrave adoccedilatildeo de posturas

corporais incorretas e excesso de forccedila favorecem ao aparecimento da fadiga e

dores na equipe que trabalha na ambiecircncia hospitalar

94

ldquoOlha doutor de manhatilde a gente pega muito pesordquo

ldquoTrabalhar em enfermagem eacute muito cansativo Dar

banho no leito eacute muito pesado e faz mal para a

coluna e para os ombro () eacute por isso que tenho

tanta dorrdquo

Outra categoria foi referente agrave identificaccedilatildeo de atividades de

movimentaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo de pacientes como agravante da situaccedilatildeo dor

ldquoLevantar o paciente daacute contratura nos ombros

Subir paciente () assim quando estatildeo

escorregando para baixo virar o decuacutebito () daacute

uma coisa cansada nos braccedilos nas matildeos e na

lombar tambeacutemrdquo

As categorias emergentes deste estudo satildeo confirmadas na literatura

como fatores importantes no processo de adoecimento e surgimento de

desconfortos fiacutesicos em enfermagem pois na praacutexis desta profissatildeo

movimentos repetitivos aliados agrave exigecircncia de forccedila satildeo uma constante e

favorecem o surgimento de doenccedilas ocupacionais 144 145 e 146

A adoccedilatildeo de posturas viciosas e incorretas foi bastante citada

encontramos referecircncias quanto agrave percepccedilatildeo dos sujeitos sobre o surgimento

de dores em decorrecircncia das mais diversas atividades inerentes ao trabalho do

teacutecnico de enfermagem Alguns exemplos destas descriccedilotildees estatildeo abaixo

citados

ldquoNa hora que vai puncionar uma veia a gente passa

muito tempo assim curvando aiacute vai dando problema

na colunardquo () ldquoO pior eacute fazer o pacote quando o

95

paciente morre aleacutem de ser triste forccedila os ombros e

as matildeos sem contar que corro o risco de me

contaminarrdquo

umlE tem a postura pra aspirar puncionar dar banho

no leitoCurvado assimas costas ningueacutem

aguentauml

A literatura confirma a percepccedilatildeo desses profissionais quando afirma

que dores tendem a acometer indiviacuteduos que atuam em profissotildees exaustivas

como eacute o caso da enfermagem147 Nessa populaccedilatildeo devido a manutenccedilatildeo de

posturas improacuteprias as queixas de dores satildeo constantes podendo destacar

algias nos membros superiores e coluna vertebral148 As posturas inadequadas

satildeo adotadas pelos teacutecnicos de enfermagem quando prestam assistecircncia aos

pacientes quando preparam medicaccedilatildeo empurram ou arrastammacas13

Outro estudo corrobora com a percepccedilatildeo do grupo quando ao avaliar

ocorrecircncias de cervicodorsolombalgias nas enfermeiras relata que os efeitos

nocivos das longas jornadas de trabalho levam a um esforccedilo excessivo que

poderaacute agravar lesotildees na coluna vertebral 149

No exerciacutecio da profissatildeo inuacutemeras satildeo agraves vezes em que os

trabalhadores de Enfermagem adotam posturas corporais improacuteprias ou

inadequadas do ponto de vista biomecacircnico como eacute o caso de vaacuterias tarefas

desempenhadas agrave beira do leito realizar curativo puncionar acesso venoso

auxiliar no banho de leito realizar trocas de decuacutebito ou transferecircncias leito-

maca-leito tais tarefas podem contribuir para o aparecimento de danos ao

sistema musculoesqueleacutetico150 Tal fato eacute relatado pela profissional abaixo

ldquoDoacutei bastante na hora dos movimentos neacute Na hora

de dar banho no leito parece que os ossos esquenta

doacutei queimando a coluna e o pescoccedilo Bem que doacuteirdquo

96

rdquoSinto contratura nos ombros sinto contratura nos

meus dedos () a contratura eacute cansada e desce

queimando do pescoccedilo e desce para os braccedilos isso

eacute mais forte na hora de fazer a punccedilatildeordquo

Esta relaccedilatildeo entre a atividade de trabalho do teacutecnico em enfermagem e o

surgimento de dores pode ser confirmada pois haacute relaccedilatildeo entre o trabalho e o

desgaste do trabalhador em enfermagem 151 152

Outro aspecto constatado eacute o entendimento por parte do grupo de que

a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e surgimento de dores tambeacutem tem relaccedilatildeo

com equipamentos e mobiacutelias inadequadas

umlOlha por exemplo as seringa natildeo aspira e a gente

tem que fazer bastante forccedila porque o material natildeo eacute

de boa qualidade [] aiacute faz uma forccedila [] tanta que

agraves vezes o dedo fica roxouml

Ao avaliar ambiente de trabalho equipamentos mobiliaacuterio e postura

corporal de trabalhadores de enfermagem na unidade de internaccedilatildeo Goacutees26

afirma que espaccedilos restritos no banheiro mobiliaacuterios com altura fixa

incompatiacutevel provocam a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e que 100 dos

enfermeiros e 9770 dos auxiliares relatam dor na coluna vertebral

Eacute possiacutevel perceber elevadas queixas referentes agraves mobiacutelias

principalmente altura dos leitos e berccedilos de pacientes o que obriga os

profissionais a adotarem posturas de anteriorizaccedilatildeo do tronco durante as

atividades de banho no leito punccedilatildeo venosa e realizaccedilatildeo de curativos tal

observaccedilatildeo estaacute de acordo com a literatura quando se verifica que em relaccedilatildeo

ao trabalho de enfermagem haacute inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio utensiacutelios e

equipamentos quanto agraves dimensotildees alturas das superfiacutecies peso e condiccedilotildees

de funcionamento27 e que eacute necessaacuterio propor redesenho dos equipamentos

auxiliares na elevaccedilatildeo e transferecircncia de pacientes153154

97

ldquoAs macas satildeo muito ruins e as cadeiras dificultam

as posturasrdquo

ldquoPara mim as camas satildeo altas demais aiacute tem que

subir numa coisinha dessa (aponta para escada) e eacute

arriscado cair neacuterdquo

As lesotildees do sistema musculoesqueleacutetico particularmente as algias

vertebrais satildeo internacionalmente reconhecidas como um risco ocupacional

entre os trabalhadores de enfermagem 155156157 e no ambiente hospitalar

existem vaacuterios fatores ergonocircmicos relacionados com problemas ambientais e

organizacionais que podem ser relacionados agraves lesotildees osteomusculares tais

como recursos tecnoloacutegicos inadequados incluindo mobiliaacuterio a falta de

equipamentos especiais para movimentar pacientes aleacutem da escassez de

recursos humanos e a falta de treinamento158 Deste modo os trabalhadores

de enfermagem submetem-se constantemente a condiccedilotildees de trabalho

inadequadas originando aleacutem de agravos de ordem psiacutequica agravos nos

sistemas corporais ocasionado os acidentes do trabalho e as licenccedilas para

tratamento de sauacutede 159

Observou-se que unidade hospitalar pesquisada tem problemas

ergonocircmicos e que os teacutecnicos de enfermagem os reconhecem e tecircm

consciecircncia de suas influecircncias na sua sauacutede

uml[] na minha enfermaria o local onde eacute guardado o

material Eacute porque a gente tem que abaixar se

curvar pra apanhar o materialuml

A superlotaccedilatildeo nas enfermarias com estreitamento dos espaccedilos entre

as macas eacute lembrado como fato gerador de estresse pois aumenta a

sobrecarga de trabalho e tensatildeo

A literatura compreende a correlaccedilatildeo da interferecircncia do espaccedilo fiacutesico

disponiacutevel para atendimento de pacientes utilizaccedilatildeo de equipamentos pelo

98

pessoal de enfermagem e estresse 160 Este problema foi confirmado quando

se reconhece que para o pessoal de enfermagem ter que assistir pacientes em

sua higiene em restritos espaccedilos hospitalares eacute pernicioso 161 a sauacutede fiacutesica e

mental Tal evidecircncia eacute percebida e relatada pelo

ldquoAqui no trabalho eu fico aperreada eu fico tensa

Afeta todo o sistema nervoso e o corpo doacutei todo

tambeacutem com esse monte de paciente nas

enfermariasrdquo

Esta percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem tem respaldo na literatura

pois acredita-se que superlotaccedilatildeo gera sobrecarga de trabalho aos

profissionais tanto do ponto de vista quantitativo quanto do aumento de

demanda decorrente do quadro cliacutenico dos pacientes Os hospitais

universitaacuterios brasileiros via de regra sofrem com a superlotaccedilatildeo presenccedila de

pacientes graves em todas as unidades deacuteficit de profissionais falta de

equipamentos de suporte no manuseio dos paciente162

O excesso de trabalho afeta consideravelmente os teacutecnicos de

enfermagem no que diz respeito tanto a sua sauacutede fiacutesica quanto a sua

condiccedilatildeo psicoloacutegica os trabalhadores que exercem suas funccedilotildees em

situaccedilotildees adversas apresentaratildeo com maior frequecircncia queixas de fadiga

crocircnica e alteraccedilotildees gastrointestinais do que os teacutecnicos que trabalham em

ritmo mais tranquilos163 164165 166

Eacute possiacutevel perceber que o grupo entende que o processo de

adoecimento pode ser influenciando pela falta de atividades fiacutesicas regulares

Uma questatildeo levantada foi o trabalho intenso com carga horaacuteria semanal

extenuante O excesso de trabalho pode favorecer o surgimento do cansaccedilo

cumulativo estimulando o sedentarismo desses profissionais

No grupo estudado percebeu-se que haacute uma divisatildeo hierarquizada e

vertical do trabalho da enfermagem e que grande parte das tarefas de

execuccedilatildeo eacute efetuada pelos teacutecnicos e esses tecircm menor autonomia de decisatildeo

sobre o proacuteprio trabalho e salaacuterios menores em funccedilatildeo disso eacute comum a

99

realizaccedilatildeo de horas extras plantotildees extras Tais achados encontram reforccedilos

em estudos 167 168 que apontam a relaccedilatildeo entre hierarquizaccedilatildeo do trabalho em

enfermagem e ritmo intenso

ldquoA gente anda demais a semana toda Trabalha muito e

natildeo paacutera pior ainda quando dobra a escala[] Chego em

casa um caco depois do plantatildeo aiacute nem daacute coragem de

fazer mais nada sei que preciso fazeruml

ldquoNa minha folga nem tenho coragem de brincar com minha

filha Pago a babaacute para banhar ela soacute fico deitada vendo

televisatildeordquo

ldquoMoro perto da praia e podia fazer caminhada para abaixar

o peso mas ando tanto aqui que natildeo daacute coragem de

caminhar maisrdquo

De fato percorrer longas distacircncias e ficar por muito tempo em peacute

contribui para elevar os iacutendices de dor e fadiga essa afirmaccedilatildeo tem respaldo

na literatura que afirma que pesquisas realizadas em vaacuterios paiacuteses exibem

prevalecircncias superiores a 80 de ocorrecircncia dessas sensaccedilotildees em teacutecnicos

de enfermagem13169 Estudo brasileiro mostra prevalecircncias de 43 a 93162

Em relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas (segundo nuacutecleo direcionador da

entrevista) observou-se carecircncia das mesmas o que favorece o processo de

adoecimento na percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem

O grupo entende que haacute problemas de relacionamento interpessoal fato

que dificulta a colaboraccedilatildeo entre os pares e gera sobrecarga de trabalho tal

fato eacute maximizado quando essa elevada carga laboral eacute acrescida com o

desconhecimento de medidas de economia biomecacircnica

A necessidade de trocar informaccedilotildees sobre o trabalho e de cooperar

com a equipe eacute relatada nas falas poreacutem apesar da verbalizaccedilatildeo do

100

sentimento a praacutetica natildeo eacute vivenciada o relacionamento interpessoal eacute

apontado pelo grupo como um dos fatores que influenciam o cotidiano do

trabalho cujo resultado depende de parcerias para obter melhores ganhos e

adoecer menos

ldquoA relaccedilatildeo interpessoal interfere em tudo no trabalho ()

Quando a equipe eacute boa natildeo tem estresse e tudo fica

bomsem tensatildeordquo

ldquoA maioria da equipe natildeo ajuda Eacute isso que acontece e a

gente acaba ficando sozinha e trabalhando muito maisrdquo

Estudo demonstra que para minimizar as fontes geradoras das

LERDORT a equipe de enfermagem necessita criar estrateacutegias de melhoria de

relacionamento com colegas edemais membros da equipe 170

Ao confrontar os achados com literatura observa-se que a falta de um

bom relacionamento implica numa comunicaccedilatildeo deficiente entre os pares e

utilizaccedilatildeo de mecanismos de defesas inadequados como a impaciecircncia natildeo

realizaccedilatildeo do trabalho em equipe falta de cooperaccedilatildeo espontacircnea sobrecarga

de trabalho para alguns elementos da equipe e a falta de continuidade das

accedilotildees iniciadas171 172 173 174 175 176177

O terceiro nuacutecleo direcionador da entrevista trata da realizaccedilatildeo pessoal

do profissional

Enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma

profissatildeo caracterizada por ter em sua essecircncia o cuidado Em relaccedilatildeo ao

auxiliar e teacutecnico de enfermagem haacute indefiniccedilatildeo do papel profissional

sobrecarga de trabalho frequentemente justificada por falta de pessoal e

estimulada pelo pagamento de horas-extras e falta de autonomia e autoridade

na tomada de decisotildees50178179180 fatos que fazem dessa profissatildeo a quarta

mais estressante no setor puacuteblico1

O grupo reconhece carecircncia de realizaccedilatildeo pessoal com o trabalho e isso

pode favorecer o surgimento de doenccedilas relacionadas agraves LERDORTs

101

uml Eu queria fazer faculdade mas a faculdade natildeo me quis

natildeo Fiz vestibular umas trecircs vezes mas natildeo passei aiacute o

jeito foi fazer o teacutecnico mesmordquo

ldquoMinha profissatildeo infelizmente natildeo eacute reconhecida mas Deus

reconhece [] Natildeo eacute reconhecida por parte do salaacuterio por

parte da direccedilatildeo do hospital do governador e da

comunidaderdquo

ldquo tocirc cansadajaacute era pra mim ter saiacutedo mas enquanto natildeo

aparece nadardquo

As percepccedilotildees dos sujeitos da pesquisa estatildeo de acordo com a

literatura pois eacute possiacutevel encontrar relatos de profissionais de niacutevel meacutedio de

enfermagem dizendo que sofrem de despersonalizaccedilatildeo e baixa realizaccedilatildeo

pessoal1181182183184185186

A despersonalizaccedilatildeo eacute caracterizada pela insensibilidade emocional do

profissional com prevalecircncia de condutas ciacutenicas e de dissimulaccedilatildeo 1181187 A

baixa realizaccedilatildeo pessoal faz menccedilatildeo a uma auto avaliaccedilatildeo negativa associada

agrave insatisfaccedilatildeo e desacircnimo com o trabalho com sentimentos de que este natildeo

vale a pena 1187 188

52 UMA PROPOSTA DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE VOLTADA

PARA O CUIDADOCOM A SAUacuteDE OCUPACIONAL DO TEacuteCNICO

DE ENFERMAGEM

Acreditando-se que os sujeitos trazem percepccedilotildees sobre o objeto de

pesquisa entendemos que eacute preciso atuar na Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ocupacional tendo como referecircncia o saber e a vivecircncia das pessoas agraves quais

as accedilotildees satildeo voltadas

102

Numa primeira etapa de coleta de dados por meio de observaccedilatildeo

etnograacutefica e entrevista de aprofundamento constatamos um cenaacuterio de

trabalho repleto de incoerecircncias ergonocircmicas inadequaccedilotildees de mobiacutelias

adoccedilotildees de posturas corporais inadequadas e uma percepccedilatildeo de ambiente

insalubre de trabalho por parte dos teacutecnicos de enfermagem

Para a elaboraccedilatildeo da atividade educativa que atendesse agrave perspectiva

da presente pesquisa assumimos estrateacutegias da participaccedilatildeo e diaacutelogo

privilegiando uma construccedilatildeo coletiva Isto eacute foi desenvolvida por meio da

teacutecnica de grupo focal

Neste grupo focal observamos que a falta de experiecircncias aprofundadas

anteriores dos teacutecnicos de enfermagem com a praacutetica de Educaccedilatildeo em Sauacutede

permitiu que os mesmos colocassem refletissem e dialogassem com os dados

colhidos e sistematizados pelo pesquisador

Nestes diaacutelogos exploramos as necessidades e expectativas dos

teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo a um programa educativo

O Recurso Educativo foi sendo assim proposto em funccedilatildeo dos dados

revelados por meio da interaccedilatildeo com o grupo

A opccedilatildeo de mergulhar no campo de estudo e construir uma intervenccedilatildeo

a partir de uma realidade tem respaldo na literatura que afirma que embora

tenha havido um desenvolvimento surpreendente de metodologias na

educaccedilatildeo em sauacutede as estrateacutegias de aproximaccedilatildeo a populaccedilotildees especiacuteficas

e a utilizaccedilatildeo de metodologias problematizadoras ainda carecem de realce na

educaccedilatildeo em sauacutede2489

Nessa perspectiva o objeto da Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute o de alterar

positivamente os conhecimentos por meio de aproximaccedilotildees de saberes

tornando-se via de matildeo de dupla onde todos (educador e educando)

aprendem e ensinam177 189190191

As diferentes aproximaccedilotildees com os teacutecnicos de enfermagem permitiram

observar que os mesmos detecircm conhecimentos sobre o assunto e condiccedilotildees

de contribuir no sentido de ampliar o repertoacuterio pedagoacutegico no processo de

elaboraccedilatildeo da proposta educativa

103

Os diaacutelogos estabelecidos no grupo focal possibilitaram apreender

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agraves atividades educativas

suas teacutecnicas modos e maneiras de se estabelecer o aprendizado sobre

LERDORT

ldquo Jaacute fui numas palestras mas natildeo entendi muita

coisa natildeo Se tivesse cartilhas com figuras Se

ensinasse a fazer os exerciacutecios era muito melhorrdquo

ldquoEacute porque palestras soacute natildeo resolve () quando tem

panfleto eu coloco na bolsa e leio depois com calma

na hora que esquecerrdquo

ldquoQuando tem alguma coisa que lembra a gente fixa

melhor () alguma coisa que eu veja que natildeo me

deixa esquecer do que aprendirdquo

ldquoQuando tem algueacutem fazendo ginaacutestica junto com a

gente eacute bom porque empolga e se tiver fazendo

errado ensina na horardquo

Os teacutecnicos de enfermagem apontam claramente para um pressuposto

de que a informaccedilatildeo pode favorecer no autocuidado

ldquoEacute preciso saber fazer posturas na hora de fazer o

procedimento Se eu soubesse bem direitinho a

posiccedilatildeo certa do banho eu ia fazer e natildeo sofria

tantordquo

104

ldquoJaacute ouvi falar da LER mas natildeo sei direito como eacute

quer dizer sei mais ou menos () o que eu queria

era ter mais entendimento para natildeo terrdquo

A literatura comenta que o trabalho educativo pode ser uma saiacuteda

extremamente potente para a comunicaccedilatildeo em sauacutede facilitando a construccedilatildeo

de estrateacutegias preventivas e terapecircuticas174 175 por outro lado eacute preciso

destacar que embora o conhecimento seja um preacute-requisito de modo algum eacute

garantia da realizaccedilatildeo no cuidado com a sauacutede ocupacional176 177 Isso pode

ser evidenciado no diaacutelogo com os teacutecnicos

umlEu sei como sentar mas isso natildeo basta porque

aleacutem de sentar tem que promover mais coisa () eacute

preciso saber fazer os alongamentos durante o

trabalho antes do trabalho e depois tambeacutem () Se

soubeacutessemos a gente natildeo esquecia de sentar

corretordquo

Sugestatildeo metodoloacutegicas que apontam para atividades teoacutericas e

praacuteticas foram tambeacutem feitas O reconhecimento da ginaacutestica laboral como

ferramenta preventiva das LERDORTs e a confecccedilatildeo de material didaacutetico que

discuta teacutecnicas de economia biomecacircnica durante a jornada de trabalho foi

enfatizada

umlrdquoEacute preciso fazer ginaacutestica laboral manobras de

alongamentordquo

ldquoA gente deveria aprender quais satildeo as posturas

corretas deveria aprender a fazer exerciacutecios mais

ateacute do que isso deveria vir algueacutem aqui para fazer

exerciacutecios com a gente porque ao mesmo tempo que

fazia estimulava e ensinava a fazer tambeacutemrdquo

105

uml[] palestra soacute natildeo resolve [] se tivesse cartilhas

livros panfletos porque depois eu podia ler sem

aperreiouml

A literatura reforccedila esses aspectos quando afirma que para uma

efetivaccedilatildeo mais adequada dos saberes eacute preciso considerar estimular e

valorizar competecircncias teoacutericas e praacuteticas178 nas quais se incluem tanto as

habilidades comportamentais e praacuteticas (saber ser) quanto os savoirs-faire

(saber-fazer) ou conhecimentos teoacutericos dos indiviacuteduos 179180

Os teacutecnicos de enfermagem reconhecem que esse curso para natildeo cair

no esquecimento devia ser feito por moacutedulos com reforccedilos que e evoquem o

que foi discutido sobre a questatildeo

O grupo sugere tambeacutem que o reforccedilo deve ser disponibilizado e

entregue em moacutedulos pois a leitura de um texto longo pode ficar cansativa e

desestimulante Tal observaccedilatildeo pode se reforccedilada nas falas abaixo

ldquoCom o tempo a gente se esquece do que aprendeu

mas se tiver uma coisa pra lembrar seria muito bom

[] uma coisa que eu visse jaacute me lembravardquo

ldquoTipo assim todo dia falar um pouco em pedaccedilos

Quando fala tudo de uma vez depois a gente nem se

lembrardquo

Entre as discussotildees e planejamento coletivo das atividades educativas o

grupo por votaccedilatildeo sugeriu a adoccedilatildeo de uma personagem fictiacutecia para o

desenvolvimento da estrateacutegia uma boneca enfermeira entendendo que seria

algo inusitado e estimulante para ativar a lembranccedila do que fora apreendido

um modo de natildeo cair no esquecimento

106

Apoacutes algumas sugestotildees de nomes para a personagem (Dodoacutei

Penicilina Espondileacuteia Costa e Enfermerita) por votaccedilatildeo direta e aberta

escolheram o nome Espondileacuteia Costa

Um desenhista alheio ao processo foi contratado para desenvolver uma

proposta de desenho da personagem que foi preliminarmente aprovado pelo

grupo O desenho ficou exposto na sala de reuniatildeo por 10 (dez) dias para

eventuais sugestotildees de mudanccedilas que natildeo ocorreram

Ilustrado pelo desenho e ancorado nas referecircncias cientiacuteficas sobre a

prevenccedilatildeo das LERDORTs e nas sugestotildees do grupo focal foi elaborado a

versatildeo preliminar do manual que seria utilizado na atividade educativa

O manual ficou disponiacutevel para anaacutelise na sala de encontros por mais

10 (dez) dias e os teacutecnicos de enfermagem fizeram devidas observaccedilotildees sobre

o memo As principais sugestotildees ocorreram em relaccedilatildeo agrave substituiccedilatildeo de

palavras desconhecidas pelo grupo

O Recurso Instrucional final foi composto do manual e da boneca O

manual foi idealizado em fasciacuteculos a serem distribuiacutedos em cada encontro e a

boneca foi concebida para ser apresenta com uma caixinha com o manual em

miniatura sendo assim proposta para ser utilizada como um siacutembolo que tem

como finalidade ativar a lembranccedila do que foi discutido e praticado

O manual possui duas partes distintas a primeira com apresentaccedilatildeo do

mesmo e a segunda com uma parte mais praacutetica e algumas sugestotildees de

exerciacutecios

A primeira parte do material ficou assim dividida

A Espondileacuteia Costa Nessa etapa a boneca Espondileacuteia Costa se

apresenta e diz qual eacute a sua intenccedilatildeo com o grupo

Apresentaccedilatildeo Nessa pesquisado o autor esclarece alguns pontos

sobre a confecccedilatildeo do manual o objetivo do mesmo e relata

brevemente como foi o seu desenvolvimento

A quem se destina o manual Nesse momento eacute apresentado o puacuteblico

alvo que o manual educativo pretende alcanccedilar

107

A segunda parte de caraacuteter mais praacutetico ficou assim dividida

O trabalho do teacutecnico de enfermagem Nesse capiacutetulo discutem-se as

exigecircncias fiacutesicas para o trabalho como teacutecnico de enfermagem a

saber exigecircncia de grande esforccedilo fiacutesico atenccedilatildeo repetitividade de

movimentos sobrecarga de trabalho e instrumentos de trabalho

Tipos de contraccedilatildeo muscular no ambiente de trabalho

LERDORT o processo de adoecimento do sistema musculoesqueleacutetico

relacionado ao trabalho

Orientaccedilotildees para o trabalho na postura biacutepede

Orientaccedilotildees para o trabalho em sedestaccedilatildeo

Orientaccedilotildees para transferecircncia de pacientes acamados

Cinesioterapia laboral Nesse capiacutetulo se discute a importacircncia do

exerciacutecio fiacutesico na prevenccedilatildeo da LERDORT sendo eacute apresentados

alguns exerciacutecios laborais com convite para a praacutetica regular dos

mesmos

O Manual produzido e posteriormente aplicado encontra-se no anexo 5

53 A QUALIDADE DE VIDA DE TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

ANTES E APOacuteS UMA ATIVIDADE EDUCATIVA

A qualidade de vida no trabalho eacute percebida subjetivamente pelos

indiviacuteduos no ambiente laboral e deve envolver condiccedilotildees de seguranccedila

trabalho digno remuneraccedilatildeo e benefiacutecios adequados estabilidade feedback

quanto ao desempenho oportunidade de crescimento e de aprendizado

possibilidade de promoccedilatildeo clima social positivo e justiccedila social132 192

Trata-se de um conceito amplo e de certo modo pode ser afetado pela

sauacutede fiacutesica estado emocional convicccedilotildees pessoais relaccedilotildees sociais e

estiacutemulos provenientes do meio 132 De um modo geral as definiccedilotildees de

108

Qualidade de Vida reforccedilam a ideia de que sua percepccedilatildeo eacute encarada

diferentemente pelos indiviacuteduos192

O trabalho ocupa lugar central na vida do homem e dependendo da

forma como estaacute sendo executado e organizado pode ser gerador de fatores

desgastantes e potencializadores de processos sauacutede-doenccedila levando o

trabalhador ao adoecimento193 194 195

Inseridos nesse contexto estaacute o trabalhador de enfermagem que tem

seu trabalho caracterizado por atividades que exigem alta interdependecircncia

entre os pares nas quais a motivaccedilatildeo surge como aspecto fundamental na

busca de maior eficiecircncia para a qualidade na assistecircncia prestada aliada agrave

satisfaccedilatildeo destes trabalhadores196

Justifica-se avaliar a qualidade de vida no trabalho do teacutecnico de

enfermagem devido aos prejuiacutezos que a baixa desta pode desencadear tanto

para os funcionaacuterios como para os hospitais

Essa atitude eacute necessaacuteria agravequelas empresas que almejam o sucesso

pois trazem resultados positivos tanto para o empregado na forma de uma

vida mais saudaacutevel e satisfatoacuteria como para a empresa na forma de reduccedilatildeo

no absenteiacutesmo melhorias no clima organizacional nos relacionamentos na

produtividade e nos resultados194

Para este estudo foram avaliados 08 domiacutenios de qualidade de vida

propostos pelo SF 36 lembrando que quanto mais proacuteximo de 100 (cem)

melhor o estado de sauacutede da populaccedilatildeo pesquisada

Observou-se que todos os domiacutenios pesquisados antes da atividade

educativa mostraram-se abaixo de 50 do ideal significando um

comprometimento desta

Observou-se tambeacutem que o domiacutenio mais afetado foi vitalidade seguido

pelos aspectos fiacutesicos aspecto emocional aspecto funcional estado geral

aspectos sociais sauacutede mental e por fim dor

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

109

QUADRO 1 O quadro abaixo mostra os valores obtidos nos diferentes

domiacutenios com a aplicaccedilatildeo do SF 36antes do desenvolvimento da atividade

educativa

DOMIacuteNIOS Meacutedia dos valores encontrados

Capacidade funcional 458333

Aspectos fiacutesicos 291667

Dor 506667

Estado geral 491667

Vitalidade 200000

Aspectos sociais 499000

Aspectos emocionais 386667

Sauacutede Mental 499998

Partimos do princiacutepio que o trabalho quando executado em ambientes

insalubres e penosos pode interferir negativamente na qualidade de vida de

trabalhadores197 e traz sofrimento fiacutesico198

Em outro estudo199 encontramos resultados semelhantes aos aqui

apresentados os autores relatam que tais resultados refletem o sentimento de

cansaccedilo e esgotamento do grupo O cansaccedilo estaacute significativamente associado

agrave presenccedila de sintomas como problemas do sono estresse e depressatildeo203

fato que daacute credibilidade a fala do grupo quando se refere ldquofico aperreadordquo

ldquofico estressadordquo abordadas no capiacutetulo 51

Trabalhadores de enfermagem comumente apresentam sensaccedilatildeo de

fadiga crocircnica e essa pode se manifestar de diversas formas sensaccedilatildeo de

esgotamento dores de cabeccedila e no corpo perda do apetite irritabilidade

desacircnimo e induzem ao empobrecimento da vida social mental e laboral dos

mesmos192

Devido agraves condiccedilotildees laborais percebidas o excesso de trabalho e a natildeo

satisfaccedilatildeo pessoal com a profissatildeo anteriormente descritas nas falas dos

sujeitos da pesquisa nos faz acreditar que haacute um cansaccedilo acumulado no grupo

e isso pode interferir na satisfaccedilatildeo perante o trabalho

110

Estudo demonstra que haacute influecircncia direta do ambiente de trabalho e da

organizaccedilatildeo do mesmo sobre a qualidade de vida dos servidores e ainda

afirma que eacute necessaacuterio proporcionar ao trabalhador um estilo de vida mais

ativo saudaacutevel e ofertar ao mesmo condiccedilotildees salubres e adequadas para

desenvolverem e aperfeiccediloarem seu trabalho200

Neste contexto o ambiente de trabalho pode estar associado ao

sofrimento fiacutesico e psiacutequico dos trabalhadores uma vez que um tempo

significativo da vida dessas pessoas acontece neste ambiente201

Partimos do pressuposto de que existe relaccedilatildeo positiva entre o

Programa Educativo e a Qualidade de Vida dos Teacutecnicos de Enfermagem

Os dados referentes agrave qualidade de vida aleacutem de terem sido colhidos

antes da atividade educativa foram tambeacutem avaliados apoacutes 10 e 30 dias do

desenvolvimento da mesma

O graacutefico abaixo mostra o comportamento dos domiacutenios do SF 36 no

grupo nos trecircs momentos investigados

111

Graacutefico 1 Comportamento dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por

meio do SF-36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias

decorridos da atividade educativa

O quadro abaixo detalha quantitativamente as meacutedias obtidas

Quadro 2 Meacutedia dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por meio do SF-

36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias decorridos da

atividade educativa

DOMIacuteNIOS Valores antes Valores apoacutes

10 dias

Valores apoacutes

30 dias

Capacidade funcional 458333 a 700000 b 715000 b

Aspectos fiacutesicos 291667 a 750000 b 718333 ab

Dor 506667 a 760000 b 765000 ab

Estado geral 491667 a 708333 b 718333 ab

Vitalidade 200000 a 316667 a 331667 a

Aspectos sociais 499000 a 458333 a 464167 a

Aspectos emocionais 386667 a 831667 b 876667 ab

Sauacutede Mental 499998 a 680000 a 688333 a

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5 de probabilidade

112

Apoacutes 10 (dez) observamos que houve incremento na qualidade de vida

do grupo em todos os domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade e aspectos sociais

que continuaram abaixo de 50 (cinquenta por cento)

Decorridos 30 (trinta) dias da accedilatildeo educativa o mesmo resultado se

manteve apenas os domiacutenios vitalidade e aspectos sociais mantiveram

escores menores que 50 (cinquenta)

Estatisticamente analisando os dados pelo teste de Tukey todos os

domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade aspecto social e sauacutede mental

apresentaram incremento estatisticamente significante apoacutes a atividade

educativa

A vitalidade apresentou pequena variaccedilatildeo positiva nos dez dias apoacutes o

desenvolvimento da atividade educativa que se manteve 30 dias apoacutes apesar

de natildeo ter sido estatisticamente significante

O domiacutenio aspecto social manteve-se inalterado do ponto de vista

estatiacutestico antes e apoacutes (tanto 10 como 30 dias) decorridos da atividade

educativa

As meacutedias encontradas para a Sauacutede Mental do SF36 tiveram evoluccedilatildeo

depois de decorrido 10 dias e 30 dias apoacutes a atividade educativa apesar de

tambeacutem natildeo terem significacircncia estatiacutestica

O componente Capacidade Funcional que avalia a presenccedila e extensatildeo

de restriccedilotildees relacionadas agrave capacidade fiacutesica dos sujeitos teve significativa

variaccedilatildeo estatiacutestica nos 10 (dez) dias seguintes da atividade educativa apoacutes o

trigeacutesimo dia houve variaccedilatildeo positiva mas sem ser estatisticamente

significante esses achados nos sugerem uma melhor condiccedilatildeo fiacutesica apoacutes a

atividade educativa

Os dados encontrados estatildeo em desacordo com a literatura que afirma

que a capacidade funcional apresenta domiacutenio comprometido apoacutes ginaacutestica

laboral em profissionais que trabalham em hospital universitaacuterio e equipe de

enfermagem com queixas de lombalgia 204 203

Por outro lado os dados obtidos nesta pesquisa vatildeo ao encontro de

estudos que se propunham avaliar qualidade de vida de enfermeiros frente a

atividades fiacutesicas tais estudos mostraram bons iacutendices no domiacutenio Capacidade

Funcional204 205 206 em enfermeiros praticantes de atividade fiacutesica Natildeo

113

encontramos estudos que avaliassem mudanccedilas de capacidade funcional

correlacionadas com atividades educativas que incluam a atividade fiacutesica como

uma das suas estrateacutegias

Os aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos emocionais

apresentaram comportamentos similares ou seja evoluiacuteram e mantiveram um

valor crescente com significacircncia estatiacutestica apoacutes 10 (dez) e 30 (trinta) dias

decorridos da accedilatildeo educativa

Estudos demonstram que muacuteltiplos fatores podem estar relacionados ao

incremento negativo dos aspectos supra referidos e trazer sofrimento fiacutesico e

psiacutequico aos trabalhadores na maioria das vezes longas jornadas de trabalho

ritmos acelerados de produccedilatildeo pressatildeo repressora e autoritaacuteria inexistecircncia

ou escassas pausas para o descanso ao longo das jornadas de trabalho

estrutura fiacutesica precaacuteria material disponiacutevel fragmentaccedilatildeo de tarefas e

desqualificaccedilatildeo do trabalho realizado geram agressatildeo ao trabalhador 207 208 209

210 no entanto um aspecto nos chamou a atenccedilatildeo eacute que no periacuteodo em que o

estudo foi realizado natildeo constatamos qualquer mudanccedila na estrutura fiacutesica

eou administrativa na Unidade Hospitalar e mesmo assim incrementos

positivos aconteceram isso nos leva a concluir que o programa educativo

idealizado a partir da interaccedilatildeo com o grupo estudado foi eficaz na melhoria da

qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem sobretudo nos aspectos fiacutesicos

dor estado geral e aspectos emocionais e capacidade funcional

54 A PRESENCcedilA DE DORES OSTEOMUSCULARES

RELACIONADAS AO TRABALHO EM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM ANTES E APOacuteS UM PROGRAMA EDUCATIVO

Para este estudo foi avaliada a percepccedilatildeo aacutelgica dos teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa

Antes da atividade educativa independentemente do periacuteodo

considerado (12 meses ou sete dias) observou-se queixas de dores em todas

as aacutereas corpoacutereas avaliadas pelo Instrumento

114

Essas queixas estavam relacionadas agrave dor e parestesia Os dados

apresentados vatildeo ao encontro do que mostra a literatura onde se conclui que

os relatos referidos pelos trabalhadores portadores de DORTs envolvem

queixas inespeciacuteficas tais como dor localizada dor irradiada e sensaccedilatildeo de

peso 211

Acreditamos que essas queixas possuem relaccedilatildeo direta com as

condiccedilotildees de trabalho percebidas e relatadas pelo grupo A literatura aponta

tambeacutem que a presenccedila de sintomas osteomusculares nos trabalhadores de

enfermagem eacute atribuiacuteda principalmente a fatores ergonocircmicos e posturais

inadequados presentes na dinacircmica hospitalar212

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

Eacute possiacutevel observar que antes da atividade educativa existia no

grupoelevada percepccedilatildeo de sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano Natildeo

considerando a regiatildeo acometida constata-se que 942 dos teacutecnicos de

enfermagem queixavam-se de dores

Dentre os que aludiram sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(912) parte superior das costas (8369) punhos e matildeos (539) e joelhos

(337)

Em relaccedilatildeo aos sintomas osteomusculares percebidos nos uacuteltimos sete

dias 8857 dos teacutecnicos de enfermagem afirmaram positivamente Entre os

que referiram sintomatologia na uacuteltima semana as regiotildees mais referenciadas

foram respectivamente parte inferior das costas (933) parte superior das

costas (714) ombros (256) e pescoccedilo (151) como eacute possiacutevel observar

na tabela que se segue

115

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de

Enfermagem do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES da atividade educativa

Nos uacuteltimos 12 meses vocecirc

teve problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7 dias vocecirc teve

problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b)

Ombros 1084(a) 256(b)

Parte superior das costas 8369(a) 714(b)

Cotovelos 91(a) 128(b)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b)

Parte inferior das costas 912(a) 933(b)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b)

Joelhos 337(a) 116(b)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Em estudo eacute confirmado dados similares com prevalecircncia de sintomas

na regiatildeo lombar146 Em pesquisas similares foi verificada a prevalecircncia de

distuacuterbios osteomusculares em regiotildees corporais como a coluna lombar

ombros coluna cervical e joelhos213 214

Elevadas taxas de queixas aacutelgicas tambeacutem foram observadas em outras

pesquisas 215216217218219 que utilizaram o mesmo instrumento do presente

estudo verificou-se que 930 dos teacutecnicos e auxiliares de enfermagem de

um hospital puacuteblico referiram queixas de dor

Cada atividade ocupacional apresenta caracteriacutesticas que podem

predispor algum tipo de doenccedila relacionada ao trabalho No caso especiacutefico

das LERDORTs determinadas atividades que envolvem de alguma forma

movimentos repetitivos esforccedilo com sobrecarga inclusive estaacutetica estatildeo

associados agrave origem de muitos problemas musculoesqueleacuteticos como parece

ser o caso dos profissionais teacutecnicos de enfermagem216 Contraccedilotildees

musculares estaacuteticas contiacutenuas aumento da pressatildeo intramuscular

116

minimizaccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e compressatildeo de feixes nervosos satildeo

mecanismos fisiopatoloacutegicos que podem produzir alteraccedilotildees musculares e

repercutir em dores musculares216

Outro fato importante de salientar eacute que as dores de coluna podem estar

relacionadas tanto a questotildees psicoloacutegicas (estresse e ansiedade) quanto

fiacutesicas 216 220 Dentre as possiacuteveis causas de estresse psicoloacutegico nos teacutecnicos

de enfermagem poderiam estar o fato de trabalharem com a questatildeo da

doenccedila enfermarias superlotadas falta de atitudes cooperativas baixa

autoestima atenccedilatildeo constante fatos relatados pelos mesmos

ldquoEu fico triste no trabalho soacute fico alegre quando eu

recebo elogios fica bomeu sei conversarsou meio

psicoacutelogardquo

ldquoNatildeo tocirc realizada natildeo quer dizer mais ou menos Eacute

razoaacutevel O salaacuterio eacute ruim o trabalho eacute muito

cansativo Cuidar do paciente se quebra ateacute os

braccedilos Eacute uma torturardquo

ldquoNingueacutem taacute nem aiacute para genterdquo

Outro fato que merece destaque eacute o sedentarismo pois pode tornar o

indiviacuteduo suscetiacutevel a doenccedilas ocupacionais afetando a sua produtividade no

ambiente de trabalho221 Este dado condiz com o presente estudo pois

encontramos falas aludidas no capiacutetulo 5 que fazem menccedilatildeo a essa situaccedilatildeo

A praacutetica regular de atividade fiacutesica promove melhor adaptaccedilatildeo do

sistema muscular circulatoacuterio e metaboacutelico levando a alteraccedilotildees beneacuteficas na

musculatura esqueleacutetica e assim reduzindo o surgimento de sintomas

osteomusculares e incapacidades222

A participaccedilatildeo do teacutecnico de enfermagem no programa educativo

idealizado agrave partir da interaccedilatildeo com os mesmos mostrou forte impacto na

reduccedilatildeo das dores osteomusculares relacionadas ao trabalho A tabela abaixo

mostra os dados encontrados antes e apoacutes a atividade educativa

117

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de Enfermagem

do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES e APOacuteS 30 dias decorridos da atividade educativa

ANTES APOacuteS

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b) 2502 (a) 51(c)

Ombros 1084(a) 256(b) 1098(a) 56(c)

Parte superior das

costas

8369(a) 714(b) 8069(a) 111(c)

Cotovelos 91(a) 128(b) 99(a) 56(c)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b) 519(a) 51(c)

Parte inferior das

costas

912(a) 933(b) 892(a) 226(c)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b) 139(a) 030(c)

Joelhos 337(a) 116(b) 347(a) 49(c)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b) 279(a) 32(c)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Apoacutes o desenvolvimento da Atividade Educativa como era esperado

verificou-se que natildeo houve variaccedilatildeo das queixas de dores referentes ao uacuteltimo

ano No entanto em relaccedilatildeo as queixas aacutelgicas nos uacuteltimos 7 (sete) dias

quando se compara antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa eacute

possiacutevel constatar diminuiccedilatildeo estatisticamente significativa da queixa de dores

entre os trabalhadores

Entre os que referiram sintomatologia dolorosa na uacuteltima semana as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(226) parte superior das costas (116) cotovelos e ombros (56)

118

Observou-se portanto o efeito positivo da atividade educativa proposta

na minimizaccedilatildeo de queixas aacutelgicas relacionadas ao trabalho Natildeo encontramos

estudos similares na literatura correlacionando percepccedilatildeo aacutelgica de teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa

119

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

120

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A educaccedilatildeo em sauacutede tem sido utilizada por profissionais da sauacutede

sobretudo na atenccedilatildeo baacutesica como forma de intervenccedilatildeo na tentativa de

facilitar o aprendizado modificar haacutebitos e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees tal praacutetica eacute comprovada pela literatura atual poreacutem o modo de se

fazer ainda natildeo estaacute totalmente difundido entre os profissionais da sauacutede

sobretudo aqueles que trabalham na sauacutede ocupacional

A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas na ambiecircncia hospitalar pode ser

uma forma de aprimorar o conhecimento dos profissionais que trabalham com

sauacutede ocupacional neste caso especificamente com a prevenccedilatildeo das

LERDORTs

Nesta pesquisa procuramos colaborar com dois aspectos o primeiro

quando nos propusemos a conhecer a realidade do trabalho e os saberes do

teacutecnico de enfermagem sobre LERDORT para a partir desses dados

organizar uma proposta de intervenccedilatildeo educativa e o segundo ao avaliar esta

intervenccedilatildeo a partir da qualidade de vida e da percepccedilatildeo de dores

osteomusculares relacionadas ao trabalho

No primeiro momento o processo de elaboraccedilatildeo da intervenccedilatildeo

educativa considerou que a transmissatildeo unidirecional de informaccedilotildees

desvalorizando os saberes e experiecircncia dos educandos seria um equiacutevoco

como vem mostrando a literatura sobre educaccedilatildeo em sauacutede Partimos do

pressuposto de que os sujeitos possuiacuteam saberes valiosos decorrentes de

suas experiecircncias em lidar com trabalho e seus problemas de sauacutede

Observamos que os teacutecnicos de enfermagem tecircm uma compreensatildeo

sobre o processo de adoecimento relacionado com seus trabalhos

especialmente no tocante potencial desenvolvimento das LERDORTs

121

As falas dos teacutecnicos de enfermagem do Hospital investigado sobre

LERDORT mencionadas nos capiacutetulos iniciais dessa pesquisa foram muito

ricas e serviram de ferramentas para a construccedilatildeo da proposta educativa

Dessa forma a Educaccedilatildeo em Sauacutede proposta estimulada pela

construccedilatildeo e pensar coletivos sobre o modo que os teacutecnicos de enfermagem

atuavam tornou-os corresponsaacuteveis pela prevenccedilatildeo desencadeando uma

aprendizagem mais significativa Isto reforccedilou o potencial da Educaccedilatildeo em

Sauacutede opondo-se ao reducionismo do processo educativo e caminhando em

direccedilatildeo a um processo informativo-cognitivo na educaccedilatildeo dos trabalhadores

proacuteximo a realidade laboral dos mesmos

No segundo momento dessa pesquisa observamos que a vivecircncia

dessa intervenccedilatildeo trouxe benefiacutecios na qualidade de vida e na reduccedilatildeo de

dores osteomusculares relacionadas ao trabalho do grupo de estudo

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida dos teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede e vitalidade pode- se afirmar que o programa educativo

elaborado a partir da interaccedilatildeo com o grupo teve impactos positivos Nos

domiacutenios capacidade funcional aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais podemos afirmar tambeacutem que tal melhora persiste ateacute 30 (trinta)

dias corridos nos domiacutenios aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais e sauacutede mental

No que diz respeito a presenccedila de sintomas osteomusculares

relacionados ao trabalho observou-se que a atividade educativa interfere

positivamente na minimizaccedilatildeo dos mesmos

Eacute sabido que o surgimento das LERDORTs na ambiecircncia hospitalar eacute

multifatorial e por isso necessita ser abordada de forma distinta Grande parte

dos fatores desencadeadores das mesmas em hospitais puacuteblicos natildeo estaacute ao

nosso alcance poreacutem uma atividade educativa dependente diretamente do

envolvimento dos profissionais que trabalham com sauacutede ocupacional e podem

ter repercussotildees positivas minimizaccedilatildeo dos agravos Apesar de natildeo se ter

modificado o meio em que o teacutecnico de enfermagem trabalha foi possiacutevel com

122

a atividade educativa melhorar sua qualidade de vida e reduzir a

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho

Ao final dessa pesquisa nos remetemos a algumas indagaccedilotildees De que

modo o Fisioterapeuta como integrante de uma equipe de sauacutede ocupacional

tem se apropriado dessas questotildees Como aprimorar o papel educativo do

Fisioterapeuta junto a estes e outros profissionais expostos ao adoecimento

relacionado ao trabalho

As respostas a estes questionamentos ainda poderatildeo ser mais

aprofundadas e discutidas pela comunidade acadecircmica mas o que sabemos eacute

que o aprimoramento da Atividade Educativa do Fisioterapeuta pode ajudar os

trabalhadores a manterem-se mais saudaacuteveis produtivos e felizes

123

REFEREcircNCIAS

124

7 REFEREcircNCIAS

1 Murofuse NT Abranches S S Napoleatildeo A A Reflexotildees sobre estresse e

Burnout e a relaccedilatildeo com a enfermagem Rev Latino-amEnfermagem

200513(2)255-61

2 Murofuse NT O adoecimento dos trabalhadores de enfermagem na Fundaccedilatildeo

Hospitalar do estado de Minas Gerais reflexatildeo das mudanccedilas no mundo do

trabalho Ribeiratildeo Preto Tese [Doutorado Enfermagem] - Universidade de Satildeo

Paulo 2004

3 Belancieri MF Bianco MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em

trabalhadores da aacuterea de enfermagem de um Hospital Universitaacuterio

TextoampContexto Enfermagem 2004 janmar 13(1)124-131

4 Jensen R Disabling back injuries among nursing personal research needs and

justification RevNursHealth 198710(1)29-38

5 De Marchi BD Rita C Do Carmo CR Maria Luacutecia Almeida S L Riscos

ocupacionais e alteraccedilotildees de sauacutede entre trabalhadores de enfermagem

brasileiros de unidades de urgecircncia e emergecircncia Cienc Enferm 2010

16(2)69-81

6 Vieira ER Kumar S Coury HJ Narayan Y Low back problems and possible

improvements in nursing jobs Journal of Advanced Nursing 2006 jul 55 (1) 79-

89

7 Magora A Investigation of the relation between low back pain and occupation

Ind Med 2010 39(11)31-7

125

8 Hartvigsen J Lauritzen S Lings S Lauritzen T Intensive education combined

with low tech ergonomic intervention does not prevent low back pain in nurses

Occup Environ Med 2005 62 (1)13-7

9 Horneij EL Jensen IB Holmstroumln EB Ekdahl C Sick leave among home-care

personnel a longitudinal study of risk factors BMC Musculoskelet Disord

20045(1)38

10 Chiou WK Wong MK Lee YH Epidemiology of low back pain in Chinese

nurses Int J Nurs Stud 1994 31361-368

11 Fernandes JD Ferreira SL albergaria AK Conceiccedilatildeo FM Sauacutede mental e

trabalho feminino imagens e representaccedilotildees de enfermeiras Rev Latino-am

Enfermagem 200210(2)199-206

12 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Occup Environ Med 2004 61 398-404

13 Botha WE Bridger RS Anthropometric variability equipment usuability and

musculoskeletal pain in a group of nurses in the western cape Appl Ergon

2008 1(1) 481-90

14 Nardi HC Sauacutede do trabalhador subjetividade e interdisciplinaridade In Merlo

ARC organizador Sauacutede e Trabalho no Rio Grande do Sul realidade

pesquisa e intervenccedilatildeo 1ed Porto Alegre UFRGS 2004 [v143-64]

15 Lacaz FAC Sauacutede do trabalhador Campinas Tese [Doutorado] - Faculdade de

Ciecircncias Medicas da Universidade Estadual de Campinas 1996

16 Haag GS Lopes MJM Schuck JS Organizadores A enfermagem e a sauacutede

dos trabalhadores 2 ed rev e ampl Goiacircnia Editora AB 2001

17 Farias SNP Riscos no trabalho e agravos agrave sauacutede do trabalhador de

enfermagem em centro municipal de sauacutede Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo

126

[Mestrado em Enfermagem]- EEAN Universidade Federal do Rio de Janeiro

1999

18 Frias Junior CAS A sauacutede do trabalhador no Maranhatildeo uma visatildeo atual e

proposta de atuaccedilatildeo Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede

Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz 1999

19 Wright WC Introduction In RAMAZZINI B Diseases of Workers Thunder

Bay Canada OHampS Press 1993 p 1-34 [Translated by Wilmer Cave Wright

1940]

20 Arruda JJA Piletti N Toda a Histoacuteria Satildeo Paulo Aacutetica 1997

21 Prado Juacutenior C Evoluccedilatildeo poliacutetica do Brasil Colocircnia e impeacuterio Satildeo Paulo

Brasiliense 1999

22 Laurell AC Noriega M Para o Estudo da Sauacutede na sua relaccedilatildeo com o

processo de trabalho In Processo de Produccedilatildeo e Sauacutede Trabalho e Desgaste

Operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

23 Oddone I Marri G Gloacuteria S Briante G Chiattella M REA Ambiente de

trabalho a luta dos trabalhadores pela sauacutede Satildeo Paulo Hucitec 1986

24 Mendes R Dias EC Da medicina do trabalho agrave sauacutede do trabalhador Revista

de sauacutede puacuteblica 1991 25 (5) 341-349

25 Bellusci SM Doenccedilas profissionais ou do trabalho 6 ed Satildeo Paulo Editora

Senac 2005

26 Chaffin DB Anderson GBJ Martins BJ Biomedicina Ocupacional Belo

Horizonte Ed Ergo 2001

27 Oliveira RMR A abordagem das lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho LERDORT no Centro de

127

Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador do Espiacuterito Santo ndash CRSTES Rio de

Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Oswaldo

Cruz Rio de Janeiro 2001

28 Leite PC Silva A Merighi MAB A mulher trabalhadora de enfermagem e os

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho Rev esc enferm USP

2007 jun 41 (2)287-291

29 Felli VEA Kurcgant P A sauacutede do trabalhador de enfermagem um estudo no

enfoque do materialismo histoacuterico e dialeacutetico Rev Paulista de Enfermagem

2000 setdez19 (3)41-8

30 Pinho DLM Abrahatildeo JI Ferreira MC As estrateacutegias operatoacuterias e a gestatildeo da

informaccedilatildeo no trabalho de enfermagem no contexto hospitalar Rev latino-am

Enfermagem 2003 marabr11(2)168-76

31 Peduzzi M Anselmi ML O processo de trabalho de enfermagem a cisatildeo entre

o planejado e execuccedilatildeo do cuidado Rev Bras Enferm 2002 55(4)392-398

32 Rocha SSL Felli AVE Qualidade de vida no trabalho docente em enfermagem

Rev Latino-am enfermagem 2004 janfev 2(1) 28-35

33 Raduumlnz V Cuidando e se cuidando 2 ed Goiacircnia Editora AB 1999

34 Murofuse NT Alves DCI Favero GC Brotto AO Comportamento dos

acadecircmicos docentes e teacutecnicos administrativos da cliacutenica odontoloacutegica da

Unioeste riscos e atividades desenvolvidas Acta Scientiarum Health Sciences

(Online) 2008 3081-87

35 Assunccedilatildeo AA Rocha LE Doenccedilas Osteomusculares Relacionadas com o

Trabalho membro superior e pescoccedilo In MENDES R Patologia do Trabalho

Satildeo Paulo Atheneu 2003

128

36 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Protocolo de investigaccedilatildeo diagnoacutestico

tratamento e prevenccedilatildeo de lesotildees por esforccedilos repetitivos LERDORT

Brasiacutelia DF 2000

37 Rio RP LER ciecircncia e lei novos horizontes da sauacutede e do trabalho Belo

Horizonte (MG) Health 199

38 MINISTEacuteRIO DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL (BR) Atualizaccedilatildeo da Norma Teacutecnica

sobre Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-DORT Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo 11 de julho 1997 Seccedilatildeo 34231-9

39 OLIVEIRA CR Conceituaccedilatildeo da LER In OLIVEIRA CR Manual Praacutetico de

LER 2aed Belo Horizonte Editora Health 1998 p21-28

40 Regis F Gilseacutee I Michels G SELL I Work related musculoskeletal disorders in

dentists Rev bras epidemiol 2006 9(3)346-359

41 Merlo AacuteRC Jacques MGC Hoefel MGLGroups activity with repetitive strain

injuries workers experience reportPsicol Reflex Crit 2001 14(1)253-258

42 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Comitecirc Assessor das LERDORT Protocolo de

investigaccedilatildeo diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo de LERDORT Brasiacutelia

1999

43 Michelin CF Michelin AL Loureiro CA Estudo epidemioloacutegico dos distuacuterbios

musculoesqueletais e ergonocircmicos em Cirurgiotildees Dentistas Revista da

Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo 2000

juldez5(2)61-7

44 Guido LA Stress e coping entre enfermeiras de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo

anesteacutesica Satildeo Paulo Tese [Doutorado em enfermagem] ndash Escola de

enfermagem da Universidade de Satildeo Paulo 2003

129

45 Britto ES Enfermeiros psiquiaacutetricos estresse enfrentamento e sauacutede Ribeiratildeo

Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

2006

46 Christophoro R Waidman MAP Estresse e condiccedilotildees de trabalho um estudo

com docentes do curso de enfermagem da UEM Estado do Paranaacute Acta

Scientiarum 2002 24(3)757-63

47 Almeida NA Estresse ocupacional uma visatildeo psicoloacutegica sobre a sauacutede do

trabalhador Manaus Tese [doutorado em Psicologia] - Centro Universitaacuterio

Luterano de Manaus 2005

48 Beck CLC Gonzales RMB Stekel LMC Donaduzzi JC O trabalho da

enfermagem em unidades criacuteticas e sua repercussatildeo sobre a sauacutede dos

trabalhadores Esc Anna Nery R Enferm 2006 Ago 10(2)221-7

49 Dejours C A loucura do trabalho estudo de psicopatologia do trabalho

Traduccedilatildeo de Ana Isabel Paraguay e Lucia Leal Ferreira 5 ed ampl Satildeo

Paulo Editora Cortez 1992

50 Stacciarini JMR Troacuteccoli BT O estresse na atividade ocupacional do

enfermeiro Rev Latino-AmEnfermagem 2001 marabr9(2)305-17

51 Popim RC O cuidador na accedilatildeo de cuidar na enfermagem oncoloacutegica Ribeiratildeo

Preto Tese [Doutorado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

Ribeiratildeo Preto 2001

52 Meirelles NF Zeitoune RCG Satisfaccedilatildeo no trabalho e fatores de estresse da

equipe de enfermagem de um centro ciruacutergico oncoloacutegico Escola Anna Nery

Revista de Enfermagem 2003 abr 7(1)78-88

53 Miguez J Bonami M Comportamentos de ausecircncia quadros de anaacutelise e suas

operacionalizaccedilotildees Cad de Ciecircnc Sociais 19886173-9

130

54 Midorikawa ET A odontologia em sauacutede do trabalhador como uma nova

especialidade profissional definiccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funccedilotildees do

cirurgiatildeo dentista na equipe de sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Odontologia]-Universidade de Satildeo Paulo 2000

55 Souza M de Acidentes ocupacionais e situaccedilotildees de risco para a equipe de

enfermagem um estudo em cinco hospitais do municiacutepio de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo Tese [Doutorado em Medicina] - Universidade Federal de Satildeo Paulo

2002

56 Graccedila L Satisfaccedilatildeo profissional dos meacutedicos de famiacutelia no SNS Meacutedico de

Famiacutelia 2000 Feb 2 (III seacuterie)48-50

57 Martinez L Ferreira A Sousa L Cunha J A esperanccedila eacute a uacuteltima a morrer

Capital psicoloacutegico positivo e presentismo Comportamento Organizacional e

Gestatildeo v13 n1 Disponiacutevel em

httpwwwscieloocesmctesptpdfcogv13n1v13n1a03pdf Acesso em 28 de

julho de 2010

58 Nascimento GM Estudo do absenteiacutesmo dos trabalhadores de enfermagem

em uma unidade baacutesica e distrital de sauacutede do municiacutepio de Ribeiratildeo Preto -

SP Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de

Satildeo Paulo 2003

59 Castejoacuten JC El papel de las condiciones del trabajo em La incapacidad

temporal por enfermidad comuacuten y acidente no laboral Barcelona [Doutorado] -

Bellaterra Universitat Autonoma de Barcelona 2002

60 Rocha SMM Almeida MCP O processo de trabalho da enfermagem em sauacutede

coletiva e a interdisciplinaridade Rev Latino-Am Enfermagem 20008(6) 96-

101

61 Mussi FC Conforto e loacutegica hospitalar anaacutelise a partir da evoluccedilatildeo histoacuterica do

conceito conforto na enfermagem Acta paul enferm [online] 200518(1)72-81

131

62 Carvalho MB de Felli VEA O trabalho de enfermagem psiquiaacutetrica e os

problemas de sauacutede dos trabalhadores Rev Latino-Am Enfermagem [serial

on the Internet] 2006 Feb [cited 2011 June 09] 14(1) 61-69

63 Singer P Souza AR Organizador A economia solidaacuteria no Brasil a autogestatildeo

como resposta ao desemprego Satildeo Paulo Contexto 2003

64 Beck U La sociedade Del riesgo hacia uma nueva modernidad Barcelona

Paidoacutes 1998

65 Murofuse NT Marziale MHP Mudanccedilas no trabalho e na vida de bancaacuterios

portadores de Lesotildees por esforccedilos repetitivos LER Rev Latino-am

Enfermagem 2001 julhoago 9(4)19-25

66 Settimi MM Silvestre MP Lesotildees por esforccedilos repetitivos (LERDORT) um

problema da sociedade brasileira In Codo W Almeida MC (Orgs)

LERDORT diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo Petroacutepolis Vozes 1995

67 Merlo ARC A informaacutetica no Brasil Prazer e sofrimento no trabalho Porto

Alegre Ed da UniversidadeUFRGS 1999

68 Stacciarini JM OKeeffe M Mathews M Group therapy as treatment for

depressed Latino women a review of the literature Issues in Mental Health

Nursing 2007 May28(5)473-88

69 Regis FGI Michels G Sell I Lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiotildees-dentistas Rev bras

epidemiol [serial on the Internet] 2006 Sept 9(3) 346-359

70 Sato L LER Objeto e Pretexto para a Construccedilatildeo do Campo Trabalho e

Sauacutede Cad Sauacutede Puacuteblica 2001 JanFeb 17(1)147-152

132

71 Bernard BP Musculoskeletal disorders and workplace factors A critical review

of epidemiologic evidence for work related musculoskeletal disorders of the

neck upper extremity and low back Cincinnati NIOSH 1997 KUORINKA I

FORCIER L LATR ndash Les Leacutesions Attribuables au Travail Reacutepeacutetitif Quebec ndash

Canadaacute Editions Multi Mondes 1995

72 Buckle P Work factors and upper limb disorders BMJ 1997 1360-1363

73 Santos Filho SB Barreto SM Atividade ocupacional e prevalecircncia de dor

osteomuscular em cirurgiotildees-dentistas de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil

Contribuiccedilatildeo ao debate sobre os distuacuterbios osteomusculares relacionados ao

trabalho Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 17(1) 181-193

74 Lupton D Corpos prazeres e praacuteticas do eu Educaccedilatildeo amp Realidade 2000 25

15-48

75 Valla VV Stotz EN organizadores Participaccedilatildeo popular educaccedilatildeo e sauacutede

teoria e praacutetica Rio de Janeiro Relume-Dumaraacute 1997

76 Valadatildeo MM Sauacutede na Escola um campo em busca de espaccedilo na agenda

intersetorial Satildeo Paulo Tese [Doutorado]-Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da

Universidade de Satildeo Paulo 2004

77 Dejours C Confeacuterence d introduction In Acts Colloque International de

Psycodynamique et Psychopathologie du Travail Paris Conservatorie

Naacutetionaldes Arts et Meacutetieacuters 1997

78 Assunccedilatildeo AA As modalidades de gestatildeo das situaccedilotildees de trabalho para

compensar as deficiecircncias dos membros do coletivo Belo Horizonte UFMG

2001

79 Assunccedilatildeo AA Lima FPA A Nocividade no Trabalho Contribuiccedilatildeo da

Ergonomia In MENDES R Patologia do Trabalho ndash Atualizada e Ampliada 2ordf

ed Vol II parte IV Rio de Janeiro Atheneu 2002

133

80 A Ginaacutestica Laboral na prevenccedilatildeo da LERDORT soluccedilatildeo ou paliatvo In

Barbosa Luis Guilherme Fisioterapia Preventiva nos Distuacuterbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ndash DORTrsquos ndash A fisioterapia do

trabalho aplicada Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002

81 Costa M LoacutepezE Educacioacuten para lasalud 1996 Madrid Piraacutemide 1996

82 Sznelwar LI Foacuterum Nacional sobre o Fenocircmeno LERDORT - ldquoConstruindo

uma nova visatildeo e formas concretas de accedilatildeordquo Ata final do Foacuterum Florianoacutepolis

Fundacentroout 2001 Disponiacutevel na internet httpwwwfundacentroscgov

Acesso em 18 de abril de 2011

83 Saad JED Responsabilidade civil do empregador pelos danos decorrentes do

acidente do trabalho Jus Navigandi 2011 Jan 16(2750) Disponiacutevel em

lthttpjusuolcombrrevistatexto18242gt Acesso em 24 abr 2011

84 Hobsbawm E Mundos do Trabalho Novos estudos sobre Histoacuteria Operaacuteria

Traduccedilatildeo de Waldea Barcellos e Sandra Bedran 3 ed Rio de Janeiro Paz e

Terra 2000

85 Mello RC Acidentes do trabalho sob a oacutetica da legislaccedilatildeo atualizada inclusive

com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 Doutrina e jurisprudecircncia dominantes

Satildeo Paulo Saraiva 1990

86 Morim SL Oliveira J Responsabilidade Civil Acidente do Trabalho Satildeo Paulo

Saraiva 2001

87 Alves VS A health education model for the Family Health Program towards

comprehensive health care and model reorientation Interface - Comunic

Sauacutede 2005 set 9(16)39-52

88 Segre M Ferraz FC O conceito de sauacutede Rev Sauacutede Puacuteblica199731(5) Satildeo

Paulo

134

89 Caponi S Georges CY El estatuto epistemoloacutegico del concepto de salud

Histoacuteria Ciecircncias Sauacutede 1997 4287-307

90 Teixeira CF Paim JS Vilasboas AL SUS modelos assistenciais e vigilacircncia da

sauacutede Informe Epidemioloacutegico do SUS 1998 7(2) 7-28

91 Freire P Pedagogia do Oprimido 23a Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2003

92 Gazzienelli MF Gazzienelli A Reis DC Penna CMM Educaccedilatildeo em sauacutede

conhecimentos representaccedilotildees sociais e experiecircncias da doenccedila Cad Sauacutede

Puacuteblica 2005 21(1)200-206

93 Candeias FMN Conceitos de educaccedilatildeo e de promoccedilatildeo em sauacutede mudanccedilas

individuais e mudanccedilas organizacionais Rev Sauacutede Puacuteblica 1997 31(2)209-

12

94 Pereira AL Educaccedilatildeo em sauacutede In Ensinando a cuidar em Sauacutede Puacuteblica

Difusatildeo 2003

95 Souza AC Colomeacute ICS Costa LED Oliveira DLLC A educaccedilatildeo em sauacutede com

grupos na comunidade uma estrateacutegia facilitadora da promoccedilatildeo da sauacutede

Rev Gauacutecha de Enf 2005 ago 26(2) 147-53

96 Freire P Educaccedilatildeo e mudanccedila 8ordf Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983

97 Oliveira SG Proteccedilatildeo Juriacutedica agrave sauacutede do Trabalhador 3ordf ed rev ampl e

atual Satildeo Paulo LTr 2001

98 Bellini HT Ensaios sobre programas de sauacutede bucal Biblioteca Cientiacutefica 1991

99 Vasconcelos EM Educaccedilatildeo popular nos serviccedilos de sauacutede 3ed Satildeo Paulo

Hucitec 1997

135

100 Hilger EC Abegg C Pretto SM Anaacutelise das abordagens de Educaccedilatildeo em

Sauacutede em programas de sauacutede bucal Accedilatildeo Coletiva 1999 2(2) 10-4

101 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Ocup Environ Med 2004 61 398-404

102 Gros MA The role of the occupational health nurse in risk management of

upper extremity complaints Occupational Medicine 199813(3)599-609

103 Ando S Ono Y Shimaoka M Hiruta S Hattori Y Hori F Takeuchi Y

Associations of self-estimated workloads with musculoskeletal symptoms

among hospital nurses Ocup Environ Med 2000 57 211-6

104 Macleod D The ergonomics edge improving safety quality and productivity

American College of Sports Medicine 2003 30(6)992-1008

105 Dale L Barkley A Bayless S Coleman SD McDonald B Myszkowski J

Phipps-Stevens Experience of cumulative trauma disorders on life roles of

worker and family member a case study of a married couple Work Reading

2003 20 (3)245-255

106 Rezende MP Agravos agrave sauacutede de auxiliares de enfermagem resultantes da

exposiccedilatildeo ocupacional aos riscos fiacutesicos Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 2003

107 Pereira ALF As tendecircncias pedagoacutegicas e a praacutetica educativa nas ciecircncias da

sauacutede Caderno de Sauacutede Puacuteblica 2003 setout 19(5) 1527ndash1534

108 Alan MM Ceacutesar-Vaz MR Almeida T Educaccedilatildeo ambiental e o conhecimento

do trabalhador em sauacutede sobre situaccedilotildees de risco Cienc Saude Colet 2005

10 (sup) 39-47

136

109 Tavolaro P Pereira IMTB Pelicioni MCF Oliveira CA F Empowerment as a

way to prevent work-related health conditions in slaughterhouse workers Rev

Sauacutede Puacuteblica [serial on the Internet] 2007 Apr 41(2)307-312

110 Vieira ER Work-related low back disorders in nurses frequency of

occurrence causes and prevention (reprint) allnursescom Nursing for Nurses

27 Aug 2006

111 Shawn WS Feuerstein M Lincoln AE Miller VI Wood PM Case management

services for work related upper extremity disorders integrating workplace

accommodation and problem solving AAOHN Journal 200149 (8)378-89

112 Spekle EM Hoozemans MJ Blatter BM Heinrich J van der Beek AJ Knol

DL Bongers PM van Dieen JH Effectiveness of a questionnaire based

intervention programme on the prevalence of arm shoulder and neck

symptoms risk factors and sick leave in computer workers a cluster

randomised controlled trial in an occupational setting BMC Musculoskelet

Disord 2010 11(1) 99

113 Monsivais DB Monsivais JJ Christensen M Treatment for clients with

cumulative trauma disorders using an educational model to communicate

choices AAOHN J 1993 41(12) 587-91

114 Serapioni M Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em

sauacutede algumas estrateacutegias para a integraccedilatildeo Ciecircnc sauacutede coletiva [online]

2000 5(1) 187-192

115 Minayo MC Sanches O Quantitativo-qualitativo oposiccedilatildeo ou

complementaridade Cad deSauacutedePuacuteblica19939(3)239-262

116 Morse JM A review committees guide for evaluating qualitative proposals

Qualitative Health Research 2007 13(1) 833-851

137

117 Moehr JR Evaluation salvation or nemesis of medical informatics

Computers in biology and medicine 2002 32 113-25

118 Santos SR Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomeacutedica

Sociedade Brasileira de Pediatria Jornal de Pediatria 1999

119 Pinheiro FA Troacuteccoli BT Carvalho CV Validaccedilatildeo do questionaacuterio noacuterdico de

sintomas osteomusculares como medida de morbidade Rev de Sauacutede Puacuteblica

36 (3) 307-312

120 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinatildeo I Quaresma MRl Traduccedilatildeo para

a liacutengua portuguesa e validaccedilatildeo do questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) Rev Bras Reumatol 1999 39(3)143-

150

121 Leininger M Qualitative research methods in nursing Orlando Grune amp

Stratton 1985 cap 3 p 33-71 Ethnography and ethnonursing models and

modes of qualitative dada analysis

122 Spradley J The Ethnographic Interview New York Holt Rinehart and

Winston 1979

123 Laplantine F Aprender antropologia Satildeo Paulo Brasiliense 1994

124 Aamodt AM Ethnography and Epistemology Generanting Nursing

Knowledge IN Morse JM Qualitative nursing research a contemporaty issue

Newbury Parke Sage 1991

125 Krueger RA Focus group a practical guide for applied esearch Newbury

Park Sage 1988 - Morgan DL (ed) Successful focus group advancing the

state o the art Newbury Park Sage 1993

138

126 Dawson S Manderson L e Tallo VL 1993 A manual for the use of focus

groups Methods for Social Research in Disease Boston World Health

Organization

127 Carlini-Cotrim B Potencialidades da teacutecnica qualitativa grupo focal em

investigaccedilotildees sobre abuso de substacircncias Rev Sauacutede Puacuteblica 1996 30(3)

285-93

128 Veiga L Gondim S M G A utilizaccedilatildeo de meacutetodos qualitativos na Ciecircncia

Poliacutetica e no Marketing Poliacutetico Opin Publica 2001 7(1) 1-15

129 Pizzol SJS Combinaccedilatildeo de grupos focais e anaacutelise discriminante um meacutetodo

para tipificaccedilatildeo de sistemas de produccedilatildeo agropecuaacuteria Rev Econ Sociol

Rural 2004 42(3) 451-468

130 Barbour RS Kitzinger J Developing focus group research London Sage

1999

131 Lefevre AMC Lefevre F Cardoso MRL Mazza MMPR Assistecircncia puacuteblica agrave

sauacutede no Brasil estudo de seis ancoragensSaude soc [online] 2002 11(2)

35-47

132 Alves-Mazzotti AJ Gewandsznajder F O meacutetodo nas ciecircncias naturais e

sociais pesquisa quantitativa e qualitativa 2ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Pioneira

2004

133 Szymanski H (Org) Almeida LR Prandini RCAR A entrevista na pesquisa

em educaccedilatildeo a praacutetica reflexive Brasiacutelia Editora Plano 2002

134 Kuorinka I Jonsson B Kilbom A Vinterberg H Biering-Sorensen F

Andersson G et al Standardised Nordic questionnaires for the analysis of

musculoskeletal symptoms ApplErgon 1987

139

135 Bergqvist V Wolgast E Nilsson B Voos M The influence of VDT work on

musculoskeletal disorders Ergonomics 199538754-62

136 Toomingas A Theorell T Michesen H Nordemar R Associations between

self-rated and psychosocial work conditions and musculoskeletal symptoms and

signs Scand J Work Environ Health 199723130-9

137 Ware JE Sherbourne CD The MOS ndash 36 item Short Form Health Survey (SF

ndash 36) conceptual framework and item selection MedCare 1992 30473-483

138 Viacava F Informaccedilotildees em sauacutede a importacircncia dos inqueacuteritos

populacionais Ciecircnc sauacutede coletiva 2002 7607-621

139 Aranha LLM Miroacuten Canelo JA Alonso Sardoacuten M Del Pino Montes J Saacuteenz

Gonzaacutelez MC Qualidade de vida relacionada agrave sauacutede em espanholas com

osteoporose Rev Sauacutede Puacuteblica [online] 200640(2) 298-303

140 Puglisi ML Franco B Anaacutelise de conteuacutedo 2 ed Brasiacutelia Liacuteber Livro 2005

141 Houaiss A Villar MS Minidicionaacuterio Houaiss de liacutengua portuguesa Rio de

Janeiro Objetiva 2004

142 Alves M Motivos de licenccedilas meacutedicas em um hospital de urgecircncia-

emergecircncia Rev Bras Enferm 2006 mar-abr 59(2) 195-200

143 Cecirca GSS Murofuse NT Associaccedilatildeo dos Portadores de LER (AP-LER) na luta

pelos direitos dos trabalhadores de frigoriacuteficos do oeste do Paranaacute In

TUMOLO Paulo Sergio BATISTA Roberto Leme Trabalho economia e

educaccedilatildeo perspectivas do capitalismo global Praacutexis 2008 421-436

144 Nielsen K Trinkoff A Applying ergonomics to nurse computer workstations

review and recommendations Comput Inform Nurs 2006 21(3)150-157

2003

140

145 Guedes EM Distuacuterbios osteomusculares e o trabalho de enfermagem

hospitalar estudos com auxiliares de enfermagem em unidade de ortopedia

Rio de Janeiro 2000

146 Murofuse NT Marziale MHP Doenccedilas do sistema osteomuscular em

trabalhadores de enfermagemRev Latino-Am Enfermagem [online] 2005

13(3)364-373

147 Pheasant S Stubs D Back pain in nurses epidemiology and risk assessment

Appl Erg 1992 23(4) 226-232

148 Sahrmann AS Diagnoacutestico e Tratamento das Siacutendromes de disfunccedilatildeo

motora Siacutendromes de Disfunccedilatildeo Motora da Cintura Escapular Ed Santos

2006

149 Alexandre NMCA Angerami ELSA Estilo de vida e trabalho do pessoal de

enfermagem e a ocorrecircncia de cervicodorsolombalgias Rev Latino am

Enfermagem 1995 3(1)121-128

150 Maciel RH Prevenccedilatildeo da LERDORT o que a ergonomia pode oferecer In

Cadernos de sauacutede do trabalhador 2000 Disponiacutevel

emlthttpwwwinstcutorgbrpub8htmgt Acesso em 17 dez 2010

151 Silva VEF O desgaste do trabalhador de enfermagem relaccedilatildeo trabalho de

enfermagem em sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Tese [Doutorado em

Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 1996

152 Robazzi MLCC Marziale MHP Alguns problemas ocupacionais decorrentes

do trabalho de enfermagem no Brasil Rev Bras Enfermagem 1999 52(3)331-

8

153 Rocha AM Fatores ergonocircmicos e traumaacuteticos envolvidos na ocorrecircncia de

dor nas costas em trabalhadores de enfermagem Belo Horizonte Dissertaccedilatildeo

[mestrado em Enfermagem]- Universidade Federal de Minas Gerais 1997

141

154 Froemming MB Proposta de melhoramentos do equipamento de

transferecircncia visando o conforto do idoso e do cuidador Santa Maria (RS)

Dissertaccedilatildeo [mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo]-Universidade Federal de

Santa Maria 2004

155 Larese F Fiorito A Musculoskeletal disorders in hospital nurses a

comparison between two hospitals Ergonomics 1994 37(7)1205-11

156 UNIVERSITY OF SURREY Ergonomics Research Unit Back pain in nurses

Guildford 1986 WORLD HEALTH ORGANIZATION Identification and control

of work-related diseases Geneva 1985 (Techn Rep Ser 714)

157 WORLD HEALTH ORGANIZATION Occupational hazards in hospitals

Copenhagem 1981 (EURO Reports and Studies 80)

158 Parada EO Alexandre NMC Benatti MCC Lesotildees ocupacionais afetando a

coluna vertebral em trabalhadores de enfermagem RevLatAmEnferm

200210(1)64-9

159 Barboza DB Soler ZASG Afastamentos do trabalho na enfermagem

ocorrecircncias com trabalhadores de um hospital de ensino Rev Lat Am Enferm

2003 1(2)177-83

160 BELL F Ergonomic aspects of equipament Int J Nurs Stud 1987 24(4)

331-7

161 McAtamnney L Hignett S A space to move in Nurs Times 1993 89(18) 44-

6

162 Magnago TSBS Lisboa MTL Souza IEO Moreira MC Distuacuterbios muacutesculo-

esqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem associaccedilatildeo com condiccedilotildees de

trabalho [revisatildeo] Rev Bras Enferm 200760(6)701-5

142

163 Salvage J The theory and pratice of the new nursing Nursing Times 1990

42-45

164 Martins MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em

ambiente hospitalar Escola Superior de Enfermagem de Vise 2003

165 Estryn-Behar M Poinsignon H Travailler agrave lhocircpital Paris Berger-Levrault

1989

166 Mauro MIC Marques SC Gomes AMT Ferreira SS Introduccedilatildeo agrave anaacutelise

ergonocircmica um estudo da postura corporal de um profissional de enfermagem

Rev Enferm UERJ 200210(1)29-32

167 Gonccedilalves JRS Melo EP Lombas SRL Mariano CS Barbosa L Chillida

MSP Causas de afastamento entre trabalhadores de enfermagem de um

hospital puacuteblico do interior de Satildeo Paulo REME Rev Min Enferm

20059(4)309-14

168 Mello MC Fugulin FMT Gaidzinski RR O tempo no processo de trabalho em

sauacutede uma abordagem socioloacutegica Acta Paul Enferm 200720(1)87-90

169 Lagerstroumlm M Wenemark M Hagberg M Hjelm EW Occupational and

individual factors related to musculoskeletal symptoms in five body regions

among Swedish nursing personnel Int Arch Occup Environ Health

199568(1)27-35

170 Druhle M Le travail eacutemotionnel dans la relation soignante professionnelle

dans Professions et institutions de santeacute face agrave lrsquoorganisation du travail

Rennes Edition de lrsquoENSP 2000

171 Tomasi NGS Gueacuterios EMG Fontes de estresse na equipe multiprofissional

na unidade de terapia intensiva pediaacutetrica Curitiba (PR) (sd) (mimeografado)

143

172 Shimizu HE Ciampone MHT Sofrimento e prazer no trabalho vivenciado

pelas enfermeiras que trabalham em unidade de terapia intensiva em um

hospital escola Rev Esc Enfermagem USP 1999 junho-agosto 33(1)95-106

173 Schwartz S O estresse e como viver com ele implicaccedilotildees para a praacutetica de

enfermagem In Shumaker WC Tratado de Terapia Intensiva Satildeo Paulo

Panamericana 1992

174 Oliveira Junior JF O Grupo como uma matriz familiar de Foulkes Cortesatildeo

aos dias atuais Trabalho apresentado no XII Congresso Luso-Brasileiro de

Psicoterapia de Grupo e Grupanaacutelise Lisboa-Portugal 2005

175 Minayo MCS O desafio do conhecimento Satildeo Paulo-Rio de Janeiro Ed

Hucitec- Abrasco 2000

176 Snoek FJ Breaking the barriers to optimal glycaemic control - what physicians

need to know from patients perspectives Int J ClinPract Suppl 2002 (129)80-

4

177 DowieRs Tannahil C Tannahil A Heath promotion models and values 2nd

ed Oxford Oxford University Press 1996

178 Manfredi SM Trabalho qualificaccedilatildeo e competecircncia profissional das

dimensotildees conceituais e poliacuteticas Educ Soc [Internet] 1998 [acesso 2009 Fev

10] 19(64) [25p] Disponiacutevel em httpwwwscieloorg

179 Leacutevy P Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 1999

180 Leacutevy P A Inteligecircncia coletiva por uma antropologia do ciberespaccedilo 3a ed

Satildeo Paulo Ediccedilotildees Loyola 1994

181 Chwartzmann L Estreacutes laboral siacutendrome de desgaste (quemado) depresioacuten

iquestestamos hablando de lomismo CiencTrab 2004 6174-84

144

182 Maslach C Goldberg J Prevention of burnout new perspectives Appl Prev

Psychol 1998 763-74

183 IacovidesA Fountoulakis KN Kaprinis S Kaprinis G The relationship

between job stress burnout and clinical depression J Affect Disord 2003

75209-21

184 Tena PS Soriano JS Bernal JS Mulet EM Muntildeoz CR Garciacutea MG et al

Desgaste profesional em los meacutedicos de atencioacuten primaria de Barcelona

Medifam 2002 1217-25

185 Bianchini MM El Siacutendrome Del Burnout em personal profesional de La salud

Med Leg 1997 13(14)189-92

186 Goacutemez MMN Dodino CN Aponte CF Caycedo CE Riveros MP Martiacutenez

MPM et al Relacioacuten entre perfil psicoloacutegico calidad de vida y estreacutes asistencial

em personal de enfermeriacutea Revista Universitas Psychologica 2005 463-75

187 Alpi SV Floacuterez LA El siacutendrome Del Burnouten una muestra de auxiliares de

enfermeriacutea um estuacutedio exploratorio Revista Universitas Psychologica 2004

335-45

188 Moreira S Magnago RF Sakae TM Magajewski FRL Prevalecircncia da

siacutendrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de

grande porte da Regiatildeo Sul do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica [serial on the

Internet] 2009 July 25(7) 1559-1568

189 MerchaacutenndashHamann E Os ensinos da educaccedilatildeo para a sauacutede na prevenccedilatildeo de

HIV-Aids subsiacutedios teoacutericos para a construccedilatildeo de uma praacutexis integral Cad

Sauacutede Puacuteblica 1999 15 Supl (2)85-9

190 Tones BK Tilford S Robinson YK Health education effectiveness and

efficiency London Chapman Hall 1991

145

191 Schraiber LB Medicina tecnoloacutegica e praacutetica profissional contemporacircnea

novos desafios outros dilemas Satildeo Paulo Tese [livre-docecircncia]-Faculdade de

Medicina Universidade de Satildeo Paulo 1997

192 Carvalho DV Lima EDRP Sintomas fiacutesicos de estresse na equipe de

enfermagem de um centro ciruacutergico Rev Nursing 2001 mar4(34)31-4

193 Haddad MCL Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem Rev

Espaccedilo Sauacutede 2000 jun1(2)75-88

194 Barboza DB Afastamentos do trabalho na enfermagem de um hospital geral

no periacuteodo de 1995 a 1999 [dissertaccedilatildeo] Satildeo Joseacute do Rio Preto Faculdade de

Medicina de Satildeo Joseacute do Rio Preto 2001

195 Nunes MBG Mauro MYC Cupello AJ Estresse nos trabalhadores de

enfermagem estudo em uma unidade de psiquiatria In Anais do VI Congresso

Latino Americano de Ergonomia ABERGO 2001 2 a 15 de setembro de 2001

Gramado RS

196 Pereira MCA Faacutevero N A motivaccedilatildeo no trabalho da equipe de enfermagem

RevLatinoam Enfermagem 2001 jul9(4)7-12

197 Rio RP O fasciacutenio do stress vencendo desafios num mundo em

transformaccedilatildeo Rio de Janeiro QualityDunya 1996

198 Lima Jr JH Eacutesther AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem

Rev Adm Empresas 2001 julset41(3)20-30

199 Baiardi F Esposit ED Cocechi R Fabri A Sturani Valpiani G et al Effects of

clinical and individual variables on quality of life in chronic renal failure patients

J Nephrol 2002 january 15(1)61- 7

146

200 Bellusci SM Fischer FM Envelhecimento funcional e condiccedilotildees de trabalho

em servidores forenses Revista de Sauacutede Puacuteblica 1999 33(6) 602-609

201 Lentz RA Costenaro RGS Gonccedilalves LHT Nassar SM O profissional de

enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas

dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem 2000

ago8(4)7-14

202 Bettarello PA Saut TB Analise dos resultados do questionaacuterio sobre a

qualidade de vida ndash SF 36 apoacutes aplicaccedilatildeo dom liangong em 18 terapias e

ginaacutestica laboral em funcionaacuterios do setor de editoraccedilatildeo do centro universitaacuterio

claretiano de batatais Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em

Fisioterapia) ndash Centro Universitaacuterio Claretiano Batatais SP 2006

203 Almeida CB Pagliuca LMF Leite ALAS Acidentes de trabalho envolvendo os

olhos avaliaccedilatildeo de riscos ocupacionais com trabalhadores de enfermagem

Revista Latino-Americana Enfermagem [online] 2005 13(5) 708-716

204 Franco GP Barros ALBL Nogueira-Martins LA Qualidade de vida e sintomas

depressivos em residentes de enfermagem Rev Latino-Am Enfermagem

2005 13(2) 700-708

205 Pimenta FAP et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida de aposentados com a

utilizaccedilatildeo do questionaacuterio SF-36 Rev Assoc Med Bras [online] 2008

54(1)55-60

206 Nishide VM Benatti MCC Riscos Ocupacionais entre trabalhadores de

enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Enfermagem

USP Ribeiratildeo Preto 2004 38(4)406-14

207 Laurell AC Noriega M Processo de produccedilatildeo e sauacutede trabalho e desgaste

operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

147

208 Cooper CL Identifying workplace stress costs benefits and the way forward

Proceedings of the European Conference on Stress at Work a call for action

1993 Nov 9-10 Brussels BE Brussels European Foundation for the

improvement of living and working conditions 1993

209 Moraes LFR Swan JA Cooper CL A study of occupational stress among

government white-collar workers in Brazil using the occupational stress

indicator Stress Med1993991-104

210 Freitas MEacuteA Mindori E Promovendo a Qualidade de Vida experiecircncia

vivenciada com cuidadores de enfermagem de um hospital universitaacuterio do

municiacutepio de Belo Horizonte In 12ordm Seminaacuterio Nacional de Pesquisa em

Enfermagem 2003 Porto Seguro Anais do 12ordm SENPE Brasilia ABEn

Nacional 2003

211 Walsh IAP Oishi J Coury HJCG Clinical and functional aspects of work-

related musculoskeletal disorders among active workers Rev Sauacutede Puacuteblica

2008 42(1)108-16

212 Silva DMPP da Marziale MHP Absenteiacutesmo de trabalhadores de

enfermagem em um Hospital Universitaacuterio Rev latino-am enfermagem 2000

8(5)44- 51

213 Calavaro CG Riveros MS Orellana AL Transtornos musculoesqueleacuteticos de

espalda lumbar em trabajadores de la salud de la comuna rural de Til Til Cuad

Meacuted Soc (Chile) 2007 47(2)68-73

214 Borges A Maizlish N Loreto V Lumbalgia ocupacional em enfermeras

venezolanas Salud de los trabajadores 2004 12(1)19-32

215 Brandatildeo AG Horta BL Tomasi E Sintomas de distuacuterbios osteomusculares

em bancaacuterios de Pelotas prevalecircncia e fatores associados Ver Bras Epidemiol

20058(3)295-05

148

216 Gurgueira GP Alexandre NMC Correa HR Filho Prevalecircncia de sintomas

muacutesculo ndash esqueleacuteticos em trabalhadoras de enfermagem Rev Latino-am

Enfermagem 200311(5)608-13

217 Queiroacutes PPJ Carga Fiacutesica Riscos Ocupacionais nos Enfermeiros Rev Sinais

Vitais 1996 (6)35-40

218 Barros ENC Alexandre NMC Cross-cultural adaptation of the Nordic

musculoskeletal questionnaire Int Nurs Review 200350(2)101-8

219 Trelha CS Carvalho RP Franco SS Nakaoski T Broza TP Faacutebio Tl Arte e

sauacutede frequecircncia de sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos em muacutesicos da orquestra

sinfocircnica da Universidade Estadual de Londrina Semina Ciecircncias Biol Sauacutede

2004 2565-72

220 Devereux JJ Vlachonikolis IG Buckle PW Epidemiological study to

investigate potential interaction between physical and psychosocial factors at

work that may increase the risk of symptoms of musculoskeletal disorder of the

neck and upper limb Occup Environ Med [on line] 2002 59 269-77

Disponiacutevelemlthttpoembmj comcgicontentfull594269gt [2011 Jan 21]

221 Salve MGC Theodoro PFR Sauacutede do trabalhador arelaccedilatildeo entre ergonomia

atividade fiacutesica e qualidade de vida Salusvita 200423(1)137-46

222 Gamperine M Stigum H Work related risk factors for musculoskeletal

complaints in the spinning in Lithuania Occup Environ Meacuted 199956411-6

149

ANEXOS

150

ANEXO 1

Cartaz convite para os Teacutecnicos de Enfermagem

151

ANEXO 2

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Paacutegina 1 de 2

Pesquisador Geraldo Magella Teixeira fone +82 8821-0199 correio eletrocircnico

magellafisioyahoocombr Universidade Estadual em Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

Proacute-reitoria de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Rua Doutor Jorge de Lima 113 3O andar Trapiche da

Barra Maceioacute AL CEP 57010-382

Eu_________________ __________________________________ brasileiro (a)

portador do documento de identidade ___________ SSP-____residente na

Rua (Av) ________________________________ nordm____Bairro________________

na cidade de ________________________

DECLARO na condiccedilatildeo do sujeito da pesquisa que fui convidado (a) a participar da

pesquisa intitulada Proposiccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo para

prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem desenvolvido pelo

pesquisador Geraldo Magella Teixeira Fui devidamente informado (a) pelo

pesquisador que o objetivo da pesquisa eacute o de Propor e avaliar a efetividade de um

programa educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT para teacutecnicos de enfermagem fui

informado (a) ainda que a pesquisa possui riscos para minha pessoa sobretudo no

que diz respeito a possiacuteveis perseguiccedilotildees que poderei sofrer por parte de meus

superiores imediatos uma vez que seratildeo tratadas questotildees que dizem respeito agraves

condiccedilotildees de trabalho fui informado (a) que medidas preventivas seratildeo adotadas para

anular eou amenizar esse risco a saber a minha identidade seraacute preservada o diaacuterio

onde o pesquisador faz suas anotaccedilotildees e as fitas gravadas seratildeo incinerados ao fim

da pesquisa

Fui esclarecido (a) que a pesquisa me beneficiaraacute na prevenccedilatildeo de LERDORT assim

como ajudaraacute tambeacutem aos teacutecnicos de enfermagem com a comprovaccedilatildeo de o efeito

preventivo nas LERDORT

Como responsaacutevel concordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo e sei que posso

retirar o meu consentimento a qualquer momento antes ou durante o transcurso da

pesquisa sem penalidades prejuiacutezo e perda de qualquer benefiacutecio que eu possa ter

adquirido

152

Sei tambeacutem que em caso de duacutevidas poderei chamar ou entrar em contato com o

pesquisador Geraldo Magella Teixeira pelo telefone (82) 8821- 0199 ou pelo endereccedilo

eletrocircnico magellafisioyahoocombr ou pelo seguinte endereccedilo fiacutesico Avenida

Amazonas 29101 ndash Prado MaceioacuteAL

Fui esclarecido (a) quanto aos aspectos da pesquisa

a) Seraacute criado com a participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem um programa de

educaccedilatildeo para prevenccedilatildeo de LERDORT O pesquisador avaliaraacute esse programa

aplicando dois questionaacuterios os quais eu serei convidado a responder Um dos

questionaacuterios avalia a minha qualidade de vida e o outro avalia as queixas de dor

durante o trabalho

b) O objetivo da pesquisa eacute propor e avaliar um programa educativo para prevenccedilatildeo

de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem

c) Riscos que corro perseguiccedilotildees por parte de seus superiores imediatos

d) No entanto beneficiaraacute mostrando a validade de um programa de prevenccedilatildeo de

LERDORT nos teacutecnicos de enfermagem

f) Serei acompanhado e avaliado sempre pelo mesmo pesquisador ou seja sempre

pela mesma pessoa

G) Terei a liberdade de recusar da participaccedilatildeo ou retirar meu consentimento em

qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem prejuiacutezo no desempenho

de minhas funccedilotildees

I) Custoreembolso para o participante natildeo haveraacute nenhum gasto financeiro com a

minha participaccedilatildeo como tambeacutem natildeo receberei nenhum pagamento com a minha

participaccedilatildeo

J) Caso eu sofra algum dano com nexo causal serei ressarcido de acordo com leis

vigentes

k) A pesquisa tem garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos

durante a pesquisa assegurando-me absoluta privacidade no entanto o pesquisador

torna expresso o comprometimento em tornar puacuteblico os resultados da pesquisa

sejam eles favoraacuteveis ou natildeo

DECLARO outrossim que apoacutes convenientemente esclarecido pelo termo de

consentimento e pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado consinto

voluntariamente a minha participaccedilatildeo nesta pesquisa

Maceioacute de de 2008

Assinatura do (a) Responsaacutevel Assinatura do Pesquisador

153

ANEXO 3

Questionaacuterio Noacuterdico de sintomas osteomusculares (QNSO)

154

ANEXO 4

VERSAtildeO BRASILEIRA DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Instruccedilatildeo Estas informaccedilotildees nos manteratildeo informados de como vocecirc se sente

e quatildeo bem vocecirc eacute capaz de fazer suas atividades de vida diaacuteria Responda

cada questatildeo marcando a resposta como indicado Caso vocecirc se sinta

inseguro ou em duvida como responder por favor tente responder da melhor

forma que puder

1 Em geral vocecirc diria que sua sauacutede eacute

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

2Compara da a um ano atraacutes como vocecirc classificaria sua sauacutede em geral

agora

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

3Os seguintes satildeo sobre atividades que vocecirc poderia fazer atualmente

durante um dia comum Devido a sua sauacutede vocecirc teria dificuldade para fazer

essas atividades Neste caso quanto

( circule um numero em cada linha)

Atividades Sim

Dificulta

muito

Sim

Dificulta

um

pouco

Natildeo

Natildeo

dificulta

nenhum

pouco

a Atividades vigorosas que exigem esforccedilo

tais como correr levantar objetos pesados

participar em esportes agraverduos

1 2 3

155

b Atividades moderadas tais como mover uma

mesa passar aspirados de poacute jogar bola

varrer a sala

1 2 3

c levantar o carregar mantimentos 1 2 3

d Subir vaacuterios lances de escada 1 2 3

e Subir um lance de escada 1 2 3

f Curvar-se ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g Andar mais de um quilocircmetro 1 2 3

h Andar vaacuterios quarteirotildees 1 2 3

i Andar um quarteiratildeo 1 2 3

j Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

1 Durante a ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diaacuteria regular como a

consequecircncia de sauacutede fiacutesica

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-se ao

seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras

atividades

1 2

e- teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades

( p ex necessitou de esforccedilo extra)

1 2

5 Durantes as ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diaacuteria como

consequumlecircncia de algum problema emocional ( com sentir-se deprimido ou

ansioso) (circule uma em cada linha)

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-

se ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

156

c- Natildeo trabalhou ou fez qualquer atividade com tanto

cuidado como geralmente faz

1 2

6 Durante as ultimas 4 semanas de que maneira sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais em

relaccedilatildeo agrave famiacutelia vizinhos amigos ou em grupo (circule uma)

De forma

nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7 Quanta dor no corpo vocecirc teve durante as ultimas semanas

Nenhuma Muito Leve Leve Moderada Grave Muito

Grave

1 2 3 4 5 6

8 Durante as ultimas 4 semanas quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)

De maneira

alguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9 Estas questotildees sobre como vocecirc se sente e como tudo tem acontecido com

vocecirc durante as ultimas 4 semanas Para cada questatildeo por favor decirc uma

resposta que mais se aproxime da maneira como vocecirc se sente Em relaccedilatildeo agraves

ultimas 4 semanas (circule um numero em cada linha)

Todo o

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a- Quanto tempo vocecirc

esta se sentindo cheio

1 2 3 4 5 6

157

de vigor cheio de

vontade cheio de

forccedila

b- Quando tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido

deprimido que nada

pode anima-lo

1 2 3 4 5 6

d- Quando tempo vocecirc

tem se sentindo calmo

ou tranquumlilo

1 2 3 4 5 6

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Alguma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

e- Quando tempo vocecirc

tem com muita energia

1 2 3 4 5 6

f- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

desanimado e abatido

1 2 3 4 5 6

g- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

esgotado

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa feliz

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido cansado

1 2 3 4 5 6

158

10 Durante as ultimas 4 semanas quanto do seu tempo a sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiam com suas atividades sociais ( como visitar

amigos parentes etc) (circule uma)

Todo tempo A maior parte

do tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma parte do

tempo

1 2 3 4 5

11 O quanto verdadeiro ou falso eacute cada uma das informaccedilotildees para vocecirc

Definitiva

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Natildeo

sei

A

maioria

das

vezes

falsas

Definitiva

mente

falsa

a- Eu acostumo adoecer um

pouco mais facilmente que as

outras pessoas

1 2 3 4 5

b- Eu sou tatildeo saudaacutevel quanto

qualquer outra pessoa que

conheccedilo

1 2 3 4 5

c- Eu acho que a minha sauacutede

vai piorar

1 2 3 4 5

e- Minha sauacutede eacute excelente 1 2 3 4 5

159

ANEXO 5

O Recurso Educativo

160

161

162

163

164

165

166

167

168

169

170

171

172

173

174

175

176

177

178

179

180

181

182

183

184

185

186

187

188

189

190

191

192

193

194

195

196

197

198

199

ANEXO 6

Formulaacuterios de coleta de dados

1 Identificaccedilatildeo do informante

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

2 Nome do pesquisador

3 Data de preenchimento

2 0 0

3 Gecircnero

1 Feminino

2 Masculino

4 Data de nascimento

1 1 9

5 Niacutevel de escolaridade

1 Analfabeto

2 Niacutevel fundamental

3 Niacutevel Meacutedio

4 Niacutevel Superior

6 Quantos anos trabalha como teacutecnico de enfermagem

200

1 Anos

2 Natildeo sei

7 Sente doresdurante o trabalho

1 Sim

2 Natildeo

8 Setor de Trabalho

1 Pediatria

2 Unidade adulta

3 UTI

4 Central de esterelizaccedilatildeo

5 Pronto atendimento

6 Laboratoacuterio

7 Farmaacutecia

8 Outros

Perguntas Norteadoras da entrevista

O que vocecirc entende por LERDORT natildeo precisa ser o conceito e sim o

que vem na sua cabeccedila

Como prevenir LERDORT no trabalho

Haacute alguma relaccedilatildeo da LERDORT com o trabalho do teacutecnico de

enfermagem

Como vocecirc percebe seu corpo nesse contexto

Quais estrateacutegias vocecirc sugere para amenizar o problema

201

ANEXO 7

Aprovaccedilatildeo do CEP UNCISAL

202

ANEXO 8

Aprovaccedilatildeo do CEP UNIFESP

203

Page 5: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de

GERALDO MAGELLA TEIXEIRA

Tiacutetulo PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENCcedilAtildeO DE LERDORT

UMA AVALIACcedilAtildeO COM TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

BANCA EXAMINADORA DA QUALIFICACcedilAtildeO

Professor Doutor Nildo Alves Batista (Presidente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Almira Alves dos Santos

Professora Doutora Patriacutecia Froes Meyer

Professor Doutor Walter Joseacute Martins Migliorini

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Stella Peccin da Silva

_______________________________________________________________

Professor Doutor Impeacuterio Lombardi Juacutenior (Suplente)

_______________________________________________________________

Professora Doutora Maria Goretti Fernandes (Suplente)

_______________________________________________________________

Aprovada em________2011

VI

DEDICATOacuteRIA

VII

Aos meus pais (in memorian) Benedito Teixeira e Maria Joseacute da Silva Teixeira os quais com suas atitudes de carinho liberdade e simplicidade proporcionaram-me forccedilas para a superaccedilatildeo dos inuacutemeros desafios da vida

VIII

AGRADECIMENTOS

IX

Tempo de congregar razatildeo e sentimento

Eacute hora de agradecer e valorizar aqueles que me acompanharam nesta

imersatildeo pelos trilhos do saber Neste periacuteodo submeti-me a crises socialmente

programadas pelo campo cientiacutefico incorporando novos coacutedigos discutindo

novas questotildees e descobrindo maneiras de resolver os problemas que se

colocavam quer nas disciplinas cursadas quer na pesquisa ou ainda na

elaboraccedilatildeo da tese e nas inuacutemeras idas e vindas entre a Terra da Garoa e

Terra dos Marechais

Ao longo desse percurso contei com o apoio de profissionais jaacute

consagrados na aacuterea acadecircmica o que me estimulou a percorrer o caminho da

Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ao mesmo tempo fiquei na dependecircncia da presenccedila paciente

generosa e constante daqueles que fazem parte da minha vida pessoal

compartilhando anguacutestias ausecircncias e tambeacutem descobertas e assim me

recompondo das tensotildees inerentes agraves etapas do fazer cientiacutefico

Tendo vencido desafios e momentos de provaccedilotildees o que me resta eacute a

sensaccedilatildeo de que o processo criativo vem acompanhado por ambiguidades De

um lado expressa-se um sentimento de prazer ao ver nascer o resultado de

um parcimonioso trabalho de outro insinua-se certa melancolia que se traduz

nos limites agora impressos no texto e dispersos numa sucessatildeo mnemocircnica

de imagens presentes em mim Eacute o sentimento de quem eacute perfeccionista e

considera que a obra natildeo estaacute pronta

Nesse turbilhatildeo simultaneamente emerge ainda um sentimento de

satisfaccedilatildeo atenuam-se ansiedades por ter chegado agrave reta final por ter ousado

e cumprido o que me propus

Concebo desse modo meu estudo com emoccedilatildeo e a infinita gratidatildeo a

todos que de um jeito ou de outro contribuiacuteram para a sua realizaccedilatildeo e eacute com

este sentimento que termino esta tese

Agradeccedilo a Deus que me cobre de becircnccedilatildeos e sempre estaacute ao meu

lado Tenho plena e absoluta certeza disso

X

Agradeccedilo de modo muito especial a todos os teacutecnicos de enfermagem

que se dispuseram e constituiacuteram o material humano deste trabalho

Ao meu orientador Prof Dr Nildo Batista pela disposiccedilatildeo em orientar

este trabalho por sua presenccedila durante todo o processo de elaboraccedilatildeo deste

estudo Minha admiraccedilatildeo respeito e o meu profundo agradecimento ao Mestre

do ofiacutecio que me conduziu neste ritual de passagem com criacutetica minuciosa

indicando caminhos o que muito contribuiu para a realizaccedilatildeo desta tese

Aacute Professora Dra Almira Alves dedicada para ensinar e compreensiva

dos limites dos neoacutefitos com quem troquei muitas ideias a respeito do material

de pesquisa e da vida Meus agradecimentos agrave apaixonada pela academia

sedutora da arte de se Educar em Sauacutede vocecirc me indicou caminhos e

preciosas sugestotildees

Aos companheiros da PROEXUNCISAL sei que vocecircs estatildeo na torcida

Foi importante dividir ansiedades e alegrias

Ao meu filhosobrinho Samuel que vai descobrindo a vida e se

descobrindo Espero que faccedila suas descobertas do seu modo com suas

inquietaccedilotildees e questionamentos do jeito de quem eacute muito jovem Obrigado por

permitir com que eu reflita e revele as minhas experiecircncias Sobretudo que as

troque e as renove constantemente Com vocecirc aprendo a cada dia

Agraves pessoas da minha famiacutelia povo de jeito mineiromatuto gente amiga

e carinhosa que sabe cuidar e fazer florescer sentimentos () o trem mais

valoroso do mundo eacute o amor

Ao amigo e irmatildeo Marcus Aureacutelio por estar sempre disponiacutevel para

atender minhas solicitaccedilotildees eou anguacutestias pessoais e acadecircmicas e por sua

amizade dedicaccedilatildeo e cumplicidade

Aos Professores Doutores membros da banca avaliadora por suas

contribuiccedilotildees preciosas e pertinentes para a consecuccedilatildeo desta tese

Aos amigos George Vannessa e Goretti que deram o start

companheiros de profissatildeo e de trabalho com quem tanto aprendo

Aos Professores e Funcionaacuterios da Universidade Federal de Satildeo Paulo

pela forma carinhosa e profissional como sempre me receberam

XI

SUMAacuteRIO

XII

SUMAacuteRIO

Dedicatoacuteria VII

Agradecimentos VIII

Resumo XIV

Abstract XVII

Abreviaturas XVIII

Lista tabela XX

Lista graacuteficos XXII

Lista de quadros XXIV

1 Introduccedilatildeo 28

11 As origens da Pesquisa 29

12 A contextualizaccedilatildeo do objeto 30

2 Referencial Teoacuterico 34

21 A sauacutede do trabalhador como questatildeo social 35

22 Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no trabalho 37

23 O processo de trabalho como determinante do processo sauacutede-doenccedila em enfermagem 42

231 LERDORT e absenteiacutesmo no trabalho 52

232 LERDORT e as poliacuteticas trabalhistas 55

24 A educaccedilatildeo em sauacutede na LERDORT 56

3 Objetivos 65

31 Objetivo geral 66

32 Objetivos Especiacuteficos 66

4 Metodologia 67

41 Fundamentaccedilatildeo metodoloacutegica 68

42 O contexto da pesquisa 69

43 Populaccedilatildeo de estudo 71

44 Os instrumentos de coleta de dados 73

XIII

441 Primeira Etapa 74

441 1 Observaccedilatildeo etnograacutefica 74

4412 Entrevista de aprofundamento 76

4413 Grupo Focal 77

442 Segunda Etapa 80

4421 Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) 81

4422 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (SF-36) 83

45 Anaacutelise dos dados 84

46 Aspectos eacuteticos 86

5 Resultados e discussatildeo 88

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do teacutecnico de enfermagem 90

52 Uma proposta de educaccedilatildeo em sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do

teacutecnico de enfermagem

101

53 A qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa 107

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho em teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

113

6 Consideraccedilotildees Finais 119

7 Referecircncias 123

8 Anexos 149

81 Cartaz Convite 150

82Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 151

83 Questionaacuterio Noacuterdico 153

84 Versatildeo Brasileira de Qualidade de Vida SF-36 154

85 O Recurso Educativo 159

86 Formulaacuterio de coleta de dados 199

87 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNCISAL 201

88 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNIFESP 202

XIV

RESUMO

XV

A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um campo multifacetado para o qual concorrem inuacutemeras concepccedilotildees das aacutereas tanto da educaccedilatildeo quanto da sauacutede as quais espelham diferentes compreensotildees do mundo demarcadas por distintas posiccedilotildees poliacutetico-filosoacuteficas sobre o homem e a sociedade Sua praacutetica na sauacutede ocupacional favorece e potencializa a adaptaccedilatildeo harmocircnica do indiviacuteduo ao meio laboral e potencializa as relaccedilotildees com os outros com o espaccedilo e o tempo elementos indispensaacuteveis para o sucesso no autogerenciamento na prevenccedilatildeo das LERDORTs Esta pesquisa procurou compreender juntamente com um grupo de teacutecnicos de enfermagem que trabalham em Hospital Puacuteblico do Nordeste do Brasil o significado da questatildeo LERDORT sobretudo nos aspectos preventivos e ainda propor e avaliar um recurso educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das necessidades e da interaccedilatildeo com os sujeitos Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e quantitativas Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo e elaborar um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo de suas praacuteticas nessa etapa foram utilizadas as teacutecnicas da observaccedilatildeo etnograacutefica e grupo focal A segunda etapa da pesquisa correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida como a percepccedilatildeo aacutelgica nesta etapa foram utilizados os instrumentos Questionaacuterio Noacuterdico (QNSO) e Questionaacuterio de Qualidade de Vida (SF 36) Participaram 70 teacutecnicos de enfermagem e esses foram divididos aleatoriamente em dois subgrupos os primeiros trinta e cinco sujeitos participantes da primeira etapa e os restantes participaram da segunda etapa Foi possiacutevel compreender que os Teacutecnicos de Enfermagem possuem mesmo que intuitivamente saberes sobre a questatildeo LERDORT e satildeo capazes de contribuir positivamente no construto de recurso Apoacutes a participaccedilatildeo no programa educativo foi possiacutevel observar que o recurso construiacutedo a partir da fala dos participantes eacute capaz de interferir positivamente na qualidade de vida e na percepccedilatildeo da sintomatologia aacutelgica A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas em Sauacutede na ambiecircncia laboral com teacutecnicos de enfermagem sobre este tema mostra-se como uma estrateacutegia a ser valorizada na prevenccedilatildeo das LERDORTs

PALAVRAS-CHAVE Educaccedilatildeo em Sauacutede LERDOERT Enfermagem Prevenccedilatildeo Clima Organizacional

XVI

ABSTRACT

XVII

Health education is a multifaceted field for which many competing conceptions both areas of education and health reflecting different understandings of the world framed by distinct political-philosophical views on man and society Its practice in occupational health promotes and enhances the harmonious adaptation of the individual in the work environment and enhances relationships with others with space and time essential elements for success in self-management in the prevention of RSI This research sought to understand along with a group of practical nurses who work in Public Hospitals of Northeast Brazil the meaning of the issue RSI especially in the preventive aspects and also propose and evaluate an educational resource in the prevention of RSI for these professionals built from the needs and interaction with the participants For this research we opted for a descriptive-analytic methodology assuming the complementarity of qualitative and quantitative approaches This research was composed for two distinct stages The first stage corresponded to the proposed methodological approach that aimed to know the subjects of research and develop an educational program that potentially triggers on the transformation of their practices this step was used the techniques of ethnographic observation and focus groups The second stage of the study corresponded to the proposed methodological approach that aimed to evaluate the changes induced by the educational program developed specifically in relation to different dimensions of quality of life as a painful perception this stage were used tools Nordic Questionnaire (QNSO) and Questionnaire Quality of Life (SF 36)Participated 70 nursing technicians and these were divided randomly into two subgroups the first thirty-five subjects in the first stage and the other participated in the second step It was possible to understand that nursing technicians have although intuitively knowledge on the issue RSI and are able to positively contribute to the construct of resource After participating in the educational program was possible to observe that the action constructed from the speech of the participants is able to positively affect the quality of life and perception of pain symptoms The use of health education in the ambience with nursing technicians working about this theme shows up as a strategy to be valued in the prevention of RSI KEYWORDS Health Education RSI Nursing Prevention Organizational Climate

XVIII

ABREVIATURAS

XIX

AL Alagoas

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

CEP Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CVM Contraccedilatildeo Voluntaacuteria Maacutexima

DORT Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

EPI Equipamento de proteccedilatildeo individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

LER Lesotildees por esforccedilos repetitivos de Sauacutede do trabalhador

MOI Modelo Operaacuterio Italiano

NOST Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador

NR32 Norma Regulamentadora 32

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

QNSO Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares

R$ Real

RF-36 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida

SGA Siacutendrome Geral de adaptaccedilatildeo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE Termo Consentimento livre e esclarecido

UNCISAL Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

UNIFESP Universidade Federal de Satildeo Paulo

URL Localizador Uniforme de Recursos

UTI Unidade de Terapia Intensiva

www Rede Mundial e Computadores (do inglecircs World Wide Web)

XX

TABELAS

XXI

Paacutegina

Tabela 1 72

Tabela 2 92

Tabela 3 113

Tabela 4 115

XXII

GRAacuteFICO

XXIII

Paacutegina

Graacutefico 1 109

XXIV

QUADROS

XXV

Paacutegina

Quadro 1 107

Quadro 2 110

XXVI

A Estrada

Vocecirc natildeo sabe O quanto eu caminhei

Praacute chegar ateacute aqui Percorri milhas e milhas

Antes de dormir Eu nem cochilei

Os mais belos montes Escalei

Nas noites escuras De frio chorei

A vida ensina E o tempo traz o tom

Praacute nascer uma canccedilatildeo Com a feacute do dia-a-dia

Encontro a soluccedilatildeo Quando bate a saudade

Eu vou pro mar Fecho os meus olhos

E sinto vocecirc chegar Vocecirc chegar

Letra Toni Garrido Lazatildeo Da Gama Bino

XXVII

28

INTRODUCcedilAtildeO

29

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 AS ORIGENS DA PESQUISA

O meu interesse pela temaacutetica educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na

sauacutede ocupacional iniciou-se no ano de 2001 quando um grupo de

trabalhadores na aacuterea da Sauacutede da Universidade Estadual de Ciecircncias da

Sauacutede de Alagoas (UNCISAL) solicitou-me acompanhamento para a realizaccedilatildeo

de Ginaacutestica Laboral

Para atender tal solicitaccedilatildeo enquanto Fisioterapeuta propus um

programa de Extensatildeo Universitaacuteria que tinha como intento assessorar tais

profissionais na compreensatildeo da gecircnese do adoecimento no ambiente de

trabalho bem como ajudaacute-los em relaccedilatildeo ao enfrentamento e superaccedilatildeo dos

problemas decorrentes dos esforccedilos pertinentes agraves condiccedilotildees de trabalho

Atuei enquanto Coordenador do Programa de Extensatildeo em diversos

setoresalas do Hospital bem como em vaacuterios setores da Universidade Tal

atuaccedilatildeo permitiu o contato direto com trabalhadores e alunos de graduaccedilatildeo

que relatavam interesse sobre a questatildeo os acadecircmicos mais precisamente

dos cursos de Graduaccedilatildeo em Fisioterapia e Terapia Ocupacional tambeacutem

apontavam dificuldades para conduzir adiante os estudos sobre o tema

No ano seguinte com o decorrer das atividades extensionistas

juntamente com o relato dos alunos da graduaccedilatildeo e dos servidores surgiu a

necessidade de aglutinar saberes praacuteticas e pessoas nesse intento fortaleceu-

se a adesatildeo dos acadecircmicos de Fisioterapia da UNCISAL e os mesmos

passaram a participar do programa mais efetivamente com isto o Programa de

Extensatildeo Universitaacuteria passou a funcionar tambeacutem como disciplina eletiva com

carga horaacuteria complementar na graduaccedilatildeo

A posteriori as atividades agora de extensatildeo e graduaccedilatildeo na

modalidade disciplina eletiva demandaram a necessidade de se entender mais

30

sobre o processo de Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede Ocupacional dessa forma

foi proposto e organizado um grupo de estudo sobre a temaacutetica Com essa

etapa o programa conseguia unir de forma prazerosa experiecircncias baseadas

no pressuposto do tripeacute universitaacuterio Extensatildeo Ensino e Pesquisa

Em seguida devido ao andamento dos estudos motivado pelo desejo

sempre ardente de ensinar e o interesse em me aprimorar e qualificar para o

bom exerciacutecio da docecircncia senti-me instigado a procurar um curso Stricto

Sensu que me trouxesse subsiacutedios para o ensino em Ciecircncias da Sauacutede com

uma visatildeo ampliada para aleacutem do ensino tecnicista e isto motivou essa

proposta agora posta

A minha experiecircncia na Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de

Alagoas (UNCISAL) como docente e extensionista mesclado com interesse

sobre o tema Educaccedilatildeo em Sauacutede e Sauacutede Ocupacional motivou os

questionamentos que trago a este trabalho

12 A CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO OBJETO

Este trabalho traz como objeto de pesquisa a Educaccedilatildeo em Sauacutede na

Sauacutede Ocupacional e a investigaccedilatildeo inscreve-se especificamente na Sauacutede

do Trabalhador Teacutecnico em Enfermagem com vistas a discutir o processo de

adoecimento bem como a prevenccedilatildeo por intermeacutedio de programa educativo

em uma equipe que trabalha em Hospital Puacuteblico especializado no cuidado de

portadores de doenccedilas infectocontagiosas

Os questionamentos que idealizaram o estudo remeteram agrave necessidade

de se pensar na construccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo na

prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das

necessidades e da anaacutelise situacional da realidade local dos sujeitos

envolvidos

Apesar da educaccedilatildeo em sauacutede relacionada com a LERDORT ser

amplamente discutida na literatura nacional e internacional o objeto dessa

pesquisa apresenta-se relevante desafiador e inovador pela ausecircncia de

31

investigaccedilotildees nesta populaccedilatildeo de trabalhadores podendo contribuir para o

aprimoramento profissional bem como na melhoria da assistecircncia prestada

Assim a busca de sentidos sobre o entendimento do processo de adoecimento

por parte dos teacutecnicos de enfermagem mostra-se relevante

A importacircncia deste trabalho estaacute tambeacutem em fomentar a reflexatildeo entre

profissionais de Enfermagem Fisioterapia e Recursos Humanos sobre o

processo de surgimento de queixas dolorosas na ambiecircncia laboral

entendendo que refletir sobre a proacutepria praacutetica jaacute eacute um meio de transformaacute-la

de forma a contribuir e atribuir acepccedilotildees que possam servir de ferramentas ao

grupo de estudo oferecendo suporte para a autonomia no autocuidado

A profissatildeo de enfermagem figura dentre as que tecircm maior

predisposiccedilatildeo a ao surgimento das DORTs1 isso ocorre devido agrave exposiccedilatildeo

ocupacional a diversos fatores de riscos existentes na ambiecircncia laboral bem

como agraves particularidades do processo de trabalho agravado muitas vezes pela

precariedade das condiccedilotildees deste Tais fatos fazem com que a lista de agravos

agrave sauacutede desse profissional seja volumosa2 A praacutetica de enfermagem expotildee

seus trabalhadores a fatores de risco e agravos agrave sauacutede presentes no

ambiente no processo e na organizaccedilatildeo de trabalho3

No exerciacutecio de enfermagem os profissionais estatildeo expostos natildeo soacute ao

trabalho fisicamente pesado que as tarefas peculiares da profissatildeo exigem

mas tambeacutem a um grande nuacutemero de eventos circunstacircncias e condiccedilotildees

inerentes a ele tais como transferecircncias e movimentaccedilotildees de pacientes e de

objetos pesados tomada de decisotildees conflitos interpessoais no trabalho entre

outros que requerem accedilotildees ou respostas que mitiguem as agressotildees posto

isso sugere-se que o trabalho de enfermagem favorece ao surgimento de

algias relacionadas ao trabalho principalmente na regiatildeo lombar ombros

coluna cervical e joelhos sendo a regiatildeo lombar a mais acometida2 Os

profissionais de enfermagem de niacutevel superior e meacutedio tecircm uma elevada taxa

de lesotildees dorsais45 e por isso se torna um grupo de interesse na sauacutede

ocupacional no que tange a educaccedilatildeo em sauacutede

Essa tambeacutem eacute uma observaccedilatildeo encontrada na literatura internacional e

estudos afirmam que realmente os profissionais da aacuterea de enfermagem

32

apresentam elevada prevalecircncia67 de dores relacionadas ao trabalho bem

como LERDORTs

Nos Estados Unidos pesquisa6investigou solicitaccedilotildees de indenizaccedilotildees

devido a lesotildees nas costas em 24 ocupaccedilotildees Esta pesquisa revelou que os

profissionais de enfermagem tecircm uma elevada taxa de lesotildees dorsais e que o

profissional de enfermagem de niacutevel meacutedio foi o grupo que ficou classificado

em primeiro lugar entre os 24 pesquisados

A dor lombar eacute um dos maiores problemas de sauacutede puacuteblica e tem

grande prevalecircncia em enfermeiros e auxiliares 8 9

A responsabilidade da equipe de enfermagem pelos cuidados integrais e

o nuacutemero reduzido de profissionais aumentam a carga fiacutesica e emocional num

ambiente em que a convivecircncia com o sofrimento e a finitude eacute constante

Podemos citar ainda como agravantes os deslocamentos as frequentes idas e

vindas para execuccedilatildeo de procedimentos laborais manuseios de materiais

delicados causando dano ao sistema musculoesqueleacutetico longos periacuteodos em

posturas incorretas agravadas pela inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio que geralmente

natildeo corresponde agraves medidas antropomeacutetricas dos trabalhadores a

organizaccedilatildeo do trabalho caracterizado por frequentes interrupccedilotildees para a

busca e procura de material ou de informaccedilotildees a implementaccedilatildeo constante de

novas tecnologias sem o devido treinamento causando ansiedade e

inadaptaccedilotildees acrescidos e agravados por fatores externos como a crescente

problemaacutetica do trajeto do profissional entre a residecircncia e o local de trabalho10

A inoacutepia de estudos traz como decorrecircncia grandes variaccedilotildees na

interpretaccedilatildeo do papel educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos

de enfermagem tal estudo pode amenizar incertezas acerca de instrumentos

auxiliares para prevenir doenccedilas e agravos ocupacionais nessa populaccedilatildeo

Eacute importante identificar e resolver ou minimizar problemas relacionados

aos riscos de estresse existentes na ambiecircncia de trabalho para que o

trabalhador de enfermagem seja protegido dos agravos agrave sua sauacutede enquanto

executa as tarefas pelas quais eacute responsaacutevel e possa prestar ao paciente uma

assistecircncia de qualidade11

33

Dessa forma parece ser oportuno discutir a incorporaccedilatildeo produccedilatildeo de

teorias metodoloacutegicas e modelos cientiacuteficos para a construccedilatildeo e assimilaccedilatildeo de

programas educativos no intuito de prevenir LERDORT Tal abordagem parece

ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem jaacute que esses profissionais tecircm sido afetados por distuacuterbios

musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 801213

Frente a esse panorama essa pesquisa se propotildee a responder as

seguintes questotildees

1 ndash Qual a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agrave

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho antes e apoacutes a aplicaccedilatildeo de

um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

2 ndash Qual a decorrecircncia no cuidado agrave sauacutede ocupacional de um programa

educativo construiacutedo a partir da realidade dos teacutecnicos de enfermagem

3 ndash Qual o niacutevel de qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental antes e apoacutes a

aplicaccedilatildeo de um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

34

O REFERENCIAL TEOacuteRICO

35

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

O referencial teoacuterico foi organizado de forma a levantar a produccedilatildeo

cientiacutefica sobre o objeto pesquisado organizando-a nos toacutepicos abaixo

- A sauacutede do trabalhador como questatildeo social

- Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no

trabalho

- O processo de trabalho como determinante do processo Sauacutede-

Doenccedila em enfermagem

- A Educaccedilatildeo em Sauacutede na LERDORT

21 A SAUacuteDE DO TRABALHADOR COMO QUESTAtildeO SOCIAL

No Brasil as doenccedilas ocupacionais vecircm aumentando e ocupando status

de problema de Sauacutede Coletiva fato que causa detrimentos financeiros para o

Estado e enormes dificuldades sociais

A questatildeo sauacutede do trabalhador vem sendo erigida no Brasil a partir das

duas uacuteltimas deacutecadas do seacuteculo anterior no bojo do processo de

redemocratizaccedilatildeo do Paiacutes O ano de 1986 em funccedilatildeo da VIII Conferecircncia

Nacional de Sauacutede e I Conferecircncia Nacional de Sauacutede do Trabalhador pode

ser considerado um marco de mobilizaccedilatildeo popular pela sauacutede do trabalhador

brasileiro poreacutem somente em 1998 fica definida a Portaria ndeg3908 por meio

da Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador (NOST) que instituiu os

procedimentos que servem como instrumentos de orientaccedilatildeo para as accedilotildees e

serviccedilos de sauacutede do trabalhador no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)13

36

Esta nova abordagem no campo da Sauacutede do Trabalhador diferencia o

modelo hegemocircnico da Medicina do Trabalho e da Sauacutede Ocupacional A

Medicina do Trabalho agora ultrapassada apresentava-se como centralidade

a figura do meacutedico sendo seu conhecimento baseado na teoria da

unicausalidade isto eacute um agente etioloacutegico para cada doenccedila Tal fato revela

que na esfera do trabalho a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do trabalhador

baseava-se no isolamento de riscos especiacuteficos e na intervenccedilatildeo focalizada

nas consequecircncias

A Sauacutede Ocupacional surge como uma proposta mais inovadora e

aberta e se apresenta a parir de um caraacuteter Interprofissional e relaciona o

ambiente de trabalho e o corpo do trabalhador Consubstancia-se na Teoria da

Multicausalidade onde um conjunto de fatores de risco ambientais e bioloacutegicos

eacute considerado na questatildeo sauacutede

Desta forma a Sauacutede Ocupacional no Brasil passa a ser compreendida

numa perspectiva coletiva e multifatorial levando em consideraccedilatildeo o saber do

trabalhador como pode ser observado no texto abaixo

[] O conjunto de conhecimentos oriundos de diversas

disciplinas como medicina social sauacutede puacuteblica sauacutede

coletiva cliacutenica meacutedica medicina do trabalho sociologia

epidemiologia social engenharia psicologia entre outras

tantas ndash que aliado ao saber do trabalhador sobre as

condiccedilotildees e a organizaccedilatildeo do trabalho estabelece uma

nova forma diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede dos

trabalhadores e de intervenccedilatildeo nos ambientes de trabalho

(NARDI 2004 p 49)14

Nessa loacutegica a construccedilatildeo desse campo de estudo e intervenccedilatildeo entre

trabalho e sauacutede articula-se com diferentes saberes e novos atores sociais e

inclui as questotildees de Sauacutede Puacuteblica

Como modelo a sauacutede ocupacional orienta accedilotildees de atenccedilatildeo agrave sauacutede

do trabalhador que privilegiam iniciativas de promoccedilatildeo cura prevenccedilatildeo

37

reabilitaccedilatildeo e vigilacircncia em sauacutede Trata-se portanto de um processo que

apresenta como intento a mudanccedila do complexo quadro da sauacutede

populacional Para tal exige compromissos que requerem um agir que busca

melhor condiccedilatildeo de vida e de trabalho aleacutem de um maior compromisso do

Estado na implementaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede dos trabalhadores

Lacaz15 tambeacutem confirma essa nova perspectiva conceitual e de

mudanccedilas poliacuteticas e ideoloacutegicas no campo sauacutede do trabalhador

[] o campo da Sauacutede do Trabalhador seria uma nova

abordagem e um novo enfoque do ponto de vista

conceitual emanado do setor sauacutede (coletiva) a propoacutesito

do estudo e da intervenccedilatildeo transformaccedilatildeo das relaccedilotildees de

trabalho e sauacutede-doenccedila na medida em que procura

estabelecer outra articulaccedilatildeo com os grupos sociais numa

sociedade que passa por mudanccedilas importantes do ponto

de vista poliacutetico e social tendo como pano de fundo a

realidade brasileira do final dos anos 70 e iniacutecio dos 80

(LACAZ 1996 p51-2)

De um modo geral percebe-se que as abordagens compreensivas em

sauacutede requerem uma accedilatildeo interventiva interativa e transformadora Nesse

sentido acredita-se que devem ocorrer movimentos de diferentes atores

sociais entrando em cena consciecircncias e vontades individuais e coletivas

justificando-se a necessidade de se construir conjuntamente com os

trabalhadores locais propostas de programas preventivos para as doenccedilas

ocupacionais Tal visatildeo se coaduna com a proposta de se trabalhar com

Educaccedilatildeo em Sauacutede

22 CONCEPCcedilOtildeES SOBRE O PROCESSO HISTOacuteRICO E A

RELACcedilAtildeO SAUacuteDE E DOENCcedilA NO TRABALHO

38

O trabalho eacute tatildeo antigo como o primeiro ser humano mas as relaccedilotildees

entre as atividades laborativas e o processo de adoecimento permaneceu

praticamente ignoradas por 250 anos16 Desde os primoacuterdios da era cristatilde a

bibliografia refere fatores nocivos ao trabalho pode-se citar por exemplo a

obra conhecida de Hipoacutecrates de Coacutes intitulada ldquoAr Aacutegua e Lugaresrdquo na qual

discorre sobre o saturnismo e tambeacutem a obra de Pliacutenio o velho (23 dC) que

descreve o aspecto dos trabalhadores de minas de mercuacuterio e chumbo e

aconselha o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual do tipo maacutescaras

faciais16

No seacuteculo XVI algumas observaccedilotildees esparsas surgiram evidenciando a

possibilidade de o trabalho estar relacionado ao processo de adoecimento

Georg Bauer publicou em 1556 a obra intitulada ldquoDe Remetallicardquo nessa

obra o autor discorre sobre diversos problemas relacionados agrave extraccedilatildeo de

minerais e a fundiccedilatildeo de prata e de ouro17 e os correlacionam com o processo

de adoecimento entre trabalhadores

Nesse mesmo texto eacute apresentado ainda um capiacutetulo particular que

versa sobre os acidentes do trabalho e as doenccedilas mais comuns entre

trabalhadores de minas provocadas por poeiras o autor faz alusatildeo agrave chamada

asma dos mineiros Pela descriccedilatildeo dos sintomas e pela raacutepida evoluccedilatildeo da

doenccedila sugere agrave luz dos novos conhecimentos casos de

silicosepneumoconiose causada pela siacutelica livre18

Apesar de sua importacircncia estes trabalhos permaneceram praticamente

ignorados por mais de um seacuteculo Em 1700 foi publicado na Itaacutelia o livro ldquoDe

Morbis Artificum Diatribardquo (As Doenccedilas do Trabalho) do meacutedico Bernardini

Ramazzini (1633-1714) que descreve uma seacuterie de doenccedilas relacionadas

acerca de 50 profissotildees diversas Por este motivo o autor foi cognominado o

patriarca da medicina do trabalho Foi o primeiro a estudar com afinco as

doenccedilas relacionadas ao trabalho e descreveu os riscos especiacuteficos para cada

uma delas Destacou os danos causados agrave sauacutede do trabalhador pela falta de

ventilaccedilatildeo e pelo desconforto teacutermico Reconheceu a importacircncia das pausas

durante a jornada de trabalho a relevacircncia bioloacutegica dos exerciacutecios laborais e

da boa postura na prevenccedilatildeo da fadiga muscular Ramazzini acrescenta agrave

39

anamnese hipocraacutetica da eacutepoca uma nova pergunta ldquoQual eacute a sua

ocupaccedilatildeordquo1619

Um pouco mais tardiamente a Revoluccedilatildeo Industrial exerce grande papel

sobre a questatildeo do trabalho eacute apoacutes esse movimento ocorrido paralelamente

na Inglaterra entre 1760 e 1830 que foi criada a comissatildeo de inqueacuterito para

avaliar as condiccedilotildees de trabalho nas faacutebricas onde foi elaborada lei que

regulava a jornada de trabalho que era em torno de 16 horas diaacuterias19

A Revoluccedilatildeo Industrial impocircs aos trabalhadores precaacuterias condiccedilotildees

laborais jornadas de trabalho extenuantes exposiccedilatildeo a acidentes de trabalho

submissatildeo ao trabalho insalubre e perigoso19 Neste contexto a preocupaccedilatildeo

com a sauacutede do trabalhador surgiu como meio de possibilitar a recuperaccedilatildeo do

mesmo e favorecer o retorno mais ceacutelere possiacutevel para a ambiecircncia laboral

isso eacute importante pois com a Reforma Industrial vive-se numa perspectiva de

desenvolvimento social e em virtude da inquietaccedilatildeo com esse

desenvolvimento a preocupaccedilatildeo com a sauacutede laboral foi focada na visatildeo

biologicista e individual e buscava a causa das doenccedilas e acidentes de

trabalho com uma abordagem unicausal e imediatista18 19 e centrada

exclusivamente no homem

Como decorrecircncia de um processo acelerado e desumano de produccedilatildeo

aumentou o nuacutemero de acidentes e adoecimento entre trabalhadores e por

este motivo surge a figura do profissional meacutedico dentro da faacutebrica em

princiacutepio da induacutestria tecircxtil Foi exatamente aiacute na primeira metade do seacuteculo

XIX que surgiu a Medicina do Trabalho centrada na figura do meacutedico O

serviccedilo de sauacutede na induacutestria era dirigido por pessoas da confianccedila do

empresaacuterio que atuava muito mais como fiscalizador do que profissional da

sauacutede e rapidamente este modelo foi expandido para os paiacuteses

industrializados18

As questotildees concernentes agrave sauacutede e trabalho se apresentaram como

uma questatildeo de inquietaccedilatildeo puacuteblica desde o seu nascedouro em meados do

seacuteculo XIX quando o adoecimento referente ao modo de produccedilatildeo comeccedila

surgir Esse fato ocorre diversamente no Brasil onde o processo de

industrializaccedilatildeo ocorreu somente um seacuteculo posteriormente20

40

Nos paiacuteses industrializados o Estado passou a assumir as funccedilotildees de

regulamentaccedilatildeo e intervenccedilatildeo nos temas relativos agrave promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da

sauacutede e seguranccedila dos trabalhadores com o intento de eliminar os obstaacuteculos

ao desenvolvimento econocircmico O Estado entatildeo passou a promover uma vasta

gama de accedilotildees que se destinavam garantir as condiccedilotildees para o

desenvolvimento do novo sistema de produccedilatildeo agora vigente21

Em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do trabalho a medicina ocupacional teria

pouco a contribuir com a sauacutede do trabalhador na medida em que sua atenccedilatildeo

era voltada exclusivamente para o indiviacuteduo privilegiando diagnoacutestico e

tratamento dentro de uma visatildeo na qual o espaccedilo para a subjetividade e a

percepccedilatildeo do trabalhador era restrito Desvela-se entatildeo a impotecircncia da sauacutede

do trabalhador para intervir sobre os problemas de sauacutede causados pelo

processo de produccedilatildeo19 20 21

A Sauacutede Ocupacional comeccedila a se delinear a partir do contexto

econocircmico e poliacutetico da II Guerra e do Poacutes-Guerra onde o custo provocado

pela perda de vidas abruptamente por acidentes de trabalho ou por doenccedilas do

trabalho comeccedilam a ser sentido tanto por empregadores como pelas

companhias de seguro devido agraves pesadas indenizaccedilotildees Nesta abordagem

desloca-se a intervenccedilatildeo que antes era centrada no indiviacuteduo para a questatildeo

dos riscos existentes na ambiecircncia laboral Desta forma a Sauacutede Ocupacional

vale-se do enfoque da higiene Industrial e busca atraveacutes da atuaccedilatildeo

multiprofissional intervir nos locais de trabalho com a finalidade de controlar

os riscos ambientais19

No Brasil a adoccedilatildeo e o desenvolvimento da Sauacutede Ocupacional deram-

se mais tardiamente e ainda atualmente o modelo de Sauacutede Ocupacional

parece natildeo ter alcanccedilado seus reais objetivos pois ainda o modelo se manteacutem

curativista de forma pouco ampla e restrita agraves accedilotildees pontuais sobre os riscos

laborais locais171819

Na deacutecada de 80 uma forma diferente de analisar as questotildees

referentes a relaccedilatildeo trabalhosauacutededoenccedila comeccedila a surgir com alguns

autores Latino americanos22 que conceituam o trabalho a partir da concepccedilatildeo

de seu processo de trabalho que se inscreveria nas relaccedilotildees sociais de

produccedilatildeo Assim aleacutem das consequecircncias mais visiacuteveis do trabalho sobre a

41

sauacutede ou seja agentes nocivos de natureza quiacutemica fiacutesica entre outros

procura tambeacutem entender a nocividade do trabalho com suas implicaccedilotildees a

niacutevel biopsiacutequico e social

Concordando com o texto acima Lacaz15 afirma que comeccedilam a surgir

na Ameacuterica Latina ideias ampliadas em relaccedilatildeo agrave Sauacutede Ocupacional

A Medicina Social Latino americana propotildee entatildeo uma

visatildeo do conceito de trabalho que incorpora a ideia de

processo de trabalho na qual o foco natildeo se restringe agrave sua

composiccedilatildeo ambiental constituiacuteda dos vaacuterios

fatoresagentes de risco e externo ao trabalhador mas

como uma categoria explicativa que se inscreveria nas

relaccedilotildees sociais de produccedilatildeo existentes entre o capital e o

trabalho (LACAZ 1996 p23)15

Neste contexto uma questatildeo nova comeccedila a ser apresentada a

emergecircncia da Sauacutede ocupacional com foco no processo de trabalho a partir

da discussatildeo preventivista e de educaccedilatildeo em sauacutede para o autocuidado com

sauacutede em relaccedilatildeo ao trabalho

A Sauacutede do Trabalhador passa a apresentar sobretudo a partir dos anos

80 na regiatildeo Latino-Americana como premissa baacutesica o enfoque na relaccedilatildeo

sauacutedetrabalho compreendendo o processo de adoecimento dos

trabalhadores atraveacutes do estudo dos processos de trabalho Articula as

questotildees soacutecio-poliacuteticas e econocircmicas de forma a se estabelecer o nexo

biopsiacutequico das coletividades nas sociedades22

Esta aacuterea de estudo e praacuteticas buscou na experiecircncia sindical italiana

uma referecircncia teoacuterico-metodoloacutegica que contribuiu para o reconhecimento do

saber do trabalhador no controle dos agravos e riscos existentes nos

ambientes de trabalho23

Os trabalhadores italianos no final da deacutecada de 70 estabeleceram

alianccedilas com os profissionais de sauacutede comprometidos com a efetividade de

42

um meacutetodo direcionado para o conhecimento da relaccedilatildeo entre processo de

trabalho e sauacutede resultando na construccedilatildeo do Modelo Operaacuterio Italiano (MOI)

que pressupotildee a valorizaccedilatildeo do saber e das experiecircncias do trabalhador a natildeo

delegaccedilatildeo do planejamento e do controle de sua sauacutede aos teacutecnicos a

socializaccedilatildeo e a apropriaccedilatildeo muacutetua do conhecimento na perspectiva da

construccedilatildeo de um saber coletivo23

Neste sentido a questatildeo sauacutede-trabalho passa a ser discutida como

questatildeo social aliada a participaccedilatildeo igualitaacuteria que se fortalece a partir do final

da deacutecada de 80 onde se comeccedila timidamente a discutir questotildees

trabalhistas com destaque agrave proteccedilatildeo agrave sauacutede O texto abaixo corrobora com o

referido

A teoria da determinaccedilatildeo social do processo

sauacutededoenccedila cuja centralidade colocada no trabalho-

enquanto organizador da vida soacutecia l- contribui para

aumentar os questionamentos agrave medicina do trabalho e a

sauacutede ocupacional (MENDES ET col 1991 p 346)24

Associada a estas questotildees pesquisa24 aponta tambeacutem que as

mudanccedilas ocorridas com a utilizaccedilatildeo das novas tecnologias atraveacutes da

automaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo nos processos de trabalho que aparentemente

representam melhoria das condiccedilotildees de trabalho na verdade introduziram

novos riscos agrave sauacutede Estes acabaram gerando doenccedilas de difiacutecil

medicalizaccedilatildeo tais como as LERDORTs1 entidades nosoloacutegicas

intrinsecamente relacionadas agrave organizaccedilatildeo do trabalho

1Terminologia utilizada para designar uma doenccedila relacionada ao trabalho que se manifesta atraveacutes de diversas siacutendromes pouco conhecida ateacute os anos 1970 eacutepoca em que teve um faacutetuo crescimento entre os trabalhadores em todo mundo inclusive no Brasil No ano de 1977 por meio da Norma de Avaliaccedilatildeo da Incapacidade do Instituto Nacional da Seguridade Social o termo LER foi substituiacutedo por DORT poreacutem a polecircmica ainda existe na literatura (Morofuse 2000)

43

Todo esse processo de mudanccedilas ocorrida no mundo do trabalho

desencadeou aspectos relevantes na relaccedilatildeo trabalho e sauacutede e contribuiu

efetivamente para o surgimento do campo da Sauacutede do Trabalhador

23 O PROCESSO DE TRABALHO COMO DETERMINANTE DO

PROCESSO SAUacuteDE-DOENCcedilA EM ENFERMAGEM

A sauacutede e a doenccedila do trabalhador satildeo determinadas pelos processos

de trabalho que envolve complexas relaccedilotildees econocircmicas sociais e

tecnoloacutegicas que determinam a exposiccedilatildeo a fatores de risco25

O processo de trabalho eacute a relaccedilatildeo entre o homem e a natureza atraveacutes

do qual o homem utiliza sua energia muscular para transformar manter ou

produzir bens necessaacuterios agrave sua sobrevivecircncia26

A relaccedilatildeo que o homem estabelece com a natureza a forma como dela

se apropria e a transforma resulta tambeacutem no processo sauacutede-doenccedila O

homem ao transformaacute-la tambeacutem se modifica desenvolvendo suas

potencialidades e ampliando seu universo social

Para compreender o processo de trabalho eacute preciso conhecer os

elementos que o compotildeem ou seja o objeto de trabalho os instrumentos e o

proacuteprio trabalho e ainda identificar a relaccedilatildeo entre estes elementos25

Eacute preciso analisar para aleacutem das caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e

mecacircnicas para se alcanccedilar um entendimento mais ampliado dos fatores

relacionados ao processo de trabalho que repercutem na sauacutede ou no corpo

dos trabalhadores22 De um modo geral satildeo propostas duas categorias de

anaacutelise para a compreensatildeo da sauacutede ocupacional cargas de trabalho e

desgaste

As cargas de trabalho satildeo elementos do processo de trabalho que

interatuam dinamicamente entre si e com a corporeidade humana ou seja com

o corpo do trabalhador gerando processos de adaptaccedilatildeo que se traduzem em

desgaste

44

As cargas podem ser divididas em dois grupos aquelas que tecircm

materialidade externa ao corpo do trabalhador como as cargas fiacutesicas

quiacutemicas bioloacutegicas e mecacircnicas e as que soacute adquirem materialidade no

corpo humano ou seja as cargas fisioloacutegicas biomecacircnicas e emocionais A

intensidade das cargas depende do modo de produccedilatildeo da organizaccedilatildeo da

divisatildeo do trabalho e de fatores individuais2728

Para compreender os impactos sobre a sauacutededoenccedila dos

trabalhadores eacute necessaacuterio entender como as cargas interatuam entre si

acarretando adoecimentos diversos decorrentes do trabalho Considera-se que

haacute desgaste na realizaccedilatildeo da atividade laborativa quando ocorrem processos

de adaptaccedilatildeo destruidores da integridade corporal denominados como

excesso de cargas de trabalho2930

O modo de trabalho no setor de sauacutede apresenta algumas

especificidades que se distinguem do trabalho de outros setores da economia

jaacute que o seu produto final eacute um serviccedilo resultante da accedilatildeo compartilhada de

vaacuterios profissionais e centra-se nas relaccedilotildees interpessoais entre beneficiaacuterios e

executores Reuacutene um conjunto de atividades programadas e normatizadas

que se realizam sob a base da cooperaccedilatildeo em um cenaacuterio dinacircmico e instaacutevel

e promove transformaccedilotildees nesse cenaacuterio27

Na enfermagem o objeto de trabalho a ser transformado eacute o corpo

humano individual ou coletivo em suas mais diversificadas demandas no

processo sauacutede-doenccedila31 O trabalho em si inclui as formas de organizaccedilatildeo

divisatildeo e relaccedilatildeo de trabalho que garantem a forccedila laborativa obtida pelos

agentes a saber enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e auxiliares de

enfermagem O processo sauacutede-doenccedila eacute gerado em dois momentos o

momento produtivo e o momento de consumo O primeiro refere-se ao

processo de trabalho que gera por um lado tensatildeo mas por outro satisfaccedilatildeo

O segundo refere-se agrave vida social cultural e aos valores do indiviacuteduo32

Os processos de desgaste do trabalhador de enfermagem satildeo oriundos

da diversidade intensidade e simultaneidade de exposiccedilatildeo agraves cargas

inerentes ao processo de trabalho cabe agrave equipe de enfermagem o

acompanhamento aos pacientes em tempo integral levando a uma maior

45

exposiccedilatildeo aos riscos Esses processos satildeo explicitados pelos danos

biopsiacutequicos em suas diferentes formas de expressatildeo33

Haacute que se destacar que o processo de trabalho tem estreita relaccedilatildeo com

a sauacutede e quando haacute desarmonia nessa relaccedilatildeo pode ocorrer desgastedoenccedila

por parte dos operaacuterios ressaltando-se que as doenccedilas causadas pelo trabalho

podem ser somaacuteticas psicossomaacuteticas e psiacutequicas Estas doenccedilas satildeo

originaacuterias das diversas cargas de trabalho as quais os trabalhadores ficam

expostos sejam elas de natureza fiacutesica quiacutemica por tensatildeo nervosa ritmo do

trabalho ou por repetitividade das tarefas

No que tange ao processo de trabalho no setor de serviccedilos

especialmente no setor sauacutede a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) vem

complementar a proteccedilatildeo a sauacutede do trabalhador em relaccedilatildeo aos riscos

bioloacutegicos tatildeo comuns no cotidiano do trabalho de enfermagem poreacutem natildeo eacute

objeto do presente estudo

Os principais agravos relacionados ao trabalho que acometem

profissionais de enfermagem satildeo queixas relacionadas a LERDORT e o

estresse manifestaccedilotildees que levam ao absenteiacutesmo34

As LERDORTs por definiccedilatildeo satildeo fenocircmenos nosoloacutegicos relacionados

ao trabalho caracterizados pela ocorrecircncia de vaacuterios sintomas concomitantes

ou natildeo tais como dor parestesia sensaccedilatildeo de peso fadiga Podem ter

manifestaccedilatildeo insidiosa geralmente nos membros superiores membros

inferiores regiatildeo da coluna vertebral lombar toraacutecica e cervical que

frequentemente satildeo causas de incapacidades laborais temporaacuterias ou

permanentes As LERDORTs resultam da super utilizaccedilatildeo das estruturas

anatocircmicas do sistema musculoesqueleacutetico sem o devido tempo para a sua

recuperaccedilatildeo27 Acredita-se que estejam ligadas a atividades repetitivas

manutenccedilatildeo de posturas estaacuteticas durante o trabalho e aspectos psiacutequico-

sociais

A primeira doenccedila descrita na literatura associada agraves atividades

repetitivas foi a tenossinovite caracterizando-se pela restriccedilatildeo ao livre

movimento de um tendatildeo devido a uma inflamaccedilatildeo deste ou de sua bainha Em

1891 Fritz De Quervain descreveu a doenccedila como entorse das lavadeiras

46

devido ao fato de ter encontrado mulheres que lavavam roupa que

apresentavam tendinite dos tendotildees e muacutesculo adutor longo e extensor curto

do polegar 35

Em marccedilo de 1993 o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)

elaborou a Norma Teacutecnica que dispotildee sobre procedimentos de avaliaccedilatildeo da

incapacidade de trabalhadores afastados do trabalho para orientaccedilatildeo a

meacutedicos e peritos Posteriormente ocorreu uma revisatildeo no texto e em 19 de

agosto de 1998 foi publicada no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a Nova Norma Teacutecnica

de Avaliaccedilatildeo de Incapacidade para fins de Benefiacutecios Previdenciaacuterios

substituindo o termo LER por DORT A Norma Teacutecnica incluiu novos

diagnoacutesticos como a siacutendrome miofascial e as fibromialgias poreacutem apresenta

dificuldades para o diagnoacutestico precoce dificultando a caracterizaccedilatildeo do nexo

causal36 37

A LER eacute o vocaacutebulo utilizado no Brasil para definir uma siacutendrome

caracterizada pelo desconforto incapacidade ou dor persistente em

articulaccedilotildees muacutesculos tendotildees e outros tecidos moles com ou sem

manifestaccedilotildees fiacutesicas ou cliacutenicas entretanto essa terminologia natildeo eacute bem

acolhida de maneira geral e foi alterada para Distuacuterbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho38

Em 2003 o INSS em sua Instruccedilatildeo Normativa 9836 instituiu a adoccedilatildeo

oficial do termo LERDORT devido agrave consagraccedilatildeo do antigo termo o qual

usaremos neste trabalho

As LERDORTs tecircm relaccedilatildeo direta com as exigecircncias de tarefas

laborais ambiecircncia fiacutesica e com a organizaccedilatildeo do trabalho e eacute uma doenccedila

ocupacional que vem crescendo de forma ameaccediladora provocando mutilaccedilotildees

e sequelas reversiacuteveis eou irreversiacuteveis nos trabalhadores aleacutem de

desencadear nas empresas aumento do absenteiacutesmo e dos custos reduccedilatildeo

do lucro da produtividade e da qualidade nos serviccedilos prestados e aumento do

niacutevel de estresse39

Apresentam-se com sinais e sintomas de origem ocupacional

caracterizadas por inflamaccedilotildees dos muacutesculos tendotildees faacutescias e nervos

principalmente mas natildeo exclusivamente nos membros superiores regiatildeo

47

escapular e pescoccedilo merecem destaque natildeo soacute pelo aumento de sua

incidecircncia mas por existirem evidecircncias de sua associaccedilatildeo com o ritmo de

trabalho Essas doenccedilas em geral possuem uma maacute evoluccedilatildeo ocasionando

dor edema e perda de forccedila sendo responsaacuteveis por uma fatia significativa

das causas da queda do desempenho no trabalho e produtividade 40 41

Abrangem quadros cliacutenicos amplos caracterizados pela ocorrecircncia de

agravos neuro-ortopeacutedicos definidos como tenossinovites sinovites

compressotildees de nervos perifeacutericos que podem ser identificadas ou natildeo sendo

comum agrave ocorrecircncia de vaacuterios sinais e sintomas concomitantes e agraves vezes

inespeciacuteficos 42

As condiccedilotildees laborais que podem induzir o surgimento das LERDORTs

satildeo aquelas que incluem movimentos repetitivos aplicaccedilatildeo de forccedila

levantamento e transporte de cargas posturas inadequadas e estresse

relacionado agraves condiccedilotildees psicosociais do local onde o trabalho acontece 36 40

Para a ocorrecircncia das LERDORTs natildeo existe causa uacutenica e

determinada pois satildeo vaacuterios os fatores existentes no trabalho que podem estar

relacionados agrave sua gecircnese como por exemplo a repetitividade de movimentos

manutenccedilatildeo de posturas inadequadas por tempo prolongado esforccedilo fiacutesico

invariabilidade de tarefas pressatildeo mecacircnica sobre determinadas partes do

corpo mais precisamente nos membros superiores trabalho estaacutetico frio

fatores organizacionais e psicossociais36

Neste sentido estas doenccedilas podem manifestar-se com diferentes

quadros cliacutenicos e distintos sinais e sintomas Algumas manifestaccedilotildees mais

comuns satildeo as tenossinovite tendinite epicondilite bursite siacutendrome do tuacutenel

do carpo Existem outras manifestaccedilotildees de LERDORT cujo fator

desencadeante eacute o estresse emocional que pode ser causado pelo trabalho ou

mesmo pelo afastamento do trabalho como a Siacutendrome aacutelgica miofascial que eacute

decorrente de uma praacutetica de atividades extenuantes ou como subproduto de

tensatildeo psicoloacutegica anguacutestia ou ansiedade39

A dor eacute um sintoma bastante relatado e se exacerba com o estresse

emocional39 e pode ser localizada irradiada ou generalizada acompanhada ou

natildeo de sensaccedilatildeo de desconforto fadiga sensaccedilatildeo de peso parestesia

48

sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo de forccedila edema enrijecimento articular choque falta

de firmeza nas matildeos sudorese excessiva e alodiacutenea As queixas geralmente

se apresentam em diferentes graus de severidade podendo ser caracterizadas

em relaccedilatildeo ao tempo de duraccedilatildeo localizaccedilatildeo intensidade entre outros

aspectos39

Inicialmente os sintomas se apresentam de forma insidiosa nos

momentos de picos de produccedilatildeo ou ao final da jornada de trabalho com o

decorrer do tempo se tornam mais frequentes inclusive no iniacutecio da jornada de

trabalho e em atividades extra laborativas do trabalhador Neste momento as

pessoas procuram assistecircncia em sauacutede devido agraves implicaccedilotildees no

desempenho de suas capacidades funcionais Eacute constante nestes casos o

tratamento baseado em anti-inflamatoacuterios e sessotildees de fisioterapia que podem

mascarar a gecircnese ergonocircmica do problema se natildeo forem detectados e

sanados sem debelar os fatores desencadeantes ocorreraacute a progressatildeo do

quadro cliacutenico com crises de dor intensa geralmente desencadeadas por

movimentos bruscos pequenos esforccedilos fiacutesicos alternacircncia de temperatura

insatisfaccedilatildeo e tensatildeo39 De um modo geral natildeo haacute uma preocupaccedilatildeo com o

banimento do fator desencadeante do estado moacuterbido

Faz-se necessaacuteria uma abordagem mais aprofundada com equipe

multidisciplinar e como em qualquer caso cliacutenico outros sintomas ou doenccedilas

devem ser investigados tendo em vista a possibilidade de terem influecircncia na

determinaccedilatildeo ou agravamento do caso Traumas diabetes mellitus artrite

reumatoide gravidez podem causar ou agravar sintomas do sistema

musculoesqueleacutetico e do sistema nervoso perifeacuterico18

Na anamnese ocupacional aleacutem de ser elaborada a histoacuteria cliacutenica eacute

imprescindiacutevel saber onde e como o trabalhador desenvolve seu trabalho

rotina de atividades duraccedilatildeo e jornada de trabalho existecircncia de pausa

execuccedilatildeo e frequecircncia de movimentos repetitivos sobrecarga estaacutetica forma

de pressatildeo das chefias mudanccedilas no ritmo insatisfaccedilatildeo ruiacutedo excessivo

mobiliaacuterio desconforto teacutermico enfim vaacuterios fatores predisponentes para o

surgimento das LERDORTs18

Natildeo existem evidecircncias na literatura acerca da relevacircncia das tarefas

domeacutesticas como uso de computador em casa ato de dirigir tricotar

49

carregamento de sacolas entre outras como desencadeantes de quadros de

LERDORT poreacutem existem estudos que associam a ocorrecircncia de doenccedilas

musculoesqueleacuteticas com a exposiccedilatildeo de fatores de risco no trabalho43

A insatisfaccedilatildeo com o trabalho a carga social da eacutepoca atual a tensatildeo

emocional e o estresse contribuem privilegiando para o surgimento da e ou

agravamento da LERDORT43

Atualmente o termo estresse tem sido amplamente utilizado natildeo

apenas em pesquisas cientiacuteficas mas tambeacutem pelos diferentes meios de

comunicaccedilatildeo e tem ocupado lugar de destaque pela sua importacircncia na vida

das pessoas principalmente quando estaacute associado a algum desconforto de

ordem fiacutesica eou emocional

A palavra estresse vem do inglecircs stress Na aacuterea da sauacutede passou a ser

utilizado no iniacutecio do seacuteculo XX sendo o primeiro pesquisador em estresse o

meacutedico austriacuteaco Hans Selye considerado o liacuteder nesta linha de pesquisa nas

deacutecadas de 20 e 30 Em sua primeira publicaccedilatildeo empregou a palavra estresse

como forma de caracterizar as reaccedilotildees do corpo sugerindo a designaccedilatildeo de

reaccedilatildeo de alarme agraves respostas iniciais do organismo frente a pressotildees

psicoloacutegicas 44

Em 1956 publicou o livro intitulado The stress of life onde explicava o

mecanismo bioquiacutemico do estresse44 Considerado o primeiro pesquisador que

demonstrou as etapas do estresse bioloacutegico Selye exprime um significado para

o estresse como esforccedilo de adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentar situaccedilotildees

que considera ameaccediladora a sua vida e ao seu equiliacutebrio Descreveu a

Siacutendrome Geral de Adaptaccedilatildeo (SGA) ou do estresse bioloacutegico como um

conjunto de sintomas que o indiviacuteduo apresenta quando eacute submetido a

situaccedilotildees que exijam uma importante adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentaacute-

las podendo ocorrer atraveacutes de estiacutemulos internos ou psicoemocionais e

estiacutemulos externos ou do meio socioeconocircmico inclusive o trabalho O

estresse eacute um processo de adaptaccedilatildeo normal do indiviacuteduo entretanto quando

a resposta eacute patoloacutegica registra-se uma disfunccedilatildeo que leva aos distuacuterbios

transitoacuterios ou doenccedilas graves ou ainda ao agravamento daquelas jaacute

existentes 44 45

50

Estudos demonstram que o estresse possui trecircs fases uma inicial que eacute

a chamada de reaccedilatildeo de alarme a segunda da resistecircncia e a terceira da

exaustatildeo Todas as fases satildeo comandadas pelo sistema nervoso autocircnomo

via sistema liacutembico e pelo sistema nervoso central via hipotaacutelamo46 47

A fase de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

agente estressor e ocorre quando o organismo se prepara para as reaccedilotildees de

luta ou fuga ou seja no momento em que o estressor eacute percebido pela pessoa

Nesta fase tanto pode ocorrer a eliminaccedilatildeo do estressor quanto a adaptaccedilatildeo

do organismo a ele A reaccedilatildeo de alarme representa para o indiviacuteduo um

desgaste e consequentemente uma alteraccedilatildeo da capacidade de manter

constacircncia no bem-estar e equiliacutebrio do organismo Os principais sintomas que

caracterizam a reaccedilatildeo de alarme satildeo a taquicardia sudorese cefaleia

alteraccedilotildees da pressatildeo arterial irritabilidade fadiga tensatildeo muscular sensaccedilatildeo

de esgotamento e alteraccedilotildees gastrointestinais46 47

A segunda fase eacute a de resistecircncia nessa fase o estresse continua

presente por periacuteodos prolongados ou a sua dimensatildeo eacute demasiadamente

grande e eacute aiacute que predomina o desgaste porque a pessoa tenta

instintivamente se adaptar ao que estaacute passando atraveacutes de reservas de

energia adaptativa que possui As repercussotildees mais evidentes estatildeo nos

sistema fisioloacutegico psicoloacutegico e social que fazem com que o indiviacuteduo se

mantenha em estado de alerta Pela resistecircncia ao estressor torna-se difiacutecil o

retorno da homeostase Alguns dos sintomas que caracterizam a fase de

resistecircncia satildeo ansiedade o nervosismo o medo a impotecircncia sexual a falta

ou excesso de apetite e o isolamento social44 47

A terceira fase eacute a exaustatildeo onde o organismo chega a seu limite ao

esgotamento e estaacute associada a uma seacuterie de doenccedilas Ocorre quando haacute

continuidade do agente estressor e natildeo acontece mais a adaptaccedilatildeo do

organismo Nesta fase apresentam-se sinais de deterioraccedilatildeo haacute uma queda na

imunidade e eacute quando surgem doenccedilas tais como as cardiacuteacas respiratoacuterias

gastrointestinais musculoesqueleacuteticas depressatildeo desequiliacutebrio total do

indiviacuteduo podendo culminar com a sua morte Estas fases natildeo ocorrem de

forma delimitada visto que a simultaneidade e a rapidez evolutiva satildeo suas

caracteriacutesticas 4446 47

51

Em 1975 Selye publicou outro livro denominado rdquoStress without

distressldquo no qual reconhece a importacircncia da intervenccedilatildeo psicoloacutegica e da

atividade fiacutesica no mecanismo de regulaccedilatildeo orgacircnica diante da multiplicidade

de fatores a que o organismo estaacute exposto o autor introduziu na literatura os

termos eustress e distress para estabelecer a diferenccedila entre o estresse bom

ou beneacutefico (eustress) e o ruim que causa reaccedilotildees adversas fiacutesicas e

emocionais (distress) 44 47

O eustress tem efeito positivo e pode demonstrar quando se estaacute em

alerta a concentraccedilatildeo eacute melhor os reflexos satildeo mais raacutepidos pensa-se com

mais fluidez e dependendo das condiccedilotildees do ambiente pode-se ser mais

criativo e produtivo O distress tem efeito negativo e processa-se quando se

reage por um tempo prolongado ao agente estressor sentindo quando

esgotado a capacidade de atenccedilatildeo e a concentraccedilatildeo diminuiacutedas havendo um

esforccedilo maior para manter a produtividade Se o agente estressor continuar

agindo e a situaccedilatildeo natildeo for resolvida o corpo ainda que cansado continua

reagindo e consumindo energia ocasionando as doenccedilas 47

Acredita-se que nos seres humanos o grande determinante do

potencial nocivo do estresse eacute um estado interior de insatisfaccedilatildeo consigo

mesmo e com a vida O estresse pode provocar uma reaccedilatildeo nos denominados

oacutergatildeos de choque como os intestinos o estocircmago sistema muscular sistema

arterial e o cardiacuteaco Com a repeticcedilatildeo das situaccedilotildees estressantes ao longo da

vida a pessoa poderaacute apresentar gastrites uacutelceras mau funcionamento do

intestino tensotildees musculares hipertensatildeo arterial e infarto do miocaacuterdio48

A preocupaccedilatildeo em estabelecer a articulaccedilatildeo entre estresse e trabalho

data da Revoluccedilatildeo Industrial e o foco concentrava-se na atribuiccedilatildeo de causas

de doenccedilas agrave exposiccedilatildeo do organismo aos agentes fiacutesicos quiacutemicos ou

bioloacutegicos O sofrimento dos trabalhadores pode ser expresso atraveacutes da

insatisfaccedilatildeo e da ansiedade e pode estar vinculado agraves condiccedilotildees de trabalho

ambiente fiacutesico risco quiacutemico e bioloacutegico condiccedilotildees de higiene e de

seguranccedila organizaccedilatildeo divisatildeo do trabalho e das tarefas relaccedilotildees de poder

as questotildees de responsabilidade habilidade para cuidar de pacientes graves e

o relacionamento entre pessoas49 Tais condiccedilotildees satildeo encontradas de um

modo geral no ambiente hospitalar

52

Atualmente o termo estresse vem sendo empregado como sinocircnimo de

cansaccedilo dificuldade frustraccedilatildeo ansiedade desamparo desmotivaccedilatildeo

Tornou-se o responsaacutevel pela maioria dos males que nos afligem

principalmente aos infortuacutenios relacionados ao estilo de vida urbana atual Com

a disseminaccedilatildeo progressiva do conceito de estresse no discurso popular o

termo passou a ser utilizado como uma accedilatildeo resultante de uma forccedila invisiacutevel e

difusa que agiria como intermediaacuteria entre o indiviacuteduo e o meio ambiente em

que vive e trabalha 150

A enfermagem eacute uma profissatildeo estressante devido agrave sobrecarga de

trabalho necessidade de contato intenso e fisicamente proacuteximo ao paciente

conflitos inerentes ao processo de trabalho sofrimento humano proximidade

com a morteperda e conflitos interpessoais Cabe ao profissional de

enfermagem cuidar de indiviacuteduos adoecidos e promover o seu bem-estar geral

O Health Education Authority classifica a enfermagem como a quarta

profissatildeo mais estressante que tenta afirmar-se profissionalmente de forma a

alcanccedilar maior reconhecimento social 1 50

Neste contexto o envolvimento acaba sendo muito intenso a ponto de

os profissionais natildeo identificarem suas proacuteprias vulnerabilidades ou quando o

fazem deixam-nas de lado tornando-se com isso mais expostos aos efeitos

negativos do estresse 51 52

A aparente aura de tranquilidade dos hospitais oculta uma realidade

onde a tensatildeo estaacute sempre presente onde se exigem concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

continuadamente Esse tipo requerido o trabalhador atento gera uma

sobrecarga mental agravada com a tarefa de zelar pela vida do outro

As LERDORTs guardam estreita relaccedilatildeo com estresse e aparece

devido a uma restriccedilatildeo da micro circulaccedilatildeo nos muacutesculos e tendotildees tensos

que pode evoluir para uma vascularizaccedilatildeo precaacuteria fato que tem por

implicaccedilatildeo a reduccedilatildeo da chegada de nutrientes aos muacutesculos e tendotildees

induzindo agrave fadiga muscular crocircnica e ao surgimento de dor

53

231 LERDORT E ABSENTEIacuteSMO NO TRABALHO

O absenteiacutesmo tem-se tornado problema crucial tanto para as

organizaccedilotildees como para os administradores Suas causas estatildeo ligadas a

muacuteltiplos fatores tornando-o complexo e de difiacutecil gerenciamento Absenteiacutesmo

laboral eacute o termo utilizado na literatura para genericamente indicar o natildeo

comparecimento inesperado ao trabalho quando se espera que o trabalhador

esteja presente em especial aquele de caraacuteter repetitivo Para Miguez e

Bomami (1988)53 aleacutem da ausecircncia fiacutesica o termo absenteiacutesmo contempla um

conjunto de comportamentos de ausecircncia Isto porque o trabalhador pode estar

presente no posto de trabalho mas improdutivo ou ainda que presente natildeo

estar em seu posto de trabalho

Tambeacutem Midorikawa (2000)54 aponta esses dois tipos de absenteiacutesmo

aquele decorrente da falta ao trabalho e aquele em que o trabalhador se

encontra apenas de corpo presente com algum problema de sauacutede que

repercute no seu desempenho e produtividade Pela oacuteptica administrativa o

comparecimento ao trabalho eacute condiccedilatildeo imprescindiacutevel para a eficaacutecia de uma

organizaccedilatildeo

As faltas imprevistas fazem com que as empresas se ressintam da

carecircncia de matildeo-de-obra suficiente para manter a produccedilatildeo ou o serviccedilo e

muitas vezes se veem obrigadas a contornar a situaccedilatildeo substituindo o

ausente por outro funcionaacuterio natildeo necessariamente preparado para

desempenhar aquela funccedilatildeo resultando no decreacutescimo da produtividade na

queda de qualidade aleacutem de exercer um efeito negativo sobre os demais

trabalhadores por gerar sobrecarga de trabalho55 Tal comportamento

sobrecarrega o funcionaacuterio e as chances de erros e adoecimento aumentam

Para Graccedila (2000)56 pior para a produtividade que o absenteiacutesmo eacute o

presentismo Pessoas que embora estejam no trabalho tecircm problemas de

sauacutede ou outros problemas que natildeo lhes permitem ser completamente

funcionais

54

O presentismo eacute um conceito utilizado para explicar o fato das pessoas

estarem presentes no local de trabalho mas devido a problemas de ordem

fiacutesica ou psicoloacutegica natildeo conseguirem cumprir na totalidade as suas funccedilotildees57

Satildeo vaacuterias as profissotildees abrangidas pelo presentismo sendo que as

taxas mais elevadas parecem residir em setores relacionados com a sauacutede e

educaccedilatildeo 57

Entre as principais causas geradoras do presentismo estatildeo os

problemas psicoloacutegicos as doenccedilas musculoesqueleacuteticas e a utilizaccedilatildeo de

faacutermacos como anti-histamiacutenicos e benzodiazepiacutenicos que tem impacto na

produtividade laboral tanto em termos quantitativos de trabalho quando a

produccedilatildeo natildeo corresponde agravequilo que eacute esperado como tambeacutem em termos de

qualidade do trabalho produzido refletindo-se essencialmente em erros e

omissotildees nos procedimentos A quebra da produtividade traduz-se assim na

incapacidade de desempenhar as tarefas de rotina podendo resultar em

elevadas taxas de abandono por doenccedila 57

Na enfermagem esse fenocircmeno vem preocupando os gerentes uma

vez que faltas frequentes ao trabalho repercutem no quantitativo de recursos

humanos refletindo na qualidade da assistecircncia prestada agrave clientela Aleacutem

disso o absenteiacutesmo constitui-se em variaacutevel relevante quando se trata de

dimensionar quadro de pessoal para os serviccedilos As razotildees que acarretam o

absenteiacutesmo em larga escala satildeo as longas jornadas de trabalho as condiccedilotildees

de insalubridade do ambiente de trabalho a baixa remuneraccedilatildeo o duplo

emprego e a tensatildeo emocional e doenccedilas ocupacionais58

O estado fisioloacutegico e psicoloacutegico dos trabalhadores eacute importante em

termos de responsabilidade social59 e o absenteiacutesmo laboral decorrente de

problemas de sauacutede acarretam consequecircncias econocircmicas e sociais pois aleacutem

do ocircnus econocircmico-administrativo direto absorvido pela empresa e pelo

empregado incrementa os gastos ao Sistema de Previdenciaacuterio Social que

responde pelo pagamento dos benefiacutecios pela incapacidade temporaacuteria por

doenccedila ou acidente de trabalho

55

232 LERDORT E AS POLIacuteTICAS TRABALHISTAS

A enfermagem eacute uma das profissotildees da aacuterea da sauacutede cuja essecircncia e

especificidade eacute o cuidado ao ser humano desenvolvendo atividades de

prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede

atuando em equipes60

Portanto a enfermagem eacute considerada responsaacutevel pelo cuidado pelo

conforto acolhimento e bem-estar dos pacientes seja prestando o cuidado

seja coordenando outros setores para a prestaccedilatildeo da assistecircncia e

promovendo a autonomia dos pacientes atraveacutes da educaccedilatildeo em sauacutede61

Cuidar do Ser Humano procurando encontrar caminhos e

desenvolvendo potenciais para que este Ser Humano desempenhe seus

papeacuteis eou possa abdicar deles entregando-se por livre escolha ou por forccedila

das circunstacircncias ao controle de outrem temporaacuteria ou definitivamente com

dignidade e respeito levando-o a sentir-se estimado e respeitado durante todo

o processo de viver tudo isto eacute papel da enfermagem 62

Ideologicamente a definiccedilatildeo posta acima deixa transparecer relaccedilatildeo

direta da enfermagem com bem estar mas por outro lado a reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas trabalhistas visa diminuir cada vez mais o nuacutemero de trabalhadores

economicamente ativos e achata a remuneraccedilatildeo daqueles que continuam

inseridos no mercado formal de trabalho63 tal preceito finda por conduzir a um

intenso processo de flexibilizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho marcado pelo

aumento das horas extras de trabalho e rendimento salarial modesto criando

assim uma sociedade global de risco64 Essa relaccedilatildeo por um lado trouxe

conquistas para a vida humana48 moderna mas tem produzido por outro lado

desafios para a aacuterea da sauacutede do trabalhador Dentre tais desafios encontram-

se as alcunhadas LERDORTs65

As LERDORTs tiveram um faacutetuo incremento nos uacuteltimos quinze anos e

satildeo consideradas como uma epidemia3566 No Brasil esse incremento comeccedilou

no iniacutecio da deacutecada de 80 no setor de processamento de dados mas

presentemente eacute possiacutevel encontrar casos em quase todos os ramos de

atividade67 e tem estreita relaccedilatildeo com as poliacuteticas trabalhistas

56

A conjuntura poliacutetica o achatamento salarial estreitamento do mercado

de trabalho e o desemprego satildeo fatores agravantes aos profissionais de

enfermagem e obriga esses profissionais a atuarem em mais de um local de

trabalho exercendo uma carga horaacuteria mensal extremamente longa 68

Tal fato parece ser agravado quando se pensa no profissional de

enfermagem de niacutevel meacutedio o mercado de trabalho se mostra cruel no que

tange agraves remuneraccedilotildees oferecendo em meacutedia dois salaacuterios miacutenimos pela

jornada de trabalho de quarenta horas semanais para esses profissionais68

O problema vem se agravando paulatinamente pelo desconhecimento

acerca do processo de adoecimento e pela ausecircncia de intervenccedilotildees

ergonocircmicas na condiccedilatildeo de trabalho69 e nesse sentido satildeo essenciais

esforccedilos para a compreensatildeo do homem na ambiecircncia laboral bem como de

programa educativo para prevenccedilatildeo de doenccedilas ocupacionais pois aquilatam

atitudes que valorizam a cultura da sauacutede ocupacional

De um modo geral quando se fala em sauacutede prevenccedilatildeo eacute ponto

meritoacuterio de destaque sobretudo pela questatildeo faacutermaco-econocircmica Quando se

trata especificamente da sauacutede ocupacional prevenccedilatildeo eacute apresentada como

fator primordial 35 70 71 72 73 e 74

24 A EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE NA LERDORT

Os projetos educativos em sauacutede satildeo majoritariamente propostos com

a perspectiva de transmissatildeo de um conhecimento onde o profissional da

sauacutede que sabe ensina para a populaccedilatildeo leiga

A forma de se educar em sauacutede descrita acima com certa ironia pode

ser melhor compreendida se considerarmos que as praacuteticas sanitaacuterias que

ganharam supremacia ao longo do seacuteculo XX fundamentaram-se na

hegemonia do binocircmio sauacutede-doenccedila como questotildees antagocircnicas esse

caminho incutiu padrotildees culturais sanitaacuterios inadequados constituindo o que

vem sendo nomeado contemporaneamente como comportamentos de

risco75 e assim parece evidente que as mudanccedilas comportamentais esperadas

57

com esse tipo de praacutetica constituem um produto raro das propostas educativas

implantados sem a efetiva participaccedilatildeo dos sujeitos 76 77

Os princiacutepios preventivos de LERDORT na realidade satildeo

reestruturaccedilotildees do processo de produccedilatildeo de conhecimento e devem resultar

na melhoria da qualidade de vida no trabalho78 79

Por outro lado atuaccedilotildees preventivas podem tornar-se meros rituais80

uma vez que se transformam numa seacuterie de protocolos e procedimentos que

seratildeo incorporados por funcionaacuterios sem uma efetiva participaccedilatildeo dos

mesmos no processo de construccedilatildeo das medidas preventivas

Os programas preventivos para prevenccedilatildeo das LERDORTs via de

regra satildeo embasados pela praacutetica da ginaacutestica laboral no entanto tal praacutetica

merece ser melhor estudada e compreendida pois natildeo apresentam soluccedilotildees

definitivas na reduccedilatildeo do surgimento das doenccedilas ocupacionais 81 82 83 84 85 86

Assim atitudes preventivas quando natildeo idealizadas em parceria com os

grupos a que seratildeo aplicadas e de acordo com suas reais necessidades e

praacutexis podem natildeo surtir efeitos desejados pois seratildeo na verdade conjunto de

regras e leis a serem adotadas nesse sentido a praacutetica prevencionista passa a

ser simples aplicaccedilatildeo de leis e normas que satildeo incorporadas agrave legislaccedilatildeo e

tornam-se obrigatoacuterios na praacutetica da seguranccedila do trabalho87 e portanto devem

ser memorizadas e cumpridas

Educaccedilatildeo em sauacutede constitui um conjunto de saberes e praacuteticas

orientadas para a prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede87 Dessa forma

rompe-se com a verticalidade da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio88

O usuaacuterio eacute reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o

processo sauacutede-doenccedila-cuidado capaz de estabelecer uma interlocuccedilatildeo

dialoacutegica com o serviccedilo de sauacutede e de desenvolver uma anaacutelise criacutetica sobre a

realidade e o aperfeiccediloamento das estrateacutegias de luta e enfrentamento 88

A estrateacutegia valorizada por este modelo eacute a comunicaccedilatildeo dialoacutegica que

visa agrave construccedilatildeo de um saber sobre o processo sauacutede-doenccedila-cuidado que

capacite os indiviacuteduos a decidirem quais as estrateacutegias mais apropriadas para

promover manter e recuperar sua sauacutede88

58

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) define sauacutede como natildeo apenas

ausecircncia de doenccedila mas tambeacutem enquanto uma situaccedilatildeo de perfeito bem-

estar fiacutesico mental e social Atualmente entende-se que essa definiccedilatildeo ainda

que avanccedilada para a eacutepoca em que foi elaborada atualmente eacute irreal e

ultrapassada Eacute possiacutevel afirmar que se trata de um conceito irreal pois referir-

se ao perfeito bem-estar caracteriza uma utopia jaacute que se acredita na

impossibilidade de atingir a perfeiccedilatildeo fiacutesica mental e social simultaneamente89

Seria pertinente ponderar que o conceito de sauacutede natildeo pode ser ideado

como um conceito unicausal mas sim transdisciplinar Sabe-se que definir

sauacutede implica uma experiecircncia subjetiva individual vivenciada pelo sujeito e

que natildeo pode ser totalmente apreendida pelo saber fazer cientiacutefico90 91 pois os

problemas de sauacutede natildeo se referem apenas ao monitoramento de doenccedilas

mas principalmente na anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo

abrangendo o aspecto econocircmico social e ambiental O planejamento a

programaccedilatildeo e a execuccedilatildeo de accedilotildees a serem implementadas para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede devem objetivar a eliminaccedilatildeo dos

riscos e danos e fundamentalmente os causadores destes

Por outro lado o conceito de educar eacute compreendido pela inserccedilatildeo do

homem na realidade e o processo deve partir sempre de experiecircncias do

homem com a realidade na qual estaacute inserido da sua vivecircncia pessoal com a

sua realidade a educaccedilatildeo deve cumprir tambeacutem a funccedilatildeo de analisar e refletir

a realidade posta no sentido de apropriar-se dela e transforma-la92

Ao se aglutinar esses pressupostos supra mencionados cria-se a

possibilidade real de se pensar em educaccedilatildeo em sauacutede que eacute entendida como

uma atividade planejada e tem como objetivo estimular e criar condiccedilotildees para

que mudanccedilas de comportamento sejam produzidas no zelo com a sauacutede93 94

estando assim totalmente desvinculada agrave mera obediecircncia aos cuidados

preventivos importantes e necessaacuterios idealizados para a promoccedilatildeo em sauacutede

A educaccedilatildeo em sauacutede pressupotildee uma combinaccedilatildeo de oportunidades

que favoreccedilam a manutenccedilatildeo da sauacutede e sua promoccedilatildeo natildeo se trata de uma

mera transmissatildeo de conteuacutedos mas sim como a adoccedilatildeo de praacuteticas

educacionais que busquem a autonomia dos sujeitos na conduccedilatildeo de sua

vida95

59

No intento de apreender essa perspectiva eacute importante grifar os modelos

sobre a educaccedilatildeo em sauacutede a saber O modelo tradicional e o modelo

radical96

De acordo com o modelo tradicional que eacute chamado tambeacutem de modelo

preventivista adota os pressupostos da sauacutede puacuteblica tradicional tal modelo

evidencia a prevenccedilatildeo de agravos centrando-se na mudanccedila individual96

Intenciona-se com este modelo a mudanccedila de comportamento individual

e segue a loacutegica da pedagogia de ensino bancaacuterio no qual o ldquoprofessorrdquo deteacutem

todo o conhecimento que seraacute ldquodepositadordquo nos educandos que satildeo sujeitos

passivos do processo Leva em consideraccedilatildeo que o sujeito eacute receptor de

conteuacutedo e que nada ou pouco sabe sobre o assunto em questatildeo Tal modelo

dificulta e inibe o despertar da consciecircncia criacutetica em relaccedilatildeo ao autocuidado

com a sauacutede96

Por outro lado o modelo radical de educaccedilatildeo em sauacutede surge no

tentame de compreender a complexidade da vida e da sauacutede surge na ideia do

construtivismo e tem como objetivo principal a promoccedilatildeo da sauacutede

considerando o saber do outro sobre os aspectos da realidade pessoal e

coletiva

Os pressupostos do modelo radical fundamentam-se nas ideias de Paulo

Freire e eacute um modelo educativo onde as pessoas satildeo estimuladas a

desenvolver uma consciecircncia criacutetica pelo processo de anaacutelise coletiva de

problemas na busca de soluccedilotildees e estrateacutegias conjuntas para a mudanccedila da

realidade Essa pedagogia evidencia a formaccedilatildeo de um indiviacuteduo mais criacutetico e

questionador 97

Considerando-se a educaccedilatildeo em sauacutede na ambiecircncia laboral parece

precioso ressaltar que as questotildees pertinentes sobre sauacutede-trabalho passaram

por vaacuterias modificaccedilotildees ao longo da histoacuteria

No que tange a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede para o trabalho as

primeiras preocupaccedilotildees foram com a seguranccedila do trabalhador os esforccedilos

eram voltados no intento de afastamento dos riscos acidentaacuterios mais

tardiamente preocupou-se tambeacutem com a medicina do trabalho que era

voltada para a cura de doenccedilas oriundas nessa ambiecircncia em seguida

60

alargou-se o olhar para a questatildeo higiene industrial visando a prevenir as

doenccedilas e garantir sauacutede ocupacional mais tarde o questionamento passou

para a sauacutede do trabalhador que caminha em direccedilatildeo ao bem-estar fiacutesico

mental e social dos trabalhadores que tem vida dentro e fora do loacutecus laboral98

Neste contexto eacute impossiacutevel isolar o homem-trabalhador do homem-

social como se o trabalhador pudesse deixar no portatildeo de entrada da empresa

toda a sua histoacuteria pessoal ou se na saiacuteda retirasse do corpo fiacutesico e mental

toda carga e significado conferido pelo trabalho98 e parece ser nessa loacutegica que

a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede no ambiente de trabalho assume relevacircncia eacute

neste ambiente que o indiviacuteduo passa grande parte do seu dia e seria salubre

que neste mesmo espaccedilo o indiviacuteduo pudesse vivenciar uma reflexatildeo a

respeito da sua proacutepria sauacutede como partiacutecipe do processo de mudanccedila da

realidade

A Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute de suma importacircncia quando se pretende

vincular novas posturas e tomadas de atitudes frente ao cuidado com a

promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo da doenccedila99 Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute

compreender os problemas que acometem determinada comunidade e fazer

que a populaccedilatildeo tenha consciecircncia desses problemas e busquem soluccedilotildees100

para tal a educaccedilatildeo deve estar pautada no diaacutelogo bem como na troca de

experiecircncias e deve haver uma ligaccedilatildeo entre o saber cientiacutefico e o sensu

comum

Programas de Educaccedilatildeo em Sauacutede satildeo importantes pois

contextualizam e despertam nas pessoas o saber e a atitude participativa nas

accedilotildees educativas obtendo assim melhorias nas suas condiccedilotildees de sauacutede 101

induz a mudanccedilas de crenccedilas atitudes e comportamentos em relaccedilatildeo ao

autocuidado e ao cuidado com os outros

Tal abordagem parece ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da

LERDORT em teacutecnicos de enfermagem pois dentre as profissotildees da aacuterea da

sauacutede essa eacute a que mais eacute acometida por esses distuacuterbios tem sido afetada

por distuacuterbios musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 80 de

ocorrecircncia102103 104

61

Esses distuacuterbios favorecem a diminuiccedilatildeo da capacidade laborativa uma

vez que estaacute ligada a diminuiccedilatildeo seguranccedila no trabalho105 106 e atitudes de

Educaccedilatildeo em Sauacutede podem suavizar a inseguranccedila e diminuir sintomas fiacutesicos

de forma a proporcionar um incremento da capacidade funcional fato que pode

contribuir para a melhoria da qualidade de vida outrora afetada na ambiecircncia

de trabalho

Algumas dificuldades de compreensatildeo acerca dos riscos ocupacionais

como tambeacutem a dificuldade de aceitaccedilatildeo em cumprir certas medidas de

seguranccedila permanecem marcantes ainda hoje nos trabalhadores de

enfermagem possivelmente devido agrave falta de formaccedilatildeo e conhecimentos sobre

tais riscos bem como uma questatildeo ideoloacutegica do quatildeo eacute importante cuidar do

outro com o maacuteximo de competecircncia e dedicaccedilatildeo procurar salvar-lhe a vida

minimizar-lhe as dores ouvir suas queixas confortaacute-lo natildeo sendo dada muita

importacircncia ao aumento da carga horaacuteria laboral ao cansaccedilo agraves condiccedilotildees

inapropriadas para se trabalhar a falta de horaacuterio para alimentaccedilatildeo

sonorepouso lazer entre outros problemas107

Em estudo96 realizado para verificar o niacutevel de conhecimento dos

trabalhadores de sauacutede hospitalar no desenvolvimento de suas atividades

constatou-se que eles conhecem os riscos de forma geneacuterica e que esse

conhecimento natildeo se transforma numa accedilatildeo segura de prevenccedilatildeo de acidentes

e doenccedilas ocupacionais apontando para a necessidade de uma accedilatildeo que

venha modificar essa situaccedilatildeo27

Em funccedilatildeo dessa conclusatildeo percebe-se que a questatildeo da Educaccedilatildeo em

Sauacutede e sua representaccedilatildeo no ambiente de trabalho satildeo fatores que podem

propiciar ao trabalhador condiccedilotildees significativas de vivenciar e compreender

diversas experiecircncias de controle de risco dentro e fora do ambiente de

trabalho97 De tal modo que torna-se imprescindiacutevel a experimentaccedilatildeo de

praacuteticas de Educaccedilatildeo em Sauacutede para todos os trabalhadores envolvidos com o

setor sauacutede108

A educaccedilatildeo no ambiente de trabalho serve de suporte para que os

trabalhadores possam desempenhar suas funccedilotildees com mais seguranccedila e

qualidade constituindo-se uma exigecircncia de todos os serviccedilos de assistecircncia agrave

sauacutede109

62

Os trabalhadores tecircm direito de saber quais os perigos e riscos

potenciais de suas tarefas e locais de trabalho eacute importante que os

trabalhadores se empoderem de saberes que visem o melhoramento das

condiccedilotildees de trabalho pelas suas proacuteprias accedilotildees devendo para isso receber

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para enfrentar efetivamente seus problemas

de sauacutede ocupacional109

Mesmo que os autores nos artigos anteriormente referidos tenham feito

alusotildees geneacutericas referentes agrave importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede

Ocupacional de forma mais ampla seus apontamentos auxiliam na

compreensatildeo da importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada tambeacutem ao

teacutecnico de enfermagem entendendo que praacuteticas educativas em sauacutede

contribuem na compreensatildeo do quatildeo profiacutecuo eacute uma boa condiccedilatildeo de sauacutede

para o bom desempenho laboral

Muitas vezes na praacutetica a Educaccedilatildeo em Sauacutede tem sido considerada

apenas como divulgaccedilatildeo transmissatildeo de conhecimentos e informaccedilotildees de

forma fragmentada e muitas vezes distante da realidade de vida do puacuteblico

alvo poreacutem o fulcro do problema que ainda permanece estaacute no caraacuteter

abstrato da concepccedilatildeo da relaccedilatildeo unidirecional como se ela fosse uma relaccedilatildeo

entre dois aquele que ensina e aquele que aprende abstraiacuteda do contexto

soacutecio institucional

Tal afirmaccedilatildeo pode ser constatada ao se analisar o trabalho100 proposto

por J Hartvigsen S Lauritzen S Lings T Lauritzen que tinha como objetivo

avaliar a eficaacutecia de uma intervenccedilatildeo ergonocircmica educacional intensiva no

sentido de reduzir dores lombares entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

que trabalham no cuidados de pacientes com AIDS no ambiente domiciliar Os

participantes foram acompanhados semanalmente por um profissional

especialmente treinado que instruiacutea os participantes da pesquisa quanto agrave

transferecircncia do paciente e teacutecnicas de levantamento de peso Os participantes

assistiram a aulas com a temaacutetica dor lombar de trecircs horas Os dados foram

coletados por meio do questionaacuterio Noacuterdico chegando-se ao resultado de que

natildeo houve melhora na percepccedilatildeo da sintomatologia dolorosa relacionada agrave dor

lombar no grupo pesquisado110

63

Em oposiccedilatildeo agrave metodologia proposta no paraacutegrafo acima acreditamos

que a accedilatildeo de quem se compromete em trabalhar com Educaccedilatildeo em Sauacutede na

sauacutede ocupacional deve ser aberta para construir novos conhecimentos

compreender o processo de ensinar e apreender como fluxo de via de matildeo

dupla juntamente com os pares

Em outros estudos autores concluem que a construccedilatildeo participativa eacute o

melhor vieacutes para se fazer educaccedilatildeo em sauacutede Estudiosos inferem que

seminaacuterios realizados com enfermeiras auxiliam na identificaccedilatildeo de fatores de

riscos ergonocircmicos e fornecem ganho de habilidades na resoluccedilatildeo de

problemas relacionados a esses riscos Os resultados da pesquisa indicaram

moderada a alta confianccedila na realizaccedilatildeo das avaliaccedilotildees ergonocircmicas por parte

das enfermeiras que participaram dos seminaacuterios indicando que o experimento

participativo gerou um niacutevel moderado a elevado de confianccedila na prevenccedilatildeo ao

surgimento das LERDORTs111 112

Na tentativa de reduzir sintomas relacionados ao trabalho na regiatildeo

cervical e membros superiores em enfermeiros um serviccedilo de sauacutede

ocupacional Holandecircs desenvolveu de forma participativa um programa de

prevenccedilatildeo que objetivava a exposiccedilatildeo aos enfermeiros de fatores de risco na

ambiecircncia laboral O estudo randomizado teve duraccedilatildeo de 12 meses e para tal

os participantes foram aleatoriamente divididos em grupo de intervenccedilatildeo e

grupo controle o desfecho do estudo mostrou que ocorreu uma significativa

mudanccedila positiva entre educaccedilatildeo participativa e diminuiccedilatildeo de adoccedilatildeo de

posturas e movimentaccedilatildeo adversas112

Em outro trabalho chega-se a conclusatildeo que os transtornos traumaacuteticos

cumulativos representam mais da metade de todos os acidentes de trabalho

notificados nos Estados Unidos e que a falta de uma definiccedilatildeo clara sobre

esses traumas eacute causa de confusatildeo entre trabalhadores nesse sentido os

autores propuseram o desenvolvimento coletivo de um cartaz educativo sobre

traumas cumulativos que tinha como intento descrever a prevenccedilatildeo cuidados e

reabilitaccedilatildeo Apoacutes a confecccedilatildeo do cartaz foi realizado avaliaccedilatildeo dos servidores

por meio de entrevista e os autores concluiacuteram que a maioria dos participantes

acreditou que o cartaz foi uacutetil ou muito uacutetil e que promovia real mudanccedila de

comportamento na tomada de medidas reducionais para os fatores de risco113

64

Por fim a educaccedilatildeo continuada de teacutecnicos de enfermagem envolvendo

temas relacionados agrave sauacutede ocupacional deve ser reconhecida como

estrateacutegia que pode contribuir para a consolidaccedilatildeo de uma boa qualidade de

vida no trabalho Embasado neste princiacutepio as praacuteticas educativas em sauacutede

na ambiecircncia hospitalar podem e devem ser diversificadas poreacutem coadunadas

com a realidade dos sujeitos que vivencia o saber fazer da tarefa

65

OBJETIVOS

66

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar os resultados de um Programa Educativo em Sauacutede idealizado a

partir da realidade do trabalho de teacutecnicos de enfermagem nos aspectos

percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem quanto ao processo de surgimento das

LERDORTs qualidade de vida e percepccedilatildeo dolorosa

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Apreender a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre o processo

de adoecimento relacionado com a LERDORT

Elaborar a partir dos dados obtidos uma proposta de Educaccedilatildeo em

Sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do teacutecnico de

enfermagem

Analisar a qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor

estado geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental

antes e apoacutes vivecircncia de uma proposta educativa

Avaliar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo aos

sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho antes e apoacutes o

desdobramento desta proposta

67

METODOLOGIA

68

4 METODOLOGIA

41 FUNDAMENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-

descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e

quantitativas104 A dicotomia entre abordagem qualitativa e quantitativa que se

estabelece na praacutetica de um lado deixa agrave margem relevacircncias e dados que

natildeo podem estar contidos em nuacutemeros e de outro lado agraves vezes contempla

apenas os significados subjetivos e omite a realidade114

A escolha do desenho metodoloacutegico se deu por entender que os

meacutetodos qualitativos e quantitativos natildeo guardam relaccedilotildees de oposiccedilatildeo entre

si115 e que a triangulaccedilatildeo torna a investigaccedilatildeo mais forte116 e se ajusta agraves

perguntas do presente desse estudo

Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento

correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos

especiacuteficos 1 e 2 ou seja conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo para elaborar

um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo

de suas praacuteticas

O segundo momento da pesquisa correspondeu ao caminho

metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos especiacuteficos 3 e 4 ou seja

avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado

especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida

como a percepccedilatildeo aacutelgica

Para a primeira etapa da pesquisa privilegiou-se abordagem qualitativa

Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se compreender o fenocircmeno

LERDORT na perspectiva de teacutecnicos de enfermagem Esta abordagem

apresentou-se como importante estrateacutegia pois permitiu compreender e

conhecer significados e praacuteticas individuais e coletivas dos sujeitos

69

pesquisados o que possibilitou ao pesquisador conhecer sentimentos e

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo ao objeto de estudo fato

que muito contribuiu na construccedilatildeo coletiva do manual educativo

Para a segunda etapa da pesquisa privilegiou-se a abordagem

quantitativa Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se alcanccedilar o

entendimento de singularidades pertinentes na avaliaccedilatildeo do Programa

Educativo como qualidade de vida e percepccedilatildeo aacutelgica

42 O CONTEXTO DA PESQUISA

O loacutecus do estudo foi o Hospital Escola Dr Heacutelvio de Farias Auto uacutenico

hospital do Estado de Alagoas especializado no cuidado de portadores de

doenccedilas infectocontagiosas

A unidade foi inaugurada no fim do seacuteculo XIX com o propoacutesito de isolar

pacientes portadores de hanseniacutease peste coacutelera malaacuteria entre outras vindos

de todo o Estado de Alagoas Apoacutes uma reforma estrutural na deacutecada de 40

no Governo Silvestre Peacutericles de Goacutees Monteiro passou a ser

denominado ldquoHospital Constanccedila de Goacutees Monteirordquo e ampliou o atendimento

para traumas Na deacutecada de 80 o Hospital mudou novamente de denominaccedilatildeo

e passou a chamar-se ldquoHospital de Doenccedilas Tropicais Constanccedila de Goacutees

Monteirordquo e volta a especializar-se em doenccedilas infecciosas hoje estaacute vinculado

a Secretaria Estadual de Sauacutede de Alagoas e passou a servir de referecircncia

junto ao Ministeacuterio da Sauacutede

A caracteriacutestica de ser Hospital de Ensino se deve ao fato de aqui serem

ministradas desde a deacutecada de 50 aulas teoacutericas e praacuteticas da disciplina de

doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias da Universidade Federal de Alagoas e

posteriormente em 1970 tambeacutem da Escola de Ciecircncias Meacutedicas de Alagoas

Em dezembro de 1998 foi denominado ldquoHospital Escola Heacutelvio Joseacute de

Farias Autordquo em homenagem ao Meacutedico e Professor pertencente ao quadro

efetivo do hospital e pioneiro no estudo das doenccedilas infectocontagiosas no

Estado

70

No ano de 2000 apoacutes a reforma Administrativa do Estado o Hospital

passou a ser vinculado a entatildeo Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Ciecircncias da Sauacutede

(UNCISAL) mantendo suas caracteriacutesticas como referecircncia no cuidado de

doenccedilas infectocontagiosas e mantendo sua funccedilatildeo de Hospital Escola

atendendo exclusivamente aos usuaacuterios do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Em 2005 apoacutes a transformaccedilatildeo da UNCISAL em Universidade Estadual

de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas o hospital passou a ser uma das Unidades

Complementares dessa Universidade

O atendimento se destina aos doentes encaminhados por outros

serviccedilos acometidos ou com suspeita cliacutenica das doenccedilas infecciosas O

cliente encaminhado recebe um atendimento inicial no ambulatoacuterio caso o seu

problema possa ser incluiacutedo em um dos programas de atenccedilatildeo do hospital ele

seraacute registrado como usuaacuterio dispondo a partir daiacute de qualquer serviccedilo

existente no hospital

Dependendo da necessidade o paciente poderaacute ser atendido em

consulta de ambulatoacuterio na internaccedilatildeo ou no hospital-dia

O Hospital dispotildee de Ambulatoacuterio Serviccedilo de admissatildeo e registro

Serviccedilo Social Farmaacutecia Lavanderia Hospitalar Serviccedilo de Nutriccedilatildeo e

Dieteacutetica Central de Esterilizaccedilatildeo de Materiais Nuacutecleo de Reabilitaccedilatildeo

Psicologia Radiologia Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Comissatildeo de

Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar Serviccedilo de Arquivo Meacutedico Ouvidoria

Assessoria de Comunicaccedilatildeo Hospital Dia Auditoacuterio Sala de Aula Auditoacuterio e

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

A Capacidade Instalada eacute de 113 (cento e treze) leitos distribuiacutedos em

05 (cinco) Unidades de Internaccedilatildeo Hospitalar a saber 40 leitos masculinos 19

leitos femininos 40 leitos de pediatria e 07 leitos patologia do trato respiratoacuterio e

10 leitos de UTI

71

43 POPULACcedilAtildeO DE ESTUDO

Os sujeitos da pesquisa foram teacutecnicos de enfermagem que trabalham

no Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto por mais de 01 (um) ano no cuidado aos

pacientes internados e que natildeo tinham diagnoacutestico cliacutenico de qualquer doenccedila

reumaacutetica

Os sujeitos do estudo foram selecionados de forma intencional a partir

de convite realizado publicamente atraveacutes de cartazes (anexo 1) dispostos nos

quadros de avisos situados proacuteximo ao reloacutegio de ponto e no repouso dos

funcionaacuterios do hospital apoacutes a manifestaccedilatildeo do desejo de participar foi feito

contatos para apresentar os propoacutesitos da pesquisa

Dentre os teacutecnicos de enfermagem encontramos 76 provaacuteveis

colaboradores desse total apoacutes a leitura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (anexo 2) 70 concordaram em participar da pesquisa

perfazendo um total de 9210 dos elegiacuteveis

Dos que concordaram em participar5 (714) eram do gecircnero masculino

e 65 (9286) do gecircnero feminino tendo como meacutedia de idades 2871 anos

(DP + 503 IC a 950=167) Em relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo civil o maior nuacutemero dos

respondentes possuiacutea uniatildeo estaacutevel (5714)

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de escolaridade 4572 dos teacutecnicos de

enfermagem concluiacuteram niacutevel superior enquanto 5428 findaram niacutevel meacutedio

A renda mensal meacutedia dos respondentes gira em torno de R$ 84943 tal

salaacuterio correspondeu a 204 salaacuterios miacutenimos na eacutepoca da coleta dos dados

Em relaccedilatildeo agrave etnia os integrantes se auto declararam em sua maioria

pardos (62) oito (08) se auto declararam brancos e cinco (05) negros

O tempo meacutedio de anos na atividade profissional como teacutecnico de

enfermagem foi de 7 anos (DP+407 IC a 95)

72

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo dos Teacutecnicos de Enfermagem do Hospital Escola Dr

Heacutelvio AutoUNCISAL Janeiro 2009

VARIAVEL CARACTERIZACcedilAtildeO DOS TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

Meacutedia de idade 2871plusmn503

Gecircnero Feminino 65 (9286)

Gecircnero Masculino 05 (714)

Escolaridade (Niacutevel Superior) 4772

Escolaridade (Niacutevel Meacutedio) 5428

Estado Civil (Casado) 5714

Estado Civil (solteiro) 4386

Meacutedia de renda mensal 205 Salaacuterios Miacutenimos

Tempo Meacutedio de trabalho com

enfermagem 7 plusmn 407

Legenda Salaacuterio Miacutenimo da eacutepoca R$ 41500

O grupo selecionado foi dividido aleatoriamente pelo pesquisador

principal por meio de sorteio simples em dois subgrupos os participantes

foram identificados por nuacutemeros sendo todos escritos em papeacuteis e colocados

em um envelope de cor escura e retirados um a um os primeiros trinta e cinco

serviram para formar a lista dos sujeitos participantes da primeira etapa de

coleta de dados (subgrupo 1) e os restantes formaram a lista dos sujeitos

participantes da segunda etapa (subgrupo 2) O subgrupo 1 contendo 50 dos

elegiacuteveis participou de grupo focal e foram submetidos a observaccedilatildeo

73

etnograacutefica pelo pesquisador Os dados coletados nesta etapa ofereceram

subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo do recurso educativo

O subgrupo 2 contendo exatamente o mesmo contingente participou do

programa educativo e respondeu o Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) (anexo 3) e o Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36) (anexo 4)

Apoacutes a divisatildeo dos grupos o pesquisador por meio de contato

telefocircnico agendou reuniatildeo com o grupo a reuniatildeo ocorreu no auditoacuterio do

hospital e nesse momento foram explicadas as razotildees e objetivos da pesquisa

e a divisatildeo dos grupos sendo mais uma vez lido o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) para que os mesmos os assinassem autorizando a

sua participaccedilatildeo na pesquisa

44 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Nesta pesquisa foram utilizados cinco instrumentos de coleta de dados

de acordo com Santos (1999) a utilizaccedilatildeo de mais de um instrumento permite

ao pesquisador combinar vantagens e corrigir algumas deficiecircncias de qualquer

fonte de informaccedilotildees ou seja permite ao pesquisador validar as

informaccedilotildees117118

Para a primeira etapa da pesquisa os instrumentos escolhidos foram

observaccedilatildeo etnograacutefica entrevista de aprofundamento e grupo focal

Na segunda etapa apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa os

instrumentos utilizados foram Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) 119 e Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36)120

74

441 PRIMEIRA ETAPA

4411 OBSERVACcedilAtildeO ETNOGRAacuteFICA

Trata-se de uma modalidade de pesquisa social que foi desenvolvida

pelos antropoacutelogos Boas e Malinoviski tal abordagem constitui a partir da

observaccedilatildeo in locus dos comportamentos sociais na descriccedilatildeo vivida e

detalhada da realidade de pessoas pertencentes a um determinado contexto

essa teacutecnica em educaccedilatildeo em sauacutede pode viabilizar a possibilidade de prestar

cuidados mais congruentes e mais proacuteximos da realidade A etnografia eacute

constituiacuteda numa descriccedilatildeo vivida da realidade de pessoas pertencentes a um

determinado contexto cultural

ldquoA etnografia no seu sentido mais amplo

pode ser definida como um processo

sistemaacutetico de observar detalhar descrever

documentar e analisar o estilo de vida ou

padrotildees especiacuteficos de uma cultura ou

subcultura para aprender o seu modo de

viver em seu ambiente naturalrdquo (LEININGER

1985 p 35)121

A etnografia eacute uma teacutecnica metodoloacutegica alicerccedilada na metodologia

qualitativa onde o processo eacute criado na interaccedilatildeo com o grupo e para tal o

senso comum deve ser valorizado trata-se de uma postura metodoloacutegica que

se opotildee aos modos tradicionais de manusear os problemas Eacute um modo de

olhar de muito perto que se baseia em experiecircncia pessoal e na participaccedilatildeo

do cotidiano

Deve ser entendida como a descriccedilatildeo de uma cultura que pode ser a de

um pequeno grupo tribal numa terra exoacutetica ou a de uma turma de uma escola

75

dos subuacuterbios sendo a tarefa do investigador etnograacutefico compreender a

maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo110 122

Segundo Laplantine (1994)123 a etnografia tem como fundamento a

ruptura inicial em relaccedilatildeo ao abstrato e especulativo e com tudo aquilo que natildeo

esteja baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos sociais a partir de

uma relaccedilatildeo humana Considera ainda que para a captaccedilatildeo profunda de um

fenocircmeno eacute preciso compreendecirc-lo alternadamente tal como percebe o

observador estrangeiro mas tambeacutem tal como os atores sociais o vivem O

fundamento deste movimento de desdobramento ininterrupto diz respeito agrave

especificidade do objeto antropoloacutegico

Segundo Spradley (1980)122 o elemento essencial da etnografia eacute

buscar compreender o modo de vida de pessoas ou grupos na sua proacutepria

perspectiva e localidade

A observaccedilatildeo implica em buscar e construir a teoria geral da cultura

objetivando gerar hipoacuteteses e viabilizar investigaccedilotildees subsequentes saberes e

costumes de um grupo123

Os dados culturais de uma etnografia derivam de abstraccedilotildees daquilo que

as pessoas fazem ou dizem que fazem ou ainda a forma como interpretam

aquilo que fazem124

O subgrupo 1 foi observado pelo pesquisador por um periacuteodo de 03

(trecircs) meses no periacuteodo de fevereiro a abril de 2009 e foi realizado com uma

periodicidade de 03 (trecircs) vezes por semana em dias alternados a alternacircncia

dos dias ocorreu para diversificar os teacutecnicos de enfermagem As impressotildees

foram anotadas em diaacuterio de campo Aleacutem da observaccedilatildeo participante

registros fotograacuteficos produzidos pelo pesquisador em campo foram utilizados

como recursos para o procedimento de coleta de informaccedilotildees pois se

acreditou que tais imagens forneceriam informaccedilotildees de situaccedilotildees vividas no

tempo real da observaccedilatildeo Tal observaccedilatildeo resultou numa descriccedilatildeo vivida da

realidade dos teacutecnicos de enfermagem e possibilitou a geraccedilatildeo de conceitos e

teorias que serviram como subsiacutedios para a confecccedilatildeo do programa educativo

baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos do grupo em estudo

76

A escolha metodoloacutegica levou em consideraccedilatildeo que o campo eacute um lugar

de aprendizagem e entendimento do assunto que se pretende estudar que o

pesquisador para compreender o simboacutelico deveria estar proacuteximo do loacutecus da

pesquisa que o pesquisador deveria estar preparado para inserir-se no campo

de pesquisa interagindo com os participantes com a finalidade de apreender

com os colaboradores que o pesquisador natildeo partiria para o campo com ideias

preacute-concebidas ou com uma seacuterie de hipoacuteteses preacute-estabelecidas que a

aquisiccedilatildeo do conhecimento se daria a partir das interaccedilotildees com os

participantes da pesquisa

4412 ENTREVISTA DE APROFUNDAMENTO

Para aprofundar a compreensatildeo das categorias que emergiram do campo

por meio da observaccedilatildeo etnograacutefica e melhor apreender significados que os

profissionais atribuem ao mesmo optamos pela entrevista de aprofundamento

Utilizamos a entrevista semiestruturada que para Minayo (2002)115

permite alguma padronizaccedilatildeo e favorece a comparaccedilatildeo de dados obtidos pelo

conjunto de respostas mas tambeacutem eacute flexiacutevel permitindo adaptaccedilotildees e

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees complementares

A entrevista apresenta como vantagens a possibilidade do entrevistador

poder esclarecer o significado das perguntas possibilitando a obtenccedilatildeo de

maior nuacutemero de respostas (eacute mais livre do que um questionaacuterio) aleacutem disso eacute

uma teacutecnica muito eficiente para obtenccedilatildeo de dados que permitam

aprofundamento115

O nuacutemero de participantes entrevistados foi definido somente durante a

execuccedilatildeo do trabalho no campo na seleccedilatildeo dos participantes considerou-se

natildeo o nuacutemero de pessoas mas a qualidade e repetitividade das informaccedilotildees115

116 As entrevistas foram feitas em nuacutemero significante para ateacute que houvesse

saturaccedilatildeo e repetitividade das informaccedilotildees Foram assim realizadas 28 (vinte

e oito) entrevistas com tempo meacutedio de 46 minutos cada uma

77

Para a elaboraccedilatildeo do roteiro das entrevistas foram utilizados 03 (trecircs)

nuacutecleos direcionadores desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas

As respostas foram gravadas em aacuteudio mediante o consentimento do

entrevistado e posteriormente transcritas integralmente pelo proacuteprio

pesquisador respeitando-se as pausas e outras expressotildees que puderam

auxiliar a traduccedilatildeo da realidade

Em relaccedilatildeo agrave transcriccedilatildeo Szymanski et al (2002)121 colocam que ela eacute a

primeira versatildeo escrita do texto da fala do participante que deve ser registrada

tanto quanto possiacutevel tal como ela se deu ao escrever faz-se um esforccedilo no

sentido de passar a linguagem oral para a escrita ou seja haacute um esforccedilo na

traduccedilatildeo de um coacutedigo para outro124

4413 GRUPO FOCAL

Grupo focal eacute uma teacutecnica que aborda os aspectos qualitativos da

realidade que se quer estudar125 apoia-se na avaliaccedilatildeo qualitativa por meio

das interaccedilotildees grupais ao se discutir um toacutepico proposto pelo pesquisador

Nessa teacutecnica o pesquisador reuacutene num mesmo local e durante certo

periacuteodo uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do puacuteblico-

alvo de suas investigaccedilotildees tendo como objetivo coletar ou analisar dados

acerca de um tema especiacutefico a partir do diaacutelogo e do debate com e entre os

sujeitos 126

Essa metodologia vem desde a deacutecada de 80 conquistando um loacutecus

privilegiado nas mais diversas aacutereas de estudo Tal crescimento foi em grande

medida impulsionado pela pesquisa de mercado que resgatando

procedimentos claacutessicos das Ciecircncias Sociais Psicologia e Serviccedilo Social

conjugados agraves ldquomodernasrdquo tecnologias e paradigmas de business marketing e

miacutedia reelaborou-a com o objetivo de captar os anseios dos consumidores

definindo padrotildees a serem seguidos pelas empresas em seus futuros

lanccedilamentos

78

Os resultados dessa conjugaccedilatildeo foram bastante positivos que a teacutecnica

recebeu novo alento no campo das Ciecircncias Sociais inicialmente pelo vieacutes

poliacutetico com sua utilizaccedilatildeo no mapeamento e na elaboraccedilatildeo do perfil dos

eleitores influenciando diretamente na definiccedilatildeo das diretrizes e accedilotildees de

partidos e candidatos Trilhando esse percurso espraiou-se pelos diversos

segmentos da pesquisa social Na aacuterea de sauacutede o grupo focal tem sido mais

usado a partir da segunda metade dos anos 80127128

Para realizaccedilatildeo dos grupos devem ser reservados espaccedilos apropriados

de preferecircncia em territoacuterio neutro e de faacutecil acesso aos participantes O ideal eacute

uma sala que abrigue confortavelmente o nuacutemero previsto de participantes e

moderadores e que esteja protegida de ruiacutedos e interrupccedilotildees externas Os

participantes podem ser distribuiacutedos em torno de uma mesa retangular ou oval

ou dispostos em cadeiras arrumadas em forma circular Eacute recomendaacutevel

tambeacutem disponibilizar aacutegua cafeacute e um pequeno lanche aos participantes129

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de participantes nos grupos focais

encontramos na literatura uma variaccedilatildeo entre 6 a 15 mas tamanho oacutetimo para

um grupo focal eacute aquele que permita a participaccedilatildeo efetiva dos participantes e

a discussatildeo adequada dos temas129

Os participantes de um grupo focal devem apresentar certas

caracteriacutesticas em comum que estatildeo associadas agrave temaacutetica central em estudo

O grupo deve ser portanto homogecircneo em termos de caracteriacutesticas que

interfiram radicalmente na percepccedilatildeo do assunto em foco recomenda-se que

os participantes sejam selecionados dentro de um grupo de indiviacuteduos que

convivam com o assunto a ser discutido e que tenham profundo conhecimento

dos fatores que afetam os dados mais pertinentes130

As reuniotildees do grupo focal ocorreram no mecircs de maio de 2009 O

subgrupo 1 foi convidado e encorajado a participar da discussatildeo e anaacutelise dos

dados coletados na observaccedilatildeo etnograacutefica Os voluntaacuterios foram organizados

em 4 (quatro) grupos de discussatildeo foram 3 grupos de discussatildeo com 9

teacutecnicos de enfermagem e 01 grupo contendo 8 teacutecnicos Todos os grupos

participaram de 04 (quatro) encontros Foi explicado para cada grupo o objetivo

da anaacutelise das fotos e das anotaccedilotildees no diaacuterio de campo

79

Nessa fase 7 sujeitos faltaram a 03 encontros e o fizeram em outro

momento marcado separadamente

Em cada encontro foi discutido o tema LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem sendo marcado o horaacuterio conforme a solicitaccedilatildeo dos

participantes Todas as narrativas e discussotildees foram gravadas em aacuteudio

mediante o consentimento dos participantes e posteriormente integralmente

transcritas pelo pesquisador respeitando-se as pausas e expressotildees que

puderam auxiliar na compreensatildeo da realidade

Os encontros foram cercados dos seguintes cuidados sala fora do

ambiente hospitalar para assegurar a privacidade com boa iluminaccedilatildeo

climatizada de acesso faacutecil e com cadeiras dispostas em ciacuterculos O espaccedilo foi

preparado para oferecer um ambiente descontraiacutedo utilizando-se de uma

muacutesica relaxante com sons de aacutegua natureza paacutessaros com isso pretendeu-

se tornar o momento o mais aconchegante possiacutevel Foi disponibilizado um

lanche em cada encontro

Ao final de cada encontro foi agendado o horaacuterio e o dia do proacuteximo e

na veacutespera deste dia o pesquisador entrou em contato telefocircnico com cada

participante confirmando sua presenccedila Tal cuidado foi adotado para natildeo

ocorrer baixa no nuacutemero de sujeitos participantes

Em cada encontro as fotos retiradas na Observaccedilatildeo Etnograacutefica foram

projetadas por meio de multimiacutedia e enquanto observam-se os registros

fotograacuteficos os temas foram desenvolvidos

A temaacutetica de cada encontro ficou assim distribuiacuteda

Primeiro Encontro buscando compreender as posturas corporais

durante a jornada de trabalho

O objetivo deste encontro foi identificar as posturas adotadas durante a

jornada de trabalho para tal foi utilizada a teacutecnica de explosatildeo de ideias e os

participantes responderam aos seguintes questionamentos As posturas

corporais que vocecircs veem nessas fotos satildeo adequadas e protegem a coluna

vertebral Como poderiacuteamos fazer para melhorar essa postura

80

Segundo Encontro O meu corpo comunica-se comigo

O objetivo desse encontro foi o de experimentar as sensaccedilotildees corporais

Para tal as posturas visualizadas na projeccedilatildeo por meio de multimiacutedia foram

adotadas e experimentadas pelos teacutecnicos de enfermagem e apoacutes o

experimento cada participante foi estimulado a falar sobre as sensaccedilotildees

Terceiro Encontro O processo de adoecimento no trabalho

Para estimular a discussatildeo solicitamos que os teacutecnicos de enfermagem

recortassem e colassem figuras e palavras de revistas foi solicitado aos

participantes que representassem como veem o processo de adoecimento

Apoacutes a colagem cada participante fez uma explanaccedilatildeo sobre sua colagem

Quarto Encontro Como prevenir o adoecimento no trabalho

O objetivo desse encontro foi averiguar se os participantes reconhecem

as medidas preventivas para os agravos de LERDORT Cada participante foi

convidado a descrever maneiras corretas de transporte de cargas

transferecircncias de pacientes posturas corretas ao deitar sentar caminhar

sapatos ideais entre outras questotildees

442 SEGUNDA ETAPA

A coleta de dados dessa fase ocorreu antes e apoacutes o desenvolvimento

da atividade educativa elaborada na primeira etapa da pesquisa (descrita no

capitulo 52 de resultados e discussatildeo e apresentada no anexo 5)

O desenvolvimento da atividade educativa com o subgrupo 2 de

teacutecnicos de enfermagem ocorreu conforme a descriccedilatildeo feita a seguir

Ao entregar cada um dos capiacutetulos do manual o pesquisador

apresentava a temaacutetica do dia e instigava a participaccedilatildeo de todo o grupo na

81

discussatildeo com perguntas do tipo o que vocecirc acha sobre isso Vocecirc tem algo a

acrescentar

Ao fim de cada discussatildeo que durava em meacutedia 20 minutos os

exerciacutecios contidos no final do manual eram realizados e ensinados aos

teacutecnicos durante a execuccedilatildeo o pesquisador reforccedilava a importacircncia de se

realizar os mesmos foram 19 exerciacutecios no total e por dia eram realizados 05

(cinco) exerciacutecios com 03 (trecircs) repeticcedilotildees de cada Cuidados foram tomados

ao longo dos encontros no sentido de que todos os exerciacutecios fossem

experimentados e as posturas corrigidas O tempo de execuccedilatildeo dos exerciacutecios

foi em meacutedia de 30 minutos de tal forma que cada encontro durava em torno de

50 minutos

Os encontros em nuacutemero de dez ocorreram nos meses de janeiro a

marccedilo de 2010 em dias intercalados para quatro pequenas turmas 03 com 09

teacutecnicos e uma com 08 teacutecnicos de enfermagem

Tivemos o cuidado de sempre estimular a discussatildeo entre os grupos

por acreditar que natildeo basta disponibilizar informaccedilotildees em avalanches

quantitativas sem uma reflexatildeo contextualizada sobre os objetivos a que se

destinam

A boneca foi intencionalmente colocada em diferentes ambientes do

hospital enfermarias (masculina e feminina) refeitoacuterio e sala de repouso onde

permaneceu por um tempo meacutedio de 4 horas

Os instrumentos de coletas de dados antes e apoacutes a atividade educativa

foram

4421 QUESTIONAacuteRIO NOacuteRDICO DE SINTOMAS

OSTEOMUSCULARES (QNSO)

O objetivo da aplicaccedilatildeo desse questionaacuterio foi o de verificar a ocorrecircncia

de sintomas musculoesqueleacuteticos percebidos pelos trabalhadores

82

O QNSO (anexo 3) foi desenvolvido com a proposta de padronizar a

mensuraccedilatildeo de relato de sintomas musculoesqueleacuteticos constituindo

importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou do posto de trabalho131

132 133 134

O instrumento foi traduzido para diversos idiomas na uacuteltima deacutecada

dando origem a muitos estudos empiacutericos Nesse estudo foi utilizado o

Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) na versatildeo

traduzida e adaptada para o Portuguecircs do Brasil por Pinheiro (2002)119

Os autores desse questionaacuterio natildeo o indicam como base para

diagnoacutestico cliacutenico mas para a identificaccedilatildeo de distuacuterbios osteomusculares e

como tal pode constituir importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou

do posto de trabalho Haacute trecircs formas do QNSO uma forma geral

compreendendo todas as aacutereas anatocircmicas e outras duas especiacuteficas para a

regiatildeo lombar cervical e ombros A forma geral do QNSO eacute a que recebe

apresentaccedilatildeo no presente estudo

Tal questionaacuterio eacute autoaplicaacutevel consiste em um instrumento de

muacuteltiplas escolhas quanto agrave ocorrecircncia de sintomas aacutelgicos relacionadas ao

trabalho nas diversas regiotildees anatocircmicas e apresenta uma figura humana em

vista posterior dividida em nove regiotildees anatocircmicas a saber cervical ombros

toraacutecica cotovelos punhosmatildeos lombar quadrilcoxas joelhos

tornozelospeacutes O respondente deve assinalar com um ldquoXrdquo (xis) nas respostas

ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo em cada questatildeo referente agrave ocorrecircncia de sintomas como dor

formigamentodormecircncia considerando os 12 (doze) meses e os sete dias

precedentes agrave entrevista bem como relatar a ocorrecircncia de afastamento das

atividades rotineiras no uacuteltimo ano Este instrumento investiga tambeacutem se os

indiviacuteduos ficaram impedidos de exercer suas atividades normais e se

procuraram auxiacutelio de algum profissional da aacuterea de sauacutede nos uacuteltimos 12

meses devido aos sintomas de distuacuterbios musculoesqueleacuteticos

A simplicidade e os bons iacutendices de confiabilidade do QNSO indicam-no

para utilizaccedilatildeo em investigaccedilotildees epidemioloacutegicas e estudos que busquem

mensurar a incidecircncia dos sintomas osteomusculares135 136

83

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em dois momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes da proposta educativa e

apoacutes 30 (trinta) dias corridos do desenvolvimento da proposta A aplicaccedilatildeo teve

duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante o final do plantatildeo em uma

sala reservada

4422 QUESTIONAacuteRIO GENEacuteRICO DE AVALIACcedilAtildeO DE

QUALIDADE DE VIDA (SF-36)

O Short Form-36 (SF-36) eacute um instrumento de medida de qualidade de

vida desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA Foi aplicado em diversas

situaccedilotildees com boa sensibilidade eliminando-se o problema de distribuiccedilatildeo

excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim 137 138

Este instrumento foi traduzido e validado no Brasil para avaliar a

qualidade de vida em pacientes com artrite reumatoide e mostrou-se adequado

agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e culturais da populaccedilatildeo brasileira120

O questionaacuterio aplica-se tanto agrave populaccedilatildeo geral como a pacientes

especiacuteficos129 por este motivo o SF-36 foi o instrumento escolhido para

estimar a qualidade de vida dos sujeitos avaliados neste estudo139 140 e qual a

interferecircncia de recurso educativo idealizado a partir da interaccedilatildeo com teacutecnicos

de enfermagem na qualidade de vida dos mesmos

Trata-se de um instrumento constituiacutedo por 36 itens de auto resposta e

destina-se a avaliar conceitos de sauacutede que representam valores humanos

baacutesicos relevantes agrave funcionalidade e ao bem estar de cada indiviacuteduo o

questionaacuterio abrange oito dimensotildees de estado geral de sauacutede que detectam

tanto os estados positivos como os negativos a saber a) capacidade funcional

(CF) que eacute avaliada a partir do desempenho de atividades diaacuterias como

aptidatildeo para cuidar de si vestir-se tomar banho subir escadas b) limitaccedilatildeo

por aspectos fiacutesicos (AF) indicada pelo impacto da sauacutede fiacutesica no

desempenho das atividades diaacuterias eou profissionais c) dor (DF) de acordo

84

com o niacutevel de dor e o impacto no desempenho das atividades diaacuterias eou

profissionais d) estado geral de sauacutede (SG)assinalado pela percepccedilatildeo

subjetiva do estado geral de sauacutede e) vitalidade (VIT) disposiccedilatildeo dos

pacientes em realizar tarefas do cotidiano f) aspectos sociais (AS) pelo reflexo

da condiccedilatildeo de sauacutede nas atividades sociais g) aspectos emocionais (AE)

pelos reflexos das condiccedilotildees emocionais no desempenho das atividades

diaacuterias eou profissionais h) sauacutede mental (SM) pela escala de humor e bem-

estar A pontuaccedilatildeo varia entre 00 e 100 pontos que refletem o pior e o melhor

estado geral de sauacutede respectivamente

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em trecircs momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes do programa educativo e

apoacutes 10 e 30 dias decorridos do desenvolvimento da proposta educativa A

aplicaccedilatildeo teve duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante no final do

plantatildeo em uma sala reservada

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

Os dados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo dos instrumentos Questionaacuterio

Noacuterdico e SF36 foram sistematizados classificados tabulados dispostos em

graacuteficos permitindo de forma indutiva estabelecer conclusotildees apoacutes anaacutelise e

interpretaccedilotildees

Para a realizaccedilatildeo da anaacutelise quantitativa optou-se pela estatiacutestica

inferencial e os dados coletados por meio do formulaacuterio de coleta de dados

(anexo 6) foram analisados quantitativamente utilizando o programa estatiacutestico

Bioestatreg versatildeo 50 sendo que a anaacutelise estatiacutestica descritiva utilizou meacutedia e

desvio padratildeo Para a comparaccedilatildeo de variaacuteveis categoacutericas parameacutetricas foi

utilizado o teste t-student e o teste de Tukey Foi utilizado um niacutevel de

significacircncia de 005 um poder de teste de 95 e um teste de hipoacutetese

monocaudal

85

O texto produzido apoacutes os encontros do grupo focal foi analisado

seguindo a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) proposta por

Lefegravevre et al (2006)131

O Discurso do Sujeito Coletivo ou DSC eacute uma teacutecnica de processamento

de dados qualitativos notadamente de depoimentos com vistas agrave obtenccedilatildeo e

descriccedilatildeo do sentido das opiniotildees ou representaccedilotildees coletivas Para que se

produzam os DSCs satildeo necessaacuterios quatro operadores que satildeo

1 Expressotildees Chave (Ech) trechos selecionados do material que melhor

descrevem seu conteuacutedo

2 Ideias Centrais (Ics) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem o sentido

presente no material escrito

3 Ancoragens (Acs) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem as ideologias

crenccedilas valores presentes no material

4 Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) satildeo as reuniotildees das Expressotildees

Chave presentes no material verbal (por exemplo nas diferentes

respostas a uma mesma questatildeo de pesquisa) que tem Ideias Centrais

ou Ancoragens de sentido semelhante ou complementar131

Na pesquisa qualitativa o discurso ocupa lugar de relevacircncia como teacutecnica

para obtenccedilatildeo de dados conforme afirma Alves ndash Mazzotti (2004)132

ldquo() por sua natureza interativa a entrevista permite

tratar temas complexos que dificilmente poderiam

ser investigados adequadamente atraveacutes de

questionaacuteriosrdquo (ALVES-MAZZOTTI 2004 p 168)

Os dados obtidos por meio das entrevistas de aprofundamento apoacutes

sua transcriccedilatildeo foram sistematizados e submetidos agrave anaacutelise temaacutetica uma

das teacutecnicas de Anaacutelise de Conteuacutedo valorizando os significados presentes

nos dados a sua correlaccedilatildeo com as questotildees formuladas e a articulaccedilatildeo com o

marco teoacuterico adotado na pesquisa

A anaacutelise temaacutetica137 foi operacionalizada segundo as etapas abaixo

86

Primeira fase (Preacute-anaacutelise) foi realizado um contato exaustivo com o

material atraveacutes de repetidas leituras (leituras flutuantes) retomando

simultaneamente os questionamentos e os objetivos iniciais da pesquisa

criando-se indicadores que orientaram a interpretaccedilatildeo final

As gravaccedilotildees foram analisadas conforme os nuacutecleos direcionadores

anteriormente descritos desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas (relaccedilatildeo interpessoal) A partir

destes nuacutecleos unidades de contexto foram separadas do texto A unidade de

contexto representou a parte mais ampla do conteuacutedo que era analisado

sendo considerada como o ldquopano de fundordquo que imprimia significado e sentido

as unidades de registro

Das unidades de contexto foram retiradas as unidades de registro nelas

presentes considerando que a unidade de registro representou a menor parte

do conteuacutedo

A segunda fase consistiu na codificaccedilatildeo na qual quantificamos as

unidades contexto e suas respectivas unidades de registro As unidades de

registros foram classificadas e agrupadas de acordo com seus significados

emergindo daiacute as categorias de anaacutelise

46 ASPECTOS EacuteTICOS

A presente pesquisa foi desenvolvida dentro dos procedimentos eacuteticos

previstos pelo CONEP e assim o projeto foi submetido ao

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) Universidade Estadual de Ciecircncias

da Sauacutede de Alagoas protocolo nordm 902 08 e aprovado em 29052008

(Anexo 7)

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Satildeo

Paulo protocolo n ordm 1509 09 e aprovado em 04122009 (Anexo 8)

Todos os sujeitos participantes da pesquisa aderiram agrave proposta e

concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (Anexos 2)

87

Os sujeitos que participaram da etapa de construccedilatildeo da proposta

educativa foram convidados a participarem do programa de Ginaacutestica Laboral e

Ergonomia da UNCISAL trata-se de um programa de extensatildeo universitaacuterio

devidamente cadastrado e em funcionamento na Proacute-reitoria de extensatildeo da

UNCISAL e coordenado pelo pesquisador responsaacutevel

88

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

89

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo destina-se agrave apresentaccedilatildeo dos resultados e suas

discussotildees com a literatura sendo expostos nos seguintes subcapiacutetulos

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do Teacutecnico

de Enfermagem

52 Uma proposta de Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada para o cuidado com

a sauacutede ocupacional do Teacutecnico de Enfermagem

53 A Qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes o

programa educativo

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho

em teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

90

51 O COTIDIANO DO TRABALHO E O PROCESSO DE

ADOECIMENTO DO TEacuteCNICO DE ENFERMAGEM

Entendemos percepccedilatildeo como sendo a faculdade ou ato de aprender

uma ideia ou questatildeo ou de compreender algo percepccedilatildeo modo de ver ou

sentir ponto de vista entendimento noccedilatildeo maneira subjetiva de ver e

entender o mundo apresentando-se muito mais abrangente do que um simples

conceituar141

A percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre LERDORT foi

realizada por meio do grupo focal e da observaccedilatildeo etnograacutefica Atraveacutes da

observaccedilatildeo etnograacutefica foi possiacutevel realizar registros das percepccedilotildees do

pesquisador sobre o que foi observado sem contudo focar exclusivamente nos

aspectos fiacutesicos e ambientais pois acredito que a consequecircncia do trabalho

sobre o corpo do trabalhador vai aleacutem desses aspectos e em funccedilatildeo dessa

crenccedila procurei abdicar-me do reducionismo relacional entre doenccedila

ocupacional e espaccedilo fiacutesico

Observamos que pelo fato de estarem diretamente em contato com os

pacientesclientes e serem responsaacuteveis pelo cuidado a eles oferecido esses

profissionais lidam rotineiramente com as mais diversas situaccedilotildees envolvendo

natildeo soacute os pacientes mas seus acompanhantes familiares meacutedicos e outros e

com certa frequecircncia foi possiacutevel observar atitudes de conflitos interpessoais

por outro lado observaram-se natildeo raras vezes viacutenculos criados com os

pacientes estabelecidos muitas vezes pelo tempo de internaccedilatildeo

Outro fato que me chamou a atenccedilatildeo foi a desarmonia existente entre o

trabalhar em prol da sauacutede de terceiros e a falta de tempo para o lazer e o

cuidado com a proacutepria sauacutede parece que a necessidade e o modo de trabalho

fazem com que o ritmo normal da vida vai se quebrando e o teacutecnico de

enfermagem se submete aos ritmos laborais que favorecem ao adoecimento

A divisatildeo das escalas de serviccedilo natildeo me pareceu biomecanicamente

justa por vezes foi possiacutevel observar muitos pacientes para um uacutenico

profissional o que por uma lado favorecia a sobrecarga fiacutesica por outro

91

empobrecia o despertar da criatividade na resoluccedilatildeo dos problemas a

permanecircncia do profissional em um uacutenico setor por tempo ilimitado foi outro

aspecto que me despertou a atenccedilatildeo e acredito ser fator que tambeacutem limite o

despertar criativo

Foi possiacutevel observar certo descompasso entre a exigecircncia fiacutesica que o

trabalho impotildee ao teacutecnico de enfermagem e as condiccedilotildees de conforto e

seguranccedila ofertadas ao profissional por um lado o trabalho exige desses

profissionais agigantados e repetitivos esforccedilos fiacutesicos e por outro o cenaacuterio

laboral se apresenta superlotado com excesso de pacientes local de repouso

sem colchatildeo mobiacutelia e equipamentos inadequados e isso ficava evidenciado

pela diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo nos finais do plantatildeo visivelmente percebia-se o

corpo dos profissionais mais pesados e as faacutecies abatidas fato preocupante

quando se observa que alguns desses profissionais dobram a escala de

trabalho com certa frequecircncia em decorrecircncia de duplo ou triplo viacutenculo

empregatiacutecio ou de moacutedicos vencimentos

O Ritmo de Trabalho desses profissionais em funccedilatildeo da sobrelotaccedilatildeo

apresentava-se acelerado com pouco horaacuterio para pausas Os profissionais

trabalhavam na maior parte do tempo em peacute e deambulando Ficou

evidenciada grande exigecircncia fiacutesica inerente ao trabalho resultante da

realizaccedilatildeo de atividades como mobilizaccedilatildeo de objetos e instrumentos pesados

transporte e movimentaccedilatildeo de pacientes arrumaccedilatildeo do leito higiene corporal

de pacientes incapacitados aleacutem dos esforccedilos visuais e mentais impostos aos

teacutecnicos de enfermagem acrescenta-se os deslocamentos excessivos a cada

jornada de trabalho

Evidenciou-se tambeacutem a existecircncia de condiccedilotildees biomecacircnicas

favoraacuteveis para a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais no grupo estudado

estes profissionais realizam movimentos com esforccedilos repetitivos no trabalho

fato que evidencia a necessidade de se buscar alternativas teacutecnicas e de

modos operatoacuterios ergonocircmicos para minimizar as cargas excessivas de

trabalho acrescentar pausas e instrumentos adequados no exerciacutecio

profissional

A estrutura predial antiga mostrou-se aparentemente inadequada

enfermaria e repouso apertados corredores estreitos rampas iacutengremes

92

escadas salas que deviam estar acopladas uma agrave outra distantes entre si

ausecircncia de boa iluminaccedilatildeo ventilaccedilatildeo maacutes condiccedilotildees das instalaccedilotildees

sanitaacuterias e ausecircncia de armaacuterios para guardar bolsas e objetos pessoais

Os fatos observados revelaram a presenccedila de fatores predisponentes

que podem estar relacionados ao surgimento eou agravamento dos sinais e

sintomas e o meio assim emergem da observaccedilatildeo do campo sentidos

decorrentes da experiecircncia preacutevia do pesquisador e relaccedilatildeo com inadequaccedilatildeo

de mobiacutelia espaccedilos superlotaccedilatildeo jornadas extras Essas categorias

agregaram conteuacutedos uacuteteis para apreender melhor o processo do adoecimento

e a relaccedilatildeo da LERDORT com o discurso dos sujeitos

Outro aspecto marcante durante a observaccedilatildeo foi a aparente hesitaccedilatildeo

inicial dos trabalhadores ao serem abordados por um ldquoestranhordquo Em alguns

momentos nessa fase de observaccedilatildeo etnograacutefica foi necessaacuteria a opccedilatildeo por

natildeo insistir no assunto adoecimento no trabalho para evitar constrangimento e

desabafos excessivos Alguns teacutecnicos de enfermagem parecem ao menos

inicialmente ter confundido o que seria a observaccedilatildeo com a possibilidade de

intervenccedilatildeo terapecircutica e verbalizam o desejo de serem atendidos pelo

fisioterapeuta

As entrevistas de aprofundamento da observaccedilatildeo etnograacutefica permitiram

entender melhor fatores de risco para das LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem foi possiacutevel evidenciar aspectos quanto agrave percepccedilatildeo multifatorial

da LERDORT bem como prevenccedilatildeo na fala dos sujeitos contribuindo assim

para uma maior compreensatildeo do tema prevenccedilatildeo das LERDORT nessa

populaccedilatildeo

Com o intento de situar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em

relaccedilatildeo a LERDORT foram analisadas as falas obtidas na primeira fase do

estudo sem interferecircncia portanto da atividade educativa em sauacutede

A anaacutelise temaacutetica das entrevistas de aprofundamento realizada a partir

de (03) trecircs nuacutecleos direcionadores (desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho

atitudes cooperativas e realizaccedilatildeo pessoal) permitiram a apreensatildeo das

Unidades de Contexto (UC) Unidades de Registros (UR) e categorias

emergentes do campo

93

A tabela abaixo retrata a quantidade de vezes que cada um dos nuacutecleos

direcionadores foi comentado (UR)

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual das unidades de registros

identificadas no discurso dos sujeitos em estudo segundo aos respectivos

nuacutecleos temaacuteticos Maceioacute-AL 2009

NUacuteCLEOS DIRECIONADORES UR

Nordm

Desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho 184 5396

Atitudes cooperativas 88 2580

Realizaccedilatildeo pessoal 69 2023

TOTAL 341 9999

A tabela 2 mostra que houve maior referecircncia ao nuacutecleo direcionador

desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho com 184 unidades de registro em

relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas houve 88 referecircncias Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho 69 unidades de registros

Estes dados estatildeo em consonacircncia com a literatura onde eacute possiacutevel

perceber que dentre profissionais da sauacutede os trabalhadores de enfermagem

satildeo os que mais apresentam absenteiacutesmo e elevadas queixas de desconforto

relacionado ao trabalho142 em funccedilatildeo de adoccedilatildeo de posturas corporais

incorretas muitas vezes associadas agrave exposiccedilatildeo constante a doenccedilas que

favorecem o aparecimento da fadiga e raquialgia na equipe de enfermagem

que trabalha na ambiecircncia hospitalar143

O grupo reconhece que o trabalho do teacutecnico de enfermagem expotildee a

fatores de risco e agravos para a sua sauacutede e que devido agrave adoccedilatildeo de posturas

corporais incorretas e excesso de forccedila favorecem ao aparecimento da fadiga e

dores na equipe que trabalha na ambiecircncia hospitalar

94

ldquoOlha doutor de manhatilde a gente pega muito pesordquo

ldquoTrabalhar em enfermagem eacute muito cansativo Dar

banho no leito eacute muito pesado e faz mal para a

coluna e para os ombro () eacute por isso que tenho

tanta dorrdquo

Outra categoria foi referente agrave identificaccedilatildeo de atividades de

movimentaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo de pacientes como agravante da situaccedilatildeo dor

ldquoLevantar o paciente daacute contratura nos ombros

Subir paciente () assim quando estatildeo

escorregando para baixo virar o decuacutebito () daacute

uma coisa cansada nos braccedilos nas matildeos e na

lombar tambeacutemrdquo

As categorias emergentes deste estudo satildeo confirmadas na literatura

como fatores importantes no processo de adoecimento e surgimento de

desconfortos fiacutesicos em enfermagem pois na praacutexis desta profissatildeo

movimentos repetitivos aliados agrave exigecircncia de forccedila satildeo uma constante e

favorecem o surgimento de doenccedilas ocupacionais 144 145 e 146

A adoccedilatildeo de posturas viciosas e incorretas foi bastante citada

encontramos referecircncias quanto agrave percepccedilatildeo dos sujeitos sobre o surgimento

de dores em decorrecircncia das mais diversas atividades inerentes ao trabalho do

teacutecnico de enfermagem Alguns exemplos destas descriccedilotildees estatildeo abaixo

citados

ldquoNa hora que vai puncionar uma veia a gente passa

muito tempo assim curvando aiacute vai dando problema

na colunardquo () ldquoO pior eacute fazer o pacote quando o

95

paciente morre aleacutem de ser triste forccedila os ombros e

as matildeos sem contar que corro o risco de me

contaminarrdquo

umlE tem a postura pra aspirar puncionar dar banho

no leitoCurvado assimas costas ningueacutem

aguentauml

A literatura confirma a percepccedilatildeo desses profissionais quando afirma

que dores tendem a acometer indiviacuteduos que atuam em profissotildees exaustivas

como eacute o caso da enfermagem147 Nessa populaccedilatildeo devido a manutenccedilatildeo de

posturas improacuteprias as queixas de dores satildeo constantes podendo destacar

algias nos membros superiores e coluna vertebral148 As posturas inadequadas

satildeo adotadas pelos teacutecnicos de enfermagem quando prestam assistecircncia aos

pacientes quando preparam medicaccedilatildeo empurram ou arrastammacas13

Outro estudo corrobora com a percepccedilatildeo do grupo quando ao avaliar

ocorrecircncias de cervicodorsolombalgias nas enfermeiras relata que os efeitos

nocivos das longas jornadas de trabalho levam a um esforccedilo excessivo que

poderaacute agravar lesotildees na coluna vertebral 149

No exerciacutecio da profissatildeo inuacutemeras satildeo agraves vezes em que os

trabalhadores de Enfermagem adotam posturas corporais improacuteprias ou

inadequadas do ponto de vista biomecacircnico como eacute o caso de vaacuterias tarefas

desempenhadas agrave beira do leito realizar curativo puncionar acesso venoso

auxiliar no banho de leito realizar trocas de decuacutebito ou transferecircncias leito-

maca-leito tais tarefas podem contribuir para o aparecimento de danos ao

sistema musculoesqueleacutetico150 Tal fato eacute relatado pela profissional abaixo

ldquoDoacutei bastante na hora dos movimentos neacute Na hora

de dar banho no leito parece que os ossos esquenta

doacutei queimando a coluna e o pescoccedilo Bem que doacuteirdquo

96

rdquoSinto contratura nos ombros sinto contratura nos

meus dedos () a contratura eacute cansada e desce

queimando do pescoccedilo e desce para os braccedilos isso

eacute mais forte na hora de fazer a punccedilatildeordquo

Esta relaccedilatildeo entre a atividade de trabalho do teacutecnico em enfermagem e o

surgimento de dores pode ser confirmada pois haacute relaccedilatildeo entre o trabalho e o

desgaste do trabalhador em enfermagem 151 152

Outro aspecto constatado eacute o entendimento por parte do grupo de que

a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e surgimento de dores tambeacutem tem relaccedilatildeo

com equipamentos e mobiacutelias inadequadas

umlOlha por exemplo as seringa natildeo aspira e a gente

tem que fazer bastante forccedila porque o material natildeo eacute

de boa qualidade [] aiacute faz uma forccedila [] tanta que

agraves vezes o dedo fica roxouml

Ao avaliar ambiente de trabalho equipamentos mobiliaacuterio e postura

corporal de trabalhadores de enfermagem na unidade de internaccedilatildeo Goacutees26

afirma que espaccedilos restritos no banheiro mobiliaacuterios com altura fixa

incompatiacutevel provocam a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e que 100 dos

enfermeiros e 9770 dos auxiliares relatam dor na coluna vertebral

Eacute possiacutevel perceber elevadas queixas referentes agraves mobiacutelias

principalmente altura dos leitos e berccedilos de pacientes o que obriga os

profissionais a adotarem posturas de anteriorizaccedilatildeo do tronco durante as

atividades de banho no leito punccedilatildeo venosa e realizaccedilatildeo de curativos tal

observaccedilatildeo estaacute de acordo com a literatura quando se verifica que em relaccedilatildeo

ao trabalho de enfermagem haacute inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio utensiacutelios e

equipamentos quanto agraves dimensotildees alturas das superfiacutecies peso e condiccedilotildees

de funcionamento27 e que eacute necessaacuterio propor redesenho dos equipamentos

auxiliares na elevaccedilatildeo e transferecircncia de pacientes153154

97

ldquoAs macas satildeo muito ruins e as cadeiras dificultam

as posturasrdquo

ldquoPara mim as camas satildeo altas demais aiacute tem que

subir numa coisinha dessa (aponta para escada) e eacute

arriscado cair neacuterdquo

As lesotildees do sistema musculoesqueleacutetico particularmente as algias

vertebrais satildeo internacionalmente reconhecidas como um risco ocupacional

entre os trabalhadores de enfermagem 155156157 e no ambiente hospitalar

existem vaacuterios fatores ergonocircmicos relacionados com problemas ambientais e

organizacionais que podem ser relacionados agraves lesotildees osteomusculares tais

como recursos tecnoloacutegicos inadequados incluindo mobiliaacuterio a falta de

equipamentos especiais para movimentar pacientes aleacutem da escassez de

recursos humanos e a falta de treinamento158 Deste modo os trabalhadores

de enfermagem submetem-se constantemente a condiccedilotildees de trabalho

inadequadas originando aleacutem de agravos de ordem psiacutequica agravos nos

sistemas corporais ocasionado os acidentes do trabalho e as licenccedilas para

tratamento de sauacutede 159

Observou-se que unidade hospitalar pesquisada tem problemas

ergonocircmicos e que os teacutecnicos de enfermagem os reconhecem e tecircm

consciecircncia de suas influecircncias na sua sauacutede

uml[] na minha enfermaria o local onde eacute guardado o

material Eacute porque a gente tem que abaixar se

curvar pra apanhar o materialuml

A superlotaccedilatildeo nas enfermarias com estreitamento dos espaccedilos entre

as macas eacute lembrado como fato gerador de estresse pois aumenta a

sobrecarga de trabalho e tensatildeo

A literatura compreende a correlaccedilatildeo da interferecircncia do espaccedilo fiacutesico

disponiacutevel para atendimento de pacientes utilizaccedilatildeo de equipamentos pelo

98

pessoal de enfermagem e estresse 160 Este problema foi confirmado quando

se reconhece que para o pessoal de enfermagem ter que assistir pacientes em

sua higiene em restritos espaccedilos hospitalares eacute pernicioso 161 a sauacutede fiacutesica e

mental Tal evidecircncia eacute percebida e relatada pelo

ldquoAqui no trabalho eu fico aperreada eu fico tensa

Afeta todo o sistema nervoso e o corpo doacutei todo

tambeacutem com esse monte de paciente nas

enfermariasrdquo

Esta percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem tem respaldo na literatura

pois acredita-se que superlotaccedilatildeo gera sobrecarga de trabalho aos

profissionais tanto do ponto de vista quantitativo quanto do aumento de

demanda decorrente do quadro cliacutenico dos pacientes Os hospitais

universitaacuterios brasileiros via de regra sofrem com a superlotaccedilatildeo presenccedila de

pacientes graves em todas as unidades deacuteficit de profissionais falta de

equipamentos de suporte no manuseio dos paciente162

O excesso de trabalho afeta consideravelmente os teacutecnicos de

enfermagem no que diz respeito tanto a sua sauacutede fiacutesica quanto a sua

condiccedilatildeo psicoloacutegica os trabalhadores que exercem suas funccedilotildees em

situaccedilotildees adversas apresentaratildeo com maior frequecircncia queixas de fadiga

crocircnica e alteraccedilotildees gastrointestinais do que os teacutecnicos que trabalham em

ritmo mais tranquilos163 164165 166

Eacute possiacutevel perceber que o grupo entende que o processo de

adoecimento pode ser influenciando pela falta de atividades fiacutesicas regulares

Uma questatildeo levantada foi o trabalho intenso com carga horaacuteria semanal

extenuante O excesso de trabalho pode favorecer o surgimento do cansaccedilo

cumulativo estimulando o sedentarismo desses profissionais

No grupo estudado percebeu-se que haacute uma divisatildeo hierarquizada e

vertical do trabalho da enfermagem e que grande parte das tarefas de

execuccedilatildeo eacute efetuada pelos teacutecnicos e esses tecircm menor autonomia de decisatildeo

sobre o proacuteprio trabalho e salaacuterios menores em funccedilatildeo disso eacute comum a

99

realizaccedilatildeo de horas extras plantotildees extras Tais achados encontram reforccedilos

em estudos 167 168 que apontam a relaccedilatildeo entre hierarquizaccedilatildeo do trabalho em

enfermagem e ritmo intenso

ldquoA gente anda demais a semana toda Trabalha muito e

natildeo paacutera pior ainda quando dobra a escala[] Chego em

casa um caco depois do plantatildeo aiacute nem daacute coragem de

fazer mais nada sei que preciso fazeruml

ldquoNa minha folga nem tenho coragem de brincar com minha

filha Pago a babaacute para banhar ela soacute fico deitada vendo

televisatildeordquo

ldquoMoro perto da praia e podia fazer caminhada para abaixar

o peso mas ando tanto aqui que natildeo daacute coragem de

caminhar maisrdquo

De fato percorrer longas distacircncias e ficar por muito tempo em peacute

contribui para elevar os iacutendices de dor e fadiga essa afirmaccedilatildeo tem respaldo

na literatura que afirma que pesquisas realizadas em vaacuterios paiacuteses exibem

prevalecircncias superiores a 80 de ocorrecircncia dessas sensaccedilotildees em teacutecnicos

de enfermagem13169 Estudo brasileiro mostra prevalecircncias de 43 a 93162

Em relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas (segundo nuacutecleo direcionador da

entrevista) observou-se carecircncia das mesmas o que favorece o processo de

adoecimento na percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem

O grupo entende que haacute problemas de relacionamento interpessoal fato

que dificulta a colaboraccedilatildeo entre os pares e gera sobrecarga de trabalho tal

fato eacute maximizado quando essa elevada carga laboral eacute acrescida com o

desconhecimento de medidas de economia biomecacircnica

A necessidade de trocar informaccedilotildees sobre o trabalho e de cooperar

com a equipe eacute relatada nas falas poreacutem apesar da verbalizaccedilatildeo do

100

sentimento a praacutetica natildeo eacute vivenciada o relacionamento interpessoal eacute

apontado pelo grupo como um dos fatores que influenciam o cotidiano do

trabalho cujo resultado depende de parcerias para obter melhores ganhos e

adoecer menos

ldquoA relaccedilatildeo interpessoal interfere em tudo no trabalho ()

Quando a equipe eacute boa natildeo tem estresse e tudo fica

bomsem tensatildeordquo

ldquoA maioria da equipe natildeo ajuda Eacute isso que acontece e a

gente acaba ficando sozinha e trabalhando muito maisrdquo

Estudo demonstra que para minimizar as fontes geradoras das

LERDORT a equipe de enfermagem necessita criar estrateacutegias de melhoria de

relacionamento com colegas edemais membros da equipe 170

Ao confrontar os achados com literatura observa-se que a falta de um

bom relacionamento implica numa comunicaccedilatildeo deficiente entre os pares e

utilizaccedilatildeo de mecanismos de defesas inadequados como a impaciecircncia natildeo

realizaccedilatildeo do trabalho em equipe falta de cooperaccedilatildeo espontacircnea sobrecarga

de trabalho para alguns elementos da equipe e a falta de continuidade das

accedilotildees iniciadas171 172 173 174 175 176177

O terceiro nuacutecleo direcionador da entrevista trata da realizaccedilatildeo pessoal

do profissional

Enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma

profissatildeo caracterizada por ter em sua essecircncia o cuidado Em relaccedilatildeo ao

auxiliar e teacutecnico de enfermagem haacute indefiniccedilatildeo do papel profissional

sobrecarga de trabalho frequentemente justificada por falta de pessoal e

estimulada pelo pagamento de horas-extras e falta de autonomia e autoridade

na tomada de decisotildees50178179180 fatos que fazem dessa profissatildeo a quarta

mais estressante no setor puacuteblico1

O grupo reconhece carecircncia de realizaccedilatildeo pessoal com o trabalho e isso

pode favorecer o surgimento de doenccedilas relacionadas agraves LERDORTs

101

uml Eu queria fazer faculdade mas a faculdade natildeo me quis

natildeo Fiz vestibular umas trecircs vezes mas natildeo passei aiacute o

jeito foi fazer o teacutecnico mesmordquo

ldquoMinha profissatildeo infelizmente natildeo eacute reconhecida mas Deus

reconhece [] Natildeo eacute reconhecida por parte do salaacuterio por

parte da direccedilatildeo do hospital do governador e da

comunidaderdquo

ldquo tocirc cansadajaacute era pra mim ter saiacutedo mas enquanto natildeo

aparece nadardquo

As percepccedilotildees dos sujeitos da pesquisa estatildeo de acordo com a

literatura pois eacute possiacutevel encontrar relatos de profissionais de niacutevel meacutedio de

enfermagem dizendo que sofrem de despersonalizaccedilatildeo e baixa realizaccedilatildeo

pessoal1181182183184185186

A despersonalizaccedilatildeo eacute caracterizada pela insensibilidade emocional do

profissional com prevalecircncia de condutas ciacutenicas e de dissimulaccedilatildeo 1181187 A

baixa realizaccedilatildeo pessoal faz menccedilatildeo a uma auto avaliaccedilatildeo negativa associada

agrave insatisfaccedilatildeo e desacircnimo com o trabalho com sentimentos de que este natildeo

vale a pena 1187 188

52 UMA PROPOSTA DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE VOLTADA

PARA O CUIDADOCOM A SAUacuteDE OCUPACIONAL DO TEacuteCNICO

DE ENFERMAGEM

Acreditando-se que os sujeitos trazem percepccedilotildees sobre o objeto de

pesquisa entendemos que eacute preciso atuar na Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ocupacional tendo como referecircncia o saber e a vivecircncia das pessoas agraves quais

as accedilotildees satildeo voltadas

102

Numa primeira etapa de coleta de dados por meio de observaccedilatildeo

etnograacutefica e entrevista de aprofundamento constatamos um cenaacuterio de

trabalho repleto de incoerecircncias ergonocircmicas inadequaccedilotildees de mobiacutelias

adoccedilotildees de posturas corporais inadequadas e uma percepccedilatildeo de ambiente

insalubre de trabalho por parte dos teacutecnicos de enfermagem

Para a elaboraccedilatildeo da atividade educativa que atendesse agrave perspectiva

da presente pesquisa assumimos estrateacutegias da participaccedilatildeo e diaacutelogo

privilegiando uma construccedilatildeo coletiva Isto eacute foi desenvolvida por meio da

teacutecnica de grupo focal

Neste grupo focal observamos que a falta de experiecircncias aprofundadas

anteriores dos teacutecnicos de enfermagem com a praacutetica de Educaccedilatildeo em Sauacutede

permitiu que os mesmos colocassem refletissem e dialogassem com os dados

colhidos e sistematizados pelo pesquisador

Nestes diaacutelogos exploramos as necessidades e expectativas dos

teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo a um programa educativo

O Recurso Educativo foi sendo assim proposto em funccedilatildeo dos dados

revelados por meio da interaccedilatildeo com o grupo

A opccedilatildeo de mergulhar no campo de estudo e construir uma intervenccedilatildeo

a partir de uma realidade tem respaldo na literatura que afirma que embora

tenha havido um desenvolvimento surpreendente de metodologias na

educaccedilatildeo em sauacutede as estrateacutegias de aproximaccedilatildeo a populaccedilotildees especiacuteficas

e a utilizaccedilatildeo de metodologias problematizadoras ainda carecem de realce na

educaccedilatildeo em sauacutede2489

Nessa perspectiva o objeto da Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute o de alterar

positivamente os conhecimentos por meio de aproximaccedilotildees de saberes

tornando-se via de matildeo de dupla onde todos (educador e educando)

aprendem e ensinam177 189190191

As diferentes aproximaccedilotildees com os teacutecnicos de enfermagem permitiram

observar que os mesmos detecircm conhecimentos sobre o assunto e condiccedilotildees

de contribuir no sentido de ampliar o repertoacuterio pedagoacutegico no processo de

elaboraccedilatildeo da proposta educativa

103

Os diaacutelogos estabelecidos no grupo focal possibilitaram apreender

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agraves atividades educativas

suas teacutecnicas modos e maneiras de se estabelecer o aprendizado sobre

LERDORT

ldquo Jaacute fui numas palestras mas natildeo entendi muita

coisa natildeo Se tivesse cartilhas com figuras Se

ensinasse a fazer os exerciacutecios era muito melhorrdquo

ldquoEacute porque palestras soacute natildeo resolve () quando tem

panfleto eu coloco na bolsa e leio depois com calma

na hora que esquecerrdquo

ldquoQuando tem alguma coisa que lembra a gente fixa

melhor () alguma coisa que eu veja que natildeo me

deixa esquecer do que aprendirdquo

ldquoQuando tem algueacutem fazendo ginaacutestica junto com a

gente eacute bom porque empolga e se tiver fazendo

errado ensina na horardquo

Os teacutecnicos de enfermagem apontam claramente para um pressuposto

de que a informaccedilatildeo pode favorecer no autocuidado

ldquoEacute preciso saber fazer posturas na hora de fazer o

procedimento Se eu soubesse bem direitinho a

posiccedilatildeo certa do banho eu ia fazer e natildeo sofria

tantordquo

104

ldquoJaacute ouvi falar da LER mas natildeo sei direito como eacute

quer dizer sei mais ou menos () o que eu queria

era ter mais entendimento para natildeo terrdquo

A literatura comenta que o trabalho educativo pode ser uma saiacuteda

extremamente potente para a comunicaccedilatildeo em sauacutede facilitando a construccedilatildeo

de estrateacutegias preventivas e terapecircuticas174 175 por outro lado eacute preciso

destacar que embora o conhecimento seja um preacute-requisito de modo algum eacute

garantia da realizaccedilatildeo no cuidado com a sauacutede ocupacional176 177 Isso pode

ser evidenciado no diaacutelogo com os teacutecnicos

umlEu sei como sentar mas isso natildeo basta porque

aleacutem de sentar tem que promover mais coisa () eacute

preciso saber fazer os alongamentos durante o

trabalho antes do trabalho e depois tambeacutem () Se

soubeacutessemos a gente natildeo esquecia de sentar

corretordquo

Sugestatildeo metodoloacutegicas que apontam para atividades teoacutericas e

praacuteticas foram tambeacutem feitas O reconhecimento da ginaacutestica laboral como

ferramenta preventiva das LERDORTs e a confecccedilatildeo de material didaacutetico que

discuta teacutecnicas de economia biomecacircnica durante a jornada de trabalho foi

enfatizada

umlrdquoEacute preciso fazer ginaacutestica laboral manobras de

alongamentordquo

ldquoA gente deveria aprender quais satildeo as posturas

corretas deveria aprender a fazer exerciacutecios mais

ateacute do que isso deveria vir algueacutem aqui para fazer

exerciacutecios com a gente porque ao mesmo tempo que

fazia estimulava e ensinava a fazer tambeacutemrdquo

105

uml[] palestra soacute natildeo resolve [] se tivesse cartilhas

livros panfletos porque depois eu podia ler sem

aperreiouml

A literatura reforccedila esses aspectos quando afirma que para uma

efetivaccedilatildeo mais adequada dos saberes eacute preciso considerar estimular e

valorizar competecircncias teoacutericas e praacuteticas178 nas quais se incluem tanto as

habilidades comportamentais e praacuteticas (saber ser) quanto os savoirs-faire

(saber-fazer) ou conhecimentos teoacutericos dos indiviacuteduos 179180

Os teacutecnicos de enfermagem reconhecem que esse curso para natildeo cair

no esquecimento devia ser feito por moacutedulos com reforccedilos que e evoquem o

que foi discutido sobre a questatildeo

O grupo sugere tambeacutem que o reforccedilo deve ser disponibilizado e

entregue em moacutedulos pois a leitura de um texto longo pode ficar cansativa e

desestimulante Tal observaccedilatildeo pode se reforccedilada nas falas abaixo

ldquoCom o tempo a gente se esquece do que aprendeu

mas se tiver uma coisa pra lembrar seria muito bom

[] uma coisa que eu visse jaacute me lembravardquo

ldquoTipo assim todo dia falar um pouco em pedaccedilos

Quando fala tudo de uma vez depois a gente nem se

lembrardquo

Entre as discussotildees e planejamento coletivo das atividades educativas o

grupo por votaccedilatildeo sugeriu a adoccedilatildeo de uma personagem fictiacutecia para o

desenvolvimento da estrateacutegia uma boneca enfermeira entendendo que seria

algo inusitado e estimulante para ativar a lembranccedila do que fora apreendido

um modo de natildeo cair no esquecimento

106

Apoacutes algumas sugestotildees de nomes para a personagem (Dodoacutei

Penicilina Espondileacuteia Costa e Enfermerita) por votaccedilatildeo direta e aberta

escolheram o nome Espondileacuteia Costa

Um desenhista alheio ao processo foi contratado para desenvolver uma

proposta de desenho da personagem que foi preliminarmente aprovado pelo

grupo O desenho ficou exposto na sala de reuniatildeo por 10 (dez) dias para

eventuais sugestotildees de mudanccedilas que natildeo ocorreram

Ilustrado pelo desenho e ancorado nas referecircncias cientiacuteficas sobre a

prevenccedilatildeo das LERDORTs e nas sugestotildees do grupo focal foi elaborado a

versatildeo preliminar do manual que seria utilizado na atividade educativa

O manual ficou disponiacutevel para anaacutelise na sala de encontros por mais

10 (dez) dias e os teacutecnicos de enfermagem fizeram devidas observaccedilotildees sobre

o memo As principais sugestotildees ocorreram em relaccedilatildeo agrave substituiccedilatildeo de

palavras desconhecidas pelo grupo

O Recurso Instrucional final foi composto do manual e da boneca O

manual foi idealizado em fasciacuteculos a serem distribuiacutedos em cada encontro e a

boneca foi concebida para ser apresenta com uma caixinha com o manual em

miniatura sendo assim proposta para ser utilizada como um siacutembolo que tem

como finalidade ativar a lembranccedila do que foi discutido e praticado

O manual possui duas partes distintas a primeira com apresentaccedilatildeo do

mesmo e a segunda com uma parte mais praacutetica e algumas sugestotildees de

exerciacutecios

A primeira parte do material ficou assim dividida

A Espondileacuteia Costa Nessa etapa a boneca Espondileacuteia Costa se

apresenta e diz qual eacute a sua intenccedilatildeo com o grupo

Apresentaccedilatildeo Nessa pesquisado o autor esclarece alguns pontos

sobre a confecccedilatildeo do manual o objetivo do mesmo e relata

brevemente como foi o seu desenvolvimento

A quem se destina o manual Nesse momento eacute apresentado o puacuteblico

alvo que o manual educativo pretende alcanccedilar

107

A segunda parte de caraacuteter mais praacutetico ficou assim dividida

O trabalho do teacutecnico de enfermagem Nesse capiacutetulo discutem-se as

exigecircncias fiacutesicas para o trabalho como teacutecnico de enfermagem a

saber exigecircncia de grande esforccedilo fiacutesico atenccedilatildeo repetitividade de

movimentos sobrecarga de trabalho e instrumentos de trabalho

Tipos de contraccedilatildeo muscular no ambiente de trabalho

LERDORT o processo de adoecimento do sistema musculoesqueleacutetico

relacionado ao trabalho

Orientaccedilotildees para o trabalho na postura biacutepede

Orientaccedilotildees para o trabalho em sedestaccedilatildeo

Orientaccedilotildees para transferecircncia de pacientes acamados

Cinesioterapia laboral Nesse capiacutetulo se discute a importacircncia do

exerciacutecio fiacutesico na prevenccedilatildeo da LERDORT sendo eacute apresentados

alguns exerciacutecios laborais com convite para a praacutetica regular dos

mesmos

O Manual produzido e posteriormente aplicado encontra-se no anexo 5

53 A QUALIDADE DE VIDA DE TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

ANTES E APOacuteS UMA ATIVIDADE EDUCATIVA

A qualidade de vida no trabalho eacute percebida subjetivamente pelos

indiviacuteduos no ambiente laboral e deve envolver condiccedilotildees de seguranccedila

trabalho digno remuneraccedilatildeo e benefiacutecios adequados estabilidade feedback

quanto ao desempenho oportunidade de crescimento e de aprendizado

possibilidade de promoccedilatildeo clima social positivo e justiccedila social132 192

Trata-se de um conceito amplo e de certo modo pode ser afetado pela

sauacutede fiacutesica estado emocional convicccedilotildees pessoais relaccedilotildees sociais e

estiacutemulos provenientes do meio 132 De um modo geral as definiccedilotildees de

108

Qualidade de Vida reforccedilam a ideia de que sua percepccedilatildeo eacute encarada

diferentemente pelos indiviacuteduos192

O trabalho ocupa lugar central na vida do homem e dependendo da

forma como estaacute sendo executado e organizado pode ser gerador de fatores

desgastantes e potencializadores de processos sauacutede-doenccedila levando o

trabalhador ao adoecimento193 194 195

Inseridos nesse contexto estaacute o trabalhador de enfermagem que tem

seu trabalho caracterizado por atividades que exigem alta interdependecircncia

entre os pares nas quais a motivaccedilatildeo surge como aspecto fundamental na

busca de maior eficiecircncia para a qualidade na assistecircncia prestada aliada agrave

satisfaccedilatildeo destes trabalhadores196

Justifica-se avaliar a qualidade de vida no trabalho do teacutecnico de

enfermagem devido aos prejuiacutezos que a baixa desta pode desencadear tanto

para os funcionaacuterios como para os hospitais

Essa atitude eacute necessaacuteria agravequelas empresas que almejam o sucesso

pois trazem resultados positivos tanto para o empregado na forma de uma

vida mais saudaacutevel e satisfatoacuteria como para a empresa na forma de reduccedilatildeo

no absenteiacutesmo melhorias no clima organizacional nos relacionamentos na

produtividade e nos resultados194

Para este estudo foram avaliados 08 domiacutenios de qualidade de vida

propostos pelo SF 36 lembrando que quanto mais proacuteximo de 100 (cem)

melhor o estado de sauacutede da populaccedilatildeo pesquisada

Observou-se que todos os domiacutenios pesquisados antes da atividade

educativa mostraram-se abaixo de 50 do ideal significando um

comprometimento desta

Observou-se tambeacutem que o domiacutenio mais afetado foi vitalidade seguido

pelos aspectos fiacutesicos aspecto emocional aspecto funcional estado geral

aspectos sociais sauacutede mental e por fim dor

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

109

QUADRO 1 O quadro abaixo mostra os valores obtidos nos diferentes

domiacutenios com a aplicaccedilatildeo do SF 36antes do desenvolvimento da atividade

educativa

DOMIacuteNIOS Meacutedia dos valores encontrados

Capacidade funcional 458333

Aspectos fiacutesicos 291667

Dor 506667

Estado geral 491667

Vitalidade 200000

Aspectos sociais 499000

Aspectos emocionais 386667

Sauacutede Mental 499998

Partimos do princiacutepio que o trabalho quando executado em ambientes

insalubres e penosos pode interferir negativamente na qualidade de vida de

trabalhadores197 e traz sofrimento fiacutesico198

Em outro estudo199 encontramos resultados semelhantes aos aqui

apresentados os autores relatam que tais resultados refletem o sentimento de

cansaccedilo e esgotamento do grupo O cansaccedilo estaacute significativamente associado

agrave presenccedila de sintomas como problemas do sono estresse e depressatildeo203

fato que daacute credibilidade a fala do grupo quando se refere ldquofico aperreadordquo

ldquofico estressadordquo abordadas no capiacutetulo 51

Trabalhadores de enfermagem comumente apresentam sensaccedilatildeo de

fadiga crocircnica e essa pode se manifestar de diversas formas sensaccedilatildeo de

esgotamento dores de cabeccedila e no corpo perda do apetite irritabilidade

desacircnimo e induzem ao empobrecimento da vida social mental e laboral dos

mesmos192

Devido agraves condiccedilotildees laborais percebidas o excesso de trabalho e a natildeo

satisfaccedilatildeo pessoal com a profissatildeo anteriormente descritas nas falas dos

sujeitos da pesquisa nos faz acreditar que haacute um cansaccedilo acumulado no grupo

e isso pode interferir na satisfaccedilatildeo perante o trabalho

110

Estudo demonstra que haacute influecircncia direta do ambiente de trabalho e da

organizaccedilatildeo do mesmo sobre a qualidade de vida dos servidores e ainda

afirma que eacute necessaacuterio proporcionar ao trabalhador um estilo de vida mais

ativo saudaacutevel e ofertar ao mesmo condiccedilotildees salubres e adequadas para

desenvolverem e aperfeiccediloarem seu trabalho200

Neste contexto o ambiente de trabalho pode estar associado ao

sofrimento fiacutesico e psiacutequico dos trabalhadores uma vez que um tempo

significativo da vida dessas pessoas acontece neste ambiente201

Partimos do pressuposto de que existe relaccedilatildeo positiva entre o

Programa Educativo e a Qualidade de Vida dos Teacutecnicos de Enfermagem

Os dados referentes agrave qualidade de vida aleacutem de terem sido colhidos

antes da atividade educativa foram tambeacutem avaliados apoacutes 10 e 30 dias do

desenvolvimento da mesma

O graacutefico abaixo mostra o comportamento dos domiacutenios do SF 36 no

grupo nos trecircs momentos investigados

111

Graacutefico 1 Comportamento dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por

meio do SF-36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias

decorridos da atividade educativa

O quadro abaixo detalha quantitativamente as meacutedias obtidas

Quadro 2 Meacutedia dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por meio do SF-

36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias decorridos da

atividade educativa

DOMIacuteNIOS Valores antes Valores apoacutes

10 dias

Valores apoacutes

30 dias

Capacidade funcional 458333 a 700000 b 715000 b

Aspectos fiacutesicos 291667 a 750000 b 718333 ab

Dor 506667 a 760000 b 765000 ab

Estado geral 491667 a 708333 b 718333 ab

Vitalidade 200000 a 316667 a 331667 a

Aspectos sociais 499000 a 458333 a 464167 a

Aspectos emocionais 386667 a 831667 b 876667 ab

Sauacutede Mental 499998 a 680000 a 688333 a

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5 de probabilidade

112

Apoacutes 10 (dez) observamos que houve incremento na qualidade de vida

do grupo em todos os domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade e aspectos sociais

que continuaram abaixo de 50 (cinquenta por cento)

Decorridos 30 (trinta) dias da accedilatildeo educativa o mesmo resultado se

manteve apenas os domiacutenios vitalidade e aspectos sociais mantiveram

escores menores que 50 (cinquenta)

Estatisticamente analisando os dados pelo teste de Tukey todos os

domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade aspecto social e sauacutede mental

apresentaram incremento estatisticamente significante apoacutes a atividade

educativa

A vitalidade apresentou pequena variaccedilatildeo positiva nos dez dias apoacutes o

desenvolvimento da atividade educativa que se manteve 30 dias apoacutes apesar

de natildeo ter sido estatisticamente significante

O domiacutenio aspecto social manteve-se inalterado do ponto de vista

estatiacutestico antes e apoacutes (tanto 10 como 30 dias) decorridos da atividade

educativa

As meacutedias encontradas para a Sauacutede Mental do SF36 tiveram evoluccedilatildeo

depois de decorrido 10 dias e 30 dias apoacutes a atividade educativa apesar de

tambeacutem natildeo terem significacircncia estatiacutestica

O componente Capacidade Funcional que avalia a presenccedila e extensatildeo

de restriccedilotildees relacionadas agrave capacidade fiacutesica dos sujeitos teve significativa

variaccedilatildeo estatiacutestica nos 10 (dez) dias seguintes da atividade educativa apoacutes o

trigeacutesimo dia houve variaccedilatildeo positiva mas sem ser estatisticamente

significante esses achados nos sugerem uma melhor condiccedilatildeo fiacutesica apoacutes a

atividade educativa

Os dados encontrados estatildeo em desacordo com a literatura que afirma

que a capacidade funcional apresenta domiacutenio comprometido apoacutes ginaacutestica

laboral em profissionais que trabalham em hospital universitaacuterio e equipe de

enfermagem com queixas de lombalgia 204 203

Por outro lado os dados obtidos nesta pesquisa vatildeo ao encontro de

estudos que se propunham avaliar qualidade de vida de enfermeiros frente a

atividades fiacutesicas tais estudos mostraram bons iacutendices no domiacutenio Capacidade

Funcional204 205 206 em enfermeiros praticantes de atividade fiacutesica Natildeo

113

encontramos estudos que avaliassem mudanccedilas de capacidade funcional

correlacionadas com atividades educativas que incluam a atividade fiacutesica como

uma das suas estrateacutegias

Os aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos emocionais

apresentaram comportamentos similares ou seja evoluiacuteram e mantiveram um

valor crescente com significacircncia estatiacutestica apoacutes 10 (dez) e 30 (trinta) dias

decorridos da accedilatildeo educativa

Estudos demonstram que muacuteltiplos fatores podem estar relacionados ao

incremento negativo dos aspectos supra referidos e trazer sofrimento fiacutesico e

psiacutequico aos trabalhadores na maioria das vezes longas jornadas de trabalho

ritmos acelerados de produccedilatildeo pressatildeo repressora e autoritaacuteria inexistecircncia

ou escassas pausas para o descanso ao longo das jornadas de trabalho

estrutura fiacutesica precaacuteria material disponiacutevel fragmentaccedilatildeo de tarefas e

desqualificaccedilatildeo do trabalho realizado geram agressatildeo ao trabalhador 207 208 209

210 no entanto um aspecto nos chamou a atenccedilatildeo eacute que no periacuteodo em que o

estudo foi realizado natildeo constatamos qualquer mudanccedila na estrutura fiacutesica

eou administrativa na Unidade Hospitalar e mesmo assim incrementos

positivos aconteceram isso nos leva a concluir que o programa educativo

idealizado a partir da interaccedilatildeo com o grupo estudado foi eficaz na melhoria da

qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem sobretudo nos aspectos fiacutesicos

dor estado geral e aspectos emocionais e capacidade funcional

54 A PRESENCcedilA DE DORES OSTEOMUSCULARES

RELACIONADAS AO TRABALHO EM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM ANTES E APOacuteS UM PROGRAMA EDUCATIVO

Para este estudo foi avaliada a percepccedilatildeo aacutelgica dos teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa

Antes da atividade educativa independentemente do periacuteodo

considerado (12 meses ou sete dias) observou-se queixas de dores em todas

as aacutereas corpoacutereas avaliadas pelo Instrumento

114

Essas queixas estavam relacionadas agrave dor e parestesia Os dados

apresentados vatildeo ao encontro do que mostra a literatura onde se conclui que

os relatos referidos pelos trabalhadores portadores de DORTs envolvem

queixas inespeciacuteficas tais como dor localizada dor irradiada e sensaccedilatildeo de

peso 211

Acreditamos que essas queixas possuem relaccedilatildeo direta com as

condiccedilotildees de trabalho percebidas e relatadas pelo grupo A literatura aponta

tambeacutem que a presenccedila de sintomas osteomusculares nos trabalhadores de

enfermagem eacute atribuiacuteda principalmente a fatores ergonocircmicos e posturais

inadequados presentes na dinacircmica hospitalar212

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

Eacute possiacutevel observar que antes da atividade educativa existia no

grupoelevada percepccedilatildeo de sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano Natildeo

considerando a regiatildeo acometida constata-se que 942 dos teacutecnicos de

enfermagem queixavam-se de dores

Dentre os que aludiram sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(912) parte superior das costas (8369) punhos e matildeos (539) e joelhos

(337)

Em relaccedilatildeo aos sintomas osteomusculares percebidos nos uacuteltimos sete

dias 8857 dos teacutecnicos de enfermagem afirmaram positivamente Entre os

que referiram sintomatologia na uacuteltima semana as regiotildees mais referenciadas

foram respectivamente parte inferior das costas (933) parte superior das

costas (714) ombros (256) e pescoccedilo (151) como eacute possiacutevel observar

na tabela que se segue

115

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de

Enfermagem do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES da atividade educativa

Nos uacuteltimos 12 meses vocecirc

teve problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7 dias vocecirc teve

problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b)

Ombros 1084(a) 256(b)

Parte superior das costas 8369(a) 714(b)

Cotovelos 91(a) 128(b)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b)

Parte inferior das costas 912(a) 933(b)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b)

Joelhos 337(a) 116(b)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Em estudo eacute confirmado dados similares com prevalecircncia de sintomas

na regiatildeo lombar146 Em pesquisas similares foi verificada a prevalecircncia de

distuacuterbios osteomusculares em regiotildees corporais como a coluna lombar

ombros coluna cervical e joelhos213 214

Elevadas taxas de queixas aacutelgicas tambeacutem foram observadas em outras

pesquisas 215216217218219 que utilizaram o mesmo instrumento do presente

estudo verificou-se que 930 dos teacutecnicos e auxiliares de enfermagem de

um hospital puacuteblico referiram queixas de dor

Cada atividade ocupacional apresenta caracteriacutesticas que podem

predispor algum tipo de doenccedila relacionada ao trabalho No caso especiacutefico

das LERDORTs determinadas atividades que envolvem de alguma forma

movimentos repetitivos esforccedilo com sobrecarga inclusive estaacutetica estatildeo

associados agrave origem de muitos problemas musculoesqueleacuteticos como parece

ser o caso dos profissionais teacutecnicos de enfermagem216 Contraccedilotildees

musculares estaacuteticas contiacutenuas aumento da pressatildeo intramuscular

116

minimizaccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e compressatildeo de feixes nervosos satildeo

mecanismos fisiopatoloacutegicos que podem produzir alteraccedilotildees musculares e

repercutir em dores musculares216

Outro fato importante de salientar eacute que as dores de coluna podem estar

relacionadas tanto a questotildees psicoloacutegicas (estresse e ansiedade) quanto

fiacutesicas 216 220 Dentre as possiacuteveis causas de estresse psicoloacutegico nos teacutecnicos

de enfermagem poderiam estar o fato de trabalharem com a questatildeo da

doenccedila enfermarias superlotadas falta de atitudes cooperativas baixa

autoestima atenccedilatildeo constante fatos relatados pelos mesmos

ldquoEu fico triste no trabalho soacute fico alegre quando eu

recebo elogios fica bomeu sei conversarsou meio

psicoacutelogardquo

ldquoNatildeo tocirc realizada natildeo quer dizer mais ou menos Eacute

razoaacutevel O salaacuterio eacute ruim o trabalho eacute muito

cansativo Cuidar do paciente se quebra ateacute os

braccedilos Eacute uma torturardquo

ldquoNingueacutem taacute nem aiacute para genterdquo

Outro fato que merece destaque eacute o sedentarismo pois pode tornar o

indiviacuteduo suscetiacutevel a doenccedilas ocupacionais afetando a sua produtividade no

ambiente de trabalho221 Este dado condiz com o presente estudo pois

encontramos falas aludidas no capiacutetulo 5 que fazem menccedilatildeo a essa situaccedilatildeo

A praacutetica regular de atividade fiacutesica promove melhor adaptaccedilatildeo do

sistema muscular circulatoacuterio e metaboacutelico levando a alteraccedilotildees beneacuteficas na

musculatura esqueleacutetica e assim reduzindo o surgimento de sintomas

osteomusculares e incapacidades222

A participaccedilatildeo do teacutecnico de enfermagem no programa educativo

idealizado agrave partir da interaccedilatildeo com os mesmos mostrou forte impacto na

reduccedilatildeo das dores osteomusculares relacionadas ao trabalho A tabela abaixo

mostra os dados encontrados antes e apoacutes a atividade educativa

117

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de Enfermagem

do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES e APOacuteS 30 dias decorridos da atividade educativa

ANTES APOacuteS

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b) 2502 (a) 51(c)

Ombros 1084(a) 256(b) 1098(a) 56(c)

Parte superior das

costas

8369(a) 714(b) 8069(a) 111(c)

Cotovelos 91(a) 128(b) 99(a) 56(c)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b) 519(a) 51(c)

Parte inferior das

costas

912(a) 933(b) 892(a) 226(c)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b) 139(a) 030(c)

Joelhos 337(a) 116(b) 347(a) 49(c)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b) 279(a) 32(c)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Apoacutes o desenvolvimento da Atividade Educativa como era esperado

verificou-se que natildeo houve variaccedilatildeo das queixas de dores referentes ao uacuteltimo

ano No entanto em relaccedilatildeo as queixas aacutelgicas nos uacuteltimos 7 (sete) dias

quando se compara antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa eacute

possiacutevel constatar diminuiccedilatildeo estatisticamente significativa da queixa de dores

entre os trabalhadores

Entre os que referiram sintomatologia dolorosa na uacuteltima semana as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(226) parte superior das costas (116) cotovelos e ombros (56)

118

Observou-se portanto o efeito positivo da atividade educativa proposta

na minimizaccedilatildeo de queixas aacutelgicas relacionadas ao trabalho Natildeo encontramos

estudos similares na literatura correlacionando percepccedilatildeo aacutelgica de teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa

119

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

120

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A educaccedilatildeo em sauacutede tem sido utilizada por profissionais da sauacutede

sobretudo na atenccedilatildeo baacutesica como forma de intervenccedilatildeo na tentativa de

facilitar o aprendizado modificar haacutebitos e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees tal praacutetica eacute comprovada pela literatura atual poreacutem o modo de se

fazer ainda natildeo estaacute totalmente difundido entre os profissionais da sauacutede

sobretudo aqueles que trabalham na sauacutede ocupacional

A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas na ambiecircncia hospitalar pode ser

uma forma de aprimorar o conhecimento dos profissionais que trabalham com

sauacutede ocupacional neste caso especificamente com a prevenccedilatildeo das

LERDORTs

Nesta pesquisa procuramos colaborar com dois aspectos o primeiro

quando nos propusemos a conhecer a realidade do trabalho e os saberes do

teacutecnico de enfermagem sobre LERDORT para a partir desses dados

organizar uma proposta de intervenccedilatildeo educativa e o segundo ao avaliar esta

intervenccedilatildeo a partir da qualidade de vida e da percepccedilatildeo de dores

osteomusculares relacionadas ao trabalho

No primeiro momento o processo de elaboraccedilatildeo da intervenccedilatildeo

educativa considerou que a transmissatildeo unidirecional de informaccedilotildees

desvalorizando os saberes e experiecircncia dos educandos seria um equiacutevoco

como vem mostrando a literatura sobre educaccedilatildeo em sauacutede Partimos do

pressuposto de que os sujeitos possuiacuteam saberes valiosos decorrentes de

suas experiecircncias em lidar com trabalho e seus problemas de sauacutede

Observamos que os teacutecnicos de enfermagem tecircm uma compreensatildeo

sobre o processo de adoecimento relacionado com seus trabalhos

especialmente no tocante potencial desenvolvimento das LERDORTs

121

As falas dos teacutecnicos de enfermagem do Hospital investigado sobre

LERDORT mencionadas nos capiacutetulos iniciais dessa pesquisa foram muito

ricas e serviram de ferramentas para a construccedilatildeo da proposta educativa

Dessa forma a Educaccedilatildeo em Sauacutede proposta estimulada pela

construccedilatildeo e pensar coletivos sobre o modo que os teacutecnicos de enfermagem

atuavam tornou-os corresponsaacuteveis pela prevenccedilatildeo desencadeando uma

aprendizagem mais significativa Isto reforccedilou o potencial da Educaccedilatildeo em

Sauacutede opondo-se ao reducionismo do processo educativo e caminhando em

direccedilatildeo a um processo informativo-cognitivo na educaccedilatildeo dos trabalhadores

proacuteximo a realidade laboral dos mesmos

No segundo momento dessa pesquisa observamos que a vivecircncia

dessa intervenccedilatildeo trouxe benefiacutecios na qualidade de vida e na reduccedilatildeo de

dores osteomusculares relacionadas ao trabalho do grupo de estudo

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida dos teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede e vitalidade pode- se afirmar que o programa educativo

elaborado a partir da interaccedilatildeo com o grupo teve impactos positivos Nos

domiacutenios capacidade funcional aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais podemos afirmar tambeacutem que tal melhora persiste ateacute 30 (trinta)

dias corridos nos domiacutenios aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais e sauacutede mental

No que diz respeito a presenccedila de sintomas osteomusculares

relacionados ao trabalho observou-se que a atividade educativa interfere

positivamente na minimizaccedilatildeo dos mesmos

Eacute sabido que o surgimento das LERDORTs na ambiecircncia hospitalar eacute

multifatorial e por isso necessita ser abordada de forma distinta Grande parte

dos fatores desencadeadores das mesmas em hospitais puacuteblicos natildeo estaacute ao

nosso alcance poreacutem uma atividade educativa dependente diretamente do

envolvimento dos profissionais que trabalham com sauacutede ocupacional e podem

ter repercussotildees positivas minimizaccedilatildeo dos agravos Apesar de natildeo se ter

modificado o meio em que o teacutecnico de enfermagem trabalha foi possiacutevel com

122

a atividade educativa melhorar sua qualidade de vida e reduzir a

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho

Ao final dessa pesquisa nos remetemos a algumas indagaccedilotildees De que

modo o Fisioterapeuta como integrante de uma equipe de sauacutede ocupacional

tem se apropriado dessas questotildees Como aprimorar o papel educativo do

Fisioterapeuta junto a estes e outros profissionais expostos ao adoecimento

relacionado ao trabalho

As respostas a estes questionamentos ainda poderatildeo ser mais

aprofundadas e discutidas pela comunidade acadecircmica mas o que sabemos eacute

que o aprimoramento da Atividade Educativa do Fisioterapeuta pode ajudar os

trabalhadores a manterem-se mais saudaacuteveis produtivos e felizes

123

REFEREcircNCIAS

124

7 REFEREcircNCIAS

1 Murofuse NT Abranches S S Napoleatildeo A A Reflexotildees sobre estresse e

Burnout e a relaccedilatildeo com a enfermagem Rev Latino-amEnfermagem

200513(2)255-61

2 Murofuse NT O adoecimento dos trabalhadores de enfermagem na Fundaccedilatildeo

Hospitalar do estado de Minas Gerais reflexatildeo das mudanccedilas no mundo do

trabalho Ribeiratildeo Preto Tese [Doutorado Enfermagem] - Universidade de Satildeo

Paulo 2004

3 Belancieri MF Bianco MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em

trabalhadores da aacuterea de enfermagem de um Hospital Universitaacuterio

TextoampContexto Enfermagem 2004 janmar 13(1)124-131

4 Jensen R Disabling back injuries among nursing personal research needs and

justification RevNursHealth 198710(1)29-38

5 De Marchi BD Rita C Do Carmo CR Maria Luacutecia Almeida S L Riscos

ocupacionais e alteraccedilotildees de sauacutede entre trabalhadores de enfermagem

brasileiros de unidades de urgecircncia e emergecircncia Cienc Enferm 2010

16(2)69-81

6 Vieira ER Kumar S Coury HJ Narayan Y Low back problems and possible

improvements in nursing jobs Journal of Advanced Nursing 2006 jul 55 (1) 79-

89

7 Magora A Investigation of the relation between low back pain and occupation

Ind Med 2010 39(11)31-7

125

8 Hartvigsen J Lauritzen S Lings S Lauritzen T Intensive education combined

with low tech ergonomic intervention does not prevent low back pain in nurses

Occup Environ Med 2005 62 (1)13-7

9 Horneij EL Jensen IB Holmstroumln EB Ekdahl C Sick leave among home-care

personnel a longitudinal study of risk factors BMC Musculoskelet Disord

20045(1)38

10 Chiou WK Wong MK Lee YH Epidemiology of low back pain in Chinese

nurses Int J Nurs Stud 1994 31361-368

11 Fernandes JD Ferreira SL albergaria AK Conceiccedilatildeo FM Sauacutede mental e

trabalho feminino imagens e representaccedilotildees de enfermeiras Rev Latino-am

Enfermagem 200210(2)199-206

12 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Occup Environ Med 2004 61 398-404

13 Botha WE Bridger RS Anthropometric variability equipment usuability and

musculoskeletal pain in a group of nurses in the western cape Appl Ergon

2008 1(1) 481-90

14 Nardi HC Sauacutede do trabalhador subjetividade e interdisciplinaridade In Merlo

ARC organizador Sauacutede e Trabalho no Rio Grande do Sul realidade

pesquisa e intervenccedilatildeo 1ed Porto Alegre UFRGS 2004 [v143-64]

15 Lacaz FAC Sauacutede do trabalhador Campinas Tese [Doutorado] - Faculdade de

Ciecircncias Medicas da Universidade Estadual de Campinas 1996

16 Haag GS Lopes MJM Schuck JS Organizadores A enfermagem e a sauacutede

dos trabalhadores 2 ed rev e ampl Goiacircnia Editora AB 2001

17 Farias SNP Riscos no trabalho e agravos agrave sauacutede do trabalhador de

enfermagem em centro municipal de sauacutede Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo

126

[Mestrado em Enfermagem]- EEAN Universidade Federal do Rio de Janeiro

1999

18 Frias Junior CAS A sauacutede do trabalhador no Maranhatildeo uma visatildeo atual e

proposta de atuaccedilatildeo Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede

Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz 1999

19 Wright WC Introduction In RAMAZZINI B Diseases of Workers Thunder

Bay Canada OHampS Press 1993 p 1-34 [Translated by Wilmer Cave Wright

1940]

20 Arruda JJA Piletti N Toda a Histoacuteria Satildeo Paulo Aacutetica 1997

21 Prado Juacutenior C Evoluccedilatildeo poliacutetica do Brasil Colocircnia e impeacuterio Satildeo Paulo

Brasiliense 1999

22 Laurell AC Noriega M Para o Estudo da Sauacutede na sua relaccedilatildeo com o

processo de trabalho In Processo de Produccedilatildeo e Sauacutede Trabalho e Desgaste

Operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

23 Oddone I Marri G Gloacuteria S Briante G Chiattella M REA Ambiente de

trabalho a luta dos trabalhadores pela sauacutede Satildeo Paulo Hucitec 1986

24 Mendes R Dias EC Da medicina do trabalho agrave sauacutede do trabalhador Revista

de sauacutede puacuteblica 1991 25 (5) 341-349

25 Bellusci SM Doenccedilas profissionais ou do trabalho 6 ed Satildeo Paulo Editora

Senac 2005

26 Chaffin DB Anderson GBJ Martins BJ Biomedicina Ocupacional Belo

Horizonte Ed Ergo 2001

27 Oliveira RMR A abordagem das lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho LERDORT no Centro de

127

Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador do Espiacuterito Santo ndash CRSTES Rio de

Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Oswaldo

Cruz Rio de Janeiro 2001

28 Leite PC Silva A Merighi MAB A mulher trabalhadora de enfermagem e os

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho Rev esc enferm USP

2007 jun 41 (2)287-291

29 Felli VEA Kurcgant P A sauacutede do trabalhador de enfermagem um estudo no

enfoque do materialismo histoacuterico e dialeacutetico Rev Paulista de Enfermagem

2000 setdez19 (3)41-8

30 Pinho DLM Abrahatildeo JI Ferreira MC As estrateacutegias operatoacuterias e a gestatildeo da

informaccedilatildeo no trabalho de enfermagem no contexto hospitalar Rev latino-am

Enfermagem 2003 marabr11(2)168-76

31 Peduzzi M Anselmi ML O processo de trabalho de enfermagem a cisatildeo entre

o planejado e execuccedilatildeo do cuidado Rev Bras Enferm 2002 55(4)392-398

32 Rocha SSL Felli AVE Qualidade de vida no trabalho docente em enfermagem

Rev Latino-am enfermagem 2004 janfev 2(1) 28-35

33 Raduumlnz V Cuidando e se cuidando 2 ed Goiacircnia Editora AB 1999

34 Murofuse NT Alves DCI Favero GC Brotto AO Comportamento dos

acadecircmicos docentes e teacutecnicos administrativos da cliacutenica odontoloacutegica da

Unioeste riscos e atividades desenvolvidas Acta Scientiarum Health Sciences

(Online) 2008 3081-87

35 Assunccedilatildeo AA Rocha LE Doenccedilas Osteomusculares Relacionadas com o

Trabalho membro superior e pescoccedilo In MENDES R Patologia do Trabalho

Satildeo Paulo Atheneu 2003

128

36 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Protocolo de investigaccedilatildeo diagnoacutestico

tratamento e prevenccedilatildeo de lesotildees por esforccedilos repetitivos LERDORT

Brasiacutelia DF 2000

37 Rio RP LER ciecircncia e lei novos horizontes da sauacutede e do trabalho Belo

Horizonte (MG) Health 199

38 MINISTEacuteRIO DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL (BR) Atualizaccedilatildeo da Norma Teacutecnica

sobre Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-DORT Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo 11 de julho 1997 Seccedilatildeo 34231-9

39 OLIVEIRA CR Conceituaccedilatildeo da LER In OLIVEIRA CR Manual Praacutetico de

LER 2aed Belo Horizonte Editora Health 1998 p21-28

40 Regis F Gilseacutee I Michels G SELL I Work related musculoskeletal disorders in

dentists Rev bras epidemiol 2006 9(3)346-359

41 Merlo AacuteRC Jacques MGC Hoefel MGLGroups activity with repetitive strain

injuries workers experience reportPsicol Reflex Crit 2001 14(1)253-258

42 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Comitecirc Assessor das LERDORT Protocolo de

investigaccedilatildeo diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo de LERDORT Brasiacutelia

1999

43 Michelin CF Michelin AL Loureiro CA Estudo epidemioloacutegico dos distuacuterbios

musculoesqueletais e ergonocircmicos em Cirurgiotildees Dentistas Revista da

Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo 2000

juldez5(2)61-7

44 Guido LA Stress e coping entre enfermeiras de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo

anesteacutesica Satildeo Paulo Tese [Doutorado em enfermagem] ndash Escola de

enfermagem da Universidade de Satildeo Paulo 2003

129

45 Britto ES Enfermeiros psiquiaacutetricos estresse enfrentamento e sauacutede Ribeiratildeo

Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

2006

46 Christophoro R Waidman MAP Estresse e condiccedilotildees de trabalho um estudo

com docentes do curso de enfermagem da UEM Estado do Paranaacute Acta

Scientiarum 2002 24(3)757-63

47 Almeida NA Estresse ocupacional uma visatildeo psicoloacutegica sobre a sauacutede do

trabalhador Manaus Tese [doutorado em Psicologia] - Centro Universitaacuterio

Luterano de Manaus 2005

48 Beck CLC Gonzales RMB Stekel LMC Donaduzzi JC O trabalho da

enfermagem em unidades criacuteticas e sua repercussatildeo sobre a sauacutede dos

trabalhadores Esc Anna Nery R Enferm 2006 Ago 10(2)221-7

49 Dejours C A loucura do trabalho estudo de psicopatologia do trabalho

Traduccedilatildeo de Ana Isabel Paraguay e Lucia Leal Ferreira 5 ed ampl Satildeo

Paulo Editora Cortez 1992

50 Stacciarini JMR Troacuteccoli BT O estresse na atividade ocupacional do

enfermeiro Rev Latino-AmEnfermagem 2001 marabr9(2)305-17

51 Popim RC O cuidador na accedilatildeo de cuidar na enfermagem oncoloacutegica Ribeiratildeo

Preto Tese [Doutorado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

Ribeiratildeo Preto 2001

52 Meirelles NF Zeitoune RCG Satisfaccedilatildeo no trabalho e fatores de estresse da

equipe de enfermagem de um centro ciruacutergico oncoloacutegico Escola Anna Nery

Revista de Enfermagem 2003 abr 7(1)78-88

53 Miguez J Bonami M Comportamentos de ausecircncia quadros de anaacutelise e suas

operacionalizaccedilotildees Cad de Ciecircnc Sociais 19886173-9

130

54 Midorikawa ET A odontologia em sauacutede do trabalhador como uma nova

especialidade profissional definiccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funccedilotildees do

cirurgiatildeo dentista na equipe de sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Odontologia]-Universidade de Satildeo Paulo 2000

55 Souza M de Acidentes ocupacionais e situaccedilotildees de risco para a equipe de

enfermagem um estudo em cinco hospitais do municiacutepio de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo Tese [Doutorado em Medicina] - Universidade Federal de Satildeo Paulo

2002

56 Graccedila L Satisfaccedilatildeo profissional dos meacutedicos de famiacutelia no SNS Meacutedico de

Famiacutelia 2000 Feb 2 (III seacuterie)48-50

57 Martinez L Ferreira A Sousa L Cunha J A esperanccedila eacute a uacuteltima a morrer

Capital psicoloacutegico positivo e presentismo Comportamento Organizacional e

Gestatildeo v13 n1 Disponiacutevel em

httpwwwscieloocesmctesptpdfcogv13n1v13n1a03pdf Acesso em 28 de

julho de 2010

58 Nascimento GM Estudo do absenteiacutesmo dos trabalhadores de enfermagem

em uma unidade baacutesica e distrital de sauacutede do municiacutepio de Ribeiratildeo Preto -

SP Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de

Satildeo Paulo 2003

59 Castejoacuten JC El papel de las condiciones del trabajo em La incapacidad

temporal por enfermidad comuacuten y acidente no laboral Barcelona [Doutorado] -

Bellaterra Universitat Autonoma de Barcelona 2002

60 Rocha SMM Almeida MCP O processo de trabalho da enfermagem em sauacutede

coletiva e a interdisciplinaridade Rev Latino-Am Enfermagem 20008(6) 96-

101

61 Mussi FC Conforto e loacutegica hospitalar anaacutelise a partir da evoluccedilatildeo histoacuterica do

conceito conforto na enfermagem Acta paul enferm [online] 200518(1)72-81

131

62 Carvalho MB de Felli VEA O trabalho de enfermagem psiquiaacutetrica e os

problemas de sauacutede dos trabalhadores Rev Latino-Am Enfermagem [serial

on the Internet] 2006 Feb [cited 2011 June 09] 14(1) 61-69

63 Singer P Souza AR Organizador A economia solidaacuteria no Brasil a autogestatildeo

como resposta ao desemprego Satildeo Paulo Contexto 2003

64 Beck U La sociedade Del riesgo hacia uma nueva modernidad Barcelona

Paidoacutes 1998

65 Murofuse NT Marziale MHP Mudanccedilas no trabalho e na vida de bancaacuterios

portadores de Lesotildees por esforccedilos repetitivos LER Rev Latino-am

Enfermagem 2001 julhoago 9(4)19-25

66 Settimi MM Silvestre MP Lesotildees por esforccedilos repetitivos (LERDORT) um

problema da sociedade brasileira In Codo W Almeida MC (Orgs)

LERDORT diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo Petroacutepolis Vozes 1995

67 Merlo ARC A informaacutetica no Brasil Prazer e sofrimento no trabalho Porto

Alegre Ed da UniversidadeUFRGS 1999

68 Stacciarini JM OKeeffe M Mathews M Group therapy as treatment for

depressed Latino women a review of the literature Issues in Mental Health

Nursing 2007 May28(5)473-88

69 Regis FGI Michels G Sell I Lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiotildees-dentistas Rev bras

epidemiol [serial on the Internet] 2006 Sept 9(3) 346-359

70 Sato L LER Objeto e Pretexto para a Construccedilatildeo do Campo Trabalho e

Sauacutede Cad Sauacutede Puacuteblica 2001 JanFeb 17(1)147-152

132

71 Bernard BP Musculoskeletal disorders and workplace factors A critical review

of epidemiologic evidence for work related musculoskeletal disorders of the

neck upper extremity and low back Cincinnati NIOSH 1997 KUORINKA I

FORCIER L LATR ndash Les Leacutesions Attribuables au Travail Reacutepeacutetitif Quebec ndash

Canadaacute Editions Multi Mondes 1995

72 Buckle P Work factors and upper limb disorders BMJ 1997 1360-1363

73 Santos Filho SB Barreto SM Atividade ocupacional e prevalecircncia de dor

osteomuscular em cirurgiotildees-dentistas de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil

Contribuiccedilatildeo ao debate sobre os distuacuterbios osteomusculares relacionados ao

trabalho Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 17(1) 181-193

74 Lupton D Corpos prazeres e praacuteticas do eu Educaccedilatildeo amp Realidade 2000 25

15-48

75 Valla VV Stotz EN organizadores Participaccedilatildeo popular educaccedilatildeo e sauacutede

teoria e praacutetica Rio de Janeiro Relume-Dumaraacute 1997

76 Valadatildeo MM Sauacutede na Escola um campo em busca de espaccedilo na agenda

intersetorial Satildeo Paulo Tese [Doutorado]-Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da

Universidade de Satildeo Paulo 2004

77 Dejours C Confeacuterence d introduction In Acts Colloque International de

Psycodynamique et Psychopathologie du Travail Paris Conservatorie

Naacutetionaldes Arts et Meacutetieacuters 1997

78 Assunccedilatildeo AA As modalidades de gestatildeo das situaccedilotildees de trabalho para

compensar as deficiecircncias dos membros do coletivo Belo Horizonte UFMG

2001

79 Assunccedilatildeo AA Lima FPA A Nocividade no Trabalho Contribuiccedilatildeo da

Ergonomia In MENDES R Patologia do Trabalho ndash Atualizada e Ampliada 2ordf

ed Vol II parte IV Rio de Janeiro Atheneu 2002

133

80 A Ginaacutestica Laboral na prevenccedilatildeo da LERDORT soluccedilatildeo ou paliatvo In

Barbosa Luis Guilherme Fisioterapia Preventiva nos Distuacuterbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ndash DORTrsquos ndash A fisioterapia do

trabalho aplicada Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002

81 Costa M LoacutepezE Educacioacuten para lasalud 1996 Madrid Piraacutemide 1996

82 Sznelwar LI Foacuterum Nacional sobre o Fenocircmeno LERDORT - ldquoConstruindo

uma nova visatildeo e formas concretas de accedilatildeordquo Ata final do Foacuterum Florianoacutepolis

Fundacentroout 2001 Disponiacutevel na internet httpwwwfundacentroscgov

Acesso em 18 de abril de 2011

83 Saad JED Responsabilidade civil do empregador pelos danos decorrentes do

acidente do trabalho Jus Navigandi 2011 Jan 16(2750) Disponiacutevel em

lthttpjusuolcombrrevistatexto18242gt Acesso em 24 abr 2011

84 Hobsbawm E Mundos do Trabalho Novos estudos sobre Histoacuteria Operaacuteria

Traduccedilatildeo de Waldea Barcellos e Sandra Bedran 3 ed Rio de Janeiro Paz e

Terra 2000

85 Mello RC Acidentes do trabalho sob a oacutetica da legislaccedilatildeo atualizada inclusive

com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 Doutrina e jurisprudecircncia dominantes

Satildeo Paulo Saraiva 1990

86 Morim SL Oliveira J Responsabilidade Civil Acidente do Trabalho Satildeo Paulo

Saraiva 2001

87 Alves VS A health education model for the Family Health Program towards

comprehensive health care and model reorientation Interface - Comunic

Sauacutede 2005 set 9(16)39-52

88 Segre M Ferraz FC O conceito de sauacutede Rev Sauacutede Puacuteblica199731(5) Satildeo

Paulo

134

89 Caponi S Georges CY El estatuto epistemoloacutegico del concepto de salud

Histoacuteria Ciecircncias Sauacutede 1997 4287-307

90 Teixeira CF Paim JS Vilasboas AL SUS modelos assistenciais e vigilacircncia da

sauacutede Informe Epidemioloacutegico do SUS 1998 7(2) 7-28

91 Freire P Pedagogia do Oprimido 23a Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2003

92 Gazzienelli MF Gazzienelli A Reis DC Penna CMM Educaccedilatildeo em sauacutede

conhecimentos representaccedilotildees sociais e experiecircncias da doenccedila Cad Sauacutede

Puacuteblica 2005 21(1)200-206

93 Candeias FMN Conceitos de educaccedilatildeo e de promoccedilatildeo em sauacutede mudanccedilas

individuais e mudanccedilas organizacionais Rev Sauacutede Puacuteblica 1997 31(2)209-

12

94 Pereira AL Educaccedilatildeo em sauacutede In Ensinando a cuidar em Sauacutede Puacuteblica

Difusatildeo 2003

95 Souza AC Colomeacute ICS Costa LED Oliveira DLLC A educaccedilatildeo em sauacutede com

grupos na comunidade uma estrateacutegia facilitadora da promoccedilatildeo da sauacutede

Rev Gauacutecha de Enf 2005 ago 26(2) 147-53

96 Freire P Educaccedilatildeo e mudanccedila 8ordf Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983

97 Oliveira SG Proteccedilatildeo Juriacutedica agrave sauacutede do Trabalhador 3ordf ed rev ampl e

atual Satildeo Paulo LTr 2001

98 Bellini HT Ensaios sobre programas de sauacutede bucal Biblioteca Cientiacutefica 1991

99 Vasconcelos EM Educaccedilatildeo popular nos serviccedilos de sauacutede 3ed Satildeo Paulo

Hucitec 1997

135

100 Hilger EC Abegg C Pretto SM Anaacutelise das abordagens de Educaccedilatildeo em

Sauacutede em programas de sauacutede bucal Accedilatildeo Coletiva 1999 2(2) 10-4

101 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Ocup Environ Med 2004 61 398-404

102 Gros MA The role of the occupational health nurse in risk management of

upper extremity complaints Occupational Medicine 199813(3)599-609

103 Ando S Ono Y Shimaoka M Hiruta S Hattori Y Hori F Takeuchi Y

Associations of self-estimated workloads with musculoskeletal symptoms

among hospital nurses Ocup Environ Med 2000 57 211-6

104 Macleod D The ergonomics edge improving safety quality and productivity

American College of Sports Medicine 2003 30(6)992-1008

105 Dale L Barkley A Bayless S Coleman SD McDonald B Myszkowski J

Phipps-Stevens Experience of cumulative trauma disorders on life roles of

worker and family member a case study of a married couple Work Reading

2003 20 (3)245-255

106 Rezende MP Agravos agrave sauacutede de auxiliares de enfermagem resultantes da

exposiccedilatildeo ocupacional aos riscos fiacutesicos Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 2003

107 Pereira ALF As tendecircncias pedagoacutegicas e a praacutetica educativa nas ciecircncias da

sauacutede Caderno de Sauacutede Puacuteblica 2003 setout 19(5) 1527ndash1534

108 Alan MM Ceacutesar-Vaz MR Almeida T Educaccedilatildeo ambiental e o conhecimento

do trabalhador em sauacutede sobre situaccedilotildees de risco Cienc Saude Colet 2005

10 (sup) 39-47

136

109 Tavolaro P Pereira IMTB Pelicioni MCF Oliveira CA F Empowerment as a

way to prevent work-related health conditions in slaughterhouse workers Rev

Sauacutede Puacuteblica [serial on the Internet] 2007 Apr 41(2)307-312

110 Vieira ER Work-related low back disorders in nurses frequency of

occurrence causes and prevention (reprint) allnursescom Nursing for Nurses

27 Aug 2006

111 Shawn WS Feuerstein M Lincoln AE Miller VI Wood PM Case management

services for work related upper extremity disorders integrating workplace

accommodation and problem solving AAOHN Journal 200149 (8)378-89

112 Spekle EM Hoozemans MJ Blatter BM Heinrich J van der Beek AJ Knol

DL Bongers PM van Dieen JH Effectiveness of a questionnaire based

intervention programme on the prevalence of arm shoulder and neck

symptoms risk factors and sick leave in computer workers a cluster

randomised controlled trial in an occupational setting BMC Musculoskelet

Disord 2010 11(1) 99

113 Monsivais DB Monsivais JJ Christensen M Treatment for clients with

cumulative trauma disorders using an educational model to communicate

choices AAOHN J 1993 41(12) 587-91

114 Serapioni M Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em

sauacutede algumas estrateacutegias para a integraccedilatildeo Ciecircnc sauacutede coletiva [online]

2000 5(1) 187-192

115 Minayo MC Sanches O Quantitativo-qualitativo oposiccedilatildeo ou

complementaridade Cad deSauacutedePuacuteblica19939(3)239-262

116 Morse JM A review committees guide for evaluating qualitative proposals

Qualitative Health Research 2007 13(1) 833-851

137

117 Moehr JR Evaluation salvation or nemesis of medical informatics

Computers in biology and medicine 2002 32 113-25

118 Santos SR Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomeacutedica

Sociedade Brasileira de Pediatria Jornal de Pediatria 1999

119 Pinheiro FA Troacuteccoli BT Carvalho CV Validaccedilatildeo do questionaacuterio noacuterdico de

sintomas osteomusculares como medida de morbidade Rev de Sauacutede Puacuteblica

36 (3) 307-312

120 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinatildeo I Quaresma MRl Traduccedilatildeo para

a liacutengua portuguesa e validaccedilatildeo do questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) Rev Bras Reumatol 1999 39(3)143-

150

121 Leininger M Qualitative research methods in nursing Orlando Grune amp

Stratton 1985 cap 3 p 33-71 Ethnography and ethnonursing models and

modes of qualitative dada analysis

122 Spradley J The Ethnographic Interview New York Holt Rinehart and

Winston 1979

123 Laplantine F Aprender antropologia Satildeo Paulo Brasiliense 1994

124 Aamodt AM Ethnography and Epistemology Generanting Nursing

Knowledge IN Morse JM Qualitative nursing research a contemporaty issue

Newbury Parke Sage 1991

125 Krueger RA Focus group a practical guide for applied esearch Newbury

Park Sage 1988 - Morgan DL (ed) Successful focus group advancing the

state o the art Newbury Park Sage 1993

138

126 Dawson S Manderson L e Tallo VL 1993 A manual for the use of focus

groups Methods for Social Research in Disease Boston World Health

Organization

127 Carlini-Cotrim B Potencialidades da teacutecnica qualitativa grupo focal em

investigaccedilotildees sobre abuso de substacircncias Rev Sauacutede Puacuteblica 1996 30(3)

285-93

128 Veiga L Gondim S M G A utilizaccedilatildeo de meacutetodos qualitativos na Ciecircncia

Poliacutetica e no Marketing Poliacutetico Opin Publica 2001 7(1) 1-15

129 Pizzol SJS Combinaccedilatildeo de grupos focais e anaacutelise discriminante um meacutetodo

para tipificaccedilatildeo de sistemas de produccedilatildeo agropecuaacuteria Rev Econ Sociol

Rural 2004 42(3) 451-468

130 Barbour RS Kitzinger J Developing focus group research London Sage

1999

131 Lefevre AMC Lefevre F Cardoso MRL Mazza MMPR Assistecircncia puacuteblica agrave

sauacutede no Brasil estudo de seis ancoragensSaude soc [online] 2002 11(2)

35-47

132 Alves-Mazzotti AJ Gewandsznajder F O meacutetodo nas ciecircncias naturais e

sociais pesquisa quantitativa e qualitativa 2ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Pioneira

2004

133 Szymanski H (Org) Almeida LR Prandini RCAR A entrevista na pesquisa

em educaccedilatildeo a praacutetica reflexive Brasiacutelia Editora Plano 2002

134 Kuorinka I Jonsson B Kilbom A Vinterberg H Biering-Sorensen F

Andersson G et al Standardised Nordic questionnaires for the analysis of

musculoskeletal symptoms ApplErgon 1987

139

135 Bergqvist V Wolgast E Nilsson B Voos M The influence of VDT work on

musculoskeletal disorders Ergonomics 199538754-62

136 Toomingas A Theorell T Michesen H Nordemar R Associations between

self-rated and psychosocial work conditions and musculoskeletal symptoms and

signs Scand J Work Environ Health 199723130-9

137 Ware JE Sherbourne CD The MOS ndash 36 item Short Form Health Survey (SF

ndash 36) conceptual framework and item selection MedCare 1992 30473-483

138 Viacava F Informaccedilotildees em sauacutede a importacircncia dos inqueacuteritos

populacionais Ciecircnc sauacutede coletiva 2002 7607-621

139 Aranha LLM Miroacuten Canelo JA Alonso Sardoacuten M Del Pino Montes J Saacuteenz

Gonzaacutelez MC Qualidade de vida relacionada agrave sauacutede em espanholas com

osteoporose Rev Sauacutede Puacuteblica [online] 200640(2) 298-303

140 Puglisi ML Franco B Anaacutelise de conteuacutedo 2 ed Brasiacutelia Liacuteber Livro 2005

141 Houaiss A Villar MS Minidicionaacuterio Houaiss de liacutengua portuguesa Rio de

Janeiro Objetiva 2004

142 Alves M Motivos de licenccedilas meacutedicas em um hospital de urgecircncia-

emergecircncia Rev Bras Enferm 2006 mar-abr 59(2) 195-200

143 Cecirca GSS Murofuse NT Associaccedilatildeo dos Portadores de LER (AP-LER) na luta

pelos direitos dos trabalhadores de frigoriacuteficos do oeste do Paranaacute In

TUMOLO Paulo Sergio BATISTA Roberto Leme Trabalho economia e

educaccedilatildeo perspectivas do capitalismo global Praacutexis 2008 421-436

144 Nielsen K Trinkoff A Applying ergonomics to nurse computer workstations

review and recommendations Comput Inform Nurs 2006 21(3)150-157

2003

140

145 Guedes EM Distuacuterbios osteomusculares e o trabalho de enfermagem

hospitalar estudos com auxiliares de enfermagem em unidade de ortopedia

Rio de Janeiro 2000

146 Murofuse NT Marziale MHP Doenccedilas do sistema osteomuscular em

trabalhadores de enfermagemRev Latino-Am Enfermagem [online] 2005

13(3)364-373

147 Pheasant S Stubs D Back pain in nurses epidemiology and risk assessment

Appl Erg 1992 23(4) 226-232

148 Sahrmann AS Diagnoacutestico e Tratamento das Siacutendromes de disfunccedilatildeo

motora Siacutendromes de Disfunccedilatildeo Motora da Cintura Escapular Ed Santos

2006

149 Alexandre NMCA Angerami ELSA Estilo de vida e trabalho do pessoal de

enfermagem e a ocorrecircncia de cervicodorsolombalgias Rev Latino am

Enfermagem 1995 3(1)121-128

150 Maciel RH Prevenccedilatildeo da LERDORT o que a ergonomia pode oferecer In

Cadernos de sauacutede do trabalhador 2000 Disponiacutevel

emlthttpwwwinstcutorgbrpub8htmgt Acesso em 17 dez 2010

151 Silva VEF O desgaste do trabalhador de enfermagem relaccedilatildeo trabalho de

enfermagem em sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Tese [Doutorado em

Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 1996

152 Robazzi MLCC Marziale MHP Alguns problemas ocupacionais decorrentes

do trabalho de enfermagem no Brasil Rev Bras Enfermagem 1999 52(3)331-

8

153 Rocha AM Fatores ergonocircmicos e traumaacuteticos envolvidos na ocorrecircncia de

dor nas costas em trabalhadores de enfermagem Belo Horizonte Dissertaccedilatildeo

[mestrado em Enfermagem]- Universidade Federal de Minas Gerais 1997

141

154 Froemming MB Proposta de melhoramentos do equipamento de

transferecircncia visando o conforto do idoso e do cuidador Santa Maria (RS)

Dissertaccedilatildeo [mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo]-Universidade Federal de

Santa Maria 2004

155 Larese F Fiorito A Musculoskeletal disorders in hospital nurses a

comparison between two hospitals Ergonomics 1994 37(7)1205-11

156 UNIVERSITY OF SURREY Ergonomics Research Unit Back pain in nurses

Guildford 1986 WORLD HEALTH ORGANIZATION Identification and control

of work-related diseases Geneva 1985 (Techn Rep Ser 714)

157 WORLD HEALTH ORGANIZATION Occupational hazards in hospitals

Copenhagem 1981 (EURO Reports and Studies 80)

158 Parada EO Alexandre NMC Benatti MCC Lesotildees ocupacionais afetando a

coluna vertebral em trabalhadores de enfermagem RevLatAmEnferm

200210(1)64-9

159 Barboza DB Soler ZASG Afastamentos do trabalho na enfermagem

ocorrecircncias com trabalhadores de um hospital de ensino Rev Lat Am Enferm

2003 1(2)177-83

160 BELL F Ergonomic aspects of equipament Int J Nurs Stud 1987 24(4)

331-7

161 McAtamnney L Hignett S A space to move in Nurs Times 1993 89(18) 44-

6

162 Magnago TSBS Lisboa MTL Souza IEO Moreira MC Distuacuterbios muacutesculo-

esqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem associaccedilatildeo com condiccedilotildees de

trabalho [revisatildeo] Rev Bras Enferm 200760(6)701-5

142

163 Salvage J The theory and pratice of the new nursing Nursing Times 1990

42-45

164 Martins MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em

ambiente hospitalar Escola Superior de Enfermagem de Vise 2003

165 Estryn-Behar M Poinsignon H Travailler agrave lhocircpital Paris Berger-Levrault

1989

166 Mauro MIC Marques SC Gomes AMT Ferreira SS Introduccedilatildeo agrave anaacutelise

ergonocircmica um estudo da postura corporal de um profissional de enfermagem

Rev Enferm UERJ 200210(1)29-32

167 Gonccedilalves JRS Melo EP Lombas SRL Mariano CS Barbosa L Chillida

MSP Causas de afastamento entre trabalhadores de enfermagem de um

hospital puacuteblico do interior de Satildeo Paulo REME Rev Min Enferm

20059(4)309-14

168 Mello MC Fugulin FMT Gaidzinski RR O tempo no processo de trabalho em

sauacutede uma abordagem socioloacutegica Acta Paul Enferm 200720(1)87-90

169 Lagerstroumlm M Wenemark M Hagberg M Hjelm EW Occupational and

individual factors related to musculoskeletal symptoms in five body regions

among Swedish nursing personnel Int Arch Occup Environ Health

199568(1)27-35

170 Druhle M Le travail eacutemotionnel dans la relation soignante professionnelle

dans Professions et institutions de santeacute face agrave lrsquoorganisation du travail

Rennes Edition de lrsquoENSP 2000

171 Tomasi NGS Gueacuterios EMG Fontes de estresse na equipe multiprofissional

na unidade de terapia intensiva pediaacutetrica Curitiba (PR) (sd) (mimeografado)

143

172 Shimizu HE Ciampone MHT Sofrimento e prazer no trabalho vivenciado

pelas enfermeiras que trabalham em unidade de terapia intensiva em um

hospital escola Rev Esc Enfermagem USP 1999 junho-agosto 33(1)95-106

173 Schwartz S O estresse e como viver com ele implicaccedilotildees para a praacutetica de

enfermagem In Shumaker WC Tratado de Terapia Intensiva Satildeo Paulo

Panamericana 1992

174 Oliveira Junior JF O Grupo como uma matriz familiar de Foulkes Cortesatildeo

aos dias atuais Trabalho apresentado no XII Congresso Luso-Brasileiro de

Psicoterapia de Grupo e Grupanaacutelise Lisboa-Portugal 2005

175 Minayo MCS O desafio do conhecimento Satildeo Paulo-Rio de Janeiro Ed

Hucitec- Abrasco 2000

176 Snoek FJ Breaking the barriers to optimal glycaemic control - what physicians

need to know from patients perspectives Int J ClinPract Suppl 2002 (129)80-

4

177 DowieRs Tannahil C Tannahil A Heath promotion models and values 2nd

ed Oxford Oxford University Press 1996

178 Manfredi SM Trabalho qualificaccedilatildeo e competecircncia profissional das

dimensotildees conceituais e poliacuteticas Educ Soc [Internet] 1998 [acesso 2009 Fev

10] 19(64) [25p] Disponiacutevel em httpwwwscieloorg

179 Leacutevy P Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 1999

180 Leacutevy P A Inteligecircncia coletiva por uma antropologia do ciberespaccedilo 3a ed

Satildeo Paulo Ediccedilotildees Loyola 1994

181 Chwartzmann L Estreacutes laboral siacutendrome de desgaste (quemado) depresioacuten

iquestestamos hablando de lomismo CiencTrab 2004 6174-84

144

182 Maslach C Goldberg J Prevention of burnout new perspectives Appl Prev

Psychol 1998 763-74

183 IacovidesA Fountoulakis KN Kaprinis S Kaprinis G The relationship

between job stress burnout and clinical depression J Affect Disord 2003

75209-21

184 Tena PS Soriano JS Bernal JS Mulet EM Muntildeoz CR Garciacutea MG et al

Desgaste profesional em los meacutedicos de atencioacuten primaria de Barcelona

Medifam 2002 1217-25

185 Bianchini MM El Siacutendrome Del Burnout em personal profesional de La salud

Med Leg 1997 13(14)189-92

186 Goacutemez MMN Dodino CN Aponte CF Caycedo CE Riveros MP Martiacutenez

MPM et al Relacioacuten entre perfil psicoloacutegico calidad de vida y estreacutes asistencial

em personal de enfermeriacutea Revista Universitas Psychologica 2005 463-75

187 Alpi SV Floacuterez LA El siacutendrome Del Burnouten una muestra de auxiliares de

enfermeriacutea um estuacutedio exploratorio Revista Universitas Psychologica 2004

335-45

188 Moreira S Magnago RF Sakae TM Magajewski FRL Prevalecircncia da

siacutendrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de

grande porte da Regiatildeo Sul do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica [serial on the

Internet] 2009 July 25(7) 1559-1568

189 MerchaacutenndashHamann E Os ensinos da educaccedilatildeo para a sauacutede na prevenccedilatildeo de

HIV-Aids subsiacutedios teoacutericos para a construccedilatildeo de uma praacutexis integral Cad

Sauacutede Puacuteblica 1999 15 Supl (2)85-9

190 Tones BK Tilford S Robinson YK Health education effectiveness and

efficiency London Chapman Hall 1991

145

191 Schraiber LB Medicina tecnoloacutegica e praacutetica profissional contemporacircnea

novos desafios outros dilemas Satildeo Paulo Tese [livre-docecircncia]-Faculdade de

Medicina Universidade de Satildeo Paulo 1997

192 Carvalho DV Lima EDRP Sintomas fiacutesicos de estresse na equipe de

enfermagem de um centro ciruacutergico Rev Nursing 2001 mar4(34)31-4

193 Haddad MCL Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem Rev

Espaccedilo Sauacutede 2000 jun1(2)75-88

194 Barboza DB Afastamentos do trabalho na enfermagem de um hospital geral

no periacuteodo de 1995 a 1999 [dissertaccedilatildeo] Satildeo Joseacute do Rio Preto Faculdade de

Medicina de Satildeo Joseacute do Rio Preto 2001

195 Nunes MBG Mauro MYC Cupello AJ Estresse nos trabalhadores de

enfermagem estudo em uma unidade de psiquiatria In Anais do VI Congresso

Latino Americano de Ergonomia ABERGO 2001 2 a 15 de setembro de 2001

Gramado RS

196 Pereira MCA Faacutevero N A motivaccedilatildeo no trabalho da equipe de enfermagem

RevLatinoam Enfermagem 2001 jul9(4)7-12

197 Rio RP O fasciacutenio do stress vencendo desafios num mundo em

transformaccedilatildeo Rio de Janeiro QualityDunya 1996

198 Lima Jr JH Eacutesther AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem

Rev Adm Empresas 2001 julset41(3)20-30

199 Baiardi F Esposit ED Cocechi R Fabri A Sturani Valpiani G et al Effects of

clinical and individual variables on quality of life in chronic renal failure patients

J Nephrol 2002 january 15(1)61- 7

146

200 Bellusci SM Fischer FM Envelhecimento funcional e condiccedilotildees de trabalho

em servidores forenses Revista de Sauacutede Puacuteblica 1999 33(6) 602-609

201 Lentz RA Costenaro RGS Gonccedilalves LHT Nassar SM O profissional de

enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas

dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem 2000

ago8(4)7-14

202 Bettarello PA Saut TB Analise dos resultados do questionaacuterio sobre a

qualidade de vida ndash SF 36 apoacutes aplicaccedilatildeo dom liangong em 18 terapias e

ginaacutestica laboral em funcionaacuterios do setor de editoraccedilatildeo do centro universitaacuterio

claretiano de batatais Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em

Fisioterapia) ndash Centro Universitaacuterio Claretiano Batatais SP 2006

203 Almeida CB Pagliuca LMF Leite ALAS Acidentes de trabalho envolvendo os

olhos avaliaccedilatildeo de riscos ocupacionais com trabalhadores de enfermagem

Revista Latino-Americana Enfermagem [online] 2005 13(5) 708-716

204 Franco GP Barros ALBL Nogueira-Martins LA Qualidade de vida e sintomas

depressivos em residentes de enfermagem Rev Latino-Am Enfermagem

2005 13(2) 700-708

205 Pimenta FAP et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida de aposentados com a

utilizaccedilatildeo do questionaacuterio SF-36 Rev Assoc Med Bras [online] 2008

54(1)55-60

206 Nishide VM Benatti MCC Riscos Ocupacionais entre trabalhadores de

enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Enfermagem

USP Ribeiratildeo Preto 2004 38(4)406-14

207 Laurell AC Noriega M Processo de produccedilatildeo e sauacutede trabalho e desgaste

operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

147

208 Cooper CL Identifying workplace stress costs benefits and the way forward

Proceedings of the European Conference on Stress at Work a call for action

1993 Nov 9-10 Brussels BE Brussels European Foundation for the

improvement of living and working conditions 1993

209 Moraes LFR Swan JA Cooper CL A study of occupational stress among

government white-collar workers in Brazil using the occupational stress

indicator Stress Med1993991-104

210 Freitas MEacuteA Mindori E Promovendo a Qualidade de Vida experiecircncia

vivenciada com cuidadores de enfermagem de um hospital universitaacuterio do

municiacutepio de Belo Horizonte In 12ordm Seminaacuterio Nacional de Pesquisa em

Enfermagem 2003 Porto Seguro Anais do 12ordm SENPE Brasilia ABEn

Nacional 2003

211 Walsh IAP Oishi J Coury HJCG Clinical and functional aspects of work-

related musculoskeletal disorders among active workers Rev Sauacutede Puacuteblica

2008 42(1)108-16

212 Silva DMPP da Marziale MHP Absenteiacutesmo de trabalhadores de

enfermagem em um Hospital Universitaacuterio Rev latino-am enfermagem 2000

8(5)44- 51

213 Calavaro CG Riveros MS Orellana AL Transtornos musculoesqueleacuteticos de

espalda lumbar em trabajadores de la salud de la comuna rural de Til Til Cuad

Meacuted Soc (Chile) 2007 47(2)68-73

214 Borges A Maizlish N Loreto V Lumbalgia ocupacional em enfermeras

venezolanas Salud de los trabajadores 2004 12(1)19-32

215 Brandatildeo AG Horta BL Tomasi E Sintomas de distuacuterbios osteomusculares

em bancaacuterios de Pelotas prevalecircncia e fatores associados Ver Bras Epidemiol

20058(3)295-05

148

216 Gurgueira GP Alexandre NMC Correa HR Filho Prevalecircncia de sintomas

muacutesculo ndash esqueleacuteticos em trabalhadoras de enfermagem Rev Latino-am

Enfermagem 200311(5)608-13

217 Queiroacutes PPJ Carga Fiacutesica Riscos Ocupacionais nos Enfermeiros Rev Sinais

Vitais 1996 (6)35-40

218 Barros ENC Alexandre NMC Cross-cultural adaptation of the Nordic

musculoskeletal questionnaire Int Nurs Review 200350(2)101-8

219 Trelha CS Carvalho RP Franco SS Nakaoski T Broza TP Faacutebio Tl Arte e

sauacutede frequecircncia de sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos em muacutesicos da orquestra

sinfocircnica da Universidade Estadual de Londrina Semina Ciecircncias Biol Sauacutede

2004 2565-72

220 Devereux JJ Vlachonikolis IG Buckle PW Epidemiological study to

investigate potential interaction between physical and psychosocial factors at

work that may increase the risk of symptoms of musculoskeletal disorder of the

neck and upper limb Occup Environ Med [on line] 2002 59 269-77

Disponiacutevelemlthttpoembmj comcgicontentfull594269gt [2011 Jan 21]

221 Salve MGC Theodoro PFR Sauacutede do trabalhador arelaccedilatildeo entre ergonomia

atividade fiacutesica e qualidade de vida Salusvita 200423(1)137-46

222 Gamperine M Stigum H Work related risk factors for musculoskeletal

complaints in the spinning in Lithuania Occup Environ Meacuted 199956411-6

149

ANEXOS

150

ANEXO 1

Cartaz convite para os Teacutecnicos de Enfermagem

151

ANEXO 2

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Paacutegina 1 de 2

Pesquisador Geraldo Magella Teixeira fone +82 8821-0199 correio eletrocircnico

magellafisioyahoocombr Universidade Estadual em Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

Proacute-reitoria de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Rua Doutor Jorge de Lima 113 3O andar Trapiche da

Barra Maceioacute AL CEP 57010-382

Eu_________________ __________________________________ brasileiro (a)

portador do documento de identidade ___________ SSP-____residente na

Rua (Av) ________________________________ nordm____Bairro________________

na cidade de ________________________

DECLARO na condiccedilatildeo do sujeito da pesquisa que fui convidado (a) a participar da

pesquisa intitulada Proposiccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo para

prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem desenvolvido pelo

pesquisador Geraldo Magella Teixeira Fui devidamente informado (a) pelo

pesquisador que o objetivo da pesquisa eacute o de Propor e avaliar a efetividade de um

programa educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT para teacutecnicos de enfermagem fui

informado (a) ainda que a pesquisa possui riscos para minha pessoa sobretudo no

que diz respeito a possiacuteveis perseguiccedilotildees que poderei sofrer por parte de meus

superiores imediatos uma vez que seratildeo tratadas questotildees que dizem respeito agraves

condiccedilotildees de trabalho fui informado (a) que medidas preventivas seratildeo adotadas para

anular eou amenizar esse risco a saber a minha identidade seraacute preservada o diaacuterio

onde o pesquisador faz suas anotaccedilotildees e as fitas gravadas seratildeo incinerados ao fim

da pesquisa

Fui esclarecido (a) que a pesquisa me beneficiaraacute na prevenccedilatildeo de LERDORT assim

como ajudaraacute tambeacutem aos teacutecnicos de enfermagem com a comprovaccedilatildeo de o efeito

preventivo nas LERDORT

Como responsaacutevel concordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo e sei que posso

retirar o meu consentimento a qualquer momento antes ou durante o transcurso da

pesquisa sem penalidades prejuiacutezo e perda de qualquer benefiacutecio que eu possa ter

adquirido

152

Sei tambeacutem que em caso de duacutevidas poderei chamar ou entrar em contato com o

pesquisador Geraldo Magella Teixeira pelo telefone (82) 8821- 0199 ou pelo endereccedilo

eletrocircnico magellafisioyahoocombr ou pelo seguinte endereccedilo fiacutesico Avenida

Amazonas 29101 ndash Prado MaceioacuteAL

Fui esclarecido (a) quanto aos aspectos da pesquisa

a) Seraacute criado com a participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem um programa de

educaccedilatildeo para prevenccedilatildeo de LERDORT O pesquisador avaliaraacute esse programa

aplicando dois questionaacuterios os quais eu serei convidado a responder Um dos

questionaacuterios avalia a minha qualidade de vida e o outro avalia as queixas de dor

durante o trabalho

b) O objetivo da pesquisa eacute propor e avaliar um programa educativo para prevenccedilatildeo

de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem

c) Riscos que corro perseguiccedilotildees por parte de seus superiores imediatos

d) No entanto beneficiaraacute mostrando a validade de um programa de prevenccedilatildeo de

LERDORT nos teacutecnicos de enfermagem

f) Serei acompanhado e avaliado sempre pelo mesmo pesquisador ou seja sempre

pela mesma pessoa

G) Terei a liberdade de recusar da participaccedilatildeo ou retirar meu consentimento em

qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem prejuiacutezo no desempenho

de minhas funccedilotildees

I) Custoreembolso para o participante natildeo haveraacute nenhum gasto financeiro com a

minha participaccedilatildeo como tambeacutem natildeo receberei nenhum pagamento com a minha

participaccedilatildeo

J) Caso eu sofra algum dano com nexo causal serei ressarcido de acordo com leis

vigentes

k) A pesquisa tem garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos

durante a pesquisa assegurando-me absoluta privacidade no entanto o pesquisador

torna expresso o comprometimento em tornar puacuteblico os resultados da pesquisa

sejam eles favoraacuteveis ou natildeo

DECLARO outrossim que apoacutes convenientemente esclarecido pelo termo de

consentimento e pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado consinto

voluntariamente a minha participaccedilatildeo nesta pesquisa

Maceioacute de de 2008

Assinatura do (a) Responsaacutevel Assinatura do Pesquisador

153

ANEXO 3

Questionaacuterio Noacuterdico de sintomas osteomusculares (QNSO)

154

ANEXO 4

VERSAtildeO BRASILEIRA DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Instruccedilatildeo Estas informaccedilotildees nos manteratildeo informados de como vocecirc se sente

e quatildeo bem vocecirc eacute capaz de fazer suas atividades de vida diaacuteria Responda

cada questatildeo marcando a resposta como indicado Caso vocecirc se sinta

inseguro ou em duvida como responder por favor tente responder da melhor

forma que puder

1 Em geral vocecirc diria que sua sauacutede eacute

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

2Compara da a um ano atraacutes como vocecirc classificaria sua sauacutede em geral

agora

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

3Os seguintes satildeo sobre atividades que vocecirc poderia fazer atualmente

durante um dia comum Devido a sua sauacutede vocecirc teria dificuldade para fazer

essas atividades Neste caso quanto

( circule um numero em cada linha)

Atividades Sim

Dificulta

muito

Sim

Dificulta

um

pouco

Natildeo

Natildeo

dificulta

nenhum

pouco

a Atividades vigorosas que exigem esforccedilo

tais como correr levantar objetos pesados

participar em esportes agraverduos

1 2 3

155

b Atividades moderadas tais como mover uma

mesa passar aspirados de poacute jogar bola

varrer a sala

1 2 3

c levantar o carregar mantimentos 1 2 3

d Subir vaacuterios lances de escada 1 2 3

e Subir um lance de escada 1 2 3

f Curvar-se ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g Andar mais de um quilocircmetro 1 2 3

h Andar vaacuterios quarteirotildees 1 2 3

i Andar um quarteiratildeo 1 2 3

j Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

1 Durante a ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diaacuteria regular como a

consequecircncia de sauacutede fiacutesica

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-se ao

seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras

atividades

1 2

e- teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades

( p ex necessitou de esforccedilo extra)

1 2

5 Durantes as ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diaacuteria como

consequumlecircncia de algum problema emocional ( com sentir-se deprimido ou

ansioso) (circule uma em cada linha)

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-

se ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

156

c- Natildeo trabalhou ou fez qualquer atividade com tanto

cuidado como geralmente faz

1 2

6 Durante as ultimas 4 semanas de que maneira sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais em

relaccedilatildeo agrave famiacutelia vizinhos amigos ou em grupo (circule uma)

De forma

nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7 Quanta dor no corpo vocecirc teve durante as ultimas semanas

Nenhuma Muito Leve Leve Moderada Grave Muito

Grave

1 2 3 4 5 6

8 Durante as ultimas 4 semanas quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)

De maneira

alguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9 Estas questotildees sobre como vocecirc se sente e como tudo tem acontecido com

vocecirc durante as ultimas 4 semanas Para cada questatildeo por favor decirc uma

resposta que mais se aproxime da maneira como vocecirc se sente Em relaccedilatildeo agraves

ultimas 4 semanas (circule um numero em cada linha)

Todo o

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a- Quanto tempo vocecirc

esta se sentindo cheio

1 2 3 4 5 6

157

de vigor cheio de

vontade cheio de

forccedila

b- Quando tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido

deprimido que nada

pode anima-lo

1 2 3 4 5 6

d- Quando tempo vocecirc

tem se sentindo calmo

ou tranquumlilo

1 2 3 4 5 6

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Alguma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

e- Quando tempo vocecirc

tem com muita energia

1 2 3 4 5 6

f- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

desanimado e abatido

1 2 3 4 5 6

g- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

esgotado

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa feliz

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido cansado

1 2 3 4 5 6

158

10 Durante as ultimas 4 semanas quanto do seu tempo a sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiam com suas atividades sociais ( como visitar

amigos parentes etc) (circule uma)

Todo tempo A maior parte

do tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma parte do

tempo

1 2 3 4 5

11 O quanto verdadeiro ou falso eacute cada uma das informaccedilotildees para vocecirc

Definitiva

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Natildeo

sei

A

maioria

das

vezes

falsas

Definitiva

mente

falsa

a- Eu acostumo adoecer um

pouco mais facilmente que as

outras pessoas

1 2 3 4 5

b- Eu sou tatildeo saudaacutevel quanto

qualquer outra pessoa que

conheccedilo

1 2 3 4 5

c- Eu acho que a minha sauacutede

vai piorar

1 2 3 4 5

e- Minha sauacutede eacute excelente 1 2 3 4 5

159

ANEXO 5

O Recurso Educativo

160

161

162

163

164

165

166

167

168

169

170

171

172

173

174

175

176

177

178

179

180

181

182

183

184

185

186

187

188

189

190

191

192

193

194

195

196

197

198

199

ANEXO 6

Formulaacuterios de coleta de dados

1 Identificaccedilatildeo do informante

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

2 Nome do pesquisador

3 Data de preenchimento

2 0 0

3 Gecircnero

1 Feminino

2 Masculino

4 Data de nascimento

1 1 9

5 Niacutevel de escolaridade

1 Analfabeto

2 Niacutevel fundamental

3 Niacutevel Meacutedio

4 Niacutevel Superior

6 Quantos anos trabalha como teacutecnico de enfermagem

200

1 Anos

2 Natildeo sei

7 Sente doresdurante o trabalho

1 Sim

2 Natildeo

8 Setor de Trabalho

1 Pediatria

2 Unidade adulta

3 UTI

4 Central de esterelizaccedilatildeo

5 Pronto atendimento

6 Laboratoacuterio

7 Farmaacutecia

8 Outros

Perguntas Norteadoras da entrevista

O que vocecirc entende por LERDORT natildeo precisa ser o conceito e sim o

que vem na sua cabeccedila

Como prevenir LERDORT no trabalho

Haacute alguma relaccedilatildeo da LERDORT com o trabalho do teacutecnico de

enfermagem

Como vocecirc percebe seu corpo nesse contexto

Quais estrateacutegias vocecirc sugere para amenizar o problema

201

ANEXO 7

Aprovaccedilatildeo do CEP UNCISAL

202

ANEXO 8

Aprovaccedilatildeo do CEP UNIFESP

203

Page 6: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de

VI

DEDICATOacuteRIA

VII

Aos meus pais (in memorian) Benedito Teixeira e Maria Joseacute da Silva Teixeira os quais com suas atitudes de carinho liberdade e simplicidade proporcionaram-me forccedilas para a superaccedilatildeo dos inuacutemeros desafios da vida

VIII

AGRADECIMENTOS

IX

Tempo de congregar razatildeo e sentimento

Eacute hora de agradecer e valorizar aqueles que me acompanharam nesta

imersatildeo pelos trilhos do saber Neste periacuteodo submeti-me a crises socialmente

programadas pelo campo cientiacutefico incorporando novos coacutedigos discutindo

novas questotildees e descobrindo maneiras de resolver os problemas que se

colocavam quer nas disciplinas cursadas quer na pesquisa ou ainda na

elaboraccedilatildeo da tese e nas inuacutemeras idas e vindas entre a Terra da Garoa e

Terra dos Marechais

Ao longo desse percurso contei com o apoio de profissionais jaacute

consagrados na aacuterea acadecircmica o que me estimulou a percorrer o caminho da

Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ao mesmo tempo fiquei na dependecircncia da presenccedila paciente

generosa e constante daqueles que fazem parte da minha vida pessoal

compartilhando anguacutestias ausecircncias e tambeacutem descobertas e assim me

recompondo das tensotildees inerentes agraves etapas do fazer cientiacutefico

Tendo vencido desafios e momentos de provaccedilotildees o que me resta eacute a

sensaccedilatildeo de que o processo criativo vem acompanhado por ambiguidades De

um lado expressa-se um sentimento de prazer ao ver nascer o resultado de

um parcimonioso trabalho de outro insinua-se certa melancolia que se traduz

nos limites agora impressos no texto e dispersos numa sucessatildeo mnemocircnica

de imagens presentes em mim Eacute o sentimento de quem eacute perfeccionista e

considera que a obra natildeo estaacute pronta

Nesse turbilhatildeo simultaneamente emerge ainda um sentimento de

satisfaccedilatildeo atenuam-se ansiedades por ter chegado agrave reta final por ter ousado

e cumprido o que me propus

Concebo desse modo meu estudo com emoccedilatildeo e a infinita gratidatildeo a

todos que de um jeito ou de outro contribuiacuteram para a sua realizaccedilatildeo e eacute com

este sentimento que termino esta tese

Agradeccedilo a Deus que me cobre de becircnccedilatildeos e sempre estaacute ao meu

lado Tenho plena e absoluta certeza disso

X

Agradeccedilo de modo muito especial a todos os teacutecnicos de enfermagem

que se dispuseram e constituiacuteram o material humano deste trabalho

Ao meu orientador Prof Dr Nildo Batista pela disposiccedilatildeo em orientar

este trabalho por sua presenccedila durante todo o processo de elaboraccedilatildeo deste

estudo Minha admiraccedilatildeo respeito e o meu profundo agradecimento ao Mestre

do ofiacutecio que me conduziu neste ritual de passagem com criacutetica minuciosa

indicando caminhos o que muito contribuiu para a realizaccedilatildeo desta tese

Aacute Professora Dra Almira Alves dedicada para ensinar e compreensiva

dos limites dos neoacutefitos com quem troquei muitas ideias a respeito do material

de pesquisa e da vida Meus agradecimentos agrave apaixonada pela academia

sedutora da arte de se Educar em Sauacutede vocecirc me indicou caminhos e

preciosas sugestotildees

Aos companheiros da PROEXUNCISAL sei que vocecircs estatildeo na torcida

Foi importante dividir ansiedades e alegrias

Ao meu filhosobrinho Samuel que vai descobrindo a vida e se

descobrindo Espero que faccedila suas descobertas do seu modo com suas

inquietaccedilotildees e questionamentos do jeito de quem eacute muito jovem Obrigado por

permitir com que eu reflita e revele as minhas experiecircncias Sobretudo que as

troque e as renove constantemente Com vocecirc aprendo a cada dia

Agraves pessoas da minha famiacutelia povo de jeito mineiromatuto gente amiga

e carinhosa que sabe cuidar e fazer florescer sentimentos () o trem mais

valoroso do mundo eacute o amor

Ao amigo e irmatildeo Marcus Aureacutelio por estar sempre disponiacutevel para

atender minhas solicitaccedilotildees eou anguacutestias pessoais e acadecircmicas e por sua

amizade dedicaccedilatildeo e cumplicidade

Aos Professores Doutores membros da banca avaliadora por suas

contribuiccedilotildees preciosas e pertinentes para a consecuccedilatildeo desta tese

Aos amigos George Vannessa e Goretti que deram o start

companheiros de profissatildeo e de trabalho com quem tanto aprendo

Aos Professores e Funcionaacuterios da Universidade Federal de Satildeo Paulo

pela forma carinhosa e profissional como sempre me receberam

XI

SUMAacuteRIO

XII

SUMAacuteRIO

Dedicatoacuteria VII

Agradecimentos VIII

Resumo XIV

Abstract XVII

Abreviaturas XVIII

Lista tabela XX

Lista graacuteficos XXII

Lista de quadros XXIV

1 Introduccedilatildeo 28

11 As origens da Pesquisa 29

12 A contextualizaccedilatildeo do objeto 30

2 Referencial Teoacuterico 34

21 A sauacutede do trabalhador como questatildeo social 35

22 Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no trabalho 37

23 O processo de trabalho como determinante do processo sauacutede-doenccedila em enfermagem 42

231 LERDORT e absenteiacutesmo no trabalho 52

232 LERDORT e as poliacuteticas trabalhistas 55

24 A educaccedilatildeo em sauacutede na LERDORT 56

3 Objetivos 65

31 Objetivo geral 66

32 Objetivos Especiacuteficos 66

4 Metodologia 67

41 Fundamentaccedilatildeo metodoloacutegica 68

42 O contexto da pesquisa 69

43 Populaccedilatildeo de estudo 71

44 Os instrumentos de coleta de dados 73

XIII

441 Primeira Etapa 74

441 1 Observaccedilatildeo etnograacutefica 74

4412 Entrevista de aprofundamento 76

4413 Grupo Focal 77

442 Segunda Etapa 80

4421 Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) 81

4422 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (SF-36) 83

45 Anaacutelise dos dados 84

46 Aspectos eacuteticos 86

5 Resultados e discussatildeo 88

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do teacutecnico de enfermagem 90

52 Uma proposta de educaccedilatildeo em sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do

teacutecnico de enfermagem

101

53 A qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa 107

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho em teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

113

6 Consideraccedilotildees Finais 119

7 Referecircncias 123

8 Anexos 149

81 Cartaz Convite 150

82Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 151

83 Questionaacuterio Noacuterdico 153

84 Versatildeo Brasileira de Qualidade de Vida SF-36 154

85 O Recurso Educativo 159

86 Formulaacuterio de coleta de dados 199

87 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNCISAL 201

88 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNIFESP 202

XIV

RESUMO

XV

A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um campo multifacetado para o qual concorrem inuacutemeras concepccedilotildees das aacutereas tanto da educaccedilatildeo quanto da sauacutede as quais espelham diferentes compreensotildees do mundo demarcadas por distintas posiccedilotildees poliacutetico-filosoacuteficas sobre o homem e a sociedade Sua praacutetica na sauacutede ocupacional favorece e potencializa a adaptaccedilatildeo harmocircnica do indiviacuteduo ao meio laboral e potencializa as relaccedilotildees com os outros com o espaccedilo e o tempo elementos indispensaacuteveis para o sucesso no autogerenciamento na prevenccedilatildeo das LERDORTs Esta pesquisa procurou compreender juntamente com um grupo de teacutecnicos de enfermagem que trabalham em Hospital Puacuteblico do Nordeste do Brasil o significado da questatildeo LERDORT sobretudo nos aspectos preventivos e ainda propor e avaliar um recurso educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das necessidades e da interaccedilatildeo com os sujeitos Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e quantitativas Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo e elaborar um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo de suas praacuteticas nessa etapa foram utilizadas as teacutecnicas da observaccedilatildeo etnograacutefica e grupo focal A segunda etapa da pesquisa correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida como a percepccedilatildeo aacutelgica nesta etapa foram utilizados os instrumentos Questionaacuterio Noacuterdico (QNSO) e Questionaacuterio de Qualidade de Vida (SF 36) Participaram 70 teacutecnicos de enfermagem e esses foram divididos aleatoriamente em dois subgrupos os primeiros trinta e cinco sujeitos participantes da primeira etapa e os restantes participaram da segunda etapa Foi possiacutevel compreender que os Teacutecnicos de Enfermagem possuem mesmo que intuitivamente saberes sobre a questatildeo LERDORT e satildeo capazes de contribuir positivamente no construto de recurso Apoacutes a participaccedilatildeo no programa educativo foi possiacutevel observar que o recurso construiacutedo a partir da fala dos participantes eacute capaz de interferir positivamente na qualidade de vida e na percepccedilatildeo da sintomatologia aacutelgica A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas em Sauacutede na ambiecircncia laboral com teacutecnicos de enfermagem sobre este tema mostra-se como uma estrateacutegia a ser valorizada na prevenccedilatildeo das LERDORTs

PALAVRAS-CHAVE Educaccedilatildeo em Sauacutede LERDOERT Enfermagem Prevenccedilatildeo Clima Organizacional

XVI

ABSTRACT

XVII

Health education is a multifaceted field for which many competing conceptions both areas of education and health reflecting different understandings of the world framed by distinct political-philosophical views on man and society Its practice in occupational health promotes and enhances the harmonious adaptation of the individual in the work environment and enhances relationships with others with space and time essential elements for success in self-management in the prevention of RSI This research sought to understand along with a group of practical nurses who work in Public Hospitals of Northeast Brazil the meaning of the issue RSI especially in the preventive aspects and also propose and evaluate an educational resource in the prevention of RSI for these professionals built from the needs and interaction with the participants For this research we opted for a descriptive-analytic methodology assuming the complementarity of qualitative and quantitative approaches This research was composed for two distinct stages The first stage corresponded to the proposed methodological approach that aimed to know the subjects of research and develop an educational program that potentially triggers on the transformation of their practices this step was used the techniques of ethnographic observation and focus groups The second stage of the study corresponded to the proposed methodological approach that aimed to evaluate the changes induced by the educational program developed specifically in relation to different dimensions of quality of life as a painful perception this stage were used tools Nordic Questionnaire (QNSO) and Questionnaire Quality of Life (SF 36)Participated 70 nursing technicians and these were divided randomly into two subgroups the first thirty-five subjects in the first stage and the other participated in the second step It was possible to understand that nursing technicians have although intuitively knowledge on the issue RSI and are able to positively contribute to the construct of resource After participating in the educational program was possible to observe that the action constructed from the speech of the participants is able to positively affect the quality of life and perception of pain symptoms The use of health education in the ambience with nursing technicians working about this theme shows up as a strategy to be valued in the prevention of RSI KEYWORDS Health Education RSI Nursing Prevention Organizational Climate

XVIII

ABREVIATURAS

XIX

AL Alagoas

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

CEP Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CVM Contraccedilatildeo Voluntaacuteria Maacutexima

DORT Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

EPI Equipamento de proteccedilatildeo individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

LER Lesotildees por esforccedilos repetitivos de Sauacutede do trabalhador

MOI Modelo Operaacuterio Italiano

NOST Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador

NR32 Norma Regulamentadora 32

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

QNSO Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares

R$ Real

RF-36 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida

SGA Siacutendrome Geral de adaptaccedilatildeo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE Termo Consentimento livre e esclarecido

UNCISAL Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

UNIFESP Universidade Federal de Satildeo Paulo

URL Localizador Uniforme de Recursos

UTI Unidade de Terapia Intensiva

www Rede Mundial e Computadores (do inglecircs World Wide Web)

XX

TABELAS

XXI

Paacutegina

Tabela 1 72

Tabela 2 92

Tabela 3 113

Tabela 4 115

XXII

GRAacuteFICO

XXIII

Paacutegina

Graacutefico 1 109

XXIV

QUADROS

XXV

Paacutegina

Quadro 1 107

Quadro 2 110

XXVI

A Estrada

Vocecirc natildeo sabe O quanto eu caminhei

Praacute chegar ateacute aqui Percorri milhas e milhas

Antes de dormir Eu nem cochilei

Os mais belos montes Escalei

Nas noites escuras De frio chorei

A vida ensina E o tempo traz o tom

Praacute nascer uma canccedilatildeo Com a feacute do dia-a-dia

Encontro a soluccedilatildeo Quando bate a saudade

Eu vou pro mar Fecho os meus olhos

E sinto vocecirc chegar Vocecirc chegar

Letra Toni Garrido Lazatildeo Da Gama Bino

XXVII

28

INTRODUCcedilAtildeO

29

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 AS ORIGENS DA PESQUISA

O meu interesse pela temaacutetica educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na

sauacutede ocupacional iniciou-se no ano de 2001 quando um grupo de

trabalhadores na aacuterea da Sauacutede da Universidade Estadual de Ciecircncias da

Sauacutede de Alagoas (UNCISAL) solicitou-me acompanhamento para a realizaccedilatildeo

de Ginaacutestica Laboral

Para atender tal solicitaccedilatildeo enquanto Fisioterapeuta propus um

programa de Extensatildeo Universitaacuteria que tinha como intento assessorar tais

profissionais na compreensatildeo da gecircnese do adoecimento no ambiente de

trabalho bem como ajudaacute-los em relaccedilatildeo ao enfrentamento e superaccedilatildeo dos

problemas decorrentes dos esforccedilos pertinentes agraves condiccedilotildees de trabalho

Atuei enquanto Coordenador do Programa de Extensatildeo em diversos

setoresalas do Hospital bem como em vaacuterios setores da Universidade Tal

atuaccedilatildeo permitiu o contato direto com trabalhadores e alunos de graduaccedilatildeo

que relatavam interesse sobre a questatildeo os acadecircmicos mais precisamente

dos cursos de Graduaccedilatildeo em Fisioterapia e Terapia Ocupacional tambeacutem

apontavam dificuldades para conduzir adiante os estudos sobre o tema

No ano seguinte com o decorrer das atividades extensionistas

juntamente com o relato dos alunos da graduaccedilatildeo e dos servidores surgiu a

necessidade de aglutinar saberes praacuteticas e pessoas nesse intento fortaleceu-

se a adesatildeo dos acadecircmicos de Fisioterapia da UNCISAL e os mesmos

passaram a participar do programa mais efetivamente com isto o Programa de

Extensatildeo Universitaacuteria passou a funcionar tambeacutem como disciplina eletiva com

carga horaacuteria complementar na graduaccedilatildeo

A posteriori as atividades agora de extensatildeo e graduaccedilatildeo na

modalidade disciplina eletiva demandaram a necessidade de se entender mais

30

sobre o processo de Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede Ocupacional dessa forma

foi proposto e organizado um grupo de estudo sobre a temaacutetica Com essa

etapa o programa conseguia unir de forma prazerosa experiecircncias baseadas

no pressuposto do tripeacute universitaacuterio Extensatildeo Ensino e Pesquisa

Em seguida devido ao andamento dos estudos motivado pelo desejo

sempre ardente de ensinar e o interesse em me aprimorar e qualificar para o

bom exerciacutecio da docecircncia senti-me instigado a procurar um curso Stricto

Sensu que me trouxesse subsiacutedios para o ensino em Ciecircncias da Sauacutede com

uma visatildeo ampliada para aleacutem do ensino tecnicista e isto motivou essa

proposta agora posta

A minha experiecircncia na Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de

Alagoas (UNCISAL) como docente e extensionista mesclado com interesse

sobre o tema Educaccedilatildeo em Sauacutede e Sauacutede Ocupacional motivou os

questionamentos que trago a este trabalho

12 A CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO OBJETO

Este trabalho traz como objeto de pesquisa a Educaccedilatildeo em Sauacutede na

Sauacutede Ocupacional e a investigaccedilatildeo inscreve-se especificamente na Sauacutede

do Trabalhador Teacutecnico em Enfermagem com vistas a discutir o processo de

adoecimento bem como a prevenccedilatildeo por intermeacutedio de programa educativo

em uma equipe que trabalha em Hospital Puacuteblico especializado no cuidado de

portadores de doenccedilas infectocontagiosas

Os questionamentos que idealizaram o estudo remeteram agrave necessidade

de se pensar na construccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo na

prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das

necessidades e da anaacutelise situacional da realidade local dos sujeitos

envolvidos

Apesar da educaccedilatildeo em sauacutede relacionada com a LERDORT ser

amplamente discutida na literatura nacional e internacional o objeto dessa

pesquisa apresenta-se relevante desafiador e inovador pela ausecircncia de

31

investigaccedilotildees nesta populaccedilatildeo de trabalhadores podendo contribuir para o

aprimoramento profissional bem como na melhoria da assistecircncia prestada

Assim a busca de sentidos sobre o entendimento do processo de adoecimento

por parte dos teacutecnicos de enfermagem mostra-se relevante

A importacircncia deste trabalho estaacute tambeacutem em fomentar a reflexatildeo entre

profissionais de Enfermagem Fisioterapia e Recursos Humanos sobre o

processo de surgimento de queixas dolorosas na ambiecircncia laboral

entendendo que refletir sobre a proacutepria praacutetica jaacute eacute um meio de transformaacute-la

de forma a contribuir e atribuir acepccedilotildees que possam servir de ferramentas ao

grupo de estudo oferecendo suporte para a autonomia no autocuidado

A profissatildeo de enfermagem figura dentre as que tecircm maior

predisposiccedilatildeo a ao surgimento das DORTs1 isso ocorre devido agrave exposiccedilatildeo

ocupacional a diversos fatores de riscos existentes na ambiecircncia laboral bem

como agraves particularidades do processo de trabalho agravado muitas vezes pela

precariedade das condiccedilotildees deste Tais fatos fazem com que a lista de agravos

agrave sauacutede desse profissional seja volumosa2 A praacutetica de enfermagem expotildee

seus trabalhadores a fatores de risco e agravos agrave sauacutede presentes no

ambiente no processo e na organizaccedilatildeo de trabalho3

No exerciacutecio de enfermagem os profissionais estatildeo expostos natildeo soacute ao

trabalho fisicamente pesado que as tarefas peculiares da profissatildeo exigem

mas tambeacutem a um grande nuacutemero de eventos circunstacircncias e condiccedilotildees

inerentes a ele tais como transferecircncias e movimentaccedilotildees de pacientes e de

objetos pesados tomada de decisotildees conflitos interpessoais no trabalho entre

outros que requerem accedilotildees ou respostas que mitiguem as agressotildees posto

isso sugere-se que o trabalho de enfermagem favorece ao surgimento de

algias relacionadas ao trabalho principalmente na regiatildeo lombar ombros

coluna cervical e joelhos sendo a regiatildeo lombar a mais acometida2 Os

profissionais de enfermagem de niacutevel superior e meacutedio tecircm uma elevada taxa

de lesotildees dorsais45 e por isso se torna um grupo de interesse na sauacutede

ocupacional no que tange a educaccedilatildeo em sauacutede

Essa tambeacutem eacute uma observaccedilatildeo encontrada na literatura internacional e

estudos afirmam que realmente os profissionais da aacuterea de enfermagem

32

apresentam elevada prevalecircncia67 de dores relacionadas ao trabalho bem

como LERDORTs

Nos Estados Unidos pesquisa6investigou solicitaccedilotildees de indenizaccedilotildees

devido a lesotildees nas costas em 24 ocupaccedilotildees Esta pesquisa revelou que os

profissionais de enfermagem tecircm uma elevada taxa de lesotildees dorsais e que o

profissional de enfermagem de niacutevel meacutedio foi o grupo que ficou classificado

em primeiro lugar entre os 24 pesquisados

A dor lombar eacute um dos maiores problemas de sauacutede puacuteblica e tem

grande prevalecircncia em enfermeiros e auxiliares 8 9

A responsabilidade da equipe de enfermagem pelos cuidados integrais e

o nuacutemero reduzido de profissionais aumentam a carga fiacutesica e emocional num

ambiente em que a convivecircncia com o sofrimento e a finitude eacute constante

Podemos citar ainda como agravantes os deslocamentos as frequentes idas e

vindas para execuccedilatildeo de procedimentos laborais manuseios de materiais

delicados causando dano ao sistema musculoesqueleacutetico longos periacuteodos em

posturas incorretas agravadas pela inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio que geralmente

natildeo corresponde agraves medidas antropomeacutetricas dos trabalhadores a

organizaccedilatildeo do trabalho caracterizado por frequentes interrupccedilotildees para a

busca e procura de material ou de informaccedilotildees a implementaccedilatildeo constante de

novas tecnologias sem o devido treinamento causando ansiedade e

inadaptaccedilotildees acrescidos e agravados por fatores externos como a crescente

problemaacutetica do trajeto do profissional entre a residecircncia e o local de trabalho10

A inoacutepia de estudos traz como decorrecircncia grandes variaccedilotildees na

interpretaccedilatildeo do papel educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos

de enfermagem tal estudo pode amenizar incertezas acerca de instrumentos

auxiliares para prevenir doenccedilas e agravos ocupacionais nessa populaccedilatildeo

Eacute importante identificar e resolver ou minimizar problemas relacionados

aos riscos de estresse existentes na ambiecircncia de trabalho para que o

trabalhador de enfermagem seja protegido dos agravos agrave sua sauacutede enquanto

executa as tarefas pelas quais eacute responsaacutevel e possa prestar ao paciente uma

assistecircncia de qualidade11

33

Dessa forma parece ser oportuno discutir a incorporaccedilatildeo produccedilatildeo de

teorias metodoloacutegicas e modelos cientiacuteficos para a construccedilatildeo e assimilaccedilatildeo de

programas educativos no intuito de prevenir LERDORT Tal abordagem parece

ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem jaacute que esses profissionais tecircm sido afetados por distuacuterbios

musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 801213

Frente a esse panorama essa pesquisa se propotildee a responder as

seguintes questotildees

1 ndash Qual a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agrave

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho antes e apoacutes a aplicaccedilatildeo de

um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

2 ndash Qual a decorrecircncia no cuidado agrave sauacutede ocupacional de um programa

educativo construiacutedo a partir da realidade dos teacutecnicos de enfermagem

3 ndash Qual o niacutevel de qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental antes e apoacutes a

aplicaccedilatildeo de um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

34

O REFERENCIAL TEOacuteRICO

35

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

O referencial teoacuterico foi organizado de forma a levantar a produccedilatildeo

cientiacutefica sobre o objeto pesquisado organizando-a nos toacutepicos abaixo

- A sauacutede do trabalhador como questatildeo social

- Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no

trabalho

- O processo de trabalho como determinante do processo Sauacutede-

Doenccedila em enfermagem

- A Educaccedilatildeo em Sauacutede na LERDORT

21 A SAUacuteDE DO TRABALHADOR COMO QUESTAtildeO SOCIAL

No Brasil as doenccedilas ocupacionais vecircm aumentando e ocupando status

de problema de Sauacutede Coletiva fato que causa detrimentos financeiros para o

Estado e enormes dificuldades sociais

A questatildeo sauacutede do trabalhador vem sendo erigida no Brasil a partir das

duas uacuteltimas deacutecadas do seacuteculo anterior no bojo do processo de

redemocratizaccedilatildeo do Paiacutes O ano de 1986 em funccedilatildeo da VIII Conferecircncia

Nacional de Sauacutede e I Conferecircncia Nacional de Sauacutede do Trabalhador pode

ser considerado um marco de mobilizaccedilatildeo popular pela sauacutede do trabalhador

brasileiro poreacutem somente em 1998 fica definida a Portaria ndeg3908 por meio

da Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador (NOST) que instituiu os

procedimentos que servem como instrumentos de orientaccedilatildeo para as accedilotildees e

serviccedilos de sauacutede do trabalhador no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)13

36

Esta nova abordagem no campo da Sauacutede do Trabalhador diferencia o

modelo hegemocircnico da Medicina do Trabalho e da Sauacutede Ocupacional A

Medicina do Trabalho agora ultrapassada apresentava-se como centralidade

a figura do meacutedico sendo seu conhecimento baseado na teoria da

unicausalidade isto eacute um agente etioloacutegico para cada doenccedila Tal fato revela

que na esfera do trabalho a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do trabalhador

baseava-se no isolamento de riscos especiacuteficos e na intervenccedilatildeo focalizada

nas consequecircncias

A Sauacutede Ocupacional surge como uma proposta mais inovadora e

aberta e se apresenta a parir de um caraacuteter Interprofissional e relaciona o

ambiente de trabalho e o corpo do trabalhador Consubstancia-se na Teoria da

Multicausalidade onde um conjunto de fatores de risco ambientais e bioloacutegicos

eacute considerado na questatildeo sauacutede

Desta forma a Sauacutede Ocupacional no Brasil passa a ser compreendida

numa perspectiva coletiva e multifatorial levando em consideraccedilatildeo o saber do

trabalhador como pode ser observado no texto abaixo

[] O conjunto de conhecimentos oriundos de diversas

disciplinas como medicina social sauacutede puacuteblica sauacutede

coletiva cliacutenica meacutedica medicina do trabalho sociologia

epidemiologia social engenharia psicologia entre outras

tantas ndash que aliado ao saber do trabalhador sobre as

condiccedilotildees e a organizaccedilatildeo do trabalho estabelece uma

nova forma diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede dos

trabalhadores e de intervenccedilatildeo nos ambientes de trabalho

(NARDI 2004 p 49)14

Nessa loacutegica a construccedilatildeo desse campo de estudo e intervenccedilatildeo entre

trabalho e sauacutede articula-se com diferentes saberes e novos atores sociais e

inclui as questotildees de Sauacutede Puacuteblica

Como modelo a sauacutede ocupacional orienta accedilotildees de atenccedilatildeo agrave sauacutede

do trabalhador que privilegiam iniciativas de promoccedilatildeo cura prevenccedilatildeo

37

reabilitaccedilatildeo e vigilacircncia em sauacutede Trata-se portanto de um processo que

apresenta como intento a mudanccedila do complexo quadro da sauacutede

populacional Para tal exige compromissos que requerem um agir que busca

melhor condiccedilatildeo de vida e de trabalho aleacutem de um maior compromisso do

Estado na implementaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede dos trabalhadores

Lacaz15 tambeacutem confirma essa nova perspectiva conceitual e de

mudanccedilas poliacuteticas e ideoloacutegicas no campo sauacutede do trabalhador

[] o campo da Sauacutede do Trabalhador seria uma nova

abordagem e um novo enfoque do ponto de vista

conceitual emanado do setor sauacutede (coletiva) a propoacutesito

do estudo e da intervenccedilatildeo transformaccedilatildeo das relaccedilotildees de

trabalho e sauacutede-doenccedila na medida em que procura

estabelecer outra articulaccedilatildeo com os grupos sociais numa

sociedade que passa por mudanccedilas importantes do ponto

de vista poliacutetico e social tendo como pano de fundo a

realidade brasileira do final dos anos 70 e iniacutecio dos 80

(LACAZ 1996 p51-2)

De um modo geral percebe-se que as abordagens compreensivas em

sauacutede requerem uma accedilatildeo interventiva interativa e transformadora Nesse

sentido acredita-se que devem ocorrer movimentos de diferentes atores

sociais entrando em cena consciecircncias e vontades individuais e coletivas

justificando-se a necessidade de se construir conjuntamente com os

trabalhadores locais propostas de programas preventivos para as doenccedilas

ocupacionais Tal visatildeo se coaduna com a proposta de se trabalhar com

Educaccedilatildeo em Sauacutede

22 CONCEPCcedilOtildeES SOBRE O PROCESSO HISTOacuteRICO E A

RELACcedilAtildeO SAUacuteDE E DOENCcedilA NO TRABALHO

38

O trabalho eacute tatildeo antigo como o primeiro ser humano mas as relaccedilotildees

entre as atividades laborativas e o processo de adoecimento permaneceu

praticamente ignoradas por 250 anos16 Desde os primoacuterdios da era cristatilde a

bibliografia refere fatores nocivos ao trabalho pode-se citar por exemplo a

obra conhecida de Hipoacutecrates de Coacutes intitulada ldquoAr Aacutegua e Lugaresrdquo na qual

discorre sobre o saturnismo e tambeacutem a obra de Pliacutenio o velho (23 dC) que

descreve o aspecto dos trabalhadores de minas de mercuacuterio e chumbo e

aconselha o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual do tipo maacutescaras

faciais16

No seacuteculo XVI algumas observaccedilotildees esparsas surgiram evidenciando a

possibilidade de o trabalho estar relacionado ao processo de adoecimento

Georg Bauer publicou em 1556 a obra intitulada ldquoDe Remetallicardquo nessa

obra o autor discorre sobre diversos problemas relacionados agrave extraccedilatildeo de

minerais e a fundiccedilatildeo de prata e de ouro17 e os correlacionam com o processo

de adoecimento entre trabalhadores

Nesse mesmo texto eacute apresentado ainda um capiacutetulo particular que

versa sobre os acidentes do trabalho e as doenccedilas mais comuns entre

trabalhadores de minas provocadas por poeiras o autor faz alusatildeo agrave chamada

asma dos mineiros Pela descriccedilatildeo dos sintomas e pela raacutepida evoluccedilatildeo da

doenccedila sugere agrave luz dos novos conhecimentos casos de

silicosepneumoconiose causada pela siacutelica livre18

Apesar de sua importacircncia estes trabalhos permaneceram praticamente

ignorados por mais de um seacuteculo Em 1700 foi publicado na Itaacutelia o livro ldquoDe

Morbis Artificum Diatribardquo (As Doenccedilas do Trabalho) do meacutedico Bernardini

Ramazzini (1633-1714) que descreve uma seacuterie de doenccedilas relacionadas

acerca de 50 profissotildees diversas Por este motivo o autor foi cognominado o

patriarca da medicina do trabalho Foi o primeiro a estudar com afinco as

doenccedilas relacionadas ao trabalho e descreveu os riscos especiacuteficos para cada

uma delas Destacou os danos causados agrave sauacutede do trabalhador pela falta de

ventilaccedilatildeo e pelo desconforto teacutermico Reconheceu a importacircncia das pausas

durante a jornada de trabalho a relevacircncia bioloacutegica dos exerciacutecios laborais e

da boa postura na prevenccedilatildeo da fadiga muscular Ramazzini acrescenta agrave

39

anamnese hipocraacutetica da eacutepoca uma nova pergunta ldquoQual eacute a sua

ocupaccedilatildeordquo1619

Um pouco mais tardiamente a Revoluccedilatildeo Industrial exerce grande papel

sobre a questatildeo do trabalho eacute apoacutes esse movimento ocorrido paralelamente

na Inglaterra entre 1760 e 1830 que foi criada a comissatildeo de inqueacuterito para

avaliar as condiccedilotildees de trabalho nas faacutebricas onde foi elaborada lei que

regulava a jornada de trabalho que era em torno de 16 horas diaacuterias19

A Revoluccedilatildeo Industrial impocircs aos trabalhadores precaacuterias condiccedilotildees

laborais jornadas de trabalho extenuantes exposiccedilatildeo a acidentes de trabalho

submissatildeo ao trabalho insalubre e perigoso19 Neste contexto a preocupaccedilatildeo

com a sauacutede do trabalhador surgiu como meio de possibilitar a recuperaccedilatildeo do

mesmo e favorecer o retorno mais ceacutelere possiacutevel para a ambiecircncia laboral

isso eacute importante pois com a Reforma Industrial vive-se numa perspectiva de

desenvolvimento social e em virtude da inquietaccedilatildeo com esse

desenvolvimento a preocupaccedilatildeo com a sauacutede laboral foi focada na visatildeo

biologicista e individual e buscava a causa das doenccedilas e acidentes de

trabalho com uma abordagem unicausal e imediatista18 19 e centrada

exclusivamente no homem

Como decorrecircncia de um processo acelerado e desumano de produccedilatildeo

aumentou o nuacutemero de acidentes e adoecimento entre trabalhadores e por

este motivo surge a figura do profissional meacutedico dentro da faacutebrica em

princiacutepio da induacutestria tecircxtil Foi exatamente aiacute na primeira metade do seacuteculo

XIX que surgiu a Medicina do Trabalho centrada na figura do meacutedico O

serviccedilo de sauacutede na induacutestria era dirigido por pessoas da confianccedila do

empresaacuterio que atuava muito mais como fiscalizador do que profissional da

sauacutede e rapidamente este modelo foi expandido para os paiacuteses

industrializados18

As questotildees concernentes agrave sauacutede e trabalho se apresentaram como

uma questatildeo de inquietaccedilatildeo puacuteblica desde o seu nascedouro em meados do

seacuteculo XIX quando o adoecimento referente ao modo de produccedilatildeo comeccedila

surgir Esse fato ocorre diversamente no Brasil onde o processo de

industrializaccedilatildeo ocorreu somente um seacuteculo posteriormente20

40

Nos paiacuteses industrializados o Estado passou a assumir as funccedilotildees de

regulamentaccedilatildeo e intervenccedilatildeo nos temas relativos agrave promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da

sauacutede e seguranccedila dos trabalhadores com o intento de eliminar os obstaacuteculos

ao desenvolvimento econocircmico O Estado entatildeo passou a promover uma vasta

gama de accedilotildees que se destinavam garantir as condiccedilotildees para o

desenvolvimento do novo sistema de produccedilatildeo agora vigente21

Em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do trabalho a medicina ocupacional teria

pouco a contribuir com a sauacutede do trabalhador na medida em que sua atenccedilatildeo

era voltada exclusivamente para o indiviacuteduo privilegiando diagnoacutestico e

tratamento dentro de uma visatildeo na qual o espaccedilo para a subjetividade e a

percepccedilatildeo do trabalhador era restrito Desvela-se entatildeo a impotecircncia da sauacutede

do trabalhador para intervir sobre os problemas de sauacutede causados pelo

processo de produccedilatildeo19 20 21

A Sauacutede Ocupacional comeccedila a se delinear a partir do contexto

econocircmico e poliacutetico da II Guerra e do Poacutes-Guerra onde o custo provocado

pela perda de vidas abruptamente por acidentes de trabalho ou por doenccedilas do

trabalho comeccedilam a ser sentido tanto por empregadores como pelas

companhias de seguro devido agraves pesadas indenizaccedilotildees Nesta abordagem

desloca-se a intervenccedilatildeo que antes era centrada no indiviacuteduo para a questatildeo

dos riscos existentes na ambiecircncia laboral Desta forma a Sauacutede Ocupacional

vale-se do enfoque da higiene Industrial e busca atraveacutes da atuaccedilatildeo

multiprofissional intervir nos locais de trabalho com a finalidade de controlar

os riscos ambientais19

No Brasil a adoccedilatildeo e o desenvolvimento da Sauacutede Ocupacional deram-

se mais tardiamente e ainda atualmente o modelo de Sauacutede Ocupacional

parece natildeo ter alcanccedilado seus reais objetivos pois ainda o modelo se manteacutem

curativista de forma pouco ampla e restrita agraves accedilotildees pontuais sobre os riscos

laborais locais171819

Na deacutecada de 80 uma forma diferente de analisar as questotildees

referentes a relaccedilatildeo trabalhosauacutededoenccedila comeccedila a surgir com alguns

autores Latino americanos22 que conceituam o trabalho a partir da concepccedilatildeo

de seu processo de trabalho que se inscreveria nas relaccedilotildees sociais de

produccedilatildeo Assim aleacutem das consequecircncias mais visiacuteveis do trabalho sobre a

41

sauacutede ou seja agentes nocivos de natureza quiacutemica fiacutesica entre outros

procura tambeacutem entender a nocividade do trabalho com suas implicaccedilotildees a

niacutevel biopsiacutequico e social

Concordando com o texto acima Lacaz15 afirma que comeccedilam a surgir

na Ameacuterica Latina ideias ampliadas em relaccedilatildeo agrave Sauacutede Ocupacional

A Medicina Social Latino americana propotildee entatildeo uma

visatildeo do conceito de trabalho que incorpora a ideia de

processo de trabalho na qual o foco natildeo se restringe agrave sua

composiccedilatildeo ambiental constituiacuteda dos vaacuterios

fatoresagentes de risco e externo ao trabalhador mas

como uma categoria explicativa que se inscreveria nas

relaccedilotildees sociais de produccedilatildeo existentes entre o capital e o

trabalho (LACAZ 1996 p23)15

Neste contexto uma questatildeo nova comeccedila a ser apresentada a

emergecircncia da Sauacutede ocupacional com foco no processo de trabalho a partir

da discussatildeo preventivista e de educaccedilatildeo em sauacutede para o autocuidado com

sauacutede em relaccedilatildeo ao trabalho

A Sauacutede do Trabalhador passa a apresentar sobretudo a partir dos anos

80 na regiatildeo Latino-Americana como premissa baacutesica o enfoque na relaccedilatildeo

sauacutedetrabalho compreendendo o processo de adoecimento dos

trabalhadores atraveacutes do estudo dos processos de trabalho Articula as

questotildees soacutecio-poliacuteticas e econocircmicas de forma a se estabelecer o nexo

biopsiacutequico das coletividades nas sociedades22

Esta aacuterea de estudo e praacuteticas buscou na experiecircncia sindical italiana

uma referecircncia teoacuterico-metodoloacutegica que contribuiu para o reconhecimento do

saber do trabalhador no controle dos agravos e riscos existentes nos

ambientes de trabalho23

Os trabalhadores italianos no final da deacutecada de 70 estabeleceram

alianccedilas com os profissionais de sauacutede comprometidos com a efetividade de

42

um meacutetodo direcionado para o conhecimento da relaccedilatildeo entre processo de

trabalho e sauacutede resultando na construccedilatildeo do Modelo Operaacuterio Italiano (MOI)

que pressupotildee a valorizaccedilatildeo do saber e das experiecircncias do trabalhador a natildeo

delegaccedilatildeo do planejamento e do controle de sua sauacutede aos teacutecnicos a

socializaccedilatildeo e a apropriaccedilatildeo muacutetua do conhecimento na perspectiva da

construccedilatildeo de um saber coletivo23

Neste sentido a questatildeo sauacutede-trabalho passa a ser discutida como

questatildeo social aliada a participaccedilatildeo igualitaacuteria que se fortalece a partir do final

da deacutecada de 80 onde se comeccedila timidamente a discutir questotildees

trabalhistas com destaque agrave proteccedilatildeo agrave sauacutede O texto abaixo corrobora com o

referido

A teoria da determinaccedilatildeo social do processo

sauacutededoenccedila cuja centralidade colocada no trabalho-

enquanto organizador da vida soacutecia l- contribui para

aumentar os questionamentos agrave medicina do trabalho e a

sauacutede ocupacional (MENDES ET col 1991 p 346)24

Associada a estas questotildees pesquisa24 aponta tambeacutem que as

mudanccedilas ocorridas com a utilizaccedilatildeo das novas tecnologias atraveacutes da

automaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo nos processos de trabalho que aparentemente

representam melhoria das condiccedilotildees de trabalho na verdade introduziram

novos riscos agrave sauacutede Estes acabaram gerando doenccedilas de difiacutecil

medicalizaccedilatildeo tais como as LERDORTs1 entidades nosoloacutegicas

intrinsecamente relacionadas agrave organizaccedilatildeo do trabalho

1Terminologia utilizada para designar uma doenccedila relacionada ao trabalho que se manifesta atraveacutes de diversas siacutendromes pouco conhecida ateacute os anos 1970 eacutepoca em que teve um faacutetuo crescimento entre os trabalhadores em todo mundo inclusive no Brasil No ano de 1977 por meio da Norma de Avaliaccedilatildeo da Incapacidade do Instituto Nacional da Seguridade Social o termo LER foi substituiacutedo por DORT poreacutem a polecircmica ainda existe na literatura (Morofuse 2000)

43

Todo esse processo de mudanccedilas ocorrida no mundo do trabalho

desencadeou aspectos relevantes na relaccedilatildeo trabalho e sauacutede e contribuiu

efetivamente para o surgimento do campo da Sauacutede do Trabalhador

23 O PROCESSO DE TRABALHO COMO DETERMINANTE DO

PROCESSO SAUacuteDE-DOENCcedilA EM ENFERMAGEM

A sauacutede e a doenccedila do trabalhador satildeo determinadas pelos processos

de trabalho que envolve complexas relaccedilotildees econocircmicas sociais e

tecnoloacutegicas que determinam a exposiccedilatildeo a fatores de risco25

O processo de trabalho eacute a relaccedilatildeo entre o homem e a natureza atraveacutes

do qual o homem utiliza sua energia muscular para transformar manter ou

produzir bens necessaacuterios agrave sua sobrevivecircncia26

A relaccedilatildeo que o homem estabelece com a natureza a forma como dela

se apropria e a transforma resulta tambeacutem no processo sauacutede-doenccedila O

homem ao transformaacute-la tambeacutem se modifica desenvolvendo suas

potencialidades e ampliando seu universo social

Para compreender o processo de trabalho eacute preciso conhecer os

elementos que o compotildeem ou seja o objeto de trabalho os instrumentos e o

proacuteprio trabalho e ainda identificar a relaccedilatildeo entre estes elementos25

Eacute preciso analisar para aleacutem das caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e

mecacircnicas para se alcanccedilar um entendimento mais ampliado dos fatores

relacionados ao processo de trabalho que repercutem na sauacutede ou no corpo

dos trabalhadores22 De um modo geral satildeo propostas duas categorias de

anaacutelise para a compreensatildeo da sauacutede ocupacional cargas de trabalho e

desgaste

As cargas de trabalho satildeo elementos do processo de trabalho que

interatuam dinamicamente entre si e com a corporeidade humana ou seja com

o corpo do trabalhador gerando processos de adaptaccedilatildeo que se traduzem em

desgaste

44

As cargas podem ser divididas em dois grupos aquelas que tecircm

materialidade externa ao corpo do trabalhador como as cargas fiacutesicas

quiacutemicas bioloacutegicas e mecacircnicas e as que soacute adquirem materialidade no

corpo humano ou seja as cargas fisioloacutegicas biomecacircnicas e emocionais A

intensidade das cargas depende do modo de produccedilatildeo da organizaccedilatildeo da

divisatildeo do trabalho e de fatores individuais2728

Para compreender os impactos sobre a sauacutededoenccedila dos

trabalhadores eacute necessaacuterio entender como as cargas interatuam entre si

acarretando adoecimentos diversos decorrentes do trabalho Considera-se que

haacute desgaste na realizaccedilatildeo da atividade laborativa quando ocorrem processos

de adaptaccedilatildeo destruidores da integridade corporal denominados como

excesso de cargas de trabalho2930

O modo de trabalho no setor de sauacutede apresenta algumas

especificidades que se distinguem do trabalho de outros setores da economia

jaacute que o seu produto final eacute um serviccedilo resultante da accedilatildeo compartilhada de

vaacuterios profissionais e centra-se nas relaccedilotildees interpessoais entre beneficiaacuterios e

executores Reuacutene um conjunto de atividades programadas e normatizadas

que se realizam sob a base da cooperaccedilatildeo em um cenaacuterio dinacircmico e instaacutevel

e promove transformaccedilotildees nesse cenaacuterio27

Na enfermagem o objeto de trabalho a ser transformado eacute o corpo

humano individual ou coletivo em suas mais diversificadas demandas no

processo sauacutede-doenccedila31 O trabalho em si inclui as formas de organizaccedilatildeo

divisatildeo e relaccedilatildeo de trabalho que garantem a forccedila laborativa obtida pelos

agentes a saber enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e auxiliares de

enfermagem O processo sauacutede-doenccedila eacute gerado em dois momentos o

momento produtivo e o momento de consumo O primeiro refere-se ao

processo de trabalho que gera por um lado tensatildeo mas por outro satisfaccedilatildeo

O segundo refere-se agrave vida social cultural e aos valores do indiviacuteduo32

Os processos de desgaste do trabalhador de enfermagem satildeo oriundos

da diversidade intensidade e simultaneidade de exposiccedilatildeo agraves cargas

inerentes ao processo de trabalho cabe agrave equipe de enfermagem o

acompanhamento aos pacientes em tempo integral levando a uma maior

45

exposiccedilatildeo aos riscos Esses processos satildeo explicitados pelos danos

biopsiacutequicos em suas diferentes formas de expressatildeo33

Haacute que se destacar que o processo de trabalho tem estreita relaccedilatildeo com

a sauacutede e quando haacute desarmonia nessa relaccedilatildeo pode ocorrer desgastedoenccedila

por parte dos operaacuterios ressaltando-se que as doenccedilas causadas pelo trabalho

podem ser somaacuteticas psicossomaacuteticas e psiacutequicas Estas doenccedilas satildeo

originaacuterias das diversas cargas de trabalho as quais os trabalhadores ficam

expostos sejam elas de natureza fiacutesica quiacutemica por tensatildeo nervosa ritmo do

trabalho ou por repetitividade das tarefas

No que tange ao processo de trabalho no setor de serviccedilos

especialmente no setor sauacutede a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) vem

complementar a proteccedilatildeo a sauacutede do trabalhador em relaccedilatildeo aos riscos

bioloacutegicos tatildeo comuns no cotidiano do trabalho de enfermagem poreacutem natildeo eacute

objeto do presente estudo

Os principais agravos relacionados ao trabalho que acometem

profissionais de enfermagem satildeo queixas relacionadas a LERDORT e o

estresse manifestaccedilotildees que levam ao absenteiacutesmo34

As LERDORTs por definiccedilatildeo satildeo fenocircmenos nosoloacutegicos relacionados

ao trabalho caracterizados pela ocorrecircncia de vaacuterios sintomas concomitantes

ou natildeo tais como dor parestesia sensaccedilatildeo de peso fadiga Podem ter

manifestaccedilatildeo insidiosa geralmente nos membros superiores membros

inferiores regiatildeo da coluna vertebral lombar toraacutecica e cervical que

frequentemente satildeo causas de incapacidades laborais temporaacuterias ou

permanentes As LERDORTs resultam da super utilizaccedilatildeo das estruturas

anatocircmicas do sistema musculoesqueleacutetico sem o devido tempo para a sua

recuperaccedilatildeo27 Acredita-se que estejam ligadas a atividades repetitivas

manutenccedilatildeo de posturas estaacuteticas durante o trabalho e aspectos psiacutequico-

sociais

A primeira doenccedila descrita na literatura associada agraves atividades

repetitivas foi a tenossinovite caracterizando-se pela restriccedilatildeo ao livre

movimento de um tendatildeo devido a uma inflamaccedilatildeo deste ou de sua bainha Em

1891 Fritz De Quervain descreveu a doenccedila como entorse das lavadeiras

46

devido ao fato de ter encontrado mulheres que lavavam roupa que

apresentavam tendinite dos tendotildees e muacutesculo adutor longo e extensor curto

do polegar 35

Em marccedilo de 1993 o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)

elaborou a Norma Teacutecnica que dispotildee sobre procedimentos de avaliaccedilatildeo da

incapacidade de trabalhadores afastados do trabalho para orientaccedilatildeo a

meacutedicos e peritos Posteriormente ocorreu uma revisatildeo no texto e em 19 de

agosto de 1998 foi publicada no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a Nova Norma Teacutecnica

de Avaliaccedilatildeo de Incapacidade para fins de Benefiacutecios Previdenciaacuterios

substituindo o termo LER por DORT A Norma Teacutecnica incluiu novos

diagnoacutesticos como a siacutendrome miofascial e as fibromialgias poreacutem apresenta

dificuldades para o diagnoacutestico precoce dificultando a caracterizaccedilatildeo do nexo

causal36 37

A LER eacute o vocaacutebulo utilizado no Brasil para definir uma siacutendrome

caracterizada pelo desconforto incapacidade ou dor persistente em

articulaccedilotildees muacutesculos tendotildees e outros tecidos moles com ou sem

manifestaccedilotildees fiacutesicas ou cliacutenicas entretanto essa terminologia natildeo eacute bem

acolhida de maneira geral e foi alterada para Distuacuterbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho38

Em 2003 o INSS em sua Instruccedilatildeo Normativa 9836 instituiu a adoccedilatildeo

oficial do termo LERDORT devido agrave consagraccedilatildeo do antigo termo o qual

usaremos neste trabalho

As LERDORTs tecircm relaccedilatildeo direta com as exigecircncias de tarefas

laborais ambiecircncia fiacutesica e com a organizaccedilatildeo do trabalho e eacute uma doenccedila

ocupacional que vem crescendo de forma ameaccediladora provocando mutilaccedilotildees

e sequelas reversiacuteveis eou irreversiacuteveis nos trabalhadores aleacutem de

desencadear nas empresas aumento do absenteiacutesmo e dos custos reduccedilatildeo

do lucro da produtividade e da qualidade nos serviccedilos prestados e aumento do

niacutevel de estresse39

Apresentam-se com sinais e sintomas de origem ocupacional

caracterizadas por inflamaccedilotildees dos muacutesculos tendotildees faacutescias e nervos

principalmente mas natildeo exclusivamente nos membros superiores regiatildeo

47

escapular e pescoccedilo merecem destaque natildeo soacute pelo aumento de sua

incidecircncia mas por existirem evidecircncias de sua associaccedilatildeo com o ritmo de

trabalho Essas doenccedilas em geral possuem uma maacute evoluccedilatildeo ocasionando

dor edema e perda de forccedila sendo responsaacuteveis por uma fatia significativa

das causas da queda do desempenho no trabalho e produtividade 40 41

Abrangem quadros cliacutenicos amplos caracterizados pela ocorrecircncia de

agravos neuro-ortopeacutedicos definidos como tenossinovites sinovites

compressotildees de nervos perifeacutericos que podem ser identificadas ou natildeo sendo

comum agrave ocorrecircncia de vaacuterios sinais e sintomas concomitantes e agraves vezes

inespeciacuteficos 42

As condiccedilotildees laborais que podem induzir o surgimento das LERDORTs

satildeo aquelas que incluem movimentos repetitivos aplicaccedilatildeo de forccedila

levantamento e transporte de cargas posturas inadequadas e estresse

relacionado agraves condiccedilotildees psicosociais do local onde o trabalho acontece 36 40

Para a ocorrecircncia das LERDORTs natildeo existe causa uacutenica e

determinada pois satildeo vaacuterios os fatores existentes no trabalho que podem estar

relacionados agrave sua gecircnese como por exemplo a repetitividade de movimentos

manutenccedilatildeo de posturas inadequadas por tempo prolongado esforccedilo fiacutesico

invariabilidade de tarefas pressatildeo mecacircnica sobre determinadas partes do

corpo mais precisamente nos membros superiores trabalho estaacutetico frio

fatores organizacionais e psicossociais36

Neste sentido estas doenccedilas podem manifestar-se com diferentes

quadros cliacutenicos e distintos sinais e sintomas Algumas manifestaccedilotildees mais

comuns satildeo as tenossinovite tendinite epicondilite bursite siacutendrome do tuacutenel

do carpo Existem outras manifestaccedilotildees de LERDORT cujo fator

desencadeante eacute o estresse emocional que pode ser causado pelo trabalho ou

mesmo pelo afastamento do trabalho como a Siacutendrome aacutelgica miofascial que eacute

decorrente de uma praacutetica de atividades extenuantes ou como subproduto de

tensatildeo psicoloacutegica anguacutestia ou ansiedade39

A dor eacute um sintoma bastante relatado e se exacerba com o estresse

emocional39 e pode ser localizada irradiada ou generalizada acompanhada ou

natildeo de sensaccedilatildeo de desconforto fadiga sensaccedilatildeo de peso parestesia

48

sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo de forccedila edema enrijecimento articular choque falta

de firmeza nas matildeos sudorese excessiva e alodiacutenea As queixas geralmente

se apresentam em diferentes graus de severidade podendo ser caracterizadas

em relaccedilatildeo ao tempo de duraccedilatildeo localizaccedilatildeo intensidade entre outros

aspectos39

Inicialmente os sintomas se apresentam de forma insidiosa nos

momentos de picos de produccedilatildeo ou ao final da jornada de trabalho com o

decorrer do tempo se tornam mais frequentes inclusive no iniacutecio da jornada de

trabalho e em atividades extra laborativas do trabalhador Neste momento as

pessoas procuram assistecircncia em sauacutede devido agraves implicaccedilotildees no

desempenho de suas capacidades funcionais Eacute constante nestes casos o

tratamento baseado em anti-inflamatoacuterios e sessotildees de fisioterapia que podem

mascarar a gecircnese ergonocircmica do problema se natildeo forem detectados e

sanados sem debelar os fatores desencadeantes ocorreraacute a progressatildeo do

quadro cliacutenico com crises de dor intensa geralmente desencadeadas por

movimentos bruscos pequenos esforccedilos fiacutesicos alternacircncia de temperatura

insatisfaccedilatildeo e tensatildeo39 De um modo geral natildeo haacute uma preocupaccedilatildeo com o

banimento do fator desencadeante do estado moacuterbido

Faz-se necessaacuteria uma abordagem mais aprofundada com equipe

multidisciplinar e como em qualquer caso cliacutenico outros sintomas ou doenccedilas

devem ser investigados tendo em vista a possibilidade de terem influecircncia na

determinaccedilatildeo ou agravamento do caso Traumas diabetes mellitus artrite

reumatoide gravidez podem causar ou agravar sintomas do sistema

musculoesqueleacutetico e do sistema nervoso perifeacuterico18

Na anamnese ocupacional aleacutem de ser elaborada a histoacuteria cliacutenica eacute

imprescindiacutevel saber onde e como o trabalhador desenvolve seu trabalho

rotina de atividades duraccedilatildeo e jornada de trabalho existecircncia de pausa

execuccedilatildeo e frequecircncia de movimentos repetitivos sobrecarga estaacutetica forma

de pressatildeo das chefias mudanccedilas no ritmo insatisfaccedilatildeo ruiacutedo excessivo

mobiliaacuterio desconforto teacutermico enfim vaacuterios fatores predisponentes para o

surgimento das LERDORTs18

Natildeo existem evidecircncias na literatura acerca da relevacircncia das tarefas

domeacutesticas como uso de computador em casa ato de dirigir tricotar

49

carregamento de sacolas entre outras como desencadeantes de quadros de

LERDORT poreacutem existem estudos que associam a ocorrecircncia de doenccedilas

musculoesqueleacuteticas com a exposiccedilatildeo de fatores de risco no trabalho43

A insatisfaccedilatildeo com o trabalho a carga social da eacutepoca atual a tensatildeo

emocional e o estresse contribuem privilegiando para o surgimento da e ou

agravamento da LERDORT43

Atualmente o termo estresse tem sido amplamente utilizado natildeo

apenas em pesquisas cientiacuteficas mas tambeacutem pelos diferentes meios de

comunicaccedilatildeo e tem ocupado lugar de destaque pela sua importacircncia na vida

das pessoas principalmente quando estaacute associado a algum desconforto de

ordem fiacutesica eou emocional

A palavra estresse vem do inglecircs stress Na aacuterea da sauacutede passou a ser

utilizado no iniacutecio do seacuteculo XX sendo o primeiro pesquisador em estresse o

meacutedico austriacuteaco Hans Selye considerado o liacuteder nesta linha de pesquisa nas

deacutecadas de 20 e 30 Em sua primeira publicaccedilatildeo empregou a palavra estresse

como forma de caracterizar as reaccedilotildees do corpo sugerindo a designaccedilatildeo de

reaccedilatildeo de alarme agraves respostas iniciais do organismo frente a pressotildees

psicoloacutegicas 44

Em 1956 publicou o livro intitulado The stress of life onde explicava o

mecanismo bioquiacutemico do estresse44 Considerado o primeiro pesquisador que

demonstrou as etapas do estresse bioloacutegico Selye exprime um significado para

o estresse como esforccedilo de adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentar situaccedilotildees

que considera ameaccediladora a sua vida e ao seu equiliacutebrio Descreveu a

Siacutendrome Geral de Adaptaccedilatildeo (SGA) ou do estresse bioloacutegico como um

conjunto de sintomas que o indiviacuteduo apresenta quando eacute submetido a

situaccedilotildees que exijam uma importante adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentaacute-

las podendo ocorrer atraveacutes de estiacutemulos internos ou psicoemocionais e

estiacutemulos externos ou do meio socioeconocircmico inclusive o trabalho O

estresse eacute um processo de adaptaccedilatildeo normal do indiviacuteduo entretanto quando

a resposta eacute patoloacutegica registra-se uma disfunccedilatildeo que leva aos distuacuterbios

transitoacuterios ou doenccedilas graves ou ainda ao agravamento daquelas jaacute

existentes 44 45

50

Estudos demonstram que o estresse possui trecircs fases uma inicial que eacute

a chamada de reaccedilatildeo de alarme a segunda da resistecircncia e a terceira da

exaustatildeo Todas as fases satildeo comandadas pelo sistema nervoso autocircnomo

via sistema liacutembico e pelo sistema nervoso central via hipotaacutelamo46 47

A fase de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

agente estressor e ocorre quando o organismo se prepara para as reaccedilotildees de

luta ou fuga ou seja no momento em que o estressor eacute percebido pela pessoa

Nesta fase tanto pode ocorrer a eliminaccedilatildeo do estressor quanto a adaptaccedilatildeo

do organismo a ele A reaccedilatildeo de alarme representa para o indiviacuteduo um

desgaste e consequentemente uma alteraccedilatildeo da capacidade de manter

constacircncia no bem-estar e equiliacutebrio do organismo Os principais sintomas que

caracterizam a reaccedilatildeo de alarme satildeo a taquicardia sudorese cefaleia

alteraccedilotildees da pressatildeo arterial irritabilidade fadiga tensatildeo muscular sensaccedilatildeo

de esgotamento e alteraccedilotildees gastrointestinais46 47

A segunda fase eacute a de resistecircncia nessa fase o estresse continua

presente por periacuteodos prolongados ou a sua dimensatildeo eacute demasiadamente

grande e eacute aiacute que predomina o desgaste porque a pessoa tenta

instintivamente se adaptar ao que estaacute passando atraveacutes de reservas de

energia adaptativa que possui As repercussotildees mais evidentes estatildeo nos

sistema fisioloacutegico psicoloacutegico e social que fazem com que o indiviacuteduo se

mantenha em estado de alerta Pela resistecircncia ao estressor torna-se difiacutecil o

retorno da homeostase Alguns dos sintomas que caracterizam a fase de

resistecircncia satildeo ansiedade o nervosismo o medo a impotecircncia sexual a falta

ou excesso de apetite e o isolamento social44 47

A terceira fase eacute a exaustatildeo onde o organismo chega a seu limite ao

esgotamento e estaacute associada a uma seacuterie de doenccedilas Ocorre quando haacute

continuidade do agente estressor e natildeo acontece mais a adaptaccedilatildeo do

organismo Nesta fase apresentam-se sinais de deterioraccedilatildeo haacute uma queda na

imunidade e eacute quando surgem doenccedilas tais como as cardiacuteacas respiratoacuterias

gastrointestinais musculoesqueleacuteticas depressatildeo desequiliacutebrio total do

indiviacuteduo podendo culminar com a sua morte Estas fases natildeo ocorrem de

forma delimitada visto que a simultaneidade e a rapidez evolutiva satildeo suas

caracteriacutesticas 4446 47

51

Em 1975 Selye publicou outro livro denominado rdquoStress without

distressldquo no qual reconhece a importacircncia da intervenccedilatildeo psicoloacutegica e da

atividade fiacutesica no mecanismo de regulaccedilatildeo orgacircnica diante da multiplicidade

de fatores a que o organismo estaacute exposto o autor introduziu na literatura os

termos eustress e distress para estabelecer a diferenccedila entre o estresse bom

ou beneacutefico (eustress) e o ruim que causa reaccedilotildees adversas fiacutesicas e

emocionais (distress) 44 47

O eustress tem efeito positivo e pode demonstrar quando se estaacute em

alerta a concentraccedilatildeo eacute melhor os reflexos satildeo mais raacutepidos pensa-se com

mais fluidez e dependendo das condiccedilotildees do ambiente pode-se ser mais

criativo e produtivo O distress tem efeito negativo e processa-se quando se

reage por um tempo prolongado ao agente estressor sentindo quando

esgotado a capacidade de atenccedilatildeo e a concentraccedilatildeo diminuiacutedas havendo um

esforccedilo maior para manter a produtividade Se o agente estressor continuar

agindo e a situaccedilatildeo natildeo for resolvida o corpo ainda que cansado continua

reagindo e consumindo energia ocasionando as doenccedilas 47

Acredita-se que nos seres humanos o grande determinante do

potencial nocivo do estresse eacute um estado interior de insatisfaccedilatildeo consigo

mesmo e com a vida O estresse pode provocar uma reaccedilatildeo nos denominados

oacutergatildeos de choque como os intestinos o estocircmago sistema muscular sistema

arterial e o cardiacuteaco Com a repeticcedilatildeo das situaccedilotildees estressantes ao longo da

vida a pessoa poderaacute apresentar gastrites uacutelceras mau funcionamento do

intestino tensotildees musculares hipertensatildeo arterial e infarto do miocaacuterdio48

A preocupaccedilatildeo em estabelecer a articulaccedilatildeo entre estresse e trabalho

data da Revoluccedilatildeo Industrial e o foco concentrava-se na atribuiccedilatildeo de causas

de doenccedilas agrave exposiccedilatildeo do organismo aos agentes fiacutesicos quiacutemicos ou

bioloacutegicos O sofrimento dos trabalhadores pode ser expresso atraveacutes da

insatisfaccedilatildeo e da ansiedade e pode estar vinculado agraves condiccedilotildees de trabalho

ambiente fiacutesico risco quiacutemico e bioloacutegico condiccedilotildees de higiene e de

seguranccedila organizaccedilatildeo divisatildeo do trabalho e das tarefas relaccedilotildees de poder

as questotildees de responsabilidade habilidade para cuidar de pacientes graves e

o relacionamento entre pessoas49 Tais condiccedilotildees satildeo encontradas de um

modo geral no ambiente hospitalar

52

Atualmente o termo estresse vem sendo empregado como sinocircnimo de

cansaccedilo dificuldade frustraccedilatildeo ansiedade desamparo desmotivaccedilatildeo

Tornou-se o responsaacutevel pela maioria dos males que nos afligem

principalmente aos infortuacutenios relacionados ao estilo de vida urbana atual Com

a disseminaccedilatildeo progressiva do conceito de estresse no discurso popular o

termo passou a ser utilizado como uma accedilatildeo resultante de uma forccedila invisiacutevel e

difusa que agiria como intermediaacuteria entre o indiviacuteduo e o meio ambiente em

que vive e trabalha 150

A enfermagem eacute uma profissatildeo estressante devido agrave sobrecarga de

trabalho necessidade de contato intenso e fisicamente proacuteximo ao paciente

conflitos inerentes ao processo de trabalho sofrimento humano proximidade

com a morteperda e conflitos interpessoais Cabe ao profissional de

enfermagem cuidar de indiviacuteduos adoecidos e promover o seu bem-estar geral

O Health Education Authority classifica a enfermagem como a quarta

profissatildeo mais estressante que tenta afirmar-se profissionalmente de forma a

alcanccedilar maior reconhecimento social 1 50

Neste contexto o envolvimento acaba sendo muito intenso a ponto de

os profissionais natildeo identificarem suas proacuteprias vulnerabilidades ou quando o

fazem deixam-nas de lado tornando-se com isso mais expostos aos efeitos

negativos do estresse 51 52

A aparente aura de tranquilidade dos hospitais oculta uma realidade

onde a tensatildeo estaacute sempre presente onde se exigem concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

continuadamente Esse tipo requerido o trabalhador atento gera uma

sobrecarga mental agravada com a tarefa de zelar pela vida do outro

As LERDORTs guardam estreita relaccedilatildeo com estresse e aparece

devido a uma restriccedilatildeo da micro circulaccedilatildeo nos muacutesculos e tendotildees tensos

que pode evoluir para uma vascularizaccedilatildeo precaacuteria fato que tem por

implicaccedilatildeo a reduccedilatildeo da chegada de nutrientes aos muacutesculos e tendotildees

induzindo agrave fadiga muscular crocircnica e ao surgimento de dor

53

231 LERDORT E ABSENTEIacuteSMO NO TRABALHO

O absenteiacutesmo tem-se tornado problema crucial tanto para as

organizaccedilotildees como para os administradores Suas causas estatildeo ligadas a

muacuteltiplos fatores tornando-o complexo e de difiacutecil gerenciamento Absenteiacutesmo

laboral eacute o termo utilizado na literatura para genericamente indicar o natildeo

comparecimento inesperado ao trabalho quando se espera que o trabalhador

esteja presente em especial aquele de caraacuteter repetitivo Para Miguez e

Bomami (1988)53 aleacutem da ausecircncia fiacutesica o termo absenteiacutesmo contempla um

conjunto de comportamentos de ausecircncia Isto porque o trabalhador pode estar

presente no posto de trabalho mas improdutivo ou ainda que presente natildeo

estar em seu posto de trabalho

Tambeacutem Midorikawa (2000)54 aponta esses dois tipos de absenteiacutesmo

aquele decorrente da falta ao trabalho e aquele em que o trabalhador se

encontra apenas de corpo presente com algum problema de sauacutede que

repercute no seu desempenho e produtividade Pela oacuteptica administrativa o

comparecimento ao trabalho eacute condiccedilatildeo imprescindiacutevel para a eficaacutecia de uma

organizaccedilatildeo

As faltas imprevistas fazem com que as empresas se ressintam da

carecircncia de matildeo-de-obra suficiente para manter a produccedilatildeo ou o serviccedilo e

muitas vezes se veem obrigadas a contornar a situaccedilatildeo substituindo o

ausente por outro funcionaacuterio natildeo necessariamente preparado para

desempenhar aquela funccedilatildeo resultando no decreacutescimo da produtividade na

queda de qualidade aleacutem de exercer um efeito negativo sobre os demais

trabalhadores por gerar sobrecarga de trabalho55 Tal comportamento

sobrecarrega o funcionaacuterio e as chances de erros e adoecimento aumentam

Para Graccedila (2000)56 pior para a produtividade que o absenteiacutesmo eacute o

presentismo Pessoas que embora estejam no trabalho tecircm problemas de

sauacutede ou outros problemas que natildeo lhes permitem ser completamente

funcionais

54

O presentismo eacute um conceito utilizado para explicar o fato das pessoas

estarem presentes no local de trabalho mas devido a problemas de ordem

fiacutesica ou psicoloacutegica natildeo conseguirem cumprir na totalidade as suas funccedilotildees57

Satildeo vaacuterias as profissotildees abrangidas pelo presentismo sendo que as

taxas mais elevadas parecem residir em setores relacionados com a sauacutede e

educaccedilatildeo 57

Entre as principais causas geradoras do presentismo estatildeo os

problemas psicoloacutegicos as doenccedilas musculoesqueleacuteticas e a utilizaccedilatildeo de

faacutermacos como anti-histamiacutenicos e benzodiazepiacutenicos que tem impacto na

produtividade laboral tanto em termos quantitativos de trabalho quando a

produccedilatildeo natildeo corresponde agravequilo que eacute esperado como tambeacutem em termos de

qualidade do trabalho produzido refletindo-se essencialmente em erros e

omissotildees nos procedimentos A quebra da produtividade traduz-se assim na

incapacidade de desempenhar as tarefas de rotina podendo resultar em

elevadas taxas de abandono por doenccedila 57

Na enfermagem esse fenocircmeno vem preocupando os gerentes uma

vez que faltas frequentes ao trabalho repercutem no quantitativo de recursos

humanos refletindo na qualidade da assistecircncia prestada agrave clientela Aleacutem

disso o absenteiacutesmo constitui-se em variaacutevel relevante quando se trata de

dimensionar quadro de pessoal para os serviccedilos As razotildees que acarretam o

absenteiacutesmo em larga escala satildeo as longas jornadas de trabalho as condiccedilotildees

de insalubridade do ambiente de trabalho a baixa remuneraccedilatildeo o duplo

emprego e a tensatildeo emocional e doenccedilas ocupacionais58

O estado fisioloacutegico e psicoloacutegico dos trabalhadores eacute importante em

termos de responsabilidade social59 e o absenteiacutesmo laboral decorrente de

problemas de sauacutede acarretam consequecircncias econocircmicas e sociais pois aleacutem

do ocircnus econocircmico-administrativo direto absorvido pela empresa e pelo

empregado incrementa os gastos ao Sistema de Previdenciaacuterio Social que

responde pelo pagamento dos benefiacutecios pela incapacidade temporaacuteria por

doenccedila ou acidente de trabalho

55

232 LERDORT E AS POLIacuteTICAS TRABALHISTAS

A enfermagem eacute uma das profissotildees da aacuterea da sauacutede cuja essecircncia e

especificidade eacute o cuidado ao ser humano desenvolvendo atividades de

prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede

atuando em equipes60

Portanto a enfermagem eacute considerada responsaacutevel pelo cuidado pelo

conforto acolhimento e bem-estar dos pacientes seja prestando o cuidado

seja coordenando outros setores para a prestaccedilatildeo da assistecircncia e

promovendo a autonomia dos pacientes atraveacutes da educaccedilatildeo em sauacutede61

Cuidar do Ser Humano procurando encontrar caminhos e

desenvolvendo potenciais para que este Ser Humano desempenhe seus

papeacuteis eou possa abdicar deles entregando-se por livre escolha ou por forccedila

das circunstacircncias ao controle de outrem temporaacuteria ou definitivamente com

dignidade e respeito levando-o a sentir-se estimado e respeitado durante todo

o processo de viver tudo isto eacute papel da enfermagem 62

Ideologicamente a definiccedilatildeo posta acima deixa transparecer relaccedilatildeo

direta da enfermagem com bem estar mas por outro lado a reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas trabalhistas visa diminuir cada vez mais o nuacutemero de trabalhadores

economicamente ativos e achata a remuneraccedilatildeo daqueles que continuam

inseridos no mercado formal de trabalho63 tal preceito finda por conduzir a um

intenso processo de flexibilizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho marcado pelo

aumento das horas extras de trabalho e rendimento salarial modesto criando

assim uma sociedade global de risco64 Essa relaccedilatildeo por um lado trouxe

conquistas para a vida humana48 moderna mas tem produzido por outro lado

desafios para a aacuterea da sauacutede do trabalhador Dentre tais desafios encontram-

se as alcunhadas LERDORTs65

As LERDORTs tiveram um faacutetuo incremento nos uacuteltimos quinze anos e

satildeo consideradas como uma epidemia3566 No Brasil esse incremento comeccedilou

no iniacutecio da deacutecada de 80 no setor de processamento de dados mas

presentemente eacute possiacutevel encontrar casos em quase todos os ramos de

atividade67 e tem estreita relaccedilatildeo com as poliacuteticas trabalhistas

56

A conjuntura poliacutetica o achatamento salarial estreitamento do mercado

de trabalho e o desemprego satildeo fatores agravantes aos profissionais de

enfermagem e obriga esses profissionais a atuarem em mais de um local de

trabalho exercendo uma carga horaacuteria mensal extremamente longa 68

Tal fato parece ser agravado quando se pensa no profissional de

enfermagem de niacutevel meacutedio o mercado de trabalho se mostra cruel no que

tange agraves remuneraccedilotildees oferecendo em meacutedia dois salaacuterios miacutenimos pela

jornada de trabalho de quarenta horas semanais para esses profissionais68

O problema vem se agravando paulatinamente pelo desconhecimento

acerca do processo de adoecimento e pela ausecircncia de intervenccedilotildees

ergonocircmicas na condiccedilatildeo de trabalho69 e nesse sentido satildeo essenciais

esforccedilos para a compreensatildeo do homem na ambiecircncia laboral bem como de

programa educativo para prevenccedilatildeo de doenccedilas ocupacionais pois aquilatam

atitudes que valorizam a cultura da sauacutede ocupacional

De um modo geral quando se fala em sauacutede prevenccedilatildeo eacute ponto

meritoacuterio de destaque sobretudo pela questatildeo faacutermaco-econocircmica Quando se

trata especificamente da sauacutede ocupacional prevenccedilatildeo eacute apresentada como

fator primordial 35 70 71 72 73 e 74

24 A EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE NA LERDORT

Os projetos educativos em sauacutede satildeo majoritariamente propostos com

a perspectiva de transmissatildeo de um conhecimento onde o profissional da

sauacutede que sabe ensina para a populaccedilatildeo leiga

A forma de se educar em sauacutede descrita acima com certa ironia pode

ser melhor compreendida se considerarmos que as praacuteticas sanitaacuterias que

ganharam supremacia ao longo do seacuteculo XX fundamentaram-se na

hegemonia do binocircmio sauacutede-doenccedila como questotildees antagocircnicas esse

caminho incutiu padrotildees culturais sanitaacuterios inadequados constituindo o que

vem sendo nomeado contemporaneamente como comportamentos de

risco75 e assim parece evidente que as mudanccedilas comportamentais esperadas

57

com esse tipo de praacutetica constituem um produto raro das propostas educativas

implantados sem a efetiva participaccedilatildeo dos sujeitos 76 77

Os princiacutepios preventivos de LERDORT na realidade satildeo

reestruturaccedilotildees do processo de produccedilatildeo de conhecimento e devem resultar

na melhoria da qualidade de vida no trabalho78 79

Por outro lado atuaccedilotildees preventivas podem tornar-se meros rituais80

uma vez que se transformam numa seacuterie de protocolos e procedimentos que

seratildeo incorporados por funcionaacuterios sem uma efetiva participaccedilatildeo dos

mesmos no processo de construccedilatildeo das medidas preventivas

Os programas preventivos para prevenccedilatildeo das LERDORTs via de

regra satildeo embasados pela praacutetica da ginaacutestica laboral no entanto tal praacutetica

merece ser melhor estudada e compreendida pois natildeo apresentam soluccedilotildees

definitivas na reduccedilatildeo do surgimento das doenccedilas ocupacionais 81 82 83 84 85 86

Assim atitudes preventivas quando natildeo idealizadas em parceria com os

grupos a que seratildeo aplicadas e de acordo com suas reais necessidades e

praacutexis podem natildeo surtir efeitos desejados pois seratildeo na verdade conjunto de

regras e leis a serem adotadas nesse sentido a praacutetica prevencionista passa a

ser simples aplicaccedilatildeo de leis e normas que satildeo incorporadas agrave legislaccedilatildeo e

tornam-se obrigatoacuterios na praacutetica da seguranccedila do trabalho87 e portanto devem

ser memorizadas e cumpridas

Educaccedilatildeo em sauacutede constitui um conjunto de saberes e praacuteticas

orientadas para a prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede87 Dessa forma

rompe-se com a verticalidade da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio88

O usuaacuterio eacute reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o

processo sauacutede-doenccedila-cuidado capaz de estabelecer uma interlocuccedilatildeo

dialoacutegica com o serviccedilo de sauacutede e de desenvolver uma anaacutelise criacutetica sobre a

realidade e o aperfeiccediloamento das estrateacutegias de luta e enfrentamento 88

A estrateacutegia valorizada por este modelo eacute a comunicaccedilatildeo dialoacutegica que

visa agrave construccedilatildeo de um saber sobre o processo sauacutede-doenccedila-cuidado que

capacite os indiviacuteduos a decidirem quais as estrateacutegias mais apropriadas para

promover manter e recuperar sua sauacutede88

58

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) define sauacutede como natildeo apenas

ausecircncia de doenccedila mas tambeacutem enquanto uma situaccedilatildeo de perfeito bem-

estar fiacutesico mental e social Atualmente entende-se que essa definiccedilatildeo ainda

que avanccedilada para a eacutepoca em que foi elaborada atualmente eacute irreal e

ultrapassada Eacute possiacutevel afirmar que se trata de um conceito irreal pois referir-

se ao perfeito bem-estar caracteriza uma utopia jaacute que se acredita na

impossibilidade de atingir a perfeiccedilatildeo fiacutesica mental e social simultaneamente89

Seria pertinente ponderar que o conceito de sauacutede natildeo pode ser ideado

como um conceito unicausal mas sim transdisciplinar Sabe-se que definir

sauacutede implica uma experiecircncia subjetiva individual vivenciada pelo sujeito e

que natildeo pode ser totalmente apreendida pelo saber fazer cientiacutefico90 91 pois os

problemas de sauacutede natildeo se referem apenas ao monitoramento de doenccedilas

mas principalmente na anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo

abrangendo o aspecto econocircmico social e ambiental O planejamento a

programaccedilatildeo e a execuccedilatildeo de accedilotildees a serem implementadas para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede devem objetivar a eliminaccedilatildeo dos

riscos e danos e fundamentalmente os causadores destes

Por outro lado o conceito de educar eacute compreendido pela inserccedilatildeo do

homem na realidade e o processo deve partir sempre de experiecircncias do

homem com a realidade na qual estaacute inserido da sua vivecircncia pessoal com a

sua realidade a educaccedilatildeo deve cumprir tambeacutem a funccedilatildeo de analisar e refletir

a realidade posta no sentido de apropriar-se dela e transforma-la92

Ao se aglutinar esses pressupostos supra mencionados cria-se a

possibilidade real de se pensar em educaccedilatildeo em sauacutede que eacute entendida como

uma atividade planejada e tem como objetivo estimular e criar condiccedilotildees para

que mudanccedilas de comportamento sejam produzidas no zelo com a sauacutede93 94

estando assim totalmente desvinculada agrave mera obediecircncia aos cuidados

preventivos importantes e necessaacuterios idealizados para a promoccedilatildeo em sauacutede

A educaccedilatildeo em sauacutede pressupotildee uma combinaccedilatildeo de oportunidades

que favoreccedilam a manutenccedilatildeo da sauacutede e sua promoccedilatildeo natildeo se trata de uma

mera transmissatildeo de conteuacutedos mas sim como a adoccedilatildeo de praacuteticas

educacionais que busquem a autonomia dos sujeitos na conduccedilatildeo de sua

vida95

59

No intento de apreender essa perspectiva eacute importante grifar os modelos

sobre a educaccedilatildeo em sauacutede a saber O modelo tradicional e o modelo

radical96

De acordo com o modelo tradicional que eacute chamado tambeacutem de modelo

preventivista adota os pressupostos da sauacutede puacuteblica tradicional tal modelo

evidencia a prevenccedilatildeo de agravos centrando-se na mudanccedila individual96

Intenciona-se com este modelo a mudanccedila de comportamento individual

e segue a loacutegica da pedagogia de ensino bancaacuterio no qual o ldquoprofessorrdquo deteacutem

todo o conhecimento que seraacute ldquodepositadordquo nos educandos que satildeo sujeitos

passivos do processo Leva em consideraccedilatildeo que o sujeito eacute receptor de

conteuacutedo e que nada ou pouco sabe sobre o assunto em questatildeo Tal modelo

dificulta e inibe o despertar da consciecircncia criacutetica em relaccedilatildeo ao autocuidado

com a sauacutede96

Por outro lado o modelo radical de educaccedilatildeo em sauacutede surge no

tentame de compreender a complexidade da vida e da sauacutede surge na ideia do

construtivismo e tem como objetivo principal a promoccedilatildeo da sauacutede

considerando o saber do outro sobre os aspectos da realidade pessoal e

coletiva

Os pressupostos do modelo radical fundamentam-se nas ideias de Paulo

Freire e eacute um modelo educativo onde as pessoas satildeo estimuladas a

desenvolver uma consciecircncia criacutetica pelo processo de anaacutelise coletiva de

problemas na busca de soluccedilotildees e estrateacutegias conjuntas para a mudanccedila da

realidade Essa pedagogia evidencia a formaccedilatildeo de um indiviacuteduo mais criacutetico e

questionador 97

Considerando-se a educaccedilatildeo em sauacutede na ambiecircncia laboral parece

precioso ressaltar que as questotildees pertinentes sobre sauacutede-trabalho passaram

por vaacuterias modificaccedilotildees ao longo da histoacuteria

No que tange a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede para o trabalho as

primeiras preocupaccedilotildees foram com a seguranccedila do trabalhador os esforccedilos

eram voltados no intento de afastamento dos riscos acidentaacuterios mais

tardiamente preocupou-se tambeacutem com a medicina do trabalho que era

voltada para a cura de doenccedilas oriundas nessa ambiecircncia em seguida

60

alargou-se o olhar para a questatildeo higiene industrial visando a prevenir as

doenccedilas e garantir sauacutede ocupacional mais tarde o questionamento passou

para a sauacutede do trabalhador que caminha em direccedilatildeo ao bem-estar fiacutesico

mental e social dos trabalhadores que tem vida dentro e fora do loacutecus laboral98

Neste contexto eacute impossiacutevel isolar o homem-trabalhador do homem-

social como se o trabalhador pudesse deixar no portatildeo de entrada da empresa

toda a sua histoacuteria pessoal ou se na saiacuteda retirasse do corpo fiacutesico e mental

toda carga e significado conferido pelo trabalho98 e parece ser nessa loacutegica que

a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede no ambiente de trabalho assume relevacircncia eacute

neste ambiente que o indiviacuteduo passa grande parte do seu dia e seria salubre

que neste mesmo espaccedilo o indiviacuteduo pudesse vivenciar uma reflexatildeo a

respeito da sua proacutepria sauacutede como partiacutecipe do processo de mudanccedila da

realidade

A Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute de suma importacircncia quando se pretende

vincular novas posturas e tomadas de atitudes frente ao cuidado com a

promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo da doenccedila99 Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute

compreender os problemas que acometem determinada comunidade e fazer

que a populaccedilatildeo tenha consciecircncia desses problemas e busquem soluccedilotildees100

para tal a educaccedilatildeo deve estar pautada no diaacutelogo bem como na troca de

experiecircncias e deve haver uma ligaccedilatildeo entre o saber cientiacutefico e o sensu

comum

Programas de Educaccedilatildeo em Sauacutede satildeo importantes pois

contextualizam e despertam nas pessoas o saber e a atitude participativa nas

accedilotildees educativas obtendo assim melhorias nas suas condiccedilotildees de sauacutede 101

induz a mudanccedilas de crenccedilas atitudes e comportamentos em relaccedilatildeo ao

autocuidado e ao cuidado com os outros

Tal abordagem parece ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da

LERDORT em teacutecnicos de enfermagem pois dentre as profissotildees da aacuterea da

sauacutede essa eacute a que mais eacute acometida por esses distuacuterbios tem sido afetada

por distuacuterbios musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 80 de

ocorrecircncia102103 104

61

Esses distuacuterbios favorecem a diminuiccedilatildeo da capacidade laborativa uma

vez que estaacute ligada a diminuiccedilatildeo seguranccedila no trabalho105 106 e atitudes de

Educaccedilatildeo em Sauacutede podem suavizar a inseguranccedila e diminuir sintomas fiacutesicos

de forma a proporcionar um incremento da capacidade funcional fato que pode

contribuir para a melhoria da qualidade de vida outrora afetada na ambiecircncia

de trabalho

Algumas dificuldades de compreensatildeo acerca dos riscos ocupacionais

como tambeacutem a dificuldade de aceitaccedilatildeo em cumprir certas medidas de

seguranccedila permanecem marcantes ainda hoje nos trabalhadores de

enfermagem possivelmente devido agrave falta de formaccedilatildeo e conhecimentos sobre

tais riscos bem como uma questatildeo ideoloacutegica do quatildeo eacute importante cuidar do

outro com o maacuteximo de competecircncia e dedicaccedilatildeo procurar salvar-lhe a vida

minimizar-lhe as dores ouvir suas queixas confortaacute-lo natildeo sendo dada muita

importacircncia ao aumento da carga horaacuteria laboral ao cansaccedilo agraves condiccedilotildees

inapropriadas para se trabalhar a falta de horaacuterio para alimentaccedilatildeo

sonorepouso lazer entre outros problemas107

Em estudo96 realizado para verificar o niacutevel de conhecimento dos

trabalhadores de sauacutede hospitalar no desenvolvimento de suas atividades

constatou-se que eles conhecem os riscos de forma geneacuterica e que esse

conhecimento natildeo se transforma numa accedilatildeo segura de prevenccedilatildeo de acidentes

e doenccedilas ocupacionais apontando para a necessidade de uma accedilatildeo que

venha modificar essa situaccedilatildeo27

Em funccedilatildeo dessa conclusatildeo percebe-se que a questatildeo da Educaccedilatildeo em

Sauacutede e sua representaccedilatildeo no ambiente de trabalho satildeo fatores que podem

propiciar ao trabalhador condiccedilotildees significativas de vivenciar e compreender

diversas experiecircncias de controle de risco dentro e fora do ambiente de

trabalho97 De tal modo que torna-se imprescindiacutevel a experimentaccedilatildeo de

praacuteticas de Educaccedilatildeo em Sauacutede para todos os trabalhadores envolvidos com o

setor sauacutede108

A educaccedilatildeo no ambiente de trabalho serve de suporte para que os

trabalhadores possam desempenhar suas funccedilotildees com mais seguranccedila e

qualidade constituindo-se uma exigecircncia de todos os serviccedilos de assistecircncia agrave

sauacutede109

62

Os trabalhadores tecircm direito de saber quais os perigos e riscos

potenciais de suas tarefas e locais de trabalho eacute importante que os

trabalhadores se empoderem de saberes que visem o melhoramento das

condiccedilotildees de trabalho pelas suas proacuteprias accedilotildees devendo para isso receber

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para enfrentar efetivamente seus problemas

de sauacutede ocupacional109

Mesmo que os autores nos artigos anteriormente referidos tenham feito

alusotildees geneacutericas referentes agrave importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede

Ocupacional de forma mais ampla seus apontamentos auxiliam na

compreensatildeo da importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada tambeacutem ao

teacutecnico de enfermagem entendendo que praacuteticas educativas em sauacutede

contribuem na compreensatildeo do quatildeo profiacutecuo eacute uma boa condiccedilatildeo de sauacutede

para o bom desempenho laboral

Muitas vezes na praacutetica a Educaccedilatildeo em Sauacutede tem sido considerada

apenas como divulgaccedilatildeo transmissatildeo de conhecimentos e informaccedilotildees de

forma fragmentada e muitas vezes distante da realidade de vida do puacuteblico

alvo poreacutem o fulcro do problema que ainda permanece estaacute no caraacuteter

abstrato da concepccedilatildeo da relaccedilatildeo unidirecional como se ela fosse uma relaccedilatildeo

entre dois aquele que ensina e aquele que aprende abstraiacuteda do contexto

soacutecio institucional

Tal afirmaccedilatildeo pode ser constatada ao se analisar o trabalho100 proposto

por J Hartvigsen S Lauritzen S Lings T Lauritzen que tinha como objetivo

avaliar a eficaacutecia de uma intervenccedilatildeo ergonocircmica educacional intensiva no

sentido de reduzir dores lombares entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

que trabalham no cuidados de pacientes com AIDS no ambiente domiciliar Os

participantes foram acompanhados semanalmente por um profissional

especialmente treinado que instruiacutea os participantes da pesquisa quanto agrave

transferecircncia do paciente e teacutecnicas de levantamento de peso Os participantes

assistiram a aulas com a temaacutetica dor lombar de trecircs horas Os dados foram

coletados por meio do questionaacuterio Noacuterdico chegando-se ao resultado de que

natildeo houve melhora na percepccedilatildeo da sintomatologia dolorosa relacionada agrave dor

lombar no grupo pesquisado110

63

Em oposiccedilatildeo agrave metodologia proposta no paraacutegrafo acima acreditamos

que a accedilatildeo de quem se compromete em trabalhar com Educaccedilatildeo em Sauacutede na

sauacutede ocupacional deve ser aberta para construir novos conhecimentos

compreender o processo de ensinar e apreender como fluxo de via de matildeo

dupla juntamente com os pares

Em outros estudos autores concluem que a construccedilatildeo participativa eacute o

melhor vieacutes para se fazer educaccedilatildeo em sauacutede Estudiosos inferem que

seminaacuterios realizados com enfermeiras auxiliam na identificaccedilatildeo de fatores de

riscos ergonocircmicos e fornecem ganho de habilidades na resoluccedilatildeo de

problemas relacionados a esses riscos Os resultados da pesquisa indicaram

moderada a alta confianccedila na realizaccedilatildeo das avaliaccedilotildees ergonocircmicas por parte

das enfermeiras que participaram dos seminaacuterios indicando que o experimento

participativo gerou um niacutevel moderado a elevado de confianccedila na prevenccedilatildeo ao

surgimento das LERDORTs111 112

Na tentativa de reduzir sintomas relacionados ao trabalho na regiatildeo

cervical e membros superiores em enfermeiros um serviccedilo de sauacutede

ocupacional Holandecircs desenvolveu de forma participativa um programa de

prevenccedilatildeo que objetivava a exposiccedilatildeo aos enfermeiros de fatores de risco na

ambiecircncia laboral O estudo randomizado teve duraccedilatildeo de 12 meses e para tal

os participantes foram aleatoriamente divididos em grupo de intervenccedilatildeo e

grupo controle o desfecho do estudo mostrou que ocorreu uma significativa

mudanccedila positiva entre educaccedilatildeo participativa e diminuiccedilatildeo de adoccedilatildeo de

posturas e movimentaccedilatildeo adversas112

Em outro trabalho chega-se a conclusatildeo que os transtornos traumaacuteticos

cumulativos representam mais da metade de todos os acidentes de trabalho

notificados nos Estados Unidos e que a falta de uma definiccedilatildeo clara sobre

esses traumas eacute causa de confusatildeo entre trabalhadores nesse sentido os

autores propuseram o desenvolvimento coletivo de um cartaz educativo sobre

traumas cumulativos que tinha como intento descrever a prevenccedilatildeo cuidados e

reabilitaccedilatildeo Apoacutes a confecccedilatildeo do cartaz foi realizado avaliaccedilatildeo dos servidores

por meio de entrevista e os autores concluiacuteram que a maioria dos participantes

acreditou que o cartaz foi uacutetil ou muito uacutetil e que promovia real mudanccedila de

comportamento na tomada de medidas reducionais para os fatores de risco113

64

Por fim a educaccedilatildeo continuada de teacutecnicos de enfermagem envolvendo

temas relacionados agrave sauacutede ocupacional deve ser reconhecida como

estrateacutegia que pode contribuir para a consolidaccedilatildeo de uma boa qualidade de

vida no trabalho Embasado neste princiacutepio as praacuteticas educativas em sauacutede

na ambiecircncia hospitalar podem e devem ser diversificadas poreacutem coadunadas

com a realidade dos sujeitos que vivencia o saber fazer da tarefa

65

OBJETIVOS

66

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar os resultados de um Programa Educativo em Sauacutede idealizado a

partir da realidade do trabalho de teacutecnicos de enfermagem nos aspectos

percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem quanto ao processo de surgimento das

LERDORTs qualidade de vida e percepccedilatildeo dolorosa

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Apreender a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre o processo

de adoecimento relacionado com a LERDORT

Elaborar a partir dos dados obtidos uma proposta de Educaccedilatildeo em

Sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do teacutecnico de

enfermagem

Analisar a qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor

estado geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental

antes e apoacutes vivecircncia de uma proposta educativa

Avaliar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo aos

sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho antes e apoacutes o

desdobramento desta proposta

67

METODOLOGIA

68

4 METODOLOGIA

41 FUNDAMENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-

descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e

quantitativas104 A dicotomia entre abordagem qualitativa e quantitativa que se

estabelece na praacutetica de um lado deixa agrave margem relevacircncias e dados que

natildeo podem estar contidos em nuacutemeros e de outro lado agraves vezes contempla

apenas os significados subjetivos e omite a realidade114

A escolha do desenho metodoloacutegico se deu por entender que os

meacutetodos qualitativos e quantitativos natildeo guardam relaccedilotildees de oposiccedilatildeo entre

si115 e que a triangulaccedilatildeo torna a investigaccedilatildeo mais forte116 e se ajusta agraves

perguntas do presente desse estudo

Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento

correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos

especiacuteficos 1 e 2 ou seja conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo para elaborar

um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo

de suas praacuteticas

O segundo momento da pesquisa correspondeu ao caminho

metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos especiacuteficos 3 e 4 ou seja

avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado

especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida

como a percepccedilatildeo aacutelgica

Para a primeira etapa da pesquisa privilegiou-se abordagem qualitativa

Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se compreender o fenocircmeno

LERDORT na perspectiva de teacutecnicos de enfermagem Esta abordagem

apresentou-se como importante estrateacutegia pois permitiu compreender e

conhecer significados e praacuteticas individuais e coletivas dos sujeitos

69

pesquisados o que possibilitou ao pesquisador conhecer sentimentos e

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo ao objeto de estudo fato

que muito contribuiu na construccedilatildeo coletiva do manual educativo

Para a segunda etapa da pesquisa privilegiou-se a abordagem

quantitativa Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se alcanccedilar o

entendimento de singularidades pertinentes na avaliaccedilatildeo do Programa

Educativo como qualidade de vida e percepccedilatildeo aacutelgica

42 O CONTEXTO DA PESQUISA

O loacutecus do estudo foi o Hospital Escola Dr Heacutelvio de Farias Auto uacutenico

hospital do Estado de Alagoas especializado no cuidado de portadores de

doenccedilas infectocontagiosas

A unidade foi inaugurada no fim do seacuteculo XIX com o propoacutesito de isolar

pacientes portadores de hanseniacutease peste coacutelera malaacuteria entre outras vindos

de todo o Estado de Alagoas Apoacutes uma reforma estrutural na deacutecada de 40

no Governo Silvestre Peacutericles de Goacutees Monteiro passou a ser

denominado ldquoHospital Constanccedila de Goacutees Monteirordquo e ampliou o atendimento

para traumas Na deacutecada de 80 o Hospital mudou novamente de denominaccedilatildeo

e passou a chamar-se ldquoHospital de Doenccedilas Tropicais Constanccedila de Goacutees

Monteirordquo e volta a especializar-se em doenccedilas infecciosas hoje estaacute vinculado

a Secretaria Estadual de Sauacutede de Alagoas e passou a servir de referecircncia

junto ao Ministeacuterio da Sauacutede

A caracteriacutestica de ser Hospital de Ensino se deve ao fato de aqui serem

ministradas desde a deacutecada de 50 aulas teoacutericas e praacuteticas da disciplina de

doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias da Universidade Federal de Alagoas e

posteriormente em 1970 tambeacutem da Escola de Ciecircncias Meacutedicas de Alagoas

Em dezembro de 1998 foi denominado ldquoHospital Escola Heacutelvio Joseacute de

Farias Autordquo em homenagem ao Meacutedico e Professor pertencente ao quadro

efetivo do hospital e pioneiro no estudo das doenccedilas infectocontagiosas no

Estado

70

No ano de 2000 apoacutes a reforma Administrativa do Estado o Hospital

passou a ser vinculado a entatildeo Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Ciecircncias da Sauacutede

(UNCISAL) mantendo suas caracteriacutesticas como referecircncia no cuidado de

doenccedilas infectocontagiosas e mantendo sua funccedilatildeo de Hospital Escola

atendendo exclusivamente aos usuaacuterios do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Em 2005 apoacutes a transformaccedilatildeo da UNCISAL em Universidade Estadual

de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas o hospital passou a ser uma das Unidades

Complementares dessa Universidade

O atendimento se destina aos doentes encaminhados por outros

serviccedilos acometidos ou com suspeita cliacutenica das doenccedilas infecciosas O

cliente encaminhado recebe um atendimento inicial no ambulatoacuterio caso o seu

problema possa ser incluiacutedo em um dos programas de atenccedilatildeo do hospital ele

seraacute registrado como usuaacuterio dispondo a partir daiacute de qualquer serviccedilo

existente no hospital

Dependendo da necessidade o paciente poderaacute ser atendido em

consulta de ambulatoacuterio na internaccedilatildeo ou no hospital-dia

O Hospital dispotildee de Ambulatoacuterio Serviccedilo de admissatildeo e registro

Serviccedilo Social Farmaacutecia Lavanderia Hospitalar Serviccedilo de Nutriccedilatildeo e

Dieteacutetica Central de Esterilizaccedilatildeo de Materiais Nuacutecleo de Reabilitaccedilatildeo

Psicologia Radiologia Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Comissatildeo de

Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar Serviccedilo de Arquivo Meacutedico Ouvidoria

Assessoria de Comunicaccedilatildeo Hospital Dia Auditoacuterio Sala de Aula Auditoacuterio e

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

A Capacidade Instalada eacute de 113 (cento e treze) leitos distribuiacutedos em

05 (cinco) Unidades de Internaccedilatildeo Hospitalar a saber 40 leitos masculinos 19

leitos femininos 40 leitos de pediatria e 07 leitos patologia do trato respiratoacuterio e

10 leitos de UTI

71

43 POPULACcedilAtildeO DE ESTUDO

Os sujeitos da pesquisa foram teacutecnicos de enfermagem que trabalham

no Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto por mais de 01 (um) ano no cuidado aos

pacientes internados e que natildeo tinham diagnoacutestico cliacutenico de qualquer doenccedila

reumaacutetica

Os sujeitos do estudo foram selecionados de forma intencional a partir

de convite realizado publicamente atraveacutes de cartazes (anexo 1) dispostos nos

quadros de avisos situados proacuteximo ao reloacutegio de ponto e no repouso dos

funcionaacuterios do hospital apoacutes a manifestaccedilatildeo do desejo de participar foi feito

contatos para apresentar os propoacutesitos da pesquisa

Dentre os teacutecnicos de enfermagem encontramos 76 provaacuteveis

colaboradores desse total apoacutes a leitura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (anexo 2) 70 concordaram em participar da pesquisa

perfazendo um total de 9210 dos elegiacuteveis

Dos que concordaram em participar5 (714) eram do gecircnero masculino

e 65 (9286) do gecircnero feminino tendo como meacutedia de idades 2871 anos

(DP + 503 IC a 950=167) Em relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo civil o maior nuacutemero dos

respondentes possuiacutea uniatildeo estaacutevel (5714)

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de escolaridade 4572 dos teacutecnicos de

enfermagem concluiacuteram niacutevel superior enquanto 5428 findaram niacutevel meacutedio

A renda mensal meacutedia dos respondentes gira em torno de R$ 84943 tal

salaacuterio correspondeu a 204 salaacuterios miacutenimos na eacutepoca da coleta dos dados

Em relaccedilatildeo agrave etnia os integrantes se auto declararam em sua maioria

pardos (62) oito (08) se auto declararam brancos e cinco (05) negros

O tempo meacutedio de anos na atividade profissional como teacutecnico de

enfermagem foi de 7 anos (DP+407 IC a 95)

72

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo dos Teacutecnicos de Enfermagem do Hospital Escola Dr

Heacutelvio AutoUNCISAL Janeiro 2009

VARIAVEL CARACTERIZACcedilAtildeO DOS TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

Meacutedia de idade 2871plusmn503

Gecircnero Feminino 65 (9286)

Gecircnero Masculino 05 (714)

Escolaridade (Niacutevel Superior) 4772

Escolaridade (Niacutevel Meacutedio) 5428

Estado Civil (Casado) 5714

Estado Civil (solteiro) 4386

Meacutedia de renda mensal 205 Salaacuterios Miacutenimos

Tempo Meacutedio de trabalho com

enfermagem 7 plusmn 407

Legenda Salaacuterio Miacutenimo da eacutepoca R$ 41500

O grupo selecionado foi dividido aleatoriamente pelo pesquisador

principal por meio de sorteio simples em dois subgrupos os participantes

foram identificados por nuacutemeros sendo todos escritos em papeacuteis e colocados

em um envelope de cor escura e retirados um a um os primeiros trinta e cinco

serviram para formar a lista dos sujeitos participantes da primeira etapa de

coleta de dados (subgrupo 1) e os restantes formaram a lista dos sujeitos

participantes da segunda etapa (subgrupo 2) O subgrupo 1 contendo 50 dos

elegiacuteveis participou de grupo focal e foram submetidos a observaccedilatildeo

73

etnograacutefica pelo pesquisador Os dados coletados nesta etapa ofereceram

subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo do recurso educativo

O subgrupo 2 contendo exatamente o mesmo contingente participou do

programa educativo e respondeu o Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) (anexo 3) e o Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36) (anexo 4)

Apoacutes a divisatildeo dos grupos o pesquisador por meio de contato

telefocircnico agendou reuniatildeo com o grupo a reuniatildeo ocorreu no auditoacuterio do

hospital e nesse momento foram explicadas as razotildees e objetivos da pesquisa

e a divisatildeo dos grupos sendo mais uma vez lido o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) para que os mesmos os assinassem autorizando a

sua participaccedilatildeo na pesquisa

44 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Nesta pesquisa foram utilizados cinco instrumentos de coleta de dados

de acordo com Santos (1999) a utilizaccedilatildeo de mais de um instrumento permite

ao pesquisador combinar vantagens e corrigir algumas deficiecircncias de qualquer

fonte de informaccedilotildees ou seja permite ao pesquisador validar as

informaccedilotildees117118

Para a primeira etapa da pesquisa os instrumentos escolhidos foram

observaccedilatildeo etnograacutefica entrevista de aprofundamento e grupo focal

Na segunda etapa apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa os

instrumentos utilizados foram Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) 119 e Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36)120

74

441 PRIMEIRA ETAPA

4411 OBSERVACcedilAtildeO ETNOGRAacuteFICA

Trata-se de uma modalidade de pesquisa social que foi desenvolvida

pelos antropoacutelogos Boas e Malinoviski tal abordagem constitui a partir da

observaccedilatildeo in locus dos comportamentos sociais na descriccedilatildeo vivida e

detalhada da realidade de pessoas pertencentes a um determinado contexto

essa teacutecnica em educaccedilatildeo em sauacutede pode viabilizar a possibilidade de prestar

cuidados mais congruentes e mais proacuteximos da realidade A etnografia eacute

constituiacuteda numa descriccedilatildeo vivida da realidade de pessoas pertencentes a um

determinado contexto cultural

ldquoA etnografia no seu sentido mais amplo

pode ser definida como um processo

sistemaacutetico de observar detalhar descrever

documentar e analisar o estilo de vida ou

padrotildees especiacuteficos de uma cultura ou

subcultura para aprender o seu modo de

viver em seu ambiente naturalrdquo (LEININGER

1985 p 35)121

A etnografia eacute uma teacutecnica metodoloacutegica alicerccedilada na metodologia

qualitativa onde o processo eacute criado na interaccedilatildeo com o grupo e para tal o

senso comum deve ser valorizado trata-se de uma postura metodoloacutegica que

se opotildee aos modos tradicionais de manusear os problemas Eacute um modo de

olhar de muito perto que se baseia em experiecircncia pessoal e na participaccedilatildeo

do cotidiano

Deve ser entendida como a descriccedilatildeo de uma cultura que pode ser a de

um pequeno grupo tribal numa terra exoacutetica ou a de uma turma de uma escola

75

dos subuacuterbios sendo a tarefa do investigador etnograacutefico compreender a

maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo110 122

Segundo Laplantine (1994)123 a etnografia tem como fundamento a

ruptura inicial em relaccedilatildeo ao abstrato e especulativo e com tudo aquilo que natildeo

esteja baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos sociais a partir de

uma relaccedilatildeo humana Considera ainda que para a captaccedilatildeo profunda de um

fenocircmeno eacute preciso compreendecirc-lo alternadamente tal como percebe o

observador estrangeiro mas tambeacutem tal como os atores sociais o vivem O

fundamento deste movimento de desdobramento ininterrupto diz respeito agrave

especificidade do objeto antropoloacutegico

Segundo Spradley (1980)122 o elemento essencial da etnografia eacute

buscar compreender o modo de vida de pessoas ou grupos na sua proacutepria

perspectiva e localidade

A observaccedilatildeo implica em buscar e construir a teoria geral da cultura

objetivando gerar hipoacuteteses e viabilizar investigaccedilotildees subsequentes saberes e

costumes de um grupo123

Os dados culturais de uma etnografia derivam de abstraccedilotildees daquilo que

as pessoas fazem ou dizem que fazem ou ainda a forma como interpretam

aquilo que fazem124

O subgrupo 1 foi observado pelo pesquisador por um periacuteodo de 03

(trecircs) meses no periacuteodo de fevereiro a abril de 2009 e foi realizado com uma

periodicidade de 03 (trecircs) vezes por semana em dias alternados a alternacircncia

dos dias ocorreu para diversificar os teacutecnicos de enfermagem As impressotildees

foram anotadas em diaacuterio de campo Aleacutem da observaccedilatildeo participante

registros fotograacuteficos produzidos pelo pesquisador em campo foram utilizados

como recursos para o procedimento de coleta de informaccedilotildees pois se

acreditou que tais imagens forneceriam informaccedilotildees de situaccedilotildees vividas no

tempo real da observaccedilatildeo Tal observaccedilatildeo resultou numa descriccedilatildeo vivida da

realidade dos teacutecnicos de enfermagem e possibilitou a geraccedilatildeo de conceitos e

teorias que serviram como subsiacutedios para a confecccedilatildeo do programa educativo

baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos do grupo em estudo

76

A escolha metodoloacutegica levou em consideraccedilatildeo que o campo eacute um lugar

de aprendizagem e entendimento do assunto que se pretende estudar que o

pesquisador para compreender o simboacutelico deveria estar proacuteximo do loacutecus da

pesquisa que o pesquisador deveria estar preparado para inserir-se no campo

de pesquisa interagindo com os participantes com a finalidade de apreender

com os colaboradores que o pesquisador natildeo partiria para o campo com ideias

preacute-concebidas ou com uma seacuterie de hipoacuteteses preacute-estabelecidas que a

aquisiccedilatildeo do conhecimento se daria a partir das interaccedilotildees com os

participantes da pesquisa

4412 ENTREVISTA DE APROFUNDAMENTO

Para aprofundar a compreensatildeo das categorias que emergiram do campo

por meio da observaccedilatildeo etnograacutefica e melhor apreender significados que os

profissionais atribuem ao mesmo optamos pela entrevista de aprofundamento

Utilizamos a entrevista semiestruturada que para Minayo (2002)115

permite alguma padronizaccedilatildeo e favorece a comparaccedilatildeo de dados obtidos pelo

conjunto de respostas mas tambeacutem eacute flexiacutevel permitindo adaptaccedilotildees e

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees complementares

A entrevista apresenta como vantagens a possibilidade do entrevistador

poder esclarecer o significado das perguntas possibilitando a obtenccedilatildeo de

maior nuacutemero de respostas (eacute mais livre do que um questionaacuterio) aleacutem disso eacute

uma teacutecnica muito eficiente para obtenccedilatildeo de dados que permitam

aprofundamento115

O nuacutemero de participantes entrevistados foi definido somente durante a

execuccedilatildeo do trabalho no campo na seleccedilatildeo dos participantes considerou-se

natildeo o nuacutemero de pessoas mas a qualidade e repetitividade das informaccedilotildees115

116 As entrevistas foram feitas em nuacutemero significante para ateacute que houvesse

saturaccedilatildeo e repetitividade das informaccedilotildees Foram assim realizadas 28 (vinte

e oito) entrevistas com tempo meacutedio de 46 minutos cada uma

77

Para a elaboraccedilatildeo do roteiro das entrevistas foram utilizados 03 (trecircs)

nuacutecleos direcionadores desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas

As respostas foram gravadas em aacuteudio mediante o consentimento do

entrevistado e posteriormente transcritas integralmente pelo proacuteprio

pesquisador respeitando-se as pausas e outras expressotildees que puderam

auxiliar a traduccedilatildeo da realidade

Em relaccedilatildeo agrave transcriccedilatildeo Szymanski et al (2002)121 colocam que ela eacute a

primeira versatildeo escrita do texto da fala do participante que deve ser registrada

tanto quanto possiacutevel tal como ela se deu ao escrever faz-se um esforccedilo no

sentido de passar a linguagem oral para a escrita ou seja haacute um esforccedilo na

traduccedilatildeo de um coacutedigo para outro124

4413 GRUPO FOCAL

Grupo focal eacute uma teacutecnica que aborda os aspectos qualitativos da

realidade que se quer estudar125 apoia-se na avaliaccedilatildeo qualitativa por meio

das interaccedilotildees grupais ao se discutir um toacutepico proposto pelo pesquisador

Nessa teacutecnica o pesquisador reuacutene num mesmo local e durante certo

periacuteodo uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do puacuteblico-

alvo de suas investigaccedilotildees tendo como objetivo coletar ou analisar dados

acerca de um tema especiacutefico a partir do diaacutelogo e do debate com e entre os

sujeitos 126

Essa metodologia vem desde a deacutecada de 80 conquistando um loacutecus

privilegiado nas mais diversas aacutereas de estudo Tal crescimento foi em grande

medida impulsionado pela pesquisa de mercado que resgatando

procedimentos claacutessicos das Ciecircncias Sociais Psicologia e Serviccedilo Social

conjugados agraves ldquomodernasrdquo tecnologias e paradigmas de business marketing e

miacutedia reelaborou-a com o objetivo de captar os anseios dos consumidores

definindo padrotildees a serem seguidos pelas empresas em seus futuros

lanccedilamentos

78

Os resultados dessa conjugaccedilatildeo foram bastante positivos que a teacutecnica

recebeu novo alento no campo das Ciecircncias Sociais inicialmente pelo vieacutes

poliacutetico com sua utilizaccedilatildeo no mapeamento e na elaboraccedilatildeo do perfil dos

eleitores influenciando diretamente na definiccedilatildeo das diretrizes e accedilotildees de

partidos e candidatos Trilhando esse percurso espraiou-se pelos diversos

segmentos da pesquisa social Na aacuterea de sauacutede o grupo focal tem sido mais

usado a partir da segunda metade dos anos 80127128

Para realizaccedilatildeo dos grupos devem ser reservados espaccedilos apropriados

de preferecircncia em territoacuterio neutro e de faacutecil acesso aos participantes O ideal eacute

uma sala que abrigue confortavelmente o nuacutemero previsto de participantes e

moderadores e que esteja protegida de ruiacutedos e interrupccedilotildees externas Os

participantes podem ser distribuiacutedos em torno de uma mesa retangular ou oval

ou dispostos em cadeiras arrumadas em forma circular Eacute recomendaacutevel

tambeacutem disponibilizar aacutegua cafeacute e um pequeno lanche aos participantes129

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de participantes nos grupos focais

encontramos na literatura uma variaccedilatildeo entre 6 a 15 mas tamanho oacutetimo para

um grupo focal eacute aquele que permita a participaccedilatildeo efetiva dos participantes e

a discussatildeo adequada dos temas129

Os participantes de um grupo focal devem apresentar certas

caracteriacutesticas em comum que estatildeo associadas agrave temaacutetica central em estudo

O grupo deve ser portanto homogecircneo em termos de caracteriacutesticas que

interfiram radicalmente na percepccedilatildeo do assunto em foco recomenda-se que

os participantes sejam selecionados dentro de um grupo de indiviacuteduos que

convivam com o assunto a ser discutido e que tenham profundo conhecimento

dos fatores que afetam os dados mais pertinentes130

As reuniotildees do grupo focal ocorreram no mecircs de maio de 2009 O

subgrupo 1 foi convidado e encorajado a participar da discussatildeo e anaacutelise dos

dados coletados na observaccedilatildeo etnograacutefica Os voluntaacuterios foram organizados

em 4 (quatro) grupos de discussatildeo foram 3 grupos de discussatildeo com 9

teacutecnicos de enfermagem e 01 grupo contendo 8 teacutecnicos Todos os grupos

participaram de 04 (quatro) encontros Foi explicado para cada grupo o objetivo

da anaacutelise das fotos e das anotaccedilotildees no diaacuterio de campo

79

Nessa fase 7 sujeitos faltaram a 03 encontros e o fizeram em outro

momento marcado separadamente

Em cada encontro foi discutido o tema LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem sendo marcado o horaacuterio conforme a solicitaccedilatildeo dos

participantes Todas as narrativas e discussotildees foram gravadas em aacuteudio

mediante o consentimento dos participantes e posteriormente integralmente

transcritas pelo pesquisador respeitando-se as pausas e expressotildees que

puderam auxiliar na compreensatildeo da realidade

Os encontros foram cercados dos seguintes cuidados sala fora do

ambiente hospitalar para assegurar a privacidade com boa iluminaccedilatildeo

climatizada de acesso faacutecil e com cadeiras dispostas em ciacuterculos O espaccedilo foi

preparado para oferecer um ambiente descontraiacutedo utilizando-se de uma

muacutesica relaxante com sons de aacutegua natureza paacutessaros com isso pretendeu-

se tornar o momento o mais aconchegante possiacutevel Foi disponibilizado um

lanche em cada encontro

Ao final de cada encontro foi agendado o horaacuterio e o dia do proacuteximo e

na veacutespera deste dia o pesquisador entrou em contato telefocircnico com cada

participante confirmando sua presenccedila Tal cuidado foi adotado para natildeo

ocorrer baixa no nuacutemero de sujeitos participantes

Em cada encontro as fotos retiradas na Observaccedilatildeo Etnograacutefica foram

projetadas por meio de multimiacutedia e enquanto observam-se os registros

fotograacuteficos os temas foram desenvolvidos

A temaacutetica de cada encontro ficou assim distribuiacuteda

Primeiro Encontro buscando compreender as posturas corporais

durante a jornada de trabalho

O objetivo deste encontro foi identificar as posturas adotadas durante a

jornada de trabalho para tal foi utilizada a teacutecnica de explosatildeo de ideias e os

participantes responderam aos seguintes questionamentos As posturas

corporais que vocecircs veem nessas fotos satildeo adequadas e protegem a coluna

vertebral Como poderiacuteamos fazer para melhorar essa postura

80

Segundo Encontro O meu corpo comunica-se comigo

O objetivo desse encontro foi o de experimentar as sensaccedilotildees corporais

Para tal as posturas visualizadas na projeccedilatildeo por meio de multimiacutedia foram

adotadas e experimentadas pelos teacutecnicos de enfermagem e apoacutes o

experimento cada participante foi estimulado a falar sobre as sensaccedilotildees

Terceiro Encontro O processo de adoecimento no trabalho

Para estimular a discussatildeo solicitamos que os teacutecnicos de enfermagem

recortassem e colassem figuras e palavras de revistas foi solicitado aos

participantes que representassem como veem o processo de adoecimento

Apoacutes a colagem cada participante fez uma explanaccedilatildeo sobre sua colagem

Quarto Encontro Como prevenir o adoecimento no trabalho

O objetivo desse encontro foi averiguar se os participantes reconhecem

as medidas preventivas para os agravos de LERDORT Cada participante foi

convidado a descrever maneiras corretas de transporte de cargas

transferecircncias de pacientes posturas corretas ao deitar sentar caminhar

sapatos ideais entre outras questotildees

442 SEGUNDA ETAPA

A coleta de dados dessa fase ocorreu antes e apoacutes o desenvolvimento

da atividade educativa elaborada na primeira etapa da pesquisa (descrita no

capitulo 52 de resultados e discussatildeo e apresentada no anexo 5)

O desenvolvimento da atividade educativa com o subgrupo 2 de

teacutecnicos de enfermagem ocorreu conforme a descriccedilatildeo feita a seguir

Ao entregar cada um dos capiacutetulos do manual o pesquisador

apresentava a temaacutetica do dia e instigava a participaccedilatildeo de todo o grupo na

81

discussatildeo com perguntas do tipo o que vocecirc acha sobre isso Vocecirc tem algo a

acrescentar

Ao fim de cada discussatildeo que durava em meacutedia 20 minutos os

exerciacutecios contidos no final do manual eram realizados e ensinados aos

teacutecnicos durante a execuccedilatildeo o pesquisador reforccedilava a importacircncia de se

realizar os mesmos foram 19 exerciacutecios no total e por dia eram realizados 05

(cinco) exerciacutecios com 03 (trecircs) repeticcedilotildees de cada Cuidados foram tomados

ao longo dos encontros no sentido de que todos os exerciacutecios fossem

experimentados e as posturas corrigidas O tempo de execuccedilatildeo dos exerciacutecios

foi em meacutedia de 30 minutos de tal forma que cada encontro durava em torno de

50 minutos

Os encontros em nuacutemero de dez ocorreram nos meses de janeiro a

marccedilo de 2010 em dias intercalados para quatro pequenas turmas 03 com 09

teacutecnicos e uma com 08 teacutecnicos de enfermagem

Tivemos o cuidado de sempre estimular a discussatildeo entre os grupos

por acreditar que natildeo basta disponibilizar informaccedilotildees em avalanches

quantitativas sem uma reflexatildeo contextualizada sobre os objetivos a que se

destinam

A boneca foi intencionalmente colocada em diferentes ambientes do

hospital enfermarias (masculina e feminina) refeitoacuterio e sala de repouso onde

permaneceu por um tempo meacutedio de 4 horas

Os instrumentos de coletas de dados antes e apoacutes a atividade educativa

foram

4421 QUESTIONAacuteRIO NOacuteRDICO DE SINTOMAS

OSTEOMUSCULARES (QNSO)

O objetivo da aplicaccedilatildeo desse questionaacuterio foi o de verificar a ocorrecircncia

de sintomas musculoesqueleacuteticos percebidos pelos trabalhadores

82

O QNSO (anexo 3) foi desenvolvido com a proposta de padronizar a

mensuraccedilatildeo de relato de sintomas musculoesqueleacuteticos constituindo

importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou do posto de trabalho131

132 133 134

O instrumento foi traduzido para diversos idiomas na uacuteltima deacutecada

dando origem a muitos estudos empiacutericos Nesse estudo foi utilizado o

Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) na versatildeo

traduzida e adaptada para o Portuguecircs do Brasil por Pinheiro (2002)119

Os autores desse questionaacuterio natildeo o indicam como base para

diagnoacutestico cliacutenico mas para a identificaccedilatildeo de distuacuterbios osteomusculares e

como tal pode constituir importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou

do posto de trabalho Haacute trecircs formas do QNSO uma forma geral

compreendendo todas as aacutereas anatocircmicas e outras duas especiacuteficas para a

regiatildeo lombar cervical e ombros A forma geral do QNSO eacute a que recebe

apresentaccedilatildeo no presente estudo

Tal questionaacuterio eacute autoaplicaacutevel consiste em um instrumento de

muacuteltiplas escolhas quanto agrave ocorrecircncia de sintomas aacutelgicos relacionadas ao

trabalho nas diversas regiotildees anatocircmicas e apresenta uma figura humana em

vista posterior dividida em nove regiotildees anatocircmicas a saber cervical ombros

toraacutecica cotovelos punhosmatildeos lombar quadrilcoxas joelhos

tornozelospeacutes O respondente deve assinalar com um ldquoXrdquo (xis) nas respostas

ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo em cada questatildeo referente agrave ocorrecircncia de sintomas como dor

formigamentodormecircncia considerando os 12 (doze) meses e os sete dias

precedentes agrave entrevista bem como relatar a ocorrecircncia de afastamento das

atividades rotineiras no uacuteltimo ano Este instrumento investiga tambeacutem se os

indiviacuteduos ficaram impedidos de exercer suas atividades normais e se

procuraram auxiacutelio de algum profissional da aacuterea de sauacutede nos uacuteltimos 12

meses devido aos sintomas de distuacuterbios musculoesqueleacuteticos

A simplicidade e os bons iacutendices de confiabilidade do QNSO indicam-no

para utilizaccedilatildeo em investigaccedilotildees epidemioloacutegicas e estudos que busquem

mensurar a incidecircncia dos sintomas osteomusculares135 136

83

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em dois momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes da proposta educativa e

apoacutes 30 (trinta) dias corridos do desenvolvimento da proposta A aplicaccedilatildeo teve

duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante o final do plantatildeo em uma

sala reservada

4422 QUESTIONAacuteRIO GENEacuteRICO DE AVALIACcedilAtildeO DE

QUALIDADE DE VIDA (SF-36)

O Short Form-36 (SF-36) eacute um instrumento de medida de qualidade de

vida desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA Foi aplicado em diversas

situaccedilotildees com boa sensibilidade eliminando-se o problema de distribuiccedilatildeo

excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim 137 138

Este instrumento foi traduzido e validado no Brasil para avaliar a

qualidade de vida em pacientes com artrite reumatoide e mostrou-se adequado

agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e culturais da populaccedilatildeo brasileira120

O questionaacuterio aplica-se tanto agrave populaccedilatildeo geral como a pacientes

especiacuteficos129 por este motivo o SF-36 foi o instrumento escolhido para

estimar a qualidade de vida dos sujeitos avaliados neste estudo139 140 e qual a

interferecircncia de recurso educativo idealizado a partir da interaccedilatildeo com teacutecnicos

de enfermagem na qualidade de vida dos mesmos

Trata-se de um instrumento constituiacutedo por 36 itens de auto resposta e

destina-se a avaliar conceitos de sauacutede que representam valores humanos

baacutesicos relevantes agrave funcionalidade e ao bem estar de cada indiviacuteduo o

questionaacuterio abrange oito dimensotildees de estado geral de sauacutede que detectam

tanto os estados positivos como os negativos a saber a) capacidade funcional

(CF) que eacute avaliada a partir do desempenho de atividades diaacuterias como

aptidatildeo para cuidar de si vestir-se tomar banho subir escadas b) limitaccedilatildeo

por aspectos fiacutesicos (AF) indicada pelo impacto da sauacutede fiacutesica no

desempenho das atividades diaacuterias eou profissionais c) dor (DF) de acordo

84

com o niacutevel de dor e o impacto no desempenho das atividades diaacuterias eou

profissionais d) estado geral de sauacutede (SG)assinalado pela percepccedilatildeo

subjetiva do estado geral de sauacutede e) vitalidade (VIT) disposiccedilatildeo dos

pacientes em realizar tarefas do cotidiano f) aspectos sociais (AS) pelo reflexo

da condiccedilatildeo de sauacutede nas atividades sociais g) aspectos emocionais (AE)

pelos reflexos das condiccedilotildees emocionais no desempenho das atividades

diaacuterias eou profissionais h) sauacutede mental (SM) pela escala de humor e bem-

estar A pontuaccedilatildeo varia entre 00 e 100 pontos que refletem o pior e o melhor

estado geral de sauacutede respectivamente

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em trecircs momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes do programa educativo e

apoacutes 10 e 30 dias decorridos do desenvolvimento da proposta educativa A

aplicaccedilatildeo teve duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante no final do

plantatildeo em uma sala reservada

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

Os dados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo dos instrumentos Questionaacuterio

Noacuterdico e SF36 foram sistematizados classificados tabulados dispostos em

graacuteficos permitindo de forma indutiva estabelecer conclusotildees apoacutes anaacutelise e

interpretaccedilotildees

Para a realizaccedilatildeo da anaacutelise quantitativa optou-se pela estatiacutestica

inferencial e os dados coletados por meio do formulaacuterio de coleta de dados

(anexo 6) foram analisados quantitativamente utilizando o programa estatiacutestico

Bioestatreg versatildeo 50 sendo que a anaacutelise estatiacutestica descritiva utilizou meacutedia e

desvio padratildeo Para a comparaccedilatildeo de variaacuteveis categoacutericas parameacutetricas foi

utilizado o teste t-student e o teste de Tukey Foi utilizado um niacutevel de

significacircncia de 005 um poder de teste de 95 e um teste de hipoacutetese

monocaudal

85

O texto produzido apoacutes os encontros do grupo focal foi analisado

seguindo a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) proposta por

Lefegravevre et al (2006)131

O Discurso do Sujeito Coletivo ou DSC eacute uma teacutecnica de processamento

de dados qualitativos notadamente de depoimentos com vistas agrave obtenccedilatildeo e

descriccedilatildeo do sentido das opiniotildees ou representaccedilotildees coletivas Para que se

produzam os DSCs satildeo necessaacuterios quatro operadores que satildeo

1 Expressotildees Chave (Ech) trechos selecionados do material que melhor

descrevem seu conteuacutedo

2 Ideias Centrais (Ics) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem o sentido

presente no material escrito

3 Ancoragens (Acs) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem as ideologias

crenccedilas valores presentes no material

4 Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) satildeo as reuniotildees das Expressotildees

Chave presentes no material verbal (por exemplo nas diferentes

respostas a uma mesma questatildeo de pesquisa) que tem Ideias Centrais

ou Ancoragens de sentido semelhante ou complementar131

Na pesquisa qualitativa o discurso ocupa lugar de relevacircncia como teacutecnica

para obtenccedilatildeo de dados conforme afirma Alves ndash Mazzotti (2004)132

ldquo() por sua natureza interativa a entrevista permite

tratar temas complexos que dificilmente poderiam

ser investigados adequadamente atraveacutes de

questionaacuteriosrdquo (ALVES-MAZZOTTI 2004 p 168)

Os dados obtidos por meio das entrevistas de aprofundamento apoacutes

sua transcriccedilatildeo foram sistematizados e submetidos agrave anaacutelise temaacutetica uma

das teacutecnicas de Anaacutelise de Conteuacutedo valorizando os significados presentes

nos dados a sua correlaccedilatildeo com as questotildees formuladas e a articulaccedilatildeo com o

marco teoacuterico adotado na pesquisa

A anaacutelise temaacutetica137 foi operacionalizada segundo as etapas abaixo

86

Primeira fase (Preacute-anaacutelise) foi realizado um contato exaustivo com o

material atraveacutes de repetidas leituras (leituras flutuantes) retomando

simultaneamente os questionamentos e os objetivos iniciais da pesquisa

criando-se indicadores que orientaram a interpretaccedilatildeo final

As gravaccedilotildees foram analisadas conforme os nuacutecleos direcionadores

anteriormente descritos desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas (relaccedilatildeo interpessoal) A partir

destes nuacutecleos unidades de contexto foram separadas do texto A unidade de

contexto representou a parte mais ampla do conteuacutedo que era analisado

sendo considerada como o ldquopano de fundordquo que imprimia significado e sentido

as unidades de registro

Das unidades de contexto foram retiradas as unidades de registro nelas

presentes considerando que a unidade de registro representou a menor parte

do conteuacutedo

A segunda fase consistiu na codificaccedilatildeo na qual quantificamos as

unidades contexto e suas respectivas unidades de registro As unidades de

registros foram classificadas e agrupadas de acordo com seus significados

emergindo daiacute as categorias de anaacutelise

46 ASPECTOS EacuteTICOS

A presente pesquisa foi desenvolvida dentro dos procedimentos eacuteticos

previstos pelo CONEP e assim o projeto foi submetido ao

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) Universidade Estadual de Ciecircncias

da Sauacutede de Alagoas protocolo nordm 902 08 e aprovado em 29052008

(Anexo 7)

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Satildeo

Paulo protocolo n ordm 1509 09 e aprovado em 04122009 (Anexo 8)

Todos os sujeitos participantes da pesquisa aderiram agrave proposta e

concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (Anexos 2)

87

Os sujeitos que participaram da etapa de construccedilatildeo da proposta

educativa foram convidados a participarem do programa de Ginaacutestica Laboral e

Ergonomia da UNCISAL trata-se de um programa de extensatildeo universitaacuterio

devidamente cadastrado e em funcionamento na Proacute-reitoria de extensatildeo da

UNCISAL e coordenado pelo pesquisador responsaacutevel

88

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

89

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo destina-se agrave apresentaccedilatildeo dos resultados e suas

discussotildees com a literatura sendo expostos nos seguintes subcapiacutetulos

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do Teacutecnico

de Enfermagem

52 Uma proposta de Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada para o cuidado com

a sauacutede ocupacional do Teacutecnico de Enfermagem

53 A Qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes o

programa educativo

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho

em teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

90

51 O COTIDIANO DO TRABALHO E O PROCESSO DE

ADOECIMENTO DO TEacuteCNICO DE ENFERMAGEM

Entendemos percepccedilatildeo como sendo a faculdade ou ato de aprender

uma ideia ou questatildeo ou de compreender algo percepccedilatildeo modo de ver ou

sentir ponto de vista entendimento noccedilatildeo maneira subjetiva de ver e

entender o mundo apresentando-se muito mais abrangente do que um simples

conceituar141

A percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre LERDORT foi

realizada por meio do grupo focal e da observaccedilatildeo etnograacutefica Atraveacutes da

observaccedilatildeo etnograacutefica foi possiacutevel realizar registros das percepccedilotildees do

pesquisador sobre o que foi observado sem contudo focar exclusivamente nos

aspectos fiacutesicos e ambientais pois acredito que a consequecircncia do trabalho

sobre o corpo do trabalhador vai aleacutem desses aspectos e em funccedilatildeo dessa

crenccedila procurei abdicar-me do reducionismo relacional entre doenccedila

ocupacional e espaccedilo fiacutesico

Observamos que pelo fato de estarem diretamente em contato com os

pacientesclientes e serem responsaacuteveis pelo cuidado a eles oferecido esses

profissionais lidam rotineiramente com as mais diversas situaccedilotildees envolvendo

natildeo soacute os pacientes mas seus acompanhantes familiares meacutedicos e outros e

com certa frequecircncia foi possiacutevel observar atitudes de conflitos interpessoais

por outro lado observaram-se natildeo raras vezes viacutenculos criados com os

pacientes estabelecidos muitas vezes pelo tempo de internaccedilatildeo

Outro fato que me chamou a atenccedilatildeo foi a desarmonia existente entre o

trabalhar em prol da sauacutede de terceiros e a falta de tempo para o lazer e o

cuidado com a proacutepria sauacutede parece que a necessidade e o modo de trabalho

fazem com que o ritmo normal da vida vai se quebrando e o teacutecnico de

enfermagem se submete aos ritmos laborais que favorecem ao adoecimento

A divisatildeo das escalas de serviccedilo natildeo me pareceu biomecanicamente

justa por vezes foi possiacutevel observar muitos pacientes para um uacutenico

profissional o que por uma lado favorecia a sobrecarga fiacutesica por outro

91

empobrecia o despertar da criatividade na resoluccedilatildeo dos problemas a

permanecircncia do profissional em um uacutenico setor por tempo ilimitado foi outro

aspecto que me despertou a atenccedilatildeo e acredito ser fator que tambeacutem limite o

despertar criativo

Foi possiacutevel observar certo descompasso entre a exigecircncia fiacutesica que o

trabalho impotildee ao teacutecnico de enfermagem e as condiccedilotildees de conforto e

seguranccedila ofertadas ao profissional por um lado o trabalho exige desses

profissionais agigantados e repetitivos esforccedilos fiacutesicos e por outro o cenaacuterio

laboral se apresenta superlotado com excesso de pacientes local de repouso

sem colchatildeo mobiacutelia e equipamentos inadequados e isso ficava evidenciado

pela diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo nos finais do plantatildeo visivelmente percebia-se o

corpo dos profissionais mais pesados e as faacutecies abatidas fato preocupante

quando se observa que alguns desses profissionais dobram a escala de

trabalho com certa frequecircncia em decorrecircncia de duplo ou triplo viacutenculo

empregatiacutecio ou de moacutedicos vencimentos

O Ritmo de Trabalho desses profissionais em funccedilatildeo da sobrelotaccedilatildeo

apresentava-se acelerado com pouco horaacuterio para pausas Os profissionais

trabalhavam na maior parte do tempo em peacute e deambulando Ficou

evidenciada grande exigecircncia fiacutesica inerente ao trabalho resultante da

realizaccedilatildeo de atividades como mobilizaccedilatildeo de objetos e instrumentos pesados

transporte e movimentaccedilatildeo de pacientes arrumaccedilatildeo do leito higiene corporal

de pacientes incapacitados aleacutem dos esforccedilos visuais e mentais impostos aos

teacutecnicos de enfermagem acrescenta-se os deslocamentos excessivos a cada

jornada de trabalho

Evidenciou-se tambeacutem a existecircncia de condiccedilotildees biomecacircnicas

favoraacuteveis para a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais no grupo estudado

estes profissionais realizam movimentos com esforccedilos repetitivos no trabalho

fato que evidencia a necessidade de se buscar alternativas teacutecnicas e de

modos operatoacuterios ergonocircmicos para minimizar as cargas excessivas de

trabalho acrescentar pausas e instrumentos adequados no exerciacutecio

profissional

A estrutura predial antiga mostrou-se aparentemente inadequada

enfermaria e repouso apertados corredores estreitos rampas iacutengremes

92

escadas salas que deviam estar acopladas uma agrave outra distantes entre si

ausecircncia de boa iluminaccedilatildeo ventilaccedilatildeo maacutes condiccedilotildees das instalaccedilotildees

sanitaacuterias e ausecircncia de armaacuterios para guardar bolsas e objetos pessoais

Os fatos observados revelaram a presenccedila de fatores predisponentes

que podem estar relacionados ao surgimento eou agravamento dos sinais e

sintomas e o meio assim emergem da observaccedilatildeo do campo sentidos

decorrentes da experiecircncia preacutevia do pesquisador e relaccedilatildeo com inadequaccedilatildeo

de mobiacutelia espaccedilos superlotaccedilatildeo jornadas extras Essas categorias

agregaram conteuacutedos uacuteteis para apreender melhor o processo do adoecimento

e a relaccedilatildeo da LERDORT com o discurso dos sujeitos

Outro aspecto marcante durante a observaccedilatildeo foi a aparente hesitaccedilatildeo

inicial dos trabalhadores ao serem abordados por um ldquoestranhordquo Em alguns

momentos nessa fase de observaccedilatildeo etnograacutefica foi necessaacuteria a opccedilatildeo por

natildeo insistir no assunto adoecimento no trabalho para evitar constrangimento e

desabafos excessivos Alguns teacutecnicos de enfermagem parecem ao menos

inicialmente ter confundido o que seria a observaccedilatildeo com a possibilidade de

intervenccedilatildeo terapecircutica e verbalizam o desejo de serem atendidos pelo

fisioterapeuta

As entrevistas de aprofundamento da observaccedilatildeo etnograacutefica permitiram

entender melhor fatores de risco para das LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem foi possiacutevel evidenciar aspectos quanto agrave percepccedilatildeo multifatorial

da LERDORT bem como prevenccedilatildeo na fala dos sujeitos contribuindo assim

para uma maior compreensatildeo do tema prevenccedilatildeo das LERDORT nessa

populaccedilatildeo

Com o intento de situar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em

relaccedilatildeo a LERDORT foram analisadas as falas obtidas na primeira fase do

estudo sem interferecircncia portanto da atividade educativa em sauacutede

A anaacutelise temaacutetica das entrevistas de aprofundamento realizada a partir

de (03) trecircs nuacutecleos direcionadores (desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho

atitudes cooperativas e realizaccedilatildeo pessoal) permitiram a apreensatildeo das

Unidades de Contexto (UC) Unidades de Registros (UR) e categorias

emergentes do campo

93

A tabela abaixo retrata a quantidade de vezes que cada um dos nuacutecleos

direcionadores foi comentado (UR)

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual das unidades de registros

identificadas no discurso dos sujeitos em estudo segundo aos respectivos

nuacutecleos temaacuteticos Maceioacute-AL 2009

NUacuteCLEOS DIRECIONADORES UR

Nordm

Desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho 184 5396

Atitudes cooperativas 88 2580

Realizaccedilatildeo pessoal 69 2023

TOTAL 341 9999

A tabela 2 mostra que houve maior referecircncia ao nuacutecleo direcionador

desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho com 184 unidades de registro em

relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas houve 88 referecircncias Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho 69 unidades de registros

Estes dados estatildeo em consonacircncia com a literatura onde eacute possiacutevel

perceber que dentre profissionais da sauacutede os trabalhadores de enfermagem

satildeo os que mais apresentam absenteiacutesmo e elevadas queixas de desconforto

relacionado ao trabalho142 em funccedilatildeo de adoccedilatildeo de posturas corporais

incorretas muitas vezes associadas agrave exposiccedilatildeo constante a doenccedilas que

favorecem o aparecimento da fadiga e raquialgia na equipe de enfermagem

que trabalha na ambiecircncia hospitalar143

O grupo reconhece que o trabalho do teacutecnico de enfermagem expotildee a

fatores de risco e agravos para a sua sauacutede e que devido agrave adoccedilatildeo de posturas

corporais incorretas e excesso de forccedila favorecem ao aparecimento da fadiga e

dores na equipe que trabalha na ambiecircncia hospitalar

94

ldquoOlha doutor de manhatilde a gente pega muito pesordquo

ldquoTrabalhar em enfermagem eacute muito cansativo Dar

banho no leito eacute muito pesado e faz mal para a

coluna e para os ombro () eacute por isso que tenho

tanta dorrdquo

Outra categoria foi referente agrave identificaccedilatildeo de atividades de

movimentaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo de pacientes como agravante da situaccedilatildeo dor

ldquoLevantar o paciente daacute contratura nos ombros

Subir paciente () assim quando estatildeo

escorregando para baixo virar o decuacutebito () daacute

uma coisa cansada nos braccedilos nas matildeos e na

lombar tambeacutemrdquo

As categorias emergentes deste estudo satildeo confirmadas na literatura

como fatores importantes no processo de adoecimento e surgimento de

desconfortos fiacutesicos em enfermagem pois na praacutexis desta profissatildeo

movimentos repetitivos aliados agrave exigecircncia de forccedila satildeo uma constante e

favorecem o surgimento de doenccedilas ocupacionais 144 145 e 146

A adoccedilatildeo de posturas viciosas e incorretas foi bastante citada

encontramos referecircncias quanto agrave percepccedilatildeo dos sujeitos sobre o surgimento

de dores em decorrecircncia das mais diversas atividades inerentes ao trabalho do

teacutecnico de enfermagem Alguns exemplos destas descriccedilotildees estatildeo abaixo

citados

ldquoNa hora que vai puncionar uma veia a gente passa

muito tempo assim curvando aiacute vai dando problema

na colunardquo () ldquoO pior eacute fazer o pacote quando o

95

paciente morre aleacutem de ser triste forccedila os ombros e

as matildeos sem contar que corro o risco de me

contaminarrdquo

umlE tem a postura pra aspirar puncionar dar banho

no leitoCurvado assimas costas ningueacutem

aguentauml

A literatura confirma a percepccedilatildeo desses profissionais quando afirma

que dores tendem a acometer indiviacuteduos que atuam em profissotildees exaustivas

como eacute o caso da enfermagem147 Nessa populaccedilatildeo devido a manutenccedilatildeo de

posturas improacuteprias as queixas de dores satildeo constantes podendo destacar

algias nos membros superiores e coluna vertebral148 As posturas inadequadas

satildeo adotadas pelos teacutecnicos de enfermagem quando prestam assistecircncia aos

pacientes quando preparam medicaccedilatildeo empurram ou arrastammacas13

Outro estudo corrobora com a percepccedilatildeo do grupo quando ao avaliar

ocorrecircncias de cervicodorsolombalgias nas enfermeiras relata que os efeitos

nocivos das longas jornadas de trabalho levam a um esforccedilo excessivo que

poderaacute agravar lesotildees na coluna vertebral 149

No exerciacutecio da profissatildeo inuacutemeras satildeo agraves vezes em que os

trabalhadores de Enfermagem adotam posturas corporais improacuteprias ou

inadequadas do ponto de vista biomecacircnico como eacute o caso de vaacuterias tarefas

desempenhadas agrave beira do leito realizar curativo puncionar acesso venoso

auxiliar no banho de leito realizar trocas de decuacutebito ou transferecircncias leito-

maca-leito tais tarefas podem contribuir para o aparecimento de danos ao

sistema musculoesqueleacutetico150 Tal fato eacute relatado pela profissional abaixo

ldquoDoacutei bastante na hora dos movimentos neacute Na hora

de dar banho no leito parece que os ossos esquenta

doacutei queimando a coluna e o pescoccedilo Bem que doacuteirdquo

96

rdquoSinto contratura nos ombros sinto contratura nos

meus dedos () a contratura eacute cansada e desce

queimando do pescoccedilo e desce para os braccedilos isso

eacute mais forte na hora de fazer a punccedilatildeordquo

Esta relaccedilatildeo entre a atividade de trabalho do teacutecnico em enfermagem e o

surgimento de dores pode ser confirmada pois haacute relaccedilatildeo entre o trabalho e o

desgaste do trabalhador em enfermagem 151 152

Outro aspecto constatado eacute o entendimento por parte do grupo de que

a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e surgimento de dores tambeacutem tem relaccedilatildeo

com equipamentos e mobiacutelias inadequadas

umlOlha por exemplo as seringa natildeo aspira e a gente

tem que fazer bastante forccedila porque o material natildeo eacute

de boa qualidade [] aiacute faz uma forccedila [] tanta que

agraves vezes o dedo fica roxouml

Ao avaliar ambiente de trabalho equipamentos mobiliaacuterio e postura

corporal de trabalhadores de enfermagem na unidade de internaccedilatildeo Goacutees26

afirma que espaccedilos restritos no banheiro mobiliaacuterios com altura fixa

incompatiacutevel provocam a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e que 100 dos

enfermeiros e 9770 dos auxiliares relatam dor na coluna vertebral

Eacute possiacutevel perceber elevadas queixas referentes agraves mobiacutelias

principalmente altura dos leitos e berccedilos de pacientes o que obriga os

profissionais a adotarem posturas de anteriorizaccedilatildeo do tronco durante as

atividades de banho no leito punccedilatildeo venosa e realizaccedilatildeo de curativos tal

observaccedilatildeo estaacute de acordo com a literatura quando se verifica que em relaccedilatildeo

ao trabalho de enfermagem haacute inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio utensiacutelios e

equipamentos quanto agraves dimensotildees alturas das superfiacutecies peso e condiccedilotildees

de funcionamento27 e que eacute necessaacuterio propor redesenho dos equipamentos

auxiliares na elevaccedilatildeo e transferecircncia de pacientes153154

97

ldquoAs macas satildeo muito ruins e as cadeiras dificultam

as posturasrdquo

ldquoPara mim as camas satildeo altas demais aiacute tem que

subir numa coisinha dessa (aponta para escada) e eacute

arriscado cair neacuterdquo

As lesotildees do sistema musculoesqueleacutetico particularmente as algias

vertebrais satildeo internacionalmente reconhecidas como um risco ocupacional

entre os trabalhadores de enfermagem 155156157 e no ambiente hospitalar

existem vaacuterios fatores ergonocircmicos relacionados com problemas ambientais e

organizacionais que podem ser relacionados agraves lesotildees osteomusculares tais

como recursos tecnoloacutegicos inadequados incluindo mobiliaacuterio a falta de

equipamentos especiais para movimentar pacientes aleacutem da escassez de

recursos humanos e a falta de treinamento158 Deste modo os trabalhadores

de enfermagem submetem-se constantemente a condiccedilotildees de trabalho

inadequadas originando aleacutem de agravos de ordem psiacutequica agravos nos

sistemas corporais ocasionado os acidentes do trabalho e as licenccedilas para

tratamento de sauacutede 159

Observou-se que unidade hospitalar pesquisada tem problemas

ergonocircmicos e que os teacutecnicos de enfermagem os reconhecem e tecircm

consciecircncia de suas influecircncias na sua sauacutede

uml[] na minha enfermaria o local onde eacute guardado o

material Eacute porque a gente tem que abaixar se

curvar pra apanhar o materialuml

A superlotaccedilatildeo nas enfermarias com estreitamento dos espaccedilos entre

as macas eacute lembrado como fato gerador de estresse pois aumenta a

sobrecarga de trabalho e tensatildeo

A literatura compreende a correlaccedilatildeo da interferecircncia do espaccedilo fiacutesico

disponiacutevel para atendimento de pacientes utilizaccedilatildeo de equipamentos pelo

98

pessoal de enfermagem e estresse 160 Este problema foi confirmado quando

se reconhece que para o pessoal de enfermagem ter que assistir pacientes em

sua higiene em restritos espaccedilos hospitalares eacute pernicioso 161 a sauacutede fiacutesica e

mental Tal evidecircncia eacute percebida e relatada pelo

ldquoAqui no trabalho eu fico aperreada eu fico tensa

Afeta todo o sistema nervoso e o corpo doacutei todo

tambeacutem com esse monte de paciente nas

enfermariasrdquo

Esta percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem tem respaldo na literatura

pois acredita-se que superlotaccedilatildeo gera sobrecarga de trabalho aos

profissionais tanto do ponto de vista quantitativo quanto do aumento de

demanda decorrente do quadro cliacutenico dos pacientes Os hospitais

universitaacuterios brasileiros via de regra sofrem com a superlotaccedilatildeo presenccedila de

pacientes graves em todas as unidades deacuteficit de profissionais falta de

equipamentos de suporte no manuseio dos paciente162

O excesso de trabalho afeta consideravelmente os teacutecnicos de

enfermagem no que diz respeito tanto a sua sauacutede fiacutesica quanto a sua

condiccedilatildeo psicoloacutegica os trabalhadores que exercem suas funccedilotildees em

situaccedilotildees adversas apresentaratildeo com maior frequecircncia queixas de fadiga

crocircnica e alteraccedilotildees gastrointestinais do que os teacutecnicos que trabalham em

ritmo mais tranquilos163 164165 166

Eacute possiacutevel perceber que o grupo entende que o processo de

adoecimento pode ser influenciando pela falta de atividades fiacutesicas regulares

Uma questatildeo levantada foi o trabalho intenso com carga horaacuteria semanal

extenuante O excesso de trabalho pode favorecer o surgimento do cansaccedilo

cumulativo estimulando o sedentarismo desses profissionais

No grupo estudado percebeu-se que haacute uma divisatildeo hierarquizada e

vertical do trabalho da enfermagem e que grande parte das tarefas de

execuccedilatildeo eacute efetuada pelos teacutecnicos e esses tecircm menor autonomia de decisatildeo

sobre o proacuteprio trabalho e salaacuterios menores em funccedilatildeo disso eacute comum a

99

realizaccedilatildeo de horas extras plantotildees extras Tais achados encontram reforccedilos

em estudos 167 168 que apontam a relaccedilatildeo entre hierarquizaccedilatildeo do trabalho em

enfermagem e ritmo intenso

ldquoA gente anda demais a semana toda Trabalha muito e

natildeo paacutera pior ainda quando dobra a escala[] Chego em

casa um caco depois do plantatildeo aiacute nem daacute coragem de

fazer mais nada sei que preciso fazeruml

ldquoNa minha folga nem tenho coragem de brincar com minha

filha Pago a babaacute para banhar ela soacute fico deitada vendo

televisatildeordquo

ldquoMoro perto da praia e podia fazer caminhada para abaixar

o peso mas ando tanto aqui que natildeo daacute coragem de

caminhar maisrdquo

De fato percorrer longas distacircncias e ficar por muito tempo em peacute

contribui para elevar os iacutendices de dor e fadiga essa afirmaccedilatildeo tem respaldo

na literatura que afirma que pesquisas realizadas em vaacuterios paiacuteses exibem

prevalecircncias superiores a 80 de ocorrecircncia dessas sensaccedilotildees em teacutecnicos

de enfermagem13169 Estudo brasileiro mostra prevalecircncias de 43 a 93162

Em relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas (segundo nuacutecleo direcionador da

entrevista) observou-se carecircncia das mesmas o que favorece o processo de

adoecimento na percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem

O grupo entende que haacute problemas de relacionamento interpessoal fato

que dificulta a colaboraccedilatildeo entre os pares e gera sobrecarga de trabalho tal

fato eacute maximizado quando essa elevada carga laboral eacute acrescida com o

desconhecimento de medidas de economia biomecacircnica

A necessidade de trocar informaccedilotildees sobre o trabalho e de cooperar

com a equipe eacute relatada nas falas poreacutem apesar da verbalizaccedilatildeo do

100

sentimento a praacutetica natildeo eacute vivenciada o relacionamento interpessoal eacute

apontado pelo grupo como um dos fatores que influenciam o cotidiano do

trabalho cujo resultado depende de parcerias para obter melhores ganhos e

adoecer menos

ldquoA relaccedilatildeo interpessoal interfere em tudo no trabalho ()

Quando a equipe eacute boa natildeo tem estresse e tudo fica

bomsem tensatildeordquo

ldquoA maioria da equipe natildeo ajuda Eacute isso que acontece e a

gente acaba ficando sozinha e trabalhando muito maisrdquo

Estudo demonstra que para minimizar as fontes geradoras das

LERDORT a equipe de enfermagem necessita criar estrateacutegias de melhoria de

relacionamento com colegas edemais membros da equipe 170

Ao confrontar os achados com literatura observa-se que a falta de um

bom relacionamento implica numa comunicaccedilatildeo deficiente entre os pares e

utilizaccedilatildeo de mecanismos de defesas inadequados como a impaciecircncia natildeo

realizaccedilatildeo do trabalho em equipe falta de cooperaccedilatildeo espontacircnea sobrecarga

de trabalho para alguns elementos da equipe e a falta de continuidade das

accedilotildees iniciadas171 172 173 174 175 176177

O terceiro nuacutecleo direcionador da entrevista trata da realizaccedilatildeo pessoal

do profissional

Enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma

profissatildeo caracterizada por ter em sua essecircncia o cuidado Em relaccedilatildeo ao

auxiliar e teacutecnico de enfermagem haacute indefiniccedilatildeo do papel profissional

sobrecarga de trabalho frequentemente justificada por falta de pessoal e

estimulada pelo pagamento de horas-extras e falta de autonomia e autoridade

na tomada de decisotildees50178179180 fatos que fazem dessa profissatildeo a quarta

mais estressante no setor puacuteblico1

O grupo reconhece carecircncia de realizaccedilatildeo pessoal com o trabalho e isso

pode favorecer o surgimento de doenccedilas relacionadas agraves LERDORTs

101

uml Eu queria fazer faculdade mas a faculdade natildeo me quis

natildeo Fiz vestibular umas trecircs vezes mas natildeo passei aiacute o

jeito foi fazer o teacutecnico mesmordquo

ldquoMinha profissatildeo infelizmente natildeo eacute reconhecida mas Deus

reconhece [] Natildeo eacute reconhecida por parte do salaacuterio por

parte da direccedilatildeo do hospital do governador e da

comunidaderdquo

ldquo tocirc cansadajaacute era pra mim ter saiacutedo mas enquanto natildeo

aparece nadardquo

As percepccedilotildees dos sujeitos da pesquisa estatildeo de acordo com a

literatura pois eacute possiacutevel encontrar relatos de profissionais de niacutevel meacutedio de

enfermagem dizendo que sofrem de despersonalizaccedilatildeo e baixa realizaccedilatildeo

pessoal1181182183184185186

A despersonalizaccedilatildeo eacute caracterizada pela insensibilidade emocional do

profissional com prevalecircncia de condutas ciacutenicas e de dissimulaccedilatildeo 1181187 A

baixa realizaccedilatildeo pessoal faz menccedilatildeo a uma auto avaliaccedilatildeo negativa associada

agrave insatisfaccedilatildeo e desacircnimo com o trabalho com sentimentos de que este natildeo

vale a pena 1187 188

52 UMA PROPOSTA DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE VOLTADA

PARA O CUIDADOCOM A SAUacuteDE OCUPACIONAL DO TEacuteCNICO

DE ENFERMAGEM

Acreditando-se que os sujeitos trazem percepccedilotildees sobre o objeto de

pesquisa entendemos que eacute preciso atuar na Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ocupacional tendo como referecircncia o saber e a vivecircncia das pessoas agraves quais

as accedilotildees satildeo voltadas

102

Numa primeira etapa de coleta de dados por meio de observaccedilatildeo

etnograacutefica e entrevista de aprofundamento constatamos um cenaacuterio de

trabalho repleto de incoerecircncias ergonocircmicas inadequaccedilotildees de mobiacutelias

adoccedilotildees de posturas corporais inadequadas e uma percepccedilatildeo de ambiente

insalubre de trabalho por parte dos teacutecnicos de enfermagem

Para a elaboraccedilatildeo da atividade educativa que atendesse agrave perspectiva

da presente pesquisa assumimos estrateacutegias da participaccedilatildeo e diaacutelogo

privilegiando uma construccedilatildeo coletiva Isto eacute foi desenvolvida por meio da

teacutecnica de grupo focal

Neste grupo focal observamos que a falta de experiecircncias aprofundadas

anteriores dos teacutecnicos de enfermagem com a praacutetica de Educaccedilatildeo em Sauacutede

permitiu que os mesmos colocassem refletissem e dialogassem com os dados

colhidos e sistematizados pelo pesquisador

Nestes diaacutelogos exploramos as necessidades e expectativas dos

teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo a um programa educativo

O Recurso Educativo foi sendo assim proposto em funccedilatildeo dos dados

revelados por meio da interaccedilatildeo com o grupo

A opccedilatildeo de mergulhar no campo de estudo e construir uma intervenccedilatildeo

a partir de uma realidade tem respaldo na literatura que afirma que embora

tenha havido um desenvolvimento surpreendente de metodologias na

educaccedilatildeo em sauacutede as estrateacutegias de aproximaccedilatildeo a populaccedilotildees especiacuteficas

e a utilizaccedilatildeo de metodologias problematizadoras ainda carecem de realce na

educaccedilatildeo em sauacutede2489

Nessa perspectiva o objeto da Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute o de alterar

positivamente os conhecimentos por meio de aproximaccedilotildees de saberes

tornando-se via de matildeo de dupla onde todos (educador e educando)

aprendem e ensinam177 189190191

As diferentes aproximaccedilotildees com os teacutecnicos de enfermagem permitiram

observar que os mesmos detecircm conhecimentos sobre o assunto e condiccedilotildees

de contribuir no sentido de ampliar o repertoacuterio pedagoacutegico no processo de

elaboraccedilatildeo da proposta educativa

103

Os diaacutelogos estabelecidos no grupo focal possibilitaram apreender

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agraves atividades educativas

suas teacutecnicas modos e maneiras de se estabelecer o aprendizado sobre

LERDORT

ldquo Jaacute fui numas palestras mas natildeo entendi muita

coisa natildeo Se tivesse cartilhas com figuras Se

ensinasse a fazer os exerciacutecios era muito melhorrdquo

ldquoEacute porque palestras soacute natildeo resolve () quando tem

panfleto eu coloco na bolsa e leio depois com calma

na hora que esquecerrdquo

ldquoQuando tem alguma coisa que lembra a gente fixa

melhor () alguma coisa que eu veja que natildeo me

deixa esquecer do que aprendirdquo

ldquoQuando tem algueacutem fazendo ginaacutestica junto com a

gente eacute bom porque empolga e se tiver fazendo

errado ensina na horardquo

Os teacutecnicos de enfermagem apontam claramente para um pressuposto

de que a informaccedilatildeo pode favorecer no autocuidado

ldquoEacute preciso saber fazer posturas na hora de fazer o

procedimento Se eu soubesse bem direitinho a

posiccedilatildeo certa do banho eu ia fazer e natildeo sofria

tantordquo

104

ldquoJaacute ouvi falar da LER mas natildeo sei direito como eacute

quer dizer sei mais ou menos () o que eu queria

era ter mais entendimento para natildeo terrdquo

A literatura comenta que o trabalho educativo pode ser uma saiacuteda

extremamente potente para a comunicaccedilatildeo em sauacutede facilitando a construccedilatildeo

de estrateacutegias preventivas e terapecircuticas174 175 por outro lado eacute preciso

destacar que embora o conhecimento seja um preacute-requisito de modo algum eacute

garantia da realizaccedilatildeo no cuidado com a sauacutede ocupacional176 177 Isso pode

ser evidenciado no diaacutelogo com os teacutecnicos

umlEu sei como sentar mas isso natildeo basta porque

aleacutem de sentar tem que promover mais coisa () eacute

preciso saber fazer os alongamentos durante o

trabalho antes do trabalho e depois tambeacutem () Se

soubeacutessemos a gente natildeo esquecia de sentar

corretordquo

Sugestatildeo metodoloacutegicas que apontam para atividades teoacutericas e

praacuteticas foram tambeacutem feitas O reconhecimento da ginaacutestica laboral como

ferramenta preventiva das LERDORTs e a confecccedilatildeo de material didaacutetico que

discuta teacutecnicas de economia biomecacircnica durante a jornada de trabalho foi

enfatizada

umlrdquoEacute preciso fazer ginaacutestica laboral manobras de

alongamentordquo

ldquoA gente deveria aprender quais satildeo as posturas

corretas deveria aprender a fazer exerciacutecios mais

ateacute do que isso deveria vir algueacutem aqui para fazer

exerciacutecios com a gente porque ao mesmo tempo que

fazia estimulava e ensinava a fazer tambeacutemrdquo

105

uml[] palestra soacute natildeo resolve [] se tivesse cartilhas

livros panfletos porque depois eu podia ler sem

aperreiouml

A literatura reforccedila esses aspectos quando afirma que para uma

efetivaccedilatildeo mais adequada dos saberes eacute preciso considerar estimular e

valorizar competecircncias teoacutericas e praacuteticas178 nas quais se incluem tanto as

habilidades comportamentais e praacuteticas (saber ser) quanto os savoirs-faire

(saber-fazer) ou conhecimentos teoacutericos dos indiviacuteduos 179180

Os teacutecnicos de enfermagem reconhecem que esse curso para natildeo cair

no esquecimento devia ser feito por moacutedulos com reforccedilos que e evoquem o

que foi discutido sobre a questatildeo

O grupo sugere tambeacutem que o reforccedilo deve ser disponibilizado e

entregue em moacutedulos pois a leitura de um texto longo pode ficar cansativa e

desestimulante Tal observaccedilatildeo pode se reforccedilada nas falas abaixo

ldquoCom o tempo a gente se esquece do que aprendeu

mas se tiver uma coisa pra lembrar seria muito bom

[] uma coisa que eu visse jaacute me lembravardquo

ldquoTipo assim todo dia falar um pouco em pedaccedilos

Quando fala tudo de uma vez depois a gente nem se

lembrardquo

Entre as discussotildees e planejamento coletivo das atividades educativas o

grupo por votaccedilatildeo sugeriu a adoccedilatildeo de uma personagem fictiacutecia para o

desenvolvimento da estrateacutegia uma boneca enfermeira entendendo que seria

algo inusitado e estimulante para ativar a lembranccedila do que fora apreendido

um modo de natildeo cair no esquecimento

106

Apoacutes algumas sugestotildees de nomes para a personagem (Dodoacutei

Penicilina Espondileacuteia Costa e Enfermerita) por votaccedilatildeo direta e aberta

escolheram o nome Espondileacuteia Costa

Um desenhista alheio ao processo foi contratado para desenvolver uma

proposta de desenho da personagem que foi preliminarmente aprovado pelo

grupo O desenho ficou exposto na sala de reuniatildeo por 10 (dez) dias para

eventuais sugestotildees de mudanccedilas que natildeo ocorreram

Ilustrado pelo desenho e ancorado nas referecircncias cientiacuteficas sobre a

prevenccedilatildeo das LERDORTs e nas sugestotildees do grupo focal foi elaborado a

versatildeo preliminar do manual que seria utilizado na atividade educativa

O manual ficou disponiacutevel para anaacutelise na sala de encontros por mais

10 (dez) dias e os teacutecnicos de enfermagem fizeram devidas observaccedilotildees sobre

o memo As principais sugestotildees ocorreram em relaccedilatildeo agrave substituiccedilatildeo de

palavras desconhecidas pelo grupo

O Recurso Instrucional final foi composto do manual e da boneca O

manual foi idealizado em fasciacuteculos a serem distribuiacutedos em cada encontro e a

boneca foi concebida para ser apresenta com uma caixinha com o manual em

miniatura sendo assim proposta para ser utilizada como um siacutembolo que tem

como finalidade ativar a lembranccedila do que foi discutido e praticado

O manual possui duas partes distintas a primeira com apresentaccedilatildeo do

mesmo e a segunda com uma parte mais praacutetica e algumas sugestotildees de

exerciacutecios

A primeira parte do material ficou assim dividida

A Espondileacuteia Costa Nessa etapa a boneca Espondileacuteia Costa se

apresenta e diz qual eacute a sua intenccedilatildeo com o grupo

Apresentaccedilatildeo Nessa pesquisado o autor esclarece alguns pontos

sobre a confecccedilatildeo do manual o objetivo do mesmo e relata

brevemente como foi o seu desenvolvimento

A quem se destina o manual Nesse momento eacute apresentado o puacuteblico

alvo que o manual educativo pretende alcanccedilar

107

A segunda parte de caraacuteter mais praacutetico ficou assim dividida

O trabalho do teacutecnico de enfermagem Nesse capiacutetulo discutem-se as

exigecircncias fiacutesicas para o trabalho como teacutecnico de enfermagem a

saber exigecircncia de grande esforccedilo fiacutesico atenccedilatildeo repetitividade de

movimentos sobrecarga de trabalho e instrumentos de trabalho

Tipos de contraccedilatildeo muscular no ambiente de trabalho

LERDORT o processo de adoecimento do sistema musculoesqueleacutetico

relacionado ao trabalho

Orientaccedilotildees para o trabalho na postura biacutepede

Orientaccedilotildees para o trabalho em sedestaccedilatildeo

Orientaccedilotildees para transferecircncia de pacientes acamados

Cinesioterapia laboral Nesse capiacutetulo se discute a importacircncia do

exerciacutecio fiacutesico na prevenccedilatildeo da LERDORT sendo eacute apresentados

alguns exerciacutecios laborais com convite para a praacutetica regular dos

mesmos

O Manual produzido e posteriormente aplicado encontra-se no anexo 5

53 A QUALIDADE DE VIDA DE TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

ANTES E APOacuteS UMA ATIVIDADE EDUCATIVA

A qualidade de vida no trabalho eacute percebida subjetivamente pelos

indiviacuteduos no ambiente laboral e deve envolver condiccedilotildees de seguranccedila

trabalho digno remuneraccedilatildeo e benefiacutecios adequados estabilidade feedback

quanto ao desempenho oportunidade de crescimento e de aprendizado

possibilidade de promoccedilatildeo clima social positivo e justiccedila social132 192

Trata-se de um conceito amplo e de certo modo pode ser afetado pela

sauacutede fiacutesica estado emocional convicccedilotildees pessoais relaccedilotildees sociais e

estiacutemulos provenientes do meio 132 De um modo geral as definiccedilotildees de

108

Qualidade de Vida reforccedilam a ideia de que sua percepccedilatildeo eacute encarada

diferentemente pelos indiviacuteduos192

O trabalho ocupa lugar central na vida do homem e dependendo da

forma como estaacute sendo executado e organizado pode ser gerador de fatores

desgastantes e potencializadores de processos sauacutede-doenccedila levando o

trabalhador ao adoecimento193 194 195

Inseridos nesse contexto estaacute o trabalhador de enfermagem que tem

seu trabalho caracterizado por atividades que exigem alta interdependecircncia

entre os pares nas quais a motivaccedilatildeo surge como aspecto fundamental na

busca de maior eficiecircncia para a qualidade na assistecircncia prestada aliada agrave

satisfaccedilatildeo destes trabalhadores196

Justifica-se avaliar a qualidade de vida no trabalho do teacutecnico de

enfermagem devido aos prejuiacutezos que a baixa desta pode desencadear tanto

para os funcionaacuterios como para os hospitais

Essa atitude eacute necessaacuteria agravequelas empresas que almejam o sucesso

pois trazem resultados positivos tanto para o empregado na forma de uma

vida mais saudaacutevel e satisfatoacuteria como para a empresa na forma de reduccedilatildeo

no absenteiacutesmo melhorias no clima organizacional nos relacionamentos na

produtividade e nos resultados194

Para este estudo foram avaliados 08 domiacutenios de qualidade de vida

propostos pelo SF 36 lembrando que quanto mais proacuteximo de 100 (cem)

melhor o estado de sauacutede da populaccedilatildeo pesquisada

Observou-se que todos os domiacutenios pesquisados antes da atividade

educativa mostraram-se abaixo de 50 do ideal significando um

comprometimento desta

Observou-se tambeacutem que o domiacutenio mais afetado foi vitalidade seguido

pelos aspectos fiacutesicos aspecto emocional aspecto funcional estado geral

aspectos sociais sauacutede mental e por fim dor

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

109

QUADRO 1 O quadro abaixo mostra os valores obtidos nos diferentes

domiacutenios com a aplicaccedilatildeo do SF 36antes do desenvolvimento da atividade

educativa

DOMIacuteNIOS Meacutedia dos valores encontrados

Capacidade funcional 458333

Aspectos fiacutesicos 291667

Dor 506667

Estado geral 491667

Vitalidade 200000

Aspectos sociais 499000

Aspectos emocionais 386667

Sauacutede Mental 499998

Partimos do princiacutepio que o trabalho quando executado em ambientes

insalubres e penosos pode interferir negativamente na qualidade de vida de

trabalhadores197 e traz sofrimento fiacutesico198

Em outro estudo199 encontramos resultados semelhantes aos aqui

apresentados os autores relatam que tais resultados refletem o sentimento de

cansaccedilo e esgotamento do grupo O cansaccedilo estaacute significativamente associado

agrave presenccedila de sintomas como problemas do sono estresse e depressatildeo203

fato que daacute credibilidade a fala do grupo quando se refere ldquofico aperreadordquo

ldquofico estressadordquo abordadas no capiacutetulo 51

Trabalhadores de enfermagem comumente apresentam sensaccedilatildeo de

fadiga crocircnica e essa pode se manifestar de diversas formas sensaccedilatildeo de

esgotamento dores de cabeccedila e no corpo perda do apetite irritabilidade

desacircnimo e induzem ao empobrecimento da vida social mental e laboral dos

mesmos192

Devido agraves condiccedilotildees laborais percebidas o excesso de trabalho e a natildeo

satisfaccedilatildeo pessoal com a profissatildeo anteriormente descritas nas falas dos

sujeitos da pesquisa nos faz acreditar que haacute um cansaccedilo acumulado no grupo

e isso pode interferir na satisfaccedilatildeo perante o trabalho

110

Estudo demonstra que haacute influecircncia direta do ambiente de trabalho e da

organizaccedilatildeo do mesmo sobre a qualidade de vida dos servidores e ainda

afirma que eacute necessaacuterio proporcionar ao trabalhador um estilo de vida mais

ativo saudaacutevel e ofertar ao mesmo condiccedilotildees salubres e adequadas para

desenvolverem e aperfeiccediloarem seu trabalho200

Neste contexto o ambiente de trabalho pode estar associado ao

sofrimento fiacutesico e psiacutequico dos trabalhadores uma vez que um tempo

significativo da vida dessas pessoas acontece neste ambiente201

Partimos do pressuposto de que existe relaccedilatildeo positiva entre o

Programa Educativo e a Qualidade de Vida dos Teacutecnicos de Enfermagem

Os dados referentes agrave qualidade de vida aleacutem de terem sido colhidos

antes da atividade educativa foram tambeacutem avaliados apoacutes 10 e 30 dias do

desenvolvimento da mesma

O graacutefico abaixo mostra o comportamento dos domiacutenios do SF 36 no

grupo nos trecircs momentos investigados

111

Graacutefico 1 Comportamento dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por

meio do SF-36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias

decorridos da atividade educativa

O quadro abaixo detalha quantitativamente as meacutedias obtidas

Quadro 2 Meacutedia dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por meio do SF-

36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias decorridos da

atividade educativa

DOMIacuteNIOS Valores antes Valores apoacutes

10 dias

Valores apoacutes

30 dias

Capacidade funcional 458333 a 700000 b 715000 b

Aspectos fiacutesicos 291667 a 750000 b 718333 ab

Dor 506667 a 760000 b 765000 ab

Estado geral 491667 a 708333 b 718333 ab

Vitalidade 200000 a 316667 a 331667 a

Aspectos sociais 499000 a 458333 a 464167 a

Aspectos emocionais 386667 a 831667 b 876667 ab

Sauacutede Mental 499998 a 680000 a 688333 a

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5 de probabilidade

112

Apoacutes 10 (dez) observamos que houve incremento na qualidade de vida

do grupo em todos os domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade e aspectos sociais

que continuaram abaixo de 50 (cinquenta por cento)

Decorridos 30 (trinta) dias da accedilatildeo educativa o mesmo resultado se

manteve apenas os domiacutenios vitalidade e aspectos sociais mantiveram

escores menores que 50 (cinquenta)

Estatisticamente analisando os dados pelo teste de Tukey todos os

domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade aspecto social e sauacutede mental

apresentaram incremento estatisticamente significante apoacutes a atividade

educativa

A vitalidade apresentou pequena variaccedilatildeo positiva nos dez dias apoacutes o

desenvolvimento da atividade educativa que se manteve 30 dias apoacutes apesar

de natildeo ter sido estatisticamente significante

O domiacutenio aspecto social manteve-se inalterado do ponto de vista

estatiacutestico antes e apoacutes (tanto 10 como 30 dias) decorridos da atividade

educativa

As meacutedias encontradas para a Sauacutede Mental do SF36 tiveram evoluccedilatildeo

depois de decorrido 10 dias e 30 dias apoacutes a atividade educativa apesar de

tambeacutem natildeo terem significacircncia estatiacutestica

O componente Capacidade Funcional que avalia a presenccedila e extensatildeo

de restriccedilotildees relacionadas agrave capacidade fiacutesica dos sujeitos teve significativa

variaccedilatildeo estatiacutestica nos 10 (dez) dias seguintes da atividade educativa apoacutes o

trigeacutesimo dia houve variaccedilatildeo positiva mas sem ser estatisticamente

significante esses achados nos sugerem uma melhor condiccedilatildeo fiacutesica apoacutes a

atividade educativa

Os dados encontrados estatildeo em desacordo com a literatura que afirma

que a capacidade funcional apresenta domiacutenio comprometido apoacutes ginaacutestica

laboral em profissionais que trabalham em hospital universitaacuterio e equipe de

enfermagem com queixas de lombalgia 204 203

Por outro lado os dados obtidos nesta pesquisa vatildeo ao encontro de

estudos que se propunham avaliar qualidade de vida de enfermeiros frente a

atividades fiacutesicas tais estudos mostraram bons iacutendices no domiacutenio Capacidade

Funcional204 205 206 em enfermeiros praticantes de atividade fiacutesica Natildeo

113

encontramos estudos que avaliassem mudanccedilas de capacidade funcional

correlacionadas com atividades educativas que incluam a atividade fiacutesica como

uma das suas estrateacutegias

Os aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos emocionais

apresentaram comportamentos similares ou seja evoluiacuteram e mantiveram um

valor crescente com significacircncia estatiacutestica apoacutes 10 (dez) e 30 (trinta) dias

decorridos da accedilatildeo educativa

Estudos demonstram que muacuteltiplos fatores podem estar relacionados ao

incremento negativo dos aspectos supra referidos e trazer sofrimento fiacutesico e

psiacutequico aos trabalhadores na maioria das vezes longas jornadas de trabalho

ritmos acelerados de produccedilatildeo pressatildeo repressora e autoritaacuteria inexistecircncia

ou escassas pausas para o descanso ao longo das jornadas de trabalho

estrutura fiacutesica precaacuteria material disponiacutevel fragmentaccedilatildeo de tarefas e

desqualificaccedilatildeo do trabalho realizado geram agressatildeo ao trabalhador 207 208 209

210 no entanto um aspecto nos chamou a atenccedilatildeo eacute que no periacuteodo em que o

estudo foi realizado natildeo constatamos qualquer mudanccedila na estrutura fiacutesica

eou administrativa na Unidade Hospitalar e mesmo assim incrementos

positivos aconteceram isso nos leva a concluir que o programa educativo

idealizado a partir da interaccedilatildeo com o grupo estudado foi eficaz na melhoria da

qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem sobretudo nos aspectos fiacutesicos

dor estado geral e aspectos emocionais e capacidade funcional

54 A PRESENCcedilA DE DORES OSTEOMUSCULARES

RELACIONADAS AO TRABALHO EM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM ANTES E APOacuteS UM PROGRAMA EDUCATIVO

Para este estudo foi avaliada a percepccedilatildeo aacutelgica dos teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa

Antes da atividade educativa independentemente do periacuteodo

considerado (12 meses ou sete dias) observou-se queixas de dores em todas

as aacutereas corpoacutereas avaliadas pelo Instrumento

114

Essas queixas estavam relacionadas agrave dor e parestesia Os dados

apresentados vatildeo ao encontro do que mostra a literatura onde se conclui que

os relatos referidos pelos trabalhadores portadores de DORTs envolvem

queixas inespeciacuteficas tais como dor localizada dor irradiada e sensaccedilatildeo de

peso 211

Acreditamos que essas queixas possuem relaccedilatildeo direta com as

condiccedilotildees de trabalho percebidas e relatadas pelo grupo A literatura aponta

tambeacutem que a presenccedila de sintomas osteomusculares nos trabalhadores de

enfermagem eacute atribuiacuteda principalmente a fatores ergonocircmicos e posturais

inadequados presentes na dinacircmica hospitalar212

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

Eacute possiacutevel observar que antes da atividade educativa existia no

grupoelevada percepccedilatildeo de sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano Natildeo

considerando a regiatildeo acometida constata-se que 942 dos teacutecnicos de

enfermagem queixavam-se de dores

Dentre os que aludiram sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(912) parte superior das costas (8369) punhos e matildeos (539) e joelhos

(337)

Em relaccedilatildeo aos sintomas osteomusculares percebidos nos uacuteltimos sete

dias 8857 dos teacutecnicos de enfermagem afirmaram positivamente Entre os

que referiram sintomatologia na uacuteltima semana as regiotildees mais referenciadas

foram respectivamente parte inferior das costas (933) parte superior das

costas (714) ombros (256) e pescoccedilo (151) como eacute possiacutevel observar

na tabela que se segue

115

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de

Enfermagem do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES da atividade educativa

Nos uacuteltimos 12 meses vocecirc

teve problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7 dias vocecirc teve

problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b)

Ombros 1084(a) 256(b)

Parte superior das costas 8369(a) 714(b)

Cotovelos 91(a) 128(b)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b)

Parte inferior das costas 912(a) 933(b)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b)

Joelhos 337(a) 116(b)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Em estudo eacute confirmado dados similares com prevalecircncia de sintomas

na regiatildeo lombar146 Em pesquisas similares foi verificada a prevalecircncia de

distuacuterbios osteomusculares em regiotildees corporais como a coluna lombar

ombros coluna cervical e joelhos213 214

Elevadas taxas de queixas aacutelgicas tambeacutem foram observadas em outras

pesquisas 215216217218219 que utilizaram o mesmo instrumento do presente

estudo verificou-se que 930 dos teacutecnicos e auxiliares de enfermagem de

um hospital puacuteblico referiram queixas de dor

Cada atividade ocupacional apresenta caracteriacutesticas que podem

predispor algum tipo de doenccedila relacionada ao trabalho No caso especiacutefico

das LERDORTs determinadas atividades que envolvem de alguma forma

movimentos repetitivos esforccedilo com sobrecarga inclusive estaacutetica estatildeo

associados agrave origem de muitos problemas musculoesqueleacuteticos como parece

ser o caso dos profissionais teacutecnicos de enfermagem216 Contraccedilotildees

musculares estaacuteticas contiacutenuas aumento da pressatildeo intramuscular

116

minimizaccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e compressatildeo de feixes nervosos satildeo

mecanismos fisiopatoloacutegicos que podem produzir alteraccedilotildees musculares e

repercutir em dores musculares216

Outro fato importante de salientar eacute que as dores de coluna podem estar

relacionadas tanto a questotildees psicoloacutegicas (estresse e ansiedade) quanto

fiacutesicas 216 220 Dentre as possiacuteveis causas de estresse psicoloacutegico nos teacutecnicos

de enfermagem poderiam estar o fato de trabalharem com a questatildeo da

doenccedila enfermarias superlotadas falta de atitudes cooperativas baixa

autoestima atenccedilatildeo constante fatos relatados pelos mesmos

ldquoEu fico triste no trabalho soacute fico alegre quando eu

recebo elogios fica bomeu sei conversarsou meio

psicoacutelogardquo

ldquoNatildeo tocirc realizada natildeo quer dizer mais ou menos Eacute

razoaacutevel O salaacuterio eacute ruim o trabalho eacute muito

cansativo Cuidar do paciente se quebra ateacute os

braccedilos Eacute uma torturardquo

ldquoNingueacutem taacute nem aiacute para genterdquo

Outro fato que merece destaque eacute o sedentarismo pois pode tornar o

indiviacuteduo suscetiacutevel a doenccedilas ocupacionais afetando a sua produtividade no

ambiente de trabalho221 Este dado condiz com o presente estudo pois

encontramos falas aludidas no capiacutetulo 5 que fazem menccedilatildeo a essa situaccedilatildeo

A praacutetica regular de atividade fiacutesica promove melhor adaptaccedilatildeo do

sistema muscular circulatoacuterio e metaboacutelico levando a alteraccedilotildees beneacuteficas na

musculatura esqueleacutetica e assim reduzindo o surgimento de sintomas

osteomusculares e incapacidades222

A participaccedilatildeo do teacutecnico de enfermagem no programa educativo

idealizado agrave partir da interaccedilatildeo com os mesmos mostrou forte impacto na

reduccedilatildeo das dores osteomusculares relacionadas ao trabalho A tabela abaixo

mostra os dados encontrados antes e apoacutes a atividade educativa

117

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de Enfermagem

do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES e APOacuteS 30 dias decorridos da atividade educativa

ANTES APOacuteS

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b) 2502 (a) 51(c)

Ombros 1084(a) 256(b) 1098(a) 56(c)

Parte superior das

costas

8369(a) 714(b) 8069(a) 111(c)

Cotovelos 91(a) 128(b) 99(a) 56(c)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b) 519(a) 51(c)

Parte inferior das

costas

912(a) 933(b) 892(a) 226(c)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b) 139(a) 030(c)

Joelhos 337(a) 116(b) 347(a) 49(c)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b) 279(a) 32(c)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Apoacutes o desenvolvimento da Atividade Educativa como era esperado

verificou-se que natildeo houve variaccedilatildeo das queixas de dores referentes ao uacuteltimo

ano No entanto em relaccedilatildeo as queixas aacutelgicas nos uacuteltimos 7 (sete) dias

quando se compara antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa eacute

possiacutevel constatar diminuiccedilatildeo estatisticamente significativa da queixa de dores

entre os trabalhadores

Entre os que referiram sintomatologia dolorosa na uacuteltima semana as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(226) parte superior das costas (116) cotovelos e ombros (56)

118

Observou-se portanto o efeito positivo da atividade educativa proposta

na minimizaccedilatildeo de queixas aacutelgicas relacionadas ao trabalho Natildeo encontramos

estudos similares na literatura correlacionando percepccedilatildeo aacutelgica de teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa

119

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

120

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A educaccedilatildeo em sauacutede tem sido utilizada por profissionais da sauacutede

sobretudo na atenccedilatildeo baacutesica como forma de intervenccedilatildeo na tentativa de

facilitar o aprendizado modificar haacutebitos e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees tal praacutetica eacute comprovada pela literatura atual poreacutem o modo de se

fazer ainda natildeo estaacute totalmente difundido entre os profissionais da sauacutede

sobretudo aqueles que trabalham na sauacutede ocupacional

A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas na ambiecircncia hospitalar pode ser

uma forma de aprimorar o conhecimento dos profissionais que trabalham com

sauacutede ocupacional neste caso especificamente com a prevenccedilatildeo das

LERDORTs

Nesta pesquisa procuramos colaborar com dois aspectos o primeiro

quando nos propusemos a conhecer a realidade do trabalho e os saberes do

teacutecnico de enfermagem sobre LERDORT para a partir desses dados

organizar uma proposta de intervenccedilatildeo educativa e o segundo ao avaliar esta

intervenccedilatildeo a partir da qualidade de vida e da percepccedilatildeo de dores

osteomusculares relacionadas ao trabalho

No primeiro momento o processo de elaboraccedilatildeo da intervenccedilatildeo

educativa considerou que a transmissatildeo unidirecional de informaccedilotildees

desvalorizando os saberes e experiecircncia dos educandos seria um equiacutevoco

como vem mostrando a literatura sobre educaccedilatildeo em sauacutede Partimos do

pressuposto de que os sujeitos possuiacuteam saberes valiosos decorrentes de

suas experiecircncias em lidar com trabalho e seus problemas de sauacutede

Observamos que os teacutecnicos de enfermagem tecircm uma compreensatildeo

sobre o processo de adoecimento relacionado com seus trabalhos

especialmente no tocante potencial desenvolvimento das LERDORTs

121

As falas dos teacutecnicos de enfermagem do Hospital investigado sobre

LERDORT mencionadas nos capiacutetulos iniciais dessa pesquisa foram muito

ricas e serviram de ferramentas para a construccedilatildeo da proposta educativa

Dessa forma a Educaccedilatildeo em Sauacutede proposta estimulada pela

construccedilatildeo e pensar coletivos sobre o modo que os teacutecnicos de enfermagem

atuavam tornou-os corresponsaacuteveis pela prevenccedilatildeo desencadeando uma

aprendizagem mais significativa Isto reforccedilou o potencial da Educaccedilatildeo em

Sauacutede opondo-se ao reducionismo do processo educativo e caminhando em

direccedilatildeo a um processo informativo-cognitivo na educaccedilatildeo dos trabalhadores

proacuteximo a realidade laboral dos mesmos

No segundo momento dessa pesquisa observamos que a vivecircncia

dessa intervenccedilatildeo trouxe benefiacutecios na qualidade de vida e na reduccedilatildeo de

dores osteomusculares relacionadas ao trabalho do grupo de estudo

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida dos teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede e vitalidade pode- se afirmar que o programa educativo

elaborado a partir da interaccedilatildeo com o grupo teve impactos positivos Nos

domiacutenios capacidade funcional aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais podemos afirmar tambeacutem que tal melhora persiste ateacute 30 (trinta)

dias corridos nos domiacutenios aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais e sauacutede mental

No que diz respeito a presenccedila de sintomas osteomusculares

relacionados ao trabalho observou-se que a atividade educativa interfere

positivamente na minimizaccedilatildeo dos mesmos

Eacute sabido que o surgimento das LERDORTs na ambiecircncia hospitalar eacute

multifatorial e por isso necessita ser abordada de forma distinta Grande parte

dos fatores desencadeadores das mesmas em hospitais puacuteblicos natildeo estaacute ao

nosso alcance poreacutem uma atividade educativa dependente diretamente do

envolvimento dos profissionais que trabalham com sauacutede ocupacional e podem

ter repercussotildees positivas minimizaccedilatildeo dos agravos Apesar de natildeo se ter

modificado o meio em que o teacutecnico de enfermagem trabalha foi possiacutevel com

122

a atividade educativa melhorar sua qualidade de vida e reduzir a

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho

Ao final dessa pesquisa nos remetemos a algumas indagaccedilotildees De que

modo o Fisioterapeuta como integrante de uma equipe de sauacutede ocupacional

tem se apropriado dessas questotildees Como aprimorar o papel educativo do

Fisioterapeuta junto a estes e outros profissionais expostos ao adoecimento

relacionado ao trabalho

As respostas a estes questionamentos ainda poderatildeo ser mais

aprofundadas e discutidas pela comunidade acadecircmica mas o que sabemos eacute

que o aprimoramento da Atividade Educativa do Fisioterapeuta pode ajudar os

trabalhadores a manterem-se mais saudaacuteveis produtivos e felizes

123

REFEREcircNCIAS

124

7 REFEREcircNCIAS

1 Murofuse NT Abranches S S Napoleatildeo A A Reflexotildees sobre estresse e

Burnout e a relaccedilatildeo com a enfermagem Rev Latino-amEnfermagem

200513(2)255-61

2 Murofuse NT O adoecimento dos trabalhadores de enfermagem na Fundaccedilatildeo

Hospitalar do estado de Minas Gerais reflexatildeo das mudanccedilas no mundo do

trabalho Ribeiratildeo Preto Tese [Doutorado Enfermagem] - Universidade de Satildeo

Paulo 2004

3 Belancieri MF Bianco MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em

trabalhadores da aacuterea de enfermagem de um Hospital Universitaacuterio

TextoampContexto Enfermagem 2004 janmar 13(1)124-131

4 Jensen R Disabling back injuries among nursing personal research needs and

justification RevNursHealth 198710(1)29-38

5 De Marchi BD Rita C Do Carmo CR Maria Luacutecia Almeida S L Riscos

ocupacionais e alteraccedilotildees de sauacutede entre trabalhadores de enfermagem

brasileiros de unidades de urgecircncia e emergecircncia Cienc Enferm 2010

16(2)69-81

6 Vieira ER Kumar S Coury HJ Narayan Y Low back problems and possible

improvements in nursing jobs Journal of Advanced Nursing 2006 jul 55 (1) 79-

89

7 Magora A Investigation of the relation between low back pain and occupation

Ind Med 2010 39(11)31-7

125

8 Hartvigsen J Lauritzen S Lings S Lauritzen T Intensive education combined

with low tech ergonomic intervention does not prevent low back pain in nurses

Occup Environ Med 2005 62 (1)13-7

9 Horneij EL Jensen IB Holmstroumln EB Ekdahl C Sick leave among home-care

personnel a longitudinal study of risk factors BMC Musculoskelet Disord

20045(1)38

10 Chiou WK Wong MK Lee YH Epidemiology of low back pain in Chinese

nurses Int J Nurs Stud 1994 31361-368

11 Fernandes JD Ferreira SL albergaria AK Conceiccedilatildeo FM Sauacutede mental e

trabalho feminino imagens e representaccedilotildees de enfermeiras Rev Latino-am

Enfermagem 200210(2)199-206

12 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Occup Environ Med 2004 61 398-404

13 Botha WE Bridger RS Anthropometric variability equipment usuability and

musculoskeletal pain in a group of nurses in the western cape Appl Ergon

2008 1(1) 481-90

14 Nardi HC Sauacutede do trabalhador subjetividade e interdisciplinaridade In Merlo

ARC organizador Sauacutede e Trabalho no Rio Grande do Sul realidade

pesquisa e intervenccedilatildeo 1ed Porto Alegre UFRGS 2004 [v143-64]

15 Lacaz FAC Sauacutede do trabalhador Campinas Tese [Doutorado] - Faculdade de

Ciecircncias Medicas da Universidade Estadual de Campinas 1996

16 Haag GS Lopes MJM Schuck JS Organizadores A enfermagem e a sauacutede

dos trabalhadores 2 ed rev e ampl Goiacircnia Editora AB 2001

17 Farias SNP Riscos no trabalho e agravos agrave sauacutede do trabalhador de

enfermagem em centro municipal de sauacutede Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo

126

[Mestrado em Enfermagem]- EEAN Universidade Federal do Rio de Janeiro

1999

18 Frias Junior CAS A sauacutede do trabalhador no Maranhatildeo uma visatildeo atual e

proposta de atuaccedilatildeo Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede

Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz 1999

19 Wright WC Introduction In RAMAZZINI B Diseases of Workers Thunder

Bay Canada OHampS Press 1993 p 1-34 [Translated by Wilmer Cave Wright

1940]

20 Arruda JJA Piletti N Toda a Histoacuteria Satildeo Paulo Aacutetica 1997

21 Prado Juacutenior C Evoluccedilatildeo poliacutetica do Brasil Colocircnia e impeacuterio Satildeo Paulo

Brasiliense 1999

22 Laurell AC Noriega M Para o Estudo da Sauacutede na sua relaccedilatildeo com o

processo de trabalho In Processo de Produccedilatildeo e Sauacutede Trabalho e Desgaste

Operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

23 Oddone I Marri G Gloacuteria S Briante G Chiattella M REA Ambiente de

trabalho a luta dos trabalhadores pela sauacutede Satildeo Paulo Hucitec 1986

24 Mendes R Dias EC Da medicina do trabalho agrave sauacutede do trabalhador Revista

de sauacutede puacuteblica 1991 25 (5) 341-349

25 Bellusci SM Doenccedilas profissionais ou do trabalho 6 ed Satildeo Paulo Editora

Senac 2005

26 Chaffin DB Anderson GBJ Martins BJ Biomedicina Ocupacional Belo

Horizonte Ed Ergo 2001

27 Oliveira RMR A abordagem das lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho LERDORT no Centro de

127

Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador do Espiacuterito Santo ndash CRSTES Rio de

Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Oswaldo

Cruz Rio de Janeiro 2001

28 Leite PC Silva A Merighi MAB A mulher trabalhadora de enfermagem e os

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho Rev esc enferm USP

2007 jun 41 (2)287-291

29 Felli VEA Kurcgant P A sauacutede do trabalhador de enfermagem um estudo no

enfoque do materialismo histoacuterico e dialeacutetico Rev Paulista de Enfermagem

2000 setdez19 (3)41-8

30 Pinho DLM Abrahatildeo JI Ferreira MC As estrateacutegias operatoacuterias e a gestatildeo da

informaccedilatildeo no trabalho de enfermagem no contexto hospitalar Rev latino-am

Enfermagem 2003 marabr11(2)168-76

31 Peduzzi M Anselmi ML O processo de trabalho de enfermagem a cisatildeo entre

o planejado e execuccedilatildeo do cuidado Rev Bras Enferm 2002 55(4)392-398

32 Rocha SSL Felli AVE Qualidade de vida no trabalho docente em enfermagem

Rev Latino-am enfermagem 2004 janfev 2(1) 28-35

33 Raduumlnz V Cuidando e se cuidando 2 ed Goiacircnia Editora AB 1999

34 Murofuse NT Alves DCI Favero GC Brotto AO Comportamento dos

acadecircmicos docentes e teacutecnicos administrativos da cliacutenica odontoloacutegica da

Unioeste riscos e atividades desenvolvidas Acta Scientiarum Health Sciences

(Online) 2008 3081-87

35 Assunccedilatildeo AA Rocha LE Doenccedilas Osteomusculares Relacionadas com o

Trabalho membro superior e pescoccedilo In MENDES R Patologia do Trabalho

Satildeo Paulo Atheneu 2003

128

36 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Protocolo de investigaccedilatildeo diagnoacutestico

tratamento e prevenccedilatildeo de lesotildees por esforccedilos repetitivos LERDORT

Brasiacutelia DF 2000

37 Rio RP LER ciecircncia e lei novos horizontes da sauacutede e do trabalho Belo

Horizonte (MG) Health 199

38 MINISTEacuteRIO DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL (BR) Atualizaccedilatildeo da Norma Teacutecnica

sobre Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-DORT Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo 11 de julho 1997 Seccedilatildeo 34231-9

39 OLIVEIRA CR Conceituaccedilatildeo da LER In OLIVEIRA CR Manual Praacutetico de

LER 2aed Belo Horizonte Editora Health 1998 p21-28

40 Regis F Gilseacutee I Michels G SELL I Work related musculoskeletal disorders in

dentists Rev bras epidemiol 2006 9(3)346-359

41 Merlo AacuteRC Jacques MGC Hoefel MGLGroups activity with repetitive strain

injuries workers experience reportPsicol Reflex Crit 2001 14(1)253-258

42 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Comitecirc Assessor das LERDORT Protocolo de

investigaccedilatildeo diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo de LERDORT Brasiacutelia

1999

43 Michelin CF Michelin AL Loureiro CA Estudo epidemioloacutegico dos distuacuterbios

musculoesqueletais e ergonocircmicos em Cirurgiotildees Dentistas Revista da

Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo 2000

juldez5(2)61-7

44 Guido LA Stress e coping entre enfermeiras de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo

anesteacutesica Satildeo Paulo Tese [Doutorado em enfermagem] ndash Escola de

enfermagem da Universidade de Satildeo Paulo 2003

129

45 Britto ES Enfermeiros psiquiaacutetricos estresse enfrentamento e sauacutede Ribeiratildeo

Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

2006

46 Christophoro R Waidman MAP Estresse e condiccedilotildees de trabalho um estudo

com docentes do curso de enfermagem da UEM Estado do Paranaacute Acta

Scientiarum 2002 24(3)757-63

47 Almeida NA Estresse ocupacional uma visatildeo psicoloacutegica sobre a sauacutede do

trabalhador Manaus Tese [doutorado em Psicologia] - Centro Universitaacuterio

Luterano de Manaus 2005

48 Beck CLC Gonzales RMB Stekel LMC Donaduzzi JC O trabalho da

enfermagem em unidades criacuteticas e sua repercussatildeo sobre a sauacutede dos

trabalhadores Esc Anna Nery R Enferm 2006 Ago 10(2)221-7

49 Dejours C A loucura do trabalho estudo de psicopatologia do trabalho

Traduccedilatildeo de Ana Isabel Paraguay e Lucia Leal Ferreira 5 ed ampl Satildeo

Paulo Editora Cortez 1992

50 Stacciarini JMR Troacuteccoli BT O estresse na atividade ocupacional do

enfermeiro Rev Latino-AmEnfermagem 2001 marabr9(2)305-17

51 Popim RC O cuidador na accedilatildeo de cuidar na enfermagem oncoloacutegica Ribeiratildeo

Preto Tese [Doutorado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

Ribeiratildeo Preto 2001

52 Meirelles NF Zeitoune RCG Satisfaccedilatildeo no trabalho e fatores de estresse da

equipe de enfermagem de um centro ciruacutergico oncoloacutegico Escola Anna Nery

Revista de Enfermagem 2003 abr 7(1)78-88

53 Miguez J Bonami M Comportamentos de ausecircncia quadros de anaacutelise e suas

operacionalizaccedilotildees Cad de Ciecircnc Sociais 19886173-9

130

54 Midorikawa ET A odontologia em sauacutede do trabalhador como uma nova

especialidade profissional definiccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funccedilotildees do

cirurgiatildeo dentista na equipe de sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Odontologia]-Universidade de Satildeo Paulo 2000

55 Souza M de Acidentes ocupacionais e situaccedilotildees de risco para a equipe de

enfermagem um estudo em cinco hospitais do municiacutepio de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo Tese [Doutorado em Medicina] - Universidade Federal de Satildeo Paulo

2002

56 Graccedila L Satisfaccedilatildeo profissional dos meacutedicos de famiacutelia no SNS Meacutedico de

Famiacutelia 2000 Feb 2 (III seacuterie)48-50

57 Martinez L Ferreira A Sousa L Cunha J A esperanccedila eacute a uacuteltima a morrer

Capital psicoloacutegico positivo e presentismo Comportamento Organizacional e

Gestatildeo v13 n1 Disponiacutevel em

httpwwwscieloocesmctesptpdfcogv13n1v13n1a03pdf Acesso em 28 de

julho de 2010

58 Nascimento GM Estudo do absenteiacutesmo dos trabalhadores de enfermagem

em uma unidade baacutesica e distrital de sauacutede do municiacutepio de Ribeiratildeo Preto -

SP Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de

Satildeo Paulo 2003

59 Castejoacuten JC El papel de las condiciones del trabajo em La incapacidad

temporal por enfermidad comuacuten y acidente no laboral Barcelona [Doutorado] -

Bellaterra Universitat Autonoma de Barcelona 2002

60 Rocha SMM Almeida MCP O processo de trabalho da enfermagem em sauacutede

coletiva e a interdisciplinaridade Rev Latino-Am Enfermagem 20008(6) 96-

101

61 Mussi FC Conforto e loacutegica hospitalar anaacutelise a partir da evoluccedilatildeo histoacuterica do

conceito conforto na enfermagem Acta paul enferm [online] 200518(1)72-81

131

62 Carvalho MB de Felli VEA O trabalho de enfermagem psiquiaacutetrica e os

problemas de sauacutede dos trabalhadores Rev Latino-Am Enfermagem [serial

on the Internet] 2006 Feb [cited 2011 June 09] 14(1) 61-69

63 Singer P Souza AR Organizador A economia solidaacuteria no Brasil a autogestatildeo

como resposta ao desemprego Satildeo Paulo Contexto 2003

64 Beck U La sociedade Del riesgo hacia uma nueva modernidad Barcelona

Paidoacutes 1998

65 Murofuse NT Marziale MHP Mudanccedilas no trabalho e na vida de bancaacuterios

portadores de Lesotildees por esforccedilos repetitivos LER Rev Latino-am

Enfermagem 2001 julhoago 9(4)19-25

66 Settimi MM Silvestre MP Lesotildees por esforccedilos repetitivos (LERDORT) um

problema da sociedade brasileira In Codo W Almeida MC (Orgs)

LERDORT diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo Petroacutepolis Vozes 1995

67 Merlo ARC A informaacutetica no Brasil Prazer e sofrimento no trabalho Porto

Alegre Ed da UniversidadeUFRGS 1999

68 Stacciarini JM OKeeffe M Mathews M Group therapy as treatment for

depressed Latino women a review of the literature Issues in Mental Health

Nursing 2007 May28(5)473-88

69 Regis FGI Michels G Sell I Lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiotildees-dentistas Rev bras

epidemiol [serial on the Internet] 2006 Sept 9(3) 346-359

70 Sato L LER Objeto e Pretexto para a Construccedilatildeo do Campo Trabalho e

Sauacutede Cad Sauacutede Puacuteblica 2001 JanFeb 17(1)147-152

132

71 Bernard BP Musculoskeletal disorders and workplace factors A critical review

of epidemiologic evidence for work related musculoskeletal disorders of the

neck upper extremity and low back Cincinnati NIOSH 1997 KUORINKA I

FORCIER L LATR ndash Les Leacutesions Attribuables au Travail Reacutepeacutetitif Quebec ndash

Canadaacute Editions Multi Mondes 1995

72 Buckle P Work factors and upper limb disorders BMJ 1997 1360-1363

73 Santos Filho SB Barreto SM Atividade ocupacional e prevalecircncia de dor

osteomuscular em cirurgiotildees-dentistas de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil

Contribuiccedilatildeo ao debate sobre os distuacuterbios osteomusculares relacionados ao

trabalho Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 17(1) 181-193

74 Lupton D Corpos prazeres e praacuteticas do eu Educaccedilatildeo amp Realidade 2000 25

15-48

75 Valla VV Stotz EN organizadores Participaccedilatildeo popular educaccedilatildeo e sauacutede

teoria e praacutetica Rio de Janeiro Relume-Dumaraacute 1997

76 Valadatildeo MM Sauacutede na Escola um campo em busca de espaccedilo na agenda

intersetorial Satildeo Paulo Tese [Doutorado]-Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da

Universidade de Satildeo Paulo 2004

77 Dejours C Confeacuterence d introduction In Acts Colloque International de

Psycodynamique et Psychopathologie du Travail Paris Conservatorie

Naacutetionaldes Arts et Meacutetieacuters 1997

78 Assunccedilatildeo AA As modalidades de gestatildeo das situaccedilotildees de trabalho para

compensar as deficiecircncias dos membros do coletivo Belo Horizonte UFMG

2001

79 Assunccedilatildeo AA Lima FPA A Nocividade no Trabalho Contribuiccedilatildeo da

Ergonomia In MENDES R Patologia do Trabalho ndash Atualizada e Ampliada 2ordf

ed Vol II parte IV Rio de Janeiro Atheneu 2002

133

80 A Ginaacutestica Laboral na prevenccedilatildeo da LERDORT soluccedilatildeo ou paliatvo In

Barbosa Luis Guilherme Fisioterapia Preventiva nos Distuacuterbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ndash DORTrsquos ndash A fisioterapia do

trabalho aplicada Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002

81 Costa M LoacutepezE Educacioacuten para lasalud 1996 Madrid Piraacutemide 1996

82 Sznelwar LI Foacuterum Nacional sobre o Fenocircmeno LERDORT - ldquoConstruindo

uma nova visatildeo e formas concretas de accedilatildeordquo Ata final do Foacuterum Florianoacutepolis

Fundacentroout 2001 Disponiacutevel na internet httpwwwfundacentroscgov

Acesso em 18 de abril de 2011

83 Saad JED Responsabilidade civil do empregador pelos danos decorrentes do

acidente do trabalho Jus Navigandi 2011 Jan 16(2750) Disponiacutevel em

lthttpjusuolcombrrevistatexto18242gt Acesso em 24 abr 2011

84 Hobsbawm E Mundos do Trabalho Novos estudos sobre Histoacuteria Operaacuteria

Traduccedilatildeo de Waldea Barcellos e Sandra Bedran 3 ed Rio de Janeiro Paz e

Terra 2000

85 Mello RC Acidentes do trabalho sob a oacutetica da legislaccedilatildeo atualizada inclusive

com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 Doutrina e jurisprudecircncia dominantes

Satildeo Paulo Saraiva 1990

86 Morim SL Oliveira J Responsabilidade Civil Acidente do Trabalho Satildeo Paulo

Saraiva 2001

87 Alves VS A health education model for the Family Health Program towards

comprehensive health care and model reorientation Interface - Comunic

Sauacutede 2005 set 9(16)39-52

88 Segre M Ferraz FC O conceito de sauacutede Rev Sauacutede Puacuteblica199731(5) Satildeo

Paulo

134

89 Caponi S Georges CY El estatuto epistemoloacutegico del concepto de salud

Histoacuteria Ciecircncias Sauacutede 1997 4287-307

90 Teixeira CF Paim JS Vilasboas AL SUS modelos assistenciais e vigilacircncia da

sauacutede Informe Epidemioloacutegico do SUS 1998 7(2) 7-28

91 Freire P Pedagogia do Oprimido 23a Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2003

92 Gazzienelli MF Gazzienelli A Reis DC Penna CMM Educaccedilatildeo em sauacutede

conhecimentos representaccedilotildees sociais e experiecircncias da doenccedila Cad Sauacutede

Puacuteblica 2005 21(1)200-206

93 Candeias FMN Conceitos de educaccedilatildeo e de promoccedilatildeo em sauacutede mudanccedilas

individuais e mudanccedilas organizacionais Rev Sauacutede Puacuteblica 1997 31(2)209-

12

94 Pereira AL Educaccedilatildeo em sauacutede In Ensinando a cuidar em Sauacutede Puacuteblica

Difusatildeo 2003

95 Souza AC Colomeacute ICS Costa LED Oliveira DLLC A educaccedilatildeo em sauacutede com

grupos na comunidade uma estrateacutegia facilitadora da promoccedilatildeo da sauacutede

Rev Gauacutecha de Enf 2005 ago 26(2) 147-53

96 Freire P Educaccedilatildeo e mudanccedila 8ordf Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983

97 Oliveira SG Proteccedilatildeo Juriacutedica agrave sauacutede do Trabalhador 3ordf ed rev ampl e

atual Satildeo Paulo LTr 2001

98 Bellini HT Ensaios sobre programas de sauacutede bucal Biblioteca Cientiacutefica 1991

99 Vasconcelos EM Educaccedilatildeo popular nos serviccedilos de sauacutede 3ed Satildeo Paulo

Hucitec 1997

135

100 Hilger EC Abegg C Pretto SM Anaacutelise das abordagens de Educaccedilatildeo em

Sauacutede em programas de sauacutede bucal Accedilatildeo Coletiva 1999 2(2) 10-4

101 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Ocup Environ Med 2004 61 398-404

102 Gros MA The role of the occupational health nurse in risk management of

upper extremity complaints Occupational Medicine 199813(3)599-609

103 Ando S Ono Y Shimaoka M Hiruta S Hattori Y Hori F Takeuchi Y

Associations of self-estimated workloads with musculoskeletal symptoms

among hospital nurses Ocup Environ Med 2000 57 211-6

104 Macleod D The ergonomics edge improving safety quality and productivity

American College of Sports Medicine 2003 30(6)992-1008

105 Dale L Barkley A Bayless S Coleman SD McDonald B Myszkowski J

Phipps-Stevens Experience of cumulative trauma disorders on life roles of

worker and family member a case study of a married couple Work Reading

2003 20 (3)245-255

106 Rezende MP Agravos agrave sauacutede de auxiliares de enfermagem resultantes da

exposiccedilatildeo ocupacional aos riscos fiacutesicos Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 2003

107 Pereira ALF As tendecircncias pedagoacutegicas e a praacutetica educativa nas ciecircncias da

sauacutede Caderno de Sauacutede Puacuteblica 2003 setout 19(5) 1527ndash1534

108 Alan MM Ceacutesar-Vaz MR Almeida T Educaccedilatildeo ambiental e o conhecimento

do trabalhador em sauacutede sobre situaccedilotildees de risco Cienc Saude Colet 2005

10 (sup) 39-47

136

109 Tavolaro P Pereira IMTB Pelicioni MCF Oliveira CA F Empowerment as a

way to prevent work-related health conditions in slaughterhouse workers Rev

Sauacutede Puacuteblica [serial on the Internet] 2007 Apr 41(2)307-312

110 Vieira ER Work-related low back disorders in nurses frequency of

occurrence causes and prevention (reprint) allnursescom Nursing for Nurses

27 Aug 2006

111 Shawn WS Feuerstein M Lincoln AE Miller VI Wood PM Case management

services for work related upper extremity disorders integrating workplace

accommodation and problem solving AAOHN Journal 200149 (8)378-89

112 Spekle EM Hoozemans MJ Blatter BM Heinrich J van der Beek AJ Knol

DL Bongers PM van Dieen JH Effectiveness of a questionnaire based

intervention programme on the prevalence of arm shoulder and neck

symptoms risk factors and sick leave in computer workers a cluster

randomised controlled trial in an occupational setting BMC Musculoskelet

Disord 2010 11(1) 99

113 Monsivais DB Monsivais JJ Christensen M Treatment for clients with

cumulative trauma disorders using an educational model to communicate

choices AAOHN J 1993 41(12) 587-91

114 Serapioni M Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em

sauacutede algumas estrateacutegias para a integraccedilatildeo Ciecircnc sauacutede coletiva [online]

2000 5(1) 187-192

115 Minayo MC Sanches O Quantitativo-qualitativo oposiccedilatildeo ou

complementaridade Cad deSauacutedePuacuteblica19939(3)239-262

116 Morse JM A review committees guide for evaluating qualitative proposals

Qualitative Health Research 2007 13(1) 833-851

137

117 Moehr JR Evaluation salvation or nemesis of medical informatics

Computers in biology and medicine 2002 32 113-25

118 Santos SR Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomeacutedica

Sociedade Brasileira de Pediatria Jornal de Pediatria 1999

119 Pinheiro FA Troacuteccoli BT Carvalho CV Validaccedilatildeo do questionaacuterio noacuterdico de

sintomas osteomusculares como medida de morbidade Rev de Sauacutede Puacuteblica

36 (3) 307-312

120 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinatildeo I Quaresma MRl Traduccedilatildeo para

a liacutengua portuguesa e validaccedilatildeo do questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) Rev Bras Reumatol 1999 39(3)143-

150

121 Leininger M Qualitative research methods in nursing Orlando Grune amp

Stratton 1985 cap 3 p 33-71 Ethnography and ethnonursing models and

modes of qualitative dada analysis

122 Spradley J The Ethnographic Interview New York Holt Rinehart and

Winston 1979

123 Laplantine F Aprender antropologia Satildeo Paulo Brasiliense 1994

124 Aamodt AM Ethnography and Epistemology Generanting Nursing

Knowledge IN Morse JM Qualitative nursing research a contemporaty issue

Newbury Parke Sage 1991

125 Krueger RA Focus group a practical guide for applied esearch Newbury

Park Sage 1988 - Morgan DL (ed) Successful focus group advancing the

state o the art Newbury Park Sage 1993

138

126 Dawson S Manderson L e Tallo VL 1993 A manual for the use of focus

groups Methods for Social Research in Disease Boston World Health

Organization

127 Carlini-Cotrim B Potencialidades da teacutecnica qualitativa grupo focal em

investigaccedilotildees sobre abuso de substacircncias Rev Sauacutede Puacuteblica 1996 30(3)

285-93

128 Veiga L Gondim S M G A utilizaccedilatildeo de meacutetodos qualitativos na Ciecircncia

Poliacutetica e no Marketing Poliacutetico Opin Publica 2001 7(1) 1-15

129 Pizzol SJS Combinaccedilatildeo de grupos focais e anaacutelise discriminante um meacutetodo

para tipificaccedilatildeo de sistemas de produccedilatildeo agropecuaacuteria Rev Econ Sociol

Rural 2004 42(3) 451-468

130 Barbour RS Kitzinger J Developing focus group research London Sage

1999

131 Lefevre AMC Lefevre F Cardoso MRL Mazza MMPR Assistecircncia puacuteblica agrave

sauacutede no Brasil estudo de seis ancoragensSaude soc [online] 2002 11(2)

35-47

132 Alves-Mazzotti AJ Gewandsznajder F O meacutetodo nas ciecircncias naturais e

sociais pesquisa quantitativa e qualitativa 2ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Pioneira

2004

133 Szymanski H (Org) Almeida LR Prandini RCAR A entrevista na pesquisa

em educaccedilatildeo a praacutetica reflexive Brasiacutelia Editora Plano 2002

134 Kuorinka I Jonsson B Kilbom A Vinterberg H Biering-Sorensen F

Andersson G et al Standardised Nordic questionnaires for the analysis of

musculoskeletal symptoms ApplErgon 1987

139

135 Bergqvist V Wolgast E Nilsson B Voos M The influence of VDT work on

musculoskeletal disorders Ergonomics 199538754-62

136 Toomingas A Theorell T Michesen H Nordemar R Associations between

self-rated and psychosocial work conditions and musculoskeletal symptoms and

signs Scand J Work Environ Health 199723130-9

137 Ware JE Sherbourne CD The MOS ndash 36 item Short Form Health Survey (SF

ndash 36) conceptual framework and item selection MedCare 1992 30473-483

138 Viacava F Informaccedilotildees em sauacutede a importacircncia dos inqueacuteritos

populacionais Ciecircnc sauacutede coletiva 2002 7607-621

139 Aranha LLM Miroacuten Canelo JA Alonso Sardoacuten M Del Pino Montes J Saacuteenz

Gonzaacutelez MC Qualidade de vida relacionada agrave sauacutede em espanholas com

osteoporose Rev Sauacutede Puacuteblica [online] 200640(2) 298-303

140 Puglisi ML Franco B Anaacutelise de conteuacutedo 2 ed Brasiacutelia Liacuteber Livro 2005

141 Houaiss A Villar MS Minidicionaacuterio Houaiss de liacutengua portuguesa Rio de

Janeiro Objetiva 2004

142 Alves M Motivos de licenccedilas meacutedicas em um hospital de urgecircncia-

emergecircncia Rev Bras Enferm 2006 mar-abr 59(2) 195-200

143 Cecirca GSS Murofuse NT Associaccedilatildeo dos Portadores de LER (AP-LER) na luta

pelos direitos dos trabalhadores de frigoriacuteficos do oeste do Paranaacute In

TUMOLO Paulo Sergio BATISTA Roberto Leme Trabalho economia e

educaccedilatildeo perspectivas do capitalismo global Praacutexis 2008 421-436

144 Nielsen K Trinkoff A Applying ergonomics to nurse computer workstations

review and recommendations Comput Inform Nurs 2006 21(3)150-157

2003

140

145 Guedes EM Distuacuterbios osteomusculares e o trabalho de enfermagem

hospitalar estudos com auxiliares de enfermagem em unidade de ortopedia

Rio de Janeiro 2000

146 Murofuse NT Marziale MHP Doenccedilas do sistema osteomuscular em

trabalhadores de enfermagemRev Latino-Am Enfermagem [online] 2005

13(3)364-373

147 Pheasant S Stubs D Back pain in nurses epidemiology and risk assessment

Appl Erg 1992 23(4) 226-232

148 Sahrmann AS Diagnoacutestico e Tratamento das Siacutendromes de disfunccedilatildeo

motora Siacutendromes de Disfunccedilatildeo Motora da Cintura Escapular Ed Santos

2006

149 Alexandre NMCA Angerami ELSA Estilo de vida e trabalho do pessoal de

enfermagem e a ocorrecircncia de cervicodorsolombalgias Rev Latino am

Enfermagem 1995 3(1)121-128

150 Maciel RH Prevenccedilatildeo da LERDORT o que a ergonomia pode oferecer In

Cadernos de sauacutede do trabalhador 2000 Disponiacutevel

emlthttpwwwinstcutorgbrpub8htmgt Acesso em 17 dez 2010

151 Silva VEF O desgaste do trabalhador de enfermagem relaccedilatildeo trabalho de

enfermagem em sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Tese [Doutorado em

Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 1996

152 Robazzi MLCC Marziale MHP Alguns problemas ocupacionais decorrentes

do trabalho de enfermagem no Brasil Rev Bras Enfermagem 1999 52(3)331-

8

153 Rocha AM Fatores ergonocircmicos e traumaacuteticos envolvidos na ocorrecircncia de

dor nas costas em trabalhadores de enfermagem Belo Horizonte Dissertaccedilatildeo

[mestrado em Enfermagem]- Universidade Federal de Minas Gerais 1997

141

154 Froemming MB Proposta de melhoramentos do equipamento de

transferecircncia visando o conforto do idoso e do cuidador Santa Maria (RS)

Dissertaccedilatildeo [mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo]-Universidade Federal de

Santa Maria 2004

155 Larese F Fiorito A Musculoskeletal disorders in hospital nurses a

comparison between two hospitals Ergonomics 1994 37(7)1205-11

156 UNIVERSITY OF SURREY Ergonomics Research Unit Back pain in nurses

Guildford 1986 WORLD HEALTH ORGANIZATION Identification and control

of work-related diseases Geneva 1985 (Techn Rep Ser 714)

157 WORLD HEALTH ORGANIZATION Occupational hazards in hospitals

Copenhagem 1981 (EURO Reports and Studies 80)

158 Parada EO Alexandre NMC Benatti MCC Lesotildees ocupacionais afetando a

coluna vertebral em trabalhadores de enfermagem RevLatAmEnferm

200210(1)64-9

159 Barboza DB Soler ZASG Afastamentos do trabalho na enfermagem

ocorrecircncias com trabalhadores de um hospital de ensino Rev Lat Am Enferm

2003 1(2)177-83

160 BELL F Ergonomic aspects of equipament Int J Nurs Stud 1987 24(4)

331-7

161 McAtamnney L Hignett S A space to move in Nurs Times 1993 89(18) 44-

6

162 Magnago TSBS Lisboa MTL Souza IEO Moreira MC Distuacuterbios muacutesculo-

esqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem associaccedilatildeo com condiccedilotildees de

trabalho [revisatildeo] Rev Bras Enferm 200760(6)701-5

142

163 Salvage J The theory and pratice of the new nursing Nursing Times 1990

42-45

164 Martins MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em

ambiente hospitalar Escola Superior de Enfermagem de Vise 2003

165 Estryn-Behar M Poinsignon H Travailler agrave lhocircpital Paris Berger-Levrault

1989

166 Mauro MIC Marques SC Gomes AMT Ferreira SS Introduccedilatildeo agrave anaacutelise

ergonocircmica um estudo da postura corporal de um profissional de enfermagem

Rev Enferm UERJ 200210(1)29-32

167 Gonccedilalves JRS Melo EP Lombas SRL Mariano CS Barbosa L Chillida

MSP Causas de afastamento entre trabalhadores de enfermagem de um

hospital puacuteblico do interior de Satildeo Paulo REME Rev Min Enferm

20059(4)309-14

168 Mello MC Fugulin FMT Gaidzinski RR O tempo no processo de trabalho em

sauacutede uma abordagem socioloacutegica Acta Paul Enferm 200720(1)87-90

169 Lagerstroumlm M Wenemark M Hagberg M Hjelm EW Occupational and

individual factors related to musculoskeletal symptoms in five body regions

among Swedish nursing personnel Int Arch Occup Environ Health

199568(1)27-35

170 Druhle M Le travail eacutemotionnel dans la relation soignante professionnelle

dans Professions et institutions de santeacute face agrave lrsquoorganisation du travail

Rennes Edition de lrsquoENSP 2000

171 Tomasi NGS Gueacuterios EMG Fontes de estresse na equipe multiprofissional

na unidade de terapia intensiva pediaacutetrica Curitiba (PR) (sd) (mimeografado)

143

172 Shimizu HE Ciampone MHT Sofrimento e prazer no trabalho vivenciado

pelas enfermeiras que trabalham em unidade de terapia intensiva em um

hospital escola Rev Esc Enfermagem USP 1999 junho-agosto 33(1)95-106

173 Schwartz S O estresse e como viver com ele implicaccedilotildees para a praacutetica de

enfermagem In Shumaker WC Tratado de Terapia Intensiva Satildeo Paulo

Panamericana 1992

174 Oliveira Junior JF O Grupo como uma matriz familiar de Foulkes Cortesatildeo

aos dias atuais Trabalho apresentado no XII Congresso Luso-Brasileiro de

Psicoterapia de Grupo e Grupanaacutelise Lisboa-Portugal 2005

175 Minayo MCS O desafio do conhecimento Satildeo Paulo-Rio de Janeiro Ed

Hucitec- Abrasco 2000

176 Snoek FJ Breaking the barriers to optimal glycaemic control - what physicians

need to know from patients perspectives Int J ClinPract Suppl 2002 (129)80-

4

177 DowieRs Tannahil C Tannahil A Heath promotion models and values 2nd

ed Oxford Oxford University Press 1996

178 Manfredi SM Trabalho qualificaccedilatildeo e competecircncia profissional das

dimensotildees conceituais e poliacuteticas Educ Soc [Internet] 1998 [acesso 2009 Fev

10] 19(64) [25p] Disponiacutevel em httpwwwscieloorg

179 Leacutevy P Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 1999

180 Leacutevy P A Inteligecircncia coletiva por uma antropologia do ciberespaccedilo 3a ed

Satildeo Paulo Ediccedilotildees Loyola 1994

181 Chwartzmann L Estreacutes laboral siacutendrome de desgaste (quemado) depresioacuten

iquestestamos hablando de lomismo CiencTrab 2004 6174-84

144

182 Maslach C Goldberg J Prevention of burnout new perspectives Appl Prev

Psychol 1998 763-74

183 IacovidesA Fountoulakis KN Kaprinis S Kaprinis G The relationship

between job stress burnout and clinical depression J Affect Disord 2003

75209-21

184 Tena PS Soriano JS Bernal JS Mulet EM Muntildeoz CR Garciacutea MG et al

Desgaste profesional em los meacutedicos de atencioacuten primaria de Barcelona

Medifam 2002 1217-25

185 Bianchini MM El Siacutendrome Del Burnout em personal profesional de La salud

Med Leg 1997 13(14)189-92

186 Goacutemez MMN Dodino CN Aponte CF Caycedo CE Riveros MP Martiacutenez

MPM et al Relacioacuten entre perfil psicoloacutegico calidad de vida y estreacutes asistencial

em personal de enfermeriacutea Revista Universitas Psychologica 2005 463-75

187 Alpi SV Floacuterez LA El siacutendrome Del Burnouten una muestra de auxiliares de

enfermeriacutea um estuacutedio exploratorio Revista Universitas Psychologica 2004

335-45

188 Moreira S Magnago RF Sakae TM Magajewski FRL Prevalecircncia da

siacutendrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de

grande porte da Regiatildeo Sul do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica [serial on the

Internet] 2009 July 25(7) 1559-1568

189 MerchaacutenndashHamann E Os ensinos da educaccedilatildeo para a sauacutede na prevenccedilatildeo de

HIV-Aids subsiacutedios teoacutericos para a construccedilatildeo de uma praacutexis integral Cad

Sauacutede Puacuteblica 1999 15 Supl (2)85-9

190 Tones BK Tilford S Robinson YK Health education effectiveness and

efficiency London Chapman Hall 1991

145

191 Schraiber LB Medicina tecnoloacutegica e praacutetica profissional contemporacircnea

novos desafios outros dilemas Satildeo Paulo Tese [livre-docecircncia]-Faculdade de

Medicina Universidade de Satildeo Paulo 1997

192 Carvalho DV Lima EDRP Sintomas fiacutesicos de estresse na equipe de

enfermagem de um centro ciruacutergico Rev Nursing 2001 mar4(34)31-4

193 Haddad MCL Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem Rev

Espaccedilo Sauacutede 2000 jun1(2)75-88

194 Barboza DB Afastamentos do trabalho na enfermagem de um hospital geral

no periacuteodo de 1995 a 1999 [dissertaccedilatildeo] Satildeo Joseacute do Rio Preto Faculdade de

Medicina de Satildeo Joseacute do Rio Preto 2001

195 Nunes MBG Mauro MYC Cupello AJ Estresse nos trabalhadores de

enfermagem estudo em uma unidade de psiquiatria In Anais do VI Congresso

Latino Americano de Ergonomia ABERGO 2001 2 a 15 de setembro de 2001

Gramado RS

196 Pereira MCA Faacutevero N A motivaccedilatildeo no trabalho da equipe de enfermagem

RevLatinoam Enfermagem 2001 jul9(4)7-12

197 Rio RP O fasciacutenio do stress vencendo desafios num mundo em

transformaccedilatildeo Rio de Janeiro QualityDunya 1996

198 Lima Jr JH Eacutesther AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem

Rev Adm Empresas 2001 julset41(3)20-30

199 Baiardi F Esposit ED Cocechi R Fabri A Sturani Valpiani G et al Effects of

clinical and individual variables on quality of life in chronic renal failure patients

J Nephrol 2002 january 15(1)61- 7

146

200 Bellusci SM Fischer FM Envelhecimento funcional e condiccedilotildees de trabalho

em servidores forenses Revista de Sauacutede Puacuteblica 1999 33(6) 602-609

201 Lentz RA Costenaro RGS Gonccedilalves LHT Nassar SM O profissional de

enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas

dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem 2000

ago8(4)7-14

202 Bettarello PA Saut TB Analise dos resultados do questionaacuterio sobre a

qualidade de vida ndash SF 36 apoacutes aplicaccedilatildeo dom liangong em 18 terapias e

ginaacutestica laboral em funcionaacuterios do setor de editoraccedilatildeo do centro universitaacuterio

claretiano de batatais Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em

Fisioterapia) ndash Centro Universitaacuterio Claretiano Batatais SP 2006

203 Almeida CB Pagliuca LMF Leite ALAS Acidentes de trabalho envolvendo os

olhos avaliaccedilatildeo de riscos ocupacionais com trabalhadores de enfermagem

Revista Latino-Americana Enfermagem [online] 2005 13(5) 708-716

204 Franco GP Barros ALBL Nogueira-Martins LA Qualidade de vida e sintomas

depressivos em residentes de enfermagem Rev Latino-Am Enfermagem

2005 13(2) 700-708

205 Pimenta FAP et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida de aposentados com a

utilizaccedilatildeo do questionaacuterio SF-36 Rev Assoc Med Bras [online] 2008

54(1)55-60

206 Nishide VM Benatti MCC Riscos Ocupacionais entre trabalhadores de

enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Enfermagem

USP Ribeiratildeo Preto 2004 38(4)406-14

207 Laurell AC Noriega M Processo de produccedilatildeo e sauacutede trabalho e desgaste

operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

147

208 Cooper CL Identifying workplace stress costs benefits and the way forward

Proceedings of the European Conference on Stress at Work a call for action

1993 Nov 9-10 Brussels BE Brussels European Foundation for the

improvement of living and working conditions 1993

209 Moraes LFR Swan JA Cooper CL A study of occupational stress among

government white-collar workers in Brazil using the occupational stress

indicator Stress Med1993991-104

210 Freitas MEacuteA Mindori E Promovendo a Qualidade de Vida experiecircncia

vivenciada com cuidadores de enfermagem de um hospital universitaacuterio do

municiacutepio de Belo Horizonte In 12ordm Seminaacuterio Nacional de Pesquisa em

Enfermagem 2003 Porto Seguro Anais do 12ordm SENPE Brasilia ABEn

Nacional 2003

211 Walsh IAP Oishi J Coury HJCG Clinical and functional aspects of work-

related musculoskeletal disorders among active workers Rev Sauacutede Puacuteblica

2008 42(1)108-16

212 Silva DMPP da Marziale MHP Absenteiacutesmo de trabalhadores de

enfermagem em um Hospital Universitaacuterio Rev latino-am enfermagem 2000

8(5)44- 51

213 Calavaro CG Riveros MS Orellana AL Transtornos musculoesqueleacuteticos de

espalda lumbar em trabajadores de la salud de la comuna rural de Til Til Cuad

Meacuted Soc (Chile) 2007 47(2)68-73

214 Borges A Maizlish N Loreto V Lumbalgia ocupacional em enfermeras

venezolanas Salud de los trabajadores 2004 12(1)19-32

215 Brandatildeo AG Horta BL Tomasi E Sintomas de distuacuterbios osteomusculares

em bancaacuterios de Pelotas prevalecircncia e fatores associados Ver Bras Epidemiol

20058(3)295-05

148

216 Gurgueira GP Alexandre NMC Correa HR Filho Prevalecircncia de sintomas

muacutesculo ndash esqueleacuteticos em trabalhadoras de enfermagem Rev Latino-am

Enfermagem 200311(5)608-13

217 Queiroacutes PPJ Carga Fiacutesica Riscos Ocupacionais nos Enfermeiros Rev Sinais

Vitais 1996 (6)35-40

218 Barros ENC Alexandre NMC Cross-cultural adaptation of the Nordic

musculoskeletal questionnaire Int Nurs Review 200350(2)101-8

219 Trelha CS Carvalho RP Franco SS Nakaoski T Broza TP Faacutebio Tl Arte e

sauacutede frequecircncia de sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos em muacutesicos da orquestra

sinfocircnica da Universidade Estadual de Londrina Semina Ciecircncias Biol Sauacutede

2004 2565-72

220 Devereux JJ Vlachonikolis IG Buckle PW Epidemiological study to

investigate potential interaction between physical and psychosocial factors at

work that may increase the risk of symptoms of musculoskeletal disorder of the

neck and upper limb Occup Environ Med [on line] 2002 59 269-77

Disponiacutevelemlthttpoembmj comcgicontentfull594269gt [2011 Jan 21]

221 Salve MGC Theodoro PFR Sauacutede do trabalhador arelaccedilatildeo entre ergonomia

atividade fiacutesica e qualidade de vida Salusvita 200423(1)137-46

222 Gamperine M Stigum H Work related risk factors for musculoskeletal

complaints in the spinning in Lithuania Occup Environ Meacuted 199956411-6

149

ANEXOS

150

ANEXO 1

Cartaz convite para os Teacutecnicos de Enfermagem

151

ANEXO 2

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Paacutegina 1 de 2

Pesquisador Geraldo Magella Teixeira fone +82 8821-0199 correio eletrocircnico

magellafisioyahoocombr Universidade Estadual em Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

Proacute-reitoria de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Rua Doutor Jorge de Lima 113 3O andar Trapiche da

Barra Maceioacute AL CEP 57010-382

Eu_________________ __________________________________ brasileiro (a)

portador do documento de identidade ___________ SSP-____residente na

Rua (Av) ________________________________ nordm____Bairro________________

na cidade de ________________________

DECLARO na condiccedilatildeo do sujeito da pesquisa que fui convidado (a) a participar da

pesquisa intitulada Proposiccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo para

prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem desenvolvido pelo

pesquisador Geraldo Magella Teixeira Fui devidamente informado (a) pelo

pesquisador que o objetivo da pesquisa eacute o de Propor e avaliar a efetividade de um

programa educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT para teacutecnicos de enfermagem fui

informado (a) ainda que a pesquisa possui riscos para minha pessoa sobretudo no

que diz respeito a possiacuteveis perseguiccedilotildees que poderei sofrer por parte de meus

superiores imediatos uma vez que seratildeo tratadas questotildees que dizem respeito agraves

condiccedilotildees de trabalho fui informado (a) que medidas preventivas seratildeo adotadas para

anular eou amenizar esse risco a saber a minha identidade seraacute preservada o diaacuterio

onde o pesquisador faz suas anotaccedilotildees e as fitas gravadas seratildeo incinerados ao fim

da pesquisa

Fui esclarecido (a) que a pesquisa me beneficiaraacute na prevenccedilatildeo de LERDORT assim

como ajudaraacute tambeacutem aos teacutecnicos de enfermagem com a comprovaccedilatildeo de o efeito

preventivo nas LERDORT

Como responsaacutevel concordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo e sei que posso

retirar o meu consentimento a qualquer momento antes ou durante o transcurso da

pesquisa sem penalidades prejuiacutezo e perda de qualquer benefiacutecio que eu possa ter

adquirido

152

Sei tambeacutem que em caso de duacutevidas poderei chamar ou entrar em contato com o

pesquisador Geraldo Magella Teixeira pelo telefone (82) 8821- 0199 ou pelo endereccedilo

eletrocircnico magellafisioyahoocombr ou pelo seguinte endereccedilo fiacutesico Avenida

Amazonas 29101 ndash Prado MaceioacuteAL

Fui esclarecido (a) quanto aos aspectos da pesquisa

a) Seraacute criado com a participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem um programa de

educaccedilatildeo para prevenccedilatildeo de LERDORT O pesquisador avaliaraacute esse programa

aplicando dois questionaacuterios os quais eu serei convidado a responder Um dos

questionaacuterios avalia a minha qualidade de vida e o outro avalia as queixas de dor

durante o trabalho

b) O objetivo da pesquisa eacute propor e avaliar um programa educativo para prevenccedilatildeo

de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem

c) Riscos que corro perseguiccedilotildees por parte de seus superiores imediatos

d) No entanto beneficiaraacute mostrando a validade de um programa de prevenccedilatildeo de

LERDORT nos teacutecnicos de enfermagem

f) Serei acompanhado e avaliado sempre pelo mesmo pesquisador ou seja sempre

pela mesma pessoa

G) Terei a liberdade de recusar da participaccedilatildeo ou retirar meu consentimento em

qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem prejuiacutezo no desempenho

de minhas funccedilotildees

I) Custoreembolso para o participante natildeo haveraacute nenhum gasto financeiro com a

minha participaccedilatildeo como tambeacutem natildeo receberei nenhum pagamento com a minha

participaccedilatildeo

J) Caso eu sofra algum dano com nexo causal serei ressarcido de acordo com leis

vigentes

k) A pesquisa tem garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos

durante a pesquisa assegurando-me absoluta privacidade no entanto o pesquisador

torna expresso o comprometimento em tornar puacuteblico os resultados da pesquisa

sejam eles favoraacuteveis ou natildeo

DECLARO outrossim que apoacutes convenientemente esclarecido pelo termo de

consentimento e pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado consinto

voluntariamente a minha participaccedilatildeo nesta pesquisa

Maceioacute de de 2008

Assinatura do (a) Responsaacutevel Assinatura do Pesquisador

153

ANEXO 3

Questionaacuterio Noacuterdico de sintomas osteomusculares (QNSO)

154

ANEXO 4

VERSAtildeO BRASILEIRA DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Instruccedilatildeo Estas informaccedilotildees nos manteratildeo informados de como vocecirc se sente

e quatildeo bem vocecirc eacute capaz de fazer suas atividades de vida diaacuteria Responda

cada questatildeo marcando a resposta como indicado Caso vocecirc se sinta

inseguro ou em duvida como responder por favor tente responder da melhor

forma que puder

1 Em geral vocecirc diria que sua sauacutede eacute

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

2Compara da a um ano atraacutes como vocecirc classificaria sua sauacutede em geral

agora

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

3Os seguintes satildeo sobre atividades que vocecirc poderia fazer atualmente

durante um dia comum Devido a sua sauacutede vocecirc teria dificuldade para fazer

essas atividades Neste caso quanto

( circule um numero em cada linha)

Atividades Sim

Dificulta

muito

Sim

Dificulta

um

pouco

Natildeo

Natildeo

dificulta

nenhum

pouco

a Atividades vigorosas que exigem esforccedilo

tais como correr levantar objetos pesados

participar em esportes agraverduos

1 2 3

155

b Atividades moderadas tais como mover uma

mesa passar aspirados de poacute jogar bola

varrer a sala

1 2 3

c levantar o carregar mantimentos 1 2 3

d Subir vaacuterios lances de escada 1 2 3

e Subir um lance de escada 1 2 3

f Curvar-se ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g Andar mais de um quilocircmetro 1 2 3

h Andar vaacuterios quarteirotildees 1 2 3

i Andar um quarteiratildeo 1 2 3

j Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

1 Durante a ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diaacuteria regular como a

consequecircncia de sauacutede fiacutesica

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-se ao

seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras

atividades

1 2

e- teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades

( p ex necessitou de esforccedilo extra)

1 2

5 Durantes as ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diaacuteria como

consequumlecircncia de algum problema emocional ( com sentir-se deprimido ou

ansioso) (circule uma em cada linha)

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-

se ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

156

c- Natildeo trabalhou ou fez qualquer atividade com tanto

cuidado como geralmente faz

1 2

6 Durante as ultimas 4 semanas de que maneira sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais em

relaccedilatildeo agrave famiacutelia vizinhos amigos ou em grupo (circule uma)

De forma

nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7 Quanta dor no corpo vocecirc teve durante as ultimas semanas

Nenhuma Muito Leve Leve Moderada Grave Muito

Grave

1 2 3 4 5 6

8 Durante as ultimas 4 semanas quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)

De maneira

alguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9 Estas questotildees sobre como vocecirc se sente e como tudo tem acontecido com

vocecirc durante as ultimas 4 semanas Para cada questatildeo por favor decirc uma

resposta que mais se aproxime da maneira como vocecirc se sente Em relaccedilatildeo agraves

ultimas 4 semanas (circule um numero em cada linha)

Todo o

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a- Quanto tempo vocecirc

esta se sentindo cheio

1 2 3 4 5 6

157

de vigor cheio de

vontade cheio de

forccedila

b- Quando tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido

deprimido que nada

pode anima-lo

1 2 3 4 5 6

d- Quando tempo vocecirc

tem se sentindo calmo

ou tranquumlilo

1 2 3 4 5 6

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Alguma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

e- Quando tempo vocecirc

tem com muita energia

1 2 3 4 5 6

f- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

desanimado e abatido

1 2 3 4 5 6

g- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

esgotado

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa feliz

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido cansado

1 2 3 4 5 6

158

10 Durante as ultimas 4 semanas quanto do seu tempo a sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiam com suas atividades sociais ( como visitar

amigos parentes etc) (circule uma)

Todo tempo A maior parte

do tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma parte do

tempo

1 2 3 4 5

11 O quanto verdadeiro ou falso eacute cada uma das informaccedilotildees para vocecirc

Definitiva

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Natildeo

sei

A

maioria

das

vezes

falsas

Definitiva

mente

falsa

a- Eu acostumo adoecer um

pouco mais facilmente que as

outras pessoas

1 2 3 4 5

b- Eu sou tatildeo saudaacutevel quanto

qualquer outra pessoa que

conheccedilo

1 2 3 4 5

c- Eu acho que a minha sauacutede

vai piorar

1 2 3 4 5

e- Minha sauacutede eacute excelente 1 2 3 4 5

159

ANEXO 5

O Recurso Educativo

160

161

162

163

164

165

166

167

168

169

170

171

172

173

174

175

176

177

178

179

180

181

182

183

184

185

186

187

188

189

190

191

192

193

194

195

196

197

198

199

ANEXO 6

Formulaacuterios de coleta de dados

1 Identificaccedilatildeo do informante

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

2 Nome do pesquisador

3 Data de preenchimento

2 0 0

3 Gecircnero

1 Feminino

2 Masculino

4 Data de nascimento

1 1 9

5 Niacutevel de escolaridade

1 Analfabeto

2 Niacutevel fundamental

3 Niacutevel Meacutedio

4 Niacutevel Superior

6 Quantos anos trabalha como teacutecnico de enfermagem

200

1 Anos

2 Natildeo sei

7 Sente doresdurante o trabalho

1 Sim

2 Natildeo

8 Setor de Trabalho

1 Pediatria

2 Unidade adulta

3 UTI

4 Central de esterelizaccedilatildeo

5 Pronto atendimento

6 Laboratoacuterio

7 Farmaacutecia

8 Outros

Perguntas Norteadoras da entrevista

O que vocecirc entende por LERDORT natildeo precisa ser o conceito e sim o

que vem na sua cabeccedila

Como prevenir LERDORT no trabalho

Haacute alguma relaccedilatildeo da LERDORT com o trabalho do teacutecnico de

enfermagem

Como vocecirc percebe seu corpo nesse contexto

Quais estrateacutegias vocecirc sugere para amenizar o problema

201

ANEXO 7

Aprovaccedilatildeo do CEP UNCISAL

202

ANEXO 8

Aprovaccedilatildeo do CEP UNIFESP

203

Page 7: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de

VII

Aos meus pais (in memorian) Benedito Teixeira e Maria Joseacute da Silva Teixeira os quais com suas atitudes de carinho liberdade e simplicidade proporcionaram-me forccedilas para a superaccedilatildeo dos inuacutemeros desafios da vida

VIII

AGRADECIMENTOS

IX

Tempo de congregar razatildeo e sentimento

Eacute hora de agradecer e valorizar aqueles que me acompanharam nesta

imersatildeo pelos trilhos do saber Neste periacuteodo submeti-me a crises socialmente

programadas pelo campo cientiacutefico incorporando novos coacutedigos discutindo

novas questotildees e descobrindo maneiras de resolver os problemas que se

colocavam quer nas disciplinas cursadas quer na pesquisa ou ainda na

elaboraccedilatildeo da tese e nas inuacutemeras idas e vindas entre a Terra da Garoa e

Terra dos Marechais

Ao longo desse percurso contei com o apoio de profissionais jaacute

consagrados na aacuterea acadecircmica o que me estimulou a percorrer o caminho da

Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ao mesmo tempo fiquei na dependecircncia da presenccedila paciente

generosa e constante daqueles que fazem parte da minha vida pessoal

compartilhando anguacutestias ausecircncias e tambeacutem descobertas e assim me

recompondo das tensotildees inerentes agraves etapas do fazer cientiacutefico

Tendo vencido desafios e momentos de provaccedilotildees o que me resta eacute a

sensaccedilatildeo de que o processo criativo vem acompanhado por ambiguidades De

um lado expressa-se um sentimento de prazer ao ver nascer o resultado de

um parcimonioso trabalho de outro insinua-se certa melancolia que se traduz

nos limites agora impressos no texto e dispersos numa sucessatildeo mnemocircnica

de imagens presentes em mim Eacute o sentimento de quem eacute perfeccionista e

considera que a obra natildeo estaacute pronta

Nesse turbilhatildeo simultaneamente emerge ainda um sentimento de

satisfaccedilatildeo atenuam-se ansiedades por ter chegado agrave reta final por ter ousado

e cumprido o que me propus

Concebo desse modo meu estudo com emoccedilatildeo e a infinita gratidatildeo a

todos que de um jeito ou de outro contribuiacuteram para a sua realizaccedilatildeo e eacute com

este sentimento que termino esta tese

Agradeccedilo a Deus que me cobre de becircnccedilatildeos e sempre estaacute ao meu

lado Tenho plena e absoluta certeza disso

X

Agradeccedilo de modo muito especial a todos os teacutecnicos de enfermagem

que se dispuseram e constituiacuteram o material humano deste trabalho

Ao meu orientador Prof Dr Nildo Batista pela disposiccedilatildeo em orientar

este trabalho por sua presenccedila durante todo o processo de elaboraccedilatildeo deste

estudo Minha admiraccedilatildeo respeito e o meu profundo agradecimento ao Mestre

do ofiacutecio que me conduziu neste ritual de passagem com criacutetica minuciosa

indicando caminhos o que muito contribuiu para a realizaccedilatildeo desta tese

Aacute Professora Dra Almira Alves dedicada para ensinar e compreensiva

dos limites dos neoacutefitos com quem troquei muitas ideias a respeito do material

de pesquisa e da vida Meus agradecimentos agrave apaixonada pela academia

sedutora da arte de se Educar em Sauacutede vocecirc me indicou caminhos e

preciosas sugestotildees

Aos companheiros da PROEXUNCISAL sei que vocecircs estatildeo na torcida

Foi importante dividir ansiedades e alegrias

Ao meu filhosobrinho Samuel que vai descobrindo a vida e se

descobrindo Espero que faccedila suas descobertas do seu modo com suas

inquietaccedilotildees e questionamentos do jeito de quem eacute muito jovem Obrigado por

permitir com que eu reflita e revele as minhas experiecircncias Sobretudo que as

troque e as renove constantemente Com vocecirc aprendo a cada dia

Agraves pessoas da minha famiacutelia povo de jeito mineiromatuto gente amiga

e carinhosa que sabe cuidar e fazer florescer sentimentos () o trem mais

valoroso do mundo eacute o amor

Ao amigo e irmatildeo Marcus Aureacutelio por estar sempre disponiacutevel para

atender minhas solicitaccedilotildees eou anguacutestias pessoais e acadecircmicas e por sua

amizade dedicaccedilatildeo e cumplicidade

Aos Professores Doutores membros da banca avaliadora por suas

contribuiccedilotildees preciosas e pertinentes para a consecuccedilatildeo desta tese

Aos amigos George Vannessa e Goretti que deram o start

companheiros de profissatildeo e de trabalho com quem tanto aprendo

Aos Professores e Funcionaacuterios da Universidade Federal de Satildeo Paulo

pela forma carinhosa e profissional como sempre me receberam

XI

SUMAacuteRIO

XII

SUMAacuteRIO

Dedicatoacuteria VII

Agradecimentos VIII

Resumo XIV

Abstract XVII

Abreviaturas XVIII

Lista tabela XX

Lista graacuteficos XXII

Lista de quadros XXIV

1 Introduccedilatildeo 28

11 As origens da Pesquisa 29

12 A contextualizaccedilatildeo do objeto 30

2 Referencial Teoacuterico 34

21 A sauacutede do trabalhador como questatildeo social 35

22 Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no trabalho 37

23 O processo de trabalho como determinante do processo sauacutede-doenccedila em enfermagem 42

231 LERDORT e absenteiacutesmo no trabalho 52

232 LERDORT e as poliacuteticas trabalhistas 55

24 A educaccedilatildeo em sauacutede na LERDORT 56

3 Objetivos 65

31 Objetivo geral 66

32 Objetivos Especiacuteficos 66

4 Metodologia 67

41 Fundamentaccedilatildeo metodoloacutegica 68

42 O contexto da pesquisa 69

43 Populaccedilatildeo de estudo 71

44 Os instrumentos de coleta de dados 73

XIII

441 Primeira Etapa 74

441 1 Observaccedilatildeo etnograacutefica 74

4412 Entrevista de aprofundamento 76

4413 Grupo Focal 77

442 Segunda Etapa 80

4421 Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) 81

4422 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (SF-36) 83

45 Anaacutelise dos dados 84

46 Aspectos eacuteticos 86

5 Resultados e discussatildeo 88

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do teacutecnico de enfermagem 90

52 Uma proposta de educaccedilatildeo em sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do

teacutecnico de enfermagem

101

53 A qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa 107

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho em teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

113

6 Consideraccedilotildees Finais 119

7 Referecircncias 123

8 Anexos 149

81 Cartaz Convite 150

82Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 151

83 Questionaacuterio Noacuterdico 153

84 Versatildeo Brasileira de Qualidade de Vida SF-36 154

85 O Recurso Educativo 159

86 Formulaacuterio de coleta de dados 199

87 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNCISAL 201

88 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNIFESP 202

XIV

RESUMO

XV

A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um campo multifacetado para o qual concorrem inuacutemeras concepccedilotildees das aacutereas tanto da educaccedilatildeo quanto da sauacutede as quais espelham diferentes compreensotildees do mundo demarcadas por distintas posiccedilotildees poliacutetico-filosoacuteficas sobre o homem e a sociedade Sua praacutetica na sauacutede ocupacional favorece e potencializa a adaptaccedilatildeo harmocircnica do indiviacuteduo ao meio laboral e potencializa as relaccedilotildees com os outros com o espaccedilo e o tempo elementos indispensaacuteveis para o sucesso no autogerenciamento na prevenccedilatildeo das LERDORTs Esta pesquisa procurou compreender juntamente com um grupo de teacutecnicos de enfermagem que trabalham em Hospital Puacuteblico do Nordeste do Brasil o significado da questatildeo LERDORT sobretudo nos aspectos preventivos e ainda propor e avaliar um recurso educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das necessidades e da interaccedilatildeo com os sujeitos Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e quantitativas Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo e elaborar um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo de suas praacuteticas nessa etapa foram utilizadas as teacutecnicas da observaccedilatildeo etnograacutefica e grupo focal A segunda etapa da pesquisa correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida como a percepccedilatildeo aacutelgica nesta etapa foram utilizados os instrumentos Questionaacuterio Noacuterdico (QNSO) e Questionaacuterio de Qualidade de Vida (SF 36) Participaram 70 teacutecnicos de enfermagem e esses foram divididos aleatoriamente em dois subgrupos os primeiros trinta e cinco sujeitos participantes da primeira etapa e os restantes participaram da segunda etapa Foi possiacutevel compreender que os Teacutecnicos de Enfermagem possuem mesmo que intuitivamente saberes sobre a questatildeo LERDORT e satildeo capazes de contribuir positivamente no construto de recurso Apoacutes a participaccedilatildeo no programa educativo foi possiacutevel observar que o recurso construiacutedo a partir da fala dos participantes eacute capaz de interferir positivamente na qualidade de vida e na percepccedilatildeo da sintomatologia aacutelgica A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas em Sauacutede na ambiecircncia laboral com teacutecnicos de enfermagem sobre este tema mostra-se como uma estrateacutegia a ser valorizada na prevenccedilatildeo das LERDORTs

PALAVRAS-CHAVE Educaccedilatildeo em Sauacutede LERDOERT Enfermagem Prevenccedilatildeo Clima Organizacional

XVI

ABSTRACT

XVII

Health education is a multifaceted field for which many competing conceptions both areas of education and health reflecting different understandings of the world framed by distinct political-philosophical views on man and society Its practice in occupational health promotes and enhances the harmonious adaptation of the individual in the work environment and enhances relationships with others with space and time essential elements for success in self-management in the prevention of RSI This research sought to understand along with a group of practical nurses who work in Public Hospitals of Northeast Brazil the meaning of the issue RSI especially in the preventive aspects and also propose and evaluate an educational resource in the prevention of RSI for these professionals built from the needs and interaction with the participants For this research we opted for a descriptive-analytic methodology assuming the complementarity of qualitative and quantitative approaches This research was composed for two distinct stages The first stage corresponded to the proposed methodological approach that aimed to know the subjects of research and develop an educational program that potentially triggers on the transformation of their practices this step was used the techniques of ethnographic observation and focus groups The second stage of the study corresponded to the proposed methodological approach that aimed to evaluate the changes induced by the educational program developed specifically in relation to different dimensions of quality of life as a painful perception this stage were used tools Nordic Questionnaire (QNSO) and Questionnaire Quality of Life (SF 36)Participated 70 nursing technicians and these were divided randomly into two subgroups the first thirty-five subjects in the first stage and the other participated in the second step It was possible to understand that nursing technicians have although intuitively knowledge on the issue RSI and are able to positively contribute to the construct of resource After participating in the educational program was possible to observe that the action constructed from the speech of the participants is able to positively affect the quality of life and perception of pain symptoms The use of health education in the ambience with nursing technicians working about this theme shows up as a strategy to be valued in the prevention of RSI KEYWORDS Health Education RSI Nursing Prevention Organizational Climate

XVIII

ABREVIATURAS

XIX

AL Alagoas

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

CEP Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CVM Contraccedilatildeo Voluntaacuteria Maacutexima

DORT Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

EPI Equipamento de proteccedilatildeo individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

LER Lesotildees por esforccedilos repetitivos de Sauacutede do trabalhador

MOI Modelo Operaacuterio Italiano

NOST Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador

NR32 Norma Regulamentadora 32

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

QNSO Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares

R$ Real

RF-36 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida

SGA Siacutendrome Geral de adaptaccedilatildeo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE Termo Consentimento livre e esclarecido

UNCISAL Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

UNIFESP Universidade Federal de Satildeo Paulo

URL Localizador Uniforme de Recursos

UTI Unidade de Terapia Intensiva

www Rede Mundial e Computadores (do inglecircs World Wide Web)

XX

TABELAS

XXI

Paacutegina

Tabela 1 72

Tabela 2 92

Tabela 3 113

Tabela 4 115

XXII

GRAacuteFICO

XXIII

Paacutegina

Graacutefico 1 109

XXIV

QUADROS

XXV

Paacutegina

Quadro 1 107

Quadro 2 110

XXVI

A Estrada

Vocecirc natildeo sabe O quanto eu caminhei

Praacute chegar ateacute aqui Percorri milhas e milhas

Antes de dormir Eu nem cochilei

Os mais belos montes Escalei

Nas noites escuras De frio chorei

A vida ensina E o tempo traz o tom

Praacute nascer uma canccedilatildeo Com a feacute do dia-a-dia

Encontro a soluccedilatildeo Quando bate a saudade

Eu vou pro mar Fecho os meus olhos

E sinto vocecirc chegar Vocecirc chegar

Letra Toni Garrido Lazatildeo Da Gama Bino

XXVII

28

INTRODUCcedilAtildeO

29

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 AS ORIGENS DA PESQUISA

O meu interesse pela temaacutetica educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na

sauacutede ocupacional iniciou-se no ano de 2001 quando um grupo de

trabalhadores na aacuterea da Sauacutede da Universidade Estadual de Ciecircncias da

Sauacutede de Alagoas (UNCISAL) solicitou-me acompanhamento para a realizaccedilatildeo

de Ginaacutestica Laboral

Para atender tal solicitaccedilatildeo enquanto Fisioterapeuta propus um

programa de Extensatildeo Universitaacuteria que tinha como intento assessorar tais

profissionais na compreensatildeo da gecircnese do adoecimento no ambiente de

trabalho bem como ajudaacute-los em relaccedilatildeo ao enfrentamento e superaccedilatildeo dos

problemas decorrentes dos esforccedilos pertinentes agraves condiccedilotildees de trabalho

Atuei enquanto Coordenador do Programa de Extensatildeo em diversos

setoresalas do Hospital bem como em vaacuterios setores da Universidade Tal

atuaccedilatildeo permitiu o contato direto com trabalhadores e alunos de graduaccedilatildeo

que relatavam interesse sobre a questatildeo os acadecircmicos mais precisamente

dos cursos de Graduaccedilatildeo em Fisioterapia e Terapia Ocupacional tambeacutem

apontavam dificuldades para conduzir adiante os estudos sobre o tema

No ano seguinte com o decorrer das atividades extensionistas

juntamente com o relato dos alunos da graduaccedilatildeo e dos servidores surgiu a

necessidade de aglutinar saberes praacuteticas e pessoas nesse intento fortaleceu-

se a adesatildeo dos acadecircmicos de Fisioterapia da UNCISAL e os mesmos

passaram a participar do programa mais efetivamente com isto o Programa de

Extensatildeo Universitaacuteria passou a funcionar tambeacutem como disciplina eletiva com

carga horaacuteria complementar na graduaccedilatildeo

A posteriori as atividades agora de extensatildeo e graduaccedilatildeo na

modalidade disciplina eletiva demandaram a necessidade de se entender mais

30

sobre o processo de Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede Ocupacional dessa forma

foi proposto e organizado um grupo de estudo sobre a temaacutetica Com essa

etapa o programa conseguia unir de forma prazerosa experiecircncias baseadas

no pressuposto do tripeacute universitaacuterio Extensatildeo Ensino e Pesquisa

Em seguida devido ao andamento dos estudos motivado pelo desejo

sempre ardente de ensinar e o interesse em me aprimorar e qualificar para o

bom exerciacutecio da docecircncia senti-me instigado a procurar um curso Stricto

Sensu que me trouxesse subsiacutedios para o ensino em Ciecircncias da Sauacutede com

uma visatildeo ampliada para aleacutem do ensino tecnicista e isto motivou essa

proposta agora posta

A minha experiecircncia na Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de

Alagoas (UNCISAL) como docente e extensionista mesclado com interesse

sobre o tema Educaccedilatildeo em Sauacutede e Sauacutede Ocupacional motivou os

questionamentos que trago a este trabalho

12 A CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO OBJETO

Este trabalho traz como objeto de pesquisa a Educaccedilatildeo em Sauacutede na

Sauacutede Ocupacional e a investigaccedilatildeo inscreve-se especificamente na Sauacutede

do Trabalhador Teacutecnico em Enfermagem com vistas a discutir o processo de

adoecimento bem como a prevenccedilatildeo por intermeacutedio de programa educativo

em uma equipe que trabalha em Hospital Puacuteblico especializado no cuidado de

portadores de doenccedilas infectocontagiosas

Os questionamentos que idealizaram o estudo remeteram agrave necessidade

de se pensar na construccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo na

prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das

necessidades e da anaacutelise situacional da realidade local dos sujeitos

envolvidos

Apesar da educaccedilatildeo em sauacutede relacionada com a LERDORT ser

amplamente discutida na literatura nacional e internacional o objeto dessa

pesquisa apresenta-se relevante desafiador e inovador pela ausecircncia de

31

investigaccedilotildees nesta populaccedilatildeo de trabalhadores podendo contribuir para o

aprimoramento profissional bem como na melhoria da assistecircncia prestada

Assim a busca de sentidos sobre o entendimento do processo de adoecimento

por parte dos teacutecnicos de enfermagem mostra-se relevante

A importacircncia deste trabalho estaacute tambeacutem em fomentar a reflexatildeo entre

profissionais de Enfermagem Fisioterapia e Recursos Humanos sobre o

processo de surgimento de queixas dolorosas na ambiecircncia laboral

entendendo que refletir sobre a proacutepria praacutetica jaacute eacute um meio de transformaacute-la

de forma a contribuir e atribuir acepccedilotildees que possam servir de ferramentas ao

grupo de estudo oferecendo suporte para a autonomia no autocuidado

A profissatildeo de enfermagem figura dentre as que tecircm maior

predisposiccedilatildeo a ao surgimento das DORTs1 isso ocorre devido agrave exposiccedilatildeo

ocupacional a diversos fatores de riscos existentes na ambiecircncia laboral bem

como agraves particularidades do processo de trabalho agravado muitas vezes pela

precariedade das condiccedilotildees deste Tais fatos fazem com que a lista de agravos

agrave sauacutede desse profissional seja volumosa2 A praacutetica de enfermagem expotildee

seus trabalhadores a fatores de risco e agravos agrave sauacutede presentes no

ambiente no processo e na organizaccedilatildeo de trabalho3

No exerciacutecio de enfermagem os profissionais estatildeo expostos natildeo soacute ao

trabalho fisicamente pesado que as tarefas peculiares da profissatildeo exigem

mas tambeacutem a um grande nuacutemero de eventos circunstacircncias e condiccedilotildees

inerentes a ele tais como transferecircncias e movimentaccedilotildees de pacientes e de

objetos pesados tomada de decisotildees conflitos interpessoais no trabalho entre

outros que requerem accedilotildees ou respostas que mitiguem as agressotildees posto

isso sugere-se que o trabalho de enfermagem favorece ao surgimento de

algias relacionadas ao trabalho principalmente na regiatildeo lombar ombros

coluna cervical e joelhos sendo a regiatildeo lombar a mais acometida2 Os

profissionais de enfermagem de niacutevel superior e meacutedio tecircm uma elevada taxa

de lesotildees dorsais45 e por isso se torna um grupo de interesse na sauacutede

ocupacional no que tange a educaccedilatildeo em sauacutede

Essa tambeacutem eacute uma observaccedilatildeo encontrada na literatura internacional e

estudos afirmam que realmente os profissionais da aacuterea de enfermagem

32

apresentam elevada prevalecircncia67 de dores relacionadas ao trabalho bem

como LERDORTs

Nos Estados Unidos pesquisa6investigou solicitaccedilotildees de indenizaccedilotildees

devido a lesotildees nas costas em 24 ocupaccedilotildees Esta pesquisa revelou que os

profissionais de enfermagem tecircm uma elevada taxa de lesotildees dorsais e que o

profissional de enfermagem de niacutevel meacutedio foi o grupo que ficou classificado

em primeiro lugar entre os 24 pesquisados

A dor lombar eacute um dos maiores problemas de sauacutede puacuteblica e tem

grande prevalecircncia em enfermeiros e auxiliares 8 9

A responsabilidade da equipe de enfermagem pelos cuidados integrais e

o nuacutemero reduzido de profissionais aumentam a carga fiacutesica e emocional num

ambiente em que a convivecircncia com o sofrimento e a finitude eacute constante

Podemos citar ainda como agravantes os deslocamentos as frequentes idas e

vindas para execuccedilatildeo de procedimentos laborais manuseios de materiais

delicados causando dano ao sistema musculoesqueleacutetico longos periacuteodos em

posturas incorretas agravadas pela inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio que geralmente

natildeo corresponde agraves medidas antropomeacutetricas dos trabalhadores a

organizaccedilatildeo do trabalho caracterizado por frequentes interrupccedilotildees para a

busca e procura de material ou de informaccedilotildees a implementaccedilatildeo constante de

novas tecnologias sem o devido treinamento causando ansiedade e

inadaptaccedilotildees acrescidos e agravados por fatores externos como a crescente

problemaacutetica do trajeto do profissional entre a residecircncia e o local de trabalho10

A inoacutepia de estudos traz como decorrecircncia grandes variaccedilotildees na

interpretaccedilatildeo do papel educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos

de enfermagem tal estudo pode amenizar incertezas acerca de instrumentos

auxiliares para prevenir doenccedilas e agravos ocupacionais nessa populaccedilatildeo

Eacute importante identificar e resolver ou minimizar problemas relacionados

aos riscos de estresse existentes na ambiecircncia de trabalho para que o

trabalhador de enfermagem seja protegido dos agravos agrave sua sauacutede enquanto

executa as tarefas pelas quais eacute responsaacutevel e possa prestar ao paciente uma

assistecircncia de qualidade11

33

Dessa forma parece ser oportuno discutir a incorporaccedilatildeo produccedilatildeo de

teorias metodoloacutegicas e modelos cientiacuteficos para a construccedilatildeo e assimilaccedilatildeo de

programas educativos no intuito de prevenir LERDORT Tal abordagem parece

ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem jaacute que esses profissionais tecircm sido afetados por distuacuterbios

musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 801213

Frente a esse panorama essa pesquisa se propotildee a responder as

seguintes questotildees

1 ndash Qual a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agrave

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho antes e apoacutes a aplicaccedilatildeo de

um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

2 ndash Qual a decorrecircncia no cuidado agrave sauacutede ocupacional de um programa

educativo construiacutedo a partir da realidade dos teacutecnicos de enfermagem

3 ndash Qual o niacutevel de qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental antes e apoacutes a

aplicaccedilatildeo de um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

34

O REFERENCIAL TEOacuteRICO

35

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

O referencial teoacuterico foi organizado de forma a levantar a produccedilatildeo

cientiacutefica sobre o objeto pesquisado organizando-a nos toacutepicos abaixo

- A sauacutede do trabalhador como questatildeo social

- Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no

trabalho

- O processo de trabalho como determinante do processo Sauacutede-

Doenccedila em enfermagem

- A Educaccedilatildeo em Sauacutede na LERDORT

21 A SAUacuteDE DO TRABALHADOR COMO QUESTAtildeO SOCIAL

No Brasil as doenccedilas ocupacionais vecircm aumentando e ocupando status

de problema de Sauacutede Coletiva fato que causa detrimentos financeiros para o

Estado e enormes dificuldades sociais

A questatildeo sauacutede do trabalhador vem sendo erigida no Brasil a partir das

duas uacuteltimas deacutecadas do seacuteculo anterior no bojo do processo de

redemocratizaccedilatildeo do Paiacutes O ano de 1986 em funccedilatildeo da VIII Conferecircncia

Nacional de Sauacutede e I Conferecircncia Nacional de Sauacutede do Trabalhador pode

ser considerado um marco de mobilizaccedilatildeo popular pela sauacutede do trabalhador

brasileiro poreacutem somente em 1998 fica definida a Portaria ndeg3908 por meio

da Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador (NOST) que instituiu os

procedimentos que servem como instrumentos de orientaccedilatildeo para as accedilotildees e

serviccedilos de sauacutede do trabalhador no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)13

36

Esta nova abordagem no campo da Sauacutede do Trabalhador diferencia o

modelo hegemocircnico da Medicina do Trabalho e da Sauacutede Ocupacional A

Medicina do Trabalho agora ultrapassada apresentava-se como centralidade

a figura do meacutedico sendo seu conhecimento baseado na teoria da

unicausalidade isto eacute um agente etioloacutegico para cada doenccedila Tal fato revela

que na esfera do trabalho a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do trabalhador

baseava-se no isolamento de riscos especiacuteficos e na intervenccedilatildeo focalizada

nas consequecircncias

A Sauacutede Ocupacional surge como uma proposta mais inovadora e

aberta e se apresenta a parir de um caraacuteter Interprofissional e relaciona o

ambiente de trabalho e o corpo do trabalhador Consubstancia-se na Teoria da

Multicausalidade onde um conjunto de fatores de risco ambientais e bioloacutegicos

eacute considerado na questatildeo sauacutede

Desta forma a Sauacutede Ocupacional no Brasil passa a ser compreendida

numa perspectiva coletiva e multifatorial levando em consideraccedilatildeo o saber do

trabalhador como pode ser observado no texto abaixo

[] O conjunto de conhecimentos oriundos de diversas

disciplinas como medicina social sauacutede puacuteblica sauacutede

coletiva cliacutenica meacutedica medicina do trabalho sociologia

epidemiologia social engenharia psicologia entre outras

tantas ndash que aliado ao saber do trabalhador sobre as

condiccedilotildees e a organizaccedilatildeo do trabalho estabelece uma

nova forma diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede dos

trabalhadores e de intervenccedilatildeo nos ambientes de trabalho

(NARDI 2004 p 49)14

Nessa loacutegica a construccedilatildeo desse campo de estudo e intervenccedilatildeo entre

trabalho e sauacutede articula-se com diferentes saberes e novos atores sociais e

inclui as questotildees de Sauacutede Puacuteblica

Como modelo a sauacutede ocupacional orienta accedilotildees de atenccedilatildeo agrave sauacutede

do trabalhador que privilegiam iniciativas de promoccedilatildeo cura prevenccedilatildeo

37

reabilitaccedilatildeo e vigilacircncia em sauacutede Trata-se portanto de um processo que

apresenta como intento a mudanccedila do complexo quadro da sauacutede

populacional Para tal exige compromissos que requerem um agir que busca

melhor condiccedilatildeo de vida e de trabalho aleacutem de um maior compromisso do

Estado na implementaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede dos trabalhadores

Lacaz15 tambeacutem confirma essa nova perspectiva conceitual e de

mudanccedilas poliacuteticas e ideoloacutegicas no campo sauacutede do trabalhador

[] o campo da Sauacutede do Trabalhador seria uma nova

abordagem e um novo enfoque do ponto de vista

conceitual emanado do setor sauacutede (coletiva) a propoacutesito

do estudo e da intervenccedilatildeo transformaccedilatildeo das relaccedilotildees de

trabalho e sauacutede-doenccedila na medida em que procura

estabelecer outra articulaccedilatildeo com os grupos sociais numa

sociedade que passa por mudanccedilas importantes do ponto

de vista poliacutetico e social tendo como pano de fundo a

realidade brasileira do final dos anos 70 e iniacutecio dos 80

(LACAZ 1996 p51-2)

De um modo geral percebe-se que as abordagens compreensivas em

sauacutede requerem uma accedilatildeo interventiva interativa e transformadora Nesse

sentido acredita-se que devem ocorrer movimentos de diferentes atores

sociais entrando em cena consciecircncias e vontades individuais e coletivas

justificando-se a necessidade de se construir conjuntamente com os

trabalhadores locais propostas de programas preventivos para as doenccedilas

ocupacionais Tal visatildeo se coaduna com a proposta de se trabalhar com

Educaccedilatildeo em Sauacutede

22 CONCEPCcedilOtildeES SOBRE O PROCESSO HISTOacuteRICO E A

RELACcedilAtildeO SAUacuteDE E DOENCcedilA NO TRABALHO

38

O trabalho eacute tatildeo antigo como o primeiro ser humano mas as relaccedilotildees

entre as atividades laborativas e o processo de adoecimento permaneceu

praticamente ignoradas por 250 anos16 Desde os primoacuterdios da era cristatilde a

bibliografia refere fatores nocivos ao trabalho pode-se citar por exemplo a

obra conhecida de Hipoacutecrates de Coacutes intitulada ldquoAr Aacutegua e Lugaresrdquo na qual

discorre sobre o saturnismo e tambeacutem a obra de Pliacutenio o velho (23 dC) que

descreve o aspecto dos trabalhadores de minas de mercuacuterio e chumbo e

aconselha o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual do tipo maacutescaras

faciais16

No seacuteculo XVI algumas observaccedilotildees esparsas surgiram evidenciando a

possibilidade de o trabalho estar relacionado ao processo de adoecimento

Georg Bauer publicou em 1556 a obra intitulada ldquoDe Remetallicardquo nessa

obra o autor discorre sobre diversos problemas relacionados agrave extraccedilatildeo de

minerais e a fundiccedilatildeo de prata e de ouro17 e os correlacionam com o processo

de adoecimento entre trabalhadores

Nesse mesmo texto eacute apresentado ainda um capiacutetulo particular que

versa sobre os acidentes do trabalho e as doenccedilas mais comuns entre

trabalhadores de minas provocadas por poeiras o autor faz alusatildeo agrave chamada

asma dos mineiros Pela descriccedilatildeo dos sintomas e pela raacutepida evoluccedilatildeo da

doenccedila sugere agrave luz dos novos conhecimentos casos de

silicosepneumoconiose causada pela siacutelica livre18

Apesar de sua importacircncia estes trabalhos permaneceram praticamente

ignorados por mais de um seacuteculo Em 1700 foi publicado na Itaacutelia o livro ldquoDe

Morbis Artificum Diatribardquo (As Doenccedilas do Trabalho) do meacutedico Bernardini

Ramazzini (1633-1714) que descreve uma seacuterie de doenccedilas relacionadas

acerca de 50 profissotildees diversas Por este motivo o autor foi cognominado o

patriarca da medicina do trabalho Foi o primeiro a estudar com afinco as

doenccedilas relacionadas ao trabalho e descreveu os riscos especiacuteficos para cada

uma delas Destacou os danos causados agrave sauacutede do trabalhador pela falta de

ventilaccedilatildeo e pelo desconforto teacutermico Reconheceu a importacircncia das pausas

durante a jornada de trabalho a relevacircncia bioloacutegica dos exerciacutecios laborais e

da boa postura na prevenccedilatildeo da fadiga muscular Ramazzini acrescenta agrave

39

anamnese hipocraacutetica da eacutepoca uma nova pergunta ldquoQual eacute a sua

ocupaccedilatildeordquo1619

Um pouco mais tardiamente a Revoluccedilatildeo Industrial exerce grande papel

sobre a questatildeo do trabalho eacute apoacutes esse movimento ocorrido paralelamente

na Inglaterra entre 1760 e 1830 que foi criada a comissatildeo de inqueacuterito para

avaliar as condiccedilotildees de trabalho nas faacutebricas onde foi elaborada lei que

regulava a jornada de trabalho que era em torno de 16 horas diaacuterias19

A Revoluccedilatildeo Industrial impocircs aos trabalhadores precaacuterias condiccedilotildees

laborais jornadas de trabalho extenuantes exposiccedilatildeo a acidentes de trabalho

submissatildeo ao trabalho insalubre e perigoso19 Neste contexto a preocupaccedilatildeo

com a sauacutede do trabalhador surgiu como meio de possibilitar a recuperaccedilatildeo do

mesmo e favorecer o retorno mais ceacutelere possiacutevel para a ambiecircncia laboral

isso eacute importante pois com a Reforma Industrial vive-se numa perspectiva de

desenvolvimento social e em virtude da inquietaccedilatildeo com esse

desenvolvimento a preocupaccedilatildeo com a sauacutede laboral foi focada na visatildeo

biologicista e individual e buscava a causa das doenccedilas e acidentes de

trabalho com uma abordagem unicausal e imediatista18 19 e centrada

exclusivamente no homem

Como decorrecircncia de um processo acelerado e desumano de produccedilatildeo

aumentou o nuacutemero de acidentes e adoecimento entre trabalhadores e por

este motivo surge a figura do profissional meacutedico dentro da faacutebrica em

princiacutepio da induacutestria tecircxtil Foi exatamente aiacute na primeira metade do seacuteculo

XIX que surgiu a Medicina do Trabalho centrada na figura do meacutedico O

serviccedilo de sauacutede na induacutestria era dirigido por pessoas da confianccedila do

empresaacuterio que atuava muito mais como fiscalizador do que profissional da

sauacutede e rapidamente este modelo foi expandido para os paiacuteses

industrializados18

As questotildees concernentes agrave sauacutede e trabalho se apresentaram como

uma questatildeo de inquietaccedilatildeo puacuteblica desde o seu nascedouro em meados do

seacuteculo XIX quando o adoecimento referente ao modo de produccedilatildeo comeccedila

surgir Esse fato ocorre diversamente no Brasil onde o processo de

industrializaccedilatildeo ocorreu somente um seacuteculo posteriormente20

40

Nos paiacuteses industrializados o Estado passou a assumir as funccedilotildees de

regulamentaccedilatildeo e intervenccedilatildeo nos temas relativos agrave promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da

sauacutede e seguranccedila dos trabalhadores com o intento de eliminar os obstaacuteculos

ao desenvolvimento econocircmico O Estado entatildeo passou a promover uma vasta

gama de accedilotildees que se destinavam garantir as condiccedilotildees para o

desenvolvimento do novo sistema de produccedilatildeo agora vigente21

Em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do trabalho a medicina ocupacional teria

pouco a contribuir com a sauacutede do trabalhador na medida em que sua atenccedilatildeo

era voltada exclusivamente para o indiviacuteduo privilegiando diagnoacutestico e

tratamento dentro de uma visatildeo na qual o espaccedilo para a subjetividade e a

percepccedilatildeo do trabalhador era restrito Desvela-se entatildeo a impotecircncia da sauacutede

do trabalhador para intervir sobre os problemas de sauacutede causados pelo

processo de produccedilatildeo19 20 21

A Sauacutede Ocupacional comeccedila a se delinear a partir do contexto

econocircmico e poliacutetico da II Guerra e do Poacutes-Guerra onde o custo provocado

pela perda de vidas abruptamente por acidentes de trabalho ou por doenccedilas do

trabalho comeccedilam a ser sentido tanto por empregadores como pelas

companhias de seguro devido agraves pesadas indenizaccedilotildees Nesta abordagem

desloca-se a intervenccedilatildeo que antes era centrada no indiviacuteduo para a questatildeo

dos riscos existentes na ambiecircncia laboral Desta forma a Sauacutede Ocupacional

vale-se do enfoque da higiene Industrial e busca atraveacutes da atuaccedilatildeo

multiprofissional intervir nos locais de trabalho com a finalidade de controlar

os riscos ambientais19

No Brasil a adoccedilatildeo e o desenvolvimento da Sauacutede Ocupacional deram-

se mais tardiamente e ainda atualmente o modelo de Sauacutede Ocupacional

parece natildeo ter alcanccedilado seus reais objetivos pois ainda o modelo se manteacutem

curativista de forma pouco ampla e restrita agraves accedilotildees pontuais sobre os riscos

laborais locais171819

Na deacutecada de 80 uma forma diferente de analisar as questotildees

referentes a relaccedilatildeo trabalhosauacutededoenccedila comeccedila a surgir com alguns

autores Latino americanos22 que conceituam o trabalho a partir da concepccedilatildeo

de seu processo de trabalho que se inscreveria nas relaccedilotildees sociais de

produccedilatildeo Assim aleacutem das consequecircncias mais visiacuteveis do trabalho sobre a

41

sauacutede ou seja agentes nocivos de natureza quiacutemica fiacutesica entre outros

procura tambeacutem entender a nocividade do trabalho com suas implicaccedilotildees a

niacutevel biopsiacutequico e social

Concordando com o texto acima Lacaz15 afirma que comeccedilam a surgir

na Ameacuterica Latina ideias ampliadas em relaccedilatildeo agrave Sauacutede Ocupacional

A Medicina Social Latino americana propotildee entatildeo uma

visatildeo do conceito de trabalho que incorpora a ideia de

processo de trabalho na qual o foco natildeo se restringe agrave sua

composiccedilatildeo ambiental constituiacuteda dos vaacuterios

fatoresagentes de risco e externo ao trabalhador mas

como uma categoria explicativa que se inscreveria nas

relaccedilotildees sociais de produccedilatildeo existentes entre o capital e o

trabalho (LACAZ 1996 p23)15

Neste contexto uma questatildeo nova comeccedila a ser apresentada a

emergecircncia da Sauacutede ocupacional com foco no processo de trabalho a partir

da discussatildeo preventivista e de educaccedilatildeo em sauacutede para o autocuidado com

sauacutede em relaccedilatildeo ao trabalho

A Sauacutede do Trabalhador passa a apresentar sobretudo a partir dos anos

80 na regiatildeo Latino-Americana como premissa baacutesica o enfoque na relaccedilatildeo

sauacutedetrabalho compreendendo o processo de adoecimento dos

trabalhadores atraveacutes do estudo dos processos de trabalho Articula as

questotildees soacutecio-poliacuteticas e econocircmicas de forma a se estabelecer o nexo

biopsiacutequico das coletividades nas sociedades22

Esta aacuterea de estudo e praacuteticas buscou na experiecircncia sindical italiana

uma referecircncia teoacuterico-metodoloacutegica que contribuiu para o reconhecimento do

saber do trabalhador no controle dos agravos e riscos existentes nos

ambientes de trabalho23

Os trabalhadores italianos no final da deacutecada de 70 estabeleceram

alianccedilas com os profissionais de sauacutede comprometidos com a efetividade de

42

um meacutetodo direcionado para o conhecimento da relaccedilatildeo entre processo de

trabalho e sauacutede resultando na construccedilatildeo do Modelo Operaacuterio Italiano (MOI)

que pressupotildee a valorizaccedilatildeo do saber e das experiecircncias do trabalhador a natildeo

delegaccedilatildeo do planejamento e do controle de sua sauacutede aos teacutecnicos a

socializaccedilatildeo e a apropriaccedilatildeo muacutetua do conhecimento na perspectiva da

construccedilatildeo de um saber coletivo23

Neste sentido a questatildeo sauacutede-trabalho passa a ser discutida como

questatildeo social aliada a participaccedilatildeo igualitaacuteria que se fortalece a partir do final

da deacutecada de 80 onde se comeccedila timidamente a discutir questotildees

trabalhistas com destaque agrave proteccedilatildeo agrave sauacutede O texto abaixo corrobora com o

referido

A teoria da determinaccedilatildeo social do processo

sauacutededoenccedila cuja centralidade colocada no trabalho-

enquanto organizador da vida soacutecia l- contribui para

aumentar os questionamentos agrave medicina do trabalho e a

sauacutede ocupacional (MENDES ET col 1991 p 346)24

Associada a estas questotildees pesquisa24 aponta tambeacutem que as

mudanccedilas ocorridas com a utilizaccedilatildeo das novas tecnologias atraveacutes da

automaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo nos processos de trabalho que aparentemente

representam melhoria das condiccedilotildees de trabalho na verdade introduziram

novos riscos agrave sauacutede Estes acabaram gerando doenccedilas de difiacutecil

medicalizaccedilatildeo tais como as LERDORTs1 entidades nosoloacutegicas

intrinsecamente relacionadas agrave organizaccedilatildeo do trabalho

1Terminologia utilizada para designar uma doenccedila relacionada ao trabalho que se manifesta atraveacutes de diversas siacutendromes pouco conhecida ateacute os anos 1970 eacutepoca em que teve um faacutetuo crescimento entre os trabalhadores em todo mundo inclusive no Brasil No ano de 1977 por meio da Norma de Avaliaccedilatildeo da Incapacidade do Instituto Nacional da Seguridade Social o termo LER foi substituiacutedo por DORT poreacutem a polecircmica ainda existe na literatura (Morofuse 2000)

43

Todo esse processo de mudanccedilas ocorrida no mundo do trabalho

desencadeou aspectos relevantes na relaccedilatildeo trabalho e sauacutede e contribuiu

efetivamente para o surgimento do campo da Sauacutede do Trabalhador

23 O PROCESSO DE TRABALHO COMO DETERMINANTE DO

PROCESSO SAUacuteDE-DOENCcedilA EM ENFERMAGEM

A sauacutede e a doenccedila do trabalhador satildeo determinadas pelos processos

de trabalho que envolve complexas relaccedilotildees econocircmicas sociais e

tecnoloacutegicas que determinam a exposiccedilatildeo a fatores de risco25

O processo de trabalho eacute a relaccedilatildeo entre o homem e a natureza atraveacutes

do qual o homem utiliza sua energia muscular para transformar manter ou

produzir bens necessaacuterios agrave sua sobrevivecircncia26

A relaccedilatildeo que o homem estabelece com a natureza a forma como dela

se apropria e a transforma resulta tambeacutem no processo sauacutede-doenccedila O

homem ao transformaacute-la tambeacutem se modifica desenvolvendo suas

potencialidades e ampliando seu universo social

Para compreender o processo de trabalho eacute preciso conhecer os

elementos que o compotildeem ou seja o objeto de trabalho os instrumentos e o

proacuteprio trabalho e ainda identificar a relaccedilatildeo entre estes elementos25

Eacute preciso analisar para aleacutem das caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e

mecacircnicas para se alcanccedilar um entendimento mais ampliado dos fatores

relacionados ao processo de trabalho que repercutem na sauacutede ou no corpo

dos trabalhadores22 De um modo geral satildeo propostas duas categorias de

anaacutelise para a compreensatildeo da sauacutede ocupacional cargas de trabalho e

desgaste

As cargas de trabalho satildeo elementos do processo de trabalho que

interatuam dinamicamente entre si e com a corporeidade humana ou seja com

o corpo do trabalhador gerando processos de adaptaccedilatildeo que se traduzem em

desgaste

44

As cargas podem ser divididas em dois grupos aquelas que tecircm

materialidade externa ao corpo do trabalhador como as cargas fiacutesicas

quiacutemicas bioloacutegicas e mecacircnicas e as que soacute adquirem materialidade no

corpo humano ou seja as cargas fisioloacutegicas biomecacircnicas e emocionais A

intensidade das cargas depende do modo de produccedilatildeo da organizaccedilatildeo da

divisatildeo do trabalho e de fatores individuais2728

Para compreender os impactos sobre a sauacutededoenccedila dos

trabalhadores eacute necessaacuterio entender como as cargas interatuam entre si

acarretando adoecimentos diversos decorrentes do trabalho Considera-se que

haacute desgaste na realizaccedilatildeo da atividade laborativa quando ocorrem processos

de adaptaccedilatildeo destruidores da integridade corporal denominados como

excesso de cargas de trabalho2930

O modo de trabalho no setor de sauacutede apresenta algumas

especificidades que se distinguem do trabalho de outros setores da economia

jaacute que o seu produto final eacute um serviccedilo resultante da accedilatildeo compartilhada de

vaacuterios profissionais e centra-se nas relaccedilotildees interpessoais entre beneficiaacuterios e

executores Reuacutene um conjunto de atividades programadas e normatizadas

que se realizam sob a base da cooperaccedilatildeo em um cenaacuterio dinacircmico e instaacutevel

e promove transformaccedilotildees nesse cenaacuterio27

Na enfermagem o objeto de trabalho a ser transformado eacute o corpo

humano individual ou coletivo em suas mais diversificadas demandas no

processo sauacutede-doenccedila31 O trabalho em si inclui as formas de organizaccedilatildeo

divisatildeo e relaccedilatildeo de trabalho que garantem a forccedila laborativa obtida pelos

agentes a saber enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e auxiliares de

enfermagem O processo sauacutede-doenccedila eacute gerado em dois momentos o

momento produtivo e o momento de consumo O primeiro refere-se ao

processo de trabalho que gera por um lado tensatildeo mas por outro satisfaccedilatildeo

O segundo refere-se agrave vida social cultural e aos valores do indiviacuteduo32

Os processos de desgaste do trabalhador de enfermagem satildeo oriundos

da diversidade intensidade e simultaneidade de exposiccedilatildeo agraves cargas

inerentes ao processo de trabalho cabe agrave equipe de enfermagem o

acompanhamento aos pacientes em tempo integral levando a uma maior

45

exposiccedilatildeo aos riscos Esses processos satildeo explicitados pelos danos

biopsiacutequicos em suas diferentes formas de expressatildeo33

Haacute que se destacar que o processo de trabalho tem estreita relaccedilatildeo com

a sauacutede e quando haacute desarmonia nessa relaccedilatildeo pode ocorrer desgastedoenccedila

por parte dos operaacuterios ressaltando-se que as doenccedilas causadas pelo trabalho

podem ser somaacuteticas psicossomaacuteticas e psiacutequicas Estas doenccedilas satildeo

originaacuterias das diversas cargas de trabalho as quais os trabalhadores ficam

expostos sejam elas de natureza fiacutesica quiacutemica por tensatildeo nervosa ritmo do

trabalho ou por repetitividade das tarefas

No que tange ao processo de trabalho no setor de serviccedilos

especialmente no setor sauacutede a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) vem

complementar a proteccedilatildeo a sauacutede do trabalhador em relaccedilatildeo aos riscos

bioloacutegicos tatildeo comuns no cotidiano do trabalho de enfermagem poreacutem natildeo eacute

objeto do presente estudo

Os principais agravos relacionados ao trabalho que acometem

profissionais de enfermagem satildeo queixas relacionadas a LERDORT e o

estresse manifestaccedilotildees que levam ao absenteiacutesmo34

As LERDORTs por definiccedilatildeo satildeo fenocircmenos nosoloacutegicos relacionados

ao trabalho caracterizados pela ocorrecircncia de vaacuterios sintomas concomitantes

ou natildeo tais como dor parestesia sensaccedilatildeo de peso fadiga Podem ter

manifestaccedilatildeo insidiosa geralmente nos membros superiores membros

inferiores regiatildeo da coluna vertebral lombar toraacutecica e cervical que

frequentemente satildeo causas de incapacidades laborais temporaacuterias ou

permanentes As LERDORTs resultam da super utilizaccedilatildeo das estruturas

anatocircmicas do sistema musculoesqueleacutetico sem o devido tempo para a sua

recuperaccedilatildeo27 Acredita-se que estejam ligadas a atividades repetitivas

manutenccedilatildeo de posturas estaacuteticas durante o trabalho e aspectos psiacutequico-

sociais

A primeira doenccedila descrita na literatura associada agraves atividades

repetitivas foi a tenossinovite caracterizando-se pela restriccedilatildeo ao livre

movimento de um tendatildeo devido a uma inflamaccedilatildeo deste ou de sua bainha Em

1891 Fritz De Quervain descreveu a doenccedila como entorse das lavadeiras

46

devido ao fato de ter encontrado mulheres que lavavam roupa que

apresentavam tendinite dos tendotildees e muacutesculo adutor longo e extensor curto

do polegar 35

Em marccedilo de 1993 o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)

elaborou a Norma Teacutecnica que dispotildee sobre procedimentos de avaliaccedilatildeo da

incapacidade de trabalhadores afastados do trabalho para orientaccedilatildeo a

meacutedicos e peritos Posteriormente ocorreu uma revisatildeo no texto e em 19 de

agosto de 1998 foi publicada no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a Nova Norma Teacutecnica

de Avaliaccedilatildeo de Incapacidade para fins de Benefiacutecios Previdenciaacuterios

substituindo o termo LER por DORT A Norma Teacutecnica incluiu novos

diagnoacutesticos como a siacutendrome miofascial e as fibromialgias poreacutem apresenta

dificuldades para o diagnoacutestico precoce dificultando a caracterizaccedilatildeo do nexo

causal36 37

A LER eacute o vocaacutebulo utilizado no Brasil para definir uma siacutendrome

caracterizada pelo desconforto incapacidade ou dor persistente em

articulaccedilotildees muacutesculos tendotildees e outros tecidos moles com ou sem

manifestaccedilotildees fiacutesicas ou cliacutenicas entretanto essa terminologia natildeo eacute bem

acolhida de maneira geral e foi alterada para Distuacuterbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho38

Em 2003 o INSS em sua Instruccedilatildeo Normativa 9836 instituiu a adoccedilatildeo

oficial do termo LERDORT devido agrave consagraccedilatildeo do antigo termo o qual

usaremos neste trabalho

As LERDORTs tecircm relaccedilatildeo direta com as exigecircncias de tarefas

laborais ambiecircncia fiacutesica e com a organizaccedilatildeo do trabalho e eacute uma doenccedila

ocupacional que vem crescendo de forma ameaccediladora provocando mutilaccedilotildees

e sequelas reversiacuteveis eou irreversiacuteveis nos trabalhadores aleacutem de

desencadear nas empresas aumento do absenteiacutesmo e dos custos reduccedilatildeo

do lucro da produtividade e da qualidade nos serviccedilos prestados e aumento do

niacutevel de estresse39

Apresentam-se com sinais e sintomas de origem ocupacional

caracterizadas por inflamaccedilotildees dos muacutesculos tendotildees faacutescias e nervos

principalmente mas natildeo exclusivamente nos membros superiores regiatildeo

47

escapular e pescoccedilo merecem destaque natildeo soacute pelo aumento de sua

incidecircncia mas por existirem evidecircncias de sua associaccedilatildeo com o ritmo de

trabalho Essas doenccedilas em geral possuem uma maacute evoluccedilatildeo ocasionando

dor edema e perda de forccedila sendo responsaacuteveis por uma fatia significativa

das causas da queda do desempenho no trabalho e produtividade 40 41

Abrangem quadros cliacutenicos amplos caracterizados pela ocorrecircncia de

agravos neuro-ortopeacutedicos definidos como tenossinovites sinovites

compressotildees de nervos perifeacutericos que podem ser identificadas ou natildeo sendo

comum agrave ocorrecircncia de vaacuterios sinais e sintomas concomitantes e agraves vezes

inespeciacuteficos 42

As condiccedilotildees laborais que podem induzir o surgimento das LERDORTs

satildeo aquelas que incluem movimentos repetitivos aplicaccedilatildeo de forccedila

levantamento e transporte de cargas posturas inadequadas e estresse

relacionado agraves condiccedilotildees psicosociais do local onde o trabalho acontece 36 40

Para a ocorrecircncia das LERDORTs natildeo existe causa uacutenica e

determinada pois satildeo vaacuterios os fatores existentes no trabalho que podem estar

relacionados agrave sua gecircnese como por exemplo a repetitividade de movimentos

manutenccedilatildeo de posturas inadequadas por tempo prolongado esforccedilo fiacutesico

invariabilidade de tarefas pressatildeo mecacircnica sobre determinadas partes do

corpo mais precisamente nos membros superiores trabalho estaacutetico frio

fatores organizacionais e psicossociais36

Neste sentido estas doenccedilas podem manifestar-se com diferentes

quadros cliacutenicos e distintos sinais e sintomas Algumas manifestaccedilotildees mais

comuns satildeo as tenossinovite tendinite epicondilite bursite siacutendrome do tuacutenel

do carpo Existem outras manifestaccedilotildees de LERDORT cujo fator

desencadeante eacute o estresse emocional que pode ser causado pelo trabalho ou

mesmo pelo afastamento do trabalho como a Siacutendrome aacutelgica miofascial que eacute

decorrente de uma praacutetica de atividades extenuantes ou como subproduto de

tensatildeo psicoloacutegica anguacutestia ou ansiedade39

A dor eacute um sintoma bastante relatado e se exacerba com o estresse

emocional39 e pode ser localizada irradiada ou generalizada acompanhada ou

natildeo de sensaccedilatildeo de desconforto fadiga sensaccedilatildeo de peso parestesia

48

sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo de forccedila edema enrijecimento articular choque falta

de firmeza nas matildeos sudorese excessiva e alodiacutenea As queixas geralmente

se apresentam em diferentes graus de severidade podendo ser caracterizadas

em relaccedilatildeo ao tempo de duraccedilatildeo localizaccedilatildeo intensidade entre outros

aspectos39

Inicialmente os sintomas se apresentam de forma insidiosa nos

momentos de picos de produccedilatildeo ou ao final da jornada de trabalho com o

decorrer do tempo se tornam mais frequentes inclusive no iniacutecio da jornada de

trabalho e em atividades extra laborativas do trabalhador Neste momento as

pessoas procuram assistecircncia em sauacutede devido agraves implicaccedilotildees no

desempenho de suas capacidades funcionais Eacute constante nestes casos o

tratamento baseado em anti-inflamatoacuterios e sessotildees de fisioterapia que podem

mascarar a gecircnese ergonocircmica do problema se natildeo forem detectados e

sanados sem debelar os fatores desencadeantes ocorreraacute a progressatildeo do

quadro cliacutenico com crises de dor intensa geralmente desencadeadas por

movimentos bruscos pequenos esforccedilos fiacutesicos alternacircncia de temperatura

insatisfaccedilatildeo e tensatildeo39 De um modo geral natildeo haacute uma preocupaccedilatildeo com o

banimento do fator desencadeante do estado moacuterbido

Faz-se necessaacuteria uma abordagem mais aprofundada com equipe

multidisciplinar e como em qualquer caso cliacutenico outros sintomas ou doenccedilas

devem ser investigados tendo em vista a possibilidade de terem influecircncia na

determinaccedilatildeo ou agravamento do caso Traumas diabetes mellitus artrite

reumatoide gravidez podem causar ou agravar sintomas do sistema

musculoesqueleacutetico e do sistema nervoso perifeacuterico18

Na anamnese ocupacional aleacutem de ser elaborada a histoacuteria cliacutenica eacute

imprescindiacutevel saber onde e como o trabalhador desenvolve seu trabalho

rotina de atividades duraccedilatildeo e jornada de trabalho existecircncia de pausa

execuccedilatildeo e frequecircncia de movimentos repetitivos sobrecarga estaacutetica forma

de pressatildeo das chefias mudanccedilas no ritmo insatisfaccedilatildeo ruiacutedo excessivo

mobiliaacuterio desconforto teacutermico enfim vaacuterios fatores predisponentes para o

surgimento das LERDORTs18

Natildeo existem evidecircncias na literatura acerca da relevacircncia das tarefas

domeacutesticas como uso de computador em casa ato de dirigir tricotar

49

carregamento de sacolas entre outras como desencadeantes de quadros de

LERDORT poreacutem existem estudos que associam a ocorrecircncia de doenccedilas

musculoesqueleacuteticas com a exposiccedilatildeo de fatores de risco no trabalho43

A insatisfaccedilatildeo com o trabalho a carga social da eacutepoca atual a tensatildeo

emocional e o estresse contribuem privilegiando para o surgimento da e ou

agravamento da LERDORT43

Atualmente o termo estresse tem sido amplamente utilizado natildeo

apenas em pesquisas cientiacuteficas mas tambeacutem pelos diferentes meios de

comunicaccedilatildeo e tem ocupado lugar de destaque pela sua importacircncia na vida

das pessoas principalmente quando estaacute associado a algum desconforto de

ordem fiacutesica eou emocional

A palavra estresse vem do inglecircs stress Na aacuterea da sauacutede passou a ser

utilizado no iniacutecio do seacuteculo XX sendo o primeiro pesquisador em estresse o

meacutedico austriacuteaco Hans Selye considerado o liacuteder nesta linha de pesquisa nas

deacutecadas de 20 e 30 Em sua primeira publicaccedilatildeo empregou a palavra estresse

como forma de caracterizar as reaccedilotildees do corpo sugerindo a designaccedilatildeo de

reaccedilatildeo de alarme agraves respostas iniciais do organismo frente a pressotildees

psicoloacutegicas 44

Em 1956 publicou o livro intitulado The stress of life onde explicava o

mecanismo bioquiacutemico do estresse44 Considerado o primeiro pesquisador que

demonstrou as etapas do estresse bioloacutegico Selye exprime um significado para

o estresse como esforccedilo de adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentar situaccedilotildees

que considera ameaccediladora a sua vida e ao seu equiliacutebrio Descreveu a

Siacutendrome Geral de Adaptaccedilatildeo (SGA) ou do estresse bioloacutegico como um

conjunto de sintomas que o indiviacuteduo apresenta quando eacute submetido a

situaccedilotildees que exijam uma importante adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentaacute-

las podendo ocorrer atraveacutes de estiacutemulos internos ou psicoemocionais e

estiacutemulos externos ou do meio socioeconocircmico inclusive o trabalho O

estresse eacute um processo de adaptaccedilatildeo normal do indiviacuteduo entretanto quando

a resposta eacute patoloacutegica registra-se uma disfunccedilatildeo que leva aos distuacuterbios

transitoacuterios ou doenccedilas graves ou ainda ao agravamento daquelas jaacute

existentes 44 45

50

Estudos demonstram que o estresse possui trecircs fases uma inicial que eacute

a chamada de reaccedilatildeo de alarme a segunda da resistecircncia e a terceira da

exaustatildeo Todas as fases satildeo comandadas pelo sistema nervoso autocircnomo

via sistema liacutembico e pelo sistema nervoso central via hipotaacutelamo46 47

A fase de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

agente estressor e ocorre quando o organismo se prepara para as reaccedilotildees de

luta ou fuga ou seja no momento em que o estressor eacute percebido pela pessoa

Nesta fase tanto pode ocorrer a eliminaccedilatildeo do estressor quanto a adaptaccedilatildeo

do organismo a ele A reaccedilatildeo de alarme representa para o indiviacuteduo um

desgaste e consequentemente uma alteraccedilatildeo da capacidade de manter

constacircncia no bem-estar e equiliacutebrio do organismo Os principais sintomas que

caracterizam a reaccedilatildeo de alarme satildeo a taquicardia sudorese cefaleia

alteraccedilotildees da pressatildeo arterial irritabilidade fadiga tensatildeo muscular sensaccedilatildeo

de esgotamento e alteraccedilotildees gastrointestinais46 47

A segunda fase eacute a de resistecircncia nessa fase o estresse continua

presente por periacuteodos prolongados ou a sua dimensatildeo eacute demasiadamente

grande e eacute aiacute que predomina o desgaste porque a pessoa tenta

instintivamente se adaptar ao que estaacute passando atraveacutes de reservas de

energia adaptativa que possui As repercussotildees mais evidentes estatildeo nos

sistema fisioloacutegico psicoloacutegico e social que fazem com que o indiviacuteduo se

mantenha em estado de alerta Pela resistecircncia ao estressor torna-se difiacutecil o

retorno da homeostase Alguns dos sintomas que caracterizam a fase de

resistecircncia satildeo ansiedade o nervosismo o medo a impotecircncia sexual a falta

ou excesso de apetite e o isolamento social44 47

A terceira fase eacute a exaustatildeo onde o organismo chega a seu limite ao

esgotamento e estaacute associada a uma seacuterie de doenccedilas Ocorre quando haacute

continuidade do agente estressor e natildeo acontece mais a adaptaccedilatildeo do

organismo Nesta fase apresentam-se sinais de deterioraccedilatildeo haacute uma queda na

imunidade e eacute quando surgem doenccedilas tais como as cardiacuteacas respiratoacuterias

gastrointestinais musculoesqueleacuteticas depressatildeo desequiliacutebrio total do

indiviacuteduo podendo culminar com a sua morte Estas fases natildeo ocorrem de

forma delimitada visto que a simultaneidade e a rapidez evolutiva satildeo suas

caracteriacutesticas 4446 47

51

Em 1975 Selye publicou outro livro denominado rdquoStress without

distressldquo no qual reconhece a importacircncia da intervenccedilatildeo psicoloacutegica e da

atividade fiacutesica no mecanismo de regulaccedilatildeo orgacircnica diante da multiplicidade

de fatores a que o organismo estaacute exposto o autor introduziu na literatura os

termos eustress e distress para estabelecer a diferenccedila entre o estresse bom

ou beneacutefico (eustress) e o ruim que causa reaccedilotildees adversas fiacutesicas e

emocionais (distress) 44 47

O eustress tem efeito positivo e pode demonstrar quando se estaacute em

alerta a concentraccedilatildeo eacute melhor os reflexos satildeo mais raacutepidos pensa-se com

mais fluidez e dependendo das condiccedilotildees do ambiente pode-se ser mais

criativo e produtivo O distress tem efeito negativo e processa-se quando se

reage por um tempo prolongado ao agente estressor sentindo quando

esgotado a capacidade de atenccedilatildeo e a concentraccedilatildeo diminuiacutedas havendo um

esforccedilo maior para manter a produtividade Se o agente estressor continuar

agindo e a situaccedilatildeo natildeo for resolvida o corpo ainda que cansado continua

reagindo e consumindo energia ocasionando as doenccedilas 47

Acredita-se que nos seres humanos o grande determinante do

potencial nocivo do estresse eacute um estado interior de insatisfaccedilatildeo consigo

mesmo e com a vida O estresse pode provocar uma reaccedilatildeo nos denominados

oacutergatildeos de choque como os intestinos o estocircmago sistema muscular sistema

arterial e o cardiacuteaco Com a repeticcedilatildeo das situaccedilotildees estressantes ao longo da

vida a pessoa poderaacute apresentar gastrites uacutelceras mau funcionamento do

intestino tensotildees musculares hipertensatildeo arterial e infarto do miocaacuterdio48

A preocupaccedilatildeo em estabelecer a articulaccedilatildeo entre estresse e trabalho

data da Revoluccedilatildeo Industrial e o foco concentrava-se na atribuiccedilatildeo de causas

de doenccedilas agrave exposiccedilatildeo do organismo aos agentes fiacutesicos quiacutemicos ou

bioloacutegicos O sofrimento dos trabalhadores pode ser expresso atraveacutes da

insatisfaccedilatildeo e da ansiedade e pode estar vinculado agraves condiccedilotildees de trabalho

ambiente fiacutesico risco quiacutemico e bioloacutegico condiccedilotildees de higiene e de

seguranccedila organizaccedilatildeo divisatildeo do trabalho e das tarefas relaccedilotildees de poder

as questotildees de responsabilidade habilidade para cuidar de pacientes graves e

o relacionamento entre pessoas49 Tais condiccedilotildees satildeo encontradas de um

modo geral no ambiente hospitalar

52

Atualmente o termo estresse vem sendo empregado como sinocircnimo de

cansaccedilo dificuldade frustraccedilatildeo ansiedade desamparo desmotivaccedilatildeo

Tornou-se o responsaacutevel pela maioria dos males que nos afligem

principalmente aos infortuacutenios relacionados ao estilo de vida urbana atual Com

a disseminaccedilatildeo progressiva do conceito de estresse no discurso popular o

termo passou a ser utilizado como uma accedilatildeo resultante de uma forccedila invisiacutevel e

difusa que agiria como intermediaacuteria entre o indiviacuteduo e o meio ambiente em

que vive e trabalha 150

A enfermagem eacute uma profissatildeo estressante devido agrave sobrecarga de

trabalho necessidade de contato intenso e fisicamente proacuteximo ao paciente

conflitos inerentes ao processo de trabalho sofrimento humano proximidade

com a morteperda e conflitos interpessoais Cabe ao profissional de

enfermagem cuidar de indiviacuteduos adoecidos e promover o seu bem-estar geral

O Health Education Authority classifica a enfermagem como a quarta

profissatildeo mais estressante que tenta afirmar-se profissionalmente de forma a

alcanccedilar maior reconhecimento social 1 50

Neste contexto o envolvimento acaba sendo muito intenso a ponto de

os profissionais natildeo identificarem suas proacuteprias vulnerabilidades ou quando o

fazem deixam-nas de lado tornando-se com isso mais expostos aos efeitos

negativos do estresse 51 52

A aparente aura de tranquilidade dos hospitais oculta uma realidade

onde a tensatildeo estaacute sempre presente onde se exigem concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

continuadamente Esse tipo requerido o trabalhador atento gera uma

sobrecarga mental agravada com a tarefa de zelar pela vida do outro

As LERDORTs guardam estreita relaccedilatildeo com estresse e aparece

devido a uma restriccedilatildeo da micro circulaccedilatildeo nos muacutesculos e tendotildees tensos

que pode evoluir para uma vascularizaccedilatildeo precaacuteria fato que tem por

implicaccedilatildeo a reduccedilatildeo da chegada de nutrientes aos muacutesculos e tendotildees

induzindo agrave fadiga muscular crocircnica e ao surgimento de dor

53

231 LERDORT E ABSENTEIacuteSMO NO TRABALHO

O absenteiacutesmo tem-se tornado problema crucial tanto para as

organizaccedilotildees como para os administradores Suas causas estatildeo ligadas a

muacuteltiplos fatores tornando-o complexo e de difiacutecil gerenciamento Absenteiacutesmo

laboral eacute o termo utilizado na literatura para genericamente indicar o natildeo

comparecimento inesperado ao trabalho quando se espera que o trabalhador

esteja presente em especial aquele de caraacuteter repetitivo Para Miguez e

Bomami (1988)53 aleacutem da ausecircncia fiacutesica o termo absenteiacutesmo contempla um

conjunto de comportamentos de ausecircncia Isto porque o trabalhador pode estar

presente no posto de trabalho mas improdutivo ou ainda que presente natildeo

estar em seu posto de trabalho

Tambeacutem Midorikawa (2000)54 aponta esses dois tipos de absenteiacutesmo

aquele decorrente da falta ao trabalho e aquele em que o trabalhador se

encontra apenas de corpo presente com algum problema de sauacutede que

repercute no seu desempenho e produtividade Pela oacuteptica administrativa o

comparecimento ao trabalho eacute condiccedilatildeo imprescindiacutevel para a eficaacutecia de uma

organizaccedilatildeo

As faltas imprevistas fazem com que as empresas se ressintam da

carecircncia de matildeo-de-obra suficiente para manter a produccedilatildeo ou o serviccedilo e

muitas vezes se veem obrigadas a contornar a situaccedilatildeo substituindo o

ausente por outro funcionaacuterio natildeo necessariamente preparado para

desempenhar aquela funccedilatildeo resultando no decreacutescimo da produtividade na

queda de qualidade aleacutem de exercer um efeito negativo sobre os demais

trabalhadores por gerar sobrecarga de trabalho55 Tal comportamento

sobrecarrega o funcionaacuterio e as chances de erros e adoecimento aumentam

Para Graccedila (2000)56 pior para a produtividade que o absenteiacutesmo eacute o

presentismo Pessoas que embora estejam no trabalho tecircm problemas de

sauacutede ou outros problemas que natildeo lhes permitem ser completamente

funcionais

54

O presentismo eacute um conceito utilizado para explicar o fato das pessoas

estarem presentes no local de trabalho mas devido a problemas de ordem

fiacutesica ou psicoloacutegica natildeo conseguirem cumprir na totalidade as suas funccedilotildees57

Satildeo vaacuterias as profissotildees abrangidas pelo presentismo sendo que as

taxas mais elevadas parecem residir em setores relacionados com a sauacutede e

educaccedilatildeo 57

Entre as principais causas geradoras do presentismo estatildeo os

problemas psicoloacutegicos as doenccedilas musculoesqueleacuteticas e a utilizaccedilatildeo de

faacutermacos como anti-histamiacutenicos e benzodiazepiacutenicos que tem impacto na

produtividade laboral tanto em termos quantitativos de trabalho quando a

produccedilatildeo natildeo corresponde agravequilo que eacute esperado como tambeacutem em termos de

qualidade do trabalho produzido refletindo-se essencialmente em erros e

omissotildees nos procedimentos A quebra da produtividade traduz-se assim na

incapacidade de desempenhar as tarefas de rotina podendo resultar em

elevadas taxas de abandono por doenccedila 57

Na enfermagem esse fenocircmeno vem preocupando os gerentes uma

vez que faltas frequentes ao trabalho repercutem no quantitativo de recursos

humanos refletindo na qualidade da assistecircncia prestada agrave clientela Aleacutem

disso o absenteiacutesmo constitui-se em variaacutevel relevante quando se trata de

dimensionar quadro de pessoal para os serviccedilos As razotildees que acarretam o

absenteiacutesmo em larga escala satildeo as longas jornadas de trabalho as condiccedilotildees

de insalubridade do ambiente de trabalho a baixa remuneraccedilatildeo o duplo

emprego e a tensatildeo emocional e doenccedilas ocupacionais58

O estado fisioloacutegico e psicoloacutegico dos trabalhadores eacute importante em

termos de responsabilidade social59 e o absenteiacutesmo laboral decorrente de

problemas de sauacutede acarretam consequecircncias econocircmicas e sociais pois aleacutem

do ocircnus econocircmico-administrativo direto absorvido pela empresa e pelo

empregado incrementa os gastos ao Sistema de Previdenciaacuterio Social que

responde pelo pagamento dos benefiacutecios pela incapacidade temporaacuteria por

doenccedila ou acidente de trabalho

55

232 LERDORT E AS POLIacuteTICAS TRABALHISTAS

A enfermagem eacute uma das profissotildees da aacuterea da sauacutede cuja essecircncia e

especificidade eacute o cuidado ao ser humano desenvolvendo atividades de

prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede

atuando em equipes60

Portanto a enfermagem eacute considerada responsaacutevel pelo cuidado pelo

conforto acolhimento e bem-estar dos pacientes seja prestando o cuidado

seja coordenando outros setores para a prestaccedilatildeo da assistecircncia e

promovendo a autonomia dos pacientes atraveacutes da educaccedilatildeo em sauacutede61

Cuidar do Ser Humano procurando encontrar caminhos e

desenvolvendo potenciais para que este Ser Humano desempenhe seus

papeacuteis eou possa abdicar deles entregando-se por livre escolha ou por forccedila

das circunstacircncias ao controle de outrem temporaacuteria ou definitivamente com

dignidade e respeito levando-o a sentir-se estimado e respeitado durante todo

o processo de viver tudo isto eacute papel da enfermagem 62

Ideologicamente a definiccedilatildeo posta acima deixa transparecer relaccedilatildeo

direta da enfermagem com bem estar mas por outro lado a reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas trabalhistas visa diminuir cada vez mais o nuacutemero de trabalhadores

economicamente ativos e achata a remuneraccedilatildeo daqueles que continuam

inseridos no mercado formal de trabalho63 tal preceito finda por conduzir a um

intenso processo de flexibilizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho marcado pelo

aumento das horas extras de trabalho e rendimento salarial modesto criando

assim uma sociedade global de risco64 Essa relaccedilatildeo por um lado trouxe

conquistas para a vida humana48 moderna mas tem produzido por outro lado

desafios para a aacuterea da sauacutede do trabalhador Dentre tais desafios encontram-

se as alcunhadas LERDORTs65

As LERDORTs tiveram um faacutetuo incremento nos uacuteltimos quinze anos e

satildeo consideradas como uma epidemia3566 No Brasil esse incremento comeccedilou

no iniacutecio da deacutecada de 80 no setor de processamento de dados mas

presentemente eacute possiacutevel encontrar casos em quase todos os ramos de

atividade67 e tem estreita relaccedilatildeo com as poliacuteticas trabalhistas

56

A conjuntura poliacutetica o achatamento salarial estreitamento do mercado

de trabalho e o desemprego satildeo fatores agravantes aos profissionais de

enfermagem e obriga esses profissionais a atuarem em mais de um local de

trabalho exercendo uma carga horaacuteria mensal extremamente longa 68

Tal fato parece ser agravado quando se pensa no profissional de

enfermagem de niacutevel meacutedio o mercado de trabalho se mostra cruel no que

tange agraves remuneraccedilotildees oferecendo em meacutedia dois salaacuterios miacutenimos pela

jornada de trabalho de quarenta horas semanais para esses profissionais68

O problema vem se agravando paulatinamente pelo desconhecimento

acerca do processo de adoecimento e pela ausecircncia de intervenccedilotildees

ergonocircmicas na condiccedilatildeo de trabalho69 e nesse sentido satildeo essenciais

esforccedilos para a compreensatildeo do homem na ambiecircncia laboral bem como de

programa educativo para prevenccedilatildeo de doenccedilas ocupacionais pois aquilatam

atitudes que valorizam a cultura da sauacutede ocupacional

De um modo geral quando se fala em sauacutede prevenccedilatildeo eacute ponto

meritoacuterio de destaque sobretudo pela questatildeo faacutermaco-econocircmica Quando se

trata especificamente da sauacutede ocupacional prevenccedilatildeo eacute apresentada como

fator primordial 35 70 71 72 73 e 74

24 A EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE NA LERDORT

Os projetos educativos em sauacutede satildeo majoritariamente propostos com

a perspectiva de transmissatildeo de um conhecimento onde o profissional da

sauacutede que sabe ensina para a populaccedilatildeo leiga

A forma de se educar em sauacutede descrita acima com certa ironia pode

ser melhor compreendida se considerarmos que as praacuteticas sanitaacuterias que

ganharam supremacia ao longo do seacuteculo XX fundamentaram-se na

hegemonia do binocircmio sauacutede-doenccedila como questotildees antagocircnicas esse

caminho incutiu padrotildees culturais sanitaacuterios inadequados constituindo o que

vem sendo nomeado contemporaneamente como comportamentos de

risco75 e assim parece evidente que as mudanccedilas comportamentais esperadas

57

com esse tipo de praacutetica constituem um produto raro das propostas educativas

implantados sem a efetiva participaccedilatildeo dos sujeitos 76 77

Os princiacutepios preventivos de LERDORT na realidade satildeo

reestruturaccedilotildees do processo de produccedilatildeo de conhecimento e devem resultar

na melhoria da qualidade de vida no trabalho78 79

Por outro lado atuaccedilotildees preventivas podem tornar-se meros rituais80

uma vez que se transformam numa seacuterie de protocolos e procedimentos que

seratildeo incorporados por funcionaacuterios sem uma efetiva participaccedilatildeo dos

mesmos no processo de construccedilatildeo das medidas preventivas

Os programas preventivos para prevenccedilatildeo das LERDORTs via de

regra satildeo embasados pela praacutetica da ginaacutestica laboral no entanto tal praacutetica

merece ser melhor estudada e compreendida pois natildeo apresentam soluccedilotildees

definitivas na reduccedilatildeo do surgimento das doenccedilas ocupacionais 81 82 83 84 85 86

Assim atitudes preventivas quando natildeo idealizadas em parceria com os

grupos a que seratildeo aplicadas e de acordo com suas reais necessidades e

praacutexis podem natildeo surtir efeitos desejados pois seratildeo na verdade conjunto de

regras e leis a serem adotadas nesse sentido a praacutetica prevencionista passa a

ser simples aplicaccedilatildeo de leis e normas que satildeo incorporadas agrave legislaccedilatildeo e

tornam-se obrigatoacuterios na praacutetica da seguranccedila do trabalho87 e portanto devem

ser memorizadas e cumpridas

Educaccedilatildeo em sauacutede constitui um conjunto de saberes e praacuteticas

orientadas para a prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede87 Dessa forma

rompe-se com a verticalidade da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio88

O usuaacuterio eacute reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o

processo sauacutede-doenccedila-cuidado capaz de estabelecer uma interlocuccedilatildeo

dialoacutegica com o serviccedilo de sauacutede e de desenvolver uma anaacutelise criacutetica sobre a

realidade e o aperfeiccediloamento das estrateacutegias de luta e enfrentamento 88

A estrateacutegia valorizada por este modelo eacute a comunicaccedilatildeo dialoacutegica que

visa agrave construccedilatildeo de um saber sobre o processo sauacutede-doenccedila-cuidado que

capacite os indiviacuteduos a decidirem quais as estrateacutegias mais apropriadas para

promover manter e recuperar sua sauacutede88

58

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) define sauacutede como natildeo apenas

ausecircncia de doenccedila mas tambeacutem enquanto uma situaccedilatildeo de perfeito bem-

estar fiacutesico mental e social Atualmente entende-se que essa definiccedilatildeo ainda

que avanccedilada para a eacutepoca em que foi elaborada atualmente eacute irreal e

ultrapassada Eacute possiacutevel afirmar que se trata de um conceito irreal pois referir-

se ao perfeito bem-estar caracteriza uma utopia jaacute que se acredita na

impossibilidade de atingir a perfeiccedilatildeo fiacutesica mental e social simultaneamente89

Seria pertinente ponderar que o conceito de sauacutede natildeo pode ser ideado

como um conceito unicausal mas sim transdisciplinar Sabe-se que definir

sauacutede implica uma experiecircncia subjetiva individual vivenciada pelo sujeito e

que natildeo pode ser totalmente apreendida pelo saber fazer cientiacutefico90 91 pois os

problemas de sauacutede natildeo se referem apenas ao monitoramento de doenccedilas

mas principalmente na anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo

abrangendo o aspecto econocircmico social e ambiental O planejamento a

programaccedilatildeo e a execuccedilatildeo de accedilotildees a serem implementadas para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede devem objetivar a eliminaccedilatildeo dos

riscos e danos e fundamentalmente os causadores destes

Por outro lado o conceito de educar eacute compreendido pela inserccedilatildeo do

homem na realidade e o processo deve partir sempre de experiecircncias do

homem com a realidade na qual estaacute inserido da sua vivecircncia pessoal com a

sua realidade a educaccedilatildeo deve cumprir tambeacutem a funccedilatildeo de analisar e refletir

a realidade posta no sentido de apropriar-se dela e transforma-la92

Ao se aglutinar esses pressupostos supra mencionados cria-se a

possibilidade real de se pensar em educaccedilatildeo em sauacutede que eacute entendida como

uma atividade planejada e tem como objetivo estimular e criar condiccedilotildees para

que mudanccedilas de comportamento sejam produzidas no zelo com a sauacutede93 94

estando assim totalmente desvinculada agrave mera obediecircncia aos cuidados

preventivos importantes e necessaacuterios idealizados para a promoccedilatildeo em sauacutede

A educaccedilatildeo em sauacutede pressupotildee uma combinaccedilatildeo de oportunidades

que favoreccedilam a manutenccedilatildeo da sauacutede e sua promoccedilatildeo natildeo se trata de uma

mera transmissatildeo de conteuacutedos mas sim como a adoccedilatildeo de praacuteticas

educacionais que busquem a autonomia dos sujeitos na conduccedilatildeo de sua

vida95

59

No intento de apreender essa perspectiva eacute importante grifar os modelos

sobre a educaccedilatildeo em sauacutede a saber O modelo tradicional e o modelo

radical96

De acordo com o modelo tradicional que eacute chamado tambeacutem de modelo

preventivista adota os pressupostos da sauacutede puacuteblica tradicional tal modelo

evidencia a prevenccedilatildeo de agravos centrando-se na mudanccedila individual96

Intenciona-se com este modelo a mudanccedila de comportamento individual

e segue a loacutegica da pedagogia de ensino bancaacuterio no qual o ldquoprofessorrdquo deteacutem

todo o conhecimento que seraacute ldquodepositadordquo nos educandos que satildeo sujeitos

passivos do processo Leva em consideraccedilatildeo que o sujeito eacute receptor de

conteuacutedo e que nada ou pouco sabe sobre o assunto em questatildeo Tal modelo

dificulta e inibe o despertar da consciecircncia criacutetica em relaccedilatildeo ao autocuidado

com a sauacutede96

Por outro lado o modelo radical de educaccedilatildeo em sauacutede surge no

tentame de compreender a complexidade da vida e da sauacutede surge na ideia do

construtivismo e tem como objetivo principal a promoccedilatildeo da sauacutede

considerando o saber do outro sobre os aspectos da realidade pessoal e

coletiva

Os pressupostos do modelo radical fundamentam-se nas ideias de Paulo

Freire e eacute um modelo educativo onde as pessoas satildeo estimuladas a

desenvolver uma consciecircncia criacutetica pelo processo de anaacutelise coletiva de

problemas na busca de soluccedilotildees e estrateacutegias conjuntas para a mudanccedila da

realidade Essa pedagogia evidencia a formaccedilatildeo de um indiviacuteduo mais criacutetico e

questionador 97

Considerando-se a educaccedilatildeo em sauacutede na ambiecircncia laboral parece

precioso ressaltar que as questotildees pertinentes sobre sauacutede-trabalho passaram

por vaacuterias modificaccedilotildees ao longo da histoacuteria

No que tange a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede para o trabalho as

primeiras preocupaccedilotildees foram com a seguranccedila do trabalhador os esforccedilos

eram voltados no intento de afastamento dos riscos acidentaacuterios mais

tardiamente preocupou-se tambeacutem com a medicina do trabalho que era

voltada para a cura de doenccedilas oriundas nessa ambiecircncia em seguida

60

alargou-se o olhar para a questatildeo higiene industrial visando a prevenir as

doenccedilas e garantir sauacutede ocupacional mais tarde o questionamento passou

para a sauacutede do trabalhador que caminha em direccedilatildeo ao bem-estar fiacutesico

mental e social dos trabalhadores que tem vida dentro e fora do loacutecus laboral98

Neste contexto eacute impossiacutevel isolar o homem-trabalhador do homem-

social como se o trabalhador pudesse deixar no portatildeo de entrada da empresa

toda a sua histoacuteria pessoal ou se na saiacuteda retirasse do corpo fiacutesico e mental

toda carga e significado conferido pelo trabalho98 e parece ser nessa loacutegica que

a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede no ambiente de trabalho assume relevacircncia eacute

neste ambiente que o indiviacuteduo passa grande parte do seu dia e seria salubre

que neste mesmo espaccedilo o indiviacuteduo pudesse vivenciar uma reflexatildeo a

respeito da sua proacutepria sauacutede como partiacutecipe do processo de mudanccedila da

realidade

A Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute de suma importacircncia quando se pretende

vincular novas posturas e tomadas de atitudes frente ao cuidado com a

promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo da doenccedila99 Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute

compreender os problemas que acometem determinada comunidade e fazer

que a populaccedilatildeo tenha consciecircncia desses problemas e busquem soluccedilotildees100

para tal a educaccedilatildeo deve estar pautada no diaacutelogo bem como na troca de

experiecircncias e deve haver uma ligaccedilatildeo entre o saber cientiacutefico e o sensu

comum

Programas de Educaccedilatildeo em Sauacutede satildeo importantes pois

contextualizam e despertam nas pessoas o saber e a atitude participativa nas

accedilotildees educativas obtendo assim melhorias nas suas condiccedilotildees de sauacutede 101

induz a mudanccedilas de crenccedilas atitudes e comportamentos em relaccedilatildeo ao

autocuidado e ao cuidado com os outros

Tal abordagem parece ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da

LERDORT em teacutecnicos de enfermagem pois dentre as profissotildees da aacuterea da

sauacutede essa eacute a que mais eacute acometida por esses distuacuterbios tem sido afetada

por distuacuterbios musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 80 de

ocorrecircncia102103 104

61

Esses distuacuterbios favorecem a diminuiccedilatildeo da capacidade laborativa uma

vez que estaacute ligada a diminuiccedilatildeo seguranccedila no trabalho105 106 e atitudes de

Educaccedilatildeo em Sauacutede podem suavizar a inseguranccedila e diminuir sintomas fiacutesicos

de forma a proporcionar um incremento da capacidade funcional fato que pode

contribuir para a melhoria da qualidade de vida outrora afetada na ambiecircncia

de trabalho

Algumas dificuldades de compreensatildeo acerca dos riscos ocupacionais

como tambeacutem a dificuldade de aceitaccedilatildeo em cumprir certas medidas de

seguranccedila permanecem marcantes ainda hoje nos trabalhadores de

enfermagem possivelmente devido agrave falta de formaccedilatildeo e conhecimentos sobre

tais riscos bem como uma questatildeo ideoloacutegica do quatildeo eacute importante cuidar do

outro com o maacuteximo de competecircncia e dedicaccedilatildeo procurar salvar-lhe a vida

minimizar-lhe as dores ouvir suas queixas confortaacute-lo natildeo sendo dada muita

importacircncia ao aumento da carga horaacuteria laboral ao cansaccedilo agraves condiccedilotildees

inapropriadas para se trabalhar a falta de horaacuterio para alimentaccedilatildeo

sonorepouso lazer entre outros problemas107

Em estudo96 realizado para verificar o niacutevel de conhecimento dos

trabalhadores de sauacutede hospitalar no desenvolvimento de suas atividades

constatou-se que eles conhecem os riscos de forma geneacuterica e que esse

conhecimento natildeo se transforma numa accedilatildeo segura de prevenccedilatildeo de acidentes

e doenccedilas ocupacionais apontando para a necessidade de uma accedilatildeo que

venha modificar essa situaccedilatildeo27

Em funccedilatildeo dessa conclusatildeo percebe-se que a questatildeo da Educaccedilatildeo em

Sauacutede e sua representaccedilatildeo no ambiente de trabalho satildeo fatores que podem

propiciar ao trabalhador condiccedilotildees significativas de vivenciar e compreender

diversas experiecircncias de controle de risco dentro e fora do ambiente de

trabalho97 De tal modo que torna-se imprescindiacutevel a experimentaccedilatildeo de

praacuteticas de Educaccedilatildeo em Sauacutede para todos os trabalhadores envolvidos com o

setor sauacutede108

A educaccedilatildeo no ambiente de trabalho serve de suporte para que os

trabalhadores possam desempenhar suas funccedilotildees com mais seguranccedila e

qualidade constituindo-se uma exigecircncia de todos os serviccedilos de assistecircncia agrave

sauacutede109

62

Os trabalhadores tecircm direito de saber quais os perigos e riscos

potenciais de suas tarefas e locais de trabalho eacute importante que os

trabalhadores se empoderem de saberes que visem o melhoramento das

condiccedilotildees de trabalho pelas suas proacuteprias accedilotildees devendo para isso receber

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para enfrentar efetivamente seus problemas

de sauacutede ocupacional109

Mesmo que os autores nos artigos anteriormente referidos tenham feito

alusotildees geneacutericas referentes agrave importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede

Ocupacional de forma mais ampla seus apontamentos auxiliam na

compreensatildeo da importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada tambeacutem ao

teacutecnico de enfermagem entendendo que praacuteticas educativas em sauacutede

contribuem na compreensatildeo do quatildeo profiacutecuo eacute uma boa condiccedilatildeo de sauacutede

para o bom desempenho laboral

Muitas vezes na praacutetica a Educaccedilatildeo em Sauacutede tem sido considerada

apenas como divulgaccedilatildeo transmissatildeo de conhecimentos e informaccedilotildees de

forma fragmentada e muitas vezes distante da realidade de vida do puacuteblico

alvo poreacutem o fulcro do problema que ainda permanece estaacute no caraacuteter

abstrato da concepccedilatildeo da relaccedilatildeo unidirecional como se ela fosse uma relaccedilatildeo

entre dois aquele que ensina e aquele que aprende abstraiacuteda do contexto

soacutecio institucional

Tal afirmaccedilatildeo pode ser constatada ao se analisar o trabalho100 proposto

por J Hartvigsen S Lauritzen S Lings T Lauritzen que tinha como objetivo

avaliar a eficaacutecia de uma intervenccedilatildeo ergonocircmica educacional intensiva no

sentido de reduzir dores lombares entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

que trabalham no cuidados de pacientes com AIDS no ambiente domiciliar Os

participantes foram acompanhados semanalmente por um profissional

especialmente treinado que instruiacutea os participantes da pesquisa quanto agrave

transferecircncia do paciente e teacutecnicas de levantamento de peso Os participantes

assistiram a aulas com a temaacutetica dor lombar de trecircs horas Os dados foram

coletados por meio do questionaacuterio Noacuterdico chegando-se ao resultado de que

natildeo houve melhora na percepccedilatildeo da sintomatologia dolorosa relacionada agrave dor

lombar no grupo pesquisado110

63

Em oposiccedilatildeo agrave metodologia proposta no paraacutegrafo acima acreditamos

que a accedilatildeo de quem se compromete em trabalhar com Educaccedilatildeo em Sauacutede na

sauacutede ocupacional deve ser aberta para construir novos conhecimentos

compreender o processo de ensinar e apreender como fluxo de via de matildeo

dupla juntamente com os pares

Em outros estudos autores concluem que a construccedilatildeo participativa eacute o

melhor vieacutes para se fazer educaccedilatildeo em sauacutede Estudiosos inferem que

seminaacuterios realizados com enfermeiras auxiliam na identificaccedilatildeo de fatores de

riscos ergonocircmicos e fornecem ganho de habilidades na resoluccedilatildeo de

problemas relacionados a esses riscos Os resultados da pesquisa indicaram

moderada a alta confianccedila na realizaccedilatildeo das avaliaccedilotildees ergonocircmicas por parte

das enfermeiras que participaram dos seminaacuterios indicando que o experimento

participativo gerou um niacutevel moderado a elevado de confianccedila na prevenccedilatildeo ao

surgimento das LERDORTs111 112

Na tentativa de reduzir sintomas relacionados ao trabalho na regiatildeo

cervical e membros superiores em enfermeiros um serviccedilo de sauacutede

ocupacional Holandecircs desenvolveu de forma participativa um programa de

prevenccedilatildeo que objetivava a exposiccedilatildeo aos enfermeiros de fatores de risco na

ambiecircncia laboral O estudo randomizado teve duraccedilatildeo de 12 meses e para tal

os participantes foram aleatoriamente divididos em grupo de intervenccedilatildeo e

grupo controle o desfecho do estudo mostrou que ocorreu uma significativa

mudanccedila positiva entre educaccedilatildeo participativa e diminuiccedilatildeo de adoccedilatildeo de

posturas e movimentaccedilatildeo adversas112

Em outro trabalho chega-se a conclusatildeo que os transtornos traumaacuteticos

cumulativos representam mais da metade de todos os acidentes de trabalho

notificados nos Estados Unidos e que a falta de uma definiccedilatildeo clara sobre

esses traumas eacute causa de confusatildeo entre trabalhadores nesse sentido os

autores propuseram o desenvolvimento coletivo de um cartaz educativo sobre

traumas cumulativos que tinha como intento descrever a prevenccedilatildeo cuidados e

reabilitaccedilatildeo Apoacutes a confecccedilatildeo do cartaz foi realizado avaliaccedilatildeo dos servidores

por meio de entrevista e os autores concluiacuteram que a maioria dos participantes

acreditou que o cartaz foi uacutetil ou muito uacutetil e que promovia real mudanccedila de

comportamento na tomada de medidas reducionais para os fatores de risco113

64

Por fim a educaccedilatildeo continuada de teacutecnicos de enfermagem envolvendo

temas relacionados agrave sauacutede ocupacional deve ser reconhecida como

estrateacutegia que pode contribuir para a consolidaccedilatildeo de uma boa qualidade de

vida no trabalho Embasado neste princiacutepio as praacuteticas educativas em sauacutede

na ambiecircncia hospitalar podem e devem ser diversificadas poreacutem coadunadas

com a realidade dos sujeitos que vivencia o saber fazer da tarefa

65

OBJETIVOS

66

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar os resultados de um Programa Educativo em Sauacutede idealizado a

partir da realidade do trabalho de teacutecnicos de enfermagem nos aspectos

percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem quanto ao processo de surgimento das

LERDORTs qualidade de vida e percepccedilatildeo dolorosa

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Apreender a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre o processo

de adoecimento relacionado com a LERDORT

Elaborar a partir dos dados obtidos uma proposta de Educaccedilatildeo em

Sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do teacutecnico de

enfermagem

Analisar a qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor

estado geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental

antes e apoacutes vivecircncia de uma proposta educativa

Avaliar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo aos

sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho antes e apoacutes o

desdobramento desta proposta

67

METODOLOGIA

68

4 METODOLOGIA

41 FUNDAMENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-

descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e

quantitativas104 A dicotomia entre abordagem qualitativa e quantitativa que se

estabelece na praacutetica de um lado deixa agrave margem relevacircncias e dados que

natildeo podem estar contidos em nuacutemeros e de outro lado agraves vezes contempla

apenas os significados subjetivos e omite a realidade114

A escolha do desenho metodoloacutegico se deu por entender que os

meacutetodos qualitativos e quantitativos natildeo guardam relaccedilotildees de oposiccedilatildeo entre

si115 e que a triangulaccedilatildeo torna a investigaccedilatildeo mais forte116 e se ajusta agraves

perguntas do presente desse estudo

Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento

correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos

especiacuteficos 1 e 2 ou seja conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo para elaborar

um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo

de suas praacuteticas

O segundo momento da pesquisa correspondeu ao caminho

metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos especiacuteficos 3 e 4 ou seja

avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado

especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida

como a percepccedilatildeo aacutelgica

Para a primeira etapa da pesquisa privilegiou-se abordagem qualitativa

Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se compreender o fenocircmeno

LERDORT na perspectiva de teacutecnicos de enfermagem Esta abordagem

apresentou-se como importante estrateacutegia pois permitiu compreender e

conhecer significados e praacuteticas individuais e coletivas dos sujeitos

69

pesquisados o que possibilitou ao pesquisador conhecer sentimentos e

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo ao objeto de estudo fato

que muito contribuiu na construccedilatildeo coletiva do manual educativo

Para a segunda etapa da pesquisa privilegiou-se a abordagem

quantitativa Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se alcanccedilar o

entendimento de singularidades pertinentes na avaliaccedilatildeo do Programa

Educativo como qualidade de vida e percepccedilatildeo aacutelgica

42 O CONTEXTO DA PESQUISA

O loacutecus do estudo foi o Hospital Escola Dr Heacutelvio de Farias Auto uacutenico

hospital do Estado de Alagoas especializado no cuidado de portadores de

doenccedilas infectocontagiosas

A unidade foi inaugurada no fim do seacuteculo XIX com o propoacutesito de isolar

pacientes portadores de hanseniacutease peste coacutelera malaacuteria entre outras vindos

de todo o Estado de Alagoas Apoacutes uma reforma estrutural na deacutecada de 40

no Governo Silvestre Peacutericles de Goacutees Monteiro passou a ser

denominado ldquoHospital Constanccedila de Goacutees Monteirordquo e ampliou o atendimento

para traumas Na deacutecada de 80 o Hospital mudou novamente de denominaccedilatildeo

e passou a chamar-se ldquoHospital de Doenccedilas Tropicais Constanccedila de Goacutees

Monteirordquo e volta a especializar-se em doenccedilas infecciosas hoje estaacute vinculado

a Secretaria Estadual de Sauacutede de Alagoas e passou a servir de referecircncia

junto ao Ministeacuterio da Sauacutede

A caracteriacutestica de ser Hospital de Ensino se deve ao fato de aqui serem

ministradas desde a deacutecada de 50 aulas teoacutericas e praacuteticas da disciplina de

doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias da Universidade Federal de Alagoas e

posteriormente em 1970 tambeacutem da Escola de Ciecircncias Meacutedicas de Alagoas

Em dezembro de 1998 foi denominado ldquoHospital Escola Heacutelvio Joseacute de

Farias Autordquo em homenagem ao Meacutedico e Professor pertencente ao quadro

efetivo do hospital e pioneiro no estudo das doenccedilas infectocontagiosas no

Estado

70

No ano de 2000 apoacutes a reforma Administrativa do Estado o Hospital

passou a ser vinculado a entatildeo Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Ciecircncias da Sauacutede

(UNCISAL) mantendo suas caracteriacutesticas como referecircncia no cuidado de

doenccedilas infectocontagiosas e mantendo sua funccedilatildeo de Hospital Escola

atendendo exclusivamente aos usuaacuterios do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Em 2005 apoacutes a transformaccedilatildeo da UNCISAL em Universidade Estadual

de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas o hospital passou a ser uma das Unidades

Complementares dessa Universidade

O atendimento se destina aos doentes encaminhados por outros

serviccedilos acometidos ou com suspeita cliacutenica das doenccedilas infecciosas O

cliente encaminhado recebe um atendimento inicial no ambulatoacuterio caso o seu

problema possa ser incluiacutedo em um dos programas de atenccedilatildeo do hospital ele

seraacute registrado como usuaacuterio dispondo a partir daiacute de qualquer serviccedilo

existente no hospital

Dependendo da necessidade o paciente poderaacute ser atendido em

consulta de ambulatoacuterio na internaccedilatildeo ou no hospital-dia

O Hospital dispotildee de Ambulatoacuterio Serviccedilo de admissatildeo e registro

Serviccedilo Social Farmaacutecia Lavanderia Hospitalar Serviccedilo de Nutriccedilatildeo e

Dieteacutetica Central de Esterilizaccedilatildeo de Materiais Nuacutecleo de Reabilitaccedilatildeo

Psicologia Radiologia Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Comissatildeo de

Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar Serviccedilo de Arquivo Meacutedico Ouvidoria

Assessoria de Comunicaccedilatildeo Hospital Dia Auditoacuterio Sala de Aula Auditoacuterio e

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

A Capacidade Instalada eacute de 113 (cento e treze) leitos distribuiacutedos em

05 (cinco) Unidades de Internaccedilatildeo Hospitalar a saber 40 leitos masculinos 19

leitos femininos 40 leitos de pediatria e 07 leitos patologia do trato respiratoacuterio e

10 leitos de UTI

71

43 POPULACcedilAtildeO DE ESTUDO

Os sujeitos da pesquisa foram teacutecnicos de enfermagem que trabalham

no Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto por mais de 01 (um) ano no cuidado aos

pacientes internados e que natildeo tinham diagnoacutestico cliacutenico de qualquer doenccedila

reumaacutetica

Os sujeitos do estudo foram selecionados de forma intencional a partir

de convite realizado publicamente atraveacutes de cartazes (anexo 1) dispostos nos

quadros de avisos situados proacuteximo ao reloacutegio de ponto e no repouso dos

funcionaacuterios do hospital apoacutes a manifestaccedilatildeo do desejo de participar foi feito

contatos para apresentar os propoacutesitos da pesquisa

Dentre os teacutecnicos de enfermagem encontramos 76 provaacuteveis

colaboradores desse total apoacutes a leitura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (anexo 2) 70 concordaram em participar da pesquisa

perfazendo um total de 9210 dos elegiacuteveis

Dos que concordaram em participar5 (714) eram do gecircnero masculino

e 65 (9286) do gecircnero feminino tendo como meacutedia de idades 2871 anos

(DP + 503 IC a 950=167) Em relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo civil o maior nuacutemero dos

respondentes possuiacutea uniatildeo estaacutevel (5714)

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de escolaridade 4572 dos teacutecnicos de

enfermagem concluiacuteram niacutevel superior enquanto 5428 findaram niacutevel meacutedio

A renda mensal meacutedia dos respondentes gira em torno de R$ 84943 tal

salaacuterio correspondeu a 204 salaacuterios miacutenimos na eacutepoca da coleta dos dados

Em relaccedilatildeo agrave etnia os integrantes se auto declararam em sua maioria

pardos (62) oito (08) se auto declararam brancos e cinco (05) negros

O tempo meacutedio de anos na atividade profissional como teacutecnico de

enfermagem foi de 7 anos (DP+407 IC a 95)

72

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo dos Teacutecnicos de Enfermagem do Hospital Escola Dr

Heacutelvio AutoUNCISAL Janeiro 2009

VARIAVEL CARACTERIZACcedilAtildeO DOS TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

Meacutedia de idade 2871plusmn503

Gecircnero Feminino 65 (9286)

Gecircnero Masculino 05 (714)

Escolaridade (Niacutevel Superior) 4772

Escolaridade (Niacutevel Meacutedio) 5428

Estado Civil (Casado) 5714

Estado Civil (solteiro) 4386

Meacutedia de renda mensal 205 Salaacuterios Miacutenimos

Tempo Meacutedio de trabalho com

enfermagem 7 plusmn 407

Legenda Salaacuterio Miacutenimo da eacutepoca R$ 41500

O grupo selecionado foi dividido aleatoriamente pelo pesquisador

principal por meio de sorteio simples em dois subgrupos os participantes

foram identificados por nuacutemeros sendo todos escritos em papeacuteis e colocados

em um envelope de cor escura e retirados um a um os primeiros trinta e cinco

serviram para formar a lista dos sujeitos participantes da primeira etapa de

coleta de dados (subgrupo 1) e os restantes formaram a lista dos sujeitos

participantes da segunda etapa (subgrupo 2) O subgrupo 1 contendo 50 dos

elegiacuteveis participou de grupo focal e foram submetidos a observaccedilatildeo

73

etnograacutefica pelo pesquisador Os dados coletados nesta etapa ofereceram

subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo do recurso educativo

O subgrupo 2 contendo exatamente o mesmo contingente participou do

programa educativo e respondeu o Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) (anexo 3) e o Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36) (anexo 4)

Apoacutes a divisatildeo dos grupos o pesquisador por meio de contato

telefocircnico agendou reuniatildeo com o grupo a reuniatildeo ocorreu no auditoacuterio do

hospital e nesse momento foram explicadas as razotildees e objetivos da pesquisa

e a divisatildeo dos grupos sendo mais uma vez lido o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) para que os mesmos os assinassem autorizando a

sua participaccedilatildeo na pesquisa

44 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Nesta pesquisa foram utilizados cinco instrumentos de coleta de dados

de acordo com Santos (1999) a utilizaccedilatildeo de mais de um instrumento permite

ao pesquisador combinar vantagens e corrigir algumas deficiecircncias de qualquer

fonte de informaccedilotildees ou seja permite ao pesquisador validar as

informaccedilotildees117118

Para a primeira etapa da pesquisa os instrumentos escolhidos foram

observaccedilatildeo etnograacutefica entrevista de aprofundamento e grupo focal

Na segunda etapa apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa os

instrumentos utilizados foram Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) 119 e Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36)120

74

441 PRIMEIRA ETAPA

4411 OBSERVACcedilAtildeO ETNOGRAacuteFICA

Trata-se de uma modalidade de pesquisa social que foi desenvolvida

pelos antropoacutelogos Boas e Malinoviski tal abordagem constitui a partir da

observaccedilatildeo in locus dos comportamentos sociais na descriccedilatildeo vivida e

detalhada da realidade de pessoas pertencentes a um determinado contexto

essa teacutecnica em educaccedilatildeo em sauacutede pode viabilizar a possibilidade de prestar

cuidados mais congruentes e mais proacuteximos da realidade A etnografia eacute

constituiacuteda numa descriccedilatildeo vivida da realidade de pessoas pertencentes a um

determinado contexto cultural

ldquoA etnografia no seu sentido mais amplo

pode ser definida como um processo

sistemaacutetico de observar detalhar descrever

documentar e analisar o estilo de vida ou

padrotildees especiacuteficos de uma cultura ou

subcultura para aprender o seu modo de

viver em seu ambiente naturalrdquo (LEININGER

1985 p 35)121

A etnografia eacute uma teacutecnica metodoloacutegica alicerccedilada na metodologia

qualitativa onde o processo eacute criado na interaccedilatildeo com o grupo e para tal o

senso comum deve ser valorizado trata-se de uma postura metodoloacutegica que

se opotildee aos modos tradicionais de manusear os problemas Eacute um modo de

olhar de muito perto que se baseia em experiecircncia pessoal e na participaccedilatildeo

do cotidiano

Deve ser entendida como a descriccedilatildeo de uma cultura que pode ser a de

um pequeno grupo tribal numa terra exoacutetica ou a de uma turma de uma escola

75

dos subuacuterbios sendo a tarefa do investigador etnograacutefico compreender a

maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo110 122

Segundo Laplantine (1994)123 a etnografia tem como fundamento a

ruptura inicial em relaccedilatildeo ao abstrato e especulativo e com tudo aquilo que natildeo

esteja baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos sociais a partir de

uma relaccedilatildeo humana Considera ainda que para a captaccedilatildeo profunda de um

fenocircmeno eacute preciso compreendecirc-lo alternadamente tal como percebe o

observador estrangeiro mas tambeacutem tal como os atores sociais o vivem O

fundamento deste movimento de desdobramento ininterrupto diz respeito agrave

especificidade do objeto antropoloacutegico

Segundo Spradley (1980)122 o elemento essencial da etnografia eacute

buscar compreender o modo de vida de pessoas ou grupos na sua proacutepria

perspectiva e localidade

A observaccedilatildeo implica em buscar e construir a teoria geral da cultura

objetivando gerar hipoacuteteses e viabilizar investigaccedilotildees subsequentes saberes e

costumes de um grupo123

Os dados culturais de uma etnografia derivam de abstraccedilotildees daquilo que

as pessoas fazem ou dizem que fazem ou ainda a forma como interpretam

aquilo que fazem124

O subgrupo 1 foi observado pelo pesquisador por um periacuteodo de 03

(trecircs) meses no periacuteodo de fevereiro a abril de 2009 e foi realizado com uma

periodicidade de 03 (trecircs) vezes por semana em dias alternados a alternacircncia

dos dias ocorreu para diversificar os teacutecnicos de enfermagem As impressotildees

foram anotadas em diaacuterio de campo Aleacutem da observaccedilatildeo participante

registros fotograacuteficos produzidos pelo pesquisador em campo foram utilizados

como recursos para o procedimento de coleta de informaccedilotildees pois se

acreditou que tais imagens forneceriam informaccedilotildees de situaccedilotildees vividas no

tempo real da observaccedilatildeo Tal observaccedilatildeo resultou numa descriccedilatildeo vivida da

realidade dos teacutecnicos de enfermagem e possibilitou a geraccedilatildeo de conceitos e

teorias que serviram como subsiacutedios para a confecccedilatildeo do programa educativo

baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos do grupo em estudo

76

A escolha metodoloacutegica levou em consideraccedilatildeo que o campo eacute um lugar

de aprendizagem e entendimento do assunto que se pretende estudar que o

pesquisador para compreender o simboacutelico deveria estar proacuteximo do loacutecus da

pesquisa que o pesquisador deveria estar preparado para inserir-se no campo

de pesquisa interagindo com os participantes com a finalidade de apreender

com os colaboradores que o pesquisador natildeo partiria para o campo com ideias

preacute-concebidas ou com uma seacuterie de hipoacuteteses preacute-estabelecidas que a

aquisiccedilatildeo do conhecimento se daria a partir das interaccedilotildees com os

participantes da pesquisa

4412 ENTREVISTA DE APROFUNDAMENTO

Para aprofundar a compreensatildeo das categorias que emergiram do campo

por meio da observaccedilatildeo etnograacutefica e melhor apreender significados que os

profissionais atribuem ao mesmo optamos pela entrevista de aprofundamento

Utilizamos a entrevista semiestruturada que para Minayo (2002)115

permite alguma padronizaccedilatildeo e favorece a comparaccedilatildeo de dados obtidos pelo

conjunto de respostas mas tambeacutem eacute flexiacutevel permitindo adaptaccedilotildees e

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees complementares

A entrevista apresenta como vantagens a possibilidade do entrevistador

poder esclarecer o significado das perguntas possibilitando a obtenccedilatildeo de

maior nuacutemero de respostas (eacute mais livre do que um questionaacuterio) aleacutem disso eacute

uma teacutecnica muito eficiente para obtenccedilatildeo de dados que permitam

aprofundamento115

O nuacutemero de participantes entrevistados foi definido somente durante a

execuccedilatildeo do trabalho no campo na seleccedilatildeo dos participantes considerou-se

natildeo o nuacutemero de pessoas mas a qualidade e repetitividade das informaccedilotildees115

116 As entrevistas foram feitas em nuacutemero significante para ateacute que houvesse

saturaccedilatildeo e repetitividade das informaccedilotildees Foram assim realizadas 28 (vinte

e oito) entrevistas com tempo meacutedio de 46 minutos cada uma

77

Para a elaboraccedilatildeo do roteiro das entrevistas foram utilizados 03 (trecircs)

nuacutecleos direcionadores desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas

As respostas foram gravadas em aacuteudio mediante o consentimento do

entrevistado e posteriormente transcritas integralmente pelo proacuteprio

pesquisador respeitando-se as pausas e outras expressotildees que puderam

auxiliar a traduccedilatildeo da realidade

Em relaccedilatildeo agrave transcriccedilatildeo Szymanski et al (2002)121 colocam que ela eacute a

primeira versatildeo escrita do texto da fala do participante que deve ser registrada

tanto quanto possiacutevel tal como ela se deu ao escrever faz-se um esforccedilo no

sentido de passar a linguagem oral para a escrita ou seja haacute um esforccedilo na

traduccedilatildeo de um coacutedigo para outro124

4413 GRUPO FOCAL

Grupo focal eacute uma teacutecnica que aborda os aspectos qualitativos da

realidade que se quer estudar125 apoia-se na avaliaccedilatildeo qualitativa por meio

das interaccedilotildees grupais ao se discutir um toacutepico proposto pelo pesquisador

Nessa teacutecnica o pesquisador reuacutene num mesmo local e durante certo

periacuteodo uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do puacuteblico-

alvo de suas investigaccedilotildees tendo como objetivo coletar ou analisar dados

acerca de um tema especiacutefico a partir do diaacutelogo e do debate com e entre os

sujeitos 126

Essa metodologia vem desde a deacutecada de 80 conquistando um loacutecus

privilegiado nas mais diversas aacutereas de estudo Tal crescimento foi em grande

medida impulsionado pela pesquisa de mercado que resgatando

procedimentos claacutessicos das Ciecircncias Sociais Psicologia e Serviccedilo Social

conjugados agraves ldquomodernasrdquo tecnologias e paradigmas de business marketing e

miacutedia reelaborou-a com o objetivo de captar os anseios dos consumidores

definindo padrotildees a serem seguidos pelas empresas em seus futuros

lanccedilamentos

78

Os resultados dessa conjugaccedilatildeo foram bastante positivos que a teacutecnica

recebeu novo alento no campo das Ciecircncias Sociais inicialmente pelo vieacutes

poliacutetico com sua utilizaccedilatildeo no mapeamento e na elaboraccedilatildeo do perfil dos

eleitores influenciando diretamente na definiccedilatildeo das diretrizes e accedilotildees de

partidos e candidatos Trilhando esse percurso espraiou-se pelos diversos

segmentos da pesquisa social Na aacuterea de sauacutede o grupo focal tem sido mais

usado a partir da segunda metade dos anos 80127128

Para realizaccedilatildeo dos grupos devem ser reservados espaccedilos apropriados

de preferecircncia em territoacuterio neutro e de faacutecil acesso aos participantes O ideal eacute

uma sala que abrigue confortavelmente o nuacutemero previsto de participantes e

moderadores e que esteja protegida de ruiacutedos e interrupccedilotildees externas Os

participantes podem ser distribuiacutedos em torno de uma mesa retangular ou oval

ou dispostos em cadeiras arrumadas em forma circular Eacute recomendaacutevel

tambeacutem disponibilizar aacutegua cafeacute e um pequeno lanche aos participantes129

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de participantes nos grupos focais

encontramos na literatura uma variaccedilatildeo entre 6 a 15 mas tamanho oacutetimo para

um grupo focal eacute aquele que permita a participaccedilatildeo efetiva dos participantes e

a discussatildeo adequada dos temas129

Os participantes de um grupo focal devem apresentar certas

caracteriacutesticas em comum que estatildeo associadas agrave temaacutetica central em estudo

O grupo deve ser portanto homogecircneo em termos de caracteriacutesticas que

interfiram radicalmente na percepccedilatildeo do assunto em foco recomenda-se que

os participantes sejam selecionados dentro de um grupo de indiviacuteduos que

convivam com o assunto a ser discutido e que tenham profundo conhecimento

dos fatores que afetam os dados mais pertinentes130

As reuniotildees do grupo focal ocorreram no mecircs de maio de 2009 O

subgrupo 1 foi convidado e encorajado a participar da discussatildeo e anaacutelise dos

dados coletados na observaccedilatildeo etnograacutefica Os voluntaacuterios foram organizados

em 4 (quatro) grupos de discussatildeo foram 3 grupos de discussatildeo com 9

teacutecnicos de enfermagem e 01 grupo contendo 8 teacutecnicos Todos os grupos

participaram de 04 (quatro) encontros Foi explicado para cada grupo o objetivo

da anaacutelise das fotos e das anotaccedilotildees no diaacuterio de campo

79

Nessa fase 7 sujeitos faltaram a 03 encontros e o fizeram em outro

momento marcado separadamente

Em cada encontro foi discutido o tema LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem sendo marcado o horaacuterio conforme a solicitaccedilatildeo dos

participantes Todas as narrativas e discussotildees foram gravadas em aacuteudio

mediante o consentimento dos participantes e posteriormente integralmente

transcritas pelo pesquisador respeitando-se as pausas e expressotildees que

puderam auxiliar na compreensatildeo da realidade

Os encontros foram cercados dos seguintes cuidados sala fora do

ambiente hospitalar para assegurar a privacidade com boa iluminaccedilatildeo

climatizada de acesso faacutecil e com cadeiras dispostas em ciacuterculos O espaccedilo foi

preparado para oferecer um ambiente descontraiacutedo utilizando-se de uma

muacutesica relaxante com sons de aacutegua natureza paacutessaros com isso pretendeu-

se tornar o momento o mais aconchegante possiacutevel Foi disponibilizado um

lanche em cada encontro

Ao final de cada encontro foi agendado o horaacuterio e o dia do proacuteximo e

na veacutespera deste dia o pesquisador entrou em contato telefocircnico com cada

participante confirmando sua presenccedila Tal cuidado foi adotado para natildeo

ocorrer baixa no nuacutemero de sujeitos participantes

Em cada encontro as fotos retiradas na Observaccedilatildeo Etnograacutefica foram

projetadas por meio de multimiacutedia e enquanto observam-se os registros

fotograacuteficos os temas foram desenvolvidos

A temaacutetica de cada encontro ficou assim distribuiacuteda

Primeiro Encontro buscando compreender as posturas corporais

durante a jornada de trabalho

O objetivo deste encontro foi identificar as posturas adotadas durante a

jornada de trabalho para tal foi utilizada a teacutecnica de explosatildeo de ideias e os

participantes responderam aos seguintes questionamentos As posturas

corporais que vocecircs veem nessas fotos satildeo adequadas e protegem a coluna

vertebral Como poderiacuteamos fazer para melhorar essa postura

80

Segundo Encontro O meu corpo comunica-se comigo

O objetivo desse encontro foi o de experimentar as sensaccedilotildees corporais

Para tal as posturas visualizadas na projeccedilatildeo por meio de multimiacutedia foram

adotadas e experimentadas pelos teacutecnicos de enfermagem e apoacutes o

experimento cada participante foi estimulado a falar sobre as sensaccedilotildees

Terceiro Encontro O processo de adoecimento no trabalho

Para estimular a discussatildeo solicitamos que os teacutecnicos de enfermagem

recortassem e colassem figuras e palavras de revistas foi solicitado aos

participantes que representassem como veem o processo de adoecimento

Apoacutes a colagem cada participante fez uma explanaccedilatildeo sobre sua colagem

Quarto Encontro Como prevenir o adoecimento no trabalho

O objetivo desse encontro foi averiguar se os participantes reconhecem

as medidas preventivas para os agravos de LERDORT Cada participante foi

convidado a descrever maneiras corretas de transporte de cargas

transferecircncias de pacientes posturas corretas ao deitar sentar caminhar

sapatos ideais entre outras questotildees

442 SEGUNDA ETAPA

A coleta de dados dessa fase ocorreu antes e apoacutes o desenvolvimento

da atividade educativa elaborada na primeira etapa da pesquisa (descrita no

capitulo 52 de resultados e discussatildeo e apresentada no anexo 5)

O desenvolvimento da atividade educativa com o subgrupo 2 de

teacutecnicos de enfermagem ocorreu conforme a descriccedilatildeo feita a seguir

Ao entregar cada um dos capiacutetulos do manual o pesquisador

apresentava a temaacutetica do dia e instigava a participaccedilatildeo de todo o grupo na

81

discussatildeo com perguntas do tipo o que vocecirc acha sobre isso Vocecirc tem algo a

acrescentar

Ao fim de cada discussatildeo que durava em meacutedia 20 minutos os

exerciacutecios contidos no final do manual eram realizados e ensinados aos

teacutecnicos durante a execuccedilatildeo o pesquisador reforccedilava a importacircncia de se

realizar os mesmos foram 19 exerciacutecios no total e por dia eram realizados 05

(cinco) exerciacutecios com 03 (trecircs) repeticcedilotildees de cada Cuidados foram tomados

ao longo dos encontros no sentido de que todos os exerciacutecios fossem

experimentados e as posturas corrigidas O tempo de execuccedilatildeo dos exerciacutecios

foi em meacutedia de 30 minutos de tal forma que cada encontro durava em torno de

50 minutos

Os encontros em nuacutemero de dez ocorreram nos meses de janeiro a

marccedilo de 2010 em dias intercalados para quatro pequenas turmas 03 com 09

teacutecnicos e uma com 08 teacutecnicos de enfermagem

Tivemos o cuidado de sempre estimular a discussatildeo entre os grupos

por acreditar que natildeo basta disponibilizar informaccedilotildees em avalanches

quantitativas sem uma reflexatildeo contextualizada sobre os objetivos a que se

destinam

A boneca foi intencionalmente colocada em diferentes ambientes do

hospital enfermarias (masculina e feminina) refeitoacuterio e sala de repouso onde

permaneceu por um tempo meacutedio de 4 horas

Os instrumentos de coletas de dados antes e apoacutes a atividade educativa

foram

4421 QUESTIONAacuteRIO NOacuteRDICO DE SINTOMAS

OSTEOMUSCULARES (QNSO)

O objetivo da aplicaccedilatildeo desse questionaacuterio foi o de verificar a ocorrecircncia

de sintomas musculoesqueleacuteticos percebidos pelos trabalhadores

82

O QNSO (anexo 3) foi desenvolvido com a proposta de padronizar a

mensuraccedilatildeo de relato de sintomas musculoesqueleacuteticos constituindo

importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou do posto de trabalho131

132 133 134

O instrumento foi traduzido para diversos idiomas na uacuteltima deacutecada

dando origem a muitos estudos empiacutericos Nesse estudo foi utilizado o

Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) na versatildeo

traduzida e adaptada para o Portuguecircs do Brasil por Pinheiro (2002)119

Os autores desse questionaacuterio natildeo o indicam como base para

diagnoacutestico cliacutenico mas para a identificaccedilatildeo de distuacuterbios osteomusculares e

como tal pode constituir importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou

do posto de trabalho Haacute trecircs formas do QNSO uma forma geral

compreendendo todas as aacutereas anatocircmicas e outras duas especiacuteficas para a

regiatildeo lombar cervical e ombros A forma geral do QNSO eacute a que recebe

apresentaccedilatildeo no presente estudo

Tal questionaacuterio eacute autoaplicaacutevel consiste em um instrumento de

muacuteltiplas escolhas quanto agrave ocorrecircncia de sintomas aacutelgicos relacionadas ao

trabalho nas diversas regiotildees anatocircmicas e apresenta uma figura humana em

vista posterior dividida em nove regiotildees anatocircmicas a saber cervical ombros

toraacutecica cotovelos punhosmatildeos lombar quadrilcoxas joelhos

tornozelospeacutes O respondente deve assinalar com um ldquoXrdquo (xis) nas respostas

ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo em cada questatildeo referente agrave ocorrecircncia de sintomas como dor

formigamentodormecircncia considerando os 12 (doze) meses e os sete dias

precedentes agrave entrevista bem como relatar a ocorrecircncia de afastamento das

atividades rotineiras no uacuteltimo ano Este instrumento investiga tambeacutem se os

indiviacuteduos ficaram impedidos de exercer suas atividades normais e se

procuraram auxiacutelio de algum profissional da aacuterea de sauacutede nos uacuteltimos 12

meses devido aos sintomas de distuacuterbios musculoesqueleacuteticos

A simplicidade e os bons iacutendices de confiabilidade do QNSO indicam-no

para utilizaccedilatildeo em investigaccedilotildees epidemioloacutegicas e estudos que busquem

mensurar a incidecircncia dos sintomas osteomusculares135 136

83

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em dois momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes da proposta educativa e

apoacutes 30 (trinta) dias corridos do desenvolvimento da proposta A aplicaccedilatildeo teve

duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante o final do plantatildeo em uma

sala reservada

4422 QUESTIONAacuteRIO GENEacuteRICO DE AVALIACcedilAtildeO DE

QUALIDADE DE VIDA (SF-36)

O Short Form-36 (SF-36) eacute um instrumento de medida de qualidade de

vida desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA Foi aplicado em diversas

situaccedilotildees com boa sensibilidade eliminando-se o problema de distribuiccedilatildeo

excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim 137 138

Este instrumento foi traduzido e validado no Brasil para avaliar a

qualidade de vida em pacientes com artrite reumatoide e mostrou-se adequado

agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e culturais da populaccedilatildeo brasileira120

O questionaacuterio aplica-se tanto agrave populaccedilatildeo geral como a pacientes

especiacuteficos129 por este motivo o SF-36 foi o instrumento escolhido para

estimar a qualidade de vida dos sujeitos avaliados neste estudo139 140 e qual a

interferecircncia de recurso educativo idealizado a partir da interaccedilatildeo com teacutecnicos

de enfermagem na qualidade de vida dos mesmos

Trata-se de um instrumento constituiacutedo por 36 itens de auto resposta e

destina-se a avaliar conceitos de sauacutede que representam valores humanos

baacutesicos relevantes agrave funcionalidade e ao bem estar de cada indiviacuteduo o

questionaacuterio abrange oito dimensotildees de estado geral de sauacutede que detectam

tanto os estados positivos como os negativos a saber a) capacidade funcional

(CF) que eacute avaliada a partir do desempenho de atividades diaacuterias como

aptidatildeo para cuidar de si vestir-se tomar banho subir escadas b) limitaccedilatildeo

por aspectos fiacutesicos (AF) indicada pelo impacto da sauacutede fiacutesica no

desempenho das atividades diaacuterias eou profissionais c) dor (DF) de acordo

84

com o niacutevel de dor e o impacto no desempenho das atividades diaacuterias eou

profissionais d) estado geral de sauacutede (SG)assinalado pela percepccedilatildeo

subjetiva do estado geral de sauacutede e) vitalidade (VIT) disposiccedilatildeo dos

pacientes em realizar tarefas do cotidiano f) aspectos sociais (AS) pelo reflexo

da condiccedilatildeo de sauacutede nas atividades sociais g) aspectos emocionais (AE)

pelos reflexos das condiccedilotildees emocionais no desempenho das atividades

diaacuterias eou profissionais h) sauacutede mental (SM) pela escala de humor e bem-

estar A pontuaccedilatildeo varia entre 00 e 100 pontos que refletem o pior e o melhor

estado geral de sauacutede respectivamente

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em trecircs momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes do programa educativo e

apoacutes 10 e 30 dias decorridos do desenvolvimento da proposta educativa A

aplicaccedilatildeo teve duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante no final do

plantatildeo em uma sala reservada

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

Os dados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo dos instrumentos Questionaacuterio

Noacuterdico e SF36 foram sistematizados classificados tabulados dispostos em

graacuteficos permitindo de forma indutiva estabelecer conclusotildees apoacutes anaacutelise e

interpretaccedilotildees

Para a realizaccedilatildeo da anaacutelise quantitativa optou-se pela estatiacutestica

inferencial e os dados coletados por meio do formulaacuterio de coleta de dados

(anexo 6) foram analisados quantitativamente utilizando o programa estatiacutestico

Bioestatreg versatildeo 50 sendo que a anaacutelise estatiacutestica descritiva utilizou meacutedia e

desvio padratildeo Para a comparaccedilatildeo de variaacuteveis categoacutericas parameacutetricas foi

utilizado o teste t-student e o teste de Tukey Foi utilizado um niacutevel de

significacircncia de 005 um poder de teste de 95 e um teste de hipoacutetese

monocaudal

85

O texto produzido apoacutes os encontros do grupo focal foi analisado

seguindo a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) proposta por

Lefegravevre et al (2006)131

O Discurso do Sujeito Coletivo ou DSC eacute uma teacutecnica de processamento

de dados qualitativos notadamente de depoimentos com vistas agrave obtenccedilatildeo e

descriccedilatildeo do sentido das opiniotildees ou representaccedilotildees coletivas Para que se

produzam os DSCs satildeo necessaacuterios quatro operadores que satildeo

1 Expressotildees Chave (Ech) trechos selecionados do material que melhor

descrevem seu conteuacutedo

2 Ideias Centrais (Ics) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem o sentido

presente no material escrito

3 Ancoragens (Acs) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem as ideologias

crenccedilas valores presentes no material

4 Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) satildeo as reuniotildees das Expressotildees

Chave presentes no material verbal (por exemplo nas diferentes

respostas a uma mesma questatildeo de pesquisa) que tem Ideias Centrais

ou Ancoragens de sentido semelhante ou complementar131

Na pesquisa qualitativa o discurso ocupa lugar de relevacircncia como teacutecnica

para obtenccedilatildeo de dados conforme afirma Alves ndash Mazzotti (2004)132

ldquo() por sua natureza interativa a entrevista permite

tratar temas complexos que dificilmente poderiam

ser investigados adequadamente atraveacutes de

questionaacuteriosrdquo (ALVES-MAZZOTTI 2004 p 168)

Os dados obtidos por meio das entrevistas de aprofundamento apoacutes

sua transcriccedilatildeo foram sistematizados e submetidos agrave anaacutelise temaacutetica uma

das teacutecnicas de Anaacutelise de Conteuacutedo valorizando os significados presentes

nos dados a sua correlaccedilatildeo com as questotildees formuladas e a articulaccedilatildeo com o

marco teoacuterico adotado na pesquisa

A anaacutelise temaacutetica137 foi operacionalizada segundo as etapas abaixo

86

Primeira fase (Preacute-anaacutelise) foi realizado um contato exaustivo com o

material atraveacutes de repetidas leituras (leituras flutuantes) retomando

simultaneamente os questionamentos e os objetivos iniciais da pesquisa

criando-se indicadores que orientaram a interpretaccedilatildeo final

As gravaccedilotildees foram analisadas conforme os nuacutecleos direcionadores

anteriormente descritos desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas (relaccedilatildeo interpessoal) A partir

destes nuacutecleos unidades de contexto foram separadas do texto A unidade de

contexto representou a parte mais ampla do conteuacutedo que era analisado

sendo considerada como o ldquopano de fundordquo que imprimia significado e sentido

as unidades de registro

Das unidades de contexto foram retiradas as unidades de registro nelas

presentes considerando que a unidade de registro representou a menor parte

do conteuacutedo

A segunda fase consistiu na codificaccedilatildeo na qual quantificamos as

unidades contexto e suas respectivas unidades de registro As unidades de

registros foram classificadas e agrupadas de acordo com seus significados

emergindo daiacute as categorias de anaacutelise

46 ASPECTOS EacuteTICOS

A presente pesquisa foi desenvolvida dentro dos procedimentos eacuteticos

previstos pelo CONEP e assim o projeto foi submetido ao

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) Universidade Estadual de Ciecircncias

da Sauacutede de Alagoas protocolo nordm 902 08 e aprovado em 29052008

(Anexo 7)

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Satildeo

Paulo protocolo n ordm 1509 09 e aprovado em 04122009 (Anexo 8)

Todos os sujeitos participantes da pesquisa aderiram agrave proposta e

concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (Anexos 2)

87

Os sujeitos que participaram da etapa de construccedilatildeo da proposta

educativa foram convidados a participarem do programa de Ginaacutestica Laboral e

Ergonomia da UNCISAL trata-se de um programa de extensatildeo universitaacuterio

devidamente cadastrado e em funcionamento na Proacute-reitoria de extensatildeo da

UNCISAL e coordenado pelo pesquisador responsaacutevel

88

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

89

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo destina-se agrave apresentaccedilatildeo dos resultados e suas

discussotildees com a literatura sendo expostos nos seguintes subcapiacutetulos

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do Teacutecnico

de Enfermagem

52 Uma proposta de Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada para o cuidado com

a sauacutede ocupacional do Teacutecnico de Enfermagem

53 A Qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes o

programa educativo

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho

em teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

90

51 O COTIDIANO DO TRABALHO E O PROCESSO DE

ADOECIMENTO DO TEacuteCNICO DE ENFERMAGEM

Entendemos percepccedilatildeo como sendo a faculdade ou ato de aprender

uma ideia ou questatildeo ou de compreender algo percepccedilatildeo modo de ver ou

sentir ponto de vista entendimento noccedilatildeo maneira subjetiva de ver e

entender o mundo apresentando-se muito mais abrangente do que um simples

conceituar141

A percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre LERDORT foi

realizada por meio do grupo focal e da observaccedilatildeo etnograacutefica Atraveacutes da

observaccedilatildeo etnograacutefica foi possiacutevel realizar registros das percepccedilotildees do

pesquisador sobre o que foi observado sem contudo focar exclusivamente nos

aspectos fiacutesicos e ambientais pois acredito que a consequecircncia do trabalho

sobre o corpo do trabalhador vai aleacutem desses aspectos e em funccedilatildeo dessa

crenccedila procurei abdicar-me do reducionismo relacional entre doenccedila

ocupacional e espaccedilo fiacutesico

Observamos que pelo fato de estarem diretamente em contato com os

pacientesclientes e serem responsaacuteveis pelo cuidado a eles oferecido esses

profissionais lidam rotineiramente com as mais diversas situaccedilotildees envolvendo

natildeo soacute os pacientes mas seus acompanhantes familiares meacutedicos e outros e

com certa frequecircncia foi possiacutevel observar atitudes de conflitos interpessoais

por outro lado observaram-se natildeo raras vezes viacutenculos criados com os

pacientes estabelecidos muitas vezes pelo tempo de internaccedilatildeo

Outro fato que me chamou a atenccedilatildeo foi a desarmonia existente entre o

trabalhar em prol da sauacutede de terceiros e a falta de tempo para o lazer e o

cuidado com a proacutepria sauacutede parece que a necessidade e o modo de trabalho

fazem com que o ritmo normal da vida vai se quebrando e o teacutecnico de

enfermagem se submete aos ritmos laborais que favorecem ao adoecimento

A divisatildeo das escalas de serviccedilo natildeo me pareceu biomecanicamente

justa por vezes foi possiacutevel observar muitos pacientes para um uacutenico

profissional o que por uma lado favorecia a sobrecarga fiacutesica por outro

91

empobrecia o despertar da criatividade na resoluccedilatildeo dos problemas a

permanecircncia do profissional em um uacutenico setor por tempo ilimitado foi outro

aspecto que me despertou a atenccedilatildeo e acredito ser fator que tambeacutem limite o

despertar criativo

Foi possiacutevel observar certo descompasso entre a exigecircncia fiacutesica que o

trabalho impotildee ao teacutecnico de enfermagem e as condiccedilotildees de conforto e

seguranccedila ofertadas ao profissional por um lado o trabalho exige desses

profissionais agigantados e repetitivos esforccedilos fiacutesicos e por outro o cenaacuterio

laboral se apresenta superlotado com excesso de pacientes local de repouso

sem colchatildeo mobiacutelia e equipamentos inadequados e isso ficava evidenciado

pela diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo nos finais do plantatildeo visivelmente percebia-se o

corpo dos profissionais mais pesados e as faacutecies abatidas fato preocupante

quando se observa que alguns desses profissionais dobram a escala de

trabalho com certa frequecircncia em decorrecircncia de duplo ou triplo viacutenculo

empregatiacutecio ou de moacutedicos vencimentos

O Ritmo de Trabalho desses profissionais em funccedilatildeo da sobrelotaccedilatildeo

apresentava-se acelerado com pouco horaacuterio para pausas Os profissionais

trabalhavam na maior parte do tempo em peacute e deambulando Ficou

evidenciada grande exigecircncia fiacutesica inerente ao trabalho resultante da

realizaccedilatildeo de atividades como mobilizaccedilatildeo de objetos e instrumentos pesados

transporte e movimentaccedilatildeo de pacientes arrumaccedilatildeo do leito higiene corporal

de pacientes incapacitados aleacutem dos esforccedilos visuais e mentais impostos aos

teacutecnicos de enfermagem acrescenta-se os deslocamentos excessivos a cada

jornada de trabalho

Evidenciou-se tambeacutem a existecircncia de condiccedilotildees biomecacircnicas

favoraacuteveis para a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais no grupo estudado

estes profissionais realizam movimentos com esforccedilos repetitivos no trabalho

fato que evidencia a necessidade de se buscar alternativas teacutecnicas e de

modos operatoacuterios ergonocircmicos para minimizar as cargas excessivas de

trabalho acrescentar pausas e instrumentos adequados no exerciacutecio

profissional

A estrutura predial antiga mostrou-se aparentemente inadequada

enfermaria e repouso apertados corredores estreitos rampas iacutengremes

92

escadas salas que deviam estar acopladas uma agrave outra distantes entre si

ausecircncia de boa iluminaccedilatildeo ventilaccedilatildeo maacutes condiccedilotildees das instalaccedilotildees

sanitaacuterias e ausecircncia de armaacuterios para guardar bolsas e objetos pessoais

Os fatos observados revelaram a presenccedila de fatores predisponentes

que podem estar relacionados ao surgimento eou agravamento dos sinais e

sintomas e o meio assim emergem da observaccedilatildeo do campo sentidos

decorrentes da experiecircncia preacutevia do pesquisador e relaccedilatildeo com inadequaccedilatildeo

de mobiacutelia espaccedilos superlotaccedilatildeo jornadas extras Essas categorias

agregaram conteuacutedos uacuteteis para apreender melhor o processo do adoecimento

e a relaccedilatildeo da LERDORT com o discurso dos sujeitos

Outro aspecto marcante durante a observaccedilatildeo foi a aparente hesitaccedilatildeo

inicial dos trabalhadores ao serem abordados por um ldquoestranhordquo Em alguns

momentos nessa fase de observaccedilatildeo etnograacutefica foi necessaacuteria a opccedilatildeo por

natildeo insistir no assunto adoecimento no trabalho para evitar constrangimento e

desabafos excessivos Alguns teacutecnicos de enfermagem parecem ao menos

inicialmente ter confundido o que seria a observaccedilatildeo com a possibilidade de

intervenccedilatildeo terapecircutica e verbalizam o desejo de serem atendidos pelo

fisioterapeuta

As entrevistas de aprofundamento da observaccedilatildeo etnograacutefica permitiram

entender melhor fatores de risco para das LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem foi possiacutevel evidenciar aspectos quanto agrave percepccedilatildeo multifatorial

da LERDORT bem como prevenccedilatildeo na fala dos sujeitos contribuindo assim

para uma maior compreensatildeo do tema prevenccedilatildeo das LERDORT nessa

populaccedilatildeo

Com o intento de situar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em

relaccedilatildeo a LERDORT foram analisadas as falas obtidas na primeira fase do

estudo sem interferecircncia portanto da atividade educativa em sauacutede

A anaacutelise temaacutetica das entrevistas de aprofundamento realizada a partir

de (03) trecircs nuacutecleos direcionadores (desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho

atitudes cooperativas e realizaccedilatildeo pessoal) permitiram a apreensatildeo das

Unidades de Contexto (UC) Unidades de Registros (UR) e categorias

emergentes do campo

93

A tabela abaixo retrata a quantidade de vezes que cada um dos nuacutecleos

direcionadores foi comentado (UR)

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual das unidades de registros

identificadas no discurso dos sujeitos em estudo segundo aos respectivos

nuacutecleos temaacuteticos Maceioacute-AL 2009

NUacuteCLEOS DIRECIONADORES UR

Nordm

Desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho 184 5396

Atitudes cooperativas 88 2580

Realizaccedilatildeo pessoal 69 2023

TOTAL 341 9999

A tabela 2 mostra que houve maior referecircncia ao nuacutecleo direcionador

desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho com 184 unidades de registro em

relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas houve 88 referecircncias Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho 69 unidades de registros

Estes dados estatildeo em consonacircncia com a literatura onde eacute possiacutevel

perceber que dentre profissionais da sauacutede os trabalhadores de enfermagem

satildeo os que mais apresentam absenteiacutesmo e elevadas queixas de desconforto

relacionado ao trabalho142 em funccedilatildeo de adoccedilatildeo de posturas corporais

incorretas muitas vezes associadas agrave exposiccedilatildeo constante a doenccedilas que

favorecem o aparecimento da fadiga e raquialgia na equipe de enfermagem

que trabalha na ambiecircncia hospitalar143

O grupo reconhece que o trabalho do teacutecnico de enfermagem expotildee a

fatores de risco e agravos para a sua sauacutede e que devido agrave adoccedilatildeo de posturas

corporais incorretas e excesso de forccedila favorecem ao aparecimento da fadiga e

dores na equipe que trabalha na ambiecircncia hospitalar

94

ldquoOlha doutor de manhatilde a gente pega muito pesordquo

ldquoTrabalhar em enfermagem eacute muito cansativo Dar

banho no leito eacute muito pesado e faz mal para a

coluna e para os ombro () eacute por isso que tenho

tanta dorrdquo

Outra categoria foi referente agrave identificaccedilatildeo de atividades de

movimentaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo de pacientes como agravante da situaccedilatildeo dor

ldquoLevantar o paciente daacute contratura nos ombros

Subir paciente () assim quando estatildeo

escorregando para baixo virar o decuacutebito () daacute

uma coisa cansada nos braccedilos nas matildeos e na

lombar tambeacutemrdquo

As categorias emergentes deste estudo satildeo confirmadas na literatura

como fatores importantes no processo de adoecimento e surgimento de

desconfortos fiacutesicos em enfermagem pois na praacutexis desta profissatildeo

movimentos repetitivos aliados agrave exigecircncia de forccedila satildeo uma constante e

favorecem o surgimento de doenccedilas ocupacionais 144 145 e 146

A adoccedilatildeo de posturas viciosas e incorretas foi bastante citada

encontramos referecircncias quanto agrave percepccedilatildeo dos sujeitos sobre o surgimento

de dores em decorrecircncia das mais diversas atividades inerentes ao trabalho do

teacutecnico de enfermagem Alguns exemplos destas descriccedilotildees estatildeo abaixo

citados

ldquoNa hora que vai puncionar uma veia a gente passa

muito tempo assim curvando aiacute vai dando problema

na colunardquo () ldquoO pior eacute fazer o pacote quando o

95

paciente morre aleacutem de ser triste forccedila os ombros e

as matildeos sem contar que corro o risco de me

contaminarrdquo

umlE tem a postura pra aspirar puncionar dar banho

no leitoCurvado assimas costas ningueacutem

aguentauml

A literatura confirma a percepccedilatildeo desses profissionais quando afirma

que dores tendem a acometer indiviacuteduos que atuam em profissotildees exaustivas

como eacute o caso da enfermagem147 Nessa populaccedilatildeo devido a manutenccedilatildeo de

posturas improacuteprias as queixas de dores satildeo constantes podendo destacar

algias nos membros superiores e coluna vertebral148 As posturas inadequadas

satildeo adotadas pelos teacutecnicos de enfermagem quando prestam assistecircncia aos

pacientes quando preparam medicaccedilatildeo empurram ou arrastammacas13

Outro estudo corrobora com a percepccedilatildeo do grupo quando ao avaliar

ocorrecircncias de cervicodorsolombalgias nas enfermeiras relata que os efeitos

nocivos das longas jornadas de trabalho levam a um esforccedilo excessivo que

poderaacute agravar lesotildees na coluna vertebral 149

No exerciacutecio da profissatildeo inuacutemeras satildeo agraves vezes em que os

trabalhadores de Enfermagem adotam posturas corporais improacuteprias ou

inadequadas do ponto de vista biomecacircnico como eacute o caso de vaacuterias tarefas

desempenhadas agrave beira do leito realizar curativo puncionar acesso venoso

auxiliar no banho de leito realizar trocas de decuacutebito ou transferecircncias leito-

maca-leito tais tarefas podem contribuir para o aparecimento de danos ao

sistema musculoesqueleacutetico150 Tal fato eacute relatado pela profissional abaixo

ldquoDoacutei bastante na hora dos movimentos neacute Na hora

de dar banho no leito parece que os ossos esquenta

doacutei queimando a coluna e o pescoccedilo Bem que doacuteirdquo

96

rdquoSinto contratura nos ombros sinto contratura nos

meus dedos () a contratura eacute cansada e desce

queimando do pescoccedilo e desce para os braccedilos isso

eacute mais forte na hora de fazer a punccedilatildeordquo

Esta relaccedilatildeo entre a atividade de trabalho do teacutecnico em enfermagem e o

surgimento de dores pode ser confirmada pois haacute relaccedilatildeo entre o trabalho e o

desgaste do trabalhador em enfermagem 151 152

Outro aspecto constatado eacute o entendimento por parte do grupo de que

a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e surgimento de dores tambeacutem tem relaccedilatildeo

com equipamentos e mobiacutelias inadequadas

umlOlha por exemplo as seringa natildeo aspira e a gente

tem que fazer bastante forccedila porque o material natildeo eacute

de boa qualidade [] aiacute faz uma forccedila [] tanta que

agraves vezes o dedo fica roxouml

Ao avaliar ambiente de trabalho equipamentos mobiliaacuterio e postura

corporal de trabalhadores de enfermagem na unidade de internaccedilatildeo Goacutees26

afirma que espaccedilos restritos no banheiro mobiliaacuterios com altura fixa

incompatiacutevel provocam a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e que 100 dos

enfermeiros e 9770 dos auxiliares relatam dor na coluna vertebral

Eacute possiacutevel perceber elevadas queixas referentes agraves mobiacutelias

principalmente altura dos leitos e berccedilos de pacientes o que obriga os

profissionais a adotarem posturas de anteriorizaccedilatildeo do tronco durante as

atividades de banho no leito punccedilatildeo venosa e realizaccedilatildeo de curativos tal

observaccedilatildeo estaacute de acordo com a literatura quando se verifica que em relaccedilatildeo

ao trabalho de enfermagem haacute inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio utensiacutelios e

equipamentos quanto agraves dimensotildees alturas das superfiacutecies peso e condiccedilotildees

de funcionamento27 e que eacute necessaacuterio propor redesenho dos equipamentos

auxiliares na elevaccedilatildeo e transferecircncia de pacientes153154

97

ldquoAs macas satildeo muito ruins e as cadeiras dificultam

as posturasrdquo

ldquoPara mim as camas satildeo altas demais aiacute tem que

subir numa coisinha dessa (aponta para escada) e eacute

arriscado cair neacuterdquo

As lesotildees do sistema musculoesqueleacutetico particularmente as algias

vertebrais satildeo internacionalmente reconhecidas como um risco ocupacional

entre os trabalhadores de enfermagem 155156157 e no ambiente hospitalar

existem vaacuterios fatores ergonocircmicos relacionados com problemas ambientais e

organizacionais que podem ser relacionados agraves lesotildees osteomusculares tais

como recursos tecnoloacutegicos inadequados incluindo mobiliaacuterio a falta de

equipamentos especiais para movimentar pacientes aleacutem da escassez de

recursos humanos e a falta de treinamento158 Deste modo os trabalhadores

de enfermagem submetem-se constantemente a condiccedilotildees de trabalho

inadequadas originando aleacutem de agravos de ordem psiacutequica agravos nos

sistemas corporais ocasionado os acidentes do trabalho e as licenccedilas para

tratamento de sauacutede 159

Observou-se que unidade hospitalar pesquisada tem problemas

ergonocircmicos e que os teacutecnicos de enfermagem os reconhecem e tecircm

consciecircncia de suas influecircncias na sua sauacutede

uml[] na minha enfermaria o local onde eacute guardado o

material Eacute porque a gente tem que abaixar se

curvar pra apanhar o materialuml

A superlotaccedilatildeo nas enfermarias com estreitamento dos espaccedilos entre

as macas eacute lembrado como fato gerador de estresse pois aumenta a

sobrecarga de trabalho e tensatildeo

A literatura compreende a correlaccedilatildeo da interferecircncia do espaccedilo fiacutesico

disponiacutevel para atendimento de pacientes utilizaccedilatildeo de equipamentos pelo

98

pessoal de enfermagem e estresse 160 Este problema foi confirmado quando

se reconhece que para o pessoal de enfermagem ter que assistir pacientes em

sua higiene em restritos espaccedilos hospitalares eacute pernicioso 161 a sauacutede fiacutesica e

mental Tal evidecircncia eacute percebida e relatada pelo

ldquoAqui no trabalho eu fico aperreada eu fico tensa

Afeta todo o sistema nervoso e o corpo doacutei todo

tambeacutem com esse monte de paciente nas

enfermariasrdquo

Esta percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem tem respaldo na literatura

pois acredita-se que superlotaccedilatildeo gera sobrecarga de trabalho aos

profissionais tanto do ponto de vista quantitativo quanto do aumento de

demanda decorrente do quadro cliacutenico dos pacientes Os hospitais

universitaacuterios brasileiros via de regra sofrem com a superlotaccedilatildeo presenccedila de

pacientes graves em todas as unidades deacuteficit de profissionais falta de

equipamentos de suporte no manuseio dos paciente162

O excesso de trabalho afeta consideravelmente os teacutecnicos de

enfermagem no que diz respeito tanto a sua sauacutede fiacutesica quanto a sua

condiccedilatildeo psicoloacutegica os trabalhadores que exercem suas funccedilotildees em

situaccedilotildees adversas apresentaratildeo com maior frequecircncia queixas de fadiga

crocircnica e alteraccedilotildees gastrointestinais do que os teacutecnicos que trabalham em

ritmo mais tranquilos163 164165 166

Eacute possiacutevel perceber que o grupo entende que o processo de

adoecimento pode ser influenciando pela falta de atividades fiacutesicas regulares

Uma questatildeo levantada foi o trabalho intenso com carga horaacuteria semanal

extenuante O excesso de trabalho pode favorecer o surgimento do cansaccedilo

cumulativo estimulando o sedentarismo desses profissionais

No grupo estudado percebeu-se que haacute uma divisatildeo hierarquizada e

vertical do trabalho da enfermagem e que grande parte das tarefas de

execuccedilatildeo eacute efetuada pelos teacutecnicos e esses tecircm menor autonomia de decisatildeo

sobre o proacuteprio trabalho e salaacuterios menores em funccedilatildeo disso eacute comum a

99

realizaccedilatildeo de horas extras plantotildees extras Tais achados encontram reforccedilos

em estudos 167 168 que apontam a relaccedilatildeo entre hierarquizaccedilatildeo do trabalho em

enfermagem e ritmo intenso

ldquoA gente anda demais a semana toda Trabalha muito e

natildeo paacutera pior ainda quando dobra a escala[] Chego em

casa um caco depois do plantatildeo aiacute nem daacute coragem de

fazer mais nada sei que preciso fazeruml

ldquoNa minha folga nem tenho coragem de brincar com minha

filha Pago a babaacute para banhar ela soacute fico deitada vendo

televisatildeordquo

ldquoMoro perto da praia e podia fazer caminhada para abaixar

o peso mas ando tanto aqui que natildeo daacute coragem de

caminhar maisrdquo

De fato percorrer longas distacircncias e ficar por muito tempo em peacute

contribui para elevar os iacutendices de dor e fadiga essa afirmaccedilatildeo tem respaldo

na literatura que afirma que pesquisas realizadas em vaacuterios paiacuteses exibem

prevalecircncias superiores a 80 de ocorrecircncia dessas sensaccedilotildees em teacutecnicos

de enfermagem13169 Estudo brasileiro mostra prevalecircncias de 43 a 93162

Em relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas (segundo nuacutecleo direcionador da

entrevista) observou-se carecircncia das mesmas o que favorece o processo de

adoecimento na percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem

O grupo entende que haacute problemas de relacionamento interpessoal fato

que dificulta a colaboraccedilatildeo entre os pares e gera sobrecarga de trabalho tal

fato eacute maximizado quando essa elevada carga laboral eacute acrescida com o

desconhecimento de medidas de economia biomecacircnica

A necessidade de trocar informaccedilotildees sobre o trabalho e de cooperar

com a equipe eacute relatada nas falas poreacutem apesar da verbalizaccedilatildeo do

100

sentimento a praacutetica natildeo eacute vivenciada o relacionamento interpessoal eacute

apontado pelo grupo como um dos fatores que influenciam o cotidiano do

trabalho cujo resultado depende de parcerias para obter melhores ganhos e

adoecer menos

ldquoA relaccedilatildeo interpessoal interfere em tudo no trabalho ()

Quando a equipe eacute boa natildeo tem estresse e tudo fica

bomsem tensatildeordquo

ldquoA maioria da equipe natildeo ajuda Eacute isso que acontece e a

gente acaba ficando sozinha e trabalhando muito maisrdquo

Estudo demonstra que para minimizar as fontes geradoras das

LERDORT a equipe de enfermagem necessita criar estrateacutegias de melhoria de

relacionamento com colegas edemais membros da equipe 170

Ao confrontar os achados com literatura observa-se que a falta de um

bom relacionamento implica numa comunicaccedilatildeo deficiente entre os pares e

utilizaccedilatildeo de mecanismos de defesas inadequados como a impaciecircncia natildeo

realizaccedilatildeo do trabalho em equipe falta de cooperaccedilatildeo espontacircnea sobrecarga

de trabalho para alguns elementos da equipe e a falta de continuidade das

accedilotildees iniciadas171 172 173 174 175 176177

O terceiro nuacutecleo direcionador da entrevista trata da realizaccedilatildeo pessoal

do profissional

Enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma

profissatildeo caracterizada por ter em sua essecircncia o cuidado Em relaccedilatildeo ao

auxiliar e teacutecnico de enfermagem haacute indefiniccedilatildeo do papel profissional

sobrecarga de trabalho frequentemente justificada por falta de pessoal e

estimulada pelo pagamento de horas-extras e falta de autonomia e autoridade

na tomada de decisotildees50178179180 fatos que fazem dessa profissatildeo a quarta

mais estressante no setor puacuteblico1

O grupo reconhece carecircncia de realizaccedilatildeo pessoal com o trabalho e isso

pode favorecer o surgimento de doenccedilas relacionadas agraves LERDORTs

101

uml Eu queria fazer faculdade mas a faculdade natildeo me quis

natildeo Fiz vestibular umas trecircs vezes mas natildeo passei aiacute o

jeito foi fazer o teacutecnico mesmordquo

ldquoMinha profissatildeo infelizmente natildeo eacute reconhecida mas Deus

reconhece [] Natildeo eacute reconhecida por parte do salaacuterio por

parte da direccedilatildeo do hospital do governador e da

comunidaderdquo

ldquo tocirc cansadajaacute era pra mim ter saiacutedo mas enquanto natildeo

aparece nadardquo

As percepccedilotildees dos sujeitos da pesquisa estatildeo de acordo com a

literatura pois eacute possiacutevel encontrar relatos de profissionais de niacutevel meacutedio de

enfermagem dizendo que sofrem de despersonalizaccedilatildeo e baixa realizaccedilatildeo

pessoal1181182183184185186

A despersonalizaccedilatildeo eacute caracterizada pela insensibilidade emocional do

profissional com prevalecircncia de condutas ciacutenicas e de dissimulaccedilatildeo 1181187 A

baixa realizaccedilatildeo pessoal faz menccedilatildeo a uma auto avaliaccedilatildeo negativa associada

agrave insatisfaccedilatildeo e desacircnimo com o trabalho com sentimentos de que este natildeo

vale a pena 1187 188

52 UMA PROPOSTA DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE VOLTADA

PARA O CUIDADOCOM A SAUacuteDE OCUPACIONAL DO TEacuteCNICO

DE ENFERMAGEM

Acreditando-se que os sujeitos trazem percepccedilotildees sobre o objeto de

pesquisa entendemos que eacute preciso atuar na Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ocupacional tendo como referecircncia o saber e a vivecircncia das pessoas agraves quais

as accedilotildees satildeo voltadas

102

Numa primeira etapa de coleta de dados por meio de observaccedilatildeo

etnograacutefica e entrevista de aprofundamento constatamos um cenaacuterio de

trabalho repleto de incoerecircncias ergonocircmicas inadequaccedilotildees de mobiacutelias

adoccedilotildees de posturas corporais inadequadas e uma percepccedilatildeo de ambiente

insalubre de trabalho por parte dos teacutecnicos de enfermagem

Para a elaboraccedilatildeo da atividade educativa que atendesse agrave perspectiva

da presente pesquisa assumimos estrateacutegias da participaccedilatildeo e diaacutelogo

privilegiando uma construccedilatildeo coletiva Isto eacute foi desenvolvida por meio da

teacutecnica de grupo focal

Neste grupo focal observamos que a falta de experiecircncias aprofundadas

anteriores dos teacutecnicos de enfermagem com a praacutetica de Educaccedilatildeo em Sauacutede

permitiu que os mesmos colocassem refletissem e dialogassem com os dados

colhidos e sistematizados pelo pesquisador

Nestes diaacutelogos exploramos as necessidades e expectativas dos

teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo a um programa educativo

O Recurso Educativo foi sendo assim proposto em funccedilatildeo dos dados

revelados por meio da interaccedilatildeo com o grupo

A opccedilatildeo de mergulhar no campo de estudo e construir uma intervenccedilatildeo

a partir de uma realidade tem respaldo na literatura que afirma que embora

tenha havido um desenvolvimento surpreendente de metodologias na

educaccedilatildeo em sauacutede as estrateacutegias de aproximaccedilatildeo a populaccedilotildees especiacuteficas

e a utilizaccedilatildeo de metodologias problematizadoras ainda carecem de realce na

educaccedilatildeo em sauacutede2489

Nessa perspectiva o objeto da Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute o de alterar

positivamente os conhecimentos por meio de aproximaccedilotildees de saberes

tornando-se via de matildeo de dupla onde todos (educador e educando)

aprendem e ensinam177 189190191

As diferentes aproximaccedilotildees com os teacutecnicos de enfermagem permitiram

observar que os mesmos detecircm conhecimentos sobre o assunto e condiccedilotildees

de contribuir no sentido de ampliar o repertoacuterio pedagoacutegico no processo de

elaboraccedilatildeo da proposta educativa

103

Os diaacutelogos estabelecidos no grupo focal possibilitaram apreender

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agraves atividades educativas

suas teacutecnicas modos e maneiras de se estabelecer o aprendizado sobre

LERDORT

ldquo Jaacute fui numas palestras mas natildeo entendi muita

coisa natildeo Se tivesse cartilhas com figuras Se

ensinasse a fazer os exerciacutecios era muito melhorrdquo

ldquoEacute porque palestras soacute natildeo resolve () quando tem

panfleto eu coloco na bolsa e leio depois com calma

na hora que esquecerrdquo

ldquoQuando tem alguma coisa que lembra a gente fixa

melhor () alguma coisa que eu veja que natildeo me

deixa esquecer do que aprendirdquo

ldquoQuando tem algueacutem fazendo ginaacutestica junto com a

gente eacute bom porque empolga e se tiver fazendo

errado ensina na horardquo

Os teacutecnicos de enfermagem apontam claramente para um pressuposto

de que a informaccedilatildeo pode favorecer no autocuidado

ldquoEacute preciso saber fazer posturas na hora de fazer o

procedimento Se eu soubesse bem direitinho a

posiccedilatildeo certa do banho eu ia fazer e natildeo sofria

tantordquo

104

ldquoJaacute ouvi falar da LER mas natildeo sei direito como eacute

quer dizer sei mais ou menos () o que eu queria

era ter mais entendimento para natildeo terrdquo

A literatura comenta que o trabalho educativo pode ser uma saiacuteda

extremamente potente para a comunicaccedilatildeo em sauacutede facilitando a construccedilatildeo

de estrateacutegias preventivas e terapecircuticas174 175 por outro lado eacute preciso

destacar que embora o conhecimento seja um preacute-requisito de modo algum eacute

garantia da realizaccedilatildeo no cuidado com a sauacutede ocupacional176 177 Isso pode

ser evidenciado no diaacutelogo com os teacutecnicos

umlEu sei como sentar mas isso natildeo basta porque

aleacutem de sentar tem que promover mais coisa () eacute

preciso saber fazer os alongamentos durante o

trabalho antes do trabalho e depois tambeacutem () Se

soubeacutessemos a gente natildeo esquecia de sentar

corretordquo

Sugestatildeo metodoloacutegicas que apontam para atividades teoacutericas e

praacuteticas foram tambeacutem feitas O reconhecimento da ginaacutestica laboral como

ferramenta preventiva das LERDORTs e a confecccedilatildeo de material didaacutetico que

discuta teacutecnicas de economia biomecacircnica durante a jornada de trabalho foi

enfatizada

umlrdquoEacute preciso fazer ginaacutestica laboral manobras de

alongamentordquo

ldquoA gente deveria aprender quais satildeo as posturas

corretas deveria aprender a fazer exerciacutecios mais

ateacute do que isso deveria vir algueacutem aqui para fazer

exerciacutecios com a gente porque ao mesmo tempo que

fazia estimulava e ensinava a fazer tambeacutemrdquo

105

uml[] palestra soacute natildeo resolve [] se tivesse cartilhas

livros panfletos porque depois eu podia ler sem

aperreiouml

A literatura reforccedila esses aspectos quando afirma que para uma

efetivaccedilatildeo mais adequada dos saberes eacute preciso considerar estimular e

valorizar competecircncias teoacutericas e praacuteticas178 nas quais se incluem tanto as

habilidades comportamentais e praacuteticas (saber ser) quanto os savoirs-faire

(saber-fazer) ou conhecimentos teoacutericos dos indiviacuteduos 179180

Os teacutecnicos de enfermagem reconhecem que esse curso para natildeo cair

no esquecimento devia ser feito por moacutedulos com reforccedilos que e evoquem o

que foi discutido sobre a questatildeo

O grupo sugere tambeacutem que o reforccedilo deve ser disponibilizado e

entregue em moacutedulos pois a leitura de um texto longo pode ficar cansativa e

desestimulante Tal observaccedilatildeo pode se reforccedilada nas falas abaixo

ldquoCom o tempo a gente se esquece do que aprendeu

mas se tiver uma coisa pra lembrar seria muito bom

[] uma coisa que eu visse jaacute me lembravardquo

ldquoTipo assim todo dia falar um pouco em pedaccedilos

Quando fala tudo de uma vez depois a gente nem se

lembrardquo

Entre as discussotildees e planejamento coletivo das atividades educativas o

grupo por votaccedilatildeo sugeriu a adoccedilatildeo de uma personagem fictiacutecia para o

desenvolvimento da estrateacutegia uma boneca enfermeira entendendo que seria

algo inusitado e estimulante para ativar a lembranccedila do que fora apreendido

um modo de natildeo cair no esquecimento

106

Apoacutes algumas sugestotildees de nomes para a personagem (Dodoacutei

Penicilina Espondileacuteia Costa e Enfermerita) por votaccedilatildeo direta e aberta

escolheram o nome Espondileacuteia Costa

Um desenhista alheio ao processo foi contratado para desenvolver uma

proposta de desenho da personagem que foi preliminarmente aprovado pelo

grupo O desenho ficou exposto na sala de reuniatildeo por 10 (dez) dias para

eventuais sugestotildees de mudanccedilas que natildeo ocorreram

Ilustrado pelo desenho e ancorado nas referecircncias cientiacuteficas sobre a

prevenccedilatildeo das LERDORTs e nas sugestotildees do grupo focal foi elaborado a

versatildeo preliminar do manual que seria utilizado na atividade educativa

O manual ficou disponiacutevel para anaacutelise na sala de encontros por mais

10 (dez) dias e os teacutecnicos de enfermagem fizeram devidas observaccedilotildees sobre

o memo As principais sugestotildees ocorreram em relaccedilatildeo agrave substituiccedilatildeo de

palavras desconhecidas pelo grupo

O Recurso Instrucional final foi composto do manual e da boneca O

manual foi idealizado em fasciacuteculos a serem distribuiacutedos em cada encontro e a

boneca foi concebida para ser apresenta com uma caixinha com o manual em

miniatura sendo assim proposta para ser utilizada como um siacutembolo que tem

como finalidade ativar a lembranccedila do que foi discutido e praticado

O manual possui duas partes distintas a primeira com apresentaccedilatildeo do

mesmo e a segunda com uma parte mais praacutetica e algumas sugestotildees de

exerciacutecios

A primeira parte do material ficou assim dividida

A Espondileacuteia Costa Nessa etapa a boneca Espondileacuteia Costa se

apresenta e diz qual eacute a sua intenccedilatildeo com o grupo

Apresentaccedilatildeo Nessa pesquisado o autor esclarece alguns pontos

sobre a confecccedilatildeo do manual o objetivo do mesmo e relata

brevemente como foi o seu desenvolvimento

A quem se destina o manual Nesse momento eacute apresentado o puacuteblico

alvo que o manual educativo pretende alcanccedilar

107

A segunda parte de caraacuteter mais praacutetico ficou assim dividida

O trabalho do teacutecnico de enfermagem Nesse capiacutetulo discutem-se as

exigecircncias fiacutesicas para o trabalho como teacutecnico de enfermagem a

saber exigecircncia de grande esforccedilo fiacutesico atenccedilatildeo repetitividade de

movimentos sobrecarga de trabalho e instrumentos de trabalho

Tipos de contraccedilatildeo muscular no ambiente de trabalho

LERDORT o processo de adoecimento do sistema musculoesqueleacutetico

relacionado ao trabalho

Orientaccedilotildees para o trabalho na postura biacutepede

Orientaccedilotildees para o trabalho em sedestaccedilatildeo

Orientaccedilotildees para transferecircncia de pacientes acamados

Cinesioterapia laboral Nesse capiacutetulo se discute a importacircncia do

exerciacutecio fiacutesico na prevenccedilatildeo da LERDORT sendo eacute apresentados

alguns exerciacutecios laborais com convite para a praacutetica regular dos

mesmos

O Manual produzido e posteriormente aplicado encontra-se no anexo 5

53 A QUALIDADE DE VIDA DE TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

ANTES E APOacuteS UMA ATIVIDADE EDUCATIVA

A qualidade de vida no trabalho eacute percebida subjetivamente pelos

indiviacuteduos no ambiente laboral e deve envolver condiccedilotildees de seguranccedila

trabalho digno remuneraccedilatildeo e benefiacutecios adequados estabilidade feedback

quanto ao desempenho oportunidade de crescimento e de aprendizado

possibilidade de promoccedilatildeo clima social positivo e justiccedila social132 192

Trata-se de um conceito amplo e de certo modo pode ser afetado pela

sauacutede fiacutesica estado emocional convicccedilotildees pessoais relaccedilotildees sociais e

estiacutemulos provenientes do meio 132 De um modo geral as definiccedilotildees de

108

Qualidade de Vida reforccedilam a ideia de que sua percepccedilatildeo eacute encarada

diferentemente pelos indiviacuteduos192

O trabalho ocupa lugar central na vida do homem e dependendo da

forma como estaacute sendo executado e organizado pode ser gerador de fatores

desgastantes e potencializadores de processos sauacutede-doenccedila levando o

trabalhador ao adoecimento193 194 195

Inseridos nesse contexto estaacute o trabalhador de enfermagem que tem

seu trabalho caracterizado por atividades que exigem alta interdependecircncia

entre os pares nas quais a motivaccedilatildeo surge como aspecto fundamental na

busca de maior eficiecircncia para a qualidade na assistecircncia prestada aliada agrave

satisfaccedilatildeo destes trabalhadores196

Justifica-se avaliar a qualidade de vida no trabalho do teacutecnico de

enfermagem devido aos prejuiacutezos que a baixa desta pode desencadear tanto

para os funcionaacuterios como para os hospitais

Essa atitude eacute necessaacuteria agravequelas empresas que almejam o sucesso

pois trazem resultados positivos tanto para o empregado na forma de uma

vida mais saudaacutevel e satisfatoacuteria como para a empresa na forma de reduccedilatildeo

no absenteiacutesmo melhorias no clima organizacional nos relacionamentos na

produtividade e nos resultados194

Para este estudo foram avaliados 08 domiacutenios de qualidade de vida

propostos pelo SF 36 lembrando que quanto mais proacuteximo de 100 (cem)

melhor o estado de sauacutede da populaccedilatildeo pesquisada

Observou-se que todos os domiacutenios pesquisados antes da atividade

educativa mostraram-se abaixo de 50 do ideal significando um

comprometimento desta

Observou-se tambeacutem que o domiacutenio mais afetado foi vitalidade seguido

pelos aspectos fiacutesicos aspecto emocional aspecto funcional estado geral

aspectos sociais sauacutede mental e por fim dor

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

109

QUADRO 1 O quadro abaixo mostra os valores obtidos nos diferentes

domiacutenios com a aplicaccedilatildeo do SF 36antes do desenvolvimento da atividade

educativa

DOMIacuteNIOS Meacutedia dos valores encontrados

Capacidade funcional 458333

Aspectos fiacutesicos 291667

Dor 506667

Estado geral 491667

Vitalidade 200000

Aspectos sociais 499000

Aspectos emocionais 386667

Sauacutede Mental 499998

Partimos do princiacutepio que o trabalho quando executado em ambientes

insalubres e penosos pode interferir negativamente na qualidade de vida de

trabalhadores197 e traz sofrimento fiacutesico198

Em outro estudo199 encontramos resultados semelhantes aos aqui

apresentados os autores relatam que tais resultados refletem o sentimento de

cansaccedilo e esgotamento do grupo O cansaccedilo estaacute significativamente associado

agrave presenccedila de sintomas como problemas do sono estresse e depressatildeo203

fato que daacute credibilidade a fala do grupo quando se refere ldquofico aperreadordquo

ldquofico estressadordquo abordadas no capiacutetulo 51

Trabalhadores de enfermagem comumente apresentam sensaccedilatildeo de

fadiga crocircnica e essa pode se manifestar de diversas formas sensaccedilatildeo de

esgotamento dores de cabeccedila e no corpo perda do apetite irritabilidade

desacircnimo e induzem ao empobrecimento da vida social mental e laboral dos

mesmos192

Devido agraves condiccedilotildees laborais percebidas o excesso de trabalho e a natildeo

satisfaccedilatildeo pessoal com a profissatildeo anteriormente descritas nas falas dos

sujeitos da pesquisa nos faz acreditar que haacute um cansaccedilo acumulado no grupo

e isso pode interferir na satisfaccedilatildeo perante o trabalho

110

Estudo demonstra que haacute influecircncia direta do ambiente de trabalho e da

organizaccedilatildeo do mesmo sobre a qualidade de vida dos servidores e ainda

afirma que eacute necessaacuterio proporcionar ao trabalhador um estilo de vida mais

ativo saudaacutevel e ofertar ao mesmo condiccedilotildees salubres e adequadas para

desenvolverem e aperfeiccediloarem seu trabalho200

Neste contexto o ambiente de trabalho pode estar associado ao

sofrimento fiacutesico e psiacutequico dos trabalhadores uma vez que um tempo

significativo da vida dessas pessoas acontece neste ambiente201

Partimos do pressuposto de que existe relaccedilatildeo positiva entre o

Programa Educativo e a Qualidade de Vida dos Teacutecnicos de Enfermagem

Os dados referentes agrave qualidade de vida aleacutem de terem sido colhidos

antes da atividade educativa foram tambeacutem avaliados apoacutes 10 e 30 dias do

desenvolvimento da mesma

O graacutefico abaixo mostra o comportamento dos domiacutenios do SF 36 no

grupo nos trecircs momentos investigados

111

Graacutefico 1 Comportamento dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por

meio do SF-36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias

decorridos da atividade educativa

O quadro abaixo detalha quantitativamente as meacutedias obtidas

Quadro 2 Meacutedia dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por meio do SF-

36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias decorridos da

atividade educativa

DOMIacuteNIOS Valores antes Valores apoacutes

10 dias

Valores apoacutes

30 dias

Capacidade funcional 458333 a 700000 b 715000 b

Aspectos fiacutesicos 291667 a 750000 b 718333 ab

Dor 506667 a 760000 b 765000 ab

Estado geral 491667 a 708333 b 718333 ab

Vitalidade 200000 a 316667 a 331667 a

Aspectos sociais 499000 a 458333 a 464167 a

Aspectos emocionais 386667 a 831667 b 876667 ab

Sauacutede Mental 499998 a 680000 a 688333 a

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5 de probabilidade

112

Apoacutes 10 (dez) observamos que houve incremento na qualidade de vida

do grupo em todos os domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade e aspectos sociais

que continuaram abaixo de 50 (cinquenta por cento)

Decorridos 30 (trinta) dias da accedilatildeo educativa o mesmo resultado se

manteve apenas os domiacutenios vitalidade e aspectos sociais mantiveram

escores menores que 50 (cinquenta)

Estatisticamente analisando os dados pelo teste de Tukey todos os

domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade aspecto social e sauacutede mental

apresentaram incremento estatisticamente significante apoacutes a atividade

educativa

A vitalidade apresentou pequena variaccedilatildeo positiva nos dez dias apoacutes o

desenvolvimento da atividade educativa que se manteve 30 dias apoacutes apesar

de natildeo ter sido estatisticamente significante

O domiacutenio aspecto social manteve-se inalterado do ponto de vista

estatiacutestico antes e apoacutes (tanto 10 como 30 dias) decorridos da atividade

educativa

As meacutedias encontradas para a Sauacutede Mental do SF36 tiveram evoluccedilatildeo

depois de decorrido 10 dias e 30 dias apoacutes a atividade educativa apesar de

tambeacutem natildeo terem significacircncia estatiacutestica

O componente Capacidade Funcional que avalia a presenccedila e extensatildeo

de restriccedilotildees relacionadas agrave capacidade fiacutesica dos sujeitos teve significativa

variaccedilatildeo estatiacutestica nos 10 (dez) dias seguintes da atividade educativa apoacutes o

trigeacutesimo dia houve variaccedilatildeo positiva mas sem ser estatisticamente

significante esses achados nos sugerem uma melhor condiccedilatildeo fiacutesica apoacutes a

atividade educativa

Os dados encontrados estatildeo em desacordo com a literatura que afirma

que a capacidade funcional apresenta domiacutenio comprometido apoacutes ginaacutestica

laboral em profissionais que trabalham em hospital universitaacuterio e equipe de

enfermagem com queixas de lombalgia 204 203

Por outro lado os dados obtidos nesta pesquisa vatildeo ao encontro de

estudos que se propunham avaliar qualidade de vida de enfermeiros frente a

atividades fiacutesicas tais estudos mostraram bons iacutendices no domiacutenio Capacidade

Funcional204 205 206 em enfermeiros praticantes de atividade fiacutesica Natildeo

113

encontramos estudos que avaliassem mudanccedilas de capacidade funcional

correlacionadas com atividades educativas que incluam a atividade fiacutesica como

uma das suas estrateacutegias

Os aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos emocionais

apresentaram comportamentos similares ou seja evoluiacuteram e mantiveram um

valor crescente com significacircncia estatiacutestica apoacutes 10 (dez) e 30 (trinta) dias

decorridos da accedilatildeo educativa

Estudos demonstram que muacuteltiplos fatores podem estar relacionados ao

incremento negativo dos aspectos supra referidos e trazer sofrimento fiacutesico e

psiacutequico aos trabalhadores na maioria das vezes longas jornadas de trabalho

ritmos acelerados de produccedilatildeo pressatildeo repressora e autoritaacuteria inexistecircncia

ou escassas pausas para o descanso ao longo das jornadas de trabalho

estrutura fiacutesica precaacuteria material disponiacutevel fragmentaccedilatildeo de tarefas e

desqualificaccedilatildeo do trabalho realizado geram agressatildeo ao trabalhador 207 208 209

210 no entanto um aspecto nos chamou a atenccedilatildeo eacute que no periacuteodo em que o

estudo foi realizado natildeo constatamos qualquer mudanccedila na estrutura fiacutesica

eou administrativa na Unidade Hospitalar e mesmo assim incrementos

positivos aconteceram isso nos leva a concluir que o programa educativo

idealizado a partir da interaccedilatildeo com o grupo estudado foi eficaz na melhoria da

qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem sobretudo nos aspectos fiacutesicos

dor estado geral e aspectos emocionais e capacidade funcional

54 A PRESENCcedilA DE DORES OSTEOMUSCULARES

RELACIONADAS AO TRABALHO EM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM ANTES E APOacuteS UM PROGRAMA EDUCATIVO

Para este estudo foi avaliada a percepccedilatildeo aacutelgica dos teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa

Antes da atividade educativa independentemente do periacuteodo

considerado (12 meses ou sete dias) observou-se queixas de dores em todas

as aacutereas corpoacutereas avaliadas pelo Instrumento

114

Essas queixas estavam relacionadas agrave dor e parestesia Os dados

apresentados vatildeo ao encontro do que mostra a literatura onde se conclui que

os relatos referidos pelos trabalhadores portadores de DORTs envolvem

queixas inespeciacuteficas tais como dor localizada dor irradiada e sensaccedilatildeo de

peso 211

Acreditamos que essas queixas possuem relaccedilatildeo direta com as

condiccedilotildees de trabalho percebidas e relatadas pelo grupo A literatura aponta

tambeacutem que a presenccedila de sintomas osteomusculares nos trabalhadores de

enfermagem eacute atribuiacuteda principalmente a fatores ergonocircmicos e posturais

inadequados presentes na dinacircmica hospitalar212

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

Eacute possiacutevel observar que antes da atividade educativa existia no

grupoelevada percepccedilatildeo de sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano Natildeo

considerando a regiatildeo acometida constata-se que 942 dos teacutecnicos de

enfermagem queixavam-se de dores

Dentre os que aludiram sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(912) parte superior das costas (8369) punhos e matildeos (539) e joelhos

(337)

Em relaccedilatildeo aos sintomas osteomusculares percebidos nos uacuteltimos sete

dias 8857 dos teacutecnicos de enfermagem afirmaram positivamente Entre os

que referiram sintomatologia na uacuteltima semana as regiotildees mais referenciadas

foram respectivamente parte inferior das costas (933) parte superior das

costas (714) ombros (256) e pescoccedilo (151) como eacute possiacutevel observar

na tabela que se segue

115

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de

Enfermagem do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES da atividade educativa

Nos uacuteltimos 12 meses vocecirc

teve problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7 dias vocecirc teve

problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b)

Ombros 1084(a) 256(b)

Parte superior das costas 8369(a) 714(b)

Cotovelos 91(a) 128(b)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b)

Parte inferior das costas 912(a) 933(b)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b)

Joelhos 337(a) 116(b)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Em estudo eacute confirmado dados similares com prevalecircncia de sintomas

na regiatildeo lombar146 Em pesquisas similares foi verificada a prevalecircncia de

distuacuterbios osteomusculares em regiotildees corporais como a coluna lombar

ombros coluna cervical e joelhos213 214

Elevadas taxas de queixas aacutelgicas tambeacutem foram observadas em outras

pesquisas 215216217218219 que utilizaram o mesmo instrumento do presente

estudo verificou-se que 930 dos teacutecnicos e auxiliares de enfermagem de

um hospital puacuteblico referiram queixas de dor

Cada atividade ocupacional apresenta caracteriacutesticas que podem

predispor algum tipo de doenccedila relacionada ao trabalho No caso especiacutefico

das LERDORTs determinadas atividades que envolvem de alguma forma

movimentos repetitivos esforccedilo com sobrecarga inclusive estaacutetica estatildeo

associados agrave origem de muitos problemas musculoesqueleacuteticos como parece

ser o caso dos profissionais teacutecnicos de enfermagem216 Contraccedilotildees

musculares estaacuteticas contiacutenuas aumento da pressatildeo intramuscular

116

minimizaccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e compressatildeo de feixes nervosos satildeo

mecanismos fisiopatoloacutegicos que podem produzir alteraccedilotildees musculares e

repercutir em dores musculares216

Outro fato importante de salientar eacute que as dores de coluna podem estar

relacionadas tanto a questotildees psicoloacutegicas (estresse e ansiedade) quanto

fiacutesicas 216 220 Dentre as possiacuteveis causas de estresse psicoloacutegico nos teacutecnicos

de enfermagem poderiam estar o fato de trabalharem com a questatildeo da

doenccedila enfermarias superlotadas falta de atitudes cooperativas baixa

autoestima atenccedilatildeo constante fatos relatados pelos mesmos

ldquoEu fico triste no trabalho soacute fico alegre quando eu

recebo elogios fica bomeu sei conversarsou meio

psicoacutelogardquo

ldquoNatildeo tocirc realizada natildeo quer dizer mais ou menos Eacute

razoaacutevel O salaacuterio eacute ruim o trabalho eacute muito

cansativo Cuidar do paciente se quebra ateacute os

braccedilos Eacute uma torturardquo

ldquoNingueacutem taacute nem aiacute para genterdquo

Outro fato que merece destaque eacute o sedentarismo pois pode tornar o

indiviacuteduo suscetiacutevel a doenccedilas ocupacionais afetando a sua produtividade no

ambiente de trabalho221 Este dado condiz com o presente estudo pois

encontramos falas aludidas no capiacutetulo 5 que fazem menccedilatildeo a essa situaccedilatildeo

A praacutetica regular de atividade fiacutesica promove melhor adaptaccedilatildeo do

sistema muscular circulatoacuterio e metaboacutelico levando a alteraccedilotildees beneacuteficas na

musculatura esqueleacutetica e assim reduzindo o surgimento de sintomas

osteomusculares e incapacidades222

A participaccedilatildeo do teacutecnico de enfermagem no programa educativo

idealizado agrave partir da interaccedilatildeo com os mesmos mostrou forte impacto na

reduccedilatildeo das dores osteomusculares relacionadas ao trabalho A tabela abaixo

mostra os dados encontrados antes e apoacutes a atividade educativa

117

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de Enfermagem

do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES e APOacuteS 30 dias decorridos da atividade educativa

ANTES APOacuteS

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b) 2502 (a) 51(c)

Ombros 1084(a) 256(b) 1098(a) 56(c)

Parte superior das

costas

8369(a) 714(b) 8069(a) 111(c)

Cotovelos 91(a) 128(b) 99(a) 56(c)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b) 519(a) 51(c)

Parte inferior das

costas

912(a) 933(b) 892(a) 226(c)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b) 139(a) 030(c)

Joelhos 337(a) 116(b) 347(a) 49(c)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b) 279(a) 32(c)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Apoacutes o desenvolvimento da Atividade Educativa como era esperado

verificou-se que natildeo houve variaccedilatildeo das queixas de dores referentes ao uacuteltimo

ano No entanto em relaccedilatildeo as queixas aacutelgicas nos uacuteltimos 7 (sete) dias

quando se compara antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa eacute

possiacutevel constatar diminuiccedilatildeo estatisticamente significativa da queixa de dores

entre os trabalhadores

Entre os que referiram sintomatologia dolorosa na uacuteltima semana as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(226) parte superior das costas (116) cotovelos e ombros (56)

118

Observou-se portanto o efeito positivo da atividade educativa proposta

na minimizaccedilatildeo de queixas aacutelgicas relacionadas ao trabalho Natildeo encontramos

estudos similares na literatura correlacionando percepccedilatildeo aacutelgica de teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa

119

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

120

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A educaccedilatildeo em sauacutede tem sido utilizada por profissionais da sauacutede

sobretudo na atenccedilatildeo baacutesica como forma de intervenccedilatildeo na tentativa de

facilitar o aprendizado modificar haacutebitos e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees tal praacutetica eacute comprovada pela literatura atual poreacutem o modo de se

fazer ainda natildeo estaacute totalmente difundido entre os profissionais da sauacutede

sobretudo aqueles que trabalham na sauacutede ocupacional

A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas na ambiecircncia hospitalar pode ser

uma forma de aprimorar o conhecimento dos profissionais que trabalham com

sauacutede ocupacional neste caso especificamente com a prevenccedilatildeo das

LERDORTs

Nesta pesquisa procuramos colaborar com dois aspectos o primeiro

quando nos propusemos a conhecer a realidade do trabalho e os saberes do

teacutecnico de enfermagem sobre LERDORT para a partir desses dados

organizar uma proposta de intervenccedilatildeo educativa e o segundo ao avaliar esta

intervenccedilatildeo a partir da qualidade de vida e da percepccedilatildeo de dores

osteomusculares relacionadas ao trabalho

No primeiro momento o processo de elaboraccedilatildeo da intervenccedilatildeo

educativa considerou que a transmissatildeo unidirecional de informaccedilotildees

desvalorizando os saberes e experiecircncia dos educandos seria um equiacutevoco

como vem mostrando a literatura sobre educaccedilatildeo em sauacutede Partimos do

pressuposto de que os sujeitos possuiacuteam saberes valiosos decorrentes de

suas experiecircncias em lidar com trabalho e seus problemas de sauacutede

Observamos que os teacutecnicos de enfermagem tecircm uma compreensatildeo

sobre o processo de adoecimento relacionado com seus trabalhos

especialmente no tocante potencial desenvolvimento das LERDORTs

121

As falas dos teacutecnicos de enfermagem do Hospital investigado sobre

LERDORT mencionadas nos capiacutetulos iniciais dessa pesquisa foram muito

ricas e serviram de ferramentas para a construccedilatildeo da proposta educativa

Dessa forma a Educaccedilatildeo em Sauacutede proposta estimulada pela

construccedilatildeo e pensar coletivos sobre o modo que os teacutecnicos de enfermagem

atuavam tornou-os corresponsaacuteveis pela prevenccedilatildeo desencadeando uma

aprendizagem mais significativa Isto reforccedilou o potencial da Educaccedilatildeo em

Sauacutede opondo-se ao reducionismo do processo educativo e caminhando em

direccedilatildeo a um processo informativo-cognitivo na educaccedilatildeo dos trabalhadores

proacuteximo a realidade laboral dos mesmos

No segundo momento dessa pesquisa observamos que a vivecircncia

dessa intervenccedilatildeo trouxe benefiacutecios na qualidade de vida e na reduccedilatildeo de

dores osteomusculares relacionadas ao trabalho do grupo de estudo

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida dos teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede e vitalidade pode- se afirmar que o programa educativo

elaborado a partir da interaccedilatildeo com o grupo teve impactos positivos Nos

domiacutenios capacidade funcional aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais podemos afirmar tambeacutem que tal melhora persiste ateacute 30 (trinta)

dias corridos nos domiacutenios aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais e sauacutede mental

No que diz respeito a presenccedila de sintomas osteomusculares

relacionados ao trabalho observou-se que a atividade educativa interfere

positivamente na minimizaccedilatildeo dos mesmos

Eacute sabido que o surgimento das LERDORTs na ambiecircncia hospitalar eacute

multifatorial e por isso necessita ser abordada de forma distinta Grande parte

dos fatores desencadeadores das mesmas em hospitais puacuteblicos natildeo estaacute ao

nosso alcance poreacutem uma atividade educativa dependente diretamente do

envolvimento dos profissionais que trabalham com sauacutede ocupacional e podem

ter repercussotildees positivas minimizaccedilatildeo dos agravos Apesar de natildeo se ter

modificado o meio em que o teacutecnico de enfermagem trabalha foi possiacutevel com

122

a atividade educativa melhorar sua qualidade de vida e reduzir a

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho

Ao final dessa pesquisa nos remetemos a algumas indagaccedilotildees De que

modo o Fisioterapeuta como integrante de uma equipe de sauacutede ocupacional

tem se apropriado dessas questotildees Como aprimorar o papel educativo do

Fisioterapeuta junto a estes e outros profissionais expostos ao adoecimento

relacionado ao trabalho

As respostas a estes questionamentos ainda poderatildeo ser mais

aprofundadas e discutidas pela comunidade acadecircmica mas o que sabemos eacute

que o aprimoramento da Atividade Educativa do Fisioterapeuta pode ajudar os

trabalhadores a manterem-se mais saudaacuteveis produtivos e felizes

123

REFEREcircNCIAS

124

7 REFEREcircNCIAS

1 Murofuse NT Abranches S S Napoleatildeo A A Reflexotildees sobre estresse e

Burnout e a relaccedilatildeo com a enfermagem Rev Latino-amEnfermagem

200513(2)255-61

2 Murofuse NT O adoecimento dos trabalhadores de enfermagem na Fundaccedilatildeo

Hospitalar do estado de Minas Gerais reflexatildeo das mudanccedilas no mundo do

trabalho Ribeiratildeo Preto Tese [Doutorado Enfermagem] - Universidade de Satildeo

Paulo 2004

3 Belancieri MF Bianco MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em

trabalhadores da aacuterea de enfermagem de um Hospital Universitaacuterio

TextoampContexto Enfermagem 2004 janmar 13(1)124-131

4 Jensen R Disabling back injuries among nursing personal research needs and

justification RevNursHealth 198710(1)29-38

5 De Marchi BD Rita C Do Carmo CR Maria Luacutecia Almeida S L Riscos

ocupacionais e alteraccedilotildees de sauacutede entre trabalhadores de enfermagem

brasileiros de unidades de urgecircncia e emergecircncia Cienc Enferm 2010

16(2)69-81

6 Vieira ER Kumar S Coury HJ Narayan Y Low back problems and possible

improvements in nursing jobs Journal of Advanced Nursing 2006 jul 55 (1) 79-

89

7 Magora A Investigation of the relation between low back pain and occupation

Ind Med 2010 39(11)31-7

125

8 Hartvigsen J Lauritzen S Lings S Lauritzen T Intensive education combined

with low tech ergonomic intervention does not prevent low back pain in nurses

Occup Environ Med 2005 62 (1)13-7

9 Horneij EL Jensen IB Holmstroumln EB Ekdahl C Sick leave among home-care

personnel a longitudinal study of risk factors BMC Musculoskelet Disord

20045(1)38

10 Chiou WK Wong MK Lee YH Epidemiology of low back pain in Chinese

nurses Int J Nurs Stud 1994 31361-368

11 Fernandes JD Ferreira SL albergaria AK Conceiccedilatildeo FM Sauacutede mental e

trabalho feminino imagens e representaccedilotildees de enfermeiras Rev Latino-am

Enfermagem 200210(2)199-206

12 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Occup Environ Med 2004 61 398-404

13 Botha WE Bridger RS Anthropometric variability equipment usuability and

musculoskeletal pain in a group of nurses in the western cape Appl Ergon

2008 1(1) 481-90

14 Nardi HC Sauacutede do trabalhador subjetividade e interdisciplinaridade In Merlo

ARC organizador Sauacutede e Trabalho no Rio Grande do Sul realidade

pesquisa e intervenccedilatildeo 1ed Porto Alegre UFRGS 2004 [v143-64]

15 Lacaz FAC Sauacutede do trabalhador Campinas Tese [Doutorado] - Faculdade de

Ciecircncias Medicas da Universidade Estadual de Campinas 1996

16 Haag GS Lopes MJM Schuck JS Organizadores A enfermagem e a sauacutede

dos trabalhadores 2 ed rev e ampl Goiacircnia Editora AB 2001

17 Farias SNP Riscos no trabalho e agravos agrave sauacutede do trabalhador de

enfermagem em centro municipal de sauacutede Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo

126

[Mestrado em Enfermagem]- EEAN Universidade Federal do Rio de Janeiro

1999

18 Frias Junior CAS A sauacutede do trabalhador no Maranhatildeo uma visatildeo atual e

proposta de atuaccedilatildeo Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede

Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz 1999

19 Wright WC Introduction In RAMAZZINI B Diseases of Workers Thunder

Bay Canada OHampS Press 1993 p 1-34 [Translated by Wilmer Cave Wright

1940]

20 Arruda JJA Piletti N Toda a Histoacuteria Satildeo Paulo Aacutetica 1997

21 Prado Juacutenior C Evoluccedilatildeo poliacutetica do Brasil Colocircnia e impeacuterio Satildeo Paulo

Brasiliense 1999

22 Laurell AC Noriega M Para o Estudo da Sauacutede na sua relaccedilatildeo com o

processo de trabalho In Processo de Produccedilatildeo e Sauacutede Trabalho e Desgaste

Operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

23 Oddone I Marri G Gloacuteria S Briante G Chiattella M REA Ambiente de

trabalho a luta dos trabalhadores pela sauacutede Satildeo Paulo Hucitec 1986

24 Mendes R Dias EC Da medicina do trabalho agrave sauacutede do trabalhador Revista

de sauacutede puacuteblica 1991 25 (5) 341-349

25 Bellusci SM Doenccedilas profissionais ou do trabalho 6 ed Satildeo Paulo Editora

Senac 2005

26 Chaffin DB Anderson GBJ Martins BJ Biomedicina Ocupacional Belo

Horizonte Ed Ergo 2001

27 Oliveira RMR A abordagem das lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho LERDORT no Centro de

127

Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador do Espiacuterito Santo ndash CRSTES Rio de

Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Oswaldo

Cruz Rio de Janeiro 2001

28 Leite PC Silva A Merighi MAB A mulher trabalhadora de enfermagem e os

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho Rev esc enferm USP

2007 jun 41 (2)287-291

29 Felli VEA Kurcgant P A sauacutede do trabalhador de enfermagem um estudo no

enfoque do materialismo histoacuterico e dialeacutetico Rev Paulista de Enfermagem

2000 setdez19 (3)41-8

30 Pinho DLM Abrahatildeo JI Ferreira MC As estrateacutegias operatoacuterias e a gestatildeo da

informaccedilatildeo no trabalho de enfermagem no contexto hospitalar Rev latino-am

Enfermagem 2003 marabr11(2)168-76

31 Peduzzi M Anselmi ML O processo de trabalho de enfermagem a cisatildeo entre

o planejado e execuccedilatildeo do cuidado Rev Bras Enferm 2002 55(4)392-398

32 Rocha SSL Felli AVE Qualidade de vida no trabalho docente em enfermagem

Rev Latino-am enfermagem 2004 janfev 2(1) 28-35

33 Raduumlnz V Cuidando e se cuidando 2 ed Goiacircnia Editora AB 1999

34 Murofuse NT Alves DCI Favero GC Brotto AO Comportamento dos

acadecircmicos docentes e teacutecnicos administrativos da cliacutenica odontoloacutegica da

Unioeste riscos e atividades desenvolvidas Acta Scientiarum Health Sciences

(Online) 2008 3081-87

35 Assunccedilatildeo AA Rocha LE Doenccedilas Osteomusculares Relacionadas com o

Trabalho membro superior e pescoccedilo In MENDES R Patologia do Trabalho

Satildeo Paulo Atheneu 2003

128

36 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Protocolo de investigaccedilatildeo diagnoacutestico

tratamento e prevenccedilatildeo de lesotildees por esforccedilos repetitivos LERDORT

Brasiacutelia DF 2000

37 Rio RP LER ciecircncia e lei novos horizontes da sauacutede e do trabalho Belo

Horizonte (MG) Health 199

38 MINISTEacuteRIO DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL (BR) Atualizaccedilatildeo da Norma Teacutecnica

sobre Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-DORT Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo 11 de julho 1997 Seccedilatildeo 34231-9

39 OLIVEIRA CR Conceituaccedilatildeo da LER In OLIVEIRA CR Manual Praacutetico de

LER 2aed Belo Horizonte Editora Health 1998 p21-28

40 Regis F Gilseacutee I Michels G SELL I Work related musculoskeletal disorders in

dentists Rev bras epidemiol 2006 9(3)346-359

41 Merlo AacuteRC Jacques MGC Hoefel MGLGroups activity with repetitive strain

injuries workers experience reportPsicol Reflex Crit 2001 14(1)253-258

42 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Comitecirc Assessor das LERDORT Protocolo de

investigaccedilatildeo diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo de LERDORT Brasiacutelia

1999

43 Michelin CF Michelin AL Loureiro CA Estudo epidemioloacutegico dos distuacuterbios

musculoesqueletais e ergonocircmicos em Cirurgiotildees Dentistas Revista da

Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo 2000

juldez5(2)61-7

44 Guido LA Stress e coping entre enfermeiras de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo

anesteacutesica Satildeo Paulo Tese [Doutorado em enfermagem] ndash Escola de

enfermagem da Universidade de Satildeo Paulo 2003

129

45 Britto ES Enfermeiros psiquiaacutetricos estresse enfrentamento e sauacutede Ribeiratildeo

Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

2006

46 Christophoro R Waidman MAP Estresse e condiccedilotildees de trabalho um estudo

com docentes do curso de enfermagem da UEM Estado do Paranaacute Acta

Scientiarum 2002 24(3)757-63

47 Almeida NA Estresse ocupacional uma visatildeo psicoloacutegica sobre a sauacutede do

trabalhador Manaus Tese [doutorado em Psicologia] - Centro Universitaacuterio

Luterano de Manaus 2005

48 Beck CLC Gonzales RMB Stekel LMC Donaduzzi JC O trabalho da

enfermagem em unidades criacuteticas e sua repercussatildeo sobre a sauacutede dos

trabalhadores Esc Anna Nery R Enferm 2006 Ago 10(2)221-7

49 Dejours C A loucura do trabalho estudo de psicopatologia do trabalho

Traduccedilatildeo de Ana Isabel Paraguay e Lucia Leal Ferreira 5 ed ampl Satildeo

Paulo Editora Cortez 1992

50 Stacciarini JMR Troacuteccoli BT O estresse na atividade ocupacional do

enfermeiro Rev Latino-AmEnfermagem 2001 marabr9(2)305-17

51 Popim RC O cuidador na accedilatildeo de cuidar na enfermagem oncoloacutegica Ribeiratildeo

Preto Tese [Doutorado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

Ribeiratildeo Preto 2001

52 Meirelles NF Zeitoune RCG Satisfaccedilatildeo no trabalho e fatores de estresse da

equipe de enfermagem de um centro ciruacutergico oncoloacutegico Escola Anna Nery

Revista de Enfermagem 2003 abr 7(1)78-88

53 Miguez J Bonami M Comportamentos de ausecircncia quadros de anaacutelise e suas

operacionalizaccedilotildees Cad de Ciecircnc Sociais 19886173-9

130

54 Midorikawa ET A odontologia em sauacutede do trabalhador como uma nova

especialidade profissional definiccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funccedilotildees do

cirurgiatildeo dentista na equipe de sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Odontologia]-Universidade de Satildeo Paulo 2000

55 Souza M de Acidentes ocupacionais e situaccedilotildees de risco para a equipe de

enfermagem um estudo em cinco hospitais do municiacutepio de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo Tese [Doutorado em Medicina] - Universidade Federal de Satildeo Paulo

2002

56 Graccedila L Satisfaccedilatildeo profissional dos meacutedicos de famiacutelia no SNS Meacutedico de

Famiacutelia 2000 Feb 2 (III seacuterie)48-50

57 Martinez L Ferreira A Sousa L Cunha J A esperanccedila eacute a uacuteltima a morrer

Capital psicoloacutegico positivo e presentismo Comportamento Organizacional e

Gestatildeo v13 n1 Disponiacutevel em

httpwwwscieloocesmctesptpdfcogv13n1v13n1a03pdf Acesso em 28 de

julho de 2010

58 Nascimento GM Estudo do absenteiacutesmo dos trabalhadores de enfermagem

em uma unidade baacutesica e distrital de sauacutede do municiacutepio de Ribeiratildeo Preto -

SP Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de

Satildeo Paulo 2003

59 Castejoacuten JC El papel de las condiciones del trabajo em La incapacidad

temporal por enfermidad comuacuten y acidente no laboral Barcelona [Doutorado] -

Bellaterra Universitat Autonoma de Barcelona 2002

60 Rocha SMM Almeida MCP O processo de trabalho da enfermagem em sauacutede

coletiva e a interdisciplinaridade Rev Latino-Am Enfermagem 20008(6) 96-

101

61 Mussi FC Conforto e loacutegica hospitalar anaacutelise a partir da evoluccedilatildeo histoacuterica do

conceito conforto na enfermagem Acta paul enferm [online] 200518(1)72-81

131

62 Carvalho MB de Felli VEA O trabalho de enfermagem psiquiaacutetrica e os

problemas de sauacutede dos trabalhadores Rev Latino-Am Enfermagem [serial

on the Internet] 2006 Feb [cited 2011 June 09] 14(1) 61-69

63 Singer P Souza AR Organizador A economia solidaacuteria no Brasil a autogestatildeo

como resposta ao desemprego Satildeo Paulo Contexto 2003

64 Beck U La sociedade Del riesgo hacia uma nueva modernidad Barcelona

Paidoacutes 1998

65 Murofuse NT Marziale MHP Mudanccedilas no trabalho e na vida de bancaacuterios

portadores de Lesotildees por esforccedilos repetitivos LER Rev Latino-am

Enfermagem 2001 julhoago 9(4)19-25

66 Settimi MM Silvestre MP Lesotildees por esforccedilos repetitivos (LERDORT) um

problema da sociedade brasileira In Codo W Almeida MC (Orgs)

LERDORT diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo Petroacutepolis Vozes 1995

67 Merlo ARC A informaacutetica no Brasil Prazer e sofrimento no trabalho Porto

Alegre Ed da UniversidadeUFRGS 1999

68 Stacciarini JM OKeeffe M Mathews M Group therapy as treatment for

depressed Latino women a review of the literature Issues in Mental Health

Nursing 2007 May28(5)473-88

69 Regis FGI Michels G Sell I Lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiotildees-dentistas Rev bras

epidemiol [serial on the Internet] 2006 Sept 9(3) 346-359

70 Sato L LER Objeto e Pretexto para a Construccedilatildeo do Campo Trabalho e

Sauacutede Cad Sauacutede Puacuteblica 2001 JanFeb 17(1)147-152

132

71 Bernard BP Musculoskeletal disorders and workplace factors A critical review

of epidemiologic evidence for work related musculoskeletal disorders of the

neck upper extremity and low back Cincinnati NIOSH 1997 KUORINKA I

FORCIER L LATR ndash Les Leacutesions Attribuables au Travail Reacutepeacutetitif Quebec ndash

Canadaacute Editions Multi Mondes 1995

72 Buckle P Work factors and upper limb disorders BMJ 1997 1360-1363

73 Santos Filho SB Barreto SM Atividade ocupacional e prevalecircncia de dor

osteomuscular em cirurgiotildees-dentistas de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil

Contribuiccedilatildeo ao debate sobre os distuacuterbios osteomusculares relacionados ao

trabalho Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 17(1) 181-193

74 Lupton D Corpos prazeres e praacuteticas do eu Educaccedilatildeo amp Realidade 2000 25

15-48

75 Valla VV Stotz EN organizadores Participaccedilatildeo popular educaccedilatildeo e sauacutede

teoria e praacutetica Rio de Janeiro Relume-Dumaraacute 1997

76 Valadatildeo MM Sauacutede na Escola um campo em busca de espaccedilo na agenda

intersetorial Satildeo Paulo Tese [Doutorado]-Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da

Universidade de Satildeo Paulo 2004

77 Dejours C Confeacuterence d introduction In Acts Colloque International de

Psycodynamique et Psychopathologie du Travail Paris Conservatorie

Naacutetionaldes Arts et Meacutetieacuters 1997

78 Assunccedilatildeo AA As modalidades de gestatildeo das situaccedilotildees de trabalho para

compensar as deficiecircncias dos membros do coletivo Belo Horizonte UFMG

2001

79 Assunccedilatildeo AA Lima FPA A Nocividade no Trabalho Contribuiccedilatildeo da

Ergonomia In MENDES R Patologia do Trabalho ndash Atualizada e Ampliada 2ordf

ed Vol II parte IV Rio de Janeiro Atheneu 2002

133

80 A Ginaacutestica Laboral na prevenccedilatildeo da LERDORT soluccedilatildeo ou paliatvo In

Barbosa Luis Guilherme Fisioterapia Preventiva nos Distuacuterbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ndash DORTrsquos ndash A fisioterapia do

trabalho aplicada Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002

81 Costa M LoacutepezE Educacioacuten para lasalud 1996 Madrid Piraacutemide 1996

82 Sznelwar LI Foacuterum Nacional sobre o Fenocircmeno LERDORT - ldquoConstruindo

uma nova visatildeo e formas concretas de accedilatildeordquo Ata final do Foacuterum Florianoacutepolis

Fundacentroout 2001 Disponiacutevel na internet httpwwwfundacentroscgov

Acesso em 18 de abril de 2011

83 Saad JED Responsabilidade civil do empregador pelos danos decorrentes do

acidente do trabalho Jus Navigandi 2011 Jan 16(2750) Disponiacutevel em

lthttpjusuolcombrrevistatexto18242gt Acesso em 24 abr 2011

84 Hobsbawm E Mundos do Trabalho Novos estudos sobre Histoacuteria Operaacuteria

Traduccedilatildeo de Waldea Barcellos e Sandra Bedran 3 ed Rio de Janeiro Paz e

Terra 2000

85 Mello RC Acidentes do trabalho sob a oacutetica da legislaccedilatildeo atualizada inclusive

com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 Doutrina e jurisprudecircncia dominantes

Satildeo Paulo Saraiva 1990

86 Morim SL Oliveira J Responsabilidade Civil Acidente do Trabalho Satildeo Paulo

Saraiva 2001

87 Alves VS A health education model for the Family Health Program towards

comprehensive health care and model reorientation Interface - Comunic

Sauacutede 2005 set 9(16)39-52

88 Segre M Ferraz FC O conceito de sauacutede Rev Sauacutede Puacuteblica199731(5) Satildeo

Paulo

134

89 Caponi S Georges CY El estatuto epistemoloacutegico del concepto de salud

Histoacuteria Ciecircncias Sauacutede 1997 4287-307

90 Teixeira CF Paim JS Vilasboas AL SUS modelos assistenciais e vigilacircncia da

sauacutede Informe Epidemioloacutegico do SUS 1998 7(2) 7-28

91 Freire P Pedagogia do Oprimido 23a Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2003

92 Gazzienelli MF Gazzienelli A Reis DC Penna CMM Educaccedilatildeo em sauacutede

conhecimentos representaccedilotildees sociais e experiecircncias da doenccedila Cad Sauacutede

Puacuteblica 2005 21(1)200-206

93 Candeias FMN Conceitos de educaccedilatildeo e de promoccedilatildeo em sauacutede mudanccedilas

individuais e mudanccedilas organizacionais Rev Sauacutede Puacuteblica 1997 31(2)209-

12

94 Pereira AL Educaccedilatildeo em sauacutede In Ensinando a cuidar em Sauacutede Puacuteblica

Difusatildeo 2003

95 Souza AC Colomeacute ICS Costa LED Oliveira DLLC A educaccedilatildeo em sauacutede com

grupos na comunidade uma estrateacutegia facilitadora da promoccedilatildeo da sauacutede

Rev Gauacutecha de Enf 2005 ago 26(2) 147-53

96 Freire P Educaccedilatildeo e mudanccedila 8ordf Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983

97 Oliveira SG Proteccedilatildeo Juriacutedica agrave sauacutede do Trabalhador 3ordf ed rev ampl e

atual Satildeo Paulo LTr 2001

98 Bellini HT Ensaios sobre programas de sauacutede bucal Biblioteca Cientiacutefica 1991

99 Vasconcelos EM Educaccedilatildeo popular nos serviccedilos de sauacutede 3ed Satildeo Paulo

Hucitec 1997

135

100 Hilger EC Abegg C Pretto SM Anaacutelise das abordagens de Educaccedilatildeo em

Sauacutede em programas de sauacutede bucal Accedilatildeo Coletiva 1999 2(2) 10-4

101 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Ocup Environ Med 2004 61 398-404

102 Gros MA The role of the occupational health nurse in risk management of

upper extremity complaints Occupational Medicine 199813(3)599-609

103 Ando S Ono Y Shimaoka M Hiruta S Hattori Y Hori F Takeuchi Y

Associations of self-estimated workloads with musculoskeletal symptoms

among hospital nurses Ocup Environ Med 2000 57 211-6

104 Macleod D The ergonomics edge improving safety quality and productivity

American College of Sports Medicine 2003 30(6)992-1008

105 Dale L Barkley A Bayless S Coleman SD McDonald B Myszkowski J

Phipps-Stevens Experience of cumulative trauma disorders on life roles of

worker and family member a case study of a married couple Work Reading

2003 20 (3)245-255

106 Rezende MP Agravos agrave sauacutede de auxiliares de enfermagem resultantes da

exposiccedilatildeo ocupacional aos riscos fiacutesicos Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 2003

107 Pereira ALF As tendecircncias pedagoacutegicas e a praacutetica educativa nas ciecircncias da

sauacutede Caderno de Sauacutede Puacuteblica 2003 setout 19(5) 1527ndash1534

108 Alan MM Ceacutesar-Vaz MR Almeida T Educaccedilatildeo ambiental e o conhecimento

do trabalhador em sauacutede sobre situaccedilotildees de risco Cienc Saude Colet 2005

10 (sup) 39-47

136

109 Tavolaro P Pereira IMTB Pelicioni MCF Oliveira CA F Empowerment as a

way to prevent work-related health conditions in slaughterhouse workers Rev

Sauacutede Puacuteblica [serial on the Internet] 2007 Apr 41(2)307-312

110 Vieira ER Work-related low back disorders in nurses frequency of

occurrence causes and prevention (reprint) allnursescom Nursing for Nurses

27 Aug 2006

111 Shawn WS Feuerstein M Lincoln AE Miller VI Wood PM Case management

services for work related upper extremity disorders integrating workplace

accommodation and problem solving AAOHN Journal 200149 (8)378-89

112 Spekle EM Hoozemans MJ Blatter BM Heinrich J van der Beek AJ Knol

DL Bongers PM van Dieen JH Effectiveness of a questionnaire based

intervention programme on the prevalence of arm shoulder and neck

symptoms risk factors and sick leave in computer workers a cluster

randomised controlled trial in an occupational setting BMC Musculoskelet

Disord 2010 11(1) 99

113 Monsivais DB Monsivais JJ Christensen M Treatment for clients with

cumulative trauma disorders using an educational model to communicate

choices AAOHN J 1993 41(12) 587-91

114 Serapioni M Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em

sauacutede algumas estrateacutegias para a integraccedilatildeo Ciecircnc sauacutede coletiva [online]

2000 5(1) 187-192

115 Minayo MC Sanches O Quantitativo-qualitativo oposiccedilatildeo ou

complementaridade Cad deSauacutedePuacuteblica19939(3)239-262

116 Morse JM A review committees guide for evaluating qualitative proposals

Qualitative Health Research 2007 13(1) 833-851

137

117 Moehr JR Evaluation salvation or nemesis of medical informatics

Computers in biology and medicine 2002 32 113-25

118 Santos SR Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomeacutedica

Sociedade Brasileira de Pediatria Jornal de Pediatria 1999

119 Pinheiro FA Troacuteccoli BT Carvalho CV Validaccedilatildeo do questionaacuterio noacuterdico de

sintomas osteomusculares como medida de morbidade Rev de Sauacutede Puacuteblica

36 (3) 307-312

120 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinatildeo I Quaresma MRl Traduccedilatildeo para

a liacutengua portuguesa e validaccedilatildeo do questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) Rev Bras Reumatol 1999 39(3)143-

150

121 Leininger M Qualitative research methods in nursing Orlando Grune amp

Stratton 1985 cap 3 p 33-71 Ethnography and ethnonursing models and

modes of qualitative dada analysis

122 Spradley J The Ethnographic Interview New York Holt Rinehart and

Winston 1979

123 Laplantine F Aprender antropologia Satildeo Paulo Brasiliense 1994

124 Aamodt AM Ethnography and Epistemology Generanting Nursing

Knowledge IN Morse JM Qualitative nursing research a contemporaty issue

Newbury Parke Sage 1991

125 Krueger RA Focus group a practical guide for applied esearch Newbury

Park Sage 1988 - Morgan DL (ed) Successful focus group advancing the

state o the art Newbury Park Sage 1993

138

126 Dawson S Manderson L e Tallo VL 1993 A manual for the use of focus

groups Methods for Social Research in Disease Boston World Health

Organization

127 Carlini-Cotrim B Potencialidades da teacutecnica qualitativa grupo focal em

investigaccedilotildees sobre abuso de substacircncias Rev Sauacutede Puacuteblica 1996 30(3)

285-93

128 Veiga L Gondim S M G A utilizaccedilatildeo de meacutetodos qualitativos na Ciecircncia

Poliacutetica e no Marketing Poliacutetico Opin Publica 2001 7(1) 1-15

129 Pizzol SJS Combinaccedilatildeo de grupos focais e anaacutelise discriminante um meacutetodo

para tipificaccedilatildeo de sistemas de produccedilatildeo agropecuaacuteria Rev Econ Sociol

Rural 2004 42(3) 451-468

130 Barbour RS Kitzinger J Developing focus group research London Sage

1999

131 Lefevre AMC Lefevre F Cardoso MRL Mazza MMPR Assistecircncia puacuteblica agrave

sauacutede no Brasil estudo de seis ancoragensSaude soc [online] 2002 11(2)

35-47

132 Alves-Mazzotti AJ Gewandsznajder F O meacutetodo nas ciecircncias naturais e

sociais pesquisa quantitativa e qualitativa 2ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Pioneira

2004

133 Szymanski H (Org) Almeida LR Prandini RCAR A entrevista na pesquisa

em educaccedilatildeo a praacutetica reflexive Brasiacutelia Editora Plano 2002

134 Kuorinka I Jonsson B Kilbom A Vinterberg H Biering-Sorensen F

Andersson G et al Standardised Nordic questionnaires for the analysis of

musculoskeletal symptoms ApplErgon 1987

139

135 Bergqvist V Wolgast E Nilsson B Voos M The influence of VDT work on

musculoskeletal disorders Ergonomics 199538754-62

136 Toomingas A Theorell T Michesen H Nordemar R Associations between

self-rated and psychosocial work conditions and musculoskeletal symptoms and

signs Scand J Work Environ Health 199723130-9

137 Ware JE Sherbourne CD The MOS ndash 36 item Short Form Health Survey (SF

ndash 36) conceptual framework and item selection MedCare 1992 30473-483

138 Viacava F Informaccedilotildees em sauacutede a importacircncia dos inqueacuteritos

populacionais Ciecircnc sauacutede coletiva 2002 7607-621

139 Aranha LLM Miroacuten Canelo JA Alonso Sardoacuten M Del Pino Montes J Saacuteenz

Gonzaacutelez MC Qualidade de vida relacionada agrave sauacutede em espanholas com

osteoporose Rev Sauacutede Puacuteblica [online] 200640(2) 298-303

140 Puglisi ML Franco B Anaacutelise de conteuacutedo 2 ed Brasiacutelia Liacuteber Livro 2005

141 Houaiss A Villar MS Minidicionaacuterio Houaiss de liacutengua portuguesa Rio de

Janeiro Objetiva 2004

142 Alves M Motivos de licenccedilas meacutedicas em um hospital de urgecircncia-

emergecircncia Rev Bras Enferm 2006 mar-abr 59(2) 195-200

143 Cecirca GSS Murofuse NT Associaccedilatildeo dos Portadores de LER (AP-LER) na luta

pelos direitos dos trabalhadores de frigoriacuteficos do oeste do Paranaacute In

TUMOLO Paulo Sergio BATISTA Roberto Leme Trabalho economia e

educaccedilatildeo perspectivas do capitalismo global Praacutexis 2008 421-436

144 Nielsen K Trinkoff A Applying ergonomics to nurse computer workstations

review and recommendations Comput Inform Nurs 2006 21(3)150-157

2003

140

145 Guedes EM Distuacuterbios osteomusculares e o trabalho de enfermagem

hospitalar estudos com auxiliares de enfermagem em unidade de ortopedia

Rio de Janeiro 2000

146 Murofuse NT Marziale MHP Doenccedilas do sistema osteomuscular em

trabalhadores de enfermagemRev Latino-Am Enfermagem [online] 2005

13(3)364-373

147 Pheasant S Stubs D Back pain in nurses epidemiology and risk assessment

Appl Erg 1992 23(4) 226-232

148 Sahrmann AS Diagnoacutestico e Tratamento das Siacutendromes de disfunccedilatildeo

motora Siacutendromes de Disfunccedilatildeo Motora da Cintura Escapular Ed Santos

2006

149 Alexandre NMCA Angerami ELSA Estilo de vida e trabalho do pessoal de

enfermagem e a ocorrecircncia de cervicodorsolombalgias Rev Latino am

Enfermagem 1995 3(1)121-128

150 Maciel RH Prevenccedilatildeo da LERDORT o que a ergonomia pode oferecer In

Cadernos de sauacutede do trabalhador 2000 Disponiacutevel

emlthttpwwwinstcutorgbrpub8htmgt Acesso em 17 dez 2010

151 Silva VEF O desgaste do trabalhador de enfermagem relaccedilatildeo trabalho de

enfermagem em sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Tese [Doutorado em

Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 1996

152 Robazzi MLCC Marziale MHP Alguns problemas ocupacionais decorrentes

do trabalho de enfermagem no Brasil Rev Bras Enfermagem 1999 52(3)331-

8

153 Rocha AM Fatores ergonocircmicos e traumaacuteticos envolvidos na ocorrecircncia de

dor nas costas em trabalhadores de enfermagem Belo Horizonte Dissertaccedilatildeo

[mestrado em Enfermagem]- Universidade Federal de Minas Gerais 1997

141

154 Froemming MB Proposta de melhoramentos do equipamento de

transferecircncia visando o conforto do idoso e do cuidador Santa Maria (RS)

Dissertaccedilatildeo [mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo]-Universidade Federal de

Santa Maria 2004

155 Larese F Fiorito A Musculoskeletal disorders in hospital nurses a

comparison between two hospitals Ergonomics 1994 37(7)1205-11

156 UNIVERSITY OF SURREY Ergonomics Research Unit Back pain in nurses

Guildford 1986 WORLD HEALTH ORGANIZATION Identification and control

of work-related diseases Geneva 1985 (Techn Rep Ser 714)

157 WORLD HEALTH ORGANIZATION Occupational hazards in hospitals

Copenhagem 1981 (EURO Reports and Studies 80)

158 Parada EO Alexandre NMC Benatti MCC Lesotildees ocupacionais afetando a

coluna vertebral em trabalhadores de enfermagem RevLatAmEnferm

200210(1)64-9

159 Barboza DB Soler ZASG Afastamentos do trabalho na enfermagem

ocorrecircncias com trabalhadores de um hospital de ensino Rev Lat Am Enferm

2003 1(2)177-83

160 BELL F Ergonomic aspects of equipament Int J Nurs Stud 1987 24(4)

331-7

161 McAtamnney L Hignett S A space to move in Nurs Times 1993 89(18) 44-

6

162 Magnago TSBS Lisboa MTL Souza IEO Moreira MC Distuacuterbios muacutesculo-

esqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem associaccedilatildeo com condiccedilotildees de

trabalho [revisatildeo] Rev Bras Enferm 200760(6)701-5

142

163 Salvage J The theory and pratice of the new nursing Nursing Times 1990

42-45

164 Martins MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em

ambiente hospitalar Escola Superior de Enfermagem de Vise 2003

165 Estryn-Behar M Poinsignon H Travailler agrave lhocircpital Paris Berger-Levrault

1989

166 Mauro MIC Marques SC Gomes AMT Ferreira SS Introduccedilatildeo agrave anaacutelise

ergonocircmica um estudo da postura corporal de um profissional de enfermagem

Rev Enferm UERJ 200210(1)29-32

167 Gonccedilalves JRS Melo EP Lombas SRL Mariano CS Barbosa L Chillida

MSP Causas de afastamento entre trabalhadores de enfermagem de um

hospital puacuteblico do interior de Satildeo Paulo REME Rev Min Enferm

20059(4)309-14

168 Mello MC Fugulin FMT Gaidzinski RR O tempo no processo de trabalho em

sauacutede uma abordagem socioloacutegica Acta Paul Enferm 200720(1)87-90

169 Lagerstroumlm M Wenemark M Hagberg M Hjelm EW Occupational and

individual factors related to musculoskeletal symptoms in five body regions

among Swedish nursing personnel Int Arch Occup Environ Health

199568(1)27-35

170 Druhle M Le travail eacutemotionnel dans la relation soignante professionnelle

dans Professions et institutions de santeacute face agrave lrsquoorganisation du travail

Rennes Edition de lrsquoENSP 2000

171 Tomasi NGS Gueacuterios EMG Fontes de estresse na equipe multiprofissional

na unidade de terapia intensiva pediaacutetrica Curitiba (PR) (sd) (mimeografado)

143

172 Shimizu HE Ciampone MHT Sofrimento e prazer no trabalho vivenciado

pelas enfermeiras que trabalham em unidade de terapia intensiva em um

hospital escola Rev Esc Enfermagem USP 1999 junho-agosto 33(1)95-106

173 Schwartz S O estresse e como viver com ele implicaccedilotildees para a praacutetica de

enfermagem In Shumaker WC Tratado de Terapia Intensiva Satildeo Paulo

Panamericana 1992

174 Oliveira Junior JF O Grupo como uma matriz familiar de Foulkes Cortesatildeo

aos dias atuais Trabalho apresentado no XII Congresso Luso-Brasileiro de

Psicoterapia de Grupo e Grupanaacutelise Lisboa-Portugal 2005

175 Minayo MCS O desafio do conhecimento Satildeo Paulo-Rio de Janeiro Ed

Hucitec- Abrasco 2000

176 Snoek FJ Breaking the barriers to optimal glycaemic control - what physicians

need to know from patients perspectives Int J ClinPract Suppl 2002 (129)80-

4

177 DowieRs Tannahil C Tannahil A Heath promotion models and values 2nd

ed Oxford Oxford University Press 1996

178 Manfredi SM Trabalho qualificaccedilatildeo e competecircncia profissional das

dimensotildees conceituais e poliacuteticas Educ Soc [Internet] 1998 [acesso 2009 Fev

10] 19(64) [25p] Disponiacutevel em httpwwwscieloorg

179 Leacutevy P Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 1999

180 Leacutevy P A Inteligecircncia coletiva por uma antropologia do ciberespaccedilo 3a ed

Satildeo Paulo Ediccedilotildees Loyola 1994

181 Chwartzmann L Estreacutes laboral siacutendrome de desgaste (quemado) depresioacuten

iquestestamos hablando de lomismo CiencTrab 2004 6174-84

144

182 Maslach C Goldberg J Prevention of burnout new perspectives Appl Prev

Psychol 1998 763-74

183 IacovidesA Fountoulakis KN Kaprinis S Kaprinis G The relationship

between job stress burnout and clinical depression J Affect Disord 2003

75209-21

184 Tena PS Soriano JS Bernal JS Mulet EM Muntildeoz CR Garciacutea MG et al

Desgaste profesional em los meacutedicos de atencioacuten primaria de Barcelona

Medifam 2002 1217-25

185 Bianchini MM El Siacutendrome Del Burnout em personal profesional de La salud

Med Leg 1997 13(14)189-92

186 Goacutemez MMN Dodino CN Aponte CF Caycedo CE Riveros MP Martiacutenez

MPM et al Relacioacuten entre perfil psicoloacutegico calidad de vida y estreacutes asistencial

em personal de enfermeriacutea Revista Universitas Psychologica 2005 463-75

187 Alpi SV Floacuterez LA El siacutendrome Del Burnouten una muestra de auxiliares de

enfermeriacutea um estuacutedio exploratorio Revista Universitas Psychologica 2004

335-45

188 Moreira S Magnago RF Sakae TM Magajewski FRL Prevalecircncia da

siacutendrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de

grande porte da Regiatildeo Sul do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica [serial on the

Internet] 2009 July 25(7) 1559-1568

189 MerchaacutenndashHamann E Os ensinos da educaccedilatildeo para a sauacutede na prevenccedilatildeo de

HIV-Aids subsiacutedios teoacutericos para a construccedilatildeo de uma praacutexis integral Cad

Sauacutede Puacuteblica 1999 15 Supl (2)85-9

190 Tones BK Tilford S Robinson YK Health education effectiveness and

efficiency London Chapman Hall 1991

145

191 Schraiber LB Medicina tecnoloacutegica e praacutetica profissional contemporacircnea

novos desafios outros dilemas Satildeo Paulo Tese [livre-docecircncia]-Faculdade de

Medicina Universidade de Satildeo Paulo 1997

192 Carvalho DV Lima EDRP Sintomas fiacutesicos de estresse na equipe de

enfermagem de um centro ciruacutergico Rev Nursing 2001 mar4(34)31-4

193 Haddad MCL Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem Rev

Espaccedilo Sauacutede 2000 jun1(2)75-88

194 Barboza DB Afastamentos do trabalho na enfermagem de um hospital geral

no periacuteodo de 1995 a 1999 [dissertaccedilatildeo] Satildeo Joseacute do Rio Preto Faculdade de

Medicina de Satildeo Joseacute do Rio Preto 2001

195 Nunes MBG Mauro MYC Cupello AJ Estresse nos trabalhadores de

enfermagem estudo em uma unidade de psiquiatria In Anais do VI Congresso

Latino Americano de Ergonomia ABERGO 2001 2 a 15 de setembro de 2001

Gramado RS

196 Pereira MCA Faacutevero N A motivaccedilatildeo no trabalho da equipe de enfermagem

RevLatinoam Enfermagem 2001 jul9(4)7-12

197 Rio RP O fasciacutenio do stress vencendo desafios num mundo em

transformaccedilatildeo Rio de Janeiro QualityDunya 1996

198 Lima Jr JH Eacutesther AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem

Rev Adm Empresas 2001 julset41(3)20-30

199 Baiardi F Esposit ED Cocechi R Fabri A Sturani Valpiani G et al Effects of

clinical and individual variables on quality of life in chronic renal failure patients

J Nephrol 2002 january 15(1)61- 7

146

200 Bellusci SM Fischer FM Envelhecimento funcional e condiccedilotildees de trabalho

em servidores forenses Revista de Sauacutede Puacuteblica 1999 33(6) 602-609

201 Lentz RA Costenaro RGS Gonccedilalves LHT Nassar SM O profissional de

enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas

dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem 2000

ago8(4)7-14

202 Bettarello PA Saut TB Analise dos resultados do questionaacuterio sobre a

qualidade de vida ndash SF 36 apoacutes aplicaccedilatildeo dom liangong em 18 terapias e

ginaacutestica laboral em funcionaacuterios do setor de editoraccedilatildeo do centro universitaacuterio

claretiano de batatais Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em

Fisioterapia) ndash Centro Universitaacuterio Claretiano Batatais SP 2006

203 Almeida CB Pagliuca LMF Leite ALAS Acidentes de trabalho envolvendo os

olhos avaliaccedilatildeo de riscos ocupacionais com trabalhadores de enfermagem

Revista Latino-Americana Enfermagem [online] 2005 13(5) 708-716

204 Franco GP Barros ALBL Nogueira-Martins LA Qualidade de vida e sintomas

depressivos em residentes de enfermagem Rev Latino-Am Enfermagem

2005 13(2) 700-708

205 Pimenta FAP et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida de aposentados com a

utilizaccedilatildeo do questionaacuterio SF-36 Rev Assoc Med Bras [online] 2008

54(1)55-60

206 Nishide VM Benatti MCC Riscos Ocupacionais entre trabalhadores de

enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Enfermagem

USP Ribeiratildeo Preto 2004 38(4)406-14

207 Laurell AC Noriega M Processo de produccedilatildeo e sauacutede trabalho e desgaste

operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

147

208 Cooper CL Identifying workplace stress costs benefits and the way forward

Proceedings of the European Conference on Stress at Work a call for action

1993 Nov 9-10 Brussels BE Brussels European Foundation for the

improvement of living and working conditions 1993

209 Moraes LFR Swan JA Cooper CL A study of occupational stress among

government white-collar workers in Brazil using the occupational stress

indicator Stress Med1993991-104

210 Freitas MEacuteA Mindori E Promovendo a Qualidade de Vida experiecircncia

vivenciada com cuidadores de enfermagem de um hospital universitaacuterio do

municiacutepio de Belo Horizonte In 12ordm Seminaacuterio Nacional de Pesquisa em

Enfermagem 2003 Porto Seguro Anais do 12ordm SENPE Brasilia ABEn

Nacional 2003

211 Walsh IAP Oishi J Coury HJCG Clinical and functional aspects of work-

related musculoskeletal disorders among active workers Rev Sauacutede Puacuteblica

2008 42(1)108-16

212 Silva DMPP da Marziale MHP Absenteiacutesmo de trabalhadores de

enfermagem em um Hospital Universitaacuterio Rev latino-am enfermagem 2000

8(5)44- 51

213 Calavaro CG Riveros MS Orellana AL Transtornos musculoesqueleacuteticos de

espalda lumbar em trabajadores de la salud de la comuna rural de Til Til Cuad

Meacuted Soc (Chile) 2007 47(2)68-73

214 Borges A Maizlish N Loreto V Lumbalgia ocupacional em enfermeras

venezolanas Salud de los trabajadores 2004 12(1)19-32

215 Brandatildeo AG Horta BL Tomasi E Sintomas de distuacuterbios osteomusculares

em bancaacuterios de Pelotas prevalecircncia e fatores associados Ver Bras Epidemiol

20058(3)295-05

148

216 Gurgueira GP Alexandre NMC Correa HR Filho Prevalecircncia de sintomas

muacutesculo ndash esqueleacuteticos em trabalhadoras de enfermagem Rev Latino-am

Enfermagem 200311(5)608-13

217 Queiroacutes PPJ Carga Fiacutesica Riscos Ocupacionais nos Enfermeiros Rev Sinais

Vitais 1996 (6)35-40

218 Barros ENC Alexandre NMC Cross-cultural adaptation of the Nordic

musculoskeletal questionnaire Int Nurs Review 200350(2)101-8

219 Trelha CS Carvalho RP Franco SS Nakaoski T Broza TP Faacutebio Tl Arte e

sauacutede frequecircncia de sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos em muacutesicos da orquestra

sinfocircnica da Universidade Estadual de Londrina Semina Ciecircncias Biol Sauacutede

2004 2565-72

220 Devereux JJ Vlachonikolis IG Buckle PW Epidemiological study to

investigate potential interaction between physical and psychosocial factors at

work that may increase the risk of symptoms of musculoskeletal disorder of the

neck and upper limb Occup Environ Med [on line] 2002 59 269-77

Disponiacutevelemlthttpoembmj comcgicontentfull594269gt [2011 Jan 21]

221 Salve MGC Theodoro PFR Sauacutede do trabalhador arelaccedilatildeo entre ergonomia

atividade fiacutesica e qualidade de vida Salusvita 200423(1)137-46

222 Gamperine M Stigum H Work related risk factors for musculoskeletal

complaints in the spinning in Lithuania Occup Environ Meacuted 199956411-6

149

ANEXOS

150

ANEXO 1

Cartaz convite para os Teacutecnicos de Enfermagem

151

ANEXO 2

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Paacutegina 1 de 2

Pesquisador Geraldo Magella Teixeira fone +82 8821-0199 correio eletrocircnico

magellafisioyahoocombr Universidade Estadual em Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

Proacute-reitoria de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Rua Doutor Jorge de Lima 113 3O andar Trapiche da

Barra Maceioacute AL CEP 57010-382

Eu_________________ __________________________________ brasileiro (a)

portador do documento de identidade ___________ SSP-____residente na

Rua (Av) ________________________________ nordm____Bairro________________

na cidade de ________________________

DECLARO na condiccedilatildeo do sujeito da pesquisa que fui convidado (a) a participar da

pesquisa intitulada Proposiccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo para

prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem desenvolvido pelo

pesquisador Geraldo Magella Teixeira Fui devidamente informado (a) pelo

pesquisador que o objetivo da pesquisa eacute o de Propor e avaliar a efetividade de um

programa educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT para teacutecnicos de enfermagem fui

informado (a) ainda que a pesquisa possui riscos para minha pessoa sobretudo no

que diz respeito a possiacuteveis perseguiccedilotildees que poderei sofrer por parte de meus

superiores imediatos uma vez que seratildeo tratadas questotildees que dizem respeito agraves

condiccedilotildees de trabalho fui informado (a) que medidas preventivas seratildeo adotadas para

anular eou amenizar esse risco a saber a minha identidade seraacute preservada o diaacuterio

onde o pesquisador faz suas anotaccedilotildees e as fitas gravadas seratildeo incinerados ao fim

da pesquisa

Fui esclarecido (a) que a pesquisa me beneficiaraacute na prevenccedilatildeo de LERDORT assim

como ajudaraacute tambeacutem aos teacutecnicos de enfermagem com a comprovaccedilatildeo de o efeito

preventivo nas LERDORT

Como responsaacutevel concordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo e sei que posso

retirar o meu consentimento a qualquer momento antes ou durante o transcurso da

pesquisa sem penalidades prejuiacutezo e perda de qualquer benefiacutecio que eu possa ter

adquirido

152

Sei tambeacutem que em caso de duacutevidas poderei chamar ou entrar em contato com o

pesquisador Geraldo Magella Teixeira pelo telefone (82) 8821- 0199 ou pelo endereccedilo

eletrocircnico magellafisioyahoocombr ou pelo seguinte endereccedilo fiacutesico Avenida

Amazonas 29101 ndash Prado MaceioacuteAL

Fui esclarecido (a) quanto aos aspectos da pesquisa

a) Seraacute criado com a participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem um programa de

educaccedilatildeo para prevenccedilatildeo de LERDORT O pesquisador avaliaraacute esse programa

aplicando dois questionaacuterios os quais eu serei convidado a responder Um dos

questionaacuterios avalia a minha qualidade de vida e o outro avalia as queixas de dor

durante o trabalho

b) O objetivo da pesquisa eacute propor e avaliar um programa educativo para prevenccedilatildeo

de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem

c) Riscos que corro perseguiccedilotildees por parte de seus superiores imediatos

d) No entanto beneficiaraacute mostrando a validade de um programa de prevenccedilatildeo de

LERDORT nos teacutecnicos de enfermagem

f) Serei acompanhado e avaliado sempre pelo mesmo pesquisador ou seja sempre

pela mesma pessoa

G) Terei a liberdade de recusar da participaccedilatildeo ou retirar meu consentimento em

qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem prejuiacutezo no desempenho

de minhas funccedilotildees

I) Custoreembolso para o participante natildeo haveraacute nenhum gasto financeiro com a

minha participaccedilatildeo como tambeacutem natildeo receberei nenhum pagamento com a minha

participaccedilatildeo

J) Caso eu sofra algum dano com nexo causal serei ressarcido de acordo com leis

vigentes

k) A pesquisa tem garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos

durante a pesquisa assegurando-me absoluta privacidade no entanto o pesquisador

torna expresso o comprometimento em tornar puacuteblico os resultados da pesquisa

sejam eles favoraacuteveis ou natildeo

DECLARO outrossim que apoacutes convenientemente esclarecido pelo termo de

consentimento e pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado consinto

voluntariamente a minha participaccedilatildeo nesta pesquisa

Maceioacute de de 2008

Assinatura do (a) Responsaacutevel Assinatura do Pesquisador

153

ANEXO 3

Questionaacuterio Noacuterdico de sintomas osteomusculares (QNSO)

154

ANEXO 4

VERSAtildeO BRASILEIRA DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Instruccedilatildeo Estas informaccedilotildees nos manteratildeo informados de como vocecirc se sente

e quatildeo bem vocecirc eacute capaz de fazer suas atividades de vida diaacuteria Responda

cada questatildeo marcando a resposta como indicado Caso vocecirc se sinta

inseguro ou em duvida como responder por favor tente responder da melhor

forma que puder

1 Em geral vocecirc diria que sua sauacutede eacute

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

2Compara da a um ano atraacutes como vocecirc classificaria sua sauacutede em geral

agora

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

3Os seguintes satildeo sobre atividades que vocecirc poderia fazer atualmente

durante um dia comum Devido a sua sauacutede vocecirc teria dificuldade para fazer

essas atividades Neste caso quanto

( circule um numero em cada linha)

Atividades Sim

Dificulta

muito

Sim

Dificulta

um

pouco

Natildeo

Natildeo

dificulta

nenhum

pouco

a Atividades vigorosas que exigem esforccedilo

tais como correr levantar objetos pesados

participar em esportes agraverduos

1 2 3

155

b Atividades moderadas tais como mover uma

mesa passar aspirados de poacute jogar bola

varrer a sala

1 2 3

c levantar o carregar mantimentos 1 2 3

d Subir vaacuterios lances de escada 1 2 3

e Subir um lance de escada 1 2 3

f Curvar-se ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g Andar mais de um quilocircmetro 1 2 3

h Andar vaacuterios quarteirotildees 1 2 3

i Andar um quarteiratildeo 1 2 3

j Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

1 Durante a ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diaacuteria regular como a

consequecircncia de sauacutede fiacutesica

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-se ao

seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras

atividades

1 2

e- teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades

( p ex necessitou de esforccedilo extra)

1 2

5 Durantes as ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diaacuteria como

consequumlecircncia de algum problema emocional ( com sentir-se deprimido ou

ansioso) (circule uma em cada linha)

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-

se ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

156

c- Natildeo trabalhou ou fez qualquer atividade com tanto

cuidado como geralmente faz

1 2

6 Durante as ultimas 4 semanas de que maneira sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais em

relaccedilatildeo agrave famiacutelia vizinhos amigos ou em grupo (circule uma)

De forma

nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7 Quanta dor no corpo vocecirc teve durante as ultimas semanas

Nenhuma Muito Leve Leve Moderada Grave Muito

Grave

1 2 3 4 5 6

8 Durante as ultimas 4 semanas quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)

De maneira

alguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9 Estas questotildees sobre como vocecirc se sente e como tudo tem acontecido com

vocecirc durante as ultimas 4 semanas Para cada questatildeo por favor decirc uma

resposta que mais se aproxime da maneira como vocecirc se sente Em relaccedilatildeo agraves

ultimas 4 semanas (circule um numero em cada linha)

Todo o

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a- Quanto tempo vocecirc

esta se sentindo cheio

1 2 3 4 5 6

157

de vigor cheio de

vontade cheio de

forccedila

b- Quando tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido

deprimido que nada

pode anima-lo

1 2 3 4 5 6

d- Quando tempo vocecirc

tem se sentindo calmo

ou tranquumlilo

1 2 3 4 5 6

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Alguma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

e- Quando tempo vocecirc

tem com muita energia

1 2 3 4 5 6

f- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

desanimado e abatido

1 2 3 4 5 6

g- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

esgotado

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa feliz

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido cansado

1 2 3 4 5 6

158

10 Durante as ultimas 4 semanas quanto do seu tempo a sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiam com suas atividades sociais ( como visitar

amigos parentes etc) (circule uma)

Todo tempo A maior parte

do tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma parte do

tempo

1 2 3 4 5

11 O quanto verdadeiro ou falso eacute cada uma das informaccedilotildees para vocecirc

Definitiva

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Natildeo

sei

A

maioria

das

vezes

falsas

Definitiva

mente

falsa

a- Eu acostumo adoecer um

pouco mais facilmente que as

outras pessoas

1 2 3 4 5

b- Eu sou tatildeo saudaacutevel quanto

qualquer outra pessoa que

conheccedilo

1 2 3 4 5

c- Eu acho que a minha sauacutede

vai piorar

1 2 3 4 5

e- Minha sauacutede eacute excelente 1 2 3 4 5

159

ANEXO 5

O Recurso Educativo

160

161

162

163

164

165

166

167

168

169

170

171

172

173

174

175

176

177

178

179

180

181

182

183

184

185

186

187

188

189

190

191

192

193

194

195

196

197

198

199

ANEXO 6

Formulaacuterios de coleta de dados

1 Identificaccedilatildeo do informante

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

2 Nome do pesquisador

3 Data de preenchimento

2 0 0

3 Gecircnero

1 Feminino

2 Masculino

4 Data de nascimento

1 1 9

5 Niacutevel de escolaridade

1 Analfabeto

2 Niacutevel fundamental

3 Niacutevel Meacutedio

4 Niacutevel Superior

6 Quantos anos trabalha como teacutecnico de enfermagem

200

1 Anos

2 Natildeo sei

7 Sente doresdurante o trabalho

1 Sim

2 Natildeo

8 Setor de Trabalho

1 Pediatria

2 Unidade adulta

3 UTI

4 Central de esterelizaccedilatildeo

5 Pronto atendimento

6 Laboratoacuterio

7 Farmaacutecia

8 Outros

Perguntas Norteadoras da entrevista

O que vocecirc entende por LERDORT natildeo precisa ser o conceito e sim o

que vem na sua cabeccedila

Como prevenir LERDORT no trabalho

Haacute alguma relaccedilatildeo da LERDORT com o trabalho do teacutecnico de

enfermagem

Como vocecirc percebe seu corpo nesse contexto

Quais estrateacutegias vocecirc sugere para amenizar o problema

201

ANEXO 7

Aprovaccedilatildeo do CEP UNCISAL

202

ANEXO 8

Aprovaccedilatildeo do CEP UNIFESP

203

Page 8: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de

VIII

AGRADECIMENTOS

IX

Tempo de congregar razatildeo e sentimento

Eacute hora de agradecer e valorizar aqueles que me acompanharam nesta

imersatildeo pelos trilhos do saber Neste periacuteodo submeti-me a crises socialmente

programadas pelo campo cientiacutefico incorporando novos coacutedigos discutindo

novas questotildees e descobrindo maneiras de resolver os problemas que se

colocavam quer nas disciplinas cursadas quer na pesquisa ou ainda na

elaboraccedilatildeo da tese e nas inuacutemeras idas e vindas entre a Terra da Garoa e

Terra dos Marechais

Ao longo desse percurso contei com o apoio de profissionais jaacute

consagrados na aacuterea acadecircmica o que me estimulou a percorrer o caminho da

Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ao mesmo tempo fiquei na dependecircncia da presenccedila paciente

generosa e constante daqueles que fazem parte da minha vida pessoal

compartilhando anguacutestias ausecircncias e tambeacutem descobertas e assim me

recompondo das tensotildees inerentes agraves etapas do fazer cientiacutefico

Tendo vencido desafios e momentos de provaccedilotildees o que me resta eacute a

sensaccedilatildeo de que o processo criativo vem acompanhado por ambiguidades De

um lado expressa-se um sentimento de prazer ao ver nascer o resultado de

um parcimonioso trabalho de outro insinua-se certa melancolia que se traduz

nos limites agora impressos no texto e dispersos numa sucessatildeo mnemocircnica

de imagens presentes em mim Eacute o sentimento de quem eacute perfeccionista e

considera que a obra natildeo estaacute pronta

Nesse turbilhatildeo simultaneamente emerge ainda um sentimento de

satisfaccedilatildeo atenuam-se ansiedades por ter chegado agrave reta final por ter ousado

e cumprido o que me propus

Concebo desse modo meu estudo com emoccedilatildeo e a infinita gratidatildeo a

todos que de um jeito ou de outro contribuiacuteram para a sua realizaccedilatildeo e eacute com

este sentimento que termino esta tese

Agradeccedilo a Deus que me cobre de becircnccedilatildeos e sempre estaacute ao meu

lado Tenho plena e absoluta certeza disso

X

Agradeccedilo de modo muito especial a todos os teacutecnicos de enfermagem

que se dispuseram e constituiacuteram o material humano deste trabalho

Ao meu orientador Prof Dr Nildo Batista pela disposiccedilatildeo em orientar

este trabalho por sua presenccedila durante todo o processo de elaboraccedilatildeo deste

estudo Minha admiraccedilatildeo respeito e o meu profundo agradecimento ao Mestre

do ofiacutecio que me conduziu neste ritual de passagem com criacutetica minuciosa

indicando caminhos o que muito contribuiu para a realizaccedilatildeo desta tese

Aacute Professora Dra Almira Alves dedicada para ensinar e compreensiva

dos limites dos neoacutefitos com quem troquei muitas ideias a respeito do material

de pesquisa e da vida Meus agradecimentos agrave apaixonada pela academia

sedutora da arte de se Educar em Sauacutede vocecirc me indicou caminhos e

preciosas sugestotildees

Aos companheiros da PROEXUNCISAL sei que vocecircs estatildeo na torcida

Foi importante dividir ansiedades e alegrias

Ao meu filhosobrinho Samuel que vai descobrindo a vida e se

descobrindo Espero que faccedila suas descobertas do seu modo com suas

inquietaccedilotildees e questionamentos do jeito de quem eacute muito jovem Obrigado por

permitir com que eu reflita e revele as minhas experiecircncias Sobretudo que as

troque e as renove constantemente Com vocecirc aprendo a cada dia

Agraves pessoas da minha famiacutelia povo de jeito mineiromatuto gente amiga

e carinhosa que sabe cuidar e fazer florescer sentimentos () o trem mais

valoroso do mundo eacute o amor

Ao amigo e irmatildeo Marcus Aureacutelio por estar sempre disponiacutevel para

atender minhas solicitaccedilotildees eou anguacutestias pessoais e acadecircmicas e por sua

amizade dedicaccedilatildeo e cumplicidade

Aos Professores Doutores membros da banca avaliadora por suas

contribuiccedilotildees preciosas e pertinentes para a consecuccedilatildeo desta tese

Aos amigos George Vannessa e Goretti que deram o start

companheiros de profissatildeo e de trabalho com quem tanto aprendo

Aos Professores e Funcionaacuterios da Universidade Federal de Satildeo Paulo

pela forma carinhosa e profissional como sempre me receberam

XI

SUMAacuteRIO

XII

SUMAacuteRIO

Dedicatoacuteria VII

Agradecimentos VIII

Resumo XIV

Abstract XVII

Abreviaturas XVIII

Lista tabela XX

Lista graacuteficos XXII

Lista de quadros XXIV

1 Introduccedilatildeo 28

11 As origens da Pesquisa 29

12 A contextualizaccedilatildeo do objeto 30

2 Referencial Teoacuterico 34

21 A sauacutede do trabalhador como questatildeo social 35

22 Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no trabalho 37

23 O processo de trabalho como determinante do processo sauacutede-doenccedila em enfermagem 42

231 LERDORT e absenteiacutesmo no trabalho 52

232 LERDORT e as poliacuteticas trabalhistas 55

24 A educaccedilatildeo em sauacutede na LERDORT 56

3 Objetivos 65

31 Objetivo geral 66

32 Objetivos Especiacuteficos 66

4 Metodologia 67

41 Fundamentaccedilatildeo metodoloacutegica 68

42 O contexto da pesquisa 69

43 Populaccedilatildeo de estudo 71

44 Os instrumentos de coleta de dados 73

XIII

441 Primeira Etapa 74

441 1 Observaccedilatildeo etnograacutefica 74

4412 Entrevista de aprofundamento 76

4413 Grupo Focal 77

442 Segunda Etapa 80

4421 Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) 81

4422 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida (SF-36) 83

45 Anaacutelise dos dados 84

46 Aspectos eacuteticos 86

5 Resultados e discussatildeo 88

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do teacutecnico de enfermagem 90

52 Uma proposta de educaccedilatildeo em sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do

teacutecnico de enfermagem

101

53 A qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa 107

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho em teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

113

6 Consideraccedilotildees Finais 119

7 Referecircncias 123

8 Anexos 149

81 Cartaz Convite 150

82Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 151

83 Questionaacuterio Noacuterdico 153

84 Versatildeo Brasileira de Qualidade de Vida SF-36 154

85 O Recurso Educativo 159

86 Formulaacuterio de coleta de dados 199

87 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNCISAL 201

88 Aprovaccedilatildeo Comitecirc de eacutetica e Pesquisa da UNIFESP 202

XIV

RESUMO

XV

A educaccedilatildeo em sauacutede eacute um campo multifacetado para o qual concorrem inuacutemeras concepccedilotildees das aacutereas tanto da educaccedilatildeo quanto da sauacutede as quais espelham diferentes compreensotildees do mundo demarcadas por distintas posiccedilotildees poliacutetico-filosoacuteficas sobre o homem e a sociedade Sua praacutetica na sauacutede ocupacional favorece e potencializa a adaptaccedilatildeo harmocircnica do indiviacuteduo ao meio laboral e potencializa as relaccedilotildees com os outros com o espaccedilo e o tempo elementos indispensaacuteveis para o sucesso no autogerenciamento na prevenccedilatildeo das LERDORTs Esta pesquisa procurou compreender juntamente com um grupo de teacutecnicos de enfermagem que trabalham em Hospital Puacuteblico do Nordeste do Brasil o significado da questatildeo LERDORT sobretudo nos aspectos preventivos e ainda propor e avaliar um recurso educativo na prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das necessidades e da interaccedilatildeo com os sujeitos Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e quantitativas Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo e elaborar um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo de suas praacuteticas nessa etapa foram utilizadas as teacutecnicas da observaccedilatildeo etnograacutefica e grupo focal A segunda etapa da pesquisa correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto que objetivava avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida como a percepccedilatildeo aacutelgica nesta etapa foram utilizados os instrumentos Questionaacuterio Noacuterdico (QNSO) e Questionaacuterio de Qualidade de Vida (SF 36) Participaram 70 teacutecnicos de enfermagem e esses foram divididos aleatoriamente em dois subgrupos os primeiros trinta e cinco sujeitos participantes da primeira etapa e os restantes participaram da segunda etapa Foi possiacutevel compreender que os Teacutecnicos de Enfermagem possuem mesmo que intuitivamente saberes sobre a questatildeo LERDORT e satildeo capazes de contribuir positivamente no construto de recurso Apoacutes a participaccedilatildeo no programa educativo foi possiacutevel observar que o recurso construiacutedo a partir da fala dos participantes eacute capaz de interferir positivamente na qualidade de vida e na percepccedilatildeo da sintomatologia aacutelgica A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas em Sauacutede na ambiecircncia laboral com teacutecnicos de enfermagem sobre este tema mostra-se como uma estrateacutegia a ser valorizada na prevenccedilatildeo das LERDORTs

PALAVRAS-CHAVE Educaccedilatildeo em Sauacutede LERDOERT Enfermagem Prevenccedilatildeo Clima Organizacional

XVI

ABSTRACT

XVII

Health education is a multifaceted field for which many competing conceptions both areas of education and health reflecting different understandings of the world framed by distinct political-philosophical views on man and society Its practice in occupational health promotes and enhances the harmonious adaptation of the individual in the work environment and enhances relationships with others with space and time essential elements for success in self-management in the prevention of RSI This research sought to understand along with a group of practical nurses who work in Public Hospitals of Northeast Brazil the meaning of the issue RSI especially in the preventive aspects and also propose and evaluate an educational resource in the prevention of RSI for these professionals built from the needs and interaction with the participants For this research we opted for a descriptive-analytic methodology assuming the complementarity of qualitative and quantitative approaches This research was composed for two distinct stages The first stage corresponded to the proposed methodological approach that aimed to know the subjects of research and develop an educational program that potentially triggers on the transformation of their practices this step was used the techniques of ethnographic observation and focus groups The second stage of the study corresponded to the proposed methodological approach that aimed to evaluate the changes induced by the educational program developed specifically in relation to different dimensions of quality of life as a painful perception this stage were used tools Nordic Questionnaire (QNSO) and Questionnaire Quality of Life (SF 36)Participated 70 nursing technicians and these were divided randomly into two subgroups the first thirty-five subjects in the first stage and the other participated in the second step It was possible to understand that nursing technicians have although intuitively knowledge on the issue RSI and are able to positively contribute to the construct of resource After participating in the educational program was possible to observe that the action constructed from the speech of the participants is able to positively affect the quality of life and perception of pain symptoms The use of health education in the ambience with nursing technicians working about this theme shows up as a strategy to be valued in the prevention of RSI KEYWORDS Health Education RSI Nursing Prevention Organizational Climate

XVIII

ABREVIATURAS

XIX

AL Alagoas

EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual

CEP Comitecirc de Eacutetica e Pesquisa

CVM Contraccedilatildeo Voluntaacuteria Maacutexima

DORT Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

EPI Equipamento de proteccedilatildeo individual

INSS Instituto Nacional de Seguridade Social

LER Lesotildees por esforccedilos repetitivos de Sauacutede do trabalhador

MOI Modelo Operaacuterio Italiano

NOST Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador

NR32 Norma Regulamentadora 32

OMS Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede

QNSO Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares

R$ Real

RF-36 Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de qualidade de vida

SGA Siacutendrome Geral de adaptaccedilatildeo

SUS Sistema Uacutenico de Sauacutede

TCLE Termo Consentimento livre e esclarecido

UNCISAL Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

UNIFESP Universidade Federal de Satildeo Paulo

URL Localizador Uniforme de Recursos

UTI Unidade de Terapia Intensiva

www Rede Mundial e Computadores (do inglecircs World Wide Web)

XX

TABELAS

XXI

Paacutegina

Tabela 1 72

Tabela 2 92

Tabela 3 113

Tabela 4 115

XXII

GRAacuteFICO

XXIII

Paacutegina

Graacutefico 1 109

XXIV

QUADROS

XXV

Paacutegina

Quadro 1 107

Quadro 2 110

XXVI

A Estrada

Vocecirc natildeo sabe O quanto eu caminhei

Praacute chegar ateacute aqui Percorri milhas e milhas

Antes de dormir Eu nem cochilei

Os mais belos montes Escalei

Nas noites escuras De frio chorei

A vida ensina E o tempo traz o tom

Praacute nascer uma canccedilatildeo Com a feacute do dia-a-dia

Encontro a soluccedilatildeo Quando bate a saudade

Eu vou pro mar Fecho os meus olhos

E sinto vocecirc chegar Vocecirc chegar

Letra Toni Garrido Lazatildeo Da Gama Bino

XXVII

28

INTRODUCcedilAtildeO

29

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 AS ORIGENS DA PESQUISA

O meu interesse pela temaacutetica educaccedilatildeo em sauacutede com ecircnfase na

sauacutede ocupacional iniciou-se no ano de 2001 quando um grupo de

trabalhadores na aacuterea da Sauacutede da Universidade Estadual de Ciecircncias da

Sauacutede de Alagoas (UNCISAL) solicitou-me acompanhamento para a realizaccedilatildeo

de Ginaacutestica Laboral

Para atender tal solicitaccedilatildeo enquanto Fisioterapeuta propus um

programa de Extensatildeo Universitaacuteria que tinha como intento assessorar tais

profissionais na compreensatildeo da gecircnese do adoecimento no ambiente de

trabalho bem como ajudaacute-los em relaccedilatildeo ao enfrentamento e superaccedilatildeo dos

problemas decorrentes dos esforccedilos pertinentes agraves condiccedilotildees de trabalho

Atuei enquanto Coordenador do Programa de Extensatildeo em diversos

setoresalas do Hospital bem como em vaacuterios setores da Universidade Tal

atuaccedilatildeo permitiu o contato direto com trabalhadores e alunos de graduaccedilatildeo

que relatavam interesse sobre a questatildeo os acadecircmicos mais precisamente

dos cursos de Graduaccedilatildeo em Fisioterapia e Terapia Ocupacional tambeacutem

apontavam dificuldades para conduzir adiante os estudos sobre o tema

No ano seguinte com o decorrer das atividades extensionistas

juntamente com o relato dos alunos da graduaccedilatildeo e dos servidores surgiu a

necessidade de aglutinar saberes praacuteticas e pessoas nesse intento fortaleceu-

se a adesatildeo dos acadecircmicos de Fisioterapia da UNCISAL e os mesmos

passaram a participar do programa mais efetivamente com isto o Programa de

Extensatildeo Universitaacuteria passou a funcionar tambeacutem como disciplina eletiva com

carga horaacuteria complementar na graduaccedilatildeo

A posteriori as atividades agora de extensatildeo e graduaccedilatildeo na

modalidade disciplina eletiva demandaram a necessidade de se entender mais

30

sobre o processo de Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede Ocupacional dessa forma

foi proposto e organizado um grupo de estudo sobre a temaacutetica Com essa

etapa o programa conseguia unir de forma prazerosa experiecircncias baseadas

no pressuposto do tripeacute universitaacuterio Extensatildeo Ensino e Pesquisa

Em seguida devido ao andamento dos estudos motivado pelo desejo

sempre ardente de ensinar e o interesse em me aprimorar e qualificar para o

bom exerciacutecio da docecircncia senti-me instigado a procurar um curso Stricto

Sensu que me trouxesse subsiacutedios para o ensino em Ciecircncias da Sauacutede com

uma visatildeo ampliada para aleacutem do ensino tecnicista e isto motivou essa

proposta agora posta

A minha experiecircncia na Universidade Estadual de Ciecircncias da Sauacutede de

Alagoas (UNCISAL) como docente e extensionista mesclado com interesse

sobre o tema Educaccedilatildeo em Sauacutede e Sauacutede Ocupacional motivou os

questionamentos que trago a este trabalho

12 A CONTEXTUALIZACcedilAtildeO DO OBJETO

Este trabalho traz como objeto de pesquisa a Educaccedilatildeo em Sauacutede na

Sauacutede Ocupacional e a investigaccedilatildeo inscreve-se especificamente na Sauacutede

do Trabalhador Teacutecnico em Enfermagem com vistas a discutir o processo de

adoecimento bem como a prevenccedilatildeo por intermeacutedio de programa educativo

em uma equipe que trabalha em Hospital Puacuteblico especializado no cuidado de

portadores de doenccedilas infectocontagiosas

Os questionamentos que idealizaram o estudo remeteram agrave necessidade

de se pensar na construccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo na

prevenccedilatildeo de LERDORT para estes profissionais erigido a partir das

necessidades e da anaacutelise situacional da realidade local dos sujeitos

envolvidos

Apesar da educaccedilatildeo em sauacutede relacionada com a LERDORT ser

amplamente discutida na literatura nacional e internacional o objeto dessa

pesquisa apresenta-se relevante desafiador e inovador pela ausecircncia de

31

investigaccedilotildees nesta populaccedilatildeo de trabalhadores podendo contribuir para o

aprimoramento profissional bem como na melhoria da assistecircncia prestada

Assim a busca de sentidos sobre o entendimento do processo de adoecimento

por parte dos teacutecnicos de enfermagem mostra-se relevante

A importacircncia deste trabalho estaacute tambeacutem em fomentar a reflexatildeo entre

profissionais de Enfermagem Fisioterapia e Recursos Humanos sobre o

processo de surgimento de queixas dolorosas na ambiecircncia laboral

entendendo que refletir sobre a proacutepria praacutetica jaacute eacute um meio de transformaacute-la

de forma a contribuir e atribuir acepccedilotildees que possam servir de ferramentas ao

grupo de estudo oferecendo suporte para a autonomia no autocuidado

A profissatildeo de enfermagem figura dentre as que tecircm maior

predisposiccedilatildeo a ao surgimento das DORTs1 isso ocorre devido agrave exposiccedilatildeo

ocupacional a diversos fatores de riscos existentes na ambiecircncia laboral bem

como agraves particularidades do processo de trabalho agravado muitas vezes pela

precariedade das condiccedilotildees deste Tais fatos fazem com que a lista de agravos

agrave sauacutede desse profissional seja volumosa2 A praacutetica de enfermagem expotildee

seus trabalhadores a fatores de risco e agravos agrave sauacutede presentes no

ambiente no processo e na organizaccedilatildeo de trabalho3

No exerciacutecio de enfermagem os profissionais estatildeo expostos natildeo soacute ao

trabalho fisicamente pesado que as tarefas peculiares da profissatildeo exigem

mas tambeacutem a um grande nuacutemero de eventos circunstacircncias e condiccedilotildees

inerentes a ele tais como transferecircncias e movimentaccedilotildees de pacientes e de

objetos pesados tomada de decisotildees conflitos interpessoais no trabalho entre

outros que requerem accedilotildees ou respostas que mitiguem as agressotildees posto

isso sugere-se que o trabalho de enfermagem favorece ao surgimento de

algias relacionadas ao trabalho principalmente na regiatildeo lombar ombros

coluna cervical e joelhos sendo a regiatildeo lombar a mais acometida2 Os

profissionais de enfermagem de niacutevel superior e meacutedio tecircm uma elevada taxa

de lesotildees dorsais45 e por isso se torna um grupo de interesse na sauacutede

ocupacional no que tange a educaccedilatildeo em sauacutede

Essa tambeacutem eacute uma observaccedilatildeo encontrada na literatura internacional e

estudos afirmam que realmente os profissionais da aacuterea de enfermagem

32

apresentam elevada prevalecircncia67 de dores relacionadas ao trabalho bem

como LERDORTs

Nos Estados Unidos pesquisa6investigou solicitaccedilotildees de indenizaccedilotildees

devido a lesotildees nas costas em 24 ocupaccedilotildees Esta pesquisa revelou que os

profissionais de enfermagem tecircm uma elevada taxa de lesotildees dorsais e que o

profissional de enfermagem de niacutevel meacutedio foi o grupo que ficou classificado

em primeiro lugar entre os 24 pesquisados

A dor lombar eacute um dos maiores problemas de sauacutede puacuteblica e tem

grande prevalecircncia em enfermeiros e auxiliares 8 9

A responsabilidade da equipe de enfermagem pelos cuidados integrais e

o nuacutemero reduzido de profissionais aumentam a carga fiacutesica e emocional num

ambiente em que a convivecircncia com o sofrimento e a finitude eacute constante

Podemos citar ainda como agravantes os deslocamentos as frequentes idas e

vindas para execuccedilatildeo de procedimentos laborais manuseios de materiais

delicados causando dano ao sistema musculoesqueleacutetico longos periacuteodos em

posturas incorretas agravadas pela inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio que geralmente

natildeo corresponde agraves medidas antropomeacutetricas dos trabalhadores a

organizaccedilatildeo do trabalho caracterizado por frequentes interrupccedilotildees para a

busca e procura de material ou de informaccedilotildees a implementaccedilatildeo constante de

novas tecnologias sem o devido treinamento causando ansiedade e

inadaptaccedilotildees acrescidos e agravados por fatores externos como a crescente

problemaacutetica do trajeto do profissional entre a residecircncia e o local de trabalho10

A inoacutepia de estudos traz como decorrecircncia grandes variaccedilotildees na

interpretaccedilatildeo do papel educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos

de enfermagem tal estudo pode amenizar incertezas acerca de instrumentos

auxiliares para prevenir doenccedilas e agravos ocupacionais nessa populaccedilatildeo

Eacute importante identificar e resolver ou minimizar problemas relacionados

aos riscos de estresse existentes na ambiecircncia de trabalho para que o

trabalhador de enfermagem seja protegido dos agravos agrave sua sauacutede enquanto

executa as tarefas pelas quais eacute responsaacutevel e possa prestar ao paciente uma

assistecircncia de qualidade11

33

Dessa forma parece ser oportuno discutir a incorporaccedilatildeo produccedilatildeo de

teorias metodoloacutegicas e modelos cientiacuteficos para a construccedilatildeo e assimilaccedilatildeo de

programas educativos no intuito de prevenir LERDORT Tal abordagem parece

ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem jaacute que esses profissionais tecircm sido afetados por distuacuterbios

musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 801213

Frente a esse panorama essa pesquisa se propotildee a responder as

seguintes questotildees

1 ndash Qual a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agrave

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho antes e apoacutes a aplicaccedilatildeo de

um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

2 ndash Qual a decorrecircncia no cuidado agrave sauacutede ocupacional de um programa

educativo construiacutedo a partir da realidade dos teacutecnicos de enfermagem

3 ndash Qual o niacutevel de qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental antes e apoacutes a

aplicaccedilatildeo de um instrumento de educaccedilatildeo em sauacutede

34

O REFERENCIAL TEOacuteRICO

35

2 REFERENCIAL TEOacuteRICO

O referencial teoacuterico foi organizado de forma a levantar a produccedilatildeo

cientiacutefica sobre o objeto pesquisado organizando-a nos toacutepicos abaixo

- A sauacutede do trabalhador como questatildeo social

- Concepccedilotildees sobre o processo histoacuterico e a relaccedilatildeo sauacutede e doenccedila no

trabalho

- O processo de trabalho como determinante do processo Sauacutede-

Doenccedila em enfermagem

- A Educaccedilatildeo em Sauacutede na LERDORT

21 A SAUacuteDE DO TRABALHADOR COMO QUESTAtildeO SOCIAL

No Brasil as doenccedilas ocupacionais vecircm aumentando e ocupando status

de problema de Sauacutede Coletiva fato que causa detrimentos financeiros para o

Estado e enormes dificuldades sociais

A questatildeo sauacutede do trabalhador vem sendo erigida no Brasil a partir das

duas uacuteltimas deacutecadas do seacuteculo anterior no bojo do processo de

redemocratizaccedilatildeo do Paiacutes O ano de 1986 em funccedilatildeo da VIII Conferecircncia

Nacional de Sauacutede e I Conferecircncia Nacional de Sauacutede do Trabalhador pode

ser considerado um marco de mobilizaccedilatildeo popular pela sauacutede do trabalhador

brasileiro poreacutem somente em 1998 fica definida a Portaria ndeg3908 por meio

da Norma Operacional de Sauacutede do Trabalhador (NOST) que instituiu os

procedimentos que servem como instrumentos de orientaccedilatildeo para as accedilotildees e

serviccedilos de sauacutede do trabalhador no Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)13

36

Esta nova abordagem no campo da Sauacutede do Trabalhador diferencia o

modelo hegemocircnico da Medicina do Trabalho e da Sauacutede Ocupacional A

Medicina do Trabalho agora ultrapassada apresentava-se como centralidade

a figura do meacutedico sendo seu conhecimento baseado na teoria da

unicausalidade isto eacute um agente etioloacutegico para cada doenccedila Tal fato revela

que na esfera do trabalho a preocupaccedilatildeo com a sauacutede do trabalhador

baseava-se no isolamento de riscos especiacuteficos e na intervenccedilatildeo focalizada

nas consequecircncias

A Sauacutede Ocupacional surge como uma proposta mais inovadora e

aberta e se apresenta a parir de um caraacuteter Interprofissional e relaciona o

ambiente de trabalho e o corpo do trabalhador Consubstancia-se na Teoria da

Multicausalidade onde um conjunto de fatores de risco ambientais e bioloacutegicos

eacute considerado na questatildeo sauacutede

Desta forma a Sauacutede Ocupacional no Brasil passa a ser compreendida

numa perspectiva coletiva e multifatorial levando em consideraccedilatildeo o saber do

trabalhador como pode ser observado no texto abaixo

[] O conjunto de conhecimentos oriundos de diversas

disciplinas como medicina social sauacutede puacuteblica sauacutede

coletiva cliacutenica meacutedica medicina do trabalho sociologia

epidemiologia social engenharia psicologia entre outras

tantas ndash que aliado ao saber do trabalhador sobre as

condiccedilotildees e a organizaccedilatildeo do trabalho estabelece uma

nova forma diferenciada de atenccedilatildeo agrave sauacutede dos

trabalhadores e de intervenccedilatildeo nos ambientes de trabalho

(NARDI 2004 p 49)14

Nessa loacutegica a construccedilatildeo desse campo de estudo e intervenccedilatildeo entre

trabalho e sauacutede articula-se com diferentes saberes e novos atores sociais e

inclui as questotildees de Sauacutede Puacuteblica

Como modelo a sauacutede ocupacional orienta accedilotildees de atenccedilatildeo agrave sauacutede

do trabalhador que privilegiam iniciativas de promoccedilatildeo cura prevenccedilatildeo

37

reabilitaccedilatildeo e vigilacircncia em sauacutede Trata-se portanto de um processo que

apresenta como intento a mudanccedila do complexo quadro da sauacutede

populacional Para tal exige compromissos que requerem um agir que busca

melhor condiccedilatildeo de vida e de trabalho aleacutem de um maior compromisso do

Estado na implementaccedilatildeo da poliacutetica de sauacutede dos trabalhadores

Lacaz15 tambeacutem confirma essa nova perspectiva conceitual e de

mudanccedilas poliacuteticas e ideoloacutegicas no campo sauacutede do trabalhador

[] o campo da Sauacutede do Trabalhador seria uma nova

abordagem e um novo enfoque do ponto de vista

conceitual emanado do setor sauacutede (coletiva) a propoacutesito

do estudo e da intervenccedilatildeo transformaccedilatildeo das relaccedilotildees de

trabalho e sauacutede-doenccedila na medida em que procura

estabelecer outra articulaccedilatildeo com os grupos sociais numa

sociedade que passa por mudanccedilas importantes do ponto

de vista poliacutetico e social tendo como pano de fundo a

realidade brasileira do final dos anos 70 e iniacutecio dos 80

(LACAZ 1996 p51-2)

De um modo geral percebe-se que as abordagens compreensivas em

sauacutede requerem uma accedilatildeo interventiva interativa e transformadora Nesse

sentido acredita-se que devem ocorrer movimentos de diferentes atores

sociais entrando em cena consciecircncias e vontades individuais e coletivas

justificando-se a necessidade de se construir conjuntamente com os

trabalhadores locais propostas de programas preventivos para as doenccedilas

ocupacionais Tal visatildeo se coaduna com a proposta de se trabalhar com

Educaccedilatildeo em Sauacutede

22 CONCEPCcedilOtildeES SOBRE O PROCESSO HISTOacuteRICO E A

RELACcedilAtildeO SAUacuteDE E DOENCcedilA NO TRABALHO

38

O trabalho eacute tatildeo antigo como o primeiro ser humano mas as relaccedilotildees

entre as atividades laborativas e o processo de adoecimento permaneceu

praticamente ignoradas por 250 anos16 Desde os primoacuterdios da era cristatilde a

bibliografia refere fatores nocivos ao trabalho pode-se citar por exemplo a

obra conhecida de Hipoacutecrates de Coacutes intitulada ldquoAr Aacutegua e Lugaresrdquo na qual

discorre sobre o saturnismo e tambeacutem a obra de Pliacutenio o velho (23 dC) que

descreve o aspecto dos trabalhadores de minas de mercuacuterio e chumbo e

aconselha o uso de equipamentos de proteccedilatildeo individual do tipo maacutescaras

faciais16

No seacuteculo XVI algumas observaccedilotildees esparsas surgiram evidenciando a

possibilidade de o trabalho estar relacionado ao processo de adoecimento

Georg Bauer publicou em 1556 a obra intitulada ldquoDe Remetallicardquo nessa

obra o autor discorre sobre diversos problemas relacionados agrave extraccedilatildeo de

minerais e a fundiccedilatildeo de prata e de ouro17 e os correlacionam com o processo

de adoecimento entre trabalhadores

Nesse mesmo texto eacute apresentado ainda um capiacutetulo particular que

versa sobre os acidentes do trabalho e as doenccedilas mais comuns entre

trabalhadores de minas provocadas por poeiras o autor faz alusatildeo agrave chamada

asma dos mineiros Pela descriccedilatildeo dos sintomas e pela raacutepida evoluccedilatildeo da

doenccedila sugere agrave luz dos novos conhecimentos casos de

silicosepneumoconiose causada pela siacutelica livre18

Apesar de sua importacircncia estes trabalhos permaneceram praticamente

ignorados por mais de um seacuteculo Em 1700 foi publicado na Itaacutelia o livro ldquoDe

Morbis Artificum Diatribardquo (As Doenccedilas do Trabalho) do meacutedico Bernardini

Ramazzini (1633-1714) que descreve uma seacuterie de doenccedilas relacionadas

acerca de 50 profissotildees diversas Por este motivo o autor foi cognominado o

patriarca da medicina do trabalho Foi o primeiro a estudar com afinco as

doenccedilas relacionadas ao trabalho e descreveu os riscos especiacuteficos para cada

uma delas Destacou os danos causados agrave sauacutede do trabalhador pela falta de

ventilaccedilatildeo e pelo desconforto teacutermico Reconheceu a importacircncia das pausas

durante a jornada de trabalho a relevacircncia bioloacutegica dos exerciacutecios laborais e

da boa postura na prevenccedilatildeo da fadiga muscular Ramazzini acrescenta agrave

39

anamnese hipocraacutetica da eacutepoca uma nova pergunta ldquoQual eacute a sua

ocupaccedilatildeordquo1619

Um pouco mais tardiamente a Revoluccedilatildeo Industrial exerce grande papel

sobre a questatildeo do trabalho eacute apoacutes esse movimento ocorrido paralelamente

na Inglaterra entre 1760 e 1830 que foi criada a comissatildeo de inqueacuterito para

avaliar as condiccedilotildees de trabalho nas faacutebricas onde foi elaborada lei que

regulava a jornada de trabalho que era em torno de 16 horas diaacuterias19

A Revoluccedilatildeo Industrial impocircs aos trabalhadores precaacuterias condiccedilotildees

laborais jornadas de trabalho extenuantes exposiccedilatildeo a acidentes de trabalho

submissatildeo ao trabalho insalubre e perigoso19 Neste contexto a preocupaccedilatildeo

com a sauacutede do trabalhador surgiu como meio de possibilitar a recuperaccedilatildeo do

mesmo e favorecer o retorno mais ceacutelere possiacutevel para a ambiecircncia laboral

isso eacute importante pois com a Reforma Industrial vive-se numa perspectiva de

desenvolvimento social e em virtude da inquietaccedilatildeo com esse

desenvolvimento a preocupaccedilatildeo com a sauacutede laboral foi focada na visatildeo

biologicista e individual e buscava a causa das doenccedilas e acidentes de

trabalho com uma abordagem unicausal e imediatista18 19 e centrada

exclusivamente no homem

Como decorrecircncia de um processo acelerado e desumano de produccedilatildeo

aumentou o nuacutemero de acidentes e adoecimento entre trabalhadores e por

este motivo surge a figura do profissional meacutedico dentro da faacutebrica em

princiacutepio da induacutestria tecircxtil Foi exatamente aiacute na primeira metade do seacuteculo

XIX que surgiu a Medicina do Trabalho centrada na figura do meacutedico O

serviccedilo de sauacutede na induacutestria era dirigido por pessoas da confianccedila do

empresaacuterio que atuava muito mais como fiscalizador do que profissional da

sauacutede e rapidamente este modelo foi expandido para os paiacuteses

industrializados18

As questotildees concernentes agrave sauacutede e trabalho se apresentaram como

uma questatildeo de inquietaccedilatildeo puacuteblica desde o seu nascedouro em meados do

seacuteculo XIX quando o adoecimento referente ao modo de produccedilatildeo comeccedila

surgir Esse fato ocorre diversamente no Brasil onde o processo de

industrializaccedilatildeo ocorreu somente um seacuteculo posteriormente20

40

Nos paiacuteses industrializados o Estado passou a assumir as funccedilotildees de

regulamentaccedilatildeo e intervenccedilatildeo nos temas relativos agrave promoccedilatildeo e prevenccedilatildeo da

sauacutede e seguranccedila dos trabalhadores com o intento de eliminar os obstaacuteculos

ao desenvolvimento econocircmico O Estado entatildeo passou a promover uma vasta

gama de accedilotildees que se destinavam garantir as condiccedilotildees para o

desenvolvimento do novo sistema de produccedilatildeo agora vigente21

Em relaccedilatildeo agrave organizaccedilatildeo do trabalho a medicina ocupacional teria

pouco a contribuir com a sauacutede do trabalhador na medida em que sua atenccedilatildeo

era voltada exclusivamente para o indiviacuteduo privilegiando diagnoacutestico e

tratamento dentro de uma visatildeo na qual o espaccedilo para a subjetividade e a

percepccedilatildeo do trabalhador era restrito Desvela-se entatildeo a impotecircncia da sauacutede

do trabalhador para intervir sobre os problemas de sauacutede causados pelo

processo de produccedilatildeo19 20 21

A Sauacutede Ocupacional comeccedila a se delinear a partir do contexto

econocircmico e poliacutetico da II Guerra e do Poacutes-Guerra onde o custo provocado

pela perda de vidas abruptamente por acidentes de trabalho ou por doenccedilas do

trabalho comeccedilam a ser sentido tanto por empregadores como pelas

companhias de seguro devido agraves pesadas indenizaccedilotildees Nesta abordagem

desloca-se a intervenccedilatildeo que antes era centrada no indiviacuteduo para a questatildeo

dos riscos existentes na ambiecircncia laboral Desta forma a Sauacutede Ocupacional

vale-se do enfoque da higiene Industrial e busca atraveacutes da atuaccedilatildeo

multiprofissional intervir nos locais de trabalho com a finalidade de controlar

os riscos ambientais19

No Brasil a adoccedilatildeo e o desenvolvimento da Sauacutede Ocupacional deram-

se mais tardiamente e ainda atualmente o modelo de Sauacutede Ocupacional

parece natildeo ter alcanccedilado seus reais objetivos pois ainda o modelo se manteacutem

curativista de forma pouco ampla e restrita agraves accedilotildees pontuais sobre os riscos

laborais locais171819

Na deacutecada de 80 uma forma diferente de analisar as questotildees

referentes a relaccedilatildeo trabalhosauacutededoenccedila comeccedila a surgir com alguns

autores Latino americanos22 que conceituam o trabalho a partir da concepccedilatildeo

de seu processo de trabalho que se inscreveria nas relaccedilotildees sociais de

produccedilatildeo Assim aleacutem das consequecircncias mais visiacuteveis do trabalho sobre a

41

sauacutede ou seja agentes nocivos de natureza quiacutemica fiacutesica entre outros

procura tambeacutem entender a nocividade do trabalho com suas implicaccedilotildees a

niacutevel biopsiacutequico e social

Concordando com o texto acima Lacaz15 afirma que comeccedilam a surgir

na Ameacuterica Latina ideias ampliadas em relaccedilatildeo agrave Sauacutede Ocupacional

A Medicina Social Latino americana propotildee entatildeo uma

visatildeo do conceito de trabalho que incorpora a ideia de

processo de trabalho na qual o foco natildeo se restringe agrave sua

composiccedilatildeo ambiental constituiacuteda dos vaacuterios

fatoresagentes de risco e externo ao trabalhador mas

como uma categoria explicativa que se inscreveria nas

relaccedilotildees sociais de produccedilatildeo existentes entre o capital e o

trabalho (LACAZ 1996 p23)15

Neste contexto uma questatildeo nova comeccedila a ser apresentada a

emergecircncia da Sauacutede ocupacional com foco no processo de trabalho a partir

da discussatildeo preventivista e de educaccedilatildeo em sauacutede para o autocuidado com

sauacutede em relaccedilatildeo ao trabalho

A Sauacutede do Trabalhador passa a apresentar sobretudo a partir dos anos

80 na regiatildeo Latino-Americana como premissa baacutesica o enfoque na relaccedilatildeo

sauacutedetrabalho compreendendo o processo de adoecimento dos

trabalhadores atraveacutes do estudo dos processos de trabalho Articula as

questotildees soacutecio-poliacuteticas e econocircmicas de forma a se estabelecer o nexo

biopsiacutequico das coletividades nas sociedades22

Esta aacuterea de estudo e praacuteticas buscou na experiecircncia sindical italiana

uma referecircncia teoacuterico-metodoloacutegica que contribuiu para o reconhecimento do

saber do trabalhador no controle dos agravos e riscos existentes nos

ambientes de trabalho23

Os trabalhadores italianos no final da deacutecada de 70 estabeleceram

alianccedilas com os profissionais de sauacutede comprometidos com a efetividade de

42

um meacutetodo direcionado para o conhecimento da relaccedilatildeo entre processo de

trabalho e sauacutede resultando na construccedilatildeo do Modelo Operaacuterio Italiano (MOI)

que pressupotildee a valorizaccedilatildeo do saber e das experiecircncias do trabalhador a natildeo

delegaccedilatildeo do planejamento e do controle de sua sauacutede aos teacutecnicos a

socializaccedilatildeo e a apropriaccedilatildeo muacutetua do conhecimento na perspectiva da

construccedilatildeo de um saber coletivo23

Neste sentido a questatildeo sauacutede-trabalho passa a ser discutida como

questatildeo social aliada a participaccedilatildeo igualitaacuteria que se fortalece a partir do final

da deacutecada de 80 onde se comeccedila timidamente a discutir questotildees

trabalhistas com destaque agrave proteccedilatildeo agrave sauacutede O texto abaixo corrobora com o

referido

A teoria da determinaccedilatildeo social do processo

sauacutededoenccedila cuja centralidade colocada no trabalho-

enquanto organizador da vida soacutecia l- contribui para

aumentar os questionamentos agrave medicina do trabalho e a

sauacutede ocupacional (MENDES ET col 1991 p 346)24

Associada a estas questotildees pesquisa24 aponta tambeacutem que as

mudanccedilas ocorridas com a utilizaccedilatildeo das novas tecnologias atraveacutes da

automaccedilatildeo e informatizaccedilatildeo nos processos de trabalho que aparentemente

representam melhoria das condiccedilotildees de trabalho na verdade introduziram

novos riscos agrave sauacutede Estes acabaram gerando doenccedilas de difiacutecil

medicalizaccedilatildeo tais como as LERDORTs1 entidades nosoloacutegicas

intrinsecamente relacionadas agrave organizaccedilatildeo do trabalho

1Terminologia utilizada para designar uma doenccedila relacionada ao trabalho que se manifesta atraveacutes de diversas siacutendromes pouco conhecida ateacute os anos 1970 eacutepoca em que teve um faacutetuo crescimento entre os trabalhadores em todo mundo inclusive no Brasil No ano de 1977 por meio da Norma de Avaliaccedilatildeo da Incapacidade do Instituto Nacional da Seguridade Social o termo LER foi substituiacutedo por DORT poreacutem a polecircmica ainda existe na literatura (Morofuse 2000)

43

Todo esse processo de mudanccedilas ocorrida no mundo do trabalho

desencadeou aspectos relevantes na relaccedilatildeo trabalho e sauacutede e contribuiu

efetivamente para o surgimento do campo da Sauacutede do Trabalhador

23 O PROCESSO DE TRABALHO COMO DETERMINANTE DO

PROCESSO SAUacuteDE-DOENCcedilA EM ENFERMAGEM

A sauacutede e a doenccedila do trabalhador satildeo determinadas pelos processos

de trabalho que envolve complexas relaccedilotildees econocircmicas sociais e

tecnoloacutegicas que determinam a exposiccedilatildeo a fatores de risco25

O processo de trabalho eacute a relaccedilatildeo entre o homem e a natureza atraveacutes

do qual o homem utiliza sua energia muscular para transformar manter ou

produzir bens necessaacuterios agrave sua sobrevivecircncia26

A relaccedilatildeo que o homem estabelece com a natureza a forma como dela

se apropria e a transforma resulta tambeacutem no processo sauacutede-doenccedila O

homem ao transformaacute-la tambeacutem se modifica desenvolvendo suas

potencialidades e ampliando seu universo social

Para compreender o processo de trabalho eacute preciso conhecer os

elementos que o compotildeem ou seja o objeto de trabalho os instrumentos e o

proacuteprio trabalho e ainda identificar a relaccedilatildeo entre estes elementos25

Eacute preciso analisar para aleacutem das caracteriacutesticas fiacutesicas quiacutemicas e

mecacircnicas para se alcanccedilar um entendimento mais ampliado dos fatores

relacionados ao processo de trabalho que repercutem na sauacutede ou no corpo

dos trabalhadores22 De um modo geral satildeo propostas duas categorias de

anaacutelise para a compreensatildeo da sauacutede ocupacional cargas de trabalho e

desgaste

As cargas de trabalho satildeo elementos do processo de trabalho que

interatuam dinamicamente entre si e com a corporeidade humana ou seja com

o corpo do trabalhador gerando processos de adaptaccedilatildeo que se traduzem em

desgaste

44

As cargas podem ser divididas em dois grupos aquelas que tecircm

materialidade externa ao corpo do trabalhador como as cargas fiacutesicas

quiacutemicas bioloacutegicas e mecacircnicas e as que soacute adquirem materialidade no

corpo humano ou seja as cargas fisioloacutegicas biomecacircnicas e emocionais A

intensidade das cargas depende do modo de produccedilatildeo da organizaccedilatildeo da

divisatildeo do trabalho e de fatores individuais2728

Para compreender os impactos sobre a sauacutededoenccedila dos

trabalhadores eacute necessaacuterio entender como as cargas interatuam entre si

acarretando adoecimentos diversos decorrentes do trabalho Considera-se que

haacute desgaste na realizaccedilatildeo da atividade laborativa quando ocorrem processos

de adaptaccedilatildeo destruidores da integridade corporal denominados como

excesso de cargas de trabalho2930

O modo de trabalho no setor de sauacutede apresenta algumas

especificidades que se distinguem do trabalho de outros setores da economia

jaacute que o seu produto final eacute um serviccedilo resultante da accedilatildeo compartilhada de

vaacuterios profissionais e centra-se nas relaccedilotildees interpessoais entre beneficiaacuterios e

executores Reuacutene um conjunto de atividades programadas e normatizadas

que se realizam sob a base da cooperaccedilatildeo em um cenaacuterio dinacircmico e instaacutevel

e promove transformaccedilotildees nesse cenaacuterio27

Na enfermagem o objeto de trabalho a ser transformado eacute o corpo

humano individual ou coletivo em suas mais diversificadas demandas no

processo sauacutede-doenccedila31 O trabalho em si inclui as formas de organizaccedilatildeo

divisatildeo e relaccedilatildeo de trabalho que garantem a forccedila laborativa obtida pelos

agentes a saber enfermeiros teacutecnicos de enfermagem e auxiliares de

enfermagem O processo sauacutede-doenccedila eacute gerado em dois momentos o

momento produtivo e o momento de consumo O primeiro refere-se ao

processo de trabalho que gera por um lado tensatildeo mas por outro satisfaccedilatildeo

O segundo refere-se agrave vida social cultural e aos valores do indiviacuteduo32

Os processos de desgaste do trabalhador de enfermagem satildeo oriundos

da diversidade intensidade e simultaneidade de exposiccedilatildeo agraves cargas

inerentes ao processo de trabalho cabe agrave equipe de enfermagem o

acompanhamento aos pacientes em tempo integral levando a uma maior

45

exposiccedilatildeo aos riscos Esses processos satildeo explicitados pelos danos

biopsiacutequicos em suas diferentes formas de expressatildeo33

Haacute que se destacar que o processo de trabalho tem estreita relaccedilatildeo com

a sauacutede e quando haacute desarmonia nessa relaccedilatildeo pode ocorrer desgastedoenccedila

por parte dos operaacuterios ressaltando-se que as doenccedilas causadas pelo trabalho

podem ser somaacuteticas psicossomaacuteticas e psiacutequicas Estas doenccedilas satildeo

originaacuterias das diversas cargas de trabalho as quais os trabalhadores ficam

expostos sejam elas de natureza fiacutesica quiacutemica por tensatildeo nervosa ritmo do

trabalho ou por repetitividade das tarefas

No que tange ao processo de trabalho no setor de serviccedilos

especialmente no setor sauacutede a Norma Regulamentadora 32 (NR 32) vem

complementar a proteccedilatildeo a sauacutede do trabalhador em relaccedilatildeo aos riscos

bioloacutegicos tatildeo comuns no cotidiano do trabalho de enfermagem poreacutem natildeo eacute

objeto do presente estudo

Os principais agravos relacionados ao trabalho que acometem

profissionais de enfermagem satildeo queixas relacionadas a LERDORT e o

estresse manifestaccedilotildees que levam ao absenteiacutesmo34

As LERDORTs por definiccedilatildeo satildeo fenocircmenos nosoloacutegicos relacionados

ao trabalho caracterizados pela ocorrecircncia de vaacuterios sintomas concomitantes

ou natildeo tais como dor parestesia sensaccedilatildeo de peso fadiga Podem ter

manifestaccedilatildeo insidiosa geralmente nos membros superiores membros

inferiores regiatildeo da coluna vertebral lombar toraacutecica e cervical que

frequentemente satildeo causas de incapacidades laborais temporaacuterias ou

permanentes As LERDORTs resultam da super utilizaccedilatildeo das estruturas

anatocircmicas do sistema musculoesqueleacutetico sem o devido tempo para a sua

recuperaccedilatildeo27 Acredita-se que estejam ligadas a atividades repetitivas

manutenccedilatildeo de posturas estaacuteticas durante o trabalho e aspectos psiacutequico-

sociais

A primeira doenccedila descrita na literatura associada agraves atividades

repetitivas foi a tenossinovite caracterizando-se pela restriccedilatildeo ao livre

movimento de um tendatildeo devido a uma inflamaccedilatildeo deste ou de sua bainha Em

1891 Fritz De Quervain descreveu a doenccedila como entorse das lavadeiras

46

devido ao fato de ter encontrado mulheres que lavavam roupa que

apresentavam tendinite dos tendotildees e muacutesculo adutor longo e extensor curto

do polegar 35

Em marccedilo de 1993 o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS)

elaborou a Norma Teacutecnica que dispotildee sobre procedimentos de avaliaccedilatildeo da

incapacidade de trabalhadores afastados do trabalho para orientaccedilatildeo a

meacutedicos e peritos Posteriormente ocorreu uma revisatildeo no texto e em 19 de

agosto de 1998 foi publicada no Diaacuterio Oficial da Uniatildeo a Nova Norma Teacutecnica

de Avaliaccedilatildeo de Incapacidade para fins de Benefiacutecios Previdenciaacuterios

substituindo o termo LER por DORT A Norma Teacutecnica incluiu novos

diagnoacutesticos como a siacutendrome miofascial e as fibromialgias poreacutem apresenta

dificuldades para o diagnoacutestico precoce dificultando a caracterizaccedilatildeo do nexo

causal36 37

A LER eacute o vocaacutebulo utilizado no Brasil para definir uma siacutendrome

caracterizada pelo desconforto incapacidade ou dor persistente em

articulaccedilotildees muacutesculos tendotildees e outros tecidos moles com ou sem

manifestaccedilotildees fiacutesicas ou cliacutenicas entretanto essa terminologia natildeo eacute bem

acolhida de maneira geral e foi alterada para Distuacuterbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho38

Em 2003 o INSS em sua Instruccedilatildeo Normativa 9836 instituiu a adoccedilatildeo

oficial do termo LERDORT devido agrave consagraccedilatildeo do antigo termo o qual

usaremos neste trabalho

As LERDORTs tecircm relaccedilatildeo direta com as exigecircncias de tarefas

laborais ambiecircncia fiacutesica e com a organizaccedilatildeo do trabalho e eacute uma doenccedila

ocupacional que vem crescendo de forma ameaccediladora provocando mutilaccedilotildees

e sequelas reversiacuteveis eou irreversiacuteveis nos trabalhadores aleacutem de

desencadear nas empresas aumento do absenteiacutesmo e dos custos reduccedilatildeo

do lucro da produtividade e da qualidade nos serviccedilos prestados e aumento do

niacutevel de estresse39

Apresentam-se com sinais e sintomas de origem ocupacional

caracterizadas por inflamaccedilotildees dos muacutesculos tendotildees faacutescias e nervos

principalmente mas natildeo exclusivamente nos membros superiores regiatildeo

47

escapular e pescoccedilo merecem destaque natildeo soacute pelo aumento de sua

incidecircncia mas por existirem evidecircncias de sua associaccedilatildeo com o ritmo de

trabalho Essas doenccedilas em geral possuem uma maacute evoluccedilatildeo ocasionando

dor edema e perda de forccedila sendo responsaacuteveis por uma fatia significativa

das causas da queda do desempenho no trabalho e produtividade 40 41

Abrangem quadros cliacutenicos amplos caracterizados pela ocorrecircncia de

agravos neuro-ortopeacutedicos definidos como tenossinovites sinovites

compressotildees de nervos perifeacutericos que podem ser identificadas ou natildeo sendo

comum agrave ocorrecircncia de vaacuterios sinais e sintomas concomitantes e agraves vezes

inespeciacuteficos 42

As condiccedilotildees laborais que podem induzir o surgimento das LERDORTs

satildeo aquelas que incluem movimentos repetitivos aplicaccedilatildeo de forccedila

levantamento e transporte de cargas posturas inadequadas e estresse

relacionado agraves condiccedilotildees psicosociais do local onde o trabalho acontece 36 40

Para a ocorrecircncia das LERDORTs natildeo existe causa uacutenica e

determinada pois satildeo vaacuterios os fatores existentes no trabalho que podem estar

relacionados agrave sua gecircnese como por exemplo a repetitividade de movimentos

manutenccedilatildeo de posturas inadequadas por tempo prolongado esforccedilo fiacutesico

invariabilidade de tarefas pressatildeo mecacircnica sobre determinadas partes do

corpo mais precisamente nos membros superiores trabalho estaacutetico frio

fatores organizacionais e psicossociais36

Neste sentido estas doenccedilas podem manifestar-se com diferentes

quadros cliacutenicos e distintos sinais e sintomas Algumas manifestaccedilotildees mais

comuns satildeo as tenossinovite tendinite epicondilite bursite siacutendrome do tuacutenel

do carpo Existem outras manifestaccedilotildees de LERDORT cujo fator

desencadeante eacute o estresse emocional que pode ser causado pelo trabalho ou

mesmo pelo afastamento do trabalho como a Siacutendrome aacutelgica miofascial que eacute

decorrente de uma praacutetica de atividades extenuantes ou como subproduto de

tensatildeo psicoloacutegica anguacutestia ou ansiedade39

A dor eacute um sintoma bastante relatado e se exacerba com o estresse

emocional39 e pode ser localizada irradiada ou generalizada acompanhada ou

natildeo de sensaccedilatildeo de desconforto fadiga sensaccedilatildeo de peso parestesia

48

sensaccedilatildeo de diminuiccedilatildeo de forccedila edema enrijecimento articular choque falta

de firmeza nas matildeos sudorese excessiva e alodiacutenea As queixas geralmente

se apresentam em diferentes graus de severidade podendo ser caracterizadas

em relaccedilatildeo ao tempo de duraccedilatildeo localizaccedilatildeo intensidade entre outros

aspectos39

Inicialmente os sintomas se apresentam de forma insidiosa nos

momentos de picos de produccedilatildeo ou ao final da jornada de trabalho com o

decorrer do tempo se tornam mais frequentes inclusive no iniacutecio da jornada de

trabalho e em atividades extra laborativas do trabalhador Neste momento as

pessoas procuram assistecircncia em sauacutede devido agraves implicaccedilotildees no

desempenho de suas capacidades funcionais Eacute constante nestes casos o

tratamento baseado em anti-inflamatoacuterios e sessotildees de fisioterapia que podem

mascarar a gecircnese ergonocircmica do problema se natildeo forem detectados e

sanados sem debelar os fatores desencadeantes ocorreraacute a progressatildeo do

quadro cliacutenico com crises de dor intensa geralmente desencadeadas por

movimentos bruscos pequenos esforccedilos fiacutesicos alternacircncia de temperatura

insatisfaccedilatildeo e tensatildeo39 De um modo geral natildeo haacute uma preocupaccedilatildeo com o

banimento do fator desencadeante do estado moacuterbido

Faz-se necessaacuteria uma abordagem mais aprofundada com equipe

multidisciplinar e como em qualquer caso cliacutenico outros sintomas ou doenccedilas

devem ser investigados tendo em vista a possibilidade de terem influecircncia na

determinaccedilatildeo ou agravamento do caso Traumas diabetes mellitus artrite

reumatoide gravidez podem causar ou agravar sintomas do sistema

musculoesqueleacutetico e do sistema nervoso perifeacuterico18

Na anamnese ocupacional aleacutem de ser elaborada a histoacuteria cliacutenica eacute

imprescindiacutevel saber onde e como o trabalhador desenvolve seu trabalho

rotina de atividades duraccedilatildeo e jornada de trabalho existecircncia de pausa

execuccedilatildeo e frequecircncia de movimentos repetitivos sobrecarga estaacutetica forma

de pressatildeo das chefias mudanccedilas no ritmo insatisfaccedilatildeo ruiacutedo excessivo

mobiliaacuterio desconforto teacutermico enfim vaacuterios fatores predisponentes para o

surgimento das LERDORTs18

Natildeo existem evidecircncias na literatura acerca da relevacircncia das tarefas

domeacutesticas como uso de computador em casa ato de dirigir tricotar

49

carregamento de sacolas entre outras como desencadeantes de quadros de

LERDORT poreacutem existem estudos que associam a ocorrecircncia de doenccedilas

musculoesqueleacuteticas com a exposiccedilatildeo de fatores de risco no trabalho43

A insatisfaccedilatildeo com o trabalho a carga social da eacutepoca atual a tensatildeo

emocional e o estresse contribuem privilegiando para o surgimento da e ou

agravamento da LERDORT43

Atualmente o termo estresse tem sido amplamente utilizado natildeo

apenas em pesquisas cientiacuteficas mas tambeacutem pelos diferentes meios de

comunicaccedilatildeo e tem ocupado lugar de destaque pela sua importacircncia na vida

das pessoas principalmente quando estaacute associado a algum desconforto de

ordem fiacutesica eou emocional

A palavra estresse vem do inglecircs stress Na aacuterea da sauacutede passou a ser

utilizado no iniacutecio do seacuteculo XX sendo o primeiro pesquisador em estresse o

meacutedico austriacuteaco Hans Selye considerado o liacuteder nesta linha de pesquisa nas

deacutecadas de 20 e 30 Em sua primeira publicaccedilatildeo empregou a palavra estresse

como forma de caracterizar as reaccedilotildees do corpo sugerindo a designaccedilatildeo de

reaccedilatildeo de alarme agraves respostas iniciais do organismo frente a pressotildees

psicoloacutegicas 44

Em 1956 publicou o livro intitulado The stress of life onde explicava o

mecanismo bioquiacutemico do estresse44 Considerado o primeiro pesquisador que

demonstrou as etapas do estresse bioloacutegico Selye exprime um significado para

o estresse como esforccedilo de adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentar situaccedilotildees

que considera ameaccediladora a sua vida e ao seu equiliacutebrio Descreveu a

Siacutendrome Geral de Adaptaccedilatildeo (SGA) ou do estresse bioloacutegico como um

conjunto de sintomas que o indiviacuteduo apresenta quando eacute submetido a

situaccedilotildees que exijam uma importante adaptaccedilatildeo do organismo para enfrentaacute-

las podendo ocorrer atraveacutes de estiacutemulos internos ou psicoemocionais e

estiacutemulos externos ou do meio socioeconocircmico inclusive o trabalho O

estresse eacute um processo de adaptaccedilatildeo normal do indiviacuteduo entretanto quando

a resposta eacute patoloacutegica registra-se uma disfunccedilatildeo que leva aos distuacuterbios

transitoacuterios ou doenccedilas graves ou ainda ao agravamento daquelas jaacute

existentes 44 45

50

Estudos demonstram que o estresse possui trecircs fases uma inicial que eacute

a chamada de reaccedilatildeo de alarme a segunda da resistecircncia e a terceira da

exaustatildeo Todas as fases satildeo comandadas pelo sistema nervoso autocircnomo

via sistema liacutembico e pelo sistema nervoso central via hipotaacutelamo46 47

A fase de alarme corresponde agrave resposta inicial do organismo ante um

agente estressor e ocorre quando o organismo se prepara para as reaccedilotildees de

luta ou fuga ou seja no momento em que o estressor eacute percebido pela pessoa

Nesta fase tanto pode ocorrer a eliminaccedilatildeo do estressor quanto a adaptaccedilatildeo

do organismo a ele A reaccedilatildeo de alarme representa para o indiviacuteduo um

desgaste e consequentemente uma alteraccedilatildeo da capacidade de manter

constacircncia no bem-estar e equiliacutebrio do organismo Os principais sintomas que

caracterizam a reaccedilatildeo de alarme satildeo a taquicardia sudorese cefaleia

alteraccedilotildees da pressatildeo arterial irritabilidade fadiga tensatildeo muscular sensaccedilatildeo

de esgotamento e alteraccedilotildees gastrointestinais46 47

A segunda fase eacute a de resistecircncia nessa fase o estresse continua

presente por periacuteodos prolongados ou a sua dimensatildeo eacute demasiadamente

grande e eacute aiacute que predomina o desgaste porque a pessoa tenta

instintivamente se adaptar ao que estaacute passando atraveacutes de reservas de

energia adaptativa que possui As repercussotildees mais evidentes estatildeo nos

sistema fisioloacutegico psicoloacutegico e social que fazem com que o indiviacuteduo se

mantenha em estado de alerta Pela resistecircncia ao estressor torna-se difiacutecil o

retorno da homeostase Alguns dos sintomas que caracterizam a fase de

resistecircncia satildeo ansiedade o nervosismo o medo a impotecircncia sexual a falta

ou excesso de apetite e o isolamento social44 47

A terceira fase eacute a exaustatildeo onde o organismo chega a seu limite ao

esgotamento e estaacute associada a uma seacuterie de doenccedilas Ocorre quando haacute

continuidade do agente estressor e natildeo acontece mais a adaptaccedilatildeo do

organismo Nesta fase apresentam-se sinais de deterioraccedilatildeo haacute uma queda na

imunidade e eacute quando surgem doenccedilas tais como as cardiacuteacas respiratoacuterias

gastrointestinais musculoesqueleacuteticas depressatildeo desequiliacutebrio total do

indiviacuteduo podendo culminar com a sua morte Estas fases natildeo ocorrem de

forma delimitada visto que a simultaneidade e a rapidez evolutiva satildeo suas

caracteriacutesticas 4446 47

51

Em 1975 Selye publicou outro livro denominado rdquoStress without

distressldquo no qual reconhece a importacircncia da intervenccedilatildeo psicoloacutegica e da

atividade fiacutesica no mecanismo de regulaccedilatildeo orgacircnica diante da multiplicidade

de fatores a que o organismo estaacute exposto o autor introduziu na literatura os

termos eustress e distress para estabelecer a diferenccedila entre o estresse bom

ou beneacutefico (eustress) e o ruim que causa reaccedilotildees adversas fiacutesicas e

emocionais (distress) 44 47

O eustress tem efeito positivo e pode demonstrar quando se estaacute em

alerta a concentraccedilatildeo eacute melhor os reflexos satildeo mais raacutepidos pensa-se com

mais fluidez e dependendo das condiccedilotildees do ambiente pode-se ser mais

criativo e produtivo O distress tem efeito negativo e processa-se quando se

reage por um tempo prolongado ao agente estressor sentindo quando

esgotado a capacidade de atenccedilatildeo e a concentraccedilatildeo diminuiacutedas havendo um

esforccedilo maior para manter a produtividade Se o agente estressor continuar

agindo e a situaccedilatildeo natildeo for resolvida o corpo ainda que cansado continua

reagindo e consumindo energia ocasionando as doenccedilas 47

Acredita-se que nos seres humanos o grande determinante do

potencial nocivo do estresse eacute um estado interior de insatisfaccedilatildeo consigo

mesmo e com a vida O estresse pode provocar uma reaccedilatildeo nos denominados

oacutergatildeos de choque como os intestinos o estocircmago sistema muscular sistema

arterial e o cardiacuteaco Com a repeticcedilatildeo das situaccedilotildees estressantes ao longo da

vida a pessoa poderaacute apresentar gastrites uacutelceras mau funcionamento do

intestino tensotildees musculares hipertensatildeo arterial e infarto do miocaacuterdio48

A preocupaccedilatildeo em estabelecer a articulaccedilatildeo entre estresse e trabalho

data da Revoluccedilatildeo Industrial e o foco concentrava-se na atribuiccedilatildeo de causas

de doenccedilas agrave exposiccedilatildeo do organismo aos agentes fiacutesicos quiacutemicos ou

bioloacutegicos O sofrimento dos trabalhadores pode ser expresso atraveacutes da

insatisfaccedilatildeo e da ansiedade e pode estar vinculado agraves condiccedilotildees de trabalho

ambiente fiacutesico risco quiacutemico e bioloacutegico condiccedilotildees de higiene e de

seguranccedila organizaccedilatildeo divisatildeo do trabalho e das tarefas relaccedilotildees de poder

as questotildees de responsabilidade habilidade para cuidar de pacientes graves e

o relacionamento entre pessoas49 Tais condiccedilotildees satildeo encontradas de um

modo geral no ambiente hospitalar

52

Atualmente o termo estresse vem sendo empregado como sinocircnimo de

cansaccedilo dificuldade frustraccedilatildeo ansiedade desamparo desmotivaccedilatildeo

Tornou-se o responsaacutevel pela maioria dos males que nos afligem

principalmente aos infortuacutenios relacionados ao estilo de vida urbana atual Com

a disseminaccedilatildeo progressiva do conceito de estresse no discurso popular o

termo passou a ser utilizado como uma accedilatildeo resultante de uma forccedila invisiacutevel e

difusa que agiria como intermediaacuteria entre o indiviacuteduo e o meio ambiente em

que vive e trabalha 150

A enfermagem eacute uma profissatildeo estressante devido agrave sobrecarga de

trabalho necessidade de contato intenso e fisicamente proacuteximo ao paciente

conflitos inerentes ao processo de trabalho sofrimento humano proximidade

com a morteperda e conflitos interpessoais Cabe ao profissional de

enfermagem cuidar de indiviacuteduos adoecidos e promover o seu bem-estar geral

O Health Education Authority classifica a enfermagem como a quarta

profissatildeo mais estressante que tenta afirmar-se profissionalmente de forma a

alcanccedilar maior reconhecimento social 1 50

Neste contexto o envolvimento acaba sendo muito intenso a ponto de

os profissionais natildeo identificarem suas proacuteprias vulnerabilidades ou quando o

fazem deixam-nas de lado tornando-se com isso mais expostos aos efeitos

negativos do estresse 51 52

A aparente aura de tranquilidade dos hospitais oculta uma realidade

onde a tensatildeo estaacute sempre presente onde se exigem concentraccedilatildeo e atenccedilatildeo

continuadamente Esse tipo requerido o trabalhador atento gera uma

sobrecarga mental agravada com a tarefa de zelar pela vida do outro

As LERDORTs guardam estreita relaccedilatildeo com estresse e aparece

devido a uma restriccedilatildeo da micro circulaccedilatildeo nos muacutesculos e tendotildees tensos

que pode evoluir para uma vascularizaccedilatildeo precaacuteria fato que tem por

implicaccedilatildeo a reduccedilatildeo da chegada de nutrientes aos muacutesculos e tendotildees

induzindo agrave fadiga muscular crocircnica e ao surgimento de dor

53

231 LERDORT E ABSENTEIacuteSMO NO TRABALHO

O absenteiacutesmo tem-se tornado problema crucial tanto para as

organizaccedilotildees como para os administradores Suas causas estatildeo ligadas a

muacuteltiplos fatores tornando-o complexo e de difiacutecil gerenciamento Absenteiacutesmo

laboral eacute o termo utilizado na literatura para genericamente indicar o natildeo

comparecimento inesperado ao trabalho quando se espera que o trabalhador

esteja presente em especial aquele de caraacuteter repetitivo Para Miguez e

Bomami (1988)53 aleacutem da ausecircncia fiacutesica o termo absenteiacutesmo contempla um

conjunto de comportamentos de ausecircncia Isto porque o trabalhador pode estar

presente no posto de trabalho mas improdutivo ou ainda que presente natildeo

estar em seu posto de trabalho

Tambeacutem Midorikawa (2000)54 aponta esses dois tipos de absenteiacutesmo

aquele decorrente da falta ao trabalho e aquele em que o trabalhador se

encontra apenas de corpo presente com algum problema de sauacutede que

repercute no seu desempenho e produtividade Pela oacuteptica administrativa o

comparecimento ao trabalho eacute condiccedilatildeo imprescindiacutevel para a eficaacutecia de uma

organizaccedilatildeo

As faltas imprevistas fazem com que as empresas se ressintam da

carecircncia de matildeo-de-obra suficiente para manter a produccedilatildeo ou o serviccedilo e

muitas vezes se veem obrigadas a contornar a situaccedilatildeo substituindo o

ausente por outro funcionaacuterio natildeo necessariamente preparado para

desempenhar aquela funccedilatildeo resultando no decreacutescimo da produtividade na

queda de qualidade aleacutem de exercer um efeito negativo sobre os demais

trabalhadores por gerar sobrecarga de trabalho55 Tal comportamento

sobrecarrega o funcionaacuterio e as chances de erros e adoecimento aumentam

Para Graccedila (2000)56 pior para a produtividade que o absenteiacutesmo eacute o

presentismo Pessoas que embora estejam no trabalho tecircm problemas de

sauacutede ou outros problemas que natildeo lhes permitem ser completamente

funcionais

54

O presentismo eacute um conceito utilizado para explicar o fato das pessoas

estarem presentes no local de trabalho mas devido a problemas de ordem

fiacutesica ou psicoloacutegica natildeo conseguirem cumprir na totalidade as suas funccedilotildees57

Satildeo vaacuterias as profissotildees abrangidas pelo presentismo sendo que as

taxas mais elevadas parecem residir em setores relacionados com a sauacutede e

educaccedilatildeo 57

Entre as principais causas geradoras do presentismo estatildeo os

problemas psicoloacutegicos as doenccedilas musculoesqueleacuteticas e a utilizaccedilatildeo de

faacutermacos como anti-histamiacutenicos e benzodiazepiacutenicos que tem impacto na

produtividade laboral tanto em termos quantitativos de trabalho quando a

produccedilatildeo natildeo corresponde agravequilo que eacute esperado como tambeacutem em termos de

qualidade do trabalho produzido refletindo-se essencialmente em erros e

omissotildees nos procedimentos A quebra da produtividade traduz-se assim na

incapacidade de desempenhar as tarefas de rotina podendo resultar em

elevadas taxas de abandono por doenccedila 57

Na enfermagem esse fenocircmeno vem preocupando os gerentes uma

vez que faltas frequentes ao trabalho repercutem no quantitativo de recursos

humanos refletindo na qualidade da assistecircncia prestada agrave clientela Aleacutem

disso o absenteiacutesmo constitui-se em variaacutevel relevante quando se trata de

dimensionar quadro de pessoal para os serviccedilos As razotildees que acarretam o

absenteiacutesmo em larga escala satildeo as longas jornadas de trabalho as condiccedilotildees

de insalubridade do ambiente de trabalho a baixa remuneraccedilatildeo o duplo

emprego e a tensatildeo emocional e doenccedilas ocupacionais58

O estado fisioloacutegico e psicoloacutegico dos trabalhadores eacute importante em

termos de responsabilidade social59 e o absenteiacutesmo laboral decorrente de

problemas de sauacutede acarretam consequecircncias econocircmicas e sociais pois aleacutem

do ocircnus econocircmico-administrativo direto absorvido pela empresa e pelo

empregado incrementa os gastos ao Sistema de Previdenciaacuterio Social que

responde pelo pagamento dos benefiacutecios pela incapacidade temporaacuteria por

doenccedila ou acidente de trabalho

55

232 LERDORT E AS POLIacuteTICAS TRABALHISTAS

A enfermagem eacute uma das profissotildees da aacuterea da sauacutede cuja essecircncia e

especificidade eacute o cuidado ao ser humano desenvolvendo atividades de

prevenccedilatildeo de doenccedilas promoccedilatildeo recuperaccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo da sauacutede

atuando em equipes60

Portanto a enfermagem eacute considerada responsaacutevel pelo cuidado pelo

conforto acolhimento e bem-estar dos pacientes seja prestando o cuidado

seja coordenando outros setores para a prestaccedilatildeo da assistecircncia e

promovendo a autonomia dos pacientes atraveacutes da educaccedilatildeo em sauacutede61

Cuidar do Ser Humano procurando encontrar caminhos e

desenvolvendo potenciais para que este Ser Humano desempenhe seus

papeacuteis eou possa abdicar deles entregando-se por livre escolha ou por forccedila

das circunstacircncias ao controle de outrem temporaacuteria ou definitivamente com

dignidade e respeito levando-o a sentir-se estimado e respeitado durante todo

o processo de viver tudo isto eacute papel da enfermagem 62

Ideologicamente a definiccedilatildeo posta acima deixa transparecer relaccedilatildeo

direta da enfermagem com bem estar mas por outro lado a reformulaccedilatildeo das

poliacuteticas trabalhistas visa diminuir cada vez mais o nuacutemero de trabalhadores

economicamente ativos e achata a remuneraccedilatildeo daqueles que continuam

inseridos no mercado formal de trabalho63 tal preceito finda por conduzir a um

intenso processo de flexibilizaccedilatildeo das relaccedilotildees de trabalho marcado pelo

aumento das horas extras de trabalho e rendimento salarial modesto criando

assim uma sociedade global de risco64 Essa relaccedilatildeo por um lado trouxe

conquistas para a vida humana48 moderna mas tem produzido por outro lado

desafios para a aacuterea da sauacutede do trabalhador Dentre tais desafios encontram-

se as alcunhadas LERDORTs65

As LERDORTs tiveram um faacutetuo incremento nos uacuteltimos quinze anos e

satildeo consideradas como uma epidemia3566 No Brasil esse incremento comeccedilou

no iniacutecio da deacutecada de 80 no setor de processamento de dados mas

presentemente eacute possiacutevel encontrar casos em quase todos os ramos de

atividade67 e tem estreita relaccedilatildeo com as poliacuteticas trabalhistas

56

A conjuntura poliacutetica o achatamento salarial estreitamento do mercado

de trabalho e o desemprego satildeo fatores agravantes aos profissionais de

enfermagem e obriga esses profissionais a atuarem em mais de um local de

trabalho exercendo uma carga horaacuteria mensal extremamente longa 68

Tal fato parece ser agravado quando se pensa no profissional de

enfermagem de niacutevel meacutedio o mercado de trabalho se mostra cruel no que

tange agraves remuneraccedilotildees oferecendo em meacutedia dois salaacuterios miacutenimos pela

jornada de trabalho de quarenta horas semanais para esses profissionais68

O problema vem se agravando paulatinamente pelo desconhecimento

acerca do processo de adoecimento e pela ausecircncia de intervenccedilotildees

ergonocircmicas na condiccedilatildeo de trabalho69 e nesse sentido satildeo essenciais

esforccedilos para a compreensatildeo do homem na ambiecircncia laboral bem como de

programa educativo para prevenccedilatildeo de doenccedilas ocupacionais pois aquilatam

atitudes que valorizam a cultura da sauacutede ocupacional

De um modo geral quando se fala em sauacutede prevenccedilatildeo eacute ponto

meritoacuterio de destaque sobretudo pela questatildeo faacutermaco-econocircmica Quando se

trata especificamente da sauacutede ocupacional prevenccedilatildeo eacute apresentada como

fator primordial 35 70 71 72 73 e 74

24 A EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE NA LERDORT

Os projetos educativos em sauacutede satildeo majoritariamente propostos com

a perspectiva de transmissatildeo de um conhecimento onde o profissional da

sauacutede que sabe ensina para a populaccedilatildeo leiga

A forma de se educar em sauacutede descrita acima com certa ironia pode

ser melhor compreendida se considerarmos que as praacuteticas sanitaacuterias que

ganharam supremacia ao longo do seacuteculo XX fundamentaram-se na

hegemonia do binocircmio sauacutede-doenccedila como questotildees antagocircnicas esse

caminho incutiu padrotildees culturais sanitaacuterios inadequados constituindo o que

vem sendo nomeado contemporaneamente como comportamentos de

risco75 e assim parece evidente que as mudanccedilas comportamentais esperadas

57

com esse tipo de praacutetica constituem um produto raro das propostas educativas

implantados sem a efetiva participaccedilatildeo dos sujeitos 76 77

Os princiacutepios preventivos de LERDORT na realidade satildeo

reestruturaccedilotildees do processo de produccedilatildeo de conhecimento e devem resultar

na melhoria da qualidade de vida no trabalho78 79

Por outro lado atuaccedilotildees preventivas podem tornar-se meros rituais80

uma vez que se transformam numa seacuterie de protocolos e procedimentos que

seratildeo incorporados por funcionaacuterios sem uma efetiva participaccedilatildeo dos

mesmos no processo de construccedilatildeo das medidas preventivas

Os programas preventivos para prevenccedilatildeo das LERDORTs via de

regra satildeo embasados pela praacutetica da ginaacutestica laboral no entanto tal praacutetica

merece ser melhor estudada e compreendida pois natildeo apresentam soluccedilotildees

definitivas na reduccedilatildeo do surgimento das doenccedilas ocupacionais 81 82 83 84 85 86

Assim atitudes preventivas quando natildeo idealizadas em parceria com os

grupos a que seratildeo aplicadas e de acordo com suas reais necessidades e

praacutexis podem natildeo surtir efeitos desejados pois seratildeo na verdade conjunto de

regras e leis a serem adotadas nesse sentido a praacutetica prevencionista passa a

ser simples aplicaccedilatildeo de leis e normas que satildeo incorporadas agrave legislaccedilatildeo e

tornam-se obrigatoacuterios na praacutetica da seguranccedila do trabalho87 e portanto devem

ser memorizadas e cumpridas

Educaccedilatildeo em sauacutede constitui um conjunto de saberes e praacuteticas

orientadas para a prevenccedilatildeo de doenccedilas e promoccedilatildeo da sauacutede87 Dessa forma

rompe-se com a verticalidade da relaccedilatildeo profissional-usuaacuterio88

O usuaacuterio eacute reconhecido como sujeito portador de um saber sobre o

processo sauacutede-doenccedila-cuidado capaz de estabelecer uma interlocuccedilatildeo

dialoacutegica com o serviccedilo de sauacutede e de desenvolver uma anaacutelise criacutetica sobre a

realidade e o aperfeiccediloamento das estrateacutegias de luta e enfrentamento 88

A estrateacutegia valorizada por este modelo eacute a comunicaccedilatildeo dialoacutegica que

visa agrave construccedilatildeo de um saber sobre o processo sauacutede-doenccedila-cuidado que

capacite os indiviacuteduos a decidirem quais as estrateacutegias mais apropriadas para

promover manter e recuperar sua sauacutede88

58

A Organizaccedilatildeo Mundial de Sauacutede (OMS) define sauacutede como natildeo apenas

ausecircncia de doenccedila mas tambeacutem enquanto uma situaccedilatildeo de perfeito bem-

estar fiacutesico mental e social Atualmente entende-se que essa definiccedilatildeo ainda

que avanccedilada para a eacutepoca em que foi elaborada atualmente eacute irreal e

ultrapassada Eacute possiacutevel afirmar que se trata de um conceito irreal pois referir-

se ao perfeito bem-estar caracteriza uma utopia jaacute que se acredita na

impossibilidade de atingir a perfeiccedilatildeo fiacutesica mental e social simultaneamente89

Seria pertinente ponderar que o conceito de sauacutede natildeo pode ser ideado

como um conceito unicausal mas sim transdisciplinar Sabe-se que definir

sauacutede implica uma experiecircncia subjetiva individual vivenciada pelo sujeito e

que natildeo pode ser totalmente apreendida pelo saber fazer cientiacutefico90 91 pois os

problemas de sauacutede natildeo se referem apenas ao monitoramento de doenccedilas

mas principalmente na anaacutelise das condiccedilotildees de vida da populaccedilatildeo

abrangendo o aspecto econocircmico social e ambiental O planejamento a

programaccedilatildeo e a execuccedilatildeo de accedilotildees a serem implementadas para o

enfrentamento dos problemas de sauacutede devem objetivar a eliminaccedilatildeo dos

riscos e danos e fundamentalmente os causadores destes

Por outro lado o conceito de educar eacute compreendido pela inserccedilatildeo do

homem na realidade e o processo deve partir sempre de experiecircncias do

homem com a realidade na qual estaacute inserido da sua vivecircncia pessoal com a

sua realidade a educaccedilatildeo deve cumprir tambeacutem a funccedilatildeo de analisar e refletir

a realidade posta no sentido de apropriar-se dela e transforma-la92

Ao se aglutinar esses pressupostos supra mencionados cria-se a

possibilidade real de se pensar em educaccedilatildeo em sauacutede que eacute entendida como

uma atividade planejada e tem como objetivo estimular e criar condiccedilotildees para

que mudanccedilas de comportamento sejam produzidas no zelo com a sauacutede93 94

estando assim totalmente desvinculada agrave mera obediecircncia aos cuidados

preventivos importantes e necessaacuterios idealizados para a promoccedilatildeo em sauacutede

A educaccedilatildeo em sauacutede pressupotildee uma combinaccedilatildeo de oportunidades

que favoreccedilam a manutenccedilatildeo da sauacutede e sua promoccedilatildeo natildeo se trata de uma

mera transmissatildeo de conteuacutedos mas sim como a adoccedilatildeo de praacuteticas

educacionais que busquem a autonomia dos sujeitos na conduccedilatildeo de sua

vida95

59

No intento de apreender essa perspectiva eacute importante grifar os modelos

sobre a educaccedilatildeo em sauacutede a saber O modelo tradicional e o modelo

radical96

De acordo com o modelo tradicional que eacute chamado tambeacutem de modelo

preventivista adota os pressupostos da sauacutede puacuteblica tradicional tal modelo

evidencia a prevenccedilatildeo de agravos centrando-se na mudanccedila individual96

Intenciona-se com este modelo a mudanccedila de comportamento individual

e segue a loacutegica da pedagogia de ensino bancaacuterio no qual o ldquoprofessorrdquo deteacutem

todo o conhecimento que seraacute ldquodepositadordquo nos educandos que satildeo sujeitos

passivos do processo Leva em consideraccedilatildeo que o sujeito eacute receptor de

conteuacutedo e que nada ou pouco sabe sobre o assunto em questatildeo Tal modelo

dificulta e inibe o despertar da consciecircncia criacutetica em relaccedilatildeo ao autocuidado

com a sauacutede96

Por outro lado o modelo radical de educaccedilatildeo em sauacutede surge no

tentame de compreender a complexidade da vida e da sauacutede surge na ideia do

construtivismo e tem como objetivo principal a promoccedilatildeo da sauacutede

considerando o saber do outro sobre os aspectos da realidade pessoal e

coletiva

Os pressupostos do modelo radical fundamentam-se nas ideias de Paulo

Freire e eacute um modelo educativo onde as pessoas satildeo estimuladas a

desenvolver uma consciecircncia criacutetica pelo processo de anaacutelise coletiva de

problemas na busca de soluccedilotildees e estrateacutegias conjuntas para a mudanccedila da

realidade Essa pedagogia evidencia a formaccedilatildeo de um indiviacuteduo mais criacutetico e

questionador 97

Considerando-se a educaccedilatildeo em sauacutede na ambiecircncia laboral parece

precioso ressaltar que as questotildees pertinentes sobre sauacutede-trabalho passaram

por vaacuterias modificaccedilotildees ao longo da histoacuteria

No que tange a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede para o trabalho as

primeiras preocupaccedilotildees foram com a seguranccedila do trabalhador os esforccedilos

eram voltados no intento de afastamento dos riscos acidentaacuterios mais

tardiamente preocupou-se tambeacutem com a medicina do trabalho que era

voltada para a cura de doenccedilas oriundas nessa ambiecircncia em seguida

60

alargou-se o olhar para a questatildeo higiene industrial visando a prevenir as

doenccedilas e garantir sauacutede ocupacional mais tarde o questionamento passou

para a sauacutede do trabalhador que caminha em direccedilatildeo ao bem-estar fiacutesico

mental e social dos trabalhadores que tem vida dentro e fora do loacutecus laboral98

Neste contexto eacute impossiacutevel isolar o homem-trabalhador do homem-

social como se o trabalhador pudesse deixar no portatildeo de entrada da empresa

toda a sua histoacuteria pessoal ou se na saiacuteda retirasse do corpo fiacutesico e mental

toda carga e significado conferido pelo trabalho98 e parece ser nessa loacutegica que

a questatildeo educaccedilatildeo em sauacutede no ambiente de trabalho assume relevacircncia eacute

neste ambiente que o indiviacuteduo passa grande parte do seu dia e seria salubre

que neste mesmo espaccedilo o indiviacuteduo pudesse vivenciar uma reflexatildeo a

respeito da sua proacutepria sauacutede como partiacutecipe do processo de mudanccedila da

realidade

A Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute de suma importacircncia quando se pretende

vincular novas posturas e tomadas de atitudes frente ao cuidado com a

promoccedilatildeo da sauacutede e prevenccedilatildeo da doenccedila99 Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute

compreender os problemas que acometem determinada comunidade e fazer

que a populaccedilatildeo tenha consciecircncia desses problemas e busquem soluccedilotildees100

para tal a educaccedilatildeo deve estar pautada no diaacutelogo bem como na troca de

experiecircncias e deve haver uma ligaccedilatildeo entre o saber cientiacutefico e o sensu

comum

Programas de Educaccedilatildeo em Sauacutede satildeo importantes pois

contextualizam e despertam nas pessoas o saber e a atitude participativa nas

accedilotildees educativas obtendo assim melhorias nas suas condiccedilotildees de sauacutede 101

induz a mudanccedilas de crenccedilas atitudes e comportamentos em relaccedilatildeo ao

autocuidado e ao cuidado com os outros

Tal abordagem parece ser acreditada quando se pensa na prevenccedilatildeo da

LERDORT em teacutecnicos de enfermagem pois dentre as profissotildees da aacuterea da

sauacutede essa eacute a que mais eacute acometida por esses distuacuterbios tem sido afetada

por distuacuterbios musculoesqueleacuteticos com prevalecircncias superiores a 80 de

ocorrecircncia102103 104

61

Esses distuacuterbios favorecem a diminuiccedilatildeo da capacidade laborativa uma

vez que estaacute ligada a diminuiccedilatildeo seguranccedila no trabalho105 106 e atitudes de

Educaccedilatildeo em Sauacutede podem suavizar a inseguranccedila e diminuir sintomas fiacutesicos

de forma a proporcionar um incremento da capacidade funcional fato que pode

contribuir para a melhoria da qualidade de vida outrora afetada na ambiecircncia

de trabalho

Algumas dificuldades de compreensatildeo acerca dos riscos ocupacionais

como tambeacutem a dificuldade de aceitaccedilatildeo em cumprir certas medidas de

seguranccedila permanecem marcantes ainda hoje nos trabalhadores de

enfermagem possivelmente devido agrave falta de formaccedilatildeo e conhecimentos sobre

tais riscos bem como uma questatildeo ideoloacutegica do quatildeo eacute importante cuidar do

outro com o maacuteximo de competecircncia e dedicaccedilatildeo procurar salvar-lhe a vida

minimizar-lhe as dores ouvir suas queixas confortaacute-lo natildeo sendo dada muita

importacircncia ao aumento da carga horaacuteria laboral ao cansaccedilo agraves condiccedilotildees

inapropriadas para se trabalhar a falta de horaacuterio para alimentaccedilatildeo

sonorepouso lazer entre outros problemas107

Em estudo96 realizado para verificar o niacutevel de conhecimento dos

trabalhadores de sauacutede hospitalar no desenvolvimento de suas atividades

constatou-se que eles conhecem os riscos de forma geneacuterica e que esse

conhecimento natildeo se transforma numa accedilatildeo segura de prevenccedilatildeo de acidentes

e doenccedilas ocupacionais apontando para a necessidade de uma accedilatildeo que

venha modificar essa situaccedilatildeo27

Em funccedilatildeo dessa conclusatildeo percebe-se que a questatildeo da Educaccedilatildeo em

Sauacutede e sua representaccedilatildeo no ambiente de trabalho satildeo fatores que podem

propiciar ao trabalhador condiccedilotildees significativas de vivenciar e compreender

diversas experiecircncias de controle de risco dentro e fora do ambiente de

trabalho97 De tal modo que torna-se imprescindiacutevel a experimentaccedilatildeo de

praacuteticas de Educaccedilatildeo em Sauacutede para todos os trabalhadores envolvidos com o

setor sauacutede108

A educaccedilatildeo no ambiente de trabalho serve de suporte para que os

trabalhadores possam desempenhar suas funccedilotildees com mais seguranccedila e

qualidade constituindo-se uma exigecircncia de todos os serviccedilos de assistecircncia agrave

sauacutede109

62

Os trabalhadores tecircm direito de saber quais os perigos e riscos

potenciais de suas tarefas e locais de trabalho eacute importante que os

trabalhadores se empoderem de saberes que visem o melhoramento das

condiccedilotildees de trabalho pelas suas proacuteprias accedilotildees devendo para isso receber

todas as informaccedilotildees necessaacuterias para enfrentar efetivamente seus problemas

de sauacutede ocupacional109

Mesmo que os autores nos artigos anteriormente referidos tenham feito

alusotildees geneacutericas referentes agrave importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede na Sauacutede

Ocupacional de forma mais ampla seus apontamentos auxiliam na

compreensatildeo da importacircncia da Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada tambeacutem ao

teacutecnico de enfermagem entendendo que praacuteticas educativas em sauacutede

contribuem na compreensatildeo do quatildeo profiacutecuo eacute uma boa condiccedilatildeo de sauacutede

para o bom desempenho laboral

Muitas vezes na praacutetica a Educaccedilatildeo em Sauacutede tem sido considerada

apenas como divulgaccedilatildeo transmissatildeo de conhecimentos e informaccedilotildees de

forma fragmentada e muitas vezes distante da realidade de vida do puacuteblico

alvo poreacutem o fulcro do problema que ainda permanece estaacute no caraacuteter

abstrato da concepccedilatildeo da relaccedilatildeo unidirecional como se ela fosse uma relaccedilatildeo

entre dois aquele que ensina e aquele que aprende abstraiacuteda do contexto

soacutecio institucional

Tal afirmaccedilatildeo pode ser constatada ao se analisar o trabalho100 proposto

por J Hartvigsen S Lauritzen S Lings T Lauritzen que tinha como objetivo

avaliar a eficaacutecia de uma intervenccedilatildeo ergonocircmica educacional intensiva no

sentido de reduzir dores lombares entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem

que trabalham no cuidados de pacientes com AIDS no ambiente domiciliar Os

participantes foram acompanhados semanalmente por um profissional

especialmente treinado que instruiacutea os participantes da pesquisa quanto agrave

transferecircncia do paciente e teacutecnicas de levantamento de peso Os participantes

assistiram a aulas com a temaacutetica dor lombar de trecircs horas Os dados foram

coletados por meio do questionaacuterio Noacuterdico chegando-se ao resultado de que

natildeo houve melhora na percepccedilatildeo da sintomatologia dolorosa relacionada agrave dor

lombar no grupo pesquisado110

63

Em oposiccedilatildeo agrave metodologia proposta no paraacutegrafo acima acreditamos

que a accedilatildeo de quem se compromete em trabalhar com Educaccedilatildeo em Sauacutede na

sauacutede ocupacional deve ser aberta para construir novos conhecimentos

compreender o processo de ensinar e apreender como fluxo de via de matildeo

dupla juntamente com os pares

Em outros estudos autores concluem que a construccedilatildeo participativa eacute o

melhor vieacutes para se fazer educaccedilatildeo em sauacutede Estudiosos inferem que

seminaacuterios realizados com enfermeiras auxiliam na identificaccedilatildeo de fatores de

riscos ergonocircmicos e fornecem ganho de habilidades na resoluccedilatildeo de

problemas relacionados a esses riscos Os resultados da pesquisa indicaram

moderada a alta confianccedila na realizaccedilatildeo das avaliaccedilotildees ergonocircmicas por parte

das enfermeiras que participaram dos seminaacuterios indicando que o experimento

participativo gerou um niacutevel moderado a elevado de confianccedila na prevenccedilatildeo ao

surgimento das LERDORTs111 112

Na tentativa de reduzir sintomas relacionados ao trabalho na regiatildeo

cervical e membros superiores em enfermeiros um serviccedilo de sauacutede

ocupacional Holandecircs desenvolveu de forma participativa um programa de

prevenccedilatildeo que objetivava a exposiccedilatildeo aos enfermeiros de fatores de risco na

ambiecircncia laboral O estudo randomizado teve duraccedilatildeo de 12 meses e para tal

os participantes foram aleatoriamente divididos em grupo de intervenccedilatildeo e

grupo controle o desfecho do estudo mostrou que ocorreu uma significativa

mudanccedila positiva entre educaccedilatildeo participativa e diminuiccedilatildeo de adoccedilatildeo de

posturas e movimentaccedilatildeo adversas112

Em outro trabalho chega-se a conclusatildeo que os transtornos traumaacuteticos

cumulativos representam mais da metade de todos os acidentes de trabalho

notificados nos Estados Unidos e que a falta de uma definiccedilatildeo clara sobre

esses traumas eacute causa de confusatildeo entre trabalhadores nesse sentido os

autores propuseram o desenvolvimento coletivo de um cartaz educativo sobre

traumas cumulativos que tinha como intento descrever a prevenccedilatildeo cuidados e

reabilitaccedilatildeo Apoacutes a confecccedilatildeo do cartaz foi realizado avaliaccedilatildeo dos servidores

por meio de entrevista e os autores concluiacuteram que a maioria dos participantes

acreditou que o cartaz foi uacutetil ou muito uacutetil e que promovia real mudanccedila de

comportamento na tomada de medidas reducionais para os fatores de risco113

64

Por fim a educaccedilatildeo continuada de teacutecnicos de enfermagem envolvendo

temas relacionados agrave sauacutede ocupacional deve ser reconhecida como

estrateacutegia que pode contribuir para a consolidaccedilatildeo de uma boa qualidade de

vida no trabalho Embasado neste princiacutepio as praacuteticas educativas em sauacutede

na ambiecircncia hospitalar podem e devem ser diversificadas poreacutem coadunadas

com a realidade dos sujeitos que vivencia o saber fazer da tarefa

65

OBJETIVOS

66

3 OBJETIVOS

31 OBJETIVO GERAL

Avaliar os resultados de um Programa Educativo em Sauacutede idealizado a

partir da realidade do trabalho de teacutecnicos de enfermagem nos aspectos

percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem quanto ao processo de surgimento das

LERDORTs qualidade de vida e percepccedilatildeo dolorosa

32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS

Apreender a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre o processo

de adoecimento relacionado com a LERDORT

Elaborar a partir dos dados obtidos uma proposta de Educaccedilatildeo em

Sauacutede voltada para o cuidado com a sauacutede ocupacional do teacutecnico de

enfermagem

Analisar a qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor

estado geral de sauacutede vitalidade limitaccedilatildeo emocional e sauacutede mental

antes e apoacutes vivecircncia de uma proposta educativa

Avaliar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo aos

sintomas osteomusculares relacionados ao trabalho antes e apoacutes o

desdobramento desta proposta

67

METODOLOGIA

68

4 METODOLOGIA

41 FUNDAMENTACcedilAtildeO METODOLOacuteGICA

Para a realizaccedilatildeo desta pesquisa optou-se pela metodologia analiacutetico-

descritiva assumindo a complementaridade das abordagens qualitativas e

quantitativas104 A dicotomia entre abordagem qualitativa e quantitativa que se

estabelece na praacutetica de um lado deixa agrave margem relevacircncias e dados que

natildeo podem estar contidos em nuacutemeros e de outro lado agraves vezes contempla

apenas os significados subjetivos e omite a realidade114

A escolha do desenho metodoloacutegico se deu por entender que os

meacutetodos qualitativos e quantitativos natildeo guardam relaccedilotildees de oposiccedilatildeo entre

si115 e que a triangulaccedilatildeo torna a investigaccedilatildeo mais forte116 e se ajusta agraves

perguntas do presente desse estudo

Esta pesquisa compreendeu duas etapas distintas O primeiro momento

correspondeu ao caminho metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos

especiacuteficos 1 e 2 ou seja conhecer os sujeitos da investigaccedilatildeo para elaborar

um programa educativo que potencialmente desencadeia-se na transformaccedilatildeo

de suas praacuteticas

O segundo momento da pesquisa correspondeu ao caminho

metodoloacutegico proposto para atingir os objetivos especiacuteficos 3 e 4 ou seja

avaliar as mudanccedilas induzidas pelo programa educativo elaborado

especificamente em relaccedilatildeo agraves diferentes dimensotildees de qualidade de vida

como a percepccedilatildeo aacutelgica

Para a primeira etapa da pesquisa privilegiou-se abordagem qualitativa

Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se compreender o fenocircmeno

LERDORT na perspectiva de teacutecnicos de enfermagem Esta abordagem

apresentou-se como importante estrateacutegia pois permitiu compreender e

conhecer significados e praacuteticas individuais e coletivas dos sujeitos

69

pesquisados o que possibilitou ao pesquisador conhecer sentimentos e

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo ao objeto de estudo fato

que muito contribuiu na construccedilatildeo coletiva do manual educativo

Para a segunda etapa da pesquisa privilegiou-se a abordagem

quantitativa Por intermeacutedio dessa abordagem pretendeu-se alcanccedilar o

entendimento de singularidades pertinentes na avaliaccedilatildeo do Programa

Educativo como qualidade de vida e percepccedilatildeo aacutelgica

42 O CONTEXTO DA PESQUISA

O loacutecus do estudo foi o Hospital Escola Dr Heacutelvio de Farias Auto uacutenico

hospital do Estado de Alagoas especializado no cuidado de portadores de

doenccedilas infectocontagiosas

A unidade foi inaugurada no fim do seacuteculo XIX com o propoacutesito de isolar

pacientes portadores de hanseniacutease peste coacutelera malaacuteria entre outras vindos

de todo o Estado de Alagoas Apoacutes uma reforma estrutural na deacutecada de 40

no Governo Silvestre Peacutericles de Goacutees Monteiro passou a ser

denominado ldquoHospital Constanccedila de Goacutees Monteirordquo e ampliou o atendimento

para traumas Na deacutecada de 80 o Hospital mudou novamente de denominaccedilatildeo

e passou a chamar-se ldquoHospital de Doenccedilas Tropicais Constanccedila de Goacutees

Monteirordquo e volta a especializar-se em doenccedilas infecciosas hoje estaacute vinculado

a Secretaria Estadual de Sauacutede de Alagoas e passou a servir de referecircncia

junto ao Ministeacuterio da Sauacutede

A caracteriacutestica de ser Hospital de Ensino se deve ao fato de aqui serem

ministradas desde a deacutecada de 50 aulas teoacutericas e praacuteticas da disciplina de

doenccedilas infecciosas e parasitaacuterias da Universidade Federal de Alagoas e

posteriormente em 1970 tambeacutem da Escola de Ciecircncias Meacutedicas de Alagoas

Em dezembro de 1998 foi denominado ldquoHospital Escola Heacutelvio Joseacute de

Farias Autordquo em homenagem ao Meacutedico e Professor pertencente ao quadro

efetivo do hospital e pioneiro no estudo das doenccedilas infectocontagiosas no

Estado

70

No ano de 2000 apoacutes a reforma Administrativa do Estado o Hospital

passou a ser vinculado a entatildeo Fundaccedilatildeo Universitaacuteria de Ciecircncias da Sauacutede

(UNCISAL) mantendo suas caracteriacutesticas como referecircncia no cuidado de

doenccedilas infectocontagiosas e mantendo sua funccedilatildeo de Hospital Escola

atendendo exclusivamente aos usuaacuterios do Sistema Uacutenico de Sauacutede (SUS)

Em 2005 apoacutes a transformaccedilatildeo da UNCISAL em Universidade Estadual

de Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas o hospital passou a ser uma das Unidades

Complementares dessa Universidade

O atendimento se destina aos doentes encaminhados por outros

serviccedilos acometidos ou com suspeita cliacutenica das doenccedilas infecciosas O

cliente encaminhado recebe um atendimento inicial no ambulatoacuterio caso o seu

problema possa ser incluiacutedo em um dos programas de atenccedilatildeo do hospital ele

seraacute registrado como usuaacuterio dispondo a partir daiacute de qualquer serviccedilo

existente no hospital

Dependendo da necessidade o paciente poderaacute ser atendido em

consulta de ambulatoacuterio na internaccedilatildeo ou no hospital-dia

O Hospital dispotildee de Ambulatoacuterio Serviccedilo de admissatildeo e registro

Serviccedilo Social Farmaacutecia Lavanderia Hospitalar Serviccedilo de Nutriccedilatildeo e

Dieteacutetica Central de Esterilizaccedilatildeo de Materiais Nuacutecleo de Reabilitaccedilatildeo

Psicologia Radiologia Nuacutecleo de Vigilacircncia Epidemioloacutegica Comissatildeo de

Controle de Infecccedilatildeo Hospitalar Serviccedilo de Arquivo Meacutedico Ouvidoria

Assessoria de Comunicaccedilatildeo Hospital Dia Auditoacuterio Sala de Aula Auditoacuterio e

Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

A Capacidade Instalada eacute de 113 (cento e treze) leitos distribuiacutedos em

05 (cinco) Unidades de Internaccedilatildeo Hospitalar a saber 40 leitos masculinos 19

leitos femininos 40 leitos de pediatria e 07 leitos patologia do trato respiratoacuterio e

10 leitos de UTI

71

43 POPULACcedilAtildeO DE ESTUDO

Os sujeitos da pesquisa foram teacutecnicos de enfermagem que trabalham

no Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto por mais de 01 (um) ano no cuidado aos

pacientes internados e que natildeo tinham diagnoacutestico cliacutenico de qualquer doenccedila

reumaacutetica

Os sujeitos do estudo foram selecionados de forma intencional a partir

de convite realizado publicamente atraveacutes de cartazes (anexo 1) dispostos nos

quadros de avisos situados proacuteximo ao reloacutegio de ponto e no repouso dos

funcionaacuterios do hospital apoacutes a manifestaccedilatildeo do desejo de participar foi feito

contatos para apresentar os propoacutesitos da pesquisa

Dentre os teacutecnicos de enfermagem encontramos 76 provaacuteveis

colaboradores desse total apoacutes a leitura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE) (anexo 2) 70 concordaram em participar da pesquisa

perfazendo um total de 9210 dos elegiacuteveis

Dos que concordaram em participar5 (714) eram do gecircnero masculino

e 65 (9286) do gecircnero feminino tendo como meacutedia de idades 2871 anos

(DP + 503 IC a 950=167) Em relaccedilatildeo agrave condiccedilatildeo civil o maior nuacutemero dos

respondentes possuiacutea uniatildeo estaacutevel (5714)

Em relaccedilatildeo ao niacutevel de escolaridade 4572 dos teacutecnicos de

enfermagem concluiacuteram niacutevel superior enquanto 5428 findaram niacutevel meacutedio

A renda mensal meacutedia dos respondentes gira em torno de R$ 84943 tal

salaacuterio correspondeu a 204 salaacuterios miacutenimos na eacutepoca da coleta dos dados

Em relaccedilatildeo agrave etnia os integrantes se auto declararam em sua maioria

pardos (62) oito (08) se auto declararam brancos e cinco (05) negros

O tempo meacutedio de anos na atividade profissional como teacutecnico de

enfermagem foi de 7 anos (DP+407 IC a 95)

72

Tabela 1- Caracterizaccedilatildeo dos Teacutecnicos de Enfermagem do Hospital Escola Dr

Heacutelvio AutoUNCISAL Janeiro 2009

VARIAVEL CARACTERIZACcedilAtildeO DOS TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM

Meacutedia de idade 2871plusmn503

Gecircnero Feminino 65 (9286)

Gecircnero Masculino 05 (714)

Escolaridade (Niacutevel Superior) 4772

Escolaridade (Niacutevel Meacutedio) 5428

Estado Civil (Casado) 5714

Estado Civil (solteiro) 4386

Meacutedia de renda mensal 205 Salaacuterios Miacutenimos

Tempo Meacutedio de trabalho com

enfermagem 7 plusmn 407

Legenda Salaacuterio Miacutenimo da eacutepoca R$ 41500

O grupo selecionado foi dividido aleatoriamente pelo pesquisador

principal por meio de sorteio simples em dois subgrupos os participantes

foram identificados por nuacutemeros sendo todos escritos em papeacuteis e colocados

em um envelope de cor escura e retirados um a um os primeiros trinta e cinco

serviram para formar a lista dos sujeitos participantes da primeira etapa de

coleta de dados (subgrupo 1) e os restantes formaram a lista dos sujeitos

participantes da segunda etapa (subgrupo 2) O subgrupo 1 contendo 50 dos

elegiacuteveis participou de grupo focal e foram submetidos a observaccedilatildeo

73

etnograacutefica pelo pesquisador Os dados coletados nesta etapa ofereceram

subsiacutedios para a elaboraccedilatildeo do recurso educativo

O subgrupo 2 contendo exatamente o mesmo contingente participou do

programa educativo e respondeu o Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) (anexo 3) e o Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36) (anexo 4)

Apoacutes a divisatildeo dos grupos o pesquisador por meio de contato

telefocircnico agendou reuniatildeo com o grupo a reuniatildeo ocorreu no auditoacuterio do

hospital e nesse momento foram explicadas as razotildees e objetivos da pesquisa

e a divisatildeo dos grupos sendo mais uma vez lido o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (TCLE) para que os mesmos os assinassem autorizando a

sua participaccedilatildeo na pesquisa

44 OS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Nesta pesquisa foram utilizados cinco instrumentos de coleta de dados

de acordo com Santos (1999) a utilizaccedilatildeo de mais de um instrumento permite

ao pesquisador combinar vantagens e corrigir algumas deficiecircncias de qualquer

fonte de informaccedilotildees ou seja permite ao pesquisador validar as

informaccedilotildees117118

Para a primeira etapa da pesquisa os instrumentos escolhidos foram

observaccedilatildeo etnograacutefica entrevista de aprofundamento e grupo focal

Na segunda etapa apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa os

instrumentos utilizados foram Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas

Osteomusculares (QNSO) 119 e Questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida (SF-36)120

74

441 PRIMEIRA ETAPA

4411 OBSERVACcedilAtildeO ETNOGRAacuteFICA

Trata-se de uma modalidade de pesquisa social que foi desenvolvida

pelos antropoacutelogos Boas e Malinoviski tal abordagem constitui a partir da

observaccedilatildeo in locus dos comportamentos sociais na descriccedilatildeo vivida e

detalhada da realidade de pessoas pertencentes a um determinado contexto

essa teacutecnica em educaccedilatildeo em sauacutede pode viabilizar a possibilidade de prestar

cuidados mais congruentes e mais proacuteximos da realidade A etnografia eacute

constituiacuteda numa descriccedilatildeo vivida da realidade de pessoas pertencentes a um

determinado contexto cultural

ldquoA etnografia no seu sentido mais amplo

pode ser definida como um processo

sistemaacutetico de observar detalhar descrever

documentar e analisar o estilo de vida ou

padrotildees especiacuteficos de uma cultura ou

subcultura para aprender o seu modo de

viver em seu ambiente naturalrdquo (LEININGER

1985 p 35)121

A etnografia eacute uma teacutecnica metodoloacutegica alicerccedilada na metodologia

qualitativa onde o processo eacute criado na interaccedilatildeo com o grupo e para tal o

senso comum deve ser valorizado trata-se de uma postura metodoloacutegica que

se opotildee aos modos tradicionais de manusear os problemas Eacute um modo de

olhar de muito perto que se baseia em experiecircncia pessoal e na participaccedilatildeo

do cotidiano

Deve ser entendida como a descriccedilatildeo de uma cultura que pode ser a de

um pequeno grupo tribal numa terra exoacutetica ou a de uma turma de uma escola

75

dos subuacuterbios sendo a tarefa do investigador etnograacutefico compreender a

maneira de viver do ponto de vista dos nativos da cultura em estudo110 122

Segundo Laplantine (1994)123 a etnografia tem como fundamento a

ruptura inicial em relaccedilatildeo ao abstrato e especulativo e com tudo aquilo que natildeo

esteja baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos sociais a partir de

uma relaccedilatildeo humana Considera ainda que para a captaccedilatildeo profunda de um

fenocircmeno eacute preciso compreendecirc-lo alternadamente tal como percebe o

observador estrangeiro mas tambeacutem tal como os atores sociais o vivem O

fundamento deste movimento de desdobramento ininterrupto diz respeito agrave

especificidade do objeto antropoloacutegico

Segundo Spradley (1980)122 o elemento essencial da etnografia eacute

buscar compreender o modo de vida de pessoas ou grupos na sua proacutepria

perspectiva e localidade

A observaccedilatildeo implica em buscar e construir a teoria geral da cultura

objetivando gerar hipoacuteteses e viabilizar investigaccedilotildees subsequentes saberes e

costumes de um grupo123

Os dados culturais de uma etnografia derivam de abstraccedilotildees daquilo que

as pessoas fazem ou dizem que fazem ou ainda a forma como interpretam

aquilo que fazem124

O subgrupo 1 foi observado pelo pesquisador por um periacuteodo de 03

(trecircs) meses no periacuteodo de fevereiro a abril de 2009 e foi realizado com uma

periodicidade de 03 (trecircs) vezes por semana em dias alternados a alternacircncia

dos dias ocorreu para diversificar os teacutecnicos de enfermagem As impressotildees

foram anotadas em diaacuterio de campo Aleacutem da observaccedilatildeo participante

registros fotograacuteficos produzidos pelo pesquisador em campo foram utilizados

como recursos para o procedimento de coleta de informaccedilotildees pois se

acreditou que tais imagens forneceriam informaccedilotildees de situaccedilotildees vividas no

tempo real da observaccedilatildeo Tal observaccedilatildeo resultou numa descriccedilatildeo vivida da

realidade dos teacutecnicos de enfermagem e possibilitou a geraccedilatildeo de conceitos e

teorias que serviram como subsiacutedios para a confecccedilatildeo do programa educativo

baseado na observaccedilatildeo direta dos comportamentos do grupo em estudo

76

A escolha metodoloacutegica levou em consideraccedilatildeo que o campo eacute um lugar

de aprendizagem e entendimento do assunto que se pretende estudar que o

pesquisador para compreender o simboacutelico deveria estar proacuteximo do loacutecus da

pesquisa que o pesquisador deveria estar preparado para inserir-se no campo

de pesquisa interagindo com os participantes com a finalidade de apreender

com os colaboradores que o pesquisador natildeo partiria para o campo com ideias

preacute-concebidas ou com uma seacuterie de hipoacuteteses preacute-estabelecidas que a

aquisiccedilatildeo do conhecimento se daria a partir das interaccedilotildees com os

participantes da pesquisa

4412 ENTREVISTA DE APROFUNDAMENTO

Para aprofundar a compreensatildeo das categorias que emergiram do campo

por meio da observaccedilatildeo etnograacutefica e melhor apreender significados que os

profissionais atribuem ao mesmo optamos pela entrevista de aprofundamento

Utilizamos a entrevista semiestruturada que para Minayo (2002)115

permite alguma padronizaccedilatildeo e favorece a comparaccedilatildeo de dados obtidos pelo

conjunto de respostas mas tambeacutem eacute flexiacutevel permitindo adaptaccedilotildees e

obtenccedilatildeo de informaccedilotildees complementares

A entrevista apresenta como vantagens a possibilidade do entrevistador

poder esclarecer o significado das perguntas possibilitando a obtenccedilatildeo de

maior nuacutemero de respostas (eacute mais livre do que um questionaacuterio) aleacutem disso eacute

uma teacutecnica muito eficiente para obtenccedilatildeo de dados que permitam

aprofundamento115

O nuacutemero de participantes entrevistados foi definido somente durante a

execuccedilatildeo do trabalho no campo na seleccedilatildeo dos participantes considerou-se

natildeo o nuacutemero de pessoas mas a qualidade e repetitividade das informaccedilotildees115

116 As entrevistas foram feitas em nuacutemero significante para ateacute que houvesse

saturaccedilatildeo e repetitividade das informaccedilotildees Foram assim realizadas 28 (vinte

e oito) entrevistas com tempo meacutedio de 46 minutos cada uma

77

Para a elaboraccedilatildeo do roteiro das entrevistas foram utilizados 03 (trecircs)

nuacutecleos direcionadores desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas

As respostas foram gravadas em aacuteudio mediante o consentimento do

entrevistado e posteriormente transcritas integralmente pelo proacuteprio

pesquisador respeitando-se as pausas e outras expressotildees que puderam

auxiliar a traduccedilatildeo da realidade

Em relaccedilatildeo agrave transcriccedilatildeo Szymanski et al (2002)121 colocam que ela eacute a

primeira versatildeo escrita do texto da fala do participante que deve ser registrada

tanto quanto possiacutevel tal como ela se deu ao escrever faz-se um esforccedilo no

sentido de passar a linguagem oral para a escrita ou seja haacute um esforccedilo na

traduccedilatildeo de um coacutedigo para outro124

4413 GRUPO FOCAL

Grupo focal eacute uma teacutecnica que aborda os aspectos qualitativos da

realidade que se quer estudar125 apoia-se na avaliaccedilatildeo qualitativa por meio

das interaccedilotildees grupais ao se discutir um toacutepico proposto pelo pesquisador

Nessa teacutecnica o pesquisador reuacutene num mesmo local e durante certo

periacuteodo uma determinada quantidade de pessoas que fazem parte do puacuteblico-

alvo de suas investigaccedilotildees tendo como objetivo coletar ou analisar dados

acerca de um tema especiacutefico a partir do diaacutelogo e do debate com e entre os

sujeitos 126

Essa metodologia vem desde a deacutecada de 80 conquistando um loacutecus

privilegiado nas mais diversas aacutereas de estudo Tal crescimento foi em grande

medida impulsionado pela pesquisa de mercado que resgatando

procedimentos claacutessicos das Ciecircncias Sociais Psicologia e Serviccedilo Social

conjugados agraves ldquomodernasrdquo tecnologias e paradigmas de business marketing e

miacutedia reelaborou-a com o objetivo de captar os anseios dos consumidores

definindo padrotildees a serem seguidos pelas empresas em seus futuros

lanccedilamentos

78

Os resultados dessa conjugaccedilatildeo foram bastante positivos que a teacutecnica

recebeu novo alento no campo das Ciecircncias Sociais inicialmente pelo vieacutes

poliacutetico com sua utilizaccedilatildeo no mapeamento e na elaboraccedilatildeo do perfil dos

eleitores influenciando diretamente na definiccedilatildeo das diretrizes e accedilotildees de

partidos e candidatos Trilhando esse percurso espraiou-se pelos diversos

segmentos da pesquisa social Na aacuterea de sauacutede o grupo focal tem sido mais

usado a partir da segunda metade dos anos 80127128

Para realizaccedilatildeo dos grupos devem ser reservados espaccedilos apropriados

de preferecircncia em territoacuterio neutro e de faacutecil acesso aos participantes O ideal eacute

uma sala que abrigue confortavelmente o nuacutemero previsto de participantes e

moderadores e que esteja protegida de ruiacutedos e interrupccedilotildees externas Os

participantes podem ser distribuiacutedos em torno de uma mesa retangular ou oval

ou dispostos em cadeiras arrumadas em forma circular Eacute recomendaacutevel

tambeacutem disponibilizar aacutegua cafeacute e um pequeno lanche aos participantes129

Com relaccedilatildeo ao nuacutemero de participantes nos grupos focais

encontramos na literatura uma variaccedilatildeo entre 6 a 15 mas tamanho oacutetimo para

um grupo focal eacute aquele que permita a participaccedilatildeo efetiva dos participantes e

a discussatildeo adequada dos temas129

Os participantes de um grupo focal devem apresentar certas

caracteriacutesticas em comum que estatildeo associadas agrave temaacutetica central em estudo

O grupo deve ser portanto homogecircneo em termos de caracteriacutesticas que

interfiram radicalmente na percepccedilatildeo do assunto em foco recomenda-se que

os participantes sejam selecionados dentro de um grupo de indiviacuteduos que

convivam com o assunto a ser discutido e que tenham profundo conhecimento

dos fatores que afetam os dados mais pertinentes130

As reuniotildees do grupo focal ocorreram no mecircs de maio de 2009 O

subgrupo 1 foi convidado e encorajado a participar da discussatildeo e anaacutelise dos

dados coletados na observaccedilatildeo etnograacutefica Os voluntaacuterios foram organizados

em 4 (quatro) grupos de discussatildeo foram 3 grupos de discussatildeo com 9

teacutecnicos de enfermagem e 01 grupo contendo 8 teacutecnicos Todos os grupos

participaram de 04 (quatro) encontros Foi explicado para cada grupo o objetivo

da anaacutelise das fotos e das anotaccedilotildees no diaacuterio de campo

79

Nessa fase 7 sujeitos faltaram a 03 encontros e o fizeram em outro

momento marcado separadamente

Em cada encontro foi discutido o tema LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem sendo marcado o horaacuterio conforme a solicitaccedilatildeo dos

participantes Todas as narrativas e discussotildees foram gravadas em aacuteudio

mediante o consentimento dos participantes e posteriormente integralmente

transcritas pelo pesquisador respeitando-se as pausas e expressotildees que

puderam auxiliar na compreensatildeo da realidade

Os encontros foram cercados dos seguintes cuidados sala fora do

ambiente hospitalar para assegurar a privacidade com boa iluminaccedilatildeo

climatizada de acesso faacutecil e com cadeiras dispostas em ciacuterculos O espaccedilo foi

preparado para oferecer um ambiente descontraiacutedo utilizando-se de uma

muacutesica relaxante com sons de aacutegua natureza paacutessaros com isso pretendeu-

se tornar o momento o mais aconchegante possiacutevel Foi disponibilizado um

lanche em cada encontro

Ao final de cada encontro foi agendado o horaacuterio e o dia do proacuteximo e

na veacutespera deste dia o pesquisador entrou em contato telefocircnico com cada

participante confirmando sua presenccedila Tal cuidado foi adotado para natildeo

ocorrer baixa no nuacutemero de sujeitos participantes

Em cada encontro as fotos retiradas na Observaccedilatildeo Etnograacutefica foram

projetadas por meio de multimiacutedia e enquanto observam-se os registros

fotograacuteficos os temas foram desenvolvidos

A temaacutetica de cada encontro ficou assim distribuiacuteda

Primeiro Encontro buscando compreender as posturas corporais

durante a jornada de trabalho

O objetivo deste encontro foi identificar as posturas adotadas durante a

jornada de trabalho para tal foi utilizada a teacutecnica de explosatildeo de ideias e os

participantes responderam aos seguintes questionamentos As posturas

corporais que vocecircs veem nessas fotos satildeo adequadas e protegem a coluna

vertebral Como poderiacuteamos fazer para melhorar essa postura

80

Segundo Encontro O meu corpo comunica-se comigo

O objetivo desse encontro foi o de experimentar as sensaccedilotildees corporais

Para tal as posturas visualizadas na projeccedilatildeo por meio de multimiacutedia foram

adotadas e experimentadas pelos teacutecnicos de enfermagem e apoacutes o

experimento cada participante foi estimulado a falar sobre as sensaccedilotildees

Terceiro Encontro O processo de adoecimento no trabalho

Para estimular a discussatildeo solicitamos que os teacutecnicos de enfermagem

recortassem e colassem figuras e palavras de revistas foi solicitado aos

participantes que representassem como veem o processo de adoecimento

Apoacutes a colagem cada participante fez uma explanaccedilatildeo sobre sua colagem

Quarto Encontro Como prevenir o adoecimento no trabalho

O objetivo desse encontro foi averiguar se os participantes reconhecem

as medidas preventivas para os agravos de LERDORT Cada participante foi

convidado a descrever maneiras corretas de transporte de cargas

transferecircncias de pacientes posturas corretas ao deitar sentar caminhar

sapatos ideais entre outras questotildees

442 SEGUNDA ETAPA

A coleta de dados dessa fase ocorreu antes e apoacutes o desenvolvimento

da atividade educativa elaborada na primeira etapa da pesquisa (descrita no

capitulo 52 de resultados e discussatildeo e apresentada no anexo 5)

O desenvolvimento da atividade educativa com o subgrupo 2 de

teacutecnicos de enfermagem ocorreu conforme a descriccedilatildeo feita a seguir

Ao entregar cada um dos capiacutetulos do manual o pesquisador

apresentava a temaacutetica do dia e instigava a participaccedilatildeo de todo o grupo na

81

discussatildeo com perguntas do tipo o que vocecirc acha sobre isso Vocecirc tem algo a

acrescentar

Ao fim de cada discussatildeo que durava em meacutedia 20 minutos os

exerciacutecios contidos no final do manual eram realizados e ensinados aos

teacutecnicos durante a execuccedilatildeo o pesquisador reforccedilava a importacircncia de se

realizar os mesmos foram 19 exerciacutecios no total e por dia eram realizados 05

(cinco) exerciacutecios com 03 (trecircs) repeticcedilotildees de cada Cuidados foram tomados

ao longo dos encontros no sentido de que todos os exerciacutecios fossem

experimentados e as posturas corrigidas O tempo de execuccedilatildeo dos exerciacutecios

foi em meacutedia de 30 minutos de tal forma que cada encontro durava em torno de

50 minutos

Os encontros em nuacutemero de dez ocorreram nos meses de janeiro a

marccedilo de 2010 em dias intercalados para quatro pequenas turmas 03 com 09

teacutecnicos e uma com 08 teacutecnicos de enfermagem

Tivemos o cuidado de sempre estimular a discussatildeo entre os grupos

por acreditar que natildeo basta disponibilizar informaccedilotildees em avalanches

quantitativas sem uma reflexatildeo contextualizada sobre os objetivos a que se

destinam

A boneca foi intencionalmente colocada em diferentes ambientes do

hospital enfermarias (masculina e feminina) refeitoacuterio e sala de repouso onde

permaneceu por um tempo meacutedio de 4 horas

Os instrumentos de coletas de dados antes e apoacutes a atividade educativa

foram

4421 QUESTIONAacuteRIO NOacuteRDICO DE SINTOMAS

OSTEOMUSCULARES (QNSO)

O objetivo da aplicaccedilatildeo desse questionaacuterio foi o de verificar a ocorrecircncia

de sintomas musculoesqueleacuteticos percebidos pelos trabalhadores

82

O QNSO (anexo 3) foi desenvolvido com a proposta de padronizar a

mensuraccedilatildeo de relato de sintomas musculoesqueleacuteticos constituindo

importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou do posto de trabalho131

132 133 134

O instrumento foi traduzido para diversos idiomas na uacuteltima deacutecada

dando origem a muitos estudos empiacutericos Nesse estudo foi utilizado o

Questionaacuterio Noacuterdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO) na versatildeo

traduzida e adaptada para o Portuguecircs do Brasil por Pinheiro (2002)119

Os autores desse questionaacuterio natildeo o indicam como base para

diagnoacutestico cliacutenico mas para a identificaccedilatildeo de distuacuterbios osteomusculares e

como tal pode constituir importante instrumento de diagnoacutestico do ambiente ou

do posto de trabalho Haacute trecircs formas do QNSO uma forma geral

compreendendo todas as aacutereas anatocircmicas e outras duas especiacuteficas para a

regiatildeo lombar cervical e ombros A forma geral do QNSO eacute a que recebe

apresentaccedilatildeo no presente estudo

Tal questionaacuterio eacute autoaplicaacutevel consiste em um instrumento de

muacuteltiplas escolhas quanto agrave ocorrecircncia de sintomas aacutelgicos relacionadas ao

trabalho nas diversas regiotildees anatocircmicas e apresenta uma figura humana em

vista posterior dividida em nove regiotildees anatocircmicas a saber cervical ombros

toraacutecica cotovelos punhosmatildeos lombar quadrilcoxas joelhos

tornozelospeacutes O respondente deve assinalar com um ldquoXrdquo (xis) nas respostas

ldquosimrdquo ou ldquonatildeordquo em cada questatildeo referente agrave ocorrecircncia de sintomas como dor

formigamentodormecircncia considerando os 12 (doze) meses e os sete dias

precedentes agrave entrevista bem como relatar a ocorrecircncia de afastamento das

atividades rotineiras no uacuteltimo ano Este instrumento investiga tambeacutem se os

indiviacuteduos ficaram impedidos de exercer suas atividades normais e se

procuraram auxiacutelio de algum profissional da aacuterea de sauacutede nos uacuteltimos 12

meses devido aos sintomas de distuacuterbios musculoesqueleacuteticos

A simplicidade e os bons iacutendices de confiabilidade do QNSO indicam-no

para utilizaccedilatildeo em investigaccedilotildees epidemioloacutegicas e estudos que busquem

mensurar a incidecircncia dos sintomas osteomusculares135 136

83

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em dois momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes da proposta educativa e

apoacutes 30 (trinta) dias corridos do desenvolvimento da proposta A aplicaccedilatildeo teve

duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante o final do plantatildeo em uma

sala reservada

4422 QUESTIONAacuteRIO GENEacuteRICO DE AVALIACcedilAtildeO DE

QUALIDADE DE VIDA (SF-36)

O Short Form-36 (SF-36) eacute um instrumento de medida de qualidade de

vida desenvolvido no final dos anos 80 nos EUA Foi aplicado em diversas

situaccedilotildees com boa sensibilidade eliminando-se o problema de distribuiccedilatildeo

excessiva das pontas de escala como excelente e muito ruim 137 138

Este instrumento foi traduzido e validado no Brasil para avaliar a

qualidade de vida em pacientes com artrite reumatoide e mostrou-se adequado

agraves condiccedilotildees socioeconocircmicas e culturais da populaccedilatildeo brasileira120

O questionaacuterio aplica-se tanto agrave populaccedilatildeo geral como a pacientes

especiacuteficos129 por este motivo o SF-36 foi o instrumento escolhido para

estimar a qualidade de vida dos sujeitos avaliados neste estudo139 140 e qual a

interferecircncia de recurso educativo idealizado a partir da interaccedilatildeo com teacutecnicos

de enfermagem na qualidade de vida dos mesmos

Trata-se de um instrumento constituiacutedo por 36 itens de auto resposta e

destina-se a avaliar conceitos de sauacutede que representam valores humanos

baacutesicos relevantes agrave funcionalidade e ao bem estar de cada indiviacuteduo o

questionaacuterio abrange oito dimensotildees de estado geral de sauacutede que detectam

tanto os estados positivos como os negativos a saber a) capacidade funcional

(CF) que eacute avaliada a partir do desempenho de atividades diaacuterias como

aptidatildeo para cuidar de si vestir-se tomar banho subir escadas b) limitaccedilatildeo

por aspectos fiacutesicos (AF) indicada pelo impacto da sauacutede fiacutesica no

desempenho das atividades diaacuterias eou profissionais c) dor (DF) de acordo

84

com o niacutevel de dor e o impacto no desempenho das atividades diaacuterias eou

profissionais d) estado geral de sauacutede (SG)assinalado pela percepccedilatildeo

subjetiva do estado geral de sauacutede e) vitalidade (VIT) disposiccedilatildeo dos

pacientes em realizar tarefas do cotidiano f) aspectos sociais (AS) pelo reflexo

da condiccedilatildeo de sauacutede nas atividades sociais g) aspectos emocionais (AE)

pelos reflexos das condiccedilotildees emocionais no desempenho das atividades

diaacuterias eou profissionais h) sauacutede mental (SM) pela escala de humor e bem-

estar A pontuaccedilatildeo varia entre 00 e 100 pontos que refletem o pior e o melhor

estado geral de sauacutede respectivamente

O questionaacuterio foi aplicado individualmente em trecircs momentos distintos

com cada colaborador no decorrer de 60 (sessenta) dias nos meses de janeiro

a marccedilo de 2010 foi aplicado o questionaacuterio antes do programa educativo e

apoacutes 10 e 30 dias decorridos do desenvolvimento da proposta educativa A

aplicaccedilatildeo teve duraccedilatildeo meacutedia de 20 minutos e foi realizada durante no final do

plantatildeo em uma sala reservada

45 ANAacuteLISE DOS DADOS

Os dados obtidos atraveacutes da aplicaccedilatildeo dos instrumentos Questionaacuterio

Noacuterdico e SF36 foram sistematizados classificados tabulados dispostos em

graacuteficos permitindo de forma indutiva estabelecer conclusotildees apoacutes anaacutelise e

interpretaccedilotildees

Para a realizaccedilatildeo da anaacutelise quantitativa optou-se pela estatiacutestica

inferencial e os dados coletados por meio do formulaacuterio de coleta de dados

(anexo 6) foram analisados quantitativamente utilizando o programa estatiacutestico

Bioestatreg versatildeo 50 sendo que a anaacutelise estatiacutestica descritiva utilizou meacutedia e

desvio padratildeo Para a comparaccedilatildeo de variaacuteveis categoacutericas parameacutetricas foi

utilizado o teste t-student e o teste de Tukey Foi utilizado um niacutevel de

significacircncia de 005 um poder de teste de 95 e um teste de hipoacutetese

monocaudal

85

O texto produzido apoacutes os encontros do grupo focal foi analisado

seguindo a metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) proposta por

Lefegravevre et al (2006)131

O Discurso do Sujeito Coletivo ou DSC eacute uma teacutecnica de processamento

de dados qualitativos notadamente de depoimentos com vistas agrave obtenccedilatildeo e

descriccedilatildeo do sentido das opiniotildees ou representaccedilotildees coletivas Para que se

produzam os DSCs satildeo necessaacuterios quatro operadores que satildeo

1 Expressotildees Chave (Ech) trechos selecionados do material que melhor

descrevem seu conteuacutedo

2 Ideias Centrais (Ics) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem o sentido

presente no material escrito

3 Ancoragens (Acs) foacutermulas sinteacuteticas que descrevem as ideologias

crenccedilas valores presentes no material

4 Discursos do Sujeito Coletivo (DSCs) satildeo as reuniotildees das Expressotildees

Chave presentes no material verbal (por exemplo nas diferentes

respostas a uma mesma questatildeo de pesquisa) que tem Ideias Centrais

ou Ancoragens de sentido semelhante ou complementar131

Na pesquisa qualitativa o discurso ocupa lugar de relevacircncia como teacutecnica

para obtenccedilatildeo de dados conforme afirma Alves ndash Mazzotti (2004)132

ldquo() por sua natureza interativa a entrevista permite

tratar temas complexos que dificilmente poderiam

ser investigados adequadamente atraveacutes de

questionaacuteriosrdquo (ALVES-MAZZOTTI 2004 p 168)

Os dados obtidos por meio das entrevistas de aprofundamento apoacutes

sua transcriccedilatildeo foram sistematizados e submetidos agrave anaacutelise temaacutetica uma

das teacutecnicas de Anaacutelise de Conteuacutedo valorizando os significados presentes

nos dados a sua correlaccedilatildeo com as questotildees formuladas e a articulaccedilatildeo com o

marco teoacuterico adotado na pesquisa

A anaacutelise temaacutetica137 foi operacionalizada segundo as etapas abaixo

86

Primeira fase (Preacute-anaacutelise) foi realizado um contato exaustivo com o

material atraveacutes de repetidas leituras (leituras flutuantes) retomando

simultaneamente os questionamentos e os objetivos iniciais da pesquisa

criando-se indicadores que orientaram a interpretaccedilatildeo final

As gravaccedilotildees foram analisadas conforme os nuacutecleos direcionadores

anteriormente descritos desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho e atitudes cooperativas (relaccedilatildeo interpessoal) A partir

destes nuacutecleos unidades de contexto foram separadas do texto A unidade de

contexto representou a parte mais ampla do conteuacutedo que era analisado

sendo considerada como o ldquopano de fundordquo que imprimia significado e sentido

as unidades de registro

Das unidades de contexto foram retiradas as unidades de registro nelas

presentes considerando que a unidade de registro representou a menor parte

do conteuacutedo

A segunda fase consistiu na codificaccedilatildeo na qual quantificamos as

unidades contexto e suas respectivas unidades de registro As unidades de

registros foram classificadas e agrupadas de acordo com seus significados

emergindo daiacute as categorias de anaacutelise

46 ASPECTOS EacuteTICOS

A presente pesquisa foi desenvolvida dentro dos procedimentos eacuteticos

previstos pelo CONEP e assim o projeto foi submetido ao

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) Universidade Estadual de Ciecircncias

da Sauacutede de Alagoas protocolo nordm 902 08 e aprovado em 29052008

(Anexo 7)

Comitecirc de Eacutetica em pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Satildeo

Paulo protocolo n ordm 1509 09 e aprovado em 04122009 (Anexo 8)

Todos os sujeitos participantes da pesquisa aderiram agrave proposta e

concordaram em assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE) (Anexos 2)

87

Os sujeitos que participaram da etapa de construccedilatildeo da proposta

educativa foram convidados a participarem do programa de Ginaacutestica Laboral e

Ergonomia da UNCISAL trata-se de um programa de extensatildeo universitaacuterio

devidamente cadastrado e em funcionamento na Proacute-reitoria de extensatildeo da

UNCISAL e coordenado pelo pesquisador responsaacutevel

88

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

89

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

Este capiacutetulo destina-se agrave apresentaccedilatildeo dos resultados e suas

discussotildees com a literatura sendo expostos nos seguintes subcapiacutetulos

51 O cotidiano do trabalho e o processo de adoecimento do Teacutecnico

de Enfermagem

52 Uma proposta de Educaccedilatildeo em Sauacutede voltada para o cuidado com

a sauacutede ocupacional do Teacutecnico de Enfermagem

53 A Qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes o

programa educativo

54 A presenccedila de dores osteomusculares relacionadas ao trabalho

em teacutecnicos de enfermagem antes e apoacutes um programa educativo

90

51 O COTIDIANO DO TRABALHO E O PROCESSO DE

ADOECIMENTO DO TEacuteCNICO DE ENFERMAGEM

Entendemos percepccedilatildeo como sendo a faculdade ou ato de aprender

uma ideia ou questatildeo ou de compreender algo percepccedilatildeo modo de ver ou

sentir ponto de vista entendimento noccedilatildeo maneira subjetiva de ver e

entender o mundo apresentando-se muito mais abrangente do que um simples

conceituar141

A percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem sobre LERDORT foi

realizada por meio do grupo focal e da observaccedilatildeo etnograacutefica Atraveacutes da

observaccedilatildeo etnograacutefica foi possiacutevel realizar registros das percepccedilotildees do

pesquisador sobre o que foi observado sem contudo focar exclusivamente nos

aspectos fiacutesicos e ambientais pois acredito que a consequecircncia do trabalho

sobre o corpo do trabalhador vai aleacutem desses aspectos e em funccedilatildeo dessa

crenccedila procurei abdicar-me do reducionismo relacional entre doenccedila

ocupacional e espaccedilo fiacutesico

Observamos que pelo fato de estarem diretamente em contato com os

pacientesclientes e serem responsaacuteveis pelo cuidado a eles oferecido esses

profissionais lidam rotineiramente com as mais diversas situaccedilotildees envolvendo

natildeo soacute os pacientes mas seus acompanhantes familiares meacutedicos e outros e

com certa frequecircncia foi possiacutevel observar atitudes de conflitos interpessoais

por outro lado observaram-se natildeo raras vezes viacutenculos criados com os

pacientes estabelecidos muitas vezes pelo tempo de internaccedilatildeo

Outro fato que me chamou a atenccedilatildeo foi a desarmonia existente entre o

trabalhar em prol da sauacutede de terceiros e a falta de tempo para o lazer e o

cuidado com a proacutepria sauacutede parece que a necessidade e o modo de trabalho

fazem com que o ritmo normal da vida vai se quebrando e o teacutecnico de

enfermagem se submete aos ritmos laborais que favorecem ao adoecimento

A divisatildeo das escalas de serviccedilo natildeo me pareceu biomecanicamente

justa por vezes foi possiacutevel observar muitos pacientes para um uacutenico

profissional o que por uma lado favorecia a sobrecarga fiacutesica por outro

91

empobrecia o despertar da criatividade na resoluccedilatildeo dos problemas a

permanecircncia do profissional em um uacutenico setor por tempo ilimitado foi outro

aspecto que me despertou a atenccedilatildeo e acredito ser fator que tambeacutem limite o

despertar criativo

Foi possiacutevel observar certo descompasso entre a exigecircncia fiacutesica que o

trabalho impotildee ao teacutecnico de enfermagem e as condiccedilotildees de conforto e

seguranccedila ofertadas ao profissional por um lado o trabalho exige desses

profissionais agigantados e repetitivos esforccedilos fiacutesicos e por outro o cenaacuterio

laboral se apresenta superlotado com excesso de pacientes local de repouso

sem colchatildeo mobiacutelia e equipamentos inadequados e isso ficava evidenciado

pela diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo nos finais do plantatildeo visivelmente percebia-se o

corpo dos profissionais mais pesados e as faacutecies abatidas fato preocupante

quando se observa que alguns desses profissionais dobram a escala de

trabalho com certa frequecircncia em decorrecircncia de duplo ou triplo viacutenculo

empregatiacutecio ou de moacutedicos vencimentos

O Ritmo de Trabalho desses profissionais em funccedilatildeo da sobrelotaccedilatildeo

apresentava-se acelerado com pouco horaacuterio para pausas Os profissionais

trabalhavam na maior parte do tempo em peacute e deambulando Ficou

evidenciada grande exigecircncia fiacutesica inerente ao trabalho resultante da

realizaccedilatildeo de atividades como mobilizaccedilatildeo de objetos e instrumentos pesados

transporte e movimentaccedilatildeo de pacientes arrumaccedilatildeo do leito higiene corporal

de pacientes incapacitados aleacutem dos esforccedilos visuais e mentais impostos aos

teacutecnicos de enfermagem acrescenta-se os deslocamentos excessivos a cada

jornada de trabalho

Evidenciou-se tambeacutem a existecircncia de condiccedilotildees biomecacircnicas

favoraacuteveis para a ocorrecircncia de doenccedilas ocupacionais no grupo estudado

estes profissionais realizam movimentos com esforccedilos repetitivos no trabalho

fato que evidencia a necessidade de se buscar alternativas teacutecnicas e de

modos operatoacuterios ergonocircmicos para minimizar as cargas excessivas de

trabalho acrescentar pausas e instrumentos adequados no exerciacutecio

profissional

A estrutura predial antiga mostrou-se aparentemente inadequada

enfermaria e repouso apertados corredores estreitos rampas iacutengremes

92

escadas salas que deviam estar acopladas uma agrave outra distantes entre si

ausecircncia de boa iluminaccedilatildeo ventilaccedilatildeo maacutes condiccedilotildees das instalaccedilotildees

sanitaacuterias e ausecircncia de armaacuterios para guardar bolsas e objetos pessoais

Os fatos observados revelaram a presenccedila de fatores predisponentes

que podem estar relacionados ao surgimento eou agravamento dos sinais e

sintomas e o meio assim emergem da observaccedilatildeo do campo sentidos

decorrentes da experiecircncia preacutevia do pesquisador e relaccedilatildeo com inadequaccedilatildeo

de mobiacutelia espaccedilos superlotaccedilatildeo jornadas extras Essas categorias

agregaram conteuacutedos uacuteteis para apreender melhor o processo do adoecimento

e a relaccedilatildeo da LERDORT com o discurso dos sujeitos

Outro aspecto marcante durante a observaccedilatildeo foi a aparente hesitaccedilatildeo

inicial dos trabalhadores ao serem abordados por um ldquoestranhordquo Em alguns

momentos nessa fase de observaccedilatildeo etnograacutefica foi necessaacuteria a opccedilatildeo por

natildeo insistir no assunto adoecimento no trabalho para evitar constrangimento e

desabafos excessivos Alguns teacutecnicos de enfermagem parecem ao menos

inicialmente ter confundido o que seria a observaccedilatildeo com a possibilidade de

intervenccedilatildeo terapecircutica e verbalizam o desejo de serem atendidos pelo

fisioterapeuta

As entrevistas de aprofundamento da observaccedilatildeo etnograacutefica permitiram

entender melhor fatores de risco para das LERDORT em teacutecnicos de

enfermagem foi possiacutevel evidenciar aspectos quanto agrave percepccedilatildeo multifatorial

da LERDORT bem como prevenccedilatildeo na fala dos sujeitos contribuindo assim

para uma maior compreensatildeo do tema prevenccedilatildeo das LERDORT nessa

populaccedilatildeo

Com o intento de situar a percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem em

relaccedilatildeo a LERDORT foram analisadas as falas obtidas na primeira fase do

estudo sem interferecircncia portanto da atividade educativa em sauacutede

A anaacutelise temaacutetica das entrevistas de aprofundamento realizada a partir

de (03) trecircs nuacutecleos direcionadores (desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho

atitudes cooperativas e realizaccedilatildeo pessoal) permitiram a apreensatildeo das

Unidades de Contexto (UC) Unidades de Registros (UR) e categorias

emergentes do campo

93

A tabela abaixo retrata a quantidade de vezes que cada um dos nuacutecleos

direcionadores foi comentado (UR)

Tabela 2 Distribuiccedilatildeo numeacuterica e percentual das unidades de registros

identificadas no discurso dos sujeitos em estudo segundo aos respectivos

nuacutecleos temaacuteticos Maceioacute-AL 2009

NUacuteCLEOS DIRECIONADORES UR

Nordm

Desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho 184 5396

Atitudes cooperativas 88 2580

Realizaccedilatildeo pessoal 69 2023

TOTAL 341 9999

A tabela 2 mostra que houve maior referecircncia ao nuacutecleo direcionador

desconforto fiacutesico relacionado ao trabalho com 184 unidades de registro em

relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas houve 88 referecircncias Em relaccedilatildeo agrave realizaccedilatildeo

pessoal com o trabalho 69 unidades de registros

Estes dados estatildeo em consonacircncia com a literatura onde eacute possiacutevel

perceber que dentre profissionais da sauacutede os trabalhadores de enfermagem

satildeo os que mais apresentam absenteiacutesmo e elevadas queixas de desconforto

relacionado ao trabalho142 em funccedilatildeo de adoccedilatildeo de posturas corporais

incorretas muitas vezes associadas agrave exposiccedilatildeo constante a doenccedilas que

favorecem o aparecimento da fadiga e raquialgia na equipe de enfermagem

que trabalha na ambiecircncia hospitalar143

O grupo reconhece que o trabalho do teacutecnico de enfermagem expotildee a

fatores de risco e agravos para a sua sauacutede e que devido agrave adoccedilatildeo de posturas

corporais incorretas e excesso de forccedila favorecem ao aparecimento da fadiga e

dores na equipe que trabalha na ambiecircncia hospitalar

94

ldquoOlha doutor de manhatilde a gente pega muito pesordquo

ldquoTrabalhar em enfermagem eacute muito cansativo Dar

banho no leito eacute muito pesado e faz mal para a

coluna e para os ombro () eacute por isso que tenho

tanta dorrdquo

Outra categoria foi referente agrave identificaccedilatildeo de atividades de

movimentaccedilatildeo e sustentaccedilatildeo de pacientes como agravante da situaccedilatildeo dor

ldquoLevantar o paciente daacute contratura nos ombros

Subir paciente () assim quando estatildeo

escorregando para baixo virar o decuacutebito () daacute

uma coisa cansada nos braccedilos nas matildeos e na

lombar tambeacutemrdquo

As categorias emergentes deste estudo satildeo confirmadas na literatura

como fatores importantes no processo de adoecimento e surgimento de

desconfortos fiacutesicos em enfermagem pois na praacutexis desta profissatildeo

movimentos repetitivos aliados agrave exigecircncia de forccedila satildeo uma constante e

favorecem o surgimento de doenccedilas ocupacionais 144 145 e 146

A adoccedilatildeo de posturas viciosas e incorretas foi bastante citada

encontramos referecircncias quanto agrave percepccedilatildeo dos sujeitos sobre o surgimento

de dores em decorrecircncia das mais diversas atividades inerentes ao trabalho do

teacutecnico de enfermagem Alguns exemplos destas descriccedilotildees estatildeo abaixo

citados

ldquoNa hora que vai puncionar uma veia a gente passa

muito tempo assim curvando aiacute vai dando problema

na colunardquo () ldquoO pior eacute fazer o pacote quando o

95

paciente morre aleacutem de ser triste forccedila os ombros e

as matildeos sem contar que corro o risco de me

contaminarrdquo

umlE tem a postura pra aspirar puncionar dar banho

no leitoCurvado assimas costas ningueacutem

aguentauml

A literatura confirma a percepccedilatildeo desses profissionais quando afirma

que dores tendem a acometer indiviacuteduos que atuam em profissotildees exaustivas

como eacute o caso da enfermagem147 Nessa populaccedilatildeo devido a manutenccedilatildeo de

posturas improacuteprias as queixas de dores satildeo constantes podendo destacar

algias nos membros superiores e coluna vertebral148 As posturas inadequadas

satildeo adotadas pelos teacutecnicos de enfermagem quando prestam assistecircncia aos

pacientes quando preparam medicaccedilatildeo empurram ou arrastammacas13

Outro estudo corrobora com a percepccedilatildeo do grupo quando ao avaliar

ocorrecircncias de cervicodorsolombalgias nas enfermeiras relata que os efeitos

nocivos das longas jornadas de trabalho levam a um esforccedilo excessivo que

poderaacute agravar lesotildees na coluna vertebral 149

No exerciacutecio da profissatildeo inuacutemeras satildeo agraves vezes em que os

trabalhadores de Enfermagem adotam posturas corporais improacuteprias ou

inadequadas do ponto de vista biomecacircnico como eacute o caso de vaacuterias tarefas

desempenhadas agrave beira do leito realizar curativo puncionar acesso venoso

auxiliar no banho de leito realizar trocas de decuacutebito ou transferecircncias leito-

maca-leito tais tarefas podem contribuir para o aparecimento de danos ao

sistema musculoesqueleacutetico150 Tal fato eacute relatado pela profissional abaixo

ldquoDoacutei bastante na hora dos movimentos neacute Na hora

de dar banho no leito parece que os ossos esquenta

doacutei queimando a coluna e o pescoccedilo Bem que doacuteirdquo

96

rdquoSinto contratura nos ombros sinto contratura nos

meus dedos () a contratura eacute cansada e desce

queimando do pescoccedilo e desce para os braccedilos isso

eacute mais forte na hora de fazer a punccedilatildeordquo

Esta relaccedilatildeo entre a atividade de trabalho do teacutecnico em enfermagem e o

surgimento de dores pode ser confirmada pois haacute relaccedilatildeo entre o trabalho e o

desgaste do trabalhador em enfermagem 151 152

Outro aspecto constatado eacute o entendimento por parte do grupo de que

a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e surgimento de dores tambeacutem tem relaccedilatildeo

com equipamentos e mobiacutelias inadequadas

umlOlha por exemplo as seringa natildeo aspira e a gente

tem que fazer bastante forccedila porque o material natildeo eacute

de boa qualidade [] aiacute faz uma forccedila [] tanta que

agraves vezes o dedo fica roxouml

Ao avaliar ambiente de trabalho equipamentos mobiliaacuterio e postura

corporal de trabalhadores de enfermagem na unidade de internaccedilatildeo Goacutees26

afirma que espaccedilos restritos no banheiro mobiliaacuterios com altura fixa

incompatiacutevel provocam a adoccedilatildeo de posturas inadequadas e que 100 dos

enfermeiros e 9770 dos auxiliares relatam dor na coluna vertebral

Eacute possiacutevel perceber elevadas queixas referentes agraves mobiacutelias

principalmente altura dos leitos e berccedilos de pacientes o que obriga os

profissionais a adotarem posturas de anteriorizaccedilatildeo do tronco durante as

atividades de banho no leito punccedilatildeo venosa e realizaccedilatildeo de curativos tal

observaccedilatildeo estaacute de acordo com a literatura quando se verifica que em relaccedilatildeo

ao trabalho de enfermagem haacute inadequaccedilatildeo do mobiliaacuterio utensiacutelios e

equipamentos quanto agraves dimensotildees alturas das superfiacutecies peso e condiccedilotildees

de funcionamento27 e que eacute necessaacuterio propor redesenho dos equipamentos

auxiliares na elevaccedilatildeo e transferecircncia de pacientes153154

97

ldquoAs macas satildeo muito ruins e as cadeiras dificultam

as posturasrdquo

ldquoPara mim as camas satildeo altas demais aiacute tem que

subir numa coisinha dessa (aponta para escada) e eacute

arriscado cair neacuterdquo

As lesotildees do sistema musculoesqueleacutetico particularmente as algias

vertebrais satildeo internacionalmente reconhecidas como um risco ocupacional

entre os trabalhadores de enfermagem 155156157 e no ambiente hospitalar

existem vaacuterios fatores ergonocircmicos relacionados com problemas ambientais e

organizacionais que podem ser relacionados agraves lesotildees osteomusculares tais

como recursos tecnoloacutegicos inadequados incluindo mobiliaacuterio a falta de

equipamentos especiais para movimentar pacientes aleacutem da escassez de

recursos humanos e a falta de treinamento158 Deste modo os trabalhadores

de enfermagem submetem-se constantemente a condiccedilotildees de trabalho

inadequadas originando aleacutem de agravos de ordem psiacutequica agravos nos

sistemas corporais ocasionado os acidentes do trabalho e as licenccedilas para

tratamento de sauacutede 159

Observou-se que unidade hospitalar pesquisada tem problemas

ergonocircmicos e que os teacutecnicos de enfermagem os reconhecem e tecircm

consciecircncia de suas influecircncias na sua sauacutede

uml[] na minha enfermaria o local onde eacute guardado o

material Eacute porque a gente tem que abaixar se

curvar pra apanhar o materialuml

A superlotaccedilatildeo nas enfermarias com estreitamento dos espaccedilos entre

as macas eacute lembrado como fato gerador de estresse pois aumenta a

sobrecarga de trabalho e tensatildeo

A literatura compreende a correlaccedilatildeo da interferecircncia do espaccedilo fiacutesico

disponiacutevel para atendimento de pacientes utilizaccedilatildeo de equipamentos pelo

98

pessoal de enfermagem e estresse 160 Este problema foi confirmado quando

se reconhece que para o pessoal de enfermagem ter que assistir pacientes em

sua higiene em restritos espaccedilos hospitalares eacute pernicioso 161 a sauacutede fiacutesica e

mental Tal evidecircncia eacute percebida e relatada pelo

ldquoAqui no trabalho eu fico aperreada eu fico tensa

Afeta todo o sistema nervoso e o corpo doacutei todo

tambeacutem com esse monte de paciente nas

enfermariasrdquo

Esta percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem tem respaldo na literatura

pois acredita-se que superlotaccedilatildeo gera sobrecarga de trabalho aos

profissionais tanto do ponto de vista quantitativo quanto do aumento de

demanda decorrente do quadro cliacutenico dos pacientes Os hospitais

universitaacuterios brasileiros via de regra sofrem com a superlotaccedilatildeo presenccedila de

pacientes graves em todas as unidades deacuteficit de profissionais falta de

equipamentos de suporte no manuseio dos paciente162

O excesso de trabalho afeta consideravelmente os teacutecnicos de

enfermagem no que diz respeito tanto a sua sauacutede fiacutesica quanto a sua

condiccedilatildeo psicoloacutegica os trabalhadores que exercem suas funccedilotildees em

situaccedilotildees adversas apresentaratildeo com maior frequecircncia queixas de fadiga

crocircnica e alteraccedilotildees gastrointestinais do que os teacutecnicos que trabalham em

ritmo mais tranquilos163 164165 166

Eacute possiacutevel perceber que o grupo entende que o processo de

adoecimento pode ser influenciando pela falta de atividades fiacutesicas regulares

Uma questatildeo levantada foi o trabalho intenso com carga horaacuteria semanal

extenuante O excesso de trabalho pode favorecer o surgimento do cansaccedilo

cumulativo estimulando o sedentarismo desses profissionais

No grupo estudado percebeu-se que haacute uma divisatildeo hierarquizada e

vertical do trabalho da enfermagem e que grande parte das tarefas de

execuccedilatildeo eacute efetuada pelos teacutecnicos e esses tecircm menor autonomia de decisatildeo

sobre o proacuteprio trabalho e salaacuterios menores em funccedilatildeo disso eacute comum a

99

realizaccedilatildeo de horas extras plantotildees extras Tais achados encontram reforccedilos

em estudos 167 168 que apontam a relaccedilatildeo entre hierarquizaccedilatildeo do trabalho em

enfermagem e ritmo intenso

ldquoA gente anda demais a semana toda Trabalha muito e

natildeo paacutera pior ainda quando dobra a escala[] Chego em

casa um caco depois do plantatildeo aiacute nem daacute coragem de

fazer mais nada sei que preciso fazeruml

ldquoNa minha folga nem tenho coragem de brincar com minha

filha Pago a babaacute para banhar ela soacute fico deitada vendo

televisatildeordquo

ldquoMoro perto da praia e podia fazer caminhada para abaixar

o peso mas ando tanto aqui que natildeo daacute coragem de

caminhar maisrdquo

De fato percorrer longas distacircncias e ficar por muito tempo em peacute

contribui para elevar os iacutendices de dor e fadiga essa afirmaccedilatildeo tem respaldo

na literatura que afirma que pesquisas realizadas em vaacuterios paiacuteses exibem

prevalecircncias superiores a 80 de ocorrecircncia dessas sensaccedilotildees em teacutecnicos

de enfermagem13169 Estudo brasileiro mostra prevalecircncias de 43 a 93162

Em relaccedilatildeo agraves atitudes cooperativas (segundo nuacutecleo direcionador da

entrevista) observou-se carecircncia das mesmas o que favorece o processo de

adoecimento na percepccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem

O grupo entende que haacute problemas de relacionamento interpessoal fato

que dificulta a colaboraccedilatildeo entre os pares e gera sobrecarga de trabalho tal

fato eacute maximizado quando essa elevada carga laboral eacute acrescida com o

desconhecimento de medidas de economia biomecacircnica

A necessidade de trocar informaccedilotildees sobre o trabalho e de cooperar

com a equipe eacute relatada nas falas poreacutem apesar da verbalizaccedilatildeo do

100

sentimento a praacutetica natildeo eacute vivenciada o relacionamento interpessoal eacute

apontado pelo grupo como um dos fatores que influenciam o cotidiano do

trabalho cujo resultado depende de parcerias para obter melhores ganhos e

adoecer menos

ldquoA relaccedilatildeo interpessoal interfere em tudo no trabalho ()

Quando a equipe eacute boa natildeo tem estresse e tudo fica

bomsem tensatildeordquo

ldquoA maioria da equipe natildeo ajuda Eacute isso que acontece e a

gente acaba ficando sozinha e trabalhando muito maisrdquo

Estudo demonstra que para minimizar as fontes geradoras das

LERDORT a equipe de enfermagem necessita criar estrateacutegias de melhoria de

relacionamento com colegas edemais membros da equipe 170

Ao confrontar os achados com literatura observa-se que a falta de um

bom relacionamento implica numa comunicaccedilatildeo deficiente entre os pares e

utilizaccedilatildeo de mecanismos de defesas inadequados como a impaciecircncia natildeo

realizaccedilatildeo do trabalho em equipe falta de cooperaccedilatildeo espontacircnea sobrecarga

de trabalho para alguns elementos da equipe e a falta de continuidade das

accedilotildees iniciadas171 172 173 174 175 176177

O terceiro nuacutecleo direcionador da entrevista trata da realizaccedilatildeo pessoal

do profissional

Enfermeiros teacutecnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma

profissatildeo caracterizada por ter em sua essecircncia o cuidado Em relaccedilatildeo ao

auxiliar e teacutecnico de enfermagem haacute indefiniccedilatildeo do papel profissional

sobrecarga de trabalho frequentemente justificada por falta de pessoal e

estimulada pelo pagamento de horas-extras e falta de autonomia e autoridade

na tomada de decisotildees50178179180 fatos que fazem dessa profissatildeo a quarta

mais estressante no setor puacuteblico1

O grupo reconhece carecircncia de realizaccedilatildeo pessoal com o trabalho e isso

pode favorecer o surgimento de doenccedilas relacionadas agraves LERDORTs

101

uml Eu queria fazer faculdade mas a faculdade natildeo me quis

natildeo Fiz vestibular umas trecircs vezes mas natildeo passei aiacute o

jeito foi fazer o teacutecnico mesmordquo

ldquoMinha profissatildeo infelizmente natildeo eacute reconhecida mas Deus

reconhece [] Natildeo eacute reconhecida por parte do salaacuterio por

parte da direccedilatildeo do hospital do governador e da

comunidaderdquo

ldquo tocirc cansadajaacute era pra mim ter saiacutedo mas enquanto natildeo

aparece nadardquo

As percepccedilotildees dos sujeitos da pesquisa estatildeo de acordo com a

literatura pois eacute possiacutevel encontrar relatos de profissionais de niacutevel meacutedio de

enfermagem dizendo que sofrem de despersonalizaccedilatildeo e baixa realizaccedilatildeo

pessoal1181182183184185186

A despersonalizaccedilatildeo eacute caracterizada pela insensibilidade emocional do

profissional com prevalecircncia de condutas ciacutenicas e de dissimulaccedilatildeo 1181187 A

baixa realizaccedilatildeo pessoal faz menccedilatildeo a uma auto avaliaccedilatildeo negativa associada

agrave insatisfaccedilatildeo e desacircnimo com o trabalho com sentimentos de que este natildeo

vale a pena 1187 188

52 UMA PROPOSTA DE EDUCACcedilAtildeO EM SAUacuteDE VOLTADA

PARA O CUIDADOCOM A SAUacuteDE OCUPACIONAL DO TEacuteCNICO

DE ENFERMAGEM

Acreditando-se que os sujeitos trazem percepccedilotildees sobre o objeto de

pesquisa entendemos que eacute preciso atuar na Educaccedilatildeo em Sauacutede

Ocupacional tendo como referecircncia o saber e a vivecircncia das pessoas agraves quais

as accedilotildees satildeo voltadas

102

Numa primeira etapa de coleta de dados por meio de observaccedilatildeo

etnograacutefica e entrevista de aprofundamento constatamos um cenaacuterio de

trabalho repleto de incoerecircncias ergonocircmicas inadequaccedilotildees de mobiacutelias

adoccedilotildees de posturas corporais inadequadas e uma percepccedilatildeo de ambiente

insalubre de trabalho por parte dos teacutecnicos de enfermagem

Para a elaboraccedilatildeo da atividade educativa que atendesse agrave perspectiva

da presente pesquisa assumimos estrateacutegias da participaccedilatildeo e diaacutelogo

privilegiando uma construccedilatildeo coletiva Isto eacute foi desenvolvida por meio da

teacutecnica de grupo focal

Neste grupo focal observamos que a falta de experiecircncias aprofundadas

anteriores dos teacutecnicos de enfermagem com a praacutetica de Educaccedilatildeo em Sauacutede

permitiu que os mesmos colocassem refletissem e dialogassem com os dados

colhidos e sistematizados pelo pesquisador

Nestes diaacutelogos exploramos as necessidades e expectativas dos

teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo a um programa educativo

O Recurso Educativo foi sendo assim proposto em funccedilatildeo dos dados

revelados por meio da interaccedilatildeo com o grupo

A opccedilatildeo de mergulhar no campo de estudo e construir uma intervenccedilatildeo

a partir de uma realidade tem respaldo na literatura que afirma que embora

tenha havido um desenvolvimento surpreendente de metodologias na

educaccedilatildeo em sauacutede as estrateacutegias de aproximaccedilatildeo a populaccedilotildees especiacuteficas

e a utilizaccedilatildeo de metodologias problematizadoras ainda carecem de realce na

educaccedilatildeo em sauacutede2489

Nessa perspectiva o objeto da Educaccedilatildeo em Sauacutede eacute o de alterar

positivamente os conhecimentos por meio de aproximaccedilotildees de saberes

tornando-se via de matildeo de dupla onde todos (educador e educando)

aprendem e ensinam177 189190191

As diferentes aproximaccedilotildees com os teacutecnicos de enfermagem permitiram

observar que os mesmos detecircm conhecimentos sobre o assunto e condiccedilotildees

de contribuir no sentido de ampliar o repertoacuterio pedagoacutegico no processo de

elaboraccedilatildeo da proposta educativa

103

Os diaacutelogos estabelecidos no grupo focal possibilitaram apreender

expectativas dos teacutecnicos de enfermagem em relaccedilatildeo agraves atividades educativas

suas teacutecnicas modos e maneiras de se estabelecer o aprendizado sobre

LERDORT

ldquo Jaacute fui numas palestras mas natildeo entendi muita

coisa natildeo Se tivesse cartilhas com figuras Se

ensinasse a fazer os exerciacutecios era muito melhorrdquo

ldquoEacute porque palestras soacute natildeo resolve () quando tem

panfleto eu coloco na bolsa e leio depois com calma

na hora que esquecerrdquo

ldquoQuando tem alguma coisa que lembra a gente fixa

melhor () alguma coisa que eu veja que natildeo me

deixa esquecer do que aprendirdquo

ldquoQuando tem algueacutem fazendo ginaacutestica junto com a

gente eacute bom porque empolga e se tiver fazendo

errado ensina na horardquo

Os teacutecnicos de enfermagem apontam claramente para um pressuposto

de que a informaccedilatildeo pode favorecer no autocuidado

ldquoEacute preciso saber fazer posturas na hora de fazer o

procedimento Se eu soubesse bem direitinho a

posiccedilatildeo certa do banho eu ia fazer e natildeo sofria

tantordquo

104

ldquoJaacute ouvi falar da LER mas natildeo sei direito como eacute

quer dizer sei mais ou menos () o que eu queria

era ter mais entendimento para natildeo terrdquo

A literatura comenta que o trabalho educativo pode ser uma saiacuteda

extremamente potente para a comunicaccedilatildeo em sauacutede facilitando a construccedilatildeo

de estrateacutegias preventivas e terapecircuticas174 175 por outro lado eacute preciso

destacar que embora o conhecimento seja um preacute-requisito de modo algum eacute

garantia da realizaccedilatildeo no cuidado com a sauacutede ocupacional176 177 Isso pode

ser evidenciado no diaacutelogo com os teacutecnicos

umlEu sei como sentar mas isso natildeo basta porque

aleacutem de sentar tem que promover mais coisa () eacute

preciso saber fazer os alongamentos durante o

trabalho antes do trabalho e depois tambeacutem () Se

soubeacutessemos a gente natildeo esquecia de sentar

corretordquo

Sugestatildeo metodoloacutegicas que apontam para atividades teoacutericas e

praacuteticas foram tambeacutem feitas O reconhecimento da ginaacutestica laboral como

ferramenta preventiva das LERDORTs e a confecccedilatildeo de material didaacutetico que

discuta teacutecnicas de economia biomecacircnica durante a jornada de trabalho foi

enfatizada

umlrdquoEacute preciso fazer ginaacutestica laboral manobras de

alongamentordquo

ldquoA gente deveria aprender quais satildeo as posturas

corretas deveria aprender a fazer exerciacutecios mais

ateacute do que isso deveria vir algueacutem aqui para fazer

exerciacutecios com a gente porque ao mesmo tempo que

fazia estimulava e ensinava a fazer tambeacutemrdquo

105

uml[] palestra soacute natildeo resolve [] se tivesse cartilhas

livros panfletos porque depois eu podia ler sem

aperreiouml

A literatura reforccedila esses aspectos quando afirma que para uma

efetivaccedilatildeo mais adequada dos saberes eacute preciso considerar estimular e

valorizar competecircncias teoacutericas e praacuteticas178 nas quais se incluem tanto as

habilidades comportamentais e praacuteticas (saber ser) quanto os savoirs-faire

(saber-fazer) ou conhecimentos teoacutericos dos indiviacuteduos 179180

Os teacutecnicos de enfermagem reconhecem que esse curso para natildeo cair

no esquecimento devia ser feito por moacutedulos com reforccedilos que e evoquem o

que foi discutido sobre a questatildeo

O grupo sugere tambeacutem que o reforccedilo deve ser disponibilizado e

entregue em moacutedulos pois a leitura de um texto longo pode ficar cansativa e

desestimulante Tal observaccedilatildeo pode se reforccedilada nas falas abaixo

ldquoCom o tempo a gente se esquece do que aprendeu

mas se tiver uma coisa pra lembrar seria muito bom

[] uma coisa que eu visse jaacute me lembravardquo

ldquoTipo assim todo dia falar um pouco em pedaccedilos

Quando fala tudo de uma vez depois a gente nem se

lembrardquo

Entre as discussotildees e planejamento coletivo das atividades educativas o

grupo por votaccedilatildeo sugeriu a adoccedilatildeo de uma personagem fictiacutecia para o

desenvolvimento da estrateacutegia uma boneca enfermeira entendendo que seria

algo inusitado e estimulante para ativar a lembranccedila do que fora apreendido

um modo de natildeo cair no esquecimento

106

Apoacutes algumas sugestotildees de nomes para a personagem (Dodoacutei

Penicilina Espondileacuteia Costa e Enfermerita) por votaccedilatildeo direta e aberta

escolheram o nome Espondileacuteia Costa

Um desenhista alheio ao processo foi contratado para desenvolver uma

proposta de desenho da personagem que foi preliminarmente aprovado pelo

grupo O desenho ficou exposto na sala de reuniatildeo por 10 (dez) dias para

eventuais sugestotildees de mudanccedilas que natildeo ocorreram

Ilustrado pelo desenho e ancorado nas referecircncias cientiacuteficas sobre a

prevenccedilatildeo das LERDORTs e nas sugestotildees do grupo focal foi elaborado a

versatildeo preliminar do manual que seria utilizado na atividade educativa

O manual ficou disponiacutevel para anaacutelise na sala de encontros por mais

10 (dez) dias e os teacutecnicos de enfermagem fizeram devidas observaccedilotildees sobre

o memo As principais sugestotildees ocorreram em relaccedilatildeo agrave substituiccedilatildeo de

palavras desconhecidas pelo grupo

O Recurso Instrucional final foi composto do manual e da boneca O

manual foi idealizado em fasciacuteculos a serem distribuiacutedos em cada encontro e a

boneca foi concebida para ser apresenta com uma caixinha com o manual em

miniatura sendo assim proposta para ser utilizada como um siacutembolo que tem

como finalidade ativar a lembranccedila do que foi discutido e praticado

O manual possui duas partes distintas a primeira com apresentaccedilatildeo do

mesmo e a segunda com uma parte mais praacutetica e algumas sugestotildees de

exerciacutecios

A primeira parte do material ficou assim dividida

A Espondileacuteia Costa Nessa etapa a boneca Espondileacuteia Costa se

apresenta e diz qual eacute a sua intenccedilatildeo com o grupo

Apresentaccedilatildeo Nessa pesquisado o autor esclarece alguns pontos

sobre a confecccedilatildeo do manual o objetivo do mesmo e relata

brevemente como foi o seu desenvolvimento

A quem se destina o manual Nesse momento eacute apresentado o puacuteblico

alvo que o manual educativo pretende alcanccedilar

107

A segunda parte de caraacuteter mais praacutetico ficou assim dividida

O trabalho do teacutecnico de enfermagem Nesse capiacutetulo discutem-se as

exigecircncias fiacutesicas para o trabalho como teacutecnico de enfermagem a

saber exigecircncia de grande esforccedilo fiacutesico atenccedilatildeo repetitividade de

movimentos sobrecarga de trabalho e instrumentos de trabalho

Tipos de contraccedilatildeo muscular no ambiente de trabalho

LERDORT o processo de adoecimento do sistema musculoesqueleacutetico

relacionado ao trabalho

Orientaccedilotildees para o trabalho na postura biacutepede

Orientaccedilotildees para o trabalho em sedestaccedilatildeo

Orientaccedilotildees para transferecircncia de pacientes acamados

Cinesioterapia laboral Nesse capiacutetulo se discute a importacircncia do

exerciacutecio fiacutesico na prevenccedilatildeo da LERDORT sendo eacute apresentados

alguns exerciacutecios laborais com convite para a praacutetica regular dos

mesmos

O Manual produzido e posteriormente aplicado encontra-se no anexo 5

53 A QUALIDADE DE VIDA DE TEacuteCNICOS DE ENFERMAGEM

ANTES E APOacuteS UMA ATIVIDADE EDUCATIVA

A qualidade de vida no trabalho eacute percebida subjetivamente pelos

indiviacuteduos no ambiente laboral e deve envolver condiccedilotildees de seguranccedila

trabalho digno remuneraccedilatildeo e benefiacutecios adequados estabilidade feedback

quanto ao desempenho oportunidade de crescimento e de aprendizado

possibilidade de promoccedilatildeo clima social positivo e justiccedila social132 192

Trata-se de um conceito amplo e de certo modo pode ser afetado pela

sauacutede fiacutesica estado emocional convicccedilotildees pessoais relaccedilotildees sociais e

estiacutemulos provenientes do meio 132 De um modo geral as definiccedilotildees de

108

Qualidade de Vida reforccedilam a ideia de que sua percepccedilatildeo eacute encarada

diferentemente pelos indiviacuteduos192

O trabalho ocupa lugar central na vida do homem e dependendo da

forma como estaacute sendo executado e organizado pode ser gerador de fatores

desgastantes e potencializadores de processos sauacutede-doenccedila levando o

trabalhador ao adoecimento193 194 195

Inseridos nesse contexto estaacute o trabalhador de enfermagem que tem

seu trabalho caracterizado por atividades que exigem alta interdependecircncia

entre os pares nas quais a motivaccedilatildeo surge como aspecto fundamental na

busca de maior eficiecircncia para a qualidade na assistecircncia prestada aliada agrave

satisfaccedilatildeo destes trabalhadores196

Justifica-se avaliar a qualidade de vida no trabalho do teacutecnico de

enfermagem devido aos prejuiacutezos que a baixa desta pode desencadear tanto

para os funcionaacuterios como para os hospitais

Essa atitude eacute necessaacuteria agravequelas empresas que almejam o sucesso

pois trazem resultados positivos tanto para o empregado na forma de uma

vida mais saudaacutevel e satisfatoacuteria como para a empresa na forma de reduccedilatildeo

no absenteiacutesmo melhorias no clima organizacional nos relacionamentos na

produtividade e nos resultados194

Para este estudo foram avaliados 08 domiacutenios de qualidade de vida

propostos pelo SF 36 lembrando que quanto mais proacuteximo de 100 (cem)

melhor o estado de sauacutede da populaccedilatildeo pesquisada

Observou-se que todos os domiacutenios pesquisados antes da atividade

educativa mostraram-se abaixo de 50 do ideal significando um

comprometimento desta

Observou-se tambeacutem que o domiacutenio mais afetado foi vitalidade seguido

pelos aspectos fiacutesicos aspecto emocional aspecto funcional estado geral

aspectos sociais sauacutede mental e por fim dor

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

109

QUADRO 1 O quadro abaixo mostra os valores obtidos nos diferentes

domiacutenios com a aplicaccedilatildeo do SF 36antes do desenvolvimento da atividade

educativa

DOMIacuteNIOS Meacutedia dos valores encontrados

Capacidade funcional 458333

Aspectos fiacutesicos 291667

Dor 506667

Estado geral 491667

Vitalidade 200000

Aspectos sociais 499000

Aspectos emocionais 386667

Sauacutede Mental 499998

Partimos do princiacutepio que o trabalho quando executado em ambientes

insalubres e penosos pode interferir negativamente na qualidade de vida de

trabalhadores197 e traz sofrimento fiacutesico198

Em outro estudo199 encontramos resultados semelhantes aos aqui

apresentados os autores relatam que tais resultados refletem o sentimento de

cansaccedilo e esgotamento do grupo O cansaccedilo estaacute significativamente associado

agrave presenccedila de sintomas como problemas do sono estresse e depressatildeo203

fato que daacute credibilidade a fala do grupo quando se refere ldquofico aperreadordquo

ldquofico estressadordquo abordadas no capiacutetulo 51

Trabalhadores de enfermagem comumente apresentam sensaccedilatildeo de

fadiga crocircnica e essa pode se manifestar de diversas formas sensaccedilatildeo de

esgotamento dores de cabeccedila e no corpo perda do apetite irritabilidade

desacircnimo e induzem ao empobrecimento da vida social mental e laboral dos

mesmos192

Devido agraves condiccedilotildees laborais percebidas o excesso de trabalho e a natildeo

satisfaccedilatildeo pessoal com a profissatildeo anteriormente descritas nas falas dos

sujeitos da pesquisa nos faz acreditar que haacute um cansaccedilo acumulado no grupo

e isso pode interferir na satisfaccedilatildeo perante o trabalho

110

Estudo demonstra que haacute influecircncia direta do ambiente de trabalho e da

organizaccedilatildeo do mesmo sobre a qualidade de vida dos servidores e ainda

afirma que eacute necessaacuterio proporcionar ao trabalhador um estilo de vida mais

ativo saudaacutevel e ofertar ao mesmo condiccedilotildees salubres e adequadas para

desenvolverem e aperfeiccediloarem seu trabalho200

Neste contexto o ambiente de trabalho pode estar associado ao

sofrimento fiacutesico e psiacutequico dos trabalhadores uma vez que um tempo

significativo da vida dessas pessoas acontece neste ambiente201

Partimos do pressuposto de que existe relaccedilatildeo positiva entre o

Programa Educativo e a Qualidade de Vida dos Teacutecnicos de Enfermagem

Os dados referentes agrave qualidade de vida aleacutem de terem sido colhidos

antes da atividade educativa foram tambeacutem avaliados apoacutes 10 e 30 dias do

desenvolvimento da mesma

O graacutefico abaixo mostra o comportamento dos domiacutenios do SF 36 no

grupo nos trecircs momentos investigados

111

Graacutefico 1 Comportamento dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por

meio do SF-36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias

decorridos da atividade educativa

O quadro abaixo detalha quantitativamente as meacutedias obtidas

Quadro 2 Meacutedia dos domiacutenios da qualidade de vida obtidos por meio do SF-

36 entre os teacutecnicos de enfermagem Antes e apoacutes 10 e 30 dias decorridos da

atividade educativa

DOMIacuteNIOS Valores antes Valores apoacutes

10 dias

Valores apoacutes

30 dias

Capacidade funcional 458333 a 700000 b 715000 b

Aspectos fiacutesicos 291667 a 750000 b 718333 ab

Dor 506667 a 760000 b 765000 ab

Estado geral 491667 a 708333 b 718333 ab

Vitalidade 200000 a 316667 a 331667 a

Aspectos sociais 499000 a 458333 a 464167 a

Aspectos emocionais 386667 a 831667 b 876667 ab

Sauacutede Mental 499998 a 680000 a 688333 a

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de Tukey a 5 de probabilidade

112

Apoacutes 10 (dez) observamos que houve incremento na qualidade de vida

do grupo em todos os domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade e aspectos sociais

que continuaram abaixo de 50 (cinquenta por cento)

Decorridos 30 (trinta) dias da accedilatildeo educativa o mesmo resultado se

manteve apenas os domiacutenios vitalidade e aspectos sociais mantiveram

escores menores que 50 (cinquenta)

Estatisticamente analisando os dados pelo teste de Tukey todos os

domiacutenios com exceccedilatildeo da vitalidade aspecto social e sauacutede mental

apresentaram incremento estatisticamente significante apoacutes a atividade

educativa

A vitalidade apresentou pequena variaccedilatildeo positiva nos dez dias apoacutes o

desenvolvimento da atividade educativa que se manteve 30 dias apoacutes apesar

de natildeo ter sido estatisticamente significante

O domiacutenio aspecto social manteve-se inalterado do ponto de vista

estatiacutestico antes e apoacutes (tanto 10 como 30 dias) decorridos da atividade

educativa

As meacutedias encontradas para a Sauacutede Mental do SF36 tiveram evoluccedilatildeo

depois de decorrido 10 dias e 30 dias apoacutes a atividade educativa apesar de

tambeacutem natildeo terem significacircncia estatiacutestica

O componente Capacidade Funcional que avalia a presenccedila e extensatildeo

de restriccedilotildees relacionadas agrave capacidade fiacutesica dos sujeitos teve significativa

variaccedilatildeo estatiacutestica nos 10 (dez) dias seguintes da atividade educativa apoacutes o

trigeacutesimo dia houve variaccedilatildeo positiva mas sem ser estatisticamente

significante esses achados nos sugerem uma melhor condiccedilatildeo fiacutesica apoacutes a

atividade educativa

Os dados encontrados estatildeo em desacordo com a literatura que afirma

que a capacidade funcional apresenta domiacutenio comprometido apoacutes ginaacutestica

laboral em profissionais que trabalham em hospital universitaacuterio e equipe de

enfermagem com queixas de lombalgia 204 203

Por outro lado os dados obtidos nesta pesquisa vatildeo ao encontro de

estudos que se propunham avaliar qualidade de vida de enfermeiros frente a

atividades fiacutesicas tais estudos mostraram bons iacutendices no domiacutenio Capacidade

Funcional204 205 206 em enfermeiros praticantes de atividade fiacutesica Natildeo

113

encontramos estudos que avaliassem mudanccedilas de capacidade funcional

correlacionadas com atividades educativas que incluam a atividade fiacutesica como

uma das suas estrateacutegias

Os aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos emocionais

apresentaram comportamentos similares ou seja evoluiacuteram e mantiveram um

valor crescente com significacircncia estatiacutestica apoacutes 10 (dez) e 30 (trinta) dias

decorridos da accedilatildeo educativa

Estudos demonstram que muacuteltiplos fatores podem estar relacionados ao

incremento negativo dos aspectos supra referidos e trazer sofrimento fiacutesico e

psiacutequico aos trabalhadores na maioria das vezes longas jornadas de trabalho

ritmos acelerados de produccedilatildeo pressatildeo repressora e autoritaacuteria inexistecircncia

ou escassas pausas para o descanso ao longo das jornadas de trabalho

estrutura fiacutesica precaacuteria material disponiacutevel fragmentaccedilatildeo de tarefas e

desqualificaccedilatildeo do trabalho realizado geram agressatildeo ao trabalhador 207 208 209

210 no entanto um aspecto nos chamou a atenccedilatildeo eacute que no periacuteodo em que o

estudo foi realizado natildeo constatamos qualquer mudanccedila na estrutura fiacutesica

eou administrativa na Unidade Hospitalar e mesmo assim incrementos

positivos aconteceram isso nos leva a concluir que o programa educativo

idealizado a partir da interaccedilatildeo com o grupo estudado foi eficaz na melhoria da

qualidade de vida de teacutecnicos de enfermagem sobretudo nos aspectos fiacutesicos

dor estado geral e aspectos emocionais e capacidade funcional

54 A PRESENCcedilA DE DORES OSTEOMUSCULARES

RELACIONADAS AO TRABALHO EM TEacuteCNICOS DE

ENFERMAGEM ANTES E APOacuteS UM PROGRAMA EDUCATIVO

Para este estudo foi avaliada a percepccedilatildeo aacutelgica dos teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa

Antes da atividade educativa independentemente do periacuteodo

considerado (12 meses ou sete dias) observou-se queixas de dores em todas

as aacutereas corpoacutereas avaliadas pelo Instrumento

114

Essas queixas estavam relacionadas agrave dor e parestesia Os dados

apresentados vatildeo ao encontro do que mostra a literatura onde se conclui que

os relatos referidos pelos trabalhadores portadores de DORTs envolvem

queixas inespeciacuteficas tais como dor localizada dor irradiada e sensaccedilatildeo de

peso 211

Acreditamos que essas queixas possuem relaccedilatildeo direta com as

condiccedilotildees de trabalho percebidas e relatadas pelo grupo A literatura aponta

tambeacutem que a presenccedila de sintomas osteomusculares nos trabalhadores de

enfermagem eacute atribuiacuteda principalmente a fatores ergonocircmicos e posturais

inadequados presentes na dinacircmica hospitalar212

Este fato pode estar relacionado ao desgaste diaacuterio fiacutesico e mental que

estes trabalhadores satildeo submetidos conforme descrito no capiacutetulo 51

Eacute possiacutevel observar que antes da atividade educativa existia no

grupoelevada percepccedilatildeo de sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano Natildeo

considerando a regiatildeo acometida constata-se que 942 dos teacutecnicos de

enfermagem queixavam-se de dores

Dentre os que aludiram sintomatologia dolorosa no uacuteltimo ano as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(912) parte superior das costas (8369) punhos e matildeos (539) e joelhos

(337)

Em relaccedilatildeo aos sintomas osteomusculares percebidos nos uacuteltimos sete

dias 8857 dos teacutecnicos de enfermagem afirmaram positivamente Entre os

que referiram sintomatologia na uacuteltima semana as regiotildees mais referenciadas

foram respectivamente parte inferior das costas (933) parte superior das

costas (714) ombros (256) e pescoccedilo (151) como eacute possiacutevel observar

na tabela que se segue

115

Tabela 3 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de

Enfermagem do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES da atividade educativa

Nos uacuteltimos 12 meses vocecirc

teve problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7 dias vocecirc teve

problemas (como dor

formigamento ou dormecircncia)

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b)

Ombros 1084(a) 256(b)

Parte superior das costas 8369(a) 714(b)

Cotovelos 91(a) 128(b)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b)

Parte inferior das costas 912(a) 933(b)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b)

Joelhos 337(a) 116(b)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Em estudo eacute confirmado dados similares com prevalecircncia de sintomas

na regiatildeo lombar146 Em pesquisas similares foi verificada a prevalecircncia de

distuacuterbios osteomusculares em regiotildees corporais como a coluna lombar

ombros coluna cervical e joelhos213 214

Elevadas taxas de queixas aacutelgicas tambeacutem foram observadas em outras

pesquisas 215216217218219 que utilizaram o mesmo instrumento do presente

estudo verificou-se que 930 dos teacutecnicos e auxiliares de enfermagem de

um hospital puacuteblico referiram queixas de dor

Cada atividade ocupacional apresenta caracteriacutesticas que podem

predispor algum tipo de doenccedila relacionada ao trabalho No caso especiacutefico

das LERDORTs determinadas atividades que envolvem de alguma forma

movimentos repetitivos esforccedilo com sobrecarga inclusive estaacutetica estatildeo

associados agrave origem de muitos problemas musculoesqueleacuteticos como parece

ser o caso dos profissionais teacutecnicos de enfermagem216 Contraccedilotildees

musculares estaacuteticas contiacutenuas aumento da pressatildeo intramuscular

116

minimizaccedilatildeo do fluxo sanguiacuteneo e compressatildeo de feixes nervosos satildeo

mecanismos fisiopatoloacutegicos que podem produzir alteraccedilotildees musculares e

repercutir em dores musculares216

Outro fato importante de salientar eacute que as dores de coluna podem estar

relacionadas tanto a questotildees psicoloacutegicas (estresse e ansiedade) quanto

fiacutesicas 216 220 Dentre as possiacuteveis causas de estresse psicoloacutegico nos teacutecnicos

de enfermagem poderiam estar o fato de trabalharem com a questatildeo da

doenccedila enfermarias superlotadas falta de atitudes cooperativas baixa

autoestima atenccedilatildeo constante fatos relatados pelos mesmos

ldquoEu fico triste no trabalho soacute fico alegre quando eu

recebo elogios fica bomeu sei conversarsou meio

psicoacutelogardquo

ldquoNatildeo tocirc realizada natildeo quer dizer mais ou menos Eacute

razoaacutevel O salaacuterio eacute ruim o trabalho eacute muito

cansativo Cuidar do paciente se quebra ateacute os

braccedilos Eacute uma torturardquo

ldquoNingueacutem taacute nem aiacute para genterdquo

Outro fato que merece destaque eacute o sedentarismo pois pode tornar o

indiviacuteduo suscetiacutevel a doenccedilas ocupacionais afetando a sua produtividade no

ambiente de trabalho221 Este dado condiz com o presente estudo pois

encontramos falas aludidas no capiacutetulo 5 que fazem menccedilatildeo a essa situaccedilatildeo

A praacutetica regular de atividade fiacutesica promove melhor adaptaccedilatildeo do

sistema muscular circulatoacuterio e metaboacutelico levando a alteraccedilotildees beneacuteficas na

musculatura esqueleacutetica e assim reduzindo o surgimento de sintomas

osteomusculares e incapacidades222

A participaccedilatildeo do teacutecnico de enfermagem no programa educativo

idealizado agrave partir da interaccedilatildeo com os mesmos mostrou forte impacto na

reduccedilatildeo das dores osteomusculares relacionadas ao trabalho A tabela abaixo

mostra os dados encontrados antes e apoacutes a atividade educativa

117

Tabela 4 ndash Distribuiccedilatildeo dos sintomas osteomusculares por regiotildees em Teacutecnicos de Enfermagem

do Hospital Escola Dr Heacutelvio Auto ANTES e APOacuteS 30 dias decorridos da atividade educativa

ANTES APOacuteS

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Nos uacuteltimos 12

meses vocecirc teve

problemas (como

dor

formigamento ou

dormecircncia)

Nos uacuteltimos 7

dias vocecirc teve

os mesmos

problemas

Pescoccedilo 2502 (a) 151 (b) 2502 (a) 51(c)

Ombros 1084(a) 256(b) 1098(a) 56(c)

Parte superior das

costas

8369(a) 714(b) 8069(a) 111(c)

Cotovelos 91(a) 128(b) 99(a) 56(c)

Punhosmatildeos 539(a) 151(b) 519(a) 51(c)

Parte inferior das

costas

912(a) 933(b) 892(a) 226(c)

Quadrilcoxas 139(a) 070(b) 139(a) 030(c)

Joelhos 337(a) 116(b) 347(a) 49(c)

Tornozelos e peacutes 279(a) 105(b) 279(a) 32(c)

OBS Meacutedias seguidas pela mesma letra nas linhas natildeo diferem entre si pelo

teste de T-student a 5 de probabilidade (p= 00223)

Apoacutes o desenvolvimento da Atividade Educativa como era esperado

verificou-se que natildeo houve variaccedilatildeo das queixas de dores referentes ao uacuteltimo

ano No entanto em relaccedilatildeo as queixas aacutelgicas nos uacuteltimos 7 (sete) dias

quando se compara antes e apoacutes o desenvolvimento da atividade educativa eacute

possiacutevel constatar diminuiccedilatildeo estatisticamente significativa da queixa de dores

entre os trabalhadores

Entre os que referiram sintomatologia dolorosa na uacuteltima semana as

regiotildees mais referenciadas foram respectivamente parte inferior das costas

(226) parte superior das costas (116) cotovelos e ombros (56)

118

Observou-se portanto o efeito positivo da atividade educativa proposta

na minimizaccedilatildeo de queixas aacutelgicas relacionadas ao trabalho Natildeo encontramos

estudos similares na literatura correlacionando percepccedilatildeo aacutelgica de teacutecnicos de

enfermagem antes e apoacutes uma atividade educativa

119

CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

120

6 CONSIDERACcedilOtildeES FINAIS

A educaccedilatildeo em sauacutede tem sido utilizada por profissionais da sauacutede

sobretudo na atenccedilatildeo baacutesica como forma de intervenccedilatildeo na tentativa de

facilitar o aprendizado modificar haacutebitos e melhorar a qualidade de vida das

populaccedilotildees tal praacutetica eacute comprovada pela literatura atual poreacutem o modo de se

fazer ainda natildeo estaacute totalmente difundido entre os profissionais da sauacutede

sobretudo aqueles que trabalham na sauacutede ocupacional

A utilizaccedilatildeo de Praacuteticas Educativas na ambiecircncia hospitalar pode ser

uma forma de aprimorar o conhecimento dos profissionais que trabalham com

sauacutede ocupacional neste caso especificamente com a prevenccedilatildeo das

LERDORTs

Nesta pesquisa procuramos colaborar com dois aspectos o primeiro

quando nos propusemos a conhecer a realidade do trabalho e os saberes do

teacutecnico de enfermagem sobre LERDORT para a partir desses dados

organizar uma proposta de intervenccedilatildeo educativa e o segundo ao avaliar esta

intervenccedilatildeo a partir da qualidade de vida e da percepccedilatildeo de dores

osteomusculares relacionadas ao trabalho

No primeiro momento o processo de elaboraccedilatildeo da intervenccedilatildeo

educativa considerou que a transmissatildeo unidirecional de informaccedilotildees

desvalorizando os saberes e experiecircncia dos educandos seria um equiacutevoco

como vem mostrando a literatura sobre educaccedilatildeo em sauacutede Partimos do

pressuposto de que os sujeitos possuiacuteam saberes valiosos decorrentes de

suas experiecircncias em lidar com trabalho e seus problemas de sauacutede

Observamos que os teacutecnicos de enfermagem tecircm uma compreensatildeo

sobre o processo de adoecimento relacionado com seus trabalhos

especialmente no tocante potencial desenvolvimento das LERDORTs

121

As falas dos teacutecnicos de enfermagem do Hospital investigado sobre

LERDORT mencionadas nos capiacutetulos iniciais dessa pesquisa foram muito

ricas e serviram de ferramentas para a construccedilatildeo da proposta educativa

Dessa forma a Educaccedilatildeo em Sauacutede proposta estimulada pela

construccedilatildeo e pensar coletivos sobre o modo que os teacutecnicos de enfermagem

atuavam tornou-os corresponsaacuteveis pela prevenccedilatildeo desencadeando uma

aprendizagem mais significativa Isto reforccedilou o potencial da Educaccedilatildeo em

Sauacutede opondo-se ao reducionismo do processo educativo e caminhando em

direccedilatildeo a um processo informativo-cognitivo na educaccedilatildeo dos trabalhadores

proacuteximo a realidade laboral dos mesmos

No segundo momento dessa pesquisa observamos que a vivecircncia

dessa intervenccedilatildeo trouxe benefiacutecios na qualidade de vida e na reduccedilatildeo de

dores osteomusculares relacionadas ao trabalho do grupo de estudo

Em relaccedilatildeo agrave qualidade de vida dos teacutecnicos de enfermagem

especialmente nos domiacutenios capacidade funcional limitaccedilatildeo fiacutesica dor estado

geral de sauacutede e vitalidade pode- se afirmar que o programa educativo

elaborado a partir da interaccedilatildeo com o grupo teve impactos positivos Nos

domiacutenios capacidade funcional aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais podemos afirmar tambeacutem que tal melhora persiste ateacute 30 (trinta)

dias corridos nos domiacutenios aspectos fiacutesicos dor estado geral e aspectos

emocionais e sauacutede mental

No que diz respeito a presenccedila de sintomas osteomusculares

relacionados ao trabalho observou-se que a atividade educativa interfere

positivamente na minimizaccedilatildeo dos mesmos

Eacute sabido que o surgimento das LERDORTs na ambiecircncia hospitalar eacute

multifatorial e por isso necessita ser abordada de forma distinta Grande parte

dos fatores desencadeadores das mesmas em hospitais puacuteblicos natildeo estaacute ao

nosso alcance poreacutem uma atividade educativa dependente diretamente do

envolvimento dos profissionais que trabalham com sauacutede ocupacional e podem

ter repercussotildees positivas minimizaccedilatildeo dos agravos Apesar de natildeo se ter

modificado o meio em que o teacutecnico de enfermagem trabalha foi possiacutevel com

122

a atividade educativa melhorar sua qualidade de vida e reduzir a

sintomatologia dolorosa relacionada ao trabalho

Ao final dessa pesquisa nos remetemos a algumas indagaccedilotildees De que

modo o Fisioterapeuta como integrante de uma equipe de sauacutede ocupacional

tem se apropriado dessas questotildees Como aprimorar o papel educativo do

Fisioterapeuta junto a estes e outros profissionais expostos ao adoecimento

relacionado ao trabalho

As respostas a estes questionamentos ainda poderatildeo ser mais

aprofundadas e discutidas pela comunidade acadecircmica mas o que sabemos eacute

que o aprimoramento da Atividade Educativa do Fisioterapeuta pode ajudar os

trabalhadores a manterem-se mais saudaacuteveis produtivos e felizes

123

REFEREcircNCIAS

124

7 REFEREcircNCIAS

1 Murofuse NT Abranches S S Napoleatildeo A A Reflexotildees sobre estresse e

Burnout e a relaccedilatildeo com a enfermagem Rev Latino-amEnfermagem

200513(2)255-61

2 Murofuse NT O adoecimento dos trabalhadores de enfermagem na Fundaccedilatildeo

Hospitalar do estado de Minas Gerais reflexatildeo das mudanccedilas no mundo do

trabalho Ribeiratildeo Preto Tese [Doutorado Enfermagem] - Universidade de Satildeo

Paulo 2004

3 Belancieri MF Bianco MHBC Estresse e repercussotildees psicossomaacuteticas em

trabalhadores da aacuterea de enfermagem de um Hospital Universitaacuterio

TextoampContexto Enfermagem 2004 janmar 13(1)124-131

4 Jensen R Disabling back injuries among nursing personal research needs and

justification RevNursHealth 198710(1)29-38

5 De Marchi BD Rita C Do Carmo CR Maria Luacutecia Almeida S L Riscos

ocupacionais e alteraccedilotildees de sauacutede entre trabalhadores de enfermagem

brasileiros de unidades de urgecircncia e emergecircncia Cienc Enferm 2010

16(2)69-81

6 Vieira ER Kumar S Coury HJ Narayan Y Low back problems and possible

improvements in nursing jobs Journal of Advanced Nursing 2006 jul 55 (1) 79-

89

7 Magora A Investigation of the relation between low back pain and occupation

Ind Med 2010 39(11)31-7

125

8 Hartvigsen J Lauritzen S Lings S Lauritzen T Intensive education combined

with low tech ergonomic intervention does not prevent low back pain in nurses

Occup Environ Med 2005 62 (1)13-7

9 Horneij EL Jensen IB Holmstroumln EB Ekdahl C Sick leave among home-care

personnel a longitudinal study of risk factors BMC Musculoskelet Disord

20045(1)38

10 Chiou WK Wong MK Lee YH Epidemiology of low back pain in Chinese

nurses Int J Nurs Stud 1994 31361-368

11 Fernandes JD Ferreira SL albergaria AK Conceiccedilatildeo FM Sauacutede mental e

trabalho feminino imagens e representaccedilotildees de enfermeiras Rev Latino-am

Enfermagem 200210(2)199-206

12 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Occup Environ Med 2004 61 398-404

13 Botha WE Bridger RS Anthropometric variability equipment usuability and

musculoskeletal pain in a group of nurses in the western cape Appl Ergon

2008 1(1) 481-90

14 Nardi HC Sauacutede do trabalhador subjetividade e interdisciplinaridade In Merlo

ARC organizador Sauacutede e Trabalho no Rio Grande do Sul realidade

pesquisa e intervenccedilatildeo 1ed Porto Alegre UFRGS 2004 [v143-64]

15 Lacaz FAC Sauacutede do trabalhador Campinas Tese [Doutorado] - Faculdade de

Ciecircncias Medicas da Universidade Estadual de Campinas 1996

16 Haag GS Lopes MJM Schuck JS Organizadores A enfermagem e a sauacutede

dos trabalhadores 2 ed rev e ampl Goiacircnia Editora AB 2001

17 Farias SNP Riscos no trabalho e agravos agrave sauacutede do trabalhador de

enfermagem em centro municipal de sauacutede Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo

126

[Mestrado em Enfermagem]- EEAN Universidade Federal do Rio de Janeiro

1999

18 Frias Junior CAS A sauacutede do trabalhador no Maranhatildeo uma visatildeo atual e

proposta de atuaccedilatildeo Rio de Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede

Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Osvaldo Cruz 1999

19 Wright WC Introduction In RAMAZZINI B Diseases of Workers Thunder

Bay Canada OHampS Press 1993 p 1-34 [Translated by Wilmer Cave Wright

1940]

20 Arruda JJA Piletti N Toda a Histoacuteria Satildeo Paulo Aacutetica 1997

21 Prado Juacutenior C Evoluccedilatildeo poliacutetica do Brasil Colocircnia e impeacuterio Satildeo Paulo

Brasiliense 1999

22 Laurell AC Noriega M Para o Estudo da Sauacutede na sua relaccedilatildeo com o

processo de trabalho In Processo de Produccedilatildeo e Sauacutede Trabalho e Desgaste

Operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

23 Oddone I Marri G Gloacuteria S Briante G Chiattella M REA Ambiente de

trabalho a luta dos trabalhadores pela sauacutede Satildeo Paulo Hucitec 1986

24 Mendes R Dias EC Da medicina do trabalho agrave sauacutede do trabalhador Revista

de sauacutede puacuteblica 1991 25 (5) 341-349

25 Bellusci SM Doenccedilas profissionais ou do trabalho 6 ed Satildeo Paulo Editora

Senac 2005

26 Chaffin DB Anderson GBJ Martins BJ Biomedicina Ocupacional Belo

Horizonte Ed Ergo 2001

27 Oliveira RMR A abordagem das lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho LERDORT no Centro de

127

Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador do Espiacuterito Santo ndash CRSTES Rio de

Janeiro Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Sauacutede Puacuteblica]- ENSP Fundaccedilatildeo Oswaldo

Cruz Rio de Janeiro 2001

28 Leite PC Silva A Merighi MAB A mulher trabalhadora de enfermagem e os

distuacuterbios osteomusculares relacionados ao trabalho Rev esc enferm USP

2007 jun 41 (2)287-291

29 Felli VEA Kurcgant P A sauacutede do trabalhador de enfermagem um estudo no

enfoque do materialismo histoacuterico e dialeacutetico Rev Paulista de Enfermagem

2000 setdez19 (3)41-8

30 Pinho DLM Abrahatildeo JI Ferreira MC As estrateacutegias operatoacuterias e a gestatildeo da

informaccedilatildeo no trabalho de enfermagem no contexto hospitalar Rev latino-am

Enfermagem 2003 marabr11(2)168-76

31 Peduzzi M Anselmi ML O processo de trabalho de enfermagem a cisatildeo entre

o planejado e execuccedilatildeo do cuidado Rev Bras Enferm 2002 55(4)392-398

32 Rocha SSL Felli AVE Qualidade de vida no trabalho docente em enfermagem

Rev Latino-am enfermagem 2004 janfev 2(1) 28-35

33 Raduumlnz V Cuidando e se cuidando 2 ed Goiacircnia Editora AB 1999

34 Murofuse NT Alves DCI Favero GC Brotto AO Comportamento dos

acadecircmicos docentes e teacutecnicos administrativos da cliacutenica odontoloacutegica da

Unioeste riscos e atividades desenvolvidas Acta Scientiarum Health Sciences

(Online) 2008 3081-87

35 Assunccedilatildeo AA Rocha LE Doenccedilas Osteomusculares Relacionadas com o

Trabalho membro superior e pescoccedilo In MENDES R Patologia do Trabalho

Satildeo Paulo Atheneu 2003

128

36 BRASIL Ministeacuterio da Sauacutede Protocolo de investigaccedilatildeo diagnoacutestico

tratamento e prevenccedilatildeo de lesotildees por esforccedilos repetitivos LERDORT

Brasiacutelia DF 2000

37 Rio RP LER ciecircncia e lei novos horizontes da sauacutede e do trabalho Belo

Horizonte (MG) Health 199

38 MINISTEacuteRIO DA PREVIDEcircNCIA SOCIAL (BR) Atualizaccedilatildeo da Norma Teacutecnica

sobre Distuacuterbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho-DORT Diaacuterio

Oficial da Uniatildeo 11 de julho 1997 Seccedilatildeo 34231-9

39 OLIVEIRA CR Conceituaccedilatildeo da LER In OLIVEIRA CR Manual Praacutetico de

LER 2aed Belo Horizonte Editora Health 1998 p21-28

40 Regis F Gilseacutee I Michels G SELL I Work related musculoskeletal disorders in

dentists Rev bras epidemiol 2006 9(3)346-359

41 Merlo AacuteRC Jacques MGC Hoefel MGLGroups activity with repetitive strain

injuries workers experience reportPsicol Reflex Crit 2001 14(1)253-258

42 MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Comitecirc Assessor das LERDORT Protocolo de

investigaccedilatildeo diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo de LERDORT Brasiacutelia

1999

43 Michelin CF Michelin AL Loureiro CA Estudo epidemioloacutegico dos distuacuterbios

musculoesqueletais e ergonocircmicos em Cirurgiotildees Dentistas Revista da

Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo 2000

juldez5(2)61-7

44 Guido LA Stress e coping entre enfermeiras de centro ciruacutergico e recuperaccedilatildeo

anesteacutesica Satildeo Paulo Tese [Doutorado em enfermagem] ndash Escola de

enfermagem da Universidade de Satildeo Paulo 2003

129

45 Britto ES Enfermeiros psiquiaacutetricos estresse enfrentamento e sauacutede Ribeiratildeo

Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

2006

46 Christophoro R Waidman MAP Estresse e condiccedilotildees de trabalho um estudo

com docentes do curso de enfermagem da UEM Estado do Paranaacute Acta

Scientiarum 2002 24(3)757-63

47 Almeida NA Estresse ocupacional uma visatildeo psicoloacutegica sobre a sauacutede do

trabalhador Manaus Tese [doutorado em Psicologia] - Centro Universitaacuterio

Luterano de Manaus 2005

48 Beck CLC Gonzales RMB Stekel LMC Donaduzzi JC O trabalho da

enfermagem em unidades criacuteticas e sua repercussatildeo sobre a sauacutede dos

trabalhadores Esc Anna Nery R Enferm 2006 Ago 10(2)221-7

49 Dejours C A loucura do trabalho estudo de psicopatologia do trabalho

Traduccedilatildeo de Ana Isabel Paraguay e Lucia Leal Ferreira 5 ed ampl Satildeo

Paulo Editora Cortez 1992

50 Stacciarini JMR Troacuteccoli BT O estresse na atividade ocupacional do

enfermeiro Rev Latino-AmEnfermagem 2001 marabr9(2)305-17

51 Popim RC O cuidador na accedilatildeo de cuidar na enfermagem oncoloacutegica Ribeiratildeo

Preto Tese [Doutorado em Enfermagem] - Universidade de Satildeo Paulo

Ribeiratildeo Preto 2001

52 Meirelles NF Zeitoune RCG Satisfaccedilatildeo no trabalho e fatores de estresse da

equipe de enfermagem de um centro ciruacutergico oncoloacutegico Escola Anna Nery

Revista de Enfermagem 2003 abr 7(1)78-88

53 Miguez J Bonami M Comportamentos de ausecircncia quadros de anaacutelise e suas

operacionalizaccedilotildees Cad de Ciecircnc Sociais 19886173-9

130

54 Midorikawa ET A odontologia em sauacutede do trabalhador como uma nova

especialidade profissional definiccedilatildeo do campo de atuaccedilatildeo e funccedilotildees do

cirurgiatildeo dentista na equipe de sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Odontologia]-Universidade de Satildeo Paulo 2000

55 Souza M de Acidentes ocupacionais e situaccedilotildees de risco para a equipe de

enfermagem um estudo em cinco hospitais do municiacutepio de Satildeo Paulo Satildeo

Paulo Tese [Doutorado em Medicina] - Universidade Federal de Satildeo Paulo

2002

56 Graccedila L Satisfaccedilatildeo profissional dos meacutedicos de famiacutelia no SNS Meacutedico de

Famiacutelia 2000 Feb 2 (III seacuterie)48-50

57 Martinez L Ferreira A Sousa L Cunha J A esperanccedila eacute a uacuteltima a morrer

Capital psicoloacutegico positivo e presentismo Comportamento Organizacional e

Gestatildeo v13 n1 Disponiacutevel em

httpwwwscieloocesmctesptpdfcogv13n1v13n1a03pdf Acesso em 28 de

julho de 2010

58 Nascimento GM Estudo do absenteiacutesmo dos trabalhadores de enfermagem

em uma unidade baacutesica e distrital de sauacutede do municiacutepio de Ribeiratildeo Preto -

SP Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo [Mestrado em Enfermagem] - Universidade de

Satildeo Paulo 2003

59 Castejoacuten JC El papel de las condiciones del trabajo em La incapacidad

temporal por enfermidad comuacuten y acidente no laboral Barcelona [Doutorado] -

Bellaterra Universitat Autonoma de Barcelona 2002

60 Rocha SMM Almeida MCP O processo de trabalho da enfermagem em sauacutede

coletiva e a interdisciplinaridade Rev Latino-Am Enfermagem 20008(6) 96-

101

61 Mussi FC Conforto e loacutegica hospitalar anaacutelise a partir da evoluccedilatildeo histoacuterica do

conceito conforto na enfermagem Acta paul enferm [online] 200518(1)72-81

131

62 Carvalho MB de Felli VEA O trabalho de enfermagem psiquiaacutetrica e os

problemas de sauacutede dos trabalhadores Rev Latino-Am Enfermagem [serial

on the Internet] 2006 Feb [cited 2011 June 09] 14(1) 61-69

63 Singer P Souza AR Organizador A economia solidaacuteria no Brasil a autogestatildeo

como resposta ao desemprego Satildeo Paulo Contexto 2003

64 Beck U La sociedade Del riesgo hacia uma nueva modernidad Barcelona

Paidoacutes 1998

65 Murofuse NT Marziale MHP Mudanccedilas no trabalho e na vida de bancaacuterios

portadores de Lesotildees por esforccedilos repetitivos LER Rev Latino-am

Enfermagem 2001 julhoago 9(4)19-25

66 Settimi MM Silvestre MP Lesotildees por esforccedilos repetitivos (LERDORT) um

problema da sociedade brasileira In Codo W Almeida MC (Orgs)

LERDORT diagnoacutestico tratamento e prevenccedilatildeo Petroacutepolis Vozes 1995

67 Merlo ARC A informaacutetica no Brasil Prazer e sofrimento no trabalho Porto

Alegre Ed da UniversidadeUFRGS 1999

68 Stacciarini JM OKeeffe M Mathews M Group therapy as treatment for

depressed Latino women a review of the literature Issues in Mental Health

Nursing 2007 May28(5)473-88

69 Regis FGI Michels G Sell I Lesotildees por esforccedilos repetitivosdistuacuterbios

osteomusculares relacionados ao trabalho em cirurgiotildees-dentistas Rev bras

epidemiol [serial on the Internet] 2006 Sept 9(3) 346-359

70 Sato L LER Objeto e Pretexto para a Construccedilatildeo do Campo Trabalho e

Sauacutede Cad Sauacutede Puacuteblica 2001 JanFeb 17(1)147-152

132

71 Bernard BP Musculoskeletal disorders and workplace factors A critical review

of epidemiologic evidence for work related musculoskeletal disorders of the

neck upper extremity and low back Cincinnati NIOSH 1997 KUORINKA I

FORCIER L LATR ndash Les Leacutesions Attribuables au Travail Reacutepeacutetitif Quebec ndash

Canadaacute Editions Multi Mondes 1995

72 Buckle P Work factors and upper limb disorders BMJ 1997 1360-1363

73 Santos Filho SB Barreto SM Atividade ocupacional e prevalecircncia de dor

osteomuscular em cirurgiotildees-dentistas de Belo Horizonte Minas Gerais Brasil

Contribuiccedilatildeo ao debate sobre os distuacuterbios osteomusculares relacionados ao

trabalho Cad Sauacutede Puacuteblica Rio de Janeiro 2001 17(1) 181-193

74 Lupton D Corpos prazeres e praacuteticas do eu Educaccedilatildeo amp Realidade 2000 25

15-48

75 Valla VV Stotz EN organizadores Participaccedilatildeo popular educaccedilatildeo e sauacutede

teoria e praacutetica Rio de Janeiro Relume-Dumaraacute 1997

76 Valadatildeo MM Sauacutede na Escola um campo em busca de espaccedilo na agenda

intersetorial Satildeo Paulo Tese [Doutorado]-Faculdade de Sauacutede Puacuteblica da

Universidade de Satildeo Paulo 2004

77 Dejours C Confeacuterence d introduction In Acts Colloque International de

Psycodynamique et Psychopathologie du Travail Paris Conservatorie

Naacutetionaldes Arts et Meacutetieacuters 1997

78 Assunccedilatildeo AA As modalidades de gestatildeo das situaccedilotildees de trabalho para

compensar as deficiecircncias dos membros do coletivo Belo Horizonte UFMG

2001

79 Assunccedilatildeo AA Lima FPA A Nocividade no Trabalho Contribuiccedilatildeo da

Ergonomia In MENDES R Patologia do Trabalho ndash Atualizada e Ampliada 2ordf

ed Vol II parte IV Rio de Janeiro Atheneu 2002

133

80 A Ginaacutestica Laboral na prevenccedilatildeo da LERDORT soluccedilatildeo ou paliatvo In

Barbosa Luis Guilherme Fisioterapia Preventiva nos Distuacuterbios

Osteomusculares Relacionados ao Trabalho ndash DORTrsquos ndash A fisioterapia do

trabalho aplicada Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2002

81 Costa M LoacutepezE Educacioacuten para lasalud 1996 Madrid Piraacutemide 1996

82 Sznelwar LI Foacuterum Nacional sobre o Fenocircmeno LERDORT - ldquoConstruindo

uma nova visatildeo e formas concretas de accedilatildeordquo Ata final do Foacuterum Florianoacutepolis

Fundacentroout 2001 Disponiacutevel na internet httpwwwfundacentroscgov

Acesso em 18 de abril de 2011

83 Saad JED Responsabilidade civil do empregador pelos danos decorrentes do

acidente do trabalho Jus Navigandi 2011 Jan 16(2750) Disponiacutevel em

lthttpjusuolcombrrevistatexto18242gt Acesso em 24 abr 2011

84 Hobsbawm E Mundos do Trabalho Novos estudos sobre Histoacuteria Operaacuteria

Traduccedilatildeo de Waldea Barcellos e Sandra Bedran 3 ed Rio de Janeiro Paz e

Terra 2000

85 Mello RC Acidentes do trabalho sob a oacutetica da legislaccedilatildeo atualizada inclusive

com a Constituiccedilatildeo Federal de 1988 Doutrina e jurisprudecircncia dominantes

Satildeo Paulo Saraiva 1990

86 Morim SL Oliveira J Responsabilidade Civil Acidente do Trabalho Satildeo Paulo

Saraiva 2001

87 Alves VS A health education model for the Family Health Program towards

comprehensive health care and model reorientation Interface - Comunic

Sauacutede 2005 set 9(16)39-52

88 Segre M Ferraz FC O conceito de sauacutede Rev Sauacutede Puacuteblica199731(5) Satildeo

Paulo

134

89 Caponi S Georges CY El estatuto epistemoloacutegico del concepto de salud

Histoacuteria Ciecircncias Sauacutede 1997 4287-307

90 Teixeira CF Paim JS Vilasboas AL SUS modelos assistenciais e vigilacircncia da

sauacutede Informe Epidemioloacutegico do SUS 1998 7(2) 7-28

91 Freire P Pedagogia do Oprimido 23a Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 2003

92 Gazzienelli MF Gazzienelli A Reis DC Penna CMM Educaccedilatildeo em sauacutede

conhecimentos representaccedilotildees sociais e experiecircncias da doenccedila Cad Sauacutede

Puacuteblica 2005 21(1)200-206

93 Candeias FMN Conceitos de educaccedilatildeo e de promoccedilatildeo em sauacutede mudanccedilas

individuais e mudanccedilas organizacionais Rev Sauacutede Puacuteblica 1997 31(2)209-

12

94 Pereira AL Educaccedilatildeo em sauacutede In Ensinando a cuidar em Sauacutede Puacuteblica

Difusatildeo 2003

95 Souza AC Colomeacute ICS Costa LED Oliveira DLLC A educaccedilatildeo em sauacutede com

grupos na comunidade uma estrateacutegia facilitadora da promoccedilatildeo da sauacutede

Rev Gauacutecha de Enf 2005 ago 26(2) 147-53

96 Freire P Educaccedilatildeo e mudanccedila 8ordf Ed Rio de Janeiro Paz e Terra 1983

97 Oliveira SG Proteccedilatildeo Juriacutedica agrave sauacutede do Trabalhador 3ordf ed rev ampl e

atual Satildeo Paulo LTr 2001

98 Bellini HT Ensaios sobre programas de sauacutede bucal Biblioteca Cientiacutefica 1991

99 Vasconcelos EM Educaccedilatildeo popular nos serviccedilos de sauacutede 3ed Satildeo Paulo

Hucitec 1997

135

100 Hilger EC Abegg C Pretto SM Anaacutelise das abordagens de Educaccedilatildeo em

Sauacutede em programas de sauacutede bucal Accedilatildeo Coletiva 1999 2(2) 10-4

101 Eriksen W Work factors as predictors of intense or disabling low back pain a

prospective study of nursesrsquo aides Ocup Environ Med 2004 61 398-404

102 Gros MA The role of the occupational health nurse in risk management of

upper extremity complaints Occupational Medicine 199813(3)599-609

103 Ando S Ono Y Shimaoka M Hiruta S Hattori Y Hori F Takeuchi Y

Associations of self-estimated workloads with musculoskeletal symptoms

among hospital nurses Ocup Environ Med 2000 57 211-6

104 Macleod D The ergonomics edge improving safety quality and productivity

American College of Sports Medicine 2003 30(6)992-1008

105 Dale L Barkley A Bayless S Coleman SD McDonald B Myszkowski J

Phipps-Stevens Experience of cumulative trauma disorders on life roles of

worker and family member a case study of a married couple Work Reading

2003 20 (3)245-255

106 Rezende MP Agravos agrave sauacutede de auxiliares de enfermagem resultantes da

exposiccedilatildeo ocupacional aos riscos fiacutesicos Ribeiratildeo Preto Dissertaccedilatildeo

[Mestrado em Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 2003

107 Pereira ALF As tendecircncias pedagoacutegicas e a praacutetica educativa nas ciecircncias da

sauacutede Caderno de Sauacutede Puacuteblica 2003 setout 19(5) 1527ndash1534

108 Alan MM Ceacutesar-Vaz MR Almeida T Educaccedilatildeo ambiental e o conhecimento

do trabalhador em sauacutede sobre situaccedilotildees de risco Cienc Saude Colet 2005

10 (sup) 39-47

136

109 Tavolaro P Pereira IMTB Pelicioni MCF Oliveira CA F Empowerment as a

way to prevent work-related health conditions in slaughterhouse workers Rev

Sauacutede Puacuteblica [serial on the Internet] 2007 Apr 41(2)307-312

110 Vieira ER Work-related low back disorders in nurses frequency of

occurrence causes and prevention (reprint) allnursescom Nursing for Nurses

27 Aug 2006

111 Shawn WS Feuerstein M Lincoln AE Miller VI Wood PM Case management

services for work related upper extremity disorders integrating workplace

accommodation and problem solving AAOHN Journal 200149 (8)378-89

112 Spekle EM Hoozemans MJ Blatter BM Heinrich J van der Beek AJ Knol

DL Bongers PM van Dieen JH Effectiveness of a questionnaire based

intervention programme on the prevalence of arm shoulder and neck

symptoms risk factors and sick leave in computer workers a cluster

randomised controlled trial in an occupational setting BMC Musculoskelet

Disord 2010 11(1) 99

113 Monsivais DB Monsivais JJ Christensen M Treatment for clients with

cumulative trauma disorders using an educational model to communicate

choices AAOHN J 1993 41(12) 587-91

114 Serapioni M Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa social em

sauacutede algumas estrateacutegias para a integraccedilatildeo Ciecircnc sauacutede coletiva [online]

2000 5(1) 187-192

115 Minayo MC Sanches O Quantitativo-qualitativo oposiccedilatildeo ou

complementaridade Cad deSauacutedePuacuteblica19939(3)239-262

116 Morse JM A review committees guide for evaluating qualitative proposals

Qualitative Health Research 2007 13(1) 833-851

137

117 Moehr JR Evaluation salvation or nemesis of medical informatics

Computers in biology and medicine 2002 32 113-25

118 Santos SR Meacutetodos qualitativos e quantitativos na pesquisa biomeacutedica

Sociedade Brasileira de Pediatria Jornal de Pediatria 1999

119 Pinheiro FA Troacuteccoli BT Carvalho CV Validaccedilatildeo do questionaacuterio noacuterdico de

sintomas osteomusculares como medida de morbidade Rev de Sauacutede Puacuteblica

36 (3) 307-312

120 Ciconelli RM Ferraz MB Santos W Meinatildeo I Quaresma MRl Traduccedilatildeo para

a liacutengua portuguesa e validaccedilatildeo do questionaacuterio geneacuterico de avaliaccedilatildeo de

qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36) Rev Bras Reumatol 1999 39(3)143-

150

121 Leininger M Qualitative research methods in nursing Orlando Grune amp

Stratton 1985 cap 3 p 33-71 Ethnography and ethnonursing models and

modes of qualitative dada analysis

122 Spradley J The Ethnographic Interview New York Holt Rinehart and

Winston 1979

123 Laplantine F Aprender antropologia Satildeo Paulo Brasiliense 1994

124 Aamodt AM Ethnography and Epistemology Generanting Nursing

Knowledge IN Morse JM Qualitative nursing research a contemporaty issue

Newbury Parke Sage 1991

125 Krueger RA Focus group a practical guide for applied esearch Newbury

Park Sage 1988 - Morgan DL (ed) Successful focus group advancing the

state o the art Newbury Park Sage 1993

138

126 Dawson S Manderson L e Tallo VL 1993 A manual for the use of focus

groups Methods for Social Research in Disease Boston World Health

Organization

127 Carlini-Cotrim B Potencialidades da teacutecnica qualitativa grupo focal em

investigaccedilotildees sobre abuso de substacircncias Rev Sauacutede Puacuteblica 1996 30(3)

285-93

128 Veiga L Gondim S M G A utilizaccedilatildeo de meacutetodos qualitativos na Ciecircncia

Poliacutetica e no Marketing Poliacutetico Opin Publica 2001 7(1) 1-15

129 Pizzol SJS Combinaccedilatildeo de grupos focais e anaacutelise discriminante um meacutetodo

para tipificaccedilatildeo de sistemas de produccedilatildeo agropecuaacuteria Rev Econ Sociol

Rural 2004 42(3) 451-468

130 Barbour RS Kitzinger J Developing focus group research London Sage

1999

131 Lefevre AMC Lefevre F Cardoso MRL Mazza MMPR Assistecircncia puacuteblica agrave

sauacutede no Brasil estudo de seis ancoragensSaude soc [online] 2002 11(2)

35-47

132 Alves-Mazzotti AJ Gewandsznajder F O meacutetodo nas ciecircncias naturais e

sociais pesquisa quantitativa e qualitativa 2ordf ediccedilatildeo Satildeo Paulo Pioneira

2004

133 Szymanski H (Org) Almeida LR Prandini RCAR A entrevista na pesquisa

em educaccedilatildeo a praacutetica reflexive Brasiacutelia Editora Plano 2002

134 Kuorinka I Jonsson B Kilbom A Vinterberg H Biering-Sorensen F

Andersson G et al Standardised Nordic questionnaires for the analysis of

musculoskeletal symptoms ApplErgon 1987

139

135 Bergqvist V Wolgast E Nilsson B Voos M The influence of VDT work on

musculoskeletal disorders Ergonomics 199538754-62

136 Toomingas A Theorell T Michesen H Nordemar R Associations between

self-rated and psychosocial work conditions and musculoskeletal symptoms and

signs Scand J Work Environ Health 199723130-9

137 Ware JE Sherbourne CD The MOS ndash 36 item Short Form Health Survey (SF

ndash 36) conceptual framework and item selection MedCare 1992 30473-483

138 Viacava F Informaccedilotildees em sauacutede a importacircncia dos inqueacuteritos

populacionais Ciecircnc sauacutede coletiva 2002 7607-621

139 Aranha LLM Miroacuten Canelo JA Alonso Sardoacuten M Del Pino Montes J Saacuteenz

Gonzaacutelez MC Qualidade de vida relacionada agrave sauacutede em espanholas com

osteoporose Rev Sauacutede Puacuteblica [online] 200640(2) 298-303

140 Puglisi ML Franco B Anaacutelise de conteuacutedo 2 ed Brasiacutelia Liacuteber Livro 2005

141 Houaiss A Villar MS Minidicionaacuterio Houaiss de liacutengua portuguesa Rio de

Janeiro Objetiva 2004

142 Alves M Motivos de licenccedilas meacutedicas em um hospital de urgecircncia-

emergecircncia Rev Bras Enferm 2006 mar-abr 59(2) 195-200

143 Cecirca GSS Murofuse NT Associaccedilatildeo dos Portadores de LER (AP-LER) na luta

pelos direitos dos trabalhadores de frigoriacuteficos do oeste do Paranaacute In

TUMOLO Paulo Sergio BATISTA Roberto Leme Trabalho economia e

educaccedilatildeo perspectivas do capitalismo global Praacutexis 2008 421-436

144 Nielsen K Trinkoff A Applying ergonomics to nurse computer workstations

review and recommendations Comput Inform Nurs 2006 21(3)150-157

2003

140

145 Guedes EM Distuacuterbios osteomusculares e o trabalho de enfermagem

hospitalar estudos com auxiliares de enfermagem em unidade de ortopedia

Rio de Janeiro 2000

146 Murofuse NT Marziale MHP Doenccedilas do sistema osteomuscular em

trabalhadores de enfermagemRev Latino-Am Enfermagem [online] 2005

13(3)364-373

147 Pheasant S Stubs D Back pain in nurses epidemiology and risk assessment

Appl Erg 1992 23(4) 226-232

148 Sahrmann AS Diagnoacutestico e Tratamento das Siacutendromes de disfunccedilatildeo

motora Siacutendromes de Disfunccedilatildeo Motora da Cintura Escapular Ed Santos

2006

149 Alexandre NMCA Angerami ELSA Estilo de vida e trabalho do pessoal de

enfermagem e a ocorrecircncia de cervicodorsolombalgias Rev Latino am

Enfermagem 1995 3(1)121-128

150 Maciel RH Prevenccedilatildeo da LERDORT o que a ergonomia pode oferecer In

Cadernos de sauacutede do trabalhador 2000 Disponiacutevel

emlthttpwwwinstcutorgbrpub8htmgt Acesso em 17 dez 2010

151 Silva VEF O desgaste do trabalhador de enfermagem relaccedilatildeo trabalho de

enfermagem em sauacutede do trabalhador Satildeo Paulo Tese [Doutorado em

Enfermagem]-Universidade de Satildeo Paulo 1996

152 Robazzi MLCC Marziale MHP Alguns problemas ocupacionais decorrentes

do trabalho de enfermagem no Brasil Rev Bras Enfermagem 1999 52(3)331-

8

153 Rocha AM Fatores ergonocircmicos e traumaacuteticos envolvidos na ocorrecircncia de

dor nas costas em trabalhadores de enfermagem Belo Horizonte Dissertaccedilatildeo

[mestrado em Enfermagem]- Universidade Federal de Minas Gerais 1997

141

154 Froemming MB Proposta de melhoramentos do equipamento de

transferecircncia visando o conforto do idoso e do cuidador Santa Maria (RS)

Dissertaccedilatildeo [mestrado em Engenharia da Produccedilatildeo]-Universidade Federal de

Santa Maria 2004

155 Larese F Fiorito A Musculoskeletal disorders in hospital nurses a

comparison between two hospitals Ergonomics 1994 37(7)1205-11

156 UNIVERSITY OF SURREY Ergonomics Research Unit Back pain in nurses

Guildford 1986 WORLD HEALTH ORGANIZATION Identification and control

of work-related diseases Geneva 1985 (Techn Rep Ser 714)

157 WORLD HEALTH ORGANIZATION Occupational hazards in hospitals

Copenhagem 1981 (EURO Reports and Studies 80)

158 Parada EO Alexandre NMC Benatti MCC Lesotildees ocupacionais afetando a

coluna vertebral em trabalhadores de enfermagem RevLatAmEnferm

200210(1)64-9

159 Barboza DB Soler ZASG Afastamentos do trabalho na enfermagem

ocorrecircncias com trabalhadores de um hospital de ensino Rev Lat Am Enferm

2003 1(2)177-83

160 BELL F Ergonomic aspects of equipament Int J Nurs Stud 1987 24(4)

331-7

161 McAtamnney L Hignett S A space to move in Nurs Times 1993 89(18) 44-

6

162 Magnago TSBS Lisboa MTL Souza IEO Moreira MC Distuacuterbios muacutesculo-

esqueleacuteticos em trabalhadores de enfermagem associaccedilatildeo com condiccedilotildees de

trabalho [revisatildeo] Rev Bras Enferm 200760(6)701-5

142

163 Salvage J The theory and pratice of the new nursing Nursing Times 1990

42-45

164 Martins MCA Situaccedilotildees indutoras de stress no trabalho dos enfermeiros em

ambiente hospitalar Escola Superior de Enfermagem de Vise 2003

165 Estryn-Behar M Poinsignon H Travailler agrave lhocircpital Paris Berger-Levrault

1989

166 Mauro MIC Marques SC Gomes AMT Ferreira SS Introduccedilatildeo agrave anaacutelise

ergonocircmica um estudo da postura corporal de um profissional de enfermagem

Rev Enferm UERJ 200210(1)29-32

167 Gonccedilalves JRS Melo EP Lombas SRL Mariano CS Barbosa L Chillida

MSP Causas de afastamento entre trabalhadores de enfermagem de um

hospital puacuteblico do interior de Satildeo Paulo REME Rev Min Enferm

20059(4)309-14

168 Mello MC Fugulin FMT Gaidzinski RR O tempo no processo de trabalho em

sauacutede uma abordagem socioloacutegica Acta Paul Enferm 200720(1)87-90

169 Lagerstroumlm M Wenemark M Hagberg M Hjelm EW Occupational and

individual factors related to musculoskeletal symptoms in five body regions

among Swedish nursing personnel Int Arch Occup Environ Health

199568(1)27-35

170 Druhle M Le travail eacutemotionnel dans la relation soignante professionnelle

dans Professions et institutions de santeacute face agrave lrsquoorganisation du travail

Rennes Edition de lrsquoENSP 2000

171 Tomasi NGS Gueacuterios EMG Fontes de estresse na equipe multiprofissional

na unidade de terapia intensiva pediaacutetrica Curitiba (PR) (sd) (mimeografado)

143

172 Shimizu HE Ciampone MHT Sofrimento e prazer no trabalho vivenciado

pelas enfermeiras que trabalham em unidade de terapia intensiva em um

hospital escola Rev Esc Enfermagem USP 1999 junho-agosto 33(1)95-106

173 Schwartz S O estresse e como viver com ele implicaccedilotildees para a praacutetica de

enfermagem In Shumaker WC Tratado de Terapia Intensiva Satildeo Paulo

Panamericana 1992

174 Oliveira Junior JF O Grupo como uma matriz familiar de Foulkes Cortesatildeo

aos dias atuais Trabalho apresentado no XII Congresso Luso-Brasileiro de

Psicoterapia de Grupo e Grupanaacutelise Lisboa-Portugal 2005

175 Minayo MCS O desafio do conhecimento Satildeo Paulo-Rio de Janeiro Ed

Hucitec- Abrasco 2000

176 Snoek FJ Breaking the barriers to optimal glycaemic control - what physicians

need to know from patients perspectives Int J ClinPract Suppl 2002 (129)80-

4

177 DowieRs Tannahil C Tannahil A Heath promotion models and values 2nd

ed Oxford Oxford University Press 1996

178 Manfredi SM Trabalho qualificaccedilatildeo e competecircncia profissional das

dimensotildees conceituais e poliacuteticas Educ Soc [Internet] 1998 [acesso 2009 Fev

10] 19(64) [25p] Disponiacutevel em httpwwwscieloorg

179 Leacutevy P Cibercultura Satildeo Paulo Editora 34 1999

180 Leacutevy P A Inteligecircncia coletiva por uma antropologia do ciberespaccedilo 3a ed

Satildeo Paulo Ediccedilotildees Loyola 1994

181 Chwartzmann L Estreacutes laboral siacutendrome de desgaste (quemado) depresioacuten

iquestestamos hablando de lomismo CiencTrab 2004 6174-84

144

182 Maslach C Goldberg J Prevention of burnout new perspectives Appl Prev

Psychol 1998 763-74

183 IacovidesA Fountoulakis KN Kaprinis S Kaprinis G The relationship

between job stress burnout and clinical depression J Affect Disord 2003

75209-21

184 Tena PS Soriano JS Bernal JS Mulet EM Muntildeoz CR Garciacutea MG et al

Desgaste profesional em los meacutedicos de atencioacuten primaria de Barcelona

Medifam 2002 1217-25

185 Bianchini MM El Siacutendrome Del Burnout em personal profesional de La salud

Med Leg 1997 13(14)189-92

186 Goacutemez MMN Dodino CN Aponte CF Caycedo CE Riveros MP Martiacutenez

MPM et al Relacioacuten entre perfil psicoloacutegico calidad de vida y estreacutes asistencial

em personal de enfermeriacutea Revista Universitas Psychologica 2005 463-75

187 Alpi SV Floacuterez LA El siacutendrome Del Burnouten una muestra de auxiliares de

enfermeriacutea um estuacutedio exploratorio Revista Universitas Psychologica 2004

335-45

188 Moreira S Magnago RF Sakae TM Magajewski FRL Prevalecircncia da

siacutendrome de burnout em trabalhadores de enfermagem de um hospital de

grande porte da Regiatildeo Sul do Brasil Cad Sauacutede Puacuteblica [serial on the

Internet] 2009 July 25(7) 1559-1568

189 MerchaacutenndashHamann E Os ensinos da educaccedilatildeo para a sauacutede na prevenccedilatildeo de

HIV-Aids subsiacutedios teoacutericos para a construccedilatildeo de uma praacutexis integral Cad

Sauacutede Puacuteblica 1999 15 Supl (2)85-9

190 Tones BK Tilford S Robinson YK Health education effectiveness and

efficiency London Chapman Hall 1991

145

191 Schraiber LB Medicina tecnoloacutegica e praacutetica profissional contemporacircnea

novos desafios outros dilemas Satildeo Paulo Tese [livre-docecircncia]-Faculdade de

Medicina Universidade de Satildeo Paulo 1997

192 Carvalho DV Lima EDRP Sintomas fiacutesicos de estresse na equipe de

enfermagem de um centro ciruacutergico Rev Nursing 2001 mar4(34)31-4

193 Haddad MCL Qualidade de vida dos profissionais de enfermagem Rev

Espaccedilo Sauacutede 2000 jun1(2)75-88

194 Barboza DB Afastamentos do trabalho na enfermagem de um hospital geral

no periacuteodo de 1995 a 1999 [dissertaccedilatildeo] Satildeo Joseacute do Rio Preto Faculdade de

Medicina de Satildeo Joseacute do Rio Preto 2001

195 Nunes MBG Mauro MYC Cupello AJ Estresse nos trabalhadores de

enfermagem estudo em uma unidade de psiquiatria In Anais do VI Congresso

Latino Americano de Ergonomia ABERGO 2001 2 a 15 de setembro de 2001

Gramado RS

196 Pereira MCA Faacutevero N A motivaccedilatildeo no trabalho da equipe de enfermagem

RevLatinoam Enfermagem 2001 jul9(4)7-12

197 Rio RP O fasciacutenio do stress vencendo desafios num mundo em

transformaccedilatildeo Rio de Janeiro QualityDunya 1996

198 Lima Jr JH Eacutesther AB Transiccedilotildees prazer e dor no trabalho de enfermagem

Rev Adm Empresas 2001 julset41(3)20-30

199 Baiardi F Esposit ED Cocechi R Fabri A Sturani Valpiani G et al Effects of

clinical and individual variables on quality of life in chronic renal failure patients

J Nephrol 2002 january 15(1)61- 7

146

200 Bellusci SM Fischer FM Envelhecimento funcional e condiccedilotildees de trabalho

em servidores forenses Revista de Sauacutede Puacuteblica 1999 33(6) 602-609

201 Lentz RA Costenaro RGS Gonccedilalves LHT Nassar SM O profissional de

enfermagem e a qualidade de vida uma abordagem fundamentada nas

dimensotildees propostas por Flanagan Rev Latino-Am Enfermagem 2000

ago8(4)7-14

202 Bettarello PA Saut TB Analise dos resultados do questionaacuterio sobre a

qualidade de vida ndash SF 36 apoacutes aplicaccedilatildeo dom liangong em 18 terapias e

ginaacutestica laboral em funcionaacuterios do setor de editoraccedilatildeo do centro universitaacuterio

claretiano de batatais Trabalho de Conclusatildeo de Curso (Graduaccedilatildeo em

Fisioterapia) ndash Centro Universitaacuterio Claretiano Batatais SP 2006

203 Almeida CB Pagliuca LMF Leite ALAS Acidentes de trabalho envolvendo os

olhos avaliaccedilatildeo de riscos ocupacionais com trabalhadores de enfermagem

Revista Latino-Americana Enfermagem [online] 2005 13(5) 708-716

204 Franco GP Barros ALBL Nogueira-Martins LA Qualidade de vida e sintomas

depressivos em residentes de enfermagem Rev Latino-Am Enfermagem

2005 13(2) 700-708

205 Pimenta FAP et al Avaliaccedilatildeo da qualidade de vida de aposentados com a

utilizaccedilatildeo do questionaacuterio SF-36 Rev Assoc Med Bras [online] 2008

54(1)55-60

206 Nishide VM Benatti MCC Riscos Ocupacionais entre trabalhadores de

enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva Rev Esc Enfermagem

USP Ribeiratildeo Preto 2004 38(4)406-14

207 Laurell AC Noriega M Processo de produccedilatildeo e sauacutede trabalho e desgaste

operaacuterio Satildeo Paulo Hucitec 1989

147

208 Cooper CL Identifying workplace stress costs benefits and the way forward

Proceedings of the European Conference on Stress at Work a call for action

1993 Nov 9-10 Brussels BE Brussels European Foundation for the

improvement of living and working conditions 1993

209 Moraes LFR Swan JA Cooper CL A study of occupational stress among

government white-collar workers in Brazil using the occupational stress

indicator Stress Med1993991-104

210 Freitas MEacuteA Mindori E Promovendo a Qualidade de Vida experiecircncia

vivenciada com cuidadores de enfermagem de um hospital universitaacuterio do

municiacutepio de Belo Horizonte In 12ordm Seminaacuterio Nacional de Pesquisa em

Enfermagem 2003 Porto Seguro Anais do 12ordm SENPE Brasilia ABEn

Nacional 2003

211 Walsh IAP Oishi J Coury HJCG Clinical and functional aspects of work-

related musculoskeletal disorders among active workers Rev Sauacutede Puacuteblica

2008 42(1)108-16

212 Silva DMPP da Marziale MHP Absenteiacutesmo de trabalhadores de

enfermagem em um Hospital Universitaacuterio Rev latino-am enfermagem 2000

8(5)44- 51

213 Calavaro CG Riveros MS Orellana AL Transtornos musculoesqueleacuteticos de

espalda lumbar em trabajadores de la salud de la comuna rural de Til Til Cuad

Meacuted Soc (Chile) 2007 47(2)68-73

214 Borges A Maizlish N Loreto V Lumbalgia ocupacional em enfermeras

venezolanas Salud de los trabajadores 2004 12(1)19-32

215 Brandatildeo AG Horta BL Tomasi E Sintomas de distuacuterbios osteomusculares

em bancaacuterios de Pelotas prevalecircncia e fatores associados Ver Bras Epidemiol

20058(3)295-05

148

216 Gurgueira GP Alexandre NMC Correa HR Filho Prevalecircncia de sintomas

muacutesculo ndash esqueleacuteticos em trabalhadoras de enfermagem Rev Latino-am

Enfermagem 200311(5)608-13

217 Queiroacutes PPJ Carga Fiacutesica Riscos Ocupacionais nos Enfermeiros Rev Sinais

Vitais 1996 (6)35-40

218 Barros ENC Alexandre NMC Cross-cultural adaptation of the Nordic

musculoskeletal questionnaire Int Nurs Review 200350(2)101-8

219 Trelha CS Carvalho RP Franco SS Nakaoski T Broza TP Faacutebio Tl Arte e

sauacutede frequecircncia de sintomas muacutesculo-esqueleacuteticos em muacutesicos da orquestra

sinfocircnica da Universidade Estadual de Londrina Semina Ciecircncias Biol Sauacutede

2004 2565-72

220 Devereux JJ Vlachonikolis IG Buckle PW Epidemiological study to

investigate potential interaction between physical and psychosocial factors at

work that may increase the risk of symptoms of musculoskeletal disorder of the

neck and upper limb Occup Environ Med [on line] 2002 59 269-77

Disponiacutevelemlthttpoembmj comcgicontentfull594269gt [2011 Jan 21]

221 Salve MGC Theodoro PFR Sauacutede do trabalhador arelaccedilatildeo entre ergonomia

atividade fiacutesica e qualidade de vida Salusvita 200423(1)137-46

222 Gamperine M Stigum H Work related risk factors for musculoskeletal

complaints in the spinning in Lithuania Occup Environ Meacuted 199956411-6

149

ANEXOS

150

ANEXO 1

Cartaz convite para os Teacutecnicos de Enfermagem

151

ANEXO 2

Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE)

Paacutegina 1 de 2

Pesquisador Geraldo Magella Teixeira fone +82 8821-0199 correio eletrocircnico

magellafisioyahoocombr Universidade Estadual em Ciecircncias da Sauacutede de Alagoas

Proacute-reitoria de Pesquisa e Poacutes-graduaccedilatildeo Rua Doutor Jorge de Lima 113 3O andar Trapiche da

Barra Maceioacute AL CEP 57010-382

Eu_________________ __________________________________ brasileiro (a)

portador do documento de identidade ___________ SSP-____residente na

Rua (Av) ________________________________ nordm____Bairro________________

na cidade de ________________________

DECLARO na condiccedilatildeo do sujeito da pesquisa que fui convidado (a) a participar da

pesquisa intitulada Proposiccedilatildeo e avaliaccedilatildeo de um programa educativo para

prevenccedilatildeo de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem desenvolvido pelo

pesquisador Geraldo Magella Teixeira Fui devidamente informado (a) pelo

pesquisador que o objetivo da pesquisa eacute o de Propor e avaliar a efetividade de um

programa educativo para prevenccedilatildeo de LERDORT para teacutecnicos de enfermagem fui

informado (a) ainda que a pesquisa possui riscos para minha pessoa sobretudo no

que diz respeito a possiacuteveis perseguiccedilotildees que poderei sofrer por parte de meus

superiores imediatos uma vez que seratildeo tratadas questotildees que dizem respeito agraves

condiccedilotildees de trabalho fui informado (a) que medidas preventivas seratildeo adotadas para

anular eou amenizar esse risco a saber a minha identidade seraacute preservada o diaacuterio

onde o pesquisador faz suas anotaccedilotildees e as fitas gravadas seratildeo incinerados ao fim

da pesquisa

Fui esclarecido (a) que a pesquisa me beneficiaraacute na prevenccedilatildeo de LERDORT assim

como ajudaraacute tambeacutem aos teacutecnicos de enfermagem com a comprovaccedilatildeo de o efeito

preventivo nas LERDORT

Como responsaacutevel concordo com a minha participaccedilatildeo neste estudo e sei que posso

retirar o meu consentimento a qualquer momento antes ou durante o transcurso da

pesquisa sem penalidades prejuiacutezo e perda de qualquer benefiacutecio que eu possa ter

adquirido

152

Sei tambeacutem que em caso de duacutevidas poderei chamar ou entrar em contato com o

pesquisador Geraldo Magella Teixeira pelo telefone (82) 8821- 0199 ou pelo endereccedilo

eletrocircnico magellafisioyahoocombr ou pelo seguinte endereccedilo fiacutesico Avenida

Amazonas 29101 ndash Prado MaceioacuteAL

Fui esclarecido (a) quanto aos aspectos da pesquisa

a) Seraacute criado com a participaccedilatildeo dos teacutecnicos de enfermagem um programa de

educaccedilatildeo para prevenccedilatildeo de LERDORT O pesquisador avaliaraacute esse programa

aplicando dois questionaacuterios os quais eu serei convidado a responder Um dos

questionaacuterios avalia a minha qualidade de vida e o outro avalia as queixas de dor

durante o trabalho

b) O objetivo da pesquisa eacute propor e avaliar um programa educativo para prevenccedilatildeo

de LERDORT em teacutecnicos de enfermagem

c) Riscos que corro perseguiccedilotildees por parte de seus superiores imediatos

d) No entanto beneficiaraacute mostrando a validade de um programa de prevenccedilatildeo de

LERDORT nos teacutecnicos de enfermagem

f) Serei acompanhado e avaliado sempre pelo mesmo pesquisador ou seja sempre

pela mesma pessoa

G) Terei a liberdade de recusar da participaccedilatildeo ou retirar meu consentimento em

qualquer fase da pesquisa sem penalizaccedilatildeo alguma e sem prejuiacutezo no desempenho

de minhas funccedilotildees

I) Custoreembolso para o participante natildeo haveraacute nenhum gasto financeiro com a

minha participaccedilatildeo como tambeacutem natildeo receberei nenhum pagamento com a minha

participaccedilatildeo

J) Caso eu sofra algum dano com nexo causal serei ressarcido de acordo com leis

vigentes

k) A pesquisa tem garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos

durante a pesquisa assegurando-me absoluta privacidade no entanto o pesquisador

torna expresso o comprometimento em tornar puacuteblico os resultados da pesquisa

sejam eles favoraacuteveis ou natildeo

DECLARO outrossim que apoacutes convenientemente esclarecido pelo termo de

consentimento e pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado consinto

voluntariamente a minha participaccedilatildeo nesta pesquisa

Maceioacute de de 2008

Assinatura do (a) Responsaacutevel Assinatura do Pesquisador

153

ANEXO 3

Questionaacuterio Noacuterdico de sintomas osteomusculares (QNSO)

154

ANEXO 4

VERSAtildeO BRASILEIRA DE QUALIDADE DE VIDA SF-36

Instruccedilatildeo Estas informaccedilotildees nos manteratildeo informados de como vocecirc se sente

e quatildeo bem vocecirc eacute capaz de fazer suas atividades de vida diaacuteria Responda

cada questatildeo marcando a resposta como indicado Caso vocecirc se sinta

inseguro ou em duvida como responder por favor tente responder da melhor

forma que puder

1 Em geral vocecirc diria que sua sauacutede eacute

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

2Compara da a um ano atraacutes como vocecirc classificaria sua sauacutede em geral

agora

Excelente Muito boa Boa Ruim Muitoruim

1 2 3 4 5

3Os seguintes satildeo sobre atividades que vocecirc poderia fazer atualmente

durante um dia comum Devido a sua sauacutede vocecirc teria dificuldade para fazer

essas atividades Neste caso quanto

( circule um numero em cada linha)

Atividades Sim

Dificulta

muito

Sim

Dificulta

um

pouco

Natildeo

Natildeo

dificulta

nenhum

pouco

a Atividades vigorosas que exigem esforccedilo

tais como correr levantar objetos pesados

participar em esportes agraverduos

1 2 3

155

b Atividades moderadas tais como mover uma

mesa passar aspirados de poacute jogar bola

varrer a sala

1 2 3

c levantar o carregar mantimentos 1 2 3

d Subir vaacuterios lances de escada 1 2 3

e Subir um lance de escada 1 2 3

f Curvar-se ajoelhar-se ou dobrar-se 1 2 3

g Andar mais de um quilocircmetro 1 2 3

h Andar vaacuterios quarteirotildees 1 2 3

i Andar um quarteiratildeo 1 2 3

j Tomar banho ou vestir-se 1 2 3

1 Durante a ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou com alguma atividade diaacuteria regular como a

consequecircncia de sauacutede fiacutesica

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-se ao

seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

c- Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em outras

atividades

1 2

e- teve dificuldade de fazer seu trabalho ou outras atividades

( p ex necessitou de esforccedilo extra)

1 2

5 Durantes as ultimas 4 semanas vocecirc teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diaacuteria como

consequumlecircncia de algum problema emocional ( com sentir-se deprimido ou

ansioso) (circule uma em cada linha)

Sim Natildeo

a- Vocecirc diminuiu a quantidade de tempo que dedicava-

se ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b- Realizou menos tarefas do que gostaria 1 2

156

c- Natildeo trabalhou ou fez qualquer atividade com tanto

cuidado como geralmente faz

1 2

6 Durante as ultimas 4 semanas de que maneira sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais em

relaccedilatildeo agrave famiacutelia vizinhos amigos ou em grupo (circule uma)

De forma

nenhuma

Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

7 Quanta dor no corpo vocecirc teve durante as ultimas semanas

Nenhuma Muito Leve Leve Moderada Grave Muito

Grave

1 2 3 4 5 6

8 Durante as ultimas 4 semanas quanto a dor interferiu com o seu trabalho

normal (incluindo tanto o trabalho fora de casa e dentro de casa)

De maneira

alguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

1 2 3 4 5

9 Estas questotildees sobre como vocecirc se sente e como tudo tem acontecido com

vocecirc durante as ultimas 4 semanas Para cada questatildeo por favor decirc uma

resposta que mais se aproxime da maneira como vocecirc se sente Em relaccedilatildeo agraves

ultimas 4 semanas (circule um numero em cada linha)

Todo o

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a- Quanto tempo vocecirc

esta se sentindo cheio

1 2 3 4 5 6

157

de vigor cheio de

vontade cheio de

forccedila

b- Quando tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa muito nervosa

1 2 3 4 5 6

c- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido

deprimido que nada

pode anima-lo

1 2 3 4 5 6

d- Quando tempo vocecirc

tem se sentindo calmo

ou tranquumlilo

1 2 3 4 5 6

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Alguma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

e- Quando tempo vocecirc

tem com muita energia

1 2 3 4 5 6

f- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

desanimado e abatido

1 2 3 4 5 6

g- Quando tempo vocecirc

tem se sentido

esgotado

1 2 3 4 5 6

h- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido uma

pessoa feliz

1 2 3 4 5 6

i- Quanto tempo vocecirc

tem se sentido cansado

1 2 3 4 5 6

158

10 Durante as ultimas 4 semanas quanto do seu tempo a sua sauacutede fiacutesica ou

problemas emocionais interferiam com suas atividades sociais ( como visitar

amigos parentes etc) (circule uma)

Todo tempo A maior parte

do tempo

Alguma parte

do tempo

Uma pequena

parte do

tempo

Nenhuma parte do

tempo

1 2 3 4 5

11 O quanto verdadeiro ou falso eacute cada uma das informaccedilotildees para vocecirc

Definitiva

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Natildeo

sei

A

maioria

das

vezes

falsas

Definitiva

mente

falsa

a- Eu acostumo adoecer um

pouco mais facilmente que as

outras pessoas

1 2 3 4 5

b- Eu sou tatildeo saudaacutevel quanto

qualquer outra pessoa que

conheccedilo

1 2 3 4 5

c- Eu acho que a minha sauacutede

vai piorar

1 2 3 4 5

e- Minha sauacutede eacute excelente 1 2 3 4 5

159

ANEXO 5

O Recurso Educativo

160

161

162

163

164

165

166

167

168

169

170

171

172

173

174

175

176

177

178

179

180

181

182

183

184

185

186

187

188

189

190

191

192

193

194

195

196

197

198

199

ANEXO 6

Formulaacuterios de coleta de dados

1 Identificaccedilatildeo do informante

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

2 Nome do pesquisador

3 Data de preenchimento

2 0 0

3 Gecircnero

1 Feminino

2 Masculino

4 Data de nascimento

1 1 9

5 Niacutevel de escolaridade

1 Analfabeto

2 Niacutevel fundamental

3 Niacutevel Meacutedio

4 Niacutevel Superior

6 Quantos anos trabalha como teacutecnico de enfermagem

200

1 Anos

2 Natildeo sei

7 Sente doresdurante o trabalho

1 Sim

2 Natildeo

8 Setor de Trabalho

1 Pediatria

2 Unidade adulta

3 UTI

4 Central de esterelizaccedilatildeo

5 Pronto atendimento

6 Laboratoacuterio

7 Farmaacutecia

8 Outros

Perguntas Norteadoras da entrevista

O que vocecirc entende por LERDORT natildeo precisa ser o conceito e sim o

que vem na sua cabeccedila

Como prevenir LERDORT no trabalho

Haacute alguma relaccedilatildeo da LERDORT com o trabalho do teacutecnico de

enfermagem

Como vocecirc percebe seu corpo nesse contexto

Quais estrateacutegias vocecirc sugere para amenizar o problema

201

ANEXO 7

Aprovaccedilatildeo do CEP UNCISAL

202

ANEXO 8

Aprovaccedilatildeo do CEP UNIFESP

203

Page 9: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 10: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 11: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 12: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 13: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 14: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 15: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 16: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 17: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 18: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 19: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 20: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 21: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 22: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 23: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 24: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 25: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 26: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 27: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 28: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 29: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 30: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 31: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 32: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 33: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 34: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 35: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 36: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 37: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 38: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 39: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 40: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 41: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 42: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 43: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 44: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 45: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 46: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 47: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 48: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 49: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 50: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 51: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 52: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 53: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 54: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 55: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 56: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 57: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 58: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 59: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 60: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 61: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 62: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 63: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 64: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 65: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 66: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 67: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 68: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 69: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 70: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 71: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 72: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 73: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 74: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 75: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 76: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 77: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 78: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 79: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 80: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 81: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 82: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 83: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 84: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 85: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 86: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 87: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 88: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 89: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 90: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 91: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 92: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 93: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 94: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 95: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 96: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 97: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 98: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 99: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 100: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 101: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 102: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 103: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 104: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 105: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 106: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 107: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 108: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 109: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 110: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 111: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 112: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 113: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 114: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 115: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 116: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 117: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 118: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 119: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 120: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 121: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 122: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 123: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 124: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 125: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 126: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 127: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 128: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 129: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 130: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 131: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 132: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 133: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 134: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 135: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 136: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 137: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 138: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 139: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 140: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 141: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 142: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 143: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 144: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 145: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 146: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 147: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 148: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 149: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 150: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 151: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 152: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 153: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 154: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 155: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 156: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 157: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 158: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 159: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 160: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 161: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 162: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 163: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 164: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 165: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 166: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 167: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 168: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 169: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 170: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 171: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 172: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 173: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 174: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 175: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 176: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 177: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 178: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 179: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 180: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 181: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 182: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 183: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 184: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 185: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 186: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 187: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 188: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 189: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 190: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 191: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 192: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 193: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 194: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 195: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 196: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 197: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 198: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 199: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 200: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 201: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 202: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de
Page 203: PROGRAMA EDUCATIVO NA PREVENÇÃO DE LER/DORT: UMA … · 2018. 8. 25. · Teixeira,Geraldo Magella Programa Educativo na prevenção de LER/DORT: uma avaliação com Técnicos de