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Edição n.º 47 :: Janeiro de 2013 :: Revista do Município de Loures Território requalificado PER à beira da conclusão :: 16 :: 8 :: 30 :: 46 Câmara ajuda a empreender Benefícios fiscais para obras de reabilitação urbana Loures forma jovens para o mundo

Revista Loures Municipal :: Edição 47

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Revista Loures Municipal :: Edição 47

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Edição n.º 47 :: Janeiro de 2013 :: Revista do Município de Loures

Território requalifi cadoPER à beira da conclusão

:: 16

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Câmara ajuda a empreenderBenefícios fi scais para obras de reabilitação urbana

Loures forma jovens para o mundo

2 :: Revista :: Loures Municipal :: Janeiro 2013

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: : Benefícios fiscais para obrasde reabilitação urbana

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PROPRIEDADE :: Câmara Municipal de Loures

Praça de Liberdade, 4, 2674-501 Loures

DIRETOR :: Carlos Teixeira

PERIOCIDADE :: Trimestral

CONTACTO :: [email protected]

DEPÓSITO LEGAL N.º :: 183565/02

ISSN 1645-5088 | Anotada na ERC

FICHA TÉCNICA

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EDITORIAL

De Loures, com orgulho!

O ano que agora se inicia marca o fim de um ciclo. Foram 12 anos de luta intensa, muito trabalho, muita dedicação e, sobretudo, muito amor pelo concelho de Loures. As leis da democracia ditaram este “cair de pano”, na certeza de que outro ciclo em breve se iniciará e outros rostos darão, também eles, o melhor por Loures e pelas suas gentes.

Neste primeiro número de 2013 da Loures Municipal levamos até si muita informação sobre o concelho e as atividades do Município. Como sempre, neste período complexo que atravessamos, a prioridade vai para as funções sociais, aquelas que permitem estabelecer equilíbrios entre a nossa comunidade, oferecendo, aos que menos têm, a possibilidade de uma vida digna, apesar dos fortes constrangimentos orçamentais a que as autarquias estão sujeitas.

Sob este prisma, é bom recuar no tempo e perceber que a estratégia municipal foi bem delineada. Nos primeiros dois mandatos, enquanto presidente da Câmara Municipal de Loures, a minha prioridade e a de toda a equipa que comigo trabalhou passou pela construção de infraestruturas vitais para a população. Falo de escolas, pavilhões, piscinas, estradas ou parques, mas também de outros equipamentos públicos de grande qualidade que, a expensas unicamente municipais ou em colaboração com o Poder central, conseguimos erigir em Loures. Ao falar desta imensa listagem, algumas obras vêm-me, desde logo, à memória, pela sua importância estratégica ou pelo seu historial de avanços e recuos até então: Hospital de Loures, esquadras da PSP e quartéis de bombeiros, centros de saúde, Arquivo Municipal, piscinas da Portela, viaduto de São Julião do Tojal, ampliação do Parque da Cidade, Ecoparque de S. João da Talha, Palácio Marqueses da Praia, Escola Básica da Fonte Santa, no Pinheiro de Loures, a reconversão da Av. Estado da Índia, enfim, o rol seria extenso e fastidioso tal a dimensão da obra feita.

Fomos criticados por algumas dessas intervenções, até porque não poucas vezes a Câmara teve de se substituir ao Governo na responsabilidade de cumprir as promessas feitas. Não me arrependo de nada. Quando foi possível fizemos e, hoje, temos a felicidade de poder ser mais criteriosos nas nossas opções, apostando mais na manutenção e nas respostas sociais. Ao contrário de muitos outros municípios, temos a liberdade de poder canalizar verbas para o apoio social à população sénior, às crianças e estudantes, aos portadores de

Carlos TeixeiraPresidente da Câmara Municipal de Loures

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deficiência ou, simplesmente, ajudar as instituições de solidariedade social que operam no nosso concelho. Sei que tudo isso só é possível porque, em boa hora, construímos o que era basilar e estruturante, a ponto de hoje podermos dizer que tudo o que é fundamental para a qualidade de vida dos nossos munícipes está concluído.

Apostámos e ganhámos. Desmaterializámos, tornámos mais fácil a ligação entre o cidadão e o Município, legalizámos bairros de génese ilegal esquecidos por todos, derrubámos barracas e construímos habitação digna para famílias do século xxi. Inovámos em matéria ambiental, somos um concelho que soube acolher de braços abertos grandes investimentos privados que deram emprego às nossas gentes, angariando riqueza e qualidade de vida.

Em 12 anos, deixámos de ser um território amorfo e parado no tempo, para nos assumirmos como um concelho jovem, dinâmico e uma referência na Área Metropolitana de Lisboa.

Numa palavra, estamos no mapa. No já longínquo ano 2000, era essa a minha grande ambição. Quase doze anos depois, estou consciente de que essa aposta foi concretizada e que cada um de nós tem, hoje, motivos para poder dizer ao mundo: “Sou de Loures, com muito orgulho.”

O Presidente da Câmara Municipal de LouresCarlos Teixeira

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CONVERSAR

Muito se tem escrito e falado a propósito da felicidade. Nos últimos tempos, marcados pelo cunho das dificuldades que vivemos – o desemprego, o empobrecimento das populações, a escalada dos impostos, o descalabro económico –, a felicidade configura-se como um objetivo cada vez mais difícil de atingir. Isto porque, segundo os padrões vigentes, a segurança económica, a coesão social, o desenvolvimento da economia e a estabilidade política funcionam como garantes de um percurso seguro, rumo à tão almejada felicidade.

Evidentemente, podemos sempre desviar-nos do material e terreno, superiorizando o conceito e colocando-o ao nível dos afetos, do estado de alma monitorizado por valores que a economia não comanda e a política não afeta. Podemos dar-nos por satisfeitos se vamos tendo alguma saúde, se não perdemos o emprego, se o orçamento familiar vai dando para a alimentação e as despesas básicas. Poder, podemos! Mas onde fica a ambição de crescer como pessoas e profissionais? Onde se situa a pretensão justa de viver numa sociedade estruturada que nos garanta igualdade de oportunidades, acesso ao Ensino e à Saúde, justiça no tratamento social, independentemente de raça, credo ou opção política?

Neste tempo de incerteza, sem horizontes límpidos ao alcance dos nossos olhos, é preciso refletir cuidadosamente, para que não caiamos no marasmo da resignação perante a ausência de amanhã.

Para que nos mantenhamos conscientes e despertos é necessário que permaneçamos exigentes e inconformados. Connosco, em primeiro lugar. Com os que nos são próximos e têm significado nas nossas vidas, em segundo. E com aqueles que elegemos e nos governam, em terceiro e último, mas não menos importante. Mantermos altos os níveis de exigência é uma forma de permanecermos atentos e lúcidos, porque não podemos eximir-nos das nossas responsabilidades e entregar nas mãos de outrem a felicidade que depende do esforço de construção que lhe queiramos dedicar.

De resto, o acaso, o destino, enfim, a sorte, podem contribuir para que os padrões de felicidade que ambicionamos sejam

Felicidade...

mais ou menos alcançáveis. Mas é preciso não esquecer que, na maioria dos casos, o destino se esculpe com as próprias mãos e que a sorte dá imenso trabalho.

Por fim, sobra a criatividade que tivermos para (re)inventar a vida, saber parar quando é imperativo e aproveitar os momentos em que é necessário cerrar os dentes e carregar no acelerador da existência, saboreando a aventura calculada de não saber o amanhã, na certeza de que todas as decisões radicaram na consciência do que somos e do que somos capazes.

Ser feliz é um sonho enorme que nos põem nos braços mal nascemos e que devemos acalentar sem que se transforme num fardo insustentável. Principalmente porque nunca estamos sozinhos, porque há sempre alguém que nos ama, que gosta de nós, que sofre com os nossos desaires e se congratula com os nossos sucessos. E isso, por si só, já é uma enorme responsabilidade que temos de honrar, sob pena de nos tornarmos frios e nus e verdadeiramente solitários.Porque a nossa felicidade passará sempre pela de alguém, o que nos responsabiliza e engrandece, tecendo uma rede única de obrigações e compromissos que produzem a fina malha da felicidade de quem nos rodeia.

Em poucas palavras, não nascemos apenas para sermos felizes, mas também para fazermos os outros felizes, e esse desígnio pressupõe sacrifício e espírito de renúncia mas, acima de tudo, presume resiliência, coragem e uma imensa vontade de lutar sempre, até que a felicidade nos escolha.

A Equipa da Revista

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EMPREENDER

Do passado ao futuroRESTAURO DE CLÁSSICOS PORSCHE: A PAIXÃO DA GARAGEM JOÃO GOMES

Em entrevista à Loures Municipal, José Carvalhosa explica que, apesar de os clientes serem maioritariamente proprietários de viaturas da marca Porsche, a crise económica “toca a todos”. Para o administrador, “não se trata de uma classe abastada”, mas sim de uma classe “que olha para o dinheiro com mais cuidado”. José Carvalhosa faz um balanço da sua atividade e revela estratégias para assegurar o futuro da empresa.

Como e quando nasceu este projeto? A Garagem João Gomes é uma ideia relativamente recente, já que só foi fundada em 2007. No entanto, é a evolução de uma atividade bastante mais antiga, decorrente de uma

“Filho de peixe sabe nadar” bem pode ser um provérbio aplicado à vida de José Carvalhosa, administrador da Garagem João Gomes. Tem 38 anos e desde criança que se habituou a seguir as pisadas do pai naquilo que hoje em dia sabe fazer melhor: restauro de viaturas clássicas, principalmente da marca Porsche. Em 2007, constituiu a empresa “Garagem João Gomes”, uma oficina sedeada em Santo Antão do Tojal que não podia deixar de ter o nome do pai, considerado o “culpado” de uma aventura que leva já cinco anos de sucesso.

ligação à Porsche que dura desde 1960, através do meu pai. Desde pequeno que sempre o acompanhei, assisti a inúmeras formações e, pouco a pouco, foi-se cimentando a paixão por esta marca. Mais tarde, licenciei--me em engenharia mecânica e, impelido pela situação de desemprego em que me encontrava, decidi “dar o salto”, constituir uma empresa e fazer o que realmente me dava prazer: manutenção e restauro de clássicos da Porsche.

Ainda hoje o seu pai, apesar de reformado e de ter uma idade avançada, não deixa de passar todos os dias pela sua oficina…Todos os dias passa por aqui e ajuda-nos em muitas coisas.

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“Todos nós fomos “mordidos”por este bicho estranhíssimoque nos faz gostar de andar

com as mãos sujas e no meiode carros velhos”

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Toda a vida o meu pai foi muito ativo e depois de se reformar não conseguiu ficar parado. Na verdade, a presença do meu pai torna-nos muito mais positivos e ainda mais competentes. E continuo a pedir-lhe conselhos até nas coisas fáceis. Todos nós fomos “mordidos” por este bicho estranhíssimo que nos faz gostar de andar com as mãos sujas e no meio de carros velhos. Já que assim é, devemos esforçar-nos para chegar à idade dele com o mesmo prazer com que ele aqui vem, todos os dias. É de facto inspirador.

Por quê a localização desta atividade no concelho de Loures?Porque inicialmente os restauros eram feitos num espaço que tinha em casa e a ideia era permanecer nesta zona. Graças ao Serviço de Informação e Apoio ao Investimento (SIAI) da Câmara de Loures, consegui encontrar este espaço que, além de cumprir todas as normas obrigatórias, tinha uma renda perfeitamente sustentável. Não me preocupava o facto de ser em Santo Antão do Tojal porque trouxe comigo os clientes que tinha na altura e, depois, foi só uma questão de ir divulgando o local. Estamos perto das vias rápidas para Lisboa e hoje já não é difícil para ninguém aqui chegar, pois funciona muito à base do “passa a palavra”.

Que tipo de serviços presta a Garagem João Gomes?Costumo dizer que os nossos serviços vão de A a Z. Desde uma revisão, passando por uma simples mudança de óleo, até ao restauro total de qualquer modelo Porsche. É a marca para a qual dirigimos a nossa operação, pois é onde temos mais experiência, mais formação e mais fornecedores. Quanto a mim, tenho mais carinho por modelos antigos porque são também os que precisam de atenção redobrada. Devido à idade, têm mais problemas e situações que precisam de ser resolvidas para se manterem a circular na estrada. No

“A nossa especialização na Porsche não só pretende aproveitar todaa experiência que já adquirimos,como nos facilita a vida, garantindoque temos um produto melhorpara entregar ao cliente”

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“A formação tem um peso muito grande nos nossos custos e essa é uma

das vertentes que nos podem destacar da concorrência saudável”

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entanto, podemos fazer qualquer coisa em modelos do início da marca, até aos modelos atuais… exceto a codificação de chaves. Nesse domínio, a Porsche não abre mão, o que é perfeitamente legítimo, por uma questão de segurança.

A preparação de carros de competição é outra vertente do vosso trabalho…Sim, é verdade, apesar de não ser o nosso core business. Contudo, até a própria Garagem João Gomes tem uma equipa e um carro de velocidade com o qual participa em alguns ralis. Este ano participámos no Rali de Portugal Histórico, com um Porsche 911 de 1965, tendo obtido o 15.º lugar da geral e o 1.º da categoria C2, o que nos valeu o troféu ACP Clássicos para automóveis construídos até dezembro de 1965. Este é um rali muito duro, os pisos são muito difíceis e o ritmo é muito alto. Não há tempo para manutenção, o que implica que se o carro não tiver uma preparação excelente, uma pequena falha pode ser o suficiente para hipotecar o rali todo. E esta foi mais uma prova de que aquilo que fizemos

resistiu. Tivemos um bom resultado e fiquei surpreendido com a facilidade com que o conseguimos. Isso deixa-nos satisfeitos, até porque o nosso trabalho foi reconhecido também pelos nossos clientes.

Quem são os vossos clientes?Maioritariamente, são proprietários de viaturas Porsche a nível nacional. Mas não se pense que se trata de uma classe abastada! É talvez uma classe que olha para o dinheiro com mais cuidado do que a maior parte da população, sendo que obviamente tem uma maior disponibilidade financeira. Faz as suas contas e percebe que comprar um carro destes lhe garante que o dinheiro que está a dar hoje não se perde, pois o carro não desvaloriza com facilidade. Se comprar um clássico, então, em alguns dos casos, triplica o valor. Economicamente é muito vantajoso. Temos também uma pequena parcela de clientes estrangeiros que tem crescido a bom ritmo e que nos esforçamos bastante para não perder, pois temos consciência da situação do mercado nacional.

Como é que os clientes estrangeiros chegam até vós?Os primeiros apareceram quase por acaso. Mas sempre que posso vou a feiras internacionais, locais onde vamos conhecendo fornecedores e, ao mesmo tempo, criando laços comerciais. É quase um trabalho de relações públicas! E depois é o “boca-a-boca”. Se temos um cliente que ficou satisfeito acaba por dizer a outro: “vale a pena ires a Portugal porque lá trabalham barato e fazem um trabalho muito bom”. E vamos começando a ver os carros passar por aqui…

Sendo esta uma atividade tão específica e especializada, têm clientes suficientes que justifiquem a sua continui- dade?Numa fase inicial não justificava. Mas quando as pessoas percebem que o trabalho é feito com conhecimento, os resultados são cada vez melhores. A nossa especialização na Porsche não só pretende aproveitar toda a experiência que já adquirimos, como nos facilita a vida, garantindo que temos um produto melhor para entregar ao cliente.Quando fazemos uma revisão grande a um Porsche, daí em diante só lhe mudamos o óleo. Porque o carro não se avaria com facilidade. O Porsche é um carro bem feito e globalmente muito bem pensado. Por isso, o resultado final do serviço que prestamos é sempre positivo e isso atrai os clientes.

“Este ano,a queda de 48 por centono mercado automóveltoca a todos”

“Queremos continuar a cativaro cliente estrangeiro.Fazemos um trabalho especializado que considero muito bom”

EMPREENDER

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Como tem sido a evolução da empresa ao longo dos anos?Tem sido ascendente… até este ano. Este ano, a queda de 48 por cento no mercado automóvel toca a todos. Felizmente, não temos grandes razões de queixa. Ainda vamos tendo muito trabalho mas, inevitavelmente, notamos que mesmo crescendo em número de clientes, não crescemos assim tanto em volume de negócio.

Sendo assim, como olha para a evolução do mercado neste setor?Não estou muito otimista, para ser sincero. Os carros que não se estão a vender hoje, não serão reparados amanhã. O nosso mercado não está a crescer a bom ritmo. A despesa com a reparação automóvel caiu para cerca de 26 por cento. E falamos do primeiro automóvel, aquele de que precisamos todos os dias. Para complicar mais a situação, os carros a que nos dedicamos não são carros que se usam todos os dias. São carros de “prazer” que só se utilizam maioritariamente quando há tempo para se desfrutar deles. Por isso, é uma despesa adiável.

Têm alguma estratégia para enfrentar a situação?Queremos continuar a cativar o cliente estrangeiro. Fazemos um trabalho especializado que considero muito bom. Temos um preço de mão-de-obra muito reduzido, face ao que se pratica na Europa, e isso é um fator competitivo muito importante. É claro que o facto de estarmos num país, aqui neste canto, complica-nos a vida, sobretudo no que diz respeito à legislação que limita a utilização de carros estrangeiros em Portugal. Não só é muito difícil transportá- -los, como experimentá-los. Não posso garantir a entrega de um produto em bom estado se não andar no carro, e a polícia pode apreender o veículo se eu o experimentar na estrada, o que é desastroso. Aumenta-nos os custos e dificulta-nos a aferição da qualidade do nosso trabalho.

Há muita concorrência nesta área?Existe concorrência, mas não é ameaçadora. Ainda há clientes para todos e em Portugal faz-se um trabalho muito bom. Se todos formos trazendo clientes do estrangeiro, podemos almejar a que, daqui a uns anos, o nosso país tenha fama de ser um destino onde se faz um trabalho exemplar na área da restauração automóvel. Não vejo a concorrência como um problema desde que seja de qualidade. O que me

preocupa são aquelas empresas que, para manter o negócio, se colocam à margem de todos os custos legais. Há quem não cobre IVA ou pague taxas de resíduos, só para dar um exemplo. É claro que uma fatura sem IVA significa 23 por cento de desconto, e tenho consciência de que perdemos muitos trabalhos desta maneira. Vai-se criando assim uma economia paralela a que muitas pessoas recorrem. Mesmo que corra mal, a seguir podem vir ter connosco que nós resolvemos. Mas enquanto vão experimentando, são clientes perdidos, para nós.

A formação dos funcionários tem um peso importante na vossa empresa?Apostamos continuamente na atualização e na inovação. Logo, a formação tem um peso muito grande nos nossos custos e essa é uma das vertentes que nos podem destacar da concorrência saudável. Um dos nossos técnicos está a tirar um curso que lhe rouba um dia de trabalho e eu próprio, no ano passado, tive 220 horas de formação técnica.

“(...) quando as pessoas percebem que o trabalho é feito com conhecimento, os resultados são cada vez melhores”

“Temos um preço de mão-de-obra muito reduzido, face ao que se pratica

na Europa (...)”

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A Porsche tem uma coisa muito interessante para o cliente, que é “terrível” para o mecânico: está sempre na vanguarda. Isso obriga-nos a uma atualização constante mas, ao mesmo tempo, motiva-nos, porque vamos melhorando a nossa performance e crescendo individualmente.

Esta é uma atividade dispendiosa?É dispendiosa por todos os encargos que temos para conseguir funcionar e pelo baixo rendimento provocado pelos restauros. O restauro é uma coisa que não sustenta uma empresa nesta área. É um tipo de trabalho que pode levar entre um a quatro anos para estar concluído e as horas cobradas são muito inferiores às que efetivamente se trabalha. Por isso o restauro tem de ser um trabalho lateral que se faz essencialmente por carolice. É um projeto longo e um desafio muito grande levá-lo a bom porto.Mas considero que perdíamos uma parte grande do que eu quero que a Garagem João Gomes seja se não fizéssemos os restauros. Por muito penoso que seja economicamente, ou se um dia constatar que não podemos fazer restauros, provavelmente não vamos ter Garagem João Gomes. Mas isso não vai acontecer!

Quais as principais dificuldades com que se deparou quando decidiu iniciar este projeto?A parte legal foi talvez a mais complicada. A legislação estava muito dispersa e queria ter a certeza de iniciar uma atividade sem risco e sem quaisquer infrações. Quanto à parte burocrática, tive a sorte de poder contar com o Serviço de Apoio à Criação de Empresas e Emprego (SACE) e, como já disse do SIAI, ambos serviços da Câmara Municipal de Loures.

Quais as situações concretas em que esses serviços intervieram?Numa primeira fase, o SIAI ajudou-me na identificação de zonas onde poderia implementar a empresa com o menor custo e adaptação possíveis. Este trabalho foi muito importante porque fazê-lo sozinho implicava uma enorme perda de tempo, uma grande quantidade de quilómetros percorridos e o atraso na concretização do projeto. Já o que o SACE fez foi uma avaliação desapaixonada e isenta do projeto. Essa perspetiva permitiu corrigir alguns pontos que estavam em falta e compor um documento mais rico. Esse apoio foi muito valioso, pois fez-me ser mais cauteloso em

EMPREENDER

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algumas das decisões. O facto de o projeto ser bem analisado pelo SACE deu-me uma confiança adicional, ajudando-me a não vacilar mesmo quando as coisas não corriam como o esperado. O apoio do SACE foi de facto decisivo e ajudou- -nos a chegar onde estamos.

Na qualidade de empresa piloto que integra o projeto Innohubs, que visa a promoção da inovação e do empreendedorismo, qual a sua opinião sobre o mesmo?Uma das mais-valias do projeto Innohubs é trazer informação externa à nossa empresa. Ter alunos de mestrado a analisar os nossos métodos de trabalho é muito interessante, porque a distância para o negócio é grande, a frieza com que se analisa também, e é o suficiente para muitas vezes porem o dedo na ferida, pois apontam-nos caminhos que, eventualmente, poderemos seguir. Os encontros entre empresários que o Innohubs proporcionou foram igualmente importantes. Ao ouvirmos a experiência de um indivíduo da restauração e de outro da papelaria, negócios completamente diferentes do meu, e as soluções que têm para ultrapassar certos problemas, ganhámos perspetivas que não tínhamos. Ouvir ainda pessoas com formação na área da inovação a darem-nos ideias e ferramentas para crescermos na nossa área também foi muito relevante.

O que ambiciona para o futuro da sua empresa?Ambiciono sobretudo manter a calma com que trabalhamos, sem termos necessidade de nos apressarmos para poder pagar contas e, consequentemente, aumentar o risco na qualidade. A minha preocupação é encontrar a fórmula para arranjar mais trabalhos que sejam rentáveis e onde reduzir custos para ter um orçamento realista para o ano de 2013, assegurando os postos de trabalho.

Dada a delicada situação económica que o País atravessa, que conselho dá aos jovens empreendedores?Eu aconselharia que procurem sempre alguém isento que analise os seus projetos. Não desistam das ideias só porque alguém disse que não ia correr bem. Aquilo que para uns não é um projeto viável, para alguém desapaixonado pode ser. Apostem o mais possível nas vossas ideias, trabalhem. Um negócio é 20 por cento de sorte e 80 por cento de esforço. Mas é importante ouvir as pessoas, sobretudo os mais velhos, e aproveitar os serviços públicos à disposição

dos cidadãos, como é o caso dos serviços da Câmara de Loures, muito valiosos para quem quer instalar uma empresa no concelho.

“O SIAI ajudou-me na identificaçãode zonas onde poderia implementar

a empresa com o menor custoe adaptação possíveis. […] Já o SACE

fez uma avaliação desapaixonadae isenta do projeto”

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Numa altura em que o PER (Plano Especial de Realojamento) se encontra à beira da conclusão no concelho de Loures, importa recordar todo o complexo processo que nos trouxe até aqui.

Além da importância vital de conferir dignidade à habitação, para milhares de munícipes, a des-truição das dezenas de “bairros de barracas” teve como objetivo ir muito mais além: requalifi car o território, proteger o meio ambiente das áreas envolventes, salvaguardando, paralelamente, ascondições higiosanitárias não só das famílias rea-lojadas, mas também de todos os munícipes que habitam e trabalham em zonas contíguas.

Em resumo, realojar é muito mais do que “mudar a habitação”. Realojar é um benefício para todos.

PER À BEIRA DA CONCLUSÃO Requalifi cação do território

AGIR

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Requalifi cação do território

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metropolitana, assistiu assim à proliferação de bairros de lata resultante da carência de habitação e do aumento exponencial da população nas décadas de 60 e 70.

Lado a lado com as quintas, os palacetes nobres e as vastas propriedades rústicas que, desde o século xvii, foram palco do ócio das famílias abastadas neste arrabalde de Lisboa, e que então começavam a ser adquiridas pelos industriais emergentes para albergar trabalhadores, conviviam casasde madeira, folha de zinco, contraplacado, fibrocimento, oleado e muitos outros materiais que só os limites do en- genho humano, aguçado pela necessidade, podem permitir.A paisagem verde dos campos férteis de Loures ficava agora

Na década de 80 do século xx, havia perto de quatro mil barracas no concelho de Loures. Barracas onde viviam muitas famílias de camponeses vindos do interior do país para trabalhar nas fábricas que a revolução industrial instalou na capital. Trabalhadores rurais que procuravam melhores condições de vida para os filhos. E barracas que serviam de alojamento a muitos homens e mulheres vindos das ex-colónias no período pós 25 de abril de 1974, imigrantes africanos, comunidades hindus oriundas de Moçambique, famílias ciganas e outros cidadãos do mundo.

Loures, como Lisboa, que hoje tem mais de 25 mil fogos de habitação social, e a maioria dos municípios da área

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pontuada pelo cinza e o castanho negro destas habitações precárias, sobrelotadas, sem infraestruturas, favoráveis à proliferação de todas as atividades menos lícitas, ao tráfico, ao consumo, ao estigma.

Os Direitos Humanos estavam em causa e a intervenção do Estado tornava-se urgente. Politicamente, a Assembleia Constituinte, reunida na sessão plenária de 2 de abril de 1976, aprovava a Constituição da República Portuguesa, que, no seu Capítulo II Artigo 65.º, Ponto 1, consagra: “Todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.”

O princípio do fim

A história da habitação social em Loures ficará indelevelmente marcada pela adesão imediata ao projeto por muitos considerado como a primeira experiência nacional neste domínio: o SAAL (Serviço Ambulatório de Apoio Local) que, no período pós- -revolução de 1974, envolveu de uma forma particularmente intensa arquitetos, engenheiros, juristas, sociólogos e os próprios moradores de zonas habitacionais degradadas. Hoje, ainda há vários exemplos de casas construídas na época no bairro municipal da Manjoeira, na freguesia de Santo Antão do Tojal, São José do Gradil e bairro de Santo António, em Camarate.

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Seguiu-se, ao longo de toda a década de 1980, um modelo habitacional que favorecia a construção de casas de habitação económica por cooperativas constituídas por associações de moradores.

A intervenção da Câmara incidia agora na promoção de projetos em dois regimes distintos: a autoconstrução, que favorecia a construção de casas pelos seus proprietários em terrenos cedidos pela Câmara e projeto de arquitetura incluído, e o autoacabamento em que os proprietários só assumiam os acabamentos depois de a autarquia erigir toda a estrutura e cobertura das habitações. Em regime de autoconstrução, foram edificadas 117 habitações nos bairros de Santo António (28), em Camarate, Quinta da Vitória (34), na Portela, e na Manjoeira (55). De autoacabamento, há 54 exemplos dispersos por todo o concelho.

Em 1993, formalizou-se um Acordo de Colaboração com os então institutos Nacional da Habitação (INH) e de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado (IGAPHE), hoje fundidos no Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), que levou à construção de 80 fogos no Catujal, freguesia de Unhos, e 199 na Quinta das

Sapateiras, freguesia de Loures, estes últimos destinados ao realojamento urgente de um número significativo de famílias “despejadas” do Lar Panorâmico, um edifício particular que havia sido ocupado ilegalmente em Camarate.

O Programa Especial de Realojamento

É também nesse ano, a 7 de maio, que se publica em Diário da República o Decreto-Lei 163/93 relativo ao Programa Especial de Realojamento (PER), nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, que tinha como objetivo “a erradicação definitiva das barracas existentes nos municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto mediante o realojamento em habitações condignas das famílias que nelas residem”.

Em 1994, Loures pôs em marcha o primeiro recenseamento PER, que identificou 3904 barracas no concelho. A adesão a este programa foi formalizada em 31 de janeiro de 1995. Dezoito anos depois, as últimas barracas que ainda podemos fotografar na Quinta da Serra, freguesia do Prior Velho, e na Quinta da Vitória, freguesia da Portela, têm o destino traçado e marcado para o primeiro trimestre do ano.

Em 1994, Lourespôs em marcha o primeiro

recenseamento PER,que identificou 3904 barracas

no concelho.

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Dezoito anos depoisdo início do PER,as últimas barracasque ainda podemos fotografarna Quinta da Serrae na Quinta da Vitóriatêm o destino traçadoe o final marcadopara o primeiro trimestredeste ano.

Entre 1995 e 1998, um conjunto de grandes obras públicas – Terminal do Metro da Pontinha (território de Loures antes da constituição do Município de Odivelas), Ponte Vasco da Gama, Exposição Mundial dos Oceanos e Circular Interna Regional de Lisboa (CRIL) – viriam a ter um forte impacto no processo de realojamentos realizado pela Câmara Municipal de Loures e na demolição das habitações degradadas através de acordos de colaboração levados a cabo com a Junta Autónoma das Estradas, com a Lusoponte e com o Metropolitano de Lisboa. A urbanização da Quinta da Fonte, na Apelação, recebeu o maior número dessas famílias em 1998 – 554 fogos para outros tantos agregados familiares e 14 de tipologia T6 que foram definidos como unidades residenciais.

Na viragem do século, até 2002, concretizaram-se realojamentos nas urbanizações construídas ao abrigo do PER na Avenida Alfredo Bensaúde (Portela/Olivais), na Quinta da Vitória (Portela), Quinta das Pretas (Prior Velho), Casal da Espadaninha (S. Julião do Tojal) e nos 680 fogos da emblemática Quinta do Mocho (Sacavém). Os maiores bairros foram dotados de equipamentos de apoio social e das melhores acessibilidades.

Há dez anos, procedeu-se a uma reprogramação do PER e, entre 2002 e 2012, construíram-se os núcleos habitacionais da Quinta das Mós (104 fogos), em Camarate, e de S. João da Talha (42 fogos) e foram realojadas outras 80 famílias em património habitacional do Município. Em 2005, foram também transferidos do património do extinto IGAPHE para a titularidade do Município de Loures 160 fogos, sendo oito moradias unifamiliares no Bairro da Mealhada, em Loures, sete frações em Sacavém e 145 moradias, das quais 35 em regime de renda resolúvel no Bairro CAAR de Camarate. O PER Famílias, um programa que fomenta a aquisição de habitação com o apoio do IHRU e das autarquias, foi a solução habitacional encontrada para 78 agregados familiares.

2600 arrendatários

No total, para resolver os graves problemas de habitação que sucederam ao êxodo rural, foram construídas 1853 habitações ao abrigo do PER, disponibilizados 571 fogos de património municipal disperso e, ao longo dos anos, foram encontradas soluções diversas para um grande número de famílias. Ficam a faltar pouco mais de 200 habitações precárias do Talude Militar, hoje classificada como Área de Génese Ilegal.

O património habitacional atinge hoje os 2600 fogos, que exigem ao Município, para além de investimento financeiro, um trabalho contínuo nas áreas da gestão social, controlo do pagamento das rendas e conservação e qualificação dos edifícios e espaços envolventes. Por último, há que referir a intervenção social, de importância decisiva, que tem acom- panhado os milhares de processos de realojamento. Por- que a melhoria substancial das condições de habitabili- dade não foi, por si só, promotora de coesão social e impli- cou sempre a reorganização de quotidianos e a adaptação

AGIR

Revista :: Loures Municipal :: Janeiro 2013 :: 23

“Todos têm direito, para si e para a sua

família, a umahabitação de

dimensão adequada,em condições dehigiene e confortoe que preserve a

intimidade pessoale a privacidade

familiar.”Constituição da República

Portuguesa

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das pessoas a novos espaços, a novos contextos de vida e à convivência com outras culturas e formas de estar.

Com o objetivo de envolver as populações em todo o processo, os recenseamentos foram, sempre que possível, acompanhados por estudos sociológicos, diagnósticos das necessidades das famílias e avaliações das expectativas face ao realojamento. A dinamização de ações de sensibi- lização e informação e de projetos de inclusão e promoção da interculturalidade e coesão social têm também sido uma constante nos territórios de maior dimensão, como as urbanizações dos Terraços da Ponte e da Quinta da Fonte, dando corpo a um trabalho fundamental de integração, porque alojar não é suficiente. É imperativo incluir, envolver, criar um sentimento de pertença junto das populações (re)alo- jadas, para que todo o processo seja bem sucedido.

AGIR

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“o património habitacional atinge hoje os 2600 fogos (…)”

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FALTA

Evolução da frotamunicipalCRESCER OTIMIZANDO

A frota municipal foi constituída para assegurar a mobilidade e os meios mecânicos imprescindíveis ao bom desempenho dos serviços municipais. A sua evolução ao longo do tempo acompanha assim as mudanças na estrutura e gestão do Município.

A Câmara Municipal é vista pelos munícipes como uma entidade da qual, na verdade, pouco se conhece, no que diz respeito ao seu funcionamento e à evolução que os diversos serviços que presta têm vindo a registar. Acreditando que o envolvimento dos munícipes na vida autárquica passa pela informação, rumo a um Município melhor, contamos hoje a história da frota municipal, o seu percurso e crescimento, com o objetivo de consciencializar a população da importância crescente da mesma e da sua relevância na qualidade de vida do concelho.

Evolução resumida da frota municipal

Até 1970, o concelho de Loures apresentava características dominantemente rurais. A frota municipal era pouco expres- siva, e a recolha de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), ainda realizada com veículos de tração animal.

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Na década de 70 do século xx, verificam-se alguns avanços na dimensão e na composição da frota:– Em 1970, a recolha de RSU era já efetuada por viaturas mecânicas com tampas e, em 1974, por viaturas de recolha com compressão.– A frota de máquinas para obra rondava já a dezena de unidades, entre abre-valas, pás carregadoras, retroesca- vadoras e camiões, e a de veículos ligeiros contava com 20 unidades, incluindo viaturas todo-o-terreno.

Com o aumento acentuado da população residente durante a década de 80, a atividade municipal intensifica-se, com destaque para as obras de infraestruturas urbanas e viárias e atividades de limpeza de espaços públicos.

A frota acompanhou este dinamismo e, no final da década, o parque municipal contava com 75 camiões e mais de 15 máquinas de obras (retroescavadoras, pás carregadoras de rastos e rodas, etc.) e 20 viaturas de recolha de RSU.

Os primeiros autocarros foram adquiridos nesta década e, em 1989, o Município adquiriu uma viatura adaptada para transporte de pessoas com deficiência motora, com receitas obtidas com a recolha seletiva de vidro.

A década de 1990 assistiu ao alargamento dos transportes municipais, com o arranque do serviço de transportes escolares logo no início.

Contudo, foi nesta época que tiveram lugar algumas fragmentações, com reflexos na redução da frota:– Com a municipalização do serviço de recolha de RSU em 1994, ocorre a transferência da frota de veículos de apoio àquela atividade para os SMAS de Loures. – Em 1998 verifica-se a criação formal do Município de Odivelas, a que se segue a divisão da frota entre os municípios de Loures e Odivelas.

A década de 2000 é marcada pela otimização da utilização da frota, sobretudo de veículos ligeiros sem motorista. O aumento do número destes veículos ao serviço dos utilizadores, decorrente da sua centralização nas oficinas municipais, e a gestão da atribuição de viaturas, apoiada em ferramentas informáticas, viriam a permitir a redução da frota de veículos ligeiros sem motorista, mantendo o número de serviços.

Em paralelo, verificou-se um investimento em viaturas menos poluentes, de que os 27 veículos ligeiros de 5 lugares, híbridos (a gasolina e eletricidade) são o melhor exemplo.

É ainda de salientar a entrada em funcionamento, em 2007/08, de uma frota de 5 carrinhas dedicada ao transporte escolar e a renovação da frota de autocarros.

Na presente década, a aposta vai para o alargamento do parque de máquinas, traduzindo-se já no reforço de 2 máquinas retroescavadoras, 3 tratores com alfaias corta-

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AGIR

canas e 2 viaturas lavadouras, encontrando-se uma varre- doura em processo de aquisição.

Atualmente, a composição da frota municipal revela mo- dernidade e serve os munícipes de forma sustentada. Assim, contamos com:– 109 veículos ligeiros de passageiros e mistos de merca- dorias/passageiros;– 18 carrinhas de 9 lugares, 3 das quais adaptadas para transporte de pessoas com deficiência motora e 5 afetas ao transporte escolar;– 1 minibus adaptado e 7 autocarros, 5 dos quais adaptados para transporte de pessoas com deficiência motora;– 41 máquinas: 2 pavimentadoras; 1 Bulldozer; 2 pás carregadoras de rastos; 7 retroescavadoras; 6 cilindros, um deles apeado; 1 pá carregadora de rodas; 3 minipás carregadoras de rodas; 1 caldeira de betume; 3 tratores agrícolas e 3 tratores corta-canas; 1 corta-relvas; 3 empilhadoras; 1 compressor móvel; 1 abre-sepulturas; 1 varredoura; 1 lavadoura; 1 martelo demolidor; 3 alfaias corta--canas; 1 máquina elevatória;– 30 veículos pesados: 14 camiões de caixa aberta; 4 camiões com grua; 2 camiões cisterna; 1 reboque para recolha de viaturas; 5 reboques (atrelados); 3 lavadouras; 1 veículo pesado adaptado para o transporte de animais mortos;– 1 veículo ligeiro adaptado para o transporte de animais vivos.

A forma como o Município gere esta frota depende evidentemente de imperativos orçamentais. No entanto, essa gestão visa, acima de tudo, aumentar a satisfação dos munícipes, atendendo às suas necessidades, para o que maximizamos a segurança no uso dos veículos, controlando os gastos e usando a máxima transparência no uso dos recursos públicos no cumprimento dos requisitos legais, contribuindo para o alcance da eficácia e da eficiência no planeamento estratégico municipal, no que se refere ao controlo efetivo da frota.

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Benefícios fiscais para obras de reabilitação urbanaMOSCAVIDE E SACAVÉM

Os proprietários de imóveis inseridos nos limites definidos para as ARU de Moscavide e de Sacavém podem propor-se a realizar obras de reabilitação urbana enquadradas por este programa, usufruindo de vários benefícios: apoio na gestão, coordenação e análise dos processos, bem como atribuição de apoios e incentivos fiscais.

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Reconhecendo a existência de áreas do território municipal onde se verificam fortes insuficiências urbanísticas, o Muni- cípio de Loures promoveu uma estratégia de reabilitação urbana assente na delimitação de Áreas de Reabilitação Urbana. As ARU são áreas delimitadas nos termos do regime jurídico da reabilitação urbana (Decreto-Lei n.º 307/2009, de 23 de outubro), em virtude da degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de uti- lização coletiva e dos espaços verdes de utilização coletiva.

Atualmente, já existem duas ARU no concelho de Loures: a ARU de Moscavide (Aviso n.º 9065/2012, de 3 de julho) e a ARU de Sacavém (Aviso n.º 9159/2012, de 4 de julho). Estas ARU têm por objetivo a recuperação dos edifícios através de operações de reabilitação, ou seja, obras que dotem os edifícios de boas condições de utilização e funcionalidade, valorizem o património cultural, travem o declínio demográfico e o abandono, reforçando ainda a atividade económica.

Os promotores destas operações de reabilitação, proprietá- rios e titulares de outros direitos, beneficiam da concessão de incentivos e apoios específicos. Todas as operações de reabilitação urbana, desde que realizadas no âmbito das ARU, dispõem de alguns incentivos financeiros ou fiscais e são apoiadas por um balcão próprio para encaminhamento das candidaturas e para prestação de auxílio na montagem do modelo operacional, contando com celeridade acrescida na apreciação dos processos.

INCENTIvOS fINANCEIROS E fISCAIS

– Redução de 80% do valor das taxas municipais relativas a urbanização e edificação em obras de reabilitação de edi- fícios;– Isenção de taxas municipais relativas à utilização e apro- veitamento do domínio público municipal em obras de reabilitação de edifícios;

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– Possibilidade de comparticipação ao arrendamento des-tinado a jovens através da candidatura ao programa “Porta 65”, ou outro que se venha a criar, com os benefícios especiais inerentes ao facto de se localizar numa área urbana classificada como ARU;– Dedução à coleta em sede de IRS, até 30% dos encargos suportados pelo proprietário relacionados com a reabilitação de edifícios, com um limite de 500€;– Tributação à taxa autónoma de 5% das mais-valias aufe-ridas por sujeitos passivos de IRS residentes em território português, quando sejam inteiramente decorrentes da alienação de imóveis recuperados nos termos da estratégia de reabilitação;– Tributação à taxa de 5% dos rendimentos prediais auferidos por sujeitos passivos de IRS, quando sejam inteiramente decorrentes do arrendamento de imóveis recuperados nos termos da estratégia de reabilitação;– IVA à taxa reduzida em obras de reabilitação urbana;– Isenção na primeira transação após a reabilitação, ficando isentas do IMT as aquisições de prédio urbano, ou de fração autónoma, destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, na primeira transmissão onerosa do prédio reabilitado;– Isenção do IMI para os prédios urbanos objeto de ações de reabilitação por um período de cinco anos a contar do ano, inclusive, da conclusão da reabilitação.

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Os apoios e os incentivos previstos apenas serão concedidos a intervenções de reabilitação urbana e de edifícios, ou seja, a intervenções em que o património urbanístico e imobiliário é mantido, no todo ou em parte substancial, e modernizado através da realização de obras de remodelação ou beneficiação que melhorem significativamente as características de desempenho e de segurança funcional, estrutural e construtiva. Estes apoios e incentivos não se aplicam a construções a edificar em lotes vazios ou em lotes resultantes da demolição de edifícios existentes, dependendo sempre de uma candidatura prévia.

O benefício de apoios e incentivos implica a elaboração de relatório técnico, a solicitar à Câmara Municipal de Loures antes do início da obra, no qual será discriminada a intervenção que deverá ser realizada com vista ao seu enquadramento na estratégia de reabilitação urbana da ARU. Após a sua conclusão a autarquia certificará a obra de reabilitação urbana.

ARU MOSCAvIDE E ARU SACAvéM

Sujeita a uma operação de reabilitação urbana simples, as ARU de Moscavide e de Sacavém têm por objetivo geral a reabilitação dos edifícios da área de intervenção, mediante incentivos e apoios aos seus proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre quem impende o dever de reabilitação, numa intervenção integrada e coerente que atenda aos problemas físicos, funcionais, económicos, sociais, culturais e ambientais existentes. A Câmara Municipal de Loures é a entidade gestora das operações de reabilitação urbana a desenvolver.

Objetivos específicos das ARU de Moscavide e de Sacavém:

a) Reabilitar os edifícios fisicamente degradados e funcio-nalmente desadequados;b) Garantir boas condições de utilização e funcionalidade dos edifícios e das parcelas em que se inserem;

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c) Proteger e promover a valorização do património cultural edificado como fator de identidade e diferenciação urbana;d) Garantir o bom funcionamento das infraestruturas urbanas;e) Travar o declínio demográfico e o abandono, reforçando e tornando atrativo o uso habitacional;f) Apoiar a viabilidade e a diversificação do tecido económico, reforçando a atividade existente e promovendo a instalação de novos usos;g) Apoiar a diversidade social e cultural;h) Incentivar o aumento da eficiência energética nos edifícios a reabilitar;i) Garantir a melhoria da acessibilidade aos edifícios para cidadãos com mobilidade condicionada.

A título de exemplo, considere-se a seguinte simulação:

Um imóvel de 8 fogos arrendados por 500€ cada e com valor patrimonial tributário de 50 000€ cada, no qual se proceda a obras de reabilitação no valor de 100 000€, pode usufruir:

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– de diminuição do IVA da taxa máxima (23%) para a taxa reduzida (6%) implica um benefício de 100 000€ × (23%-6%), igual a 17 000€;– de isenção de IMI (taxa 0,4%) durante cinco anos implica um benefício de 50 000€ × 8 fogos × 0.4% × 5 anos, igual a 8000€;– de redução da taxa de tributação dos rendimentos prediais, estimando uma redução de 40% para 5%, durante 1 ano, implica um benefício de 500€ × 12 meses × 8 fogos × (40%-5%), igual a 16 800€.

Para esta simulação que implica uma obra de reabilitação no valor de 100 000€, o incentivo poderia atingir os 41 800€.

A gestão das ARU é feita no Departamento de Planeamento e Gestão Urbanística da Câmara Municipal de Loures, na Rua da Ilha da Madeira, n.º 4, Loures. Pode ainda obter informações através do telefone 211 150 168 ou do correio eletrónico [email protected]

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Regeneração Urbanado Quarteirão Vila ValenteA Câmara Municipal de Loures promoveu, no dia 15 de novembro,no Cinema de Moscavide, uma reunião com todos os proprietáriosdo quarteirão onde está inserida a Vila Valente, em Moscavide,durante a qual apresentou a Delimitação da Unidade de Execução,publicada em Diário da Republica [DR 2.ª série – n.º 199 – 15 outubrode 2012].

Na reunião em que esteve representada, além da Câmara Municipalde Loures, a Junta de Freguesia de Moscavide, foram apresentadosos princípios orientadores da Operação de Regeneração Urbanado Quarteirão Vila Valente.

Ficou agendada uma nova reunião, na qual se determinará o tipode intervenção que será levada a cabo.

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Desde a produção até ao tratamentoÁGUAS RESIDUAIS

A água, depois de utilizada, perde as suas características naturais e fica poluída, passando tecnicamente a denominar--se água residual. Em função da origem, existem dois grandes tipos de águas residuais: as domésticas e as industriais. As águas residuais domésticas são geralmente resultantes da atividade habitacional, podendo ser fecais ou negras e saponáceas. Dentro deste tipo de classe podem ainda considerar-se as águas residuais turísticas, de características sazonais, e as águas residuais pluviais, provenientes da precipitação atmosférica. No que respeita às águas residuais industriais, estas são provenientes das descargas de diversos estabelecimentos.

Todos sabemos que a água é um bem essencial à vida humana e imprescindível para um sem-número de tarefas quotidianas, desde os banhos diários, lavagem de roupa, lavagem de loiça, descarga do autoclismo, entre outras. Mas será que todos nós sabemos o destino desta água depois de utilizada?

Nos concelhos de Loures e Odivelas, os Serviços Municipa- lizados de Loures constituem a entidade responsável pelo encaminhamento destas águas, pela construção, manutenção, conservação, controlo e gestão dos sistemas de drenagem de águas residuais domésticas e pluviais.

No passado, foram também responsáveis pelo tratamento das águas residuais, nas ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais) de Frielas e de São João da Talha. No entanto, esta área foi concessionada à empresa SIMTEJO no decorrer do ano de 2001.

PROTEGER

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O encaminhamento das águas residuais é efetuado, na sua generalidade, através da rede de drenagem. No entanto, em determinados locais, cujas características de terreno não permitem a construção de rede de drenagem, obrigando à existência de fossas séticas, os SML efetuam este serviço com recurso a veículos especiais de limpeza de fossas.

As condições para que o encaminhamento seja efetuado da melhor forma estão criadas, mas existem variáveis incontroláveis, nomeadamente a correta utilização do esgoto. Infelizmente, ainda há pessoas que se servem da sanita como caixote do lixo, utilizando-a para depósito de restos de comida, cabelos, pensos higiénicos, cotonetes, pontas de cigarros, entre outros. Este lixo, para além de poluir desnecessariamente e criar dificuldades nos processos de tratamento das águas residuais, implica sempre uma descarga de água do autoclismo que poderia ser evitada.

Por fim, importa referir que, nas estações de tratamento, as águas residuais passam por diferentes processos com a finalidade de eliminar todos os contaminantes nelas presentes, de modo a que essas águas possam ser devolvidas aos cursos naturais, para que, seguindo o seu

ciclo, possam de novo ser utilizadas. Lembre-se de que a água não é um bem inesgotável. Por isso, a cada um de nós cabe contribuir para um melhor ambiente, optando por fazer uma correta utilização da rede de esgoto.

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Primeiro REUTILIZAR, depois RECICLAR!A CRIATIVIDADE AO SERVIÇO DO AMBIENTE

Isto é, a reutilização dos produtos é uma das formas de poupar os novos recursos, materiais ou energéticos, necessários à produção de um novo bem ou produto para o mesmo ou outro fim.

Um dos princípios definidos pela Câmara Municipal de Loures na sua Política Ambiental, aprovada em 2002, fomenta a reutilização, tendo o Sistema de Gestão Ambiental, SGA, desenvolvido essa temática junto dos serviços, nomeadamente através de ações de sensibilização e formação e de notícias na intranet.

A prevenção pressupõe a adoção de medidas, antes de uma substância, um material, ou um produto assumirem a natureza de resíduo; estas medidas são destinadas a reduzir a quantidade de resíduos produzidos – designadamente através da reutilização de produtos ou do prolongamento do seu tempo de vida e os consequentes impactes adversos no ambiente e na saúde humana, resultantes dos resíduos produzidos.

Concretizando esse princípio, o Departamento de Ambiente e Transportes Municipais, DATM, levou à prática, durante este ano, algumas ações com materiais e produtos usados, que assim puderam servir outros fins, evitando a sua eliminação ou mesmo a reciclagem que, como se sabe, é menos amiga do ambiente do que a reutilização.

A apresentação de fotos poderá ilustrar bem os novos produtos, bem como os materiais ou os produtos usados que lhes deram origem:

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Floreirasconstruídas com pneus

usados,pintados com

cores vivas(PUSIA)

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Almofadas para o chão ou para as bancadas de betão, a partir de telas vinílicas usadas (PUSIA);estas almofadas foram feitasna secção de estofos das oficinas municipais

Bancos de madeira, a partir de troncos de árvores abatidas, nomeadamente por desbaste (PUSIA e DEVFDR)

PROTEGER

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Muitas outras reutilizações poderão ser feitas nos vários serviços municipais ou nas casas de cada munícipe, com um pouco de imaginação e grande empenhamento, num desenvolvimento sustentável e na preservação de recursos para as futuras gerações.

Cinzeiros de pé, a partir de troncosde árvores abatidas, nomeadamente por desbaste (PUSIA e DEVFDR)

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Loures forma jovens para o mundoFORMAÇÃO DESPORTIVA MUNICIPAL

É neste sentido que os Centros de Formação Desportiva Municipais se assumem como uma das principais apostas da Câmara Municipal de Loures, contribuindo de forma decisiva para a democratização no acesso ao desporto e, consequentemente, para um crescimento saudável da população.

No nosso concelho existem, neste momento, cerca de 40 centros de formação, espalhados por quase todas as freguesias, contemplando atividades tão diversas como atletismo, futsal, futebol, basquetebol, andebol, hóquei em patins, patinagem artística, atividades gímnicas, ténis e desportos de combate.

A atividade física tem papel fundamental na formação pessoal e cívica dos cidadãos, pelo que as autarquias devem ter a preocupação de promover e consolidar hábitos desportivos junto dos seus munícipes, especialmente os mais jovens.

SENTIR

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Intervenção emotivade David Grachat

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Esta é uma das formas de os clubes, as associações e as coletividades do concelho se constituírem parceiros fundamentais no desenvolvimento da atividade física a nível local, garantindo a criação de uma verdadeira “rede” de oferta desportiva em termos de modalidades e de abrangência geográfica.

Com o aumento do número de parceiros, que antes da atual crise económico-financeira chegou a envolver 39 clubes e 52

Associação de Moradores da Portela Atlético Clube de MoscavideAssociação de Moradores de Santo António dos CavaleirosCooperativa “A Sacavenense”Acromix Camarate ClubeAssociação de Moradores e Comerciantes do Parque da Nações Associação Cultural e Recreativa da MealhadaAssociação Desportiva BobadelenseANALORAssociação Desportiva e Cultural do Catujal Associação Nacional de Taekwondo ITFAtlético Clube do TojalCasa do Povo de BucelasClube de Karaté de Loures Grupo Desportivo de São Julião do TojalGimnofrielasG.D.R. Corações de Vale FigueiraGrupo Desportivo Águias de Camarate Grupo Desportivo de São DomingosG.M.R. BempostaInfantado Futebol ClubeS.R.M. 1.º de Agosto Santa Iriense Sport Clube de FrielasSport Clube SanjoanenseSport Luz e Fanhões S.R. Catujalense Taekwondo Clube de S.A.C.Clube de Futebol de Santa Iria

Futsal, Atividades Gímnicas e TénisBasquetebolGinástica e Futsal TaekwondoGinásticaJudo, Ginástica e FutebolAtletismoFutebolTénisDesportos de CombateTaekwondoFutebol e HóqueiGinásticaKaratéFutsalGinásticaGinásticaFutebolAtletismoGinásticaFutsal Ginástica e KaratéFutebolFutebol, Ginástica e PatinagemFutebolFutebolTaekwondo Futebol

CLUBES MODALIDADES

centros de formação, houve necessidade de regulamentar as comparticipações financeiras atribuídas através da criação e da implementação do Regulamento Municipal de Apoio ao Associativismo (RMAA). Este estatuto veio colmatar algumas assimetrias existentes e estabelecer regras bem definidas para a formalização das candidaturas, atribuição de apoios, bem como para o acompanhamento e a monitorização das atividades.

SENTIR

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A Equipa do Ano de 2012 exibe o prémio alcançado,na companhia do Presidente da Câmara Municipal

de Loures, Eng.º Carlos Teixeira

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Aprovado pelo executivo municipal em agosto de 2011, o programa + FORMAÇÃO veio autonomizar-se em função do RMAA, mantendo o seu objetivo principal: incentivar a criação e a manutenção de Centros de Formação Desportiva destinados a crianças entre os seis e os 14 anos de idade. Na época 2011/2012, 1650 crianças frequentaram as várias modalidades disponíveis nestes centros.

Não obstante, com o contributo que o movimento associativo nesta área, a Câmara Municipal sentiu neces- sidade de criar um novo conceito para a área de formação, vindo por isso a estabelecer protocolos com outras entidades externas, no sentido de criar Centros de Formação Municipais que garantam a igualdade de oportunidades, através da gratuitidade da frequência, e da manutenção dos níveis de exigência desportiva.

O Centro de Formação Municipal de Futsal foi criado em 2004, através da assinatura de um protocolo de cooperação com o Sporting Clube de Portugal, que colocou à disposição do Município um conjunto de técnicos conceituados e com vasta experiência na modalidade, para formar jovens atletas dos cinco aos 12 anos.

Desde 2011/2012, o Centro de Futsal tem dois polos em funcionamento: aos sábados, das 9h às 13h, no Pavilhão Paz e Amizade em Loures; aos domingos, das 9h às 13h, no Pavilhão da Escola Básica 2.3 da Bobadela.

O futsal é uma modalidade em franco desenvolvimento no concelho, vindo ao longo dos últimos anos a sofrer um substancial aumento no número de praticantes inscritos. Dados relativos a outubro revelam que o polo de Loures se encontra a funcionar com capacidade máxima, 75 crianças; na Bobadela, estima-se ter chegado aos 50 inscritos até final de 2012.

ANO

20042005200620072008200920102011

*Estes valores dizem somente respeito ao programa + Formação, em vigor desde 2011.

N.º CLUBES

1222303336343929

N.º CENTROS DE fORMAÇÃO

1424344750525239

N.º MODALIDADES

912131717151310

INvESTIMENTO EM €

14 19237 07061 08763 99867 98463 85172 53129 760*

Nível ElementarNível Avançado

10h10 – 11h2011h30 – 12h45

Nível Introdutório Nível Introdutório09h00 – 10h00 09h00 – 10h00

Nível ElementarNível Avançado

10h10 – 11h2011h30 – 12h45

Pavilhão Paz e Amizade, LouresSábados

CENTRO DE fORMAÇÃO MUNICIPAL DE fUTSAL

Escola Básica 2.3 da BobadelaDomingos

SENTIR

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Em setembro 2012, o Município formalizou novo protocolo com o Sporting Clube de Portugal, desta feita para a modalidade de hóquei em patins. Quarenta crianças, entre os cinco e os 12 anos de idade, frequentam esta atividade, que decorre aos sábados e domingos no Pavilhão José Gouveia, em São João da Talha.

À semelhança do futsal, também o hóquei tem conhecido grande aceitação junto dos jovens lourenses, com uma equipa do concelho a ocupar um lugar de destaque ao nível nacional.

Todo o reconhecimento que estas equipas têm conseguido, fruto do empenho e do trabalho desenvolvido ao longo de várias épocas desportivas, é algo que também não poderia deixar de ser assinalado por esta autarquia. É por isso que, anualmente, a Câmara Municipal de Loures promove a Gala do Desporto, uma cerimónia pública que homenageia atletas, equipas e treinadores do concelho que se destacaram na época desportiva anterior, tendo por base as classificações obtidas nos quadros competitivos.

O Treinador do Ano é Mário Silva

distinguidopelo trabalho

no Futsal

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Na edição de 2012, o júri decidiu atribuir dois dos galardões a desportistas da GesLoures: David Grachat, campeão nacional de natação adaptada, foi eleito Atleta do Ano; o prémio para a categoria de Equipa do Ano coube a Nádia Vieira, Tatiana Santos, Paula Yang, Inês Estêvão, Cecília Almeida, Patrícia Damas, Joana Oliveira e Soraia Sousa, vice-campeãs nacionais da 2.ª divisão de natação pura. O Treinador do Ano é Mário Silva, distinguido pelo trabalho desenvolvido na equipa de Futsal da Associação de Moradores da Portela, que se sagrou campeã nacional da 3.ª divisão.

O ponto alto da 4.ª Gala do Desporto foi a atribuição do Prémio Carreira a José Poeira, uma referência para todos os ciclistas portugueses, nomeadamente por ter participado em dez Voltas a Portugal e em quatro edições da Vuelta a España.

Inicia o seu percurso em 1977 e, dois anos mais tarde, ingressa na equipa do Sporting Clube de Pinheiro de Loures. Em 1984 vence a última etapa do Grande Prémio Internacional de Ciclismo de Torres Vedras, ao serviço do Lousa/Trinaranjus.

Assume, em 2001, o papel de selecionador nacional em todas as categorias deste desporto, levando os seus atletas a dezassete Campeonatos do Mundo e quatro Jogos Olímpicos, entre os quais se destaca Sérgio Paulinho, que conquista o título de vice-campeão olímpico nos Jogos de Atenas.

São estas referências de dedicação, empenho e espírito de sacrifício que o Município quer continuar a homenagear,

persistindo na prossecução do seu objetivo estratégico de dar continuidade às políticas de incentivo à prática de atividade física regular, através de parcerias ou de apoios ao movimento associativo e a entidades locais e regionais ligadas ao desporto.

Todos os residentes devem ter acesso ao desporto. Por conseguinte, há que ter em conta as necessidades e a situa- ção específicas dos grupos sub-representados e o papel especial que o desporto pode representar para os jovens, as pessoas com deficiência e os mais desfavorecidos. O desporto pode igualmente facilitar a integração na sociedade dos migrantes e das pessoas de origem estrangeira e promover o diálogo intercultural.

SENTIR

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O ponto alto da 4.ª Galado Desporto foi a atribuição

do Prémio Carreiraa José Poeira

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POST-IT

Atentos às necessidades dos nossos clientes e numa perspetiva de poder melhorar a sua qualidade de vida, os ServiçosMunicipalizados de Loures dispõem de dois tarifários especiais, dedicados a agregados familiares numerosos e agregados familiares com baixos rendimentos. Para poder requerer estes tarifários, terá de reunir condições específicas para a sua atribuição e deslocar-se a um dos nossos balcões de atendimento ao público, em Loures, Odivelas ou Moscavide. Para mais informações, poderáconsultar a nossa página de internet emwww.smas-loures.pt.

Tarifa familiare social

Decorreu, dia 27 denovembro, no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte, a sessão de encerramento do projeto Naturba, que sublinha a fundamental parceria entre a cidade e o campo e os novos modelos urbanos sustentáveis.O projeto resulta de uma iniciativa comunitária que concebeu, experimentou e divulgou novas ferramentas de ordenamento e gestão do território, dando origem a um estudo desenvolvido pela Universidade deÉvora sobre a várzea de Loures, um espaço de extrema importância para a regulação do sistema hidrológico do vale do rio Trancão e do estuário do rio Tejo.

Projeto Naturbarepensa várzeade Loures

As artes marciais estiveram em destaque, pelo sétimo ano consecutivo, noPavilhão Paz e Amizade. Entre 3 e 10 de novembro, o Município de Loures dinamizou o Festival de Artes Marciais 2012, um encontro que reuniualgumas das melhores equipas do concelho.O evento abriu com a Taça de Loures de Goshin Kenpo Kobujutsu, sendo coroado, no dia 10, com a Gala das Artes Marciais, onde participaram mais de 130 atletas especializados nas mais diversasmodalidades destedesporto. Os restantes dias foram dedicados às escolas, onde cerca de 650 alunos puderam experimentar algumas artes marciais em destaque neste encontro.

festival de ArtesMarciais em Loures

Orquestra Geração: dos palcos para a tela do cinema

Orquestra Geração, realizado por Filipa Reis e João Miller Guerra, estreou a 4 de outubro, no Cinema City Classic Alvalade, em Lisboa.A convite dos realizadores, o documentário conta com a participação da atriz Rita Loureiro.

sinopse Diogo, Ana, Daniel eMónica dividem os seus dias entre casa, escola, aulas de expressãodramática e ensaios de música. São jovens quevivem na periferia deLisboa, onde, até à chegada do projetoOrquestra Geração, o sonho de ser violinista não era de todo comum.link para trailerhttp://vende-sefilmes.com/vendido_ficha.aspx?id=42

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O Pavilhão Paz e Amizade acolheu, nos dias 23, 24 e 25 de novembro, mais uma edição do Encontro de Bandas Filarmónicas e Orquestras Ligeiras do Concelho de Loures.Com quase duas décadas deexistência, esta iniciativa temconseguido manter os seus padrões de qualidade, em boa parte graças ao esforço das associações ecoletividades que continuam aapostar na formação musical junto dos mais jovens.Cumpriu-se a tradição e as treze formações participantes, queinterpretaram diversos temasconhecidos, puderam mostrar ahabilidade dos solistas, do coro e dos vários naipes que as integram.

Loures reúne bandase orquestras do concelho

Para assinalar o Dia de Reis quemarca o encerramento da quadranatalícia, o Centro de Dia de Loures e o Rancho Folclórico Verde Minho marcaram presença, no dia 7 de janeiro, no edifício dos Paços do Concelho para o tradicional cantar das Janeiras. Numa homenagem sentida e simbólica ao Presidente da Câmara Municipal de Loures Carlos Teixeira, as dezenas de elementos entoaram quadrashumorísticas e alusivas à épocanatalícia, com o objectivo de transmitir felicidades ao autarca e a toda a sua equipa executiva para o novo ano que agora se inicia. Presentes estiveramtambém o vice-presidente João Pedro Domingues, assim como osvereadores Ricardo Lima, SóniaPaixão e Maria Eugénia Coelho que, no final, fizeram questão de agradecer a presença de todos, associando-se ao presidente nos votos recíprocos de felicidade para ambos os grupos de cantares.

Janeiras cantadasem Loures

O mercado AGROBIO de Loures, inaugurado a 9 de julho de 2011,é uma iniciativa organizadano âmbito do protocolode cooperação entre a CâmaraMunicipal de Loures e a AGROBIO – – Associação Portuguesa deAgricultura Biológica.O mercado tem como objetivoa divulgação e a dinamizaçãode atividades económicas geradas pelo modo de produção biológica,no concelho, contribuindopara a adoção de estilos de vidaresponsáveis, a promoção da saúde dos munícipes e a sustentabilidade no território de Loures.

Todos os sábados9h00 às 14h00Praça da Liberdade, Loures

Mercado AGROBIO

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