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Revista Boa Vontade, edição 212

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A Revista Boa Vontade tem por objetivo levar informações por meio de matérias que abordam temas voltados à cultura, educação, política, saúde, meio ambiente, tecnologia, sempre aliados à Espiritualidade como ferramenta de esclarecimento, auxílio, entendimento e compreensão.

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BOA VONTADE

Cartas e e-mails

Um livro de conhecimentoConsidero a BOA VONTADE

mais que uma revista. É um livro de conhecimento, porque aborda todas as problemáticas do mundo moderno. A edição nº 211, por exemplo, está destacando a Copa do Mundo, aqui-lo que estamos vivendo. É um dos produtos que divulgam nosso País lá fora. A pu-blicação aborda o desenvolvimento sustentável, lazer, esporte, enfim, to-dos os temas. Ela tem uma utilida-de enorme. Para quem não conhe-ce, está perdendo; e para quem já conhece, sabe das maravilhas que a revista pode trazer em termos de crescimento e desenvolvimento

por meio de matérias salutares que nos ensi-nam e ajudam a ser um cidadão melhor amanhã. (Luis Ernandes Silva, Professor Universitário e Coordenador do Cur-so de Administração da Universidade Luterana do Brasil — Ulbra, de Gravataí/RS).

Referência de qualidadeTem esta a finalidade de agra-

decer à revista BOA VONTADE. Aproveito a oportunidade para para-

benizar a LBV pelo belíssimo trabalho. Com os meus protes-tos de elevada estima e distinta consideração, subscrevendo-me, atenciosa-mente. (José Aristodemo Pinotti, Secretário Municipal de Educação de São Paulo/SP)

A revista BOA VONTADE é tudo de bom. Objetividade, clare-

A Câmara Mu-nicipal do Recife

aprovou, no dia 2 de maio, re-querimento do Vereador H e n r i q u e Leite, que so-licita votos de

aplausos à re-vista BOA VON-

TADE. O documen-to destaca a publicação

“pelo excelente conteúdo espiritual e ecumênico que coloca à disposi-ção dos leitores de todo o País”. Na justificativa, consta: “As iniciativas da revista BOA VONTADE merecem de toda esta Casa os mais firmes aplausos e apoio”.

Aplausos à BV

Na madrugada de 24 de maio, faleceu no Rio, aos 72 anos, o jorna-lista Conrado Pereira, membro do Conselho Deliberativo e Secretário da Diretoria de Assistência Social da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Conrado estava fazendo tra-tamento contra insuficiência renal. Ele recebeu as últimas homenagens de amigos e familiares no Cemitério do Caju.

A carreira de Conrado no jor-nalismo começou em 1960, como estagiário da agência de notícias UPI. Passou, depois, pelas redações da TV Excelsior e da Rádio Tupi. Em 1963, foi para o Jornal do Brasil e, três anos depois, para O Globo. Trabalhou 21 anos como repórter político de O Dia, de onde saiu para ingressar na Tribuna da Imprensa e no Monitor Mercantil. Foi um dos primeiros profissionais formados pelo Curso de Jornalismo da Faculdade Nacional de Filosofia, da antiga Universidade

do Brasil. Há cerca de 20 anos parti-cipava intensamente da vida da ABI, à qual se associou em 1971 e onde foi Secretário da Diretoria, antes de assumir a Secretaria da Diretoria de Assistência Social (DAS).

Baiano da fronteira com o Piauí, filho de lavradores, Conrado interes-sou-se pela leitura ainda menino e foi morar com o padrinho, que prometera ajudá-lo nos estudos. No Rio de Ja-neiro, destacou-se pela atuação como repórter de O Dia, revolucionando a filosofia editorial do jornal ao implan-tar o noticiário de Economia em um diário que dava ênfase às matérias de Polícia.

No dia 25 de maio, Conrado com-pletaria 35 anos como associado da ABI. A Diretoria do Órgão aprovou uma moção de pesar lamentando a perda do grande companheiro, de-tentor de múltiplos talentos.

______________Rodrigo Caixeta

Do site www.abi.org.br

Adeus ao jornalista Conrado Pereira

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za e informação de qualidade. No jornalismo fala-se muito em responsabi-lidade social, e o Paiva Netto, como grande p ro f i s s i ona l que é, tem se-

guido à risca esse mandamento. A BOA VONTADE é referência de qualidade. (Roberto Gomes, apresentador da TV Imigrantes e graduando em Jornalismo no Instituto de Educação Superior São Francisco de Assis, de Teófilo Otoni/MG)

Em entrevista exclusiva, conce-dida à Rede Mundial de Televisão, o Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Ubiratan Aguiar, discutiu a Política para a Aplicação do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST). Na ocasião, enviou ao Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, dois livros de sua autoria: Idioma dos Pássaros e Passageiro do Tempo. Nesta última obra, o Ministro escreveu: “Paiva Netto: na caminhada da vida convido-o para ser o grande passageiro do tempo”.

Em Idioma dos Pássaros, o escritor saudou o Jubileu de Ouro do dirigente da LBV: “Paiva Netto, a quem dedica 50 anos de sua vida ao exército da Legião da Boa Vontade, servindo com amor, a homenagem e o respeito do autor”.

Ministro do TCU Ubiratan Aguiar lança livros

Respeitado em todo o Brasil pelas relevantes contribuições no campo do Direito, o ilustre jurista Dr. Ives Gandra da Silva Martins recebeu o título de Pro-fessor honoris causa. A outorga ocorreu no Centro Universitário Unifieo (Fundação Instituto de Ensino para Osasco).

Ao ser saudado por repre-sentantes da LBV, agradeceu e aproveitou para autografar o livro Reflexões sobre Direito Tri-butário, de sua autoria, ao Líder da Instituição. “Ao Paiva Netto, fantástico defensor da vida. Com apreço. Ives. 20/4/2006”.

Reflexões sobre Direito Tributário

Leio, regularmente, a revista BOA VONTADE que, por sinal, a cada edição, fica mais bonita, com boas notícias e notáveis re-portagens. Parabéns a todos os que fazem a linda revista. Um grande abraço a todos. (Pai Francisco de Osun, Presidente da Sociedade Afro-Religiosa Ilé Asé iyá Osun, de São Paulo/SP)

Paiva Netto agradece milhares de manifestações que chegam do Brasil e do Exterior por ocasião dos festejos de 50 anos de trabalho na LBV.

Damos seqüência à publicação dos nomes daqueles que encami-nharam suas homenagens ao nosso Presidente. Os demais serão con-templados nos próximos números da revista BOA VONTADE.

Porciúncula/RJ: Honório Mudesto. Ribeirão Preto/SP: Aníbal Moraes da Costa Filho. Rio de Janeiro/RJ: Agis Men-donça; Alan Lincon Barbosa Amaral Paresqui; Célia Pimen-tel; Celina e Patrícia Pimentel;

Domingos de Souza Linhares Netto; Dr. Julio Bom; Edelzita Oliveira Silva; Edson Rodrigues de Freitas e família; Francisco de Assis Periotto; Geraldo Paiva Rio e família; Glória Arruda; Hilde-liano Alves da Silva; João Carlos Santos de Carvalho; João Porti-lho da Silva; Lícia Curvello; Luiz Moreira Filho; Marco Antônio, Paulo Estevão, Ivanilda Botelho e Eliel Gonçalves Brum; Maria

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“Profundamente sensibi-lizado, apresento ao prezado Presidente José de Paiva Netto os meus agradecimentos pela mensagem que me enviou por ocasião do meu 90º aniversá-rio natalício. Respeitosamente, João Havelange.”

Dr. Havelange agradece

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Auxiliadora Arruda Rodrigues; Maria de Jesus dos Santos Mello; Valter Gabriel dos Santos Mello e família; Ivan dos Santos Mello e família; Maria Mariano de Faria Freitas; Pedro Paulo Torres; Roberta Machado; e Sonia Gomes de Carva-lho. Salvador/BA: Cleunice Almei-da; Cristiani Ranolfi; David Ezequiel da Silva; Eduardo Almeida; Equipe da Religião de Deus em Salvador; Genivaldo Santos de Jesus; Marina e Rosiel dos Santos; Milton Nery Pestana Filho; Neuzi Mendes; Sílvia Ribeiro; Valdenir Ferreira; Wilson

Alvarenga. Santa Rita do Sapucaí/MG: José Ferreira Sobrinho; Maria Nair Silvério de Jesus. Santos/SP: Ju-ventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus. São Gonçalo/RJ: Ângela Soares Sampaio e família. São Luís/MA: Clea Renan Marini de Mattos Camara. São Paulo/SP: Alziro de Paiva; Ana Paula de Oliveira; Angela, Jhonathan, Júlio Cezar, Jesiel Estêvão e Emerson Damásio de Araújo; Anna Camilla Cearamicoli Barbosa; Anto-nio Carlos de Lima Bueno; Antonio Paulo Espeleta e família; Argencília Cândida dos Santos e Íris Maria dos

Santos; Camila e Rafael Lombardi Santos; Clayton Ferreira; Daniel Ro-cha; Débora Verdan; Denise Viotto; Dr. Mário da Cruz; Dr. Siqueira e família; Edilson, Lígia e Felipe Mo-reno; Elias Paulo; Elisangela Galdino Ribeiro Celestino; Elizabete Apa-recida de Andrade Santos; Equipe Legionária Solidária das Instituições da Boa Vontade, em São Paulo/SP; Fernanda Aparecida do Nascimento; Fernando Victor Campos; Gerdeilson Botelho e família; Gilberto Bertolin e família; Gilson Furtado; Gilson e Lucíula Fernandes; Helen Baragão

_________Sarah Jane

Este é o tema escolhido pelo psicanalista e colaborador do Departamento de Inves-tigações sobre Narcóticos

(Denarc), Dr. Haroldo Lopes, para seu novo livro, intitulado O jovem

hoje está esquecido, que é a Fé e, principalmente, a família. Quero mandar um abraço ao meu amigo Paiva Netto. Você é muito especial para nós e para o Brasil”.

Visando promover a Paz, o au-tor destaca no último parágrafo do seu livro: “O escritor Paiva Netto sempre enfatizou o que os Anjos da Milícia Celeste disseram por ocasião do nascimento do Mestre Jesus: ‘Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade!’. Assim, bastaria apenas a Boa Vontade, e a Paz seria uma conseqüência”. Este trecho foi também destacado na dedicatória que fez ao dirigente da Instituição: “Autógrafo difícil. Pois sou grande admirador e seguidor. Com respeito, Haroldo Lopes. Vide a última página”, escreveu.

Dr. Haroldo Lopes e a apresentadora de TV Sônia Abrão

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e a violência — causas e soluções, lançado pela Editora Elevação, em 27 de abril, na capital paulista.

No lançamento estiveram per-sonalidades que atuam no combate e na prevenção deste mal, as quais destacaram as ações de promoção humana e social desenvolvidas pela Legião da Boa Vontade. “Parabéns pelo trabalho que a LBV sempre fez pelas crianças. É aí que come-çam a prevenção e a formação de brasileiros saudáveis, emocional e fisicamente. Também é isso que vai garantir o futuro do nosso País”, frisou a apresentadora de TV Sônia Abrão.

A Vereadora Miriam Athiê tam-bém deu destaque à Obra, afirman-do que “a LBV faz um trabalho muito importante. Além de realizar a inclusão social, leva algo que

Jovem eviolênciacausas e soluções

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BOA VONTADE

Inúmeros amigos e colaborado-res diariamente visitam a Legião da Boa Vontade em todo o Brasil e Exterior. Todos recebem o abraço afetuoso dos que são atendidos nas unidades educacionais e consta-tam a relevante atuação da Obra. Um dos que, recentemente, passa-ram por lá foi o jornalista Simon Khoury. Abaixo, sua impressão sobre o trabalho da LBV no Rio:

“Eu estou pasmo, pois vi tanta poesia e tanto lirismo. A manei-ra como as crianças cantaram,

Poesia e Lirismo na LBVfalaram, olharam. Não vi uma falha. Tudo limpinho, as crianças dormindo, a maneira como somos recebidos pelas pessoas. Estou grato! Quero vir sempre à LBV. É muito bonito. É uma delicadeza isso aqui. Quer dizer: hoje em dia, é tanta tribulação, tanto de-sespero e tem gente preocupada com uma criança, com a tosse, com uma gripe, com o resfria-do, com o frio. E vi as crianças dormindo naquela Paz Celestial. Estou me sentindo em estado de

graça. Tomara que Paiva Netto dure mais 183 anos!”.

Simon Khoury, jornalista e escritor, durante visita ao Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV do Rio de Janeiro.

A jornalista Hildegard Angel, em sua coluna, no Jornal do Brasil, um dos mais importantes veículos de comunicação do País, publicou extensa nota a respeito das comemorações dos 50 anos de trabalho do Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto, na Seara da Boa Vontade.

A colunista deu ênfase ao cres-cimento da Instituição, que, con-forme ela destaca, “faz mesmo um belo trabalho social”, além de divulgar que o escritor Paiva Netto é um dos três autores que mais ven-dem livros no Brasil. Cita, ainda, as

Hildegard Angel, colunista do JB, exalta Jubileu de Ouro

comemorações do Jubileu de Ouro, as quais ocorrerão durante todo o ano de 2006 em várias cidades bra-sileiras: dia 20 de junho, no Teatro São Pedro, em Porto Alegre/RS; 15 de julho, no Ginásio da Portuguesa em São Paulo/SP; e no fim do ano, no Rio de Janeiro. Ela termina a coluna com o festivo “Parabéns!” dedicado ao dirigente da LBV.

e família; Helena Cristina de Souza Coelho Rodrigues Correa; Heloísa, Maurílio, Isabela, Leonardo e Au-gusto Faria; Irani Maria dos Santos; Isabel Cristina Periotto Paes, Hum-berto Paes Junior, José Gabriel e José Rafael Periotto Paes; Ismael, Mírian, Gabrielle e Isabelle Lima; Ítalo e Jacyra Gonzaga do Monte; Jayme Bertolin; João Martim da Silva; Jo-elma, Vinícius e Edarildo Moreno; José Paulo Viana; Leila Marco; Leni de Souza Coelho Pereira; Leonardo e Lucas Coelho Pereira; Letícia Lopes Rio; Luciana Marchetti Cintra Tei-xeira; Maria Suelí Periotto; Luís, Rosângela, Rodrigo e Érica Oli-veira; Luzardo, Martha, Nathália Helena e Cyro Henrique Azevedo Pereira; Madalena Odone; Marcelo Rafael; Marcia Lourdes Martins Cardoso; Marco Antonio Pereira; Marco Dametto e família; Marcos Aurélio Magaton Barbosa; Maria Jerônima, Juarez, filhos e netos: Eliane Maria, Luiz Antônio, Je-anine, Larissa, Pedro Henrique e Raul Vinícius; Maria Magdalena e Walter Periotto; Maria Miltes Nery Pestana; Myrian e Celina Bertolin; Natalia Lombardi; Odette Martins Lopes, José Lopes, José Henrique

e Sandra Martins Lopes; Paulo Azor; Paulo Duarte; Raquel Ber-tolin; Rosa Garcia; Rose Barbosa; Roseli Fernandes da Costa Silva e filhos; Rosineide Piovesana; Ruy Nogueira Netto; Sandra Dantas; Sergio Henrique de Paiva; Side-

mar, Lícia, Matheus, Julia e Lara de Almeida; Silmar, Gizelle, Danielle e Carolina de Almeida; Valéria Reis Ribeiro; Vanderlei Alves Pereira; Vera Lucia Lopes Gutiere Eugênio; Vera Lúcia Perugini; William Luz e Zélia Duarte.

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Retornou à Pátria Espiritual, no dia 8 de maio, o escritor, jor-nalista, político, advogado, ex-Ministro e ex-Presidente

do Tribunal de Contas da União (TCU), Olavo Drummond, gran-de amigo da Legião da Boa Von-tade e do Diretor-Presidente da Instituição.

Nascido em Araxá/MG, Drum-mond, que se formou advogado na Faculdade Federal de Direito da Uni-versidade de Minas Gerais, também atuou como jornalista e militou na política. Entre outros cargos, foi Prefeito de Araxá (1997-2000), Deputado Estadual e Deputado Federal, representando o Estado onde nasceu. Foi ainda procurador da Fazenda Nacional, procurador da República e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Com cinco livros publicados, ele integrava a Academia Mineira de Letras, ocupando vaga que foi do Presidente Tancredo Neves (1910-1985). Sua última obra foi O Ven-dedor de Estrelas, uma reunião de contos, lançada em 2003. Antes disso escreveu Noite do Tempo (poesias, 1976), Ensaio Geral (poesias, 1984), Ordens do Cardeal (contos, 1985) e O Amor deu uma Festa (contos,

_____________Marta Trigueiroo Ministro poeta.

Saudoso Dr. Olavo Drummond,

1987). Amigo de Juscelino Kubits-chek (1902-1976), Drummond foi um dos fundadores do Memorial JK, em Brasília, instituto do qual era curador e vice-Presidente. O escritor e sua esposa, Márcia Drummond, têm quatro filhos e sete netos.

Antigo amigo da LBV e de seu dirigente, Olavo prefaciou um dos livros de Paiva Netto, intitulado Crônicas & Entrevistas, no qual o autor fez publicar o poema Sa-cerdócio. A publicação registra: “(O poeta Olavo Drummond) em 1989 encaminhou esta correspon-dência ao escritor Paiva Netto: ‘O poema Sacerdócio, anexo, foi inspirado em sua causa, em seu labor. Envio-lhe agradecendo, uma vez mais, o realce que você e a LBV deram ao meu poema ‘Falando com Deus’”. Em sua resposta, o jornalista Paiva Netto afirmou: “Gratíssimo, Olavo. Sua poesia não é vã. Tem mensagem que levanta a alma”.

Drummond diversas vezes manifestou seu apoio ao dirigente da LBV. Em uma dessas ocasiões, durante participação no 23º Con-gresso Brasileiro de Radiodifusão, por iniciativa da Associação Bra-sileira de Emissoras de Rádio e

Televisão (ABERT), realizado de 17 a 19 de maio de 2005, afirmou: “Meu queridíssimo Paiva Netto, eu quero fazer-lhe uma homena-gem especial por essa grande fi-gura nacional e internacional que você é. É realmente uma figura templária de coração. Que Deus o proteja demais; você que sempre serve a Ele. Então, que Ele dê a você muitos anos de vida, porque é realmente uma pessoa muito es-pecial, Paiva, muito mesmo! Você é um homem do bem, para o bem e, acima de tudo, da Verdade. Muito obrigado e parabéns, amigo!”.

A LBV solidariza-se com a que-rida esposa, Márcia Drummond, e também seus filhos e netos e envia ao Espírito eterno do ilustre Ministro as melhores vibrações de carinho, gratidão e Paz.

Ao coração dele, dedicamos essa assertiva da Dialética da Boa Von-tade: “O grande segredo da Vida é, amando a Vida, saber preparar-se para a morte, ou Vida Eterna”.

E ainda esta mensagem do Líder da LBV: “Caro amigo e Irmão Olavo Drummond, que as vibrações de ca-rinho e saudade, do seu amigo Paiva Netto, o alcancem onde estiver o seu generoso Espírito”.

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In memoriam

Paiva Netto cumprimenta o estimado amigo Ministro Olavo Drummond durante evento no TCU, em Brasília.

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A revista BOA VONTADE não se

responsabiliza por conceitos emitidos em

seus artigos assinados.

Adriane Schirmer

Neuza Alves

Walter Periotto

Wanderly Albieri Baptista

BOA VONTADE

Diretor e Editor responsável

Francisco de Assis Periotto

MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Revisão

ArteProjeto Gráfico: Alziro Braga

BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação.

Registrada sob o nº 18166, em 16/03/2006, no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e

Documentos de São Paulo.

Impressão: Editora Parma

ProduçãoEndereço para correspondência:

Av. Rudge, 938 — Bom Retiro

CEP 01134-000 — São Paulo/SP

Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9

CEP 01216-970

Internet: www.boavontade.com

Ao LeitorSem que fosse determinado, a

música invadiu a nossa redação. Ela se fez presente de maneiras diferentes e interessantes, da MPB à clássica. A exemplo do primeiro grande evento comemorativo dos 50 anos de trabalho de Paiva Netto nas Instituições da Boa Vonta-de, que se dará em 20 de junho no Teatro São Pedro, em Porto Alegre/RS, quando alguns dos principais sucessos musicais do homenageado serão interpretados pela Orquestra do Teatro São Pe-dro e pelo Coral Ecumênico LBV. A reportagem, na seção “Cultura”, traz ainda as características desta Casa que é um dos principais repo-sitórios das tradições gaúchas.

Aliás, a inspirada veia de com-positor do Líder da LBV inspirou a realização, em abril, da primeira audição mundial em Nova York, EUA, do Oratório O Mistério de Deus Relevado, obra de sua auto-ria, que foi recebida com muitos elogios da crítica e do público norte-americano, nessa apresen-tação na Convent Avenue Baptist Church, sob a regência do maestro e professor Gregory Hopkins, que

destacou ao se referir ao aconteci-mento: “Estamos felizes por ter feito história”.

Em “Atualidade”, a alegria contagiante do vocalista do Gru-po Cidade Negra, Toni Garrido, que em entrevista exclusiva a esta revista, fala de reggae e de seu entusiasmo pela ação promovida pela Legião da Boa Vontade.

Finalizando, vale também res-saltar a matéria “Saúde dos olhos”, na qual os oftalmologistas Fer-nando Kayat Avvad e Luciana Lucchese dão dicas valiosas para identificar e as melhores terapias para cuidar da Degeneração Macular Relacionada à Idade, que pode trazer sérios danos à visão.

Boa leitura!

4 Cartas e e-mails8 Literatura9 In memoriam10 Ao Leitor12 Esporte13 Coluna do Garotinho14 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome18 Educação22 Atualidade28 Capa — Arte, Cultura e Emoção

Edição nº 212

“O Universo de Deus é a mais bela

partitura jamais criada.”

(Paiva Netto)

Reflexão do mês

ANO XXIV • Nº 212 • ABRIL/MAIO DE 2006

Francisco de Assis PeriottoMTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Índice

34 Internacional — Nova York39 Em foco40 Medicina46 Internacional — Flórida50 Arte na tela52 Academia Brasileira de Letras56 Melhor Idade58 Soldadinhos de Deus60 Ação Jovem LBV62 Acontece

Gerdeilson Botelho

Coordenador de equipe

Foto de capa do Teatro São

Pedro: Guilherme Hornos

ColaboradoresAlvino Barros, Alexandre Rueda, Cida

Linares, Daniel Rocha, Daniel Trevisan,

Leila Marco, Maria Aparecida da Silva,

Mário Augusto Brandão, Paulo Azor,

Rita Silvestre e William Luz.

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Francisco de Assis Periotto

MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

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34Internacional - Nova York

Capa — Arte, Cultura e Emoçãono tradicional Teatro São Pedro, em Porto Alegre/RS.

Medicina dos olhos

Educação

52 Academia Brasileira de Letras

50Arte na Tela

46 Internacional - Flórida

Portal BOA VONTADE: www.boavontade.com

14 Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

22Atualidade

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BOA VONTADE

Na Rádio Globo do Rio de Janeiro, José Carlos Araújo é homenageado pelas crianças da LBV.

____________Lícia Curvello

Os alunos do Centro Educacional, Cultural e Comunitário da LBV, em Del Castilho, capital fluminense, fizeram uma surpresa especial, no dia 8 de maio, para o amigo da LBV José Carlos Araújo, o Garotinho, na ocasião de seu aniversário.

As crianças foram homenageá-lo no estúdio da Rádio Globo, no Rio de Janeiro, durante o programa Glo-bo Esportivo, de grande audiência no horário. Durante a participação,

A Superliga de Vôlei mostrou ao País os times ganhadores no último fim de semana de abril com a promes-sa de um futuro dourado para o País que é destaque mundial no Esporte. No masculino quem levou a melhor foi o estreante na competição, Cimed (Santa Catarina), comandado pelo medalhista olímpico Renan, que derrotou o Telemig Celular (Minas Gerais), no último jogo, por 3 sets a 1, fechando a série melhor de cinco jogos. No feminino também foram necessárias cinco partidas para o Rexona-Ades (Rio de Janeiro) supe-rar o Finasa (Osasco/SP) e sagrar-se tricampeão brasileiro. Liderado pela levantadora Fernanda Venturini, que se despediu das quadras, o time encerrou a série com o placar de 3 sets a 0 sobre as paulistas.

Garotinho, que também é colunista da revista BOA VONTADE, ficou agradecido ao ser convi-dado para visitar novamente a escola da LBV. Recordou-se que esteve presente na inaugura-ção do Centro Educacional da LBV, no ano de 1996.

os pequenos conversaram com ele e repassaram o abraço do Diretor-Presidente da LBV, José de Paiva Netto. O apresentador agradeceu a presença de todos e fez questão de destacar a amizade que tem com a Instituição há tantos anos. “Agrade-ço sempre o carinho que a Legião da Boa Vontade distribui a todos nós, o ano inteiro. Obrigado pelas mensagens. O abraço ao meu velho amigo Paiva Netto.”

Com ouro, a romena PonorA ginasta romena tricampeã

olímpica, Catalina Ponor, deu um show à parte e apresentou uma emocionante final para sua carreira ao conquistar no aparelho trave o ouro no Campeonato Europeu de ginástica feminina, disputado em Volos, na Grécia, no dia 30 de abril. A ginasta foi a última a se apresentar no aparelho e teve desempenho espeta-cular, sendo premiada com o posto mais alto no pódio. A atleta, que anunciou sua aposentadoria após este campeonato, também assegu-rou a medalha de bronze, ao realizar a terceira melhor apresentação no solo, aparelho no qual Ponor levou a medalha de ouro nos jogos olímpicos de Atenas, em 2004.

dá adeus à

ginástica

do BrasilOs melhores

Esporte

Em 20 anos de carreira, Fernanda ganhou 12 vezes o Campeonato Brasileiro.

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José Carlos Araújo é comunicador esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ

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O Ser Humano sempre so-nhou com a imortalidade, mas a grande maioria se-quer percebe que ela está

e sempre esteve ao seu alcance. Pode parecer utopia, mas são incontáveis os nossos imortais. Porque as pes-soas passam, mas suas obras e seus ensinamentos ficam para sempre e as tornam eternas.

Não vamos citar aqueles que se eternizaram pelo mal que pratica-ram em vida. Vamos lembrar, sim, daqueles que viveram, semearam o Bem e imortalizaram-se em nossos corações, como o Papa João Paulo II (1920-2005) e, para lembrar ape-nas mais um nome, o nosso Alberto Santos Dumont (1873-1932), o Pai da Aviação, cuja invenção completa o centenário agora, em 2006.

Na área esportiva, temos mais um imortal brasileiro, que se junta a ou-tros como Garrincha (1933-1983), Didi (1929-2001), Zizinho (1921-2002), Ayrton Senna (1960-1994) e tantos que povoarão para sempre a nossa memória e também a de nossos ascendentes. Estou me referindo a Telê Santana (1931-2006), o Mestre Telê, que nos deixou no fim do mês de abril.

Telê, como jogador, não foi um supercraque. Não chegou a ser um Pelé ou um Garrincha, mas foi muito importante por onde passou, espe-

Telê,

Entusiasta pelas causas em prol da Solidariedade, o mestre Telê sempre apoiou as iniciativas da Legião da Boa Vontade. Em entrevista, certa vez afirmou: “É uma necessidade todos nós nos engajarmos na Campanha LBV — Esporte é Vida, não violência!, que está sendo realizada pela Legião da Boa Vontade. (...) Esta campanha foi um marco, uma nova era nos esportes e contribui para que a Paz reine dentro e fora do campo”. A LBV solidariza-se com os parentes do querido mestre Telê Santana e envia as mais sinceras vibrações de Paz e gratidão ao seu Espírito eterno.

cialmente para o Fluminense, clube de seu coração, que o projetou e no qual se transformou em ídolo.

Como treinador, sua contribuição para o futebol brasileiro foi louvável. Elegante como atleta, manteve suas atitudes éticas e seus princípios de amante do futebol-arte ao assumir as funções de treinador.

Afirmava que preferia ver seu time perder a vencer usando armas tão corriqueiras hoje em dia, como pontapés e outros artifícios desleais. Para ele, o diferencial do Brasil estava na arte. Os brasileiros não tinham motivos para abandonar o futebol alegre, bonito e moleque com o qual sempre encantou o mundo.

O destino chegou a ser cruel com Telê Santana. Não uma, mas duas vezes. Em 1982, armou o que seria a seleção dos sonhos. Mas o Brasil mágico, que todos apontavam como virtual campeão, tropeçou em erros individuais e acabou eliminado da Copa do Mundo pela Itália.

Quatro anos depois, Telê tinha nova chance de ser campeão do mundo. Novamente, apostou em sua convicção de que futebol é arte. Outra vez, o Brasil foi brilhante em campo. Mas aconteceu em 1986 o acidente de percurso ocorrido na Copa anterior. Tal e qual em 1982, o destino conspirou contra Telê e sua seleção: embora brilhante e en-

cantadora, foi eliminada pela França, nos pênaltis, depois de um empate no tempo normal, quando Zico desper-diçou uma penalidade máxima que, se convertida, nos classificaria rumo às semifinais. Porém, Telê, como todo mestre, nunca se entregou. Sabia que estava no rumo certo e, com o São Paulo, conquistou o bi-campeonato mundial de clubes.

Telê Santana deixou um legado que precisa ser aproveitado por todos os jogadores, treinadores e dirigentes: vencer é preciso, no entanto o importante mesmo é ser digno da vitória.

o imortal

Coluna do Garotinho

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BOA VONTADE

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

Dezoito novos repre-sentantes da sociedade civil (9 titulares e 9 su-plentes) no Conselho

Nacional de Assistência Social (CNAS) tomaram posse no dia 18 de maio, em solenidade no auditório do Ministério da Previdência, em Brasília/DF. O órgão do Ministério do Desenvolvimento Social e Com-bate à Fome também é formado por membros do governo e tem, entre outras, a competência de aprovar a Política Nacional de Assistência Social (PNAS).

O Ministro desta Pasta, Patrus Ananias, destacou o trabalho dos que concluíram o mandato e deu as boas-vindas aos novos integrantes do CNAS. Na ocasião, os conselheiros elegeram o novo Presidente para o biênio 2006-2008. A partir de agora,

Novos conselheirosdo CNAS tomam posse

em Brasília

o cargo passa a ser ocupado pelo Pro-fessor Silvio Iung, do Instituto Sino-dal de Assistência, Educação e Cul-tura (Isaec). Para ele, “o Conselho é um espaço plural; há representações e interesses da sociedade, e ele deve

gerar uma síntese desses diferentes interesses sem sobreposições de um ao outro, mas em favor da construção de uma agenda positiva”.

Simone Albuquerque passa a ocupar a função de Vice-Presidente,

“Quero saudar os conselheiros que estão encerrando os seus mandatos e parabenizá-los pelo trabalho realizado, pela dedicação à causa da assistência e desenvolvimento social e os novos conselheiros que hoje são empossados, acumulando os milhões de votos, inaugurando um trabalho igualmente fecundo, criativo, da perspectiva da realização dos nossos objetivos.”Ministro Patrus Ananias

________________Danilo Parmegiani

Fotos: João Preda

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representando o Governo Federal. “O dia de hoje consagra o CNAS como instância de controle social e de deliberação da Política Nacional de Assistência Social, e o Governo Federal reconhece a autonomia que a sociedade civil tem por lei e o direi-to de ela mesma conduzir seu proces-so eleitoral”. Ela destacou ainda os novos passos para o Conselho: “Uma outra questão fundamental é o desa-

senvolvido. A sra. Márcia explicou que o posicionamento do CNAS foi responsável pelas vitórias conquista-das. “Eu não tenho dúvida em dizer que o principal avanço — e dele decorrem todos os outros — foi o fato de o CNAS assumir o seu papel

fio de consolidar o Sistema Único de Assistência Social no Brasil (SUAS). Este é um sistema que está sendo implantado desde o ano passado e já tem adesão de 4 mil municípios brasi-leiros, mas é preciso que se consolide, não só o recebimento de bolsa para as famílias brasileiras, mas também serviços socioassistenciais de convi-vência familiar e comunitária”.

Avanço no socialMárcia Bion-

di e Dalila Pedri-ni, Presidente e Vice-Presidente, respectivamente, na gestão ante-rior, destacaram os bons resultados do trabalho de-

“O Conselho é um espaço plural; há representações e interesses da sociedade, e ele deve gerar uma síntese desses diferentes interesses sem sobreposições de um ao outro, mas em favor da construção de uma agenda positiva.”Professor Silvio Iung

“O dia de hoje consagra o CNAS como instância de controle social e de deliberação da Política Nacional de Assistência Social, e o Governo Federal reconhece a autonomia que a sociedade civil tem por lei e o direito de ela mesma conduzir seu processo eleitoral.”Simone Albuquerque

A Vice-Presidente eleita, sra. Simone Albuquerque, ao lado do Professor Silvio Iung, Presidente para o biênio 2006-2008.

de instância máxima de deliberação da política de Assistência Social. Se nós conseguimos traçar um projeto de estoque zero, aprovar a Política Nacional de Assistência Social e uma norma que a operacionaliza, foi porque o Conselho assumiu o seu papel político que a Constituição lhe deu”, ressaltou.

Dalila Maria Pedri-ni avaliou os resulta-dos do mandato, real-çando o trabalho feito pelo Conselho para a inclusão e avanços da política de Assistência Social no Brasil. Na análise dela, “foi uma gestão de muito trabalho, cujos em-preendimentos, temos certeza, vieram em benefício da sociedade brasileira e especialmente dos setores mais excluídos. Nossa gestão buscou recuperar questões que não haviam sido trabalhadas no passado. Na ver-dade fizemos um trabalho para que a política da Assistência avançasse como política pública e de direitos dos cidadãos brasileiros”.

Novos desafios

De acordo com o primeiro artigo da Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), a garantia do atendimento às necessidades básicas é um direito do cidadão e um dever do Estado. Nesse contexto, os novos Conse-lheiros e membros da gestão anterior recordam importantes vitórias e ad-mitem os grandes desafios que têm pela frente.

O Conselheiro do CNAS e represen-tante do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua (MNMMR), Ademar de Oliveira Marques, falou sobre a impor-

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tância da consolidação das conquistas da gestão anterior. “Nós conseguimos avançar especialmente na Política Nacional da Assistência Social e na criação do Sistema Único da Assis-tência Social, com a NOB (Norma Operacional Básica). O desafio que temos pela frente é consolidar esse processo, que significa estabelecer as novas relações com a sociedade”, acredita.

O representante da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das

Universidades Bra-sileiras (Fasubra) e também Conselheiro, João Paulo Ribeiro, explicou que uma im-portante fase se inicia para ampliar a par-ticipação do CNAS no País. “Neste novo ciclo a sociedade ci-

vil está mais próxima e vai conseguir gerenciar e ampliar a democracia. Com o nosso trabalho conseguimos ter respaldo da sociedade e ajudar a crescer e ter mais assistência no nosso país”, afirmou.

O Conselheiro Marcos Antônio Gonçalves, repre-sentante da Federa-ção Brasileira das Instituições de In-clusão Social, Re-abilitação e Defesa da Cidadania (Fe-biex), destacou: “A

força da organização dessa socie-dade é que vai transformar esses milhões de excluídos em milhões de incluídos; será um país bastan-te diferente do que nós estamos encontrando aqui hoje”.

“Nós pretendemos colaborar para que ela seja efetivamente implantada e aplicada para que os usuários e a sociedade possam realmente usufruir dos benefícios

para as quais ela foi proposta”, explicou o representante da União Brasileira de Cegos (UBC) e tam-

bém Conse-lheiro, Márcio José Ferreira.

Para o Dire-tor Vice-Presi-dente da Fede-ração Mineira de Fundações de Direito Pri-vado (Funda-mig), Gilson Assis Dayrell, há uma nova consciência no País sobre a importância da inclusão social. “A Assistência Social passa

hoje por um momento muito positivo, uma vez que há um grande esforço de levar aos excluídos brasileiros a possibilidade de inserção na nossa sociedade”, disse.

O Conselheiro na gestão 2004/2006 do CNAS e Presidente

da Federação Brasileira de Entidades de e para Cegos (Febec), Carlos Ajur Cardoso Costa, salien-

tou que o fortalecimento da Política Nacional da Assistência Social foi uma das grandes conquistas da gestão anterior. “Aprovamos um sistema único de assistência social, que era desejo da sociedade brasileira, a ampliação dos financiamentos para a política de assistência social e principalmente defendemos o papel e o espaço para que o usuário da assistência social possa reivindicar aquilo que deseja: a sua promoção, a sua inclusão social”, declarou.

A solenidade da posse ocorreu no Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual Infantil e Turismo Sexual. A relevância da data foi lembrada pelo Secretário de Assistência Social e Combate à Fome, Osvaldo Russo. “É importante mostrar que o Brasil está avançando na apli-cação de políticas que combatam de fato o abuso e a exploração sexual, mas temos muito que caminhar. É a forma mais perver-sa de violência contra a criança e o adolescente. Devemos fazer políticas públicas, integrando todos os níveis de Governo: Federal, Estadual e Municipal e também com grande participação da sociedade civil, e, sobretudo, ter o espírito público para

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

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construir uma política que rompa com o assistencialismo, clientelis-mo e com a política improvisada”, explicou.

Os integrantes do Conselho tam-bém destacaram o trabalho da Legião da Boa Vontade que desenvolve, em todo o Brasil, há mais de 56 anos, centenas de programas e projetos que resgatam os valores dos cidadãos. Dalila Maria Pedrini enfatizou a ini-ciativa social da Instituição: “A LBV é uma obra de Assistência Social que está presente em todo o Brasil e é muito conhecida. Que ela continue se empenhando no trabalho de promo-ção e de libertação dos setores mais empobrecidos da sociedade”.

O Diretor Vice-Presidente da Fundamig, Gilson Assis Dayrell, ressaltou a parceria com a Obra. “Esperamos contar sempre com a LBV também na Confederação Brasileira de Fundações, porque é uma instituição de grande prestígio nacional”, disse.

“Fico muito feliz em falar de Paiva Netto, porque ele não faz só um bem à Assistência Social do País, ele faz um bem à parte espiritual no País. Falta para as pessoas um pouco mais

de formação religiosa. Os progra-mas da LBV, aos quais assisto, são para instruir, aumentar a cultura da população e mostrar a visibilidade de processos sociais. Então, a gente torce muito para que o Paiva Netto cresça ainda mais com a LBV, com a Fundação José de Paiva Netto, com a televisão, porque nós precisamos de televisões desse nível”, agrade-

ceu o conselheiro Marcos Antônio Gonçalves.

Em São Paulo/SP, durante o Seminário “Rumos da Filantropia”, realizado no dia 5 de abril, o Presi-dente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filan-trópicas (CMB) e ex-Presidente do CNAS, Antônio Brito, ressaltou o valor do trabalho do Órgão: “O Con-selho Nacional de Assistência Social foi criado para per-mitir o intercâmbio da sociedade civil, legitimado pelo setor, porque representa outros milhares que não têm o certificado, mas precisam desses representantes no CNAS, que estejam lá, atuando em favor dessas entidades”.

A Legião da Boa Vontade, re-gistrada no CNAS e portadora do Certificado de Entidade Benefi-cente de Assistência Social, desde 1967, congratula-se com os antigos e novos conselheiros e Diretoria, desejando-lhes amplo sucesso.

O Presidente do CNAS, Silvio Iung, disse que instituições comprometidas com o bem-estar da população são necessárias à sociedade. “A LBV tem esse papel de buscar a inserção da sociedade brasileira. Quero cumprimentá-la por isso. É assim que a gente faz política pública, não só no seu trabalho, mas também articulando-se com outros, construindo junto com outros”, parabenizou.

Titulares:— Confederação Nacional dos Tra-balhadores em Seguridade Social (CNTSS);— Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra);— Federação Nacional dos Assisten-tes Sociais (Fenas).Suplentes:—Conselho Federal de Contabili-dade; — Associação Brasileira de Educa-dores de Deficientes Visuais;— Conselho Federal de Serviço Social (Cfess).

Entidades e Organização de Assistência Social

Titulares:— Instituição Sinodal de Assistência, Educação e Cultura (Isaec);— Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB);— Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entida-des Filantrópicas (CMB).Suplentes:— Associação Brasileira das Univer-sidades Comunitárias (Abruc);— Instituição Adventista Central Brasileira de Educação e Assistência Social;— Federação Brasileira das Associa-ções Cristãs de Moços.

Entidades e Organização de Usuários da Assistência Social

Titulares:— Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua (MNMMR);— União Brasileira de Cegos (UBC);— União Norte Brasileira das Igrejas Adventistas do Sétimo Dia.Suplentes:— Pastoral da Criança;— Federação Brasileira das Institui-ções de Inclusão Social, Reabilitação e Defesa da Cidadania (Febiex);— Obra Social Santa Isabel (Ossi).

Entidades e Organização de Trabalhadores da Assistência Social

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Cadernos, lápis pretos e co-loridos, canetas, borrachas, apontador, cola, tesoura sem ponta, régua, mochila

e minidicionário. Para alguns esta é apenas uma relação de objetos essen-ciais ao aprendizado, mas para muitas crianças é o que falta para entrar numa sala de aula e começar a escrever ou desenhar um futuro melhor.

Na busca de reverter essa triste realidade, diversos artistas e a socie-dade brasileira apoiaram mais uma edição da Campanha LBV: Criança Nota 10 — Sem Educação não há Futuro! A ação solidária da Legião da Boa Vontade beneficiou milhares de meninos e meninas que vivem em situação de risco social e pessoal.

São famílias de renda modesta, como a de dona Marlucia Xavier Dias, que encaram o desafio de ter de encaixar a compra da lista escolar no orçamento. “A gente está sem dinhei-

Nas cinco regiões do País, LBV eleva a auto-estima dos milhares de crianças em situação de risco social e pessoal ao doar kits completos de material escolar.

Educação

ro e este kit ajudará bastante. Tenho três filhos e não tinha condições de comprar o material para eles. Passa-va pela escola com minha filha e ela chorava. Depois, ao falar para minha caçula que receberia este kit, ela ficou feliz porque vai poder estudar, sua auto-estima aumentou”, comen-tou, feliz, a mineira Marlucia.

Famílias iguais à dela receberam o material escolar nas cinco regiões brasileiras, no começo do ano letivo. Foram beneficiadas crianças que estudam da 1ª à 4ª série do ensino fundamental em estabelecimentos da rede pública as quais participam, no período inverso ao da escola, do programa LBV: Criança — Futuro no Presente!, em que são desenvolvidas inúmeras atividades esportivas, lúdi-cas, culturais e de lazer.

Realizada no começo de cada ano, essa ação da LBV visa diminuir os índices de evasão escolar por falta de

Investindono social“Achei o

espaço muito aconchegante,

é gratificante para a família

destas crianças

atendidas pela LBV. O

atendimento é muito bom, elas

se sentem acolhidas e isto é importante,

adorei participar desta confraternização.”

Maria Silva Costa, Primeira-Dama de Belém/PA, referindo-se à estrutura

oferecida pela LBV na cidade.

_____________Marta Trigueiro

Rui Portugal

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SALVADOR/BA CAMPINA GRANDE/PB FORTALEzA/CE

NITERóI/RJ JUIz DE FORA/MG CURITIBA/PR

GOIâNIA/GO FOz DO IGUAÇU/PR IPATINGA/MG

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BOA VONTADE

Educação

UBERLâNDIA/MG

UBERABA/MG ANáPOLIS/GO NATAL/RN

SANTOS/SP PORTO ALEGRE/RS PATOS DE MINAS/MG

LONDRINA/PR JOINVILLE/SC

CABO FRIO/RJ JOãO PESSOA/PB CASCAVEL/PR

INHUMAS/GO BRASíLIA/DF PELOTAS/RS

SãO LUíS/MA MARINGá/PRPONTA GROSSA/PR

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recursos financeiros e ainda despertar nas crianças a motivação ao estudo, o que é essencial para a formação delas.

Vários artistas mirins se enga-jaram nessa empreitada, entre eles as atrizes Michelle Giudice e Ra-faela Romolo; os atores Gabriel Cavicchiolli e Rodolfo Valente; o apresentador Jacarezinho; a rainha do bambolê, Thaty; além de Mariana, Danielle, Paloma e Drielly, do grupo Patotinha.

“Quero parabenizar o trabalho da LBV com a distribuição de kits escolares

para crianças carentes em todo o País. Pude acompanhar pela mídia este maravilhoso trabalho. Meus parabéns a todos!”Chica Nunes, Presidente da Câmara de Vereadores de Cuiabá/MT.

“Estou muito feliz em estar aqui na LBV. Vejo que as crianças são felizes e que a nossa doação é bem-utilizada. O carinho que elas recebem é muito importante.”Maria das Dores Alves, colaborado-ra da LBV em Vitória/ES.

“A LBV sempre está presente nos momentos

em que mais preciso. Eu ainda não tinha

comprado o material escolar, e agora meus dois filhos ganharam

tudo o que precisavam e mais ainda. Eu adorei

essa ajuda da LBV.”

Adriana da Silva Souza, atendida pela Legião da Boa Vontade em

Moreno/PE.

“A LBV é uma entidade,

dentro da nossa

sociedade araraquarense,

que nos enche de

orgulho, pois ela traz para as nossas

crianças o reforço escolar, a Educação, o Esporte, o lazer e a parte cultural.”

Ronaldo Napeloso, Presidente da Câmara Municipal de Araraquara/SP.

A prática do Natal Permanente de Jesus, empreendida pela LBV, pôde ser comprovada pela atriz Michelle Giudice: “A sala de aula é onde as crianças aprendem. Mui-tas pessoas ajudam no Natal, mas não é só nele que as pessoas têm dificuldades. O ano todo a gente tem de estar ajudando, e é isso que vou levar para mim. Eu me sinto muito bem por estar incentivan-do a comunidade a ajudar essas crianças. É muito importante ser uma das pessoas que estão dando a oportunidade às crianças que não têm condições de ir à escola por causa dos materiais e fazer com que elas tenham uma boa educa-ção, uma cultura, e principalmente na LBV”.

Gabriel Cavicchiolli ressaltou sua felicidade em poder contribuir e deixou um recado a todos os de Boa Vontade: “Eu estou muito feliz por participar. Que vocês partici-pem dessa doação para as crianças terem um futuro bem melhor”. Rodolfo Valente complementou: “Tem de botar a mão na consciên-cia e pensar que elas não tiveram a vida que a gente teve. Temos de

ajudar essas crianças para terem uma vida bem melhor. Eu me sinto mais feliz; sei que estou ajudando milhares de pessoas. É claro que é pouco, mas, se todo mundo juntar, esse pouco vai se transformar em muito”.

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BOA VONTADE

O famoso vocalista do grupo Cidade Negra entusiasma-se com a LBV, faz show à parte para as crianças e abre o coração em entrevista exclusiva.

______________________________________________Danielly Arruda, Juliane Nascimento e Rodrigo Oliveira.

Atualidade

Querido pelos brasilei-ros, por expandir ale-gria e cultura por meio da música, o cantor

Toni Garrido, 39 anos, conferiu de perto o trabalho promovido pela Legião da Boa Vontade (LBV) na zona norte do Rio de Janeiro/RJ. No dia 9 de maio, o vocalista do grupo Cidade Negra encantou-se com a garotada que diariamente é amparada pelo Centro Educacional, Cultural e Comunitário José de Paiva Netto.

Recebido com muita festa, música e flores, sentiu-se em casa e pôde expressar esse sentimento no trato com cada pequenino que encontrava no trajeto que fez pelo local. Logo na entrada, o Coral Ecumênico Infantil LBV prestou homenagem ao artista: além de interpretar músicas do pró-prio repertório, cantou Aonde você mora?, grande sucesso da banda. Entusiasmado, ele fez um show à parte para a criançada.

Depois, conheceu as salas de aula, ambulatórios, espaços para recreação, refeitório, brinquedoteca, laboratórios e a Galeria de Amigos, onde estão as fotos de personalidades que visita-ram o Centro Educacional desde sua

inauguração, em 2 de março de 1996. Atento, observou a fotografia em que aparece o Diretor-Presidente da LBV na concorrida abertura daquele centro de ensino, ocasião que reuniu mais de 110 mil pessoas, conforme noticiou a imprensa na época.

Os jornais Meia-Hora, na coluna “Babado”, assinada pela jornalista Valéria Souza, e O Dia deram des-taque à presença do cantor. Em nota divulgada pela coluna “Vip Vupt”, de Sabrina Grimberg, O Dia ressalta: “Toni Garrido, vocalista do Cidade Negra, fez uma visita às crianças do Centro Educacional da LBV, em Del

o reggae e a Boa VontadeGarrido,

Toni

Castilho, terça-feira. Para retribuir o buquê de flores e o carinho dos pequenos, ele soltou a voz”.

O músico ainda concedeu entre-vista exclusiva à revista BOA VON-TADE, na qual revelou histórias da infância, a trajetória até chegar ao Cidade Negra, e exaltou os 50 anos de trabalho do dirigente da LBV.

Revista BOA VONTADE — Para falar do sucesso, vamos conhecer um pouco de suas raízes. Como foi sua infância?

Toni Garrido — (...) Nasci em Realengo, mas minha família era da Vila Kennedy, ali em Bangu (...). Minha infância foi muito parecida com a de toda criança, quer dizer, a maior parte dela foi muito alegre, mas com seus problemas financeiros, de separação etc. E isso aconteceu com minha família também, mas só tenho boas lembranças, até porque criança tem de brincar (...). Eu sou de uma geração que brincava com bola de gude, pipa — mesmo sem ser a minha praia; não gostava muito de pipa (risos). (...) Dá para ver nos olhinhos destas crianças da LBV que

“Desde a infância, gosto muito de futebol, mas a música apareceu antes porque eu tinha, segundo minha mãe, aos 2 anos, um companheiro: era um cabo de vassoura, que eu ficava levando para todos os cantos da casa e, quando aparecia uma pessoa, eu cantava para ela minha música. Para quem estivesse em casa, eu parava e cantava. Não lembrodisso, era bem novo (risos).”

Fotos: Felipe Freitas

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elas recebem uma boa alimentação, educação plena, alegria (...). Você vê no rosto delas que são dignas, com pais carinhosos, sem marcas de violência física ou qualquer dessas coisas. Isso é o fundamental. Foi essa a impressão que tive visitando a LBV. (...) É uma comida caprichada, balanceada; uma biblioteca maravi-

lhosa; tudo lindo; uma enfermaria perfeita, com uma voluntária mara-vilhosa que está ali, e você vê que ela está fazendo aquilo por amor, então dá tudo certo. Fiquei muito feliz com o que vi na LBV!

BV — Faz tempo que a música entrou na sua vida?

Toni Garrido — Desde a in-fância, gosto muito de futebol, mas a música apareceu antes porque eu tinha, segundo minha mãe, aos 2 anos, um companheiro: era um cabo de vassoura, que ficava levando para todos os cantos da casa e, quando apa-recia uma pessoa, eu cantava para ela minha música. Para quem estivesse

Feliz, o vocalista do Cidade Negra cantou para a garotada e passou pelos vários ambientes do moderno Centro Educacional da LBV no Rio.

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em casa, eu parava e cantava. Não lembro disso, era bem novo (risos).

BV — Quando você chegou ao Cidade Negra, o reggae já era a sua praia? O que você gostava de ouvir e cantar?

Toni Garrido — O Cidade Negra tinha três regueiros. Haviam gravado dois discos de reggae e, mais do que isso, tinham uma vivência de reggae. (...) A minha era ouvir algumas mú-sicas de Bob Marley (1945-1981) e Peter Tosh (1944-1987), que todo mundo ouvia, os chamados clássicos do reggae. Isso era o que eu basica-mente conhecia. Tomei um pouco de conhecimento de reggae misturado; era aquela coisa dos anos 1980. Havia ainda The Clash, Culture Club e os regueiros nordestinos. O regueiro do Brasil não conhecia o reggae com esse nome. Até lá no Maranhão havia uma cultura fechada já de reggae. Mas o músico brasileiro conhecia reggae como xote, baião, embolada, coco. Os ritmos do Nordeste, todos eles, na realidade, são irmãos ou primos do reggae. (...)

Eu participava de uma banda chamada Bel, do Rio de Janeiro/RJ, que misturava funk, soul music e samba. (...) Quando acabou a gestão do cantor antigo no Cidade Negra, o Bernardo, que saiu para fazer a carreira solo, o grupo falou: “Vamos procurar um cantor”. E eles tinham visto alguns shows que nós tínhamos feito no Circo Voador. Éramos uma banda independente, mas que tinha força no circuito, tocava bastante, fazia muita coisa.

Foi aí que entrei e tive uma aula de reggae, em um grupo absolutamente regueiro. Foi engraçado porque um dos integrantes chegou e me falou, no primeiro dia de ensaio: “Toma aqui uma bíblia reggae”. É um livro que conta a história do reggae, com todos os fundamentos filosóficos, religiosos e por aí vai. (...) Eu gosto do fundamento. Respeito a origem, inde-pendentemente da parte religiosa de cada um. Acho a filosofia do reggae coisa fundamental e muito boa para a vida das pessoas. (...) Essa filosofia de boas coisas e de tranqüilidade, de “Olha, vai tudo dar certo”, sabe, o

Bob Marley tem uma função enorme nisso. Como artista, adoro as coisas que fez. Gosto até mais de outros artistas em termos musicais do que dele próprio. Mas não posso tirar a importância fundamental de profeta na realidade do Bob Marley, no senti-do de que profetas saem pelo mundo para divulgar uma palavra positiva, a palavra de Deus, uma palavra boa, ou do Deus que ele chama Deus (...). O Ser Humano procura a compreensão e a luz que entende como a fonte geral para todo mundo, mesmo que possua nomes diferentes, de acordo com a região, com a própria religião. Aí vou falar também um pouco disso sobre o Paiva Netto. É meu vizinho, eu o conheço — de carne e osso — o

Bob Marley

Assim que chegou, Toni Garrido recebeu flores e saudou as crianças da LBV.

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vejo quando passa, vem aqui ver as crianças, faz as obras sociais. É um incrível e maravilhoso administrador! Falo isso assim, sem nenhum receio, porque a pessoa só consegue hoje em dia fazer as obras que ele está reali-zando e as possibilidades que está propondo com diplomacia, pegando um avião, com sua pasta 007 debaixo do braço e fazendo os contatos que tiver que fazer. E isso não é milagre. A Espiritualidade está dentro dele e também em todos os voluntários que participam da LBV. Eu não vejo diferença, por exemplo, com a moça que eu conheci lá em cima fazendo o trabalho voluntário dela, de cuidar dos ferimentos das crianças caso elas se machuquem na escola. Ela está aqui de graça, trabalhando, limpinha, linda, higiene perfeita para quem vai cuidar de ferimentos, de machucados, com um sorriso enorme no rosto. Os

“A LBV tem sempre umas campanhas, umas assinaturas. Sempre fiz questão de participar por um motivo simples, porque há sinceridade. Adorei ter passado a manhã com vocês. Quero voltar!”.

professores fazendo a sua parte... E o Paiva Netto tem a característica maravilhosa de ter começado e fun-damentado isso tudo. Porque a gente precisa de cada uma das pessoas que tenham as possibilidades intelectuais ou de trabalho, com a carga no limite máximo, trabalhando por alguma coisa positiva. Acho que o Paiva é um regueiro. Ele tem o reggae no coração, ou eu tenho a Boa Vontade no meu coração. Enfim, a gente não sabe o que é, mas, quando falamos do sentimento, aí estou só fazendo uma comparação do reggae com a Boa Vontade. O reggae é um pouco disso, um movimento filosófico que você pensa, mentaliza isso muito mais do que qualquer outra coisa. Aí, automaticamente, de tanto você pensar nessa coisa positiva, acaba realizando e vivendo um pouco disso também. (...)

Integrantes do grupo Cidade Negra. Da esquerda para a direita: Bino Farias (baixo), Toni Garrido (vocal), Lazão (bateria) e Da Gama (guitarra).

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O Centro Educacional, Cultural e Comunitário, da LBV, no Rio de Janeiro/RJ (Av. Dom Hélder Câmara, 3.059, Del

Castilho), com 5.000 m2 de área construída, atende crianças, jovens, adultos e idosos em situação de risco social e

pessoal provenientes das comunidades em torno das favelas do Guarda, Jacarezinho, Parque Evereste, Nova Brasília,

Manguinhos, Parque União de Del Castilho, Complexo do Alemão, águia de Ouro e Comunidade de Escol.

BV — O Cidade Negra tem uma preocupação de levar música com boas mensagens. O CD mais recente do grupo, intitulado “Perto de Deus”, é uma comprovação disso?

Toni Garrido — Sim. Esse é o título do álbum e surgiu muito na-turalmente, porque é como a gente pensava. Sem percebermos, várias músicas nesse álbum tinham alusão à religiosidade, a Deus, a monge, a Cristo, ou ainda a pensamentos filosóficos que vieram junto de questionamentos religiosos. Trata-mos muito desses temas no álbum e, quando chegou a hora de pensar no nome do disco, vendo as músicas, percebemos esta: Perto de Deus. (...)

BV — É hora da mudança, de as pessoas começarem a se preocupar um pouco com o outro?

Toni Garrido — Acredito que sim, porque os nossos avós já fala-vam que era a hora da mudança na época deles... E aí, o tempo passa, as gerações passam, porque, dos nossos avós para cá são três gerações, pratica-mente. É preciso fazer algo. O Paiva Netto tem uma frase maravilhosa: “A elite do Brasil é o seu Povo”. (...) Aqui, a Obra da LBV é toda em cima de doações, voluntariado e com a batalha do Paiva Netto. (...) É uma pessoa do Bem, religiosa, ecumênica, e que botou isso na cabeça: fazer boas coisas. Ele não merece ter a casa em que mora? Merece! Merece tudo de bom para ele, para a família dele, para os filhos dele, e ninguém tem de ficar de olho gordo nisso. Por quê? Porque ele está fazendo a parte dele, a minha, a sua, a de um montão de gente. É isso que eu prego, que todo mundo faça a sua parte, sem demagogia.

BV — No mês de junho, o Líder da LBV comemora 50 anos de trabalho na Obra. O que você destaca desta trajetória?

Toni Garrido — De perseve-rança, o Paiva sabe tudo. Ele tem de passar a bola para a gente de todas

Feliz encontro — No centro, Paiva Netto e Lucimara Augusta aparecem ladeados pelo famoso vocalista do grupo Cidade Negra, Toni Garrido, sua bela esposa Regina e as lindas filhas do casal, Victória (que está junto ao cantor) e Isadora, no colo da mãe. O feliz encontro ocorreu na capital fluminense.

“O Cristianismo é a nossa força. A gente debate muito sobre as religiões que pregam o Cristianismo, porque ele é maravilhoso, é fundamental. Jesus Cristo é um Ser absolutamente único, especial, diferenciado dos outros Seres.”

O Cristianismo é a nossa força. A gente debate muito sobre as religiões que pregam o Cristianismo, porque ele é maravilhoso, é fundamental. Jesus Cristo é um Ser absolutamente único, especial, diferenciado dos outros Seres. (...)

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essas esperas dele, de 50 anos de trabalho. São 50 anos de muita espe-ra. Basicamente, o que ele deve ter ouvido de não!... Deve ter sido muito mais do que sim. Você aprende muito com isso também. Quando se tem um objetivo que vai além da expectativa,

parece um sonho... A LBV, hoje, é a LBV que ele sonhou há décadas, e não tem nem o que falar. Se for parar para pensar na história dele, de rea-lização, nem deve lembrar dos nãos: deve ser tão bom ver que tudo acon-teceu, que as partes ruins, de alguma forma, devem ter passado. (...) Ele se superou. Se não, não estaria aqui entre nós. Ele passou por provas de fogo e venceu! E quando passamos por qualquer pedaço, sentimos que foi maravilhoso porque fortaleceu ainda mais a gente. Fico muito feliz pelo fato de ele não ter desistido nes-ses 50 anos, porque podem falar o que for, o que quiserem, mas o que os olhos vêem o coração sente. Basta vir aqui. Venha ver e tirar a prova. Vá aos outros locais da LBV. Você vai tirar a dúvida na hora. Eu não tinha dúvida alguma! Como sempre acreditei na

Toni Garrido em dois momentos da visita: jogando futebol de botão no espaço recreativo (E) e escrevendo seu depoimento no Livro do Coração.

“Dá para ver nos olhinhos destas crianças da LBV que elas recebem uma boa alimentação, educação plena, alegria.”

“Você vê no rosto delas que são dignas, com pais carinhosos, sem marcas de violência física ou qualquer dessas coisas. Isso é o fundamental. Foi essa a impressão que tive visitando a LBV. (...) É uma comida caprichada, balanceada; uma biblioteca maravilhosa; tudo lindo; uma enfermaria perfeita, com uma voluntária maravilhosa que está ali, e você vê que ela está fazendo aquilo por amor, então dá tudo certo. Fiquei muito feliz com o que vi na LBV!”

LBV, só de ver a obra, para mim, já está bom. Aqui se faz muito mais do que muita gente que conheço, que tem grandes possibilidades e nada realiza. O Paiva é uma pessoa que eu admiro. É um belíssimo exemplo de benfeitoria, porque não fica angarian-

do, nunca angariou comigo, nunca chegou para mim e ficou tirando uma onda. Eu não sou ninguém, não sou nada, mas tem gente que gosta de estar do ladinho porque você está na televisão. Ele nunca fez nada disso. Antes mesmo de conhecê-lo, eu já gostava da Legião da Boa Vontade. Tem sempre umas campanhas, umas assinaturas. Sempre fiz questão de participar por um motivo simples, porque há sinceridade e quando co-locaram à prova, continuei vendo sinceridade e foi exatamente nessa época que o conheci, e a família dele, pessoalmente. Não somos amigos de freqüentar a casa, mas de ter respeito e carinho absolutos um pelo outro. Considerando a pessoa, gosto ainda mais da Obra. Adorei ter passado a manhã com vocês. Quero voltar!

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No coração de Porto Alegre, o centenário Theatro São Pedro figura como símbolo de cultura e arte

_______________Angélica Beck e

Natália Lombardi

Pilares da tradição gaúcha

Quando se tem contato com a cultura gaúcha não restam dúvidas: a força deste Estado está

na sua tradição. O Rio Grande do Sul destaca-se pelo grande valor que concede às rodas de conversa em torno do fogo de chão para falar da vida, tomar chimarrão e ver o tempo passar não deixando que ele carregue consigo a história e os costu-mes.

Não é preciso ser tradiciona-lista, andar pilchado, participar de cavalgadas (romarias) ou apreciar a trova gauchesca para carregar na alma a essência rio-grandense. Na verdade, nem é preciso ser gaúcho, basta ter coração, amor, apego por aquilo que se pode chamar de nosso. O denominador comum está no sentimento da construção cole-tiva, de dar valor ao que se tem de melhor.

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Uma síntese exemplar disso tudo é a história e significado do Tradicional Theatro São Pedro, em que o sonho de preservar as diferentes manifesta-ções culturais despontou em 1833, legitimado por um movimento que surgia para erigir um teatro no centro da capital gaúcha. A intenção era ter um lugar que abrigasse adequada-mente as mais diversas expressões. Com um terreno doado na praça municipal, começaram as obras. No entanto, entre os anos 1835 e 1845, a construção teve de ser paralisada nos alicerces, em função da Revolução Farroupilha.

Somente em 27 de junho de 1858 o sonho se concretizaria com a inau-guração do Theatro São Pedro, bem no coração de Porto Alegre (Praça Marechal Deodoro — Matriz). E já daquela época despontou como palco para as principais manifestações cul-turais da cidade. Só para se ter uma idéia, entre os ilustres que circularam pelos camarotes, galerias e palco do Theatro São Pedro, estão personali-dades que marcaram as páginas da história artística e política do Brasil.

Na orelha do livro O Teatro São Pedro na vida cultural do Rio Gran-de do Sul, publicado pela Secretaria

Vista central do Theatro São Pedro. Neste palco, com sua bela decoração, terá lugar a homenagem dos gaúchos a José de Paiva Netto pelos 50 anos de trabalho a serviço do Povo.

“(...) Uma das mais importantes casas de espetáculo do país, o Teatro São Pedro simboliza a própria essência do processo cultural do Rio Grande do Sul. (...) Desde sua inauguração, em 1858, foi caldeando a formação espiritual e cívica do povo gaúcho.”

Fotos: Lucian Fagundes

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artistas de outros Estados e até de fora do País, cujas presenças reforçavam os trabalhos culturais na província.

Em 1928, o consagrado maestro Heitor Villa-Lobos vai ao local acom-panhado pelo pianista Arthur Rubinstein. O d r a m a t u rg o Ronan Riesch também figurou no teatro, no ano de 1931. Em 11 de junho de

Cultura

de Cultura do Estado, em 1975, os autores Athos Damasceno, Gui-lhermino Cesar, Paulo Antônio Moritz e Herbert Caro destacaram: “(...) uma das mais importantes casas de espetáculo do país, o Teatro São Pedro simboliza a própria essência do processo cultural do Rio Grande do Sul. (...) Desde sua inauguração, em 1858, foi caldeando a formação espiritual e cívica do povo gaúcho. (...) Difundindo cultura e idéias, apresentado artistas de renome in-ternacional, acolhendo movimentos inovadores que, buscando outros caminhos, revelaram novos aspectos do mistério incomensurável do ser humano e diversificadas perspectivas da realidade social, o Teatro São Pedro tornou-se o mais significativo pólo de difusão da arte e da cultura do Sul do Brasil”.

A obra ainda apresenta uma de-finição do advogado e jornalista ve-terano do Correio do Povo Manuel Braga Gastal. “Um edifício pode vir a ter alma. O São Pedro chegou a essa fase de espiritualização: é mais do que uma construção centenária,

mais do que um belo edifício do ‘demi-siécle’ passado. O São Pedro é a própria cultura rio-grandense. Melhor dito: é o monumento erguido à cultura rio-grandense”, frisou o jornalista.

Palco de talentos O Theatro São Pedro, desde sua

fundação, exerceu papel estimula-dor da arte dramática. Dos grupos de jovens, aspirantes amadores da expressão cênica, às companhias organizadas, todos se encontravam e ensaiavam no imponente casarão da Praça da Matriz. Foi seu palco que atraiu a Porto Alegre companhias e

Coral Ecumênico LBV

Sob a regência do Maestro Antônio Carlos Borges Cunha, a Orquestra de Câmara Theatro São Pedro já se apresentou em diversos países. Na noite de 20 de junho, ela se juntará ao Coral Ecumênico LBV, formado por 100 vozes, para interpretar as composições de Paiva Netto.

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1952, o pianista austríaco Friedrich Gulda mostra o seu talento ao públi-co. Também passaram por lá Mary Anderson, Sebastian Benda, Jörg Demus, Eugène Ionesco, Cacilda Becker, Marcel Marceau, Olavo Bilac, Getúlio Vargas, Borges de Medeiros, a Orquestra de Versalhes, entre outros.

Em 1973, o local foi fechado para reformas. Dois anos mais tarde, atendendo a pedidos da comunidade apreciadora da arte, foram iniciadas as obras de restauração da casa, sendo devolvida ao Povo em 28 de junho de 1984, dotada de modernos recursos, equipamentos cênicos e sistema de iluminação. Em agosto desse mesmo ano, foi assinada portaria autorizando o tombamento do prédio pelo Institu-to do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae).

Em 2006, o orgulho dos pampas completa 148 anos. Antes, porém, uma outra comemoração especial promete acender as recordações do Rio Grande do Sul. O Theatro São Pedro se faz, mais uma vez, palco de belas páginas da vida gaúcha, abrin-do as cortinas em 20 de junho para apresentar a Noite Cultural Emoções e Memórias, festejando os 50 anos de trabalho do jornalista, escritor e compositor José de Paiva Netto na Legião da Boa Vontade, a serem com-pletados no dia 29 do mesmo mês, dia dos santos Pedro e Paulo.

A escolha de Porto Alegre para sede de um dos eventos comemo-rativos é providencial, pois é neste solo que a LBV mantém um dos seus modelares centros de atendimento. Há 51 anos na cidade, a Instituição tem sua trajetória permeada pelos próprios acontecimentos da região. Fundado em um terreno doado no município de Glorinha (a 44 quilô-metros da capital), em 23 de maio de 1960, o Lar e Parque Alziro Zarur,

obra de Educação e Promoção Social, é uma das mais expressivas imagens da capacidade de realização e da So-lidariedade do Povo gaúcho, sendo a prova de que é possível transformar o Brasil, ao resgatar nossos jovens das situações adversas que o destino lhes impôs e devolvê-los à sociedade como verdadeiros cidadãos, valentes, determinados e orgulhosos do lugar onde vivem.

TEMPLO DA NATUREzALar e Parque Alziro zarur, da LBV, em Glorinha/RS — Rodovia RS 030, km 19, tel.: (51) 3487-1033.

“Não será simplesmente um concerto de música, será um momento de congregação, diretamente associado aos princípios da Legião da Boa Vontade.” Maestro Cunha

Um dos ambientes internos do Theatro São Pedro

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Antônio Cunha trabalha, desde 1996, como regente convidado. Há 3 anos, a convite da ilustre Eva Sopher, assumiu o cargo de diretor artístico da Orquestra. O músico gaúcho recebeu a nossa equipe de reportagem no próprio local em que ocorrerá o evento e recordou histórias da infância.

BV — Como foi sua descoberta como músico?

Maestro Cunha — A música e o som sempre foram necessidades para mim. Nasci numa fazenda no interior de Vacaria, na divisa com Bom Jesus e fui criado nela. Convivi com animais domésticos, senti a relação do Homem com a Natureza, ajudei meus pais, que eram pequenos produtores agropecuários. E mesmo não tendo ambiente familiar no qual se cultivava a música, não sei por que eu tinha necessidade do som, da música. Meus pais contavam que meus brinquedos eram sem-pre inventar instrumentos e fazer sons, ruídos. Comecei tocando acordeão, trabalhei também com música regional, do Rio Grande do Sul. Toquei acordeão na Rádio Es-meralda, em Vacaria, e formei um grupo regionalista que se chamava Os Caudilhos. Atuei, nessa mesma época, regendo coro e vim para a Orquestra Sinfônica de Porto Ale-

gre como contrabaixista. Atual-mente sou professor da URGS. Meu mestrado e doutorado são na área de composição musical.

BV — Falando da música como algo a ser sentido como hinos de louvor, o que teremos no próximo 20 de junho, no palco do São Pedro?

Maestro Cunha — Não é sim-plesmente a música pela música, é um momento de congregação, diretamente associado aos princí-pios da Legião da Boa Vontade, ao exemplo de Paiva Netto nos seus 50 anos de dedicação ao Ser Humano, de preocupação com os problemas sociais que são muitos em nosso País, e a LBV tem con-tribuído para amenizá-los. Estamos com a Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro reforçada com músicos convidados e um coro de mais de 100 vozes para interpretar as canções dele, que são realmente hinos de louvor. Observem os tí-tulos: Deus é a minha Força. São hinos de Solidariedade, de confian-ça na Paz, no Amor. Prece para ter Tranqüilidade, é disto que todos precisamos. Sentimo-nos honrados em participar dessa homenagem ao homem que é um símbolo da Bondade, do Amor, da dedicação ao Ser Humano.

Capa — Arte, Cultura e Emoção

Emoções e MemóriasSob a regência do maestro

Antônio Carlos Borges Cunha, a Orquestra de Câmara Theatro São Pedro apresentará, ao lado do Coral Ecumênico LBV (com-posto por 100 vozes), grandes sucessos musicais de autoria do homenageado, entre elas Marcha dos Soldadinhos de Deus (com-posição inicial de Paiva Netto cantada, pela primeira vez, em abril de 1960, pelas crianças do Instituto São Judas Tadeu, onde o Líder da Legião da Boa Vontade colaborava voluntariamente); Ave, Maria! Mater Jesus (dedi-cada ao Brasil); Deus é a nossa Fortaleza, trecho do Oratório O Mistério de Deus Revelado; Amar com o Amor de Deus (dedicada à mãe dele, Idalina Cecília); Cân-tico Suave; Prece para ter Tran-qüilidade; Deus é a minha Força; e Emmanuel Adolfo (dedicada ao seu filho caçula).

O evento contará com a parti-cipação do grupo Raízes do Rio Grande e de trovadores gaúchos. Na oportunidade, Paiva Netto receberá pessoalmente os cumpri-mentos de personalidades, amigos e colaboradores da LBV. O encon-tro trará também a retrospectiva sobre a sua trajetória de vida e de trabalho em prol da Solidariedade Altruística Ecumênica.

A composição O valor da gra-tidão marcará o encerramento dessa festa que assinala o Jubileu de Ouro do dirigente da LBV. Para participar desse concerto especial, basta fazer as reservas ligando para o telefone: (11) 3225-4500 ou (51) 3325-7000. Se preferir, dirija-se pessoalmente à LBV em Porto Alegre/RS (Av. São Pedro, esquina com Av. São Paulo, Bairro São Geraldo).

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Oratório O Mistério de Deus Reveladodo compositor Paiva Netto tem sua primeira

audição mundial em Nova York

Estamos felizes por ter feito história.” O fato a que se refere o respei-tado maestro e profes-

sor norte-americano Gregory Hopkins é a apresentação do Oratório O Mistério de Deus Revelado, do compositor Paiva Netto, que arrancou aplausos do público presente na Convent Ave-nue Baptist Church, em Nova York (Estados Unidos), no dia 9 de abril, no Concerto da Semana Santa.

Sob a regência de Hopkins, o Coral do Santuário (The Sanc-tuary Choir), composto de afro-americanos, apresentou a primeira audição mundial em inglês da obra e encantou os que estavam também em outros países — o evento foi transmitido em tempo real pela Super Rede Boa Vontade de Co-municação.

Mais que registrar o aconteci-mento em si, é imprescindível abor-dar nesta reportagem o fascínio que a música de Paiva Netto des-perta no público que, por apreciar suas criações, o colocou na posição

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Fotos: Vieira Filho

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de um dos compositores de música erudita que mais vendem no País. Como produtor, alcançou também grande êxito com LPs de orações, vendendo milhões de discos.

De todo esse universo musical do compositor, O Mistério de Deus Revelado — cujas vendas superaram 500 mil cópias — é, certamente, um dos trabalhos que mais chamam a atenção do público. Inovador, o Ora-tório tem partes destinadas a coro e, em vez dos tradicionais recitativos, há narrativas na voz de Paiva Netto, com passagens do Evangelho e do Apocalipse de Jesus, alternadas com o canto do Coro Capela Svetoslav Obretenov, da Bulgária.

Essa característica encantou o regente americano do con-certo em Nova York, Gregory Hopkins. Ao ouvir pela pri-meira vez a faixa Glória!, levantou-se e, empolgado, bradou: “Que ma-ravilha esta obra

e Paiva Netto declama com muita emoção”. O maestro e Legionário Vanderlei Alves Pereira conta que: “após, Hopkins ligou para o compositor, no Brasil, pedindo-lhe a autorização para apresentar num outro grande concerto as demais

obras que compõem o Orató-rio O Mistério de Deus

Revelado”.

Depois de receber de presente do Líder da LBV uma placa comemo-rativa do acontecimento — entregue pela Legionária da Boa Vontade Con-ceição Malaman —, o maestro nor-te-americano manifestou sua alegria pelo fato de interpretar a composição em sua 1ª audição mundial em inglês. “Muito obrigado, em nome de Deus e em nome do povo da Convent Avenue Baptist Church! Nós estamos muito felizes de termos contribuído com a nossa pequena parte em fazer histó-ria. Agradecemos a Deus por essa oportunidade também de apresentar a mensagem das músicas de Paiva Netto que trazem a Paz de Deus ao mundo”, frisou Hopkins.

O renomado maestro norte-americano Gregory Hopkins ladeado pelos Legionários Vanderlei Alves Pereira, maestro, e Sâmara Malaman, que fez a locução, em inglês, das passagens bíblicas da obra no concerto.

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Aqueles que não são estudiosos da mú-

sica também se revelam fascinados com a obra. A militante da LBV dos Estados Unidos Mariana Malaman assistiu comovida ao evento e desta-cou a receptividade do público quanto à originalidade do autor. “Não tenho

nem palavras para expressar minha emoção”, ao ouvir as apresentações das músicas Glória, Jesus Pregando — Vejo a Luz do Mundo Novo, Prece para ter Tranqüilidade e Novo Man-damento de Jesus”.

O maestro Vanderlei Pereira, responsável pela orquestração de O Mistério de Deus Revelado, afirma que o trabalho é de alcance universal e, especialmente, do interesse de todo ouvinte que queira sentir a presença de uma energia superior por meio da música. E conclui: “O CD é ótimo. Vale a pena conferir!”

Erudito e popularA primeira audição mundial em

inglês do Oratório de Paiva Netto, em

Nova York, ocorreu em um momento significativo, pois o compositor ce-lebra 50 anos de trabalho dedicado ao Povo. Uma das mais expressivas homenagens será feita no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, por meio de um concerto de composições do homenageado (veja reportagem na página 28).

É interessante dizer ainda que Paiva Netto, ao desenvolver suas

A Legionária Conceição Malaman e o maestro Hopkins

“A Face de Deus é o Amor é um exemplo magnífico de qual o valor

da música, da profundidade

da música. Tem uma mensagem maravilhosa de esperança, de sentimento interior, e é, tecnicamente, muito bonita, bem escrita

e de grande profundidade. Todos nós deveríamos

ouvi-la para ter momentos melhores na vida, para

nos inspirar. Realmente, é uma grande obra”.

Maestro Eduardo Escalante

Mais de meio milhão de CDs já foram vendidos

Visão parcial do The Sanctuary Choir, durante o concerto.

Internacional — Nova York

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canções, sempre se preocupa em unir a erudição ao gosto popular, de modo que as melodias sejam de fácil assimilação e apresentadas de forma ecumênica, simples e original.

Seu trabalho já mereceu elogiosos comentários de nomes importantes, como Dorival Caymmi, Ricardo Cravo Albin, Francisco Mignone (in memoriam), Isaac Karabtche-

vsky, Ricardo Averbach, José do Espírito Santo (in memoriam), Hé-lio Rosa, o búlgaro Alexander Yossi-fov (com o qual Paiva Netto escreveu um concerto para piano e orquestra) e Almeida Prado (ao lado de quem compôs a Sinfonia Apocalipse).

Há mais de 20 anos, sucessosO primeiro sucesso musical do

dirigente da LBV remonta ao início da década de 1980, quando lançou, homenageando o povo baiano, Ne-grada – Jesus, o Grande Libertador, com vendagem de 100 mil cópias, uma conquista inédita no gênero eru-dito (música de concerto). Por sinal, em 30 de abril de 1983, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi palco do III Concerto da LBV de Músicas

Clássicas, sob a re-gência do renoma-do maestro Isaac Karabtchevsky. A esplêndida Casa da Cultura carioca fi-cou completamente lotada.

K a r a b t c h e -vsky, ao se inteirar

Atento, público que superlotou a Convent Avenue Baptist Church acompanha concerto de música com composições de Paiva Netto.

Dorival Caymmi Isaac Karabtchevsky

Ricardo Averbach

Alexander Yossifov Hélio Rosa Ricardo Cravo Albin José do Espírito Santo Francisco Mignone Almeida Prado

Fotos: Arquivo BV

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da partitura de Negrada – Jesus, o Grande Libertador para a apre-sentação, assim se expressou: “A composição me surpreendeu pelo caráter rítmico e, ao mesmo tempo, pelo contraste marcante entre o ritmo e a melodia. É uma obra realmente muito inspirada. Estamos procurando traduzir a linguagem de José de Paiva Netto para a grande Orquestra Sinfôni-ca, e eu tenho certeza de que vai ser uma edição bastante completa das idéias originais do José. Estou certo de que ele ficará contente com esse trabalho, da mesma forma como nós ficamos entusias-mados pela maneira com que ele conseguiu traduzir em música todo o seu grau de sensibilidade”.

Após o concerto, Paiva Netto encontrou-se com o mundialmente aplaudido maestro que, aproveitando o ensejo, referindo-se ainda a Ne-grada, o chamou de genial. Ao que Paiva Netto, sorridente, completou: “Como diria o velho Villa-Lobos, de quem sou fã absoluto: ‘genial, não, genioso’” (risos).

Além desses, o compositor também lançou os CDs Sinfonia Apocalipse (trabalho em parceria com o maestro Almeida Prado), e Suíte Aquarius – A Dança dos Mun-dos (com orquestração do músico Alexander Yossifov). As duas peças sinfônicas foram gravadas nas terras de Pancho Vladiguerov, sendo a primeira pelo Coro e Orquestra da Rádio Nacional da Bulgária, e a segunda pela Sofia Chamber Players Orchestra. O mais recente sucesso

recebeu o nome A Face de Deus é o Amor, no qual o autor nos convida à reflexão da pergunta, que, certa vez, lhe foi feita pela saudosa jorna-lista Cassandra Rios (1932-2002): “Como é a Face de Deus?”. Ao que ele respondeu: “A Face de Deus é o Amor. Quanto mais amamos, mais ele se manifesta em nós”. Com sua profunda harmonia muito original, proporciona momentos de elevada meditação, fator preponderante para tal empreitada.

Aspectos festivos no superlotado Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 30 de abril de 1983, após grande concerto, sob a regência de Isaac Karabtchevsky, que aparece ao lado de Paiva Netto, no momento em que ele acena para o Povo presente.

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Há mais de 50 anos, diariamente, amigos e colaboradores ingressam nos portais da Legião da Boa Vonta-de em todo o Brasil e Exterior para receber o afetuoso abraço de milhares de crianças, jovens, adultos e idosos atendidos pela Instituição. Sempre de braços abertos, a LBV comove quem a conhece ou quem a revisita inúmeras vezes. Nesta edição da BOA VONTADE, confira o registro daqueles que visitaram a Legião da Boa Vontade em duas de suas seções

de atendimento.No Nordeste do

País, em Teresina/PI, o apresentador de TV Mariano Marques, ao co-nhecer as ativida-des desenvolvidas, ficou emocionado com o que viu. “É espetacular! Eu

não consigo ver o Brasil sem a Legião da Boa Vontade. (...) É um trabalho maravilhoso, sério, ho-nesto, vemos que ajuda os menos favorecidos. A gente vê isso pela alegria das crianças. A Legião da

_____________Débora Verdan

Boa Vontade é magnífica!”, ressaltou o comunicador piauiense.

No interior paulista, em São José dos Campos, a Instituição mantém o Centro Comunitário e Educacional que realiza diversas ações em benefício da população em risco social.

A iniciativa foi destacada pelo Prefeito da cidade, Eduardo Cury. Para ele, “a história da LBV se confunde com a de Paiva Netto”. Aproveitou também para manifestar seu apoio à causa. “Quero desejar à LBV e a ele as maiores felicidades possíveis, porque o Brasil precisa muito que o Terceiro Setor, que entidades fora do círculo governamental atuem também para diminuir a desigualdade social. Parabéns, LBV! Parabéns, Paiva Netto, por esse belo trabalho!”, registrou.

Este trabalho pôde ser apreciado de perto pela Vereadora Dulce Rita. Recepcionada pelos pequeninos do Programa, conferiu as

Em foco

abertoDe coração

Vista parcial da fachada do Centro Comunitário e Educacional da LBV, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba, interior paulista.

Arborizado, o Centro Comunitário da LBV em Teresina, no Piauí, dispõe de amplo espaço para a recreação das crianças.

O Prefeito Eduardo Cury ao lado de sua simpática esposa, Rosana Dalla Torre.

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atividades realizadas pela garota-da. “Estou sentindo um misto de emoção e vergonha... Emoção por ter visto o carinho com que vocês tratam as crianças, com respeito

e dignidade. Vergonha por não ter conhecido antes. Valeu muito mesmo co-nhecer o trabalho da LBV. Parabéns ao Paiva Netto e a todos vocês, porque atuam com o coração, por isso o trabalho está sendo profícuo”, destacou, admi-rada, a Vereadora.

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Medicina

Conheça a Degeneração Macular Relacionada à Idade e saiba como tratar a doença

Dr. Fernando Kayat AvvadDra. Luciana Lucchese

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A vida é, em boa parte, uma experiência visual. Nas várias atividades em nosso dia-a-dia, por

mais banais que sejam, os meca-nismos da visão desempenham um papel central. Por conseqüência, um distúrbio neste complexo e delicado sistema gera desconforto ou mesmo inviabiliza a execução de muitas tare-fas, antes corriqueiras, com prejuízos para a produtividade profissional ou, ainda, reflexos negativos no campo psíquico da pessoa afetada, quando o hábito da leitura ou mesmo o simples ato de reconhecer um rosto amigo tornam-se um difícil desafio.

A Degeneração Macular Rela-cionada à Idade (DMRI) é a causa mais comum de deficiência visual em pessoas acima de 55 anos no mundo ocidental e se caracteriza pela perda progressiva da visão central, isto é, a percepção de detalhes, que nos ca-pacita a ler e distinguir o rosto, entre outras atividades essenciais. Trata-se de uma doença que acomete a área central da retina, a mácula (leia boxe na página 42).

O risco de desenvolver a DMRI aumenta com a idade, chegando a 30% após os 75 anos. Dentre os fa-tores de risco destacam-se: histórico familiar, fatores nutricionais, fumo, excessiva exposição à luz solar (raios ultravioleta), hipertensão arterial e doença cardiovascular.

Estudos mostram que, nos está-gios iniciais da doença, o transporte de nutrientes e resíduos do metabo-lismo das células da retina — através de uma camada que recebe o nome de Epitélio Pigmentado da Retina (EPR) — fica mais lento. Como conseqüên-cia do acúmulo desses resíduos no espaço subretiniano (entre a retina e o EPR), surgem depósitos amarelados chamados drusas.

Nesta fase, o exame realizado pelo oftalmologista mostrará apenas a presença dessas drusas, que devem ser monitoradas no decorrer do tem-po. Muitos daqueles com mais de 60 anos têm algumas drusas e a maioria não sente nenhuma mudança em sua visão, assim permanecendo, não evoluindo para perda visual. De fato, a maior parte das pessoas que desen-

Dra. Luciana Lucchese, oftalmologista e Membro Titular do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

Dr. Fernando Kayat Avvad, Ex-fellow do New England Eye Center, Tufts University, Boston (EUA).

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volve degeneração macular apresenta uma característica incipiente da doença e experimenta apenas uma perda visual mínima, não evoluindo para uma forma mais grave. Porém, em alguns casos, as drusas poderão evoluir para uma das duas formas severas da doença: a seca (chama-da pelos médicos de atrófica); e a úmida ou exsudativa (ver destaque na página 45).

Um exame oftalmológico com-pleto é a melhor maneira de deter-minar a presença do problema. O

auto-exame em casa com a Grade de Amsler (faça o teste na página 44) também é importante para o acompa-nhamento.

Para um bom diagnóstico, a dila-tação das pupilas, com algumas gotas de colírio, se faz necessária. Depois, o paciente será examinado com len-tes especiais, que possibilitam uma visão minuciosa da retina em grande aumento. Com estes procedimen-tos, o médico passa a observar se há a presença de líquido ou sangue sob a retina. Se forem observadas alterações, indica-se a realização de angiografias — outro tipo de exame

que detalha o problema com a vi-sualização e estudos dos neovasos, determinando o tamanho, a posição e os tipos existentes, além de detectar se há algum vazamento.

A angiografia, além de não ser dolorosa, é bastante segura. O pa-ciente senta-se diante de um aparelho capaz de fotografar a retina e recebe a injeção de um corante em uma veia do antebraço ou da mão. A substância entrará na circulação e, ao chegar à retina, distingue os vasos sanguíneos do tecido, o que torna possível rea-lizar uma série de fotografias, com filtros especiais. A angiografia com a fluoresceína é muito segura e já foi realizada em inúmeros pacientes nos

Nervo óptico: é composto por um feixe de fibras nervo-sas que carreiam os estímulos visuais da retina ao cérebro.

O olho é um órgão complexo composto por várias estruturas anatômicas. Uma boa visão depende de seu trabalho em conjunto. Estas estruturas são:

Córnea: é uma lente transparente localizada na parte anterior do olho e ajuda na focalização dos raios luminosos que entram no globo ocular.

íris: é a parte colorida do olho. A íris fica dilatada no escuro e fechada (contraída) se houver muita claridade, funcionando como o diafragma de uma câmera fotográfica.

Cristalino: é uma lente transparente e flexível que produz o foco das imagens na retina. Com a idade o cristalino se opacifica, e então temos a catarata.

Humor vítreo: é um “gel” transparente que preenche a cavidade do globo ocular.

Retina: é uma fina película de tecido nervoso composto por dez camadas de células que recobrem a superfície interna do olho. Uma dessas camadas é formada pelos fotorreceptores (cones e bastonetes) que são células sensíveis à luz, cuja função é transformar a luz em impulsos elétricos. Outra camada importante é chamada de epitélio pigmentado da retina (EPR), que se localiza logo atrás da camada dos fotorreceptores. Sua função é de absorver o excesso de luz e transportar os nutrientes, oxigênio e os restantes do metabolismo celular entre os fotorreceptores e a coróide.

Mácula: é o centro da retina, apresentando uma densa população de fotorreceptores. O ponto central da mácula é chamado de fóvea e permite a visão de detalhes, como a leitura e a visualização das fisionomias.

Coróide: é uma camada de vasos sanguíneos que supre de oxigênio e nutrientes as camadas externas da retina.

Esclera: é um tecido fibroso, branco, que constitui a parede do globo ocular.

Medicina

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últimos 30 anos. Não produz sinto-mas na maioria dos casos, raramente ocasionando uma breve sensação de náusea ou outros sintomas que peçam cuidados.

TratamentoSe o diagnóstico, em geral, é

descomplicado, o tratamento requer atenção. O mais tradicional é a fo-tocoagulação a laser, que consiste na cauterização (queima) direta dos neovasos coroideanos. Infelizmente, poucos casos podem ser tratados des-sa forma. A possibilidade depende do tamanho, da localização e da boa vi-sualização dos neovasos nos exames realizados. Como esse tipo de proce-dimento produz uma queimadura da área tratada, a erradicação dos neo-vasos leva obrigatoriamente a algum grau de perda visual e melhora a visão apenas em poucos casos. De fato, o tratamento representa o sacrifício de uma pequena porção da retina com o objetivo de prevenir o acometimento de uma área mais extensa, caso os neovasos evoluíssem sem nenhuma intervenção. Porém, mesmo quando bem-sucedido, o laser não interrompe o processo degenerativo, trata apenas os neovasos coroideanos. Não é raro que o problema volte no decorrer do tempo, e novos exames e tratamentos podem ser indicados e repetidos para preservar a visão.

Por esses motivos, atualmente, a terapêutica mais indicada e que apresenta os melhores resultados para a preservação da visão central é a terapia fotodinâmica, que é utili-

zada no combate da forma úmida da degeneração macular. Ela se baseia no uso de um corante especial e de um laser capaz de ativar esse corante dentro dos vasos doentes, levando ao fechamento deles.

A primeira etapa consiste na inje-ção do corante numa veia do antebra-ço, como na angiografia. O corante circulará pelos vasos retinianos e se concentrará nos vasos anormais (neo-vasos). Após alguns minutos, inicia-se a segunda etapa, que consiste na aplicação da luz de baixa intensidade gerada pelo laser “frio”. Como o co-rante absorve a energia do laser por meio de um processo fotoquímico, somente os vasos doentes, nos quais o

corante se acumulou, são destruídos, não havendo danos à retina.

O tratamento é indicado nos ca-sos em que os neovasos ocupam a área central da mácula, chamada de fóvea, pois a laserterapia conven-cional nessa área produziria gran-de perda visual. O procedimento geralmente necessita ser repetido de 3 a 5 vezes no decorrer de um ano, pois os neovasos costumam reabrir entre 2 e 4 meses após cada sessão.

Existem, ainda, outros tratamen-tos alternativos, como a Cirurgia Submacular, o Transplante de EPR, a Translocação Macular e o Transplan-te de Células-Tronco. Este último tem

A perda da visão central torna difícil o reconhecimento do rosto das pes-soas e a visão de placas e sinais de rua. A leitura pode se tornar impossível. Porém, como a degeneração macular não afeta a visão periférica ou lateral, a maioria das pessoas consegue aprender a utilizar o restante da visão para manter uma vida produtiva e independente. Há uma grande variedade de recursos ópticos e não-ópticos que podem facilitar o dia-a-dia das pessoas com limitação visual.

As figuras que se seguem ilustram como o mundo é visto por pessoas com a degeneração macular e outras doenças.

A visão em diferentes patologias: Degeneração macular (área central comprometi-da), catarata (visão turva) e glaucoma (campo visual tubular), respectivamente.

Visão subnormal

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por objetivo promover a regeneração das células perdidas. Porém, até o momento, não se observaram os efeitos desejados. Os demais trata-mentos citados não apresentam, no atual estágio de desenvolvimento, resultados satisfatórios ou oferecem

A grade de Amsler é um teste rápido e simples para monitorar alterações visuais em pacientes com degeneração macular. É recomendável que o teste seja realizado algumas vezes a cada semana.

Instruções:— Se você usa óculos de leitura, coloque-os para realizar o teste.— Segure a grade na sua distância normal de leitura (35 a 45 cm).— Cubra um dos olhos.— Olhe a grade. Mantenha seu olho focado no ponto negro localizado

no centro da grade, por 30 segundos.— Sem mover o olho do ponto central, observe as linhas que compõem

a grade. Todas as linhas devem estar retas e todos os quadrados devem ser iguais. Não deve haver nenhuma área branca, escura ou distorcida na grade.

— Ligue para o seu oftalmologista se você observar qualquer alteração na sua visão.

— Use o mesmo procedimento para o outro olho.

Teste seus olhos — A Grade de Amsler

riscos demasiados.Há também outro importante

caminho terapêutico. O papel dos suplementos alimentares, como vita-minas e micronutrientes, está sendo pesquisado na prevenção ou na atenu-ação da doença. Há inúmeros estudos

nesse sentido que indicam fortemente ter havido benefício para os pacientes que os utilizaram. Um desses estudos é o AREDS (Age-Related Eye Di-sease Study) que preconizou o uso de: Vitamina C (500mg); vitamina E (400 UI); betacaroteno (vitamina A — 15 mg); zinco (80 mg); e cobre (2 mg).

Algumas pesquisas mostraram também que as pessoas com a ali-mentação rica em vegetais de folhas verdes, como o espinafre, têm menor incidência de degeneração macular. Esses vegetais são uma fonte rica de luteína e zeaxantina, ambos pigmen-tos importantes para a mácula.

Como há outros estudos científicos em andamento, no sentido de avaliar possíveis nutrientes para a prevenção da evolução da degeneração macular, os médicos recomendam uma dieta balanceada e a possibilidade de uso de complementos polivitamínicos e/ou antioxidantes, acompanhados sempre de uma prévia avaliação médica para uma segura indicação da dieta mais adequada.

Antes de tudo, vale para os olhos o que vale para todo o corpo. Para uma vida saudável é neces-sário buscar os fatores ideais de conservação da saúde, boa nutri-ção e exercícios físicos freqüentes, evitando ou tratando os fatores de risco. Visitas freqüentes ao seu oftalmologista, especialmente após os 50 anos, podem prevenir ou detectar precocemente os pro-blemas da visão. Os olhos são, por sua complexidade e perfeição, milagres da Natureza. Cabe a cada um o zelo constante destes que são nossas “janelas para a Vida”.

Outras informações na clínica:Rua Visconde de Pirajá, 407 – sala 607 – Ipanema – Rio de Janeiro/RJ, telefone (21) 2521-6589.

Medicina

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A degeneração macular seca (atrófica) progride lentamente e se caracteriza pelo acúmulo de drusas (depósitos de resíduos) na área macular. Raramente causa perda visual severa ou cegueira.

À medida que o número de drusas aumenta na área macular, observamos uma perda progressiva de células da retina, com surgimento de atrofia do tecido na área previamente ocupada pelas drusas.

Degeneração Macular Seca

Retinografia (fotografia do fundo do olho) mostrando drusas na área macular.As alterações visuais serão proporcionais ao tamanho das áreas que se tornarem atróficas.

Por razões ainda não conhecidas, 10 a 15% dos casos de degeneração macular seca desenvolvem a forma exsudativa (degeneração macular úmida) da doença. As pessoas que apresentam drusas “moles” (drusas que têm os bordos mal delimitados e ocupam uma grande área e/ou são confluentes) têm maior risco de desenvolver essa forma da doença.

Na forma exsudativa, pequenos vasos sanguíneos anormais (neovasos) crescem sob a retina. A proliferação desses vasos leva à formação do que chamamos neovascularização coroideana ou membrana neovascular subretiniana. Esses neovasos, além de não ajudarem a retina a se restaurar do processo degenerativo, permitem o vazamento de líquido e/ou sangue para o espaço subretiniano.

O acúmulo de fluido subretiniano produz distorção das imagens.

Grade de Amsler mostrando pequenas manchas ou lacunas que podem surgir com a progressão da DMRI.Não há ainda nenhum tratamento comprovado cientificamente para curar a degeneração macular seca. Felizmente, a maioria dos casos jamais progredirá para a forma exsudativa da doença.

Degeneração Macular Úmida

A visão pode se apresentar borrada, distorcida ou com uma área central cega como observado na figura e correspondente na grade de Amsler.

Com a evolução da doença, temos a formação de um tecido fibroso cicatricial na área afetada pelos neovasos e/ou pela exsudação, levando a uma perda irreversível da acuidade visual.

É importante ressaltar que esse processo atinge somente a área central da retina (a mácula). A visão periférica ou lateral não é afetada pela degeneração macular e por esse motivo não há o risco de cegueira total.

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Internacional — Flórida

O despertar de cada dia prova os efeitos da globaliza-ção no mundo. Muitos anteviam que ela atingiria

diretamente a economia, o que logo se atestou. Entretanto, é necessário registrar que a informação tornou-se instrumento poderoso e investir nela é fator preponderante. O I Congresso Internacional de Comu-nicação Brasileira, ocorrido de 25 a 27 de maio, em Fort Lauderdale, na Flórida (EUA), é exemplo dessa expansão.

Realizado no Broward Center for the Performing Arts, o encontro reuniu representantes de 250 veícu-los de comunicação brasileiros no Exterior, além de mais de 100 jor-nalistas de países como Alemanha, Austrália, Canadá, Inglaterra, Japão, Brasil e Estados Unidos.

Mídia social e integradaCongresso Internacional reúne comunicadores e autoridades nos Estados Unidos

________________Danilo Parmegiani

Fotos: Vieira Filho e Vera Reis

Segundo dados oficiais, mais de três milhões de bra-sileiros vivem fora do país e a ampla adesão internacional a este congresso demonstra quanto a imprensa brasileira tem se estruturado em outros países do mundo. Além do ciclo de palestras, ocorreu a 9ª edição do Press Award, prê-mio da imprensa brasileira nos EUA entregue aos destaques do ano em várias categorias.

A Super Rede Boa Vontade de Comunicação, mantida pela Fundação José de Paiva Netto, foi convidada pelos organiza-dores para apresentar seu papel de responsabilidade e transformação so-cial, conforme se resume no seu lema Educação e Cultura, Alimentação, Saúde e Trabalho com Espiritualida-

de Ecumênica. No painel “Rádio”, foi mostrada uma história que teve início em 1949, com o programa Hora da Boa Vontade, lançado por Alziro Zarur (1914-1979), na Rádio Glo-bo no Rio de Janeiro. Atualmente, sob a liderança de Paiva Netto, essa mensagem é transmitida por inúmeras emissoras de rádio pelo País, livros, revistas e periódicos, além de sites, produtos fonográficos e, a partir de 2000, também pela televisão. “A palestra da Super Rede Boa Vontade de Comunicação enriqueceu o evento e demonstrou a enorme credibilidade do trabalho de Paiva Netto”, destacou o jorna-lista Carlos Borges, organizador do evento, cumprimentando o Diretor-Presidente da LBV pelos 50 anos de serviços prestados à obra.

A produtora de TV Maria Fulfaro e o jornalista e organizador do evento, Carlos Borges.

O Presidente da Academia Brasileira de Letras e Ministro do TCU, Dr. Marcos Vilaça, ladeado pelos representantes da Super Rede Boa Vontade de Comunicação no evento: Danilo

Parmegiani (E) e Vieira Filho (D).

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Mídia social e integrada “É gratificante e significa o cumprimento de uma obrigação do estatuto da academia, que vem da época do Machado de Assis — tem 110 anos esse compromisso nosso de defesa da língua e da cultura brasileiras. Todo o momento que a gente identifica um esforço como esse daqui de fazer afirmação da cultura brasileira de difusão da nossa língua, a academia se junta ao esforço dessas pessoas e dessas instituições com uma adesão muito categórica. E saudamos muito entusiasticamente a iniciativa.”

Dr. Marcos Vilaça, Presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL) e Ministro do Tribunal de Contas da União.

O Presidente da Academia Bra-sileira de Letras (ABL) e Ministro do Tribunal de Contas da União, Dr. Marcos Vilaça, participou do evento como convidado especial. Em entrevista, destacou a importância do encontro para a comunicação brasi-leira no Exterior, afirmando o apoio da ABL à iniciativa. Além disso, mandou fraterno abraço ao amigo di-rigente da LBV, em reconhecimento pelo seu Jubileu de Ouro na Legião da Boa Vontade, a ser comemorado neste ano.

Ao conversar com representantes da Instituição, demonstrou júbilo em saber que a LBV foi a primeira entidade brasileira a conquistar status consultivo geral no Conselho Econômico e Social da ONU, e que o escritor Paiva Netto tem várias de suas mensagens traduzidas, pelo organismo internacional, nos seus seis idiomas oficiais, e que essas re-comendações do Diretor-Presidente da Legião da Boa Vontade têm sido

“Retribuo com muito carinho o abraço do Dr. José de Paiva Netto, que é um dos nossos eminentes

associados. A Instituição que ele preside (LBV) tem uma relação de colaboração muito forte com a ABI, por seu grande apoio na comunicação e por seus programas de assistência social”.

Presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Dr. Maurício Azêdo.

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Jornalista Roberto Calixto recomenda livros de Paiva Netto aos japoneses

O jornalista Roberto Calixto, da Editora @ Brasil (Japão), chamou a atenção para um problema que os brasileiros enfrentam no Exterior e, neste contexto, ressaltou as obras literárias do escritor Paiva Netto. “O que a gente está precisando é de apoio espiritual. A comunidade brasileira lá no Japão não está pre-cisando de um par de sapatos ou de um prato de comida. E esses livros, essa literatura de Paiva Netto, vêm ajudar nisso. Quando você pega um livro dele e presenteia uma pessoa está fazendo com que ela tome consciência das coisas boas para si mesma”, destaca.

Calixto também falou da serie-dade do trabalho promovido pela Legião da Boa Vontade e frisou que essa ação empolga outras nações. “Eu tive a felicidade de morar em frente a uma sede da LBV, em Ara-pongas/PR. Vi o trabalho que é feito todo dia, distribuindo cestas de ali-mentos para as famílias, toda aquela assistência que é dada, inclusive, assistência psicológica. Para mim foi uma alegria muito grande encontrar a LBV neste evento. Quando você tem no coração o ideal de querer ajudar as pessoas parece que tudo vem co-laborar com a gente. É isso que nós queremos: divulgar, fazer uma ação

de ajuda coletiva. E todos podem colaborar, seja com um sorriso, com uma conversa ou com algo que está sobrando, uma camisa, uma blusa para aquecer as pessoas. Eu acredito nessa parceria!”, finalizou.

Roberto Calixto, da Editora @ Brasil (Japão)

ABI, ABL e LBV nos Estados Unidos

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remetidas aos países membros da Organização das Nações Unidas com a chancela da própria ONU.

Sobre o papel da ABL neste cenário, afirmou: “É gratificante e significa o cumprimento de uma obrigação do estatuto da academia, que vem da época do Machado de Assis — tem 110 anos esse compro-misso nosso de defesa da língua e da cultura brasileiras. Todo o momento que a gente identifica um esforço como esse daqui de fazer afirmação da cultura brasileira de difusão da nossa língua, a academia se junta ao esforço dessas pessoas e dessas instituições com uma adesão mui-to categórica. E saudamos muito

entusiasticamente a iniciativa”, destacou.

Outro ilustre convidado, o Pre-sidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Dr. Maurício Azêdo, considerou muito especial ver como os colegas de profissão residentes em outros países es-tão se organizando e trabalhando pela comunicação brasileira na área internacional. Em entrevista, registrou: “Retribuo com muito carinho o abraço do Dr. José de Paiva Netto, que é um dos nossos eminentes associados. A Instituição que ele preside tem uma relação de colaboração muito forte com a ABI (...), por seus programas de assistência social”.

O Presidente da Associação Brasileira de Imprensa ressaltou a mídia da Obra, em especial a revista BOA VONTADE, cuja matéria de capa, na edição nº 203, reporta-se à história e personagens da Casa do Jornalista. “A comuni-cação da LBV tem proporcionado

“Eu tinha bem presente que a LBV tivesse tido a primazia dessa ação na área social no Brasil, recordo-me perfeitamente das primeiras atividades nos anos 1950. Então, quero enviar uma saudação e falar da apreciação do Ministério das Relações Exteriores pela ação da LBV.”Embaixador Ruy Nogueira, Subsecretá-rio-Geral de Cooperação e Comunidades Brasileiras no Exterior, do Ministério Brasileiro de Relações Exteriores.

Internacional — Florida

Danilo Parmegiani, da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, palestra sobre o relevante papel da responsabilidade social da mídia.

Os jornalistas Adriana Marchetti, da TV Record Internacional, e Amauri Soares, Diretor Executivo da Globo

Internacional, também participaram do evento.

Dr. Célio Turino, do Ministério da Cultura.

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Da esq. para a dir.: o Presidente de Honra do Congresso e ami-go da LBV, Edilberto Mendes, e Clara Angélica Porto, do The Brasilians; Cacá Santos, produtor de eventos; e Ronaldo Camargo, da Walt Disney Corporation.

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sCelso Braz, da

revista BrazilBest (Califórnia/EUA), é um dos jornalistas

que vestiram a camisa da Campa-nha LBV — Fiz um Gol pela infância

brasileira!

grande apoio às atividades da ABI, inclusive nos honrando com matéria de capa em torno de um evento importante — que realizamos em julho do ano passado —, ‘Quatro pilares da ABI’, que a LBV, por meio da revista BOA VONTADE,

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Vicente Lou, da revista Leros (Inglaterra)

Silvio de Souza, do Brazilian Press (Nova Jersey/EUA)

Outros representantes da mídia internacional

Cônsul-Geral do Brasil em Miami, José Almino, ao lado do Subsecretário-Geral de Cooperação e Comunidades Brasileiras no Exterior, do Ministério Brasileiro de Relações Exteriores, Ruy Nogueira.

Georg Siebenbrodt, da revista Brazine (Alemanha)

Patrocinada pela empresa aérea TAM, uma exposição apresentou ao público as mais destacadas publicações brasileiras com circulação internacional. Na foto, visão parcial

da mostra em que aparece a reprodução da capa da revista BOA VONTADE (nº 193) que figurou entre as principais. A histórica edição exibe ampla reportagem sobre o

Brazilian Day in New York, maior evento da comunidade brasileira no Exterior.

magnificou ao publicar na capa as fotografias dos nossos com-panheiros patriarcas da ABI: Herbert Moses, Barbosa Lima Sobrinho, Prudente de Moraes

Rede Mundial de Televisão já é transmitida na América do Norte

O primeiro dia do evento coinci-diu com o início das transmissões da RBTI (Rede Brasileira de Televisão Internacional), a nova emissora de língua portuguesa transmitida nos

Unidos, Wellington do Espírito Santo, avaliou a parceria com a Fundação José de Paiva Netto de forma muito positiva. “Temos recebido elogios pelos pro-gramas fornecidos pela Rede Mundial. Eles foram escolhidos dentro de uma pers-pectiva de trazer para os Estados Unidos as coisas boas que nosso País possui”, pontuou.

EUA, Canadá e México. A Rede Mundial de Televisão é uma das parceiras do canal e fornece algumas horas de programação educativa e cultural para a sua grade, com des-taque para o programa Boa Vontade, com Paiva Netto.

Por meio da operadora de TV norte-americana Dish Network, mais de 12 milhões de assinantes da América do Norte terão acesso via satélite e digital à programação no canal 598. O Diretor de Negócios Internacionais da RBTI nos Estados

Data: 3 e 5 de julho/2006Programação: A LBV apre-

sentará documento que reúne, com pluralidade, a ampla representação geográfica e contribuições em nome de mais de 400 entidades da América Latina: um relatório dos encontros presenciais sobre Emprego e Desen-volvimento Sustentável, que promo-veu em cinco capitais brasileiras e em Buenos Aires, durante o mês de março.

High Level Segment, promovido pelo Conselho Econômico e Social da ONU com a presença de chefes de Estado, em Genebra (Suíça).

AgendaNeto e Fernando Segismundo. Portanto, devolvo com muito ca-rinho e afeto esse abraço ao nosso consócio José de Paiva Netto”, declarou.

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Arte na Tela

Quem visita o Mu-seu do Oratório, na cidade mineira de Ouro Preto, fica des-

lumbrado com o que vê. A fé que por ali circula mexe com nossos sentimentos e imaginário e faz com que retornemos aos anos setecentos e oitocentos, época em que os costumes de uma so-ciedade extremamente religiosa tentam se ajustar aos padrões de beleza e estética vigentes. E é nesse período que aparecem os oratórios.

Confeccionados com diversos materiais como conchas, flores,

folhas secas, barro, entre outros retirados da Natureza, em formatos e tamanhos ajustados às necessi-dades dos fiéis, foram criados os oratórios de alcova, de lapinha, bala, de algibeira, esmoler, de viagem... Nos diferentes momentos da vida das pessoas daquele período, esses objetos estavam ali para guardar segredos, ouvir promessas, proteger dos perigos, estabelecendo o contato do humano com o Divino.

Simples e de farta criatividade, os oratórios trazem consigo toda uma carga simbólica e nos encantam pelas diferentes maneiras de transmitir a re-ligiosidade. Eram tão presentes que se

Protagonistasda nossa

História

Marta Jabuonsky, curadora da Galeria de Arte do Templo da Boa Vontade.

Fotos: Divulgação Museu do OratórioObra de arte do acervo do

Museu do Oratório

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No interior do museu é possível observar um rico

acervo, carinhosamente organizado por Ângela

Gutierrez, que coleciona oratórios desde menina.

perdiam no cotidiano das pessoas.Embora sua origem seja medie-

val, no Brasil eles nos remetem às caravelas de Cabral, que traziam na bagagem um oratório em homena-gem a Nossa Senhora da Esperança, iniciando, assim, uma tradição que se perpetuou pelos séculos seguintes.

No interior do museu é possível observar um rico acervo, carinho-samente organizado por Ângela Gutierrez, que coleciona oratórios desde menina. Para a concretização do projeto museológico, ela contou com a parceria da Paróquia de Ouro Preto, na pessoa do Padre Simões, que adotou a idéia com entusiasmo. Foram necessários três anos para tornar real o sonho de salvaguardar essas tradições e colocar ao alcance do público um pouco da História do Brasil e de Minas Gerais.

Instalados na antiga Casa do Noviciado do Carmo, esses bonitos objetos permitem observar o passado no presente e estabelecer os padrões morais da sociedade da época, des-cobrir a função social da Mulher, a importância da fé, a miscigenação, usos e costumes e encontrar o povo mestiço, misturando na confecção dos oratórios a criatividade popular com a estética barroca.

Ao ser entrevistada, Ângela con-tou o início da história do local e, para isso, ressaltou a importância do ato de doar: “Eu tive essa experiência em 1998 quando abri o museu e doei a

coleção para o Instituto do Patrimô-nio Histórico e Artístico Nacional. Foi uma experiência maravilhosa. Eu acho que é um momento de luci-dez que o colecionador tem e entende que a coleção é mais forte que ele e é preciso disponibilizá-la para o público”.

Falou também das emoções que sente quando pode compartilhar com as pessoas um pouco desta herança cultural brasileira. E refletiu alto: “Eu acho que as nossas raízes religiosas estão muito bem plantadas neste mu-

seu e ele é, além de tudo, um motivo de reflexão”.

Mas quem é esta mineira bri-lhante? Ângela é filha de Flávio Gutierrez, que, com a família Andrade, montou a construtora Andrade Gutierrez. E foi do pai que herdou o amor pela Arte Brasileira, sua história e também o gosto por colecionar. E é graças a ela que no Museu do Oratório podemos co-nhecer um pouco da religiosidade brasileira e da vida social da Colônia e do Império.

Obra de arte do acervo do Museu

do Oratório

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BOA VONTADE

Ícone da Literatura Nacional, o acadêmico Antonio Olinto fala de brasilidade e do valor da Educação para o desenvolvimento do país.

Pela leitura formam-se cidadãos críticos, seres pensantes e reflexivos, o que, sem dúvida, colabora

na edificação do País. Tendo em mente esse princípio, o ilustre aca-dêmico Antonio Olinto, que ocupa a cadeira nº 8 da Academia Brasileira de Letras, desenvolve um amplo projeto na área.

A iniciativa dispõe de 29 bi-bliotecas populares distribuídas em diversos bairros, sem contar outras nove que são móveis e circulam na periferia a serviço da informação. O projeto é da Secretaria das Culturas do mu-nicípio do Rio de Janeiro e do Departamento Geral de Docu-mentação e Informação Cultural. Neste 10 de maio, o professor

universitário, que também é confe-rencista internacional e possui mais de 55 livros publicados em diversos idiomas, completou 87 anos bem vividos.

Ele esteve no Centro Educacional da LBV, na capital fluminense, e foi entrevistado para o programa Ecume-nismo, da Rede Mundial de Televisão. Ao chegarem ao local, o acadêmico e sua assessora, Beth Almeida, foram recebidos pelas crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade na zona norte do Rio. “É um prazer estar na LBV. (...) Aqui encontrei pessoas que são o Brasil do futuro. São os jovens, desde os meninos até os maiore-zinhos, estudando e aprendendo a ser brasileiros. E isso é importante; não encontramos em toda parte. Se não criarmos esses brasileiros para

nós não existiríamos”“Sem o livro

Academia Brasileira de Letras

serem brasileiros de verdade, para onde vai o País? Ele só pode ir para um lugar certo, verdadeiro, normal e bonito com essas crianças prepa-radas para tomar conta dele daqui a pouco”, frisou Olinto.

De forma descontraída, o bate-papo inicia e o escritor narra pas-sagens de sua infância e de como descobriu a vocação para tornar-se escritor. Também conta sobre suas viagens pelo mundo como adido cultural brasileiro, divulgando e defendendo a Língua Portuguesa, o desafio de estar na Academia Brasileira de Letras, o trabalho com as bibliotecas populares, além de externar o seu apoio integral à LBV, por fazer da Educação a meta principal para formar os futuros cidadãos.

_____________Simone Barreto

Registro histórico de uma das ruas de Ubá/MG, onde nasceu Antonio Olinto.

Fotos: Arquivo pessoal

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BOA VONTADE

Revista BOA VONTADE — Desde criança o senhor queria seguir duas profissões. Conte um pouco sobre esses projetos da infância.

Antonio Olinto — Eu nasci no interior de Minas Gerais e, depois, vim para Campos/RJ. Estudei para ser padre, em Belo Horizonte/MG e em São Paulo/SP. Mas desde criança, quando vivia nas pequenas fazendas de Pinhal, terra da minha mãe, eu pensava em garatujar alguma coisa no papel. Ficava admirado em abrir um livrinho e começar a ler. E, então, perguntava à minha mãe: “De onde é que vem isso?”. Ao que ela dizia: “É o escritor quem escreve”. Daí, pensava: “É isso que eu quero ser! Eu quero ser esse escritor que escreve”.

Na verdade, eu quis seguir

uma profissão antes, pois morava num bairro em frente da estação da estrada de ferro da cidade e, todo dia, observava o trem saindo e voltando. Até que certa vez me perguntaram: “O que você quer ser no futuro?”. E eu respondi: “Maquinista de trem, porque está sempre viajando. Ele vai e volta”. E consegui viajar para o mundo inteiro: fui parar na China, Aus-trália, Japão, na Cochinchina, Ni-géria e África (onde morei muito tempo e também vivi na Europa). Sem querer, aquela imagem do trem saindo toda hora, levando gente para viajar, me transportou ao mundo para fazer conferências e dar aulas.BV — O senhor comentava a respeito da proposta da

educação integral da LBV e fez uma associação com a sua escolha de ser também um escritor integral. Como foi isso?

Antonio Olinto — Eu estava no seminário para me tornar padre. Mi-nha família é muito católica. Tinha dois bispos nela, um em cada famí-lia, inclusive. Por isso, é natural que eu fosse para o seminário quando jovem. Ao chegar lá, comecei a es-crever. Um dia, o bispo Dom Hen-rique César Venâncio de Mourão — meu querido amigo — leu um poema meu e disse: “Você não pode ser as duas coisas, pois tem de ser um homem integral. Se você quiser ser escritor, tem de ser integral-mente escritor. Se optar ser padre, é necessário ser integralmente pa-dre. Você precisa escolher”. Tentei conciliar, mas não dá para fazer as duas coisas. Você quer ser escritor? Seja-o integral. Então, saí do semi-nário pensando simplesmente em me tornar escritor.

BV — O que inspira seu trabalho?

Antonio Olinto — Eu tenho doze romances. Mas sabe o que me inspi-rou a escrevê-los? A África! Um belo dia, Tancredo Neves (1910-1985), que era Primeiro-Ministro, me disse:

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Antonio Olinto ao lado de sua saudosa e querida esposa, a escritora e jornalista zora Seljan, com quem foi casado por 51 anos. Ao Espírito eterno de Dona zora, que no último 25 de abril nos deixou, as melhores vibrações de carinho, Paz e amor da LBV e de seu dirigente.

zora e Olinto, 1955, ano em que se conheceram.

O escritor no tempo do seminário, aos 11 anos.

O acadêmico em visita à escola da LBV no Rio de Janeiro

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BOA VONTADE

Cultura

“Eu quero mandar você como adido cultural para a África, na Nigéria, em Lagos. Você aceita?”. E eu respondi: “Correndo! A minha mulher Zora Seljan é especialista em assuntos africanos. Será ótimo!”. E lá fomos nós dois para a África. Ao chegar encontramos uma comunidade imen-sa falando português, formada por ex-escravos. Depois que foi abolida a escravatura, eles resolveram voltar para a terra de seus pais. Em Lagos, havia uma comunidade brasileira imensa indo à Igreja Católica (...). Cheguei à conclusão de que o Brasil precisava conhecer isso e, então, con-tei a história desse pessoal num livro chamado A Casa da Água.

BV — Além da grande experiência que adquiriu vivendo na áfrica, morou bastante tempo na Inglaterra. Quais lembranças possui daquele País?

Antonio Olinto — Morei em Londres durante 25 anos. Não o tem-po todo, eu vinha ao Brasil até quatro vezes por ano, com a Zora. (...) Vivia lá dando aulas, falando sobre Brasil, contando histórias daqui. Zora e eu fundamos, em 1973, um jornal em Londres e em inglês, chamado: The Brazilian Gazette. Teve uma vez, por exemplo, que ocorreu um problema e lá fui eu para a Universidade de Oxford — a grande universidade

Oxford —, fazer conferência sobre um problema indígena do nosso País, que ainda é um problema, mas naquele tempo, há uns trinta anos, era muito maior.

Toda a minha vida foi dando aula, porque eu me acostumei a chegar às salas e contar como é o Brasil. Em português, realizei conferências na Austrália, Chi-na, Japão, mostrando inclusive a nossa Língua Portuguesa que é a quarta mais utilizada no mundo (são 230 milhões de pessoas fa-lando português, o que o torna um idioma de peso no mundo, tanto pela quantidade de gente que fala a língua, quanto pelo número de livros publicados), e, portanto, é uma cultura de Língua Portugue-sa. E nós temos de defendê-la ao máximo.

BV — Como foi eleito imortal da ABL?

Antonio Olinto — Quando deixei de viver no Exterior pude entrar para a Academia Brasileira de Letras. Observem: a ABL é a defensora número 1 da Língua Portuguesa e da literatura nacio-nal, isto é, existe para defender a cultura do Brasil. Machado de Assis (1839-1908) foi o nosso maior escritor e foi ele quem fun-dou a Academia para preservar o idioma. Quando entrei para a ABL, já no meu discurso de pos-se, falei sobre a Presidência de Machado, colocando dois grandes escritores brasileiros lado a lado: ele e Euclides da Cunha (1866-1909) — um homem do litoral e outro do interior —, com lingua-gens e pensamentos opostos. Eram amigos pessoais, representando duas direções, e continua sendo assim.

BV — Quais suas impressões sobre o trabalho de incentivo à cultura realizado nos centros educacionais da LBV?

Antonio Olinto — A grande alegria que tive hoje foi visitar cada setor desse órgão da Legião da Boa Vontade. Observei as crianças — algumas dormindo,

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Antonio Olinto discursa, em 31/7/1997, na solenidade da ABL que o recebeu como novo imortal. Ao lado, na ocasião, o saudoso acadêmico Geraldo França de Lima (1914-2003).

O acadêmico recebe o Título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro do Deputado Estadual Glauco Lopes

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outras correndo —, e quando elas se reuniram perto de mim, eu dis-se: “Aqui está o futuro do Brasil”. E, de fato, é o futuro do nosso País. Por isso, temos de ensinar a eles a brasilidade: livros brasileiros, assuntos brasileiros, futebol bra-sileiro, enfim, tudo o que for do nosso País. Precisamos despertar esse espírito (...).

BV — Como é seu trabalho à frente do Departamento Geral de Documentação e Informação Cultural, do Rio de Janeiro?

Antonio Olinto — Dirijo, com a minha assessora, Beth, vinte e nove bibliotecas populares e outras nove volantes, por meio de Kombis que circulam em regiões onde não há biblioteca. Sem o livro nós não exis-tiríamos. O livro nos ensina tudo. É ele quem nos forma integralmente, quem nos cria. (...) Quando estive no Japão, peguei um trem para ir de Tóquio para Kioto. Ao olhar para trás, vi umas vinte pessoas sentadas e, to-das, tinham um livro na mão. Todas! Então qual é a estatística? Cada japo-nês lê 25 livros por ano. Sabe quanto é a média de leitura do brasileiro?

Dois livros. Há uma diferença muito grande saber que aquele povo lê essa quantidade de livros. Isso quer dizer que ele está mais bem preparado do que o nosso que lê só dois em média. É claro que esse fato ocorre porque uma grande parte é analfabeta.

O Brasil tem 35 milhões de analfabetos absolutos. É muita coisa! Esse número significa 8 vezes o Uruguai (o país tem 4 milhões de habitantes). Nós temos o equivalente a 8 Uruguais que não falam e que não lêem. (...) “Como é que nós agüenta-mos isto?”, li a discussão nos jornais. Não tem o que discutir. É necessário ensinar a ler. (...) A China, depois do grande movimento comunista que eles tiveram no começo de Mao Tse Tung (1883-1976), que foi mais ou menos complicado, veio Deng Xiao-ping (1904-1997) e disse: “Temos de mudar a Educação”. Observe a Chi-na hoje. É a Educação. Então, como é que temos mais de trinta milhões de analfabetos absolutos? Não podemos. E para isso é que existe a LBV: para evitar que essa situação continue como está. Para que exista isso que eu vi hoje aqui na Legião da Boa Vontade: toda essa criançada, desde o bebê até os mais velhos, fazendo atividades, aprendendo a ler e é isso que precisamos fazer. Vocês podem contar com o meu apoio integral!

Os relevantes serviços prestados nas áreas da Literatura Brasileira e da Cultura — com a criação das Bibliotecas Populares — e a atuação na ABL conferiram ao ilustre An-tonio Olinto o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro. A cerimônia ocorreu na Academia Brasileira de Letras, em 23 de março, e o escritor e jornalista recebeu o prê-mio das mãos do Deputado Estadual Glauco Lopes.

Durante a entrega, o Acadêmico contou trechos de sua história ao

longo dos seus 87 anos, inclusive sobre sua dedicação ao jornalis-mo. “Sou o professor mais velho em anos de trabalho contínuo. Comecei a dar aulas com 14 anos e não parei até hoje”, afirmou. A assessora do Departamento de Cultura e Informação, da Secretaria das Culturas do Município do Rio de Janeiro, Beth Almeida, também recebeu a moção de congratulações por sua competente ação com Antonio Olinto nas Bibliotecas Populares.

O mineiro-fluminense

Reprodução da capa do jornal, em inglês, The Brazilian Gazette, fundado pelo escritor e sua esposa em Londres (Inglaterra).

Com zora, Pierre Verger, Mãe Senhora e o Embaixador Henry Senghor, do Senegal.

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Melhor Idade

Integrantes do Grupo de Convi-vência da Terceira Idade da LBV, de Recife/PE, puderam voltar os olhos ao passado e vislumbrar

capítulos da história da bela Veneza brasileira. A iniciativa é da Secretaria de Turismo da capital pernambucana que, por meio do projeto Conheça Melhor sua Cidade, possibilita aos cidadãos um passeio histórico pelos principais pontos turísticos.

O projeto é coordenado por Mariinha Aschoff e tem a ajuda da historiadora Isabel Gonçalves Lima, que, durante o trajeto, ex-

plica as manifestações políticas do bairro do Recife e Santo Antonio, as quais contribuíram para o desenrolar do pro-cesso de independência do Brasil.

No dia 10 de maio, o senhor Severino Perei-ra de Lima, ao lado dos amigos que também são beneficiados pela Legião

da Boa Vontade, esteve no Palácio do Campo das Princesas, instalado na Praça da República. Para conhecer

Idosos atendidos pela LBV na capital pernambucana conhecem a história da cidade em rota turística

O Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade em Recife/PE está localizado na Rua dos

Coelhos, 219, Boa Vista. Telefone: (81) 3413-8600.

o prédio construído em 1841, sede do governo do Estado, os vovôs e vovós foram divididos em dois grupos de 20 pessoas. Lá, visitaram o Salão de Banquetes, Sala de Re-cepções, Salão das Bandeiras, onde ocorrem as solenidades do governo, e, ainda, as salas dos Embaixadores e Embaixatrizes — nesta última, o go-vernante troca presentes com rainhas que visitam o Estado.

Eles conheceram também os dor-mitórios do local e jardins projetados, em 1937, por Burle Marx (1909-1994). Em seguida, foram para a Praça da República, construída na mesma época do Palácio do Governo e do Teatro Santa Isabel, planejados pelo arquiteto francês Louis Léger Vauthier (1815-1877).

E o senhor Severino, feliz por conhecer um pouco mais da his-tória de sua terra natal, ao término do passeio, sintetizou: “Só a LBV para nos proporcionar essa alegria. Com meus 66 anos estou vendo coisas que nunca vi na minha vida inteira, descobrindo a história. Mas sempre há tempo para novas descobertas”.

Um passeio pelo

Recife antigoFotos: Vânia Besse

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Neste período em que se aproxima o inverno, as mudanças climáticas bruscas causam o au-

mento da incidência de problemas respiratórios. Tanto crianças como os mais idosos são os mais afetados. A prevalência da asma no idoso é semelhante à dos grupos jovem e de meia-idade, oscilando entre 4,5 e 8%. Acredita-se que, aproximadamente, 50% dos casos de asma com início na Terceira Idade ocorram durante ou imediatamente após uma infecção respiratória.

O não-diagnóstico da asma, que é um problema em todos os grupos etários, é maior nos idosos, pois o tempo em anos de doença não de-tectada é superior, sendo classificada em dois grupos: asma recorrente e a enfermidade com início tardio. A primeira pode manifestar-se na ju-ventude e, apesar de aparentemente curada, pode voltar a apresentar seus sintomas na Terceira Idade. Já a asma de início tardio costuma manifestar-se após os 60 anos.

Para uma melhor qualidade de vida, vale a observação dessas dicas do Ministério da Saúde sobre como evitar o agravamento do problema e favorecer uma recuperação mais tranqüila durante o tratamento:

Aqui estão alguns modos para manter a casa livre de substâncias que poderiam tornar sua respiração

Cuidados para

mais difícil e tornar sua vida menos saudável:

Cuidados com sua roupa de cama:

Forre o colchão e travesseiros com coberturas de plástico com zí-peres. Lave as roupas de cama uma vez por semana em água quente. Lave cuidadosamente os traves-seiros a seco uma vez por mês.

Ter um animal de estimação pode não ser uma boa idéia. Mas se tiver, siga cuidadosamente as seguintes instruções:

Dê banho toda a semana. Use o aspirador de pó diaria-

mente.

Cuidados gerais a serem tomados:

Fique longe de mofo e ou-tras coisas que o prejudiquem. Se fizer uso de vaporizador, lim-pe-o freqüentemente. Fi-que em lugar seguro quando a umida-

de ou a concentração de pólen é alta. Use ar condicionado para esfriar sua casa em vez de janelas abertas. Fique longe de fumaça de cigarro. Tome seus medicamentos exatamen-te como recomendação médica.

Procure ajuda médica imediatamente se:

Tossir, chiar ou estiver com falta de ar, até mesmo usando o remédio.

Estiver resfriado ou com outra infecção respiratória.

Tiver de usar a bombinha mais do que 6 vezes por dia.

evitar a asmaFonte: Ministério da Saúde

Outras informações: portal.saude.gov.br

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(1) Lara Elize Alves Barcelos, 3 anos, São Paulo/SP; (2) Júlia Gabriela Quednau de Andrade, 1 ano; (3) João Pedro Guerra Sotero de Oliveira, 2 anos, Rio de Janeiro/RJ; (4) Tifany Dantas Alves, 6 anos, São Paulo/SP; (5) Joaquim José da Fonseca Viana, Brasília/DF, (6) Anny Caroliny Dantas, 7 anos, Bauru/SP; (7) Maria Lívia Tavares da Rocha, 2 anos, Americana/SP; (8) Regiane Amaral Oliveira Dantas, 9 anos, São Paulo/SP; (9) Maycon Lucas Cordeiro Freitas, 2 anos, Rio de Janeiro/RJ; (10) Giovanna Kauany, 1 ano, Brasília/DF; (11) Paulo Henrique Dantas Borges, 2 anos, São Paulo/SP; (12) Letícia Maria Medeiros Rodrigues (esquerda), 8 anos, e Caroline Couto, Cachoeirinha/RS; (13) Julia Ramalho Salles, 3 anos, Araruama/RJ e (14) Wanderson Junior Guarany Novo Gonçalves,

3 anos, Niterói/RJ.

Soldadinhos de Deus

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Jesus, vendo a multidão, subiu ao monte. Sentando-se, aproximaram-se Dele os Seus Discípulos, e Jesus ensinava, dizendo:Bem-Aventurados os humildes, porque deles é o Reino do Céu.Bem-Aventurados os que choram, porque eles serão consolados pelo próprio Deus.Bem-Aventurados os pacientes, porque eles herdarão a Terra.Bem-Aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque eles terão o amparo da Justiça Divina.Bem-Aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.Bem-Aventurados os limpos de coração, porque eles verão Deus face a face.Bem-Aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.Bem-Aventurados os que são perseguidos por causa da Verdade, porque deles é o Reino do Céu. Bem-Aventurados sois vós, quando vos perseg-uem, quando vos injuriam e, mentindo, fazem todo o mal contra vós por minha causa. Ex-ultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão no Céu. Porque assim foram perseguidos os Profetas que vieram antes de vós.

Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha de Jesus

(Evangelho do Cristo, segundo Mateus, 5:1 a 12.)

Resp.: CONFIA EM JESUS!

Descubra o enigma

Mande sua foto, recadinho ou um desenho para a página dos Soldadinhos de Deus. Não se esqueça de colocar nome, idade e cidade onde mora.

Rua Doraci, 90, Bom Retiro,São Paulo/SP – CEP 01134-050E-mail: [email protected]

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Ação Jovem LBV

Curtas:

No Rio Grande do Norte, a Le-gião da Boa Vontade, em parceria com o Natal Voluntários, participou do Dia Global do Voluntariado Jo-vem edição 2006, que teve como tema central Prevenir é Melhor. Uma das ações foi a realização de palestra e panfletagem para cons-cientizar os cidadãos a respeito das doenças sexualmente transmissí-veis. Voluntários e amigos da LBV levaram faixas com pensamentos do Diretor-Presidente da Instituição, José de Paiva Netto, a exemplo deste: “Aids: o vírus do preconceito mata mais do que a doença”.

Em Brasília/DF, nos dias 30 e 31 de março, o Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados, foi o palco do Seminário Nacional de Juventude. O encontro reuniu representantes de movimentos jovens de todo o Brasil para discutir o Projeto de Lei nº. 4.530, de 2004, do Plano Nacional

de Juventude (PNJ). O evento contou com a presença dos Jovens Legioná-rios, que levaram para as discussões o assunto Espiritualidade Ecumênica e contou com a forte participação nas oficinas relacionadas ao trabalho, educação e cidadania, ajudando na construção legal do texto do PNJ.

www.acaojovemlbv.com.br

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Opinião

É por meio da arte e da cultura que os jovens de todas as idades do Brasil e Exterior reverenciam o

Jubileu de Ouro de Paiva Netto na Seara da Boa Vontade. Para celebrar a data (29 de junho de 2006), foi lançado o Festival Internacional de Música, no qual grupos musicais expressam o sentimento de gratidão ao Líder do movimento. As melhores

Festival Internacional de Músicacomposições farão parte do CD Comemorativo dos 50 anos de Paiva Netto e serão apresenta-das durante evento comemo-rativo no dia 15 de julho, no Ginásio da Portuguesa, em São Paulo/SP.

Um ponto forte do Festival, que mobilizou as cinco regiões brasileiras nos meses de abril e maio, foi mostrar as várias faces da cultura brasileira e isso foi

possível graças às seis edições do acontecimento. As cidades que sediaram o encontro musical foram: Curitiba/PR (que reu-niu a Região Sul), Brasília/DF (Centro-Oeste e Norte), Rio de Janeiro/RJ (que agitou a juven-tude do Estado), Salvador/BA (Nordeste), Belo Horizonte/MG (Minas Gerais e Espírito Santo) e São Paulo/SP (com a militância juvenil do interior e capital).

Ação Jovem LBV

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O trabalho da Legião da Boa Von-tade vai além-fronteiras e empolga outras nações. A família Saner prova isso. Mesmo morando na Suíça, cola-bora com a LBV desde 1998, ao mo-bilizar crianças das comunidades de Ramiswil e Mümliswil, pertencentes ao Cantão* Soleura, para angariar re-cursos que são entregues à Instituição em Recife/PE.

Por intermédio da pernambucana Ana Saner, eles escolheram a LBV para receber as doações arrecadadas pelas crianças no país localizado na região central da Europa. Ela e o esposo retornaram à Instituição para entregar os donativos recolhidos em uma grande mobilização.

A pedagoga Margrit Saner explica que os pequeninos da Suíça

“Colaboração de criança para criança”

se empenharam na confecção de artesanato, car-tões de Natal e bolos para serem vendidos em prol da Legião da Boa Vontade. “As crianças tiveram muita força de vontade. É uma co-laboração de criança para criança, veio do coração”, disse emocionada a educadora, acrescentando: “A LBV é muito importante para as crianças do Brasil”. Ana Saner, feliz por aju-dar, afirmou: “Trouxemos, desta vez, uma quantia muito boa. Os meninos e meninas se empenharam bastante. Estou impressionada com o que vi aqui na LBV, tudo muito bonito”.

Em retribuição, cada membro da família recebeu uma camiseta da Campanha LBV— Fiz um Gol pela infância brasileira!, que conta com o apoio de craques do futebol brasileiro e persona-lidades do Esporte, que cederam autógrafos.

* Cantão — unidade político-territorial em alguns países europeus, como a Suíça.

____________Adriane Mafra

Crianças da LBV homenageiam tribos indígenas em Manaus

Vista parcial do Centro Comunitário e Educacional da

LBV, em Manaus/AM, que está localizado na Avenida Manicoré,

100, Cachoeirinha, tel.: (92) 3215-7930.

O Amazonas, maior Estado da Federação Brasileira, é também o que abriga o maior número de etnias indíge-nas espalhadas ao longo da imensidão de seu território. Ao todo, 64 tribos formam numerosa população que influencia dire-tamente a maneira de ser do amazonense, chegando mesmo a alcançar aqueles que aqui escolhem morar. No Dia do Índio, 19 de abril, a data foi festejada no Centro

Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade de diversas formas. As crianças atendidas pelo Programa LBV: Criança — Futuro no Presente! partici-param de atividades tais como: gincanas, criação de poesias, montagem e exposição de murais e dramatização. Os pequenos conheceram os principais trabalhos in-dígenas e a importância de respeitarem todas as culturas.

Acontece

Família Saner e algumas das crianças amparadas pela LBV na capital do frevo

___________Vânia Besse

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