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3135017.doc 1
ESTADO DE SANTA CATARINA TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DIRETORIA DE CONTROLE DE LICITAÇÕES E CONTRATAÇÕES – DLC INSPETORIA 1
1. INTRODUÇÃO
O presente relatório tem como objetivo verificar o estado das pontes sob
jurisdição do DEINFRA no tocante a aspectos relacionados à manutenção,
durabilidade e estado geral de pontes inseridas em rodovias estaduais no Município
de Florianópolis, com base em seleção por amostragem considerando as diversas
regiões do Estado.
Ressalta-se que o relatório em tela advém de um planejamento para a
realização de um roteiro piloto em pontes estaduais localizadas no Município de
Florianópolis, com o objetivo, entre outros, de uniformização do conhecimento dos
técnicos deste TCE para realização de futuras inspeções neste sentido.
Este relatório justifica-se pelo em função de indícios de problemas em
relação à manutenção (ausência de programa específico para tal, sob a
responsabilidade do DEINFRA), segurança e durabilidade das pontes, utilizando
como exemplo a auditoria realizada nas Pontes Pedro Ivo e Colombo Sales no ano
de 2007 por este TCE.
Ressalta-se que se trata apenas de uma inspeção in loco, para verificação
do estado físico das pontes, ou seja, no presente relatório não se analisará
documentos normalmente verificados em auditorias de obras, tais como, licitações,
PROCESSO N.º RLI 09/00076038
ORIGEM TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO / DLC
UNIDADE GESTORA DEPARTAMENTO ESTADUAL DE INFRA-ESTRUTURA – DEINFRA
RESPONSÁVEL SR. ROMUALDO THEOPHANES DE FRANÇA JÚNIOR
INTERESSADO SR. ROMUALDO THEOPHANES DE FRANÇA JÚNIOR
CARGO PRESIDENTE DO DEINFRA
ASSUNTO INSPEÇÃO IN LOCO EM PONTES SOB JURISDIÇÃO DO DEINFRA NO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS
RELATÓRIO N.º DLC / INSP.1 / 304/08
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contratos, medições, aditivos, pagamentos e termos de recebimento. Além de não
ser o foco da presente inspeção, as pontes verificadas na presente inspeção foram
executadas há mais de 20 (vinte) anos.
A partir disto, a inspeção às pontes foi autorizada por ato do Presidente do
Tribunal de Contas, através de despacho no Memorando n.º 204/2008, de
02.06.2008 (fls. 04 e 05).
Portanto, esta Diretoria de Controle de Licitações e Contratações – DLC, em
cumprimento às atribuições deferidas ao Tribunal de Contas pela Constituição da
República, art. 31, § 1.º, pela Constituição Estadual, art. 58 e 59, e pela Lei
Complementar Estadual n.º 202 de 15 de dezembro de 2000, art. 1.º, V e § 2.º c/c
6.º, realizou inspeção em pontes estaduais no Município de Florianópolis, nos dias
02 e 03 de julho de 2008, quando foram designados os técnicos, Auditores Fiscais
de Controle Externo Engenheiros Ricardo Caruso Mac-Donald (coordenador), João
Roberto de Sousa Filho, Álysson Mattje, Pedro Jorge Rocha de Oliveira e Juliana de
Sá Brito Stramandinoli, conforme Ofício de encaminhamento n.º TCE/DLC/AUD.
8.324/2008, datado de 24.06.2008 (fls. 06 e 07).
2. PLANEJAMENTO DA AUDITORIA
Inicialmente, quando do planejamento da Auditoria, conforme Ofício já citado
verificou-se documentos e informações relativos às pontes estaduais, quais sejam:
- Produtos (Relatórios) referentes à inspeção de pontes do Contrato n.º PJ
345/04 firmado entre o DEINFRA e a empresa A.P.P.E.;
- Cadastros existentes das pontes da malha rodoviária estadual;
- Programa de manutenção das pontes da malha rodoviária estadual, se
existente;
- Disponibilidade orçamentária para a manutenção de pontes;
- Ações desenvolvidas nos dois últimos anos relativas à manutenção das
pontes.
A partir desta solicitação o DEINFRA encaminhou ao TCE, entre outros,
documentos referentes à avaliação de obras de arte especial (fls. 09 a 58 – cópias
parciais), elaborado pela empresa APPE, conforme Contrato PJ n.º 345/04. Com
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base nestas avaliações delimitaram-se quais pontes, no Município de Florianópolis,
seriam inspecionadas. As pontes escolhidas foram as seguintes, conforme mapa da
Ilha de Florianópolis à folha 79 (indicações com círculo em azul):
- Ponte sobre o Canal da Barra da Lagoa – SC 406;
- Ponte sobre o Rio Ratones – km 6,7 – SC 401;
- Ponte sobre o Rio Ratones – acesso à Jurerê – SC 402;
- Ponte sobre o Canal do DNOS – SC 402;
- Pontes sobre o Rio Palha (ponte mais antiga) – SC 401;
- Pontes sobre o Rio Papaquara – SC 401;
- Ponte no Pântano do Sul, sobre o Rio Quinca Antônio – SC 406;
- Ponte sobre o Canal do Peri – SC 406;
- Ponte sobre o Rio Tavares – km 34,6 – SC 401;
- Ponte sobre o Rio Tavares – localidade de Rio Tavares – SC 405.
Portanto, foram escolhidas estas 10 (dez) pontes para se fazer a inspeção
piloto. Destaca-se que, sobre os rios Papaquara e Palha, ao lado das pontes
inspecionadas há outras, porém, de execução bem mais recente, ficando assim, fora
do escopo da inspeção.
Destaca-se que, na realização do planejamento, utilizou-se como bibliografia
básica, entre outros, a Dissertação de Mestrado apresentada pelo Auditor Fiscal de
Controle Externo, Eng.º Álysson Mattje, membro desta Equipe de Inspeção, em 2003
na Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, com o seguinte título:
“Contribuição ao Estudo da Durabilidade de Pontes em Concreto do Sistema
Rodoviário de Santa Catarina (Litoral e Vale do Itajaí)”, sob a Orientação do Prof. Ivo
José Padaratz, Phd.
Ficou definido no planejamento que basicamente os aspectos a serem
observados em cada uma das pontes seriam os seguintes:
- Infra-estrutura (fundações);
- Meso-estrutura (pilares);
- Super-estrutura (vigas e lajes);
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- Encontros e cabeceiras;
- Drenagem;
- Sinalização;
- Aterros;
- Guarda-corpos, barreiras e defensas;
- Realização de ensaios de dureza superficial do concreto.
Além disto, na inspeção a cada uma das pontes, anotar-se-ia algumas
características das pontes, tais como:
- Localização;
- Dimensões;
- Configurações em planta e perfil;
- Tipo de estrutura.
Para tanto, no planejamento desta inspeção, elaborou-se papéis de trabalho,
no caso planilhas, para preenchimento das informações quando da realização da
inspeção in loco. Quando da inspeção efetivou-se também os devidos registros
fotográficos.
2.1. MANUTENÇÃO E DIAGNÓSTICO DAS ESTRUTURAS
Inicialmente destaca-se que as estruturas devem ser calculadas, detalhadas
e construídas sob a consideração do ambiente em que estão envolvidas,
considerando-se uma manutenção apropriada, implicando, consequentemente na
realização de inspeções. Além disto, nos pontos mais críticos da estrutura, deve-se
prever também inspeções mais intensivas e particulares.
No caso particular de pontes, como haverá apenas um responsável durante
toda sua vida útil, no caso o governo, seja ele municipal, estadual ou federal, faz-se
necessário que os órgãos competentes tenham possibilidades para definir a mais
adequada política de manutenção, assim como, dispor de pessoal qualificado e
devidamente instrumentado para executar as manutenções com qualidade.
De acordo com o British Standarts 3811, de 1984, (norma britânica)
manutenção estrutural é: “combinação de todas as ações de caráter técnico e/ou
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administrativo que tenham por fim garantir ou restabelecer, para uma determinada
estrutura, as condições necessárias para que esta desempenhe, adequadamente,
as funções para as quais foi concebida”.
Logo, qualquer estrutura deverá ser concebida, projetada e detalhada
segundo critérios de resistência e durabilidade, obedecendo aos seguintes aspectos:
- Facilidade de execução;
- Definição e execução de um sistema adequado de cadastramento e
registro, garantindo acesso conveniente para as inspeções técnicas;
- Níveis de qualidade de execução e manutenção, definidos e controlados
desde antes da finalização do projeto;
- Prévio estabelecimento de uma estratégia de manutenção.
Desta forma, se a estratégia de manutenção for definida a tempo,
certamente será indicada a necessidade de que uma estrutura seja
convenientemente cadastrada, estabelecendo um sistema de base de dados
pertinente àquela estrutura. Desta forma, os trabalhos de manutenção estratégica de
uma estrutura contemplariam as seguintes fases:
- Cadastro: Deve-se manter um efetivo controle das atividades rotineiras de
manutenção. Este cadastro deve conter ao menos um histórico da
construção, compreendendo os projetos completos, investigações
preliminares, diário de obra, relatórios da fiscalização; intervenções técnicas
já realizadas e documentadas; recebimento da obra; registro de vistorias de
rotina já realizadas; documentação fotográfica e/ou vídeo e ficha resumo,
contendo as características da ponte, inclusive os pontos críticos, para
serem mais cuidadosamente avaliados, quando das inspeções.
- Inspeção Periódica: Elemento indispensável na metodologia da
manutenção preventiva, devendo ser adequada para cada tipo de estrutura,
consistindo na programação de uma série de observações de caráter
expedito que, ao serem relatadas em formulários adequados à
particularidade da obra e ao meio ambiente, permitirão a tomada de
providências necessárias. Devem ser registrados todos os danos e
anomalias encontrados, para posterior análise.
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- Inspeções Condicionadas: Devem ser feitas sempre que alguma inspeção
periódica detectar a existência de problemas nas estruturas. É uma inspeção
realizada com mais equipamentos e pessoal mais qualificado, devendo ser
feito um cuidadoso mapeamento patológico, o qual servirá de base para o
projeto, especificação e quantificação dos serviços de recuperação e/ou
reforço.
- Serviços de Limpeza: Todas as estruturas devem estar sujeitas a uma
rotina de limpeza. No caso das pontes, por estarem sujeitas às ações de
intempéries, este serviço tem importância redobrada. Como por exemplo, o
crescimento de plantas nas juntas de dilatação. Suas raízes penetram no
concreto danificando-o, além da própria infiltração de água neste ponto da
estrutura.
- Serviços de Reparos ou Reforços: Podem ser classificados de pequena ou
grande monta. Os de pequena monta são reparos ocasionais ou de
manutenção rotineira. Os reparos de maior valor podem ser divididos em
três grupos básicos: renovação integral do pavimento, revisão da
impermeabilização e execução de reparos ou reforços estruturais.
A partir das inspeções realizadas pode-se, muitas vezes chegar a um
diagnóstico da situação da estrutura (ponte) que é a identificação e descrição do
mecanismo, das origens e das causas responsáveis pela patologia encontrada em
uma estrutura ou elemento estrutural. A constatação de manifestações patológicas
pode decorrer tanto de um sintoma externo evidente, ou de uma vistoria cuidadosa
efetuada dentro de um programa rotineiro de manutenção.
Quando se verificar que a estrutura de uma ponte apresenta problemas, faz-
se necessária uma vistoria mais detalhada, objetivando a determinação da real
condição da estrutura, avaliando-se as anomalias existentes, suas causas e
providências a serem tomadas.
A fase do levantamento de dados é extremamente importante, pois é esta
etapa que fornecerá subsídios necessários para que a análise possa ser feita
corretamente.
Quando da elaboração do diagnóstico da estrutura, deve-se fazer uma breve
introdução geral das causas dos problemas que iniciaram o processo de corrosão
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(cloretos, carbonatação ou ambas). Deve haver também uma avaliação em relação à
qualidade do concreto, sua porosidade e teor de umidade que podem estar
influenciando a velocidade de corrosão. A descrição dos mecanismos, origens e
justificativas das causas das manifestações patológicas deve ser bem detalhada,
procurando, na medida do possível, correlacionar as diversas variáveis que podem
influenciar o fenômeno.
Antes de se avaliar a estrutura através de ensaios, deve ser procedida
primeiramente uma inspeção visual. Esta inspeção visual pode ser registrada
através de fotografias e mapeamento de fissuras, indicando sua extensão e abertura
(através de um fissurômetro). Neste momento pode-se também utilizar a
auscultação, procedimento este que consiste em bater, com um martelo, por
exemplo, em diversos pontos da peça para verificar se existe algum ruído diferente.
A partir da inspeção visual poderá se observar os problemas detectados na
superfície da estrutura. No caso das pontes, como normalmente não há
revestimento, esta inspeção fica facilitada, não se levando em consideração a
acessibilidade a determinadas áreas da estrutura.
Relacionando a inspeção visual, com a corrosão das armaduras, pode-se
avaliar preliminarmente se a corrosão deve-se ao ataque de cloretos, com a
presença de pites de corrosão na superfície, ou apenas à carbonatação, quando a
corrosão acontece de maneira mais generalizada.
O procedimento de inspeção visual possui algumas vantagens, tais como:
custo praticamente zero de materiais, possibilidade de diagnóstico apenas com a
inspeção visual, podendo ainda servir como introdução aos demais ensaios a serem
utilizados. No entanto, apresenta algumas desvantagens: verificação apenas das
superfícies visíveis a olho nu, ausência de informações quantitativas a respeito das
propriedades do concreto, necessidade de grande experiência do investigador.
Por outro lado, uma das grandes dificuldades para a realização de
diagnósticos e ensaios nas pontes é a acessibilidade a determinadas áreas.
Dependendo da altura da superestrutura, e região que atravessa, praticamente
sobra apenas o tabuleiro (quando não há pavimentação asfáltica em cima), as
cabeceiras e a região da estrutura localizada em terras não alagadas.
3135017.doc 8
Portanto, no caso de pontes, muitas vezes há necessidade de outros
equipamentos auxiliares para a realização de ensaios, permitindo desta forma
acesso aos locais para a sua realização.
Existem os meios manuais de acesso, que são as escadas, cabos e
andaimes e no caso de obras um pouco maiores podem-se utilizar torres especiais.
No caso de obras de grande vulto, pode-se optar pelos meios mecânicos de acesso,
que são os andaimes deslizantes, ou viaturas com braços ou plataformas
elevatórias, ou ainda caminhões com braços telescópicos e rotativos. As passarelas
montadas sobre caminhões são muito utilizadas em viadutos.
Pode-se também deixar na estrutura, locais de fixação, tais como escadas,
andaimes e argolas chumbados em pontos previamente escolhidos permitindo um
acesso a grande parte das zonas exteriores da estrutura. No caso de seção caixão,
pode-se deixar previsão de iluminação interna e quando não há energia próxima,
pode-se prever a instalação de geradores de energia externos.
Em áreas submersas, a inspeção pode ser realizada por uma equipe de
mergulho especializada e equipada com instrumentos que permitem sua
permanência por um tempo determinado, além de rádio de comunicação para relatar
à equipe externa a situação de cada anomalia encontrada, câmeras de vídeo e de
fotografias especiais.
Ainda em relação às inspeções em pontes, destaca-se a existência da
Norma DNIT 010/2004 – PRO – Inspeções em pontes e viadutos de concreto
armado e protendido – Procedimento, de 20.01.2004 que versa justamente sobre os
procedimentos a serem adotados em uma inspeção de uma obra de arte especial.
2.2. ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL DO CONCRETO
Além dos aspectos já citados, optou-se também em se fazer o Ensaio de
Dureza Superficial do Concreto, conhecido também como Esclerometria, utilizando-
se o aparelho denominado esclerômetro de reflexão pertencente a este TCE.
A dureza superficial do concreto é um parâmetro que pode ser usado para a
avaliação da qualidade do concreto. Para sua verificação, utiliza-se o esclerômetro
de reflexão, aparelho este que fornece o Índice Esclerométrico – I.E. da superfície
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após a realização do ensaio. O I.E. é fornecido diretamente pelo aparelho, em
porcentagem.
Para a medição da dureza superficial do concreto, mediante esclerômetro de
reflexão, utiliza-se um método denominado Ensaio de avaliação da dureza
superficial – Esclerômetro de reflexão descrito na NBR 7584 de 1982. É um ensaio
bastante utilizado com o intuito de se obter correlações com a resistência à
compressão do concreto, uma vez que, não havendo alterações na superfície do
concreto, há uma estreita relação entre a dureza superficial e sua resistência à
compressão.
O ensaio é executado com o esclerômetro de reflexão. É um aparelho em
forma de uma pequena garrafa, que em sua ponta, dispara um pistão (haste com
ponta em forma de calota esférica), impulsionado por uma mola, que entra em
contato com a superfície do concreto, através de um choque, em forma de
martelada. A energia do impacto é, em parte, conservada elasticamente,
propiciando, ao fim do impacto, o retorno do martelo, que é medido e comparado a
uma escala que existe no corpo do aparelho. Quanto maior a dureza superficial do
concreto, maior será o recuo ou reflexão do martelo.
Para a realização do ensaio a superfície de concreto deve estar seca, limpa
e preferencialmente plana. Deve-se dar preferência para áreas de ensaio confinadas
por formas não absorventes e lisas, verticais ou inclinadas. Superfícies úmidas ou
carbonatadas devem ser evitadas, entretanto, se forem ensaiadas devem ser
adequadamente preparadas e, se necessário, aplicar os coeficientes de correção e
declarados na apresentação dos resultados.
As áreas de ensaio devem ser polidas energicamente por um prisma de
carborundum através de movimentos circulares, sendo que a poeira deve ser
retirada a seco. Estas áreas devem estar preferencialmente localizadas em
superfícies verticais, além disto, devem estar afastadas de regiões afetadas por
segregação, exsudação, concentração excessiva de armadura, juntas de
concretagem, cantos, arestas, etc., devendo distar, no mínimo, 50mm de cantos e
arestas, com área mínima de 5.000mm² (≈ 70 x70)mm e máxima de 40.000mm² (200
x 200)mm e distribuídas geométrica e uniformemente na região da estrutura que
será estudada. Em uma determinada área devem ser executados entre 5 (cinco) e
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16 (dezesseis) impactos. Além disto, as peças devem ser suficientemente rígidas
para evitar a interferência de ressonância, vibrações e dissipação de energia.
Quando da realização do impacto, o esclerômetro deve estar posicionado
ortogonalmente à área de ensaio e após o impacto o ponteiro indicativo do I.E.
deverá ser travado para permitir uma leitura mais segura. O aparelho deve ser
aplicado na posição horizontal, senão se deve utilizar coeficientes de correção
fornecidos pelo fabricante.
A seguir, demonstram-se algumas aplicações desse ensaio:
- Os métodos esclerométricos fornecem informações sobre a dureza
superficial do concreto, cerca de 20mm de profundidade, se utilizar
esclerômetros com energia de percussão em torno de 2,25N.m.
- Fornece apenas uma medida da dureza relativa da superfície do concreto,
sendo que as correlações com suas outras propriedades necessitam de
outros ensaios específicos, como por exemplo, resistência à compressão.
- Serve para comparação de concretos com um referencial, quando se
deseja comparar a qualidade em peças de concreto.
- Estimativa da resistência à compressão do concreto, dependendo de um
número elevado de variáveis. Não se recomenda utilizar este método como
avaliação direta, devendo-se utilizar outro ensaio para uma correlação
confiável.
Para todas as pontes inspecionadas no presente Relatório, adotou-se o
seguinte procedimento de ensaio e resultados:
O procedimento para a realização dos ensaios foi o seguinte:
a) Escolha de uma área de 80x80mm afastada de trincas e arestas e com
concreto aparentemente homogêneo;
b) Polimento manual da área com pedra especial (carborundum), para
regularização;
c) Marcação da posição das leituras (“tiros”), no total de 9 (nove) leituras,
formando 3 (três) linhas e 3 (três) colunas de pontos, afastadas 4,0cm uma das
outras, para cada ponto ensaiado;
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d) Execução dos “tiros” e anotação das leituras;
e) Preparação estatística dos resultados e apresentação dos resultados.
2.3. RELATÓRIOS DA APPE
Conforme já citado, o DEINFRA celebrou o Contrato PJ n.º 345/04, com a
empresa APPE – Assessoria para Projetos Especiais Ltda. com o objetivo de
realização de avaliação de obras de arte especial (pontes) pertencentes ao sistema
estadual de rodovias. Para cada ponte foi elaborado um Relatório intitulado de
“Avaliação de Obra de Arte Especial”, contendo os seguintes aspectos:
- Descrição geral das pontes (memória descritiva), incluindo localização,
características, concreto estrutural utilizado e a própria classe da ponte, em
função da capacidade de suportar determinado tipo de tráfego;
- Inspeção rotineira contemplando aspectos acerca da superestrutura, meso-
estrutura, infra-estrutura, guarda-corpos, pistas, acessos, durabilidade da
estrutura, necessidades de manutenção ou recuperação, demais
observações e conclusão final acerca desta inspeção;
- Memória de Cálculo Estrutural (Cálculo dos esforços de cargas móveis
para Classe 36 da NB 6/60 e para bi-trem graneleiro 7100x7100 de 57tf);
- Conclusão, com base na memória de cálculo, se é viável o tráfego.
3. INSPEÇÕES REALIZADAS
Ressalta-se neste ponto, conforme já citado, que o presente relatório limitar-
se-á às anotações relativas ao estado geral das pontes, resultados dos ensaios de
dureza superficial do concreto e os devidos registros fotográficos.
3.1. PONTE SOBRE O CANAL DA BARRA DA LAGOA – SC 406
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-406 transpondo canal da Barra
da Lagoa da Conceição, na localidade da Fortaleza da Barra. A superestrutura,
constituída por seis vigas, é apoiada sobre três apoios, existindo, portanto, dois vãos
livres. A ponte possui uma extensão de 30 metros e largura de 8,60m subdivididos
em duas faixas de rolamento de 3,60m, dois passeios de 0,55m e dois guarda-
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corpos de 0,15m. Conforme indicado no Relatório da APPE as fundações são do
tipo profunda, com estacas.
3.1.1. RELATÓRIO APPE
No tocante a esta ponte o Relatório elaborado pela APPE, em outubro de
2005, indica que a ponte necessita de colocação de pingadeiras, recuperação dos
drenos, recuperação das desagregações e armaduras expostas, recuperação da
junta de dilatação, manutenção dos guarda-corpos, recuperação dos encontros
(entrada e saída da ponte), limpeza, pintura e sinalização em geral.
Para a referida ponte, há ainda a indicação da necessidade de recuperação
da super, meso e infra-estrutura em função de desagregações, arrancamento de
concreto e exposição de armaduras, em toda sua extensão, inclusive com
possibilidade de colapso da superestrutura em função de perda de seção e
rompimento da armadura principal em uma das vigas.
Em relação à memória de cálculo, apesar dos cálculos demonstrarem que é
viável o tráfego na referida ponte, em função dos desagregamentos de concreto e
exposição de armaduras, aliado ao fato da ponte inserir-se em um meio agressivo,
no caso, próximo ao mar, sujeita, portanto, à “brisa” marinha, pode haver um colapso
na superestrutura, conforme já citado. Portanto, segundo a indicação do referido
relatório, a liberação do tráfego para os veículos indicados na memória de cálculo
(Classe 36 da NB 6/60 e para bi-trem graneleiro 7100x7100 de 57tf) é inviável.
3.1.2. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 03.07.2008.
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Foto 1: Vista superior da ponte. Foto 2: Vista inferior da ponte.
Foto 3: Vista superior da ponte (ao fundo), com indicação de sua capacidade de carga.
Foto 4: Vista lateral da ponte.
Foto 5: Pilares (meso estrutura) - desagregação do concreto e corrosão de armadura.
Foto 6: Pilares do apoio intermediário com desagregação do concreto e corrosão de armadura.
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Foto 7: Detalhe de uma das vigas com rompimento da armadura principal (RISCO DE COLAPSO DA ESTRUTURA).
Foto 8: Vista lateral de uma das vigas com problemas no dreno e consequente surgimento de manchas e corrosão de armadura.
Foto 9: Detalhe da corrosão junto à ala em uma das cabeceiras da ponte.
Foto 10: Detalhe da armadura exposta em uma das vigas de “travamento” das vigas principais.
Foto 11: Detalhe dos pilares de concretos “trocados” por metálicos.
Foto 12: Detalhe da corrosão das armaduras e destacamento do concreto em viga da meso estrutura.
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Foto 13: Detalhe da corrosão da armadura no fundo da laje da superestrutura.
Foto 14: Detalhe da corrosão da armadura no guarda-corpo.
3.1.3. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Quando da realização da inspeção, ocorrida em 03.07.2008, foi realizado o
ensaio para obtenção de Índice Esclerométrico. Para tanto, foram realizados ensaios
em 4 (quatro) pontos da estrutura da ponte, com um esclerômetro modelo 58-
C0181/N, de fabricação italiana:
- 1.º ponto: Pilar (meso estrutura), com fck≥15MPa (projetado, conforme
indicado no Relatório APPE);
- 2.º ponto: Viga de apoio às vigas principais pré-moldadas (meso estrutura),
com fck≥15MPa (projetado, conforme indicado no Relatório APPE);
- 3.º ponto: Vigas principais pré-moldadas (superestrutura), com fck≥32MPa
(projetado, conforme indicado no Relatório APPE);
- 4.º ponto: Ala lateral junto à cabeceira da ponte (meso estrutura), com
fck≥15MPa (projetado, conforme indicado no Relatório APPE).
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos ensaiados, sendo que k é o coeficiente de correção:
3135017.doc 16
QUADRO 01 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
40 IE =
40,00
k = 1,00
IEe =
40,00
50 IE =
52,22
k = 1,00
IEe =
52,22
54 IE =
54,63
k = 1,00
IEe =
54,63
51 IE =
49,63
k = 1,00
IEe =
49,63
35* 54 54 52
30* 50 54 46
36 56 55 48
46* 54 56 52
40 50 52 49
44 52 58 56*
44 54 58 51
36 50 46* 48
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
Logo, a partir dos resultados obtidos, resultados estes bastante
convergentes para cada ponto, pôde-se verificar que, a princípio, a resistência do
concreto está qualitativamente de acordo com o projetado.
3.1.4. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.1.2., constata-se a
situação precária em que a mesma se encontra.
Como aspecto principal desta precariedade tem-se o rompimento da
armadura principal de uma das vigas pré-moldadas da superestrutura, conforme foto
n.º 07. Além disto, as fotos demonstram diversos pontos, tais como alas, pilares,
blocos de fundação, vigas de travamento e guarda corpos, com desagregação de
concreto e consequente corrosão de armaduras.
Constataram-se também falhas na drenagem, conforme se vislumbra à foto
8, que acabaram por levar a uma deterioração mais acelerada do concreto e
conjuntamente, da armadura ali existente.
Merecem destaque também os problemas dos pilares, conforme se denota
às fotos 5, 6 e 11, verificando-se, inclusive, que dois pilares de concreto armado
foram substituídos por colunas metálicas (foto 11). A corrosão em pilares, em
3135017.doc 17
princípio, pode ser considerada mais grave em função da possibilidade de uma
ruptura frágil desta peça, ou seja, de maneira muito rápida, sem “aviso” de que está
sobrecarregada, diferentemente de uma viga ou laje que, normalmente, quando
sobrecarregadas, acabam deformando-se e “avisando” antecipadamente seu
problema.
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 3,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial, na qual se verifica que a referida ponte não
apresenta viabilidade para o tráfego a que se destina.
3.2. PONTE SOBRE O RIO RATONES – SC 401 – km 6,7
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-401 transpondo o Rio Ratones. A
superestrutura, constituída por duas vigas em concreto armado, é apoiada sobre
quatro apoios, existindo, portanto, três vãos livres e outros dois em balanço. A ponte
possui uma extensão de 50 metros e largura de 9,70m subdivididos em duas faixas
de rolamento de 3,65m, dois passeios de 1,00m e dois guarda-corpos de 0,20m.
Conforme indicado no Relatório da APPE as fundações são do tipo profunda, com
estacas.
3.2.1. RELATÓRIO APPE
No tocante a esta ponte o Relatório elaborado pela APPE, em outubro de
2005, indica que a ponte necessita de colocação de pingadeiras, recuperação dos
drenos, recuperação das armaduras expostas, substituição de guarda-corpos,
recuperação dos encontros (entrada e saída da ponte), limpeza, pintura e
sinalização em geral. O relatório destaca também que há o agravante especial de
que a mesoestrutura (pilares) encontra-se em condições sofríveis, devendo ser
recuperada.
Ainda segundo o referido relatório, as condições gerais da ponte são boas,
estando liberada para o tráfego normal, conforme memória de cálculo estrutural
realizado, combinada com a realização de uma devida manutenção.
3135017.doc 18
3.2.2. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 03.07.2008.
Foto 1: Vista superior da ponte. Foto 2: Vista lateral da ponte.
Foto 3: Vista inferior da ponte. Foto 4: Vista superior da ponte (ao lado direito, ao
fundo), com indicação de sua capacidade de carga.
Foto 5: Vista das manchas na estrutura ocasionadas pela falha na drenagem e consequente corrosão de armadura.
Foto 6: Detalhe da corrosão de armaduras e destacamento do concreto a partir da falha na drenagem.
3135017.doc 19
Foto 7: Detalhe da corrosão de armaduras e destacamento do concreto.
Foto 8: Detalhe da defensa junto à entrada da ponte posicionada de forma equivocada.
3.2.3. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Para a referida ponte, utilizaram-se os dados de índice esclerométrico
obtidos em 11.09.2002, quando da realização dos ensaios para a Dissertação de
Mestrado já citada no presente relatório. Ressalta-se que, face às características do
ensaio, não há problemas em adotar-se tais valores. Para tanto, foram utilizados 4
(quatro) pontos da estrutura da ponte, dos 8 (oito) ensaiados com um esclerômetro
modelo 58-C0181/N, de fabricação italiana:
- 1.º ponto: Viga principal – longarina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥18MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado) – face interna;
- 2.º ponto: Viga principal – longarina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥18MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado) – face externa;
- 3.º ponto: Viga transversal – transversina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥18MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado);
- 4.º ponto: Viga transversal – transversina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥18MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado) – viga entre pilares.
3135017.doc 20
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos utilizados, sendo que k é o coeficiente de correção:
QUADRO 02 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
41 IE =
44,29
k = 1,00
IEe =
44,29
37* IE =
44,00
k = 1,00
IEe =
44,00
51* IE =
38,71
k = 1,00
IEe =
38,71
51 IE =
52,00
k = 1,00
IEe =
52,00
39* 42 41 53
44 47 39 46*
51* 40 37 51
47 48 37 53
48 50* 46* 52
47 48 37 53
43 40 43 52
40 43 37 51
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
Logo, a partir dos resultados obtidos, resultados estes bastante
convergentes para cada ponto, pôde-se verificar que, a princípio, a resistência do
concreto está qualitativamente de acordo com o projetado, à exceção do ponto 4,
que ficou um pouco elevado.
3.2.4. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.2.2., constata-se o
seguinte:
Verificou-se um adensamento da pista junto às cabeceiras, causando trincas
no pavimento de asfalto, bem como um maior impacto na ponte quando da
passagem (acesso) de um veículo na ponte.
Constataram-se também falhas na drenagem, conforme se vislumbra às
fotos 6 e 7, que acabaram por levar a uma deterioração mais acelerada do concreto
e conjuntamente, da armadura ali existente.
3135017.doc 21
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 4,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
Constatou-se também que a defensa não foi devidamente ancorada. Acerca
disto A NBR 6971/99, no Capítulo das Definições, item 3.19, define: “Conjunto de
Ancoragem: trecho inicial e final de uma defensa, composto por quatro módulos,
variando na altura desde a posição de projeto, até a extremidade totalmente
enterrada. A extremidade de uma ancoragem é firmemente fixada ao solo, através
de terminais apropriados.” (sem grifo no original). Por sua vez, o item 4.2.8 da
mesma norma determina: “As ancoragens, nas extremidades da defensa, devem ter
uma extensão mínima de 16m antes de atingirem a sua altura de projeto, conforme
figuras B.6, B.7, B.8 e B.9 do Anexo B”.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial.
3.3. PONTE SOBRE O RIO RATONES – SC 402 – acesso à Jurerê
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-402 transpondo o Rio Ratones. A
superestrutura, constituída por duas vigas pré-moldadas em concreto protendido, é
apoiada sobre dois apoios, existindo, portanto, um vão livre e outros dois em
balanço. A ponte possui uma extensão de 21,40 metros e largura de 8,70m
subdivididos em duas faixas de rolamento de 3,65m, dois passeios de 0,55m e dois
guarda-corpos de 0,15m. Conforme indicado no Relatório da APPE as fundações
são do tipo profunda, com estacas.
3.3.1. RELATÓRIO APPE
No tocante a esta ponte o Relatório elaborado pela APPE, em outubro de
2005, indica que a ponte necessita de colocação de pingadeiras, recuperação dos
drenos, recuperação das armaduras expostas, substituição e manutenção de
guarda-corpos, recuperação dos encontros (entrada e saída da ponte), limpeza,
pintura e sinalização em geral. O relatório destaca também que há o agravante
especial da ponte estar situada em área de marinha, com um microclima mais
agressivo que o normal.
3135017.doc 22
Ainda segundo o referido relatório, as condições gerais da ponte são boas,
estando liberada para o tráfego normal, conforme memória de cálculo estrutural
realizado, combinada com a realização de uma devida manutenção.
3.3.2. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 03.07.2008.
Foto 1: Vista superior da ponte (ao fundo), com a indicação de sua capacidade de carga.
Foto 2: Vista inferior/lateral da ponte.
Foto 3: Detalhe da corrosão de armaduras e destacamento do concreto a partir da falha na drenagem.
Foto 4: Detalhe de um dreno da ponte.
3135017.doc 23
Foto 5: Vista superior da ponte. Em primeiro plano, área que sofreu deslizamento.
Foto 6: Vista da área que sofreu deslizamento.
3.3.3. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Para a referida ponte, utilizaram-se os dados de índice esclerométrico
obtidos em 14.06.2002, quando da realização dos ensaios para a Dissertação de
Mestrado já citada no presente relatório. Ressalta-se que, face às características do
ensaio, não há problemas em adotar-se tais valores. Para tanto, foram utilizados 4
(quatro) pontos da estrutura da ponte, dos 7 (sete) ensaiados com um esclerômetro
modelo 58-C0181/N, de fabricação italiana:
- 1.º ponto: Viga principal – longarina – pré-moldada em concreto protendido
(superestrutura), com fck≥29MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado e Relatório APPE) – face interna;
- 2.º ponto: Viga principal – longarina – pré-moldada em concreto protendido
(superestrutura), com fck≥29MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado e Relatório APPE) – face externa;
- 3.º ponto: Viga transversal – transversina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥18MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado e Relatório APPE);
- 4.º ponto: Cortina em concreto armado, com fck≥18MPa (projetado,
conforme indicado na Dissertação de Mestrado e Relatório APPE).
3135017.doc 24
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos utilizados, sendo que k é o coeficiente de correção:
QUADRO 03 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
54 IE =
54,22
k = 1,00
IEe =
54,22
55 IE =
56,11
k = 1,00
IEe =
56,11
52 IE =
52,14
k = 1,00
IEe =
52,14
58 IE =
56,44
k = 1,00
IEe =
56,44
54 57 46* 57
56 55 48 56
56 58 52 57
56 54 51 57
56 60 55 56
51 54 58* 54
51 55 50 58
54 57 57 55
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
Logo, a partir dos resultados obtidos, resultados estes bastante
convergentes para cada ponto, pôde-se verificar que, a princípio, a resistência do
concreto está qualitativamente de acordo com o projetado, à exceção do ponto 4,
que ficou um pouco elevado.
3.3.4. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.3.2., constata-se o
seguinte:
Verificou-se um adensamento da pista junto às cabeceiras, causando trincas
no pavimento de asfalto, bem como um maior impacto na ponte quando da
passagem (acesso) de um veículo na ponte.
Constataram-se também falhas na drenagem, conforme se vislumbra às
fotos 3 e 4, que acabaram por levar a uma deterioração mais acelerada do concreto
e conjuntamente, da armadura ali existente.
3135017.doc 25
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 1,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial.
3.4. PONTE SOBRE O CANAL DO DNOS – SC 402 – acesso à Jurerê
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-402 transpondo o Cana do
DNOS. A ponte possui características idênticas à ponte citada no item 3.3.
3.4.1. RELATÓRIO APPE
Assim como a ponte anterior, visto que são pontes iguais, o Relatório
elaborado pela APPE, em outubro de 2005, indica a necessidade de colocação de
pingadeiras, recuperação dos drenos, recuperação das armaduras expostas,
substituição e manutenção de guarda-corpos, recuperação dos encontros (entrada e
saída da ponte), limpeza, pintura e sinalização em geral. O relatório destaca também
que há o agravante especial da ponte estar situada em área de marinha, com um
microclima mais agressivo que o normal.
Ainda segundo o referido relatório, as condições gerais da ponte são boas,
estando liberada para o tráfego normal, conforme memória de cálculo estrutural
realizado, combinada com a realização de uma devida manutenção.
3.4.2. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 03.07.2008.
3135017.doc 26
Foto 1: Vista superior da ponte (ao fundo), com a indicação de sua capacidade de carga.
Foto 2: Vista superior da ponte.
Foto 3: Vista lateral da ponte. Foto 4: Vista inferior da ponte (a parte de baixo,
bastante corroída, é uma estrutura antiga.
Foto 5: Detalhe do dreno existente na ponte. Foto 6: Detalhe da corrosão de armaduras e
destacamento do concreto a partir da falha na drenagem.
3135017.doc 27
Foto 7: Detalhe da defensa junto à entrada da ponte posicionada de forma equivocada.
Foto 8: Detalhe da “fixação” da defensa junto a um pilarete de madeira.
3.4.3. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Para a referida ponte, utilizaram-se os dados de índice esclerométrico
obtidos em 10.09.2002, quando da realização dos ensaios para a Dissertação de
Mestrado já citada no presente relatório. Ressalta-se que, face às características do
ensaio, não há problemas em adotar-se tais valores. Para tanto, foram utilizados 4
(quatro) pontos da estrutura da ponte, dos 7 (sete) ensaiados com um esclerômetro
modelo 58-C0181/N, de fabricação italiana:
- 1.º ponto: Viga principal – longarina – pré-moldada em concreto protendido
(superestrutura), com fck≥29MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado e Relatório APPE) – face interna;
- 2.º ponto: Viga principal – longarina – pré-moldada em concreto protendido
(superestrutura), com fck≥29MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado e Relatório APPE) – face externa;
- 3.º ponto: Viga transversal – transversina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥18MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado e Relatório APPE);
- 4.º ponto: Cortina em concreto armado, com fck≥18MPa (projetado,
conforme indicado na Dissertação de Mestrado e Relatório APPE).
3135017.doc 28
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos utilizados, sendo que k é o coeficiente de correção:
QUADRO 04 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
56 IE =
53,86
k = 1,00
IEe =
53,86
53 IE =
53,11
k = 1,00
IEe =
53,11
55 IE =
52,00
k = 1,00
IEe =
52,00
51 IE =
52,80
k = 1,00
IEe =
52,80
54 50 54 57*
60* 49 52 56
56 51 53 39*
55 57 42* 49
54 49 48 42*
50 55 52 55
47* 57 51 57*
52 57 51 53
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
Logo, a partir dos resultados obtidos, resultados estes bastante
convergentes para cada ponto, pôde-se verificar que, a princípio, a resistência do
concreto está qualitativamente de acordo com o projetado.
3.4.4. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.4.2., constata-se o
seguinte:
Verificou-se um adensamento da pista junto às cabeceiras, causando trincas
no pavimento de asfalto, bem como um maior impacto na ponte quando da
passagem (acesso) de um veículo na ponte.
Constataram-se também falhas na drenagem, conforme se vislumbra às
fotos 5 e 6, que acabaram por levar a uma deterioração mais acelerada do concreto
e conjuntamente, da armadura ali existente.
3135017.doc 29
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 1,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
Constatou-se também que a defensa não foi devidamente ancorada, além
de estar mal fixada ao pilarete de madeira. Acerca disto A NBR 6971/99, no Capítulo
das Definições, item 3.19, define: “Conjunto de Ancoragem: trecho inicial e final de
uma defensa, composto por quatro módulos, variando na altura desde a posição de
projeto, até a extremidade totalmente enterrada. A extremidade de uma ancoragem
é firmemente fixada ao solo, através de terminais apropriados.” (sem grifo no
original). Por sua vez, o item 4.2.8 da mesma norma determina: “As ancoragens, nas
extremidades da defensa, devem ter uma extensão mínima de 16m antes de
atingirem a sua altura de projeto, conforme figuras B.6, B.7, B.8 e B.9 do Anexo B”.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial.
3.5. PONTE SOBRE RIO PALHA – SC 401 (ponte mais antiga)
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-401 transpondo o Rio Palha. A
superestrutura, constituída por duas vigas em concreto armado, é apoiada sobre
dois apoios, existindo, portanto, um vão livre e outros dois em balanço. A ponte
possui uma extensão de 18,50 metros e largura de 9,60m subdivididos em duas
faixas de rolamento de 3,65m, dois passeios de 1,00m e dois guarda-corpos de
0,15m. Conforme indicado no Relatório da APPE as fundações são do tipo profunda,
com estacas.
3.5.1. RELATÓRIO APPE
No tocante a esta ponte, o Relatório elaborado pela APPE, em outubro de
2005, indica que a ponte necessita de colocação de pingadeiras, recuperação dos
drenos, recuperação das armaduras expostas nas vigas principais e das trincas nos
pilares, recuperação dos encontros (entrada e saída da ponte), limpeza, pintura e
sinalização em geral. O relatório destaca também como agravante especial o fato
das estacas apresentarem deslocamento lateral, gerando esforços nas quais pilares
não foram dimensionados. Tal deslocamento deverá ser acompanhado
periodicamente.
3135017.doc 30
Ainda segundo o referido relatório, as condições gerais da ponte são boas,
estando liberada para o tráfego normal, conforme memória de cálculo estrutural
realizado, combinada com a realização de uma devida manutenção e recuperação
dos elementos estruturais.
3.5.2. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 03.07.2008.
Foto 1: Vista superior da ponte (lado direito, ao fundo), com a indicação de sua capacidade de carga.
Foto 2: Vista lateral da ponte.
Foto 3: Vista inferior da ponte. Foto 4: Vista inferior/lateral da ponte.
3135017.doc 31
Foto 5: Detalhe da defensa junto à entrada da ponte posicionada de forma equivocada e parcialmente danificada.
Foto 6: Detalhe da defensa junto à entrada da ponte posicionada de forma equivocada.
3.5.3. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Para a referida ponte, utilizaram-se os dados de índice esclerométrico
obtidos em 12.09.2002, quando da realização dos ensaios para a Dissertação de
Mestrado já citada no presente relatório. Ressalta-se que, face às características do
ensaio, não há problemas em adotar-se tais valores. Para tanto, foram utilizados 4
(quatro) pontos da estrutura da ponte, dos 8 (oito) ensaiados com um esclerômetro
modelo 58-C0181/N, de fabricação italiana:
- 1.º ponto: Viga principal – longarina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥15MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado) – face interna;
- 2.º ponto: Viga principal – longarina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥15MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado) – face externa;
- 3.º ponto: Viga transversal – transversina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥15MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado);
- 4.º ponto: Ala em concreto armado, com fck≥15MPa (projetado, conforme
indicado na Dissertação de Mestrado).
3135017.doc 32
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos utilizados, sendo que k é o coeficiente de correção:
QUADRO 05 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
45* IE =
52,63
k = 1,00
IEe =
52,63
53 IE =
53,56
k = 1,00
IEe =
53,56
44* IE =
50,38
k = 1,00
IEe =
50,38
49 IE =
46,43
k = 1,00
IEe =
46,43
52 52 46 47
55 52 54 40*
55 58 49 48
53 56 50 46
50 53 50 43
51 53 51 45
54 49 51 52*
54 56 52 47
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
Logo, a partir dos resultados obtidos, resultados estes bastante
convergentes para cada ponto, pôde-se verificar que, a princípio, a resistência do
concreto está qualitativamente de acordo com o projetado. A diferença entre o índice
dos primeiros dois pontos e os outros dois pode ser devida à diferença aparente
(visual) do concreto, apesar da indicação de mesma resistência (fck).
3.5.4. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.5.2., constata-se o
seguinte:
Verificou-se um adensamento da pista junto às cabeceiras, causando trincas
no pavimento de asfalto, bem como um maior impacto na ponte quando da
passagem (acesso) de um veículo na ponte.
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 1,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
3135017.doc 33
Constatou-se também, conforme já citado no presente relatório, que as
defensas não foram devidamente ancoradas, contrariando a NBR 6971/99, também
já citada.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial.
3.6. PONTE SOBRE RIO PAPAQUARA – SC 401
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-401 transpondo o Rio
Papaquara. A superestrutura, constituída por duas vigas em concreto armado, é
apoiada sobre dois apoios, existindo, portanto, um vão livre e outros dois em
balanço, similar à ponte sobre o Rio Palha. A ponte possui uma extensão de 28,00
metros e largura de 9,60m subdivididos em duas faixas de rolamento de 3,65m, dois
passeios de 1,00m e dois guarda-corpos de 0,15m. Conforme indicado no Relatório
da APPE as fundações são do tipo profunda, com estacas.
3.6.1. RELATÓRIO APPE
No tocante a esta ponte, o Relatório elaborado pela APPE, em outubro de
2005, indica que a ponte necessita de colocação de pingadeiras, recuperação dos
drenos, recuperação das desagregações e armaduras expostas nas lajes e vigas
principais, recuperação e manutenção de guarda-corpos, recuperação dos acessos,
limpeza, pintura e sinalização em geral. O relatório destaca também que não há
nenhum tipo de agravante especial.
Ainda segundo o referido relatório, as condições gerais da ponte são boas,
estando liberada para o tráfego normal, conforme memória de cálculo estrutural
realizado, combinada com a realização de uma devida manutenção.
3.6.2. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 03.07.2008.
3135017.doc 34
Foto 1: Vista superior da ponte. Foto 2: Vista lateral da ponte.
Foto 3: Vista superior da ponte (ao fundo), com indicação de sua capacidade de carga.
Foto 4: Vista inferior da ponte.
Foto 5: Vista lateral da ponte, com manchas no fundo da laje e lateral da viga em função de falha de drenagem.
Foto 6: Corrosão de armaduras e destacamento do concreto a partir da falha na drenagem.
3135017.doc 35
Foto 7: Detalhe de desagregação do concreto e corrosão de armadura no fundo da laje da ponte.
Foto 8: Detalhe de desagregação do concreto e corrosão de armadura no fundo da laje da ponte.
Foto 9: Detalhe de desagregação do concreto e corrosão de armadura junto a um dos pilares.
Foto 10: Defensa metálica instalada de forma equivocada.
Foto 11: Detalhe de fixação inadequada de uma defensa metálica.
Foto 12: Pontos de corrosão da armadura e desagregação do concreto em várias regiões da ponte.
3.6.3. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Para a referida ponte, utilizaram-se os dados de índice esclerométrico
obtidos em 17.09.2002, quando da realização dos ensaios para a Dissertação de
Mestrado já citada no presente relatório. Ressalta-se que, face às características do
3135017.doc 36
ensaio, não há problemas em adotar-se tais valores. Para tanto, foram utilizados 4
(quatro) pontos da estrutura da ponte, dos 9 (nove) ensaiados com um esclerômetro
modelo 58-C0181/N, de fabricação italiana:
- 1.º ponto: Viga principal – longarina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥15MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado) – face interna;
- 2.º ponto: Viga principal – longarina – em concreto armado
(superestrutura), com fck≥15MPa (projetado, conforme indicado na Dissertação de
Mestrado) – face externa;
- 3.º ponto: Cortina em concreto armado, com fck≥15MPa (projetado,
conforme indicado na Dissertação de Mestrado);
- 4.º ponto: Ala em concreto armado, com fck≥15MPa (projetado, conforme
indicado na Dissertação de Mestrado).
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos utilizados, sendo que k é o coeficiente de correção:
QUADRO 06 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
46 IE =
47,14
k = 1,00
IEe =
47,14
44 IE =
45,38
k = 1,00
IEe =
45,38
41 IE =
42,13
k = 1,00
IEe =
42,13
49 IE =
42,71
k = 1,00
IEe =
42,71
45 47 45 44
50 34* 37* 45
49 48 47 40
45 42 42 37*
54* 46 39 41
42* 45 44 44
44 45 38 40
51 46 41 45
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
Logo, a partir dos resultados obtidos, resultados estes bastante
convergentes para cada ponto, pôde-se verificar que, a princípio, a resistência do
3135017.doc 37
concreto está qualitativamente de acordo com o projetado. A diferença entre o índice
dos primeiros dois pontos e os outros dois pode ser devida à diferença aparente
(visual) do concreto, apesar da indicação de mesma resistência (fck).
3.6.4. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.6.2., constata-se o
seguinte:
Verificou-se um adensamento da pista junto às cabeceiras, causando trincas
no pavimento de asfalto, bem como um maior impacto na ponte quando da
passagem (acesso) de um veículo na ponte.
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 3,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
Constatou-se também, conforme já citado no presente relatório, que as
defensas não foram devidamente ancoradas, contrariando a NBR 6971/99, também
já citada.
Além disto, as fotos demonstram diversos pontos, tais como pilares, vigas e
lajes com desagregação de concreto e consequente corrosão de armaduras.
Constataram-se também falhas na drenagem, conforme se vislumbra à foto
n.º 5, que acabaram por levar a uma deterioração mais acelerada do concreto e
conjuntamente, da armadura ali existente.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial.
3.7. PONTE NO PÂNTANO DO SUL – SC 406
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-406 transpondo o Rio Quinca
Antônio, próximo à localidade de Pântano do Sul. A superestrutura é constituída por
uma seção caixão em concreto armado qual seja, uma laje em cima, outra embaixo
ligadas por duas vigas, uma em cada lateral. Esta estrutura está apoiada em 4
(quatro) pilares. Apresenta um comprimento total de 20 metros, sendo dois balanços.
A largura total da ponte é de 10,80m, sendo 9,30m de pista e 1,30m de passeios e
3135017.doc 38
guarda-corpos. Conforme indicado no Relatório da APPE as fundações são do tipo
profunda, com estacas.
3.7.1. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 02.07.2008.
Foto 1: Vista superior da ponte. Foto 2: Vista lateral da ponte.
Foto 3: Vista superior da ponte (ao fundo), com indicação de sua capacidade de carga.
Foto 4: Vista inferior da ponte.
3135017.doc 39
Foto 5: Corrosão de armadura verificada nos guarda-corpos.
Foto 6: Corrosão de armaduras e destacamento do concreto na viga lateral e laje de fundo da seção caixão.
Foto 7: Detalhe de desagregação do concreto e corrosão de armadura na laje de fundo.
Foto 8: Detalhe de desagregação do concreto e corrosão de armadura em um dos pilares da estrutura.
Foto 9: Detalhe de desagregação do concreto e corrosão de armadura na interface entre a viga lateral e laje de fundo.
Foto 10: Defensa metálica instalada de forma equivocada.
3.7.2. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Quando da realização da inspeção, ocorrida em 02.07.2008, foi realizado o
ensaio para obtenção de Índice Esclerométrico. Para tanto, foram realizados ensaios
3135017.doc 40
em 4 (quatro) pontos da estrutura da ponte, com um esclerômetro modelo 58-
C0181/N, de fabricação italiana:
- 1.º ponto: Ala;
- 2.º ponto: Viga (parte da seção caixão);
- 3.º ponto: Ala;
- 4.º ponto: Viga (parte da seção caixão).
Ressalta-se que, em função do tipo de estrutura e da aparência do concreto,
o fck (resistência à compressão do concreto), o concreto utilizado nas alas deve
possuir resistência menor que o utilizado na superestrutura (seção caixão).
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos utilizados, sendo que k é o coeficiente de correção:
QUADRO 07 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
47 IE =
47,00
k = 1,00
IEe =
47,00
49 IE =
50,17
k = 1,00
IEe =
50,17
50 IE =
47,17
k = 1,00
IEe =
47,17
52 IE =
57,22
k = 1,00
IEe =
57,22
46 51 47 60
48 53 45 57
47 55* 55* 57
46 44* 42* 59
53* 50 50 60
48 52 47 56
55* 46 44 59
54* 42* 54* 55
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
Logo, a partir dos resultados obtidos, resultados estes bastante
convergentes para cada ponto, pôde-se verificar que, a princípio, a resistência do
concreto está qualitativamente de acordo com o projetado.
3135017.doc 41
3.7.3. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.7.2., constata-se o
seguinte:
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 3,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
Constatou-se também, conforme já citado no presente relatório, que as
defensas não foram devidamente ancoradas, contrariando a NBR 6971/99, também
já citada (foto n.º 10).
Além disto, as fotos demonstram diversos pontos, tais como pilares, vigas,
lajes e os próprios guarda-corpos (foto 5), com desagregação de concreto e
consequente corrosão de armaduras.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial.
3.8. PONTE SOBRE O CANAL DO PERI – SC 406
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-406 transpondo o Sangradouro
da Lagoa do Peri, próximo à localidade da Armação do Pântano do Sul. A
superestrutura é constituída duas vigas em concreto armado qual seja. Esta
estrutura está apoiada em 4 (quatro) pilares. Apresenta um comprimento total de 33
metros, sendo dois balanços. A largura total da ponte é de 11,00m, sendo 9,30m de
pista e 1,50m de passeios e guarda-corpos. Conforme indicado no Relatório da
APPE as fundações são do tipo profunda, com estacas.
3.8.1. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 02.07.2008.
3135017.doc 42
Foto 1: Vista superior da ponte. Foto 2: Vista lateral da ponte.
Foto 3: Vista superior da ponte (ao fundo), com indicação de sua capacidade de carga.
Foto 4: Vista inferior da ponte.
Foto 5: Vista inferior da ponte. Foto 6: Falha na drenagem da ponte que poderá
levar à corrosão da armadura e destacamento do concreto.
3.8.2. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Quando da realização da inspeção, ocorrida em 02.07.2008, foi realizado o
ensaio para obtenção de Índice Esclerométrico. Para tanto, foram realizados ensaios
em 4 (quatro) pontos da estrutura da ponte, com um esclerômetro modelo 58-
C0181/N, de fabricação italiana:
3135017.doc 43
- 1.º ponto: Ala;
- 2.º ponto: Viga (superestrutura);
- 3.º ponto: Pilar (meso estrutura);
- 4.º ponto: Transversina (superestrutura).
Por não ter sido encaminhado o Relatório da APPE acerca da ponte e não
se verificar diferenças no aspecto (visual) do concreto utilizado, não se conseguiu
precisar o fck estimado para as partes componentes da ponte, ficando assim
prejudicada a avaliação da dureza superficial do concreto para o presente caso.
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos utilizados, sendo que k é o coeficiente de correção:
QUADRO 08 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
52 IE =
50,67
k = 1,00
IEe =
50,67
46 IE =
47,67
k = 1,00
IEe =
47,67
40 IE =
39,44
k = 1,00
IEe =
39,44
48 IE =
50,50
k = 1,00
IEe =
50,50
54 48 40 43*
50 44 36 49
50 45 40 51
46 44 41 51
52 52 42 48
50 50 36 54
52 50 41 51
52 50 39 52
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
3.8.3. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.8.2., constata-se o
seguinte:
3135017.doc 44
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 3,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
Constatou-se também, conforme já citado no presente relatório, que as
defensas não foram devidamente ancoradas, contrariando a NBR 6971/99, também
já citada.
Constataram-se também falhas na drenagem, conforme se vislumbra à foto
n.º 6, que poderá levar a uma deterioração mais acelerada do concreto e
conjuntamente, da armadura ali existente.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial.
3.9. PONTE SOBRE O RIO TAVARES – SC 401, km 34,6 – Acesso ao Aeroporto
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-401 transpondo o Rio Tavares
antes do Aeroporto. A superestrutura é constituída por oito vãos de 25 metros, com
cinco vigas principais protendidas em seção “i” e altura de 1,40m. O comprimento
total da ponte é de 200 metros, com largura total do tabuleiro de 10,00m, com pista
de 7,20m, passeio de 1,25m e guarda-corpo com 0,15m. Conforme indicado no
Relatório da APPE as fundações são do tipo profunda, com estacas e blocos de
coroamento em concreto armado.
3.9.1. RELATÓRIO APPE
No tocante a esta ponte o Relatório elaborado pela APPE, em outubro de
2005, indica que a ponte necessita de colocação de pingadeiras, recuperação dos
drenos, recuperação das desagregações e armaduras expostas, recuperação da
junta de dilatação, manutenção dos guarda-corpos, recuperação dos encontros
(entrada e saída da ponte), limpeza, pintura e sinalização em geral. O relatório
destaca também que não há nenhum tipo de agravante especial.
Ainda segundo o referido relatório, as condições gerais da ponte são boas,
estando liberada para o tráfego normal, conforme memória de cálculo estrutural
realizado, combinada com a realização de uma devida manutenção.
3135017.doc 45
3.9.2. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 02.07.2008.
Foto 1: Vista parcial superior da ponte. Foto 2: Vista parcial lateral da ponte.
Foto 3: Vista superior da ponte (ao fundo), com indicação de sua capacidade de carga.
Foto 4: Vista inferior da ponte.
Foto 5: Corrosão de armadura verificada nos guarda-corpos.
Foto 6: Corrosão de armaduras e destacamento do concreto na viga pré-moldada tipo “i”.
3135017.doc 46
Foto 7: Detalhe de desagregação do concreto e corrosão de armadura de “pele” em uma viga pré-moldada.
Foto 8: Detalhe de desagregação do concreto e corrosão de armadura em uma parte da estrutura.
Foto 9: Falha de drenagem na região de uma das juntas de dilatação da ponte.
Foto 10: Detalhe do trecho próximo à junta, com problemas.
3.9.3. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Quando da realização da inspeção, ocorrida em 02.07.2008, foi realizado o
ensaio para obtenção de Índice Esclerométrico. Para tanto, foram realizados ensaios
em 4 (quatro) pontos da estrutura da ponte, com um esclerômetro modelo 58-
C0181/N, de fabricação italiana:
- 1.º ponto: Bloco de apoio (infra estrutura), com fck≥15MPa (projetado,
conforme indicado no Relatório APPE);
- 2.º ponto: Viga principal pré-moldada protendida (superestrutura), com
fck≥32MPa (projetado, conforme indicado no Relatório APPE);
- 3.º ponto: Laje do tabuleiro (superestrutura), com fck≥18MPa (projetado,
conforme indicado no Relatório APPE);
3135017.doc 47
- 4.º ponto: Passeio (superestrutura), com fck≥18MPa (projetado, conforme
indicado no Relatório APPE).
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos utilizados, sendo que k é o coeficiente de correção:
QUADRO 09 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
54 IE =
53,33
k = 1,00
IEe =
53,33
54 IE =
53,33
k = 1,00
IEe =
53,33
38* IE =
42,29
k = 1,00
IEe =
42,29
40 IE =
40,29
k = 1,00
IEe =
40,29
54 54 40 32*
52 54 40 38
54 56 42 42
54 52 44 48*
52 50 44 38
54 52 48* 42
54 54 40 42
52 54 46 40
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
Logo, a partir dos resultados obtidos, resultados estes bastante
convergentes para cada ponto, pôde-se verificar que, a princípio, a resistência do
concreto está qualitativamente de acordo com o projetado, à exceção do ponto
referente ao bloco de fundação, que, em tese, deveria apresentar um índice menor,
em função de seu fck também menor.
3.9.4. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.9.2., constata-se o
seguinte:
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 3,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
3135017.doc 48
Verificou-se um adensamento da pista junto às cabeceiras, causando trincas
no pavimento de asfalto, bem como um maior impacto na ponte quando da
passagem (acesso) de um veículo na ponte.
Foram constatadas falhas nas juntas de dilatação da estrutura da ponte,
trazendo, como conseqüência, problemas de drenagem que levam à corrosão das
armaduras e destacamento do concreto, conforme pode ser visto nas fotografias de
n.º 9 e 10.
Além disto, as fotos demonstram diversos pontos nas vigas pré-moldadas e
os próprios guarda-corpos (foto 5), com desagregação de concreto e consequente
corrosão de armaduras.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial.
3.10. PONTE SOBRE O RIO TAVARES – SC 405 – Localidade de Rio Tavares
A referida ponte localiza-se na Rodovia SC-406 transpondo o Rio Tavares
na localidade de mesmo nome. A superestrutura é constituída por uma seção caixão
em concreto armado qual seja, uma laje em cima, outra embaixo ligadas por duas
vigas de 1,15m, uma em cada lateral (seção celular). Esta estrutura está apoiada em
4 (quatro) pilares. Apresenta um comprimento total de 20 metros, sendo dois
balanços. A largura total da ponte é de 10,80m, sendo 9,30m de pista e 1,30m de
passeios e guarda-corpos. Conforme indicado no Relatório da APPE as fundações
são do tipo profunda, com estacas.
3.10.1. RELATÓRIO APPE
No tocante a esta ponte o Relatório elaborado pela APPE, em outubro de
2005, indica que a ponte necessita de recuperação/colocação de drenos,
recuperação das desagregações e armaduras expostas, manutenção e recuperação
dos guarda-corpos, limpeza, pintura e sinalização em geral. O relatório destaca
também que não há nenhum tipo de agravante especial.
3135017.doc 49
Ainda segundo o referido relatório, as condições gerais da ponte são boas,
estando liberada para o tráfego normal, conforme memória de cálculo estrutural
realizado, combinada com a realização de uma devida manutenção.
3.10.2. REGISTRO FOTOGRÁFICO
A seguir se demonstra fotografias da referida ponte, efetuadas pela equipe
técnica deste TCE, destacando-se, junto a cada foto, o que deve ser observado. As
fotos são datadas de 02.07.2008.
Foto 1: Vista superior da ponte. Foto 2: Vista lateral da ponte, com parte dos
guarda-corpos quebrados.
Foto 3: Vista superior da ponte (ao fundo), com indicação de sua capacidade de carga.
Foto 4: Vista inferior da ponte.
3135017.doc 50
Foto 5: Diferença de nível nas cabeceiras da ponte em função do adensamento.
Foto 6: Detalhe do adensamento, com trincas no pavimento.
Foto 7: Detalhe de corrosão de armadura na viga lateral, junto a um dos drenos.
Foto 8: Detalhe da forma de fixação de parte dos guarda-corpos.
3.10.3. REALIZAÇÃO DE ENSAIO PARA OBTENÇÃO DE ÍNDICE ESCLEROMÉTRICO
Quando da realização da inspeção, ocorrida em 02.07.2008, foi realizado o
ensaio para obtenção de Índice Esclerométrico. Para tanto, foram realizados ensaios
em 4 (quatro) pontos da estrutura da ponte, com um esclerômetro modelo 58-
C0181/N, de fabricação italiana:
- 1.º ponto: Parede da seção caixão (superestrutura), com fck≥18MPa
(projetado, conforme indicado no Relatório APPE);
- 2.º ponto: Passeio (superestrutura), com fck≥18MPa (projetado, conforme
indicado no Relatório APPE);
- 3.º ponto: Passeio (superestrutura), com fck≥18MPa (projetado, conforme
indicado no Relatório APPE);
3135017.doc 51
- 4.º ponto: Parede da seção caixão (superestrutura), com fck≥18MPa
(projetado, conforme indicado no Relatório APPE).
Resultado do Ensaio:
O quadro a seguir demonstra os resultados encontrados para cada um dos 4
(quatro) pontos utilizados, sendo que k é o coeficiente de correção:
QUADRO 10 – RESULTADO DO ENSAIO DE DUREZA SUPERFICIAL
PONTO 1 PONTO 2 PONTO 3 PONTO 4
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
Iei RESUL-TADOS
35* IE =
40,43
k = 1,00
IEe =
40,43
36 IE =
34,38
k = 1,00
IEe =
34,38
44 IE =
43,00
k = 1,00
IEe =
43,00
46 IE =
44,56
k = 1,00
IEe =
44,56
40 30* 50* 46
42 38 43 44
40 34 44 45
43 34 48 48
39 34 42 42
37 32 40 46
45* 33 40 42
42 34 38* 42
* Pontos eliminados por estarem acima da variação permitida por norma de 10% para mais ou para menos. Iei = Índice Esclerométrico do ponto. IE = Índice Esclerométrico médio. IEe = Índice Esclerométrico médio efetivo, considerando-se a inclinação do aparelho (índice “k”). No caso em questão, utilizou-se o aparelho na posição horizontal, portanto, o índice “k” é 1,00.
Logo, a partir dos resultados obtidos, resultados estes bastante
convergentes para cada ponto, pôde-se verificar que, a princípio, a resistência do
concreto está qualitativamente de acordo com o projetado, à exceção do ponto três,
que deveria apresentar um índice esclerométrico mais próximo aos demais.
3.10.4. CONSIDERAÇÕES ACERCA DA PONTE
Com base na inspeção realizada na referida ponte, conforme se atesta pelo
registro fotográfico constante do presente relatório no item 3.10.2., constata-se o
seguinte:
Em relação à sinalização destaca-se que, conforme atesta a foto n.º 3,
verifica-se a existência da sinalização necessária em relação ao tráfego permitido
sobre a ponte.
Verificou-se um adensamento da pista junto às cabeceiras, causando trincas
no pavimento de asfalto, bem como um maior impacto na ponte quando da
3135017.doc 52
passagem (acesso) de um veículo na ponte. Inclusive, com a passagem de um
veículo mais pesado (caminhão ou ônibus), claramente percebe-se uma
movimentação existente nas cabeceiras da ponte em função da deformação do
balanço da estrutura.
Constatou-se a queda de parte dos guarda-corpos numa extensão de 2
metros (foto n.º 2), sendo que outros, ainda presos à estrutura, estão fixados por
meio de uma barra de ferro, conforme se verifica na fotografia de n.º 8.
Além disto, as fotos demonstram alguns pontos com corrosão de armaduras.
No mais, devem ser levadas em conta as constatações do Relatório de
Avaliação de Obras de Arte Especial.
4. CONCLUSÃO
Considerando as Inspeções realizadas em pontes sob jurisdição do
DEINFRA referentes ao Roteiro Piloto, no tocante a pontes localizadas no Município
de Florianópolis (região insular).
Considerando a autorização da Inspeção, através de ato do Presidente do
Tribunal de Contas, através de despacho no Memorando n.º 204/2008, de
02.06.2008.
Considerando o Ofício de Encaminhamento n.º TCE/DLC/AUD. 8.324/2008,
datado de 24.06.2008, quando foram designados os técnicos, Auditores Fiscais de
Controle Externo Engenheiros Ricardo Caruso Mac-Donald (coordenador), João
Roberto de Sousa Filho, Álysson Mattje, Pedro Jorge Rocha de Oliveira e Juliana de
Sá Brito Stramandinoli, para a realização das Inspeções.
Considerando que se tratam apenas de inspeções in loco, ou seja, no não se
analisou documentos normalmente verificados em auditorias de obras, tais como,
licitações, contratos, medições, aditivos, pagamentos e termos de recebimento, uma
vez que não era o foco, bem como as pontes verificadas foram executadas há mais
de 20 (vinte) anos.
Considerando o Relatório de Avaliação de Obras de Arte Especial, de
autoria da APPE, bem como os ensaios de dureza superficial do concreto realizados.
3135017.doc 53
Considerando a urgente necessidade de implementação de um plano de
recuperação e manutenção das pontes sob jurisdição do DEINFRA, notadamente
em relação à ponte localizada na SC-406, sobre o Canal da Barra da Lagoa.
Considerando, por fim, todo o exposto anteriormente e tudo mais que dos
autos consta, entende esta Instrução, que pode o Exmo. Sr. Relator, quando da
apreciação do presente processo, que trata de Inspeções realizadas em pontes sob
jurisdição do DEINFRA, no tocante a pontes localizadas no Município de
Florianópolis, com fulcro no art. 59 da Constituição Estadual, no art. 1.º da Lei
Complementar n.º 202/2000, decidir por:
3.1. Alertar ao DEINFRA sobre os problemas estruturais e de
conservação/manutenção existentes nas pontes que poderão ocasionar maiores
prejuízos de ordem financeira, acidentes e transtornos aos usuários, conforme
indicado nos Relatórios de autoria da Empresa APPE, realizado em Outubro de
2005.
3.2. Determinar ao DEINFRA que, no prazo de 30 (trinta) dias, informe a
este Tribunal como são operacionalizadas as manutenções das referidas pontes,
periodicidade, contratos firmados, se for o caso, dotações orçamentárias previstas e
despesas realizadas nos últimos 3 (três) anos.
3.3. Recomendar ao DEINFRA que:
3.3.1. Implemente um plano de recuperação das pontes sob sua jurisdição,
localizadas no Município de Florianópolis, para correção dos problemas descritos
nas pontes inspecionadas, conforme o presente Relatório e o Relatório de Avaliação
de Obras de Arte Especial de autoria da Empresa APPE, realizado em Outubro de
2005.
3.3.2. Implemente um plano de manutenção das pontes sob sua jurisdição,
localizadas no Município de Florianópolis, conforme as normas existentes, com o
objetivo de manter as pontes dentro dos padrões de segurança mínimos e
adequados.
3.3.3. Especialmente no tocante à ponte localizada na SC-406, sobre o
Canal da Barra da Lagoa, implemente, de forma urgente sua recuperação estrutural
de forma a trazê-la para uma condição adequada de segurança.
3135017.doc 54
3.4. Dar ciência da Decisão, do Voto do Relator e deste Relatório ao
Departamento Estadual de Infra-Estrutura – DEINFRA, ao Ministério Público do
Estado de Santa Catarina – MP/SC e à Assembleia Legislativa do Estado de Santa
Catarina – ALESC.
É o Relatório.
DLC/Insp. 1, em 04 de março de 2009.
Eng.º Civil Álysson Mattje Eng.º Ricardo Caruso Mac-Donald Auditor Fiscal de Controle Externo Auditor Fiscal de Controle Externo Chefe da Divisão 1 / Insp. 1 – DLC Chefe da Divisão 2 / Insp. 1 – DLC
Eng.ª Juliana de Sá Brito Stramandinoli
Eng.º Civil João Roberto de Sousa Filho
Auditora Fiscal de Controle Externo Auditor Fiscal de Controle Externo
De acordo com o presente Relatório. Sugere-se o encaminhamento dos autos ao Exmo. Sr. Relator ouvido preliminarmente o
Ministério Público Especial junto ao TCE/SC.
Em 04.03.2009.
Eng.º Pedro Jorge Rocha de Oliveira Coordenador – DLC/Insp. 1
DE ACORDO, DLC, ___/___/_____
EDISON STIEVEN
DIRETOR DA DLC