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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XII - Número 658 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Curitiba, quinta-feira, 06 de outubro de 2011 Bancários entram no 9° dia de paralisação É greve geral. Mais de oito mil agências de bancos públicos e privados estão fechadas em todo o país. No Paraná são 659 agências. Sindicatos discutem com bancos sobre a ne- cessidade de reajuste salarial e maior segu- rança nas agências. Greve está em seu nono dia. Em Curitiba, di- versas manifestações marcaram a tarde des- ta quarta-feira. Pág. 3 Tecnologia Apple lança Iphone 4S e ações da empresa caem Pág. 5 Risológico Festival de humor Risológico é uma das principais atrações do final de semana curitibano e contará com a presença de Rafinha Bastos Pág. 4

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JORNAL-LABORATÓRIO DIÁRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Curitiba, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

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O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XII - Número 658Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Curitiba, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

Bancários entram no 9° dia de paralisação

É greve geral. Mais de oito mil agências de bancos públicos e privados estão fechadas em todo o país. No Paraná são 659 agências.Sindicatos discutem com bancos sobre a ne-cessidade de reajuste salarial e maior segu-rança nas agências.Greve está em seu nono dia. Em Curitiba, di-versas manifestações marcaram a tarde des-ta quarta-feira.

Pág. 3

Tecnologia

Apple lança Iphone 4S e ações da empresa caem

Pág. 5

Risológico

Festival de humor Risológico é uma das principais atrações do final de semana curitibano e contará com a presença de Rafinha Bastos

Pág. 4

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Expediente

Editorial

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Con-sentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientado-res: Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editores-chefes: Daniel Zanella, Laura Beal Bordin, Priscila Schip

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jorna-lismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 -Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.

Opinião

Quem já teve a oportunidade de ver o com-portamento das crianças em uma feira de livro pode até não entender como não somos um país homogêneo de leitores e de cidadãos de espírito crítico, capazes de reivindicar organizadamente condições de trabalho – desde a paralisação geral até o questionamento do cartão-ponto da empre-sa –, determinar políticas públicas mais efetivas e exigir a diminuição acentuada das desigualdades crônicas de nosso cotidiano.

As crianças demonstram pelo livro um cari-nho, uma intensidade e imaginação que se per-de em alguma etapa do processo educativo. Na pesquisa Retratos da leitura do Paraná, as mães são apontadas como as principais incentivadoras e formadoras em pessoas com o hábito regular da leitura. Na sequencia aparecem os professores, com maior percentual do que os pais.

É de se questionar a forma como o livro é in-serido gradativamente em contexto pedagógico e como incutir o gosto pela leitura em famílias onde o único livro da casa é a Bíblia – não entender isso como uma crítica, até porque a Bíblia é um exce-lente compêndio literário. Estudiosos alegam que o livro não deve ser implantado como mera fer-ramenta didática. Outros, mais radicais, afirmam que a leitura não deve ser um hábito, mas sim um vício, uma espécie de companheiro amado incon-dicionalmente. Para isso, é preciso de agentes transformadores apaixonados pelos livros, não burocratas que batem o cartão no horário e repas-sam aos estudantes a leitura como grade curricu-lar – para se fazer resumo e tirar uma boa nota.

Nota: esse contexto não é exclusivo de ensino fundamental. Qualquer professor que enxergue razoavelmente bem deve perceber que os es-tudantes universitários não leem os livros, e se leem, é leitura a seco, para constar no balanço se-mestral do portal.

Em Amores Difíceis, Italo Calvino diz que todo texto quer alguém que o ajude a funcionar. Essa transição entre a palavra e o leitor é o gran-de desafio, tanto para a indústria cultural quanto para o jornalismo impresso: por um país de mais leitores e menos apático na aceitação de valores contraditórios.

Uma boa leitura a todos.

DrOps

Paraná Clube e a Série B

29ª RodadaO Paraná Clube abre hoje a 29ª rodada do Campeonato Brasi-leiro da Série B, a popular Se-gundona. O confronto de sexta-feira, às 20h30, é contra o ASA, de Arapiraca, 13° colocado. O jogo é no Durival Britto e Silva.

AntecedentesNa última terça-feira, o Paraná foi até o Rio de Janeiro enfren-tar o Duque de Caxias, último colocado com 11 pontos até então, em possíveis 81 pontos disputados. O placar final da partida foi de 0 a 0, em jogo so-frível, felizmente prestigiado por 24 torcedores.

SituaçãoA Portuguesa de Desportos é a líder da Série B com 57, oito pontos a mais do que a Ponte Preta, que vem na 2ª posição com 49. Americana e Náutico, ambos com 48 pontos, fecham o grupo de sobe pra Primeira Di-visão do Brasileirão.

ComplicadaFaltando dez rodadas para o fim do campeonato, o Paraná é o 10° colocado, a apenas 4 pon-tos da zona da degola e a 11 pontos da zona de classificação. Problemas administrativos re-lacionados a falta de pagamen-to e dificuldades de substituir jogadores-chave contundidos culminaram na queda de rendi-mento da equipe.

HistóriaO Paraná caiu pra Segunda Divisão em 2007. A queda nos valores das cotas de tevê e a di-ficuldade de manter um elenco competitivo ileso aos ataques de empresários são os princi-pais fatores da atual situação paranista.

Desconfiança malditaThomas Mayer Rieger

Saiu uma pesquisa do IBOPE, com dados da con-fiança dos cidadãos em relação às instituições dos países. Essa pesquisa foi feita na Argentina, Chile, Porto Rico e no Brasil.

O vencedor absolu-to em todas as pesqui-sas e em todos os anos nos quais essa foi feita foi sempre o “Corpo de Bombeiros”. Os heroicos bombeiros, batalhadores da vida, que enfrentam as chamas em busca dos ci-dadãos em desespero.

Depois vêm as Igrejas, que normalmente servem de grande alívio às men-tes preocupadas e sem direcionamento das pes-soas. Um grande remédio para aqueles que se veem perdidos em meio a tantas dúvidas que surgem no mundo moderno.

Agora vamos aos gran-des vencedores da des-confiança: em penúltimo lugar, o Congresso Na-cional. Em último, os Par-tidos Políticos. À primei-ra vista, é um resultado plausível. Afinal, ambos são recipientes de verda-deiras latrinas humanas: só servem para agrupar ladrões, corruptos, gente da pior qualidade.

É só olhar os jornais para ver que nesses luga-res se amontoam mentiras e enganações, sendo essas cautelosamente prepa-radas e planejadas com o único propósito de as-saltar os bolsos do povo.

Essa raça de políticos mal-ditos, faz de tudo para si e para a destruição do sonho brasileiro. A pergunta que surge, depois de esbrave-jar contra os membros do congresso e dos partidos é: quem os colocou lá?

Os “malditos políticos” são escolhidos nas elei-ções, pelas mesmas pesso-as que preparam declara-ções inflamadas contra a classe que decide o futuro da população. As mesmas pessoas que lotam caixas de entrada nos e-mails e movimentam as rodas de bar com acusações alco-olizadas são aquelas que votam, a cada dois anos, e enviam os candidatos a cargos de importância.

Se prefeitos, deputa-dos, senadores e presi-dentes são todos membros do rol da desconfiança, o mesmo se pode dizer do eleitor desinteressa-do. É desse que devemos desconfiar, já que esse é o responsável pela putre-fação do sistema político. Não isento os ocupantes de cargos políticos, muito pelo contrário. Mas não se envia um lobo para cuidar de ovelhas.

Essa desconfiança é, na verdade, uma transmis-são de culpa. Ignora-se a própria incompetência na hora de escolher o time e o culpa quando ele falha. Não é assim que se faz política. Não é assim que se constrói um país mais confiante.

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Ellen Ziomek

Todos os bancos do Brasil, públicos e privados, entraram em greve na última terça feira 27. Já são 8.328 agências fecha-das no país e 659 no Paraná. Após várias reivindicações para a Federação Nacional dos Bancos – Fenaban em assem-bleias que vêm acontecendo desde agosto, não houve ne-nhum acordo.

Segundo o Sindicato dos bancários de Curitiba, o prin-cipal pedido dos bancários é o aumento de 5% de ganho real mais a inflação do período, em torno de 12,8%. Hoje o ganho está em 7,5% e até o momento a Fenaban ofereceu 8%, ou seja, 0,5% a mais, e é por esta razão por que a greve permanece.

O bancário e sindicalista André Garcia Carrion alega que existem outros motivos além do ajuste salarial para a greve. “Pesquisas vêm de-monstrando que os bancários são extremamente explorados pelos bancos. Nos últimos anos, os casos de depressão, problemas psicológicos gra-ves, estresse, tiveram grande aumento em bancários. Nós queremos melhores condições de trabalho. Também pedimos mais compreensão em relação ao cumprimento de metas, que é, sem dúvida, exploratório.”

Outro aspecto comentado por Carrion foi a respeito da segurança nas agências. “Os bancários estão diaramente expostos a riscos de assaltos a mão armada e são os que mais sofrem sequelas e traumas por situações deste tipo. Mais se-gurança dentro das agências é fundamental e não só para quem trabalha, mas também para os clientes”.

A categoria também está reivindicando o recebimento da PLR – Participação nos Lu-cros e Resultados dos Bancos, e

um salário inicial de R$ 2,3 mil para todos. E não como acon-tece hoje que o trabalhador é remunerado de acordo com a função que exerce.

O sindicato declarou que conta com o apoio e compreen-são dos clientes e usuários de-vido à paralisação das agências durante a greve, pois o objetivo é que a situação melhore e os clientes não continuem sendo explorados pelas altas taxas de juros, tarifas exorbitantes, filas intermináveis pela falta de funcionários, insegurança e precarização do atendimento bancário.

Segundo a Fenaban, a cate-goria já possui benefícios que se comparados a outras áreas

empregativas do Brasil são de grande vantagem, como: Jor-nada de 6 horas diárias (30 ho-ras semanais), com semana de 5 dias, para a maioria dos ban-cários, enquanto a jornada le-gal para outras categorias é de 44 horas semanais. Adicional de, no mínimo, 55% do salário para jornada de 8 horas diá-rias e 40 horas semanais, piso salarial de R$ 1.501,49 para o Caixa, valor significativamente superior às outras categorias, tendo em vista a diferença em horas da jornada de trabalho e participação nos lucros dos bancos. E é a única categoria profissional que conta com este benefício em convenção coleti-va de âmbito nacional.

E ainda, os bancos prestam à população um serviço essen-cial. Por isso, os sindicatos, os trabalhadores e os empregado-res devem, de comum acordo, garantir esse serviço. O atendi-mento à população é primor-dial, tanto nas agências como em outros canais de operação. Os clientes podem continuar tendo acesso aos serviços ban-cários pelos diversos canais de atendimento (internet, te-lefone, terminais de autoaten-dimento e correspondentes) e que algumas agências ainda es-tão funcionando normalmente.

Após decisão judicial al-gumas agências do HSBC e Bradesco reabriram na segun-da feira. E nesta quarta feira

pela manhã houve protestos no centro da cidade, um grupo de repentistas acompanhou os bancários por uma manifesta-ção passando pelas agências centrais de Curitiba.

Às 17h aconteceu no Es-paço Cultural dos Bancários de Curitiba mais uma assem-bleia sobre a avaliação da pa-ralisação da categoria até o momento e a discussão de es-tratégias em relação aos pró-ximos passos da greve – que pode continuar por tempo indeterminado, até que a Fe-naban e os bancários entrem em comum acordo. Até o fe-chamento dessa edição não foi tomada decisão sobre o fim da greve.

Mais de 650 agências fechadas no Paraná após uma semana de GreveBancários exigem aumento de salário, melhores condições de trabalho e mais segurança nas agências

Ellen Ziomek

GREVE

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Curitiba será o palco do maior festival de humor do sul do país: o Risológico. De hoje a domingo o Park Cul-tural (anexo ao Park Shopping Barigui) vai ser tomado por várias vertentes da comédia: stand-up comedy, persona-gens, paródias, humor na in-ternet, rádio e cartuns.

O curador do evento é o ator e humorista Marco Ze-nni, que explica como vai ser o formato do Risológico: “Ele vem com um formato de festi-val, diferente do que acontece em outros eventos. O festival envolve vários formatos de humor, como as charges (ter-emos oito cartunistas, todos de Curitiba), humor no rádio, como é o caso do Boa da Pan. E dando oportunidade pra gente que é daqui.”

Marco acredita que festi-vais como o Risológico logo se espalharão por todo o Brasil.

“É um projeto que vem para ficar, vai crescer junto com o humor no Brasil. É uma tendência, como os festivais de teatro, que toda grande capital tem o seu, acredito que com os festivais de humor também será assim”.

Em poucas palavras, ele

define bem o que é esse fes-tival: “É mais uma oportuni-dade para o curitibano rir e conhecer as novas tendências do humor”.

O evento vai contar com mais de 50 artistas, entre co-mediantes, cartunistas e radi-alistas.

Entre os comediantes que vão se apresentar no Risológi-co estão nomes de destaque no humor local, como Afonso Padilha, Thiago de Souza e Leonardo Forti. Para cada um deles, participar desse festival tem um significado diferente: “Eu acho muito bacana. É importante participar, trocar uma ideia com quem já está há um tempo fazendo, con-hecer gente nova, se apresen-tar para um número grande de pessoas. É legal também fazer parte da primeira edição” con-ta Thiago.

Para o mágico e humorista Leonardo Forti, participar do Risológico representa uma oportunidade: “Para crescer e se aprimorar, por ser um tipo de evento diferente, de um porte maior, que eu não parti-cipei ainda. Vai ser um desa-fio.”

Já para Afonso Padilha, o Risológico é um bom es-paço para os humoristas pa-ranaenses: “Apesar de eu estar

há apenas dois anos fazendo [stand-up], é legal ganhar uma chance num evento desses, as-sim como para o Thiago e para o Leonardo. Pra mim vai ser uma grande vitrine e espero participar também de todas as próximas edições”.

Mas se engana quem pensa que o Risológico será feito só de talentos da nossa capital. Humoristas de expressão na-cional também estarão presen-tes, como é o caso de Nany Peo-ple, Murilo Gun, Luiz França, Léo Lins, Mauricio Meirelles e Rafinha Bastos que, aliás, será o humorista homenageado da edição de 2011 do festival.

Sobre a escolha de Rafinha Bastos como homenageado, Marco Zenni, explica: “A ideia do Risológico é sempre trazer um novo nome do humor para ser homenageado, e o stand-up comedy é uma coisa nova. Se você pensar que o stand-up no Brasil não tem nem 10 anos, o Rafinha Bastos já é um senhor do stand-up comedy. Ele ajudou a formar a platéia do stand-up. Homenagear o Rafinha é um jeito de mostrar tudo o que ele já fez em prol do stand-up comedy”.

E o homenageado de 2012, já está escolhido? “Danilo Gentili”, diz Marco. “E a gente sempre vai querer manter isso:

novas caras, pessoas novas. Homenageando gente que está fazendo acontecer agora”.

Apesar disso, também vai acontecer uma homenagem

surpresa para José Vasconcel-los. “Ele está passando por problemas de saúde e é um dos poucos humoristas de stand-up ‘das antigas’”, explica Marco.

Hoje a risada rola solta em Curitiba

Serviço:Risológico, de 06 a 09 de outubro no Park Cultural, anexo do Park Shopping Barigui. Mais informações no site www.risologico.com.br

Pedro Lemos

Eu gostaria de viver em um mundo onde piadas fos-sem apenas piadas, e não consideradas apologia a cri-mes. O assunto da semana foi uma piada do apresentador/humorista Rafinha Bastos do CQC. Ele fez uma piada, sobre Wanessa Camargo: “Comeria ela e o bebê”.

Posso estar sendo impar-cial... Na verdade estou sendo, com certeza, imparcial, já que sou comediante. Mas estou cansado de ouvir gente chora-mingando por aí sobre piadas que ouviu em um programa de humor. Quem diria, piadas

em um programa de humor, em que mundo nós vivemos? Não questiono aqui a qualida-de da piada, mas sim o direito que cada um tem de se expres-sar livremente. Humor tem limites? Não. Não tem limites se algo é engraçado. Se não é engraçado, logo não é humor. Matemática simples.

Aqui coloco uma interro-gração: será que se a piada fosse feita com alguém que não é famoso, teria tanta re-percussão? Wanessa é cantora, esposa do empresário Marcelo Buaiz, sócio de Ronaldo Fenô-meno, que cogitou a hipótese

de tentar tirar anunciantes da Band. A Band, aliás, que me decepcionou, pois ela sempre passou uma imagem positiva, afinal é a casa do stand-up co-medy na televisão aberta, mas sucumbiu à pressão popular e afastou Rafinha da bancada do CQC. Não perdeu os anun-ciantes, mas perdeu a graça do programa, perdeu audiência, e perdeu o meu respeito (que não vale muita coisa, então apegue-se mais à graça e a au-diência). Muito me admira um humorista ser afastado de um programa de humor por que contou uma piada (fez o seu

trabalho).Alguém deve estar pen-

sando: “Mas ele fez apologia à pedofilia”. Por favor, não leve uma piada tão a sério, afinal ela é apenas uma piada, e não um discurso presidencial para ser lido na ONU.

Apologia por apologia, a Band deveria tirar o Brasil Urgente, comandado por José Luiz Datena do ar, já que em 50% do programa só se fala em pedofilia. Se não fosse pelo Datena, esse termo jamais che-garia à boca dos ignorantes.

Tempo atrás vi um vídeo no Youtube. Ele reproduzia

parte de um episódio d’Os Trapalhões. A cena era mais ou menos assim:

“Dedé para Zacarias: ‘Onde está o macaco?’. Zaca responde: ‘Atrás do carro’. Dedé vai para trás do carro e encontra Mussum, que excla-ma ‘Macaco é a mãe!’”.

Vale lembrar que tal cena foi transmitida em pleno regi-me militar. E não foi a única. Apologia ao racismo? Não. Simplesmente uma piada. Va-mos parar de dar importância exagerada às piadas, porque assim, até a comédia fica cha-

Opinião - Caso Rafinha Bastos

Divulgação

HUMOR

Park Shopping Barigui receberá comediantes de todo o Brasil neste final de semana

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O lançamento do novo iPhone, batizado de iPhone 4S, aconteceu nesta terça-feira (4), na sede da multi-nacional Apple, localizada na cidade de Cupertino, na Califórnia, EUA. No evento “Let’s talk iPhone”, o vice-presidente de marketing da Apple, Phil Schiller, apre-sentou a quinta versão do smartphone mais famoso do mundo, que chega às lojas de apenas oito países no dia 14 de outubro. Até o final do ano, cerca de 70 países irão receber o iPhone 4S.

A expectativa para o lan-çamento era enorme, mas o iPhone 4S acabou causando grande decepção, já que ele não apresenta muitas novi-dades. Os applemaníacos, fãs da empresa de eletrô-nicos, esperaram 15 meses pelo novo aparelho e foram apresentados apenas com uma atualização do seu an-tecessor, o iPhone 4.

ComplicaçõesComo consequência do

lançamento do iPhone 4S, a bolsa de valores Nasdaq, em Nova Iorque, registrou uma queda imediata de 3% nas ações da empresa, que fechou com baixa de 0,56% na terça-feira (4), cotadas a US$ 364. As ações da Apple apresentavam valores po-sitivos antes do lançamen-to oficial, mas começaram a cair durante o evento. Os usuários do smartphone também ficaram decepcio-nados porque a apresenta-ção não foi feita inteiramen-te pelo novo CEO da Apple,

Ações da Apple caem após lançamento do iPhone 4S

Rodolfo Tazoniero do Amaral

Tim Cook. Ele substituiu o co-fundador da empresa e magnata, Steve Jobs, em agosto desse ano. Cook es-teve no evento e falou mais sobre o novo sistema opera-cional do iPhone 4S, o iOS 5. Quando Steve Jobs anun-ciou sua saída da Apple, as ações da empresa chegaram a cair mais de 5%, com uma baixa de 0,65%.

A Samsung Eletronics anunciou ontem que planeja impedir a venda do iPhone 4S na Itália e França. Se-gundo a empresa, a Apple copiou as tecnologias rela-cionadas à transmissão de dados móveis dos smartpho-nes da Samsung. A multina-cional sul-coreana afirmou que a violação da Apple é tão grande que as vendas do iPhone 4S devem ser proi-

bidas em todo o continente europeu. As duas empresas já haviam brigado na justiça antes, quando a Apple con-seguiu proibir a Samsung de vender o “Galaxy Tab” na Alemanha. A empresa cria-da por Steve Jobs afirmou que o “Galaxy Tab” havia copiado o desenho e algu-mas funções do iPad, outro produto de grande sucesso da Apple.

MelhoriasAs melhorias do iPhone

4S incluem: câmera traseira de maior qualidade, com 8 megapixels, maior sensibi-lidade à luz e capacidade de gravar vídeos em alta defini-ção (1080p); processador Ap-ple A5 de dois núcleos, que deixa o smartphone mais rápi-do; bateria de maior duração;

assistente inteligente de voz e maior velocidade de conexão à internet via rede de telefonia celular. O iPhone 4S também virá em uma versão de 64GB, a maior capacidade do apare-lho até agora.

O estudante e usuário do celular da Apple, Marcos Monteiro, 21, esperava mais. Segundo ele, houve uma grande movimentação a res-peito do novo iPhone por mu-danças que já eram previstas. “Alteraram somente a ques-tão do hardware do aparelho e o design continua o mesmo do iPhone 4. O design é sem-pre uma das características que mais chamam a atenção na Apple”, afirmou. Ele com-prou seu iPhone 4 em junho deste ano e disse que ainda não vale a pena trocar. “No dia 12 de outubro, a Apple vai

liberar uma nova atualização do software do meu iPhone. Terei o mesmo software do iPhone 4S, sem a câmera nova e o processador duplo”, com-pletou o estudante. Já o pu-blicitário Giordano Damiani, 23, gostou das mudanças. “Eu gostei do Siri (sistema de voz inteligente do novo iPhone), da bateria de maior duração, da câmera nova e também da “petaband”, que faz o celular funcionar em qualquer lugar do mundo”, relatou. Ele pre-tende trocar o seu iPhone 3G, que comprou há mais de 3 anos, logo que foi lançado. “Se eu estiver bem financeiramen-te e tiver alguma promoção na época que o iPhone 4S chegar ao Brasil, eu vou comprar sim”, disse o publicitário, animado com o lançamento da Apple.

Novo iPhone não tem muitas mudanças e chega às lojas norte-americanas no dia 14 de outubro. No Brasil, o smartphone deve chegar até o final do ano.

Divulgação

TECNOLOGIA

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Menino = Menina. É apenas uma questão

de opiniãoMuito do que vemos nas ruas

está envolvido, em maior ou me-nor grau, com moda. É besteira achar que o seu jeito de ser não é influenciado por algum tipo de padrão, cultura ou tendência. Cada tribo que existe nesse uni-verso segue alguma tendência e porque não dizer, uma moda?

Andrógenos, você já ouviu fa-lar? Se você é como eu, deve ter estranhado o termo, mas ele está mais comum ou pelo menos mais explicado do que nunca. A an-droginia é “a ausência de gêne-ro”. Como assim? São pessoas as-sexuadas, é isso? Não. O conceito de androginia já é representado desde as pinturas do italiano Caravaggio (1571-1610) quando alguns homens eram represen-tados com características femini-nas. Dando um pulo no tempo, chegamos aos dândis ingleses e seus modos à La Oscar Wilde.

Mas a maior representação da androginia no passado, e que não deixa de ser muito atual, é Ga-briele Chanel. Já nos anos 20, ela emprestava roupas de seus na-morados e as usava normalmen-te. Na época isso foi um espanto, pois na Paris pós-belle époque, ser mulher era estar envolta de saias amplas e chapéus cheios de ornamentos.

Para o psicólogo Claúdio Pi-cazio, o que deve ser levado em conta nessa historia é a troca en-tre homens e mulheres. “O ba-cana desse história é justamente quebrar a invenção dos padrões de gênero e Chanel foi uma das primeiras a fazer isso”, afirma em entrevista a revista Elle.

Em um mundo onde homens e mulheres são iguais, a andro-ginia vem somar pontos. Os homens e mulheres trabalham dentro e fora de casa, cuidam dos filhos, leem as mesmas coi-sas, se interessam pelos mesmos assuntos, e por que não usar as mesmas roupas? Andrea Bisker, diretora da WGSN no Brasil, por-tal que mapeia as tendências de moda e comportamento, afirma

TRIBOS URBANAS

Camila Rehbein

que os andrógenos são como um terceiro gênero. “Não é mais uma mulher masculinizada ou um homem afeminado. É uma busca pela neutralidade. Ser homem ou mulher é um mero detalhe”.

A geração Y é uma das res-ponsáveis pela popularização do termo. Essa geração, ou melhor, a nossa geração já nasceu com acesso a internet, sem muitas res-trições. Sabemos que é possível ser o que quisermos, desde ro-queiros à fashionistas, em segun-dos. Uma coisa importante a ser destacada é que a androginia não está relacionada a opção sexual, é apenas um modo de se vestir e ver o mundo. Um fator que con-tribui, e muito, para que isso seja possível e a liberdade de expres-são que temos hoje. O preconcei-to está cada vez menor e isso é muito importante, pois possibi-lita uma linguagem diferente e criativa por parte das pessoas.

No Brasil, onde as mulheres são conhecidas por sua sensuali-dade e os homens por serem ma-chões, ser andrógeno parece uma ilusão, mas hoje muitas marcas já estão preocupadas em atender esse público que vem crescendo no país. Os estilistas João Pimen-ta e Mário Queiroz, experts em moda masculina, já estão dando passos nessa direção. No último São Paulo Fashion Week, pratica-mente toda a sua coleção femini-na continha peças quase iguais às desfiladas pelos meninos.

Ser andrógeno, então, não é estar restrito as araras femininas ou masculinas. Ser andrógeno é poder ser quem você quiser, na hora que você quiser, sem ficar cheio de tabus ou preconceitos. É poder olhar uma blusa linda na seção masculina e levar pra casa, afinal, se ela caiu tão bem em você porque ficar preocupada só porque ela estava do outro lado da loja? Como descrito por Platão em O Banquete. Quase 2 mil anos depois, os “deuses” da moda es-tão nos permitindo ser quem qui-sermos.

@camilarehbein

Cursa o 4° período da manhã e publica seus textos no endereço monapety.tumblr.com

@_marcosfe

Cursa o 4° período da noite

Marcos Monteiro

Em ritmo de festa

Na corrida pela construção do estádio que será utilizado para a abertura da Copa do Mundo 2014 – que acabará pro-vavelmente com o Corinthians e seu lendário Itaquerão – os clubes buscam investidores para financiar as obras – exce-to o Corinthians e seu lendário Itaquerão, que terá a utilização de verbas públicas e incentivo fiscal (mas essa é outra histó-ria). O fato é que: talvez pela ânsia de ter um estádio, os clu-bes esquecem-se do principal motivo da construção, o torce-dor.

Saiu, há pouco mais de uma semana, o ranking de público do Brasileirão – de séries A a D. Flamengo, Corinthians e São Paulo, encabeçam a lista, colocando, em média, mais de 40 mil pagantes em seus está-dios. Exceto o Corinthians, que há 100 anos joga em campinho público. Em fase intermediá-ria estão Palmeiras, Cruzeiro, Atlético-PR e os rivais de Porto Alegre, com público entre 20 e 30 mil pagantes, juntamente com as jóias Ganso e Neymar, que lotam a Vila Belmiro em sua totalidade.

Não. Não é bem assim que se encontra o futebol nacional.

Somos filhos de mãe sol-teira e o futebol segue como o bastardo na nação. Já usado como arma populista, hoje nos-sos times de elite penam para colocar meia tigela de gente nas arquibancadas.

A lista, elaborada pelo jor-nalista Rodolfo Brito, do blog

ESPORTES

rbrito1984.blogspot.com, mos-tra a necessidade urgente de uma “reforma política” na ma-neira como é administrada a relação clube-torcedor.

A lista é cheia de curiosi-dades. O time que mais atrai torcedores – lembrando a você, leitor, que aqui estão os 100 clubes que compõe as séries A,B,C e D do Campeonato Bra-sileiro – é de Pernambucano, e vem da série D. O Santa Cruz, nesta temporada, põe, em mé-dia, 33.450 pagantes por jogo. Pouco? Muito? Se levarmos em consideração que o Flamengo, clube de maior torcida, está colocando 15.386 pagantes por jogo chegamos a uma conclu-são óbvia.

Só para saborearmos um pouquinho: dos 20 clubes com maior média, seis não são da primeira divisão. América-MG, Avaí, Atlético-GO, San-tos, Fluminense e Cruzeiro são aqueles que não fazem parte da seleta lista dos 20 primeiros. Os “Meninos da Vila 2.0” não conseguem atrair mais do que 8.000 torcedores ao estádio em seus jogos.

Por curiosidade: Cerâmica, do Rio Grande do Sul, tem a pior média: 111 pagantes por jogo. O Duque de Caxias, que duelou com o Paraná Clube na última rodada da série B e le-vou 24 torcedores ao estádio, tem a quarta pior média: 199 torcedores a cada embate.

Tirem as crianças da sala, os elefantes brancos pedem passagem.

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Curitiba, quinta-feira, 06 de outubro de 2011 7

Uma louca neurótica ciumenta me ligou às pressas, fazendo mil pergun-tas e me xingando nos intervalos das respostas. Em certa altura da conversa, eu já estava cansada de explicar que só estava ligando para o namorado dela para perguntar se topava uma cerve-jinha nas mesinhas de madeira lá em-baixo, com todo mundo, gente amiga, gente sociável e sem neurose, mas não deu certo. Fiquei com o coração mole, me deixei levar pelo desespero daque-la voz fina e desesperada. Pedi des-culpas, prometi que não ia mais ligar, compreendi as outras.

Meu grupo de amigas caiu pela metade depois de alguns namoros vingarem. Sinto falta de algumas, mas a resposta é sempre a mesma: não po-dem. Deixei de lado, saí com amigos homens, bebi com eles. Me libertei xingando casais bundões, reclamando de alianças de prata e do instituto na-moro. O que há com a gente? Esquece-mos o que é estar junto. Sonhamos em encontrar a pessoa certa, para mudá-la completamente e transformar naquilo que é mais cômodo. Não sei ser assim, não sei ter alguém grudado a mim. Não sei sair para jantar sem ouvir as histórias do Fulano que encheu a cara, Ciclana que você ainda não conhece, mas conta ótimas piadas. Beltrano, eu não sei gostar de quem não vive! Nem mesmo de mim.

O mundo então virou. É muita gen-te que não sabe amar com aquele es-paço para amar a si mesmo. Vivemos nos escondendo em status de internet, colegas de trabalho, históricos não sal-vos. Mesmo?! Serei mesmo essa louca, vagabunda, mal amada e encalhada, porque convido gente simpática pra uma cervejinha nas mesinhas de ma-deira lá embaixo?

Por Sofia Ricciardi

LITERATURA

O que aconteceu com o amor?

Diego Silva

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Curitiba, quinta-feira, 06 de outubro de 2011

ENSAIO FOTOGRÁFICO 8

Curitiba é conhecida nacionalmente como a cidade modelo do país. O sistema de trans-porte público da cidade é um exemplo disso. A Urbanização de Curitiba S.A., mais conhecida como URBS, já recebeu uma série de prêmios internacionais que comprovam a sua eficiên-cia, mais recentemente da instituição inglesa Building and Social Housing Foundation. Os passageiros também estão satisfeitos com o transporte. Segundo pesquisa realizada pela própria URBS, onde 89% deles disseram achar o sistema de transporte coletivo eficiente.

Criada em 1963 e originalmente chamada de “Companhia de Urbanização e Saneamento de Curitiba”, a URBS se diferencia das outras empresas de transporte coletivo porque criou o Sistema Integrado de Transporte. Com esse sistema, os passageiros pagam apenas uma passagem e deslocam-se mais, fazendo con-exões em terminais de ônibus e estações-tubo. “Eu saio da minha casa todos os dias para tra-balhar, pego quatro ônibus diferentes e pago só uma vez.”, afirma a empregada doméstica Neuza Nascimento, 44, que mora em Colombo e desloca-se todas as manhãs ao bairro Água Verde para trabalhar.

Os ônibus biarticulados, outro diferencial do transporte curitibano, facilitam o transporte devido a sua grande capacidade de passage-iros e ao número alto de paradas, nas chama-das estações-tubo. A tarifa domingueira, de apenas um real, incentiva o lazer e a cultura curitibana. No total, quase dois milhões de pessoas são usuárias do sistema de transporte público de Curitiba. São mais de 1980 ônibus e 395 linhas que atendem a capital paranaense e 12 municípios vizinhos. Isso gera 15 mil em-pregos diretos, facilidade de transporte para a população e desenvolvimento da cidade e, consequentemente, do país.

TRANSPORTE PÚBLICO

CURITIBANOPor Rodolfo Tazoniero