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A diabetes é um problema de saúde pública que resulta, muitas vezes, da forma como as pessoas vivem e dos hábitos que têm. Como reporta a Orga- nização Mundial de Saúde (OMS), a incidência da doença tem vindo a aumentar. A diabetes é responsável por várias complicações que diminuem a qualidade de vida, podendo provocar a morte precoce. É uma doença que não tem cura. No entanto, o avanço nos tratamentos e a compreensão da doença permitem aos diabéticos levar uma vida praticamente nor- mal. Muitas vezes, o cuidado com a alimentação e a prática regular de exercício são sufi- cientes para evitar a doença ou para a manter controlada. Na verdade, existem três tipos de diabetes: tipo 1, tipo 2 e diabetes gestacional. A maioria das pessoas possui diabetes do tipo 2, que ocorre quando o corpo não usa bem a insulina e não consegue man- ter o nível de açúcar no sangue estável, de acordo com o CDC. Já a diabetes tipo 1 é muito menos comum – apenas cerca de 5% dos diabéticos o têm. Trata-se essencial- mente de uma doença auto- imune em que o corpo deixa de produzir insulina (e, como tal, não consegue regular o açúcar no sangue). E a diabetes gestacional ocorre em mulheres grá- vidas. Regra geral, a pato- logia desaparece após o parto, mas pode aumentar a probabilidade de desen- volver o tipo 2 mais tarde, de acordo com o National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases (NIDDK). Todos os três tipos de dia- betes podem ser facilmente detectados através de um exame de sangue. O teste, essencialmente, verifica se a glicose na corrente san- guínea (também conhecida como açúcar no sangue) está excessivamente alta. “Infelizmente, muitas pessoas têm diabetes ou pré-diabetes não diagnos- ticadas. Isso porque os sin- tomas são super-subtis”, afirmou Poorani Goundan, endocrinologista do Boston Medical Center (EUA), em entrevista ao canal de tele- visão CNN. Sintomas menos conhecidos Nem todos os sintomas da diabetes são facilmente reco- nhecidos pelas pessoas. A diabetes é uma doença que se apresenta quando os níveis de glicose no sangue se encontram perigosamente elevados. Quando assim acontece, a condição pode danificar os olhos, os rins e os nervos. Nem todas as pessoas que são diagnosticadas com diabetes apresentam os sintomas habituais, tais como, por exemplo, sede, dormência nas mãos ou nos pés, perda de peso inexplicável e necessidade constante de urinar. Eis cinco possíveis sin- tomas menos comuns de diabetes: 1. Irritação na pele Um dos sintomas pouco conhecidos da diabetes ocorre quando a glicose no sangue está acima dos valo- res saudáveis e a pele se torna mais seca, provocando ainda comichão. Pode sentir comichão nas mãos, nos braços, nas pernas e nos pés. 2. Ressonar Devido a problemas relacio- nados com transtornos res- piratórios, ao dormir, os níveis de açúcar no sangue podem tornar-se mais elevados. Esta condição é conhecida como apneia do sono. Podem ser um factor pre- dominante para o desenvol- vimento de diabetes, na medida em que são provo- cados por pausas na respi- ração, devido ao relaxamento da musculatura que estreita as vias respiratórias. Quando os roncos surgem, dificultam a entrada de oxi- génio nos pulmões e, com isso, interrompe-se a cadeia de metabolismo da glicose. 3. Cabelo seco ou caspa Quando há excesso de açúcar no sangue, o corpo procura um modo de eliminá-lo atra- vés da urina, o que é comum. No entanto, às vezes, ao eliminar o líquido em excesso, outras zonas do corpo são afectadas pela desi- dratação. O que cria escamas no couro cabeludo. Também causa dermatite seborreica, conhecida comum- mente como caspa. Como a pele é o maior órgão do corpo, pode ainda estender-se a todo o couro cabeludo. Além disso, o estado infla- matório desta área traz as condições propícias para o aumento do fungo Pityros- porum, causador da caspa. 4. Problemas de audição Diversos estudos demons- traram que a perda de audi- ção pode ser um indicador da diabetes. As pessoas com um nível de açúcar elevado no sangue estão mais propensas a terem alguma lesão auditiva do que aquelas com níveis de glicose saudáveis. Tal acontece porque os níveis de glicose muito altos danificam os nervos do ouvido interno e os vasos sanguíneos, alterando o seu funcionamento. 5. Alterações na visão A diabetes produz mudanças nos fluidos do corpo e isso também afecta o sentido da visão. Alguns pacientes, antes de serem diagnosti- cados com diabetes, come- çam a ver melhor. De repente, deixam de facto de precisar de lentes de correcção. Quando isso acontece, a melhoria não é permanente. Uma vez esta- bilizados os níveis de glicose, o paciente volta a ter a neces- sidade de usar lentes. Mas não se alarme, isso não é uma retinopatia dia- bética. A retinopatia diabética faz com que os vasos san- guíneos atrás dos olhos se obstruam. Nas etapas mais precoces da diabetes, o olho não tem a capacidade de focar bem, porque os níveis de glicose no sangue encon- tram-se muito altos. Isso pode provocar mudanças de formato dos olhos, mas não quer dizer que irá perder a visão devido à diabetes. Depois de algum tempo, os níveis de açúcar esta- bilizam e não terá proble- mas enquanto os mantiver em equilíbrio. UMA REFLEXÃO À VOLTA DA DOENÇA DR Se notar todas estas mudan- ças em si, somados aos sin- tomas comuns, procure um especialista médico para rece- ber um diagnóstico e trata- mento adequado. Sintomas sorrateiros 1. Está constantemente com vontade de urinar. “Quando há açúcar a mais na corrente sanguínea, o corpo instintivamente tenta livrar-se desse excesso”, explicou Mary Vouyiouklis Kellis, endocrinologista da Cleveland Clinic (EUA), tam- bém à CNN. “A água segue o açúcar, então acaba por ter uma grande perda de urina”, completa. 2. Água Ao urinar constantemente, a desidratação é uma pos- sibilidade muito real. E, para piorar a situação, “alguns pacientes que não sabem que têm diabetes saciam a sede com bebidas açucara- das, como refrigerantes ou sumos, o que, por sua vez, aumenta o açúcar no san- gue”, diz Goundan. Os sinais de desidratação incluem urina de cor escura, perda de peso e sede extrema. 3. Mau hálito A desidratação relacionada à diabetes contribui para a secura da boca e para o mau hálito que pode acompa- nhá-la. “Afinal, com a boca seca, não há cuspo suficiente para lavar as bactérias e equilibrar o pH da boca”, salienta Kellis. Adicionalmente, a dia- betes não diagnosticada ou descontrolada pode gerar cetose. Trata-se de um pro- cesso no qual o corpo usa a gordura, em vez de glicose, como energia. “A cetose liberta um sub- produto químico chamado cetonas, que pode fazer com que o hálito cheire extre- mamente mal ou que tenha um aroma doce ou frutado”, diz. Às vezes pode até cheirar a acetona, já que é um tipo de cetona. 4. Pés e as mãos dormentes Neuropatia – uma condição caracterizada por dormência ou sensações estranhas, como alfinetes e agulhas nos braços, pernas, mãos e pés – ocorre em mais da metade das pessoas com diabetes tipo 2, de acordo com uma revisão do periódico Diabetes Care 2017. “A diabetes reduz o fluxo sanguíneo para as extremi- dades e, ao longo do tempo, danifica os vasos sanguíneos e nervos”, diz Kellis. 5. Visão turva A visão turva é um sintoma comum e frequentemente ignorada, sobretudo nas mulheres. O que a diabetes tem a ver com a visão? Kel- lis explica que pode for- mar-se um fluido na lente do olho quando os níveis de açúcar aumentam. Esse fluido pode ‘borrar’ a visão, causar miopia e a neces- sidade de usar óculos ou lentes de contacto. “Feliz- mente, controlar os níveis de açúcar no sangue faz com que a visão turva volte gradualmente ao normal”, acrescenta. Diabetes, da má qualidade de vida a uma morte precoce Hoje assinala-se o Dia Mundial da Diabetes, doença responsável por várias complicações que diminuem a qualidade de vida, podendo provocar a morte. O mal não tem cura, mas existem tratamentos que permitem a quem padece levar uma vida normal Quinta-feira 14 de Novembro de 2019 23 ESPECIAL A diabetes já é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como a nova epi- demia do século XXI – junta- mente com a obesidade e a depressão. E agora um novo estudo alerta que pessoas de estatura baixa apresentam uma maior propensão para desen- volverem a patologia. Uma pesquisa alemã apurou que o risco da doença é 41% menor para os homens e 33% menor para as mulheres, por cada 10 centímetros de altura. Os autores do estudo, que incluem o médico Clemens Wit- tenbecher e o professor Matthias Schulze do instituto alemão de Nutrição Humana em Pots- dam-Rehbruecke, afirmaram que os dados apurados apon- tam que a altura pode ser uti- lizada como um “marcador preditivo” relativamente ao risco de diabetes. “Apurámos que há uma asso- ciação inversa entre altura e a possibilidade de diabetes de tipo 2 entre os homens e as mulheres e que é particular- mente notável no comprimento das pernas nos indivíduos do sexo masculino”. “Parte desta associação inversa pode ser potencializada por uma relação entre estatura mais elevada com um menor índice de gordura no fígado e a um perfil cardiometabólico mais favorável, sobretudo de células gordas, adiponectina e de proteína C reactiva”. O estudo foi publicado na revista científica Diabetologia, o periódico da Associação Euro- peia para o Estudo da Diabetes, a 9 de Setembro. Os investigadores recorreram a dados de 2,500 indivíduos, obtidos através do estudo da Investigação Europeia sobre o Futuro do Cancro e da Nutrição, que por sua vez incluiu mais de 27 mil participantes. Alimentos para prevenção O consumo diário de alguns alimentos, como aveia e amen- doins, ajuda prevenir a diabetes tipo 2, porque controlam o nível de glicose no sangue e a baixar o colesterol, promo- vendo o bem-estar e mantendo um coração saudável. Comer determinados ali- mentos ricos em fibra é extremamente importante, especialmente para os indi- víduos que têm parentes próximos com diabetes, por- que, apesar de não ter cura, a diabetes pode ser preve- nida através do consumo de uma dieta saudável e da prática de exercício físico. Eis alguns alimentos que ajudam a prevenir a diabetes: Aveia A quantidade de fibras presente nesse alimento ajuda a manter estável o nível de glicose no sangue; Amendoins Possuem um baixo índice gli- cémico, que ajuda a prevenir a diabetes; Azeite Está repleto de antioxidantes que ajudam a combater o coles- terol e a diabetes; Trigo integral Esse alimento é rico em vita- minas do complexo B e fibra, que previnem o colesterol e melhoram a curva glicémica da refeição; Soja É um alimento rico em proteínas, fibras e hidratos de carbono, prevenindo doenças cardio- vasculares. Por ter um baixo nível glicémico, ajuda a prevenir a diabetes também. Além de comer os alimentos certos, é importante seguir algu- mas orientações gerais, como comer de três em três horas, evitar refeições muito grandes, manter um peso ideal e praticar exercício físico regularmente. Se acha que pode estar a sofrer de diabetes, não hesite em contactar um médico. Pessoas de estatura baixa mais propensas

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A diabetes é um problemade saúde pública que resulta,muitas vezes, da forma comoas pessoas vivem e dos hábitosque têm. Como reporta a Orga-nização Mundial de Saúde(OMS), a incidência da doençatem vindo a aumentar.

A diabetes é responsávelpor várias complicações quediminuem a qualidade devida, podendo provocar amorte precoce. É uma doençaque não tem cura. No entanto,o avanço nos tratamentos ea compreensão da doençapermitem aos diabéticos levaruma vida praticamente nor-mal. Muitas vezes, o cuidadocom a alimentação e a práticaregular de exercício são sufi-cientes para evitar a doençaou para a manter controlada.

Na verdade, existem trêstipos de diabetes: tipo 1, tipo2 e diabetes gestacional. Amaioria das pessoas possuidiabetes do tipo 2, que ocorrequando o corpo não usa bema insulina e não consegue man-ter o nível de açúcar no sangueestável, de acordo com o CDC.

Já a diabetes tipo 1 é muitomenos comum – apenascerca de 5% dos diabéticoso têm. Trata-se essencial-mente de uma doença auto-imune em que o corpo deixade produzir insulina (e, comotal, não consegue regular oaçúcar no sangue).

E a diabetes gestacionalocorre em mulheres grá-vidas. Regra geral, a pato-logia desaparece após oparto, mas pode aumentara probabilidade de desen-volver o tipo 2 mais tarde,de acordo com o NationalInstitute of Diabetes andD ige s t ive and K idneyDiseases (NIDDK).

Todos os três tipos de dia-betes podem ser facilmentedetectados através de umexame de sangue. O teste,essencialmente, verifica sea glicose na corrente san-guínea (também conhecidacomo açúcar no sangue) estáexcessivamente alta.

“Infelizmente, muitaspessoas têm diabetes oupré-diabetes não diagnos-ticadas. Isso porque os sin-tomas são super-subtis”,afirmou Poorani Goundan,endocrinologista do BostonMedical Center (EUA), ementrevista ao canal de tele-visão CNN.

Sintomas menosconhecidosNem todos os sintomas dadiabetes são facilmente reco-nhecidos pelas pessoas. Adiabetes é uma doença quese apresenta quando os níveisde glicose no sangue seencontram perigosamenteelevados. Quando assimacontece, a condição podedanificar os olhos, os rins eos nervos.

Nem todas as pessoasque são diagnosticadas comdiabetes apresentam ossintomas habituais, taiscomo, por exemplo, sede,dormência nas mãos ounos pés, perda de pesoinexplicável e necessidadeconstante de urinar.

Eis cinco possíveis sin-tomas menos comuns dediabetes:

1. Irritação na peleUm dos sintomas pouco

conhecidos da diabetesocorre quando a glicose nosangue está acima dos valo-res saudáveis e a pele setorna mais seca, provocandoainda comichão.

Pode sentir comichão nasmãos, nos braços, nas pernase nos pés.

2. RessonarDevido a problemas relacio-nados com transtornos res-piratórios, ao dormir, os níveisde açúcar no sangue podemtornar-se mais elevados. Estacondição é conhecida comoapneia do sono.

Podem ser um factor pre-dominante para o desenvol-vimento de diabetes, namedida em que são provo-cados por pausas na respi-ração, devido ao relaxamentoda musculatura que estreitaas vias respiratórias.

Quando os roncos surgem,

dificultam a entrada de oxi-génio nos pulmões e, comisso, interrompe-se a cadeiade metabolismo da glicose.

3. Cabelo seco ou caspaQuando há excesso de açúcarno sangue, o corpo procuraum modo de eliminá-lo atra-vés da urina, o que é comum.

No entanto, às vezes, aoe l iminar o l í qu ido emexcesso, outras zonas docorpo são afectadas pela desi-dratação. O que cria escamasno couro cabeludo.

Também causa dermatiteseborreica, conhecida comum-mente como caspa. Como apele é o maior órgão do corpo,pode ainda estender-se a todoo couro cabeludo.

Além disso, o estado infla-matório desta área traz ascondições propícias para oaumento do fungo Pityros-porum, causador da caspa.

4. Problemas de audiçãoDiversos estudos demons-traram que a perda de audi-ção pode ser um indicadorda diabetes.

As pessoas com um nívelde açúcar elevado no sangueestão mais propensas aterem alguma lesão auditivado que aquelas com níveisde glicose saudáveis.

Tal acontece porque osníveis de glicose muito altosdanificam os nervos doouvido interno e os vasossanguíneos, alterando o seufuncionamento.

5. Alterações na visãoA diabetes produz mudançasnos fluidos do corpo e issotambém afecta o sentido davisão. Alguns pacientes,antes de serem diagnosti-cados com diabetes, come-çam a ver melhor.

De repente, deixam de

facto de precisar de lentesde correcção. Quando issoacontece, a melhoria não épermanente. Uma vez esta-bilizados os níveis de glicose,o paciente volta a ter a neces-sidade de usar lentes.

Mas não se alarme, issonão é uma retinopatia dia-bética. A retinopatia diabéticafaz com que os vasos san-guíneos atrás dos olhos seobstruam. Nas etapas maisprecoces da diabetes, o olhonão tem a capacidade defocar bem, porque os níveisde glicose no sangue encon-tram-se muito altos. Issopode provocar mudanças deformato dos olhos, mas nãoquer dizer que irá perder avisão devido à diabetes.

Depois de algum tempo,os níveis de açúcar esta-bilizam e não terá proble-mas enquanto os mantiverem equilíbrio.

UMA REFLEXÃO À VOLTA DA DOENÇA

DRSe notar todas estas mudan-

ças em si, somados aos sin-tomas comuns, procure umespecialista médico para rece-ber um diagnóstico e trata-mento adequado.

Sintomas sorrateiros 1. Está constantemente comvontade de urinar.

“Quando há açúcar a maisna corrente sanguínea, ocorpo instintivamente tentalivrar-se desse excesso”,explicou Mary VouyiouklisKellis, endocrinologista daCleveland Clinic (EUA), tam-bém à CNN. “A água segueo açúcar, então acaba porter uma grande perda deurina”, completa.

2. ÁguaAo urinar constantemente,a desidratação é uma pos-sibilidade muito real. E, parapiorar a situação, “algunspacientes que não sabemque têm diabetes saciam asede com bebidas açucara-das, como refrigerantes ousumos, o que, por sua vez,aumenta o açúcar no san-gue”, diz Goundan. Os sinaisde desidratação incluemurina de cor escura, perdade peso e sede extrema.

3. Mau hálitoA desidratação relacionadaà diabetes contribui para asecura da boca e para o mauhálito que pode acompa-nhá-la. “Afinal, com a bocaseca, não há cuspo suficientepara lavar as bactérias eequilibrar o pH da boca”,salienta Kellis.

Adicionalmente, a dia-betes não diagnosticada oudescontrolada pode gerarcetose. Trata-se de um pro-cesso no qual o corpo usa agordura, em vez de glicose,como energia.

“A cetose liberta um sub-produto químico chamadocetonas, que pode fazer comque o hálito cheire extre-mamente mal ou que tenhaum aroma doce ou frutado”,diz. Às vezes pode até cheirara acetona, já que é um tipode cetona.

4. Pés e as mãos dormentesNeuropatia – uma condiçãocaracterizada por dormênciaou sensações estranhas,como alfinetes e agulhas nosbraços, pernas, mãos e pés– ocorre em mais da metadedas pessoas com diabetestipo 2, de acordo com umarevisão do periódico DiabetesCare 2017.

“A diabetes reduz o fluxosanguíneo para as extremi-dades e, ao longo do tempo,danifica os vasos sanguíneose nervos”, diz Kellis.

5. Visão turvaA visão turva é um sintomacomum e frequentementeignorada, sobretudo nasmulheres. O que a diabetestem a ver com a visão? Kel-lis explica que pode for-mar-se um fluido na lentedo olho quando os níveisde açúcar aumentam. Essefluido pode ‘borrar’ a visão,causar miopia e a neces-sidade de usar óculos oulentes de contacto. “Feliz-mente, controlar os níveisde açúcar no sangue fazcom que a visão turva voltegradualmente ao normal”,acrescenta.

Diabetes, da máqualidade de vida auma morte precoce

Hoje assinala-se o Dia Mundial da Diabetes, doençaresponsável por várias complicações que diminuem aqualidade de vida, podendo provocar a morte. O mal

não tem cura, mas existem tratamentos que permitema quem padece levar uma vida normal

Quinta-feira14 de Novembro de 2019 23ESPECIAL

A diabetes já é consideradapela Organização Mundial deSaúde (OMS) como a nova epi-demia do século XXI – junta-mente com a obesidade e adepressão. E agora um novoestudo alerta que pessoas deestatura baixa apresentam umamaior propensão para desen-volverem a patologia.

Uma pesquisa alemã apurouque o risco da doença é 41%menor para os homens e 33%menor para as mulheres, porcada 10 centímetros de altura.

Os autores do estudo, queincluem o médico Clemens Wit-tenbecher e o professor MatthiasSchulze do instituto alemãode Nutrição Humana em Pots-dam-Rehbruecke, afirmaramque os dados apurados apon-tam que a altura pode ser uti-lizada como um “marcadorpreditivo” relativamente aorisco de diabetes.

“Apurámos que há uma asso-ciação inversa entre altura e apossibilidade de diabetes de

tipo 2 entre os homens e asmulheres e que é particular-mente notável no comprimentodas pernas nos indivíduos dosexo masculino”.

“Parte desta associaçãoinversa pode ser potencializadapor uma relação entre estaturamais elevada com um menoríndice de gordura no fígado ea um perfil cardiometabólicomais favorável, sobretudo decélulas gordas, adiponectinae de proteína C reactiva”.

O estudo foi publicado narevista científica Diabetologia,o periódico da Associação Euro-peia para o Estudo da Diabetes,a 9 de Setembro.

Os investigadores recorrerama dados de 2,500 indivíduos,obtidos através do estudo daInvestigação Europeia sobre oFuturo do Cancro e da Nutrição,que por sua vez incluiu maisde 27 mil participantes.

Alimentos para prevençãoO consumo diário de alguns

alimentos, como aveia e amen-doins, ajuda prevenir a diabetestipo 2, porque controlam onível de glicose no sangue e abaixar o colesterol, promo-vendo o bem-estar e mantendoum coração saudável.

Comer determinados ali-mentos r i cos em f ibra éextremamente importante,especialmente para os indi-víduos que têm parentespróximos com diabetes, por-que, apesar de não ter cura,a diabetes pode ser preve-nida através do consumodeuma dieta saudável e da práticade exercício físico.

Eis alguns alimentos queajudam a prevenir a diabetes:

AveiaA quantidade de fibras presentenesse alimento ajuda a manterestável o nível de glicose nosangue;

AmendoinsPossuem um baixo índice gli-

cémico, que ajuda a prevenira diabetes;

AzeiteEstá repleto de antioxidantesque ajudam a combater o coles-terol e a diabetes;

Trigo integralEsse alimento é rico em vita-minas do complexo B e fibra,que previnem o colesterol emelhoram a curva glicémicada refeição;

SojaÉ um alimento rico em proteínas,fibras e hidratos de carbono,prevenindo doenças cardio-vasculares. Por ter um baixonível glicémico, ajuda a prevenira diabetes também.Além de comer os alimentoscertos, é importante seguir algu-mas orientações gerais, comocomer de três em três horas,evitar refeições muito grandes,manter um peso ideal e praticarexercício físico regularmente.

Se acha que pode estar asofrer de diabetes, não hesiteem contactar um médico.

Pessoas de estatura baixa mais propensas