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UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Administração ALINE SILVÉRIO MENDES LETÍCIA MARTA DO NASCIMENTO MICHELE CRISTINA DOS SANTOS BASSANI FINANÇAS EMPRESARIAIS: um estudo de caso na empresa Princesa Auto Peças, Lins, SP LINS SP 2017

UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano ...oportunidade de cursar o ensino superior. Ao meu mestre e orientador Irso Tofóli, por todo empenho e paixão pela profissão,

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UniSALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Administração

ALINE SILVÉRIO MENDES

LETÍCIA MARTA DO NASCIMENTO

MICHELE CRISTINA DOS SANTOS BASSANI

FINANÇAS EMPRESARIAIS: um estudo de caso na empresa Princesa Auto

Peças, Lins, SP

LINS – SP 2017

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ALINE SILVÉRIO MENDES

LETÍCIA MARTA DO NASCIMENTO

MICHELE CRISTINA DOS SANTOS BASSANI

FINANÇAS EMPRESARIAIS: um estudo de caso na empresa Princesa Auto

Peças, Lins, SP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Administração sob a orientação do professor Me. Irso Tófoli e Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.

LINS - SP

2017

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Mendes, Aline Silvério; Nascimento, Leticia Marta; Bassani, Michele Cristina dos Santos

M49f Finanças empresariais: um estudo de caso na empresa Princesa Auto Peças, Lins, SP / Aline Silvério Mendes; Leticia Marta do Nas-cimento; Michele Cristina dos Santos Bassani – – Lins, 2017.

67p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Administração, 2017.

Orientadores: Irso Tófoli; Jovira Maria Sarraceni

1. Gestão Financeira. 2. Administração. 3. Princesa Auto Pe-ças. I Título.

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ALINE SILVÉRIO MENDES

LETÍCIA MARTA DO NASCIMENTO

MICHELE CRISTINA DOS SANTOS BASSANI

FINANÇAS EMPRESARIAIS: um estudo de caso na empresa Princesa Auto

Peças, Lins, SP

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: _____/______/_____ Banca Examinadora: Prof. Orientador: Me. Irso Tófoli Titulação: Mestre em Administração – Faculdade Cenecista de Varginha, MG

Assinatura: ______________________________ Prof. (a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

Assinatura: ______________________________

Prof. (a): _______________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

Assinatura: ______________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho…

…. a Deus

Por dar-me o dom da vida e a força para encarar os desafios percorridos até

este momento.

… aos meus pais

Renato Lanza Mendes e Cristina Aparecida Silvério Alves, por toda dedicação,

ensinamento e paciência, por mostrarem e me guiarem sempre no caminho certo. Por

dar-me a oportunidade de cursar a faculdade e chegar até aqui. Sou grata por tudo o

que fizeram e fazem por mim, e por estarem ao meu lado em todos os momentos.

Obrigada pelo amor e carinho que dedicam a mim!

…. aos meus familiares

Em especial ao meu primo Luis Henrique Silvério de Castro e a todos que direta

ou indiretamente estiveram me auxiliando e torcendo por mim em mais essa

conquista.

… aos meus amigos

Que estiveram sempre por perto, apoiando e encorajando-me nos momentos de

dificuldade, as minhas companheiras Michele Bassani e Letícia Marta, parceiras de

trabalho, que desempenharam papel fundamental para a conclusão deste trabalho.

...ao meu orientador

De forma especial e carinhosa, dedico este trabalho ao prof. Irso Tofoli, pela

paciência e carinho.

E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigada.

Aline Silvério Mendes

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus por me conceder saúde e condições

para chegar aqui.

Aos meus amados pais José Sergio L. do Nascimento e Adriana Marta da S.

Nascimento por todo incentivo, apoio tanto emocional quanto financeiro, por todos os

momentos de dificuldades que estiveram comigo e por todos os momentos de alegria

que compartilhamos.

Aos meus queridos avós, Antônio F. da Silva Filho, Marina Marta A. da Silva e

Jeronimo Luiz Nascimento e Fidelina F. do Nascimento sei que compartilham desse

sonho comigo.

Dedico a toda minha Família que sem dúvida torceram para este momento.

A esta conceituada Universidade e sua administração que me concedeu a

oportunidade de cursar o ensino superior.

Ao meu mestre e orientador Irso Tofóli, por todo empenho e paixão pela

profissão, à maneira de conduzir seus alunos é feita com nobreza e brilhantismo.

A coordenadora do curso Maris Vendrame bem como o corpo docente por todo

apoio, além de mestres, se tornaram respeitáveis amigos.

As minhas amigas Ana Carolina Miazzo e Luciana Parinos, pelos momentos

incríveis que passei com vocês neste curso, por sermos unidas em companheirismo e

sinceridade do início ao fim.

As minhas companheiras de TCC, Aline Silvério e Michele Bassani obrigada pela

paciência de vocês, talvez vocês não saibam, mas foram providência de Deus na minha

vida neste último ano.

Ao senhor Décio Gouvêa por ter aberto às portas de sua empresa para

concretização deste momento, também seu sobrinho Luis Henrique Silvério por sua

prontidão em nos ajudar.

A todos vocês dedico este trabalho.

Letícia Marta do Nascimento

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Dedico este trabalho

Em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta

caminhada.

A minha mãe Leonea (in memorian) por minha existência, aos meus amados

avós Zelinda e Edval por me ensinarem a nunca desistir e buscar aquilo que almejo. A

todos meus familiares que sempre acreditaram que eu seria capaz em especial as

minhas tias Clarita e Maria Gorete.

Ao Eduardo Tunes que esteve ao meu lado, além do incentivo, me apoiou e

acreditou em mim quando nem eu mesma acreditava, segurando minha mão todas as

vezes que eu pensei em desistir, cuidando do nosso filho para que eu pudesse

frequentar as aulas. Muito obrigada por ter estado ao meu lado nessa fase muito

importante da minha vida.

Ao meu amado filho Arthur Gonçalves Tunes que foi minha motivação e fonte

de energia nesta reta final.

A minhas companheiras neste projeto por toda dedicação e paciência, em

especial Aline Silvério pelo empenho e carinho ao longo desse caminho, em que

procurei uma colega para desenvolver este projeto e ganhei uma amiga.

Ao Professor, mestre e orientador Irso Tófoli pela orientação, apoio, confiança e

paciência em todos esses anos de graduação, meu muito obrigada.

A coordenadora do curso Maris Vendrame por toda sua paciência e suporte, por

sempre acreditar e incentivar seus alunos a buscar o melhor, também a todos os

professores que me acompanharam durante a minha graduação e durante a realização

deste trabalho.

Ao senhor Décio e Luis Henrique Silvério , que abriram as portas da empresa e

nos acolheram de forma afetiva e acreditaram no nosso trabalho e nos deram as

condições para que fosse concluído.

A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da minha formação, o meu

muito obrigada.

Michele Cristina dos Santos Bassani

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente a Deus, que nos da saúde, força e perseverança

para atingir nosso objetivo com inteligência e sabedoria e que nos permitiu realizarmos

mais esta conquista.

Também agradecemos nossos pais que nos deram educação e atenção para que

pudéssemos estar aqui hoje.

Aos nossos amigos, colegas e companheiros que sempre estiveram ao nosso

lado, dando-nos força e confiança, encorajando-nos sempre a buscar nossos caminhos.

Também não podemos deixar de agradecer o Sr. Décio Gouvêa proprietário da

empresa Princesa Auto Peças, que gentilmente, abriu as portas para que tivéssemos

acesso a informações para a elaboração do nosso trabalho.

Agradecemos também aos professores que nos deram apoio e conhecimento,

em especial ao Sr. Irso Tófoli, professor que nos orientou de forma muito clara e

participativa para que obtivéssemos sucesso ao realizá-lo.

E a todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho, o

nosso muito obrigado!

Aline, Letícia e Michele

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RESUMO

Diante do cenário econômico-financeiro mundial é necessário que os administradores consigam realizar constantemente avaliações financeiras de sua empresa. É comum perceber a inexperiência de gestores das empresas de pequeno porte quanto a sua gestão de caixa e de outros, isso por desconhecerem a possibilidade de realizar um planejamento financeiro. Diversas empresas ainda dispõem de poucas ferramentas de acompanhamento, avaliação, e controle de atividade que desempenham. A utilização destas ferramentas, dá o suporte necessário para que os gestores consigam avaliar a performance da empresa através dos resultados obtidos, tendo em vista que, pode-se também avaliar o desempenho financeiro da empresa, demonstrando ou não a evolução das contas e lucros. O presente estudo analisa como o planejamento financeiro, mormente nos aspectos de estoques, caixas, valores a receber e a pagar, receitas e despesas, pode ajudar as micro e pequenas empresas no seu crescimento, sustentado em uma abordagem na empresa Princesa Auto Peças, situada no município de Lins-SP, que atua no ramo de mangueiras e correias automotivas, onde se encontra a quatro anos no mercado. A partir do estudo de caso realizado na empresa é possível constatar que a aplicação das ferramentas citadas, os gestores adquiram informações precisas que os auxiliam nas tomadas de decisões dentro da empresa para que ela continue a atuar de forma eficaz no mercado.

Palavras-chave: Ferramentas financeiras. Tomada de decisão. Planejamento Financeiro.

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ABSTRACT

Facing the world economic financial scenario, it´s necessary that the administrator constantly manage to condut a financial evaluation from their companies. It´s common to realize the inexperience of managers of small companies regarding cash flow managers because they are unaware of the possibility of carrying out a financial planning. Several companies still have few monitoring evaluation and control tools. The usage of these tools gives the necessary support so that the managers can evaluate the performance of the company through the obtained results, considering that the financial performance of the company can also be evaluated demonstrating or not the evolution of the accounts and profits. The present study analyzes how financial planning, especially in the aspects of inventories, cash, revenues and expenses, can help micro and small companies in their growth. Making an approach at the company Princesa Auto Peças, located nearby town of Lins – SP, which operates in the field of hoses and automotive belts and it´s in the market for four years. From the case study conducted in the company it´s possible to verify that with the application of the tools mentioned. Managers acquire accurate information that helps them in decision making within the company so that it continue to operate effectively in the market.

Keywords: Financial tools, Support, Result, Financial planning.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fachada da Princesa Auto Peças ...................................................... 16

Figura 2: Folder ................................................................................................. 17

Figura 3: Layout da loja .................................................................................... 20

Figura 4: Logotipo ............................................................................................. 21

Figura 5: Planilha de recebimento das vendas ................................................. 29

Figura 6: Planilha de valores a receber ............................................................ 29

Figura 7: Planilha de pagamento das contas .................................................... 30

Figura 8: Planilha de contas a pagar ................................................................ 31

Figura 9: Modelo de orçamento ........................................................................ 46

Figura 10: Relatório de registro de movimentação de caixa ............................. 47

Figura 11: Planilha de lançamento de vendas diárias ....................................... 48

Figura 12: Planilha de controle de estoque ....................................................... 53

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Fluxo de caixa planejado ................................................................. 27

Quadro 2: Controle de contas a receber ........................................................... 49

Quadro 3: Histórico de operações por cliente ................................................... 50

Quadro 4: Controle de contas a pagar .............................................................. 50

Quadro 5: Histórico de operações por fornecedor ............................................ 51

Quadro 6: Valores a pagar mensal ................................................................... 52

Quadro 7: Controle de estoque ......................................................................... 54

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14

CAPÍTULO I - PRINCESA AUTO PEÇAS ...................................................... 16

1 CONHECENDO A EMPRESA ....................................................................... 16

1.1 Missão ........................................................................................................ 18

1.1.2 Objetivo .................................................................................................... 18

1.2 Público alvo ................................................................................................. 18

1.3 Concorrentes .............................................................................................. 18

1.4 Fornecedores .............................................................................................. 19

1.5 Produtos...................................................................................................... 19

1.6 Proprietário ................................................................................................. 20

1.7 Perspectivas ............................................................................................... 21

1.8 Logotipo ...................................................................................................... 21

CAPÍTULO II - IMPORTÂNCIA DAS FINANÇAS EMPRESARIAIS ................ 22

1 CONCEITO DA IMPORTÂNCIA DAS FINANÇAS EMPRESARIAS E SUAS

FERRAMENTAS .............................................................................................. 22

1.1 Importância e aplicabilidade ........................................................................ 22

1.2 Fluxo de Caixa ............................................................................................ 23

1.2.1 Importância do fluxo de caixa na empresa ............................................... 24

1.2.3 Vantagens da prática do fluxo de caixa ................................................... 25

1.2.4 Fluxo de caixa planejado ......................................................................... 26

1.2.5 Fluxo de caixa real ................................................................................... 28

1.2.6 Tomada de decisão utilizando o fluxo de caixa ........................................ 28

1.3 Valores a receber e a pagar ........................................................................ 28

1.3.1 Valores a pagar ........................................................................................ 30

1.4 Estoques ..................................................................................................... 32

1.4.1 Importância do controle de estoque na empresa ..................................... 33

1.4.2 Estoque mínimo ....................................................................................... 35

1.4.3 Estoque máximo ...................................................................................... 36

1.4.4 Estoque de segurança ............................................................................. 36

1.4.5 Lote econômico de compra ...................................................................... 37

1.4.6 Efetivação do controle de estoque ........................................................... 38

1.5 Ponto de equilíbrio das operações .............................................................. 40

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1.5.1 A importância do conhecimento do ponto de equilíbrio na empresa ....... 41

1.5.2 Cálculo do ponto de equilíbrio ................................................................. 42

1.5.3 A importância na tomada de decisão com uso do conhecimento do ponto

de equilíbrio ...................................................................................................... 43

CAPÍTULO III - PESQUISA DE CAMPO .......................................................... 44

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 44

1.1 Ferramentas de gestão utilizadas ............................................................... 45

1.2 Gestão de fluxo de caixa real e planejado .................................................. 45

1.3 Gestão de contas a receber e a pagar ........................................................ 48

1.4 Gestão de estoque ...................................................................................... 52

1.5 Gestão da margem de contribuição ............................................................ 54

1.6 Parecer Final ............................................................................................... 55

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 57

CONCLUSÃO ................................................................................................... 58

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 61

APÊNDICES ..................................................................................................... 64

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho procura levar o conhecimento adquirido, no sentido

da importância de exercer o controle financeiro de uma empresa para que a ela

cresça de maneira ordenada no mercado e consequentemente busque o

principal objetivo que são os lucros.

Atualmente, com a globalização e um mercado cada vez mais

competitivo, o controle financeiro tornou-se uma importante ferramenta para a

empresa suprir suas necessidades de manter suas finanças equilibradas, desta

forma, podendo assim planejar o futuro da empresa, controlar o estoque de

peças, fazer investimentos, e manter-se no mercado.

No decorrer deste trabalho é realizado um estudo sobre o controle

financeiro e de estoque de uma microempresa (ME) do ramo de correias e

mangueiras automotivas de linha leve e pesada, no município de Lins. A

pesquisa teve como objetivo, analisar o controle financeiro e de estoque,

verificando-se possui, como funciona e com base nos estudos realizados,

descobrir qual o melhor tipo de controle financeiro para esta empresa.

Durante a pesquisa exploratória surgiu o questionamento: a ausência do

controle financeiro afeta a rentabilidade de uma empresa de pequeno porte?

Em sequência a esse questionamento, surgiu, a priori, a seguinte

hipótese: “Acredita-se que a ausência do controle financeiro afeta a

rentabilidade de uma empresa de micro e pequeno porte, pois o empresário

desconhecendo o comportamento financeiro de sua empresa tende a decidir

incorretamente.”

Portanto, para evitar o excesso e/ou falta de dinheiro em caixa, bem

como o de estoque, mantendo assim o controle sobre tais contas, juntamente

com as receitas e despesas é imprescindível que a empresa realize um

planejamento financeiro para obter melhores resultados com a redução dos

custos, aquisição de estoques e planejamento de contas a pagar e receber.

Para realização da pesquisa, foram utilizados os métodos: Estudo de

Caso, Observação Sistemática, Método Histórico e revisão bibliográfica.

O trabalho dispõe da seguinte estrutura:

Capítulo I: Descreve a evolução histórica da empresa, bem como sua

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missão e objetivo, segmento e concorrentes.

Capítulo II: Foi desenvolvida uma pesquisa bibliográfica para

sustentação teórica dos conteúdos referentes à gestão financeira, no tocante

ao controle de estoque, fluxo de caixa e de receitas e despesas.

Capítulo III: Descreve os resultados obtidos da aplicação das

ferramentas financeiras.

Por fim, a Proposta de Intervenção e a Conclusão.

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CAPÍTULO I - PRINCESA AUTO PEÇAS

1 CONHECENDO A EMPRESA

Atuando no segmento de autopeças desde junho de 2013, a empresa

Princesa Auto Peças, localizada na rua Princesa Izabel, 176 – Centro, Lins-SP,

iniciou suas atividades, a princípio, com o comércio de correias indústrias e

automobilísticas e buscando atender a mais uma parcela de possíveis clientes,

o empresário, com mais de 40 anos de experiência no ramo de reparação

mecânica, observou a procura crescente, por mangueiras automotivas, onde,

em 2014, expandiu o seu segmento de produtos, atendendo ao setor

automotivo e industrial.

Figura 1: Fachada da Princesa Auto Peças

Fonte: Princesa Auto Peças, 2017.

Com a venda de mangueiras automotivas, a empresa consolidou-se

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como referência em Lins e região, na venda de mangueiras da linha leve e

pesada, trabalhando com as principais marcas do mercado e com produtos de

qualidade.

Figura 2: Folder

Fonte: Princesa Auto Peças, 2017.

Segundo dados SINDIPEÇAS, (2015), o mercado de reposição foi

responsável por 17% do faturamento da indústria de autopeças em 2014, e

movimentou cerca de R$ 13 bilhões. Para o ano de 2015, o sindicato estima

que as vendas cresçam 2,7%. Com esses dados se observa que há um grande

mercado ainda a ser explorado.

Trabalhando com peças a pronto entrega, a empresa, buscou

investimento junto as instituições financeiras com o objetivo de criar um

estoque que seja suficiente para atender aos clientes, devido ao prazo, de

aproximadamente 30 a 45 dias para repor o estoque.

Desta maneira, a empresa busca trabalhar, de forma empírica, com um

estoque que possa atender a demanda e, realiza os pedidos para a fábrica

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assim que as peças estejam em quantidades mínimas.

Em sua política de gestão empresarial, a empresa trabalha com uma

faixa de preços mediano, ou igual a do mercado e consegue atender ao

consumidor com total aceitação.

1.1 Missão

A Princesa Auto Peças tem como missão oferecer ao mercado de

manutenção de automóveis e assistência técnica, os melhores produtos, com

qualidade, preço justo e variedade, afim de atender aos mais diversos clientes,

proporcionando negociações que venham a favorecer bons resultados tanto

para compradores, como fornecedores e proprietário

1.1.2 Objetivo

Chegando próximo à data de quatro anos de existência, a empresa

procura expandir suas atividades e atender a novos clientes. Com um público

alvo voltado para o setor de reparação automobilística, reparação de ar-

condicionado, e suprimentos de máquinas industriais, a empresa conseguiu

ganhar força no mercado e ser reconhecida como um negócio especializado

em correias e mangueiras. Mas busca ainda atender a outros clientes da região

e focar no setor de reposição de peças que só cresce.

1.2 Público alvo

Durante este período, foi possível formar uma carteira de clientes

mensalistas que compram por meio de crédito e realizam o pagamento em até

30 dias. Dentre os principais clientes, estão oficinas mecânicas,

concessionárias, retíficas, lojas de assistência técnica em ar condicionados e

máquinas, transportadoras, usinas, empresas e empresários que possuem

frota de carros, caminhões e máquinas agrícolas.

1.3 Concorrentes

A Princesa Auto Peças não possui concorrentes diretos, que possam

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oferecer grande perigo. Isto, devido as casas de auto peças trabalharem

apenas com as mangueiras e correias que têm mais rotatividade, não tendo

assim, variações.

1.4 Fornecedores

A empresa possui como fornecedores:

a) Jamaica – Indústria e Artefatos de Borracha;

b) Korax – Indústria de Correias e Mangueiras;

c) Rexon – Indústria de Correias e Rolamentos;

d) Continental – Indústria de Correias Automobilística e Industriais;

e) Suprens – Indústria de Abraçadeiras.

Entre os seus parceiros pode se destacar a Jamaica Indústria de

Artefatos e Borrachas, principal fabricante de mangueiras da linha leve e

pesada, que atende a todas as montadoras e possui mais de 40 anos de

experiência no mercado. Com essa parceria, a empresa consegue atender a

maior variedade de peças que o setor de mangueiras necessita.

Outros parceiros que fornecem correias da linha automotiva e industrial

são as empresas Korax, Rexon e Continental. Formando o leque dos principais

fornecedores que a empresa possui, no seu segmento de produtos.

1.5 Produtos

No seu segmento de empresa, a venda de mangueiras, representa cerca

de 70% do faturamento, e pode ser considerado o carro chefe da empresa.

Apesar disso, as vendas possuem uma sazonalidade, onde no período do

inverno, as correias passam a ter alto giro e demais meses mais quentes do

ano, tem-se uma busca maior por mangueiras.

As correias possui aplicação no setor de automóveis, agrícola e

industrial, possuindo uma variedade grande de possíveis clientes que

necessitam desse tipo de produto.

As mangueiras atendem ao segmento de veículos da linha leve (carros

utilitários), veículos pesados (ônibus e caminhões) e o setor agrícola (máquinas

colhedeiras).

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A figura 3 apresenta o layout da empresa e os produtos que são

comercializados:

Figura 3: Layout da loja

Fonte: Princesa Auto Peças, 2017.

1.6 Proprietário

Com mais de 40 anos de experiência no seguimento de mecânica e

manutenção, começou a trabalhar na retífica de motores Paraíso, passando

depois para União e por último na retífica Formigoni. Iniciou a carreira como

auxiliar de retífica, aprendendo os processos até chegar à gerência, onde

executava o serviço de compra de peças, orçamento de serviço, folha de

pagamento, e serviços administrativos.

Com a experiência que havia adquirido e o sonho de ter o próprio

negócio, abriu sua loja em 2013, com a venda de correias, vindo futuramente a

vender também mangueiras automotivas.

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1.7 Perspectivas

O empresário tem como perspectiva trabalhar neste segmento de

mercado, especializando-se cada vez mais no segmento de correias e

mangueiras automotivas, tornando-se empresa especializada.

Melhorando os processos internos da organização, controles, possuindo

um capital de giro maior, podendo atender a seus clientes sem demora.

Aumentar o faturamento da loja, bem como sua capacidade, não descartando a

possibilidade de trabalhar como representante.

1.8 Logotipo

Figura 4: Logotipo

Fonte: Princesa Auto Peças, 2017.

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CAPÍTULO II - IMPORTÂNCIA DAS FINANÇAS EMPRESARIAIS

1 CONCEITO DA IMPORTÂNCIA DAS FINANÇAS EMPRESARIAS E SUAS

FERRAMENTAS

1.1 Importância e aplicabilidade

Tem-se por finanças empresariais a área da administração que cuida do

recurso financeiro, tendo em vista o aumento de riqueza da empresa e sua

estabilidade.

Tófoli (2012, p. 24) afirma que Administração Financeira é a área

responsável pela administração dos recursos financeiros da empresa,

proporcionando condições que garantam sua rentabilidade e liquidez.

Prazeres afirma:

O planejamento financeiro trata do controle de todos os custos de produção e despesas de comercialização, plano de investimento, plano de compras, controle de estoques, fluxo de caixa, orçamento e traça indicadores econômico-financeiros. (PRAZERES, 2008, p. 31).

Grande parte do fracasso nas pequenas empresas é por causa da má

administração. Com relação a isso, pode-se dizer que a administração

financeira é uma das áreas onde ocorre o insucesso das pequenas empresas.

Matias e Lopes Junior afirmam:

(…) sem capital que atenda às necessidades da empresa, seja para financiar seu crescimento, seja para atender às operações do dia-a-dia, não podemos desenvolver e testar novos produtos, criar ações de marketing, comprar matéria-prima, manter a estrutura atual ou crescer. (MATIAS; LOPES JUNIOR, 2002, p. 11).

Prazeres (2008) diz que o planejamento financeiro tem como principal

função proporcionar um equilíbrio financeiro duradouro para a organização. O

autor ainda conclui que para uma boa estratégia financeira inclui:

a) requisitos financeiros;

b) estimativa de despesas iniciais;

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c) objetivos de desempenho financeiro;

d) vendas estimadas e despesas operacionais;

e) fluxo de caixa estimado.

Prazeres afirma:

A administração financeira envolve conceitos diversos, que tratam do controle de dinheiro, vendas, patrimônio e outros. O objetivo final é, sempre, manter equilíbrio nas contas e atender às expectativas dos proprietários. (PRAZERES, 2008, p. 47).

Dentre as atividades desenvolvidas pela área de finanças empresariais,

foram destacados alguns instrumentos, os quais são mencionados e

analisados:

1.2 Fluxo de Caixa

As entradas e saídas de dinheiro em uma empresa necessitam ter

controle. Uma ferramenta fundamental para o controle é o Fluxo de Caixa,

onde são registrados todos os pagamentos e recebimentos em um

determinado período.

Segundo Tófoli:

O Fluxo de Caixa é um instrumento pelo qual o administrador financeiro planeja e administra os numerários da empresa, isto é, as entradas e saídas de dinheiro do caixa da empresa. Funciona como uma agenda sofisticada onde são registrados todos os recebimentos esperados e pagamentos programados, num certo período. (TÓFOLI, 2012, p. 81).

É importante que se entenda o processo de elaboração e sua utilidade

para a tomada de decisão, pois ele facilita, agiliza e dá suporte no processo

decisório. Essa estrutura serve para qualquer tipo de empresa: pequena, média

ou grande porte, independente do seu segmento de atuação.

Tófoli (2012) ainda diz que normalmente, devem ser elaborados dois

fluxos de caixa por período: o Fluxo de Caixa Planejado (ou projetado) e o

Fluxo de Caixa Real.

Desta forma, para que o Fluxo de Caixa seja preciso, é necessário que

haja um controle interno na empresa. Segundo Prazeres (2008), o controle

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interno é fundamental para a implantação do Fluxo de caixa, pois a sua

inexistência inviabiliza a implantação do desta ferramenta e a má qualidade do

controle interno poderá gerar informações equivocadas, prejudicando na

gestão financeira.

Com isso, Prazeres afirma:

Quando as informações na empresa não estão integradas, principalmente nas empresas de pequeno porte, é preciso ajuste no fluxo de informações estruturadas em documentos, evitando que erros de processamento comprometam a qualidade do Fluxo de Caixa. (PRAZERES, 2008, p. 313).

Para elaborar um bom fluxo de caixa, Prazeres (2008) diz ser

necessário conter as seguintes informações:

a) Informações relativas à entrada de numerário (dinheiro);

b) Informações relativas à saída de numerário (dinheiro);

c) Informações relativas às disponibilidades atuais;

d) Informações relativas à apuração do saldo final.

1.2.1 Importância do fluxo de caixa na empresa

Uma planilha de controle de caixa ajuda o empreendedor a ter o controle

não só do quanto dinheiro a empresa tem, mas de quando este dinheiro entra e

sai de sua empresa. O uso diário de uma planilha de controle de caixa oferece

aos gestores uma previsibilidade maior sobre as finanças da empresa.

Prazeres (2008) afirma que o fluxo de caixa possibilita uma melhor

avaliação da decisão a ser tomada pela empresa, pois se verifica a

disponibilidade ou carência de recursos financeiros.

Tófoli também comenta:

A administração de caixa é uma das áreas-chave da administração do capital de giro. Já que caixa e títulos negociáveis (aplicações financeiras) são os ativos mais líquidos da empresa, eles possibilitam pagar as contas nos vencimentos. Colateralmente, esses ativos líquidos constituem um agregado de recursos para cobrir desembolsos inesperados, reduzindo assim, o risco de uma crise de liquidez. (TÓFOLI, 2012, p. 81).

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Segundo Prazeres (2008), todos os departamentos da empresa devem

contribuir com a elaboração do fluxo de caixa, através das informações

recebidas do cronograma anual ou mensal de ingressos e desembolsos.

Frezatti comenta:

No que se refere ao instrumento fluxo de caixa, é importante entender que dispor de recursos técnicos que permitam tornar o nível de acerto do fluxo é algo importante e que traz benefícios a toda a organização, contudo, o sucesso na gestão só será atingido se o fluxo de caixa for considerado um instrumento gerencial da empresa e não apenas do tesoureiro. Significa dizer que não só a área financeira deverá saber fazer a leitura do fluxo de caixa, mas também a das demais áreas operacionais. (FREZATTI, 1997, p. 14).

Prazeres (2008) afirma que só com o fluxo de caixa é possível ter um

planejamento de caixa, que através dele, a empresa conseguirá prever no

período se terá numerário suficiente para pagar os seus compromissos. Sem o

fluxo de caixa, haverá apenas incerteza sobre a situação de caixa.

1.2.3 Vantagens da prática do fluxo de caixa

Com as finanças organizadas, fica mais simples de programar o

pagamento dos funcionários, dos custos fixos e também do destino dos

investimentos como, por exemplo, para o ambiente organizacional.

De acordo com Matias e Lopes Junior:

O fluxo de caixa tem como objetivo prever em que nível ficará o saldo de caixa dentro de um determinado período. Essa é uma informação importante, pois, por meio dela, o dirigente da pequena e média empresa estará preparando para determinar as melhores oportunidades de aplicação de recursos disponíveis, podendo antecipar decisões que visem a evitar a falta de dinheiro no período e ainda determinar quais itens podem ser manipulados para evitar insuficiência de caixa. (MATIAS; LOPES JUNIOR, 2002, p. 23).

De acordo com Tófoli (2012), a utilização do Fluxo de Caixa pode

reduzir a necessidade de capital de giro, diminuir custos financeiros e dispor de

liquidez.

Tófoli afirma:

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Com o prévio conhecimento das faltas e sobras de recursos e mais a definição de saldos de caixa desejado, será possível conhecer antecipadamente os períodos em que serão levantados fundos adicionais e também quando haverá excesso de dinheiro em caixa, permitindo que, em tempo hábil, sejam tomadas as decisões corretas. (TÓFOLI, 2012, p. 85).

O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para auxílio do administrador

nas tomadas de decisões. É através dele que os encaixes e desencaixes ficam

evidentes, permitindo desta forma um controle efetivo sobre determinadas

questões empresariais.

1.2.4 Fluxo de caixa planejado

Tem-se por Fluxo de Caixa Planejado uma ferramenta feita

antecipadamente que projeta as entradas e saídas de recursos financeiros.

Desta forma, Tófoli (2012, p. 81) afirma que: “Fluxo de Caixa Planejado é uma

ferramenta que permite prognosticar os encaixes e desencaixes do período,

fornecendo ao gestor informações antecipadas de estrangulamentos ou

excessos de caixa”.

Segundo Tófoli (2012), projetar o Fluxo de Caixa auxiliará o gestor que

poderá antever situações de falta ou excesso de dinheiro no caixa, quantos e

quais serão os compromissos, bem como a previsão de ingressos de

numerários procedentes das vendas a prazo. A elaboração do Fluxo de Caixa

Planejado pode ser feita no período anual, mensal, quinzenal e semanal,

dependendo da necessidade e interesse da empresa.

Tófoli (2012) diz que o gestor deve levar em conta alguns fatores que

afetam o Fluxo de Caixa Planejado, sendo eles:

a) compras extras;

b) dilatação no prazo concedido aos clientes;

c) elevação dos valores da folha de pagamento;

d) altos custos financeiros;

e) queda nas vendas;

f) aumento da inadimplência;

g) aumento das vendas, exigindo mais capital de giro;

h) destinação de saldos positivos para objetivos diferentes daqueles

planejados;

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i) mau gerenciamento dos ciclos operacional e financeiro, pela

defasagem dos prazos concedidos aos clientes e recebidos dos

fornecedores e/ou na demora da renovação dos estoques etc.

Estes fatores interferem no Fluxo de Caixa Planejado pois se não

estiverem no planejamento, haverá rompimento nos valores esperados,

havendo a necessidade de se rever a política de caixa do período.

Quadro 1: Fluxo de caixa planejado

Empresa: ___________________ período de___/___/___

Atividades operacionais Segunda - feira

Terça – feira

Quarta - feira

Quinta - feira

Sexta - feira

Sábado

1. saldo do dia anterior

2. vendas à vista 3. recebimento de contas do crediário

3.1. idem de cartões 3.2. idem de duplicatas 3.3. idem de cheques pré

4. desconto de duplicatas/cheques

5. empréstimos obtidos 6. recebimento de aluguel

7. outros 8. subtotal (soma de 1 a 7)

9. compras à vista

10. pagto. Duplicatas e empréstimos

11. pagto. de Serviços

12. INSS/COFINS/IPVA/ SEGUROS

13. salários

14. encargos sociais 15. água, luz, telefone e internet

16. contador

17. aluguel 18. retirada Pró-Labore 19. impostos 20. subtotal (soma de 9 a 19)

Saldo de caixa do dia. (8-20)

Data:

Fonte: Tófoli, 2012, p. 94

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1.2.5 Fluxo de caixa real

Fluxo de Caixa Real é a planilha que se lança todas as entradas e

saídas de dinheiro do caixa efetivamente ocorridas da empresa no período

determinado.

Segundo Tófoli, (2012, p. 93): “Fluxo de Caixa Real […] registro dos

valores efetivamente transacionados. Isto significa que deve lançar na planilha

todos os ingressos e todas as saídas de dinheiro do caixa da empresa”.

1.2.6 Tomada de decisão utilizando o fluxo de caixa

Uma vez elaborados os fluxos, é fundamental que haja uma comparação

entre os registros de ambos, para um feedback entre o planejado e o realizado,

verificando as divergências e aparando possíveis arestas.

Segundo Tófoli (2012), o gestor, com base no Fluxo de Caixa Planejado,

pode antever a situação financeira da empresa no período elaborado tomando

as medidas cabíveis, por exemplo, em caso de excesso de caixa, realizar

aplicações financeiras, compras de estoques com descontos, pagamento de

fornecedores antecipadamente com descontos, entre outros. E, em caso de

insuficiência de saldo, terá tempo hábil para decidir entre as alternativas

disponíveis de captação de recursos financeiros.

1.3 Valores a receber e a pagar

Os valores a receber têm origem nas operações a crédito, quando a

empresa oferta o seu produto ou serviço com um pagamento pelo mesmo

provisionado para datas futuras após negociação entre a empresa e o cliente,

estabelecendo uma política de crédito que potencializa a carteira de clientes

aumentando as possibilidades de vendas trazendo maior lucratividade,

conforme Tófoli (2012).

A contabilização dos pagamentos futuros informará ao gestor quando os

recursos financeiros estarão disponíveis, facilitando o planejamento.

Desta forma, o administrador saberá se consegue honrar com seus

compromissos. A figura 5 apresenta um modelo de planilha com a previsão do

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recebimento das vendas:

Figura 5: Planilha de recebimento das vendas

Fonte: Rede Sebrae de Atendimento, 2005, p. 60.

Os controles de contas a receber fornecerão as informações para o

Fluxo de caixa. (REDE SEBRAE DE ATENDIMENTO, 2005, p. 61).

Figura 6: Planilha de valores a receber

Fonte: Rede Sebrae de atendimento, 2005, p. 61.

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1.3.1 Valores a pagar

Segundo Tófoli (2012) valores a pagar são resultados de operações da

empresa com terceiros a prazo, como compra de mercadorias, compra de

matérias primas, fornecedores, empréstimos e valores devidos de natureza

legal como impostos e tributos.

Na gestão de valores a pagar, Tófoli (2012) adverte em relação aos

pagamentos duplicados e atrasos de dívidas, que trazem para a empresa

despesas desnecessárias e índice de endividamento, e aponta para análise de

compras em volume elevado que aparentam ser vantajosas, mas é necessário

uma análise aprofundada da operação completa com relação aos custos de

armazenamento dessas compras.

Enfim, a empresa deve ter como atividade rotineira a análise continua e detalhada dos valores correspondentes ás contas a pagar, discriminando os favorecidos, os vencimentos e os valores a pagar. Essa prática favorecera na elaboração do fluxo de caixa e nos planejamentos. (TÓFOLI, 2012, p. 106).

Para controle desses valores a Rede Sebrae de Atendimento (2005)

elaborou a seguinte planilha:

Figura 7: Planilha de pagamento das contas

Fonte: Rede Sebrae de Atendimento, 2005, p. 60.

Segundo a Rede Sebrae de Atendimento (2005) deve se levantar os

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compromissos financeiros a pagar existentes no mês por meio de controles

como exemplo abaixo:

Figura 8: Planilha de contas a pagar

Fonte: Rede Sebrae de Atendimento, 2005, p. 64.

Bem como suas disponibilidades, levantando dados como dinheiro em

caixa, cheques para depósitos, aplicações e resgates desde que estejam em

curto prazo. Uma vez que o total dessas disponibilidades contemplara o saldo

inicial do caixa.

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1.4 Estoques Apresenta-se os seguintes conceitos a respeito de estoque:

A administração de estoque envolve; portanto, o controle dos ativos circulantes que são usados nos processos de prestação de serviços, na comercialização ou na produção para serem vendidos no curso normal das operações da empresa. Portanto, a administração de estoque deve procurar estabelecer ações e procedimentos para saber: 1) quanto comprar e produzir; 2) em que momento comprar ou produzir; 3) quais itens do estoque merecem maior atenção. (LEMES JUNIOR; RIGO; CHEROBIM; 2005, pg. 375).

Para Endeavor Brasil (2015), o estoque é para a empresa, um ponto

crítico no seu desempenho, independentemente do tamanho. No estoque,

estão ligados conceitos vitais ao sucesso no negócio e às suas vendas, onde

todo empreendedor deve mergulhar no melhor entendimento do seu negócio,

entender os conceitos básicos, consultar dicas e boas práticas e investir em

melhorias nas operações.

Conforme o Blog Conta Azul, (2017) “dentro de uma empresa, o estoque

é representado por materiais e suprimentos utilizados para a produção de seu

produto, sendo eles produtos finais ou inacabados, que ficam em posse de um

agente ou para suprimir a necessidade da própria empresa”.

Segundo o autor, as vantagens de se constituir estoque é:

a) a garantia de fabricação de alguns produtos que tenham sua

produção irregularmente;

b) redução de preço, na compra de grandes quantidades;

c) economia no custo de transporte;

d) evitar problemas contra atrasos nas entregas;

e) alcançar melhorias no nível de produção; e

f) protege a empresa contra o aumento de mercado e contra as

incertezas na demanda. (BLOG CONTA AZUL. 2017, p. única).

Para Sebrae (2016), organizando o estoque, consegue-se evitar

acúmulo ou falta de determinados produtos, além de auxiliar o controle das

finanças e do espaço físico disponibilizado pela empresa.

Ainda, conforme Sebrae (2016), o gestor financeiro deverá manter

controle do estoque por tipo de mercadorias/produtos existentes na empresa,

da seguinte forma:

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a) Registrar no Controle de Estoque a quantidade, o custo unitário e o

custo total das mercadorias/produtos vendidos

b) Periodicamente, confirmar se o saldo apurado no Controle de

Estoque "bate" com o estoque físico existente na empresa.

c) Calcular no Controle de Estoque o saldo em quantidade, custo

unitário e custo total das mercadorias/produtos que ficaram em

estoque.

1.4.1 Importância do controle de estoque na empresa

Segundo o Blog Conta Azul (2017), o controle de estoques é essencial

para a empresa, independentemente do tamanho ou do segmento, sua

sobrevivência financeira depende em muito do controle de estoque que deve

ser contabilmente evidenciado no seu Ativo Circulante.

O gerenciamento de estoque é a atividade que planeja e controla os acúmulos de recursos transformados conforme eles se movem pelas cadeias de suprimentos, operações e processos. Os acúmulos de estoque ocorrem devido ao descompasso local entre o fornecedor e a demanda. (SLACK, ET AL, 2013, p. 304).

Segundo o Sebrae (2016), ao efetuar o pedido, devendo especificá-lo

corretamente, ajuda a fazer compras no momento certo e nas quantidades

necessárias. Portanto, toda e qualquer atividade da empresa devem ocorrer

com intuito de satisfazer as necessidades dos clientes. Assim, ao efetuar os

pedidos de matérias-primas, no caso da indústria, ou mercadorias para o

comércio, tudo isso reflete diretamente na satisfação da clientela.

A gestão eficaz de estoque passa pelos trabalhos da área de compras bem estruturada e com políticas de compras e objetivos bem definidos. Os controles de estoque têm como objetivo verificar se as quantidades registradas de bens em estoque existem e onde estão localizados. A empresa deve estabelecer procedimentos formais de movimentação dos estoques, definindo as pessoas competentes para assinarem requisições de estoque. (LEMES JUNIOR; RIGO; CHEROBIM; 2005, p. 387).

Para o Sebrae (2016), na política de compras da empresa, devem-se

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planejar os pedidos, viabilizando ao cliente a melhor qualidade possível e a

forma mais econômica para o seu negócio. Para o cliente, normalmente,

qualidade é ter o produto que ele especificou, na hora em que ele necessita ao

menor preço possível. A política de pedidos deve focar uma correta

especificação da matéria-prima que atenda aos requisitos mínimos de

produção ou da mercadoria a se revendida.

Conforme Endeavor Brasil (2015) existe um passo a passo para um

efetivo controle de estoques, conforme:

a) registrar tudo, todas as mercadorias e insumos que chegam ou

saem da empresa, criando um cadastro para cada item – e atualizar

sempre que houver alguma mudança de status – contendo

informações como código e descrição, data de aquisição e de venda,

além do preço pelo qual cada item foi vendido. Seja qual for o tipo

sistema (manual ou automático), fazer isso é obrigatório. Uma boa

prática é a da utilização do código de barras.

b) checar seus registros: parece um detalhe insignificante, mas as

empresas que não praticam convivem com problemas sérios.

c) atentar aos produtos perecíveis: se eles estragarem antes da venda,

haverá prejuízo. Isso deverá ser considerado ao se planejar as

compras.

d) cuidar também da organização do espaço físico, permitindo

encontrar a mercadoria desejada com facilidade e rapidez. A

organização permite que se avalie com precisão o espaço

necessário, ganho de tempo e redução de gastos extras com

infraestrutura.

e) estabelecer processos de controle de estoque: para evitar falhas, o

melhor é definir rotinas claras de atualização das ferramentas de

controle. Por exemplo: toda vez que um produto for vendido, entrar

imediatamente na planilha ou no sistema e atualizar o status do

produto e o estoque disponível na loja.

f) envolver a equipe toda no processo, permitindo conhecimento

detalhado do processo de estocagem, por todos os empregados

g) mapear e integrar a operação, procedendo rigorosos controles de

entradas e saídas de produtos, identificando os de maior consumo,

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para estratégias de compras, definição de quais produtos comprar.

Neste controle será percebido também aqueles produtos que devem

ser vendidos na condição de promoção, dada sua permanência alta

em estoque.

h) programar as compras com fornecedores, criando um calendário

com as datas de compra para cada item. Sistemas específicos para

o controle de estoque podem até enviar alertas quando chegar a

hora de fazer a reposição. (ENDEAVOR BRASIL, 2015, p. única)

1.4.2 Estoque mínimo

O estoque mínimo conforme Santos et al (2009) é também chamado de

estoque de segurança, que nada mais é que a determinação da quantidade

mínima que deve conter no estoque. É sem dúvida uma das mais importantes

informações para a administração do estoque, pois está ligada diretamente ao

grau de imobilização financeira da empresa.

Para Dias (1993), o estoque mínimo é a quantidade mínima que deve

conter em um estoque, com a finalidade de cobrir eventuais atrasos na

chegado do material, objetivando o funcionamento ininterrupto e eficiente do

processo produtivo, sem correr o risco de faltas.

As causas segundo Santos et al (2009), que levam a estas faltas,

podem-se alencar como segue: oscilações no consumo; oscilações nas épocas

de aquisição, ou seja, atraso no tempo de reposição; variação na quantidade;

quanto o controle de quantidade rejeita um lote e diferenças de inventário.

De acordo com Silva; Oliveira; Druzian (1994), o estoque mínimo ou

estoque reserva seria um estoque morto, pois só existe para enfrentar

eventualidades. Ele representa capital empacado e inoperante, mas, que deve

existir para o andamento da empresa em prejuízo de parar sua produção.

Estabelecer uma margem de segurança, ou estoque mínimo, Santos et

al (2009), afirmam ser um risco que a empresa assume na falta de estoque. A

determinação do estoque mínimo pode ser feita através de fixação de

determinada projeção mínima no consumo estimado, e cálculo com base

estatística.

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Para Martins; Alt. (2016), o estoque mínimo pode ser representado pela

seguinte fórmula abaixo, que é possível de ser calculado, evitando assim erros

que possam comprometer o estoque.

Emin = Es + Pe x C

Emin = estoque mínimo

Es = estoque de reserva ou de segurança

Pe = prazo de entrega

C = consumo diário

1.4.3 Estoque máximo

Para Pozo (2008), estoque máximo é o resultado da soma do estoque

de segurança mais o lote de compra, ou seja, o nível máximo de estoque é

usualmente determinado de forma que o volume ultrapasse a somatória da

quantidade do estoque e as variações normais de estoque frente dinâmica de

mercado, deixando uma margem que assegure a cada novo lote, que o nível

máximo de estoque não cresça tanto e onere os custos de manutenção de

estoque.

O estoque máximo para Santos (2009) irá sofrer limitações de ordem

física, como espaço para armazenamento, sendo possível diminuir, tanto o

tamanho do lote como o de estoque mínimo, principalmente quando a falta de

capital se torna maior, assim é aconselhável diminuir o tamanho do lote de

compra e diminuir o estoque mínimo, a fim de evitar a paralisação da produção

por falta de estoque.

Para que possamos planejar e termos um nível de estoque máximo

adequado, pode-se representar pela seguinte fórmula:

Emáx = ES + LEC

Emáx = estoque máximo

ES = estoque de reserva ou de segurança

LEC = lote econômico de compra

1.4.4 Estoque de segurança

Segundo Endeavor Brasil (2015). No estoque de segurança, o grande

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desafio é calcular com exatidão o volume correto e chegar a um equilíbrio entre

o investimento a ser feito e os lucros das vendas realizadas. No dia a dia de

uma empresa, o estoque a ser considerado ideal é o estoque mais econômico

para realizar uma venda. Como não é possível fazer uma previsão como

exatidão, criou-se o estoque de segurança, ou seja, em poucas palavras, o

estoque de segurança existe e é calculado apenas para diminuir o risco de não

ter os produtos procurados pelos clientes.

[...] O quanto entes o pedido de reposição é feito, mais alto será o nível esperado de estoque de segurança quando chegar o pedido de reposição. [...] A principal consideração em determinar o estoque de segurança, está na probabilidade de o estoque não ter terminado antes do pedido de reposição chegar. Isso depende da distribuição de frequências do consumo durante o prazo de entrega. (SLACK, ET AL, 2013, pg. 320).

1.4.5 Lote econômico de compra

Para Hoinaski (2017), lote econômico de compra é uma metodologia que

surgiu na década de 1940, objetivando a melhoria na gestão de estoques, onde

prevê que uma análise econômica deve ser realizada com a finalidade de que o

lote seja otimizado em todas as compras feitas, assim, possibilita minimizar os

custos de pedido, armazenamento e transporte, o que na prática, o lote

econômico de compra é calculado por estimativas de saída em um

determinado prazo por um produto específico. Conseguindo-se assim,

conhecer a demanda daquele determinado período, o que proporciona a

possibilidade da empresa em adquirir uma quantidade maior de mercadorias no

mesmo pedido.

Como resultado, aparecem a redução dos custos de transporte e

armazenamento, além de o poder de barganha aumentar e os produtos

poderem ser adquiridos com um desconto maior.

Partindo dessas considerações, fica evidente que o Lote Econômico de

Compra requer que algumas questões sejam atendidas. São elas:

a) demanda conhecida e constante;

b) restrição ilimitada do tamanho dos lotes;

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c) custos relacionados somente à estocagem e ao pedido;

d) lead time conhecido e constante;

e) não são agregados pedidos para mais de um produto do mesmo

fornecedor.

É importante destacar que essas questões podem não ser próximas à realidade do seu negócio, mas elas simplificam o modelo do LEC. Isso significa que elas servem para estimar de maneira mais adequada a quantidade de mercadorias que deve ser adquirida. (HOINASKI, 2017, p. 1).

Conforme Gitman (2002), o lote econômico de compra é uma das

principais ferramentas e um instrumento bem sofisticados para auxiliar a

determinar a quantidade exata a ser adquirido de um item de estoque. Para

este autor o LEC “[...] leva em conta vários custos operacionais e financeiros

envolvidos, com o fim de determinar a quantidade do pedido que minimize os

custos totais de estocagem”. (GITMAN, 2002, p. 717),

Segundo Bertaglia (2009, p. 348): “(...) objetivo do LEC é minimizar os

custos logísticos como um todo, buscando assim, o equilíbrio entre as

vantagens e desvantagens de manter estoques.”.

De acordo com Tófoli (2012, p. 120), "(...) o lote econômico de compra

corresponde a certa quantidade que minimiza o custo total, composto do custo

de estocagem(manter estoque) e dos custos dos pedidos de compra(obter

estoque)". Suas fórmulas são:

Lote econômico: LEC= √(2xDxCo) (pxi)⁄ sendo (p x i) = custo de manter

estoque

Custo de Obter estoque total: C.O.T.= ( d X Co ) / q

Custo de Manter Total: C.M. = (q / 2) x p x i

Custo de Obter unitário: C.O.U. = Co / q

Custo de Manter unitário: C.M.U. = [( q / 2 ) x p x i] / q

Custos totais: CT = COT + CM

1.4.6 Efetivação do controle de estoque

O controle físico e financeiro de estoque, segundo Sebrae (2016), tem

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como objetivo informar a quantidade certa disponível de cada item existente na

empresa, seja matéria-prima, e/ou mercadoria, e quanto significa em valores

monetários. Controlar as entradas e o consumo de materiais é uma das

funções básicas de uma empresa. Nem por isso é menos importante, na

medida em que os materiais representam cerca de 60% dos custos de um

negócio.

Contudo, para o Sebrae (2016), grande parte das pequenas empresas

não realizam um eficaz controle de insumos, em regra apresenta "furos" de

estoque pois as quantidades físicas não "batem". Uma das consequências da

falta de controle está em não ser possível checar se o consumo efetivo dos

materiais está de acordo com a sua real necessidade. Não conhecer o

consumo médio dos materiais, dificulta a compra, assim vise diminuir a

necessidade de capital de giro da empresa, ou seja, a falta de gestão de

estoque pode ocasionar a parada na produção e consequentemente a

diminuição nas vendas pela falta de materiais ou mercadorias, com diminuição

da produtividade.

Conforme Sebrae (2016), tem algumas recomendações para melhorar o

controle de estoque, como segue:

a) O correto controle das entradas e saídas de materiais deve se

constituir em uma obrigatoriedade a ser cobrada rigidamente;

b) Todas as entradas e saídas devem ser anotadas em fichas ou em

um sistema informatizado;

c) Qualquer saída de estoque (produção, transferência, troca, etc.)

deve ser acompanhada de requisição de saída;

d) Não permitir que sejam retiradas mercadorias ou materiais sem a

devida requisição e com a identificação de quem retirou;

e) Implantar o "Inventário Rotativo". Nesse sistema, diariamente são

escolhidos alguns itens para serem contados. As diferenças

encontradas deverão ser comunicadas e sua causa investigada;

f) Todo processo de movimentação de estoque deve ser estabelecido

por meio das Normas de Entrada e Saída de Estoque. Com

informações estatísticas sobre o que está saindo, o gestor pode

calcular o giro das mercadorias/materiais, auxiliando na compra para

melhor aproveitamento do capital de giro da empresa. Além disso,

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terá segurança de que estas mercadorias/materiais são utilizadas na

empresa, e não desviadas.

Para completar o Endeavor Brasil (2015), relata algumas dicas básicas

para não errar:

a) Tenha um registro de tudo. Para cada produto que entra, o

empresário precisa fazer uma ficha cadastral e atualizá-la quando

houver qualquer mudança de status.

b) O empresário pode fazer esse controle manual, mas hoje já

existem sistemas que otimizam esse processo. Lembre-se: o

importante é que as informações estejam organizadas e

acessíveis.

c) Crie normas e processos claro para as movimentações de

estoque.

1.5 Ponto de equilíbrio das operações

Conforme Tófoli (2008) o Ponto de equilíbrio financeiro determina qual o

nível de operações necessárias para cobrir todos os custos e despesas

operacionais da empresa, bem como avaliar a sua rentabilidade em vários

níveis de vendas.

O ponto de equilíbrio é um indicador de segurança do negócio, pois mostra o quanto é necessário vender para que as receitas se igualem aos custos. Ele indica em que momento, a partir das projeções de vendas do empreendedor, a empresa estará igualando suas receitas e seus custos. Com isso, é eliminada a possibilidade de prejuízo em sua operação. (SEBRAE, 2016)

Tófoli (2008) afirma que para análise do ponto de equilíbrio faz

necessária a separação dos custos e despesas fixas dos custos variáveis.

Custos fixos são gastos necessários para o funcionamento da empresa que

não tenham relação com as vendas ou produção, portanto não variam havendo

ou não produção, como exemplo o aluguel que independe da quantidade

produzida, pois tem-se o seu valor mensalmente pré-definido. Já os custos

variáveis são os que estão diretamente relacionados com a produção, como

custo de matéria prima, fretes, embalagens, comissionamento de vendas entre

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outros e são alterados conforme o volume de produzido.

Por exemplo, o valor global de consumo dos materiais diretos por mês depende diretamente do volume de produção. Quanto maior a quantidade fabricada, maior seu consumo. Dentro, portanto, de uma unidade de tempo (mês, nesse exemplo), o valor do custo com tais materiais varia de acordo com o volume de produção; logo, materiais diretos são Custos Variáveis. Por outro lado, o aluguel da fábrica em certo mês é de determinado valor, independentemente de aumentos ou diminuições naquele mês do volume elaborado de produtos. Por isso, o aluguel é um Custo Fixo. (MARTINS, 2003, p. 33).

1.5.1 A importância do conhecimento do ponto de equilíbrio na empresa

O conhecimento do ponto de equilíbrio para a empresa é muito

importante tanto para a gestão do negócio quanto para produção em si, pois

este indicador mostrará o mínimo a ser produzido ou vendido para que a

empresa não tenha o saldo negativo cobrindo seus custos e despesas fixas e

variáveis, e a partir deste ponto gerar lucro e apresentar rentabilidade e

também direcionando a empresa em relação suas estratégias de vendas ou

produção e precificação, conforme Tófoli (2012).

Análise do custo-volume-lucro (ponto de equilíbrio) é o centro de todo o planejamento de lucro de curto prazo, pois auxilia na elaboração das estratégias de preços dos produtos seleciona o melhor mix de vendas em função da maior lucratividade ou de menor lucratividade desde que seja ação de penetração em novos mercados, além de facilitar a análise de aceitação ou não de pedidos especiais. (TOFOLI, 2012, p. 142).

Almeida (2015) afirma que o conhecimento do ponto de equilíbrio é

importante para a empresa, pois ajuda a mensurar a velocidade com que a

empresa consegue atingir seus objetivos e lucratividade e é fato que para ter

resultados o empresário precisa saber o ponto de equilíbrio das operações,

qual o mínimo de faturamento necessário e a quantidade mínima de vendas

para saber o momento onde inicia o lucro ou onde termina o prejuízo sendo o

ponto de equilíbrio um indicador que aponta o risco operacional dos negócios.

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1.5.2 Cálculo do ponto de equilíbrio

Para o entendimento da fórmula do ponto de equilíbrio faz se necessário

a compreensão da receita de equilíbrio e da quantidade de equilíbrio. Receita

de equilíbrio conforme descreve Tófoli (2012) são os valores em retorno das

vendas que suprem os custos totais e pode ser representado pela seguinte

fórmula:

Re = CF/[(p-cv)p], ou

Re = CF/(MC/R), ou

Re = CF/(1-k),

sendo k =cv/p ou k = CV/R, ou

Re=CF/%mc

Quantidade de equilíbrio também segundo Tófoli (2012) é a quantidade

necessária de produção ou vendas que empatam com os custos totais e pode

ser representado pela seguinte fórmula:

Qe = CF/ (p-cv)

Qe = CF / mc

Segundo Sebrae (2016), quanto menor for o indicador, menos arriscado

é o negócio. E segundo Tófoli (2012), a receita não pode ser menor do que os

custos totais propondo um indicador negativo que representa prejuízo, já pelo

contrário um indicador positivo representa lucro o que pode ser mensurado

com a seguinte formula:

L= R-CT ou

L= (p x q) – [CF+(cv x q)]

Onde:

L é o lucro

R é a receita

CT são os custos totais

q é a quantidade vendida (ou produzida)

cv é o custo variável unitário e

CF representa os custos fixos.

Logo, quando a Receita é igual aos seus custos (R=CT) e a fórmula

acima ilustrada resulta em zero é o ponto de equilíbrio da empresa. Tófoli

(2012, p. 144) descreve: “[...] diz-se que a empresa encontrou o seu ponto de

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equilíbrio. É o ponto em que o lucro é igual a zero. ’’

O ponto de equilíbrio corresponde a um determinado nível de atividades onde o lucro é nulo. Na medida em que o volume de operações se deslocar acima do ponto de equilíbrio surgirá lucros crescentes; abaixo desse ponto ocorrerão prejuízos cada vez maiores. (TÓFOLI, 2012, p. 145).

1.5.3 A importância na tomada de decisão com uso do conhecimento do ponto de equilíbrio

Lacerda (2003) aponta que pequenas empresas têm ganhado

notoriedade na economia do país, mas o número de empresas que têm seus

negócios encerrados por falta de estruturação no mercado também chama a

atenção, e afirma que as ferramentas contábeis tal como ponto de equilíbrio

sendo aplicadas auxiliariam o processo de tomada de decisão dessas

empresas.

Segundo Stroeher e Freitas (2008) atualmente as ferramentas de gestão

financeira representam vantagens competitivas para a empresa sendo um dos

aspectos do processo decisório para as empresas a fim de capacitá-la a

alcançar seus objetos.

Tófoli (2012) afirma quando a empresa não dispõe de demonstrações

financeiras contábeis, por vários motivos, pode fazer uso de controles internos,

que viabilize a visualização da empresa quanto a receita de equilíbrio e

quantidade de equilíbrio para tomar decisões com base em controles

periódicos e efetivos.

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CAPÍTULO III - PESQUISA DE CAMPO

1 INTRODUÇÃO

Administrar os recursos financeiros de uma organização é uma tarefa um

pouco complexa que exige muita atenção por parte do administrador, mas com

o auxílio de ferramentas é possível que sua análise seja de fácil entendimento.

Em momentos em que os recursos se tornam escassos, seja por crises

financeiras ou por queda nas vendas, é necessário saber como as finanças

empresarias estão, e o que será necessário realizar para superar esse período.

Nesse momento, as finanças empresarias precisam estar em dia, para

que possa diagnosticar a situação em que se encontra. Dados perdidos, ou

informações desconexas precisam fazer sentido. Para isso controles como

estoque, contas a pagar, contas a receber entre outros, precisam estar

implementados nas organizações.

Os controles sobre as finanças empresarias não servem apenas para

momentos de dificuldade financeira, mas também para tomada de decisão e

planejamento futuro, com base nos recursos que a empresa tem disponível e

como ela está estruturada.

Com a finalidade de demonstrar que a correta utilização de controles

financeiros nas empresas, como o fluxo de caixa, controle do estoque, Lote

Econômico de Compra (LEC) e Ponto de Equilíbrio, controles de valores a

receber e a pagar, permite verificar o controle econômico-financeiro da

empresa Princesa Auto Peças. Foi realizada uma pesquisa de campo no

período de fevereiro a outubro de 2017 para maior apuração dos dados.

Os métodos utilizados para a pesquisa de campo foram: Método de

Observação Sistemática e Método Histórico.

No método de observação sistemática, foram verificadas as formas de

controle financeiro no tocante ao controle de estoque, fluxo de caixa e de

receitas e despesas, permitindo fundamentar o desenvolvimento do Estudo de

Caso.

Para o desenvolvimento do método histórico foram observadas,

analisadas e acompanhadas a gestão financeira, as informações da empresa,

sua evolução e expansão, como suporte para o Estudo de Caso.

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Foram utilizados como técnicas:

a) Roteiro de Estudo de Caso (APÊNDICE A);

b) Roteiro de Observação Sistemática (APÊNDICE B);

c) Roteiro de Histórico da Princesa Auto Peças. (APÊNDICE C);

d) Roteiro de entrevista com profissionais da área (APÊNDICE D);

e) Roteiro de entrevista com os sócios (APÊNDICE E).

A empresa D. Gouvêa Comércio de Peças Automotivas LTDA - ME, que

adota como nome fantasia 'Princesa Auto Peças', é inscrita no CNPJ:

74.650.425/0001-82, com sede à rua Princesa Isabel, 176, centro – Lins/SP –

Brasil, começou suas atividades no ano de 2013.

1.1 Ferramentas de gestão utilizadas

Descreve-se neste capitulo, como a empresa realiza a sua gestão finan-

ceira, e tem-se como objetivo mostrar a correta utilização das ferramentas fi-

nanceiras, buscando colocar os conceitos adquiridos em prática.

Salienta-se que os quadros sugeridos abaixo são apresentados em for-

ma simplificada, representando a filosofia do controle, pois existem programas

específicos que tratam do assunto. Entretanto, pode ser que a empresa não

disponha de capital para comprar tais programas, podendo então utilizar-se da

ferramenta Excel.

Durante a pesquisa desenvolvida na empresa foi possível analisar vários

aspectos financeiros de controles que podem vir a melhorar a performance da

empresa.

1.2 Gestão de fluxo de caixa real e planejado

A empresa não possui nenhum software financeiro. Quando se trata de

venda à vista, o proprietário realiza uma anotação em bloco de rascunho, regis-

trando qual peça foi vendida, o valor e a quantidade. Quando a venda é a pra-

zo, para os clientes mensalistas, é anotada em um bloco de orçamento, onde o

cliente leva a 1ª via referente ao item comprado, a 2ª via é enviada no ato da

cobrança e a 3ª via é utilizada para controle e arquivo.

Na figura 9, observar-se o modelo de orçamento utilizado nas vendas a

prazo:

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Figura 9: Modelo de orçamento

Fonte: Princesa Auto Peças, 2017.

Como o faturamento do mês apresenta um valor relativamente estável

assim como as suas despesas, o gestor entende ser desnecessária a elabora-

ção de controle (Fluxo de Caixa Projetado) específico, pois já tem conhecimen-

to dos compromissos existentes.

Sugere-se que a empresa passe a utilizar como ferramenta de auxílio à

planilha de fluxo de caixa, planilha apresentada no quadro 1 do capítulo II. Con-

forme mencionado por Tófoli (2012), o fluxo de caixa auxiliará o gestor a co-

nhecer se haverá ou não recursos disponíveis para cumprir com os compro-

missos tratados.

Durante o desenvolvimento da pesquisa e o reconhecendo a necessida-

de de se saber com exatidão os vencimentos das contas a receber e a pagar, a

empresa passou a adotar o fluxo de caixa real, contabilizando no final de cada

mês as entradas e saídas de caixa. As entradas financeiras anotadas são re-

sultantes dos registros das operações de vendas. As saídas de caixas, são os

registros de pagamentos emitidos por comprovantes bancários, que são os

compromissos que a empresa realizou durante o período.

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A planilha que a empresa utiliza para registrar o fluxo de caixa é de-

monstrada da seguinte forma:

Figura 10: Relatório de registro de movimentação de caixa

Fonte: Princesa Auto Peças, 2017

Referente aos lançamento do caixa diário, a empresa utiliza uma

planilha que contabiliza a data, o produto vendido, cliente, forma de pagamento

e números das notas ficais.

A planilha que a empresa utiliza para lançar as vendas diárias é

apresentada abaixo pela figura 11:

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Figura 11: Planilha de lançamento de vendas diárias

Fonte: Fonte: Princesa Auto Peças, 2017

Na figura 11, observa-se que é lançada na planilha a data da venda, o

número da peça vendida, se a venda foi à vista ou a prazo e o cliente que ad-

quiriu a mercadoria. A coluna do orçamento, é utilizado apenas quando a venda

realizada é a prazo, onde é anotado o número do orçamento, como citado aci-

ma.

Segundo Tófoli (2012. p. 85), “a elaboração do Fluxo de Caixa pode ser

feita em período anual, mensal, quinzenal e até mesmo semanal, dependendo

da necessidade”.

1.3 Gestão de contas a receber e a pagar

A empresa realiza vendas à vista e a prazo, sendo as primeiras, na mai-

oria das vezes, ocorridas por ingresso de dinheiro ou cartão de crédito que, por

trabalhar com a antecipação de recebíveis, o dinheiro está disponível na conta

em até um dia útil.

Para o registro dos valores a receber, no fechamento do mês, o proprie-

tário emite as notas fiscais dos clientes mensalistas e coloca em uma relação

própria o nome do cliente, o número do orçamento, o valor a pagar e a data de

recebimento.

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Quando um cliente realiza o pagamento é registrada a correspondente

baixa da conta. Apesar de ser uma forma simples de controle, o documento

auxilia o proprietário na tomada de decisão, e desta forma, tem-se a informa-

ção da quantidade de capital que está na mão de terceiros e ainda não foi re-

cebido, assim quando um cliente está inadimplente e desde quando a conta

está em aberto.

Os pagamentos dos compromissos geralmente são feitos por meio de

transferências bancárias, depósitos, pagamento em dinheiro ou em cartão de

débito.

No tocante as contas a pagar e receber sugere-se as planilhas a seguir:

Quadro 2: Controle de contas a receber

Empresa:

Controle de contas a receber mês: setembro/2017

Dia ClienteT Descrição Valor R$ Recebimento

Data Valor R$

3 Abrilina Décima

Nf 212 1.010,00 12/9 1.010,00

5 Acheropita

Nf 300 425,00 5/9 425,00

14 Bizarro Assada

Nf 455 800,00 12/9 800,00

25 Colapso Cardíaco

Nf 587 1.250,00

25 Jafa Lei

Nf 600 801,00

Fonte: elaborado pelas autoras, 2017.

Funcionalidade = este é um documento que deve ser preenchido em

duas etapas, sendo a primeira o registro dos dados relativos aos créditos a

receber dos clientes, como vencimento da obrigação, nome do cliente,

descrição da origem da operação e respectivo valor da compra.

A segunda parte é a que se registra o pagamento de cada cliente, com

respectiva data e valor recebido.

No exemplo do quadro 2, preenchido com dados aleatórios, consegue-

se visualizar que dos 5 clientes devedores, 3 efetuaram pagamento, um deles

com atraso. Há dois clientes ainda em aberto.

O empresário também pode ampliar este controle, se destinar uma ficha

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para cada cliente detalhando suas operações para com a empresa, conforme

quadro 3:

Quadro 3: Histórico de operações por cliente

Empresa:

Controle de operações de clientes

Cliente: Tobiniana Matusquela Rua 10, nº 12 - telefone 5678 1234 -e-mail [email protected] Lins, SP

Histórico de atividades

Data Valor da com-pra

Data do vencto. Data do pagto. Valor pago

18/4/2017 2.000,00 18/5/2017 12/5/2017 2.000,00

12/5/2017 1.500,00 12/6/2017 12/5/2017 1.500,00

10/6/2017 4.750,00 09/7/2017 Fonte: elaborado pelas autoras, 2017.

Observa-se neste modelo que o empresário irá dispor de um histórico

importante para acompanhar as operações realizadas com cada cliente. Neste

exemplo, do cliente Tobiniana Matusquela há uma fatura em aberto, a vencer

em 09/7/2017.

Com relação as contas a pagar, sugere-se a tabela:

Quadro 4: Controle de contas a pagar

Empresa:

Controle de contas a pagar mês: maio/20X7

Vencto

Fornecedor Descrição Valor R$ Recebimento

Data Valor R$

4/5 CPFL Energia 600,00 12/5 600,00

7/5 Propaganda Propaganda 3.512,00 7/5 3.512,00

8/5 ICMS ICMS 3.000,00 6/5 3.000,00

15/5

Rexon S/A Mercad. 600,00

15/5

Honorários con-tábeis

Contador 1.500,00

25/5

Korax Ltda. Mercad. 200,00

Fonte: elaborado pelas autoras, 2017

Neste quadro são registrados os compromissos a vencer e as

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respectivas datas de pagamento. A exemplo do quadro 2, é preenchido em

duas etapas. A primeira registra a efetivação do compromisso e a segunda as

informações de pagamentos. No exemplo, três compromissos ainda não foram

saldados.

Como no exemplo do quadro 3, o mesmo controle pode ser feito pelo

fornecedor, conforme quadro 5:

Quadro 5: Histórico de operações por fornecedor

Empresa:

Controle de operações de fornecedores

Fornecedor: Simplício Simplório - Passa e Fica, RN. Rua Diógenes da Cunha Lima, nº 415 - telefone 2525 2525 -e-mail [email protected]

Histórico de atividades

Data Valor da compra Data do vencto. Data do pagto Valor pago

10/2/2017 600,00 15/3/2017 12/3/2017 600,00

8/3/2017 1.500,00 22/4/2017 20/4/2017 1.500,00

20/4/2017 450,00 15/5/2017 Fonte: elaborado pelas autoras, 2017

Neste modelo observa-se que o empresário irá dispor de um histórico

para acompanhar as operações realizadas com cada fornecedor. Neste exem-

plo, do fornecedor Simplício Simplório há uma fatura em aberto, a vencer em

15/5/2017.

Com o elaborar da pesquisa, a empresa viu a necessidade de saber com

exatidão as contas que deveriam ser pagas dentro do mês e sua respectiva

data de pagamento, observando assim, necessário detalhar no início de cada

mês as contas a serem pagas, com seus respectivos vencimentos e valores

estimados.

Esse levantamento de contas a pagar, discrimina as contas fixas que a

empresa possui, com os respectivos vencimentos e valores.

Desta forma a empresa saberá quais são as obrigações a cumprir duran-

te o mês.

Ao realizar o pagamento de alguma conta, o valor é retirado da planilha

e recalculado qual o valor total que falta ainda para pagar.

Dentre as obrigações, estão despesas tributárias, despesas fixas e em-

préstimos realizados.

Desta forma, elaborou-se de maneira simplificada, o seguinte quadro:

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Quadro 6: Valores a pagar mensal

Fonte: Princesa Auto Peças (2017)

1.4 Gestão de estoque

Considerado como um dos itens que mais merecem atenção, o controle

de estoque em uma empresa de peças é fundamental em sua administração. É

nele que se conhece o valor que a organização possui de estoque, a quantida-

de de mercadoria existente e a localização do produto. Mas as informações

necessárias, vão além dessas, é preciso que a empresa saiba quais peças são

de alto e baixo giro, para atender seu cliente e não ficar com um estoque muito

alto de mercadorias.

Como a empresa iniciou as atividades recentemente, as primeiras com-

pras que ocorreram foram de correias, começando a formar o estoque, logo

depois, com a expansão de quantidade de mercadorias para as mangueiras,

observou que o número de produtos aumentaria consideravelmente, sendo as-

sim, importante não só formar um estoque que consiga atender ao cliente, mas

formar lotes econômicos de compras que reabasteçam as peças de maior giro,

que são mais lucrativas para a empresa.

Para este estudo, buscou-se conhecer a movimentação dos estoques

desde os primeiros anos da empresa, levantando quais peças apresentam

maior rotação, necessidades de reposição com recursos próprios, evitando ca-

pital de terceiros que já comprometem a empresa desde sua fundação.

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O estoque da empresa funciona como um catálogo onde são registrados

o número da peça, aplicação, localização, quantidade em estoque, valor do

estoque, quantidade da peça comprada e preço de venda. Ainda são separa-

das por segmentos, como mangueiras da linha leve e da linha pesada, correias

industriais e automotivas e as abraçadeiras. Cada item possui uma guia na

planilha e são separadas pela sua categoria.

Todo ano é realizado o levantamento de estoque, geralmente acontece

em dezembro, onde é conferido se as peças estão lançadas corretamente ou

não.

Havendo um pedido de compra a ser feito, geralmente é analisado o

controle de estoque e confirmado se a peça realmente está em falta. Após a

chegada da mercadoria e verificação da nota, as peças são armazenadas no

local correto do estoque, e os preços e as quantidades são atualizados.

A empresa não conseguiu formar um lote econômico de compra até o

momento. As compras que foram realizadas foram montadas com base na rota-

tividade, ou nas encomendas programadas pelos clientes.

Abaixo o modelo de planilha que a empresa utiliza como controle de

estoque.

Figura 12: Planilha de controle de estoque

Fonte: Princesa Auto Peças (2017)

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Sugere-se que a empresa amplie seu controle utilizando-se também da

planilha do Quadro 7.

Quadro 7: Controle de estoque

Produto: Mercadoria YYYT Fornecedor: Matusquela Requinguela Detalhes do produto: xçdpepsdp Outras informações

Entrada Saída Saldo

Data ducto Quant. R$ Quant Quant Preço médio

Valor total

02/05/17

Inventario 10 10 100,

06/06/17

Nf 555 25 250, 25 10 250,

09/5/17

Nf 286 4 21 10 210,

19/6/17

Nf 658 30 360, 51 11,17 570,

20/6/17

Nf 302 40 11 11,17 123,

Fonte: elaborado pelas autoras, 2017

No quadro 7 observa-se que o documento é preenchido em três etapas.

A primeira é o registro dos dados relativos a compra de mercadoria e

respectivo valor da compra, a segunda parte é onde se registra a saída da

mercadoria (venda). Já o terceiro passo, é o saldo em quantidades de peças,

onde o mesmo soma a quantidade de peças, caso tenha comprado, ou subtrai

caso tenha vendido.

1.5 Gestão da margem de contribuição

Devido à grande variação e quantidade de peças, o proprietário afirma

que a margem de contribuição que é colocada sobre os produtos é uma por-

centagem fixa, calculada em cima dos custos dos produtos. Essa porcentagem

é a soma dos impostos que são repassados para os clientes, mais a margem

de lucro que a empresa trabalha.

Em alguns produtos também é aceito o preço que o mercado está dis-

posto a pagar. Há assim um equilíbrio entre o preço com a margem de lucro e o

que o mercado está sinalizando.

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1.6 Parecer Final

Analisando os aspectos financeiros levantados por meio da pesquisa,

observou, que a empresa possuía um sistema de controle e gerência através

de anotações manuais, de forma empírica, passando a implantar planilhas sim-

plificadas com o decorrer desta pesquisa.

Apesar da simplicidade dos controles existentes hoje na organização, já

é possível saber o faturamento mensal, o quanto a empresa possui em valor de

estoque, quais são as contas a pagar, para quem a empresa vende a prazo, e

a movimentação financeira de entradas e saída do caixa.

Com esses dados foi possível observar que a empresa por ter poucos

anos de atividade, teve no início um grande investimento para a compra de pe-

ças, com capital de terceiros e ainda hoje ela possui parcelas a serem pagas

para liquidar a operação. Desta forma, boa parte do lucro que a empresa pos-

sui é destinado ao pagamento dos empréstimos que foram realizados para

formar o estoque. A empresa busca hoje com recursos próprios formar um lote

econômico de compra sem ter que depender de capital de terceiros.

As vendas realizadas a prazo para os clientes conseguem entrar no cai-

xa em um prazo médio de 30 a 40 dias após a venda, nesse tempo as despe-

sas da loja são pagas com as vendas à vista e com os clientes a prazo que vão

realizando o pagamento.

O estoque que a empresa possui é formado de peças de alto e baixo gi-

ro, que são importantes e conseguem atender ao cliente no momento certo.

Mas, a empresa não possui grandes quantidades de peças, podendo no tempo

em que o pedido de compra for realizado a peça acabar e ter a necessidade de

esperar em média de 15 a 30 dias para repor o estoque e não atender o clien-

te.

As peças sofrem uma variação de preço muito grande, algumas peças

estão próximas de R$ 10,00 a R$ 60,00 enquanto outras podem variar de R$

100,00 a mais de R$ 300,00, dependendo do modelo, tamanho e fabricante.

Nem sempre as peças de maior valor são os produtos de maior giro. Em uma

análise, observou que 80% dos produtos vendidos durante o mês, correspon-

dem a uma faixa média de preço de até R$ 60,00. O que a empresa busca rea-

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lizar hoje é focar na compra de produtos que possuem maior giro, onde o capi-

tal investido provavelmente terá um retorno mais rápido.

O mercado de peças de manutenção de carros e máquinas é grande e

possui uma infinidade de segmentos e peças que podem ser comercializados,

sendo necessário um capital muito grande para atender ao segmento. Prova

disso é a exposição internacional da Automec que aconteceu em São Paulo

este ano no pavilhão da São Paulo Expo. A feira contou novidades do setor

automobilísticos, do setor de reposição de peças e as novas tecnologias que

estão entrando no mercado. O mercado em si só cresce e ainda oferece possi-

bilidade a novos entrantes.

Apesar da possibilidade de expansão para um mercado maior, a empre-

sa, buscou especializar na venda de correias e mangueiras que já conta com

mais de 2.000 tipos de produtos diferentes que já são comercializados, sem

contar as mercadorias do mesmo segmento que a empresa ainda não entrou, e

os novos produtos que o mercado já vem disponibilizando.

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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Analisando os aspectos financeiros levantados por meio da pesquisa,

observou que a empresa não possuía um sistema de controle e gerência de

seus itens operacionais, e com o decorrer da pesquisa, o proprietário começou

a implantar planilhas elaboradas no excel. Uma ampliação nos controles

poderá resultar em no efetivo conhecimento de suas movimentações

melhorando os resultados finais.

Com os controles existentes hoje na organização é possível saber o

faturamento mensal, o quanto a empresa possui em valor de estoque, quais

são as contas a pagar, para quem a empresa vende a prazo, qual a margem de

contribuição aplicada sobre os produtos e toda a movimentação financeira de

entradas e saída do caixa.

Entretanto são controles esparsos e empíricos.

Assim, sugere-se que a empresa amplie seus controles adotando a

prática de uso das ferramentas sugeridas no capítulo 3:

a) Fluxo de caixa planejado e real

b) Controle de contas a receber

c) Controle de contas a pagar

d) Controle de estoque

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CONCLUSÃO

Percebe-se nitidamente, que o grande problema vivenciado pelas

microempresas é com relação ao planejamento. Visto que há uma carência

nesse sentido, é de forma errônea os empresários pensam não haver

necessidade de fazê-lo.

Cada vez mais torna-se necessário a utilização de métodos e

ferramentas que facilitem a obtenção de informações, para que os

administradores possam tomar decisões mais corretas, sem correr o risco de

prejudicar o negócio. À medida que trabalham com um planejamento, podem

controlar todas as atividades desenvolvidas dentro da organização e, também,

controlar seus gastos desnecessários, preparando-se para enfrentar o mercado

altamente competitivo. Com o planejamento, cria-se a possibilidade de gerarem

metas a serem atingidas e buscar os melhores caminhos a serem percorridos.

A maioria das falências das empresas vem da parte da ausência de

controles financeiros ou até mesmo de controles inadequados e imprecisos, por

exemplo, o controle do fluxo de caixa da empresa, responsável pelo registro de

encaixes e desencaixes que facilitam as tomadas de decisões. Com a prática

da realização do fluxo de caixa planejado o gestor poderá conhecer

antecipadamente a situação do saldo de seu caixa, se haverá sobra ou falta de

numerários, se terá condições de saldar seus compromissos ou não, com os

recursos diários. E, em caso de falta de caixa e possíveis atrasos nos

pagamentos dos compromissos, disporá de tempo suficiente para busca de

alternativas mais ajustadas.

A prática rotineira de controle de estoques favorecerá a não imobilizar

muito capital em produtos bem como a não vender determinados itens por falta

de produto em estoque. Com o auxílio do estoque mínimo, saberá o momento

certo e a quantidade certa de pedir e repor suas mercadorias. Utilizando

corretamente o estoque de segurança, terá um regulador de estoque

interessante que suprirá possíveis aumentos de consumo ou atraso de entrega

de reposição. Se utilizar o processo de reposição adotando o lote econômico

de compras, fará o pedido de reposição em valores mais reais e coerentes com

suas vendas.

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Pelo lado das despesas e receitas, o seu controle natural, tornando

mínimos os custos e com o cálculo da quantidade de equilíbrio e receita de

equilíbrio, saberá a partir de qual momento, no mês, estará atuando na faixa de

lucros e consequentemente qual o valor e/ou a quantidade a ser vendida para

que atinja o seu ponto de equilíbrio. Conhecendo o ponto de equilíbrio de suas

operações terá condições de avaliar quais ações serão mais adequadas para

aumentar sua rentabilidade: aumentar preço do produto, reduzir determinados

custos e/ou se deverá atuar no aumento do volume das vendas.

O conhecimento da margem de contribuição unitária facilitará decisões

de quais produtos são mais contributivos para o lucro, focando seus esforços

no sentido de privilegiar suas vendas, como também, perceber quais produtos

não contribuem para a lucratividade, estudando sua eliminação.

Com a análise da microempresa verificou-se qual a forma de controle

financeiro utilizada, e de acordo com as teorias apresentadas, passar para a

empresa quão importante é o controle financeiro para se manter competitiva no

mercado, e com uma simples planilha de Excel é possível controlar as

finanças, pois empresas de tal porte, muitas vezes não possuem uma boa

estrutura para obter programas específicos ou para contratar um profissional.

Enfim, percebe-se que a utilização dessas ferramentas contribui

significativamente para o aumento da lucratividade da empresa, pois

conhecendo seus saldos de caixa, estoques bem dimensionados receitas e

despesas sob controle solidifica o sucesso da empresa.

Este trabalho procurou mostrar o quão à administração financeira é de

extrema importância para todo tipo de empresas, contendo uma boa influência

na tomada de decisão, na busca do controle financeiro, sobretudo nos

aspectos de estoque, caixas, receitas e despesas.

Desta forma conclui-se com relação à pergunta problema, que o controle

financeiro e suas ferramentas é o melhor enfoque para gerir as finanças de

forma eficaz, através disso podemos entender que uma empresa que não

possui um controle financeiro adequado terá sérios problemas para se manter

no mercado.

Diante disso, reiteramos que toda empresa de micro ou pequeno porte

tem o sonho de crescer e se destacar, estar disposta a mudanças já a faz mais

competitiva, pois ter visão de futuro já a diferencia de seus concorrentes,

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procurando aperfeiçoar, compreender, aceitar uma nova proposta por mais

desafiadora que seja.

Certamente pelo fato da empresa estagiada estar disposta a mudanças,

abriu as portas para este estudo e está firmemente consciente da necessidade

de uma remodelação do seu modelo de gestão, inclusive, já iniciando a prática

dos modelos sugeridos.

Obviamente este estudo não esgota o assunto, podendo servir de base

para futuras consultas em pesquisas semelhantes.

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Tradução: Luiz Claudio de Queiroz Faria. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2013

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___. Administração financeira empresarial. São José do Rio Preto: Raízes, 2012.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A - Roteiro de Estudo de Caso

1 INTRODUÇÃO

O objetivo do estudo de caso é auxiliar a Princesa Auto Peças a tomar

melhores decisões baseado nas informações financeiras da empresa, no

tocante a controle de estoque, fluxo de caixa e de receitas e despesas,

demonstrar para mesma a importância destas como ferramenta de gestão,

auxiliando os gestores em suas tomadas de decisões. Para isso, será realizada

uma pesquisa descritiva com revisão bibliográfica e abordagem qualitativa na

área. Serão descritos métodos e técnicas na coleta de dados.

1.1 Relato do trabalho realizado referente ao assunto estudado

Serão relatados os procedimentos das análises financeiras de estoque,

fluxo de caixa e receitas e despesas. Por fim, serão aplicadas planilhas de

Excel para a gestão.

1.2 Discussão

Será realizado confronto entre teoria analisada através da pesquisa

bibliográfica e a prática utilizada na empresa Princesa Auto Peças.

1.3 Parecer final

Parecer final sobre o caso e sugestões sobre manutenção ou

modificações de procedimentos para a melhoria do controle financeiro da

Princesa Auto Peças.

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APÊNDICE B - Roteiro de Observação Sistemática

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Razão Social:.......…....................................................................................

CNPJ:..........................................................................................................

Localização:................................................................................................

Cidade:......................................................Estado:…..................................

Atividade Econômica:..........................................…....................................

Porte:...........................................................................................................

Número de empregados:.............................................................................

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Gestão Financeira da empresa...........................................………..

2 Procedimentos de controle de estoque....................................…….

3 Procedimentos de controle de Fluxo de Caixa…..........................…

4 Procedimentos de precificação...................................................…..

5 Procedimento de controle de contas a pagar e a receber...………..

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APÊNDICE C - Roteiro de Histórico da Princesa Auto Peças

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Razão Social:..........................................................................................….

CNPJ:..........................................................................................................

Localização:................................................................................................

Cidade:............................................................Estado:................................

Atividade Econômica:..................................................................................

Porte:...........................................................................................................

Número de empregados:......................................................................…

II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS

1 Origem e evolução da empresa....................................................…

2 Dados financeiros da empresa…………………................................

3 Procedimento para aquisição de material para estoque…...............

4 Perspectivas..........................................................................…........

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APÊNDICE D - Roteiro de entrevista com os profissionais da área

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome:..........................................................................................................

Qualificação profissional:............................................................................

Formação Acadêmica:.................................................................................

Profissão:....................................................................................................

Experiências profissionais:..........................................................................

Cidade:...................................................Estado:.........................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual a importância do controle financeiro dentro da empresa?

__________________________________________________________

2 Qual o melhor critério para precificar?

__________________________________________________________

3 Qual a importância de controlar o estoque?

__________________________________________________________

4 Qual a importância do Fluxo de Caixa?

__________________________________________________________

5 Qual a importância do controle dos valores a receber

__________________________________________________________

6 Qual a importância dos valores a pagar?

__________________________________________________________

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APÊNDICE E - Roteiro de entrevista com os sócios

I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Nome:................................................................……………........................

Qualificação profissional:..................................................................….......

Formação Acadêmica:.................................................................................

Cidade:...............................................Estado:.............................................

II PERGUNTAS ESPECÍFICAS

1 Qual a importância do controle financeiro dentro da

empresa? Como você faz?

__________________________________________________________

2 Qual o melhor critério para precificar? Como você faz?

__________________________________________________________

3 Qual a importância de controlar o estoque? Como você faz?

__________________________________________________________

4 Qual a importância do Fluxo de Caixa? Como você faz?

__________________________________________________________

5 Qual a importância do controle dos valores a receber? Como você

faz?

__________________________________________________________

6 Qual a importância dos valores a pagar? Como você faz?

__________________________________________________________