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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Pedagogia Nilma Rosa Corrêa Andery O TRABALHO COLABORATIVO ENTRE AS ÁREAS DA PEDAGOGIA E MUSICOTERAPIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA LINS – SP 2012

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Pedagogia

Nilma Rosa Corrêa Andery

O TRABALHO COLABORATIVO ENTRE AS ÁREAS DA PEDAGOGIA E

MUSICOTERAPIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

LINS – SP

2012

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NILMA ROSA CORRÊA ANDERY

O TRABALHO COLABORATIVO ENTRE AS ÁREAS DA PEDAGOGIA E

MUSICOTERAPIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM

DEFICIÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Fabiana Sayuri Sameshima e orientação técnica da Prof.ª Ma. Fátima Eliana Frigatto Bozzo

LINS – SP

2012

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NILMA ROSA CORRÊA ANDERY

O TRABALHO COLABORATIVO ENTRE AS ÁREAS DA PEDAGOGIA E

MUSICOTERAPIA NO PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM

DEFICIÊNCIA

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Pedagogo.

Aprovada em: _____/______/_____

Banca Examinadora:

Prof. (a) Orientador (a): Fabiana Sayuri Sameshima

Titulação: Doutora

Assinatura: __________________________

1º Prof.(a) Fatima Eliana Frigatto Bozzo

Titulação: Mestra

Assinatura: __________________________

2º Prof.(a): Thiago Flavio de Souza

Titulação: Mestre

Assinatura: __________________________

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Dedicatórias

Aos meus filhos Leonardo e Samantha, que fazem minha existência completa e me

dão ânimo para continuar lutando.

Ao meu neto Arthur que me obriga a ser cada dia mais jovem para que eu possa

acompanhá-lo.

Aos meus amigos, que fazem minha vida parecer útil.

Ao Nilsinho que me faz sentir que o amor é possível.

Nilma

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Agradecimentos

A Deus que me permite continuar lutando trabalhando e me tornando uma pessoa

cada vez melhor.

A Fátima uma pessoa sensacional que Deus me proporcionou ter em meu caminho,

uma das pessoas que se dedicou para que esse trabalho fosse realizado. Admiro-te

muito, obrigada pela troca de conhecimentos, pelo apoio, pelas correções, por ter se

feito presente neste momento tão importante de minha vida.

A Fabiana a precursora de todo esse trabalho, que conquistou um espaço enorme

em minha vida, se tornando uma pessoa importantíssima, sempre me socorrendo,

me aturando. Aprendi muito com você, como professora, mas aprendi mais com

esse seu jeito de ser, você é uma pessoa maravilhosa.

Obrigada por tudo que fez por mim.

Nilma

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“O saber a gente aprende com os mestres e com os livros.

A sabedoria se aprende é com a vida e com os humildes.”

Cora Coralina

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RESUMO

Os recursos de comunicação suplementar e alternativa podem colaborar para o processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem, para o desenvolvimento da competência comunicativa e também podem inserir o aluno com deficiência e necessidades complexas de comunicação em diferentes atividades pedagógicas, colaborando assim, para o processo de ensino e aprendizagem. Além disso, a literatura tem discutido que a música adaptada por meio de sistemas de comunicação suplementares e alternativos pode ser um recurso importante para trabalhar diversos conteúdos acadêmicos. Nesse contexto, o objetivo dessa pesquisa foi identificar a participação de uma aluna com deficiência intelectual nas atividades pedagógicas por meio de músicas infantis adaptadas com sistemas de comunicação suplementares e alternativos. A metodologia pesquisa teve como caráter qualitativo, descrever a participação desta aluna com deficiência nas atividades de música. Para atingir os objetivos proposto a coleta de dados foi dividas em três etapas sendo: identificação do planejamento do professor; adaptação dos conteúdos por meio da comunicação alternativa e participação nos atendimentos. Foi utilizada como instrumentos a gravação em áudio; registro continuo e filmagem. Para a análise dos dados, as informações das avaliações assistidas e dos dados do protocolo de registro de outras atividades desenvolvidas pela professora foram incorporadas à transcrição do material de filmagem, transformando-se em um texto escrito único. A partir deste documento, foi realizada análise de conteúdo, estabelecendo temas e subtemas, que foram submetidos e delineados como representativos pela indicação de juízes da área. Os resultados indicaram que a aluna com deficiência participa do programa de intervenção utilizando habilidades expressivas não verbais; usa a emissão de vogais e sílabas, expressão facial, direção do olhar, gestos indicativos e representativos, a imitação e os sistemas de comunicação suplementares e alternativos para se expressar. Conclui-se que a escuta da música foi uma atividade motivadora para a aluna; e sistemas suplementares e alternativos de comunicação tanto podem atuar para o desenvolvimento da comunicação e da linguagem de crianças com deficiência e severas complexidades de comunicação como podem ser um recurso para ensinar os próprios conteúdos pedagógicos. Palavras-chave: Educação especial. Educação infantil. Sistemas de comunicação suplementares e alternativos. Musicoterapia.

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ABSTRACT The resource of supplemental and alternative communication can help the acquisition and development of language, the development of communication capacity and can also insert the students with special needs in different pedagogical activities, collaborating for the teaching and learning process. Besides that, literature has discussed that adapted music by the systems of supplemental and alternative communication can be an important resource in order to work different academic contents. In this context, the goal of this research was to identify the participation of a student with intellectual deficiency in the pedagogical activities through children’s music adapted by supplemental and alternative communication systems. The method of the research had as a qualitative character the description of this student’s participation in the activities with music. In order to achieve the proposed goals, the data collection was divided into three parts: identify the teacher’s planning, the adaptation of the contents through alternative communication and the participation in the attendances. It was used as instruments the audio recordings, continuous registers and filming. For the data analysis, the information from the assisted evaluations and from the register of other activities developed by the teacher was incorporated to the filming material’s transcript, becoming one written text. From this document, the analysis of the content was made, establishing themes and subthemes that were submitted and outlined as representatives by the indication of judges in the area. The results indicate that the student with special needs participates in the intervention program by using non-verbal expressive abilities, the emission of vowels and syllables, facial expression, looking directly, using representatives and indicative gestures, imitating and using the supplemental and alternative communication systems to express herself. The conclusion is that listening to music was a motivating activity for the student and that supplemental and alternative communication systems can help the development of communication and language in children with special needs and can also be a resource to teach different pedagogical contents.

Key-words: Special Needs Education, Early Childhood Education, Supplemental and Alternative Communication Systems, Musical Therapy.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Adaptação da música dos indiozinhos ......................................... 29

Figura 2: Adaptação da música aquarela..................................................... 29

Figura 3: Adaptação da música do seu lobato ............................................. 30

Figura 4: A aluna interagindo no momento da avaliação do

musicoterapeuta .......................................................................................... 32

Figura 5: O quadro adaptado e a interação da aluna ................................... 33

Figura 6: O quadro adaptado e a interação da aluna ................................... 33

Figura 7: A interação da aluna com a fonoaudióloga e a pedagoga ............ 36

Figura 8: Realizando atividade de produção textual .................................... 40

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Apresentação dos resultados .................................................... 34

Quadro 2: Habilidades da aluna ................................................................. 37

LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

AEE - Atendimento Educacional Especializado

CSA – Comunicação Suplementar Alternativa

RCN – Referencial Curricular Nacional

PCS – Pictogram Icteogram Communication

PIC – Picture Communication Symbols

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12 CAPÍTULO I – A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA COM RECURSO PEDAGOGICO .......................................................................................... 15 1 POLÍTICA NACIONAL DA EDUCAÇÃO ESPECIAL ..................... 15

1.2 O trabalho Interdisciplinar entre musicoterapia e pedagogia........... 16

1.3 Música como recurso terapêutico .................................................... 18

1.4 Inclusão Social e Escolar ................................................................ 19

CAPÍTULO II – COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA .... 22

2 Comunicação Suplementar e Alternativa ........................................ 22

2.1 Comunicação Alternativa e Suplementar com alunos com

deficiência .................................................................................................. 24

CAPÍTULO III – A PESQUISA ................................................................... 27

3 Introdução ....................................................................................... 27

3.1 Participantes .................................................................................... 27

3.2 Local da Pesquisa ........................................................................... 28

3.3 Materiais .......................................................................................... 27

3.4 Procedimentos de coleta de dados ................................................. 28

3.4.1 Primeira etapa: identificar o planejamento do professor.................. 29

3.4.2 Segunda etapa: adaptação dos conteúdos das músicas por meio

da comunicação alternativa ....................................................................... 29

3.4.3 Terceira Etapa: Participação nos atendimentos .............................. 30

3.5 Instrumentos para coleta de dados ................................................. 31

3.6 Tratamento dos Dados .................................................................... 32

4 RESULTADOS ................................................................................ 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 41 REFERÊNCIAS ......................................................................................... 43

APÊNDICES .............................................................................................. 47

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INTRODUÇÃO

Como pode ser identificada diante das práticas diárias dos docentes, a

educação em qualquer modalidade de ensino, está em busca de novos

instrumentos que facilitem o seu processo de utilização e por consequência

atinjam de forma satisfatória os seus objetivos principais, dentre eles:

desenvolver cidadãos críticos, conscientes de seus atos, bem como

proporcionar o desenvolvimento afetivo, motor, cognitivo e linguístico.

Além das ferramentas comuns a disposição do docente, a busca por

estímulos visuais e sonoros vem crescendo por decorrência do avanço da

mídia, embasada no pressuposto de que a educação tem que ser um reflexo,

mais apurado, da realidade social de cada educando. Desse modo, a música é

um dos elementos que passa a fazer parte destes novos instrumentos à

disposição do educador, legalizada pelo Decreto de Lei nº 11.769.

Segundo Jeandot (1997) a música é considerada uma linguagem

universal, dividida em muitos dialetos, pois cada cultura tem sua forma de

produzi-la, tocar seus instrumentos e maneiras peculiares de utilizá-la. Quando

o enfoque passa a ser a educação de alunos com deficiência, a música pode

ser tida como uma das fontes mais ricas de possibilidades de trabalho.

O professor deve explorar a criatividade do aluno fazendo com que ele

participe de todas as atividades propostas. De acordo com Silva (1992), para

que motive a participação do aluno nas atividades de músicas, são

aconselháveis que fossem apresentadas por meio de estórias, dramatizações,

jogos e brincadeiras.

Reconhecendo a importância da música nas diversas áreas de

conhecimento, encontram-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais e

Referenciais Curriculares Nacionais (1998) objetivos, que evidenciam a

importância dada ao trabalho da música na escola, entretanto o que se observa

são professores sem formação adequada para trabalharem com propostas

pedagógicas que consistem em possibilitar que as crianças com deficiências

tendo o acesso à música possam desenvolver as capacidades de percepção e

criação bem como a reflexão sobre as possibilidades textuais que a música

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pode oferecer.

Este estudo se justifica pela atual necessidade de utilizar a música,

como recurso pedagógico, uma vez que ela é uma manifestação que sempre

esteve presente na vida humana. A música em suas inúmeras formas quando

utilizada em sala de aula, desenvolve diferentes habilidades como: o raciocínio,

a criatividade, promove a autodisciplina e, desperta a consciência rítmica e

estética, além de desenvolver a linguagem oral, a afetividade, a percepção

corporal e também promover a socialização (SAMESHIMA, 2011; MASSARO,

2012).

Evidencia-se na literatura, que a música adaptada por meio de sistemas

de comunicação suplementares e alternativos pode ser um recurso importante

para trabalhar diversos conteúdos acadêmicos, seja no ensino regular, seja em

outros contextos educacionais (DELIBERATO; PAURA; NETA, 2007;

MASSARO; DELIBERATO; RODRIGUES, 2010; SAMESHIMA, 2011;

MASSARO, 2012).

O uso de músicas como meio de favorecer a aprendizagem acadêmica

dos alunos com deficiência sem linguagem falada foi foco de discussão no

estudo de Deliberato, Paura e Pereira Neta (2007), Sameshima (2011) e

Massaro (2012). As autoras enfatizaram que o trabalho desenvolvido em sala

de aula com músicas adaptadas por meio dos sistemas de comunicação

suplementar e alternativa (CSA) possibilitou o aumento das habilidades

expressivas dos alunos, sua participação nas atividades pedagógicas de

elaboração e interpretação dos textos, bem como na estruturação de palavras,

frases e textos.

Com base nos dados apresentados, esta pesquisa se propõe à

investigação da importância da música na educação, especialmente na

educação especial, pois é um recurso considerado importantíssimo como

tratamento pedagógico.

Tendo como objetivo geral pesquisar identificar a participação de uma

aluna com deficiência intelectual nas atividades pedagógicas por meio da

música, mostrando aos outros pedagogos a importância da música como

recurso terapêutico e a inclusão social.

A pesquisa será norteada pela seguinte questão: a música adaptada por

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meio de sistemas de comunicação suplementar e alternativa ampliaria a

participação do aluno nas atividades propostas?

Em resposta a este questionamento, pode-se levantar a seguinte

hipótese: por meio da comunicação suplementar e alternativa (CSA), que é

uma área da tecnologia assistida, que tem por finalidade ampliar as formas de

comunicação de alunos sem possibilidade de fala. Por meio de gestos,

expressões faciais, uso de objetos concretos, fotos e imagens padronizadas, o

aluno pode expressar seus desejos e necessidades, além de ampliar seus

processos interacionais.

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CAPÍTULO I

A IMPORTÂNCIA DA MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO

1 POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

Segundo o Ministério da Educação (2010 p, 9):

O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação politica, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstancias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola (MEC, 2010, p, 9)

A Constituição Federal de 1988 traz como um dos seus objetivos

fundamentais “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,

sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.” No seu artigo

205, a educação como um direito de todos, garantindo o pleno

desenvolvimento da pessoa, o exercício da cidadania e a qualificação para o

trabalho.

No seu artigo 206, inciso I, estabelece a “igualdade de condições de

acesso e permanência na escola” como um dos princípios para o ensino e

garante como dever do Estado, a oferta do atendimento educacional

especializado, preferencialmente na rede regular de ensino.

Acompanhando o processo de mudanças, as Diretrizes Nacionais para a

Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no

artigo 2º, determina que:

Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas organizarem-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma educação de

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qualidade para todos (BRASIL, 2001).

A convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada

pela ONU em 2006 e da qual o Brasil é signatário, estabelece que os Estados –

Partes devem assegurar um sistema de educação inclusiva em todos os níveis

de ensino, em ambientes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e

social compatível com a meta da plena participação e inclusão, adotando

medidas para garantir que:

a. As pessoas com deficiências não sejam excluídas do sistema

educacional geral sob alegação de deficiência e que as crianças com

deficiência não sejam excluídas do ensino fundamental gratuito e

compulsório, sob alegação de deficiência;

b. As pessoas com deficiência possam ter acesso ao ensino

fundamental inclusivo, de qualidade e gratuito, em igualdade de

condições com as demais pessoas na comunidade que vivem.

Na perspectiva da educação inclusiva, a educação especial passa a

integrar a proposta pedagógica da escola regular, promovendo o atendimento

às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência, transtornos

globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação. (MEC, 2010).

1.2 O trabalho interdisciplinar entre Musicoterapia e Pedagogia

A musicoterapia e a pedagogia são profissões que possuem vários

pontos em comum, alguns dos quais serão estudados e discutidos ao longo do

presente capítulo. Para ser iniciada tal discussão, serão apresentadas

definições de ambas as profissões.

Em 1996, a comissão de prática clínica da Federação Mundial de

Musicoterapia apresentou a seguinte definição:

Musicoterapia é a utilização da música e/ou dos elementos musicais (som, ritmo, melodia e harmonia) pelo musicoterapeuta e pelo cliente ou grupo, em um processo estruturado para facilitar e promover à comunicação, o relacionamento, a aprendizagem, a mobilização, a expressão e a organização (física, emocional, mental, social e cognitiva) para desenvolver potenciais e desenvolver ou recuperar funções do indivíduo de forma que ele possa alcançar melhor

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integração intra e interpessoal e consequentemente uma melhor qualidade de vida (BRUSCIA, 2000, p. 286).

A rima presente nas músicas possibilita ao aluno poder vivenciar as

questões fonológicas da língua e realizar a aquisição das atividades

metalinguísticas, possibilitando o aprendizado da leitura e da escrita para o

nosso sistema alfabético. Para as crianças com deficiência e severa

complexidade de comunicação, o desenvolvimento das habilidades fonológicas

pode estar prejudicado em decorrência de fatores intrínsecos e ambientais,

mas o aluno com deficiência neuromotora pode também apresentar

inabilidades do ponto de vista fonético, não experienciando a produção

articulatória dos fonemas da língua, com prejuízo tanto na produção da

oralidade, quanto na produção da escrita (DELIBERATO, 2009; SMITH, 2005).

A parlenda também é um rico enunciado lúdico pedagógico que diverte,

ensina, pela sua forma rítmica, sonora e motora, uma vez que desenvolve as

condições linguísticas e socioculturais do homem. Esse texto da tradição oral é

utilizado, especialmente na fase infantil, como ferramenta de interação e

divertimento (BESERRA; RODRIGUES, 2010).

Por ser um gênero popular, o trabalho com as parlendas se torna mais

fácil, sendo provável que a criança tenha contato com ele em diferentes

situações cotidianas e, na escola, ela entra em contato igualmente por meio da

escrita. O uso de músicas e parlendas são atividades importantes que podem

ser utilizadas pelos professores, como forma de desenvolver as habilidades de

consciência fonológica. As parlendas proporcionam atividades para o

desenvolvimento de rimas, aliterações, sílabas e fonemas com grau de

dificuldade crescente. Pelas músicas e parlendas, as atividades de consciência

fonológica são apresentadas de forma lúdica, o que estimula o interesse da

participação dos alunos.Em seguida, será explicitada a definição de pedagogia

apresentada, pelo autor Libâneo (2007, p. 513):

A pedagogia, segundo o autor, serve para investigar a natureza, as finalidades e os processos necessários às práticas educativas com o objetivo de propor a realização desses processos nos vários contextos em que essas práticas ocorrem. Ela se constitui, sob esse entendimento, em um campo de conhecimento que possui objeto, problemáticas e métodos próprios de investigação, configurando-se como

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“ciência da educação” (LIBÂNEO, 2007, p.513).

Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática

educativa, indireta ou diretamente vinculadas à organização e aos processos

de aquisição de saberes e modos de ação, com base em objetivos de formação

humana definidos em uma determinada perspectiva. (LIBÂNEO, 2007).

A importância da música como ferramenta educacional para crianças foi

identificada por muitos teóricos ao longo dos séculos, e consequentemente, a

música vem sendo utilizada desde a Educação Infantil até em cursinhos pré-

vestibulares, como atividades de musicalização, ensino de algum instrumento

específico ou como recurso pedagógico para a aprendizagem acadêmica.

(MASSARO, 2012).

A música como recurso pedagógico pode ser evidenciada nos livros

didáticos atuais, que cada vez mais inclui essa ferramenta para dinamizar o

processo de ensino-aprendizagem nas escolas (SOUZA et al., 2002).

1.3 Música como recurso terapêutico

A musicoterapia, uma disciplina nova no campo da ciência, apresenta

várias questões de grande interesse para a educação, valorizando desde os

aspectos cognitivos até os sentimentos de relações pessoais, interpessoais e

intrapessoais. O trabalho de musicalização proporciona o desenvolvimento da

atenção, memória, concentração, psicomotricidade, sensibilidade, disciplina e

organização.

Gaston (1993) estabeleceu os princípios gerais da musicoterapia,

apresentando: as propriedades da música como elementos de relações

interpessoais onde predomina a comunicação não verbal, contemplando a

expressão de emoções sem a organização de códigos linguísticos; o aumento

da autoestima na auto realização pessoal conquistada no ato de cantar,

dançar, tocar um instrumento; e a utilização do ritmo como elemento

organizador e favorecedor de energia.

Nos dias atuais, torna-se cada vez mais comum a entrada de

profissionais musicoterapeuta em instituições de educação, seja pela demanda

de educadores em música que estes encontram em tais instituições, ou pela

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própria proximidade que a Musicoterapia tem com o ensino, principalmente

quando nos referimos à educação especial.

A música é uma linguagem universal que todos entendem, é um traço de

união entre os povos e é a arte que mais envolve as pessoas,

independentemente de idade, sexo e religião. Sua presença na vida dos seres

humanos é incontestável (URIARTE, 2004).

A importância da música como ferramenta educacional para crianças foi

discutida por muitos teóricos ao longo dos séculos, e consequentemente, a

música vem sendo utilizada desde a Educação Infantil até em cursinhos pré-

vestibulares, como atividades de musicalização, ensino de algum instrumento

específico ou como recurso pedagógico para a aprendizagem acadêmica.

A música é uma linguagem que está presente e faz parte da vida do ser

humano, contribui para a interação entre as pessoas, enriquecendo assim, a

relação entre os alunos, alunos e professor, indivíduo e sociedade, indivíduo e

mundo. A música pode favorecer a formação integral do aluno, auxiliando na

compreensão dos conteúdos acadêmicos e desenvolvendo sensibilidades mais

aguçadas na observação de questões próprias às disciplinas (FERREIRA,

2005). A música é como um recurso pedagógico pode ser evidenciado nos

livros didáticos atuais, que cada vez mais inclui essa ferramenta para dinamizar

o processo de ensino-aprendizagem nas escolas (SOUZA et al., 2002).

Segundo Galhardo (2004) o processo musicoterapêutico está dividido

em três etapas ou fases básicas, divididas da seguinte maneira:

1. A avaliação diagnóstica: fase do processo terapêutico em que o

terapeuta observa o paciente e seus familiares responsáveis para

compreender e identificar de que maneira o paciente e a sua família

se relacionam com a problemática apresentada;

2. O tratamento: fase do processo em que o paciente interage com as

quatro ferramentas básicas (música, sons, voz e instrumentos

musicais) onde o musicoterapeuta estabelecerá uma relação de

apoio e escuta integral ao individuo, realizando suas intervenções de

acordo com interação apresentada pelo paciente na busca de uma

maior qualidade de vida;

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3. A avaliação: etapa em que o terapeuta irá avaliar se houve ou não a

modificação problemática do paciente diante das avaliações iniciais.

1.4 Inclusão Social e Escolar

A inclusão de alunos portadores de necessidades especiais na escola de

ensino regular tem sido um tema presente nas reflexões a respeito da rotina

escolar. Entram nesses debates temas como a capacitação dos professores, o

preconceito frente ao que é diferente e as condições gerais das escolas para

receber e conviver com os estudantes em processo de inclusão (NEVES;

MENDES, 2001).

Os objetivos das práticas de inclusão, de forma geral, direcionam-se

para a promoção do desenvolvimento, autonomia e qualidade de vida das

pessoas portadoras de dificuldades motoras, sensoriais e cognitivas. É

provável que os professores passem a buscar por alternativas educacionais e

terapêuticas que os auxiliem no desenvolvimento de práticas que favoreçam a

aquisição de conhecimentos, o desenvolvimento social e afetivo-emocional dos

alunos com necessidades especiais, como se acredita que acontece na prática

da musicoterapia.

O movimento mundial pela inclusão social das pessoas deficientes

trouxe à pesquisa em Saúde, Educação e Ambiente o desafio de prover meios

para que mais indivíduos superem suas limitações e, também, a criação de

formas para o desenvolvimento pessoal em busca de uma inserção futura bem

sucedida. (SCHIRMER; FAGUNDES, 2007).

A escola é também um local de agência da saúde, que busca um

atendimento integral do homem, no seu desenvolvimento físico, intelectual,

emocional e espiritual. Porém, nossas instituições públicas de educação

encontram-se num estado cada vez mais difícil, tanto no que condiz à própria

função que a educação deveria exercer em nossa sociedade, quanto à falta de

incentivos públicos que pudessem favorecer meios dignos para a execução da

prática educacional. (SILVA, 2011).

Este fato influencia indiretamente no desenvolvimento, dando maiores

condições de igualdade a estes sujeitos, respeitando a diferenças e reduzindo

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discriminações decorrentes de suas limitações e atendendo aos princípios de

universalidade, ética, inserção, integralidade, autonomia e diversidade.

Além disso, sabe-se também que a os problemas educacionais são de

ordem social e política, e, portanto, as soluções devem ter um caráter cada vez

mais coletivo e interdisciplinar, exigindo políticas públicas que possam cumprir

com seu dever primeiro de atender as necessidades da comunidade, e abrir

redes de diálogos que fortaleçam a ação coletiva e a recusa ao reducionismo e

a objetivação dos sujeitos. O cruzamento de diferentes saberes e práticas pode

ser uma saída para a superação de uma educação e terapia que estão

centradas no individualismo, permitindo assim uma abordagem integral do ser

humano.

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CAPÍTULO II

COMUNICAÇÃO SUPLEMENTAR E ALTERNATIVA

2 Comunicação Suplementar e Alternativa

A comunicação suplementar e alternativa (CSA) é uma área que tem por

objetivo substituir e/ou desenvolver habilidades de comunicação de maneira

permanente ou temporária. Engloba, por extensão, todas as técnicas, métodos

e procedimentos cuja finalidade é permitir o acesso comunicativo alternativo

para pessoas que não possam realizá-las da forma natural, devido a algum

impedimento físico, mental ou neurológico (PAURA; MANZINI, DELIBERATO,

2007). A CSA pode ser utilizada também como suporte, para o

desenvolvimento da linguagem e como recurso pedagógico em Educação

Especial.

Ampliar as situações sociais de alunos com deficiência física e múltipla,

por meio da música e recursos de comunicação, foi foco de investigação de

Deliberato, Paura; Pereira (2007). As atividades ocorreram em duas salas de

educação especial para deficientes físicos, onde foram realizados encontros

com os professores das salas para discutir, identificar e adaptar as atividades

do planejamento acadêmico e trabalhar as músicas, por meio de recursos de

comunicação alternativa. Foram desenvolvidas diversas atividades, como

reprodução de jogos rítmicos com instrumentos musicais, interpretação das

músicas, iniciando pela identificação de fonemas e grafemas nas palavras e

frases que compunham as músicas até a produção de textos nas áreas de

Português, Ciências, Geografia e História.

Os recursos de CSA usados foram de baixo custo, compostos de

cartelas impressas em folha sulfite, plastificados ou até mesmo colados em

papel cartão. Os resultados do estudo possibilitaram aumento das trocas

comunicativas entre alunos e professores; criação de contextos favoráveis ao

processo de ensino e aprendizagem; e aumento das possibilidades de

interação social no ambiente escolar. Foi possível notar, ainda, a participação

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dos alunos na elaboração e interpretação de textos, por meio das figuras,

assim como a elaboração de palavras, frases e textos, pela escrita.

Em um estudo realizado por Sameshima (2011) pesquisou a respeito

das atividades com músicas adaptadas por meio dos sistemas de comunicação

suplementares e alternativos. Os resultados indicaram que houve participação

do aluno na atividade e na identificação dos elementos da música e sua

sequência. A pesquisadora pontuou o trabalho realizado pela professora,

dando ênfase em questões relacionadas à exploração oral, rítmica, auditiva, ao

conhecimento cultural, à socialização por meio dos jogos cantados, à memória,

à exploração da compreensão do sistema escrito e dos sistemas de

comunicação suplementares e alternativos.

Foram adaptadas quatro músicas: “O cravo brigou com a rosa”, “Atirei

um pau no gato”, “Borboletinha” e “Sapo cururu”, e quatro parlendas, “Um, dois,

feijão com arroz”, “Marcha, soldado”, “Capelinha de Melão” e “Corre, cotia”. As

atividades seguiram o conteúdo do planejamento do professor.

Outro estudo cujos objetivos foram analisar o uso de recursos

suplementares e alternativos de comunicação nas situações de histórias e de

música e ampliar o processo expressivo dos alunos com deficiência sem a

oralidade, foi investigado por Massaro, Deliberato; Rodrigues (2010); a

pesquisa foi desenvolvida em três etapas. A primeira etapa consistiu em

entrevistas com professores a respeito dos alunos e identificação do

planejamento pedagógico da sala. A segunda etapa foi à estruturação de um

programa de atividades envolvendo músicas e histórias adaptadas por meio de

recursos de comunicação suplementar e alternativa; e por fim a avaliação do

programa desenvolvido por meio de entrevistas com os professores. As autoras

identificaram que houve uma modificação no interesse de atividades

acadêmicas quando inserida a música; a música, além da comunicação

suplementar e alternativa, é um recurso que pode ampliar as possibilidades de

expressão dos alunos; as atividades com música contribuíram para a

socialização dos alunos; as atividades com música possibilitaram o

desenvolvimento de conteúdos acadêmicos e a alfabetização.

Os resultados indicaram que todos os alunos com deficiência

participaram do programa de intervenção utilizando habilidades expressivas

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não verbais; um aluno usou emissão de vogais e sílabas, expressão facial,

direção do olhar, gestos indicativos e representativos, a imitação e os sistemas

de comunicação suplementares e alternativos para se expressar; a escuta da

música foi uma atividade motivadora para os alunos com deficiência; e

sistemas suplementares e alternativos de comunicação tanto podem atuar para

o desenvolvimento da comunicação e da linguagem de crianças com

deficiência e severa complexidade de comunicação como pode ser um recurso

para ensinar os próprios conteúdos pedagógicos.

2.1 Comunicação alternativa e suplementar com alunos com deficiência

Na política de educação inclusiva, é importante fornecer aos professores

de classe comum as informações apropriadas a respeito das habilidades e

necessidades da criança, para poder propor programas ou ações que possam

favorecer o processo de aprendizagem, desenvolvimento social e individual dos

alunos. Manzini (2009) pontua que: É imprescindível que o profissional da educação seja capacitado para desenvolver um trabalho efetivo tanto com alunos com deficiência quanto com os alunos sem uma necessidade mais especifica, porque em ambas as situações as especificidades precisam ser respeitadas. (MANZINI, 2009, p. 72).

A área de CSA vem contribuindo não só como instrumento facilitador

dos processos de aquisição e desenvolvimento da linguagem como

instrumento mediador nas adequações das atividades pedagógicas de alunos

com deficiência, como no caso de adaptações de atividades envolvendo

produção de textos.

A importância do uso de recursos alternativos e suplementares de

comunicação para alunos que possuem severos distúrbios da comunicação no

contexto da inclusão e de uma educação para todos configura uma nova

maneira de proporcionar oportunidades aqueles alunos que necessitam de uma

atenção especial. (MANZINI et al., 2009).

A importância desses recursos, bem como, de estudos relativos aos

mesmos, uma vez que a CSA, enquanto conjunto de instrumentos que

permitem a “fala” não-oralizada, a “fala” dita no “apontar” dos sinais gráficos,

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representa uma maneira de ampliar as possibilidades de sujeitos com

limitações significativas de oralidade desenvolver a sua linguagem.

Considerada como um recurso linguístico mediador dos processos de

apropriação da linguagem, a CSA reúne material gráfico, entre eles conjuntos

de sinais gráficos (PCS – Picture Communication Symbols, BLISS, PIC –

Pictogram Ideogram Communication etc), desenhos, fotos, palavra escrita,

alfabeto e ainda compreende uma série de estratégias na elaboração e acesso

aos sinais gráficos dispostos em pranchas de comunicação.

Estudos sinalizam para a efetividade do uso da CSA na escola, pois

pode ser instrumento mediador do processo de aprendizagem do aluno sem

fala articulada e permite que esse aluno torne-se interlocutor mais ativo no

processo de aprendizagem.

A CSA coloca-se como um recurso significativo para a inclusão escolar e

social, uma vez que contribui para que os sujeitos passem de espectadores as

“falantes do apontar”. Além de torná-los participantes, os recursos da CSA

proporcionam melhora na interação do aluno não falante com o professor e

demais alunos, pois esses passam a expressar suas opiniões e a realizar

escolhas em sala de aula.

Sabendo da necessidade de cada aluno proporciona a realização das

devidas adequações e adaptações dos recursos selecionados para a

aprendizagem, favorecendo a participação dos integrantes.

Inserir os diferentes sistemas de CSA nos contextos funcionais poderá

garantir seu uso com diferentes interlocutores perante uma diversidade de

necessidade.

A música é uma das formas de linguagem, capaz de comunicar e

expressar sensações, sentimentos e pensamentos. Contribui para a promoção

da interação e comunicação social (NUNES; PELOSI; GOMES, 2007).

A linguagem e a comunicação são os processos importantes do

desenvolvimento humano, pois o homem necessita interagir com o outro para

sua sobrevivência individual e coletiva, mas também para formar e transformar

a cultura.

Porém, pessoas com severos distúrbios na comunicação oral, escrita ou

na modalidade gestual, muitas vezes, não conseguem estabelecer processos

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de interação, expressar seus sentimentos e suas preocupações. Nesse

sentido, recursos de comunicação suplementar e alternativa vêm sendo

utilizado para melhorar a recepção, a compreensão e a expressão da

linguagem destas pessoas (DELIBERATO, 2005).

Para iniciar um programa de comunicação alternativa é necessário obter

um conhecimento do indivíduo, quanto ao seu nível de comunicação, suas

necessidades, seu ambiente, suas habilidades e limitações sensoriais,

perceptivas, cognitivas e motoras. Além disso, o vocabulário deve ser

apropriado à idade cronológica, à cultura, ao desenvolvimento cognitivo e

linguístico do usuário e ser funcional em vários meios e contextos.

Dessa forma, a partir do conhecimento do aluno, da identificação da

rotina escolar e do planejamento pedagógico do professor, há possibilidade de

inserir recursos de comunicação alternativa e suplementar para ampliar e

inserir novas habilidades comunicativas, favorecendo a participação do aluno

com deficiência sem oralidade em diferentes atividades e com distintos

interlocutores (DELIBERATO, 2007).

Ademais, a música, é uma forma importante de expressão humana que

integra os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos, físicos, cognitivos, a

interação e a comunicação social, logo, poderá atuar, juntamente com a

comunicação alternativa e suplementar, como mediadora nas relações e

interações sociais, ajudando a aproximar os indivíduos, favorecendo o vínculo

emocional, possibilitando a troca de conhecimento e auxiliando na formação

dos alunos à fluência de leitura e produção textual.

Na literatura brasileira, ainda são escassos os trabalhos que enfatizam o

uso de músicas adaptadas por meio de sistemas de comunicação alternativa,

de forma a favorecer o desenvolvimento de habilidades comunicativas,

linguísticas, cognitivas e perceptivas. Futuras pesquisas são essenciais para

identificar meios de favorecer o processo de alfabetização e participação de

alunos com deficiência nos contextos escolares envolvendo a música.

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CAPÍTULO III

A PESQUISA 3 INTRODUÇÃO

Como pode ser identificado diante das práticas diárias da educação em

qualquer modalidade de ensino, este estudo teve como objetivos Identificar a

participação de uma aluna com deficiência intelectual nas atividades

pedagógicas por meio da música e adaptar as músicas por meio da

comunicação suplementar e alternativa.

Este estudo se justifica pela atual necessidade de utilizar a música,

como recurso pedagógico, uma vez que ela é uma manifestação que sempre

esteve presente na vida humana. A música em suas inúmeras formas quando

utilizada em sala de aula, desenvolve diferentes habilidades como: o raciocínio,

a criatividade, promove a autodisciplina e, desperta a consciência rítmica e

estética, além de desenvolver a linguagem oral, a afetividade, a percepção

corporal e também promover a socialização.

A literatura tem pontuado que a música e as parlendas têm sido

utilizadas como um instrumento facilitador nas atividades pedagógicas,

favorecendo a aquisição de vocabulário, aspectos sintáticos e principalmente

os aspectos fonológicos, além da organização textual e a musicalidade entre as

palavras, ajudando no trabalho com o processamento das informações. A

coleta de dados foi realizada no período de julho a novembro de 2012, nos

atendimentos de musicoterapia e sala de recurso multifuncional.

3.1 Participantes

Foram selecionados para este estudo três participantes sendo: uma

aluna, uma professora da sala de recurso e um musicoterapeuta.

A aluna J.C. S tem 11 anos, com deficiência intelectual e física com

diagnóstico médico encefalopatia crônica infantil não progressiva (Paralisia

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Cerebral) sem déficit auditivo e visual, não possui oralidade, matriculada no

ensino regular. Recebe atendimentos nas áreas de Pedagogia (sala de

recurso), Fonoaudiologia, Fisioterapia, Psicologia, Educação Física e Terapia

Ocupacional e musicoterapia

Sua interação é por meio de gestos e expressões faciais, possui

comprometimento nos membros inferiores fazendo uso de cadeira de rodas.

A Professora M.M. M têm 58 anos, formada em pedagogia pela FAL,

especialista em Educação Especial Inclusiva e atendimento educacional

especializado pelo Unisalesiano. Responsável pela sala de recurso

multifuncional do núcleo.

O musicoterapeuta T. S. tem 24 anos, formado em pedagogia pela FAL,

graduando em Música na Universidade do Sagrado Coração.

3.2 Local da Pesquisa

A pesquisa foi realizada no Núcleo de Apoio integrado ao Atendimento

Educacional Especializado do município de Lins/SP, responsável pelos

atendimentos nas áreas de Pedagogia (sala de recurso multifuncional),

Fonoaudiologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional, Psicologia, Musicoterapia e

Educação Física para alunos com deficiência inseridos na rede municipal de

Lins.

3.3 Materiais

Durante a coleta de dados foram utilizados os respectivos materiais:

a. Computador;

b. Software Boardmaker;

c. Figuras do Sistema Picture Communication Symbols (PCS);

d. Pastas;

e. Pranchas de Comunicação Alternativa;

f. Instrumentos Musicais;

g. Som; e CDs;

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3.4 Procedimento de coleta de dados

O procedimento de coleta foi dividido em três etapas, que serão

descritas a seguir:

3.4.1 Primeira Etapa: Identificar o planejamento do Professor

Foi realizada uma entrevista com a Professora do Núcleo, e o

musicoterapeuta com o objetivo de:

Identificar habilidades e necessidades da aluna;

Identificar o planejamento dos profissionais;

Identificar os recursos e as estratégias utilizadas nos atendimentos.

A entrevista foi gravada para posterior análise.

3.4.2 Segunda Etapa: Adaptação dos conteúdos das músicas por meio da

comunicação alternativa

Após a identificação do planejamento dos profissionais, a pesquisadora

adaptou as atividades de músicas, propostas pelos profissionais.

A adaptação foi realizada por meio do sistema Picture communication

symbols (PCS), com o auxílio do software Boardmaker e imagens da internet.

As figuras confeccionadas foram impressas em folha A4, plastificadas

em formas de fichas, e utilizadas na mesa e em um painel na parede. As

“músicas adaptadas” foram: Aquarela e Os indiozinhos e O seu Lobato, como

demonstra as figuras 1, 2 e 3.

Além das fichas para a música, também foram confeccionadas fichas em

comunicação alternativa para auxiliar na organização das atividades, na

comunicação da aluna durante os atendimentos, além de jogos e atividades

pedagógicas para o desenvolvimento das habilidades acadêmicas. A seguir

serão identificadas as fichas confeccionadas em comunicação alternativa para

o auxílio nas atividades de música.

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Figura 1: Adaptação da música “Os indiozinhos”

Fonte: ANDERY, 2012.

Figura 2: Adaptação da música “Aquarela”

SOL AMARELO

CASTELO

BARCO

LUVA

Fonte: ANDERY, 2012

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Figura 3: Adaptação da música “O Seu Lobato”

Fonte: ANDERY, 2012.

3.4.3 Terceira Etapa: Participação nos atendimentos

A pesquisadora participou dos atendimentos na sala de recurso e na

musicoterapia. Foram realizadas seis filmagens durante as atividades

envolvendo música, tendo três filmagens nas sessões de musicoterapia e três

filmagens nos atendimentos realizados na sala de recurso multifuncional.

3.5 Instrumentos para coleta de dados

Para atingir os objetivos propostos neste trabalho, durante a fase de

coleta de dados, foram empregadas três formas de registro: gravação em

áudio, registro contínuo, e filmagem (Apêndice A).

O registro é um instrumento de pesquisa para obtenção de dados que

aumentam a compreensão a respeito do comportamento sob a investigação.

Segundo Fagundes (1999), esses instrumentos permitem a identificação de

hipóteses ou o estabelecimento de diagnósticos, além de possibilitarem

acompanhar o desenrolar de uma intervenção ou tratamento e testar seus

efeitos e eficácia.

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No momento do registro, utilizou uma linguagem cientifica, já pontuada

na literatura (FAGUNDES, 1999; DANNA; MATOS; 1999). Dentre as principais

características dessa linguagem cientifica, destacam-se a objetividade; a

clareza e a exatidão; a concisão e, por fim, à característica de ser afirmativa ou

direta.

Outro instrumento adotado na coleta de dados foi à técnica de vídeo.

Para esse propósito, a filmadora ficou posicionada em um tripé, há uma

distância de aproximadamente dois metros da aluna. A filmagem foi realizada

de forma ininterrupta, o que possibilitou a coleta de informações durante toda a

realização das atividades.

Segundo Mauad (2004), por meio da filmagem, o pesquisador pode

reproduzir a fluência do processo pesquisado, sem introduzir qualquer

distorção, ver aspectos do que foi ensinado e apreendido e observar pontos

que podem não ser percebidos somente pela observação.

3.6 Tratamento dos dados

Por ser tratar de uma pesquisa de caráter qualitativo, a análise de

conteúdo foi à abordagem adequada para a análise do material coletado

durante o estudo de campo. Trata-se de uma técnica de redução de um grande

volume de material num conjunto de categorias de conteúdo. Propõe que o

material seja examinado e que a informação nele contida seja fragmentada em

termos da ocorrência de conteúdos ou categorias, frequentemente pré-

estabelecidas (ANDRÉ, 1983).

Para Bardin (2004), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas de

análise das comunicações visando obter, por procedimentos, sistemáticos e

objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicados que permitam a

inferência de conhecimentos relativos ás condições de produção e recepção de

mensagens.

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4. Resultados

Durante a entrevista com os participantes foi possível levantar as

habilidades e necessidades da aluna em cada atendimento. Pelo relato dos

profissionais, as músicas trabalhadas não eram adaptadas por meio da

comunicação alternativa, e os recursos utilizados eram objetos concretos,

instrumentos musicais e jogos, como ilustra a figura 4 a seguir:

Figura 4: A aluna interagindo no momento da avaliação do

musicoterapeuta.

Fonte: ANDERY, 2012.

Após a identificação do planejamento dos profissionais, foi estabelecido,

em parceria com a professora especialista e o musicoterapeuta, que ambos

utilizariam as mesmas músicas adaptadas por meia da CSA em seus

atendimentos, porém focando o conteúdo específico de cada área.

Como já discutido anteriormente, foram selecionadas as músicas:

Aquarela, Os indiozinhos, Seu Lobato. A pesquisadora adaptou as músicas

com o auxílio do software boardmaker e imagens da internet. Às figuras foram

impressas e plastificadas para uso na mesa e no painel na parede, conforme

as fotos 5 e 6. As fotos demonstram a aluna manuseando sozinhas as fichas

de CSA para a realização da atividade. Isso fortalece o que as pesquisas na

área pontuam como positivo, sendo que o uso da CSA favorece a

independência do usuário durante a realização de tarefas, possibilitando o

contato maior com os conteúdos desenvolvidos, ampliando a aprendizagem.

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Figura 5: O quadro adaptado e a interação da aluna

Fonte: ANDERY, 2012.

Figura 6: O quadro adaptado e a interação da aluna

Fonte: ANDERY, 2012.

O uso deste painel facilitou a organização das atividades desenvolvidas

no atendimento da musicoterapia e sala de recursos. Dessa forma, a aluna

tinha conhecimento do conteúdo a ser trabalhado e a sequencia de realização.

No quadro 1,é possível identificar os conteúdos, as estratégias e

materiais utilizados em cada música nos atendimentos de musicoterapia e sala

de recurso, além de descrever a participação da aluna em cada atividade.

Os dados apontados no quadro 1 permitiram observar a participação da

aluna nas atividades propostas na sala de recurso e musicoterapia. A

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estratégia de utilizar a mesma música nos dois atendimentos facilitou o ensino

dos conteúdos, assim como proporcionou para a aluna o desenvolvimento de

habilidades comunicativas, visuais, auditivas, motoras, espaciais e de ensino e

aprendizagem.

A adaptação das músicas em CSA facilitou o entendimento do conteúdo

de cada música, possibilitando o acesso à linguagem escrita, modelo de

estruturação sintática e produção textual, além de inserir a aluna nas atividades

de alfabetização. Sala de recurso

multifuncional Musicoterapia

MÚSICA AQUARELA

Conteúdo Leitura, Escrita,

Memória auditiva e

visual.

Interpretação

Improvisação e

Linguagem

Estratégias Música adaptada

em comunicação

alternativa;

Uso de imagens

para auxiliar na

leitura e escrita das

palavras Exploração

das frases cantada

com um som

diferente, para

assimilação da letra

cantada num todo.

Interpretação das

partes e frases da

música;

Improvisação da

música usando

diversos instrumentos

da bandinha rítmica;

Materiais Vídeo da música

Aquarela cantada

pelo Toquinho,

Jogo da memória de

imagens,

Dominó de imagens

e escrita.

CD do Toquinho

Instrumentos da

bandinha rítmica, pau

de chuva e violão; folha

sulfite lápis de cor.

Participação

Habilidades Comunicativas

A aluna utilizou

gestos e uso de

figuras.

A aluna utiliza gestos

quando solicitado

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da Aluna Realização da Atividade

A aluna participou

da atividade,

interagiu, mas só

responde aos

comandos

solicitados.

Realiza parcialmente

com auxílio

MÚSICA OS INDIOZINHOS

Conteúdo Matemática

Cores

Noção espacial

Som, silêncio,

linguagem e

discriminação auditiva.

Estratégias Música adaptada

em comunicação

alternativa;

Colagem dos índios

em um painel de

imagem;

A cada parte da

música cantada, um

índio era colado no

painel;

Contagem dos

índios dentro do

bote

Ouvir e cantar a música

dos indiozinhos;

Trabalhar sons de

objetos, meios de

transportes, animais,

instrumentos musicais

e sons de natureza;

Exploração dos sons

com o auxilio da

comunicação

alternativa;

A audição da música

instrumentalmente para

estimulação dos

gestos.

Materiais Dez indiozinhos de

E.V.A, painel com

cenário de rio,

números de E.V.A e

placa imantada.

Dez indiozinhos, feitos

de EVA;

Comunicação

alternativa com sons de

objetos, meios de

transportes, animais,

instrumentos musicais

e sons da natureza, CD

de áudio e diversos

instrumentos musicais.

Participação

Da aluna

Habilidades Comunicativas

Uso de gestos

indicativos, e

comunicação

alternativa.

Uso de gestos

indicativos,

vocalizações, e

comunicação

alternativa.

Realização da A aluna participou A aluna realizou a

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atividade da atividade,

manipulou os

índios, colou na

placa e cantou a

música.

atividade, e as figuras

de comunicação

alternativa, foram

importantes para

realização da mesma.

Fonte: ANDERY, 2012.

De acordo com os conteúdos apresentados no quadro 1, os recursos de

comunicação alternativa facilitaram a participação da aluna nos atendimentos.

Propiciou momentos de trocas comunicativas entre os terapeutas e a aluna e a

mesma de comunicou por meio de diferentes habilidades comunicativas. Na

foto 7 a seguir, a aluna interage com a pedagoga e outra interlocutora, sendo

esta a fonoaudióloga do núcleo.

Figura 7:A interação da aluna com a fonoaudióloga e a pedagoga

Fonte: ANDERY, 2012

A aluna apresentou diversas habilidades comunicativas durante os

atendimentos propostos. No quadro 2, é possível visualizar as habilidades da

aluna:

Quadro 2 – Habilidades comunicativas da aluna Habilidades não orais Habilidades orais

Comunicação não verbal

Gestos representativos, gestos

indicativos, expressão facial,

expressão corporal.

Vocalizações, risos, choro, e

palavras ininteligíveis.

Comunicação verbal Comunicação suplementar e

alternativa

Fala

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Dentre todas as habilidades comunicativas apresentadas pela aluna, as

mais utilizadas foram às habilidades não orais como gestos e vocalizações e os

sistemas de comunicação alternativa. Dessa forma, ressalta-se a importância

do uso dos recursos de comunicação alternativa para o processo de inclusão

social e escolar dos alunos com deficiência. Pois como já discutido nos

capítulos anteriores, a CSA propicia a ampliação das habilidades

comunicativas e proporciona maior independência e autonomia para os

indivíduos com necessidades de comunicação. Isso pode ser observado

durante a análise das filmagens. A seguir será exemplificada uma atividade

realizada na sala de recurso.

Atividade de classificação

Exemplo 1:

Descrição da atividade: reconhecimento de alimentos por meio de

imagens

Encontros: 2º encontro

Música: Indiozinhos

Objetivo: Separar as imagens de alimentos de outras categorias.

Transcrição da filmagem

1. Aluna: Pega a figura da mandioca e coloca na caixa.

2. Professora: (fala) Isso, mandioca a gente come.

3. Aluna: Pega a figura de um índio segurando um peixe, e coloca no local

indicado, categoria alimentos.

4. Professora: (pergunta) Indiozinho você come?

5. Aluna: Coloca a mão na barriga e faz sinal de comer.

6. Professora: (fala) Isso! Você come o peixe que ele está pescando!

7. Aluna: Pega uma figura e emite um som ininteligível e sorri. A figura é de

manga. Vocaliza, sorri. E coloca em local indicado para outras

categorias.

8. Professora: (fala) Isso daí você não come? É manga, é fruta. Retira da

caixa e entrega para a aluna.

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9. Aluna: Aluna coloca no local adequado.

10. Aluna : Pega figura de morango, estica o braço para colocar na caixa de

outras categorias.

11. Professora: (fala) É morango! É fruta!

12. Aluna: Coloca a ficha no local correto.

Como observado no trecho acima, a aluna utiliza diversas formas

expressivas, como: pega a figura, mão na barriga, faz sinal de comer, emite

som ininteligível. Neste mesmo trecho, ainda é possível observar a participação

da aluna durante a realização da atividade, ela diferencia as imagens e

consegue discriminar os conteúdos das caixas realizando a atividade de forma

adequada.

Por meio da transcrição, ainda é possível identificar que a aluna

compreende as ordens da professora, quando ela coloca as fichas no local

errado e após a intervenção da professora ela se autocorrige. Isso pode ser

verificado no trecho 10, 11 e 12 da transcrição do exemplo 1.

Durante os atendimentos no setor de musicoterpia, também foi

observado que o uso das fichas de comunicação alternativa auxiliou a

participação da aluna durante a atividade proposta pelo professor, conforme a

análise do exemplo 2.

Exemplo 2:

Descrição da atividade: reconhecimento dos sons por meio de imagens.

Encontros: 3º encontro

Música: Seu Lobato.

Objetivo: Classificação da figura com objetivo de separar as imagens

correspondentes do som e dos animais.

Transcrição da filmagem

1. Professor: Oferece um instrumento à aluna (chocalho), que é

utilizado durante a atividade.

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2. Aluna: Segura e manuseia o instrumento sem nenhuma dificuldade,

parando o chocalho no momento exato do final de cada trecho da

musica seguindo o ritmo de maneira correta. São dispostas as figuras

dos respectivos animais sobre a mesa e a aluna identifica e pega

conforme a musica.

3. Professor: Canta um trecho da musica.

4. Aluna: Identifica e pega a figura dos animais que é citado.

5. Professor: (fala) J., agora é o porco.

6. Aluna: Pega a figura e entrega ao professor. Assim segue até o final

da musica, sem nenhum problema de identificação.

Além de facilitar a participação da aluna nas atividades de

musicoterapia, os recursos adaptados em CSA facilitaram o acesso às

atividades de leitura de escrita, inserindo a aluna no mundo das letras,

palavras, regras ortográficas e sintáticas. Na figura a seguir, a aluna realiza

uma atividade de produção textual com o auxílio da CSA.

Figura 8: Realizando atividade de produção textual

Fonte: ANDERY, 2012

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

As músicas adaptadas em comunicação alternativa possibilitaram a

participação da aluna nas atividades propostas. Além de ampliar as habilidades

comunicativas da aluna, as fichas com as imagens correspondentes ao

conteúdo das músicas, facilitaram a compreensão do vocabulário trabalhado, a

extensão das letras das músicas, e a escrita de palavras inserindo a aluna nas

atividades de leitura, escrita e produção textual. A música adaptada em CSA se

mostrou um instrumento de grande potencial para o desenvolvimento da

linguagem oral e escrita de alunos com deficiência, podendo ser utilizado em

ambiente terapêutico e educacional.

A Comunicação suplementar e alternativa (CSA) é uma área da

tecnologia assistida, que tem por finalidade ampliar as formas de comunicação

de alunos sem possibilidade de fala. Por meio de gestos, expressões faciais,

uso de objetos concretos, fotos e imagens padronizadas, o aluno pode

expressar seus desejos e necessidades, além de ampliar seus processos

interacionais.

A comunicação suplementar e alternativa é uma área que tem por

objetivo substituir e/ou desenvolver habilidades de comunicação de maneira

permanente ou temporária. Engloba, por extensão, todas as técnicas, métodos

e procedimentos cuja finalidade é permitir o acesso comunicativo alternativo

para pessoas que não possam realizá-las da forma natural, devido a algum

impedimento físico, mental ou neurológico (MANZINI, 2001; DRAGER et al.,

2003).

A literatura tem pontuado que além que ampliar as habilidades de

comunicação, a área da CSA, é um instrumento que auxilia o professor nas

atividades pedagógicas, principalmente no acesso a produção textual (KENT-

WALSH; LIGHT, 2003; DOWNING, 2005; DELIBERATO, 2009; SAMESHIMA,

2011).

Outro aspecto importante deste trabalho e uma preocupação constante

durante a pesquisa, embora não tenha sido o objetivo principal, foi o

envolvimento do professor da classe dos alunos com deficiência. A capacitação

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de professores frente à política de inclusão tem sido foco de estudo, pesquisas

e cursos. Especialmente relacionada à capacitação a respeito da área da

comunicação alternativa, a literatura tem apresentado a necessidade de um

trabalho entre os profissionais da saúde e educação (ARAÚJO, DELIBERATO,

BRACCIALLI, 2009).

O desenvolvimento de ações por meio dos sistemas suplementares e

alternativos de comunicação na escola deve ser programado e há necessidade

de competência no uso desses sistemas (VON TETZCHNER, 2009; VON

TETZCHNER et al., 2005). No presente trabalho, a pesquisadora já tinha

experiência e contato com diferentes ações por meio da área em situações

escolares.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A- PROTOCOLO DE FILMAGEM

Descrição da Atividade:

Datas:

Encontros:

Música:

Formas de expressão da aluna:

Participação da aluna:

Uso dos recursos:

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APÊNDICE B- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Pelo presente instrumento que atende as exigências legais, ao

responsável, pelo menor ______________________________________,

tomou ciência da pesquisa intitulada “O trabalho colaborativo entre as áreas da

Pedagogia e Musicoterapia no processo de inclusão de alunos com deficiência”

através da apresentação do projeto feito pelas pesquisadoras, cuja finalidade é:

mostrar a importância da musicoterapia como recurso terapêutico para crianças

com deficiência. Frente a esses esclarecimentos é devidamente explicado e

não restando nenhuma duvida a respeito, firma seu consentimento livre

esclarecido concordando em participar da pesquisa proposta. Fica claro que o

cuidador pode a qualquer momento retirar seu consentimento livre e

esclarecido e deixar de participar desta pesquisa e ciente de que todas as

informações prestadas se tornarão confidenciais e guardadas por força e sigilo

profissional. Tenho conhecimento dos procedimentos para coleta de dados e

que estes dados serão posteriormente divulgados. Por estarem de acordo

assinam o presente termo.

Lins, _____ de _______________ de 2012.

__________________________

Assinatura do participante

RG: