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Unisalesiano Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Enfermagem Amanda Ferreira de Oliveira Bruna Brandão Bortoliero Stéphani Franciely Hiibner Oreti DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM NO SETOR DE CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA EM UM HOSPITAL DO INTERIOR DE SÃO PAULO. Lins SP 2015

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Unisalesiano Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Enfermagem

Amanda Ferreira de Oliveira

Bruna Brandão Bortoliero

Stéphani Franciely Hiibner Oreti

DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM NO SETOR DE CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA EM UM HOSPITAL DO

INTERIOR DE SÃO PAULO.

Lins – SP 2015

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AMANDA FERREIRA DE OLIVEIRA

BRUNA BRANDÃO BORTOLIERO

STÉPHANI FRANCIELY HIIBNER ORETI

DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM NO SETOR DE CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA EM UM HOSPITAL DO

INTERIOR DE SÃO PAULO.

Lins – SP 2015

Trabalho de conclusão de curso apresentado a Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. Curso de Enfermagem sob a orientação da Profª. Esp. Fabiana Aparecida Monção Fidelis e profa. Ma. Jovira Maria Sarraceni

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Oliveira, Amanda Ferreira; Bortoliero, Bruna Brandão; Oreti, Stéphani

Franciely Hiibner

Dimensionamento de enfermagem no setor de clínica médica e

cirúrgica em um hospital do interior de São Paulo. / Amanda Ferreira de

Oliveira, Bruna Brandão Bortoleiro, Stéphani Franciely Hiibner Oreti. – Lins,

2015.

87p. il. 31cm.

Palavras-chave: Dimensionamento dos profissionais de enfermagem. Classificação de pacientes. Qualidade da Assistência.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem,

2015.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Fabiana Aparecida Monção

Fidelis.

CDU 616-083

3. Dimensionamento dos profissionais de enfermagem. Classificação de pacientes. Qualidade da Assistência.I Título.

O45d

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AMANDA FERREIRA DE OLIVEIRA BRUNA BRANDÃO BORTOLIERO

STÉPHANI FRANCIELY HIIBNER ORETI

DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM NO SETOR DE CLÍNICA MÉDICA E CIRÚRGICA EM UM HOSPITAL DO

INTERIOR DE SÃO PAULO.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de Graduação em Enfermagem. Aprovada em: ____/____/____

Banca Examinadora:

Profª Orientadora: Fabiana Aparecida Monção Fidelis

Titulação: Esp. em Administração em Serviços de Saúde, Saúde Mental,

Micropoliticas em saúde e Educação Permanente

Assinatura: ________________________________

1ª Profª: ________________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

Assinatura: ________________________________

2ª Profª: ________________________________________________________

Titulação: _______________________________________________________

Assinatura: ________________________________

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Dedico este trabalho a Deus por me dar forças a concretização

desse sonho, a minha família que sempre esteve ao meu lado.

Obrigada!

Amanda Ferreira de Oliveira.

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Dedico a mim, pelo esforço e pela dedicação que coloquei neste

trabalho, em que busquei aperfeiçoar os meus conhecimentos.

Acredito que nada é por acaso, e se cheguei até aqui, é porque há

grandes planos para a minha vida. Espero que eu possa encontrar

algo que me faça sentir completamente realizada

profissionalmente.

Dedico aos meus futuros pacientes e colegas de trabalho, e

que eu possa contribuir de alguma maneira para o bem e para a

promoção da saúde

“A única maneira de se fazer um bom trabalho, é amando o

que você faz. Se ainda não encontrou isso, continue procurando,

não se acomode. Como tudo o que diz respeito ao coração, você

acabará encontrando.” Autor desconhecido.

Bruna Brandão.

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Dedico este trabalho a minha família como prova da

concretização do “nosso” sonho! E dedico também as minhas

amigas Bruna e Amanda por toda dedicação e paciência que

foram aplicadas para que este trabalho fosse realizado da melhor

forma possível!

Stéphani Hiibner.

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AGRADECIMENTO

Primeiramente a Deus, pois foi Ele que me deu força para alcançar meus objetivos.

Aos meus pais José Roberto e Irene, que se dedicaram sempre a suas filhas e não mediram esforços para eu alcançar meu sonho de ser Enfermeira. Quero agradecer a vocês por todos os conselhos, pela paciência que tiveram comigo ao longo desse ano e por tudo que fizeram e investiram em mim. Amo vocês.

Ao meu noivo Vitor, por ser meu companheiro, por sempre me aconselhar e ajudar e por ter TODA a paciência do mundo comigo, pois mesmo passando pela mesma situação, estágio, tcc e serviço, ainda tirava um tempo para me ouvir. Te Amo.

A família do meu noivo, que me acolheu como filha e que nos momentos de angústias soube usar as palavras certas que me consolaram.

A minha irmã Carol e meu cunhado Fred, obrigado por entender a minha ausência, pelos conselhos e palavras de apoio quando eu precisava. Ao meu sobrinho Davi e minha afilhada Laurinha, obrigada por vocês existirem e pelo aconchego num simples sorriso de criança. Amo muito vocês!

Minhas companheiras de TCC Bruna e Stephani, obrigada pela paciência que vocês tiveram, por me acalmar nas minhas frequentes crises de ansiedade. Vocês terão muito sucesso. Amo vocês.

Aos professores Viviane Armede, Paulo Fernando e Helena Mukai, que foram muito importantes na nossa caminhada e nos ajudaram muito este ano. Torço muito por vocês.

A nossa orientadora Fabiana, uma pessoa maravilhosa. Meu muito obrigado por toda dedicação ao longo desta pesquisa.

A Maura e D. Irene, que sempre me aconselharam e me deram o apoio necessário durante esse ano.

A Michele, por estar do meu lado durante esses 5 anos, nos momentos de alegria e tristeza. Obrigada. Amo você!

Ao meu amigo Erikson por te nos ajudado. Obrigada.

Amanda Ferreira de Oliveira

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Agradecimentos Agradeço a Deus por ter me guiado nessa jornada, e por ter

renovado as minhas forças nos momentos em que pensei em

desistir.

Agradeço a minha mãe e ao meu pai (in memória), que de

alguma maneira contribuíram para realização deste sonho.

Agradeço ao Luiz Fernando, que acompanhou essa etapa da

minha vida de uma maneira bem presente e atenciosa, obrigado

pela paciência e compreensão.

Agradeço a todos os meus familiares, que de alguma forma

direta ou indiretamente ajudaram para conclusão desta

realização.

Agradeço as minhas amigas Stephani e Amanda, pelos

momentos de aprendizado e estresse que passamos juntas, foi

muito bom ter escolhido vocês como parceiras.

Agradeço aos meus amigos de turma e aos professores do

Unisalesiano Lins que contribuíram para a minha formação.

Bruna Brandão

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço as minhas amigas Bruna e

Amanda pela confiança, dedicação e companheirismo para a

realização deste trabalho. Não poderia estar num grupo melhor.

Foi “uma pela outra”, onde uma faltava a outra preenchia,

quando uma se desesperava a outra acalmava. Foi parceria

improvável que deu super certo. Obrigado por toda compreensão e

por poder sempre ouvir de vocês aquele “deixa que eu te ajudo”.

Enfim, foi trabalho em equipe, obrigada por tudo!

Agradeço também aos professores que foram de extrema

importância, como a nossa querida orientadora Fabiana Fidellis,

e a professora Helena Mukai que com seu conhecimento invejável

nos deu dicas valiosas. Não poderia esquecer dos professores que

mesmo sem nenhuma obrigação nos ajudaram de bom grado,

obrigada Viviane e Paulo!

Não foi fácil, mas comigo estavam pessoas maravilhosas que

tornaram o difícil prazeroso.

Stéphani Hiibner

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RESUMO

Este estudo realizou-se na Associação Hospitalar Santa Casa Lins com o objetivo de dimensionar os profissionais de enfermagem no setor da clínica médica e cirúrgica de Lins. A metodologia aplicada a de pesquisa descritiva com abordagem quantitativa; os dados foram coletados no período de 01 a 30 de julho de 2015 por meio do Sistema de Classificação de Pacientes de FUGULIN, utilizado para definir o tipo de cuidado de cada paciente. O dimensionamento dos profissionais de enfermagem foi realizado utilizando a resolução do COFEN nº 293/2004. Os resultados obtidos durante a pesquisa basearam-se na avaliação de 136 pacientes; destes 57,35% das internações eram do sexo masculino, 23,7% com cuidados mínimos, 31,9% com cuidados intermediários 43,8% cuidados semi-intensivo e 0,1% cuidados intensivos. As médias quantitativas de profissionais de enfermagem são de 13 enfermeiros e 21 técnicos de enfermagem, porém a clínica médica e cirúrgica possuí apenas 2 enfermeiros e 29 técnicos de enfermagem, o que apontou um déficit no quadro de profissionais que influencia na qualidade da assistência e gera sobrecarga do trabalho da equipe de enfermagem, principalmente aos enfermeiros, pois algumas atividades são exclusivas desse profissional.

Palavras-chave: Dimensionamento dos profissionais de enfermagem. Classificação de pacientes. Qualidade da Assistência.

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ABSTRACT

This study was conducted at the Santa Casa Hospital Association Lins with the objective of evaluating the nursing professionals inthe clinical medicine and surgical sector of Lins. The methodology applied was a descriptive research with quantitative approach; data were collected in the period from 01 to 30 July 2015 through Fugulin Patient Classification System. In this research, we use the, used to define the kind of care for each patient. The dimensioning of nursing professionals was done using the resolution of COFEN No 293/2004. The results presented during the survey were based on an evaluation of 136 patients. Of these 136 patients, 57.35% of admissions were male, 23.7% with minimal care, 31.9% with intermediate care 43.8% semi-intensive care and 0.1% intensive care. The average of nurses is 13 nurses and 21 nursing technicians, but the medical and surgical clinic is only composed by 2 nurses and 29 nursing technicians, which showed a deficit in the professional staff that influences the quality of care and generates work overload for the nursing staff, especially for the nurses, because some activities are only perfomed by this professional.

Keywords: Measurementof nursing professionals. Patient classification. Care quality.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Sistema de Classificação de Pacientes de FUGULIN .......................64

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Classificação dos pacientes de acordo com a

pontuação..........................................................................................................30

Quadro 2: Quantitativo em percentual dos profissionais necessários para

realizar assistência............................................................................................32

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Perfil dos pacientes internados na unidade de clínica médica e

cirúrgica.............................................................................................................46

Tabela 2: Quantitativo e percentual de pacientes referente à faixa

etária..................................................................................................................47

Tabela 3: Distribuição de internação no setor de clinica médica e cirúrgica do

hospital Santa casa de Lins..............................................................................47

Tabela 4: Média de pacientes e taxa de ocupação (%) do período de julho

de 2015..............................................................................................................48

Tabela 5:Classificação de Pacientes por grau de complexidade, no período

de julho de 2015................................................................................................48

Tabela 6: Percentual e média de pacientes conforme sua classificação de

cuidados, no período de julho de 2015, São Paulo...........................................49

Tabela 7: Dimensionamento de pessoal de Enfermagem conforme a Resolução

COFEN n°293/2004, período de julho de 2015.................................................50

Tabela 8: Quantidade de profissionais existentes na clínica e a quantidade

de profissionais dimensionados, período de julho de 2015...............................52

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

C.H.PCI - Carga Horária de Pacientes de Cuidados Intermediários

C.H.PCInt - Carga Horária de Pacientes de Cuidados Intensivos

C.H.PCM - Carga Horária de Pacientes de Cuidados Mínimos

C.H.PCSM - Carga Horária de Pacientes de Cuidados Semi-intensivos

COFEN - Conselho federal de enfermagem

COREN - Conselho Regional de enfermagem

DS - Dias da semana trabalhados

ENF. - Enfermeiros

HU-USP - Hospital universitário: Universidade de São Paulo

IBGE - Instituto Brasileiro de geografia e estatística

IST - Índice de segurança técnica

JST - Jornada semanal de trabalho

KM - Constante de Marinho

NANDA - North American Nursing Diagnosis Associaction

NIC - Nursing Intervention Classification

NOC - Nursing Outcomes Classification

PCI - Paciente com cuidados intermediários

PCInt - Pacientes de Cuidados Intensivos

PCIt - Pacientes em cuidados críticos

PCM - Pacientes com cuidados mínimos

PCSI - Pacientes com cuidados semi- intensivos

QP - Quantitativo de pessoal necessário na unidade de internação

SAE - Sistematização de Assistência de Enfermagem

SCP - Sistema de Classificação do Paciente

T.P - Total de Profissionais de Enfermagem

TÉC. DE ENF. - Técnico de enfermagem

THE - Total de horas de Enfermagem

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17

CAPITULO I...................................................................................................... 20

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS: PARÂMETROS PARA DIMENSIONAMENTO

.......................................................................................................................... 20

2 SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM ...................................................... 22

3 GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM ...................................................... 26

4 RESOLUÇÃO 293/2004 ................................................................................ 27

5 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE ......................................... 28

5.1 Instrumento de Fugulin ............................................................................... 29

CAPÍTULO II ..................................................................................................... 33

DIMENSIONAMENTO DO PESSOAL DE ENFERMAGEM ............................. 33

1 HISTÓRICO DO DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL ................................ 33

2 DEFINIÇÕES SOBRE DIMENSIONAMENTO ............................................... 35

3 GERENCIAMENTO DE LEITO ...................................................................... 37

4 QUANTITATIVO DO PESSOAL DE ENFERMAGEM ................................... 38

5 FUNÇÕES DO DIMENSIONAMENTO DO PESSOAL DE ENFERMAGEM . 39

CAPÍTULO III -A PESQUISA ........................................................................... 43

1 DESCRIÇÃO DETALHADA E ORDENADA DO PROJETO DE PESQUISA43

2 OBJETIVOS E HIPÓTESES A SEREM TESTADOS: ................................... 43

3 LOCAL DE ESTUDO ..................................................................................... 44

3.1 História da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins .............................. 44

3.2 Clínica Médica e Cirúrgica .......................................................................... 45

4 POPULAÇÃO AMOSTRAL ........................................................................... 45

5 COLETA DE DADOS .................................................................................... 45

5.1 Análise de dados ........................................................................................ 46

5.2 Aspectos éticos da pesquisa ....................................................................... 46

6 RESULTADOS .............................................................................................. 46

6.1 Gerenciamento de leito ............................................................................... 48

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6.2 Classificação dos pacientes de acordo com o grau de dependência .......... 48

6.3 Aplicação do cálculo de dimensionamento de pessoal de enfermagem ..... 50

7 DISCUSSÃO .................................................................................................. 52

CONCLUSÃO ................................................................................................... 55

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 56

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 57

ANEXOS ........................................................................................................... 63

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INTRODUÇÃO

Em qualquer tipo de instituição de saúde, se faz necessário avaliar o tipo

de assistência prestada aos seus usuários, e cada dia vem crescendo um

modelo que busca satisfazer os clientes e funcionários, pois acredita-se que os

funcionários que estão satisfeitos, sem sobrecarga de trabalho, por exemplo,

realizam um melhor atendimento.

No contexto saúde, esse fator é de imensa importância. Atualmente,

muitos hospitais têm investido em novas estratégias que diminuam os custos e

melhorem a qualidade da assistência dos serviços que são prestados nas

instituições e, consequentemente, satisfaçam seus usuários. (FARIA, et al.

2009).

A equipe de enfermagem é composta por enfermeiros, técnicos de

enfermagem e auxiliares. O enfermeiro é o profissional responsável pela

equipe, aquele que gerencia as atividades, dá o suporte necessário aos

atendimentos e atenta-se a dinâmica do setor para que os colaboradores não

sejam sobrecarregados.

Para alcançar uma assistência com qualidade, têm-se buscado novos

métodos e instrumentos que facilitem o gerenciamento dos colaboradores por

parte do enfermeiro, pois dessa forma o enfermeiro planeja, distribui e controla

o quantitativo de funcionários no setor. (GAIDZINSKI et al. 2009.)

O dimensionamento de pessoal de enfermagem é uma das

competências do enfermeiro que é regulamentado pela resolução do COFEN

293/2004. Essa resolução indica as horas de cuidado da enfermagem e o

quantitativo mínimo de funcionários enfermeiros, técnicos e auxiliares de

enfermagem para atender a demanda de pacientes da unidade.

O dimensionamento de enfermagem é um método que determina as

categorias e o número de profissionais que são necessários para realizar uma

assistência com qualidade e segurança para os clientes que utilizam algum

atendimento de saúde. (NICOLA; ANSELMI, 2005.).

Para que o dimensionamento ocorra, é necessário utilizar um

instrumento de classificação de paciente, instrumento este que será utilizado

pelo enfermeiro visando a adequação ao tempo médio de cuidado para cada

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paciente de acordo com seu grau de dependência. (FUGULIN, GAIDZINSKI,

KURCGANT, 2005.).

Um sistema de classificação de paciente tem como finalidade relacionar

a demanda de pacientes e o cuidado realizado pela equipe de enfermagem de

forma a atender a necessidade de cada paciente, sem sobrecarregar os

colaboradores (MORAES; LINCH, SOUZA, 2012).

O objetivo primário deste estudo é dimensionar o pessoal de

enfermagem no setor da clinica médica e cirúrgica de um hospital em Lins.

Os objetivos Secundários são: classificar os pacientes da clínica médica

e cirúrgica de acordo com seu grau de dependência utilizando o instrumento de

classificação Fugulin, identificar o perfil assistencial dos pacientes, verificar

quais os tipos de cuidados necessários dos pacientes e a quantidade de horas

de assistência que eles necessitam e verificar se a quantidade de funcionários

está adequada.

Considerando os objetivos mencionados, levantou-se a seguinte

pergunta: o setor de clínica médica e cirúrgica atende aos requisitos

necessários que resolução 293º do Cofen preconiza para ter uma assistência

de qualidade?

Em resposta à questão acima, destaca-se a seguinte hipótese: Acredita- se

que o quantitativo de profissionais de enfermagem não está adequado para

atender a demanda da cliente existente no hospital, desta forma utilizando o

instrumento de classificação de pacientes de Fugulin, pode- se dimensionar

para adequar-se ao quantitativo necessário e melhorar a qualidade da

assistência.

Os fatores que justificam a pesquisa são: o primeiro passo para

melhorar a assistência é identificar o perfil de seus pacientes. O método

utilizado para avaliar o perfil dos usuários é o sistema de classificação de

paciente. Identificando as necessidades dos pacientes é possível realizar o

dimensionamento de enfermagem e verificar a eficácia da assistência de

acordo com as horas de cuidado prestadas, sem sobrecarregar a equipe e

mantendo/melhorando a qualidade do serviço. (GOUVEIA et al. 2010)

Esta pesquisa trará benefícios aos pacientes em questão, no caso, os

pacientes da clínica médica e cirúrgica e a equipe de enfermagem do setor.

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Para alcançar tal objetivo, avaliaremos o perfil desses clientes, facilitando o tipo

de cuidado para cada um. O dimensionamento permitirá observar as

dificuldades da equipe de enfermagem e verificar a possibilidade de qualificar a

assistência prestada pela equipe, para que seja possível melhorar o

atendimento.

O prognóstico dos pacientes está relacionado à linha de cuidado

prestada, ou seja, se a qualidade desse atendimento é melhorada,

consequentemente, há diminuição no tempo de internação e diminuição dos

custos para a instituição.Há também um maior fluxo de paciente e menor

desgaste entre os profissionais.

Foi realizada uma pesquisa descritiva quantitativa na Associação

Hospitalar Santa Casa de Lins, no período de julho de 2015.

Este trabalho está organizado em três capítulos. No primeiro capítulo,

são definidos os parâmetros para dimensionamento. No segundo capítulo, o

dimensionamento do pessoal de enfermagem. No terceiro capítulo,

apresentamos a pesquisa realizada na associação hospitalar Santa Casa de

Lins no setor clínica médica e cirúrgica, bem como a conclusão.

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20

CAPITULO I

ASPECTOS INTRODUTÓRIOS: PARÂMETROS PARA DIMENSIONAMENTO

1 EXERCÍCIO PARA FUNÇÃO DE ENFERMAGEM

A enfermagem mantém um amplo espaço de desenvolvimento prático e

científico, visto que a demanda de suas atividades têm se ampliado e buscado

manter maior viabilidade de recursos e assistências diferenciadas a serem

prestadas.

A classe possui leis trabalhistas, sendo que sua área de atribuição

baseia - se na atuação da promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da

saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.

Como o trabalho se dá por meio do contato direto ou indireto com o ser

humano, suas estratégias éticas devem corresponder com tudo aquilo que se

dispõe da integralidade do ser humano.

O código de ética dos profissionais de Enfermagem leva em consideração a necessidade e o direito de assistência em Enfermagem da população, os interesses do profissional e de sua organização. Está centrado na pessoa, família e coletividade e pressupõe que os trabalhadores de Enfermagem estejam aliados aos usuários na luta por uma assistência sem riscos e danos e acessível a toda população. (COREN cp1, 2007).

Sabe-se que o trabalho da enfermagem é, por vezes, desvalorizado e

torna-se vulnerável a críticas. No entanto, este trabalho ressaltará a

importância da qualificação do profissional, uma vez que a área da saúde é

essencial e o trabalho exercido adequadamente na atenção primária impede

outros agravos. O respaldo que a enfermagem tem de seu conselho é grande,

mas cabe ao profissional exercê-lo de maneira correta, atentando aos seus

deveres e direitos. Como todo procedimento realizado, cada atividade é

respaldada por resoluções, decretos, leis e artigos.

O trabalho realizado visa ampliar os conhecimentos disponíveis sobre a

Resolução COFEN nº293/2004, referente aos parâmetros de dimensionamento

de enfermagem, aperfeiçoando o exercício da profissão.

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21

Visto a necessidade do estabelecimento de métodos de classificação de

paciente em cálculo, em serviços prestados e também a necessidade que os

gerentes e a comunidade tinham de parâmetros assistenciais nas práticas

institucionais, e considerando a necessidade de recursos humanos e

diminuição de custo nas instituições, decretou-se a Resolução COFEN

nº293/2004.

A lei de respaldo ao exercício da função de enfermagem é 7.498/86, de

25 de junho de 1986, tendo sido já adaptada de acordo com a demanda e

reiteração das atividades. É livre o exercício da enfermagem em todo o

território nacional, sendo somente exercido por pessoas legalmente habilitadas

e inscritas no seu conselho.

O planejamento e a programação das ações das instituições são planejados pelo enfermeiro, é de único e privativo do enfermeiro a direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia e de unidade de enfermagem; organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços (COFEN 7.498/86.)

O enfermeiro atinge um vasto mercado de trabalho, em que cada vez

mais há o crescimento do espaço e ampliação dos recursos para o

desenvolvimento de atividades e melhoria da assistência. É uma profissão que

requer dedicação integral e atenção a qualquer procedimento realizado devido

a responsabilidades dos cuidados.

O enfermeiro tem como uma de suas funções o planejamento das

atividades exercidas na instituição, tais como escalas, controle de estoque de

materias, acompanhamentos das atividades do setor e supervisão da equipe. É

ele quem avalia a assistência de enfermagem. Tem também como área de

atuação consultorias, que têm sido cada vez mais procuradas pelas empresas,

devido ao conhecimento técnico e amplo do profissional voltado à área. Esse

profissional é capacitado também para auditorias e emissão de parecer sobre

matérias de enfermagem e publicações. (Lei 7.498/86 COFEN)

Outra possível área de atuação é a consulta de enfermagem, que pode

ser utilizada tanto em departamentos privados como na prestação de serviços

terceirizados. Realizar prescrição de enfermagem que baseia-se nos cuidados

a serem prestados para a reabilitação e promoção da saúde do paciente. São

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22

realizados também cuidados diretos ao paciente grave, com maior

complexidade técnica e que exijam conhecimentos com base científica e

capacidades de tomada de decisões imediatas.

Como qualquer outra profissão, o enfermeiro tem seus direitos e

deveres, sendo que a moral e a ética são preceitos que devem existir em

qualquer situação. O princípio para se relacionar a profissão como sustento de

vida é compreender que não deve ser limitado ao ganho de dinheiro, mas sim

as atribuições que são conquistadas no decorrer do caminho que nos fazem

perceber o quanto é gratificante a escolha da profissão certa. Para ser

enfermeiro, é necessário dedicação e compaixão, visto que o outro necessitará

de total atenção. (COREN-RS, 2012/2014)

O profissional de enfermagem participa, como integrante da equipe

de saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde

da população e da defesa dos princípios das políticas públicas de

saúde e ambientais, que garantam a universalidade de acesso aos

serviços de saúde, integralidade da assistência, resolutividade,

preservação da autonomia das pessoas, participação da comunidade,

hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços

de saúde. (COREN-RS,2012/2014, p.31).

A promoção, prevenção e reabilitação da saúde são realizadas de

maneira integrada e as ligações entre seus diferentes níveis devem ser

mantidas, sendo estes a atenção primária a saúde, a atenção secundária e a

atenção terciária. Faz-se importante ressaltar que, dependendo do município e

da quantidade de serviços oferecidos, podem haver outros tipos de

atenção.(COREN,2007).

A sociedade está cada vez mais necessitada de atendimento capacitado

para atender as necessidades e a demanda que apresenta variáveis. Os

protocolos de ética relacionados aos profissionais da saúde estão

paramentados ao bem-estar do próximo e a perspectiva de empatia com o

próximo. As leis paramentadas para o auxilio do entendimento deste trabalho

aqui estão anexadas (ANEXOS B, C, D e E).

2 SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM

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A enfermagem vem buscando melhorias na qualidade da assistência

que é prestada ao cliente. Com esse objetivo, foram desenvolvidas diversas

teorias, dentre elas a de Wanda Horta, em que, no ano de 1970, a autora

propôs a teoria das Necessidades Humanas Básicas, como objetivo de criar

um processo de enfermagem que interligasse a assistência e a necessidade do

ser humano.

O processo de enfermagem é uma atividade exclusiva do enfermeiro,

será ele o profissional responsável por planejar as atividades desempenhadas

pela equipe, pois os técnicos e auxiliares realizam suas funções a partir da

prescrição do enfermeiro. (MURTA, 2010).

O Enfermeiro é responsável por todo o processo de enfermagem, sendo

que cada etapa é fundamental para desenvolver a Sistematização da

Assistência de Enfermagem. De acordo com a Resolução do COFEN

358/2009, cabe ao enfermeiro a liderança e avaliação do Processo de

Enfermagem, visando alcançar os resultados almejados. (COFEN, 358/2009).

A Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) é um processo

que, embora ainda seja ‘novo’, é uma ferramenta que faz toda a diferença para

o cotidiano do enfermeiro, pois por meio desse processo é possível diminuir

danos aos pacientes e comprovar os procedimentos executados, assegurando

a confiabilidade do serviço. Por meio desse processo, é possível saber o que

realmente foi feito com o cliente, desde sua admissão até o momento da alta

concebida. (ALFARO-LEFEVRE, 2014).

As principais vantagens ao aplicar o processo de enfermagem são:

organizar e priorizar os cuidados individuais necessários para cada paciente;

manter o foco no que realmente é importante para o cliente para melhorar o

seu estado de saúde; criar mais confiança e habilidade para situações clínicas;

e ter acesso a toda informação sobre o paciente de maneira mais rápida e

eficaz.

As metas para desenvolver o processo de enfermagem são: evitar a

moléstia, promover recuperação da saúde do cliente, e em casos terminais, a

meta é assegurar uma morte tranquila. Também fazem parte das metas

proporcionar independência e bem estar ao paciente, atender as necessidades

biológicas, culturais e sociais e trabalhar sempre com o objetivo de melhorar o

estado de saúde do paciente. (ALFARO-LEFEVRE, 2014).

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A SAE foi elaborada por meios científicos, ou seja, possui um referencial

teórico que comprova sua eficácia para uma assistência de qualidade ao

cliente. É importante que o enfermeiro conheça todo o processo antes de atuar

na instituição, para que não ocorram erros. Esse é o documento do enfermeiro

e cabe a ele desenvolvê-lo de forma íntegra e eficaz. (ALFARO-LEFEVRE,

2014; MURTA, 2010).

O processo de enfermagem é composto por cinco etapas:

a) Histórico de Enfermagem ou investigação

b) Diagnóstico

c) Planejamento

d) Implementação

e) Avaliação

O histórico de enfermagem será realizado logo ao estabelecer o primeiro

contato com o cliente. O primordial nessa fase é realizar a anamnese e exame

físico, dessa forma, é possível investigar a situação do paciente e qual a

moléstia que o atinge.

Para o Processo de Enfermagem, são utilizadas algumas diretrizes que

possibilitam o planejamento estratégico do passo a passo, sendo: o uso do

prontuário para análise de dados para a anamnese geral; a admissão deverá

ser realizada apenas pelo Enfermeiro no período de 24 ou 48 horas do dia

seguinte e tudo deverá ser realizado com o consentimento do cliente/ e ou

família. (MURTA, 2010).

Nessa etapa, o enfermeiro coleta todas as informações possíveis com o

cliente e familiares, para assim identificar quais são as necessidades do

paciente e quais os problemas levantados para prevenção de futuras

complicações. Nessa fase, é importante que o enfermeiro avalie e valide se os

dados colhidos realmente estão de acordo. (TANNURE, PINHEIRO, 2013).

Diagnóstico de Enfermagem – Nessa Etapa, o enfermeiro identifica

quais são os problemas de saúde do paciente. Ao longo dos anos, os

diagnósticos de enfermagem têm sido padronizados, um exemplo disso é o

North American Nursing Diagnosis Associaction (NANDA).

O diagnóstico de enfermagem utiliza coleta de dados para o

conhecimento do quadro clinico do paciente, ou seja, por meio de sintomas e

sinais é avaliada a existência de algum agravante de risco, é estabelecido o

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tipo de cuidado e a equipe multiprofissional é acionada, evitando potenciais

problemas de saúde (ALFARO-LEFEVRE, 2014).

Planejamento – Nesta etapa são focadas as prioridades do cliente, em

que são determinadas as intervenções de enfermagem, visando “Detectar,

prevenir, e controlar os problemas de saúde e os fatores de riscos, promover o

funcionamento ideal, a independência e a sensação de bem estar, atingindo os

resultados esperados de modo seguro e eficiente” visando a reabilitação e

recuperação dos agravos ocasionados pelos problemas de saúde (ALFARO-

LEFEVRE, 2014). Essa etapa é fundamental para que o enfermeiro consiga

realizar a elaboração de um plano de cuidados diários.

Quando se trata de intervenções, cita-se uma taxonomia chamada

Nursing Intervention Classification (NIC), que padroniza as intervenções

necessárias para cada cuidado dos clientes. Essa taxonomia é vantajosa, pois

possibilita comparar as intervenções e criar protocolos, ou seja, auxilia numa

qualidade de assistência mais eficaz e segura (TANNURE, PINHEIRO, 2013).

Outra taxonomia é Nursing Outcomes Classification (NOC), que constitui

uma lista de objetivos esperados de acordo com os diagnósticos da NANDA.

(TANNURE, PINHEIRO, 2013).

Implementação: é colocar em prática aquilo que, na etapa do

planejamento, foi proposto para a melhora do paciente. É importante investigar

o paciente para descobrir se sua situação de saúde está de acordo com as

intervenções necessárias para o tratamento, realizando as ações de

enfermagem. Posteriormente, é necessário reinvestigar o paciente para avaliar

se, por meio dessas intervenções, foram obtidos os resultados esperados e se

preciso for, realizar as mudanças que forem necessárias. É importante a

opinião do cliente para melhora da qualidade do serviço. (ALFARO-LEFEVRE,

2014).

Avaliação ou evolução: Nessa etapa, o resultado esperado é obtido, ou

seja, o enfermeiro avalia se todas as intervenções foram eficazes para o

tratamento.

A avaliação da assistência de enfermagem é baseada no

acompanhamento do cliente e nas respostas que ele apresenta aos cuidados

prescritos e implementados por meio da evolução de enfermagem, na

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observação direta das respostas que o paciente apresenta a terapia proposta.

(TANNURE, PINHEIRO, 2013).

3 GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM

Os modelos antigos de gestão de enfermagem foram criados de forma

rígida. Durante toda transformação que a enfermagem sofreu ao longo dos

anos, uma das mudanças foi a maneira de gerenciamento que visa à

assistência de qualidade. A sociedade, por sua vez, faz seu papel em exigir

que essa assistência seja realmente íntegra e eficaz. (TANNURE, PINHEIRO,

2014).

As mudanças ocorridas na formação e no perfil do enfermeiro estão

relacionadas à alteração das necessidades de saúde da população, que ao

longo dos anos vêm se modificando. Outros fatores que levaram a uma

mudança nos modelos de gestão foram o Sistema Único de Saúde e a

inovação tecnológica.

O papel do enfermeiro nesse novo modelo de gerenciamento está

relacionado a planejar, organizar, coordenar, executar e avaliar os serviços de

enfermagem, sendo importante que esse profissional tenha conhecimento,

sobretudo que ocorre em seu setor. Será ele o responsável por garantir que a

assistência seja eficaz. (TANNURE, PINHEIRO, 2014).

Gerenciar não é uma tarefa fácil, exige que o profissional crie medidas

que sejam viáveis à instituição e que garanta uma assistência com qualidade

para o cliente.

A gerência de enfermagem é vista como uma ferramenta do processo de

cuidados e metas a serem cumpridas, sendo um trabalho com elementos

constituintes específicos. A organização é um dos fatores primordiais, que

deverá visar recursos humanos e materiais, com a finalidade de estabelecer

condições adequadas para assistência de trabalho, alcançando todos os

objetivos estabelecidos e os desenvolvimentos das atenções á saúde. (SILVA,

2014).

O enfermeiro gerente será responsável em controlar as atividades,

materiais e quantitativo de pessoal. A gerência é entendida pelos enfermeiros

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como algo importante e necessário para que as atividades realizadas sejam de

qualidade. Porém para alguns é visto como cargo de autoridade para exercer

função punitiva em seu processo de trabalho. (VAGHETTI, et al. 2004).

4 RESOLUÇÃO 293/2004

Visto a necessidade de respaldo ao que compromete o quantitativo do

quadro de profissionais de enfermagem em ambiente ativo de trabalho, foi

elaborada a Resolução COFEN nº293/2004, que fixa e estabelece parâmetros

para o dimensionamento do quadro de profissionais de enfermagem nas

unidades assistenciais das instituições de saúde e assemelhados.

Foi percebida a necessidade de estabelecer e normatizar um método

único para ocupar a vacância na lei sobre a matéria, juntamente com

a necessidade requerida pelos gerentes e pela comunidade de

Enfermagem, da revisão dos parâmetros assistenciais em uso nas

instituições, face aos avanços verificados em vários níveis de

complexidade do sistema de saúde e as atuais necessidades

assistenciais da população; Considerando a necessidade imediata,

apontada pelos gestores das instituições de saúde, do

estabelecimento de parâmetros como instrumento de planejamento,

controle, regulação e avaliação da assistência prestada, e a

necessidade de flexibilizar nas instituições de saúde públicas e

privadas do país, a aplicação de parâmetros que possibilitem os

ajustes necessários, derivados da diferença do perfil epidemiológico e

financeiro; e a ampla discussão sobre o estabelecimento de

parâmetros de cobertura assistencial no âmbito da Enfermagem, que

possibilitou a participação efetiva da enfermagem e a participação

técnica - cientifica das entidades de classe, dos profissionais de

saúde, dos gerentes das instituições de saúde, na sua formulação,

através da Consulta Publica COFEN nº01/2003, e a deliberação do

Plenário do Conselho Federal de Enfermagem. (COREN-RS, 2012-

2014).

São de extrema relevância discussões que atentam para a ampliação

das funções estabelecidas, para a resolução dos problemas identificados e

para a ampliação das resoluções estabelecidas pelo Conselho de Enfermagem,

para que seja possível aumentar a qualidade da assistência. Os parâmetros

para o quadro de funcionários são essenciais para diminuir a sobrecarga

trabalhista. (COFEN nº293/2004).

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Considerando que o caráter disciplinador e fiscalizador do Conselho de enfermagem sobre o exercício das atividades nos serviços de enfermagem do país aplicam-se também, aos quantitativos de profissionais de Enfermagem nas instituições de saúde; E que para garantir a segurança e a qualidade da assistência ao cliente, o quadro de profissionais de Enfermagem, pela continuidade ininterrupta e a diversidade de atuação depende, para seu dimensionamento, de parâmetros específicos; E os avanços tecnológicos e a complexidade dos cuidados ao cliente, quanto as necessidades físicas, psicossomáticas, terapêuticas, ambientais e de reabilitação; Compete ao enfermeiro estabelecer o quadro quantiqualitativo de profissionais, necessário para a prestação da Assistência de Enfermagem. .(COREN-RS, 2012-2014).

Esses parâmetros foram desenvolvidos com o intuito de minimizar a

sobrecarga na jornada de trabalho na cobertura das instituições de saúde,

representando normas técnicas constituídas de referências e classificação de

pacientes para melhor planejamento, programação e priorização das ações.

A maior parte dos parâmetros tem por objetivo unificar e padronizar o

quadro de profissionais para evitar erros e sobrecarga. É variável o

dimensionamento e a adequação do quadro de profissionais de Enfermagem

devido as diferentes esferas de prestações de assistência, analisando a

missão, o porte e a estrutura organizacional da instituição.

5 SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DO PACIENTE

Para que seja possível alcançar um bom atendimento hospitalar, não se

pode desconsiderar a assistência integral do paciente, ou seja, uma assistência

voltada para o seu tipo de cuidado específico e que atenda suas necessidades

bio-psico-sociais sem sobrecarregar a equipe de enfermagem e sem a

contratação desnecessária de funcionários. Para que haja um remodelamento

da rotina de trabalho é necessário realizar o Dimensionamento do pessoal de

enfermagem, em que serão calculadas as horas de cuidado necessárias para

cada paciente e o número de funcionários para atender em vinte e quatro

horas, tendo como finalidade sanar as necessidades do paciente e não

sobrecarregar a equipe. Para que o dimensionamento funcione, são

necessárias duas ferramentas importantes: a SAE, que é a Sistematização da

Assistência de Enfermagem, e o SCP, que é o Sistema de Classificação do

Paciente. (FUGULIN, GAIDZINSK, KURCGANT, 2005).

O Sistema de Classificação do Paciente, ou SCP, foi estabelecido por lei

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na Resolução COFEN 293/2004, por meio do qual são estabelecidos

parâmetros para a realização do dimensionamento do pessoal de enfermagem

nas unidades assistenciais das instituições de saúde e assemelhados.

(COFEN, 293/2004).

É possível afirmar que o SCP é uma das ferramentas administrativas

mais importantes quando se trata de dimensionamento, sendo a primeira etapa

desse processo, por meio do qual é estabelecido o grau de dependência de

cada paciente e também são quantificados os serviços de enfermagem em

horas para tal tipo de dependência. (FUGULIN, GAIDZINSK, KURCGANT,

2005).

O processo para estabelecer o grau de dependência dos pacientes é

feito por meio de uma tabela de escore em que o paciente é designado para

uma das quatro categorias de cuidados que são: Cuidados Mínimos, Cuidados

Intermediários, Cuidados Semintensivos e Cuidados Intensivos. É importante

destacar que esse instrumento pode ser escolhido pelo enfermeiro da

instituição, visto que existem vários desenvolvidos por diversos autores. Cabe

ao enfermeiro optar pelo instrumento que melhor se adequa ao

estabelecimento em que atua. (RESOLUÇÃO COFEN 293/04).

Um exemplo de SCP que pode ser mencionado é o instrumento de

Schein/Rensis. Ele foi dividido em indicadores de 1 a 10, sendo eles: Estado

Mental, Sinais Vitais, Deambulação, Motilidade, Oxigenação, Eliminação,

Alimentação, Terapêutica, Integridade Cutânea Mucosa e Cuidado Corporal.

Para cada um desses itens há uma pontuação a ser marcada de acordo com

as características do paciente. A soma dessa pontuação determina o grau de

dependência do paciente. (CANAVEZI, 2011).

5.1 Instrumento de Fugulin

Nesta pesquisa, será utilizado o Sistema de Classificação de Paciente

de Fugulin (2002) (ANEXO A) para a classificação dos pacientes internados.

Todos os pacientes foram classificados diariamente, no período da manhã, de

domingo a domingo. Os dados foram registrados em folhas para realizar o

cálculo segundo o instrumento.

O instrumento de Fugulin (2002) classifica o paciente em cinco

categorias de cuidados, sendo eles: Cuidados Mínimos, Cuidados

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Intermediários, Cuidados de Alta Dependência, Cuidados Semintensivos e

Cuidados Intensivos. Ele contém 9 indicadores ou áreas de cuidados, que são:

a) Estado mental

b) Oxigenação

c) Sinais vitais

d) Motilidade

e) Deambulação

f) Alimentação

g) Cuidado corporal

h) Eliminações

i) Terapêutica

Para a classificação ser fidedigna, ela precisa ser realizada todos os dias

por pelo menos 20 dias típicos. Após a coleta de dados, a pontuação diária

obtida por cada paciente é somada. (FUGULIN, 2002). De acordo com a

pontuação do paciente, ele é classificado em um grau de cuidado, como pode-

se observar no quadro a seguir:

Quadro 1: Classificação dos pacientes de acordo com a pontuação.

Pontuação Tipo de cuidado Definição do tipo de cuidado

De 09 a 14 Cuidados Mínimos Pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico

e de enfermagem, que requeiram avaliações

médicas e de enfermagem, mas fisicamente

autosuficientes quanto ao atendimento das

necessidades humanas básicas.

De 15 a 20 Cuidados

Intermediários

Pacientes estáveis sob o ponto de vista clínico

e de enfermagem que requeiram avaliações

médicas e de enfermagem, com parcial

dependência de enfermagem para o

atendimento das necessidades humanas

básicas.

De 21 a 26 Cuidados Alta

Dependência

Pacientes crônicos que requeiram avaliações

médicas e de enfermagem, estáveis sob o

ponto de vista clínico, porém com total

dependência das ações de enfermagem

quanto ao atendimento das necessidades

humanas básicas.

De 27 a 31 Cuidados

Semintensivos

Pacientes recuperáveis, sem risco iminente de

vida, sujeitos à instabilidade de funções vitais

que requeiram assistência de enfermagem e

médica permanentes e especializadas.

31 Cuidados Intensivos Pacientes graves e recuperáveis, com risco

iminente de vida, sujeitos à instabilidade de

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funções vitais que requeiram assistência de

enfermagem e médica permanentes e

especializadas.

Fonte: FUGULIN et al, adaptado do HU-USP, 2002.

De acordo com a Resolução COFEN n°293/2004, o Artigo 4° nos diz:

para efeito de cálculo, devem ser consideradas como horas de enfermagem,

por leito, nas 24 horas:

a) 3,8 horas de enfermagem por cliente, na assistência mínina;

b) 5,6 horas de enfermagem por cliente, na assistência intermediária;

c) 9,4 horas de enfermagem por cliente, na assistência semintensiva;

d) 17,9 horas de enfermagem por cliente, na assistência intensiva.

As horas de enfermagem para assistência de alta dependência não estão

estipuladas na Resolução COFEN n°293/2004, porque essa categoria foi criada

por Fugulin (2002). Perante isto, foi realizado um estudo por Lima, Tsukamoto

e Fugulin (2008) sobre a aplicação do Nursing Activities Score nos pacientes

classificados em alta dependência, em que foi constatado que para esse tipo

de assistência é necessário no mínimo 7,8 horas de cuidado e no máximo 18,9

horas de cuidado. Porém, Fugulin (2002) estima em seu sistema de

classificação de pacientes o mesmo tempo de assistência para pacientes de

alta dependência e semintensivo. Para Lima, Tsukamto e Fugulin (2008), esse

valor é coerente, visto que o valor da Resolução COFEN n°293/2004 está

dentro dos limites mínimo e máximo definidos pelas pesquisadoras.

Portanto, neste trabalho, todos os pacientes classificados em grau de alta

dependência serão considerados como semintensivo para cálculo final do

processo de Dimensionamento.

Ainda no artigo 4°, 9° parágrafo, para prestar cuidados aos pacientes com

mais de 60 anos de idade, classificados como cuidados intermediários ou

semintensivos e que se encontram sem acompanhante, deve ser acrescida

meia hora ao quantitativo de horas diárias de enfermagem.

O instrumento de Fugulin (2002) pode ser usado em qualquer setor de um

hospital para a classificação dos pacientes, exceto nos berçários, em que os

pacientes são classificados em semintensivos, intermediários e baixo risco.

Segundo Gaidzinski (1998), tão importante quanto estabelecer o

quantitativo de horas de enfermagem necessárias aos pacientes, é ter pessoal

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para realizar tal tarefa. Dessa forma, o artigo 5° da Resolução COFEN

n°293/2004 determina o percentual do total de profissionais de enfermagem

preconizados, como mostra o quadro a seguir:

Quadro 2: Quantitativo em percentual dos profissionais necessários para

realizar assistência.

TIPO DO CUIDADO % DE PROFISSIONAIS

MÍNIMO E

INTERMEDIÁRIO

De 33 a 37% são enfermeiros (mínimos de seis) e os demais,

técnicos e auxiliares de enfermagem.

SEMINTENSIVO De 42 a 46% são enfermeiros e os demais, técnicos e auxiliares de

enfermagem.

INTENSIVO De 52 a 56% são enfermeiros e os demais técnicos de

enfermagem.

Fonte: Resolução COFEN n° 293/2004.

É importante ressaltar que, segundo a Resolução COFEN n°293/2004: a

distribuição de profissionais por categoria deverá seguir o grupo de pacientes

de maior prevalência.

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CAPÍTULO II

DIMENSIONAMENTO DO PESSOAL DE ENFERMAGEM

1 HISTÓRICO DO DIMENSIONAMENTO DE PESSOAL

O processo de Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem não se trata

de um estudo muito antigo, principalmente no Brasil, em que chegou mais

tardiamente. No entanto, houve muitas mudanças durante sua evolução e

especula-se que mais modificações sejam necessárias para atingir total

eficácia. (MAGALHÃES, RIBOLDI, DALL,ANGEL, 2009)

Deve-se lembrar que o estudo desse processo deriva da Administração em

Enfermagem. Tendo isto, pode-se dizer que as primeiras noções básicas da

Administração em Enfermagem partiram de Florence Nightingale, em torno do

século XVII. Essas noções eram baseadas em uma relação entre trabalho e

trabalhador, considerando a gravidade do paciente. (MAGALHÃES, RIBOLDI,

DALL, ANGEL, 2009).

O dimensionamento surgiu no Brasil a partir de 1930, em que se calculava a

proporção dos trabalhadores por execução de tarefas diárias de enfermagem

tendo como base a vivência do administrador da instituição. No entanto, não

era previsto nenhum direito trabalhista, tais como: licença, folga, férias,

ausência, dentre outros. Esse modelo ainda pode ser encontrado em algumas

instituições brasileiras, apenas por ser referenciado por órgãos oficiais, como o

Ministério da Saúde. (LULIO, 2009).

Segundo Gaidzinski (1998), a evolução histórica do Dimensionamento de

Pessoal de Enfermagem pode ser dividida em quatro períodos:

a) Métodos intuitivos ou das relações de proporção, descritos antes de

1939;

b) 1939 – Introdução da variável hora média de cuidado;

c) 1947 – Introdução da variável relativa as ausências e

d) 1960 – Introdução do Sistema de Classificação do Paciente.

Pode-se dizer que o principal objetivo a ser alcançado pelo

dimensionamento é a redução de custos e a melhora da assistência, sendo que

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o quadro de profissionais é o item de maior gasto em uma instituição.

Considerando esses aspectos, o COFEN estabeleceu a Resolução n°189/96,

que indicou as horas necessárias mínimas para realização da assistência e a

quantidade de percentual dos profissionais de enfermagem, de acordo com as

categorias: Cuidado mínimo, Intermediário, Semi-intensivo e Intensivo.

(FUGULIN, 2010).

Segundo Fugulin (2010), a Resolução n°189/96 motivou o incentivo a

criação, aprimoramento e implementação do Sistema de Classificação de

Paciente. Fugulin criou o seu instrumento de classificação enquanto era

enfermeira do HU-USP, instrumento este que tornou-se referência nacional.

Em 2004, a Resolução COFEN n°189/96 foi revogada e substituída pela

Resolução COFEN 293/04, pois continha novos parâmetros para realizar o

dimensionamento de pessoal de enfermagem nos cuidados assistenciais das

instituições de saúde e assemelhados. (FUGULIN, 2010).

No Brasil, passou a ser considerada a ideia de usar uma classificação

para pacientes na década de 1980, inspirada no trabalho feito pela Escola de

Enfermagem de Pittisburg em 1950 com pacientes da clínica médica e da

clínica cirúrgica. (TRANQUITELLI, CIAMPONE, 2007).

Muitos autores buscaram inspiração em modelos internacionais de

escalas e escores de gravidade para desenvolver seus instrumentos de

Classificação de Pacientes, buscando adaptá-los à realidade brasileira. Outros

autores elaboraram o seu Sistema de Classificação de Paciente em itens que

são convertidos em pontos, sendo este o tipo mais utilizado atualmente. No

entanto, a maior dificuldade é adaptar o quadro de funcionários ideal pelo

Dimensionamento a realidade do trabalho. Por isso é necessário sempre

atualizar os estudos sobre dimensionamento na tentativa de encontrar um

modelo ideal. (TRANQUITELLI, CIAMPONE, 2007).

Em maio de 1960 o primeiro Sistema de Classificação de Paciente

surgiu no mundo e foi introduzido no trabalho da enfermagem. Foi criado por

um grupo de pesquisadores da John Hopkins University and Hospital, nos

Estados Unidos da América. Era dividido de acordo com as seguintes

categorias: auto cuidado, cuidado parcial ou intermediário e cuidado intensivo

ou total. (LULIO, 2009).

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A partir da quarta etapa da evolução do Dimensionamento segundo

Gaidsinski (1998), o processo de Dimensionamento juntamente com o Sistema

de Classificação de Paciente (SCP) vêm se aperfeiçoando e se adequando a

cada tipo de serviço. O importante é a implementação desse processo, para

assim podermos reduzir os custos e ter uma assistência de qualidade.

2 DEFINIÇÕES SOBRE DIMENSIONAMENTO

A melhoria na qualidade da assistência ocorre quando a equipe de

enfermagem se preocupa com a promoção de ações que contribuam para um

atendimento mais eficaz. Para isso, os profissionais devem interagir com o

processo de cuidados que envolvem: o cuidar, gerenciar, pesquisar e ensinar.

(SILVA, 2014).

Em qualquer instituição hospitalar, a principal categoria de serviço é a da

enfermagem. Esses profissionais garantem que a assistência prestada seja

eficaz e de qualidade. Por isso, é importante ter o mínimo de profissional

necessário, conforme determinado pela resolução do COFEN 293/2004 para

cada tipo de cuidado, pois dessa forma reduz a sobrecarga de trabalho, baixa

produtividade e absenteísmo.

O dimensionamento do pessoal de enfermagem tem ganhado espaço,

visto que os enfermeiros estão mais atentos à esse assunto, pois interfere na

qualidade da assistência à saúde. Esse tema gera conflitos, pois há dois lados

a se considerar: embora dimensionar traga benefícios como a melhora da

assistência, há também o aumento de custos, pois muitas vezes há a

necessidade de contratar mão de obra. (GAIDZINSKI; FUGULIN; CASTILHO,

2005).

O dimensionamento de pessoal da enfermagem é preconizado a partir de diretrizes estabelecidas pelo Conselho Federal de Enfermagem, que compõe a resolução COFEN nº 293/2004. A resolução COFEN nº 293/2004 indica parâmetros sobre o mínimo de profissionais de enfermagem, de nível de escolaridade médio e superior, para cobertura assistencial nas instituições de saúde, levando em consideração aspectos relativos à empresa, ao serviço de enfermagem, aos pacientes e tendo como base o sistema de classificação de pacientes (SCP). O SCP é o principal instrumento na prática gerencial de enfermagem, considerado inicial no cálculo de pessoal, subsidiando o processo de tomada de decisão em relação à administração dos recursos humanos; aos custos relativos ao

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processo de cuidar, o acompanhamento da produtividade, à organização dos serviços (SILVA, 2014, p.8).

Os hospitais estão buscando modelos que visam à organização de

recursos humanos na área de enfermagem, mecanismos rápidos e eficientes

que ajudam a avaliar o tipo de assistência. O instrumento de Fugulin é um

desses modelos, constituindo um sistema de classificação prático para avaliar

as necessidades de cada paciente. Por meio da classificação realizada a partir

desse instrumento é possível identificar que tipo de cuidado é necessário em

determinado setor e se o quantitativo do pessoal de enfermagem está de

acordo com o que COFEN preconiza. (SILVA, 2014).

De acordo com o dimensionamento de enfermagem, identificamos e

analisamos as variáveis que possam existir no setor. As etapas do método de

dimensionamento são: carga de trabalho, índice de segurança técnica e tempo

efetivo de trabalho. Todas as etapas são feitas por meio de cálculos que

permitem identificar os valores dessas variáveis. (GAIDZINSKI; FUGULIN;

CASTILHO, 2005).

O método de dimensionamento ocorre por etapas, sendo elas:

a) Reconhecimento da situação: é importante saber quais são os tipos

de clientela que frequentam o hospital, o setor e como é o

funcionamento do serviço de enfermagem. O setor de clínica médica,

por exemplo, exige um tipo de cuidado e uma quantidade de

funcionário diferentes de um pronto socorro. Portanto, com o

reconhecimento do setor é possível ter parâmetros para realizar o

dimensionamento do pessoal de enfermagem (KURCGANT, 2008).

b) Caracterização da instituição: compreender o funcionamento da

instituição, quais os objetivos e quais seus ideais relacionados à

assistência. (KURCGANT, 2008).

c) Caracterização do serviço de enfermagem: nessa etapa avalia- se a

equipe de enfermagem como um todo, desde como os profissionais

seguem um modelo de trabalho, os tipos de categoria de

enfermagem que existem na unidade, pois assim se relaciona o tipo

de cuidado prestado no setor. Deve-se analisar o conhecimento

técnico da equipe, quantas horas são trabalhadas durante a semana

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e como é realizada a distribuição da equipe durante as 24 horas de

assistência. ((KURCGANT I, 2008).

d) Caracterização da clientela: depende do tipo de área em que a

instituição está localizada. É importante caracterizar o paciente por

sexo, idade, raça, tipo de patologia, pois assim é possível saber os

tipos de cuidados que deverão ser aplicados de acordo com a

clientela. ((KURCGANT, 2008).

Existem vários instrumentos de classificação de pacientes, sendo o

enfermeiro o profissional responsável por optar pelo SCP mais viável para o

setor. Após escolher o tipo de sistema de classificação de paciente, é

necessário utilizar a Resolução COFEN 293/04, que determina 3,8 horas de

enfermagem de assistência para pacientes de cuidados mínimos, 5,6 horas de

enfermagem para aqueles que precisam de uma assistência intermediária, 9,4

horas de enfermagem em assistência semi-intensiva e 17,9 horas de

enfermagem por cliente, na assistência intensiva. (RESOLUÇÃO COFEN

293/2004).

3 GERENCIAMENTO DE LEITO

É importante levantar os dados de ocupação dos leitos do setor, pois

dessa maneira é possível saber qual é a média de internações e os tipos de

cuidados dos clientes internados. Esse indicador é relevante para realizações

de politicas financeiras no setor (SILVA, 2014).

A taxa de ocupação é realizada por meio das seguintes fórmulas:

Média de Permanência (dias)= nº de pacientes internado em determinado período

nº de pacientes que saídos no mesmo período

Média de pacientes dias= número de pacientes-dia em determinado período

número de dias do mesmo período

Taxa de ocupação= número de Pacientes- dia em determinado período x 100

número de Leitos- dia no mesmo período

(Fonte: SILVA, 2014 p. 19).

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4 QUANTITATIVO DO PESSOAL DE ENFERMAGEM

O cálculo de quadro de pessoal será realizado pela fórmula que a

resolução nº 293/2004 preconiza:

QP= THE x KM

QP: Quantitativo de pessoal necessário na unidade de internação

THE: Total de horas de Enfermagem

KM: Constante de Marinho

O total de horas de enfermagem é calculado conforme a resolução nº

293/2004 por meio da seguinte equação:

THE = {(PCM x 3,8) + (PCI x 5,6) + (PCSI x 9,4) + (PClt x 17,9)}

PCM: Pacientes com cuidados mínimos

PCI: Paciente com cuidados intermediários

PCSI: Pacientes com cuidados semi- intensivos

PCIt: Pacientes em cuidados críticos

Constante de Marinho é representada pela seguinte fórmula:

Km= DS / JST x IST

DS: dias da semana trabalhados

JST: jornada semanal de trabalho (20, 24, 30, 32,5, 36, 40 e 44)

IST: índice de segurança técnica

A expressão Índice de Segurança Técnica (IST) é um acréscimo de cada

categoria de profissionais de enfermagem para cobertura de qualquer tipo de

ausências. Deve-se ser acrescido 15% do quantitativo de profissionais, se o

quadro de profissionais em unidade de internação possuir mais de 60% de

funcionários de enfermagem com mais de 50 anos de idade, deverá se

acrescido mais 10%. (FUGULIN, ROGENSKI, 2007)

Para calcular o quantitativo de pessoal de enfermagem por categoria, é

necessário saber a distribuição do pessoal de enfermagem que a resolução do

COFEN 293/ 2004 preconiza:

THE = {(PCM x 3,8) + (PCI x 5,6) + (PCSI x 9,4) + (PClt x 17,9)}

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5 FUNÇÕES DO DIMENSIONAMENTO DO PESSOAL DE ENFERMAGEM

A principal função do dimensionamento do pessoal de enfermagem é

quantificar o quadro real de funcionários para ser correspondente a demanda

atendida na instituição de saúde, visando o melhor atendimento e segurança

no trabalho.

Dimensionar é calcular ou preestabelecer as dimensões ou proporções de

uma grandeza. Uma adequação quantiqualitativa do quadro de profissionais de

uma instituição (Dicionário Aurélio, 1999).

Os aspectos quantitativos dos profissionais de enfermagem nas instituições de saúde são enfatizados para que haja a garantia da segurança e da qualidade de assistência ao cliente e a continuidade da vigília perante a diversidade de atuação nos cuidados e na atenção da equipe de enfermagem. (DEMENEGUI, 2006, p.3).

Devido à necessidade de atender todas as necessidades do paciente,

não somente a física, mas todo o contexto que envolve o ser humano,é

necessária uma atenção voltada para a recuperação do paciente,sendo assim

de extrema necessidade que o quadro de funcionários esteja de acordo com a

demanda oferecida.

Quando o profissional de enfermagem encontra-se sobrecarregado, ele

não consegue exercer suas funções de acordo com a complexidade

necessária, visto que a demanda é grande e o mesmo precisa preconizar a

oferta de serviço de acordo com as prioridades. No entanto, quando se trata da

área da saúde isso se torna mais complexo, por tratar-se da vida do paciente.

(FUGULIN, 2006)

Para o desenvolvimento destas atividades de enfermagem, os recursos humanos, com sua divisão técnica e social do trabalho, constituídos por auxiliares e técnicos de enfermagem e enfermeiros, devem estar capacitados e ter a competência para desenvolvê-las, além de quantidade suficiente desses profissionais para tal. (CAMPOS; MELOS, 2005, p. 01).

É importante ressaltar que, quando há mudanças no quadro de

trabalho,a assistência se qualifica e a humanização se faz presente no

ambiente de trabalho.

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O enfermeiro, enquanto cargo de gerência, sendo administrador da equipe, necessita das habilidades gerenciais para vislumbrar este cenário, aprender e acompanhar os conceitos de administração de serviços de saúde, para balancear a parte de previsão e provisão de pessoal para o desenvolvimento das atividades legalmente previstas na profissão e que caracterizam a profissão. (CAMPOS; MELOS, 2005, p.01).

O dimensionamento é uma competência privativa do enfermeiro

gerencial com o objetivo de adequar-se ao quantitativo de profissional de

enfermagem necessário em qualquer instituição de saúde (pública e privada)

para atender as necessidades da clientela. (CAMPOS; MELOS, 2005)

Entre as fases de transições em que a saúde se encontra, é possível

observar a total força de renovar as maneiras de trabalho e ampliar os campos,

direcionando melhor os desempenhos dos funcionários.

A falta de recursos financeiros em saúde tem gerado a necessidade de redução de gastos e tem ocorrido corte nos recursos humanos, principalmente no pessoal de enfermagem, com consequente queda na qualificação do cuidado prestado ao cliente e sobrecarga de trabalho dos profissionais remanescentes. (VIGNA, PERROCA, 2007,p.8).

Ainda segundo VIGNA, PERROCA, (2007) as vantagens de possuir um

quantitativo de funcionários adequado são: diminuição de gastos de materiais,

diminuição de absenteísmo, assistência humanizada, diminuição dos riscos de

acidente e sobrecarga de trabalho.

Os modelos adotados para a qualificação de pessoal têm passado por um processo evolutivo. Inicialmente, o cálculo era intuitivo e determinístico, baseado na relação número de enfermeiros e número de leitos disponíveis, gerando uma proporção diária de enfermeiros por leito. (VIGNA, PERROCA, 2007, p.8).

Com base em estudos e na ampliação da qualificação do

dimensionamento do pessoal de enfermagem, o processo das equações foi

classificar o paciente mediante um score de cuidados para que haja uma

somatória mais precisa da quantidade em horas que será necessário para cada

paciente. (CAMPOS, MELO, 2005).

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Para alcançar uma assistência com qualidade, é necessário utilizar um

sistema de classificação de paciente, pois dessa forma é possível determinar

as necessidades de cada paciente de forma única, humana e individualizada.

(VIGNA, PERROCA, 2007).

Esse método ajuda o profissional a criar um vínculo com o paciente, uma

vez que a classificação é feita em contato direto com o paciente, buscando

conhecer melhor as suas necessidades de recuperação e proporcionando

maior comodidade aos usuários.

O sistema de classificação de pacientes (SPC) vem sendo também, utilizado para orientar a determinação do custo da assistência de enfermagem. Isso possibilita aos diretores do serviço de enfermagem fundamentar suas argumentações e justificativas na aprovação da previsão orçamentária para a contratação de pessoal. (VIGNA, PERROCA, 2007,p.9).

A distribuição de Pessoal de enfermagem é uma atividade complexa que

requer de quem a elabora preparo técnico, conhecimento das necessidades da

clientela, dinâmica da unidade, leis trabalhistas e da equipe de enfermagem.

Uma boa escala de pessoal é a garantia de uma assistência de enfermagem de

qualidade sem sobrecarga para a equipe e com qualidade para o paciente.

(FUGULIN,GAIDZINSKI,KURCGANT,2005)

Para uma boa escala, são necessários alguns conhecimentos, tais

como:

a) Conhecimento do funcionamento da unidade e suas particularidades;

b) Conhecimento das características pessoais de cada elemento da

equipe, de forma a evitar brigas e pouca capacitação do plantão em

situações de adversidade;

c) Escala humanizada;

d) O ideal é que o acesso a escala seja facultativo a todos;

e) O funcionário deverá ser alocado, dentro do possível, de acordo com

suas preferências de folga e férias;

f) A alocação em plantões deve ser avaliada em equipe;

g) O rodízio de folgas é importante para não haver favorecimentos e;

h) A escala deverá ser disponibilizada com antecedência para que

todos consigam fazer suas atividades externas. (SOUZA, et al. 2011)

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O dimensionamento do quadro de pessoal de enfermagem, o sistema de

classificação de pacientes, a escala mensal e diária se interligam para um bom

funcionamento do setor. (SOUZA, et al. 2011)

O método de dimensionamento de pessoal de enfermagem de Gaidzinski propõe, como uma das etapas da aplicação e desenvolvimento do processo de dimensionar pessoal de enfermagem, a identificação do perfil da clientela quanto á complexidade assistencial, recomendando, para a realização dessa atividade, a adoção do SCP, dentre as disponíveis na literatura. (FUGULLIN, GAIDZINSKI, KURCGANT, 2005, p.73).

O enfermeiro exerce várias funções e para que estas sejam exercidas

adequadamente, a quantidade de funcionários deverá estar de acordo com a

demanda oferecida pelo setor.

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CAPITULO III

A PESQUISA

1 DESCRIÇÃO DETALHADA E ORDENADA DO PROJETO DE PESQUISA

O método utilizado para esta pesquisa foi descritivo com abordagem

quantitativa.

Na pesquisa descritiva “Após a coleta de dados é necessário organizar

as informações de modo útil, para explicação da pesquisa, dados obtidos e

resultados”. (LOBIONDO – WOOD, HABER, 2001, p. 201).

Em um estudo quantitativo, o delineamento de pesquisa apresenta as

estratégias que o pesquisador planeja adotar para desenvolver informações

precisas e interpretáveis. (HUNGLER, BECK, POLIT, 2004, p. 165).

A pesquisa foi realizada em um hospital filantrópico do interior de São

Paulo, onde os clientes internados no setor de clínica médica e cirúrgica foram

avaliados por 30 dias, avaliando o tipo de cuidado necessitado e a quantidade

de horas necessárias para realizar uma assistência adequada. Foi utilizado o

instrumento de classificação de pacientes de FUGULIN, (2002). A coleta de

dados foi realizada por meio desse instrumento, que permitiu identificar quais

são os tipos necessários de cuidado de cada paciente. Dessa forma,

observamos o quantitativo que temos no setor, visando esclarecer se a equipe

está de acordo com que a lei preconiza sobre o dimensionamento. Os dados

coletados foram utilizados com o propósito da pesquisa.

Resultados esperados: Com o dimensionamento do pessoal de

enfermagem é possível ter uma qualidade da assistência mais eficaz, tendo em

vista o tempo de trabalho oferecido a cada paciente, fazendo com que não

sobrecarregue os funcionários e dando aos clientes uma assistência integral e

humana.

2 OBJETIVOS E HIPÓTESES A SEREM TESTADOS:

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Objetivo Primário: dimensionar o pessoal de enfermagem no setor da

clinica médica e cirúrgica.

Objetivos Secundários:

a) Classificar os pacientes da clínica médica e cirúrgica de acordo com

seu grau de dependência utilizando o instrumento de classificação de

Fugulin;

b) Identificar o perfil assistencial dos pacientes;

c) Verificar quais os tipos de cuidados necessários dos pacientes e a

quantidade de horas de assistência que eles necessitam;

d) Verificar se a quantidade de funcionários está adequada.

Hipótese: Acredita- se que o quantitativo de profissionais de

enfermagem não está adequado para atender a demanda da cliente existente

no hospital, desta forma utilizando o instrumento de classificação de pacientes

de Fugulin, pode- se dimensionar para adequar-se ao quantitativo necessário e

melhorar a qualidade da assistência.

3 LOCAL DE ESTUDO

3.1 História da Associação Hospitalar Santa Casa de Lins

A associação Hospitalar Santa Casa de Lins é composta por 109 leitos

ativos. Os setores da associação são: Pronto socorro, Ambulatório, Unidade de

terapia intensiva Adulta, Unidade de terapia intensiva Neonatal, Pediatria,

Clinica Médica, Maternidade, Centro Cirúrgico, Central de Material e

Esterilização, Administração, Faturamento, Farmácia, Almoxarifado, Nutrição,

Radiologia, Limpeza e Lavanderia, Recursos humanos, Controladoria,

Compras, Manutenção, Recepção, PABX, SAME, CCIH, SESMT, Assistente

Social, Humanização, Assistente da Diretoria e Departamento de Enfermagem.

A associação Hospitalar Santa Casa de Lins é composta por 273

funcionários. Em média, o pronto socorro atende 5,200 consultas por mês e

300 internações na clinica médica e cirúrgica.

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3.2 Clínica Médica e Cirúrgica

É uma unidade de internação para adultos e idosos. Em sua planta

física, é formada por 15 quartos (todas compostas por dois leitos), um posto de

enfermagem, um expurgo, uma sala de curativo que é usada para

procedimentos, uma sala de espera para acompanhantes, uma copa, um

banheiro para funcionários e um banheiro para visitantes.

A unidade funciona 24 horas, com horário de visita das 8:00 às 18:00

horas. A equipe multiprofissional é composta por enfermeiros, médicos,

fisioterapeutas, nutricionistas, assistente social e os profissionais técnicos. Há

também os estagiários de nível médio e superior, os quais estão presentes

normalmente de segunda a sexta - feira.

4 POPULAÇÃO AMOSTRAL

Na unidade, existem 30 leitos para internação adulta. Logo, foram

avaliados, leito a leito, todos os pacientes internados durante 30 dias corridos,

incluindo sábados, domingos e feriados. Foram realizadas 644 avaliações, no

período de 01 a 30 de julho de 2015.

5 COLETA DE DADOS

Para realizar a projeção do quadro de dimensionamento de pessoal de

enfermagem, foram seguidas as orientações para a elaboração e a

apresentação do cálculo proposto pela Resolução COFEN 293/ 2004.

Esta pesquisa demonstra:

a) Perfil dos pacientes internados na unidade de clínica médica e

cirúrgica.

b) Quantitativo e percentual de pacientes referente à faixa etária;

c) Média de pacientes e taxa de ocupação (%).

d) Classificação de Pacientes por grau de complexidade;

e) Percentual e média de pacientes conforme sua classificação de

cuidados;

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f) Dimensionamento de pessoal de Enfermagem conforme a Resolução

COFEN n°293/2004;

g) Distribuição de internação no setor de clinica médica e cirúrgica do

hospital Santa casa de Lins.

5.1 Análise de dados

Foram organizadas tabelas com o resultado das classificações dos

pacientes por dia. Os resultados foram analisados, discutidos e apresentados

em tabelas.

5.2 Aspectos éticos da pesquisa

Esta pesquisa foi baseada pela Resolução 466/2012, sendo aprovada no

Comitê de Ética, sob Protocolo Nº 032695/2015, em 24 de junho de 2015

(ANEXO F).

6 RESULTADOS

Foram coletados dados para classificar os pacientes de acordo com seu

grau de dependência da assistência de enfermagem. Essas informações

possibilitaram traçar o perfil dos pacientes e em relação a equipe obtivemos o

quantitativo de funcionários e horas totais de enfermagem. Através destes

resultados realizamos o cálculo do dimensionamento de pessoal de

enfermagem na clinica médica e cirúrgica da Santa Casa de Lins para avaliar o

quantitativo de profissionais no setor.

Tabela 1: Perfil dos pacientes internados na unidade de clínica médica e

cirúrgica.

Sexo Quantidade Percentual

F 58 42.65

M 78 57.35

TOTAL 136 100%

Fonte: Brandão, Hiibner, Oliveira, 2015.

A Tabela apresentada nos permite observar que dos 136 pacientes

internados referentes ao mês de julho de 2015, a maioria era do sexo

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masculino, apresentando 57,35 % da taxa de prevalência, enquanto o sexo

feminino apresentou 42.65 %.

A faixa etária pode ser observada na seguinte tabela:

Tabela 2: Quantitativo e percentual de pacientes referente à faixa etária.

Idade Quantidade Percentual

De 14 a 19 anos 04 2,95%

De 20 a 29 anos 06 4,41%

De 30 a 39 anos 15 11,02%

De 40 a 49 anos 14 10,30%

De 50 a 59 anos 26 19,11%

De 60 a 69 anos 34 25,00%

De 70 a 79 anos 16 11,77%

De 80 a 89 anos 19 13,97%

De 90 a 100 anos 2 1,47%

Total 136 100%

Fonte: Brandão, Hiibner, Oliveira, 2015.

A maioria dos pacientes internados na unidade de clínica médica e

cirúrgica encontrava-se na faixa etária dos 60 a 69 anos (25,00%). Nota-se que

há uma menor incidência de pacientes com idade acima de 90 a 100 anos,

totalizando 1,47%.

Tabela 3: Distribuição de internação no setor de clínica médica e cirúrgica do hospital Santa casa de Lins.

DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO 31 22,8 % DOENÇAS DO APARELHO RESPIRATÓRIO 21 15,4 % DOENÇAS DO APARELHO GENITURINARIO 18 13,2 % DOENÇAS NO APARELHO DIGESTIVO 14 10,3 DOENÇAS DO APARELHO CARDIOVASCULAR/CIRCULATÓRIO

14 10,3%

DOENÇA INFECCIOSA 1 0,8% LESÕES, TRAUMAS 23 16,9% NEOPLASIAS, HIPERPLASIAS 8 6,0% DOENÇAS OSTEOMUSCULAR 2 1,5% DOENÇAS DE PELE 4 2,9% 136 100%

Fonte: Brandão, Hiibner, Oliveira, 2015.

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Observa-se na tabela que as morbidades que causam mais internações

são as do sistema nervoso. Quanto ao menor quantitativo de doenças, pode-se

destacar que são as infecciosas.

6.1 Gerenciamento de leito

De acordo com as características em relação à permanência dos

pacientes na clínica, a taxa de ocupação da unidade e quantitativo de

pacientes estão apresentada na tabela 4.

Tabela 4: Média de pacientes e taxa de ocupação (%) do período de julho de

2015.

Clínicas Médica e Cirúrgica - Ocupação de Leitos

Média de Pacientes 21,5

Taxa de Ocupação (%) 71,5%

Fonte: Brandão, Hiibner, Oliveira, 2015.

A partir de dados relacionados aos números de pacientes internados no

período de julho de 2015, é possível observar que a média de internação por

dia é de 21 pacientes. A taxa de ocupação é de 71,5%.

6.2 Classificação dos pacientes de acordo com o grau de dependência

Foi possível identificar o grau de dependência dos pacientes por meio do

instrumento de Fugulin (ANEXO A). Através das avaliações no período da

coleta, observa-se o predomínio quanto ao grau de complexidade do cuidado.

A tabela seguinte mostra o quantitativo de pacientes referente ao grau

de complexidade, por dia de internação.

Tabela 5: Classificação de Pacientes por grau de complexidade, no período de

julho de 2015.

DATA MINIMO INTERMEDIARIO ALTA

DEPENDENCIA

SEMI-

INTENSIVO

INTENSIVO TOTAL

01.07 11 1 10 2 0 24

02.07 8 2 7 1 0 18

03.07 6 4 7 1 0 18

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04.07 11 6 9 1 0 27

05.07 12 6 9 1 0 28

06.07 9 4 7 0 0 20

08.07 3 3 10 0 0 16

09.07 3 6 9 0 0 18

10.07 8 6 7 0 0 21

11.07 2 12 7 2 0 23

12.07 5 11 9 0 0 25

13.07 1 13 9 2 0 25

14.07 1 14 7 3 0 25

15.07 1 15 9 2 0 27

16.07 0 12 11 5 0 28

17.07 0 12 12 2 0 26

18.07 0 13 10 3 0 26

19.07 1 4 15 2 0 22

20.07 0 13 11 1 0 25

21.07 0 10 12 1 0 23

22.07 2 10 7 2 0 21

23.07 6 6 3 3 0 18

24.07 5 3 8 1 0 17

25.07 7 6 5 0 0 18

26.07 11 3 7 0 0 21

27.07 13 3 6 1 0 23

28.08 7 2 5 3 0 17

29.07 8 5 6 2 1 22

30.07 8 5 6 2 1 22

Total 149 210 240 43 2 644

Fonte: Brandão, Hiibner, Oliveira, 2015.

No período de coleta, foram realizadas 644 avaliações. Como está

relatado na tabela 4, os cuidados com maior prevalência nas clínicas médica e

cirúrgica foram Cuidados de Alta Dependência, que serão considerados como

Cuidados Semi-intensivos, seguidos por Cuidados Intermediários .

Tabela 6: Percentual e média de pacientes conforme sua classificação de

cuidados, no período de julho de 2015, São Paulo.

Cuidados Média Percentual

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50

Intensivo 0,07 0,30% Semi- intensivo

Alta dependência 9,4 43,9

Intermediários 7,0 32,7 Mínimos 5,0 23,1

100% Fonte: Brandão, Hiibner, Oliveira, 2015.

A tabela nos permite destacar que a maioria dos pacientes classificados

na clínica médica e cirúrgica necessitavam de atendimento semi-intensivo, 43,9

%, seguidos por clientes intermediários com 32,7%, cuidados mínimos, 23,1%

e apenas 0,3 % cuidados intensivos.

6.3 Aplicação do cálculo de dimensionamento de pessoal de enfermagem

Tabela 7: Dimensionamento de pessoal de Enfermagem conforme a Resolução

COFEN n°293/2004, período de julho de 2015.

DIMENSIONAMENTO DO PESSOAL DE ENFERMAGEM

DIA PCM PCINT PCSI PCI C.H

PCM

C.H

PCINT

C.H

PCSI

C.H

PCI

THE T.P ENF TÉC

DE

ENF

01.07 11 1 12 0 41,8 5,6 112,8 0 160 36 15 21

02.07 8 2 8 0 30,4 11,2 75,2 0 116,80 26 11 15

03.07 6 4 8 0 22,8 22,4 75,2 0 120,40 27 11 16

04.07 11 6 10 0 41,8 33,6 94,0 0 169,40 38 12 26

05.07 12 6 10 0 45,6 33,6 94,0 0 173,2 39 13 26

06.07 9 4 7 0 34,2 22,4 65,8 0 122,4 27 9 18

07.07 7 2 8 0 26,6 11,2 75,2 0 113,00 25 10 15

08.07 3 3 10 0 11,4 16,8 94,0 0 122,20 27 11 16

09.07 3 6 9 0 11,4 36,6 84,6 0 132,6 30 13 17

10.07 8 6 7 0 30,4 36,6 65,8 0 130,8 30 10 20

11.07 2 12 9 0 7,6 67,2 89,1 0 163,9 37 16 21

12.07 5 11 9 0 19,0 61,6 89,1 0 169,1 38 16 22

13.07 1 13 11 0 3,8 72,8 108,9 0 185,5 41 17 24

14.07 1 14 10 0 3,8 78,4 99 0 181,2 41 17 24

15.07 1 15 11 0 3,8 84 103,4 0 191,2 43 14 29

16.07 0 12 16 0 0 67,2 150,4 0 217,6 49 21 28

17.07 0 12 14 0 0 67,2 131,6 0 198,8 44 18 26

18.07 0 13 13 0 0 72,8 122,2 0 195,0 44 18 26

19.07 1 4 17 0 3,8 22,4 159,8 0 186,0 42 18 24

20.07 0 13 12 0 3,8 72,8 112,8 0 185,6 42 14 28

21.07 0 10 10 0 3,8 56,0 122,2 0 178,2 40 17 23

22.07 2 10 9 0 7,6 56 84,6 0 148,2 33 11 22

23.07 6 6 6 0 22,8 33,6 56,4 0 112,8 25 10 15

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51

24.07 5 3 9 0 19,0 16,8 84,6 0 120,4 27 11 16

25.07 7 6 5 0 26,6 33,6 47,0 0 107,2 24 8 16

26.07 11 3 7 0 41,8 16,8 65,8 0 124,40 28 12 16

27.07 13 3 7 0 49,4 16,8 65,8 0 132,0 30 10 20

28.07 7 2 8 0 26,6 11,2 75,2 0 113,0 25 10 15

29.07 8 5 8 0 30,4 28 75,2 0 133,6 30 13 17

30.07 8 5 8 1 30,4 28 75,2 17,9 151,5 34 14 20

Fonte: Brandão, Hiibner, Oliveira, 2015.

PCM = Pacientes de Cuidados Mínimos

PCI = Pacientes de Cuidados Intermediários

PCSI = Pacientes de Cuidados Semi-intensivos

PCIt = Pacientes de Cuidados Intensivos

C.H.PCM = Carga Horária de Pacientes de Cuidados Mínimos

C.H.PCI = Carga Horária de Pacientes de Cuidados Intermediários

C.H.PCSM = Carga Horária de Pacientes de Cuidados Semi-intensivos

C.H.PCInt. = Carga Horária de Pacientes de Cuidados Intensivos

THE = Total de Horas de Enfermagem

T.P = Total de Profissionais de Enfermagem

Enf. = Quantidade de Enfermeiros

Téc. de enf. = Quantidade de Técnico de enfermagem

Os dados apresentados evidenciam o dimensionamento realizado

durante 30 dias no setor, o que permite observar que o quantitativo de pessoal

de enfermagem varia bastante, pois está de acordo com o tipo de assistência

que deverá ser prestada no dia e a demanda de pacientes. Para os pacientes

idosos, portadores de doenças crônicas e sem acompanhantes, foi acrescida

0,5 hora de enfermagem.

É possível destacar que no dia de maior demanda de cuidados 49

profissionais foram necessários, sendo 23 Enfermeiros e 26 Técnicos de

Enfermagem. Para o dia de menor demanda de cuidado, foram necessários 24

profissionais, sendo 8 enfermeiros e16 técnicos.

Para o dimensionamento de profissionais de enfermagem, foi utilizada a

Resolução COFEN nº293 /2004. O cálculo foi realizado da seguinte forma:

a) O Índice de Segurança Técnica (IST) conforme Resolução Cofen Nº

293/04, não poderá ser inferior a 15%. Portanto, este estudo utilizou

o IST de 15%;

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52

b) A KM (Constante Marinho) foi realizada através da seguinte fórmula:

𝐾𝑀 = 𝐷𝑆𝑥𝐼𝑆𝑇/𝐽𝑆𝑇. Sendo que DS= 7 dias IST= 1.15 JST= 36 H 𝐾𝑀 =

7𝑥1.15/36 𝐾𝑀 = 0,2236;

c) O Total de Horas de Enfermagem (THE) foi realizado com a seguinte

formula: 𝑻𝑯𝑬 = (𝑵º 𝑷𝑪𝑴𝒙𝟑, 𝟖) + (𝑵º 𝑷𝑪𝑰𝒙𝟓, 𝟔) + (𝑵º 𝑷𝑪𝑺𝑰𝒙𝟗, 𝟒) +

(𝑵º 𝑷𝑪𝑰𝒕𝒙𝟏𝟕, 𝟗). Para obtenção do total de horas de enfermagem, foi

calculado por meio do sistema de classificação de pacientes de

Fugulin. O cálculo do THE está descrito diariamente na tabela 5. No

período da coleta, aponta-se o THE médio das clínicas médica e

cirúrgica, sendo 151,86;

d) O QP (Quantitativo de pessoal) foi encontrado por meio da seguinte

fórmula 𝑄𝑃= THE x KM, descrita na Resolução COFEN nº293 /2004.

A fórmula foi utilizada para a realização do dimensionamento de

pessoal diariamente no período de julho de 2015.

Tabela 8: Quantidade de profissionais na clínica e a quantidade de

profissionais dimensionados, período de julho de 2015.

Profissional Quantidade atual de Profissionais Assistenciais

Quantidade necessária de Profissionais

Diferença

ENFERMEIRO 2 13 11 TECNICO DE ENFERMAGEM

29 21 8

Fonte: Brandão, Hiibner, Oliveira, 2015.

Considerando os dados apresentados, nota-se um déficit de 11

Enfermeiros. Em relação aos técnicos de enfermagem na unidade de

internação, há 8 funcionários acima do valor mínimo que o COFEN preconiza

para uma assistência com qualidade. É importante ressaltar que o déficit está

no quadro de profissionais de nível superior.

7 DISCUSSÃO

A faixa etária predominante nas clínicas médica e cirúrgica onde foi

realizada a coleta de dados foi de 60 a 69 anos, ou seja, a população idosa.

Dados evidenciam o grande crescimento da população idosa no mundo,

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53

processo que também tem ocorrido no Brasil. Segundo os dados do IBGE de

2015, o número da população brasileira é 205.000.000 de pessoas, desse

número, 13% são idosos, com tendência a haver um aumento desta

porcentagem no decorrer dos próximos anos. Contudo, o estudo de Maués et

al (2007), realiza uma pesquisa sobre epidemiologia de idosos em hospitais

públicos brasileiros, e constata que a faixa etária de maior prevalência em

clínicas são também idosos, de 65 a 74 anos de idade. E segundo Castro et al

(2013), que caracterizou o perfil das internações hospitalares de idosos das

Instituições Regionais de Saúde do Paraná, Brasil, de acordo com o

DATASUS, constatou a prevalência de internações de idosos, da faixa etária

de 60 a 69 anos de idade. No entanto podemos observar que a faixa etária de

maior prevalência é formada por pacientes idosos, devido a sua maior

suscetibilidade em adquirir doenças e por sofrerem de pelo menos uma doença

crônica.

Visto a prevalência da faixa etária de idosos nas unidades de internação,

e, o número de idosos no Brasil e no mundo aumenta cada vez mais, o ideal

seria investir mais nos projetos de atenção a Saúde do Idoso, aumentando o

foco na prevenção e promoção da saúde, investindo no processo de trabalho

das equipes, assim promove-se mais qualidade de vida para os idosos,

diminuindo o índice de internação e sobrecarga de trabalho aos hospitais.

As morbidades que acarretam mais internação são as doenças do

sistema nervoso, 22,8%, lesões e traumas, 16,9 %, doenças do aparelho

respiratório, 15,4 %, doenças no aparelho geniturinário, 13,2 %, doenças no

aparelho digestivo, 10,30 %, doenças no aparelho circulatório, 10,30 %,

neoplasias e hiperplasias, 6 %, doenças de pele, 2,9 %, doenças

osteomuscular, 1,5 %, doenças infecciosas, 0,7%. Dados diferentes foram

encontrados em uma pesquisa realizada no Hospital das Clinicas de Ribeirão

Preto da universidade de São Paulo, onde as doenças que mais acometeram

os pacientes de lá, foram às doenças infeciosas e parasitárias, 12,4 %,

(ROSSINI, 2007). Os diagnósticos médicos podem variar de acordo com o tipo

de clientela e a doença mais frequente na região. Por esse motivo, é de

extrema relevância identificar o tipo de perfil encontrado no setor para que o

dimensionamento de pessoal possa ser realizado de maneira eficaz.

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54

Na classificação de pacientes utilizando um instrumento de FUGULIN,

43,9% dos pacientes foram classificados como necessitando de cuidado semi-

intensivo, dados similares foram encontrados em uma pesquisa realizada no

hospital de Ceilândia (66,5 %), Silva (2014). O setor de clínica médica deveria

possuir uma clientela que necessitasse de cuidados mínimos e intermediários,

visto que os pacientes classificados como cuidados semi-intensivo necessitam

de cuidado individual, de acordo com o grau de dependência, por se tratar de

cuidados complexos. Por isso, é indicado que o paciente seja encaminhado

para uma unidade especializada com profissionais habilitados para que, dessa

forma, não sobrecarregue e não haja incidência elevada de internação na

clínica médica.

De acordo com o cálculo da resolução 293/2004, o quantitativo mínimo

de recursos humanos para a clínica médica e cirúrgica da Associação

Hospitalar Santa Casa de Lins seria de 13 enfermeiros e 21 técnicos. No

entanto, os recursos humanos atuais são 2 enfermeiros e 29 técnicos de

enfermagem. Portanto, este estudo nos permite afirmar que existe um déficit de

profissionais de enfermagem de nível superior.

O déficit de enfermeiro infelizmente é comum em diversos hospitais

brasileiros. De acordo com um estudo de Cucolo, Perroca, (2010) sobre o

Monitoramento de indicadores de desempenho relacionados ao tempo de

assistência da equipe de enfermagem, esse déficit pode comprometer o

enfermeiro a realizar a supervisão da sua equipe de enfermagem e avaliar

qualidade da assistência prestada aos clientes. Visto que o enfermeiro executa

competências que são privativas da classe, e técnicos acabam por muitas

vezes realizando essas atividades. Isso implica na segurança do paciente,

podendo também trazer problemas éticos-legais ao enfermeiro e a instituição.

O dimensionamento é a única ferramenta que nos dá respaldo legal ao

recursos humanos na contratação de profissionais para adequar ao quantitativo

descrito pelo Cofen.

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55

CONCLUSÃO

Este estudo avaliou o quantitativo de pessoal de enfermagem do setor

de clínica médica e cirúrgica,por meio da utilização de um instrumento para

avaliar o grau de dependência, foi realizado o dimensionamento no setor.

As politicas em saúde afirmam que o atendimento deve ser humanizado.

Por essa razão, o dimensionamento de pessoal de enfermagem é de extrema

importância, pois o quantitativo de profissionais suficiente garante uma

assistência com qualidade.

Existem muitas dificuldades na área gerencial de recursos humanos,

porém deve-se atentar à demanda do setor e observar se os quantitativos de

profissionais estão de acordo, para que não haja sobrecarga da equipe de

enfermagem.

Este estudo permitiu a aproximação sobre o funcionamento da parte

gerencial do setor, de acordo com a resolução do COFEN 293/2004. Foi

identificado um déficit de profissionais enfermeiros, diferentemente dos

técnicos e auxiliares de enfermagem, em que foi possível destacar um saldo

positivo. No entanto, deve-se destacar que o enfermeiro é responsável pela

supervisão da equipe de enfermagem e algumas atividades são exercidas

apenas por esse profissional.

Os enfermeiros atuantes no setor sofrem em consequência desse déficit,

pois há uma sobrecarga de trabalho, o que dificulta a realização das atividades,

sejam elas gerenciais ou assistenciais.

Por meio da análise dos dados, este estudo demostra a necessidade de

adequação do quantitativo mínimo necessário para realizar uma assistência de

acordo com a demanda de pacientes do setor.

O Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem ainda é um assunto

pouco estudado e não é executado da maneira que deveria ser. O que pode-se

concluir também é a necessidade dos futuros enfermeiros entenderem a sua

importância e se aprofundarem no assunto, sendo que esta é uma atividade

privativa do enfermeiro, fazendo com que a implementação do

dimensionamento nas instituições de saúde aconteça de forma efetiva.

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56

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Por meio desta pesquisa, realizamos o dimensionamento do pessoal de

enfermagem de acordo com a Resolução nº 293/2004 e destacamos um déficit

de profissionais de nível superior no setor das clínicas médica e cirúrgica. É

importante atentar-se a esse quantitativo, pois algumas atividades são

exclusivamente realizadas pelo enfermeiro, tais como supervisionar o

profissional técnico de enfermagem. Com o quantitativo ideal é possível ter

uma assistência mais humanizada e integral sem que haja sobrecarga de

trabalho para a equipe.

O administrador deve estar aberto à novas propostas, pois com a

contratação de novos profissionais há diminuição do absenteísmo, menor

tempo de internação, diminuição dos riscos aos pacientes devido à internação

e diminuição das falhas assistenciais. Cabe ao enfermeiro dimensionar sua

equipe e planejar ações em conjunto com os profissionais de enfermagem

visando à qualidade da assistência.

A realização do Dimensionamento afeta a equipe positivamente, pois os

funcionários estarão motivados e abertos para novas ideias, buscando sempre

o bem estar do paciente.

Este estudo enfatiza a importância da contratação de profissionais e a

utilização de um instrumento para avaliar diariamente o tipo dos pacientes de

acordo com o tipo de cuidado que deverá ser prestado, para que, dessa forma,

o hospital se enquadre nos parâmetros exigidos pelo COFEN e para que a

assistência prestada seja de qualidade e humanizada.

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57

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ANEXOS

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ANEXO A- SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DE FUGULIN

Figura 1: Sistema de Classificação de Paciente de FUGULIN.

FONTE: FUGULIN,F.M.T.,GAIDZINSK, R.R, KURCGANT, P. 2005.

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65

ANEXO-B LEI N 7.498/86, DE 25 DE JUNHO DE 1986

Dispõe sobre a regulamentação do exercício da Enfermagem e dá outras

providências.

O presidente da República.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º – É livre o exercício da Enfermagem em todo o território nacional,

observadas as disposições desta Lei.

Art. 2º – A Enfermagem e suas atividades Auxiliares somente podem ser

exercidas por pessoas legalmente habilitadas e inscritas no Conselho Regional

de Enfermagem com jurisdição na área onde ocorre o exercício.

Parágrafo único. A Enfermagem é exercida privativamente pelo Enfermeiro,

pelo Técnico de Enfermagem, pelo Auxiliar de Enfermagem e pela Parteira,

respeitados os respectivos graus de habilitação.

Art. 3º – O planejamento e a programação das instituições e serviços de saúde

incluem planejamento e programação de Enfermagem.

Art. 4º – A programação de Enfermagem inclui a prescrição da assistência de

Enfermagem.

Art. 5º – (vetado)

§ 1º (vetado)

§ 2º (vetado)

Art. 6º – São enfermeiros:

I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por instituição de ensino, nos

termos da lei;

II – o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica,

conferidos nos termos da lei;

III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou

certificado de Enfermeira Obstétrica

ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as

leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou

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revalidado no Brasil como diploma de Enfermeiro, de Enfermeira Obstétrica ou

de Obstetriz;

IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiverem título de

Enfermeiro conforme o disposto na alínea “”d”” do Art. 3º do Decreto nº 50.387,

de 28 de março de 1961.

Art. 7º – São técnicos de Enfermagem:

I – o titular do diploma ou do certificado de Técnico de Enfermagem, expedido

de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente;

II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou

curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou

revalidado no Brasil como diploma de Técnico de Enfermagem.

Art. 8º – São Auxiliares de Enfermagem:

I – o titular do certificado de Auxiliar de Enfermagem conferido por instituição

de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão competente;

II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de junho de 1956;

III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o inciso III do Art. 2º da

Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº

4.024, de 20 de dezembro de 1961;

IV – o titular de certificado de Enfermeiro Prático ou Prático de Enfermagem,

expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e

Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de

Saúde nas Unidades da Federação, nos termos do Decreto lei nº 23.774, de 22

de janeiro de 1934, do

Decreto lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, e da Lei nº 3.640, de 10 de

outubro de 1959;

V – o pessoal enquadrado como Auxiliar de Enfermagem, nos termos do

Decreto lei nº 299, de 28 de fevereiro de 1967;

VI – o titular do diploma ou certificado conferido por escola ou curso

estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de

intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como certificado de Auxiliar de

Enfermagem.

Art. 9º – São Parteiras:

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I – a titular de certificado previsto no Art. 1º do Decreto lei nº 8.778, de 22 de

janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de

1959;

II – a titular do diploma ou certificado de Parteira, ou equivalente, conferido por

escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de

intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, até 2 (dois) anos após a

publicação desta Lei, como certificado de Parteira.

Art. 10 – (vetado)

Art. 11. O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendolhe:

I – privativamente:

a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da

instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de

enfermagem;

b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades

técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;

c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos

serviços da assistência de enfermagem;

d) (VETADO);

e) (VETADO);

f) (VETADO);

g) (VETADO);

h) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem;

i) consulta de enfermagem;

j) prescrição da assistência de enfermagem;

l) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;

m) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam

conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;

II – como integrante da equipe de saúde:

a) participação no planejamento, execução e avaliação da programação de

saúde;

b) participação na elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais

de saúde;

c) prescrição de medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública

e em rotina aprovada pela instituição de saúde;

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d) participação em projetos de construção ou reforma de unidades de

internação;

e) prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar e de doenças

transmissíveis em geral;

f) prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à

clientela durante a assistência de enfermagem;

g) assistência de enfermagem à gestante, parturiente e puérpera;

h) acompanhamento da evolução e do trabalho de parto;

i) execução do parto sem distocia;

j) educação visando à melhoria de saúde da população.

Parágrafo único. As profissionais referidas no inciso II do art. 6º desta lei

incumbe, ainda:

a) assistência à parturiente e ao parto normal;

b) identificação das distocias obstétricas e tomada de providências até a

chegada do médico;

c) realização de episiotomia e episiorrafia e aplicação de anestesia local,

quando necessária.

Art. 12 – O Técnico de Enfermagem exerce atividade de nível médio,

envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de Enfermagem em

grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de Enfermagem,

cabendo-lhe especialmente:

§ 1º Participar da programação da assistência de Enfermagem;

§ 2º Executar ações assistenciais de Enfermagem, exceto as privativas do

Enfermeiro, observado o disposto no

Parágrafo único do Art. 11 desta Lei;

§ 3º Participar da orientação e supervisão do trabalho de Enfermagem em grau

auxiliar;

§ 4º Participar da equipe de saúde.

Art. 13 – O Auxiliar de Enfermagem exerce atividades de nível médio, de

natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de Enfermagem sob

supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em

processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:

§ 1º Observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;

§ 2º Executar ações de tratamento simples;

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§ 3º Prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;

§ 4º Participar da equipe de saúde.

Art. 14 – (vetado)

Art. 15 – As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta Lei, quando exercidas

em instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde,

somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de

Enfermeiro.

Art. 16 – (vetado)

Art. 17 – (vetado)

Art. 18 – (vetado)

Parágrafo único. (vetado)

Art. 19 – (vetado)

Art. 20 – Os órgãos de pessoal da administração pública direta e indireta,

federal, estadual, municipal, do Distrito Federal e dos Territórios observarão, no

provimento de cargos e funções e na contratação de pessoal de Enfermagem,

de todos os graus, os preceitos desta Lei.

Parágrafo único – Os órgãos a que se refere este artigo promoverão as

medidas necessárias à harmonização das situações já existentes com as

disposições desta Lei, respeitados os direitos adquiridos quanto a vencimentos

e salários.

Art. 21 – (vetado)

Art. 22 – (vetado)

Art. 23 – O pessoal que se encontra executando tarefas de Enfermagem, em

virtude de carência de recursos humanos de nível médio nesta área, sem

possuir formação específica regulada em lei, será autorizado, pelo Conselho

Federal de Enfermagem, a exercer atividades elementares de Enfermagem,

observado o disposto no Art. 15 desta Lei.

Parágrafo único – A autorização referida neste artigo, que obedecerá aos

critérios baixados pelo Conselho Federal de Enfermagem, somente poderá ser

concedida durante o prazo de 10 (dez) anos, a contar da promulgação desta

Lei.

Art. 24 – (vetado)

Parágrafo único – (vetado)

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Art. 25 – O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de 120 (cento e

vinte) dias a contar da data de sua publicação.

Art. 26 – Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 27 – Revogam-se (vetado) as demais disposições em contrário.

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ANEXO-C RESOLUÇÃO COFEN358/ 2009

Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a

implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou

privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras

providências.

Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a

implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou

privados, em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem, e dá outras

providências. O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no uso de suas

atribuições legais que lhe são conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de

1973, e pelo Regimento da Autarquia, aprovado pela Resolução COFEN nº

242, de 31 de agosto de 2000;

CONSIDERANDO o art. 5º, Inciso XIII, e o art. 196 da Constituição da

República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988;

CONSIDERANDO a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto nº

94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta;

CONSIDERANDO os princípios fundamentais e as normas do Código de Ética

dos Profissionais de Enfermagem, aprovado pela Resolução COFEN nº 311,

de 08 de fevereiro de 2007;

CONSIDERANDO a evolução dos conceitos de Consulta de Enfermagem e de

Sistematização da Assistência de Enfermagem; CONSIDERANDO que a

Sistematização da Assistência de Enfermagem organiza o trabalho profissional

quanto ao método, pessoal e instrumentos, tornando possível a

operacionalização do processo de Enfermagem;

CONSIDERANDO que o processo de Enfermagem é um instrumento

metodológico que orienta o cuidado profissional de Enfermagem e a

documentação da prática profissional;

CONSIDERANDO que a operacionalização e documentação do Processo de

Enfermagem evidencia a contribuição da Enfermagem na atenção à saúde da

população, aumentando a visibilidade e o reconhecimento profissional;

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CONSIDERANDO resultados de trabalho conjunto havido entre representantes

do COFEN e da Subcomissão da Sistematização da Prática de Enfermagem e

Diretoria da Associação Brasileira de Enfermagem, Gestão 20072010;

e CONSIDERANDO tudo o mais que consta nos autos do Processo nº

134/2009;

RESOLVE:

Art. 1º O Processo de Enfermagem deve ser realizado, de modo deliberado e

sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o

cuidado profissional de Enfermagem.

§ 1º – os ambientes de que trata o caput deste artigo referem-se

a instituições prestadoras de serviços de internação hospitalar, instituições

prestadoras de serviços ambulatoriais de saúde, domicílios, escolas,

associações comunitárias, fábricas, entre outros.

§ 2º – quando realizado em instituições prestadoras de serviços ambulatoriais

de saúde, domicílios, escolas, associações comunitárias, entre outros, o

Processo de Saúde de Enfermagem corresponde ao usualmente denominado

nesses ambientes como Consulta de Enfermagem. Art. 2º O Processo de

Enfermagem organiza-seem cinco etapas inter-relacionadas, interdependentes

e recorrentes:

I – Coleta de dados de Enfermagem (ou Histórico de Enfermagem) – processo

deliberado, sistemático e contínuo, realizado com o auxílio de métodos e

técnicas variadas, que tem por finalidade a obtenção de informações sobre a

pessoa, família ou coletividade humana e sobre suas respostas em um dado

momento do processo saúde e doença.

II – Diagnóstico de Enfermagem – processo de interpretação e agrupamento

dos dados coletados na primeira etapa, que culmina com a tomada de decisão

sobre os conceitos diagnósticos de enfermagem que representam, com mais

exatidão, as respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado

momento do processo saúde e doença; e que constituem a base para a

seleção das ações ou intervenções com as quais se objetiva alcançar os

resultados esperados.

III – Planejamento de Enfermagem – determinação dos resultados que se

espera alcançar; e das ações ou intervenções de enfermagem que serão

realizadas face às respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um

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dado momento do processo saúde e doença, identificadas na etapa de

Diagnóstico de Enfermagem.

IV – Implementação – realização das ações ou intervenções determinadas na

etapa de Planejamento de Enfermagem.

V – Avaliação de Enfermagem – processo deliberado, sistemático e contínuo

de verificação de mudanças nas respostas da pessoa, família ou coletividade

humana em um dado momento do processo saúde doença, para determinar se

as ações ou intervenções de enfermagem alcançaram o resultado esperado; e

de verificação da necessidade de mudanças ou adaptações nas etapas do

Processo de Enfermagem.

Art. 3º O Processo de Enfermagem deve estar baseado num suporte teórico

que oriente a coleta de dados, o estabelecimento de diagnósticos de

enfermagem e o planejamento das ações ou intervenções de enfermagem;

eque forneça a base para a avaliação dos resultados de enfermagem

alcançados.

Art. 4º Ao enfermeiro, observadas as disposições da Lei nº 7.498, de 25 de

junho de 1986 e do Decreto nº94. 406, de 08 de junho de 1987, que a

regulamenta, incumbe a liderança na execução e avaliação do Processo de

Enfermagem, de modo a alcançar os resultados de enfermagem esperados,

cabendo-lhe, privativamente, o diagnóstico de enfermagem acerca das

respostas da pessoa, família ou coletividade humana em um dado momento do

processo saúde e doença, bem como a prescrição das ações ou intervenções

de enfermagem a serem realizadas, face a essas respostas.

Art. 5º O Técnico de Enfermagem e o Auxiliar de Enfermagem, em

conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e do

Decreto 94.406, de 08 de junho de 1987, que a regulamenta, participam da

execução do Processo de Enfermagem, naquilo que lhes couber, sob a

supervisão e orientação do Enfermeiro.

Art. 6º A execução do Processo de Enfermagem deve ser registrada

formalmente, envolvendo:

a) um resumo dos dados coletados sobre a pessoa, família ou coletividade

humana em um dado momento do processo saúde e doença;

b) os diagnósticos de enfermagem acerca das respostas da pessoa, família ou

coletividade humana em um dado momento do processo saúde e doença;

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c) as ações ou intervenções de enfermagem realizadas face aos diagnósticos

de enfermagem identificados;

d) os resultados alcançados como consequência das ações ou intervenções de

enfermagem realizadas.

Art. 7º Compete ao Conselho Federal de Enfermagem e aos Conselhos

Regionais de Enfermagem, no ato que lhes couber, promover as condições,

entre as quais, firmar convênios ou estabelecer parcerias, para o cumprimento

desta Resolução.

Art. 8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se

as disposições contrárias, em especial, a Resolução COFEN nº 272/2002.

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ANEXO-D RESOLUÇÃO COFEN Nº 189/96

Normatiza em âmbito Nacional a obrigatoriedade de haver Enfermeiro em

todas as unidades de serviço onde são desenvolvidas ações de Enfermagem

durante todo o período de funcionamento da instituição de saúde

O Conselho Federal de Enfermagem, no uso da competência que lhe confere o

Art.8º, inciso IV e XIII, da Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, tendo em vista o

disposto no

Art. 16, incisos XI e XIII e Art. 28, inciso II de seu Regimento, e cumprindo

deliberação do Plenário em sua 241ª Reunião Ordinária, bem como o que mais

consta do PADCOFEN51/94;

Considerando inexistir matéria regulamentando a relação profissionais/leitos;

Considerando haver vacância na lei sobre a matéria;

Considerando os Seminários Nacionais e Oficinas de Trabalhos coordenados e

organizados pelo Sistema COFEN/CORENs, contando com segmentos

representativos da Enfermagem;

Considerando que o caráter disciplinador e fiscalizador dos Conselhos de

Enfermagem sobre o exercício das atividades nos Serviços de Enfermagem do

país, aplica-se também, aos quantitativos de profissionais de Enfermagem, por

leito, nas instituições de saúde;

Considerando que, para garantir a segurança e a qualidade da assistência ao

cliente, o quadro de profissionais de Enfermagem, pela continuidade

ininterrupta, e a diversidade de atuação depende, para seu dimensionamento,

de parâmetros específicos;

Considerando os avanços tecnológicos e a complexidade dos cuidados ao

cliente, quanto às necessidades físicas, psicossomáticas, terapêuticas,

ambientais e de reabilitação;

Considerando que compete ao Enfermeiro estabelecer o quadro quantitativo de

profissionais, necessário para a prestação da Assistência de Enfermagem,

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Resolve:

Art. 1º As instituições de saúde do país deverão levar em conta, para o

quantitativo mínimo dos diferentes níveis de formação dos profissionais de

Enfermagem, o estabelecido na presente Resolução.

Art. 2º O dimensionamento do quadro de profissionais de Enfermagem deverá

basear-se em características relativas.

I à instituição/empresa: missão; porte; estrutura organizacional e física;

Tipos de serviços e/ou programas; tecnologia e complexidade dos serviços

e/ou programas; política de pessoal, de recursos materiais e financeiros;

atribuições e competências dos integrantes dos diferentes serviços e/ou

programas; indicadores hospitalares do Ministério da Saúde.

II ao serviço de Enfermagem: fundamentação legal do exercício profissional,

(Lei nº 7.498/86; Decreto nº 94.406/87);

Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e as Resoluções COFEN e

Decisões dos CORENs.

Técnico Administrativa:

• Dinâmica das Unidades nos diferentes turnos.

• Modelo Gerencial.

• Modelo Assistencial.

• Métodos de Trabalho.

• Jornada de Trabalho.

• Carga Horária Semanal.

• Níveis de Formação dos Profissionais.

• Padrões de Desempenho dos Profissionais.

Índice de Segurança Técnica (IST) não inferior a 30%.

Índice da proporção de profissionais de Enfermagem de nível superior e de

nível médio.

Indicadores de avaliação da qualidade da assistência, com vista à adequação

quanti/qualitativa do quadro de profissionais de Enfermagem.

III A clientela:Sistema de Classificação de Pacientes (SCP);

Realidade sociocultural e econômica.

Art. 3º O referencial mínimo para o quadro de profissionais de Enfermagem,

incluindo todos os Elementos que compõem a equipe, referido no Art. 2º da Lei

nº 7.498/86, para as 24 horas de cada Unidade de Serviço, considerou o

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sistema de classificação de pacientes (SCP), as horas de assistência de

Enfermagem, os turnos e a proporção funcionário/leito.

Art. 4º Para efeito de cálculo, devem ser consideradas como horas de

Enfermagem, por leito, nas 24 horas:

3,0 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência mínima ou autocuidado:

4,9 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência intermediária;

8,5 horas de Enfermagem , por cliente, na assistência semiintensiva;

15,4 horas de Enfermagem, por cliente na assistência intensiva.

§ 1º Tais quantitativos devem adequar-se aos elementos contidos no Art. 2º

desta Resolução.

§ 2º O quantitativo de profissionais estabelecido deverá ser acrescido do Índice

de Segurança Técnica (IST) não inferior a 30% do total.

§ 3º Para áreas, como Centro Cirúrgico ou outras, onde as horas de

assistência de Enfermagem não são calculadas por leito, o dimensionamento

será objeto de Resolução complementar.

§ 4º O quantitativo de Enfermeiros para o exercício de atividades gerenciais,

educação continuada e missões permanentes, deverá ser dimensionado de

acordo com a estrutura da organização/empresa.

§ 5º Para efeito de cálculo deverá ser observada a cláusula contratual quanto à

carga horária.

Art. 5º A distribuição percentual, do total de profissionais de Enfermagem,

deverá observar as seguintes proporções, observando o Sistema de

Classificação de Pacientes (SCP):

1 Para assistência mínima e intermediária, 27% de Enfermeiros (mínimo de

seis) e73% de Técnicos e Auxiliares de Enfermagem.

2 Para assistência semi-intensiva, 40% de Enfermeiros e 60% de Técnicos e

Auxiliares de Enfermagem.

3.Para assistência intensiva, 55,6% de Enfermeiros e 44,4% de Técnicos de

Enfermagem.

Art. 6º Cabe aos Enfermeiros, classificar os clientes para fins de assistência de

Enfermagem, segundo o SCP (Sistema de Classificação de Pacientes): mínima

ou autocuidado, intermediária, semi-intensiva e intensiva.

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Art. 7º O Atendente de Enfermagem não foi incluído na presente Resolução,

por executar atividades elementares de Enfermagem não ligadas à assistência

direta a paciente, conforme disposto da Resolução COFEN nº 186/95.

Art. 8º O disposto nesta Resolução aplica-se a todas as instituições de saúde.

Art. 9º Estes parâmetros aplicam-se no que couber a outras instituições.

Art. 10 As expressões e cálculos estão explicitados nos anexos que

acompanham a presente Resolução.

Art. 11 Apresente Resolução entrará em vigor na data de sua publicação.

Art. 12 Ficam revogadas as disposições em contrário

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ANEXO- E RESOLUÇÃO COFEN - Nº 293/2004

Fixa e Estabelece Parâmetros para o Dimensionamento do Quadro de

Profissionais de Enfermagem nas Unidades Assistenciais das Instituições de

Saúde e Assemelhados. O Conselho Federal de Enfermagem - COFEN, no uso

de suas atribuições legais e regimentais;

CONSIDERANDO o artigo 8º, incisos IV, V e XIII; artigo 15, inciso II, III, IV, VIII

e XIV, da Lei nº 5.905/73;

CONSIDERANDO a Resolução COFEN nº 242/2000, que aprova o Regimento

interno da Autarquia, o disposto nos seus artigos 10, inciso I, alínea a, artigo13,

incisos IV, V, XI, XIII e XVIII, e cumprindo deliberação do Plenário em sua 322ª

Reunião Ordinária;

CONSIDERANDO inexistir matéria regulamentando as unidades de medida e a

relação de horas de enfermagem por leito ocupado, para estabelecer o quadro

de profissionais de enfermagem;

CONSIDERANDO haver vacância na lei sobre a matéria;

CONSIDERANDO a necessidade requerida pelos gerentes e pela comunidade

de Enfermagem, da revisão dos parâmetros assistenciais em uso nas

instituições, face aos avanços verificados em vários níveis de complexidade do

sistema de saúde e às atuais necessidades assistenciais da população;

CONSIDERANDO a necessidade imediata, apontada pelos gestores e

gerentes das instituições de saúde, do estabelecimento de parâmetros como

instrumento de planejamento, controle, regulação e avaliação da assistência

prestada;

CONSIDERANDO a necessidade de flexibilizar nas instituições de saúde

públicas e privadas do país, a aplicação de parâmetros que possibilitem os

ajustes necessários, derivados da diferença do perfil epidemiológico e

financeiro;

CONSIDERANDO a ampla discussão sobre o estabelecimento de parâmetros

de cobertura assistencial no âmbito da enfermagem, que possibilitou a

participação efetiva da comunidade técnico-científica, das entidades de classe,

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dos profissionais de saúde, dos gerentes das instituições de saúde, na sua

formulação, através da Consulta Pública COFEN nº 01/2003, e a deliberação

do Plenário do Conselho Federal de Enfermagem;

CONSIDERANDO que o caráter disciplinador e fiscalizador dos Conselhos de

Enfermagem sobre o exercício das atividades nos Serviços de Enfermagem do

país aplica-se também, aos quantitativos de profissionais de Enfermagem nas

instituições de saúde;

CONSIDERANDO que, para garantir a segurança e a qualidade da assistência

ao cliente, o quadro de profissionais de Enfermagem, pela continuidade

ininterrupta e a diversidade de atuação depende, para seu dimensionamento,

de parâmetros específicos;

CONSIDERANDO os avanços tecnológicos e a complexidade dos cuidados ao

cliente, quanto às necessidades físicas, psicossomáticas, terapêuticas,

ambientais e de reabilitação;

CONSIDERANDO que compete ao Enfermeiro estabelecer o quadro

quantiqualitativo de profissionais, necessário para a prestação da Assistência

de Enfermagem,

RESOLVE:

Art. 1º - Estabelecer, na forma desta Resolução e de seus anexos I, II, III e IV,

os parâmetros para dimensionar o quantitativo mínimo dos diferentes níveis de

formação dos profissionais de Enfermagem para a cobertura assistencial nas

instituições de saúde.

§ 1º - Os referidos parâmetros representam normas técnicas mínimas,

constituindo-se em referências para orientar os gestores e gerentes das

instituições de saúde no planejamento, programação e priorização das ações

de saúde a serem desenvolvidas;

§ 2º - Esses parâmetros podem sofrer adequações regionais e/ou locais de

acordo com realidades epidemiológicas e financeiras, desde que devidamente

justificados e aprovados pelos respectivos Conselhos Regionais de

Enfermagem e, posteriormente, referendados pelo COFEN.

Art. 2º - O dimensionamento e a adequação quantiqualitativa do quadro de

profissionais de Enfermagem devem basear-se em características relativas:

I - à instituição/empresa: missão; porte; estrutura organizacional e física; tipos

de serviços e/ou programas; tecnologia e complexidade dos serviços e/ou

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programas; política de pessoal, de recursos materiais e financeiros; atribuições

e competências dos integrantes dos diferentes serviços e/ou programas e

indicadores hospitalares do Ministério da Saúde.

II - ao serviço de Enfermagem: - Fundamentação legal do exercício

profissional (Lei nº 7.498/86 e Decreto nº 94.406/87); - Código de Ética dos

Profissionais de Enfermagem, Resoluções COFEN e Decisões dos CORENs; -

Aspectos técnicos administrativos: dinâmica de funcionamento das unidades

nos diferentes turnos; modelo gerencial; modelo assistencial; métodos de

trabalho; jornada de trabalho; carga horária semanal; padrões de desempenho

dos profissionais; índice de segurança técnica (IST); taxa de absenteísmo (TA)

e taxa ausência de benefícios (TB) da unidade assistencial; proporção de

profissionais de Enfermagem de nível superior e de nível médio, e indicadores

de avaliação da qualidade da assistência.

III - à clientela: sistema de classificação de pacientes (SCP), realidade

sociocultural e econômica.

Art. 3º - O referencial mínimo para o quadro de profissionais de Enfermagem,

incluindo todos os elementos que compõem a equipe, referido no Art. 2º da Lei

nº 7.498/86, para as 24 horas de cada Unidade de Internação, considera o

SCP, as horas de assistência de Enfermagem, os turnos e a proporção

funcionário/leito.

Art. 4º - Para efeito de cálculo devem ser consideradas como horas de

Enfermagem, por leito, nas 24 horas:

- 3,8 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência mínima ou autocuidado;

- 5,6 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência intermediária;

- 9,4 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência semi-intensiva;

- 17,9 horas de Enfermagem, por cliente, na assistência intensiva.

§ 1º - Tais quantitativos devem adequar-se aos elementos contidos no Art. 2º

desta Resolução.

§ 2º - O quantitativo de profissionais estabelecido deverá ser acrescido de um

índice de segurança técnica (IST) não inferior a 15% do total.

§ 3º - Para o serviço em que a referência não pode ser associada ao leito-dia, a

unidade de medida será o sítio funcional, com um significado tridimensional:

atividade(s), local ou área operacional e o período de tempo ( 4, 5 ou 6 horas ).

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§ 4º - Para efeito de cálculo deverá ser observada a cláusula contratual quanto

à carga horária.

§ 5º - Para unidades especializadas como psiquiatria e oncologia, deve-se

classificar o cliente tomando como base as características assistenciais

específicas, adaptando-as ao SCP.

§ 6º - O cliente especial ou da área psiquiátrica, com intercorrência clínica ou

cirúrgica associada, deve ser classificado um nível acima no SCP, iniciando-se

com cuidados intermediários.

§ 7º - Para berçário e unidade de internação em pediatria, caso não tenha

acompanhante, a criança menor de seis anos e o recém-nascido devem ser

classificados com necessidades de cuidados intermediários.

§ 8o - O cliente com demanda de cuidados intensivos deverá ser assistido em

unidade com infraestrutura adequada e especializada para este fim.

§ 9º - Ao cliente crônico com idade superior a 60 anos, sem acompanhante,

classificado pelo SCP com demanda de assistência intermediária ou semi-

intensiva deverá ser acrescido de 0,5 às horas de Enfermagem especificadas

no Art.4º.

Art. 5º - A distribuição percentual do total de profissionais de Enfermagem deve

observar as seguintes proporções e o SCP:

1 - Para assistência mínima e intermediária: de 33 a 37% são Enfermeiros

(mínimo de seis) e os demais, Auxiliares e/ ou Técnicos de Enfermagem;

2 - Para assistência semi-intensiva: de 42 a 46% são Enfermeiros e os demais,

Técnicos e Auxiliares de Enfermagem;

3 - Para assistência intensiva: de 52 a 56% são Enfermeiros e os demais,

Técnicos de Enfermagem.

Parágrafo único - A distribuição de profissionais por categoria deverá seguir o

grupo de pacientes de maior prevalência.

Art. 6º - Cabe ao Enfermeiro o registro diário da(s):- ausências ao serviço de

profissionais de enfermagem; presença de crianças menores de 06 (seis) anos

e de clientes crônicos, com mais de 60 (sessenta) anos, sem acompanhantes;

e classificação dos clientes segundo o SCP, para subsidiar a composição do

quadro de enfermagem para as unidades assistenciais.

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Art. 7º - Deve ser garantida a autonomia do enfermeiro nas unidades

assistenciais, para dimensionar e gerenciar o quadro de profissionais de

enfermagem.

§ 1º - O responsável técnico de enfermagem da instituição de saúde deve

gerenciar os indicadores de performance do pessoal de enfermagem.

§ 2º - Os indicadores de performance devem ter como base a infraestrutura

institucional e os dados nacionais e internacionais obtidos por

“benchmarking”.

§ 3º - Os índices máximo e mínimo de performance devem ser de domínio

público.

Art. 8º - O responsável técnico de enfermagem deve dispor de 3 a 5% do

quadro geral de profissionais de enfermagem para cobertura de situações

relacionadas à rotatividade de pessoal e participação de programas de

educação continuada.

Parágrafo único - O quantitativo de Enfermeiros para o exercício de atividades

gerenciais, educação continuada e comissões permanentes, deverá ser

dimensionado de acordo com a estrutura da organização/empresa.

Art. 9º – O quadro de profissionais de enfermagem da unidade de internação

composto por 60% ou mais de pessoas com idade superior a 50 (cinqüenta)

anos, deve ser acrescido de 10% ao IST.

Art. 10 - O Atendente de Enfermagem não foi incluído na presente Resolução,

por executar atividades elementares de Enfermagem não ligadas à assistência

direta ao paciente, conforme disposto na Resolução COFEN nº 186/1995.

Art. 11 - O disposto nesta Resolução aplica-se a todas as instituições de saúde

e, no que couber, às outras instituições.

Art. 12 - Esta Resolução entra em vigor após sua publicação, revogando as

disposições em contrário, em especial a Resolução 189 de 25 de março de

1996.

Anexos:

Anexo I

Anexo II

Anexo III

Anexo IV

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ANEXO F – Aprovação pelo Comitê de Ética Plataforma Brasil

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