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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxillium Curso de Administração Priscila Eliza Ventura Motta Rosilene Amélia Soares de Andrade Silvia Leonel Leite Tatiane de Carvalho Berti LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS: UM ESTUDO DE CASO DO BIODIESEL NA EMPRESA BRACOL HOLDING LINS - SP LINS – SP 2008

UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano ... · A minha razão de viver, ... pois com o aumento da concorrência é preciso produzir a quantidade certa para ... uma

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  • UNISALESIANO

    Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxillium

    Curso de Administrao

    Priscila Eliza Ventura Motta

    Rosilene Amlia Soares de Andrade

    Silvia Leonel Leite

    Tatiane de Carvalho Berti

    LOGSTICA DE SUPRIMENTOS: UM ESTUDO DE CASO DO BIODIESEL NA

    EMPRESA BRACOL HOLDING

    LINS - SP

    LINS SP

    2008

  • PRISCILA ELIZA VENTURA MOTTA

    ROSILENE AMLIA SOARES DE ANDRADE

    SILVIA LEONEL LEITE

    TATIANE DE CARVALHO BERTI

    LOGSTICA DE SUPRIMENTOS

    Trabalho de concluso de Curso apresentado Banca Examinadora do Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium, curso de Administrao sob a orientao da Prof. M.Sc. Mris de Cssia Ribeiro e orientao tcnica da Prof. Esp. Ana Beatriz Lima.

    LINS SP

    2008

  • Motta, Priscila Eliza Ventura; Andrade, Rosilene Amlia Soares; Leite, Silvia Leonel; Berti, Tatiane de Carvalho.

    Logstica de suprimentos: Um estudo de caso do biodiesel na Empresa Brsbiodiesel LTDA / Priscila Eliza Ventura Motta; Rosilene Amlia Soares de Andrade; Silvia Leonel Leite; Tatiane de Carvalho Berti. Lins, 2008

    89p. ll. 31cm.

    Monografia apresentada ao Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium UNISALESIANO, Lins-SP, para graduao em Administrao, 2008

    Orientadores: Mris de Cssia Ribeiro; Ana Beatriz Lima

    1. Logstica de Suprimentos. 2. Processo Produtivo. 3. Biodiesel I Ttulo.

    M875I

  • PRISCILA ELIZA VENTURA MOTTA

    ROSILENE AMLIA SOARES DE ANDRADE

    SILVIA LEONEL LEITE

    TATIANE DE CARVALHO BERTI

    LOGSTICA DE SUPRIMENTOS

    Monografia apresentada ao Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium,

    para obteno do ttulo de Bacharel em Administrao.

    Aprovada em: __/__/__

    Banca Examinadora:

    Prof. Orientadora: Mris de Cssia Ribeiro

    Titulao: Mestre em Administrao pela Universidade Metodista de Piracicaba

    - UNIMEP

    Assinatura: ________________________________

    1 Prof.(a):______________________________________________________

    Titulao:_______________________________________________________

    _______________________________________________________________

    Assinatura: ________________________________

    2 Prof.(a):______________________________________________________

    Titulao:_______________________________________________________

    _______________________________________________________________

    Assinatura: ________________________________

  • ACREDITE

    Voc precisa ter sonhos, para que possa se levantar, todas as vezes que cair.

    Acreditar que a toda hora,

    acontecer coisas boas e mudar o rumo da sua vida.

    Voc precisa ter sonhos grandes e pequenos, os pequenos, so as felicidades mais rpidas, os grandes, lhe daro

    fora para suportar o fracasso dos sonhos pequenos.

    Voc tem que regar os teus sonhos todos os dias, assim como se

    rega uma planta para que cresa...

    Voc precisa dizer sempre a voc mesmo: -Vou conseguir! -vou superar! -vou chegar ao meu sonho!

    Fazendo isso, voc estar cultivando sua luz, a luz de sempre ter

    esperanas, que nunca poder se apagar,

    pois ela a imagem que voc pode passar para as outras pessoas,

    e atravs dessa luz que todos vo lhe admirar, acreditar em voc e te seguir.

    Mire na Lua, pois se voc no puder atingi-la, com certeza ir conhecer

    grandes estrelas... ou quem sabe, poder ser uma delas!

    Vilma Galvo

  • AGRADECIMENTOS

    No final desta jornada no podemos deixar de expressar os nossos sinceros agradecimentos s pessoas que, diretamente ou indiretamente, contriburam

    para a concretizao do nosso trabalho. A EMPRESA...

    Pela confiana e a oportunidade de todos aqueles que acreditaram em nosso trabalho, e que no mediram esforos para contribuir na realizao deste sonho, em especial, ao Sr. Rogrio Barros (segmento Biodiesel), o qual abriu as portas com gentileza e dedicao. AO UNISALESIANO...

    Pela acolhida fraterna, por nos ensinar alm de conhecimentos tcnicos, os valores fundamentais que fazem de ns honestos cidados e profissionais comprometidos com a tica e a verdade, acreditando em um futuro melhor. AOS MESTRES...

    Pelos conhecimentos oferecidos, que ultrapassaram a dimenso tcnica, moldando-nos como profissionais capacitados e pessoas melhores. Alm de professores se tornaram amigos.

    AS NOSSAS ORIENTADORAS MRIS E ANA BEATRIZ...

    Pela disposio oferecida, o tempo dedicado e, principalmente, por acreditar em nosso potencial e incentivar o nosso trabalho, orientando-nos, e conduzindo-nos. AO NOSSO AMIGO JAIRO... Dizem que amigos de verdade se contam nos dedos, e voc com

  • certeza um deles. Obrigada por nos orientar e apoiar em todos os momentos possveis, compartilhar seus conhecimentos para realizao do nosso trabalho. Que Deus o Abenoe! AO Sr. TONINHO...

    Por nos acompanhar nos momentos de alegria e dificuldade. Por nos incentivar e aconselhar. O nosso carinho, admirao e respeito.

    Muito obrigada

  • A DEUS... A minha razo de viver, o meu porto seguro, o meu bem mais precioso. Em todos os momentos, em cada detalhe da minha vida ele se faz presente. Tudo que eu fizer pra ti Senhor ainda ser pouco, para agradecer tudo que o Senhor j fez e faz por mim. A MEUS PAIS...

    Eles que foram a minha fora para hoje chegar at aqui, no mediram esforos em me ajudar, sempre me apoiando, adiando seus sonhos para que eu pudesse realizar o meu. So meus exemplos de vida, de fora, luta, coragem. As palavras so poucas para expressar o grande amor que sinto por vocs. Obrigado por existir na minha vida, sem vocs nada eu nada seria.

    A MEUS IRMOS... Fbio, Leonardo, Marcelo, estes que acompanharam minha caminhada,

    agradeo pela pacincia, compreenso. Por serem to especiais e fazer parte da minha vida. AOS MEUS AMIGOS(a)...

    A meus amigos (a), que estiveram do meu lado torcendo e orando por mim. Pelo carinho, fora e alegria que vocs sempre me trouxeram. Em especial ao Jairo, pela fora, incentivo, por me mostrar o valor de uma amizade, te admiro muito. Obrigada por tudo, que Deus os abenoe!

    AS MINHAS AMIGAS DE MONOGRAFIA... Rosilene, Silvia e Tatiane, compartilhar esse trabalho, esses

    momentos com vocs foi uma grande alegria, juntas aprendemos nos preocupamos, choramos, sorrimos. E hoje podemos dizer que valeu a pena todo nosso esforo, as nossas lgrimas, e sorrisos. Sentirei muita saudade...

    EU AMO VOCS...

    Priscila Eliza Ventura Motta

  • A DEUS... Pois sem ele nada seria possvel, e no estaramos aqui reunidos,

    desfrutando destes momentos que nos so to importantes. A MINHA FAMILIA...

    Meus pais Jos Soares e Alzira e meus irmos Rone, Ronair e Romrio, pelo esforo, dedicao e compreenso em todos os momentos desta e de outras caminhadas, pois, mesmo estando longe, alm de terem me proporcionado fora durante todo o curso, compartilharam comigo os momentos de tristezas e tambm de alegrias, nesta etapa em que, com a graa de Deus est sendo vencida. AO MEU ESPOSO ALEXANDRE...

    Este que sempre me deu apoio para a realizao deste sonho, e por estar presente em todos os momentos, com incentivo, contribuio e amor. AS MINHAS AMIGAS DE MONOGRAFIA...

    Priscila, Silvia e Tati, que se esforaram bastante para a realizao

    deste trabalho, sem elas eu no teria conseguido.

    Rosilene Amlia Soares de Andrade

  • A DEUS... Por me conceder o dom da vida, e viver em um mundo de encantos e conhecer pessoas maravilhosas. Por sempre estar presente em todos os momentos, iluminando o meu caminho. A MINHA ME GERCINA... A minha razo de ser e existir, meu exemplo de mulher, guerreira, batalhadora, determinada. Tudo que fao pensando em te fazer feliz, obrigada por sempre me apoiar.sei que em tudo estar sempre do meu lado. Mamy TE AMO. AOS MEUS IRMOS... Joo, Juarez, Jairo, Jarbas, Junio Csar, Sueli, Simone, Sandra e Silmara, vocs so peas fundamentais para esta minha conquista. AOS MEUS SOBRINHOS... Andr, Andressa, Gabriel, Mariana, Bruna, Igor, Matheus, Jose Vitor, Leonardo, Beatriz, Sara, Sabrina, Joyce, Ariany, Ana Clara, Guilherme e Eduarda, vocs so minhas jias raras. AO MEU NAMORADO RODOLFO... Quero compartilhar este momento com voc, que esteve toda essa etapa do meu lado, que continuar sempre assim me incentivando, apoiando e me orientando. Voc sempre ser muito especial para mim. EU TE AMO AOS MEUS AMIGOS... Que d alguma forma contriburam para realizao deste sonho, em especial a Andressa que a grande responsvel por eu decidir por essa carreira e no me arrependo nenhum pouco. AS MINHAS AMIGAS DE MONOGRAFIA Sei que foi uma tarefa difcil, mas com a beno de Deus conseguimos realizar este sonho em comum. Muitas lembranas ficaram em minha memria e acredito que a saudade vai ser maior ainda.

    Silvia Leonel Leite

  • A DEUS...

    Meu porto seguro, que concedeu a beno to esperada para a realizao de um sonho. A MINHA ME...

    Amor incondicional, que durante tantos obstculos que atravessamos, sempre esteve ao meu lado, me dando apoio, confiana e esperana.

    AO MEU PAI...

    Sei que se importa muito com minha felicidade e torceu muito para a realizao do meu sonho. AOS MEUS AMIGOS (a)...

    Em especial Flvia, Llian, Fernanda, Carol, que rezaram por mim e estiveram presentes na minha vida durante todos esses anos. Agradeo pelas palavras de carinho. Amo muito vocs. A MINHA AV...

    S Deus sabe o tanto que daria a sua vida por ns e a felicidade que agora est com essa conquista.

    Tatiane de Carvalho Berti

  • RESUMO

    O cenrio organizacional exige que cada empresa tenha um sistema logstico integrado, pois com o aumento da concorrncia preciso produzir a quantidade certa para atender a demanda e diminuir a complexidade da cadeia de suprimentos, uma vez que a logstica de suprimentos ainda a uma boa administrao capaz de otimizar os recursos disponveis, minimizar os custos e alavancar a vantagem competitiva. No entanto, para promover a melhoria continua, fundamental ter uma logstica de suprimentos competitiva e criar elos para encontrar alternativas que promovam progressos constantes, evitando grandes transtornos. Atento aos inmeros benefcios que matrizes energticas alternativas podem trazer para o cenrio econmico social e ambiental a empresa Brasbiodiesel do grupo Bertin, foi criada, visando o bem-estar social, a gerao de emprego e renda com a reduo de emisso de poluentes e ganhos em crdito de carbono. A Brasbiodiesel possui uma logstica de suprimentos qualificada, como um fator diferenciado, ressaltando um fluxo efetivo ou informaes e uma estrita conformidade com as necessidades dos clientes, uma vez que todo o processo produtivo do Biodiesel contnuo, seguido de normas regidas pela ANP. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de verificar se a logstica de suprimentos interfere no processo produtivo bem como na distribuio do Biodiesel. Aps a pesquisa foi constatado que a logstica de suprimentos fundamental para garantir as exigncias da cadeia de suprimentos, a qualidade do produto, satisfazer as necessidades dos clientes proporcionando vantagem competitiva, gerando crescimento econmico e sustentvel, pois suas atividades envolvem todas as reas da organizao.

    Palavras-Chaves: Logstica de Suprimentos. Processo Produtivo. Biodiesel

  • ABSTRACT

    The international organization requires that each company has an integrated logistic system, because with the increase of the competition is needed to produce certain quantity to meet demand and reduce the complexity of the supply chain; because the logistics of supplies combined with a good administration is able to optimize available resources, minimize costs and increases the competitive advantage. However, to promote the improvement, it is and create links to found alternatives. That promote constant progress, evaluating mayor trouble. In sight of the many benefits that alternative energy can bring to the economic, social and in environmental, the company from Bertins Group was biodiesel established, aiming at social welfare, the generation of employment and income with the reduction of emission of pollutants and gains in carbon credit. The biodisel has a logistics supplies qualified as a differently, tractor, enphasizing a flow of information and strict compliance with customer requirements. Since the entire process of production of biodisel is continuous, it is followed by rules established by ANP. The work was carried out to verify that the logistics of supplies interferes in the production process as well as the biodisel distribution. After the research was done it was noted that the logistic of supplies is fundamental to guarantee needs of the product, and meet the needs of the clients giving competitive advantages. Generating sustainable economic growth and because their activities involve all areas of the organization.

    Key words: Supplies Distribution. Production Process. Biodisel

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Logotipo Brasbiodiesel .................................................................... 22

    Figura 2: Responsabilidade Social ................................................................. 32

    Figura 3: Responsabilidade Social ................................................................. 33

    Figura 4: Gesto Ambiental............................................................................ 34

    Figura 5: Administrao de Materiais e Recursos Patrimoniais ..................... 37

    Figura 6: Logstica e gerenciamento da cadeia.............................................. 39

    Figura 7: Administrao de Recursos Materiais e Patrimoniais ..................... 40

    Figura 8: Logstica e gerenciamento da cadeia.............................................. 41

    Figura 9: Administrao de Materiais e Recursos Patrimoniais ..................... 42

    Figura 10: Logstica: armazenagem, distribuio, marketing ......................... 43

    Figura 11: Gerenciamento da cadeia de suprimentos.................................... 45

    Figura 12: Logstica e gerenciamento da cadeia............................................ 46

    Figura 13: Gerenciamento da cadeia de suprimentos.................................... 48

    Figura 14: Logotipo Biodiesel ......................................................................... 51

    Figura 15: Logotipo Biodiesel ......................................................................... 53

    Figura 16: Processo de produo do biodiesel .............................................. 55

    Figura 17: Selo combustvel social................................................................. 56

    Figura 18: Etapas do processo Produtivo ...................................................... 62

    Figura 19: Etapas do processo Produtivo ...................................................... 62

    Figura 20: Tanques de estocagens................................................................ 64

    Figura 21: Tubulaes do Processo Produtivo............................................... 65

    Figura 22: Tubulaes do Processo Produtivo............................................... 66

    Figura 23: Posto de Carregamento Brasbiodiesel.......................................... 70

    Figura 24: Carregamento TOP caminho bi-trem .......................................... 70

    Figura 25: Caminho Bi-trem utilizado para o transporte do biodiesel ........... 71

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ANP - Agncia Nacional do Petrleo

  • CIF - Cost, Insurance and Freight

    EDI - Eletronic Data Interchange

    FOB - Free on Board

    PCH - Pequena Central Hidreltrica

    CREBIM - Centro de Reabilitao Eduardo Bicalho Magalhes

    UNESP - Universidade Estadual Paulista

    PCP - Planejamento e Controle de Produo

    TI - Tecnologia da Informao

  • SUMRIO

    INTRODUO ................................................................................................ 17

    CAPITULO I - BERTIN HOLDING DE CAPITAL 100% NACIONAL........... 19

    1 O GRUPO BERTIN........................................................................ 19

    1.1 Evoluo Histrica ......................................................................... 19

    1.2 Brasbiodiesel.................................................................................. 22

    1.3 Misso do Grupo Bertin ................................................................. 23

    1.4 Viso .............................................................................................. 23

    1.5 Verticalizao das Atividades......................................................... 23

    1.5.1 Diviso de Alimentos...................................................................... 24

    1.5.2 Diviso Agropecuria COMAPI ................................................... 25

    1.5.3 Diviso Higiene e Limpeza............................................................. 25

    1.5.4 Diviso de Cosmticos................................................................... 26

    1.5.5 Diviso Higiene Industrial............................................................... 26

    1.5.6 Diviso Bertin Produtos para animais Dog Toy........................... 26

    1.5.7 Diviso Couros Bracol................................................................. 27

    1.5.8 Diviso Equipamentos de Proteo Individual Bracol ................. 27

    1.5.9 Biodiesel ........................................................................................ 28

    1.6 Marca ............................................................................................. 28

    1.7 Qualidade....................................................................................... 29

    1.8 Transporte...................................................................................... 30

    1.9 Exportao..................................................................................... 30

    1.10 Concorrentes.................................................................................. 31

    1.11 Responsabilidade Social ................................................................ 31

    1.12 Gesto Ambiental........................................................................... 33

    1.13 Qualidade Bertin ............................................................................ 35

  • CAPTULO II - LOGSTICA DE SUPRIMENTOS NA ERA DO BIODIESEL ..

    36

    2 LOGSTICA.................................................................................... 36

    2.1 Origem ........................................................................................... 36

    2.2 Conceito......................................................................................... 37

    2.3 Evoluo da Logstica .................................................................... 38

    2.4 Logstica Integrada contribuindo na coordenao da cadeia de

    suprimentos....................................................................................

    38

    2.5 Gesto da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management).. 39

    2.5.1 A importncia dos fluxos da cadeia de suprimentos ...................... 42

    2.5.2 Estratgia competitiva da cadeia de suprimentos.......................... 44

    2.5.3 O Impacto do custo total logstico nas decises da cadeia de

    suprimentos....................................................................................

    45

    2.5.4 Os canais de distribuio auxiliando no atendimento da cadeia

    de suprimentos...............................................................................

    46

    2.5.5 Tecnologia da informao na cadeia de suprimentos .................... 48

    2.6 Logstica Reversa .......................................................................... 49

    2.7 Biodiesel ........................................................................................ 51

    2.7.1 Conceito......................................................................................... 51

    2.7.2 Evoluo histrica do biodiesel ...................................................... 51

    2.7.3 Diversidade de matria - prima ...................................................... 53

    2.7.4 Processo produtivo do biodiesel .................................................... 54

    2.7.5 Desenvolvimento Sustentvel ........................................................ 55

    2.7.6 Incluso Social ............................................................................... 56

    2.8 A Logstica de Suprimentos e o Biodiesel...................................... 57

    CAPTULO III - O DESENVOLVIMENTO DA LOGSTICA DE

    SUPRIMENTOS NA BRASBIODIESEL GRUPO BERTIN ..........................

    58

    3 INTRODUO............................................................................... 58

    3.1 Relato e discusso sobre o processo produtivo e distribuio do

    biodiesel na empresa Brasbiodiesel...............................................

    59

  • 3.1.1 Atuao da TI no Processo Produtivo do Biodiesel ....................... 59

    3.1.1.1 1 Etapa Recebimento do sebo ................................................... 59

    3.1.1.2 2 Etapa Deacidificao............................................................... 59

    3.1.1.3 3 Etapa Transesterificao ........................................................ 60

    3.1.1.4 4 Etapa Decantao .................................................................. 60

    3.1.1.5 5 Etapa Purificao.................................................................... 60

    3.1.1.6 6 Etapa - Lavagem e Centrifugao ............................................. 61

    3.1.1.2 Ingredientes bsicos ...................................................................... 61

    3.1.1.3 Etapas do processo produtivo........................................................ 61

    3.1.1.4 O processo produtivo do biodiesel ................................................. 63

    3.1.2 Cadeia de Suprimentos do Biodiesel Grupo Bertin..................... 63

    3.1.2.1 Armazenagem e Estoque............................................................... 64

    3.1.3 Logstica de Suprimentos............................................................... 66

    3.1.3.1 Fluxo logstico da cadeia de suprimentos ...................................... 67

    3.1.3.2 Otimizao de Recursos ................................................................ 67

    3.1.4 Clientes Biodiesel........................................................................ 67

    3.1.4.1 Clientes Co-produtos ..................................................................... 68

    3.1.5 Localizao estratgica.................................................................. 69

    3.1.6 Distribuio .................................................................................... 69

    3.1.6.1 Transporte...................................................................................... 69

    3.1.6.1.1 Reduo de custos ........................................................................ 71

    3.1.7 Viso do Futuro.............................................................................. 71

    3.1.8 Novos Projetos para a Brasbiodiesel ............................................. 72

    3.2 Parecer Final do Caso Brasbiodiesel ............................................. 72

    PROPOSTA DE INTERVENO ................................................................... 74

    CONCLUSO ................................................................................................ 75 REFERNCIAS ............................................................................................. 76 APNDICES ................................................................................................... 78

  • 17

    INTRODUO

    A necessidade por melhorias na qualidade de vida e a preservao do

    meio ambiente, trouxeram para o mundo contemporneo a obrigao de pases

    buscarem alternativas que visa no apenas a sobrevivncia, mas tambm o

    desenvolvimento econmico da organizao.

    Diante disso, as indstrias precisam tomar atitudes que ajudem na

    reduo da poluio terrestre, causando menos impacto ambiental. Novas

    fontes de energia renovveis surgiram, onde se pode destacar o uso do

    biodiesel, o combustvel mais biodegradvel em relao aos provenientes do

    petrleo, criado com o objetivo de substituir o diesel.

    A vantagem no processo do biodiesel, que pode ser produzido atravs

    de diversos tipos de matria-prima; basta ser oriunda de leo vegetal ou

    gordura animal. Esta variedade de recursos naturais possibilita e proporciona

    uma opo correta para a produo sem comprometer sua escassez.

    O processo produtivo do biodiesel, por meio de programas

    governamentais, como Programa Nacional de Produo e Uso de biodiesel

    (PNPB), dentre eles o selo combustvel social, permite a incluso social e a

    permanncia da famlia no campo, desenvolvendo a cultura familiar e o

    desenvolvimento sustentvel.

    As organizaes tm considerado a necessidade de administrar

    constantemente de maneira sistematizada, pois a complexidade no processo

    de aquisio e risco na cadeia de suprimentos pode comprometer pontos

    estratgicos da empresa, tanto a cadeia produtiva, quanto os nveis de servios

    prestados.

    O sistema logstico contnuo, e toda a organizao precisa visar

    maneira de trazer vantagem competitiva e sustentvel, atravs do desempenho

    de seus processos. A logstica de suprimentos exige um fluxo efetivo de

    informaes e uma estrita conformao com as necessidades dos clientes,

    alm disso, responsvel pelo planejamento, implementao e controle da

    movimentao fsica de matrias-primas, materiais e informaes, alavancando

    o crescimento da empresa.

    A dimenso estratgica da organizao est inteiramente ligada s

  • 18

    funes logsticas, visto como indispensvel conciliao entre as

    exigncias da demanda e as restries impostas pela oferta e pela cadeia de

    abastecimento. A chave para alcanar a excelncia logstica denominar a arte de combinar competncia com expectativas e necessidades bsicas dos clientes. Esse compromisso com o cliente a base para a formulao de uma estratgia logstica. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 26)

    Os desafios dos governos e de empresas, em definir os melhores plos

    e meios logsticos para a produo e distribuio do biodiesel, assim como a

    Brasbiodiesel, surgiu a seguinte questo: at que ponto a logstica de

    suprimentos pode interferir na produo e distribuio do biodiesel?

    Diante da situao descrita, surgiu o seguinte pressuposto terico: a

    logstica de suprimentos aliada a uma boa administrao capaz de otimizar

    os recursos disponveis e minimizar os custos e alavancar a vantagem

    competitiva da empresa.

    Com o objetivo de verificar se a Logstica de Suprimentos interfere no

    processo produtivo e distribuio do biodiesel e responder a pergunta

    problema, foi realizada uma pesquisa na Brasbiodiesel, que pertence ao Grupo

    Bertin, onde a empresa em estudo est localizada na cidade de Lins.

    Para a realizao da pesquisa utilizou-se dos mtodos: estudo de caso,

    observao sistemtica e histrica da empresa, que esto descritos no captulo

    III.

    O trabalho est assim estruturado:

    O captulo I aborda sobre a evoluo histrica do Grupo Bertin.

    O captulo II discorre sobre a fundamentao terica, no tocante

    logstica de suprimentos na era do biodiesel.

    O captulo III demonstra a pesquisa realizada referente o

    desenvolvimento da logstica de suprimentos na Brasbiodiesel.

    Por fim so apresentadas, a proposta de interveno e a concluso.

  • 19

    CAPTULO I

    BERTIN HOLDING DE CAPITAL 100% NACIONAL

    1 O GRUPO BERTIN Com 30 anos de mercado, o Grupo Bertin uma Holding de capital

    100% nacional, que atua nos segmentos de agroindstria, infra-estrutura e

    energia. Sediado em Lins, estado de So Paulo, possui 30 unidades produtivas

    distribudas pelo Brasil, onde operam 30 mil colaboradores. A corporao

    atende o mercado interno e mais de 80 pases nos 5 continentes.

    Na agroindstria, o Grupo Bertin apostou no aproveitamento total da

    cadeia bovina. Seguindo a estratgia de verticalizao, a empresa mantm um

    conglomerado industrial focado em nove divises de negcios: agropecuria,

    alimentos, couros, equipamentos de proteo individual, higiene e beleza,

    produtos Pet e sistemas de higienizao. Em infra-estrutura, a companhia est

    estabelecida nas reas de construo civil e concesses de rodovias e

    saneamento bsico. J no segmento de energia, atua com pequenas centrais

    hidreltricas e usina de biodiesel e lcool, contando ainda com Resort.

    1.1 Evoluo Histrica

    Desde a colonizao, o gado sempre esteve presente na economia do

    Brasil. Trazidos da frica e ndia pelos primeiros imigrantes portugueses, ainda

    no sculo XVI, o boi j foi moeda de troca, ajudou a preparar a terra para o

    cultivo e transportar mercadorias. Mas sua verdadeira utilidade s foi

    consolidada em 1950, quando a populao migrava do campo para as cidades,

    aumentando a procura por alimentos, em especial a carne bovina.

    Para atender esta demanda, os produtores e as indstrias investiram em

    alta tecnologia, tornando a pecuria nacional uma das mais representativas do

  • 20

    mundo. Hoje possui o maior rebanho comercial do planeta, e ocupa o topo do

    ranking de exportao da carne bovina.

    neste cenrio que remonta a histria de uma empresa que nasceu

    genuinamente brasileira, arrojada e determinada a investir em marcas fortes

    que revelam o enorme potencial do pas, o Grupo Bertin.

    Fundado por Henrique Bertin, filho de imigrantes italianos que se

    instalaram na regio noroeste de So Paulo para o cultivo do caf, a

    corporao comeou tmida, mas confiante de seu destino.

    Com viso empreendedora, competncia e total dedicao, Henrique comeou

    comprar bois para frigorficos e a negociar peles. Em 1975, iniciou-se a

    construo da primeira unidade do frigorfico Bertin, na cidade de Lins. Em 25

    de abril de 1977, Henrique Bertin e seus irmos, Natalino, Reinaldo, Joo,

    Fernando e Silmar, colocaram em operao a unidade de Lins, contando com

    70 funcionrios que levavam o dia inteiro para abater mais de 12000 cabeas

    por dia.

    Naquela poca, as instalaes eram formadas por uma estrutura

    modesta, tendo apenas charque, carne seca salgada e desidratada, peas

    inteiras do dianteiro e traseiro eram comercializadas. Porm, conforme a

    urbanizao avanava, era preciso mais investimentos para atender este novo

    cliente que estava por vir.

    Entre as dcadas de 80 e 90 houve uma grande evoluo do campo por

    meio do melhoramento gentico, at as indstrias frigorficas. Aps dois anos

    de operao, a companhia teve sua primeira complicao com a incluso de

    uma sala de desossa. Comeava ento, a distribuio de cortes de carne

    instaladas separadamente, antes mesmo de esta prtica tornar-se uma

    exigncia sanitria.

    Em 1980, implantou-se ainda um entreposto em Barueri SP, que

    funcionava como fracionador de cargas das carretas frigorficas da frota

    prpria, alm de ser o terminal de vendas aos distribuidores de toda a grande

    So Paulo.

    Em 1981, ocorreu a fase mais difcil da empresa, quando faleceu por

    acidente de avio, Henrique Bertin, fundador do grupo. A partir desta

  • 21

    fatalidade, os irmos uniram-se ainda mais, evidenciando o trabalho em equipe

    e colocando em prtica os ideais de Henrique Bertin.

    No caminho contrrio da maioria de seus concorrentes que atuavam no

    perodo, o Grupo Bertin partiu rumo ao mercado externo. Em 1983, os produtos

    Bertin ultrapassaram horizontes, com exportao do primeiro lote in natura para

    a Europa. Mas a empresa queria ir alm, agregar mais valor a sua

    especialidade, a carne bovina. Para isso, em 1990, comeou a apostar em

    carne industrializada, ingressando na produo de enlatados, em cortes

    cozidos e congelados, concorrendo com gigantes nacionais e internacionais. A

    primeira remessa de carne cozida, de duas mil toneladas, foi embarcada para a

    Itlia em 1992.

    Com mais este investimento, aliado ao compromisso com a qualidade e

    o cumprimento dos prazos, o Bertin alcanou rapidamente nmeros ainda mais

    audaciosos no mercado global e foi o primeiro a consolidar a marca nos pontos

    de venda no territrio europeu, o que o tornou um dos maiores exportadores de

    carne do Brasil.

    Devido o ritmo de aceitao dos produtos, j concretizados em grande

    escala, tanto no mercado interno quanto no externo, o Grupo Bertin precisou

    expandir suas operaes, at ento centralizada em uma nica unidade fabril.

    No ano 1993, uma nova indstria localizada em Ituitaba, Minas Gerais, foi

    incorporada ao Grupo. Aps trs anos, um terminal de contineres prprio

    tambm era implementado na matriz, em Lins, para auxiliar na logstica e,

    consequentemente, proporcionar mais agilidade nas entregas.

    Em 2000 houve mais um marco tecnolgico em busca pelo

    aprimoramento de suas atividades. A empresa inaugurou uma das unidades

    frigorficas mais modernas do pas, com abate dirio de 1500 cabeas, em

    Mozarlndia, Gois, que hoje uma das principais unidades responsvel para

    abastecer o mercado externo.

    Para fazer com que os produtos ganhassem novos destinos a cada dia,

    o Bertin vem investindo, desde 2006, no Uruguai, atravs de um frigorfico

    local. Mas foi no ano de 2008, quando a empresa completou 30 anos que ela

    deu mais um importante passo rumo ao crescimento, momento em que foi

    projetada uma planta em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, considerada a

  • 22

    maior da Amrica Latina, com capacidade de abate para at mil cabeas por

    dia.

    1.2 Brasbiodiesel

    Atento aos inmeros benefcios que matrizes energticas podem trazer

    para o cenrio econmico, social e ambiental, o Grupo Bertin iniciou a

    construo de uma usina de biodiesel, utilizando como matria - prima principal

    o sebo bovino.

    Em 21 de agosto de 2007, o Grupo Bertin, holding que atua nos

    segmentos de agroindstria, infra-estrutura e energia, inicia as operaes da

    primeira usina. Localizada no KM 179 da Rodovia BR 153, em Lins, interior de

    So Paulo, a planta tem a maior capacidade instalada do mundo para a

    fabricao do biocombustvel.

    Com investimento total de 42 milhes, a unidade comporta um

    processamento anual de 110 milhes de litros de biodiesel, produzido dentro

    dos padres de qualidade que atende as exigncias nacionais e internacionais.

    Projetada pela Dedini, sob licenciamento da Desmett Ballestra, a usina

    tambm est preparada para operar com leos vegetais. Embora o foco esteja

    no sebo, pela tradio da companhia na verticalizao da cadeia bovina, no

    se descarta o uso de outras matrias - primas.

    A inteno do Grupo Bertin gerar mais de 200 empregos diretos e

    indiretos, tornando-se hoje o maior empregador da regio de Lins, com 11 mil

    funcionrios diretos.

    Fonte: Grupo Bertin, Marketing, 2008 Figura 1: Logotipo Brasbiodiesel

  • 23

    1.3 Misso do Grupo Bertin

    O grupo Bertin considera a qualidade como fator de sucesso,

    comprometendo-se em manter o sistema de gesto da qualidade, visando uma

    posio de liderana nos mercados em que atua, conduzindo suas atividades

    de tal forma a atender ou superar as expectativas de seus clientes, investindo

    continuamente no desenvolvimento de seus colaboradores, incorporando

    novas tecnologias, buscando a melhoria contnua de seus processos atravs

    de prticas seguras, proporcionando retorno compatvel ao capital investido e

    preservando o meio ambiente.

    Sua misso agregar valor, fomentar desenvolvimento e fortalecer a

    relao com os diversos pblicos clientes, fornecedores, parceiros,

    investidores, imprensa, rgos pblicos, colaboradores e comunidade.

    1.4 Viso

    Produzir e comercializar com a melhor relao custo/benefcio do

    mercado nacional, firmando tambm o compromisso com a segurana e

    integridade fsica de todos aqueles que depositam na marca sua confiana.

    Todos os setores do Bertin compartilham uma viso comum no que se referem

    aos investimentos contnuos em qualidade, tecnologia, pesquisas, capacitao

    das equipes de trabalho, logstica, processos de gesto, estratgia

    mercadolgica, aes sociais e ambientais nas localidades onde o Grupo est

    inserido.

    1.5 Verticalizao das Atividades

    A verticalizao iniciou se em 1981, quatro anos aps o comeo das

    atividades do Bertin, quando o grupo ingressou no ramo de beneficiamento de

  • 24

    couro. Na agroindstria, apostou no aproveitamento total da cadeia bovina. A

    empresa mantm um conglomerado industrial focando em nove divises de

    negcios: Agropecuria, Alimentos, Biodiesel, Cosmticos, Couros, Produtos

    Pet, Equipamentos de Proteo Individual, Higiene e Limpeza e Higienizao

    Industrial. J no segmento de infra - estrutura, a companhia est estabelecida

    nas reas de construo civil, saneamento bsico, energia, transporte e um

    Resort. Com a prtica da ao global na pecuria, o Grupo Bertin traz

    otimizao e qualidade aos processos e produtos, atuando desde a cria, recria

    e engorda de bovinos, implementando pesquisas de melhorias genticas e de

    transferncias de embries, passando pelo abate, desossa e industrializao

    da carne. A Empresa tem buscado incorporar novos processos de

    aproveitamento da matria - prima original e de agregao de valor.

    1.5.1 Diviso de Alimentos

    O sucesso da diviso de alimentos deve-se ao conhecimento de toda a

    cadeia de agronegcio da pecuria, da gentica ao varejo, com viso

    globalizada de atuao, gesto e excelncia tecnolgica em produtos,

    processos e marketing voltado ao mercado global, mantendo atendimento

    personalizado aos clientes.

    Ressalta-se que da fabricao distribuio, tudo controlado para que

    haja o mximo de higiene, preciso e qualidade nos processos.

    H quase 30 anos, o Grupo Bertin investe no desenvolvimento de

    marcas lderes, aproveitando comprometimento e melhores solues no

    mercado.

    Atualmente, seis plantas industriais de frigorficos formam a diviso

    alimentos das indstrias Bertin, as quais se localizam em reas estratgias

    para melhor aproveitamento da matria - prima nos estados: So Paulo (Lins),

    Mato Grosso (Navira), Minas Gerais (Ituitaba), Gois (Mozarlndia), Par

    (Marab) e o mais recente, no Mato Grosso (Campo Grande).

  • 25

    O Bertin Alimentos demonstra o compromisso com o cliente, possuindo

    autorizao do ministrio da agricultura do Brasil e certificada por vrios rgos

    internacionais, com profissionais altamente competentes e comprometidos,

    satisfazendo os clientes, garantindo fidelizao e a qualidade dos produtos.

    1.5.2 Diviso Agropecuria COMAPI

    A Comapi atua na criao de gado de corte em fazendas. Os animais da

    Comapi so destinados ao abastecimento do Grupo Bertin e esse

    procedimento promove vantagens competitivas a todas as reas de negcio do

    rupo.

    Alm disso, a Comapi est presente no segmento de melhoramento

    gentico da raa Nelore. Os trabalhos genticos so feitos e, uma das

    propriedades da empresa, onde h um laboratrio com equipamentos de linha

    e profissionais altamente qualificados.

    1.5.3 Diviso Higiene e Limpeza

    Atualmente, o Bertin Higiene e Limpeza fabricam detergentes,

    amaciantes, desinfetantes, sabo em barra e matria base para sabonete.

    A diviso trabalha com as marcas Brisa e Lavarte na linha domstica

    (amaciante, desinfetante, detergente lquido, detergente p e sabes em

    pedra), e demais marcas prprias dos sabes como Mr. Limpo, Minerva,

    Seleto, Brilhante, Clarus.

    O principal cliente terceiriza Unilever. A massa base para sabonetes,

    principal matria - prima na produo de sabonetes fornecida para vrios

    clientes como Natura, Boticrio e Unisoap.

  • 26

    O detergente lquido Brisa e o sabo de coco em barra Lavarte esto

    entre as marcas mais vendidas em 2005.

    1.5.4 Diviso de Cosmticos

    Em 2004, surge a diviso de cosmticos, representada pela marca Ox,

    que reconhecida por oferecer produtos para o corpo e para o cabelo, feito a

    partir do tutano do boi e da combinao de extratos vegetais.

    O Grupo Bertin acredita na evoluo e no sucesso da diviso cosmtica.

    Suas linhas de produtos oferecem substancias para o cuidado dirio com o

    corpo e os cabelos.

    1.5.5 Diviso Higiene Industrial

    A diviso higienizao industrial atua em frigorficos, laticnios e

    indstrias em geral, fabricando uma completa linha de produtos para

    higienizao e sanetizao divididos nas seguintes linhas: detergentes para

    indstrias de alimentos, produtos para lavanderia e para metalrgica, em geral,

    a linha veterinria oferece produtos e sistemas para atender desde o incio at

    o processamento final da industrializao de alimentos.

    1.5.6 Diviso Bertin Produtos para animais Dog Toy

    A Bertin produtos para animais representada pela marca Dog Toy.

    Iniciou suas atividades em 1996 para atender uma forte demanda de consumo

  • 27

    de produtos voltados alimentao, diverso, distrao e sade bucal de

    animais domsticos.

    A fabricao dos produtos totalmente artesanal, por isso a mo de -

    obra assume relevncia primordial na linha de produo.

    A grande aceitao no exterior e a rpida expanso no segmento

    resultam dos constantes programas de aperfeioamento e alto controle de

    qualidade.

    1.5.7 Diviso Couros Bracol

    Aproveitando o derivado bovino, o couro verde, proveniente do abate de

    bovinos na diviso alimentos, surge em 1985 a diviso couros.

    A diviso abastece o mercado interno e externo, fornecendo produtos

    nos estgios Wet Blue, semi - acabado e acabado, para os segmentos de

    calado, artefatos, estofamentos mveis e automveis. Destes, 80% so

    direcionados para o mercado externo, segundo ltima pesquisa feita na

    empresa por responsveis do setor de exportao (2008).

    Durante o processo de abate, o couro retirado e de imediato

    encaminhado aos curtumes onde passa por uma srie de processos fsicos

    qumicos, desde o curtimento at o acabamento, quando ento estar pronto

    para ser utilizado.

    A Bracol couros sempre foi uma empresa voltada para o mercado

    externo, e desde 2005 ocupa o primeiro lugar nas exportaes de couro no

    Brasil.

    1.5.8 Diviso Equipamentos de proteo individual Bracol

    A diviso tem como foco a produo de calados de couro, alm de

  • 28

    botas de PVC e luvas sintticas, a partir de matria - prima originada do prprio

    grupo.

    A Bracol satisfaz as necessidades de seus clientes, pois acredita que a

    segurana dos profissionais essencial e fator decisivo no xito de cada item.

    hoje a nica fabricante de Epis no Brasil em que a certificao do

    sistema de gesto de qualidade abrange todas as linhas de produo e de

    itens, garantindo qualidade, conforto e segurana aos usurios.

    A Bracol exporta para vrios pases, tais como: Argentina, Uruguai,

    Chile, Cuba, Nigria, Portugal e Arbia Saudita.

    1.5.9 Biodiesel

    O biodiesel um combustvel produzido a partir de fontes totalmente

    renovveis, especialmente quando tem como matrias - primas etanol (ao

    invs de metanol) e um leo qualquer de origem vegetal (mamona, soja,

    girassol) ou animal (como sebo bovino).

    Ele usado em substituio ou adicionado ao diesel de petrleo

    (petrodiesel), de fcil transporte e armazenamento e apresenta menor risco de

    exploso.

    O empreendimento no s contempla a gerao de emprego e renda,

    como tambm a reduo da emisso de poluentes e ganhos em crdito de

    carbono.

    1.6 A Marca

    Segundo Nunes e Haight (2003), a marca um fator crtico de sucesso

  • 29

    para todas as organizaes, tanto para empresas comerciais como

    profissionais, tanto para instituies de caridade como para partidos polticos.

    As marcas so ativos financeiros e estratgicos vitais delas. A gesto

    das empresas est cada vez mais desejosa de saber sobre a contribuio das

    marcas para o sucesso de seus negcios.

    Graas ao sucesso da empresa e sua consolidao mundial no

    mercado, a marca Bertin tornou-se algo imensurvel, e para o Grupo Bertin o

    resultado de dedicao e luta nestes 30 anos demonstrando atravs do

    slogan: A carne que o mundo reconhece, expondo a tradio e o respeito que

    a marca Bertin possui no mercado interno e externo.

    1.7 Qualidade

    a totalidade dos atributos e caractersticas de um produto ou servio que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou implcitas. Podemos dizer que a empresa fornece qualidade sempre que seu produto ou servio atende s expectativas do cliente ou as excede (KELLER; KOTLER, 2006, p. 145).

    A qualidade hoje uma das principais estratgias competitivas nas

    diversas empresas e nos diversos setores. Para o Grupo Bertin, a qualidade

    o segredo para o crescimento e contnuo sucesso de todas as suas unidades;

    afinal, no mercado acirrado em que a empresa est inserida, a qualidade

    assume relevncia primordial para os clientes.

    Almejando um padro de qualidade internacional, iniciaram-se h 2

    anos, vrios treinamentos e auditorias internas no Bertin Alimentos, Lins SP e

    no Bertin Couros, Estncia Velha RS e recentemente receberam certificao

    da ISO 9001: 2000. Tal certificado confirma o compromisso da empresa com a

    qualidade de seus processos e produtos. Atualmente a meta do grupo

    estender o aperfeioamento dos processos para outras unidades.

  • 30

    Toda a gesto dos negcios est embasada no conceito de

    gerenciamento pela qualidade total, ou seja, o pensamento do Grupo Bertin

    est voltado para a qualidade intrnseca dos produtos e servios e uma busca

    incessante por agregao de valores para toda a cadeia.

    1.8 Transporte

    claro que uma empresa como o Grupo Bertin precisa de uma logstica

    de transporte muito grande e de qualidade. O transporte foi crescendo junto

    com o Grupo. No inicio era quase terceirizado, mas hoje a grande maioria

    frota prpria.

    Atualmente existem carretas para transportar carne ao Chile, do Grupo

    Bertin e de terceiros. H tambm uma frota de caminhes para levar os

    containeres para o porto de Santos de onde so embarcados navios para seu

    determinado destino.

    No ano de 2003 foi criado um ptio de containeres na sede da empresa

    em Lins, onde ficam armazenados esperando para carregamento. O Grupo

    ainda conta com carretas que trazem carne das filiais para Lins, e com

    caminhes de pequeno porte para entrega de carne para o interior de So

    Paulo.

    O Grupo sabe que no transporte, para satisfao dos clientes, no pode

    ocorrer falhas, pois o mercado muito competitivo. Por isso, ter facilidade e

    rapidez no seu transporte.

    1.9 Exportao

    Em 1983, abatiam-se 400 animais por dia e iniciou-se a atividade

  • 31

    exportadora da carne congelada, destinada, logo de incio, ao sofisticado e

    exigente Mercado Comum Europeu.

    O primeiro pas estrangeiro a apreciar as carnes brasileiras do Frigorfico

    Bertin foi Israel. Para exportar para este pas, o Frigorfico teve que adaptar as

    tcnicas de abate e algumas regras do judasmo ortodoxo. Os sacerdotes

    israelenses observam todo o processo e fiscalizam o tratamento dado aos

    animais.

    O Bertin enlata carne com 200 marcas prprias para clientes dos

    Estados Unidos e Europa. Maior exportador de carne bovina do Brasil, e

    tambm um dos maiores curtidores de couros bovinos do pas, o Bertin ocupa

    importante posio no ranking geral brasileiro de exportaes, graas a seu

    elevado padro de qualidade e pleno atendimento das exigncias deste

    mercado.

    Um conglomerado industrial genuinamente brasileiro atende aos mais

    rigorosos anseios de consumidores de todo mundo.

    1.10 Concorrentes

    Os principais concorrentes do Grupo Bertin no cenrio das exportaes

    brasileiras so: Frigorfico Friboi / Andradina SP, Figorfico Independncia /

    Barretos SP, Frigorfico Minerva / Barretos SP, Frigorfico Frigoalta / Trs

    Lagoas MS, Frigorfico Marfrig / Santo Andr SP e Frigorfico Mondelli /

    Bauru SP.

    1.11 Responsabilidade Social

    Com o programa Construindo o Amanh, o Grupo Bertin promove, apia

    e patrocina aes que contribuem para a edificao de uma sociedade mais

  • 32

    justa, com direito alimentao, sade, educao, cultura, esporte e cidadania.

    Age em favor do envolvimento de seus colaboradores em atividades que

    beneficiem a comunidade. Gincanas e mutires so organizados entre as

    equipes de trabalho, despertando a solidariedade e resultando na arrecadao

    de alimentos, roupas, brinquedos e, at mesmo, na doao de sangue.

    Fonte: Grupo Bertin, Marketing, 2008

    Figura 2: Responsabilidade Social O Grupo Bertin possui cerca de 14 mil funcionrios e mantm creches

    para crianas, recanto para pessoas idosas e carentes e vem apoiando

    hospitais pblicos em vrios estados. O Grupo apia o projeto Construindo o

    Amanh o futuro em suas mos, que recuperou creches e escolas

    atendendo mais de 1000 crianas em 13 entidades. E tambm foi responsvel

    pela construo de duas creches em Lins/SP e Sabino S/P.

    Com a finalidade de reintegrar detentos sociedade e inser-los em uma

    nova mudana de vida, o Grupo Bertin tem desenvolvido iniciativas em

    presdios. A empresa fornece insumos e capacitam internos para o corte e

    pesponto de calados de segurana.

    Um convnio assinado entre o Bertin e o Centro de Reabilitao

    Eduardo Bicalho Magalhes (CREBIM) visa ajudar a entidade a tornar-se auto-

    sustentvel e uma referncia na melhoria da qualidade de vida dos portadores

    de deficincia. O Grupo, que j auxiliava a instituio com doaes, agora

    prope sistemas de gesto de recursos que beneficiem o Centro e ainda prev

    a criao de postos de trabalho para os atendidos, inclusive no Bertin.

    O Bertin promove a incluso digital para a melhoria da qualidade de

    ensino em instituies educacionais da rede pblica. Em vrias escolas,

  • 33

    tambm destina computadores para salas de aulas especiais, que atendem

    alunos portadores de deficincias.

    Fonte: Grupo Bertin, Marketing, 2008 Figura 3: Responsabilidade Social

    Cerca de 400 funcionrios esto de volta s salas de aula, atravs de

    um convnio entre empresa, SESI, SENAI e prefeituras municipais, que

    possibilitou aos funcionrios retomar os estudos do ensino bsico, ensino

    fundamental e supletivo. As aulas so aplicadas nas prprias instalaes do

    Grupo, com horrios adaptados aos turnos de trabalho.

    Por meios de promoo cultural, o Grupo Bertin ajuda o Conservatrio

    Estadual de Msica de Ituiutaba (MG) a realizar, todos os anos, a Semana da

    Flauta Doce. O dinheiro arrecadado durante as apresentaes revertido para

    continuidade dos cursos, permitindo que mais de 150 crianas, entre 7 e 12

    anos ingressem no mundo da msica e aperfeioem suas habilidades neste

    campo.

    Constatar as contribuies relevantes do Grupo sociedade

    extremamente gratificante e faz com que cada vez mais a sociedade o respeite

    e acredite em sua credibilidade e comprometimento.

    1.12 Gesto Ambiental

    No ano de 2005, o Bertin fez o replantio de 11.330 milhes metros

    quadrados de eucaliptos em reas prximas as suas unidades produtivas, que

  • 34

    utilizam madeira para alimentar as caldeiras de indstrias. medida que visou

    preservao dos recursos naturais, acarretou aumento de crditos de

    carbono e criao de 195 empregos indiretos durante a plantao.

    O Grupo Bertin segue a cultura da coleta seletiva em suas plantas

    industriais. Caambas sinalizadas para cada tipo de resduo permitem a

    companhia reaproveitar mais de sete mil toneladas de materiais por ano. O lixo

    recolhido diariamente enviado para a central de reciclagem da organizao,

    que transforma plsticos em elemento entrosado: prensa e enfarda papis e

    papeles; e classifica metais para depois encaminhar as matrias - primas s

    empresas que fabricaro novos produtos.

    Conciliar a gerao de energia com a conservao da flora, fauna e

    respeito s comunidades envolvidas. a meta do Grupo Bertin, que instituiu

    programas ambientais no Noroeste do Estado do Mato Grosso, onde est

    montada a Pequena Central Hidreltrica (PCH) Sacre 2. A obra foi

    tecnicamente projetada de forma a causar o menor impacto possvel ao local e

    evitar o barramento do Rio Sacre, permitindo a manuteno de seu nvel atual.

    Fonte: Grupo Bertin, Marketing, 2008 Figura 4: Gesto Ambiental

    No Grupo Bertin, modernas estaes de tratamento de afluentes

    limpam, filtram e refina uma vazo diria de 36 mil metros cbicos de gua,

    devolvida a natureza com mais de 90% de pureza. Objetivando a economia de

    gua, vrios processos tambm utilizam o mtodo de reciclo nas fbricas. H

    ainda o processo de compostagem, que transforma detritos em matria

    orgnica para fertilizao de lavouras e recomposio do solo.

    Com assessoria da Unesp (Universidade Estadual Paulista), o Bertin foi

  • 35

    pioneiro no Brasil a instalar, em frigorficos, biodigestores anaerbicos para

    tratamento de efluentes. O equipamento reduz a emisso de gs metano na

    atmosfera, alm de converter resduos industriais em biogs, que pode ser

    utilizado como fonte de energia. E j est em estudo o aproveitamento de parte

    das guas tratadas nos biodigestores em sistemas de fertirrigao para

    agricultura prpria.

    Para conscientizar seus colaboradores da importncia de proteger o

    meio ambiente, o Grupo Bertin elaborou uma cartilha com informaes, dicas e

    posturas ecologicamente corretas. O intuito contribuir na formao de

    multiplicadores e construir um futuro mais saudvel s prximas geraes.

    1.13 Qualidade Bertin

    O Grupo Bertin considera a qualidade como um fator de sucesso

    comprometendo-se em manter o sistema de gesto de qualidade, buscando

    uma posio de liderana nos mercados que atua, conduzindo suas atividades

    de forma a atender e superar as expectativas de seus clientes, investindo

    continuamente no desenvolvimento de seus colaboradores, incorporando

    novas tecnologias, buscando a melhoria contnua de seus processos atravs

    de prticas seguras, proporcionando retorno compatvel ao capital investido

    preservando o meio ambiente.

  • 36

    CAPTULO II

    LOGSTICA DE SUPRIMENTOS NA ERA DO BIODIESEL

    2 LOGSTICA

    2.1 Origem

    As atividades logsticas foram desenvolvidas pelos militares, onde as

    estratgias realizadas proporcionavam melhores rendimentos e contribua para

    o sucesso das tropas nos campos de batalha, pois aumentavam a capacidade

    de vencer.

    O conceito logstico tem origem francesa, logistique e define-se como a

    parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realizao de: projeto e

    desenvolvimento, obteno, armazenamento, transporte, distribuio,

    reparao, manuteno e evacuao de material para fins operativos ou

    administrativos.

    H alguns autores que descrevem de maneira diferente, assim como

    Hara (2005), que apresenta como sendo oriunda do radical grego logos, que

    significa razo e implica na arte de calcular ou manipular os detalhes de uma

    operao.

    As prticas logsticas vm sendo utilizadas pelos lderes militares desde

    os tempos bblicos, pois existiam grandes desafios em transportar materiais e a

    prpria tropa, uma vez que as guerras duravam bastante tempo e os campos

    de batalha ficavam distantes, portanto era preciso planejar, organizar, para

    executar as tarefas com preciso (BREVI; CRUZ; OLIVEIRA, 2002).

    Suas atividades destacaram na Segunda Guerra Mundial, onde os

    militares utilizavam os conceitos logsticos para estocar, movimentar e

    transportar bens. Diante disto, houve interesse das organizaes em aplicar

    atividades logsticas em suas rotinas administrativas a partir do incio dos anos

  • 37

    50, tornando imprescindvel prtica logstica em suas operaes.

    2.2 Conceito

    A logstica responsvel, por todo planejamento, implementao e

    controle dos processos que envolvem a cadeia produtiva, assim como:

    armazenagem, movimentao, distribuio e fluxos de informao.

    De acordo com Alt e Martins (2006, p. 377), a logstica responsvel

    pelo planejamento, operao e controle de todo fluxo de mercadorias e

    informao, desde a fonte fornecedora at o consumidor.

    Segundo Alt e Martins (2006), a logstica constitui um sistema integrado

    por uma srie de grupos, agindo sinergicamente, pois tem como objetivo,

    colocar os recursos certos, no local certo, na hora certa, e isto ajudam a

    empresa a identificar reas que precisam ser aprimoradas para melhorar a

    rentabilidade.

    A aplicabilidade de uma boa logstica deve ser considerada como

    vantagem competitiva, uma vez que busca satisfazer os desejos dos clientes.

    Portanto, essencial verificar a velocidade do sistema para que todos possam

    evoluir ao mesmo tempo; caso contrrio poder aumentar os custos.

    Fonte: Alt; Martins, 2006, p. 328 Figura 5: Administrao de Materiais e Recursos Patrimoniais

  • 38

    2.3 Evoluo da Logstica

    As atividades logsticas expandiram, as mudanas no conceito logstico

    permitiram otimizar os recursos disponveis, reduzir os custos e velocidade de

    resposta s necessidades dos clientes, evitando os conflitos e gerando menos

    desperdcios, antes provocados pelos interesses departamentais, j que cada

    um atuava de maneira independente e, atualmente, operam em conjunto,

    promovendo sinergia no desempenho dos seus processos, deixando o

    mercado mais competitivo.

    Conforme Pozo (2007), at os anos 50 os mercados eram bem restritos, a plena satisfao ao cliente no existia e filosofias para tornar o ambiente

    mais competitivo e obter vantagem competitiva, tambm no.

    O ambiente econmico apresentou drsticas mudanas, pois no

    estavam em condies de perceber as grandes necessidades dos clientes,

    onde surgiram novidades no pensamento administrativo, que mudou seu foco

    da produo para uma orientao voltada para o cliente.

    As atividades logsticas sempre fizeram parte do mundo empresarial,

    embora fossem baseadas apenas em distribuio fsica e transporte.

    Atualmente o agrupamento de suas reas, como: logstica, planejamento,

    produo e empresa, oferecem diferencial competitivo, sendo fundamental para

    a reduo de custos.

    A logstica permite agregar valor para o cliente e oferece servio

    competitivamente superior ao menor custo total possvel.

    Segundo Bowersox e Closs (2001), a logstica existe para satisfazer s

    necessidades do cliente, facilitando as operaes relevantes.

    2.4 Logstica Integrada contribuindo na coordenao da cadeia de

    suprimentos

    Conforme Hara (2005), a tarefa da logstica requer sistemas logsticos

    integrados, envolvendo o gerenciamento de materiais, sistema de fluxos de

  • 39

    materiais e a distribuio fsica com base na tecnologia da informao.

    As atividades operacionais que envolvem o processo logstico

    necessitam ser sincronizadas a fim de se criar uma estratgia integrada,

    principalmente para romper os paradigmas, para coordenar a cadeia de

    suprimentos inteira, para satisfazer aos objetivos fundamentais do negcio e

    agregar valor para o cliente.

    A logstica tem o papel importante de auxiliar nos processos, uma vez

    que no se refere apenas como sistema de distribuio fsica, mas suporte em

    todos os campos para incrementar e solidificar o faturamento e as quotas de

    mercado das empresas, pois se dirige de maneira estratgica, desenvolvida

    com a finalidade de reduzir os custos, estabelecendo relaes entre

    distiduio, demanda, estoques e sistemas de informao, afirma Hara (2005).

    Portanto, a logstica integrada assume uma posio de destaque na

    cadeia de suprimentos, pois permite otimizar todos os recursos disponveis,

    reduo dos custos e velocidade de resposta s necessidades dos clientes,

    conforme Bertaglia (2006).

    Fonte: Bertaglia, 2003, p. 149 Figura 6: Logstica e gerenciamento da cadeia

    2.5 Gesto da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management)

    A concorrncia para garantir a permanncia no mercado e aumentar o

    desempenho das organizaes, faz crescer a necessidade de reduzir os custos

    e otimizar os recursos, para isto preciso ter uma cadeia de abastecimento

    que mantm relaes mtuas desde os fornecedores at o consumidor final,

    pois a complexidade no processo de aquisio e risco na cadeia de

  • 40

    suprimentos pode comprometer pontos estratgicos da empresa, tanto da

    cadeia produtiva, quanto dos nveis de servios prestados.

    Conforme Chopra e Meindl (2006, p.3), a cadeia de suprimento no

    inclui apenas fabricantes e fornecedores, mas tambm transportadoras,

    depsitos, varejistas e os prprios clientes.

    Fonte: Pozo, 2007, p. 23 Figura 7: Administrao de Recursos Materiais e Patrimoniais Desta forma, destaca se a importncia de elaborar uma estratgia para

    que a cadeia de suprimento envolva o processo produtivo como fator

    determinante na tomada de deciso, com base no local, capacidade de

    produo, armazenagem, produo, meios de transporte e o tipo de sistema de

    informao, uma vez que a tecnologia exerce um papel essencial, pois permite

    uma verdadeira integrao entre empresas e a visibilidade necessria para

    tomar as decises corretas.

    A cadeia produtiva exige um fluxo efetivo de informaes e uma estrita

    conformao com as necessidades dos clientes. Alm disto, responsvel pelo

    planejamento, implementao e controle da movimentao fsica de matrias-

    primas, materiais e informaes, alavancando o crescimento da empresa.

    Segundo Hara (2005), preciso projetar a cadeia de suprimentos em um

    processo retroativo, tornando a mais eficiente.

  • 41

    Fonte: Bertaglia, 2003, p. 221 Figura 8: Logstica e gerenciamento da cadeia

    Para promover a melhoria contnua, fundamental ter uma cadeia de

    abastecimento competitiva e criar elos para encontrar alternativas que

    promovam progressos constantes, evitando grandes transtornos.

    Pozo (2007), afirma que a gesto da cadeia de suprimentos representa

    uma promissora fronteira para as empresas interessadas na obteno de

    vantagens competitivas de forma efetiva, visto como sua funo direcionar as

    empresas para definir suas estratgias competitivas, adotando um

    posicionamento dentro das cadeias produtivas nas quais se inserem.

    A cadeia de suprimentos tem com objetivo minimizar os custos e

    otimizar os investimentos, onde os custos na cadeia de suprimento representa

    uma proporo significativa do total dos custos da empresa e afetam

    diretamente a rentabilidade geral, enquanto a otimizao contribui com o

    retorno sobre o capital empregado, alm de que o gerenciamento integrado

    fundamental para garantir o funcionamento das operaes (BOWERSOX ;

    CLOSS, 2001).

    Conforme Alt e Martins (2006), o gerenciamento da cadeia de

    suprimentos desenvolve ferramentas que auxilia no planejamento da demanda,

    possibilitando diagnosticar problemas e produzir, de acordo com s

    necessidades do cliente, aumento do nvel de competitividade das empresas.

    Os componentes da cadeia de suprimentos devem ser preparados para

    juntos maximizarem seu desempenho, adaptando se naturalmente as

    mudanas externas, por isso, preciso que haja integrao entre fornecedor e

  • 42

    cliente, considerando parceiros, a fim de diminuir custos ao longo da cadeia e

    tempo mdio de estocagem.

    Segundo Bertaglia (2006), a gesto da cadeia de suprimentos tem como

    objetivo satisfazer as necessidades dos clientes, oferecendo lhes produtos e

    servios diferenciados dos concorrentes, reduzindo os custos financeiros,

    utilizando menos o capital de giro, diminuindo os desperdcios que evitam

    atividades que no agregam valor.

    De acordo com Alt e Martins (2006, p. 377), o gerenciamento da cadeia

    de suprimentos, revolucionou completamente no somente a forma de comprar

    como tambm a produo e a distribuio de bens e servio.

    Fonte: Alt; Martins, 2006, p. 329 Figura 9: Administrao de Materiais e Recursos Patrimoniais

    2.5.1 A importncia dos fluxos da cadeia de suprimentos

    As novas caractersticas econmicas do mundo esto mudando os

  • 43

    fluxos globais, sua intensidade, as velocidades e as necessidades fsicas. A

    cadeia de suprimentos o conjunto de elos de distribuio de materiais que

    tem como meta a reduo dos custos dos estoques e a satisfao mxima dos

    clientes atravs de servios eficientes.

    Conforme Chopra; Meindl (2003), a cadeia de suprimentos formada

    por centros de distribuio, fornecedores e comrcio varejista, tornando - os

    coesos. Tem como funes bsicas: suprir clientes na quantidade, no tempo e

    local desejados e fornecer um alto grau de servio.

    De acordo com Chopra; Meindl (2003), existem trs fluxos da cadeia de

    suprimentos, que so: fluxo de materiais, fluxo de informaes e fluxo

    financeiro. Analisar estes fluxos torna-se importante para garantir a

    integralizao, pois a falta desta resulta em elevadas oscilaes dos estoques

    em cada um dos elos.

    A logstica importante, pois organiza o fluxo dos materiais, desde o

    fornecedor at o cliente final. O processo envolve todas as funes de

    compras, planejamento e controle da produo (PCP), distribuio e exige um

    fluxo efetivo de informaes, bem como uma estrita conformao com as

    necessidades dos clientes. Esta definio indica que os produtos (matrias

    primas, semi-acabados, e produtos acabados) devem ser transportados de

    distncias variadas entre pontos de suprimentos, plantas, reas de estocagens,

    e mercados, e este arranjo devem ser feito para suportar com segurana e em

    quantidades suficientes a fim de se conseguir antecipar as necessidades da

    organizao (Chopra; Meindl, 2003).

    Fonte: Hara, 2005, p. 20 Figura 10: Logstica: armazenagem, distribuio, marketing

  • 44

    2.5.2 Estratgia competitiva da cadeia de suprimentos

    Segundo Chopra e Meindl (2003) a estratgia competitiva da cadeia de

    suprimentos construda para proporcionar convenincia ao cliente. Em cada

    caso a estratgia competitiva baseada nas prioridades do cliente no momento

    da compra do produto: custo da entrega ou tempo de resposta, variedade e

    qualidade definida, com base nas prioridades do cliente. Tem como alvo um ou

    mais segmentos de consumidores e pretende oferecer produtos e servios

    capazes de satisfaz-lo de acordo com suas necessidades.

    Uma estratgia de desenvolvimento de produto especfica o portflio dos

    novos produtos que uma empresa vai tentar desenvolver. Determina tambm

    se o trabalho de desenvolvimento ser realizado internamente ou com servios

    terceirizados. Uma estratgia de marketing e vendas especifica como o

    mercado ser segmentado e como o produto ser posicionado, divulgado e que

    preo ter. Uma estratgia de cadeia de suprimentos determina a natureza da

    obteno de matrias-primas, o transporte de materiais para a empresa, a

    fabricao do produto ou a operao para prover o servio e a distribuio do

    produto ao consumidor, juntamente com eventuais servios posteriores.

    Conforme Chopra e Meindl (2003), a estratgia da cadeia de

    suprimentos inclui o que muitos tradicionalmente chamam de estratgia de

    fornecedor, estratgia de operaes e estratgia logstica. As decises a

    respeito de estoques, transporte, instalaes para as operaes e fluxos de

    informao na cadeia de suprimentos so todas as partes da estratgia da

    cadeia de suprimentos. J o planejamento estratgico das operaes e de

    logstica entendido de forma melhor como um conceito multidimensional que

    engloba todas as atividades crticas da empresa fornecendo-lhe um sentido de

    unidade, direo, propsito; e contendo ainda decises focadas, objetivos

    claros, diferenciais competitivos e uma resposta adequada ao mercado.

    Estabelecer o equilbrio destes trade-offs atravs de decises estruturais e

    infra-estruturais vital para a sustentabilidade do negcio.

    Para Chopra e Meindl (2003), o princpio bsico para o bom

    gerenciamento da cadeia de suprimentos assegurar a maior viabilidade dos

  • 45

    eventos relacionados satisfao da demanda, com o objetivo de minimizar os

    custos das operaes produtivas e logsticas entre empresas constituintes.

    Portanto, atrelar essa performance aos objetivos estratgicos

    corporativos e ao estreitamento do seu ciclo de execuo, para assegurar o

    processo de melhoria contnua, so pontos fundamentais para o efetivo

    gerenciamento da cadeia de suprimentos.

    Fonte: Chopra; Meindl, 2006, p. 52 Figura 11: Gerenciamento da cadeia de suprimentos

    2.5.3 O Impacto do custo total logstico nas decises da cadeia de

    suprimentos

    A gesto logstica tem que buscar constantemente, melhoria entre os

    custos e nveis de servios, buscando assim desempenhar suas atividades

    para garantir a competitividade em seus servios. Dentro da anlise destes

    custos tem que haver um srio comprometimento vindo das partes

    responsveis, dos dados contbeis como os custos logsticos, pois ele, no final,

    ser analisado dentro do plano de contas da empresa. necessrio que seja

    feita esta anlise, pois a empresa precisa de uma apurao correta da sua

    lucratividade.

    As decises tomadas sob anlise do custo total logstico no permite ver

  • 46

    e analisar externamente a empresa. Assim sendo, muitas empresas utilizam o

    mtodo de valor agregado na avaliao do seu desempenho, por isso uma

    anlise criteriosa permite que as atividades externas da empresa sejam

    visualizadas. Custo logstico aquele que considerado despesas variveis

    em relao quantidade vendida e, normalmente associados aos produtos

    (Chopra; Meindl, 2003, p. 426). Segundo Ballou (1995, p.186), o custo total logstico a soma dos

    custos de transporte, estoque e processamento de pedidos e pleno

    atendimento do cliente.

    Fonte: Bertaglia, 2003, p. 449 Figura 12: Logstica e gerenciamento da cadeia 2.5.4 Os canais de distribuio auxiliando no atendimento da cadeia de

    suprimentos

    Segundo Slack; Chambers; Johnston apud Hara (2005), a distribuio

    fsica o transporte dos materiais a partir do produtor at o consumidor.

    responsabilidade da rea de distribuio, que faz parte de uma administrao

    integrada de materiais ou sistema de logstica.

    Canal de Distribuio o caminho particular pelo quais os produtos

  • 47

    passam: centros de distribuio (armazns, depsitos), atacadistas e

    varejistas.

    Os canais de distribuio podem ser vistos como um conjunto de

    organizaes interdependentes, envolvidas no processo e que tornam um

    produto ou servio disponvel para o uso ou consumo, afirma Hara (2005).

    Batalha apud Hara (2005), diz que enquanto o canal de distribuio

    ocupa-se dos aspectos mercadolgicos e comerciais, o canal logstico serve de

    suporte ao canal de distribuio, cuidando dos aspectos operacionais para

    atendimento da cadeia de suprimentos.

    Os canais de distribuio conforme Batalha apud Hara (2005), podem

    ser de dois tipos:

    a) venda direta ao varejo;

    b) venda indireta ao varejo.

    As vantagens usando distribuio direta, segundo McCarthy e Perreault

    apud Hara (2005), so:

    a) facilitar a tarefa global de marketing, podendo atender aos

    consumidores-alvo a custo mais baixo;

    b) ter contato direto com os consumidores, ajustando rapidamente seu

    composto de marketing em virtude da necessidade de convencer outros

    membros do canal;

    c) ter poucas transaes com pedidos maiores.

    As vantagens de distribuio indireta, segundo Mc Carthy e Perreault

    apud Hara (2005), so:

    a) muitas vezes os consumidores preferem fazer todas as suas compras

    em um nico local. Assim, um atacadista ou varejista seria necessrio;

    b) muitos consumidores esto dispersos geograficamente e,

    freqentemente, preferem comprar certos produtos em locais especficos;

    c) geralmente requer menos investimento em instalaes e pessoas;

    d) os intermedirios podem ajudar os produtores a atender melhor as

    necessidades dos consumidores a custo mais baixo.

    Dias apud Hara (2005), diz que o objetivo da distribuio fazer o

    produto chegar ao ciclo da venda de maneira rpida, segura, pontual e lucrativa

    para a empresa vendedora e de maneira acessvel, confivel, pontual e segura

    para o cliente, buscando maximizar trs utilidades: tempo, lugar e posse.

  • 48

    Uma das decises de distribuio mais bsicas que os fabricantes

    devem tomar se devem assumir a prpria distribuio ou usar atacadistas,

    varejistas e outros especialistas. Por sua vez, os intermedirios devem

    selecionar os produtores com os quais iro trabalhar.

    2.5.5 Tecnologia da informao na cadeia de suprimentos

    Fonte: Chopra; Meindl, 2006, p. 347 Figura 13: Gerenciamento da cadeia de suprimentos

    A Tecnologia da Informao um fator de extrema importncia dentro

    de uma cadeia de suprimentos, porque ela direciona a tomada de deciso.

    Sem informao difcil de saber a necessidade dos clientes e os gerentes

    ficam no escuro sem saber que deciso tomar. Atravs da informao, os

    gerentes sabem o que os clientes querem, quanto estoque tem armazenado e

    qual o momento de produzir ou embarcar mais produtos. Sendo assim, com

    essas informaes, o gerente tem mais visibilidade para melhorar o

    desempenho da cadeia de suprimentos e sem essas informaes torna-se

    impossvel a cadeia de suprimentos fazer com que estes produtos cheguem at

    os clientes, por isso, a tecnologia da informao torna-se fundamental para o

    funcionamento e desempenho da cadeia de suprimentos.

    A TI pode ajudar a superar os problemas que afetam as cadeias de

    suprimentos. Boyson et al (2003), apontam que o EDI (do ingls, Electronic

    Data Interchange) uma das tecnologias que possibilita a reduo de erros e

    aumento da eficincia dos processos de trabalho, principalmente quando a

  • 49

    empresa utiliza informaes de outras empresas da cadeia, fazendo que os

    efeitos negativos da cadeia, tais como altos nveis de inventrio, previses

    inadequadas e ordens no cumpridas, possam ser eliminados. Afirmam ainda

    que, tecnologias como EDI rastreamento por satlite, cdigos de barras, entre

    outras, esto sendo utilizadas para que seja possvel o processamento de mais

    informaes, de maneira mais precisa, com maior freqncia, de uma

    quantidade maior de fontes, e de qualquer lugar do globo.

    a TI que torna possvel a publicao, entendimento e as aes nessa

    crescente abundncia de informaes utilizando sofisticados sistemas de

    anlise, modelagem e apoio de deciso (BOYSON ET AL, 2003). A TI j se

    tornou um componente integrante da gesto da cadeia de suprimentos, sendo

    assim, importante examinar seu impacto nas organizaes.

    2.6 Logstica Reversa

    Nos ltimos anos, a Logstica Empresarial vem sofrendo uma constante

    evoluo, sendo considerado um dos principais elementos na elaborao do

    planejamento estratgico e, muitas vezes, responsvel por enorme gerao de

    vantagem competitiva s empresas.

    A partir dos anos 90 com a constante preocupao sobre a utilizao

    dos recursos naturais, assim como o acmulo de produtos industrializados nos

    grandes centros, as grandes empresas passaram a ser as culpadas por este

    problema. As grandes organizaes passaram a ter uma nova preocupao,

    como seria possvel encontrar a resoluo para esta situao sem gerar

    aumento de custos e despesas. Com o advento deste cenrio surgiu o conceito

    de Logstica Reversa.

    Segundo Churchill e Peter apud Hara (2005), os canais de distribuio

    movem produtos do produtor para o usurio final. As vezes, porm, os bens se

    movem na direo oposta. O canal de distribuio que vai do usurio final para

    o produtor chamado canal reverso.

    De acordo com Santos (2007), enquanto a Logstica Tradicional trata do

    fluxo dos produtos fbrica x cliente, a Logstica Reversa trata do retorno de

  • 50

    produtos, materiais e peas do consumidor final ao processo produtivo da

    empresa. Devido severa legislao ambiental e tambm por grande influncia

    da sociedade e organizaes no governamentais, as empresas esto

    adotando a utilizao de um percentual maior de material reciclado ao seu

    processo produtivo, assim como passaram a adotar procedimentos para o

    correto descarte dos produtos que no possam ser reutilizados ou reciclados.

    A questo principal da Logstica Reversa a viabilizao do retorno de

    bens atravs de sua reinsero no ciclo de produo ou de negcios e para

    que isso ocorra, faz-se necessrio que se desenvolva numa primeira etapa a

    anlise destes bens de ps-venda e de ps-consumo no intuito de definir o

    estado destes bens e determinar o processo no qual dever ser submetido. Os

    materiais podem retornar ao fornecedor ou podem ser revendidos se ainda

    estiverem em condies adequadas de comercializao. Alm disso, os bens

    podem ser recondicionados, ou reciclados, portanto, um produto s

    descartado em ltimo caso.

    Denomina - se Logstica Reserva de Ps-consumo a rea de atuao da

    mesma que igualmente equaciona e operacionaliza o fluxo fsico e as

    informaes correspondentes de bens de ps-consumo descartados pela

    sociedade em geral que retornam ao ciclo de negcios ou ao ciclo produtivo

    atravs de canais de distribuio reversos e especficos. Constituem-se bens

    de ps-consumo os produtos em fim de vida teis ou usados com possibilidade

    de utilizao e os resduos industriais em geral. Seu objetivo estratgico o de

    agregar valor a um produto logstico constitudo por bens inservveis ao

    proprietrio original, ou que ainda possuam condies de utilizao, por

    produtos descartados por terem atingido o fim de vida til (Santos, 2007). Conforme Santos (2007), o objetivo estratgico mais evidente na

    implementao da Logstica Reversa nas empresas o de agregao de valor

    econmico, porm observa-se que mais recentemente, dois novos fatores

    incentivam decises empresarias em sua adoo: o fator competitividade com

    intuito da fidelizao do consumidor e o fator da conscientizao ecolgica.

    Quando todas as empresas, constatarem os benefcios da

    implementao da Logstica Reversa em sua organizao, seus principais

    objetivos passaro a ser de responsabilidade pelos seus produtos e

    embalagens, desde o projeto at a sua disposio final, desenvolvendo assim,

  • 51

    entre a empresa e seus clientes, relacionamentos colaborativos dentro e alm

    dos limites da sua prpria organizao, proporcionando a preservao da

    natureza e conseqentemente colaborando com a melhoria na qualidade de

    vida da sociedade em geral.

    2.7 Biodiesel

    2.7.1 Conceito

    De acordo com Berti e Leite (2008), a produo do biocombustvel

    feita atravs dos leos vegetais que podem ser extrados da mamona, babau,

    dend, soja, algodo, girassol, amendoim, gorduras animais, entre outros. Para

    converso de leos vegetais em combustvel ecologicamente correto se faz

    reagir triglicrides com lcool, etanol ou metanol.

    O biodiesel um combustvel alternativo ao diesel de petrleo, livre de

    enxofre em sua composio, por ser originado de matria prima de fontes

    renovveis e possuir queimam limpos, a combusto gera menos poluentes do

    que a combusto do diesel de petrleo. Devido essa caracterstica, ele se torna

    uma opo no agressiva ao meio ambiente (BERTI; LEITE, 2008).

    Fonte: Biodieselbr, 2008 Figura 14: Logotipo Biodiesel

    2.7.2 Evoluo histrica do biodiesel

  • 52

    De acordo com Biodieselbr (2008), a busca por um combustvel de fonte

    renovvel teve incio antes mesmo dos debates envolvendo as questes

    ambientais, onde j se produzia grandes efeitos e despertava olhares curiosos

    sobre a sua atuao e composio. Foi em 1900 em uma feira em Paris, que

    Rudolf Diesel apresentou o primeiro motor que funcionava com um

    biocombustvel, base de leo de amendoim, porm foi substitudo pelo leo

    diesel derivado do petrleo, pois neste perodo os aspectos ambientais no

    tinham relevncia, como atualmente.

    Naquela poca predominavam-se os fatores econmicos e tcnicos,

    uma vez que o rendimento era muito maior e resultava em baixos consumos de

    combustvel, alm disso, entre os anos de 1973 e 1974 surgiu a crise do

    petrleo, ocasionada pelo aumento do preo do barril, j que os pases do

    oriente mdio descobriram que os recursos no-renovveis algum dia se

    esgotariam.

    Segundo Gazzoni (2008), essa crise representou um verdadeiro marco

    na histria energtica do planeta, pois o homem passou a valorizar as

    energias, posicionando-as em destaque, com relao aos bens de sua

    convivncia.

    Em 1979, ocorreu outra crise energtica, impulsionando o Pr-lcool

    comandado pelo professor Jos Walter Bautista Vidal. O programa consistia

    em transformar recursos renovveis em energia limpa, sobretudo sem

    prejudicar o ecossistema. Enquanto isso acontecia no Brasil, na Europa,

    Malsia e nos Estados Unidos, experimentos bem sucedidos com: canola,

    palma e soja, respectivamente, uma vez que o governo brasileiro arquivou os

    estudos sobre combustveis alternativos (BIODIESELBR, 2008). A partir da dcada de 90, o preo do petrleo comeou a cair, pois o

    mercado ficou mais aberto para a produo de outros tipos de combustveis.

    O sculo XXI intensificou a necessidade de gerar energias alternativas

    para combater os impactos ambientais, geradores pela emisso de gases

    poluentes, causadores do efeito estufa e a destruio do meio ambiente,

    repercutindo mundialmente, onde se discutem as mudanas climticas que

    vem ocorrendo progressivamente no planeta, causando polmica e temor no

    que diz respeito ao aquecimento global.

    No Brasil, a trajetria do engenheiro qumico Expedito Jos de S

  • 53

    Parente, responsvel e pioneiro por desenvolver pesquisas sobre leos

    vegetais, desde os anos 70, marca a evoluo do biodiesel, pois enxergou o

    combustvel, como sendo coletivo, podendo ser usado para movimentar

    motores de caminho, nibus, trem e produzir energia eltrica, onde define o

    lcool como combustvel solitrio, j que pode ser utilizado apenas para

    movimentar motores de veculos de passeio (BIODIESELBR, 2008).

    A histria do engenheiro qumico conta com o reconhecimento de ser o

    inventor do moderno processo de produo do biodiesel, utilizao do mtodo

    de transesterificao, que permite o combustvel ficar nas condies

    adequadas para ser comercializado, sem causar nenhum tipo de problemas

    para o motor.

    No entanto, o projeto do processo produtivo do biodiesel entrou em

    domnio pblico, apesar de ter a patente registrada no Instituto Nacional de

    Propriedade Industrial. A idia no teve repercusso e no foi explorada

    comercialmente, por isso virou bem do povo. Contudo, aproveitaram e

    desenvolveram fora do pas.

    Fonte: Biodieselbr, 2008 Figura15: Logotipo biodiesel

    2.7.3 Diversidade de matria - prima

    A vantagem no processo de produo do biodiesel que pode ser

    produzido atravs de diversos tipos de matria-prima, basta ser oriunda de leo

  • 54

    vegetal ou gordura animal. Esta variedade de recursos naturais possibilita e

    proporciona uma opo correta para a produo, sem comprometer sua

    escassez.

    Para extrair o leo vegetal, utiliza se algum tipo de fontes renovveis,

    como: bagao de mamona, polpa do dend, amndoa do coco de dend,

    amndoa do coco de babau, semente de girassol, amndoa do coco da praia,

    caroo de algodo, gro de amendoim, semente de canola, semente de

    maracuj, polpa de abacate, caroo de oiticica, semente de linhaa, semente

    de tomate e de nabo forrageiro.

    Para produzir biodiesel atravs de gordura animal, a matria prima

    fornecida atravs do sebo bovino, leo de peixes, leo de mocot, banha de

    porco, entre outros.

    H algumas plantas nativas, como o pequi, o buriti e a macaba, que

    podem servir como matria prima, porm no existem plantios comerciais

    que permitam avaliar com preciso as suas potencialidades, j que no

    desenvolveram pesquisas com foco no domnio dos ciclos botnico e

    agronmico destas espcies.

    Contudo, a produo de matria prima necessria para atender os

    produtores de biodiesel exige altos investimentos em pesquisa,

    desenvolvimento e inovao.

    2.7.4 Processo produtivo do biodiesel

    Conforme Biodieselbr (2008), o processo produtivo comea, quando a

    matria prima, leo vegetal ou gordura animal, passa pelo transesterificador,

    equipamento responsvel para fazer a retirada do excesso de cido que

    contm o leo. Em seguida, o leo j neutralizado, enviado para os reatores

    onde