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Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 26-27

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Em «Cântico negro» e no poema «O que há em mim é sobretudo cansaço», evidencia-se, em primeiro lugar, um cansaço — essencialmente psíquico — de ambos os sujeitos poéticos («Eu olho-os com olhos lassos»; «Tudo isso faz um cansaço»), que se justifica pela diferenciação relativamente aos «outros», ora considerados idealistas («A subtileza das sensações inúteis, / As paixões violentas por coisa nenhuma, / Os amores intensos por o suposto em alguém»), ora julgados pela excessiva confiança com que garantem a superioridade da sua conduta («com olhos doces, / Estendendo-me os braços, e seguros / De que seria bom que eu os ouvisse»).

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Os eus líricos não se identificam, deste modo, com os valores, atitudes ou desejos expressos pela maioria, revelando uma atitude distinta em relação à vida, simultaneamente realista e ambiciosa («Porque eu amo infinitamente o finito, / Porque eu desejo impossivelmente o possível»). Destacam-se igualmente, pela sua individualidade e singularidade («Só vou por onde / Me levam meus próprios passos...»), uma vez que apresentam, apesar da dificuldade inerente, posturas próprias, que derivam de uma especial intelectualidade e particular emoção, não sendo partilhadas pela «gente comum» («Se ao que busco saber nenhum de vós responde»).

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Por conseguinte, verifica-se a recusa do convite «Vem por aqui», bem como a rejeição de uma vida «vivida ou sonhada», evidenciando a atitude crítica dos sujeitos poéticos face à sociedade. Os eus dos textos privilegiam a intuição («Não sei por onde vou, / Não sei para onde vou / — Sei que não vou por aí!») e escolhem não seguir os «outros» («A minha glória é esta: / Criar desumanidade! / Não acompanhar ninguém»). Pretendem, ao invés de seguirem as normas sociais, viver a sua vida livremente, instintivamente, sem se submeterem

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à vontade ou às ordens de alguém: «A minha vida é um vendaval que se soltou. / É uma onda que se alevantou. / É um átomo a mais que se animou...»; «Porque quero tudo, ou pouco mais, se puder ser, / Ou até se não puder ser...».

[Stefanie — 12.º 8.ª]

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Em ambos os textos os aniversários na infância são vistos como ocasião feliz, a que comparecem os familiares. É uma memória de quando ainda estavam todos vivos, contraposta aos aniversários de hoje, que implicam recordar as ausências e já sugerem sentimentos diferentes. Para o cronista, constituem motivo de saudade benfazeja; para o poeta, nostalgia incómoda, «raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira».

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A partir daqui, as perspetivas de Santos e de Campos não coincidem, como notou José António Mendonça. Enquanto o sujeito poético de «Aniversário» inveja esse tempo em que era feliz, lamentando porventura não ter percebido que o era, na crónica homónima publicada no Expresso, se se teme a velhice, não se enjeita a passagem dos anos («o tempo que me fez») e revive-se a felicidade havida («lembro esses mortos como se fossem vivos»).

[138 palavras]

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Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)José Manuel dos Santos

poetacronista

sujeitosujeito poéticoeusujeito líricoenunciador

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desgostarnão gostar

relembrarlembrarrecordar

negativistacéticopessimista

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demonstra / *demostramostra

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percetível

perspetiva

aperceber queaperceber de que

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Enquanto … /, [subordinante].

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certas coisasdeterminadas coisascertos factoscoisas da vida

basicamente

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Expresso

«Expresso»

Expresso

Expresso

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Explicar metáfora com outra metáfora

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Grupos Áreas Pontos

I (A e B) Leitura e Escrita 100 (5 x 20)

II Leitura e Gramática 50 (10 x 5)

III Escrita 50

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IA

[texto]1. 202. 203. 20

B[texto]

4. 205. 20

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20

12 (conteúdo) + 8 (discurso e correção linguística) [4] [4]

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120 minutos + 30 minutos = duas horas e trinta

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1.Nas quatro primeiras estrofes do

poema, encontram-se representadas sensações visuais e auditivas, como se comprova através dos elementos seguintes: «que já vi mas não vi» (v. 3) — sensação visual; «As crianças, que brincam às sacadas altas, / Vivem entre vasos de flores» (vv. 5-6) — sensação visual; «As vozes, que sobem do interior do doméstico. / Cantam sempre» (vv. 8-9) — sensação auditiva.

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2.Na terceira estrofe do poema, o

tempo da infância é caracterizado por um ambiente de despreocupação feliz, sugerido pelo ato de brincar («As crianças, que brincam às sacadas altas, / Vivem entre vasos de flores» — vv. 5-6), e pela não consciência da passagem do tempo («Sem dúvida, eternamente.» — v. 7).

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3.Nas seis primeiras estrofes do poema,

a relação que o sujeito poético estabelece com «os outros» é marcada pela diferença, dado que estes são felizes, como se deduz dos elementos referidos no texto: alegria aparente (v. 2 e v. 4), brincadeira (v. 5), flores (v. 6), canto (vv. 8 a 10), festa (v. 11). O sujeito poético considera-se à parte e diferente dos «outros»: «São felizes, porque não são eu.» (v. 4), «Que grande felicidade não ser eu!» (v. 14).

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4. A dor e o vazio expressos na última estrofe,

particularmente no verso «Um nada que dói...» (v. 26), decorrem das reflexões desenvolvidas nas duas estrofes anteriores. O sujeito poético questiona-se quanto aos «outros» e aos seus sentimentos (v. 15), concluindo que, por um lado, cada outro é um eu (v. 16) e que só é possível sentir enquanto «eu» ou «nós» (vv. 21-24); por outro lado, não se pode saber o que «os outros» sentem (vv. 17-20), uma vez que existe uma incomunicabilidade essencial entre os seres humanos, de que resulta a consciência separada de cada eu. 

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1. Na casa dos outros («na casa defronte de mim e dos meus sonhos») há uma felicidade que não existe para si. As pessoas «que desconheço» e que aí moram «são felizes». O eu não tem felicidade por não ser essas pessoas.

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2. As crianças são símbolo da vida

despreocupada e feliz. Elas vivem no meio da Natureza, «entre vasos de flores», ajustando-se ao espaço. Ele, por oposição, refugia-se num espaço de solidão.

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3. O sujeito poético mostra que só há

felicidade na ignorância instintiva, pois os «outros nunca sentem». E, por isso, afirma «Que grande felicidade não ser eu!». Para ele, os outros «são felizes, porque não são eu».

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4. Sendo nada devia implicar a

ausência de qualquer sensação, e, por isso, a angústia adquire maior força por este nada doer.

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TPC — Lê «Tabacaria» (pp. 133-135), de Álvaro de Campos. Depois, resolve o ponto 1/1.1 da p. 133. Procura não ultrapassar as cem palavras.

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