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Índice Orçamento Público..........................................................................................................................................3 Princípios Orçamentários ..............................................................................................................................25 Receita pública ..............................................................................................................................................31 Despesa Pública ............................................................................................................................................47 A questão dos créditos adicionais (retificações orçamentárias).................................................................59 Sistema integrado de administração financeira do governo federal – SIAFI.................................................71 Sistema integrado de dados orçamentários – SIDOR .....................................................................................73 Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF .............................................................................................................75 Legislação Aplicável a AFO...........................................................................................................................85 Artigos da Constituição Federal/88 aplicáveis a AFO - Direito Orçamentário e Financeiro na CF/88, 85 Ato das disposições constitucionais transitórias (ADCT), 92 Lei 4.320/64 - "Bíblia" do Direito Financeiro, 93 Lei de Responsabilidade Fiscal - LC 101/00, 105 Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009, 123 Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986, 124 Questões Comentadas......................................................................................................................................145

Apostila de AFO 2

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Page 1: Apostila de AFO 2

Índice

Orçamento Público..........................................................................................................................................3

Princípios Orçamentários ..............................................................................................................................25

Receita pública ..............................................................................................................................................31

Despesa Pública ............................................................................................................................................47

A questão dos créditos adicionais (retificações orçamentárias).................................................................59

Sistema integrado de administração financeira do governo federal – SIAFI.................................................71

Sistema integrado de dados orçamentários – SIDOR .....................................................................................73

Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.............................................................................................................75

Legislação Aplicável a AFO...........................................................................................................................85

– Artigos da Constituição Federal/88 aplicáveis a AFO ­ Direito Orçamentário e Financeiro na CF/88, 85

– Ato das disposições constitucionais transitórias (ADCT), 92

– Lei 4.320/64 ­ "Bíblia" do Direito Financeiro, 93

– Lei de Responsabilidade Fiscal ­ LC 101/00, 105

– Lei Complementar nº 131, de 27 de maio de 2009, 123

– Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986, 124

Questões Comentadas......................................................................................................................................145

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CURSO AFO

ASSUNTO ORÇAMENTO  PÚBLICO  (conceito,  tipos  e  espécies  de  orçamento  –  orçamentoprograma, dimensões, natureza  jurídica,  ciclo orçamentário,  orçamento na CF/88,unidade orçamentária, unidade administrativa, instrumentos normativos aplicadosao orçamento  publico)

Galera concurseira, vamos esmiuçar a disciplinade AFO. Meu objetivo aqui com você é fazê­lo(a) amaressa  disciplina!!!

Então, vamos à obra!!!!

Assim como as pessoas físicas, o Estado, enquantoente político, realiza a sua ATIVIDADE FINANCEIRA queconsiste  na arrecadação de  recursos e na utilizaçãodo produto  dessa arrecadação  em  favor  de  toda asociedade, na forma de bens e serviços (pelo menosem  tese!!!!!).

Bem, para que o Estado obtenha esses recursose  gaste­os  no  financiamento  dos  serviços  públicos,deve  executar  um  orçamento:  é  o  chamadoOrçamento  Público  (Lei Orçamentária  Anual­LOA).Tal  mecanismo  financeiro  deve  ser  elaborado  eexecutado baseado em algumas normas, que constam,principalmente,  na  Carta Magna  (CF/88),  na  Lei

nº 4.320/64, na Lei Complementar nº 101/2000 (Lei deResponsabilidade  Fiscal) e  em outros  instrumentosnormativos (Portarias Interministeriais, Decretos­Lei),os quais  veremos adiante.

Acontece  que o  Estado,  em  virtude  de  atuarnuma conjuntura de escassez de recursos e demandassociais ilimitadas, precisa planejar a sua "vida financeira",a sua Atividade Financeira, como já dissemos.

Conforme preceitua Kiyoshi Harada, "a finalidadedo Estado é a realização do bem comum, conceituadocomo  sendo um  ideal  que  promove  o  bem­estare  conduz  a  um modelo  de  sociedade,  que  per­mite  o  pleno  desenvolvimento das  potencialidadehumanas  (...)"

O bem comum,  explanado  pelo  ilustre  autor,é materializado  pela  realização  do  que  anterior­mente  chamamos de ATIVIDADE FINANCEIRA,  queconsiste  em:

Suprir as Necessidades  Públicas 

Obter

Criar

Gerenciar

Gastar

Receita Pública 

Crédito Público 

Orçamento Público

Despesa Pública 

Analogamente,  nós,  pessoas  físicas,  quandorecebemos  o  nosso  salário,  planejamos  (ou pelomenos deveríamos)  gastá­lo,  para um determinadoperíodo, em diversas áreas: educação, saúde, moradia,infra­estrutura,  lazer,  aquisição  de  imobilizado,investimentos, aplicações financeiras etc. É claro que,em  virtude  da  escassez  de  recursos  e  das  nossasnecessidades  humanas,  diga­se  de  passagem,ilimitadas,  precisamos priorizar determinadas áreasem que  iremos despender os nossos  recursos. Apósestabelecermos  um  planejamento,  definirmosprioridades de gastos, executaremos as despesas para

financiar nossas demandas  individuais,  satisfazer asnossas necessidades  enquanto  ser  humano.

Da mesma  forma  é  o  Estado,  guardadas  asdevidas proporções e nuances, é claro!!!!!

A partir do quadro anterior, podemos inferir que oEstado obtém recursos, para financiar os seus gastos, atra­vés da arrecadação de Receitas Públicas,  viabilizadaprincipalmente pela arrecadação tributária, que constitui asua principal  fonte de  financiamento. A realização deoperações  de  crédito  (obtenção de empréstimos efinanciamentos­receitas de capital) também constitui outrafonte de recursos no financiamento das demandas sociais.

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Entretanto,  tudo  aquilo  que  o ente  políticoprevê arrecadar  e gastar  está  contido  na LOA,  queconstitui o planejamento operacional viabilizador daspolíticas públicas e dos programas de governo traçadosem  seu  PLANEJAMENTO  ESTRATÉGICO  (PlanoPlurianual­PPA).

Há um ditado popular que diz:

Quem gasta o que ganha é  imprudente; quem

gasta mais do que ganha é  irresponsável!

As  pessoas  físicas  e  jurídicas  planejam  suas"vidas" objetivando atingir metas no curto, médio elongo prazos, não é mesmo?

Com  o  poder  público  não  é  diferente!  Ogoverno também planeja. No entanto, a planificaçãogovernamental é mais complexa. Deve seguir o princípiobasilar da Administração Pública: a  legalidade.

Isso  quer dizer  que o  Poder Público  somenteestá  autorizado a  fazer o  que a  lei  determina. Nãopode  o  Poder  Público,  por  exemplo,  se  valer  daseguinte máxima: "Se a lei não proíbe, então é possíveladotar um comportamento nela não expresso.

Quanto ao processo de planejamento orçamen­tário, pode­se verificar a instituição de leis que tratamda matéria, a saber:

SISTEMA INTEGRADO DE PLANEJAMENTO E

ORÇAMENTO BRASILEIRO

Figura 1

1) PPA  ­  PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: é  o  planode  médio  prazo(alguns  autores)  ou  de  longoprazo  ­  estabelece  os  objetivos  estratégicos  daadministração � lei  do  plano  plurianual  (PPA).

2) LDO – PLANEJAMENTO TÁTICO: interface entre osníveis estratégico e operacional � lei de diretrizesorçamentárias  (LDO).

3) LOA ­ PLANEJAMENTO OPERACIONAL: curto prazo

­  ações  para  que  o  plano  estratégico  sejamaterializado �  lei orçamentária anual  (LOA)

O planejamento das  ações governamentais  setraduz objetivamente  no  instrumento  denominadoPlano  Plurianual  que  é  a  carta  de  intenções  dorepresentante  do  executivo,  contendo  o  estabele­cimento das prioridades e o direcionamento das açõesdo governo, para um período de quatro anos.

É  estruturado,  conforme o  disposto no  artigo165, § 1º, de  forma regionalizada, e dispõe sobre asdiretrizes,  os objetivos e  as metas da AdministraçãoPública Federal, para as despesas de capital e outrasdelas decorrentes e para  as  relativas  aos programasde duração continuada.

Essa determinação  compatibiliza­se  com  umimportante objetivo da política orçamentária que é ode  "reduzir  as  desigualdades  inter­regionais"  etambém caminha em  total harmonia  com o  ditameexpresso no artigo 3º, inciso III de nossa Carta Magnaque diz:

Artigo 3º  ­ Constituem objetivos  fundamentais da

República Federativa do Brasil:

...

III ­ erradicar a pobreza e marginalidade e reduzir

as desigualdades sociais e regionais.

O Plano Plurianual é o mecanismo utilizado paradeterminar a  visão estratégica  do  representante  doexecutivo quanto ao desenvolvimento do país. Nestesentido, traduz, de um lado, o compromisso entre asestratégias e o projeto futuro e, de outro, a alocaçãoreal  e  concreta  dos  recursos  orçamentários  nasfunções,  nas  áreas  e  nos  órgãos  públicos.  Esseinstrumento é o elo de ligação entre as ações de longoprazo e  as necessidades  imediatas.

É  a  mais  abrangente  peça  e  planejamentogovernamental, uma vez que promove a convergênciado  conjunto  das  ações  públicas  e  dos  meiosorçamentários para a viabilização dos gastos públicos.

O  esqueleto  do  PPA  são  os  programas  detrabalho do  governo, que constituem  instrumentosde  organização  da  ação  governamental  para  aconcretização  dos  objetivos  pretendidos,  sendomensurado  por  indicadores  estabelecidos  noPlanejamento Estratégico da Administração Pública.O programa consiste, pois, no módulo integrador doPPA com a LOA (ex.: erradicação do analfabetismo).

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Alexandre, na prática, o que motiva a elaboração deum programa????

Na  prática,  todo  programa  nasce  de  umproblema, um problema da sociedade a ser resolvidopor  seus  representantes  legalmente  constituídos.Porém,  é de  nosso  conhecimento  que existem umasérie  de  causas  que  concorrem  para  que  esteproblema aconteça. É exatamente aí onde atuam os

CausasCausa 1 

  Causa 2 Causa 3

AçõesAções 1 Ações 2 Ações 3

SOCIEDADE(pessoal, famílias, empresas)

PROBLEMA Objetivo + Indicador

programas.  Geram  ações  capazes  de  combaterdiretamente as  causas  dos problemas  identificadospara então alcançarem a total resolução deste. Comoo orçamento empregado atualmente é o Orçamento­Programa,  que  possui,  ênfase  nas  realizações,  aadministração  pública  precisa  mensurar  estas"realizações",  e  o  faz  por meio  do  instrumentodenominado "Indicador" que vai determinar o quantodo problema foi resolvido, com as ações implementadasem combate às causas deste.

O fluxo abaixo ilustra como pode ser definido o processo de um programa.

Em  suma,  pode  ser  considerado  como  oconjunto  articulado  de  ações  (como  exemplo:projetos, atividades, operações especiais e ações quecontribuem  para  a  consecução  do  objetivo  doprograma e não demandam recursos orçamentários),estruturas  e  pessoas motivadas  ao  alcance  de  umobjetivo comum. Objetivo este que será concretizadoem  um  resultado  (solução  de  um  problema  ouatendimento de  demanda da  sociedade),  expressopela evolução de indicadores no período de execuçãodo  programa,  possibilitando,  consequentemente,  aavaliação objetiva da atuação do governo.

O reordenamento das ações do governo sob aforma de programas  visa dar maior  visibilidade  aosresultados  e  benefícios  gerados  para  a  sociedade,garantindo objetividade e  transparência à aplicaçãodos  recursos  públicos.  As  ações  que  compõe  oprograma  estão  associadas  aos  produtos  (bens  ouserviços)  resultantes  da  execução destas,  quantifi­cados por metas.

Anotações

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Em resumo:

PROGRAMA

AÇÕES

PROJETOS  ATIVIDADES  OPERAÇÕES  ESPECIAIS

Conjunto  de  opera­ções  LIMITADAS  no tem­po; 

Tem como resultado um  produto  que  com­corre  para  a  expansão ou aperfeiçoamento  da ação  do  governo,  que pode  ser  medido,  física 

ou financeiramente.  

Ações  que  não  com­tribuem  para  a  manu­tenção  das  ações  de governo; 

Não  resulta  em  um produto  e  não  geram 

contraprestação  direta sob  a  forma  de  bens  ou serviços; 

São  basicamente  de­talhamentos  das  funções “Encargos Especiais”. 

Conjunto  de  opera­

ções que  se  realizam de modo contínuo e perma­nente; 

Tem  como  resultado um produto necessário à manutenção  da  ação de governo,  que  normal­

mente pode  ser medido quantitativa  e  qualitati­vamente. 

CUIDADO!!!!!Projetos, Atividade e 

Operações Especiais são detalhamentos dos 

programas e não tipos de 

AÇÕES PROGRAMÁTICAS 

A geração de um programa presume a neces­sidade de  solução para  um problema pré­existente,o atendimento de uma demanda da  sociedade ou oatendimento de determinada demanda dos diversosórgãos públicos,  viabilizando  a  realização  adequadadas  suas  atribuições.

Um programa é executado por meio de açõesque  o  integram  tais  como  projetos,  atividades,operações  especiais  e  outras  ações  que  deveminexoravelmente  ser  concorrentes e suficientes parao alcance do objetivo explícito pelo programa.

Aquelas  ações que não propõem demanda derecursos orçamentários, mas geram bens ou serviçospara uma parcela ou para a totalidade do público­alvodo programa, são chamadas "outras ações". Podemosdestacar alguns exemplos destas como: o incentivo àcolaboração  ou  parceria  de  outras  instituiçõesprivadas  ou  de  outras  esferas  de  governo;  aalavancagem de  recursos orçamentários;  o estímulo

à geração de receita própria; a edição e instrumentosnormativos, entre outros.

Tipos de programas:

Quanto  à  classificação, os  programas  do  PPAeram de quatro tipos:

I ­ Programas Finalísticos: são os programas que tempor  objetivos  a  solução  de  problemas  ou  oatendimento  direto  das  demandas  da  sociedade.Quando possuem  ações  desenvolvidas  por mais  deum órgão setorial são chamados de "Multi­setoriais".

Ex.:  Fome­Zero.

II ­ Programas de Serviços do Estado: destinam­se aoatendimento  das  demandas  do  próprio  estado,realizados  por  órgãos  que  tem  por  finalidade  oatendimento à  administração  pública.

Ex.:    Treinamento de  Servidores.

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III  ­ Programas de Gestão de Políticas Públicas: pressupõem um autogerenciamento do estado. Abrange açõesque  tem por  finalidade o planejamento e  a  formulação de políticas  setoriais, a  coordenação e o  controle  dosprogramas que se encontram sob a responsabilidade de determinado órgão.

Ex.: Gestão da Política de Saúde.

IV ­ Programas de Apoio Administrativo: congregam todas as ações capazes de gerar os insumos necessários àapropriação por parte dos demais programas. É o programa de suporte.

Ex.:  Apoio Administrativo.

A partir da elaboração do PPA 2008­2011, passaram a existir apenas dois tipos de programas:

1. Programas Finalísticos ­ por meio dos quais são ofertados bens e serviços diretamente à sociedade e nosquais são gerados resultados passíveis de aferição por  indicadores; e

2. Programas de Apoio às Políticas Públicas a Áreas Especiais ­ voltados para a oferta de serviços ao Estado,para a gestão de políticas e para o apoio administrativo.

CARACTERÍSTICAS

• Instrumento de planejamento governamental (planejamento estratégico) de longo prazo, contendo os projetose atividades que  o  governo pretende  realizar.

• Vigência: União, Estados, Distrito Federal e Muni­cípios: 04( quatro) anos. Começa a produzir efeitos a partirdo  segundo  exercício  financeiro  do mandato  do Chefe  do Executivo  até o  final do  primeiro exercício  domandato  seguinte.

Observação CAPCIOSÍSSIMA!!!

Veja que a vigência do PPA não coincide  com o mandato do Chefe do Poder Executivo. Procura­se com  issoevitar a descontinuidade  dos programas governamentais!!!!!!!!!!!!!

Observe o gráfico abaixo!!!

VIGÊNCIA DO PLANO PLURIANUAL – PPA

VIGÊNCIA DA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS – LDO    17 Jul X1                       31 Dez X2 

VIGÊNCIA DA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL – LOA EXERCÍCIO FINANCEIRO 

       1 jan                            31 Dez

Mandato

Atual 

1º ano vigência

PPA – mandato 

seguinte 

Vigência 

do  PPA 

4º ano vigênciaPPA – mandato 

anterior

1º ANO 2º ANO 3º ANO 4 º ANO

1º ANO 2º ANO 4º ANO3º ANO

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Alexandre,  com  relação  à  vigência  da LDO,  existeconsenso  entre  os  doutrinadores  acerca  de  suavigência ser de um ano???

Conforme estabelece o ADCT da CF/88, a PLDO(Proposta de Lei de Diretrizes Orçamentárias) deveráser aprovada até o encerramento do primeiro períododa  sessão  legislativa,  o que equivale atualmente até17 de julho (art. 57, § 2º, CF/88). Se o Legislativo assimnão proceder,  não  dará  início  a  seu  recesso até queesta seja aprovada aprovada.

Retornando para o Executivo após este prazo,este terá 15 dias para sancionar ou vetar a proposta.

Sancionada  pelo Executivo,  entrará  em  vigorcom  sua  sanção  e  produzirá  efeitos  no  exercíciofinanceiro subseqüente, deduzindo­se então que suavigência será de aproximadamente 18 meses.

Somos,  portanto, partidários da  idéia de  que,quando  sancionada  pelo  Poder  Executivo,  a  LDOorientará a elaboração da LOA já no segundo semestredo exercício em que é aprovada (INÍCIO DA VIGÊNCIA),estabelecendo metas  e prioridades  para o exercíciofinanceiro  subseqüente.

A  nosso  ver,  se  considerarmos  todas  as  suasfunções, a vigência da LDO é maior que um ano (18meses),  conforme  dissemos,  porém  sua  eficácia  éanual!!!!!

Abaixo extraímos excertos do ilustríssimo autorValdecir Pascoal para  fundamentar a nossa  tese!!!!

ATENÇÃO!!!! (OPINIÃO DE AUTOR CONSAGRADO:VALDECIR PASCOAL)

"Mesmo  que  alguns  autores  falem  em  vigência

anual da LDO, isso, a rigor, não é correto. Valendo­nos

do conceito jurídico de vigência, há que se concluir

que  a  LDO  vigora  por  mais  de  um  ano.

Normalmente é aprovada em meados do exercício

financeiro,  orientando  a  elaboração  da LOA  no

segundo semestre e  continuando  em  vigor até  o

final  do  exercício  financeiro  seguinte.  Diga­se,

contudo, que, embora a vigência formal seja maior

que um ano, a LDO traça as metas e as prioridades

da  Administração  apenas  para  o  exercício

subseqüente." (2004, pág.41)

• Conteúdo principal:  fixa, de  forma regionalizada,as diretrizes, objetivos e metas do Governo para:(ARTIFÍCIO MNEMÔNICO ­ PPA � DOM)

– as despesas de capital (ex.: construção de escolas,hospitais);

– as  despesas  decorrentes  derivadas  dasdespesas de capital (ex.: contratação de pessoalnecessário  ao  funcionamento  das  escolas  ehospitais);

– os programas de duração continuada (despesasvinculadas a programas com duração superior aum exercício financeiro ­ como o " programa debolsa­escola",  por  exemplo).

– Quando de sua elaboração, a Administração eo  legislador  deverão  planejar  a  aplicação  derecursos públicos de modo a atenuar a enormedesigualdade entre  as  regiões brasileiras  (nocaso do PPA da União) ou entre as sub­regiõesexistentes  nos Estados  e Municípios(caso  doPPA dos Estados e Municípios).

– DIRETRIZES  ­  orientações gerais ou princípiosque nortearão a captação e o gasto público comvistas a alcançar os objetivos.

– OBJETIVOS  ­  indicam  os  resultados  a  seremalcançados pela administração pública quandoda execução orçamentária(ex.:  elevar o níveleducacional  da populacional,  especialmente,combatendo o analfabetismo).

– METAS ­ quantificação,  física e financeira, dosobjetivos  (ex.:  construção de  3.000  salas  deaula em todo o País, no período de quatro anos,R$ 100 milhões, na construção de salas de aula).

– PROGRAMAS ­ são as ações que resultam em bense  serviços ofertados diretamente à  sociedade.Correspondem  ao MÓDULO  INTEGRADORentre  PPA e a  LOA.  São  eles  que garantem acompatibilização  entre  os  dois  instrumentosde planejamento citados. São instrumentos deorganização  da  atuação  governamental,articulando um conjunto de ações que concorrempara  um objetivo  comum preestabelecido  emensurado  por  indicadores  previstos  noPPA.(ex.: Defesa dos direitos da Criança e doAdolescente,  PAC  ­  PROGRAMA DE  ACELE­RAÇÃO DO CRESCIMENTO, BOLSA­ESCOLA)

– DURAÇÃO CONTINUADA  ­  Programas  cujaexecução ultrapassam um exercício financeiro(ex.: " Programa Bolsa  ­ Escola", Programa deAceleração  do Crescimento, obras com prazode conclusão superior a um ano etc.)

• Orienta as demais  leis orçamentárias  (LOA,  LDO),servindo de guia para elaboração da LDO, da LOA edos  demais  planos  e  programas  nacionais,

regionais e setoriais.

• De acordo com a Constituição Federal, projeto delei do PPA é de iniciativa privativa e vinculada doChefe  do  Poder  Executivo.  De  acordo  com  adoutrina  (Alexandre  de Moraes),  a  iniciativa  éexclusiva.

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  O  PPA,  PORTANTO,  CORRESPONDE  A  TODOS  OS  PROGRAMAS  DE  GOVERNO  DELINEADOS,  PELAADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, PARA SEREM REALIZADOS NO PERÍODO DE  4 (QUATRO) ANOS.

Conforme  visto  anteriormente,  o  PlanoPlurianual  estabelece  objetivos,  diretrizes  e metaspara  quatro exercícios  financeiros. Resta­nos  saber,entretanto,  que  parcelas  dos  programasgovernamentais  executar  anualmente?  Quais  asprioridades de  execução?

Para  responder  a estes  e outros  importantesquestionamentos  é  que  existe  a  Lei  de  DiretrizesOrçamentárias. Duas definições básicas de LDO serãoapresentadas  aqui.  A primeira  delas é:  ­  A  LDO é  oelenco  de  prioridades  dentro  dos  programasgovernamentais  expressos no  PPA.

A segunda definição é a seguinte: ­ A LDO é oajuste  das  prioridades  de  governo  (PPA)  às  reaispossibilidades  de  caixa  (LOA).  Partindo  destadefinição,  a  LDO  é  o  elo  de  ligação  entre  oplanejamento governamental,  idealizado no PPA e  adisponibilidade  de  recurso  do  ente  federativo,definida na LOA, para a realização deste "sonho".

A LDO é inovação do Poder Constituinte originário.Portanto, esse instrumento de planejamento que nãoexistia no ordenamento  jurídico anterior surgiu coma nova Constituição Federal de 1988.

CARACTERÍSTICAS

• Instrumento de planejamento de  curto­prazo;

• Deve  ser  elaborado  em  harmonia  com  o  PPA  eorientará a elaboração da LOA;

• Estabelece as Metas  e Prioridades  da  Adminis­tração,  incluindo as  despesas de  capital  para  oexercício  subseqüente;

• Disporá sobre as alterações na legislação tributária;

• Fixará a  política de aplicação das agências  finan­ceiras  oficiais  de  fomento  (políticas  prioritáriaspara o Banco do Brasil,  BNDES, Caixa Econômica,Banco  do Nordeste  e  demais  fomentadoras  dodesenvolvimento).

• Autorizará a concessão de qualquer vantagem ouaumento de remuneração de servidores, a criaçãode  cargos,  empregos,  funções  ou  alteração  naestrutura  de  carreira,  bem  como  a  admissão  econtratação  de  pessoal  a  qualquer  título  naadministração. Exceção: as empresas públicas e associedades  de  economia mista,  nos  temos dodisposto no artigo 169, § 1º da CF, não precisamdessa autorização na LDO.

IMPORTANTE!!!!

Art. 57, 2º da CF/88 ­ A sessão legislativa não será

interrompida sem a aprovação do projeto de LDO.Em tese, pelo teor do caput do artigo 57 da CF, aLDO deverá estar aprovada até 17 de julho. Se issonão acontecer, a sessão  legislativa prorrogar­se­áautomaticamente até a aprovação da LDO. Ou seja,a  LDO  deverá  ser  aprovada  antes  do  primeirorecesso parlamentar  com objetivo de orientar aelaboração da LOA.

Nos termos da Lei  de Responsabilidade  Fiscal,a LDO recebe novas e importantes funções, sendo asmais relevantes as dispostas no art. 4º da LRF (Confirano final da apostila a redação do mesmo!!!!!)

Após  ter  lido  o  artigo  supra,  verifica­se  o"glamour" que a LRF concede a esse instrumento deplanejamento que, com a edição da LC 101/00, passoua  ser  o  principal  instrumento  de  regularização  dascontas públicas,  de equilíbrio  fiscal,  de austeridadefiscal!!!!

JÁ FOI QUESTÃO DE PROVA DE CONCURSO!!!!

O  principal  instrumento  de  planejamentogovernamental que ganhou ênfase com a ediçãoda LRF foi a LDO.

A LRF  estabelece  que a  LDO disporá  tambémsobre:

• Equilíbrio entre  receitas  e despesas  ­  refere­se  àobservância  do  princípio  do equilíbrio  orçamen­tário  e  ao  equilíbrio  durante  a  execução  doorçamento, o chamado equilíbrio auto­sustentável,o  equilíbrio  primário.  Falaremos mais  adiantedesse equilíbrio,  que constitui  um dos  principaisalicerces,  pilares da  LRF.

•  Critérios e forma de limitação de empenho ­ a serefetivada nas hipóteses previstas na LRF e atendidanos orçamentos anuais;

• Normas relativas ao controle de custos e à avaliaçãodos  resultados  dos  programas  financiados  comrecursos  orçamentários  ­  a  lei  deverá  levar  emconsideração  a  relação  custo­benefício  entrecustos e resultados alcançados;

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• Condições  e  exigências  para  transferências  de  recursos  a  entidades  públicas  e  privadas  ­  que  estãocondicionadas aos  limites  legais, como por exemplo, as  transferências por convênios;

• Metas  fiscais,  em anexo próprio,  denominado Anexo de Metas Fiscais;

• Riscos Fiscais, em anexo próprio,  denominado Anexo de Riscos  Fiscais.

O § 1º do art. 4º da LRF estabelece que deve integrar o projeto de LDO o Anexo de Metas Fiscais, que étrienal, onde serão estabelecidas as metas anuais, em valores correntes, relativas a receitas, despesas, resultadosnominal e primário e montante da dívida pública, para o exercício a que se referir e para os dois seguintes.

 Melhor  compreensão  dos  efeitos  da  Lei  deResponsabilidade Fiscal sobre a LDO, é condição "sinequa  non"  o  pleno  conhecimento  dos  conceitos  deresultado primário e resultado nominal. Vejamos a seguir.

Resultado Primário:

Determina  se o  nível de  gasto no  orçamentodos  entes  federativos  é  compatível  com  suasarrecadações, ou  seja,  se as  receitas primárias  (não­financeiras)  são  capazes  de  sanar  as  despesasprimárias  (não­financeiras).

A. Receitas  Primárias  ou  Não­Financeiras:correspondem ao  total  da  receita  orçamentáriadeduzidas  as  operações  de  crédito,  asprovenientes  de  rendimentos  de  aplicaçõesfinanceiras  e  retorno  de  operações  de  crédito(juros  e  amortização),  recebimento  de  recursosoriundos de empréstimos concedidos, as  receitasde  privatização  e  aquelas  relativas  a  superávitsfinanceiros.  Para  evitar  a  dupla  contagem,  nãodevem  ser  consideradas  como  receitas  não­financeiras  as  provenientes  de  transferênciasentre as entidades que compõe o ente federativo.

B. Despesas  Primárias  ou  Não­Financeiras:correspondem ao  total da despesa orçamentáriadeduzidas as despesas com  juros e  amortizaçõesda  dívida  interna  e  externa,  com  aquisição  detítulos de capital  integralizado e as despesas comconcessão de empréstimos com retorno garantido.

Da  confrontação  dos  conceitos  supramen­cionados é que se pode apurar os seguintes resultados:

• Superávit Primário : Receitas Primárias  >  DespesasPrimárias;

• Déficit Primário:  Receitas  Primárias < DespesasPrimárias;

• Resultado Nulo:  Receitas  Primárias  =  DespesasPrimárias.

O  Resultado  primário  exprime  se  o  entefederativo  está  ou  não  exercendo  suas  atividadesdentro de seus limites financeiros atribuídos a ele gerandoa elevação ou redução do nível de endividamento.

Resultado Nominal:

Através  do  cálculo  do  Resultado  Nominalpoderá ser apurado se o ente necessitará ou não deempréstimos  junto  às  entidades  financeiras  e/ousetor privado para fazer cumprir com suas obrigações.Este  resultado  pode  ser  considerado  como  aNecessidade  de  Financiamento  do  Setor  Público(NFSP).

O  resultado  nominal  é  apurado  a  partir  doacréscimo ao resultado primário do saldo da Conta deJuros que apresenta a diferença entre os juros pagose recebidos (juros nominais; líquidos) decorrentes deoperações  financeiras.

A partir da confrontação destes conceitos apu­ramos os  seguintes  resultados:

METASFISCAIS PARA

1. RECEITAS;2. DESPESAS; 3. RESULTADO                 NOMINAL; 4. RESULTADO   PRIMÁRIO;       

5. MONTANTE DA DÍVIDA PÚBLICA

Fiscais(valores correntes e 

constantes) Exercício financeiro + dois 

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• Superávit Nominal: Resultado Primário > Conta deJuros

• Déficit Nominal: Resultado  Primário <  Conta  deJuros

• Resultado Nulo: Resultado  Primário = Conta  deJuros

O § 2° do art. 4º da LRF menciona que o Anexode Metas Fiscais conterá, ainda:

• Avaliação do cumprimento das metas relativas aoano anterior;

• Demonstrativo  das metas  anuais,  instruído  commemória e metodologia de cálculo que justifiquemos resultados pretendidos, comparando­as com asfixadas nos três exercícios anteriores e evidenciandoa consistência delas com as premissas e os objetivosda política econômica nacional;

• Evolução  do  patrimônio  líquido,  também  nosúltimos  três  exercícios,  destacando a origem e aaplicação dos recursos obtidos com a alienação deativos;

• Avaliação da situação financeira e atuarial de todosos  fundos  e  programas  estatais  de  naturezaatuarial;

• Demonstrativo  da estimativa  e  compensação darenúncia de receita e da margem de expansão dasdespesas obrigatórias de  caráter continuado.

O Anexo de Metas Fiscais ­AMF representa umanovidade  importante  dentro  da  elaboração  doorçamento público e da gestão pública brasileira. Seu

principal objetivo é demonstrar como será a conduçãoda política  fiscal  para os  três  exercícios  financeiros,ou  seja, o exercício a que se  referir  a LDO e os doisseguintes.  Neste  caso,  estarão  sendo  elaboradasmetas  trienais, mas que  serão  revistas  a  cada ano,quando da elaboração da LDO.

Através  desse  anexo  pode­se  avaliar  ocumprimento das metas  fiscais  dos  três  exercíciosanteriores  e  demonstrar, em  termos  financeiros,  oque está planejado para o exercício vigente e para osdois  seguintes.  Este  demonstrativo  obriga  o  gestorpúblico a justificar como irá compensar as  renúnciasde  receitas  concedidas  através  de benefícios  fiscais.Deve  também o gestor observar os  limites  legais dedespesas de caráter continuado, como por exemplo,as despesas com pessoal.

Uma das  inovações trazidas pela Constituição de1988,  a  LDO  submete à  soberania popular,  pormeio  de  seus  representantes,  a  definição  dasprioridades para aplicação dos recursos públicos.Vale  ressaltar  que,  anteriormente, o  estabele­cimento  das  prioridades  não  transitava  peloparlamento sendo definidas unilateralmente peloPoder  Executivo.

Outra novidade trazida pela LRF foi o Anexo de Riscos de Fiscais. De acordo com o § 3º do art. 4º da LRF, aLDO conterá ANEXO DE RISCOS FISCAIS, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes deafetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas caso se concretizem.

Esse anexo tem por objetivo garantir a realização dos resultados fiscais apresentados no Anexo de MetasFiscais.  Isso  porque qualquer despesa não prevista na elaboração das metas pode  comprometer os  resultadospretendidos. Neste caso, a partir das despesas em potencial que possam comprometer os resultados orçamentários(como as sentenças  judiciais em andamento),  será feita na LOA uma reserva de contingência para a  coberturadessas  despesas.

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Os Riscos Fiscais podem ser, grosso modo, classi­ficados em duas categorias distintas. Risco Fiscal, portanto,é o gênero, cujas espécies são: Riscos Orçamentáriose Riscos da Dívida. Observe o fluxograma abaixo:

RISCOS  FISCAIS 

RISCOS ORÇAMENTÁRIOS 

RISCOS DA DÍVIDA 

Os riscos orçamentários são aqueles que dizemrespeito  à  possibilidade  de  as  receitas  e  despesasprevistas não se confirmarem, isto é, de existir desviosentre as receitas ou despesas orçadas e as realizadas.

Possibilidades  de  algumas  re­ceitas previstas na LOA 

Riscos Orçamentários

Necessidade  de  execução  de despesas  não  fixadas  na  LOA ou orçadas a menor 

Exemplos de  riscos  orçamentários:

• Arrecadação  de  tributos menor  do  que  oprevisto na  lei  orçamentária  ­  frustração  naarrecadação,  em  função  de  fatos  ocorridosposteriormente à elaboração da LOA ou aindaà restituição de determinado tributo não previsto.

• Restituição de  tributos maior  que a  previstanas deduções da receita orçamentária.

• Ocorrência de epidemias,  enchentes,  abalossísmicos  ou  outras  situações  de  calamidadepública  que  demandem  do  Estado  açõesemergenciais.

Variação das  taxas de  juros e de câmbio em títulos VINCENDOS. 

Riscos da Dívida 

Passivos  contingentes  que  re­presentam  dívidas  cuja  exis­tência  depende  de  fatores  im­previsíveis, a exemplo dos resul­tados de julgamentos de proces­sos judiciais. 

Os  riscos  da  dívida  referem­se  a  possíveisocorrências,  externas  à  Administração,  caso  sejamefetivadas resultarão em aumento do serviço da dívidapública no ano de referência.

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!

A Lei  de Diretrizes Orçamentárias possui  trêstipos de  conteúdos, sendo eles:

1. Constitucional  ­  definido  na  ConstituiçãoFederal  de 1988  em seus  artigos 165, § 2º,  e169, § 1º, inciso II.

2. Legal ­ expresso na Lei Complementar nº 101,de 4 de maio de 2000, a Lei de ResponsabilidadeFiscal.

3. Específico ­ originado no próprio corpo ou textoda Lei de Diretrizes Orçamentárias.

É  importante ressaltar que a LDO é o principalinstrumento de equilíbrio das contas públicas, vez quea  ela  foram  atribuídas  inúmeras  funções,  pela  LeiMaior  e  pela  Lei  de Responsabilidade  Fiscal.  É  desuma  relevância  que  você  as memorize,  separa­damente, nos seus dois lobos cerebrais. No lado direitodo seu cérebro, você irá colocar as funções estabelecidaspela Constituição Federal; no lado esquerdo, as funçõesestabelecidas  pela  Lei  de  Responsabilidade  Fiscal.

Anotações

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Vamos, portanto, elencá­las em um quadro  resumo.

LDO� é o MP12 da Administração Pública

3. LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL (LOA) ­ ORÇAMENTOPÚBLICO

A Lei Orçamentária Anual ­ LOA é o mais importanteinstrumento  de  gerenciamento  orçamentário  efinanceiro  da Administração  Pública,  cuja  principalfinalidade  é  gerenciar  o  equilíbrio  entre  receitas  edespesas  públicas.  Dentre  as  diversas  funções  quedesempenha o Orçamento da União, destaca­se, nostermos do §7º, art. 165, a de reduzir as desigualdadesinter­regionais  segundo o  critério  populacional.

Da mesma forma que na LDO, várias alteraçõesforam introduzidas, pela LRF, na sistemática de elabo­ração do orçamento anual. As principais encontram­seelencadas no quadro a seguir:

• A LOA deve conter, em anexo, o demonstrativode  compatibilidade  da  programação  dosorçamentos  com as metas  da  LDO,  previstasno Anexo de Metas Fiscais (****);

• A LOA deve conter previsão para a reserva decontingências,  em percentual  da  RCL,  desti­nada ao pagamento de passivos contingentes,além de outros  imprevistos  fiscais;

• A  LOA  deve  conter  as  despesas  relativas  àdívida  pública, mobiliária  ou  contratual  erespectivas receitas, sendo o refinanciamentoda  dívida  (e  suas  receitas) demonstrado deforma  separada,  tanto na LOA como nas  leisde  créditos  adicionais;

• A  LOA  não  poderá  conter  crédito  comfinalidade imprecisa ou com dotação ilimitada;

• Veda­se  que  a  LOA  contenha  dotação  parainvestimentos  com  duração  superior  a  umexercício  financeiro que  não  esteja  previstono PPA ou em lei que autorize a sua inclusão,conforme  disposto  no  §  1º  do  art.  167  daConstituição  Federal.

CARACTERÍSTICAS

A  LOA deverá  estar  compatível  com  o PPA  ecom a LDO.

• Programa a vida econômica e financeira do Estadoe o programa de trabalho do governo.

• Trata­se de uma lei autorizativa, expressa em termosmonetários.

• Prioriza as  necessidades da  coletividade.

• É o orçamento propriamente dito.

FUNÇÕES ESTABELECIDAS PELA CF/88 (Art. 165, § 2º; Art. 169, § 1º, II; Art. 99, § 4º;

Art. 127, $ 5º)

FUNÇÕES ESTABELECIDAS PELA LC 101/00 (LRF)

Art. 4º, caput, § 1º e § 3º; Art. 5º, III.

1. Compreender as metas e prioridades da Adminis­tração  Pública  Federal,  incluindo  as  despesas  de capital  para  o  exercício  financeiro  subseqüente (Selecionar  as  prioridades  dentre  as  metas estabelecidas no PPA); 

2. Orientar a elaboração da LOA; 3. Dispor sobre as alterações na legislação tributária;4. Estabelecer  a  política  de  aplicação  das  agências 

financeiras oficiais de fomento; 5. Estabelecer  os  limites  de  despesas  para  as 

propostas  orçamentárias  dos  poderes  e  do Ministério Público; 

6. Estabelecer  autorização  específica  para  as hipóteses  do  artigo  169,  §  1º,  II.  (Autorizar  a concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração,  a  criação  de  cargos,  empregos  e funções, alteração de estrutura de carreiras, bem como  a  admissão  ou  contratação  de  pessoal  a qualquer  título,  ressalvadas as empresas públicas e sociedades de economia mista (Art.169, § 1º, II) 

7.  dispor sobre equilíbrio entre receitas e despesas; 8.  dispor  sobre  critérios  e  formas  de  limitação  de 

empenho; 9.  normas  relativas  ao  controle  de  custos  e  à 

avaliação  dos  resultados  dos  programas  finan­ciados com  recursos dos orçamentos; 

10.demais condições e exigências para transferências  de recursos a entidades públicas e privadas; 

11.estabelecer metas  fiscais em um Anexo específico (AMF) e  avaliar os  passivos  contingentes e outros riscos  capazes  de  afetar  as  contas  públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se concretizem (ARF); 

12.estabelecer o montante e a forma de utilização da Reserva de Contingência    

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• Metodologia atual utilizada  na  sua  elaboração:orçamento­programa.

• Cumpre ano a ano as etapas do PPA; é a materia­lização dos programas contidos no PPA.

• A  respectiva  lei  corresponde,  na  verdade,  a03  (três)  suborçamentos,  ou  03  (três)  esferasorçamentárias (CF, art. 165, 5º).

• O  orçamento  fiscal  e  o  orçamento  de  investi­mentos,  compatibilizados  com  o  PPA,  têm  oobjetivo de  reduzir  as  desigualdades  entre  asregiões, segundo critério populacional.

• O Governo  só  poderá  iniciar  qualquer  programaou projeto se houver autorização específica na LeiOrçamentária.

• A LOA, além de estimar as receitas e fixar as despesas,poderá conter autorização para abertura de créditossuplementares e para  contratação de operaçõesde crédito, ainda que por antecipação de receita(ARO).

• Deverá acompanha­la um demonstrativo, regiona­lizado,  sobre os efeitos da  concessão de  anistia,isenção,  remissões,  subsídios  e  benefícios  denatureza  financeira,  tributária  e  creditícia.

• Lei nº 4320/64  (arts. 2º e 22)  ­ esses dispositivosestabelecem  quais  os  documentos,  demons­trativosm e anexos que deverão integrar a propostaorçamentária enviada anualmente pelo Executivoao Legislativo. Comporão a proposta orçamentária:

– mensagem do Chefe do Executivo;

– projeto de Lei de Orçamento.

• Devem  observar  três  funções  estatais  funda­mentais: a alocativa, a distributiva e a estabilizadora;

• O orçamento é lei formal, mas não material, sem

criar  direitos  subjetivos  e  sem modificar  as  leistributárias  e  financeiras  (posicionamento  atualdo STF).

• A  LOA é uma  lei  temporária  (vigência  limitada),especial  (de  conceito  determinado  e  processolegislativo  peculiar)  e ordinária  (aprovada  pormaioria  simples);

• O tipo de orçamento utilizado atualmente no Brasilé  o  orçamento misto,  pois  a  elaboração  e  aexecução  cabe ao Poder Executivo,  cabendo  aoPoder Legislativo sua votação e controle.

• Tipos de orçamento existentes: (1) Legislativo; (2)Executivo; (3) Misto.

(****)  Esse demonstrativo em anexo  à  Lei OrçamentáriaAnual deverá evidenciar a compatibilidade entre o PPA e aprópria LOA, ou seja, se tais instrumentos de planejamentoestão compatíveis com as metas e prioridades estabelecidasna LDO.

NÃO CONFUNDA!!!!! Os anexos de riscos e metasfiscais são instrumentos da LDO. A LOA deve contera  Reserva de  Contingência,  que  é uma dotaçãoglobal  com a  finalidade de atender os  passivoscontingentes e outros  riscos  fiscais  imprevistos.

A Reserva de Contingência é uma dotação de recursos de forma global, não destinada a nenhum órgão ouprojeto específico, posto que não especifica ou detalha onde os recursos serão aplicados. Portanto, se é dotaçãoorçamentária, deve estar prevista na LOA. A Lei Orçamentária Anual é o instrumento legal indicado para alocaçãode  receitas e despesas orçamentárias.

Por ser uma dotação global não destinada a nenhum órgão ou projeto específico, a Reserva de Contingênciaé uma exceção ao princípio da especificação ou especialização do orçamento.

Alexandre, que  fatos podem ensejar  dívidas  (passivos)  contingenciais  a  serem  cobertas  com a  reserva  decontingências??????

• Lides de ordem  tributária  e previdenciária;

• Ações trabalhistas referentes à aplicação da Unidade Real de Valor (URV) no primeiro semestre de 1994;

• Disputa sobre o percentual de reajuste dos saldos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), emfunção do plano Verão de 1989 e do Plano Collor I de 1990.

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• Dimensões ou aspectos do orçamento:

– Jurídica: essa dimensão é a que define o orça­mento ou integra a lei orçamentária no conjuntode leis do país.O orçamento é uma lei formal;

– Econômica: Corresponde  à  característica  queatribui  ao  orçamento  o poder  de  intervir  naatividade econômica, propiciando geração deemprego e renda em função de  investimentosque podem se previstos e realizados pelo setorpúblico,  resultando  com  isso  no  desenvolvi­mento do país;

– Financeira: representa o fluxo financeiro geradopelas  entradas  de  recursos  obtidos  com  aarrecadação de receitas e os dispêndios com assaídas  de  recursos  proporcionado  pelasdespesas, evidenciando a execução orçamentária.

– Política:  corresponde  à  definição  de  priori­dades, numa situação de escassez de recursos,por  exemplo;

– Técnica:  representa  o  conjunto  de  regras  eformalidades  técnicas  e  legais  exigidas  noprocesso orçamentário (ciclo orçamentário).

ORÇAMENTO TRADICIONAL X ORÇAMENTO MODERNO

O Orçamento Público é um demonstrativo obrigatório e padronizado para cada esfera da federação. É umcuidado necessário  para  que  a  sociedade  tome conhecimento  dos  programas  de governo  e  assegurar  seucumprimento.

O conceito de orçamento tem mudado bastante ao longo do tempo, por causa da evolução de suas funções,que são hoje bem diferentes que no passado.

A história do Orçamento Público evoluiu em duas grandes fases: a do orçamento tradicional e a do moderno.

Orçamento             Orçamento (ORÇAMENTO – PROGRAMA)Tradicional            Moderno   

Lei 4.320/64         Dl 200/67                      CF/88              Gastos           Planejamento 

O  tradicional  (ou  clássico)  tinha  como  suaprincipal  função o  controle  político.  Possibilitou  ocontrole  político  do  Poder  Executivo  pelo  PoderLegislativo.

O Orçamento Tradicional, ao lado da linguagemcontábil,  adotava  classificações  suficientes  apenaspara instrumentalizar o controle das despesas pura esimplesmente.

Eram adotadas duas classificações clássicas:

a) por unidades administrativas (os órgãos  responsáveispelos  gastos)

b) por objetivo ou item de despesa( era simplesmenteprevisão de receita e autorização de despesa, nãoera de acordo com programas e objetivos a atingir)

O orçamento clássico evoluiu para o Orçamentode Desempenho ou de realizações, onde se buscavasaber "as coisas que o governo faz e não as coisas queo governo  compra". Assim,  saber o  que  a Adminis­tração Pública comprava  tornou­se menos  relevantedo que saber para que se destinava aquela aquisição.O orçamento de desempenho, embora  já  ligado aosobjetivos,  não  poderia,  ainda,  ser  considerado umorçamento­programa,  visto  que  lhe  faltava  uma

característica  essencial,  que  era  a  vinculação  aosistema de  planejamento.

A idéia de orçamento moderno nasceu nos EUA.Exigia­se  que os  orçamentos deveriam constituir­sede  instrumentos  de  administração,  de  forma  queauxiliassem o Executivo nas várias etapas do processoadministrativo.

Atualmente,  as  políticas  econômicas  têmsido  inibidoras  da expansão das  despesas  públicas,por  isso,  o  papel  que  vem  sendo  reforçado  é  odo  orçamento  como  instrumento  de  controleeconômico.  Eleva­se  a  função  de  planejamentodo orçamento,  para  evitar déficit  (gastar mais  querecebe).

A adoção do orçamento­programa  na  esferafederal  foi efetivada em 1964, a partir  da edição daLei  nº  4.320.  O  Decreto­Lei  nº  200,  de  23/2/67,menciona o orçamento­programa como plano de açãodo  Governo  Federal  quando,  em  ser  art.  16,determina:  "em  cada  ano  será  elaborado  umorçamento­programa que pormenorizará  a etapa doprograma plurianual (PPA) a ser realizado no exercícioseguinte  e  que  servirá  de  roteiro  à  execuçãocoordenada do programa anual.

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Orçamento­programa é a metodologia utilizadapara  a  elaboração do  orçamento  atualmente.  É  aalocação dos recursos com ênfase não no objeto dogasto, mas no seu objetivo. Não é apenas documentofinanceiro, mas, principalmente, um  instrumento  deoperacionalização das ações do governo, viabilizandoseus  projetos/atividades/operações  especiais  emconsonância com os planos e diretrizes estabelecidos,merecendo destaque as  seguintes  vantagens:

a) melhor  planejamento de  trabalho;

b) maior precisão na elaboração do orçamento;

c) melhor determinação das  responsabilidades;

d) maior oportunidade para redução dos custos;

e) maior compreensão do conteúdo orçamentário porparte do Executivo, do Legislativo e do público;

f) facilidade para identificação de duplicação de funções;

g) melhor controle da execução do programa;

h) identificação dos gastos e realizações por programae sua comparação em termos absolutos e relativos;

i) apresentação  dos  recursos  e  dos  objetivos  dainstituição e do inter­relacionamento entre custose programas; e

j) ênfase no que a  instituição realiza e não no quegasta.

Segundo Pascoal,  a  palavra programa  revelacaracterística, uma qualidade do orçamento moderno.O orçamento­programa é  instrumento  de  planeja­mento  que  permite  identificar  os  programas,os  projetos  e  as  atividades  que  o  governo  pre­tende  realizar,  além de estabelecer  os objetivos,  asmetas, os custos e os resultados esperados e oferecermaior transparência dos gastos públicos. Ressalte­se,porém,  que,  durante  a  evolução  do  orçamento­programa  (orçamento moderno), houve  o  chamadoORÇAMENTO DE DESEMPENHO (ou por  realizações).No orçamento de desempenho, procura­se  saber ascoisas  que  o  governo  FAZ,  e  não  as  coisas  que  ogoverno COMPRA. A ênfase é dada aos  resultados.Todavia,  não  se  podia  ainda  falar  em  orçamento­programa,  pois  não  havia  qualquer  vinculação  doorçamento ao planejamento governamental.  Partiu­se,então,  para  uma  técnica mais  elaborada,  que  foi  oorçamento­programa.

Giacomoni  destaca  que,  essencialmente,  oorçamento­programa deve  conter:a) os objetivos e propósitos perseguidos pela instituição

e para cuja consecução são utilizados os recursosorçamentários;

b) os programas,  isto  é,  os  instrumentos  de  inte­gração dos esforços governamentais, no sentido daconcretização dos objetivos;

c) os custos dos  programas medidos por meio  daidentificação  dos meios  ou  insumos  (pessoal,material, equipamentos, serviços etc.) necessáriospara a obtenção dos resultados; e

d) as medidas de desempenho,  com a  finalidade demedir as realizações (produto  final) e os esforçosdespendidos na execução dos programas.

Anotações

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ORÇAMENTO DO PROGRAMA

DIRETRIZES OBJETIVOS METAS PROGRAMAS

Conjunto de critérios

de ação e de decisão

que deve disciplinar

e orientar os diversos

aspectos envolvidos

no Processo de Pla­

nejamento.

Resultados  que  sepretende  alcançar.

Especificação e quan­tificação  física e  fi­nanceira dos objeti­vos    estabelecidos.

Ações que  resultemem  serviços  pres­tados à comunidadepassíveis de quantifi­cação.

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Alexandre, e como se dá o relacionamento entre as partes principais da estrutura esquelética do orçamento­programa?????

Vamos observar o  fluxo desse relacionamento a partir da figura abaixo.

Com base no que foi disposto, é possível destacaras principais características do orçamento­programa:

1. orçamento  é  o  elo  entre o  planejamento  e  asfunções executivas da organização;

2. a alocação de recursos visa à consecução de objetivose metas;

3. as decisões orçamentárias são tomadas com baseem avaliações e análises técnicas das alternativaspossíveis;

4. na  elaboração  do  orçamento,  são  consideradostodos os custos  dos programas,  inclusive os  queextrapolam o exercício;

ORÇAMENTO TRADICIONAL  ORÇAMENTO­PROGRAMA 

O processo orçamentário é dissociado dos processos de planejamento e programação. 

O  orçamento  é  o  elo  entre  o  planejamento  e  as funções executivas da organização. 

A alocação de recursos visa à aquisição de meios.  A  alocação  de  recursos  visa  à  consecução  de objetivos e metas. 

As  decisões  orçamentárias  são  tomadas  tendo  em vista as necessidades  financeiras das unidades orga­nizacionais. 

As  decisões  orçamentárias  são  tomadas  com  base em  avaliações  e  análises  técnicas  das  alternativas possíveis. 

Na  elaboração  do  orçamento  são  consideradas  as necessidades  financeiras  das  unidades  organiza­cionais. 

Na elaboração do orçamento são consideradas todos os  custos  dos  programas,  inclusive  os  que extrapolam o exercício. 

A  estrutura  do  orçamento  dá  ênfase  aos  aspectos contábeis da gestão. 

A  estrutura  do  orçamento  está  voltada  para  os aspectos administrativos e de planejamento. 

Principais  critérios  classificatórios:  unidades  admi­nistrativas e elementos. 

Principal  critério  de  classificação:  funcional­programático. 

Inexistem sistemas de acompanhamento e medi­ção do trabalho, assim como dos resultados. 

Utilização  sistemática  de  indicadores  e  padrões  de medição do trabalho e dos resultados. 

O  controle  visa  avaliar  a  honestidade  dos  agentes governamentais  e  a  legalidade  no  cumprimento  do orçamento. 

O  controle  visa  avaliar  a  eficiência,  a  eficácia  e  a efetividade das ações governamentais. 

5. a  estrutura  do  orçamento  está  voltada  para  osaspectos  administrativos e de  planejamento;

6. o principal  critério de  classificação das  despesasé: funcional e programático;

7. utilização sistemática de indicadores e padrões demedição do trabalho e dos resultados;

8. controle  para  avaliar  resultados  sob  a  égide  daeficiência, eficácia e efetividade na execução dosprogramas  de Governo,  que  correspondem  aosindicadores  de  resultados  na  AdministraçãoPública.

ORÇAMENTO TRADICIONAL VERSUS ORÇAMENTO­PROGRAMA

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O Orçamento Programa permite a avaliação doresultado  das  ações  governamentais  através  dasmedidas de eficiência, eficácia e efetividade. A seguir,elencamos a diferença entre os conceitos:

Eficiência  ­  pode  ser medida  pelo  resultado obtidoentre  o  volume de  bens  e  serviços  produzidos  e  ovolume  de  recursos  consumidos,  para  alcançar  aeconomia de  recursos na  consecução dos objetivos,obtendo o melhor desempenho na operacionalidadedas ações. É a capacidade que tem o gestor público deaplicar recursos de  forma otimizada.

Eficácia  ­  ocorre  quando  os  objetivos  pré­estabe­lecidos são atingidos. Pode ser medida pelo grau decumprimento dos objetivos fixados nos programas deação,  comparando­se  resultados  obtidos  com  osprevistos, ou seja, quando mais próximos os gestoresestiverem dos resultados esperados, mais eficaz terásido a sua gestão.

Efetividade  ­ mede  o  impacto  final  da  atuaçãogovernamental em termos de eficiência e eficácia nautilização dos recursos, determinando o cumprimentodas  finalidades  do  governo  e  justificando  suaexistência.  É a  capacidade que  tem o gestor públicode  satisfazer  as necessidades  da  coletividade,  numdeterminado espaço de  tempo.

ORÇAMENTO BASE ZERO

Dentre as formas ou classificação de orçamentomoderno pode­se citar uma experiência absorvida dainiciativa privada que ficou denominada de OrçamentoBase­Zero.

Essa  metodologia  de  orçamento  teve  suaorigem em 1968, numa experiência desenvolvida porPeter A.  Pyhrr,  na  Texas  Instruments,  e  tem  comoprincípio  reavaliar  todos os programas e despesas  acada período.

Quando  foi governador do Estado da Geórgia,Jimmy Carter  implantou o Orçamento Base Zero emseu Estado e depois levou a experiência para o âmbitodo governo federal e a aplicou em alguns Ministérios.

O Orçamento  Base­Zero  centrava  o  foco  naquestão dos  indicadores de  avaliação das  políticaspúblicas,  dos programas,  dos  projetos,  atividadesinseridos  no  orçamento  que  não  tiveram  umaavaliação adequada e novamente eram  inseridos noorçamento do próximo ano.

Ao  contrário do orçamento  tradicional que  jáparte  de  uma  determinada  base  orçamentária,acrescentando apenas  uma projeção  de  inflação,  oOrçamento Base­Zero exige que cada administradorjustifique  detalhadamente  todas  as  dotações

solicitadas em seu orçamento, cabendo­lhe  justificarpor que deve gastar o recurso. Cada administrador éobrigado a preparar um "pacote de decisão" para cadaatividade.

O Orçamento Base Zero traz uma contribuiçãoimportante e uma provocação aos gestores públicos.Essa modalidade de orçamento moderno questiona adeficiência  nas  informações  sobre  a  análise  dosresultados,  e  o  que  se  convencionou  chamar  de"incrementalismo" ­ a reprodução simples do passado,ou seja, repete­se alguns programas dos orçamentosanteriores porque não se  tem parâmetro ou  análisedos programas.

O orçamento base­zero é aquele sobre o qualnão há direitos anteriores. É comum no caso de entesnovos. Por exemplo, pode­se  citar  a  criação de  umnovo município. Como não há experiências anteriores,não há muitos parâmetros para definir­se quanto  irápara a secretaria de saúde, de educação, etc.

PROCESSO LEGISLATIVO ORÇAMENTÁRIO

Iniciativa

• Base Constitucional: art. 84,  XXIII da CF/88; art. 61,§ 1, II, b ; art. 85,VI; art. 166 § 6º.

• São de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, leisque envolvam matéria orçamentária. Esta iniciativaé privativa e indelegável;

• No Brasil,  diz­se  que a  iniciativa  é  de  iniciativavinculada,  vez  que,  embora a  competência  pelainiciativa  seja  do  titular  do  Poder  Executivo,  omesmo está  obrigado ao  prazo determinado emlegislação;

• Todas as leis de elaboração do PPA, LDO e LOA sãoordinárias de iniciativa do Chefe do Poder Executivo;

• A omissão  (não  exercer  a  iniciativa ou deixar  decumprir o prazo determinado pela CF, CE e LOM)do  chefe  do  executivo  constitui  crime  deresponsabilidade CF/88, art. 85, VI);

Prazos

Caberá a uma lei complementar dispor sobre oexercício  financeiro,  a  vigência,  os  prazos,  aelaboração  e  a  organização  do  PPA,  da  LDO e  daLOA(art. 165, § 9º, I da CF/88). O que ocorre é que essalei  complementar  ainda  não  foi  editada.  Assim,  aUnião,  os  Estados  e  os  Municípios  que  nãoestabeleceram  prazos  específicos  continuamseguindo o disposto no art. 35,§ 2º, do ADCT da CF/88,que determina os prazos na tabela seguinte:

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Obs.: os  prazos  assinalados  na  tabela  supra  dizemrespeito à União,  prevalecendo para Estados, DF  eMunicípios o que estiver disposto nas suas respectivasConstituições Estaduais e Leis Orgânicas. Isto, até quea Lei complementar referida no art. 165, § 9º, I e II, daCF/88 esteja em vigor.

Obs.: A Sessão Legislativa Ordinária no âmbito federalestá  regulamentada  pelo  art.  57  da  CF/88,  queestabelece:

"Art.  57.  O  Congresso  Nacional  reunir­se­á,

anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a

17  de  julho  e  de  1º  de  agosto  a  22  de

dezembro(Redação  dada  pela  Emenda

Constitucional nº 50, de 2006)".

CUIDADO COM ESSA MUDANÇA!!!

O ADCT  refere­se  ao  "encerramento  do  1ºperíodo da  sessão  legislativa"  e "encerramento dasessão legislativa", não estabelecendo datas. Com aEmenda nº 50/2006, as datas foram alteradas!!!!!!

Ainda, o § 2º do mesmo artigo versa:

"§ 2º A sessão legislativa não será interrompida sem

a  aprovação  do projeto de lei de diretrizes

orçamentárias.

Envio: Chefe do PE ao PL.  Devolução:  do  PL  ao  PE  (para sanção ou veto) 

Projeto de Lei 

Parâmetro para envio: término do exercício financeiro. 

Parâmetro  para  devolução: término  da  sessão  legislativa ou período legislativo. 

BASE LEGAL 

PPA 

4  meses  antes  do  encer­ramento  do primeiro  exercício financeiro  do  mandato  do chefe do PE (31 de agosto) 

Até  o  término  do  segundo período  da  sessão  legislativa (22 de dezembro), do exercício em que for encaminhado. 

Art. 35, § 2º, do ADCT. 

LDO 8  meses  e  ½  antes  do  encer­ramento  do  exercício  finan­ceiro (15 de abril) 

Até  o  encerramento  do  pri­meiro  período  da  sessão  legis­lativa (17 de julho) 

Art. 35, § 2º, do ADCT. 

LOA 

4  meses  antes  do  encerra­mento  do  exercício  financeiro (31 de agosto) 

Até o  encerramento  da  sessão legislativa  (22  de  dezembro), do  exercício  em  que  for encaminhado 

Art. 35, § 2º, do ADCT. 

Anotações

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Com base no parágrafo do artigo supra disposto, pode­se inferir que uma das situações que impede o iníciodo  recesso parlamentar em 18 de  julho é  a não aprovação do projeto de  lei de diretrizes orçamentárias até oencerramento do primeiro período da  sessão  legislativa.

Alexandre, quando você se referia aosprazos de envio da proposta

orçamentária, dois questionamentos mevieram à tona acerca do Não­envio eNão­Devolução dos Projetos!!!!!!

2º) E se o Poder Legislativo não devolvero projeto  de  lei  aprovado para  sançãodo Chefe do  Poder Executivo até o dia31 de dezembro?

Valdecir Pascoal  entende que, de  forma diversa,  na  falta de umaregra permanente que regule essa situação excepcional, tanto na Uniãocomo em alguns estados, a LDO vem tratando dessa questão, estabele­cendo que o Executivo  fica autorizado a  gastar determinada proporção(X/12) da proposta que ainda está tramitando.

TOME NOTA!!!Apesar de não previstoem  legislação,  entendea  doutrina que  caberá,por princípio  da  sime­tria, a promulgação porparte  do  Poder  Execu­tivo, tal como o enviouao  Legislativo,  igno­rando eventuais  emen­das  aprovadas  ou  emdiscussão  (Sérgio  Jundcitando Kiyoshi Harada)

DUODÉCIMOS

TOME NOTA!!!  O art. 32 (ao lado) da Lei nº 4.320/64responde a esse questionamento, determinando que o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de Orçamento vigente!!!! 

1º) E se o chefe do Poder Executivo nãoencaminhar a proposta orçamentária noprazo fixado nas Constituições e nas LeisOrgânicas dos Municípios?

LEI 4.320/1964:(...) Se não receber a proposta no prazo fixado nas Constituições ou nasLeis Orgânicas  dos  Municípios, o Poder  Legislativo considerará  comoproposta a Lei de Orçamento vigente.

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Com base na LDO, o Poder Executivo elabora aproposta  orçamentária para  o  ano  seguinte,  com  aparticipação dos Ministérios  (órgãos  setoriais) e dasunidades  orçamentárias  dos  Poderes  Legislativo  eJudiciário.

Por  determinação  constitucional,  conformevisto  no  quadro anterior  (art. 35,  § 2º,  inciso  III doADCT), o governo é obrigado a encaminhar o projetode lei do orçamento ao Congresso Nacional até quatromeses  antes  do encerramento da  sessão  legislativae, consequentemente, do exercício financeiro, o quecorresponde a 31 de agosto.

Acompanha  a  proposta  uma mensagem  doPresidente  da  República,  na  qual  é  feito  umdiagnóstico sobre a situação econômica do país e suasperspectivas.  A  Constituição  determina  que  aProposta Orçamentária deve  ser  votada e  aprovadaaté  o  final  da  sessão  legislativa,  atualmenteencerrando a 22 de dezembro. Depois de votada noLegislativo,  a proposta  segue para o Executivo,  quedispõe de 15 dias para sancionar ou vetar. Sancionada,entra  em  vigor  a  partir  de  sua  publicação  até  oencerramento do exercício financeiro seguinte ao desua elaboração.  Entretanto,  se o Executivo  resolvervetar esta proposta, devolverá para o  legislativo quedispõe,  inicialmente  de  30  dias  para uma  análiseprévia  do  veto executivo, podendo  restituí­la nesteprazo ou  posteriormente.

Durante a discussão desta proposta no exercíciosubseqüente  de  sua  geração,  a  cada mês  seráexecutado 1/12 da Lei de Diretrizes Orçamentárias­  LDO anteriormente  aprovada,  enquanto  nãohouver Lei Orçamentária Anual legalmente válida.

Quando  do  retorno  da  Proposta  da  LOA,  oExecutivo deverá se manifestar em 48 horas. Se nãohouver  nenhuma manifestação  de  vontade,  nesteperíodo, ocorrerá a sanção tácita desta, ou seja, a LOAentrará automaticamente em vigor após este prazo.

Se  houver,  entretanto,  reação  contrária,  oumelhor o segundo veto por parte do Executivo, estedevolverá a Proposta ao Legislativo, onde deverá sersancionada  pelo  Presidente  do  Senado,  e  em  suaausência, pelo Vice­Presidente do Senado.

Apreciação (Discussão) pelo Poder Legislativo

O  Processo  Legislativo  Orçamentário  é  umprocesso especial,  pois  a  CF  estabelece,  em  regra,uma apreciação conjunta da matéria, sendo apreciadopelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma doregimento comum (art. 166 da CF/88), que correspondeao Regimento do Congresso Nacional.

Essa  fase  do processo,  portanto,  consiste  naetapa destinada  ao debate  em plenário,  conhecida,

também, por fase de discussão, sendo subdvidida nasseguintes etapas:  proposição  de  emendas,  voto  dorelator, redação final e votação em plenário.

• apreciação e votação dos projetos (PPA, LDO e LOA)e das leis referentes a créditos adicionais cabe aoPoder Legislativo em suas respectivas esferas;

• a apreciação  dos  projetos  de  leis orçamentárias(PPA, LDO, LOA) e dos projetos relativos a créditosadicionais (suplementares e especiais) é conjunta,feita pelas duas Casas do Congresso Nacional (Câmarae  Senado);

• a apreciação obedecerá às regras do regimento comum;

• ATENÇÃO!!!! embora a sessão de apreciação

(discussão e votação) seja CONJUNTA, a apuraçãodos  votos,  SEMPRE,  dar­se­á  separadamente(art. 43 do Regimento do Congresso Nacional).

• A não­obtenção de maioria simples em, pelo menos,uma das Casas, importará na rejeição da matéria.

• a apreciação das  leis  orçamentárias pelo  PoderLegislativo é indelegável, vez que essa matéria nãopode ser objeto de lei delegada (art. 68, § 1º, III da CF);

Emendas

Base Constitucional: art. 166, § 2º, §3º, §4 º,

As  emendas  devem  ser  apresentadas  àComissão  Mista  Permanente  de  Deputados  eSenadores,  que  sobre  elas  emitirá  um parecer,  e,apreciadas,  na  forma  regimental,  pelo  Plenário  dasduas Casas do Congresso Nacional  (conjuntamente).

A Comissão Mista deverá emitir parecer sobreas emendas antes de serem apreciadas pelo plenário.

Ficará a cargo da Comissão Mista a redação finaldo projeto de  lei.

Aplicação do Processo Legislativo Comum

O  processo  legislativo  orçamentário  éconsiderado  um  processo  legislativo  especial;  noentanto, atendidas as regras ou os preceitos especiais,aplicam­se  aos  projetos  que  tratam  de  matériaorçamentária,  no  que  não contrariar  o disposto noprocesso  legislativo especial  (art.  166  da CF/88),  asdemais  normas  relativas  ao  processo  legislativocomum(art.  66 da CF  ­  sanção, promulgação,  veto,informação das razões de veto etc.).

Sanção

Uma  vez  aprovado  no  Legislativo,  seránecessária  a  aquiescência  do  titular  do  PoderExecutivo ao projeto de lei aprovado. Assim, o titulardo Poder Executivo somente sancionará o projeto seestiver de acordo com o mesmo, conforme determinao art. 66 da CF/88: "a Casa na qual tenha sido concluídaa  votação enviará  o projeto de  lei  ao Presidente daRepública,  que,  aquiescendo, o  sancionará".

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Veto

Caso não esteja de acordo com o projeto de leiaprovado pelo  Legislativo,  poderá  veta­lo  total  ouparcialmente, conforme art. 66 da CF/88.

Promulgação

Consiste no atestado de validade da existênciada  lei. É,  portanto, um ato declaratório,  demonstraque a  lei é  executável, ou  seja,  quando o  titular  doPoder  Executivo  aquiesce  com  o  projeto  de  lei,também o está promulgando, pois o ato de sancionarjá imprime caráter de executoriedade à lei, restando,no  entanto, para  que possa  ter  eficácia e  se  tornarobrigatória, o ato de publicação.

Publicação

Apesar  de  acabada,  a  lei,  para  se  tornarexecutável e obrigatória, necessita de publicação noórgão de  imprensa oficial  da esfera  governamental(Diário Oficial). A publicação consiste no atestado deconhecimento de que uma lei nova está em vigor. Aocontrário da promulgação, que revela a executoriedadede uma lei, a publicação impõe a sua obrigatoriedade,pois,  com    a  promulgação,  a  lei  existia, mas  nãoobrigava o seu cumprimento; após a sua publicação,ela  se  torna obrigatória, não podendo ser alegado oseu  desconhecimento.

CONCEITOS IMPORTANTES!!!!

(1) Crédito orçamentário: autorização da própria leiorçamentária  ou de  crédito  adicional  expressanos  programas  de  trabalho.  Corresponde  àdotação prevista na lei de orçamento.

Exemplo:  Recuperação  da  pavimentação  dasrodovias  federais

(2) Crédito Adicional: a dotação prevista nas leis suces­sivas ao orçamento,  cuja  finalidade é  atender  adespesas não  computadas ou  insuficientementedotadas na Lei de Orçamento.

(3) Dotação orçamentária:  o montante  (limite)  daautorização dada na lei orçamentária para gastos,ou seja, o valor que pode ser gasto em um crédito.

(4) Unidade orçamentária (UO): aquela contempladacom dotação diretamente na lei orçamentária.

(5) Unidade administrativa (UA): aquela que recebeautorização por descentralização de uma UO ououtra UA.

(6) Unidades  Executoras  (UE):  são  aquelas  queefetivamente realizam o gasto, ou seja, executama despesa orçamentária.

(7) SOF/MPOG (Secretaria de Orçamento  Federal):corresponde  ao  órgão  central  do  sistema  deorçamento, vinculado ao Ministério de Planejamento,Orçamento e Gestão.

(8) Descentralização Orçamentária: movimentaçãoda autorização de despesa da unidade orçamen­tária  para  a  unidade  administrativa.  Pode  serProvisão (se interna) ou Destaque (se externa).

(9) Provisão ou descentralização interna de créditos:quando envolve unidades gestoras de um mesmoórgão, ministério  ou  entidade  integrante  dosorçamentos fiscal e da  seguridade social.

(10) Destaque  ou  descentralização  externa  decréditos:  quando envolve  unidades  gestoras deórgãos, ministérios  ou entidades de  estruturasadministrativas diferentes (de um órgão para outro)

(11) Descentralização Financeira: movimentação derecursos  financeiros  do  órgão  arrecadador(Ministério da Fazenda, na União, Secretarias daFazenda  ou  de  Finanças,  nos  Estados  eMunicípios)  aos  demais  órgãos  na  estruturaorganizacional  do mesmo  ente  da  federação(intra­governamental). Na  linguagem  contábil,podem ser de dois tipos (Repasse e Sub­Repasse).

(12) Cota:  é a  primeira  fase da descentralização dasdisponibilidades financeiras, consiste na transfe­rência do órgão central de programação financeirapara  os órgãos  setoriais do  sistema.  Essa movi­mentação está condicionada, entre outras coisas,à efetiva arrecadação de recursos financeiros peloTesouro Nacional e ao montante de compromissosfinanceiros  assumidos pelos  órgãos.

(13) Repasse:  importância  financeira  que a  unidadeorçamentária  transfere  a  outro Ministério  (ouSecretaria de Estado ou de Município) ou órgão.É  a  descentralização  das  disponibilidadesfinanceiras  vinculadas  ao orçamento,  recebidasanteriormente  sob a  forma de  cota da  STN/MF,sendo de  competência dos  órgãos  setoriais  deprogramação  financeira,  que  as  transfere  paraoutro órgão ou ministério.

(14) Sub­Repasse:  importância  financeira  que  aunidade orçamentária transfere a outra unidadeorçamentária  ou  administrativa  do mesmoMinistério (ou Secretaria de Estado o Município)ou órgão. Corresponde à descentralização de dispo­nibilidades  financeiras vinculadas ao orçamento,realizada pelos órgãos setoriais de programaçãofinanceira,  para unidade orçamentária  (UO)  ouunidade  administrativa  (UA)  a  eles  vinculadas,ou seja, que faça parte da sua própria estrutura.

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(1)O fato de o orçamento estar discriminado em trêsesferas orçamentárias (desenho acima) não fere oPrincípio  da Unidade  (Totalidade).  Essa  divisãosistemática  tem o condão de oferecer uma visãointegrada das ações governamentais. Os  recursosdos  orçamentos  fiscais  e  da  seguridade  socialprovém basicamente da  cobrança  de  tributos  econtribuições,  bem  como  da  exploração  dopatrimônio público. O orçamento de investimentodas  estatais  compreende  as  despesas  comaquisição  de  bens  para  o  ativo  imobilizado,excetuadas as  relativas à  aquisição  de bens  paraarrendamento mercantil.

(2)O Orçamento da  seguridade  social  compreendenão só as entidades e órgãos a ela vinculados, mastambém  todas  as  despesas  relativas  à  saúde,previdência  e  assistência  social,  independen­temente da unidade orçamentária  responsável.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!

A movimentação  de  créditos  orçamentários(autorizações de despesas) em sentido horizontaldenomina­se  destaque.  Quando  ocorre  odestaque, deve ocorrer também o repasse (enviodos recursos financeiros para lastrear os créditosdestacados à outra entidade).

A movimentação de  recursos orçamentários  emsentido  vertical  denomina­se provisão.  Quandoocorre  a provisão,  deve ocorrer  também o  sub­repasse  (envio  dos  recursos  financeiros  paralastrear os créditos remetidos à outra unidade).

É bom saber!!!!

Ressalte­se que os destaques e provisões tratamde  autorizações  orçamentárias.  No  caso  dodestaque, a contrapartida do  lado  financeiro é orepasse; no caso da provisão, a contrapartida dolado  financeiro é  o  sub­repasse.

(15) Sistema de orçamento federal: sistema COMPOSTOdos  seguintes órgãos:

– SOF/MPOG;

– Unidades setoriais em cada Ministério ou órgãoequivalente;

– Unidades Orçamentárias,  as  quais  efetiva­mente  realizam o gasto, ou  seja, executam adespesa por meio de um unidade executora.

HIERARQUIA DAS LEIS ORÇAMENTÁRIAS

Legendas:

OF ­ Orçamento Fiscal

OIE ­ Orçamento de Investimentos de Estatais

OSS ­ Orçamento de Seguridade Social

Anotações

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Anotações

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS

1. Princípios

Os princípios são premissas e linhas norteadorasde ação a serem observadas na concepção da propostade orçamento. Sua principal finalidade é disciplinar eorientar a ação dos governantes.

ATENÇÃO!!!!!

A  lei  nº 4.320/64,  que estatui  normas gerais  deDireito  Financeiro,  em seu  artigo 2º,  determinaobediência a  três princípios: unidade, universa­lidade a anualidade (ou  periodicidade). Os demaisprincípios  não  derivam  dessa  lei,  mas  dasistemática de elaboração das diversas LOAs e deentendimentos  da  Constituição  da  RepúblicaFederativa do Brasil.

OBS.: Não  há uma  lista  exaustiva de  princípiosorçamentários,  pois  o  próprio  conceito  deorçamento  público está em constante  evolução.Serão  abordados  a  seguir  os  princípios  maisaludidos  pela  doutrina  e  pelo  ordenamentojurídico pertinente à área orçamentária.

1.1.Princípio da Legalidade Orçamentária (PRINCÍPIOCONSTITUCIONAL)

O princípio da Legalidade está previsto no incisoII do art. 5º da Constituição Federal de 1988 (CF/88):

Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer

alguma coisa senão em virtude de lei.

Por este  princípio,  todo o  orçamento públicodeve ser elaborado por lei e todas as leis que tratamde matéria orçamentária (as leis do Plano Plurianual ­PPA,  de  Diretrizes  Orçamentárias  ­  LDO,  a  LeiOrçamentária Anual  ­  LOA,  as  leis que autorizam oscréditos  suplementares  e especiais  etc) devem  seraprovadas pelo Poder  Legislativo.

O inciso I ao art. 167 da CF é uma aplicação doprincípio da  legalidade:

(...) é vedado o início de programas ou projetos não

incluídos na lei orçamentária..

CUIDADO NAS QUESTÕES DE CONCURSOS!!!!

O princípio da  legalidade é amplo e  genérico.Quando a questão falar de elaboração de leis e examede  legislativo,  está  se  referindo  ao  princípio  delegalidade.

EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ORÇA­MENTÁRIA!!!!!

ABERTURA DE CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS PARAATENDER DESPESAS IMPREVISÍVEIS E URGENTES(Art. 167, §3º da CF). Este tipo de crédito é aberto pormedida provisória ou decreto, instrumentos à dispo­sição do chefe do Poder Executivo, conforme o caso!!!!

1.2.Princípio  da  Anualidade  ou  Periodicidade(PRINCÍPIO  CONSTITUCIONAL    E  INFRANCONSTI­TUCIONAL)

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, iii da cf/88

BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 2º, lei nº 4.320/64

De acordo com o art.2º da Lei 4.320/64:

(...) a Lei do Orçamento conterá a discriminação da

receita e despesa de  forma a evidenciar a política

econômica financeira e o programa de trabalho do

governo,  obedecidos  aos  princípios da  unidade,

universalidade a anualidade.

Este  princípio  impõe que o  orçamento  deverser  elaborado e  executado  para a  execução em umperíodo determinado de tempo (geralmente um ano,no caso brasileiro). Segundo o art. 4º da Lei nº 4.320/64:

(...) o exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

Observe  que  o  princípio  está  relacionado  aointervalo de tempo de 12 meses, de 1º de janeiro e 31de dezembro.

OBSERVAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

VIGÊNCIA CICLO ��ORÇAMENTÁRIO

A VIGÊNCIA É DE 1 ANO; O CICLO ORÇAMENTÁRIOÉ MAIOR E MAIS COMPLEXO!!!!!!!!!!

O ciclo orçamentário é maior que 1 ano, umavez  que,  no  ano  1,  é  elaborada  a  propostaorçamentária, que será discutida no Poder Legislativoe deverá  ser  devolvida para a  sanção pelo chefe  doPoder Executivo até o  término da  sessão  legislativa;no ano 2,   o  orçamento será  executado  (as  receitasefetivamente arrecadadas  e  as despesas realizadas);por  fim, no ano 3, o orçamento será controlado, viaprocesso de prestação de contas a ser encaminhadoao Poder  Legislativo. Ou  seja,  o  ciclo  orçamentáriocomeça no ano 1 e se encerra no ano 3, ultrapassando,portanto, o período de um  ano.  È possível  afirmar,diante do exposto, que o exercício financeiro (períodoem que  o  orçamento  é executado)  é de  365  dias,coincidindo com o ano civil.

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EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA ANUALIDADE!!!!

AUTORIZAÇÃO E   ABERTURA DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS ESPECIAIS E EXTRAORDINÁRIOS COM VIGÊNCIAPLURIANUAL

Constituição Federal de 1988, art. 167, § 2º:

(...) os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo

se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso, em que, reabertos noslimites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício subseqüente.

1.3.Princípio da Universalidade

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, §5º da CF/88

BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 2º, 3º, 4º e art6º, Lei nº 4.320/64

Princípio  também consagrado na  Lei 4.320/64,em seu art. 2º:

De acordo com o art. 3º da Lei 4.320/64:

(...)  a  Lei  do orçamento  compreenderá  todas  asreceitas  inclusive  as  de  operações  de  créditoautorizadas por lei.

Enfim, A  LÓGICA DO PRINCÍPIO  É:  "Todas  asreceitas e todas as despesas devem estar no orçamento"

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE!!!!

1) Lei 4.320/64, art. 3º, parágrafo único: "Não seconsideram  para  os  fins  deste  artigo as

operações de crédito por antecipação da

receita, as emissões de papel moeda e outras

entradas compensatórias, no ativo e passivo

financeiros (são  as  chamadas  receitas  extra­orçamentárias  ou  ingressos  extra­orçamen­tários);

2) As  receitas  e  despesas  operacionais  deempresas públicas e  sociedades de economiamista consideradas estatais não­dependentes.

1.4.Princípio da Unidade (Totalidade)

BASE CONSTITUCIONAL: art. 165, §5º da CF/88

BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 2º, Lei nº 4.320/64

Este princípio estabelece que o orçamento deveser  "uno",  ou  seja,  cada  esfera  do  governo  devepossuir apenas uma LOA. Não pode haver mais de umorçamento  em  cada  unidade  governamental. Noentanto, o § 5º do art. 167 da CF/88 estabelece umatripartição  do  orçamento:  o  Orçamento  Fiscal,  oOrçamento da Seguridade  Social  e  o Orçamento  deInvestimento das   Empresas Estatais.

ATENÇÃO!!!!

Vale ressaltar que o Princípio da Unidade refere­se  à  LOA  (atenção  à  expressão),  uma  vez  que,orçamento, cada Lei contém 3, conforme mencionadoacima: Orçamento Fiscal, Orçamento da SeguridadeSocial,  Orçamento  de  Investimento  das  empresasestatais.  Ou  seja,  cada  LOA  é  segregada  em  3orçamentos  separados. Essa  sistemática  tem comoobjetivo  garantir maior  transparência  e  indepen­dência a cada um deles.

1.5.  Princípio  do Orçamento­Bruto  (PRINCÍPIOINFRACONSTITUCIONAL, art. 6º Lei nº 4.320/64)

"Não  são  permitidas  compensações  no  planoorçamentário"

Este princípio surgiu juntamente com o princípioda universalidade, expresso no art. 6º da Lei 4.320/64:

(...)  todas as  receitas e despesas constarão da LeiOrçamentária e de  créditos adicionais pelos  seustotais, vedadas quaisquer deduções.

O § 1º do mesmo artigo reforça este princípio:

(...) As cotas de receitas que uma entidade públicadeva transferir a outra incluir­se­ão, como despesa,no orçamento da entidade obrigada a transferênciae, como receita, no orçamento da que as deva receber.

Depreende­se, portanto, que, ao ser elaborada,a lei orçamentária deve apresentar as valores constantesdo orçamento da seguinte forma: imagine a previsão

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de arrecadação de R$  100.000,00 de  receita de  IPVA,  no  orçamento do Estado  XYZ,  que,  por  determinaçãoconstitucional  (art.  159,III) deve  repassar 50% aos municípios  cujos  veículos  tenham sido  licenciados,  a  formacorreta de apresentação da lei em atendimento ao princípio do orçamento bruto seria a seguinte.

a) Forma correta

b) Forma incorreta (apresentando o orçamento pelo valor  líquido)

Outro exemplo:  Vamos  supor que um determinadoEstado da federação arrecade R$ 1.000,00 de ICMS, eseja  obrigado a  repassar aos municípios 25% destemontante.  Em  atendimento  ao  princípio  doorçamento­bruto, no orçamento, deve constar o totalda previsão da receita (R$ 1.000,00) e, na despesa, R$250,00 (25% pertencente aos municípios). Não podeconstar da peça orçamentária uma receita líquida deR$ 750,00, pois este procedimento violaria o referidoprincípio.

1.6. Princípio da Exclusividade (ou da Pureza) (CONSTI­TUCIONAL)

O princípio  da exclusividade  está previsto  noart. 165; § 8º da CF/88:

(...) A lei orçamentária anual não conterá dispositivoestranho à previsão da receita e à fixação da despesa.

Significa  que  a  lei  orçamentária  não  poderátratar de outros assuntos como, por exemplo,  lei dodivórcio, criação de tributos, fixação de remuneração,subsídio, etc. Depreende­se, portanto, que o orçamentoconterá apenas matéria financeira. Devido à celeridadeda votação  de  leis  orçamentárias, os  parlamentaresincluíam nelas  outras matérias,  visando uma  rápidaaprovação de seus projetos de  lei.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE!!!!

• AUTORIZAÇÃO  PARA  O  PODER  EXECUTIVOABRIR  CRÉDITO  ADICIONAL  SUPLEMENTAR(Observe que os demais créditos adicionais  ­especiais e extraordinários­ não se incluem naexceção);

• AUTORIZAÇÃO  PARA CONTRATAR  OPERAÇÕESDE  CRÉDITO  (realizar  empréstimos), AINDAQUE POR ANTECIPAÇÃO DA RECEITA.

1.7.  Princípio da Discriminação, Especialização  ouEspecificação  (INFRACONSTITUCIONAL)

PALAVRA­CHAVE:  DETALHAMENTO

Está previsto no art. 5º da Lei 4.320/64:

(...) A  Lei de Orçamento não consignará dotaçõesglobais  destinadas a  atender  indiferentemente  adespesas de pessoal, material, serviços de terceiros,transferências  ou  quaisquer outras,  ressalvado  odisposto no art. 20 e seu parágrafo único.

O art. 15, § 1º, do mesmo diploma legal tambémse refere a este princípio:

(...) Na Lei de Orçamento a discriminação da despesafar­se­á no mínimo por elementos.

§ 1º. Entende­se por elementos  o desdobramentoda despesa com pessoal, material, serviços, obras eoutros meios de que se serve a administração públicapara consecução dos seus fins.

A LÓGICA DO PRINCÍPIO SE RESUME AO SEGUINTE:

"O orçamento precisa ser detalhado, especificado,para facilitar seu entendimento e acompanhamento"

Dessa  forma, não  são admitidas dotações globais,  aEXCEÇÃO de:

• A primeira exceção está prevista no art. 20 da Lei4.320/64:

"Os programas especiais de trabalho que, por suanatureza,  não  possam  cumprir­se  subordinada­mente  à normas  gerais  de  execução da  despesapoderão ser custeadas por dotações globais,classificadas  entre  as Despesas  de Capital(são oschamados  INVESTIMENTOS  EM  REGIME  DEEXECUÇÃO ESPECIAL);

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• A outra exceção é a Reserva de Contingências, queé  uma  dotação  global  para  atender  passivoscontingentes outras despesas  imprevistas.

1.8. Princípio do Equilíbrio Orçamentário (PRINCÍPIOINFRACONSTITUCIONAL)

"O equilíbrio pressupõe que a receita prevista

na LOA deve ser igual à despesa nela fixada"

A  finalidade  deste  princípio  é  a  de  impedir  odéficit  orçamentário,  principalmente.

No âmbito da LOA, tal princípio é absoluto, pois,as receitas previstas devem, rigorosamente, ser iguaisàs  despesas  fixadas.  Trata­se do  equilíbrio  formal. Apriori, só é recomendável que se gaste aquilo que setem.  Assim o  orçamento deve  funcionar  como umaferramenta  de  planejamento  real,  contemplandogastos que  serão  realizados em  função das  receitasque serão arrecadas. Por isso não se deve prever maisreceitas que  despesas.

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!

Uma outra  interpretação  dada  ao  Princípio  doEquilíbrio e que  tem sido cobrada em concursosmais recentes (2005 e 2006) é que este preconizaque o governo não absorva da coletividade maisdo  que o  necessário para  o  financiamento  dasatividades  a  seu  cargo,  condicionando­se  erealização de dispêndios à  capacidade efetiva deobtenção dos  ingressos  capazes de  financiá­los.

1.9.  Princípio  da  Não­afetação  das  Receitas  deIMPOSTOS (PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL)

Este princípio está previsto no art. 167, IV, § 4ºda CF/88:

(...) É vedada a vinculação de receita de impostos aórgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartiçãodo produto da arrecadação dos impostos a que sereferem os arts. 158 e 159, a destinação de recursospara as ações e  serviços  públicos de  saúde, paramanutenção e desenvolvimento do  ensino e pararealização de atividades da administração tributária,como determinado,  respectivamente,  pelos  arts.198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantiasàs operações de crédito por antecipação da receita,previstas no art. 165, § 8º, bem como no dispostono § 4º deste artigo.

A LÓGICA DO PRINCÍPIO É:

" Os impostos, regra geral, não podem ser vincu­lados a órgãos, entidades, fundos   ou despesas".

             Impostos ���� Aplicação Desvinculada

                      X

Taxas e  Contribuições ���� Pode  ser  Vinculado

ATENÇÃO!!!

Observe  que  o  artigo  veda  a  vinculação  deimpostos, significando que pode haver vinculaçãopara  as  outras  espécies  tributárias  (taxas,contribuições  de  melhoria,  empréstimoscompulsórios). É por  isso que  a  FALECIDA CPMFpode ser vinculada à saúde!!!!

O art. 167 § 9º veda a criação de fundos sem préviaautorização  legislativa.  Atualmente,  no Âmbitofederal,  há  centenas de  FUNDOS,  grande partedeles  com recursos vinculados.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO!!!!

• Todos  os  fundos  constitucionais:  FPE,  FPM,Centro Oeste, Norte, Nordeste, Compensaçãopela  exportação  de  produtos  industriali­zados etc;

• Fundo de Manutenção e Desenvolvimento doEnsino Básico e da Valorização do Magistério(FUNDEB);

• Ações e serviços públicos de  saúde;

• Garantias às operações de crédito por anteci­pação da  receita(ARO);

• Atividades da Administração Tributária;

• Vinculação de impostos estaduais e municipaispara prestação de garantia ou contragarantia àUnião (contragarantia é a garantia que o Estadoou Município são obrigados a oferecer à União,quando esta concede uma garantia para umaentidade  internacional, por exemplo, o BancoMundial,  referente a um empréstimo tomadopor Estado ou Município).

1.10. Princípio da Publicidade (CONSTITUCIONAL)

A publicidade, um dos princípios fundamentaisque  regem a Administração Pública,  tem o objetivode levar ao conhecimento de todos(TRANSPARÊNCIA)os atos praticados pela Administração. Este princípiofoi acolhido como princípio orçamentário pela CF/88,de acordo com o art. 165, § 3º :

(...) O Poder Executivo publicará, até trinta dias deencerramento  de  cada  bimestre,  o  relatórioresumido da execução orçamentária.

Depreende­se,  portanto,  que  o  orçamento,para  produzir  seus efeitos, precisa  ser publicado no

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Diário Oficial correspondente a cada esfera (a LOA daUnião no DOU, a do Estado no DOE e do Município noDOM, quando houver). Caso o Município não possua DiárioOficial, o mesmo pode ser publicado em jornal local.

1.11. Princípio da Programação (CONSTITUCIONAL EINFRACONSTITUCIONAL)

É um dos mais modernos princípios  orçamen­tários que surgiu com a evolução dos conceitos e técnicasorçamentárias.  De  acordo  com  esse  princípio,  oorçamento deve evidenciar os programas de trabalho,servindo  como  instrumento  de  adminis­tração  dogoverno,  facilitando a  fiscalização,  gerenciamento eplanejamento.  De  acordo  com  esse  princípio,  osprogramas  regionais  devem estar em  consonânciacom o Plano Plurianual  (PPA).

1.12. Princípio da Clareza (PRINCÍPIO DOUTRINÁRIO)

Estabelece que o orçamento deve ser apresentadoem  uma  linguagem  clara  e  compreensível  paraqualquer  cidadão.

1.13. Princípio da Unidade de Caixa ou de Tesouraria

BASE CONSTITUCIONAL: art. 164, § 3º, CF/88

BASE INFRACONSTITUCIONAL: art. 56, Lei nº 4.320/64

UNIDADE DE = CAIXA ÚNICO = CONTA CONTÁBIL

CAIXA DO TESOURO ÚNICA

Amplamente definido pela legislação, tal regraprincipiológica obriga que os entes públicos recolhamo produto de sua arrecadação em uma Conta Única,com a finalidade de facilitar a administração e melhorcontrole e fiscalização da aplicação desses recursos.

Esse caixa único ­ CUTN ­ abriga todas as receitasorçamentárias  e  as  extraorçamentárias,  que são  osingressos de recursos de terceiros e que, via de regra,serão  devolvidos  no  futuro.  Falaremos  dessesconceitos mais adiante, no assunto Receita Pública.

Este princípio reza que os recursos do governodevem  ser  recolhidos em conta única  facilitando  aadministração e o controle. Não deve ser confundidocom o princípio da unidade orçamentária.

No âmbito da União, este princípio é obedecidopela criação da Conta Única do Tesouro Nacional. Estaconta  é  mantida  no  Banco  Central  do  Brasil,operacionalizada pelo Banco do Brasil S.A. (seu agentefinanceiro)  e  administrada  pela  STN  ­  Secretaria  doTesouro Nacional.

Depreende­se,  portanto,  que  os  valores

arrecadados pelo  governo devem ser  contabilizadosem uma única conta caixa, evitando­se, dessa forma,a existência de caixas paralelos,  fracionados. Não  sequer afirmar com isso que exista apenas uma conta­corrente  (bancária).  O que  se  deseja  é uma  únicaconta contábil.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO!!!!

• FUNDOS ESPECIAIS: possuem, dada a sua próprianatureza,  gestão  descentralizada,  tais  como  oFUNDEF, FMDA, FUNDET e outros.

OUTROS PRINCÍPIOS:

• Princípio  da quantificação  dos  créditos orça­mentários e  adicionais:

• Princípios da  proibição  do estorno de  verbas(ou do não estorno):

• Princípio da  precedência:

• Princípio da uniformidade ou padronização:

Anotações

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Anotações

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RECEITA PÚBLICA(Ingressos de  recursos)

CONTABILIDADE PELO REGIME DE CAIXA(Art.35 Lei 4.320/64)

NATUREZA

ORÇAMENTÁRIA

Fonte de  recursos efetivaou por mutação, perten­centes ao Estado, ou seja,não serão restituídos no

futuro, previstos ou não na leiorçamentária e que seráutilizado no  financiamento

de despesas públicas.

EXTRA­ORÇAMENTÁRIA

Recursos que serão restituídosno futuro, uma vez quepertencem a terceiros e

constituem simples  ingressosfinanceiros e  transitórios nocaixa do Estado, destinados aopagamento de despesas extra­

orçamentárias.

RECEITA PÚBLICA – TEORIA

1. CONCEITO

O Estado,  para  fazer  face  às  suas  obrigações,  necessita de  recursos  que  podem  ser  obtidos  junto  àcoletividade ou através do endividamento público. O conjunto desses recursos é que se chama receita pública.É através dela que o Estado poderá atender às demandas diversas da sociedade, como saúde, educação e segurança.

A  receita  pública,  portanto,  corresponde  a  todo  recebimento  ou  ingresso  de  recursos  financeirosarrecadados pela entidade com o fim de ser aplicado em gastos operacionais e de administração, ou seja, todorecurso obtido pelo Estado para atender as despesas públicas.

Cabe  ressaltar,  no  entanto, que  o Estado  arre­cada  recursos que  são  incorporados  definitivamente  aopatrimônio; a estes chamamos de receitas orçamentárias, e arrecada recursos que serão restituídos no futuro,caracterizando­se em  simples  ingressos  financeiros ou de caixa,  denominados receitas  extra­orçamentárias.

Há que  se distinguir, ainda, nas chamadas receitas orçamentárias,  duas modalidades  de  recebimentos:  asreceitas efetivas,  que se caracterizam por  entradas de  numerários  sem as  correspondentes  saídas de outroselementos  patrimoniais,  e  os  recebimentos  que  decorrem  da  exclusão  de  valores  ou  bens  patrimoniais,denominados  receitas por mutação patrimonial.

Observe o gráfico a seguir.

Enfim, RECEITA, EM SENTIDO LATO, NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CORRESPONDE A TODOS OSRECEBIMENTOS DE RECU RSOS FINANCEIROS NOS COFRES PÚBLICOS.

(REGIME DE CAIXA PARA AS RECEITAS)

2. CLASSIFICAÇÃO DAS RECEITAS

Pode  ser  classificada  segundo diferentes  critérios,  quais  sejam:– Quanto à vinculação ao orçamento;– Quanto à categoria econômica (classificação por natureza);– Quanto ao poder de tributar  (competência);– Quanto à afetação patrimonial  (impacto no patrimônio);– Quanto à regularidade  (uniformidade);– Quanto  à  coercitividade.

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2.1. Quanto à natureza, as receitas podem ser classificadas em orçamentárias ou extra­orçamentárias.

• ORÇAMENTÁRIAS: considera­se  receita orçamentária  a arrecadação de  recursos  financeiros, necessários  aoatendimento dos programas de governo estabelecidos na LOA, sob as rubricas próprias. É a receita prevista ounão no orçamento e que não possui caráter devolutivo.

ATENÇÃO!!!

Nos  termos do art.  57 da Lei nº  4.320/64,  excetuando  as  receitas  extra­orçamentárias,  serão  classificadascomo "receita orçamentária", sob as rubricas próprias, todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientesde operações de crédito, ainda que não previstas no orçamento.Exemplo: a omissão da previsão de  determinado  imposto  na  LOA,  em  razão de  erro,  não  ensejará  a  suaclassificação como extra­orçamentária;

Para definir uma receita como orçamentária o relevante é saber se a sua natureza é orçamentária.

• EXTRA­ORÇAMENTÁRIAS: Consiste  em  ingressosfinanceiros  transitórios  e  de  caráter  temporário,que serão restituídos nos futuros sob a forma dedespesas  extra­orçamentárias,  provocando  osurgimento de passivos  financeiros,  uma vez quenão  pertencem  ao  Estado  e  não  integram  oorçamento,  pois  são créditos de  terceiros, que acaixa do Tesouro acolhe como simples depositário.São  as  receitas previstas no  parágrafo único  doartigo 3º da Lei 4.320/64.

Exemplos:

• ARO  ­  operações de  crédito por  antecipaçãoda receita orçamentária;

• Cauções em dinheiro  recebidas;

• Depósitos de terceiros em garantia;

• consignações em folha de pagamento;

• salários de servidores não­reclamados;

• retenções em  folha de pagamento não pagase que dependam de repasses aos credores dosrecursos  (INSS,  FGTS);

• valores  recebidos de bens de  ausentes;

• valores  registrados  em depósitos  de  diversasorigens(na conta corrente do governo) de quenão  se  sabe  a  procedência,  que  reúnem osdepósitos  administrativos e  judiciais;

• herança;

• inscrições em restos a pagar;

• o serviço da dívida a pagar;

• os saldos em poder dos fundos especiais;

• os  demais  valores  ou  ingressos  de  recursosfinanceiros,  obtidos  em  caráter  temporáriocom  características  de  transitoriedade  eclassificação da obrigação no passivo.

Anotações

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• Recursos não pertencentes ao estado;

• Recursos  pertencentes a  terceiros;

• Caráter de  transitoriedade e  temporalidade;

• Correspondentes a operações não­ orçamentárias;

• Serão restituídos no futuro sob a forma de despesas extra­orçamentárias;

2.2. Quanto à categoria econômica, as receitas podem ser classificadas em receitas correntes e receitas de capital.(NOTA!!!! Essa é uma classificação da Lei nº 4.320/64 ­ artigo 11)

Conforme  as  normas  legais,  a  receita  pública  é  orçamentariamente  estruturada  em duas  categoriaseconômicas e classificada nos demonstrativos contábeis  em subcategorias  econômicas conforme  segue:

FRASE MNEMÔNICA PARA RECEITAS CORRENTES ��������TRIBUTA CON PAIS

FRASE MNEMÔNICA PARA RECEITAS DE CAPITAL ����OPERA ALI AMOR

Duas  subcategorias  econômicas  são  comuns às duas  categorias: As  Transferências e Outras  Receitas,  queserão corrente ou de capital conforme o caso!!!!

INFORMAÇÃO CAPCIOSA!!!!

A classificação quanto à categoria econômica aplica­se,  tão­somente, às receitas orçamentárias,  ficando defora dessa classificação as  receitas extra­orçamentárias  (ingressos extra­orçamentários).

• RECEITAS CORRENTES:  são  recursos arrecadados pelo  Estado que tem como destinação  a manutenção dosserviços  legalmente criados. São os recursos recebidos de pessoas de Direito Público ou Privado, destinadosaos  gastos  correntes ou  de  consumo, obtidos nas  transações efetivadas pelas  entidades da AdministraçãoPública que  não  resultem em "sacrifício patrimonial",  ou  seja,  são  recursos  obtidos  por meio das  receitasefetivas, derivadas ou originárias e outras complementares, tais como: a tributária, a patrimonial,  industrial,transferências  correntes etc.

RECEITAS CORRENTES  RECEITAS DE CAPITAL 

1.   TRIBUTÁ  ria 2.   CON  tribuições 3.   P  a trimonial 

4.   A  gropecuária 5.   I    ndustrial 6.   S   erviços 7.   Transferências Correntes 8.   Outras Receitas Correntes 

1.   OPE rações de Crédito  

2.   ALI  enação de Bens 3.   AMOR tização de Empréstimos 4.   Transferências de Capital 

5.   Outras Receitas de Capital 

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A Lei nº 4.320/64 conceitua as receitas correntesda  seguinte  forma:

Art.11.  A  receita  classificar­se­á  nas  seguintescategorias econômicas: Receitas Correntes e Receitasde Capital.

§1º São Receitas Correntes as  receitas  tributária,patrimonial,  industrial  e  diversas  e,  ainda  asprovenientes  de  recursos  financeiros  recebidos  deoutras pessoas de direito público ou privado, quandodestinadas a atender  despesas  classificáveis  emDespesas Correntes.

De acordo com o Manual das Receitas Públicas,as receitas correntes são:

São os ingressos de recursos financeiros oriundos

das atividades operacionais, para aplicação em

despesas correspondentes, também em atividades

operacionais, correntes ou de capital, visando ao

alcance dos objetivos constantes dos programas

e ações de governo. São denominados de receitas

correntes porque não têm suas origens em

operações de crédito, amortização de empréstimos

e financiamentos nem alienação de componentes

do ativo permanentes. Elas são derivadas do

poder de tributar ou resultantes da venda de

produtos ou serviços colocados à disposição dos

usuários. Têm características intrínsecas de atividades

que contribuem para a finalidade fundamental

dos órgãos ou entidades públicas, quer sejam

operacionais ou não operacionais.

São Receitas Correntes:

• Receitas Tributárias: impostos, taxas e contribuiçõesde melhoria.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!

Apesar  de  grande  parte  da  doutrina  e  dajurisprudência  entender que,  à  luz  da CF/88,  osempréstimos compulsórios têm natureza tributária,para efeito de classificação orçamentária,deverão  ser  observadas  as  disposições  da  Leinº 4.320/64, que classifica as empréstimos compulsórios

como receitas de capital (operações de crédito).

• Receitas de Contribuições: é o ingresso provenientede  contribuições  sociais,  de  intervenção  nodomínio econômico e de  interesse das categoriasprofissionais ou  econômicas,  como  instrumentode  intervenção nas  respectivas áreas.Podem ser:Contribuições  Sociais  (Ex.:  COFINS,  SalárioEducação, CPMF, Contribuições  sobre Receitas deConcursos  de  Prognósticos,  ContribuiçõesPrevidenciárias para o RPPS e RGPS, Contribuições

para  os  Serviços  Sociais Autônomos  ­  SESI,  SESC,SENAI etc,  PIS/PASEP,  CSLL  etc,  e  ContribuiçõesEconômicas (Cota­parte do Adicional ao Frete paraRenovação da Marinha Mercante,  Contribuiçãosobre  a  Receita  das  Empresas  Prestadoras  deServiços de  Telecomunicações, Contribuição  parao Desenvolvimento da  Indústria  CinematográficaNacional, PIN, PROTERRA, CIDE­Combustíveis etc).

Apesar de grande parte da doutrina e da jurispru­dência entender  que, à  luz da CF/88, as  receitasde  contribuições  sociais  têm natureza  tributária,para  efeito de classificação orçamentária, deverãoser observadas as disposições da Lei nº 4.320/64,que  classifica  as  contribuições  sociais  comoreceitas  correntes  (receitas  de  contribuições,conforme acima.

• Receita Patrimonial:  resultante da utilização, porterceiros,  dos  elementos patrimoniais:  aluguéis,arrendamentos,  foros  e  laudêmios  (receitasimobiliárias),    juros de  títulos de  renda,  juros  deaplicação  financeira,  dividendos  e  outrasparticipações  em  capital  de  outras  empresas(receitas  de  valores  mobiliários),  taxas  deocupação de  imóveis,  receitas  de  concessões  epermissões(outorga  de  serviços  públicos).É  oingresso  proveniente  de  rendimentos  sobreinvestimentos do ativo permanente, de aplicaçõesde disponibilidades  em operações de mercado  eoutros  rendimentos oriundos de  renda de ativospermanentes.

• Receita Agropecuária: é o ingresso proveniente deatividade  ou  da  exploração  agropecuária  deorigem  vegetal  ou  animal.  Incluem­se  nessaclassificação as receitas advindas da exploração daagricultura  (cultivo do  solo),  da  pecuária(criação,recriação  ou  engorda  de  gado  e  de  animais  depequeno porte) e das atividades de beneficiamentoou  transformação de produtos  agropecuários eminstalações existentes nos próprios estabelecimentos.

• Receita  Industrial:  É  o  ingresso  proveniente  daatividade industrial de extração mineral, de trans­formação,  de construção  e outras,  provenientesdas  atividades  industriais definidas  como  tal pelaFundação  Instituto  Brasileiro  de  Geografia  eEstatística ­ IBGE.

• Receitas  de Serviços:  É  o  ingresso  provenienteda  prestação  de  serviços  de  transporte,  saúde,comunicação, portuário, armazenagem, de inspeçãoe  fiscalização,  judiciário,  processamento e  dados,vendas  de mercadorias  e  produtos  inerentes  àatividade da entidade e outros serviços.

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• Transferências Correntes:  recursos  recebidos  de  outras  pessoas de Direito  Público  ou  Privado,  indepen­dentemente da contraprestação direta de bens ou serviços, desde que o objetivo seja aplicação em despesascorrentes. Exemplo: FPE e FPM  recebidos pelos Estados e Municípios,  respectivamente. Podem ocorrer emnível  intragovernamental, intergovernamental e, ainda, decorrer de transferências de  instituições privadas ede  pessoas.

• Outras Receitas  Correntes:  ingressos  de  outras  origens  não  classificados  nas  categorias  anteriores  paraatendimento de despesas correntes. Consiste na arrecadação de multas, indenizações e restituições, receitasda dívida ativa,  juros de mora,  alienação de bens apreendidos sobre  tributos e outras  receitas diversas. Asmultas em geral são classificadas nesta rubrica.

ATENÇÃO!!!!!!

Quanto à indenização da Petrobrás paga a Estados e Municípios pela exploração de petróleo, xisto betuminoso,gás e pela produção de energia elétrica, nos termos do artigo,§1º da CF trata­se de uma receita classificadacomo OUTRAS RECEITAS CORRENTES.

TODO CUIDADO É

POUCO!!!!!!!

LEMBRETE!!!!!!!!

Os  valores  recebidos  pelo  ente,decorrentes da  cobrança da  dívidaativa  tributária  ou  não­tributária,devem ser classificados como outras

receitas correntes.

Exemplos:

Recebimento  de  um  imposto  noprazo legal � RECEITA TRIBUTÁRIA;

Recebimento de um imposto atravésda cobrança da dívida ativa =  OUTRASRECEITAS CORRENTES.

Já  que mencionamos Dívida  Ativa,  vamosa ela!!!

DÍVIDA ATIVA (ACERTANDO O ALVO!!!)

Base Legal: art. 39 da Lei nº 4.320/64

"Art.39. Os créditos da Fazenda Pública, de naturezatributária ou não tributária, serão escriturados comoreceita do exercício em que forem arrecadados, nasrespectivas rubricas orçamentárias. (Redação dadapelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979).

§1º ­ Os créditos de que trata este artigo, exigíveispelo  transcurso do prazo para pagamento,  serãoinscritos, na forma da legislação própria, como DívidaAtiva, em registro próprio, após apurada sua liquideze certeza, e a respectiva receita será escriturada aesse título  (Parágrafo  incluído pelo Decreto  Lei nº1.735, de 20.12.1979)

§ 2º ­ Dívida Ativa Tributária é o crédito da FazendaPública dessa natureza,  proveniente de obrigaçãolegal  relativa a  tributos e  respectivos adicionais  emultas, e Dívida Ativa não Tributária são os demaiscréditos  da  Fazenda  Pública,  tais  como  osprovenientes  de  empréstimos  compulsórios,contribuições  estabelecidas  em  lei,  multa  dequalquer origem ou natureza, exceto as tributárias,foros,  laudêmios, aluguéis ou  taxas de ocupação,custas processuais, preços de serviços prestados porestabelecimentos  públicos,  indenizações,reposições, restituições, alcances dos responsáveisdefinitivamente  julgados, bem assim os  créditosdecorrentes de obrigações em moeda estrangeira,de  subrogação de  hipoteca,  fiança, aval ou outragarantia,  de  contratos  em geral  ou de  outrasobrigações legais. (Parágrafo incluído pelo DecretoLei nº 1.735, de 20.12.1979)

§3º  ­ O  valor do  crédito da Fazenda Nacional  emmoeda estrangeira será convertido ao correspondevalor na moeda nacional à taxa de câmbio oficial,para compra, na data da notificação ou intimaçãodo devedor,  pela autoridade administrativa, ou, àsua  falta,  na data da  inscrição da Dívida  Ativa,

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incidindo,  a  partir  da  conversão,  a  atualizaçãomonetária  e  os  juros  de mora,  de acordo  compreceitos legais pertinentes aos débitos tributários.(Parágrafo  incluído pelo Decreto  Lei  nº  1.735, de20.12.1979)

§4º ­ A receita da Dívida Ativa abrange os créditosmencionados nos parágrafos anteriores, bem comoos valores correspondentes à respectiva atualizaçãomonetária, à multa e juros de mora e ao encargo deque tratam o art. 1º do Decreto­lei nº 1.025, de 21de outubro de 1969,  e o art. 3º  do Decreto­lei nº1.645,  de  11  de dezembro  de 1978.  (Parágrafoincluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§5º ­ A Dívida Ativa da União será apurada e inscritana Procuradoria da Fazenda Nacional.

São os créditos da fazenda pública, tributários ounão, que, se não  liquidados pelo contribuinte noseu  vencimento  ­  são  inscritos  em  registropróprio, após apurada sua liquidez e certeza;

A  inscrição  na  dívida  ativa  constitui  condiçãonecessária à cobrança judicial;

Quando arrecadada, classifica­se no grupo outrasreceitas  correntes;

Na  sua  composição,  está  o  valor  principal  dotributo + correção monetária + multa + juros;

Caso  o  Poder  Público  resolva  dispensar  ocontribuinte do  pagamento  dos  juros e multasreferentes  à dívida ativa, esses benefícios  serãoconsiderados renúncias de receitas;

A  inscrição  da Dívida  Ativa  é uma  exceção  aoRegime de Caixa aplicável às receitas públicas,  jáque provoca um aumento na situação patrimonialsem que o numerário tenha entrado efetivamenteem caixa;

A  receita  da  dívida  ativaabrange também os valorescorrespondentes à  respec­tiva atualização monetária,à multa e juros de mora.

Conforme a Lei nº 4.320/64, a dívida ativa daUnião  será  inscrita  na  Procuradoria  da  FazendaNacional. É condição para que possa haver  inscriçãoem dívida ativa que o  crédito esteja  vencido e  sejaexigível,  ou  seja,  que o  tributo  tenha  sido  lançado,vencido e não arrecadado.

  TRIBUTÁRIA

DÍVIDA ATIVA

  NÃO­TRIBUTÁRIA

A dívida ativa de natureza tributária é o créditoda Fazenda  Pública proveniente  de obrigação  legal

relativa  a  tributos  e  respectivos  adicionais,atualizações monetárias, encargos e multas tributárias.

A  dívida  ativa  de natureza  não­tributária  érepresentada  pelos  demais  créditos  da  FazendaPública,  tais como os provenientes de:

• Empréstimos  compulsórios;

• Contribuições  estabelecidas em  lei;

• Multas de qualquer origem ou natureza, exceto astributárias;

• Foros, laudêmios, aluguéis ou taxas de ocupação;

• Custas  processuais;

• Preços de  serviços  prestados por  estabelecimen­tos  públicos;

• Indenizações,  reposições,  restituições;

• Alcances  dos  responsáveis  definitivamentejulgados, bem assim os  créditos decorrentes  deobrigações em moeda estrangeira, de sub­rogaçãode  hipoteca,  fiança,  aval  ou  outra  garantia,  decontratos em geral ou de outras obrigações legais.È  o  que  estabelece  a  parte  final  do  parágrafosegundo do artigo 39 da Lei 4.320/64.

DÍVIDA ATIVA = CRÉDITOS DA FAZENDA PÚBLICAVENCIDOS E  NÃO ARRECADADOS

A inscrição da dívida ativa é um fato de naturezaextra­orçamentária  e  provoca  um  aumento  nopatrimônio  líquido  representado por  uma  conta  devariação patrimonial aumentativa(variação positiva ouativa), na Procuradoria da Fazenda Nacional(no casoda União).

Inscrita  a  dívida  ativa  na  repartição  públicacompetente  e  efetuados  os  registros  contábeisreferentes  ao  direito  da  Fazenda  Pública  contraterceiros em débito, podem ocorrer, em resumo, duassituações na ótica do ente público:

1. recebimento  dos  recursos  financeiros,  que  temcomo conseqüência a liquidação do direito; ou

2. A prescrição do direito, que normalmente segue aregra do Código Tributário Nacional, em cinco anosdo fato gerador.

Na primeira situação, temos um fato de origemorçamentária,  pois  envolve  recursos  financeirosdando origem à receita orçamentária.

Na  segunda  situação, não sendo  recebidos  osrecursos  financeiros e  tendo havido a prescrição dodireito,  resta  aos órgãos de  contabilidade  providen­ciarem o  registro  do  cancelamento  da  inscrição  dadívida ativa.

O cancelamento da dívida ativa, que também éum  fato  de  natureza  extra­orçamentária,  como  ainscrição, provoca uma redução do patrimônio líquido.

IMPORTANTE

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Já  o  recebimento  da  dívida  ativa,  isto  é,  aconversão  (troca)  desses  direitos  a  receber  pordinheiro,  é  um  fato  de  natureza  orçamentária(contemplado na lei orçamentária) e que não altera opatrimônio  líquido. O  recebimento  da  dívida  ativaprovoca  o  registro  de uma  receita orçamentária demesmo  título  (que  é  uma  receita  não­efetiva)  etambém de  uma  variação  patrimonial  permutativa(mutação patrimonial).

• RECEITAS DE  CAPITAL:  Consistem  nas  receitasdestinadas à aplicação e  cobertura das despesascom  investimentos  e  decorrem  de  um  fatopermutativo, ou  seja,  são  receitas por mutaçãopatrimonial(geralmente),  exigem um  "sacrifíciopatrimonial" para ser obtidas, são conhecidas comosecundárias, resultam da efetivação das operaçõesde  crédito,  alienação de  bens,  recebimento  dedívidas  e  auxílios  recebidos  pelo  órgão  ouentidade, o superávit do orçamento corrente. Têmpor  finalidade atender às despesas de  capital.

A Lei nº 4.320/64 conceitua as receitas de capitalda  seguinte  forma:

Art.11.  A  receita  classificar­se­á  nas  seguintes

categorias  econômicas:  Receitas  Correntes  eReceitas de Capital.

(...)

§2º  São  Receitas  de Capital  as  provenientes  da

realização  de  recursos  financeiros  oriundos  de

constituição de dívidas; da conversão em espécie debens  e direitos; os  recursos  recebidos  de  outras

pessoas de direito público ou privado, destinados a

atender  despesas  classificáveis  em Despesas  deCapital e, ainda, o superávit do orçamento corrente.

De acordo com o Manual das Receitas Públicas,as receitas de capital são:

São os ingressos de recursos financeiros oriundosde  atividades operacionais  ou  não operacionaispara aplicação em despesas operacionais, correntesou de capital, visando ao alcance dos objetivos traçadosnos programas e ações do governo. São denominadosreceita de capital porque são derivados da obtençãode  recursos mediante a  constituição de dívidas,amortização de empréstimos e financiamentos oualienação de componentes do ativo permanente,constituindo­se em meios para atingir a finalidadefundamental  do  órgão ou entidade,  ou mesmo,atividades não operacionais  visando ao estímuloàs atividades  operacionais do ente.

São Receitas de Capital:

• Operações  de  Crédito:  são  os  ingressos  prove­nientes  da  colocação  de  títulos  públicos  ou  dacontratação  de  empréstimos  e  financiamentosobtidos  junto  a  entidades  estatais ou  privadas,destinados a  cobrir  desequilíbrios  orçamentários.Visam a atender,  por  exemplo,  o  financiamentode obras e serviços. Classificam­se também comooperações de crédito os empréstimos compulsórios;

• Alienação de Bens:  É o  ingresso proveniente  daalienação de componentes do ativo permanente.Exemplo:alienação  de  um  prédio  público,privatizações, venda de ações e outros títulos;

• Amortização de Empréstimo: É o  ingresso prove­niente da amortização, ou  seja, parcela referenteao  recebimento  de parcelas  de empréstimos  oufinanciamentos concedidos em títulos ou contratos(o principal atualizado  sendo "devolvido");

• Transferências de Capital: É o ingresso provenientede outros entes ou entidades referente a recursospertencentes ao ente ou entidade recebedora ouao  ente  ou  entidade  transferidora,  efetivadomediante  condições preestabelecidas ou mesmosem qualquer exigência, desde que o objetivo seja

a aplicação em despesas de capital.  Exemplo:recursos recebidos por um Estado, decorrentes deconvênio com a União para construção de escolas;

• Outras Receitas  de  Capital:  São  os  ingressosprovenientes de outras origens não  classificáveisnas  subcategorias  econômicas  anteriores.Exemplo:  integralização  de  capital  social  deempresas estatais, SUPERÁVIT DO ORÇAMENTOCORRENTE.

Anotações

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CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

O  Superávit do Orçamento Corrente,  nos  termos  do  art.  11,  §3º  da  Lei  nº  4.320/64,  é  o  resultado  dobalanceamento dos totais das receitas e despesas correntes, apurado em Balanço Orçamentário; é considerado

Receita de Capital, mas NÃO CONSTITUI ITEM DA RECEITA ORÇAMENTÁRIA. Este regramento permite que oorçamento corrente financie o orçamento de capital. O fato de não constituir item da receita orçamentária sedá para evitar a dupla contagem, vez que já fora considerado no orçamento corrente. Exemplos:

Receita Corrente = 100 Despesa  Corrente =   50

Receita de Capital = 100 Despesa de Capital = 150

Total 200 200

SUPERÁVIT DO ORÇAMENTO CORRENTE = 50

Receitas Intra­Orçamentárias

Conforme visto anteriormente, a Lei nº 4.320/1964,  em  seu  artigo  11,  classifica  a  receita  públicaorçamentária  em  duas  categorias  econômicas:Receitas Correntes e Receitas de Capital.

Com a edição da Portaria Interministerial STN/SOF nº 338/2006, essas categorias econômicas foramdetalhadas em Receitas Correntes Intra­Orçamentáriase Receitas de Capital Intra­Orçamentárias.

Essa especificação  deveu­se à necessidade dese evidenciar  as  receitas  decorrentes de  operaçõesintra­orçamentárias, ou seja, operações que resultem,de um lado, de despesas de órgãos, fundos ou entidadesintegrantes dos  orçamentos  fiscal  e da  seguridadesocial,  e,  de  outro  lado,  receita  de  outros  órgãos,fundos  ou  entidades  também  constantes  dessesorçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo.

Portanto, Receitas de operações intra­orçamentáriasingressos  oriundos de  operações  realizadas  entreórgãos e demais entidades da Administração Públicaintegrantes dos  orçamentos de  uma mesma esferade governo.

As  receitas  intra­orçamentárias  constituemcontrapartida das despesas realizadas na Modalidadede Aplicação "91 ­ Aplicação Direta Decorrente de Operaçãoentre Órgãos,  Fundos  e  Entidades  Integrantes  doOrçamentos  Fiscal e da  Seguridade Social",  incluídana  Portaria  STN/SOF  nº  163/2001  pela  PortariaInterministerial STN/SOF nº 688, de 14 de outubro de 2005.

Assim sendo, na consolidação das contas públicas,essas despesas  e  receitas poderão ser  identificadas,de modo  que  se  anulem  os  efeitos  das  duplascontagens decorrentes de sua inclusão no orçamento.

Receitas Correntes Intra­Orçamentárias

Receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias,fundações,  empresas estatais  dependentes e  outrasentidades  integrantes  dos  orçamentos  fiscal  e  daseguridade  social  decorrentes  do  fornecimento  demateriais, bens e serviços, recebimentos de impostos,taxas  e  contribuições,  além  de  outras  operações,quando o fato que originar a receita decorrer de despesa

de órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estataldependente  ou  outra  entidade  constante  dessesorçamentos, no âmbito da mesma esfera de governo.

As  receitas  correntes  intra­orçamentárias  sãoclassificadas da mesma forma das receitas correntes.Atendem, porém, à especificidade de se referirem a ope­rações realizadas no âmbito da mesma esfera de governo.

Receitas de Capital  Intra­Orçamentárias

Receitas correntes de órgãos, fundos, autarquias,fundações,  empresas estatais  dependentes e  outrasentidades  integrantes  dos  orçamentos  fiscal  e  daseguridade social decorrentes de operações de crédito,alienação de bens, amortização de empréstimos, alémde outras  operações,  quando o  fato  que originar  areceita  decorrer  de  despesa  de  órgão,  fundo,autarquia, fundação, empresa estatal dependente ououtra  entidade  constante  desses  orçamentos,  noâmbito da mesma esfera de governo.

As  receitas de  capital  intra­orçamentárias  sãoclassificadas  da mesma  forma  que  as  de  capital.Porém,  atendem à especificidade de  se  referirem aoperações realizadas no âmbito da mesma esfera degoverno.

As  rubricas  das  receitas  intra­orçamentáriasdeverão ser identificadas a partir dos seguintes códigos:

7000.00.00 ­ Receitas Correntes Intra­Orçamentárias

8000.00.00 ­ Receitas Intra­Orçamentárias de Capital

O mecanismo de  formação do  código dessasreceitas consiste em substituir a categoria econômica danatureza pelo dígito 7,  se  receita  intra­orçamentáriacorrente, e dígito 8, se receita intra­orçamentária decapital.  Os  demais  níveis  deverão  ser mantidos,conforme a conta original.

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

As classificações instituídas não constituem novascategorias econômicas de receita, mas sim, merasespecificações  das  categorias  corrente  e  decapital,  a  fim  de possibilitar  a  identificação  dasrespectivas operações  intra­orçamentárias.

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ATENÇÃO

FONTE: VALDECIR PASCOAL

OBTENÇÃO DE EMPRÉSTIMOS RECEITA DE CAPITAL – OPERAÇÃO DE CRÉDITO

Pagamento do Juros: Despesa corrente – 

transferências correntes 

Pagamento do Principal: Despesa de Capital – transferência 

de capital 

CONCESSÃO DE EMPRÉSTIMOS DESPESA DE CAPITAL – INVERSÃO FINANCEIRA

Recebimento dos Juros: Receita Corrente – 

Receita de Serviços 

Recebimento do principal: Receita de Capital – 

Amortização de Empréstimos 

RECEITA DE JUROS

JUROS DE MORA 

JUROS DE APLICAÇÃO FINANCEIRA

JUROS DE EMPRÉSTIMOS 

OUTRAS RECEITAS CORRENTES

RECEITA PATRIMONIALL 

RECEITA  DE 

SERVIÇOS 

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2.3.    Quanto  à  regularidade  (uniformidade),  asreceitas  públicas  são  classificadas em ordinárias  eextraordinárias.

• ORDINÁRIAS:  são  aquelas  que  ingressam  comregularidade,  constituindo­se  assim como  fonteregular  e  permanente  de  recursos  financeirosdestinados  à  consecução da atividade  financeirado Estado. Representam os ingressos permanentese estáveis do Tesouro,  arrecadados  regularmenteem  cada  período  financeiro,  ou  seja,  possuemcaracterísticas de continuidade, servindo de fonteperene de  recursos ao Estado.  Exemplo:  receitatributária.

• EXTRAORDINÁRIAS: Representam os ingressos decaráter  não­continuado  e,  por  conseqüência,inconstante,  excepcional,  temporário,  prove­nientes de calamidade pública, guerras e doações,entre outros. São receitas eventuais, não­regulares.Exemplos: as receitas provenientes da arrecadaçãode  impostos  lançados  por motivo  de  guerra,  osempréstimos compulsórios, heranças e outros.

2.4. Quanto à coercitividade, as receitas podem serenquadradas como originárias e derivadas.

• ORIGINÁRIAS  (ou  de  economia  privada ou  dedireito  privado):  consiste  na  receita  procedenteda  exploração do patrimônio  público,  no qual oEstado  atua  como  particular  por  meio  daexploração  de  atividades  privadas,  tais  como:serviços  comerciais,  industriais  e  outrosrendimentos decorrentes das locações, da cessãoremunerada  de  bens  e  valores  (aluguéis  deimóveis  e  ganhos em aplicações  financeiras.  Sãoreceitas  contratuais, negociais,  obtidas de  formavoluntária e  espontânea, que  não dependam deprévia autorização  legal, ficando o Estado em "péde  igualdade com o particular". Para obter  essasreceitas,  a  Administração  Pública  não  usa  dacoerção, da força ou do poder de Império. É umaclassificação da Receita Corrente.  Exemplos:Receitas  Patrimoniais,  Receitas  Agropecuárias,Receitas Comerciais, Receitas de Serviço (receitasobtidas com a prestação de serviços públicos) etc.

• DERIVADAS ( ou de economia pública ou de direitopúblico): é a que deriva da prevalência do Estadosobre  o  particular,  caracterizando­se  por  suaexigência  coercitiva  e  obrigatória,  compulso­riedade.  São  as  que  derivam  co  patrimônio  dasociedade,  ou  seja,  o  governo  obtém­nastributando a sociedade. É a receita pública efetivaobtida pelo  Estado em  função de  sua  soberania,por meio de  Tributos,  Penalidades,  Indenizaçõese  Restituições.  Nesse  caso,  o  contribuinte  éobrigado a arcar com elas, não havendo negócios,

contratos ou ajustes. O cidadão deve pagar, simples­mente porque  tem capacidade  contributiva e, aoarrecadar, o Estado o faz em nome da coletividade,materializando a supremacia do interesse públicosobre o particular. É uma classificação da ReceitaCorrente. As Receitas Derivadas são formadas porReceitas  Correntes,  segundo  a  classificação  daReceita  Pública  por  Categoria  Econômica.Exemplos:  Receita  Tributária,  Receita de Contri­buições,  taxas de  serviços e  todas  as demais quedecorram do  poder  coercitivo  e  dependam dedispositivo  legal.

2.5.  Quanto  à  afetação  patrimonial(impacto  nopatrimônio), as  receitas são divididas em efetivas epor   mutações patrimoniais(não­efetivas)

• EFETIVAS:  são  aquelas  que  contribuem para  oaumento do patrimônio  líquido  (situação  líquidaou  saldo  patrimonial)  do ente  público,  uma  vezque,  sem  quaisquer  reservas,  condições  oucorrespondência  no  passivo,  integram­se  aopatrimônio  público,  como  elemento  novo  epositivo,  enquadrando­se,  assim,  como  fatoscontábeis modificativos aumentativos. Exemplos:todas  as  receitas  correntes  (EXCETO O  RECEBI­MENTO OU COBRANÇA DA DÍVIDA ATIVA) E A RECEITADE  CAPITAL DECORRENTE DO RECEBIMENTO DETRANSFERÊNCIA DE CAPITAL.

Alexandre, então é possível afirmar que toda receitacorrente é uma receita efetiva e que toda receita decapital  é uma  receita por mutação patrimonial  (ounão­efetiva) ???????????????????????????????????

• NÃO­EFETIVAS  (receitas  por mutações  patri­moniais):  são  aquelas  que  nada  acrescem  aopatrimônio público,  pois  são  simples entradas ousaídas  compensatórias.  Representam  fatoscontábeis  permutativos.  Exemplos:  todas  asreceitas  de  capital  (exceto  as  transferências  decapital  recebidas)  e  ainda  a  receita  correnteresultante do recebimento da dívida ativa.

TOME NOTA!!!!!Recebimento (cobrança)da Dívida Ativa:

� é uma Receita Cor­rente Não­efetiva;

Recebimento de Trans­ferência de  Capital:

� é uma Receita de Ca­pital, porém Recei­ta Efetiva.

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2.6. Quanto ao Poder de Tributar ou quanto à competência do ente da federação

Esse último critério classifica as receitas segundo o poder de tributar que compete a cada ente da Federação,considerando e distribuindo as receitas obtidas como pertencentes aos respectivos entes, quais sejam: GovernoFederal,  Estadual,  do Distrito Federal e Municipal.

CLASSIFICAÇÃO ATUALIZADA DAS RECEITAS POR NATUREZA (CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA)

X. Y. Z. W. TT. KK (8 DÍGITOS)

1º dígito: indica a categoria econômica;

2º dígito: indicava a FONTE;  � hoje, chama­se ORIGEM

3º dígito: indicava a SUBFONTE; � hoje, chama­se ESPÉCIE

4º dígito: indica a rubrica;

5º e 6º dígitos: indicam a alínea;

7º e 8º dígitos: indicam a subalínea.

A 4ª edição do MANUAL DA RECEITA PÚBLICA (2007), publicado pela SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL,em  razão da  necessidade de  atualização  e melhor  identificação  dos  ingressos  nos  cofres  públicos, altera  acodificação econômica da receita orçamentária:

Passaremos,  então  a  detalhar  cada nível.  Trata­se de  uma  classificação  eminentemente analítica,  queobserva a seguinte linha de raciocínio: "do todo para a parte"!

• 1° nível ­ categoria econômica.

Subdivide­se  em:

a) receitas  correntes;

b) receitas de  capital;

c) receitas  correntes  intra­orçamentárias;

d) receitas de capital  intra­orçamentárias.

IMPORTANTE:  as receitas correntes e de capital intra­orçamentárias possuem o intuito de identificar as receitasdecorrentes de  transações entre entidades  e  órgãos que  compõem os  orçamentos  fiscal e da  seguridadesocial a fim de serem evitadas duplicidades por ocasião da consolidação das demonstrações contábeis.

• 2° nível ­ origem.

Identifica a  procedência dos  recursos públicos,  em relação ao  fato  gerador dos  ingressos das  receitas.  Exs.:derivadas,  originárias,  transferências...

• 3° nível ­ espécie.

        Permite  qualificar,  com maior  detalhe, o  fato  gerador  dos  ingressos.  Ex.:  na  receita  tributária  (origem),identificamos as  suas  espécies  (impostos,  taxas e  contribuições de melhoria).

• 4° nível ­ rubrica.

Detalhamento da  espécie.

• 5° nível ­ alínea.

Subdivisão da  rubrica.

• 6° nível ­ subalínea.

Repartição da alínea, ou seja, o nível mais analítico de receita.

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EXEMPLO: 1.113.02.02

Classificação Econômica  Código Orçamentário  Especificação 

Categoria Econômica  1.000.00.00  Receitas Correntes 

Origem (*)  1.100.00.00  Receita Tributária 

Espécie  (**)  1.110.00.00  Impostos 

Rubrica  1.113.00.00  Impostos sobre produção  a circulação. 

Alínea  1.113.02.00  ICMS 

Subalínea  1.113.02.01  Parte do Estado 

Subalínea  1.113.02.02  Parte dos Municípios 

A classificação da receita por natureza busca amelhor identificação da origem do recurso segundo oseu fato gerador. A tabela acima explicita a estruturade  codificação  dessa  classificação  com as  rubricasespecíficas,  baseando­se em um exemplo didático.

INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMA!!!!

(*) Na  classificação anterior  (MTO  ­ 02 2005),  a"origem"  chamava­se  fonte;

(**) Na  classificação anterior  (MTO­02 2005),  a"espécie"  chamava­se  Subfonte.

3. ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA ORÇAMENTÁRIA

A Receita  Pública, desde a  sua  previsão  até oseu  ingresso  efetivo  nos  cofres  públicos,  passa  porquatro  fases,  denominadas  estágios,  quais  sejam:previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.

3.1. Previsão (1º estágio) ­ Estimação da receita

Chamado normalmente de  receita orçada, é aestimativa  (expectativa)  de  arrecadação da  receitaconstante  da  LOA.  Por meio  dessa  estimativa,  oGoverno planeja e define os gastos que irão compor aLOA, no que diz respeito à fixação das despesas. Essafase  ocorre durante  a elaboração  e  apreciação doprojeto  de  lei  do  orçamento.  Trata­se, portanto,  deuma etapa anterior à execução da LOA.

3.2. Lançamento (2º estágio)

O lançamento é a identificação do devedor ouda pessoa do contribuinte. A Lei nº 4.320/64 define o"lançamento  da  receita  como o  ato da  repartiçãocompetente que verifica a procedência do crédito fiscal,a pessoa devedora e inscreve o débito dela".

CU IDADO!!!!

Não se trata aqui de lançamento contábil, e simdo lançamento do crédito tributário, identificandoo valor e o contribuinte que irá pagar os tributos edemais  receitas  passíveis  de  lançamento,incorporadas  na previsão das  receitas  estimadasna Lei Orçamentária Anual.

Este  ato  está  definido  no  Código  TributárioNacional  ­  CTN.  Consiste na  identificação do  sujeitopassivo, do objeto, do quantum  (montante)  etc. Naprática, ocorre, por exemplo, quando o Secretário daFazenda inscreve (lança no sistema) a dívida de IPTUde  um  determinado  contribuinte  proprietário  deimóvel na área urbana. Nesse caso específico do IPTU,em  que  o  lançamento  fiscal  ocorre  anterior  aopagamento,  essa modalidade  é  conhecida  comolançamento de ofício. As outras são: "por declaração", quando o contribuinte  informa ao Poder Público asituação  passível  de  tributação,  sendo  conferidaposteriormente  pelos  agentes  fiscais  (caso  doImposto de Renda ­ IR), e "por  homologação", quandoa autoridade  fazendária  reconhece o pagamento dotributo  (ISS  ou  ICMS),  verifica  as  condições  daoperação e ratifica sua  legalidade e exatidão.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES!!!!!

Nem sempre  o  lançamento  fiscal ocorrerá  antesda  arrecadação  do  tributo,  que  é  o  estágioseguinte;

A maioria das receitas orçamentárias não percorreo estágio do lançamento, sendo apenas prevista,arrecadada e  recolhida;

O  lançamento  fiscal  é apenas um ato  adminis­trativo da repartição fiscal que não é contabilizado,tendo  em vista  que a  Lei  nº  4.320/64 definiu  oregime  de  caixa  para a  apropriação  da  receitaorçamentária, estabelecido em seu artigo 35.

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OBS.: Nos estágios da previsão e do  lançamento(fiscal)  da  receita  pública  orçamentária  não  hálançamento  contábil, que  somente ocorrerá nasfases de arrecadação e  recolhimento. A previsãoda  receita  pública  somente  é  passível  decontabilização quando o orçamento é aprovado epublicado, ocasião em que ocorrerá o lançamentocontábil  no  subsistema Orçamentário.

3.3. Arrecadação (3ª fase)

A arrecadação se dá quando o contribuinte vaiaté  os agentes  arrecadadores(repartições  fiscais  eredes  bancárias autorizadas)  e  faz  o  pagamento docarnê­leão, da guia do IPTU ou da Previdência Social,por  exemplo.  É  nesse  estágio  que  a  receita  éconsiderada realizada, nos termos da Lei nº 4.320/64.Por uma questão de prudência, não é recomendávela  execução  orçamentária  de  valores  ainda  não­arrecadados,  simplesmente em  função de  estaremprevistos na LOA, uma vez que o cidadão, em funçãode problemas pessoais, ou mesmo, em decorrênciade  conjunturas  econômicas,  pode  não quitar  suasobrigações  junto ao  Fisco.

3.4. Recolhimento (4ª fase)

O recolhimento compreende a entrega, diariamente,do produto da arrecadação pelas referidas repartiçõese estabelecimentos bancários ao Banco do Brasil paracrédito  da Conta Única do Tesouro Público, mantidano Banco Central e operacionalizada pelo Banco  doBrasil. Tal recolhimento à conta única do ente é umaexigência  do  princípio  da  Unidade  de  Caixa  (ouUnidade de Tesouraria),  que está expresso  no art.56da Lei nº 4.320/64: "o recolhimento de todas as receitasfar­se­á em estrita observância ao princípio de unidadede tesouraria, vedada qualquer fragmentação para acriação de caixas especiais."

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!!!!!!!

Somente mediante  o  recolhimento,  em  contaespecífica,  é  que se  pode dizer  que os  recursosestarão efetivamente  disponíveis para  utilizaçãopelos gestores, de acordo com a programação quefor  estabelecida.

ATENÇÃO!!!!!!!!

1. Apesar  da  lei  disciplinar  as  etapas da  receitaorçamentária,  nem  todas  as  receitas  cumpremrigorosamente  essa  sucessão  de  estágios.  Naprática,  não  há  rigor  na  adoção dessa  série  depassos, em razão da  constante  simplificação dosprocessos de arrecadação da receita orçamentária,entre outros  fatores.

2. Em razão do que estabelece o artigo 57 da Lei4.320/64,  o  recebimento  de  uma  doação  emdinheiro  será  registrada  como  receitaorçamentária mesmo que não seja previsível, ouseja, esta receita não cumpre o estágio da previsãoe nem o do lançamento.

3. Nem todos os estágios da receita orçamentáriasão  contabilizados,  mas  apenas  a  previsão,  aarrecadação e o recolhimento.

4. A  contabilização  da  receita  orçamentária,assim como dos embolsos extra­orçamentárias éefetuada aplicando­se o  regime de  caixa.

CONTA ÚNICA DO TESOURO NACIONAL ­ CUTN

Contexto histórico que motivou a criação da CUTN:

• Necessidade  de  controle  centralizado  dosgastos públicos;

• Desorganização  das  Finanças  Públicas;

• Multiplicidade de  contas  bancárias;

• Justificada  pelo  Princípio  da  Unidade  deTesouraria (Lei nº 4.320/64, art. 56)

Seus pilares  legais de criação  foram erigidos apartir  da publicação da  Lei nº  4.320/64, que  estabe­leceu, no artigo 56, que o  recolhimento de  todas asreceitas  seria  efetuado  em  consonância  com  oprincípio  da  unidade de  tesouraria,  sem  qualquerfragmentação  em caixas especiais.

O  Decreto  ­  Lei  200/67,  ao  promover  aorganização  da Administração  Federal  e  estabelecerdiretrizes para a Reforma Administrativa, determinouao Ministério da Fazenda que promovesse a unificaçãodos  recursos movimentados  pelo Tesouro Nacional,através de  sua Caixa  junto  ao  agente  financeiro daUnião,  com  o  objetivo  de  obter maior  economiaoperacional e racionalizar a execução da programaçãofinanceira de  desembolso.

Vejamos o conteúdo do art. 92 do instrumentonormativo  supra:

Art. 92  ­ Com o objetivo de obter maior economiaoperacional  e  racionalizar  a  execução  daprogramação financeira de desembolso, o Ministérioda  Fazenda  promoverá a  unificação  de  recursosmovimentados pelo Tesouro Nacional através de suacaixa junto ao agente financeiro da União.

O Decreto nº 93.872/1986 estabeleceu em seuart. 1º: "A realização da receita e da despesa da Uniãofar­se­á por via bancária,  em estrita observância  aoprincípio da unidade de caixa."

Essa  determinação  legal  foi  cumprida  emsetembro de 1988, com a promulgação da atual Carta

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Magna, ocasião em que todas as disponibilidades doTesouro Nacional, existentes em agentes financeiros,foram transferidos para o Banco Central do Brasil, emuma conta única centralizada, exercendo o Banco doBrasil a função de agente financeiro do Tesouro Nacional.

Observe o conteúdo do Art. 164, §3 da CF/88:

"As  disponibilidades  de  caixa  da  União  serãodepositadas no Banco Central; a dos estados, doDistrito  Federal,  dos municípios e  dos órgãos  ouentidades do Poder Público e das empresas por elecontroladas,  em  instituições  financeiras  oficiais,ressalvados os casos previstos em lei."

A Conta  Única  do  Tesouro Nacional é mantidajunto  ao  Banco  Central  do  Brasil  e  suaoperacionalização  será efetuada por  intermédiodo Banco  do  Brasil,  ou,  excepcionalmente,  poroutros  agentes  financeiros  autorizados  peloMinistério da  Fazenda.

A  Conta  Única  do  Tesouro Nacional  (CU TN)mantida  no Banco Central constitui  a unificação detodas  as  disponibilidades  financeiras  das  unidadesgestoras do governo federal participantes do SistemaIntegrado  de Administração  Financeira  ­  SIAFI.

A utilização da Conta Única é obrigatória paraos  órgãos  da  Administração  direta,  autarquias,inclusive especiais,  agências  reguladoras,  fundações,fundos e empresas estatais dependentes.

Entretanto, há exceções na utilização da mesma,quais  sejam:

• As contas de U nidades Gestoras situadas em locaisonde não é possível utilizar o SIAFI (são as unidadesoff­line);

• As contas em moedas estrangeiras;

• As  contas  para  situações  especiais,  medianteautorização específica do Ministério da Fazenda;

• As  contas das  empresas estatais  independentes,que integram apenas o Orçamento de Investimentodas Estatais.

A partir da edição da Medida Provisória nº 1.782,de  14.12.1998,  atual  MP  2.170­36,  também  asdisponibilidades das autarquias,  fundos e Fundaçõespúblicas passaram obrigatoriamente a ser movimen­tadas sob os mecanismos da conta única.

Dessa  forma,  o  arcabouço  legal existente nãopermite que os órgãos públicos movimentem recursosfora da conta única em contas correntes mantidas eminstituições  financeiras públicas  ou  privadas.  Sendoesta a regra geral, as exceções ficaram apenas para ascontas de unidades gestoras "off­line", as contas emmoeda estrangeira e outras autorizadas pela STN, pormeio da IN STN 04, de 30.08.2004.

Apesar das determinações legais existentes atéa promulgação da constituição de 1988, a implantaçãodo  sistema de  caixa  único no Governo  Federal,  foiefetivamente  iniciado no  final  do ano de 1988,  logoapós a criação da Secretaria do Tesouro Nacional. Suaimplementação  constitui  parte  do  processo  dereordenamento  financeiro  do  Governo  Federal,desenvolvido no  final  da  década de  80, quando  osatuais mecanismos  de  administração  das  finançasforam introduzidos com vistas a permitir maior controlee meios de gerenciamento dos gastos públicos.

Atendendo  a  essa  necessidade  de  reordena­mento  das  finanças  públicas, dentre  outras ações emedidas  adotadas  pelo  Governo  Federal,  foiimplantada em 1988, pela Instrução Normativa nº 10da STN, a conta única do Tesouro Nacional, que veioaprimorar  as  inter­relações  entre  Secretaria  doTesouro Nacional,  Banco Central,  Banco  do Brasil  eUnidades Gestoras.

A partir da criação da CUTN, portanto, todas asreceitas devem ser  recolhidas em uma única conta.Está consagrado na  Lei 4320/64:

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far­se­á em estrita observância ao princípio de unidade detesouraria,  vedada  qualquer  fragmentação paracriação de caixas especiais.

A própria Lei nº 4.320/64 traz em seu artigo 71º,como exceção, ao princípio da unidade de tesouraria,a  criação  de  fundos  especiais.  Entre  os  fundosexistentes  na Administração  Pública,  a  LRF,  em  seuartigo 43º, §1º, dispõe sobre os caixas dos regimes deprevidência social, geral e própria dos servidores.

O Artigo 164 da CF/88 determina o destino dasdisponibilidades:

§ 3º ­ As disponibilidades de caixa da União serãodepositadas no banco  central;  as  dos Estados,  do

Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou

entidades do Poder Público e das empresas por ele

controladas,  em  instituições  financeiras  oficiais,

ressalvados os casos previstos em lei.

A Lei de Responsabilidade Fiscal traz a exceçãoao princípio da unidade de caixa, pois em seu artigo43  estabelece  que  as  disponibilidades  de  caixarelativas à Previdência Social deverão ser separadasdas  demais disponibilidades  do ente público:

§ 1º As disponibilidades de caixa dos regimes deprevidência social,  geral  e próprio  dos  servidorespúblicos, ainda que vinculadas a fundos específicos

a que se referem os arts. 249 e 250 da Constituição,

ficarão depositadas em conta separada das demaisdisponibilidades  de  cada  ente  e  aplicadas  nascondições de mercado, com observância dos limites

e condições de proteção e prudência financeira.

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A Instrução Normativa STN nº 4, de 31 de julhode 1998, regulamenta o assunto. Vejamos:

Art.  1º  A  Conta Única do Tesouro Nacional,MANTIDA no Banco Central do Brasil,  tem porfinalidade acolher as disponibilidades financeiras daUnião  a  serem movimentadas  pelas  UnidadesGestoras  ­ UG da Administração Federal, Direta eIndireta e outras entidades integrantes do SistemaIntegrado de Administração Financeira do GovernoFederal ­ SIAFI, na modalidade "on­ line".

Alexandre, mas qual a relação entre a CUTN e o SIAFI????

Bem, de acordo com a IN/STN nº 05/1996 e IN/STN nº 04/2004, a Conta Única do Tesouro Nacional é omecanismo/instrumento que  permite  a movimen­tação on­line de  recursos  financeiros  dos órgãos  eentidades  ligadas ao SIAFI em conta unificada.

Esse mecanismo, ao mesmo tempo que unificae  centraliza  os  recursos  da  U nião,  permite  amovimentação eletrônica descentralizada,  por  cadaórgão, entidade ou unidade ligadas ao SIAFI de formaon­line,  preservando,  assim,  a  individualização  eautonomia na gestão dos seus recursos.

Cada ente público  federal  possui apenas umaparcela dos recursos da Conta Única, recebidos da STNna forma de "limite de saque", registrada no SIAFI naconta 11216.04.00 (Limite de Saque com Vinculaçãode  Pagamento),  correspondente  à  disponibilidadefinanceira da UG na Conta Única, a ser utilizada para arealização  de  pagamentos  ou  transferências  dedeterminado período.

IMPORTANTE!!!

Os  saldos  disponíveis do  Tesouro Nacional  sãoremunerados  pelo  Banco  Central  e  seusrendimentos são considerados receitas de capital.

Com a implantação da CUTN, todas as UnidadesGestoras  on­line  do  SIAFI  passaram a  ter  os  seussaldos  bancários  registrados  e  controlados  pelosistema,  sem contas escriturais no Banco do  Brasil.Assim, a Conta Única é uma conta mantida  junto aoBanco Central  do Brasil,  operacionalizada  via  SIAFIpelo  Banco  do  Brasil,  destinada  a  acolher,  emconformidade  com  o  disposto  no  artigo  164  daConstituição  Federal,  as disponibilidades  financeirasda União que se encontram à disposição das U nidadesGestoras on­line, nos limites financeiros previamentedefinidos.

Art. 2º A OPERACIONALIZAÇÃO da Conta Única doTesouro Nacional será efetuada por intermédio doBanco do Brasil S/A, ou, excepcionalmente, poroutros agentes financeiros autorizados peloMinistério da Fazenda.

Anotações

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Anotações

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DESPESA PÚBLICA – TEORIA

1. CONCEITO

Conceitua­se como despesa pública o conjuntode  dispêndios  realizados  pelos  entes  públicos  aqualquer título para o funcionamento e manutençãodos serviços públicos prestados à sociedade. DespesaPública corresponde a todos os compromissos a serempagos  pela  Administração  Pública,  formando  ocomplexo da distribuição e emprego das receitas paracusteio  e  investimento  em  diferentes  setores  daadministração  governamental.

A despesa, no  serviço público,  é  contabilizadasegundo o "regime de competência"(ou de exercício).Isso  significa  ser  passível  de  lançamento  contábilquando ocorre o seu fato gerador, ou seja, o empenho(seu  primeiro  estágio).  É  suficiente,  portanto,  arealização do empenho para haver o registro, o quesignifica dizer que não é necessário  haver desembolsopara caracterizar a despesa.

DESPESA NÃO É SINÔNIMO DE PAGAMENTO!!!

2. ESTÁGIOS DA DESPESA

Fixação

ESTÁGIOS   PROGRAMAÇÃO

  Empenho

Execução   Liquidação

  Pagamento

2.1. Fixação (ou Dotação)

Estágio  consagrado pela  doutrina em  virtudede  interpretação  de  dispositivos  constitucionais,como os que vedam a concessão de créditos ilimitadose a realização de despesas que excedam os créditosorçamentários e adicionais  (art. 167,  II e VII, da CF/88).  Essa etapa  da despesa  consiste na autorizaçãodada  pelo  Poder  Legislativo  ao  Poder  Executivo,mediante  a  fixação  de  dotações  orçamentáriasaprovadas  na  LOA,  que  possibilitam  a execução deprogramas  pelos órgãos e unidades  orçamentárias,concedendo ao ordenador de despesas  o direito degastar os recursos públicos destinados à sua unidadegestora, mediante a emissão de empenho,  limitadoao valor autorizado.

TOME NOTA!!!!Ordenador  de  despesa  éservidor  público  investido  deautoridade e competência paraemitir  empenho  e  autorizarpagamentos.  A  rigor  não  é  otítulo de um cargo, pois pode serexercido por um Diretor Geral,  Secretário Geral,Diretor Executivo, Presidente de órgão ou entidade.Falaremos mais dele adiante, especificamente notópico 4 desse módulo, lá no final!

2.2. Programação

O estágio da programação está inserido na LRF,no  qual  estabelece  que  até  trinta  dias  após  apublicação  dos  orçamentos,  nos  termos  em  quedispuser  a  lei  de diretrizes  orçamentárias,  o  PoderExecutivo estabelecerá a programação financeira e ocronograma de execução mensal de desembolso (art.8º, da LRF).

A  programação  financeira  diz  respeito  àsentradas e saídas de caixa do Tesouro e o cronogramade execução mensal de  desembolso,  estabelece osprocedimentos  para  a  execução  do pagamento  dedespesas.

Assim,  a  programação  financeira  se  refere  aatividade  relativas  ao orçamento  de  caixa,  compre­endendo a previsão do comportamento da receita, aconsolidação dos  cronogramas de  desembolso e  oestabelecimento do  fluxo de  caixa.

2.3. Empenho

Nos termos da Lei  nº 4.320/64:

"É o ato emanado de autoridade competente quecria  para  o  Estado  obrigação  de  pagamentopendente ou não de implemento de condição"

O empenho  é,  na  verdade, um  compromissopor  parte da  administração pública,  no  sentido  depagar  por algo que  tenha  interesse e,  por parte dofornecedor,  de  prestar  o  serviço  ou  entregardeterminada mercadoria. Com o empenho a despesajá  existe,  embora ainda  não  tenha  sido  paga.  Emtermos  orçamentários,  sua  realização  diminui  oscréditos orçamentários  disponíveis  (valor autorizadopara  gasto).  Empenhar  significa,  portanto,comprometer o crédito orçamentário.

É preciso destacar que o empenho tem 2 etapas:

– a  autorização,  que  consiste  na  verificação  noorçamento da existência de crédito orçamentáriosuficiente  para a  realização daquela despesa;  e

– Alexandre, dê­me uma  luz:"mas o  que é mesmo esse  talde  Ordenador  de  Despesas(OD)??"

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– formalização, que  se dá  com a emissão da NOTADE  EMPENHO,  que  possui  todos  os  dadosreferentes  à  compra ou  contratação  (dados  docontratante,  data  da  entrega,  valor,  objeto,classificação  da despesa,  etc).

A materialização  do  empenho  ocorre  com  aemissão da Nota de Empenho ­ NE, sendo elaboradauma para  cada empenho.  Esse estágio(empenho)  éobrigatório,  não  sendo  dispensado  em  nenhumaesfera(Federal, Estadual e Municipal). O que pode serdispensada é a nota de empenho, em casos especiais.

  O  empenho  é  prévio,  devendo preceder  arealização  da despesa  e  está  restrito  ao  limite  docrédito orçamentário,  conforme disposto no art.  59da Lei nº 4.320/64, que prevê:

"O empenho da despesa não poderá exceder olimite dos créditos concedidos".

Ademais, é vedada a realização de despesa semprévio empenho (art. 60 da Lei nº 4.320/64). O ato deempenhar deduz o seu valor da dotação orçamentária,tornando  a  quantia  empenhada  indisponível  paranova aplicação.

2.3.1. Modalidades de Empenho

O empenho da despesa pode ser de três tipos:

– ordinário:  nesta  modalidade,  o  valor  a  serempenhado  é  conhecido  e o  pagamento  deveráser feito de uma só vez.

Ex.: compra de um bem móvel ou imóvel.

– estimativo: visa à realização de despesas cujo valorou montante  não seja previamente  determinadoou  identificável.

Ex.: despesas com folha de pagamento, conta deluz,  água,  telefone,  gratificações,  diárias. Nessescasos, não se sabe, no  início do ano, por ocasiãodo empenho, o valor exato que será despendido.

– global:  essa modalidade  é  aplicável  quando  oobjetivo  for  de atender  despesas com montantepreviamente conhecido, tais como as contratuais,mas  cujo  pagamento  dar­se­á  de  maneiraparcelada.  É  comum  nos  casos  de  entregaparcelada  de bens,  caso em que o  pagamento  éfeito  obedecendo­se  a  proporção  entre  o

montante pactuado e o volume entregue, e no casode obras, quando da mesma forma, o pagamentose dá em função do andamento da obra.

Ex.: aluguéis, contrato de prestação de serviços porterceiros.

Principalmente no caso do empenho por estimativa(mas não somente), caso o valor compromissado sejainsuficiente  para  atender  aos  gastos  efetivamenteocorridos,  pode  ser  feito  um  reforço  de empenho.Isso  é  particularmente  comum  quando  envolveconcessionários (energia elétrica, água, telefone, etc),uma vez que, não se sabe com certeza o quantum aser  realizado até  o  final  do exercício. Caso ocorra ocontrário  (valor  empenhado maior  que  despesasocorridas), pode ser feito um cancelamento (estorno)parcial  do  empenho,  de  forma  que  o  saldo  nãoutilizado  seja  remanejado para  outras despesas pormeio do chamado créditos adicionais.

Vale destacar que existe ainda o pré­empenho.Muito embora este  item não seja um estágio formalda despesa,  é normal  sua utilização  no dia­a­dia daAdministração Pública. Este  recurso  consiste em umpré­compromisso,  necessário  para  evitar  que  omesmo recurso seja considerado como disponível paraa realização de mais de uma despesa. Funciona como seo gestor efetivasse uma "reserva" de dotação orçamen­tária,  visando à  realização de determinada despesa.

De acordo com o art. 35, inciso II, da Lei nº 4.320/64, pertencem ao exercício  financeiro  "  as despesasnele legalmente empenhadas". Assim, a condição aquiregistrada  é  considerar  despesas  legalmenteempenhadas as que sejam:

• Ordenadas  por  agente  legalmente  investido  nopoder de autorizar despesa;

• Previamente  empenhadas;

• Previamente autorizadas no orçamento;

• Submetidas ao processo licitatório, ou que tenhamsido dispensadas desta  obrigação.

2.4. Liquidação

A  liquidação  consiste na  verificação  do direitoadquirido  pelo  credor,  consistindo  em  etapanecessária para realização do pagamento. Trata­se deato complexo, uma vez que dependa da:

• Entrega  da mercadoria  (no  caso  de  compra)  ouconclusão da prestação do serviço,

• Verificação/conferência  por  parte  da  adminis­tração pública, que atestará a despesa (mínimo dedois servidores, sendo indicado nome, cargo e matrícula)após  verificar  a  adequação  das  mercadoriasentregues/  serviços prestados e

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• O processamento pela contabilidade  (Contadoriaou  Controladoria),  que,  de  posse  de  toda  adocumentação  (NF atestada, NE,  contrato  socialdo contratado, guias evidenciando o recolhimentodos  tributos),  viabilizará o pagamento.

2.5. Pagamento

Após o efetivo  processamento  (liquidação)  dadespesa,  é  feita  a  transferência  para  a  conta  dofornecedor.  Atualmente,  é  cada  vez mais  comum opagamento  por  meio  de  Ordens  Bancárias  dePagamento  ­ OBP.

3. REALIZAÇÃO DA DESPESA PÚBLICA

Segue, abaixo, um fluxo de etapas normalmenteobservadas quando da  realização de despesas:

– Solicitação  (requisição)  de  compra  pelo  depar­tamento  interessado  ao  ordenador  de despesas(Chefe  de  Poder  detentor  de  autoridade  paraordenar a realização de despesas);

– Caso  autorize,  o Ordenador  de Despesas  ­ OD  ­encaminha o  processo  para  a Controladoria  (ouÓrgão)  equivalente  verificar  a  existência  dedotação orçamentária e efetuar o enquadramentodos  itens  a  serem adquiridos  nos Programas  deTrabalho/Elementos de  despesa;

– Após  realização do bloqueio  (pré­empenho)  pelaControladoria,  o processo é encaminhado para aComissão  Permanente de  Licitação  ­  CPL  ­  paraelaboração do edital, projetos básico e executivo(se  for o caso)  e publicação,  após  revisão  destesdocumentos  pela Assessoria  Jurídica  (caso  haja)ou Procuradoria;

– Após apresentação das propostas pelos licitantes,julgamento,  escolha da melhor  oferta e  términodo prazo para recursos administrativos, o processoé  novamente  encaminhado  ao  OD  paraadjudicação do objeto da licitação do certame aovencedor e publicação em Diário Oficial.

– Em seguida, é emitido o empenho, disponibilizadauma via ao contratado.

– Com  a entrega  da mercadoria  ou  realização  doserviço, devidamente atestados por, pelo menos,dois  servidores, a documentação necessária paraliquidação  é encaminhada para a  contabilidade,que processará o pagamento.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

Em algumas  provas  de  concursos,  verifica­se  ainclusão da  licitação  e da ordem de  pagamentono  conceito de  "estágios da  despesa" ou  "fasesda despesa". Como já é do conhecimento de todosque a licitação é condição prévia para o empenhoe  a  ordem  de  pagamento  condição  para  opagamento, estas "fases da despesa", observadasde uma maneira mais abrangente ficariam dessa forma:

Licitação, Empenho, Liquidação, "ordem depagamento" e Pagamento.

4. RESTOS A PAGAR (OU  RESÍDUOS PASSIVOS)

Consideram­se  restos  a  pagar,  ou  resíduospassivos,  conforme o  art.  36  da  Lei  nº 4.320/64, asdespesas  empenhadas mas  não  pagas  dentro  doexercício  financeiro  (ou  seja,  até  31 de dezembro),distinguindo­se as processadas das não­processadas.

O  regime  de  competência  exige  que  asdespesas  sejam contabilizadas  conforme o exercícioa  que  pertençam ou  no  exercício  em  que  foramempenhadas.  Se  uma  despesa  foi  empenhada  noexercício  X1 e  paga  no  exercício  X2,  ela  deve  sercontabilizada  como  pertencente  ao  exercício  doempenho, qual  seja X1.  A despesa  realizada no  anoanterior e paga no exercício seguinte será consideradaextra­orçamentária.

Os  restos a pagar são dívidas que serão pagasfora do exercício financeiro em que ocorreram. Umavez que o fato gerador da despesa é o empenho, umavez  ocorrido  esse  estágio,  deverá  a  despesa  serregularmente  liquidada  e  paga,  ou,  caso  isso  nãoaconteça,  cancelada.  Acontece que  nem  sempre  épossível haver o pagamento no Exercício do empenho,em virtude  de  fatores  como: não­adimplemento daobrigação por parte dos  fornecedores,  atrasando  aliquidação (estágio prévio e condição obrigatória parapagamento, atraso nos repasses, excesso de processosem  tramitação no Departamento de  Contabilidade,etc. Assim a dívida será transferida para o próximo ano.

Conforme  já explicitado acima, a  lei nº 4.320/64,  em  seu  art.  36,  elencou  dois  tipos  de  RP: osprocessados e os não­processados.

– Restos a Pagar Processados  ­  despesas empenha­das e  liquidadas, mas não pagas até 31/12. Nessecaso,  já  foram  cumpridos  integralmente os  doisprimeiros estágios da despesa, restando apenas oefetivo  pagamento.

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– Restos a Pagar Não­Processados    ­    despesas empenhadas mas  não  liquidadas nem pagas até 31/12. Nessecaso, só  foi cumprido  integralmente o primeiro estágio: empenho.

A inscrição dos restos a pagar será feita no encerramento do exercício financeiro de emissão de Nota deEmpenho, tendo validade até 31 de dezembro do ano seguinte. Os valores dos restos a pagar não reclamados(saldos remanescentes de RP) pelos  fornecedores,  até  aquela data, serão automaticamente  cancelados,  sendoassegurado ao credor o direito a receber por cinco anos a contar da data da inscrição, quando, então, no exercíciode reconhecimento da dívida será emitido novo empenho para atender a esse pagamento à conta de despesasde exercícios anteriores,  respeitada a categoria  econômica  específica, em  vista  do que  disciplina  o  regime decompetência.

ATENÇÃO!!!

Como  se  pode  inferir  da explicação  acima,  é  vedada  a reinscrição de  empenhos em  restos  a  pagar.  Oreconhecimento de eventual direito do credor far­se­á através da emissão de nova nota de empenho, à contade  despesas de  exercícios  anteriores,  respeitada a  categoria  econômica  própria. Os  restos  a  pagar  comprescrição interrompida, assim considerada a despesa cuja inscrição em restos a pagar tenha sido cancelada,mas ainda vigente o direito do credor, poderão ser pagos à conta de despesas de exercícios anteriores, respeitadaa categoria econômica própria.

Validade (Vigência) dos RP: 1(um) ano. Dessa forma as dívidas não­pagas até o dia 31 de dezembro do ano seguinteao da inscrição em RP deverão ser canceladas ou posteriormente pagas como despesas de exercícios anteriores.

Prescrição dos RP: após 5(cinco) anos do dia da sua inscrição.

Observem no quadro a seguir que os restos a pagar surgem em razão de em 31.12.X1 existirem empenhosainda não pagos (liquidados ou a liquidar), os quais devem ser inscritos no ano de sua emissão (X1) como obrigaçõesa serem pagas no ano X2. Em razão de termos nova execução orçamentária, a cada ano, pois deve ser obedecidoo princípio da anualidade, o pagamento ou o cancelamento dos restos a pagar, ou seja, dos empenhos emitidosem X1 somente pode ser feito no ano seguinte (X2), sem contudo afetar o universo orçamentário do ano X2.

Cada exercício  financeiro  tem o  seu  universo orçamentário,  onde ocorrem  todas as etapas  referentes  àdespesa orçamentária, mas não também existe em cada ano, paralelamente, uma espécie de administração derecursos  extra­orçamentários, onde  se dá  os pagamentos e  os  cancelamentos de  restos a  pagar. É  como se  aúltima etapa da execução da despesa do orçamento de X1 ­ pagamento, se estendesse até o ano de X2.

ANO DE X1  ANO DE X2 

ORÇAMENTO/X1  EXTRA­ORÇAMENTO/X1  ORÇAMENTO/X2  EXTRA­ORÇAMENTO/X2 

EMPENHOS NÃO PAGOS ­ A LIQUIDAR 

(RP NÃO­PROCESSADOS) ­ LIQUIDADOS 

(RP PROCESSADOS) 

INSCRIÇÃO DE RP DE X1 

EM 31.12.X1 

  EMPENHOS, LIQUIDAÇÕES  

E  PAGAMENTOS 

DA DESPESA 

DO ANO DE X2 

PAGAMENTO DE  

RESTOS A PAGAR 

INSCRITOS EM X1 

CANCELAMENTO DE 

RESTOS A PAGAR 

INSCRITOS EM X1 

ATÉ 31.12.X2 

TRANSFERE O PAGAMENTO DE RP PARA O ANO DE X2 

                        SEM INTERFERIR NO ORÇAMENTO DE X2 

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O  RP  é  uma  despesa  orçamentária  ou  extra­orçamentária?

No próprio exercício em que foi  inscrito, ele  foiuma despesa orçamentária. No exercício seguinte,quando  for  pago,  é  considerado uma despesaextra­orçamentária.

5. Despesas de Exercícios Anteriores (DEA)

DEA��Processadas fora da época correta

Também com o objetivo de atender ao regimede competência, a Lei nº 4.320/64, em seu artigo 37assinalou  a  possibilidade  de  que  em  exercíciosfinanceiros  ulteriores pudessem  ser pagas  despesaspertencentes a exercícios anteriores ou já encerrados,despesas estas que não tinham sido inscritas em restosa pagar ou que os restos a pagar já haviam sido cancelados.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

Diferentemente do pagamento de restos a pagar,que  é  uma  operação  extra­orçamentária,  opagamento de despesas de exercícios anteriores éuma operação  orçamentária.

Compreendem despesas  processadas  fora  daépoca correta, decorrendo de  gastos  realizados emanos  anteriores.  Como  exemplo,  é  possível  citar  arealização de um curso  no  final  de um ano para os

servidores  de  determinado  Município  onde  oempenho referente ao pagamento do professor tenhasido  cancelado. No ano  seguinte,    ao  apresentar  adocumentação  comprobatória,  o  professor  daráentrada em  seu pagamento,  visto que  efetivamenteprestou o  serviço. Assim,  após  o  parecer do  corpojurídico,  reconhecimento  da  dívida  por  parte  doordenador de despesas, a ratificação pela autoridadesuperior  e  sua  publicação  (estágios  obrigatóriosprevistos na Lei nº 8.666/93), o valor poderá ser pagocomo  despesa  de  exercícios  anteriores. Um  outroexemplo  é  o  servidor  que  tem  um  direito  seureconhecido (um adicional, gratificação ou benefício)anos depois de ter  iniciado seu pleito.

Sobre o assunto, a Lei nº 4.320/64 dispõe o seguinte:

"Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, paraos quais o orçamento respectivo consignava créditopróprio, com saldo suficiente para atendê­las, que(1) não se tenham processado na época própria,bem  como  (2)  os Restos a Pagar com prescriçãointerrompida e os (3) compromissos reconhecidosapós o encerramento do exercício correspondentepoderão  ser pagos à conta de dotação  específicaconsignada  no  orçamento,  discriminada  porelementos, obedecida, sempre que possível, a ordemcronológica (grifos nossos).

Art.38.  Reverte­se  à  dotação  a  importância  dedespesa anulada no exercício, quando a anulaçãoocorrer após o encerramento deste considerar­se­áreceita do ano em que se efetiva."

6. Classificação dos Gastos Públicos

É possível classificar as despesas da Administração Pública sob vários enfoques, sendo os mais expressivos econsagrados pela doutrina os  seguintes:

1) Quanto à Categoria Econômica  (Classificação da  Lei  nº 4.320/64),  as despesas podem ser  classificadas emcorrentes ou de capital. Essa classificação, segundo a categoria econômica, possibilita analisar o impacto dosgastos públicos na economia especialmente, na formação do capital bruto do País.

a) Corrente:

As  despesas  correntes  compreendem os  gastos  reais,  efetivos.  Abrangem dispêndios  que  diminuem o"Patrimônio Líquido" do Estado, sendo caracterizados (contabilmente) como fatos modificativos diminutivos.São os gastos de natureza operacional que, de acordo com a Lei nº 4.320/64, destinam­se à manutenção doEstado e ao funcionamento dos serviços públicos, diretamente ou por meio de transferência a outras entidades.Tais despesas, via de regra, não trazem como contrapartida acréscimos ao patrimônio público.

Ex.: despesa com pessoal, pagamento de juros da dívida interna ou externa, pagamento de 00concessionários, etc.

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Nesse sentido, quanto à  categoria econômica,é possível destacar as seguintes classes (subcategoriaseconômicas):

• Despesas de Custeio: pagamento de pessoal  civile encargos, militar, material de consumo, serviçosde  terceiros,  encargos  diversos,  obras  deconservação e adaptação de bens móveis etc.;

• Transferências  Correntes:  Subvenções  Sociais,Subvenções  Econômicas,  Pagamento  de  Inativose  Pensionistas,  Salário  Família  e Abono  Familiar,Juros  da  Dívida  Pública,  Contribuições  dePrevidência Social, Diversas Transferências Correntes.

Consoante à Lei, classificam­se como Despesasde Custeio as dotações para manutenção de serviçosanteriormente  criados,  inclusive  as  destinadas  aatender a obras de conservação e adaptação de bensimóveis.

Como Transferências Correntes, entende­se asdotações para as despesas as quais não correspondacontraprestação direta em bens ou serviços, inclusivepara contribuições e subvenções destinadas a atenderà manutenção de outras entidades de direito públicoou privado.

b) Capital:

As  despesas de  capital  compreendem, principal­mente,  compras  e  amortizações.  São  gastosefetuados principalmente para aquisição de bensde capital, de consumo, de imóveis e com obras einstalações.  Tais  despesas  implicam,  via de  regra,acréscimo do patrimônio público.

Constituem  fatos  contábeis  permutativos  porsempre envolverem uma troca: com o pagamentoda  despesa  (o  que  reduz  o  montante  dasdisponibilidades  e,  portanto, o  ativo  financeiro)há  o  ingresso  e  contabilização  de  algo  nopatrimônio (lançamento de um bem no ativo não­financeiro, por exemplo). O efeito matemático dasdespesas de capital no patrimônio é nulo: diminuide um lado e aumenta do outro.

Salvo melhor  juízo,  não  deveriam  sequer  serchamadas  de  despesas,  do  ponto  de  vistapatrimonial.  Entretanto,  a  Lei 4.320/64  consideraessas aplicações como despesas do ponto de vistaorçamentário e patrimonial.

Assim,  são  consideradas  despesas  de  capital,nos termos da lei:

• Investimentos:  são  as dotações  para  o  planeja­mento e a execução de obras, inclusive as destinadasà aquisição  de  imóveis  considerados necessáriosà  realização  destas  últimas, bem  como para  osprogramas  especiais  de  trabalho,  aquisição  deinstalações, equipamentos,   material permanente

e constituição ou aumento do capital de empresasque não sejam de caráter comercial ou financeiro.No  conceito  econômico,  as  despesas  de  capitalclassificadas com investimento geram serviços quecontribuem para  o  acréscimo ou  incremento  doProduto  Interno Bruto  ­  PIB.  (ex:  construção deescolas,  construção  de  hospitais,  construção  deuma estrada,  aquisição de elevadores,  aparelhosde  ar  condicionado,  veículos,  aquisição de  umacasa  já em utilização  para posterior  demolição,criação  ou aumento de capital  de uma empresaagrícola ou industrial etc.)

• Inversões Financeiras: são as dotações destinadasà aquisição de imóveis ou de bens de capital já emutilização;  à aquisição  de  títulos  representativosdo capital de empresas ou entidades de qualquerespécie,  já  constituídas,  quando  a operação  nãoimporte aumento do capital e ainda a constituiçãoou aumento do capital de entidades ou empresasque visem a objetivos  comerciais ou  financeiros,inclusive operações bancárias ou  de  seguros  (ex:compra de um  imóvel,  já  em uso,  para  servir  desede de um órgão público, compra a um particularde ações de empresas, criação de um banco estatal,concessão de  empréstimos)

• Transferências  de  Capital:  são as dotações  parainvestimentos ou inversões financeiras que outraspessoas  de  direito  público  ou  privado  devamrealizar,  independentemente de  contraprestaçãodireta  em  bens  ou  serviços,  constituindo  essastransferências Auxílios (derivados diretamente daLOA)  ou Contribuições  (derivados  de  lei  especialanterior), bem como as dotações para amortizaçãoda  dívida  pública  (ex:  auxílios  para  obras  epagamento  ou  resgate  do  principal  da  dívidapública, transferências voluntárias para construçãode hospitais, escolas,  creches etc.)

Anotações

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2) Quanto à inclusão no orçamento (ou à vinculação ao orçamento), podem ser denominadas Orçamentárias ouExtra­Orçamentárias.

a) Orçamentária:

É  a despesa que decorre  da  lei  orçamentária  e  dos  créditos  adicionais. Deve  obedecer  a  todas  as  regraspertinentes ao processamento da despesa, tais como:  licitação, empenho,  liquidação etc.

b) Extra­orçamentária:

Corresponde  às  despesas  que  não  vêm  consignadas  na  lei  do  orçamento  ou  em  créditos  adicionais  ecompreende diversas  saídas  de  numerário  resultantes  do  levantamento  (devolução ou  restituição)  dedepósitos,  restituições  de  cauções,  pagamento de  restos  a  pagar,  consignações,  resgate  (pagamento doprincipal) de operações de crédito por antecipação de receita (ARO), retenção de parcela de remuneração deservidores por força de lei(desconto de contribuições previdenciárias) bem como todos os outros valores quese apresentem de forma transitória. São valores que anteriormente  ingressaram nos cofres públicos a títulode  receitas  extra­orçamentárias. A  sua efetivação  se dá  de uma  forma muito menos burocrática do que asdespesas  orçamentárias.

Consistem,  portanto, na  saída de  recursos  financeiros  transitórios,  anteriormente  obtidos,  sob a  forma dereceitas  extra­orçamentárias,  não  necessitando de  autorização orçamentária  para  se  efetivarem,  uma  vezque  não  pertencem  ao  órgão  público,  caracterizando  apenas  uma  devolução  de  recursos  financeirospertencentes a  terceiros.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!!

O pagamento do principal (amortização) da ARO é uma despesa extra­orçamentária, mas o pagamento dosJUROS da ARO é uma despesa orçamentária, classificada, quanto à categoria econômica como uma DESPESACORRENTE,  subclassificação econômica TRANSFERÊNCIA CORRENTE.

3)  Classificação Institucional (QUEM?):

A classificação institucional tem por objetivo demonstrar quanto cada órgão ou unidade orçamentária estáautorizado a gastar num determinado exercício financeiro com base nos créditos fixados no orçamento.

Uma das vantagens apresentadas pela  classificação  institucional  é a  possibilidade de  se  realizar  0umacomparação imediata, em termos de dotações recebidas, entre os diversos órgãos, possibilitando ao ordenadorde  despesas  identificar  as dotações  orçamentárias autorizadas  pelo Poder  Legislativo  ao  órgão ou  unidadeorçamentária sob a sua competência.

As classificações objetivam enfatizar uma ou mais aspectos dos gastos públicos. Assim, essa  tipologia  sepropõe a evidenciar quem consome os recursos públicos. Ou seja, os recursos são alocados às diversas unidadesorçamentárias.

O  código da classificação  institucional  compõe­se de um grupo  cinco dígitos  (geralmente), onde os doisprimeiros identificam o órgão e os três (ou dois*) últimos a unidade orçamentária ou sub­Órgão. (*)

1º 2º    3º 4º 5º DÍGITOS 

�� � � �

XX . X X X 

Órgão Orçamentário    Unidade Orçamentária     Prefeitura        Secretarias 

         Congresso Nacional Câmara, Senado Federal

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(*) A classificação institucional não segue um número obrigatório de dígitos. Na esfera estadual e municipalé representada por um grupo de quatro dígitos, onde os dois primeiros evidenciam Órgão e os dois últimos osub­Órgão; na esfera federal, cinco.

ATENÇÃO!!!!

Um  órgão  ou  uma  unidade  orçamentária  NÃO   CO RRESPO NDE NECESSARIAMENTE  a  uma  estruturaadministrativa, como ocorre, por exemplo, com alguns fundos especiais e com os "órgãos": "transferências aEstados, Distrito Federal  e Municípios",  "encargos  financeiros da União",  "operações  oficiais de  crédito","refinanciamento da Dívida  Pública Mobiliária  Federal"  e  "Reserva de  Contingência".

A  seguir,  estou elencando,  para mera  ilustração,  sem o  propósito de  fazer  você  decorá­los,  alguns  doscódigos constantes  da  classificação  institucional,  segundo a estrutura administrativa em vigor, considerando algunsórgãos  e  algumas  unidades  orçamentárias.

4) Classificação Funcional (ONDE?)

Compreende  as  áreas  (funções) em que os  recursos estão  sendo aplicados.  Explicita o maior nível  deagregação de  atividades  homogêneas,  permitindo  evidenciar,  inclusive,  as  prioridades  do  governo  (saúde,educação,  transporte,  saneamento  básico,  etc). Normalmente é demonstrado por  um grupo de cinco  dígitos,onde os dois primeiros evidenciam a função e os três últimos a subfunção.

A classificação  funcional constitui­se em condição essencial para a  implantação do orçamento­programa.Pois essa classificação identifica as grandes áreas de atuação do Estado, fixando­se objetivos para cada uma delase, por conseqüências as ações que se pretende desenvolver para o alcance desses propósitos.

A classificação  atual  está  estruturada em dois níveis de agregação: FUNÇÕES  e  SUBFUNÇÕES,  às quaisestão vinculados os PROGRAMAS, que possuem em sua estrutura PROJETOS, ATIVIDADE e OPERAÇÕES ESPECIAIS,reagrupados de  acordo  com o critério de afinidade ou  tipicidade, possibilitando, dessa maneira, analisar  deforma mais precisa as prioridades do Governo nas suas diversas áreas de atuação.

A  classificação  funcional,  de acordo  com a  legislação em vigor,  foi  introduzida nos orçamentos  federal  eestaduais no  exercício de 2000,  e  nos Municípios,  em 2002,  e  apresenta  a  seguinte  estrutura padronizada  eobrigatória para União, Estados, Municípios e Distrito Federal:

CÓDIGO  ESPECIFICAÇÃO:  ÓRGÃO / UNIDADE ORÇAMENTÁRIA 

20000  Presidência da República 

20101  Gabinete da Presidência da República 

20224  Agência Nacional do Cinema 

20928  Fundo Nacional para a Criança e o Adolescente ­ FNCA 

25000  Ministério da Fazenda 

25101  Ministério da Saúde 

25201  Banco Central do Brasil 

25203  Comissão de Valores Mobiliários 

25207  Serviço Federal de Processamento de Dados 

25208  Superintendência de Seguros Privados 

25904  Fundo de Estabilidade do Seguro Rural 

Dígitos  Identificação 

1º e 2º  Função 

3º, 4º e 5º  Sub Função Função             Sub ­ função

Saúde Medidas  Profiláticas

Educação Ensino  Fundamental

XX . XXX

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A função corresponde ao maior nível de agregação das diversas áreas de despesas que competem ao setorpúblico.  Ex:  Legislativa,  Agricultura,  Administração  e Educação, dentre  outras. As  funções  desdobram­se(subdividem­se  em sub­funções que  representam uma partição da  função),  visando agregar  determinadosubconjunto de despesa do setor público e  identificando a natureza básica das ações que se aglutinam emtorno das  funções.

É preciso destacar que a classificação funcional tornou­se mais flexível depois da edição da Portaria nº 163do MPOG. Até então, as subfunções somente poderiam figurar dentro de suas funções típicas; ou seja: a funçãoensino fundamental somente poderia aparecer vinculada à função educação. Atualmente, esta sub­função podeconstar em quaisquer outras  funções. Assim, as funções compreendem, hoje, sub­funções típicas e atípicas.

Dessa  forma, pretendeu a Portaria  resolver alguns problemas de  classificação, do  tipo: Como classificargastos destinados  a  um  "Programa de Conscientização dos  Riscos da AIDS"? Na  função  saúde ou na  funçãoeducação? Na sistemática atual, é possível classificar na função Educação  (trata­se de um programa educativo)utilizando­se a  sub­função medidas profiláticas.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

Diante do exposto acima, pode­se concluir que as subfunções poderão ser combinadas com funções diferentesdaquelas  a  que estejam  vinculadas.  Essa  estrutura  de  funções  e  subfunções permite  a  possibilidade  dachamada MATRICIALIDADE NA CONEXÃO ENTRE FUNÇÃO  E SUBFUNÇÃO, ou seja, combinar qualquer funçãocom qualquer sub­função. Entretanto, não há essa possibilidade entre ação e sub­função.

A seguir,  estou elencando,  para mera  ilustração,  sem o  propósito de  fazer  você  decorá­los,  alguns  doscódigos constantes da classificação funcional, segundo a estrutura administrativa em vigor, considerando algumasfunções e  subfunções.

ATENÇÃO!!!!

A função "ENCARGOS ESPECIAIS" engloba as despesas em relação às quais não se possa associar um bem ouserviço  a  ser  gerado no  processo produtivo  corrente,  tais  como: dívidas,  ressarcimentos,  indenizações  eoutras afins, representando, portanto, UMA AGREGAÇÃO NEUTRA.

CÓDIGO/ FUNÇÕES  CÓDIGO/ SUBFUNÇÕES 

01 ­ Legislativa   031 – Ação Legislativa 032 – Controle Externo 

12 ­ Educação  361 – Ensino Fundamental 362 – Ensino Médio 

363 – Ensino Profissional 364 – Ensino Superior 365 – Educação Infantil 

366 – Educação de Jovens e Adultos 367 – Educação Especial 

10 – Saúde  301 – Atenção Básica 302 – Assistência Hospitalar e Ambulatorial 303 – Suporte Profilático e Terapêutico 304 – Vigilância Sanitária 305 – Vigilância Epidemiológica 306 – Alimentação e Nutrição 

28 – Encargos Especiais  841 – Refinanciamento da Dívida Interna 

842 – Refinanciamento da Dívida Externa 843 – Serviço da Dívida Interna 844 – Serviço da Dívida Externa 845 – Transferências 846 – Outros Encargos Especiais 

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Deve­se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão. Assim, a programação de um órgão, viade regra, será classificada em uma única função, ao passo que a subfunção será escolhida de acordo com aespecificidade de  cada ação. Observe exemplo abaixo!!!!!!

Exemplo:

Órgão: 01 ­  Câmara dos Deputados;

Ação: 2010 ­   Assistência pré­escolar  aos  dependentes dos  servidores;

Subfunção: 365 ­  Educação Infantil;

Função: 01 ­   Legislativa.

5) Quanto à natureza

Esta  classificação  evidencia  categoria econômica das despesas,  seus grupos, modalidades de  aplicação,elementos e  subelementos. Por meio  da mesma, é possível  identificar,  de  fato,  em que são gastos os  recursospúblicos (pessoal, material, dívidas, obras, etc) e de que maneira, se diretamente ou indiretamente (por meio detransferências  a outras entidades). Numericamente,  é  representada da  seguinte maneira:

a) Classe � esse primeiro nível não faz parte da classificação quanto à natureza da despesa!!!!O primeiro dígito identifica as classes do patrimônio. Assim, com base no plano de contas do SIAFI (softwareresponsável  pelo  controle  e  execução  financeiro­orçamentária)  ­  Sistema  Integrado  de  AdministraçãoFinanceira do Governo Federal, é possível  destacar:1. Ativo2. Passivo3. Despesa4. Receita5. Variações  passivas6. Variações  ativas

Em nossa classificação, a  despesa  iniciará  sempre  com o algarismo  três, número atribuído a ela  segundo oclassificador de receitas e despesas  (Plano de Contas).

b) Categoria econômica �  é o PRIMEIRO NÍVEL na classificação da despesa quanto à natureza!!!As categorias econômicas são as apresentadas anteriormente, sendo identificadas pelos números 3(corrente)ou 4 (de capital).

c) GrupoOs grupos evidenciam conjuntos de despesas da mesma natureza. São eles:

1 ­ Pessoal e encargos2 ­ Juros da Dívida Integrantes  da despesa  corrente.3 ­ Outras despesas correntes

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4  ­  Investimentos

5 ­ Inversões financeiras          Todos referentes às despesas de capital.

6 ­ Amortização da dívida

d) Modalidades de  aplicação

Destaca quem será responsável pela  aplicação dos recursos. Caso as dotações venham a  ser aplicadas pelopróprio ente, usa­se o código 90 (aplicação direta). Se, por ventura, a despesa vier a ser  realizada por outroente, recebedor dos recursos por meio de transferência, as modalidades de aplicação contemplarão códigosque irão de 10 a 80 (10 ­ transferências a governo, 50 ­ transferências a entidades etc.).

e) Elemento  de  despesa

Evidencia, em um grau de detalhamento maior, a aplicação dos recursos. Ilustra, portanto, ao gastos de maneiraminuciosa. Como elementos de despesa do grupo 1 (pessoal), podem ser citados: salário­família, vencimentose vantagens fixas, encargos patronais etc. O grupo 2 (juros) compreende, como elementos de despesa, jurosda dívida interna e juros da dívida externa etc.

f) Subelementos de  despesa

Não usados com tanta freqüência, os subelementos são úteis quando o elemento de despesa não proporcionoudetalhamento necessário. Corresponde  ao desdobramento  facultativo do  elemento de despesa.

Exemplificando: o grupo de despesas 3  (outras despesas correntes) abrange, dentre outros elementos, aaquisição  de material  de  consumo. Caso  seja  necessário  evidenciar qual o material  de  consumo, podem  serutilizados  subelementos.

A  seguir,  em exemplo  (meramente  didático).

1) Construção de uma escola

6) Classificação Programática

A especificação da despesa pública, segundo os programas governamentais, visa demonstrar os objetivosda ação governamental para resolver as necessidades coletivas.

Nos termos da Portaria 42/99, cada ente da federação  (União, Estados, DF e Municípios) deverá, por atopróprio, elaborar a sua própria estrutura de programas, respeitados os conceitos estabelecidos na portaria 42/99.

Os  instrumentos de  programação  são os projetos  e  as  atividades; mas  a  portaria  supra assinala,  comoelemento  classificador de alguns dispêndios  especiais, as  chamadas operações especiais.

• Programa:  instrumento  de  organização  da  ação  governamental  para  a  concretização  dos  objetivospretendidos,  sendo mensurado por  indicadores  estabelecidos  no PPA. O programa  consiste,  pois,  nomódulo integrador do PPA com a LOA (ex.: erradicação do analfabetismo).

• Projeto: instrumento de programação para alcançar os objetivos de um programa, envolvendo um conjuntode operações limitadas no tempo, das quais resulta um produto final que concorre para a expansão ou oaperfeiçoamento da ação do governo.

3. 4. 4. 90. 30. XX

Subelemento de  despesa

Elemento de despesa: obra

Aplicação  direta

Grupo:  investimento

Categoria econômica: de capital

Classe  ­ despesa  (3)

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• Atividade:  são  instrumentos  de programaçãopara  alcançar  os  objetivos  de um programa,envolvendo um conjunto de operações que serealizam de modo contínuo e permanente, dasquais resulta um produto necessário à manutençãoda  ação  do  governo  (ex.:  treinamento  deprofessores)

• Operações Especiais:  representam ações  quenão contribuem para a manutenção das açõesde governo, das quais não resulta um produtoe não  geram  contraprestação  direta  sob  aforma  de  bens  e  serviços.  Representa  umdetalha­mento da função "Encargos Especiais"(ex.:  ressarcimentos,  transferências,  serviçosda dívida, restituições, pagamento de inativos,indenizações,  etc.).

7) Quanto à Afetação Patrimonial

Neste critério, as despesas públicas podem serclassificadas em: efetivas e por mutações patrimoniaisou não­efetivas,  conforme a seguir:

•  DESPESAS EFETIVAS ­ são as despesas que alteramo patrimônio líquido(saldo patrimonial) do Estado,uma vez que  contribuem para o seu decréscimo.Representam  fatos  contábeis  modificativosdiminutivos.

Exemplos:  todas  as Despesas  Correntes  (excetomaterial de consumo para estoque) e as seguinteDespesas  de Capital:  auxílios  e  contribuições decapital  e  investimentos  em bens  de uso  comumdo povo

• DESPESAS POR MUTAÇÕES PATRIMONIAIS  (NÃO­EFETIVAS)  ­  São  as despesas  que não  provocamalteração  no  patrimônio  líquido  do  Estado(nãodiminuem o  saldo patrimonial),  pois  são  simplessaídas  ou  alterações  compensatórias.  Repre­sentam fatos contábeis permutativos.

Exemplos:  todas  as Despesas  de Capital  (excetoauxílios e contribuições de capital e investimentosem  bens  de  uso  comum  do povo)  e  a  DespesaCorrente com material de consumo para estoque.

8. Ordenador de Despesas

Sobre a autoridade responsável (ou ordenadorde despesas), de acordo com o Decreto­Lei 200/67:

Art.  80  ­ Os órgãos de  contabilidade  inscreverãocomo  responsável  todo ordenador de despesas, oqual  só poderá  ser exonerado  de  sua  responsa­bilidade após  julgadas  regulares  suas contas peloTribunal de Contas.

§ 1º Ordenador de despesas é , de

§ 2º O Ordenador de despesas,  salvo  conivência,não é responsável por prejuízos causados à FazendaNacional decorrentes de atos praticados por agentesubordinado que exorbitar as ordens recebidas.

Como  regra,  o  ordenador  de  despesas  é  oagente  responsável  pelo  recebimento,  verificação,guarda ou aplicação  de dinheiros,  valores e  outrosbens públicos e responde pelos prejuízos que acarretaà  Fazenda,  salvo  se  o  prejuízo  decorreu  de  atopraticado por agente subordinado, que exorbitar dasordens recebidas, conforme dispõe o próprio Decreto­Lei nº 200/67.

Por esse motivo compete­lhes zelar pela boa eregular aplicação de recursos públicos, tanto nos atosque praticam  como naqueles  realizados no  âmbitodas  repartições públicas. Vale  lembrar que na  formado mesmo Decreto­Lei  nº 200/67,  o  ordenador  dedespesas está  sujeito  à  tomada de  contas,  que  serárealizada pelo  órgão  de  contabilidade  e  verificadapelo  órgão  de  auditoria  interna,  antes  de  serencaminhada ao  Tribunal de  Contas,  incumbido  dojulgamento das  contas.

CONCEITOS IMPORTANTES!!!

• UNIDADE GESTORA ­ é a Unidade Orçamentáriaou Administrativa  investida do poder de gerire movimentar  recursos  orçamentários  oufinanceiros,  próprios ou  decorrentes de  des­centralização.

• UNIDADE ORÇAMENTÁRIA  ­ Nos  termos  doartigo 14 da Lei nº 4.320/64, constitui unidadeorçamentária  o  agrupamento  de  serviçossubordinados ao mesmo órgão ou repartição aque  serão  consignadas  na  lei  orçamentáriadotações próprias.

• UNIDADE ADMINISTRATIVA  ­  Segmento  daadministração direta ao qual a lei orçamentárianão  consigna  dotações  e  que  depende  deDESTAQUE  (descentralização  externa,  emsentido horizontal,  de créditos orçamentáriosou adicionais entre órgãos diferentes ou entreunidades orçamentárias de órgãos diferentes)ou PROVISÕES  (descentralização  interna,  emsentido vertical, entre unidades orçamentáriasdo mesmo órgão) para executar seus programasde  trabalho. Ressalte­se  que os destaques  eprovisões  tratam  de  autorizações  orçamen­tárias. No caso do destaque a contrapartida dolado  financeiro  é  o  REPASSE,  no  caso  daprovisão, a contrapartida do lado financeiro éo SUB­REPASSE.

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ACERTANDO O ALVO!!!

A QUESTÃO DOS CRÉDITOS ADICIONAIS  (RETI­FICAÇÕES ORÇAMENTÁRIAS)

Esse  é um assunto demasiadamente  cobradonas provas de AFO, estando contemplado pelo editaldo concurso do concurso do MPU  em vários cargos.

Acredito, sobremaneira, que será uma questãocerta  na prova!!!!!!  Estou  apostando que a mesmaexigirá do concursando o cálculo do limite do créditoadicional  que  poderá  ser  aberto  no  exercíciofinanceiro. Por isso, fui ousado ao batizar esse nossoprimeiro momento de ACERTANDO O ALVO!!!!!!!!!!

Vamos à obra!!!!!

Primeiro de  tudo, é necessário diferenciarmoscréditos  adicionais  de  créditos  orçamentários  ouordinários. A ESAF estabeleceu essa diferença em umaquestão cobrada no concurso para Analista de Finançase Controle ­ TCU/1999. Vejamos:

(AFCE­TCU/1999)

O orçamento público no Brasil, após a sua aprovaçãoem  lei, poderá  sofrer modificações  no  decorrer  desua execução, através do mecanismo de abertura decréditos.  Identifique o único tipo de crédito que já éprevisto.

a) Crédito  ordinário.

b) Crédito  suplementar.

c) Crédito especial.

d) Crédito  extraordinário.

e) Crédito  adicional.

Gabarito: A

O único crédito que já é previsto no OrçamentoPúblico propriamente  dito  (LOA)  é o  orçamentário.Observe que a ESAF não colocou em nenhuma de suasopções  esse  termo.  O  examinador  da  questãopraticamente  inseriu uma nova  terminologia  técnicapara créditos orçamentários: créditos ordinários. Issoé  muito  comum  em  bancas  de  concursos.  Porexemplo, pedindo a sua licença para  fugir um poucodo  assunto  tratado,  o  CESPE,  em  certa  prova  decontabilidade  geral,  considerou  como  sinônimo  decontas retificadoras: contas redutoras ou subtrativas.Tais  terminologias não constam em nenhum livro degraduação ou em livros direcionados para concursos.Daí  urge  familiarizar­nos  com  as  terminologiasadotadas pelas bancas!!!!!!

Voltando  ao  assunto,  crédito  ordinário  ouorçamentário é a autorização contida na LOA para seefetuar a despesa. Não confunda crédito orçamentáriocom  dotação  orçamentária  (fixação  da  despesa).Dotação orçamentária  é  a  expressão monetária  docrédito orçamentário.  É o  limite  até o  qual o  PoderPúblico  está  autorizado  a  gastar  em  um  créditoorçamentário. Analogamente, dotação orçamentáriaé o limite aprovado para gasto de um cartão de créditodado pelo marido (Poder Legislativo) à sua esposa.

IMPORTANTE!!!!

CRÉDITO ORÇAMENTÁRIO NÃO É DINHEIRO, MASUMA AUTORIZAÇÃO PARA SE GASTAR!

 Vou contar um romance para ficar mais claro!!

Suponha que Melquíades,  recém­investido nocargo de Auditor do Tribunal de Contas do Estado doCeará,  excelente marido,  sensível  às  necessidadesindividuais de sua esposa, Ambrozina, dê para ela umcartão  de crédito American  Express  com um  limitemensal de R$ 1.500,00 e diga, dócilmente:

"–– Minha flor, meu chuchu, razão da minha vida,

ar  que eu  respiro,  esposa  de minha  alma...meu

amor por  vc  aumentou!!!  por  isso,    estou­lhe

presenteando com este cartão de crédito, mas com

uma condição: vc está autorizada a gastar todo o

limite na programação que vc fez, mas somente da

seguinte maneira:

R$ 500,00 em alimentação;

R$ 500,00 em roupas;

R$ 500,00 em salão de beleza."

Pergunta­se qual(is) o(s) crédito(s) orçamentário(s)?Em  que  elementos  de  despesa  Ambrozina  estáautorizada a gastar o limite do cartão de crédito?

Bem, somente poderá haver gasto nas despesasacima  (créditos orçamentários),  obedecendo­se  aosseguintes  limites  respectivos,  supramencionados.Portanto,  a  dotação  do  crédito  orçamentárioalimentação  é  de R$  500,00.  Ou  seja,  Ambrozinasomente  está  autorizada  a  executar  a  despesa  dealimentação  até esse  limite. Da mesma  forma, paraos  demais  créditos  respectivos  (R$ 500,00 em cadacrédito  orçamentário).

Mas,  e  se  ela  resolve  transferir,  remanejar,realocar,  transpor  recursos  de  uma  categoria  dedespesa acima para outra, remanejá­los, gastar maisdo  que o  que  foi  autorizado para  um  crédito  (por

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exemplo,  suplementar a dotação de R$ 500,00 paraR$ 600,00 na despesa com salão de beleza, já que ficoumais caro o bronzeamento artificial q ela deseja fazer)ou  inserir uma nova programação de gasto(despesa)a que ela não estava autorizada a realizar para aqueleperíodo(nesse  caso, mensal),  poderá  fazê­los  sem oconsentimento  do  seu maridaaaaaçooo???? É  claroque não!

A Bíblia  fala: mulheres  sejam  submissas  aosseus maridos!!!!!! Por isso, Ambrozina, submissa queé,  vai  pedir  autorização  ao  seu  "cherry",  ao  seudocinho,  para  reforçar  (suplementar)  a  dotaçãoorçamentária do crédito salão de beleza, que era deR$ 500,00. Esse é o crédito adicional chamado CréditoSuplementar.  Serve  para  aumentar  um  limite  pré­estabelecido  no  orçamento  anterior,  indicando,SEMPRE,  a  fonte  de  recurso  para  financiá­lo.  Essaindicação é OBRIGATÓRIA para os créditos adicionaissuplementares e especiais,  que  ainda o  veremos.

Caso  queira  inserir  uma  nova  categoria  deprogramação de despesa, um novo tipo de gasto, porexemplo, academia, não contemplado na autorizaçãoanterior  (LOA)  terá de  pedir  ao  seu marido  (PoderLegislativo), uma autorização especial, mais carinhosa,digamos,  para  adicionar  o  gasto  com academia  noorçamento  programado  (orçamento­programa)anteriormente  por  ela.  Esse  é  o  crédito  adicionalchamado  Crédito  Especial,  que  tem  como  escopoinserir uma categoria de programação de despesa nãocontemplada no orçamento  anterior,  na  autorizaçãoanterior. Portanto esse tipo de crédito adicional CRIAuma NOVA DOTAÇÃO na LOA, ao contrário do CRÉDITOSUPLEMENTAR que,  como o nome  sugere, REFORÇAuma DOTAÇÃO  já existente, aumentando o  limite degasto de crédito pré­estabelecido na LOA.

Alexandre,  só  existem  esses  tipos  de  créditoadicionais:  suplementares e especiais?

Não,  falaremos  dos  créditos  extraordináriosdaqui a pouco!!!

Pois bem, diante do que até  aqui  foi exposto,podemos  inferir que os únicos tipos de créditos quejá vem previstos na LOA são os créditos orçamentáriosou ordinários. Os créditos adicionais não estão previstosna LOA. No máximo, poderá, a LOA, conter autorizaçãopara abertura de  crédito adicional  suplementar.

E como é que se identifica a necessidade de aberturadesses créditos ditos adicionais?

Durante o exercício de execução do orçamento(Exercício  Financeiro),  período  em  que  as  receitaspúblicas  são arrecadadas  (origens  de  recursos) parafinanciar  as  demandas  sociais,  via  execução  das

despesas  (aplicações  de  recursos),  pode  ser  quealgum gasto necessário para financiar uma demandada sociedade não tenha sido  inserido, durante a suafase de elaboração, em uma categoria de programaçãodo planejamento estratégico (PPA) e do planejamentooperacional  (LOA),  ou, mesmo  inserido,  o  valor  desua dotação não era  suficiente para a  cobertura  detodo o gasto durante o exercício financeiro.

Para isso é que surgem os mecanismos retifica­dores orçamentários  (CRÉDITOS ADICIONAIS),  quepossibilitam adaptar a LOA, durante a sua execução, asituações imprevistas ou previstas de forma incorreta.

Como,  no Brasil,  tem­se  que  o  orçamento  éautorizativo  (  e não  impositivo), é  lógico  inferir  quetal instrumento está sujeito a ajustes, caso necessário,desde  que  observados  alguns  critérios.  A  essesmecanismos de ajustes do orçamento chamamos deCRÉDITOS ADICIONAIS,  cujas modalidades  são:

a) suplementares:  são  os destinados  a  reforço  dedotação orçamentária;

b) especiais:  são  os destinados  a  despesas para  asquais não haja dotação orçamentária específica; e

c) extraordinários:  são os  destinados  a despesasurgentes e  imprevisíveis,  como  as  em  caso  deguerra, comoção  interna ou calamidade pública.

Os créditos suplementares e especiais necessitamde autorização do Poder Legislativo para serem abertos.

Dessa forma, eles são AUTORIZADOS por lei eABERTOS por decreto executivo.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

A abertura  se dá por  decreto EXECUTIVO  e  nãopor decreto  legislativo!

A abertura dos créditos suplementares e especiaisdepende da  existência de  recursos disponíveis paraacorrer  à  despesa  e  será  precedida  de  exposiçãojustificativa.

São  considerados  recursos  para  abertura  doscréditos  suplementares  e  especiais,  desde que nãocomprometidos:

I  ­  o  superávit  financeiro  apurado  em  balançopatrimonial  do exercício  anterior;

II ­ os provenientes de excesso de arrecadação;

III  ­  os  resultantes  de  anulação parcial  ou  total  dedotações  orçamentárias  ou  de  créditos  adicionais,autorizados em Lei;

IV  ­  o produto de operações de crédito  autorizadas,em  forma  que  juridicamente  possibilite  ao  poderexecutivo  realizá­las.

Além  desses  acima  elencados,  são  aindaconsiderados  recursos  para  abertura  dos  créditossupra:

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• a dotação global não especificamente destinada aórgão,  unidade  orçamentária,  programa  oucategoria econômica,  denominada de  reserva  decontingência  e,

• os recursos que, em decorrência de veto, emendaou rejeição do projeto de Lei Orçamentária Anual,ficarem  sem despesas  correspondentes.

São  6  (seis),  portanto,  as  fontes  de  recursospara abertura de créditos adicionais suplementares eespeciais.

Entende­se por superávit financeiro a diferençapositiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro,conjugando­se,  ainda,  os  saldos  dos  créditosadicionais  transferidos  e  as operações  de  credito  aeles  vinculadas.

Entende­se por excesso de  arrecadação,  paraos  fins deste  artigo,  o  saldo positivo  das diferençasacumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista ea  realizada,  considerando­se,  ainda,  a  tendência doexercício.

Para  o  fim  de apurar  os  recursos  utilizáveisprovenientes de excesso de arrecadação, deduzir­se­á a  importância dos créditos extraordinários abertosno  exercício.

Significa  o  seguinte:  dos  recursos  utilizáveisprovenientes de excesso de arrecadação deverão serdeduzidos,  caso  já  tenha ocorrido  uma abertura  decrédito extraordinário no exercício.

Observe o esquema a seguir:

RELEMBRANDO: Os créditos suplementares e especiaissão autorizados por lei e abertos por decreto executivo.

Porém,  no  crédito  extraordinário não  existeautorização  legislativa e  sim  comunicação  imediataao  Poder  Legislativo.  Ou  seja,  os  créditos  extraor­dinários  serão  abertos  por  decreto  do  Poder

Executivo, que deles dará imediato conhecimento aoPoder Legislativo, conforme dispõe a Lei nº 4.320/64.

No  entanto,  a  Constituição  Federal,  em  seuartigo 167, §3º, c/c (combinado com) o art. 62, dispõeque a abertura de crédito extraordinário somente seráadmitida  para  atender  a  despesas  imprevisíveis  eurgentes,  como as  decorrentes  de guerra,  comoçãointerna  ou  calamidade pública,  e  que  em  caso  derelevância  e  urgência,  o  Presidente  da  Repúblicapoderá adotar medidas provisórias, com força de lei,devendo  submetê­las  de  imediato  ao  CongressoNacional.

Desse modo, na União, a abertura de créditosextraordinários  é  realizada  por meio  de medidaprovisória,  haja  vista  dispositivo  constitucional,porém, nos estados ou municípios em que não hajadispositivo na constituição estadual ou na lei orgânica(município) prevendo o instituto da medida provisóriapara abertura de crédito extraordinário, deve­se fazerpor decreto do executivo.

Os  créditos  adicionais  terão  vigência  adstritaao exercício  financeiro em que  forem abertos,  salvoexpressa disposição  legal  em  contrário,  quanto aosespeciais e extraordinários,  se o  ato de  autorizaçãofor promulgado  nos últimos quatro meses  daqueleexercício, caso em que, reabertos nos limites de seussaldos, serão incorporados ao orçamento do exercíciofinanceiro  subseqüente.

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

Os  únicos  créditos  adicionais  que  podem  serreabertos são os especiais e extraordinários. Vejao art. 167, §2º da CF/88:

Art. 167. São vedados:

(...)

§ 2º. Os créditos especiais e extraordinários terão vigência

no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo

se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro

meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites

de  seus  saldos,  serão  incorporados ao orçamento do

exercício financeiro subseqüente.

(...)

  PARE!!! DON T́ FORGET THIS

1 ­ Créditos Suplementares = destinados a reforçode dotação orçamentária.

São  autorizados por  lei  e  abertos  por  decretoexecutivo.

Dependem da existência de recursos disponíveis paraocorrer a despesa e será precedida de exposiçãojustificativa.

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2 ­ Créditos Especiais = destinados a despesas paraas quais não haja dotação orçamentária específica.

São  autorizados por  lei  e  abertos  por  decretoexecutivo.

Dependem da existência  de  recursos disponíveispara  ocorrer  a  despesa  e  será  precedida  deexposição  justificativa.

3  ­  Créditos  Extraordinários  =  destinados  adespesas  urgentes e  imprevistas,  como em  casode guerra, comoção intestina ou calamidade pública.

São abertos por decreto do Poder Executivo, quedeles  dará  imediato  conhecimento  ao  PoderLegislativo (Lei nº 4.320/64).

São  abertos  por medida  provisória,  devendosubmetê­la  de  imediato  ao Congresso Nacional(art. 167, §3º, c/c (combinado com) art. 62 da CF/88).

Esmiuçando agora os créditos extraordinários.Vamos a ele!!!!

Os Créditos adicionais extraordinários destinam­sea atender somente despesas imprevisíveis e urgentes,como as decorrentes de guerra, comoção interna oucalamidade pública (art. 167, § 3º da CF e c/c art. 41,inciso III, da Lei nº 4.320/64).

CAPCISOSÍSSIMA!!!!!!

O termo "como as decorrentes de guerra, comoçãointerna ou calamidade pública" significa que essesfatos  imprevisíveis  são apenas  exemplificativos,ou seja, admitem­se outros fatos não enumeradosna CF. O rol, portanto, não é taxativo!!!!!!!

Os  créditos  extraordinários,  como o  próprionome indica, pela urgência que os motiva não neces­sitam de autorização legislativa prévia para a sua abertura.

Os  créditos  extraordinários  são  abertos  pormedida provisória e  submetidos  imediatamente aoPoder Legislativo (art. 167, § 3º, c/c art. 62 da CF).

Esse procedimento é inverso aos realizados paraa abertura  dos  créditos  suplementares e  especiais.Isto é, no caso de despesas imprevisíveis e urgentes,como as decorrentes de guerra, comoção interna oucalamidade pública, o Presidente da República realizaa abertura de  créditos extraordinários por meio deMedida  Provisória  e  a  encaminha  ao  Legislativo.Enquanto  ainda não  apreciada  pelo  CN, o  governopode realizar os gastos necessários.

Alexandre, E se a Medida Provisória for rejeitada peloCongresso Nacional?

Nessa situação o Congresso Nacional deve regula­mentar, mediante  Resolução,  as  situações  geradas,ou seja, as situações quanto aos gastos realizados.

Exemplo: O Congresso nacional pode estabelecerque  a  despesa  realizada  deva  ser  coberta  com  aanulação ou  o  remanejamento  de  despesas  fixadaspara o pagamento da dívida externa.

É BOM QUE SE DIGA!!!!!!!!!!

No caso dos créditos  suplementares e especiais,primeiro  existe  a  autorização  do  CongressoNacional, em seguida, o governo realiza a aberturados respectivos créditos por Decreto. Em princípio,os créditos extraordinários terão vigência dentrodo  exercício  financeiro  em  que  foram abertos,salvo se o ato de autorização for promulgado nosúltimos quatro meses daquele exercício, caso emque,  reabertos nos  limites de  seus saldos,  serãoincorporados  ao  orçamento  do  exercíciofinanceiro subseqüente (art. 167, § 2º, da CF).

Créditos  suplementares:  terão  vigênciaSEMPRE dentro do exercício financeiro;

Características dos créditos extraordinários:

• A despesa não está prevista no orçamento (LOA);

• A abertura do crédito  independe da indicaçãoprévia  da  fonte  de  recursos  para  correr  adespesa. Se quiser,  o  governo pode  indicar  afonte de  recursos, não existe proibição nessesentido;

Abertos  por Medida  Provisória na União  e  nosEstados onde existe previsão de edição de MP emsuas constituições. Nos Municípios e nos Estadosonde  não  existe  previsão de    edição  de MP,  aabertura será por Decreto do Poder Executivo. ALei 4.320/64 não prevê a edição de MP. Essa regraencontra­se na CF/88.

Se o ato de autorização for publicado nos últimos4  meses  do  exercício  financeiro,  os  saldosremanescentes em 31 de  dezembro podem  serreabertos (transferidos) para o exercício seguinte;

 Não há  necessidade  de  autorização  legislativaprévia  para  a  sua  abertura  e  não  pode  serautorizado na própria  LOA. Assim,  a  autorizaçãolegislativa é a posteriori.

Não há necessidade de que o Governo indiquea  fonte  de  recursos  para  a  abertura  dos  créditosextraordinários.  Essa  é uma  faculdade  do  chefe  doPoder Executivo, mas  não há  vedação para  que  eleindique, ou  seja,  se quiser  indicar,  pode.

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Caso o governo não  indique a fonte de recursos para a abertura dos créditos extraordinários, quando forabrir créditos suplementares ou especiais indicando como fonte de recursos o excesso de arrecadação, terá quededuzir importância dos créditos extraordinários abertos no exercício (art. 43, § 4°, da Lei nº 4.320/64).

Exemplificando: Suponha­se  que  em  setembro e outubro de  2006  a Prefeitura Municipal de  Fortalezatenha realizado abertura de créditos extraordinários totalizando $10.000,00 e não houve indicação da fonte derecursos. Em dezembro do mesmo ano resolveu abrir um crédito especial no valor de $ 40.000,00 e indicou comofonte de recursos o excesso de arrecadação apurado no valor de $ 60.000,00.

Na situação apresentada, pergunta­se qual o valor que a prefeitura de Fortaleza poderá utilizar para abrircrédito suplementar ou especial?

Cálculo:

Excesso de arrecadação apurado 60.000,00

(­)  Valor utilizado na abertura  de  créditos extraordinários (10.000,00)

= Saldo do excesso de arrecadação 50.000,00

(­)  Crédito especial aberto em dezembro (40.000,00)

= Saldo disponível para abertura de crédito suplementar ou especial 10.000,00

Portanto,  diante  do  cálculo  acima,  existe  aobrigatoriedade de que o  valor  do  crédito  extraor­dinário  seja  compensado quando  da utilização  derecursos provenientes de excesso de arrecadação paraa abertura de créditos adicionais.

Essa compensação, porém, só existe quando afonte de recursos indicada for o excesso de arrecadação.

Se a lei de autorização do crédito extraordináriofor promulgada nos últimos quatro meses do exercíciofinanceiro,  esses  créditos poderão  ser  reabertos noexercício  subseqüente,  pelos saldos  remanescentes.

A reabertura dos créditos extraordinários seráefetivada,  quando necessária, mediante decreto  doPresidente  da  República,  até  trinta  dias  após  apublicação da  lei orçamentária.

Alexandre, o governo pode abrir um crédito adicionale depois cancelá­lo?

SIM,  a  qualquer momento.  A  abertura  nãoobriga que o Executivo execute a despesa.

Assim, podem ser anulados créditos adicionaisextraordinários,  suplementares ou  especiais.

O cancelamento de créditos suplementares ouespeciais gera  fonte de  recursos para a abertura denovos  créditos  adicionais.

Porém, o cancelamento de  créditos extraordi­nários não pode ser  fonte de  recursos porque nemmesmo é indicada a fonte de recurso para sua abertura.

Se  o  crédito  extraordinário  foi  aberto  semindicação  da  fonte  de  recursos,  como  pode  suaanulação constituir  fonte de recurso para a aberturade outros créditos  adicionais?  Entende??????

CONSOLIDANDO O CONHECIMENTO!!!!!!

QUESTÕES  PRÁTICAS COMENTADAS: CÁLCULO  DOLIMITE DOS CRÉDITOS

01. O   governo quer  lançar  um novo programa, quevai depender da  aprovação de  um crédito especial.Ao encaminhar mensagem ao Legislativa, informa que:

– há $ 6,00 de excesso de arrecadação e $ 5,00 deeconomia de  despesas;

– o ativo financeiro  (AF) no balanço patrimonial doexercício anterior era de $ 7,00, sendo o disponívelde $ 3,00 e o passivo financeiro (PF) de $ 6,00;

– no  presente  exercício  já  foi  aberto  um  créditoespecial  de  $  4,00, mediante  autorização  paracancelamento de  dotações  inicialmente  fixadas;

– Foi  reaberto  um  crédito  especial  de  $  5,00,autorizado no exercício  anterior.

Pergunta­se qual o limite disponível para a solicitaçãodo novo crédito especial?

RESOLUÇÃO.

É  preciso,  em um primeiro momento, CALCULAR  ASFONTES DE RECURSOS.  Vamos  refrescar a memóriaagora!!!!!! Vcs  se  lembram  quais  são  as  fontes  derecursos  para  ABERTURA   DE  CRÉDITOS  SUPLE­MENTARES E ESPECIAIS?????? NÃO????? Então vamosa elas:

BASE LEGAL: ART. 43, § 1º DA LEI Nº 4.320/64

1. Superávit  Financeiro  apurado  em  BalançoPatrimonial do exercício anterior;

2. Excesso de Arrecadação;

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3. Anulação  parcial  ou  total  de  dotaçõesorçamentárias  ou  de  créditos  adicionais,autorizados em  lei;

4. Operações de crédito  (Orçamentárias);

5. Reserva de  Contigência;

6. Recursos  que  em  decorrência  de  veto  ourejeição  ficarem  sem despesas  (Recursos  doart.166, § 8º da CF/88)

NOTA: Os recursos supramencionados SOMENTEservirão para abertura de créditos suplementarese especiais se não estiverem comprometidos.

Pois  bem,  diante  do  exposto,  vamos  DAR OPRIMEIRO PASSO:

Excesso de arrecadação = $ 6,00

AF – PF                                   = 7 – 6 = $ 1,00

TOTAL DAS FONTES:   $ 7,00

CUIDADO COM A INFORMAÇÃO CAPCIOSÍSSIMADO ART. 43, § 2º, QUE DIZ:

"Entende­se por  superávit  financeiro a diferençapositiva  entre  o  ativo  financeiro  e  o  passivofinanceiro,  conjugando­se,  ainda,  os  saldos  doscréditos adicionais transferidos e as operações decrédito a  eles  vinculadas.  (...)"

Baseando­se  no  final  desse  artigo  (partesublinhada),  precisamos  tecer  alguns  comentáriospara  que você  não dance  na hora  da prova!!!!!!! Aquestão é a seguinte: vamos nos deter a comentar asprincipais fontes de recursos para abertura de créditossuplementares  e  especiais. Garanto  que  você  vaientender!!!!!!!!!

VAMOS LÁ!!!!!!!!!!

PRINCIPAIS FONTES DE RECURSOS DISPONÍVEIS

Os principais recursos disponíveis para aberturade créditos suplementares e especiais estão  listadosno parágrafo primeiro do artigo 43 da Lei 4.320/64, noartigo 91 do Decreto­lei 200/67 e no parágrafo oitavodo artigo 166 da CF:

a) 1ª  PRINCIPAL  FONTE DE  RECURSOS: superávitfinanceiro  apurado em balanço patrimonial  do

exercício  anterior  entendido  como  a  diferençapositiva  entre  o  ativo  e  o  passivo  financeiro,conjugando­se  os  saldos  dos  créditos  adicionaistransferidos  (especiais  e  extraordinários)  e  asoperações  de  crédito  a  eles  vinculadas  e  não­arrecadadas no exercício. Corresponde a dinheiroem  caixa,  disponível,  proveniente  de  receitarealizada  a maior  que  a  despesa,  em  exercícios

anteriores.  Portanto, são  os recursos  financeirosdisponíveis que  sobraram de exercício  anterior  eque  estão demonstrados no  balanço patrimonialdo ano anterior.

Somente  poderão  ser  transfe­ridos para o exercício  seguinte(reabertos)  os  créditos  espe­ciais e extraordinários  cuja  leide  autorização  tenha  sidopromulgada nos últimos quatro

       meses do exercício.

INFORMAÇÃO CAPCIOSA!!!!!!!

Pois bem, até  aqui,  podemos  inferir  que, neces­sário  se  faz  deduzir  do montante do  superávitfinanceiro  os  saldos  dos  créditos  adicionaistransferidos  (especiais  e  extraordinários,somente)  do  exercício  anterior,  e  ainda,  asoperações  de  crédito  a  eles  vinculadas  (caso,obviamente,  existam)

Logo  podemos  desenvolver  uma  EQUAÇÃOMATEMÁTICA para se calcular o superávit financeiro,a saber:

SF = AF – PF – (CAR – OCV)

Onde:

AF = ATIVO FINANCEIRO  ­ Valor das disponibilidades(dinheiro)  apurado  no  Balanço  Patrimonial  doexercício  financeiro  anterior.

PF = PASSIVO FINANCEIRO ­ Valor das obrigações decurto prazo que não foram pagas no exercício anterior,apurado também no Balanço Patrimonial do exercíciofinanceiro  anterior.

CAR = CRÉDITOS ADICIONAIS REABERTOS (SOMENTEESPECIAIS E  EXTRAORDINÁRIOS)  ­  Encontrados  osvalores  do AF e  do  PF  é necessário  verificar  se,  noexercício,  foram  reabertos  créditos especiais  ouextraordinários  (trata­se  de  créditos  que  foramautorizados e  abertos  inicialmente no ano  anterior,nos últimos 04(quatro) meses e que, em 31/12 do anoanterior, possuíam SALDO  ­ valores não gastos. A CF,em seu art. 167, § 2º, permite a reabertura do referidosaldo  no  exercício  seguinte).  Caso  tenham  sidoreabertos estes  créditos  (CAR),  os  seus montantesdeverão  ser  subtraídos  para  fins  de  apuração  dosuperávit  financeiro.  Isto porque parte dos  recursosque constam do AF estão "comprometidos" com estaautorização que passou para o outro exercício.

LEMBRETE

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OCV = OPERAÇÕES DE CRÉDITO VINCULADAS ­ Casotenha existido a reabertura destes créditos é precisoverificar se eles tiveram como fonte no ano anterior"operações  de  crédito"  (empréstimos).  Se  tiveremsido  financiados  com  "operações  de  crédito",  énecessário  verificar  se  todas  as  parcelas  doempréstimo foram arrecadadas no ano anterior ou seainda resta parcela do empréstimo a ser recebida noano  seguinte. Caso exista  parcela  a  receber no  anoseguinte (OCV), o seu montante deverá ser acrescidoao cálculo do SF.

Pois bem, após ter dito isso, vamos continuar aresolver o EXEMPLO ANTERIOR.

PASSEMOS  AO    SEGUNDO  PASSO DE  RESO­LUÇÃO!!!!!!!

Do  total  das  fontes de  recursos calculada  anterior­mente, $  7,00,  temos de deduzir  o  crédito  especialreaberto no exercício atual, cujo SALDO REMANESCENTEera de $ 5,00.

LOGO ��$ 7,00  ­ $ 5,00 = $ 2,00  (ESSE É O  LIMITEDISPONÍVEL PARA A SOLICITAÇÃO DO NOVO CRÉDITOESPECIAL).

b) 2ª  PRINCIPAIL  FONTE  DE  RECURSOS:  Osprovenientes  de  EXCESSO  DE  ARRECADAÇÃO,entendido  como o  saldo positivo das diferenças,acumuladas mês a mês, entre a arrecadação previstae a  realizada,  considerando­se A TENDÊNCIA DOEXERCÍCIO, devendo serem deduzidos os créditosextraordinários  abertos no  exercício.

TENDÊNCIA DO EXERCÍCIO???? ESTOU   ALTO, ALEXANDRE!!!!!! O QUE É ISSO MESMO?????????? 

TOME  NOTA!!!A tendência do exercício é uma expressão que

se refere aos fatores que poderão interferir no nívelde  arrecadação  em  algum  período  de  tempo  doexercício  financeiro,  projetando  o  aumento  oudiminuição  no  nível  de  arre­cadação  ou mesmomantendo­o  constante.  Esse  fator  deve  serconsiderado na definição do excesso de arrecadação.

Suponha que existam os seguintes dados paraapuração do excesso de arrecadação:

a) Arrecadação prevista até o mês de maio/x1 é de $1.100;

b) Arrecadação realizada até o mês de maio/X1 é de$ 1.200;

c) Há fatores que indicam uma queda na arrecadaçãoaté o final do exercício x1 de $ 30; e

d) Há crédito extraordinário aberto no montante de$ 20.

Conhecidos os valores supra, podemos calcularo montante do  recurso  disponível  para  abertura  decrédito adicional à conta de excesso de arrecadação,aplicando a definição dada pelo §4º do artigo 43 daLei 4.320/64:

"Entende­se por excesso de arrecadação, paraos  fins deste  artigo, o  saldo positivo das diferenças,acumuladas mês a mês, entre a arrecadação previstae a realizada, considerando­se a tendência do exercício."

"Para  o  fim de apurar  os  recursos utilizáveis,provenientes do excesso de arrecadação, dezuzir­se­á a  importância dos créditos extraordinários abertosno  exercício."

Diante do exposto, procedendo ao  cálculo  domontante,  teremos:

Arrecadação  realizada   1.200

(–) Arrecadação prevista   (1.100)

(=) Excesso de arrecadação   100

(–)  Tendência do  exercício    (30)

(–) Crédito extraordinário  aberto    (20)

(=) Recurso disponível       50

Vamos agora a uma outra questão extraída doconcurso da  Polícia Federal  em 2004. Essa eu  não aprecisaria  comentar,  pois  você  já  está  CARECA DESABER DESSE ASSUNTO (Imagine eu!!!!!!)  O  conheci­

mento está    DE VOCÊ!!!!!!!!!

Segue-a:

02. (UNB/CESPE­DPF/DGP/NACIONAL/2004) Até  omês de junho, a administração havia arrecadado 500unidades monetárias (U.M.) a mais do que o previstoe  gasto  100 U.M.  a menos  do que o autorizado.  Osuperávit  financeiro  verificado  no  balançopatrimonial  do exercício  anterior  foi  de  250 U.M.;haviam sido reabertos créditos especiais de 150 U.M.,não­utilizados no  exercício  anterior;  e  o  disponívelna conta única, ao final do semestre, era de 350 U.M..Em face dessa situação hipotética e à luz da Lei 4.320/1964, julgue o item abaixo.

Na  situação  considerada,  os  responsáveis  pelaadministração poderiam abrir créditos suplementaresde até 600 U.M.

Tenha calma,

meu(minha)  jovem!!!

Vamos pousar agora!!!

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RESOLUÇÃO:

Quais  as  fontes  de  recursos  presentes  na questão?Nesse caso, temos duas  fontes, quais sejam:

a) Excesso de arrecadação= 500 UM

b) Superávit Financeiro = 250UM

TOTAL DAS FONTES: 500 + 250 = 750 UM.

Acabou a resolução?

Ainda não!

Como houve a reabertura de créditos especiais,por motivo de prudência, devemos deduzi­lo do totaldas  fontes.

Portanto, o total das fontes disponíveis é: 750 ­150 = 600 UM. O item está correto!!!!!!!

Alexandre, MAS PERAÍ!!!!! Eu observeique a adminis­tração gastou menos doque  o autorizado na  LOA. Ou  seja,  oPoder  Público  economizou o  recurso.Essa tal de ECONOMIA ORÇAMENTÁRIApode  ser  fonte  para abertura  de  crédito  adicionalsuplementar ou especial?????????

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!!!

ECONOMIA ORÇAMENTÁRIA JAMAIS SERÁ FONTEDE  RECURSOS  PARA  ABERTURA  DE  CRÉDITOESPECIAL OU SUPLEMENTAR

Resolvidas  e  comentadas  essas  questões,esgotadas todas as dúvidas, VC ESTÁ APTO A RESOLVERUMA QUESTÃO DAQUELAS BEM CABELUDAS (QUESTÃO3 SEGUINTE DESSE MÓDULO) (IHHHHH, JÁ VI QUE NÃOÉ DAS MINHAS!!!!!!!!!)

03. (TRF 5ª Região/2003/FCC) Quando da apuração dosuperávit  financeiro,  o  balanço  patrimonial  doexercício  anterior  indicava  para o  ativo  financeiro ovalor de $150 e para o passivo financeiro o de $70. Noexercício  haviam  sido  reabertos  dois  créditosadicionais: um especial pelo saldo de $50, que haviasido aberto com recursos de operação do crédito, doqual deixou de ser arrecadado no exercício anterior ovalor de $20; e um extraordinário pelo saldo de $28.Considerados esses dados, o valor máximo do créditoadicional a ser aberto será

a) $80.

b) $52.

c) $30.

d) $22.

e) $ 2.

Gabarito: D

04. (TRF 2º Região/Téc. Jud./Contabilidade/2007) Oscréditos suplementares e especiais, de acordo com oartigo 42 da Lei nº 4.320/64, serão autorizados por leie abertos por

a) Instrução Normativab) Resolução do Poder  Legislativo.c) Portaria do Executivo.d) Decreto  Executivo.e) Ato  Administrativo.

Gabarito: D

05. (TRF 1º Região/Técnico Judiciário/Contabilidade/2006)  Dos  créditos Adicionais abaixo  relacionadospoderão  estar  previamente  autorizados  na  LeiOrçamentária Anual(LOA)  os

a) Ordinários.b) Suplementares.c) Simples.d) Especiais.e) Extraordinários.

Gabarito: B

06. (TRE­PB/Analista Administrativo/2007) Ao  longodo exercício financeiro, o Governo do Estado precisouinstituir um novo programa de assistência ao educando.Para tanto, valeu­se de um:

a) Crédito  adicional  suplementar.b) Crédito adicional  especial.c) Crédito  financeiro.d) Crédito  extra­orçamentário.e) Crédito  orçamentário.

Gabarito: B

07. (TRE­PB/Analista  Jud./Contabilidade/2007) Nostermos da Lei nº 4.320, de 1964, os recursos que podemfinanciar  créditos  suplementares e especiais  são:

a) Superávit  financeiro  do ano anterior,  excesso dearrecadação,  anulação de  dotação, operação  decrédito.

b) Superávit orçamentário do ano anterior, ativo reallíquido, anulação de dotação, operação de crédito.

c) Operação de  crédito  por  antecipação da  receita,superávit  financeiro,  excesso  de  arrecadação,anulação de dotação.

d) Superávit  econômico,  excesso  de  arrecadação,anulação parcial de dotação e operação de crédito.

e) Superveniências  e  insubsistências  ativas.

Gabarito: A

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08. (TCM­RJ/Auxiliar de Controle Externo/2004) Observe as informações abaixo,

Superávit  financeiro  em 2002.............................................................................................................R$  9.000,00

Superávit  financeiro  em 2003.............................................................................................................R$  6.000,00

Excesso  de arrecadação......................................................................................................................R$ 7.000,00

Anulação de  dotação orçamentária.....................................................................................................R$  4.000,00

Economia  da despesa.........................................................................................................................R$  2.000,00

Obtenção de empréstimo para fazer face às novas despesas.......................................................................R$  5.000,00

O valor possível para abertura de créditos adicionais, para o ano de 2004, é:

a) 33.000,00

b) 31.000,00

c) 24.000,00

d) 22.000,00

QUADRO RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DOS CRÉDITOS ADICIONAIS

SUPRIMENTO DE FUNDOS OU REGIME DE ADIANTAMENTO

BASE LEGAL:Arts. 68 e 69 da Lei nº 4.320/1964;

Art. 74, § 3º, do Decreto­Lei nº 200/1967;

Arts. 45 a 47 do Decreto nº 93.872/1996 com as alterações do Decreto nº 95.804/1988;

Portaria nº 492/1993 do Ministério da Fazenda.

Espécie de crédito  Suplementar  Especial  Extraordinário 

Finalidade  Reforço de dotação  orçamentária  existente na Loa 

Atender à categoria De programação não Contemplada na LOA. 

Atender a  Despesas Imprevisíveis e Urgentes. 

Autorização  Prévia, podendo ser Incluída na própria LOA em lei especial 

Prévia, em lei  Especial. 

Sem necessidade Prévia. 

Forma de Abertura  Decreto do PE, após Autorização Legislativa, até  o limite estabelecido em lei. 

Decreto do PE, após Autorização Legislativa, até  o limite estabelecido em lei. 

Por meio de  Medida Provisória (União) ou Decreto (Estados e Municípios) 

Recursos  Indicação obrigatória. 

Indicação obrigatória. 

Independe de  Indicação, ou seja, é facultativa. 

Valor/limite  Obrigatório,  indicado na lei de autorização e no decreto de abertura. 

Obrigatório,  indicado na lei de autorização e no decreto de abertura. 

Obrigatório, Indicado na Medida provisória (União) ou no Decreto (Estados e Municípios). 

Vigência  Sempre no exercício Financeiro em que foi  Aberto. 

Em princípio, no  exercício financeiro em que foi aberto 

Em princípio, no  exercício financeiro em que foi aberto 

Prorrogação  Não permitida  Quando autorização nos últimos 4 meses do exercício financeiro. 

Quando autorizado nos últimos 4 meses do exercício financeiro. 

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Para contratação de despesas que não possam subordinar­se ao processo normal de aplicação, sob inteiraresponsabilidade do ordenador de despesa  será entregue numerário a servidor, sempre precedido  de empenho.Consiste em um adiantamento, para contratação destas despesas, nos casos expressamente definidos em lei.

A  Lei  nº  4.320/1964  estabelece  que  o  regime  de  adiantamento  é  aplicável  aos  casos  de  despesasexpressamente definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, SEMPRE precedida de empenhona dotação própria, para fim de realizar despesas que não possam subordinar­se ao processo normal de aplicação.

Interessante notar que não existe despesa sem prévio empenho. Mesmo no caso de executada através deadiantamento a  servidor, a  despesa primeiramente  é empenhada  e,  depois, depositada na  conta do  servidorsuprido.

A  operacionalização  do  suprimento de  fundos  se materializa  com a  entrega  de  numerário  a  servidor,concedido pelo ordenador de despesa, mediante empenho na dotação própria.

O servidor abre uma conta específica no Banco do Brasil onde será depositado o numerário a seu favor.

A despesa é considerada  realizada no momento do  seu  empenho  a  favor  do servidor  suprido. É  nessemomento que ocorre o adiantamento da despesa. Posteriormente, o servidor presta contas ao setor contábil.

Alexandre, quais os casos onde poderão ser aplicados os recursos concedidos a título de suprimento de fundos???É possível realizar quaisquer tipos de despesas com suprimento de fundos??

Nos  termos  do Decreto  nº  93.872/96,  as  principais despesas  que poderão  ser  atendidas  por meio  desuprimento de  fundos são:

A hipótese nº 1 está elencada no art. 45, inciso I, do Decreto nº 93.872/1996; a hipótese nº 2, no art. 45,inciso II, do Decreto nº 93.872/1996; a nº 3, no art. 45, inciso III, do mesmo dispositivo normativo.

Alexandre, e quais são os valores máximos permitidos??? O que se considera despesa de pequeno vulto???

Atualmente, os valores máximos permitidos são: (5% dos limites de compras e serviços e 5% do limite deexecução de obras ­ estabelecidos em processo licitatório, por meio da modalidade convite. Os valores, portanto,são, respectivamente: R$ 4.000,00 e 7.500,00).

Observe os quadros abaixo que estipulam os limites para concessão de suprimento de fundos e pagamentode despesas de pequeno  vulto.

Tabela I ­ Limites para concessão de suprimento de fundos:

Objeto  Limite  Valor 

Obras e serviços de engenharia 

5%  do  valor  máximo  para  obras  e  serviços  de engenharia na modalidade de licitação “convite” (alínea “a”,  inciso  I,  do art. 23 da  Lei  nº 8.666/1993,  alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998). 

5% x R$ 150.000,00 = 7.500,00.

Outros serviços e Compras em geral.

5% do valor máximo para outros serviços e compras em geral na modalidade de  licitação “convite”  (alínea  “a”, inciso II, do art. 23 da Lei nº 8.666/1993 – alterada pela Lei nº 9.648,  de 27/05/1998).

5% x R$ 80.000,00 = 4.000,00. 

Fonte: Deusvaldo de Carvalho

(1) Pata atender despesas eventuais,  inclusive em viagem e com serviços Especiais, queexijam pronto  pagamento em espécie;

(2) Quando  a despesa  deva  ser  feita  em  caráter  sigiloso,  conforme  se  classificar  emregulamento;

(3) Para atender despesas  de pequeno  vulto,  assim entendidas aquelas  cujo  valor,  emcada caso, não ultrapassar limites estabelecidos pela Portaria MF nº 95, de 19/04/2002.

Hipóteses  legais

de aplicação do

Suprimento de

      Fundos

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Tabela II ­ Limites para pagamento de despesas de pequeno vulto:

Objeto  Limite  Valor 

Obras e  serviços 

de engenharia 

0,25%  do  valor  máximo  para  obras  e  serviços  de engenharia  na  modalidade  de  lic itação  “convite” 

(alínea “a”, inciso I, do art. 23 da Lei nº 8.666/1993, alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998). 

0,25% x R$ 150.000,00 = R$ 375,00 

Outros serviços e Compras em geral.

0,25%  do  valor  máximo  para  outros  serviços  e compras  em  geral  na  modalidade  de  licitação 

“convite”  (alínea  “a”,  inciso  II , do art.  23  da Lei  nº 

8.666/1993  –  alterada  pela  Lei  nº  9.648,  de 

27/05/1998).

0,25% x R$ 80.000,00 = R$ 200,00 

Fonte: Deusvaldo de Carvalho

O limite a que se refere a última tabela é o de cada despesa, ou seja, em cada nota fiscal.

CAPCIOSÍSSIMA!!!

• os  limites  estabelecidos  para  as despesas  depequeno  vulto  não  se  referem  aos  demaiscasos  especificados  para  a  utilização  desuprimento de  fundos;

• Excepcionalmente, a critério da autoridade denível ministerial,  desde  que  caracterizada  anecessidade  em  despacho  fundamentado,poderão ser concedidos suprimento de fundoscom valores  superiores  aos  fixados  anterior­mente.

• A concessão de suprimento de  fundos deverárespeitar  os  estágios  da  despesa  pública:empenho,  liquidação e pagamento".

•  A regra geral é licitar, sendo a exceção utilizar­se  de  procedimentos que  venham a  "fugir"desse  preceito  legal.  Em virtude dessa  regra,poderá utilizar­se dessa exceção  tão­somenteaqueles  casos onde as  despesas não  possamsubordinar­se ao processo normal de aplicação.

• Os  limites  supramencionados  nas  tabelasforam estipulados pelo  legislador para  evitarmanobras que tivessem a intenção de desviar­se  do procedimento  licitatório.

• É vedada a aquisição de material permanentepor  suprimento de  fundos.

A  Lei  nº  8.666/1993,  art.  60,  parágrafo  únicoestabelece  entendimento quanto aos  valores:

É nulo e de nenhum efeito contratual verbal com aAdministração,  salvo o  de pequenas  compras  depronto­pagamento, assim entendidas aquelas  devalor não superior a 5% (cinco por cento) do limiteestabelecido no art. 23, inciso II, alínea a desta Lei,feitas em regime de adiantamento.

A Lei nº 4.320/1964 estabelece que o regime deadiantamento  é  aplicável  aos  casos  de  despesasexpressamente definidos em lei e consiste na entregade  numerário  a  servidor,  sempre  precedida  deempenho  na dotação  própria,  para  fim de  realizardespesas que não possam subordinar­se ao processonormal de aplicação.

A concessão do suprimento de fundos far­se­á:

– Regra: Cartão de Pagamento do Governo Federal ­CPGF;

– Exceção:  Contas  tipo  "B"  ­  depósito  em  contacorrente ­ nos casos em que comprovadamentenão seja possível utilizar o CPGF.

O prazo máximo para utilização dos recursos éde até 90 dias,  contados a partir da data do ato deconcessão do suprimento.

O servidor suprido tem até 30 dias, contados apartir  do  1º  dia  após  o  prazo  de  utilização  dosuprimento,  para  prestar  contas  da  aplicação  dosrecursos recebidos a  título de adiantamento.

O  § 3º do art. 45. do Decreto nº 93.872/1986estabelece  expressamente algumas vedações para aconcessão de suprimento de fundos a servidores quese enquadrem nas  seguintes hipóteses:

1. servidor responsável por dois suprimentos, ou seja,o  servidor  responsável por  dois  suprimentos  defundos  com prazo de aplicação não­vencido  estáimpedido de receber um terceiro;

2.  servidor  que  tenha a  seu  cargo a  guarda  ouutilização do material a adquirir, salvo quando nãohouver na repartição outro servidor;

3. servidor que não tenha prestado contas de suprimentode fundos de sua responsabilidade, quando esgotadoo prazo para fazê­lo; ­ SERVIDOR EM ALCANCE

4.  servidor  que esteja  respondendo  a  inquéritoadministrativo ­ IN STN nº 10/1991.

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Servidor em alcance, portanto, é aquele que não tenha prestado contas de suprimento de fundos de suaresponsabilidade, quando  esgotado o  prazo para  fazê­lo. Não  se  concederá  suprimento de  fundos  a  servidordeclarado em alcance.

CARTÃO DE PAGAMENTO DO GOVERNO FEDERAL ­ CPGF

Corresponde ao instrumento de pagamento, integrante do Programa de Modernização do Governo Federal,emitido em nome da unidade gestora, com características de cartão de crédito corporativo, operacionalizado porinstituição  financeira  autorizada, no caso da União, o Banco do  Brasil,  utilizado  exclusivamente pelo portadornele  identificado, nos casos  indicados em ato próprio da autoridade competente.

CASOS DE UTILIZAÇÃO DO CARTÃO DE PAGAMENTO DO GOVERNO FEDERAL:

1. Suprimento de  fundos;

2. Pagamento de passagens aéreas;

3. Pagamento de diária de viagem a servidor;

4. Outras modalidades de despesa autorizadas.

O cartão é para uso exclusivo das Unidades Gestoras dos órgãos da Administração Pública Federal direta,autarquia,  fundações e demais entidades  integrantes dos orçamentos fiscal e da  seguridade social.

Tabela ­ Limite para pagamento de despesas de pequeno vulto através do Cartão de pagamento:

Objeto  Limite  Valor 

Obras e serviços  de engenharia 

1%  do  valor  máximo  para  obras  e  serviços  de engenharia  na  modalidade  de  licitação  “convite” (alínea “a”,  inciso  I, do art. 23 da Lei nº 8.666/1993, alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998). 

1% x R$ 150.000,00 = R$ 1.500,00

Outros serviços e  Compras em geral. 

1% do valor máximo para outros  serviços e compras em geral na modalidade de licitação “convite” (alínea “a”,  inciso  II,  do  art.  23  da  Lei  nº  8.666/1993  – alterada pela Lei nº 9.648, de 27/05/1998).

1% x R$ 80.000,00 = R$ 800,00 

Fonte: Deusvaldo de Carvalho

Anotações

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SISTEMA  INTEGRADO  DE  ADMINISTRAÇÃOFINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL – SIAFI

Conceito

O  Sistema  Integrado  de  AdministraçãoFinanceira do Governo Federal ­ SIAFI é o sistema deinformações  que  processa  as  execuçõesorçamentárias,  financeiras,  patrimoniais  e  contábeisdos  órgãos  e  entidades  da Administração  Federal,objetivando  diminuir  custos  e  proporcionar maioreficiência  e eficácia  à  gestão dos  recursos  alocadosno orçamento.

O SIAFI é um sistema centralizado em Brasília,ligado por teleprocessamento aos órgãos do GovernoFederal distribuídos por todo o país e no exterior.

O  SIAFI  foi  concebido para  se  estruturar porexercícios, cada ano equivale a um sistema diferente,ou seja, a regra de formação do nome do sistema é asigla  SIAFI  acrescida  de quatro dígitos  referentes  aoanos  do  sistema  que  se  deseja  acessar,  exemplo:SIAFI2000, SIAFI2008, etc.

CAPCIOSÍSSIMA!!!

Enquanto  no  SIAFI  é  processada  a  execuçãoorçamentária,  financeira,  patrimonial  e  contábil,no  SIDOR  ­  Sistema  Integrado  de  DadosOrçamentários  ­  é  executada  a  elaboração  doorçamento público

Objetivos

O SIAFI é o principal instrumento utilizado pararegistro,  acompanhamento  e  controle da  execuçãoorçamentária,  financeira  e  patrimonial  do GovernoFederal.  Desde  sua  criação, o  SIAFI  tem  alcançadosatisfatoriamente seus principais objetivos, que estãodefinidos na IN/STN nº 03/2001:

• prover mecanismos adequados ao controle diárioda  execução  orçamentária,  financeira  epatrimonial aos órgãos da Administração Pública;

• fornecer  meios  para  agilizar  a  programaçãofinanceira, otimizando a utilização dos recursos doTesouro  Nacional,  através  da  unificação  dosrecursos de caixa do Governo Federal;

• permitir  que  a  contabilidade  pública  seja  fontesegura  e  tempestiva  de  informações  gerenciaisdestinadas  a  todos  os  níveis  da  AdministraçãoPública  Federal;

• padronizar métodos e rotinas de trabalho relativasà gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidezou  restrição  a  essa  atividade,  uma  vez  que  elepermanece  sob  total  controle  do  ordenador  dedespesa de cada unidade gestora;

• permitir  o  registro  contábil  dos balancetes  dosestados e municípios e de suas supervisionadas;

• permitir  o  controle  da dívida  interna e  externa,bem como o das transferências negociadas;

• integrar e compatibilizar as informações no âmbitodo Governo Federal;

• permitir o acompanhamento e a avaliação do usodos recursos públicos; e

• proporcionar a transparência dos gastos do GovernoFederal.

Modalidade De Uso

O  Sistema  Integrado  de  AdministraçãoFinanceira  permite  aos  órgãos  a  sua  utilização  nasmodalidades  total ou parcial.

Na modalidade  de  uso  total  as  principaiscaracterísticas de sua utilização são:

• processamento dos  atos e  fatos de  determinadoórgão pelo  SIAFI,  incluindo  as eventuais  receitaspróprias;

• identificação  de  todas  as  disponibilidadesfinanceiras  do órgão,  através da  conta única  doGoverno  Federal  ou  das  contas  fisicamenteexistentes na  rede bancária;

• sujeição  dos  procedimentos  orçamentários  efinanceiros  do  órgão  ao  tratamento  padrão,incluindo o  uso do  Plano de  Contas do GovernoFederal;  e

• o SIAFI  se constituir  na base  de dados orçamen­tários e contábeis para todos os efeitos legais.

As  principais  características  da  utilização  dosistema na modalidade de uso parcial são as seguintes:

• execução  financeira  dos  recursos  previstos  noorçamento geral da União, efetuada pelo SIAFI;

• não permitir o tratamento de recursos próprios daentidade;

• não  substituir  a  contabilidade  do  órgão,  sendonecessário,  portanto, o envio  de balancetes  paraincorporação de  saldos.

IMPORTANTE!

É obrigatória a utilização do sistema na modalidadede uso total por parte dos órgãos e entidades queintegram o Orçamento  Fiscal  e  o  orçamento  daSeguridade Social.  É o que estabelece  a  LDO doGoverno  Federal.

Formas De Acesso

O  SIAFI  permite  as  unidades  gestoras,  naefetivação  dos  registros  da execução orçamentária,financeira  e  patrimonial  que  o  acessem de  formaon­line ou off­line.

A forma de acesso on­line apresenta as seguintescaracterísticas:

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• todos os documentos orçamentários e financeirosdas unidades  gestoras  são emitidos diretamentepelo  sistema;

• a própria unidade gestora atualiza os arquivos dosistema,  digitando, por  intermédio de  terminaisconectados ao SIAF, os dados relativos aos atos efatos de sua gestão;

• as disponibilidades financeiras da unidade gestorasão individualizadas em contas contábeis no SIAFI,compondo o  saldo da  conta  única  e  de  outrascontas.

A  forma de acesso  off­line  se  caracteriza  pelofato de:

• as disponibilidades  financeiras da unidade  seremindividualizadas em conta corrente bancária e nãocomporem a conta única;

• a  unidade  gestora emitir  seus documentos orça­mentários,  financeiros e contábeis previamente àintrodução dos respectivos dados no sistema; e

• a unidade não introduzir os dados relativos a seusdocumentos no sistema, o que é  feito através deoutra unidade denominada pólo de digitação.

Principais Documentos

No  SIAFI,  a  contabilidade  pública  realiza  suaescrituração, que  é  a  inserção de  dados no  sistemaem documentos previamente  preparados, dentre osquais se destacam:

Nota de pré­empenho ­ PE

Utilizada  unicamente  para  a  efetuação  debloqueios  orçamentários,  através  da  figuradenominada pré­empenho, que consiste em tornar ocrédito  orçamentário  indisponível  temporariamentepara empenho, enquanto se aguarda a finalização dalicitação.

Nota de empenho ­ NE

A Nota de  Empenho  é  o documento  utilizadopara  registrar  as operações que envolvem despesasorçamentárias  realizadas pela Administração  Públicafederal, ou seja, o comprometimento de despesa, seureforço ou anulação,  indicando o nome do credor, aespecificação  e  o  valor  da  despesa,  bem  como  adedução desse valor do saldo da dotação própria.

Nota de Lançamento por Evento ­ NL

A Nota de Lançamento é o documento utilizadopara registrar a apropriação/liquidação de receitas edespesas,  bem  como  outros  atos  e  fatosadministrativos,  inclusive  os  relativos  a  entidadessupervisionadas, associados a eventos contábeis nãovinculados a documentos específicos.

Nota de Movimentação de Crédito ­ NC

A  Nota  de Movimentação  de  Crédito  é  odocumento utilizado para  registrar  a movimentaçãointerna e externa de créditos e suas anulações.

Nota de Dotação ­ ND

A Nota de Dotação é o documento utilizado pararegistro das  informações  orçamentárias  elaboradaspela  Secretaria de Orçamento  Federal,  ou  seja,  doscréditos  previstos  no  O rçamento  Geral  da  União(OGU). Também  se presta  à  inclusão  de  créditos noOGU  não  previstos  inicialmente  e  ao  registro  dodesdobramento do Plano Interno e do detalhamentoda fonte de recursos.

Nota de Lançamento ­ NS

Documento utilizado pelo sistema para registraroperações  comandadas  por  fita  magnética  ouprocessamento  BATCH.  Este  documento  é  emitidoautomaticamente  pelo  sistema,  obedecendo  aocomando recebido, e efetua os lançamentos automáticos.

DARF Eletrônico

DARF é a sigla para Documento de Arrecadaçãode Receitas Federais.  Por meio desse documento seregistra a arrecadação de  tributos e demais  receitasdiretamente na Conta Única do Tesouro Nacional, semtrânsito  pela  rede  bancária,  ou  seja,  por meio  detransferências  de  recursos  intra­SIAFI.  O   DARFeletrônico nada mais é que o instrumento de registrodessas  informações no  SIAFI.

GPS Eletrônica

GPS é  a sigla  para Guia da Previdência  Social.Esse documento permite registrar o recolhimento dascontribuições para a  Seguridade Social  por meio  detransferências  de  recursos  intra­SIAFI  entre  a UGrecolhedora e a Conta Única do Tesouro Nacional.

Ordem Bancária ­ OB

A Ordem Bancária é o documento utilizado parao pagamento de compromissos, bem como à liberaçãode  recursos  para  fins  de  adiantamento,  suprimentode  fundos,  cota,  repasse,  sub­repasse  e  afins,  emcontas bancárias mantidas no Banco do Brasil.

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SISTEMA  INTEGRADO  DE  DADOS  ORÇAMEN­TÁRIOS – SID0R

O Sidor ­ Sistema Integrado de Dados Orçamentáriosé  o  Sistema de  Informações Corporativas  da  SOF  ­Secretaria Orçamentária  Federal.

É  no  SIDOR que  as Unidades  O rçamentáriascadastram as ações e registram os valores da PropostaOrçamentária Anual, sob a forma de Programas.

O  Sistema  Integrado de Dados  Orçamentários(SIDOR) do Governo Federal está  sendo  substituídopelo Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento(SIO P).  No  entanto,  como está  em  nosso  edital,abordaremos as principais características do SIDOR e,ao  final,  já  traremos algumas  informações  sobre  oSIOP.

O   SIDOR  é  implantado  por meio  de  rede  emsistema  informatizado,  administrada pelo  SERPRO ,disponível  em  todas  Unidades  O rçamentárias.Estrutura  e  organiza,  bem  como  visa  aoprocessamento  da  elaboração  da  proposta  e  aoacompanhamento da execução orçamentária. É umaferramenta  de  tecnologia  da  informação que  tem oobjetivo  de  fornecer  suporte  e  apoio  às  diretrizestécnicas, por meio da implementação de um conjuntode processos informatizados e estrutura de dados quedão suporte  às  atividades do Sistema  OrçamentárioFederal.

O   processo  de  elaboração  da  propostaorçamentária via SIDOR divide­se em etapas básicas,controladas pelo Sistema, denominadas "momentos",que se subdividem em subetapas ­ denominadas "tipode  detalhamento".  Cada  momento  pertenceexclusivamente ao respectivo usuário e não pode sercompartilhado,  o  que  assegura  privacidade  esegurança  aos  dados.  Cada  tipo  de  detalhamentocorresponde a um determinado conjunto de despesasque  serão  tratadas  separadamente  segundo  regrasespecíficas.

Nos  seus  respectivos momentos,  a  UnidadeO rçamentária,  o Órgão  Setorial  e  a  SO F  poderãoconsultar, incluir, alterar e excluir dados no subsistema"Captação  Quantitativa  das  Propostas  dosO rçamentos  e  da  Revisão  do  PPA",  até  oencaminhamento  da  proposta.  Encerrado  essemomento, o órgão e a unidade podem ainda consultaros  dados  encaminhados  ou,  excepcionalmente,alterar apenas os  textos  referentes  à  justificativa desua programação. A SOF poderá apenas consultar osdados  encaminhados  pelo  órgão.  Por exemplo,  emuma  solicitação  de  crédito  adicional,  enquanto  asolicitação estiver no momento SOF  (momento 20),cabe a esta Secretaria a análise da proposta. Caso sejanecessária uma nova  intervenção do Órgão Setorial,caberá a SOF retornar o crédito para o momento ÓrgãoSetorial  (momento 10).

Logo, o Sistema Integrado de Dados Orçamen­

tários  (SIDOR)  é  um  sistema  de  tecnologia  dainformação,  administrado pelo SERPRO,  implantadoe utilizado pelo Governo Federal para fins de estruturar,organizar e elaborar a proposta orçamentária.

Não há previsão do SIOP no edital do MPU, masvamos passar algumas informações básicas a respeitodo novo sistema:

Atualmente  ainda  existem  duas  fontescadastrais para programas e ações. Há o Sistema deInformações Gerenciais e de Planejamento (SIGPLAN)que gerencia o PPA, acessado via  Internet.

Porém SIDOR e SIGPLAN estão chegando ao fim.Com  o  objetivo  de  integrar  os  atuais  sistemasutilizados nos  processo de elaboração,  acompanha­mento  e monitoramento  do  Plano  Plurianual e doO rçamento  da  União,  colegas  da  Secretaria  deOrçamento Federal (SOF/MP), junto da Secretaria dePlanejamento  e  Investimento  (SPI/MP)  e  doDepartamento  de  Empresas  Estatais  (DEST/MP),desenvolveram  e  colocaram em  operação o  novoSistema  Integrado de Planejamento e Orçamento  ­SIOP.

Possivelmente  as  bancas  ainda  não  têmmaiores informações, tanto que o CESPE ainda previuSIDOR no  nosso  edital,  divulgado  recentemente,  eaté porque ele ainda não  foi  totalmente desativado.A  idéia é  que  no  futuro  o  SIOP  substitua  integral­mente  os  sistemas hoje  existentes.  Atualmente,  oSIOP  já  substituiu  seus  antecessores,  por  exemplo,no  que  se  refere ao  registro de programas e  ações,captação da proposta orçamentária e distribuição dosvalores  disponíveis para  elaboração do  orçamentoseguinte.

Como está muito recente, o que vislumbro quepossa ser cobrado por alguma banca bem atualizada éo  básico,  que  seria  exigir  o  conhecimento  docandidato que o SIOP chega para substituir e unificarSIDOR e SIGPLAN. Assim, os órgãos centrais, setoriaise  as  unidades  orçamentárias  do Governo  Federalpassam  a  ter  um  único  sistema  para  alimentar  eatualizar o cadastro de programas e ações. Outro fatoimportante é  que ele permite o  acesso via  internet,assim como o SIGPLAN, e diferentemente do SIDOR.

Conceito

Segundo a SOF, o Sidor é um conjunto de procedi­mentos,  justapostos entre  si,  com a  incumbência decuidar  do  processamento  de  cunho  orçamentário,através  de  computação  eletrônica,  cabendo  suasupervisão à Secretaria de  Orçamento Federal.

Seu objetivo é dotar o processo orçamentáriode  uma  estrutura  de  processamento  de  dadosconsoante às modernas ferramentas da tecnologia deinformação, consubstanciadas  na  implementação deum conjunto de processos informatizados e estruturasde dados  que dá  suporte  às  atividades do  SistemaOrçamentário  Federal.

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De acordo com o Manual Técnico Orçamentário­ MTO SOF ­ 2005, o Sidor está estruturado com maisrelevância no suporte ao processo orçamentário. Parao  referido  manual,  os  aplicativos  seguintesapresentam  relação  direta  com  as  etapas  deelaboração orçamentária:

• Subsistema Cadastro de Programas e Ações;

• Subsistema Prioridades e Metas Anuais;

• Subsistema Legislação Orçamentária;

• Subsistema Alinhamento  da  Série Histórica;

• Subsistema Definição dos  limites;

• Subsistema Captação Quantitativa das Propostas;

• Subsistema Análise da Proposta  Setorial;

• Subsistema  Simulados de  Fontes;

• Subsistema  Compatibilização  da  PropostaOrçamentária;

• Subsistema  Formalização  do  Projeto  de  LeiOrçamentária;

• Subsistema  Receita;

• Subsistema Dívida  (Saoc);

• Subsistema Precatórios;

• Subsistema Pleitos.

SIDORNET

SidorNet é uma derivação do Sidor via Internet,utilizado para  a  captação quantitativa,  qualitativa  efinanceira das ações (atividades, projetos e operaçõesespeciais) das Unidades Orçamentárias que integrarãoo Orçamento Anual e o PPA.

Assim,  os  valores  referentes  ao processo  deelaboração  orçamentária,  que  ao  final  de  agostoconstituirão  o Projeto  de  Lei Orçamentária Anual  aser  enviado ao Congresso Nacional,  são  inseridos  evalidados via  SidorNet.

Enquanto o acesso ao Sidor é via SIAFI/Serpro,o SidorNet é acessado via WEB.

IMPORTANTÍSSIMO!!!

Segundo o manual técnico de orçamento para2010 disponibilizado pela SOF em 22 de junho de 2009,as  funções  orçamentárias  e  de Planejamento  serãocentralizadas  num  sistema  novo,  o  SIOP  ­  SistemaIntegrado de Planejamento e Orçamento.

A  proposta orçamentária  para 2010,  lançadaainda no ano de 2009, já utilizará o novo sistema SIOP,e  não mais  utilizará o  Sidor e  SidorNet  como  vinhasendo  feito.

O  cadastro de  programas e  ações  também  jámigrou para o novo sistema e, em breve, ele tambémsubstituirá o sistema Sigplan­Sistema de InformaçõesGerenciais  e de  Planejamento.

Caso se queira ler o manual do SIOP, o mesmoestá  disponível  no  endereço  eletrônico  http://www.siop.planejamento.gov.br/siop/.

Anotações

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GALERA CONCURSEIRA,Nessa  parte do material  vamos  "destrinchar"

o  conteúdo  da  LEI DE RESPONSABILIDADE  FISCAL,focando­nos nos principais artigos cobrados em provasde concursos  (Tabela  II).

Para  tanto,  iremos  sistematizar  o  conteúdoprincipal da LRF em 17 tópicos, conforme sumário a seguir:______________________________________________

TABELA I

Sumário:

1.  Lei  de Responsabilidade  Fiscal

1.1. Abrangências da LRF

1.2. Receita Corrente Líquida

1.3. Limites

1.4. Dívida Pública

1.5. Renúncia de Receita

1.6. Despesa Pública

1.7. Despesas obrigatórias de caráter continuado

1.8. Despesas com a Seguridade Social

1.9. Operações de Crédito

1.10. Transferência de Recursos ao Setor Privado

1.11. Transferências Voluntárias

1.12. Gestão Patrimonial

1.13. Escrituração e Consolidação de Contas

1.14. Prestação de Contas

1.15. Da Fiscalização da Gestão Fiscal

1.16. Relatório Resumido de Execução Orçamen­tária  (RREO)

1.17. Relatório de Gestão Fiscal (RGF)

TABELA II

Art. 1º, $1º,$2º;

Art. 2º, incisos I, II, III, IV, $1º,$2º, $3º;

Art. 3º;

Art. 4º;

Art. 5º, incisos I, II, III, alínea b, $1º, $2º, $3º, $4º,$5º, $6º;

Art. 8º;

Art. 9º, $4º;

Art. 11 e parágrafo único;

Art. 17;

Art. 18, $1º; $2º;

Art. 19, incisos I, II, III;

Art. 21;

Art. 22 (completo);

Art. 23;

Art. 25, $1º, incisos I, III e IV, alíneas a, b, c, d; $1º,$2º, $3º

Art. 29 (completo);

Art.30, incisos I e II;

Art. 31, $1º, incisos I e II, $2º,$3º, $4º, $5º;

Art. 38, I a IV, $1º, $2º, $3º;

Art. 42, caput e parágrafo único;

Art. 44;

Art. 48, parágrafo único;

Art. 49;

Art. 52;

Art. 54, I a IV, e parágrafo único;

Art. 55 (completo);

Art. 59 (completo).

VAMOS À OBRA!!!!!

1. Lei de Responsabilidade Fiscal

A  lei  complementar  nº  101/2000,  Lei  deResponsabilidade  Fiscal,  foi  instituída  com  afinalidade de ordenar as finanças públicas brasileiras.Sua previsão consta na Carta Magna, senão vejamos:

Art 163 ­ A Lei complementar disporá sobre:

I ­ Finanças Públicas;

II ­ Dívida Pública externa e interna, incluída a das

autarquias,  fundações  e  demais  entidades

controladas pelo Poder Público;

III ­ Concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV ­ emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V ­ Fiscalização das Instituições Financeiras;

VI  ­ Operações de câmbio  realizadas por órgãos e

entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios;

VII ­ Compatibilização das funções, das instituições

oficiais  de  crédito  da  União,  resguardadas  as

características e condições operacionais plenas das

voltadas ao desenvolvimento regional.

A  LRF,  inspirada  no New  Public  Act  da NovaZelândia, foi estruturada com base em alguns pilares,sobre os quais discorreremos a seguir:

a) TRANSPARÊNCIA (OU VISIBILIDADE)

Há  alguns  anos,  as  informações  sobre  finançaspúblicas eram acondicionadas em uma espécie de"caixa­preta", como assunto sigiloso. Ora, uma vezque a população tem o direito e o dever de saberas origens  e  aplicações  dos  recursos dos quais  étitular,  foram  estabelecidos  meios  paradisponibilizar, inclusive em meio magnético, dados

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sobre  receitas,  despesas e patrimônio. Dentre  osprincipais mecanismos  de divulgação,  é  possíveldestacar:

1) Audiências  públicas;

2) Leis orçamentárias (PPA, LDO e LOA);

3) Prestações de contas;

4) Relatório Resumido de Execução Orçamentária;

5) Relatório de Gestão Fiscal;

6) Versões  resumidas  dos  relatórios  supramen­cionados.

b) PLANEJAMENTO E VISÃO DE LONGO PRAZO

Para  exemplificar  a nova mentalidade que  deveprevalecer em nossos gestores, é possível um casoreal  onde determinada  Prefeitura,  desejosa  decontratar guardas municipais,  colocou  a  leilão  oprédio  onde estava  situada a  sede da Prefeitura.Demais  ilegalidades à parte, o produto da  vendanão  representa  justificativa  suficiente  para  acontratação  dos  novos  servidores,  visto  que  anatureza  da  despesa  é  de  caráter  continuado,diferentemente  da  receita.  Nesse  sentido,  paraque  seja  possível  realizar  uma  despesa  comimpacto em diversos Exercícios, faz­se necessárioexistir uma receita também de caráter continuado,de forma a não prejudicar a execução orçamentáriados  próximos  agentes  políticos.  Uma  prática,também nesse sentido, que não deverá se repetir,é  a  inscrição  em  restos  a  pagar  ­  RP  sem  acorrespondente  disponibilidade  financeira.  Emoutras palavras: deixar dívidas para o próximo anocomprometendo  o  orçamento  seguinte  comdívidas passadas. Assim,  para  ser possível  deixardívidas para o próximo gestor, é necessário deixar,também, dinheiro em caixa suficiente para cobriro débito. Nesse diapasão, o que se deseja é umamudança de cultura onde o horizonte dos gestoresdeixe de ser a duração do mandato, de forma a serpossível  tomar  decisões  com  foco  na  eficácia  eeficiência no  longo prazo.

c) RESPONSABILIDADE (ACCOUNTABILITY)

A gestão irresponsável, a partir de modificação noCódigo  Penal  com a  inclusão  dos  crimes  fiscais,passou a ser tratada com maior rigor. Dessa forma,inscrição  em  RP  (Restos  a  Pagar)  semdisponibilidade  financeira,  não­publicação  dosdemonstrativos previstos,  realização de  despesade  caráter  continuado  sem  a  receita  corres­pondente,  realização  de despesas  de capital  emvolume menor que  as  receitas  de  capital  foramtipificados  (acrescentados,  normatizados)  naLegislação.

d) EQUILÍBRIO

O desejado equilíbrio das contas públicas é um dosobjetivos da LRF. Assim, o controle dos gastos comservidores, com juros e com despesas continuadasserá  tratado  com maior  detalhamento nos  itensseguintes.

1.1. Abrangências da LRF

A  LRF  destina­se  à  administração  direta  doExecutivo,  Legislativo  (inserto o Tribunal de  Contas),Judiciário  e Ministério  Público nas  três  esferas  degoverno  (União,  Estados  e Municípios),  inclusivefundos  especiais,  autarquias,  fundações e empresasestatais  dependentes.  Este  último  termo,praticamente  inédito  (normalmente  as  Leis  quetratam  de  administração  pública  dividem­na  emdireta e  indireta), compreende as empresas públicase  sociedades  de  economia  mista  que  recebemrecursos oriundos do Poder Público.

Nesse  diapasão,  ao  receber  recursos  em umdeterminado  Exercício,  resta  caracterizada  adependência.  A  exceção  (recebimento  de  repassesem  caracterizar a  dependência)  fica  por  conta  doaumento  de  capital. Assim,  se a União aumentar  ocapital  do Banco do Brasil  ­  BB,  ao  integralizar  suaparcela, não pode o BB ser enquadrado como estataldependente.

Abrange  administração  direta,  autarquias,fundação  e  empresas  estatais  dependentes(empresas públicas  e  sociedade de economia mistadesde que  recebam dinheiro do governo).

1.2. Receita Corrente Líquida

É  um  dos  conceitos  mais  usados  da  LRF.Praticamente todos os limites nela estabelecidos sãocalculados em função da RCL. É obtida, em cada esferade  governo,  por meio  do  somatório  de  todas  asreceitas  correntes do ente  (próprias,  transferências,tributárias,  não­tributárias),  descontadas  astransferências  constitucionais  e  legais  (obrigatórias)e  as  receitas previdenciárias,  parte dos  servidores.Como exemplo de transferências obrigatórias, pode­se citar a parcela do IR e do IPI que a União repassaaos Estados (21,5% do montante) e Municípios (22,5%do  montante)  por  força  de  mandamentoConstitucional.  Esses  valores  são  excluídos  da  basede cálculo ­ BC da União e integram a base de cálculodos  Estados  e  dos Municípios.  Quando os  Estadosrepassam a parcela do ICMS aos Municípios, o repasseé descontado da BC da RCL daqueles e integram a BCdestes  últimos.

No que pertine à periodicidade, é bom ressaltarque a RCL é sempre calculada para um período de 12meses  (o mês em referência mais os 11 anteriores),

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com vistas a minimizar o impacto da sazonalidade (osMunicípios têm arrecadação significativa em janeiro,em  função da  cota única  do  IPTU, enquanto que osEstados têm arrecadação significativa de ICMS no finaldo ano, por conta do Natal).

1.3. Limites

Com vistas a "ordenar a casa", a LRF estabeleceuuma  série  de  limites  a  serem  obedecidos  pelosgestores públicos. Vamos a eles:

1) Despesa com Pessoal

Esse grupo de despesa  absorve a maior  fatia doorçamento. A  fim de  que os  recursos não  sejamexcessivamente consumidos com pessoal e faltemrecursos  para outros  grupos, há  alguns  anos  foiestabelecido  um  teto para esses  gastos,  pela  LeiCamata e, posteriormente, pela Lei Camata II. Emfunção da LRF ter  revogado expressamente essesdiplomas e alterado a metodologia de cálculo, ospercentuais (teto) a serem  respeitados, hoje são:

– Na União: 50% da RCL

– Nos Estados: 60% da RCL

– Nos Municípios: 60% da RCL

Isso significa que o máximo que se pode gastarcom  pessoal,  incluídas  quaisquer modalidades  dedespesa  (vencimento,  gratificações,  adicionais,ativos,  inativos,  pensionistas,  etc...),  efetuados  osajustes determinados,  são os percentuais acima.

Os  ajustes  (exclusões)  são os  seguintes:

• Gastos com demissões;

• Gastos decorrentes de decisões  judiciais;

• Gastos com hora extra do Pode Legislativo;

• Gastos  com  inativos  (parcela  custeada  pelosservidores).

Vale  ressaltar  que  deverão  ser  destacadas,quando  da  evidenciação  do  cumprimento  desseslimites os "gastos com terceirização de mão­deobra",figurando  como  "outras despesas  com pessoal"  nodemonstrativo.

Tais  dispêndios  referem­se  a  gastos  comcontratações  de mão­de­obra  em  detrimento  darealização  de  concursos  públicos.  Ou  seja,  sãocontratadas  pessoas  para  realizarem  atividadesinerentes  ao Poder Público que poderiam  ser  feitaspor servidores concursados, em virtude da existênciadas vagas nos quadros do ente.

Cumpre  destacar,  ainda,  que  não  seráconsiderada como despesa com pessoal da União osgastos  referentes  à  remuneração  dos  servidores(Defensoria Pública, Corpo de Bombeiros, etc) do DF,de Amapá e de Roraima  cuja responsabilidade  recai

sobre a esfera  federal  (em função da conversão dosTerritórios em Estados, decorrentes de mandamentosconstitucionais).

Tendo  sido  extrapolados  os  limites,  o  gastoexcedente  terá  que  ser  eliminado  nos  doisquadrimestres seguintes, sendo pelo menos um terçojá no  final  do  primeiro quadrimestre. As medidas  aserem  adotadas  para  alcançar  a  redução  desejadacompreenderão, nos termos do art. 169 da CR de 1988:

• redução de pelo menos 20% dos gastos com cargode comissão e funções de confiança;

• exoneração dos  servidores não estáveis;

• exoneração dos  servidores estáveis.

Essas medidas deverão  ser  implementadas naseqüência  apresentada,  onde  ato  próprio  de  cadaPoder explicitará os critérios a serem adotados. Comisso,  ampliou­se  o  número  de  situações  onde  oservidor estável pode perder seu cargo:

• por  sentença  judicial  transitada em  julgado,

• por  processo administrativo  disciplinar onde  sejaassegurada a ampla defesa e o contraditório, bemcomo a  falta  cometida estar  sujeita  à penalidadede demissão,

• por excesso de gastos com pessoal e

• por  falta  de  eficiência  (aferidas  por meio  deavaliação de desempenho anual, caracterizada porduas avaliações insuficientes consecutivas ou trêsintercaladas,  no  prazo  de  cinco  anos,  na  esferafederal).

Não sendo respeitados os prazos, a  LRF prevêalgumas  sanções  institucionais,  dentre  as  quais  épossível  citar:

a) não  recebimento  de  transferências  voluntárias,quais sejam aquelas que o ente recebe em virtudeajustes  (convênios) efetuados junto a outro ente.Não devem ser confundidas com as transferênciasque decorrem da CR de 1988 ou de  Lei, que  sãoobrigatórias.  Uma  vez  que  a  suspensão  dastransferências  iria  prejudicar  principalmente  apopulação, optou o legislador por excluir do rol desuspensões  os  repasses  das  áreas  de  saúde,educação  e  assistência  social.  Ou  seja: mesmoestando  irregular,  o  ente  continuará  recebendotransferências nessas áreas,  apenas.

b) não obterá garantia (essencial, mormente quandose trata de empréstimos internacionais, exigênciado BID e do BIRD).

c) não contratará operações de crédito (empréstimos).

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Com o  intuito de  evitar  que  os  limites  sejamviolados, a LRF criou os chamados limites prudenciale de alerta. O primeiro corresponde a 95% do teto e,o  segundo,  a 90%.  Isso  significa que,  em a despesacom pessoal tendo, no caso dos municípios (cujo tetoé de 60%), chegado a 57% da RCL, fica o ente proibidode fazer qualquer coisa que

incremente os gastos dessa natureza, tais comoconcessão  de  aumento,  criação  de  cargos,modificação de carreira e outros. Já o limite de alertacorresponde a um aviso a  ser dado pelo Tribunal deContas  ao  ente  de  que  os  gastos  com  folha  depagamento merecem atenção  especial...

Insta ressaltar que a vedação de nomeação deservidores (quando atingido o  limite prudencial) nãose  aplica  à  reposição  de  servidores  nas  áreas  desegurança,  saúde  e  educação  decorrentes  defalecimento  ou de  aposentadoria.

1.4. Dívida Pública

A gestão da dívida é de grande importância paraa sociedade, que, infelizmente, nem sempre percebeo  reflexo  em  sua  vida  cotidiana.  A  captação  derecursos a taxas menores, a capacidade de pagamentoe o  comprometimento dos  orçamentos  futuros  sãoassuntos  recorrentes  para  os  economistas.  Dessaforma,  a  LRF  determinou  o  estabelecimento  delimites, já fixados por Resoluções do Senado Federal.São  eles:

Dívida consolidada  líquida  (montante  da dívida delongo prazo ­ que tende a ser a parcela mais expressivado  total da dívida  ­  descontadas as disponibilidadesfinanceiras):

­  120% da RCL para os municípios.

­  200% da RCL para os estados.

Captação (realização, recebimento): 16% da RCL

Pagamento  (tanto  do  principal  quanto  dos  juros):11,5% da RCL

Cumpre  ressaltar  que se  for desrespeitado olimite para a dívida consolidada líquida, o excedente,analogamente  à  despesa  com  pessoal,  tambémdeverá  ser  ajustado,  só  que  nos  3  quadrimestresseguintes,  sendo  pelo menos  25%  já  no  final  doprimeiro  quadrimestre. Não  sendo  cumpridos essesprazos, incidirão as mesmas sanções  institucionais jámencionadas.

Com o intuito de ajustar os gastos com pessoal,excepcionalmente  é  possível  a  contratação  deoperações  de  crédito  para  atender  às  despesas"demissionais",  nos  termos  do  art.  169  da  CartaMagna,  que  garante,  no  caso  de  exoneração  de

servidores  por  excesso  de despesa  com pessoal,  aindenização  de  uma  remuneração  por  cada  anotrabalhado.

1.5. Renúncia de Receita

Uma vez que a receita arrecadada não tem sidosuficiente  para  arcar  com  todas  as  despesas  dasesferas  de  governo  de  forma  satisfatória,  não  fazsentido "abrir mão" de receitas. Nesse sentido, a LRFvetou a possibilidade do Chefe do Executivo concederisenções,  anistias,  remições,  créditos presumidos  equaisquer  outros  benefícios  que  importem  emdiminuição  do montante previsto  a  ser  arrecadado.Há  indícios  de  que,  em  função  do apoio  recebidodurante a campanha, obrigam­se os agentes políticos,de  alguma  forma,  a  apoiar  aqueles que  lhe  esten­deram a mão (financiaram os gastos eleitorais). Assim,não  era  raro,  por  exemplo,  determinado  Prefeitobaixar a alíquota do ISS que incidia sobre os transportesintramunicipais.  Atualmente, não mais é possível.

Há,  contudo,  DUAS  EXCEÇÕES  PARA  ARENÚNCIA DE RECEITA:

(1)quando houver  compensação,  de  forma  que  ovalor do benefício a ser concedido seja suportadopelo  incremento  na  arrecadação  de  um  outroimposto  (atenção,  pois  essa  é  a modalidade  detributo que deve ser majorada!), via majoração daalíquota ou mudança da BC e

(2)quando o benefício  for  considerado na LOA  (deforma a  não  comprometer  a  execução orçamen­tária,  pois  uma  vez previsto  no  orçamento  umaestimativa  de  receita  menor,  também  foramfixadas despesas menores).

Vale  ressaltar,  ainda,  que  a  Constituiçãodetermina  que  seja  elaborado um  "demonstrativoregionalizado do efeito  sobre as  receitas e despesasdecorrentes  de  isenções,  anistias,  remições  (perdãoda  dívida),  subsídios,  e  benefícios  de  naturezafinanceira, tributária e creditícia", nos termos do art. 165.

É preciso destacar, ainda, que a partir da ediçãoda  Lei  os  entes  são  obrigados  a  instituir  todos  osimpostos  de  sua  competência.  Nesse  sentido,  sealgum município,  por  exemplo,  ainda  não  tivesseinstituído o ITBI (Imposto sobre Transmissão de BensInter­vivos),  foi obrigado a  fazê­lo. Deve­se  lembrarque a CR de 1988 não criou os tributos cobrados pelasdiversas  esferas  de  governo,  mas  atribuiucompetência para que  fossem criados. Assim, há dehaver uma Norma infraconstitucional estabelecendo­os. Contudo, não se sabe, ainda, por que razão o IGF(Imposto  sobre  Grandes  Fortunas)  não  "saiu  dopapel"...

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1.6. Despesa Pública

Com vistas  a  evitar  a  realização de gastos deforma  irresponsável,  nos  termos do  art.  15  serãoconsideradas não autorizadas, irregulares e lesivas aopatrimônio público a geração de despesa ou assunçãode obrigação que não atendam ao disposto nos arts.16 e 17, evidenciados a seguir:

Art. 16. A  criação, expansão ou aperfeiçoamento

de ação governamental que acarrete aumento dadespesa será acompanhado de:

I ­ estimativa do  impacto orçamentário­financeirono  exercício  em que deva entrar em vigor e  nos

dois  subseqüentes;

II ­ declaração do ordenador da despesa de que oaumento tem adequação orçamentária e financeiracom a lei orçamentária anual e compatibilidade com

o plano plurianual e com a  lei de diretrizes orça­

mentárias.

§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera­se:

I  ­  adequada com a  lei  orçamentária  anual,  a

despesa objeto de dotação específica e suficiente,

ou que esteja abrangida por crédito genérico, deforma que somadas  todas as despesas da mesmaespécie,  realizadas  e  a  realizar,  previstas  noprograma de trabalho, não sejam ultrapassados oslimites estabelecidos para o Exercício;

II  ­  compatível  com o plano plurianual e a  lei  de

diretrizes  orçamentárias,  a  despesa  que  se

conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades

e metas previstas nesses instrumentos e não infrinja

qualquer de suas disposições.

1.7. Despesas obrigatórias de caráter continuado

O art.  17  define  como obrigatória de  carátercontinuado  a  despesa  corrente  derivada  de  lei,medida  provisória ou  ato administrativo  normativoque  fixem  para  o  ente  a  obrigação  legal  de  suaexecução por um período superior a dois exercícios,comprometendo, assim ,mais de um orçamento. Essetipo  de  despesa,  para  ocorrer,  deve  atender  aoseguinte:

• Os atos que criarem ou aumentarem deverão serinstruídos  com  a  estimativa  dos  gastos  edemonstrar a origem dos recursos para seu custeio;e

• Comprovação  de  que  a  despesa  criada  ouaumentada não  afetará  as metas  de  resultadosfiscais previstas, sendo compensada pelo aumentopermanente  de  receita  ou  pela  reduçãopermanente de despesa.

1.8. Despesas com a Seguridade Social

As despesas  com a  seguridade  social  (saúde,previdência  e assistência  social)  consomem parcelasignificativa dos recursos arrecadados e, em boa partedos  entes,  encontram­se  desequilibradas.  Issosignifica  que as  receitas  arrecadadas  não  têm  sidosuficientes para "fechar o caixa", ou seja, para atendera  todas as despesas. Para  regularizar a  situação, em1999 foi promulgada a Emenda nº 20, determinandonovos  critérios  para  concessão  de  benefícios,mudando  inclusive,  o critério utilizado para  cálculo,que  passou  de  tempo  de  serviço  para  tempo  decontribuição, dentre outras alterações. Diante dessequadro,  a  LRF, no  art. 24, determinou que nenhumbenefício  ou  serviço  relativo  à  seguridade  socialpoderá  ser  criado, majorado ou  estendido  sem  aindicação da fonte de custeio total, nos termos do §5º do  art.  195  da  Constituição,  atendidas  ainda  asexigências  do art.  17  (estimativa  do  impacto,  não­comprometimento das metas fiscais e compensação).

Especificamente  a  compensação  retromen­cionada é  dispensada  para  o  aumento  de  despesadecorrente  de:

I  ­  concessão  de  benefício  a  quem  satisfaça  ascondições  de  habilitação  prevista  na  legislaçãopertinente;

II  ­ expansão  quantitativa  do  atendimento  e  dosserviços prestados;

III ­ reajustamento de valor do benefício ou serviço, afim de preservar o seu valor real.

1.9. Operações de Crédito

Uma vez  que,  historicamente,  boa  parte  dasoperações de crédito efetuadas em nosso País,  nãoforam objeto  de  estudos  de  viabilidade, boa  partedos  recursos  do  orçamento  são  consumidos  compagamento dos juros da dívida. A fim de reverter essequadro, a LRF determinou uma série de requisitos quedevem  ser  observados  para  realização  de  novosempréstimos, dentre os quais é possível citar:

I ­ existência de prévia e expressa autorização paraa contratação, no  texto  da  lei orçamentária,  emcréditos adicionais ou lei específica;

II ­ inclusão no orçamento ou em créditos adicionaisdos  recursos provenientes da operação, exceto nocaso de operações por antecipação de receita;

III ­ observância dos limites e condições fixados peloSenado Federal;

IV  ­  autorização  específica  do  Senado  Federal,quando se tratar de operação de crédito externo;

V ­ atendimento do disposto no inciso III do art. 167da Constituição;

VI ­ observância das demais restrições estabelecidasnesta Lei Complementar.

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Cumpre ressaltar,  ainda, que o  limite máximopara realização dessas operações é de 16% da RCL. Ouseja, o ente tem liberdade para contratar (pactuar) ovalor  que mais  lhe  aprouver, mas  poderá  realizar(receber)  financeiramente  a  parcela  que  caiba  nolimite.

É  de  bom alvitre  lembrar  que  o  conceito  deoperação de crédito  foi "expandido" pela Lei. Assim,além  de  empréstimos,  devem  ser  considerados,também:  compromissos  financeiros  assumidos  emrazão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceitede título, aquisição  financiada de bens,  recebimentoantecipado de valores provenientes da venda a termode bens e serviços, arrendamento mercantil e outrasoperações  assemelhadas,  inclusive  com  o  uso  dederivativos  financeiros.

Embora  houvesse, de  alguma  forma, previsãona Lei nº 4.320 de 1964, equiparam­se às operaçõesde crédito e estão vedados:

I ­ captação de recursos a título de antecipação dereceita de tributo ou contribuição cujo fato geradorainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do dispostono § 7º do art. 150 da Constituição;

II ­ recebimento antecipado de valores de empresaem  que  o  Poder  Público  detenha,  direta  ouindiretamente,  a maioria  do  capital  social  comdireito a voto, salvo  lucros e dividendos, na formada legislação;

III ­ assunção direta de compromisso, confissão de

dívida ou operação assemelhada, com fornecedor

de  bens, mercadorias  ou  serviços,  mediante

emissão, aceite ou aval de título de crédito, não seaplicando  esta  vedação  a  empresas  estataisdependentes;

IV  ­  assunção de  obrigação,  sem  autorização

orçamentária,  com fornecedores para pagamentoa posteriori de bens e serviços.

1.10. Transferência de Recursos ao Setor Privado

Historicamente,  a  União  arca  com o  prejuízocausado por diversas entidades,  por  razões  sociais,políticas ou em função de motivações outras. Assim,não  é  rara  a  transferência  de  recursos  a  título  desocorro (vide PROER, mais recentemente). Com vistasa evitar o mau uso do dinheiro público, indiscrimina­damente e sem critério, foram estabelecidos critériospara a transferência voluntária de recursos.

Dessa forma, os socorros e ajudas somente poderãoacontecer preenchidos os  seguintes  requisitos:

1) Autorização por meio de Lei prévia e específica;

2) Previsão na LDO;

3) Existência de créditos na LOA.

1.11. Transferências Voluntárias

Essas transferências compreendem repasse derecursos  efetuados  em decorrência  de  convênios  eoutros  instrumentos  congêneres. Dessa  forma,  nãosão obrigatórias, não decorrem de Lei e são feitas coma intenção de auxiliar determinado ente, normalmenteaplicadas  em  área  social.  As  exigências  para  quedeterminado ente possa recebê­las são as seguintes:

I ­ existência de dotação específica;

II  ­  (VETADO)

III ­ observância do disposto no inciso X do art. 167

da Constituição (inserir nota);

IV ­ comprovação, por parte do beneficiário, de:

a) que  se acha em dia quanto ao pagamento  de

tributos, empréstimos e financiamentos devidos aoente transferidor, bem como quanto à prestação decontas de  recursos anteriormente dele recebidos;

b)  cumprimento  dos  limites  constitucionais

relativos à educação e à saúde;

c) observância dos limites das dívidas consolidada e

mobiliária,  de operações de  crédito,  inclusive porantecipação de  receita,  de  inscrição  em Restos aPagar e de despesa total com pessoal;

d)  previsão  orçamentária  de  contrapartida  (orecebedor também deve, na aplicação dos recursosrecebidos,  "colocar  recursos  seus,  financeiros,materiais ou humanos). Assim, quando determinadomunicípio recebe recursos da União destinados aoatendimento de  crianças portadoras de  cuidadosespeciais,  por  exemplo,  o município  executa  oprojeto  com  sua  própria  equipe,  ou  em  suasinstalações,  ou  complementa  os  repasses  comrecursos próprios.

1.12. Gestão Patrimonial

A  disponibilidade  financeira  deverá  seraplicada com observância dos  limites e condições deproteção e prudência financeira. Especificamente asdisponibilidades de caixa dos regimes de previdênciasocial,  geral  e  próprio  dos  servidores  ficarãodepositadas  em  conta  separada  das  demaisdisponibilidades  de  cada  ente,  sendo  vedada  suaaplicação em:

I ­ títulos da dívida pública estadual e municipal, bemcomo em ações e outros papéis relativos às empresascontroladas pelo respectivo ente da Federação;

II  ­  empréstimos,  de  qualquer  natureza,  aossegurados  e  ao  Poder  Público,  inclusive  a  suasempresas  controladas.

Essas  proibições  intentam  evitar  que  essesrecursos VINCULADOS sejam, por meio de manobras,

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aplicados  em  outras  áreas  ou  visem  a  atender  ainteresses  políticos  escusos. Exemplificando,  pode­se  imaginar determinado município que, para usar odinheiro do fundo de previdência de seus servidores,determina  que  seja  efetuado  pelo  fundo  umempréstimo  à  Prefeitura,  para  pagamento  em  20anos...  Vale  ressaltar  que,  infelizmente,  háprecedentes  dessa  natureza,  ocorridos  antes  daentrada da Lei em vigor.

Com  vistas  à  preservação  do  patrimôniopúblico, está vedada a aplicação da receita de capitalderivada da alienação de bens e direitos que integramo patrimônio público para o financiamento de despesacorrente,  salvo  se destinada  por  lei  aos  regimes  deprevidência  social,  geral  e  próprio  dos  servidorespúblicos. Nesse diapasão, a  lei orçamentária e as decréditos adicionais  só  incluirão novos projetos apósadequadamente  atendidos  os  em  andamento  econtempladas  as  despesas  de  conservação  dopatrimônio público, nos termos em que dispuser a leide diretrizes  orçamentárias.

1.13. Escrituração e Consolidação de Contas

Além  de  obedecer  às  demais  normas  decontabilidade  pública,  a  escrituração  das  contaspúblicas observará as  seguintes:

I  ­  a disponibilidade de  caixa  constará de  registro

próprio,  de modo que  os  recursos  vinculados  aórgão,  fundo  ou  despesa  obrigatória  fiquemidentificados e escriturados de forma individualizada;

II  ­ a despesa e a assunção de compromisso serãoregistradas  segundo  o  regime de  competência,apurando­se, em caráter complementar, o resultadodos fluxos financeiros pelo regime de caixa;

III  ­  as demonstrações contábeis  compreenderão,isolada e conjuntamente, as transações e operaçõesde cada órgão, fundo ou entidade da administraçãodireta, autárquica e fundacional, inclusive empresaestatal dependente;

IV  ­ as  receitas  e despesas previdenciárias  serãoapresentadas  em  demonstrativos  financeiros  eorçamentários específicos;

V ­ as operações de crédito, as inscrições em Restosa Pagar e as demais formas de  financiamento ouassunção de compromissos junto a terceiros, deverãoser escrituradas de modo a evidenciar o montante ea variação da dívida pública no período, detalhando,pelo menos, a natureza e o tipo de credor;

VI ­ a demonstração das variações patrimoniais darádestaque  à  origem  e  ao  destino  dos  recursosprovenientes da alienação de ativos.

No caso das demonstrações conjuntas, excluir­se­ão as operações intragovernamentais, cabendo àAdministração Pública manter sistema de custos que

permita a avaliação e o acompanhamento da gestãoorçamentária,  financeira e  patrimonial.

Com o  intuito de permitir uma visão  conjuntadas  finanças da Nação, o Poder  Executivo da Uniãopromoverá, até o dia trinta de junho, a consolidação,nacional e por esfera de governo, das contas dos entesda Federação relativas ao exercício anterior. Para queseja possível, os Estados e os Municípios encaminharãosuas contas ao Poder Executivo da União até trinta eum de maio e  trinta de abril,  respectivamente.

1.14. Prestação de Contas

As prestações e tomadas de contas correspon­dem a  processos elaborados  pelos ordenadores  dedespesas  (Chefes  de  Poder)  onde  comprovam  aregularidade  da  aplicação  dos  recursos  a  elesconfiados.  A  competência  para  julgamento  dessesprocessos  é  do  Poder  Legislativo  de  cada  esfera(Congresso  julga  as  contas  do  Presidente  daRepública,  as  Assembléias  Legislativas  dosgovernadores...),  nos  termos  da  Constituição  daRepública,  auxiliado pelo  Tribunal  de  Contas  a  elevinculado.

Nesse diapasão, as Cortes de Contas são Órgãosauxiliares do Poder Legislativo, composto de ministrosou conselheiros experts em contas públicas. A LRF, noart. 56, explicita que as contas prestadas pelos Chefesdo Poder Executivo incluirão, além das suas próprias,as dos Presidentes dos órgãos dos Poderes Legislativoe Judiciário e do Chefe do Ministério Público, as quaisreceberão  parecer  prévio,  separadamente,  dorespectivo  Tribunal de Contas.

O   parecer  sobre  as  contas  dos  Tribunais  de

Contas  (que  têm  orçamento  próprio  e  também

realizam  despesas)  será  proferido  pela  comissão

mista  permanente  referida  no  §  1o do  art.  166  da

Constituição  ou  equivalente  das  Casas  Legislativas

estaduais e municipais.

Cumpre  destacar  que os  Tribunais de  Contas

emitirão parecer  prévio conclusivo  sobre as  contas

no prazo de  sessenta dias do  recebimento,  se outro

não estiver  estabelecido nas constituições estaduais

ou nas  leis orgânicas municipais.

Para os municípios que não sejam capitais e que

tenham menos  de  duzentos mil habitantes,  o  prazo

será de cento e oitenta dias. A fim de não prejudicar

os  trabalhos  do Parlamento, os  Tribunais de  Contas

não entrarão em recesso enquanto existirem contas

de Poder, ou órgão pendentes de parecer prévio.

A  IN 01 da Secretaria Federal de Controle, queregulamenta o assunto no âmbito do Poder Executivo

da  esfera  federal,  explicita  que quaisquer  pessoasfísica  ou  jurídica,  pública  ou  privada,  que  utilize,arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,bens e valores públicos estão sujeitos à fiscalização e

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deverão  elaborar  seus  processos  de  contas,compreendendo:

I) Tomada de Contas, nas seguintes situações;

a)  os  ordenadores  de  despesas  das  unidades  da

Administração Direta Federal;

b) aqueles que arrecadem, gerenciem ou guardem

dinheiros, valores e bens da União, ou que por eles

respondam; e

c) aqueles que, estipendiados ou não pelos  cofres

públicos, e que, por ação ou omissão, derem causa

a perda, subtração, extravio ou estrago de valores,

bens  e materiais  da  União  pelos  quais  sejam

responsáveis.

II) Prestação de Contas:

a) os dirigentes das entidades supervisionadas da

Administração  Indireta Federal;

b) os responsáveis por entidades ou organizações,

de direito  público ou privado, que  se utilizem de

contribuições para fins sociais, recebam subvenções

ou transferências à conta do Tesouro;

c) as pessoas físicas que recebam recursos da União,

para  atender  necessidades  previstas  em  Lei

específica.

Cumpre  ressaltar que os  processos de  contaspodem  ser  (1)  anuais,  (2)  especiais  ou  (3)extraordinários.  O  primeiro  é  comum,  habitual,elaborado por ocasião do encerramento do Exercício.O  segundo ocorre nos  casos  em que há  desfalque,desvio  ou qualquer  outro  caso de malversação  derecursos  públicos.  V isa  apurar,  portanto,irregularidades. O terceiro ocorre em casos especiais,atípicos,  como por  exemplo extinção de Órgãos  ouentidades ou  quando  o  responsável  se  afasta  antesdo  término da  gestão  (para assumir  outra pasta oupara concorrer a outro cargo), devendo prestar contasdo  período  em  que  esteve  à  frente  da  unidadeadministrativa  ou  arrecadou  valores,  ou  foiresponsável pela  tesouraria,  etc.

1.15. Da Fiscalização da Gestão Fiscal

A  fiscalização  do  cumprimento  das  normasestabelecidas na LRF competirá ao Poder Legislativo,diretamente ou com o auxílio dos Tribunais de Contas,ao  sistema de controle  interno  de cada  Poder e  aoMinistério Público, com ênfase no que se refere a:

I  ­  atingimento das metas estabelecidas na  lei  de

diretrizes orçamentárias;

II ­ limites e condições para realização de operações

de crédito e inscrição em Restos a Pagar;

III  ­ medidas adotadas para o  retorno da despesa

total com pessoal ao respectivo limite;

IV ­ providências tomadas, conforme o disposto no

art. 31, para recondução dos montantes das dívidas

consolidada e mobiliária aos respectivos limites;

V ­ destinação de recursos obtidos com a alienação

de  ativos,  tendo  em  vista  as  restrições

constitucionais e as desta Lei Complementar;

VI  ­  cumprimento do  limite de gastos  totais  dos

legislativos municipais, quando houver.

1.16. Relatório Resumido de Execução Orçamentária(RREO)

O RREO intenta dar maior transparência sobrea  execução orçamentária,  explicitando  os  valoresefetivamente arrecadados e  as despesas  realizadas.Nesse  sentido,  trata,  eminentemente  de  receitas  edespesas nas suas diversas classificações. No que dizrespeito à periodicidade, deve ser publicado até trintadias após o encerramento do bimestre. Conterá, emespecial, nos termos do art. 52:

I  ­ balanço  orçamentário,  que  especificará,  porcategoria econômica, as:

a) receitas por fonte, informando as realizadas e a

realizar, bem como a previsão atualizada;

b) despesas por grupo de natureza, discriminando

a dotação para o exercício, a despesa liquidada e o

saldo;

II ­ demonstrativos da execução das:

a)  receitas,  por  categoria  econômica  e  fonte,especificando a previsão inicial, a previsão atualizada

para o exercício, a receita realizada no bimestre, a

realizada no exercício e a previsão a realizar;

b) despesas, por categoria econômica e grupo denatureza da despesa, discriminando dotação inicial,

dotação para o exercício, despesas empenhada e

liquidada, no bimestre e no exercício;

c) despesas, por função e subfunção.

Nos termos do art. 53, acompanharão, ainda oRelatório Resumido demonstrativos  relativos  a:

I ­ apuração da receita corrente  líquida, na forma

definida no inciso IV do art. 2º, sua evolução, assim

como a previsão de seu desempenho até o final do

exercício;

II  ­  receitas e  despesas previdenciárias a que  serefere o inciso IV do art. 50;

III ­ resultados nominal e primário;

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CAPCIOSÍSSIMA!!!!Os  resultados nominal  e primário  correspondemà  diferença  entre  receitas  e  despesas.  Noprimeiro,  consideramos  TODAS  as  receitas  edespesas. No  segundo,  excluímos  das  receitas edas despesas aquelas que têm natureza financeira(receitas  de  aplicação  financeira,  despesa  comjuros,  etc).

IV ­ despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4º;

V ­ Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgãoreferido no  art. 20,  os  valores  inscritos, os paga­

mentos realizados e o montante a pagar.

Especificamente o relatório referente ao últimobimestre do exercício será acompanhado também dedemonstrativos:

I ­ do atendimento do disposto no inciso  III do art.

167  da Constituição,  conforme o § 3o  do art.  32

(regra de ouro ­ o montante das receitas de capital

não deve superar as despesas de capital);

II  ­  das projeções atuariais  dos  regimes de  previ­

dência social, geral e próprio dos servidores públicos;

III  ­  da  variação  patrimonial,  evidenciando  a

alienação de ativos e a aplicação dos recursos dela

decorrentes.

1.17. Relatório de Gestão Fiscal (RGF)

O RGF  trata  precipuamente  de  limites,  comvistas a  identificar a correta gestão da res publica. Oart. 55 dispõe que deverá evidenciar:

I ­ O cumprimento dos seguintes limites:

a) despesa  total  com pessoal,  distinguindo a  com

inativos  e  pensionistas  (50  ou  60%  da  RCL,

dependendo do ente);

b) dívidas consolidada e mobiliária (120 ou 200% da

RCL, dependendo do ente);

c) concessão de garantias (22% da RCL);

d)  operações  de  crédito,  inclusive  por  ARO  ­

Antecipação de  Receita Orçamentária  (ARO  ­  7%,

Realização das Operações de Crédito ­ 16% da RCL

e Pagamento ­ 11,5% da RCL);

e) despesas de que trata o inciso II do art. 4º;

II ­ indicação das medidas corretivas adotadas ou aadotar, se ultrapassado qualquer dos limites;

III ­ demonstrativos, no último quadrimestre:

a) do montante das disponibilidades de caixa emtrinta e um de dezembro;

b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:

1) liquidadas;

2)  empenhadas  e  não  liquidadas,  inscritas  por

atenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;

3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite

do saldo da disponibilidade de caixa;

4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa

e cujos empenhos foram cancelados;

c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea

b do inciso IV do art. 38.

No  que  pertine  à  periodicidade,  deverá  serpublicado  30  dias  após  o  encerramento  de  cadaquadrimestre,  inclusive  por meio eletrônico.

Quanto à responsabilidade, deverá ser emitidopelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art.20 e assinado pelo:

I ­ Chefe do Poder Executivo;

II ­ Presidente e demais membros da Mesa Diretora

ou  órgão  decisório  equivalente,  conforme

regimentos internos dos órgãos do Poder Legislativo;

CAPCIOSÍSSIMA!!!!

As operações de ARO são realizadas pelos Estadose Municípios em virtude de insuficiência de caixa.Objetivam,  portanto,  corrigir  problemas  deliquidez dos entes,  que dirigem­se até  a União esolicitam  uma  antecipação  do  valor  que  seriarepassado no  futuro.  Para  viabilizar o repasse,  aUnião vai até o mercado, obtém os recursos e faza  transferência,  compensando futuramente  combase  no  valor  que deveria  transferir, em  funçãodo  repasses  constitucionais.  A  ARO  pode  serrealizada  a  partir  do dia  10  de  janeiro  de  cadaExercício,  devendo  ser  liquidada  até  10  dedezembro de cada ano, sendo vedada no últimoano do mandato. Não  há  limite  ao  número  deoperações, desde, ao fazer as seguintes, quite asanteriores.

III  ­  Presidente de  Tribunal e demais membros de

Conselho  de  Administração  ou órgão  decisório

equivalente,  conforme  regimentos  internos  dos

órgãos do Poder Judiciário;

IV ­ Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.

Parágrafo único. O relatório também será assinado

pelas autoridades responsáveis pela administração

financeira  e  pelo  controle  interno,  bem como por

outras definidas por ato próprio de cada Poder ou

órgão referido no art. 20.

1.18. Situações Especiais

Cumpre  ressaltar que, no  caso de  calamidadepública  ou  baixo  crescimento  do  PIB  (até  1%),  osprazos previstos  na  Lei  para  ajuste  da despesa  compessoal  (2  quadrimestres) e para  ajuste da dívida  (3quadrimestres)  ficarão suspensos ou serão contadosem dobro,  respectivamente.

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Anotações

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CURSO AFO

ASSUNTO LEGISLAÇÃO APLICÁVEL A AFO

ARTIGOS  DA  CONSTITUIÇÃO  FEDERAL/88APLICÁVEIS A AFO – DIREITO ORÇAMENTÁRIO EFINANCEIRO NA CF/88

Art. 24. Compete à União,  aos Estados e ao DistritoFederal  legislar  concorrentemente  sobre:

I ­ direito tributário, financeiro, penitenciário, econô­mico e urbanístico;

II ­ orçamento;

(...)

§ 1º ­ No âmbito da legislação concorrente, a compe­tência  da União  limitar­se­á  a estabelecer  normasgerais.

§  2º  ­  A  competência  da União  para  legislar  sobrenormas gerais não exclui a competência suplementardos Estados.

§ 3º ­  Inexistindo  lei federal sobre normas gerais, osEstados  exercerão a  competência  legislativa  plena,para atender a suas peculiaridades.

§  4º  ­ A  superveniência de  lei  federal  sobre  normasgerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhefor contrário.

Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção doPresidente  da  República,  não  exigida  esta  para  oespecificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todasas matérias de competência da União, especialmentesobre:

I  ­  sistema  tributário,  arrecadação  e distribuição derendas;

II  ­  plano  plurianual,  diretrizes  orçamentárias,orçamento anual, operações de crédito, dívida públicae emissões de curso forçado;

III  ­  fixação  e modificação  do  efetivo  das  ForçasArmadas;

IV ­ planos e programas nacionais, regionais e setoriaisde  desenvolvimento;

(...)

XIII  ­  matéria  financeira,  cambial  e  monetária,instituições  financeiras e  suas  operações;

XIV ­ moeda, seus limites de emissão, e montante dadívida mobiliária  federal.

Art.  49.  É  da  competência  exclusiva  do  CongressoNacional:

(...)

IX  ­  julgar  anualmente  as  contas  prestadas  peloPresidente da República e apreciar os relatórios sobrea execução dos planos de governo;

X ­ fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquerde suas Casas, os atos do Poder Executivo,  incluídosos da administração  indireta;

(...)

Art.  51.  Compete  privativamente  à  Câmara  dosDeputados:

II  ­ proceder  à  tomada de contas  do Presidente  daRepública,  quando não apresentadas  ao  CongressoNacional dentro de sessenta dias após a abertura dasessão  legislativa;

(...)

Art.  57.  O  Congresso Nacional  reunir­se­á,  anual­mente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 dejulho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. (Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 50, de 2006)

(...)

Art. 59. O processo  legislativo  compreende a elabo­ração de:

I ­ emendas à Constituição;

II  ­  leis  complementares;

III  ­  leis ordinárias;

IV  ­  leis  delegadas;

V  ­ medidas provisórias;

VI  ­  decretos  legislativos;

VII  ­  resoluções.

Parágrafo único.  Lei  complementar  disporá  sobre  aelaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

(...)

Art.  61.  A  iniciativa  das  leis  complementares  eordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão daCâmara  dos  Deputados,  do  Senado  Federal  ou  doCongresso Nacional,  ao Presidente  da República,  aoSupremo Tribunal Federal,  aos Tribunais  Superiores,ao Procurador­Geral da República e aos cidadãos, naforma e nos casos previstos nesta Constituição.

Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidenteda República poderá adotar medidas provisórias, comforça  de  lei,  devendo  submetê­las  de  imediato  aoCongresso  Nacional.  (Redação  dada  pela  EmendaConstitucional nº 32, de 2001)

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobrematéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32,de 2001)

(...)

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d)  planos  plurianuais,  diretrizes  orçamentárias,orçamento  e  créditos  adicionais  e  suplementares,ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (Incluído pelaEmenda Constitucional nº 32, de 2001)

(...)

§  9º  Caberá  à  comissão mista  de  Deputados  eSenadores examinar  as medidas provisórias e  sobreelas  emitir  parecer,  antes de  serem apreciadas,  emsessão separada, pelo plenário de cada uma das Casasdo  Congresso  Nacional.  (Incluído  pela  EmendaConstitucional nº 32, de 2001)

(...)

Art.  63.  Não  será  admitido  aumento  da  despesaprevista:

I  ­ nos projetos de  iniciativa exclusiva do Presidenteda República, ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e§ 4º;

(...)

Art.  68.  As  leis  delegadas  serão  elaboradas  peloPresidente  da  República,  que  deverá  solicitar  adelegação ao Congresso Nacional.

§  1º  ­  Não  serão  objeto  de  delegação  os  atos  decompetência exclusiva do Congresso Nacional, os decompetência privativa da Câmara dos Deputados oudo  Senado  Federal,  a  matéria  reservada  à  leicomplementar,  nem a  legislação  sobre:

(...)

III  ­  planos  plurianuais,  diretrizes  orçamentárias  eorçamentos.

(...)

Art.  70.  A  fiscalização  contábil,  financeira,orçamentária,  operacional  e patrimonial  da União edas  entidades  da  administração  direta  e  indireta,quanto  à  legalidade,  legitimidade,  economicidade,aplicação das subvenções e renúncia de receitas, seráexercida pelo Congresso Nacional, mediante controleexterno, e pelo sistema de controle  interno de cadaPoder.

Parágrafo  único.  Prestará  contas qualquer  pessoafísica  ou  jurídica,  pública  ou  privada,  que  utilize,arrecade,  guarde,  gerencie  ou administre  dinheiros,bens  e  valores  públicos  ou  pelos  quais  a  Uniãoresponda, ou que, em nome desta, assuma obrigaçõesde natureza pecuniária.(Redação dada pela EmendaConstitucional nº 19, de 1998)

Art.  71.  O  controle  externo,  a  cargo do  CongressoNacional,  será exercido com o auxílio do Tribunal deContas da União, ao qual compete:

I  ­  apreciar  as  contas  prestadas  anualmente  pelo

Presidente da República, mediante parecer prévio quedeverá  ser  elaborado em  sessenta dias  a  contar deseu  recebimento;

II  ­  julgar  as  contas  dos  administradores  e  demaisresponsáveis por dinheiros,  bens  e  valores  públicosda  administração  direta  e  indireta,  incluídas  asfundações e  sociedades  instituídas e mantidas  peloPoder  Público  federal,  e  as  contas  daqueles  quederem causa a perda, extravio ou outra irregularidadede que resulte prejuízo ao erário público;

III  ­  apreciar,  para  fins  de  registro,  a  legalidade  dosatos de  admissão de  pessoal,  a  qualquer  título,  naadministração direta e indireta, incluídas as fundaçõesinstituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadasas nomeações para cargo de provimento em comissão,bem  como  a  das  concessões  de  aposentadorias,reformas  e  pensões,  ressalvadas  as  melhoriasposteriores que não alterem o  fundamento  legal doato  concessório;

IV  ­  realizar,  por  iniciativa  própria,  da  Câmara  dosDeputados, do Senado Federal, de Comissão  técnicaou de  inquérito,  inspeções e  auditorias de  naturezacontábil,  financeira,  orçamentária,  operacional  epatrimonial,  nas  unidades  administrativas  dosPoderes Legislativo, Executivo e  Judiciário, e demaisentidades  referidas no  inciso  II;

V  ­  fiscalizar  as  contas  nacionais  das  empresassupranacionais de cujo capital social a União participe,de  forma direta ou  indireta,  nos  termos do  tratadoconstitutivo;

VI  ­  fiscalizar  a  aplicação  de  quaisquer  recursosrepassados  pela União mediante  convênio,  acordo,ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado,ao Distrito Federal ou a Município;

VII ­ prestar as informações solicitadas pelo CongressoNacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquerdas  respectivas  Comissões,  sobre  a  fiscalizaçãocontábil,  financeira,  orçamentária,  operacional  epatrimonial  e  sobre  resultados  de  auditorias  einspeções  realizadas;

VIII ­ aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidadede despesa ou  irregularidade de  contas,  as  sançõesprevistas  em  lei,  que  estabelecerá,  entre  outrascominações, multa proporcional ao dano causado aoerário;

IX ­ assinar prazo para que o órgão ou entidade adoteas  providências necessárias  ao  exato  cumprimentoda  lei,  se verificada  ilegalidade;

X  ­  sustar,  se  não  atendido,  a  execução  do  atoimpugnado,  comunicando  a  decisão  à  Câmara  dosDeputados e ao Senado Federal;

XI  ­  representar  ao  Poder  competente  sobreirregularidades ou abusos apurados.

§ 1º ­ No caso de contrato, o ato de sustação será adotadodiretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará,de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.

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§ 2º ­ Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo,no  prazo  de noventa  dias,  não  efetivar  as medidasprevistas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá arespeito.

§ 3º ­ As decisões do Tribunal de que resulte imputaçãode débito ou multa terão eficácia de título executivo.

§ 4º ­ O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional,trimestral e anualmente, relatório de suas atividades.

Art. 72. A Comissão mista permanente a que se refereo art. 166,  §1º, diante de  indícios  de despesas nãoautorizadas, ainda que sob a forma de investimentosnão programados  ou  de  subsídios  não  aprovados,poderá  solicitar  à  autoridade  governamentalresponsável que,  no prazo  de  cinco dias,  preste  osesclarecimentos  necessários.

§ 1º ­ Não prestados os esclarecimentos, ou consideradosestes  insuficientes,  a Comissão  solicitará ao Tribunalpronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazode trinta dias.

§  2º  ­  Entendendo o  Tribunal  irregular  a despesa,  aComissão,  se  julgar que  o  gasto  possa causar  danoirreparável  ou  grave  lesão  à  economia  pública,proporá ao Congresso Nacional sua sustação.

Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado pornove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadropróprio de  pessoal  e  jurisdição em  todo o  territórionacional,  exercendo,  no que  couber, as  atribuiçõesprevistas no art. 96.

§ 1º  ­ Os Ministros do  Tribunal de Contas da Uniãoserão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam osseguintes  requisitos:

I ­ mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cincoanos de  idade;

II ­  idoneidade moral e  reputação  ilibada;

III  ­  notórios  conhecimentos  jurídicos,  contábeis,econômicos e financeiros ou de administração pública;

IV  ­ mais de dez anos de exercício de  função ou  deefetiva atividade profissional que exija os conhecimentosmencionados no  inciso anterior.

§ 2º  ­ Os Ministros do  Tribunal de Contas da Uniãoserão escolhidos:

I  ­  um  terço  pelo  Presidente  da  República,  comaprovação do Senado Federal,  sendo dois alternada­mente dentre  auditores  e membros do MinistérioPúblico  junto ao  Tribunal,  indicados  em  lista  tríplicepelo Tribunal,  segundo os  critérios de antigüidade emerecimento;

II ­ dois terços pelo Congresso Nacional.

§ 3° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terãoas mesmas  garantias,  prerrogativas,  impedimentos,vencimentos e  vantagens dos Ministros do  SuperiorTribunal  de  Justiça,  aplicando­se­lhes,  quanto  àaposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

§ 4º ­ O auditor, quando em substituição a Ministro,terá as mesmas garantias e  impedimentos do titulare,  quando no  exercício  das  demais  atribuições  dajudicatura,  as de  juiz de  Tribunal Regional  Federal.

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciáriomanterão, de  forma  integrada,  sistema de  controleinterno com a  finalidade de:

I ­ avaliar o cumprimento das metas previstas no planoplurianual,  a  execução dos programas de governo  edos orçamentos da União;

II  ­  comprovar  a  legalidade e  avaliar os  resultados,quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,financeira  e patrimonial  nos  órgãos e entidades  daadministração  federal,  bem como  da aplicação  derecursos públicos por entidades  de direito privado;

III ­ exercer o controle das operações de crédito, avaise garantias, bem como dos direitos e haveres da União;

IV  ­  apoiar  o  controle  externo no  exercício de  suamissão  institucional.

§  1º  ­  Os  responsáveis  pelo  controle  interno,  aotomarem conhecimento  de qualquer  irregularidadeou  ilegalidade,  dela  darão  ciência  ao  Tribunal  deContas  da  União,  sob  pena  de  responsabilidadesolidária.

§ 2º ­ Qualquer cidadão, partido político, associaçãoou  sindicato é  parte  legítima para,  na  forma da  lei,denunciar  irregularidades  ou  ilegalidades  perante  oTribunal de Contas da União.

Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam­se,  no  que  couber,  à  organização,  composição  efiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e doDistrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhosde Contas dos Municípios.

Parágrafo único. As Constituições estaduais disporãosobre  os Tribunais de  Contas  respectivos, que  serãointegrados  por sete Conselheiros.

(...)

Seção II

DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art.  84.  Compete  privativamente  ao  Presidente  daRepública:

(...)

III ­ iniciar o processo legislativo, na forma e nos casosprevistos  nesta Constituição;

IV ­ sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bemcomo expedir decretos e  regulamentos para  sua  fielexecução;

V ­ vetar projetos de  lei, total ou parcialmente;

(...)

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XXIII  ­  enviar  ao  Congresso  Nacional  o  planoplurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentáriase as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;

XXIV  ­  prestar,  anualmente,  ao Congresso Nacional,dentro de  sessenta dias  após  a  abertura da  sessãolegislativa, as contas referentes ao exercício anterior;

Seção III

DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Art.  85.  São  crimes de  responsabilidade os  atos  doPresidente  da  República  que  atentem  contra  aConstituição Federal  e,  especialmente,  contra:

(...)

VI ­ a lei orçamentária;

(...)

Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomiaadministrativa e  financeira.

§  1º  ­  Os  tribunais  elaborarão  suas  propostasorçamentárias  dentro  dos  limites  estipuladosconjuntamente  com os  demais  Poderes  na  lei  dediretrizes  orçamentárias.

§  2º  ­ O  encaminhamento  da proposta,  ouvidos  osoutros  tribunais  interessados,  compete:

I ­ no âmbito da União, aos Presidentes do SupremoTribunal  Federal e dos Tribunais  Superiores,  com aaprovação dos respectivos  tribunais;

II ­ no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal eTerritórios,  aos Presidentes dos Tribunais de  Justiça,com a aprovação dos respectivos tribunais.

§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharemas  respectivas  propostas  orçamentárias  dentro  doprazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias,o Poder Executivo considerará, para fins de consolidaçãoda proposta orçamentária anual, os valores aprovadosna lei orçamentária vigente, ajustados de acordo comos limites estipulados na forma do § 1º deste artigo.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata esteartigo  forem encaminhadas  em  desacordo  com oslimites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivoprocederá  aos  ajustes  necessários  para  fins  deconsolidação  da  proposta  orçamentária  anual.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

§ 5º Durante a  execução orçamentária do exercício,não  poderá  haver  a  realização  de  despesas  ou  aassunção de  obrigações que extrapolem os  limitesestabelecidos  na  lei  de  diretrizes  orçamentárias,exceto  se  previamente  autorizadas, mediante  aabertura  de  créditos  suplementares ou  especiais.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art. 100. À exceção dos créditos de natureza alimentícia,os  pagamentos  devidos  pela  Fazenda  Federal,

Estadual  ou Municipal,  em  virtude  de  sentençajudiciária,  far­se­ão  exclusivamente  na  ordemcronológica de apresentação dos precatórios e à contados  créditos  respectivos,  proibida  a designação  decasos  ou de pessoas nas  dotações orçamentárias  enos créditos adicionais abertos para este fim.

§  1º  É  obrigatória  a  inclusão,  no  orçamento  dasentidades de direito público, de verba necessária aopagamento  de  seus débitos  oriundos  de  sentençastransitadas  em  julgado,  constantes  de  precatóriosjudiciários, apresentados até 1º de  julho,  fazendo­seo pagamento até o final do exercício seguinte, quandoterão  seus  valores  atualizados monetariamente.(Redação dada  pela  Emenda Constitucional  nº  30,de 2000)

§ 1º­A Os débitos de natureza alimentícia compreen­dem aqueles decorrentes  de  salários,  vencimentos,proventos,  pensões  e  suas  complementações,benefícios  previdenciários e  indenizações por morteou  invalidez,  fundadas na  responsabilidade  civil,  emvirtude de  sentença  transitada em  julgado.(Incluídopela Emenda Constitucional nº 30, de 2000)

§ 2º As dotações orçamentárias e os créditos abertosserão  consignados diretamente  ao Poder  Judiciário,cabendo  ao  Presidente  do  Tribunal  que  proferir  adecisão exeqüenda determinar o pagamento segundoas  possibilidades  do  depósito,  e  autorizar,  arequerimento do credor, e exclusivamente para o casode preterimento  de  seu direito  de  precedência,  oseqüestro  da  quantia  necessária  à  satisfação  dodébito.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº30, de 2000)

(...)

Seção VI

DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBU TÁRIAS

Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:

I  ­  o  produto da  arrecadação do  imposto da Uniãosobre  renda  e  proventos  de  qualquer  natureza,incidente  na  fonte,  sobre  rendimentos  pagos,  aqualquer  título,  por  eles,  suas  autarquias  e  pelasfundações que  instituírem e mantiverem;

II  ­  vinte  por  cento  do produto  da  arrecadação  doimposto  que  a  União  instituir  no  exercício  dacompetência que lhe é atribuída pelo art. 154, I.

Art. 158. Pertencem aos Municípios:

I  ­  o  produto da  arrecadação do  imposto da Uniãosobre  renda  e  proventos  de  qualquer  natureza,incidente  na  fonte,  sobre  rendimentos  pagos,  aqualquer  título,  por  eles,  suas  autarquias  e  pelasfundações que  instituírem e mantiverem;

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II ­ cinqüenta por cento do produto da arrecadação doimposto da União sobre a propriedade territorial rural,relativamente aos imóveis neles situados, cabendo atotalidade na hipótese da opção a que se refere o art.153,  §  4º,  III;  (Redação  dada  pela  EmendaConstitucional nº 42, de 19.12.2003)

III  ­ cinqüenta por cento do produto da arrecadaçãodo imposto do Estado sobre a propriedade de veículosautomotores  licenciados em seus  territórios;

IV ­ vinte e cinco por cento do produto da arrecadaçãodo  imposto  do  Estado  sobre  operações  relativas  àcirculação  de mercadorias  e  sobre  prestações  deserviços de transporte interestadual e intermunicipale de comunicação.

(...)

Art. 159. A União entregará:

I  ­  do produto  da  arrecadação  dos  impostos  sobrerenda  e  proventos  de  qualquer  natureza  e  sobreprodutos  industrializados  quarenta e  oito por  centona  seguinte  forma:  (Redação  dada  pela  EmendaConstitucional nº 55, de 2007)

a)  vinte e um  inteiros e cinco décimos por cento aoFundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;

b) vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento aoFundo de Participação dos Municípios;

c)  três  por cento,  para  aplicação em programas  definanciamento ao setor produtivo das Regiões Norte,Nordeste e Centro­Oeste, através de suas instituiçõesfinanceiras de caráter regional, de acordo com os planosregionais de desenvolvimento, ficando assegurada aosemi­árido  do  Nordeste  a  metade  dos  recursosdestinados à Região, na forma que a lei estabelecer;

d)  um  por  cento  ao  Fundo  de  Participação  dosMunicípios, que será entregue no primeiro decêndiodo mês  de  dezembro  de  cada  ano;  (Incluído  pelaEmenda Constitucional nº 55, de 2007)

CAPÍTULO II

DAS FINANÇAS PÚBLICAS

Seção I

NORMAS GERAIS

Art. 163. Lei complementar disporá sobre:

I ­  finanças públicas;

II  ­  dívida pública  externa  e  interna,  incluída  a  dasautarquias,  fundações  e  demais  entidadescontroladas  pelo Poder Público;

III ­ concessão de garantias pelas entidades públicas;

IV ­ emissão e resgate de títulos da dívida pública;

V  ­  fiscalização  financeira  da administração  públicadireta  e  indireta;  (Redação  dada  pela  EmendaConstitucional nº 40, de 2003)

VI  ­  operações  de  câmbio  realizadas  por  órgãos  eentidades da União, dos Estados, do Distrito Federale dos Municípios;

VII  ­  compatibilização  das  funções  das  instituiçõesoficiais  de  crédito  da  União,  resguardadas  ascaracterísticas  e  condições  operacionais plenas  dasvoltadas  ao desenvolvimento  regional.

Art. 164. A competência da União para emitir moedaserá  exercida exclusivamente pelo banco  central.

§ 1º ­ É vedado ao banco central conceder, direta ouindiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e aqualquer órgão ou entidade que não seja  instituiçãofinanceira.

§ 2º ­ O banco central poderá comprar e vender títulosde emissão do Tesouro Nacional,  com o objetivo  deregular a oferta de moeda ou a taxa de juros.

§  3º  ­  As disponibilidades  de  caixa  da União  serãodepositadas  no  banco  central;  as  dos  Estados,  doDistrito  Federal,  dos Municípios  e  dos  órgãos  ouentidades do  Poder Público e das empresas por elecontroladas,  em  instituições  financeiras  oficiais,ressalvados os casos previstos em lei.

Seção II

DOS ORÇAMENTOS

Art.  165.  Leis  de  iniciativa  do  Poder  Executivoestabelecerão:

I ­ o plano plurianual;

II ­ as diretrizes orçamentárias;

III ­ os orçamentos anuais.

§  1º  ­  A  lei  que  instituir  o  plano  plurianualestabelecerá,  de  forma  regionalizada,  as  diretrizes,objetivos e metas  da  administração  pública  federalpara as despesas de capital e outras delas decorrentese para as relativas aos programas de duração continuada.

§ 2º ­ A lei de diretrizes orçamentárias compreenderáas metas  e  prioridades  da  administração  públicafederal,  incluindo  as  despesas  de  capital  para  oexercício  financeiro  subseqüente,  orientará  aelaboração da  lei orçamentária  anual,  disporá  sobreas alterações na legislação tributária e estabelecerá apolítica de aplicação das agências financeiras oficiaisde  fomento.

§ 3º ­ O Poder Executivo publicará, até trinta dias apóso encerramento de cada bimestre, relatório resumidoda execução orçamentária.

§  4º  ­ Os planos  e programas nacionais,  regionais  esetoriais  previstos  nesta  Constituição  serãoelaborados em consonância com o plano plurianual eapreciados  pelo Congresso Nacional.

§ 5º ­ A lei orçamentária anual compreenderá:

I ­ o orçamento fiscal referente aos Poderes da União,seus  fundos,  órgãos e  entidades  da  administração

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direta e  indireta,  inclusive  fundações  instituídas  emantidas pelo Poder Público;

II  ­  o orçamento  de  investimento  das empresas emque  a União,  direta  ou  indiretamente,  detenha  amaioria do capital social com direito a voto;

III  ­ o  orçamento da  seguridade  social,  abrangendotodas  as  entidades  e  órgãos  a  ela  vinculados,  daadministração direta ou indireta, bem como os fundose  fundações  instituídos  e  mantidos  pelo  PoderPúblico.

§ 6º ­ O projeto de lei orçamentária será acompanhadode demonstrativo  regionalizado do  efeito,  sobre  asreceitas e despesas, decorrente de isenções, anistias,remissões,  subsídios  e  benefícios  de  naturezafinanceira,  tributária e  creditícia.

§ 7º  ­ Os orçamentos previstos no § 5º,  I e  II, desteartigo, compatibilizados com o plano plurianual, terãoentre  suas  funções a de  reduzir desigualdades  inter­regionais,  segundo  critério populacional.

§ 8º ­ A lei orçamentária anual não conterá dispositivoestranho à previsão da receita e à fixação da despesa,não  se  incluindo  na  proibição  a  autorização  paraabertura de créditos suplementares e contratação deoperações de crédito, ainda que por antecipação dereceita, nos termos da lei.

§ 9º ­ Cabe à lei complementar:

I  ­ dispor  sobre o exercício  financeiro,  a vigência, osprazos,  a  elaboração  e  a  organização  do  planoplurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da leiorçamentária  anual;

II  ­  estabelecer  normas  de  gestão  financeira  epatrimonial  da administração direta e  indireta  bemcomo condições para a  instituição e  funcionamentode  fundos.

Art.  166.  Os  projetos  de  lei  relativos  ao  planoplurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamentoanual e aos créditos adicionais serão apreciados pelasduas  Casas  do  Congresso Nacional,  na  forma  doregimento  comum.

§ 1º ­ Caberá a uma Comissão mista permanente deSenadores e Deputados:

I  ­  examinar  e  emitir  parecer  sobre  os  projetosreferidos neste artigo e sobre as contas apresentadasanualmente pelo Presidente da República;

II  ­  examinar  e  emitir  parecer  sobre  os  planos  eprogramas nacionais,  regionais  e  setoriais  previstosnesta Constituição e exercer o acompanhamento e afiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação dasdemais  comissões do Congresso Nacional e de  suasCasas, criadas de acordo com o art. 58.

§ 2º  ­ As emendas serão  apresentadas na Comissãomista,  que  sobre  elas  emitirá  parecer,  e  apreciadas,na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas doCongresso Nacional.

§  3º  ­ As  emendas ao  projeto de  lei do  orçamentoanual  ou  aos  projetos que  o modifiquem  somentepodem ser aprovadas caso:

I ­ sejam compatíveis com o plano plurianual e com alei  de diretrizes orçamentárias;

II  ­  indiquem  os  recursos  necessários,  admitidosapenas  os  provenientes  de  anulação  de  despesa,excluídas as que  incidam sobre:

a) dotações para pessoal e seus encargos;

b) serviço da dívida;

c)  transferências  tributárias  constitucionais  paraEstados, Municípios e Distrito Federal; ou

III  ­  sejam relacionadas:

a) com a correção de erros ou omissões; ou

b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

§  4º  ­  As  emendas ao  projeto  de  lei  de  diretrizesorçamentárias  não poderão  ser  aprovadas  quandoincompatíveis com o plano plurianual.

§  5º  ­  O  Presidente  da  República  poderá  enviarmensagem  ao  Congresso  Nacional  para  propormodificação nos projetos a que se refere este artigoenquanto não iniciada a votação, na Comissão mista,da parte cuja alteração é proposta.

§  6º  ­ Os  projetos  de  lei  do  plano plurianual,  dasdiretrizes orçamentárias e do orçamento anual serãoenviados pelo Presidente da República ao CongressoNacional,  nos  termos da  lei complementar a que  serefere o art. 165, § 9º.

§  7º  ­  Aplicam­se aos  projetos mencionados  nesteartigo, no que não contrariar o disposto nesta seção,as demais normas relativas ao processo  legislativo.

§  8º  ­  Os  recursos  que,  em  decorrência  de  veto,emenda ou  rejeição  do projeto  de  lei  orçamentáriaanual,  ficarem  sem  despesas  correspondentespoderão  ser  utilizados,  conforme o  caso, mediantecréditos especiais  ou  suplementares,  com prévia  eespecífica  autorização  legislativa.

Art. 167. São vedados:

I ­ o início de programas ou projetos não incluídos nalei  orçamentária anual;

II ­ a realização de despesas ou a assunção de obrigaçõesdiretas que  excedam os  créditos orçamentários ouadicionais;

III ­ a realização de operações de créditos que excedamo montante das  despesas de  capital,  ressalvadas  asautorizadas mediante  créditos  suplementares  ouespeciais  com  finalidade  precisa,  aprovados  peloPoder  Legislativo por maioria  absoluta;

IV ­ a vinculação de receita de impostos a órgão, fundoou despesa,  ressalvadas  a  repartição do produto daarrecadação dos  impostos a que  se  referem os  arts.158 e 159, a destinação de recursos para as ações eserviços  públicos  de  saúde,  para manutenção  e

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desenvolvimento  do  ensino  e  para  realização  deatividades  da  administração  tributária,  comodeterminado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º,212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operaçõesde  crédito por  antecipação de  receita, previstas noart. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo;(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de19.12.2003)

V ­ a abertura de crédito suplementar ou especial semprévia  autorização  legislativa  e  sem  indicação  dosrecursos  correspondentes;

VI  ­  a  transposição,  o  remanejamento  ou  atransferência  de  recursos  de  uma  categoria  deprogramação para outra ou de um órgão para outro,sem prévia  autorização  legislativa;

VII ­ a concessão ou utilização de créditos ilimitados;

VIII  ­  a  utilização,  sem  autorização  legislativaespecífica,  de  recursos  dos orçamentos  fiscal e daseguridade  social  para  suprir  necessidade ou  cobrirdéficit  de  empresas,  fundações  e  fundos,  inclusivedos mencionados no art. 165, § 5º;

IX ­ a instituição de fundos de qualquer natureza, semprévia autorização  legislativa.

X ­ a transferência voluntária de recursos e a concessãode empréstimos, inclusive por antecipação de receita,pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituiçõesfinanceiras, para pagamento de despesas com pessoalativo,  inativo e pensionista, dos  Estados, do DistritoFederal  e  dos Municípios.(Incluído  pela  EmendaConstitucional nº 19, de 1998)

XI  ­  a  utilização  dos  recursos  provenientes  dascontribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II,para a realização de despesas distintas do pagamentode benefícios do  regime geral  de previdência  socialde  que  trata  o  art.  201.  (Incluído  pela  EmendaConstitucional nº 20, de 1998)

§ 1º ­ Nenhum investimento cuja execução ultrapasseum  exercício  financeiro  poderá  ser  iniciado  semprévia  inclusão no  plano plurianual, ou  sem  lei  queautorize  a  inclusão,  sob  pena  de  crime  deresponsabilidade.

§  2º  ­ Os  créditos especiais  e extraordinários  terãovigência  no  exercício  financeiro  em  que  foremautorizados,  salvo  se  o  ato  de  autorização  forpromulgado  nos  últimos  quatro meses  daqueleexercício, caso em que, reabertos nos limites de seussaldos, serão incorporados ao orçamento do exercíciofinanceiro  subseqüente.

§ 3º  ­ A abertura de crédito extraordinário somenteserá admitida para atender  a despesas  imprevisíveise urgentes, como as decorrentes de guerra, comoçãointerna ou calamidade pública, observado o dispostono art. 62.

§  4.º  É permitida  a  vinculação  de  receitas  própriasgeradas pelos impostos a que se referem os arts. 155e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e

159,  I,  a  e  b,  e  II,  para  a  prestação  de garantia  oucontragarantia à União e para pagamento de débitospara com esta. (Incluído pela Emenda Constitucionalnº 3, de 1993)

Art.  168. Os  recursos  correspondentes  às dotaçõesorçamentárias,  compreendidos  os  créditossuplementares e especiais, destinados aos órgãos dosPoderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Públicoe da Defensoria Pública,  ser­lhes­ão entregues até odia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da leicomplementar a que se refere o art. 165, § 9º. Redaçãodada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

Art.  169. A  despesa  com pessoal  ativo  e  inativo  daUnião,  dos  Estados,  do  Distrito  Federal  e  dosMunicípios  não  poderá  exceder  os  limitesestabelecidos  em  lei  complementar.

§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumentode  remuneração,  a  criação  de  cargos,  empregos  efunções ou alteração de estrutura de carreiras,  bemcomo  a  admissão  ou  contratação  de  pessoal,  aqualquer  título,  pelos  órgãos  e  entidades  daadministração direta ou  indireta,  inclusive fundaçõesinstituídas e mantidas pelo poder público, só poderãoser  feitas:  (Renumerado  do  parágrafo  único,  pelaEmenda Constitucional nº 19, de 1998)

I ­  se houver prévia dotação orçamentária suficientepara atender  às projeções de despesa  de pessoal  eaos  acréscimos  dela  decorrentes;  (Incluído  pelaEmenda Constitucional nº 19, de 1998)

II ­ se houver autorização específica na lei de diretrizesorçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e associedades de economia mista. (Incluído pela EmendaConstitucional nº 19, de 1998)

§  2º  Decorrido  o  prazo  estabelecido  na  leicomplementar referida neste artigo para a adaptaçãoaos  parâmetros  ali  previstos,  serão  imediatamentesuspensos  todos os  repasses de  verbas  federais  ouestaduais  aos  Estados,  ao  Distrito  Federal  e  aosMunicípios que não observarem os referidos limites.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§  3º Para  o cumprimento  dos  limites estabelecidoscom base neste artigo, durante o prazo fixado na  leicomplementar referida no caput, a União, os Estados,o  Distrito  Federal  e  os  Municípios  adotarão  asseguintes  providências:    (Incluído  pela  EmendaConstitucional nº 19, de 1998)

I  ­  redução  em  pelo menos  vinte  por  cento  dasdespesas  com  cargos  em  comissão  e  funções  deconfiança;    (Incluído pela Emenda Constitucional  nº19, de 1998)

II ­ exoneração dos servidores não estáveis. (Incluídopela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafoanterior  não  forem  suficientes  para  assegurar  o

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cumprimento da determinação da  lei complementarreferida neste artigo, o servidor estável poderá perdero cargo, desde que ato normativo motivado de cadaum dos Poderes especifique a atividade  funcional, oórgão ou unidade administrativa  objeto  da  reduçãode pessoal.  (Incluído pela  Emenda Constitucional  nº19, de 1998)

§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafoanterior fará jus a  indenização correspondente a ummês de  remuneração por  ano de  serviço.  (Incluídopela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafosanteriores será considerado extinto, vedada a criaçãode cargo, emprego ou  função com atribuições iguaisou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Incluídopela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a seremobedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluídopela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

(...)

ATO  DAS  DISPOSIÇÕES  CONSTITUCIONAISTRANSITÓRIAS  (ADCT)

Art. 35. O disposto no art. 165, § 7º, será cumprido deforma  progressiva,  no  prazo  de  até  dez  anos,distribuindo­se  os  recursos  entre  as  regiõesmacroeconômicas em razão proporcional à população,a partir da situação verificada no biênio 1986­87.

§ 1º  ­  Para  aplicação dos critérios de que  trata esteartigo, excluem­se das despesas totais as relativas:

I  ­  aos  projetos considerados  prioritários  no  planoplurianual;

II ­ à segurança e defesa nacional;

III  ­  à manutenção  dos órgãos  federais no DistritoFederal;

IV ­ ao Congresso Nacional, ao Tribunal de Contas daUnião e ao Poder Judiciário;

V  ­  ao  serviço da  dívida da  administração direta  eindireta da União,  inclusive  fundações  instituídas  emantidas pelo Poder  Público  federal.

§ 2º ­ Até a entrada em vigor da lei complementar aque se refere o art. 165, § 9º, I e II, serão obedecidasas  seguintes normas:

I ­ o projeto do plano plurianual, para vigência até ofinal  do  primeiro  exercício  financeiro do mandatopresidencial  subseqüente,  será  encaminhado  atéquatro meses  antes do  encerramento  do  primeiroexercício  financeiro e  devolvido  para  sanção  até  oencerramento da sessão  legislativa;

II  ­  o projeto de  lei  de  diretrizes orçamentárias  seráencaminhado  até  oito  meses  e  meio  antes  doencerramento  do  exercício  financeiro  e  devolvidopara sanção até o encerramento do primeiro períododa  sessão  legislativa;

III  ­  o  projeto  de  lei  orçamentária  da União  seráencaminhado  até  quatro  meses  antes  doencerramento  do  exercício  financeiro  e  devolvidopara sanção até o encerramento da sessão legislativa.

Anotações

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LEI 4.320/64 – "BÍBLIA" DO DIREITO FINANCEIRO

Estatui  Normas Gerais  de  Direito  Financeiro  paraElaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços daUnião,  dos  Estados,  dos Municípios  e  do  DistritoFederal.  Texto  consolidado  com  as  alteraçõesdecorrentes do Decreto­lei nº 1.939/82, Decreto­lei nº1.735/79, da Lei nº 6397/76 e da Lei nº 4489/64.

Art.  1º  ­  Esta  Lei  estatui  normas  gerais  de  direitofinanceiro para elaboração e controle dos orçamentose balanços da União, dos Estados, dos Municípios e doDistrito Federal, de acordo com o disposto no Art. 5,XV, b,  da Constituição  Federal.

TÍTULO I ­ Da Lei de Orçamento

CAPÍTULO I ­ Disposições Gerais

Art. 2º ­ A Lei de Orçamento conterá a discriminaçãoda receita e despesa de forma a evidenciar a políticaeconômico­financeira e  o programa de  trabalho  doGoverno,  obedecidos  os  princípios  de  unidade,universalidade e  anualidade.

§ 1º ­ Integrarão a Lei de Orçamento:

I  ­  sumário geral  da receita por  fontes e da despesapor funções do Governo;

II  ­  quadro  demonstrativo  da  receita  e  despesasegundo as categorias econômicas, na forma do Anexonúmero 1;

III  ­  quadro  discriminativo  da  receita  por  fontes  erespectiva  legislação;

IV ­ quadro das dotações por órgãos do Governo e daAdministração.

§ 2º ­ Acompanharão a Lei de Orçamento:

I  ­  quadros  demonstrativos  da  receita  e  planos  deaplicação dos  fundos especiais;

II ­ quadros demonstrativos da despesa, na forma dosAnexos números 6 e 9;

III  ­  quadro  demonstrativo  do  programa  anual  detrabalho  do Governo,  em  termos  de  realização  deobras e de prestação de serviços.

Art. 3º ­ A Lei de Orçamento compreenderá todas asreceitas,  inclusive  as  de  operações  de  créditoautorizadas em  lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins desteartigo  as operações  de  crédito  por  antecipação  dareceita, as emissões de papel moeda e outras entradascompensatórias no ativo e passivo  financeiros.

Art. 4º ­ A Lei de Orçamento compreenderá todas asdespesas  próprias  dos  órgãos  do  Governo  e  daAdministração  centralizada, ou que, por  intermédiodeles se devam realizar, observado o disposto no art. 2º.

Art. 5º ­ A Lei de Orçamento não consignará dotaçõesglobais  destinadas  a  atender  indiferentemente  adespesas de pessoal, material,  serviços de  terceiros,transferências  ou  quaisquer  outras,  ressalvado  odisposto no Art. 20 e seu parágrafo único.

Art. 6º ­ Todas as receitas e despesas constarão da Leide Orçamento pelos seus  totais,  vedadas quaisquerdeduções.

§ 1º ­ As cotas de receitas que uma entidade públicadeva  transferir  a outra  incluir­se­ão,  como despesa,no orçamento  da entidade obrigada  à  transferênciae, como receita, no orçamento da que as deva receber.

§  2º  ­  Para  cumprimento do  disposto  no  parágrafoanterior,  o  cálculo das  cotas  terá por base os dadosapurados no balanço do exercício anterior àquele emque se elaborar a proposta orçamentária do Governoobrigado à  transferência.

Art. 7º ­ A Lei de Orçamento poderá conter autorizaçãoao Executivo para:

I  ­  abrir  créditos  suplementares  até  determinadaimportância, obedecidas as disposições do Art. 43;

II ­ realizar, em qualquer mês do exercício financeiro,operações de crédito por antecipação da receita, paraatender  a  insuficiências de  caixa.

§ 1º ­ Em casos de deficit, a Lei de Orçamento indicaráas  fontes  de  recursos  que  o  Poder  Executivo  ficaautorizado a utilizar para atender a sua cobertura.

§ 2º ­ O produto estimado de operações de crédito ede alienação de bens imóveis somente se incluirá nareceita quando umas e outras forem especificamenteautorizadas  pelo  Poder  Legislativo  em  forma  quejuridicamente possibilite  ao  Poder Executivo  realizá­las no exercício.

§  3º  ­  A  autorização  legislativa  a  que  se  refere  oparágrafo anterior, no tocante a operações de crédito,poderá constar da própria Lei de Orçamento.

Art. 8º ­ A discriminação da receita geral e da despesade cada órgão do Governo ou unidade administrativa,a que se refere o Art. 2, § 1, III e IV, obedecerá a formado Anexo número 2.

§  1º  ­  Os  itens  da  discriminação  da  receita  e  dadespesa, mencionados nos artigos 11, § 4º, e 13, serão

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identificados  por  números  de  código  decimal,  naforma dos Anexos números 3 e 4.

§  2º  ­  Completarão  os  números  do  código decimalreferido  no  parágrafo  anterior  os  algarismoscaracterizadores da classificação funcional da despesaconforme estabelece o Anexo número 5.

§  3º  ­  O  código  geral  estabelecido  nesta  Lei  nãoprejudicará a adoção de códigos locais.

CAPÍTULO II

Da Receita

Art. 9º ­ Tributo é a receita derivada,  instituída pelasentidades  de  direito  público,  compreendendo  osimpostos,  as  taxas  e  contribuições,  nos  termos  daConstituição  e  das  leis  vigentes  em  matériafinanceira, destinando­se  o  seu  produto ao  custeiode atividades gerais ou específicas exercidas por essasentidades.

Art. 10 ­ Vetado

Art.  11  ­  A  receita  classificar­se­á  nas  seguintescategorias econômicas: Receitas Correntes e Receitasde Capital. Decreto­lei nº 1.939/82

§ 1º ­ São Receitas Correntes as receitas tributária, decontribuições,  patrimonial,  agropecuária,  industrial,de  serviços  e  outras  e,  ainda,  as  provenientes  derecursos  financeiros  recebidos de outras pessoas dedireito  público  ou  privado,  quando  destinadas  aatender despesas classificáveis em Despesas Correntes.

§  2º  ­  São Receitas  de  Capital  as provenientes  darealização  de  recursos  financeiros  oriundos  deconstituição  de dívidas;  da  conversão,  em  espécie,de bens  e direitos;  os  recursos  recebidos de outraspessoas de direito público ou  privado, destinados aatender  despesas  classificáveis  em  Despesas  deCapital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.

§ 3º ­ O superávit do Orçamento Corrente resultantedo balanceamento dos totais das receitas e despesascorrentes, apurado na demonstração a que se refereo Anexo número 1,  não  constituirá  item de  receitaorçamentária.

§ 4º ­ A classificação da receita obedecerá ao seguinteesquema:

Receitas  Correntes,  Receita  Tributária,  Impostos,Taxas,  Contribuições  de  Melhoria,  Receita  deContribuições,  Receita  Patrimonial,  ReceitaAgropecuária, Receita Industrial, Receita de Serviços,Transferências  Correntes,  Receitas  de  Capital,Operações  de  Crédito,  Alienação  de  Bens,Amortização  de  Empréstimos,  Transferências  deCapital,  Outras  Receitas  de  Capital.  Decreto­leinº 1.939/82

CAPÍTULO III

Da Despesa

Art.  12  ­ A  despesa  será  classificada  nas  seguintescategorias  econômicas:

DESPESAS CORRENTES

Despesas de  Custeio.

Transferências  Correntes.

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos.

Inversões  Financeiras.

Transferências de  Capital.

§  1º  ­  Classificam­se  como Despesas  de Custeio  asdotações para manutenção de serviços anteriormentecriados, inclusive as destinadas a atender a obras deconservação e adaptação de bens  imóveis.

§ 2º  ­  Classificam­se  como Transferências  Correntesas dotações para despesas às quais não correspondacontraprestação direta em bens ou serviços, inclusivepara contribuições e subvenções destinadas a atenderà manifestação de outras entidades de direito públicoou privado.

§ 3º ­ Consideram­se subvenções, para os efeitos destaLei, as transferências destinadas a cobrir despesas decusteio das entidades beneficiadas, distinguindo­se como:

I ­ subvenções sociais, as que se destinem a instituiçõespúblicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural,sem  finalidade  lucrativa;

II  ­  subvenções econômicas,  as que  se  destinem  aempresas públicas ou privadas  de caráter  industrial,comercial, agrícola ou pastoril.

§ 4º ­ Classificam­se como investimentos as dotaçõespara o planejamento e a execução de obras, inclusiveas  destinadas  à  aquisição  de  imóveis  consideradosnecessários  à  realização destas  últimas, bem  comopara os  programas especiais  de  trabalho,  aquisiçãode instalações, equipamentos e material permanentee  constituição ou  aumento do  capital  de  empresasque não sejam de caráter comercial ou financeiro.

§  5º  ­  Classificam­se  como  Inversões  Financeiras  asdotações destinadas  a:

I ­ aquisição de  imóveis, ou de bens de capital  já emutilização;

II ­ aquisição de títulos representativos do capital deempresas  ou  entidades  de  qualquer  espécie,  jáconstituídas,  quando  a  operação  não  importeaumento do capital;

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III ­ constituição ou aumento do capital de entidadesou  empresas  que  visem a  objetivos  comerciais  oufinanceiros,  inclusive  operações  bancárias  ou  deseguros.

§ 6º ­ São Transferências de Capital as dotações parainvestimentos  ou  inversões  financeiras que  outraspessoas de direito público ou privado devam realizar,independentemente de  contraprestação direta  embens  ou  serviços,  constituindo  essas  transferênciasauxílios  ou  contribuições,  segundo  derivemdiretamente  da  Lei  de  Orçamento  ou  de  leiespecialmente anterior,  bem como as dotações paraamortização da dívida pública.

Art. 13 ­ Observadas as categorias econômicas do Art.12, a discriminação ou especificação da despesa porelementos, em cada unidade administrativa ou órgãode governo, obedecerá ao  seguinte esquema:

DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio

Pessoal  Civil.

Pessoal Militar.

Material de Consumo.

Serviços de  Terceiros.

Encargos Diversos.

Transferências  Correntes

Subvenções  Sociais.

Subvenções  Econômicas.

Inativos.

Pensionistas.

Salário­Família  e Abono Familiar.

Juros da Dívida Pública.

Contribuições  de Previdência  Social.

Diversas Transferências  Correntes.

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos Obras Públicas.

Serviços em Regime de Programação Especial.

Equipamentos e  Instalações.

Material  Permanente.

Participação em Constituição ou Aumento de Capitalde Empresas ou Entidades  Industriais ou Agrícolas.

Inversões Financeiras Aquisição  de  Imóveis.

Participação em Constituição ou Aumento de Capitalde Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras.

Aquisição de  Títulos Representativos  de Capital  deEmpresa em Funcionamento.

Constituição  de Fundos Rotativos.

Concessão de  Empréstimos.

Diversas  Inversões  Financeiras.

Transferência de Capital Amortização da Dívida Pública.

Auxílios para Obras Públicas.

Auxílios para Equipamentos e  Instalações.

Auxílios  para  Inversões  Financeiras.

Outras  Contribuições.

Art. 14 ­ Constitui unidade orçamentária o agrupamentode  serviços  subordinados  ao  mesmo  órgão  ourepartição a que serão consignadas dotações próprias.

Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consignadasdotações a unidades administrativas subordinadas aomesmo órgão.

Art.  15  ­  Na  Lei  de Orçamento  a  discriminação  dadespesa  far­se­á,  no mínimo, por  elementos.

§  1º  ­  Entende­se por  elementos o  desdobramentoda  despesa com pessoal, material,  serviços, obras eoutros meios de que se serve a administração públicapara consecução dos seus fins.

§  2º  ­  Para  efeito  de  classificação  da  despesa,considera­se material  permanente  o  de  duraçãosuperior a 2 (dois) anos.

SEÇÃO I

Das Despesas Correntes

Art.  16  ­  Fundamentalmente  e  nos  limites  daspossibilidades financeiras a concessão de subvençõessociais  visará  a  prestação de  serviços essenciais  deassistência social, médica e educacional, sempre quea  suplementação  de  recursos  de  origem  privadaaplicados a esses objetivos revelar­se mais econômica.

Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre quepossível,  será  calculado  com base  em unidades  deserviços  efetivamente  prestados  ou  postos  àdisposição  dos  interessados, obedecidos os padrõesmínimos de  eficiência previamente  fixados.

Art. 17  ­  Somente à  instituição  cujas  condições  defuncionamento forem julgadas satisfatórias pelos órgãosoficiais de  fiscalização serão concedidas subvenções.

Art. 18 ­ A cobertura dos déficits de manutenção dasempresas públicas,  de natureza  autárquica ou  não,far­se­á  mediante  subvenções  econômicasexpressamente  incluídas nas  despesas correntes doorçamento da União, do Estado, do Município ou doDistrito  Federal.

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Parágrafo único.  Consideram­se,  igualmente,  comosubvenções econômicas:

a)  as dotações destinadas a  cobrir  a diferença entreos preços de mercado e os preços de  revenda, peloGoverno, de gêneros alimentícios ou outros materiais;

b)  as  dotações  destinadas  ao  pagamento  debonificações  a produtores de determinados gênerosou materiais.

Art.  19  ­ A  Lei  de Orçamento não  consignará  ajudafinanceira,  a  qualquer  título,  a  empresa  de  finslucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cujaconcessão  tenha sido expressamente autorizada  emlei  especial.

SEÇÃO II

Das Despesas de Capital

Art. 20 ­ Os investimentos serão discriminados na Leide Orçamento  segundo os  projetos  de  obras  e  deoutras  aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalhoque,  por  sua  natureza,  não  possam  cumprir­sesubordinadamente às normas gerais de execução dadespesa poderão ser custeados por dotações globais,classificadas entre as Despesas de Capital.

Art. 21  ­ A Lei de Orçamento não consignará auxíliopara  investimentos  que  se  devam  incorporar  aopatrimônio das empresas privadas de  fins  lucrativos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica­se àstransferências de capital à conta de fundos especiaisou dotações sob regime excepcional de aplicação.

TÍTULO II

Da Proposta Orçamentária

CAPÍTULO I

Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária

Art.  22  ­  A  proposta  orçamentária  que  o  PoderExecutivo  encaminhará  ao  Poder  Legislativo,  nosprazos  estabelecidos  nas  Constituições  e  nas  LeisOrgânicas dos Municípios, compor­se­á de:

I ­ mensagem, que conterá: exposição circunstanciadada situação econômico­financeira, documentada comdemonstração da dívida  fundada e  flutuante,  saldosde  créditos  especiais,  restos  a  pagar  e  outroscompromissos  financeiros  exigíveis;  exposição  ejustificação  da  política  econômico­financeira  do

Governo; justificação da receita e despesa, particular­mente no tocante ao orçamento de capital;

II ­ projeto de Lei de Orçamento;

III  ­  tabelas  explicativas,  das  quais,  além  dasestimativas  de  receita  e  despesa,  constarão,  emcolunas distintas e para fins de comparação:

a)  a  receita  arrecadada  nos  três  últimos  exercíciosanteriores àquele em que se elaborou a proposta;

b) a receita prevista para o exercício em que se elaboraa proposta;

c) a receita prevista para o exercício a que se refere aproposta;

d)  a  despesa  realizada  no exercício  imediatamenteanterior;

e) a despesa fixada para o exercício em que se elaboraa proposta;

f) a despesa prevista para o exercício a que se referea proposta;

IV ­ especificação dos programas especiais de trabalhocusteados por dotações globais, em termos de metasvisadas,  decompostas  em  estimativa  do  custo  dasobras  a  realizar  e  dos  serviços  a  prestar,  acom­panhadas de justificação econômica, financeira, sociale  administrativa.

Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária,para  cada unidade administrativa, descrição  sucintade  suas  principais  finalidades,  com  indicação  darespectiva  legislação.

CAPÍTULO II

Da Elaboração da Proposta Orçamentária

SEÇÃO I

Das Previsões Plurianuais

Art. 23 ­ As receitas e despesas de capital serão objetode um Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital,aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo,no mínimo, um triênio.

Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de Aplicaçãode Capital será anualmente reajustado acrescentando­se­lhe  as  previsões  de mais  um  ano,  de modo  aassegurar a projeção contínua dos períodos.

Art. 24  ­ O Quadro  de  Recursos  e  de Aplicação  deCapital  abrangerá:

I  ­  as despesas e,  como couber,  também as  receitasprevistas  em planos  especiais  aprovados  em  lei  edestinados  a  atender  a  regiões  ou  a  setores  daadministração ou da economia;

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II ­ as despesas à conta de  fundos especiais e, comocouber, as receitas que os constituam;

III ­ em anexos, as despesas de capital das entidadesreferidas  no  Título  X  desta  Lei,  com  indicação dasrespectivas  receitas,  para  as quais  forem previstastransferências de  capital.

Art.  25  ­ Os  programas  constantes  do Quadro  deRecursos  e  de  Aplicação  de  Capital  sempre  quepossível serão correlacionados a metas objetivas emtermos de  realização  de  obras e  de  prestação  deserviços.

Parágrafo único. Consideram­se metas os resultadosque  se  pretendem obter  com a  realização  de  cadaprograma.

Art. 26 ­ A proposta orçamentária conterá o programaanual  atualizado  dos  investimentos,  inversõesfinanceiras e  transferências previstos  no Quadro  deRecursos e de Aplicação de Capital.

SEÇÃO II

Das Previsões Anuais

Art. 27 ­ As propostas parciais de orçamento guardarãoestrita  conformidade  com  a  política  econômico­financeira, o programa anual de trabalho do Governoe,  quando  fixado,  o  limite  global máximo  para  oorçamento de cada unidade administrativa.

Art.  28  ­  As  propostas  parciais  das  unidadesadministrativas, organizadas em  formulário próprio,serão acompanhadas de:

I  ­  tabelas  explicativas  da  despesa,  sob  a  formaestabelecida no Art. 22, III, d, e, f;

II  ­  justificação  pormenorizada  de  cada  dotaçãosolicitada, com a indicação dos atos de aprovação deprojetos e orçamentos de obras  públicas, para  cujoinício ou prosseguimento ela  se destina.

Art.  29  ­ Caberá aos órgãos de  contabilidade ou dearrecadação organizar  demonstrações mensais  dareceita arrecadada, segundo as rubricas, para serviremde base a estimativa da receita na proposta orçamentária.

Parágrafo  único. Quando houver  órgão  central  deorçamento,  essas  demonstrações  ser­lhe­ãoremetidas mensalmente.

Art.  30  ­  A  estimativa  da  receita  terá  por  base  asdemonstrações  a  que  se  refere o  artigo anterior  àarrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos,bem como as circunstâncias de ordem conjuntural e

outras,  que possam afetar a  produtividade de  cadafonte de  receita.

Art.  31  ­ As propostas  orçamentárias parciais  serãorevistas  e  coordenadas  na  proposta  geral,considerando­se  a  receita  estimada  e  as  novascircunstâncias.

TÍTULO III

Da Elaboração da Lei de Orçamento

Art. 32 ­ Se não receber a proposta orçamentária noprazo fixado nas Constituições ou nas Leis Orgânicasdos Municípios, o Poder Legislativo considerará comoproposta a Lei de Orçamento vigente.

Art. 33 ­ Não se admitirão emendas ao projeto de Leide Orçamento que visem a:

a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio,salvo quando provada, nesse ponto, a  inexatidão daproposta;

b) conceder dotação para o início de obra cujo projetonão esteja aprovado pelos órgãos competentes;

c) conceder dotação para instalação ou funcionamentode serviço que não esteja anteriormente criado;

d)  conceder  dotação  superior  aos  quantitativospreviamente  fixados  em  resolução  do  PoderLegislativo para concessão de auxílios e subvenções.

TÍTULO IV

Do Exercício Financeiro

Art. 34 ­ O exercício financeiro coincidirá com o anocivil.

Art. 35 ­ Pertencem ao exercício financeiro:

I ­ as receitas nele arrecadadas;

II  ­  as despesas nele  legalmente  empenhadas.

Art. 36  ­ Consideram­se Restos a  Pagar as despesasempenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro,distinguindo­se as processadas das não­processadas.

Parágrafo único. Os empenhos que correm a conta decréditos com vigência plurianual, que não tenham sidoliquidados, só serão computados como Restos a Pagarno último ano de vigência do crédito.

Art. 37  ­ As despesas de exercícios encerrados, paraas quais o orçamento  respectivo consignava  créditopróprio,  com  saldo suficiente  para  atendê­las,  quenão  se  tenham processado na  época  própria,  bem

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como os Restos a Pagar com prescrição interrompidae os compromissos reconhecidos após o encerramentodo  exercício  correspondente  poderão  ser  pagos  àconta de dotação específica consignada no orçamento,discriminada por elementos, obedecida,  sempre quepossível,  a ordem cronológica.

Art. 38 ­ Reverte à dotação a importância de despesaanulada no exercício: quando a anulação ocorrer apóso encerramento deste considerar­se­á receita do anoem que  se efetivar.

Art. 39 ­ Os créditos da Fazenda Pública, de naturezatributária ou não­tributária, serão escriturados comoreceita do exercício em que  forem arrecadados, nasrespectivas  rubricas  orçamentárias.  Decreto­leinº 1.735/79

As disposições deste artigo entraram em vigor no dia1 de janeiro de 1980.

§ 1º  ­ Os  créditos de que  trata este  artigo,  exigíveispelo  transcurso  do  prazo  para  pagamento,  serãoinscritos, na forma da legislação própria, como DívidaAtiva, em registro próprio, após apurada a sua liquideze certeza, e a respectiva receita será escriturada a essetítulo.

§ 2º  ­ Dívida Ativa Tributária é o  crédito da  FazendaPública  dessa  natureza,  proveniente  de  obrigaçãolegal  relativa  a  tributos  e  respectivos  adicionais  emultas,  e Dívida Ativa Não­Tributária  são os  demaiscréditos  da  Fazenda  Pública,  tais  como  osprovenientes  de  empréstimos  compulsórios,contribuições  estabelecidas  em  lei,  multas  dequalquer origem ou natureza,  exceto as  tributárias,foros,  laudêmios,  aluguéis  ou  taxas  de  ocupação,custas processuais, preços de serviços prestados porestabelecimentos  públicos,  indenizações,reposições,  restituições,  alcances dos  responsáveisdefinitivamente  julgados,  bem  assim  os  créditosdecorrentes de obrigações em moeda estrangeira, desub­rogação  de  hipoteca,  fiança,  aval  ou  outragarantia,  de  contratos  em  geral  ou  de  outrasobrigações  legais.

§  3º  ­ O  valor do  crédito  da  Fazenda Nacional  emmoeda  estrangeira  será  convertido  aocorrespondente  valor  na moeda  nacional  à  taxacambial  oficial, para  compra, na  data da notificaçãoou  intimação  do  devedor,  pela  autoridadeadministrativa, ou, à sua falta, na data da inscrição daDívida  Ativa,  incidindo,  a  partir  da  conversão,  aatualização monetária e os juros de mora, de acordocom  preceitos  legais  pertinentes  aos  débitostributários.

§  4º  ­ A  receita da Dívida Ativa  abrange os  créditosmencionados nos parágrafos  anteriores,  bem como

os  valores correspondentes  à  respectiva atualizaçãomonetária, à multa e  juros de mora e ao encargo deque tratam o Art. 1º do Decreto­lei número 1.025, de21 de  outubro de  1969,  e  o Art.  3º do Decreto­leinúmero 1.645, de 11 de dezembro de 1978.

§ 5º ­ A Dívida Ativa da União será apurada e inscritana Procuradoria da Fazenda Nacional. Del nº 1.735/79

TÍTULO V

Dos Créditos Adicionais

Art.  40  ­  São  créditos  adicionais  as  autorizações dedespesa  não  computadas  ou  insuficientementedotadas na Lei de Orçamento.

Art. 41 ­ Os créditos adicionais classificam­se em:

I ­ suplementares, os destinados a reforço de dotaçãoorçamentária;

II ­ especiais, os destinados a despesas para as quaisnão haja dotação orçamentária específica;

III  ­  extraordinários,  os  destinados  a  despesasurgentes e imprevistas, em caso de guerra, comoçãointestina  ou  calamidade  pública.

Art. 42 ­ Os créditos suplementares e especiais serãoautorizados por  lei e abertos por decreto executivo.

Art. 43  ­  A  abertura  dos  créditos  suplementares  eespeciais  depende  da  existência  de  recursosdisponíveis  para ocorrer  à despesa e  será precedidade exposição  justificativa.

§ 1º ­ Consideram­se recursos para o fim deste artigo,desde que não  comprometidos:

I  ­  o  superávit  financeiro  apurado  em  balançopatrimonial  do exercício  anterior;

II ­ os provenientes de excesso de arrecadação;

III  ­  os  resultantes  de  anulação parcial  ou  total  dedotações  orçamentárias  ou  de  créditos  adicionais,autorizados em  lei;

IV  ­  o produto de operações de crédito  autorizadas,em  forma  que  juridicamente  possibilite  ao  PoderExecutivo  realizá­las.

§ 2º ­ Entende­se por superávit financeiro a diferençapositiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro,conjugando­se, ainda, os saldos dos créditos adicionaistransferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.

§ 3º ­ Entende­se por excesso de arrecadação, para osfins  deste  artigo,  o  saldo  positivo  das  diferençasacumuladas mês a mês, entre a arrecadação previstae a realizada, considerando­se, ainda, a tendência doexercício.

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§  4º  ­  Para  o  fim de apurar  os  recursos  utilizáveis,provenientes de excesso de arrecadação, deduzir­se­áa importância dos créditos extraordinários abertos noexercício.

Art. 44 ­ Os créditos extraordinários serão abertos pordecreto do Poder Executivo, que deles dará imediatoconhecimento ao Poder  Legislativo.

Art. 45 ­ Os créditos adicionais terão vigência adstritaao exercício  financeiro em que  forem abertos,  salvoexpressa disposição  legal  em  contrário,  quanto aosespeciais  e  extraordinários.

Art. 46 ­ O ato que abrir crédito adicional  indicará aimportância, a espécie do mesmo e a classificação dadespesa, até onde  for possível.

TÍTULO VI

Da Execução do Orçamento

CAPÍTULO I

Da Programação da Despesa

Art. 47 ­ Imediatamente após a promulgação da Lei deOrçamento  e  com base  nos  limites  nela  fixados,  oPoder  Executivo  aprovará  um  quadro  de  cotastrimestrais  da  despesa  que  cada  unidadeorçamentária  fica autorizada a utilizar.

Art. 48 ­ A fixação das cotas a que se refere o artigoanterior  atenderá  aos  seguintes objetivos:

a) assegurar  às unidades  orçamentárias,  em  tempoútil,  a  soma de  recursos  necessários  e  suficientes  amelhor execução do seu programa anual de trabalho;

b) manter, durante o exercício, na medida do possívelo equilíbrio entre  a  receita  arrecadada e  a despesarealizada,  de modo  a  reduzir  ao mínimo eventuaisinsuficiências  de  tesouraria.

Art. 49 ­ A programação da despesa orçamentária, paraefeito do disposto no artigo anterior, levará em contaos créditos adicionais e as operações extra­orçamentárias.

Art.  50  ­ As  cotas  trimestrais poderão  ser  alteradasdurante o exercício, observados o limite da dotação eo comportamento da execução orçamentária.

CAPÍTULO II

Da Receita

Art. 51 ­ Nenhum tributo será exigido ou aumentadosem que a lei o estabeleça, nenhum será cobrado em

cada exercício  sem prévia autorização orçamentária,ressalvados a  tarifa  aduaneira e  o  imposto  lançadopor motivo de guerra.

Art. 52 ­ São objeto de lançamento os impostos diretose  quaisquer  outras  rendas  com  vencimentodeterminado em  lei,  regulamento ou contrato.

Art. 53 ­ O lançamento da receita é ato da repartiçãocompetente, que  verifica  a  procedência do  créditofiscal  e  a  pessoa  que  lhe  é  devedora  e  inscreve  odébito  desta.

Art.  54  ­  Não  será  admitida  a  compensação  daobservação de recolher rendas ou receitas com direitocreditório contra a Fazenda Pública.

Art. 55 ­ Os agentes da arrecadação devem fornecerrecibos das  importâncias que arrecadarem.

§ 1º ­ Os recibos devem conter o nome da pessoa quepaga a soma arrecadada, proveniência e classificação,bem como a data e assinatura do agente arrecadador.

§ 2º ­ Os recibos serão fornecidos em uma única via.

Art. 56 ­ O recolhimento de todas as receitas far­se­áem estrita observância  ao  princípio  de  unidade  detesouraria,  vedada  qualquer  fragmentação  paracriação de caixas especiais.

Art. 57 ­ Ressalvado o disposto no parágrafo único doArt.3º  desta  Lei  serão  classificadas  como  receitaorçamentária,  sob  as  rubricas  próprias,  todas  asreceitas  arrecadadas,  inclusive  as provenientes  deoperações  de  crédito,  ainda  que  não previstas  noOrçamento.

CAPÍTULO III

Da Despesa

Art. 58 ­ O empenho de despesa é o ato emanado deautoridade  competente  que  cria  para  o  Estadoobrigação  de  pagamento  pendente  ou  não  deimplemento de  condição.

Art. 59 ­ O empenho da despesa não poderá excedero  limite dos  créditos  concedidos.

§ 1º ­ Ressalvado o disposto no Art. 67 do ConstituiçãoFederal, é vedado aos Municípios empenhar, no últimomês  do  mandato  do  prefeito,  mais  do  que  oduodécimo da despesa prevista no Orçamento vigente.

§ 2º ­ Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmoperíodo, assumir, por qualquer forma, compromissosfinanceiros  para  execução  depois  do  término  domandato do prefeito.

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§ 3º ­ As disposições dos parágrafos anteriores não seaplicam  nos  casos  comprovados  de  calamidadepública.

§  4º  ­  Reputam­se  nulos  e  de  nenhum  efeito  osempenhos  e  atos  praticados em  desacordo  com  odisposto  nos  parágrafos  1  e  2  deste  artigo,  semprejuízo da  responsabilidade do prefeito nos termosdo Art.  1,  V,  do Decreto­lei  número 201,  de  27  defevereiro de 1967.

Art. 60 ­ É vedada a realização de despesa sem prévioempenho.

§  1º  ­  Em  casos  especiais  previstos  na  legislaçãoespecífica  será  dispensada  a  emissão  da  nota  deempenho.

§ 2º ­ Será feito por estimativa o empenho da despesacujo montante não se possa determinar.

§  3º  ­  É  permitido  o  empenho  global de  despesascontratuais e outras, sujeitas a parcelamento.

Art.  61  ­  Para  cada  empenho  será  extraído  umdocumento  denominado  "nota  de  empenho"  queindicará  o  nome  do  credor,  a  representação  e  aimportância da despesa, bem como a dedução destado saldo da dotação própria.

Art. 62  ­ O pagamento da despesa  só  será efetuadoquando ordenado após sua  regular  liquidação.

Art.  63  ­  A  liquidação  da  despesa  consiste  naverificação do direito adquirido pelo credor tendo porbase  os  títulos  e  documentos  comprobatórios  dorespectivo crédito.  Decreto nº 4.049/2001

§ 1º ­ Essa verificação tem por fim apurar:

I ­ a origem e o objeto do que se deve pagar;

II ­ a importância exata a pagar;

III ­ a quem se deve pagar a importância, para extinguira obrigação.

§ 2º ­ A liquidação da despesa por fornecimentos feitosou serviços prestados terá por base:

I ­ o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

II ­ a nota de empenho;

III  ­ os  comprovantes  da  entrega de material  ou  daprestação efetiva do  serviço.

Art. 64 ­ A ordem de pagamento é o despacho exaradopor  autoridade  competente,  determinando que  adespesa seja  paga.

Parágrafo único. A ordem de pagamento  só  poderáser  exarada  em  documentos  processados  pelosserviços de  contabilidade.

Art. 65 ­ O pagamento da despesa será efetuado portesouraria ou pagadoria regularmente instituídos porestabelecimentos bancários credenciados e, em casosexcepcionais,  por meio de  adiantamento.

Art. 66 ­ As dotações atribuídas às diversas unidadesorçamentárias  poderão  quando  expressamentedeterminado na Lei de Orçamento ser movimentadaspor órgãos centrais de administração geral.

Parágrafo  único.  É  permitida  a  redistribuição  deparcelas das dotações de pessoal, de uma para outraunidade  orçamentária,  quando  consideradaindispensável à movimentação de pessoal dentro dastabelas ou quadros comuns às unidades interessadas,a que se realize em obediência à legislação específica.

Art. 67 ­ Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública,em virtude de sentença judiciária, far­se­ão na ordemde apresentação dos precatórios e à conta dos créditosrespectivos, sendo proibida a designação de casos oude pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditosadicionais abertos para esse  fim.

Art.  68  ­ O  regime de adiantamento  é  aplicável  aoscasos de despesas expressamente definidos em lei econsiste na entrega de numerário a servidor, sempreprecedida de empenho na dotação própria para o fimde  realizar  despesas que  não possam subordinar­seao processo normal de aplicação.

Art.  69  ­  Não  se  fará  adiantamento  a  servidor  emalcance nem a responsável por dois adiantamentos.

Art. 70 ­ A aquisição de material, o fornecimento e aadjudicação de obras e  serviços  serão  regulados emlei,  respeitado o princípio da concorrência.

TÍTULO VII

Dos Fundos Especiais

Art. 71 ­ Constitui fundo especial o produto de receitasespecificadas que por lei se vinculam à realização dedeterminados  objetivos  ou  serviços,  facultada  aadoção de normas peculiares de aplicação.

Art.  72  ­  A  aplicação  das  receitas  orçamentáriasvinculadas a fundos especiais far­se­á através de dotaçãoconsignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.

Art. 73 ­ Salvo determinação em contrário da lei que oinstituiu, o saldo positivo do  fundo especial apuradoem balanço será transferido para o exercício seguinte,a crédito do mesmo fundo.

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Art.  74  ­  A  lei  que  instituir  fundo  especial  poderádeterminar normas peculiares de controle, prestaçãoe tomada de contas, sem, de qualquer modo, elidir acompetência específica do Tribunal de Contas ou órgãoequivalente.

TÍTULO VIII

Do Controle da Execução Orçamentária

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art.  75  ­  O  controle  da  execução  orçamentáriacompreenderá:

I ­ a legalidade dos atos de que resultem a arrecadaçãoda receita ou a  realização da despesa, o nascimentoou a extinção de direitos e obrigações;

II  ­  a  fidelidade  funcional  dos  agentes  da  adminis­tração; responsáveis por bens e valores públicos;

III ­ o cumprimento do programa de trabalho expressoem termos monetários e em termos de realização deobras e prestação de serviços.

CAPÍTULO II

Do Controle Interno

Art. 76 ­ O Poder Executivo exercerá os três tipos decontrole a que se  refere o Art. 75, sem prejuízo dasatribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

Art.  77  ­  A  verificação  da  legalidade  dos  atos  deexecução orçamentária será prévia,  concomitante esubseqüente.

Art. 78 ­ Além da prestação ou tomada de contas anual,quando instituída em lei, ou por fim de gestão, poderáhaver,  a  qualquer  tempo,  levantamento,  prestaçãoou tomada de  contas  de  todos os  responsáveis porbens  ou valores públicos.

Art. 79 ­ Ao órgão incumbido da elaboração da propostaorçamentária ou a outro indicado na legislação, caberáo controle estabelecido no inciso III do Art. 75.

Parágrafo único. Esse controle far­se­á, quando for ocaso, em termos de unidades de medida, previamenteestabelecidos para  cada atividade.

Art. 80  ­  Compete aos  serviços de  contabilidade ouórgãos equivalentes verificar a exata observância doslimites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidadeorçamentária, dentro  do  sistema que  for  instituídopara esse  fim.

CAPÍTULO III

Do Controle Externo

Art. 81 ­ O controle da execução orçamentária, peloPoder  Legislativo,  terá  por  objetivo  verificar  aprobidade da administração, a guarda e legal empregodos  dinheiros públicos  e  o  cumprimento  da  Lei  deOrçamento.

Art.  82  ­  O  Poder  Executivo,  anualmente,  prestarácontas  ao  Poder  Legislativo,  no  prazo  estabelecidonas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.

§ 1º ­ As contas do Poder Executivo serão submetidasao Poder Legislativo, com parecer prévio do Tribunalde Contas ou órgão equivalente.

§ 2º ­ Ressalvada a competência do Tribunal de Contasou órgão equivalente, a Câmara de Vereadores poderádesignar  peritos­contadores  para  verificarem  ascontas do prefeito e  sobre elas  emitirem parecer.

TÍTULO IX

Da Contabilidade

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art.  83  ­  A  contabilidade  evidenciará  perante  aFazenda  Pública  a  situação  de  todos  quantos,  dequalquer  modo,  arrecadem  receitas,  efetuemdespesas,  administrem  ou  guardem  bens  a  elapertencentes ou  confiados.

Art. 84  ­ Ressalvada  a  competência  do  Tribunal  deContas ou órgão equivalente, a tomada de contas dosagentes responsáveis por bens ou dinheiros públicosserá  realizada  ou  superintendida  pelos  serviços  decontabilidade.

Art. 85 ­ Os serviços de contabilidade serão organizadosde  forma  a  permitirem  o  acompanhamento  daexecução  orçamentária,  o  conhecimento  dacomposição patrimonial,  a determinação dos  custosdos serviços industriais, o levantamento dos balançosgerais,  a  análise  e  a  interpretação  dos  resultadoseconômicos e  financeiros.

Art.  86  ­  A  escrituração  sintética  das  operaçõesfinanceiras  e patrimoniais efetuar­se­á pelo métododas partidas dobradas.

Art.  87  ­  Haverá  controle  contábil  dos  direitos  eobrigações oriundos de ajustes ou contratos em quea administração pública for parte.

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Art. 88 ­ Os débitos e créditos serão escriturados comindividuação do devedor ou do credor e especificaçãoda  natureza,  importância  e  data  do  vencimento,quando  fixada.

Art. 89 ­ A contabilidade evidenciará os fatos  ligadosà administração orçamentária, financeira, patrimoniale  industrial.

CAPÍTULO II

Da Contabilidade Orçamentária e Financeira

Art. 90 ­ A contabilidade deverá evidenciar, em seusregistros,  o montante  dos  créditos  orçamentáriosvigentes,  a  despesa  empenhada  e  a  despesarealizada, à conta dos mesmos créditos, e às dotaçõesdisponíveis.

Art. 91 ­ O registro contábil da  receita e da despesafar­se­á de acordo com as especificações constantesda Lei de Orçamento e dos créditos adicionais.

Art. 92 ­ A dívida flutuante compreende:

I ­ os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II ­ os serviços da dívida a pagar;

III ­ os depósitos;

IV ­ os débitos de tesouraria.

Parágrafo único. O registro dos Restos a Pagar far­se­á  por  exercício  e  por  credor,  distinguindo­se  asdespesas processadas das  não­processadas.

Art. 93 ­ Todas as operações de que resultem débitose créditos de natureza financeira, não compreendidasna execução orçamentária,  serão também objeto deregistro,  individuação e controle  contábil.

CAPÍTULO III

Da Contabilidade Patrimonial e Industrial

Art. 94 ­ Haverá registros analíticos de todos os bensde caráter permanente, com indicação dos elementosnecessários para a perfeita caracterização de cada umdeles e  dos  agentes  responsáveis pela  sua  guarda eadministração.

Art. 95 ­ A contabilidade manterá registros sintéticosdos bens móveis e  imóveis.

Art.  96  ­ O  levantamento  geral dos  bens móveis  eimóveis  terá por base o  inventário analítico de  cada

unidade administrativa e os elementos da escrituraçãosintética na  contabilidade.

Art. 97 ­ Para fins orçamentários e determinação dosdevedores,  ter­se  á  o  registro  contábil  das  receitaspatrimoniais,  fiscalizando­se  sua efetivação.

Art. 98  ­ A  dívida  fundada compreende os  compro­missos  de exigibilidade  superior a  12  (doze) meses,contraídos para atender a desequilíbrio orçamentárioou a financeiro de obras e serviços públicos.

Parágrafo  único.  A dívida  fundada  será escrituradacom  individuação e  especificações  que  permitemverificar,  a  qualquer  momento,  a  posição  dosempréstimos, bem como os  respectivos serviços  deamortização e juros.

Art.  99  ­ Os  serviços públicos  industriais,  ainda  quenão organizados como empresa pública ou autárquica,manterão  contabilidade especial para  determinaçãodos  custos,  ingressos  e  resultados,  sem prejuízo daescrituração patrimonial  e  financeira comum.

Art. 100 ­ As alterações da situação líquida patrimonial,que abrangem os resultados da execução orçamentária,bem como as variações independentes dessa execuçãoe  as  superveniências  e  insubsistências  ativas  epassivas, constituirão elementos da conta patrimonial.

CAPÍTULO IV

Dos Balanços

Art.  101  ­  Os  resultados  gerais  do  exercício  serãodemonstrados no Balanço Orçamentário, no BalançoFinanceiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstraçãodas  Variações  Patrimoniais,  segundo  os  Anexosnúmeros 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativosconstantes dos Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.

Art.  102  ­ O Balanço Orçamentário demonstrará  asreceitas  e  despesas  previstas em confronto com asrealizadas.

Art. 103 ­ O Balanço Financeiro demonstrará a receitae  a  despesa  orçamentárias,  bem  como  os  recebi­mentos e os pagamentos de natureza extra­orçamen­tária,  conjugados com os  saldos em espécie  prove­nientes do exercício anterior, e os que se transferempara o exercício  seguinte.

Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serãocomputados  na  receita  extra­orçamentária  paracompensar  sua  inclusão na despesa orçamentária.

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Art. 104 ­ A Demonstração das Variações Patrimoniaisevidenciará  as  alterações  verificadas  no patrimônio,resultantes  ou  independentes  da  execuçãoorçamentária,  e  indicará o  resultado patrimonial  doexercício.

Art. 105 ­ O Balanço Patrimonial demonstrará:

I ­ o Ativo Financeiro;

II ­ o Ativo Permanente;

III  ­ o Passivo Financeiro;

IV  ­ o Passivo Permanente;

V ­ o Saldo Patrimonial;

VI ­ as Contas de Compensação.

§ 1º ­ O Ativo Financeiro compreenderá os créditos evalores  realizáveis  independentemente  deautorização orçamentária e os valores numerários.

§  2º  ­ O Ativo Permanente  compreenderá os  bens,créditos  e  valores,  cuja mobilização  ou  alienaçãodependa de autorização  legislativa.

§ 3º ­ O Passivo Financeiro compreenderá as dívidasfundadas  e  outras,  cujo  pagamento  independa  deautorização orçamentária.

§ 4º ­ O Passivo Permanente compreenderá as dívidasfundadas  e  outras  que  dependam de  autorizaçãolegislativa para amortização ou  resgate.

§ 5º  ­ Nas contas de compensação serão registradosos  bens,  valores,  obrigações,  e  situações  nãocompreendidas  nos  parágrafos  anteriores  e  que,imediata  ou  indiretamente,  possam  vir  a  afetar  opatrimônio.

Art.  106  ­  A  avaliação  dos  elementos  patrimoniaisobedecerá às normas  seguintes:

I ­ os débitos e créditos, bem como os títulos de renda,pelo seu valor nominal, feita a conversão,quando emmoeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na datado balanço;

II ­ os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisiçãoou pelo custo de produção ou de construção;

III  ­  os  bens  de  almoxarifado,  pelo  preço médioponderado das compras.

§ 1º ­ Os valores em espécie, assim como os débitos ecréditos,  quando  em moeda estrangeira,  deverãofigurar ao lado das correspondentes importâncias emmoeda nacional.

§  2º  ­  As  variações  resultantes  da  conversão  dosdébitos, créditos e valores em espécie serão  levadasà conta patrimonial.

§ 3º ­ Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveise  imóveis.

TÍTULO X

Das Autarquias e outras Entidades

Art.  107  ­  As entidades autárquicas ou  paraestatais,inclusive  de  previdência  social  ou  investidas  dedelegação para  arrecadação de  contribuições  parafiscais da União, dos  Estados, dos Municípios  e  doDistrito Federal, terão seus orçamentos aprovados pordecreto do Poder Executivo, salvo se disposição legalexpressa determinar que o sejam pelo Poder Legislativo.

Parágrafo único.  Compreendem­se nesta disposiçãoas  empresas  com  autonomia  financeira  eadministrativa cujo  capital  pertencer,  integralmente,ao Poder Público.

Art. 108 ­ Os orçamentos das entidades referidas noartigo anterior vincular­se­ão ao orçamento da União,dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pelainclusão:

I ­ como receita, salvo disposição legal em contrário,de saldo positivo previsto entre os totais das receitase  despesas;

II  ­  como  subvenção  econômica,  na  receita  doorçamento da beneficiária, salvo disposição legal emcontrário,  do  saldo negativo previsto entre os  totaisdas  receitas e despesas.

§  1º  ­ Os  investimentos ou  inversões  financeiras  daUnião,  dos  Estados,  dos Municípios  e  do  DistritoFederal,  realizados  por  intermédio  das  entidadesaludidas no artigo anterior,  serão classificados  comoreceita de  capital  destas e despesa de  transferênciade  capital  daqueles.

§ 2º ­ As previsões para depreciação serão computadaspara  efeito  de  apuração  do  saldo  líquido  dasmencionadas  entidades.

Art. 109  ­ Os orçamentos e  balanços  das  entidadescompreendidas no Art. 107  serão publicados  comocomplemento dos orçamentos e balanços da União,dos Estados, dos Municípios e do Distrito  Federal  aque estejam  vinculados.

Art. 110 ­ Os orçamentos e balanços das entidades járeferidas  obedecerão  aos  padrões  e  normasinstituídas  por  esta  Lei,  ajustados  às  respectivaspeculiaridades.

Parágrafo  único. Dentro  do  prazo  que  a  legislaçãofixar,  os  balanços  serão  remetidos  ao órgão  centralde  contabilidade  da  União,  dos  Estados,  dosMunicípios  e  do  Distrito  Federal,  para  fins  deincorporação dos  resultados,  salvo disposição  legalem contrário.

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TÍTULO XI

Disposições  Finais

Art. 111 ­ O Conselho Técnico de Economia e Finançasdo Ministério da Fazenda, além de outras apurações,para  fins  estatísticos,  de  interesse  nacional,organizará  e  publicará  o  balanço  consolidado  dascontas  da  União,  Estados, Municípios  e  DistritoFederal,  suas  autarquias  e  outras entidades,  bemcomo um quadro estruturalmente  idêntico, baseadoem dados orçamentários.

§  1º  ­  Os  quadros  referidos  neste  artigo  terão  aestrutura do Anexo número 1.

§  2º  ­  O  quadro  baseado  nos  orçamentos  serápublicado até  o último dia do primeiro  semestre dopróprio exercício  e  o  baseado nos  balanços,  até  oúltimo dia do segundo semestre do exercício imediatoàquele a que se  referirem.

Art.  112  ­  Para  cumprimento do disposto no  artigoprecedente, a União, os  Estados, os Municípios e  oDistrito Federal remeterão ao mencionado órgão, até30 de abril, os orçamentos do exercício, e até 30 dejunho, os balanços do exercício anterior.

Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxílioou  contribuição  a  Estados, Municípios  ou  DistritoFederal,  cuja  concessão não decorra de  imperativoconstitucional,  dependerá de prova do atendimentoao que se determina neste artigo.

Art. 113 ­ Para fiel e uniforme aplicação das presentesnormas, o Conselho Técnico de Economia e Finançasdo Ministério  da  Fazenda  atenderá  a  consultas,coligirá  elementos,  promoverá  o  intercâmbio  dedados  informativos,  expedirá  recomendaçõestécnicas, quando solicitadas, e atualizará, sempre quejulgar  conveniente,  os  anexos  que  integram  apresente  Lei.

Parágrafo  único.  Para  os  fins previstos neste  artigo,poderão  ser  promovidas,  quando  necessário,conferências ou reuniões técnicas, com a participaçãode representantes das entidades abrangidas por estasnormas.

Art. 114 ­ Os efeitos desta Lei são contados a partir de1º de janeiro de 1964, para o fim da elaboração dosorçamentos, e a partir de 1 de janeiro de 1965, quantoàs demais atividades estatuídas. Lei nº 4.489/64

Art. 115 ­ Revogam­se as disposições em contrário.

Anotações

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LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL – LC 101/00

Estabelece normas de finanças públicas voltadas paraa  responsabilidade  na  gestão  fiscal  e  dá  outras

providências.

O PRESIDENTE  DA  REPÚBLICA  Faço  saber  que  oCongresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte

Lei Complementar:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas definanças públicas voltadas para a responsabilidade nagestão fiscal, com amparo no Capítulo  II do Título VIda  Constituição.

§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe aação planejada e transparente, em que se previnemriscos  e  corrigem  desvios  capazes  de  afetar  oequilíbrio  das  contas  públicas,  mediante  ocumprimento de metas de  resultados entre  receitase  despesas  e  a obediência  a  limites e  condições noque tange a renúncia de receita, geração de despesascom pessoal,  da  seguridade  social  e outras,  dívidasconsolidada  e mobiliária,  operações  de  crédito,inclusive por  antecipação de  receita,  concessão  degarantia e inscrição em Restos a Pagar.

§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigama União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.

§ 3º Nas referências:

I  ­  à União,  aos  Estados,  ao Distrito  Federal  e  aosMunicípios, estão compreendidos:

a)  o  Poder  Executivo,  o  Poder  Legislativo,  nesteabrangidos os Tribunais de Contas, o Poder Judiciárioe o Ministério Público;

b)  as  respectivas  administrações  diretas,  fundos,autarquias, fundações e empresas estatais dependentes;

II  ­  a  Estados  entende­se  considerado  o  DistritoFederal;

III ­ a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal deContas  da União,  Tribunal  de  Contas  do  Estado  e,quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios eTribunal de Contas do Município.

Art.  2º  Para  os  efeitos  desta  Lei  Complementar,entende­se  como:

I ­ ente da Federação: a União, cada Estado, o DistritoFederal e cada Município;

II  ­ empresa  controlada:  sociedade  cuja maioria do

capital  social  com direito  a voto pertença, direta ouindiretamente,  a ente da Federação;

III ­ empresa estatal dependente: empresa controladaque receba do ente controlador recursos financeirospara  pagamento  de  despesas  com  pessoal  ou  decusteio em geral  ou  de  capital,  excluídos, no últimocaso,  aqueles  provenientes de  aumento  de  partici­pação acionária;

IV  ­  receita  corrente  líquida:  somatório das  receitastributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais,agropecuárias,  de  serviços,  transferências  correntese outras receitas  também correntes, deduzidos:

a) na União, os  valores  transferidos  aos Estados  eMunicípios por determinação constitucional ou legal,e as contribuições mencionadas na alínea a do incisoI e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição;

b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípiospor determinação  constitucional;

c)  na  União,  nos  Estados  e  nos  Municípios,  acontribuição dos  servidores para  o  custeio do  seusistema  de  previdência  e  assistência  social  e  asreceitas  provenientes  da  compensação  financeiracitada no § 9º do art. 201 da Constituição.

§ 1º Serão computados no cálculo da receita correntelíquida os valores pagos e recebidos em decorrênciada  Lei Complementar  nº 87,  de 13  de  setembro de1996,  e  do  fundo  previsto pelo  art.  60  do Ato  dasDisposições Constitucionais Transitórias.

§ 2º Não serão considerados na receita corrente líquidado  Distrito  Federal  e  dos  Estados do  Amapá  e  deRoraima  os  recursos  recebidos  da  União  paraatendimento das despesas de que trata o inciso V do§ 1º do art. 19.

§ 3º A receita corrente líquida será apurada somando­se as  receitas  arrecadadas  no mês  em  referência  enos onze anteriores,  excluídas as duplicidades.

CAPÍTULO II

DO PLANEJAMENTO

Seção I

Do Plano Plurianual

Art. 3º (VETADO)

Seção II

Da Lei de Diretrizes Orçamentárias

Art. 4º A  lei de diretrizes  orçamentárias  atenderá odisposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

I ­ disporá também sobre:

a)  equilíbrio entre  receitas e despesas;

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b) critérios e  forma de  limitação de empenho, a  serefetivada nas hipóteses previstas na alínea b do incisoII deste artigo, no art. 9o e no inciso II do § 1º do art. 31;

c)  (VETADO)

d)  (VETADO)

e) normas relativas ao controle de custos e à avaliaçãodos  resultados  dos  programas  financiados  comrecursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferênciasde recursos a entidades públicas e privadas;

II ­ (VETADO)

III  ­  (VETADO)

§  1º  Integrará  o  projeto  de  lei  de  diretrizesorçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serãoestabelecidas metas  anuais, em valores correntes  econstantes,  relativas a receitas, despesas, resultadosnominal e primário e montante da dívida pública, parao exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

§ 2º O Anexo conterá, ainda:

I ­ avaliação do cumprimento das metas relativas aoano anterior;

II  ­ demonstrativo  das metas  anuais,  instruído  commemória e metodologia de  cálculo  que  justifiquemos  resultados  pretendidos,  comparando­as  com asfixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciandoa consistência delas com as premissas e os objetivosda política econômica nacional;

III  ­  evolução  do  patrimônio  líquido,  também nosúltimos  três  exercícios,  destacando  a  origem  e  aaplicação dos  recursos  obtidos  com a alienação deativos;

IV ­ avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e próprio dosservidores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;

b) dos demais  fundos públicos e programas estataisde natureza atuarial;

V  ­  demonstrativo  da estimativa  e compensação darenúncia  de  receita e  da margem de expansão  dasdespesas obrigatórias de  caráter continuado.

§ 3º A  lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexode Riscos  Fiscais,  onde  serão  avaliados  os  passivoscontingentes  e  outros  riscos  capazes  de  afetar  ascontas públicas, informando as providências a seremtomadas, caso se concretizem.

§ 4º A mensagem que encaminhar o projeto da Uniãoapresentará, em anexo específico,  os objetivos daspolíticas monetária,  creditícia e  cambial,  bem comoos  parâmetros  e  as  projeções  para  seus  principaisagregados e  variáveis, e  ainda as metas de  inflação,para o exercício  subseqüente.

Seção III

Da Lei Orçamentária Anual

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaboradode  forma compatível  com o plano plurianual,  com alei de diretrizes orçamentárias e com as normas destaLei  Complementar:

I  ­  conterá,  em anexo, demonstrativo da  compatibi­lidade  da  programação  dos  orçamentos  com  osobjetivos e metas  constantes do documento de quetrata o § 1º do art. 4º;

II ­ será acompanhado do documento a que se refereo §  6º do  art.  165  da Constituição,  bem  como  dasmedidas de compensação a renúncias de receita e aoaumento de despesas obrigatórias de caráter continuado;

III  ­  conterá  reserva  de contingência,  cuja  forma deutilização e montante, definido  com base na  receitacorrente  líquida,  serão  estabelecidos  na  lei  dediretrizes  orçamentárias, destinada  ao:

a)  (VETADO)

b)  atendimento  de passivos  contingentes  e  outrosriscos e eventos  fiscais  imprevistos.

§  1º  Todas  as  despesas  relativas  à  dívida  pública,mobiliária  ou  contratual,  e  as  receitas  que  asatenderão, constarão da lei orçamentária anual.

§  2º O  refinanciamento da dívida pública  constaráseparadamente na lei orçamentária e nas de créditoadicional.

§ 3º  A atualização monetária do  principal  da dívidamobiliária refinanciada não poderá superar a variaçãodo  índice  de  preços  previsto  na  lei  de  diretrizesorçamentárias, ou em  legislação  específica.

§ 4º É vedado consignar na  lei orçamentária créditocom finalidade imprecisa ou com dotação  ilimitada.

§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação parainvestimento  com  duração  superior  a  um exercíciofinanceiro que não esteja previsto no plano plurianualou  em  lei  que  autorize  a  sua  inclusão,  conformedisposto no § 1º do art. 167 da Constituição.

§ 6º Integrarão as despesas da União, e serão incluídasna  lei  orçamentária,  as  do Banco Central  do  Brasilrelativas  a  pessoal  e  encargos  sociais,  custeioadministrativo,  inclusive os  destinados a  benefíciose assistência aos servidores, e a  investimentos.

§ 7º (VETADO)

Art. 6º (VETADO)

Art. 7º O resultado do Banco Central do Brasil, apuradoapós a constituição ou reversão de reservas, constituireceita do Tesouro Nacional, e será transferido até odécimo dia útil subseqüente à aprovação dos balançossemestrais.

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§  1º O  resultado negativo  constituirá obrigação doTesouro  para com o Banco Central do  Brasil  e  seráconsignado em dotação específica no orçamento.

§ 2º O impacto e o custo fiscal das operações realizadaspelo  Banco  Central  do  Brasil  serão  demonstradostrimestralmente,  nos  termos  em que dispuser  a  leide diretrizes orçamentárias da União.

§ 3º Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasilconterão  notas  explicativas  sobre  os  custos  daremuneração  das  disponibi lidades  do  TesouroNacional e da manutenção das reservas cambiais e arentabilidade de  sua  carteira  de  títulos,  destacandoos de emissão da União.

Seção IV

Da Execução Orçamentária e do Cumprimento dasMetas

Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos,nos  termos  em  que  dispuser  a  lei  de  diretrizesorçamentárias e observado o disposto na alínea c doinciso  I  do art. 4º, o Poder Executivo estabelecerá aprogramação financeira e o cronograma de execuçãomensal  de desembolso.

Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados afinalidade específica  serão utilizados exclusivamentepara atender ao objeto de sua vinculação, ainda queem exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso.

Art. 9º Se verificado, ao  final de um bimestre, que arealização  da  receita  poderá  não  comportar  ocumprimento das metas  de  resultado primário  ounominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, osPoderes e o Ministério Público promoverão, por atopróprio e nos montantes necessários, nos trinta diassubseqüentes,  limitação  de  empenho  e movimen­tação financeira, segundo os critérios fixados pela leide diretrizes  orçamentárias.

§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista,ainda que parcial, a recomposição das dotações cujosempenhos  foram  limitados  dar­se­á  de  formaproporcional  às  reduções efetivadas.

§ 2º Não serão objeto de  limitação as despesas queconstituam  obrigações  constitucionais  e  legais  doente,  inclusive aquelas destinadas ao pagamento doserviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizesorçamentárias.

§ 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e oMinistério  Público  não promoverem a  limitação noprazo  estabelecido  no  caput,  é  o  Poder  Executivoautorizado a  limitar os  valores  financeiros  segundoos critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

§  4º  Até  o  final  dos meses  de maio,  setembro  efevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará

o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre,em audiência pública na comissão referida no § 1º doart.  166 da  Constituição  ou equivalente  nas  CasasLegislativas  estaduais  e municipais.

§ 5º No prazo de noventa dias após o encerramentode  cada  semestre,  o  Banco  Central  do  Brasilapresentará,  em  reunião  conjunta  das  comissõestemáticas  pertinentes  do  Congresso  Nacional,avaliação do cumprimento dos objetivos e metas daspolíticas monetária,  creditícia  e  cambial,  eviden­ciando o impacto e o custo fiscal de suas operações eos resultados demonstrados nos balanços.

Art.  10.  A  execução  orçamentária  e  financeiraidentificará  os  beneficiários  de  pagamento  desentenças  judiciais,  por  meio  de  sistema  decontabilidade e administração financeira, para fins deobservância  da ordem  cronológica determinada noart. 100 da Constituição.

CAPÍTULO III

DA RECEITA PÚBLICA

Seção I

Da Previsão e da Arrecadação

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsa­bilidade  na  gestão  fiscal  a  instituição,  previsão  eefetiva  arrecadação  de  todos  os  tributos  dacompetência  constitucional  do  ente  da  Federação.IN TCU nº 38/2000

Parágrafo  único.  É  vedada  a  realização  de  transfe­rências  voluntárias  para  o  ente que  não observe  odisposto no caput, no que se refere aos impostos.

Art. 12. As previsões de receita observarão as normastécnicas  e  legais,  considerarão  os  efeitos  dasalterações  na  legislação,  da  variação  do  índice  depreços,  do  crescimento  econômico  ou de  qualqueroutro  fator  relevante  e  serão  acompanhadas  dedemonstrativo de sua evolução nos últimos três anos,da  projeção para os dois  seguintes àquele  a que  sereferirem, e da metodologia de  cálculo e  premissasutilizadas.

§  1º  Reestimativa  de  receita  por  parte  do  PoderLegislativo  só será admitida se  comprovado erro ouomissão de ordem técnica ou legal.

§ 2º O montante previsto para as receitas de operaçõesde crédito não poderá  ser  superior  ao das despesasde capital constantes do projeto de lei orçamentária.

§  3º O  Poder  Executivo  de  cada  ente  colocará  àdisposição  dos  demais  Poderes  e  do MinistérioPúblico,  no mínimo  trinta  dias  antes  do prazo  finalpara encaminhamento  de  suas propostas orçamen­

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tárias, os estudos e as estimativas das receitas para oexercício  subseqüente,  inclusive da corrente  líquida,e as respectivas memórias de cálculo.

Art.  13.  No  prazo  previsto  no  art.  8º,  as  receitasprevistas  serão  desdobradas,  pelo Poder  Executivo,em  metas  bimestrais  de  arrecadação,  com  aespecificação,  em  separado,  quando  cabível,  dasmedidas  de  combate  à  evasão e  à  sonegação,  daquantidade e valores de ações ajuizadas para cobrançada dívida ativa, bem como da evolução do montantedos créditos tributários passíveis de cobrança adminis­trativa.

Seção II

Da Renúncia de Receita

Art.  14.  A  concessão  ou  ampliação  de  incentivo  oubenefício  de  natureza  tributária  da  qual  decorrarenúncia de  receita  deverá estar acompanhada deestimativa do  impacto  orçamentário­financeiro noexercício em que deva iniciar sua vigência e nos doisseguintes,  atender  ao  disposto  na  lei  de  diretrizesorçamentárias  e  a  pelo menos  uma das  seguintescondições:

I ­ demonstração pelo proponente de que a renúnciafoi  considerada  na  estimativa  de  receita  da  leiorçamentária,  na  forma  do  art.  12,  e  de  que  nãoafetará  as metas  de  resultados  fiscais previstas  noanexo próprio da  lei de diretrizes orçamentárias;

II ­ estar acompanhada de medidas de compensação,no  período mencionado  no  caput,  por  meio  doaumento  de  receita,  proveniente  da  elevação  dealíquotas, ampliação da base de  cálculo, majoraçãoou criação de tributo ou contribuição.

§  1º  A  renúncia  compreende  anistia,  remissão,subsídio, crédito presumido, concessão de isenção emcaráter  não geral,  alteração de alíquota  ou modifi­cação  de  base  de  cálculo  que  implique  reduçãodiscriminada de  tributos ou  contribuições,  e outrosbenefícios que correspondam a tratamento diferenciado.

§ 2º Se o ato de concessão ou ampliação do incentivoou benefício de que trata o caput deste artigo decorrerda condição contida no inciso II, o benefício só entraráem  vigor  quando  implementadas  as  medidasreferidas no mencionado  inciso.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica:

I ­ às alterações das alíquotas dos impostos previstosnos incisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, naforma do seu § 1º;

II  ­  ao  cancelamento de débito  cujo montante  sejainferior ao dos respectivos custos de cobrança.

CAPÍTULO IV

DA DESPESA PÚBLICA

Seção I

Da Geração da Despesa

Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregularese lesivas ao patrimônio público a geração de despesaou assunção de obrigação que não atendam o dispostonos arts. 16 e 17.

Art. 16. A criação,  expansão ou aperfeiçoamento deação  governamental  que  acarrete  aumento  dadespesa será acompanhado de:

I ­ estimativa do impacto orçamentário­financeiro noexercício  em que deva  entrar  em vigor  e  nos  doissubseqüentes;

II  ­  declaração  do ordenador  da  despesa  de que oaumento  tem adequação orçamentária e  financeiracom a lei orçamentária anual e compatibilidade como plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamen­tárias.

§ 1º Para os fins desta Lei Complementar, considera­se:

I ­ adequada com a lei orçamentária anual, a despesaobjeto  de  dotação  específica  e  suficiente,  ou  queesteja abrangida por crédito genérico, de  forma quesomadas  todas  as  despesas  da mesma  espécie,realizadas  e  a  realizar,  previstas  no  programa  detrabalho,  não  sejam  ultrapassados  os  limitesestabelecidos para o exercício;

II  ­  compatível  com  o  plano  plurianual  e  a  lei  dediretrizes orçamentárias, a despesa que se conformecom  as  diretrizes,  objetivos,  prioridades  e metasprevistos nesses instrumentos e não infrinja qualquerde  suas disposições.

§ 2º A estimativa de que trata o inciso I do caput seráacompanhada das premissas e metodologia de cálculoutilizadas.

§ 3º Ressalva­se do disposto neste  artigo a despesaconsiderada irrelevante, nos termos em que dispusera  lei de diretrizes orçamentárias.

§ 4º As normas do caput constituem condição préviapara:

I ­ empenho e  licitação de serviços, fornecimento debens ou execução de obras;

II ­ desapropriação de imóveis urbanos a que se refereo § 3º do art. 182 da Constituição.

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Subseção I

Da Despesa Obrigatória de Caráter Continuado

Art.  17.  Considera­se  obrigatória  de  caráter  conti­nuado  a despesa  corrente  derivada  de  lei, medidaprovisória ou ato administrativo normativo que fixempara o ente a obrigação legal de sua execução por umperíodo superior a dois exercícios.

§ 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa deque  trata  o  caput  deverão  ser  instruídos  com  aestimativa prevista no inciso I do art. 16 e demonstrara origem dos recursos para seu custeio.

§ 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato seráacompanhado  de  comprovação de  que  a  despesacriada  ou  aumentada  não  afetará  as metas  deresultados fiscais previstas no anexo referido no § 1ºdo  art.  4º,  devendo  seus  efeitos  financeiros,  nosperíodos  seguintes,  ser  compensados pelo  aumentopermanente de receita ou pela redução permanentede despesa.

§  3º  Para  efeito  do  §  2º,  considera­se  aumentopermanente de receita o proveniente da elevação dealíquotas, ampliação da base de  cálculo, majoraçãoou criação de tributo ou contribuição.

§ 4º A comprovação referida no § 2º, apresentada peloproponente,  conterá as premissas e metodologia decálculo utilizadas, sem prejuízo do exame de compa­tibilidade da despesa com as demais normas do planoplurianual  e da  lei  de diretrizes orçamentárias.

§  5º  A  despesa  de  que  trata  este  artigo  não  seráexecutada  antes  da  implementação  das medidasreferidas no § 2º, as quais  integrarão o  instrumentoque a criar ou aumentar.

§  6º O  disposto no  §  1º  não  se  aplica às  despesasdestinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamentode remuneração de pessoal de que trata o inciso X doart. 37 da Constituição.

§ 7º Considera­se aumento de despesa a prorrogaçãodaquela criada por prazo determinado.

Seção II

Das Despesas com Pessoal

Subseção I

Definições e Limites

Art.  18.  Para  os  efeitos  desta  Lei  Complementar,entende­se  como  despesa  total  com  pessoal:  osomatório dos gastos do ente da  Federação com osativos,  os  inativos  e  os  pensionistas,  relativos  amandatos  eletivos,  cargos,  funções  ou  empregos,civis,  militares  e  de  membros  de  Poder,  comquaisquer  espécies  remuneratórias,  tais  comovencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios,proventos  da  aposentadoria,  reformas  e  pensões,

inclusive  adicionais,  gratificações,  horas  extras  evantagens pessoais de qualquer natureza, bem comoencargos sociais e contribuições recolhidas pelo enteàs  entidades de  previdência.

§ 1º Os valores dos contratos de terceirização de mão­de­obra que se  referem à substituição de  servidorese  empregados públicos  serão  contabilizados  como"Outras Despesas de  Pessoal".

§  2º  A  despesa  total  com  pessoal  será  apuradasomando­se a realizada no mês em referência com asdos  onze  imediatamente  anteriores,  adotando­se  oregime de  competência.

Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 daConstituição, a despesa  total  com  pessoal, em cadaperíodo de apuração e em cada  ente da  Federação,não poderá exceder os percentuais da receita correntelíquida,  a  seguir discriminados:

I ­ União: 50% (cinqüenta por cento);

II ­ Estados: 60% (sessenta por cento);

III ­ Municípios: 60% (sessenta por cento).

§ 1º Na verificação do atendimento dos limites definidosneste artigo, não serão computadas as despesas:

I  ­  de  indenização  por demissão  de  servidores  ouempregados;

II ­ relativas a incentivos à demissão voluntária;

III ­ derivadas da aplicação do disposto no inciso II do§ 6º do art. 57 da Constituição;

IV ­ decorrentes de decisão judicial e da competênciade período anterior ao da apuração a que se refere o§ 2º do art. 18;

V ­ com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados doAmapá  e  Roraima,  custeadas  com  recursostransferidos pela União na forma dos incisos XIII e XIVdo  art.  21 da  Constituição e  do  art.  31 da  EmendaConstitucional nº 19;

VI ­ com inativos, ainda que por intermédio de fundoespecífico,  custeadas  por  recursos provenientes:

a) da arrecadação de contribuições dos segurados;

b) da compensação financeira de que trata o § 9º doart. 201 da Constituição;

c) das demais  receitas diretamente arrecadadas porfundo vinculado a  tal  finalidade,  inclusive o produtoda  alienação  de bens,  direitos e  ativos,  bem  comoseu  superávit  financeiro.

§  2º Observado  o disposto  no  inciso  IV  do  § 1º,  asdespesas  com  pessoal  decorrentes  de  sentençasjudiciais serão incluídas no limite do respectivo Poderou órgão referido no art. 20.

Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 nãopoderá exceder  os  seguintes percentuais:

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I ­ na esfera federal:

a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) parao Legislativo,  incluído o Tribunal de Contas da União;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento)para o Executivo, destacando­se 3% (três por cento)para as despesas  com pessoal  decorrentes do  quedispõem os incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituiçãoe o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, repartidosde forma proporcional à média das despesas relativasa  cada  um  destes  dispositivos,  em  percentual  dareceita corrente líquida, verificadas nos três exercíciosfinanceiros  imediatamente  anteriores  ao  dapublicação  desta Lei Complementar;

d)  0,6%  (seis  décimos  por  cento)  para o MinistérioPúblico da União;

II ­ na esfera estadual:

a)  3%  (três por  cento)  para o  Legislativo,  incluído oTribunal de Contas do Estado;

b) 6% (seis por cento) para o Judiciário;

c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo;

d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dosEstados;

III  ­ na esfera municipal:

a)  6%  (seis por  cento) para o  Legislativo,  incluído oTribunal de Contas do Município, quando houver;

b) 54% (cinqüenta e quatro por cento) para o Executivo.

§  1º  Nos  Poderes  Legislativo  e  Judiciário  de  cadaesfera, os  limites serão repartidos entre seus órgãosde  forma proporcional  à média  das  despesas  compessoal, em  percentual da  receita corrente  líquida,verificadas  nos  três  exercícios  financeiros  imediata­mente anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.

§ 2º Para efeito deste artigo entende­se como órgão:

I ­ o Ministério Público;

II­  no Poder Legislativo:

a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contasda União;

b)  Estadual, a  Assembléia  Legislativa  e os  Tribunaisde Contas;

c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunalde Contas do Distrito Federal;

d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal deContas do Município, quando houver;

III ­ no Poder Judiciário:

a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;

b)  Estadual,  o  Tribunal  de  Justiça e outros,  quandohouver.

§ 3º Os limites para as despesas com pessoal do PoderJudiciário, a cargo da União por força do inciso XIII doart. 21 da Constituição, serão estabelecidos medianteaplicação da regra do § 1º.

§ 4º Nos Estados em que houver Tribunal de Contasdos Municípios, os percentuais definidos nas alíneasa  e  c  do  inciso  II  do  caput  serão,  respectivamente,acrescidos e reduzidos em 0,4% (quatro décimos porcento).

§ 5º Para os fins previstos no art. 168 da Constituição,a  entrega  dos  recursos  financeiros  correspondentesà despesa total com pessoal por Poder e órgão será aresultante  da  aplicação  dos  percentuais  definidosneste artigo, ou aqueles  fixados na  lei  de  diretrizesorçamentárias.

§ 6º (VETADO)

Subseção II

Do Controle da Despesa Total com Pessoal

Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoqueaumento da despesa com pessoal e não atenda:

I  ­  as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Comple­mentar, e o disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1ºdo art. 169 da Constituição;

II  ­  o  limite  legal  de  comprometimento aplicado  àsdespesas  com pessoal  inativo.

Parágrafo único.  Também é  nulo  de  pleno direito oato de que resulte aumento da despesa com pessoalexpedido nos cento e oitenta dias anteriores ao finaldo mandato do titular do respectivo Poder ou órgãoreferido no art. 20.

Art.  22.  A  verificação do  cumprimento dos  limitesestabelecidos nos arts. 19 e 20 será realizada ao finalde cada quadrimestre.

Parágrafo  único.  Se  a  despesa  total  com  pessoalexceder a 95% (noventa e cinco por cento) do limite,são  vedados ao  Poder  ou órgão referido  no art.  20que houver  incorrido no excesso:

I  ­  concessão  de  vantagem,  aumento,  reajuste  ouadequação de  remuneração a qualquer  título,  salvoos derivados de sentença judicial ou de determinaçãolegal ou contratual,  ressalvada a  revisão prevista noinciso X do art. 37 da Constituição;

II ­ criação de cargo, emprego ou função;

III  ­  alteração de estrutura de  carreira que  impliqueaumento de despesa;

IV  ­  provimento  de  cargo  público,  admissão  oucontratação de pessoal a qualquer título, ressalvada areposição  decorrente  de  aposentadoria  oufalecimento  de  servidores  das  áreas  de  educação,saúde e segurança;

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V  ­  contratação  de  hora  extra,  salvo  no  caso  dodisposto no inciso II do § 6º do art. 57 da Constituiçãoe as situações previstas na lei de diretrizes orçamentárias.

Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ouórgão  referido  no  art.  20,  ultrapassar  os  limitesdefinidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidasprevistas no art. 22, o percentual excedente terá deser  eliminado  nos  dois  quadrimestres  seguintes,sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando­se, entre outras, as providências previstas nos §§ 3o e4o do art. 169 da Constituição.

§  1º No  caso  do  inciso  I  do  §  3º  do  art.  169  daConstituição, o objetivo poderá  ser alcançado  tantopela  extinção  de  cargos  e  funções  quanto  pelaredução dos valores a eles atribuídos.

§ 2º É facultada a redução temporária da jornada detrabalho  com  adequação dos  vencimentos  à  novacarga horária.

§ 3º Não alcançada a redução no prazo estabelecido,e enquanto perdurar o excesso, o ente não poderá:

I  ­  receber  transferências voluntárias;

II ­ obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;

III  ­  contratar  operações de  crédito,  ressalvadas  asdestinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária eas que visem à redução das despesas com pessoal.

§ 4º As restrições do § 3º aplicam­se imediatamentese  a despesa  total  com pessoal  exceder o  limite  noprimeiro quadrimestre do último ano do mandato dostitulares de Poder ou órgão referidos no art. 20.

Seção III

Das Despesas com a Seguridade Social

Art.  24.  Nenhum  benefício  ou  serviço  relativo  àseguridade  social  poderá  ser  criado, majorado  ouestendido sem a  indicação da  fonte de custeio total,nos  termos  do  §  5º  do  art.  195  da  Constituição,atendidas ainda as exigências do art. 17.

§ 1º É dispensada da compensação referida no art. 17o aumento de despesa decorrente de:

I ­ concessão de benefício a quem satisfaça as condiçõesde  habilitação prevista na  legislação  pertinente;

II  ­  expansão  quantitativa  do  atendimento  e  dosserviços  prestados;

III ­ reajustamento de valor do benefício ou serviço, afim de preservar o seu valor real.

§ 2º O disposto neste artigo aplica­se a benefício ouserviço  de  saúde,  previdência  e  assistência  social,inclusive  os  destinados  aos  servidores  públicos  emilitares, ativos e  inativos,  e  aos  pensionistas.

CAPÍTULO V

DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende­se por transferência voluntária a entrega de recursoscorrentes ou de capital a outro ente da Federação, atítulo de cooperação, auxílio ou assistência financeira,que  não  decorra  de  determinação  constitucional,legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde. INSTN nº 5/2000 ­ IN TCU  nº 38/2000

§ 1º São exigências para a realização de transferênciavoluntária, além das estabelecidas na lei de diretrizesorçamentárias:

I ­ existência de dotação específica;

II ­ (VETADO);

III ­ observância do disposto no inciso X do art. 167 daConstituição;

IV ­ comprovação, por parte do beneficiário, de:

a)  que  se  acha  em  dia  quanto  ao  pagamento  detributos,  empréstimos e  financiamentos devidos  aoente  transferidor, bem como quanto à prestação  decontas de  recursos anteriormente dele  recebidos;

b) cumprimento dos  limites constitucionais  relativosà educação e à saúde;

c) observância dos  limites das dívidas consolidada  emobiliária,  de  operações  de  crédito,  inclusive  porantecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagare de despesa total com pessoal;

d) previsão orçamentária de contrapartida.

§ 2º É vedada a utilização de recursos transferidos emfinalidade diversa da pactuada.

§ 3º Para fins da aplicação das sanções de suspensãode  transferências  voluntárias  constantes  desta  LeiComplementar,  excetuam­se  aquelas  relativas  aações de educação, saúde e assistência social.

CAPÍTULO VI

DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA OSETOR PRIVADO

Art.  26.  A destinação  de  recursos  para,  direta  ouindiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicasou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizadapor lei específica, atender às condições estabelecidasna lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista noorçamento ou em seus créditos adicionais.

§ 1º O disposto no caput aplica­se a toda a adminis­tração indireta, inclusive fundações públicas e empresasestatais,  exceto,  no  exercício  de  suas  atribuiçõesprecípuas, as instituições financeiras e o Banco Centraldo Brasil.

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§  2º  Compreende­se  incluída  a  concessão  deempréstimos,  financiamentos  e  refinanciamentos,inclusive as respectivas prorrogações e a composiçãode dívidas, a concessão de subvenções e a participaçãoem constituição ou aumento de capital.

Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federaçãoa  pessoa  física,  ou  jurídica  que  não esteja  sob  seucontrole direto ou  indireto,  os encargos  financeiros,comissões e despesas congêneres não serão inferioresaos definidos em lei ou ao custo de captação.

Parágrafo único.  Dependem de  autorização  em  leiespecífica as prorrogações e composições de dívidasdecorrentes  de operações  de  crédito,  bem  como  aconcessão  de  empréstimos  ou  financiamentos  emdesacordo com o caput, sendo o subsídio correspon­dente consignado na  lei orçamentária.

Art.  28.  Salvo mediante  lei  específica, não poderãoser  utilizados  recursos  públicos,  inclusive  deoperações de  crédito, para  socorrer  instituições doSistema Financeiro Nacional,  ainda  que mediante  aconcessão  de  empréstimos  de  recuperação  oufinanciamentos para mudança de controle acionário.

§ 1º A prevenção de insolvência e outros riscos ficaráa cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídospelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, naforma da lei.

§ 2º O disposto no caput não proíbe o Banco Centraldo  Brasil  de  conceder  às  instituições  financeirasoperações de redesconto e de empréstimos de prazoinferior a  trezentos e  sessenta dias.

CAPÍTULO VII

DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO

Seção I

Definições Básicas

Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar,  sãoadotadas  as  seguintes definições:

I  ­ dívida pública consolidada ou  fundada: montantetotal,  apurado  sem  duplicidade,  das  obrigaçõesfinanceiras  do  ente  da  Federação,  assumidas  emvirtude de leis, contratos, convênios ou tratados e darealização de operações de crédito, para amortizaçãoem prazo superior a doze meses;

II ­ dívida pública mobiliária: dívida pública represen­tada por títulos emitidos pela União,  inclusive os doBanco Central do Brasil, Estados e Municípios;

III  ­  operação  de  crédito:  compromisso  financeiroassumido  em razão  de mútuo,  abertura de crédito,emissão  e  aceite de  título,  aquisição  financiada  de

bens,  recebimento  antecipado  de  valores  prove­nientes da venda a termo de bens e serviços, arrenda­mento mercantil e  outras operações  assemelhadas,inclusive com o uso de derivativos  financeiros;

IV  ­  concessão  de  garantia:  compromisso  deadimplência de obrigação  financeira  ou  contratualassumida por  ente da  Federação ou entidade a elevinculada;

V ­ refinanciamento da dívida mobiliária: emissão detítulos  para  pagamento  do  principal  acrescido  daatualização monetária.

§ 1º Equipara­se a operação de crédito a assunção, oreconhecimento ou a confissão de dívidas pelo enteda  Federação,  sem  prejuízo  do  cumprimento  dasexigências dos arts. 15 e 16.

§  2º  Será  incluída  na dívida  pública  consolidada daUnião a  relativa à emissão  de  títulos de  responsabi­lidade do Banco Central do Brasil.

§ 3º Também integram a dívida pública consolidada asoperações de crédito de prazo inferior a doze mesescujas receitas tenham constado do orçamento.

§  4º  O  refinanciamento  do  principal  da  dívidamobiliária não excederá, ao término de cada exercíciofinanceiro, o montante do final do exercício anterior,somado ao das operações de crédito autorizadas noorçamento para este efeito e efetivamente realizadas,acrescido de atualização monetária.

Seção II

Dos Limites da Dívida Pública e das Operações deCrédito

Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicaçãodesta Lei Complementar, o  Presidente da  Repúblicasubmeterá ao:

I ­ Senado Federal: proposta de limites globais para omontante da dívida  consolidada da União,  Estados eMunicípios,  cumprindo o que  estabelece o  inciso VIdo  art. 52  da Constituição,  bem  como de  limites econdições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmoartigo;

II ­ Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleçalimites para o montante da dívida mobiliária  federala que se refere o inciso XIV do art. 48 da Constituição,acompanhado da demonstração de sua adequação aoslimites  fixados  para  a  dívida  consolidada da União,atendido o disposto no inciso I do § 1º deste artigo.

§ 1º As propostas referidas nos incisos I e II do caput esuas alterações conterão:

I  ­  demonstração  de  que  os  limites  e  condiçõesguardam coerência com as normas estabelecidas nestaLei Complementar e com os objetivos da política fiscal;

II ­ estimativas do impacto da aplicação dos limites acada uma das três esferas de governo;

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III ­ razões de eventual proposição de limites diferen­ciados por esfera de governo;

IV ­ metodologia de apuração dos resultados primárioe  nominal.

§ 2º As propostas mencionadas nos  incisos  I e  II  docaput também poderão ser apresentadas em termosde dívida líquida, evidenciando a  forma e a metodo­logia de sua apuração.

§ 3º Os limites de que tratam os incisos I e II do caputserão  fixados  em percentual  da  receita  correntelíquida para cada esfera de governo e aplicados igualmentea  todos  os  entes  da  Federação  que  a  integrem,constituindo, para  cada um deles,  limites máximos.

§ 4º Para fins de verificação do atendimento do limite,a  apuração do montante da dívida consolidada  seráefetuada ao  final de cada quadrimestre.

§  5º No prazo  previsto no  art.  5º,  o  Presidente daRepública enviará ao Senado Federal ou ao CongressoNacional, conforme o caso, proposta de manutençãoou  alteração  dos  limites  e  condições  previstos  nosincisos I e II do caput.

§  6º  Sempre  que  alterados  os  fundamentos  daspropostas  de  que  trata  este  artigo,  em  razão  deinstabilidade econômica ou  alterações nas políticasmonetária  ou  cambial,  o  Presidente  da  Repúblicapoderá  encaminhar  ao  Senado  Federal  ou  aoCongresso Nacional solicitação de revisão dos limites.

§  7º Os precatórios  judiciais  não  pagos  durante  aexecução  do  orçamento  em  que  houverem  sidoincluídos integram a dívida consolidada, para  fins deaplicação dos  limites.

Seção III

Da Recondução da Dívida aos Limites

Art.  31.  Se  a  dívida  consolidada  de  um  ente  daFederação ultrapassar o respectivo limite ao final deum quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até otérmino  dos  três  subseqüentes,  reduzindo  oexcedente  em  pelo menos  25%  (vinte  e  cinco  porcento) no  primeiro.

§  1º Enquanto  perdurar  o excesso, o ente que nelehouver  incorrido:

I  ­  estará proibido  de  realizar  operação de  créditointerna  ou  externa,  inclusive  por  antecipação  dereceita,  ressalvado  o  refinanciamento do  principalatualizado da dívida mobiliária;

II ­ obterá resultado primário necessário à reconduçãoda  dívida  ao  limite,  promovendo,  entre  outrasmedidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.

§ 2º Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite,e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará tambémimpedido  de  receber  transferências  voluntárias  daUnião ou do Estado.

§ 3º As restrições do § 1º aplicam­se imediatamentese o montante da dívida exceder o limite no primeiroquadrimestre do último ano do mandato do Chefe doPoder  Executivo.

§ 4º O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente,a  relação  dos  entes  que  tenham ultrapassado  oslimites  das dívidas  consolidada e mobiliária.

§ 5º As normas deste artigo serão observadas nos casosde descumprimento dos  limites  da dívida mobiliáriae das operações de crédito  internas e externas.

Seção IV

Das Operações de Crédito

Subseção I

Da Contratação

Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimentodos  limites  e  condições  relativos  à  realização  deoperações  de  crédito  de  cada  ente  da  Federação,inclusive das  empresas por  eles  controladas,  diretaou  indiretamente. Por nº 459/2000 ­ Por MF nº 352/2000 ­ Por MF nº 162/2000

§  1º  O  ente  interessado  formalizará  seu  pleitofundamentando­o em parecer de seus órgãos técnicose  jurídicos, demonstrando a  relação custo­benefício,o  interesse  econômico  e  social  da  operação  e  oatendimento  das  seguintes  condições:

I ­ existência de prévia e expressa autorização para acontratação, no texto da lei orçamentária, em créditosadicionais ou  lei  específica;

II ­ inclusão no orçamento ou em créditos adicionaisdos  recursos  provenientes  da  operação,  exceto  nocaso de operações por antecipação de receita;

III ­ observância dos limites e condições fixados peloSenado  Federal;

IV ­ autorização específica do Senado Federal, quandose tratar de operação de crédito externo;

V ­ atendimento do disposto no  inciso  III do art. 167da Constituição;

VI  ­  observância das demais  restrições estabelecidasnesta  Lei  Complementar.

§ 2º As operações relativas à dívida mobiliária federalautorizadas,  no  texto  da  lei  orçamentária  ou  decréditos  adicionais,  serão  objeto  de  processosimplificado que atenda às suas especificidades.

§  3º  Para  fins  do  disposto  no  inciso  V  do  §  1º,considerar­se­á, em cada exercício financeiro, o totaldos  recursos  de  operações  de  crédito  neleingressados e o das despesas de  capital executadas,observado o  seguinte:

I ­ não serão computadas nas despesas de capital asrealizadas  sob  a  forma de  empréstimo ou  financia­

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mento  a  contribuinte,  com o  intuito  de  promoverincentivo fiscal, tendo por base tributo de competênciado ente da Federação, se resultar a diminuição, diretaou  indireta, do ônus deste;

II ­ se o empréstimo ou financiamento a que se refereo  inciso  I  for  concedido  por  instituição  financeiracontrolada  pelo  ente  da  Federação,  o  valor  daoperação será deduzido das despesas de capital;

III  ­  (VETADO)

§ 4º Sem prejuízo das atribuições próprias do SenadoFederal e do Banco Central do Brasil, o Ministério daFazenda efetuará o registro eletrônico centralizado eatualizado  das  dívidas  públicas  interna  e  externa,garantido o acesso público às informações, que incluirão:

I ­ encargos e condições de contratação;

II  ­  saldos  atualizados  e  limites  relativos  às  dívidasconsolidada  e mobiliária,  operações  de  crédito  econcessão de garantias.

§ 5º Os contratos de operação de crédito externo nãoconterão  cláusula  que  importe  na  compensaçãoautomática de débitos e créditos.

Art. 33. A instituição financeira que contratar operaçãode  crédito  com ente da  Federação,  exceto  quandorelativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigircomprovação de que a operação atende às condiçõese  limites  estabelecidos.

§ 1º A operação  realizada com  infração do dispostonesta  Lei  Complementar  será  considerada  nula,procedendo­se  ao  seu  cancelamento, mediante  adevolução  do  principal,  vedados  o  pagamento  dejuros e demais encargos  financeiros.

§ 2º Se a devolução não for efetuada no exercício deingresso  dos  recursos,  será  consignada  reservaespecífica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

§  3º  Enquanto  não  efetuado  o  cancelamento,  aamortização, ou  constituída a  reserva, aplicam­se assanções previstas nos incisos do § 3º do art. 23.

§  4º  Também  se  constituirá  reserva,  no montanteequivalente ao excesso,  se não atendido o dispostono inciso III do art. 167 da Constituição, consideradasas disposições do § 3º do art. 32.

Subseção II

Das Vedações

Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulosda  dívida  pública  a  partir  de  dois  anos  após  apublicação desta  Lei  Complementar.

Art. 35. É vedada a realização de operação de créditoentre  um ente  da  Federação,  diretamente  ou  por

intermédio de fundo, autarquia, fundação ou empresaestatal dependente, e outro, inclusive suas entidadesda administração  indireta, ainda que sob a  forma denovação,  refinanciamento  ou postergação de dívidacontraída anteriormente.

§ 1º Excetuam­se da vedação a que se refere o caputas operações  entre  instituição  financeira  estatal  eoutro ente da Federação, inclusive suas entidades daadministração  indireta, que não se destinem a:

I ­ financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;

II ­ refinanciar dívidas não contraídas junto à própriainstituição  concedente.

§  2º  O  disposto  no  caput  não  impede  Estados  eMunicípios de comprar títulos da dívida da União comoaplicação de  suas  disponibilidades.

Art. 36. É proibida a operação de  crédito entre umainstituição  financeira  estatal  e o ente da  Federaçãoque  a  controle,  na  qualidade  de  beneficiário  doempréstimo.

Parágrafo  único.  O  disposto  no  caput  não  proíbeinstituição  financeira  controlada  de  adquirir,  nomercado,  títulos  da  dívida  pública  para  atenderinvestimento de seus clientes, ou títulos da dívida deemissão da União para aplicação de recursos próprios.

Art. 37. Equiparam­se a operações de crédito e estãovedados:

I  ­  captação  de  recursos a  título  de antecipação dereceita de  tributo ou contribuição  cujo  fato  geradorainda  não  tenha ocorrido, sem prejuízo do dispostono § 7º do art. 150 da Constituição;

II  ­  recebimento  antecipado de  valores de  empresaem  que  o  Poder  Público  detenha,  direta  ouindiretamente, a maioria do capital social com direitoa voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;

III  ­  assunção direta  de  compromisso,  confissão  dedívida ou operação assemelhada, com fornecedor debens, mercadorias  ou  serviços, mediante  emissão,aceite ou aval de  título de crédito, não se aplicandoesta  vedação a  empresas estatais dependentes;

IV  ­  assunção  de  obrigação,  sem  autorizaçãoorçamentária,  com  fornecedores para pagamento  aposteriori de bens e  serviços.

Subseção III

Das Operações de Crédito por Antecipação deReceita Orçamentária

Art. 38.  A  operação  de  crédito  por  antecipação  dereceita  destina­se  a  atender  insuficiência  de  caixadurante o exercício financeiro e cumprirá as exigênciasmencionadas no art. 32 e mais as seguintes:

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I  ­  realizar­se­á  somente a  partir  do  décimo dia  doinício do exercício;

II ­ deverá ser liquidada, com juros e outros encargosincidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;

III  ­  não  será  autorizada se  forem cobrados  outrosencargos  que  não  a  taxa  de  juros  da  operação,obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básicafinanceira, ou à que vier a esta substituir;

IV ­ estará proibida:

a)  enquanto  existir  operação  anterior  da mesmanatureza não  integralmente  resgatada;

b)  no  último  ano  de  mandato  do  Presidente,Governador ou Prefeito Municipal.

§ 1º As operações de que trata este artigo não serãocomputadas para efeito do que dispõe o inciso III doart.  167  da  Constituição,  desde  que  liquidadas  noprazo definido no inciso II do caput.

§ 2º As operações de crédito por antecipação de receitarealizadas por Estados ou Municípios serão efetuadasmediante  abertura  de  crédito  junto  à  instituiçãofinanceira  vencedora  em  processo  competitivoeletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.

§  3º O  Banco Central do Brasil manterá  sistema deacompanhamento  e  controle  do  saldo  do  créditoaberto  e,  no  caso  de  inobservância  dos  limites,aplicará as sanções cabíveis à instituição credora.

Subseção IV

Das Operações com o Banco Central do Brasil

Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, oBanco  Central  do  Brasil  está  sujeito  às  vedaçõesconstantes do art. 35 e mais às seguintes:

I ­ compra de título da dívida, na data de sua colocaçãono mercado,  ressalvado o  disposto  no  §  2º  desteartigo;

II  ­ permuta,  ainda  que  temporária,  por  intermédiode instituição financeira ou não, de título da dívida deente da Federação por título da dívida pública federal,bem como a operação de compra e venda, a  termo,daquele  título,  cujo  efeito  final  seja  semelhante  àpermuta;

III ­ concessão de garantia.

§ 1º O disposto no  inciso  II,  in  fine, não se aplica aoestoque de  Letras do Banco Central  do Brasil,  SérieEspecial,  existente  na  carteira  das  instituiçõesfinanceiras,  que  pode  ser  refinanciado mediantenovas operações de venda a termo.

§  2º O Banco Central  do Brasil  só  poderá  comprardiretamente  títulos  emitidos  pela  União  pararefinanciar  a  dívida mobiliária  federal  que  estivervencendo na sua carteira.

§  3º  A  operação mencionada  no  §  2º  deverá  serrealizada à taxa média e condições alcançadas no dia,em  leilão  público.

§ 4º É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos dadívida pública federal existentes na carteira do BancoCentral do Brasil, ainda que com cláusula de reversão,salvo para reduzir a dívida mobiliária.

Seção V

Da Garantia e da Contragarantia

Art.  40.  Os  entes  poderão  conceder  garantia  emoperações  de  crédito  internas  ou  externas,observados o disposto neste artigo, as normas do art.32  e,  no  caso  da União,  também os  limites  e  ascondições estabelecidos  pelo  Senado  Federal.

§ 1º A garantia estará condicionada ao oferecimentode  contragarantia,  em valor  igual ou  superior  ao dagarantia a ser concedida, e à adimplência da entidadeque a pleitear relativamente a suas obrigações juntoao  garantidor e  às entidades  por este  controladas,observado o  seguinte:

I ­ não será exigida contragarantia de órgãos e entidadesdo próprio ente;

II  ­  a  contragarantia  exigida  pela União a Estado ouMunicípio,  ou pelos Estados aos Municípios,  poderáconsistir  na  vinculação  de  receitas  tributáriasdiretamente  arrecadadas  e  provenientes  detransferências  constitucionais,  com  outorga  depoderes  ao  garantidor  para  retê­las  e  empregar  orespectivo valor na  liquidação da dívida vencida.

§ 2º No caso de operação de crédito junto a organismofinanceiro  internacional,  ou  a  instituição  federal  decrédito  e  fomento  para  o  repasse  de  recursosexternos,  a União  só  prestará  garantia  a  ente  queatenda, além do disposto no § 1o, as exigências legaispara o recebimento de transferências voluntárias.

§ 3º (VETADO)

§ 4º (VETADO)

§  5º É  nula  a  garantia  concedida  acima dos  limitesfixados  pelo Senado Federal.

§ 6º É vedado às entidades da administração indireta,inclusive  suas empresas  controladas e  subsidiárias,conceder garantia, ainda que com recursos de fundos.

§ 7º O disposto no § 6º não se aplica à concessão degarantia por:

I ­ empresa controlada a subsidiária ou controlada sua,nem  à  prestação  de  contragarantia  nas mesmascondições;

II  ­  instituição  financeira  a  empresa  nacional,  nostermos da  lei.

§ 8º  Excetua­se do  disposto neste  artigo a  garantiaprestada:

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I  ­  por  instituições  financeiras  estatais,  que  sesubmeterão  às  normas  aplicáveis  às  instituiçõesfinanceiras  privadas,  de  acordo  com  a  legislaçãopertinente;

II ­ pela União, na forma de lei federal, a empresas denatureza  financeira  por  ela  controladas,  direta  eindiretamente, quanto  às  operações  de  seguro  decrédito à exportação.

§ 9º Quando honrarem dívida de outro ente, em razãode garantia prestada, a União e os Estados poderãocondicionar  as  transferências  constitucionais  aoressarcimento daquele  pagamento.

§  10.  O  ente  da  Federação  cuja  dívida  tiver  sidohonrada pela União ou por Estado, em decorrência degarantia  prestada  em  operação  de  crédito,  terásuspenso o acesso a novos créditos ou financiamentosaté a total liquidação da mencionada dívida.

Seção VI

Dos Restos a Pagar

Art. 41. (VETADO)

Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referidono  art.  20,  nos  últimos  dois  quadrimestres  do  seumandato, contrair obrigação de despesa que não possaser  cumprida  integralmente  dentro  dele,  ou  quetenha parcelas  a  serem pagas  no exercício  seguintesem que haja suficiente disponibilidade de caixa paraeste  efeito.

Parágrafo único. Na determinação da disponibilidadede caixa serão considerados os encargos e despesascompromissadas a pagar até o final do exercício.

CAPÍTULO VIII

DA GESTÃO PATRIMONIAL

Seção I

Das Disponibilidades de Caixa

Art.  43.  As  disponibilidades  de  caixa  dos  entes  daFederação serão depositadas conforme estabelece o§ 3º do art. 164 da Constituição.

§  1º  As  disponibilidades  de  caixa  dos  regimes  deprevidência  social,  geral  e  próprio  dos  servidorespúblicos, ainda que vinculadas a fundos específicos aque  se  referem os  arts.  249  e  250 da  Constituição,ficarão  depositadas em  conta  separada das  demaisdisponibilidades  de  cada  ente  e  aplicadas  nascondições de mercado, com observância dos  limitese condições de proteção e prudência  financeira.

§ 2º É vedada a aplicação das disponibilidades de quetrata o § 1º em:

I ­ títulos da dívida pública estadual e municipal, bemcomo em ações e outros papéis relativos às empresascontroladas pelo  respectivo ente da Federação;

II ­ empréstimos, de qualquer natureza, aos seguradose  ao  Poder  Público,  inclusive  a  suas  empresascontroladas.

Seção II

Da Preservação do Patrimônio Público

Art.  44.  É  vedada a  aplicação da  receita de  capitalderivada da alienação de bens e direitos que integramo patrimônio público para o financiamento de despesacorrente,  salvo  se destinada  por  lei  aos regimes deprevidência  social,  geral  e  próprio  dos  servidorespúblicos.

Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a leiorçamentária e as de créditos adicionais só  incluirãonovos  projetos  após  adequadamente atendidos  osem  andamento  e  contempladas  as  despesas  deconservação do patrimônio público,  nos  termos emque dispuser a  lei de diretrizes orçamentárias.

Parágrafo  único. O  Poder  Executivo  de  cada  enteencaminhará  ao  Legislativo, até  a data do envio doprojeto de lei de diretrizes orçamentárias, relatório comas informações necessárias ao cumprimento do dispostoneste artigo, ao qual será dada ampla divulgação.

Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriaçãode  imóvel  urbano  expedido sem  o atendimento  dodisposto no § 3º do art. 182 da Constituição, ou préviodepósito  judicial  do  valor da  indenização.

Seção III

Das Empresas Controladas pelo Setor Público

Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato degestão em que se estabeleçam objetivos e metas dedesempenho, na forma da  lei, disporá de autonomiagerencial, orçamentária e financeira, sem prejuízo dodisposto no inciso II do § 5º do art. 165 da Constituição.

Parágrafo único.  A  empresa  controlada  incluirá emseus  balanços  trimestrais nota  explicativa  em  queinformará:

I  ­  fornecimento de bens e  serviços  ao  controlador,com respectivos preços e condições, comparando­oscom os praticados no mercado;

II  ­  recursos  recebidos  do  controlador,  a  qualquertítulo,  especificando valor,  fonte e  destinação;

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III ­ venda de bens, prestação de serviços ou concessãode empréstimos e financiamentos com preços, taxas,prazos  ou  condições  diferentes  dos  vigentes  nomercado.

CAPÍTULO IX

DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

Seção I

Da Transparência da Gestão Fiscal

Art. 48. São instrumentos de transparência da gestãofiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusiveem meios  eletrônicos de acesso público: os  planos,orçamentos  e  leis  de  diretrizes orçamentárias;  asprestações de contas e o respectivo parecer prévio; oRelatório Resumido da Execução Orçamentária  e  oRelatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadasdesses documentos.

Parágrafo  único.  A  transparência  será  asseguradatambém mediante incentivo à participação popular erealização  de  audiências  públicas,  durante  osprocessos de elaboração e de discussão dos planos,lei de diretrizes orçamentárias  e orçamentos.

Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do PoderExecutivo  ficarão  disponíveis,  durante  todo  oexercício, no respectivo Poder Legislativo e no órgãotécnico  responsável  pela  sua  elaboração,  paraconsulta  e  apreciação pelos  cidadãos  e  instituiçõesda  sociedade.

Parágrafo  único.  A  prestação  de  contas  da  Uniãoconterá  demonstrativos  do Tesouro Nacional  e  dasagências  financeiras  oficiais de  fomento,  incluído  oBanco Nacional  de  Desenvolvimento  Econômico  eSocial,  especificando  os  empréstimos  e  financia­mentos  concedidos  com  recursos  oriundos  dosorçamentos  fiscal  e da  seguridade  social  e,  no  casodas agências financeiras, avaliação circunstanciada doimpacto  fiscal de suas atividades no exercício.

Seção II

Da Escrituração e Consolidação das Contas

Art.  50.  Além  de  obedecer  às  demais  normas  decontabilidade  pública,  a  escrituração  das  contaspúblicas observará as  seguintes:

I  ­  a disponibilidade  de  caixa  constará  de  registropróprio, de modo que os recursos vinculados a órgão,fundo ou despesa obrigatória  fiquem identificados eescriturados de  forma  individualizada;

II  ­  a  despesa e  a assunção  de  compromisso  serãoregistradas  segundo  o  regime  de  competência,

apurando­se, em  caráter  complementar,  o  resultadodos  fluxos  financeiros pelo  regime de caixa;

III  ­  as  demonstrações  contábeis  compreenderão,isolada e  conjuntamente, as  transações e operaçõesde  cada órgão,  fundo ou entidade da administraçãodireta,  autárquica e  fundacional,  inclusive  empresaestatal  dependente;

IV  ­  as  receitas  e  despesas  previdenciárias  serãoapresentadas  em  demonstrativos  financeiros  eorçamentários  específicos;

V ­ as operações de crédito, as inscrições em Restos aPagar  e  as  demais  formas  de  financiamento  ouassunção de compromissos junto a terceiros, deverãoser escrituradas de modo a evidenciar o montante e avariação da  dívida pública  no período,  detalhando,pelo menos, a natureza e o tipo de credor;

VI ­ a demonstração das variações patrimoniais darádestaque  à  origem  e  ao  destino  dos  recursosprovenientes da alienação de ativos.

§  1º No  caso das demonstrações conjuntas,  excluir­se­ão  as  operações  intragovernamentais.

§ 2º  A edição de normas gerais para consolidação dascontas  públicas  caberá  ao  órgão  central  decontabilidade da União, enquanto não  implantado oconselho de que trata o art. 67.

§  3º A  Administração  Pública manterá  sistema  decustos que permita a avaliação e o acompanhamentoda gestão orçamentária,  financeira e patrimonial.

Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até odia  trinta  de  junho,  a  consolidação,  nacional  e  poresfera de governo, das contas dos entes da Federaçãorelativas  ao  exercício  anterior,  e  a  sua  divulgação,inclusive por meio eletrônico de acesso  público.

§ 1º Os Estados e os Municípios encaminharão suascontas ao Poder Executivo da União nos seguintes prazos:

I ­ Municípios,  com cópia para o Poder Executivo dorespectivo Estado, até trinta de abril;

II ­ Estados, até trinta e um de maio.

§  2º O descumprimento dos prazos previstos  nesteartigo impedirá, até que a situação seja regularizada,que  o  ente  da  Federação  receba  transferênciasvoluntárias e  contrate operações de crédito,  excetoas  destinadas  ao  refinanciamento  do  principalatualizado da dívida mobiliária.

Seção III

Do Relatório Resumido da Execução Orçamentária

Art. 52. O relatório a que se refere o § 3º do art. 165 daConstituição abrangerá todos os Poderes e o MinistérioPúblico,  será  publicado  até  trinta  dias  após  oencerramento de  cada  bimestre e  composto de:

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I  ­  balanço  orçamentário,  que  especificará,  porcategoria econômica, as:

a)  receitas por  fonte,  informando as  realizadas e  arealizar,  bem como a previsão atualizada;

b) despesas por  grupo de  natureza, discriminando adotação para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;

II ­ demonstrativos da execução das:

a)  receitas,  por  categoria  econômica  e  fonte,especificando a previsão inicial, a previsão atualizadapara o exercício,  a  receita  realizada  no  bimestre,  arealizada no exercício e a previsão a realizar;

b)  despesas,  por  categoria  econômica  e  grupo  denatureza  da despesa, discriminando dotação  inicial,dotação  para  o  exercício,  despesas  empenhada  eliquidada, no bimestre e no exercício;

c) despesas, por  função e subfunção.

§  1º Os  valores  referentes  ao  refinanciamento  dadívida mobiliária  constarão  destacadamente  nasreceitas de operações de crédito e nas despesas comamortização da dívida.

§ 2º O descumprimento do prazo previsto neste artigosujeita o ente às sanções previstas no § 2º do art. 51.

Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demons­trativos  relativos a:

I  ­  apuração  da  receita  corrente  líquida,  na  formadefinida no inciso IV do art. 2º, sua evolução, assim comoa previsão de seu desempenho até o final do exercício;

II ­ receitas e despesas previdenciárias a que se refereo inciso IV do art. 50;

III  ­  resultados nominal e primário;

IV ­ despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4º;

V  ­  Restos  a  Pagar,  detalhando,  por  Poder e  órgãoreferido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentosrealizados e o montante a pagar.

§  1º  O  relatório  referente  ao  último  bimestre  doexercício será acompanhado também de demonstrativos:

I ­ do atendimento do disposto no inciso III do art. 167da Constituição, conforme o § 3º do art. 32;

II ­ das projeções atuariais dos regimes de previdênciasocial, geral e próprio dos servidores públicos;

III ­ da variação patrimonial, evidenciando a alienaçãode ativos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.

§ 2º Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:

I ­ da limitação de empenho;

II ­ da frustração de receitas, especificando as medidasde combate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas ea adotar, e as ações de fiscalização e cobrança.

Seção IV

Do Relatório de Gestão Fiscal

Art. 54. Ao  final  de cada  quadrimestre  será emitidopelos titulares dos Poderes e órgãos referidos no art.20 Relatório de Gestão Fiscal,  assinado pelo:

I ­ Chefe do Poder Executivo;

II  ­  Presidente e demais membros da Mesa Diretoraou órgão decisório equivalente, conforme regimentosinternos dos órgãos do Poder Legislativo;

III  ­  Presidente  de  Tribunal  e  demais membros  deConselho  de  Administração  ou  órgão  decisórioequivalente,  conforme  regimentos  internos  dosórgãos do Poder  Judiciário;

IV ­ Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.

Parágrafo único. O  relatório  também será  assinadopelas  autoridades  responsáveis  pela  administraçãofinanceira  e  pelo  controle  interno,  bem  como  poroutras definidas  por ato  próprio de  cada Poder ouórgão referido no art. 20.

Art. 55. O relatório conterá:

I  ­  comparativo com os  limites de que  trata esta LeiComplementar,  dos  seguintes montantes:

a)  despesa  total  com  pessoal,  distinguindo  a  cominativos e  pensionistas;

b) dívidas  consolidada e mobiliária;

c) concessão de garantias;

d) operações de crédito, inclusive por antecipação dereceita;

e) despesas de que trata o inciso II do art. 4º;

II  ­  indicação das medidas corretivas  adotadas ou  aadotar,  se ultrapassado qualquer dos  limites;

III  ­  demonstrativos, no último quadrimestre:

a) do montante das disponibilidades de caixa em trintae um de dezembro;

b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:

1)  liquidadas;

2)  empenhadas  e  não  liquidadas,  inscritas  poratenderem a uma das condições do inciso II do art. 41;

3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limitedo saldo da disponibilidade de caixa;

4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa ecujos empenhos  foram cancelados;

c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alíneab do inciso IV do art. 38.

§ 1º O relatório dos titulares dos órgãos mencionadosnos  incisos  II,  III  e  IV do  art. 54  conterá apenas  asinformações  relativas  à  alínea  a  do  inciso  I,  e  osdocumentos referidos nos incisos  II e  III.

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§ 2º O relatório será publicado até trinta dias após oencerramento do  período a  que  corresponder,  comamplo acesso ao público, inclusive por meio eletrônico.

§ 3º O descumprimento do prazo  a que  se  refere o§ 2º sujeita o ente à sanção prevista no § 2º do art. 51.

§ 4º Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverãoser  elaborados  de  forma  padronizada,  segundomodelos que poderão ser  atualizados pelo  conselhode que trata o art. 67.

Seção V

Das Prestações de Contas

Art.  56.  As contas prestadas pelos  Chefes do PoderExecutivo  incluirão, além  das  suas próprias,  as  dosPresidentes dos  órgãos  dos  Poderes  Legislativo  eJudiciário e do Chefe do Ministério Público, referidosno  art.  20,  as  quais  receberão  parecer  prévio,separadamente,  do  respectivo  Tribunal de  Contas.

§ 1º As contas do Poder Judiciário serão apresentadasno âmbito:

I  ­  da União, pelos Presidentes  do Supremo TribunalFederal  e  dos Tribunais  Superiores, consolidando  asdos  respectivos  tribunais;

II  ­  dos Estados,  pelos  Presidentes  dos Tribunais deJustiça,  consolidando as  dos demais  tribunais.

§ 2º O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contasserá  proferido  no  prazo  previsto  no  art.  57  pelacomissão mista permanente referida no § 1º do art.166 da Constituição ou equivalente  das Casas Legis­lativas estaduais e municipais. Resolução CN nº 1/2001

§ 3º  Será dada ampla divulgação  dos  resultados daapreciação das contas, julgadas ou tomadas.

Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévioconclusivo sobre as contas no prazo de sessenta diasdo  recebimento,  se  outro não  estiver  estabelecidonas  constituições  estaduais  ou  nas  leis  orgânicasmunicipais.

§ 1º No caso de Municípios que não sejam capitais eque  tenham menos  de  duzentos mil  habitantes  oprazo será de cento e oitenta dias.

§ 2º Os Tribunais de Contas não entrarão em recessoenquanto  existirem  contas  de  Poder,  ou  órgãoreferido no art. 20, pendentes de parecer prévio.

Art.  58.  A  prestação  de  contas  evidenciará  odesempenho da arrecadação em relação à previsão,destacando as  providências adotadas  no âmbito dafiscalização das  receitas e combate à  sonegação,  asações  de  recuperação  de  créditos  nas  instânciasadministrativa  e  judicial,  bem  como  as  demaismedidas para  incremento  das  receitas  tributárias  ede  contribuições.

Seção VI

Da Fiscalização da Gestão Fiscal

Art.  59.  O  Poder  Legislativo, diretamente ou  com oauxílio  dos  Tribunais  de  Contas,  e  o  sistema  decontrole  interno  de  cada  Poder  e  do MinistérioPúblico, fiscalizarão o cumprimento das normas destaLei Complementar, com ênfase no que se refere a:

I  ­  atingimento  das metas  estabelecidas  na  lei  dediretrizes  orçamentárias;

II ­  limites e condições para  realização de operaçõesde crédito e inscrição em Restos a Pagar;

III ­ medidas adotadas para o retorno da despesa totalcom pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts.22 e 23;

IV  ­ providências  tomadas,  conforme o disposto  noart. 31, para  recondução dos montantes das dívidasconsolidada e mobiliária  aos respectivos  limites;

V  ­  destinação de  recursos  obtidos  com a  alienaçãode ativos, tendo em vista as restrições constitucionaise as desta Lei Complementar;

VI  ­  cumprimento  do  limite  de  gastos  totais  doslegislativos municipais,  quando  houver.

§ 1º Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ouórgãos referidos no art. 20 quando constatarem:

I  ­  a  possibilidade  de  ocorrência  das  situaçõesprevistas no inciso II do art. 4º e no art. 9º;

II  ­  que  o montante  da despesa  total  com  pessoalultrapassou 90% (noventa por cento) do limite;

III  ­  que  os montantes  das  dívidas  consolidada  emobiliária, das operações de crédito e da concessãode garantia se encontram acima de 90% (noventa porcento)  dos respectivos  limites;

IV  ­  que  os  gastos  com  inativos  e  pensionistas  seencontram acima do  limite definido em  lei;

V ­ fatos que comprometam os custos ou os resultadosdos  programas  ou  indícios  de  irregularidades  nagestão orçamentária.

§ 2º Compete ainda aos Tribunais de Contas verificaros cálculos dos limites da despesa total com pessoalde cada Poder e órgão referido no art. 20.

§  3º O Tribunal de  Contas da União acompanhará  ocumprimento do disposto nos §§ 2º, 3º e 4º do art. 39.

CAPÍTULO X

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limitesinferiores àqueles previstos nesta Lei Complementarpara as  dívidas  consolidada e mobiliária,  operaçõesde crédito e concessão de garantias.

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Art.  61.  Os  títulos  da  dívida  pública,  desde  quedevidamente escriturados  em  sistema  centralizadode  liquidação e custódia, poderão ser oferecidos emcaução para garantia de empréstimos, ou em outrastransações previstas em lei, pelo seu valor econômico,conforme definido pelo Ministério da  Fazenda.

Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeiode  despesas  de  competência  de  outros  entes  daFederação se houver:

I ­ autorização na lei de diretrizes orçamentárias e nalei  orçamentária anual;

II ­ convênio, acordo, ajuste ou congênere, conformesua  legislação.

Art.  63. É  facultado  aos Municípios com populaçãoinferior a cinqüenta mil habitantes optar por:

I ­ aplicar o disposto no art. 22 e no § 4º do art. 30 aofinal do  semestre;

II  ­  divulgar  semestralmente:

a)  (VETADO)

b) o Relatório de Gestão Fiscal;

c) os demonstrativos de que trata o art. 53;

III  ­  elaborar  o  Anexo  de  Política  Fiscal  do  planoplurianual,  o Anexo de Metas  Fiscais  e  o Anexo deRiscos  Fiscais da  lei  de diretrizes orçamentárias  e  oanexo de  que  trata o  inciso  I  do  art. 5o  a  partir  doquinto exercício  seguinte ao da publicação desta LeiComplementar.

§  1º A  divulgação dos  relatórios e  demonstrativosdeverá  ser  realizada  em  até  trinta  dias  após  oencerramento do  semestre.

§  2º  Se ultrapassados os  limites  relativos à  despesatotal com pessoal ou à dívida consolidada, enquantoperdurar esta situação, o Município ficará sujeito aosmesmos prazos de verificação e de retorno ao limitedefinidos para os demais entes.

Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperaçãofinanceira  aos Municípios para  a modernização dasrespectivas  administrações  tributária,  financeira,patrimonial  e  previdenciária,  com  vistas  aocumprimento das normas desta Lei Complementar.

§ 1º A assistência técnica consistirá no treinamento edesenvolvimento  de  recursos  humanos  e  natransferência  de  tecnologia,  bem  como no  apoio  àdivulgação dos instrumentos de que trata o art. 48 emmeio eletrônico de amplo acesso público.

§ 2º A cooperação financeira compreenderá a doaçãode bens e  valores,  o  financiamento por  intermédiodas  instituições  financeiras  federais  e  o  repasse derecursos oriundos de operações externas.

Art.  65.  Na  ocorrência  de  calamidade  públicareconhecida  pelo  Congresso Nacional,  no  caso  daUnião, ou pelas Assembléias Legislativas, na hipótesedos Estados e Municípios, enquanto perdurar a situação:

I  ­  serão  suspensas  a  contagem dos  prazos  e  asdisposições estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70;

II  ­  serão  dispensados o  atingimento  dos  resultadosfiscais e a limitação de empenho prevista no art. 9o.

Parágrafo único. Aplica­se o disposto no caput no casode estado de defesa ou de sítio, decretado na formada Constituição.

Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70serão  duplicados  no  caso de  crescimento  real  baixoou negativo do Produto Interno Bruto (PIB) nacional,regional ou estadual por período  igual ou superior aquatro  trimestres.

§  1º  Entende­se  por  baixo  crescimento  a  taxa  devariação  real  acumulada  do  Produto  Interno  Brutoinferior a 1% (um por cento), no período correspon­dente aos quatro últimos  trimestres.

§  2º A  taxa  de  variação  será  aquela  apurada  pelaFundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticaou outro  órgão  que  vier  a  substituí­la,  adotada  amesma metodologia para apuração dos PIB nacional,estadual e  regional.

§ 3º Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadasas medidas previstas no art. 22.

§ 4º Na hipótese de se verificarem mudanças drásticasna  condução  das  políticas  monetária  e  cambial,reconhecidas pelo  Senado Federal,  o prazo  referidono caput do art. 31 poderá ser ampliado em até quatroquadrimestres.

Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de formapermanente,  da  política e  da operacionalidade  dagestão fiscal serão realizados por conselho de gestãofiscal,  constituído  por  representantes  de  todos  osPoderes e esferas de Governo, do Ministério Públicoe de entidades técnicas representativas da sociedade,visando a:

I  ­  harmonização e  coordenação  entre  os  entes  daFederação;

II ­ disseminação de práticas que resultem em maioreficiência  na alocação  e execução do gasto  público,na  arrecadação  de  receitas,  no  controle  doendividamento e na transparência da gestão fiscal;

III  ­  adoção de normas de  consolidação  das  contaspúblicas, padronização das prestações de contas e dosrelatórios e demonstrativos  de gestão  fiscal de  quetrata esta Lei Complementar, normas e padrões maissimples  para  os  pequenos Municípios,  bem  comooutros, necessários ao controle social;

IV  ­  divulgação de análises,  estudos e diagnósticos.

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§ 1º O conselho a que se refere o caput instituirá formasde premiação e reconhecimento público aos titularesde Poder que alcançarem  resultados meritórios emsuas políticas de desenvolvimento social, conjugadoscom a  prática  de  uma  gestão  fiscal  pautada  pelasnormas desta Lei  Complementar.

§  2º  Lei  disporá  sobre  a  composição e  a  forma  defuncionamento do  conselho.

Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criadoo  Fundo  do  Regime  Geral  de  Previdência  Social,vinculado ao Ministério da Previdência e AssistênciaSocial,  com  a  finalidade  de  prover  recursos para  opagamento  dos  benefícios  do  regime  geral  daprevidência  social.

§ 1º O Fundo será constituído de:

I  ­  bens móveis  e  imóveis,  valores  e  rendas  doInstituto Nacional do Seguro Social não utilizados naoperacionalização  deste;

II  ­  bens e direitos que,  a qualquer  título,  lhe  sejamadjudicados ou que  lhe  vierem a  ser  vinculados  porforça de  lei;

III ­ receita das contribuições sociais para a seguridadesocial, previstas na alínea a do inciso I e no inciso II doart. 195 da Constituição;

IV ­ produto da liquidação de bens e ativos de pessoafísica ou jurídica em débito com a Previdência Social;

V ­ resultado da aplicação financeira de seus ativos;

VI ­ recursos provenientes do orçamento da União.

§ 2º O Fundo será gerido pelo  Instituto Nacional doSeguro Social, na forma da lei.

Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier ainstituir  regime  próprio  de  previdência  social  paraseus  servidores  conferir­lhe­á  caráter  contributivo  eo organizará com base em normas de contabilidade eatuária  que  preservem  seu  equilíbrio  financeiro  eatuarial.

Art. 70.  O  Poder  ou  órgão  referido no  art.  20  cujadespesa total com pessoal no exercício anterior ao dapublicação desta Lei Complementar estiver acima doslimites  estabelecidos  nos  arts.  19  e  20  deveráenquadrar­se  no  respectivo  limite  em  até  doisexercícios,  eliminando o  excesso,  gradualmente,  àrazão de, pelo menos, 50% a.a. (cinqüenta por centoao ano), mediante a adoção, entre outras, das medidasprevistas nos arts. 22 e 23.

Parágrafo  único.  A  inobservância  do  disposto  nocaput,  no  prazo  fixado,  sujeita  o  ente  às  sançõesprevistas no § 3º do art. 23.

Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 daConstituição,  até  o  término  do  terceiro  exercício

financeiro  seguinte  à  entrada  em  vigor  desta  LeiComplementar,  a  despesa  total  com  pessoal  dosPoderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará,em percentual da receita corrente líquida, a despesaverificada  no  exercício  imediatamente  anterior,acrescida  de  até  10%  (dez  por  cento),  se  esta  forinferior ao limite definido na forma do art. 20.

Art.  72.  A despesa  com  serviços  de  terceiros  dosPoderes  e  órgãos  referidos  no  art.  20  não  poderáexceder, em percentual da receita corrente líquida, ado  exercício  anterior  à  entrada em  vigor desta  LeiComplementar,  até  o  término do  terceiro  exercícioseguinte.

Art.  73.  As  infrações  dos  dispositivos  desta  LeiComplementar serão punidas segundo o Decreto­Leino 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); aLei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o Decreto­Lei no201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2 dejunho  de  1992;  e  demais  normas  da  legislaçãopertinente.

Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na datada sua publicação.

Art. 75. Revoga­se a Lei Complementar nº 96, de 31 demaio de 1999.

Brasília, 4 de maio de 2000; 179º da Independência e112º da República.

Anotações

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Anotações

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LEI COMPLEMENTAR Nº 131, DE 27 DE MAIO DE 2009

Acrescenta dispositivos à Lei Complementar  no 101,de  4 de maio  de  2000,  que  estabelece  normas  definanças públicas voltadas para a responsabilidade nagestão  fiscal  e  dá  outras  providências,  a  fim  dedeterminar  a  disponibilização,  em  tempo  real,  deinformações  pormenorizadas  sobre  a  execuçãoorçamentária e  financeira da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios.

Art. 1º  O art. 48 da Lei Complementar nº 101, de 4 demaio de 2000, passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art.48.    ...................................................................

Parágrafo  único.    A  transparência  será  asseguradatambém mediante:

I  ­  incentivo à  participação popular  e  realização  deaudiências  públicas,  durante  os  processos  deelaboração  e  discussão  dos planos,  lei  de diretrizesorçamentárias e orçamentos;

II  ­  liberação ao pleno  conhecimento e  acompanha­mento da sociedade, em tempo real, de informaçõespormenorizadas  sobre  a  execução orçamentária  efinanceira, em meios eletrônicos de acesso público;

III  ­  adoção de  sistema  integrado de  administraçãofinanceira  e  controle,  que atenda a padrão mínimode qualidade estabelecido pelo  Poder Executivo daUnião e ao disposto no art. 48­A." (NR)

Art. 2º  A Lei Complementar no 101, de 4 de maio de2000, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 48­A, 73­A, 73­B e 73­C:

"Art.48­A.  Para os  fins a que se refere o  inciso II doparágrafo  único  do  art.  48,  os  entes da  Federaçãodisponibilizarão a qualquer pessoa física ou jurídica oacesso a  informações referentes a:

I  ­ quanto à despesa:  todos os atos praticados pelasunidades  gestoras  no  decorrer  da  execução  dadespesa,  no momento  de  sua  realização,  com  adisponibilização mínima  dos  dados  referentes  aonúmero  do  correspondente  processo,  ao  bemfornecido ou ao  serviço prestado, à pessoa  física oujurídica  beneficiária do  pagamento e, quando  for  ocaso, ao procedimento  licitatório  realizado;

II  ­ quanto à receita: o  lançamento e o recebimentode  toda  a  receita  das  unidades  gestoras,  inclusivereferente a  recursos extraordinários."

"Art.73­A.    Qualquer  cidadão,  partido  político,associação  ou  sindicato  é  parte  legítima  paradenunciar ao respectivo Tribunal de Contas e ao órgãocompetente do Ministério Público o descumprimentodas prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar."

"Art.73­B.    Ficam estabelecidos os  seguintes  prazospara o cumprimento das determinações dispostas nosincisos II e III do parágrafo único do art. 48 e do art. 48­A:

I  ­ 1  (um)  ano para  a União, os  Estados, o DistritoFederal e  os Municípios  com mais de 100.000  (cemmil)  habitantes;

II ­ 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre50.000 (cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes;

III  ­  4  (quatro)  anos para os Municípios que  tenhamaté 50.000 (cinquenta mil) habitantes.

Parágrafo único.  Os prazos estabelecidos neste artigoserão contados a partir da data de publicação da  leicomplementar  que  introduziu  os  dispositivosreferidos no caput deste artigo."

"Art.73­C.   O não atendimento,  até o  encerramentodos prazos previstos no art. 73­B, das determinaçõescontidas nos incisos II e III do parágrafo único do art.48 e no art. 48­A sujeita o ente à sanção prevista noinciso I do § 3º do art. 23."

Art. 3º  Esta Lei Complementar entra em vigor na datade sua publicação.

Anotações

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DECRETO Nº 93.872, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1986

CAPÍTULO I

Da Unificação dos Recursos de Caixa do TesouroNacional

Art . 1º. A realização da receita e da despesa da Uniãofar­se­á por via bancária,  em estrita observância  aoprincípio de unidade de caixa (Lei nº 4.320/64, art. 56e Decreto­lei nº 200/67, art. 74).

Art . 2º. A arrecadação de todas as receitas da Uniãofar­se­á  na  forma  disciplinada  pelo Ministério  daFazenda,  devendo  o  seu  produto  ser  obrigatoria­mente  recolhido  à  conta  do  Tesouro Nacional  noBanco do Brasil S.A. (Decreto­lei nº 1.755/79, art. 1º).

§ 1º Para os fins deste decreto, entende­se por receitada  União  todo  e  qualquer  ingresso  de  caráteroriginário ou derivado, ordinário ou extraordinário ede natureza orçamentária ou extra­orçamentária, sejageral ou vinculado, que  tenha

§ 2º Caberá ao Ministério da Fazenda a apuração e aclassificação da receita arrecadada, com vistas à  suadestinação  constitucional.

§ 3º A posição líquida dos recursos do Tesouro Nacionalno Banco  do  Brasil  S.A.  será  depositada  no  BancoCentral do Brasil, à ordem do Tesouro Nacional.

Art  .  3º. Os  recursos  de  caixa  do  Tesouro Nacionalcompreendem  o  produto  das  receitas  da  União,deduzidas as parcelas ou  cotas­partes dos  recursostributários e de contribuições, destinadas aos Estados,ao Distrito  Federal, aos Territórios e  aos Municípios,na  forma das disposições constitucionais vigentes.

Parágrafo único. O Banco do Brasil S.A. fará o créditoem conta dos beneficiários mencionados neste artigotendo em vista a apuração e a classificação da receitaarrecadada, bem assim os percentuais de distribuiçãoou  índices de  rateio definidos pelos órgãos  federaiscompetentes,  observados  os  prazos  e  condiçõesestabelecidos na  legislação específica  (Decreto­lei nº1.805/80, § 1º, do art. 2º).

Art . 4º. Os recursos de caixa do Tesouro Nacional serãomantidos  no Banco  do Brasil  S.A.,  somente  sendopermitidos  saques  para  o  pagamento  de  despesasformalmente  processadas  e  dentro  dos  limitesestabelecidos na programação  financeira.

§ 1º As opções para incentivos fiscais e as contribuiçõesdestinadas ao Programa de Integração Nacional ­ PIN,e ao Programa de Distribuição de Terras e de Estímuloà Agroindustria  do Norte  e Nordeste  ­  PROTERRA,constarão de  saques  contra os  recursos de  caixa doTesouro  Nacional,  autorizados  pela  Secretaria  do

Tesouro Nacional,  tendo  em  vista  a  programaçãofinanceira  aprovada  e  o  efetivo  recolhimento  dasparcelas correspondentes (Decreto­lei nº 200/67, art. 92).

§  2º Os  recursos  correspondentes  às  parcelas  dereceita do salário­educação, de que trata o artigo 2º,do Decreto­lei  nº 1.422, de  23 de outubro de 1975,serão  entregues  às  entidades  credoras mediantesaques previstos na programação financeira (Decreto­lei nº 200/67, art. 92).

§ 3º Em casos excepcionais e para fins específicos, oMinistro da Fazenda poderá autorizar o levantamentoda restrição estabelecida no caput deste artigo.

Art  .  5º. O  pagamento  da  despesa,  obedecidas  asnormas reguladas neste decreto, será feito mediantesaques contra a conta do Tesouro Nacional (Decreto­lei nº 200/67, parágrafo único do art. 92).

Art  .  6º.  As  entidades  da  Administração  FederalIndireta  não  poderão  utilizar  recursos  provenientesde  dotações  orçamentarias  da  União,  inclusivetransferências,  nem  eventuais  saldos  da mesmaorigem apurados no encerramento de cada ano civil,em suas aplicações no mercado  financeiro (Decreto­lei nº 1.290/73, art. 1º).

Parágrafo único. O Banco Central do Brasil prestará àSecretaria do  Tesouro Nacional  as  informações  porela  solicitadas  objetivando a  verificação do dispostoneste  artigo.

Art . 7º. As autarquias, empresas públicas, sociedadesde  economia  mista  e  fundações  integrantes  daAdministração  Federal  Indireta,  que  não  recebamtransferências da União, poderão adquirir  títulos deresponsabilidade  do  Governo  Federal  comdisponibilidades  resultantes  de  receitas  próprias,através do Banco Central  do Brasil  e  na  forma queeste estabelecer (Decreto­lei nº 1.290/73, art. 2º).

Art  .  8º.  É  vedada  às entidades  referidas  ao  artigoanterior  a  aplicação  de disponibilidades  financeirasem títulos  de  renda  fixa,  outros que  não  títulos  deresponsabilidade  do  Governo  Federal,  ou  emdepósitos bancários a prazo (Decreto­lei nº 1.290/73,art. 3º).

Parágrafo  único.  O  Conselho Monetário  Nacionalpoderá  suspender  a  proibição  deste  artigo  e  arestrição prescrita no artigo anterior.

CAPÍTULO II

Da Programação Financeira

Art . 9º. As diretrizes gerais da programação financeirada  despesa  autorizada  na  Lei  de Orçamento  anualserão  fixadas  em decreto,  cabendo  à Secretaria  do

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Tesouro Nacional,  em ato  próprio,  aprovar  o  limiteglobal de saques de cada Ministério ou Órgão, tendoem vista o montante  das  dotações e  a previsão dofluxo  de caixa  do  Tesouro Nacional  (Decreto­lei  nº200/67, art. 72).

§ 1º Na alteração do limite global de saques, observar­se­ão o quantitativo das dotações orçamentárias e ocomportamento da execução orçamentária.

§ 2º Serão considerados, na execução da programaçãofinanceira de que trata este artigo, os créditos adicionais,as  restituições  de  receitas  e  o  ressarcimento  emespécie  a  título de  incentivo ou benefício  fiscal e osRestos a Pagar, além das despesas autorizadas na Leide O rçamento anual.

Art  .  10.  O s Ministérios, Órgãos da Presidência  daRepública  e  dos  Poderes  Legislativo  e  Judiciário,dentro do limite global de saques fixado e de acordocom  o  fluxo  dos  recursos  do  Tesouro  Nacional,aprovarão  o  limite  de  saques  de  cada  unidadeorçamentária,  tendo  em  vista  o  cronograma  deexecução dos projetos e atividades a seu cargo, dandociência ao Tribunal de Contas da União (Decreto­lei nº200/67, art. 72, § 1º).

Parágrafo  único.  A  unidade  orçamentária  poderápartilhar  seu  limite  financeiro  entre  unidadesadministrativas  gestoras,  quando  conveniente  enecessário, observadas as normas legais pertinentes.

Art . 11. Toda atividade deverá ajustar­se à programaçãogovernamental ao orçamento anual, e os compromissosfinanceiros, inclusive quando financiados por operaçõesde crédito  internas ou externas,  ficam  subordinadosaos  limites estabelecidos na  programação  financeirade desembolso aprovada (Decreto­lei nº 200/67, art.18 e Decreto­lei nº 1.754/79, art. 3º).

Art.  12.  As  transferências  para entidades  supervi­sionadas,  inclusive quando decorrentes de  receitasvinculadas ou com destinação especificada na legislaçãovigente,  constarão  de  limites de  saques  aprovadospara a unidade orçamentária à qual os créditos sejamatribuíveis,  de acordo com o  cronograma  aprovado(Decreto­lei nº 200/67, art. 92, parágrafo único).

Parágrafo único. O s saques para atender as despesasde que trata este artigo e para as de fundos especiaiscusteados  com o  produto  de  receitas  próprias,  sópoderão  ser  efetuados  após  a  arrecadação  darespectiva receita e de seu recolhimento à conta doTesouro Nacional.

Art . 13. O s limites financeiros para atender a despesasno exterior  constarão de programação  financeira dedesembolso  de  forma destacada.

§  1º  Somente manterão  contas  correntes bancáriasno exterior as unidades sediadas fora do País.

§ 2º Será considerada como transferência financeira aremessa  de moeda  estrangeira  para  as  unidadessediadas  no exterior,  que  será  realizada através  defechamento de  contrato de  câmbio pelo Ministérioou órgão ao qual se subordinam essas unidades.

§ 3º O  registro das despesas realizadas por unidadessediadas  no  exterior  considerará  a  data  em  queefetivamente  ocorreram.

§ 4º O  contravalor em moeda nacional das despesasindicadas  no  parágrafo  anterior  será  calculadoutilizando­se a taxa cambial média das transferênciasfinanceiras efetivamente  realizadas.

§ 5º Para os efeitos do parágrafo anterior, o saldo emmoeda estrangeira  disponível  no  início  do exercícioserá considerado utilizando­se a taxa cambial vigenteno primeiro dia do exercício.

§ 6º O  pagamento de despesas no exterior de contade  unidades  sediadas  no  País  far­se­á  através  defechamento,  pela  própria unidade,  de contrato  decâmbio específico para cada despesa.

§ 7º O  registro da despesa de que trata o parágrafoanterior será feito na data da liquidação do respectivocontrato  de câmbio,  pelo  valor em moeda nacionalefetivamente utilizado,  inclusive eventual diferençade taxa, comissão bancária e demais despesas com aremessa.

Art  .  14.  A  restituição  de  receitas  orçamentárias,descontadas ou recolhidas a maior, e o ressarcimentoem espécie  a  título  de  incentivo  ou benefício  fiscal,dedutíveis da  arrecadação, qualquer que  tenha  sidoo ano da respectiva cobrança, serão efetuados comoanulação  de  receita, mediante  expresso  reconhe­cimento do direito creditório contra a Fazenda Nacional,pela  autoridade  competente,  a  qual,  observado  olimite  de  saques  específicos  estabelecido  naprogramação financeira de desembolso, autorizará aentrega  da  respectiva  importância  em  documentopróprio (Lei nº 4.862/65, art. 18 e Decreto­lei nº 1.755/79, art. 5º).

Parágrafo único. A restituição de rendas extintas seráefetuada com os  recursos das dotações consignadasna Lei de O rçamento ou em crédito adicional, desde quenão exista receita a anular (Lei nº 4.862/65, § do art. 18).

Art . 15. O s restos a pagar constituirão item específicoda programação financeira, devendo o seu pagamentoefetuar­se dentro do  limite  de  saques  fixado.

Art . 16. Revertem à dotação a importância da despesaanulada no exercício, e os correspondentes recursosfinanceiros à conta do Tesouro Nacional, caso em quea unidade gestora poderá pleitear a recomposição deseu limite de saques; quando a anulação ocorrer apóso encerramento do exercício, considerar­se­á receitaorçamentária do ano em que se efetivar (Lei nº 4.320/64, art. 38).

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CAPÍTULO III

Da Administração Financeira

SEÇÃO I

Discriminação das Dotações

Art. 17. As despesas serão realizadas em conformidadecom a discriminação constante de quadro próprio quea  Secretaria  de  Planejamento  da  Presidência  daRepública publicará antes do início do exercício financeiro,detalhando os  projetos e  atividades por  elementosde despesa a cargo de cada unidade orçamentária.

§ 1º O quadro de detalhamento da despesa de cadaunidade orçamentária poderá ser alterado durante oexercício,  mediante  solicitação  à  Secretaria  dePlanejamento da Presidência da Republica até 10 denovembro, observados  os  limites  autorizados na  Leide Orçamento e em créditos adicionais.

§  2º A  abertura  ou  reabertura  de  crédito  adicionalimporta  automática modificação  do  quadro  dedetalhamento da  despesa.

Art.  18.  As  dotações  globais  consignadas  noOrçamento  ou em  créditos  adicionais  classificadoscomo 4.1.3.0 ­ Investimentos em Regime de ExecuçãoEspecial estão sujeitas para sua utilização, a plano deaplicação  aprovado pelas  autoridades  definidas  noArt. 71 do Decreto­lei nº 200, de 25 de  fevereiro de1967 e elaborado  segundo modelo  da Secretaria dePlanejamento  da  Presidência  da República,  sendoobrigatória a publicação do respectivo plano no DiárioOficial da União.

Parágrafo único. Somente  serão admitidas  dotaçõesglobais  quando  se  tratar de  projetos  ou atividadesnovos,  sem  similares  que possibilitem experiênciasquanto  ao  desdobramento  da  despesa  em  seusrespectivos  elementos.

Art . 19. As dotações consignadas na Lei de Orçamentoou  em  crédito  adicional,  destinadas  a  atenderencargos  gerais  da  União  e  outras,  não  especifi­camente  atribuíveis  a  determinada  unidadeorçamentária,  dependem de  destaque de  parcelacontemplando o Ministério ou Órgão em  cuja  áreadeva ser feita a aplicação.

Art. 20. As dotações atribuídas às unidades orçamentárias,diretamente  ou por meio de  destaque, poderão  serdescentralizadas  para  unidades  administrativas,quando capacitadas a desempenhar os atos de gestão,e regularmente cadastradas como unidades gestoras.

Art . 21. Pertencem ao exercício financeiro as despesasnela legalmente empenhadas (Lei nº 4.320/64, art. 35, II).

Art . 22. As despesas de exercícios encerrados, para asquais  o  orçamento  respectivo  consignava  créditopróprio com saldo suficiente para atendê­las, que nãose  tenham processado na época própria, bem comoos Restos a Pagar com prescrição  interrompida, e oscompromissos reconhecidos após o encerramento doexercício correspondente, poderão ser pagos à contade dotação destinada a atender despesas de exercíciosanteriores, respeitada a categoria econômica própria(Lei nº 4.320/64, art. 37).

§ 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento,de que trata este artigo, cabe à autoridade competentepara empenhar a despesa.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera­se:

a) despesas que não se tenham processado na épocaprópria,  aquelas  cujo  empenho  tenha  sidoconsiderado  insubsistente  e  anulado  noencerramento do exercício correspondente, mas que,dentro  do  prazo  estabelecido,  o  credor  tenhacumprido sua obrigação;

b)  restos  a  pagar  com  prescrição  interrompida,  adespesa cuja inscrição como restos a pagar tenha sidocancelada, mas ainda vigente o direito do credor;

c) compromissos reconhecidos após o encerramentodo  exercício,  a obrigação de  pagamento criada  emvirtude de lei, mas somente reconhecido o direito doreclamante  após  o  encerramento  do  exercíciocorrespondente.

SEÇÃO II

Empenho da Despesa

Art . 23. Nenhuma despesa poderá ser realizada sema existência  de  crédito que a  comporte ou  quandoimputada a dotação imprópria, vedada expressamentequalquer atribuição de fornecimento ou prestação deserviços,  cujo  custo excede  aos  limites previamentefixados em lei (Decreto­lei nº 200/87, art. 73).

Parágrafo  único. Mediante  representação do  órgãocontábil,  serão  impugnados  quaisquer  atosreferentes  a despesas  que  incidam na proibição dopresente  artigo  (Decreto­lei  nº  200/87,  parágrafoúnico do art. 73).

Art . 24. É vedada a realização de despesa sem prévioempenho (Lei nº 4.320/64, art. 60).

Parágrafo único.  Em caso  de urgência  caracterizadana  legislação  em  vigor,  admitir­se­á  que  o  ato  doempenho  seja  contemporâneo  à  realização  dadespesa.

Art  .  25. O  empenho  importa  deduzir  seu valor  dedotação adequada à despesa a  realizar, por  força docompromisso assumido.

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Parágrafo  único.  (Parágrafo  revogado  pelo Dec.  nº825, de 28.5.1993)

Art  .  26.  O  empenho  não poderá  exceder  o  saldodisponível  de  dotação  orçamentária,  nem  ocronograma de pagamento o limite de saques fixado,evidenciados pela contabilidade, cujos registros serãoacessíveis às respectivas unidades gestoras em tempooportuno.

Parágrafo  único.  Exclusivamente  para  efeito  decontrole da programação financeira, a unidade gestoradeverá estimar o prazo do vencimento da obrigaçãode pagamento objeto do empenho, tendo em vista oprazo fixado para o fornecimento de bens, execuçãoda obra ou prestação do serviço,  e  o  normalmenteutilizado para  liquidação da despesa.

Art . 27. As despesas relativas a contratos, convênios,acordos  ou  ajustes  de  vigência  plurianual,  serãoempenhadas em cada exercício financeiro pela partenele a  ser executada.

Art  .  28.  A  redução ou  cancelamento  no  exercíciofinanceiro,  de  compromisso  que  caracterizou  oempenho,  implicará  sua  anulação  parcial  ou  total,revertendo a importância correspondente à respectivadotação,  pela  qual  ficará  automaticamentedesonerado o limite de saques da unidade gestora.

Art  .  29.  Para  cada  empenho  será  extraído  umdocumento  denominado Nota  de  Empenho  queindicará  o  nome  do  credor,  a  especificação  e  aimportância da despesa, bem como os demais dadosnecessários ao controle da execução orçamentária.

Parágrafo  único.  Quando  a  Nota  de  Empenhosubstituir  o  termo do contrato,  segundo o  dispostono  artigo  52  do  Decreto­lei  nº  2.300,  de  21  denovembro de 1986, dela deverão constar as condiçõescontratuais, relativamente aos direitos, obrigações eresponsabilidades das partes.

Art . 30. Quando os recursos financeiros indicados emcláusula de contrato, convênio, acordo ou ajuste, paraexecução  de  seu  objeto,  forem  de  naturezaorçamentária,  deverá  constar, da própria  cláusula, aclassificação programática e econômica da  despesa,com a  declaração de haver  sido  esta empenhada  àconta do mesmo crédito, mencionando­se o númeroe data da Nota de Empenho (Lei nº 4.320/64, Art. 60 eDecreto­lei nº 2.300/86, art. 45, V).

§ 1º Nos contratos, convênios, acordos ou ajustes, cujaduração  ultrapasse um exercício  financeiro,  indicar­se­á o crédito e respectivo empenho para atender àdespesa  no  exercício  em  curso,  bem  assim  cadaparcela da  despesa  relativa  à  parte  a ser  executadaem exercício  futuro,  com a declaração  de  que,  em

termos aditivos, indicar­se­ão os créditos e empenhospara sua cobertura.

§ 2º Somente poderão ser firmados contratos à contade crédito do orçamento vigente, para liquidação emexercício  seguinte,  se  o  empenho  satisfizer  àscondições  estabelecidas  para o  relacionamento  dadespesa como Restos a Pagar.

Art . 31. É vedada a celebração de contrato, convênio,acordo ou  ajuste, para  investimento cuja execuçãoultrapasse  um  exercício  financeiro,  sem  acomprovação, que  integrará o  respectivo termo,  deque  os  recursos  para  atender  as  despesas  emexercícios  seguintes  estejam  assegurados  por  suainclusão  no orçamento plurianual de  investimentos,ou por prévia lei que o autorize e fixe o montante dasdotações que anualmente  constarão do  orçamento,durante o prazo de sua execução.

Art . 32. Os contratos, convênios, acordos ou ajustespara a  realização  de  quaisquer  serviços  ou obras  aserem  custeadas,  integral  ou  parcialmente,  comrecursos externos, dependem da efetiva contrataçãoda operação de crédito, assegurando a disponibilidadedos recursos destinados ao pagamento dos compro­missos  a serem assumidos.

Art . 33. Os contratos, convênios, acordos ou ajustes,cujo valor exceda a CZ$2.000.000,00 (dois milhões decruzados),  estão sujeitos  às  seguintes  formalidades:

I ­ aprovação pela autoridade superior, ainda que essacondição  não  tenha  sido  expressamente  estipuladano edital e no contrato firmado;

II ­ publicação, em extrato, no Diário Oficial da União,dentro de 20 (vinte) dias de sua assinatura.

§  1º Os  contratos,  convênios,  acordos ou  ajustesfirmados  pelas  autarquias  serão  aprovados  pelorespectivo órgão deliberativo.

§  2º  O  extrato  a  que  se  refere  este  artigo,  parapublicação,  deverá  conter os  seguintes elementos:

a)  espécie;

b)  resumo do objeto do  contrato,  convênio,  acordoou  ajuste;

c) modalidade de licitação ou, se for o caso, o fundamentolegal da dispensa desta ou de  sua  inexigibilidade;

d) crédito pelo qual correrá a despesa;

e) número e data do empenho da despesa;

f) valor do contrato, convênio, acordo ou ajuste;

g) valor a ser pago no exercício corrente e em cada umdos subseqüentes, se for o caso;

h) prazo de vigência.

i) data de assinatura do contrato. (Alínea incluída peloDecreto 206, de 5.9.1991)

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§ 3º A falta de publicação imputável à administraçãoconstitui omissão de dever funcional do responsável,sendo punível na forma da lei se não tiver havido justacausa, assim como, se atribuível no contratado, facultaa  rescisão  unilateral,  inclusive  sem  direito  aindenização,  por  parte  da  Administração,  que,todavia, poderá optar por aplicar­lhe multa de até 10%(dez por cento)  do  valor do  contrato, o qual,  assimmantido,  deverá  sempre  ser publicado  (Decreto­leinº 2.300/86, art. 51, § 1º e art. 73, II).

§ 4º Será dispensada a publicação quando se tratar dedespesa  que  deva  ser  feita  em  caráter  sigiloso(Decreto­lei nº 199/67, art. 44).

Art  .  34. Dentro  de 5  (cinco)  dias  da assinatura docontrato,  convênio acordo  ou ajuste,  e  aditivos  dequalquer  valor,  deverá  ser  remetida  cópia  dorespectivo  instrumento ao  órgão  de  contabilidade,para as verificações e providências de sua competência.

Art  . 35. O empenho de despesa não  liquidada  seráconsiderado anulado em 31 de dezembro, para todosos fins,  salvo quando:

I  ­  vigente o prazo  para  cumprimento  da  obrigaçãoassumida pelo  credor,  nele  estabelecida;

II ­ vencido o prazo de que trata o item anterior, masesteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja deinteresse da Administração exigir o cumprimento daobrigação assumida pelo credor;

III ­ se destinar a atender transferências a instituiçõespúblicas ou privadas;

IV  ­  corresponder  a  compromissos  assumido  noexterior.

SEÇÃO III

Liquidação da Despesa

Art  .  36.  A  liquidação  da  despesa  consiste  naverificação  do  direito  adquirido  pelo  credor  ouentidade  beneficiaria,  tendo  por  base  os  títulos  edocumentos comprobatórios do respectivo crédito ouda habilitação ao benefício (Lei nº 4.320/64, art. 83).

§ 1º A verificação de que trata este artigo tem por fimapurar:

a) a origem e o objeto do que se deve pagar;

b) a importância exata a pagar; e

c) a quem se deve pagar a importância para extinguira obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos,obras executadas ou serviços prestados terá por base:

a) o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

b) a Nota de Empenho;

c) o documento  fiscal pertinente;

d) o termo circunstanciado do recebimento definitivo,no  caso  de  obra  ou  serviço  de  valor  superior  aCz$350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil cruzados) eequipamento de grande vulto, ou o recibo, nos demaiscasos.

Art . 37. A despesa de vencimentos, salários, gratificaçõese proventos, constará de folha­padrão de retribuiçãodos servidores civis, ativos e inativos (Lei nº 8.445/77,art. 3º).

Parágrafo  único.  A  folha­padrão  de  retribuiçãoobedecerá a modelo padronizado pelo órgão própriodo Poder Executivo e  sua adoção é obrigatória  paratodos  os  órgãos  da  administração  centralizada,autarquias federais e fundações instituídas pela Uniãoou mantidas com recursos  federais  (Lei  nº  6.445/77,parágrafo único do art. 3º).

Art. 38. Não será permitido o pagamento antecipadode fornecimento de materiais, execução de obra, ouprestação de  serviço,  inclusive  de utilidade  pública,admitindo­se,  todavia, mediante  as  indispensáveiscautelas  ou  garantias,  o  pagamento  de  parcelacontratual  na  vigência  do  respectivo  contrato,convênio,  acordo ou  ajuste,  segundo  a  forma  depagamento nele  estabelecida, prevista no  edital  delicitação ou nos instrumentos formais de adjudicaçãodireta.

Art . 39. Responderão pelos prejuízos que acarretaremà  Fazenda Nacional,  o  ordenador  de  despesas e  oagente  responsável pelo  recebimento e  verificação,guarda ou aplicação  de dinheiros,  valores e  outrosbens públicos (Decreto­lei nº 200/67, art. 90).

Parágrafo  único.  O  ordenador  de  despesa,  salvoconivência, não é responsável por prejuízos causadosà  Fazenda Nacional, decorrentes de atos praticadospor  agente  subordinado que  exorbitar  das  ordensrecebidas.

Art . 40. A assinatura, firma ou rubrica em documentose processos deverá ser seguida da repetição completado  nome  do  signatário  e  indicação  da  respectivafunção  ou  cargo,  por meio  de  carimbo,  do  qualconstará, precedendo espaço destinado à data, e siglada unidade na qual o servidor esteja exercendo suasfunções ou cargo.

Art . 41. Quando autorizado pelo Ministro de Estado,poderá  ser  usado  chancela mecânica, mediante  areprodução exata, por máquina a esse fim destinada,da  assinatura,  firma  ou  rubrica  de  autoridadeadministrativa  competente,  na  expedição  dedocumentos em série ou  de emissão  repetitiva.

Parágrafo  único. A  autoridade administrativa  fixaráem ato  próprio  as  condições  técnicas  de controle e

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segurança  do  sistema,  e  será  responsável  pelalegitimidade  e  valor  dos  processos,  documentos  epapéis autenticados na  forma deste artigo.

SEÇÃO IV

Pagamento da Despesa

Art  .  42.  O  pagamento  da  despesa  só  poderá  serefetuado  quando  ordenado  após  sua  regularliquidação (Lei nº 4.320/64, art. 62).

Art  .  43.  A  ordem  de  pagamento  será  dada  emdocumento  próprio,  assinado  pelo  ordenador  dadespesa  e  pelo  agente  responsável  pelo  setorfinanceiro.

§ 1º A competência para autorizar pagamento decorreda lei ou de atos regimentais, podendo ser delegada.

§ 2º A descentralização de crédito e a fixação de limitede saques a unidade gestora importa mandato para aordenação  do  pagamento,  observadas  as  normaslegais  pertinentes.

Art . 44. O pagamento de despesa será feito mediantesaque  contra  o  agente  financeiro,  para  crédito  emconta bancária do credor, no banco por ele  indicado,podendo o agente  financeiro fazer o pagamento emespécie, quando  autorizado.

SEÇÃO V

Pagamento de Despesas por meio de Suprimentode Fundos

Art  . 45. Excepcionalmente, a  critério do  ordenadorde despesa e sob sua inteira responsabilidade, poderáser  concedido  suprimento  de  fundos  a  servidor,sempre precedido  do empenho na dotação própriaàs despesas a realizar, e que não possam subordinar­se  ao processo  normal de  aplicação, nos  seguintescasos (Lei nº 4.320/64, art. 68 e Decreto­lei nº 200/67,§ 3º do art. 74):

I  ­  para  atender  despesas  eventuais,  inclusive  emviagens e com serviços especiais, que exijam prontopagamento; (Redação dada pelo Decreto nº 6.370, de2008)

II ­ quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso,conforme se classificar em regulamento; e

III  ­  para  atender  despesas de  pequeno vulto,  assimentendidas  aquelas  cujo  valor,  em  cada  caso,  nãoultrapassar  limite  estabelecido  em  Portaria  doMinistro da Fazenda.

§  1º O  suprimento  de  fundos  será contabilizado  eincluído  nas  contas  do  ordenador  como  despesarealizada; as restituições, por falta de aplicação, parcialou total, ou aplicação indevida, constituirão anulação

de despesa, ou  receita  orçamentária,  se  recolhidasapós o encerramento do exercício.

§ 2º O servidor que receber suprimento de fundos, naforma deste artigo, é obrigado a prestar contas de suaaplicação,  procedendo­se,  automaticamente,  àtomada de contas se não o fizer no prazo assinaladopelo  ordenador  da  despesa,  sem  prejuízo  dasprovidências  administrativas  para  a  apuração  dasresponsabilidades  e  imposição,  das  penalidadescabíveis (Decreto­lei nº 200/67, parágrafo único do art.81 e § 3º do art. 80).

§ 3º Não se concederá suprimento de fundos:

a) a  responsável por dois suprimentos;

b)  a  servidor que  tenha  a  seu  cargo e  guarda ou  autilização  do material  a adquirir,  salvo quando nãohouver na repartição outro servidor;

c)  a  responsável  por  suprimento  de  fundos  que,esgotado o prazo, não tenha prestado contas de suaaplicação; e

d) a servidor declarado em alcance.

§ 4º Os valores limites para concessão de suprimentode fundos, bem como o limite máximo para despesasde pequeno  vulto  de  que  trata  este  artigo,  serãofixados em portaria do Ministro de Estado da Fazenda.(Parágrafo  incluído  pelo  Decreto  nº  1.672,  de11.10.1995)

§  5º   As despesas  com suprimento de  fundos  serãoefetivadas  por meio  do  Cartão  de  Pagamento  doGoverno  Federal  ­  CPGF.  (Incluído  pelo  Decretonº 6.370, de 2008)

§ 6º  É vedada a utilização do CPGF na modalidade desaque, exceto no tocante às despesas: (Incluído peloDecreto nº 6.370, de 2008)

I  ­  de que  trata  o  art.  47;  e  (Incluído pelo Decretonº 6.370, de 2008)

II ­ decorrentes de situações específicas do órgão ouentidade, nos termos do autorizado em portaria peloMinistro  de Estado  competente e  nunca  superior  atrinta por cento do total da despesa anual do órgãoou  entidade  efetuada  com  suprimento  de  fundos.(Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

III  ­  decorrentes de  situações específicas da AgênciaReguladora, nos  termos do  autorizado em  portariapelo seu dirigente máximo e nunca superior a  trintapor  cento  do  total  da  despesa  anual  da  Agênciaefetuada com suprimento de  fundos.  (Incluído  peloDecreto nº 6.901, de 2009)

Art.  45­A.    É  vedada  a abertura  de conta  bancáriadestinada à movimentação de suprimentos de fundos.(Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Art  .  46.  Cabe  aos  detentores  de  suprimentosde  fundos  fornecer  indicação  precisa  dos  saldosem  seu  poder  em 31 de dezembro, para efeito  de

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contabilização  e  reinscrição  da respectiva  responsa­bilidade  pela  sua  aplicação  em  data  posterior,observados os prazos assinalados pelo ordenador dadespesa (Decreto­lei nº 200/67, art. 83).

Parágrafo  único.  A  importância  aplicada  até  31  dedezembro será comprovada até 15 de janeiro seguinte.

Art. 47.    A concessão  e  aplicação de  suprimento  defundos,  ou  adiantamentos,  para  atender  apeculiaridades dos  órgãos  essenciais  da  Presidênciada República,  da Vice­Presidência  da  República,  doMinistério  da Fazenda,  do Ministério  da  Saúde,  doDepartamento de  Polícia  Federal  do Ministério daJustiça,  das  repartições do Ministério  das  RelaçõesExteriores no  exterior,  bem assim de militares  e  deinteligência,  obedecerão  ao  Regime  Especial  deExecução estabelecido em instruções aprovadas pelosrespectivos Ministros de Estado, vedada a delegaçãode competência. (Redação dada pelo Decreto nº 6.370,de 2008)

Parágrafo único.  A concessão e aplicação de suprimentode fundos de que trata o caput, com relação ao Ministérioda Saúde,  restringe­se a  atender  às  especificidadesdecorrentes da assistência à saúde indígena. (Redaçãodada pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

SEÇÃO VI

Convênios, Acordos ou Ajustes

Art . 48. Os serviços de interesse recíproco dos órgãose  entidades  de  administração  federal  e  de  outrasentidades  públicas  ou  organizações  particulares,poderão  ser  executados  sob  regime  de  mútuacooperação, mediante  convênio,  acordo ou  ajuste.(Vide Decreto nº 6.170, de 2007)

§  1º  Quando  os  participantes  tenham  interessesdiversos e opostos,  isto é, quando se desejar, de umlado, o objeto do acordo ou ajuste, e de outro lado acontraprestação correspondente, ou seja, o preço, oacordo  ou  ajuste  constitui  contrato.  (Parágraforenumerado pelo Dec. 97.916, de 6.7.1988)

§ 2° Verificada a conveniência administrativa, poderáser  realizada  por meio  de  contrato,  a  gestão  derecursos  originários  de  empréstimos  externos  e  acorrespondente contrapartida local, para financiamentode programas ou  projetos, por  órgãos ou entidadesda Administração  Federal.  (Parágrafo  incluído  peloDec. 97.916, de 6.7.1988)

Art.  49.  Ressalvados  os  casos  de  manifestaimpraticabilidade ou inconveniência, o convênio seráutilizado  como  forma  de  descentralização  dasatividades da administração  federal,  através  da qualse  delegará  a  execução de  programas  federais  decaráter nitidamente  local, no todo ou em parte, aosórgãos  estaduais  ou  municipais  incumbidos  de

serviços  correspondentes,  e  quando  estejamdevidamente aparelhados (Decreto­lei nº 200/67, art.10, § 1º, ''b'' e § 5º). (Vide Decreto nº 6.170, de 2007)

Parágrafo  único.  Excepcionalmente,  os  órgãos  eentidades  federais  poderão  executar  programasestaduais ou municipais, e os órgãos da administraçãodireta programas a cargo de entidade da administraçãoindireta, sob regime de mútua cooperação medianteconvênio.

Art. 50. O Ministro da Fazenda fixará, em Portaria, olimite  de participação  financeira  em convênios,  dosórgãos  e  entidades  da  administração  federal,  paraefeito  de  obrigatoriedade  de  sua  formalizaçãomediante  termo,  ficando  facultativo,  a  critério  daautoridade  administrativa,  quando  inferior  a  esselimite,  caso  em  que  as  condições  essenciaisconvencionadas deverão constar de correspondênciaoficial  ou do  documento  de  empenho da  despesa.(Vide Decreto nº 6.170, de 2007)

Art . 51. Os saques para entrega de recursos destinadosao cumprimento do objetivo do convênio, acordo ouajuste, obedecerão a plano de aplicação previamenteaprovado, tendo por base o cronograma de execuçãofísica, condicionando­se as entregas subseqüentes aoregular  emprego da  parcela  anteriormente  liberada(Decreto­lei nº 200/67, art. 10, § 6º). (Vide Decreto nº6.170, de 2007)

Parágrafo  único.  No  extrato  do  convênio  parapublicação,  indicar­se­ão  as  etapas  e  fases  daexecução, conjugadas com o cronograma financeiro.

Art  . 52. Nas hipóteses previstas no parágrafo únicodo  artigo 49,  os  recursos  financeiros  recebidos  porórgão da administração direta  ou autarquia  federal,destinados  à  execução  do  convênio,  serãoclassificados como receita orçamentária, devendo asaplicações correr  à  conta de  dotação consignada noorçamento ou em crédito adicional  (Lei  nº 4.320/64,arts. 2º e 57). (Vide Decreto nº 6.170, de 2007)

§ 1º Somente após o recolhimento à conta do TesouroNacional,  no caso de órgão da administração direta,os  recursos  financeiros  de  que  trata  este  artigoconstituirão disponibilidade ou  fonte  para efeito  daabertura  de  crédito  adicional  e  poderão motivaralteração da programação financeira de desembolso.

§ 2º  A execução de qualquer  convênio depende deseu prévio  cadastramento  no  sistema de  controleinterno, através do órgão de contabilidade.

Art.  53. Os  órgãos da  administração  direta  poderãofixar  entendimentos  sobre  matéria  de  comuminteresse, mediante  convênio,  com  o  objetivo  desomar  esforços  e  obter  melhor  rendimento  noemprego  de  seus  recursos,  só  podendo  haver

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redistribuição  ou  transposição de dotações,  porém,se  previamente  autorizada  em  lei,  ou  quandoconstituir  receita de órgão autônomo. (Vide Decretonº 6.170, de 2007)

Parágrafo único. A formalização do convênio, no casodeste  artigo, poderá  ser  feita  através  de  portariaassinada pelos dirigentes  dos órgãos  interessados.

Art  . 54. Para  acompanhamento e  controle do  fluxodos recursos e das aplicações, inclusive avaliação dosresultados  do  convênio,  o  órgão  ou  entidadeexecutora apresentará  relatórios parciais, segundo aperiodicidade  convencionada,  e  final,  quandoconcluído  ou  extinto  o  acordo,  que  se  farãoacompanhar  de  demonstrações  financeiras,  semprejuízo  da  fiscalização  indispensável  sobre  aexecução  local  (Decreto­lei  nº 200/67,  art. 10, § 6º).(Vide Decreto nº 6.170, de 2007)

§  1º  O  recebimento  de  recursos  da  União,  paraexecução de convênio firmado entre quaisquer órgãosou  entidades  federais,  estaduais  ou municipais,independente de expressa estipulação no respectivotermo,  obriga  os  convenentes  a manter  registroscontábeis específicos, para os fins deste artigo, alémdo  cumprimento  das  normas  gerais  a que  estejamsujeitos (Lei nº 4.320/64, arts. 87 e 93).

§  2º Os  documentos comprobatórios das receitas edespesas realizadas serão conservados em boa ordemno próprio lugar em que se tenham contabilizado asoperações, à disposição dos  agentes  incumbidos  docontrole  interno e externo dos  órgãos ou entidadesconvenentes.

Art . 55. Aplicam­se aos convênios, acordos ou ajustes,as mesmas formalidades e requisitos cabíveis exigidospara a validade dos contratos (Decreto­lei nº 2.300/86,art. 82). (Vide Decreto nº 6.170, de 2007)

Art . 56. Quando o convênio compreender aquisiçãode  equipamentos  e materiais  permanentes,  seráobrigatória a estipulação quanto ao destino a ser dadoaos  bens  remanescentes  na  data  da  extinção  doacordo ou ajuste. (Vide Decreto nº 6.170, de 2007)

Parágrafo único. Os bens, materiais e equipamentosadquiridos com recursos de  convênios com Estados,Distrito Federal, Territórios ou Municípios poderão, acritério do Ministro de Estado competente, ser doadosàquelas  entidades  quando,  após o cumprimento doobjeto do convênio, sejam necessários para assegurara  continuidade  de  programa  governamental,observado o que, a  respeito,  tenha sido  previsto noconvênio.

Art . 57. O convênio poderá ser denunciado a qualquertempo,  ficando  os  convenentes  responsáveissomente pelas obrigações e  auferindo as  vantagens

do tempo em que participaram voluntariamente  doacordo,  ou  ajuste,  não  sendo  admissível  cláusulaobrigatória  de  permanência  ou  sancionadora  dosdenunciantes. (Vide Decreto nº 6.170, de 2007)

SEÇÃO VII

Subvenções, Auxílios e Contribuições

Art . 58. A cooperação financeira da União a entidadepública  ou  privada  far­se­á mediante  subvenção,auxílio ou contribuição (Lei nº 4.320/64, § 3º do art. 12).

Art . 59. A subvenção se destina a cobrir despesas decusteio  de  entidades  públicas  ou  privadas,distinguindo­se  como  subvenção  social  e  subvençãoeconômica.

Art . 60. A subvenção social será concedida indepen­dentemente  de  legislação  especial  a  instituiçõespúblicas ou privadas de caráter assistencial ou culturalsem  finalidade  lucrativa.

§  1º  A  subvenção  social,  visando  à  prestação  dosserviços essenciais  de  assistência  social, médica  eeducacional,  será  concedida  sempre  que  asuplementação  de  recursos  de  origem  privadaaplicados a esses objetivos revelar­se mais econômica(Lei nº 4.320/64, art. 16).

§ 2º O valor da subvenção, sempre que possível, serácalculado  com  base  em  unidades  de  serviçosefetivamente prestados ou postos  à disposição  dosinteressados,  obedecidos  os  padrões mínimos  deeficiência  previamente  fixados  (Lei  nº  4.320/64,parágrafo único do art. 16).

§ 3º A concessão de subvenção social só poderá serfeita se a instituição interessada satisfizer às seguintescondições,  sem  prejuízo  de  exigências  própriasprevistas na  legislação  específica:

a) ter sido fundada em ano anterior e organizada atéo ano da elaboração da Lei de Orçamento;

b) não constituir patrimônio de  indivíduo;

c) dispor de patrimônio ou renda regular;

d)  não  dispor  de  recursos  próprios  suficientes  àmanutenção ou ampliação de seus serviços;

e) ter feito prova de seu regular funcionamento e deregularidade de mandato de  sua diretoria;

f) ter sido considerada em condições de funcionamentosatisfatório pelo órgão  competente de  fiscalização;

g) ter prestado contas da aplicação de subvenção ouauxílio anteriormente recebido, e não ter a prestaçãode contas apresentado vício  insanável;

h)  não  ter  sofrido  penalidade  de  suspensão  detransferências da União, por determinação ministerial,em  virtude  de  irregularidade  verificada  em  examede  auditoria.

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§  4º A  subvenção social  será  paga  através da  redebancária  oficial,  ficando  a  beneficiaria obrigada  acomprovar  no  ato  do  recebimento,  a  condiçãoestabelecida na  alínea  ''c''  ,  do parágrafo  anterior,mediante  atestado  firmado por autoridade  publicado local onde sejam prestados os serviços.

§  5º  As despesas  bancárias  correrão  por  conta  dainstituição  beneficiada.

Art.  61.  A  subvenção econômica  será  concedida  aempresas publicas ou privadas  de caráter  industrial,comercial,  agrícola  ou  pastoril, mediante expressaautorização em lei especial (Lei nº 4.320/64, art. 12, §3º, II e art. 19).

§  1º  A  cobertura  de  déficits  de manutenção  dasempresas  públicas  far­se­á mediante  subvençãoeconômica  expressamente  autorizada  na  Lei  deOrçamento ou em crédito adicional  (Lei nº 4.320/64,art. 18).

§  2º  Consideram­se,  igualmente,  como  subvençãoeconômica (Lei nº 4.320/64, parágrafo único do art. 18):

a) a diferença entre os preços de mercado e os preçosde  revenda,  pelo Governo,  de  gêneros  alimentíciosou de outros materiais;

b)  o  pagamento  de  bonificações  a  produtores  dedeterminados  gêneros ou materiais.

Art.  62.  Somente  será  concedida  subvenção  aentidade  privada  que  comprovar  sua  capacidadejurídica  e  regularidade  fiscal.

Art . 63. Os auxílios e as contribuições se destinam aentidades  de  direito  publico  ou  privado,  semfinalidade  lucrativa.

§ 1º O auxílio deriva diretamente da Lei de Orçamento(Lei nº 4.320/64, § 6º do art. 12).

§ 2º A contribuição será concedida em virtude de leiespecial, e se destina a atender ao ônus ou encargoassumido pela União (Lei nº 4.320/64, § 6º do art. 12).

Art . 64. (Revogado pelo Decreto nº 93.968, de 23.1.1987)

Art . 65. (Revogado pelo Decreto nº 93.968, de 23.1.1987)

Art . 66. Quem quer que receba recursos da União oudas  entidades  a  ela  vinculadas,  direta ou  indireta­mente,  inclusive  mediante  acordo,  ajuste  ouconvênio,  para  realizar  pesquisas,  desenvolverprojetos, estudos, campanhas e obras sociais ou paraqualquer outro  fim, deverá  comprovar o  seu bom eregular emprego, bem como os resultados alcançados(Decreto­lei nº 200/67, art. 93).

§ 1º A prestação de contas de aplicação de subvençãosocial  ou  auxílio  será  apresentada  à  unidadeconcedente dentro de 60 dias após a  aplicação, nãopodendo  exceder  ao  ultimo  dia  útil  do mês  defevereiro do ano subseqüente ao do recebimento, eserá  constituída  de  relatório  de  atividades  edemonstração  contábil  das origens e  aplicações  derecursos, referentes ao ano do recebimento, visadospor autoridade publica local, observados os modelosaprovados pelo órgão Central do Sistema de ControleInterno.

§ 2º A documentação comprobatória da aplicação dasubvenção ou  auxílio  ficará  arquivada na  entidadebeneficiada,  à  disposição  dos  órgãos  de  controleinterno e externo, durante o prazo de 5 (cinco) anosda aprovação da prestação de contas.

§  3º  A  atuação  da  entidade  no  cumprimento  dasobrigações assumidas,  inclusive  quanto à  prestaçãode contas, será anotada no respectivo registro cadastralmantido pelo órgão setorial de controle  interno.

SEÇÃO VIII

Restos a Pagar

Art.  67. Considerem­se Restos  a  Pagar as  despesasempenhadas  e  não  pagas  até  31  de  dezembro,distinguindo­se  as  despesas  processadas  das  nãoprocessadas (Lei nº 4.320/64, art. 36).

§ 1º Entendem­se por processadas e não processadas,respectivamente,  as  despesas  liquidadas  e  as  nãoliquidadas,  na  forma prevista neste decreto.

§ 2º O registro dos Restos a Pagar far­se­á por exercícioe por credor.

Art. 68.  A inscrição de despesas como restos a pagarserá  automática,  no  encerramento  do  exercíciofinanceiro  de emissão da Nota  de Empenho, desdeque  satisfaça  às  condições  estabelecidas  nesteDecreto  para  empenho  e  liquidação da  despesa.(Redação dada pelo Decreto nº 6.708, de 2008)

Parágrafo único.  A inscrição de restos a pagar relativaàs despesas não processadas terá validade até 31 dedezembro  do  ano  subseqüente.  (Incluído  peloDecreto nº 6.708, de 2008)

Art . 69. Após o cancelamento da inscrição da despesacomo  Restos  a  Pagar,  o  pagamento  que  vier  a  serreclamado poderá  ser  atendido à  conta de dotaçãodestinada a despesas  de exercícios anteriores.

Art.  70.  Prescreve  em  cinco anos  a dívida  passivarelativa aos Restos a Pagar (CCB art. 178, § 10, VI).

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SEÇÃO IX

Fundos Especiais

Art . 71. Constitui Fundo Especial de natureza contábilou  financeira, para  fins deste decreto, a modalidadede gestão de parcela de recursos do Tesouro Nacional,vinculados  por  lei  à  realização  de  determinadosobjetivos  de  política  econômica,  social  ouadministrativa do Governo.

§  1º  São Fundos  Especiais  de  natureza  contábil,  osconstituídos  por  disponibilidades  financeirasevidenciadas  em registros  contábeis,  destinados  aatender  a  saques  a  serem efetuados  diretamentecontra a caixa do Tesouro Nacional.

§ 2º São Fundos Especiais de natureza  financeira, osconstituídos mediante movimentação de recursos decaixa  do  Tesouro  Nacional  para  depósitos  emestabelecimentos  oficiais  de  crédito,  segundocronograma  aprovado,  destinados  a  atender  aossaques previstos em programação específica.

Art. 72. A  aplicação de  receitas  vinculadas  a  fundosespeciais  farse­á através de  dotação consignada  naLei  de  Orçamento  ou  em  crédito  adicional  (Leinº 4.320/64, art. 72).

Art. 73. É  vedado  levar  a  crédito de qualquer  fundorecursos  orçamentários  que  não  lhe  foremespecificamente  destinados em  orçamento  ou  emcrédito adicional (Decreto­lei nº 1.754/79, art. 5º).

Art  .  74.  A  aplicação de  recursos  através de  fundosespeciais constará de programação e será especificadaem orçamento próprio, aprovado  antes do  início doexercício  financeiro  a que  se  referir.

Art  .  75.  Somente  poderá  ser  contemplado  naprogramação  financeira  setorial  o  fundo  especialdevidamente  cadastrado pela  Secretaria do  TesouroNacional, mediante  encaminhamento da  respectivaSecretaria de Controle Interno, ou órgão de atribuiçõesequivalentes.

Art . 76. Salvo expressa disposição de lei em contrário,aplicam­se à execução orçamentária de fundo especialas mesmas  normas  gerais  que  regem  a  execuçãoorçamentária da União.

Art  . 77. Não será permitida a utilização de  recursosvinculados  a  fundo especial  para  despesas que  nãose identifiquem diretamente com a realização de seusobjetivos ou serviços determinados.

Art . 78. A contabilização dos fundos especiais geridos

na área da administração direta será feita pelo órgãode  contabilidade  do  Sistema  de  Controle  Interno,onde  ficarão arquivados os respectivos documentospara fins de acompanhamento e  fiscalização.

Parágrafo  único.  Quando  a  gestão  do  fundo  foratribuída a estabelecimento oficial de crédito, a estecaberá  sua  contabilização e  remeter os  respectivosbalanços acompanhados de demonstrações financeirasà Secretaria de Controle Interno, ou órgão de atribuiçõesequivalentes,  para  fins  da  supervisão ministerial.

Art.  79. O saldo  financeiro  apurado em balanço  defundo  especial  poderá  ser  utilizado  em  exercíciosubseqüente,  se  incorporado ao  seu orçamento  (Leinº 4.320/64, art. 73).

Art.  80.  Extinguir­se­á o  fundo  especial  inativo  pormais de dois  exercícios  financeiros.

Art. 81. É vedada a constituição de fundo especial, ousua manutenção, com recursos originários de dotaçõesorçamentárias  da  União,  em  empresas  publicas,sociedades  de  economia mista  e  fundações,  salvoquando se tratar de estabelecimento oficial de crédito.

SEÇÃO X

Depósitos e Consignações

Art . 82. Os depósitos para garantia, quando exigida,das  obrigações  decorrentes  de  participação  emlicitação e de execução de  contrato celebrado  comórgãos  da  administração  federal  centralizada  eautarquias,  serão  obrigatoriamente  efetuados  naCaixa  Econômica  Federal,  à  ordem da  autoridadeadministrativa  competente  (Decreto­lei  nº  1.737/79,art. 1º, IV).

Art.  83.  Será  também  feito  na  Caixa  EconômicaFederal, voluntariamente pelo contribuinte, depósitoem dinheiro para  se eximir  da  incidência  de  juros eoutros  acréscimos  legais  no processo administrativofiscal de determinação e exigência de créditos tributários.

Parágrafo único. O depósito de que trata este artigo,de valor atualizado do litígio, nele incluídos a multa eos  juros  de mora  devidos  nos  termos da  legislaçãoespecífica, será feito à ordem da Secretaria da ReceitaFederal,  podendo  ser  convertido  em  garantia  decrédito da Fazenda Nacional, vinculado à propositurade  ação anulatória  ou  declaratória  de  nulidade  dodébito, à ordem do Juízo competente.

Art . 84. Não vencerão juros os depósitos em dinheiroe os juros dos títulos depositados reverterão à CaixaEconômica  Federal  como  remuneração de  serviços(Decreto­lei nº 1.737/79, art. 3º).

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Art . 85. Mediante ordem da autoridade administrativaou,  quando  for  o  caso,  do  juízo  competente,  odepósito será devolvido ao depositante ou recolhidoà conta do Tesouro Nacional, no Banco do Brasil S.A.,se em dinheiro, ou entregue ao órgão designado, seem títulos (Decreto­lei nº 1.737/79, art. 7º).

Art.  86.  Consideram­se  como depósitos,  exclusiva­mente  para  fins  de  contabilização,  as  ordens  depagamento  expedidas  em  exercício  encerrado  edevolvidas pelo agente financeiro após o prazo  legalde  validade,  podendo  ser  revalidadas  durante  oexercício  financeiro  subseqüente,  findo  o  qual  osregistros contábeis serão cancelados e as respectivasimportâncias convertidas em receita orçamentária.

Parágrafo  único.  Aplicam­se  os  procedimentoscontábeis  de  que  trata  este  artigo  às  importânciasapuradas  como diferenças  a  favor  de  terceiros  embalanceamento de  contas.

Art . 87. As consignações em folha de pagamento dosservidores  civis  e  militares,  ativos  e  inativos,constituem  depósitos especificados  para  efeito  decontabilização, não podendo o seu recolhimento, ouentrega aos  consignatários,  exceder às  importânciasdescontadas.

Parágrafo único.  A  consignação  cuja  entrega  tenhasido  feita mediante ordem bancária de pagamento,individual ou  coletiva, não procurada  no prazo  legalde validade e devolvida pelo agente financeiro, ficaráà  disposição  do  consignatário pelo  prazo  de  cincoanos,  findo o qual  será  convertido  em  receita  orça­mentária da União.

SEÇÃO XI

Operações de Crédito ­ Normas Gerais

Art . 88. As operações de crédito dependem de autori­zação em  lei especial.

Art . 89. A Lei de Orçamento poderá conter autorizaçãopara operações de crédito por antecipação de receita,a fim de atender a insuficiências de caixa (Lei nº 4.320/64, art. 7º).

Art . 90. As operações de crédito por antecipação dereceita autorizada na Lei de Orçamento não excederãoa quarta parte da receita total estimada para o exercíciofinanceiro,  e  até  30  dias  depois  do  encerramentodeste,  serão obrigatoriamente  liquidadas.

Art . 91. A contratação ou garantia, em nome da União,de  empréstimos  para  órgãos  e  entidades  daadministração federal centralizada e descentralizada,inclusive  fundações  instituídas  ou mantidas  pelo

Poder  Público,  dependerá  de  pronunciamento  daSecretaria  de  Planejamento  da  Presidência  daRepública,  quanto  à prioridade  programática,  e  doMinistério  da  Fazenda,  sobre  a  conveniência,oportunidade e  legalidade do  endividamento.

Art. 92. Excetuadas as operações da dívida pública, alei que autorizar operação de crédito, a qual devamser  liquidada em exercício  financeiro  subseqüente,fixará  desde  logo  as  dotações  que  hajam  de  serincluídas  no  orçamento  anual,  para os  respectivosserviços  de  juros,  amortização e  resgate, durante  oprazo  para  a  sua  liquidação,  nos  termos  dasdisposições  constitucionais  vigentes.

Art. 93. Quando a amortização do empréstimo couberao Tesouro Nacional,  os  recursos  necessários  serãoprevistos no Orçamento Geral da União, cabendo aoÓrgão beneficiado promover sua inclusão na respectivaproposta orçamentária.

Parágrafo único. Nos casos em que a amortização dosempréstimos  for  de  responsabilidade  de  empresassob  controle  do Governo  Federal,  caberá  a essa  aobrigação de  incluir  nos  seus  orçamentos  anuais osrecursos necessários  àquele  fim.

Art. 94. É vedada a utilização direta de recursos financeirosprovenientes de  operações de  crédito  internas  ouexternas,  os quais deverão  ser  recolhidos,  obrigato­riamente, à  conta do  Tesouro Nacional no Banco doBrasil  S.A.

Parágrafo único. A  realização de despesas custeadaspelos  recursos  de  que  trata  este  artigo,  dependemde autorização na Lei  de Orçamento ou em créditoadicional,  e  os  respectivos  saques  só  poderão  serfeitos  com  obediência  aos  limites  fixados  naprogramação  financeira  aprovada.

Art.  95. Não será  concedida garantia da União  paraoperação de crédito,  interna ou externa:

I ­ a entidade em débito para com a Previdência Socialou para com o Tesouro Nacional;

II  ­  a  concessionária  de  serviços  de eletricidade emdébito com os recolhimentos às Reservas Globais deReversão ou de Garantia, de que  trata o Decreto­leinº 1.849, de 13 de janeiro de 1981.

Parágrafo  único. A  critério do Ministro da  Fazenda,será admitida a concessão de garantia em operaçõesque tenham como objetivo a regularização dos débitosaludidos neste artigo.

Art. 96.  Às  autarquias  federais,  empresas  públicas,sociedades  de  economia  mista,  fundações  eentidades  sob  controle  acionário  da  União  e  àsrespectivas subsidiárias, ainda que com respaldo em

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recursos de fundos especiais, é vedado conceder aval,fiança  ou garantia  de  qualquer  espécie  a obrigaçãocontraída por pessoa física ou jurídica, excetuadas asinstituições financeiras (Decreto­lei nº 2.307/86, art. 2º).

§ 1º  A vedação de que trata este artigo não abrange aconcessão de garantia por empresa controlada diretaou  indiretamente  pela União a  suas controladas ousubsidiárias,  inclusive  a  prestação  de garantia  porempresa pública ou sociedade de economia mista queexplore  atividade  econômica  a  sociedade  depropósito  específico  por  ela  constituída  paracumprimento  do  seu  objeto  social,  limitada  aopercentual de sua participação na referida sociedade.(Incluído pelo Decreto nº 7.058, de 2009)

§ 2º  Considera­se empresa pública ou sociedade deeconomia mista exploradora de atividade econômica,para  os  fins  deste  artigo,  a  entidade  que  atua  emmercado  com  a  presença  de  concorrente do  setorprivado, excluída aquela que:  (Incluído pelo Decretonº 7.058, de 2009)

I ­ goze de benefícios e incentivos fiscais não extensíveisàs  empresas  privadas  ou    tratamento  tributáriodiferenciado; (Incluído pelo Decreto nº 7.058, de 2009)

II  ­  se  sujeite a  regime  jurídico  próprio das  pessoasjurídicas  de direito público quanto ao pagamento  eexecução de  seus  débitos;

III  ­  seja  considerada  empresa estatal  dependente,nos termos da Lei Complementar no 101, de 4 de maiode 2000; e (Incluído pelo Decreto nº 7.058, de 2009)

IV  ­  comercialize ou  preste  serviços exclusivamentepara a União. (Incluído pelo Decreto nº 7.058, de 2009)

Art  .  97.  Compete  privativamente  ao Ministro  daFazenda  aprovar  e  firmar  pela  União  quaisquerinstrumentos  de  operações de  crédito  internas  ouexternas,  inclusive  operações  de  arrendamentomercantil, bem assim de concessão de avais e outrasgarantias, autorizadas em lei, e observadas as condiçõesestipuladas  para as  respectivas  operações,  podendodelegar a  competência para  firmar os  instrumentosde que se trata, ao Procurador­Geral, a Procurador daFazenda  Nacional  ou,  no  caso  de  contrataçõesexternas,  a  representante diplomático do País.

§  1º  A  Secretaria  do  Tesouro  Nacional  efetuaráregistros  das contratações de que  trata este artigo,inclusive  as  realizadas  por  intermédio  de  agentesfinanceiros do Tesouro Nacional, mantendo a posiçãoatualizada  das  responsabilidades  assumidas  eadotando ou propondo as medidas assecuratórias dorespectivo pagamento nas datas de vencimento.

§  2º Para  os  efeitos  deste  artigo,  as  operações  dearrendamento mercantil  equiparam­se às  operaçõesde  crédito.

SEÇÃO XII

Operações de Crédito Externas

Art . 98. Nenhuma contratação de operação de créditoexterna, ou concessão de garantia da União a créditoda mesma origem, poderá ser ajustada por órgãos ouentidades da Administração Federal, dos Estados, doDistrito  Federal  e  dos Municípios,  sem o  pronun­ciamento prévio e expresso:

I  ­  da  Secretaria de Planejamento da Presidência daRepublica,  sobre o grau de prioridade do projeto ouprograma específico, dentro dos planos e programasnacionais  de  desenvolvimento,  bem assim  sobre  acapacidade de pagamento do empréstimo, pelo órgãoou  entidade;

II ­ do Ministério da Fazenda, quanto à oportunidadee  conveniência  da  contratação,  ou  viabilidade  daconcessão da garantia, relativamente aos riscos parao  Tesouro Nacional,  e  sobre  os  aspectos  legais  daoperação.

§ 1º Incumbe ao Banco Central do Brasil credenciar asentidades interessadas na contratação de operaçõesde  crédito  externas,  com  vistas  ao  início  denegociações  com entidades  financeiras no  exterior.

§ 2º A concessão do credenciamento de que trata oparágrafo anterior dependerá do pronunciamento daSecretaria  de  Planejamento  da  Presidência  daRepublica  e  do Ministério  da  Fazenda,  na  formaprevista neste  artigo.

Art  . 99. Salvo nos casos  de órgãos ou  entidades daAdministração Federal, ou  seus  agentes  financeiros,a garantia da União somente será outorgada quandoautorizada em lei, e se o mutuário oferecer contraga­rantias  julgadas  suficientes  para  o  pagamento  dequalquer desembolso que o  Tesouro Nacional possavir a fazer, se chamado a honrar a garantia.

Parágrafo único. Quando, pela sua natureza e tendoem vista  o  interesse  nacional,  a  negociação de  umempréstimo  no  exterior  aconselhar manifestaçãoprévia  sobre  a  concessão  da  garantia  da União,  oMinistro da Fazenda poderá expedir carta de intençãonesse  sentido.

Art . 100. A cobrança da taxa, pela concessão da garantiada União a título de comissão, execução ou fiscalização,diretamente  pelo Ministério  da  Fazenda  ou  porintermédio  de  instituição  financeira  oficial,  nãopoderá ser superior aos limites fixados pelo ConselhoMonetário Nacional, nos  termos do artigo 4º,  IX,  daLei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964 (Decreto­leinº 1.312/74, art. 7º).

Art  .  101.  A União  contratando diretamente ou  porintermédio  de  agente  financeiro,  poderá aceitar  as

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cláusulas  e  condições  usuais  nas  operações  comorganismos  financeiros  internacionais,  sendo  válidoo  compromisso  geral  e  antecipado  de  dirimir  porarbitramento  todas  as  duvidas  e  controvérsiasderivadas  dos  respectivos  contratos  (Decreto­leinº 1.312/74, art. 11).

Art . 102. O pagamento nos respectivos vencimentos,dos débitos decorrentes de compromissos em moedaestrangeira, que contarem ou não com a garantia daUnião, por fiança ou aval, outorgada diretamente ouconcedida  por  intermédio  de  instituição  financeiraoficial,  terá  prioridade  absoluta  nos  cronogramasfinanceiros  de  desembolso  dos  órgãos  daadministração  federal centralizada, das entidades deadministração descentralizada e  suas  subsidiárias  edas demais  entidades  sob controle acionário  diretoou indireto da União ou de suas autarquias, bem comodas  fundações  instituídas  ou mantidas  pelo  PoderPúblico,  que  hajam  assumido  tais  compromissos(Decreto­lei nº 1.928/82, art. 1º com a redação dadapelo Decreto­lei nº 2.169/84).

Parágrafo  único.  Serão  pessoal  e  solidariamenteresponsáveis pelo atraso no pagamento, por parte dosórgãos  e  entidades mencionadas  neste  artigo,  osrespectivos  administradores que concorrerem,  poração  ou  omissão,  para  o  descumprimento  daprioridade  estabelecida.

Art.  103. O  pagamento,  pelo Banco  do Brasil  S.A.,autorizado pela  Secretaria do  Tesouro Nacional,  decompromissos em moeda estrangeira, não  saldadospelos devedores nas datas contratuais de vencimento,importará  na  indisponibilidade  dos  recursosexistentes, ou que venham a ingressar, nas contas dosórgãos ou entidades devedoras abertas em quaisquerinstituições  financeiras  até  o  quanto  baste  paracompensar o valor equivalente, em moeda nacional,à data  do efetivo  pagamento, do  principal,  juros  edemais despesas financeiras (Decreto­lei nº 1.928/82,art. 2º, com a redação dada pelo Decreto­lei nº 2.169/84).

§ 1º Caberá à Secretaria do Tesouro Nacional adotaras medidas  tendentes à  regularização e recuperaçãodos  recursos  dispendidos  pelo  Tesouro  Nacional,inclusive  quando o mutuário  for  Estado,  o  DistritoFederal,  Município  ou  suas  entidades  deadministração  indireta,  caso  em que  se observará odisposto no § 3º do artigo 25 da Constituição.

§ 2º Caberá ao Banco do Brasil S.A., na data em queefetuar o pagamento:

a) comunicar o fato ao Banco Central do Brasil;

b)  notificar  o  órgão ou entidade devedora para,  noprazo de 30 (trinta) dias, efetuar o ressarcimento.

§ 3º Caberá ao Banco Central do Brasil:

a)  expedir  às  instituições  financeiras  as  ordensnecessárias à execução do disposto neste artigo;

b) promover incontinenti a transferência dos recursostornados  indisponíveis,  até  o montante  suficientepara a liquidação do débito.

§ 4º Caso o órgão ou entidade devedora não efetuar aliquidação do débito no prazo fixado na notificação aque se refere a alínea b do § 2º, será automaticamentedebitada pela multa de 10% (dez por cento) sobre osaldo do principal e acessórios.

§ 5º Os pagamentos ou créditos para amortização dodébito  serão  imputados na  seguinte ordem:

a) na multa;

b) nos juros a despesas financeiras;

c) no principal.

§ 6º A conversão, em moeda nacional, dos valores aque se refere este artigo, será feita com base na taxade câmbio, para venda, vigente na data da notificaçãofeita pelo Banco do Brasil S.A.

§ 7º A partir da data da notificação, e até seu efetivopagamento,  o  débito  estará  sujeito  a  reajuste,  naforma da  legislação em vigor,  e vencerá  juros  à  taxade 1 % (um por cento) ao mês.

§ 8º O débito inscrito como Dívida Ativa da União, naforma ora estabelecida,  ficará sujeito  ao encargo deque tratam o artigo 1º do Decreto­lei nº 1.025, de 21de outubro de 1969, o artigo 3º do Decreto­lei nº 1.569,de 8 de agosto de 1977, e o artigo 3º do Decreto­leinº 1.645, de 11 de dezembro de 1978.

Art. 104. Dentro de 90 (noventa) dias do vencimentodo prazo a que se refere a alínea b , do § 2º, do artigoanterior, o Banco do Brasil S.A.:

I ­ enviará à Procuradoria da Fazenda Nacional, parafins de apuração, inscrição e cobrança da Dívida Ativada União,  de  acordo  com  a  legislação  pertinente,demonstrativos do débito,  com a  indicação da  datado pagamento efetuado à ordem do Tesouro Nacionale da taxa de conversão, em moeda nacional, do valordo  débito  em  moeda  estrangeira;  os  nomes  erespectivas  qualificações  dos  componentes  dadiretoria da entidade devedora, em exercício na datado inadimplemento, e bem assim a cópia do contratofinanceiro  respectivo;

II ­ remeterá ao Tribunal de Contas da União, e à Secretariado Tesouro Nacional,  cópia do demonstrativo a  quealude o  item anterior.

Art . 105. A Secretaria do Tesouro Nacional velará paraque, da relação de responsáveis por dinheiros, valorese outros bens públicos,  de que  trata o  artigo 85  doDecreto­lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, a seranualmente  transmitida  ao  Tribunal  de  Contas  daUnião,  constem  os  nomes  dos  que  incorrerem  nahipótese prevista no parágrafo único, do artigo 102.

Parágrafo  único.  A  inobservância  da prioridade  depagamento de que trata o artigo 102 poderá, a critério

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do Tribunal de Contas da União, ser  considerado atoirregular  de  gestão  e  acarretar  para  os  infratoresinabilitação temporária para o exercício de cargo emcomissão  ou  função  de  confiança  nos  órgãos  ouentidades da administração  federal  centralizada oudescentralizada  e  nas  fundações  sob  supervisãoministerial (Decreto­lei nº 1.928/82, art. 4º parágrafoúnico).

Art. 106. Quando for o caso, a Secretaria do TesouroNacional diligenciará, perante os órgãos competentesdos  sistemas  de  controle  interno  e  externo  dosEstados  e Municípios,  para  que  sejam  responsa­bilizados  os  infratores  às  presentes  normas,  nãojurisdicionados ao Tribunal de Contas da União.

SEÇÃO XIII

Operações de Arrendamento Mercantil

Art.  107. Mediante  autorização  em  lei,  o  PoderExecutivo poderá contratar ou garantir, em nome daUnião,  sob  a  forma  de  fiança,  o  pagamento  dasprestações  devidas  por  autarquias,  empresaspublicas,  sociedades  de economia mista  ou outrasentidades controladas, direta ou  indiretamente, pelaUnião  ou  Estado  Federado,  em  decorrência  deoperações de arrendamento mercantil, com opção decompra,  ajustadas  com  entidades  ou  empresassediadas no exterior (Decreto­lei nº 1.960/82, art. 1º).

Art . 108. As operações a que se refere o artigo anteriorsó  serão  realizadas  se  satisfizerem aos  seguintesrequisitos:

I  ­  tenha  por objeto  bem destinado  a  assegurar  oucontribuir  para a  execução de projeto ou  programade desenvolvimento ou de interesse público relevante;

II  ­  haja  prévio  e  expresso  pronunciamento  doMinistro­Chefe  da  Secretaria  de  Planejamento  daPresidência da República sobre o grau de prioridadedo  projeto  ou  programa,  em  função  dos  planosnacionais  de  desenvolvimento,  bem  como  sobre  acapacidade  do  arrendatário  para  pagamento  dasprestações  ajustadas;

III ­ ofereça o arrendatário contragarantias suficientespara  ressarcimento  de  qualquer desembolso que  oTesouro Nacional venha a fazer, se chamado a honrara fiança, salvo no caso de autarquias federais ou empresascontroladas direta ou  indiretamente pela União;

IV ­ não contenha o contrato qualquer cláusula:

a) de natureza política;

b)  atentatória  à  soberania  nacional  ou  à  ordempública;

c) contrária  à  Constituição e  às  leis brasileiras,  bemassim  aos  interesses  da  política  econômico­financeira, a juízo do Ministro da Fazenda;

V  ­  inclua  o  contrato  cláusula  estipulando  que  oslitígios dele  decorrentes  serão  resolvidos perante  oforo brasileiro ou submetidos a arbitragem.

Parágrafo único. Observado o disposto nos itens IV eV, poderão  ser  aceitas, nos contratos  respectivos, ascláusulas e condições usuais nas operações de lesinginternacional, desde que compatíveis com as normasora  estabelecidas.

Art . 109. As operações de que se trata serão autorizadas,em cada  caso, pelo Ministro  da  Fazenda, à  vista  deparecer  prévio da  Procuradoria­Geral  da  FazendaNacional quanto à  legalidade da operação.

Art . 110. A efetivação de garantia, em nome da União,para as  operações de arrendamento mercantil,  ficasujeita  a  remuneração  nos  limites  fixados  peloConselho Monetário Nacional  (Decreto­lei nº 1.960/82, art. 5º).

Art. 111. Na hipótese de inadimplência do afiançadoobservar­se­ão  as  normas  estabelecidas  para  oressarcimento de desembolsos decorrentes de avaisou  fianças em operações de crédito externas.

SEÇÃO XIV

Papel Moeda

Art.  112. Compete ao Conselho Monetário Nacionalautorizar as emissões de papel­moeda as quais ficarãona  prévia  dependência  de  autorização  legislativaquando se destinarem ao financiamento direto, peloBanco Central do Brasil, das operações com o TesouroNacional, previstas em lei (Lei nº 4.595/64, art. 4º, item I).

§  1º O Conselho Monetário Nacional pode,  ainda,autorizar  o  Banco  Central  do  Brasil  a  emitir,anualmente, até o limite de 10% (dez por cento) dosmeios de pagamentos existentes em 31 de dezembrodo  ano  anterior,  para  atender  as  exigências  dasatividades produtivas e  da  circulação  da  riqueza doPaís, devendo, porém, solicitar autorização do PoderLegislativo, mediante mensagem do  Presidente  daRepublica,  para as  emissões que,  justificadamente,se  tornarem necessárias além daquele  limite.

§  2º. Quando necessidades  urgentes  e  imprevistaspara  o  financiamento  dessas  atividades  odeterminarem, pode o Conselho Monetário Nacionalautorizar as emissões que se  fizerem indispensáveis,solicitando imediatamente, através de mensagem doPresidente  da  República,  homologação  do  PoderLegislativo para as  emissões assim realizadas.

§ 3º Para atender despesas imprevisíveis e urgentes,como as decorrentes de guerra, subversão interna oucalamidade pública, o Presidente da República poderádeterminar  que  o  Conselho Monetário Nacional,

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através do Banco Central do Brasil, faça a aquisição deLetras do Tesouro Nacional com a emissão de papel­moeda até o montante do crédito extraordinário quetiver sido decretado (Lei nº 4.595/64, art. 49, § 5º).

§  4º O Presidente  da  República  fará  acompanhar  adeterminação  ao  Conselho Monetário  Nacional,mencionada  no  parágrafo  anterior,  de  cópia  damensagem que deverá dirigir ao Congresso Nacional,indicando os motivos que tornaram  indispensáveis aemissão e solicitando a sua homologação.

§ 5º Nas hipóteses dos parágrafos segundo e terceiro,deste  artigo,  se o Congresso Nacional negar homo­logação  à  emissão  extraordinária  efetuada,  asautoridades responsáveis serão responsabilizadas nostermos da Lei nº 1.079, de 10 de abril de 1950.

Art. 113. Considerar­se­ão resgatados, para os efeitoslegais,  os  saldos  das  emissões  substituídas,  cujascédulas não forem apresentadas à substituição até olimite máximo do prazo para isso marcado.

Parágrafo único.  Serão,  igualmente,  consideradosresgates  os  descontos  sofridos  pelas  cédulas  emsubstituição.

Art. 114. As emissões de moeda metálica serão feitassempre contra  recolhimento de  igual montante  decédulas (Lei nº 4.595/64, art. 4º, § 3º).

CAPÍTULO IV

Dívida Pública

Art . 115. A dívida pública abrange a dívida flutuante ea dívida fundada ou consolidada.

§ 1º A dívida flutuante compreende os compromissosexigíveis,  cujo pagamento  independe de autorizaçãoorçamentária, assim entendidos:

a) os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

b) os serviços da dívida;

c) os depósitos,  inclusive  consignações em  folha;

d) as operações de crédito por antecipação de receita;

e) o papel­moeda ou moeda  fiduciária.

§ 2º A dívida fundada ou consolidada compreende oscompromissos de  exigibilidade  superior  a 12  (doze)meses  contraídos mediante  emissão  de  títulos  oucelebração de contratos para atender a desequilíbrioorçamentário, ou a financiamento de obras e serviçospúblicos, e que dependam de autorização  legislativapara amortização ou resgate.

Art. 116. A dívida será escriturada com individuação eespecificações  que  permitam  verificar,  a  qualquermomento,  a posição dos  compromissos, bem  comoos respectivos serviços de amortização e  juros.

Parágrafo único.  Incluem­se entre os  compromissosde que trata este artigo, os de caráter contingencial,assim  entendidas  quaisquer  garantias  concedidasdiretamente  pelo  Tesouro  Nacional,  ou  porintermédio de  seus  agentes  financeiros.

Art. 117. Os juros e amortização dos títulos da dívidapública  serão  pagos,  nas  épocas  próprias,  porintermédio  dos  agentes  financeiros  do  TesouroNacional, não  se  aplicando  aos  títulos de que  trataeste artigo quaisquer procedimentos legais quanto àrecuperação de  títulos ao  portador extraviados  (Leinº 4.728/85, art. 71 e § 1º).

Art. 118. Os títulos da dívida pública são insuscetíveisde gravames de qualquer natureza que importem naobrigatoriedade de as repartições emitentes ou seusagentes  exercerem  controles  prévios  especiaisquanto à sua negociabilidade, ao pagamento de jurosou efetivação do resgate (Decreto­lei nº 263/67, art. 9º).

Parágrafo  único.  Nos  casos  em  que,  por  decisãojudicial,  forem  cabíveis  restrições  de  qualquernatureza  com  relação  aos  títulos  referidos  nesteartigo, o Juiz competente determinará o depósito dosmesmos em estabelecimento bancário  sob  controleda União,  credenciando­o a  representar os  titularesrespectivos e determinando o destino a  ser dado àsimportâncias provenientes do  recebimento de  jurose resgates (Decreto­lei nº 1.263/67, art. 9º, parágrafoúnico).

CAPÍTULO V

Valores Mobiliários da União

Art. 119. Os valores da União representados por títulosde qualquer espécie  ficarão  sob a  guarda do BancoCentral do Brasil.

Art.  120. Compete à  Secretaria  do Tesouro Nacionalcontrolar  os diversos  valores mobiliários  represen­tativos  de  participação  societária  da  União  emempresas públicas,  sociedades de economia mista equaisquer outras entidades, bem como os respectivosrendimentos e os direitos  inerentes  a esses  valores.

Art.  121.  Independentemente  da  existência  derecursos  orçamentários,  é  vedado  às  empresaspúblicas  ou  sociedades  de  economia mista  sobcontrole  da União  o  aumento  de  capital, mediantesubscrição  de  ações  em  dinheiro,  exceto  seexpressamente  autorizado,  em  decreto,  peloPresidente da  República.

Art. 122. Através do sistema de distribuição instituídono artigo 5º, da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, e

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com a  participação  do  Banco Central  do Brasil,  naforma do item IV do artigo 11, da Lei nº 4.595, de 31 dedezembro  de  1964,  o Ministro  da  Fazenda poderáautorizar operações de compra e venda de ações desociedades de economia mista e de empresas públicas,na  forma  estabelecida neste  decreto.

§ 1º As operações de compra e venda serão autorizadasem  cada caso  pelo Ministro  da  Fazenda,  especial­mente  para  aquisição  de  ações  de  sociedades  deeconomia mista  e  de  empresas  públicas  federaisdetidas por entidades da Administração  indireta,  oupor empresas controladas por estas,  podendo, paraesse  fim,  utilizar­se:

a) de recursos orçamentários, inclusive os destinadosa aumentos de capital de empresas estatais;

b) de créditos decorrentes de dividendos ou de resul­tados de exercício, na forma prevista no artigo 128;

c) de recursos provenientes de operações de créditointernas ou externas.

§ 2º A compra e venda de ações prevista neste artigoterá suas condições fixadas, em cada caso, medianteinstrumento específico, a ser firmado entre as partes.

Art. 123. A autorização do Ministro da Fazenda paraque  a União  adquira, mediante  compra  e  venda,compromisso de compra e venda ou permuta, açõesrepresentativas  do  capital  de  sociedades  deeconomia  mista  e  empresas  públicas  federaispertencentes  a entidades  da Administração  FederalIndireta, ou por estas controladas, de que trata o artigoanterior,  previstas  no  artigo  1º,  do  Decreto­leinº 2.132, de 28 de junho de 1984, será condicionada àprévia manifestação:

I  ­  da  Secretaria  do  Tesouro  Nacional  quanto  àconveniência e oportunidade da operação, bem assimquanto ao preço e à forma de pagamento;

II  ­ da Secretaria de Planejamento da Presidência daRepública  quanto  aos  recursos  à  conta  dos  quaiscorrerá a despesa com o pagamento do preço;

III ­ da Procuradoria­Geral da Fazenda Nacional quantoà  legalidade da operação.

§ 1º O preço das ações não será superior, no caso desociedade  aberta,  à  cotação média  verificada  nasemana  anterior  à  lavratura do  instrumento ou, nocaso  de  ações  sem  cotação  em  Bolsa,  ao  valorpatrimonial acusado no último balanço ou em balançoespecial.

§ 2º O preço será pago de uma só vez ou medianteprestações  periódicas,  facultado,  neste  caso,estipular­se o vencimento da 1º (primeira) prestaçãopara exercício posterior ao da lavratura do instrumentorespectivo.

 § 3º No caso de compra e venda ou compromisso decompra e venda a prazo, o valor das prestações poderáser  monetariamente  atualizado,  na  forma  dalegislação  em vigor  e  acrescido  de  juros  de até 8%(oito por cento) ao ano.

Art. 124. Os  instrumentos específicos,  referentes  àsoperações mencionadas  no  artigo  anterior,  serãolavrados  no  livro próprio  da Procuradoria­Geral  daFazenda Nacional, de acordo com o disposto no artigo10, itens V, alínea " b ", e VII, do Decreto­lei nº 147, de3 de fevereiro de 1967.

Parágrafo  único.  Caberá  à  Procuradoria­Geral  daFazenda Nacional  promover  a  publicação,  no DiárioOficial  da União,  dos  instrumentos  contratuais  e  aremessa, ao Tribunal de Contas, das respectivas cópiasautenticadas, quando solicitadas.

Art. 125. Mediante ato do Ministro da Fazenda, poderáser  promovida a  alienação de ações de propriedadeda  União,  representativas  do  capital  social  desociedades  de  economia mista, mantendo­se  51%(cinqüenta e um por cento) no mínimo, das ações comdireito  a  voto,  das  empresas  nas  quais  deva  serassegurado o controle estatal.

Art.  126. Poderão,  também, ser  alienadas as  ações,quotas ou direitos  representativos de  capital que  aUnião  possua,  minoritariamente,  em  empresasprivadas, quando não houver interesse econômico ousocial em manter a participação societária.

Parágrafo único. Quando não se tratar de companhiaaberta,  a  alienação  autorizada neste  artigo  se  faráatravés de licitação, na forma estabelecida pelo PoderExecutivo.

Art. 127. Enquanto. não efetivada a medida autorizadano  artigo  anterior,  é  facultado  ao  Poder  Executivo,mediante ato do Ministro da  Fazenda,  por propostada Secretaria do Tesouro Nacional, deixar de exercero direito  de preferência,  assegurado em  lei,  para  asubscrição de aumento de capital nas referidas empresas.

Art. 128. É o Ministro da Fazenda autorizado a converterem ações, nos aumentos de capital de sociedades deeconomia mista ou de empresas públicas, aprovadospelo Presidente da República, em decreto, os créditosdecorrentes de dividendos ou de resultados de exercício.

Art. 129. Ressalvado o disposto no artigo anterior, orecolhimento à conta do Tesouro Nacional, no Bancodo  Brasil  S.A.,  dos  dividendos  ou  resultados  deexercício  que  couberem  à União,  será  feito  pelasempresas até 30 de novembro de cada ano, mediantecomunicação à Secretaria do Tesouro Nacional.

Parágrafo único. É dever do representante do TesouroNacional  no  Conselho  Fiscal  ou  órgão  de  controleequivalente,  das empresas  de  cujo  capital a Uniãoparticipe,  e  de  quaisquer  órgãos  ou  unidadesadministrativas que tenham a seu cargo controlar ouacompanhar a gestão das entidades da administraçãodescentralizada ou indireta, fiscalizar o cumprimentodo disposto neste artigo.

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CAPÍTULO VI

Contabilidade e Auditoria

Art.  130.  A  contabilidade  da  União  será  realizadaatravés das funções de orientação, controle e registrodas  atividades  de  administração  financeira  epatrimonial,  compreendendo  todos  os  atos e  fatosrelativos à gestão orçamentário­financeira e da guardaou administração de bens da União ou a ela confiados.

Art. 131. Todo ato de gestão  financeira, ou que crie,modifique ou extinga direito ou obrigação de naturezapecuniária  da União,  será  realizado  por meio  dedocumento  hábil  que  o  comprove  e  registrado  nacontabilidade mediante  classificação  em  contaadequada.

Art.  132. O  órgão  central de  contabilidade da Uniãoestabelecerá o plano de contas único e a padronizaçãodos  registros  contábeis  para  os  órgãos  daadministração  federal  centralizada.

Parágrafo único. As  autarquias,  empresas públicas efundações  instituídas  ou  mantidas  pela  Uniãomanterão  plano  de  contas  adequado  às  suasatividades  peculiares,  obedecida,  para  efeito  deconsolidação, a estrutura básica estabelecida para osórgãos da administração centralizada.

Art. 133. O registro sintético das operações financeirase patrimoniais efetuar­se­á pelo método das partidasdobradas.

Art.  134.  Haverá  controle  contábil  dos  direitos  eobrigações oriundos de contratos, convênios, acordosou ajustes.

Art. 135. Os  débitos e os  créditos  serão  registradoscom  individuação  do  devedor  ou  do  credor  eespecificação  da  natureza,  importância  e data  dovencimento, quando  fixada.

Art. 136. A contabilidade deverá evidenciar, em seusregistros,  o montante  dos  créditos  orçamentáriosvigentes, a despesa empenhada e a despesa realizadaà conta dos mesmos créditos, as dotações disponíveise os recursos financeiros programados.

§ 1º Os registros previstos neste artigo serão acessíveisà  respectiva  unidade  administrativa  gestora,  paraorientação  e  atualização dos mesmos  registros,  naforma  estabelecida.

§  2º Quando não  for  possível  o  acesso  da unidadeadministrativa  gestora aos  registros, as  informaçõesindispensáveis à sua orientação lhes serão transmitidasoportunamente.

Art. 137. A contabilidade  deverá apurar o  custo dosprojetos  e  atividades,  de  forma  a  evidenciar  osresultados da gestão (Dec.­Iei nº 200/67, art. 69).

§  1º A  apuração do custo dos  projetos e  atividadesterá por base os elementos  fornecidos pelos órgãosde orçamento,  constantes dos  registros do CadastroOrçamentário  de Projeto/Atividade,  a utilização  dosrecursos  financeiros  e  as  informações  detalhadassobre  a  execução  física  que  as  unidades  adminis­trativas gestoras deverão  encaminhar  ao  respectivoórgão  de  contabilidade,  na periodicidade  estabe­lecida pela  Secretaria do Tesouro Nacional.

§ 2º A falta de informação da unidade administrativagestora  sobre  a  execução  física  dos  projetos  eatividades  a  seu  cargo,  na  forma  estabelecida,acarretará  o  bloqueio  de  saques  de  recursosfinanceiros  para  os mesmos  projetos  e  atividades,responsabilizando­se  a  autoridade  administrativafaltosa  pelos prejuízos  decorrentes.

Art.  138. Os  órgãos  de  contabilidade  prestarão  aassistência técnica que lhe for solicitada pelas unidadesadministrativas  gestoras,  e  lhes  encaminharão,mensalmente,  balancetes  e  demonstraçõescontábeis da respectiva execução orçamentária, paraorientação e base às decisões cabíveis.

Parágrafo único. Cópia dos balancetes e das demons­trações  contábeis,  de  que  trata  este  artigo,  seráremetida  ao  Tribunal  de  Contas da União, ou  suasdelegações, para a auditoria financeira e orçamentáriade sua  competência.

Art.  139. Os  órgãos de  contabilidade examinarão  aconformidade  dos  atos  de  gestão  orçamentário­financeira e patrimonial,  praticados pelas  unidadesadministrativas  gestoras  de  sua  jurisdição,  com asnormas legais que os regem (Dec.­Iei nº 200/67, art. 73).

§ 1º Quando for verificada qualquer irregularidade, oato  será  impugnado mediante  representação,  paraapuração de ilegalidade e identificação do responsável.

§ 2º Caracterizada a  ilegalidade, o órgão de contabi­lidade encaminhará,  imediatamente, à  autoridade aquem o responsável esteja subordinado, os elementosnecessários para os procedimentos disciplinares cabíveis.

§ 3º Na mesma data da providência prevista no parágrafoanterior,  o  órgão  de  contabilidade  comunicará  aocorrência  ao órgão  setorial  de  controle  interno dajurisdição do responsável, e promoverá anotações dainfringência  no  registro  cadastral  de  agentes  daadministração  financeira.

§ 4º Os documentos relativos aos registros contábeisdos atos da  receita e despesa  ficarão arquivados noórgão de contabilidade à disposição das autoridadesresponsáveis pelo acompanhamento  administrativoe  fiscalização  financeira  e, bem assim,  dos  agentesincumbidos do controle externo, de competência doTribunal de Contas da União.

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§ 5º Ressalvada a hipótese de microfilmagem, quandoconveniente, os documentos  serão conservados  emarquivo pelo prazo de 5  (cinco)  anos do  julgamentodas contas dos responsáveis, pelo Tribunal de Contasda  União,  findo  o  qual  poderão  ser  incineradosmediante  termo.

Art. 140. O órgão central de  contabilidade  da Uniãofará  a  consolidação  dos dados  oriundos dos  órgãosseccionais,  transmitindo,  mensalmente,  osbalancetes  e  as  demonstrações  contábeis  sobre  aexecução orçamentária de cada Ministério ou órgão,ao respectivo órgão setorial de controle interno, paraefeito  da  supervisão ministerial.

Art. 141. Todo aquele que, a qualquer título, tenha aseu  cargo  serviço  de  contabilidade  da  União  épessoalmente  responsável pela exatidão das  contase oportuna apresentação dos balancetes, balanços edemonstrações  contábeis  dos  atos  relativos  àadministração  financeira e patrimonial  do  setor  sobsua  jurisdição.

Art.  142.  A  auditoria  será  realizada  de maneiraobjetiva, segundo programação e extensão racionais,com o propósito de certificar a exatidão e regularidadedas contas, verificar a execução de contratos, convênios,acordos  ou  ajustes,  a  probidade  na  aplicação  dosdinheiros públicos e na guarda ou administração  devalores e outros bens da União ou a ela confiados.

§  1º O  custo  dos projetos e atividades a  cargo dosórgãos  e  entidades  da  administração  federal  seráobjeto  de  exames  de  auditoria,  verificando­se  osobjetivos  alcançados  em  termos  de  realização  deobras e de prestação de serviços, em confronto com oprograma de trabalho aprovado.

§  2º São elementos básicos  dos procedimentos  deauditoria  o  sistema  contábil  e  a  documentaçãocomprobatória das operações realizadas, a existênciafísica dos bens adquiridos ou produzidos e os valoresem depósito.

Art.  143.  As  entidades  e  organizações  em  geral,dotadas de personalidade jurídica de direito privado,que  recebam  contribuições  parafiscais  e  prestemserviços de interesse público ou social, estão sujeitasà fiscalização do Poder Público nos termos e condiçõesestabelecidos na  legislação  pertinente  a  cada  uma(Dec.­Iei nº 200/67, art. 183).

§  1º  Sem  prejuízo  do  disposto  neste  artigo,  asentidades  e  organizações  mencionadas  serãosubmetidas a auditoria do órgão setorial de controleinterno  do Ministério  ou  Órgão  a  que  estejamvinculadas (Dec.­Iei nº 772/69).

§ 2º Se a entidade ou organização dispuser de receitaprópria, a auditoria se limitará ao emprego daquelascontribuições ou  transferências.

§  3º  Nos  casos  de  irregularidades  apuradas,  se  oresponsável,  devidamente  notificado,  deixar  deatender  às  exigências  formuladas  pelo  órgão  deauditoria,  o Ministro  de  Estado  determinará  asuspensão das transferências destinadas às  referidasentidades ou organizações, ou a retenção da receitana fonte arrecadadora.

Art.  144.  (Artigo  revogado  pelo  Dec.  nº  3.591,  de6.9.2000)

CAPÍTULO VII

Prestação de Contas e Tomada de Contas

Art.  145. Quem quer que  utilize dinheiros  públicosterá  de  justificar  seu  bom  e  regular  emprego  naconformidade  das  leis,  regulamentos  e  normasemanadas  das  autoridades  administrativascompetentes (Dec.­Iei nº 200/67, art. 93).

Art. 146. Além da tomada de contas ou prestação decontas  anual,  o  órgão  setorial  de  controle  internomanterá  sistema de acompanhamento contínuo  daexecução  de projetos  e  atividades  pelos  órgãos  eentidades da Administração Federal, direta e indireta,sob sua jurisdição, de forma a lhe permitir, a qualquertempo, pronunciar­se  sobre a  eficiência e  a  eficáciada gestão, podendo proceder às verificações, examesou levantamentos que se fizerem necessários (Lei nº4.320/64, arts. 78 e 83).

Art.  147.  Terão  sua  situação  perante  a  FazendaNacional  evidenciada na  tomada de  contas anual, oordenador  de  despesas,  o  agente  recebedor  oupagador e o responsável pela guarda ou administraçãode  valores  e  outros  bens  da União, ou pelos  quaisesta  responda.

§ 1º A tomada de contas anual será feita de forma aevidenciar  os  resultados  da  gestão,  medianteconfronto do programa de trabalho a nível de projetoe atividade, ou parte deste afeta  à unidade gestora,com os recursos financeiros programados e utilizados,bem  assim  com os  dados  ou  informações  sobre  aexecução  física.

§ 2º Integra a tomada de contas, relatório de atividadesda  unidade  gestora,  firmado  pelo  respectivoresponsável,  e  do  órgão  de  contabilidade  sobre  ocontrole que lhe cabe a, no caso de irregularidade, adefesa do  indiciado.

§  3º O  relatório  de  atividades  da  unidade  gestoraversará  sobre  suas  finalidades,  a  programação  e  aexecução orçamentária  dos projetos  e  atividades aseu  cargo,  bem  assim  quanto  aos  resultadosalcançados em  termos de  realização de  obras e  deprestação de  serviços.

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Art. 148. Está sujeito à tomada de contas especial todoaquele que deixar de prestar contas da utilização derecursos públicos,  no prazo  e  forma  estabelecidos,ou que cometer ou der causa a desfalque, desvio debens  ou  praticar  qualquer  irregularidade  de  queresulte prejuízo para a Fazenda Nacional.

Art. 149. As autarquias, empresas públicas, sociedadesde economia mista, fundações criadas pela União oumantidas  com  recursos  federais,  sob  supervisãoministerial,  serviços  autônomos  e  entidades  compersonalidade  jurídica  de  direito  privado,  de  cujocapital  a União  ou qualquer  entidade da  adminis­tração  indireta,  seja  detentora da  totalidade ou  damaioria das ações ordinárias, prestarão contas de suagestão,  para  julgamento  pelo Tribunal  de Contas daUnião  (Dec.­Iei nº 199/67, art. 34 e art. 7º, da Lei nº6.223/75, alterado pela Lei nº 6.525/78).

Art. 150, As tomadas de contas e prestação de contasserão objeto de exames de auditoria do órgão setorialde  controle  interno.

Art.  151.  Diante  do  exame  de  auditoria,  o  órgãosetorial de controle interno emitirá parecer avaliandoa eficiência e a eficácia da gestão, bem assim quantoà  economia  na  utilização dos  recursos  públicos,  ousobre as irregularidades apuradas, quando for o caso,submetendo  a  tomada  de  contas  ou prestação  decontas à consideração do Ministro de Estado, que sepronunciará  a  respeito,  remetendo  o processo,  emseguida, ao Tribunal de Contas da União, para os finsconstitucionais  e  legais.

Art. 152. Sem prejuízo do encaminhamento da tomadade contas ou prestação de contas ao Tribunal de Contasda  União,  o  Ministro  de  Estado,  no  caso  deirregularidade, determinará as providências que, a seucritério,  se  tornarem  indispensáveis para  resguardaro  interesse da coletividade e probidade na aplicaçãodos  recursos  públicos,  das  quais  dará  ciênciaoportunamente ao Tribunal.

Art. 153. As tomadas de contas e prestação de contasserão encaminhadas ao Tribunal de Contas da Uniãono  exercício  financeiro  imediatamente  seguinteàquele  a que  se  referirem,  observados os  seguintesprazos:

I ­ até 30 de junho:

a) as tomadas de contas dos ordenadores de despesas,agentes  recebedores  ou pagadores e  encarregadosda guarda ou administração de valores e outros benspúblicos.

b) as prestações de contas das autarquias:

II ­ até 31 de julho:

­  as  prestações  de  contas  das  empresas  públicas,

sociedades de economia mista, fundações e serviçossociais autônomos;

III ­ até 30 de setembro:

­  as  prestações  de  contas  das  entidades  compersonalidade  jurídica  de  direito  privado,  de  cujocapital a União ou qualquer entidade da administraçãodescentralizada,  ou  indireta,  seja  detentora  datotalidade ou da maioria das ações ordinárias.

§  1º  As  prestações  de  contas  relativas  a  fundosespeciais de natureza contábil ou financeira, inclusiveas de investimentos, acompanharão a tomada de contasou prestação de contas correspondente aos recursosgerais da respectiva unidade ou entidade gestora.

§  2º A  tomada de  contas especial  será  remetida  aoTribunal de Contas  da União  dentro do prazo de  30(trinta) dias de sua elaboração.

Art. 154. Os órgãos de Contabilidade inscreverão comoresponsáveis  todos  quantos  estejam  sujeitos  atomada de contas ou que devam prestar contas parajulgamento pelo Tribunal de Contas, cujo rol lhe serátransmitido anualmente, comunicando­se as alterações.

CAPÍULO VIII

Disposições Gerais

Art.  155.  A  Secretaria  do  Tesouro Nacional,  semprejuízo das  atribuições  conferidas  à  Secretaria  dePlanejamento  da  Presidência  da  República,  écompetente para  instituir  formulários  e modelos  dedocumentos  de empenho,  liquidação  e  pagamentode despesas, e outros que se tornarem indispensáveisà execução orçamentária e  financeira da União, bemcomo  a  expedir  as  instruções  que  se  tornaremnecessárias  à  execução  deste  decreto,  visando  àpadronização e uniformidade de procedimentos.

Art.  156.  A  integração  das  diversas  unidadesadministrativas gestoras e entidades supervisionadasao sistema de computação eletrônica para o controleda execução orçamentária e financeira da União, seráfeita por etapas, de acordo com o plano de trabalho ea orientação da Secretaria do Tesouro Nacional.

Art. 157. As autarquias e empresas públicas federaisremeterão  à  Secretaria  de  Controle  Interno  doMinistério  a  que  estejam  vinculadas,  até  15  defevereiro  de  cada  ano,  impreterivelmente,  osbalanços  anuais  relativos  ao  exercício  anterior,  parafins de  incorporação de  resultados e publicação  (Leinº 4.320/64, art. 109 e parágrafo único do art. 110).

Parágrafo único. Na mesma data do seu recebimento,as  Secretarias  de  Controle  Interno  remeterão  àSecretaria  do  Tesouro  Nacional  uma  das  vias  dosbalanços referidos neste artigo, para publicação comocomplemento dos balanços gerais da União.

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Art.  158.  Este  decreto  entrará  em  vigor  em 1º  dejaneiro de 1987, ficando revogadas as disposições emcontrário,  em especial  as  constantes dos  seguintesDecretos: 61.386, de 19 de setembro de 1967; 62.115,de 12 de janeiro de 1968; 62.700, de 15 de maio de1968; 62.762, de 23 de maio de 1968; 64.135, de 25 defevereiro de 1969; 64.138, de 25 de fevereiro de 1969;64.175, de 8 de março de 1969; 64.441, de 30 de abrilde 1969; 64.752, de 27 de junho de 1969; 64.777, de 3de julho de 1969; 65.875, de 15 de dezembro de 1969;67.090, de  20 de  agosto de 1970; 67.213, de 17 desetembro de 1970; 67.991, de 30 de dezembro de 1970;68.441, de 29 de março de 1971; 68.685, de 27 de maiode 1971; 71.159, de 27 de setembro de 1972; 72.579,de 7 de agosto de 1973; 74.439. de 21 de agosto de1974; 78.383, de 8 de setembro de 1976; 80.421, de 28de setembro de 1977; 85.421, de 26 de novembro de1980; 88.975, de 9 de novembro de 1983; 89.950, de 10de  julho  de 1984;  89.955, de 11 de  julho  de  1984;89.979, de 18 de julho de 1984; 91.150, de 15 de marçode 1985; 91.953, de 19 de novembro de 1985; 91.959,de 19 de novembro de 1985.

Anotações

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Anotações

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QUESTÕES COMENTADAS

01. (CESPE  ­  ACE/TCU  ­  2004)  Instituído  pelaConstituição Federal de 1988, o plano plurianual, devigência coincidente com a do mandato do chefe doPoder Executivo, estabelece, de forma regionalizada,as diretrizes, os objetivos e as metas da administraçãopública  federal  para as despesas de  capital e outrasdelas decorrentes e para  as  relativas  aos programasde duração continuada.

COMENTÁRIO:

O Planejamento  Estratégico de MÉDIO  PRAZO  (ouLongo Prazo)  da Administração Pública brasileira doGoverno,  assim  doutrinariamente  conhecidoestabelece  de  forma  regionalizada as Diretrizes,  osObjetivos e Metas (ARTIFÍCIO MNEMÔNICO       DOM)para as despesas de capital e outras delas decorrentese para  aquelas  relativas aos programas  de  duraçãocontinuada.

• Conteúdo principal:  fixa,  de  forma  regionalizada,as diretrizes, objetivos  e metas do Governo para:(ARTIFÍCIO MNEMÔNICO ­  PPA � DOM)

As despesas  de  CAPITAL  (ex.:  construção  deescolas,  hospitais) �  são  despesas  relacionadas  àEXPANSÃO dos serviços públicos;

As despesas DECORRENTES    ­  derivadas  ­  dasdespesas  de  capital  (ex.:  contratação  de  pessoalnecessário ao funcionamento das escolas e hospitais)� são as despesas relacionadas à MANUTENÇÃO deserviços  anteriormente  criados!!!!

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!

A despesa Decorrente de uma despesa de capitalé a despesa corrente

Os  programas  de  duração  continuada(despesas  vinculadas  a  programas  com  duraçãosuperior a um exercício financeiro ­ como o " programade  bolsa­escola",  o  programa  de  aceleração  docrescimento,  que  são  programas  cuja  execuçãoultrapassa o exercício financeiro).

Quando de  sua elaboração, a Administração eo legislador deverão planejar a aplicação de recursospúblicos de modo a atenuar a enorme DESIGUALDADEentre as regiões brasileiras (no caso do PPA da União)ou  entre  as  sub­regiões  existentes  nos  Estados  eMunicípios  (caso do  PPA dos Estados e Municípios),daí o art. 165, § 1º da CF/88 dizer "(...) estabelecerá, deforma  reginonalizada..."

• DIRETRIZES  ­ orientações  gerais  ou princípiosque nortearão a captação e o gasto público comvistas a alcançar os objetivos.

• OBJETIVOS  ­  indicam os  resultados  a  seremalcançados pela administração pública quandoda execução orçamentária(ex.: elevar o  níveleducacional  da populacional,  especialmente,combatendo o  analfabetismo).

• METAS  ­ quantificação, física e financeira, dosobjetivos (ex.: construção de 3.000 salas de aulaem todo o País, no período de quatro anos, R$100 milhões, na construção de salas de aula).

• PROGRAMAS  ­ são as ações que resultam embens  e  serviços  ofertados  diretamente  àsociedade.  Correspondem  ao  MÓDULOINTEGRADOR  entre PPA  e a LOA.São eles quegarantem  a  compatibilização  entre  os  doisinstrumentos  de  planejamento  citados.  Sãoinstrumentos  de  organização  da  atuaçãogovernamental,  articulando  um conjunto  deações que concorrem para um objetivo comumpreestabelecido e mensurado por  indicadoresprevistos no PPA.(ex.: Defesa  dos direitos  daCriança  e  do  Adolescente,  PAC  ­  PROGRAMADE ACELERAÇÃO  DO CRESCIMENTO,  BOLSA­ESCOLA)

• DURAÇÃO  CONTINUADA  ­  Programas  cujaexecução ultrapassam um exercício  financeiro(ex.:  "  Programa Bolsa  ­  Escola",  obras  comprazo de conclusão superior a um ano etc.)

O  PPA  é  um  plano  quadrienal,  vigorando,portanto,  por  quatro  anos,  que  corresponde  aomesmo  tempo de duração do mandato do  chefe doPoder  Executivo.  Entretanto,  a  vigência  do mesmoinicia­se  no  segundo  ano  do mandato  do  chefe  doPoder  Executivo,  terminando  no  primeiro  ano  domandatário  subseqüente,  logo,  sua  vigência  nãocoincide com o mandato!!!!!

O  fato  de  sua  vigência  não  coincidir  com  omandato do chefe do Poder Executivo tem uma lógica:A CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS.

Diante do exposto,  é possível  inferir  que  cadaGOVERNO elabora  o  seu  PPA,  entretanto  somenteexecuta 3 anos do mesmo, eis que1 ano foi herdadodo governo antecessor.

Alexandre, e o que são essasdiretrizes, objetivos e metas?

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Alexandre, é possível  inferir então que isso sempreocorre?????

NÃO, caso o chefe do Poder executivo seja reeleito parao  2º  mandato,  nessa  única  e  exclusiva  situação,executará os 4 anos do PPA elaborado na vigência doseu  1º  mandato  (CUIDADO  COM  ISSO  NA SPROVAS!!!!).

Portanto,  a  alternativa  supramencionada  estáERRADA!!!!!!!!!

02. (ESAF/ACE_TCU/2006) No que se refere à matériaorçamentária, a Constituição de 1988, em seu artigo165,  determina  que  leis  de  iniciativa  do  PoderExecutivo  estabeleçam  o  Plano  Plurianual,  asdiretrizes  orçamentárias  e  os  orçamentos  anuais.Identifique a opção falsa com relação ao tema.

a) A  Lei  de Diretrizes Orçamentárias  (LDO) consistena  lei que  norteia  a  elaboração dos  orçamentosanuais,  compreendidos  o  orçamento  fiscal,  oorçamento de investimento das empresas estataise o orçamento da seguridade social.

COMENTÁRIO:

Conforme preceitua o art. 165, § 2º da Lei Maior:

"  (...)

§  2º  ­  A   lei  de  diretrizes  orçamentáriascompreenderá  as  metas  e  prioridades  daadministração pública federal, incluindo as despesasde capital para o exercício financeiro subseqüente,ORIENTARÁ A  ELABORAÇÃO DA  LEI  ORÇAMEN­TÁRIA ANUAL,  disporá  sobre  as  alterações  nalegislação  tributária  e estabelecerá a política deaplicação  das  agências  financeiras  oficiais  defomento."

e ainda o § 5º:

"  (...)

§ 5º ­ A lei orçamentária anual compreenderá:

I ­ O ORÇAMENTO FISCAL referente aos Poderes daUnião,  seus  fundos,  órgãos  e  entidades  daadministração direta e indireta, inclusive fundaçõesinstituídas e mantidas pelo Poder Público;

II ­ O ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO das empresasem que a União, direta ou indiretamente, detenhaa maioria do capital social com direito a voto;

III  ­ O ORÇAMENTO DA   SEGURIDADE  SOCIA L,abrangendo  todas  as  entidades  e  órgãos a  elavinculados, da administração direta ou indireta, bemcomo os fundos e fundações instituídos e mantidospelo Poder Público."

Alternativa CORRETA!!!!!!

b) A Lei Orçamentária Anual (LOA) objetiva viabilizara  realização  das  ações  planejadas  no  PlanoPlurianual  e  transformá­las em  realidade.

O PPA está estruturado em programas de trabalho,que  constituem  instrumentos  de organização  daação governamental para solucionar as demandasda  sociedade.  Entretanto,  o  PPA,  sendo  umplanejamento que  traça a  estratégia do governopara  um  período  de  4  (quatro)  anos,  sem  uminstrumento que o operacionalize, ano a ano, nãoVALE NADA!!!!! SERIA  UM ZERO A ESQUERDA!!!!Para tanto é que existe a LOA, que materializa, anoa  ano,  os  programas  do  PPA  (orçamento­programa),  sendo,  portanto,  conhecido  peladoutrina,  como o  planejamento  operacional  daAdministração  Pública. Enquanto  o  PPA  terminanos programas,  a  LOA neles  começa!!!!!! A  LOAcorresponde a fatias do PPA !!!!!

Alternativa CORRETA .

Anotações

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c) A Lei de Diretrizes Orçamentárias  (LDO), sob  forma de projeto, deve ser encaminhada pelo Poder Executivoao Poder Legislativo, na esfera federal, até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro(15 de abril) e devolvida para sanção até o final do primeiro período da sessão legislativa (17 de julho).

Para falilitar a visualização dos prazos de envio e de devolução os projetos de  leis que tratam de orçamento,visualize a  tabela abaixo!!!!!

ARTIFÍCIO MNEMÔNICO!!!

LDO �  ESSE "O" de LDO inicia Oito meses (como é pouco, acrescentamos mais um caroçinho de arroz �  + ½

do mês). Então o prazo de envio da LDO ficará:

Oito meses e MEIO antes do encerramento do exercício financeiro!!!!

Alternativa CORRETA!!!

d) O Plano Plurianual corresponde a um plano, por meio do qual se procura ordenar as ações do governo quelevem ao alcance dos objetivos e das metas fixados para um período de três anos.

O Plano Plurianual corresponde ao planejamento estratégico governamental em que se procura sistematizar

as ações do governo em programas de trabalho, que são instrumentos de organização da ação governamental

para alcançar os objetivos e metas fixados para um período de 04 anos, e não de três anos!!!!

Alternativa ERRADA!!!

e) A Lei do Orçamento, sob forma de projeto, deve ser encaminhada, no âmbito federal, até quatro meses antesdo encerramento do exercício financeiro (31 de agosto) e devolvida para sanção até o final da sessão legislativa.

Alternativa CORRETA!!! Vide tabela acima

Envio: Chefe do PE ao PL.  Devolução:  do  PL  ao  PE  (para sanção ou veto) 

Projeto de Lei 

Parâmetro para envio: término do exercício financeiro. 

Parâmetro  para  devolução: término  da  sessão  legislativa ou período legislativo. 

BASE LEGAL 

PPA 

4  meses  antes  do  encer­ramento  do primeiro  exercício financeiro  do  mandato  do chefe do PE (31 de agosto) 

Até  o  término  do  segundo período  da  sessão  legislativa (22 de dezembro), do exercício em que for encaminhado. 

Art. 35, § 2º, do ADCT. 

LDO 8  meses  e  ½  antes  do  encer­ramento  do  exercício  finan­ceiro (15 de abril) 

Até  o  encerramento  do  pri­meiro  período  da  sessão  legis­lativa (17 de julho) 

Art. 35, § 2º, do ADCT. 

LOA 

4  meses  antes  do  encerra­mento  do  exercício  financeiro (31 de agosto) 

Até  o  encerramento  da  sessão legislativa  (22  de  dezembro), do  exercício  em  que  for encaminhado 

Art. 35, § 2º, do ADCT. 

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03. (ESAF/ACE_TCU/2002)  Com relação aos  créditosadicionais, aponte a única  opção  correta pertinenteaos  créditos  extraordinários.

a) São destinados a reforço de dotação orçamentária.

Alternativa ERRADA!!!

Os  créditos  que  funcionam  como  verdadeirosSUPLEMENTOS ALIMENTARES, reforçando o limitede gasto de uma despesa (dotação orçamentária)são os CRÉDITOS SUPLEMENTARES.

b) São destinados a despesas para as quais não hajadotação  específica.

Os créditos adicionais (mecanismos retificadores daLOA, ajustes à LOA durante a sua execução) que sedestinam a inserir NOVA CATEGORIA DE PROGRA­MAÇÃO  na  LOA,  pelo  fato  de  esta  não  ter  sidoinserida  por  erro  de  orçamentação  durante  aelaboração do projeto de  lei  de orçamento anualsão os ESPECIAIS, que CRIAM uma NOVA dotaçãona LOA.

c) São autorizados por lei e abertos por decreto.

Os créditos extraordinários destinam­se a atenderdespesas urgentes  e  imprevistas, decorrentes  deguerra,  comoção  interna  ou  calamidade  pública

(art. 41, inciso III, da Lei nº 4.320/64).

Como o próprio nome  sugere,  tais  créditos,  pelaurgência  que  os  motiva,  não  necessitam  deautorização legislativa prévia para a sua abertura.

Portanto,  não há  necessidade  de  que o Governoindique a  fonte de  recursos  para  a abertura  dosmesmos. Essa é uma faculdade do chefe do PoderExecutivo, mas não há vedação de que ele indique.Caso queira fazê­lo, não há proibição alguma!!!

A alternativa está ERRADA!!!

d) São  abertos  por  decreto  do  Executivo, que  daráconhecimento ao  Legislativo.

Essa é a alternativa CORRETA!!!

Entretanto, a mesma somente estará correta se aanalisarmos à luz da Lei n.º 4.320/64. Isso porque aLei 4.320/64, em seu artigo 44 (sugiro que você oleia),  determina  que  os  créditos  extraordináriosserão abertos por decreto do Poder Executivo, quedeles  dará  imediato  conhecimento  ao  Poder

Legislativo.  Entretanto,  esse  entendimento  da

referida lei não se coaduna com o estabelecido no

art. 62 da CF/88, que menciona, expressamente, "oscréditos extraordinários,  no caso  da União,  serão

abertos pelo Poder Executivo por meio de MedidaProvisória ­ MP ­ e submetidos imediatamente aoPoder Legislativo. No caso de os Estados possuíremo  instrumento  normativo  da  MP  nas  suas

respectivas  constituições,  poderão  adotá­latambém,  seguindo a mesma  regra  estabelecida

para o executivo federal.

e) Sua abertura depende da  existência de  recursosdisponíveis.

A abertura  do  crédito  independe da  existênciaprévia de recursos disponíveis.

04. (UNB/CESPE­DPF/DGP/NACIONAL/2004)  Até  omês de junho, a administração havia arrecadado 500unidades monetárias (U.M.) a mais do que o previstoe  gasto  100 U.M.  a menos  do que o autorizado. Osuperávit  financeiro  verificado  no  balançopatrimonial  do exercício  anterior  foi  de  250 U.M.;haviam sido reabertos créditos especiais de 150 U.M.,não­utilizados no  exercício  anterior;  e  o  disponívelna conta única, ao final do semestre, era de 350 U.M.Em face dessa situação hipotética e à luz da Lei 4.320/1964, julgue o item abaixo.

Na  situação  considerada,  os  responsáveis  pelaadministração poderiam abrir créditos suplementaresde até 600 U.M.

RESOLUÇÃO:

Quais as fontes de recursos presentes na questão?Nesse caso, temos duas fontes, quais sejam:

a) Excesso de arrecadação= 500 UM

b) Superávit Financeiro = 250UM

TOTAL DAS FONTES: 500 + 250 = 750 UM.

Acabou a  resolução?

Ainda  não!

Como houve a reabertura de créditos especiais, por

motivo de prudência, devemos deduzi­lo do  totaldas  fontes.

Portanto, o total das fontes disponíveis é:

750 – 150 = 600 UM.

O item está CORRETO!!!

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05. (TRF 2º Região/Téc. Jud./Contabilidade/2007) Os cré­ditos suplementares e especiais, de acordo com o artigo 42da Lei n.º 4.320/64, serão autorizados por lei e abertos por

a) Instrução Normativab) Resolução do Poder  Legislativo.c) Portaria do Executivo.d) Decreto  Executivo.e) Ato Administrativo.

Alexandre, MAS  PERAÍ!!!!!  Eu  observei  que  aadministração gastou menos do que o  autorizadona  LOA. Ou  seja,  o  Poder  Público economizou  orecurso.  Essa  tal de  ECONOMIA ORÇAMENTÁRIApode  ser  fonte para abertura de crédito  adicionalsuplementar ou  especial?????????

CAPCIOSÍSSIMA!!!!!!!

ECONOMIA ORÇAMENTÁRIA JAMAIS SERÁFONTE DE RECURSOS PARA ABERTURA DECRÉDITO ESPECIAL OU SUPLEMENTAR

COMENTÁRIO:

Cuidado para não confundir o ato de autorização doscréditos adicionais suplementares e especiais, que sedá com projeto de lei prévio e específico, com o ato desua abertura,  que  se materializa  com o decreto  doPoder  Executivo!!!!!!!

Alternativa a ser marcada é a letra D.

Espécie de crédito  Suplementar  Especial  Extraordinário 

Finalidade  Reforço de dotação  orçamentária  existente na Loa 

Atender à categoria De programação não Contemplada na LOA. 

Atender a  Despesas Imprevisíveis e Urgentes. 

Autorização  Prévia, podendo ser Incluída na própria LOA em lei especial 

Prévia, em lei  Especial. 

Sem necessidade Prévia. 

Forma de Abertura  Decreto do PE, após Autorização Legislativa, até  o limite estabelecido em lei. 

Decreto do PE, após Autorização Legislativa, até  o limite estabelecido em lei. 

Por meio de  Medida Provisória (União) ou Decreto (Estados e Municípios) 

Recursos  Indicação obrigatória. 

Indicação obrigatória. 

Independe de  Indicação, ou seja, é facultativa. 

Valor/limite  Obrigatório,  indicado na lei de autorização e no decreto de abertura. 

Obrigatório,  indicado na lei de autorização e no decreto de abertura. 

Obrigatório, Indicado na Medida provisória (União) ou no Decreto (Estados e Municípios). 

Vigência  Sempre no exercício Financeiro em que foi  Aberto. 

Em princípio, no  exercício financeiro em que foi aberto 

Em princípio, no  exercício financeiro em que foi aberto 

Prorrogação  Não permitida  Quando autorização nos últimos 4 meses do exercício financeiro. 

Quando autorizado nos últimos 4 meses do exercício financeiro. 

Observe o quadro abaixo para visualizar as características de todas as modalidades de créditos adicionais!!!!!!!!

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PROVA DO TCE­CE/2008 COMENTADA

61. Considere as assertivas  abaixo.

I. A  lei orçamentária  anual não conterá dispositivoestranho à previsão da receita e à fixação da despesa,não  se  incluindo na proibição a  autorização paraabertura de créditos suplementares e contrataçãode operações de crédito, ainda que por antecipaçãode receita, nos termos da  lei.

ATENÇÃO!!!!!

NÃO VÁ PARA UMA PROVA DE AFO SEM SABER,NA  ÍNTEGRA,  PELO  MENOS,  OS  SEGUINTESARTIGOS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL: art. 163 aoart. 169

COMENTÁRIO:

Essa é uma daquelas questões literais das quais a FCCadora!!!!!

A alternativa  supra  trata do  enunciado do Princípioda Exclusividade Orçamentária, insculpido no § 8º deseu artigo 165: § 8º:

"A  lei orçamentária anual não conterá dispositivoestranho à previsão da receita e à fixação da despesa,não  se  incluindo  na proibição a autorização paraabertura de  créditos  suplementares e contrataçãode operações de crédito, ainda que por antecipaçãode receita, nos termos da lei."

A  lógica  do  princípio  da  exclusividadeorçamentária  fundamenta­se  na  idéia  de  que  oorçamento  deve  conter  APENAS MATÉRIAORÇAMENTÁRIA   e  NÃO  CUIDAR  de  ASSUNTOSESTRANHOS  à  previsão  de  receita  e  à  fixação  dedespesa,  tendo  por  escopo  IMPEDIR  que  sejamaprovadas,  com  facilidades,  medidas  que,  emtramitação  regular,  talvez não  lograssem êxito,  hajavista o processo legislativo das leis orçamentárias (PPA,LDO e LOA) possuir uma tramitação bem mais célereque  as  leis  ordinárias  comuns,  em  virtude  de  sesubmeter, no que tange à apreciação dos projetos deleis que tratam de orçamento, às normas do processolegislativo especial (Art. 166 da CF/88).

Na União,  Tais  projetos de  leis orçamentárias,que são leis ordinárias especiais, serão apresentados,primeiramente,  na  Comissão Mista  de Orçamento,Planos e Fiscalização (Comissão Mista Permanente) eapreciados,  na  forma  do  REGIMENTO  COMUM(Regimento do Congresso Nacional) pelo Plenário dasduas  Casas do Congresso Nacional.  Trata­se de  umProcesso  Legislativo  Especial,  eis  que  os  projetossupramencionados  serão  VOTADOS  em  sessão

conjunta do Plenário do Congresso nacional, na formado regimento do mesmo e a APURAÇÃO DOS VOTOS éfeita separadamente.

Uma outra característica do processo legislativodas  leis  orçamentárias  (Leis  ordinárias)  que  odiferenciam do das leis ordinárias comuns, garantindoa  celeridade  de  tramitação  no  âmbito  do  PoderLegislativo é a sua sujeição a PRAZOS fatais, o que oqualifica  como Processo  Legislativo Vinculado.  Taisprazos estão elencados no art. 35, § 2º do ADCT (Atodas Disposições Constitucionais  Transitórias).

Diante do  exposto,  é  possível  inferir  que a  leiorçamentária não  poderá  tratar de outros  assuntoscomo, por exemplo, lei do divórcio, criação de tributos,fixação  de  remuneração,  subsídio,  etc.  Devido  àceleridade  da  votação  de  leis  orçamentárias,  osparlamentares incluíam nelas outras matérias, visandouma rápida aprovação de  seus projetos de  lei. A CF/88, entretanto, ao instituir o princípio da exclusividade,visou coibir essa prática.

Observe  que  constitui exceção  ao princípio daexclusividade, a autorização para abertura de créditossuplementares  (observe  que os  créditos especiais  eextraordinários  não  se  incluem  na  exceção)  e  acontratação de operações de  crédito,  ainda que porantecipação da  receita  (ARO). Veja também que nãoé exceção  somente a operação de  crédito por ARO,mas  também qualquer  outra.

A alternativa, portanto, está CORRETA!!!

II.  O projeto de lei orçamentária será acompanhadode demonstrativo  regionalizado do efeito,  sobreas  receitas  e despesas,  decorrente de  isenções,anistias,  remissões,  subsídios  e  benefícios  denatureza  financeira,  tributária  e  creditícia.

COMENTÁRIO:

Outra alternativa literal!!!!!!

Conforme artigo 165, § 6º da CF/88:

§  6º  ­  O  projeto  de  lei  orçamentária  seráacompanhado de  demonstrativo  regionalizado doefeito, sobre as receitas e despesas, decorrente deisenções, anistias, remissões, subsídios e benefíciosde natureza  financeira, tributária e creditícia.

O Artigo 5º, inciso II, da LRF (Lei de ResponsabilidadeFiscal)  faz ainda remissão ao parágrafo  supra:

Art.  5º  O  projeto  de  lei  orçamentária  anual,elaborado  de  forma  compatível  com o  planoplurianual, com a lei de diretrizes orçamentáriase com as normas desta Lei Complementar:

I  ­  conterá,  em  anexo,  demonstrativo  da

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compatibilidade da programação dos  orçamentos

com os objetivos e metas constantes do documento

de que trata o § 1º do art. 4º;

II ­ será acompanhado do documento a que se refereo § 6º do art. 165 da Constituição, bem como das

medidas de compensação a renúncias de receita e

ao aumento  de despesas  obrigatórias de  caráter

continuado; [grifo nosso]

(...)

Alternativa  CORRETA,  portanto!!!!

III.  A  lei  de diretrizes orçamentárias  compreenderáas metas e prioridades  da administração  públicafederal,  incluindo  as  despesas de  capital  para oexercício  financeiro  subseqüente,  orientará  aelaboração da lei orçamentária anual, disporá sobreas  alterações  na  legislação  tributária  eestabelecerá a  política de  aplicação das  agênciasfinanceiras oficiais de  fomento.

COMENTÁRIO:

A  LDO  (Lei  das  Diretrizes  Orçamentárias)  é  uminstrumento  de  planejamento de  curto prazo  criadopela  nova  Carta Magna,  que  funciona  como umaverdadeira  ponte  entre  o  PPA  e a  LOA. A  doutrinaafirma que é o "elo de ligação" entre o PPA e a LDO.Corresponde a uma interface de comunicação entre oPPA e a LDO.

PPA       LOAA

LDO

Compete à LDO, com base no previsto no PPA,elencar as METAS  e PRIORIDADES  que  deverão  serobservadas na confecção do orçamento.

Quando, numa  prova de AFO, mencionarem aLDO, lembrem­se logo da sigla MP. Esse é um artifíciomnemônico que o candidato poderá utilizar, haja vistae enorme quantidade de assunto exigido de vc, colegaconcurseiro!!!! Por isso, vamos simplificar:

Conforme preceitua o art. 165, § 2º da Constituição

Federal, a LDO compreenderá:

• As METAS e PRIORIDADES (MP) da administração

pública  federal,  incluindo  as  despesas de  capitalpara o exercício financeiro subseqüente;

• Orientará a elaboração da lei orçamentária anual;

• Disporá sobre as alterações na legislação tributária e

• Estabelecerá a política de  aplicação das agências

financeiras oficiais de  fomento.

As  funções acima elencadas,  referentes à LDO,

estão  contempladas  na  CF/88.  Entretanto,  com  aedição  da  Lei  Complementar  101/2000  (Lei  de

Responsabilidade  Fiscal),  houve  uma ampliação  doleque de  funções estabelecidas para esse  importante

instrumento de planejamento governamental,  !!!!

Com a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal,a  Lei  de Diretrizes Orçamentárias passou a  ter mais

relevância,  ganhando maior  ênfase. O  artigo 4º  daLRF estabelece as suas NOVAS funções:

Art. 4º. A  lei de diretrizes orçamentárias atenderá

o disposto no § 2º do art. 165 da Constituição e:

I ­ disporá também sobre:

a) EQUILÍBRIO entre RECEITAS e DESPESAS;

b) critérios e forma de LIMITAÇÃO DE EMPENHO, aser efetivada nas hipóteses previstas na alínea b do

inciso II deste artigo, no art. 9º e no inciso II do § 1º

do art. 31;

c)  (VETADO)

d)  (VETADO)

e) normas relativas ao CONTROLE DE CUSTOS e àavaliação dos resultados dos programas financiados

com recursos dos orçamentos;

f) demais condições e exigências para transferências

de recursos a entidades públicas e privadas;

II  ­  (VETADO)

III  ­  (VETADO)

§  1º  Integrará  o  projeto  de  lei  de  diretrizes

orçamentárias ANEXO DE METAS FISCAIS, em que

serão estabelecidas metas anuais,  em valores

correntes  e  constantes,  relativas  a  receitas,

despesas, resultados nominal e primário e montante

da dívida pública, para o exercício a que se referirem

e para os dois seguintes.

(...)

§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá ANEXODE RISCOS FISCAIS, onde serão avaliados os passivoscontingentes e outros  riscos capazes  de afetar as

contas públicas, informando as providências a serem

tomadas,  caso se  concretizem.

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Nas  provas  de  AFO  é  bom  que  se  saibadiferenciar  as  funções  da  LDO  estabelecidas  pelaConstituição Federal e pela LRF!!!!!

A alternativa III está de acordo com os ditamesda Carta Magna (art. 165, § 2º), portanto, correta!!!!!!

Todas as assertivas estão, portanto, CORRETAS!!!

Gabarito: B

Está de acordo o que se afirma em:

(A) I,  apenas.

(B) I, II e III.

(C) II,  apenas.

(D) III,  apenas.

(E) II e III, apenas.

62. Em relação do Orçamento,  incluem­se no rol dasvedações  estabelecidas no art.  167 da  ConstituiçãoFederal,  a

a) transposição, o remanejamento ou a transferênciade recursos de uma categoria de programação paraoutra  ou  de  um  órgão para  outro,  sem  préviaautorização  legislativa.

COMENTÁRIO:

Essa alternativa corresponde, na íntegra, ao art. 167,inciso VI:

Art. 167. São vedados:

(...)

VI  ­  a  transposição,  o  remanejamento  ou  atransferência  de  recursos  de uma  categoria  deprogramação para outra ou de um órgão para outro,sem prévia autorização legislativa;

A vedação  supra,  segundo entendimento de  algunsdoutrinadores,  consagra  o  Princípio  do  Estorno  deVerbas

É a alternativa que, portanto, deve ser marcada!!!!!!

b) Abertura de crédito suplementar ou especial comprévia autorização legislativa e com indicação dosrecursos  correspondentes.

COMENTÁRIO:

NÃO CONSTITUI PROIBIÇÃO abrir crédito suplementarou especial com prévia autorização legislativa e comindicação  dos  recursos  correspondentes.  Pelocontrário, é perfeitamente cabível  a abertura dessestipos  de  créditos  adicionais  desde  que  haja  préviaautorização  legislativa  e  se  indique  os  recursoscorrespondentes para financiar a NOVA DESPESA queestá sendo criada (CRÉDITO ADICIONAL ESPECIAL) ouMAJORADA  (CRÉDITO ADICIONAL SUPLEMENTAR).

Há proibição,  conforme preceitua  o  inciso V do art.167 da CF/88:

V ­ a abertura de  crédito suplementar ou especialSEM PRÉVIA autorização legislativa e SEMINDICAÇÃO dos  recursos  correspondentes;

c) Realização de despesas ou a assunção de obrigaçõesdiretas que não excedam os créditos orçamentáriosou  adicionais.

COMENTÁRIO:

O limite até o qual se pode realizar uma despesa éa dotação orçamentária, que corresponde à expressãomonetária  do  crédito  orçamentário  (LOA).Considerando­se exclusivamente  a  LOA,  só  se  podeempenhar uma despesa até o  limite de  sua dotaçãoconstante na Lei de Orçamento. Caso haja um créditoadicional  aberto  no  exercício de  execução  da  LOA,pode­se  empenhar até o  limite  do crédito  adicionalaberto.  Portanto,  não  é  proibida  a  realização  dedespesas ou a assunção de obrigações diretas que nãoexcedam o montantes dos créditos orçamentários  ouadicionais!!!!

d) Realização de operações de créditos que excedamo montante  das despesas  de  capital,  autorizadasmediante  créditos  suplementares  ou  especiaiscom  finalidade  precisa,  aprovados  pelo  PoderLegislativo  por maioria  absoluta.

COMENTÁRIO:

Conforme dispõe o inciso III do art. 167 da CF/88:

Art. 167. São vedados:

III  ­  a  realização  de  operações  de  créditos  queexcedam  o  montante  das  despesas  de  capital,RESSALVADAS as  autorizadas mediante  créditossuplementares ou especiais com finalidade precisa,aprovados  pelo Poder  Legislativo  por maioriaabsoluta;

Portanto, NÃO CONSTITUI PROIBIÇÃO  as operaçõesde crédito que excedam o montante das despesas decapital, DESDE QUE  sejam  autorizadas mediante

CAPCIOSÍSSIMA!!!!

A LDO CONTÉM DOIS ANEXOS:

AMF – ANEXO DE METAS FISCAIS;

ARF – ANEXO DE RISCOS FISCAIS.

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créditos suplementares ou  especiais  com  finalidadeprecisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioriaabsoluta.

e) Concessão ou a utilização de créditos adicionais esuplementares  limitados.

COMENTÁRIO:

A proibição, conforme preceitua o inciso VI do mesmoartigo é:

VII ­ a concessão ou utilização de créditos ILIMITADOS;

Gabarito: A

63. A proibição de  se consignar na  Lei Orçamentáriadispositivo  estranho  à  fixação  das  despesas  e  àprevisão  das  receitas,  ressalvada  autorização  paraabertura  de  créditos  suplementares,  decorre  doprincípio orçamentária da

a) totalidade.

b) Exclusividade.

c) Universalidade.

d) Especificação.

e) Não­vinculação.

COMENTÁRIO:

A  questão  trata  do  enunciado  do  Princípio  daExclusividade Orçamentária, insculpido no § 8º de seuartigo 165: § 8º:

"A  lei orçamentária anual não conterá dispositivoestranho à previsão da receita e à fixação da despesa,não  se  incluindo  na proibição a autorização paraabertura de  créditos  suplementares e contrataçãode operações de crédito, ainda que por antecipaçãode receita, nos termos da lei."

A  lógica  do  princípio  da exclusividade  orçamentáriafundamenta­se  na  idéia  de  que  o  orçamento  deveconter  APENAS MATÉRIA ORÇAMENTÁRIA  e NÃOCUIDAR  de ASSUNTOS  ESTRANHOS  à  previsão  dereceita  e  à  fixação  de  despesa,  tendo  por  escopoIMPEDIR  que  sejam  aprovadas,  com  facilidades,medidas  que,  em  tramitação  regular,  talvez  nãolograssem êxito, haja vista o processo  legislativo dasleis  orçamentárias  (PPA,  LDO  e  LOA)  possuir  umatramitação  bem mais  célere  que  as  leis  ordináriascomuns, em virtude de  se  submeter, no que  tange àapreciação  dos  projetos  de  leis  que  tratam  deorçamento, às normas do processo legislativo especial(Art. 166 da CF/88).

64. Em  relação ao  orçamento público  no Brasil,  deacordo  com  Portaria  da  STN  ­  Secretaria  TesouroNacional,  o  instrumento  de  organização  da  açãogovernamental que visa a concretização dos objetivospretendidos pela  administração,  sendo mensuradopelos  seus  indicadores,  denomina­se

a) Projeto de Governo.

b) Atividade de Governo.

c) Programa governamental.

d) Operação  Especial.

e) Função de Governo.

COMENTÁRIO:

PROGRAMA é o instrumento de planejamento deorganização  da  ação  governamental,  visando  àconcretização  dos  objetivos  pretendidos,  sendomensurado  por  indicadores  estabelecidos no  planoplurianual. Para melhor entendimento, é o elementoque liga o planejamento estatal  (plano plurianual),cujo detalhamento VAI ATÉ  o nível de programa, aoorçamento anual,  cujo detalhamento  se  INICIA nonível de programa.

Por isso, é que se diz: "O PPA termina nos programas,constituindo o seu esqueleto, a sua estrutura óssea; aLOA, neles começa, respondendo por sua execução!!!!"

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípiosestabelecerão, em atos próprios, suas estruturas deprogramas,  códigos e  identificação,  respeitados  osconceitos e determinações da Portaria nº 42/99.

Abaixo  segue um quadro  resumo dos conceitos  deprograma  e  dos  tipos  de  ações  programáticas(Projetos, Atividades e Operações Especiais)

• Programa: instrumento de organização da açãogovernamental  para  a  concretização  dosobjetivos pretendidos,  sendo mensurado  porindicadores estabelecidos no PPA. O programaconsiste,  pois,  no módulo  integrador  do PPAcom a LOA (ex.: erradicação do analfabetismo).

• Projeto:  instrumento  de  programação  paraalcançar  os  objetivos  de  um  programa,envolvendo  um  conjunto  de  operaçõeslimitadas  no  tempo,  das  quais  resulta  umproduto final que concorre para a expansão ouo aperfeiçoamento da ação do governo.

• Atividade:  são  instrumentos de  programaçãopara  alcançar  os  objetivos  de um programa,envolvendo um conjunto de operações que serealizam de modo contínuo e permanente, dasquais resulta um produto necessário à manutençãoda ação do governo (ex.: treinamento de pro­fessores).

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• Operações Especiais:  representam ações  quenão contribuem para a manutenção das açõesde governo, das quais não resulta um produtoe não  geram  contraprestação  direta  sob  aforma  de  bens  e  serviços.  Representa  umdetalha­mento da função "Encargos Especiais"(ex.:  ressarcimentos,  transferências,  serviçosda dívida, restituições, pagamento de inativos,indenizações,  etc.).

Gabarito: C

65. Considere as assertivas  abaixo.

I. A  Lei  de Diretrizes Orçamentárias  conterá Anexode Riscos Fiscais, onde serão avaliados os passivoscontingentes e outros riscos capazes de afetar ascontas  públicas,  informando  as  providências  aserem tomadas caso se concretizem.

COMENTÁRIO:

Conforme preceitua o artigo 4º, § 3º da LRF:

§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá ANEXODE RISCOS FISCAIS, onde serão avaliados os passivoscontingentes e outros  riscos capazes  de afetar ascontas públicas, informando as providências a seremtomadas,  caso se  concretizem.

Alternativa CORRETA!!!

II. O  anexo  de metas  fiscais  deverá  integrar  a  LeiOrçamentária Anual, que demonstrará a evoluçãodo patrimônio  líquido da entidade, no exercício aque se  referir.

COMENTÁRIO:

Conforme preceitua o artigo 4º, § 1º da LRF:

§ 1º  Integrará  o  PROJETO DE  LEI DE DIRETRIZESORÇAMENTÁRIAS ANEXO DE METAS FISCAIS,  emque serão estabelecidas metas anuais, em valorescorrentes  e  constantes,  relativas  a  receitas,despesas, resultados nominal e primário e montanteda dívida pública, para o exercício a que se referireme para os dois seguintes.

Alternativa ERRADA!!!

III. A  avaliação  financeira  e  atuarial  dos  fundos  deprevidência  está  compreendida  no  Anexo  deMetas Fiscais da Lei de Diretrizes Orçamentárias.

COMENTÁRIO:

Conforme preceitua o artigo 4º, § 2º, inciso IV.

§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamen­tárias Anexo  de Metas  Fiscais,  em  que  serãoestabelecidas metas anuais, em valores correntes econstantes, relativas a receitas, despesas, resultadosnominal e primário e montante da dívida pública, parao exercício a que se referirem e para os dois seguintes.

§ 2º O Anexo conterá, ainda:

I ­ avaliação do cumprimento das metas relativas aoano anterior;

II ­ demonstrativo das metas anuais, instruído commemória e metodologia de cálculo que justifiquemos resultados pretendidos, comparando­as com asfixadas nos três exercícios anteriores, e evidenciandoa consistência delas com as premissas e os objetivosda política econômica nacional;

III  ­  evolução do patrimônio  líquido,  também nosúltimos  três exercícios,  destacando a origem e aaplicação dos recursos obtidos com a alienação deativos;

IV ­ avaliação da situação financeira e atuarial:

a) dos regimes geral de previdência social e própriodos servidores públicos e do Fundo de Amparo aoTrabalhador;

b) dos demais fundos públicos e programas estataisde natureza atuarial;

V ­ demonstrativo da estimativa e compensação darenúncia de receita e da margem de expansão dasdespesas obrigatórias de caráter continuado.

A alternativa, portanto, está CORRETA!!!

Está correto o que se afirma em

a) I,  apenas.

b) II,  apenas.

c) III,  apenas.

d) I e III, apenas.

e) I, II e III.

Gabarito: D

66.  Observadas  as  normas  técnicas  e  legais,  asprevisões  de  receita  considerarão  os  efeitos  dasalterações  na  legislação,  da  variação  do  índice  depreços,  do  crescimento  econômico  ou de  qualqueroutro  fator  relevante,  e  serão acompanhadas,  alémdo demonstrativo de  sua evolução nos últimos  trêsanos, da

a) projeção para as receitas obtidas com serviços deterceiros.

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b) Metodologia de cálculo do impacto dos resultadosnominal e primário que possam afetar as receitas.

c) Projeção da estimativa  do  impacto  orçamentárioe financeiro do exercício em que entrar em vigor.

d) Demonstração  da composição  das dívidas  ativasdecorrentes de  financiamentos e da metodologiade cálculo  e premissas utilizadas.

e) Projeção para os dois seguintes exercícios àquelesa que se referirem, e da metodologia de cálculo epremissas  utilizadas.

COMENTÁRIO:

Questão  literal  e puramente  decoreba!!!  É a FCC:  jáesperávamos  isso!!!!!!

Art. 12. As previsões de receita observarão as normas

técnicas  e  legais,  considerarão  os  efeitos  das

alterações na  legislação, da variação do  índice de

preços, do crescimento econômico ou de qualquer

outro  fator  relevante e  serão acompanhadas de

demonstrativo de  sua evolução  nos últimos  três

anos, da projeção para os dois seguintes àquele a

que  se  referirem, e da metodologia de  cálculo  e

premissas utilizadas.

Gabarito: A

67. O  investimento  cuja  duração  ultrapasse  umexercício  financeiro,  só  poderá  ser  iniciado  se  forpreviamente  incluído.

a) no Plano  Plurianual.

b) Na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

c) Na Lei Orçamentária.

d) No Plano Diretor.

e) Na Lei de Diretrizes e Bases.

COMENTÁRIO:

Questão  literal!!!!

O enunciado da questão está de acordo com o § 1º doart. 167 da CF/88. Segue­o:

§  1º  ­  Nenhum  investimento  cuja  execução

ultrapasse  um  exercício  financeiro  poderá  ser

iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou

sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime

de responsabilidade.

Gabarito: A

68. O projeto  de  lei  orçamentária  anual,  elaboradode  forma compatível  com o Plano Plurianual,  com aLei de Diretrizes Orçamentárias e com as normas daLei de Responsabilidade Fiscal, disporá  sobre.

a) a  variação patrimonial,  evidenciando a alienaçãode ativos.

b) A  forma de  realização  de  despesas  sem  prévioempenho.

c) O cálculo do baixo crescimento da taxa de variaçãoacumulada sobre o PIB.

d) A  reserva  de  contingência  destinada ao  atendi­mento de passivos contingentes e outros riscos eeventos  fiscais  imprevistos.

e) As formas de compra de títulos da dívida e a datade sua colocação no mercado.

COMENTÁRIO:

Conforme preceitua o Art. 5º da LRF:

Art.  5º  O  projeto  de  lei  orçamentária  anual,elaborado  de  forma  compatível  com o  planoplurianual, com a lei de diretrizes orçamentárias ecom as normas desta Lei Complementar:

(...)

III ­ conterá reserva de contingência, cuja forma deutilização e montante, definido com base na receitacorrente  líquida,  serão  estabelecidos  na  lei  dediretrizes orçamentárias, destinada ao:

a)  (VETADO)

b) atendimento de passivos  contingentes e  outros

riscos e eventos fiscais imprevistos.

CAPCIOSÍSSIMA!!

Quem define o montante e a formade  utilização  da  dotação  globalchamada de reserva de contingência,que está  contida  na LOA,  é a  LDO.Portanto, não  confunda!!!!!!

Anotações

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69. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal,

acompanharão  o  relatório  resumido  da  execução

orçamentária, dentre outros, o demonstrativo relativo a

a) receitas  e despesas  extra­orçamentárias.

b) Despesa total com pessoal, distinguindo as referentes

a  inativos e pensionistas  inativos.

c) Resultados nominal  e primário.

d) Operações  de  crédito,  inclusive por  antecipação

de  receita.

e) Despesas com serviços de  terceiros.

COMENTÁRIO:

Questão literal e extremamente decoreba!!!!

Conforme preceito do Art. 53 da LRF:

Art.  53.  Acompanharão  o  Relatório  Resumidodemonstrativos relativos a:

I  ­ apuração da  receita  corrente  líquida, na  formadefinida no inciso IV do art. 2º, sua evolução, assimcomo a previsão de seu desempenho até o final doexercício;

II ­ receitas e despesas previdenciárias a que se refereo inciso IV do art. 50;

III ­ resultados nominal e primário;

IV ­ despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4º;

V ­ Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgãoreferido no art. 20, os valores inscritos, os pagamentosrealizados e o montante a pagar.

§ 1º O  relatório  referente ao  último bimestre doexercício  será acompanhado  também de demons­trativos:

I ­ do atendimento do disposto no inciso  III do art.167 da Constituição, conforme o § 3º do art. 32;

II ­ das projeções atuariais dos regimes de previdênciasocial, geral e próprio dos servidores públicos;

III  ­  da  variação  patrimonial,  evidenciando  aalienação de ativos e a aplicação dos recursos deladecorrentes.

Gabarito: C

70. A meta  relativa  ao montante  da dívida  pública,

para  o  exercício  a  que  se  referir  e  para  os  dois

seguintes,  em  valores  correntes  e  constantes,  será

estabelecida  no Anexo de

a) Programação Orçamentária.

b) Passivos  Permanentes.

c) Riscos  Fiscais.

d) Programação Financeira.

e) Metas  Fiscais.

COMENTÁRIO:

Conforme preceitua o §1º do art.4º da LRF:

§  1º  Integrará  o  projeto  de  lei  de  diretrizesorçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serãoestabelecidas metas anuais, em valores correntes econstantes,  relativas  a  receitas,  despesas,resultados nominal e  primário e MONTANTE DADÍVIDA  PÚBLICA,  PARA O  EXERCÍCIO A QUE  SEREFERIREM E PARA OS DOIS SEGUINTES.

Gabarito: E

Espero ter contribuído para o seu aprendizado!!Fiquem com Deus!!!!!!

Professor Alexandre Américo

e­mail:  [email protected]

Anotações

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