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Segunda Etapa do Exame da Ordem Apostila de Direito Penal e Processo Penal Prof. Franklin Higino

Apostila Direito Penal - Parte V

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Page 1: Apostila Direito Penal - Parte V

Segunda Etapa do Exame da Ordem

Apostila de Direito Penal e Processo Penal

Prof. Franklin Higino

Page 2: Apostila Direito Penal - Parte V

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SUMÁRIO

5ª Parte: Incidentes da Execução Penal, Agravo, Embargos Infringentes e

Carta Testemunhável

I INCIDENTES DA EXECUÇÃO PENAL ............................................................................. 2

II MODELO DE REQUERIMENTO NA FASE DA EXECUÇÃO PENAL .............................. 5

III AGRAVO (ASPECTOS GERAIS) ...................................................................................... 6

IV MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO............................................. 9

V MODELO DE RAZÕES DE AGRAVO ............................................................................... 10

VI EMBARGOS INFRINGENTES (ASPECTOS GERAIS)..................................................... 12

VII MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES........... 14

VIII MODELO DE RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES............................................... 15

IX CARTA TESTEMUNHÁVEL (ASPECTOS GERAIS)......................................................... 16

X MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE CARTA TESTEMUNHÁVEL............... 17

XI MODELO DE RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL................................................. 18

XII PRIMEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL...................................................... 20

XIII SEGUNDO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL..................................................... 21

XIV TERCEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL..................................................... 22

XV QUARTO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL ....................................................... 23

XVI QUINTO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL ......................................................... 24

Page 3: Apostila Direito Penal - Parte V

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I – INCIDENTES DA EXECUÇÃO PENAL

Com o trânsito em julgado da sentença penal condenatória tem

início a fase da pretensão executória.

Durante o cumprimento da pena atribuiu a Lei de Execução

Penal (Lei nº 7.210/84) competência ao “juiz de execução” para decidir todas as

questões relativas à execução, matéria disciplinada no art. 66, que dispõe, in verbis:

Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de qualquer

modo favorecer o condenado;

II - declarar extinta a punibilidade;

III - decidir sobre:

a) soma ou unificação de penas;

b) progressão ou regressão nos regimes;

c) detração e remição da pena;

d) suspensão condicional da pena;

e) livramento condicional;

f) incidentes da execução.

IV - autorizar saídas temporárias;

V - determinar:

a) a forma de cumprimento da pena restritiva de direitos e

fiscalizar sua execução;

b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa

em privativa de liberdade;

c) a conversão da pena privativa de liberdade em

restritiva de direitos;

d) a aplicação da medida de segurança, bem como a

substituição da pena por medida de segurança;

e) a revogação da medida de segurança;

f) a desinternação e o restabelecimento da situação

anterior;

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4

g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em

outra comarca;

h) a remoção do condenado na hipótese prevista no § 1º,

do artigo 86, desta Lei.

Portanto, surgindo benefício em favor do sentenciado, deverá

ser formulado o pertinente pedido, através de petição dirigida ao juiz da execução

penal.

Page 5: Apostila Direito Penal - Parte V

5

II – MODELO DE REQUERIMENTO NA FASE DA EXECUÇÃO PENAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE ____________________

_______________________ (nome do condenado), já

qualificado nos Autos de Execução nº _______, vem,

através de seu Advogado, ao final assinado, expor e

requerer o seguinte:

1 – DOS FATOS

_______________, qualificado nos autos, foi denunciado

pelo Ministério Público pela prática do crime previsto _____, sendo condenado

definitivamente à pena privativa de liberdade de __________1.

Iniciou o cumprimento da pena em __________.

2 – DA FUNDAMENTAÇÃO

Conforme se depreende dos autos, o sentenciado

preencheu os requisitos legais para a obtenção _________________2.

3 – DO PEDIDO

Isso posto, requer o sentenciado a concessão

___________.

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

________________________________

ADVOGADO

1 Sucinta narrativa da sentença condenatória. 2 Narrar o fundamento de fato e de direito do benefício pretendido, acrescentando comentários doutrinários e jurisprudenciais.

Page 6: Apostila Direito Penal - Parte V

6

III - AGRAVO (ASPECTOS GERAIS)

Cuida-se de recurso a ser manejado pelo Ministério Público ou

pelo sentenciado durante a execução da pena para corrigir decisão prejudicial ao

interesse do recorrente, com previsão no art. 197 da Lei nº 7.210/84, que dispõe, in

verbis:

“Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de

agravo, sem efeito suspensivo”.

Apesar da previsão legal, inclusive com determinação do efeito

meramente devolutivo, não explicitou o legislador o procedimento a ser observado

para a interposição do agravo, faltando, inclusive, a indicação do prazo recursal,

controvérsia resolvida através da Súmula nº 700 do Supremo Tribunal Federal, que

dispõe, in verbis:

“É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra

decisão do juiz da execução penal”.

Relativamente ao processamento do agravo, a Lei de

Execução Penal tem o Código de Processo Penal como a sua fonte subsidiária

expressa, razão pela qual deve ser observado o rito procedimental previsto para o

recurso em sentido estrito (STF – 1ª Turma – RHC 80562 – 02.3.2003).

Nesse sentido, definiu o Superior Tribunal de Justiça que “as

Turmas que compõem a Eg. Terceira Seção têm reiteradamente decidido, de maneira

uniforme, no sentido de que se aplicam ao recurso de agravo em execução, previsto

no art. 197 da Lei de Execução Penal, as disposições acerca do rito do recurso em

sentido estrito, sendo, portanto, inviável a utilização analógica do art. 557 do Código

de Processo Civil” (STJ – 5ª Turma – HC 27454/RJ – 04.8.2003).

Portanto, o recurso de agravo deve ser interposto no prazo de

cinco dias, através de petição (ou termo nos autos) direcionada para o próprio juízo

prolator da decisão impugnada (EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE

DIREITO DA _____ VARA DE EXECUÇÕES CRIMINAIS3 DA COMARCA DE

________________ ou EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA

3 Vara de Execuções Criminais é a denominação utilizada na Lei de Organização e Divisão Judiciárias em Minas Gerais (Lei Complementar nº 59/2001, alterada pela Lei Complementar nº 85/2005).

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_____ VARA CRIMINAL FEDERAL4 DE ________________), tendo em vista que

existe a possibilidade de retratação (revisão da decisão recorrida).

Na petição deverá o agravante indicar as peças que serão

copiadas para a formação do traslado (“termos em que, para a formação de

instrumento, indica as peças de fls. _______ para o traslado e pede deferimento), pois

o recurso em questão, em regra, deve subir por instrumento, permanecendo os autos

de execução na Vara de Execuções Criminais, para o prosseguimento do

cumprimento da pena.

Interposta a petição, após a formação do instrumento, o

agravante será intimado para, no prazo de dois dias, apresentar as razões recursais,

realizando-se, na seqüência, a intimação do agravado, para as contra-razões,

retornando os autos ao prolator da decisão impugnada para o juízo de retratação

(possível revisão da decisão recorrida), denominado efeito regressivo deste recurso.

Negado seguimento ao agravo, deve a decisão ser impugnada

através da carta testemunhal, com previsão nos arts. 639 a 646 do Código de

Processo Penal.

Nas razões recursais, o impugnante deverá indicar o número

do processo, nome das partes, tribunal competente, breve relatório, fundamentação e

o pedido de reforma da decisão.

Mantida a decisão (no juízo de retratação), os autos serão

remetidos ao tribunal respectivo. Reformada a decisão em primeira instância, a parte

contrária poderá recorrer da decisão (inversão do recurso), por simples petição, sem a

necessidade de razões ou contra-razões, sendo os autos remetidos ao tribunal

respectivo.

Saliente-se que, com o julgamento do recurso no Tribunal,

sendo desfavorável ao condenado, “é cabível a oposição de embargos infringentes de

decisão não-unânime proferida em sede de agravo” (STJ – 5ª Turma – Resp. 336607

– 13.5.2002; STF – 2ª Turma – HC 77456 – 26.3.1999).

4 Somente será competente a Justiça Federal quando o sentenciado estiver recolhido em estabelecimento sujeito à competência da União, pois estabelece o enunciado da Súmula 192 do STJ que “compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual”.

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Estabelece a Lei de Execução Penal que o recurso de agravo

não tem efeito suspensivo. Contudo, terá efeito suspensivo quando juiz determinar a

desinternação ou a liberação do agente em cumprimento de medida de segurança,

conforme art. 179 da LEP, que estabelece, in verbis:

“Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz expedirá

ordem para a desinternação ou a liberação”.

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IV – MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE

EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE ____________________

________________________________, já qualificado,

nos autos da execução penal nº _______, por seu advogado, vem, respeitosamente, à

presença de Vossa Excelência, inconformado com a respeitável decisão de fls.____,

que indeferiu _______________ interpor RECURSO DE AGRAVO5, com fundamento

no art. 197, da Lei de Execução Penal.

Requer, após o recebimento deste, com as razões

inclusas6, e intimado o Ministério Público para, querendo, apresentar contra-razões,

seja exercido o juízo de retratação7, com a finalidade de ________________8. Assim

não entendendo Vossa Excelência, requer o processamento do recurso,

encaminhando-se os autos, na seqüência, ao Egrégio Tribunal de Justiça, onde será

processado e provido o presente recurso.

Termos em que, para a formação de instrumento9, indica

as peças de fls. ____________para o traslado,

Pede deferimento

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

____________________

ADVOGADO

5 O prazo para a interposição de agravo é de 5 dias, idêntico para o RESE, não tendo efeito suspensivo, salvo a hipótese do art. 179 da LEP. 6 A norma prevista no art. 588 do Código de Processo Penal, usado analogicamente, concede prazo de 2 dias para a apresentação das razões. Contudo, na prova da ordem, deve o candidato apresentar a petição recursal e as razões. 7 O recurso de agravo segue o mesmo rito do recurso em sentido estrito, possuindo, portanto, efeito regressivo, isto é, possibilita ao juiz prolator da decisão contra a qual se insurge a parte que refaça o seu entendimento, modificando o julgado, nos termos do art. 589 do CPP, razão pela qual JAMAIS se esqueça de pedir a retratação. 8 Deve-se registrar o benefício na execução penal pretendido. 9 O agravo deve subir por instrumento, permanecendo os autos principais na Vara de Execuções Penais.

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V – MODELO DE RAZÕES DE AGRAVO

AUTOS Nº ___________

AGRAVANTE: __________________

AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO

RAZÕES

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA10,

1 – DOS FATOS

______________, qualificado nos autos, definitivamente

condenado pela prática do crime previsto no art. ____, manejou requerimento visando

à obtenção ____________.

Com a decisão de fls. ______, o benefício pretendido

pelo suplicando restou indeferido.

Este é o breve relatório.

2 - DA FUNDAMENTAÇÃO

Com a devida vênia, a respeitável decisão que indeferiu o

benefício de _____________ não pode prevalecer.

Sobre a matéria, estabelece o Código Penal que11:

Diante deste contexto, pode-se afirmar que não agiu o

magistrado com o costumeiro acerto.

10 Somente será competente a Justiça Federal quando o sentenciado estiver recolhido em estabelecimento sujeito à competência da União, pois estabelece o enunciado da Súmula 192 do STJ que “compete ao juízo das execuções penais do estado a execução das penas impostas a sentenciados pela justiça federal, militar ou eleitoral, quando recolhidos a estabelecimentos sujeitos a administração estadual.” 11 Indicação do dispositivo de lei que autoriza a fruição do benefício pretendido pelo condenado.

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Nesse sentido, ensina12 ____.

Na jurisprudência, outro não é o entendimento:13

3 - DO PEDIDO

Isso posto, invocando em prol os doutos subsídios desta

AUGUSTA CORTE, conhecido o recurso de Agravo requer o Recorrente seja provido,

para o fim de assegurar ______________.

Ita speratur justitia

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

_______________________

ADVOGADO

12 Transcrever comentário doutrinário. 13 Inserir jurisprudência, se possível.

Page 12: Apostila Direito Penal - Parte V

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VI - EMBARGOS INFRINGENTES (ASPECTOS GERAIS)

Trata-se de recurso oponível, no prazo de 10 dias, contra

acórdão não unânime do Tribunal em recurso em sentido estrito ou de apelação,

desde que desfavorável ao recorrente, nos termos do art. 609, parágrafo único, do

Código de Processo Penal, devendo ser dirigido ao Desembargador Relator do

acórdão fustigado.

Contudo, em atenção ao princípio constitucional da ampla

defesa, o Supremo Tribunal Federal vem entendendo que os embargos infringentes

também são cabíveis em se tratando de agravo em execução (art. 197 da LEP),

devendo aqui ser destacados alguns julgados, exatamente o entendimento de

NUCCI14 .

Nesse sentido:

Penal - Processual Penal - Habeas Corpus- Agravo em

execução penal - EMBARGOS INFRINGENTES -

Cabimento - Código de Processo Penal, artigo 609 - Lei

nº 7.210, de 1984: Cabimento de EMBARGOS

INFRINGENTES contra decisão não unânime em agravo

em execução. Código de Processo Penal, artigo 609. Lei

nº 7.210, de 1984, artigo 197. Precedentes do STF: HC

65.988-PR. Habeas Corpus deferido. (STF - JSTF

247/277)

EMBARGOS INFRINGENTES em agravo de que trata o

artigo 197 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210, de 11

de julho de 1984). Se o julgamento de agravo, previsto no

artigo 197 da LEP for desfavorável ao réu e não

unânime,são cabíveis os EMBARGOS INFRINGENTES,

face ao que conjugadamente dispõem os artigos 609,

parágrafo único, e 581 do Código de Processo Penal.

Habeas Corpus deferido (diante do empate na votação),

14 NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal Comentado. 5a Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 972.

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para que os EMBARGOS sejam processados. (STF - HC

- Rel. Sydney Sanches - RTJ 130/646 e JSTF-LEX

133/262)

São admissíveis os EMBARGOS INFRINGENTES

opostos de decisão não unânime que negou provimento a

agravo em execução, uma vez que o artigo 609 do

Código de Processo Penal é anterior à edição da Lei nº

7.210/84, que deu aos recursos cabíveis em incidentes

de execução o nome de agravo. (TACRIM-SP - AR - Rel.

P. Costa Manso - RJD 01/47)

Esclarece NUCCI15 que “trata-se de recurso privativo da

defesa, voltado a garantir uma segunda análise da matéria decidida pela turma

julgadora, por ter havido maioria de votos e não unanimidade, ampliando-se o quorum

do julgamento. Assim, o recurso obriga que a câmara seja chamada a decidir por

completo e não apenas com os votos dos magistrados que compuseram a turma

julgadora”.

Exemplificando: o réu, em votação não unânime, tem

improvido recurso em sentido estrito, apelação ou agravo. Apresentados os embargos

infringentes, a câmara que inicialmente resolveu a questão com somente três

integrantes, deverá resolver a questão com sua composição máxima.

A doutrina procura dividir os embargos em embargos

infringentes, quando a matéria tratada for exclusivamente de direito penal, e embargos

de nulidade, quando versar sobre tema eminentemente processual.

Nos embargos infringentes ou de nulidade, recurso que

não pode ser manejado sem assistência de advogado, não há necessidade de

recolhimento do réu à prisão.

Negada sua admissibilidade, cabe agravo regimental.

15 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. cit. p. 971.

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VII – MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS INFRINGENTES

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR RELATOR DO

ACÓRDÃO Nº _____ DA _____ CÂMARA CRIMINAL DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DE MINAS GERAIS

_________________________, qualificado nos autos,

por seu advogado, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência opor

EMBARGOS INFRINGENTES16

ao venerando acórdão, com fundamento no art. 609,

parágrafo único, do Código de Processo Penal, para tanto requerendo seja recebido e

ordenado o processamento do presente recurso, com as razões ofertadas em

apartado.

Termos em que,

Pede deferimento.

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

________________________________

ADVOGADO

16 Ou embargos de nulidade quando a matéria tratada for exclusivamente processual.

Page 15: Apostila Direito Penal - Parte V

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VIII – MODELO DE RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES

AUTOS Nº _____________

EMBARGANTE : __________________

EMBARGADO : MINISTÉRIO PÚBLICO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,

COLENDA CÂMARA,

1 – DOS FATOS

____________, qualificado nos autos, foi denunciado

pelo Ministério Público pela prática do crime previsto no art. , porque________17 .

Regularmente processado, adveio para o feito a sentença

de fl. , sendo o recorrente condenado pela prática do crime ________18.

Inconformado com a r. decisão monocrática, apresentou

recurso de apelação, que não teve provimento, em decisão por maioria, justificando-se

a interposição do presente recurso nos termos do voto vencido.

Este é o breve relatório.

2 – DA FUNDAMENTAÇÃO

___________ (exposição das teses defensivas, com a

utilização do voto vencido).

Diante desse contexto, deve prevalecer o entendimento

proclamado no voto minoritário.

3 – DO PEDIDO

Isso posto, recebido e processado o presente recurso,

requer-se a reforma do fustigado acórdão, para prevalecer o teor do voto vencido,

visando a __________, como medida de justiça.

Ita speratur justitia

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

_______________________

ADVOGADO

17 Sucinta narrativa do fato descrito na denúncia. 18 Sucinta narrativa da sentença.

Page 16: Apostila Direito Penal - Parte V

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IX – CARTA TESTEMUNHÁVEL (ASPECTOS GERAIS)

Trata-se de interessante recurso oponível, no prazo de 48

horas, para estabelecer o processamento ou o conhecimento de outro recurso,

conforme arts. 639 a 646 do Código de Processo Penal.

Convém relembrar que a carta testemunhável somente pode

ser utilizada quando não houver outro recurso para viabilizar o processamento daquele

recurso que não foi conhecido ou denegado. Portanto, cuidando-se de decisão

monocrática que não recebe a apelação, não cabe a interposição de carta

testemunhável, pois, nesse caso, deve-se apresentar, para dar seguinte à apelação, o

recurso em sentido estrito, nos termos do art. 581, XV, do Código de Processo Penal.

Assim, a carta testemunhável deve ser utilizada, por exemplo,

quando não foi conhecido (ou denegado) o recurso em sentido estrito ou o agravo.

A especialidade deste recurso pode ser identificada no momento

da interposição, pois a carta testemunhável deve ser dirigida ao Escrivão ou Diretor da

Secretaria Criminal (ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA _____ ª SECRETARIA

CRIMINAL DA COMARCA DE _________________).

Na petição de interposição, deve o recorrente indicar as peças

para traslado, pois a carta testemunhável subirá ao tribunal por instrumento, nos

termos do art. 640 do Código de Processo Penal, que dispõe, in verbis:

Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou

ao secretário do tribunal, conforme o caso, nas 48 (quarenta e

oito) horas seguintes ao despacho que denegar o recurso,

indicando o requerente as peças do processo que deverão ser

trasladadas.

Em seguida à interposição, formado o instrumento, o recorrente

terá o prazo de dois dias para apresentar suas razões. Na seqüência, o recorrido será

intimado para contra-razões, fazendo o Escrivão a remessa dos autos ao tribunal.

Deve-se salientar que a carta testemunhável não suspende o

prosseguimento do processo principal. Nesse sentido, determina o art. 646 do Código

de Processo Penal que:

“Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo”.

Page 17: Apostila Direito Penal - Parte V

17

X – MODELO DE PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO DE CARTA TESTEMUNHÁVEL

ILUSTRÍSSIMO SENHOR ESCRIVÃO DA ___ª SECRETARIA DE EXECUÇÕES

CRIMINAIS DA COMARCA DE _______________________

PROC. Nº ______

_________________________, qualificado nos autos,

por seu advogado, nos autos de execução de pena nº ____ , vem, respeitosamente, à

presença de Vossa Senhoria, inconformado com a decisão de fls. ____, que não

admitiu o processamento do recurso de agravo, interpor a presente

CARTA TESTEMUNHÁVEL

com fundamento no art. 639, I, do Código de Processo

Penal, para tanto requerendo seja recebido e ordenado o processamento do presente

recurso, encaminhando-o ao Egrégio Tribunal de Justiça, com as razões ofertadas em

apartado, intimando-se o recorrido para, querendo, oferecer contra-razões.

Termos em que, indicando as peças de fls. ________

para o traslado,

Pede deferimento.

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

________________________________

ADVOGADO

Page 18: Apostila Direito Penal - Parte V

18

XI – MODELO DE RAZÕES DE CARTA TESTEMUNHÁVEL

AUTOS Nº _____________

TESTEMUNHANTE: __________________

TESTEMUNHADO: MINISTÉRIO PÚBLICO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA,

COLENDA CÂMARA,

1 – DOS FATOS

______________, qualificado nos autos, foi denunciado

pelo Ministério Público pela prática do crime previsto no art. ____, porque________19 .

Regularmente processado, adveio para o feito a sentença

de fl. , sendo o recorrente condenado pela prática do crime ________20.

Com o trânsito em julgado da condenação, os autos

foram remetidos ao Juízo das Execuções Criminais, iniciando-se o cumprimento da

pena.

Preenchidos os requisitos legais, especialmente o

requisito temporal estabelecido no art. 112 da LEP (cumprimento de 1/6 da pena)

pretendeu o suplicante a progressão ao regime semi-aberto, requerimento que não foi

atendido, ao argumento de que, cuidando-se de crime hediondo, a progressão de

regime somente poderia ser efetivada, nos termos da Lei nº. 11.464/2007, após o

cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena.

Inconformado com decisão, manejou-se o recurso de

agravo, nos termos do art. 197 da Lei nº. 7.210/84, que não foi conhecido sob o

fundamento de que o prazo recursal não foi atendido.

Este é o breve relatório.

2 – DA FUNDAMENTAÇÃO

19 Sucinta narrativa do fato descrito na denúncia. 20 Sucinta narrativa da sentença.

Page 19: Apostila Direito Penal - Parte V

19

Com a devida vênia do digno julgador monocrático, a

decisão que não recebeu o recurso de agravo não pode prevalecer.

Conforme se verifica dos autos, com a intimação do

recorrente em 13.04.2007 (sexta), o prazo para o recurso de agravo teve início no dia

16.04.2007 (segunda), com término no dia 20.04.2007 (sexta).

Entretanto, o honrado magistrado da Vara de Execuções

Criminais, equivocadamente, entendeu que o prazo para o recurso de agravo, diante

do silêncio da Lei de Execução Penal, era de dois dias, terminando, portanto, no dia

17.04.2007.

Com a devida vênia, o ilustre julgador desprezou o

enunciado da Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal, que estabelece, in verbis:

“É de 5 (cinco) dias o prazo para interposição de agravo

contra decisão do juiz da execução penal”.

3 – DO PEDIDO

Isso posto, recebido e processado o presente recurso,

requer-se a reforma da decisão monocrática, determinando-se o processamento do

recurso de agravo.

Belo Horizonte, sexta-feira, 11 de janeiro de 2008.

_______________________

ADVOGADO

Page 20: Apostila Direito Penal - Parte V

20

XII - PRIMEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO – PROFISSIONAL

Carlos foi processado e condenado com trânsito em julgado pela prática de homicídio

simples (artigo 121, caput) praticado na cidade de Avaré, no ano de 2001, tendo sido

condenado pelo Juiz de Avaré à pena de 6 anos de reclusão

a ser cumprida em regime fechado, em face de sua condição de reincidente. Iniciada a

execução de sua pena na Penitenciária de Avaré, passaram-se exatos 2 anos desde o

início do cumprimento da sua pena no regime fechado,

ainda não pleiteando Carlos qualquer benefício no âmbito da execução penal, não

obstante o seu bom comportamento na prisão e a existência da Vara de Execução na

cidade de Avaré.

QUESTÃO: Como advogado de Carlos, faça a peça adequada (OAB/SP – 132º

EXAME).

Page 21: Apostila Direito Penal - Parte V

21

XIII - SEGUNDO EXERCÍCIO PRÁTICO - PROFISSIONAL

João, definitivamente condenado, estava cumprindo pena privativa de liberdade em

regime aberto. Foi acusado, em novo processo, ainda não sentenciado, de roubo

qualificado pelo emprego de arma e concurso de agentes. Chegando ao conhecimento

do Juiz das Execuções Criminais a existência deste processo, ele revogou

imediatamente, de ofício, o regime aberto e determinou a regressão de João para

regime fechado. João foi intimado da decisão no dia 15.9.05, e, no mesmo dia, deu

ciência ao seu advogado.

QUESTÃO: Como advogado de João, redija a peça processual mais adequada à sua

defesa.

Page 22: Apostila Direito Penal - Parte V

22

XIV - TERCEIRO EXERCÍCIO PRÁTICO-PROFISSIONAL

Ernesto Manoel foi condenado por juízo criminal singular, a cumprir 6 (seis) anos de

reclusão, em regime prisional fechado, por ter sido incurso nas penas do artigo 213,

caput, do Código Penal. Houve recurso interposto pela defesa e o Tribunal confirmou a

sentença do juízo a quo. Contudo, o V. acórdão, expressamente, admitiu a progressão

meritória do regime prisional. Já em fase de execução penal, transcorrido o lapso

temporal do cumprimento da pena no regime fechado, o condenado pleiteou

transferência ao semi-aberto. O exame criminológico concluiu favoravelmente à

progressão e foi no mesmo sentido o parecer do Conselho Penitenciário. Entretanto,

apoiando-se naquele do Ministério Público, o Juiz das Execuções indeferiu o benefício,

fundamentando-se na Lei nº 8072/90.

QUESTÃO: Como advogado de Ernesto Manoel, tome a providência cabível.

Page 23: Apostila Direito Penal - Parte V

23

XV - QUARTO EXERCÍCIO PRÁTICO- PROFISSIONAL

"A", com 21 anos de idade, dirigia seu automóvel em São Paulo, Capital, quando

parou para abastecer o seu veículo. Dois adolescentes, que estavam nas

proximidades, começaram a importuná-lo, proferindo palavras ofensivas e

desrespeitosas. "A", pegando no porta-luvas do carro seu revólver devidamente

registrado, com a concessão do porte inclusive, deu um tiro para cima, com a intenção

de assustar os adolescentes. Contudo, o projétil, chocando-se com o poste,

ricocheteou, e veio a atingir um dos menores, matando-o. "A" foi denunciado e

processado perante a 1.ª Vara do Júri da Capital, por homicídio simples – art. 121,

caput, do Código Penal. O magistrado proferiu sentença desclassificatória, decidindo

que o homicídio ocorreu na forma culposa, por imprudência, e não na forma dolosa. O

Ministério Público recorreu em sentido estrito, e a 1.ª Câmara do Tribunal competente

reformou a decisão por maioria de votos, entendendo que o crime deveria ser

capitulado conforme a denúncia, devendo "A" ser enviado ao Tribunal do Povo. O voto

vencido seguiu o entendimento da r. sentença de 1.º grau, ou seja, homicídio culposo.

O V. acórdão foi publicado há sete dias.

QUESTÃO: Como advogado de "A", elabore a peça adequada.

Page 24: Apostila Direito Penal - Parte V

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XVI - QUINTO EXERCÍCIO PRÁTICO- PROFISSIONAL

DIREITO PENAL E DIREITO PROCESSUAL PENAL - PEÇA PROFISSIONAL –

CESPE – OAB/RJ – 2007/2º - 33º EXAME DE ORDEM

Em 7/8/2005, CAIO foi condenado, pelo Juízo da 9.ª Vara Federal Criminal da Seção

Judiciária do Rio de Janeiro, a pena de dois anos de reclusão e multa pela prática do

crime previsto no artigo 171, § 3.º, do Código Penal, porque teria recebido,

fraudulentamente, benefício previdenciário, no valor de R$ 5.000,00, em prejuízo do

INSS, por meio de saque da quantia no caixa bancário, com o uso de documento de

identidade que pertencia a beneficiário já falecido. O fato ocorreu em 8/5/2004. A

sentença determinou o cumprimento da pena em regime aberto, negando

expressamente a sua substituição por pena restritiva de direitos por considerar que o

réu não preenchia o requisito do artigo 44, III, do Código Penal, por se encontrar

indiciado em outros inquéritos por fatos análogos. O apelo interposto pela defesa de

Caio teve provimento negado pela 3.ª Turma do Tribunal Regional Federal da 2.ª

Região, por maioria de votos. Na ocasião, restou vencido o desembargador federal

Tício, que (A) acolhia a preliminar de nulidade da sentença pela ausência de exame

pericial no documento utilizado por Caio; (B) no mérito, reformava a sentença

condenatória para absolver Caio por insuficiência de provas para a condenação, a

qual foi baseada no testemunho judicial da autoridade policial que oficiou na fase do

inquérito, informando ter chegado a Caio por meio de denúncia anônima, corroborada

por confissão policial, sendo certo que Caio foi submetido pelo juízo a reconhecimento

pelo caixa do banco, de acordo com o procedimento previsto no artigo 226 do Código

de Processo Penal, que restou negativo; (C) autorizava a substituição da pena por

pena restritiva de direitos, mesmo havendo na folha de antecedentes criminais de Caio

diversas anotações relativas a inquéritos policiais, em andamento, por outras fraudes

contra o INSS.

Redija a peça processual adequada à situação descrita, invocando todos os

fundamentos jurídicos pertinentes. Ao final, assine como advogado, utilizando o nome

JOSÉ DA SILVA, inscrição OAB/RJ 0001.