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Cade rno s d e
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CO
LEO
Tecnologiae Trabalho
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A o longo de sua histria, o Brasil tem enfrentado o problema da excluso social quegerou grande impacto nos sistemas educacionais. Hoje, milhes de brasileiros aindano se beneficiam do ingresso e da permanncia na escola, ou seja, no tm acesso a um
sistema de educao que os acolha.
Educao de qualidade um direito de todos os cidados e dever do Estado; garantir o
exerccio desse direito um desafio que impe decises inovadoras.
Para enfrentar esse desafio, o Ministrio da Educao criou a Secretaria de Educao
Continuada, Alfabetizao e Diversidade Secad, cuja tarefa criar as estruturas necessrias
para formular, implementar, fomentar e avaliar as polticas pblicas voltadas para os grupostradicionalmente excludos de seus direitos, como as pessoas com 15 anos ou mais que no
completaram o Ensino Fundamental.
Efetivar o direito educao dos jovens e dos adultos ultrapassa a ampliao da oferta
de vagas nos sistemas pblicos de ensino. necessrio que o ensino seja adequado aos que
ingressam na escola ou retornam a ela fora do tempo regular: que ele prime pela qualidade,
valorizando e respeitando as experincias e os conhecimentos dos alunos.
Com esse intuito, a Secad apresenta os Cadernos de EJA: materiais pedaggicos para o
1. e o 2. segmentos do ensino fundamental de jovens e adultos. Trabalho ser o tema da
abordagem dos cadernos, pela importncia que tem no cotidiano dos alunos.A coleo composta de 27 cadernos: 13 para o aluno, 13 para o professor e um com
a concepo metodolgica e pedaggica do material. O caderno do aluno uma coletnea
de textos de diferentes gneros e diversas fontes; o do professor um catlogo de ativi-
dades, com sugestes para o trabalho com esses textos.
A Secad no espera que este material seja o nico utilizado nas salas de aula. Ao con-
trrio, com ele busca ampliar o rol do que pode ser selecionado pelo educador, incentivan-
do a articulao e a integrao das diversas reas do conhecimento.
Bom trabalho!Secretaria de Educao Continuada,
Alfabetizao e Diversidade Secad/MEC
Apresentao
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Sumrio
TEXTO Subtema
1. Encontro felizRelicostumes 6
2.A tecnologia que reduz o mercado de trabalho 8
3. Quem foi Santos Dumont?Diversidades regionais 10
4. O desemprego tecnolgico Maturidade social 12
5. Revoluo tecnolgica destri empregos, mas cria trabalhosMiscigenao15
6. Novas diferenas sociais Crtica social 16
7. Queremos saber Trabalhadores 19
8. Memria telefnicaultura suburbana 20
9. O relgio de ponto 23
10. Revoluo industrial e mudana 24
11. Brasil: 500 anos inventando 28
12. Caminho errado 31
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13. Nmeros do IBGE detectam a extino de empregos ndios do Brasil 32
14. Ford e seus 25 sistemistas produzem um carro a cada 80 segundos 34
15. Mas quem tem acesso tecnologia?Direitos civis 37
16. Feito para durar Origens dos trabalhadores 38
17. Tecnologia socialndios do Brasil 44
18. Aptido 47
19. A peleja do cordel de feira com a Internet Olhos da alma 50
20. Technological overdosesArte culinria 53
21. El imprescindible telfono mvilArte culinria 54
22. Luzes mal distribudasArte culinria 56
23. Admirvel mundo novo Arte culinria 57
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Tecnologia e Trabalho6
Histr ia da tecnologiaTEXTO 1
Tecnologia uma palavra de origem
grega, que tem um significado muito
abrangente: de uma forma geral, re-
presenta o encontro entre cincia e enge-
nharia.
O termo tecnologia pode incluir desde
as ferramentas mais simples, como as que
se usam para fabricar uma colher de ma-
deira, e processos como a fermentao dauva, at as ferramentas e os processos mais
complexos j criados pelo ser humano, por
exemplo, a Estao Espacial Internacional
e a dessalinizao da gua do mar, respec-
tivamente. Freqentemente, a tecnologia
entra em conflito com algumas preocu-
paes naturais de nossa sociedade, como
o desemprego, a poluio e muitas outras
questes como as ecolgicas, filosficas e
sociolgicas.
Dependendo do contexto, a tecnologia
pode significar:
P As ferramentas e as mquinas que
ajudam a resolver problemas.
P Um mtodo ou processo de constru-
o e trabalho (tal como a tecnologia
de manufatura, a tecnologia de infra-
estrutura ou a tecnologia espacial).
P A aplicao de recursos para a reso-
luo de problemas.
P O termo tambm pode ser usado
para descrever o nvel de conheci-
mento cientfico, matemtico e tc-nico de uma determinada cultura.
P Na economia, a tecnologia o estado
atual de nosso conhecimento de como
combinar recursos para produzir os
produtos desejados (e nosso conheci-
mento do que pode ser produzido).
Tecnologia e economia
O equilbrio entre as vantagens e asdesvantagens que o avano da tecnologia
traz para a sociedade muito tnue. A prin-
cipal vantagem refletida na produo
industrial: a tecnologia torna a produo
maior e mais rpida e, ainda assim, o resul-
A unio entre cinciae engenharia produz a
alavanca que move o mundo
ENCONTROFELIZ
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tado final um produto mais barato e com
maior qualidade.
Porm, as desvantagens que a tecnolo-
gia traz so de tal forma preocupantes, que
quase superam as vantagens. Uma delas
a poluio, que, se no for controlada a
tempo, evoluir para um quadro irrevers-
vel. Outra desvantagem se refere ao desem-
prego gerado pelo uso intensivo das m-
quinas na indstria, na agricultura e no
comrcio. Esse tipo de desemprego, em que
o trabalho do homem substitudo pelo
trabalho das mquinas, chama-se desem-
prego estrutural.
Histria da tecnologia
A histria da tecnologia quase to
antiga como a histria da humanidade, des-
de quando as pessoas comearam a usar
ferramentas para caar e se proteger.
Para serem criadas, todas as ferramen-
tas necessitaram, antes de tudo, utilizar um
recurso natural adequado. Assim, a histria
da tecnologia acompanha a cronologia do
uso dos recursos naturais, desde as ferra-
mentas e fontes de energia mais simples s
ferramentas e fontes de energia mais com-
plexas. As tecnologias mais antigas con-
verteram recursos naturais em ferramentas
simples: a raspagem das pedras, e as ferra-
mentas mais antigas como a pedra lascada
e a roda, foram meios simples para a con-
verso de materiais brutos e crus em pro-
dutos teis. Os antroplogos descobriram
muitas habitaes e ferramentas feitas dire-
tamente a partir dos recursos naturais.
Tecnologia e Trabalho 7
Os implementos de trao
animal e rabia (esq.) e asmodernas mquinas
motorizadas (dir.) tm
duas diferenas essenciais:
o custo de operao da
segunda s serve para os
grandes, e o primeiro
respeita mais o solo.
Fonte P Wikipedia A Enciclopdia Livre.
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A
ntes de analisarmos a fundo a questo
dos empregos, preciso ter uma basede como os avanos tecnolgicos in-
fluram at hoje na vida do homem. Em seu
livroA Idade do Acesso, o americano Jeremy
Rifkin dividiu a histria dos meios de pro-
duo em trs perodos (Primeira, Segunda
e Terceira Revoluo Industrial). A expres-
so "Revoluo Industrial" talvez seja um
exagero no caso da terceira, pois atualmente
essas grandes mudanas englobam muitomais do que a indstria. No caso da primeira
e segunda, a expresso ainda se aplica, pois
se tratava de pocas em que a sociedade e o
progresso da humanidade giravam em torno
de fbricas ou indstrias.
Inicio do sculo 20: cada pea
exigia um montador
Fbrica moderna, com
robs substituindo operrios
Foto: Iconografia
A TECNOLOGIAQUE REDUZ O
MERCADO
DE TRABALHO
Tecnologia e desempregoTEXTO 2
Tecnologia e Trabalho8
Foto: Itamar Miranda / AE
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Tecnologia e Trabalho 9
Primeira Revoluo Industrial
Na Primeira Revoluo Industrial, a
energia movida a vapor foi usada para a
extrao de minrio, na indstria txtil e na
fabricao de uma grande variedade de
bens que anteriormente eram feitos a mo.
O navio a vapor substituiu a escuna e a
locomotiva a vapor substituiu os vages
puxados a cavalo, melhorando significati-
vamente o processo de transporte de
matria-prima de produtos acabados. Subs-
tituindo, assim, muito do trabalho fsico.
Segunda Revoluo Industrial
A Segunda Revoluo Industrial ocorre
entre 1860 e a Primeira Guerra Mundial. O
petrleo comeou a competir com o carvo
e a eletricidade foi efetivamente utilizada
pela primeira vez, criando uma nova fonte
de energia para operar