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DIREITO PROCESSUAL PENAL II APOSTILA AULA 01 COMUNICAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS 1 Citação 1.1 Conceito: É o ato de comunicação processual por meio do qual o acusado toma ciência do recebimento de uma denúncia ou queixa em face de sua pessoa, ao mesmo tempo em que é chamado para se defender. A citação materializa o princípio do contraditório (CIÊNCIA) + ampla defesa (REAÇÃO) Citação é a materialização do art. 5.º, LV da CF e art. 8, n. 2, “b” da CADH (Dec. 678/92). 1.2 Consequência da ausência e dos vícios na citação: trata-se de hipótese de nulidade absoluta, pois trata-se de violação de preceito constitucional (Ada Pelegrini) * Circundução: é o ato pelo qual se julga nula ou de nenhuma eficácia uma citação. Citação circunduta é a citação anulada. * HC 88934, STJ. * Por mais que a citação acarrete de nulidade absoluta, pode em uma hipótese ser corrigida (art. 570 do CPP). Este artigo refere-se à instrumentalidade das formas (DInamarco), a citação tem como objetivo (instrumento) dar ciência ao acusado e para que se defenda (fim). Assim, poderá haver convalidação se por acaso o interessado comparecer em juízo. 1.3 Finalidade da citação: a) Procedimento comum: Antes de 2008 era o comparecimento em juízo para o interrogatório. Depois de 2008, a finalidade da citação é a apresentação da resposta à acusação. (art. 396, in fine, CPP) b) Procedimentos especiais: (art. 399, “c” do CPPM) (lei 11.343/2006, art. 57) (lei 8.038/90, art. 7.º nesta hipótese o STF proferiu uma decisão que alterou este regramento no Agravo reg. na APO 528. Para o procedimento ordinário dos tribunais, deve ser aplicado o mesmo procedimento comum. Esta posição está sendo utilizada pelo RHC 205364) 1.4 Efeitos da citação válida no processo civil:

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DIREITO PROCESSUAL PENAL IIAPOSTILA

AULA 01

COMUNICAO DOS ATOS PROCESSUAIS

1 Citao

1.1 Conceito: o ato de comunicao processual por meio do qual o acusado toma cincia do recebimento de uma denncia ou queixa em face de sua pessoa, ao mesmo tempo em que chamado para se defender. A citao materializa o princpio do contraditrio (CINCIA) + ampla defesa (REAO)Citao a materializao do art. 5., LV da CF e art. 8, n. 2, b da CADH (Dec. 678/92).

1.2 Consequncia da ausncia e dos vcios na citao: trata-se de hiptese de nulidade absoluta, pois trata-se de violao de preceito constitucional (Ada Pelegrini)* Circunduo: o ato pelo qual se julga nula ou de nenhuma eficcia uma citao. Citao circunduta a citao anulada.* HC 88934, STJ.* Por mais que a citao acarrete de nulidade absoluta, pode em uma hiptese ser corrigida (art. 570 do CPP). Este artigo refere-se instrumentalidade das formas (DInamarco), a citao tem como objetivo (instrumento) dar cincia ao acusado e para que se defenda (fim). Assim, poder haver convalidao se por acaso o interessado comparecer em juzo.

1.3 Finalidade da citao: a) Procedimento comum: Antes de 2008 era o comparecimento em juzo para o interrogatrio. Depois de 2008, a finalidade da citao a apresentao da resposta acusao. (art. 396, in fine, CPP)b) Procedimentos especiais: (art. 399, c do CPPM)(lei 11.343/2006, art. 57)(lei 8.038/90, art. 7. nesta hiptese o STF proferiu uma deciso que alterou este regramento no Agravo reg. na APO 528. Para o procedimento ordinrio dos tribunais, deve ser aplicado o mesmo procedimento comum. Esta posio est sendo utilizada pelo RHC 205364)

1.4 Efeitos da citao vlida no processo civil:(Art. 219 do CPC e art. 44 do NCPC). No direito processual penal, o efeito da citao vlida estabelece a angularidade da relao processual, fazendo surgir a instncia (art. 363, CPP).A litispendncia no processo penal no induzida pela citao vlida, mas sim pelo recebimento da segunda pea acusatria sobre o mesmo fato e pessoa.A preveno do juzo no processo penal uma forma de fixao de competncia (dois juzos igualmente competentes), a ser resolvida pelo fato da preveno, ou seja, pela prtica antecedente de um destes juzos. Pode ocorrer pela distribuio, pela prtica de um ato decisrio.A interrupo da prescrio no processo penal ocorre com o recebimento da denncia e no pela citao vlida pelo juzo competente.

1.5 Espcies de citaoa) Real (ou pessoal): a regra, feita na pessoa do acusado, esta modalidade que d maior segurana que o acusado tomou conhecimento da instaurao de um processo contra a sua pessoa. Pode ser feito por mandado, por carta precatria, por carta de ordem, por carta rogatria e via requisio (militares).* Lei 11.419/2006 (art. 6.): os meios eletrnicos podem ser usados pelo processo penal, salvo no caso da citao.* Citao imprpria: a citao do inimputvel, deve ser feita na pessoa do curador para o acusado.a.1 Citao real por mandado: art. 351 do CPP. Requisitos intrnsecos (art. 352, CPP). Requisitos extrnsecos (art. 357, CPP)a.2 Citao real por carta precatria: quando o ru estiver fora do territrio da jurisdio ser citado por carta precatria. (art. 354, CPP). Obs.: o inc. IV foi revogado tacitamente, eis que foi alterado o procedimento em 2008.Carta precatria itinerante: art. 355, 1., CPP. O juzo deprecado remete a carta precatrio para o novo local a ser citado o ru, sem a devoluo para o juzo deprecante. Obs.: o art. 355, 2. do CPP: este dispositivo originrio do CPP, mas o artigo 362 foi, logo est fazendo referncia o dispositivo um artigo que no tem a mesma redao. (citao por edital para quem se oculta para no ser citado. Esta hiptese, atualmente, de citao por hora certa. A redao correta seria: art. 355, 2.: Certificado pelo oficial de justia que o ru se oculta para no ser citado,(...) o oficial dever proceder na citao por hora certa, sem a devoluo da carta precatria.a.3 Citao do militar: art. 358, CPP. Ser feito pelo Chefe do respectivo servio.(art. 280 do CPPM)a.4 Citao do funcionrio pblico: (art. 359, CPP)a.5 Citao de acusado preso: redao antiga (art. 360, CPP). Se o ru estiver preso, ser requisitada a sua apresentao em juzo, no dia e hora designados. Este dispositivo de flagrante inconstitucionalidade, eis que o acusado no tinha conhecimento da imputao a que lhe era atribuda. (alterado em 2003, lei 10.792)Obs.: smula 351 do STF. HC 162.339 do STJ.Sempre ser citado pessoalmente.a.6 Citao de acusado no estrangeiro: a citao feita vai carta rogatria. Art. 368 do CPP. A carta rogatria suspende a prescrio at o seu cumprimento. Ateno ao art. 222-A do CPP tem a aplicao restrita as testemunhas e no para citao.* Ateno para a citao por rogatria nos Juizados: no possvel, da mesma forma que no se admite citao por edital no procedimento sumarssimo. Deve ser remetido ao juzo comum. (STJ, RHC 10476)a.7 Citao em legaes estrangeiras: (art. 369 do CPP) So feitas mediante cartas rogatrias. Primeiro: as pessoas sem imunidades diplomticas podem ser processados. Segundo: no suspende a prescrio.a.8 Carta de ordem: quando h hierarquia entre os juzos, haver determinao para um juzo inferior para cumprir a citao (carta de ordem). Ex.: lei 8.038/90, art. 9., 1..

b) Ficta ou presumida: no ocorre pessoalmente, a lei parte de uma presuno de que a.b.1. Citao por edital: deve ser usado de maneira excepcional. b.1.1 Requisitos: art. 365, CPP. Prazo de dilao: (art. 365, V, CPP). Smula 366 do STF.b.1.2 Hiptese que autorizam a citao por edital: em local inacessvel (art. 231, II CPC); acusado em local incerto ou no sabido. Acusado que se oculta para no ser citado.b.1.3 Aplicao do art. 366 do CPP: H duas suspenses simultneas: o processo e a prescrio.Antes da lei 9.271/96Depois da lei 9.271/96

Citao por editalCitao por edital

No comparecimento do acusadoNo comparecimento do acusado

Decretao da revelia do acusado e o processo seguia normalmente, com nomeao de defensor dativo.Suspenso do processo (norma processual, art. 2. do CPP) + suspenso da prescrio (norma de direito material) = norma mista. Irretroatividade (STF, HC 83.864)

b.2. Citao por hora certa

1.2 Notificao1.3 Intimao

MDULO II - 17 EncontrosComunicao dos Atos Processuais- Citao.- Citao pessoal.- Citao por edital.- Citao por hora certa.Processo e Procedimento- Classificao do procedimento.- Procedimento no caso de conexo e/ou continncia envolvendo infraes penais sujeitas a procedimentos distintos.- Antigo procedimento comum ordinrio dos crimes punidos com recluso.- Oferecimento da pea acusatria.- Juzo de admissibilidade: rejeio ou recebimento da pea acusatria.- Rejeio da pea acusatria.- Recebimento da pea acusatria.- Citao do acusado.- Revelia.- Reao defensiva pea acusatria.- Possvel oitiva da acusao.- Absolvio sumria.- Aceitao da proposta de suspenso condicional do processo.- Designao da audincia.- Audincia una de instruo e julgamento.Procedimento Especial do Tribunal do Jri- Princpios constitucionais do jri.- Procedimento bifsico do Tribunal do Jri.- Impronncia.- Desclassificao do delito.- Absolvio sumria.- Pronncia.- Desaforamento.- Preparao do processo para julgamento pelo Tribunal do Jri.- Sesso de julgamento.- Quesitao.- Desclassificao.- Sentena.Sentena Penal- Estrutura e requisitos da sentena.- Sentena absolutria.- Sentena condenatria.- Publicao da sentena.- Princpio da correlao entre acusao e sentena.- Emendatio e mutatio libelli.Nulidades- Espcies de irregularidades.- Espcies de atos processuais.- Nulidade.- Princpios referentes s nulidades.- Nulidades no inqurito policial.Recursos (Prof. Fbio Roque)- Conceito e caractersticas.- Princpios.- Pressupostos de admissibilidade recursal (juzo de prelibao).- Pressupostos objetivos de admissibilidade recursal.- Pressupostos subjetivos de admissibilidade recursal.- Efeitos dos recursos.- Direito intertemporal e recursos.Recursos Criminais em Espcie (Prof. Fbio Roque)- Recurso em sentido estrito.- Apelao.- Embargos infringentes e de nulidade.- Embargos de Declarao.- Agravo em execuo.- Carta testemunhvel.- Correio parcial.Habeas Corpus- Noes Gerais.- Natureza jurdica.- Interesse de agir na ao de habeas corpus.- Possibilidade jurdica do pedido.- Legitimao ativa.- Legitimao passiva.- Espcies de habeas corpus: liberatrio, preventivo, profiltico e trancativo.- Competncia.REVISO CRIMINAL- Noes gerais.- Conceito.- Natureza jurdica.- Distino entre reviso criminal e ao rescisria.- Pedidos: juzo rescindente e juzo rescisrio.- Condies da ao.- Hipteses de cabimento da reviso criminal.- Aspectos procedimentais da reviso criminal.