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8/7/2019 Prova escrita nacional de Prtica Processual Penal - Julho de 2009
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ORDEM DOS ADVOGADOS
CNEF / CNAComisso Nacional de Estgio e Formao / Comisso Nacional de Avaliao
PROVA ESCRITA NACIONAL DOEXAME FINAL DE AVALIAO E
AGREGAO
(RNE)Questes de Prtica Processual Penal
(5,5 valores)
18 de Julho de 2009
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LEIA PRIMEIRO TODO O ENUNCIADO E RESPONDA DEPOIS DE FORMA
SINTTICA E OBJECTIVA A TODAS AS QUESTES ABAIXO INDICADAS,INDICANDO AS DISPOSIES LEGAIS APLICVEIS E FUNDAMENTANDO AS
SUAS RESPOSTAS, TENDO EM CONSIDERAO A SEGUINTE HIPTESE:
I
O Ministrio Pblico deduziu acusao, em processo comum singular, contra
Roni Monteiro e Jos Brinca pelos seguintes factos:
1) No dia 30 de Outubro de 2007, o arguido Roni dirigiu-se ao
estabelecimento comercial XPTO, na Rua do Sol, no Porto, sabendo, atravs de
Daniel, que tinha sido funcionrio da empresa, que este estabelecimento comercial
era fornecedor da CARLINK, S.A..
L chegado, disse ao funcionrio que o atendeu ser empregado da
CARLINK, S.A. e pretender adquirir diverso material para esta sociedade.
O funcionrio da XPTO, atentas as boas relaes comerciais existentes com
a CARLINK, S.A. e convencido, daquela forma, que o arguido era efectivamente
funcionrio daquela sociedade comercial, e s por isso, entregou-lhe, ento, dois
capacetes de moto, no valor de 500, duas luvas em pele, no valor de 180 e uma
bota biqueira de ao n. 44, no valor de 300, tudo no valor global de 980,00
quantia esta que debitou CARLINK, emitindo a correspondente factura.
O arguido Roni, na posse de tal material, ausentou-se do local levando o
mesmo com ele, que integrou na sua esfera patrimonial.
O arguido Roni agiu com o propsito, concretizado, de se apoderar dos
materiais acima descritos pela forma referida, sem os pagar, e assim obter vantagem
patrimonial indevida, como obteve, apesar de saber que, dessa forma, causava -
como causou - prejuzo patrimonial XPTO.
2. Na posse deste material o arguido Roni em dia no concretamente apurado
mas entre aquele dia 30 de Outubro e o dia 15 de Novembro de 2007 contactou o
arguido Jos Brinca na sua residncia na Rua Antnio Mendes, n. 31, na mesma
cidade, e pediu-lhe que a guardasse os dois capacetes.
O arguido Brinca no obstante saber que tais bens tinham chegado posse
do arguido Roni pela forma supra descrita, acedeu ao seu pedido e guardou os
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mesmos na sua residncia.
O arguido Brinca ao guardar aqueles bens na sua residncia ajudou assim
Roni a dissimular os mesmos e a conserv-los na sua posse, apesar de saber que
tinham sido adquiridos de forma ilegtima.
Tais objectos vieram a ser apreendidos na residncia do arguido Jos Brinca
no dia 15 de Novembro de 2007, na sequncia de uma busca ali realizada.
O Ministrio Pblico imputa-lhes a prtica, respectivamente, ao Roni Monteiro
de um crime de burla p.ep. pelo 217, n. 1 do C.P. e ao arguido Jos Brinca de um
crime de auxilio material, p. ep. pelo artigo 232, n. 1 do C.P.
*
A acusao foi notificada ao arguido Brinca no dia 15 de Maio de 2009.
Apesar de ter efectuado todas as diligncias o Ministrio Pblico no
conseguiu notificar o arguido Roni para prestar declaraes como arguido tendo o
processo prosseguido, pelo que s foi notificado em 20 de Junho de 2009.
*
a)
Sendo contactado pelo arguido Roni Monteiro no seu escritrio, um dia depois
de este ter sido notificado da acusao, referiu-lhe aquele que na data em que o
Ministrio Pblico lhe imputa os factos estava no Brasil a trabalhar com os seus
amigos Jos e Maria e, alm disso no conhece qualquer indivduo chamado Brinca,
pretendendo saber o que devia fazer em face destas circunstncias.
Que informao dava ao seu cliente quanto a possveis meios processuais de
reaco, e quais os prazos para a sua apresentao? (1,00 v)
b)
Para o caso vertente poder merecer uma resoluo mais imediata, que pea
processual poderia ser elaborada e em que termos. (1,00 v)
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c)
A Empresa XPTO vem agora manifestar-se no sentido de obter o ressarcimento dos
danos que lhe foram causados pelas condutas acima descritas. Suponha que no
tendo assumido a defesa de nenhum dos arguidos a empresa o(a) contacta parasaber da viabilidade desta pretenso. Que informaes lhe prestaria em termos de
prazos e de trmites processuais? Elabore a respectiva pea processual. (2,00 v)
II
Em processo comum, para julgamento perante Tribunal colectivo, o Ministrio Pblico
deduziu acusao contra Antnio, por factos ocorridos em 25 de Setembro de 2007 e
consubstanciadores de um crime de furto qualificado, p. e p. pelo 204, n. 1, alnea f)
do Cdigo Penal. Aps prestar termo de identidade e residncia no mbito daquele
processo, ausentou-se para parte incerta no Brasil.
O julgamento realizou-se sem a sua presena, tendo sido condenado em pena de trs
anos de priso efectiva. Regressado a Portugal em 22 de Junho de 2009 foi de
imediato preso por rgo de polcia criminal da rea da sua residncia, que o notificou
da sentena e conduziu ao estabelecimento prisional.
Poderia Antnio ter sido preso da forma supra descrita? Elabore a pea processual
que se revele mais adequada. (1,50 v)