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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Matheus Szpoganicz da Silva
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA
ÁREA DE CLÍNICA, CIRURGIA E REPRODUÇÃO DE EQUINOS
Curitibanos
2021
Matheus Szpoganicz da Silva
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA
ÁREA DE CLÍNICA, CIRURGIA E REPRODUÇÃO DE EQUINOS
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em
Medicina Veterinária do Centro de Ciências Rurais
da Universidade Federal de Santa Catarina como
requisito para a obtenção do Título de Bacharel em
Medicina Veterinária.
Orientadora: Profa. Dra. Grasiela Rossi de Bastiani
Supervisor: M.V. Eider Edoardo Saldanha Leandro
M.V. Rudnei João de Souza
Curitibanos
2021
Matheus Szpoganicz da Silva
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NA
ÁREA DE CLÍNICA, CIRURGIA E REPRODUÇÃO DE EQUINOS
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado __________ para obtenção do Título de
Médico Veterinário e __________ em sua forma final.
Curitibanos, 11 de maio de 2021.
_______________________
Prof. Dr. Malcon Andrei Martinez Pereira
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
________________________
Prof.ª Dra. Grasiela Rossi de Bastiani
Orientadora
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
________________________
Prof. Dr. Marcos da Silva Azevedo
Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)
________________________
Prof. Pedro Kutscher Ripoll
Clinica HorseMed
AGRADECIMENTOS
O primeiro agradecimento em especial será dedicado aos meus pais, pela oportunidade
da realização de um sonho que é cursar Medicina Veterinária.
Aos meus familiares, namorada e amigos, por todo apoio e carinho.
Aos meus mestres dentro da graduação, bem como, profissionais que me ajudaram ao
longo desta jornada incrível.
A toda equipe da Clínica do Rancho e Rudnei João de Souza, que me deram a
oportunidade de realização do estágio final, contribuindo muito com a minha formação.
RESUMO
A disciplina de estágio curricular obrigatório busca proporcionar o aprimoramento nos
conhecimentos teóricos e práticos da área almejada e escolhida para posterior formação e
atuação no mercado de trabalho. A clínica do Rancho e o Laboratório e Clínica Veterinária
Rudnei J. Souza Ltda foram os locais escolhidos para a realização do estágio curricular
obrigatório. Neste relatório serão descritas as infra-estruturas, atividades realizadas dentro da
clínica médica, cirúrgica e reprodução de equinos e, bem como casuística e discussão de alguns
casos atendidos.
Palavras-chave: Equinos. Clínica. Reprodução. Cirurgia.
ABSTRACT
The mandatory curricular internship discipline aims to provide the improvement in theoretical
and practical knowledge in the desired and chosen area for further training and performance in
the labor market. The Clinica do Rancho and the Laboratório e Clínica Veterinária Rudnei J.
Souza Ltda were the places chosen for the mandatory curricular internship. This report will
describe the infrastructure, the activities performed in the equine medical, surgical and
reproductive clinic, as well as the casuistics and discussion of some of the cases treated.
Keywords: Equine. Clinics. Reproduction. Surgery.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fachada da Clínica. ................................................................................................. 17
Figura 2 - Cocheiras foto externa (A). Cocheiras foto interna (B). ......................................... 18
Figura 3 - Bloco cirúrgico vista exterior (A). Sala de indução vista interior (B). ................... 18
Figura 4 - Sala de paramentação (A). Equipamento anestésico (B). ....................................... 18
Figura 5 - Bloco cirúrgico (A). Farmácia (B).......................................................................... 19
Figura 6 - Troncos de contenção (A). Ambulatório (B). ........................................................ 19
Figura 7 - Ultrassonografia de abdômen (A). Sondagem nasogástrica (B). ............................ 20
Figura 8- Atendimento externo (raio-x para diagnóstico das patologias do sistema locomotor).
.................................................................................................................................................. 23
Figura 9 - Treinamento de Osteossíntese (A). Treinamento Vídeo-cirurgia (B). ................... 24
Figura 10 - Pista de propriocepção. ......................................................................................... 26
Figura 11 - Paciente no Campo Eletromagnético (A). Ultrassom Terapêutico (B). ............... 27
Figura 12 - Paciente realizando caminhadas na pista de propriocepção. ............................... 27
Figura 13 - Gráfico correspondente ao sexo dos animais atendidos. ...................................... 28
Figura 14 - Imagem trans-operatório de artroscopia de Carpo................................................ 34
Figura 15 - Radiografia lateromedial flexionada do Carpo (MTE). ........................................ 34
Figura 16 - Cicatrização com 3 dias de pós-cirúrgico (A). Cicatrização com 10 dias de pós-
cirúrgico (B). ............................................................................................................................ 35
Figura 17 - Material utilizado para artrocentese em articulação tíbio-társica. ........................ 37
Figura 18 - Artrocentese em articulação tíbio-társica. ............................................................ 37
Figura 19 - Unidade móvel, equipada para a realização dos atendimentos............................. 38
Figura 20 - Gráfico correspondente ao sexo dos animais atendidos. ...................................... 40
Figura 21 - Abcesso subsolear (A). Orquiectomia em estação (B). ........................................ 43
Figura 22 – Pitiose (A). Sarcóide (B). ..................................................................................... 43
Figura 23 – Funiculite por reação a fio de sutura (A). Hímen prolapsado (B)........................ 44
Figura 24 – Hérnia inguino-escrotal (A). Herniorrafia inguino-escrotal (B). ......................... 44
Figura 25 - Odontoplastia em equino (A). Material odontológico (B). .................................. 45
Figura 26 - Encaminhamento para centro de referência. ......................................................... 46
Figura 27 - Lote de receptoras para realização de exame ultrassonográfico para diagnóstico de
gestação. ................................................................................................................................... 47
Figura 28 - Recuperação anestésica. ....................................................................................... 49
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Palestras e aulas acompanhadas no período de estágio. ......................................... 23
Tabela 2 – Sistemas acometidos. ............................................................................................. 28
Tabela 3 – Detalhamento dos casos atendidos. ....................................................................... 29
Tabela 4 - Casuística de atendimentos..................................................................................... 40
Tabela 5 - Detalhamento dos casos atendidos. ........................................................................ 40
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
AH – Ácido hialurônico
EVA – Etileno acetato de vinila
FC – Frequência cardíaca
FR – Frequência respiratória
TPC – Tempo de preenchimento capilar
g – Grama
ml – Mililitro
kg – Quilograma
mg – Miligrama
% – Porcentagem
VO – Via oral
IV – Intravenoso
IM – Intramuscular
HT – Hematócrito
PPT – Proteína plasmática total
EDTA – Ácido etilenodiamino tetra-acético
MPA – Medicação pré-anestésica
TFDP – Tendão flexor digital profundo
TFDS – Tendão flexor digital superficial
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 15
2 CLÍNICA DO RANCHO .................................................................................................... 16
2.1 DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS .................................................................................. 16
2.2 FUNCIONAMENTO DA CLÍNICA E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS .................. 19
2.2.1 Internação ...................................................................................................................... 19
2.2.2 Rotina da Clínica ........................................................................................................... 20
2.2.3 Atendimentos externos .................................................................................................. 22
2.2.4 Palestras e treinamentos ............................................................................................... 23
2.2.5 Casqueamento e Ferrageamento .................................................................................. 25
2.2.6 Fisioterapia ..................................................................................................................... 25
2.3 CASUÍSTICA ..................................................................................................................... 28
3 DISCUSSÃO DE CASOS ................................................................................................... 31
3.1 SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO ......................................................................... 31
3.1.1 Artroscopia de Carpo .................................................................................................... 31
3.1.2 Hemartrose idiopática .................................................................................................. 35
4 LABORATÓRIO E CLÍNICA VETERINÁRIA RUDNEI J SOUZA LTDA ............... 38
4.1 DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS .................................................................................. 38
4.2 ATENDIMENTO CLÍNICO E EMERGENCIAL ............................................................. 39
4.3 RESPONSÁVEL TÉCNICO .............................................................................................. 39
4.4 CASUÍSTICA DE ATENDIMENTOS .............................................................................. 39
4.5 CASUÍSTICA DE ATENDIMENTOS ODONTOLÓGICOS ........................................... 45
4.6 ENCAMINHAMENTOS ................................................................................................... 46
4.7 EXAMES COMPLEMENTARES DE IMAGEM ............................................................. 47
5 DISCUSSÃO DE CASOS ................................................................................................... 48
5.1 SISTEMA GENITURINÁRIO ......................................................................................... 48
5.1.1 Criptorquidectomia unilateral associada a Orquiectomia ........................................ 48
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 51
15
INTRODUÇÃO
É com grande entusiasmo e propósito o qual procurarei transcrever com total
fidedignidade as atividades desenvolvidas no relatório da disciplina de estágio curricular
obrigatório em medicina veterinária. Cabe destacar que, ao graduando é esta uma excelente
oportunidade de lapidar os conhecimentos teóricos e práticos adquiridos ao longo dos cinco
anos de graduação, assim como testar sua verdadeira vocação profissional frente a paixão que
exala de quem ama os cavalos. Ressalta-se que estagiar na área de atuação almejada na carreira
profissional é algo extremamente satisfatório, empolgante e único, o contato com os animais e,
bem como, a possibilidade de intercâmbio de experiências com outros estagiários, médicos
veterinários, e afins agregando significativamente na formação do profissional de medicina
veterinária.
Neste âmbito, tem-se como rotina de trabalho o conhecimento da dinâmica utilizada
dentro de uma clínica, acompanhamento de um profissional autônomo ou unidade hospitalar
especializada para equinos, por ser imprescindível ao estudante este contato. Ademais, enfatiza-
se, que a visualização da realização dos exames complementares e aplicação das técnicas
clínicas e cirúrgicas servem para aprimorar a capacidade de raciocínio clínico do futuro
profissional.
Além disso se destaca, outro ponto de relevância, o conhecimento do funcionamento
das empresas, as quais atuam neste setor associado ao entendimento de todas as etapas do ciclo,
para enfim identificar as perspectivas deste mercado de atuação.
Neste trabalho serão demonstradas as estruturas dos locais de estágio, rotina do
internamento e pacientes, atividades desenvolvidas nas áreas de clínica médica a campo, clínica
cirúrgica e reprodução de equinos. Estas atividades foram realizadas na Clínica do Rancho no
Estado da Bahia e Laboratório e Clínica Veterinária Rudnei J. Souza Ltda na cidade de São
José, Santa Catarina. Dentro das concedentes o estágio foi realizado sob a supervisão dos
médicos veterinários especialistas: Eider Edoardo Saldanha Leandro e Rudnei João de Souza,
durante o período de 6 de janeiro de 2021 até 23 de abril de 2021, totalizando 496 horas.
16
2 CLÍNICA DO RANCHO
A Clínica do Rancho é um hospital particular especializado em clínica e cirurgia de
equinos, que está localizada na cidade de Camaçari no estado da Bahia. A equipe é formada
por três médicos veterinários sócios proprietários, os quais desempenham diferentes atividades
e possuem distintas áreas de atuação. Ademais, completam a equipe uma médica veterinária na
função de diretora clínica, dois médicos veterinários recém-formados que participam do
programa de residência, uma secretária para auxílio no financeiro e um funcionário geral,
responsável pela manutenção das cocheiras e alimentação dos animais.
2.1 DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS
As instalações contam com uma casa com as seguintes acomodações: uma recepção,
dois escritórios, dois quartos para uso dos residentes, um quarto para uso dos estagiários, um
banheiro, uma cozinha, e em anexo uma sala de cursos de extensão e um laboratório clínico.
Na área externa estão situados o bloco cirúrgico e a sala de indução. A sala de indução
possui o formato quadrado, revestido com o piso emborrachado e as paredes laterais
acolchoadas, a fim de se evitar acidentes na indução e recuperação anestésica, onde os animais
são guiados por cordas presas na cabeça e cauda, conectadas por meio de argolas fixadas nas
paredes. O bloco cirúrgico é um ambiente amplo, o qual possui um banheiro, uma parede com
armários onde ficam armazenados os pijamas cirúrgicos e sapatos de uso exclusivo para o
interior do bloco, e uma pia grande que fica na sala de paramentação onde são realizadas as
lavagens. Observa-se também um sistema de refrigeração com dois aparelhos de ar-
condicionado, uma mesa cirúrgica acolchoada com regulagens de inclinação e altura, uma mesa
de cólon, uma torre para vídeo-cirurgias, um equipamento para anestesia inalatória, uma talha
hidráulica para conduzir o animal da sala de indução até o bloco.
O ambiente de acomodação dos animais conta com 13 cocheiras de alvenaria, com as
dimensões de 3x5 m², cada uma com três cochos, sendo dois para alimentação, concentrado e
suplementação com sal mineral, e um cocho de água com um balde de 20 litros para hidratação
dos mesmos. O material utilizado na cama das cocheiras é a casca de arroz e sua limpeza é
17
realizada duas vezes por dia, além de sua estrutura contar com três cocheiras, cujo piso é
emborrachado e utilizado em pacientes específicos.
Com relação ao ambulatório, este conta com uma bancada com pia, armário e gavetas,
onde são preparadas as medicações administradas diariamente e onde ficam armazenados
alguns itens de utilização diária para limpeza dos cascos, escovas, agulhas e seringas. Nessa
área ficam os troncos de contenção, também com piso emborrachado e abertura tanto frontal
quanto nas laterais, facilitando desta forma o manejo.
Por fim, a farmácia localiza-se disposta em anexo ao ambulatório, nela ficavam
guardadas as medicações, prontuários e fichas dos animais internados, além do raio-x fixo,
computador, uma geladeira para condicionamento de vacinas, amostras e medicações.
Figura 1 - Fachada da Clínica.
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
18
Figura 2 - Cocheiras foto externa (A). Cocheiras foto interna (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
Figura 3 - Bloco cirúrgico vista exterior (A). Sala de indução vista interior (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
Figura 4 - Sala de paramentação (A). Equipamento anestésico (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
19
Figura 5 - Bloco cirúrgico (A). Farmácia (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
Figura 6 - Troncos de contenção (A). Ambulatório (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
2.2 FUNCIONAMENTO DA CLÍNICA E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
2.2.1 Internação
20
No que concerne ao procedimento para internação dos pacientes, segue-se um padrão,
onde os mesmos são filmados no momento do desembarque do transporte, posteriormente
seguem para pesagem com o auxílio da fita, e é realizada a mensuração dos parâmetros clínicos
como: frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), tempo de preenchimento capilar
(TPC), coloração da mucosa oral, temperatura corporal e ausculta gastrointestinal, sendo estes
registrados em uma ficha clínica específica do paciente. Após a realização do exame clínico, de
acordo com a necessidade, alguns exames complementares são prontamente realizados, tais
como: hematócrito (HT), proteína total (PPT), lactato sérico, lactato peritoneal. Quando
necessário, também são efetuados exames complementares de imagem, como: endoscopia,
radiografia digital e ultrassonografia. Concomitante a realização do exame clínico e/ou exames
complementares, já se realiza a fixação do catéter intra-venoso, sondagem nasogástrica,
fluidoterapia, estabilização do paciente ou, realização de curativos de acordo com a afecção.
Figura 7 - Ultrassonografia de abdômen (A). Sondagem nasogástrica (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
2.2.2 Rotina da Clínica
Importante faz-se registrar a disciplina aplicada quanto a rotina de internação clínica,
a qual iniciava impreterivelmente no horário das 7h da manhã. Ao estagiário responsável cabia
se apresentar no ambulatório, vestindo um pijama cirúrgico verde, portando estetoscópio e um
21
termômetro. Inicialmente, era administrada a alimentação dos animais, realizada de duas a três
vezes por dia, sendo a dieta à base de volumoso (feno de alfafa, feno de azevém e tifton) e
concentrado (ração à base de milho, aveia e melaço). Frisa-se que a frequência e porção da
mencionada alimentação, se dava com base no peso, sexo, idade e requerimento energético do
animal.
Salienta-se que, na continuidade dos procedimentos os animais quando retirados da
cocheira eram escovados e tinham os cascos limpos, com o auxílio de um limpador de cascos,
para posteriormente serem levados ao ambulatório, onde eram realizados os exames clínicos
diários, administração das medicações, limpeza das feridas, limpeza de síntese cirúrgica, troca
de bandagens, manutenção dos acessos periféricos, hidroterapia, crioterapia e rotina da
fisioterapia. Todas essas atividades eram acompanhadas pelos residentes e diretora clínica, que
faziam as anotações nas fichas de internação, a fim de manter organizada a rotina. O
acompanhamento também tinha a finalidade importante e fundamental em observar a evolução
dos pacientes, e caso necessário, modificar a terapia prescrita.
É de máxima importância consignar que os internados em terapia intensiva eram
avaliados com uma maior frequência, dada a gravidade do quadro necessitarem de maior
atenção, quanto aos parâmetros clínicos e administração dos fármacos. Com isto uma escala de
plantão era montada pela equipe para que fosse dado o devido suporte a estes pacientes, e desse
modo o acompanhamento seguia madrugada a dentro.
Alguns dos exames complementares eram realizados no laboratório da clínica, como
por exemplo a mensuração do HT, que se realiza da seguinte forma: primeiramente a coleta de
sangue em tubo com anticoagulante (EDTA), em seguida faz-se o preenchimento de dois
capilares com sangue, uma das extremidades é selada com o auxílio de fogo e posicionamento
dos capilares na centrífuga, onde irão permanecer por um período de cinco minutos. Por fim,
utiliza-se uma placa com escala de 0 a 100 para interpretação do exame, além de um
refratômetro para a avaliação da PPT. Esses valores quando associados ao TPC são de extrema
importância para se estimar o grau de desidratação corporal do paciente.
Faz-se prudente evidenciar que os exames de endoscopia, ultrassonografia e
radiografia digital eram disponibilizados e utilizados conforme a necessidade de cada caso.
Aponta-se que, para suprir as necessidades da Clínica do Rancho, haviam dois aparelhos
digitais de raio-x, sendo um CR, fixo para uso interno, e outro DR, que era utilizado nos
22
atendimentos externos. Quanto aos aparelhos de ultrassonografia, destacam-se dois: um com a
finalidade de utilização para reprodução, o qual contava com uma probe linear retal, já o outro
aparelho com color doppler, utilizado principalmente para imagens de exame do sistema
locomotor e imagens de abdômen, dispondo de probes linear e convexa.
Cabe salientar que exames como: hemograma, bioquímico, cultura e antibiograma de
líquidos corporais eram coletados e enviados diariamente para um laboratório externo parceiro
da clínica. Um motoboy frequentava diariamente o hospital para efetuar o recolhimento das
amostras, garantindo desta forma, a eficiência no envio das mesmas. Após a conclusão das
análises, os resultados eram postados no sistema digital para posterior leitura.
2.2.3 Atendimentos externos
Para um melhor entendimento do corpo clínico, a equipe da Clínica do Rancho possui
profissionais especialistas em diversas áreas dentro da clínica de equinos. Desta forma, os três
sócios realizam atendimentos externos com frequência, cabendo a equipe organizar na véspera
o material que seria utilizado no atendimento do dia posterior, assim como verificar a
necessidade de reposição de medicamentos e materiais. Nesses atendimentos os estagiários
tinham a oportunidade de acompanhar, de acordo com a escala montada, fazendo um
revezamento.
Nos casos em que os animais não eram encaminhados ao hospital, eram realizados
atendimentos emergenciais externos, portanto, havia uma caixa de atendimento emergencial
pronta com o material necessário. Oportunamente ressalta-se que, parte destes atendimentos
emergenciais eram feitos pela diretora clínica do hospital, que permitia o acompanhamento de
um estagiário para auxílio.
23
Figura 8- Atendimento externo (raio-x para diagnóstico das patologias do sistema locomotor).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
2.2.4 Palestras e treinamentos
Durante o período de estágio semanalmente os estagiários preparavam apresentações
de casos clínicos, que eram repassados no formato de slides em power point, e acompanhado
por toda a equipe da Clínica.
Rotineiramente haviam apresentações e treinamentos dos Doutores sobre algum tema
dentro da Clínica Médica e Cirúrgica de equinos. Essa rotina de aulas e apresentações será
demonstrada na tabela 1.
Tabela 1 - Palestras e aulas acompanhadas no período de estágio.
Palestrante Tema
Dr. Alexandre Tinoco Treinamento teórico/ prático de Osteossíntese
Drª. Márcia Costa Palestra – Cólica Equina Intensivismo
24
Drª Débora Nascimento
Treinamento prático atendimento de Abdômen
Agudo
Dr. Alexandre Tinoco Treinamento em bloco cirúrgico de Vídeo-
Cirurgia (Artroscopia)
Dr. Reinaldo de Campos
e Dr. Sérgio Portilho
Demonstração e Treinamento de Radiologia
Digital (Abla Import™)
Júlia Peixoto Caso Clínico – Hérnia Inguino Escrotal
Maria Clara Caso Clínico – Eastenia Cutânea
Yandra Pesqueira Caso Clínico – Artroscopia de Carpo
Matheus Szpoganicz
Caso Clínico – Síndrome da Rabdomiólise
Equina
Total 9
Figura 9 - Treinamento de Osteossíntese (A). Treinamento Vídeo-cirurgia (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
25
2.2.5 Casqueamento e Ferrageamento
A necessidade destas atividades era avaliada semanalmente em conjunto pelos
profissionais da clínica, a fim de verificar quais pacientes internados necessitavam de
casqueamento corretivo e ferrageamento ortopédico. Durante o período de estágio esse trabalho
foi realizado por um profissional Médico Veterinário especialista em podologia/podiatria
equina. Alguns animais tinham o seu trabalho corretivo guiado por radiografia digital,
permitindo assim a realização de um trabalho técnico ideal.
2.2.6 Fisioterapia
No tocante ao setor de fisioterapia, que possuía uma intensa casuística, os animais que
haviam indicação passavam por esses métodos de tratamento em associação aos
medicamentosos. Dando prosseguimento a este Relatório, serão comentadas as principais
atividades efetuadas no setor de fisioterapia durante o período de estágio.
Relevante tema é a crioterapia utilizada com a intenção de atenuar os sinais clínicos
clássicos do processo inflamatório, ela é indicada desta forma, para se obter analgesia do tecido
e diminuição do metabolismo. No tratamento de lesões articulares e tendíneas, quando as lesões
são agudas a crioterapia é o tratamento fisioterápico mais eficaz no controle da inflamação. Em
pacientes que apresentam sinais clínicos em fase aguda, como por exemplo a laminite, o frio
deve ser aplicado por até 72 horas (MIKAIL; PEDRO, 2006).
Um equipamento amplamente utilizado é o ultrassom terapêutico, que visa a produção
de calor profundo no local da lesão, objetivando provocar a vasodilatação local, drenagem de
líquidos produzidos pelo processo inflamatório, além de analgesia. Essa técnica é indicada no
tratamento de tendinites crônicas e contraturas articulares por promover a reparação das fibras
musculares e tendíneas. Sua utilização também abrange as afecções articulares, uma vez que o
aquecimento da região promove aumento da elasticidade do colágeno, e consequentemente
aumento da extensão dos movimentos (McILWRAITH, 2000 apud MIKHAILENKO, 2012, p.
19).
Outro importante segmento no ramo da fisioterapia é o campo eletromagnético
pulsátil, definido como um condutor em espiral pelo qual passam correntes elétricas, que criam
26
um campo magnético ao seu redor. A frequência utilizada varia de acordo com o estágio da
afecção, alternando em casos agudos e crônicos. Dentre os benefícios da utilização dessa
técnica destaca-se a influência direta no metabolismo celular, propriedades antiedematosas e
analgesia (TEIXEIRA, 2019).
Neste contexto cabe elucidar que a estrutura da clínica contava com uma pista de
propriocepção, com cerca de 25 metros de comprimento, possuindo diferentes tipos de terreno
(areia, brita, borracha, grama e palha), onde os animais eram estimulados a caminhar, buscando
a correção do tônus muscular através do encorajamento do apoio, proporcionando maior
equilíbrio e coordenação motora. Com base nas imagens a seguir apresentam-se algumas das
atividades de fisioterapia, destacando-se que durante a realização dos procedimentos sempre se
busca proporcionar ao animal um momento prazeroso, portanto, algumas atividades eram
realizadas dentro da cocheira permitindo que o animal se alimentasse durante a sessão, além da
utilização de um EVA para manter o membro do animal apoiado e confortável.
Figura 10 - Pista de propriocepção.
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
27
Figura 11 - Paciente no Campo Eletromagnético (A). Ultrassom Terapêutico (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
Figura 12 - Paciente realizando caminhadas na pista de propriocepção.
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
28
2.3 CASUÍSTICA
O gráfico demonstrado na figura 13, apresenta um maior número de pacientes do
gênero masculino em comparação ao gênero feminino, com média de idade de 11 e 6 anos
respectivamente. Os sistemas acometidos são apresentados na tabela 2, onde o sistema músculo
esquelético apresentou a maior casuística, totalizando mais de 50% dos atendimentos, seguido
do sistema tegumentar. Um maior detalhamento dos casos atendidos é explanado na próxima
tabela 2.
Figura 13 - Gráfico correspondente ao sexo dos animais atendidos.
Fonte: Autor (2021).
Tabela 2 – Sistemas acometidos.
Sistema
Total
nº %
Músculo Esquelético 21 56,76
Tegumentar 7 18,92
Gastrointertinal 4 10,81
Reprodutor 2 05,41
Respiratório 1 02,70
Sensorial Especial 1 02,70
43,25
%56,75
%
SEXO ANIMAIS
Fêmeas Machos
29
Vascular 1 02,70
Total 37 100
Fonte: Autor (2021).
Tabela 3 – Detalhamento dos casos atendidos.
Patologias
Total
nº %
Sistema Músculo Esquelético
Abscesso Subsolear 2 05,40
Desvios Flexurais 2 05,40
Laminite Aguda 2 05,40
Tendinite Crônica em Tendões Flexores (Superficial e
Profundo)
2 05,40
Desmite Proximal de Ligamento Suspensório do Boleto 1 02,70
Entesopatia de Ligamento Colateral na Articulação
Interfalangeana Distal
1 02,70
Fratura Completa - Fechada Oblíqua de Corpo III Metacarpo 1 02,70
Fratura Distal em Salter Harris tipo II na Tíbia 1 02,70
Fratura da Falange Distal tipo III 1 02,70
Fratura de Superfície Dorsal de Escápula 1 02,70
Hemartrose Idiopática 1 02,70
Laminite Crônica 1 02,70
Osteoartrite em Carpo Radial 1 02,70
Ruptura Completa de TFDP e TFDS 1 02,70
Ruptura do Tendão Fibular III 1 02,70
Síndrome da Rabdomiólise Equina 1 02,70
Tendinite Crônica em TFDS
1 02,70
Sistema Geniturinário
Endometrite 1 02,70
Funiculite por reação a fio de sutura
1 02,70
30
Sistema Respiratório
Edema de epiglote
1 02,70
Sistema Tegumentar
Habronemose 2 05,40
Dermatofitose 1 02,70
Eastenia Cutânea 1 02,70
Ferida em transporte 1 02,70
Fibrose Cutânea
1 02,70
Sistema Gastrointestinal
Sobrecarga Gástrica 2 05,40
Abdome Agudo 1 02,70
Hérnia Inguino-Escrotal 1 02,70
Sistema Vascular
Tromboflebite de Veia Jugular Externa
1 02,70
Sistema Sensorial Especial
Carcinoma de Células Escamosas 1 02,70
Total 37 100
Fonte: Autor (2021).
Durante o período de estágio no estado da Bahia observou-se que o maior número de
atendimentos se tratam do exame do sistema locomotor dos equinos, principalmente em animais
da raça Quarto de Milha. Adverte-se que, essa rotina se dá pela capacidade da clínica em chegar
aos diagnósticos por meio da realização dos exames complementares, além de questões
culturais onde a maior parte dos animais da região são atletas que competem no esporte da
Vaquejada.
Segundo Xavier (2002) citado por Meneses et al. (2014, p. 256) durante as provas de
vaquejada os animais são expostos a uma exigência física elevada, pois devem realizar
manobras de rápida largada, mudanças de direção e paradas abruptas, além da força física
31
exercida no momento da derrubada do boi. Com isso a rotina de treinamentos semanais somada
a participação em eventos durante os finais de semana fazem com que esses animais tenham
uma exigência de atletas de alto nível.
O exame de claudicação tem como objetivo inicial identificar qual o membro
claudicante, e o que a está alavancando. O histórico do animal é de extrema importância para
auxílio do caso, além de se buscar seguir uma sequência lógica no exame, que tem por início a
inspeção visual estática do animal, seguida da inspeção dos cascos quanto a sua
estrutura/casqueamento (ângulo, comprimento, largura, simetria e talões), pulso digital
alterado, qualidade da ranilha. Um instrumental imprescindível é a pinça de casco, ela
demonstra se existe algum ponto de sensibilidade na sola, através da pressão nas regiões do
talão, quarto, ombro, pinça, ranilha e sulco. Quando o animal se mostra reativo ao pinçamento,
possivelmente o estímulo de dor é proveniente da região pinçada. (STASHAK et al., 2008).
3 DISCUSSÃO DE CASOS
3.1 SISTEMA MÚSCULO ESQUELÉTICO
3.1.1 Artroscopia de Carpo
3.1.1.1 Relato de Atendimento
A título elucidativo artroscopia é uma técnica cirúrgica, de característica endoscópica,
que tem por finalidade visualizar o interior de uma cavidade articular de forma funcional. Esta
técnica permite a visualização de tecidos não ósseos, tais como: membrana sinovial, vilos
sinoviais, cartilagem articular, ligamentos e meniscos. Consiste numa técnica amplamente
utilizada nos equinos atletas, uma vez que os mesmos são submetidos a uma alta exigência,
gerando estresses as estruturas do aparelho locomotor (MICHELON, 2018).
O artroscópio é um instrumento tubular com sistema de lente e uma fibra óptica que
conduz luz, podendo variar de 2 até 6 mm de diâmetro. Salienta-se que esse equipamento
permite examinar o interior das articulações e efetuar certas intervenções cirúrgicas
(MICHELON, 2018).
32
Dentre as vantagens desta técnica podemos destacar: pouco tempo de hospitalização,
prognóstico de retorno esportivo mais rápido, ampliação da visualização das estruturas,
procedimento pouco invasivo, e visualização de lesões não evidenciadas radiograficamente.
Segundo Stashak (2008), fragmentações nas articulações cárpicas são comuns em
equinos destinados à corrida, e nestes casos os pacientes apresentam efusão sinovial e
claudicação em diferentes graus. Cabe destacar que a maioria das fraturas se encontram no
bordo distal e proximal do osso carpo radial, e seu diagnóstico é confirmado por meio de exames
radiológicos, porém a radiografia não capacita a visualização de alguns fragmentos, bem como
o grau de lesão articular em associação. Nestes casos a cirurgia artroscópica para a remoção
desses fragmentos osteocondrais é indicada, promovendo um alívio rápido dos sinais clínicos,
assim como busca por prevenção do desenvolvimento posterior de osteoartrite.
Relata-se que na data de 02 de fevereiro do presente ano foi encaminhado ao hospital
uma égua da raça Quarto de Milha, linhagem de corrida, com histórico de claudicação grau II
no membro torácico esquerdo, após a participação em uma prova equestre de velocidade.
Posteriormente a realização de exames complementares de imagem, o paciente teve indicação
da cirurgia artroscópica por parte do clínico que conduziu o atendimento, em virtude de uma
proliferação óssea situada na articulação intercárpica, mais especificamente no osso carpo
radial, na fileira proximal do carpo, sugestivo de osteoartrite em carpo radial.
Nesse contexto, com a entrada do animal no hospital, realizou-se o exame clínico, e
repetição dos exames de imagem nas seguintes projeções: dorsopalmar, lateromedial,
lateromedial flexionada, dorsolateral palmaromedial, dorsomedial palmarolateral, além dos
exames pré-operatórios: hemograma completo, uréia, creatinina, fibrinogênio, ppt e jejum de
12 horas.
Para tanto, no dia 07 de fevereiro do corrente ano o paciente foi encaminhado para a
cirurgia, onde o protocolo anestésico adotado constituiu-se de: medicação pré-anestésica
Xilazina (10%) na dose de 1 mg/kg (IV). A indução foi feita com a associação do Diazepam,
na dose de 0,2 mg/kg (IV) e Quetamina na dose de 2,2 mg/kg (IV). Já a manutenção anestésica
foi conduzida por meio da anestesia inalatória com o fármaco Isofluorano.
Esclarece-se que a escolha do decúbito se dá pela articulação que irá ser observada, no
caso em questão foi adotado o decúbito dorsal, pois o mesmo reduz as chances de hemorragia,
além de um melhor acesso a articulação visualizada.
33
O procedimento inicia-se com a fixação de um acesso venoso, lavagem da cavidade
oral, tricotomia ampla da região do carpo, antissepsia com iodo degermante, iodo tópico e
álcool 70%. Posteriormente coleta-se líquido sinovial da articulação, para depois distendê-la
com solução eletrolítica (Ringer com lactato), que será bombeada durante todo o processo por
uma válvula de entrada de fluidos da bainha do artroscópio, promovendo distensão e retirada
de qualquer material indesejado. O acesso intra-articular é realizado com duas incisões, para
entrada do artroscópio e instrumental. A primeira incisão foi realizada na porção mais proximal
da expansão da cápsula, já a segunda incisão mais próxima ao local da lesão articular, com isto,
forma-se o chamado princípio da triangulação. O trocater é um instrumento pontiagudo inserido
por meio de uma cânula, que após ser inserido o mesmo é substituído pelo artroscópio que está
acoplado a bainha, completando a penetração na articulação. Após inicia-se o exame da cápsula
articular pela imagem do artroscópio, que é conduzida para um monitor de televisão por uma
vídeocâmera, acoplada a uma lente ocular, que permite o registro e arquivo das imagens por
parte da equipe cirúrgica.
Vale destacar que, ao longo da cirurgia são utilizados vários instrumentais, os quais
auxiliam na técnica, sendo eles: sondas, fórceps, elevadores de periósteo, osteótomos, curetas,
lâminas de Shaver.
Durante a avaliação completa da articulação, confirmou-se a presença de uma
proliferação óssea na borda do carpo radial, compatível com um osteófito. Esse fragmento foi
retirado, juntamente com uma quantidade significativa de fímbrias, indicando uma inflamação
considerável da membrana sinovial.
Registra-se que, após a exploração da articulação é realizada a retirada dos
instrumentais, para posteriormente realizar a síntese das duas incisões, que foram feitas no
padrão de sutura simples interrompido, com o fio de sutura Nylon 2-0. Em seguida é realizada
a bandagem, que foi no método de Robert Jones, com os materiais: algodão hidrófilo, atadura
elástica e bandagem elástica vetrap. Por fim, o animal é reconduzido para a sala de indução,
para recuperação anestésica e com o intuito de facilitar no retorno é realizado um repique de
Xilazina (10%) na dose de 0,5 mg/kg (IV).
Já na etapa do pós-operatório é prescrita a restrição de exercícios por 10 dias, onde
após esse período será realizada a retirada dos pontos. A medicação receitada contempla:
Gentamicina na dose de 8,8 mg/kg (IV) no primeiro dia, e do segundo até o sétimo dia 7,2
34
mg/kg (IV); anti-inflamatórios: Fenilbutazona na dose 2,2 mg/kg (IV) dose única 24 horas após
o procedimento e Firocoxibe na dose 0,1 mg/kg (Oral) por dez dias. No terceiro dia de pós-
operatório foi realizada a troca da bandagem, para visualizar a cicatrização e limpeza da ferida
com Clorexidine degermante e pomada cicatrizante, mantendo essa troca e limpeza a cada dois
dias. No décimo dia fez-se a retirada dos pontos, deixando a ferida aberta. Finalmente, após
dois dias o animal teve alta médica, acompanhada de imagens radiográficas atualizadas.
Figura 14 - Imagem trans-operatório de artroscopia de Carpo.
Fonte: Imagem cedida pela Clínica do Rancho (2021).
Figura 15 - Radiografia lateromedial flexionada do Carpo (MTE).
Fonte: Imagem cedida pela Clínica do Rancho (2021).
35
Figura 16 - Cicatrização com 3 dias de pós-cirúrgico (A). Cicatrização com 10 dias de pós-
cirúrgico (B).
Fonte: Imagem cedida pela Clínica do Rancho (2021).
3.1.2 Hemartrose idiopática
3.1.2.1 Relato de Atendimento
No dia 24 de fevereiro deste ano, realizou-se uma visita a um Haras da raça de cavalos
Mangalarga Marchador, para a inspeção dos animais e alguns atendimentos do sistema
locomotor. Nas dependências do haras, inspecionou-se um potro de 1,5 anos, que apresentava
aumento de volume bastante considerável na articulação tíbio-társica. Vale ressaltar que, o
animal ainda não havia sido introduzido no esporte/ treinamentos, não tinha sinais de alopecia,
laceração, descartando a hipótese de trauma ocasionado por outro animal, deixando desta forma
as suspeitas bastante limitadas, não sendo possível excluir um trauma mecânico.
Vallance et al. (2012), comentam em seus estudos que as articulações afetadas pela
hemartrose idiopática são as intercárpicas e tarsocrural, com destaque para o derrame articular
grave associado a uma claudicação pouco expressiva no caso do tarso. O diagnóstico desta
afecção dá-se por meio da citologia do líquido sinovial com presença de hemorragia, e com o
descarte por parte dos exames complementares de imagem de patologias osteocondrais, como
36
por exemplo, fragmentos e fraturas articulares. Como terapias, a literatura cita que o repouso e
medicações anti-inflamatórias são componentes importantes e apresentam excelentes
resultados nestas afecções.
Tokateloff et al. (2011) corroboram que nos casos de hemartrose em que não se
visualizam achados radiográficos importantes, além da presença de distensão articular. Ainda
comentam que existe uma diferença significativa na apresentação dos casos agudos e crônicos,
onde nos casos agudos na artrocentese teremos presença de sangue puro, que apresenta alívio
imediato para o paciente logo após sua drenagem.
Ressalta-se que durante o exame clínico o animal apresentava uma biomecânica
alterada por conta do aumento de volume da região, restringindo desta forma a sua mobilidade,
interferindo diretamente na sua deambulação, mas em contrapartida, as flexões não se
demonstravam positivas.
Como exame complementar de imagem, foi realizado o raio-x, onde não se observaram
alterações dignas de nota na região, existindo apenas a evidência de distensão articular nos
recessos medial e lateral da articulação tíbio-társica. Diante do exposto, fez-se a preparação da
região para posterior artrocentese e drenagem de conteúdo para melhor avaliação.
Com o animal devidamente contido em um tronco de contenção, realizou-se a
antissepsia ampla da região, com clorexidine degermante, clorexidine tópico e álcool 70%. A
artrocentese foi realizada no recesso medial da articulação tíbio-társica pelo cirurgião
responsável com luvas estéreis, e o auxiliar fez a compressão do recesso lateral para ajudar na
drenagem total dos conteúdos. Para realizar o acesso e drenagem utilizou-se uma agulha 40x12
mm, pois a 30x8 mm não foi efetiva, o aspecto do líquido era sanguinolento, com coloração
vermelho vivo e grande quantidade de fibrina, drenou-se 80 ml de conteúdo. Posteriormente
fez-se a deposição intra-articular de ácido hialurônico na dose de 20 mg. Outra terapia
medicamentosa recomendada foi a utilização contínua de Firocoxibe (VO) na dose de 0,1
mg/kg, até a regressão total do quadro.
A utilização do AH funciona como um lubrificante dos tecidos articulares, e sabe-se
que a viscosidade do líquido sinovial está diretamente relacionada com a quantidade e qualidade
de AH secretado pela membrana sinovial (ROCHA, 2008).
37
O paciente seguiu sendo avaliado com frequência, e sua evolução foi satisfatória, as
posteriores drenagens foram de um volume de líquido reduzido, sem sinais de contaminação
por sangue, a distensão diminuiu significativamente, bem como a pressão intra-articular.
Figura 17 - Material utilizado para artrocentese em articulação tíbio-társica.
Fonte: Imagem cedida pela Clínica do Rancho (2021).
Figura 18 - Artrocentese em articulação tíbio-társica.
Fonte: Imagem cedida pela Clínica do Rancho (2021).
38
4 LABORATÓRIO E CLÍNICA VETERINÁRIA RUDNEI J SOUZA LTDA
O profissional Rudnei J. Souza trata-se de um médico veterinário autônomo, atuante
no ramo de clínica médica, cirúrgica e reprodução de equinos há 34 anos, tendo formação na
Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, e diversas especializações dentro da área.
O mesmo atua em todo o Estado de Santa Catarina, com destaque para as cidades da região da
Grande Florianópolis.
4.1 DESCRIÇÃO DAS ESTRUTURAS
A estrutura do profissional conta com um galpão localizado em São José (SC), no
bairro Forquilhas, rua Vidal Vicente de Andrade, possuindo 30 cocheiras que alojam animais
particulares e mensalistas, piquetes, lavador para os animais, e um rancho para realização de
procedimentos eletivos.
Grande parte da estrutura encontra-se no automóvel do mesmo, onde são levadas
caixas de instrumentais cirúrgicos, farmácia com medicações, caixa com equipamentos
odontológicos, ultrassom reprodutivo, e demais equipamentos, para realização dos
atendimentos externos.
Figura 19 - Unidade móvel, equipada para a realização dos atendimentos.
Fonte: Imagem cedida pela Rudhorse (2021).
39
4.2 ATENDIMENTO CLÍNICO E EMERGENCIAL
Os atendimentos emergenciais são prioritários, desta forma, os proprietários entram
em contato por meio de ligação ou mensagens eletrônicas, e o profissional se mobiliza para ir
de encontro ao paciente. Destaca-se que a casuística ocorre principalmente em haras, cabanhas,
centros de treinamentos e hotelarias.
Os atendimentos eletivos são agendados ao longo da semana, onde o profissional
organiza as visitas para realização dos procedimentos, bem como a preparação do material que
será utilizado, visto que algumas medicações precisam ser encomendadas com antecedência.
Com grande frequência são realizadas coletas para exames de anemia infecciosa
equina e mormo, além de hemograma e bioquímico. Essas amostras são levadas até o
laboratório parceiro da Clínica, e quando prontas são lançadas no sistema, fazendo com que os
resultados sejam ágeis.
4.3 RESPONSÁVEL TÉCNICO
Grande parte da jornada semanal é destinada a visitação de centros equestres nos quais
o profissional desempenha o cargo de Responsável Técnico.
Dentre as atividades desenvolvidas, estão: inspeção das cocheiras, atendimentos
clínicos e cirúrgicos, controle e manutenção dos exames de anemia e mormo, vacinação para
influenza equina e raiva, administração de vermífugo periódico da tropa, atividades de
responsabilidade técnica em eventos equestres, realização de curativos e medicações além do
acompanhamento nutricional dos animais.
Dentre os locais de atuação, ganham destaque o CTG Os Praianos, que conta com 88
animais estabulados e a Sociedade Hípica Catarinense que conta com 78 animais estabulados e
realização periódica de eventos equestres.
4.4 CASUÍSTICA DE ATENDIMENTOS
A seguir será apresentada a casuística de atendimentos realizados durante o período de
estágio. O gráfico 2 demonstra que o atendimento em animais do gênero feminino foi superior
40
quando em comparação com o gênero masculino, e a média de idade observada foi de 7 anos e
10 anos respectivamente. Conforme demonstrado na tabela 4, o sistema músculo esquelético
seguido do sistema gastrointestinal foram os de maior relevância. A tabela 5 mostrará com mais
detalhes as patologias atendidas, e em seguida serão demonstradas algumas imagens referentes
as afecções visualizadas.
Figura 20 - Gráfico correspondente ao sexo dos animais atendidos.
Fonte: Autor (2021).
Tabela 4 - Casuística de atendimentos.
Sistema
Total
nº %
Músculo Esquelético 32 39,00
Gastrointestinal 18 21,96
Tegumentar 12 14,64
Geniturinário 10 12,21
Respiratório 6 07,31
Vascular 4 04,88
Total 82 100
Tabela 5 - Detalhamento dos casos atendidos.
Total
68%
32%
SEXO ANIMAIS
Fêmeas Machos
41
Patologias nº %
Sistema Músculo Esquelético
Abscesso Subsolear 12 14,62
Feridas com comunicações sinoviais 3 03,66
Síndrome Podotroclear 3 03,66
Tendinite aguda em tendões flexores (superficial e profundo) 3 03,66
Desvios Flexurais 2 02,44
Desmite Proximal do Ligamento Suspensório do Boleto 2 02,44
Fixação Dorsal de Patela 1 01,22
Fratura completa fechada de IV Metacarpiano 1 01,22
Fratura completa exposta de III Metatarsiano 1 01,22
Fratura por avulsão de osso Sesamóide Proximal 1 01,22
Laminite Crônica 1 01,22
Síndrome da Rabdomiólise Equina 1 01,22
Subluxação de 2ª Falange
1 01,22
Sistema Geniturinário
Orquiectomia eletiva em estação 5 06,09
Criptorquidectomia unilateral + Orquiectomia 2 02,44
Degeneração Testicular 1 01,22
Funiculite por reação a fio de sutura 1 01,22
Hímen Persistente
1 01,22
Sistema Respiratório
Adenite Equina 4 04,88
Obstrução Recorrente das Vias Aéreas Superiores 2 02,44
Sistema Tegumentar
Feridas ocasionadas por trauma 4 04,88
42
Miíse 4 04,88
Sarcóide (região auricular e região axial) 2 02,44
Pitiose quartela membro torácico direito 1 01,22
Melanoma 1 01,22
Sistema Gastrointestinal
Sobrecarga gástrica 12 14,63
Compactação ceco-cólica 2 02,44
Hérnia inguino-escrotal 2 02,44
Enterolitíase flexura-pélvica 1 01,22
Intussuscepção jejunojejunal 1 01,22
Sistema Vascular
Hemoparasitose 4 04,88
Total 82 100
Fonte: Autor (2021).
43
Figura 21 - Abcesso subsolear (A). Orquiectomia em estação (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
Figura 22 – Pitiose (A). Sarcóide (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
44
Figura 23 – Funiculite por reação a fio de sutura (A). Hímen prolapsado (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
Figura 24 – Hérnia inguino-escrotal (A). Herniorrafia inguino-escrotal (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
45
4.5 CASUÍSTICA DE ATENDIMENTOS ODONTOLÓGICOS
Dentre os atendimentos eletivos a prática da inspeção dentária juntamente com a
odontoplastia ganham um destaque, uma vez que fazem parte da rotina. Atualmente os
proprietários de animais de esporte/ cavalgadas voltam a sua atenção para possíveis reações a
embocadura, dificuldades mastigatórias, presença dos primeiros pré-molares, conhecidos como
dente de lobo, presença de capas dentárias ou pontas de esmalte.
A odontologia equina é uma área importantíssima na clínica médica de equinos, uma
vez que estes animais possuem dentes em erupção contínua ao longo de sua vida. No tocante a
problemas dentários dentro desta espécie, destacam-se os problemas de oclusão, por conta de
irregularidades na superfície oclusal, que dificultam a mastigação interferindo diretamente na
digestibilidade (SANTOS, 2015).
Os atendimentos odontológicos iniciam-se com uma inspeção completa do paciente,
avaliação dos parâmetros fisiológicos, coloração das mucosas, lavagem da cavidade oral com
água corrente, pesagem e certificação de que o animal se encontra em jejum, para
posteriormente passar pela sedação. O sedativo de eleição para estes procedimentos é a
Detomidina na dose de 0,02 – 0,04 mg/kg, variando com a idade e índole do animal. Em caso
de extrações, como por exemplo, o primeiro pré-molar, são realizadas aplicações locais de
Cloridrato de Lidocaína sem vasoconstrictor.
Figura 25 - Odontoplastia em equino (A). Material odontológico (B).
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
46
4.6 ENCAMINHAMENTOS
Dentro do atendimento clínico a campo de equinos, por diversas vezes nos deparamos
com casos que são grandes desafios para o médico veterinário. No âmbito da clínica e cirurgia,
os profissionais atuantes devem trabalhar em parceria, para desta forma, obterem os melhores
resultados.
Alguns pacientes demandam de terapias intensivas, acompanhamentos 24 horas,
cirurgias que devem ser realizadas a nível de bloco cirúrgico e diagnósticos que demandam de
centros de referência para sua conclusão.
Cabe ao clínico saber o momento correto de encaminhar o seu paciente, uma vez que
tempo e questões financeiras pesam nessa hora. Para a realização de um encaminhamento o
paciente deve estar estável, sob o efeito de analgésicos, o tutor e clínico devem estar em contato
com o hospital e o animal precisa de um transporte especializado.
Ao longo do estágio alguns pacientes foram encaminhados para centros de referência,
a figura 30 retrata uma égua, com sintomas de síndrome do abdômen agudo, parâmetros
fisiológicos alterados, presença de refluxo, sem resposta satisfatória à analgesia. Devidamente
estabilizada, sondada, sendo encaminhada para um centro de referência.
Figura 26 - Encaminhamento para centro de referência.
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
47
4.7 EXAMES COMPLEMENTARES DE IMAGEM
Ao longo do período de estágio muitos pacientes necessitaram de exames de imagem,
tais como radiografia, ultrassonografia do sistema locomotor, ultrassonografia transretal para
diagnóstico de gestação.
Sempre que um paciente tem a indicação de exames complementares de imagem,
exceto para as imagens reprodutivas, um profissional parceiro radiologista é contratado. Desta
forma as imagens são terceirizadas, porém o clínico sempre recomendava que o estagiário
participasse da realização destas, em busca de aprendizado e acompanhamento de todas as
etapas de atendimento. Com isso, foi possível acompanhar diversos atendimentos para
realização de raio-x e ultrassonografia.
As imagens reprodutivas são feitas pelo próprio profissional, então com recorrência
deslocava-se para locais a fim de realizar diagnósticos de possível gestação em éguas.
Figura 27 - Lote de receptoras para realização de exame ultrassonográfico para diagnóstico
de gestação.
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
48
5 DISCUSSÃO DE CASOS
5.1 SISTEMA GENITURINÁRIO
5.1.1 Criptorquidectomia unilateral associada a Orquiectomia
5.1.1.1 Relato de atendimento
Foi atendido um equino macho, da raça Crioula, 4 anos de idade, com histórico de
apresentar somente um testículo na bolsa escrotal e ter comportamento de garanhão.
Após uma minuciosa palpação da bolsa escrotal e do anel inguinal, verificou-se que o
paciente em questão apresentava criptorquidismo unilateral, pois era possível palpar do lado
esquerdo uma massa compatível com o testículo na região do anel inguinal. O proprietário tinha
o interesse em realizar a criptorquidectomia unilateral e orquiectomia, uma vez que não havia
a intenção de manter o animal como garanhão, por se tratar de uma patologia altamente
transmissível para sua prole.
O criptorquidismo representa uma falha na descida dos testículos para o escroto, e é
mencionado como a diferenciação anômala mais comum do sistema genital masculino na
espécie. As causas anatômicas desta afecção são: encurtamento dos vasos espermáticos, ducto
deferente ou músculo cremáster, aderências peritoneais, anéis inguinais ou canais inguinais
subdesenvolvidos e formações escrotais errôneas. Geralmente os animais que apresentam
criptorquidia unilateral possuem o testículo retido hipoplásico, de consistência mole (SILVA et
al., 2007).
Com base na apresentação do testículo no anel inguinal esquerdo, e a gônada escrotal
direita presente na bolsa, a técnica cirúrgica escolhida foi o acesso inguinal esquerdo.
O procedimento iniciou com um exame clínico do paciente, pesagem, e administração
da medicação pré-anestésica Detomidina na dose de 0,02 mg/kg (IV).
Posteriormente foi realizada a indução anestésica, com a associação dos fármacos:
Cetamina na dose 2,2 mg/kg (IV) e Diazepam na dose 0,04 mg/kg (IV), em seguida o animal é
posicionado em decúbito dorsal, e é realizada a antissepsia com iodo degermante, iodo tópico
e álcool 70%. Na região de acesso inguinal, é feito um botão anestésico local em leque na linha
49
de incisão de cloridrato de lidocaína 20 ml, além de 20 ml intra-testicular no testículo direito e
20 ml no cordão espermático.
Com o auxílio de um bisturi se realizou uma incisão de cerca de 4 cm, para posterior
identificação do testículo ectópico, que tem seus vasos e ductos pinçados por uma piça do tipo
Doyen Atraumática, e para a orquiectomia utilizou-se o emasculador, a fim de se assegurar a
ausência de hemorragia. Na inspeção do testículo ectópico, o mesmo, apresentava um tamanho
reduzido e consistência amolecida, característico de hipoplasia. Para a síntese utilizou-se sutura
padrão simples interrompido com fio Nylon 2-0. A orquiectomia do testículo hígido foi
realizada por meio da incisão da bolsa escrotal, exposição das túnicas vaginais, caracterizando
a técnica aberta, com pinçamento dos vasos e ductos, e posterior utilização do emasculador. O
animal foi mantido em decúbito o máximo de tempo possível para que sua recuperação
anestésica acontecesse da forma mais segura possível. Fez-se administração de soro antitetânico
(IM).
No pós-operatório foi recomendado a utilização de Flunixina Meglumina na dose de
1,1 mg/kg (IV) por cinco dias, além de uma composição de 3 antimicrobianos à base de
Penicilina, na dose de 25.000 UI, por sete dias. Repouso e realização de duchas 3 vezes ao dia.
Figura 28 - Recuperação anestésica.
Fonte: Arquivo pessoal (2021).
50
6 CONCLUSÃO
Por fim, a opção de associar estágio em hospital e atendimentos clínicos a campo foi
muito satisfatória, pois possibilitou visualizar a rotina, desafios e entraves em cada setor de
atuação. Escolher dois locais de referência contribuiu significativamente para o aprendizado,
evolução e aperfeiçoamento do acadêmico. Além disso, foi possível identificar as similaridades
e diferenças entre um ambiente hospitalar e o atendimento a campo. Ressalta-se ainda nesses
dois ambientes a visualização dos protocolos, instrumentos, equipamentos e técnicas utilizadas.
Destaca-se que, acompanhar os setores de clínica, cirurgia e reprodução, possibilitou
uma base muito significativa para meus estudos dentro da clínica de equinos, tendo a
oportunidade de presenciar atendimentos em diversas áreas, com diferentes metodologias e
abordagens.
Contempla-se nesse desfecho a sensação de evolução da prática e do conhecimento
por meio da experiência adquirida ao longo destes meses que é indiscutível. Enfim, deixa-se o
sentimento de gratidão pela oportunidade oferecida e a sensação de dever cumprido.
51
REFERÊNCIAS
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Criptorquidismo unilateral em equino: Relato de caso. Revista Saber Digital, v. 9, n. 2, 2017.
DE SOUSA CASTRO, Beatriz. Infusão contínua de detomidina e butorfanol associados a
bloqueio locorregional, na criptorquidectomia de equino em estação: relato de caso.
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Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Disponível em:<https://repositorio.ufersa.edu.br>
JOGLAR, Filipa Varela de Almeida. Contribuição para o estudo da utilização da
artroscopia em equinos em Portugal: estudo de 50 casos. 2011. Tese de Doutorado.
Universidade Técnica de Lisboa. Faculdade de Medicina Veterinária.
MENESES, Anielle Cristina Alves et al. Medidas lineares e angulares de animais da raça
Quarto de Milha utilizados em uma prova de vaquejada. Revista Brasileira de Ciência
Veterinária, v. 21, n. 4, 2014.
MICHELON, Fabiane Alves. Artroscopia: Ferramenta diagnóstica e terapêutica na clínica
cirúrgica e eqüinos atletas. PUBVET, v. 2, n. 19, 2008.
MIKAIL S.; PEDRO, R. C. Fisioterapia Veterinária. Barueri, São Paulo: Manole, 2006.
MIKHAILENKO, Thayane Santana. A fisioterapia no tratamento de afecções articulares e
tendíneas em equinos. Carlos Afonso de Castro Beck. 2012. 32 p. Trabalho de Conclusão de
Curso. Medicina Veterinária. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
2013. Disponível em: < www.lume.ufrgs.br/handle/10183/119395>.
ROCHA, Francisco José Martins. Osteoartrites em equinos. 2008. Tese de Doutorado.
Universidade Técnica de Lisboa. Faculdade de Medicina Veterinária.
SANTOS, Ana Sofia Correia dos. A importância da pratica odontológica na saúde e bem-
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