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DIREITO PROCESSUAL PENAL I Prof. Roberto Del Manto Definição de inquérito policial (IQ): é procedimento administrativo, facultativo, presidido e de obrigação profissional do Delegado de Policia em todos os crimes comunicados a ele, através de um boletim ocorrência para eventual propositura de ação penal pelo promotor de justiça. O inquérito policial é o único procedimento que não existe ampla defesa e contraditório, mas o objetivo maior, é juntar indícios de autoria e materialidade delitiva. a) Crime: Noticia crime: é a comunicação da pratica de crime por terceira pessoa perante a autoridade policial. (terceira pessoa comunica o crime). Delatio crime: é a comunicação da prática de crime pela própria vitima perante a autoridade policial.( a própria pessoa comunica o crime). b) Boletim de ocorrência: é a instrumentalização material da prática de um crime, documentada pela autoridade policial. Anotação complementar: todo o crime que deixa vestígio, obrigatoriamente será realizado um exame ou pericia para que a mesma seja utilizada em um processo criminal. O correto é dizer exame corpo de delito As gravações podem sem usadas como provas desde que sejam convalidadas pelo perito. 1. Primeira instância Judicial Aqui atua um Juiz de Direito. O processo criminal (com exceção do IP) obrigatoriamente tem ampla defesa e contraditório. 1.1. Partes no processo: a) Juiz de Direito: é bacharel concursado responsável pela aplicação da tutela jurisdicional (ele vai julgar). b) Promotor de Justiça: é o bacharel concursado, que defende os interesses da sociedade, e atua como fiscal da lei.”Cusros Legis” c) Advogado: é o profissional do direito aprovado no exame de ordem, que exerce a defesa técnica em processo ou procedimento. Na prática, pode tanto defender ou como acusar, pela dupla obrigação profissional. Curso de Direito – 6º Semestre – 1º-2011 Página 1 UNINOVE Vila Maria - Márcio Almeida da Silva – RA: 308201934

Resumo Direito Processual Penal I

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Definição de inquérito policial (IQ): é procedimento administrativo, facultativo, presidido e de obrigação profissional do Delegado de Policia em todos os crimes comunicados a ele, através de um boletim ocorrência para eventual propositura de ação penal pelo promotor de justiça. O inquérito policial é o único procedimento que não existe ampla defesa e contraditório, mas o objetivo maior, é juntar indícios de autoria e materialidade delitiva.

a) Crime:

Noticia crime: é a comunicação da pratica de crime por terceira pessoa perante a autoridade policial. (terceira pessoa comunica o crime).

Delatio crime: é a comunicação da prática de crime pela própria vitima perante a autoridade policial.( a própria pessoa comunica o crime).

b) Boletim de ocorrência: é a instrumentalização material da prática de um crime, documentada pela autoridade policial.

Anotação complementar: todo o crime que deixa vestígio, obrigatoriamente será realizado um exame ou pericia para que a mesma seja utilizada em um processo criminal.

O correto é dizer exame corpo de delito As gravações podem sem usadas como provas desde que sejam convalidadas

pelo perito.

1. Primeira instância Judicial

Aqui atua um Juiz de Direito. O processo criminal (com exceção do IP) obrigatoriamente tem ampla defesa e contraditório.

1.1. Partes no processo:

a) Juiz de Direito: é bacharel concursado responsável pela aplicação da tutela jurisdicional (ele vai julgar).

b) Promotor de Justiça: é o bacharel concursado, que defende os interesses da sociedade, e atua como fiscal da lei.”Cusros Legis”

c) Advogado: é o profissional do direito aprovado no exame de ordem, que exerce a defesa técnica em processo ou procedimento. Na prática, pode tanto defender ou como acusar, pela dupla obrigação profissional.

d) Defensor público: é o profissional do direito que defende toda pessoa pobre no termo assertivo da palavra que não tem condição de pagar custas de processos e honorários de advogado. Aquele que defende os interesses das pessoas de baixa renda.

e) Advogado “Ad Hoc” (para o ato): também conhecido como advogado dativo, chamado pelo juiz quando o réu é citado, comparece na audiência, mas não esta acompanhado de advogado. Ninguém será processado sem a defesa técnica deste profissional, sob pena de nulidade.

1.2. Atuação Jurisdicional

a) JECRIM Juizados especiais criminais: julgam contravenções penais, considerados crimes de menor porte e menor potencial ofensivo cuja pena máxima

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não exceda a um ano. Também julga crimes comuns cuja pena máxima seja igual ou inferior a dois anos. (Lei 10.259/03).

Questão de política criminal: neste caso é aplicado o rol de penas alternativas, tais como: cestas básicas, serviços a comunidade, pena de multa, utilizando-se a pena privativa de liberdade como última hipótese e não a principal. (acidente de transito, lesão corporal leve, age com negligencia, imprudência ou imperícia, por meio do exame de corpo de delito para avaliar a lesão.)

Julgam no menor potencialidade de lesar tanto a sociedade quanto ao particular.

b) Vara criminal: julgar a maioria dos crimes comuns, apenados com reclusão e ou detenção.

c) Vara do Júri: julgar crimes dolosos contra a vida, tentados ou consumados e seus conexos, quando falamos de júri falamos de: (se praticar o crime pela excludente não vai para o júri.

Homicídio: tirar a vida de um ser humano.

Infanticídio: é crime próprio praticado pela mãe sob influencia sob estado puerperal (após o nascimento da criança). Para o profº Damasio até a queda do cordão umbilical permite analisar o estado puerperal da mãe, para o Mirabete após a dosagem hormonal.

Suicídio: não é crime no direito penal, mas se pune por três condutas:

1) Induzimento: colocar a idéia na cabeça da pessoa;2) Instigação: significar reforçar o induzimento do suicídio e;3) Auxílio: auxilio ao suicídio dá os meios necessários. Na Roma antiga

proibiu o suicídio, pois os patrícios endividados se suicidaram, para evitar prejuízo o império normatizou a proibição do suicídio, penalizando de morte as famílias e os bens para o Império.

Aborto: é a interrupção bruta da gravidez, ela não é considerada crime quando:

1) Gravidez de alto risco;2) Má formação do feto;3) Gravidez decorrente de estupro

2. 2ª instância judicial

Os Juízes são chamados de desembargadores. Não trabalham em varas criminais, mas autuam em câmaras julgadoras.

Desembarga (desembaraça), vai atuar numa câmara criminal.

Cada câmara criminal é formada por 5 desembargadores. Temos o Presidente o Procurador da Justiça e os 3 serão sorteados para analisar o recurso. (Relator).

Em se tratando de competência Estadual, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo será o competente.

Em se tratando de crime de competência Federal, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região será o responsável.

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TJ fica na frente do Foro central da praça João Mendes. O TRF fica na avenida Paulista ao lado da Caixa Econômica.

3. Instância Superior:

São as ultimas cortes da justiça prevista da competência criminal. Seus membros são chamados de Ministros, eles atuam em turmas julgadoras.

Anotação importantíssima: Não existe hierarquia entre o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, mas existe competência em relação à matéria. O STJ julga a matéria infraconstitucional. O STF julga a matéria constitucional.

Na vou esquecer: os tribunais de última instância desempenham fator político e judicial concomitantemente.

Os 11 ministros de cada um deles são nomeados pelo Presidente da República.

Filme caso dos irmãos naves.

AULA 3 – 25/02/2011

INQUÉRITO POLICIAL

Trata-se de procedimento administrativo, começa na delegacia, facultativo que tem um objetivo de juntar indícios de autoria e materialidade delitiva para aparelhamento (instrução) de ação penal futura.

1. Anotação Complementar: autoria: é identificar o autor ou autores do crime.

2. Materialidade Delitiva: são todas as circunstâncias do crime relacionadas direta ou indiretamente, com a dinâmica dos fatos.

OBS: Anotação Importantíssima: todos os crimes que deixarem vestígios haverá a necessidade da realização de exames complementares; porque o inquérito policial tem caráter inquisitivo.

3. Exame de Corpo de Delito: é o corpo que sofreu o delito, e que deve ser periciado.

ESPÉCIES DE APRESENTAÇÃO DE CRIME

4. “Notitia Criminis”- Notícia Crime: é à apresentação da notícia de um crime por uma terceira pessoa, perante a autoridade policial.

a) Denúncia Anônima: também é considerada noticia crime.

5. “Delatio Criminis” é a comunicação do crime pela própria vítima perante a autoridade policial.

OBS: Eu, como futuro e promissor profissional do direito jamais vou a uma delegacia “prestar queixa” sob pena de queimar no mar do inferno.

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5.1. Queixa crime: ou simplesmente queixa: é peça privativa de advogado, que será exclusivamente protocolada perante o juiz criminal, via de regra, nos crimes que se processam mediante ação penal privada.

6. Boletim de Ocorrência: é a instrumentalização documental do fato apresentado perante a delegacia.

PRINCÍPIOS DO INQUÉRITO POLICIAL

1. Principio da Inquisitividade: a exceção a regra é que o Inquérito Policial (IP) não tem ampla defesa e contraditório, pois trata-se de um conjunto de diligências, visando exclusivamente, desvendar o crime.

2. Princípio da Indisponibilidade: o delegado de polícia não está obrigado, a instaurar inquérito policial. Entretanto, se o fizer ele não poderá arquivá-lo, e obrigatoriamente deverá concluí-lo.

Anotação Importantíssima: o delegado não pode arquivar o inquérito, somente o juiz de direito, após o parecer do Ministério Público (MP) que é autoridade competente para arquivá-lo. A previsão legal está no artigo 17 do CPP.

Pelo Princípio da Economia Processual ele poderá ser desarquivado se dentro do prazo prescricional surgirem novas provas de autoria e materialidade delitiva.

3. Princípio da Dispensabilidade: a regra geral é que o inquérito policial é obrigatório na grande maioria dos crimes. Entretanto, se o promotor de justiça conseguir juntar indícios de autoria e materialidade para comprovar um crime, ele poderá oferecer denúncia diretamente ao juiz criminal. Trata-se de caso excepcional.

4. Princípio da Escrita: o inquérito policial será sempre redigido por autoridade policial, através de documentos próprios.

5. Princípio do Sigilo: o delegado de polícia é responsável pelo sigilo das investigações, não podendo expor a imagem e a honra do indiciado (artigo 5°, X da CF).

Advogados: este sigilo não se estende a ele de acordo com o artigo 7°, XIV do Estatuto da OAB. Nos casos de segredo de justiça, o advogado irá apresentar obrigatoriamente uma procuração e somente ele poderá consultar os autos do inquérito policial.

Súmula 14 do STF: reconhece o direito do advogado em consultar os autos do inquérito policial, desde que faça a prova para seu patrocínio.

PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL

1. Princípio da Ampla Defesa e Contraditório: todo processo ou procedimento, para ter validade jurídica deve possuir os 2 preceitos constitucionais. O inquérito policial é a única exceção no estado democrático de direito.

a) Ampla Defesa: é a utilização de todos os meios de defesa previstos em lei para a melhor defesa técnica realizada pelo advogado.

b) Contraditório: é o direito do acusado em apresentar a sua versão dos fatos em contraponto a acusado.

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Anotação Importantíssima: o silêncio do acusado não será considerado como presunção de culpa, trata-se de direito garantido constitucionalmente.

Também ninguém é obrigado a fazer prova contra si ou contra outrem, tendo em vista a auto defesa.

O Advogado poderá orientar seu cliente a mentir ou até omitir fatos que o incriminem em inquérito policial e ação penal.

2. Princípio do Devido Processo Legal: o artigo 5°, LIV da CF estabelece o preceito garantista, para todo o processo ou procedimento. Vale dizer que a ampla defesa e o contraditório, são preceitos obrigatórios e que devem ser garantidos em todas as hipóteses, com exceção do inquérito policial.

A idéia maior é que todo o acusado tem garantias constitucionais encejadoras da atuação do advogado, em todos os momentos da defesa técnica.

3. Princípio da Presunção de Inocência: no direito penal, todos são considerados inocentes, até que se prove o contrário. Este preceito constitucional, estabelece ainda que mesmo o acusado confessando a prática de crime, o obriga, a convalidar sua confissão por outros elementos de prova.

Prova “Iuri Et de Iuri” – prova acima de prova.

AULA 4 – 04/03/2011

RESUMO

IP – procedimento administrativo - CF

Princípios que regem o Processo Penal:

Principio do Devido Processo Legal. Principio da Inocência Processual. Principio da Ampla Defesa e do Contraditório.

1. Princípio da Inocência Processual:

a) Prova: é a evidência, legitimada pelo perito competente, tem caráter importante no julgamento de autoria e materialidade delitiva.

b) Evidência: por outro lado somente se tornará prova, se for acolhida através de meios lícitos para todos os fins de direito.

2. Informações complementares

Após a existência de um crime, este chega a conhecimento da autoridade policial.

As formas de conhecimento serão Noticia Crime e Delatio Crime .

Delegado de polícia confecciona boletim de ocorrência.

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Se estiver comprovado autoria e materialidade delitiva o delegado determina a instauração de inquérito policial.

3. Inicio de Fase Instrutória

Oitiva da conduta da ocorrência;

Oitiva de todas as testemunhas;

Depoimento pessoal do acusado;

Realização de exames e pericias, obrigatoriamente nos crimes que deixarem vestígios.

Finalização do inquérito policial com a confecção de relatório;

Remessa ao fórum criminal onde o juiz de direito encaminhará o IP para o promotor de justiça oferecer denúncia.

Quadro sinótico

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4. Informações importantes:

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Na fase instrutória é considerado o condutor da ocorrência a qualquer pessoa que apresentá-la formalmente perante a autoridade policial (Policial Militar, Policial Civil, GCN ou qualquer cidadão).

Na oitiva das testemunhas, todas as pessoas envolvidas serão alvo de depoimento pessoal perante a autoridade policial.

a) Depoimento do acusado: quando ocorrer pratica de crime o acusado poderá depor ou reservar-se no direito de manter se em silêncio. Isto é direito constitucional, porque ninguém é obrigado a produzir provas contra si, existindo ainda à presunção de inocência para todos os efeitos legais.

b) Na pratica o relatório é o resumo da investivação

c) Indiciamento formal: é o ato privativo do delegado, que ocorre exclusivamente dentro do inquérito policial quando da certeza da autoria e materialidade delitiva. Também na prática serve para apontar para o promotor de justiça o verdadeiro autor do crime.

5. Atuação do promotor de justiça

5.1. Recebido o inquérito policial já relatado, o promotor de justiça poderá:

a) Oferecer a denuncia;b) Opinar pelo arquivamento (o juiz pode não aceitar o arquivamento e o promotor

pedir ao procurador de justiça para que possa arquivar. O procurador é chamado quando houver discordancia do arquivamento);

c) Requerer diligencias complementares.

5.2. Arquivamento do inquérito policial

a) O delegado de policia não poderá arquivar inquérito policial, pois se trata de direito exclusivo do Juiz de Direito.

b) O promotor de justiça é o único profissional do Direito que poderá requerer arquivamento, e neste caso o juiz poderá ou não acolher a pretensão.

c) Uma vez arquivado, somente será desarquivado o IP se existirem “novas provas” dentro do prazo prescricional.

d) Casos excepcionais:e) Se o promotor de justiça, opinae pelo arquivamento , e o juiz de direito concorda,

ele será efetivamente arquivado, com as ressalvas do art. 18 do CPP. No mesmo entendimento, se o promotor opina pelo arquivamento e o juiz de direito discordar, o inquérito policial será remetido ao procurador de justiça, que poderá opinar pelo arquivamento ou ainda oferecer denúncia.

f) Nem todo inquérito policial, vira ação penal. Um dos pressupostos do inquérito policial, é a faculdade de sua utilização em casos excepcionais o promotor de justiça poderá oferecer sua denúncia diretamente ao juiz criminal (princípio da economia processual).

OBS: Indiciamento formal é ato privativo do delegado. Promotor de Juiz e o Juiz não podem indiciar.

AULA 5 – 11/03/2011

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LIVRO IDO PROCESSO EM GERAL

TÍTULO IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

        Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados:        I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional;        II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100);        III - os processos da competência da Justiça Militar;        IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17);        V - os processos por crimes de imprensa.        Parágrafo único.  Aplicar-se-á, entretanto, este Código aos processos referidos nos nos. IV e V, quando as leis especiais que os regulam não dispuserem de modo diverso.        Art. 2o  A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.        Art. 3o  A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito.

TÍTULO IIDO INQUÉRITO POLICIAL

        Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995)        Parágrafo único.  A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função.        Art. 5o  Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:        I - de ofício;        II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.        § 1o  O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:        a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;        b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;        c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.        § 2o  Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.        § 3o  Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.        § 4o  O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.        § 5o  Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.        Art. 6o  Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:        I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973)        II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)        III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;        IV - ouvir o ofendido;        V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;        VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;        VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;        VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;        IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.

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        Art. 7o  Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.        Art. 8o  Havendo prisão em flagrante, será observado o disposto no Capítulo II do Título IX deste Livro.        Art. 9o  Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.        Art. 10.  O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.        § 1o  A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.        § 2o  No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.        § 3o  Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.        Art. 11.  Os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito.        Art. 12.  O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra.        Art. 13.  Incumbirá ainda à autoridade policial:        I - fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;        II -  realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;        III - cumprir os mandados de prisão expedidos pelas autoridades judiciárias;        IV - representar acerca da prisão preventiva.        Art. 14.  O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade.        Art. 15.  Se o indiciado for menor, ser-lhe-á nomeado curador pela autoridade policial.        Art. 16.  O Ministério Público não poderá requerer a devolução do inquérito à autoridade policial, senão para novas diligências, imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.        Art. 17.  A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.       Art. 18.  Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.        Art. 19.  Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.        Art. 20.  A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.      Parágrafo único.  Nos atestados de antecedentes que Ihe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes, salvo no caso de existir condenação anterior. (Incluído pela Lei nº 6.900, de 14.4.1981)        Art. 21.  A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.        Parágrafo único. A incomunicabilidade, que não excederá de três dias, será decretada por despacho fundamentado do Juiz, a requerimento da autoridade policial, ou do órgão do Ministério Público, respeitado, em qualquer hipótese, o disposto no artigo 89, inciso III, do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei n. 4.215, de 27 de abril de 1963) (Redação dada pela Lei nº 5.010, de 30.5.1966)        Art. 22.  No Distrito Federal e nas comarcas em que houver mais de uma circunscrição policial, a autoridade com exercício em uma delas poderá, nos inquéritos a que esteja procedendo, ordenar diligências em circunscrição de outra, independentemente de precatórias ou requisições, e bem assim providenciará, até que compareça a autoridade competente, sobre qualquer fato que ocorra em sua presença, noutra circunscrição.        Art. 23.  Ao fazer a remessa dos autos do inquérito ao juiz competente, a autoridade policial oficiará ao Instituto de Identificação e Estatística, ou repartição congênere, mencionando o juízo a que tiverem sido distribuídos, e os dados relativos à infração penal e à pessoa do indiciado.

1. Caracteristicas

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Atuação do promotor de justiça na atualidade, somente será vista a partir do inicio de ação penal. É importante lembrar que ele não está obrigado a oferecer denúncia em todos os casos trazidos a ele. Entretanto, é importante ressaltar que uma vez oferecida a denúncia, também se aplica o principio da indisponibilidade da ação penal para todos os efeitos de direito.

Inquérito Policial – Fase Instrutória – Relatório (resumo – remessa para o forum – Vara Criminal, Vara do Júri, Jecrim – Promotor de Justiça (requerer arquivamento, requerimento novas deligencia, o juiz pode ou não aceitar se ele não aceitar vai para o procurador de justiça, arquivar ou oferencer denuncia) – Autoria e Materialidade – Oferece Denúncia – Terá o inicio de ação penal.

1.1. Papel do curador

a) Pergunta de prova: a Emancipação na esfera civil, não se estende a esfera penal e em nenhuma hipótese, inclusive nos crimes falimentares.

Diferente da esfera criminal que se discute inimputabilidade, a esfera civil discute única e exclusivamente a capacidade para se exercer atos na propria esfera civil.

1.2. Questão do curador

De acordo, artigos 15, 194 e 262 do CPP, a lei penal está em vigor requerente a sua nomeação em cárater obrigatório.

1.3. Cabimento

Indiciados maiores de 18 anos e com 21 anos incompletos.

1.4. Prática na delegacia:

Constitui mera irregularidade a ausência do curador em sede administrativa. Não se pode impetrar Habeas Corpus, porque o IP não é totalmente nulo. (Art. 647 e 648, I do CPP).

1.5. Em outras hipóteses:

O curador obrigatoriamente será pessoa maior de 21 anos, não se exigindo ser ele advogado.

1.6. Posições contrárias dos autores

a) Art. 15 do CPP exige a nomeação de curador ao indiciado menor e não ao indiciado capaz. (Fernando Capaz, Fernando Noronha, Prof Mirabete).

b) A capacidade Civil nunca influenciou o processo penal, e, portanto prevale o art. 15 do CPP. (Nucci).

c) O Código Civil em orientação prevalente na doutrina, que o art. 15 Caput do CC revogou tácita e expressamente o art. 15 do CPP. (Prof. Damásio).

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1.7. Em final conclusão: a doutrina (entendimento dos autores) entendeu a revogação do art. 15 do CPP; Ao passo que a Jurisprudência (julgados) entende que a nomeação continua sendo obrigatória, e a sua ausência constitui uma mera irregularidade.

1.8. Identificação criminal: o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal (tocar o piano). Trata-se de abuso de autoridade e constrangimento ilegal, conforme o art. 5º, LVII da CF/88 (tocar pianinho é só para criminoso, ele nem anda com documento).

1.9. Identificação verbal: a doutrina e a jurisprudência aceitam esta modalidade de identificação com uma única exigência:

a) Todas as informações devem ser a veracidade dos fatos, após verificação prévia.

b) Se o Civil apresentar, perante a autoridade policial, dados inveridicos, poderá responder por crime.

c) Extravio de documento, quando se requer a segunda via de RG, obrigatoriamente estarão inseridos nos dados da polícia administrativa a da do requerimento e a data da expedição.

d) Exceção a regra: o art. 3º da Lei 10.254/00 obriga o indiciamento formal através de planilhamento (tocar o piano) nos seguintes casos:

1) Crime de homicidio doloso, crimes contra o patrimônio com violência ou grave ameaça, crime de receptação qualificada, crime contra a dignidade sexual e crime de falsificação de documento público.

2) Quando houver suspeita de falsificação ou adulteração de documento, o indiciado também será planilhado.

1.10. Questão identificação verbal

Neste caso de identificação, o civil tem o prazo legal para apresentar documento perante autoridade policial em 48 horas, sob pena de ser indiciado formalmente. Na prática a autoridade policial, concede prazo menor, inclusive sujestionando ao civil que um parente traga um documento para todos os fins de direito.

1.11. Incomunibilidade do judiciário

De acordo com o art. 21 do CPP, algumas questões excepcionais, determinam legalmente que por até 3 dias que a incomunibilidade é aceita pelos seguintes motivos:

a) Necessidade na instrução administrativa (IP).

b) Conveniência da dinâmica dos fatos.

c) Realização de acariações para dirimir depoimentos conflitantes.

Pergunta de provaNão existe incomunicabilidade para o advogado, pois o art. 7º ,III no estatuto da OAB, é lei federal recepcionada pela própria carta magna.

1.12. Tabela da responsabilidade

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Idade Area Civil Area Criminal

Maiores de 21 Imputável

18-2118-21 não incompletos -

Semi-imputável

16-18

16-18 incompletos- capaz se for emancipado – e

ausencia de emancipação é relativamente incapaz.

Inimputável

14-16 Incapaz Inumputável(adolescente)

0-14 Incapaz Inimputável (criança)

2. Principio da inquisitividade

3. Principio da obrigatoriedade

4. Principio da indisponibilidade

5. Principio da dispensabilidade

6. Principio do sigilo

7. Disposições preliminares

7.1. Art. 1º ao 3º

Regra do Jogo, os principios do direito penal são aplicados no processo penal por analogia.

AULA 6 – 18/03/2011 – FALTA

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