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www.embalagemmarca.com.br

Revista EmbalagemMarca 099 - Novembro 2007

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Edição de novembro de 2007 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.com

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Mais do que apenas informaçãoestacamos nesta edição a reporta-gem de capa, sobre

embalagens para queijos, e a cobertura exclusiva da Labelexpo Europe, maior feira mundial de rotulagem. A edição, como de hábito, tem muitos outros pontos de interesse, mas julgamos con-veniente chamar a atenção para a próxima. Ela sinali-zará a entrada da revista na casa dos três dígitos. Chegar ao número 100 já seria moti-vo para comemorações, num país em que grande parte dos empreendimentos sucum-be no primeiro ano de vida. Mais ainda o seria ante o fato de EMBALAGEMMARCA ter

entrado, há oito anos e meio, num segmento já ocupado. No entanto, como não nos damos a soltar rojões para festejar nossa própria exis-tência, dedicamo-nos a dar continuidade a ela e a aper-feiçoá-la sempre. Nesse per-curso, mantemos o passo que permitiu à revista tornar-se a de maior crescimento e a de maior credibilidade entre as dirigidas à área. Ou seja, fazemos o que acreditamos ser a razão básica de nosso êxito e a síntese de nossa missão: transformar infor-mação em conhecimento.É nosso compromisso levar a quem nos honra ao optar pela leitura da revista, em meio

a enxurradas de títulos que chegam às suas mãos, mais do que apenas informações. Em EMBALAGEMMARCA estas são sempre contextualizadas, interpretadas, relativizadas, ampliadas em outros canais, de modo a se transforma-rem num instrumento de tra-balho efetivamente útil aos profissionais do packaging. Depoimentos nos dizem que o leitor de EMBALAGEMMAR-CA tem, no conteúdo de cada mês da revista e no conjunto acumulado de informações aportado desde a edição número 1, um ferramental que o diferencia no merca-do e o fortalece na carreira. Continuaremos assim.

Dedicamo-nos a oferecer deforma cada vezmais densa àcadeia produtivade embalagemaquilo que sintetizanossa missão:transformarinformação em conhecimento

Wilson Palhares

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Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

[email protected]

Flávio [email protected]

Guilherme [email protected]

Leandro Haberli [email protected]

Marcella de Freitas [email protected]

Departamento de [email protected]

Carlos Gustavo CuradoJosé Hiroshi Taniguti

AdministraçãoEunice Fruet

Marcos Palhares

Departamento [email protected]

Karin TrojanWagner Ferreira

Circulação e AssinaturasJuliana Lenz

[email protected] anual: R$ 99,00

Público-AlvoEM BA LA GEM MAR CA é di ri gi da a pro fis sio nais que ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia e su per vi são em em pre sas integrantes da ca deia de em ba la gem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colo-cados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.

Filiada ao

Impressão: Margraf Tel.: (11) 4689-7100

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo

Antonio • CEP 04718-040 • São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Filiada à

www.embalagemmarca.com.br

O con teú do edi to rial de EM BA LA GEM MAR CA é res guar da do por di rei tos au to rais. Não é per-mi ti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle-tem ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.

nº 99 • novembro 2007

40 PlásticasXampu e condicionador da Phisalia trocam embalagem standard por frasco exclusivo

46 MarcasAo completar 50 anos, Cremogema ganha de presente nova roupagem

24 Reportagem de capa: QueijosIndústria de queijos abre cada vez mais oportunidades no mercado de embalagens investindo em produtos jáprontos para o consumidor

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14 MercadoEmbalagens ajudam grandes indústrias a vender mais sucos prontos para beber

12 FechamentosMetalúrgicadesenvolve tampa de fácil aberturaque dispensa uso de peças plásticas

66 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

72 Índice de Anunciantes Relação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição

74 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

8 Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

44 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

3 Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor

6 Espaço aberto Opiniões, críticas e sugestões de nossos leitores

22 Internacional Destaques e idéias de mercados estrangeiros

32 Entrevista: Silmara Figueiredo Consultora da Associação das Indústrias de Queijo mostra oportunidades abertas pelo setor para a cadeia do packaging

64 Artigo Há limite para a inovação?Por Victo Basso

48 RotulagemTendências apresentadas no maior evento mundial do setor de conversão, em Bruxelas

30 Sondagem GNPDPainel da Mintel apresenta novidades internacionais em queijos 62 Inovação

Aromatizante bucal combina características de diversas categorias em apenas uma embalagem

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Apoio da Belas Artes

Registro meu orgulho em ter partici-pado desta primeira edição do PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM. Digo isto logo após receber o núme-ro 98 da revista, com a cobertura da premiação, onde todos os cases ganhadores estão bem caracterizados e fundamentados. Sem dúvida é uma referência na área. Creio que o prêmio é na verdade um serviço que estamos prestando ao setor e à nação. Valeu. Parabéns e contem conosco em 2008, 2009, 2010. . .

Auresnede Pires Stephan (prof. Eddy)Assessor de desenvolvimento

educacionalUnicentro Belas Artes de São Paulo

São Paulo, SP

Inscrições no Prêmio

Primeiramente quero parabenizar a revista EMBALAGEMMARCA pelo ges-to nobre em reconhecer certas falhas no processo de inscrição no PRÊMIO EMBALAGEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM e torcer para que no próximo concurso ocorra uma evolu-ção em todos os sentidos. Realmen-te acredito que a inscrição de nossa embalagem “Bulk 200 litros” ficou prejudicada por alguns dos motivos citados em mensagem a nós enviada e na reportagem de capa da edição nº 98. Acredito que seria justo que para o próximo concurso seja mantida a data

de lançamento da embalagem em 1º de janeiro de 2006. Fica registrada a minha sugestão.

Marcelo PerucciEspecialista de produtos

Rigesa Westvaco do BrasilValinhos, SP

Lamentamos que a inscrição tenha sido prejudicada, mas a data não poderá ser mantida, dado que o concurso é anual e abrange períodos sucessivos. Assim, as inscrições à segunda edição do Prêmio deverão abranger cases registrados no período compreendido entre 1º/7/2007 e 30/6/2008. Dada a qualidade de seu trabalho e a criatividade de sua equipe, sem dúvida a Rigesa terá a apresentar cases com forte potencial para serem escolhidos pelo júri.

Do Uruguai

Desejamos felicitar a revista pelo excelentíssimo nível do idioma espa-nhol na escrita, na expressão gramati-cal e na sintaxe, algo realmente muito raro de ver nas revistas traduzidas no Brasil. Aproveitamos também para felicitá-los por seu conteúdo didático e informativo. Em muitas oportunidades utilizamos a revista aqui em nosso Ins-tituto com nossos alunos, como mate-rial didático. Felicitações novamente.I.L.E. Instituto de Línguas Estrangeiras

MontevidéuUruguai

Do Chile

Desejo felicitá-los pela revista. Não contém desperdícios, é objetiva, vai diretamente ao ponto com clareza. As reportagens e os artigos são de excelente qualidade, além de serem sempre interessantes. Sem dúvida, é uma revista com a qual vários setores podem contar como apoio. Uma suges-tão: procurem divulgar mais a revista na América Latina. Não sei de uma só pessoa que conheça a revista que não expresse seu agrado com ela, e isso hoje em dia vale muito.

Sergio AlmadaDesigner

Santiago, Chile

6 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

Redação: Rua Arcílio Martins, 53CEP 04718-040 • São Paulo, SP

Tel (11) 5181-6533Fax (11) 5182-9463

[email protected]

As mensagens recebidas por carta, e-mail ou fax poderão ter trechos não essenciais eliminados, em função do espaço disponível, de modo a dar o

maior número possível de oportunida-des aos leitores. As mensagens poderão também ser inseridas no site da revista

(www.embalagemmarca.com.br).

Mensagens para EMBALAGEMMARCA

CORREÇÕES

Ânforas revisitadasNa reportagem com o título acima, sobre embalagens colecionáveis de O Boticário, publicada na edição nº 98 de EMBALAGEMMARCA, (novembro de 2007), foi omitida por equívoco a infor-mação de que o desenvolvimento do projeto dos cartuchos é de responsa-bilidade do escritório Komm Design, de Curitiba. A Rigesa, citada na matéria como responsável pela criação dessas embalagens secundárias, na realidade assumiu a produção.

Fibrothin pela CosgrafNa seção Display de EMBALAGEMMARCA nº 97 (outubro de 2007) a produ-ção dos rótulos das embalagens da linha de produtos para emagrecimen-to Fibrothin, produto do Laboratório Catarinense, foi atribuída à Sanavita, quando na verdade foram impressos pela Cosgraf Indústria Gráfica.

A informação foi dada pela assessoria de imprensa da agência Design Inver-so, que nos enviou comunicado sobre o lançamento do produto.

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8 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

Novelprint(11) 3768-4111 www.novelprint.com.br

Mazda Embalagens Flexíveis(11) 4441-6502www.mazdaembalagens.com.br

SP.OK Design(11) 3815-9155www.spokdesign.com.br

Prática e compacta

A Softy’s, tradicional marca de lenços descartáveis da Papéis Melhoramentos, ganha uma versão compacta, com 57 milímetros de comprimento, 75 milíme-tros de altura e 20 milímetros de profun-didade. A embalagem de polietileno de baixa densidade (PEBD) produzida pela

Mazda Embalagens Flexíveis, com tema oito lenços de papel, é menor que as opções disponíveis no mercado e tem um fecho resselável, fornecido pela Novel-print. A SP.OK Design, responsável pelo layout, criou sete estampas diferentes, que remetem a instrumentos musicais.

Lenço Softy’s ganha versão menor com selo abre-fecha

Inapel(11) 6462-8800www.inapel.com.br

M Design(11) 3839-0969www.mdesign.art.br

Preservativos modernizados

As embalagens dos preservativos Jontex, da Johnson & Johnson, foram redesenhadas. Os sachês de filme flexível de BOPP são impressos em rotogravura pela Inapel. A mudança se estendeu para as versões Lubrificado (Preto), Comfort Plus (Verde), Ultra (Vermelho) e Sensitive (Azul Claro). A logomarca também foi atualizada. O trabalho de modernização ficou a cargo da M Design.

Sachês de Jontex são renovadasEmbalagem tem rótulo magazine

Gráfica Tuicial (45) 3227-2020www.tuicial.com.br

Jump Comunicação (44) 3031-3233www.jump.com.br

Owens-Illinois(11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

Revpack(11) 4070-7755www.revpack.com.br

A Cocamar lança a maionese Purity Ligth com Canola, primeira a conter 50% de óleo de soja e 50% de óleo de canola, em sua composição. Com o layout das embalagens assinado pela Jump Comunicação, o produto é comercializado em potes de vidro fabricados pela Owens-Illinois com tampas de polietileno (PE) da Revpa-ck. A decoração dos potes é feita com rótulos magazine de papel impressos pela Gráfica Tuicial.

Purity em vidro

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Saborizadas e seladas

Chega às gôndolas a Crystal Fusion, cerveja sabo-rizada da Petrópolis. A bebida, que tem as versões guaraná, limão e maracujá, é acondicionada em latas de alumínio fornecidas pela Latapack Ball e conta com selos higiênicos de alumínio supridos pela Foil’sPack. O design é assinado pela SPO+Pantani, que também cuidou da reformulação do logotipo Crystal.

Foil’sPack (19) 3209-0510www.foilspack.com.br

Latapack Ball (12) 2127-4700www.latapack.com.br

SPO+Pantani (11) 3168-9166www.pantanidesign.com.br

Cerveja Crystal tem gosto de frutas

Tons fortes destacam latas de tintasFAZdesign(47) 3027-2298www.fazdesign.com.br

Nova Lata(11) 6168-5255www.novalata.com.br

A fabricante de tintas Maxicron reformula as embalagens de sua linha de produtos e aposta em cores fortes que se destacam no ponto-de-venda. As latas de aço são produ-zidas por fornecedores não revelados e litografadas pela Nova Lata. A agência que assina o design das embala-gens é a FAZdesign.

Cores para cores

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10 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

Tradicional bebida tem nova cara

Gráfica Gesa(54) 3332-1301

Guala Closures (11) 4166-2400www.gualaclosures.com.br

Gráfica 43 (47) 3221-1200www.43sagrafica.com.br

Indeplast (11) 6806-5000www.indeplast.com.br

Owens-Illinois (11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

A Cynar altera suas embala-gens e aposta em garrafas de vidro mais finas, forneci-das pela Owens-Illinois. As embalagens ganharam a cor verde e têm o logotipo em destaque em alto relevo. Os

rótulos de papel couché, aplicados com cola fria, são impressos pelas gráficas 43 e Gesa. As tampas de polietileno de alta densidade (PEAD) são produzidas pela Indeplast e pela Guala Closures. O design das embalagens foi desen-volvido pela Campari do Brasil e segue o padrão de identidade visual usado nos outros países onde a marca é comercializada.

Cynar em garrafa verde

Bisnaga embala lançamento da NestléDixie Toga (11) 5516-2000www.dixietoga.com.br

Pande Design (11) 3849-9099www.pande.com.br

Sonoco(11) 5097-2750www.sonocoforplas.com.br

Um boa notícia para os fãs da linha Moça: a Nestlé aumenta o portfólio do sem leite condensado com o Moça Top, ideal para ser utilizado como cobertura. O novo produto, que tem os sabores tradicional, chocolate e doce de leite, é acondicionado em tubos laminados multicamadas de polietileno e alumínio de 170 gramas, fornecidos pela Dixie Toga, com tam-pas de polipropileno da Sonoco. A arte da embala-gem é da Pande Design.

Moça agora é top

Inplac(48) 3279-9000www.inplac.com.br

Pande Design(11) 3849-9099www.pande.com.br

Destaque para o peso

As embalagens da proteína de soja Soya, da Bunge, produzidas em polie-tileno de baixa densidade (PEBD) pela Inplac, chegam às gôndolas com cores vibrantes. O layout, assinado pela Pande Design, destaca a alteração do peso líquido do conteúdo, de 500 para 400 gramas.

Embalagem de proteína de soja comunica alteração no volume

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Medicamento infantil ganha novo layoutArt Set (11) 4421-7426www.art-set.net

AST Graphic Design(11) 3277-9698

Intercom Comunicação(11) 4226- 3866

Plastwal Latino Americana (11) 4613-7600www.plastwal.com.br

A Igefarma alterou o layout das embalagens de Camomilina C, medicamento de uso pediátrico indicado para combater as dores causadas pela primeira dentição. Os cartuchos de papel cartão, impressos pela Intercom Comunicação, tiveram o design desenvolvido pela AST Graphic Design. Cada caixa abriga 20 comprimidos acondiciona-dos em um blister de PVC e alumínio, produzido pela Plastwal e impresso pela Art Set.

Camomila pediátrica

Cartão acondiciona massa para tortasBrasilgrafica(11) 4133-7777www.brasilgrafica.com.br

Speranzini Design(11) 5685-8555www.speranzini.com.br

As embalagens das misturas para o preparo de tor-tas e mousses Massa Flora, da linha Carte D’Or, da Unilever FoodSolutions, chegam ao mercado repagi-nadas pela Speranzini Design. O produto, destinado a cozinhas profissionais, é acondicionado em cartu-chos de papel cartão impressos pela Brasilgrafica.

Mistura fina

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12 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

copo de vidro não foi vítima solitá-ria da migração maciça dos requei-jões para os copos plásticos. As tampas de aço com práticos siste-

mas de abertura por vácuo, acessórios fiéis dos vidros de requeijão, comungaram do mesmo abalo. Para as metalúrgicas fabricantes desses fechamentos, a saída foi concentrar atenções em outros canais de escoamento, como o dos atomatados. A vedação de copos e latas de molhos, polpas e extratos de tomate mantém-se como negócio altamente atraente para as tam-pas por vácuo. Tanto é que influencia, e muito, a entrada nesse ramo da Metalúrgica Mococa, fabricante de embalagens metálicas sediada na cidade homônima, no interior paulista.

Ainda sem nome comercial definitivo, mas com boas chances de ser oficialmente batiza-da de Trevo, a tampa de aço da Mococa com sistema a vácuo está sendo apresentada ao mercado com decoração litográfica alusiva aos derivados de tomate, e em paralelo com uma nova lata de aço expandida especialmente

Sorte lançada

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fechamentos >>> alimentos

Inspirada em trevo e sem vedante, nova tampa de aço a vácuo busca um lugar ao sol

dirigida a tais produtos (veja o quadro). “É ine-gável: o atomatado hoje é a coqueluche para as tampas de aço a vácuo”, comenta o engenheiro Antonio Pintor Aguilar, diretor industrial da Metalúrgica Mococa.

Como novidade, o mecanismo de abertu-ra do fechamento a vácuo da Mococa difere daquele mais conhecido do mercado, presen-te tanto na precursora tampa Abre-Fácil, da Rojek, lançada na década de 80, quanto na tampa Prática, da Aro, mais recente. Sucede que seu sistema de eliminação do vácuo, para a abertura da embalagem, não implica na libera-ção de furos pela remoção de peças de plastis-sol (composto de resina de PVC com aditivos) – na Abre-Fácil, a indefectível pecinha branca tem formato de disco; na Prática, de anel. “O mecanismo da Trevo é baseado num semicorte

Quase invisível, semicorte em formato de cruz fica no “vale” entre o relevo

Para romper o semicorte, basta pressionaro centro da tampa com o dedo

Ao eliminar o vácuo, rompimento permite a fácil retirada da tampa

SEM ANELDispensando peça de plastissol, nova tampa de aço a vácuo levou sete anos para ser desenvolvida

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Atendendo a solicitações de departamentos de marketing de alguns clientes e tomando como referência embalagens européias, a Metalúrgica Mococa acaba de lançar, após dois anos de pesquisa e desenvolvimento, um novo modelo de lata de aço expan-dido. O corpo do recipiente é dotado de três ondulações, que, segundo Antonio Pintor Aguilar, diretor industrial da Mococa, “além de gerar diferenciação estética, facili-tam o manuseio da embala-gem”. Atomatados são alvos naturais da novidade, além de outros produtos com razoável valor agregado. “A nova lata já é utilizada em exportações de cafés solú-veis para a Europa, dificul-tando falsificações”, detalha

Aguilar. A Mococa utiliza duas máquinas expansoras na modificação do perfil da embalagem. Uma é da fran-cesa Sabatier, referência na área. A outra foi construída pela própria metalúrgica.

que dispensa o vedante”, explica Aguilar. “A tampa abre com um pequeno esforço de pres-são em seu topo, que rompe esse semicorte inicial” (veja as fotos).

Desenho helicoidalO semicorte da tampa Trevo, em formato de cruz, é orientado para o interior da embalagem e não possui rebarbas, além de ficar protegido num “vale” formado por um desenho helicoidal em relevo (o que inspirou o apelido do produ-to). “O risco de o consumidor cortar a mão é zero”, garante o diretor da metalúrgica.

Com patente já depositada, a Trevo levou sete anos para ser desenvolvida, tendo derivado de idéias de funcionários da Mococa. Embora seus alvos primários sejam os atomatados, a Trevo também já foi oferecida a produtores de doces e de conservas. Mas uma agradável surpresa, conta Aguilar, foi a sondagem de um famoso laticínio, localizado próximo a Mococa, para a possível adoção da tampa num requeijão – um dos que não arredaram pé do copo de vidro. (GK)

Metalúrgica Mococa(19) 3656-9300www.metalurgicamococa.com.br

Uma expandida a maisMococa lança nova lata com perfil irregular

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14 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

Muita sede a mitigar

mercado >>> sucos prontos

No aquecido mercado de sucos de frutas, as embalagens ajudam a vender

pesar de o consumo de sucos prontos no Brasil ser incipiente em comparação aos números da Europa e dos Estados Unidos,

grandes fabricantes estão cada vez mais pre-sentes nesse mercado. Enquanto em países como Alemanha e França o consumo anual per capita é 59 e 63 litros, respectivamente, chegando a 42 litros nos Estados Unidos, no Brasil esse volume é de apenas 2,5 litros/ano por pessoa.

É o tipo da situação que pode ser vista com otimismo, ou seja, se o consumo é baixo, a oportunidade de crescimento é grande. Embora a comparação com o movimento de outros mercados pareça indicar pouca atração do consumidor pelos sucos prontos, a leitura pode ser a de que a imensa sede dos brasi-leiros pelo produto é um atrativo convite às empresas interessadas em mitigá-la. Assim, chama a atenção o fato de que as vendas vêm crescendo a taxas médias de 17% ao ano nos últimos cinco anos no mercado nacional, e em 2006 as indústrias do setor movimenta-ram mais de 1 bilhão de reais.

Com dezenas de marcas no mercado utili-zando a mesma matéria-prima – basicamente frutas –, a embalagem torna-se um atrativo que, na maioria das vezes, pode se tornar o diferencial na hora da escolha pelo consumidor. Assim, as empresas buscam inovar no design, no formato e na varie-dade de materiais. Apesar de o setor ser amplamente domi-nado pelas embalagens car-tonadas (ver gráfico), outros recipientes, como lata de alu-mínio, vidro e PET, buscam sua fatia nesse bolo.

Um bom exemplo disso é dado pela tradicional fabrican-te de sucos cearense Jandaia.

APor Flávio Palhares

FON

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COMPLEMENTOPara Jandaia,

embalagem é uma extensão do produto

A empresa traz para o Brasil sua mais nova versão de sucos de alto valor agregado, em garrafas de vidro de 300 mililitros. Exportado para dezoito países, o Jandaia Premium é um suco pronto para beber com alto teor de polpa de fruta, mais concentrado, em cinco sabores: manga, maracujá, acerola, goiaba e caju. As garrafas, fornecidas pela CIV – Companhia Industrial de Vidros, têm rótulos auto-adesi-vos produzidos pela Gráfica Halley com uso de faca especial e tampas de aço douradas,

Participação de embalagens no mercado de sucos prontos – 2007*

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16 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

CARRO-CHEFESchincariol aposta na marca Fruthos para crescer no mercado de sucos prontos

fornecidas pela Amcor White Cap. A Jandaia, aliás, vê a embalagem como complemento do produto. O diretor comercial da empresa, Luiz Eduardo Figueiredo, afirma que o processo para definição do recipiente correto é longo, complexo e de grande impor-tância. “Hoje o consumidor é mais exigente e participativo, por isso, em nossa empresa, as mudanças só ocor-rem depois de pesquisas”, diz ele, acrescentando que uma boa embala-gem é fundamental para conservar a qualidade e o poder vitamínico da fruta. “Os produtos ficam vários dias expostos nas prateleiras e preci-sam manter todas as propriedades da fruta”, argumenta.

Laranja com gomosNesse cada vez mais atrativo mercado, crescem as movimentações de aquisições e lançamentos de novos produtos. Em setembro último, a General Brands, que recentemente lançou o néctar de frutas com a marca Camp, adquiriu da Nova América a Beba Brasil, produtora e envasadora do Top Fruit e de marcas como Nestlé, Carrefour, Wal-Mart, Bompreço e Fazenda Bela Vista. Enquanto aguarda decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para formalizar a compra da líder Del Valle, em parceria com a Femsa, a Coca-Cola, que já detém as mar-cas Minute Maid Mais e Kapo, lança o pri-meiro suco de laranja com gomos da fruta, o Laranja Caseira, sob a chancela Minute Maid Mais. A nova bebida, que tem 67% de suco

natural, mais alta concentração de suco entre os néctares desse sabor no mercado, segundo a Coca-Cola, é comercializada em emba-lagens cartonadas assépticas da Tetra Pak: Tetra Prisma Aseptic de 1 litro, com tampa de rosca, e de 250 mililitros, com fecho PullTab, uma etiqueta de alumínio que protege a área onde a boca é colocada, permitindo o consu-mo do produto direto da caixinha.

A Oz Design criou a identidade visual das embalagens, cujo desenho xadrez lembra toa-lhas de mesa, já que o objetivo da Coca-Cola é que o sabor do suco seja o mesmo da laran-ja espremida em casa. A frase “Feito com carinho” também aparece na embalagem. De acordo com Andréa Motta, diretora de marke-ting de Novas Bebidas da Coca-Cola Brasil,

ESPREMIDO EM CASAEmbalagens do Minute

Maid Mais buscam identificação com

consumidor que prefere bebida feita na hora

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AÇÃO

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18 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

EM DUAS FRENTESSkinka tem duas

opções de embalagem e concorre com o

Kapo, da Coca-Cola

a empresa dá grande importância às embala-gens, “pois elas são um ponto de contato fun-damental com o consumidor”. Andréa destaca que a Coca-Cola tem investido em embala-gens diferenciadas, como a minilata de 235 mililitros (ver EmbalagemMarca 97)e a cai-xinha Tetra Prisma Aseptic de 750 mililitros com tampa de rosca (ver EMBALAGEMMARCA nº 94, maio de 2007). Caso a venda da Del Valle seja aprovada, as duas principais mar-cas de sucos passam às mãos da Coca-Cola. Com o infantil Kapo, a empresa passaria a deter mais de um terço do mercado de sucos prontos para beber, segundo dados da Nielsen. Até a decisão do Cade, entretanto, as gestões da Del Valle e da Coca-Cola, assim como as estratégias de marke-ting, continuam separadas, de acordo com as empresas.

Schincariol investeQuem também investe em sucos prontos é a Schincariol. Para ganhar espaço nesse mercado, a empresa relançou a linha Skinka e investe em uma nova marca, a Fruthos. A intenção da companhia é estar entre as três primeiras do mercado e brigar pela liderança nesse segmento até o final de 2008. A marca Fruthos, novo carro-chefe da companhia no segmen-to de prontos para beber, concorre na categoria néctar, que tem até 50% de

polpa de fruta e representa cerca de 70% das vendas no Brasil. O produto é acondicionado em embalagens cartonadas assépticas de 1 litro e de 200 mililitros Tetra Brik Aseptic, da Tetra Pak. O Fruthos terá seis sabores normais e quatro em versão light. O design gráfico das embalagens remete à idéia dos caixotes onde as frutas são transportadas. A marca e as embalagens foram criadas pela agência de marketing Aktuell PSVA, em par-ceria com a Tátil Design.

A Skinka, antiga marca de suco misto da Schincariol que enfrenta diretamente a linha Kapo, da Coca-Cola, com foco no público infantil, ganhou novos sabores, nova formulação e novas embalagens: garrafas de PET de 450 mililitros, produzidas pela própria Schincariol, e caixinhas Tetra Wedge Aseptic, da Tetra Pak, estampadas com personagens licenciados do canal Cartoon Network. Segundo o diretor de marketing da

Schincariol, Marcel Sacco, o investi-mento demonstra a intenção da compa-nhia se consolidar como uma empresa de bebidas, e não só de cerveja.

Outra marca que estréia no mer-cado de sucos prontos é a Kero, da Amacoco, tradicional fabricante de água de coco. Os sucos prontos Kero chegam em embalagens cartonadas assépticas Tetra Brik Aseptic de 1 litro e 200 mililitros, nos sabores manga, maracujá, pêssego e uva. A versão

ESTRÉIACom tradição em água

de coco, Amacoco aposta em mercado promissor

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Aktuell PSVA(11) 5543-9889www.aktuellpsva.com.br

Alcoa CSI(11) 4134-2500www.alcoa.com.br

Amcor PET Packaging(11) 4589-3062www.amcor.com

Amcor White Cap(11) 5585-0723www.amcorwcb.com.br

CIV – CompanhiaIndustrial de Vidros(81) 3272-4484www.civ.com.br

Gráfica Halley(86) 3216-9858www.halleysa.com.br

Narita Design(11) 3167-0911www.naritadesign.com.br

Núcleo 3(11) 2244-1350www.nucleo3com.com.br

Oz Design(11) 5112-9200www.ozdesign.com.br

Sol PP Print(11) 4199-1316www.solembalagens.com.br

Tátil Design(11) 2131-2200www.tatil.com.br

Tetra Pak(11) 5501-3200www.tetrapak.com.br

light, nas variantes manga e uva, é disponi-bilizada apenas nas embalagens de 1 litro. A agência responsável pelo layout das embalagens foi a Núcleo 3. O lançamen-to faz parte da estratégia da companhia de aumentar e diversificar seu leque de produtos. “Nosso objetivo é continuar crescendo no mercado de água de coco e também diversificar a linha de produtos”, diz Nicola Armellini, gerente de marke-ting da Amacoco. “A linha de sucos Kero é nosso primeiro movimento nesse sentido, e novidades ainda virão.”

Tampas que fazem a diferençaA Maguary, da Kraft Foods, líder de mercado em sucos concentrados e que desde 2003 ofe-rece mercado a opção de prontos para beber, renovou suas embalagens, com a moderniza-ção dos rótulos, novo logotipo e a introdução de tampas vermelhas em toda a sua linha – de sucos prontos, em embalagens carto-nadas assépticas, produzidas pela Tetra Pak; e concentrados, em garrafas de PET de 500 mililitros, da Amcor PET Packaging, com tampas fornecidas pela Alcoa CSI e rótulos de polipropileno biorientado (BOPP) impres-sos pela Sol PP Print. O novo layout, criado pela Narita Design, traz frases que falam de saúde e bem-estar e selos que comunicam a comemoração dos 55 anos da marca. A logo-marca da Maguary também foi reformulada e agora tem o formato de uma folha de árvore.

Estilizada, essa folha acompanha o código de barras dos produtos. De acordo com Andréa Martins, gerente de marketing de bebidas da Kraft Foods Brasil, as mudan-ças nas embalagens foram introduzidas depois de pesquisas realizadas com consu-midores. A adoção das tampas vermelhas visa “diferenciar os sucos Maguary das outras marcas, que em geral têm as tampas brancas, tanto na linha de prontos como na de concentrados”, explica a executiva.

bilizada apenas nas embalagens de 1 litro. A agência responsável pelo layout das embalagens foi a Núcleo 3. O lançamen-to faz parte da estratégia da companhia de aumentar e diversificar seu leque de produtos. “Nosso objetivo é continuar crescendo no mercado de água de coco e também diversificar a linha de produtos”,

ting da Amacoco. “A linha de sucos Kero

de barras dos produtos. De acordo com Andréa Martins, gerente de marketing de bebidas da Kraft Foods Brasil, as mudan-ças nas embalagens foram introduzidas depois de pesquisas realizadas com consu-midores. A adoção das tampas vermelhas visa “diferenciar os sucos Maguary das outras marcas, que em geral têm as tampas brancas, tanto na linha de prontos como na de concentrados”, explica a executiva.

ESTILIZADOFolha que acompanha

novo logotipo de Maguary é adicionadaao código de barras

DIFERENCIAÇÃO – Maguary adota tampas vermelhas nas linhas de sucos prontos e concentrados para ganhar destaque nas gôndolas

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ara o paladar do brasileiro, feijão com molho de tomate e proe-minente sabor adocicado sugere uma gororoba. Tal prato, contudo,

é uma iguaria em outros países. Na Grã-Bretanha, por exemplo, feijão doce é um must dos cafés-da-manhã. Assim, faz todo sentido o surgimento de uma nova apresentação para esse produto no mercado britânico: potinhos plásticos iguais aos dos matinais iogurtes. A aposta é da americana Heinz, dona da mais famosa marca de feijão doce industrializado, a Beanz. Batizada como Snap Pot, a novidade chega abalando uma fidelidade centenária. Desde seu lançamento, em 1901, a Beanz era comercializada exclusivamente em latas de aço.

De acordo com a Heinz, a novidade surge devido a duas mudanças de hábitos alimentares. A primeira delas é o clamor por porções menores. Mais da metade de todas as refeições na Grã-Bretanha é preparada por singles – aliás, a fabricante estima que um em cada cinco lares britânicos seja hoje habitado por apenas uma pessoa. O segundo fator é o clamor por conveniência. “Snap Pots são perfeitos para quem tem um estilo de vida pressionado pelo tempo e quer refeições leves sem ter que lavar louças ou ocupar conside-rável espaço na geladeira, guardando sobras das latinhas”, diz Nathan Ansell, diretor de marketing da Heinz britânica.

Cada Snap Pot acondiciona 200 gramas dos chamados baked beans e é apropriado para o aquecimento em forno de microondas. O preparo leva um minuto.

Termoformagem multicamadasOs potes são termoformados pela alemã RPC Bebo Plastik a partir de chapas de polipro-pileno/EVOH/polipropileno de alta barreira. Assim como as latas de aço, as embalagens plásticas multicamadas dispensam refrigera-ção para o armazenamento do produto. Cada pote é fechado com selo combinando filme de alumínio e polipropileno, que estampa

Feijão como iogurte

PPotinhos termoformados modernizam uma tradição do desjejum inglês

CUMBUQUINHA – Com porção individual, Snap Pot pode ir ao forno de microondas. Novidade chega ao varejo em multipacks

cartonadas com quatro unidades

RPC Bebo Plastik +49 4761-8600www.rpc-beboplastik.de

instruções de preparo impressos por codifi-cadora inkjet.

O Beanz Snap Pots é comercializado em multipacks com quatro potes, unidos pelas bordas superiores como os potes termofor-mados de iogurtes – daí o “snap” (ruptura, vertendo-se do inglês) do nome da nova versão. Uma luva de papel cartão recobre o conjunto e confere apelo vendedor para o produto. Com o mesmo conceito de embala-gem, a Heinz lançou, simultaneamente com o Beanz, o Hoops em Snap Pot, massa mergu-lhada no mesmo molho adocicado. (GK)

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Mais perto do consumidor

reportagem de capa >>> queijos

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Por Leandro Haberli

Desenvolvimento do mercado

de queijos, principalmente os

especiais, estimula fabricantes

a oferecer apresentações

fracionadas. A indústria de

embalagens comemora

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ranco, mussarela, prato e requeijão. Em oposição à grande fragmenta-ção dos mercados mais desenvolvi-dos, no Brasil apenas esses quatro

tipos de queijos respondem por 75% do fatu-ramento do setor, calculado em 4,3 bilhões de reais no ano passado. Embora ainda seja muito grande, essa concentração diminuiu nos últimos anos. Além de ter aumentado o consumo de queijos de origem americana, como cheddar, cottage e cream cheese, receitas finas e tradi-cionais da Europa ganham espaço crescente no cenário nacional. Nomes como brie, camem-bert, emmenthal, estepe e gruyère talvez nunca tenham sido tão populares no país, num proces-so de diversificação que exerce forte influência no campo dos sistemas de acondicionamento.

A cada dia o mercado de queijos abre mais oportunidades para a área de embalagem. Ainda que muitos consumidores prefiram produtos cortados na hora, novos materiais e tecnologias de acondicionamento estão contribuindo para que mais e mais queijos saiam das linhas de produção prontos para o consumidor final. Isso significa que as queijarias brasileiras estão buscando alternativas às apresentações de gran-des volumes que precisam ser manipuladas e abertas pelo varejo. Num mercado em que são comuns embalagens destinadas aos canais de distribuição, e não ao consumidor final, trata-se de mudança significativa. Nesse novo panorama de negócios, a bola da vez são as embalagens fracionadas, que vêm sendo beneficiadas pelo crescimento do mercado de queijos especiais.

Estímulo às cartonadasCerca de quinze anos atrás, quando as primeiras marcas de queijos finos importados chegaram ao país, a indústria brasileira praticamente não se dedicava a esse segmento. No ano passado, porém, os fabricantes nacionais produziram 62 mil toneladas de queijos especiais. Embora cus-tem até 50% menos que as marcas importadas, esses produtos apresentam maior rentabilidade, pois seu preço é em média o dobro do dos queijos considerados commodities. Assim, se em volume o segmento correspondeu a pouco mais de 10% das 575 mil toneladas produzidas em 2006, em valor sua participação já corres-ponde a quase 25% do faturamento da indústria brasileira.

Um dos materiais de embalagem mais bene-

B

ficiados pela explosão do nicho de queijos especiais é o papel cartão. “A demanda real-mente cresceu nos últimos anos”, confirma Sergio Brusco, diretor comercial da Escala 7, indústria gráfica que atende empresas como a Polenghi, pertencente ao grupo francês Soparind Bongrain, um dos maiores produtores de quei-jos especiais do mundo. Há cerca de cinco anos a Escala 7 fornece diferentes embalagens carto-nadas usadas na linha de queijos finos denomi-nada Polenghi Selection. As caixinhas trazem volumes pequenos, em média de 175 gramas, e apresentam formatos variados, podendo ser sextavadas ou ter a aparência de um pedaço de pizza. O papel cartão mais utilizado é o triplex, sempre com acabamento plastificado na frente e no verso, relevo e impressão offset de no míni-mo cinco cores.

A diversificação do portfólio das queijarias nacionais também tende a abrir caminho para novos processos de acondicionamento. É o caso da tecnologia de atmosfera modifi-cada para embalagem, ou MAP,

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se dedicava a esse segmento. No ano passado, porém, os fabricantes nacionais produziram 62 mil toneladas de queijos especiais. Embora cus-tem até 50% menos que as marcas importadas, esses produtos apresentam maior rentabilidade, pois seu preço é em média o dobro do dos queijos considerados commodities. Assim, se em volume o segmento correspondeu a pouco mais de 10% das 575 mil toneladas produzidas em 2006, em valor sua participação já corres-ponde a quase 25% do faturamento da indústria

Um dos materiais de embalagem mais bene-

caso da tecnologia de atmosfera modifi-cada para embalagem, ou MAP,

SHELF LIFEBandejas da Campo Verde alimentos com atmosfera modificada: vida útil expandida

ACABAMENTO SOFISTICADOCaixinhas usadas em marcas de queijo brie apresentam papel cartão triplex plastificado, relevo e impressão de cinco cores

FOTOS: CARLOS CURADO

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na sigla em inglês. Nesse sistema de acon-dicionamento altera-se a atmosfera ao redor do produto para ampliar sua validade. Numa pesquisa realizada em 2005 na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP de Piracicaba, aumentou-se a durabilidade de queijos do tipo minas frescal em mais de cinco vezes com o uso de MAP. O produto manteve suas características sensoriais, microbiológicas e físico-químicas por 43 dias, enquanto nos saquinhos plásticos ou nas bandejas de isopor recobertas com filme transparente a durabilida-de foi de apenas oito dias. Os gases normalmen-te utilizados na composição da nova atmosfera são nitrogênio, oxigênio e dióxido de carbono. A composição das misturas gasosas, bem como a concentração dos gases, é determinada con-forme o produto que será embalado. Afora queijos, a tecnologia MAP pode ser aplicada no acondicionamento de carnes, vegetais, bolos, pães, frios e até castanha de caju.

Tradição regional, queijo em lata continua forteCategoria de queijo reino tem na Palmira sua principal fornecedora de latas

Neste período do ano, as linhas produtivas da Metalgráfica Palmira trabalham com força total. Maior fornecedora de latas de aço para esse segmen-to de mercado, a empresa se beneficia da tradição nordestina de não deixar faltar o produto nas ceias de Natal e Ano Novo, ainda que seja adquirido em sistema de consórcio. O pro-duto made in Brazil nasceu em 1880, por iniciativa do imigrante português Carlos de Sá Fortes, que trouxe queijeiros holandeses para a cidade de Palmyra, hoje Santos Dumont, na Zona da Mata mineira.Comercializado deste então com a marca tirada do nome da cidade, o queijo tipo reino, de sabor forte e picante, caiu firme no gosto dos brasileiros e hoje se multiplica em vinte marcas, embora

muitos consumidores se refiram a ele invariavelmente como “quei-jo palmira”. Apesar da varieda-de, a lata esférica, litografada a quatro cores, e com rugas características – que a par de conferirem maior resistência se tornaram um equity da emba-lagem – praticamente não teve seu design mudado ao longo do tempo. Uma única alteração: a marca Skandia, da Polenghi, inovou em 2004, ao adotar uma lata semi-esférica, com sistema de fechamento abre-fácil. Aberta, a embalagem faz as vezes de queijeira e pode ir direto à mesa.

Passado o período de exclusivi-dade no fornecimento, o sistema foi adotado por outras marcas modernas, que recorrem tam-bém ao sistema light-easy, o qual igualmente não exige o uso de instrumentos para ser aberto. Segundo Maria Tereza Ladeira Abud, diretora industrial da Metalgráfica Palmira, “as marcas mais tradicionais e que estão no mercado há setenta, oitenta, noventa anos, ainda utilizam em seus produtos a abertura de recravação, ou seja é necessário o abridor de latas para fazer esta abertura”.

No caso de queijos, além do aumento da validade, a MAP possibilita o processamen-to de produtos com maior umidade. “Dessa forma é possível melhorar a qualidade sensorial e facilitar o manuseio dos queijos fatiados”, explica Roberto Botto, gerente de aplicações e processos da White Martins, fornecedora de gases para MAP no Brasil. “A MAP também apresenta vantagens em relação às embalagens a vácuo, que podem causar deformações nas peças”, acrescenta Botto.

A despeito de tantos benefícios, a tecnologia não deslanchou nas prateleiras de queijos do país. Entre os entraves estariam o custo e a difi-culdade de acesso do material de embalagem. “Temos de importar o filme que utilizamos em nossas bandejas”, conta Marcelo Scarano, dire-tor comercial da Campo Verde Alimentos, tida como pioneira no uso de MAP na indústria bra-sileira de queijos. Desde que a empresa come-çou a trabalhar com a tecnologia, há doze anos,

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o mercado evoluiu pouco. “Em países desen-volvidos a situação é outra”, compara Scarano. “Lá fora nenhum funcionário de supermercado põe a mão no queijo.”

Enquanto a atmosfera modificada não expande, os potes plásticos termoformados dotados de selos de alumínio se encarregam de aumentar a vida útil de diferentes queijos vendi-dos no Brasil. Graças a seu eficiente sistema de fechamento, essas embalagens são capazes de conservar queijos frescos por até cinqüenta dias em ambiente refrigerado. Com isso, as queija-rias se tornaram importantes clientes dos trans-formadores de embalagens plásticas. “Trata-se de uma categoria que vem crescendo, ainda que muitos fabricantes continuem usando saquinhos plásticos”, conta Antonio Carlos Silva Jr., dire-tor comercial da Poly-Vac, que atende fabrican-tes como Polenghi, Tirolez, Quatá e Vigor.

ParalelepípedoUma das últimas novidades no campo das embalagens plásticas rígidas foi recentemente lançada nos supermercados de São Paulo pela Polenghi. Trata-se de um pote retangular com capacidade para 400 gramas usado na linha de queijos do tipo minas frescal ultrafiltrado, aque-les com menos soro e textura lisa, além de baixos índices de gordura e bactérias. Outra diferença desse tipo de produto é o preço: os ultrafiltrados custam até 20 reais o quilo, enquanto o queijo minas tradicional tem custo médio de 10 reais o quilo. Feita de polipropileno (PP) pela Fibrasa, outro grande transformador plástico, a emba-lagem desse novo produto Polenghi lembra os

RIVALIDADE – Aos poucos, potes dispensam saquinhos plásticos no mercado de queijos cremosos e frescos

O TRUNFO DO FORMATO Polenghi apostou em potes com formato de paralelepípedo: fatias

adequadas paralanches e sanduíches

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potes com formato de paralelepípedo comuns na categoria de margarinas.

“Apostamos nessa apresentação ao perceber que uma fatia de queijo redondo nem sempre é adequada para o preparo de lanches e sanduí-ches”, conta Paulo Netto, diretor de marketing da Polenghi. Embora tenha chegado ao varejo de São Paulo há poucos meses, o produto esta-va sendo vendido no Rio de Janeiro, Espírito Santo e Sul do país desde 2005. “Mas usamos potes plásticos há muito mais tempo”, lembra o diretor da empresa, em referência à linha Frescatino, também de queijo minas ultrafiltra-do. Desde o final dos anos 1990 a marca é ofe-recida em potes plásticos virados de boca para baixo e envoltos por estruturas de papel cartão. A linha Frescatino também chama atenção por seguir a tendência de diminuição das porções, sendo oferecida em embalagens de 250 gramas, metade do volume padrão da categoria.

No entanto, o pioneirismo no uso de potes plásticos na categoria de queijos minas ultra-filtrado foi da marca Danubio, controlada pela Vigor. A idéia surgiu em 1986, despertando a atenção de concorrentes, que logo migra-ram dos saquinhos plásticos para esse tipo de acondicionamento. Em 2001 o queijo Danubio

O reinado de Romeu e Julieta Prontas para consumo, sobremesas fracionadas fazem sucesso

Entre as mais mineiras sobre-mesas brasileiras, a mistura de queijo com doces de leite ou geléias de frutas está na mira de dois grandes laticínios do país: Polenghi e Vigor. Esta última vem apostando num produto formado por queijo aerado e diferentes tipos de doce de frutas, den-tre os quais a versão Romeu e Julieta, que leva goiabada, faz grande sucesso. Vendido com a marca Danubio, o produto é apresentado em dois potes indivi-duais de 130 gramas unidos por uma estrutura cartonada. Esta é impressa pela Graphic Packaging em papel cartão Klafod BF com 290 gramas por metro quadra-do. Tanto ela como o material de que é feita são especialmente

desenvolvidos para ambientes refrigerados. Montada por encai-xe, a estrutura cartonada dispen-sa pontos de cola que poderiam soltar sob frigorificação. Já o cartão recebe tratamento de superfície específico para armaze-namento em ambientes gelados.Quem também aposta na mistu-ra de queijo com doces típicos é a Polenghi, que em 2005 acrescentou ao portfólio da marca Frescatino uma linha de sobremesas contendo dois potinhos, um de queijo minas ultrafiltra-do e outro com doce de leite ou geléias de frutas. Os recipientes são

unidos com filme plástico termo-encolhível. Na mesma época de seu lançamento, o produto foi distribuído como um brinde do McLanche Feliz. Essa, aliás, não foi a primeira parceria entre a Polenghi e a cadeia de fast food. “Somos tradicionais fornecedores do queijo e do sorvete vendidos pelo McDonalds”, explica Paulo Netto, diretor de marketing da Polenghi.

MENOS É MAIS Linha Frescatino

pode ser encontrada em embalagens de

250 gramas, metade do volume padrão

da categoria de ultrafiltrados

MARCO DE INOVAÇÃO

Embalagem queijeira da

Danúbio permite levar produto da geladeira para a mesa

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inovou mais uma vez, adotando uma prática embalagem queijeira associada a luva de papel cartão, que faz sucesso até hoje por permitir que o queijo vá da geladeira diretamente à mesa do consumidor, sem necessidade de ser retirado da embalagem.

“Para o consumidor, uma das grandes vanta-gens do pote é a eliminação do pinga-pinga dos saquinhos, que ainda exalam o desagradável cheiro de soro de leite”, diz Valdivo Begali Jr., gerente de produto da Vigor. “Além de oferecer maior proteção contra danos físicos que podem ocorrer durante o transporte, armazenagem e exposição no ponto-de-venda, esse tipo de embalagem tem visual mais atraente”, comple-ta Begali. Na apresentação tradicional de 500 gramas, a tampa e o pote do queijo Danubio são fornecidos pela Huhtamaki, enquanto a embalagem de 250 gramas é da Fibrasa. Os selos de alumínio são da Selimpack, e a luva de papel cartão é impressa em offset pela Graphic Packaging.

SuperavitárioNo campo das flexíveis também há boas novi-dades de embalagem para queijos. Um dos setores mais desenvolvidos é o de filmes enco-lhíveis de alta barreira. Entre as empresas que atuam no desenvolvimento de matérias-primas para esse tipo de material está a gigante de especialidades químicas Dow. Em seu portfólio há resinas e plastômeros poliolefínicos próprios para filmes plásticos de embalagens de queijo. “São produtos que garantem alta resistência de selagem contra contaminantes, tais como gorduras, líquidos e partículas sólidas finas”, explica Verônica Perez, gerente de marketing para a área de embalagens da Dow. A empre-sa também oferece filmes multicamadas com nylon. “Nesses casos nossa tecnologia de polie-tilenos modificados cumpre o papel de adesivo entre as camadas de poliolefinas e a poliamida,

assegurando coesão da estrutura e evitando delaminação”, completa a executiva.

Como se vê, as tecnologias de embalagem disponíveis para o mercado de queijos evolu-íram muito. Obviamente, isso não basta para que o panorama de embalagens do mercado nacional se equipare ao de países desenvolvi-dos. Mas alguns fatos reforçam a idéia de que caminhamos nesse sentido. Em primeiro lugar, o preço do leite vem apresentando grandes osci-lações na entressafra, fator que compensa inves-timentos em produtos de maior valor agregado. Por outro lado, a produção brasileira de leite cresceu 40% nos últimos dez anos, passando de 18,5 bilhões de litros em 1996 para 25,6 bilhões em 2006.

“De grande importador de leite, o país começa a se tornar superavitário”, observa Silmara Figueiredo, consultora de marketing da Associação Brasileira da Indústria de Queijos (Abiq) (ver entrevista completa na página 32). Isso significa que, a par dos recentes incre-mentos de renda dos brasileiros, o aumento da produção de leite dinamizou fortemente a indústria brasileira de queijos. Somado ao esforço dos fabricantes para apagar as suspeitas de adulteração que recentemente recaíram sobre o setor, quando foram descobertos lotes com datas de validade e embalagens irregulares, esse cenário indica um bom ritmo de inovações no panorama de embalagens da categoria, com os grandes sistemas de acondicionamento cedendo cada vez mais espaço para porções fracionadas e prontas para o consumo final.

PROTEÇÃO - Filmes encolhíveis produzidos com especialidadesda Dow oferecem alta barreira

TENDÊNCIASadia aposta em linha com porções fracionadas e fatias embaladas individualmente

Dow(11) 5188-9000www.dow.com

Escala 7(11) 6914-2933www.escala7.com.br

Fibrasa(11) 5051-2984www.fibrasa.com.br

Graphic Packaging(11) 4589-4500www.graphicpkg.com.br

Huhtamaki(41) 3661-1290www.huhtamaki.com.br

Poly-Vac(11) 5693-9988www.poly-vac.com.br

Selimpack(11) 4447-2080www.selimpack.com.br

White Martins0800 709 9000www.whitemartins.com.br

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Sondagem GNPD*: Queijos

O GLOBAL NEW PRODUCTS DATABASE (GNPD) DA MINTEL ACOMPANHA, INTERNACIONALMENTE, NOVOS LANÇAMENTOS DE PRODUTOS, TENDÊNCIAS E INOVAÇÕES. PARA INFORMAÇÕES ADICIONAIS SOBRE O GNPD, VISITE WWW.GNPD.COM OU LIGUE PARA A MINTEL INTERNACIONAL (+ 1 312 932-0600)

Todos os meses, EMBALAGEMMARCA seleciona alguns cases internacionais de um dos mercados analisados por nossa reportagem, para que os leitores possam compará-los com o que se produz no Brasil

As informações apresentadas nesta seção são provenientes de levantamentos e análises da Mintel e são protegidas por direitos autorais.EMBALAGEMMARCA não se responsabiliza pelo conteúdo.EMBALAGEMMARCA não se responsabiliza pelo conteúdo.EMBALAGEMMARCA

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Kiri Al JarraPaís: EgitoEmbalagem: Pote plástico formado por extrusão e sopro, decorado com rótulo termoencolhível impresso

em rotogravura, com capacidade para 450 gramas. Possui ainda uma tampa plástica de rosca e lacre antivio-lação. Os materiais não estão especifi-

cados.Descrição: Queijo cremo-

so rico em cálcio apresen-tado em nova textura, mais fácil para espalhar.

P’tit Louis FilôfilPaís: FrançaEmbalagem: Quatro sachês fle-xíveis impressos em flexografia, contendo 21 gramas do produto, são agrupados num flow pack impresso em rotogravura. O mate-rial dos filmes não é especificado.Descrição:Descrição:Descrição Barras de queijo adicio-nadas de cálcio e vitamina D que devem ser consumidas em até 24 horas após retiradas da geladeira. Direcionado às crianças.

Edam MainlandPaís: Nova ZelândiaEmbalagem: Bandeja plástica termo-formada selada com filme plástico (impresso em rotogravura) adesivado nas bordas para refechamento da embalagem. Na bandeja há ainda a aplicação de um rótulo auto-adesivo de papel impresso em offset. Contém 10 fatias do queijo tipo Edam.Descrição:Descrição:Descrição Produto fresco, com 25% a menos de gordura que o queijo tipo cheddar. Possui duas variantes de sabores: Colby e Suíço.

Fresh Mozzarella MedallionsPaís: EspanhaEspanhaEEmbalagem: Bandeja plástica resselável contendo fatias do queijo separadas por folhas

plásticas que facilitam a retirada de cada

porção do produ-to. Os materiais e o sistema de impressão não

são informados.Descrição:Descrição:Descrição Queijo

suave, sem conser-vantes que centra seus apelos mercadológicos na questão ambiental. O fabricante afirma produzir mais energia renovável do que consome.

El Ventero TiernoPaís: EspanhaEspanhaEEmbalagem: Bandeja plástica resselável con-tendo fatias do queijo separadas por folhas plásticas que facilitam a retirada de cada porção do produto. Os materiais e o sistema de impressão não são informados. não são informados. não são informadoDescrição:Descrição:Descrição Queijo suave, sem conservantes que centra seus apelos mercadológicos na questão ambiental. O fabricante afirma produzir mais energia renovável do que consome.

Back-Feta AlpenhainPaís: FinlândiaFinlândiaFinlEmbalagem: Bandeja termoformada de plástico não especificado com capa-cidade para 200 gramas do produto, selada com filme plástico (material não informado). Uma bandeja menor, selada com filme plástico impresso em flexografia, traz uma porção de molho. A embalagem primária vem envolta em cartucho de papel cartão kraft impresso em offset, dotado de tira picotada para fácil abertura.Descrição:Descrição:Descrição Queijo suave, sem conser-vantes que centra seus apelos mercado-lógicos na ques-tão ambiental. O fabricante afirma produzir mais energia renovável do que consome.

País: GuatemalaEmbalagem: Filme transparente (mate-rial não especificado) impresso em flexo-grafia. Acondiciona 400 gramas do produto, porção sufi-ciente para duas ou três pessoas.Descrição: Pode ser preparado em fogão convencional ou forno de microondas.

Fondue de Quezo Suizo

Hot Cheese Dip J.L.KraftHot Cheese Dip J.L.KraftHot Cheese Dip

País: Estados UnidosEstados UnidosEEmbalagem: Pote injetado de polipro-pileno (PP) com rótulo auto-adesivo de papel impresso em flexografia e tampa plástica injetada (material não especificado), envolto em luva de papel cartão, impressa em offset, dotada de tira picotada para fácil abertura. O pote, com capacidade para 184 gramas, pode ser aquecido no microondas.Descrição:Descrição:Descrição O queijo fundido, após o aquecimento, pode ser con-sumido diretamente na embalagem. Produto tem versões Parmesão com Mussarela e Tomate Seco, Parmesão com Espinafre e Alcachofra e Cheddar Branco com Pimenta Chilpoctli.

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“Os queijeiros buscam diferenciação”

entrevista >>> Silmara Figueiredo

á vinte anos no mercado de lácteos, Silmara Figueiredo já passou por empresas como Parmalat, Polenghi e Tetra Pak. Hoje é consultora de marketing da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo (Abiq).

Essa trajetória lhe permitiu observar de perto a evolução dos fabricantes nacionais. Novos sabores, formatos e apresentações se multiplicaram nas gôndolas do setor nos últimos anos. Na parte de embalagens, esse movimento vem demandando tecnologias e materiais de acondicio-namento aprimorados e adequados a diferentes perfis de consumidor. Em outras palavras, a diversificação e a melhora de qualidade da indústria brasileira de quei-jo estão abrindo boas oportunidades de negócio para a cadeia de embalagem, como a consultora da Abiq deixa claro a seguir.

A senhora diria que aumentou a demanda da indústria de queijo por embalagens diferenciadas?Sim, pois os fabricantes têm percebido a necessidade de apresentar seus produtos de outras formas. Já há em alguns segmentos diferenciações interessantes de emba-lagem. No caso de queijos finos, como brie e camem-bert, já são usadas embalagens cartonadas em porções menores. É verdade que poderia haver mais inovações. Se olharmos o mercado de queijos de outros países isso fica claro. Mas também não há dúvidas de que estamos seguindo as tendências vistas lá fora. Estamos cada vez mais diminuindo as porções e oferecendo queijos mais prontos para consumo, já fatiados ou já picados, por exemplo. Isso favorece a disseminação de novas tec-nologias, como a atmosfera modificada, que aumenta o tempo de prateleira do queijo. Na França em particular e na Europa de modo geral essa tecnologia já é bastante comum. Baldes industriais para queijos cream cheese, requeijão ou processados usados pela indústria de ali-mentos também ganharam bastante força no Brasil. No varejo, creio que a tendência seja oferecer ao consumi-dor produtos mais fracionados e com maior praticidade. Estamos falando de embalagens com formatos diferentes, que abrem e fecham, por exemplo. Esta particularmente é uma demanda importante, que ainda não temos no Brasil. Queijinhos em porções individualizadas, que usam filme de alumínio ou laminados plásticos, também tendem a crescer, impulsionados pela onda da portabilidade.

A indústria de queijos se sente bem atendida em termos de embalagem? Ou os fornecedores de embalagem ainda não despertaram para as novas necessidades de acondi-cionamento dos fabricantes de queijo?

xConsultora de marketing da Associação Brasileira das

Indústrias de Queijo (Abiq), Silmara Figueiredo mostra

que a mudança do panorama de embalagens do setor

abriu oportunidades para a cadeia do packaging

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Porções individuais, como as acondicionadas em filmes de alumínio, vivem perspectiva

de crescimento

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34 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

A função da embalagem no mercado de queijos é muito relevante. Acima de tudo uma boa embalagem de queijo tem de garantir a validade do produto. É preciso haver determinadas características técnicas para preservar o queijo. Isso em alguns casos limita as opções de emba-lagem. Mesmo assim, tem havido uma evolução signifi-cativa em oferta de embalagem. O segmento de queijos tem procurado outras formas de apresentar seus produtos. Apesar disso, em alguns mercados predominam deter-minadas apresentações. A maioria das formas de queijo, por exemplo, é vendida em embalagens seladas. Elas impedem a entrada de oxigênio e aumentam a validade do produto. Mas inovações importantes têm sido obser-vadas. É o caso das embalagens fracionadas, destinadas a atender perfis específicos de consumidor e unidades familiares menores. Tendências assim têm aberto mer-cado para soluções alternativas, como potes plásticos e embalagens de alumínio. Tampas constituídas por selos de alumínio, aliás, também são muito importantes para preservar o produto lácteo.

Em muitos casos o varejo é responsável pelo acon-dicionamento final dos diversos queijos que vende. Bandejas recobertas com filmes plásticos transparentes são comuns em produtos fatiados, por exemplo. Esse modelo é próprio do mercado brasileiro? Ou também ocorre em outros países?Ocorre porque há uma tradição nesse sentido. O fato é que muitas pessoas querem que o queijo seja fatiado na

sua frente, pois assim têm a idéia de estar levando um produto mais fresco. Traçando um paralelo, o mesmo se dá com o pãozinho francês. As pessoas gostam de com-prá-lo ainda quentinho. Nos outros países é comum os consumidores não apenas pedirem para fatiar uma peça. Muitos também escolhem uma cunha específica. Mas, asssim como aqui, lá fora também são comuns, no auto-serviço, as bandejas de fatiados, pois não é todo mundo que quer ficar na fila. O que substitui esse modelo em outros países, e que começamos a ver no Brasil, é a estra-tégia de fatiar os queijos nas linhas de produção e ofere-cê-los em embalagens com atmosfera modificada. Essa tecnologia usa um gás inerte, que faz com que o queijo dure mais do que aquele embalado com filme comum uti-lizado pelo supermercado. De qualquer forma, pedir para fatiar o queijo na hora ainda é um hábito do brasileiro. Observamos, porém, que esse costume começa a mudar. Os Estados do Sul já apresentam oferta maior de queijos pré-embalados.

E quanto às embalagens cartonadas? Elas constituem uma opção às bandejas?Depende um pouco da tecnologia do queijo. Um gorgon-zola oferecido numa cunha requer um filme de proteção contra oxigênio. Os queijos de mofo branco, além da embalagem cartonada, precisam de um papel especial, que preserva a camada branca aveludada típica do queijo. Às vezes a indústria está determinada a inovar sua emba-lagem, mas isso se torna difícil em função das característi-

entrevista >>> Silmara Figueiredo

Atmosfera modificada promete crescer no Brasil, permitindo que os queijos sejam cortados e acon-dicionados nas linhas de produção

Fracionamento estimula consumo de estruturas cartonadas no nicho

de queijos finos

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cas e das exigências de proteção do produto lácteo. Como já disse, a questão da proteção é primordial. É claro que surgem novidades, como bandejas pré-moldadas, com filme selante que abre e fecha. Também há bandejas com subdivisões, nas quais são oferecidos, por exemplo, mini aperitivos de queijo. São pequenas porções já cortadas e fracionadas. Na Espanha há uma embalagem de queijo com um cabinho de plástico, tornando o produto parecido com um sorvete. Em suma, com o aumento da renda e do consumo, a indústria de queijos tende a buscar embala-gens diferenciadas, embora sempre haja a condicionante de que essa embalagem garanta o tempo de prateleira do produto, o que realmente é um desafio.

Como está o mercado brasileiro de queijos especiais? Tem sido noticiado que, mesmo com o dólar em baixa, os queijos especiais importados foram largamente substitu-ídos pelos nacionais?Grande parte do mercado brasileiro é composto por quei-jos que nós chamamos de cotidianos. São produtos com grande distribuição, que estão presentes na alimentação diária e como ingrediente da indústria de alimentos. Basicamente são os queijos mussarela, prato, minas fres-cal e requeijão. Esses quatro produtos representam entre

70% e 75% do consumo nacional. Os queijos que saem do consumo cotidiano, tais como provolone, parmesão, gruyère, gorgonzola e camembert, são designados como queijos finos, e constituem de fato um segmento que tem crescido no Brasil. A primeira onda de crescimento desse setor se deu no Plano Real, quando entraram muitos queijos importados no país. Naquela época houve uma experimentação maior de queijos pelos brasileiros. Agora esses queijos já são supridos pela indústria nacional. Não serve mais tanto queijo importado no varejo do país. De dez anos para cá houve um bom ritmo de inovações. Vale lembrar que a indústria de queijos de um país é muito ligada ao seu rebanho predominante. Como no Brasil a maioria do rebanho é bovino, a maioria dos queijos é,0 de leite de vaca. Mesmo assim, já há uma boa oferta de queijos de leite de búfala. Já há também uma produção industrial de queijos de cabra, e agora começamos a notar a oferta de queijo de leite de ovelha. Também estamos crescendo no nicho de queijos saborizados e processados. Nesse aspecto é interessante notar que a introdução da cultura de queijos no Brasil se deu através da tradição européia. Os queijos amarelos que consumimos hoje são em grande parte descendentes dos queijos que os imigrantes dinamarqueses que vieram para Minas Gerais

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36 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

trouxeram. A imigração dos italianos, por sua vez, trouxe o provolone, a mussarela e o parmesão. Mais recente-mente temos notados a introdução de queijos original-mente consumidos por americanos, como o cheddar, no fast food, o cottage e o cream cheese. Portanto, o Brasil tem essa capacidade de acompanhar diferentes tendên-cias. Hoje a indústria brasileira é capaz de produzir todas as famílias de queijos: frescos, de massa semi-cozida, duros, de massa filada, com olhaduras, de mofo branco, mofo azul ou queijos fundidos. Podemos não ter muitas variedades da mesma família. Na França, por exemplo, há um grande variedade só de camembert. Mas temos uma grande diversidade de tipos de queijos, que não é comum em vários países.

Falando sobre queijo de diferentes países, é verdade que o queijo branco é um produto tipicamente brasileiro?O queijo de minas é brasileiro no sentido de que exa-tamente igual a ele não há em outro lugar, embora haja queijos semelhantes em outros países, como Espanha e México. Mas o queijo minas pode ser definido como um queijo local. Sua tecnologia de produção é simples. Basta coagular o leite, enformar, salgar, tirar um pouco do soro que fica na massa sólida e pronto. Por isso ele se chama queijo fresco. Ele tem uma validade curta, pois é basicamente leite. Outros processos são mais complexos. Há queijos mais prensados, mais curados ou maturados. Podemos ter queijos curados com penicillium candidum, como os queijos camembert e brie, que são conheci-

dos como queijos de mofo branco, ou com penicillium roqueforti, caso do gorgonzola, que é classificado entre os queijos de mofo azul. Outro exemplo de processo de produção mais complexo é o do parmesão, que chega a ficar seis meses numa câmara de maturação.

Potes plásticos envoltos por estruturas cartonadas cha-mam atenção na categoria de queijos do tipo minas frescal. Produtos assim, aparentemente mais elaborados, constituem uma tendência no mercado brasileiro de quei-jos de consumo cotidiano?É preciso lembrar que queijos como os das marcas Danubio e Frescatino apresentam não apenas embalagens mais complexas, mas tecnologias de produção diferentes. São queijos do tipo minas frescal, mas que se diferenciam do queijo de minas comum por terem sido ultrafiltrados. Me parece que o grande objetivo dessas embalagens é aumentar a vida de prateleira do produto. Por ser fresco, esse tipo de queijo é muito sensível.

Como tem evoluído o consumo de queijos no Brasil?O consumo ainda é baixo. Temos uma média estimada de 3 quilos por habitante/ano, quando na vizinha Argentina esse índice é de 11 quilos. Na França, para citar um exemplo extremo, o consumo médio por habitante é de 23 quilos de queijo por ano. Por outro lado, o queijo tem propriedades nutricionais importantes, que são reco-nhecidas pela população. Trata-se de uma grande fonte de proteínas e de cálcio, além de vitaminas A e D. Tal

entrevista >>> Silmara Figueiredo

Estruturas de papel cartão, por sua vez, contribuem para diferenciação visual de

queijos minas frescal ultrafiltrados

Crescente uso de potes rígidos em substituição a saquinhos plásticos denota preocupação com aumento da vida útil dos queijos frescos

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aspecto, aliado ao aumento de renda, abre a oportuni-dade para que mais pessoas experimentem mais tipos de queijos. Ultimamente, mais especificamente de três anos para cá, o consumo brasileiro tem crescido acima do PIB. Também tem havido um aumento significativo do uso de queijos pela indústria de alimento. Neste caso o queijo pode não apenas dar sabor, mas conferir valor nutricional. Em outras palavras, o aumento da indústria de pratos prontos e a consolidação do hábito de comer fora também têm impulsionado a indústria de queijos. No ano passado o crescimento do nosso setor foi ao redor de 5,5%. Este ano vamos ver como fecha.

Quanto o setor movimentou em 2006?O mercado de queijos sob inspeção federal movimen-tou no ano passado cerca de 575 000 toneladas, algo em torno de 4,5 bilhões de reais. A indústria de queijo também é muito importante pois emprega muita mão-de-obra. Até pouco tempo atrás, o Brasil era um grande importador de leite. Isso tornava difícil para as empresas crescer em qualquer segmento lácteo. Havia falta de leite, e não é possível fazer queijo com leite em pó. É necessário usar leite fresco. Agora o Brasil começou a ter produção superavitária de leite. O país deve se tornar um player importante no mercado mundial de leite, assim como já é em carne. Essa evo-lução tende a facilitar o crescimento da indústria de queijos e o aprimoramento da qualidade.

Qual foi o impacto do aumento do preço do leite na indústria brasileira de queijos em 2007? Este ano o pro-blema foi maior do que em anos anteriores? Por quê?Houve falta de leite no mercado internacional. O preço da tonelada do leite em pó passou de 1 200 dólares para, em alguns casos, até 5 000 dólares. A produção mundial de leite está abaixo do consumo devido ao incremento da demanda. Na África, na Ásia e na América Latina houve de maneira geral um aumento do consumo de lácteos. Os grandes fornecedores mundiais, que têm superavit, são Estados Unidos, Europa, Nova Zelândia e Austrália, tradicionalmente. Estas duas últimas regiões enfrentaram nos últimos dois anos fortes secas e tiveram declínio na sua produção. A Europa também acabou tendo de usar todos seus estoques, porque houve aumento de consumo e isso pressionou o preço do leite. No nosso mercado, os queijeiros enfrentaram uma situação mais difícil, pois ficaram mais pressionados em termos de rentabilidade. Eles não repassaram os aumentos importantes do leite para os preços de seus produtos. Isso porque o ciclo de produção e de comercialização dos queijos muitas vezes é mais longo que o dos leites longa vida.

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Em 2007, o setor de

embalagens ganhou uma

premiação diferente.

Em 2008, você

não pode ficar de fora.

Inscreva seus projetos na

segunda edição do PRÊMIO

EMBALAGEMMARCA – GRANDES

CASES DE EMBALAGEM.

Poderão concorrer embalagens

lançadas no mercado entre

1/7/2007 e 30/6/2008.

Mais informações:

[email protected]

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40 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

m pode ser pouco, dois parece razoável, mas três já é demais. Não soa a insensatez tomar o conhecido provérbio para deli-

mitar, em anos, um ciclo de vida para as embalagens do mercado de higiene infan-til, no qual se vive crescente disputa entre marcas e produtos. Tendo lançado a família Trá Lá Lá Kids de itens de toucador para o público mirim em meados de 2004, a paulis-ta Phisalia sentiu que era hora de atualizar suas embalagens. Carros-chefes da linha, o xampu e o condicionador tiveram aposenta-dos os frascos plásticos origi-nais, cilíndricos e com jeito standard, para ganhar um novo, com design exclu-sivo, anatômico e mais impactante no ponto-de-venda.

A reformulação foi guiada por uma pesquisa com consumidores, que abordou aspectos relacio-nados a ergonomia, segu-rança, originalidade, valor percebido e design das embalagens originais. Informações coletadas pela equipe de promotores e vendedores da empre-sa, que mantém contato freqüente com o vare-jo, também ajudaram no embasamento do projeto. As análises verificaram, por exemplo, a importân-cia dada pelos consumi-dores à visualização do conteúdo. Isso contou pontos a favor da manu-tenção do PET, notório pela alta transparência, como matéria-prima das embalagens.

Gêmeos diferentes

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plásticas >>> higiene pessoal

Xampu e condicionador infantis adquirem personalidade com frascos exclusivos

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2004

2007

Os primeiros frascos de Trá Lá Lá Kids, cilíndricos e com

jeito standard

O desenho do novo frasco foi confia-do à Benchmark Design Total. A agência paulistana projetou uma embalagem com capacidade para 480 mililitros e dotada de um estreitamento na parte superior que pro-porciona um manuseio mais fácil. A “pega” é ainda facilitada pelo fato de a cintura rece-ber a aplicação de bolhas em baixo relevo. Tal textura diminui o risco de a embalagem escorregar das mãos das mães durante o banho das crianças.

Das pranchetas, o projeto seguiu para a etapa industrial, com assessoria do escri-

tório de engenharia de embalagens Packaging Solutions. “Ajustamos e adequamos dimensionalmente os componentes, auxiliamos no processo de prototipagem, deta-lhamos tecnicamente o projeto

TRANSIÇÃOForam substituidos por novos, ergonômicos e com desenho exclusivo

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42 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

No rastro dos irmãosAssim como xampu e condicionador, cremepós-banho ganha embalagem mais sinuosa

em 3D e 2D para os fornecedores, acompa-nhamos a fabricação dos moldes e os try-outs de produção e de envase”, conta Marcos Quimenton, proprietário da consultoria.

Ganhos sem desperdíciosO molde para sopro da nova embalagem foi usinado pela Copentec. “Aproveitamos o mesmo molde de injeção do frasco antigo, o que proporcionou ao cliente uma economia de 200 mil reais”, ressalta Renato Szpigel, gerente de desenvolvimento de novos produ-tos da Engratech, fabricante das embalagens da Phisalia. O ferramental completo sairia por cerca de 350 mil reais.

Szpigel destaca ainda outro desafio supe-rado na industrialização do formato do novo frasco dos produtos Trá Lá Lá Kids: a dificuldade de se obter a rigidez necessária no ombro sem influenciar negativamente o peso e a resistência do frasco na distribuição da massa de PET na moldagem. Com testes e ajustes, a Engratech conseguiu resolver a dificuldade.

Na parte de decoração, xampu e condi-cionador ganharam rótulos do tipo manga (wraparound) de polietileno de baixa den-sidade (PEBD) cuja impressão, feita pela Rhotoplás, deixa pontos transparentes ao longo de suas áreas. “Desse modo, a cor do produto contribui com o visual”, explica Francis Canterucci, coordenadora de marke-

Em paralelo à reformulação dos frascos do xampu e do condicionador para o público infantil, a Phisalia também decidiu modernizar a emba-lagem do seu Creme para Pentear Trá Lá Lá Kids. Assim como xampu e con-dicionador, o produto teve substituído seu antigo frasco cilíndrico por um acinturado, mais ergonômico. A nova embalagem é fabricada em polietileno de alta densidade (PEAD) pela Plasmotec e é

dotada de tampa de polipro-pileno (PP) do tipo push-pull, fornecida pela Igaratiba. Já a decoração do frasco fica a cargo de um rótulo termoencolhível de PVC, produzido pela Propack. “O rótulo fica como se fosse uma pele no frasco inteiro”, destaca Francis Canterucci, coordenadora de marketing da Phisalia. “Ganhamos uma área de rotulagem atraente, que tem boa visibilidade na gôndola.”

AGREGADO – Mochila vai de brinde na versão conjugada dos produtos

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SILHUETA – Novo frasco do Creme para Pentear tem tampa push-pull e cintura inexistente na versão anterior

(acima, em destaque)

ting da Phisalia. “Além de ‘vestir’ o produto em 360 graus, o rótulo manga se solta facilmente do frasco, o que facilita a reciclagem”, completa a profissional. O fechamento dos frascos é feito com uma tampa flip-top de polipropileno (PP), produzida pela Plasmotec.

De acordo com a Phisalia, a modernização das embala-gens, realçada por inovações como a cintura com grip em relevo e as transparências nos rótulos, inegavelmente agregou valor à marca Trá Lá Lá Kids. Os novos frascos do xampu e do condicionador já estão disponíveis no varejo, inclu-sive numa versão conjugada, comercializada numa mochila de PVC cristal produzida pela Plásticos Risana. Um atrativo a mais para a criançada. (MF)

Benchmark Design Total(11) 3057-1222www.bench.com.br

Copentec(11) [email protected]

Engratech(19) 3837-8100www.grupoengra.com.br

Igaratiba(19) 3821-8000www.igaratiba.com.br

Packaging Solutions(19) 3849-0528www.packagingsolutions.com.br

Plasmotec(11) 2178-9555www.plasmotec.com.br

Plásticos Risana(11) 5667-4499www.risana.com.br

Propack(11) 4785-3700www.propack.com.br

Rhotoplás(11) 4199-2555www.rhotoplas.com.br

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44 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

Edição: Guilherme Kamio

De treze inscrições, doze embalagens brasileiras foram laureadas na edição de 2007 do Prêmio WorldStar, realizado pela Organização Mundial de Emba-lagem (WPO). De um total de 291 inscrições, de 32 diferentes países, 166 foram premiadas após deliberação dos 26 juízes do concurso em Atenas, Grécia, no fim de outubro. Entre os troféus brasileiros, o abiscoitado pela Packing Design com a embalagem da Linha Banho e Pós-Banho Turma da Mônica, da Kimberly Clark, só foi possível devido ao fato de a mesma ter sido uma das vencedoras do PRÊMIO EMBALA-GEMMARCA – GRANDES CASES DE EMBALAGEM 2007. Ocorre que a premiação num concurso reco-nhecido no país de origem é um dos requisitos para a inscrição no WorldStar. Duas outras embalagens agra-ciadas pelo Prêmio de EMBALA-GEMMARCA figuraram entre as vencedoras: a das Lasanhas Pastagnolli e a do clareador dental Whiteness Perfect, ins-critas pela Design Inverso. Elas também haviam ganhado o Prê-mio Abre de Design de Emba-lagem, da Associação Brasileira de Embalagem. Veja ao lado as embalagens brasileiras premia-das pela WPO (entre parênte-ses, as empresas responsáveis pela inscrição).Seis das 166 embalagens esco-lhidas – nenhuma das doze bra-sileiras – concorrerão à catego-ria especial “President’s Award”. A vencedora será revelada na cerimônia de entrega dos tro-féus WorldStar, a ser realizada em 21 de maio de 2008 em Acra, capital do Gana, na África.

Uma dúzia no WorldStar 2007Organização Mundial de Embalagem premia doze projetos brasileiros

Perfume Isabela Capeto (Casa Granado)

Lasanhas Pastagnolli (Design Inverso)

Clareador Dental Whiteness Perfect (Design Inverso)

Colônia Biografia (Natura) Óleo Trifásico Ekos (Natura)

Projeto Joaninha – Fraldas Pampers (Orsa Celulose,

Papel e Embalagens)

Linha Banho e Pós-Banho Turma da Mônica (Packing Design)

Cafés Baggio Aromas (Pipa Design & Propaganda)

Rótulo da Coca-Cola Soccer Ball

(Sleever International)

Rótulo da cobertura para sorvetes Bazzar

(Sleever International)

Rótulo da aguardente Ypióca 160 Anos

(Sleever International)Amaciante Comfort

“Magnum” (Unilever Brasil)

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novembro 2007 <<< EmbalagemMarca <<< 45

Como novo capítulo de uma novela que já dura quase quinze anos, em setembro chegou à Câmara dos Deputados uma nova versão de projeto de lei para esta-belecer uma Política Nacional de Gestão de Resíduos Sóli-dos. Um ponto polêmico do novo documen-to, composto por 33 artigos distribuídos em sete capítulos, é a logística reversa, que sugere a responsabilização de indústrias pela incorreta destina-ção dos resíduos sólidos pós-con-sumo de seus produtos – ou seja, basicamente das embalagens. Como, porém, esse mercanismo será implantado? Ainda não se

sabe, pois o texto somente dispõe diretrizes gerais. “Se por um lado o texto simplificado facilita a compre-ensão, bem como a sua aprovação,

por outro deixa margem a dúvidas, além de

amplo espaço para negociações”, res-salva reportagem do Instituto Akatu (www.akatu.org). O projeto, dispo-

nível para consulta pública (em www2.

camara.gov.br/pro-posições) promete ser

sabatinado por parlamenta-res nos próximos meses. Mesmo aprovado, ainda precisará ser regu-lamentado. Ao enviar o projeto ao Congresso, o presidente Lula pediu a participação da sociedade na dis-cussão do tema.

Foi. Não foi. Agora vai de novoMais um texto disposto a criar política nacional de gestão de resíduos sólidos transita no Congresso

Caixas em mudançaParaibuna inaugura nova fábrica de embalagens de papelão

A produtora de caixas de papelão ondulado Paraibuna Embalagens inaugura oficialmente em novembro sua fábrica de Sapucaia (RJ). Resul-tado de um projeto de expansão da empresa iniciado há dois anos, a unidade industrial recebeu inves-timentos de cerca de 20 milhões de reais, incluídos os aportes para a aquisição de uma onduladeira Fosber de 2,5 metros de largura e uma impressora flexográfica france-sa Martin MID Line 924, capaz de decorar até 20 000 caixas/hora em quatro cores. A fábrica incrementará a capacidade produtiva da Paraibu-na em 8 000 toneladas mensais e ocupa 22 000 metros quadrados de

área construída, tendo aberto, de início, 200 postos de trabalho. A uni-dade mais antiga da Paraibuna, em Juiz de Fora (MG), ficará focada na fabricação de papel e no atendimen-to de embalagens para nichos espe-cíficos, como a indústria moveleira.

Desafio em outro campoSócio-proprietário do grupo Sol, forte no campo de embalagens plásticas, laminados e rótulos, Andrés Sanchez foi eleito em outubro o novo presi-dente do Sport Club Corinthians Pau-lista, depois de conflitos do clube de futebol com sua parceira de gestão, a multinacional MSI. Ficará no cargo até a convocação de novas eleições, daqui a um ano e meio.

Treinamento aos dezCompletando dez anos de atividades, a Packing Design de Embalagem irá dispor de um serviço de “coaching”, comandado por Márcia Portazio, pro-fessora da Escola Superior de Propa-ganda e Marketing (ESPM). Segundo a Packing, o treinamento de capaci-tação, dinamização de competências e superação de fragilidades é inédito no Brasil no setor de desenho de embalagens.

Crescimento...Realizada de 15 a 17 de outubro, a feira de embalagens Pack Expo Las Vegas registrou crescimentos percen-tuais de dois dígitos em visitação total (13%, com 37 452 visitantes), visitação de estrangeiros (34%, com 3 718 pessoas) e número de exposi-tores (12%, com 1 281 empresas) em relação à edição anterior, de 2005.

...e foco sanitárioUm dos temas-chave do evento, or-ganizado pelo PMMI, a entidade re-presentativa dos fabricantes ameri-canos de máquinas de embalagem, foi segurança alimentar. Ocorre que se vive, nos Estados Unidos, a ex-pectativa pela publicação de novas normas sanitárias para a indústria alimentícia.

ManutençãoLuis Carlos Loureiro Filho foi reeleito presidente da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) no fim de outubro. Diretor da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), Loureiro Filho conti-nua à frente da entidade até 2009.

Máquina instalada em

Sapucaia

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46 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

Mingau cinqüentão em novíssima embalagem

marcas >>> design

Unilever atualiza layout do Cremogema no jubileu de ouro da marca

ançado há meio sécu-lo pela Refinações de Milho Brasil, a mistura para mingaus

Cremogema, dona de um dos jingles que mais sucesso fazia entre as crianças (veja o qua-dro), vem passando por algumas alterações nas embalagens desde que a RMB foi adquirida pela Unilever no ano 2000.

A primeira mudança, em 2001, foi a introdução da “marca mãe” Maizena nas caixas de papel car-tão que acondicionam o produto. Agora, no cinqüentenário da marca, as embalagens de Cremogema foram total-mente reformuladas. Com o objetivo de proporcionar maior visibilidade nos pon-tos-de-venda, os cinco sabores do pro-duto – Tradicional, Chocolate, Morango, Vitamina de Frutas e Milho Verde – ganha-ram nova identidade visual, com cores mais vibrantes e maior destaque para os personagens que estampam as caixinhas. As novas embalagens, que tiveram o layout criado pela Usina Escritório de Desenho e são impressas pela IGB – Indústria Gráfica Brasileira, estampam desenhos em 3D, numa linguagem que vem sendo explorada nos alimentos infantis.

A mudança foi feita após pesquisa rea-lizada com mães que possuem filhos entre 4 e 13 anos. “Desde seu lançamento no mercado nacional, em 1957, Cremogema é grande sucesso junto aos consumidores. Agora, com o rejuvenescimento da marca e a mudança da embalagem, vamos nos aproximar ainda mais de nossas consumi-doras”, diz Ricardo Cavalcante, gerente de marketing de Unilever. A formulação do produto e o sabor não foram alterados, o que é destacado na embalagem. (FP)

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IGB – Indústria Gráfica Brasileira(81) 3521-1299www.igb-embrasa.com.br

Usina Escritório de Desenho(11) 5571-6788www.usinadedesenho.com.br

A coisa mais gostosa desse mundoJingle de Cremogema é um clássico da publicidade

Inspirado na música da estória infantil de Chapeuzinho Vermelho, o jingle de Cremogema fazia bastante sucesso entre a criançada na década de 1970. Apesar de ser definido como “coisa”, o produto era exaltado como gostoso e saudável.

Lobo canta: Eu sou o lobo-mau, lobo-mau, lobo-mau.Eu pego as criancinhas pra fazer mingau.Criança fala: Ah, seu lobo, faz com Cremogema.Lobo fala: Cremogema?Coro de crianças canta: Cre, cremo, cremo, Cremogema é a coisa mais gostosa desse mundo.Locutor: Tem vitaminas, tem proteínas, sais minerais.Coro de crianças canta: A mamãe quer sempre o melhor pra gente. Cremo, cremo, Cremogema.Lobo fala: Bom demais!!!

PARA CRIANÇASPersonagens divertidos ganham destaque nas embalagens

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o pujante mercado de conversão de rótulos, for-necedores mantêm inves-timentos para atender as

grandes demandas de convertedores

e usuários finais. EMBALAGEMMARCA, única revista brasileira de embalagens presente à Labelexpo Europe, realizada entre 26 e 29 de setembro último em Bruxelas, na Bélgica, agrupou em qua-

tro grandes tendências o que se mos-trou na maior feira mundial do setor: 1) mundo digital, 2) margens de lucro, 3) questão ambiental e 4) rotulagem inteligente. Confira a seguir.

Em constante evolução

N

rotulagem >>> labelexpo europe

Tendências em conversão são apresentadas no maior evento mundial do setor

evolução

1Tecnologia de produção está cada vez mais digital. Com precisão, computadores hoje dominam a pré-impressão e controlam os fluxos de trabalho. Impressoras digitais ganham espaço, e uma nova alternativa – com tinta UV líquida – surge como potencial rival às já consagradas máquinas com toner seco.

Mundo digital

2Fenômeno global que atinge todos os setores competitivos, deterioração das margens dá apenas duas opções aos agentes econômicos: investir ou desapa-recer. Nesse contexto, abre-se espaço para a consolidação do setor, e mercados emergentes tornam-se mais e mais interes-santes.

Em busca das margens

3Pressionada por consumidores e órgãos reguladores, indústria apresenta soluções para reduzir o impacto ambiental de suas ações. Ao tomar o caminho rumo à sustentabilidade, mer-cado indica que, nesse caso, os últimos continuarão a ser os últimos.

Moda ou realidade?

4Apesar de não deslanchar como se esperava há alguns anos, tecnologia RFID cresce e atrai investimentos. Alternativas para fazer rótulos e etiquetas desem-penharem funções de controle de qualidade e segurança mostram que o futuro está na informação bem manejada.

Inteligentes e didáticas

Por Marcos Palhares, de Bruxelas

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50 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

Desponta uma alternativaImpressoras jato de tinta UV mostram que vieram para ficar

MUNDO DIGITAL1

uando as primeiras impressoras digitais surgiram, no final dos anos 1990, poucos duvidaram que a tec-nologia emplacaria. Hoje, não se

questiona mais a viabilidade desses equipamen-tos, mas sim até quantos metros lineares com-pensa rodar nas máquinas. Ao que parece, um novo passo está sendo dado nesse mercado.

Na Labelexpo deste ano, chamou a aten-ção o avanço das impressoras inkjet UV. As alternativas expostas ainda não chegam a um padrão ótimo de velocidade e qualidade, mas têm potencial para crescer rapidamente. Hoje não seriam capazes de substituir os equipa-mentos convencionais, e ainda ficam atrás de impressoras digitais tradicionais como as HP Indigo. O atrativo advém do fato de as soluções permitirem, em geral, a utilização de tintas de diferentes fornecedores.

Foco: dados variáveisDe olho na proliferação dos lotes pequenos de rótulos, pedidos que atormentam a indústria convertedora, a norte-americana EFI mostrou o seu modelo Jetrion 4000 Series UV Inkjet

Q

JETRIONJato de tinta da EFI mira mercado das

curtas tiragens

Vendo o despontar da tec-nologia jato de tinta, a dina-marquesa Nilpeter preferiu não aguardar para ver se, de fato, o frisson não passa de uma simples promessa. Tratou de firmar acordo com a britânica FFEI (antiga FujiFilm Electronic Imaging), com quem desenvolveu con-juntamente uma solução em inkjet. O resultado, apresentado na Labelexpo, foi a impres-sora Caslon, com opções de banda de 330mm e 420mm, mas com alterna-tivas de 508mm e 559mm

já anunciadas para o futu-ro. Com design modular, a Caslon pode ser integrada às impressoras flexográficas convencionais da Nilpeter, ou trabalhar independente-mente, em sistema bobina-bobina. Dessa forma, sem perder o foco no seu negócio principal, que são impressoras banda estreita convencionais, de alta performance, a Nilpeter finca um pé no promissor terreno das inkjet.

Um olho no gato, outro na sardinhaNilpeter, tradicional fabricante de impressoras banda estreita convencionais, apresenta solução com inkjet

FOTO

S:

DIV

ULG

AÇÃO

System, prometendo qualidade próxima à das impressoras flexográficas a custo mais baixo do que as tecnologias digitais concorrentes. A verdade é que, por enquanto, com velocidade nominal que chega a 30,5 metros por minuto,

FFEIwww.ffei.co.uk+ 44 1442 210518

Nilpeterwww.nilpeter.com.br(11) 5071-7721

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o equipamento mostra-se viável para impressão de dados variados.

A Atlantic Zeiser, fabricante alemã de sis-temas de codificação, mostrou duas versões de sua impressora Omega jato de tinta com tecno-logia DoD (Drop on Demand): a 36, máquina entry level com velocidade de até 30 metros por minuto, e a 36i, que atinge o dobro da velocida-de. Esses equipamentos, com resolução de 360 dpi, imprimem diferentes substratos com até 36mm de largura, tanto em bobinas como em folhas, e são indicados para a inclusão de dados variáveis em bobinas pré-impressas. As cabeças de impressão foram desenhadas para trabalhar com tintas UV ou base solvente.

OMEGA – Dados variáveis em bobinas pré-impressas

Voltada à produção de rótu-los com tecnologia digital, a Xeikon 330, da belga Punch Graphix International, ofe-rece resolução de 600dpi a velocidades de até 14,7 metros por minuto, indepen-dentemente do número de cores impressas. A máquina funciona à base de toner seco e, segundo a empre-sa, o modelo pode imprimir sobre diferentes substratos, sem necessidade de trata-mento prévio, com ótimos resultados em laminados auto-adesivos. Pequenos lotes e impressão de dados variáveis são os mercados-alvo desse equipamento, preparado para imprimir

em quatro cores (CMYK) mais branco opaco (cores especiais também podem ser utilizadas) em bobinas com 320mm ou 330mm de largura.

Punch Graphix+ 32 3 443 13 11www.punchgraphics.com

Tratamento dispensadoXeikon roda diferentes materiais sem aplicação de primer

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MUNDO DIGITAL1A francesa Impika, por sua vez, centrou

forças em seu modelo 600. Com tecnologia de impressão DoD, a Impika 600 é anunciada como sendo capaz de atingir 75 metros por minuto imprimindo em quatro cores, com resolução de 600x600dpi, em larguras de até 474mm. Com tintas base água, a Impika 600 pode imprimir sobre diferentes substratos, de filmes a papéis.

Já a norte-americana Sun Chemical anun-ciou o lançamento da SolarJet, desenvolvida especialmente para tentar ganhar o mercado de pequenas tiragens em banda estreita, e para atender as necessidades de impressão de dados variáveis. Construída em parceria com a também norte-americana iTi – Imaging Technology International, a SolarJet desti-na-se a tiragens de até 10 000 rótulos, com resolução de 900 x 900dpi, e velocidade nominal de impressão de 25 metros por minu-

Atlantic ZeiserTel. +49 (0)7465 291 136 www.atlanticzeiser.com

EFI Jetrionwww.efi.com+ 1 650 357 3500

Impikawww.impika.comNo Brasil: Comprintwww.comprint.com.br(11) 3371-3371

Sun Chemicalwww.sunchemical.com(11)6462-2500

Líder mundial em impressoras digitais de banda estreita, a HP usou a Labelexpo para mos-trar que está empenhada em aumentar a produtividade de seus clientes, tornando sua linha Indigo atraente para lotes cada vez mais longos. Para isso, a empresa montou em seu estan-de uma “torre de produção”, um conjunto de equipamentos que, em cada dia da feira, rodava serviços reais da convertedora holandesa de rótulos Eshuis. A HP aproveitou a Labelexpo para anunciar alianças de longo prazo com parceiros já tradicio-nais: a EskoArtwork e a ABG International.A EskoArtwork já há tempos desenvolve e integra sistemas de pré-impressão e gerenciamen-to de cores para as impressoras HP Indigo. O novo acordo esta-belece entre as duas empresas uma relação de OEM (Original Equipment Manufacturer, isto é, a utilização de componentes de uma empresa em equipamentos

da outra, ou a venda de equi-pamentos de uma pela outra). Na Labelexpo foi mostrada, pela primeira vez, a Digital Front-end VDP para a HP Indigo ws4500. Trata-se de uma ferramenta focada em impressão de dados variáveis, como códigos de barra e numerações seqüenciais, para o mercado de conversão.Pela outra aliança, a HP reco-nhece os equipamentos da ABG como preferenciais nas soluções end-to-end para a conversão de rótulos, como se viu durante

a feira de Bruxelas. Na ilha de produção da Eshuis, por exem-plo, o acabamento dos rótulos farmacêuticos rodados era feito em uma AB Graphic Digicon (equipamento totalmente modu-lar, semi-rotativo e com controle de tensão de bobina servo-acionado) e inspecionados por uma AB Graphic Flytech (que pode ser combinado com uma codificadora jato de tinta para numerar os rótulos ao mesmo tempo em que a bobina é 100% inspecionada).

HP anuncia alianças de longo prazoAcordos com ABGe EskoArtWork permitem a oferta de soluções completas de impressão

ABGwww.abgint.comNo Brasil: Comprintwww.comprint.com.br(11) 3371-3371

EskoArtworkswww.esko-graphics.com(11)

HPwww.hp.comNo Brasil: Comprintwww.comprint.com.br(11) 3371-3371

DIGICONUm dos equipamentos da

ABG indicados pela HP como “preferenciais”

to. O equipamento imprime sobre diferentes bases, em larguras que variam de 53mm a 160mm, em quatro cores (CMYK). Usando seu expertise, a Sun Chemical desenvolveu, especificamente para essa máquina, uma tinta UV, batizada de SolarDot.

SOLARJETPara tiragens de

até 10 000 rótulos

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s vetores do mercado já são conhe-cidos de todos. Maior segmenta-ção das linhas de produtos levan-do a lotes cada vez mais curtos.

Estoques menores resultando em prazos espre-midos. Varejo poderoso pressionando clientes, que por sua vez pressionam os fornecedores a reduzir preços. O resultado para a indústria de embalagens é uma força empurrando os custos para cima, e outra querendo jogar os preços de venda para baixo. Para fugir dessa prensa sobre as margens, um dos caminhos é ganhar produtividade.

Melhorar o processo produtivo, portanto, não é luxo, mas questão de sobrevivência. Uma das formas de se conseguir isso é investir em máquinas mais rápidas, flexíveis e com capa-cidade de realizar trocas de serviço em tempos cada vez mais curtos. Entre os fabricantes de impressoras presentes na Labelexpo, essa ten-dência ficou muito clara.

A francesa Codimag, por exemplo, mostrou a sua Viva 420, offset semi-rotativa com banda de 420mm que imprime em velocidades de até 60 metros lineares por minuto. O destaque do equipamento fica por conta da unidade de

Perder menos para ganhar maisImpressoras banda estreita embutem tecnologia para ser mais produtivas

EM BUSCA DAS MARGENS

Perder menos 2

ORolo Anilox, com controle de temperatura

Sistema de entintamento encapsulado

Rolo de borracha para transferência de tinta

Cilindro de chapa

Cilindro de blanqueta

Lâmpada infra-vermelho

Aniflo, o anilox para offset

impressão que, apesar de ser offset, é dotada de um cilindro anilox. Batizada de Aniflo, ela possui, além do anilox, um sistema de entinta-mento encapsulado, um rolo de borracha para transferência de tinta, um cilindro de chapa, um cilindro de blanqueta e uma lâmpada infra-vermelho para controlar a temperatura da blan-queta (ver esquema acima). Com controle de temperatura também no anilox e no cilindro de chapa, a Aniflo tem a viscosidade da tinta como única variável a ser controlada.

A Rotatek, da Espanha, apresentou a Brava, impressora que, de acordo com a empresa, é a única impressora offset rotativa e semi-rotativa com formato variável do mercado. O converte-dor pode usar o equipamento como semi-rota-tiva para as pequenas e médias tiragens, com velocidade nominal de impressão de até 70 metros por minuto, em formatos de 120mm a 350mm e incrementos de 1/10mm, e trabalhar no sistema rotativo para grandes tiragens, com velocidade de até 150 metros por minuto, em formatos variando entre 330mm e 635mm, com incrementos de 4,2mm. Tudo com um só equi-

BRAVARotativa e semi-rotativa

com formato variável

VIVAViscosidade

da tinta é a única variável

a controlar

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pamento. A Brava roda substratos entre 150mm e 450mm de largura.

Formatos variáveis, aliás, são o forte da Altaprinta-V, offset da suíça Müller Martini. Uma rápida e simples troca de cilindros per-mite que se imprimam artes com diferentes passos, característica que a torna atraente para os mercados de rótulos wrap around e termo-encolhíveis, além de colocá-la como alternativa para pequenos lotes de embalagens flexíveis. Durante a Labelexpo, a empresa apresentou uma unidade de impressão flexográfica para a impressora, mostrada num modelo Altaprinta 52V, com largura de 520mm.

Caminho inverso fez a italiana Gidue. Tradicional fabricante de impressoras flexo-gráficas, a empresa recentemente fez o début na seara das offsets. No estande da empresa foi mostrada a máquina combinada Xpannd, que (naquela configuração) trazia seis grupos impressores offset e quatro unidades flexo,

ALTAPRINTA-VAgora com unidade de impressão flexográfica

XPANND – Estréia com estilo da Gidue em offset

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EM BUSCA DAS MARGENS2além de hot stamping in-line, cold foil e apli-cação plana de relevo. Com essa configuração “premium”, a Gidue mira os mercados de rótu-los que requerem elevada qualidade gráfica, como os de vinhos, azeites e bebidas alcoólicas. Apesar da sofisticação, a empresa diz que as trocas de serviço são feitas com grande rapidez e com poucas perdas no ajuste de máquina.

A também italiana Omet engrossa o coro dos fabricantes que sugerem velocidades imba-tíveis no setup, com conseqüente redução no desperdício de material. Na feira, um dos desta-ques da empresa foi a X-Flex, impressora flexo-gráfica com a possibilidade de inclusão de uni-dades para hot stamping, cold foil, laminação e impressão no adesivo totalmente intercambiá-veis. Pode-se, ainda, incluir na configuração um cassete para serigrafia, também intercambiável. A grande jogada da X-Flex, contudo, está na estrutura de sua unidade flexo: o cilindro de impressão e o chill-drum estão integrados (este último faz as vezes do contra-pressão), o que resulta em maior estabilidade na impressão de substratos fílmicos.

A linha de impressoras RCS, solução high-end da suíça Gallus, ganhou uma nova opção de largura: 430mm. Essa família de impres-soras totalmente servo-acionadas e modulares tem como pontos fortes o elevado grau de automatização e a flexibilidade, características que garantem trocas de serviços rápidas e alta produtividade. Multiprocessos, a RCS 430 traz cinco cassetes offset, uma unidade flexo e módulos de serigrafia, hot stamping e cold foil. A impressora pode usar qualquer processo de impressão (inclusive rotogravura UV) em qual-quer parte da máquina.

Tradicional fabricante de máquinas banda estreita, a Mark Andy, dos Estados Unidos,

anunciou avanços na sua linha entry-level 2200. Os modelos XL, com velocidade nominal de 150 metros lineares por minuto, e XLS, que roda até 230 metros por minuto, ganharam ver-sões servo-motor, disponíveis comercialmente a partir de janeiro de 2008. Os dois modelos podem imprimir sobre laminados auto-adesivos e filmes sem suporte. A Labelexpo foi também o palco para a apresentação, na Europa, da impressora Comco C2, uma máquina flexo-gráfica concebida para competir com impres-soras offset. Com as unidades de impressão na horizontal, a C2 tem transferência de pontos semelhante à das offset, e atinge velocidade de impressão de até 360 metros por minuto. Disponível em larguras de 457mm a 914mm, o equipamento pode receber cassetes com dife-rentes sistemas de impressão e acabamento, com exceção de offset.

Codimagwww.codimag.frNo Brasil: Coras do Brasil(11) 5507-7010

Galluswww.gallus.ch(11) 5525-4486

Giduewww.gidue.comNo Brasil: Comprintwww.comprint.com.br(11) 3371-3371

Mark Andywww.markandy.comNo Brasil: PTCGS(11) 6194-2828

Müller Martiniwww.mullermartini.com.br(11) 3613-1000

Ometwww.omet.itNo Brasil: Gämmerler(11) 3846-6877

Rotatekwww.rotatek.com.br(11) 4195-9888

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XFLEX – Cilindro de impressão e chill-drum integrados

RCS 430: Nova largura para linha high-end da Gallus

Coadjuvantes garantem o enredoMais produtividade também nos equipamentos auxiliares

Partindo do pressuposto de que desperdícios de substrato e trocas de bobinas custam caro, realizar grandes tira-gens de forma contínua pode ser uma saída interessan-te. Por isso, a Martin Automatic, empresa fabricante de equipamentos para manuseio de bobinas, com sede nos Estados Unidos, enfatizou ao longo dos quatro dias de feira a importância de se analisar o quanto se pode melho-rar o processo produtivo com acessórios como o seu emendador de bobinas MBNT. Esse equipamento une o final de uma bobi-na ao início de uma nova, sem sobrepor o substrato. Resultado: produção sem interrupções.

Martin Automatic Inc.Tel: +1 815 654 4800www.martinautomatic.com

MBNTEmendas sem

sobreposição das extremidades das bobinas

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A força do ambienteQuestão ecológica orienta desenvolvimentos de substratos

MODA OU REALIDADE?

A força3

om governos e consumidores redu-zindo sua tolerância com a inter-ferência das atividades industriais sobre o meio ambiente, há empresas

que vêem no ar uma oportunidade para alavan-car seus negócios. Exemplo disso é a Sidaplax, empresa de origem belga que hoje é subsidiária da norte-americana Plastic Suppliers. A empre-sa mostrou durante a Labelexpo um filme para rótulos à base de PLA (Ácido Polilático), bio-plástico originário do milho. Com uma versão branca e outra transparente, o filme – batizado de EarthFirst – tem como principal apelo o fato de se utilizar de uma fonte renovável, sem comprometer a qualidade visual dos rótulos, fato que pode ser explorado amplamente pela indústria usuária em sua comunicação com o consumidor final.

Argumento semelhante está sendo usado pela britânica Innovia Films, que anunciou durante a feira a extensão de sua linha de

filmes biodegráveis e compostáveis para rótulos sensíveis a pressão. O mais recen-te lançamento da empresa nessa área é o NatureFlex NVLW, filme branco à base de celulose de árvores originárias de florestas certificadas pelo FSC (Forest Stewardship Council, entidade que atesta o manejo sus-tentável de materiais derivados de madeira).

Além do apelo da degradação, o filme NVLW é ideal para atividades que desejam ter toda a cadeia certificada.

Certificações da cadeia de custódia tam-bém foram obtidas pela UPM Raflatac, gigan-te finlandesa no fornecimento de substratos auto-adesivos. Além do selo FSC, a empresa anunciou ter obtido a certificação de outra entidade importante, a PEFC (Programme for

C

Tradicional fornecedora de substratos para rótulos auto-adesivos, a Avery Dennison introduziu no mercado a linha Fasson Lean Film (nome que, em português, daria algo como Filme Enxuto). A grande inovação, segundo a compa-nhia, está na espessura menor do frontal, o que permite a acomodação de mais metros lineares de base por bobi-na, reduzindo a necessidade de paradas de máquina para trocas de rolos. As economias de tempo, na estimativa do fornecedor, chegam a 22%. Os ganhos se estenderiam aos usuários finais, que teriam também menos trocas de bobi-nas durante o processo de aplicação dos rótulos.A Avery Dennison anuncia que o substrato combina proprie-dades dos filmes de polietileno (boa impressão) e polipropi-leno (registro) numa base estável nas impressoras mesmo em altas velocidades. O produto está disponível nas versões branco e transparente, e pode receber o meio corte com as ferramentas tradicionais.O fabricante recomendada, para otimização dos resultados, a utilização do Lean Film para rótulos simétricos e meno-res que 15cmx15cm. Os mercados-alvo do novo filme são aqueles com características de longas tiragens, como os de cuidados pessoais e higiene e limpeza.Ao reduzir a espessura dos filmes, ganha também o meio ambiente, já que mais rótulos de menor espessura significam menos material descartado, e redução de gasto de energia

com transporte, pois são levadas mais unida-des por bobinas carregada. É, em suma,

um ótimo exemplo de que ser ambiental-mente melhor não significa necessaria-

mente gastar mais. Vale a lógica de que desperdício, seja de material,

de energia ou de tempo, equivale, invariavelmente, a recursos mal

utilizados.

Mais fino, menos impactoLean Film promete ganhos ambientais e na produção

Avery Dennisonwww.averydennison.com.br(19) 3876-7600

FOTO

S:

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ULG

AÇÃO

the Endorsement of Forest Certification), para garantir a origem da celulose usada em suas estruturas, e diz estar implementando a norma ISO 14001.

Innovia Filmswww.innoviafilms.com(11) 5053-9946

Sidaplaxwww.sidaplax.com+44 1 604 76 66 99

UPM Raflatacwww.upmraflatac.com+ 1 828 651 4800

DELGADOEspessuramenor garante mais metros de filme por bobina

BIODEGRADÁVELLinha NatureFlex, da Innovia Films, ficou maior

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60 >>> EmbalagemMarca >>> novembro 2007

ão se pode acusar os britânicos de falta de criatividade. Durante a Labelexpo, a Timestrip apresentou uma etiqueta inteligente capaz de

alertar os consumidores sobre prazos expira-dos e exposição a temperaturas impróprias. Até aí, nenhuma novidade. A inovação fica por conta do mecanismo de funcionamento dos smart labels. As etiquetas trazem um líquido colorido (um óleo comestível) encap-sulado, que inicia um processo controlado de migração por uma membrana especial, após a ativação dos tags com o pressionar de um botão (ver esquema).

O controle das propriedades da membrana permitem à Timestrip administrar prazos de validade que podem variar de minutos a perío-dos de até um ano. Dependendo das carac-terísticas do desenvolvimento, as etiquetas atuam em faixas determinadas de temperatura, permitindo o monitoramento das condições a que certo produto foi exposto. Como o líquido está protegido antes do acionamento, sendo insensível à variação de temperatura, não há necessidades especiais de armazenamento.

Questão de tempoEmpresa inglesa usa processo mecânico em etiqueta que controla validade

INTELIGENTES E DIDÁTICAS

Questão de 4

NTimestripwww.timestrip.com+ 44 870 220 0549

Eterna promessa nas feiras de rotulagem, o RFID (sigla para Radio Frequency Identification)

continua a avançar, mas com o mesmo passo de tartaruga com que recuam os preços dos

seus chips – um dos entraves para a viabi-lização da tecnologia. Entre aqueles que continuam apostando firme na consolida-ção das etiquetas inteligentes dotadas de chip está a alemã Bielomatik, que anun-ciou na Labelexpo um novo conceito para a

produção dos tags UHF, batiza-do RF-LoopTag. Trata-se de uma tecnologia que facilita a coloca-ção de chips numa antena UHF secundária, graças à tolerância maior no posicionamento desses e também aos adesivos não-condutivos usados no processo de produção dos inlays ou das etiquetas UHF.

Bielomatikwww.bielomatik.comNo Brasil: Comprintwww.comprint.com.br(11) 3371-3371

Pela sua estrutura, o acessório pode ser adesivado e colado nas embalagens, ou incor-porado em tampas, por exemplo. Por dispen-sarem componentes eletrônicos e compartilha-rem ganhos de escala com qualquer utilização do sistema, a empresa diz que as etiquetas têm custo bem inferior ao de outras alternativas.

MOVIDA A ÓLEOEtiqueta inteligente sem componentes eletrônicos

Será que agora vai?Empresa alemã anuncia tecnologia que pode agilizar aplicação de chips em RFID

FOTO

S:

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AÇÃO

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Desde a sua fundação, em

1984, a Colacril se orgulha

de ter contribuído para a

consolidação e o

crescimento do mercado de

auto-adesivos no Brasil.

Com investimentos

constantes em tecnologia,

seja em equipamentos,

seja em capital intelectual,

a Colacril sempre esteve à

frente das evoluções

do segmento.

Fincada em parcerias com

fornecedores de primeira

linha, a empresa, nascida

em Ribeirão Preto (SP), hoje

produz em sua moderna

fábrica de 50.000m² na cidade

de Campo Mourão (PR)

mais de 100 itens

dirigidos às mais diversas

aplicações, e exporta

para mais de vinte países

espalhados pelos quatro

cantos do mundo.

www.colacril.com.br • [email protected] • + 55 (44) 3518-3500

ambiente

brasileira

regularidade

investimento

visão

no fornecimento

de futuro

100%

produtos

respeito ao

pontualidadena entrega

constanteconstanteconstante

amplo leque deamplo leque de

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Mercado maduroHeidelberg do Brasil cria setor de acabamento de embalagens e presidente diz como a empresa se prepara para atender a crescente demanda do setor

residente da Heidelberg do Brasil há sete anos, o alemão Dieter Brandt é um observador privilegiado do mercado de embalagens. Sua empresa fabrica equipamentos gráficos usados

na produção de cartuchos cartonados que acondicionam diversas marcas de medicamentos e cosméticos, dentre outros produtos. Atento ao crescimento da demanda, ele acaba de criar na companhia uma área de acabamento de embalagens. Na entrevista a seguir, Brandt, que começou na Heidelberg em 1980, passou pela subsidiária mexicana na década de 1990, e desde 2001 é responsável pela ope-ração da empresa em toda América do Sul, comenta as perspectivas do mercado brasileiro de conversão de emba-lagens cartonadas, além de adiantar os planos da empresa para a Drupa 2008, considerado o principal evento do mercado gráfico mundial.

Por que a Heidelberg do Brasil está investindo num depar-tamento de acabamento de embalagem?Nosso último relatório anual mostra claramente que a área de embalagem representa importantes oportunidades para a empresa crescer além do mercado tradicional de impresso-ras planas. Mundialmente, o mercado de embalagem tem a ver com um foco em serviço, peças e consumíveis. Temos grande expectativa de crescimento mundial nesse setor. Nos mercados emergentes a demanda já está crescendo num ritmo muito grande. O mercado de cosméticos e pro-dutos de beleza do Brasil já é o terceiro do mundo, atrás apenas de Japão e Estados Unidos. Independentemente da classe social, as brasileiras consomem volumes muito grandes de produtos de beleza. O mercado de produtos far-macêuticos, puxado pelos medicamentos genéricos, tam-bém vem crescendo muito rapidamente no Brasil. Tudo isso indica que precisamos ter uma estrutura adequada ao atendimento dessas demandas.

Quais as grandes tendências em acabamento de embala-gens cartonadas?Como ocorre nos mercados maduros, também aqui nota-mos que o consumidor e o cliente exigem embalagens cada vez mais sofisticadas. Por outro lado, hoje a indústria de embalagens enfrenta o problema da falsificação de produtos. Estamos trabalhando forte para fornecer emba-lagens que indiquem imediatamente para o consumidor

P

que aquele é um produto original. Um exemplo são as tintas reativas. No mercado de cosméticos há cada vez mais aplicações com tintas especiais, efeitos metalizados e vernizes mais sofisticados com aplicações localizadas. Aliados a uma pressão por custos cada vez maior, esses fatores têm exigido máquinas cada vez mais rápidas nas trocas de um serviço para outro. Estamos oferecendo aqui a mesma qualidade experimentada pelo gráfico que impri-me na Alemanha ou nos Estados Unidos. Tudo isso requer controle do fluxo de trabalho, de cor e de qualidade.

O que está sendo apresentado para os convertedores de embalagem no Brasil?Demonstramos pela primeira vez uma solução inteira baseada num de nossos equipamentos, uma XL 105 seis cores mais verniz. O pacote contém pré-impressão, CtPs e fluxo de trabalho. Também estamos investindo em máqui-nas de acabamento e de fechamento dos cartuchos. Temos diferentes opções. Para o mercado farmacêutico a máquina standard hoje é a CD 74. Inauguramos um novo prédio na fábrica da Alemanha com 35 000 metros quadrados, para um equipamento de embalagem que na próxima Drupa será um de nossos principais lançamentos. Queremos

FOTO

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AÇÃO

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entrar no mercado de embalagens de grandes volumes e grandes formatos. Cada vez mais se ouve falar na fragmentação das tiragens. Qual a estratégia da empresa diante disso?Estamos lançando na América Latina uma máquina nova, a Anicolor. Ela permite que uma máquina standard como a Speedmaster 52 imprima com um sistema de entintagem com o qual o gráfico utiliza arquivos de pré-impressão padronizados. Assim é possível imprimir em baixas tira-gens com um custo muitíssimo interessante. Isso porque as perdas são muito pequenas e as chapas de impressão utilizadas são as mesmas de uma máquina normal. Com a tec-nologia Anicolor também é possível imprimir sobre diferentes substra-tos. A flexibilidade é muito grande. O público-alvo dessa tecnologia é formado por gráficos que tenham máquinas digitais e procuram redu-ção dos custos. Por outro lado, grá-ficos que tenham máquinas de folha inteira e que precisam, por exemplo, imprimir a capa de uma revista, tam-bém podem se beneficiar. É uma alternativa interessante para quem quer atuar em nichos de mercado.

A impressão digital costuma ser criticada pelo custo dos insumos. Existe esse problema na tecnologia Anicolor?É necessária uma tinta especial, mas acreditamos que seu custo vá cair ao longo do tempo. Quando lançamos as

máquinas oito cores anos atrás, havia poucas tintas disponí-veis no mercado, e com um custo bem mais elevado do que atualmente. Hoje a tinta para a máquina oito cores é uma tinta standard. Acho que a mesma coisa vai acontecer com a tinta usada na tecnologia Anicolor.

A empresa tem planos para a impressão de filmes? Essas novas máquinas também imprimem em filme plástico. Hoje cerca de 80% do nosso negócio está concentrado nos mercados de papel e cartão. Mas cada vez mais clien-tes querem imprimir em materiais alternativos como filmes plásticos. São clientes que imprimem com máquinas customizadas. Esse tipo de negócio nos interessa muito.

Como o senhor avalia o mercado de rótulos?É um mercado tradicionalmente importante, no qual há diferentes segmentos. Existem as grandes tiragens, onde há grande pressão por custos. Para atender esse nicho, temos que fornecer novas soluções, como a linha XL, que imprime até 18 000 folhas por hora. Temos clientes que chegam a imprimir 90

milhões de folhas em um ano. Máquinas tradicionais chegam a 50 milhões no máximo. O aumento de produti-vidade é muito grande. Por outro lado temos rótulos muito sofisticados. Também nesse mercado estamos atuando. Temos tecnologia para imprimir sobre uma lâmina de cold foil, por exemplo.

“O setor de

embalagens abriu

importantes

oportunidades para a

empresa crescer além do

mercado de impressoras

planas. A indústria

brasileira de cosméticos,

por exemplo,

já é a terceira

maior do mundo”

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Tintas, efeitos e vernizes especiais protagonizam tendências perseguidas pelo recém-criado setor de acabamento de embalagem da Heidelberg

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A Sadia está comemorando os bons resultados de sua mais recente embalagem promocional de margarinas. A empresa ofereceu em edição limitada um kit con-tendo dois potes de margarina Qualy de 500 gramas e, como brinde, um porta-pote plásti-co. Uma estrutura de papel cartão produzida pela grá-fica Ibratec serviu de solução de uniti-zação dos produtos. O cartão utilizado é o

KlaFold FZ 378 com gramatura de 378g/m², da Klabin. A novidade foi distribuída no Estado de São Paulo

e na região Sul. Com uma alça na tampa, o porta-pote tem acabamento em alto relevo com a marca Qualy. Ibratec(11) 4772-8277www.ibratecgrafica.com.brKlabin(11) 3046-5800www.klabin.com.br

Bons resultados com kit promocionalEstrutura cartonada unitiza porta-pote e embalagens de margarina

Edição: Leandro Haberli

Revigoração ITradicional fabricante de impres-soras flexográficas para a indústria de embalagens, a brasileira Feva divulgou um comunicado afirmando que está se revigorando “depois de dois anos conturbados”. “Eram mui-tos os fatores que coincidiram para que a empresa passasse por este problema transitório”, diz Rubem Novaes, porta-voz da companhia. Entre esses fatores, ele conta que há dois anos um grande cliente do exterior “sustou um contrato de parceria”.

Revigoração IIA empresa também teria tido pro-blemas com recursos retidos no Banco Santos. “Aliado a isso, com o dólar mais baixo, diminuíram as exportações”, completa Novaes. A anunciada volta por cima é baseada, entre outros fatores, na entrega de “quantidade expressiva de máquinas tanto para clientes brasileiros como de outros países, como México, Nigéria, Venezuela e Rússia”. “A previsão é que a empre-sa consiga se equilibrar por com-pleto em dezoito meses”, adianta Novaes.

Novo CEODepois de quase dez anos à frente da superintendência da fabricante de papel cartão Papirus, Antonio Claudio Salce foi nomeado CEO da empresa. Químico Industrial, ele atua no setor de celulose papel desde 1969. Fundada há 55 anos, a empresa continua com seu conselho de acionistas presidido por Dante Ramenzoni.

Provas digitaisA EskoArtwork, conhecida por seus equipamentos e softwares de pré-produção de embalagens, e a divisão de filmes plásticos da ExxonMobil Chemical anunciaram uma solução para assegurar a precisão das cores nos processos de impressão digital de rótulos. Incluindo o Esko Software Suite 7, programa de gerenciamen-to de cores e fluxo de trabalho, e o filme Digilyte, da ExxonMobil, o pacote permite conferir detalhes da impressão antes que os trabalhos sejam rodados.

Qualy: porta-pote conjugado e luva cartonada

Entre as melhores do mundoImpressão digital da Mack Color leva prêmio da HP global

Conseguir se destacar entre as maiores empresas convertedoras de rótulos de todos os continen-tes é uma tarefa difícil. Mas foi justamente o que a Mack Color conseguiu durante a realização de Labelexpo, em Bruxelas, no final de setembro (ver reportagem na pági-na 48). Foi lá que a HP anunciou os vencedores do Customers Label Awards, prêmio internacional dirigi-

do às gráficas que imprimem com equipamentos da linha HP Indigo. A Mack Color venceu na categoria Cosméticos (eram dez categorias divididas por segmentos de mer-cado), com os rótulos do xampu Empório Bothânico, da Driss Cosméticos.Mack Color(11) 6195-4499www.mackcolor.com.br

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Fim de atividades... A queda na rentabilidade e no fluxo de caixa nas plantas de Ascoli, na Itália, e de Chantraine, na França, poderá levar a finlandesa Ahlstrom a encerrar ou vender as duas uni-dades. A companhia iniciou uma análise das operações naqueles mercados para determinar qual a viabilidade de manter as duas fábri-cas de papéis de embalagem e eti-quetas, que juntas têm capacidade de produção estimada em 100 000 toneladas anuais.

...segue tendênciaA possibilidade de encerrar a produ-ção na Europa segue tendência de revisão de operações das empresas de papel e celulose no hemisfério Norte. Outros países, como Estados Unidos e Canadá, também são víti-mas do aumento dos custos e da dificuldade em competir com pro-dutos desenvolvidos em mercados como o brasileiro e o asiático.

Vendas em altaO setor de papelão ondulado encer-rou o terceiro trimestre de 2007 com vendas de 1 694,5 mil toneladas. O crescimento foi de 4,7% em relação a igual período de 2006 (1 618,5 mil toneladas). Os números são da ABPO – Associação Brasileira do Papelão Ondulado.

Artecola compra O Grupo Artecola, com sede em Campo Bom (RS), anunciou a aqui-sição de 54% da empresa Surna, fabricante mexicana de adesivos. Com o negócio, o grupo brasileiro completa a compra de cinco novas plantas em um ano no Chile, Peru, Argentina, Brasil e México. O valor do negócio não foi divulgado.

Tour gráficoA MAN Ferrostaal reuniu profissio-nais gráficos em São Paulo para mostrar suas tecnologias adequadas à produção de pequenas e médias tiragens. Foram destacados equi-pamentos das fabricantes Ryobi, entre eles o modelo 784 E, que conta com colocação semiautomática de chapas e ajuste de registro vertical, lateral e diagonal, e Horizon, espe-cializada em linhas de acabamento. O evento incluiu visitas às gráficas Igupe e Input.

Cada vez mais comuns em emba-lagens cartonadas, as certificações ambientais que atestam manejo florestal adequado também come-çam a aparecer nos rótulos. Grande fabricante de bases auto-adesivas, a Avery Dennison anunciou o lança-mento do “primeiro produto auto-adesivo do Brasil com frontal feito em filme biode-gradável”. Trata-se do Fasson Bio Filme TC/S0250/62g. À base de celulose, o produ-to é obtido a partir de florestas certificadas pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC,

na sigla em inglês) e pelo PEFC (Programme for the Endorsement of Forest Certification). Compostável, o filme se degrada em aproximada-mente dezesseis semanas depois de descartado. Segundo a empresa, a característica pró-ambiental não

compromete a aparên-cia ou o acabamento, uma vez que o Bio Filme passa por tra-tamento de superfície destinado a assegurar qualidade gráfica e alta transparência (efeito “no-label look”).Avery Dennison(19) 3876-7600www.fasson.com.br

Rótulos ambientalmente amigáveisFrontal de filme biodegradável diz alô ao mercado nacional

Começou a operar na unida-de Monte Alegre, em Telêmaco Borba (PR), a nova máquina de papel cartão da Klabin. Segundo a empresa, trata-se do mais moderno equipamento do gênero do mundo. Com capacidade de 350 000 toneladas/ano, a máqui-na tem 250 metros de compri-mento e sete metros de largura de tela. Com ela, a capacidade de produção da fábrica passou

para 1,1 milhão de toneladas/ano. A tecnologia foi desenvolvida pela Voith, e tem 75% de seus equipamentos e peças produzi-dos no Brasil. O investimento foi de 2,2 bilhões de reais.Klabin(11) 3046-5800www.klabin.com.brVoithNo Brasil: (11) 3044 4088www.voith.com

Uma gigante na área das cartonadasMáquina com 250 metros de comprimento estréia na Klabin

Equipamento pode produzir até 350 000 toneladas/ano de papel cartão

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Frontal da Avery Dennison se desintegra em poucas semanas

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alas, dropes e chicletes refrescan-tes situam-se numa espécie de zona mista em termos de conceito mercadológico. Se não parece per-

tinente classificá-los como alimentos, também soa esquisito taxá-los de itens de higiene pessoal (apesar da alegada ação dentifrícia de alguns deles) ou de medicamentos, como intencionam os laboratórios – hoje donos de muitas marcas fortes em guloseimas. Desse cenário indefinido brotou o aromatizante bucal, novidade que vem conquistando suces-so no mundo e no Brasil com propostas varia-das de produto e de embalagem. O Bonicaps, desde maio no mercado nacional, exemplifica a situação.

Isento de açúcar e com aroma de menta, o produto não tem efeito medicinal. Mas é fabricado por um laboratório, o Boniquet, e se apresenta na forma de cápsulas de revestimen-to fino e gelatinoso, típicas de remédios. Doze dessas “bolinhas” são acondicionadas em um blister aluminizado, como os de comprimidos. Por sua vez, o blister, em contraste, é acomo-dado numa luva de papel cartão cujo projeto gráfico combina características de embalagens de itens de higiene oral e de candies.

“Ao refrescar o hálito de forma instantâ-nea e moderna, os aromatizantes bucais em cápsulas estão atraindo cada vez mais con-sumidores nos Estados Unidos e na Europa”, comenta Flávia Mello, gerente comercial da Boniquet. No Brasil, ela diz, não tem sido diferente. O produto já é distribuído nacional-mente e estaria apresentando “altos índices de recompra”. “Nosso target principal é compos-

Dilema encapsulado

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inovação >>> higiene oral

Bala, higienizador e remédio de uma só vez (também naembalagem), aromatizante bucal vai ganhando evidência

DECOTEÁrea vazada na

extremidade da luva permite visualização de

cápsula contida no blister

to por jovens”, explica a execu-tiva. “Mas esta-mos recebendo uma resposta muito boa de diferentes perfis de consumidor, como executivos e donas-de-casa.”

A embalagem cartonada do Bonicaps é produzida pela Gráfica Gonçalves. De bolso e própria para gancheiras dispostas no checkout de drogarias, a luva de papel cartão tem visual azulado, em sintonia com a cor do aromati-zante. Também conta com um pequeno vaza-do na parte frontal, que facilita a retirada do blister e ao mesmo tempo permite visualizar uma das doze cápsulas.

Proteção e adequaçãoA Boniquet prefere não revelar o nome do fornecedor dos blisters utilizados, mas expli-ca que a idéia de embalar individualmente as cápsulas surgiu da necessidade de deixá-las frescas e protegidas por mais tempo. A escolha da embalagem também levou em consideração a adequação aos preços de balas e chicletes – curiosamente considerados con-correntes indiretos pela fabricante –, além das variações de temperatura e de umidade verificadas nos pontos-de-venda e durante os processos de distribuição e armazenagem.

De origem espanhola, a Boniquet chegou ao Brasil em 2002. O laboratório também vem se destacando pela fabricação de cremes den-tais para marcas próprias do varejo. Por sinal, os cartuchos e displays desses produtos tam-bém são fornecidos pela Gonçalves. (LH)

Gráfica Gonçalves(11) 4689-4700www.goncalves.com.br

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de um produto” (Lógica dos Mercados, P. Belohlavek, 1999). Os três exemplos da figura mostram a inovação de Forma, Funcionalidade e Essência. Portanto, já que vivemos em um coro de vozes que nos incitam a inovar obriga-toriamente, é preferível lembrar que:

Muitas empresas se tornaram grandes ao montarem equipamentos com componentes da geração anterior à última, pois eram mais confiáveis e homologados

Os compradores realmente inovadores são apenas 5% no início do ciclo de vida de produto

Os primeiros automóveis eram vendidos como carros nos quais os cavalos eram subs-tituídos por um motor, pois o público não sabia o que era, na verdade, um automóvel

Uma embalagem tão inovadora quanto o “blister-pack” demorou cerca de vinte anos para ir da Europa aos Estados Unidos

Algumas invenções de Leonardo da Vinci demoraram séculos para ser compreendidas, e é razoável acreditar que ninguém quer que isso aconteça com seu produto

Vender inovação não é fácil nem rápido, e quanto maior for o grupo de participantes numa ação inovadora, mais difícil será. Deve-se considerar que a introdução de um novo

Há limite para inovar?

artigo >>> temas estruturais

Se não houver metodologia, é necessário ter cautela em produtos inovadores

um dos recentes congressos sobre embalagens a que assisti, 80% dos oradores vincularam o título de sua dissertação ao tema da inovação.

Na verdade, é quase impossível desvincular o “packaging” definido como ciência que estuda as embalagens ao tema da inovação. É natural, já que o mercado compete mostrando novas tecnologias, fruto da capacidade de inovar e criar. Mas acredito que, em alguma medida, estamos exagerando, e pretendo definir os limi-tes de minha discordância.

Nada tenho contra a inovação. A rigor, ino-var é o que tenho feito nos últimos 35 anos de atuação no universo do packaging, mas essa é uma atitude que pode se dar de muitas manei-ras diferentes. Poucas são eficientes. É o caso de perguntar: Existe um limite para a tarefa de inovar? Qual é esse limite?

Sabemos que o excesso em qualquer virtu-de a torna um vício, e essa é a razão por que a prudência se coloca acima de todas as virtudes e todos os dons. A definição dos limites da inovação envolve tantas variáveis e conceitos que pode ser estabelecida como um problema complexo, ou seja, aquele no qual as relações causais, se existirem, não são lineares e prede-terminadas.

“A inovação pode ser definida como uma mudança na essência, na função e na forma

NPor Victor Basso*

Produto Funcionalidade Essência

Mudança de um produto, segundo a Lógica dos Mercados, de P. Belohlavek

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produto/embalagem com base na inovação precisa contar com a necessária capacidade de influenciar o meio em que se pretende atuar. Além disso, é fundamental que exista grande necessidade do produto/embalagem para ace-lerar o prazo para sua introdução. Fazer ino-vações sem capacidade de influenciar o meio leva em si o risco de que a iniciativa não con-quiste massa crítica e seu idealizador termine como “inventor de garagem”. A influência é alta quando os atributos da marca, em seu segmento, tornem crível e viável a novidade apresentada.

Quando há muita incerteza com respeito à mudança a ser produzida, normalmente esta não se concretiza. É necessário alinhar muitas vontades para poder avançar. O que resta às empresas é a possibilidade de influenciar as necessidades, demonstrando as vantagens da inovação e fazê-lo utilizando os atributos da marca.

Observa-se que uma inovação que o mer-cado possa assimilar com rapidez, obviamente será mais viável que as de assimilação mais complicada. Por isso, quanto mais intuitiva for sua funcionalidade e mais fácil a explicação de “como funciona”, mais sucesso ela terá.

Temos que salientar as novas formas de inovar através da colaboração. A empresa ame-ricana P&G, proprietária de 27.000 patentes, esta fazendo inovação com o novo paradigma:

(*) © Copyright Victor Basso Consultoria Ltda.www.victorbasso.com

a) Colocou parte de sua propriedade intelectual para venda ou troca, através de novos mecanismos de relacionamento. Com isto faz líquido um enorme ativo que tem cus-tos de manutenção.

b) Conseguiu atingir a meta que os 35% de seus novos desenvolvimentos foram fei-tos por pessoas fora de seu staff. Os sites: Innocentive.com e yet2.com; conectam aos “seekeers” buscadores de tecnologias com os “solvers” solucionadores, ou seja, científicos, inventores e pessoas que possuem um “know how”. Muitos aposentados conseguem hoje ingressos adicionais desta maneira.

Neste mundo competitivo e globalizado, a figura das empresas segurando contra o peito todos seus “segredos industriais” está mudando para a empresa que se arrisca a um jogo mais aberto de intercâmbio de informação, com par-ceiros eventuais, espalhados pelo mundo.

Enquanto sabemos que a inovação é o caminho do futuro para quase todas as ativi-dades, somos muitos os que ainda temos que aprender: como fazer inovação adequada e eficientemente.

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Anunciante Página Telefone SiteAbal 65 (11) 5904-6450 www.abal.org.br

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Set Print 9 (11) 2133-0007 www.setprint.com.br

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Almanaque

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WD-40 nasceu nos Estados Unidos em 1953, inicialmente concebido para uso em mísseis da NASA e na fuselagem de aeronaves, como protetor contra a ferrugem. O nome WD-40 vem de

water displace-ment (dispersor de água, em inglês), e do número relativo ao alcance do êxito da fórmula, que só ocorreu na quadragésima

tentativa. Não demorou muito para os funcionários perceberem que o produto tinha “1001 utilidades”, como a famosa lã de aço brasileira: limpava quadros negros, conservava artigos de couro, removia cola-tudo e adesivos, matava baratas e, claro, tirava ferru-gem. O WD-40 se tornou um sucesso nos EUA quando começou a ser ven-dido em aerossol, em 1958. Segundo a WD-40 Company, a composição do produto só é conhecida por três execu-tivos da empresa e permanece inaltera-da desde sua invenção.

Bombril de americano

Quando fez 200 anos, em 1959, a cerveja Guinness, hoje pertencente à Diageo, adotou uma criativa ação de marketing para marcar a data: 150 000 garrafas foram jogadas em diversos pontos do Oceano Atlân-tico. A ação durou seis semanas e envolveu 38 embarcações. Dentro das garrafas havia um rótulo doura-do comemorativo, um livreto con-tando a história da Guinness, instru-ções de como transformar a garrafa em uma luminária e um vale para trocar por uma caixa de cerveja, além de informações sobre o navio que lançou a garrafa. Batizadas de garrafas-gota, as embalagens não eram rotuladas. Em alto relevo havia a inscrição: “1759-1959. Garrafa-gota especial (Oceano Atlântico) para celebrar e comemorar o bicentená-rio da Guinness”. A empresa garan-te que ainda há vasilhames à deriva. A expectativa dos fãs da Guinness é grande, pois a cervejaria promete outra grande ação em 2009, quando a marca completa 250 anos.Agradecimento: Eduardo Lima, do blog baresefutilidades.blogspot.com

Gotas no marLançado em 1942 e sinônimo de sor-vete de chocolate, o Chicabon com-pleta 65 anos. Inicialmente, a marca era produzida pela U.S. Harkson do Brasil, que adotava o nome fantasia de Sorvex-Kibon. A assinatura Kibon passou a integrar as embalagens ape-nas em 1950. Diz a lenda que o nome Chicabon foi uma homenagem de John Kent Lutey, dono da Harkson, a uma mulata do Morro da Mangueira,

no Rio de Janeiro (onde ficava a fábri-ca), chamada Francisca, a “Chica”, cuja beleza o encantava. Ao longo dos anos, Chicabon passou por diversas modificações, no visual e no sabor. Para marcar os 65 anos do sorvete, a fórmula original, de chocolate e malte, foi ressuscitada e embalagens comemorativas acabam de ser criadas pela Matriz Escritório de Desenho.

Francisca, mulata sessentona

1956 1959 1970 1975 1993

1997 1999 2002 2004

1985

2007

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Inscrição em relevo identificava garrafa comemorativa, que trazia rótulo como brinde

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