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EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Orientações para o professor – Ensino Médio LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURA linguagens, códigos e suas tecnologias EJA LP EM 9ª prova.indd 1 4/12/10 2:30:22 PM

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Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos* deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei no 9.610/98.* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

Governador José Serra

Vice-Governador Alberto Goldman

Secretário da Educação Paulo Renato Souza

Secretário-Adjunto Guilherme Bueno de Camargo

Chefe de Gabinete Fernando Padula

Coordenadora de Estudos e Normas Pedagógicas Valéria de Souza

Coordenador de Ensino da Região Metropolitana da Grande São Paulo José Benedito de Oliveira

Coordenador de Ensino do Interior Rubens Antonio Mandetta

Diretora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores do Estado de São PauloVera Lúcia Cabral Costa

Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE Fábio Bonini Simões de Lima

EXECUÇÃO

Coordenação Geral

Maria Inês Fini

Concepção

Guiomar Namo de MelloLino de MacedoLuis Carlos de MenezesMaria Inês FiniRuy Berger (em memória)

GESTÃO

Fundação Carlos Alberto Vanzolini

Presidente da Diretoria Executiva:

Antonio Rafael Namur Muscat

Diretor de Gestão de Tecnologias

aplicadas à Educação:

Guilherme Ary Plonski

Coordenadoras Executivas de Projetos:

Beatriz Scavazza e Angela Sprenger

COORDENAÇÃO TÉCNICACENP – Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas

Coordenação do Desenvolvimento dos Conteúdos Programáticos, dos Cadernos dos Professores, dos Cadernos dos Alunos e da Educação de Jovens e Adultos: orientações para o professorGhisleine Trigo Silveira

AUTORESCiências Humanas e suas TecnologiasFilosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira. EJA - Luiza ChristovGeografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas.EJA - Angela Corrêa da Silva História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari. EJA - Eliane YambanisSociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers.EJA - Josefa Alexandrina da Silva

Ciências da Natureza e suas TecnologiasBiologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.EJA - Ghisleine Trigo SilveiraCiências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.EJA - Ghisleine Trigo SilveiraFísica: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume.EJA - Alex de Lima BarrosQuímica: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa

Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda

Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.

EJA - Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto

Linguagens, Códigos e suas TecnologiasArte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira.EJA - Ivani Martins Gualda e Roseli Cassar VentrellaEducação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto SilveiraLEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo.EJA - Lívia de Araújo Donnini RodriguesLíngua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos.EJA - Heloisa Amaral Dias de Oliveira

Matemática e suas TecnologiasMatemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli.EJA - Ruy César Pietropaolo

Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie

Equipe de ProduçãoCoordenação Executiva: Beatriz ScavazzaAssessores: Beatriz Blay, Carla Cristina Reinaldo Gimenes de Sena, José Carlos Augusto, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha e Solange Wagner LocatelliEquipe EditorialCoordenação Executiva: Angela SprengerAssessores: Denise Blanes e Luis Márcio BarbosaProjeto Editorial: Ghisleine Trigo SilveiraEdição e Produção Editorial: Buscato Informação Corporativa, Verba Editorial, Andrew De FeliceMurrie e Felipe F. Martins (projeto gráfico)

APOIOFDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação

CTP, Impressão e Acabamento

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São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.

S239e Educação de Jovens e Adultos: orientações para o professor; ensino médio – Língua Portuguesa, linguagens, códigos e suas tecnologias / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Ghisleine Trigo Silveira, Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Luís Marques López Landeira, João Henrique Nogueira Mateos. – São Paulo: SEE, 2010.

ISBN 978-85-7849-463-6

1. Língua Portuguesa 2. Educação de Jovens e Adultos 3. Ensino Médio 4. Orientação Pedagógica para Professores I. Fini, Maria Inês. II. Silveira, Ghisleine Trigo. III. Vieira, Alice. IV. Angelo, Débora Mallet Pezarim de. V. Aguiar, Eliane Aparecida de. VI. Oliveira, Heloisa Amaral Dias de. VII. Landeira, José Luís Marques López. VIII. Mateos, João Henrique Nogueira. XI. Título.

CDU: 374.7: 806.90

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Caras professoras e caros professores,

Com satisfação, apresentamos os Cadernos que se constituem em novo material de orientação para uso dos professores em todas as disciplinas do Ensino Fundamental e Médio para a Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Estado de São Paulo. Trata-se de um projeto que utiliza o material desenvolvido pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para a proposta curricular do Ensino Básico regular.

As mesmas equipes da Secretaria que desenvolveram o Programa São Paulo faz escola, lideradas pela Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp), foram as responsáveis pela elaboração da nova proposta que lhes apresentamos. Trata-se de trabalho resultante de vasta pesquisa, que respeitou as características específicas da população a ser atendida, buscando também garantir-lhe o acesso aos mesmos bens e valores culturais contidos no Currículo oficial do Estado de São Paulo para o Ensino Fundamental (Ciclo II) e Ensino Médio.

Inúmeros são os desafios relacionados à oferta de educação para essa população. Até o início da década passada, não dispúnhamos de uma referência de qualidade para a educação desse segmento. Por esse motivo, ainda como ministro da Educação, criamos o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), oferecido aos diferentes sistemas de ensino como apoio à estruturação da oferta de cursos e dos exames de certificação para os alunos da EJA. Essas referên-cias de avaliação foram acompanhadas de materiais de apoio a professores e alunos disponibilizados para utilização pelas secretarias de educação.

Recentemente, contudo, fomos todos surpreendidos pela mudança das referências do Encceja, que foi unificado ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – este, por sua vez, também modificado em relação ao passado com vista ao atendimento das demandas do Ensino Superior. Por esse motivo, agora, de volta à Secretaria da Educação, nos vimos obrigados a novamente enfrentar o desafio de reorganizar a oferta dos cursos da EJA, estruturando os suportes necessários para que professores e alunos realizem a tão necessária reposição das aprendizagens da educação básica.

A Educação de Jovens e Adultos representa uma dívida histórica ainda a ser resgatada pela educação em todas as esferas de governo de nosso país. Com estes materiais de orientação, esperamos contribuir para a realização efetiva da escolarização necessária para que jovens e adultos possam prosseguir em seus projetos de realização pessoal e profissional.

Paulo Renato SouzaSecretário da Educação do Estado de São Paulo

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Caros(as) professores(as),

A seleção de materiais de apoio para os alunos de Educação de Jovens e Adultos (EJA) nas diversas modalidades de cursos regularmente oferecidos pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo representa uma etapa desafiante do trabalho de reestruturação curricular da educação básica desta Secretaria. Nos últimos anos, todos nos empenhamos em diagnosticar as necessidades dos jovens e adultos de São Paulo para melhor adequar o trabalho que vem sendo desenvolvido, pesquisando e analisando alternativas de materiais e práticas para corresponder às expectativas e direitos dessa população. Buscamos, primeiramente, nos alinhar às políticas nacionais cabíveis, adotando as referências e o material e aderindo aos exames do Encceja (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos). Acompanhamos, com pesar, sua radical transformação e fomos obrigados a repensar a utilização do material original, embora não tenhamos abandonado seus pressupostos.

Com as novas determinações do Conselho Estadual de Educação (CEE), aprovadas pela Deliberação no 82/2009, relativas à idade mínima dos que podem frequentar esses cursos, e com a crescente diminuição da distorção idade/série no ensino regular, os alunos que atualmente procuram cursos de EJA, em todas as suas modalidades, são cada vez mais jovens e, portanto, mais próximos da idade dos alunos do ensino regular, apesar de ainda apresentarem necessidades educacionais específicas.

Para definir uma proposta que atendesse a essa população, as equipes da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp) e uma comissão de especialistas avaliaram os materiais peda-gógicos disponíveis para esse segmento e, também, o Currículo oficial do Estado de São Paulo e as possibilidades de sua utilização como referência para a Educação de Jovens e Adultos.

Nessa última tarefa, foram analisados os materiais de apoio ao trabalho dos professores e às aprendi-zagens dos alunos para a implementação da proposta curricular do Estado e considerou-se adequada a sua utilização nos quatro termos da EJA – Ensino Fundamental e nos três termos da EJA – Ensino Médio, com as devidas e necessárias orientações.

O projeto ora proposto contempla os direitos previstos para a educação escolar da população de jovens e adultos que busca oportunidades de aprendizagem no sistema público de ensino do Estado de São Paulo, de acordo com os pressupostos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.

Com nosso total apoio, espera-se que os professores das turmas de EJA, fundamentados neste novo projeto, possam desenvolver habilidades pessoais e de trabalho em equipe que beneficiem os jovens e adultos de nosso Estado e, ao mesmo tempo, que contribuam para o processo de autoaperfei-çoamento profissional contínuo de nosso corpo docente.

Bom trabalho!

Maria Inês FiniCoordenadora Geral

Projeto São Paulo faz escola

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SuMáRIo

Apresentação ................................................................................................................................. 6Critérios de organização das Orientações para o Professor de EJA ................................................ 10Critérios de seleção dos conteúdos e das atividades de Língua Portuguesa ..................................... 11

1o termo

Volume 1 ....................................................................................................................................... 12 Volume 2 ....................................................................................................................................... 19 Volume 3 ....................................................................................................................................... 25 Volume 4 ....................................................................................................................................... 30 Quadro-resumo das Situações de Aprendizagem e atividades sugeridas ........................................ 34

2o termo

Volume 1 ....................................................................................................................................... 36 Volume 2 ....................................................................................................................................... 47 Volume 3 ....................................................................................................................................... 52 Volume 4 ....................................................................................................................................... 57 Quadro-resumo das Situações de Aprendizagem e atividades sugeridas ........................................ 61

3o termo

Volume 1 ....................................................................................................................................... 63 Volume 2 ....................................................................................................................................... 68 Volume 3 ....................................................................................................................................... 78 Volume 4 ....................................................................................................................................... 83Para saber mais ............................................................................................................................... 85 Quadro-resumo das Situações de Aprendizagem e atividades sugeridas ......................................... 86

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APReSentAção

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) ainda é um desafio para os sistemas educacionais públi-cos brasileiros. A oferta de EJA representa o resgate de uma dívida histórico-social para com os que não tiveram acesso à escolarização básica na idade própria ou para com os que, por algum motivo, não concluíram o ensino regular.

A maior parte dos que procuram a EJA é constituída por aqueles que, em razão da desigualdade, não tiveram acesso aos bens educacionais. Reparar essa dívida constitui uma das metas do sistema estadual, que reconhece o direito de todos à educação escolar de qualidade. Nesse sentido, destaca-se o princípio constitucional da educação para todos, inclusiva, significando um caminho para o desen-volvimento de todas as pessoas, em todas as idades, sem discriminar negativamente os indivíduos nem prejudicar o processo de apropriação de conhecimentos.

A defasagem educacional decorrente do não acesso à educação formal ou do abandono precoce da escola por problemas socioeconômicos diversos atinge parcela expressiva da população brasileira. Isso se reflete na qualidade de vida e na prática social desses indivíduos, o que resulta em um grande número de jovens e adultos em busca de alternativas de estudo.

A oferta da Educação de Jovens e Adultos, por meio de projetos modernos e adequados, poderá promover não só o acesso dessas pessoas aos bancos escolares, mas criar oportunidades diversifica-das de estudo para que possam suprir sua defasagem escolar. É preciso considerar ainda que essa modalidade de educação não deve ter como finalidade somente prover os alunos com os conteúdos dos quais foram privados na idade própria de escolarização, mas também favorecer o desenvolvi-mento das competências necessárias para que possam participar dos bens e conhecimentos, exercer a cidadania e inserir-se nas diferentes dimensões da vida social e produtiva.

O projeto ora proposto pretende contemplar os direitos previstos à educação escolar da população de jovens e adultos que busca oportunidades de aprendizagem na rede do sistema público de ensino do Estado de São Paulo, de acordo com os pressupostos da Constituição, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.

Tendo em vista a implantação da Deliberação CEE no 82/2009, que estabelece as diretrizes para os cursos de Educação de Jovens e Adultos em nível do Ensino Fundamental e do Médio, instalados ou autorizados pelo poder público no Sistema de Ensino do Estado de São Paulo, e a Resolução SE no 48, de 24 de julho de 2009, que dispõe sobre a implementação da EJA nas unidades escolares estaduais, a Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (Cenp) preparou-se, no início de 2009, para adquirir os materiais para professores e alunos referidos no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), criados e editados pelo Inep/MEC, em 2002.

Tal decisão foi tomada com base na avaliação positiva, que considerou adequados os materiais pedagógicos de orientação para o trabalho dos professores e os livros de apoio às aprendizagens dos alunos. Considerou-se também a necessidade de adequar as políticas de certificação dos níveis de ensino no âmbito do Estado de São Paulo a um exame nacional cujas matrizes de referência da ava-liação correspondiam às diretrizes da Educação de Jovens e Adultos, uma vez que, além da oferta sis-tematizada de cursos, a Secretaria deve disponibilizar exames aos que se preparam individualmente, sem apoio da escola. Dessa maneira, as referências passariam a ser únicas para a Educação de Jovens e Adultos no Estado de São Paulo.

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Outro argumento a favor da adoção do material do Encceja foi a consequente adesão da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP) aos exames nacionais anuais a partir de 2008, o que reduziu os gastos públicos estaduais com exames na mesma modalidade e para a mesma população.

No entanto, com a decisão do Ministério da Educação de unificar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Encceja, em meados de 2009, as referências do exame único (novo Enem) não mais atenderiam apenas à Educação de Jovens e Adultos, pois passariam a objetivar as demandas de concursos de seleção ao ensino superior, perdendo sua estrutura específica de qualificar para certificar os conhecimentos dos jovens e adultos.

Por esse motivo, mais uma vez a Cenp precisou renovar sua proposta para a EJA e o fez após criteriosa análise dos materiais já elaborados pela SEE-SP para o novo currículo do ensino regular, implantado a partir de 2008, optando pela utilização reorganizada desse material para a reestrutu-ração da oferta dos cursos de EJA.

É oportuno afirmar que a reorganização proposta pela SEE-SP para os currículos de EJA e os materiais de apoio à sua implementação têm por pressupostos resgatar a autoestima dos jovens e adultos e de seus professores, principalmente por meio do desenvolvimento de procedimentos de ensi-no-aprendizagem apropriados a essa população, com total apoio técnico aos professores para que suas práticas estejam em consonância com o processo vivido pelos alunos.

Foi também decisivo constatar, por meio de pesquisas, que a população que busca a modalidade EJA tem entre 18 e 30 anos, frequentou a escola regular na idade própria e dela foi excluída por suces-sivas desistências ou por ter abandonado os estudos para trabalhar. Agora, essa população precisa voltar à escola porque o mercado de trabalho assim o exige.

Destaque-se que é muito provável que, com as elevadas taxas escolares de repetência e evasão nas últimas décadas do século XX, muitos alunos que não tiveram sucesso no sistema regular optem por essa modalidade de ensino. Pesquisa recente realizada pela SEE-SP mostra que a faixa etária dos que procuram esses cursos está diminuindo cada vez mais e se aproxima da idade dos alunos do ensino regular.

Para a formulação da proposta de EJA, agora apresentada, buscaram-se respostas para questões como: quais conhecimentos esses jovens e adultos devem aprender? Como recuperar as aprendiza-gens escolares e valorizar as aprendizagens vividas? Que sujeitos históricos queremos formar? Como desmitificar o sentimento negativo pessoal da culpa por não aprender? Quais pré-requisitos são neces-sários para a promoção entre o Ensino Fundamental e o Médio? Quais critérios devem ser adotados para que possamos transformar essa realidade de seleção e exclusão?

As respostas a essas questões levaram a SEE-SP a repensar os objetivos específicos da EJA no Ensino Fundamental e no Médio.

EJA no Ensino Fundamental

Primeiro, é preciso esclarecer que a natureza dos conteúdos mínimos referentes às noções e aos conceitos essenciais sobre fenômenos, processos, sistemas e operações escolhidos para esse segmento contribui para a constituição de saberes, conhecimentos, valores e práticas sociais indispensáveis ao exercício de uma vida de cidadania plena.

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Depois, é necessário preconizar que, em relação aos conteúdos mínimos a ser ensinados em cada sequência didática escolhida, seja considerada a intersecção de temas com aspectos relevantes da cidadania, tomando-se como referência a identidade da escola e de seus alunos, professores e outros profissionais que nela trabalham.

O Currículo agora proposto concorre para a promoção de sequências didáticas que deem oportu-nidade para jovens e adultos aproveitarem o que aprenderam na vida prática, trabalhando com aspectos básicos da vida cidadã, como a tomada de decisões, a identificação e a resolução de problemas, a descrição de propostas e a comparação entre ideias expressas por escrito, considerando valores e direitos humanos.

Não se deve supor, contudo, que uma proposta curricular que enfatize o desenvolvimento de competências e habilidades (articulações entre operações lógicas com conteúdos relevantes) negligen-cie as exigências básicas de domínio de conteúdos mínimos e da capacidade de ler e escrever.

É necessário, no entanto, assegurar o tempo e as estratégias apropriadas para que esses alunos possam exercitar a compreensão dos objetos de conhecimento devidamente contextualizados com a vida imediata, sem perder de vista a pluralidade brasileira e a diversidade daqueles que buscam a esco-larização por meio da EJA.

eJA no ensino Médio

Se o caráter instrumental dos saberes sociais públicos foi desenvolvido na EJA/Ensino Fundamental, cabe à EJA/Ensino Médio aprofundá-lo. Caso contrário, cabe desenvolvê-lo. Essa con-sideração se deve ao fato de que a certificação no Ensino Médio não está, por lei, atrelada à certifi-cação no Ensino Fundamental, desde que sejam observadas as idades mínimas. Há, portanto, uma continuidade entre as duas etapas da educação básica.

A definição do que é próprio do Ensino Fundamental e do Médio não é colocada como forma de ruptura, mas sim de aprofundamento (compreensão) e contexto (produção e tecnologia).

A direção curricular ora proposta para a EJA/Ensino Médio destaca o desenvolvimento de com-petências e habilidades distribuídas em áreas de conhecimento: Linguagens e Códigos, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática, sendo o tema tecnologia comum a todas as áreas.

Nessa proposta, o caráter interdisciplinar está relacionado ao contexto da vida social e da ação solidária, visando à cidadania e ao trabalho.

Vale a pena relembrar a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que, no artigo 36, destaca que o Currículo do Ensino Médio deve observar as seguintes diretrizes, entre outras: a educação tecnológica básica; a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; e a língua portuguesa como instrumento de comunicação, acesso ao conheci-mento e exercício da cidadania.

Dois aspectos merecem menção especial e norteiam a organização curricular do Ensino Médio: o eixo da tecnologia e os processos cognitivos de compreensão do conhecimento.

Ao final do Ensino Médio, espera-se que o cidadão tenha desenvolvido competências cognitivas e sociais inseridas em um determinado sistema de valores e juízos, ou seja, aquelas referentes à ética e ao mundo do trabalho.

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O destaque a especificidades do público participante da EJA é inevitável. A idade, a participação no mundo do trabalho, as responsabilidades sociais e civis são outras, diferentes daquelas dos alunos da escola regular que se preparam para a vida.

O público da EJA/Ensino Médio está na vida atuando como trabalhador(a), pai(mãe), provedor(a). Mas, se o ponto de partida é diferente, o ponto de chegada não o é. Ao final do Ensino Médio, espe-ra-se que esse público possa dar continuidade aos estudos com qualificação, disputar uma posição no mercado de trabalho e participar plenamente da cidadania, compartilhando os princípios éticos, políticos e estéticos da unidade e da diversidade nacionais, colocando-se como ator no contexto de preservação e transformação social.

eJA: proposta pedagógica de reorganização

A nova organização proposta para a EJA pela Secretaria garante aos alunos acesso à mesma pro-posta curricular prevista para o ensino regular, com ênfases especiais em sequências didáticas deter-minadas, cujos temas e respectivas competências e habilidades a ser desenvolvidas permitem atender mais diretamente aos interesses dos jovens e adultos que abandonaram a escola precocemente.

É importante destacar que, mesmo considerando reduzida a estrutura de tempo na oferta de cur-sos, conforme previsto em legislação da EJA, ela é, de fato, de longa duração, quando se considera o contexto de vida da população a que se pretende atender.

Outra constatação relevante é que as orientações dadas em cada disciplina e termo para o de-senvolvimento das aulas estão vinculadas ao cotidiano dos alunos. A proposta está pautada no de senvolvimento de competências e habilidades descritas nas áreas de conhecimento e em seus res-pectivos componentes curriculares. Vale ressaltar, mais uma vez, que a estrutura da proposta está de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos para o Ensino Fundamental e Médio.

A matriz curricular das disciplinas será a base para os processos de capacitação dos professores, estruturação das escolas, organização das grades horárias e definição das metodologias de ensino e dos processos de avaliação e certificação.

Os cursos de EJA (presencial, de frequência flexível e atendimento individualizado) da rede esta-dual de ensino devem enfatizar em sua organização os seguintes princípios do currículo, indicados no Currículo Oficial do Estado de São Paulo:

Currículo é cultura.•

Currículo referido a competências.•

Currículo que tem como prioridade a competência leitora e escritora.•

Currículo que articula as competências para aprender.•

Currículo contextualizado no mundo do trabalho.•

Esses princípios se expressam no desenvolvimento pleno das seguintes competências cognitivas em todas as áreas e em todos os níveis:

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I. dominar a norma-padrão da língua portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artís-tica e científica;

II. construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento para a compreensão de fenôme-nos naturais, de processos histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas;

III. selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema;

IV. relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente;

V. recorrer aos conhecimentos desenvolvidos para elaboração de propostas de intervenção solidá-ria na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural.

Essas competências se expressam no interior de cada área curricular, em que as disciplinas indi-cam suas competências específicas.

A organização da EJA ora proposta, atrelada ao Currículo Oficial do Estado de São Paulo para o ensino regular, apresenta ampla fundamentação teórica, indicada nos volumes introdutórios dos documentos das áreas e de suas disciplinas e nos Cadernos do Professor.

O Currículo Oficial do Estado de São Paulo organizará o ensino e a aprendizagem dos alunos nessa modalidade em todos os termos que estruturam a oferta de cursos presenciais e nos Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos (Ceejas) da Secretaria.

As aulas de EJA se diferenciarão pelo uso de materiais disponibilizados aos professores e alu-nos. Esses materiais objetivam ampliar as oportunidades de aprendizagem dos alunos e assegu-rar ao docente o acesso a recursos tecnológicos inovadores, seu aprimoramento e sua atualização profissional.

Este material de orientação para professores, denominado “Educação de Jovens e Adultos – Orien-tações para o Professor – Língua Portuguesa”, será distribuído a todos os que trabalham com EJA/Ensino Médio na rede estadual de ensino do Estado de São Paulo e permitirá também que os alunos se beneficiem de registros individuais organizados nos Cadernos dos Alunos, aos quais terão acesso.

Critérios de organização das orientações para o Professor de eJA

Ao preparar suas aulas para a EJA, tenha em mãos, além deste material, os Cadernos do Professor e os Cadernos do Aluno.

Nestas Orientações, você encontrará, primeiramente, a síntese do enfoque temático de cada termo. Para cada um deles, são sugeridas Situações de Aprendizagem dos Cadernos do Aluno (volu-mes 1, 2, 3 e 4), que podem apoiar o desenvolvimento de suas aulas. As atividades sugeridas são acompanhadas de orientações que ora remetem aos procedimentos explicitados no Caderno do Pro-fessor, ora propõem procedimentos alternativos para sua implementação, levando em conta as especi-ficidades da EJA.

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Ao término das orientações sobre o termo, você encontrará, na seção “Para saber mais”, uma sín-tese de referências, com indicações de livros, filmes, sites etc., e um quadro-resumo que poderá aju-dá-lo a mapear, rapidamente, quais são as Situações de Aprendizagem e respectivas seções sugeridas.

Como estas Orientações tomaram, prioritariamente, o Caderno do Aluno como referência visual e estrutural, sempre que possível, foram mantidos os nomes das Situações de Aprendizagem e de suas seções, com ícones que o ajudarão a localizar as atividades sugeridas.

Em alguns casos, optou-se por alterar o desenvolvimento de uma atividade: por exemplo, uma “Lição de casa”, no Caderno do Aluno, pode ser indicada como atividade para a sala de aula; ou uma “Pesquisa individual”, que buscaria informações imprescindíveis para o desenvolvimento da Situação de Aprendizagem, pode, devido ao pouco tempo disponível, ser roteirizada em forma de aula exposi-tiva. Nesses casos, o título dessas seções foi mantido, com a sinalização: “modificada”.

Como já mencionado, faz-se referência ao Caderno do Professor, seja para a indicação de apro-fundamentos teórico-metodológicos, seja para a indicação de respostas aos exercícios propostos. Esses casos são sinalizados por um ícone especial: “ver caderno do professor”.

Critérios de seleção dos conteúdos e das atividades de Língua Portuguesa

O presente Caderno contém sugestões de Situações de Aprendizagem e atividades voltadas para o desenvolvimento de habilidades e competências em Língua Portuguesa, de acordo com a Proposta Curricular, a serem apreendidas progressivamente, ao longo dos três termos. Os conteúdos estão organizados em três grandes grupos:

a) Leitura, escrita, oralidade, escuta de gêneros textuais (literários, de diferentes épocas, e não literários). Gêneros contemplados: letra de canção, conto, poema, fábula, crônica, cordel, notí-cia, charge, quadrinhos, artigo de opinião, entrevista, reportagem, dissertação escolar, verbete de dicionário, bilhete em ambiente profissional, projeto.

b) Funcionamento da língua portuguesa: língua, palavra, interações discursivas; comunicação; literatura e sociedade; variações linguísticas.

c) Aspectos formais do uso da língua: pronome, substantivo, adjetivo, verbo, concordância. Lexicografia: uso do dicionário e constituição de sentido no texto.

Foram considerados opcionais os estudos da cronologia da história da literatura presentes nos Cadernos do Professor para o Ensino Médio regular. Caso deseje trabalhar com os quadros cronoló-gicos, basta consultar os Cadernos do Professor. Da mesma forma, foram omitidos alguns projetos que contemplam conteúdos já trabalhados em outros momentos e atividades que precisariam ser rea-lizadas fora do espaço escolar. A aplicação dessas e de outras atividades, porém, dependerá de seu interesse e de sua disponibilidade de tempo.

Bom trabalho!

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 1

1o teRMoPara o 1o termo, foram privilegiadas Situações de Aprendizagem que retomam conteú-dos que devem ser apreendidos progressivamente em Língua Portuguesa, divididos em três grupos.

• Gêneros textuais: letra de canção, verbete de dicionário, notícia, poema, crô-nica, fábula, quadrinhos, entrevista, conto.

• Funcionamento da língua: língua e variações linguísticas, interações discursi-vas em diferentes gêneros midiáticos, especificidades comuns aos gêneros narrati-vos, o outro na produção e recepção dos gêneros textuais, relação imagem e texto.

• Aspectos formais do uso da língua: sujeito da oração e concordância, modo indicativo, adjetivo e constituição de sentido, conjugação verbal, pronome e discurso.

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 1

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 COMuNICAçãO: PALAVRAS NO MuRAL

Esta Situação de Aprendizagem tem por objetivo fazer que os alunos reconheçam a Língua Por-tuguesa como um espaço em que o indivíduo se constitui pela comunicação, integrando-se na escola e construindo sua identidade. Esse conhecimento é fundamental para desenvolver a habilidade de compreender, analisar e interpretar o sistema simbólico da linguagem verbal, manifesto nos gêneros textuais que materializam as comunicações nas inúmeras situações interativas em que nos colocamos cotidianamente.

Para começo de conversa

O objetivo das atividades que se seguem é conhecer o que seus alunos já sabem sobre o tema comunicação. O que eles já desenvolveram em anos anteriores? Que necessidades são mais urgentes?

Discussão oral

Não deixe de perguntar:

• Qual a importância das palavras em sua vida? Como nos comunicamos? Apenas porpalavras?

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 1

• Queperigosebenefíciosaspalavraspodemtrazerparaodiaadiadaspessoas?Qualaimpor-tância da palavra na comunicação humana?

Audição de canção

Considera-se aqui a palavra como base da comunicação e, para refletir sobre ela a partir de um gênero textual presente no universo dos alunos, as letras de canções. Sugerimos Palavras ao vento, de Marisa Monte/Moraes Moreira, cuja letra e referência encontram-se no Caderno do Professor. Pro-videncie a audição da música e, em seguida, peça aos alunos que verifiquem no verbete de dicionário qual das acepções melhor se encaixa na letra de música. Por que a escolheram? Caso tenham dificul-dades, indique a acepção quatro como a correta. Em seguida, oriente-os a resumir a letra em duas ou três sentenças e verifique se conseguiram elaborar uma síntese adequada.

Discussão oral

Solicite que discutam em grupo e reflitam, como estratégia de pré-leitura, sobre o título do poema de Drummond que lerão, A palavra mágica.

Leitura e análise de texto

Em seguida, leia o poema para a classe, dando a entoação adequada. Seu exemplo de leitor mais experiente é fundamental para o desenvolvimento de habilidades de leitura dos alunos.

Proponha que realizem as atividades 1 e 2. Caso não consigam responder à primeira, explique que o adjetivo raro reforça a ideia de que se trata de uma palavra que não é fácil de encontrar. Se não localizarem o verso que reforça o sentido do adjetivo raro, você pode indicar pelo menos dois: “Vou procurá-la a vida inteira” e “procuro sempre”.

Aprendendo a aprender

Em seguida, solicite que um aluno se disponha a ler a seção. Promova uma breve discussão sobre o texto.

Discussão oral

Aproveitando o momento de discussão, peça que reflitam sobre possíveis semelhanças entre a letra da canção e o poema: ambos são em verso, ambos têm como tema a palavra. Chame a atenção para uma diferença: os versos da canção rimam, os do poema, não.

A notícia informativa circula por aí afora...

Em seguida peça que leiam o texto da conversa entre Lia e Ana Luísa e resolvam as três atividades seguintes.

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Durante a correção, avalie a aprendizagem. Veja se os alunos conseguem identificar, nas duas primeiras questões, o sentido de transmissão de novidade que ambas as situações de comunicação exigem, mas explique a formalidade da situação em que a notícia CET recomenda que motorista evite a avenida Paulista hoje foi produzida: uma redação de jornal, comprometida com a elaboração de textos noticiosos informativos que respeitem a exatidão dos fatos que desejam transmitir.

Ao corrigir a última questão, “Identifique, com um X, (...)”, ressalte a importância da clareza e objetividade que as notícias jornalísticas devem ter. Observe que o gênero notícia jornalística não admite a presença da opinião de quem escreve esse tipo de texto, que as notícias necessariamente são escritas na norma padrão. Observe, também, que há predominância dos verbos no Modo Indi-cativo, uma vez que o uso desse tempo verbal contribui para a constituição do “efeito de verdade” pretendido.

Discussão oral

Acompanhe os alunos para verificar se compreenderam que a notícia informa sobre as condições de trânsito de uma grande cidade. O leitor que se desloca nessa grande cidade tem interesse em saber objetivamente como está o trânsito nesse dia. Reforce que todas as notícias têm esse caráter informa-tivo e objetivo, e que os leitores as procuram nos jornais impressos, virtuais ou falados para orientar-se sobre seu cotidiano e sobre grandes questões nacionais ou mundiais.

Para complementar esta atividade, você pode, se julgar que há tempo disponível, distribuir alguns jornais para que localizem as notícias e as distingam de algum outro gênero jornalístico, a seu critério.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 2 LuSOFONIA – SIM, NóS FALAMOS PORTuGuêS!

Para esta Situação de Aprendizagem, privilegiou-se apenas uma atividade, a discussão sobre varie-dades linguísticas no Brasil.

Você aprendeu?

Depois de realizarem a atividade 1, discuta com seus alunos como o português é visto na cultura brasileira. Existe preconceito? Por quê? Comente também as reações locais aos diferentes dialetos e falares do Brasil: por que alguns são considerados superiores a outros? É isso apropriado? O que pode ser feito?

Durante a discussão, ressalte a importância de respeitar as variedades linguísticas. Os diferentes acentos e tons que as palavras assumem estão ligados às culturas regionais brasileiras e à história dos povos que as formaram. Todas são formas de expressão legítimas.

Aproveite para questionar os alunos sobre usos coloquiais e formais da língua. Em que ocasiões podem ser usadas as formas coloquiais? E quando não podem ser usadas? É correto escrever e-mails

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 1

em “internetês”? E usar essa linguagem em sites de relacionamento? Para enriquecer a discussão, peça exemplos, mas oriente-os a não serem preconceituosos.

Explique que há ocasiões mais formais em que é preciso usar a norma-padrão. É o caso da escrita de textos informativos, como a notícia, ou expositivos, como os que comumente encontramos em materiais didáticos. Também é o caso da elaboração de respostas para questões escolares e redação de textos escolares de caráter expositivo ou informativo.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 3 VOCê ESTá NA MíDIA?

Esta Situação de Aprendizagem tem por objetivo fazer que os alunos relacionem o estudo da língua portuguesa ao seu uso no cotidiano social, em particular no que diz respeito ao fenômeno da mídia.

Sondagem

É possível que alguns alunos não conheçam a letra da música Televisão (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Tony Bellotto), mas ela é ótima para iniciar a sondagem sobre o que é mídia e seus efeitos em nossa sociedade atual. Como ela não está reproduzida no Caderno do Aluno, você precisará pro-videnciar sua audição para a classe.

Leitura e análise de texto

Assuma um controle médio no processo de interpretação dessa letra de música. Inicialmente, diga-lhes que acompanharão uma letra de música que faz críticas à televisão. Desse modo, você iden-tifica o tema do texto.

Depois da audição da canção, diga que ela se refere a um programa cômico de televisão, em que a personagem Pacífico, um matuto ingênuo vivido pelo comediante Ronald Golias, já falecido, tinha esse bordão, “Ô Cride, fala pra mãe”. Muitas pessoas repetiam esse bordão a toda hora. Repetir bordões criados pela mídia é fato comum em nossos dias. Apesar de mais antiga, a letra da canção continua uma crítica válida, pois relaciona a “burrice” a quem repete os bordões da mídia sem pensar. Questione os alunos sobre bordões atuais que são repetidos de forma automatizada e pergunte sobre os efeitos dessa atitude.

A seguir, discuta com a classe sobre qual é a estrutura comum às letras de música e quais podem ser seus objetivos em relação ao público. Desse modo, você estabelece a estrutura e o objetivo do texto, transferindo a responsabilidade de identificar a função crítica de algumas canções, a român-tica ou melancólica de outras e a massificadora de muitas para os próprios alunos. Na discussão, interrompa para auxiliá-los a identificar as diversas funções das letras de música e estabelecer um pensamento crítico sobre as que têm propósitos de massificação. Discuta, ainda, se as músicas que acompanham as letras contribuem ou não para reforçar seu sentido e sua função. Peça que deem exemplos.

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Em seguida, solicite que realizem a atividade 2. Ao comentar a resposta de a, lembre que a relação entre televisão e mídia é que a TV é uma parte da mídia. Para a resposta de b, comente que o uso de palavras mais formais certamente quebraria o tom informal da canção, que se refere a um programa cômico e à ligeireza desse gênero televisivo.

Lição de casa MODIFICADA

Recapitulação gramatical: sujeito e concordância

Para retomar a relação entre sujeito da oração e concordância, relembre os conceitos de sujeito e oração. Também procure relembrar, por meio de breve discussão, questões de concordância entre sujeito e pessoas do verbo.

Ao revisar as respostas da atividade 1, confira se responderam conforme a sugestão a seguir:

a) Um grupo de alunos fez o trabalho.

b) Os maiores responsáveis somos nós.

c) O professor e os alunos visitaram o museu.

d) Daqui a pouco aparecerão no horizonte o sol e os barquinhos.

e) Um ou outro fazia a lição de casa.

f) Cada folha, cada livro e cada prova virou pó.

Antes de realizarem a atividade 2, relembre-os, em discussão, dos tempos do Modo Indicativo, especialmente do Pretérito Perfeito e do Pretérito Imperfeito, dizendo que se referem ao passado, salientando as diferenças entre os dois. Diga que o Imperfeito, quando nos recordamos do passado, é usado para indicar ações do cotidiano que se repetem, ou seja, ações costumeiras no passado ou fatos reais cuja ação foi iniciada no passado, mas não foi concluída: Eu vivia na casa dela; Minha mãe sem-pre falava; Eu gostava daquele programa de TV. Em oposição, explique que o Perfeito é usado, quando nos recordamos do passado, para indicar ações concluídas Quando caí, quebrei a perna. No programa de ontem, o radialista comentou o jogo.

Depois, confira se os alunos utilizaram corretamente o Pretérito Perfeito:

a) Uma quantidade de moedas caiu ao chão.

b) A maioria dos alunos estudou para a prova.

c) Pedro e suas filhas foram ao circo.

d) Ainda não chegaram o diretor e a professora de Arte.

e) Votaram não só Paulo, como também sua esposa.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 1

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 4 A HISTóRIA DA LíNGuA PORTuGuESA

A língua portuguesa é tratada nesta Situação de Aprendizagem como patrimônio cultural da comunidade lusófona. Suas diferentes manifestações históricas legitimam as identidades sociais e possibilitam a recuperação do imaginário coletivo produzido pelo uso comum da língua.

Discussão oral

Para iniciar, proponha que façam a “Discussão oral”. Durante a discussão, ressalte a ligação linguística histórica entre Brasil e Portugal. Não deixe de lembrar os demais países que falam a lín-gua portuguesa, além de Portugal e do Brasil, e indicá-los no mapa ou globo que trouxer: Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

Leitura e análise de texto

Mar português

Em seguida, peça a algum dos alunos que se disponha a ler o poema enquanto os demais acom-panham. Depois, solicite que expliquem o que entenderam do poema, e façam relação com a discus-são oral inicial. Quais versos indicam essa relação?

Para continuar, peça que façam as seguintes atividades:

• Comaorientaçãodoprofessor,façaaleituraoraldopoema;

• Relacioneopoemacomotextoexpositivo(...):

• Observe:

“ó mar salgado, quanto do teu sal

ó mar, quanto do teu sal (...)”.

Para a segunda atividade proposta, peça-lhes que lembrem o texto expositivo de História, já estu-dado por eles em ocasiões anteriores, que descreve as navegações portuguesas que resultaram na che-gada ao Brasil. Confira as respostas para ver se atendem às sugeridas:

O poema se refere à expansão marítima portuguesa nos séculos XV e XVI.•

A correta é a alternativa • a. Ela se refere às respostas I e II, que aproximam as ideias de mar e sal.

a) O comentário é correto, pois o poema se refere à vontade divina expressa nos dois últimos versos: somente os que enfrentaram os perigos do mar podem chegar ao céu.

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b) As dores a que se refere o poema são as de mães que choraram, de filhos que rezaram em vão, de moças que ficaram sem casar com aqueles que partiram para o alto-mar e não regressaram.

c) A pergunta “Valeu a pena?” refere-se, por um lado, às navegações portuguesas e à expansão do império português na América, África e Ásia. Por outro lado, pode referir-se à necessidade pes-soal de enfrentar desafios para crescer.

d) “Mar” é uma expressão carregada de diferentes sentidos simbólicos. Pode também simbolizar qualquer desafio humano, sobretudo aqueles trazidos pelo perigo da dor e da morte, sejam eles os que indicam o período final da existência humana, sejam eles os que indicam a “morte” de situações que se extinguem, como, por exemplo, um caso de amor. Mas, no poema, especifica-mente, o mar representa a verdadeira herança de Portugal: vencê-lo significa que a obstinação de seu povo é o caminho para vencer as dificuldades da vida. E ninguém chega mais perto de Deus do que aqueles que passam por grandes desafios sem esmorecer.

Discussão oral

Discuta os sentidos igualmente simbólicos que a palavra alma pode assumir, especialmente nos campos filosóficos, espirituais e poéticos. Compare a expressão “alma pequena”, indicadora de pouca generosidade, com “grande alma”, que indica pessoa generosa, corajosa e sincera.

Produção escrita MODIFICADA

Para finalizar esta Situação, peça aos alunos que escrevam um pequeno texto que sintetize o que aprenderam sobre a língua portuguesa ao longo dessas primeiras Situações de Aprendizagem.

Peça que utilizem, para escrevê-lo, as orientações da seção “Você aprendeu?”, que está ao final da Situação de Aprendizagem 1, adaptando-as para o tema agora proposto, a importância da língua portuguesa na vida de cada um.

Você também deverá proceder de acordo com as instruções dessa atividade, acompanhando o trabalho das duplas. Ao final, recolha os textos para fazer suas observações. Devolva-os aos alunos e peça que guardem para futuras comparações com outros textos que produzirem.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 2

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 2

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 EXPOSIçãO DE FOTOJORNALISMO

“O SABOR DA LíNGuA PORTuGuESA”

Nesta Situação de Aprendizagem será privilegiado o estudo do gênero notícia jornalística, reto-mando e ampliando o proposto anteriormente sobre interações discursivas em diferentes gêneros midiáticos.

Leitura e análise de texto

Flashes da História

Inicialmente, questione os alunos sobre o conhecimento que já possuem sobre o gênero notícia. Lembre que estudaram o gênero recentemente e que neste momento aprofundarão o assunto:

• refletindosobreasituaçãodecomunicaçãoquedáorigemaogênero;

• analisandoaspartesquecompõemaestruturahabitualdasnotícias.

Retome brevemente a discussão sobre os portadores habituais das notícias, isto é, os espaços em que costumam circular: jornais impressos, televisivos, de rádio e virtuais.

Em seguida, questione-os sobre a situação de comunicação em que o gênero é produzido. De um lado, está um público leitor ansioso por novidades que permitam o acompanhamento do cotidiano do lugar onde vive e dos espaços mais amplos e distantes, como o país e o mundo; de outro, estão empresas jornalísticas locais e mundiais que produzem as notícias visando a esse público. Lembre-os de que há agências internacionais que produzem notícias que são traduzidas em diferentes idiomas e circulam, de forma quase idêntica, nos diferentes jornais. Ressalte a brevidade da existência das notícias: elas só interessam enquanto o fato que trazem é novidade. Por isso, logo são substituídas por outras, já que as antigas deixam de cumprir sua função: atrair o público com a publicação de novidades.

Retome a escrita da notícia: precisa ser clara, objetiva, coerente com os fatos que veicula. Diga que há repórteres que buscam as notícias e as escrevem, dando a elas uma primeira forma, mas que nos jornais há editores que as revisam e adaptam a linguagem ao estilo do jornal escrito ou falado em que serão publicadas.

Passe para as questões que antecedem a notícia, explorando as palavras que compõem o título para favorecer a antecipação de conteúdos que ele suscita. Conhecem a palavra flash, que vem do inglês? O que ela quer dizer? Espere que respondam e, se não conseguirem, dê os possíveis significados e peça

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 2

que escolham o mais provável: relâmpago; brilho; instante, momento; inspiração; notícia prévia e resu-mida; esguicho; flash (fotografia).

Em seguida, peça que diferentes alunos leiam o texto, cada um assumindo um parágrafo. Ao final do primeiro parágrafo, verifique com a turma se há confirmação das hipóteses levantadas, associando a palavra flash à palavra fotografia e à expressão exposição fotográfica. Explore o conteúdo dos dois primeiros parágrafos que constituem o lide desta notícia, trazendo o fato noticiado, onde e quando acontecerá. Ao longo da leitura, indague se os parágrafos retomam o lide e o explicam e se a lingua-gem é clara e objetiva.

Aprendendo a aprender

Ao final, peça que, em duplas, leiam a seção e respondam à questão 3. Não deverão encontrar dificuldades, já que o texto foi explorado durante a leitura. No entanto, seu acompanhamento do trabalho das duplas é fundamental. Verifique se atingiram o esperado:

a) O termo flash tanto faz referência à fotografia – muitas vezes tirada com o recurso do flash – como, em sentido figurado, a episódios da história do esporte registrados em flagrante.

b) Pelé e Michael Jordan, considerados por muitos como os melhores atletas de todos os tempos em suas modalidades: um, brasileiro, outro, estado-unidense.

c) Introduz a proposta da exposição anunciada.

d) Uma mostra ocorre na Galeria Olido a partir do dia dez. Não se menciona o mês, o que nos faz pensar que ela deve acontecer no momento em que o texto circulou em sociedade, tempo verificável pela referência ao final do texto.

e) Fornece uma descrição do evento.

o uso do Presente do Indicativo

Depois de revista a atividade 3, peça que, ainda em duplas, retornem ao texto da notícia e subli-nhem os verbos que nela aparecem. Peça que identifiquem o tempo e o modo mais frequentes. Na sequência, oriente-os para a realização da atividade sobre verbos desta primeira Situação de Aprendi-zagem. Demonstre que a atividade não sugere uma memorização do tempo presente, mas que explica como seu uso na notícia pode aproximar o leitor do fato noticiado e que, além disso, indica usos pos-síveis do tempo verbal em outras circunstâncias. Faça a verificação dos acertos:

1. Alternativa d.

2. Alternativa a.

3. Sequência b, a, c.

Para finalizar, verifique, levantando questões, se compreenderam as características do gênero notícia, incluindo o uso dos verbos no Modo Indicativo.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 2

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 3 QuANDO AS PALAVRAS RESOLVEM FAzER ARTE!

Nesta Situação de Aprendizagem será privilegiado o estudo do gênero crônica, retomando e ampliando o que os alunos conhecem sobre gêneros literários narrativos. Você pode, se considerar per-tinente, aprofundar conhecimentos sobre o gênero em estudo recorrendo ao Caderno do Professor.

Lição de casa MODIFICADA

A literatura e a sociedade

Comece o trabalho com uma discussão em classe sobre o conceito de literatura. Verifique se já leram crônicas, poemas, contos, romances ou narrativas especialmente escritas para o público juvenil. Pergunte se encontram diferenças entre esses gêneros e a notícia que acabaram de ler e analisar. Se não souberem, indique as diferenças principais entre dois grupos maiores de gêneros: os literários e os não literários. Explique que os primeiros são produtos da ficção, enquanto os segundos se atêm a fatos reais; que os primeiros são objetos de um fazer artístico, isto é, seus autores usam arte e subjetividade para construir suas obras, que não são obrigatoriamente claras; os segundos são objetivos e devem ser claros o suficiente para serem entendidos com rapidez.

Complete essa explicação inicial propondo que reflitam sobre algum gênero literário que leram: a leitura provocou a imaginação? Despertou sentimentos? Trouxe prazer? Provocou desconforto? Lite-ratura e arte são sinônimos de beleza?

Em seguida, passe à leitura do texto. Desta vez, peça a colaboração da classe para a leitura pará-grafo a parágrafo, mas, ao final de cada um deles, explique o que quer dizer e pergunte se seu con-teúdo ficou claro para todos.

Leitura e análise de texto

o padeiro

Em duplas, peça que leiam a crônica O padeiro, de Rubem Braga. Depois da leitura, verifique se responderam afirmativamente se a crônica é uma obra literária. Confirme a resposta afirmativa, dizendo que o gênero se caracteriza por representar um olhar diferenciado do autor, em que se reve-lam reflexões críticas e poéticas sobre aspectos do comportamento humano. Na sequência, oriente-os para responder à pergunta sobre textos narrativos que segue a crônica. Explique que os elementos encontrados na crônica (personagens, tempo, espaço, conflito, resolução) são comuns a todos os gêne-ros narrativos literários e que, portanto, serão encontrados em contos, romances, cordéis. Depois, verifique as respostas à questão 2:

2. Personagens: narrador e padeiro; acontecimento: lembrança do diálogo entre o narrador e o padeiro, a partir da expressão em que a personagem diz que não é ninguém, e sim o padeiro; lugar: casa do narrador; tempo: tempo atual, em que o narrador rememora o passado; reflexão sobre o comportamento humano: o valor da humildade no exercício profissional.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 2

Aprendendo a aprender

Destaque o caráter ficcional dos gêneros literários.

Atividades

Retome as atividades de 3 a 8, solicitando que as façam em pequenos grupos. Oriente-os para que, antes de respondê-las por escrito, discutam as respostas prováveis e compartilhem com a classe. A cada resposta trazida pelos grupos formule uma resposta correta, que será anotada por todos. Veri-fique as respostas:

3. Pessoal, mas deve conter ideias objetivas e adequadas sobre o conceito de literatura.

4. O narrador parece ser uma pessoa mais velha que relembra o passado enquanto toma um café.

5. Falas em que o autor usa o verbo no passado “era”, “estariam” ou expressões como “naquele tempo”.

6. Rubem Braga, como cronista exemplar, apresenta a vida do narrador a partir da rotina (esses são, em geral, os temas das crônicas) que é quebrada por um fato singular. A partir do fato, o cronista faz uma reflexão sobre a existência humana.

7. Alternativa e.

8. Levando em conta que a crônica é um texto literário, comente com seus alunos que ela se carac-teriza por representar um olhar diferenciado do autor, em que se revelam reflexões críticas e até poéticas sobre aspectos do comportamento humano em situações corriqueiras do dia a dia. As mais diversas realidades, subjetivas e sociais, são apresentadas ao leitor pelo filtro da sensibili-dade e da arte.

Lição de casa MODIFICADA

Em seguida, peça que resolvam, individualmente, a seção “Lição de casa” como atividade de classe. Apresente as respostas corretas ao final:

1. A crônica é sempre um relato literário do tempo atual. Como esses relatos são registros do modo de viver de uma época, podemos ligar o gênero à marcação do tempo.

2. Uma das características definidoras da crônica é seu caráter atual: fatos atuais são apresentados ao leitor com linguagem literária, representando um olhar diferenciado e artístico do autor sobre o comportamento humano da época em que vive.

3. Não é importante saber se os fatos narrados na crônica são reais, uma vez que ela é um gênero lite-rário, revelador de aspectos universais, ou seja, sempre presentes, da humanidade e da sociedade.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 2

Você aprendeu?

Para finalizar, solicite que leiam a seção “Você aprendeu?” desta Situação de Aprendizagem e que, em duplas, escrevam uma crônica.

Na escrita em dupla é importante que os dois discutam, mas que apenas um redija o texto. Chame atenção para este fato, para a necessidade de planejamento anterior à escrita (respeitando as características da crônica) e de revisão posterior. As revisões serão feitas pelos colegas e por você, de acordo com as características do gênero já estudadas. Explique que este é um procedimento comum nas produções escritas que serão publicadas: elas passam por várias revisões e acertos antes de serem divulgadas.

Depois de finalizados os textos, peça que comparem com a escrita produzida anteriormente para verificar progressos e atitudes de escrita que ainda precisam ser aperfeiçoadas.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 4 uM, DOIS, TRêS... AçãO!

Nesta Situação de Aprendizagem será privilegiado o estudo do gênero narrativo fábula, reto-mando e ampliando o que os alunos já aprenderam sobre gêneros literários narrativos na Situação de Aprendizagem anterior.

A fábula

Antes de ler, discuta oralmente as finalidades da leitura de gêneros narrativos. Compare essas finalidades com as de alguns gêneros não narrativos, como um fôlder, um comunicado da direção da escola, uma reportagem televisiva. Depois, foque a discussão no gênero fábula, questionando a classe: alguém já leu uma narrativa do gênero fábula? Qual foi? Que diferenças pode haver entre uma fábula e uma crônica?

Leitura e análise de texto

A toupeira

Após a discussão, como a fábula é um texto narrativo breve, peça que um dos alunos se disponha a lê-lo. Ao final, retome com a classe as características da fábula: explique que esse gênero tem mais de mil anos e que as fábulas são narrativas que se propõem a aconselhar, ensinar algo ou levar os leitores a criticar um fato. Isso é feito por meio da apresentação de uma cena que sirva de exemplo, o que se evidencia na moral que encerra os textos do gênero. Diga que dois dos principais fabulistas foram

Professor: se considerar que há tempo, peça que leiam, também individualmente, a crônica Futebol, quantas alegrias me trouxe, de urda Alice Klueger.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 2

Esopo, que viveu na Grécia Antiga, e La Fontaine, um francês que viveu no século XVII, que recriou as fábulas de Esopo e criou outras.

Para completar essa explicação, discuta a moral da fábula que leram: o que ela quer dizer? Deixe que apresentem diferentes significados possíveis. Depois, peça que apliquem a moral a um aconteci-mento político ou social recente.

Na sequência, devem realizar as atividades 1, 2, 3 e 4. Verifique a adequação das respostas.

1. É importante que o leitor saiba que as toupeiras são conhecidas por enxergarem mal. São animais que vivem em tocas subterrâneas. Também é preciso saber que o incenso exala um aroma forte.

2. O erro da filha toupeira consistiu em, além de não enxergar, não ter sentido o aroma do incenso.

3. A moral relaciona a jovem toupeira aos impostores que tentam enganar os outros. No caso, a filha impostora é desmascarada por não ter sentido o aroma do incenso. Muitos impostores agem da mesma forma: tentam enganar, mas esquecem um detalhe que os desmascara.

4. a) Fábula.

b) Crônica.

c) Crônica.

d) Fábula.

Produção escrita

Para finalizar o estudo da fábula, peça que, individualmente, escrevam uma fábula curta sobre um acontecimento político ou social recente. Recolha as escritas e faça observações. Ao devolvê-las peça que reescrevam de acordo com o que você orientou.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 3

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 3

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 uMA CONVERSA CONTROLADA COM O OuTRO

Nesta Situação de Aprendizagem, os gêneros quadrinhos e entrevista serão privilegiados. As características do gênero entrevista serão mais aprofundadas, já que esse gênero decorre de uma inte-ração discursiva singular, presente em todos os veículos da imprensa escrita, televisiva e virtual.

Para começo de conversa

Considere com seus alunos as diferentes atitudes que as pessoas tomam para interpretar o pensa-mento do outro quando estão próximos e quando estão distantes. Exemplifique situações: você usa as mesmas estratégias para saber o que seu interlocutor pensa em situações diferentes, como um diálogo presencial e uma conversa nos sites de bate-papo? Por quê?

Leitura e análise de texto

Peça que realizem as atividades sobre os quadrinhos de Adão Iturrusgarai. Ao revê-las, verifique se as respostas dadas se aproximam das listadas a seguir.

2. a) A capacidade de previsão.

b) Para pedir perdão por um determinado comportamento. Há outras possibilidades de resposta; aceite-as se forem coerentes.

c) A personagem considera a penitência pior do que esperava.

d) Por meio do rabisco próximo da cabeça e dos braços e cabeça pendentes, sugerindo desânimo.

Discussão oral

Durante a conversa, interfira sempre que for necessário para associar os gêneros às situações em que são produzidos, indagando sobre os interlocutores que participariam de cada situação e os moti-vos que os levariam a interagir. Ao final dessa primeira discussão, pergunte se já viram uma entre-vista na TV, ouviram no rádio ou leram algum texto desse gênero. Explore o que conhecem sobre o gênero, apoiados em experiências próprias.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 3

Leitura e análise de texto

Lygia Fagundes telles tira gato da sacola

Prossiga com as atividades, fornecendo respostas, caso seja necessário, para as questões iniciais de “Leitura e análise de texto”. Se possível, indique em um mapa impresso ou na internet onde fica Frankfurt e explique que é uma cidade alemã e que a Alemanha fica na Europa. Sobre Lygia, basta dizer neste momento que é uma importante escritora brasileira.

Peça que respondam às questões a seguir em duplas. Depois, revise as respostas.

3. a) O trecho que menciona que a autora fala de Frankfurt sugere uma possível entrevista. Há pos-sibilidade de outras respostas, tais como anúncio de uma palestra, uma resenha ou mesmo uma reportagem.

b) Sobre a escritora brasileira Lygia Fagundes Telles e a primeira obra infantil que está escre-vendo, e que tem um gato como protagonista.

c) Como se trata de uma escritora de literatura, as expectativas são de que seja publicada na seção Literatura dos jornais ou revistas.

d) Provavelmente o veículo de comunicação o enviou a Frankfurt para fazer a cobertura de algum evento literário.

Professor: se achar conveniente e se sua escola dispuser de laboratório de informática, você pode propor aos alunos que pesquisem na internet para saber mais sobre a escritora Lygia Fagundes Telles.

Leitura e análise de texto

eu, o gato

Em seguida, leia você, em voz alta e com modulação adequada, a continuação da entrevista. Cer-tifique-se de que os alunos compreenderam o trecho da entrevista e peça que respondam às questões a e b que o seguem. Revise as respostas.

a) A relação se estabelece claramente entre o subtítulo que menciona a primeira obra infantil da autora e a menção a essa mesma obra no segundo parágrafo.

b) Ela gostou do desenho de um gato em uma sacola de farmácia e quis transformá-lo em personagem.

Depois, pergunte: o que foi lido está de acordo com o que era previsto?

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 3

Discussão oral

Reflita com os alunos sobre a situação que provocou a escrita da história infantil e questione: e eles, como encontram ideias para escrever? Há semelhanças entre o processo de Lygia e o deles?

Leitura e análise de texto

Parte 3 da entrevista

Continue com a leitura. Desta vez, peça a um aluno que leia as falas do jornalista e que uma aluna leia as falas da autora. Ao final desse segundo trecho, assegure-se de que todos tenham enten-dido a dinâmica da interação da entrevista e peça que resolvam a questão 2. Depois verifique se as respostas estão corretas.

2. I – c; II – a; III – e; IV – d; V – b; VI – g; VII – f.

Discussão oral

Depois da revisão da atividade, pergunte: quais as finalidades de uma entrevista?

Uma entrevista tem por finalidade expor a opinião de alguém acerca de um determinado assunto, seja ele sua vida pessoal, profissional, questões poéticas etc., trazendo a voz do entrevistado, aproximando-o do leitor.

Aprendendo a aprender

Peça que leiam, em dupla, as características do gênero e encontrem na entrevista lida exemplos de cada uma delas. Acompanhe esta parte da atividade e interfira sempre que necessário.

estudo da língua

Na sequência, passe para o estudo do verbo, propondo que façam a atividade 2. Verifique se a resposta está correta.

2. Alternativa d.

Aprendendo a aprender

Continue com o estudo de verbo, lendo a seção com eles e explicando seu conteúdo. Depois, peça que façam a atividade 3. Confira a resposta correta.

3. Chamará.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 3

A conjugação verbal

Para completar o estudo de verbo, peça que preencham o quadro no Caderno do Aluno. Faça a corre-ção. Se achar necessário, consulte o Caderno do Professor. Destaque as semelhanças sonoras entre amaram e amarão e ressalte que a diferença temporal, na escrita, é marcada por jeitos diferentes de escrever.

Peça que realizem a questão 2, cuja resposta é pessoal. Mas siga as orientações do Caderno do Professor para a correção da atividade.

Finalmente, complete o estudo de verbo com a realização da atividade 3. Faça a revisão do que responderem.

3. I – Conversará (Futuro Simples do Indicativo). Indica uma certeza de que algo ocorrerá no futuro.

II – Conversaria (Futuro do Pretérito do Indicativo) indica um acontecimento não realizado no futuro, embora desejado.

III – Conversar (Futuro do Subjuntivo) indica um desejo de que a conversa se realize.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 2 LITERATuRA E O VOO DAS PALAVRAS

Nesta Situação de Aprendizagem, a leitura de imagem associada ao conto de Lygia Fagundes Telles, História de passarinho, será privilegiada. A leitura de um belo conto, com todos os elementos da boa lite-ratura, certamente contribuirá para que os alunos constituam mais firmemente o conceito de literatura.

A imagem e o texto

Discussão oralInicie as atividades desta Situação de Aprendizagem pela “Discussão oral”. Estimule as res-

postas. Conclua dizendo que há diferentes museus e que alguns deles abrigam telas de pintores famo-sos. um dos pintores mais famosos é o belga René Magritte, nascido em 1898 e falecido em 1967. Sua obra caracteriza-se por apresentar objetos reais, mas em situações impossíveis, criando efeitos surreais e irônicos.

A seguir, peça que examinem a reprodução do quadro O terapeuta, dando informações sobre Magritte. Se achar conveniente, sugira que busquem na internet outras reproduções de suas pinturas e mais informações sobre sua obra. Explique o sentido da palavra terapeuta: alguém que cuida da saúde emocional de outros. Prossiga solicitando que respondam em dupla às questões sobre a ima-gem. Ao receber as respostas, verifique se estão corretas.

1. a) Dois pássaros, um dentro da gaiola, outro fora. A gaiola está aberta. Os pássaros parecem estar ali por vontade própria. Eis uma das situações em que aparece a ironia do artista: se as portas estão abertas, por que os prisioneiros não voam?

b) Como uma gaiola-corpo. Essa imagem acentua as intenções questionadoras do artista. Pode o homem ser uma gaiola que aprisiona e liberta, ao mesmo tempo?

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 3

c) O homem sentado parece nos olhar, como que esperando alguém. Uma bolsa e um cajado sugerem uma possível caminhada, uma viagem. Embora sem rosto, o interior do homem está aberto, visível. O que o artista quer dizer com isso?

d) Possível interpretação, considerando-se o título da obra, O terapeuta. O terapeuta pode ser alguém que, ao fazer longas caminhadas pelo mundo, reuniu experiências suficientes sobre a humanidade e agora consegue abrir-se aos homens sem temor. É possível interpretar os pássaros como símbolos de sonhos, ideais, sentimentos. Nesse caso, o terapeuta teria aberto seus sonhos e sentimentos para o mundo?

e) A resposta a esta questão é pessoal, mas o aluno pode considerar que, abrindo-se, o terapeuta conseguirá aproximar-se de seus semelhantes. Estará aí a chave para a compreensão do título e da própria humanidade?

Leitura e análise de texto

História de passarinho

Antes de passar para a leitura do conto, pergunte: a reprodução que analisaram pode estar ligada a um conto cujo título é História de passarinho? Por quê? Associe essas perguntas às que abrem a seção “Leitura e análise de texto”.

Depois, de posse da versão que existe no Caderno do Professor, leia o conto para a classe. Ques-tione os alunos para saber suas impressões sobre História de passarinho. Pergunte se suas expectativas sobre a ligação entre imagem e conto se confirmaram.

Em seguida, mostre aos estudantes que, no Caderno do Aluno, algumas palavras foram retiradas do conto. Há três possibilidades para preencher cada um dos espaços vazios. Peça que, em duplas, completem esses espaços adequadamente. Depois que terminarem, confira.

2. (1) Enlouqueceu. (2) Levantando. (3) Perguntaram. (4) Caçoava. (5) Introduzia. (6) Peguei. (7) Mascava. (8) Estava. (9) Cresceu. (10) Queixava-se. (11) Costumava. (12) Pudesse. (13) Deixa-vam. (14) Punha-se. (15) Quis. (16) Fosse. (17) Gostava. (18) Esqueceu. (19) Sentou-se. (20) Tinha.

A história, o passarinho e o teatro

Peça que respondam às questões de 1 a 6. Ao final, confira se as respostas dadas estão corretas e comente cada uma delas.

1. Resposta pessoal, mas há, no Caderno do Professor, um resumo do conto.

2. O conto aborda os sentimentos de solidão e falta de liberdade do homem em relação a sua família.

3. Destaque as diversas formas de estar preso e os diferentes desejos de liberdade. Comente que passari-nho e homem se assemelhavam no sentimento de estarem aprisionados e no desejo de serem livres.

6. Resposta pessoal. Analise a argumentação apresentada e verifique se ela é consistente e baseada no conto lido.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 4

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 4

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 3 O CORDEL COM A CORDA TODA

Nesta Situação será privilegiado o gênero cordel. No desenvolvimento das atividades haverá, tam-bém, uma breve análise do gênero letra de canção.

Leitura e análise de texto

o sertanejo e asa-branca

Discussão oral

Comece a atividade propondo que façam a discussão inicial. Em seguida, faça a audição de Asa branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, pedindo que acompanhem a letra no Caderno do Aluno.

Ao final, questione-os sobre a estrutura da letra da música: ela se assemelha a um poema? Em que se assemelha? Espere que respondam. Provavelmente dirão que ambos têm versos e rimas. Se não sur-gir na conversa com a classe, pergunte se sabem o que é estrofe e qual a diferença entre verso e estrofe. Explique que as estrofes são conjuntos de versos, e que versos são cada uma das linhas da canção ou do poema. Diga que um verso pode ser medido pelo número de sílabas que contém.

A seguir, peça que respondam às questões da atividade 3, sobre Asa branca, de a até d. Quando terminarem, confira as respostas.

3. a) Cinco estrofes de quatro versos cada.

b) A migração dos sertanejos para outros lugares por causa da seca do sertão nordestino.

c) A canção denuncia as dificuldades que os sertanejos encontram por causa da falta de políticas mais amplas de combate aos efeitos da seca. Observe que, quando chove, o sertão é bastante produtivo, e que não se trata apenas de uma questão climática: outras regiões do mundo, como Israel, têm condições geográficas semelhantes, mas empregam tecnologias eficientes para o abas-tecimento de água, tanto para as pessoas como para as plantações.

d) O sofrimento do nordestino com a seca, que destrói plantações e mata o gado, obrigando o lavrador do sertão a emigrar para outras regiões a fim de encontrar trabalho.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 4

Discussão oral

Comece perguntando se já ouviram falar de literatura de cordel. Provavelmente haverá na classe alunos que já tiveram contato com esse gênero. Aproveite e construa com a classe um conceito sobre o gênero. Questione-os sobre a forma de impresso em que esse gênero circula. Depois, explique que esse gênero tem origem antiga, nas canções medievais europeias que foram trazidas para o Brasil pelos colonizadores.

Em seguida, peça que respondam às questões sobre cangaço e cangaceiros. Depois das respostas, confirme as que explicam o cangaço como o nome que se dá a uma forma de banditismo nômade que existiu no Nordeste entre o final do século XIX e meados do século XX. Informe, completando os conhecimentos da classe sobre o assunto, que, na época, quem controlava a política e a economia eram os coronéis, grandes proprietários de terra. A maioria da população vivia em extrema miséria. Os cangaceiros se insurgiam contra a situação, agindo de forma violenta, roubando e matando tanto os poderosos como as pessoas comuns que não os apoiavam ou que eram seus desafetos. Além de grupos que atuavam independentemente, houve grupos que prestavam serviços aos coronéis. O mais famoso dos cangaceiros foi Lampião, morto durante o governo de Getúlio Vargas, em 1938.

Leitura e análise de texto

Antonio Silvino, o rei dos cangaceiros

Prossiga os estudos pedindo aos alunos que leiam, em duplas ou trios, o trecho do cordel Antonio Silvino, o rei dos cangaceiros, do famoso cordelista Leandro Gomes de Barros, procurando relacioná-lo com a letra de Asa branca.

Ao término da leitura, peça que, em pequenos grupos, respondam às questões. Depois, confira as respostas.

1. O cangaceiro que se vangloria de sua posição perante a sociedade e as autoridades locais.

2. A resposta é pessoal, porém os alunos devem considerar, na escrita do bilhete, a posição e os costumes dos cangaceiros.

3. Na resposta oral à primeira questão, verifique se incorporaram as informações que você trouxe para a classe. Para a segunda, observe se encontram no trecho lido o tema comum da literatura de cordel, as vivências cotidianas e os costumes da população do sertão. Complete as informações que construíram sobre o gênero informando que o cordel se estrutura em estrofes com seis versos, as sextilhas.

4. Ao final, construa com a classe um conceito do gênero cordel após ouvir as respostas dos grupos e ampliá-las com suas explicações. Não deixe de comentar que o cordel, por suas tradições históricas, mistura cultura erudita e cultura popular e que a produção artística é sempre aberta ao diálogo, não havendo produções culturais melhores ou piores.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 4

Se considerar que ainda dispõe de tempo, proponha as atividades sobre a divisão silábica dos versos de cordel. Nesse caso, encontrará as respostas no Caderno do Professor.

o pronome e o discurso

Para esta parte do estudo, inicie perguntando aos alunos se o texto O rei do cangaço apresenta uma ideia de humildade ou de altivez. Peça que encontrem indícios que comprovem a resposta na primeira estrofe. É muito provável que os alunos não tenham dificuldade em identificar o tom de altivez presente no texto. Depois, peça que identifiquem a pessoa dominante no texto (1a, 2a ou 3a).

Recapitule o conceito de pronome. O conceito, para esta atividade, é que o pronome é a palavra que substitui ou acompanha um substantivo, indicando a pessoa do discurso – 1a, 2a ou 3a, singular ou plural.

Discussão oral

Em seguida, peça que, em pequenos grupos, façam a discussão oral. Acompanhe a discussão e, ao final, para a questão a, explique que há ocasiões em que é adequado usar a primeira forma, mais coloquial, e que em ocasiões mais formais é preciso usar a segunda. Para a questão b, confira as res-postas, confirmando que domina a primeira pessoa do singular: “E como de fato eu sou”, levando o eu lírico a assumir o adjetivo grande para si mesmo, e a listar, na sequência, as causas de se considerar grande.

Peça que, em duplas, façam as atividades seguintes. Depois, confira as respostas.

1. E como de fato você é

Nunca governo venceu-o

Nunca civil lhe ganhou

Atrás de sua existência

Não foi um só que cansou

2. Espera-se que o tom do texto seja menos arrogante do que o original.

3. Resposta pessoal. É importante destacar que, se não fosse o próprio cangaceiro a falar, o texto não apresentaria o tom altivo, uma característica importante do cangaceiro nordestino.

4. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reconheça os temas populares, a forma em versos e a veicu-lação típica do cordel, em cadernos ilustrados com imagens de xilogravura.

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Língua Portuguesa – 1º- termo Volume 4

Para completar o estudo sobre o gênero cordel, peça que leiam, sem fazer as atividades, A seca do Ceará, de Leandro Gomes de Barros, mesmo autor de O rei do cangaço. Oriente-os para observar a crítica social e política que o texto contém.

Lição de casa MODIFICADA

Antes de pedir que façam a atividade, explique o significado da palavra ambiguidade, dizendo que ela se refere a tudo que pode ter mais de um sentido. Depois, oriente-os dizendo que a ambigui-dade pode ser solucionada se forem acrescentados outros elementos às frases.

Exemplos de resposta:

a) Marta participou da reunião empresarial com sua superior Irene, na qual a chefe voltou a pedir o livro de contabilidade.

b) Amilton não contou à namorada o paradeiro do gato dela.

c) Os alunos do grêmio estudantil entregaram ao diretor a resposta às dúvidas que ele havia levantado no dia anterior.

Produção escrita – o poema de cordel

Finalizando os estudos sobre cordel, peça aos alunos que realizem a atividade de produção escrita de um cordel, em dupla. Depois que recolher os textos, revise-os, acrescentando observações que possam melhorá-los. Se achar conveniente, você pode combinar com os alunos uma exposição com os textos produzidos, como comemoração do final do termo. Você pode indicar o site <http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=3144>, para que os alunos assistam a uma animação baseada em cordel.

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Língua Portuguesa – 1º- termo

quADRo-ReSuMo DAS SItuAçõeS De APRenDIZAGeM eAtIVIDADeS SuGeRIDAS

Volume Situação de Aprendizagem Atividades

1

1. Comunicação: palavras no mural

Para começo de conversaDiscussão oralAudição da cançãoDiscussão oralLeitura e análise de textoAprendendo a aprenderDiscussão oralA notícia informativa circula por aí afora...Discussão oral

2. Lusofonia – sim, nós falamos português! Você aprendeu?

3. Você está na mídia?

SondagemLeitura e análise de textoLição de casa (modificada)Recapitulação gramatical: sujeito e concordância

4. A história da língua portuguesa

Discussão oralLeitura e análise de texto – Mar portuguêsDiscussão oralProdução escrita (modificada)

2

1. Exposição de fotojornalismo “O sabor da língua portuguesa”

Leitura e análise de texto – Flashes da HistóriaAprendendo a aprenderO uso do Presente do Indicativo

3. Quando as palavras resolvem fazer arte!

Lição de casa (modificada)A literatura e a sociedadeLeitura e análise de texto – O padeiroAprendendo a aprenderAtividadesLição de casa (modificada)Você aprendeu?

4. um, dois, três... ação!A fábulaLeitura e análise de texto – A toupeiraProdução escrita

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Língua Portuguesa – 1º- termo

3

1. Uma conversa controlada com o outro

Para começo de conversaLeitura e análise de textoDiscussão oralLeitura e análise de texto –Lygia Fagundes Telles tira gato da sacolaLeitura e análise de textoEu, o gatoDiscussão oralLeitura e análise de textoParte 3 da entrevistaDiscussão oralAprendendo a aprenderEstudo de línguaAprendendo a aprenderA conjugação verbal

2. Literatura e o voo das palavras

A imagem e o textoDiscussão oralLeitura e análise de texto – História de passarinhoA história, o passarinho e o teatro

4 3. O cordel com a corda toda

Leitura e análise de textoO sertanejo e asa-brancaDiscussão oralDiscussão oralLeitura e análise de texto – Antonio Silvino, o rei dos cangaceirosO pronome e o discursoDiscussão oralLição de casa (modificada)Produção escrita – O poema de cordel

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 1

2o teRMo Para o 2o termo, foram privilegiadas Situações de Aprendizagem que retomam conteú-dos que devem ser apreendidos progressivamente em Língua Portuguesa, divididos em três grupos.

• Gêneros textuais: comédia de costumes, artigo de opinião, conto fantástico, poema, carta, crônica.

• Funcionamento da língua: interação discursiva, comunicação, literatura e sociedade, relações entre linguagem verbal e não verbal. Aspectos formais do uso da língua: uso de conectores, regência e concordância, metáfora e metonímia, dêiticos e advérbios. Lexicografia: uso do dicionário e constituição de sentido no texto.

• Compreensão e discussão oral: análise de textos em discussões orais e questões escritas. Concatenação de ideias. Intencionalidade comunicativa. Discussão de pontos de vista em textos opinativos.

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 1

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 RINDO SE CRITICAM OS COSTuMES!

Para começo de conversa

O objetivo desta atividade é despertar a sensibilidade dos alunos para a crítica social presente na arte, por meio da análise de ambiguidades presentes na letra de uma canção e em um trecho de uma peça teatral do gênero comédia de costumes.

Você sabe o que é caviar?

Solicite aos alunos que respondam à questão 1.

1. Assegure-se de que os alunos acertaram a resposta: alternativa c.

Ouça com os alunos a canção Caviar, chamando atenção para o nome dos autores.

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 1

Aprendendo a aprender

Oriente os alunos para refletirem sobre a relação entre os elementos da canção. Verifique se eles acertaram a questão 2.

2. a) A letra da canção associa o caviar às desigualdades econômicas e sociais.

b) Por exemplo, “caviar é comida de rico”, entre outras possibilidades.

Em seguida, acompanhe a questão 3, uma discussão oral, e veja se as afirmações dos alunos se assemelham às seguintes respostas.

Em todos os gêneros da literatura, na imprensa falada e escrita e nas demais formas de comunicação.•

A sociedade é composta de indivíduos diferentes. Alguns perceberão a crítica, outros não. Alguns •concordarão com os autores, outros discordarão da crítica feita.

Há gêneros discursivos que provocam o riso justamente por fazerem crítica aos costumes: comédias, •charges, paródias, por exemplo. Veja se os alunos conhecem exemplos desses gêneros.

Leitura e análise de texto

um juiz de paz na roça

Passe para as atividades de “Leitura e análise de texto”, um trecho da comédia de costumes (um gênero teatral voltado para a crítica social) de Martins Pena. Este texto mostra um juiz analisando um caso de pessoas simples que moram na roça, no século XIX.

Inicie este segundo grupo de atividades pela discussão oral, observando se os alunos com-preendem a função que os juízes exercem nos tribunais: decidir sobre conflitos legais em que os cidadãos se envolvem. Espera-se que os alunos mencionem que o juiz deve ter ética, senso de jus-tiça, honestidade etc.

Aprendendo a aprender

Aproveite para refletir sobre o título do texto: na época em que foi escrito, juiz de paz era um agente conciliador do governo, isto é, tentava solucionar conflitos legais. Atualmente, juiz de paz não é legislador do governo, deve ser eleito pelo povo e sua função principal é realizar casamentos.

Para a questão 4, considere que, nos dias de hoje, a população brasileira é predominantemente urbana e que talvez seja necessário que leiam a seção “Aprendendo a aprender” para chegar à resposta esperada.

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 1

um juiz na roça: o ontem se fazendo presente

Peça aos estudantes que leiam o texto O juiz de paz da roça em duplas. Observe se percebem o humor e a ironia construídos pelo uso da ambiguidade. A seguir, faça você uma leitura do texto dando a entoação adequada para ressaltar esse recurso. Depois da leitura, explique que a comédia de costumes é escrita propositalmente para provocar o riso do público ao fazer crítica social, e que, neste caso, o autor consegue esse efeito por ter construído frases ambíguas. Explique que a ambiguidade produz duplo sentido, isto é, o espectador ou ouvinte ri porque há afirmações que conduzem à dupla interpretação: ao mesmo tempo entende-se um sentido e outro. Diga que esse recurso estilístico é comumente usado nas piadas e em outros gêneros cômicos.

Peça então que respondam às seguintes questões:

•Acondutadojuizrevela(...)

•Quepalavrasdificultaramasuacompreensão(...)

•Emduplaouemtrio,elaboremumpequenoresumodotextodeMartinsPena(...)

•O textodeMartinsPena foi escritono séculoXIX emantéma formade se expressar daépoca (...)

Depois, confira as respostas.

O juiz é autoritário e não está realmente interessado em promover a paz, fazer a conciliação dos •litigantes, quer se ver livre do assunto. Mostra que tem um certo desprezo por questões de gente humilde. Ao construir essa personagem, Martins Pena critica as diferenças sociais. Ao comentar as respostas, não se esqueça de associar essa crítica àquela feita na canção Caviar. O momento da correção desta questão também é adequado para discutir a ambiguidade do texto: os alunos com-preenderam como ela foi construída?

Resposta pessoal. Proponha que, com um colega, tentem descobrir seu significado pelo sentido geral •do texto. Caso não consigam, devem buscar no dicionário.

Como os alunos devem fazer neste momento uma primeira produção escrita, você pode auxiliá-los •a elaborar o resumo, levantando em conjunto com a classe as ideias principais do texto lido.

O juiz teve que julgar quem era o proprietário do filho da égua (o potro) que pertencia (a égua) à •mulher do senhor Francisco Antônio: se à dona da égua (a mulher do senhor Francisco) ou ao dono do cavalo que a emprenhou (José da Silva, o vizinho). A discussão sobre a quem pertence o potro quase faz que José da Silva vá para o exército servir como soldado (é isso que significa a expressão “mande-o agarrar para soldado”).

Discussão oral

Acompanhe a discussão, verificando se participam de forma respeitosa, usando palavras apro-priadas e esperando sua vez de falar. Espera-se que os alunos, além de ocorrências de seu contexto, mencionem, por exemplo, escândalos nacionais veiculados na mídia.

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 1

“Agarrar para soldado” significava enviar a pessoa para fazer serviço militar, servir no exército •como soldado.

estudando a ambiguidade

Retome a questão da ambiguidade como recurso estilístico para provocar humor e, neste caso, fazer crítica social. Peça que façam somente as atividades 1 e 2 tendo esse recurso em mente. Em seguida, confira se acertaram a resposta da atividade 1.

1. Pela ambiguidade presente em “filho da égua de minha mulher”, que pode referir-se ao animal e ser, ao mesmo tempo, um termo pejorativo dado àquela senhora.

A atividade 2 é uma proposta de leitura dramática. Para realizá-la, sugira que três alunos ocupem o lugar do escrivão, do juiz e de José da Silva e façam a leitura, conservando um tom que favoreça a percepção, pelos leitores, da ambiguidade da peça. Você pode repetir a leitura para permitir que mais alunos participem da dramatização.

estudando a coesão textual

O estudo da coesão será feito sobre o texto de Martins Pena, de forma contextualizada. Proponha que façam a atividade depois de explicar que estudos de coesão são úteis tanto para a compreensão da ligação entre partes do texto quando se lê como para a organização dos textos que se escreve.

Ao revisar, observe se os alunos acertaram, marcando a alternativa a. Aproveite para apontar os elementos coesivos que indicam adversidade, condição, tempo e lugar.

estudando o período simples e o composto

Em vez de propor que façam uma pesquisa, peça aos alunos que se reúnam em pequenos grupos e elaborem, recordando-se de estudos anteriores, definições para frase, oração e período. Durante a cor-reção, peça a participação da classe para elaborá-las coletiva e corretamente, sob sua orientação. Vocês devem chegar a elaborações semelhantes a estas:

Frase: unidade de texto que termina com um ponto, para indicar um pensamento completo (apro-•veite para recordar ponto final, de interrogação e de exclamação). Explique que as frases podem ser verbais (que fazem uso de verbos, por exemplo, “Chegou Xexéu!”) ou nominais (que não usam verbos, por exemplo, “Informações aqui!”).

Oração: parte da frase que se organiza ao redor de um verbo. •

Período: a frase organizada em orações constitui o período. Os períodos podem ser simples• (quando formado somente por uma oração) ou compostos (quando têm mais de uma oração). Dê alguns exemplos. Você pode assinalá-los no trecho do Caderno do Aluno que traz o cartaz do Xexéu.

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 1

Lição de casa MODIFICADA

Transforme as questões de 1 a 5 em atividade de sala, para fechamento da primeira Situação de Aprendizagem. Peça que se reúnam em duplas para fazê-la. Depois, confira as respostas.

1. Comédia de costumes é aquela cujo objetivo é promover a crítica social com base nas diferenças sociais, do meio onde vive e de traços de personalidade.

2. O tema do abuso do poder, presente na comédia de Pena, ainda se mantém atual. Basta pensar em casos que lemos de pessoas que têm poder e fazem mau uso dele.

3. Resposta pessoal, porém os alunos podem, por exemplo, sugerir o uso de palavras e expressões atual-mente mais comuns, para que todos possam entender.

4. a) A menina aprendeu a lição/e a explicou a seus colegas.

b) O carro estava com algum problema,/então o mandaram para a oficina.

c) Fui a uma festa,/mas não me diverti muito.

d) Saímos muito atrasados,/portanto chegaremos tarde ao destino.

e) Paulo faltou à prova/porque não estudou a lição.

5. a) Condição.

b) Tempo.

c) Lugar.

d) Adversidade.

e) Explicação.

Faça a atividade 6 oralmente, questionando a classe. As respostas poderão orientar seus próximos passos, indicando o que foi aprendido e o que precisa ser retomado.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 2 O QuE FAz DE ALGuÉM uM ESCRITOR?

Da Situação de Aprendizagem 2 foi privilegiado o estudo do gênero textual artigo de opinião.

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 1

Para começo de conversa

Por ser texto opinativo, esse gênero exige o uso da argumentação diante de questões polêmicas que geram controvérsias. Por ser texto jornalístico, é necessário propor aos alunos que o distingam das notícias, gênero textual de caráter informativo e que deve ser isento de opinião.

notícia ou opinião?

Inicie os estudos da Situação de Aprendizagem pela distinção dos gêneros jornalísticos notícia e artigo de opinião. Explique aos alunos que a distinção entre os dois implica o reconhecimento da histó-ria dos gêneros jornalísticos: por princípio, as empresas jornalísticas se comprometem a divulgar notícias sobre fatos, acontecimentos, sem distorcê-las. Para isso, as notícias devem ser isentas de opinião, objeti-vas e concisas. Elas são de responsabilidade da empresa jornalística e poucas vezes são assinadas.

Já o lugar da opinião, nos jornais, é ocupado por textos assinados em que o autor se responsabiliza pelo que escreveu, isentando o jornal da responsabilidade pelas opiniões sobre um dado fato que interessa aos leitores. Dessa maneira, o jornal pode publicar diferentes opiniões sobre um fato sem comprome-ter seu caráter de divulgador de informações. Mesmo que os especialistas que escrevem o artigo sejam contratados pela empresa jornalística (é o caso dos colunistas que têm espaço diário, semanal ou mensal no periódico), eles é que são os responsáveis pelo que dizem no texto que escreveram. É por isso que os artigos opinativos são assinados. Diga, ainda, que não há artigo de opinião sem questão polêmica, estes podem ser escritos sobre os mais variados assuntos, mas necessitam de uma questão polêmica para serem produzidos, isto é, de uma pergunta que exija do autor e dos interlocutores uma tomada de posição. Por exemplo: você é contra o aborto ou a favor dele? Você é a favor ou não da ocupação do Iraque por tropas norte-americanas? Você é ou não a favor do Programa Bolsa Família? Etc. O autor toma uma posição, a favor da situação polêmica ou contra ela, e, a partir da tomada de posição, inicia sua argumentação.

Peça aos alunos que façam as atividades de 1 a 3, buscando reconhecer as diferenças entre notícia e artigo de opinião. Ao final, discuta as respostas que deram, pedindo que as justifiquem. Confira:

1. I é artigo de opinião, II e III são notícias.

2. A notícia apresenta uma informação sobre um fato de forma direta, não opinativa. Já um artigo de opinião discute uma questão polêmica sobre um tema controverso, expressando o ponto de vista de seu autor.

3. O tema desse artigo é a questão polêmica que está sendo discutida: o Brasil precisa ou não da agricultura de transgênicos? No caso, o autor é contra e toma uma posição clara sobre isso desde o início, quando defende que o Brasil precisa de uma agricultura sem transgênicos. A partir dessa questão, inicia sua argumentação no sentido de convencer o leitor de que sua opinião sobre o fato é a mais correta, a melhor.

Discussão oral

A discussão deve girar em torno da necessidade de questões polêmicas para a escrita dos artigos opinativos/argumentativos. Para isso, é preciso que os alunos aprendam a distinguir questões polêmicas

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das que não são. não causam polêmicas, por exemplo, verdades científicas atualmente aceitas, como “a Terra é redonda”, “os homens são bípedes”, “dois e dois são quatro” ou fatos corriqueiros como “os ônibus são necessários para o deslocamento da população”. Causam polêmicas os assuntos que permitem tomadas de posição opostas: o juiz da última partida do time de futebol da cidade foi honesto ou não, a política do município em relação à gratuidade dos assentos dos ônibus para idosos é ou não correta, a religião católica está correta ou errada por não aceitar casamento de homossexuais, andar na moda é ou não coisa de gente fútil etc.

No caso das afirmações propostas para esta discussão, “A Terra é um planeta do sistema solar” (verdade científica) não causa polêmica, mas “O rap é uma música de mau gosto” é uma questão que certamente vai gerar controvérsia porque depende do gosto dos ouvintes. Compreendido esse ponto essencial para a escrita de um artigo de opinião, passe para o texto-exemplo seguinte.

Leitura e análise de texto

A redação e o vestibular

Quando afirma que a redação nos grandes vestibulares não é bem o que se apregoa, o autor já identifica a polêmica: “as redações nos vestibulares seguem ou não o que é dito sobre elas no Ensino Médio?” Diante da questão, toma uma posição, afirmando, de imediato, que elas não são o que se apregoa. Assim, embora o assunto geral do texto sejam as redações nos grandes vestibulares, o autor parte de uma polêmica definida sobre o assunto para tomar posição e defendê-la. Verifique se os alu-nos perceberam isso, conferindo as respostas da atividade a seguir.

• Agora,respondaàsquestões:

a) Qual é o assunto tratado no texto?

b) Sobre esse assunto, o autor defende que (...)

Respostas sugeridas:

a) O texto tem como assunto a redação do vestibular e, como tema, a questão polêmica “as re dações nos vestibulares seguem ou não o que é dito sobre elas no Ensino Médio?”, diante da qual o autor toma uma posição e defende uma ideia.

b) Alternativa II.

A próxima atividade, “Leia atentamente os trechos a seguir e identifique a questão controversa subjacente (...)”, é essencial. Leia com os alunos cada um dos trechos e identifique com a classe as questões polêmicas. Depois eles devem sublinhá-las e transcrevê-las no caderno. Esta é uma etapa indispensável para a compreensão leitora de artigos de opinião e a escrita do gênero. Verifique se sublinharam e anotaram corretamente.

I. A prevenção da Aids recebe um tratamento secundário em relação à busca da cura.

II. Hoje em dia, os jovens têm muitas fontes de informação sobre a sexualidade humana.

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III. O cadastramento dos motoboys favorece apenas a elite.

A seguir, passe para a próxima questão, “Retorne ao trecho inicial do artigo de opinião (...)”. Oriente os alunos a se reunirem em duplas ou trios e buscarem relação entre um e outro trecho do artigo lido. Essa atividade favorece a concatenação de ideias e o estabelecimento da coesão e da coe-rência no campo de significados que a leitura evoca no leitor. Essa competência leitora é muito impor-tante para o desenvolvimento do aluno. Depois de lido o trecho, confira as respostas.

a) O texto fornece um fato (uma evidência, algo que se pode comprovar) que embasa a tese (ou tomada de posição) de que as instituições educacionais não preparam o aluno para o vestibular. Elas fornecem fórmulas prontas, que não são cobradas pelos grandes vestibulares, já que estes verificam processos de autoria na produção de textos escritos.

b) O perfil que as consideradas grandes universidades procuram é o do aluno que tenha algo a dizer, e não de alguém preparado mecanicamente para escrever.

c) Como argumento de exemplo (um dos tipos de argumento que pode ser usado no artigo de opi-nião) usado pelo autor para defender sua posição, diz que o tema da Fuvest 2004 – o tempo – poderia suscitar, para os menos avisados, respostas do tipo chavão como “o tempo é relativo” ou “o passado explica o presente”.

Lição de casa MODIFICADA

Transforme apenas os exercícios 1 e 2 desta seção em atividade de classe. Peça que, ainda reuni-dos em grupos, assinalem as alternativas que consideram corretas. Depois verifique se assinalaram as respostas corretas.

Alternativas b, c, d, e.

Em seguida, verifique, oralmente, as justificativas para a escolha das questões polêmicas. Elas precisam ser próximas dos seguintes argumentos: a primeira, por ser uma verdade científica atual-mente aceita, não causa polêmica. O mesmo não acontece, por exemplo, com a questão do trabalho infantil. Como historicamente é recente a convicção de que o trabalho impede o correto desenvolvi-mento infantil, ainda há muitos que o defendem.

Leitura e análise de texto

Passagem para a adolescência

Peça que leiam silenciosamente o primeiro trecho do texto.

Em seguida, passe para a questão “Após ler com atenção o título e o trecho inicial que apresenta-mos, responda no caderno (...)”. Proceda como já é costume, usando a discussão sobre o título como atividade de pré-leitura que ativa o desenvolvimento da habilidade de previsão, necessária para a for-mação do leitor proficiente.

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Leia você, primeiro, o restante do texto. O modelo de leitor que você representa é fundamental para o desenvolvimento da competência leitora em seus alunos. Sua leitura em voz alta será guia para ento-nação correta, uso da pontuação etc. Depois, confira se acertaram as respostas das questões a seguir:

a) Qual é a questão controversa discutida no artigo?

b) Quais são os argumentos que o enunciador utiliza para defender sua opinião?

c) O texto elabora uma proposta de intervenção solidária, respeitando os valores humanos? Se sim, qual?

Forme uma dupla com um colega. Com base em alguns temas sugeridos pelo professor, pen-•sem em uma questão polêmica própria para um artigo de opinião e anotem no caderno.

Agora, identifiquem dois ou três argumentos que defendem essa questão polêmica ou tese.•

Respostas sugeridas:

a) O assunto é a adolescência. O texto defende que todo adolescente está sozinho na aventura de se tornar adulto. Essa defesa da autora resulta de uma tomada de posição diante de uma questão controversa: muitos pensam que a influência dos pais é grande nesse período, e que ela pode contribuir para o amadurecimento do jovem. Mas a autora defende uma posição contrária, a de que o excesso de proteção dos pais dificulta o amadurecimento. Certamente esta é uma ques-tão polêmica!

b) Os argumentos para defender a posição assumida são os que explicam que o adolescente precisa enfrentar problemas que antes não eram de sua responsabilidade e que a globalização cultural não contribui para o amadurecimento desses jovens.

c) O texto defende não o excesso de proteção ao adolescente como forma de defendê-lo dos perigos da existência humana, mas de um diálogo maduro, calcado na experiência de vida e na critici-dade de quem já passou pelo mesmo processo.

Considere o que já se discutiu sobre a natureza das questões polêmicas para verificar as respostas •dos alunos.

Como a argumentação é um assunto complexo, sugerimos que você oriente os alunos antes que •respondam à questão, dizendo de forma simples que argumentos são ideias que defendem a posição que um articulista toma sobre um assunto. A argumentação resulta de uma previsão de que o leitor (interlocutor suposto por quem escreve) será contrário à posição que ele defende. Se os interlocutores supostos concordarem com o autor, não há necessidade de defender sua posição com argumentos e então não haverá artigo de opinião... Dê exemplos:

Sou contra o aborto (tomada de posição) porque acredito que toda a vida humana, mesmo a dos que ainda estão no útero materno, é sagrada (argumento de princípio). Explique que esse é um argumento de princípio, isto é, diz respeito a valores nos quais o articulista acredita. Como depen-dem da fé, esses argumentos costumam ser, ao mesmo tempo, mais fracos e mais definitivos do que os demais tipos de argumentação. São definitivos porque fecham a questão logo de início, impe-dindo, de certa forma, que o interlocutor demonstre sua posição favorável ao aborto.

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O governo municipal pratica uma política responsável pelos problemas de abastecimento de água na cidade (tomada de posição), já que destinou x por cento do orçamento para a proteção das nascentes e xx por cento desse mesmo orçamento para a publicidade do governo no rádio e na TV (argumento de causalidade).

De acordo com a afirmação do geólogo responsável, a inundação causada pelas últimas chuvas deve-se à pequena permeabilidade do solo, prejudicada pelo excesso de asfalto nas ruas e calça-mentos nas propriedades particulares (argumento de uma autoridade, um cientista, especialista no assunto, sobre a questão discutida, as frequentes inundações na cidade).

No caso da falta de punição aos adolescentes infratores, um exemplo confirma a impropriedade do Estatuto da Criança e do Adolescente (o autor esclarece sua posição, é contra um artigo do ECA e anuncia o tipo de argumento que usará, “um exemplo”): o garoto de 10 anos que foi detido mais de uma dezena de vezes por roubar carros e não pode ser encaminhado às casas destinadas a menores de idade infratores porque sua idade é inferior ao estabelecido pela lei.

Preparação para a escrita de artigo de opinião

As próximas atividades terão sucesso se as anteriores forem bem trabalhadas. Por isso, não econo-mize tempo na fundamentação para a escrita do artigo de opinião. Lembre-se de que devem escolher um assunto que cause polêmica, identificar uma ou mais questões polêmicas possíveis para esse assunto e tomar posição diante dela(s). Sem esse cuidado inicial não haverá artigo. Depois, devem escolher um ou dois tipos de argumento para defender sua posição. Como este é um exercício inicial para a escrita de textos de opinião, não será necessário, ainda, promover o estudo mais aprofundado do assunto que escolherem. Quando propuser a escrita de um artigo de opinião completo, lembre-se de que qualquer articulista precisa estar bem informado sobre o assunto que escolheu para escrever com sucesso. Isso envolve, no caso dos alunos, pesquisa na internet, em jornais, revistas e livros, o que, evidentemente, toma bastante tempo e exige prática de pesquisa. Por isso, para este momento, sugerimos que a ativi-dade de produção escrita fique em um primeiro nível, mais simples.

Professor: se considerar que ainda há algum tempo, é possível fazer as atividades sobre conec-tores do gênero artigo de opinião, disponíveis na sequência do que acabou de trabalhar.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 4 E O HOMEM DISSE: “HAJA A PALAVRA”

Desta Situação de Aprendizagem foi selecionada a atividade que analisa gêneros publicitários e retoma o estudo do período simples e do período composto.

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A palavra anuncia

As atividades a seguir propõem que os alunos reflitam sobre gêneros textuais publicitários pre-sentes em seu cotidiano, associando-as aos conceitos de períodos simples e compostos. Peça que, em pequenos grupos, discutam as questões de 1 a 4. Depois, verifique se os alunos reconhecem que todos os gêneros indicados são expressões do discurso publicitário e que slogan é uma frase de efeito muito usada para chamar a atenção do público em propagandas de diversos tipos, inclusive nas campanhas eleitorais ou sociais. A finalidade é manter o slogan na mente do interlocutor, reforçando certas características do produto ou serviço.

Por fim, peça que relembrem o conceito de período e a diferença entre o simples e o composto. Confira se acertaram: os períodos simples apresentam uma única oração; já os compostos apresentam duas ou mais orações em um único período.

A arte é caminho da vida

Depois de observarem o anúncio A arte é caminho da vida, peça que respondam às questões a seguir:

a) Identifique o slogan do anúncio publicitário.

b) A última frase do texto do anúncio publicitário, “Solitária é a vida, companheira é a arte”, é composta por duas orações justapostas (...)

• Retomeagoraoanúnciopublicitário.Asorações“Solitáriaéavida”e“Companheiraéaarte”estão invertidas (...)

• Emdadomomentodotexto,lemos:“Odestinosugere,ocaminhorealiza”.Quesemelhançase diferenças (...)

• Oparalelismosintáticoformadopororações(...)

Confira as respostas.

a) A arte é o caminho da vida.

b) Solitária é a vida. Companheira é a arte.

A vida é solitária. A arte é companheira.•

As duas frases são formadas por orações justapostas, apresentando um paralelismo sintático. A dife-•rença é que “O destino sugere, o caminho realiza” é formada por predicados verbais (VI).

Resposta pessoal, porém observe se conseguiram manter o paralelismo.•

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oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 2

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 2 TEMPUS FUGIT ! CONTE-ME uM CONTO FANTáSTICO!

Nesta Situação de Aprendizagem serão privilegiadas a distinção entre conto e conto fantástico, além das atividades que levam à produção escrita desse segundo gênero.

o conto fantástico

Lição de casa MODIFICADA

Inicie o trabalho transformando a seção “Lição de casa” em atividade de classe. Peça que leiam em duplas o texto expositivo sobre conto fantástico, sublinhando as ideias principais. Como, em seguida, devem elaborar um resumo com elas, verifique se as duplas realmente encontraram as ideias principais. Explique que os resumos devem conter apenas os pontos relevantes de um texto. Como os leitores menos hábeis na elaboração de resumos tendem a pensar que todos os pontos são importan-tes, verifique se as partes destacadas são, realmente, as principais.

o conto fantástico: características e trajetória histórica1

[...]

No conto fantástico, a magia desempenha um papel fundamental, estando sua presença asso-ciada a uma personagem que dificilmente ocupa o lugar principal. Eis uma característica decisiva desse tipo de história: o herói sofre o antagonismo de seres mais fortes que ele, carecendo do auxílio de uma figura que usufrui de algum poder, de natureza extraordinária. Para fazer jus a essa ajuda, porém, o herói precisa mostrar alguma virtude positiva, que é, seguidamente, de ordem moral, não de ordem física ou sobrenatural.

A presença da magia, enquanto um elemento capaz de modificar os acontecimentos, é o que distingue o conto fantástico. Esse elemento, porém, raramente é manipulado pelo herói, e sim por seu auxiliar ou por seu antagonista, pois a personagem principal, aquela que dá nome à narrativa (Branca de Neve, Bela Adormecida, Cinderela, João e sua irmã, Maria), é uma pessoa comum, desprovida de qualquer poder. Por essa razão, o leitor pode se identificar com ela, vivenciando, a seu lado, os perigos por que passa e almejando uma solução para os problemas que enfrenta.

1 zILBERMAN, Regina. Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2005/nl/tetxt2.htm>. Acesso em: 21 fev. 2010.

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É possível, pois, entender o que significa a magia nos contos fantásticos: é a forma assu-mida pela fantasia, de que somos dotados, e que nos ajuda a resolver problemas. Não significa que a fantasia está presente apenas nos contos fantásticos.

[...]

Eis o conto fantástico moderno, de que é exemplo a saga de Harry Potter: também o jovem fei-ticeiro vive o contraponto entre dois mundos, sendo o da fantasia mais atraente, embora mais perigoso. Nesse universo sobrenatural, porém, ele pode se revelar herói, defender valores positivos, vivenciar a amizade e o amor. A fantasia não apenas ajuda a solucionar problemas, ela é superior ao contexto cinzento da rotina e da experiência doméstica.

[...]

No conto fantástico, a imaginação é o limite nunca ultrapassado. Em sala de aula, pode colaborar na condução do gosto pela leitura, que levará certamente ao conhecimento de novos horizontes fantásticos.

A seguir, você lerá o conto de álvares de Azevedo, Bertram (existente apenas no Caderno do Professor), para a classe. Essa leitura é essencial para que os alunos compreendam como se organiza o gênero conto fantástico. Para não tornar a leitura monótona, combine com a classe uma leitura em partes, ao longo das aulas da semana. Divida o conto como se fosse uma novela de TV, em capítulos, optando por segmentá-lo de forma que cada parte lida termine em um momento que crie suspense. Ao terminar uma parte, pergunte: o que acham que acontecerá depois? A cada tre-cho, vocês discutirão sobre as personagens, o significado das palavras pouco usuais, o suspense do enredo. Essas discussões contribuirão para a compreensão dos elementos desse gênero e para uma produção escrita bem-sucedida.

Conto fantástico, produza o seu!

Ao iniciar esta parte (questão 1), pergunte se conhecem outros contos fantásticos além do que leu em classe. Se responderem negativamente, pergunte se viram filmes que abordam temas sombrios e que recorrem ao sobrenatural, como filmes de vampiros, de mistério ou policiais, ou se assistiram a filmes onde há presença de elementos mágicos ou outros auxiliares poderosos que trazem soluções para a vida de heróis honestos, virtuosos, mas que tenham muitas dificuldades materiais. Peça que os que conheçam compartilhem as histórias com os demais, de forma breve. Você também pode contar alguma de que se lembre, como, por exemplo, O senhor dos anéis ou outra com intriga, aventura, elemento mágico e romance. Depois de ter certeza de que têm uma ideia geral do que seja um conto fantástico, comece o planejamento da escrita de conto que a classe deverá realizar.

Para o planejamento do conto que deverão escrever, mude o tema, de tempus fugit para “Anel do futuro” ou outro que tenha o conceito de tempo e seja familiar aos alunos.

Peça que imaginem uma personagem com a qual se identifiquem e construam um conto em que essa personagem, por exemplo, encontra um anel que lhe permite ver tempos que ainda não aconteceram. Proponha que pensem nas vantagens e desvantagens de prever o futuro para encontrar soluções para problemas do presente. Em seguida, peça que, de acordo com as instruções do Caderno do Aluno, planejem a escrita do conto. Verifique se o planejamento está adequado. Depois, peça

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que sigam o planejamento e escrevam o conto. Para finalizar, recolha os textos produzidos, faça suas observações e devolva para que os alunos os aprimorem.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 3 O PRESENTE DO PASSADO HOJE

A promoção dos direitos e valores humanos por meio da literatura é o conteúdo selecionado para esta Situação de Aprendizagem.

Discussão oral

Comece a atividade pela “Discussão oral”, dando apoio sempre que os alunos tiverem dificuldades com o conceito de trabalho escravo. Retome conhecimentos que já possuem sobre o assunto. Reflita sobre o trabalho escravo: embora não seja mais admitido por lei, há trabalhadores brasileiros que vivem em condição de escravidão. Pergunte se conhecem algo sobre as formas escravizadoras atuais. Colabore com a discussão contando que há trabalhadores que, iludidos com a promessa de ganhos e estabilidade em trabalhos em lugares distantes e isolados do país, são, na verdade, obrigados a tra-balhar sem receber salários com a desculpa de que precisam pagar a passagem de ida e os alimentos e moradia que utilizam no lugar de trabalho. Diga que é importante estabelecer uma distinção entre essas formas atuais de escravidão e as antigas: atualmente, elas são proibidas por lei, são criminosas.

Lição de casa MODIFICADA

Em uma discussão, é importante coordenar as ideias. Explique que fazemos isso por meio de ora-ções associadas umas às outras para expressar pensamentos com lógica e clareza. Ao final, revise para ver se fizeram a atividade corretamente.

a) Explicação de algo.

b) Escolha entre duas coisas.

c) Soma de uma ideia à outra.

d) Contradição de ideias.

e) Soma de uma ideia à outra.

f) Contradição de ideias.

g) Conclusão de uma ideia.

h) Escolha entre duas coisas.

i) Explicação de algo.

j) Conclusão de uma ideia.

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trabalho escravo e poesia?

Discussão oral

use esta atividade como estratégia de pré-leitura.

Leitura e análise de texto

Observe que o artigo de opinião que irão ler tem os parágrafos fora de ordem. Peça que os orde-nem. Depois, revise.

A ordem correta é: 1, 3, 5, 6, 2, 8, 4 e 7.

Discussão oral

Proponha que digam como encontraram a ordem correta, que pistas deram condição para que remontassem o texto adequadamente. Explique que essas “pistas” são chamadas de elementos coesi-vos e que podem ser encontradas em uma só frase ou ao longo de textos de todos os gêneros.

Em seguida, peça que respondam às questões, dizendo que elas retomam o assunto dos elementos coesivos. Ao final, confira as respostas.

1. A autora nos fala de um evento ocorrido no Pará, como parte de uma comemoração crítica da data oficial da libertação dos escravos, 13 de maio. Explique o que é uma comemoração crítica: não procura repetir o que as autoridades de outros tempos consideravam apropriado, isto é, louvar a princesa Isabel pela libertação dos escravos, mas refletir sobre o movimento abolicionista e as formas de trabalho escravo que ainda persistem no Brasil. Na recuperação do valor do movimento abolicionista, foi lembrado o poeta Castro Alves pela forma como escreveu poesia: como um protesto pela injustiça da escravidão.

3. Alternativa b.

4. Todavia expressa a ideia de contradição, oposição.

5. a) O artigo afirma que no dia 13 de maio ocorreu um Ato Público em Defesa da Dignidade do Trabalho no qual participaram diversas organizações trabalhistas.

b) A poesia tem poder transformador, embora nem todos pensem assim.

c) Castro Alves viveu no século XIX, ainda assim sua poesia continua atual.

d) A poesia de Castro Alves é tão importante que merece ser estudada nos dias de hoje.

e) A leitura de poesia é importante, visto que possibilita que nos emocionemos a ponto de reagir.

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Aprendendo a aprender

Depois da revisão das atividades, retome o trabalho com Castro Alves pela seção “Aprendendo a aprender”. Leia você o poema em primeiro lugar, dando a entoação adequada que os épicos exigem. Depois dê a vez para alguns alunos que também desejarem fazer essa leitura épico-dramática. Na sequência, eles lerão os dados biográficos do poeta e responderão às questões que se seguem. Como não trabalharam com a poesia de álvares de Azevedo e com métrica, não precisarão responder às questões relacionadas a esses temas. Revise as questões oralmente, destacando as formas mais adequa-das de respondê-las.

• Qualéacríticapresentenopoemalido?

• Tomando esse poema de Castro Alves como modelo, qual pode ser o papel do poeta nasociedade?

• Ousodecertaspalavrasemumpoemanãodependeapenasdeinspiração,mastambémdaintenção do poeta (...)

• A sensação de atrito, rompimento e abalo é reforçada no poemapormeio de expressõescomo (...)

Respostas sugeridas:

O trecho condena especificamente o desumano tratamento que os escravos sofriam no trajeto entre •a África e o Brasil.

No caso, o poeta é alguém que denuncia problemas sociais e cumpre a função de tentar conseguir •mais justiça social no meio em que vive.

Alternativa • a.

Alternativa • c.

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oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 3

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 2 REPORTAGEM: O MOMENTO PRESENTE

Desta Situação de Aprendizagem destaca-se, por reconhecer que os gêneros jornalísticos são importantes instrumentos para o exercício da cidadania, o estudo do gênero reportagem.

Para começo de conversa

Participe da discussão oral auxiliando os alunos a identificar, pela primeira página do jornal, os possíveis gêneros que estarão nas páginas internas. Conforme eles citarem os diferentes gêneros, per-gunte quais suas características e, principalmente, quais as finalidades de cada um deles. Em seguida, peça que examinem a primeira página do jornal O Estado de S. Paulo, no próprio Caderno do Aluno, e que procurem identificar os gêneros que aparecerão nesse jornal pelas manchetes dessa primeira página. Se achar oportuno, você pode levar para a classe alguns jornais e ampliar as atividades que relacionam a primeira página com gêneros que aparecem nos cadernos dos jornais.

Explique que as manchetes sugerem a presença mais de notícias do que de outros gêneros, mas que é possível pensar que a manchete 10 melhores destinos em 2009 se refira a uma reportagem. Ques-tione-os: qual a diferença entre notícia e reportagem? Explique que a reportagem, embora seja um gênero informativo/expositivo como a notícia, nasce de um gancho jornalístico, isto é, de um tema que já foi noticiado, mas permanece de interesse do público leitor que deseja saber mais sobre o assunto. Por isso, é mais extensa e oferece mais detalhes sobre os fatos do que a notícia. A existência de detalhes e aprofundamento permite alguns comentários por parte do autor, que, por vezes, faz esses comentários de forma narrativa. Acrescente que, embora haja comentários nesse gênero jorna-lístico, a reportagem mantém o mesmo compromisso de isenção que a notícia tem, por isso não pode ser um texto argumentativo.

Leitura e análise de texto

A seguir, peça que leiam o texto da reportagem: Organização dos Jogos-08 sofre pressão e refaz manual sobre deficientes.

Depois da leitura, peça que façam as atividades 1 e 2. Revise as respostas, pedindo que as justifiquem.

I. Alternativa a.

II. Alternativa d.

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Na sequência, peça que leiam cuidadosamente a atividade 3 e a resolvam, fundamentando-se no texto que leram e nas explicações dadas por você.

As respostas corretas para esta atividade são c, e, f, g, i, j e k.

Aprendendo a aprender

Peça que leiam a seção “Aprendendo a aprender”.

Lição de casa MODIFICADA

Solicite aos alunos que façam as atividades de “Lição de casa” em classe. Confira as respostas adequadas.

1. O manual de orientação para voluntários dos Jogos de Pequim será refeito por conter “ linguagem inapropriada” ao falar sobre deficientes.

2. Lembre-os de que a hipótese de trabalho é sempre um risco assumido pelo jornalista. Para aceitar o risco, ele deve ter amplo e profundo conhecimento dos fatos que vai destacar em sua reportagem para que possa descrevê-los e fazer uma reflexão sobre eles. Além disso, precisará contar com uma equipe jornalística de apoio, como pesquisadores, fotógrafos, revisores, editores etc.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 3 O QuE SERá QuE SERá

O objetivo desta Situação de Aprendizagem é analisar a sexualidade e o amor na urdidura do texto literário.

Leitura e análise de texto

Inicie pela leitura silenciosa e individual da letra da canção de Chico Buarque de Hollanda, O que será (À flor da pele). Peça que, em seguida, respondam apenas à questão 1, também individual-mente, e que consultem o dicionário caso encontrem palavras que não conheçam.

Discuta com os alunos as possíveis respostas: vida, amor e sexo. Reflita com eles: esses três temas estão interligados, sendo que vida e sexualidade reprodutiva não existem uma sem a outra. Que papel tem o amor nessa relação?

Diga que, se desejarem, poderão encontrar a letra da versão O que será (À flor da pele) na internet, no endereço <http://www.chicobuarque.com.br>.

Em seguida, peça que leiam o poema de Camões em dupla e procurem a relação entre ele e a letra da canção. Verifique as respostas e discuta-as: enquanto a canção de Chico fala de amor e se xualidade,

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 3

no poema de Camões o amor aparece de forma platônica, isto é, apenas no nível espiritual. Reflita com os alunos: o amor somente espiritual existe?

A preposição

Passe para a análise linguística da letra da canção, explicando que todo o texto tem um nível dis-cursivo, isto é, um “querer dizer para o mundo” e um nível textual, ou seja, uma maneira de organi-zar as palavras no texto, indicando como queremos ser compreendidos. Explique o que é preposição e qual sua função na organização textual. Escreva a definição na lousa e peça que a copiem no caderno. Em seguida, solicite que respondam à questão 1.

1. Alternativa b.

Antes da questão 2, escreva na lousa o verso: “Que andam lamentando pelas ruas” e pergunte pela classe morfológica do termo pelas e nas. Se tiverem dificuldades, diga que pelas é a contração da preposição por com o artigo definido feminino plural as e que nas é a contração da preposição em com o artigo definido feminino plural as. Aproveite para recapitular brevemente a classe morfológica dos artigos, dando sua definição para que anotem no caderno.

Aprendendo a aprender

Faça a leitura de “Aprendendo a aprender” com os alunos, explicando as duas possibilidades indi-cadas pela preposição por nos textos, movimento e situação. Explique também que a preposição em igualmente assume essas duas possibilidades, movimento e situação. Peça que examinem as representa-ções gráficas dessas duas possibilidades de uso das preposições.

Em seguida, solicite que respondam, em duplas ou trios, às questões de 3 a 9. Ao revisar as res-postas, verifique se estão corretas.

3. Alternativa a.

4. Alternativa b.

5. Para a correção, retome as explicações de situação e movimento possíveis no uso da preposição por; aponte que, no caso da questão 5, a possibilidade usada foi a de movimento.

6. Alternativas a, d, b e c.

7. Para a questão 7, retome as possibilidades de situação e movimento que a preposição em também pode assumir. Depois, veja se responderam corretamente: alternativa a, II; alternativa b, I.

8. A explicação solicitada por esta questão deve ter resposta semelhante a: “Que andam lamentando pelas ruas” indica um movimento que parte de uma rua até chegar à outra, ou seja, “Que andam suspirando de rua em rua”. Já “Que andam lamentando nas ruas” indicaria algo como “Que andam lamentando em ruas da cidade”.

9. A resposta correta deve aproximar-se de: “Que andam combinando no escuro das covas” indica que as combinações são feitas dentro do escuro das covas (abrigos, bibocas, buracos, nos lugares

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 3

escondidos), e não de escuro em escuro. Se considerar oportuno, pode tratar ainda do assunto pre-posição, na seção que se segue.

Mais um pouco sobre preposição

Nesta seção, os alunos devem continuar aplicando os conceitos já discutidos para melhorar o domínio sobre seu significado e sua aplicação na organização textual. Fale que a preposição de pode marcar: lugar de origem, como em “Saiu de casa”, ou “Ele vem de boa família”; causa: “Ele cantava de alegria”; ou propriedade, como em “Este é o carro de Pedro”. Explique, ainda, que as preposições podem carregar o texto de valor afetivo, como é o caso de “Faça isso por mim”, que revela a intenção do enunciador: exigir um compromisso afetivo de quem ele solicita a ação.

1. A preposição por, no primeiro item, indica movimento de um lugar para outro; no segundo, indica valor afetivo.

2. Todas as preposições de na estrofe.

3. Qualquer uma das possibilidades de uso da preposição de é possível no verso.

4. Alternativa c.

5. Alternativa e.

6. Sugestão: um doce e humilde gesto que nos deixa dúvidas se manifesta alguma alegria.

Aprendendo a aprender

Peça que utilizem as informações da seção para realizar a atividade seguinte.

Parafraseando Camões

Depois que terminarem a paráfrase, recolha os textos e faça suas observações antes de devolvê-los aos grupos.

uma crônica jornalística

Prossiga o trabalho retomando o gênero jornalístico crônica, com o qual os alunos já devem ter tido contato. Retome características do gênero: pertence ao grupo das narrativas, portanto tem todos os seus elementos (narrador, personagens, tempo, espaço, conflito, resolução); seu tema são os assun-tos do cotidiano; muitas vezes é associada às notícias de publicação próxima nos jornais; é breve, já que o lugar que ocupa nos jornais é pequeno e previamente definido; muitas vezes tem tom humorís-tico. Depois dessa retomada, peça que façam a “Discussão oral” e leiam a crônica, verificando se ela contém os elementos da narrativa.

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 3

Discussão oral

Espera-se que deem respostas pessoais e que as expressões destacadas causem algum estranha-mento. São estratégias importantes de pré-leitura.

Leitura e análise de texto

o pretê-pedalinho

A leitura pode ser feita em duplas, para facilitar a compreensão de termos pouco usuais.

Depois da leitura, pergunte: a que faixa etária pertence o público pretendido pelos autores? Em seguida, peça que façam as atividades. Discuta as respostas e verifique se estão corretas.

1. a) Referência à palavra adolescente: tranquilona, descolava, pretê, manda bem, baladas, rou-bada. Referência à palavra sexualidade: apaixonou, pretê, caiu de amores, vida amorosa, amor impossível.

b) A escrita da carta exige reconhecimento do gênero antes da produção. Peça que verifiquem a próxima seção.

Aprendendo a aprender

Chame atenção para o estilo que deve ser usado em diferentes cartas: mais ou menos formal, dependendo da intenção comunicativa.

Depois que os alunos produzirem o texto da carta, em duplas, e discutirem com os colegas, peça que retomem a carta para aperfeiçoá-la. Em seguida, recolha os textos para sua avaliação processual da escrita dos alunos. Pergunte-se: houve progressos em relação à última escrita que fizeram? O que é preciso retomar?

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 4

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 4

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 A PROSA RENOVADA

Nesta Situação de Aprendizagem os alunos deverão perceber diferenças entre formas contem-porâneas de escrita literária e formas tradicionais. O meio para isso será a análise do gênero conto moderno.

Prosa no ritmo do automóvel

Comece o trabalho perguntando à classe: a que cidade brasileira pertencem os bairros Ipanema e Copacabana (questão 1)? Deixe que partilhem esse conhecimento (cidade do Rio de Janeiro) antes de passar à questão 2, que devem responder por escrito.

Peça que leiam, para conferir a resposta 2, o texto Sem Botafogo, mas com etc. – Homenagem a Oswald de Andrade e, em seguida, respondam à questão 4. Antes, explique que ele tem a cidade de São Paulo como espaço e que Brooklin é nome tanto de um bairro de São Paulo como da cidade nor-te-americana Nova York. Diga que outras referências à cidade de São Paulo são Parque do Ibirapuera e Avenida República do Líbano.

Em seguida, solicite que partilhem com a classe a resposta que deram à questão 4. Depois, per-gunte: você acha que o texto apresenta soluções interessantes para expressar a velocidade do automó-vel? Por quê? Como? Ainda para a discussão sobre a questão 4, relembre que, no começo do termo, ouviram sua leitura de um conto fantástico de álvares de Azevedo e que, certamente, havia nele palavras que não são de uso comum. Observe que o estranhamento que aquelas palavras causaram deve ser diferente do que as do texto provocaram. Incentive que se expressem sobre essas diferen-ças, auxiliando-os com a rememoração de palavras diferentes discutidas durante a leitura do conto Bertram.

Peça que, em seguida, respondam à questão 5. Confira se responderam adequadamente.

Correcorríamos significa, dentro do contexto, que carro, motorista e passageiros estavam em alta velocidade; bandeiranacionalizavam quer dizer que os edifícios assumiam as cores da bandeira nacional, amarelo, azul, verde e branco. Mas não deixe de discutir o conceito de neologismo, para verificar se os alunos se apropriaram dele corretamente.

A questão 6 trata de outra novidade, a ausência de pontuação gramaticalmente correta no trecho citado. Espere que respondam e discuta com a classe como a ausência de vírgulas contribui para a sensação de velocidade que o autor deseja passar para seus leitores.

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 4

Ao redor de nossa amiga

Na sequência, os alunos lerão um belo conto de Carlos Drummond de Andrade para inferir dife-renças entre conto moderno e tradicional. Lerão o conto em partes, individualmente. A cada parte, responderão a questões. Depois de ler o conto inteiro, deverão explicar quais são as novidades que o conto de Drummond apresenta em relação ao conto Bertram.

Primeiro grupo de questões: 2 e 3.

2. O texto que homenageia Oswald de Andrade revela maior ousadia linguística pelos neologismos que usa, pela linguagem reduzida por justaposições, ou seja, “emendas” de palavras, pelo abandono da pontuação gramaticalmente correta.

3. Nesta parte, procure, pelas estratégias que visam desenvolver a capacidade de antecipar próximos passos durante a leitura de um texto, estimular o levantamento de hipóteses pelos alunos.

Depois da leitura da segunda parte, considere o novo conjunto de questões: 5, 6, e 7.

5. Espera-se que o aluno consiga apontar os trechos que dificultaram seu entendimento. Procure não aceitar respostas do tipo “não entendi nada”, porque, em geral, não são verdadeiras. Se achar necessário, inverta a questão: o que entendeu desse trecho?

6. O conto descreve a menina Luci de forma doce e meiga, o que pode incentivar o leitor a também desejar a amizade da menina assim como o narrador a tem.

7. Alternativa a.

Reinventando a linguagem literária

Nesta seção, a forma inovadora da escrita de Drummond será discutida. Você pode, em vez de solicitar que a questão 1 seja respondida por escrito, conduzir uma discussão oral com a classe a par-tir dessa pergunta. Nesse caso, após deixar que busquem encontrar a resposta, diga que a questão 1 revela o tom informal usado para recuperar a linguagem da criança-personagem. Fale que, no modo tradicional de escrever literatura, os autores não fugiam à norma-padrão. Se fosse um conto tradicio-nal, o autor diria “eu não vou à festa”. O modernismo rompe com essa regra, e Drummond escreve “eu não vou na festa”, expressão comum na linguagem coloquial. Desse modo, ele aproxima o leitor dos sentimentos que quer passar em seu conto. Além do tom de conversa, Drummond usa a ironia, o sarcasmo, o humor, a repetição de palavras, o uso de expressões comuns em conversas informais.

Peça que se voltem para a questão 2. Dê um tempo para responderem, depois confira se deram a resposta adequada.

2. Alternativas a e e.

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 4

neologismo e invenções sintáticas

Nesta seção, focalize apenas as questões 2, 3 e 4. Peça que respondam, depois confira e comente o que fizeram. Veja se as respostas estão corretas.

2. Alternativa b.

3. Alternativa c.

4. Observe a tentativa de aproximar o ritmo de escrita do ritmo do percurso do automóvel presente em ambos os escritores. Comente que, para isso, desconsideram regras sintáticas próprias da gramá-tica normativa.

escrevendo um conto

Ao final desta primeira Situação de Aprendizagem, os alunos deverão elaborar um conto em conjunto. Toda a escrita que exige elaboração será aceita mais facilmente pelos alunos se houver uma finalidade e um público leitor ao final. Proponha que escrevam o conto para fazer parte de um livro que ficará na biblioteca da escola, ou que façam, depois dos contos produzidos, um sarau para leitura dos contos para os alunos de outros termos, por exemplo.

Lembre-os de que escreverão um conto contemporâneo. Para facilitar o entendimento das carac-terísticas desse gênero de conto, retome o que foi visto no texto da homenagem a Oswald e no de Drummond. Relembre as características do conto fantástico que estudaram no início do termo e compare-as com as do conto contemporâneo para consolidar a aprendizagem sobre as diferenças entre um e outro gênero. Se puderem fazer pesquisa na internet no próprio espaço escolar, oriente-os e deixe que procurem textos que sintetizem as características de cada um dos gêneros de conto. Se não houver essa possibilidade, auxilie-os a completar o quadro-síntese, com base no que estudaram nesta Situação de Aprendizagem.

Reforce que, mesmo sendo moderno, o conto que escreverão deve ter um tema que envolva os leitores, narrador, personagens. Como é um conto moderno, o enredo não precisa seguir o modelo tradicional de herói envolvido com peripécias que se resolvem ao final. O final pode ser inusitado, desconcertante.

Proponha que façam essa escrita em sala de aula reunidos em duplas ou trios. Relembre as formas que o narrador pode tomar. Pergunte: como é o narrador do conto de Drummond? Ele par-ticipa da história ou conta como se estivesse distante? Diga que o narrador pode assumir o lugar do narrador-personagem (aquele que está na história) ou do narrador-observador (aquele que está dis-tante e tem conhecimento de tudo que se passa na narrativa). Quando o narrador também é perso-nagem, é um narrador em primeira pessoa. Se é observador, é um narrador em terceira pessoa.

Depois, deixe que escrevam o conto, mas acompanhe a elaboração circulando pelos grupos. Ao final da escrita (tarefa que pode ser dividida em alguns dias) recolha os contos, revise-os e devolva-os aos alunos para que façam os acertos necessários.

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Língua Portuguesa – 2º- termo Volume 4

A última etapa será a divulgação do conto, seja por meio do livro para a biblioteca, do sarau ou de outra forma que encontrarem.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 4 A LINGuAGEM CONSTRuINDO-NOS

O estudo do fôlder é breve, porém importante, já que é um gênero publicitário de ampla circula-ção que ainda não foi estudado.

Aprendendo a aprender

Para fazer um estudo do gênero, peça que tragam exemplares de casas comerciais ou de prestado-ras de serviços a que tenham acesso. Você também pode providenciar alguns exemplares. Organize os alunos em pequenos grupos e distribua um número de fôlderes igual para todos.

Peça que observem essas peças publicitárias. Pergunte: qual a finalidade desse gênero de texto? Deixe que respondam. Como é um gênero que circula amplamente, os alunos certamente reconhece-rão a finalidade mais comum, a de divulgar produtos. Peça que observem como são organizados, quais os tipos de letra usados, se têm imagens ou não, se são dobrados ou não, em quantas partes etc.

Somente depois dessa atividade, peça que abram o Caderno na Situação 4 e leiam a definição de fôlder que lá se encontra. Em seguida, incentive-os a encontrar diferenças entre os fôlderes publicitá-rios para venda de produtos e os que fazem divulgação de serviços públicos. O fôlder que se encontra na seção “Leitura e análise de texto” é um anúncio de internet e, portanto, tem, em vez de páginas que se desdobram, links. Caso seja possível, use a sala de informática para encontrar outros exemplos de fôlderes em espaços virtuais.

Produção de fôlderes

Depois que compreenderem claramente as funções e a organização do gênero, passe para a elabo-ração do fôlder para divulgação do evento de final de termo. Além de a produção do fôlder ser muito estimuladora, é relativamente fácil, o que poderá animar os alunos com maior dificuldade na escrita.

Avaliando-se MODIFICADA

Embora a atividade de construção do fôlder não esteja prevista (tal como proposto) nesta Si tuação de Aprendizagem, adapte-a da seção “Avaliando-se”. Ou, se preferir, mantenha as orientações dessa atividade.

Com os recursos de que dispuserem, peça que elaborem o fôlder, cuidando para não sobrecarre-gá-lo com textos escritos e usarem sempre o mesmo tipo de letra. Caso o façam manualmente, algum aluno mais habilidoso do grupo pode cuidar das imagens para ilustração. Se fizerem no computador, é possível usar imagens disponíveis na internet. Depois de prontos, os fôlderes poderão ser distribuí-dos pelas demais salas, departamentos da escola ou, se for o caso, para familiares e amigos convida-dos para o evento de divulgação de escrita do conto moderno.

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Língua Portuguesa – 2º- termo

quADRo-ReSuMo DAS SItuAçõeS De APRenDIZAGeM e AtIVIDADeS SuGeRIDAS

Volume Situação de Aprendizagem Atividades

1

1. Rindo se criticam os costumes!

Para começo de conversaVocê sabe o que é caviar?Aprendendo a aprenderLeitura e análise de texto um juiz de paz na roçaAprendendo a aprenderum juiz na roça: o ontem se fazendo presenteDiscussão oralEstudando a ambiguidadeEstudando coesão textualEstudando o período simples e o compostoLição de casa (modificada)

2. O que faz de alguém um escritor?

Para começo de conversaNotícia ou opinião?Discussão oralLeitura e análise de texto – A redação e o vestibularLição de casa (modificada)Leitura e análise de texto – Passagem para a adolescênciaPreparação para a escrita de artigo de opinião

4. E o homem disse: “Haja a palavra”A palavra anunciaA arte é caminho da vida

2

2. Tempus fugit! Conte-me um conto fantástico!

O conto fantásticoLição de casa (modificada)Conto fantástico: produza o seu!

3. O presente do passado hoje

Discussão oralLição de casa (modificada)Trabalho escravo e poesia?Discussão oralLeitura e análise de textoDiscussão oralAprendendo a aprender

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Língua Portuguesa – 2º- termo

3

2. Reportagem: o momento presente

Para começo de conversaLeitura e análise de textoAprendendo a aprenderLição de casa (modificada)

3. O que será que será

Leitura e análise de textoA preposiçãoAprendendo a aprenderMais um pouco sobre preposiçãoAprendendo a aprenderParafraseando Camõesuma crônica jornalísticaDiscussão oralLeitura e análise de texto – O pretê-pedalinhoAprendendo a aprender

41. A prosa renovada

Prosa no ritmo do automóvelAo redor de nossa amigaReinventando a linguagem literáriaNeologismo e invenções sintáticasEscrevendo um conto

4. A linguagem construindo-nosAprendendo a aprenderProdução de fôlderesAvaliando-se (modificada)

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 1

3o teRMo Para o 3o termo foram privilegiadas Situações de Aprendizagem que retomam con teúdos que devem ser apreendidos progressivamente em Língua Portuguesa, divididos em três grupos.

• Gêneros textuais: bilhete em ambiente profissional, questão de vestibular, charge, notícia, romance, poema, paródia de poema, dissertação escolar.

• Funcionamento da língua: interação discursiva, comunicação, literatura e sociedade, relações entre linguagem verbal e não verbal. Análise de textos em discussões orais e questões escritas. Concatenação de ideias. Intencionalidade comunicativa. Construção de paródia: estilo em literatura. Elementos de tex-tos argumentativos.

• Aspectos formais do uso da língua: ortografia, concordância, numerais, voca-tivo, frase e oração, período simples e composto.

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 1

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 ME CORRIJAM SE Eu ESTIVER ERRANDO...

Esta Situação de Aprendizagem tem por finalidade discutir e trabalhar a adequação da lingua-gem ao mundo do trabalho. O gênero textual privilegiado é o bilhete cotidiano nesse contexto, seja eletrônico, seja manual.

Para começo de conversa

Reflexão sobre o que é certo ou errado na fala e na escrita.

Discussão oral

Estimule a discussão oral e peça aos alunos que respondam às questões que se seguem.

Ao revisar as respostas, observe se comentam a necessidade de adequar diferentes linguagens a diferentes ambientes, e se, especialmente, mencionam a necessidade de usar a norma-padrão em situações mais formais, que incluem todas as comunicações escritas no mundo do trabalho.

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 1

Lição de casa MODIFICADA

Esta lição trabalha questões ortográficas muito comuns e favorece a reflexão sobre as diferentes grafias em palavras com sons parecidos como, por exemplo, a derivação em “famílias” de palavras, o uso de z em adjetivos derivados de substantivos abstratos e a evolução histórica da língua. Peça aos alunos que a realizem em duplas, em sala. Proponha uma discussão sobre as respostas e confira se estão corretas.

1. a) Pagé, enrijecer, viajar, laranjal, viagem, vestígio, granja, pajem, fingir, desejar, ferrugem, coragem, reger, canjica, laje, traje, relógio, refúgio.

b) Cremoso, portuguesa, pobreza, limpidez, burguês, realizar, analisar, marquês, avisar, cin-zeiro, cafezal, organizar, vaidoso, camponesa, trombose, causa, coisa.

2. Há várias respostas possíveis. A melhor explicação é dada pela etimologia, ou seja, pela história das palavras, desde sua origem (em muitos casos, latina) até nossos dias. As alterações sofridas ao longo do tempo explicam as diferenças de pronúncia e de escrita entre as formas antigas e as atuais. Mesmo assim, algumas regras são perceptíveis e podem ser encontradas em gramáticas.

3. As palavras terminadas em eza originam-se de substantivos abstratos (belo, triste, maduro, fraco, esperto) e são grafadas com z.

Você aprendeu?

Nesta atividade, os alunos deverão aplicar o que aprenderam sobre adequação da linguagem escrita em ambientes de trabalho. Peça que se reúnam em pequenos grupos e leiam as propostas da seção.

Discussão oral

Acompanhe a discussão e interfira sempre que necessário.

A seguir, ainda em grupos, solicite que façam as atividades 2 (reescrevam o bilhete de zeca, observando os critérios dados) e 3 (troquem-nos, ao final da reescrita, com outro grupo, para que seja feita uma primeira revisão).

Ao mesmo tempo, você corrigirá o bilhete e, ao final desta etapa, colocará sua correção na lousa para que todos possam comparar os escritos com sua correção e melhorá-los. Ressalve que não é necessário usar a formalidade de um ofício, por exemplo, em um bilhete rápido. É possível usar lin-guagem coloquial, porém sem incorreções ortográficas e gramaticais.

2. A seguir, uma possibilidade de correção:

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 1

Em seguida, peça aos alunos que continuem a trabalhar em grupos e façam as atividades 4, 5, 6 e 7.

4. O termo humanidade sugere uma ideia global, de várias pessoas, representa um coletivo. Paulo fez a concordância com a ideia de plural presente na frase e não com o coletivo humanidade, que está no singular.

5. A ênfase recai sobre a vida.

6. Em (II), Henrique, com seu irmão, liderou o jogo.

7. a) Em (I). A ausência do artigo definido com calma e o verbo no singular propõem que os dois termos funcionem como sinônimos, assumindo o mesmo sentido. Portanto, pode-se usar o verbo concordando apenas com um dos termos.

b) A função do artigo definido é particularizar o substantivo. Desse modo, para que os dois ele-mentos voltem a representar um todo, isto é, a ter um sentido comum, é necessário que o verbo se apresente no plural.

estudando o vocativo – uma unidade à parte

Explique que o termo vocativo é o nome que se dá às palavras usadas para chamar, evocar alguém, isto é, para atrair a atenção de pessoas sobre o que desejamos dizer a elas, em diferentes situações. Diga que ele vem sempre separado do restante do enunciado por uma vírgula, dois pontos ou ponto de exclamação. O vocativo pode ser um nome, um apelido, uma característica da pessoa com quem se fala.

Seu Raimundo:

Tudo bem? No fechamento da lanchonete, promovi uma reunião com os funcionários. A equipe dos atendentes não estava motivada. Dei algumas orientações sobre como atender melhor os clien-tes. Pelo menos um terço da equipe apresentava problemas. Na tentativa de auxiliá-los a superar esses problemas, dei as seguintes orientações:

- primeiro, é preciso sempre ter um sorriso no rosto ao atender o cliente;

- segundo, é importante usar, sempre, “obrigado” e “por favor”;

- terceiro, a boa educação é sempre necessária;

- quarto, os clientes nem sempre têm educação, mas nós não precisamos ser mal-educados.

Espero que tenha gostado.

Zeca

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 1

A seguir, peça que completem os espaços na atividade 1 e façam a atividade 2. Verifique as respostas.

1. Termo, oração, separado, enunciador, dirige, interlocutor.

2. “Seu Raimundo”, “Chefia” e “Veio” no bilhete do Zeca e “Seu Raimundo” na sugestão de reescrita.

Para a questão 3, aceite os vocativos que apresentarem, mesmo quando usarem linguagem colo-quial ou gírias. Verifique a adequação entre as duas colunas, ou seja, se o vocativo está de acordo com a situação em que é usado.

Lição de casa MODIFICADA

Para a questão 1, proceda como na atividade do bilhete de zeca.

1. Uma sugestão de reescrita é:

Sá:

Tudo bem? Fui almoçar. É meio dia e meia. Volto às duas e meia. Tenho dois recados urgentes para você:

- primeiro, seu Euclides ligou e pediu para você cancelar a passagem dele para Goiânia. É que a mulher dele está doente e ele não irá mais;

- segundo, sua mãe disse que é para você ligar para ela, mas só até as duas.

O amor e a paz preencham você.

Abraços,

Rita

Na questão 2, chame a atenção para a importância da pontuação para determinar o significado correto da frase.

2. As possibilidades são:

a) Lúcia, matou-me Paulo! Não chore por mim! Beijo.

b) Lúcia matou-me! Paulo, não chore por mim!

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 1

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 2 DESENVOLVENDO O OLHAR CRíTICO: A RESENHA

Nesta Situação de Aprendizagem, sugere-se que você trabalhe apenas com as seções iniciais, favo-recendo as reflexões sobre o futuro, tão presentes ao final do Ensino Médio.

Discussão oral

Estimule-os a pensar na continuidade dos estudos e a prestar o Enem ao final do 3o termo do EJA.

Leitura e análise de texto

álcool: o mundo de olho em nossa tecnologia

Proponha que façam as questões em dupla, sem maiores orientações iniciais. Depois, avalie a sensação que tiveram, perguntando sobre as dificuldades de resolução. Discuta, agora, cada uma das questões. Para a questão 1, averigue se compreenderam que precisam relacionar as informações ofere-cidas pela charge com as presentes no texto. Analise a charge, perguntando: o que veem na imagem? O que diz a legenda? Qual a ironia contida nela? A seguir, leia o texto com a classe e discuta o que é dito a respeito das condições de trabalho dos cortadores de cana. Problematize a leitura: o que diz o primeiro parágrafo? Que causas são indicadas para o aumento da produtividade do trabalho do cor-tador? E o segundo, trata de que assunto? No terceiro, há dados precisos sobre o setor canavieiro. Que dados são esses? Finalmente, volte às alternativas e peça a resposta correta.

Confirme os acertos dizendo que a resposta correta é a alternativa e e não a, como está na próxima “Discussão oral”.

Discussão oral

Observe a discussão e interfira sempre que necessário.

Lição de casa MODIFICADA

Trata-se de uma recapitulação do período composto. O objetivo é que recordem o já discutido. Portanto, peça que façam a atividade e confira as respostas.

1. Alternativas e, d, a, b, c.

2. a) Relação alternativa.

b) Relação condicional.

c) Relação adversativa.

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 2

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 2

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 VIDAS SECAS: REALIDADE PRESENTE

No volume 2, serão privilegiadas partes de Situações de Aprendizagem que estudam uma obra frequentemente abordada nos exames vestibulares: Vidas secas, de Graciliano Ramos.

Para começo de conversa

Deixar o Cariri? Só no último pau de arara!

Inicie as atividades organizando-se para a audição da canção O último pau de arara.

Veja as orientações no início desta Situação de Aprendizagem no Caderno do Professor, volume 2.

VER CADERNO

DO PROFESSOR

Além da discussão sobre o Enem e os vestibulares, esta é também uma ótima ocasião para conhe-cer melhor as histórias de vida daqueles alunos que têm na origem familiar processos de migração do Nordeste para o Estado de São Paulo. Depois da audição e das possíveis conversas sobre histórias pes-soais e de família relacionadas à migração nordestina, proponha que resolvam, em duplas, as questões iniciais:

• questãosobreosignificadodaexpressãopau de arara;

• questãosobreondeselocalizaoCariri;

• questãosobreotemacentraldamúsica;

• questãosobreasacepçõesparaotermopau de arara;

• questãodemúltiplaescolhasobreotemadaletradamúsica;

• questão sobreosprincipaisproblemas enfrentadospelosmigrantes tantona sua terranatalcomo na terra de destino;

• questãodemúltiplaescolhasobreousodoadvérbiosó;

• questãodemúltiplaescolhasobreousododiminutivo.

Depois que resolverem, coloque as respostas em discussão. Confirme os acertos.

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 2

Resposta pessoal (mas veja se está adequada). •

Região do sertão do Ceará formada pelos seguintes municípios: Altaneira, Barbalha, Caririaçu, •Crato, Farias Brito, Granjeiro, Jardim, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova Olinda, Porteiras e Santana do Cariri.

Tema central: seca do Nordeste.•

Acepção 3, caminhão que transporta migrantes nordestinos.•

Alternativa • a.

Resposta pessoal, porém é necessário que ela se refira aos problemas sociais e demográficos da região •Nordeste.

Alternativa • d.

Alternativa • d.

Vidas secas e o poder da palavra

Resolva oralmente o item a da questão 1 perguntando se os alunos leram o romance ou se conhe-cem a expressão vidas secas. Coloque-a em discussão e pergunte se há relação entre essa expressão e as questões que resolveram anteriormente sobre os problemas sociais e demográficos do Nordeste. Se tive-rem condição de ir ao laboratório de informática, proponha que ouçam o áudio disponível em <http:// objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/2100> e comparem o que é dito com a resposta ante-rior, analisando o que o escritor de Vidas secas pretendia com esse romance. É um áudio muito inte-ressante (entre outros disponibilizados pelo MEC) que discute a obra de Graciliano. Se não puderem, passe para a questão “Leia o texto a seguir e procure as relações que ele estabelece com a letra de música com que iniciamos este capítulo”.

Leitura e análise de texto

Leia com eles os trechos de Vidas secas e comente cada parágrafo. Chame atenção para o modo como o narrador, em terceira pessoa, coloca o pensamento de Fabiano, um retirante. Identifique o autor; estabeleça distinção entre autor e narrador. Depois, peça que continuem respondendo às ques-tões. Ao final, revise-as, colocando-as em discussão antes de oferecer a resposta correta.

2. a) Esse breve trecho nos diz que Fabiano se relaciona com sua mulher, Sinhá Vitória, e com os meninos, seus filhos. Fabiano, em suas reflexões consigo, pensa que os meninos, quando cresce-rem, serão brutos como o pai, guardando reses e sendo pisados por soldados. “Guardar reses” é a atividade do vaqueiro; rês é uma palavra usada para designar bois e vacas.

b) A resposta é pessoal, mas verifique o tipo de dificuldade que tiveram: as palavras são difíceis? O assunto é de pouco interesse? Retome os pontos que não foram bem compreendidos.

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c) Observe se as respostas apontam para o desalento em que os dois se encontram, buscando fugir da seca e encontrar maior sentido para a vida.

Aprendendo a aprender

Incentive-os a conhecer melhor Graciliano Ramos. Além de ler estas informações básicas, propo-nha que ampliem o conhecimento consultando obras do autor na biblioteca da escola ou na internet.

3. O termo também aproxima a personagem principal do animal da família, uma vez que nem o homem nem o bicho sabiam falar. Seguindo a mesma linha de raciocínio, notamos que Fabiano, ao ter consciência de que não sabe falar e da necessidade que sente disso para arrumar tudo o que tem no interior, permite que o leitor questione o real valor de uma vida destroçada pela pobreza e pelo sofrimento de quem não tem acesso à palavra.

4. Alternativa a.

Lição de casa MODIFICADA

Continue a discussão sobre os trechos de Vidas secas, agora refletindo sobre a importância da pon-tuação para a construção de sentido. Peça que respondam às questões e revise as respostas, comentan-do-as. Confira se responderam adequadamente.

1. O narrador se aproxima mais de Fabiano, de sua dificuldade de falar.

2. Resposta pessoal. Acolha as diferentes respostas e verifique se os alunos levam em conta o contexto do romance para responder.

3. Caso ache que é possível, proponha que façam a pesquisa e o resumo desta importante obra, objeto de muitas questões de vestibulares e do Enem.

Resolvendo o enem

Continuando o estudo de Vidas secas, passemos a outras questões sobre o assunto. Explique aos alunos que agora se trata de refletir sobre a dificuldade que têm os autores ao colocar voz na boca de personagens simples, porque correm o risco de obter um tom falso ou caricato. Mas será que Graciliano conseguiu fazer Fabiano falar sem cair nesses dois perigos?

Depois de discutir brevemente o assunto, deixe que respondam à questão a no caderno. Antes de revisá-la, passe para a questão b. Leia com eles o texto de Luís Bueno e ajude-os a fazer comparações com as respostas que deram, identificando pontos de semelhança ou de desacordo entre elas. Retome a questão do estilo de época no romance Vidas secas. Diga que é um romance social, como outros que foram escritos na década de 1930. Sua característica definidora é a presença, pela primeira vez, de pobres como personagens protagonistas na literatura brasileira. Diga que, além de Graciliano, são importantes autores de romances sociais Jorge Amado, José Lins do Rego e Lúcio Cardoso, entre outros.

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A seguir, peça que passem para as questões do Enem. Depois de responderem, verifique a correção.

1. Alternativa d.

2. Alternativa a.

Aprendendo a aprender

Discuta com os alunos os exames vestibulares e o Enem. O que acham deles?

Finalmente, para fechar o assunto, proponha aos alunos, se desejarem ampliar seus conhecimen-tos sobre Vidas secas, que consultem as referências anteriores. Verifique se na biblioteca da escola há esse livro. Se houver, recomende a leitura para os interessados.

Peça que leiam e discutam as ideias sobre avaliação da compreensão do que se lê. Acham que têm facilidade para isso? Precisam melhorar? Se sim, em quais aspectos?

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 2 ELABORANDO uM PROJETO DE DISSERTAçãO

O objetivo desta Situação de Aprendizagem é levar os alunos a identificar a dissertação escolar em suas particularidades, distinguindo-a de outros gêneros argumentativos e, além disso, organizar um planejamento para a elaboração de uma dissertação.

Para começo de conversa

tipologia textual: a argumentação

Continuando com o tema dos vestibulares, comece a nova Situação refletindo sobre as diferentes áreas em que são oferecidos cursos superiores. Peça que respondam oralmente sobre a área que gosta-riam de cursar e deem a razão da preferência.

Comunicação é vida

Depois desse aquecimento inicial, peça que respondam em pequenos grupos às questões que se seguem, fundamentando-se em estudos anteriores sobre textos argumentativos. Quando tiverem res-pondido, comente o texto Comunicação e vida e, em seguida, verifique se as respostas estão corretas.

1. Alternativas IV, III e I.

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A leitura e a cidadania

Em seguida, solicite que alguns voluntários se disponham a ler os parágrafos do texto Leitura e cidadania. Depois que os alunos se alternarem na leitura, peça aos demais que encontrem a resposta correta para a questão 2 e justifiquem sua escolha.

2. Alternativa a.

Continuando em grupos, os alunos devem responder às duas próximas questões. Quando termi-narem, revise.

3. Há várias possibilidades de resposta: do primeiro parágrafo, algo como “A necessidade de ler, quando atendida, possibilita uma forma melhor de exercer a cidadania”. No segundo, podem encontrar algo como “A leitura modifica nosso modo de ver o mundo”.

4. Reforce a ideia de tese, ou tomada de posição, e solicite que escrevam as suas teses, conforme o soli-citado pela questão. Ao final, peça que voluntariamente leiam para os colegas as teses que construí-ram. Interfira sempre que for necessário para fazer acertos nas teses elaboradas.

Lição de casa MODIFICADA

Solicite que respondam às questões individualmente e confira as respostas.

1. Alternativas a, b, d e f.

2. Resposta pessoal, mas verifique se os alunos aplicam adequadamente o conceito estudado: justifica-tiva lógica de algo que se deseja comprovar.

um gênero argumentativo: a dissertação escolar

Siga com o estudo sobre o gênero dissertação escolar. Peça que resolvam a primeira questão oralmente e que, após discussão em classe e com sua participação ativa e orientadora, redijam coleti-vamente um conceito de dissertação escolar. Confira se as respostas correspondem à expectativa de aprendizagem.

1. Os três enunciados pedem uma dissertação, com base em textos lidos anteriormente pelos candidatos.

2. Espera-se que seja construída coletivamente uma resposta que se assemelhe à seguinte: o gênero dissertação escolar realiza-se em textos que retomam conhecimentos que circulam na escola a partir de questionamentos sobre esses conhecimentos. Diante dos questionamentos, o aluno toma uma posição, sustenta essa posição com argumentos fortes e coerentes no sentido de persuadir seu leitor (professor da escola ou, mais tarde, avaliadores de exames seletivos) e, ao final, chega a uma conclu-são lógica.

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Preparando o caminho para o texto

Discuta novamente com a classe as ideias que compõem o conceito de dissertação escolar: ques-tionamento, tese (ou tomada de posição) sobre esse questionamento, argumentação e argumentos, conclusão. Dê alguns exemplos de questões polêmicas possíveis para desencadear a redação de dis-sertações, associando-as a temas amplos. Por exemplo, aborto ou violência, por si só não conduzem a uma elaboração focada de um texto dissertativo. São temas amplos demais e tendem a conduzir o autor à dispersão.

Para que a questão seja realmente polêmica, ela precisa provocar discordâncias. Ninguém achará polêmica a frase “A violência é comum nas cidades” e, portanto, ela não desencadeará controvérsias, todos concordarão com ela. Mas, se dissermos “A violência na cidade X cresceu 50% depois que os adolescentes foram liberados para frequentar os barzinhos da cidade após as 22 horas”, certamente haverá os que são contra e os que são a favor da afirmação. Continue afirmando que os termos de uma questão polêmica precisam ser esclarecidos para o leitor, ou por uma definição ou pelo estabele-cimento de aspectos das situações a que elas remetem.

Proponha que respondam, em pequenos grupos, às questões desta seção. Depois, verifique se as respostas estão adequadas.

1. a) Violência armada, de rua, física, verbal, moral etc.

b) Brigas, agressão física, imoralidade, casos extremos noticiados pela mídia.

Aprendendo a aprender

Peça que façam uma pausa nas respostas às questões e confiram se compreenderam corretamente o que é argumentar.

2. a) As respostas de Heloísa deveriam ser:

considera a ideia pertinente;•

as palavras-chave são: imprensa, transmitir informações, responsável.•

b) Pessoal, mas é preciso verificar se a resposta está coerente com o público leitor, formado por jovens e adolescentes.

Projeto de texto

Analise os projetos dos alunos e, ao longo da análise, esclareça os passos da elaboração do texto dissertativo.

• tema: Imprensa.

• tese: “A imprensa deve ser responsável ao transmitir informações”.

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• esclarecimento: em primeiro, lugar, é preciso esclarecer o que se entende por imprensa e transmitir informações, mas principalmente o que significa ser responsável, já que esse conceito muda muito de pessoa para pessoa. Qual sentido será dado a esse termo no texto?

• Argumentação: esclarecidos os termos, ressalte que os argumentos devem ser consistentes e utilizados hierarquicamente, segundo sua força e importância. Primeiro registram-se os mais fracos, por último, os mais fortes. Observe que, se usarem os mais fortes primeiro, não haverá como construir a progressão argumentativa no texto e ganhar gradativamente espaço no con-vencimento do leitor que se opõe à posição tomada por ele, o autor da dissertação.

Assim, ao preencher o quadro a seguir, os alunos deverão completá-lo aproximadamente da forma que se segue e justificar suas escolhas no caderno.

c) Resposta sugerida:

Projeto de texto dissertativo

Tema Imprensa

Tese A imprensa deve ser responsável ao transmitir informações

Termos que vou definir no texto Imprensa, transmitir informações, responsabilidade

Argumento menos importante (1) A sociedade precisa conhecer a verdade dos fatos

Argumento (2) Acontecimentos importantes para a nação não podem ser tratados como uma simples distração

Argumento mais importante (3) As informações da imprensa são o principal instrumento de manutenção da democracia

A leitura para construir argumentação

Discussão oral

Conduza a “Discussão oral”. Interfira sempre que for necessário para que os alunos recordem a importância do romance social de Graciliano e da poesia engajada (eles podem lembrar-se de Castro Alves e da luta abolicionista, vistos no termo anterior).

Leia para a classe, com entoação adequada, o poema de Ferreira Gullar. Depois, peça que reto-mem a leitura individual e silenciosamente e respondam à questão 1 no caderno.

1. Espera-se que os alunos considerem como ideias importantes do poeta a associação claro/escuro feita entre a brancura do açúcar refinado e a pesada tarefa que os trabalhadores da produção açucareira têm para transformar a cana nesse condimento que apreciamos sem contestar.

2. A segunda alternativa é a correta.

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3. O escuro, no poema, é associado ao trabalho de pessoas que levam uma vida amarga e dura para que privilegiados possam desfrutar momentos de prazer.

Aprendendo a aprender

Peça que leiam sobre o poeta. Se desejarem mais informações, incentive-os a procurar outras obras na biblioteca da escola ou na internet.

Discussão oral

o que é trabalho escravo nos dias de hoje

Reflita sobre as formas como o trabalho, atualmente, pode tornar-se escravo. Pergunte se conhe-cem exemplos. Eles devem citar todas aquelas ocasiões em que os trabalhadores não recebem salário pelo trabalho e não podem sair do local porque os patrões encontram formas de endividá-los e pren-dê-los às dívidas. Outra forma de escravidão ocorre com jovens que são iludidos por promessas de trabalho bem remunerado no exterior, mas que, na verdade, são aliciados para a escravidão sexual.

Lição de casa MODIFICADA

Considere que o poema solicitado é pessoal, mas deve ser coerente com a ideia da crítica presente na poesia.

o que é trabalho escravo

Peça que leiam o próximo texto com essas ideias em mente e que, ao mesmo tempo, procurem relacioná-lo com o poema de Ferreira Gullar. Depois, solicite que estabeleçam uma relação entre os dois textos. Confira a resposta.

2. Os dois textos denunciam as injustiças presentes no mundo do trabalho e conscientizam o leitor sobre as injustiças causadas pela ganância exagerada de quem vê o trabalhador como ser inferior.

Produzindo seu projeto

Depois que os alunos preencherem o quadro, verifique se atendem ao modelo de Pedro, já estu-dado. O novo é que os alunos terão de criar tese, argumentos e hierarquizar esses argumentos. Veja se o fizeram de modo adequado. Quando não conseguirem, auxilie-os com suas observações.

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SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 4 MOMENTO DE ESCRITA: A REDAçãO DE ACESSO

AO ENSINO SuPERIOR

Nas atividades selecionadas desta Situação de Aprendizagem, o aluno deverá produzir, sob sua orientação, uma dissertação escolar.

Aprendendo a aprender

Inicie pela leitura da seção “Aprendendo a aprender”, que retoma o conceito de dissertação escolar. Em seguida, faça as reflexões sugeridas coletivamente, perguntando à classe quais dificuldades tiveram na elaboração do projeto de texto dissertativo e que sugestões eles mesmos dão para a superação dessas dificuldades. Acolha as respostas e interfira dando sugestões para que possam vencer os obstáculos que ainda existirem. A questão 2 pode ser respondida pelo texto e gráfico que a seguem. Verifique se a questão 3 foi corretamente respondida, de acordo com o gráfico apresentado, que é de 2001.

3. a) A região Nordeste, em números absolutos, tinha o maior percentual de trabalhadores infantis (42,2%), enquanto a Norte possuía o menor percentual (5,25%).

b) Na época em que o gráfico foi elaborado, existiam cerca de 5,4 milhões de crianças e adolescen-tes trabalhando no país.

Discussão oral

Peça aos alunos que partilhem as opiniões que já possuem sobre o assunto, antes da leitura e das atividades seguintes.

Leitura e análise de texto

A crueldade do trabalho infantil

Discuta as questões a e b da atividade 1 com o grupo, oralmente. Ao final, encontrem, em grupo, as respostas no texto A crueldade do trabalho infantil. Em seguida, proponha que respondam à questão 2.

2. Resposta pessoal. Acolha a diversidade de respostas. Elas contribuirão para a construção de teses e argumentos posteriormente.

Aprendendo a aprender

Estabeleça uma breve discussão sobre a ideia de senso comum, associando-a a problemas para redigir as dissertações de vestibulares e à resposta da questão 3.

3. a) A posição do enunciador, declarada nos dois períodos do texto O trabalho infantil na agricul-tura moderna, é a de que as famílias preservam a moral de suas crianças quando as colocam para trabalhar desde cedo. Dessa maneira, evitam que os filhos caiam na marginalidade e

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valorizem o trabalho como atividade que dignifica o ser humano. Esses argumentos pertencem ao senso comum, isto é, repetem o que se diz popularmente sem aprofundar a questão do traba-lho infantil.

Promova uma discussão sobre a questão “Qual é a necessidade que temos de leis?” Acolha os diferentes pontos de vista. Observe que a pergunta pode ser bastante polêmica; mantenha, contudo, a defesa da importância das leis para o bem-estar social.

4. Aceite discordâncias. Por exemplo, alguns podem pensar que as interpretações que se fazem do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) costumam ser exageradas. Muitas crianças e adolescentes recusam-se a partilhar pequenas tarefas domésticas, incentivados pelos pais, que pensam que é a esse tipo de trabalho infantil que o ECA se refere. Outros poderão argumentar que, escondidos atrás de sentimentos mais nobres, como “o trabalho dá disciplina”, há pais que exploram seus filhos. Haverá alunos que lembrarão que o trabalho infantil em filmes, anúncios e novelas não é considerado trabalho pesado, o que é injusto para com essas crianças. As discordâncias favorecem a construção de teses e argumentos.

Discussão oral

Esta é uma discussão para o estabelecimento de sínteses. Aceite as diferentes respostas, mas desta-que o papel da lei na contenção da exploração infantil.

Lição de casa MODIFICADA

Em sala, peça que organizem um projeto de texto dissertativo com o tema trabalho infantil, seguindo os passos indicados nesta seção para a organização dos parágrafos da dissertação. Colo-que-se à disposição para auxiliá-los, circule pela sala, incentive a partilha de boas ideias.

Lição de casa MODIFICADA

1. a) Os homens desejam a paz com razão. Ou: Os homens desejam, com razão, a paz.

b) As crianças viram os pássaros entusiasmadas.

c) Estudo Língua Portuguesa às segundas, terças e sextas de manhã.

d) Ronaldo viveu experiências excepcionais durante toda sua vida.

Produzindo o texto dissertativo

Finalizado o projeto e respondidas as perguntas, solicite que, em uma aula posterior, produzam o texto dissertativo, sem esquecerem dos critérios listados no item 1. Muito provavelmente você pre-cisará destinar algumas aulas para a escrita e revisão do projeto entre os alunos. Ao final, recolha as dissertações para fazer suas observações, de acordo com os critérios estabelecidos no item 3. Quando finalizar sua etapa do trabalho, devolva os textos para que os alunos comparem suas observações com as próprias e as dos colegas. Depois, reserve um tempo para que eles façam a reescrita final.

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 3

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 3

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 TRABALHO INFANTIL: INTERESSA A QuEM?

Nesta Situação de Aprendizagem, a ideia é que sejam trabalhadas apenas as atividades relacio-nadas com a produção de dissertação escolar. Caso ache possível, leia também os textos 1 e 2 sobre trabalho da seção “Muitas questões e uma discussão”.

o enem e o trabalho

Discussão oral

A Situação 1 começa com uma discussão sobre o Enem. Ouça os alunos, participe, incentive a discussão e esclareça dúvidas.

Leitura e análise de texto

enem

Peça que leiam, individualmente, o texto Enem e em seguida respondam às questões.

Quando terminarem de responder, avalie as capacidades de leitura da turma pela qualidade das respostas que deram. A questão a avalia a competência de localizar a ideia principal do texto; b, a de distinguir conceitos (no caso, de vestibular e Enem) pela avaliação de suas semelhanças e diferenças; c, a de estabelecer relações entre partes do texto, reconhecendo elementos que garantem a coesão e a coerência entre elas. Confira as respostas.

2. a) Para que distinga os conteúdos que domina bem daqueles que ainda precisam de atenção e estudo, que contribuam para o crescimento pessoal do aluno e sua realização pessoal.

b) Lembre-os das atividades anteriores sobre o Enem. Caso ainda restem dúvidas, explique que os vestibulares são exames de seleção para ingresso em universidades específicas, e que o Enem foi criado para avaliar a qualidade do Ensino Médio brasileiro. Por isso, avalia, por meio da resolução de situações-problema, competências adquiridas pelos alunos, e não se decoraram os conteúdos ministrados, como acontece em alguns vestibulares. Diga também que, caso o aluno que presta o Enem prove ter conhecimento suficiente para o ingresso em universidades federais, este exame substitui o vestibular. A participação bem avaliada no Enem também auxilia no ingresso às demais universidades.

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 3

c) O mundo do trabalho exige, a todo momento, que os profissionais façam escolhas e tomem decisões a partir delas. Essas capacidades são fundamentais para o sucesso nas carreiras que escolherem.

Projeto de texto

Proponha que seus alunos façam uma redação que terá como tema a relação estudo e trabalho. Antes, peça que preencham um quadro semelhante ao desta página em folha avulsa e sigam os mes-mos critérios usados anteriormente para planejamento de dissertação. Você recolherá essas folhas para fazer observações sobre esse planejamento e as devolverá no início da Situação 3.

Projeto de texto dissertativo

Tema central

Tese

Termos que vou definir no texto

Argumento principal

Argumento secundário

Argumento terciário

Exemplo(s) que comprove(m) os argumentos

Outras ideias que desejo aproveitar para o texto

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 3

Lição de casa MODIFICADA

Esta atividade relaciona-se com as competências pretendidas para a Situação. Depois que os alu-nos responderem, confira.

Ordem das alternativas: • b, a, c.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 2 OuVIR ESTRELAS... SERá?

Para iniciar esta Situação de Aprendizagem, faça a leitura do poema de Olavo Bilac, dando a entoação necessária para começar a trabalhar as diferenças de sentido entre os dois poemas. Depois dessa primeira leitura, peça que respondam oralmente às questões.

Coloque em discussão as palavras que dificultaram a leitura da classe; explique que a língua é viva e que se transforma ao longo do tempo. Por isso, algumas palavras caem em desuso, outras têm seu sentido transformado.

Proponha que coloquem para discussão o que entendem sobre a palavra literatura. Aceite aquelas aproximações que relacionam literatura a poemas, contos, romances. Explique que são considerados literários os textos poéticos ou em prosa que tenham valor artístico. Esclareça, também, que arte é um conceito fluido, que a avaliação sobre um texto, uma pintura, uma escultura serem artísticos depende muito da época em que são produzidos e da perspectiva de quem os julga. Assim, o poema de Bilac, embora muito famoso, é considerado obra literária para alguns e não literária para outros.

Em seguida, peça que ouçam sua leitura do Uvi Strella, de Juó Bananére (que exigirá, é claro, a entoação paródica), e, enquanto ouvem, pensem nas diferenças e semelhanças entre esse poema e o de Bilac. Depois da leitura, comente as características da paródia, a imitação do sotaque italiano-abra-sileirado que contém.

Aprendendo a aprender

Peça que leiam e comentem os dados biográficos de Bananére. Questione: o sobrenome real do autor parece italiano? Por que o autor escreveu La divina increnca? Há algum outro livro famoso com esse nome?

Discussão oral

Participe da discussão e, ao longo da atividade, vá orientando para as conclusões. Explique que o poema de Bilac foi escrito antes da paródia de Bananére. Destaque, principalmente, a diferença sobre o que se diz das estrelas em cada um dos poemas. Em Bilac, a associação das estrelas com o romantismo e de arte com o romântico, associação já criticada e considerada ultrapassada na época;

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 3

em Bananére, a associação com a ciência e a crítica ao romantismo. Explique como a retomada de um texto escrito anteriormente pode resultar em um texto autoral ou tornar-se uma simples cópia. Diga que a segunda possibilidade é encontrada muitas vezes em dissertações escolares que se baseiam em textos estimuladores: ao contrário do esperado, que os alunos desenvolvam novas ideias a partir da provocação, aparecem cópias que nada acrescentam à proposta ou que a distorcem.

Em seguida, peça que completem a atividade seguinte, questão 3. Veja se acertaram.

3. F, V, V, V, V.

Se considerar que há tempo, trabalhe os poemas das páginas seguintes visando ao desenvolvi-mento de competências semelhantes às trabalhadas nesta primeira atividade.

Lição de casa MODIFICADA

A paródia e a Lua

Peça que respondam, em pequenos grupos, às questões para finalizar o estudo de paródia como recurso crítico. Resolva as dúvidas que tiverem. Depois, confira o que deve ser sublinhado.

1. “subversão da proposta do texto parodiado” e “Embora se respeite o texto parodiado, o leitor conse-gue identificar a ironia dentro da semelhança.”

2. “ao amor ou à beleza”.

3. “a paródia ao estilo literário do Romantismo”.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 3 O TRABALHO VIRA DISSERTAçãO

A finalidade das atividades selecionadas desta Situação de Aprendizagem é continuar o trabalho com o gênero dissertação escolar, visando à preparação dos alunos para participação no Enem e nos vestibulares.

Projeto de texto

Inicie devolvendo aos alunos os planos de dissertação revisados por você, com suas observações. Peça que as analisem de acordo com as orientações da atividade 1. Depois, solicite que, em duplas, completem o texto da atividade 2.

2. Confira as palavras corretas: reformulação, objetivos, compreensível, repete, próprio, parafrasear, mesmas.

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 3

Discussão oral

Solicite que façam a discussão. Oriente-os em relação às respostas esperadas, já indicadas na ati-vidade anterior.

escrevendo o texto

Finalizando as atividades selecionadas para esta Situação, peça que escrevam, individualmente, sua dissertação, conforme orientações do item 1.

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 4

oRIentAçõeS PARA o PRoFeSSoR VOLuME 4

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 1 PLANEJANDO A FELICIDADE

Neste Volume, as discussões e os estudos, forçosamente, serão sobre o término do Ensino Médio e o futuro dos alunos depois dessa etapa concluída.

eu e meu futuro

Inicie a Situação de Aprendizagem com uma atividade em grupo sobre planejamento do futuro após a conclusão do Ensino Médio e autoavaliação do que foi importante aprender durante esse período de estudos. Conclua com a discussão oral sobre o assunto, realizada sob sua orientação. Observe, durante as discussões, que conteúdos e competências ainda precisarão trabalhar. Anote-os para retomá-los oportunamente. Em seguida, passe para a atividade de leitura, solicitando que a rea-lizem continuando em pequenos grupos.

Leitura e análise de texto

Discuta cada um dos parágrafos assim que tenham sido lidos. Ao final, peça que cada grupo dê um título para o texto que acabaram de ler. Oralmente, peça que definam estratégia como “capaci-dade de usar os recursos dos quais dispõe para atingir seus objetivos”.

Discussão oral

Incentive que discutam, participe da discussão. Sua colaboração dará relevância a este tópico.

Aprendendo a aprender

Solicite a um aluno que leia a seção. Explique que os pontos destacados servirão tanto para a elaboração de um projeto pessoal de vida para um futuro próximo como para a escrita de uma disser-tação sobre o tema.

elaborando um projeto de vida

Oriente-os para a elaboração individual do projeto de vida. Ao término da atividade, peça que discutam alguns dos projetos. Caso a discussão traga novas ideias, incentive os que assim desejarem a reformularem seus projetos.

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Língua Portuguesa – 3º- termo Volume 4

uma proposta de redação de vestibular: Uma vida feliz e com propósito, como é possível?

A proposta de redação deverá ser elaborada após a leitura do trecho de Senhora, de José de Alencar, e de O cortiço, de Aluísio Azevedo. Durante as leituras e discussão, incentive-os a buscarem os romances na biblioteca escolar ou em espaços virtuais para lê-los por inteiro. Depois da leitura e das discussões, os alunos deverão escrever, individualmente, uma redação sobre o tema-título, de acordo com o projeto previamente elaborado, respeitando os direitos humanos, a norma culta e cons-truindo sua produção textual de forma coerente e coesa. Recolha as dissertações produzidas para fazer suas observações e, em seguida, passe para as atividades de leitura.

Leitura e análise de texto

Peça que leiam, em conjunto, o poema Não sei quantas almas tenho, de Fernando Pessoa. Peça que encontrem a ideia principal e a relacionem com seu projeto de vida. A leitura dramática, em conjunto, do poema é importante para destacar a complexidade do ser humano, naturalmente plural, mas na procura contínua de sua unidade. O cuidado que é preciso ter para alcançar a unidade é não se tornar “eles”, e sim “eu”, não no sentido egocêntrico que a palavra pode assumir, mas no sentido de sentir-se responsável por suas escolhas e consequentes realizações. Finalize a atividade com uma reflexão sobre essas questões.

Se considerar que há tempo e interesse, realize as atividades sobre projeto de formatura, nas Si tua-ções de Aprendizagem 2 e 3. Se não, passe para a Situação de Aprendizagem 4.

SITuAçãO DE APRENDIzAGEM 4 PLANEJANDO O VESTIBuLAR

Esta Situação de Aprendizagem, concisa, é estratégia valiosa para a finalização do termo e do Ensino Médio.

Discussão oral

Participe ativamente desta finalização, retomando o que a classe julga ainda necessário rever e auxiliando os alunos tanto na busca de questões-exemplo como na elaboração e resolução de questões semelhantes às que frequentemente aparecem em concursos vestibulares.

trabalho em grupo

Finalize com mais uma autoavaliação, ressaltando a importância da atividade para que eles obser-vem o seu crescimento como aluno e como pessoa ao longo do Ensino Médio.

Se tiverem decidido pela formatura, festejem o final do ciclo!

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Língua Portuguesa – 3º- termo

PARA SAbeR MAIS

Publicações da mídia impressa

Jornais e revistas de atualidades de grande circulação – indispensáveis para leitura, manuseio e •consulta sobre diferentes gêneros textuais.

Sites

<http://www.biblio.com.br>.•

<http://www.dominiopublico.gov.br>.•

<http://www.releituras.com>.•

Filmes

A casa do lago• , direção: Alejandro Agresti. EuA, 2006. 98 min. Casal se relaciona por correspon-dência, evidenciando o poder da palavra escrita.

A vida dos outros• , direção: Florian Henckel von Donnersmarck. Alemanha, 2006. 137 min. Narra uma história real do sistema de espionagem existente na Alemanha Oriental durante o período da Guerra Fria.

Contos de Nova York• , trilogia, direção: Woody Allen e outros. EuA, 1989. 124 min. O filme é for-mado por três histórias curtas passadas em Nova York.

O poeta de sete faces• , direção: Paulo Thiago. Brasil, 2002. 94 min. Filme sobre a vida de Carlos Drummond de Andrade.

Sylvia, paixão além das palavras• , direção: Christine Jeffs. Reino unido, 2003. 110 min. O filme conta a história do relacionamento entre os poetas Sylvia Plath e Ted Hughes, os problemas psico-lógicos de Sylvia e seu desabrochar como uma das mais importantes poetisas do século XX.

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quADRo-ReSuMo DAS SItuAçõeS De APRenDIZAGeM e AtIVIDADeS SuGeRIDAS

Volume Situação de Aprendizagem Atividades

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1. Me corrijam se eu estiver errando...

Para começo de conversaDiscussão oralLição de casa (modificada)Você aprendeu?Discussão oralEstudando o vocativo – uma unidade à parteLição de casa (modificada)

2. Desenvolvendo o olhar crítico: a resenha

Discussão oralLeitura e análise de texto álcool: o mundo de olho em nossa tecnologiaDiscussão oralLição de casa (modificada)

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1. Vidas secas: realidade presente

Para começo de conversaDeixar o Cariri? Só no último pau de arara!Vidas secas e o poder da palavraLeitura e análise de textoAprendendo a aprenderLição de casa (modificada) Resolvendo o EnemAprendendo a aprender

2. Elaborando um projeto de dissertação

Para começo de conversaTipologia textual: a argumentaçãoComunicação é vidaA leitura e a cidadaniaLição de casa (modificada)um gênero argumentativo: a dissertação escolarPreparando o caminho para o textoAprendendo a aprenderProjeto de textoA leitura para construir a argumentaçãoDiscussão oralAprendendo a aprenderDiscussão oralO que é trabalho escravo nos dias de hojeLição de casa (modificada)O que é trabalho escravoProduzindo seu projeto

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2 4. Momento da escrita: a redação de acesso ao Ensino Superior

Aprendendo a aprenderDiscussão oralLeitura e análise de texto – A crueldade do trabalho infantilAprendendo a aprenderDiscussão oralLição de casa (modificada)Lição de casa (modificada) Produzindo o texto dissertativo

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1. Trabalho infantil: interessa a quem?

O Enem e o trabalhoDiscussão oralLeitura e análise de texto – EnemProjeto de textoLição de casa (modificada)

2. Ouvir estrelas... Será?

Aprendendo a aprenderDiscussão oralLição de casa (modificada) A paródia e a Lua

3. O trabalho vira dissertaçãoProjeto de textoDiscussão oralEscrevendo o texto

41. Planejando a felicidade

Eu e meu futuroLeitura e análise de textoDiscussão oralAprendendo a aprenderElaborando um projeto de vidauma proposta de redação de vestibular: Uma vida feliz e com propósito, como é possível?Leitura e análise de texto

4. Planejando o vestibularDiscussão oralTrabalho em grupo

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