Upload
vanderley-da-silva-sousa
View
98
Download
11
Embed Size (px)
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
1
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
Estimados(as) Concurseiros(as),
Sou Erick Moura, moro em Brasília e tenho 40 anos. Estou no
serviço público federal desde fevereiro de 1988, quando ingressei na Marinha
do Brasil, por meio de concurso público prestado para o Colégio Naval.
Graduei-me em Ciências Navais, pela Escola Naval, no ano de 1994.
Nesses mais de 24 anos de serviço público, o estudo sempre foi
presente em minha vida. Assim, não poderia deixar de ser diferente o gosto
pelo desafio dos Concursos Públicos nos quais colecionei sucessos ao longo de
minha trajetória.
Atualmente, após alguns concursos prestados, estou na
Controladoria-Geral da União - CGU, onde exerço o cargo de Analista de
Finanças e Controle, considerado um dos melhores e mais respeitados
cargos do serviço público federal.
Após algum tempo em exercício na CGU, decidi contribuir para as
pessoas que ainda não obtiveram êxito em alcançar a aprovação em um
concurso público.
Desta forma, iniciei trabalhos de coordenação em renomados
cursos preparatórios de Brasília e do Rio de Janeiro, onde convivi com
candidatos e professores, muitos destes autores de livros nos quais estudei.
Neste convívio aprendi muito com todos, principalmente com os
alunos, e vi o quanto é importante o auxílio de alguém que queira
efetivamente contribuir.
Durante essa experiência gratificante, recebi da família, dos
amigos, dos alunos, dos professores e dos diretores de cursos um grande
incentivo para iniciar uma nova trajetória: ministrar aulas.
Assim, avalio que é chegada a nossa hora de fazermos um trabalho
de colaboração, em uma via de duas mãos, onde estaremos juntos na busca
de um objetivo: aprender a fazer prova.
Isso mesmo! Concurseiro(a) não precisa aprender a matéria,
precisa aprender a FAZER A PROVA DE DETERMINADA MATÉRIA!
É bom que o(a) Concurseiro(a) se conscientize de outra regra
básica: NÃO PODE “BRIGAR” COM A BANCA! Torne-a sua amiga.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
2
Veja suas tendências de abordagens. Não seja teimoso em deixar
que sua visão seja a mais brilhante de todas, pois é preciso ter humildade ao
se fazer uma prova de concurso público.
Então, humildemente me proponho a iniciar um trabalho com vocês
em ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA - AFO PARA
ANALISTA E FINANÇAS E CONTROLE DA CGU – CONHECIMENTOS
ESPECÍFICOS COMUM A TODAS AS ÁREAS.
Aceitam o convite?
Nosso Curso será baseado no último edital de AFC da CGU e
abrangerá os conhecimentos relacionados a todas as áreas do concurso de
2008.
Considero esse curso como de nível intermediário, pois foi uma
disciplina exigida em comum para todas as áreas, mas que atende também
aos iniciantes no assunto.
No concurso passado, tivemos 15 questões, sendo que o peso
atribuído para a disciplina foi 2,0.
Em 2008, o concurso disponibilizou vagas para as seguintes áreas:
Auditoria e Fiscalização/Saúde
Auditoria e Fiscalização/Obras Públicas
Auditoria e Fiscalização/Estatística e Cálculos Atuariais
Auditoria e Fiscalização/Controle Interno
Correição
Tecnologia da Informação/Infra-Estrutura de TI
Tecnologia da Informação/Desenvolvimento de Sistemas da
Informação
Desenvolvimento Institucional
Prevenção da Corrupção
Em razão de dispositivos legais, a Banca do Concurso é a ESAF.
Além disso, o concurso para a CGU não se submete às restrições da legislação
eleitoral.
Erick, esse curso abrange a parte de Conhecimentos
Especializados para a Área de Auditoria e Fiscalização/Controle
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
3
Interno?
De certa forma, esse curso dá uma boa base para o entendimento
mais profundo do que será cobrado na parte de ORÇAMENTO PÚBLICO que
interessa para a Área de Controle Interno.
A sequência do material se adequou à melhor didática para
compreensão do assunto. E para melhorar nosso curso, incluímos alguns
temas em função dos editais mais recentes da ESAF.
Desta forma, espero colaborar para a aquisição de um
conhecimento compatível para esse concurso.
Ao todo serão oito capítulos cuja sequência será a seguinte:
CAPÍTULO 1 – Conceitos Básicos de AFO. Conceito, estágios e
classificação econômica da Receita Pública.
CAPÍTULO 2 - Conceito, estágios e classificação econômica da Despesa
pública.
CAPÍTULO 3 - Fundamentos de AFO na CF, Conceitos de Orçamento
Público. Orçamento Público: elaboração, acompanhamento e fiscalização.
Créditos adicionais, especiais, extraordinários, ilimitados e suplementares.
CAPÍTULO 4 - Orçamento segundo a Constituição de 1988: Plano
Plurianual - PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Financeiras - LDO e Lei
Orçamentária Anual - LOA.
CAPÍTULO 5 - Processo orçamentário. Métodos, técnicas e instrumentos
do Orçamento Público. Normas legais aplicáveis ao Orçamento Público.
CAPÍTULO 6 - Considerações sobre a Execução Orçamentária e
Financeira.
CAPÍTULO 7 - Receita pública: fontes; dívida ativa. Despesa pública:
Suprimento de fundos, Restos a Pagar, Despesas de exercícios anteriores. A
conta única do Tesouro. SIDOR, SIAFI.
CAPÍTULO 8 - Princípios orçamentários. Lei de Responsabilidade Fiscal
(Lei Complementar n.º 101/2000): princípios, objetivos, efeitos no
planejamento e no processo orçamentário; limites para despesas de pessoal;
limites para a dívida; mecanismos de transparência fiscal.
Todos prontos? Então vamos nessa!
Antes, uma pequena introdução.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
4
INTRODUÇÃO
Erick, afinal, do que a disciplina ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO trata?
Vamos definir o que é AFO antes de iniciarmos o assunto?
Então...
Em síntese, a disciplina AFO é intrinsecamente relacionada ao
Direito Financeiro e às atividades financeiras do Estado.
Erick, do que Direito Financeiro trata?
Segundo Luiz Emydio F. da Rosa Júnior, ele é o "ramo do Direito
Público que estuda o ordenamento jurídico das finanças do Estado e as
relações jurídicas decorrentes de sua atividade financeira e que se
estabeleceram entre o Estado e o particular".
Outra ótica é a de que ele representa o estudo dos princípios
jurídicos da atuação estatal relativos à obtenção de recursos financeiros para o
financiamento das despesas públicas.
A autonomia do Direito Financeiro no Brasil é reconhecida na
CF/88, tendo em vista o disposto no art. 24, incisos e parágrafos, no art. 30, I
e II, e nos arts. 145 a 169.
Ok, ERICK, mas e a Atividade Financeira do Estado?
Bem, o Estado necessita de numerário para atender às suas
necessidades de realizar obras e prestar serviços à sociedade, certo?
Daí, em uma ótica inicial, a atividade financeira do Estado, que se
desdobra em receita, despesa, orçamento e crédito público, consiste em obter,
aplicar, criar e gerir o dinheiro indispensável às necessidades, cuja satisfação o
Estado assumiu.
Ela não objetiva diretamente à satisfação de uma necessidade
coletiva do Estado, mas cumpre uma função instrumental de grande valia. Seu
desenvolvimento regular é condição indispensável para o desempenho das
demais atividades.
Há mais conceitos e estudos que aprofundam essa definição, mas
que não nos interessam para a prova.
Coloquei nessa Aula Demonstrativa um tema recorrente em provas
de concursos. Ele será revisto e ampliado posteriormente, mas me permiti
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
5
antecipá-lo, pois é um assunto que nos dá uma visão razoável da disciplina.
A seguir, um pequeno quadro sobre a Atividade Financeira do
Estado que facilita e fundamenta boa parte de nossa disciplina.
Erick, e a tal disciplina de FINANÇAS PÚBLICAS?
Apesar de não constar no edital, muitos alunos me perguntam para
passar um conceito geral sobre a disciplina de FINANÇAS PÚBLICAS, que se
relaciona, em parte, com AFO.
Em síntese, a disciplina FINANÇAS PÚBLICAS trata dos gastos do
setor público, bem como das formas de financiamento desses gastos.
Sob um viés econômico, as finanças públicas são materializadas na
chamada política fiscal que se constitui, sem dúvida, em um dos principais
instrumentos disponíveis pelo governo para intervir na atividade econômica.
Caracteriza-se principalmente pelo aumento ou corte das despesas
do governo e pelo aumento ou redução do nível de impostos.
Há mais conceitos e estudos que aprofundam essa definição, mas
que não nos interessam para a prova.
DESPESA PÚBLICA
(APLICAR RECURSOS)
ORÇAMENTO PÚBLICO
(GERIR
RECURSOS)
CRÉDITO PÚBLICO
(CRIAR RECURSOS)
RECEITA PÚBLICA
(OBTER
RECURSOS)
ATIVIDADE
FINANCEIRA
DO ESTADO
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
6
CAPÍTULO 1
1 - Conceitos Básicos de AFO. Conceito, estágios e classificação
econômica da Receita Pública.
A primeira parte deste capítulo, sobre os conceitos básicos de AFO,
já foi apresentada na introdução, ok?
Em relação aos temas relacionados à Receita Pública, vamos iniciar
com algumas considerações.
Como esse assunto é amplo vamos abordar esse tópico na linha da
classificação das Receitas e Despesas Públicas segundo a finalidade, a natureza
e o agente.
1.1 - RECEITAS PÚBLICAS - CONCEITOS
Iremos iniciar a abordagem deste curso pelo conceito e pelas
classificações de RECEITAS PÚBLICAS, segundo a doutrina.
Segundo o Manual de Procedimentos de Receitas Públicas da STN:
1.1.1 - CONCEITO – ENFOQUE PATRIMONIAL
Receita é um termo utilizado mundialmente pela contabilidade para
evidenciar a variação positiva da situação líquida patrimonial resultante do
aumento de ativos ou da redução de passivos de uma entidade.
Por esse enfoque, as receitas podem ser classificadas em:
Receitas Públicas – aquelas auferidas pelos entes públicos;
Receitas Privadas – aquelas auferidas pelas entidades privadas.
1.1.2 - CONCEITO – ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO
Receita, pelo enfoque orçamentário, são todos os ingressos
disponíveis para cobertura das despesas públicas, em qualquer esfera
governamental.
1.1.3 - CLASSIFICAÇÕES DA RECEITA PÚBLICA
De acordo com a doutrina, a Receita Pública pode ser classificada
nos seguintes aspectos: quanto à natureza, quanto ao poder de tributar,
quanto à coercitividade, quanto à afetação patrimonial e quanto à
regularidade.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
7
1.1.3.1 - Quanto à natureza:
É a classificação que estabelece a utilização ou não para o
financiamento dos dispêndios do setor público.
a) Receitas Extraorçamentárias: conforme § único do art. 3º da
Lei nº 4.320/64, a melhor definição seria a de que são entradas
compensatórias no ativo e no passivo financeiros. Além desta definição,
podemos considerar que elas são ingressos financeiros de caráter meramente
temporário e que não tenham como foco o financiamento da execução de
despesas públicas.
Ex. de Receitas Extraorçamentárias: cauções recebidas em
dinheiro; recebimento de depósitos judiciais; emissões de papel-moeda;
ingressos provenientes de antecipação de Receita Orçamentária (ARO).
b) Receitas Orçamentárias: simplificando o assunto, seriam as
que não são extraorçamentárias. Não é apenas o conceito de que são as que
estão no orçamento, mas sim a ideia de que é todo e qualquer ingresso que
tem como objetivo o financiamento dos dispêndios orçamentários.
Observe que no Art. 57 da Lei nº 4.320/64 definiu-se que
“Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3º desta lei serão
classificadas como receita orçamentária, sob as rubricas próprias,
todas as receitas arrecadadas, inclusive as provenientes de operações
de crédito, ainda que não previstas no Orçamento.”
Ex. de Receitas Orçamentárias: Receitas Tributárias, Receitas
de Contribuições, Receitas Patrimoniais (essas 3 na categoria econômica
“Corrente”), bem como as Receitas de Alienação de Bens e as Receitas de
Operações de Crédito (essas 2 na categoria econômica “de Capital”).
IMPORTANTE!
Somente as Receitas Orçamentárias e Intra-orçamentárias (e não as
Receitas Públicas) são classificadas em Categorias Econômicas, ou
seja, Receita Orçamentária/Intra-orçamentária Corrente e Receita
Orçamentária/Intra-orçamentária de Capital.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
8
Ok Erick, mas o que são receitas Intra-orçamentárias?
Esse conceito adveio de uma definição nova adotada pela Portaria
Interministerial STN/SOF n° 338, de 26 de abril de 2006.
As receitas intra-orçamentárias são ingressos provenientes do
pagamento das despesas realizadas na aplicação direta devido a uma eventual
operação entre órgãos, fundos e entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal
e da Seguridade Social.
Assim, ao se consolidarem as contas públicas, essas despesas e
receitas são identificadas, a fim de se evitarem as duplas contagens
decorrentes de sua inclusão no orçamento.
Esse artifício contábil faz com que as classificações intra-
orçamentárias não constituam novas categorias econômicas de
receita.
Na verdade, têm a mesma função da receita original, só que se
diferem pelo fato de se destinarem ao registro de receitas provenientes de
órgãos que pertencem ao mesmo orçamento.
Exemplificamos para vocês:
Suponhamos que a Imprensa Nacional publique determinado edital
de licitação do Ministério da Defesa no Diário Oficial da União. Esse serviço é
cobrado, claro.
Quando ela recebe pelo serviço prestado ao Ministério, estamos
diante de uma receita intra-orçamentária para a Imprensa Nacional. De outro
lado, a contrapartida é uma despesa intra-orçamentária por parte do Ministério
da Defesa.
1.1.3.2 - Quanto ao poder de tributar:
Referem-se às Receitas Públicas de acordo com o PODER DE
TRIBUTAR previsto na CF/88, ou seja, abrangem as Receitas Públicas conforme
a competência tributária de cada ente da Federação. Dividem-se em:
a) Federal. Ex.: Imposto sobre importação de produtos
estrangeiros (II), Imposto sobre produtos industrializados (IPI), Contribuição
de intervenção no domínio econômico, etc.
b) Estadual. Ex.: Imposto sobre a propriedade de veículos
automotores (IPVA), Imposto sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
9
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior (ICMS), etc.
c) Municipal. Ex.: Imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana (IPTU), Contribuição, na forma das respectivas leis, para o
custeio do serviço de iluminação pública, etc.
1.1.3.3 - Quanto à coercitividade ou classificação Alemã ou
quanto à origem:
É a classificação de Receitas Públicas que decorre do poder de
coerção do Estado, ou seja, do seu Poder de Império. Dividem-se em:
a) Receitas Derivadas ou Receitas de Economia Pública ou
Receitas de Direito Público: são as que derivam do poder impositivo da
soberania do Estado sobre o patrimônio alheio, ou seja, é unilateral e obriga o
particular a “contribuir” e pagar determinado valor.
Nesta classificação, Estado e particular se encontram em
patamares distintos, onde a coercitividade do Estado prevalece.
Para reforçar essa classificação, o Art. 9º da Lei nº 4.320/64,
reafirma essa classificação ao dizer que: “Tributo é a receita derivada
instituída pelas entidades de direito publico, compreendendo os
impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das
leis vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao
custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas
entidades.”
Ex.: Receitas provenientes de impostos, de empréstimos
compulsórios e de contribuições sociais.
b) Receitas Originárias ou Receitas de Economia Privada ou
Receitas de Direito Privado: são as que se originam de atos negociais, onde
o Estado não exerce o seu Poder de Império, pois Estado e particular se
encontram em um mesmo patamar.
Em síntese, também são as Receitas Públicas originadas do uso de
bens e de empresas de propriedade do Estado, em sua atuação como produtor
de bens e serviços.
Ex.: Receitas provenientes da alienação de bens e de aluguéis
recebidos pelo Estado.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
10
1.1.3.4 - Quanto à afetação patrimonial:
É a classificação que observa se houve ou não alteração na
situação líquida patrimonial do Estado.
a) Efetivas: são as Receitas Públicas em que o Estado “enriquece”
em razão de um ingresso no qual não há contrapartida de aumento do passivo
ou de redução do ativo, o que faz o patrimônio estatal alterar positivamente
sua situação líquida.
Ex.: ingressos provenientes de impostos, de aluguéis, de multas.
b) Não-Efetivas ou por permutação patrimonial ou por
mutação patrimonial: neste caso, são as que não alteram a situação líquida
de determinado patrimônio estatal, ou seja, são meras permutações contábeis
relacionadas ao ingresso de disponibilidades no “Caixa” público.
As Receitas Públicas Não-Efetivas correspondem a ingressos ou
alterações nas partes que constituem o patrimônio líquido do ente estatal e
que nada acrescentam na situação líquida patrimonial.
Ex.: ingressos provenientes da contratação de operações de crédito
(“entrada de $” no Caixa, mas gerou-se uma obrigação, que é uma dívida),
venda de um bem público (“entrada de $” no Caixa, mas gerou-se a “perda do
bem”), etc.
1.1.3.5 - Quanto à regularidade ou duração:
Classificação que se refere à disposição de tempo simétrica ou não
em relação a um exercício financeiro.
a) Ordinária: é a Receita Pública que se obtém regularmente em
cada exercício financeiro, com características de continuidade e que
correspondem a ingresso permanente de valores nos cofres públicos.
Ex.: Receitas de tributos.
b) Extraordinária: é aquela obtida de forma excepcional,
esporádica e que não apresentam caráter de continuidade.
Ex.: Receitas de alienação de bens, receitas obtidas de doações.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
11
IMPORTANTE!
Receita Pública. Qual o seu sentido principal?
Encontramos com o Profº D’Ávila a informação de que, segundo a
doutrina dois são os principais sentidos do termo Receita Pública: Amplo (ou
lato sensu) e Restrito (ou strictu sensu).
AMPLO = simples entradas, ingressos ou recolhimentos de
disponibilidades nos cofres do Estado com ou sem contrapartida no
passivo ou devolução por parte de terceiros.
RESTRITO = entradas de disponibilidades ou direitos, sem existir a
devolução a posteriori, o que faz se incorporar de forma definitiva ao
patrimônio.
CAIU NA PROVA !
1- (ESAF/APO/MPOG/2008) A Receita da Administração Pública pode ser
classificada nos seguintes aspectos: quanto à natureza, quanto ao poder de
tributar, quanto à coercitividade, quanto à afetação patrimonial e quanto à
regularidade. Quanto à sua regularidade, as receitas são desdobradas em:
a) receitas efetivas e receitas por mutação patrimonial.
b) receitas orçamentárias e receitas extraorçamentárias.
c) receitas ordinárias e receitas extraordinárias.
d) receitas originárias e receitas derivadas.
e) receitas de competência Federal, Estadual ou Municipal.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
A questão queria verificar os aspectos que classificam as Receitas
Públicas no Brasil segundo a doutrina.
Conforme o que explicamos até aqui, segue um quadro resumo da
correspondência entre a alternativa e a classificação:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
12
OPÇÃO CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA QUANTO À (AO):
(a) afetação patrimonial
(b) natureza
(d) coercitividade ou Alemã ou origem
(e) poder de tributar
2 - (ESAF/CGU/2006) No que diz respeito à receita pública, indique a opção
falsa.
a) A Lei n. 4.320/64 classifica receita pública em orçamentária e extra-
orçamentária, sendo que esta apresenta valores que não constam do
orçamento.
b) A receita orçamentária divide-se em dois grupos: correntes e de capital.
c) As receitas correntes compreendem as receitas tributárias, de contribuições,
patrimoniais, agropecuárias, industriais, de serviços, de alienação de bens, de
transferências e outras.
d) A receita pública é definida como os recursos auferidos na gestão, que serão
computados na apuração do resultado financeiro e econômico do exercício.
e) A receita extra-orçamentária não pertence ao Estado, possuindo caráter de
extemporaneidade ou de transitoriedade nos orçamentos.
Comentários:
O gabarito é a alternativa (c).
Esta é uma questão que mescla AFO, Contabilidade Pública e Finanças
Públicas.
Vamos logo ao erro da alternativa (c):
Receitas de alienação de bens são RECEITAS DE CAPITAL. Para ser
mais preciso ainda (mesmo que isso não seja uma regra para a ESAF), é mais
correto dizer TRANSFERÊNCIAS CORRENTES e OUTRAS RECEITAS
CORRENTES.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
13
Segundo o §4º do art. 11 da Lei nº 4.320/64, as RECEITAS
CORRENTES compreendem:
RECEITA TRIBUTÁRIA
Impostos
Taxas
Contribuições de Melhoria
RECEITA DE CONTRIBUIÇÕES
RECEITA PATRIMONIAL
RECEITA AGROPECUÁRIA
RECEITA INDUSTRIAL
RECEITA DE SERVIÇOS
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
OUTRAS RECEITAS CORRENTES
DICA
Para ajudar a guardar, vamos a um famoso bizu:
“TCPAISTransOu”
Por fim, o mesmo parágrafo 4º do art. 11 define como RECEITAS DA
CAPITAL:
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
ALIENAÇÃO DE BENS (DE CAPITAL)
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
DICA
Outro bizu para ajudar a guardar:
“AOAmorTransOu”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
14
A opção (a) tem um conceito perigoso que pode confundir o
entendimento do concurseiro. O fato de não estarem no orçamento, por si só
não configura se são ou não receitas extraorçamentárias. É uma alternativa
“menos errada”, se compararmos com a (c).
Vejamos o que diz o art. 57 da Lei nº 4.320/64:
“Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo
3º desta lei serão classificadas como receita orçamentária, sob as
rubricas próprias, tôdas as receitas arrecadadas, inclusive as
provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas
no Orçamento.”
E o que diz mesmo o art. 3ª e seu § único da Lei nº 4.320/64 ?
“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas as receitas,
inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as
operações de credito por antecipação da receita, as emissões de
papel-moeda e outras entradas compensatórias, no ativo e
passivo financeiros.”
Esta parte destacada serve como um “mantra” para entendermos o que
são as receitas e despesas extraorçamentárias (entendidas estas como
”saídas compensatórias, no ativo e passivo financeiro”).
Para a opção (b) basta lembrar que:
Somente as Receitas Orçamentárias e Intra-orçamentárias
(e não as Receitas Públicas) são classificadas em Categorias
Econômicas, ou seja, Receita Orçamentária/Intra-
orçamentária Corrente e Receita Orçamentária/Intra-
orçamentária de Capital.
A opção (d), decorre da interpretação dos 2 conceitos de RECEITA
PÚBLICA apresentados aqui, ou seja:
CONCEITO – ENFOQUE PATRIMONIAL
Termo utilizado mundialmente pela contabilidade para evidenciar a
variação positiva da situação líquida patrimonial resultante do aumento de
ativos ou da redução de passivos de uma entidade.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
15
Receitas Públicas – aquelas auferidas pelos entes públicos
CONCEITO – ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO
Todos os ingressos disponíveis para cobertura das despesas públicas, em
qualquer esfera governamental.
Na alternativa (e), basta conjugarmos o art. 57 com o § único do art.
3º da Lei nº 4.320/64, como transcrevemos no comentário da opção (a).
3 - (ESAF/CGU/2004) A receita da administração pública pode ser
classificada quanto à natureza, ao poder de tributar, à coercitividade, quanto à
afetação patrimonial e quanto à regularidade. Marque a opção falsa.
a) Quanto à afetação patrimonial, as receitas são classificadas em
orçamentárias e extra-orçamentárias.
b) Quanto ao poder de tributar, a receita é dividida conforme a discriminação
constitucional das rendas, em federal, estadual e municipal.
c) Quanto à coercitividade, as receitas podem ser divididas em originárias e
derivadas.
d) Quanto à regularidade, as receitas podem ser desdobradas em ordinárias e
extraordinárias.
e) Na classificação quanto à natureza, diz-se que as receitas tributárias e as
receitas de contribuições são exemplos de receitas correntes.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
As Receitas Públicas de classificam, quanto à sua natureza, em
Receitas Extraorçamentárias e Receitas Orçamentárias.
Novamente (e parece mesmo um “mantra” da banca), temos que:
Somente as Receitas Orçamentárias e Intra-orçamentárias (e não
as Receitas Públicas) são classificadas em Categorias Econômicas, ou
seja, Receita Orçamentária/Intra-orçamentária Corrente e Receita
Orçamentária/Intra-orçamentária de Capital.
Como vimos nas dicas do comentário da questão anterior, as RECEITAS
CORRENTES compreendem e se “subclassificam” em: “TCPAISTransOu” e
as RECEITAS DA CAPITAL: “AOAmorTransOu”.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
16
4 - (ESAF/ATRFB/2009) A respeito da classificação orçamentária da receita,
é correto afirmar:
a) alienação de bens de qualquer natureza integrantes do ativo redunda em
receita de capital.
b) receitas de contribuições integram as receitas de capital quando oriundas de
intervenção no domínio econômico.
c) as receitas agropecuárias se originam da tributação de produtos agrícolas.
d) as receitas intraorçamentárias decorrem de pagamentos efetuados por
entidades integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.
e) receitas correntes para serem aplicadas em despesa de capital dependem
da inexistência de receitas de capital no exercício.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
Vamos comentar cada uma das alternativas.
Item (a) – a alienação de BENS DE CAPITAL é que redunda em RECEITA
DE CAPITAL.
Erick, o que são BENS DE CAPITAL?
De forma sintética, bens de capital são aqueles capazes de produzirem
outro bem, ou seja, são bens que geram riqueza.
Temos como exemplos clássicos as máquinas e os equipamentos.
Voltando à alternativa (a), temos o erro no fato de nem todos os bens
de qualquer natureza integrantes do ativo podem gerar uma um receita
de capital quando de sua alienação.
Erick, pode me dar um exemplo?
Vamos imaginar uma ovelha nascida em decorrência das atividades de
pesquisa da EMBRAPA.
Ao ser eventualmente alienada ela não irá resultar em uma RECEITAL DE
CAPITAL, pois a ovelha não é um bem de capital.
Captaram ?
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
17
Vamos adiante.
Item (b) – como destacamos antes, as receitas de contribuições
correspondem a uma RECEITA CORRENTE.
Relembremos de nosso bizu:
RECEITAS CORRENTES
Para ajudar a guardar, vamos a um famoso bizu:
“TCPAISTransOu”
Item (c) – receitas que derivam da tributação são as RECEITAS
TRIBUTÁRIAS.
As RECEITAS AGROPECUÁRIAS decorrem das receitas auferidas da
atividade agropecuária do Estado, tais como a receita decorrente da
produção vegetal e a receita decorrente da produção animal e seus
derivados.
Item (d) – a alternativa é polêmica, pois o art. 1º da PORTARIA
INTERMINISTERIAL STN/MPOG Nº 338/2006 assim estabelece:
“Art. 1o Definir como intra-orçamentárias as operações que
resultem de despesas de órgãos, fundos, autarquias, fundações,
empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos
orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes da aquisição de
materiais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e
contribuições, quando o recebedor dos recursos também for órgão,
fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra
entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de
governo.”
Já o Manual Técnico do Orçamento - MTO coloca o seguinte:
Ingressos Intra-Orçamentários:
São receitas oriundas de operações realizadas entre órgãos
e demais entidades da Administração Pública integrantes do
orçamento fiscal e da seguridade social de uma mesma esfera de
governo.
A discussão ficou em relação ao texto da alternativa (d) que não
constava o termo “entre”, mas sim “por”.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
18
Aí está um típico exemplo de QUESTÃO DA ESAF. Aparentemente, todos
os itens estão incorretos.
Mas você quer brigar com a Banca ou sentar na baia da CGU próxima a
mim?
NÃO BRIGUEM COM A BANCA!
A alternativa (d), apesar de incompleta, não está errada, pois ela quis
dizer que somente as entidades integrantes do Orçamento Fiscal e da
Seguridade Social é que podem efetuar pagamentos de natureza
intraorçamentária.
Para a alternativa ser completa, poderia estar descrito que as receitas
intraorçamentárias ocorrem entre entidades integrantes do Orçamento Fiscal e
da Seguridade Social.
Assim, não há a possibilidade de receita intraorçamentária para uma
entidade que não integre tais orçamentos.
Captaram?
Item (e) – Pessoal, não confundam com o conceito da Regra de Ouro que
veremos ao longo de nosso curso.
Não falaremos agora desta Regra, mas gostaria apenas que fixassem a
seguinte idéia:
Receitas Correntes para serem aplicadas em despesa de capital
INDEPENDEM da inexistência de receitas de capital no exercício.
Aliás, o que mais se observa nas esferas de governo, é a aplicação de
RECEITAS CORRENTES em gastos com despesas de capital, como, por
exemplo, a construção de uma escola municipal em um Município X.
Um Município, em regra, não consegue auferir receitas de capital
suficientes para arcar com as despesas na construção de uma escola.
As receitas correntes dos Municípios, especialmente as Tributárias, é que
vão dar base para a construção da hipotética escola.
1.2 – ESTÁGIOS OU FASES OU ETAPAS DA RECEITA
Em relação às Receitas Públicas na esfera federal, devemos observar que
o Banco do Brasil é o agente financeiro da Secretaria do Tesouro Nacional, a
qual recolhe o valor arrecadado junto à Conta Única do Tesouro (Princípio
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
19
da Unidade de Caixa, conforme art. 56 da Lei nº 4.320/64).
Para registrar, de acordo com a doutrina e com o MTO 2012, os
estágios ou fases da receita são a Previsão, o Lançamento, a
Arrecadação e o Recolhimento, mnemônico “PLAR”, ou ainda, de acordo
com os arts. 53, 55 e 56 da Lei nº 4.320/64, o Lançamento, a Arrecadação
e o Recolhimento, mnemônico “PLAR”.
Cabe ressaltarmos que o MTO 2012 considera a Fase da Previsão como
parte do Planejamento e as Fases do “LAR” (Lançamento, Arrecadação e
o Recolhimento) com parte integrante da Execução da Receita.
No quadro a seguir, destrinchamos as respectivas Fases com conceitos
fundamentais sobre cada uma delas.
P revisão – planejar e estimar a arrecadação das receitas que constará na
proposta orçamentária;
L ançamento – ato da repartição competente, que verifica a procedência do
crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta (art.
56 da Lei nº 4.320/64);
A rrecadação – ato em que os contribuintes comparecem junto aos agentes
arrecadadores e liquidam seus compromissos perante ao Tesouro (arts. 35
e 55 da Lei nº 4.320/64);
R ecolhimento - ato em que os agentes arrecadadores transferem o produto
da arrecadação à Conta Única do Tesouro, tornando-o disponível para o
Tesouro.
Vamos adiante com a exemplificação de como ocorre o processo, no que
se refere às Receitas.
A SOF, entre outras informações, prevê, junto com os subsídios
apresentados pela RFB, a receita de determinado exercício financeiro e a
coloca na proposta orçamentária anual.
Iniciado o exercício, a RFB faz o lançamento, por exemplo, do IR devido
de determinado contribuinte. Este “vai ao banco” (na prática é retido na fonte)
para concretizar a arrecadação da receita pública.
Por fim, o banco deste contribuinte encaminha o valor desta receita
pública arrecadada à Conta Única do Tesouro.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
20
Comentários adicionais sobre estágios da receita:
Lançamento
- É o ato administrativo que busca liquidar a obrigação tributária, por
meio da identificação do fato gerador ocorrido, onde se determina o sujeito
passivo, mensura-se a base de cálculo e se verifica a aplicação de alíquota;
- Desta forma, individualizam-se os contribuintes e se discriminam a
espécie, o valor e o vencimento do imposto de cada contribuinte.
Arrecadação
- Ocorre quando os contribuintes comparecem junto aos agentes
arrecadadores (públicos ou privados), com vistas à liquidação de suas
obrigações perante o Estado;
- Corresponde ao recebimento do imposto do contribuinte pelas
repartições competentes e está sob a imediata fiscalização das respectivas
chefias. Manifesta-se em forma de dinheiro, conforme previsto nas leis e nos
regulamentos em vigor.
- É um procedimento em que, após o estágio do lançamento dos
respectivos tributos, ocorre o recolhimento aos cofres públicos;
- Consiste basicamente em cobrar os tributos, recebê-los e guardar o
numerário respectivo;
- Os tipos de arrecadação se classificam em:
=> Direta: por coleta, por unidades administrativas e por via bancária.
=> Indireta: arrendamento, retenção na fonte e estampilha.
Recolhimento
- Ocorre quando os agentes arrecadadores (públicos ou privados) fazem
diariamente a entrega do que fora arrecadado para a Conta Única do Tesouro
Nacional;
- É a remessa das receitas arrecadadas pelos agentes administrativos ou
pelos bancos autorizados ou Banco do Brasil para crédito do na Conta Única do
Tesouro Nacional.
Pessoal, queria registrar uma alteração importante que o MTO-2012
trouxe em relação à Receita Pública, especialmente em relação a seus
estágios.
Os Estágios ou Fases da Receita, do ponto de vista ORÇAMENTÁRIO,
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
21
segundo o MTO-2012, são os seguintes:
Ressalte-se que nem todas as referidas Etapas da Receita irão ocorrer
para os tipos existentes de receitas orçamentárias.
Por exemplo, na hipótese de ocorrer uma doação em espécie para algum
ente público, estaríamos diante da arrecadação de uma receita que não foi
prevista, ou seja, que não passou pela etapa da previsão, assim como também
não foi “lançada”.
De qualquer forma, para a doutrina, os estágios permanecem como
sendo o “PLAR” e o próprio MTO-2012 ratifica isso.
Podemos dizer que o LANÇAMENTO corresponde a um
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DO FISCO, pois, de acordo com o art.
142 do Código Tributário Nacional - CTN, tal Etapa da Receita corresponde ao
procedimento administrativo que:
verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente
determina a matéria tributável
calcula o montante do tributo devido
identifica o sujeito passivo
propõe a aplicação da penalidade cabível, se for o caso
Com base no estabelecido nos arts. 142 a 150 do CTN, podemos verificar
que a referida Etapa se encontra inserida no conjunto que constitui o crédito
tributário, ou seja, abarca impostos, taxas e contribuições de melhoria.
De acordo com o que vimos anteriormente, podemos observar que as
receitas patrimoniais (Ex.: as oriundas de concessões e permissões) e as
receitas empresariais (Ex.: venda de produtos agrícolas e pecuários) não se
sujeitam à Etapa do lançamento, pois são receitas entram diretamente na
Etapa da Arrecadação.
No entanto, as receitas tributárias e de contribuições necessitam do
respectivo procedimento administrativo antes de ingressarem no estágio da
“arrecadação”.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
22
Os estágios da receita sob o aspecto orçamentário, conforme previsto no
MTO, possuem os conceitos que traremos no quadro a seguir.
ESTÁGIOS DA RECEITA, SEGUNDO O MTO-2012 => “PLAR”
ESTÁGIO CONCEITO MTO 2012
PR
EV
IS
ÃO
corresponde à ideia de planejar e estimar a arrecadação das
receitas que será inserida na proposta orçamentária
tem que se realizar em consonância com as normas técnicas e
legais correlatas, especialmente, de acordo com as
disposições constantes na LRF
Na União, a metodologia que se utiliza para projetar receitas
serve para assimilar o comportamento da arrecadação de
determinada receita em exercícios anteriores, com o intuito de
projetá-la para o período seguinte, mediante a utilização de
modelos estatísticos e matemáticos
A busca do modelo adequado depende do comportamento da
série histórica de arrecadação, assim como de informações
fornecidas pelos órgãos orçamentários ou pelas unidades
arrecadadoras envolvidos no processo
Corresponde à etapa anterior à fixação do montante de
despesas que constará nas leis de orçamento
É a base para se estimar as necessidades de financiamento do
governo e para se fixar a despesa orçamentária
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
23
Erick, e na prova?
Você deve seguir comando da questão para que saiba qual é o
entendimento pedido pela Banca, ok?
Se for “De acordo com a Lei nº 4.320/64.....” é o “PAR”, se for “De
acordo com a doutrina.....” ou “De acordo com o MTO.....” é o “PLAR”.
LA
NÇ
AM
EN
TO
Corresponde ao ato da repartição competente, que verifica a
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e
inscreve o débito desta
É procedimento administrativo que:
verifica a ocorrência do fato gerador da obrigação
correspondente
determina a matéria tributável
calcula o montante do tributo devido
identifica o sujeito passivo
propõe a aplicação da penalidade cabível, se for o caso
É uma etapa que se aplica a impostos, taxas e contribuições
de melhoria
Os objetos de lançamento as rendas com vencimento
determinado em lei, regulamento ou contrato
AR
RE
CA
DA
ÇÃ
O
É a entrega dos recursos devidos ao Tesouro Nacional pelos
contribuintes ou devedores, por meio de:
agentes arrecadadores; ou
instituições financeiras autorizadas pelo ente
Ressalte-se que pertencem ao exercício financeiro as receitas
nele arrecadadas, ou seja, que representa a adoção do
regime de caixa para o ingresso das receitas públicas
REC
OLH
IM
EN
TO
Refere-se à transferência dos valores arrecadados à conta
específica do Tesouro Nacional, responsável pela
administração e controle da arrecadação e pela programação
financeira, observando-se o princípio da unidade de tesouraria
ou de caixa, conforme determina o art. 56 da Lei nº 4.320/64
É apenas nesse estágio que ocorre a efetiva entrada dos
recursos financeiros arrecadados nos cofres públicos
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
24
Pessoal, antes de seguirmos, trago um pequeno resumo sobre as
categorias das Receitas Orçamentárias.
Vamos praticar.....
5 – (CESGRANRIO/AUDITOR DA FUNASA/2009) Considerando o disposto
na legislação vigente e ainda o adotado pela doutrina majoritária, os estágios
da receita pública denominam-se:
a) fixação; empenho; liquidação; pagamento.
b) orçamento; arrecadação; recolhimento; registro.
c) orçamento; lançamento; pagamento; recolhimento.
d) previsão; registro; liquidação; pagamento.
e) previsão; lançamento; arrecadação; recolhimento.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
A questão queria verificar os aspectos que classificam os estágios das
Receitas Públicas no Brasil, segundo a doutrina.
Dessa forma, como visto anteriormente, “De acordo com a doutrina.....”
os estágios são os que compõem nosso mnemônico “PLAR” –
PLANEJAMENTO – LANÇAMENTO – ARRECADAÇÃO - RECOLHIMENTO.
RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL
Receita Tributária
Receita de Contribuições
Receita Patrimonial
Receita Agropecuária
Receita Industrial
Receita de Serviços
Transferências Correntes
Outras Receitas Correntes
Operações de Crédito
Alienação de Bens
Amortização de Empréstimos
Transferências de Capital
Outras Receitas de Capital
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
25
6 – (CESGRANRIO/AGENTE ADMINISTRATIVO – TCE-RO/2007) As
receitas correntes do setor público são recursos financeiros oriundos das
atividades operacionais do setor público. Fazem parte do conjunto de receitas
correntes as receitas:
a) tributárias, de juros e alocativas.
b) tributárias, de contribuições e patrimoniais.
c) de juros, industriais e de operações de crédito.
d) de alienação de bens, patrimoniais e transferências de capital.
e) de contribuições, amortização de empréstimos e industriais.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Vimos nessa aula que, quanto à Classificação em Categorias Econômicas,
o §4º do art. 11 da Lei nº 4.320/64, estabelece que as RECEITAS
CORRENTES compreendem (destaque para as que constam na questão):
RECEITA TRIBUTÁRIA
Impostos
Taxas
Contribuições de Melhoria
RECEITA DE CONTRIBUIÇOES
RECEITA PATRIMONIAL
RECEITA AGROPECUÁRIA
RECEITA INDUSTRIAL
RECEITA DE SERVIÇOS
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
OUTRAS RECEITAS CORRENTES
Relembrem nosso mnemônico:
RECEITAS CORRENTES
Para ajudar a guardar, vamos a um famoso bizu:
“TCPAISTransOu”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
26
Dessa forma, as seguintes receitas que constam na questão são
RECEITAS DE CAPITAL:
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
ALIENAÇÃO DE BENS
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL
RECEITAS DE CAPITAL
Outro bizu para ajudar a guardar:
“AOAmorTransOu”
Por fim, as Receitas Alocativas correspondem a uma invenção da Banca.
7 – (CESGRANRIO/AGENTE ADMINISTRATIVO – TCE-RO/2007) Os
estágios da receita pública são:
a) deliberação, estruturação, recebimento e utilização.
b) previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.
c) fixação, empenho, arrecadação e recebimento.
d) fixação, aprovação, recolhimento e liquidação.
e) provisão, alocação, recolhimento e distribuição.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Observem como as questões se repetem....
Dessa forma, os estágios são os que compõem nosso mnemônico
“PLAR” – PLANEJAMENTO – LANÇAMENTO – ARRECADAÇÃO -
RECOLHIMENTO.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
27
A respeito da administração financeira e orçamentária, julgue o item
que se segue.
8 – (CESPE/POLÍCIA FEDERAL/2009) O estágio de execução da receita
classificado como arrecadação ocorre com a transferência dos valores
devidos pelos contribuintes ou devedores à conta específica do
Tesouro.
Comentários:
Gabarito da questão: ERRADA.
A assertiva não se coaduna com o conceito do estágio da arrecadação,
pois quando ocorre a transferência dos valores devidos pelos contribuintes ou
devedores à conta específica do Tesouro estamos diante do estágio do
RECOLHIMENTO.
Observe que a Banca não colocou o estágio do Recolhimento na questão
e nem precisávamos saber se ela pedia o enfoque da Lei, do MTO ou da
doutrina, ok?
Com base na doutrina e nas legislações orçamentária e financeira
públicas, julgue os itens.
9 – (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO–STF/2008) Receitas imobiliárias e de
valores mobiliários constituem receita patrimonial, que se classifica como
receita corrente, para qualquer esfera da administração.
Comentários:
Gabarito da questão: CERTA
Segundo o Manual da Receita Nacional da STN, Receitas Patrimoniais
são as referentes ao ingresso proveniente de rendimentos sobre investimentos
do ativo permanente, de aplicações de disponibilidades em operações de
mercado e outros rendimentos oriundos de renda de ativos permanentes.
Desta forma, receitas imobiliárias e as de valores mobiliários são
classificadas como Receitas Orçamentárias em sua categoria econômica
“Receitas Correntes”.
Lembrem-se do nosso mnemônico: “TCPAISTransOu”.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
28
10 - (FCC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-SE/2009) Quanto
à natureza, a receita Pública é classificada como
a) corrente e de capital.
b) orçamentária e extra-orçamentária.
c) ordinária e extraordinária.
d) originária e patrimonial.
e) financeira e patrimonial.
Comentários:
O gabarito é a alternativa (b).
Vamos montar um quadro com a correspondência das classificações.
OPÇÃO CLASSIFICAÇÃO
A ECONÔMICA
B QUANTO À NATUREZA
C QUANTO À REGULARIDADE OU DURAÇÃO
D ORIGINÁRIA: QUANTO À COERCITIVIDADE
PATRIMONIAL: ECONÔMICA (RECEITA CORRENTE)
E FINANCEIRA: ECONÔMICA (É A RECEITA DE JUROS QUE
É UMA RECEITA CORRENTE)
PATRIMONIAL: ECONÔMICA (RECEITA CORRENTE)
11 - (FCC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-SE/2009) Quanto
à regularidade, a receita pública arrecadada permanentemente pelo tesouro do
estado classifica-se como
a) derivada.
b) orçamentária.
c) ordinária.
d) corrente.
e) originária.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
29
Comentários:
O gabarito é a alternativa (c).
Quanto à REGULARIDADE OU DURAÇÃO, as RECEITAS PÚBLICAS se
classificam em:
a) Ordinária
b) Extraordinária
12 - (FCC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-SE/2009) A
receita pública obtida pelo Estado, resultante do seu poder de tributar o
patrimônio da coletividade, segundo a classificação doutrinária, denomina-se:
a) derivada.
b) ordinária.
c) originária.
d) patrimonial.
e) industrial.
Comentários:
O gabarito é a alternativa (a).
Em relação ao à coercitividade ou classificação Alemã ou
classificação quanto à origem, as receitas públicas se classificam em:
a) Receitas Derivadas ou Receitas de Economia Pública ou Receitas de
Direito Público
são as que derivam do poder impositivo da soberania do Estado
sobre o patrimônio alheio, ou seja, é unilateral e obriga o particular a
“contribuir” e pagar determinado valor.
b) Receitas Originárias ou Receitas de Economia Privada ou Receitas
de Direito Privado
são as que se originam de atos negociais, onde o Estado não exerce o
seu Poder de Império, pois Estado e particular se encontram em um
mesmo patamar.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
30
13 - (FCC/ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO/MPE-SE/2009) O
procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador
da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo o caso,
propor a aplicação da penalidade cabível, corresponde ao estágio da receita
pública denominado
a) recolhimento.
b) arrecadação.
c) previsão.
d) lançamento.
e) fixação.
Comentários:
O gabarito é a alternativa (d).
Observe que esta banca já colocou o Lançamento como sendo um
procedimento administrativo, sendo que, no comando da questão, considerou-
o como sendo estágio, ou seja, adotou a linha de pensamento doutrinário
sobre o tema. Relembrando....
ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA
P revisão – é o planejado pela Fazenda Pública;
L ançamento – ato da repartição competente, que verifica a
procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e
inscreve o débito desta (art. 56 da Lei nº 4.320/64);
A rrecadação – ato em que os contribuintes comparecem junto aos
agentes arrecadadores e liquidam seus compromissos perante ao
Tesouro (arts. 35 e 55 da Lei nº 4.320/64);
R ecolhimento - ato em que os agentes arrecadadores transferem o
produto da arrecadação à Conta Única do Tesouro, tornando-o
disponível para o Tesouro.
A etapa da FIXAÇÃO se refere a um dos ESTÁGIOS DA DESPESA
PÚBLICA, que veremos mais adiante.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
31
14 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRF – 5ª REGIÃO/2008) A Receita
pública classifica-se em dois grupos denominados receitas:
a) correntes e de capital.
b) orçamentária e extra-orçamentária.
c) patrimonial e extra-orçamentária.
d) patrimonial e tributária.
e) orçamentária e de capital.
Comentários:
O gabarito é a alternativa (b).
No item (a), as Receitas Correntes e de Capital correspondem à
classificação econômica das receitas orçamentárias.
No item (b), em termos doutrinários, a Banca adotou o pensamento
minoritário de João Angélico que classifica a RECEITA PÚBLICA em 2 grupos:
RECEITA ORÇAMENTÁRIA
RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA
Nos demais itens, vamos classificar sinteticamente cada uma das
receitas.
PATRIMONIAL: Receita Corrente, ou seja, classificação
econômica das receitas orçamentárias
TRIBUTÁRIA: Receita Corrente, ou seja, classificação
econômica das receitas orçamentárias
DE CAPITAL: Classificação econômica das receitas
orçamentárias
15 - (FCC/TÉCNICO DE ORÇAMENTO/MPU/2007) Os estágios da receita
pública são, em ordem cronológica,
a) lançamento, previsão, recolhimento e arrecadação.
b) lançamento, previsão, arrecadação e recolhimento.
c) previsão, lançamento, recolhimento e arrecadação.
d) previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.
e) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
32
Comentários:
O gabarito é a alternativa (d).
Os estágios da receita são o “PLAR” (de acordo com a doutrina) ou “LAR”
(de acordo com os arts. 53, 55 e 56 da Lei nº 4.320/64) ou “PAR” (de cordo
com o MTO).
Observe que se a Banca colocou 4 estágios, significa dizer que ela quis o
enfoque da doutrina, ok?
Assim, temos, na sequência cronológica, Previsão => Lançamento =>
Arrecadação => Recolhimento
16 - (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRF 1ª REGIÃO/2006) A receita
pública percorre fases claramente identificadas de procedimentos
administrativos e contábeis. Pode-se afirmar que a proposição está
a) parcialmente correta, visto que, embora existam etapas, não são
claramente identificadas.
b) correta, sendo que as fases são: lançamento, arrecadação e recolhimento.
c) correta, pois a receita percorre a etapa de liquidação, contribuição e
recolhimento.
d) incorreta, dado o fato que o regime de caixa é o que determina a
contabilização da receita.
e) parcialmente incorreta, pois as fases distinguem-se contabilmente e não
administrativamente.
Comentários:
O gabarito é a alternativa (b).
Os ESTÁGIOS DA RECEITA PÚBLICA correspondem a atos
administrativos com reflexos contábeis.
Observe que a Banca nesta questão adotou os estágios previstos na Lei
nº 4.320/1964.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
33
17 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE – RN/2005) A receita pública é
classificada em dois grupos:
a) patrimonial e serviços.
b) patrimonial e tributária.
c) serviços e tributária.
d) orçamentária e tributária.
e) orçamentária e extra-orçamentária.
Comentários:
O gabarito é a alternativa (e).
Observe mais uma vez que a FCC adotou o pensamento minoritário de
João Angélico que classifica a RECEITA PÚBLICA em 2 grupos:
RECEITA ORÇAMENTÁRIA
RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA
18 - (FCC/ASSESSOR JURÍDICO/TCE – PI/2002) A respeito de receita
pública é correto afirmar que as receitas
a) correntes são as provenientes de realização de recursos financeiros oriundos
de constituição de dívidas.
b) derivadas são as provenientes de receitas tributárias, patrimonial,
agropecuária, industrial e de serviços.
c) derivadas advém da exploração, pelo Estado, da atividade econômica.
d) originárias caracterizam-se pelo constrangimento legal para sua
arrecadação, como exemplo, os tributos.
e) podem ser compreendidas como todo o ingresso de recursos financeiros ao
tesouro nacional, com ou sem contrapartida no passivo e independentemente
de aumento de capital.
Comentários:
O gabarito é a alternativa (e).
Observe a troca de conceitos em cada alternativa.
Antes, cabe o registro de que no item (e) temos associado o conceito de
RECEITAS ORÇAMENTÁRIAS E EXTRAORÇAMENTÁRIAS.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
34
CORREÇÃO DOS ITENS
ITEM CORREÇÃO
A DE CAPITAL são as provenientes de realização de recursos
financeiros oriundos de constituição de dívidas.
B CORRENTES são as provenientes de receitas tributárias,
patrimonial, agropecuária, industrial e de serviços.
C ORIGINÁRIAS advém da exploração, pelo Estado, da atividade
econômica.
D DERIVADAS caracterizam-se pelo constrangimento legal para
sua arrecadação, como exemplo, os tributos.
19 - (FCC/SUBPROCURADOR/TCE – SE/2002) No que concerne à
classificação da receita pública, é correto afirmar que na Lei nº 4.320/64
a) a receita tributária é instituída pelas entidades estatais e autárquicas,
compreendendo os impostos, as taxas e as tarifas.
b) são receitas correntes as receitas tributárias, patrimonial, industrial e
diversas.
c) são receitas correntes as provenientes de recursos financeiros oriundos de
constituição de dívida.
d) são receitas de capital as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial,
agropecuária, industrial, de serviços e outras.
e) são receitas correntes as provenientes da conversão, em espécie, de bens e
direitos.
Comentários:
O gabarito é a alternativa (b).
Vamos corrigir os itens:
Item (a) – Receita Tributária é aquela instituída pela União, pelos
Estados, Distrito Federal e Municípios, compreendendo os impostos, as
taxas e contribuições de melhoria, nos termos da Constituição e das leis
vigentes em matéria financeira.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
35
Item (b) – As Receitas Correntes correspondem ao nosso mnemônico
“TCPAISTransOu”, onde DIVERSAS, no contexto da questão, corresponde a
OUTRAS RECEITAS CORRENTES.
Item (c) – As RECEITAS DE CAPITAL são as provenientes de realização
de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas
Item (d) – São RECEITAS CORRENTES as receitas tributárias, de
contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras.
Item (e) - São RECEITAS DE CAPITAL as provenientes da conversão,
em espécie, de bens e direitos.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
36
CAPÍTULO 2
2 – Conceito, estágios e classificação econômica da Despesa pública
2.1 - DESPESAS PÚBLICAS - CONCEITOS
Agora, passaremos a abordar o conceito e as classificações de
DEPSESAS PÚBLICAS, segundo a doutrina.
Segundo o Manual de Despesa Nacional (1ª Edição) da STN:
2.1.1 - CONCEITO – ENFOQUE PATRIMONIAL
Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o
período contábil sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou
incremento em passivos, que resultem em decréscimo do patrimônio líquido e
que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade.
(Definição baseada na Resolução do CFC 1.121/2008).
Relembra-se que, de acordo com os princípios da Contabilidade,
registra-se a despesa quando ocorrer do seu fato gerador, ocorrendo ou não o
seu pagamento.
Desta forma, segundo o Manual a despesa pública sob o enfoque
patrimonial pode ser assim classificada:
a) Quanto à entidade que apropria a despesa:
- Despesa Pública – aquela efetuada por entidade pública.
- Despesa Privada – aquela efetuada pela entidade privada.
b) Quanto à dependência da execução orçamentária:
- Despesa resultante da execução orçamentária – aquela que
depende de autorização orçamentária para acontecer. Exemplo: despesa com
salário, despesa com serviço, etc.
- Despesa independente da execução orçamentária – aquela que
independe de autorização orçamentária para acontecer. Exemplo: constituição
de provisão, despesa com depreciação, etc.
2.1.2 - CONCEITO – ENFOQUE ORÇAMENTÁRIO
Importante destacar que orçamento representa o fluxo de
ingressos e aplicação de recursos em determinado período, o que o torna um
instrumento fundamental de planejamento para qualquer entidade, pública ou
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
37
privada.
Assim, Despesa ou Dispêndio orçamentário pode ou não diminuir a
situação líquida patrimonial, em razão do fluxo que deriva da utilização de
crédito consignado no orçamento da entidade.
De acordo com o Manual, a despesa orçamentária pode ser assim
classificada:
a) Quanto às entidades destinatárias do orçamento:
- Despesa Orçamentária Pública – aquela executada por
entidade pública e que depende de autorização legislativa para sua
realização, por meio da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos
Adicionais, pertencendo ao exercício financeiro da emissão do
respectivo empenho.
- Despesa Orçamentária Privada – aquela executada por entidade
privada e que depende de autorização orçamentária aprovada por ato de
conselho superior ou outros procedimentos internos para sua consecução.
b) Quanto ao impacto na situação líquida patrimonial:
- Despesa Orçamentária Efetiva – aquela que, no momento da sua
realização, reduz a situação líquida patrimonial da entidade. Constitui fato
contábil modificativo diminutivo.
- Despesa Orçamentária Não-Efetiva – aquela que, no momento da
sua realização, não reduz a situação líquida patrimonial da entidade e constitui
fato contábil permutativo. Neste caso, além da despesa orçamentária, registra-
se concomitantemente conta de variação ativa para anular o efeito dessa
despesa sobre o patrimônio líquido da entidade.
2.1.3 - OUTROS CONCEITOS DE DESPESA PÚBLICA
Conforme J. Teixeira Machado Júnior:
EM SENTIDO LATO: obrigações a se assumirem quando se
adquirirem bens e serviços por empenhos, a fim de se aplicarem nas
atividades que serão desenvolvidas ou executadas nas diversas áreas de
atuação governamental.
EM SENTIDO ESTRITO: consumo efetivo dos bens e serviços que
se destinam às atividades executadas ou desenvolvidas nas diversas áreas de
atuação do governo, ou seja, trata-se de despesa real ou custo efetivamente
incorrido.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
38
Em um viés mais voltado para Finanças Públicas, Alberto Deodato
define assim:
É o gasto da riqueza pública autorizado pelo poder competente,
com o fim de socorrer a uma necessidade pública.
2.2 - ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA
Como havíamos comentado sobre os estágios da receita pública em
nossa AULA DEMONSTRATIVA, cabe aqui também descrevermos as fases ou
estágios da despesa pública que são o “FELP” (de acordo com a doutrina) ou
“ELP” (de acordo com os arts. 58, 63 e 62 da Lei nº 4.320/64).
Nada melhor do que resumirmos em um quadro.
ESTÁGIOS DA DESPESA PÚBLICA
Fixação – é a estimativa que o Poder Público faz de quanto será
destinado para um fim específico, em cada quantia consignada em
orçamento ou em crédito adicional para fazer frente a determinada despesa;
Empenho – é o ato emanado de autoridade competente que cria
para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de
condição (art. 58 da Lei nº 4.320/64);
Liquidação – consiste na verificação do direito adquirido pelo
credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
crédito (arts. 63 da Lei nº 4.320/64);
Pagamento – é efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação (arts. 62 da Lei nº 4.320/64).
Antes de comentar mais algumas questões de prova, queria alertar
que os tópicos dessa aula são cobrados de forma repetida nos últimos
concursos.
A ideia é fazermos as questões resolvidas, eventualmente de
outras Bancas, pois assim iremos economizar tempo de estudo e verificarmos
que as Bancas têm trazido os mesmas abordagens.
Isso mesmo, como me ensinaram os grandes mestres que tive, a
melhor coisa é fazermos questões resolvidas !
De qualquer forma, ao final das aulas, iremos deixar as questões
“limpas” para os que ainda não se adaptaram poderem testar essa
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
39
metodologia. Claro, no final, teremos o gabarito, sem os comentários.
Dito isso, vamos em frente.
CAIU NA PROVA !
20 – (FCC/MPE-SE/2009) De acordo com a doutrina majoritária, são
estágios da despesa orçamentária:
a) previsão, lançamento, empenho e pagamento.
b) fixação, reserva, empenho e liquidação.
c) previsão, empenho, fixação e pagamento.
d) fixação, liquidação, pagamento e cancelamento.
e) fixação, empenho, liquidação e pagamento.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (e).
As fases ou estágios da despesa pública que são o “FELP” (de acordo
com a doutrina) ou “ELP” (de acordo com os arts. 58, 63 e 62 da Lei nº
4.320/64).
21 - (FCC/TÉCNICO DE CONTROLE INTERNO I - TCE-MG/2007) A
despesa pública é processada na seguinte ordem:
a) ordem de pagamento, empenho, pagamento e liquidação.
b) empenho, liquidação, ordem de pagamento e pagamento.
c) liquidação, empenho, pagamento e ordem de pagamento.
d) ordem de pagamento, liquidação, pagamento e empenho.
e) pagamento, liquidação, empenho e ordem de pagamento.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
É o que preveem, respectivamente, os arts. 58, 63, 64 e 62 da Lei nº
4.320/64. Não falamos antes, mas a ordem de pagamento é o despacho
exarado por autoridade competente, o qual determina que a despesa seja
paga.
Mnemônico: “ELP” ou “FELP” a depender do comando da questão ou
das alternativas disponíveis.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
40
22 - (FCC/TÉCNICO DE CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Os estágios
da despesa pública são, em ordem cronológica,
a) fixação, liquidação, empenho e pagamento.
b) previsão, lançamento, empenho e pagamento.
c) previsão, empenho, fixação e liquidação.
d) fixação, empenho, liquidação e pagamento.
e) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
Observemos que o enfoque foi outro para o tema. Como há a previsão
em uma das alternativas, a banca explorou nosso mnemônico “FELP”
(enfoque doutrinário).
2.3 - CLASSIFICAÇÕES DA DESPESA PÚBLICA
A doutrina classifica a Despesa Pública da seguinte forma: quanto à
natureza, quanto à afetação patrimonial e quanto à regularidade.
2.3.1 - Quanto à natureza:
É a que se relaciona à autorização ou não por parte do Poder
Legislativo, a fim de se financiarem os dispêndios públicos.
a) Despesas Extraorçamentárias: em adaptação ao parágrafo
único do art. 3º da Lei nº 4.320/64, seriam as saídas compensatórias no ativo
e no passivo financeiros, decorrentes de receitas extraorçamentárias.
Também podemos definir como dispêndios que NÃO DEPENDEM
de autorização legislativa, ou seja, cuja execução corre fora da lei do
orçamento.
Outro enfoque seria que, geralmente, são valores devolvidos pelo
Estado em razão de estarem temporariamente em poder estatal. Assim,
quando o Estado desembolsa ou “devolve” os valores que se classificaram
como receitas extraorçamentária, estaremos diante de uma DESPESA
EXTRAORÇAMENTÁRIA.
Ex. de Despesas Extraorçamentárias: devolução de cauções,
saques de depósitos judiciais, resgates de operações de ingresso provenientes
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
41
de antecipação de Receita Orçamentária (ARO).
b) Despesas Orçamentárias: são as que não podem se efetivar
sem crédito orçamentário correspondente e que DEPENDEM de autorização do
Poder Legislativo para sua realização.
Diz-se que no orçamento público a Despesa é fixada por estar
determinada neste instrumento de planejamento.
Outra definição transversa de Despesa Orçamentária é a que diz
não ser uma Despesa Extraorçamentária, em razão da definição desta.
Ex. de Despesas Orçamentárias: despesa de custeio, juros e
encargos da dívida (essas na categoria econômica “Despesa Corrente”),
assim como as Despesas de Investimento e as Despesas de Inversões
Financeiras (classificadas na categoria econômica “Despesa de Capital”).
IMPORTANTE!
Somente as Despesas Orçamentárias e Intra-orçamentárias são
classificadas quanto às Categorias Econômicas, ou seja, Despesa
Orçamentária/Intra-orçamentária Corrente e Despesa
Orçamentária/Intra-orçamentária de Capital.
Vamos a um quadro que resume as Despesas Correntes e as
Despesas de Capital.
DESPESAS
CORRENTES
PeJOu
Pessoal e Encargos Sociais
Juros e Encargos da Dívida
Outras Despesas Correntes
DESPESAS DE
CAPITAL
IIA
Investimentos
Inversões Financeiras
Amortização da Dívida
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
42
MNEMÔNICO
“A Despesa do PeJOu, ele IIA”
Colocaremos as definições, segundo a Lei nº 4.320/64 e a Portaria
Interministerial nº 163/2001, de cada uma dessas despesas.
DESPESAS CORRENTES
PESSOAL E
ENCARGOS SOCIAIS
(PORTARIA)
Despesas de natureza remuneratória decorrentes:
do efetivo exercício de cargo, emprego ou
função de confiança no setor público
do pagamento dos proventos de aposentadorias,
reformas e pensões
das obrigações trabalhistas de responsabilidade
do empregador, incidentes sobre a folha de
salários, contribuição a entidades fechadas de
previdência, outros benefícios assistenciais
classificáveis neste grupo de despesa
de soldo, gratificações, adicionais e outros
direitos remuneratórios, pertinentes a este
grupo de despesa, previstos na estrutura
remuneratória dos militares
do ressarcimento de pessoal requisitado
das despesas com a contratação temporária
para atender a necessidade de excepcional
interesse público
das despesas com contratos de terceirização de
mão-de-obra que se refiram à substituição de
servidores e empregados públicos, em
atendimento ao disposto no art. 18, § 1º , LRF
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
43
JUROS E ENCARGOS DA
DÍVIDA (PORTARIA)
Despesas com o pagamento:
de juros, comissões e outros encargos de
operações de crédito internas e externas
contratadas
da dívida pública mobiliária
OUTRAS DESPESAS
CORRENTES (PORTARIA)
Despesas com:
aquisição de material de consumo
pagamento de:
diárias
contribuições
subvenções
auxílio-alimentação
auxílio-transporte
outras despesas da categoria econômica
"Despesas Correntes" não classificáveis nos
demais grupos de natureza de despesa
DESPESAS DE
CUSTEIO (LEI Nº 4.320)
Dotações para:
manutenção de serviços anteriormente
criados
atender a obras de conservação e adaptação
de bens imóveis
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
(LEI Nº 4.320)
Dotações para:
despesas as quais não corresponda
contraprestação direta em bens ou serviços
contribuições e subvenções destinadas a
atender à manifestação de outras entidades
de direito público ou privado
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
44
Em relação às Despesas de Capital, temos o seguinte quadro:
DESPESAS DE CAPITAL
INVESTIMENTOS (PORTARIA E LEI
Nº 4.320/64)
Despesas com:
o planejamento e a execução de obras
e também com a aquisição de imóveis
considerados necessários à realização das
obras
aquisição de instalações, equipamentos e
material permanente
programas especiais de trabalho - PET
constituição ou aumento do capital de
emprêsas que não sejam de caráter
comercial ou financeiro
INVERSÕES FINANCEIRAS
(PORTARIA E LEI Nº 4.320/64)
Despesas com:
aquisição de imóveis ou bens de capital já
em utilização
aquisição de títulos representativos do
capital de empresas ou entidades de
qualquer espécie, já constituídas, quando a
operação não importe aumento do capital
constituição ou aumento do capital de
empresas que visem a objetivos comerciais
ou financeiros, inclusive operações
bancárias ou de seguros
AMORTIZAÇÃO DA
DÍVIDA (PORTARIA)
Despesas com:
pagamento e/ou refinanciamento do
principal e da atualização monetária ou
cambial da dívida pública interna e externa,
contratual ou mobiliária
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
45
TRANSFERÊNCIAS
DE CAPITAL (LEI Nº 4.320/64)
Dotações para:
investimentos ou inversões financeiras que
outras pessoas de direito público ou
privado devam realizar,
independentemente de contraprestação
direta em bens ou serviços, constituindo
essas transferências auxílios ou
contribuições, segundo derivem
diretamente da Lei de Orçamento ou de lei
especialmente anterior
amortização da dívida pública
CAIU NA PROVA !
23 – (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANA / 2009) Considerada a
categorização da despesa pública, classificam-se como investimentos as
despesas com o:
a) planejamento e a execução de obras.
b) aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização.
c) aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do
capital.
d) constituição ou aumento do capital de empresas.
e) pagamento de contribuições e subvenções.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
Observem que a Banca procurou verificar os conceitos previstos na Lei
nº 4.320/64 mesclados com os da Portaria Interministerial nº 163/2001.
Além disso, temos no art. 12, § 4º, da Lei nº 4.320/64, a seguinte
definição sobre INVESTIMENTOS.
“Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento
e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis
considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os
programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
46
material permanente e constituição ou aumento do capital de emprêsas que
não sejam de caráter comercial ou financeiro.”
Vamos comentar cada uma das alternativas.
Itens (b), (c) e (d) – são hipóteses de INVERSÃO FINANCEIRA, previstas
no art. 12, § 5º, I, da Lei nº 4.320/64, transcrito a seguir:
“Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de emprêsas ou
entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não
importe aumento do capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas
que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações
bancárias ou de seguros.”
Observem que nosso quadro resumo já nos facilitou bastante.
Item (e) – os pagamentos da alternativa se referem a Transferências
Correntes, segundo o art. 12, § 2º, da Lei nº 4.320/64, transcrito a seguir:
“Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para
despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou
serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à
manifestação de outras entidades de direito público ou privado.”
No entanto, a definição da Portaria 163 é a que facilita a resolução da
questão.
“Outras Despesas Correntes são despesas com aquisição de material de
consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções,
auxílioalimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria
econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de
natureza de despesa.”
ERICK, você pode falar sobre o que são Despesas Intra-
orçamentárias?
Então... Da mesma forma que as receitas intra-orçamentárias, esse
conceito de despesas intra-orçamentárias decorreu da Portaria Interministerial
STN/SOF n° 338, de 26 de abril de 2006.
Ocorrem despesas intra-orçamentárias quando órgãos, fundos,
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
47
autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades
integrantes do orçamento fiscal e da seguridade social efetuam aquisições de
materiais, bens e serviços, realizam pagamento de impostos, taxas e
contribuições, além de outras operações.
Para ser intra-orçamentária, o recebedor dos recursos do outro
lado tem que ser também órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal
dependente ou outra entidade constante do orçamento fiscal e da seguridade
social, no âmbito da mesma esfera de governo.
Basta lembrarmo-nos do exemplo que comentamos antes para
vocês:
Para o Ministério da Defesa publicar determinado edital de licitação
no Diário Oficial da União, ele realizará uma despesa intra-orçamentária
simultaneamente a uma receita intra-orçamentária junto à Imprensa Nacional.
Quando esta recebe pelo serviço prestado ao Ministério, estamos
diante de uma receita intra-orçamentária para a Imprensa Nacional. De outro
lado, a contrapartida é uma despesa intra-orçamentária por parte do Ministério
da Defesa.
Assim, guardemos que ao ocorrer uma despesa intra-orçamentária,
obrigatoriamente ocorrerá uma receita intra-orçamentária em órgão integrante
do Orçamento Fiscal e Seguridade Social.
Os registros dessas receitas e despesas intra-orçamentárias não
ocorrerão no mesmo momento, em razão de se reconhecer a despesa no
momento da apropriação e a receita na hora da arrecadação.
Seguindo adiante.....
2.3.2 - Quanto à afetação patrimonial:
Na mesma linha da receita pública, é nesta classificação que se
observa se houve ou não alteração na situação líquida patrimonial do Estado.
a) Efetivas: são as Despesas Públicas em que o Estado
“empobrece” em razão de um dispêndio no qual não há contrapartida de
aumento do ativo ou de redução do passivo, o que faz o patrimônio estatal
reduzir sua situação líquida.
Ex.: despesas de pessoal, juros da dívida pública, etc.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
48
OBSERVAÇÃO
As despesas correntes, em regra, são despesas efetivas, já que
reduzem o patrimônio líquido estatal.
Exceção se faz para os dispêndios efetuados na aquisição de
materiais para a formação de estoques, pois este fato é permutativo, ou seja,
“sai $, mas entra material no estoque” (desculpem-me os contabilistas, mas é
só para facilitar o raciocínio).
b) Não-Efetivas ou por permutação patrimonial ou por
mutação patrimonial: no mesmo raciocínio, são as despesas que não
alteram a situação líquida de determinado patrimônio estatal, ou seja, são
meras permutações contábeis relacionadas a um dispêndio público.
Correspondem a saídas ou alterações compensatórias nas partes
que constituem o patrimônio líquido do ente estatal, ou seja, são fatos
permutativos e em nada acrescentam na situação líquida patrimonial.
Ex.: empréstimos concedidos, aquisição de bens, pagamento do
principal da dívida pública, aquisição de material de consumo, etc.
OBSERVAÇÃO
As despesas de capital, em regra, são despesas não-efetivas, pois
não acarretam decréscimo no patrimônio líquido do Estado.
Exceção: nas Transferências de Capital para outras instituições (é
uma espécie do gênero Despesa de Capital). É o que ocorre quando a União
transfere, por Convênio, recursos para determinado Município construir um
hospital municipal.
Como o hospital passa a ser do Município, essa despesa de capital
é uma Despesa Efetiva, pois não gerou, para a União, uma contrapartida de
natureza patrimonial, mas contribuiu para um decréscimo no patrimônio
líquido federal.
2.3.3 - Quanto à regularidade ou duração:
Refere-se à constância ou não de uma Despesa Pública ao longo de um
exercício financeiro.
a) Ordinária: é a que se obtém constantemente em cada exercício
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
49
financeiro, com características de continuidade e que correspondem a
dispêndios de valores nos cofres públicos que se repetem em todos os
exercícios.
Ex.: Despesas com serviços prestados por terceiros, despesas com
pessoal.
b) Extraordinária: é obtida esporadicamente e que não
apresentam caráter de continuidade, pois surgem de circunstâncias
excepcionais.
Ex.: Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública.
CAIU NA PROVA!
24 – (ESAF / AUDITOR TCE-GO / 2007) De acordo com a Lei n. 4.320, de
1964, assinale a opção que representa uma transferência corrente.
a) Juros da Dívida Pública.
b) Despesa com serviços de terceiros.
c) Despesa com pessoal civil.
d) Serviços em regime de programação especial.
e) Concessão de empréstimos.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
Observem que a Banca procurou verificar os conceitos previstos na Lei
nº 4.320/64.
Além disso, nosso quadro apresentado anteriormente nos servirá como
um mantra para resolvermos questões dessa abordagem.
Temos no art. 12, § 2º, da Lei nº 4.320/64, a seguinte definição sobre
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES.
“Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para
despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou
serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à
manifestação de outras entidades de direito público ou privado.”
No entanto, somente com o previsto na Portaria nº 163 é que
poderíamos matar a questão.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
50
Ela define Juros e Encargos da Dívida como sendo as despesas com
o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito
internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária.
Observe que a Portaria interpretou a Lei nº 4.320/64, sendo que esta
define Transferências Correntes, em síntese, como sendo “as que não são
Despesas Correntes de Custeio”.
Em razão disso, o PAGAMENTO DOS JUROS DA DÍVIDA PÚBLICA é
considerada uma TRANSFERÊNCIA CORRENTE.
Vamos comentar cada uma das alternativas.
Itens (b) e (c) – são hipóteses de DESPESAS DE CUSTEIO
Observem que nosso quadro resumo já nos facilitou bastante.
Item (d) – o art. 13 da Lei nº 4.320/64 classifica os Serviços em regime
de programação especial como sendo um INVESTIMENTO, ou seja, é uma
DESPESA DE CAPITAL.
Cabe um destaque para falarmos sobre o regime de programação
especial, mais conhecido como PROGRAMA ESPECIAL DE TRABALHO –
PET.
A Lei nº 4.320/64 estabelece o conceito do PET em seu art. 20, § único,
conforme a seguir trancrito.
“Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não
possam cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução
da despesa poderão ser custeadas por dotações globais, classificadas entre as
Despesas de Capital.”
Exemplo de um programa especial de trabalho: despesas de caráter
emergencial para as vítimas das enchentes em Santa Catarina.
Neste exemplo, não há como se prever no orçamento uma tragédia. Em
razão disso, as despesas que a União efetuará em socorro às vítimas não
observam o rito normal e são denominadas “PETs”.
Item (e) – concerder empréstimos é uma despesa de capital, conforme
consta no rol do art. 13 da Lei nº 4.320/64.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
51
25 – (ESAF / AUDITOR TCE-GO / 2007) A dotação orçamentária destinada
a amortização da dívida pública externa classifica-se como
a) transferência corrente.
b) transferência de capital.
c) inversão financeira.
d) despesa de custeio.
e) investimento.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
De acordo com o rol do art. 14 da Lei nº 4.320/64, AMORTIZAÇÃO DA
DÍVIDA é uma TRNASFERÊNCIA DE CAPITAL.
Vamos resumir o rol dos artigos 13 e 14 que consta na Lei nº 4.320/64.
ROL DAS DESPESAS CORRENTES – ART. 13 – LEI Nº 4.320/64
DESPESAS DE CUSTEIO
o Pessoal Civil
o Pessoal Militar
o Material de Consumo
o Serviços de Terceiros
o Encargos Diversos
TRANSFERÊNCIAS
CORRENTES
o Subvenções Sociais
o Subvenções Econômicas
o Inativos
o Pensionistas
o Salário Família e Abono Familiar
o Juros da Dívida Pública
o Contribuições de Previdência
Social
o Diversas Transferências
Correntes
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
52
ROL DAS DESPESAS DE CAPITAL – ART. 14 – LEI Nº 4.320/64
INVESTIMENTOS
o Obras Públicas
o Serviços em Regime de
Programação Especial
o Equipamentos e Instalações
o Material Permanente
o Participação em Constituição ou
Aumento de Capital de Emprêsas
ou Entidades Industriais ou
Agrícolas
INVERSÕES
FINANCEIRAS
o Aquisição de Imóveis
o Participação em Constituição ou
Aumento de Capital de Emprêsas
ou Entidades Comerciais ou
Financeiras
o Aquisição de Títulos
Representativos de Capital de
Emprêsa em Funcionamento
o Constituição de Fundos Rotativos
o Concessão de Empréstimos
o Diversas Inversões Financeiras
TRANSFERÊNCIAS DE
CAPITAL
o Amortização da Dívida Pública
o Auxílios para Obras Públicas
o Auxílios para Equipamentos e
Instalações
o Auxílios para Inversões Financeiras
o Outras Contribuições
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
53
26 – (ESAF / AUDITOR TCE-GO / 2007) Quanto ao aspecto legal, a
despesa orçamentária pode ser estudada de acordo com os enfoques jurídico,
econômico e administrativo-legal. Identifique a única opção falsa no que diz
respeito ao enfoque econômico.
a) A despesa orçamentária é dividida em duas categorias básicas, que são as
despesas correntes e as despesas de capital.
b) As despesas de capital são despesas sem as quais a máquina administrativa
e de serviços do Estado não funcionaria e, neste item, são incluídas as
despesas do governo relacionadas com o pagamento dos encargos da dívida
pública.
c) Por meio das despesas por categorias econômicas, é possível apurar a
capacidade de poupança do governo e o peso de cada componente na
estrutura de gastos.
d) As despesas correntes são as que se referem a desembolsos ou aplicações
das quais não resulta compensação patrimonial e, conseqüentemente, geram
diminuição no patrimônio.
e) Os gastos governamentais por categorias econômicas são apresentados nos
balanços gerais de cada unidade que compõe a estrutura governamental.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
Questão que abarca conhecimentos doutrinários sobre o tema.
Item (a) – como vimos nesta aula, as categorias econômicas da despesa
orçamentária são DESPESAS CORRENTES e DESPESAS DE CAPITAL.
Item (b) – uma forma correta de corrgir o item seria dizer assim:
“As DESPESAS CORRENTES (OU DE CUSTEIO => DA MÁQUINA DO
GOVERNO) são despesas sem as quais a máquina administrativa e de
serviços do Estado não funcionaria e, neste item, são incluídas as despesas do
governo relacionadas com o pagamento dos encargos da dívida pública, POIS
ESTAS SE CLASSIFICAM COMO DESPESAS CORRENTES. “
Item (c) – está exatamente sintetizado o conceito econômico que a
doutrina utiliza sobre o assunto. É o que assistimos nas notícias e debates
constantes entre governo e sociedade.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
54
Item (d) – é uma concequência da definição das despesas de CUSTEIO.
Custear nã representa qualquer contrapartida patrimonial para o Estado.
Item (e) – tais balanços são conhecidos como Balanços Orçamentários.
27 - (ESAF/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR – ENAP/2006) Classifica-se
como despesa de capital:
a) o pagamento de juros e encargos da dívida pública.
b) o pagamento de salários a ativos.
c) o pagamento de salários a inativos.
d) a amortização da dívida pública.
e) o recolhimento de encargos sociais.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
Observem que as questões se repetem.
Os itens (a), (b), (c) e correspondem a exemplos de Despesas
Correntes e o item (e) é uma Receita Corrente.
Sendo mais preciso em relação ao art. 13 da Lei nº 4.320/64, os itens
(a) e (c) correspondem a Despesas Correntes – TRANSFERÊNCIAS
CORRENTES. Já o item (b) é uma Despesa Corrente – DESPESAS DE CUSTEIO
Vamos a um extrato do rol das despesas de capital previstas na Lei nº
4.320/64.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
55
EXTRATO DO ROL DAS DESPESAS DE CAPITAL – ART. 14 – LEI
Nº 4.320/64
TRANSFERÊNCIAS DE
CAPITAL
o Amortização da Dívida Pública
o Auxílios para Obras Públicas
o Auxílios para Equipamentos e
Instalações
o Auxílios para Inversões Financeiras
o Outras Contribuições
Pessoal, vamos debater alguns tópicos preliminares de nosso curso
para podermos desenvolver melhor nossos conceitos e entendimentos.
Como dissemos antes, vamos inserir alguns tópicos adicionais de
forma a darmos melhor conhecimento à matéria.
2.4 - AGENTES DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO
FEDERAL
Antes de abordarmos esse tópico, precisamos comentar sobre o
que são Programas e sua Estrutura Programática.
Foi importante que se padronizasse o orçamento para que seja
elaborado, aprovado, executado, controlado e avaliado adequadamente.
Assim, adota-se atualmente no Brasil a Estrutura Funcional-
Programática, na qual toda ação do Governo está estruturada em programas
orientados para a realização dos objetivos estratégicos definidos para o
período de quatro anos do Plano Plurianual – PPA.
2.4.1 - E o que são PROGRAMAS?
São instrumentos de organização da atuação do governo que
articula um conjunto de ações que visam concretizar determinado objetivo
comum estabelecido previamente.
Os programas são mensurados por indicadores instituídos no plano
que concorrem para a solução de algum problema ou para atender
determinada demanda ou necessidade expressada pela sociedade, por meio de
mecanismos democráticos.
Enfim, os programas são orientados para o alcance dos objetivos
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
56
estratégicos definidos para o período de determinado PPA.
IMPORTANTE !
Nos Manuais Técnicos do Orçamento mais recentes, vigora uma nova
classificação para os tipos de programa. Esta classificação está sendo adotada
no PPA do quadriênio 2012-2015.
Assim, questões de provas anteriores a 2008, inclusive,
abordando os tipos ou modalidades de programas, não devem ser
consideradas em seus estudos, pois a classificação em vigor é a seguinte:
- Programas Temáticos: retratam no PPA a agenda de governo organizada
pelos Temas das Políticas Públicas e orienta a ação governamental. Sua
abrangência deve ser a necessária para representar os desafios e organizar a
gestão, o monitoramento, a avaliação, as transversalidades, as
multissetorialidades e a territorialidade. O Programa Temático se desdobra em
objetivos e iniciativas.
- Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado: são
instrumentos do Plano que classificam um conjunto de ações destinadas ao
apoio, à gestão e à manutenção da atuação governamental, bem como as
ações não tratadas nos Programas Temáticos por meio de suas iniciativas.
Conforme a última versão do Manual Técnico do Orçamento – MTO,
entre as diretrizes oriundas do programa de governo, destaca-se a visão
estratégica, que indica em termos gerais o País almejado em um
horizonte de longo prazo e estabelece, ainda, os macrodesafios para o
alcance dessa nova realidade de País.
Agora sim, podemos falar nos AGENTES DO SISTEMA DE
PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO FEDERAL.
A Secretaria de Orçamento Federal – SOF, entre outras atribuições,
atua principalmente no que se refere à elaboração, à coordenação e à
consolidação da proposta do orçamento federal, o que compreende os
orçamentos fiscal e da seguridade social.
Em síntese, sua tarefa pressupõe a permanente articulação entre
os agentes envolvidos na missão de elaborar as propostas orçamentárias
setoriais das diversas instâncias da Administração Federal, bem como dos
demais Poderes da União.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
57
Tais agentes correspondem aos órgãos e entidades indicados pela
CF/88, que, ao dispor sobre a Lei Orçamentária Anual – LOA, assim abarca:
- orçamento fiscal: relacionado aos Poderes da União, seus
fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público;
- orçamento da seguridade social: abrange todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público; e
- orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto.
No âmbito federal, esses órgãos e entidades constam dos
orçamentos da União e são identificados na classificação institucional, que
relaciona os órgãos orçamentários e suas respectivas unidades orçamentárias.
Eles são os componentes naturais do Sistema de Planejamento e
de Orçamento Federal.
OBSERVAÇÃO:
Nem sempre, um órgão orçamentário - OO ou unidade
orçamentária - UO corresponde a uma estrutura administrativa, pois
pode existir para individualizar determinado conjunto de despesas, de modo a
atender à necessidade de clareza e transparência orçamentária.
Exemplos de OO's e UO's “virtuais”, ou seja, que não são uma
estrutura administrativa:
“Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”;
“Encargos Financeiros da União”;
“Operações Oficiais de Crédito”;
“Refinanciamento da Dívida Pública Mobiliária Federal”; e
“Reserva de Contingência”.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
58
CAIU EM PROVA!
28 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANEEL / 2006) O estágio
da despesa denominado liquidação consiste em
a) emissão da Nota de Empenho com o valor a ser pago ao fornecedor.
b) verificação do direito adquirido pelo credor ou entidade beneficiária.
c) emissão do documento ordem de liquidação para pagamento.
d) verificação do montante de créditos a serem comprometidos com o
fornecedor.
e) emissão de documento bancário para a liquidação de obrigação em banco.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
As fases ou estágios da despesa pública que são o “FELP” (de acordo
com a doutrina) ou “ELP” (de acordo com os arts. 58, 63 e 62 da Lei nº
4.320/64).
Além disso, temos as seguintes definições:
Fixação – é a estimativa que o Poder Público faz de quanto será
destinado para um fim específico, em cada quantia consignada em orçamento
ou em crédito adicional para fazer frente a determinada despesa;
Empenho – é o ato emanado de autoridade competente que cria
para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de
condição (art. 58 da Lei nº 4.320/64);
Liquidação – consiste na verificação do direito adquirido pelo
credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
crédito (arts. 63 da Lei nº 4.320/64);
Pagamento – é efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação (arts. 62 da Lei nº 4.320/64).
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
59
CAPÍTULO 3
1 – Orçamento: conceito, elaboração e regimes orçamentários
1.1 – INTRODUÇÃO
Erick, o que é um ORÇAMENTO PÚBLICO?
Inicialmente, seria interessante termos uma ideia do que é um
orçamento em sua concepção simplista.
Na essência, até mesmo para uma pessoa comum, um orçamento
é uma espécie de planejamento em que se avaliam desejos e necessidades
com valores associados a uma previsão do que se tem para gastar.
Legal Erick, mas ainda não captei a ideia.
Vamos usar um exemplo de nosso dia-a-dia.
Em casa precisamos fazer um planejamento para confrontarmos o
que temos de recursos e quais são nossos gastos. Assim, separamos nossas
receitas para podermos pagar as despesas.
Se houver aumento de despesa, nossa “sobra” vai diminuir a
capacidade de fazermos investimentos pessoais. Vejamos um quadro
orçamentário hipotético de uma família para fixarmos melhor a ideia de um
orçamento.
Os nomes dos personagens a seguir colocados são apenas para
exemplificar. Qualquer semelhança é mera coincidência...... (já vi isso em
algum lugar).
MÊS: NOVEMBRO/2011
INGRESSOS GASTOS
Salário – João $ 1.800,00
Salário – Maria $ 2.000,00 Renda de aluguéis $ 1.200,00
Escola dos filhos $ 1.600,00
Luz, Telefone, Gás $ 700,00 Supermercado $ 2.000,00
Empregada e INSS $ 900,00 Venda de um Terreno $ 12.000,00 Empréstimos obtidos no Banco
$ 10.000,00 Pagamento recebido de
empréstimos concedidos $ 5.000,00
Reforma da casa $ 2.000,00 Prestação da casa $ 3.800,00
Compra de carro $ 25.000,00
TOTAL: $ 32.000,00 TOTAL: $ 36.000,00
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
60
Neste exemplo, vimos que o planejamento não foi adequado, o que
gerou um “furo” orçamentário de $ 4.000,00.
É possível perceber que alguns ingressos e dispêndios, sob o ponto
de vista econômico, têm certa aparência em comum.
Por exemplo, na parte de cima da tabela, os salários são recebidos
como forma de retribuição de uma prestação de serviço mensal. Além disso,
são ingressos usuais, comuns, correntes.
Na parte de cima do outro lado, temos que alguns gastos são
utilizados para o custeamento da família, ou seja, são dispêndios para
manutenção, custeio, ou seja, classificam-se como gastos correntes. Na parte
de baixo do quadro, temos ingressos e dispêndios relacionados ao uso do
capital.
Sob a ótica econômica, capital significa, em síntese, o conjunto de
bens produzidos que participam da produção de outros bens.
Capital também é uma espécie de recurso, em moeda, investido ou
disponível para investimento ou, ainda, pode ser um fundo em dinheiro ou o
patrimônio de uma empresa.
Com isso, podemos concluir que a família hipotética não soube
planejar o orçamento de forma para que ele ficasse equilibrado. No caso,
haverá a necessidade de se captar recursos de empréstimos ou de se cortar
algum gasto.
E o mais importante: É preciso ter transparência e responsabilidade
nesse orçamento familiar, para que essas pessoas possam ter uma vida mais
tranquila e poderem alcançar melhorias.
Acho que agora já conseguimos ver, com esse exemplo de um
orçamento cotidiano, alguns conceitos do que os governos devem fazer.
Beleza Erick, mas e o tal do Orçamento Público?
No caso do governo, temos algo semelhante ao que ocorre em
nosso cotidiano. Vejamos como exemplo uma obra que consiste na construção
de uma ponte para ligar duas cidades que ficam separadas por um rio.
Os Prefeitos das cidades provavelmente não vão possuir recursos
que possam arcar com a obra. Não se arrecada, em regra, o suficiente para
construir uma ponte. Isto porque os municípios têm suas despesas correntes
com servidores, entre outros, e de capital como, por exemplo, o asfaltamento
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
61
de uma rua, que correm no orçamento municipal.
Daí, essa demanda pela ponte gera necessidade de
complementação de recursos para fazer frente a essa despesa. Geralmente,
União e Estados entram com esse complemento.
Então....., do mesmo jeito que se deseja construir a piscina em
uma casa, o governo também precisa fazer alguma despesa para que se
atenda à necessidade da coletividade. Para esse objetivo, é preciso ter
responsabilidade.
E como se dá isso na esfera governamental?
A essência da resposta, em nossa disciplina, está no fato de que as
RECEITAS precisam estar PREVISTAS, enquanto que as DESPESAS têm que
ser FIXADAS.
Também é preciso lembrar da concepção do que é a Atividade
Financeira do Estado. Esta se desdobra em receita, despesa, orçamento e
crédito público e consiste em obter, aplicar, criar e gerir o dinheiro
indispensável às necessidades, cuja satisfação o Estado assumiu.
Para isso, precisamos de um plano financeiro autorizado legal e
formalmente, que consiste, em resumo, em uma pauta de dotações
associada a uma realidade problematizada.
Mas temos outras abordagens sobre o tema.
Atualmente no Brasil, Orçamento Público é o documento do
Poder Executivo, aprovado pelo Legislativo, que estima receitas e
despesas para o período de um ano, que envolve todos os órgãos
integrantes da estrutura governamental.
Sob a ótica política, podemos dizer que corresponde ao contrato
formulado anualmente entre governo, administração e sociedade sobre as
ações a se implementarem pelo Poder Público.
Não estranhem o fato de termos colocado que a despesa no
orçamento público também é estimada. No ordenamento jurídico brasileiro o
que mais se vê é a frase: “PREVISÃO DE RECEITAS e FIXAÇÃO DA DESPESA”.
No entanto, para se fixar a Despesa, temos que estimá-la o que não invalida
este termo.
Temos ainda o entendimento de que o Orçamento Público é o
instrumento pelo qual o governo controla as finanças públicas e
executa as ações governamentais, ensejando o objetivo estatal do bem
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
62
comum.
No Brasil, abrange a elaboração e a execução de três leis – o
plano plurianual (PPA), as diretrizes orçamentárias (LDO) e o orçamento
anual (LOA) – que, juntas, concretizam o planejamento e a execução das
políticas públicas federais.
Bem, agora vamos adiante!
1.2 – ORÇAMENTO PÚBLICO – CONCEITOS, OBJETIVOS E CONTEÚDO
Antes de aprofundarmos, vamos inserir alguns comentários sobre a
essência de um Orçamento Público.
Sob uma visão histórica, percebe-se que o orçamento público
evoluiu ao longo do tempo. Isto decorreu da maior atenção que se deu à
economia como um todo, bem como no aumento do tamanho da
participação dos governos na vida de uma nação.
1.2.1 - CONCEITO DE ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL
O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento
legal (aprovado por lei) contendo a previsão de receitas e a estimativa
de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado
exercício (geralmente de um ano).
1.2.2 - OUTRAS CONSIDERAÇÕES SOBRE OS OBJETIVOS E
CONTEÚDOS DOS ORÇAMENTOS:
Quais os objetivos de uma política orçamentária ?
Basicamente, são os seguintes:
corrigir as falhas de mercado e as distorções, a fim de
se manter a estabilidade,
melhorar a distribuição de renda; e
alocar os recursos com mais eficiência.
Além disso, o Orçamento também tem a função de:
regular o mercado; e
coibir abusos.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
63
Assim, o Orçamento tem o objetivo de reduzir as falhas de
mercado e as externalidades negativas. Estas seriam os fatores adversos
causados pela produção, tal como a poluição, os problemas urbanos, entre
outros.
Sabemos que o Governo intervém no mercado de várias formas.
Por exemplo, por meio da política fiscal e da política monetária, controlam-se
preços, salários, inflação, bem como se restringe a demanda ou se impõem
choques na oferta.
A Política Fiscal, a Política Regulatória e a Política Monetária
são instrumentos e recursos que o Governo utiliza para intervir na
Economia.
Vamos destrinchá-las.
Política Fiscal - envolve a geração e a administração de
receitas. Também se refere com o cumprimento de metas e
objetivos governamentais no orçamento. Utiliza-se este
instrumento para a alocação, a distribuição de recursos e a
estabilização da economia. Desta forma, com a política fiscal é
possível aumentar a renda e o PIB, além de aquecer a economia,
por meio de uma distribuição melhor da renda.
Política Regulatória – utiliza medidas legais, tais como
decretos, leis, portarias, etc., expedidas como alternativa para se
alocarem e se distribuírem os recursos, a fim de se
estabilizar a economia. Com a utilização das normas, diversas
condutas podem ser banidas, como, por exemplo, as práticas
abusivas, a poluição. Desta forma, também se evita a criação de
monopólios ou de cartéis.
Política Monetária – abrange o controle da oferta de moeda,
da taxa de juros e do crédito em geral. Tem como objetivo a
estabilização da economia e também influenciar na decisão
de consumidores e produtores. Com a política monetária, pode-
se, entre outros fatores, restringir a demanda e controlar a
inflação e os preços.
Diante disso, observamos que o Orçamento Público funciona
como uma baliza na Economia. Caso existam altos investimentos
orçamentários do governo, é possível que o número de empregos aumente,
bem como poderá haver um aumento da renda agregada.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
64
De outra forma, uma política orçamentária com baixos
investimentos provocará, inevitavelmente, falta de emprego, queda ou
desaceleração da economia, assim como redução do produto interno bruto -
PIB.
Além disso, as políticas de governo é que irão resultar em
orçamentos recessivos ou em orçamentos expansionistas. Na recente crise
econômica mundial, observamos diversas posturas dos governos dos países
para ajustar suas economias e seus orçamentos.
As principais funções do Estado consolidadas no Orçamento
Público estão no quadro a seguir.
FUNÇÃO DO ESTADO CARACTERÍSTICAS
ALOCATIVA
Objetiva ofertar serviços e bens que o mercado
não oferece ou que possa oferecer em condições
ineficientes;
Cria meios para que se ofereçam bens privados
ao mercado por produtores, por investimentos ou
mediante intervenções, em razão do alto risco e
do elevado custo;
Retifica imperfeições no sistema de mercado, tais
como oligopólios e monopólios;
Corrige os efeitos negativos de externalidades.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
65
DISTRIBUTIVA
Busca tornar a sociedade menos desigual em
termos de renda e riqueza;
Utiliza, em regra, os seguintes mecanismos:
Tributação;
Transferências financeiras;
Subsídios;
Incentivos fiscais;
Alocação de recursos em camadas mais
pobres da população, etc.
ESTABILIZADORA
Procura ajustar o nível geral de preços e o nível
de emprego;
Objetiva dar estabilidade à moeda, por meio de
instrumentos de política fiscal, cambial e
monetária;
Busca também outras medidas de intervenção
econômica, tais como controles mais rigorosos e
estabelecimento de limites, ambos estabelecidos
por normas legais.
Após essas noções básicas, que espero serem de utilidade para
todos, vamos ao passo seguinte.
2 – Orçamento Público: elaboração, acompanhamento e fiscalização
2.1 – ELABORAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E FISCALIZAÇÃO
Este tema basicamente se refere ao CICLO ORÇAMENTÁRIO no
Brasil, onde temos as seguintes etapas: Elaboração, Aprovação, Execução,
Controle e Avaliação.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
66
MANTRA!
O CICLO ORÇAMENTÁRIO SE RESUME NO “EAECA”:
ELABORAÇÃO – APROVAÇÃO – EXECUÇÃO – CONTROLE – AVALIAÇÃO
Alguns autores e algumas bancas tentam confundir o candidato na
hora da prova, mas trarei outras subfases dentro dessas etapas para não gerar
dúvidas.
Ok, Erick, gostei do seu mantra, mas me explique.
Então....., vamos colocar definições básicas sobre estas fases, pois,
conforme nossa programação, na aula seguinte iremos aprofundá-las.
ELABORAÇÃO
É incumbência do Poder Executivo, por meio do Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, consolidar e elaborar o
orçamento. Neste instrumento deve existir compatibilidade com os planos e
diretrizes já submetidos ao Poder Legislativo.
MANTRA!
Prazo para encaminhamento do projeto de lei orçamentária
anual – LOA elaborado pelo Executivo:
até 31 de agosto do exercício financeiro corrente; ou
até 4 meses antes do término do exercício financeiro corrente.
Não se esqueçam de que é um prazo só, mas dito de duas formas
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
67
diferentes. Isto decorre do texto do inciso III, § 2°, art. 35 do ADCT da CF/88
em conjunto com o art. 34 da Lei n° 4.320/64, conforme a seguir transcritos.
Inciso III, § 2°, art. 35 do ADCT da CF/88:
“(.....)
III - o projeto de lei orçamentária da União será
encaminhado até quatro meses antes do encerramento
do exercício financeiro e devolvido para sanção até o
encerramento da sessão legislativa.”
Art. 34 da Lei n° 4.320/64:
“Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano
civil.”
Por fim, no Brasil, considera-se ano civil o período compreendido
entre o dia 1° de janeiro de um ano ao dia 31 de dezembro deste mesmo ano.
Essa interpretação decorre da lacuna de uma Lei Complementar
que ainda não existe no ordenamento jurídico brasileiro. Veja que embora
exista a LRF, esta não supre o que se prevê no § 9° do art. 165 da CF/88, a
seguir transcrito:
“(.....)
§ 9º - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os
prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e
patrimonial da administração direta e indireta bem
como condições para a instituição e funcionamento de
fundos.”
CAIU NA PROVA!
29 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) A respeito da elaboração do
Orçamento Geral da União, é correto afirmar, exceto:
a) o Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional
propondo a alteração do projeto de lei orçamentária a qualquer tempo.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
68
b) é prerrogativa do Presidente da República a iniciativa dos projetos de lei
orçamentária.
c) as emendas parlamentares aos projetos de lei orçamentária anual não
poderão indicar como despesas a serem anuladas as destinadas ao pagamento
de pessoal e seus encargos.
d) na fase de tramitação no Congresso Nacional, cabe a uma comissão mista
de Senadores e Deputados examinar e emitir parecer sobre os projetos de lei
que tratam de orçamento.
e) a proposta orçamentária para o exercício seguinte deverá ser enviada ao
Congresso Nacional até 31 de agosto do ano anterior.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
Vamos corrigir o item, antes de passarmos as referências dos demais
itens.
“O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso
Nacional propondo a alteração do projeto de lei orçamentária, DESDE QUE
NÃO INICIADA A VOTAÇÃO DA MATÉRIA PROPOSTA.”
Segue a correspondência dos itens na CF/88.
Item a art. 166, § 5º
Item b art. 165, III
Item c art. 166, §3º, II, a
Item d art. 166, § 1º, I, 1ª parte
Item e art. 35, § 2º, III do ADCT
APROVAÇÃO (APRECIAÇÃO, DISCUSSÃO, APRESENTAÇÃO DE
EMENDAS, VOTAÇÃO, SANÇÃO E PUBLICAÇÃO):
Aqui é interessante nos remetermos ao Processo Legislativo
Orçamentário que tem características próprias. Como disse antes, por
enquanto, vamos trazer algumas ideias básicas. Posteriormente em nosso
curso, aprofundaremos o tema com pinceladas de importantes conceitos de
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
69
Direito Constitucional.
Aliás, uma orientação importante para vocês: não vejam nossa
matéria de forma isolada. As disciplinas AFO, Orçamento Público e Finanças
Públicas são complexas, pois também se relacionam com outras. Talvez seja
por isso que elas estejam tão recorrentes nos concursos mais recentes.
As bancas adoram matérias multidisciplinares ! As que mais se
relacionam com nosso tema, guardadas as devidas proporções, são Direito
Constitucional, Contabilidade Pública, Direito Administrativo, Administração
Pública e Economia.
Vamos fazer um pacto de forma a relacionarmos essas disciplinas
durante nosso curso, para que possamos assimilar melhor o conteúdo e termos
um excelente desempenho nas provas, ok ?
Após essa orientação/break, vamos seguir...
Na fase de APROVAÇÃO, não se vê tanta harmonia entre o Governo
e o Congresso, pois os interesses são conflitantes. Por isso, é fundamental
existir muita negociação entre as partes envolvidas. Nesta fase, a
governabilidade vai decidir os rumos orçamentários do país.
O Poder Executivo tenta harmonizar a proposta orçamentária
durante a fase de elaboração. Assim, procura-se evitar ao máximo qualquer
desgaste ou prejuízos aos interesses públicos colocados junto ao Governo.
É bem verdade que essa harmonia não ocorre na prática, pois os
parlamentares no Brasil procuram colocar suas promessas de campanha e
demais interesses políticos em primeiro lugar.
Diante disso, cabe descrever a etapa de APROVAÇÃO em conjunto
com suas subfases que são:
APRECIAÇÃO;
DISCUSSÃO;
APRESENTAÇÃO DE EMENDAS;
VOTAÇÃO;
SANÇÃO OU VETO (REJEIÇÃO PELO EXECUTIVO); E
PUBLICAÇÃO DO ORÇAMENTO.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
70
A fase de APROVAÇÃO é a mais lenta e desgastante de todo o ciclo
orçamentário.
Quando o projeto orçamentário elaborado pelo Poder Executivo
chega ao Legislativo, ele é encaminhado a uma Comissão Mista de
senadores e deputados federais a que se refere o parágrafo 1º do art.
166 da CF/88. Esta Comissão é comumente chamada de Comissão Mista de
Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização.
O Presidente dessa Comissão designa um Relator-Geral o qual cabe
submeter um parecer à Comissão. Neste documento preliminar fixam-se
parâmetros que irão nortear a elaboração dos relatórios parciais e setoriais,
inclusive quanto à eventuais formulações de emendas.
Os relatórios setoriais, no âmbito das Subcomissões, irão
consolidar os relatórios parciais, que cuidarão de partes da proposta,
correspondentes a um ou mais órgãos e unidades orçamentárias.
Estes relatórios vão à discussão e votação nas Subcomissões.
Cabe ao Relator-Geral fazer a adequação dos pareceres setoriais aprovados em
cada Subcomissão.
É neste momento que ocorrem as barganhas e emendas
eleitoreiras por parte dos parlamentares. No entanto, nada impede que eles
apresentem propostas de emendas ao projeto de LOA, desde que
estejam compatíveis com o PPA e a LDO.
No Plenário da Comissão, discute-se e vota-se o Relatório-Geral
que, posteriormente, é submetido ao Plenário do Congresso Nacional. Com a
aprovação da redação final, o projeto de LOA é então encaminhado à
sanção do Presidente da República. Não podemos nos esquecer de que
este tem prerrogativa de vetar ou não o texto apresentado.
No Brasil, a devolução para sanção deve ocorrer até o
encerramento da sessão legislativa. Consequentemente, não se poderia
encerrar a sessão sem a aprovação e o encaminhamento do projeto de LOA ao
Poder Executivo.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
71
MANTRA!
Prazo para DEVOLUÇÃO do projeto de LOA pelo Legislativo:
até 22 de dezembro do exercício financeiro corrente; ou
até o término da sessão legislativa.
Aqui temos como fundamento o art. 57 da CF/88, com a redação
dada pela Emenda Constitucional n° 50, de 2006. Mais uma vez, não se
esquecer de que é um prazo só, mas dito de duas formas diferentes.
Em razão de nossa programação de aulas, vamos aprofundar os
temas PPA, LDO e LOA mais adiante.
EXECUÇÃO:
Com a publicação da LOA, desencadeia-se o processo de
execução do Orçamento do Governo Federal. Posteriormente, faremos
considerações sobre a possibilidade de se executar o orçamento sem uma LOA
publicada.
Na fase de preparação do orçamento para a execução, a
alocação dos créditos nos elementos de despesa é atribuição da setorial
orçamentária.
É importante que se destaque que a execução é orçamentária e
financeira. A “primeira parte”, a execução orçamentária, refere-se ao que
está planejado e ao que consta no orçamento. Na “parte” da execução
financeira, a referência está no fluxo de caixa do Tesouro Nacional.
Destaquei “parte” só para efeitos de compreensão, pois ambas andam
juntas.
Nesta fase, no âmbito federal, os órgãos e as entidades de toda
União executam os programas governamentais contemplados na LOA. Isto se
faz por meio de uma série de decisões e atividades financeiras de forma a se
atingirem metas e objetivos expressos formalmente no orçamento-
programa anual. Não podemos nos esquecer de que este orçamento deve
se harmonizar com o PPA e a LDO.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
72
A elaboração e a administração orçamentária e financeira se
desenvolvem dentro do exercício definido como o ano civil, como se prevê no
art. 34 da Lei nº 4.320/64.
A execução orçamentária constitui um tema complexo, mas que
não se cobrou muito nos últimos concursos para a CGU. No entanto, cabe o
registro de que a execução influencia e molda a tomada de decisões
governamentais.
CONTROLE:
A Administração procura obter informações físico-financeiras
no transcurso do processo de execução orçamentária e financeira. Desta
forma, possibilita-se o controle e a avaliação dos planos e programas a
serem executados, em execução ou já executados, que constam na
LOA.
O controle e a avaliação constituem a última fase do ciclo
orçamentário, mas de forma alguma a menos importante. Só para relembrar,
conforme art. 6º do Decreto-Lei nº 200/67, o controle representa um dos
cinco princípios fundamentais que norteiam a Administração Pública
Federal.
Os seguintes princípios fundamentais estão previstos no art. 6°:
“Art. 6º As atividades da Administração Federal
obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:
I - Planejamento.
II - Coordenação.
III - Descentralização.
IV - Delegação de Competência.
V - Controle.”
MNEMÔNICO: PC2D2
No Brasil, existem dois tipos de controle:
INTERNO
EXTERNO
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
73
Chama-se controle interno quando exercido por agentes do
mesmo Poder. Já o controle externo se exerce por órgãos independentes
desse Poder.
Em relação ao Controle Externo, a CF/88, nos artigos 70 e 71,
assim sintetiza o tema:
CONTROLE EXTERNO
O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do TCU.
A fiscalização ”COFOP” (contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial):
da União e
das entidades da administração direta e indireta
quanto à “LLEAR”
(legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas)
será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo; e
Sistema de Controle Interno de cada Poder.
A CF/88 aloca o art. 74 quanto ao tema Controle Interno. Vamos a
um quadro sintético:
CONTROLE INTERNO
PODERES
Legislativo + Executivo + Judiciário
manterão sistema de controle interno de forma integrada
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
74
FINALIDADES
avaliar:
o cumprimento das metas previstas no PPA;
a execução dos programas de governo e dos
orçamentos da União.
comprovar a legalidade e avaliar os resultados,
quanto:
à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária,
financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da
administração federal;
à aplicação de recursos públicos por entidades de
direito privado.
exercer o controle dos (as):
operações de crédito;
avais;
garantias;
direitos; e
haveres.
apoiar o controle externo no exercício de sua missão
institucional.
OBSERVAÇÃO
Se os responsáveis pelo controle interno tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade,
deverão dar ciência ao TCU, sob pena de responsabilidade
solidária.
AVALIAÇÃO:
O ideal seria que o controle fosse prévio, para que houvesse
uma avaliação mais eficiente do cumprimento das metas instituídas. No
entanto, o mais recorrente é a avaliação sobre o processo da despesa que
já se realizou.
Por fim, no processo de controle e avaliação orçamentária,
identificam-se as seguintes etapas:
da UNIÃO
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
75
A. comparação dos resultados obtidos e efeitos
produzidos;
B. comparação dos resultados e efeitos obtidos com os
objetivos e metas programadas;
C. análise dos problemas observados e determinações de
suas causas;
D. definição e tipificação das medidas corretivas que se
devam tomar; e
E. aplicação das medidas corretivas.
Assim temos os seguintes critérios de avaliação da gestão
governamental: ECONOMICIDADE - EFICIÊNCIA – EFICÁCIA –
EFETIVIDADE. A seguir, sintetizaremos cada um deles.
ECONOMICIDADE:
Menor custo, com qualidade
EFICIÊNCIA:
Gastar bem
Controle de desperdícios
Aprimoramento de práticas administrativas e operacionais
EFICÁCIA:
Atingir os objetivos e metas programados
EFETIVIDADE:
Impacto quantitativo e qualitativo gerado na comunidade
e se as suas necessidades foram satisfeitas
Continuidade dos resultados alcançados
Avaliação custo/benefício(grau de sucesso do programa)
OBSERVAÇÃO
As fases de CONTROLE e AVALIAÇÃO também são conhecidas como
ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
76
CAIU NA PROVA !
30 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –
MPOG/2010) Assinale a opção falsa a respeito do ciclo orçamentário no
Brasil.
a) É um processo integrado de planejamento das ações e compreende a
elaboração do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias e da Lei
Orçamentária Anual, bem como a execução e avaliação desses instrumentos.
b) É o processo de elaboração da Lei Orçamentária Anual, que se inicia no
envio da proposta de orçamento ao Congresso Nacional e se encerra na sanção
da lei.
c) Na elaboração dos instrumentos que compõem o ciclo orçamentário, o
Congresso Nacional tem competência para realizar modificações nas propostas
a ele encaminhadas.
d) É um processo contínuo, dinâmico e flexível para a elaboração, aprovação,
execução, controle e avaliação dos programas do setor público.
e) A Comissão Mista de Orçamento tem papel importante nas etapas de
elaboração e fiscalização.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
O ciclo orçamentário compreende as fases do “EAECA”, ou seja, não se
encerra com a sanção da lei, pois ainda temos as fases da EXECUÇÃO, o
CONTROLE e a AVALIAÇÃO, após a SANÇÃO DA LEI, que é uma subfase que
encerra a fase da ELABORAÇÃO do orçamento.
31 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Analise as
afirmações a seguir, relativas à elaboração, acompanhamento e fiscalização do
orçamento público no Brasil.
I. O projeto de lei orçamentária anual deverá ser encaminhado pelo Chefe do
Poder Executivo ao Poder Legislativo até 31 de agosto do exercício financeiro
corrente.
II. Os parlamentares poderão apresentar emendas ao projeto de lei
orçamentária anual, desde que sejam compatíveis com o plano plurianual e a
lei de diretrizes orçamentárias.
III. O Presidente da República deverá sancionar o projeto de lei orçamentária
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
77
aprovado pelo Congresso Nacional, estando impedido de vetá-lo, no todo ou
em parte.
IV. O controle externo das contas públicas da União está a cargo do Congresso
Nacional e será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União.
É correto o que consta APENAS em:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
e) I, II e IV.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (e).
O erro da assertiva III reside no fato de que o Presidente da República
NÃO ESTÁ IMPEDIDO DE VETAR, NO TODO OU EM PARTE, o projeto de
LOA aprovado pelo Congresso Nacional.
32 - (ESAF/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2004) O
sistema de controle interno tem por objetivo manter a integridade do
patrimônio da entidade e, portanto, deve a sua organização, implantação e
implementação definir prioritariamente quatro fatores. Aponte a opção não-
pertinente.
a) Definir a área a controlar.
b) Definir um sistema de controle pessoal, ou seja, um controle que permita
desenvolver a administração por exceção.
c) Definir quem informa quem, ou seja, o nível hierárquico que deve prestar
informações e o que deve recebê-las, analisá-las e providenciar medidas
necessárias para manter operante a administração.
d) Definir o que deve ser informado, ou seja, o objeto da informação.
e) Definir o período em que as informações devem ser prestadas.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
O item fere o princípio da Impessoalidade. Não existem meios no
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
78
ordenamento jurídico nos quais se permita um sistema de controle pessoal, ou
seja, um controle que desenvolva a administração por exceção.
Além disso, a questão destaca nos demais itens que devemos prezar pela
transparência em relação ao sistema de controle interno, de forma a se manter
a integridade do patrimônio da entidade.
Assim, os 4 fatores prioritários para se definir a organização, a
implantação e a implementação de forma a se manter íntegro o patrimônio de
uma entidade são:
1) a área a controlar.
2) o fluxo de informações.
3) o objeto da informação.
4) o período em que se prestam as informações.
3 – Créditos adicionais, especiais, extraordinários, ilimitados e
suplementares
3.1 – TIPOS DE CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS
A autorização legislativa para a realização da despesa
constitui crédito orçamentário, que poderá ser inicial ou adicional.
É interessante esse tópico no edital passado, pois o candidato já
recebe de cara uma importante dica: OS CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS NÃO
SÃO ILIMITADOS.
Assim, não precisamos pesquisar nada sobre créditos ilimitados. A
própria Banca facilita, mas ao mesmo tempo tenta confundir.
O fundamento desse assunto se encontra no inciso VII, art. 167 da
CF/88, como a seguir transcrito:
“ Art. 167. São vedados:
(.....)
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
(.....)”
Vamos a um quadro para facilitar o entendimento inicial sobre o
tema CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
79
CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS (NÃO SÃO ILIMITADOS)
TIPOS INICIAIS OU ORDINÁRIOS
ADICIONAIS
ADICIONAIS
ESPECIAIS
SUPLEMENTARES
EXTRAORDINÁRIOS
Um ponto interessante a destacar é que as alterações de
planejamento no PPA e na LDO se fazem por meio de leis ordinárias
“comuns”.
Destaquei para diferenciarmos que, no caso da LOA, essas
alterações também se dão por leis. No entanto, mais precisamente, elas são
chamadas de LEIS DE CRÉDITOS ADICIONAIS.
O orçamento anual consigna importância (dotação) para atender
determinada despesa de forma a executar ações planejadas pelo
governo.
Quando ocorre a aprovação da LOA ela se apresenta sob a forma
de um texto seguida de anexos nos quais constam diversos programas de
trabalho associados, cada um deles, a uma dotação inicial.
Segundo Taylor, o Princípio do Planejamento da
Administração deve buscar a substituição de métodos empíricos por
procedimentos científicos, de forma a se planejar mais adequadamente um
trabalho.
Assim, as LEIS DE CRÉDITOS ADICIONAIS se consideram
exceções a tal princípio quando alteram a LOA. Observem que este
princípio não é orçamentário. Além disso, deve-se entender o termo
Administração como Administração Acadêmica e não Administração Pública.
3.2 – CRÉDITOS INICIAIS OU ORDINÁRIOS
Correspondem à dotação inicial designada para determinado
programa de trabalho. Constituem a primeira autorização legislativa para a
realização de determinada despesa.
MNEMÔNICO ESE
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
80
Representam os créditos orçamentários iniciais aprovados pela
LOA, na qual constam os orçamentos fiscal, da seguridade social e de
investimento das empresas estatais.
3.3 – CRÉDITOS ADICIONAIS
São leis específicas que objetivam a alteração na LOA em
relação aos créditos orçamentários que estavam em vigor anteriormente. Os
créditos adicionais podem alterar os créditos iniciais ou os adicionais que
porventura alteraram outro crédito.
O art. 40 da Lei n° 4.320/64 define os créditos adicionais como
autorizações de despesas não computadas ou insuficientemente
dotadas na LOA.
Como vimos no quadro anterior, os 3 tipos de créditos adicionais
são: ESE = ESPECIAIS – SUPLEMENTARES – EXTRAORDINÁRIOS.
Ok Erick, mas quais as fontes desses créditos adicionais ?
Para a abertura de créditos suplementares e especiais, as
fontes são as seguintes:
FONTES DE CRÉDITOS ADICIONAIS REFERÊNCIA
S Superávit financeiro apurado em balanço
patrimonial do exercício anterior
Lei n° 4.320/64:
Art. 43, § 1°, I
E
Excesso de arrecadação proveniente do saldo
positivo das diferenças acumuladas mês a mês
entre a arrecadação prevista e a realizada,
considerando-se, ainda, a tendência do exercício.
Lei n° 4.320/64:
Art. 43, § 1°, II
R
Reserva de contingência: dotação global não
especificamente destinada a determinado órgão,
unidade orçamentária, programa ou categoria
econômica, cujos recursos serão utilizados para
abertura de créditos adicionais.
Decreto-Lei n°
200/67:
Art. 91
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
81
O
o produto de operações de credito autorizadas,
em forma que juridicamente possibilite ao poder
executivo realizá-las.
Lei n° 4.320/64:
Art. 43, § 1°, IV
B
“Buracos do projeto de LOA”: são os recursos
que porventura, em decorrência de VETO,
EMENDA ou REJEIÇÃO do projeto de LOA, ficam
sem despesas correspondentes e que poderão ser
utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e
específica autorização legislativa.
Lei n° 4.320/64:
Art. 43, § 1°, I
A
os resultantes de Anulação parcial ou total de
dotações orçamentárias ou de créditos
adicionais, autorizados em Lei.
CF/88:
Art. 166, § 8°
CAIU NA PROVA!
33 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Na lei
orçamentária anual, o termo Reserva de Contingência designa uma dotação
orçamentária que:
a) pode ser utilizada como fonte de recurso para a abertura de créditos
suplementares.
b) somente pode ser destinada à amortização das dívidas flutuante e fundada.
c) pode ser utilizada pelo Poder Executivo da forma que lhe convier.
d) é fonte de recurso para despesas com indenização de imóveis para fins de
reforma agrária.
e) destina-se a atender créditos extraordinários não previstos no orçamento.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
De acordo com o mnemônico “SEROBA” a Reserva de Contingência é
uma das fontes de recursos adicionais, nas espécies suplementares e
especiais, conforme art. 91, do Decreto-Lei 200/67.
Vamos comentar a seguir, mas cabe destaque o fato de que o item (e)
está errado pelo fato de que a Reserva de Contingência poder ser uma fonte
de recursos extraordinários, ou seja, é permitida, mas não é obrigatória.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
82
Seguiremos adiante.
Observem que os créditos adicionais extraordinários não
necessitam de indicação de recursos, pois de acordo com o inciso V, art. 167,
da CF/88:
“Art. 167. São vedados:
(.....)
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem
prévia autorização legislativa e sem indicação dos
recursos correspondentes;
(.....)”
No entanto, na União, é comum estarem especificadas as fontes de
recursos desses créditos extraordinários nas Medidas Provisórias.
E na prova ? As bancas têm colocado que é desnecessária a
indicação de recursos, mas nada impede que se faça. Antes de mais nada,
devemos atentar para o comando da questão.
É importante destacar que, ao se cancelarem os créditos
extraordinários, não podemos utilizá-los como fontes recurso para a abertura
de novos créditos adicionais.
34 – (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO / ANA / 2009) Considerados
mecanismos retificadores do orçamento, os créditos adicionais obedecem a
regras específicas, sendo correto afirmar o que segue:
a) todos os créditos adicionais necessitam de autorização legislativa prévia.
b) sua utilização também é requerida nos casos de retificação da Lei de
Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual.
c) os créditos suplementares cujo ato de autorização for promulgado nos
últimos 4 meses do exercício podem ser reabertos nos limites dos seus saldos
e viger até o final do exercício subsequente.
d) os créditos especiais acompanham a vigência do orçamento, extinguindo-se
ao final do exercício financeiro.
e) a abertura de créditos extraordinários faz-se, necessariamente, mediante a
adoção de medida provisória.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
83
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (e).
Vamos corrigir cada item errado.
Item (a) - NEM todos os créditos adicionais necessitam de autorização
legislativa prévia, pois os EXTRAORDINÁRIOS fogem dessa regra.
Item (b) - sua utilização NÃO é requerida nos casos de retificação da Lei
de Diretrizes Orçamentárias e do Plano Plurianual, pois créditos adicionais são
autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na
LOA.
Item (c) - os créditos ESPECIAIS E EXTRAORDINÁRIOS cujo ato de
autorização for promulgado nos últimos 4 meses do exercício podem ser
reabertos nos limites dos seus saldos e viger até o final do exercício
subsequente.
Item (d) - os créditos SUPLEMENTARES acompanham a vigência do
orçamento, extinguindo-se ao final do exercício financeiro.
Como os créditos SUPLEMENTARES são para reforço da dotação, eles
devem se encerrar juntamente com os créditos iniciais a que suplementarem
suas dotações.
Além disso, só os ESPECIAIS e os EXTRAORDINÁRIOS é que podem viger
até o final do exercício subsequente, desde que o ato de autorização for
promulgado nos últimos 4 meses do exercício.
Por fim, o item (e) está de acordo com o art. 167, § 3º, da CF/88.
Segue a correspondência dos itens da questão.
Item a art. 167, § 3º, da CF/88
Item b art. 40 da Lei nº
4.320/64
Item c art. 167, §2º, da CF/88
Item d art. 45 c/c art. 41, I, da
Lei nº 4.320/64
Item e art. 167, § 3º, da CF/88
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
84
35 – (ESAF / PROCURADOR – TCE – GO / 2007) O Poder Executivo, para
executar despesa cuja dotação orçamentária seja insuficiente, deve
a) abrir crédito extraordinário mediante autorização legislativa.
b) obter autorização legislativa prévia e justificar a abertura de crédito
extraordinário para execução da despesa sem dotação orçamentária específica.
c) abrir crédito suplementar por decreto, após autorização legislativa.
d) remanejar recursos de outras dotações e abrir crédito especial destinado a
reforço da dotação orçamentária específica.
e) abrir crédito especial por decreto e dar imediato conhecimento ao Poder
Legislativo.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (c).
De acordo com o art. 41, inciso I, da Lei nº 4.320/64, os CRÉDITOS
SUPLEMENTARES são utilizados para REFORÇO DA DOTAÇÃO.
Além disso, o art. 42 da Lei nº 4.320/64 estabelece que os créditos
SUPLEMENTARES E ESPECIAIS serão:
AUTORIZADOS por LEI
ABERTOS por DECRETO EXECUTIVO
“Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:
I - suplementares, os destinados a reforço de dotação orçamentária;
(.....)
Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por
lei e abertos por decreto executivo.”
36 – (ESAF / ANALISTA – SEFAZ – CE/ 2007) Assinale a opção falsa em
relação às regras impostas pela Constituição Federal/88 para a abertura de
créditos adicionais.
a) Admite-se a reabertura, no exercício seguinte, dos saldos remanescentes
dos créditos especiais e extraordinários independentemente da data em que
tenham sido abertos.
b) Os créditos especiais destinam-se às despesas para as quais não existe
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
85
dotação específica.
c) Os créditos suplementares podem ser abertos mediante cancelamento de
outros créditos consignados em lei.
d) Créditos Extraordinários podem ser abertos por Medida Provisória.
e) Na abertura de créditos extraordinários não é necessário indicar a fonte de
recursos.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
No item (a), o correto seria dizer: “Admite-se a reabertura, no exercício
seguinte, dos saldos remanescentes dos créditos especiais e extraordinários,
DESDE QUE O ATO DE AUTORIZAÇÃO SEJA PROMULGADO NOS
ÚLTIMOS 4 MESES DO EXERCÍCIO.”
Segue a correspondência na CF/88 dos itens da questão.
Item a art. 167, § 2º
Item b art. 167, V
Item c art. 166, §8º
Item d art. 167, § 3º, da CF/88
Item e art. 166, § 8º
Observem que os itens (b) e (e), podem ser melhor vizualizados,
respectivamente, pelos textos dos artigos 41, II, e 43, § 1º da Lei nº
4.320/64.
Seguindo adiante.....
Outro ponto que pode gerar interrogações é o referente ao termo
SUPERÁVIT FINANCEIRO. Vou trazer conceitos básicos de Contabilidade
Pública para elucidar sinteticamente esse ponto.
No art. 43, § 2°, da Lei n° 4.320/64, temos o seguinte:
“Art. 43. (.....)
§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença
positiva entre o ativo financeiro e o passivo
financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
86
créditos adicionais transferidos e as operações de
credito a eles vinculadas.
(.....)”
O primeiro ponto a observar, que parece óbvio, mas as bancas
adoram explorar, é que não é qualquer diferença. A diferença entre o ativo
financeiro e o passivo financeiro tem que ser POSITIVA para ser um
superávit financeiro - SF.
Estaremos diante de uma assertiva falsa, se na prova vier que o
superávit financeiro – SF é a diferença entre o ativo financeiro e o
passivo financeiro. Essa diferença pode ser negativa e não estaríamos diante
de um superávit e sim de um déficit financeiro.
MANTRA!
SUPERÁVIT FINANCEIRO é a DIFERENÇA POSITIVA entre o
ativo financeiro e o passivo financeiro, apurada no BALANÇO
PATRIMONIAL (e não no balanço financeiro), em 31/12 do exercício
anterior.
Adicionam-se a essa diferença positiva o seguinte:
os saldos dos créditos adicionais transferidos – CAT
(são os créditos adicionais reabertos); e
as operações de credito vinculadas a estes saldos
referentes aos créditos reaberto - OCR.
SUPERÁVIT FINANCEIRO
SF = (AF-PF) – CAT + OCR
Para concluir esse aparte, temos o conceito de balanço
patrimonial que, segundo o art. 105, contém o seguinte:
“Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:
I - O Ativo Financeiro;
II - O Ativo Permanente;
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
87
III - O Passivo Financeiro;
IV - O Passivo Permanente;
V - O Saldo Patrimonial;
VI - As Contas de Compensação.
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e
valores realizáveis independentemente de autorização
orçamentária e os valores numerários.
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens,
créditos e valores, cuja mobilização ou alienação
dependa de autorização legislativa.
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas
fundadas e outros pagamentos independa de
autorização orçamentária.
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas
fundadas e outras que dependam de autorização
legislativa para amortização ou resgate.
§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os
bens, valores, obrigações e situações não
compreendidas nos parágrafos anteriores e que,
imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o
patrimônio.”
Vamos apresentar um diagrama sintético de um balanço
patrimonial.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO FINANCEIRO = 600
PASSIVO FINANCEIRO = 400
PASSIVO PERMANENTE = 1000
ATIVO PERMANENTE = 1100 SALDO PATRIMONIAL = 300
ATIVO COMPENSADO = 100 PASSIVO COMPENSADO = 100
TOTAL = 1800 TOTAL = 1800
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
88
De acordo com o exemplo, o SUPERÁVIT FINANCEIRO é de $600-
$400 = $200. Não confundir com o saldo patrimonial que é de
($600+$1100+$100)-($400+$1000+$100) = $300.
OBSERVAÇÃO
O SUPERÁVIT FINANCEIRO é um saldo financeiro e não uma nova
receita a se registrar.
CAIU NA PROVA!
37 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) São
considerados recursos, para fins de financiamento dos créditos adicionais,
a) as receitas industriais.
b) as operações de crédito por antecipação de receita.
c) os excessos de arrecadação.
d) os ativos permanentes em valor superior aos passivos permanentes.
e) as arrecadações de encargos sobre a dívida ativa.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (c).
De acordo com o mnemônico “SEROBA” o Excesso de arrecadação é
uma fonte de recursos adicionais, nas espécies suplementares e especiais,
conforme art. 43, § 1°, II, da Lei 4.320/64.
Os itens (a) e (e) representam uma receita corrente (TCPAISTransOu).
Lembrar que a dívida ativa é uma receita corrente, subclassificada em Outras
Receitas Correntes.
O erro do item (b) está no fato de que as operações de crédito por ARO
não são fontes, pois só são fontes as OPERAÇÕES DE CRÉDITO “COMUNS”, ou
seja, as autorizadas, em forma que juridicamente possibilite ao poder
executivo realizá-las.
Por fim, o item (d) não representa fonte, pois entende-se por
superávit financeiro (que é uma das fontes de créditos adicionais) a
diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
89
Passemos a diante.
Com base nos arts. 62, §1°, d; 166, §8°; 167, V, §§ 2° e 3°, da
CF/88 e nos arts. 40 a 46 da Lei n° 4.320/64 vamos destrinchar as
características desses créditos adicionais com mais um quadro.
PERGUNTA ESPECIAIS SUPLEMENTARES EXTRAORDINÁRIOS
DESTINA-SE A
despesas para as
quais não haja
dotação
orçamentária
específica
reforço de dotação
orçamentária
despesas
imprevisíveis e
urgentes, tais como em
caso de guerra, comoção
intestina ou calamidade
pública (rol
exemplificativo),
observado o art. 62 da
CF/88.
PRÉVIA
AUTORIZAÇÃO
LEGISLATIVA
SIM
em lei específica
SIM
em lei específica ou
na própria LOA
NÃO
INSTRUMENTO DE
ABERTURA
Decreto do Poder
Executivo
Decreto do Poder
Executivo
Decreto do Poder
Executivo ou MP, onde
houver, com imediato
envio ao Poder
Legislativo
COMO INCORPORA
NO ORÇAMENTO
Conserva-se a
especificidade do
crédito especial
Adicionam-se à
dotação orçamentária
a que se destinou o
reforço
Conserva-se a
especificidade do crédito
extraordinário
PRECISA INDICAR
FONTE DE
RECURSOS
SIM
Consta na lei que
autoriza e no
decreto que
autoriza a abertura
SIM
Consta na lei que
autoriza e no decreto
que autoriza a
abertura
NÃO
INSTRUMENTO
QUE INDICA O
LIMITE
lei que autoriza o
crédito e no decreto
que autoriza a
abertura
lei que autoriza o
crédito e no decreto
que autoriza a
abertura
decreto ou MP, conforme
o caso, que autoriza a
abertura
PRORROGA
SIM
Só para o exercício
seguinte, desde que
a autorização seja
promulgada nos
últimos 4 meses do
exercício
NÃO SIM
Só para o exercício
seguinte, desde que a
autorização (decreto ou
MP) se dê nos últimos 4
meses do exercício
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
90
VIGÊNCIA
Até 31/dez do
exercício da
abertura ou até
31/dez do exercício
em que ocorre a
reabertura (vigência
plurianual)
Somente até 31/dez
do exercício da
abertura
Até 31/dez do exercício
da abertura ou até
31/dez do exercício em
que ocorre a reabertura
(vigência plurianual)
POSSIBILIDADE
DE VIGÊNCIA
PLURIANUAL
SIM
Incorporam-se os
saldos, por decreto,
à LOA seguinte
NÃO SIM
Incorporam-se os saldos,
por decreto, à LOA
seguinte
OBSERVAÇÃO
Observem que uma lei ou decreto ou MP (onde houver previsão
constitucional ou orgânica) autorizam determinado crédito.
No entanto, sua abertura se dá em outro ato, por meio de decreto ou MP
(onde houver previsão constitucional ou orgânica) do poder executivo.
Assim temos 2 instantes: a autorização do crédito e a autorização para
sua abertura.
Em relação aos termos “IMPREVISTAS” e “IMPREVISÍVEIS”,
vamos a algumas considerações.
Consideram-se IMPREVISTAS as despesas que PODIAM ATÉ
SER PREVISTAS, MAS QUE NÃO SE COLOCARAM NO ORÇAMENTO.
As IMPREVISÍVEIS são as despesas que NÃO HÁ QUALQUER
CONDIÇÃO DE SE PREVER.
Joia Erick, mas pode exemplificar ?
Sem problemas. Mas vou exemplificar somente o termo
IMPREVISTAS, pois as despesas IMPREVISÍVEIS já são exemplificadas no texto
da própria legislação.
Vamos supor que a LOA vigente não contemple um programa de
trabalho com uma dotação para o FUNCIONAMENTO DE NUCLEOS DE ESPORTE
RECREATIVO E DE LAZER em determinado Estado.
No entanto, no decorrer do ano, o Estado viu a necessidade de
realizar despesas com esse programa de trabalho, a fim de atender a demanda
da sociedade local.
Neste caso, estamos diante de uma despesa IMPREVISTA, pois até
seria possível estar previsto na LOA vigente, já que essa é uma demanda
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
91
latente, mas não se fez inicialmente.
Desta forma, seria viável a abertura de um CRÉDITO ADICIONAL
ESPECIAL, de forma a contemplar tal demanda.
Um outro exemplo seria a abertura de crédito adicional especial
para atender a um programa novo não previsto na LOA em vigor.
38 – (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2010) Assinale a opção falsa
a respeito dos créditos adicionais.
a) A abertura de crédito suplementar está condicionada à existência de
despesa já pré-empenhada no exercício.
b) A abertura de créditos especiais exige a indicação da fonte dos recursos.
c) Os créditos adicionais aumentam a disponibilidade de crédito para a emissão
de empenho ou descentralização.
d) É permitida a reabertura de créditos especiais e extraordinários no exercício
seguinte ao da abertura.
e) Créditos extraordinários têm sua abertura submetida a restrições de
natureza constitucional.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
Toda abertura de crédito suplementar, ordinário, especial ou
extraordinário é considerada uma DESPESA ORÇAMENTÁRIA e está
condicionada à existência de recursos e de prévio empenho.
Observem que PRÉVIO EMPENHO não corresponde a um pré-empenho.
Despesa Orçamentária Pública é aquela executada por entidade
pública e que depende de autorização legislativa para sua realização, por meio
da Lei Orçamentária Anual ou de Créditos Adicionais, pertencendo ao
exercício financeiro da emissão do respectivo empenho.
Vejam o erro do item com a correção do texto: “A abertura de crédito
suplementar está condicionada à existência de RECURSOS
DISPONÍVEIS PARA OCORRER A DESPESA E SERÁ PRECEDIDA DE
EXPOSIÇÃO JUSTIFICATIVA.“
Essa interpretação decorre do art. 43, combinado com o art. 60, ambos
da Lei nº 4.320/64:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
92
“Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da
existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será
precedida de exposição justificativa.”
“Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.”
Reparem que o item (b) está correto também em decorrência do art. 43 da Lei nº 4.320/64.
Erick, o que é o pré-empenho?
Em síntese, é um bloqueio no SIAFI da dotação orçamentária realizado
no início de um processo de licitação, a fim de se garantir os recursos
orçamentários da eventual despesa decorrente do processo licitatório.
O pré-empenho, como o próprio nome diz, ainda não corresponde à
etapa do EMPENHO, razão pela qual, na questão anterior, o item também está
errado.
Além disso, a abertura de crédito suplementar está condicionada à indicação
da fonte de recursos que podem ser o mnemônico “SEROBA”.
Vamos comentar os demais itens.
Item (b) – decorre do art. 43, §1º e incisos:
“Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da
existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida
de exposição justificativa.
§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não
comprometidos:
I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício
anterior;
II - os provenientes de excesso de arrecadação;
III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações
orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei;
IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que
juridicamente possibilite ao poder executivo realiza-las.”
Assim temos que os créditos especiais se inserem nessas fontes,
conforme previsto no art. 166, § 8°, da CF/88, no art. 43, § 1°, I a IV, da Lei
n° 4.320/64 e no art. 91, do Decreto-Lei n° 200/67.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
93
Item (c) – a finalidade de créditos adicionais é sempre o aumento
da disponibilidade. Se assim não fora, não existiriam.
Observem que item não afirma que a disponibilidade total é aumentada.
Assim, mesmo que haja anulação de créditos para a emissão dos
créditos adicionais, haverá o aumento da disponibilidade.
Por fim, essa interpretação vem do art. 40, da Lei nº 4.320/64:
“Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não
computadas ou insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.”
Por fim, temos que uma das consequências naturais da abertura dos
créditos adicionais é o aumento da disponibilidade de crédito para a emissão
de empenho de uma despesa ou para a descentralização de um crédito
orçamentário.
Item (d) – decorre da interpretação do art. 45 da Lei nº 4.320/64:
“Art. 45 - Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício
financeiro em que forem abertos, salvo expressa disposição legal em
contrário, quanto aos especiais e extraordinários.”
Além disso, vejamos a redação do art. 167, § 2°, da CF/88: “
“Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no
exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de
autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele
exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão
incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente.”
Item (e) – é o que está previsto no art. 167, § 3º da CF/88:
“§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida
para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto
no art. 62.”
39 - (ESAF/ANALISTA – ÁREAS ADMINISTRATIVA E ORÇAMENTO –
MPU/2004) De acordo com a classificação dos créditos adicionais, assinale a
opção correta em relação a créditos extraordinários.
a) São autorizados para cobertura de despesas eventuais ou essenciais e, por
isso mesmo, não considerados na Lei do Orçamento.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
94
b) São os destinados a despesas urgentes e imprevistas, como em caso de
guerra, comoção intestina ou calamidade pública.
c) São os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária
específica.
d) São autorizações abertas por decreto do Poder Executivo até o limite
estabelecido em lei.
e) Destinam-se ao reforço de dotações orçamentárias.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
O item (b) vem do art. 167, § 3°, da CF/88: “A abertura de crédito
extraordinário somente será admitida para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção
interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.”.
No entanto, a banca se utilizou do texto do art. 41, III, da Lei 4.320/64:
“extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em
caso de guerra, comoção intestina ou calamidade pública.”
O mais correto seria interpretar a Lei de acordo com o texto da CF/88,
ou seja: “são créditos extraordinários, os destinados a despesas
urgentes e imprevisíveis, tais como, em caso de guerra, comoção
intestina ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.”
Este seria um item menos incorreto na questão, pois os demais itens
estão flagrantemente incorretos. É o que dissemos na apresentação: “NÃO
BRIGUE COM A BANCA !”
O item (a) é confuso, mas se assemelha à característica essencial dos
CRÉDITOS ESPECIAIS. Estes se destinam a despesas para as quais não haja
dotação orçamentária específica. Desta forma, justificamos também o erro
do item (c).
No item (d) o erro reside no fato de que a abertura de créditos
extraorçamentários PODE se fazer por meio de DECRETO ou MP, a depender
do texto constitucional ou orgânico do ente. Na União, por exemplo, se faz por
Medida Provisória.
Finalizamos com o item (e), cujo erro está no fato de estarmos diante da
definição de CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o art. 41, I, da Lei
4.320/64. (REFORÇO=SUPLEMENTO)
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
95
REPESCAGEM !
Os CRÉDITOS SUPLEMENTARES são a única espécie de créditos
adicionais em que é possível a autorização na própria LOA. Além
disso, esse crédito tem limite de valor para reforço de um crédito
preexistente.
Os CRÉDITOS ESPECIAIS e os EXTRAORDINÁRIOS são as únicas
exceções ao Princípio Orçamentário da Anualidade, pois são
CRÉDITOS PLURIANUAIS, ao contrário dos CRÉDITOS
SUPLEMENTARES.
Só se reabrem os CRÉDITOS ESPECIAIS e EXTRAORDINÁRIOS,
pois são créditos com possibilidade de serem plurianuais.
Os CRÉDITOS EXTRAORDINÁRIOS são uma exceção ao Princípio
da Legalidade, pois podem ser abertos por meio de Decreto ou MP,
conforme o caso.
Não se apura o SUPERÁVIR FINANCEIRO no balanço financeiro, mas
sim no BALANÇO PATRIMONIAL.
Os CRÉDITOS EXTRAORÇAMENTÁRIOS abertos sem indicação de
recursos serão diminuídos quando do cálculo do EXCESSO DE
ARRECADAÇÃO, conforme a fórmula seguinte:
Onde,
EA: EXCESSO DE ARRECADAÇÃO;
RR: RECEITA REALIZAD
RP: RECEITA PREVISTA
CEOAE: CRÉDITO EXTRAORÇAMENTÁRIO APURADO NO EXERCÍCIO
Para relaxar, vamos fazer uma ginástica mental com uma série de
questões comentadas a seguir.
EA = (RR - RP) - CEOAE
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
96
MAIS QUESTÕES DE PROVA!
Pessoal, a partir de agora faremos questões adicionais de revisão.
40 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É uma
das características dos créditos especiais:
a) independerem de autorização legal para sua consecução.
b) serem destinados a reforço de dotação orçamentária já existente.
c) abertura por decreto legislativo.
d) dependerem de recursos disponíveis para financiar a despesa.
e) serem previstos na lei orçamentária anual.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
Os créditos adicionais especiais e suplementares têm como fontes de
recursos o mnemônico “SEROBA”. Além disso, é obrigatória a indicação de
recursos disponíveis para financiar a despesa.
O art. 167, V, da CF/88, preconiza que “É vedada a abertura de
crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e
sem indicação dos recursos correspondentes”.
Com este fundamento, o item (a) está errado.
O item (b) se refere ao CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o art. 41,
I, da Lei 4.320/64.
O erro do item (c) está no fato de que a abertura dos créditos especiais
se dá por meio de decreto do Poder Executivo.
Por fim, no item (e) não são os créditos especiais que estão previstos na
LOA, mas sim os CRÉDITOS SUPLEMENTARES.
Conforme art. 165, § 8°, da CF/88, “A LOA não conterá dispositivo
estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo
na proibição a autorização para abertura de CRÉDITOS
SUPLEMENTARES e contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita, nos termos da lei.”
Assim, estamos diante de uma das exceções ao Princípio Orçamentário
da Exclusividade. Esse assunto será retomado na última aula quando
entraremos com o tópico Princípios Orçamentários.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
97
41 - (FCC/ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Os
créditos adicionais destinados a despesas para as quais haja insuficiência de
recursos na dotação orçamentária específica são denominados:
a) Extraordinários.
b) Suplementares.
c) Especiais.
d) Complementares.
e) Ilimitados.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
O item (b) se refere ao art. 41, I, da Lei 4.320/64, que define CRÉDITO
SUPLEMENTAR.
Em relação aos itens (a), (c) e (d), segue um resumo explicativo:
CRÉDITOS ADICIONAIS DESTINAM-SE A
ESPECIAIS despesas para as quais não haja dotação
orçamentária específica
SUPLEMENTARES reforço de dotação orçamentária
EXTRAORDINÁRIOS
despesas imprevisíveis e urgentes, tais como
em caso de guerra, comoção intestina ou
calamidade pública (rol exemplificativo),
observado o art. 62 da CF/88.
E no item (e), lembrar que NÃO EXISTEM CRÉDITOS ILIMITADOS,
conforme previsto no art. 167, VII, da CF/88: “É vedada a concessão ou
utilização de créditos ilimitados”.
42 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Os créditos
adicionais especiais têm por característica:
a) independerem de autorização legislativa.
b) dependerem da existência de recursos para financiá-los.
c) destinarem-se ao reforço de dotação orçamentária insuficiente.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
98
d) serem previstos na lei orçamentária anual.
e) atenderem a despesas de caráter urgente e imprevisto.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
Essa questão é parecida com a de número 18, mas ela inverteu alguns
itens e inclui outro. De qualquer forma, segue o comentário completo.
O art. 167, V, da CF/88, preconiza que “É vedada a abertura de
crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e
sem indicação dos recursos correspondentes”.
Com este fundamento, o item (a) está errado e o (b) correto.
O item (c) se refere ao CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o art. 41,
I, da Lei 4.320/64.
Por fim, no item (d) não são os créditos especiais que estão previstos na
LOA, mas sim os CRÉDITOS SUPLEMENTARES, conforme art. 165, § 8°, da
CF/88 (uma das exceções ao Princípio Orçamentário da Exclusividade).
O erro do item (e) está no fato de que ele se refere parcialmente aos
créditos extraordinários, que se destinam a atender despesas imprevisíveis
e urgentes, tais como em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade
pública (rol exemplificativo), observado o art. 62 da CF/88.
43 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Os
créditos extraordinários têm por característica:
a) independerem de prestação de contas ao Poder Legislativo.
b) serem destinados ao reforço de dotação orçamentária já existente.
c) atenderem a programas novos, não previstos na lei orçamentária anual.
d) independerem de prévia autorização legislativa.
e) dependerem da existência de recursos disponíveis para seu financiamento.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
O item (d) decorre da interpretação, por eliminação, do art. 167, V, da
CF/88: “É vedada a abertura de crédito suplementar ou especial sem
prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
99
correspondentes”.
Assim, no texto da CF/88 não há remissão aos créditos
extraorçamentários quanto à necessidade de autorização em lei. Por isso,
autorizam-se e abrem-se estes tipos de créditos adicionais por meio de decreto
ou MP, conforme previsão constitucional ou orgânica do ente.
Com este fundamento, o item (e) está errado, pois já destacamos que os
reditos extraorçamentários independem da indicação de fonte de recursos.
O item (a) fere o previsto no art. 70, § único, e no art. 71, caput,
transcritos a seguir:
“Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
“O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União (...)”
No item (b) temos a definição de CRÉDITO SUPLEMENTAR, conforme o
art. 41, I, da Lei 4.320/64.
Por fim, o item (c) refere-se ao CRÉDITO ESPECIAL, conforme o art.
41, II, da Lei 4.320/64.
44 - (CESPE / ANALISTA ADMINISTRATIVO - ANAC / 2009) A
contabilidade aplicada ao setor público, assim como qualquer outro ramo da
ciência contábil, obedece aos princípios fundamentais de contabilidade. Dessa
forma, aplica-se, em sua integralidade, o princípio da competência, tanto para
o reconhecimento da receita quanto para a despesa.
Comentários:
Gabarito da questão: CERTO.
Observem que a questão não mencionou sob que ótica ela queria a
resposta.
No entanto, ela revela que quer o novo posicionamento do assunto ao se
referir desta forma: “A contabilidade aplicada ao setor público, assim como
qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios
fundamentais de contabilidade.”
E foi justamente por meio deste entendimento que a STN editou a
Portaria Conjunta STN/SOF nº 3/2008.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
100
Além disso, a questão foi tirada dos Procedimentos Contábeis
Orçamentários, página 93, aprovados pela Portaria Conjunta STN/SOF nº
2/2009.
Vejamos o trecho extraído desses Procedimentos em um quadro:
OBSERVAÇÃO
“A Contabilidade Aplicada ao Setor Público, assim como qualquer
outro ramo da ciência contábil, obedece aos Princípios Fundamentais
de Contabilidade.
Dessa forma, aplica-se o princípio da competência em sua
integralidade, ou seja, os efeitos das transações e outros eventos são
reconhecidos quando ocorrem, e não quando os recursos financeiros
são recebidos ou pagos.”
Para encerrarmos o tema sobre o REGIME DAS RECEITAS E
DESPESAS, vamos a um mantra.
MANTRA!
REGIME DAS RECEITAS E DESPESAS
DOUTRINA REGIME ORÇAMENTÁRIO MISTO
PORTARIA CONJUNTA REGIME DE COMPETÊNCIA PATRIMONIAL
45 – (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) Em relação ao ciclo
orçamentário, é correto afirmar:
a) A Lei de Diretrizes Orçamentárias deve preceder cronologicamente o Plano
Plurianual e a Lei Orçamentária Anual.
b) A Secretaria de Orçamento Federal (SOF) coordena e elabora a proposta
orçamentária da União.
c) A Lei Orçamentária Anual da União poderá ser remetida ao Congresso
Nacional sob a forma de Medida Provisória.
d) O Poder Legislativo está impedido de propor emendas ao projeto de lei
orçamentária, por se tratar de matéria de competência exclusiva do Poder
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
101
Executivo.
e) O Poder Judiciário brasileiro não goza de autonomia administrativa e
financeira que lhe permita elaborar sua própria proposta orçamentária.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
No item (a) o correto seria dizer que a LDO precede à LOA, pois o art.
165, § 2º, da CF/88 determina que a LDO orientará a elaboração da lei
orçamentária anual.
Como vimos antes, a proposta orçamentária é consolidada pelo Poder
Executivo, cuja competência cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão - MPOG.
No âmbito do MPOG, é a Secretaria de Orçamento Federal – SOF que
coordena e elabora a proposta orçamentária da União.
Assim fundamentamos o item (b).
O item (c) tem vedação expressa no art. 62, § 1º, inciso I, alínea d), c/c
o art. 167, § 3º, da CF/88.
O fundamento do item (d) é o art. 166, §§ 2º e 3º, da CF/88, ou seja, há
condições estabelecidas no texto constitucional que permitem o Poder
Legislativo apresentar emendas ao PLOA.
Além disso, o orçamento no Brasil é do tipo MISTO.
No item (e), vimos no art. 99, da C/88 que o Poder Judiciário tem
autonomia administrativa e financeira que permite a iniciativa de elaborar sua
própria proposta orçamentária.
46 - (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) Com relação à
elaboração, discussão, votação e aprovação da proposta de lei orçamentária da
União, é correto afirmar:
a) Somente o Poder Executivo tem autonomia para elaborar sua proposta
orçamentária.
b) A Secretaria de Orçamento e Finanças do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão é que deve tomar a iniciativa de encaminhar o projeto de
lei orçamentária ao Congresso Nacional.
c) O projeto de lei orçamentária deve ser analisado pelas duas casas do
Congresso Nacional em separado, devendo obter maioria simples em cada uma
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
102
delas.
d) O Congresso Nacional pode apresentar emenda ao Orçamento para
aumentar a despesa fixada para um órgão público, desde que apresente
proposta de elevação de tributação para compensar o acréscimo na despesa.
e) A principal diretriz orçamentária para a elaboração do projeto de lei do
orçamento nos últimos anos até 2008 é a meta pretendida de resultado
primário.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (e).
Vê-se muito na mídia o tema RESULTADO PRIMÁRIO. Ainda não vamos
aprofundá-lo, mas cabe o registro sobre o fundamento do assunto que consta
no art. 4º, § 1º, da LRF, no que tange ao ANEXO DE METAS FISCAIS – AMF.
Pelos conhecimentos debatidos até aqui, poderíamos resolver a questão
sem problemas. Vamos corrigir os demais itens
Item (a) – TODOS os Poderes e o Ministério Público tem autonomia para
elaborar sua proposta orçamentária.
Item (b) - a proposta orçamentária é consolidada pelo Poder
Executivo, cuja competência cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento
e Gestão - MPOG.
No âmbito do MPOG, é a Secretaria de Orçamento Federal – SOF que
coordena e elabora a proposta orçamentária da União, mas quem
ENCAMINHA a proposta é o CHEFE DO PODER EXECUTIVO.
Item (c) - O PLOA é analisado pelas duas casas do Congresso Nacional
em CONJUNTO e na FORMA DO REGIMENTO COMUM, devendo obter
maioria simples em cada uma delas.
Item (d) – conforme art. 166, § 3º, inciso II, da CF/88, o Congresso
Nacional pode apresentar emenda ao Orçamento para aumentar a despesa
fixada para um órgão público, desde que indiquem os recursos
necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de
despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e DF.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
103
47 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –
MPOG/2010) Assinale a opção que indica uma afirmação verdadeira a
respeito da conceituação e classificação da receita orçamentária.
a) As receitas orçamentárias são ingressos de recursos que transitam pelo
patrimônio do poder público, podendo ser classificadas como efetivas e não-
efetivas.
b) As receitas orçamentárias decorrem de recursos transferidos pela sociedade
ao Estado e são classificadas como permanentes e temporárias.
c) Todos os ingressos de recursos, financeiros e não-financeiros, são
classificados como receita orçamentária, porque transitam pelo patrimônio
público.
d) As receitas orçamentárias restringem-se aos ingressos que não geram
contrapartida no passivo do ente público.
e) Recursos financeiros de qualquer origem são registrados como receitas
orçamentárias para que possam ser utilizados pelos entes públicos.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
O correto seria “As receitas orçamentárias são classificadas, segundo sua
categoria econômica em RECEITAS CORRENTES ou RECEITAS DE CAPITAL”.
Nos itens (c) e (e), nem todos os ingresso de recursos são classificados
como RECEITA ORÇAMENTÁRIA, pois também há os que se classificam como
RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA.
As RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS são “entradas compensatórias no
ativo e no passivo financeiros”, razão pela qual o item (d) também está errado.
48 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –
MPOG/2010) Assinale a opção em que a despesa realizada não pode ser
classificada como despesa corrente, segundo dispõe as normas de classificação
da despesa no âmbito federal.
a) Amortização do principal da dívida pública.
b) Aquisição de material de consumo mediante suprimento de fundos.
c) Pagamento da remuneração a servidores.
d) Aquisição de gêneros alimentícios para estoque regulador.
e) Pagamento de serviços de manutenção predial.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
104
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
A Amortização do principal da dívida pública é uma DESPESA DE
CAPITAL e todos os demais itens são DESPESAS CORRENTES relativas ao
custeio da Administração Pública.
49 – (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2010) A respeito da
classificação orçamentária da receita, é correto afirmar:
a) alienação de bens de qualquer natureza integrantes do ativo redunda em
receita de capital.
b) receitas de contribuições integram as receitas de capital quando oriundas de
intervenção no domínio econômico.
c) as receitas agropecuárias se originam da tributação de produtos agrícolas.
d) as receitas intraorçamentárias decorrem de pagamentos efetuados por
entidades integrantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.
e) receitas correntes para serem aplicadas em despesa de capital dependem
da inexistência de receitas de capital no exercício.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
Conforme previsto na Portaria Interministerial STN/SOF n° 338, de 26 de
abril de 2006, somente as entidades integrantes do Orçamento Fiscal e
da Seguridade Social é que podem realizar pagamentos de natureza
intraorçamentária.
50 – (ESAF/ANALISTA-TRIBUTÁRIO – RFB/2009) Assinale a opção
correta a respeito do ciclo orçamentário no âmbito da Administração Federal
brasileira.
a) Em razão das vedações constitucionais, não é possível fazer ajustes no
orçamento sem trâmite pelo Poder Legislativo.
b) A elaboração das propostas orçamentárias é de responsabilidade exclusiva
da Secretaria de Orçamento Federal.
c) Na fase de aprovação, as Comissões de Finanças e Tributação das duas
casas do Congresso Nacional têm a palavra final.
d) Na fase de preparação do orçamento para a execução, a alocação dos
créditos nos elementos de despesa é atribuição da setorial orçamentária.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
105
e) A abertura de créditos extraordinários, em razão da sua especificidade,
somente pode ser feita por lei complementar.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
Vimos o item (d) na parte em que tratamos da EXECUÇÃO
ORÇAMENTÁRIA.
O item (a) está errado pelo fato de que é possível fazer ajustes na LOA
sem trâmite pelo Poder Legislativo, já que os CRÉDITOS
EXTRAORDINÁRIOS são abertos por meio de Decreto do Poder Executivo
ou MP, conforme o caso.
No (b), o erro está no fato de que a SOF do MPOG consolida todas as
propostas orçamentárias encaminhadas pelos órgãos e entidades de todos os
poderes da União.
Assim a responsabilidade exclusiva da SOF se refere à
CONSOLIDAÇÃO da proposta de LOA da União.
Em relação ao item (c), temos o erro no nome da Comissão que é a
Comissão Mista de senadores e deputados federais a que se refere o
parágrafo 1º do art. 166 da CF/88.
Esta Comissão é comumente chamada de Comissão Mista de Planos,
Orçamentos Públicos e Fiscalização.
Por fim, no item (e) fica correto se o escrevermos assim: “A abertura
de créditos extraordinários, em razão da sua especificidade, não pode
ser feita por lei complementar” ou “A abertura de créditos
extraordinários, em razão da sua especificidade, somente pode ser
feita por decreto do Poder Executivo ou Medida Provisória, conforme
for o caso”.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
106
CAPÍTULO 4
1 - O Plano Plurianual – PPA.
1.1 – INTRODUÇÃO
Erick, quais os instrumentos de planejamento orçamentário
no Brasil?
Bem, o Plano Plurianual – PPA, a Lei de Diretrizes
Orçamentárias – LDO e a Lei Orçamentária Anual – LOA são os
instrumentos de planejamento em matéria orçamentária no Brasil.
O PPA e a LDO são inovações trazidas pela CF/88, ao passo
que a LOA já fora prevista em textos constitucionais e legais anteriores.
Importante destacar que a Lei Complementar nº 101/2000,
conhecida como a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, também trata desses
instrumentos em seu texto.
A LDO é o instrumento de integração entre o PPA e a LOA. No
entanto, o Programa de Trabalho é que sintetiza o elo entre o PPA e a LOA, ou
seja, o Programa de Trabalho é o módulo de integração entre o plano e
o orçamento.
Para facilitar este entendimento, vamos revisar o conceito de
PROGRAMA.
O PROGRAMA serve, em síntese, para alocar uma dotação
inicial a um programa de trabalho, a fim de se buscar a solução de um
problema a resolver. Alguns autores chamam este processo de Realidade
Problematizada, ou seja, uma demanda/problema da sociedade descrita em
um programa de trabalho e associada a uma dotação inicial.
Ainda não falamos nisso, mas cabe registrar que a técnica do
orçamento-programa foi introduzida no Brasil por meio da Lei nº
4.320/64 e do Decreto-Lei nº 200/67.
A CF/88 veio implantar definitivamente essa técnica no Brasil
quando se estabeleceu a normatização da matéria orçamentária mediante os
instrumentos PPA, LDO e LOA.
Ainda não vamos aprofundar no tema LRF, mas cabe destacar que
esta Lei Complementar não é a prevista no art. 165, § 9º da CF/88. Vejamos:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
107
“§ 9º - Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência,
os prazos, a elaboração e a organização do plano
plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei
orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e
patrimonial da administração direta e indireta bem
como condições para a instituição e funcionamento de
fundos. “
Enquanto não existe essa Lei Complementar, cujo projeto ainda
está em elaboração, a Lei nº 4.320/64, junto com a LDO e com o ADCT, supre
a lacuna que se deixou, mesmo a LDO não sendo uma Lei Complementar.
A Lei nº 4.320/64 ora trata de assuntos de Lei Complementar, ora
de assuntos de Lei Ordinária. Vejam que essa Lei estabelece, juntamente com
o ADCT da CF/88, o exercício financeiro e os prazos para o PPA, a LDO e a
LOA.
Na verdade, a Lei nº 4.320/64 tangencia superficialmente esses
temas previstos no texto do art. 165, § 9º da CF/88 e a LDO é que vai dar
maior profundidade. É curioso, mas essa validade dada à LDO está no art. 165,
§ 2º da CF/88, combinado com o Capítulo II da LRF.
Outro ponto a se destacar é quanto ao aspecto formal de todas
essas leis que instrumentalizam o orçamento público no Brasil. E mais,
a LOA é uma Lei de efeitos concretos, cujo projeto de lei segue rito
especial. A este processo se aplica, subsidiariamente, o rito de processo
legislativo ordinário previsto no art. 166, § 7º da CF/88.
Na próxima aula vamos abordar o processo legislativo
orçamentário. Levantaremos também, entre outras, algumas possibilidades
quanto ao envio ou não da proposta orçamentária pelo Executivo, bem como
quanto à possibilidade ou não de aprovação nos prazos pelo Legislativo.
Vamos apresentar um quadro para podermos verificar o objeto de
cada uma dessas leis, por meio de suas ementas.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
108
LEI EMENTA
4.320/64
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal.
LRF
Estabelece normas de finanças públicas voltadas
para a responsabilidade na gestão fiscal e dá
outras providências
PPA EX.: Dispõe sobre o Plano Plurianual para o
período 20XX/20XX + 3
LDO
EX.: Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e
execução da Lei Orçamentária de 20XX e dá outras
providências
LOA EX.: Estima a receita e fixa a despesa da União
para o exercício financeiro de 20XX
CRÉDITO ESPECIAL
EX.: Abre ao Orçamento da Seguridade Social da
União, em favor do Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome, crédito especial no valor
de R$ 1.720.000,00, para os fins que especifica.
CRÉDITO
SUPLEMENTAR
EX.: Abre ao Orçamento Fiscal da União, em favor
do Ministério da Educação, crédito suplementar no
valor de R$ 14.500.000,00, para reforço de
dotação constante da Lei Orçamentária vigente.
CRÉDITO
EXTRAORDINÁRIO
EX.: Abre crédito extraordinário, em favor de
diversos órgãos do Poder Executivo, no valor
global de R$ 1.217.677.730,00, para os fins que
especifica.
Bem, agora vamos adiante.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
109
1.2 – O Plano Plurianual - PPA – CONCEITOS, OBJETIVOS E CONTEÚDO
O fundamento constitucional para o PPA está no art. 165, inciso I e
§ 1º, mas o PPA também tem importância no art. 165, §§ 4º e 7º, art. 166,
caput e § 6º e art. 167 § 1º.
Antes de prosseguirmos, um registro interessante quanto ao texto
do art. 165, § 4º, da CF/88:
“§ 4º - Os planos e programas nacionais,
regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão
elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pelo Congresso Nacional.”
Legal Erick, mas onde estão esses planos e programas ?
Eles estão previstos no art. 48, inciso IV, da CF/88. Vejamos:
“Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a
sanção do Presidente da República, não exigida esta
para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre
todas as matérias de competência da União,
especialmente sobre:
(.....)
IV - planos e programas nacionais, regionais e
setoriais de desenvolvimento;
(.....).”
Então, não há problema algum se um desses planos for de
duração superior a determinado PPA como, por exemplo, o PPA 2008-
2011. Só que esses planos ou programas têm que estar de acordo com os
ditames do PPA em vigor. Se o plano ficar incompatível com determinado PPA,
temos que alterá-lo.
O Plano Plurianual 2008-2011 apresentou, sob a forma de anexos,
uma alteração importante que vinha sendo colocada nos Manuais Técnicos do
Orçamento – MTO: os Programas Finalísticos e os Programas de Apoio às
Políticas Públicas e Áreas Especiais.
É importante observarmos que um PPA organiza a atuação
governamental em Programas orientados para o alcance dos objetivos
estratégicos definidos para o período do próprio PPA.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
110
Assim, temos mais uma concepção de Programa: instrumento
de organização da ação governamental que articula um conjunto de
ações, a fim de concretizar o objetivo nele estabelecido.
Como dissemos antes, os programas se classificam como:
a) Programas Finalísticos: pela sua implementação são
ofertados bens e serviços diretamente à sociedade e são gerados
resultados passíveis de aferição por indicadores; e
b) Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas
Especiais: são voltados para a oferta de serviços ao Estado, para a
gestão de políticas e para o apoio administrativo.
Erick, o que são ações ?
São instrumentos de programação que contribuem para
atender ao objetivo de um programa. Elas podem ser orçamentárias ou
não-orçamentárias. As ações orçamentárias se classificam, de acordo com
sua natureza, em:
a) Projeto: instrumento de programação para alcançar o objetivo
de um programa. Envolve um conjunto de operações, limitadas no
tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão
ou aperfeiçoamento da ação de governo;
b) Atividade: instrumento de programação para alcançar o
objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se
realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um
produto necessário à manutenção da ação de governo;
c) Operação Especial: despesas que não contribuem para a
manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações do governo
federal, das quais não resulta um produto, e não gera
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
CAIU NA PROVA!
51 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) Assinale a
opção verdadeira a respeito dos programas de governo.
a) Programa é o conjunto de ações de uma unidade orçamentária e visa à
integração do plano de governo do ente ao orçamento.
b) Programa é um módulo integrador entre o plano e o orçamento e tem como
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
111
instrumento de sua realização as ações de governo.
c) Um programa, do ponto de vista orçamentário, é o conjunto de atividades e
projetos relacionados a uma determinada função de governo com vistas ao
cumprimento da finalidade do Estado.
d) É o conjunto de ações de caráter continuado com vista à prestação de
serviços à sociedade.
e) Os programas de governo são considerados temporários e permanentes,
dependendo das condições de perenidade das ações desenvolvidas pelo ente
público.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
No item (a), temos o erro no trecho que trata da “unidade
orçamentária”, pois o correto seria o governo, por meio de órgão ou unidade
responsável.
O programa é o instrumento de organização da atuação
governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para a
concretização de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por
indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou o
atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.
Além disso, é muito importante (e isso está certo no item) sabermos que
programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. Assim,
justificamos o item (b).
O item (c) trata parcialmente da classificação, quanto à natureza, das
AÇÕES.
Vamos ampliar o conceito de ações: são operações das quais resultam
produtos (bens ou serviços), que contribuem para atender ao objetivo de um
programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências
obrigatórias ou voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e
jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, etc, e os
financiamentos.
O item (d), além de apresentar um conceito incompleto de programas,
peca pelo fato de colocar somente as ações de caráter continuado, sem citar as
de caráter temporário.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
112
Além disso, a Banca tentou incluir um conceito completamente errado
sobre os Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais.
Esses são programas voltados aos serviços típicos de Estado, ao
planejamento, à formulação de políticas setoriais, à coordenação, à avaliação
ou ao controle dos programas finalísticos, resultando em bens ou serviços
ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto inclusive por despesas de
natureza tipicamente administrativas.
No item (e), o correto seria TEMPORÁRIOS e CONTÍNUOS.
Um programa pode ser de natureza contínua mesmo que parte de suas
ações seja de natureza temporária.
No caso de programas temporários, serão informados o mês e ano de
início e de término previstos, e o seu valor global estimado.
O término previsto a ser considerado é o do programa, ainda que se
situe aquém ou além do período de vigência do PPA.
1.3 – A gestão do PPA da União
A Gestão do Plano Plurianual federal observa os princípios da
eficiência, eficácia e efetividade. Além disso, essa gestão também abrange a
implementação, o monitoramento, a avaliação e a revisão de programas.
No âmbito federal, o Poder Executivo mantém um sistema de
informações gerenciais e de planejamento, a fim de apoiar a gestão do PPA,
com características de um sistema estruturador de governo.
Na União, o Decreto nº 6.601/2008 estabelece normas
complementares para a gestão do PPA 2008-2011. Além disso, o Poder
Executivo federal manterá na Internet o conjunto de informações necessárias
ao acompanhamento da gestão do Plano.
Erick, mas esse Decreto não está no edital do concurso !
É verdade, mas ele tem aparecido de forma recorrente nos últimos
editais e resolvemos incluir alguns tópicos relacionados, ok ?
Além disso, ele dá uma boa base de entendimento sobre o
funcionamento e a gestão do PPA.
Vamos seguir.
Com base nos princípios de eficiência, eficácia e efetividade, a
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
113
Gestão do PPA é orientada para resultados. Além disso, ela se compõe de
dois níveis: estratégico e tático-operacional.
nível estratégico: compreende os objetivos de governo e
os objetivos setoriais.
nível tático-operacional: compreende os programas e
ações.
Cabe ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão:
coordenar os processos de monitoramento, de avaliação e de
revisão do PPA.
disponibilizar metodologia, orientação e apoio técnico para a
gestão do PPA.
manter as informações necessárias ao acompanhamento da
gestão do PPA atualizadas na Internet.
coordenar a gestão do PPA em conjunto com os demais
órgãos do Poder Executivo.
No nível tático-operacional, a gestão conjunta do PPA
compreende os Gerentes de Programa, os Gerentes-Executivos de
Programa, os Coordenadores de Ação e os Coordenadores Executivos
de Ação.
O Gerente de Programa, junto com o Gerente-Executivo é o
responsável pela gestão de programa do PPA. Já o Coordenador de Ação,
em conjunto com o Coordenador-Executivo de Ação, tem a
responsabilidade da gestão da ação.
Importante destacar que o Gerente de Programa é o titular da
unidade administrativa no qual o programa se vincula. Por conseguinte,
o Coordenador de Ação é o titular da unidade administrativa à qual se
vincula a ação.
Um último tópico do PPA em vigor é o relativo aos Projetos de
Grande Vulto.
Projetos de Grande Vulto: são ações orçamentárias do tipo
projeto financiadas com recursos:
a) do orçamento de investimento das estatais, de
responsabilidade de empresas de capital aberto ou de suas
subsidiárias, cujo valor total estimado seja igual ou superior
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
114
a cem milhões de reais;
b) dos orçamentos fiscal e da seguridade social, ou com
recursos do orçamento das empresas estatais que não se
enquadrem no disposto no inciso anterior, cujo valor total
estimado seja igual ou superior a vinte milhões de reais.
O início da execução dos projetos de grande vulto fica
condicionado à avaliação favorável de sua viabilidade técnica e
socioeconômica.
1.4 – O PPA na Carta Magna de 1988
Este item é o mais esperado do Tópico 1, pois é o que tem sido
mais cobrado nas provas. Aliás, em relação ao PPA, à LDO e à LOA, temos
observado muitas questões que cobram a literalidade da CF e da LRF.
Ainda, é importante destacarmos que os 3 instrumentos de
planejamento orçamentário do Brasil são leis ordinárias, de iniciativa do Poder
Executivo e são aprovados por maioria simples pelo Poder Legislativo.
Em termos gerais, as bancas se referem ao termo planejamento
em alusão ao PPA, assim como diretrizes à LDO. Por fim, o termo orçamento
se refere à LOA.
MANTRA !
PPA
O PPA estabelece: => de forma regionalizada
as diretrizes, objetivos e metas => “DOM”
da administração pública federal para:
as despesas de capital
outras decorrentes dessas despesas de capital
as despesas relativas aos programas de duração continuada
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
115
Então, vamos definir cada uma das partes do PPA. Lembrar que se
conhece o PPA como sendo um planejamento estratégico de médio prazo.
FORMA REGIONALIZADA: busca reduzir as desigualdades
regionais, ou seja, as regiões mais ricas serão menos
favorecidas no PPA em relação às regiões mais necessitadas.
“DOM”:
o DIRETRIZ: é a orientação quanto ao sentido da ação
de governo.
O OBJETIVO: é o resultado final que se pretende
alcançar com a realização das ações governamentais.
o META: é a especificação e a quantificação física de
objetivos ou, ainda, o indicador físico do desempenho
de um projeto/atividade orçamentário.
DESPESAS DE CAPITAL: e a classificação, segundo sua
categoria econômica, das despesas que a Administração
Pública realiza, a fim de se formar um bem de capital ou
adicionar valor a um bem já existente. Assim também se
considera a transferência, por compra ou outro meio de
aquisição, a propriedade entre entidades do setor público ou
do setor privado para o público. São classificadas em
Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências
de Capital.
OUTRAS DESPESAS DECORRENTES DAS DESPESAS DE
CAPITAL: São as despesas correntes ou de capital que decorrem de
uma despesa de capital “principal”.
Ex.: Na construção de uma Universidade Federal, devem-se incluir
no PPA as despesas correntes de pessoal relativas aos futuros
funcionários, além da despesa de capital “principal”, que é a construção
propriamente dita.
DESPESAS RELATIVAS AOS PROGRAMAS DE DURAÇÃO
CONTINUADA: São as ações permanentes da Administração Pública,
que não se relacionam com a manutenção de suas atividades. Temos
como exemplo, os programas sociais ou a prestação de serviços públicos,
que devem ser considerados no projeto do PPA.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
116
Por fim, falta falarmos dos prazos relativos ao projeto de PPA e da
vigência do PPA.
Antes, cabe um comentário sobre a LRF, pois nela houve veto
quanto ao PPA. Isso não significa que há problemas, mas se a questão vier
dizendo que “o PPA, segundo a LRF.....”=> MARQUE FALSO e siga para a
posse....
MANTRA !
PPA
TEMPO DE VIGÊNCIA: 4 ANOS
do 2º ano do mandato presidencial vigente ao 1º ano do mandato
presidencial seguinte
Ex.: PPA 2008-2011
MANDATO ATUAL: 2007-2010 => PPA atual abrange 3 anos, com 1
ano do PPA 2004-2007
MANDATO SEGUINTE: 2011-2014 => PPA atual abrange 1 ano
Prazo para o Executivo encaminhar o projeto consolidado de
PPA:
até 31 de agosto do exercício financeiro do 1º ano do mandato
presidencial corrente; ou
até 4 meses antes do término do exercício financeiro do 1º ano
do mandato presidencial corrente.
Ex.: Para o PPA 2012-2015
MANDATO PRESIDENCIAL SEGUINTE: 2011-2014
PRAZO PARA O EXECUTIVO ENCAMINHAR => 31/AGOSTO/2011
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
117
Prazo para DEVOLUÇÃO do projeto de PPA pelo Legislativo:
até 22 de dezembro do exercício financeiro do 1º ano do mandato
presidencial corrente; ou
até o término da sessão legislativa do 1º ano do mandato
presidencial corrente.
Ex.: Para o PPA 2012-2015
MANDATO PRESIDENCIAL SEGUINTE: 2011-2014
PRAZO DE DEVOLUÇÃO PELO LEGISLATIVO=>
22/DEZEMBRO/2011
CAIU NA PROVA !
52 – (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2009) Segundo a Constituição
Federal, um dos instrumentos em que se materializa o processo de
planejamento do Governo Federal é o Plano Plurianual – PPA. Assinale a opção
em que a afirmação se aplica inteiramente a esse instrumento.
a) Embora de natureza constitucional, o PPA não abrange todos os projetos do
ente, em razão das emergências não possíveis de serem previstas em lei.
b) O PPA tem seu foco nos programas de governo, seu período de abrangência
é de quatro anos podendo ser revisado a cada ano.
c) A elaboração do PPA é feita no nível de cada órgão e sua submissão ao
Congresso Nacional se dá por intermédio da presidência de cada um dos
Poderes da República.
d) O PPA, embora fundamentado em programas de governo, tem como
objetivo definir as modalidades de aplicação de recursos que priorizam o
cumprimento das políticas públicas.
e) A inclusão de novos programas no PPA se dá na revisão anual e está
condicionada ao cumprimento das metas anteriormente aprovadas.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
O erro do item (a) se deve pelo fato de que não é unção do PPA
abrangem todos os projetos de determinado ente. Essa função de suprir as
emergências não possíveis de serem previstas em lei cabe mais às Leis de
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
118
Créditos Adicionais, em especial aos Créditos Extraorçamentários.
No item (b), que está correto, reforça-se a concepção fundamental do
PPA que são os programas de governo. O prazo de vigência é mesmo de 4
anos e há a possibilidade de revisão anual do PPA. Aproveito esse raciocínio
para comentar o erro do item (e).
A alteração, a exclusão ou a inclusão de novos programas não se dão
somente durante a revisão, pois pode aparecer uma situação que necessite da
pronta intervenção do governo. Em síntese, a revisão se dá, após uma
avaliação do que está em andamento.
A proposta de revisão deve ser encaminhada pelo Poder executivo ao
Congresso Nacional até o dia 31/agosto de cada ano. Já a proposta de
alteração, inclusão ou exclusão é encaminhada a qualquer momento e segue
condições estabelecidas no próprio PPA.
Assim, o erro do item (e) é o fato de que o item coloca que a revisão se
dá mediante o cumprimento das metas anteriormente aprovadas, o que não é
verdade. Não há essa obrigatoriedade de se cumprir as metas estabelecidas
previamente.
No item (c), temos que a elaboração do PPA se dá pelo poder Executivo,
após recebimento das propostas de cada órgão ou entidade dos demais
poderes e do Ministério Público.
Assim, não há qualquer submissão ao Congresso Nacional, pois este não
tem a prerrogativa de elaborar a proposta do PPA da União. No entanto, em
seu caso, também subsidia o Executivo quanto às suas próprias necessidades
relativas ao PPA. Além disso, sua função principal é a de discutir, votar,
aprovar/rejeitar a proposta consolidada e encaminhada pelo Executivo.
Por fim, no item (d), o instrumento que define as modalidades de
aplicação de recursos é a LOA, após a LDO priorizar o cumprimento das
políticas públicas.
2 – Diretrizes Orçamentárias e a LDO.
2.1 – A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO – CONCEITOS,
OBJETIVOS E CONTEÚDO
O fundamento constitucional para a LDO está no art. 165, inciso II
e § 2º, mas a LDO também tem importância na Lei Complementar nº
101/2000, a LRF.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
119
Um destaque especial para a diferença entre o PPA e a LDO,
quanto ao prazo. Enquanto o PPA é plurianual, ou seja, de médio prazo, e
se refere a um planejamento estratégico, a LDO trata de um planejmento
de curto prazo, pois sua vigência é anual.
As emendas ao seu projeto de lei devem ser compatíveis com
o PPA. A LDO deve servir, entre outras funções, como farol para a LOA.
Daí temos que a LDO é o INSTRUMENTO de ligação entre o PPA e
a LOA. Não confundir com o PROGRAMA que é o MÓDULO INTEGRADOR
entre o plano e o orçamento.
2.2 – A LDO na Constituição Federal de 1988
Já comentamos muitos detalhes sobre a LDO e a LOA juntamente
com o tópico do PPA, desta forma, vamos a mais um mantra.....
MANTRA!
LDO
A LDO compreende
as metas e prioridades => “MP” + as despesas de capital
para o exercício financeiro subseqüente
da administração pública federal
A LDO orienta
a elaboração da lei orçamentária anual
A LDO dispõe sobre
as alterações na legislação tributária
A LDO estabele
a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento – “AFOF”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
120
Agora vamos definir cada uma das partes da LDO. Lembrar que a
LDO é considerada como um planejamento de curto prazo com vigência anual.
“MP”
META: é a especificação e a quantificação física de
objetivos, feitas PARA O PERÍODO DE UM ANO, ou,
ainda, o indicador físico do desempenho de um
projeto/atividade orçamentário, estabelecido PARA O
PERÍODO DE UM ANO.
Ex.: No PPA consta a meta de se construir 20 universidades
federais no período de vigência do PPA, que é de 4 anos. Na
LDO do ano corrente, estabeleceu-se a meta de se construírem
6 dessas universidades.
Notamos aqui que a LDO colocou uma meta de um ano,
enquanto que o PPA estabeleceu o período plurianual de 4 anos.
PRIORIDADE: Ação apontada como mais importante
de acordo com critérios objetivos (valor, prazo,
população beneficiada, antiguidade do problema etc.)
ou subjetivos (avaliação política, capacidade de
mobilização comunitária etc.) de comparação. Assim,
conforme o art. 165, § 2º, da CF/88, cabe à LDO, e
não ao PPA e à LOA, explicitar as prioridades da
Administração Pública.
DESPESAS DE CAPITAL: Já comentamos antes esse conceito,
mas não podemos esquecer que aqui o horizonte temporal é de
1 ano.
OBSERVAÇÃO
As “MP” e as despesas de capital que constam da LDO se
referem AO EXERCÍCIO SEGUINTE e não ao em vigor !
ORIENTA A ELABORAÇÃO DA LOA: a LDO norteia, orienta
a Loa como INSTRUMENTO de ligação entre o PPA e a LOA.
Assim, a LDO dispõe sobre a estrutura e a organização dos
orçamentos, bem como estabelece também as diretrizes para
a elaboração e execução dos orçamentos da União e suas
alterações.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
121
DISPÕE SOBRE AS ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO
TRIBUTÁRIA: Não significa atuar em competências das leis
relacionadas ao Direito Tributário.
A LDO em vigor, nesse aspecto, dispõe que o projeto de lei
ou medida provisória que conceda ou amplie incentivo ou
benefício de natureza tributária somente será aprovado ou
editada, respectivamente, se atendidas as exigências do art. 14
da LRF. Este artigo trata especificamente da Renúncia de
Receitas.
ESTABELECE A POLÍTICA DE APLICAÇÃO (DE
RECURSOS) DAS “AFOF”: E o que são Agências Financeiras
Oficiais de Fomento – “AFOF”s ?
São entidades governamentais que buscam desenvolver
(fomentar) o crescimento sustentável da economia do país.
Como exemplo, temos o BNDES, o BANCO DO BRASIL e a CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL.
Assim, em Capítulo próprio da própria lei, a LDO estabelece a
política de aplicação de recursos em vigor, ao reservar as
orientações, as metas e as prioridades para essas “AFOF”s.
OBSERVAÇÃO
Outros temas e capítulos que constam na LDO:
A dívida pública federal;
As despesas da União com pessoal e encargos sociais; e
A fiscalização pelo Poder Legislativo sobre as obras e serviços com
indícios de irregularidades graves.
E qual o fundamento? A LRF.
2.3 – A LDO na Lei de Responsabilidade Fiscal
Passaremos direto aos tópicos mais importantes sobre a LDO na
LRF, de forma a darmos alguma base sobre eventuais conexões que a Banca
poderá fazer.
Erick, como assim?
A Banca tem perguntado se determinado tema está ou não previsto
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
122
na CF/88, enquanto que na verdade está na LRF.
A LDO disporá também sobre:
equilíbrio entre receitas e despesas;
critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada nas
hipóteses previstas na LRF;
normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos
resultados dos programas financiados com recursos dos
orçamentos;
demais condições e exigências para transferências de recursos
a entidades públicas e privadas.
O Anexo de Metas Fiscais integrará o projeto de LDO, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes,
relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e
montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e
para os dois seguintes.
Segundo critérios fixados na LDO, ao se verificar, ao final de um
bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o
cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas
no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato administrativo próprio e nos montantes
necessários, nos 30 dias seguintes, limitação de empenho e de
movimentação financeira.
A LDO conterá Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas
públicas, informando as providências a serem tomadas, caso se
concretizem.
Somente no âmbito da União, a LRF estabelece ainda o
encaminhamento de um anexo específico, junto com a mensagem que
encaminhar o projeto da LDO federal. Neste anexo constarão os
objetivos das políticas monetária, creditícia e cambial (POLÍTICAS
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
123
MoCreCam), bem como os parâmetros e as projeções para seus
principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação, para o
exercício subseqüente.
Destacamos algumas outras responsabilidades dadas à LDO,
segundo a LRF:
Publicação da avaliação financeira e atuarial dos regimes
geral de previdência social e próprio dos servidores civis e
militares;
Avaliação financeira do Fundo de Amparo ao Trabalhador e
projeções de longo prazo dos benefícios da Lei Orgânica de
Assistência Social – LOAS;
Margem de expansão das despesas obrigatórias de natureza
continuada.
Por fim, falaremos dos prazos relativos ao projeto de LDO e da
vigência da LDO.
MANTRA!
LDO
VIGÊNCIA: MAIS DE 1 ANO * (MAIS DE 1 EXERCÍCIO FINANCEIRO)
de 17/julho do exercício financeiro da aprovação a 31/dezembro do
exercício financeiro subseqüente à sua aprovação
Prazo para o Executivo encaminhar o projeto consolidado de
LDO referente ao exercício financeiro seguinte:
até 15 de abril do exercício financeiro corrente; ou
até 8 meses e meio antes do término do exercício financeiro
corrente.
Prazo de DEVOLUÇÃO para sanção do projeto de LDO pelo Legislativo:
até 17 de julho do exercício financeiro corrente; ou
até o término do 1º período da sessão legislativa em vigor.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
124
OBSERVAÇÕES
A LDO, na prática, tem vigência superior a um ano, pois ela entra
formalmente em vigor antes do início do exercício financeiro
subseqüente, ou seja, 17/julho do exercício financeiro anterior.
A LDO é o único dos instrumentos que possuem uma espécie de
penalidade ao Legislativo. De acordo com o art. 57, § 2º, da
CF/88, a sessão legislativa não será interrompida sem a
aprovação do projeto de lei de diretrizes orçamentárias.
O Anexo de Metas Fiscais, o Anexo de Gestão fiscal e o Anexo
Específico para a União, todos atrelados à LDO, não têm previsão
constitucional, logo constituem inovações trazidas pela LRF.
O Relatório Resumido da Execução Orçamentária - RREO é um
INSTRUMENTO DE TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL que está
previsto no art. 165, § 3º, da CF/88 e no art. 48, da LRF. Sua
publicação é feita pelo Poder Executivo se dá em até 30 dias após
o término de cada bimestre.
Outro INSTRUMENTO DE TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL é o
Relatório de Gestão Fiscal – RGF com previsão apenas na LRF.
Emitem esse RGF, ao final de cada quadrimestre, os titulares dos
Poderes e outros órgãos previstos na LRF.
O PPA, a LDO e a LOA também são INSTRUMENTOS DE
TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL.
CAIU NA PROVA!
53 – (ESAF/ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2004) No
que diz respeito à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não se pode afirmar
que:
a) dispõe sobre as alterações na legislação tributária.
b) orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), bem como sua
execução.
c) compreende as metas e prioridades da administração, incluindo as despesas
de capital para o exercício financeiro subseqüente.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
125
d) estabelece diretrizes, objetivos e metas da administração pública para
programas de duração continuada, sendo componente básico de planejamento
estratégico governamental.
e) estabelece a política de aplicação das agências oficiais de fomento.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
O item (d) se refere ao PPA, art. 165, § 1º, da CF/88, logo está
incorreto. Os demais itens se referem ao , art. 165, § 2º, da Carta Magna de
88.
54 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) O modelo
de elaboração orçamentária, nas três esferas de governo, foi sensivelmente
afetado pelas disposições introduzidas pela Constituição Federal de 1988.
Anualmente, o Poder Executivo encaminha ao Poder Legislativo o projeto de
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que contém:
a) a receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta.
b) a receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que
se elaborou a proposta.
c) as metas e prioridades da administração pública, incluindo as despesas de
capital para o exercício financeiro subsequente.
d) o orçamento fiscal, o orçamento da seguridade social e os investimentos das
empresas.
e) a despesa realizada no exercício imediatamente anterior.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (c).
O item (c) trata da parte inicial de nosso mantra sobre a LDO. Refoço o
entendimento de que as “MP” e as despesas de capital se referem ao exercício
financeiro subsequente.
Os itens (a) e (d) se referem ao tema LOA que veremos adiante. E os
itens (b) e (e) se referem à subsídios que são considerados na elaboração da
proposta orçamentária.
55 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) Assinale a
opção que apresenta uma das principais características da lei de diretrizes
orçamentárias, segundo a Constituição Federal de 1988.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
126
a) Especifica as alterações da legislação tributária e do PPA.
b) Define a política de atuação dos bancos estatais federais.
c) Determina os valores máximos a serem transferidos, voluntariamente, aos
Estados, Distrito Federal e Municípios.
d) Define as metas e prioridades da administração pública federal.
e) Orienta a formulação das ações que integrarão o orçamento do exercício
seguinte.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
Mais uma vez, nosso mantra para matar a questão, por isso, o item (d)
está correto.
No item (a), é incorreto que a LDO especifica, mas sim DISPÕE SOBRE
AS ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. É um norte e na uma
especificação a ser dada pela LDO.
A LDO em vigor, nesse aspecto, dispõe que o projeto de lei ou medida
provisória que conceda ou amplie incentivo ou benefício de natureza tributária
somente será aprovado ou editada, respectivamente, se atendidas as
exigências do art. 14 da LRF. Este artigo trata especificamente da Renúncia de
Receitas.
O item (b) seria correto se estivesse escrito política de APLICAÇÃO DE
RECURSOS pelas “AFOF”s e não a política de atuação dos bancos estatais
federais.
Além disso, os bancos têm política de atuação estabelecida por legislação
e regulamentos próprios. Isso não é uma política estabelecida entre as
competências da LDO.
Em relação ao item (c), é a LRF que estabelece LIMITAÇÃO e não limites
em valores, em caso de descumprimento de determinadas regras.
O erro do item (e) reside no fato de que a LDO não orienta a formulação
das ações que integrarão o orçamento do exercício seguinte. Quem orienta as
ações é o PPA, por meio dos programas de trabalho. E ainda, orienta-se por
um período de 4 anos.
A LDO dispõe sobre a estrutura e a organização dos orçamentos, bem
como estabelece também as diretrizes para a elaboração e execução dos
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
127
orçamentos da União e suas alterações.
56 – (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO –
MPOG/2003) A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) instituída pela
Constituição de 1988 é o instrumento norteador da Lei Orçamentária Anual
(LOA). A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), de 04 de maio de 2000, atribuiu
à LDO a responsabilidade de tratar também de outras matérias. Indique qual
opção não representou uma responsabilidade adicional às criadas pela LRF.
a) A avaliação de riscos fiscais.
b) A fixação de critérios para a limitação de empenho e movimentação
financeira.
c) A publicação da avaliação financeira e atuarial dos regimes geral de
previdência social e próprio dos servidores civis e militares.
d) O estabelecimento de prioridades e metas da administração pública federal.
e) O estabelecimento de metas fiscais.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
Questão interessante, pois os itens (a), (b), (c) e (e) são inovações
previstas na Lei Complementar nº 101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal –
LRF.
O item (d) apresenta a parte inicial do art. 165, § 2º, da CF/88, só que
com uma inversão. Apesar de colocar PM (prioridades e metas) e não MP
(metas e prioridades), o item se refere ao texto constitucional de 1988.
Ocorre que a questão só pedia o item que não significava uma
responsabilidade adicional criadas pela LRF, por isso, a resposta é o item (d).
Como é que estamos? Vamos adiante.....
3 – O Projeto de Lei Orçamentária Anual – PLOA: Elaboração,
acompanhamento e fiscalização.
3.1 – A Lei Orçamentária Anual - LOA – CONCEITOS, OBJETIVOS E
CONTEÚDO
A LOA tem como fundamento constitucional o art. 165, inciso III e
§§ 5º a 8º. Além disso, há previsão na Lei Complementar nº 101/2000, a LRF.
Pela didática que trabalhamos na Aula 1 e nessa Aula 2, temos
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
128
muitos conhecimentos adquiridos quanto ao tema LOA. Vamos aprofundar o
assunto ao longo desse tópico e, por isso, passaremos logo ao item 3.2.
3.2 – A LOA na Constituição Federal de 1988
Começaremos com mais um mantra.....
MANTRA!
A LOA compreende
I - o orçamento fiscal - OI
relativo aos
Poderes da União
Fundos da União
Órgãos e entidades da administração direta e indireta
Incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público
II - o orçamento de investimento das empresas - OIEE
em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital
social com direito a voto (são as empresas estatais)
III - o orçamento da seguridade social - OSS
abrange
todas as entidades e órgãos vinculados à seguridade social =>
da administração direta ou indireta
e também os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo
Poder Público da União.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
129
Temos assim definida a LOA e suas 3 “subespécies” de
orçamento OF, OIEE e OSS. Isso significa que o orçamento é UNO. Assim,
a LOA obedece ao Princípio Orçamentário da Unidade.
Esse desdobramento se faz, a fim de se tornarem mais visíveis os
programas do governo em cada área. Por isso, o modelo orçamentário adotado
a partir da CF/88, com base no art. 165, § 5º, consiste em elaborar um
orçamento único, desmembrado em OF, OIEE e OSS.
Não podemos esquecer que a LOA COMO UM TODO TEM QUE
SER COMPATÍVEL COM O PPA E A LDO !
Atenção para não confundir na prova a observação a seguir, que
consta do art. 165, § 7º, da CF/88.
OBSERVAÇÕES
O orçamento fiscal – OI + o orçamento de investimento das
empresas estatais – OIEE
além de terem que ser compatíveis com o PPA
terão, entre outras, a função de reduzir desigualdades inter-regionais,
segundo critério populacional
O Orçamento da Seguridade Social - OSS NÃO TEM ESSA FUNÇÃO
mas tem que ser compatível com o PPA
As Bancas trocam CRITÉRIO POPULACIONAL, por critério
geográfico, que está errado.
Ainda quanto ao texto constitucional, cabem algumas outras
considerações sobre a LOA, conforme constam no art. 165, §§ 6º e 8º e no
art. 167, inciso I. Nesse assunto, destacamos as ideias principais, nas quais as
Bancas tentam aplicar “pegadinhas”.
Um demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e
despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e
benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, acompanha o
projeto de LOA – PLOA (não vem junto com a LOA e sim com o
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
130
PLOA).
A LOA não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à
fixação da despesa – Princípio Orçamentário da Exclusividade.
MNEMÔNICO: “A LOA NÃO ESTRANHA PR / FD”
Exceções a este Princípio (ou seja, PODEM CONSTAR NA LOA):
1. a autorização para abertura de créditos
suplementares;
2. contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita – ARO, nos termos da lei (LDO e
LRF); e
3. emissão de títulos da dívida agrária - TDA, conforme
previsto no art. 184, § 4º, da CF/88.
É vedado o início de programas ou projetos não incluídos na LOA.
Vamos avançar.
Para ajudar a visualizar a estrutura de uma LOA, colocamos a
seguir um extrato, por tópicos, da Lei nº 11.897/2008, que estima a receita e
fixa a despesa da União para o exercício financeiro de 2009.
“CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
CAPÍTULO II
DOS ORÇAMENTOS FISCAL E DA SEGURIDADE SOCIAL
Seção I
Da Estimativa da Receita
Seção II
Da Fixação da Despesa
Seção III
Da Autorização para a Abertura de Créditos Suplementares
CAPÍTULO III
DO ORÇAMENTO DE INVESTIMENTO
Seção I
Das Fontes de Financiamento
Seção II
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
131
Da Fixação da Despesa
Seção III
Da Autorização para a Abertura de Créditos Suplementares
CAPÍTULO IV
DA AUTORIZAÇÃO PARA CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO E EMISSÃO DE
TÍTULOS DA DÍVIDA AGRÁRIA
CAPÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS”
Destacamos os pontos mais importantes para essa visualização.
Observem que o OF e o OSS estão juntos em um mesmo capítulo. No entanto,
só o OF e o OIEE terão entre suas funções a de reduzir desigualdades
inter-regionais, segundo critério populacional.
Ao olhar esse extrato da LOA, lembramos de uma discussão
anterior: o Orçamento é um texto, cujos anexos são uma pauta que contém
receitas e despesas.
Vamos ao mantra dos prazos relativos ao PLOA e da vigência da
LOA.
MANTRA!
LOA
VIGÊNCIA: 1 ANO (ou 1 exercício financeiro)
1º/janeiro a 31/dezembro do exercício financeiro vigente
Prazo para o Executivo encaminhar o PLOA consolidado:
até 31 de agosto do exercício financeiro anterior ao do exercício
financeiro vigente; ou
até 4 meses antes do término do exercício financeiro anterior ao do
exercício financeiro vigente.
Ex.: Para a LOA 201O
PRAZO PARA O EXECUTIVO ENCAMINHAR => 31/AGOSTO/2009
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
132
Prazo para DEVOLUÇÃO do projeto de LOA pelo Legislativo:
até 22 de dezembro do exercício financeiro anterior ao do exercício
financeiro vigente; ou
até o término da sessão legislativa do exercício financeiro anterior
ao do exercício financeiro vigente.
Ex.: Para a LOA 2010
PRAZO DE DEVOLUÇÃO PELO LEGISLATIVO=> 22/DEZEMBRO/2009
Agora já podemos fazer um quadro resumo relativo às leis
orçamentárias.
LEIS ORÇAMENTÁRIAS
PPA
LDO
LCA (Lei de Créditos
Adicionais)
Créditos Especiais
Créditos Suplementares
Créditos Extraordinários
LOA
OF
OIEE
OSS
3.3 – A LOA na Lei de Responsabilidade Fiscal
Estaremos apenas a colocar alguns tópicos da LRF a título informativo,
pois a Banca pode afirmar que determinado assunto está previsto na CF/88,
enquanto que está previsto na LRF.
O projeto de LOA, elaborado de forma compatível com o PPA, com a LDO
segue as seguintes normas previstas na LRF:
conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
133
programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes
do ANEXO DE METAS FISCAIS - AMF da LDO em vigor.
será acompanhado do Relatório Resumido de Execução
Orçamentária - RREO, além das medidas de compensação a
renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de
caráter continuado – DOCCs.
conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização e montante,
definido com base na receita corrente líquida, serão estabelecidos
na LDO, destinada ao atendimento de passivos contingentes e
outros riscos e eventos fiscais imprevistos.
constarão da LOA todas as despesas relativas à dívida pública,
mobiliária ou contratual, e as receitas que as atenderão.
constará, separadamente na LOA e nas LCAs, o refinanciamento da
dívida pública.
não consignará dotação para investimento com duração maior que
um exercício financeiro que não esteja previsto no PPA ou em lei
que autorize a sua inclusão no PPA => vide art. 167, § 1º da CF/88.
serão incluídas na LOA, as despesas do BACEN relativas a pessoal e
encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a
benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos.
NÃO CONFUNDA !
É VEDADO consignar na LOA crédito com finalidade imprecisa ou
com dotação ilimitada. => ESSE TEXTO É DA LRF (Art. 5º, §4º).
É VEDADA a concessão ou utilização de créditos ilimitados =>
ESSE TEXTO É DA CF/88 (Art. 157, inciso VII).
AS BANCAS FAZEM A “PEGADINHA” DE TROCAR OS TEXTOS !
“De acordo com o texto constitucional, é vedado consignar na LOA crédito
com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada.” => É FALSO !
“De acordo com a LRF, é vedada a concessão ou utilização de créditos
ilimitados.” => É FALSO !
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
134
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
1) Reservas de Contingência são despesas orçamentárias destinadas
ao atendimento de passivos contingentes e outros riscos, bem como
eventos fiscais imprevistos, inclusive para a abertura de créditos
adicionais.
Os valores financeiros das Reservas de Contingência constarão
na LOA.
O montante percentual e a forma de utilização das Reservas de
Contingência contarão na LDO.
2) A duração de um Exercício Financeiro é diferente da de um Ciclo
Orçamentário.
Exercício Financeiro: 1 ano
Ciclo Orçamentário: maior que 1 ano, pois o “EAECA” ultrapassa
um exercício financeiro
3) Os Estados e Municípios não se obrigam a seguirem os prazos
estabelecidos no ADCT da CF/88, quanto ao envio para o Congresso
Nacional e para devolução para sanção.
Isso se deve em razão do pacto federativo, além de se atender às
peculiaridades da realidade de cada ente federado.
A doutrina entende que, caso não haja previsão nas Constituições
Estaduais e nas Leis Orgânicas, prevalecem os prazos do ADCT
federal.
3.4 – A CF/1988 e os Projetos de LOA do Poder Judiciário, do
Ministério Público da União e das Defensorias Públicas da União e dos
Estados.
3.4.1 – PLOA do Poder Judiciário
O Poder Judiciário tem sua autonomia administrativa e financeira
assegurada pela CF/88.
Assim, todos os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na LDO.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
135
O encaminhamento da proposta do Poder Judiciário para o Poder
Executivo respectivo, ouvidos os demais tribunais interessados, compete:
NA UNIÃO: aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e
dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos
tribunais.
NOS ESTADOS E NO DO DISTRITO FEDERAL E
TERRITÓRIOS: aos Presidentes dos Tribunais de Justiça,
com a aprovação dos respectivos tribunais.
Inovações da Emenda Constitucional nº 45/2004:
Se os respectivos órgãos não encaminharem as propostas
orçamentárias dentro do prazo estabelecido na LDO:
o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na LOA
em vigor, ajustados de acordo com os limites estipulados na
LDO.
Se as propostas orçamentárias forem encaminhadas em desacordo
com os limites estipulados na LDO:
o Poder Executivo fará os ajustes necessários, a fim de se
consolidar a proposta orçamentária anual.
Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites
estabelecidos na LDO.
Exceção: se autorizadas previamente, por meio da
abertura de créditos suplementares ou especiais.
3.4.2 – Os PRECATÓRIOS
Referem-se aos pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas
Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em razão de sentença judiciária.
Estes pagamentos se fazem exclusivamente na ordem cronológica
de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos.
É vedada a designação de casos ou de pessoas nas dotações
orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
É o Poder Judiciário que insere em seu orçamento os precatórios
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
136
devidos, pois as dotações orçamentárias e os créditos abertos serão
consignados diretamente ao Judiciário.
Cabe ao Presidente do Tribunal que proferir a decisão determinar o
pagamento integral e autorizar, a requerimento do credor e exclusivamente
para os casos de preterimento de seu direito de precedência ou de não
alocação orçamentária do valor necessário à satisfação do seu débito, o
sequestro da quantia respectiva.
O Presidente do Tribunal competente que, por ato comissivo ou
omissivo, retardar ou tentar frustrar a liquidação regular de precatórios
incorrerá em crime de responsabilidade e responderá, também, perante o
Conselho Nacional de Justiça.
3.4.3 – PLOA do Ministério Público
O Ministério Público também tem sua autonomia administrativa e
financeira assegurada pela CF/88.
O Ministério Público elabora sua proposta orçamentária dentro dos
limites estabelecidos na LDO, a fim de encaminhá-la para o Poder Executivo.
Inovações da Emenda Constitucional nº 45/2004:
Se o Ministério Público não encaminhar a respectiva proposta
orçamentária dentro do prazo estabelecido na LDO:
o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da
proposta orçamentária anual, os valores aprovados na LOA
em vigor, ajustados de acordo com os limites estipulados na
LDO.
Se a proposta orçamentária for encaminhada em desacordo com os
limites estipulados na LDO:
o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para
fins de consolidação da proposta orçamentária anual.
Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a
realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites
estabelecidos na LDO.
Exceção: se autorizadas previamente, por meio da
abertura de créditos suplementares ou especiais.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
137
3.4.4 – PLOA das Defensorias Públicas da União e dos Estados
Em relação à Defensoria Pública da União - DPU, a CF/88 não
estabeleceu regras. A DPU está ligada ao Ministério da Justiça, logo ela
encaminha sua proposta diretamente ao Poder Executivo da União.
Inovação da Emenda Constitucional nº 45/2004:
Às Defensorias Públicas Estaduais são asseguradas autonomia
funcional e administrativa e a iniciativa de sua proposta orçamentária dentro
dos limites estabelecidos na LDO e subordinação ao disposto no art. 99, § 2º.
CAIU NA PROVA!
57 - (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) A
Constituição da República confere ao orçamento a natureza jurídica de:
a) lei de efeito concreto.
b) lei material.
c) lei formal e material.
d) lei extraordinária.
e) lei abstrata.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
Por produzir efeitos concretos, a LOA é uma lei formal com natureza
jurídica de lei de efeito concreto.
58 - (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) O
orçamento público pode ser entendido como um conjunto de informações que
evidenciam as ações governamentais, bem como um elo capaz de ligar os
sistemas de planejamento e finanças. A elaboração da Lei Orçamentária Anual
(LOA), segundo a Constituição Federal de 1988, deverá espelhar:
a) exclusivamente os investimentos.
b) as metas fiscais somente para as despesas.
c) a autorização para a abertura de créditos adicionais extraordinários.
d) as estimativas de receita e a fixação de despesas.
e) a autorização para criação de novas taxas.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
138
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
Conforme um de nossos mantras e de acordo com a parte inicial o art.
165, § 8º, da CF/88, a LOA reflete a PR/FD, ou seja, a
PREVISÃO/ESTIMATIVA DA RECEITA e a FIXAÇÃO DA DESPESA.
MAIS QUESTÕES DE PROVA!
59 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) No contexto
do processo orçamentário, tal como prevê a Constituição Federal, é correto
afirmar:
a) a Lei Orçamentária Anual é de iniciativa conjunta dos Poderes Legislativo e
Executivo.
b) a execução do orçamento é feita mediante acompanhamento dos controles
interno e externo.
c) ao Presidente da República é proibido vetar alterações no projeto de lei do
Plano Plurianual que tenham sido aprovadas pelo Congresso Nacional em dois
turnos de votação.
d) o Plano Plurianual possui caráter meramente normativo, não sendo utilizado
como instrumento de planejamento governamental.
e) a Lei de Diretrizes Orçamentárias compreende os orçamentos fiscal, da
seguridade social e de investimento das empresas estatais.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (b).
Vamos rever os pontos sobre a etapa do ciclo orçamentário denominada:
CONTROLE:
A Administração procura obter informações físico-financeiras no
transcurso do processo de execução orçamentária e financeira. Desta
forma, possibilita-se o controle e a avaliação dos planos e programas a
serem executados, em execução ou já executados, que constam na
LOA.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
139
No Brasil, existem dois tipos de controle:
INTERNO
EXTERNO
Chama-se controle interno quando exercido por agentes do mesmo
Poder. Já o controle externo se exerce por órgãos independentes desse
Poder.
No item (a), o erro se dá pelo fato de que a Lei Orçamentária Anual é de
iniciativa PRIVATIVA DO PODER EXECUTIVO, confome previsto no art. 84,
inciso XXII da CF/88.
Correção do item (c) - ao Presidente da República é PERMITIDO vetar
alterações no projeto de lei do Plano Plurianual que tenham sido aprovadas
pelo Congresso Nacional em dois turnos de votação.
Correção do item (d) - o Plano Plurianual NÃO possui caráter meramente
normativo, SENDO UTILIZADO COMO INSTRUMENTO DE PLANEJAMENTO
GOVERNAMENTAL.
Correção do item (e) - a LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL compreende os
orçamentos fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas
estatais.
60 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CGU / 2008) De
acordo com a Constituição Federal, foi reservada à Lei de Diretrizes
Orçamentárias a função de:
a) definir, de forma regionalizada, as diretrizes, os objetivos, as metas e
prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital
para o exercício financeiro subseqüente.
b) estabelecer critérios e forma de limitação de empenho, nos casos previstos
na legislação.
c) disciplinar as transferências de recursos a entidades públicas e privadas.
d) dispor sobre alterações na legislação tributária.
e) dispor sobre o equilíbrio entre receitas e despesas.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
140
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
A referência é o art. 165, § 2º da CF/88 que assim diz:
“A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades
da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o
exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária
anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá
a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.”
Observem que dispor sobre a legislação trobutária não singnifica alterar
a legislação tributária, mas sim estabelecer metas e prioridades também em
relação as alterações na legislação tributária de forma a facilitar a arrecadação
de receitas pelo governo.
O item (a) se refere ao PPA.
No item (b), conforme previsto no art. 9º da LRF, atos dos Poderes e do
Ministério Público é que estabelecerão critérios e forma de limitação de
empenho, nos casos previstos na legislação.
O item (c) é previsão do art. 4º, inciso I, alínea “f”, da LRF, enquanto
que o item (e) está no art. 4º, inciso I, alínea “a”, da LRF.
61 - (ESAF / PROCURADOR – TCO – GO / 2009) O orçamento é um
instrumento fundamental de governo e seu principal documento de políticas
públicas. Por meio dele, os governantes selecionam prioridades, decidindo
como gastar os recursos extraídos da sociedade e como distribuí-los entre
diferentes grupos sociais, conforme seu peso ou força política. No que diz
respeito a orçamento, indique a opção falsa.
a) Nas decisões orçamentárias, os problemas centrais de uma ordem
democrática como representação estão presentes.
b) A Constituição de 1988 trouxe inegável avanço na estrutura institucional
que organizou o processo orçamentário brasileiro.
c) A Constituição de 1988 não só introduziu o processo de planejamento no
ciclo orçamentário, medida tecnicamente importante, mas, sobretudo, reforçou
o Poder Legislativo.
d) A Constituição de 1988 indica que, por iniciativa do Poder Legislativo,
devem ser estabelecidas, além do Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
141
Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA).
e) O Plano Plurianual é um instrumento de Planejamento no qual são
apresentados, de quatro em quatro anos, os objetivos e as metas
governamentais.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
O correto seria assim dizer: “A Constituição de 1988 indica que, por
iniciativa do PODER EXECUTIVO, devem ser estabelecidas, além do Plano
Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária
Anual (LOA).”
A referência está no art. 84, inciso XXII da CF/88, que assim diz:
“Compete privativamente ao Presidente da República enviar ao
Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição”
62 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) Assinale a opção falsa em
relação à Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO prevista no art. 165 da
Constituição Federal.
a) A iniciativa da lei é prerrogativa do Poder Executivo.
b) Deverá orientar a elaboração da lei orçamentária anual.
c) A LDO deverá trazer as modificações na legislação tributária que impactarão
a arrecadação do exercício seguinte.
d) Compreenderá as metas de despesa de capital para o exercício financeiro
subseqüente.
e) Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
O correto seria assim dizer: “incluindo as despesa de capital (e não
sua metas de despesa de capital) para o exercício financeiro
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
142
subseqüente.”
63 - (ESAF / ANALISTA JURÍDICO – SEFAZ - CE / 2007) Consoante a
Constituição Federal, leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão - o
plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais. Assinale
a opção incorreta.
a) A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as
diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas
de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de
duração continuada.
b) A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
c) Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta
Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pelo Congresso Nacional.
d) O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada
trimestre, relatório resumido da execução orçamentária.
e) O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo
regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções,
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
creditícia.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
De acordo com o art. 165, § 3º, da CF/88, seria correto assim: “O Poder
Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada BIMESTRE,
relatório resumido da execução orçamentária.”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
143
64 - (FCC/ TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) O Plano Plurianual de um
Estado da Federação:
a) somente pode ser aprovado por lei complementar estadual.
b) deve ser elaborado por iniciativa da Assembléia Legislativa Estadual, que o
submeterá à sanção do Governador do Estado.
c) tem vigência até o final do primeiro exercício financeiro do mandato
governamental subsequente.
d) deve ser elaborado de cinco em cinco anos.
e) conterá as diretrizes, objetivos e metas da administração pública estadual
para as despesas correntes dos quatro anos de sua vigência.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (c).
Com base em um de nossos mantras, vimos que o PPA tem vigência até
o final do primeiro exercício financeiro do mandato governamental
subsequente.
O erro do item (a) está no fato de que o PPA, a LDO e a LOA serem
LEIS ORDINÁRIAS e não leis complementares.
A iniciativa de elaboração dos projetos de PPA, LDO e LOA é do Poder
Executivo, por isso o item (b) está incorreto. Além disso, quem aprecia,
discute e vota é o Poder Legislativo, para devolução posterior e sanção/veto
pelo Chefe do Poder Executivo.
O erro do item (d) deve-se ao fato de que a periodicidade é de 4 anos.
E no item (e), a lei que instituir o PPA estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.
65 – (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A vigência do
Plano Plurianual de Investimentos é de ___I__ anos, iniciando-se no __II__
exercício financeiro do mandato do Chefe do Poder Executivo e terminando no
__III__ exercício financeiro do mandato subseqüente. Preenchem respectiva e
corretamente as lacunas I, II e III:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
144
a) três, primeiro, segundo.
b) quatro, primeiro, segundo.
c) quatro, segundo, primeiro.
d) cinco, primeiro, segundo.
e) cinco, segundo, primeiro.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (c).
Vamos ao mantra parcial do PPA:
VIGÊNCIA: 4 ANOS
do 2º ano do mandato presidencial vigente ao 1º
ano do mandato presidencial seguinte
Ex.: PPA 2008-2011
MANDATO PRESIDENCIAL ATUAL: 2007-2010
MANDATO PRESIDENCIAL SEGUINTE: 2011-2014
66 – (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento é estabelecida na Lei:
a) orçamentária anual (LOA).
b) de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no 100/2000).
c) de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
d) específica aprovada pela maioria absoluta do Congresso Nacional.
e) que aprovar o Plano Plurianual de Investimentos.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (c).
O item (c) se fundamenta na parte final do art. 165, § 2º, da Carta
Política de 88.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
145
67 – (FCC/ TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) Na Lei de Diretrizes
Orçamentárias, são discriminadas as:
a) despesas de capital para o exercício subsequente.
b) receitas de capital do exercício corrente, apenas.
c) receitas de capital e as despesas de capital do exercício corrente.
d) receitas correntes e de capital para o exercício subsequente.
e) receitas correntes e de capital para o exercício corrente.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
A resposta do item (a) se fundamenta na parte inicial do art. 165, § 2º,
da CF/88. Os demais itens não têm correspondência adequada aos intrumentos
PPA, LDO e LOA.
68 – (FCC/ASSESSOR JURÍDICO – TJ-PI/2009) NÃO é vedada edição de
medida provisória sobre a seguinte matéria:
a) Planos plurianuais.
b) Diretrizes orçamentárias.
c) Créditos extraordinários.
d) Créditos adicionais.
e) Créditos suplementares.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (c).
O fundamento de toda a questão está no art 62, § 1º, inciso I, alínea d):
“Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o
Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força
de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
146
matéria:
I – relativa a:
(.....)
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias,
orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
(.....)”
Desta forma, matéria relacionada à LDO não pode ser objeto de Medida
Provisória.
69 – (FCC/OFICIAL DE CHANCELARIA – MRE/2009) Faz parte integrante
da Lei das Diretrizes Orçamentárias:
a) a autorização para contratação de operações de crédito.
b) o orçamento da seguridade social.
c) o anexo das metas fiscais.
d) o montante estimado das despesas de pessoal do Banco Central do Brasil.
e) o montante de despesas correntes para o exercício seguinte.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (c).
Os itens (a), (b), (d) constam da LOA, cujo tópico será visto mais
adiante.
O fundamento do item (c) é o art. 4º, § 1º da Lei Complementar nº
101/2000 - LRF.
O item (e) erra pelo fato de que, conforme art. 165, § 2º, da CF/88,
integram a LDO o montante de despesas de capital para o exercício
seguinte.
70 – (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) A
consolidação do projeto de lei orçamentária anual da União é de
responsabilidade:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
147
a) do Ministério da Fazenda.
b) da Secretaria do Tesouro Nacional.
c) da Secretaria da Receita Federal.
d) do Ministério da Indústria e do Comércio.
e) do Ministério do Planejamento.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (e).
Questão de simples resolução. A proposta orçamentária é consolidada
pelo Poder Executivo, cuja competência cabe ao Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão - MPOG.
No âmbito do MPOG, é a Secretaria de Orçamento Federal – SOF que
coordena e elabora a proposta orçamentária da União.
71 - (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJ-PI/2009) A Lei Orçamentária Anual
da União compreenderá:
a) apenas o orçamento fiscal da União.
b) o orçamento fiscal da União e o orçamento de investimento das empresas
estatais, apenas.
c) créditos com finalidade imprecisa ou dotação ilimitada, desde que incluídos
na Lei de Diretrizes Orçamentárias.
d) as despesas de pessoal, inclusive encargos sociais, as despesas de custeio e
de investimento das empresas estatais.
e) o orçamento fiscal da União, o orçamento de investimento das empresas
estatais e o orçamento da seguridade social.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (e).
O art. 165, § 5º, incisos I, II e III, fundamentam os itens (a), (b), (d) e
(e), pois LOA compreende:
o o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
o o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
148
e
o o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como
os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
O item (c) é uma vedação que consta no art. 5º, § 4º, da LRF.
72 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – TRT-16ª REGIÃO/2009) Considere
as seguintes afirmativas:
I. a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da
receita e fixação da despesa, não se incluindo a autorização para abertura de
créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita, nos termos da lei;
II. O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo
regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrentes de isenções,
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e
creditícia;
III. A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da
administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual,
disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de
aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I e III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II, apenas.
e) I, apenas.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (a).
Os fundamentos da questão estão todos previstos na CF/88 e constam,
respectivamente, no art. 165, § 8º; art. 165, § 6º; e no art. 165, § 2º.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
149
73 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA - TJ-PA/2009) No
Brasil, em relação à lei orçamentária, é correto afirmar que:
a) poderá conter autorização para contratação de operações de crédito, exceto
as efetuadas por antecipação de receita.
b) integrará seu projeto de lei o Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a
receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida
pública.
c) deverá conter normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos
resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos.
d) seu projeto de lei deverá ser acompanhado de demonstrativo regionalizado
do efeito decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária e creditícia.
e) deverá discriminar também as despesas de capital para o exercício
seguinte, desde que em consonância com a lei das diretrizes orçamentárias.
Comentários:
Gabarito da questão: alternativa (d).
No item (a), com base no art. 166, § 8º, da CF/88, a LOA NÃO poderá
conter autorização para contratação de operações de crédito, exceto as
efetuadas por antecipação de receita.
No item (b), é a LDO que terá o AMF integrado ao seu projeto de lei,
conforme preconiza o art. 4º, § 1º, da LRF. Atenção que não há previsão do
AMF na CF/88.
O erro do item (c) deve-se ao fato de que é a LDO que deverá conter
normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos
programas financiados com recursos dos orçamentos, conforme preconiza o
art. 4º, inciso I, alínea e), da LRF.
O fundamento do item (d) está previsto no art. 165, § 6º, da CF/88.
No item (e), conforme art. 165, § 2º, da CF/88, é a própria LDO que
discriminar também as despesas de capital para o exercício seguinte, desde
que em consonância com o PPA.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
150
CAPÍTULO 5
INTRODUÇÃO
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Vamos a um breve resumo histórico sobre os orçamentos públicos.
Fareoms isso, pois se observa que ultimamente as bancas de prova têm
colocado questões com o enfoque histórico.
Houve necessidade de se organizar um orçamento desde que os
governos, entre outras atribuições, se constituíram como arrecadadores de
receitas para fazerem frente às exigências demandadas, muitas vezes em
benefício próprio.
No entanto, sabe-se que, historicamente, o marco jurídico do
orçamento público foi o artigo 12 da conhecida Magna Carta de 1215,
outorgada pelo Rei João Sem Terra da Inglaterra.
Tal artigo dizia assim:
“Não lançaremos taxas ou tributos sem o consentimento do
Conselho Geral do Reino, a não ser para resgate da nossa pessoa, para
armar cavaleiro o nosso filho mais velho e para celebrar, mas uma única vez o
casamento da nossa filha mais velha; e esses tributos não excederão limites
mais razoáveis. De igual maneira se procederá quanto aos impostos da cidade
de Londres.”
Neste embrião, percebe-se que já havia certa preocupação em
limitar o poder discricionário do Rei, por meio do Conselho Comum ou
Conselho Geral do Reino. Em termos de matéria tributária, percebe-se que o
enfoque ainda se dava no controle das receitas públicas.
Isso é a essência do que vemos hoje: o Governo apresenta o
orçamento e os parlamentares aprovam, emendam ou rejeitam a proposta.
Esse tipo de controle político do Legislativo sobre o Executivo,
implica em deixar nas mãos dos representantes do povo a discussão principal:
O que a sociedade quer desembolsar para atender as necessidades
do governo ?
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
151
Ainda na Inglaterra, depois do conflito entre o Rei Carlos II e o
Parlamento na chamada “Revolução Gloriosa” surge o “Bill of Rights” ou a
Declaração de Direitos de 1689.
Este documento, em seu item 4, veio reforçar o que fora pactuado
em 1215 pelo Rei João Sem Terra da Inglaterra, senão vejamos:
“é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o
concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo
diferentes dos designados por ele próprio.”
Neste mesmo “Bill of Rights”, estabeleceu-se a distinção entre as
finanças do Estado (no caso, o Reino inglês) e as finanças da Coroa.
As primeiras passaram a serem organizadas, para o período de
uma ano, na chamada “Lista Civil” sob aprovação do Parlamento.
Legal, Erick, mas onde entram as despesas públicas nesse
assunto ?
É verdade que até aqui não há uma concepção completa sobre o
orçamento público, pois só colocamos o assunto sob o enfoque das receitas.
No entanto, em 1822, o Chanceler do Erário da Inglaterra
apresentou ao Parlamento uma exposição que FIXAVA A RECEITA E A
DESPESA.
Segundo a doutrina, temos aí o marco inicial do orçamento público
desenvolvido em sua plenitude. É também o primeiro registro histórico sobre a
autorização/controle sobre as despesas públicas.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ORÇAMENTO PÚBLICO NO BRASIL
Em 1808, com a abertura dos portos no Brasil, foi preciso
disciplinar a cobrança de tributos alfandegários. Assim se criou o regime de
contabilidade e o Erário Público ou Tesouro.
Mas somente com a Constituição de 1824 é que surge a
obrigatoriedade para a elaboração de orçamentos formais por parte do
governo.
Observem quanto que o art. 172 dessa Carta representou um
preceito avançado para a época:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
152
“Art. 172. O Ministro de Estado da Fazenda, havendo recebido
dos outros Ministros os orçamentos relativos ás despezas das suas
Repartições, apresentará na Camara dos Deputados annualmente, logo
que esta estiver reunida, um Balanço geral da receita e despeza do
Thesouro Nacional do anno antecedente, e igualmente o orçamento
geral de todas as despezas publicas do anno futuro, e da importancia
de todas as contribuições, e rendas publicas.”
Não decorem o texto negritado. Apenas assimilem que o destaque
se fez com o intuito de se observarem os pontos relevantes para nosso estudo.
Alguns doutrinadores consideram a Lei de 14/12/1827 como a
primeira lei orçamentária brasileira, mas que apresentava muitas deficiências
de comunicação, em razão das longas distâncias entre as províncias.
Desta forma, a maior parte dos autores considera o Decreto
Legislativo de 15/12/1830 como o precursor das Leis Orçamentárias no Brasil.
Neste, se FIXAVA A DESPESA e se ORÇAVA A RECEITA das províncias imperiais
para o período de 01/01/1831 a 30/06/1832.
Com a Constituição Republicana de 1891, ocorreram algumas
alterações relevantes. A primeira delas se refere à elaboração do orçamento
que passou a ser competência privativa do Congresso Nacional, com a
iniciativa da Câmara dos Deputados.
Nela também se legitimou a necessidade de Tomada de Contas do
Poder Executivo, além do surgimento de um Tribunal de Contas, em auxílio ao
Congresso, com roupagem de controle. E, ainda, os Estados e Municípios
ganharam autonomia até mesmo no aspecto orçamentário.
Com o passar do tempo, o costume demonstrou que o Executivo
precisava auxiliar o Congresso na elaboração do orçamento. Em 1922, sob a
aprovação do Legislativo, surge o Código de Contabilidade da União.
Tal peça técnica organizou vários procedimentos de natureza
contábil, patrimonial, financeiro e orçamentário, além de legitimar o que
acontecia na prática: o Poder Executivo passava ao Legislativo os subsídios, as
informações e os dados para elaborar o orçamento.
Com a Revolução de 1930, surge a Carta outorgada de 1934 que
destacou o orçamento em um espaço particular. Esta Constituição Republicana
colocou o Executivo encarregado pela elaboração do projeto de lei
orçamentária.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
153
Ela também colocou o Legislativo livre para propor emendas à
proposta do Executivo e isso fez com que ambos os poderes participassem em
conjunto do processo de elaboração.
Com o Estado Novo, decreta-se uma nova Constituição em 1937
que, em seu texto, manteve destaque ao tema orçamentário. Pelo caráter
ditatorial do regime, tirou-se a autonomia dos Estados e Municípios.
Na prática, durante a égide desta Carta, o orçamento se elaborava
por um departamento administrativo ligado à Presidência da República. Por
fim, o Chefe do Poder Executivo decretava o orçamento para colocá-lo em
execução.
Com o advento da Constituição de 1946, o orçamento retorna ao
tipo misto, assim como era a de 1934. Em um momento de redemocratização,
esse novo ordenamento permitiu que o Executivo elaborasse e encaminhasse o
projeto de lei orçamentária para que o Legislativo pudesse discuti-lo e votá-lo.
Ela também destacou o papel do Tribunal de Contas e permitiu que
as emendas parlamentares dessem um tom de co-participação entre os
poderes. Nela surgem as primeiras referências aos princípios orçamentários.
Na Constituição autoritária de 1967, que fora outorgada, deu-se
destaque à matéria orçamentária com inclusão de novos princípios e regras
quanto à fiscalização e elaboração do orçamento.
No entanto, esta Carta limitou o poder de proposta de alteração
por parte dos legisladores. Desta forma, não havia possibilidade de rejeição
pelo Legislativo, nem de possível proposição de emendas durante a fase de
elaboração da proposta.
Com isso, o Congresso Nacional tinha função meramente de
aprovação da proposta do Executivo, pois não havia como começar um período
orçamentário sem um orçamento aprovado.
Apesar do enrijecimento do regime militar, a Emenda
Constitucional n° 1, de 1969, considerada por muitos autores como uma nova
Carta, manteve as limitações impostas ao Legislativo na promulgada de 1967.
Na Carta Cidadã de 1988, recuperaram-se as prerrogativas
retiradas pelo regime militar. Incorporaram-se novos conceitos e regras, bem
como se consagraram normas e princípios tradicionais da matéria
orçamentária.
Houve a devolução ao Congresso da possibilidade de emenda nas
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
154
despesas públicas, após o encaminhamento da proposta do Executivo.
Também merece destaque o fato de se deixar clara a diversidade
organizacional da Administração Pública. Isso fez com que se ampliasse o
universo de aplicação de receitas e despesas no orçamento público brasileiro.
Outra novidade na Carta atual foi prescrever ao Executivo para
que, ano a ano, se encaminhe projeto de lei de diretrizes orçamentárias ao
Legislativo, com o intuito de orientar a elaboração da lei do orçamento, entre
outras determinações.
Ao longo dos anos, as Constituições brasileiras apresentaram
os seguintes tipos de orçamento: Tipo misto (1934 e 1946), Tipo
Executivo (1937, 1967 e 1969) e Tipo Legislativo (1891 e 1988).
No aspecto infraconstitucional, merecem destaque a Lei n°
4.320/1964, o Decreto-Lei n° 200/1967 e a Lei Complementar n° 101/2000,
mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF. Não se preocupem
que essas normas serão inseridas em nosso curso, conforme o tema que
iremos abordar.
Não podíamos perder essa oportunidade de conhecermos a
evolução histórica do Orçamento, pois as técnicas ou métodos ou instrumentos
do Orçamento Público decorrem dessas evoluções pelas quais passou o tema
Bem, agora vamos adiante!
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
155
1 – Métodos, técnicas e instrumentos do Orçamento Público.
1.1 – ORÇAMENTO PÚBLICO – MÉTODOS, TÉCNICAS E INSTRUMENTOS
Conforme apresentamos no tópico sobre a evolução histórica,
percebe-se que o orçamento público evoluiu ao longo do tempo. Isto decorreu
da maior atenção que se deu à economia como um todo, bem como no
aumento do tamanho da participação dos governos na vida do país.
Em termos conceituais, existem dois gêneros de orçamento: o
TRADICIONAL e o MODERNO.
O ORÇAMENTO TRADICIONAL tem como função principal o
controle político e destaque nos aspectos contábil e financeiro, pois tal controle
decorre desses aspectos.
De acordo com alguns doutrinadores, o orçamento público
apresenta algumas características. Estas variam sob os enfoques
administrativo, técnico, jurídico, político, econômico, financeiro, contábil, etc.
Desses aspectos, o mais relevante é o jurídico, que se divide em 3
elementos:
o cunho material da lei orçamentária;
demonstrar a diferença entre o cunho autorizativo ou impositivo
do orçamento;
confirmar se se criam direitos subjetivos na lei do orçamento.
A maioria da doutrina converge no sentido de que a Lei do
Orçamento é uma Lei formal, pois passa por um processo legislativo específico.
Como vimos em aula passada, a Lei do Orçamento é uma Lei cuja
natureza jurídica é de efeitos concretos. Desta forma, ela não é Lei Material,
pois não tem caráter genérico e abstrato como é o caso do Código Civil.
Não podemos esquecer que o projeto de lei é de iniciativa do Poder
Executivo, passa pelo Poder Legislativo e volta para sanção, a fim de se tornar
Lei do Orçamento.
Sob outro aspecto, a maior parte dos doutrinadores defende que a
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
156
lei orçamentária é ato-administrativo ou ato-condição.
Entende-se por ato-condição aquele que em nada amplia o que
contém a lei e que não dá base para se obrigar a obter receita ou a realizar
gastos. Assim, o orçamento é apenas indicativo, ou seja, um rumo a se seguir.
Vamos fazer um “alongamento” em Direito Constitucional e rever
um assunto.
Para atacarmos atos administrativos, temos o Mandado de
Segurança. Já para Leis de natureza jurídica MATERIAL, ou seja, com caráter
abstrato e genérico, utilizamos as ADINs, ok ?
A LOA é predominantemente uma lei de efeitos concretos, mas o
PPA e a LDO possuem alguns aspectos de Lei Material.
Desta forma, temos que ficar atentos a esse aspecto e verificarmos
o comando da questão, antes de respondermos na prova.
Queremos dizer que é possível recair uma ADIN sobre as leis
orçamentárias, desde que o objeto impugnado da lei tenha caráter abstrato e
genérico, apesar delas possuírem natureza predominante de lei de efeitos
concretos.
Vamos seguir adiante.
Das corrente que temos, ora se discute o caráter autorizativo, ora
o impositivo.
No Brasil, o pensamento dominante é a de que as autorizações que
constam na lei do orçamento são fronteiras que o administrador ou gestor
público possui para a obediência quanto à aplicação dos recursos em prol da
sociedade.
Mas há outros autores que defendem que somente uma lei poderia
desautorizar um gasto, já que uma lei o autorizou. Assim, seria necessário
outro “processo legislativo inverso” para desabonar o que se autorizou
anteriormente.
A doutrina, na parte final do aspecto jurídico do orçamento, define
que a lei orçamentária não gera direitos subjetivos para os que sejam seus
destinatários. Assim, não há como se socorrer ao Judiciário se determinada
autorização no orçamento não se cumprir.
E para a prova?
É importante estar atento ao comando da questão. Poderíamos
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
157
assentar o seguinte, quanto ao aspecto jurídico do ORÇAMENTO
TRADICIONAL:
A Lei Orçamentária é:
Lei Formal;
Ato-Condição; e
Não cria Direitos Subjetivos.
Interessante destacar que o ORÇAMENTO TRADICIONAL definiu o
Orçamento Público como a “Lei dos Meios”, termo muito usado nas provas de
concursos.
Erick, mas por que esse nome?
É que o orçamento possui um caráter de inventário dos “meios”
que os governos possuem para poderem alcançar suas tarefas. Em outras
palavras, é como se utilizam os meios para se atingirem os devidos fins.
E o ORÇAMENTO MODERNO?
Os Estados evoluíram de tal forma que passaram a intervir no
sistema para corrigir distorções e impulsionar programas de desenvolvimento.
Como o orçamento era disposto em uma pauta de autorizações, o
modelo tradicional não acompanhava essa nova função do Estado.
Assim, alguns países desenvolveram a linha do ORÇAMENTO
MODERNO. Sua função principal passou a ser a de um instrumento de
administração.
Surge então o conceito do Orçamento de Desempenho. Nele se
apresentam:
intenções e objetivos para os quais os créditos se
fazem necessários;
os custos dos programas propostos para o alcance dos
respectivos objetivos; e
informações quantitativas que possam mensurar as
realizações e a efetividade de cada programa.
No ORÇAMENTO MODERNO, dá-se muita importância ao
aspecto econômico do país, pois o orçamento passou a ser constantemente
usado como instrumento da política fiscal dos governos.
Em síntese, age-se para que se estabilizem ou se ampliem os
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
158
índices da atividade econômica de um país.
E como se integrar planejamento e orçamento?
Com o surgimento, na década de 1960, do que se chamou de
PPBS, sigla de Program-Planning-Budgeting System, que se traduz em
Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento.
O PPBS trabalha com três elementos: Planejamento,
Programação e Orçamentação.
Estes constituem os procedimentos pelos quais os objetivos e os
recursos, e suas inter-relações, são considerados, a fim de se obter um
programa de ação coerente e compreensível para toda a Administração do
governo.
Apesar da semente de ideias, o PPBS fracassou, mas não significou
um retrocesso ao Orçamento Tradicional, nem abalou o conceito de orçamento
moderno.
Para os governos ficou a ideia de que se a fase for expansionista,
o planejamento ganha importância. Se a fase é de contração, dá-se
ênfase para o controle. Reparem que este aspecto deve compor qualquer
processo orçamentário, mas em épocas de retração, ele ganha maior
importância.
O conceito de Orçamento Base-Zero – OBZ surge nos EUA. Ele
foca na avaliação e na tomada de decisões sobre as despesas. Desta
forma, o OBZ não significa uma técnica de organizar ou apresentar o
orçamento público pura e simplesmente.
No início da década de 1990, surge o Novo Orçamento de
Desempenho em que se dá importância aos resultados alcançados sob os
aspectos econômicos e sociais.
Nesta técnica, também se dá ênfase na responsabilização dos
agentes. Vejamos os 2 elementos básicos desta técnica:
a) a compreensão de programa e o delineamento da estrutura
programática; e
b) os mecanismos de mensuração de custos.
Após essa explanação, vamos nos deter em 4 tipos ou técnicas de
orçamento mais cobradas nas provas de concurso, conforme resumimos nos
quadros a seguir.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
159
CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO TRADICIONAL
“versão refeita” do orçamento do ano anterior;
ocasiona diversos vícios administrativos;
a alocação de recursos tem como referência as demandas
financeiras das unidades administrativas;
dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos;
inexistência de mensuração dos resultados das atividades
desenvolvidas;
alocam-se recursos para se obterem os meios;
foco nos aspectos contábeis da gestão e no controle externo das
despesas;
despesas se classificam sob os aspectos institucional e por
elementos;
não se medem os resultados;
objetivo do controle: avaliação da probidade dos agentes
públicos e da legalidade ao seu cumprir o orçamento;
direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente
outorgadas;
aumentam-se os gastos em relação ao orçamento anterior.
CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO DE DESEMPENHO
busca identificar as realizações do governo, no que é feito;
é uma evolução do Orçamento Tradicional;
as despesas se classificam de acordo com funções, atividades e
projetos;
foco na realização, no processo, no objetivo;
instrumentalizar a ação gerencial dos governos;
apresenta:
informações quantitativas que mensuram o que fora
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
160
realizado e o esforço para realizar cada programa.
a ligação e os objetivos para a utilização dos recursos
necessários.
o esforço/dispêndio dos programas para alcançar os
objetivos estabelecidos.
CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO BASE-ZERO – OBZ
justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem
desenvolvidas;
revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade
orçamentária;
cada unidade da Administração Pública deve justificar anualmente
por que deve gastar os recursos que estão sendo pleiteados;
benefícios:
melhoria do processo orçamentário;
aperfeiçoamentos posteriores; e
desenvolvimento de pessoal.
só precisa justificar o aumento que estão pedindo em relação à
dotação do ano anterior;
o que já se gasta geralmente é aceito como necessário;
a não existência de direitos adquiridos da unidade orçamentária
em relação às verbas autorizadas no orçamento anterior,
cabendo a ela justificar todas as atividades que desenvolverá no
exercício corrente.
CARACTERÍSTICAS DO ORÇAMENTO-PROGRAMA
o objetivo da classificação econômica deste tipo de orçamento-
programa é indicar a natureza do gasto, se despesa corrente ou
de capital;
constitui um dos instrumentos do planejamento governamental;
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
161
o objetivo da classificação funcional no orçamento-programa é
indicar a ação do governo que se pretende implantar com o
recurso;
o controle orçamentário tem por objetivo avaliar a eficiência e a
eficácia das atividades;
integra-se ao processo administrativo e de planejamento;
alocam-se recursos para o atingimento de metas e objetivos;
tomam-se decisões baseadas na avaliação de todas as
alternativas disponíveis;
enfatizam-se, nas decisões, os custos dos programas, incluídos
os que passam do exercício financeiro;
despesas se classificam sob o aspecto funcional-programático;
possui indicadores e padrões de medição dos esforços, bem
como dos resultados;
quantificam-se metas e objetivos;
permite uma relação entre o fator de produção (insumo) e o
produto;
estudam-se alternativas para o alcance dos objetivos dos
programas;
há acompanhamento físico-financeiro e avaliação de resultados;
atribuem-se responsabilidades ao gestor público;
objetivo do controle: avaliar a eficência, eficácia e efetividade
das ações de governo.
CAIU NA PROVA!
74 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É
característica do orçamento base-zero:
a) ênfase no acréscimo de gastos em relação ao orçamento anterior.
b) decisões considerando as necessidades financeiras das unidades
operacionais.
c) justificativa, em cada ano, de todas as atividades a serem desenvolvidas.
d) dissociação do conceito de planejamento e alocação de recursos.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
162
e) inexistência de mensuração dos resultados das atividades desenvolvidas.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
A questão queria verificar os aspectos que caracterizam o OBZ ou
Orçamento Base-Zero.
Os itens “a”, “b”, “d” e “e” são características que predominam no
Orçamento Tradicional.
O item “c”, resposta da questão, é a essência do OBZ, pois é uma
inovação doutrinária trazida pelos autores. Observa-se que se dá ênfase na
avaliação e na tomada de decisões sobre as despesas.
75 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) O tipo de
orçamento cujas principais características são a decisão de alocações de
recursos baseada no volume de necessidades financeiras das unidades
administrativas e o controle da legalidade do cumprimento do disposto na lei
orçamentária anual é o orçamento:
a) tradicional.
b) base-zero.
c) programa.
d) de desempenho.
e) pragmático.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Como vimos em nossos quadros, o ORÇAMENTO TRADICIONAL possui,
PREDOMINANTEMENTE, as características citadas na questão.
Por fim, cabe ressaltar que não existe o orçamento pragmático. Isso foi
criação da Banca!
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
163
76 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) O
objetivo da classificação econômica no orçamento-programa é indicar:
a) o tipo de receita que financiará o gasto.
b) a unidade orçamentária beneficiária do recurso.
c) a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital.
d) a ação do governo que se pretende implantar com o recurso.
e) as pessoas encarregadas de gerir os projetos.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
Temos aqui uma questão que se baseou em nossos quadros e em nossa
Aula Demonstrativa.
Cabe aqui citarmos quais são as despesas correntes e quais são as
despesas de capital, segundo a Lei nº 4.320/64.
DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
Transferências Correntes
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital
Podemos defini-las inicialmente assim:
Despesas Orçamentárias Correntes
São as que não contribuem, diretamente, para a formação ou
aquisição de um bem de capital.
Despesas Orçamentárias de Capital
São aquelas que contribuem diretamente para a formação ou
aquisição de um bem de capital.
Bem de capital: é aquele que, em síntese, serve para a produção de
outro bem.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
164
77 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) É característica
da técnica de elaboração orçamentária denominada orçamento base-zero:
a) dissociação dos processos de planejamento e programação.
b) revisão crítica dos gastos tradicionais de cada unidade orçamentária.
c) ênfase aos aspectos contábeis da gestão e controle externo dos gastos.
d) avaliação da integridade dos agentes governamentais e legalidade no
cumprimento do orçamento.
e) direitos adquiridos sobre verbas orçamentárias anteriormente outorgadas.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Vamos comentar os demais itens, com o resumo a seguir.
ITEM ORÇAMENTO
(a) TRADICIONAL
(b) BASE-ZERO
(c) TRADICIONAL
(d) TRADICIONAL
(e) TRADICIONAL
78 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO - MPU/2007) Em
relação ao orçamento-programa, é correto afirmar que:
a) seu único critério de classificação de despesas são as unidades
administrativas.
b) é totalmente dissociado do processo de planejamento.
c) sua estrutura enfatiza os aspectos contábeis da gestão.
d) sua prioridade é respeitar as necessidades financeiras das unidades
orçamentárias.
e) constitui um dos instrumentos do planejamento governamental.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
165
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Mais uma questão em que todos os itens se referem ao ORÇAMENTO
TRADICIONAL, exceto o item (e) que é a síntese de um ORÇAMENTO-
PROGRAMA.
O ORÇAMENTO-PROGRAMA se constitui em um dos instrumentos do
planejamento governamental, cujo módulo integrador é o PROGRAMA.
79 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) O tipo de
orçamento cuja principal característica é a não existência de direitos adquiridos
da unidade orçamentária em relação às verbas autorizadas no orçamento
anterior, cabendo a ela justificar todas as atividades que desenvolverá no
exercício corrente é o orçamento:
a) tradicional.
b) financeiro.
c) de desempenho.
d) pragmático.
e) base zero.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Observem que essa técnica trouxe como uma de suas inovações a
necessidade de se justificarem todas as atividades que a se desenvolverem no
exercício corrente.
Por ser uma inovação em relação ao Orçamento Tradicional, a técnica do
OBZ apresentou como principal característica a não existência de direitos
adquiridos da unidade orçamentária em relação às verbas autorizadas no
orçamento anterior.
80 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) Em relação ao
orçamento-programa, é correto afirmar que:
a) é totalmente dissociado do processo de planejamento.
b) seu único critério de classificação de despesas são as unidades
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
166
administrativas.
c) sua estrutura enfatiza os aspectos contábeis da gestão.
d) o controle orçamentário tem por objetivo avaliar a eficiência e a eficácia das
atividades.
e) sua prioridade é respeitar as necessidades financeiras das unidades
orçamentárias.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Os itens (a), (b), (c) e (e) são características que predominam no
ORÇAMENTO TRADICIONAL.
Assim, no item (d) temos que o ORÇAMENTO-PROGRAMA preconiza,
entre outras características, que o controle orçamentário tem por objetivo
avaliar a eficiência e a eficácia das atividades.
Desta forma, o ORÇAMENTO-PROGRAMA inovou ao adicionar a eficiência,
a eficácia, a efetividade e a economicidade das atividades ao caráter
tradicionalista que apenas avaliava a integridade dos agentes governamentais,
bem como a legalidade no cumprimento do orçamento.
81 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – CIÊNCIAS CONTÁBEIS – TJ-
PA/2009) Os movimentos de transformação do Estado e, mais
especificamente, da administração pública, inevitavelmente, foram
acompanhados por mudanças significativas na concepção do orçamento
público, cuja trajetória evolutiva evidencia que em cada momento histórico foi
enfatizada uma de suas funções ou instrumentalidades: controle, gerência ou
planejamento. O orçamento-programa reflete a concepção moderna do
orçamento público e se caracteriza:
a) pela utilização sistemática de indicadores e padrões de medição do trabalho
e dos resultados.
b) por sua estrutura dar ênfase aos aspectos contábeis de gestão.
c) por usar como principais critérios de classificação das despesas unidades
administrativas e elementos.
d) por estar dissociado dos processos de planejamento e programação das
ações públicas.
e) pela alocação de recursos visar à aquisição de meios e às necessidades das
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
167
unidades organizacionais.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Como dissemos antes, ao pregar pela inovações decorrentes da evolução
dos orçamentos, a técnica do ORÇAMENTO-PROGRAMA estabeleceu como uma
de suas características a eficiência, a eficácia, a efetividade e a economicidade
das atividades.
Só para lembrarmos:
ECONOMICIDADE:
Menor custo, com qualidade
EFICIÊNCIA:
Gastar bem
Controle de desperdícios
Aprimoramento de práticas administrativas e operacionais
EFICÁCIA:
Atingir os objetivos e metas programados
EFETIVIDADE:
Impacto quantitativo e qualitativo gerado na comunidade
e se as suas necessidades foram satisfeitas
Continuidade dos resultados alcançados
Avaliação custo/benefício(grau de sucesso do programa)
Ainda nessa questão, o item (b) se refere ao ORÇAMENTO TRADICIONAL.
Os itens (c), (d), e (e) estão incorretos, pois apresentam,
respectivamente, as seguintes imprecisões em relação ao ORÇAMENTO
TRADICIONAL:
por usar como principais critérios de classificação das despesas os
aspectos institucional e por elementos.
por estar dissociado dos processos de planejamento e programação dos
recursos públicos.
pela alocação de recursos visar à aquisição de meios e às necessidades
financeiras das unidades administrativas.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
168
82 - (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ECONOMIA – TJ-PA/2009) Analise
as informações abaixo em relação ao orçamento público.
I. No orçamento tradicional, a decisão da alocação dos recursos toma por base
as necessidades financeiras das unidades organizacionais.
II. O principal objetivo do orçamento-programa é permitir que o Poder
Legislativo autorize e controle adequadamente a receita e o gasto público.
III. No orçamento base zero, os gestores das unidades orçamentárias somente
precisam justificar os acréscimos e os decréscimos dos gastos realizados no
exercício anterior.
IV. Uma das características do orçamento-programa é a ênfase dada aos
objetivos do planejamento governamental e as metas que se pretende
alcançar com a alocação dos recursos públicos.
É correto o que se afirma APENAS em:
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
O erro do item I está na parte final do texto, pois, no Orçamento
Tradicional, a base é nas necessidades financeiras das UNIDADES
ADMINISTRATIVAS. Em AFO, não existe o termo que consta na questão, até
porque em Administração Geral, os significados são diferentes.
O item III, estaria correto se dissesse que “no orçamento base zero, os
gestores das unidades orçamentárias somente precisam justificar os
acréscimos dos gastos realizados no exercício anterior.”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
169
1.2 – ORÇAMENTO-PROGRAMA – PRINCIPAIS CONCEITOS
ASSOCIADOS: PROGRAMA – AÇÕES – PROJETOS – ATIVIDADES –
OPERAÇÕES ESPECIAIS
Para não perder a oportunidade, vamos rever e ampliar esses
conceitos, a fim de nos preparamos para o tema final dessa aula.
Vamos sintetizar os principais conceitos associados ao
ORÇAMENTO-PROGRAMA.
Programa
instrumento de organização da atuação do Governo o qual une um
conjunto de ações de forma a se concretizar um objetivo comum
estabelecido previamente.
é por indicadores disciplinados em um plano, com o intuito de solucionar
um problema ou para atender uma demanda ou necessidade
estabelecida pela sociedade.
é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento, pois
conferem certa integração desde a origem. Assim, o plano termina no
programa e o orçamento começa no programa.
as ações são instrumentos de realização dos programas.
organizar as ações governamentais em programas, tem como objetivo
propiciar mais racionalidade e eficiência.
amplia a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a
sociedade.
eleva a transparência na aplicação dos recursos públicos.
Problema
situação não desejável declarada como evitável, por alguma autoridade.
alguma necessidade que a sociedade identifica e que, no momento, não
está sendo atendida.
formula-se em condição negativa, evitando-se enunciar a ausência de
alguma solução específica.
Objetivo do programa
expressa o resultado que se almeja, ou seja, a mudança na situação a
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
170
qual o programa se propôs modificar.
deve-se expressar de modo conciso, sem generalidades.
passa a ideia do que é pretendido de forma determinante, categórica e
firme.
Exemplo:
Programa - Acesso à Alimentação
Objetivo: Garantir à população em situação de insegurança alimentar o
acesso à alimentação digna, regular e adequada à nutrição e manutenção da
saúde humana.
Público-alvo
segmento específico da sociedade a que se destina o programa e que se
beneficia legítima e diretamente com sua execução.
grupos de pessoas, instituições, comunidades ou setores os quais se
atingirão diretamente pelos resultados do programa.
é importante defini-lo, a fim de se identificar e focar as ações que devem
compor o programa.
Exemplo:
Programa - Acesso à Alimentação
Público Alvo: Famílias com renda familiar per capita menor ou igual a ½
salário mínimo.
Indicador
instrumento para medir o desempenho do programa.
deve ser:
aferível;
coerente com o objetivo definido;
flexível à contribuição das principais ações;
apurável a posteriori.
A depender da situação, permite medir a eficácia, eficiência ou
efetividade atingida com a execução do programa.
é obrigatória a existência de haver ao menos um indicador, para cada
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
171
um dos programas finalísticos.
em relação aos programas de apoio às políticas e áreas especiais, é
facultada a presença de indicadores.
Exemplo:
Objetivo: "Reduzir o analfabetismo no País"
Indicador: "Taxa de analfabetismo" (relação percentual entre a
população não-alfabetizada e a população total).
O indicador possui os seguintes atributos:
Denominação
Unidade de medida
Índice de referência
Índices esperados ao longo do PPA
Índice ao final do programa (só em casos de programas
temporários)
Fonte
Periodicidade
Base geográfica
Fórmula de cálculo.
Ação
são operações que resultam produtos, ou seja, bens ou serviços, a fim
de contribuir para o atendimento do objetivo de um programa.
também são ações, nesse contexto, as transferências obrigatórias ou
voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e jurídicas, na
forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, etc, bem como
os financiamentos.
de acordo com a situação, as ações orçamentárias se classificam em:
Atividade: instrumento de programação utilizado com o
intuito de alcançar o objetivo de um programa. Envolve um
conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e
permanente e que resulta em um produto ou um serviço
necessário à manutenção da ação de Governo.
Exemplo: “Fiscalização e Monitoramento das
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
172
Operadoras de Planos e Seguros Privados de Assistência à
Saúde”.
Projeto: instrumento de programação utilizado com o intuito
de alcançar o objetivo de um programa. Envolve um conjunto
de operações, limitadas no tempo, cujo resultado é um
produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento
da ação de Governo.
Exemplo: “Implantação da rede nacional de bancos de
leite humano”.
Operação Especial: são despesas que não contribuem para a
manutenção, expansão ou aperfeiçoamento das ações de
governo, das quais não resulta um produto, nem gera
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
Produto
serviço ou bem resultante da ação, destinado a um público-alvo.
investimento para a produção de um serviço ou bem.
cada ação deve ter um único produto.
em situações especiais, expressa a quantidade de beneficiários atendidos
pela ação.
Exemplos: "Servidor treinado" e "Estrada construída".
CAIU NA PROVA!
83 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O
instrumento de ação governamental que é utilizado para alcançar o objetivo de
um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo
contínuo e permanente, necessárias à manutenção da referida ação, é
denominado:
a) subfunção.
b) função.
c) operação especial.
d) projeto.
e) atividade.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
173
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Acabamos de comentar os itens (c), (d) e (e).
Muito cuidado apenas para não confundir os conceitos de “POA”.
Em relação às Operações Especiais, não há como confundir o conceito,
ou seja, estas “não servem para nada”, pois não resulta um produto, nem gera
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços.
Exemplo: a ação "Contribuição à Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura - UNESCO".
Segue um mnemônico para não confundirmos o “PoA”.
P = PARA (do
verbo parar) PROJETO
limitadas no
tempo (que Param
no tempo)
exPansão ou o
aPerfeiçoamento da
ação
A
= AINDA
NÃO PARA
(do verbo
parar)
ATIVIDADE
modo contínuo e
permanente (que
Ainda não param
no tempo)
à mAnutenção
da ação
Os itens (a) e (b) se referem à Classificação Funcional da Despesa,
que se divide por funções e subfunções.
Esta classificação busca responder a pergunta “em que área de ação
governamental a despesa será realizada ?”
Cada atividade, projeto e operação especial identificarão a função e a
subfunção às quais se vinculam.
Trata-se de uma classificação independente dos programas.
A classificação funcional vigente instituiu-se pela Portaria nº 42/1999,
do então Ministério do Orçamento e Gestão.
Este documento normativo se compõe de uma lista de funções e
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
174
subfunções prefixadas que orientam a agregação dos gastos públicos por área
de ação governamental nas três esferas de Governo.
Por fim, essa Portaria permite a consolidação nacional dos gastos
do setor público, pois é de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos
Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
Vamos adiante com nossa aula...
Função
é o maior nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor
público.
relaciona-se com a missão institucional do órgão.
deve-se adotar como função aquela que é típica ou principal do órgão.
Exemplo: cultura, educação, saúde, defesa => guardam relação com os
respectivos Ministérios.
Subfunção
representa um nível de agregação imediatamente inferior à função e
deve evidenciar cada área da atuação governamental, por intermédio da
agregação de determinado subconjunto de despesas e identificação da
natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções.
as subfunções podem ser combinadas com funções diferentes daquelas
às quais estão relacionadas na Portaria nº 42/1999.
as ações devem estar sempre conectadas às subfunções que
representam sua área específica.
PRINCÍPIO DA MATRICIALIDADE (não é um princípio orçamentário):
é a possibilidade de matricialidade na conexão entre função e
subfunção, ou seja, combinar qualquer função com qualquer
subfunção, mas não na relação entre ação e subfunção.
assim, em regra, a programação de um órgão se classifica em uma única
função, ao passo que a subfunção é alocada de acordo com a
especificidade de cada ação.
há exceção à essa matricialidade, conforme encontramos, por exemplo,
na função 28 – Encargos Especiais e suas subfunções típicas, pois elas só
poderão ser utilizadas de forma conjugada.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
175
84 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O objetivo da
classificação funcional no orçamento-programa é indicar:
a) a unidade orçamentária beneficiária do recurso.
b) a natureza do gasto, se despesa corrente ou de capital.
c) as pessoas encarregadas de gerir os projetos.
d) o tipo de receita que financiará o gasto.
e) a ação do governo que se pretende implantar com o recurso.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Como vimos em questão anterior, o objetivo desta classificação é, em
síntese, responder a pergunta “em que área de ação governamental a
despesa será realizada ?”, ou seja, em que ação o governo pretende
implantar o recurso.
2 – Normas legais aplicáveis ao Orçamento Público.
Ao longo de nosso curso, estamos a tratar das principais normas
legais aplicadas ao Orçamento Público.
Nesse momento, vamos dar uma ampliada nas demais normas,
onde incluiremos portarias e outros atos normativos, mas que produzem
efeitos em matéria de Orçamento Público.
Erick, mas tenho que decorar isso tudo?
Não é necessário. Estamos a trabalhar as legislações mais
recorrentes em prova, e só colocamos essa coletânea completa para eventuais
consultas, ok?
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – Seção II – DOS ORÇAMENTOS,
Artigos 165 a 169.
LEIS COMPLEMENTARES:
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000
Lei de Responsabilidade Fiscal – Estabelece normas de
finanças públicas voltadas para a responsabilidade na
gestão fiscal e dá outras providências.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
176
Lei nº 4320, de 17 de Março de 1964
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da
União, dos Estados, dos Municípios e do DF.
ATENÇÃO!
A Lei nº 4320/64 também tem matéria e forma de Lei
Ordinária.
A Lei nº 4320/64 não atende na sua plenitude o dispositivo
previsto no art. 165, § 9º, da CF/88.
As Bancas gostam de dizer DE FORMA ERRADA que a Lei nº
4320/64 não é de aplicação a todos os entes da Federação.
Observe que ela estabelece Normas Gerais de Direito
Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do DF.
LEIS ORDINÁRIAS:
PPAs, LDOs, LOAs e LCAs.
Lei nº 10.180 de 6 de fevereiro de 2001.
Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e de
Orçamento Federal, de Administração Financeira
Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno
do Poder Executivo Federal, e dá outras providências.
Decreto-Lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967.
Dispõe sobre a organização da Administração Federal,
estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e
dá outras providências.
DECRETOS:
Decretos anuais que dispõem sobre a programação
orçamentária e financeira e estabelecem o cronograma
mensal de desembolso do Poder Executivo para o
exercício financeiro
Exemplo: Decreto nº 6.752, de 28 de janeiro de 2009
Decreto nº 93.872/86
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
177
Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do
Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação
pertinente e dá outras providências.
Decreto nº 3.590/2000
Dispõe sobre o Sistema de Administração Financeira
Federal e dá outras providências.
PORTARIAS ESPECÍFICAS DO MPOG E MIN. DA FAZENDA:
Portaria SOF nº 9, de 27 de junho de 2001
Dispõe sobre a classificação orçamentária por natureza
de receita.
Portaria Interministerial STN/SOF nº 163, de 4 de maio
de 2001
Dispõe sobre normas gerais de consolidação das
Contas Públicas no âmbito da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios e dá outras providências.
Portaria SOF nº 1, de 19 de fevereiro de 2001
Dispõe sobre a classificação orçamentária por fontes de
recursos.
Portaria MOG nº 42, de 14 de abril de 1999
Atualiza a discriminação da despesa por funções de que
tratam o inciso I do § 1o do art. 2o e § 2o do art. 8o,
ambos da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964,
estabelece os conceitos de função, subfunção,
programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá
outras providências.
MANUAIS
Manual Técnico do Orçamento – MTO
Manual de Despesa Nacional da Secretaria do Tesouro
Nacional - 1ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 3,
de 2008.)
Manual de Receita Nacional da Secretaria do Tesouro
Nacional - 1ª Edição (Portaria Conjunta STN/SOF nº 3,
de 2008.)
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
178
Manual de Procedimentos das Receitas Públicas da
Secretaria do Tesouro Nacional - 4ª Edição (Portaria
Conjunta STN/SOF nº 2, de 2007.)
Manual de Demonstrativos Fiscais - 2ª Edição (Portaria
STN nº 462, de 2009.)
Manual de Contabilidade Aplicada no Setor Público - 2ª
(Portaria Conjunta STN/SOF nº 2, de 2009.)
Como é que estamos? Vamos adiante.....
3 – Noções de Execução Orçamentária e Financeira.
3.1 – A PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA E O
ESTABELECIMENTO DO CRONOGRAMA MENSAL DE DESEMBOLSO DO
PODER EXECUTIVO PARA UM EXERCÍCIO FINANCEIRO.
Vamos começar pelos assuntos polêmicos que constam no art. 47,
da Lei nº 4.320/64, mas que devem ser interpretados de acordo com o art. 8º
da LRF.
Vejamos os textos legais:
“Art. 47. Imediatamente após a promulgação da
Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o
Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais
da despesa que cada unidade orçamentária fica autorizada a
utilizar.”
“Art. 8o Até trinta dias após a publicação dos
orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes
orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I
do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação
financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso.”
As primeiras considerações que faremos se referem ao veto à
alínea c do inciso I do art. 4o, da LRF. Como há essa “lacuna” (na verdade não
existe “partes em branco” na Lei, mas sim vetos), o que ocorre na prática é a
previsão que cada LDO faz anualmente.
Destacamos em negrito os pontos polêmicos. Observem que o
texto da LRF é o que está em vigor. O que temos visto é que algumas Bancas
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
179
fazem questões literais do art. 47, da Lei nº 4.320/64.
No entanto, questões mais comuns trocam os prazos e os termos,
ou seja, alguma coisa parecida com:
“Imediatamente após a publicação dos orçamentos, nos
termos em que dispuser a LDO, os Poderes estabelecerão a programação
financeira e o cronograma de execução trimestral de desembolso.”
Vamos aos erros:
1. é até trinta dias após a publicação (e não promulgação);
2. é o PODER EXECUTIVO que estabelece a programação
financeira e o cronograma de desembolso;
3. o cronograma de desembolso é mensal.
Afinal, quais os objetivos de se fixarem cotas mensais de
desembolso:
assegurar às unidades orçamentárias em tempo útil a
soma de recursos necessários e suficientes a melhor
execução do seu programa anual de trabalho;
manter, durante o exercício, na medida do possível, o
equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa
realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais
insuficiências de tesouraria.
Interessante destaque ao art. 85 da Lei nº 4.320/64 quando
estabelece, entre outras atribuições, que os serviços de contabilidade serão
organizados de forma a permitirem o acompanhamento da execução
orçamentária.
Erick, mas por que você falou isso ?
É o que veremos no tópico seguinte.
3.2 – O DECRETO DE PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.
3.2.1 – INTRODUÇÃO
A Administração Pública buscou, ao longo dos tempos, realizar a
programação orçamentária e financeira, assim como a execução das suas
despesas.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
180
Isso se fez em atendimento aos dispositivos previstos em lei que
estabeleceram metas fiscais, bem como maior controle em cima dos gastos
públicos. O objetivo principal se deu tanto para equilibrar os orçamentos como
para indicar transparência dos compromissos governamentais com a dívida
pública.
Assim, deve-se ter o pronto conhecimento e correção das
discrepâncias entre receita e despesas primárias, assim como deve-se
monitorar o cumprimento das metas de superávit primário.
Superávit primário, em resumo, é o quanto de receita a União, os
Estados, os Municípios e as empresas estatais economizam, sem computarmos
os gastos com os juros da dívida.
Lembrar que juros da dívida são gastos financeiros. Já Superávit
Primário é a diferença positiva entre as Receitas NÃO-FINANCEIRAS e as
Despesas NÃO-FINANCEIRAS.
RP = RÑF – DÑF
Onde: RP => RESULTADO PRIMÁRIO
RÑF => RECEITAS NÃO-FINANCEIRAS
DÑF => DESPESAS NÃO-FINANCEIRAS
A Lei nº 4.320/64 evidenciou previamente a preocupação do
legislador quanto ao fiel cumprimento do equilíbrio entre receitas e despesas
no orçamento.
Desta forma, ao estipular cotas para a execução da despesa, ela
permitiu que o Poder Executivo se organizasse, a fim de se prevenirem
eventuais oscilações que aconteceriam ao longo de um exercício financeiro.
No ano 2000, a LRF incorporou a necessidade de se estabelecerem
metas de resultado fiscal. Ainda, em razão de possíveis descompassos entre
receitas e despesas, estabeleceu mecanismos, com o intuito de equilibrar o
orçamento em tempo hábil e não prejudicar o desempenho do governo nas
esferas federal, estadual e municipal.
Por fim, as LDOs complementam a LRF e a Lei nº 4.320/64, em
especial quanto à determinação do controle fiscal e dos recursos
disponibilizados.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
181
Elas estabelecem, entre outras características:
qual será a base de contenção;
as despesas que não são passíveis de contingenciamento;
demonstrativos das metas de resultado primário e sua periodicidade.
3.2.2 – ESTRUTURA E OBJETIVOS DO DECRETO DE
PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.
O Decreto de Programação Orçamentária e Financeira ou
“Decreto de Contingenciamento” é o instrumento que o Governo
Federal utiliza para se limitarem os gastos.
Os valores autorizados para movimentação e empenho, assim
como para pagamentos ao decorrer de um exercício financeiro são detalhados
por meio de uma Portaria Interministerial.
Os principais assuntos que o Decreto traz são os seguintes:
Programação e Execução Orçamentária;
Execução Financeira;
Operações de Crédito;
Competência para alterações de limites;
Despesas com Pessoal;
Vedações, Esclarecimentos e Informações; e
Metas Fiscais.
Não podemos nos esquecer de que esses assuntos que o Decreto
traz são interdependentes.
Por fim, seus objetivos são:
estabelecimento de normas específicas de
execução orçamentária e financeira para um
exercício financeiro;
estabelecimento de um cronograma de
compromissos (empenhos) e de liberação
(pagamento) dos recursos financeiros relativos
ao Governo Federal;
cumprimento da Legislação Orçamentária (Lei
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
182
4.320/1964 e LRF); e
assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas
ao longo do exercício financeiro, assim como
proporcionar o cumprimento da meta de
resultado primário.
3.3 – A LIMITAÇÃO DE EMPENHO.
Falamos no início do curso que as fases ou estágios da despesa são
o “FELP”: FIXAÇÃO – EMPENHO – LIQUIDAÇÃO – PAGAMENTO.
Então, como estamos a tratar de programação orçamentária e
financeira, iremos destacar o que se preconiza no art. 9º, §§ 1º e 2º, da LRF.
Em relação a esse assunto, devemos relembrar o art. 165, § 3º, da
CF/88 que tratou do Relatório Resumido de Execução Orçamentária - RREO:
“O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução
orçamentária.”
Assim, com o RREO de parâmetro, o Governo verifica se, ao final
de cada bimestre, a realização da receita comportará ou não o cumprimento
das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas
Fiscais – AMF.
Se ocorrerem problemas com essas metas, os Poderes e o
Ministério Público promovem limitação de empenho e de movimentação
financeira, de acordo com os critérios estabelecidos na LDO.
Observemos que são 2 atitudes:
limitar o empenho;
limitar a movimentação financeira.
Dessa forma, podem existir créditos disponíveis para a Unidade
Gestora, mas os valores não podem ser movimentados financeiramente
quando ocorrer alguma limitação.
Em outro viés, também não pode ser feito empenho de qualquer
espécie de despesa.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
183
IMPORTANTE!
A limitação se faz por ato próprio e nos valores necessários, nos 30 dias
seguintes.
Se for restabelecida a previsão de receita, mesmo que em valores
parciais, ou seja, em razão da tendência de arrecadação
as dotações cujos empenhos foram limitados serão recompostas de forma
proporcional às reduções realizadas pela limitação anterior
Não podem ser limitadas as despesas que constituam obrigações
constitucionais e legais do ente, inclusive as relacionadas ao pagamento
do serviço da dívida,bem como as ressalvas que a LDO estabelecerá.
3.4 – A NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO PELO GOVERNO FEDERAL.
Monitora-se continuamente o cumprimento das metas fiscais e
ocorre ao longo de todo o processo de elaboração e execução orçamentária.
Desta forma, faz-se necessário calcular a NECESSIDADE DE
FINANCIMANTO PELO GOVERNO FEDERAL, a fim de se ter um parâmetro que
evidencie a trajetória dos principais itens de receita e despesa primárias, ou
seja, sem considerar os juros.
Repercute-se em todo processo alocativo do Governo, quando
ocorrem fatos supervenientes que implicam alteração dos valores estimados
previamente. Assim, de forma usual, demanda-se uma revisão dos limites
orçamentários da programação da despesa.
Se ocorrer uma redução da receita estimada em determinado
momento, faz-se necessário um rearranjo da despesa, para que não se
comprometam as metas previamente assumidas na LDO
O cálculo das Necessidades de Financiamento serve como
rumo para acompanhamento dos principais agregados de receita e
despesa públicas primárias, ao longo do ciclo orçamentário.
Em síntese, o que limita a fixação do nível das demais
despesas públicas são os seguintes fatores:
meta de resultado primário;
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
184
previsão das receitas contabilizadas; e
as estimativas das despesas primárias obrigatórias
(ou despesas compulsórias).
3.5 – AS ALTERAÇÕES NA PROGRAMAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E
FINANCEIRA.
A flexibilidade é uma das principais características do
ORÇAMENTO-PROGRAMA.
Assim, ao longo de um exercício financeiro, necessita-se
acompanhar a arrecadação das receitas primárias, além de se verificar o nível
de execução das despesas primárias, de forma a se monitorar o processo de
cumprimento das metas de superávit primário.
Se esse acompanhamento indicar o não cumprimento das metas
fixadas, o Governo providencia a redução dos limites orçamentários e
financeiros, pois isso evita extrapolar as metas.
No caso de já existir alguma limitação de empenho logo após a
sanção da LOA ou ao final de determinado bimestre, os limites estabelecidos
pelo Decreto serão recompostos na mesma proporção dos cortes efetivados
por Poder e pelo Ministério Público, conforme disposto no art. 9º, § 1º, da LRF.
No entanto, os Órgãos Setoriais podem solicitar a
flexibilização dos limites orçamentários no decorrer do exercício, com
o intuito de atender às suas programações.
As solicitações enviadas pelos Órgãos Setoriais devem conter todas
as informações indispensáveis para a análise do pedido de aumento de limite.
Além disso, o Poder Executivo analisa o cenário fiscal no exercício
corrente e verifica se é viável ou não o atendimento à solicitação.
3.6 – CONSIDERAÇÕES RELEVANTES.
Como vemos em nosso dia-a-dia, o cumprimento das metas de
superávit primário é uma preocupação constante da área econômica do
Governo.
É uma política que visa minimizar os efeitos negativos da
dívida pública, além de racionalizar os gastos públicos.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
185
Essa atuação governamental propicia a melhoria constante das
condições macroeconômicas, além de aumentar a credibilidade e a segurança.
Assim, criam-se condições favoráveis para atração de investidores internos e
externos.
Destaque especial para a Secretaria de Orçamento Federal – SOF
cujo papel é essencial nesse cenário. É a SOF que gerencia os recursos
orçamentários de maneira eqüitativa
Desta forma, ela destina os recursos aos diversos órgãos
governamentais, com o intuito de possibilitar as realizações essenciais de cada
Pasta e na busca de se atingirem as metas estabelecidas.
3.7 – A DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.
Para executarmos o orçamento, é preciso realizar a
DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.
Ela consiste em 2 planos, com as seguintes ideias:
DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA => descentralizam-se
CRÉDITOS
DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA => descentralizam-se RECURSOS
FINANCEIROS ($)
Devemos atentar que pelo Princípio da Segregação de Funções, os
órgão e pessoas responsáveis por cada um desses “PLANOS” são distintos, ou
seja, não podem acumular suas funções.
Teceremos comentários sobre os conceitos de ÓRGÃO SETORIAL,
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA, UNIDADE ADMINISTRATIVA e UNIDADE GESTORA.
3.7.1 – ÓRGÃO SETORIAL
Desempenha o papel de articulador no seu âmbito ao atuar de
forma vertical no processo decisório, além de integrar os produtos gerados
no nível subsetorial, que são coordenados pelas unidades orçamentárias.
3.7.2 – UNIDADE ORÇAMENTÁRIA - UO
Coordena o processo de elaboração da proposta orçamentária
no seu âmbito de atuação, assim como integra e articula o trabalho das
unidades administrativas componentes.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
186
É de suma importância a consistência da proposta do órgão, no que
se refere a metas, valores e justificativas que fundamentam a programação.
As UOs são responsáveis pela apresentação da programação
orçamentária detalhada da despesa por programa, ação orçamentária
e subtítulo.
3.7.3 – UNIDADE ADMINISTRATIVA - UA
É a componente da estrutura da Administração Pública.
3.7.4 – UNIDADE GESTORA - UG
É a que efetivamente realiza o gasto, ou seja, a que executa a
despesa orçamentária.
CAIU NA PROVA!
85 - (ESAF/ANALISTA TRIBUTÁRIO – RFB/2009) Assinale a opção que
indica uma exceção aos objetivos do decreto de programação financeira, no
âmbito federal.
a) Cumprir a Legislação Orçamentária.
b) Estabelecer normas específicas de execução orçamentária e financeira para
o exercício.
c) Limitar o volume de recursos destinados a investimentos colocados à
disposição das unidades orçamentárias.
d) Estabelecer um cronograma de compromissos (empenhos) e de liberação
(pagamento) dos recursos financeiros para o Governo Federal.
e) Assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao longo do exercício
financeiro e proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
O Decreto de Programação financeira, no âmbito federal, possui os
seguintes objetivos:
estabelecimento de normas específicas de execução
orçamentária e financeira para um exercício financeiro;
estabelecimento de um cronograma de compromissos
(empenhos) e de liberação (pagamento) dos recursos
financeiros relativos ao Governo Federal;
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
187
cumprimento da Legislação Orçamentária (Lei
4.320/1964 e LC nº 101/2000 – LRF); e
assegurar o equilíbrio entre receitas e despesas ao
longo do exercício financeiro, assim como proporcionar
o cumprimento da meta de resultado primário.
Assim, o item (c) peca pelo fato de que a limitação do volume de
recursos destinados a investimentos colocados à disposição das unidades
orçamentárias implica em uma “paralisia” do Estado.
O que se prega no Decreto, entre outros aspectos, é que se assegure o
equilíbrio entre receitas e despesas ao longo de um exercício financeiro, além
de proporcionar o cumprimento da meta de resultado primário.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
188
CAPÍTULO 6
1 – Considerações sobre a Execução Orçamentária e Financeira.
1.1 – A DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
Pessoal, vamos falar de novo sobre a LOA e lembrar que devemos
encarar o tema EXECUÇÃO em 2 PLANOS: ORÇAMENTÁRIO e FINANCEIRO.
A LOA confere DOTAÇÕES do orçamento às UNIDADES SETORIAS
ORÇAMENTÁRIAS, ou simplesmente UNIDADES ORÇAMENTÁRIAS – UOs.
No entanto, elas terão que ser descentralizadas, a fim de que as
UNIDADES ADMINISTRATIVAS – UAs executem efetivamente o orçamento.
As descentralizações de créditos orçamentários ocorrem
quando for efetuada movimentação de parte do orçamento, mantidas as
classificações institucional, funcional, programática e econômica, para
que as UAs possam executar a despesa orçamentária.
As descentralizações de créditos orçamentários não se confundem
com transferências e transposição, pois:
não modificam a programação ou o valor de suas dotações
orçamentárias (créditos adicionais); e
não alteram a unidade orçamentária (classificação institucional)
detentora do crédito orçamentário aprovado na lei orçamentária ou em
créditos adicionais.
Assim, todos os CRÉDITOS ORÇAMENTÁRIOS, bem como os
ADICIONAIS, se descentralizam das seguintes formas:
1) quando a descentralização de CRÉDITOS envolver unidades gestoras
de um mesmo órgão tem-se a descentralização interna de CRÉDITOS,
também chamada de PROVISÃO.
2) quando ocorrer entre unidades gestoras de órgãos ou entidades de
estrutura diferente, ter-se-á uma descentralização externa de CRÉDITOS,
também denominada de DESTAQUE
Na descentralização de CRÉDITOS, as dotações serão
empregadas obrigatória e integralmente para se atingir o objetivo previsto
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
189
pelo programa de trabalho pertinente.
Deve-se respeitar integralmente a classificação funcional e a
estrutura programática. Desta forma, a diferença se dá pelo fato de que a
execução da despesa orçamentária será realizada por outro órgão ou entidade.
Importante destacar que a descentralização de crédito externa
dependerá de celebração de convênio ou instrumento congênere. Estes devem
disciplinar como se atingir o objetivo pretendido, bem como as obrigações e as
relações entre as partes.
De acordo com o disposto no art. 35 da Lei nº 10.180/2001, a
execução de despesas por meio de descentralização a outro ente da Federação
processar-se-á conforme os mesmos procedimentos adotados para as
transferências voluntárias.
Assim teremos empenho, liquidação e pagamento na unidade
descentralizadora do crédito orçamentário e inclusão na receita e na
despesa do ente recebedor dos recursos-objeto da descentralização,
identificando-se como recursos de convênios ou similares.
IMPORTANTE!
As descentralizações de créditos orçamentários devem ocorrer
em projetos ou atividades.
Em regra, as transferências voluntárias realizadas entre entes da
Federação que devem ser classificadas como operações
especiais.
Erick, você falou em classificações institucional, funcional,
programática e econômica. O que é isso?
Então.....Vamos destrinchar.
1.1.1 – CLASSIFICAÇÃO INSTITUCIONAL DA DESPESA
Ela reflete a estrutura organizacional de alocação dos créditos
orçamentários, e está estruturada em dois níveis hierárquicos: ÓRGÃO
ORÇAMENTÁRIO e UNIDADE ORÇAMENTÁRIA - UO.
De acordo com o artigo 14 da Lei nº 4.320/64, unidade
orçamentária é o agrupamento de serviços subordinados ao mesmo
órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
190
As dotações de CRÉDITO são confiadas às unidades orçamentárias
responsáveis pela realização das ações. No caso da União, o código da
classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo os dois
primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à unidade
orçamentária.
Exemplo: 39250 Agência Nacional de Transportes Terrestres –
ANTT
3 9 2 5 0
ÓRGÃO ORÇAMENTÁRIO UNIDADE ORÇAMENTÁRIA
Sendo que, no exemplo:
Órgão Orçamentário => MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES
Unidade Orçamentária => AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES
TERRESTRES – ANTT
Relembrem do que colocamos em encontros passados. Uma UO
não corresponde necessariamente a uma estrutura administrativa. Temos
como exemplos os fundos especiais e as Unidades Orçamentárias
“Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios”, “Encargos Financeiros
da União”, “Operações Oficiais de Crédito”, “Refinanciamento da Dívida Pública
Mobiliária Federal” e “Reserva de Contingência”.
1.1.2 – CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA DESPESA
A classificação funcional divide as dotações orçamentárias em
funções e subfunções, a fim de se “responder” à pergunta:
“Em que área de ação governamental a despesa será realizada ?”
A Portaria nº 42, de 14 de abril de 1999, do então Ministério do
Orçamento e Gestão estabeleceu a atual classificação funcional da despesa no
Brasil.
Tal classificação se compõe de um rol de funções e subfunções
prefixadas, com o intuito de se agregarem os gastos públicos por área de ação
governamental nas três esferas de Governo.
Trata-se de classificação de aplicação comum e obrigatória, no
âmbito da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, o que permite a
consolidação nacional dos gastos do setor público.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
191
Também se representa a classificação funcional por meio de cinco
dígitos. Os dois primeiros referem-se à função. Os três últimos dígitos
representam a subfunção, que podem ser traduzidos como agregadores das
diversas áreas de atuação do setor público, nas esferas legislativa, executiva e
judiciária.
Já falamos antes sobre a definição de FUNÇÃO e SUBFUNÇÃO, de
modo que não iremos reprisar os conceitos, mas apenas dar um exemplo com
os códigos.
Exemplo: 12365 – Despesa relacionada com a Educação Infantil
no âmbito do Ministério da Educação
1 2 3 6 5
FUNÇÃO SUBFUNÇÃO
Sendo que, no exemplo:
FUNÇÃO => MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SUBFUNÇÃO => EDUCAÇÃO INFANTIL
Destacamos que a função “Encargos Especiais” (atenção para
não confundir com Operações Especiais) é uma AGREGAÇÃO NEUTRA, pois
abarca as despesas orçamentárias em relação às quais não se pode associar
um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como:
Dívidas
Ressarcimentos.
Indenizações.
Outras afins.
No âmbito da União, as ações dos ENCARGOS ESPECIAIS
estarão relacionadas aos programas do tipo "Operações Especiais" que
constarão apenas da LOA, não integrando o PPA.
Conforme art. 91 do Decreto-Lei nº 200/67, utiliza-se a dotação
global denominada “Reserva de Contingência” como fonte de recursos para
abertura de créditos adicionais e para o atendimento ao disposto no inciso III
do art 5º, LRF.
Como o DL 200/67 só cita a Reserva de Contingência da União,
permite-se no Brasil que atos das demais esferas de Governo também
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
192
estabeleçam essa Reserva.
Sob a coordenação do órgão responsável pela destinação da
Reserva de Contingência, esta será identificada nos orçamentos de todas as
esferas de Governo pelo código “99.999.9999.xxxx.xxxx”, no que se refere às
classificações por função e subfunção, bem como à estrutura programática.
O “x” no código acima representa a codificação da ação e o
respectivo detalhamento.
Para consolidarmos, as RESERVAS DE CONTINGÊNCIA são as
despesas que se destinam ao atendimento de passivos contingentes e
outros riscos.
Também se incluem como RESERVAS DE CONTINGÊNCIA as
despesas destinadas a fazer frente a eventos fiscais imprevistos e à
abertura de créditos adicionais.
OBSERVAÇÃO
O BRASIL ADOTA A CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA
ESTRUTURA PROGRAMÁTICA.
(Não existe a classificação funcional-programática no Brasil)
CAIU NA PROVA!
86 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Na Portaria nº
42, de 14/04/1999, as despesas em relação às quais não se possa associar um
bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente são denominadas:
a) encargos especiais.
b) despesas adicionais.
c) reservas de contingências.
d) despesas derivadas.
e) encargos extraordinários.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
A referência é o § 2º, do art. 1º, da Portaria nº 42/1999, que assim
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
193
reza:
“A função "Encargos Especiais" engloba as despesas em relação
às quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no
processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos,
indenizações e outras afins, representando, portanto, uma agregação
neutra.”
1.1.3 – ESTRUTURA PROGRAMÁTICA
Este assunto já foi amplamente discutido em nossas aulas, mas
cabe uma breve revisão para nos situarmos no assunto.
Falamos que toda ação do Governo se estrutura em programas que
são voltados para a realização dos objetivos estratégicos definidos no Plano
Plurianual – PPA para o período de quatro anos.
A compreensão do orçamento exige o conhecimento de sua
estrutura e organização, que são implementadas por meio de um sistema de
classificação.
Esse sistema está estruturado com o intuito de atender às
exigências de informação demandadas pelos os poderes públicos, as
organizações públicas e privadas e os cidadãos em geral.
O art. 3º da Portaria MOG nº 42/1999 estabelece que a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios definirão, em atos próprios,
suas estruturas de programas, códigos e identificação, respeitados os
conceitos e determinações nela contidos.
Em respeito ao pacto federativo e às peculiaridades de cada
membro da Federação, todos os entes devem ter seus trabalhos organizados
por programas. Assim, cada um estabelecerá sua estrutura própria de
acordo com o que autoriza a referida Portaria.
A Estrutura Programática se divide em:
Programa (já visto)
Ação (já visto)
Subtítulo/Localizador do Gasto
Vamos ver o que está faltando:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
194
SUBTÍTULO/LOCALIZADOR DE GASTO
A Portaria MOG nº 42/1999 não estabelece critérios para a
indicação da localização física das ações.
No entanto, a correta localização do gasto permite ter maior
controle governamental e social sobre a implantação das políticas públicas
alocadas, bem como evidencia o foco, os impactos e os custos da ação
governamental.
No âmbito federal, detalham-se as atividades, os projetos e as
operações especiais em subtítulos.
Os subtítulos são utilizados, especialmente, a fim de se identificar a
localização física da ação. Desta forma, não se pode alterar a finalidade da
ação, do produto e das metas estabelecidas.
A localização do gasto poderá ser nacional, abranger o exterior,
poderá ser por Região (NO, NE, CO, SD, SL), por Estado ou Município ou,
excepcionalmente, por um critério específico, se for necessário.
IMPORTANTE
Se a localização do gasto for identificável, é vedada na
especificação do subtítulo referência a mais de uma
localidade, área geográfica ou beneficiário.
O subtítulo representa o MENOR NÍVEL de categoria de
programação
O produto e a unidade de medida de um SUBTÍTULO serão os
mesmos da ação orçamentária. O SUBTÍTULO será detalhado por:
esfera orçamentária (fiscal, seguridade e investimento)
grupo de natureza de despesa
modalidade de aplicação
identificador de resultado primário
identificador de uso
fonte de recursos
Vamos ver como é a Estrutura Programática do Orçamento
completa:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
195
Para consolidar, segue um exemplo:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
196
Erick, quais são os componentes da programação física?
São as METAS FÍSICAS.
Meta física é a resposta da pergunta: “Quanto se pretende
desenvolver?”
Podemos entendê-la também como a quantidade de produto a ser
ofertado por ação, de forma regionalizada, se for o caso, num determinado
período e instituída para cada ano.
Elas são indicadas em nível de subtítulo e agregadas de acordo
com os respectivos projetos, atividades ou operações especiais.
Destacamos que o critério para regionalização de metas é o da
localização dos beneficiados pela ação.
Exemplo: No caso da vacinação de crianças, a meta será
regionalizada pela quantidade de crianças a serem vacinadas ou de vacinas
empregadas em cada Estado, ainda que a campanha seja de âmbito nacional e
a despesa seja paga de forma centralizada.
Para encerrarmos o tema ESTRUTURA PROGRAMÁTICA,
colocaremos a diferenciação entre Programação Qualitativa e
Programação Quantitativa, por meio de mais um quadro sinótico.
PROGRAMAÇÃO
QUALITATIVA
O Programa de Trabalho, que define
qualitativamente a programação
orçamentária, deve responder, de maneira
clara e objetiva, às perguntas clássicas que
caracterizam o ato de estimar o orçamento.
Do ponto de vista operacional, o Programa de
Trabalho, ou Programa, compõe-se dos
seguintes blocos de informação:
Classificação por Esfera.
Classificação Institucional.
Classificação Funcional.
Estrutura Programática.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
197
QUANTITATIVA
A programação física define:
QUANTO se pretende desenvolver do
produto.
A programação financeira define:
O QUE adquirir, com quais recursos.
CAIU NA PROVA!
87 - (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) Assinale a
opção verdadeira a respeito da programação qualitativa do orçamento público
no Brasil.
a) É a organização do gasto público de forma a proporcionar a identificação
dos programas com a classificação funcional e econômica da despesa.
b) É a organização do orçamento em uma estrutura funcional e econômica de
forma a permitir ao administrador público o cumprimento das políticas
públicas.
c) É a organização do orçamento em projetos claramente definidos, inclusive
com as especificações dos montantes financeiros a eles alocados.
d) É a organização do orçamento em programas orçamentários, que são
compostos por esfera, classificação institucional, classificação funcional e
estrutura programática.
e) A programação qualitativa está relacionada com o alinhamento dos gastos
aos programas e às políticas públicas.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
A referência do item (d) está no tópico 2.2.1.1 do Manual Técnico do
Orçamento – MTO, versão 2010.
1.1.4 – CLASSIFICAÇÃO ECONÔMICA
Vimos na aula demonstrativa que a DESPESA PÚBLICA se
classifica, quanto à natureza econômica, em DESPESA CORRENTE e DESPESA
DE CAPITAL.
De acordo com o art. art. 12 da Lei nº 4.320/64, a despesa será
classificada nas seguintes categorias econômicas:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
198
DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio
Transferências Correntes
DESPESAS DE CAPITAL
Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital
Antes de defini-las, vamos colocar um novo esquema para
podermos revisar o tema.
Erick, mas você disse que as Despesas Correntes se dividiam
em Despesas de Custeio e Transferências Correntes.
Vocês têm razão, mas essa é a definição da Lei nº 4.320/64 e
temos que estar atento ao comando e à abordagem da questão.
As Despesas de Custeio se dividem, segundo os manuais da
Secretaria do Tesouro Nacional - STN, em Pessoal e Encargos Sociais e
Juros e Encargos da Dívida. De outra forma, as Transferências Correntes
correspondem às Outras Despesas Correntes.
Ok Erick, mas você também disse que Despesas Correntes
se dividiam em Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências
de Capital
Estão com a razão de novo, mas vai depender do que falamos
sobre o que a Banca pedirá.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
199
As Transferências de Capital correspondem à Amortização da
Dívida, de acordo com o que consta nos manuais da STN.
Antes de fazermos nossos esquemas sinóticos, vamos a um
mnemônico que facilita para guardarmos a classificação econômica das
DESPESAS PÚBLICAS, de acordo com a STN.
DESPESAS
CORRENTES
PeJOu
Pessoal e Encargos Sociais
Juros e Encargos da Dívida
Outras Despesas Correntes
DESPESAS DE
CAPITAL
IIA
Investimentos
Inversões Financeiras
Amortização da Dívida
Frase completa: “A Despesa do PeJOu, ele IIA”
Agora sim, todos prontos para as definições? Vamos nessa....
DESPESAS
CORRENTES ÓTICA CONCEITO
Despesas de
Custeio Lei
dotações para manutenção de serviços
anteriormente criados.
além das dotações destinadas a atender a
obras de conservação e adaptação de bens
imóveis.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
200
Pessoal e
Encargos
Sociais
STN
decorrem do efetivo exercício, no setor
público, de:
cargo
emprego ou
função de confiança
decorrem do pagamento referentes a
proventos de:
aposentadorias
reformas
pensões
decorrem das obrigações trabalhistas de
responsabilidade do empregador, incidentes
sobre a folha de salários
decorrem da contribuição a entidades
fechadas de previdência.
decorrem de outros benefício assistenciais,
tais como:
soldo
gratificações
adicionais
outros direitos remuneratórios, previstos na
estrutura remuneratória dos militares
decorrem do ressarcimento de pessoal
requisitado.
decorrem da contratação temporária para
atender a necessidade de excepcional
interesse público.
decorrem dos contratos de terceirização de
mão-de-obra que se refiram à substituição de
servidores e empregados públicos, em
atendimento ao disposto no art. 18, § 1o, da
LRF.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
201
Juros e
Encargos da
Dívida
STN
são as despesas relativas ao pagamento de:
juros.
comissões.
outros encargos relativos aos contratos
decorrentes de operações de crédito
internas e externas.
dívida pública mobiliária.
Transferências
Correntes Lei
dotações para despesas as quais não
corresponda contraprestação direta em bens
ou serviços.
incluem as dotações para contribuições e
subvenções destinadas a atender à
manifestação de outras entidades de direito
público ou privado.
Outras
Despesas
Correntes
STN
decorrem da:
aquisição de material de consumo
pagamento de diárias
contribuições
subvenções
auxílio-alimentação
auxílio-transporte
outras despesas da categoria econômica
"Despesas Correntes" não classificáveis nos
demais grupos de natureza de despesa.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
202
CAIU NA PROVA!
88 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É
exemplo de despesa corrente:
a) Aquisição de imóveis.
b) Juros da dívida pública.
c) Inversões financeiras.
d) Amortização de empréstimos recebidos.
e) participação no capital de empresas.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Basta lembrarmos de nosso mnemônico: “A Despesa do PeJOu, ele
IIA”.
PeJOu
Pessoal e Encargos Sociais
Juros e Encargos da Dívida
Outras Despesas Correntes
IIA
Investimentos
Inversões Financeiras
Amortização da Dívida
Os itens (a), (c), (d) e (e) se referem à DESPESAS DE CAPITAL.
89 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Os juros e
encargos da dívida interna e externa do ente público são um exemplo de:
a) despesa extraordinária.
b) por mutação patrimonial.
c) de capital.
d) extra-orçamentária.
e) despesa corrente.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
203
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Mais uma questão para matarmos com o mnemônico: “A Despesa do
PeJOu, ele IIA”.
90 - (FCC/TÉCNICO – CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Os estágios da
despesa pública são, em ordem cronológica,
a) fixação, liquidação, empenho e pagamento.
b) previsão, lançamento, empenho e pagamento.
c) previsão, empenho, fixação e liquidação.
d) fixação, empenho, liquidação e pagamento.
e) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Essa questão é para relembrarmos a AULA DEMONSTRATIVA e do
mnemônico relacionado às fases ou estágios da despesa que são: “FELP” =
FIXAÇÃO – EMPENHO – LIQUIDAÇÃO - PAGAMENTO.
No caso dos estágios da receita, temos o “PLAR” = PREVISÃO –
LANÇAMENTO – ARRECADAÇÃO – RECOLHIMENTO.
91 - (FCC/TÉCNICO – ORÇAMENTO – MPU/2007) É exemplo de despesa
corrente:
a) encargo da dívida pública.
b) aquisição de imóveis.
c) constituição ou aumento de capital de empresas comerciais ou financeiras.
d) constituição ou aumento de capital de empresas industriais.
e) amortização da dívida pública.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Mnemônico: “A Despesa do PeJOu, ele IIA”.
Os itens (b), (c), (d) e (e) se referem à DESPESAS DE CAPITAL.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
204
92 - (FCC/TÉCNICO – ORÇAMENTO – MPU/2007) As dotações para
manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a
atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis, são classificadas
no orçamento como:
a) investimentos.
b) inversões financeiras.
c) transferências correntes.
d) despesas adicionais.
e) despesas de custeio.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Vide art. 12, da Lei nº 4.320/64. Lembrar que a idéia de CUSTEIO se
relaciona com MANUTENÇÃO.
Erick, e o que são SUBVENÇÕES ?
São as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio de
alguma entidade beneficiada.
As subvenções se dividem em:
SUBVENÇÕES SOCIAIS: destinam-se a:
instituições públicas
instituições privadas
SUBVENÇÕES ECONÔMICAS: destinam-se a:
empresas públicas
empresas privadas
Devemos observar que quem tem FINALIDADE LUCRATIVA NÃO
PODE RECEBER SUBVENÇÕES SOCIAIS, por isso destacamos no esquema
anterior.
caráter assistencial ou cultural
SEM finalidade
lucrativa
COM finalidade
lucrativa
caráter industrial,
comercial, agrícola ou pastoril
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
205
O nosso cérebro acha que uma subvenção é uma forma de auxílio
ou contribuição, o que não é verdade.
Assim, as Bancas têm abordado o tema querendo confundir ao
dizer que: “EMPRESAS COM FINS LUCRATIVOS NÃO PODEM RECEBER
SUBVENÇÕES”. Isso é ERRADO, pois PODEM RECEBER SUBVENÇÕES
ECONÔMICAS.
Além disso, conforme temos no inciso VIII, do art. 167, da CF/88,
HÁ A NECESSIDADE DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA ESPECÍFICA para a
utilização de recursos orçamentários para se conceder subvenções com o
intuito de suprirem necessidades ou déficit de empresas, fundações ou fundos.
A Lei nº 4.320/64, no art. 19, reforça esse entendimento ao
registrar que o orçamento NÃO CONSIGNARÁ AJUDA FINANCEIRA, a
qualquer título, a EMPRESA DE FINS LUCRATIVOS.
EXCETO: se se tratar de SUBVENÇÕES cuja CONCESSÃO tenha
sido expressamente AUTORIZADA em LEI ESPECIAL.
93 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) As
dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de
determinados gêneros ou materiais são consideradas como:
a) investimentos.
b) inversões financeiras.
c) subvenções econômicas.
d) transferências de capital.
e) despesas de custeio.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
De acordo com a alínea “b”, do § único do art. 18, da Lei nº 4.320/64,
temos o seguinte:
“Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:
a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado
e os preços de revenda, pelo Governo, de gêneros alimentícios ou outros
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
206
materiais;
b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a
produtores de determinados gêneros ou materiais.”
Pessoal, não deixem de ler os arts. de 16 a 18 da Lei nº 4.320/64,
pois eles eventualmente têm sido cobrados em sua literalidade nas
provas de concursos.
94 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) As transferências
efetuadas pelo ente público destinadas a cobrir despesas de custeio de
instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem
finalidade lucrativa, são denominadas:
a) subvenções sociais.
b) suprimentos de fundos.
c) variações passivas.
d) restos a pagar.
e) transferências de capital.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
De acordo com o inciso I, do § 3º do art. 12, da Lei nº 4.320/64, temos
o seguinte:
“Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências
destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas,
distinguindo-se como:
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas
ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade
lucrativa;”
Agora vamos às DESPESAS DE CAPITAL.....
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
207
DESPESAS DE
CAPITAL ÓTICA CONCEITO
Investimentos Lei
dotações para:
o planejamento e a execução de obras
obras relativas à aquisição de imóveis
considerados necessários à realização de
outras obras
os programas especiais de trabalho – PETs
(Ex.: créditos extraorçamentários voltados
exclusivamente para as vítimas de uma
enchente).
aquisição de:
instalações
equipamentos
material permanente
constituição ou aumento do capital de
empresas
que NÃO sejam de caráter COMERCIAL ou
FINANCEIRO.
Investimentos STN
decorrem de despesas com:
softwares
planejamento e a execução de obras
a aquisição de imóveis considerados
necessários à realização de outras obras
a aquisição de:
instalações
equipamentos
material permanente
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
208
Inversões
Financeiras Lei
dotações para a:
aquisição de imóveis ou de bens de capital
JÁ EM UTILIZAÇÃO
aquisição de títulos representativos do capital
de empresas ou entidades de qualquer
espécie
JÁ CONSTITUÍDAS
DESDE QUE A OPERAÇÃO NÃO IMPORTE
AUMENTO DO CAPITAL
constituição ou aumento do capital de
entidades ou empresas
QUE POSSUEM OBJETIVOS COMERCIAIS
OU FINANCEIROS
INCLUSIVE OPERAÇÕES BANCÁRIAS OU
DE SEGUROS
Inversões
Financeiras STN
decorrem de despesas orçamentárias com a:
aquisição de imóveis ou bens de capital => já
em utilização
aquisição de títulos representativos do capital
de empresas ou entidades de qualquer espécie
=> já constituídas => desde que a
operação não importe aumento do capital
constituição ou aumento do capital de
empresas
outras despesas classificáveis como Inversões
Financeiras.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
209
Transferências
de Capital Lei
dotações para:
amortização da dívida pública
investimentos ou inversões financeiras
que outras pessoas de direito público ou privado
devam realizar
independentemente de contraprestação direta em
bens ou serviços
Amortização
da Dívida STN
decorrem de despesas com o pagamento e/ou
refinanciamento do:
principal
atualização monetária
atualização cambial
OBSERVAÇÃO
Considera-se MATERIAL PERMANENTE o material de
DURAÇÃO SUPERIOR A DOIS ANOS.
95 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Para
efeito de classificação da despesa, considera-se material para consumo o de
duração inferior a:
a) dois meses.
b) três meses.
c) seis meses.
d) um ano.
e) dois anos.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
da DÍVIDA
PÚBLICA
- Interna
- Externa - Contratual - Mobiliária
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
210
A referência é o § 2º, do art. 15, da Lei nº 4.320/64, que dispõe
exatamente o que está na questão.
96 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007)
Classificam-se como despesas de capital os encargos relativos:
a) às despesas de exercícios anteriores.
b) à aquisição de imóvel já em utilização.
c) ao pagamento de juros sobre a dívida pública.
d) ao suprimento de fundos.
e) à manutenção de bens imóveis.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Item (a) e (d) – as despesas de exercícios anteriores – DEA e os
suprimentos de fundos são assuntos que veremos mais adiante. Mas, mesmo
que não saibamos no momento, registramos que a DEA pode ser uma despesa
de capital ou uma despesa corrente. Para tal, teremos verificar qual foi a
origem da DEA.
No entanto, os suprimentos de fundos são se referem a despesas
correntes, pois a legislação assim determina.
Por favor, revejam essa questão após comentarmos os 2 assuntos.
Os itens (c) e (e) se referem a despesas correntes.
97 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) As
dotações destinadas à constituição ou ao aumento do capital de entidades ou
empresas, que visem a objetivos comerciais ou financeiros, são classificadas
no orçamento como:
a) despesas de custeio.
b) investimentos.
c) inversões financeiras.
d) transferências correntes.
e) despesas adicionais.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
211
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
Questão fundamentada no inciso III, do § 5º, do art. 12, da Lei nº
4.320/64.
98 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) As
dotações para amortização da dívida pública constituem:
a) transferências de capital.
b) subvenções sociais.
c) subvenções econômicas.
d) despesas extra-orçamentárias.
e) superveniências passivas.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
O fundamento da questão fundamentada está na parte final do § 6º, do
art. 12, da Lei nº 4.320/64.
99 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) As dotações para
investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público
ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em
bens ou serviços para o ente público que fornecerá os recursos, são
denominadas:
a) subvenções econômicas.
b) transferências de capital.
c) subvenções sociais.
d) transferências correntes.
e) despesas extra-orçamentárias.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
O fundamento da questão fundamentada está nas partes inicial e
intermediária do § 6º, do art. 12, da Lei nº 4.320/64.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
212
Observem que as Bancas adoram os conceitos de SUBVENÇÕES
ECONÔMICAS, INVERSÕES FINANCEIRAS e TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL,
pois seus conceitos não são de simples assimilação.
Mas com vocês, isso não vai acontecer, ok ?
1.2 - A PROGRAMAÇÃO E A DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA
Esses assuntos estão ligados de forma intrínseca ao tema da
EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA.
1.2.1 - A PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA
Considera-se PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA o conjunto de ações
voltadas para o estabelecimento do FLUXO DE CAIXA do TESOURO para o
período de um exercício financeiro.
Seu principal objetivo é garantir às UOs os RECURSOS
FINANCEIROS necessários e suficientes para que se executem e
alcancem as finalidades propostas pelo PROGRAMA DE TRABALHO.
Assim, a PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA busca alcançar o
equilíbrio entre a RECEITA ARRECADADA e a DESPESA REALIZADA.
Para tal, adotam-se como referências a RECEITA ESTIMADA (ou
PREVISTA), os limites e a demanda orçamentários da despesa, bem como se
haverá déficit ou superávit, ou seja, a tendência do resultado.
A Secretaria do Tesouro Nacional – STN administra o sistema de
programação financeira da União. Além disso, os Órgãos Setoriais de
Programação Financeira – OSPF e as Unidades Gestoras compõem o sistema.
A Programação Financeira é composta por 2 fases que são a
SOLICITAÇÃO e a APROVAÇÃO.
A SOLICITAÇÃO se faz por meio de um documento formal chamado
de Proposta de Programação Financeira – PPF. As unidades executoras fazem
suas solicitações juntos aos seus órgãos SETORIAS que, por sua vez, o fazem
junto ao ÓRGÃO CENTRAL (STN).
A APROVAÇÃO dos RECURSOS FINANCEIROS solicitados cabe à
STN que os libera para os ÓRGÃOS SETORIAS.
Estes, após aprovação em seu nível, autorizam os valores às
unidades que executam efetivamente o orçamento, ou seja, as UGs.
Na fase de APROVAÇÃO, o documento utilizado entre os atores
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
213
envolvidos se chama Proposta de Programação Aprovada – PPA.
Em termos contábeis, ou seja, no âmbito da CONTABILIDADE
PÚBLICA, o registro dessas etapas da programação se dá por meio da NOTA
DE PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA – NF.
1.2.2 - A DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA
Ao se passar pelas fases de solicitação e aprovação, efetuam-se as
DESCENTRALIZAÇÕES DE RECURSOS FINANCEIROS. Nesse momento, as
unidades e órgãos que fazem parte do sistema de programação financeira
transacionam as disponibilidades.
Essa movimentação de se descentralizar RECURSOS
FINANCEIROS, possui 3 tipos de procedimentos (“CoReS”), que são:
COTA:
é a fase que inicia a descentralização financeira.
é a transferência de disponibilidades do órgão central da
programação financeira para os órgãos setoriais do sistema.
depende de arrecadação efetiva de disponibilidades pelo
Tesouro Nacional.
é condicionada ao montante de compromissos/vínculos de
recursos financeiros adotados pelo órgão.
REPASSE:
é a descentralização dos recursos financeiros que se vinculam
ao orçamento e que foram recebidos da STN sob a forma de
COTAS.
ocorre quando os órgãos setoriais do sistema de
programação financeira transferem as disponibilidades a
outro órgão.
SUBREPASSE:
é a descentralização dos recursos financeiros que se vinculam
ao orçamento, sendo efetuada pelos órgão setoriais para UOs
ou UAs integrantes de sua própria estrutura.
Para encerrarmos, vamos trazer um diagrama que consolida os 2
planos da EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
214
MNEMÔNICO
Do De
P
DESCENTRALIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA
DoDeP
DESCENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA
CoReS
MNEMÔNICO
Co Re
S
DESCENTRALIZAÇÃO
ORÇAMENTÁRIA ÓRGÃO CENTRAL
SOF
FINANCEIRA ÓRGÃO CENTRAL
STN
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA
A
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA
B
UNIDADE
ADMINISTRATIVA
A
UNIDADE
ADMINISTRATIVA
A
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA
A
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA
B
UNIDADE
ADMINISTRATIVA
B
UNIDADE
ADMINISTRATIVA
B
DO
TA
ÇÃ
O
DO
TA
ÇÃ
O
CO
TA
PR
OV
ISÃO
PR
OV
ISÃO
SUB
-REP
ASSE
SUB
-REP
ASSE
CO
TA
REPASSE DESTAQUE
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
215
DICA: Basta lembrar que a “cor do dinheiro é verde” e associar à
descentralização de $$$.
CAIU NA PROVA!
100 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO - MPU/2007) Na execução
orçamentária e financeira, os termos destaque e repasse estão relacionados,
respectivamente, com:
a) obtenção de autorização para créditos extraordinários e créditos especiais.
b) fixação da reserva de contingências e liberação financeira de créditos
adicionais.
c) autorização de despesa orçamentária e previsão de receita extra-
orçamentária.
d) autorização orçamentária e transferência de recursos financeiros.
e) autorização de despesa extra-orçamentária e arrecadação de receita
orçamentária.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Depois de nosso esquema e de nossos mnemônicos, fica fácil de
responder essa. Não se esqueçam de fixarem os 2 planos: ORÇAMENTÁRIO e
FINANCEIRO.
Pessoal, vamos tratar do assunto “COMPONENTES DA
PROGRAMAÇÃO FÍSICA E DA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA DOS GASTOS
PÚBLICOS”.
Logo de cara, segue um mantra....
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
216
MANTRA!
COMPONENTES DA PROGRAMAÇÃO FÍSICA E DA PROGRAMAÇÃO
FINANCEIRA DOS GASTOS PÚBLICOS
COMPONENTE DA PROGRAMAÇÃO FÍSICA
META FÍSICA
COMPONENTES DA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA
NATUREZA DE DESPESA - CGME
C - CATEGORIA ECONÔMICA DA DESPESA
G – GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA
M - MODALIDADE DE APLICAÇÃO
E – ELEMENTO DE DESPESA
IDENTIFICADOR DE USO – IDUSO
IDENTIFICADOR DE DOAÇÃO E DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO – IDOC
IDENTIFICADOR DE RESULTADO PRIMÁRIO
Para o entendimento inicial, devemos rever o quadro que
apresentamos sobre a Estrutura Programática do Orçamento completa.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
217
Com esse quadro, iremos iniciar a descrição dos conceitos que
ainda não abordamos e que fazem parte dos COMPONENTES DA
PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA.
NATUREZA DE DESPESA - ND
De acordo com os arts. 8º, 12 e 13 da Lei nº 4.320/64, combinado
com o Anexo II da Portaria Interministerial nº 163/2001, a classificação por
natureza de despesa é o conjunto de informações orçamentárias que formam
um código decimal.
Este código identifica a discriminação da despesa orçamentária. Ele
é composto pelos números que informam a categoria econômica, o grupo a
que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento da despesa
(mnemônico: “CGME”).
No sistema orçamentários, a ND tem o seguinte código composto
por 6 algarismos:
1º
Dígito
2º
Dígito
3º
Dígito
4º
Dígito
5º
Dígito
6º
Dígito
C G M E
C - CATEGORIA ECONÔMICA DA DESPESA
G – GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA
M - MODALIDADE DE APLICAÇÃO
E – ELEMENTO DE DESPESA
FRASE MNEMÔNICA
“A NATUREZA DE DESPESA É O COMANDO GERAL
DO MINISTÉRIO ESTADUAL”
(ND => CGME)
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
218
CATEGORIA ECONÔMICA DA DESPESA
Nesse assunto já estamos mestrados.... Mesmo assim, cabe o
registro dos códigos da CATEGORIA ECONÔMICA DAS DESPESAS, que são:
3 - Despesas Correntes
4 - Despesas de Capital
Ainda temos outro código da Categoria Econômica. De acordo com
o art. 8º da Portaria Interministerial SOF-STN nº163/2001, para efeito de
identificação, utiliza-se a Categoria Econômica “9” como Reserva de
Contingência.
Por favor, não se esqueçam de sempre olhar o modelo que
passamos, a fim de facilitar o entendimento de nossas explicações.
GRUPO DE NATUREZA DA DESPESA - GND
É um agregador de elementos de despesa com as mesmas
características quanto ao objeto de gasto.
Vejamos os códigos do GND:
1 - Pessoal e Encargos Sociais
2 - Juros e Encargos da Dívida
3 - Outras Despesas Correntes
4 - Investimentos
5 - Inversões financeiras
6 - Amortização da Dívida
9 - Reserva de Contingência
MODALIDADE DE APLICAÇÃO - MA
Destina-se a indicar se os recursos serão ou não aplicados por
meio de transferência financeira.
Incluem-se nesse conceito as transferências decorrentes de
descentralização orçamentária para:
outras esferas de Governo
seus órgãos ou entidades
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
219
descentralização orçamentária direta para:
entidades privadas sem fins lucrativos
outras instituições
descentralização orçamentária direta para:
unidade detentora do crédito orçamentário
outro órgão ou entidade no âmbito do mesmo nível de Governo.
Seu principal objetivo é a eliminação da dupla contagem dos
recursos descentralizados ou dos transferidos.
Os códigos da Modalidade de Aplicação são:
20 - Transferências à União
30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal
40 - Transferências a Municípios
50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos
60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos
70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais
71 - Transferências a Consórcios Públicos
80 - Transferências ao Exterior
90 - Aplicações Diretas
91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e
Entidades Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social
99 - A Definir
A partir de agora, mostraremos algumas definições de Modalidades
de Aplicação para facilitarmos o entendimento.
20 - Transferências à União
São as despesas orçamentárias realizadas pelos Estados,
Municípios ou pelo Distrito Federal, por meio de transferência de recursos
financeiros à União. Incluem-se nessas transferências, as realizadas para as
entidades da administração indireta da União.
71 - Transferências a Consórcios Públicos
São as despesas efetuadas por meio de transferência de recursos
financeiros a entidades criadas sob a forma de consórcios públicos nos termos
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
220
da Lei nº 11.107/2005. Tais transferências objetivam a execução dos
programas e ações dos respectivos entes consorciados.
90 - Aplicações Diretas
Ocorre quando as Unidades Orçamentárias - UOs utilizam/aplicam
diretamente os créditos alocados para as UOs.
Também abrangem os créditos oriundos de descentralização de
outras entidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade
Social, desde que ocorra no âmbito da mesma esfera de governo.
99 - A Definir
É uma Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo ou
para classificação orçamentária da Reserva de Contingência e da Reserva do
Regime Previdenciário Próprio dos Servidores.
Enquanto não houver sua definição, é proibida a execução
orçamentária, pois é uma “Modalidade Provisória”. Ao se definir, ela entra em
um dos códigos anteriores.
ELEMENTO DE DESPESA
Seu objetivo é a identificação dos objetos de gasto. Citamos como
exemplos:
vencimentos e vantagens fixas
juros
diárias
material de consumo
serviços de terceiros prestados sob qualquer forma
subvenções sociais
obras e instalações
equipamentos e material permanente
auxílios
amortização
outros que a administração pública utiliza para atingir suas finalidades.
Os códigos dos elementos de despesa estão definidos no Anexo II
da Portaria Interministerial nº 163/2001.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
221
Trazemos alguns exemplos para ilustrar o assunto.
01 - Aposentadorias e Reformas
Despesas orçamentárias com pagamentos de inativos civis,
militares reformados e segurados do plano de benefícios da previdência social.
03 - Pensões
Despesas orçamentárias com pensionistas civis e militares;
pensionistas do plano de benefícios da previdência social; pensões concedidas
por lei específica ou por sentenças judiciais.
04 - Contratação por Tempo Determinado
Despesas orçamentárias com a contratação de pessoal por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público, de acordo com legislação específica de cada ente da Federação,
inclusive obrigações patronais e outras despesas variáveis, quando for o caso.
92 - Despesas de Exercícios Anteriores
Despesas orçamentárias com o cumprimento do disposto no art. 37
da Lei nº 4.320/1964, que assim estabelece:
“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento
respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las,
que não se tenham processado na época própria, bem como os Restos a Pagar
com prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício correspondente, poderão ser pagas à conta de
dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elemento,
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica”.
99 - A Classificar
Elemento transitório que deverá ser utilizado enquanto se aguarda
a classificação em elemento específico, vedada a sua utilização na execução
orçamentária.
IDENTIFICADOR DE USO – IDUSO
Seu objetivo é completar a informação relativa à aplicação dos
recursos.
Além disso, visa indicar se os recursos compõem contrapartida
nacional de empréstimos ou de doações ou destinam-se a outras aplicações,
constando da lei orçamentária e de seus créditos adicionais.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
222
IDENTIFICADOR DE DOAÇÃO E DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO -
IDOC
Identifica as doações de entidades internacionais ou operações de
crédito contratuais alocadas nas ações orçamentárias, com ou sem
contrapartida de recursos da União.
O número do IDOC também é utilizado nas ações de pagamento de
amortização, juros e encargos, a fim de identificar a operação de crédito a que
se referem os pagamentos.
Quando os recursos não se destinarem a contrapartida nem se
referirem a doações internacionais ou operações de crédito, o IDOC será 9999.
CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA POR IDENTIFICADOR DE
RESULTADO PRIMÁRIO
Tem caráter indicativo e seu objetivo é auxiliar a apuração do
resultado primário previsto na LDO.
Este identificador deve constar no PLOA e na respectiva LOA em
todos os grupos de natureza da despesa – GNDs.
De acordo com o § 5º do art. 7º do LDO 2010, nenhuma ação terá,
ao mesmo tempo, dotações destinadas a despesas financeiras e primárias,
exceto as relativas à reserva de contingência.
OBSERVAÇÃO
Na base do Sistema Orçamentário de programação, a Ação e o Subtítulo
(Localizador de Gasto) são identificados por um código alfanumérico de
8 dígitos.
O 1º desses dígitos identificará o tipo de ação, conforme o seguinte:
1, 3,5 ou 7 = Projeto “(ímPares)”
2, 4, 6 ou 8 = Atividade “(pAres)”
0 = Operação Especial “(zero lembra O)”
9 = Ação não Orçamentária (ação sem dotação nos
orçamentos na União, mas que participa dos programas
do PPA)
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
223
CAIU NA PROVA!
101 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007)
Considere o seguinte código de um programa de trabalho:
36 Ministério da Saúde
211 Fundação Nacional da Saúde
10 Saúde
302 Assistência Hospitalar e Ambulatorial
0004 Qualidade e Eficiência do SUS
3863 Implantação/Ampliação de Unidade de Saúde do SUS
O número que designa o projeto é:
a) 3863
b) 302
c) 211
d) 10
e) 0004
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Pessoal, nesse tipo de questão não precisamos saber os números, mas
sim a sequência do código, como veremos nas explicações a seguir.
De acordo com os tópicos 2.2.1.3 e 2.2.2.3.5 do MTO-2010, temos a
seguinte correspondência entre os código apresentados.
ÓRGÃO: 36 Ministério da Saúde
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA: 211 Fundação Nacional da Saúde
FUNÇÃO: 10 Saúde
SUBFUNÇÃO: 302 Assistência Hospitalar e Ambulatorial
PROGRAMA: 0004 Qualidade e Eficiência do SUS
AÇÃO: 3863 Implantação/Ampliação de Unidade de Saúde do SUS
Por fim, devemos lembrar que, se a AÇÃO tem seu 1º dígito como um nº
ímpar (3), estaremos diante de um PROJETO.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
224
102 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007)
Considere o seguinte código de um programa de trabalho:
39 Ministério dos Transportes
201 Departamento Nacional de Estradas de Rodagem
26 Transporte
782 Transporte Rodoviário
0663 Segurança nas Rodovias Federais
2324 Manutenção da Sinalização Rodoviária
O número que designa a subfunção é :
a) 39
b) 26
c) 782
d) 0663
e) 2324
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
De acordo com os tópicos 2.2.1.3 e 2.2.2.3.5 do MTO-2010, temos a
seguinte correspondência entre os códigos apresentados.
ÓRGÃO: 39 Ministério dos Transportes
UNIDADE ORÇAMENTÁRIA: 201 Departamento Nacional de Estradas de
Rodagem
FUNÇÃO: 26 Transporte
SUBFUNÇÃO: 782 Transporte Rodoviário
PROGRAMA: 0663 Segurança nas Rodovias Federais
AÇÃO: 2324 Manutenção da Sinalização Rodoviária
Nesta questão a AÇÃO tem seu 1º dígito como um nº par (2), logo
estamos diante de uma ATIVIDADE.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
225
103 - (ESAF/ANALISTA DE PLANEJAMENTO – SEFAZ-SP/2009) São
componentes da programação financeira dos gastos públicos:
a) funcional programática, classificação econômica e modalidade de aplicação.
b) projeto e/ou atividade, programa e classificação econômica.
c) órgão central de programação financeira, órgão setorial financeiro e unidade
executora.
d) natureza da despesa, categoria de programação financeira e modalidade de
aplicação.
e) natureza da despesa, modalidade de aplicação, grupo de natureza da
despesa e categoria econômica.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
O item (e) está de acordo com o tópico 2.2.3 do Manual Técnico do
Orçamento - MTO 2010.
1.3 – DESPESA PÚBLICA: RELACIONAMENTO DO REGIME
ORÇAMENTÁRIO COM O REGIME DE COMPETÊNCIA
Precisamos entrar um pouco na área da Contabilidade Pública de
forma a aprofundarmos esse tema.
É comum encontrarmos na doutrina contábil a interpretação do
artigo 35 da Lei nº 4.320/1964, de que na área pública o regime contábil é um
regime misto, ou seja, regime de competência para a despesa e de Caixa para
a receita.
No entanto, a Contabilidade Aplicada ao Setor Público, assim como
qualquer outro ramo da ciência contábil, obedece aos princípios fundamentais
de contabilidade.
Assim, aplica-se o princípio da competência em sua
integralidade, ou seja, tanto na receita quanto na despesa.
Na verdade, o artigo 35 da Lei nº 4.320/1964 refere-se ao regime
orçamentário e não à contabilidade aplicável ao setor governamental. É a
partir do artigo 83 é que a referida Lei trata da Contabilidade.
Desta forma, a Lei nº 4.320/1964, em seus artigos 85, 89, 100 e
104, determina que as variações patrimoniais deverão ser evidenciadas, sejam
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
226
elas independentes ou resultantes da execução orçamentária.
Observa-se que, além do registro dos fatos ligados à execução
orçamentária, exige-se a evidenciação dos fatos ligados à execução financeira
e patrimonial.
Além disso, os fatos modificativos terão que ser levados à conta de
resultado e que as informações contábeis permitam o conhecimento da
composição patrimonial e dos resultados econômicos e financeiros de
determinado exercício.
Logo, com o objetivo de evidenciar o impacto no Patrimônio, deve
haver o registro da despesa em função do fato gerador, observando os
Princípios da Competência e da Oportunidade.
No entanto, em alguns casos, como no registro de despesas
antecipadas, deve ocorrer o registro do empenho, da liquidação e do
pagamento em contas específicas antes da ocorrência do fato gerador.
Além disso, deve-se observar a proibição de se efetuar a realização
de despesa sem prévio empenho.
Porém, é possível compatibilizar e evidenciar, de maneira
harmônica, as alterações patrimoniais e as alterações orçamentárias ocorridas
na entidade, cumprindo assim, os Princípios Fundamentais de Contabilidade e
o disposto na Lei nº 4.320/64.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
227
CAPÍTULO 7
1 – Receita pública: fontes; dívida ativa.
1.1 – A CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR NATUREZA
Pessoal, esse tópico possui alguns temas atrelados que iremos
tratar a partir de agora. Estamos dando de lambuja uma série de informações
complementares para todos fazermos um bom estudo desse nosso curso.
Então..... Essa classificação visa alcançar a melhor forma de
identificar a origem do recurso, de acordo com seu fato gerador.
Em razão da constante necessidade de atualização e de melhor
identificação das entradas/ingressos aos cofres públicos, a classificação se
desdobrou em seis níveis.
Esses níveis, segundo o esquema apresentado a seguir, compõem
o código identificador de 8 DÍGITOS da natureza de receita.
X Y Z W TT KK
CATEGORIA
ECONÔMICA ORIGEM ESPÉCIE RUBRICA ALÍNEA SUBALÍNEA
MNEMÔNICO
COERAS
Não podemos nos esquecer de que o “AS” tem 2 dígitos cada.
Passamos agora aos comentários relativos a cada nível desses 8
DÍGITOS identificadores da natureza da receita.
1.1.1 - CATEGORIA ECONÔMICA DA RECEITA
Já vimos que a receita pública se classifica em duas categorias
econômicas: RECEITAS CORRENTES e RECEITAS DE CAPITAL.
Além dessas, para efeitos de codificação, temos as RECEITAS
CORRENTES INTRA-ORÇAMENTÁRIAS e as RECEITAS DE CAPITAL INTRA-
ORÇAMENTÁRIAS.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
228
Os códigos são os seguintes:
1 - Receitas Correntes
2 - Receitas de Capital
7 - Receitas Correntes Intra-Orçamentárias
8 - Receitas de Capital Intra-Orçamentárias
Aproveitamos a oportunidade para fazermos um parênteses, a fim
de, adicionalmente, destacar a diferença entre Receita de Capital e Receita
Financeira.
A concepção de Receita Financeira apareceu quando o Brasil
passou a adotar a metodologia de apuração do RESULTADO PRIMÁRIO, em
razão de acordos com o Fundo Monetário Internacional - FMI.
Assim, denominam-se Receitas Financeiras aquelas que não são
consideradas na apuração do resultado primário. São exemplos:
as derivadas de aplicações no mercado financeiro
as relativas à rolagem e emissão de títulos públicos
as provenientes de privatizações, entre outras
Como novidade, a Portaria Interministerial nº 338/2006, que
alterou o Anexo I da Portaria 163/2001, criou, a partir do exercício de 2007,
uma nova classificação: as Receitas Correntes Intra-Orçamentárias e as
Receitas de Capital Intra-Orçamentárias.
Essas novas classificações NÃO CONSTITUEM NOVAS
CATEGORIAS ECONÔMICAS DE RECEITA.
Erick, então o que elas são ?
São apenas especificações das categorias corrente e de capital, de
forma que possibilite a identificação das respectivas operações intra-
orçamentárias e, dessa forma, evitar a dupla contagem de tais receitas.
CAIU NA PROVA!
104 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) É um
exemplo de receita extra-orçamentária:
a) receitas industriais.
b) cauções em dinheiro.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
229
c) receitas patrimoniais.
d) receitas de capital.
e) amortizações de empréstimos concedidos.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Temos que relembrar que RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS são
“ENTRADAS COMPENSATÓRIAS NO ATIVO E NO PASSIVO FINANCEIRO”. Logo,
as CAUÇÕES EM DINHEIRO são consideradas RECEITAS
EXTRAORÇAMENTÁRIAS.
Os demais itens se referem aos Mnemônicos: ”TCPAISTransOu” e
”AOAmorTransOu”.
Os itens (a) e (c) são RECEITAS CORRENTES e os itens (d) e (e) são
RECEITAS DE CAPITAL.
105 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Os estágios da
receita pública são, em ordem cronológica,
a) lançamento, previsão, recolhimento e arrecadação.
b) lançamento, previsão, arrecadação e recolhimento.
c) previsão, lançamento, recolhimento e arrecadação.
d) previsão, lançamento, arrecadação e recolhimento.
e) arrecadação, lançamento, previsão e recolhimento.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Essa questão é para relembrarmos a AULA DEMONSTRATIVA e do
mnemônico relacionado às fases ou estágios da receita que são, NA
SEQUÊNCIA: “PLAR” = PREVISÃO – LANÇAMENTO – ARRECADAÇÃO –
RECOLHIMENTO.
No caso dos estágios da despesa, temos o “FELP” = FIXAÇÃO –
EMPENHO – LIQUIDAÇÃO - PAGAMENTO.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
230
106 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Trata-se de
uma receita derivada:
a) receitas de aluguéis de imóveis de propriedade do ente público.
b) dividendos recebidos de empresas estatais.
c) receitas de atividades industriais promovidas pelo ente público.
d) receitas de contribuições sociais.
e) doações recebidas pelo ente público.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Os itens (a), (b), (c) e (e) são RECEITAS ORIGINÁRIAS.
Para revisarmos:
a) Receitas Derivadas ou Receitas de Economia Pública ou
Receitas de Direito Público: são as que derivam do poder impositivo da
soberania do Estado sobre o patrimônio alheio, ou seja, é unilateral e obriga o
particular a “contribuir” e pagar determinado valor.
Nesta classificação, Estado e particular se encontram em patamares
distintos, onde a coercitividade do Estado prevalece.
Para reforçar essa classificação, o Art. 9º da Lei nº 4.320/64, reafirma
essa classificação ao dizer que: “Tributo é a receita derivada instituída
pelas entidades de direito publico, compreendendo os impostos, as
taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes
em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de
atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades.”
Ex.: Receitas provenientes de impostos, de empréstimos
compulsórios e de contribuições sociais.
b) Receitas Originárias ou Receitas de Economia Privada ou
Receitas de Direito Privado: são as que se originam de atos negociais, onde
o Estado não exerce o seu Poder de Império, pois Estado e particular se
encontram em um mesmo patamar.
Em síntese, também são as Receitas Públicas originadas do uso de bens
e de empresas de propriedade do Estado, em sua atuação como produtor de
bens e serviços.
Ex.: Receitas provenientes da alienação de bens e de aluguéis
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
231
recebidos pelo Estado.
107 - (ESAF/ANALISTA – ÁREA ADMINSTRATIVA – MPU/2004) Com
base na classificação da receita pública por fonte, indique a única opção que
não é incluída nas receitas correntes.
a) Operações de Crédito.
b) Receita Agropecuária.
c) Receita Tributária.
d) Receita Patrimonial.
e) Receita de Contribuições.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Mnemônicos: ”TCPAISTransOu” e ”AOAmorTransOu”
Assim, temos que os demais itens se referem a receitas correntes.
1.1.2 - ORIGEM
Está relacionada ao detalhamento da classificação econômica
das receitas.
Assim, de acordo com a Lei nº 4.320/64, essa classificação tem por
finalidade a identificação da origem das receitas no momento em que elas
ingressam no patrimônio público.
Em relação às receitas correntes, essa classificação serve para
identificar se as receitas são:
compulsórias (como no caso dos tributos e das contribuições)
provenientes das atividades em que o Estado atua diretamente na
produção (agropecuárias, industriais ou de prestação de serviços)
decorrentes da exploração do seu próprio patrimônio (receitas
patrimoniais)
decorrentes de transferências destinadas ao atendimento de
despesas correntes ou de outros ingressos
Quanto às receitas de capital, a origem identifica as receitas
decorrentes:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
232
de operações de crédito
da alienação de bens
da amortização dos empréstimos
das transferências destinadas ao atendimento de despesas de
capital
Adotam-se os seguintes códigos da origem para as receitas
correntes e de capital:
1.1.3 - ESPÉCIE
Refere-se ao nível de classificação que está atrelado à Origem
e que é composto por títulos. Estes permitem qualificar com maior detalhe o
fato gerador de tais receitas.
Exemplo: Origem: 1-Receita Tributária (receita proveniente de
tributos).
Assim, podemos identificar as suas espécies da seguinte forma:
impostos
taxas
contribuições de melhoria
Desta forma, cada uma dessas receitas tributárias possui uma
espécie de tributo diferente das demais.
RECEITAS CORRENTES RECEITAS DE CAPITAL
1. Receita Tributária
2. Receita de Contribuições
3. Receita Patrimonial
4. Receita Agropecuária
5. Receita Industrial
6. Receita de Serviços
7. Transferências Correntes
9. Outras Receitas Correntes
1. Operações de Crédito
2. Alienação de Bens
3. Amortização de Empréstimos
4. Transferências de Capital
5. Outras Receitas de Capital
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
233
1.1.4 - RUBRICA
Refere-se ao nível da classificação da receita que detalha a
espécie com maior precisão. Ela especifica a origem dos recursos
financeiros.
Além disso, agrega determinadas receitas com características
próprias e semelhantes entre si.
1.1.5 - ALÍNEA
É o nível que apresenta o nome da receita propriamente dita.
Esse nome corresponde ao registro decorrente da entrada de recursos
financeiros.
1.1.6 - SUBALÍNEA
Corresponde ao nível mais analítico da receita, o qual recebe o
registro de valor, pela entrada do recurso financeiro, quando houver
necessidade de maior detalhamento da alínea.
Exemplo de Natureza da Receita: CÓDIGO 1.1.1.2.04.10
EXEMPLO
CÓDIGO DE NATUREZA DA RECEITA
1.1.1.2.04.10
1 = RECEITA CORRENTE
1 = RECEITA TRIBUTÁRIA
1 = IMPOSTOS
2 = IMPOSTO SOBRE O PATRIMÔNIO E A RENDA
04 = IMPOSTO SOBRE A RENDA E PROVENTOS
DE QUALQUER NATUREZA
10 = PESSOA FÍSICA
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
234
1.2 – A CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR FONTES DE RECURSOS
Como vimos no tópico anterior, a classificação por natureza da
receita visa a melhor identificação da origem do recurso, segundo seu fato
gerador.
Porém, há a necessidade de classificar a receita de acordo com a
destinação legal dos recursos arrecadados. Em razão disso, o Governo Federal
instituiu um mecanismo chamado “fontes de recursos”.
Essas fontes de recursos são formadas por determinados
agrupamentos de naturezas de receitas. As fontes atendem a uma
determinada regra de destinação legal. Elas servem para indicar como são
financiadas as despesas orçamentárias.
Entende-se por fonte de recursos a origem ou a procedência
dos recursos que devem ser gastos com uma determinada finalidade. Desta
forma, é necessária a individualização desses recursos, a fim de se evidenciar
sua aplicação segundo a determinação legal.
A classificação de fontes de recursos consiste de um código de três
dígitos. O 1º dígito define o GRUPO DE FONTES DE RECURSOS. Os 2º e 3º
dígitos correspondem às ESPECIFICAÇÕES DAS FONTES DE RECURSOS.
Exemplo: Fonte 100
RECURSOS DO TESOURO - EXERCÍCIO CORRENTE (1)
RECURSOS ORDINÁRIOS (00)
s de Recursos
1.3 – A CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR GRUPOS
É a classificação que busca identificar quais são os agentes
arrecadadores, fiscalizadores e administradores da receita e qual o nível de
vinculação das mesmas.
No Orçamento da União utilizam-se os seguintes grupos:
Receitas Próprias
Receitas Administradas
Receitas de Operações de Crédito
Receitas Vinculadas
Demais Receitas
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
235
1.3.1 - RECEITAS PRÓPRIAS
São do grupo de receitas cuja arrecadação tem origem no esforço
próprio dos órgãos e demais entidades governamentais.
Referem-se às atividades:
de fornecimento de bens
de serviços facultativos
relativas à exploração econômica do patrimônio remunerada por preço
público ou tarifas
relativas ao produto da aplicação financeira dos recursos anteriormente
citados
Via de regra, são receitas que têm como fundamento legal os
contratos firmados entre as partes, amparados pelo Código Civil e legislação
correlata.
Elas não possuem destinação específica e são vinculadas à unidade
orçamentária arrecadadora. Além disso, são arrecadadas mediante Guia de
Recolhimento da União – GRU e centralizadas em uma conta de referência do
Tesouro Nacional mantida junto ao Banco do Brasil.
Destaca-se que o banco tem dois dias para repassar os recursos
para a conta única do Tesouro.
1.3.2 - RECEITAS ADMINISTRADAS
São as auferidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil -
SRFB com amparo legal no Código Tributário Nacional e leis conexas.
A SRFB é o órgão competente para fiscalizar e administrar esses
recursos. Essas receitas são arrecadadas por meio de Documento de
Arrecadação de Receitas Federais - DARF ou Guia da Previdência Social – GPS,
junto aos bancos arrecadadores credenciados pela SRFB.
1.3.3 - RECEITAS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO
Decorrem da colocação de títulos públicos ou da contratação de
empréstimos e financiamentos obtidos junto a entidades estatais ou privadas.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
236
1.3.4 - RECEITAS VINCULADAS
Relacionam-se aos recursos provenientes de concessões,
autorizações e permissões para uso de bens da União ou para exercício de
atividades de competência da União.
Compõem esse grupo as receitas vinculadas por determinação legal
e que a fiscalização, a administração e o manuseio ficam a cargo das entidades
com autorização legal para arrecadar.
São receitas que apresentam destinação previamente estabelecida,
em função da legislação, e que são vinculadas a uma finalidade específica.
1.3.5 - DEMAIS RECEITAS
Grupo destinado ao atendimento das receitas previstas em Lei ou
contrato, e que não se enquadram em nenhum dos grupos anteriores.
1.4 – DÍVIDA ATIVA
Erick, DÍVIDA é receita?
A DÍVIDA ATIVA É UMA RECEITA, por isso se chama ATIVA, já
que se refere a um direito potencial que o governo tem à sua disposição.
Ela abarca os créditos a favor da Fazenda Pública, desde que a
certeza e liquidez tenham sido apuradas, em razão de não terem sido
efetivamente recebidos nas datas previstas.
Como dissemos, é uma fonte potencial de fluxos de caixa, com
impacto positivo pela recuperação de valores. Significam créditos a receber,
e que são contabilmente reconhecidos no Ativo.
Atenção para não confundirmos com a Dívida Passiva.
Esta corresponde às obrigações do Ente Público para com terceiros.
Neste caso, são contabilmente registradas no Passivo e denominam-se Dívida
Pública.
Faz-se necessário registrar, dentro do Ativo dos Entes federados,
os créditos a favor da Fazenda Pública com prazos estabelecidos para
recebimento.
Destacamos que a Dívida Ativa corresponde a um conjunto de
créditos ou direitos de naturezas distintas em favor da Fazenda Pública. Esses
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
237
direitos e créditos possuem prazos estabelecidos na legislação pertinente, que
vencidos e não pagos pelos devedores, serão “cobrados” por meio de órgão ou
unidade específica instituída em lei.
Desta forma, a inscrição de créditos em Dívida Ativa representa um
fato permutativo que resulta da transferência de um valor não recebido no
prazo estabelecido.
Além disso, contabilizam-se juros e atualização monetária ou
quaisquer outros encargos aplicados sobre o valor inscrito em Dívida Ativa.
A inscrição em Dívida Ativa, em termos jurídicos, é um ato formal
de caráter declaratório da existência do crédito liquido e certo em favor da
Fazenda Pública.
Observem que a INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA é uma receita
governamental, após a apuração da liquidez e certeza. Ela representa um
aumento da situação líquida patrimonial. Isso não quer dizer que sua
inscrição não poderá ser cancelada posteriormente.
CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO DA DÍVIDA ATIVA
O eventual cancelamento, por qualquer motivo, do
crédito inscrito em Dívida Ativa representa a sua
extinção e provoca diminuição na situação líquida
patrimonial, pois decorre da baixa do direito.
Também se consideram cancelamentos da inscrição da dívida
ativa, ou seja, que representem diminuição dos valores originalmente inscritos
em Dívida Ativa, os registros de:
abatimentos
anistia
outros valores
IMPORTANTE
A Dívida Ativa integra o grupamento de Contas a Receber e
constitui uma parcela do Ativo de grande destaque na
estrutura patrimonial de qualquer órgão ou entidade pública
Vamos montar um quadro sinótico sobre o tema DÍVIDA ATIVA.
diminuição não decorra do
efetivo recebimento da
dívida ativa
Desde que a
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
238
DÍVIDA ATIVA
é uma receita, quando ocorrer sua inscrição
classifica-se economicamente como OUTRAS
RECEITAS CORRENTES
tem NATUREZA TRIBUTÁRIA ou NÃO-
TRIBUTÁRIA, a depender de onde se originou
abrange os valores correspondentes à
respectiva atualização monetária, à multa e
juros de mora e encargos
no âmbito da União, é apurada e inscrita na
Procuradoria da Fazenda Nacional - PGFN
A Dívida Ativa é uma espécie de crédito público, cuja matéria é
tratada exaustivamente no art. 39 da Lei 4320/64.
É nessa base legal que devemos destacar um ponto
importantíssimo. A DÍVIDA ATIVA TEM ou NATUREZA TRIBUTÁRIA ou
NATUREZA NÃO-TRIBUTÁRIA.
Erick, mas por que isso ?
O motivo é simples. Vamos analisar com exemplos.
Os créditos que um Ente possui em relação à DÍVIDA ATIVA podem
decorrer de:
um imposto atrasado (NATUREZA TRIBUTÁRIA)
um serviço prestado pelo Ente, mas que não foi pago
(NATUREZA NÃO-TRIBUTÁRIA)
valores referentes a:
juros
multa
atualização monetária
encargos
Vamos distinguir a DÍVIDA ATIVA TRIBUTÁRIA da NÃO-
TRIBUTÁRIA?
DE UMA DÍVIDA
ATIVA TRIBUTÁRIA OU
NÃO-TRIBUTÁRIA
DECORRENTES
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
239
CARACTERÍSTICAS
DÍVIDA ATIVA
TRIBUTÁRIA
decorre de obrigação legal relativa a tributos, bem
como a adicionais e multas atrelados a estes
DÍVIDA ATIVA
NÃO-TRIBUTÁRIA
corresponde aos demais créditos da Fazenda Pública
decorre de obrigação prevista em lei, regulamento
ou contrato.
corresponde as decorrentes de:
empréstimos compulsórios
contribuições estabelecidas em lei
multa de qualquer origem ou natureza =>
EXCETO as tributárias
foros
laudêmios
aluguéis ou taxas de ocupação
custas processuais
preços de serviços prestados por
estabelecimentos públicos
indenizações
reposições
restituições
alcances dos responsáveis julgados em definitivo
créditos decorrentes de:
obrigações em moeda estrangeira
sub-rogação de:
hipoteca
fiança
aval
outra garantia, de contratos em geral
ou de outras obrigações legais
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
240
Legenda de alguns dos termos relacionados ao Direito Civil que
colocamos no quadro anterior:
FOROS: privilégios, direitos
LAUDÊMIOS: pagamento devido e que se refere à alienação de
propriedade imobiliária usufruída em regime de enfiteuse.
ENFITEUSE: Corresponde a um aforamento. Também se refere a um
direito real alienável e transmissível aos herdeiros. Além disso, confere a
alguém o pleno gozo do imóvel mediante a obrigação de não deteriorá-lo
e de pagar um foro anual, em numerário ou em frutos.
Erick, você também falou sobre créditos decorrentes de
obrigações em moeda estrangeira. Como é que funciona isso?
Se o crédito da Fazenda Nacional estiver em moeda
estrangeira, esta observará as seguintes regras:
a autoridade administrativa competente
na data da notificação ou intimação do devedor
converte ao correspondente valor na moeda nacional
à taxa cambial oficial PARA COMPRA
Caso não se faça por autoridade administrativa, a conversão será
feita na data da inscrição da Dívida Ativa.
IMPORTANTE: A data de CONVERSÃO é a referência para a
atualização monetária e os juros de mora.
1.4.1 - PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ E INSCRIÇÃO EM DÍVIDA
ATIVA
Cabe um registro interessante sobre o ato da inscrição. É ele que
confere legalidade ao crédito como dívida passível de ser cobrada.
Ainda, a Dívida Ativa inscrita goza da presunção de certeza e
liquidez. A inscrição tem equivalência de prova pré-constituída contra o
devedor.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
241
No entanto, a iniciativa do processo judicial de execução é
facultada ao Ente Público, representado pelos respectivos órgãos competentes.
1.4.2 - FORMAS DE RECEBIMENTO DA DÍVIDA ATIVA
O pagamento dos valores inscritos pode ser efetuado em dinheiro
ou em bens. Aplicando-se de forma geral os dispositivos constantes no Código
de Processo Civil e no Código Civil.
1.4.3 - DESPESAS RELACIONADAS À DÍVIDA ATIVA
Cobrar valores relacionados à DÍVIDA ATIVA gera um custo de
cobrança, o que acarrete em uma despesa.
No entanto, as despesas decorrentes de cobrança pela Fazenda
Pública deverão ser reconhecidas e pagas pelo processo normal, SEM
TRÂNSITO PELAS CONTAS RELATIVAS À DÍVIDA ATIVA.
Além disso, despesas acessórias ou de pequena monta,
relacionadas aos processos de cobrança, também deverão ser apropriadas
como encargos, SEM REFLEXO NA DÍVIDA ATIVA.
CAIU NA PROVA!
108 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) É
exemplo de receita de capital:
a) Receita de alienação de bens.
b) Receita patrimonial.
c) Inscrição de dívida ativa do ente público.
d) Receita industrial.
e) Aluguéis de imóveis públicos.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Mnemônico: ”AOAmorTransOu”
Importante destacar que a inscrição da dívida ativa do ente público (item
c) é considerada “OUTRAS RECEITAS CORRENTES”.
Os itens (b), (d) e (e) se referem a receitas correntes.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
242
109 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) É exemplo de
receita de capital:
a) receita decorrente de prestação de serviços.
b) receita industrial.
c) receita da venda de títulos da dívida pública.
d) receita decorrente da exploração de atividade agropecuária.
e) receita de aluguéis, foros e laudêmios.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
Mnemônicos: ”TCPAISTransOu” e ”AOAmorTransOu”
Quando o governo vende títulos da dívida pública, ele está obtendo uma
RECEITA DECORRENTE DA “EXPLORAÇÃO” DE SEU CAPITAL.
Assim, temos que os demais itens se referem a receitas correntes.
Destaque para o item (e) que se refere a uma receita corrente PATRIMONIAL.
110 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) É
exemplo de receita corrente:
a) superávit do orçamento corrente.
b) receita de amortização de empréstimos concedidos pelo ente público.
c) receita de operações de crédito por antecipação de receita.
d) receita da alienação de bens.
e) juros e encargos sobre a dívida ativa.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Não podemos esquecer que a dívida ativa também gera juros, se ela não
for paga após sua inscrição. Como é classificada como OUTRAS RECEITAS
CORRENTES, seus juros também o são.
Item (a) – é fonte de CRÉDITOS ADICIONAIS, apesar de sua natureza
corrente.
Item (b) – é RECEITA DE CAPITAL
Item (c) – é RECEITA DE CAPITAL
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
243
Item (d) – é RECEITA DE CAPITAL
111 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) É um exemplo
de receita extra-orçamentária:
a) aluguéis recebidos pelo ente público.
b) foros e laudêmios.
c) recebimento de depósitos judiciais.
d) receita de alienação de imóveis.
e) juros e multas sobre a dívida ativa.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
De novo, RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS são “ENTRADAS
COMPENSATÓRIAS NO ATIVO E NO PASSIVO FINANCEIRO”.
Os RECEBIMENTOS DECORRENTES DE DEPÓSITOS JUDICIAIS são uma
das formas de se fazer uma CAUÇÃO EM DINHEIRO junto aos cofres públicos.
Desta forma, são consideradas RECEITAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS.
Os demais itens se referem aos Mnemônicos: ”TCPAISTransOu” e
”AOAmorTransOu”.
O item (a), (b) e (e) são RECEITAS CORRENTES e o item (d) é uma
RECEITA DE CAPITAL.
112 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Classificam-se
como receitas de capital as receitas:
a) industriais.
b) de operações de crédito.
c) provenientes da cobrança da dívida ativa.
d) patrimoniais.
e) decorrentes de indenizações recebidas pelo ente público.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Matamos os itens (a) e (d) por meio de nosso Mnemônico:
”TCPAISTransOu”.
O item (c) se refere a “OUTRAS RECEITAS CORRENTES”, como vimos em
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
244
questões anteriores.
No item (e), entendemos como uma receita corrente, pois as
indenizações, de acordo com o § 1º do art. 11, da Lei nº 4.320/64, são
provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito
público ou privado.
113 - (FCC/ANALISTA – CONTROLE INTERNO – MPU/2007) Integram a
Dívida Ativa Tributária os créditos da Fazenda Pública provenientes de:
a) foros, laudêmios ou taxas de ocupação.
b) preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos.
c) créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de sub-rogação
de hipoteca, fiança, aval ou outra garantia.
d) empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei e aluguéis de
bens imóveis.
e) multas por descumprimento de obrigação legal relativa a tributos.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Como vimos em quadro anterior, os itens (a), (b), (c) e (d) se referem à
DÍVIDA ATIVA DE NATUREZA NÃO-TRIBUTÁRIA
==============================================
Pessoal, antes de passarmos para o próximo tópico, lembramos
que nos editais anteriores o tópico da DÍVIDA ATIVA está na parte da
RECEITA. Logo, para não termos mais dúvida alguma: DÍVIDA ATIVA
CORRESPONDE A UMA RECEITA!
Vamos pegar um gancho desse raciocínio para passarmos ao tópico
seguinte. Assim registramos que SUPRIMENTOS DE FUNDOS, RESTOS A
PAGAR e DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (DEA) SÃO
DECORRENTES DE DESPESAS !
Sigamos em frente.....
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
245
2 - Despesa pública: Suprimento de fundos, Restos a Pagar, Despesas
de exercícios anteriores.
2.1 – SUPRIMENTOS DE FUNDOS
Caracterizam-se como SUPRIMENTOS DE FUNDOS os
adiantamentos de valores a um servidor para futura prestação de contas.
Esse REGIME DE ADIANTAMENTO importa em uma despesa
orçamentária. Desta forma, para conceder o recurso ao agente suprido, faz-se
necessário percorrer os três estágios da despesa orçamentária: empenho,
liquidação e pagamento.
Erick, quais são os agentes envolvidos nos SUPRIMENTOS
DE FUNDOS?
São os seguintes:
ORDENADOR DE DESPESA
AGENTE SUPRIDO
Em termos patrimoniais, no momento da concessão não há
redução no patrimônio líquido. Assim, o SUPRIMENTO DE FUNDOS não
representa uma despesa pelo enfoque patrimonial, justamente por não haver
essa alteração.
Em relação ao objeto do gasto a ser efetuado pelo agente suprido,
na liquidação da despesa orçamentária, há 2 ocorrências simultâneas:
o registro de um passivo
a incorporação de um ativo, que representa:
o direito de receber um bem ou serviço
a devolução do numerário adiantado
Os SUPRIMENTOS DE FUNDOS se aplicam de forma OBRIGATÓRIA
à União, Estados, DF e Municípios, pois sua previsão legal está nos arts. 68 e
69 da Lei nº 4.320/64.
Não podemos esquecer que a Lei nº 4.320/64 estabelece NORMAS
GERAIS DE DIREITO FINANCEIRO para elaboração e controle dos orçamentos e
balanços DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO
FEDERAL.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
246
Desta forma, cada Ente federado deve regulamentar o seu regime
de adiantamento, em observância às peculiaridades de seu sistema de controle
interno, a fim de se garantir a correta aplicação do dinheiro público.
Vamos ilustrar.
MANTRA !
SUPRIMENTOS DE FUNDOS
SUPRIMENTOS DE FUNDOS (REGIME DE ADIANTAMENTO)
corresponde à entrega de numerário a servidor
SEMPRE precedida de empenho na dotação própria
finalidade
realizar despesas que não possam subordinar-se ao processo normal de aplicação
NÃO SE PODE EFETUAR ADIANTAMENTO a:
responsável por dois adiantamentos
servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do material
a adquirir, salvo quando não houver na repartição outro servidor
responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo,
não tenha prestado contas de sua aplicação
servidor declarado em alcance
REGRAS BÁSICAS:
Utiliza-se o suprimento de fundos nos seguintes casos:
para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços
especiais, que exijam pronto pagamento
quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se
classificar em regulamento
para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas
cujo valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em ato
normativo próprio (R$ 4.000,00 para a União)
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
247
Erick, o que é um servidor em alcance?
É aquele que:
no prazo estabelecido, não efetuou a comprovação dos recursos
recebidos
embora tenha apresentado a prestação de contas dos recursos, a
mesma tenha sido impugnada total ou parcialmente
CAIU NA PROVA!
114 - (FCC/ANALISTA – ORÇAMENTO – MPU/2007) Consiste na entrega
de numerário a servidor para realização de despesa que, por sua natureza ou
urgência, não possa subordinar-se ao processo normal da execução
orçamentária e financeira. Trata-se de:
a) empenho por estimativa.
b) suprimento de fundos.
c) restos a pagar.
d) diárias.
e) empenho global.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Em relação à definição de SUPRIMENTOS DE FUNDOS ou REGIME DE
ADIANTAMENTO, a referência do item (b) está no art. 68, da Lei nº 4.320/64.
Empenho GLOBAL e POR ESTIMATIVA são uma das formas de emissão
de empenho.
Os restos a pagar, que veremos a seguir, correspondem às despesas
orçamentárias empenhadas e não pagas, ao final de um exercício financeiro.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
248
115 - (FCC/TÉCNICO – CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O suprimento
de fundos é:
a) o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação
de pagamento.
b) a verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito.
c) o produto de receitas especificadas que, por lei, se vinculam à realização de
determinados objetivos ou serviços.
d) o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a
despesa seja paga.
e) a modalidade de pagamento de despesa por meio de adiantamento a
servidor, que prestará contas posteriormente.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Seguem as demais correspondências com os conceitos e os artigos da Lei
nº 4.320/64.
Item (a) – conceito de EMPENHO – art. 58
Item (b) – conceito de LIQUIDAÇÃO – art. 63
Item (c) – conceito de FUNDOS ESPECIAIS – art. 71
Item (d) – conceito de ORDEM DE PAGAMENTO – art. 64
2.2 – RESTOS A PAGAR OU RESÍDUOS PASSIVOS
Ao final de um exercício financeiro, as despesas orçamentárias
empenhadas e não pagas serão inscritas em Restos a Pagar e constituirão a
Dívida Flutuante.
Erick, o que é a Dívida Flutuante?
Ela faz parte da DÍVIDA PÚBLICA, que abarca também a dívida
fundada (ou consolidada). Na aula sobre LRF iremos rever esse assunto.
Consiste em dívida flutuante os compromissos exigíveis, cujo
pagamento NÃO DEPENDE de autorização orçamentária.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
249
Desta forma, compõem a DÍVIDA FLUTUANTE:
os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida
os serviços da dívida
os depósitos, inclusive consignações em folha
as operações de crédito por antecipação de receita
o papel-moeda ou moeda fiduciária
Entende-se por SERVIÇOS DA DÍVIDA os pagamentos de juros e
das parcelas vencidas de um empréstimo, financiamento, etc.
Em síntese, os SERVIÇOS DA DÍVIDA se compõem de:
AMORTIZAÇÃO
JUROS
ENCARGOS
Vamos voltar aos Restos a Pagar – RP.
Distinguem-se dois tipos de Restos a Pagar - RP: os
PROCESSADOS (OU LIQUIDADOS) – RPP e os NÃO-PROCESSADOS – RPÑP
(OU NÃO-LIQUIDADOS).
EMPENHO LIQUIDAÇÃO PAGAMENTO
Temos também a definição de restos a pagar correspondem à
parcela da despesa orçamentária que se encontrar em qualquer fase de
execução posterior à emissão do Empenho e anterior ao Pagamento, quando
do encerramento do exercício.
(PAGAMENTO AINDA NÃO REALIZADO)
RPÑP RPP 31/DEZ 01/JAN
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
250
MANTRA!
RPP e RPÑP
RPP e RPÑP - CARACTERÍSTICAS
RESTOS A PAGAR
PROCESSADOS
(RPP)
são os RP em que a despesa orçamentária
percorreu os estágios de empenho e liquidação,
restando pendente, apenas, o estágio do
pagamento.
não podem ser cancelados, pois o fornecedor de
bens/serviços cumpriu com a obrigação de fazer
=> a administração não poderá deixar de
cumprir com a obrigação de pagar sob pena de
estar deixando de cumprir o Princípio da
Moralidade
seu cancelamento caracteriza enriquecimento
ilícito, de acordo com o Parecer nº 401/2000 da
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional - PGFN.
RESTOS A PAGAR
NÃO-PROCESSADOS
(RPÑP)
sua inscrição é realizada da seguinte forma:
1º) depuram-se as despesas que tiveram seus
empenhos cancelados no exercício financeiro de
sua emissão.
2º) verificam-se quais despesas interessam em
serem inscritas em Restos a Pagar.
3º) anulam-se as demais.
4º) inscrevem-se as despesas remanescentes em
Restos a Pagar não-processados do exercício.
É importante ressaltar que só se inscrevem em Restos a Pagar as
despesas de competência do exercício financeiro correspondente. A forma
correta de ler seria RESTOS A PAGAR DO EXERCÍCIO.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
251
Diz-se por DESPESA LIQUIDADA quando:
o serviço, obra ou material contratado
tenha sido prestado ou entregue
e
aceito pelo contratante
De outra forma, considera-se DESPESA NÃO LIQUIDADA, porém
de competência do exercício, aquela em que:
1º HIPÓTESE
o serviço ou material contratado tenha sido prestado ou entregue
e que em 31/12 de cada exercício financeiro
se encontre em fase de verificação do direito adquirido pelo credor
ou
2ª HIPÓTESE
quando o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor
estiver vigente.
pagamento de RP é despesa extrorçamentária
Ressaltamos que a inscrição de Restos a Pagar deverá observar aos
limites e condições de modo a prevenir riscos e corrigir desvios capazes de
afetar o equilíbrio das contas públicas, conforme estabelecido na LRF.
Por questão de prudência, a inscrição de despesas orçamentárias
em Restos a Pagar não-processados deverá observar a disponibilidade de caixa
e a competência da despesa.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
252
MANTRA !
SÃO DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS
INSCRIÇÃO DE RESTOS A PAGAR NÃO PROCESSADOS
– RPÑPs
PAGAMENTO DOS RPP E DOS RPÑP
Pessoal, vamos demonstra o porquê desse MANTRA. Se não
conseguir pescar a idéia, encha minha caixa postal de emails ou decore e
pronto.
Os RPÑPs são “SAÍDAS COMPENSATÓRIAS DO ATIVO E DO
PASSIVO FINANCEIRO”, logo são DESPESAS EXTRAORÇAMENTÁRIAS.
Na inscrição dos RPÑPs, “SAEM AS OBRIGAÇÕES
FINANCEIRAS RELATIVAS AO PAGAMENTO DA DESPESA”, já que elas
deixaram de ser pagas.
Além disso, “SOBRAM RECURSOS FINANCEIROS EM RAZÃO
DO NÃO PAGAMENTO DOS RPÑPs”.
Só que, no caso dos RPÑPs, o governo quer “levar adiante” o
compromisso feito anteriormente, pois não interessa cancelá-lo.
Assim, temos que há um “vazio inventado” que corresponde
contabilmente a um “passivo fictício”
Então, configuramos assim uma SAÍDA COMPENSATÓRIA NO
ATIVO E PASSIVO FINANCEIROS.
(NÃO CONFUNDIR COM CANCELAMENTO DA DESPESA, QUE
OCORRE QUANDO O GOVERNO NÃO QUER MAIS SEGUIR ADIANTE COM O
GASTO.)
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
253
CAIU NA PROVA!
116 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) É um
exemplo de despesa extra-orçamentária:
a) aluguéis pagos pelo ente público.
b) inversões financeiras.
c) pagamento de restos a pagar.
d) transferências para assistência e previdência social.
e) amortização da dívida pública.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
Os itens (a), (b), (d) e (e) se referem a DESPESAS ORÇAMENTÁRIAS,
sendo (a) e (d) DESPESAS CORRENTES (ou DE CUSTEIO). Os itens (b) e (e)
são DESPESAS DE CAPITAL.
Lembrem-se de que o PAGAMENTO DOS RPs é uma “SAÍDA
COMPENSATÓRIA DO ATIVO E PASSIVO FINANCEIROS”
117 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) As
despesas orçamentárias empenhadas e não pagas até o último dia do ano
financeiro são denominadas:
a) despesas de exercícios anteriores.
b) débitos de tesouraria.
c) resíduos ativos.
d) restos a pagar.
e) despesas não processadas.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
A referência está no art. 36 da Lei nº 4.320/64. Importante destacar que
RESTOS A PAGAR também são chamados de RESÍDUOS PASSIVOS.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
254
118 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) São
receitas classificadas como orçamentárias:
a) depósitos para garantia de participação em processo licitatório.
b) restos a pagar do exercício.
c) provisões para cheques não recebidos no exercício.
d) receitas patrimoniais.
e) operações de crédito por antecipação de receita.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Apesar de ainda não termos visto que os restos a pagar do exercício são
uma despesa, poderíamos matar a questão sem esse conhecimento, em razão
do que vimos até aqui.
Item (a) – RECEITA EXTRAORÇAMENTÁRIA
Item (b) – DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA
Item (c) – conta retificadora de uma RECEITA ORÇAMENTÁRIA
Item (e) - DESPESA EXTRAORÇAMENTÁRIA
2.3 – DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES – DEA (OU DESPESAS
DE EXERCÍCIOS ENCERRADOS)
As Despesas de Exercícios Anteriores - DEAs ou Despesas de
Exercícios Encerrados são aquelas fixadas, no orçamento em vigor, as quais
decorrem de compromissos assumidos em exercícios anteriores ao que deveria
ocorrer o pagamento.
Também se consideram DEAs as despesas para as quais o
orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo suficiente para
atendê-las, e que não se tenham processado (não liquidados) na época
própria.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
255
IMPORTANTE
AS DEAs NÃO SE CONFUNDEM COM RESTOS A PAGAR
POIS NEM CHEGARAM A SER EMPENHADAS
OU
SE FORAM EMPENHADAS
TIVERAM SEUS EMPENHOS ANULADOS OU CANCELADOS.
Destaca-se que a autoridade competente para empenhar a despesa
é a responsável pelo reconhecimento da obrigação de pagamento das despesas
com exercícios anteriores - DEAs.
Seguimos com algumas outras considerações, com especial
atenção ao art. 37 da Lei nº 4.320/64.
“Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as
quais o orçamento respectivo consignava crédito próprio, com saldo
suficiente para atendê-las, que não se tenham processado na época
própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os
compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício
correspondente poderão ser pagos à conta de dotação específica
consignada no orçamento, discriminada por elementos, obedecida,
sempre que possível, a ordem cronológica.”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
256
poderão ser pagos à conta de dotação específica consignada no
orçamento
discriminada por elementos
obedecida a ordem cronológica
sempre que possível
Entendemos como “despesas que não se tenham processado
na época própria” como aquelas em que se considera o empenho
insubsistente e é anulado ao final do exercício correspondente, mas que o
credor tenha cumprido sua obrigação dentro do prazo estabelecido.
Os ”restos a pagar com prescrição interrompida”
correspondem aos que foram cancelados, mas no qual o direito do credor
ainda está vigente.
Os ”compromissos reconhecidos após o encerramento do
exercício” são aqueles cuja obrigação de pagamento foi criada em virtude de
lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o encerramento do
exercício correspondente.
DEAs
+
Restos a Pagar com
prescrição interrompida +
Compromissos reconhecidos após o
encerramento do exercício correspondente
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
257
3 - A conta única do Tesouro.
3.1 – CONTA ÚNICA
A Conta Única, implantada em setembro de 1988, representou
uma mudança radical no controle de caixa do Tesouro Nacional, em virtude da
racionalização na movimentação dos recursos financeiros no âmbito do
Governo Federal.
Com ela, todas as Unidades Gestoras “ON LINE” do SISTEMA
INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO GOVERNO FEDERAL
- SIAFI passaram a ter os seus saldos bancários registrados e
controlados pelo sistema, sem contas escriturais no Banco do Brasil.
Assim, a Conta Única é uma conta mantida junto ao Banco
Central do Brasil – BACEN.
Destina-se a acolher, de acordo com o disposto no art. 164 da
CF/88, as disponibilidades financeiras da União que se encontram à
disposição das Unidades Gestoras “on line”, nos limites financeiros
previamente definidos.
Pelo SIAFI, portanto, é que se faz o controle desses saldos e a
transferência de recursos entre as Unidades Gestoras.
No caso de pagamento de despesas entre unidades gestoras o
sistema efetua instantaneamente o crédito de recursos à Unidade Gestora
favorecida e o débito à Unidade Gestora emitente, por meio de Ordens
Bancárias – OB.
Conforme consta no art. 64 da Lei nº 4.320/64, os pagamentos são
autorizados por meio de uma ORDEM DE PAGAMENTO que corresponde ao
despacho feito pela autoridade competente, no qual se determina o
pagamento da despesa.
As OB emitidas para outros favorecidos que não são Unidades
Gestoras on line são consolidadas diariamente até o fechamento do SIAFI. Isso
se faz em um arquivo magnético o qual é enviado ao Banco do Brasil para
processamento e realização dos créditos aos respectivos favorecidos.
Em relação à sistemática de depósito direto, o Banco do Brasil
remete todos os dias à Secretaria do Tesouro Nacional – STN, até às 07 horas,
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
258
arquivo magnético contendo os documentos de transferência de recursos
recebidos na rede bancária para a Conta Única, a fim de efetuar o respectivo
registro no SIAFI.
Logo após, esse arquivo é processado, realizando-se assim os
créditos às respectivas Unidades Gestoras favorecidas no SIAFI.
A arrecadação das receitas administradas pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil - SRFB e pelo INSS é repassada para a Conta Única
pela rede bancária credenciada. Faz-se isso diariamente por meio de
mensagens específicas constantes do catálogo de mensagens do Sistema de
Pagamentos Brasileiro – SPB.
Algumas modalidades de OBs, relativas a pagamentos de
Precatórios, Resgate de Títulos, Depósitos Judiciais e Folha de Pagamento,
também são enviadas diretamente à instituição financeira favorecida por meio
do SPB, sem trânsito pelo agente financeiro.
Nesses casos, a STN solicita ao BACEN que seja efetuado o débito
da Conta Única e o crédito da reserva bancária das instituições favorecidas.
Assim, os saques de recursos são realizados por OB diretamente no
SIAFI, logo após a STN autorizar o BACEN a realizar o saque na Conta Única e
disponibilizar os recursos ao Banco do Brasil para os pagamentos
correspondentes.
Em relação à entrada de recursos, essa ocorre por meio de
depósitos na Conta Única efetuados junto ao Banco do Brasil e encaminhados
ao BACEN, com registro no SIAFI.
Desenvolveu-se, dentro do SIAFI, um processo alternativo à Conta
Única. Ele é acionado quando há necessidade para que se viabilize a atuação
de outros bancos, previamente autorizados pelo Ministério da Fazenda, como
agentes financeiros do Tesouro.
A Conta Única do Tesouro Nacional, mantida no BACEN,
acolhe todas as disponibilidades financeiras da União, de suas
autarquias e fundações, bem como de seus fundos.
A Conta Única constitui importante instrumento de controle
das finanças públicas. Ela permite a racionalização da administração dos
recursos financeiros, reduzindo a pressão sobre a caixa do Tesouro,
além de agilizar os processos de transferência e descentralização
financeira e os pagamentos a terceiros.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
259
O Decreto-Lei nº 200/67, que promoveu a organização da
Administração Federal e estabeleceu as diretrizes para Reforma Administrativa,
determinou ao Ministério da Fazenda que implementasse a unificação dos
recursos movimentados pelo Tesouro Nacional.
Também se determinou que esse unificação se fizesse por meio de
sua Caixa junto ao agente financeiro da União, a fim de garantir maior
economia operacional, bem como a racionalização dos procedimentos relativos
a execução da programação financeira de desembolso.
Tal determinação legal só foi integralmente cumprida com a
promulgação da CF/88. Assim, todas as disponibilidades do Tesouro
Nacional, existentes nos diversos agentes financeiros, foram transferidas para
o BACEN, em Conta Única centralizada, exercendo o Banco do Brasil a
função de agente financeiro do Tesouro.
O Decreto nº. 93.872/86 passou a estabelecer as regras sobre a
unificação dos recursos do Tesouro Nacional em Conta Única.
3.2 – UMA OUTRA ABORDAGEM SOBRE A CONTA ÚNICA
Para atender ao princípio da unidade de tesouraria (ou unidade de
caixa) previstos nos Decreto-Lei nº 200/67 (art. 92 e 93) e Decreto nº
93.872/86 (arts. 1º a 8º), na Lei 4.320/64 (art. 56) e na CF 88 (§3º, art.
164), a União implantou a conta única do tesouro nacional.
A conta única é mantida no BACEN com a finalidade de acolher as
disponibilidades financeiras da União a serem movimentadas pelas Unidades
Gestoras - UG da Administração Federal, Direta e Indireta e outras entidades
integrantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
Federal - SIAFI, na modalidade “on-line”.
A operacionalização da Conta Única do Tesouro Nacional
será efetuada por intermédio do Banco do Brasil S/A, ou,
excepcionalmente, por outros agentes financeiros autorizados pelo
Ministério da Fazenda.
Assim, a conta única é mantida no Banco Central do Brasil, tendo o
Banco do Brasil S/A como agente financeiro, e é administrada pela STN
(secretaria do Tesouro Nacional.
A finalidade da conta única é acolher todas as disponibilidades de
caixa da União, porém existem algumas receitas que não transitam nessa
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
260
conta única, como, por exemplo, os rendimentos de aplicações financeiras de
fundos e convênios que deverão ser revertidas para as respectivas contas
correntes.
Por força do art. 5º, do Decreto nº 93.872/86, o pagamento de
todas as despesas deverá ser feito mediante saques contra a conta do Tesouro
Nacional, dentro dos limites autorizados pelo Ministro da Fazenda ou
autoridade delegada (§ único do art. 92, do decreto 200/67).
RESUMINDO
A conta única do tesouro nacional é mantida no BACEN
A operacionalização da conta única será efetuada pelo Banco do
Brasil e, excepcionalmente, por outros agentes financeiros
autorizados pelo Ministério da Fazenda
Toda a receita arrecadada pela União deverá ser recolhida ao caixa
único do tesouro nacional
Todas as receitas próprias, orçamentárias e extraorçamentárias, de
todos os órgãos e poderes da União também deverão ser
recolhidos á conta única do tesouro nacional
A STN é a responsável pela movimentação dos recursos e pela
regulamentação da conta única (programação finaceira)
A movimentação da conta única será efetuada pelos seguintes
documentos do SIAF:
Ordem Bancária – OB
DARF-Eletrônico – DF
GRPS – Eletrônica
Nota de Sistema – NS
Nota de Lançamento - NL
O pagamento das despesas será feito mediante saques contra a
conta do Tesouro Nacional
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
261
CAIU NA PROVA!
119 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A ordem de
pagamento é:
a) o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação
de pagamento.
b) a verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e
documentos comprobatórios do respectivo crédito.
c) o produto de receitas especificadas que, por lei, se vinculam à realização de
determinados objetivos ou serviços.
d) o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a
despesa seja paga.
e) o documento emitido pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judicial.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Seguem as demais correspondências com os conceitos e os artigos da Lei
nº 4.320/64.
Item (a) – conceito de EMPENHO – art. 58
Item (b) – conceito de LIQUIDAÇÃO – art. 63
Item (c) – conceito de FUNDOS ESPECIAIS – art. 71
Item (e) – conceito de PRECATÓRIOS – art. 67
3.2 – OS HAVERES DA UNIÃO
Vamos aproveitar a oportunidade para falarmos sobre os HAVERES
DA UNIÃO. Esse termo aparece em alguns normativos e precisamos esclarecê-
lo.
A STN é o órgão responsável pela administração dos haveres
da União junto a terceiros.
Os HAVERES DA UNIÃO, que possuem natureza mobiliária, se
referem a créditos decorrentes de:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
262
reestruturação da dívida externa garantida pela União
programas de saneamento financeiro de Estados e Municípios
retorno de financiamento/refinanciamento de operações de
estímulo às exportações e aos setores agropecuário e
agroindustrial
operações estruturadas amparadas por regulamentação
específica
participações acionárias no capital de empresas públicas da União
retornos das participações acionárias, sob a forma de dividendos
pagos como percentual do lucro apurado pelas referidas
empresas e cuja distribuição decorre de deliberação de
Assembléia Geral de Acionistas
Com relação à administração dos HAVERES DA UNIÃO, compete
ainda à STN coordenar e operacionalizar os pagamentos de compromissos
decorrentes de contratos firmados sob sua responsabilidade.
Além disso, a STN contabiliza os saldos e pagamentos (amortização
de principal e encargos) em sistemas de registros.
4 – SIOP (SIDOR), SIAFI
4.1 – SISTEMA INTEGRADO DE PLANEJAMENTO E ORÇAMENTO DO
GOVERNO FEDERAL – SIOP
Pessoal, trouxe esse tema, pois o SIDOR “está migrando” para o
novo Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal –
SIOP.
A Secretaria de Orçamento Federal - SOF/MP, em parceria com a
Secretaria de Planejamento e Investimento - SPI/MP e o Departamento de
Empresas Estatais - DEST/MP, desenvolveu e colocou em operação o SIOP.
O objetivo principal do SIOP é integrar os atuais sistemas
utilizados na elaboração e acompanhamento do Plano Plurianual e do
Orçamento da União.
Além disso, com o advento do SIOP, os órgãos setoriais e as
unidades orçamentárias do Governo Federal passam a ter um único
sistema para alimentar o cadastro de programas e ações.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
263
Com isso, o SIOP permite aos usuários ter mais agilidade e
qualidade no processo de captação da Proposta Orçamentária.
Antes, esse processo se fazia por meio de preenchimento manual
de formulários. Em razão disso, algumas vezes, ocorriam incompatibilidades
nas informações.
Outra vantagem do novo sistema é que ele permite ao usuário o
acesso via internet.
Atualmente existem duas fontes cadastrais:
o Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento - SIGPLAN que
gerencia o PPA, acessado via internet
o Sistema Integrado de Dados Orçamentários - SIDOR, cujo acesso do
cadastro de ações é exclusivo aos servidores do Ministério do
Planejamento.
O objetivo é que no futuro o SIOP substitua integralmente os
sistemas hoje existentes.
Só se substituiu a parte que se relaciona ao cadastro de programas
e ações. Pretende-se também disponibilizar módulos para acesso pelo cidadão
e outros órgãos, como o Congresso Nacional e o Tribunal de Contas da União -
TCU.
Para conhecimento, o SIOP encontra-se disponível na página
http://www.siop.planejamento.gov.br/siop/
Informações técnicas
O SIOP é desenvolvido totalmente em software livre. Ele se utiliza
da linguagem Java e do banco de dados Postgresql. Sua hospedagem se faz
em servidores que utilizam sistema operacional Linux, servidor de aplicações
JBOSS e servidor Web Apache.
CAIU NA PROVA!
120 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O sistema
onde é estruturada e organizada a proposta orçamentária anual e o
acompanhamento, realizado exclusivamente por usuários autorizados, da
execução orçamentária em terminais de vídeo com acesso pela Internet é o:
a) SISBACEN.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
264
b) STN.
c) SIAFI.
d) SIDOR.
e) SELIC.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Pessoal, as questões relativas ao SIDOR estão aqui apenas para reforçar
sua utilização, apesar de estarmos com o SIOP na praça.
Então, essas questões ficam apenas para registro do assunto como era
abordado anteriormente.
121 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Sobre o SIDOR,
é correto afirmar:
a) É administrado pela Secretaria do Tesouro Nacional.
b) Agiliza o registro dos dados contábeis das unidades orçamentárias.
c) Utiliza o sistema de partidas simples.
d) Controla os limites financeiros de cada unidade gestora.
e) Facilita a elaboração da proposta orçamentária.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Além disso, como vimos, o objetivo principal do SIOP é integrar os
atuais sistemas utilizados na elaboração e acompanhamento do Plano
Plurianual e do Orçamento da União.
4.2 – SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DO
GOVERNO FEDERAL – SIAFI
O Governo Federal convivia, até o exercício de 1986, com uma
série de problemas de natureza administrativa. Elas dificultavam a adequada
gestão dos recursos públicos e a preparação do orçamento unificado.
As principais dificuldades eram as seguintes:
Emprego de métodos rudimentares e inadequados de trabalho, onde, na
maioria dos casos, os controles de disponibilidades orçamentárias e
financeiras eram exercidos sobre registros manuais;
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
265
Falta de informações gerenciais em todos os níveis da Administração
Pública e utilização da Contabilidade como mero instrumento de registros
formais;
Defasagem na escrituração contábil de pelo menos, 45 dias entre o
encerramento do mês e o levantamento das demonstrações
Orçamentárias, Financeiras e Patrimoniais, inviabilizando o uso das
informações para fins gerenciais;
Inconsistência dos dados utilizados em razão da diversidade de fontes de
informações e das várias interpretações sobre cada conceito,
comprometendo o processo de tomada de decisões;
Despreparo técnico de parte do funcionalismo público, que desconhecia
técnicas mais modernas de administração financeira e ainda concebia a
contabilidade como mera ferramenta para o atendimento de aspectos
formais da gestão dos recursos públicos;
Inexistência de mecanismos eficientes que pudessem evitar o desvio de
recursos públicos e permitissem a atribuição de responsabilidades aos
maus gestores;
Estoque ocioso de moeda dificultando a administração de caixa,
decorrente da existência de inúmeras contas bancárias, no âmbito do
Governo Federal. Em cada Unidade havia uma conta bancária para cada
despesa. Exemplo: Conta Bancária para Material Permanente, Conta
bancária para Pessoal, conta bancária para Material de Consumo, etc.
Para o Governo Federal à época, a solução desses problemas
representava um verdadeiro desafio.
No entanto, com a criação da Secretaria do Tesouro Nacional -
STN, em 10/03/1986, deu-se o primeiro passo de forma a auxiliar o
Ministério da Fazenda na execução de um orçamento unificado a partir
do exercício de 1987.
Por sua vez, a STN identificou a necessidade de obter informações
que permitissem aos gestores dar agilidade ao processo decisório. Essas
informações qualificadas passaram e ser chamadas de informações gerenciais.
Assim, decidiu-se pelo desenvolvimento e implantação de um
sistema informatizado. Ele teria que fornecer informações gerenciais,
confiáveis e precisas para todos os níveis da Administração.
Além disso, teria que integrar os sistemas de programação
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
266
financeira, de execução orçamentária e de controle interno do Poder Executivo
Federal.
Dessa forma, a STN definiu e desenvolveu, em menos de um ano,
juntamente com o SERPRO, o Sistema Integrado de Administração Financeira
do Governo Federal – SIAFI.
O SIAFI foi implantado em janeiro de 1987 com o intuito de suprir
o Governo Federal de um instrumento moderno e eficaz no controle e
acompanhamento dos gastos públicos.
Com o advento do SIAFI, solucionaram-se os problemas de
administração dos recursos públicos que apontamos anteriormente.
Atualmente, o Governo Federal tem uma Conta Única para gerir
onde ocorrem todas as saídas de dinheiro, bem como registra sua aplicação e
o servidor público que a efetuou.
Trata-se de uma ferramenta poderosa para executar, acompanhar
e controlar com eficiência e eficácia a correta utilização dos recursos da União.
O SIAFI Gerencial é um sistema, em ambiente Windows, que
possibilita a obtenção de informações, a partir dos dados da execução
orçamentária, financeira, contábil e patrimonial existentes no SIAFI
Operacional (que é o SIAFI da tela preta).
As formas de armazenamento dos dados nos ambientes
Operacional e Gerencial são diferentes. O Banco de Dados do SIAFI
Operacional é o ADABAS, enquanto que o do SIAFI Gerencial é o ORACLE.
Toda noite é executado um processo de migração dos dados do
ambiente Operacional para o Gerencial. Essa migração relaciona-se aos
lançamentos contábeis ocorridos durante o dia, e também às atualizações
ocorridas nas diversas tabelas do sistema.
Assim, toda manhã ao entrar em operação, o SIAFI Gerencial
possibilita consultas relativas a tudo o que ocorreu no SIAFI Operacional até o
dia anterior. Com isso, dizermos que há um processo “ontem-line”.
A característica básica do SIAFI Gerencial é a flexibilidade oferecida
ao usuário para obtenção das informações, tanto na forma de parametrização
dos filtros, quanto na forma de apresentação das mesmas.
Dessa forma, é um sistema que atende às necessidades dos
usuários de modo customizado e tempestivo.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
267
4.3 – OBJETIVOS DO SIAFI
O SIAFI é o principal instrumento utilizado para registro,
acompanhamento e controle da execução orçamentária, financeira e
patrimonial do Governo Federal.
Vamos aos seus principais objetivos:
OBJETIVOS PRINCIPAIS DO SIAFI
prover mecanismos adequados ao controle diário da execução
orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos da
Administração Pública Federal
fornecer meios para agilizar a programação financeira,
otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional,
através da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal
permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e
tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os
níveis da Administração Pública Federal
padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos
recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa
atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do
ordenador de despesa de cada unidade gestora
permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e
municípios e de suas supervisionadas
permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das
transferências negociadas
integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo
Federal
permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos
públicos
proporcionar transparência dos gastos do Governo Federal.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
268
4.4 – VANTAGENS DO SIAFI
Pedimos atenção a todos, para que não confundam as vantagens
com os objetivos, pois as Bancas adoram trocar os conceitos, ok ?
O SIAFI é um grande avanço para a contabilidade pública da União.
Chegou-se ao ponto dele ser reconhecido mundialmente e ser recomendado
inclusive pelo Fundo Monetário Internacional.
Sua performance transcendeu de tal forma as fronteiras brasileiras
que despertou a atenção no cenário nacional e internacional. Além disso,
muitos países e organismos internacionais enviam delegações à STN, a fim de
assimilar a tecnologia de forma a se implantar sistemas similares.
Vejamos os ganhos que a implantação do SIAFI trouxe para a
Administração Pública Federal:
GANHOS COM A IMPLANTAÇÃO DO SIAFI
Contabilidade: o gestor ganha tempestividade na informação,
qualidade e precisão em seu trabalho.
Finanças: agilização da programação financeira, otimizando a
utilização dos recursos do Tesouro Nacional, por meio da unificação
dos recursos de caixa do Governo Federal na Conta Única no BACEN.
Orçamento: a execução orçamentária passou a ser realizada
tempestivamente e com transparência, completamente integrada a
execução patrimonial e financeira.
Visão clara de quantos e quais são os gestores que executam o
orçamento
Desconto na fonte de impostos: hoje, no momento do pagamento,
já é recolhido o imposto devido
Auditoria: facilidade na apuração de irregularidades com o dinheiro
público
Transparência
Fim da multiplicidade de contas bancárias
Antes do advento do SIAFI, poucas pessoas tinham acesso às
informações sobre as despesas do Governo Federal.
Na época, a prática era tratar essas despesas como “assunto
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
269
sigiloso”. Hoje a história é outra, pois na democracia o cidadão é o grande
acionista do estado.
Com relação à multiplicidade de contas bancárias, os números da
época que se implantou o SIAFI indicavam 3.700 contas bancárias e o registro
de aproximadamente 9.000 documentos por dia.
Após sua implantação, constatou-se que existiam em torno de
12.000 contas bancárias e se registravam em média 33.000 documentos
diariamente.
Atualmente, 98% dos pagamentos são identificados de modo
instantâneo na Conta Única e 2% deles com uma defasagem de, no máximo,
cinco dias.
Além de tudo isso, o SIAFI apresenta inúmeras vantagens que o
distinguem de outros sistemas em uso no âmbito do Governo Federal. Vejamos
em mais um quadro sintético.
VANTAGENS DO SIAFI
Sistema disponível 100% do tempo e on-line
Sistema centralizado, o que permite a padronização de métodos e
rotinas de trabalho
Interligação em todo o território nacional
Utilização por todos os órgãos da Administração Direta (poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário)
Utilização por grande parte da Administração Indireta
Integração periódica dos saldos contábeis das entidades que ainda
não utilizam o SIAFI, para efeito de consolidação das informações
econômico-financeiras do Governo Federal - à exceção das
Sociedades de Economia Mista, que têm registrada apenas a
participação acionária do Governo - e para proporcionar
transparência sobre o total dos recursos movimentados.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
270
MANTRA!
ATENÇÃO
A UTILIZAÇÃO DO SIAFI NÃO É PARA TODA A ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA, MAS SÓ PARA TODOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO
DIRETA E A GRANDE MAIORIA DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA !
CAIU NA PROVA!
122 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O SIAFI é um
sistema da União que:
a) possui um banco de informações sobre as ações orçamentárias.
b) permite o controle e o acompanhamento da execução orçamentária.
c) registra a série histórica de despesas.
d) define as prioridades e metas da Lei das Diretrizes Orçamentárias.
e) identifica o perfil profissional dos servidores públicos.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Como vimos em quadro anterior, um dos objetivos do SIAFI é permitir
o controle e o acompanhamento da execução orçamentária no âmbito
da União.
Em relação aos sistemas, temos no item (a) uma das características do
SISTEMA DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS E DE PLANEJAMENTO - SIGPlan.
No item (e), estamos diante de uma das possibilidades do SISTEMA
INTEGRADO DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – SIAPE.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
271
123 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O
SIAFI é um sistema da União que:
a) permite a movimentação da conta única do Tesouro no Banco Central.
b) registra uma série histórica de despesas, em valores correntes e nominais.
c) define as prioridades e metas da Lei das Diretrizes Orçamentárias.
d) efetua a contabilização de todos os atos e fatos praticados pelos gestores
públicos.
e) identifica o perfil profissional dos servidores públicos, por região e faixa de
salários.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Considerações sobre os itens que não são invenções da Banca.
Item (a) – as Unidades Gestoras – UGs integrantes do SIAFI, sob a
forma de acesso on-line, é que permitem a movimentação da conta única do
Tesouro no BACEN.
Item (e) – trata-se de uma das possibilidades do SISTEMA INTEGRADO
DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – SIAPE.
124 - (ESAF/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2004) A
implantação do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
Federal (SIAFI) foi viabilizada a partir da criação da Secretaria do Tesouro
Nacional, vinculada ao Ministério da Fazenda. Indique a única opção falsa no
tocante aos objetivos do SIAFI.
a) Prover de mecanismos adequados e simplificados o registro e o controle
diário da gestão orçamentária, financeira e patrimonial dos órgãos central,
setorial e seccional do Sistema de Controle Interno e dos órgãos executores.
b) Eliminar inconsistências de dados e defasagens na escrituração contábil.
c) Permitir a transparência dos gastos públicos à sociedade.
d) Fornecer meios para dar agilidade à programação financeira, buscando a
eficiência e eficácia da gestão pública e maximização dos custos.
e) Permitir a programação e o acompanhamento físico-financeiro do
orçamento, de modo analítico.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
272
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Tipo de questão que as Bancas adoram pegar a(o)s candidata(o)s, pois
colocam tudo correto e modificam apenas uma palavra.
Vamos à redação correta do item: fornecer meios para agilizar a
programação financeira, OTIMIZANDO A UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS
do Tesouro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa do
Governo Federal.
Se o objetivo fosse MAXIMIZAR OS CUSTOS, estaríamos diante de um
absurdo, considerando-se a função do SIAFI.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
273
CAPÍTULO 8
Estamos aqui para nosso último capítulo.....É verdade.....
Ah..........
Eu também gostei muito da companhia de vocês.....
Mas fiquem tranquilos, pois continuaremos juntos em outros
projetos de cursos gratuitos.
Em breve lançaremos outros cursos em nossa área. Caso tenham
gostado, solicito que divulguem aos seus familiares, amigos e colegas, pois
tenho certeza de que estarão na CGU em breve.
E lembrem-se de que não precisam piratear este material, pois sua
distribuição gratuita está autorizada por este autor que vos escreve.
Então..... Já estão se imaginando sentados em sua baia na CGU?
Imaginem a mesa de vocês cheia de processos, mas com uma
conta bancária mais gorda......
Em breve, alguns de vocês poderão estar sentados na mesma sala
que eu trabalho!
Outra coisa, o edital está no forno! Não percam tempo! Vocês
chegarão lá. Tenham fé!
E mais. Não se preocupem em que colocação vocês vão estar, o
importante é entrar, nem que seja você a pessoa que ficou com a maçaneta na
mão para fechar a porta.
É comum vermos a história de sucesso de muita(o)(s)
Concurseira(o)s, sempre dos primeiros colocados, certo?
Pois é, elas são motivantes, mas podem criar um bloqueio em
muitos. Provavelmente a maioria de vocês tenha passado por essa “Síndrome
do Patinho Feio”, não é ?
E é a esse grupo de não-primeiros colocados a que me dirijo: não
se impressione, você pode chegar lá. Não importa ser um dos primeiros, pois
isso é consequência natural para 1 ou outro.
Procurem histórias de não-primeiros, elas são maioria e são tão
felizes quanto as outras. Tenho filhos pequenos e consegui passar em mais de
um concurso cuidando deles junto com a mãe, a qual devo minha imensa
gratidão.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
274
Não precisamos ser “o 1º lugar”, precisamos DA VAGA. Fomos 1º
colocados quando fomos gerados, pois até em nossa concepção da vida
disputamos UMA vaga. E nessa vaga conseguimos sucesso no ventre de nossas
mães.
Para mim, o mais importante na vida é ser o 1º lugar no coração
dos meus filhos e de minha mulher amada. A vaga no concurso é algo que
almejamos para melhorarmos nossas vidas e a dessas pessoas as quais me
referi.
Não transforme essa jornada em uma guerra, por mais que tenham
que lutar contra vocês mesmo. A verdade é que somos nossos maiores
adversários.
Procurem fazer dessa preparação uma viagem prazerosa e de
persistência. O importante é não desistir.
Erick, por favor, vamos adiante.....
Ok, vamos em frente!
1 – Princípios Orçamentários.
Destacamos que estaremos a colocar os princípios mais recorrentes
nas Bancas de concursos.
Assim, o assunto não se esgota aqui. Nós apenas iremos nortear
vocês com os que são mais importantes e os mais aceitos pela maioria da
doutrina.
1.1 – PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA UNIDADE
De acordo com este princípio previsto no art. 2º da Lei nº
4.320/1964, cada ente da federação (União, Estado, Distrito Federal ou
Município) deve possuir apenas um orçamento, estruturado de maneira
uniforme.
Tal princípio é reforçado pelo princípio da “unidade de caixa”,
previsto no art. 56 da referida Lei, segundo o qual todas as receitas e despesas
convergem para um fundo geral (conta única), com o objetivo de se
evitar as vinculações de certos fundos a fins específicos.
O objetivo é apresentar todas as receitas e despesas numa só
conta, a fim de confrontar os totais e apurar o resultado: equilíbrio, déficit ou
superávit.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
275
Atualmente, o processo de integração planejamento-orçamento
tornou o orçamento necessariamente multi-documental, em virtude da
aprovação, por leis diferentes, de vários documentos (PPA, LDO e LOA), uns de
planejamento e outros de orçamento e programas.
Embora tais documentos sejam distintos, inclusive com datas de
encaminhamento diferentes para aprovação pelo Poder Legislativo, devem,
obrigatoriamente ser compatibilizados entre si, conforme definido na própria
CF.
Para melhor visibilidade dos programas do governo em cada área,
o modelo orçamentário adotado a partir da CF/88, com base em seu §5º do
art. 165, consiste em elaborar orçamento único, desmembrado em Orçamento
Fiscal, da Seguridade Social e de Investimento da Empresas Estatais.
O art. 165 da Constituição Federal define em seu parágrafo 5º o
que deverá constar em cada desdobramento do orçamento:
“§ 5º – A lei orçamentária anual compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que a União,
direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem
como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.”
1.2 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA UNIVERSALIDADE
Segundo os artigos 3º e 4º da Lei nº 4.320/1964, a Lei
Orçamentária deverá conter TODAS as receitas e despesas. Isso possibilita
controle parlamentar sobre todos os ingressos e dispêndios administrados pelo
ente público.
“Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá todas as receitas,
inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei.
Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de
crédito por antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras
entradas compensatórias, no ativo e passivo financeiros.
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá todas as despesas
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
276
próprias dos órgãos do Governo e da administração centralizada, ou que, por
intermédio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2°.”
1.3 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DO ORÇAMENTO BRUTO
Este princípio é COROLÁRIO DO PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA
UNIVERSALIDADE, ou seja, tal princípio complementa-se pela “regra do
orçamento bruto”, definida no art. 6º da Lei nº 4.320/1964:
“Art. 6º. Todas as receitas e despesas constarão da lei de
orçamento pelos seus totais, vedadas quaisquer deduções.”
Erick, o que é esse “corolário”?
Quando vier o termo “corolário”, este deve ser entendido como
consequência, complemento, ok ?
Existem despesas que, ao serem realizadas, geram receitas ao
Ente Público.
Por outro lado, existem receitas que, ao serem arrecadadas, geram
despesas.
O princípio do orçamento bruto veda que as despesas ou receitas
sejam incluídas no orçamento, nos seus montantes líquidos.
Exemplo: Não poderá ser incluída, no orçamento, somente a
Despesa Pessoal Líquida (R$ 700.000,00), mas deverão ser previstas as
receitas de IRRF e a da Contribuição Social e autorizada a Despesa de Pessoal
Bruta (R$ 1.000.000,00).
Realização da Despesa de Pessoal
Valor (R$)
Despesa de Pessoal Bruta
(+) R$ 1.000.000,00
Receita de IRRF
(-) R$ 200.000,00
Receita de Contribuições Sociais
(-) R$ 100.000,00
Despesa de Pessoal Líquida
(=) R$ 700.000,00
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
277
1.4 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA ANUALIDADE OU
PERIODICIDADE
O orçamento deve ser elaborado e autorizado para um
determinado período de tempo, geralmente um ano. No Brasil, o
exercício financeiro coincide com o ano civil, conforme dispõe o art. 34 da Lei
nº 4.320/1964:
“Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.”
Observa-se, entretanto, que os créditos especiais e
extraordinários autorizados nos últimos quatro meses do exercício
podem ser reabertos, se necessário, e, neste caso, serão incorporados ao
orçamento do exercício subsequente, conforme estabelecido no § 3º do art.
167 da Carta Magna.
Assim, tais créditos, denominados créditos plurianuais, são
exceções ao Princípio da ANUALIDADE ou da PERIODICIDADE.
1.5 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA EXCLUSIVIDADE
Tal princípio tem por objetivo impedir a prática, muito comum no
passado, da inclusão de dispositivos de natureza diversa de matéria
orçamentária, ou seja, previsão da receita e fixação da despesa.
Previsto no art. 165, § 8º da CF, estabelece que a LOA não
conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de
créditos suplementares e a contratação de operações de crédito,
inclusive por antecipação de receita orçamentária - ARO, nos termos
da lei, bem como os Títulos da Dívida Agrária – TDAs, previstos no art.
184, § 4º, da CF/88.
Não se esqueçam de que as leis de créditos adicionais também
devem observar esse princípio.
1.6 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DO EQUILÍBRIO
Esse princípio estabelece que o montante da despesa
autorizada em cada exercício financeiro não poderá ser superior ao
total de receitas estimadas para o mesmo período.
Havendo reestimativa de receitas com base no excesso de
arrecadação e na observação da tendência do exercício, pode ocorrer a
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
278
abertura de crédito adicional.
Nesse caso, para fins de atualização da previsão, devem ser
considerados apenas os valores utilizados para a abertura de crédito adicional.
Conforme o caput do art. 3º da Lei nº 4.320/1964, a Lei de
Orçamentos compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de
crédito autorizadas em lei. Assim, o equilíbrio orçamentário pode ser obtido
por meio de operações de crédito.
Entretanto, conforme estabelece o art. 167, III, da CFl é vedada a
realização de operações de crédito que excedam o montante das
despesas de capital, dispositivo conhecido como “regra de ouro”.
De acordo com esta regra, cada unidade governamental deve
manter o seu endividamento vinculado à realização de investimentos e não à
manutenção da máquina administrativa e demais serviços.
A LRF também estabelece regras limitando o endividamento dos
entes federados, nos artigos 34 a 37:
“Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida
pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Complementar.
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um
ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia,
fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da
administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou
postergação de dívida contraída anteriormente.
§ 1º Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as operações
entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação, inclusive suas
entidades da administração indireta, que não se destinem a:
I – financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
II – refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição
concedente.
§ 2º O disposto no caput não impede Estados e Municípios de
comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.
Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição
financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de
beneficiário do empréstimo.
Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
279
financeira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida pública para
atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de emissão da
União para aplicação de recursos próprios.
Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:
I – captação de recursos a título de antecipação de receita de
tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem
prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;
II – recebimento antecipado de valores de empresa em que o
Poder Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com
direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;
III – assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou
operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços,
mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando esta
vedação a empresas estatais dependentes;
IV – assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com
fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.”
1.7 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA LEGALIDADE
Tem o mesmo fundamento do princípio da legalidade aplicado à
administração pública, segundo o qual cabe ao Poder Público fazer ou
deixar de fazer somente aquilo que a lei expressamente autorizar, ou
seja, se subordina aos ditames da lei.
A CF/88, no art. 37 estabelece os princípios da administração
pública, dentre os quais o da legalidade e, no seu art. 165 estabelece a
necessidade de formalização legal das leis orçamentárias:
“Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.”
1.8 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade está previsto no art. 37 da CF e também
se aplica às peças orçamentárias. Justifica-se especialmente no fato de o
orçamento ser fixado em lei, e esta, para criar, modificar, extinguir ou
condicionar direitos e deveres, obrigando a todos, há que ser publicada.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
280
Portanto, o conteúdo orçamentário deve ser divulgado nos
veículos oficiais para que tenha validade.
1.9 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA ESPECIFICAÇÃO OU
ESPECIALIZAÇÃO OU DA DISCRIMINAÇÃO
Segundo este princípio, as receitas e despesas orçamentárias
devem ser autorizadas pelo Poder Legislativo em parcelas
discriminadas e não pelo seu valor global, facilitando o acompanhamento
e o controle do gasto público.
Esse princípio está previsto no art. 5º da Lei nº 4.320/1964:
“Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais
destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material,
serviços de terceiros, transferências ou quaisquer outras [...]”
O princípio da especificação confere maior transparência ao
processo orçamentário, possibilitando a fiscalização parlamentar, dos órgãos
de controle e da sociedade, inibindo o excesso de flexibilidade na alocação dos
recursos pelo Poder Executivo.
Além disso, facilita o processo de padronização e elaboração dos
orçamentos, bem como o processo de consolidação de contas.
Temos uma exceção a este princípio que é a Reserva de
Contingência.
A Reserva de Contingência foi criada como uma dotação global
não especificamente destinada a determinado programa ou unidade
orçamentária, ou seja, é uma exceção ao Princípio Orçamentário da
Especificação
O art. 8º da Portaria Interministerial nº 163, de 04.05.2001, assim
determina, com nossos destaques:
"Art. 8º. A dotação global denominada "Reserva de
Contingência", permitida para a União no art. 91 do Decreto-Lei no 200, de
25 de fevereiro de 1967, ou em atos das demais esferas de Governo, a ser
utilizada como fonte de recursos para abertura de créditos adicionais e
para o atendimento ao disposto no art. 5o, inciso III, da Lei
Complementar no 101, de 2000, sob coordenação do órgão responsável
pela sua destinação, será identificada nos orçamentos de todas as esferas de
Governo pelo código "99.999.9999.xxxx.xxxx", no que se refere às
classificações por função e subfunção e estrutura programática, onde o "x"
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
281
representa a codificação da ação e o respectivo detalhamento."
1.10 - PRINCÍPIO ORÇAMENTÁRIO DA NÃO-AFETAÇÃO DA RECEITA
Tal princípio encontra-se consagrado, como regra geral, no inciso
IV do art. 167 da Constituição Federal de 1988, quando veda a vinculação
de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa:
“Art. 167. São vedados:
(...)
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou
despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a
que se referem os artigos 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e
serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e
para realização de atividades da administração tributária, como determinado,
respectivamente, pelos artigos 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de
garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art.
165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003);
(...)
§ 4º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos
impostos a que se referem os artigos 155 e 156, e dos recursos de que tratam
os artigos 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou
contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993).”
As ressalvas são estabelecidas pela própria Constituição e estão
relacionadas à repartição do produto da arrecadação dos impostos (Fundos de
Participação dos Estados – FPE e dos Municípios – FPM e Fundos de
Desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste), à destinação
de recursos para as áreas de saúde e educação, além do oferecimento de
garantias às operações de crédito por antecipação de receitas.
Trata-se de medida de bom-senso, uma vez que possibilita ao
administrador público dispor dos recursos de forma mais flexível para o
atendimento de despesas em programas prioritários.
No âmbito federal, a Constituição reforça a não-vinculação das
receitas por meio do art. 76 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias – ADCT, ao criar a “Desvinculação das Receitas da União – DRU”,
abaixo transcrito:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
282
“Art. 76. É desvinculado de órgão, fundo ou despesa, até 31 de
dezembro de 2011, 20% (vinte por cento) da arrecadação da União de
impostos, contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico, já
instituídos ou que vierem a ser criados até a referida data, seus adicionais e
respectivos acréscimos legais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
56, de 2007)
§ 1º O disposto no caput deste artigo não reduzirá a base de
cálculo das transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios na forma dos
artigos 153, § 5º; 157, I; 158, I e II; e 159, I, a e b; e II, da Constituição,
bem como a base de cálculo das destinações a que se refere o art. 159, I, c,
da Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
§ 2º Excetua-se da desvinculação de que trata o caput deste artigo
a arrecadação da contribuição social do salário-educação a que se refere o art.
212, § 5o, da Constituição.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 27, de
2000).
IMPORTANTE
A NÃO VINCULAÇÃO É EM RELAÇÃO A RECEITA DE IMPOSTOS
ALÉM DISSO, A VEDAÇÃO É EM RELAÇÃO A DESPESA, ÓRGÃO
OU FUNDO => “NÃO DOF”
CAIU NA PROVA!
125 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) O
princípio orçamentário que estabelece que todas as receitas e despesas do
ente público devem compor o orçamento público é o princípio da:
a) Não afetação.
b) Unidade.
c) Exclusividade.
d) Especificação.
e) Universalidade.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
283
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Pessoal, vejam que a ênfase na frase é em TODAS, ou seja, um
UNIVERSO. Ao observarmos esse detalhe, teremos mais facilidades em
diferenciar este princípio com o da UNIDADE.
126 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O princípio
orçamentário da não afetação das receitas implica no fato de que:
a) todas as receitas devem estar previstas no orçamento.
b) as receitas devem estar equilibradas com as despesas.
c) as receitas devem constar do orçamento pelos seus valores brutos.
d) as receitas de capital devem ser superiores, em valor absoluto, às despesas
de capital.
e) as despesas não podem estar vinculadas às receitas, salvo exceções
previstas em lei.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
A questão coloca o Princípio da Não Vinculação das Receitas de
Impostos. “NÃO DOF”
Os demais itens estão associados como a seguir.
Item “a” PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE
Item “b” PRINCÍPIO DO EQUILÍBRIO
Item “c” PRINCÍPIO DO ORÇAMENTO BRUTO
Item “d” NÃO É PRINCÍPIO ALGUM, MAS APENAS UMA
TENTATIVA DE REGRA DE OURO (MAS NÃO É)
Item “e” PRINCÍPIO DA NÃO VINCULAÇÃO DAS RECEITAS
DE IMPOSTOS
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
284
127 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) A Lei
no 4.320/64, em seus artigos 3o e 4o, dispõe que a lei orçamentária anual
compreenderá todas as receitas e despesas do ente público. Esses dispositivos
legais consagram que o orçamento no Brasil atende ao princípio:
a) do equilíbrio.
b) da universalidade.
c) da exclusividade.
d) da unidade do caixa.
e) do orçamento bruto.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
Mais uma questão que trata do PRINCÍPIO DA UNVERSALIDADE. As
Bancas gostam de confundir os princípios da UNIDADE com o da
UNIVERSALIDADE, mas aluno do Ponto não vai mais passar por isso, certo ?
A ênfase no Princípio da UNIVERSALIDADE é no termo “TODAS”. Já no
da UNIDADE a ênfase é em “UM SÓ”.
128 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O
princípio orçamentário que veda que a receita de impostos esteja vinculada a
órgão, fundo, ou despesa, ressalvadas as exceções admitidas pela Constituição
Federal, é o princípio:
a) da clareza.
b) da discriminação.
c) do equilíbrio.
d) da unidade orçamentária.
e) da não-afetação.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Mais uma vez, as frases se repetem.
A novidade na questão é a citação ao Princípio da Clareza.
Segundo tal princípio, a matéria orçamentária deve apresentar
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
285
linguagem de modo fácil para que o homem-médio, ou seja, o homem-comum,
possa compreendê-la.
Assim, o orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e
completa.
129 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A Lei no
4.320/64, em seu art. 6o, dispõe que todas as receitas e despesas constarão
da lei orçamentária anual pelos seus totais, sem quaisquer deduções. Esse
dispositivo legal consagra que o orçamento no Brasil atende ao princípio:
a) da publicidade.
b) da exclusividade.
c) da unidade do caixa.
d) do orçamento bruto.
e) do equilíbrio.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Não temos como fugir, as questões se repetem em relação ao tema
Princípios.
E a frase é basicamente a mesma: “todas as receitas e despesas
constarão da lei orçamentária anual pelos seus totais, sem quaisquer
deduções.”
130 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O princípio
orçamentário que determina que as despesas e receitas devam aparecer de
forma detalhada no orçamento, para que se possa conhecer,
pormenorizadamente, as origens e aplicações dos recursos levantados junto à
sociedade é o princípio:
a) do equilíbrio.
b) da clareza.
c) da discriminação.
d) da não-afetação.
e) da unidade orçamentária.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
286
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
A frase básica é a seguinte: “as receitas e despesas orçamentárias
devem ser autorizadas em parcelas discriminadas e não pelo seu valor
global, facilitando o acompanhamento e o controle do gasto público.”
Depois de tantas frases, vamos montar um quadro-MANTRA.
MANTRA !
PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
PRINCÍPIO IDEIA-CHAVE
UNIDADE
cada ente da federação (União, Estado,
Distrito Federal ou Município) deve
possuir apenas um orçamento,
estruturado de maneira uniforme
UNIVERSALIDADE a Lei Orçamentária deverá conter
TODAS as receitas e despesas
ORÇAMENTO BRUTO
Todas as receitas e despesas constarão
da lei de orçamento pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções
ANUALIDADE OU
PERIODICIDADE
O orçamento deve ser elaborado e
autorizado para um determinado
período de tempo, geralmente um ano
EXCLUSIVIDADE
A LOA não conterá dispositivo estranho
à previsão da receita e à fixação da
despesa, não se incluindo na proibição
a autorização para abertura de créditos
suplementares e a contratação de
operações de crédito, inclusive por
antecipação de receita orçamentária -
ARO, nos termos da lei, bem como os
Títulos da Dívida Agrária – TDAs,
previstos no art. 184, § 4º, da CF/88.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
287
EQUILÍBRIO
O montante da despesa autorizada em
cada exercício financeiro não poderá
ser superior ao total de receitas
estimadas para o mesmo período
É vedada a realização de operações de
crédito que excedam o montante das
despesas de capital, dispositivo
conhecido como “regra de ouro”
LEGALIDADE
Cabe ao Poder Público fazer ou deixar
de fazer somente aquilo que a lei
expressamente autorizar, ou seja, se
subordina aos ditames da lei
PUBLICIDADE
O conteúdo orçamentário deve ser
divulgado nos veículos oficiais para que
tenha validade
ESPECIFICAÇÃO OU
ESPECIALIZAÇÃO OU
DA DISCRIMINAÇÃO
As receitas e despesas orçamentárias
devem ser autorizadas pelo Poder
Legislativo em parcelas discriminadas e
não pelo seu valor global
Exceção a este princípio => Reserva de
Contingência: dotação global não
especificamente destinada a
determinado programa ou unidade
orçamentária
NÃO-AFETAÇÃO DA
RECEITA
A NÃO VINCULAÇÃO É EM RELAÇÃO A
RECEITA DE IMPOSTOS
A VEDAÇÃO É EM RELAÇÃO A DESPESA,
ÓRGÃO OU FUNDO => “NÃO DOF”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
288
2 - Tópicos da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.º
101/2000): princípios, objetivos, efeitos no planejamento e no
processo orçamentário.
2.1 – PRINCÍPIOS DA LRF
Os seguintes princípios da LRF são aceitos pela maioria da
doutrina: Planejamento + Transparência + Equilíbrio orçamentário +
Responsabilização
Temos os seguintes pressupostos da Responsabilidade na Gestão
Fiscal:
ação planejada e transparente => previnem-se riscos e corrigem desvios
capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas;
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas
obediência a limites e condições em relação à:
=> renúncia de receita;
=> geração de despesas com:
- pessoal;
- seguridade social;
- outras.
=> dívidas consolidada e mobiliária;
=> operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;
=> concessão de garantia; e
=> inscrição em Restos a Pagar.
2.2 – OBJETIVOS, EFEITOS NO PLANEJAMENTO E NO PROCESSO
ORÇAMENTÁRIO
Vamos tratar desse tema em conjunto com alguns conceitos
relacionados aos princípios da LRF, de forma a facilitarmos a abordagem.
Vamos adiante....
Qualificando-se a elaboração do orçamento público como uma
atividade realizada na administração da coisa pública, pode-se visualizar a
importância que os princípios gerais carregam como fonte de interpretação dos
dados e do uso direcionado do poder discricionário.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
289
Para compreender melhor a sistemática principiológica da Lei de
Responsabilidade Fiscal, convém explicitar a importância que os princípios
constitucionais do art. 37 exercem em toda seara administrativa, por serem
básicos a toda e qualquer administração pública, em qualquer um dos seus
setores.
A legalidade, enquanto princípio da administração, significa que o
administrador público está sujeito em toda sua atividade funcional aos
preceitos legais e às exigências do bem comum.
Assim também o é em nível orçamentário, tanto que os planos
passam pelo Poder Legislativo, quando da sua criação, vigendo sob a forma de
lei ordinária.
A CF e a legislação ordinária apontam para uma disciplina interior
da administração pública. A conformidade entre a atividade e o que foi
disciplinado chama-se moralidade administrativa.
Em outros termos, deve-se entender a moralidade administrativa
como um pressuposto de validade de todo ato da administração pública. Mas
não se trata apenas de uma questão legal, porque tange ao princípio da ética
nas instituições.
A impessoalidade da administração pública significa que o ato
produzido é imputável ao órgão ou entidade administrativa, como corolário da
finalidade impessoal do interesse público a que se presta a atividade
administrativa.
No momento em que se deixa de observar a finalidade pública do
ato administrativo, em detrimento de interesses pessoais, ocorre desvio de
finalidade, diferentemente de quando um ato é praticado com incompetência
ou abuso de poder.
Como requisito de eficácia e de moralidade da administração
pública, os seus atos devem ser públicos. Nesse sentido, avalia-se que o
princípio da publicidade não é formador do ato, é elemento necessário para
torná-lo eficaz.
No entanto, o constituinte não se contentou com a idéia de que os
atos devem ser legais, probos, impessoais e públicos. Esses princípios já
bastariam para conduzir a lisura e a idoneidade administrativa.
Mas faltaria ainda a prestreza, a correção, o rendimento funcional.
Para atender esses aspectos foi apontado o princípio da eficiência. Trata-se de
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
290
um princípio econômico, relativo à qualificação da atividade, levando em conta
a relação insumo/produto.
É na aplicação do direito financeiro onde mais consistentemente se
visualiza a sua aplicação.
Exatamente por que a atividade financeira e orçamentária faz parte
do conjunto dos atos administrativos, utilizam-se como fonte interpretativa e
direcional os princípios básicos da administração.
Seguindo a lógica de que nem todos os atos administrativos são
atos orçamentários, deve-se perquirir quais são os princípios atinentes à
própria função orçamentária, como base para a LRF.
Os princípios orçamentários são a exclusividade do orçamento, a
universalidade, o planejamento e o equilíbrio orçamentário.
A exclusividade do orçamento diz respeito ao conteúdo sobre o que
versam os instrumentos orçamentários.
Tendo em vista a finalidade a que se destina o orçamento público,
diz-se que o seu conteúdo deve versar tão-somente sobre matéria financeira.
Ou seja, devem ficar de fora todas as questões não atinentes aos créditos, às
despesas e as contas públicas.
Mas, se por um lado, fica vedado tratamento de questões exógenas
ao plano fiscal no orçamento – no sentido financeiro e de política fiscal –, por
outro, há o princípio da universalidade, que determina a abrangência de toda
atividade financeira pelo orçamento.
Em outros termos, nada que diga respeito ao plano financeiro pode
ficar de fora do orçamento.
O planejamento orçamentário surge com a missão de tratar de
todas as problemáticas financeiras, sem delas escapar.
O princípio do planejamento diz respeito a uma operação onde se
seguem rigorosamente a fase de definição do problema, a fase de pesquisa e a
fase de plano.
Além disso, o planejamento se divide em físico, econômico, social,
cultural, e de área.
Os planos orçamentários da União, dos Estados, dos Municípios e
do Distrito Federal são precipuamente econômicos, uma vez que os demais
nem sempre se prestam a finalidades financeiras e orçamentárias.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
291
Pode-se entender o planejamento como meio para atingir
finalidades administrativas. Uma delas já está insculpida como o princípio do
equilíbrio orçamentário.
Nesse sentido, um dos principais objetivos da LRF é estabelecer os
mecanismos pelos quais são efetivadas as metas de resultado para que se
preserve o equilíbrio entre despesas e receitas públicas.
Assim, temos o princípio da prevenção de déficit fiscal, ou seja,
mais do que o equilíbrio fiscal, deve-se prevenir contra os déficits financeiros.
Tenta-se, com isso, coibir a prática usual do endividamento público
irresponsável, onerando em demasia os cofres públicos. Por exemplo, a
prevenção se dá com a limitação dos gastos em períodos razoáveis de tempo.
Entre as inovações da LRF (acompanhamento, possibilidade de
sanção, e outras), destaca-se a transparência, por auxiliar na fundação
principiológica da nova maneira de criar e conduzir o orçamento.
A transparência vem ao encontro do mencionado princípio
constitucional da publicidade, mas ultrapassa o seu significado. Isso porque a
LRF não apenas exige a publicidade, mas dispõe sobre mecanismos a
ensejarem a transparência orçamentária.
Assim, fica determinada a gama de princípios gerais da
administração e específicos da área financeira que norteiam a LRF, pondo-se
em relevo a tríade planejamento, equilíbrio orçamentário e transparência,
como baluartes para a atividade administrativa e orçamentária.
CAIU NA PROVA!
131 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) De acordo
com a Lei de Responsabilidade Fiscal, constituem requisitos essenciais da
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, a previsão e a efetiva
arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da
Federação. Nos casos em que um determinado ente deixe de observar tal
dispositivo, ser-lhe-á vedada:
a) a realização de transferências obrigatórias, qualquer que seja o tributo.
b) a realização de transferências obrigatórias, no que se refere aos impostos.
c) a realização de transferências voluntárias, qualquer que seja o tributo.
d) a realização de transferências voluntárias, no que se refere aos impostos.
e) a realização de transferências obrigatórias e voluntárias, no que se refere
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
292
aos impostos.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
De acordo com o art. 11 da LRF, temos o seguinte:
“Art. 11. Constituem requisitos essenciais da
responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e
efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de
transferências voluntárias para o ente que não observe o
disposto no caput, no que se refere aos impostos.”
132 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – STN / 2008) A
Lei Complementar n. 101, de 4 de maio de 2000, no que se refere à
consignação na lei orçamentária de créditos com finalidade imprecisa ou com
dotação ilimitada:
a) autoriza, com restrições, vinculando-se a consignação à indicação de fontes
adicionais de recursos.
b) veda, explicitando proibição que não admite nenhuma exceção.
c) proíbe, excetuando-se consignações acompanhadas de justificativa do chefe
do Poder Executivo responsável pela execução orçamentária.
d) não recomenda, excetuando-se consignações instruídas com justificativa do
responsável pelo Poder proponente.
e) autoriza, conquanto que a consignação não alcance mais de um exercício
financeiro.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
O § 4º do art. 5º da LRF assim estabelece:
“§ 4o É vedado consignar na lei orçamentária
crédito com finalidade imprecisa ou com dotação
ilimitada.”
Desta forma, não há qualquer exceção na LRF em relação à
consignação na lei orçamentária de créditos com finalidade imprecisa ou com
dotação ilimitada.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
293
3 - LRF: limites para despesas de pessoal; limites para a dívida;
mecanismos de transparência fiscal.
3.1 – ALGUNS ASPECTOS SOBRE A LRF
A LRF obriga: União, Estados, DF e Municípios.
Quando a LRF se refere à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios, incluem-se:
o Poder Executivo, o Poder Legislativo (e os Tribunais de Contas), o
Poder Judiciário e o Ministério Público;
as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias,
fundações e empresas estatais dependentes.
O DF considera-se na LRF como Estado.
As referências aos Tribunais de Contas incluem:
o Tribunal de Contas da União;
o Tribunal de Contas do Estado;
o quando houver, Tribunal de Contas dos Municípios;
o Tribunal de Contas do Município (só existem os dos RJ e SP).
Na LRF:
ENTE DA FEDERAÇÃO = União, cada Estado, o DF e cada
Município;
EMPRESA CONTROLADA = sociedade cuja maioria do
capital social com direito a voto pertença, direta ou
indiretamente, a ente da Federação;
EMPRESA ESTATAL DEPENDENTE = empresa controlada
que receba do ente controlador recursos financeiros para
pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral
ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles
provenientes de aumento de participação acionária.
RECEITA CORRENTE LÍQUIDA - RCL
É o somatório das receitas correntes, deduzidos:
=> na União: os valores transferidos aos Estados e
Municípios por determinação constitucional ou legal, e as
contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso
II do art. 195, e no art. 239 da CF;
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
294
=> nos Estados: as parcelas entregues aos Municípios
por determinação constitucional;
=> na União, nos Estados e nos Municípios: a
contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de
previdência e assistência social e as receitas provenientes da
compensação financeira citada no § 9° do art. 201 da CF.
IMPORTANTE !
A receita corrente líquida será apurada somando-se as
receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze
anteriores, excluídas as duplicidades.
CAIU NA PROVA!
133 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A receita cujo
valor é deduzido para o cálculo da receita corrente líquida do ente público, cujo
conceito consta do art. 2o da Lei Complementar no 101/2000 (Lei da
Responsabilidade Fiscal), é a receita:
a) de aluguéis de imóveis de propriedade do ente público.
b) da contribuição para o financiamento da seguridade social.
c) decorrente das atividades industriais e agropecuárias do ente público.
d) da contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de
previdência.
e) da dívida ativa do ente público.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Observem que os itens correspondem a alguma das Receitas Correntes
do TCPAISTransOu e não são deduções que entram no cálculo da RCL.
O item (d) se refere à alínea c), do inciso IV, do art. 2º, da LRF.
Vamos aos demais itens.
(a) – Receita Patrimonial
(b) – Receita de Contribuições Sociais. Lembrem-se de que não é a
parte previdenciária dos servidores públicos. Estes, que possuem o
Regime de Previdência Próprio dos Servidores, cujas contribuições não
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
295
entram no cômputo da RCL, conforme observamos no item (d).
(c) – Receitas Industriais e Receitas Agropecuárias.
(e) – Outras Receitas Correntes, como vimos na parte do curso em que
tratamos sobre a Dívida Ativa.
Vamos comentar sobre o Anexo de Metas Fiscais - AMF e o Anexo
de Riscos Fiscais – ARF.
Anexo de Metas Fiscais - AMF e Anexo de Riscos Fiscais - ARF
São “pendurados” à LDO;
Há outro anexo à LDO, específico somente para a União que traz os
objetivos das políticas “MoCreCam” (monetária, creditícia e cambial); e
Se aplicam à União, Estado, DF e Municípios.
ARF
Traz passivos contingentes e outros riscos que afetam as contas
públicas;
Indica as providências para a redução dos passivos contingentes;
Tipos de riscos:
De orçamento = Ex.: caso haja redução de receitas, há medidas
necessárias para se reduzir a previsão de receitas orçamentárias.
Da dívida = Ex.: um fato futuro que pode impactar a dívida pública,
como o que ocorreu com a crise financeira.
AMF
Traz metas anuais em valores correntes e constantes para 3 exercícios: o
que se refere e os 2 seguintes;
Quais são as metas:
FISCAIS
de RESULTADO PRIMÁRIO=RECEITAS NÃO FINANCEIRAS –
DESPESAS NÃO FINANCEIRAS;
RP=RÑF-DÑF
de RESULTADO NOMINAL=RECEITAS – DESPESAS
(neste resultado se incluem os fatores financeiros, ou seja, os juros e
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
296
afins entram no cômputo deste resultado)
RN=R-D
CAIU NA PROVA!
134 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) Segundo a
Lei de Responsabilidade Fiscal, o Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a
receitas, despesas, resultados nominal e primário e montante da dívida
pública, para o exercício a que se referirem e para os dois seguintes, deverá
integrar o:
a) Relatório de Gestão Fiscal.
b) Relatório Resumido da Execução Orçamentária.
c) Projeto da Lei do Plano Plurianual.
d) Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias.
e) Projeto da Lei Orçamentária Anual.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Conforme se estabelece no § 1º do art. 4º da LRF, o projeto da LDO
trará o Anexo de Metas Fiscais – AMF.
Atenção que não é a LDO que traz o AMF, mas sim o PROJETO DA
LDO.
Além disso, tal anexo traz metas anuais, em valores correntes e
constantes, relativas a receitas, despesas, resultados nominal e primário e
montante da dívida pública, para o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes.
“§ 1o Integrará o projeto de lei de diretrizes
orçamentárias Anexo de Metas Fiscais, em que serão
estabelecidas metas anuais, em valores correntes e
constantes, relativas a receitas, despesas, resultados
nominal e primário e montante da dívida pública, para
o exercício a que se referirem e para os dois
seguintes.”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
297
135 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CGU / 2008)
Com a publicação da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n.
101/2000), a Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO assumiu novas
prerrogativas, entre as quais a de apresentar o Anexo de Metas Fiscais - AMF e
o Anexo de Riscos Fiscais - ARF. Em relação ao AMF e ARF não se pode
afirmar:
a) no ARF, serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de
afetar as contas públicas, informando as providências a serem tomadas, caso
se concretizem.
b) o AMF estabelece as metas de Receita, Despesa, Resultado Primário e
Nominal e montante da dívida pública a serem observadas no exercício
financeiro a que se refere, além de indicar as metas fiscais para os dois
exercícios seguintes.
c) de acordo com as últimas Leis de Diretrizes Orçamentárias da União, os
riscos fiscais podem ser classificados em duas grandes categorias: Riscos
orçamentários e Riscos de dívida.
d) faz parte do AMF o demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia
de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de caráter
continuado.
e) considerando os riscos dos déficits atuariais dos sistemas de previdência, a
LRF determina que integre o ARF a avaliação da situação financeira e atuarial
do regime próprio dos servidores públicos.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
A LRF determinou que tal assunto estará no AMF, conforme consta no
art. 4º, § 2º, inciso IV, alínea “a”.
É verdade que tal avaliação se baseia nos riscos dos déficits atuariais dos
sistemas de previdência, mas o ARF não abarca tal tema.
De acordo com o art. 4º, § 3º da LRF, temos a atribuição do ARF.
“§ 3o A lei de diretrizes orçamentárias conterá
Anexo de Riscos Fiscais, onde serão avaliados os
passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar
as contas públicas, informando as providências a serem
tomadas, caso se concretizem.”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
298
136 - (FCC/ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007)
Segundo a Lei da Responsabilidade Fiscal, se verificado, ao final de um ......(I)
, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas
de resultado .....(II) estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o
Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários,
nos trinta dias subseqüentes, .....(III) de empenho e movimentação financeira,
segundo os critérios fixados pela lei .....(IV) .
Preenchem respectiva e corretamente as lacunas de I a IV:
a) Bimestre, primário ou nominal, limitação, de diretrizes orçamentárias.
b) Trimestre, primário ou operacional, sub-rogação, de diretrizes
orçamentárias.
c) Quadrimestre, operacional ou nominal, limitação, orçamentária anual.
d) Semestre, primário ou operacional, sub-rogação, orçamentária anual.
e) Ano, primário ou nominal, limitação, orçamentária anual.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
O texto da assertiva que está no enunciado da questão tem como
fundamento para a resposta, que consta no item (a), o caput do art. 9º da
LRF.
Pessoal, vamos falar rapidamente sobre os temas Renúncia de
Receita e Geração da Despesa e Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
que avaliamos serem fundamentais para nosso trabalho.
Renúncia de receita
Pessoal, vamos falar rapidamente sobre os temas Renúncia de
Receita e Geração da Despesa e Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
que avaliamos ser fundamentais para nosso trabalho.
A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá:
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro:
E, E+1, E+2 (exercícios que inicia a renúncia e os 2 seguintes
atender ao disposto na LDO e a pelo menos uma das seguintes
condições:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
299
demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na
estimativa de receita da lei orçamentária e de que não afetará as
metas de resultados fiscais previstas no AMF;
estar acompanhada de medidas de compensação, no período de
vigência da renúncia e nos 2 seguintes, por meio do aumento de
receita, proveniente da:
- elevação de alíquotas;
- ampliação da base de cálculo;
- majoração ou criação de tributo ou contribuição.
Renúncia de receita é:
anistia;
remissão;
subsídio;
crédito presumido;
concessão de isenção em caráter não geral;
alteração de alíquota; ou
modificação de base de cálculo
Desde que impliquem:
redução discriminada de tributos ou contribuições; e
outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado.
A Renúncia de Receita não se aplica:
às alterações das alíquotas do:
=> II;
=> IE;
=> IPI;
=> IOF.
ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos
respectivos custos de cobrança.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
300
CAIU NA PROVA!
137 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – STN / 2008) A
concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da
qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada:
a) de exposição de motivos que justifique politicamente a finalidade da
renúncia.
b) de decreto regulamentador que identifique exatamente o valor da receita
objeto da renúncia.
c) de estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício em que deva
iniciar sua vigência e nos dois seguintes.
d) de estudo de impacto orçamentário-financeiro que comprove a necessidade
da renúncia, como instrumento de política fiscal que atenda ao plano
plurianual.
e) de portaria regulamentadora expedida por autoridade competente que
explicite, objetivamente, o valor da receita objeto da renúncia.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
A referência é o caput do art. 14 da LRF.
“Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo
ou benefício de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita deverá estar acompanhada de
estimativa do impacto orçamentário-financeiro no
exercício em que deva iniciar sua vigência e nos
dois seguintes, atender ao disposto na lei de
diretrizes orçamentárias e a pelo menos uma das
seguintes condições: (.....)”
Geração da Despesa e Despesa Obrigatória de Caráter Continuado
Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao
patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação que não
atendam o disposto na LRF.
A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação
governamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado de:
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
301
estimativa do impacto orçamentário-financeiro (EIOF) no E, E+1 e E+2;
declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem adequação
orçamentária e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA e a
LDO. (atenção para não confundir, pois a banca inverte os termos, por
isso o destaque nas letras de forma a facilitar a decoreba)
Adequada com a LOA: despesa objeto de dotação específica e
suficiente, ou que esteja abrangida por crédito genérico, de forma que
somadas todas as despesas da mesma espécie, realizadas e a realizar,
previstas no programa de trabalho, não sejam ultrapassados os limites
estabelecidos para o exercício.
Compatível com o PPA e a LDO: despesa que se conforme com
as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos nesses instrumentos e
não infrinja qualquer de suas disposições.
A EIOF (estimativa do impacto orçamentário-financeiro) será
acompanhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.
Não se consideram irregulares, não autorizadas e lesivas ao
patrimônio público a geração de despesa ou assunção de obrigação dita como
irrelevante, nos termos em que dispuser a LDO.
A “EIOF” no E, E+1 e E+2, bem como a declaração do ordenador
da despesa são condições prévias para:
empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou execução
de obras;
desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o do art. 182
da CF/88.
Despesa Obrigatória de Caráter Continuado – DOCC
é uma despesa corrente derivada de:
lei;
MP; ou
ato administrativo normativo.
que fixem para o ente a obrigação legal de sua execução por um
período superior a dois exercícios.
Os atos que criarem ou aumentarem a DOCC deverão:
ser instruídos com a “EIOF”;
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
302
demonstrar a origem dos recursos para seu custeio;
ser acompanhado de comprovação de que a DOCC criada ou aumentada
não afetará as metas de resultados fiscais previstas no AMF da LDO,
devendo seus efeitos financeiros, nos períodos seguintes, ser
compensados:
pelo aumento permanente de receita; ou
pela redução permanente de despesa.
OBSERVAÇÃO
Estes comentários sobre os atos que criam ou aumentam a DOCC não
se aplicam às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao
reajustamento de remuneração de pessoal de que trata o inciso X do
art. 37 da CF/88.
Aumento permanente de receita:
elevação de alíquotas;
ampliação da base de cálculo;
majoração ou criação de tributo ou contribuição.
A DOCC não será executada antes da implementação das medidas
preliminares, as quais integrarão o instrumento que criar ou aumentar a
DOCC.
Aumento de despesa:
prorrogação daquela criada por prazo determinado.
Vedações
O BACEN não emite mais títulos da dívida pública desde maio de
2002.
É vedada a realização de operação de crédito entre um ente da
Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autarquia, fundação ou
empresa estatal dependente, e outro, inclusive suas entidades da
administração indireta, ainda que sob a forma de novação, refinanciamento ou
postergação de dívida contraída anteriormente.
EXCEÇÃO: as operações entre instituição financeira estatal e outro
ente da Federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
303
se destinem a:
financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição concedente.
Não é vedado aos Estados e Municípios a compra de títulos da dívida da
União como aplicação de suas disponibilidades.
É proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira
estatal e o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do
empréstimo.
EXCEÇÃO: instituição financeira controlada pode adquirir, no
mercado, títulos da dívida pública para atender investimento de seus clientes,
ou títulos da dívida de emissão da União para aplicação de recursos próprios.
Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:
a captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou
contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido, sem prejuízo do
disposto no § 7o do art. 150 da CF;
o recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público
detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com direito
a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;
a assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação
assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou serviços,
mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não se aplicando
esta vedação a empresas estatais dependentes;
a assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com
fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.
CAIU NA PROVA!
138 - (ESAF / ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANA / 2009) De acordo
com a Lei de Responsabilidade Fiscal, considera-se obrigatória de caráter
continuado a despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato
administrativo normativo, que fixe para o ente a obrigação legal de sua
execução:
a) por um período superior a três exercícios.
b) por um período superior a dois exercícios.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
304
c) até o encerramento do Plano Plurianual vigente.
d) até o encerramento do Plano Plurianual subsequente.
e) por um período superior a um exercício.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
A referência é o caput do art. 17 da LRF.
“Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter
continuado a despesa corrente derivada de lei, medida
provisória ou ato administrativo normativo que fixem
para o ente a obrigação legal de sua execução por um
período superior a dois exercícios.”
3.2 – MECANISMOS OU INSTRUMENTOS DE TRANSPARÊNCIA FISCAL
São instrumentos de transparência fiscal:
os planos (PPA e outros), orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias;
as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
o Relatório Resumido da Execução Orçamentária;
o Relatório de Gestão Fiscal; e
as versões simplificadas desses documentos.
Também se assegura a transparência pelo(a):
incentivo à participação popular e realização de audiências
públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos
planos (PPA e outros), LDO e Leis dos orçamentos;
ampla liberdade para o conhecimento e o acompanhamento da
sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a
execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de
acesso público; (Ex: Portal da Transparência da CGU);
adoção de sistema integrado de administração financeira e
controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido
pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A da LRF.
Art. 48-A da LRF: Para os fins a que se refere à liberação ao pleno
conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de
informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
305
meios eletrônicos de acesso público, os entes da Federação disponibilizarão a
qualquer pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a:
quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades
gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua
realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao
número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao
serviço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do
pagamento e, quando for o caso, ao procedimento licitatório
realizado;
quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda a receita
das unidades gestoras, inclusive referente a recursos
extraordinários.
Qualquer: Cidadão + Partido político + Associação + Sindicato -
CiPAS
É parte legítima para denunciar o descumprimento da LRF ao:
=> respectivo Tribunal de Contas; e
=> órgão competente do Ministério Público.
3.3 – LIMITES PARA DESPESAS DE PESSOAL
Pessoal, sobre esse importante tema, temos que ter atenção aos
valores dos limites previstos na LRF. Vamos apresentar três tabelas de forma a
ajudar a sua memorização.
A primeira é a versão completa. A segunda está incompleta e é a
que possui valores com o algarismo comum “6”. Por fim, a terceira é a sem
valor algum para que vocês possam preencher a lápis para fixarem os valores.
Esse método não é único, serve apenas para ajudar vocês. Se
alguém possuir algum outro, não há problema algum.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
306
LIMITES DE PESSOAL EM % DA RECEITA CORRENTE LÍQUIDA - RCL:
UNIÃO ESTADOS
e DF MUNICÍPIOS
TOTAIS 50% 60% 60%
PODER
EXECUTIVO 40,9 49* 54
PODER
LEGISLATIVO 2,5 3* 6
PODER JUDICIÁRIO
6 6
MINISTÉRIO PÚBLICO
0,6 2
* Em Estados que possuem Tribunais de Contas dos Municípios,
acresce-se 0,4% da RCL no Poder Legislativo e diminuiu-se 0,4% da
RCL no Poder Executivo.
OBSERVAÇÃO: dos 40,9% da RCL na União, 3% são para:
MPDFT, TJDFT, PMDF, Polícia Civil do DF e Corpo de Bombeiros
Militar do DF; e
Pessoal que era da União e que servia nos ex-Territórios do AP
e RR.
Segue a 2ª tabela parcialmente preenchida com os valores que
apresentam o algarismo “6” repetido em seus limites.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
307
UNIÃO ESTADOS
e DF MUNICÍPIOS
TOTAIS 60% 60%
PODER
EXECUTIVO
PODER
LEGISLATIVO 6
PODER JUDICIÁRIO
6 6
MINISTÉRIO PÚBLICO
0,6
Por fim, a 3ª tabela para vocês treinarem os valores limites.
UNIÃO ESTADOS
e DF MUNICÍPIOS
TOTAIS
PODER
EXECUTIVO
PODER
LEGISLATIVO
PODER JUDICIÁRIO
MINISTÉRIO PÚBLICO
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
308
Ok, Erick, mas você ainda não me disse o que se considera
como despesa total com pessoal.
Beleza, vamos ver em um quadro, como a LRF trata desse tema no
seu art. 18.
DESPESA TOTAL COM PESSOAL
É somatório dos gastos do ente da Federação com:
ativos
inativos
pensionistas
relativos a mandatos eletivos
cargos
funções ou empregos
e também, membros de Poder
ou seja, gastos com quaisquer espécies remuneratórias, tais como:
vencimentos e vantagens, fixas e variáveis
subsídios
proventos da:
aposentadoria
reformas
pensões
encargos sociais
contribuições
CIVIS E MILITARES
INCLUSIVE
adicionais +
gratificações +
horas extras +
vantagens pessoais
de qualquer natureza
recolhidos pelo ente às
entidades de previdência
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
309
OUTRAS CONSIDERAÇÕES
Serão contabilizados como "Outras Despesas de Pessoal" os
valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se
referem à substituição de servidores e empregados públicos
A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada
no mês em referência com as dos onze imediatamente anteriores,
adotando-se o regime de competência
CAIU NA PROVA!
139 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – STN / 2008) Nos
termos da lei de responsabilidade fiscal, e para os fins do disposto no caput do
art. 169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em cada período de
apuração e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais da
receita líquida, a seguir discriminados:
a) União (40%), Estados (40%), Municípios (40%).
b) União (50%), Estados (50%), Municípios (50%).
c) União (60%), Estados (60%), Municípios (60%).
d) União (50%), Estados (40%), Municípios (30%).
e) União (50%), Estados (60%), Municípios (60%).
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Facilitamos essa questão com nosso quadro em que constam os valores
de referência em relação à Receita Corrente Líquida, cujo extrato trazemos a
seguir.
UNIÃO ESTADOS e DF MUNICÍPIOS
50% 60% 60%
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
310
140 - (ESAF / ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE – CGU / 2008) A
Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF instituiu mecanismos mais rigorosos para
a administração das finanças nas três esferas de governo e funciona como um
código de conduta para os administradores públicos, que devem obedecer às
normas e limites estabelecidos na lei. Com base na Lei de Responsabilidade
Fiscal, assinale a opção incorreta.
a) A LRF estabelece limites para gastos com pessoal, sendo que na União esse
limite chega a 50% do total das Receitas Correntes.
b) São princípios gerais da LRF o Planejamento, a Transparência e a
Responsabilização.
c) Estão sujeitos às disposições da LRF todos os entes da federação inclusive
suas empresas estatais dependentes na forma definida na Lei.
d) São exemplos de instrumentos de transparência da gestão fiscal, segundo a
LRF: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações
de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução
Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal.
e) A LRF proíbe a realização de operação de crédito entre entes da Federação,
inclusive por intermédio de fundo, ainda que sob a forma de novação de dívida
contraída anteriormente.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
O erro é que a referência dos 50% recai sobre o total da Receita
Corrente Líquida – RCL, conforme temos no art. 19, inciso I da LRF.
“Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art.
169 da Constituição, a despesa total com pessoal, em
cada período de apuração e em cada ente da
Federação, não poderá exceder os percentuais da
receita corrente líquida, a seguir discriminados:
I - União: 50% (cinqüenta por cento); (.....)”
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
311
141 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) A Lei
Complementar no 101/2000 (Lei da Responsabilidade Fiscal - LRF) estabeleceu
limites para as despesas de pessoal dos entes públicos com base em
percentuais definidos sobre a receita corrente líquida. Para a União esse
percentual é de:
a) 50,0%
b) 55,0%
c) 57,5%
d) 60,0%
e) 65,0%
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Questão de simples memorização que se fundamenta no inciso I, do art.
19, da LRF
142 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) A despesa
total com pessoal, em cada período de apuração, não poderá exceder os
seguintes percentuais da receita corrente líquida do ente da federação: __I__
(União), _II__(Estados) e __III__ (Municípios). Preenchem respectiva e
corretamente as lacunas I, II e III:
a) 70%, 70% e 70%
b) 60%, 70% e 70%
c) 60%, 60% e 60%
d) 60%, 50% e 50%
e) 50%, 60% e 60%
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
Questão de simples memorização que se fundamenta nos incisos I, II e
III do art. 19, da LRF.
Vejam que essas questões são fundamentais para serem resolvidas com
o auxílio de nossa tabela.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
312
3.3.1 – CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DESPESAS COM A
SEGURIDADE SOCIAL
Pessoal, esse assunto está no art. 24 da LRF e avalio como
interessante para uma eventual cobrança pela Banca. Assim, nada melhor do
que resumirmos em um quadro.
A LRF E AS DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL
Nenhum
benefício ou
serviço relativo à seguridade social
poderá ser
o criado
o majorado ou
o estendido
sem a indicação da fonte de custeio total, conforme § 5o, art. 195 da CF/88
observadas ainda as exigências relacionadas às Despesas Obrigatórias de
Caráter Continuado – DOCCs
ao aumento de despesa decorrente de:
concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação
prevista na legislação pertinente
expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados
reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de preservar o
seu valor real
Dispensam-se as compensações decorrentes do
o aumento permanente de receita ou
o da redução permanente de despesa
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
313
OBSERVAÇÃO
Também se aplicam essas regras ao benefício ou serviço de saúde,
previdência e assistência social, inclusive os destinados aos servidores
públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.
CAIU NA PROVA!
143 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) Acerca das despesas com
a seguridade social, a Lei de Responsabilidade Fiscal não estabelece que é
a) obrigatória a indicação da fonte de recursos para o custeio total, em caso de
criação, majoração ou extensão de benefícios da seguridade social.
b) dispensado o aumento de receita ou redução de outras despesas para
compensar a concessão de aumento real ao valor do salário mínimo.
c) dispensado o aumento de receita ou redução de outras despesas para
compensar a concessão de benefício a quem satisfaça a legislação vigente.
d) dispensado o aumento de receita ou redução de outras despesas para
compensar a expansão quantitativa dos serviços de saúde.
e) obrigatório o aumento de receita ou redução de outras despesas para
compensar o reajustamento pela inflação dos proventos dos militares
reformados.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (b).
O erro da alternativa (b) decorre do fato que não existe tal
compensação em relação à concessão de aumento real ao valor do
salário mínimo.
Por fim, temos a seguinte referência das alternativas, no art. 24 da LRF:
Item a caput
Item c §1º, inciso I
Item d §1º, inciso II
Item e §1º, inciso III, c/c § 2º
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
314
3.4 – LIMITES PARA A DÍVIDA
A LRF trata da Dívida e do Endividamento no seu Capítulo VII,
especificamente nos artigos 29 a 42.
Vamos começar, enquadrando alguns conceitos.
CONCEITOS INICIAIS
DÍVIDA PÚBLICA
CONSOLIDADA OU
FUNDADA
montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras do ente da Federação,
assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para
amortização em prazo maior que 12 meses
DÍVIDA PÚBLICA
MOBILIÁRIA
dívida pública representada por títulos emitidos pela
União (inclusive os títulos do BACEN), Estados e
Municípios
OPERAÇÃO DE
CRÉDITO
compromisso financeiro assumido em razão de mútuo,
abertura de crédito, emissão e aceite de título,
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado
de valores provenientes da venda a termo de bens e
serviços, arrendamento mercantil e outras operações
assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos
financeiros
CONCESSÃO DE
GARANTIA
compromisso de adimplência de obrigação financeira
ou contratual assumida por ente da Federação ou
entidade a ele vinculada
REFINANCIAMENTO
DA DÍVIDA
MOBILIÁRIA
emissão de títulos para pagamento do principal
acrescido da atualização monetária
Continuemos com algumas considerações adicionais sobre o
assunto.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
315
CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS
Inclui-se na dívida pública consolidada da União aquela que se relaciona
com a emissão de títulos de responsabilidade do BACEN.
Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito
de prazo inferior a doze meses cujas receitas tenham constado do
orçamento.
Erick, já ouvi falar em uma tal Resolução do Senado Federal
que trata sobre os limites da dívida consolidada líquida.
É verdade. A Resolução do Senado Federal nº 40 de 2001 – RSF
40/2001 trata dos limites globais para o montante da dívida pública
consolidada e da dívida pública mobiliária dos Estados, do DF e dos Municípios.
Essa possibilidade de emissão de Resolução pelo Senado Federal
decorre do que está previsto no art. 52, VI e IX, da CF/1988.
Enfim, tal RSF estabelece algumas regras que têm sido cobradas
nas últimas provas. Observem que ela não trata da dívida da União, pois não o
é permitido.
ALGUMAS OUTRAS DEFINIÇÕES DA RESOLUÇÃO
EMPRESA ESTATAL DEPENDENTE - EED: empresa controlada pelo Estado, pelo DF
ou pelo Município, que tenha, no exercício anterior, recebido recursos financeiros de
seu controlador, destinados ao pagamento de despesas com pessoal, de custeio em
geral ou de capital, excluídos, neste último caso, aqueles provenientes de aumento de
participação acionária, e tenha, no exercício corrente, autorização orçamentária para
recebimento de recursos financeiros com idêntica finalidade.
DÍVIDA PÚBLICA CONSOLIDADA: montante total, apurado sem duplicidade, das
obrigações financeiras, inclusive as decorrentes de emissão de títulos, do Estado, do
DF ou do Município, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e
da realização de operações de crédito para amortização em prazo superior a 12 (doze)
meses, dos precatórios judiciais emitidos a partir de 05.05.2000 e não pagos durante
a execução do orçamento em que houverem sido incluídos, e das operações de
crédito, que, embora de prazo inferior a 12 (doze) meses, tenham constado
como receitas no orçamento
DÍVIDA PÚBLICA MOBILIÁRIA: dívida pública representada por títulos emitidos
pelos Estados, pelo DF ou pelos Municípios
DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA: dívida pública consolidada deduzidas as
disponibilidades de caixa, as aplicações financeiras e os demais haveres
financeiros.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
316
Temos a seguir um resumo sobre os principais tópicos cobrados
sobre essa Resolução do Senado Federal – RSF nº 40/2001.
IMPORTANTE
A dívida consolidada líquida – DCL não inclui as obrigações
existentes entre as administrações diretas dos Estados, do DF ou
dos Municípios e seus respectivos fundos, autarquias, fundações e
empresas estatais dependentes, ou entre estes
A DCL dos Estados, do DF e dos Municípios, ao final do ano de 2016, não
poderá exceder, respectivamente, a:
no caso dos Estados e do DF: 2 (duas) vezes a receita
corrente líquida – RCL
no caso dos Municípios: a 1,2 (um inteiro e dois décimos)
vezes a RCL
Para não fazermos confusão em relação a esses valores da RCL,
minha sugestão é lembrarmos que um Município é menor do que um
Estado/DF.
Ainda temos que comentar sobre a Resolução do Senado Federal
nº 43/2001 – RSF 43/2001 que, entre outras, dispõe sobre as operações de
crédito interno e externo dos Estados, do DF e dos Municípios, inclusive
concessão de garantias, seus limites e condições de autorização.
Segundo seu art. 7º, temos o seguinte quadro.
LIMITES DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO INTERNO E EXTERNO DOS ESTADOS,
DO DF E DOS MUNICÍPIOS
o montante global das operações de Crédito Interno e Externo
realizadas em um exercício financeiro não poderá ser superior a 16%
da RCL
o comprometimento anual com amortizações, juros e demais encargos
da dívida consolidada, inclusive relativos a valores a desembolsar de
operações de crédito já contratadas e a contratar, não poderá exceder
a 11,5% da RCL
o montante da dívida consolidada não poderá exceder o teto
estabelecido pelo Senado Federal, conforme o disposto pela Resolução
nº 40/2001.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
317
CAIU NA PROVA!
144 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) O
limite fixado em Resolução do Senado Federal para a dívida consolidada líquida
dos Estados da Federação é de __I__ da receita corrente ___II___ , sendo que
o pagamento tanto do __III__ quanto __IV__ não pode ultrapassar __V__ da
receita corrente __VI__ .
Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I a VI:
a) 200%; líquida; principal; dos juros; 11,5%; líquida.
b) 200%; líquida; juro; da atualização monetária; 16%; bruta.
c) 150%; bruta; juro; da atualização monetária; 16%; líquida.
d) 150%; bruta; principal; dos juros; 11,5%; bruta.
e) 120%; líquida; principal; dos juros; 11,5%; líquida.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
O fundamento da questão está no inciso II, do art. 7º, da RSF nº
43/2001 e no inciso I, do art. 3º da RSF nº 40/2001.
Atenção que quando for em relação aos Estados/DF, o fator de correção
é 2,0 da RCL, ou seja, 200% da RCL.
Observem que tanto na LRF quanto nas RSF, temos referência a valores
LÍQUIDOS, como a seguir exposto.
RCL – RECEITA CORRENTE LÍQUIDA
DCL - DÍVIDA CONSOLIDADA LÍQUIDA
Assim, se tivermos em alguma questão o termo RECEITA
CORRENTE BRUTA ou DÍVIDA CONSOLIDADA BRUTA, pode marcar como
errada.
145 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) O limite fixado
em Resolução do Senado Federal para a dívida consolidada líquida dos
Municípios é de _I_ da receita corrente _II_ , sendo que o pagamento tanto do
__III__ quanto __IV__ não pode ultrapassar __V__ da receita corrente _VI__.
Preenchem correta e respectivamente as lacunas I a VI acima:
a) 200%; bruta; principal; da atualização monetária; 16%; líquida.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
318
b) 200%; líquida; juro; da atualização monetária; 11,5%; bruta.
c) 150%; bruta; juro; da atualização monetária; 16%; líquida.
d) 150%; bruta; principal; dos juros; 11,5%; bruta.
e) 120%; líquida; principal; dos juros; 11,5%; líquida.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (e).
O fundamento da questão está no inciso II, do art. 7º, da RSF nº
43/2001 e no inciso II, do art. 3º da RSF nº 40/2001.
Atenção que quando for em relação aos Municípios, o fator de
correção é 1,2 da RCL, ou seja, 120% da RCL.
3.5 – A RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES
Pessoal, nesse tópico do curso vamos pedir um pouco mais de
atenção para guardarmos as principais considerações sobre o tema.
O art. 31 da LRF deve ser bem guardado, pois ele é fonte para
matarmos muitas questões de prova.
REGRAS SOBRE A RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES
Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o
respectivo limite
ao final de um quadrimestre
deverá reconduzir o limite até o término dos três quadrimestres
seguintes
reduzindo o excedente em pelo menos 25% no 1º quadrimestre
Por fim, ainda temos algumas considerações adicionais.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
319
OUTRAS CONSIDERAÇÕES RELEVANTES
Enquanto o ente da federação permanecer com o limite excedido:
estará proibido de realizar operação de crédito interna ou
externa, inclusive por ARO, EXCETO se for para o
refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária
terá que obter resultado primário necessário à recondução da
dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação
de empenho, na forma do art. 9o da LRF (ATENÇÃO: A
LIMITAÇÃO DE EMPENHO SERÁ UMA DAS MEDIDAS)
e caso vença o prazo para retorno ao limite, ou seja, ainda
permaneça o limite excedido, o ente é proibido de receber
transferências voluntárias da União ou do Estado/DF
Tais restrições se aplicam ao ente de imediato caso o montante da
dívida exceder o limite no 1º quadrimestre do último ano do
mandato do Chefe do Poder Executivo.
Essas normas serão observadas nos casos de descumprimento
dos limites da dívida mobiliária e das operações de crédito
internas e externas.
146 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA – MPU/2007) A Lei da
Responsabilidade Fiscal, em seu art. 31, estabelece que, se a dívida
consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final
de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três
quadrimestres subsequentes. Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele
houver incorrido poderá:
a) Realizar operações de crédito somente por antecipação da receita.
b) Receber transferências voluntárias de outros entes públicos.
c) Promover a limitação dos empenhos.
d) Deixar de refinanciar o principal atualizado da dívida mobiliária.
e) Realizar operações de crédito externas.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
320
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
A referência para o item (c) da questão está no inciso II, § 1º, art. 31 da
LRF.
Até há uma razão para se limitarem os empenhos: isso gera economia
de despesa, o que, em tese, significaria algum lastro para reconduzir a dívida
para abaixo dos limites estabelecidos.
Os demais itens, que são relativos a vedações em razão de se
ultrapassarem os limites com a dívida, serão referenciados a seguir.
Item (a) – é uma vedação prevista no inciso I, § 1º, art. 31 da LRF
Item (b) – outra vedação que consta no § 2º, art. 31 da LRF
Item (d) – mais uma vedação cuja referência está no inciso I, § 1º, art.
31 da LRF, ou seja, É PERMITIDO o refinanciamento do principal
atualizado da dívida mobiliária.
Item (e) – vedação com referência no inciso I, § 1º, art. 31 da LRF.
147 - (FCC/ANALISTA – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Se a dívida
consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final
de um __I__ , deverá ser a ele reconduzida até o término dos __II__
subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos _III__ no primeiro.
Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I, II e III:
a) bimestre, dois, 10%
b) trimestre, três, 20%
c) quadrimestre, três, 25%
d) semestre, dois, 30%
e) ano, dois, 35%
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
A referência para o item (c) da questão está no caput do art. 31 da LRF.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
321
148 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) No que
concerne aos preceitos emanados pela Lei da Responsabilidade Fiscal, analise:
I. É permitido ao titular de órgão público, nos últimos dois quadrimestres do
seu mandato, contrair obrigação de despesa que possa ser cumprida
integralmente dentro dele.
II. As operações de crédito por antecipação de receita são proibidas no último
ano de mandato do Presidente, do Governador ou do Prefeito Municipal.
III. É permitida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e
o ente da Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do
empréstimo, desde que autorizada por lei específica.
IV. Está proibida a destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir
necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas.
É correto o que consta APENAS em:
a) I e II.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II e IV.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Vamos comentar item a item.
Item I – a vedação, em relação aos limites com a dívida, se refere ao 1º
quadrimestre do último ano do mandato do Chefe do Poder Executivo,
conforme consta no § 3º, art. 31 da LRF.
Item II – o inciso I, § 1º, art. 31 da LRF determina que é vedada, E EM
QUALQUER HIPÓTESE, a contratação de operações de crédito,
INCLUSIVE POR “ARO”, EXCETO se for para refinanciar o principal
atualizado da dívida mobiliária.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
322
Item III – de acordo com o art. 36 da LRF, veda-se a operação de crédito
entre uma instituição financeira estatal e o ente da Federação que a controle,
na qualidade de beneficiário do empréstimo.
A exceção prevista se refere à aquisição, no mercado, de títulos da dívida
pública para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida de
emissão da União para aplicação de recursos próprios.
Item IV – conforme art. 26 da LRF não há essa vedação, pois, “a
destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de
pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei
específica, atender às condições estabelecidas na LDO e estar prevista no
orçamento ou em seus créditos adicionais.”
3.6 – A RECONDUÇÃO AOS LIMITES DO GASTO COM PESSOAL
Deixamos esse tópico para agora de forma a aproveitarmos juntos
os 2 temas da recondução.
Erick, quando verificamos se um ente da Federação está
cumprindo os limites de gasto com pessoal?
Beleza. Essa verificação se faz a cada quadrimestre, assim como no
caso da dívida consolidada.
Então temos que concordar com o fato de que não há outro
parâmetro de verificação a não ser o QUADRIMESTRE, tanto para a DÍVIDA,
quanto para o GASTO COM PESSOAL.
Agora vamos à hipóteses de vedações em relação a alguns
percentuais do limite de gasto com pessoal.
Destaco antes um quadro que trata sobre quem incidem as
limitações.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
323
QUEM DEVERÁ RECONDUZIR OS LIMITES SE:
EXCEDER O LIMITE DA DÍVIDA
CONSOLIDADA
EXCEDER O LIMITE DE GASTO
COM PESSOAL
ENTE DA FEDERAÇÃO
PODER OU ÓRGÃO PREVISTO NO
ART. 20 DA LRF
VEDAÇÕES, CASO O PODER OU ÓRGÃO ULTRAPASSE OS 95% DO
LIMITE DE GASTO COM PESSOAL
VEDA-SE
concessão de:
vantagem
aumento
reajuste ou
adequação
criação de cargo, emprego ou função => “criação de CEF”
alteração de estrutura de carreira que implique aumento de
despesa => pode-se alterar, mas NÃO PODE AUMENTAR A
DESPESA
provimento de cargo público, admissão ou contratação de
pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de
aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de
educação, saúde e segurança
contratação de hora extra, salvo nas situações previstas na LDO
Pessoal, quando falamos dos 95% do limite, dizemos em relação
aos que cada poder ou órgão.
Esse limite de 95% é conhecido como LIMITE PRUDENCIAL.
Há um limite de 90% que se relaciona com o LIMITE DE ALERTA.
Quando este limite de 90% for superado, os Tribunais de Contas
ALERTARÃO aos Poderes ou órgãos para que tomem as medidas preventivas
de remuneração
a qualquer título
salvo as derivadas de
sentença judicial ou de determinação legal ou
contratual sendo permitida a
revisão prevista no inciso X do art. 37 da CF
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
324
para que evitem ultrapassar os limites de despesa total com pessoal e com a
dívida.
Importante é ressaltarmos que esses 90% se referem tanto a
LIMITES COM A DÍVIDA quanto a LIMITES COM A DESPESA TOTAL COM
O PESSOAL.
Por exemplo, o caso do Poder Executivo de um Município, esse
limite seria de 95% sobre os 54% da RCL, ok?
Outro detalhe importante:
“É nulo de pleno direito o ato de que resulte aumento da
despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final do
mandato do titular do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20.”
SE O PODER OU ÓRGÃO ULTRAPASSAR OS LIMITES PREVISTOS
ALÉM DAS MEDIDAS ANTERIORES
O PERCENTUAL EXCEDENTE
terá de ser eliminado nos 2 quadrimestres seguintes
sendo pelo menos 1/3 no 1º quadrimestre
adotando-se, entre outras, as seguintes providências:
redução em pelo menos 20% das despesas com cargos em
comissão e funções de confiança
exoneração dos servidores não estáveis
caso estas 2 medidas não forem suficientes
o servidor estável poderá perder o cargo
desde que
ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade
funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
325
Erick, e se o Poder ou órgão não conseguir reconduzir os
limites de gasto com pessoal?
Vamos resumir.
CASO NÃO SE ALCANCE A REDUÇÃO NO PRAZO E ENQUANTO
PERDURAR O EXCESSO
ATENÇÃO ESTA SANÇÃO SE APLICA AO ENTE DA FEDERAÇÃO !
O ENTE DA FEDERAÇÃO NÃO PODERÁ
receber transferências voluntárias
obter garantia, direta ou indireta, de outro ente
contratar operações de crédito
OBSERVAÇÃO:
1) podem ser contratadas operações de crédito com a
finalidade de se refinanciar a dívida mobiliária, bem como
para reduzir as despesas com pessoal
2) estas restrições aplicam-se de imediato, caso a despesa
total com pessoal exceda o limite no 1º do último ano do
mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos no art. 20
149 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) De
acordo com a Lei da Responsabilidade Fiscal, se a despesa total com pessoal
da União ultrapassar o limite de __I__ da sua receita corrente líquida, o
percentual excedente terá de ser eliminado nos __II__ seguintes, sendo pelo
menos __III__ no primeiro.
Preenchem respectiva e corretamente as lacunas I, II e III:
a) 50%; dois trimestres; um quarto.
b) 50%; três trimestres; um terço.
c) 50%; dois quadrimestres; um terço.
d) 60%; dois quadrimestres; um terço.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
326
e) 60%; três quadrimestres; um quarto.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
A referência do item (c) está no art. 23, caput, da LRF.
150 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) Segundo a Lei
da Responsabilidade Fiscal, exclui-se da receita corrente líquida de um Estado
da Federação, para fins de determinação do limite de gastos com pessoal,
a) a receita do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis.
b) os juros e encargos recebidos em decorrência de dívida pública ativa.
c) a receita de aluguéis de bens imóveis de propriedade do Estado.
d) as parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional.
e) as transferências recebidas do Fundo de Participação dos Estados.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (d).
Independente de ser gasto com pessoal ou de ser dívida consolidada, os
percentuais se referem sempre à Receita corrente Líquida – RCL.
Assim, de acordo com as alíneas (a) e (b), inciso IV, art. 2º da LRF, as
parcelas entregues aos municípios por determinação constitucional são
excluídas de forma a calcularmos a RCL.
151 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA ORÇAMENTO – MPU/2007) De acordo com
a Lei da Responsabilidade Fiscal, se a despesa total com pessoal de um Estado
da Federação ultrapassar o limite de __I__ da sua receita corrente líquida, o
percentual excedente terá de ser eliminado nos __II__ seguintes, sendo pelo
menos __III__ no primeiro subseqüente.
Preenchem correta e respectivamente as lacunas I, II e III acima:
a) 50%; dois trimestres; um quarto.
b) 50%; três trimestres; um terço.
c) 60%; dois quadrimestres; um terço.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
327
d) 60%; três quadrimestres; um quarto.
e) 60%; dois semestres; um quarto.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (c).
A referência do item (c) está na combinação do inciso II, art. 19, com o
art. 23, caput, ambos da LRF.
3.7 – A REGRA DE OURO
Reta final de nosso curso! Vamos à bandeirada para a posse na
CGU!
A Regra de Ouro só é válida pelo o que consta no inciso III, art.
167 da CF/88, pois há a ADIN Nº 2.238-5 em que o STF suspendeu a eficácia,
em medida cautelar, do § 2º, art. 12 da LRF.
Desta forma, não há que se falar em Regra de Ouro na LRF até que
se defina o mérito do dispositivo previsto na LRF.
REC
EITA
S
CO
RR
EN
TES
TCPAISTransOu DESPESA CORRENTE
REC
EITA
S D
E C
AP
ITA
L
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
(SÃO UMA DAS
RECEITAS DE CAPITAL)
DESPESA DE CAPITAL
AAmorTransOu
(SÃO AS DEMAIS
RECEITAS DE CAPITAL)
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
328
Observem as cores para visualizarmos o que está vinculado à
Regra de Ouro.
No entanto, tal vinculação não é absoluta, pois a parte final do
inciso III, art. 167 da CF/88 coloca as possibilidades, ou seja:
É PERMITIDA A RELIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO QUE
EXCEDAM O MONTANTE DAS DESPESAS DE CAPITAL DESDE QUE
sejam autorizações por meio de créditos suplementares ou
especiais
tenham finalidade precisa
sejam aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta
CAIU NA PROVA!
152 - (FCC/TÉCNICO – ÁREA CONTROLE INTERNO – MPU/2007) A
denominada "regra de ouro" da Lei da Responsabilidade Fiscal estabelece que:
a) as receitas de operações de crédito não poderão exceder o montante das
despesas de capital.
b) é inadmissível concessão de incentivo de natureza tributária da qual decorra
renúncia de receita.
c) as despesas obrigatórias de caráter continuado devem ser financiadas pelo
excesso de arrecadação.
d) é proibida a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da
Federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira.
e) as despesas de pessoal com servidores ativos não poderão ser inferiores às
realizadas com servidores inativos.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Apesar da questão citar a LRF, devemos ler a “Regra de Ouro” conforme
o inciso III, art. 167 da CF/88.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
329
3.8 – A DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR
PRIVADO
Em relação a este tema, a LRF estabeleceu que a destinação de
recursos para, direta ou indiretamente, cobrir:
necessidades de pessoas físicas; ou
déficits de pessoas jurídicas
Deverá:
ser autorizada por lei específica;
atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias; e
estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais.
O CAMPO DE APLICAÇÃO desta regra é o seguinte:
toda a administração indireta
fundações públicas
empresas estatais
EXCETO
as instituições financeiras
o Banco Central do Brasil
Incluem-se como destinações ao setor privado:
a concessão de empréstimos, financiamentos e
refinanciamentos, bem como suas respectivas prorrogações e
composições de dívidas
a concessão de subvenções
a participação em constituição ou aumento de capital
Os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não
serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação, caso ocorra a
concessão de crédito por ente da Federação a:
no exercício de suas atribuições precípuas
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
330
pessoa física ou
jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto
IMPORTANTE
Dependem de autorização em lei específica:
as prorrogações e composições de dívidas decorrentes de
operações de crédito
a concessão de empréstimos ou financiamentos com
encargos financeiros, comissões e despesas congêneres
inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação
Para que isso ocorra, o subsídio governamental correspondente
deverá ser consignado na lei orçamentária
Além disso, temos algumas observações importantes:
OBSERVAÇÕES
EXCETO QUANDO AUTORIZADO POR MEIO DE LEI ESPECÍFICA
não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações
de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional,
ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou
financiamentos para mudança de controle acionário
A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de
fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do
Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei
Tais considerações não proíbem o BACEN de conceder às
instituições financeiras operações de redesconto e de
empréstimos de prazo inferior a 360 dias
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
331
CAIU NA PROVA!
153 - (ESAF / ANALISTA – SEFAZ - CE / 2007) Acerca da destinação de
recursos públicos para o setor privado, a Lei de Responsabilidade Fiscal não
estabelece:
a) as exigências de autorização em lei específica, atendimento à lei de
diretrizes orçamentárias e dotação orçamentária não se aplicam à
administração indireta e empresas estatais, com exceção das instituições
financeiras e do Banco Central.
b) é obrigatória a autorização em lei específica, bem como atendimento à lei
de diretrizes orçamentárias e existência de dotação orçamentária que a
suporte.
c) na concessão de crédito a pessoa física ou jurídica que não esteja sob
controle direto ou indireto, os encargos financeiros e demais despesas serão
iguais ou superiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.
d) é permitida a utilização de recursos públicos para socorro a instituições do
Sistema Financeiro Nacional, mediante lei específica, mesmo que por
concessão de auxílios ou subvenções econômicas.
e) é permitido ao Banco Central, mesmo sem autorização legal específica,
conceder às instituições financeiras operações de redesconto e empréstimos
com prazo não superior a trezentos e sessenta dias.
Comentários:
O gabarito da questão é a alternativa (a).
Conforme art. 26, § 1º da LRF, o correto seria “as exigências de
autorização em lei específica, atendimento à lei de diretrizes orçamentárias e
dotação orçamentária SE APLICAM à administração indireta e empresas
estatais, com exceção das instituições financeiras e do Banco Central, no
exercício de suas atribuições precípuas.”
Temos a seguinte referência das alternativas, na LRF:
Item b art. 26, caput
Item c art. 27, caput
Item d art. 28, caput
Item e art. 28, § 2º
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
332
As questões que vimos até aqui servem como boa base para nossos
estudos.
Lembrem-se de que com o corpo e a mente em equilíbrio, o sucesso
chegará em breve!
Coloco-me à disposição para eventuais dúvidas e sugestões, pois elas
serão de muita valia para nosso trabalho em conjunto.
Utilizem nosso email [email protected] e coloquem no assunto
do email: Dúvida de AFO/CGU
Mãos à obra e saudações a todos.
Bons estudos!
Erick Moura
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
A) MANUAIS
- Manual Técnico do Orçamento – MTO;
- Manual de Despesa Nacional da Secretaria do Tesouro Nacional;
- Manual de Receita Nacional da Secretaria do Tesouro Nacional;
- Manual de Procedimentos das Receitas Públicas da Secretaria do
Tesouro Nacional;
- Manual de Demonstrativos Fiscais;
- Manual de Contabilidade Aplicada no Setor Público;
B) LIVROS
- ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA PARA CONCURSOS
– AFO – DIREITO FINANCEIRO SIMPLIFICADO – Fábio Furtado – Editora
Ferreira – 1ª Edição;
- ORÇAMENTO PÚBLICO – James Giacomoni – Editora Atlas – 14ª Edição;
- AFO & FINANÇAS PÚBLICAS - Antônio D’Ávila Jr. – Editora FDK– 1ª
Edição;
- GESTÃO DE FINANÇAS PÚBLICAS – Claudiano Albuquerque, Márcio
Medeiros e Paulo Henrique Feijó – Editora Gestão Pública - 2ª Edição.
- LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL COMENTADA. Flávio Cruz. Editora
Atlas.
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
333
- COMENTÁRIOS À LEI nº 4320. Flávio Cruz. Editora Atlas.
- FUNDAMENTOS DE ORÇAMENTO PÚBLICO E DIREITO FINANCEIRO.
Fernando Lima Gama Júnior. Editora Campus Concursos – 1ª Edição;
- DIREITO FINANCEIRO E ORÇAMETO PÚBLICO. Sérgio Jund. Editora
Campus Concursos – 2ª Edição;
- CONTABILIDADE PÚBLICA. João Angélico. Editora: Atlas – 8ª Edição.
MONTEIRO, J. V. Como Funciona o Governo: Escolhas Públicas na Democracia
Representativa (Rio de Janeiro: Editora FGV), 2007.
REZENDE, Fernando e CUNHA, Armando (Org.). Contribuintes e Cidadãos:
Compreendendo o Orçamento Federal. (FGV, 2002).
REZENDE, Fernando e CUNHA, Armando (Org.). Disciplina Fiscal e Qualidade
do Gasto Público: fundamentos da reforma orçamentária (FGV, 2005)
SILVA, Lino Martins da. Contabilidade Governamental: Um Enfoque
Administrativo.
KOHAMA, Heilio. Contabilidade Pública - Teoria e Prática. Editora Atlas. 10 ed.
2006.
C) LEGISLAÇÃO
- CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988
(Título VI, Capítulo II, Seção II)
- Lei nº 4.320/64 - Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal.
- Decreto-Lei nº 200/67 - Dispõe sobre a organização da Administração
Federal, estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa e dá outras
providências.
- Decreto nº 93.872/86 - Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa do
Tesouro Nacional, atualiza e consolida a legislação pertinente e dá outras
providências.
- Lei complementar nº 101/01 - Estabelece normas de finanças públicas
voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
- Portaria MPOG nº 42/1999 - Atualiza a discriminação da despesa por
funções de que tratam o inciso I do § 1º do art. 2º e § 2º do art. 8º, ambos da
AFO - CGU - COMUM A TODAS AS ÁREAS – TEORIA E EXERCÍCIOS
CURSO GRATUITO PROFESSOR: ERICK MOURA
Professor ERICK MOURA CURSO GRATUITO – A DISTRIBUIÇÃO DESTE MATERIAL ESTÁ AUTORIZADA PELO AUTOR
334
Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, estabelece os conceitos de função,
subfunção, programa, projeto, atividade, operações especiais, e dá outras
providências.
- Decreto nº 3.590/2000 - Dispõe sobre o Sistema de Administração
Financeira Federal e dá outras providências.
- Lei nº 10.180/2001 - Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento e
de Orçamento Federal, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade
Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá outras
providências.
- Portaria Interministerial STN/MPOG nº 163/2001 - Dispõe sobre
normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito da União,
Estados, Distrito Federal e Municípios, e dá outras providências.