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Direito Financeiro ALEPE Prof. Wilson Araújo ESPAÇO HEBER VIEIRA Rua Corredor do Bispo, 85, Boa Vista, Recife/PE Página 1 F.: 3222-6231  www.espacoheberv ieira.com.br ALEPE 2014 AFO T Ó ÓPI C C O OS  1.  INICI A AÇ Ã ÃO  A AO  ES T T UDO O  DO O  ES S T T A ADO O  2.  SIS T TEM A A  O O R R Ç A AMEN T T Á Á R R I O O  B R R A A S SILEIR R O  3.  ESPÉ É C C IES  D D E  O R R Ç Ç A AMEN T T O O  4 4 .  P R RINC Í ÍPIOS  O R R Ç Ç A A MENT T Á Á R RIO O S  5 5 .  C CIC L O O  O O R R Ç Ç A AMEN T T Á Á R R IO  6 6 .  D DESC C E N T T R R A ALI Z Z A AÇÃ Ã O  O O R R Ç Ç A AMEN T Á Á R R I A A  7.  P R O O GR R A AM A AÇ Ã Ã O O  FINA AN C CEI R A A  8.  D DESC C E N T T R R A ALI Z Z A AÇ Ã Ã O  F F IN A ANCEI R A A  9.  D DESPES S A A  Ú B B L LI C A A  10 0 .  E E S ST T Á ÁGI O O S S  D A A  DESPES A A  11.  R RES T TOS  A A  P P A AG A A R R  1 2 2 .  DESP E S S A AS  D D E  E E X X E R C Í ÍCIO O S  A AN T E R R IO O R ES S  13 3 .  C C R É É DI T T O O S S  A ADICION A AIS  1 4 4 .  R ECEI T T A A  P Ú Ú BLIC A A  15 5 .  E S ST T Á ÁGI O O S S  D A A  R ECEI T A A  16 6 .  L L RF   A tenção: E s te ma terial d e estudo foi des envolvido para comple ment ar O curs o de AF O (on line e  pres enci al). Aler to que a literatura trat a o a s s unto de for ma mais detalhada .

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    ALEPE 2014

    AFO

    TT PPIICCOO SS

    11 .. II NNII CCII AA OO AAOO EESSTT UUDDOO DDOO EESSTT AADD OO

    22 .. SSII SSTTEEMM AAOO RR AAMM EENNTT RR IIOO BBRR AASSII LL EEIIRROO

    33 .. EESSPPCCII EESSDD EEOORR AAMM EENNTTOO

    44 .. PPRR IINN CCPP IIOO SSOO RR AAMM EENNTT RRIIOO SS

    55 .. CCIICCLLOOOO RR AAMM EENNTT RRII OO

    66 .. DDEESSCCEENNTTRR AALLIIZZ AA OO OO RR AAMM EENNTT RR II AA

    77 .. PPRROOGG RR AAMM AA OO FFII NN AANN CC EEII RR AA

    88 .. DDEESSCCEENNTTRR AALLIIZZ AA OO FF IINN AANNCCEEII RR AA

    99 .. DDEESSPPEESS AAPPBBLLII CCAA

    1100 .. EESSTT GG IIOO SSDD AADDEESSPPEESS AA

    1111 .. RREESSTTOOSSAAPP AAGG AARR

    1122 .. DDEESSPPEESS AASSDDEEEEXXEERR CC CCII OO SSAANNTT EERRIIOO RREESS

    1133 .. CCRRDDIITTOO SSAADDII CCII OONN AAII SS

    1144 .. RREECCEEIITT AAPPBBLL IICCAA

    1155 .. EESSTT GG IIOO SSDD AARREECCEEIITT AA

    1166 .. LLRRFF

    A teno:

    Este mater ia l de estudo fo i desenvolv ido para com plementar O curso de AFO (on l ine e

    presencial) . Alerto que a literatura trata o assunto de form a mais detalhada.

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    11 .. II NNII CCII AA OO AAOO EESSTT UUDDOO DDOO EESSTT AADD OO

    1.1 ESTADOA necessidade do homem em conviver socialmente explica a origem da formao do Estado, para tal houve porbem se estabelecer regras de conduta a fim de garantir o Direito.

    A fim de contextualizar a origem e a sua conseqente evoluo em decorrncia dos fatos sociais inerentes prpria espcie humana, Bernardo Ribeiro de Moraes buscou inspirao para explicar o surgimento do Estado,

    organizando as etapas conforme a seguir:

    temos, no princpio, o homem como ser social, com tendncia para viver em sociedade;

    ele tambm um ser racional e livre, descobrindo desde logo a necessidade de conviver com seusiguais, numa sociedade;

    essa tendncia transforma-se em vontade consciente de viver em comum com seus semelhantes, umacooperao consciente em sociedade;

    dessa convivncia consciente com seu semelhante, forma uma coletividade social em que "as partesno perdem a sua individualidade e o todo no se confunde com as partes". Surgem os agrupamentoshumanos, as tribos, os cls e as sociedades polticas;

    aparece a a autoridade, a norma regulamentadora da coexistncia; surge ento o Estado, oinstrumento criado para a manuteno do bem-estar social.

    A lgica da formao do Estado, portanto, tem como fundamento a necessidade de convivncia social em

    comum.

    CONCEITO

    Acerca do conceito, muitos so os autores e diversos so os aspectos de conceituao, no entanto, vamos nosater ao conceito que assim o define: O Estado a sociedade humana juridicamente organizada, dentro de umterritrio, com um governo, para realizao de determinado fim.

    FINALIDADES DO ESTADO

    Na concepo Aristotlica, o Estado tem como finalidades bsicas:

    A segurana, com o objetivo de manter a ordem poltica, econmica e social; O desenvolvimento, com o objetivo de promover o bem comum.

    Na concepo Marxista o Estado visto como um poder constitudo em uma sociedade paradominao de certas classes sobre outras. O Estado considerado um mero instrumento das

    classes dominantes.

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    De qualquer modo, para cumprir suas finalidades, o Estado contemporneo desempenha as seguintes funes:

    funo normativa, ordenadora ou legislativa: a de instituir e dinamizar uma ordem jurdica; funo disciplinadora ou jurisdicional: a de cumprir e fazer cumprir as normas prprias dessa ordem,

    resolvendo os conflitos de interesses; funo executiva ou administrativa: a de cumprir essa ordem, administrando os interesses coletivos,

    gerindo os bens pblicos e atendendo s necessidades gerais.

    Assim, as funes do estado podem ser representadas da seguinte maneira:

    1.2 MEIOS PARA A MANUTENO DO ESTADONecessidades pblicas

    Diferentemente das necessidades coletivas, as pblicas so as que envolvem aquilo que incumbe ao Estadoprestar, em decorrncia de uma norma jurdica. Ou seja, h a necessidade de uma deciso poltica anterior, quejuridiciza determinado interesse geral, atribuindo deveres ao Estado que, assim, legitima-se perante asociedade. A prestao dos servios pblicos e o exerccio do poder de polcia, alm das hipteses deinterveno no domnio econmico, so exemplos de atribuies estatais que se mantm, realizam-se e sopotencializadas, segundo o crescimento da atividade financeira do Estado. Mas a idia de concepo de Estadoque se possui tambm dimensionar a eleio de necessidades de interesse geral.

    Organizado o Estado, foi necessrio obter meios indispensveis para manter sua existncia e cumprir suasmltiplas atividades, poltica, administrativa, econmica, financeira, sendo esta ltima a que se preocupa emobter, gerir e aplicar recursos necessrios para fazer funcionar as instituies (Atividade Financeira do Estado AFE). As atividades do Estado esto concretizadas nos objetivos nacionais que fornecem os critriosnorteadores da poltica financeira adotada.

    1.3 ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADOAFE

    O Estado e a atividade financeira

    Genericamente, pode-se dizer que a finalidade do Estado a realizao do bem comum. Assim, o Estadoencontra sua legitimidade e razo de ser no atendimento das necessidades sociais. O incremento dessaatividade envolve gastos vultosos que so custeados pela sociedade como um todo. Essas necessidadescresceram exponencialmente no Estado moderno partindo-se do chamado Estado Liberal, com menoresgastos e intervenes, evoluiu-se para o Estado Intervencionista, no qual as despesas e a correspondenteatividade financeira aumentaram consideravelmente; aps a 2 Guerra Mundial, para registrar um referencialhistrico, observa-se o surgimento do Estado Social ou Estado do Bem- Estar Social.

    Em contraposio a esse agigantamento h, hoje, o debate em torno de discusses relativas ao Estado Mnimo(pensamento neoliberal) e ao Estado Essencial. Em todas essas hipteses sempre estar presente umaintermitente atividade financeira, que pode ser conceituada como a atuao estatal voltada para obter, gerir eaplicar os recursos financeiros necessrios consecuo das finalidades do Estado, em prol do bem comum.

    Essa atividade financeira complexa compe a previso e a realizao das receitas financeiras, que suportaroas despesas planejadas e autorizadas. Ela necessita estar juridicamente disciplinada, seja para que a obtenode recursos no sacrifique a sociedade um ideal, no qual os tributos so distribudos da maneira mais

    Funo Normativa

    Poder Legislativo

    Funo Executiva

    Poder Executivo

    Funo

    Jurisdicional

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    equnime entre os contribuintes; e que o nus tributrio, tanto quanto possvel, fica minimizado no cotejo com aexteriorizao de riqueza , seja para que os valores arrecadados no se desnaturem em desperdcios egastos no autorizados, excessivos ou suprfluos.

    Aliomar Baleeiro em sua obra Uma introduo cincia das finanas assevera que a Atividade Financeira doEstado consiste em:

    OBTERrecursos: Receitas Pblicas; CRIARo crdito pblico: Endividamento Pblico; GERIR E PLANEJARa aplicao dos recursos: Oramento Pblico; DESPENDERrecursos: Despesa Pblica

    1.4 DIREITO FINANCEIRO

    Conceito de direito financeiro

    Enquanto o Direito Financeiroestuda e disciplina juridicamente a atividade financeira do Estado, envolvendoas receitas pblicas, as despesas pblicas, os crditos pblicos e o oramento pblico, o Dir eito T rib utriotempor objeto a disciplina jurdica de uma das modalidades da receita pblica o Tributo. Logo, o direito tributrio o ramo do direito financeiro que regula as relaes jurdicas entre o fisco (sujeito ativo) e o contribuinte (sujeti

    passivo). A legislao bsica referente ao Direito Financeiro encontra-se na Constoituio Federal e na Lei4.320/64, de 17 de maro de 1964,

    Nas diversas conceituaes do Direito Financeiro, sempre observamos o seguinte ncleo: normas jurdicas dedireito positivo que regulam a atividade financeira do Estado. Kiyoshi Harada afirma que: o direito financeiro oramo do Direito Pblico, que estuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista jurdico GeraldoAtaliba conceitua o Direito Financeiro como cincia exegtica, que habilita mediante critrios puramentejurdicos os juristas a compreender e bem aplicarem as normas jurdicas, substancialmente financeiras,postas em vigor J Eduardo Marcial Ferreira Jardim adota a seguinte definio:

    o ramo do direito pblico composto pelo plexo de normas que disciplinam uma parcela da atividade financeirado Estado, no caso os campos da despesa pblica, receita pblica e oramento pblico, observando que areceita pblica retrocitada diz respeito destinao das receitas tributrias, podendo dispor, outrossim, sobretodos os aspectos no tocante s demais receitas

    Objeto e contedo do direito financeiro

    O objeto do Direito Financeiro a atividade financeira do Estado, a qual engloba a receita, a despesa, ooramento e o crdito pblico. Dessa forma, tem o mesmo objeto da Cincia das Finanas, sendo que estaestuda a atividade financeira do Estado sob o ponto de vista especulativo, enquanto o Direito Financeirodisciplina normativamente a atividade financeira do Estado. Compreendem cincias afins.

    O Direito Financeiro, disciplina normativa da atividade financeira do Estado, compreende tambm a gestofiscal, hoje revigorada pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Ou seja, o contedo da disciplina envolve aregulao jurdica do oramento.

    Esse regime jurdico complementa-se com o da execuo dos gastos pblicos e seu controle correspondente;envolve tambm a regulao jurdica da tributao em geral, como integrante da atividade financeira do Estado,respeitando, aqui, por bvio, as matrias afetas ao Direito Tributrio; a regulao jurdica da gesto patrimonialsob o aspecto financeiro, a regulao jurdica do crdito pblico e tambm, a questo dos fundos e das formasde repartio das receitas tributrias. Alguns incluem; ainda, o conjunto de normas jurdico-econmicasreferentes moeda, que constituiria um direito monetrio de recente elaborao.

    O Direito Financeiro o ramo d o direito pblico que estuda a Ativid ade Financeira do Estado so b o

    pon to d e vista ju rdico abrangend o, portan to, o estudo do oramento pblico , da receita pblica, da

    des pes a pbl ica e do c rdi to p bl ico .

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    1.5 COMPETNCIA LEGISLATIVA

    Competncia concorrente e conflito de legislao

    Em matria de competncia concorrente (CF, art. 24), cresce de importncia a questo da hierarquia dasnormas. O que so normas gerais? Uma primeira aproximao nos indica que se tratam de normas aplicveis atodos os entes da Federao. Possuem natureza uniformizadora e tm como limite a respeitabilidade organizao do Estado: os princpios federativos. As normas gerais, por exemplo, no podem chegar ao pontode exaurir o tema normado. Como preceitua o 1 do artigo 24, a Unio limitar-se- a estabelecer normasgerais. Essas leis no excluem a competncia suplementar dos Estados ( 2 do artigo 24). Inexistindo leifederal sobre normas gerais, os Estados exercero competncia legislativa plena para atender suaspeculiaridades ( 3 do artigo 24). A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia dalei estadual no que lhe for contrrio ( 4 do artigo 24).

    CONSTITUIO FEDERAL /88

    Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentementesobre:

    I - direito tributrio, FINANCEIRO, penitencirio, econmico e urbanstico;

    1 - No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limitar-se- a estabelecer NORMASGERAIS.

    2- A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui a competncia suplementardosEstados.

    3- Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a competncia legislativa plena, paraatender a suas peculiaridades.

    4 - A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficciada lei estadual, no que lhe forcontrrio.

    22 .. SSII SSTTEEMM AAOO RR AAMM EENNTT RRIIOO BB RR AASSII LLEEIIRROO

    2.1 INTRODUOTodos ns, muitas vezes sem percebermos, elaboramos em algum perodo de nossas vidas um oramentopessoal. Levantamos, um a um, nossos desejos de gastos com vesturio, alimentao, habitao, sade,diverso, etc., e somamos os respectivos valores. Ao mesmo tempo, somamos a renda e esperamos recebersalrio, rendimentos financeiros, dividendos etc. e confrontamos o total apurado com a nossa estimativa degastos.

    Como um dos problemas bsicos da sociedade consiste na limitao dos recursos frente s suas necessidades, bem possvel que o nosso desejo de realizar despesas seja superior s receitas que esperamos receber. Poressa razo devemos estabelecer um planejamento de nossos gastos, onde elegemos as despesas prioritrias,ou seja, as mais importantes a serem realizadas, deixando de lado, ou para outra oportunidade, aquelas queno consideramos to essenciais.

    No setor governamental, esse planejamento consubstanciado em lei e recebe o nome de oramento pblico.Nessa lei so listadas, para um determinado exerccio, todas as despesas eleitas como prioritrias pelosPoderes da Repblica, bem como as estimativas das receitas previstas para serem arrecadas e que custearoaqueles gastos.

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    2.2 EVOLUO DOS INSTRUMENTOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE

    As normas relativas s finanas pblicas remontam legislao sancionada por Moiss, 1300 anos antes deCristo, e na qual eram reguladas as funes de justia e arrecadao tributria (cobrana do dzimo) quefomentavam as atividades poltico-religiosas do Povo Hebreu.No entanto, a primeira medida visando o controle da atividade financeira estatal consta do artigo 12 da histricaMagna Carta, outorgada em 1217, pelo Rei Joo Sem Terra da Inglaterra:

    Nenhum tributo ou auxlio ser institudo no Reino, seno pelo seu conselho comum, exceto com o fim deresgatar a pessoa do Rei, fazer seu primognito cavaleiro e casar sua filha mais velha uma vez, e os auxliospara esse fim sero razoveis em seu montante.

    Este dispositivo foi conseguido por presso da Nobreza (bares feudais) que integravam o Common Counsel: orgo de representao da poca.

    Foi a partir de 1822 que o Chanceler do Errio passou a apresentar ao Parlamento uma exposio que fixava areceita e a despesa de cada exerccio. Burkhead considera essa data a que marca o incio do oramento,plenamente desenvolvido, na Gr-Bretanha.

    No Brasil, no perodo colonial, ocorreu o primeiro movimento no sentido de restringir a discricionariedade

    praticada pela Coroa Portuguesa, no trato das finanas pblicas: a Inconfidncia Mineira de 1789.

    Este movimento nacionalista denunciou o descontentamento face s disposies tributrias emanadas dePortugal, sendo rapidamente abortado pelas autoridades portuguesas atravs da suspenso da derrama cobrana dos impostos atrasados.

    na Constituio de 1824 que surgem as primeiras exigncias no sentido da elaborao dos oramentosformais por parte das instituies imperiais.

    As modernas democracias e seus governantes tm assistido nas ltimas dcadas a conscientizao e osurgimento de uma nova sociedade. O perfil do cidado moderno exige dos seus governantes qualidade dosservios prestados a coletividade, reduo de sua carga tributria, maior flexibilidade de ao e informaes

    sobre a eficcia e eficincia das polticas adotadas e uma maior participao popular no estabelecimento dasprioridades para a alocao dos recursos pblicos (Oramento Participativo).

    2.3 NORMA GERAL

    Ao contrrio dos temas oramentrios, nos quais, desde o final da dcada de 30, compete Unio formular asnormas gerais a serem observadas por todos os entes da Federao, a obrigatoriedade da adoo sistemticado planejamento, nas vrias esferas do governo, tornou-se realidade apenas com a Constituio Federal de1988 (CF/88). Na falta, at ento, de normas gerais sobre o planejamento, cada ente da Federao exercitava acompetncia neste campo, de acordo com suas necessidades e peculiaridades.

    A CF/88 trouxe diretrizes inovadoras de grande significado para a gesto pblica. Em primeiro lugar, cabedestacar a criao de novos instrumentos: o Plano Plur ianual (PPA ) e a Lei d e Diret rizes Oramentrias(LDO). Com os novos instrumentos, valoriza-se o planejamento, as administraes obrigam-se a elaborarplanos de mdio prazo, e estes mantm vnculos estreitos com os oramentos anuais. Em segundo lugar, aodefinir detalhadamente a composio da lei oramentria anual, a CF/88 criou condies objetivas para aefetiva observncia do pri ncpio d a univ ersalid ade, ou seja, a incluso de todas as receitas e despesas noprocesso oramentrio comum.

    Apesar de, algumas vezes, referirem-se Unio, as disposies constitucionais sobre matria oramentria tmcarter de NORMA GERAL, devendo, no que for aplicvel, serem observados por todos os entes da Federao(ver item 1.5 COMPETNCIA LEGISLATIVA).

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    Interpretao das normas gerais de oramento

    O sistema oramentrio encontra fundamento constitucional nos arts. 165 a 169 da Carta Poltica. O primeirodesses dispositivos indica os instrumentos normativos do sistema: a lei complementar de carter financeiro (art.165, 9), a lei do plano plurianual a lei de diretrizes oramentrias e a lei oramentria anual.

    As referidas normas gerais do sistema oramentrio (notadamente a lei complementar de carter financeiro Lei n 4.320/64) devem ser interpretadas luz dos princpios oramentrios os quais encontram-se previstosexpressa ou implicitamente na Constituio Federal.

    Consoante leciona a doutrina, os princpios que encarnam valores fundamentais da sociedade, servem comofontes subsidirias do Direito e conferem critrios de interpretao de normas e regras jurdicas em geral.

    Registre-se, ainda, que os princpios oramentrios, a par de consubstanciarem critrios para a exatacompreenso das normas gerais de oramento tm tambm, a funo de orientar a elaborao, a aprovao ea execuo do oramento.

    2.4 LEIS ORAMENTRIAS (PPA; LDO e LOA)

    Natureza jurdica do oramento

    A Constituio Federal confere ao oramento a natureza jurdica de lei (critrio formal) para vigorar pelo prazodeterminado de um ano (CF, art. 165, III e 5, 6 e 8). Entretanto, a lei oramentria lei no sentido formal,sem s-lo no sentido material, pois lei material ato normativo genrico, abstrato e permanente, enquanto que alei oramentria lei de efeitos concretos, particulares, destinada a vigorar por um s exerccio (Teoriadefendida por Ricardo Lobo Torres).

    O carter formal da lei oramentria, que no cria direitos subjetivos e se afigura como lei apenas autorizativa,fica reforado pelo fato de que a simples previso de uma despesa no gera direito exigvel judicialmente. Comoj se decidiu o STF, o simples fato de ser includa no oramento uma verba de auxlio a esta ou quelainstituio no gera, de pronto, direito a esse auxlio; (...) a previso de despesa em lei oramentria no geradireito subjetivo a ser assegurado por via judicial Concluindo, podemos afirmar que o oramento uma leinua, de efeitos concretos, no qual ficam consignadas a previso das receitas e a destinao das despesas,necessrias execuo da poltica governamental.

    bem verdade que a dicotomia entre lei formal e lei material, nos outros campos do direito, vem sendoasperadamente criticada, pois enfraquece o princpio da legalidade e produz o agigantamento das atribuiesdo Executivo, deixando indefinido e incerto o contorno dos direitos da liberdade, que compem o aspectomaterialmente legislativo excludo da competncia da Administrao; mas, em tema de oramento, ainda importante, eis que visa a retirar da lei nua qualquer conotao material relativamente constituio de direitossubjetivos para terceiros, sem implicar perda de sua funo de controle negativo do Executivo no que pertineaos limites do endividamento e das renncias de receita.

    Conc lu so: at a Constituio Federal de 1988, vigorava no Brasil, em matria tributria, o princpio daanualidade tributria, o qual significava que a cobrana dos tributos teria de ser obrigatoriamente autorizada nalei do oramento, sem autorizao o Poder Pblico no poderia efetivar sua cobrana. Na Constituio Federalde 1988 este princpio no foi previsto, deixando, portanto, de vigorar no Sistema Tributrio Nacional. Destaforma, at a Constituio Federal de 1988 entrar em vigor, a corrente relativa natureza jurdica do oramentoadotada no Brasil era a de Gaston Jez, uma vez que o oramento efetivamente era um ato-condio para acobrana dos tributos. Atualmente, como o princpio da anualidade tributria no mais vigora, o oramento noBrasil considerado formalmente uma lei, uma lei especial, que trata de matria especfica (a despesa e areceita do Estado).

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    A Constituio Federal de 1988 trata das esferas oramentrias em seu artigo 165, onde estabelece: Plano PlurianualPPA Lei de Diretrizes OramentriasLDO ART. 165CF/88 Lei Oramentria AnualLOA

    Competncias em matria oramentria:

    A Constituio FederalCF estabelece que competeprivativamenteao Presidente da Repblica encaminhar os

    projetos de lei de oramento (Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Oramentrias e Lei Oramentria Anual) aoCongresso Nacional (art. 84, inciso XXIII).

    Ateno! Apesar do comando constitucional mencionar competncia privativa, existe entendimento do SupremoTribunal Federal que essa competncia exclusivae vinculada.Ou seja, compete somente ao Presidente daRepblica encaminhar os projetos de lei de oramento e ainda dentro dos prazos estabelecidos na CF ao PoderLegislativo. Se um membro do Congresso Nacional, Senador ou Deputado, caso tomasse a iniciativa deencaminhar um ou todos os projetos de lei acarretaria uma inconstitucionalidade formal.

    Aspectos das leis oramentrias

    No oramento podemos distinguir os aspectos essenciais, em nmero de quatro:

    a) o tcnico, atinente s classificaes contbeis, metodologias utilizadas, tudo, com o fim de dar transparnciae realidade ao oramento. pela tcnica contbil apropriada que se adotar classificaes claras, metdicas eracionais, utilizando-se ferramentas, inclusive estatsticas;

    b) o econmico: racionalidade econmica para o administrador que compatibiliza necessidades da coletividadecom a estimativa de receita, ou seja, atravs do oramento ser possvel verificar os efeitos recprocos dapoltica fiscal e da conjuntura econmica, assim como a possibilidade de o governo utiliz-lo com intenesclaras e definidas, modificando tendncias naturais da conjuntura econmica ou mesmo de aspectos estruturaisda economia do pas;

    c) o poltico, que destaca o fato de que o oramento reflete o plano de ao do governo, sempre elaborado com

    base em uma deciso poltica. Como anota Aliomar Baleeiro:

    O oramento revela com transparncia em proveito de que grupos sociais e regies ou para soluo de que

    problemas e necessidades funcionar precipuamente a aparelhagem dos servios pblicos. Por exemplo, se ocusteio respectivo ser suportado com mais sacrifcios por esses mesmos grupos sociais ou por outros; enfim, amaior ou menor liberdade de ao do Poder Executivo na determinao de todos esses fatos do ponto de vistade regies, classes, partidos, interesse, aspiraes etc.

    E, finalmente,

    d) o jurdico, ou seja, o oramento sempre ser representado por um diploma legal, com todas aspeculiaridades que o caracteriza. Alm disso, o aspecto jurdico correlaciona o oramento a todo o Direito

    Positivado, mormente o constitucional, destacando, inclusive, as conseqncias da decorrentes para os direitose obrigaes dos agentes pblicos e dos governados.

    Ainda o carter poltico do oramento

    A previsibilidade oramentria das receitas pblicas autorizadas, seguida do controle das despesas via inclusooramentria, d mostras de o quanto podem se inteirar os representantes do povo das finanas pblicas.

    Esse aspecto poltico fica tanto mais neutralizado quanto menos decidem os parlamentos acerca do contedodo oramento pblico, afastando-se do regime do modelo de Estado Democrtico de Direito.

    Esta a concepo moderna de oramento: os representantes dos contribuintes e demais cidados

    condicionam a aprovao do oramento ao emprego das verbas pblicas aos fins que mais interessam aosrepresentados.

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    Nas palavras de Jze

    Todo governo no poder tem necessariamente um plano de ao. No Estado moderno, os partidos polticosopem seus programas e suas concepes. Um governo no est no poder seno para realizar o programa dopartido poltico que o sustenta. Isso evidente para os governos e partidos de reformas sociais e polticas. Seso conservadores, o programa de no modificar as instituies existentes e de manter o statu quo umplano de ao. A realizao do programa poltico traduz-se necessariamente em despesas novas ou reduo de

    despesas. Por outro lado, h que achar os meios de pagar as despesas. Ento intervm o problema dasreceitas, impostos, repartio de gravames entre os indivduos. Problema essencialmente poltico, porque setrata de saber quem pagar, em que medida se pagar, de que maneira se pagar. Aqui aparecem, em primeiroplano, as concepespolticas de justia social, igualmente verdadeira, solidariedade nacional.

    Nesse carter poltico do oramento pblico transparece a luta de classes e interesses antagnicos existentesna sociedade moderna. Trata se da chamada questo social, cujo aspecto poltico intensificado em: face domodelo federalista adotado no Brasil (esfera local, regional e nacional), sempre a evidenciar os interessesconflitantes, mesmo no mbito das pessoas jurdicas de direito pblico interno. A questo social e, portanto,poltica, tambm traz consigo o questionamento sobre o poder de influir no oramento. Que fora tero os maisnecessitados na elaborao do oramento? Certo que a imensa desigualdade scio econmica conduz a umaenorme diferena no poder de influir na entabulao da pea oramentria. Ao contrrio fosse o Brasil um paismais equilibrado, as vozes individuais teriam mais equilbrio na defesa de suas posies.

    Referncia temporal 1: Exerccio Financeiro

    Lei 4.320/64

    TTULO IVDO EXERCCIO FINANCEIRO

    Art. 34. O exerccio financeiro coincidir com o ano civil.

    Referncia temporal 2: Sesso Legislativa

    Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de1 de agosto a 22 de dezembro.(Redao dada pela Emenda Constitucional n 50, de 2006)

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc50.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc50.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc50.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc50.htm#art1
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    PLANO PLURIANUAL (PPA)O Plano Plurianual (PPA) o instrumento de planejamento de mdio prazo do Governo Federal que estabelece,de forma regionalizadas as diretrizes, objetivos e metas da Administrao Pblica Federal para as despesas decapital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada.

    ATENO!!!

    Entende-se por:

    Regionalizada

    Unio Em regies que integram vrios estados.

    Estados Em mesoregies, conforme definidas pelo IBGE;

    Em regies administrativas, conforme definidas em Leiestadual.

    Municpios Em subdistrito, conforme regulado em Lei municipal.

    Programas de durao

    continuada

    Despesas vinculadas a programas com durao superior a um exerccio

    financeiro. Exemplo: programa bolsa-escola.

    A lei 4.320/64, no tratava das questes do PPA, o instrumento existente poca era o Plano Plurianual deInvestimentos (PPI), que foi alterado pela CF /88, revogando as determinaes da lei 4.320/64.

    - Diretrizes do PPA

    Apontam ou traam as direes, regulam os planos de governo, estabelecem critrios para o planejamento. Sobssolas que do rumo ao planejamento e so os resultados principais ou maiores, em longo prazo, quenecessitaro ser desenvolvidos e que se pretendem alcanar.

    So, pois, o conjunto de programas, aes e decises orientadoras dos aspectos envolvidos no planejamento,sendo ainda o nvel mais abstrato para a formulao geral do plano de governo.

    As diretrizes de governo orientam as aes estabelecendo critrios que definem as estratgias de governo. Sodetalhadas em objetivos por meio dos programas.

    Orientaes gerais ou princpios que nortearo a captao e o gasto pblico com vistas a alcanar os objetivos.

    Exemplo: Combater a pobreza e promover a cidadania.

    - Programas

    So os instrumentos de organizao da atuao governamental. Articulam o conjunto de aes que concorrempara um objetivo comum e preestabelecido, mensuradas por indicadores estabelecidos no PPA, visando soluo de um problema ou ao atendimento de uma necessidade ou demanda da sociedade. Os programas degoverno so os instrumentos das diretrizes e devem estabelecer os objetivos (resultados esperados nosprogramas).

    So executados pelas aes (mensurveis por metas).

    Esses programas integram PPA e Oramento, e so, portanto, o elo de INTEGRAO entre esses doisinstrumentos de planejamento (Port. SOF 42/99).

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    - Objetivos

    Detalhamento ou composio dos programas, que devero ser atendidos de forma a concretizar as diretrizes e,conseqentemente, os objetivos. Indicam os resultados pretendidos pela Administrao a serem realizadospelas aes.

    Discriminao dos resultados que se quer alcanar com a execuo de aes governamentais.

    Exemplo: Elevar o nvel educacional da populao, especialmente, combatendo o analfabetismo.

    - Metas

    So a mensurao das aes de governo para definir quantitativamentee qualitativamenteo que se propeser atendido e qual parcela da populao se beneficiar com referida ao.

    Tambm, pode-se entender as aes como um marco ou ponto que se pretende alcanar em curto prazo e que,em conjunto, concretizam os programas. Devem ser estabelecidas como alvos a serem atingidos,quantificados no tempo, de tal forma que sejam de fcil aferio em sua realizao. Resumem-se emespecificao e quantificao fsicas para o exerccio, detalhados em dotaes oramentrias.

    Quantificao fsica ou financeira, dos objetivos.

    Exemplo: construo de 3.000 salas de aula em todo Pas ou investir, no perodo de quatro anos, R$ 100milhes, na construo de salas de aula.

    DURAO DO PPA X MANDATO

    MANDATO

    DURAO

    DO PPA

    Perceba, pela figura acima, que um PPA elaborado por um governante jamais ser executado totalmente (48meses) dentro do seu mandato.

    LEI DE DIRETRIZES ORAMENTRIAS (LDO)A LDO inovao da Constituio Federal de 1988. O Presidente da Repblica dever enviar o projeto de lei daLDO at oito meses e meio antes do encerramento do exerccio financeiro(15/04) . O Congresso Nacionaldever devolv-lo para sano at o encerramento do primeiro perodo da sesso legislativa (17/07), que noser interrompida sem a aprovao do projeto (art. 57, 2 da CF).

    1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano

    4 Ano

    do PPA 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano

    1 ano do

    mandato

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    Portanto, o prazo para envio tem como parmetro o trmino do exerccio financeiro, 31/12 e para devoluo, oencerramento do primeiro perodo da sesso legislativa, 17/07.

    No Congresso, o projeto de LDO poder receber emendas dos parlamentares, desde que compatveis com oplano plurianual, que sero apresentadas na Comisso Mista de Planos, Oramentos Pblicos e FiscalizaoCMPOF, onde recebero parecer para posteriormente ser submetido ao plenrio, na forma do regimentocomum.

    O Presidente da Repblica poder enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificaes noprojeto de lei da LDO, desde que ainda no tenha sido iniciadaa votao na CMPOF, da parte cuja alterao proposta.

    A Lei de Diretrizes Oramentrias um instrumento de planejamento operacional de CURTO PRAZOe tem afinalidade de nortear a elaborao dos oramentos anuais de forma a adequ-los s diretrizes, objetivos emetas da administrao pblica, estabelecidas no Plano Plurianual.

    Portanto, a lei de diretrizes oramentrias compreender as metas e prioridades da administrao pblicafederal, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subseqente, orientar a elaborao da leioramentria anual, dispor sobre as alteraes na legislao tributria e estabelecer a poltica de aplicaodas agncias financeiras oficiais de fomento.

    ( 2; Art. 165 da Constituio/88).

    A Lei 4.320/64, no t ratava d as q uestes d o PPA e da LDO, est a, foi uma ino vao i ntr od uzid a a parti r d aCons tit uio Fede ral de 88.

    Prioridades

    Hierarquia a que devem submeter-se s metas. Quais as mais importantes, quais tm precednciaou que devem ser realizadas antes. Traduzem-se no cronograma para execuo das metas, a fimde realizarem-se aes que resultam em servios prestados quantificveis.

    So, pois, o grau de precedncia que representa o projeto e/ ou a atividade dentro da programaoestabelecida, tanto para a unidade oramentria quanto para o rgo setorial e rgo central.

    As prioridades da LDO definem critrios para a eleio de quais aes sero detalhadas nooramento anual at o nvel de elemento de despesa.

    Para a incluso das metas e prioridades do governo no Anexo de Metas e Prioridades da Administrao, necessrio reportar-se ao PPA, com a inteno de orientar as escolhas dosprogramas e aes para a elaborao da LOA.

    Importncia da LDO aps a vigncia da LRF:

    Com a vigncia da Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Diretrizes Oramentrias passou a ter maisrelevncia.

    A LRFestabeleceu que a LDO dever dispor sobre:

    - Estabelecimento de metas fiscais;

    - Fixao de critrios para limitao de empenho e movimentao financeira;

    - Publicao da avaliao financeira e atuarial dos regimes geral de previdncia social e prprio dos servidorescivis e militares;

    - Avaliao financeira do Fundo de Amparo ao Trabalhador e projees de longo prazo dos benefcios da LeiOrgnica de Assistncia SocialLOAS;

    - Margem de expanso das despesas obrigatrias de natureza continuada; e

    - Avaliao dos riscos fiscais.

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    O 1 do art 4 da LRFestabelece que integrar o projeto de lei de diretrizes oramentrias o Anexo de MetasFiscais, em que sero estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas a receitas,despesas, resultados nominal e primrio e montante da dvida pblica, para o exerccio a que se referirem epara os dois seguintes (Planejamento Trienal).

    O 2 do art 4 da LRFmenciona que o Anexo de Metas Fiscais conter, ainda:

    Avaliao do cumprimento das metas relativas ao ano anterior; Demonstrativo das metas anuais, instrudo com memria e metodologia de clculo que justifiquem os

    resultados pretendidos, comparando-as com as fixadas nos trs exerccios anteriores, e evidenciando aconsistncia delas com as premissas e os objetivos da poltica econmica nacional;

    Evoluo do patrimnio lquido, tambm nos ltimos trs exerccios, destacando a origem e a aplicaodos recursos obtidos com a alienao de ativos;

    Avaliao da situao financeira e atuarial:a) dos regimes geral de previdncia social e prprio dos servidores pblicos e do Fundo

    de Amparo ao Trabalhador;

    b) dos demais fundos pblicos e programas estatais de natureza atuarial;

    Demonstrativo da estimativa e compensao da renncia de receita e da margem de expanso dasdespesas obrigatrias de carter continuado.

    O 3 do art. 4 da LRFdetermina que a lei de diretrizes oramentrias conter Anexo de Riscos Fiscais, ondesero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas, informando asprovidncias a serem tomadas, caso se concretizem.

    O 4 do art. 4 da LRF propugna que a mensagem que encaminhar o projeto da Unio apresentar, emANEXO ESPECFICO, os objetivos das polticas monetria, creditcia e cambial, bem como os parmetros e asprojees para seus principais agregados e variveis, e ainda as metas de inflao, para o exercciosubseqente.

    Ateno! No esquea!

    A LDO dever conter o anexo de Metas Fiscais e o de Riscos Fiscais.

    No Anexo de Metas Fiscais sero estabelecidas metas anuais, em valores correntes e constantes, relativas areceitas, despesas, resultados nominal e primrio e montante da dvida pblica, para o exerccio a que sereferirem e para os dois seguintes, ou seja, para 3 exerccios.

    No Anexo de Riscos Fiscais sero avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar ascontas pblicas, informando as providncias a serem tomadas, caso se concretizem.

    Ateno!Riscos fiscais avaliam os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as contas pblicas.

    Ateno com os Riscos fiscais!

    Esses riscos podem ser, grosso modo, classificados em duas categorias diferentes:

    Os riscos oramentrios e os riscos de dvida.

    Os riscos oramentriosso aqueles que dizem respeito possibilidade de as receitas e despesas previstasno se confirmarem, isto , de existir desvios entre as receitas ou despesas oradas e as realizadas.

    Pode-se apontar como exemplo a frustrao de parte da arrecadao de determinado imposto, em decorrnciade fatos novos e imprevisveis poca da programao oramentria.

    A segunda categoria compreende os chamados riscos de dvida, que podem gerar ou no despesa primria.Os riscos de dvida so especialmente relevantes porque afetam a relao entre dvida e PIB, que considerada o indicador mais importante de solvncia do setor pblico.

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    Riscos daDvida

    Variao das taxas de juros e de cmbio em ttulos vincendos.

    Passivos contingentes que representam dvida cuja existncia depende de fatores imprevisveis,a exemplo dos resultados de julgamento de processos judiciais.

    Resumindo:

    nfase da LRF na LDO:

    O que a LDO estabelece?

    A LDO Compreende as metase pr ior idades(MP) da administrao pblica federal, incluindo as despesas decapitalpara o exerccio financeiro subseqente. Orienta a elaborao da lei oramentria anual, dispor sobreas alteraes na legislao tributria e estabelecer sobre a poltica de aplicao das agncias financeirasoficiais de fomento.

    De acordo com o 2 do art. 165 da CF, a LDO dever:

    Compreender as metas e prioridades da administrao pblica federal, incluindo as

    despesas de capital para o exerccio financeiro subseqente;

    Orientar a elaborao da Lei Oramentria Anual;

    Dispor sobre as alteraes na legislao tributria; e

    Estabelecer a poltica de aplicao das agncias financeiras oficiais de fomento

    LDO

    Metas Prioridades

    LRF

    LDO

    Equilbrioentre receitae despesa

    Critrios eforma delimitao deempenho...

    Normasrelativas aocontrole de

    custos...

    Anexo de MetasFiscais - metasanuais relativas areceitas,despesas, etc.

    Anexo de RiscosFiscais - avaliaodos passivos

    contingentes...

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    Existem outras matrias que podem ser tratadas na LDO? Sim, vejamos: Estrutura e organizao dos oramentos; Disposies relativas dvida pblica federal; Disposies relativas s despesas da Unio com pessoal e encargos sociais; Disposies sobre a fiscalizao pelo Poder Legislativo e sobre as obras e servios com indcios de

    irregularidades graves; etc.

    Essncia da LDO:

    A LDO o instrumento propugnado pela Constituio para fazer a ligao (transio) entre o PPA(planejamento estratgico) e as leis oramentrias anuais (LOA).

    A Lei de Diretrizes Oramentrias tem por funo principal o estabelecimento dos parmetrosnecessrios alocao dos recursos no oramento anual, de forma a garantir, dentro do possvel, arealizao das diretrizes, objetivos metas contemplados no Plano Plurianual.

    papel primordial da LDO ajustar as aes de governo, previstas no PPA, s reais possibilidades decaixa do Tesouro Nacional.

    A LDO , na realidade, uma cartilha que direciona e orienta a elaborao do Oramento da Unio, oqual deve estar, para sua aprovao, em plena consonncia com as disposies do Plano Plurianual.

    2.5.4 Lei Oramentria Anual (LOA)Para viabilizar a concretizao das situaes planejadas no Plano Plurianual, obviamente, transform-las emrealidade, obedecida a Lei de Diretrizes Oramentrias, elabora-se o Oramento Anual, onde so programadasas aes a serem executadas, visando alcanar os objetivos determinados.

    Destarte, a Lei Oramentria Anual compreender:

    Oramento Fiscal

    Referente aos Poderes Executivo, Legislativo e Judicirio, seus fundos, rgos e entidades da AdministraoDireta e Indireta, inclusive fundaes institudas e mantidaspelo poder pblico;

    Oramento de Investimento

    Das empresas em que o Estado, direta ou indiretamente, detenha maioria do capital social com direito a voto;(Estatais consideradas independentes).

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    Oramento da Seguridade Social (Sade, Previdncia e Assistncia Social)

    Abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculada, da administrao direta ou indireta, bem como osfundos e fundaes institudos e mantidospelo Poder Pblico.

    Conceitos de lei oramentria anual

    o ato administrativo revestido de fora legal que estabelece um conjunto de aes a ser realizado,durante um perodo de tempo determinado, estimando o montante das fontes de recursos a serarrecadado pelos rgos e entidades pblicas e fixando o montante dos recursos a ser aplicado pelosmesmos na consecuo dos seus programas de trabalho, a fim de manter ou ampliar os serviospblicos, bem como realizar obras que atendam s necessidades da populao.

    o ato pelo qual o Poder Legislativo autoriza o Poder Executivo, por um certo perodo e em pormenor,a realizao das despesas destinadas ao funcionamento dos servios pblicos e outros fins adotadospela poltica econmica e geral do pas, assim como, a arrecadao das receitas criadas em lei.

    Lei que contempla a previso de receitas e despesas, programandoa vida econmica e financeira doEstado, por um certo perodo. O moderno oramento caracteriza-se, pois, por ser um instrumento deplanejamento. um instrumento dinmico, que leva em conta aspectos do passado, a realidadepresente e as projees para o futuro.

    O oramento pblico uma lei de iniciativa do Poder Executivo que estabelece as polticas pblicaspara o exerccio a que se referir; ter como base o plano plurianual e ser elaborado respeitando-se alei de diretrizes oramentrias aprovada pelo Poder Legislativo. E seu contedo bsico ser aestimativa da receita e a autorizao (fixao) da despesa e ser aberto em forma de partidas dobradasem sua contabilidade.

    O Oramento Pblico um processo de planejamento contnuo e dinmico que o Estado se utiliza parademonstrar seus planos e programas de trabalho e avaliar a sua execuo para determinado perodo detempo, constituindo-se num documento fundamental das finanas do Estado, bem como daContabilidade Pblica.

    O quadro a seguir evidencia os prazos de tramitao legislativa e de vigncia dos instrumentos deplanejamento constantes da Constituio Federal (artigo 35, 2 e incisos do ADCT):

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    PROJETODE LEI

    UNIO

    ENVIO AO PL DEVOLUO AO PE VIGNCIA

    PlanoPlurianual

    At Quatro mesesantes doencerramento doprimeiro exercc iof inancei ro domandatopresidencia l (31/08)

    At o encerramentoda sesso legis lat iva(22/12)Al terado pelaemendaconsti tucional 50.

    At o f inal doprimeiro exercciof inancei ro domandatopresidencia lsubseqente(quatro anos)

    Lei deDiretrizes

    Oramentr ias

    At o i to meses emeio antes doencerramento doexercc io f inancei ro(15/04)

    At o encerramentodo pr imeiro perododa sesso legis lat iva(17/07)

    At o f inal doexercc io f inancei rosubseqente (umano)

    LeiOramentria

    Anual

    At Quatro mesesantes doencerramento doexercc io f inancei ro(31/08)

    At o encerramentoda sesso legis lat iva(22/12)

    At o f inal doexercc io f inancei rosubseqente (umano)

    CF/88

    Sesso Legislativa

    Art. 57. O Congresso Nacional reunir-se-, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de1 de agosto a 22 de dezembro.

    ADCTArt. 35. 2 - At a entrada em vigor da lei complementar a que se refere o art. 165, 9, I e II, seroobedecidas as seguintes normas:I - o projeto do plano plurianual, para vigncia at o final do primeiro exerccio financeiro do mandatopresidencial subseqente, ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento do primeiro exerccio

    financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa;II - o projeto de lei de diretrizes oramentrias ser encaminhado at oito meses e meio antes do encerramentodo exerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento do primeiro perodo da sesso legislativa;III - o projeto de lei oramentria da Unio ser encaminhado at quatro meses antes do encerramento doexerccio financeiro e devolvido para sano at o encerramento da sesso legislativa.

    2.5 DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS (Arts. 165 a 169)(Destaques nosso)

    CF/88

    Seo II

    DOS ORAMENTOS

    Art. 165. Leis de iniciativado Poder Executivo estabelecero:

    I - o plano plurianual;

    II - as diretrizes oramentrias;

    III - os oramentos anuais.

    1 - A lei que instituir o plano plurianual estabelecer, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas

    da administrao pblica federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aosprogramas de durao continuada.

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    2 - A lei de diretrizes oramentrias compreender as metas e prioridades da administrao pblica federal,incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subseqente, orientar a elaborao da leioramentria anual, dispor sobre as alteraes na legislao tributria e estabelecer a poltica de aplicaodas agncias financeiras oficiais de fomento.

    3 - O Poder Executivo publicar, at trinta dias aps o encerramento de cada bimestre, relatrio resumido daexecuo oramentria.

    4 - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituio sero elaborados emconsonncia com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional.

    5 - A lei oramentria anual compreender:

    I - o oramento fiscal referente aos Poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao diretae indireta, inclusive fundaes institudas e mantidaspelo Poder Pblico;

    II - o oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria docapital social com direito a voto;

    III - o oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculados, daadministrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos e mantidospelo Poder Pblico.

    6 - O projeto de lei oramentria ser acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre asreceitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira,tributria e creditcia.

    7 - Os oramentos previstos no 5, I e II (Fiscal e Investimentos), deste artigo, compatibilizados com oplano plurianual, tero entre suas funes a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critriopopulacional.

    8 - A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa,

    no se incluindo na proibio a au to r izaopara abertura de crditos suplementares e (a au to ri zao para)contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita, nos termos da lei.

    9 - Cabe lei complementar:

    I - dispor sobre o exerccio financeiro, a vigncia, os prazos, a elaborao e a organizao do plano plurianual,da lei de diretrizes oramentrias e da lei oramentria anual;

    II - estabelecer normas de gesto financeira e patrimonial da administrao direta e indireta bem comocondies para a instituioe funcionamentode fundos.

    Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, s diretrizes oramentrias, ao oramento anual e aos

    crditos adicionais sero apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.

    1 - Caber a uma Comisso mista permanente de Senadores e Deputados:

    I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadasanualmente pelo Presidente da Repblica;

    II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nestaConstituio e exercer o acompanhamento e a fiscalizao oramentria, sem prejuzo da atuao das demaiscomisses do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58.

    2 - As emendas sero apresentadas na Comisso mista, que sobre elas emitir parecer, e apreciadas, naforma regimental, pelo Plenrio das duas Casas do Congresso Nacional.

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    3 - As emendas ao projeto de lei do oramento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem seraprovadas caso:

    I - sejam compatveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes oramentrias;

    II - indiquem os recursos necessrios, admitidos apenas os provenientes de anulao de despesa, excludas asque incidam sobre:

    a) dotaes para pessoal e seus encargos;

    b) servio da dvida;

    c) transferncias tributrias constitucionais para Estados, Municpios e Distrito Federal; ou

    III - sejam relacionadas:

    a) com a correo de erros ou omisses; ou

    b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.

    4 - As emendas ao projeto de lei de diretrizes oramentrias no podero ser aprovadas quandoincompatveis com o plano plurianual.

    5 - O Presidente da Repblica poderenviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificaonos projetos a que se refere este artigo enquanto no iniciada a votao, na Comisso mista, da parte cujaalterao proposta.

    6 - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes oramentrias e do oramento anual seroenviadospelo Presidente da Repblica ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art.165, 9.

    7 - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que no contrariar o disposto nesta seo, asdemais normas relativas ao processo legislativo.

    8 - Os recursos que, em decorrncia de veto, emenda ou rejeio do projeto de lei oramentria anual,ficarem sem despesas correspondentes podero ser utilizados, conforme o caso, mediante crditos especiaisou suplementares, com PRVIAe ESPECFICAautorizao legislativa.

    Art. 167. So vedados:I - o incio de programasou projetosno includos na lei oramentria anual;

    II - a realizao de despesas ou a assuno de obrigaes diretas que excedam os crditos oramentrios ou

    adicionais;

    III - a realizao de operaes de crditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadasasautorizadas mediante crditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo PoderLegislativo por maioriaabsoluta;

    (*) Redao dad a pela Emend a Const itu ci on al n 29, de 13/09/00:

    "IVa vinculao de receita de IMPOSTOSa rgo, fundo ou despesa, ressalvadas a repartio do produto daarrecadao dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinao de recursos para as aes eservios pblicos de sade e para manuteno e desenvolvimento do ensino, como determinado,respectivamente, pelos arts. 198, 2, e 212, e a prestao de garantias s operaes de crdito por

    antecipao de receita, previstas no art. 165, 8, bem como o disposto no 4 deste artigo;"

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    V - a abertura de crdito suplementar ou especial sem prvia autorizao legislativa e sem indicao dosrecursos correspondentes;

    VI - a transposio, o remanejamento ou a transferncia de recursos de uma categoria de programao paraoutra ou de um rgo para outro, sem prvia autorizao legislativa;

    VII - a concesso ou utilizao de crditos ilimitados;

    VIII - a utilizao, sem autorizao legislativa especfica, de recursos dos oramentos fiscal e daseguridade social para suprir necessidade ou cobrir dficit de empresas, fundaes e fundos, inclusive dosmencionados no art. 165, 5;

    IX - a instituio de fundos de qualquer natureza, sem prvia autorizao legislativa.

    Incis o in cludo pela Em enda Co ns titu cio nal n 19, de 04/06/98:

    X - a transferncia voluntria de recursos e a concesso de emprstimos, inclusive por antecipao de receita,pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituies financeiras, para pagamento de despesas compessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.

    Incis o in cludo pela Em enda Co ns titu cio nal n 20, de 15/12/98:

    XI - a utilizao dos recursos provenientes das contribuies sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para arealizao de despesas distintas do pagamento de benefcios do regime geral de previdncia social de que tratao art. 201.

    1 - Nenhum investimento cuja execuo ultrapasse um exerccio financeiro poder ser iniciado semprvia incluso no plano plurianual, ou sem lei que autorize a incluso, sob pena de crime deresponsabilidade.

    2 - Os crditos especiais e extraordinrios tero vigncia no exerccio financeiro em que forem autorizados,

    salvo se o ato de autorizao for promulgado nos ltimos quatro meses daquele exerccio, caso em que,reabertos nos limites de seus saldos, sero incorporados ao oramento do exerccio financeiro subseqente.

    3 - A abertura de crdito extraordinrio somente ser admitida para atender a despesas imprevisveis eurgentes, como as decorrentes de guerra, comoo interna ou calamidade pblica, observado o disposto noart. 62.

    Pargr afo in cl udo p ela Emend a Con st itu ci o nal n 3, de 17/03/93:

    4 E permitida a vinculao de receitas prprias geradas pelos impostosa que se referem os artigos 155 e156, e dos recursos de que tratam os artigos 157, 158, 159, I, a e b, e II, para prestao de garantia oucontragarantia Unio e para pagamentos de dbitos para com esta.

    Art. 168. Os recursos correspondentes s dotaes oramentrias, compreendidos os crditos suplementares eespeciais, destinados aos rgos dos Poderes Legislativo e Judicirio, do Ministrio Pblico e da DefensoriaPblica, ser-lhes-o entregues at o dia 20 de cada ms, em duodcimos, na forma da lei complementar a quese refere o art. 165, 9.

    Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpiosno poder exceder os limites estabelecidos em lei complementar.

    (*) Trans form ado em 1 pela Emenda Co ns titu cio nal n 19, de 04/06/98:

    1 A concesso de qualquer vantagem ou aumento de remunerao, a criao de cargos, empregos e

    funes ou alterao de estrutura de carreiras, bem como a admisso ou contratao de pessoal, a qualquerttulo, pelos rgos e entidades da administrao direta ou indireta, inclusive fundaes institudas e mantidaspelo poder pblico, s podero ser feitas:

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    I - se houver prvia dotao oramentria suficiente para atender s projees de despesa de pessoal e aosacrscimos dela decorrentes;

    II - se houver autorizao especfica na lei de diretrizes oramentrias, ressalvadas as empresas pblicas e associedades de economia mista."

    Pargr afo in cl udo p ela Emend a Con st itu ci on al n 19, de 04/06/98:

    " 2Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptao aos parmetrosali previstos, sero imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aosEstados, ao Distrito Federal e aos Municpios que no observarem os referidos limites."

    Pargr afo in cl udo p ela Emend a Con st itu ci on al n 19, de 04/06/98:

    " 3 Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na leicomplementar referida no caput, a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios adotaro as seguintesprovidncias:

    I - reduo em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comisso e funes de confiana;II - exonerao dos servidores no estveis."

    Pargr afo in cl udo p ela Emend a Con st itu ci on al n 19, de 04/06/98:

    " 4 Se as medidas adotadas com base no pargrafo anterior no forem suficientes para assegurar ocumprimento da determinao da lei complementar referida neste artigo, o servidor estvel poder perder ocargo, desde que ato normativo motivadode cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o rgoou unidade administrativa objeto da reduo de pessoal."

    Pargr afo in cl udo p ela Emend a Con st itu ci on al n 19, de 04/06/98:

    " 5O servidor que perder o cargo na forma do pargrafo anterior far jus indenizao correspondente a umms de remunerao por ano de servio.

    Pargr afo in cl udo p ela Emend a Con st itu ci on al n 19, de 04/06/98:

    " 6O cargo objeto da reduo prevista nos pargrafos anteriores ser considerado extinto, vedada a criaode cargo, emprego ou funo com atribuies iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos.

    Pargr afo in cl udo p ela Emend a Con st itu ci on al n 19, de 04/06/98:

    " 7Lei federal dispor sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivao do disposto no 4.

    33 .. EESSPPCCII EESSDD EEOORRAAMM EENNTTOO

    Desde o seu surgimento, o oramento pblico vem representando uma importante conquista como instrumento

    disciplinador das finanas pblicas, possibilitando aos rgos de representao, como funo principal, umcontrole poltico sobre o Poder Executivo, tendo em vista a crescente preocupao do Estado Liberal em mantero equilbrio financeiro das contas pblicas e evitar ao mximo a expanso dos seus gastos.

    De outro lado, a idia do oramento moderno, que nasceu quase junto com o sculo XX, buscava o ideal deutilizar-se do oramento como um instrumento de administrao de forma que auxiliassem o Poder Executivonas vrias etapas do processo administrativo.

    3.1 ORAMENTO TRADICIONAL OU CLSSICO

    O oramento-programa contrasta com o oramento tradicional ou clssico, o qual se baseava naquilo que jfora realizado, e tambm por representar um instrumento de operacionalizao das aes futuras do governo.

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    FUNO PRINCIPAL: Controle Poltico

    Mesmo no sendo possvel ignorar que o oramento, desde o incio, representou uma importante conquistacomo instrumento disciplinador das finanas pblicas, sua funo principal foi a de possibilitar aos rgos derepresentao um controle poltico sobre os Executivos. O oramento e os demais elementos financeirosestavam a servio da concepo do Estado Liberal preocupado em manter o equilbrio financeiro e evitar aomximo a expanso dos gastos.

    O oramento constitua-se numa forma eficaz de controle, pois colocava frente a frente s despesas e asreceitas. O controle no sentido contbil acabava sendo um corolrio do controle poltico.

    No plano tcnico, o oramento tradicional, ao lado da utilizao da linguagem contbil, adotava classificaessuficientes apenas para instrumentalizar o controle de despesas. Duas eram as classificaes clssicas:

    a) por unidades administrativas (isto os rgos responsveis pelos gastos); eb) por objeto ou item de despesa (pessoal, material etc.).

    O oramento assim classificado , antes de qualquer coisa, um inventrio dos meios com os quais o Estadoconta para levar a cabo suas tarefas. , pois, bastante adequado ao oramento tradicional o rtulo de Lei deMeios, muito utilizado pelo jargo jurdico.

    3.2 ORAMENTO-PROGRAMANas descries e anlises at aqui desenvolvidas, salientou-se insistentemente o sentido de evoluo que asfunes, o conceito e a tcnica do oramento pblico vm sofrendo ao longo do tempo. O Orament oTradic ional e o Oramen to Mo dern o so concretizaes ideais das situaes extremas dessa evoluo.Supondo que essa trajetria esteja processando-se sobre um contnuo, o Oramento Tradicion al e o Modernoesto, respectivamente, nos pontos inicial e final da linha, entre os quais esto, presentemente, todos osoramentos pblicos: uns a meio caminho, outros mais adiantados e outros ainda mais prximos ao ponto departida.

    Por ser ideal, a posio do oramento moderno inalcanvel. medida que os oramentos reais voaproximando-se do ideal moderno, esse enriquecido por novos conceitos e novas tcnicas e se distancia, indo

    para uma nova posio que, percebe-se, nunca a final.

    Um sistema que se presta particular ateno s coisas que um governo realiza mais do que s coisas queadquire. As coisas que um governo adquire, tais como servios pessoais, provises, equipamentos, meios detransporte etc., no so, naturalmente, seno meios que emprega para o cumprimento de suas funes. Ascoisas que um governo realiza em cumprimento de suas funes podem ser estradas, escolas, terrasdistribudas, casos tramitados e resolvidos, permisses expedidas, estudos elaborados ou qualquer dasinmeras coisas que podem ser apontadas.

    Oramento-programa ou oramento por programas uma modalidade de oramento em que, do pontode vista de sua apresentao, os recursos financeiros para cada unidade oramentria vinculam-sedireta ou indiretamente aos objetivos a serem alcanados.

    O oramento-programa caracteriza-se pelos trs aspectos abaixo:

    Relaciona programas e atividades significativos para cada funo confiada a uma organizao ouentidade, a fim de indicar os objetivos perseguidos;

    O sistema de contas e de gesto financeira passa a correlacionar-se com essa classificao defunes, programas e atividades;

    So estabelecidas medidas de trabalho que permitem avaliar o rendimento.

    Neste sentido o oramento-programa, surge como uma tentativa de aproximar os instrumentos tradicionais decontrole na busca incessante de atingir o ideal filosfico da elaborao do oramento moderno.

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    ATENO!!!

    1. A partir de 1964, com a edio da Lei 4.320/64 marco divisor entre os oramentos tradicionais ouclssicos e os oramentos de desempenho ou realizaes, o governo brasileiro comea a utilizar ooramento-programa.

    2. O oramento-programa uma concepo gerencial do oramento pblico.3. A expresso oramento-programa usada genericamente para designar o fato do oramento conter o

    programa de trabalho da Administrao Pblica.

    4. Foi somente aps a edio do Decreto Federal n 2.829/98 e das demais normas que disciplinaram aelaborao do PPA (2000-2003) e dos oramentos anuais a ele vinculados que os esforos deimplantao do oramento programa na rea federal tiveram efetivamente o seu incio.

    3.3 MAPA COMPARATIVO: ORAMENTO TRADICIONAL X ORAMENTO PROGRAMA

    Oramento Tradicional Oramento Moderno

    O processo oramentrio dissociado dos processosde planejamento e programao.

    O oramento o elo entre o planejamento e as funesexecutivas da organizao.

    A alocao do recursos visa aquisio de meios. A alocao de recursos visa consecuo de objetivose metas.

    As decises oramentrias so tomadas tendo emvista as necessidades das unidades organizacionais.

    As decises oramentrias so tomadas com base emavaliaes e anlises tcnicas das alternativaspossveis.

    Na elaborao do oramento so consideradas asnecessidades financeiras das unidadesorganizacionais.

    Na elaborao do oramento so considerados todosos custos dos programas, inclusive os que extrapolamo exerccio.

    A estrutura do oramento d nfase aos aspectoscontbeis de gesto. A estrutura do oramento est voltada para os aspectosadministrativos e de planejamento.

    Principais critrios classificatrios: unidadesadministrativas e elementos.

    Principal critrio de classificao: funcional-programtico.

    Inexistem sistemas de acompanhamento e mediodo trabalho, assim como dos resultados.

    Utilizao sistemtica de indicadores e padres demedio do trabalho e dos resultados.

    O controle visa avaliar a honestidade dos agentesgovernamentais e a legalidade no cumprimento dooramento.

    O controle visa avaliar a eficincia, a eficcia, aefetividade e a economicidade das aesgovernamentais.

    44 .. PPRR IINN CC PP IIOO SSOO RR AAMM EENNTT RRIIOO SS

    INTRODUO

    Desde seus primrdios, a instituio oramentria foi cercada de uma srie de regras com a finalidade deaumentar-lhe a consistncia no cumprimento de sua principal finalidade: auxiliar o controle parlamentar sobre osExecutivos. Essas regras (princpios) receberam grande nfase na fase em que os oramentos possuam forteconotao jurdica e, alguns deles, chegaram at os dias de hoje incorporados legislao.

    No presente tpico sero analisados os princpios oramentrios de maior representatividade, especialmente osintegrados na legislao brasileira. Procurar-se- enfocar a validade e utilidade dos mesmos, assim como osproblemas que decorrem da inobservncia de alguns deles.

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    Existem princpios bsicos que devem ser seguidos na elaborao e execuo do oramento, que estodefinidos na Constituio Federal, na Lei n 4.320, de 17 de maro de 1964, no Plano Plurianual e na Lei deDiretrizes Oramentrias.

    A prpria Lei 4.320/64 (Art. 2) disps sobre os princpios da unidade, universalidade e anualidade.Entretanto, alguns autores listam ainda outros ttulos, tais como: exclusividade, especificao, publicidade,equilbrio, no-vinculao da receita, clareza, etc.

    Art. 2 A Lei do Oramento conter a discriminao da receita e despesa de forma a evidenciar a polticaeconmica financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princpios de unidade,universalidade e anualidade.

    4.1 PRINCPIO DA UNIDADE OU TOTALIDADE

    De acordo com este princpio, previsto no artigo 2 da Lei n 4.320/64, cada ente da federao (Unio, Estadoou Municpio) deve possuir apenas um oramento, estruturado de maneira uniforme.

    Atualmente, o processo de integrao planejamento-oramento acabou por tornar o oramentonecessariamente multi-documental, em virtude da aprovao, por leis diferentes, de vrios documentos (PlanoPlurianual - PPA, Lei de Diretrizes Oramentrias - LDO e Lei Oramentria Anual - LOA), uns de planejamentoe outros de oramento e programas. Em que pese tais documentos serem distintos, inclusive com datas deencaminhamento diferentes para aprovao pelo Poder Legislativo, devem, obrigatoriamente, sercompatibilizados entre si, conforme definido na prpria Constituio Federal.

    O modelo oramentrio adotado a partir da Constituio Federal de 1988, com base no 5 do artigo 165,consiste em elaborar um oramento nico, desmembrado em Oramento Fiscal, da Seguridade Social e deInvestimento da Empresas Estatais, para melhor visibilidade dos programas do governo em cada rea.

    O art. 165 da Constituio Federal define em seu pargrafo 5 o que dever constar em cada desdobramento

    do oramento:

    5 - A lei oramentria anual compreender:

    I - o oramento fiscal referente aos Poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao diretae indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico;

    II - o oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria docapital social com direito a voto;

    III - o oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculados, daadministrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos e mantidos pelo Poder Pblico.

    O oramento deve ser uno. Apesar de a Constituio Federal estabelecer trs esferas oramentrias, nopargrafo 5 de seu art. 165 (A lei oramentria anual compreender: I o oramento fiscal referente aospoderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaesinstitudas e mantidas pelo poder pblico;

    IIo oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria docapital social com direito a voto; III o oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades ergos a ela vinculados, da administrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos emantidos pelo poder pblico), essas peas devem ser entendidas como partes integrantes de um todochamado Lei Oramentria Anual. A adoo desse princpio evita a proliferao de oramentos dentro de ummesmo nvel de governo. Evidentemente, teremos diversos oramentos, cada um representando um plano de

    governo de um Estado, Distrito Federal ou Municpio. Dessa forma, h o oramento da Unio, do DF, do Estadode Pernambuco etc., todos caracterizados por um documento formal denominado lei oramentria, no qualencontraremos os oramentos dos diversos rgos que compem uma unidade da Federao.

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    4.2 PRINCPIO DA UNIVERSALIDADE

    Devemos entender essa pea documental nica como sendo aquela que engloba todasas receitas a seremarrecadadas e todasas despesas a serem realizadas em determinado perodo de tempo, de modo a evitar quea arrecadao de algum recurso financeiro, bem como a sua conseqente aplicao, fuja competenteapreciao e aprovao do Poder Legislativo. Este Princpio est positivado na CF/88, art. 165, 5, quando olegislador estatuiu a abrangncia da Lei Oramentria:

    Oramento Fiscal de todos os Poderes, rgos ou Fundos;

    Oramento de Investimentos das empresas estatais, oramento da Seguridade Social de todos osPoderes, rgos ou Fundos, bem como nos artigos 3 e 4 da Lei 4.320/64

    Art . 3 A Lei de Oramento compreender todas as receitas, inclusive as de operaes de crditoautorizadas em lei.

    Art . 4A Lei de Oramento compreender todas as despesas prprias dos rgos do governo e daadministrao centralizada, ou que, por intermdio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2.

    Alguns estudiosos, entre eles J. Teixeira Machado Jr., Heraldo da Costa Reis e Lino Martins, entendem que oprincpio da universalidade nada mais do que o princpio do oramento bruto.

    Excees:1. Tributos criados aps o oramento, mas antes do incio do exerccio financeiro;2. as operaes de crdito no previstas inicialmente na LOA mas arrecadadas durante o

    exerccio financeiro.

    Tal princpio complementa-se pela regra do oramento bruto, definida no artigo 6 da Lei n 4.320/64:

    Art. 6. Todas as receitas e despesas constaro da lei de oramento pelos seus totais, vedadas quaisquerdedues.

    4.3 PRINCPIO DO ORAMENTO BRUTO

    As receitas e as despesas devem constar da Lei Oramentria e de Crditos Adicionais pelos seus valoresbrutos, sem nenhuma deduo, conforme o art. 6 da Lei 4.320/64:

    Art . 6 Todas as receitas e despesas constaro da Lei de Oramento pelos seus totais, vedadas quaisquerdedues.

    James Giacomoni, na sua obra denominada Oramento Pblico, nos ensina que a regra pretende impedir aincluso, no oramento, de importncias lquidas, isto , a incluso apenas do saldo positivo ou negativo

    resultante do confronto entre as receitas e as despesas de determinado servio pblico.

    Essa norma derivada do princpio da Universalidade, reforando a necessidade de se incluir na leioramentria todos os recursos financeiros pelos seus montantes brutos de arrecadao. Por conta desseprincpio, no escapa da apreciao do Poder Legislativo, no oramento, o montante da receita de imposto derenda retido na fonte e sua conseqente restituio no caso de reteno a maior.

    4.4 PRINCPIO DA ANUALIDADE / PERIODICIDADE

    Estabelece que a cada ano civil, coincidindo com o exerccio financeiro determinado pelo art. 34 da Lei 4.320/64(O exerccio financeiro coincidir com o ano civil), dever ser elaborada nova lei oramentria, oferecendo aoPoder Legislativo uma forma mais eficiente de exercer controle, sobre os atos administrativos de natureza

    financeira. Esse princpio tambm permite que os planos sejam revistos, no mximo, anualmente, o queconcorre para o aperfeioamento dos mesmos.

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    Exceo: Crditos Especiais e Extraordinrios com vigncia plurianual.

    O oramento deve ser elaborado e autorizado para um determinado perodo de tempo, geralmente um ano. NoBrasil, o exerccio financeiro coincide com o ano civil, conforme art. 34 da Lei n 4320/64:

    Art. 34. O exerccio financeiro coincidir com o ano civil.

    Observa-se, entretanto, que os crditos especiais e extraordinrios autorizados nos ltimos quatro meses do

    exerccio podem ser reabertos, se necessrios, e, neste caso, sero incorporados ao oramento do exercciosubseqente, conforme estabelecido no 2 do artigo. 167 da Carta Magna.

    4.5 PRINCPIO DA EXCLUSIVIDADE

    Consagrado na CF/88 no art. 165, pargrafo 8 (A Lei Oramentria Anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa, no se incluindo na proibio autorizao para a abertura decrditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita ARO -,nos termos da lei), a lei oramentria dever conter to-somente matria de natureza oramentria, nodevendo servir de instrumento legal para outros fins a no ser os que dizem respeito previso da receita e fixao da despesa oramentria. Entretanto, a prpria CF/88 prev dois casos de excepcionalidade a este

    princpio: a autorizao para a abertura de crditos suplementares (limitada) e a autorizao para a contrataode operaes de crdito, ainda que por antecipao da receita (ARO) nos termos da lei. A Lei 4.320/64 em seuart. 7 tambm determina essas excees.

    OBS: As excees tratam das AUTORIZAES para a abertura (limitada) dos crditos suplementares e para acontratao das operaes de crditos (ainda que por antecipao da receita oramentria. ATENO: osvalores j compreendidos na LOA das operaes de crdito (exceto ARO) no constituem a referida exceo aoprincpio em questo.

    4.6 PRINCPIO DA ESPECIFICAO

    (Tambm conhecido como: Discriminao, Especializao, Quantificao dos Crditos Oramentrios)

    Trata de evitar a insero de dotaes globais na lei oramentria. Se por um lado este princpio propicia ummaior controle pormenorizado acerca da execuo do oramento, do outro provoca o engessamento daaplicao dos recursos financeiros, se for considerado com profundidade. O administrador pblico deve ter umcampo de atuao que lhe proporcione poder de deciso.

    Este princpio est consagrado no artigo 5 e no pargrafo 1 do art. 15 da Lei 4.320/64:

    Art . 5A Lei de Oramento no consignar dotaes globais destinadas a atender indiferentemente a despesasde pessoal ou material, servios de terceiros, transferncias ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no art.20 e seu pargrafo nico.

    Ar t. 20.Os investimentos sero discriminados na Lei de Oramento segundo os projetos de obras e de outrasaplicaes.

    Pargr afo ni co - Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, no possam cumprir-sesubordinadamente s normas gerais de execuo da despesa podero ser custeados por dotaes globais,classificados entre as Despesas de Capital.

    Art. 15.Na Lei de Oramento a discriminao da despesa far-se-, no mnimo, por elementos.

    1 Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, servios, obras eoutros meios de que se serve a administrao pblica para consecuo dos seus fins. 2 Para efeito de classificao da despesa, considera-se material permanente o de durao superior adois anos.

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    Excees (so considerados casos de dotao global):

    1.A reserva de contingncia prevista no art. 91 do Decreto-Lei n 200/67.

    Art. 91. Sob a denominao de Reserva de Contingncia, o oramento anual poder conter dotao global noespecificamente destinada a determinado rgo, unidade oramentria, programa ou categoria econmica,cujos recursos sero utilizados para abertura de crditos adicionais

    4.7 PRINCPIO DA PUBLICIDADEMais do que um princpio oramentrio um princpio constitucional que norteia todos os atos da administraopblica, em complemento ao aspecto formal, incluindo os atos relativos a pessoal e os de natureza financeira,patrimonial e contbil. O maior objetivo desse princpio oferecer o carter informacional aos atos pblicos, nabusca da to propalada transparncia dos gastos pblicos (art. 165 3 - O Poder Executivo publicar, at trintadias aps o encerramento de cada bimestre, relatrio resumido da execuo oramentria).

    4.8 PRINCPIO DA NO-VINCULAO(Tambm conhecido como NO-AFETAO)

    Est previsto no art. 167, IV, da CF/88 (So vedados: IV a vinculao de receita de impostos a rgo, fundoou despesa, RESSALVADASa repartio do produto da arrecadao dos impostos a que se referem os artigos158 e 159, a destinao de recursos para as aes e servios pblicos de sade e para a manuteno edesenvolvimento do ensino, como determinado pelo artigo 212, e a prestao de garantias s operaes decrdito por antecipao de receita, previstas no art. 165, pargrafo 8, bem assim o disposto no pargrafo 4deste artigo). As ressalvas dos artigos 158 e 159 referem-se basicamente repartio das receitas tributrias.

    Excees:

    1. Transferncias constitucionais de impostos (FPE e FPM)Artigos 158 e 159;2. Aplicao de percentuais de receita de impostos (Unio, 18%; Estados e Municpios, 25%) namanuteno e desenvolvimentos do ensinoArt. 212;3. Aplicao de percentuais da receita de impostos nas aes e servios pblicos de sade Art. 198, 2;

    4. Prestao de garantias s operaes de crdito por antecipao de receita oramentria (ARO)165, 8;5. Vinculao de impostos estaduais e municipais para prestao de garantia ou contragarantia Unio,assim como para pagamento de dbitos para com a UnioEC n 3/93;6. Vinculao de impostos a Fundos Especiais criados por meio de Emenda Constituio Federal.7. Vinculao de impostos para realizao de atividades da administrao tributria8. Vinculao de at 0,5% da receita tributria lquida (so os tributos arrecadados, excludo o valor quedever ser repassado obrigatoriamente para os Municpios) para os Programas de Apoio a Incluso e PromooSocialArt. 204;9. Vinculao de at 0,5% da receita tributria lquida (so os tributos arrecadados, excludo o valor quedever ser repassado obrigatoriamente para os Municpios) dos Estado e do Distrito Federal a Fundosdestinados ao financiamento de programas culturaisArt. 206, 6.

    Observ ao: A Cons tit uio Feder al veda a vi nc ul ao d e rec eita d e im po st os , rgos , fund os ou

    des pes as, ob ser vad as as ex cees p rev is tas n a prp rias Cons tit uio, no p erm iti nd o, a su a amp liao

    mediante outro instrumento norm at ivo.

    4.9 PRINCPIO DO EQUILBRIO

    Estabelece que o total da despesa oramentria no pode ultrapassar o da receita oramentria prevista paracada exerccio financeiro. A adoo desse princpio representa uma ferramenta essencial no controle dosgastos governamentais, apesar de que o equilbrio, atualmente, uma simples questo de tcnica contbil,posto que possveis excessos de gastos podem ser cobertos pela realizao de operaes de crditos,oferecendo assim o equilbrio. Dessa forma, verifica-se que esse equilbrio em termos numricos (montante da

    receita prevista igual ao total da despesa fixada) pode esconder um dficit tcnico, se for levado emconsiderao que operaes de crdito j so um meio para cobertura de desequilbrios (dficits)oramentrios, com se entende do texto do art. 98 da Lei 4.320/64 (A dvida fundada compreende os

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    compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contrados para atender a desequilbrio oramentrio oua financiamento de obras e servios pblicos).

    Esse princpio estabelece que o montante da despesa autorizada em cada exerccio financeiro no poder sersuperior ao total de receitas estimadas para o mesmo perodo. Havendo reestimativa de receitas com base noexcesso de arrecadao e na observao da tendncia do exerccio, pode haver solicitao de crdito adicional.Nesse caso, para fins de atualizao da previso, devem ser considerados apenas os valores utilizados para a

    abertura de crdito adicional.

    Conforme o caput do artigo 3 da Lei n 4.320/64, a Lei de Oramentos compreender todas as receitas,inclusive as de operaes de crdito autorizadas em lei. Assim, o equilbrio oramentrio pode ser obtido pormeio de operaes de crdito.

    Entretanto, conforme estabelece o art. 167, III, da Constituio Federal vedada a realizao de operaes decrdito que excedam o montante das despesas de capital, dispositivo conhecido como regra de ouro. De acordocom esta regra, cada unidade governamental deve manter o seu endividamento vinculado realizao deinvestimentos e no manuteno da mquina administrativa e demais servios.

    4.10 PRINCPIO DA CLAREZA

    O oramento pblico, ao cumprir mltiplas funes algumas no tcnicas deve ser apresentado emlinguagem clara e compreensvel a todas aquelas pessoas que, por fora de ofcio ou por interesse, precisammanipul-lo. uma regra de difcil observao, pois, devido exatamente aos seus variados papis, o oramentoreveste-se de uma linguagem complexa, acessvel apenas aos especialistas.

    4.11 PRINCPIO DA EXATIDO

    A exatido oramentria envolve questes tcnicas e ticas. Desde os primeiros diagnsticos e levantamentoscom vistas na elaborao da proposta oramentria, deve existir grande preocupao com a realidade e com aefetiva capacidade do setor pblico de nela intervir de forma positiva por intermdio do oramento. A regra deveser observada no apenas pelos setores encarregados da poltica oramentria, mas tambm por todos os

    rgos executivos que solicitam recursos para a implementao de programas e projetos. A difundida prtica desuper dimensionamento da solicitao de recursos baseada na inevitalidade dos cortes configura clara violnciaao princpio da exatido, artificializando a elaborao do oramento.

    4.12 PRINCPIO DA PROGRAMAOUm Moderno Princpio Oramentrio

    A evoluo havida nas funes do oramento pblico gerou, pelo menos, um novo princpio: o da programao.s voltas com crescentes encargos e com recursos sempre escassos, os governos passaram a utilizar ooramento, at ento instrumento de autorizao e controle parlamentar, como auxiliar efetivo da administrao,especialmente como tcnica de ligao entre as funes de planejamento e gerncia.

    Para representar os elementos de planejamento, o oramento vem sofrendo mudanas profundas em sualinguagem, buscando veicular a programao de trabalho de governo, isto , os objetivos e metas perseguidos,bem como os meios necessrios para tal.

    A linguagem tradicional do oramento tinha por base os tetos financeiros como objeto de despesa: pessoal,material, servios, encargos etc. Essa nfase nos meios era correta, pois a funo oramentria principal eraservir de autorizao e de parmetro para a fiscalizao.

    J a linguagem moderna do oramento expressa as realizaes pretendidas de forma programada, isto ,dispondo os meios necessrios: pessoal material, servio, etc., traduzidos em termos fsicos e financeiros.

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    4.13 PRINCPIO DA LEGALIDADE

    Os oramentos e os crditos s podem ser aprovados por lei formal. Nesses termos, a Carta Poltica exige queleis de iniciativa do Presidente da Repblica estabeleam o plano Plurianual as diretrizes oramentrias e osoramentos anuais (art. 165). O campo de atuao do princpio da legalidade oramentria abarca, tambm, osplanos, programas operaes e abertura de crditos, transposio, remanejamento ou transferncia de recursosde uma dotao para outra, ou de um rgo para outro, bem como a instituio de fundos (arts. 48, II, IV, 166,

    167,1,111, V, VI e IX da CF). Ou seja, em matria oramentria significa que a administrao subordina-se sprescries legais.

    Obs.: prtica comum, atualmente, a lei oramentria anual conter delegao ao Executivo para transferirrecursos de uma dotao oramentria para outra, fato que no acarreta a violao do princpio da legalidade.Claro que, v.g., tal delegao no tem o condo de transferir recursos destinados a pagamentos de precatriosjudiciais que, por expressa disposio constitucional, ficam na disponibilidade do Poder Ju