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Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n.º 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. AULA DEMONSTRATIVA 01. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................. 2 02. CRONOGRAMA DAS AULA ..................................................................... 3 03. O PROFESSOR ....................................................................................... 3 04. CONSIDERAÇÕES INICIAIS SOBRE A MATÉRIA AFO ............................. 3 05. OS PRINCIPIOS ORÇAMENTÁRIOS ..................................................... 11 5.1 INTRODUAÇÃO AOS PRINCIPIOS ORÇAMENTÁRIOS ........................... 11 5.2 PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS........................................................... 13 06. RESUMO DOS PRINCIPIOS ORÇAMENTÁRIOS .................................... 27 07. RESUMO FINAL ................................................................................... 29 08. QUESTÕES COMENTADAS ................................................................... 32 09. QUESTÕES ACIMA SEM OS COMENTÁRIOS .......................................... 43 10. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................... 46 Concurso: Ministério do Trabalho e Emprego Cargo: Auditor-Fiscal do Trabalho Matéria: Administração Financeira e Orçamentária Professor: José Luiz de Souza

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Aula Afoadministracao financeira, apostila

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  • Este curso protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei n. 9.610/1998, que altera, atualiza e consolida a legislao sobre direitos autorais e d outras providncias.

    AULA DEMONSTRATIVA 01. CONSIDERAES INICIAIS .................................................................. 2 02. CRONOGRAMA DAS AULA ..................................................................... 3 03. O PROFESSOR ....................................................................................... 3 04. CONSIDERAES INICIAIS SOBRE A MATRIA AFO ............................. 3 05. OS PRINCIPIOS ORAMENTRIOS ..................................................... 11 5.1 INTRODUAO AOS PRINCIPIOS ORAMENTRIOS ........................... 11 5.2 PRINCPIOS ORAMENTRIOS ........................................................... 13 06. RESUMO DOS PRINCIPIOS ORAMENTRIOS .................................... 27 07. RESUMO FINAL ................................................................................... 29 08. QUESTES COMENTADAS ................................................................... 32 09. QUESTES ACIMA SEM OS COMENTRIOS .......................................... 43 10. CONSIDERAES FINAIS ................................................................... 46

    Concurso: Ministrio do Trabalho e Emprego

    Cargo: Auditor-Fiscal do Trabalho

    Matria: Administrao Financeira e Oramentria

    Professor: Jos Luiz de Souza

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    01. CONSIDERAES INICIAIS

    Ol candidatos ao prximo Concurso para AFT-Auditor Fiscal do Trabalho, programado para os prximos meses. Em nossa AULA DEMO Aula 01 do referido Curso Preparatrio promovido pelo CONCURSEIRO24HORAS iremos ver um assunto muito cobrado em provas promovidas pela ESAF, CESPE ou qualquer outra instituio promotora. Vamos ver toda a legislao aos princpios oramentrios, fazer diversos comentrios sobre os principais temas, apresentando resumos e definies dos especialistas na matria e ainda apresentar diversas questes, cujos comentrios feitos iro melhorar em muito o entendimento dos candidatos, dando uma base solida de conhecimento, cujo objetivo principal resoluo das questes no dia da prova. A matria AFO-Administrao Financeira e Oramentria a principio no traz nenhuma dificuldade ao candidato com relao ao aprendizado. Considero a matria AFO, uma matria de fcil entendimento pelos candidatos. Dado aos inmeros assuntos contidos no programa, lembro aos candidatos que apesar de ser de fcil aprendizado a matria tida como bem complexa. Vamos seguir o programa de AFO apresentado no ultimo concurso, cuja banca organizadora foi a CESPE. Abaixo apresento o programa, para que voc faa seu planejamento de estudos e logo a seguir o CRONOGRAMA de nossas aulas. PROGRAMA AFO AFT O curso abranger o contedo programtico do Edital CESPE 2013: Oramento pblico. 8.1 Princpios oramentrios. 8.2 Diretrizes oramentrias. 8.3 Processo oramentrio. 8.4 Mtodos, tcnicas e instrumentos do oramento pblico; normas legais aplicveis. 8.5 Receita pblica: categorias, fontes, estgios; dvida ativa. 8.6 Despesa pblica: categorias, estgios. 8.7 Suprimento de _fundos. 8.8 Restos a pagar. 8.9 Despesas de exerccios anteriores. 8.10 A conta nica do Tesouro.

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    02. CRONOGRAMA DAS AULA

    AULA DATA ASSUNTO DEMO 20/06/2014 Princpios oramentrios

    02 30/06/2014 Diretrizes oramentrias e processo oramentrio 03 11/07/2014 Mtodos, tcnicas e instrumentos do oramento pblico /

    normas legais aplicveis 04 25/07/2014 Receita pblica: categorias, fontes e estgios/dvida ativa 05 08/08/2014 Despesas pblica: categorias e estgios 06 22/08/2014 Suprimentos de fundos e restos a pagar 07 05/09/2014 Despesas de exerccios anteriores e conta nica da unio.

    03. O PROFESSOR

    PROFESSOR: JOS LUIZ DE SOUZA, Graduado em Administrao de Empresas e Cincias Contbeis, com Cursos de Especializao em Contabilidade, Mercado Financeiro e Auditoria pela FGV, Cursos de Mercado de Capitais e Derivativos na BOVESPA e BM&F. Contador aposentado por Furnas Centrais Eltricas onde exerceu a funo de Contador na rea de impostos e demonstraes contbeis, atuando ainda na rea de treinamento em Cursos promovidos pela Eletrobrs para gerentes do setor eltrico. MINISTRIO DO TRABALHO E EMPREGO ADMINISTRAO PBLICA Prof. JOS LUIZ Prof. Jos Luiz [email protected] Foi scio fundador da ento Equipe Pr-Concursos, nos anos 90, coordenando e ministrando cursos preparatrios para a rea fiscal e outras. Implantei no Pr-Concursos os SIMULADOS PARA A REA FISCAL, onde aprovamos centenas de AUDITORES DA RECEITA FEDERAL, AUDITORES FISCAIS DO TRABALHO e FISCAIS DE TRIBUTOS ESTADUAIS E MUNICIPAIS dentre os quais os primeiros colocados e outros concursos das reas Bancria, Tribunais, Segurana Pblica, Serventurios Das Justias Federal, Estadual etc. Atualmente professor em Cursos Preparatrios no Rio de Janeiro nas matrias de Contabilidade Geral Bsica, Avanada, Pblica e Custos. AFO-Administrao Financeira e Oramentria Administrao Pblica.

    04. CONSIDERAES INICIAIS SOBRE A MATRIA AFO

    UMA VISO RESUMIDA DO ORAMENTO PBLICO

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    >>Aspectos da Lei 4.320\64, Constituio Federal de 1988 e outros dispositivos legais Oramento Pblico a pea LEGISLATIVA que da permisso ao Estado de fazer o planejamento de sua vida financeira, administrando as receitas e efetuando as despesas. um documento que tem base legal que a LOA-Lei Oramentria Anual. A LOA o instrumento legal que da autorizao para o PODER PUBLICO a arrecadar recursos financeiros, que so as RECEIRTAS PBLICAS e a aplicar tais recursos no financiamento de demandas sociais. O Oramento hoje um instrumento de planejamento enquanto que a Contabilidade Pblica tem a funo de proceder aos registros das variaes patrimoniais e principalmente proceder a execuo do Oramento. Podemos considerar o Oramento como sendo o PLANO FINANCEIRO de uma determinada administrao para um exerccio especifico. atravs do Oramento que temos a PREVISAO DAS RECEITAS ( so valores que entram no caixa , e que , quando realizados sero usados para arcar com as DESPESAS ( sadas de valores). Uma das definies clssicas de ORAMENTO a dada pelo grande professor Aliomar Baleeiro: O Oramento um ato pelo qual o PODER LEGISLATIVO autoriza o PODER EXECUTIVO, por um certo perodo e em pormenor , a realizao das DESPESAS destinadas ao funcionamento dos servios pblicos e outros fins adotados pela poltica econmica e geral do pais, assim como a ARRECADAAO DAS RECEITAS criadas em lei A elaborao e a execuo dos oramentos, para alcanarem o estgio de modernizao e eficcia dos dias atuais, passaram por um longo processo de aperfeioamento gradativo, no qual os princpios oramentrios desempenharam um papel preponderante. Esses princpios, que no caso brasileiro, esto, em grande parte incorporados Constituio, so regras orientadoras que balizam a elaborao e a execuo dos oramentos, dando-lhes estabilidade e consistncia, contribuindo para o seu aperfeioamento. Nos ltimos anos, alm da observao dos princpios tradicionais, tm assumido

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    importncia crescente os aspectos relacionados a transparncia e ao controle, fruto de uma maior conscientizao da sociedade, a qual o Governo Federal tem envidado esforos no sentido de atender, atravs de disposies estabelecidas nas leis de diretrizes oramentrias recentes, visando evidenciar a transparncia da gesto fiscal e ampliar o acesso da sociedade a todas as informaes relacionadas elaborao e execuo dos oramentos. O presente trabalho evidencia a importncia desses princpios e demonstra a crescente incorporao dos mesmos aos textos constitucionais, especialmente na vigente, onde, dos quatorze (14) princpios analisados, onze (11), ou quase 80%, esto ali consagrados. ATENO: Em uma analise das questes apresentadas pelas diversas bancas examinadoras, foi constatado que das diversas definies dadas sobre ORAMENTO PBLICO a mais cobrada a do mestre Aliomar Baleeiro , apresentada acima. Lei n 4.320, de 17 de maro de 1964 (Um resumo) A seguir vamos a um comentrio sobre da Lei 4.320\64 no tocante a sua importncia para o ORAMENTO PBLICO e os PRINCIPIOS ORAMENTRIOS A Lei n 4.320, de 17 de maro de 1964 foi um verdadeiro marco na histria do oramento brasileiro, estatuindo Normas Gerais de Direito Financeiro para elaborao e controle dos oramentos e balanos da Unio, dos Estados, dos Municpios e do Distrito Federal. Logo no art. 2, a Lei inova ao estabelecer que a Lei do Oramento conter a discriminao da receita e despesa de forma a evidenciar a poltica econmico41 financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princpios de unidade, universalidade e anualidade. Na realidade, alm dos trs princpios oramentrios citados, h outros dois explcitos no texto: o da Discriminao e o da Programao. Os art. 3 e 4 dizem respeito observncia do princpio oramentrio da Universalidade, que na realidade s viria a ser corretamente implementado a partir da Constituio de 1988. O art. 3 reza: a Lei de Oramento compreender todas as receitas, inclusive as de operaes de crdito autorizadas em lei e o 4 dispe que: a Lei de Oramento compreender

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    todas as despesas prprias dos rgos do Governo e da administrao centralizada, ou que, por intermdio deles se devam realizar. Parcelas considerveis da receita e da despesa ficavam fora do oramento geral da Unio, como por exemplo, as receitas e despesas previdencirias e a arrecadao prpria da Administrao Indireta, cujos oramentos foram, at a Constituio de 1988, aprovados por Decreto do Poder Executivo, no se submetendo, dessa forma, apreciao e aprovao do Congresso Nacional. O princpio oramentrio da especificao ou discriminao est contemplado no art. 5: a Lei de Oramento no consignar dotaes globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, servios de terceiros, transferncias ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu pargrafo nico. A exceo vinculava-se aos programas especiais de trabalho, que podiam ser custeados por dotaes globais, classificadas entre as Despesas de Capital, que, no entanto, submetiam-se aprovao de um Plano de Aplicao aprovado por decreto. Complementarmente, a disposio do art. 15 e seu 1 estabelece que na Lei de Oramento a discriminao da despesa far-se-, no mnimo, por elementos. Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, servios, obras e outros meios de que se serve a administrao pblica para consecuo dos seus fins. Durante muitos anos a figura da dotao investimentos em regime de execuo especial foi utilizada quando, ainda na fase de oramento, no se tinha uma idia precisa da natureza da despesa de determinados projetos. Sem a informao dessa composio, inclua-se o projeto com a dotao global, que dependia, no entanto, de aprovao de um Plano de Aplicao para ser executada. Outro princpio oramentrio, o do Oramento Bruto, foi devidamente ressaltado na redao do art. 6: Todas as despesas constaro da Lei de Oramento pelos seus totais, vedadas quaisquer dedues. Com essa definio, que uma extenso do princpio da Universalidade, busca-se assegurar a transparncia e exatido dos nmeros oramentrios.

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    O princpio do equilbrio est contemplado no 1 do art. 7: em casos de dficit, a Lei de Oramento indicar as fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender sua cobertura. O Ttulo II - Da Proposta Oramentria, subdividido nos Captulos I Contedo e Forma da Proposta Oramentria e II- Da Elaborao da Proposta Oramentria, que deveriam ser tratados na Lei Complementar, fazem parte da estrutura das leis de diretrizes oramentrias editadas desde 1989. As disposies dos art. 23 a 31, que tratam do assunto, conflitavam com a Constituio de 1988 e, falta da Lei Complementar, tiveram que ser tratadas nas LDO. Assim, os princpios oramentrios consagrados na Lei n 4.320/64 so: Anualidade, Especificao, Exclusividade, Unidade, Universalidade, Equilbrio, Programao e Oramento Bruto. J os princpios oramentrios ausentes na Lei n 4.320/64 so: Clareza, No-vinculao de Receitas, Publicidade, Exatido e Regionalizao. O Oramento Pblico na Constituio de 1988 A Constituio de 1988 dedicou um Captulo s Finanas Pblicas, subdividido em duas Sees: Normas Gerais e Dos Oramentos. A Seo II - Dos Oramentos tem apenas cinco artigos, mas numerosos incisos e pargrafos que tratam a matria de forma bastante detalhada. O art. 165, o primeiro da Seo, dispe que leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero: I - o Plano Plurianual; PPA II - as diretrizes oramentrias; LDO III - os oramentos anuais. LOA Nos pargrafos 1 e 2 define o plano plurianual e as diretrizes oramentrias. O primeiro substitui a figura do Oramento Plurianual de Investimentos - OPI, institudo pela Constituio de 1967, mas h mais de uma dcada sem ser elaborado nem operacionalizado. A segunda uma figura nova, inexistente at

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    ento no universo oramentrio brasileiro e que foi criada para servir de ponte de ligao entre o oramento e o plano, entre outras coisas. A figura da lei de diretrizes oramentrias, inicialmente concebida para, principalmente, estabelecer as metas e prioridades da administrao e orientar a elaborao da lei oramentria anual, foi utilizada, desde sua primeira edio, em 1989 at os dias atuais, como um substituto da Lei Complementar prevista no 9 do art. 165, a quem caberia: I - dispor sobre o exerccio financeiro, a vigncia, os prazos, a elaborao e a organizao do plano plurianual, da lei de diretrizes oramentrias e da lei oramentria anual; e II- estabelecer normas de gesto financeira e patrimonial da administrao direta e indireta, bem como condies para a instituio e funcionamento de fundos. Tendo em vista que inmeras disposies da nova constituio conflitavam com a Lei n 4.320/64, ainda em vigor mas defasada, esperava-se aprovar logo a Lei Complementar que, conforme a redao do 9 do art. 165, iria dispor sobre inmeras questes anteriormente tratadas na Lei n 4.320/64, atropelada pelas novas disposies constitucionais sobre oramento, como por exemplo o Plano Plurianual e a LDO. Como, por fatores que no cabe analisar no momento, a citada Lei Complementar no entrou no mundo jurdico at os dias atuais, todos esses assuntos passaram, desde o incio e at agora, a ser tratados nas LDO editadas desde 1989. O 5 do art. 165 consagra, pela primeira vez o princpio oramentrio da Universalidade, ao estabelecer que a lei oramentria compreender: de suma importncia os candidatos fixarem o assunto abaixo, que continuamente cobrado em provas I - o oramento fiscal referente aos Poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo Poder Pblico; II - o oramento de investimento das empresas em que a Unio, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;

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    III - o oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculados, da administrao direta ou indireta, bem como os fundos e fundaes institudos e mantidos pelo Poder Pblico. Dessa forma, o oramento passa a ter um carter universal, incluindo todas as receitas e todas as despesas. At a promulgao da Constituio de 1988, considervel parcela das despesas pblicas era realizada fora do oramento aprovado. A preocupao com a maximizao das receitas e com o equilbrio fiscal, retomada com a Lei Complementar n 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), emerge da redao do 6 do art. 165: O projeto de lei oramentria ser acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenes, anistias, remisses, subsdios e benefcios de natureza financeira, tributria e creditcia. A preocupao com os desnveis regionais, presente na Constituio anterior, retomada na atual Carta atravs da redao do 7: Os plurianual, tero entre as suas funes a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critrio populacional. A consagrao, no texto constitucional, do princpio oramentrio da Exclusividade, evidencia-se na redao do 8: A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para a abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita, nos termos da lei. Tal disposio est includa nos textos das Constituies de 1967 (art. 60), de 1946 ( 1 do art. 73) e de 1937 (art. 70), refletindo uma preocupao que remonta s primeiras dcadas do sculo passado. Com relao Lei Complementar de que trata o 9 do art. 165, vrios ante- projetos foram elaborados entre 1989 a 2006, no tendo logrado chegar etapa de votao. O art. 166 trata da tramitao dos projetos de lei de natureza oramentria no Congresso, em cujo caput estabelece que:

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    Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, s diretrizes oramentrias, ao oramento anual e aos crditos adicionais sero apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. Com essa redao ficaram restabelecidas as prerrogativas do Legislativo, de participar ativamente da discusso e aprovao das leis de natureza oramentria, competncia que foi usurpada nos perodos de ausncia da democracia (nos anos 30 e 60 a 80). Os oito pargrafos do art. 166 relacionam-se a regras de apreciao dos projetos de lei oramentrias (plano plurianual, diretrizes oramentrias e oramento anual). O art. 167, dedicado s vedaes, constitudo de onze incisos e quatro pargrafos, objetiva a imposio de algumas restries destinadas ao aperfeioamento do controle da elaborao e execuo oramentrias, enfatizando a observncia de alguns princpios oramentrios como o da programao (Incisos I, VI e VIII e 1), equilbrio (Incisos II, III e VII), e no vinculao de receita (Inciso IV). Objetivando fortalecer o planejamento plurianual, a exemplo de disposio semelhante com relao ao Oramento Plurianual de Investimentos, na Constituio de 1967 ( 3 do art. 62), a atual Constituio traz no 1 do art. 167 a seguinte disposio: Nenhum investimento cuja execuo ultrapasse um exerccio financeiro poder ser iniciado sem prvia incluso no plano plurianual, ou sem lei que autorize a incluso, sob pena de crime de responsabilidade. A redao do 3 relaciona-se s condies para abertura de crditos extraordinrios e mantm basicamente a mesma redao das duas ltimas Constituies, com a substituio da condio de subverso interna ( 2 do art. 61 na Constituio de 1967) e comoo intestina ( nico do art. 75 na Constituio de 1946) por comoo interna. Em sntese, a Constituio de 1988 inovou com a criao das Leis de Diretrizes Oramentrias (LDO) e do Plano Plurianual (PPA), alm de consagrar princpios oramentrios tradicionais, especialmente os da Universalidade, Equilbrio e Exclusividade.

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    05. OS PRINCIPIOS ORAMENTRIOS

    Aps uma viso resumida dos conceitos de ORAMENTO PBLICO e seus aspectos legais, principalmente no que diz respeito a Lei 4.320\64 e CF de 1988 vamos ao assunto da AULA DEMO 01- os PRINCIPIOS ORAMENTRIOS.

    5.1 INTRODUAO AOS PRINCIPIOS ORAMENTRIOS

    Os princpios oramentrios se justificam em funo de assegurar s normas oramentrias eficcia, estando grande parte deles incorporados atual Constituio e leis, como a 4.320/64. Eles tm a funo de balizar e dar parmetros a elaborao e a execuo da Lei Oramentria, e sua observncia contribui para corrigir distores e tornar a gesto oramentrio-financeira mais eficaz. Dos quatorze princpios onze, ou quase 80%, esto includos no texto constitucional, o que d uma ideia da importncia dessas normas para o legislador constituinte. Essa macia incluso de princpios oramentrios na Carta Magna representou tambm um grande avano em relao s duas primeiras Constituies brasileiras, em cujos textos inexistem registros que correspondam a princpios oramentrios, que na realidade s apareceram no mbito jurdico nacional a partir da Emenda Constitucional de 3 de setembro de 1926, com a incluso dos princpios oramentrios da Exclusividade e do Equilbrio. Depois disso, todas as Constituies brasileiras consagraram a maioria dos princpios oramentrios: seis na de 1934, quatro na de 1937, trs na de 1946, cinco na de 1967 e onze na de 1988. Pela anlise dos textos constitucionais e das leis oramentrias imediatamente posteriores, verifica-se um reconhecimento gradativo da importncia dos princpios oramentrios, por parte dos legisladores, preocupados com o aperfeioamento dos mecanismos de controle sobre a gesto oramentria, mas tambm com o aperfeioamento da elaborao da pea oramentria e da eficcia da sua execuo e, mais recentemente, com os aspectos relacionados aos princpios da Clareza e Publicidade, que evidenciem a transparncia da gesto fiscal e possibilitem o amplo acesso da sociedade a todas as informaes

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    relativas elaborao e aprovao do Projeto de Lei Oramentria, utilizando a Internet para a divulgao das estimativas das receitas, da proposta oramentria, da lei oramentria e da execuo da despesa. medida que os princpios oramentrios ganhem status constitucional, alcanando, na Constituio de 1988, quase 80%, e legal, como nas Leis n 4.320/64 e na Lei de Responsabilidade Fiscal, maior a probabilidade de as Leis Oramentrias se aperfeioarem mais, assim como suas execues. Registre-se, por oportuno, que ausncia da Lei Complementar prevista no 9 do art. 165 da Constituio, as Leis de Diretrizes Oramentrias LDO editadas nos ltimos dez anos tm contribudo grandemente para esse aprimoramento, trazendo dispositivos que reforam a observncia dos princpios oramentrios, notadamente os referentes a Clareza, Publicidade, Especificao, Exatido, Equilbrio, Programao e Regionalizao. A partir da anlise efetuada, pode-se afirmar que o processo oramentrio brasileiro tem evoludo continuamente, com picos de excelncia na dcada de 60, com a edio da Lei n 4.320/64 e do Decreto-lei n 200/67, e a consequente implementao do oramento-programa, e final da dcada de 90, com a reforma oramentria que resultou na edio do Decreto n 2.829/98 (que estabeleceu normas para a elaborao e execuo do Plano Plurianual e dos Oramentos da Unio), da Portaria n 42/99 (que criou a nova Classificao Funcional) e a Portaria Interministerial n 163/2001 (que estabeleceu normas gerais de consolidao das Contas Pblicas no mbito da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios), e, na esteira da edio da Lei de Responsabilidade Fiscal, uniformizou os procedimentos de execuo oramentria nos trs nveis de governo, com a imposio de uma nica classificao oramentria de receitas e despesas. Todas essas modificaes visando ao aperfeioamento das tcnicas de elaborao e execuo oramentrias refletiram-se positivamente na valorizao e observncia dos princpios oramentrios, notadamente os da Especificao, Exatido, Programao e Regionalizao. Assim, pode-se concluir que a observncia dos princpios oramentrios importante para assegurar o aprimoramento das tcnicas de elaborao da proposta oramentria e mesmo da execuo da despesa, alcanando aspectos tais como clareza, exatido e publicidade dos dados oramentrios, maior e melhor especificao dos mesmos, garantia de exclusividade ou de pureza oramentria, possibilidade de flexibilidade na alocao dos recursos, mediante a no-afetao das receitas, incluso de todas as receitas e despesas,

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    assegurando o carter de universalidade que deve revestir a pea oramentria, equalizao da gesto oramentria mediante o equilbrio entre receitas e despesas e programao, atravs da ligao entre o planejamento de mdio e longo prazo com oramento anual. Reconhecer a importncia dos princpios oramentrios e acompanhar sua evoluo atravs dos dispositivos constitucionais que os consagraram ao longo dos ltimos 80 anos, desde a reforma constitucional de 1926, imperativo para acompanhar a evoluo do prprio oramento pblico brasileiro.

    5.2 PRINCPIOS ORAMENTRIOS

    Os princpios oramentrios, de acordo com o professor Sanches (2004, p. 277), so: Um conjunto de proposies orientadoras que balizam os processos e as prticas oramentrias, com vistas a dar-lhes estabilidade e consistncia, sobretudo no que se refere e sua transparncia e ao seu controle pelo Poder Legislativo e pelas demais instituies da sociedade. Como observa o mesmo autor, apesar das divergncias sobre a estrutura e conceituao desses princpios, existem vrios deles que so geralmente aceitos e consagrados na literatura tcnica. Segundo Giacomoni (2005, p. 70): Desde seus primrdios a instituio oramentria foi cercada de uma srie de regras com a finalidade de aumentar-lhe a consistncia no cumprimento de sua principal finalidade: auxiliar princpios oramentrios da Exclusividade e do Equilbrio, que tinham, respectivamente, a seguinte redao: As leis de oramento no podem conter disposies estranhas previso da receita e despesa fixada para os servios anteriormente criados. No se incluem nessa proibio: a) a autorizao para a abertura de crditos suplementares e para operaes de crdito como antecipao da Receita; b) a determinao do destino a dar ao saldo do exerccio ou do modo de cobrir o dficit e vedado ao Congresso conceder crditos ilimitados. Os princpios oramentrios podem ser agrupados em clssicos (ou tradicionais) e complementares. Devem ser entendidos como Clssicos aqueles que foram consolidados ao longo do desenvolvimento histrico do oramento, desde a Idade Mdia at meados

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    do sculo XX e, como Complementares, aqueles delineados na era moderna, em que o Oramento Pblico passou a ser caracterizado - alm de instrumento poltico-legal tambm como instrumento de planejamento/programao e de gerncia/administrao. Segundo o mesmo autor, os princpios oramentrios clssicos seriam:

    Anualidade (ou Periodicidade) Clareza Especificao (ou Discriminao) Exclusividade No-Vinculao (ou No-Afetao) de receitas Prvia Autorizao (ou Legalidade) Publicidade Unidade Universalidade Oramento Bruto

    E os Complementares:

    Equilbrio Exatido Flexibilidade Programao Regionalizao

    Todos esses princpios encontram-se acolhidos, em maior ou menor grau, na ordem jurdica brasileira, alguns na prpria Constituio, outros na Lei n 4.320/64, no Decreto-Lei n 200/67, nas leis de diretrizes oramentrias da Unio dos ltimos anos e recentemente, na Lei Complementar n 101/2000, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal. Seguindo a sequncia indicada por Sanches, conceituaremos cada princpio, a partir das definies encontradas em autores consagrados como Sebastio de SantAnna e Silva, Jos Afonso da Silva e os dois anteriormente citados. Desde seus primeiros anos de existncia, a instituio oramentria foi cercada de uma srie de regras com a finalidade de aumentar-lhe a consistncia no cumprimento de sua principal finalidade: auxiliar o controle parlamentar sobre

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    os Executivos. Essas regras ou princpios receberam grande nfase na fase que os oramentos possuam grande conotao jurdica, chegando alguns incorporados na legislao corrente: basicamente na Constituio, na Lei 4.320/64 e nas Leis de Diretrizes Oramentrias (LDOs). Os princpios oramentrios so premissas a serem observadas na concepo da proposta oramentria Vejamos agora a definio de cada um dos princpios oramentrios: 1 - Princpio da Anualidade ou Periodicidade Princpio oramentrio clssico, de origem inglesa, tambm denominado Princpio da Periodicidade, segundo o qual o oramento pblico (estimativas da receita e fixao da despesa) deve ser elaborado por um perodo determinado de tempo (geralmente um ano), podendo este coincidir ou no com o ano civil. Para Montesquieu (apud TORRES, 1995, p. 202), considera que o Legislativo deve exercer o controle poltico sobre o Executivo pela renovao anual da permisso para a cobrana dos tributos e a realizao dos gastos, sendo inconcebvel a perpetuidade ou a permanncia da autorizao para a gesto financeira. A finalidade exclusiva do princpio, na sua origem, era, segundo Silva (1962, p.34), obrigar o Poder Executivo a solicitar periodicamente ao Parlamento autorizao para a cobrana de tributos e para a aplicao do respectivo produto. No ordenamento jurdico ptrio este princpio se acha acolhido no art. 2 da Lei n 4.320/64, juntamente com os princpios da Unidade e Universalidade, e nos arts. 165, Inciso III e 167, Inciso I da Constituio, abaixo transcritos:

    Art. 2 (Lei n 4.320/64): a Lei de Oramento conter a discriminao da receita e da despesa de forma a evidenciar ... obedecidos os princpios da unidade, universalidade e anualidade.

    Art. 165 (Constituio Federal): leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero:

    I- ...

    II- ...

    III- os oramentos anuais.

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    Art. 167. So vedados: I - o incio de programas ou projetos no includos na lei oramentria anual.

    Por outro lado, no Brasil, o exerccio financeiro coincide com o ano civil, conforme disposto no art. 34 da Lei n 4.320/64.

    O princpio da Anualidade, como o prprio nome indica, supe o perodo de tempo de um ano, mas no quer dizer que este coincida com o ano civil. Silva (1973, p. 134), informa que assim no em vrios pases: Alemanha e Gr-Bretanha, de 1 de abril a 31 de maro; Estados Unidos e Itlia, de 1 de julho a 30 de junho. O mais comum, contudo, a coincidncia com o ano civil. De acordo com esse princpio o oramento deve ser elaborado e autorizado para um determinado perodo de tempo, geralmente um ano. A exceo se d nos crditos especiais e extraordinrio autorizados nos ltimos quatro meses do exerccio, reabertos nos limites de seus saldos, sero incorporados ao oramento do exerccio subsequente. O 5 do art. 165 da CF 88 d respaldo legal a este princpio quando dispe que: "A lei oramentria anual compreender". O cumprimento deste princpio torna-se evidente nas ementas das Leis Oramentrias, como por exemplo, a da Lei 10.837/2004: "Estima a receita e fixa a despesa da Unio para o exerccio financeiro de 2004." Observe-se, finalmente, que a programao financeira, trimestral na Lei 4.320/64 e mensal nos Decretos de Contingenciamento, limitando a faculdade de os rgos empenhar despesas, no mais ao montante das dotaes anuais, pode ser entendido como um abandono parcial do princpio da anualidade. 2 - Clareza ou Objetividade O Oramento Pblico deve ser apresentado em linguagem clara e compreensvel todas as pessoas, que, por fora do oficio ou interesse, precisam manipul-lo. Esse princpio torna-se difcil de ser empregado em funo da facilidade da burocracia se expressar em linguagem complexa. conhecido como um princpio oramentrio clssico segundo o qual a Lei Oramentria deve ser estruturada por meio de categorias e elementos que

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    facilitem sua compreenso at mesmo por pessoas de limitado conhecimento tcnico no campo das finanas pblicas. O oramento pblico, segundo Giacomoni, (2005, p.86): Ao cumprir mltiplas funes algumas no tcnicas deve ser apresentado em linguagem clara e compreensvel a todas aquelas pessoas que, por fora de ofcio ou por interesse, precisam manipul-lo. Conforme Silva (1973, p.154), clareza e inteligibilidade do oramento compem a exigncia de que o oramento seja de fcil compreenso pelo povo e fcil controle por seus representantes. Em termos de clareza, os oramentos brasileiros alcanaram notvel progresso, especialmente aps a implementao do oramento-programa, que trouxe a informao fundamental relacionada aos programas de trabalho, constitudos de projetos e atividades, por sua vez vinculados a uma estrutura de programas e subprogramas (atualmente funes, subfunes e programas), possibilitando a identificao dos objetivos governamentais. Antes disso no era possvel identificar a dimenso programtica dos gastos do Governo, apenas a institucional e a finalidade do gasto (material, pessoal, servios, obras, etc.). Ao longo dos anos ocorreu um lento processo de aperfeioamento do aspecto clareza, quando o Governo Federal incorporou aos ttulos dos projetos e atividades seus objetivos e metas fsicas, possibilitando a identificao dos propsitos do gasto e dimensionando fisicamente suas metas. 3 - Princpio da Especificao ou Discriminao As receitas e as despesas devem aparecer de forma discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, as origens dos recursos e sua aplicao. A Lei n 4.320/64 incorpora esse princpio no seu art. 5: "A Lei de Oramento no consignar dotaes globais para atender indiferentemente as despesas...," O art. 15 da referida Lei exige tambm um nvel mnimo de detalhamento: "...a discriminao da despesa far-se-, no mnimo, por elementos". Princpio oramentrio clssico, de carter formal, conhecido tambm por Princpio da Discriminao, segundo o qual a receita e a despesa pblicas devem constar do Oramento com um satisfatrio nvel de especificao ou

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    detalhamento, isto , elas devem ser autorizadas pelo Legislativo no em bloco, mas em detalhe. Segundo Giacomoni, (2005, p.82), o princpio da especializao, discriminao ou especializao: mais uma das regras clssicas dispostas com a finalidade de apoiar o trabalho fiscalizador dos parlamentos sobre as finanas executivas. De acordo com esse princpio, as receitas e as despesas devem aparecer no oramento de maneira discriminada, de tal forma que se possa saber, pormenorizadamente, a origem dos recursos e sua aplicao. A observao deste princpio possibilita a inibio de autorizaes genricas que deem ao Executivo demasiada flexibilidade e arbtrio na programao da despesa. A Lei n 4.320/64, nos seus art. 5 (a Lei de Oramento no consignar dotaes globais destinadas a atender indiferentemente a despesas de pessoal, material, servios de terceiros, transferncias ou quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu pargrafo nico) e 15 (na lei de Oramento a discriminao da despesa far-se-, no mnimo, por elementos), refora a necessidade de programar a despesa, no seu aspecto de objeto de gasto, em nveis de especificao adequados, que permitam ao Legislativo, quando da apreciao da Proposta Oramentria, saber em que Elementos de Despesa os recursos sero aplicados. O mesmo vale para a estimativa da receita, que deve ser feita com um nvel satisfatrio de discriminao, de tal forma a possibilitar ao Legislativo a identificao pormenorizada da origem dos recursos. 4 - Princpio da Exclusividade A lei oramentria dever conter apenas matria oramentria ou financeira. Ou seja, dela deve ser excludo qualquer dispositivo estranha estimativa de receita e fixao de despesa. No se inclui na proibio a autorizao para abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita.

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    Este princpio encontra-se expresso no art. 165, 8 da CF de 88: "A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa ..." O princpio da exclusividade um princpio oramentrio clssico, segundo o qual a lei oramentria no conter matria estranha previso da receita e fixao da despesa. O princpio tem por objetivo, disciplinar a votao do oramento nas Assembleias Legislativas, impedindo que elas se utilizem de um processo legislativo mais rpido e sujeito a prazos fatais, para conseguirem a aprovao, sem maior exame ou discusso, de medidas estranhas matria financeira.

    Art. 165, 8: a lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para a abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao da receita, nos termos da lei.

    A Lei n 4.320/64, em seu art. 7, trata tambm do contedo possvel da lei oramentria, ressaltando a possibilidade de a mesma conter autorizao para a abertura de crditos suplementares at determinada importncia e para a realizao de operaes de crdito por antecipao da receita. 5 - Princpio da no vinculao de receitas Segundo esse princpio nenhuma parcela da receita geral poder ser reservada ou comprometida para atender a certos casos ou a determinado gasto. Ou seja, a receita no pode ter vinculaes. Essas reduzem o grau de liberdade do gestor e engessa o planejamento de longo, mdio e curto prazos. Este princpio encontra-se claramente expresso no inciso IV do art. 167 da CF de 88, mas aplica-se somente s receitas de impostos. "So vedados "a vinculao de receita de impostos a rgo, fundo ou despesa, ressalvadas a repartio do produto da arrecadao dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinao de recursos para manuteno e desenvolvimento do ensino (art. 212), prestao de garantias s operaes de crdito por antecipao de receita, previstas no art. 165, 8". As evidncias de receitas afetadas so abundantes:

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    Taxas, contribuies: servem para custear certos servios prestados; Emprstimos: comprometidos para determinadas finalidades; Fundos: receitas vinculadas. Trata-se de um princpio oramentrio clssico, tambm conhecido como Princpio da No-Afetao de Receitas, segundo o qual todas as receitas oramentrias devem ser recolhidas ao Caixa nico do Tesouro, sem qualquer vinculao em termos de destinao. O princpio da no-afetao se justifica na medida em que reserva ao oramento e prpria administrao, em sua atividade discricionria na execuo da despesa pblica, espao para determinar os gastos com os investimentos e as polticas sociais. Esse princpio constitucional, no entanto, tem pouca aplicao, tendo em vista que as normas jurdicas e do direito econmico j vinculam boa parte das receitas. 6 - Princpio da Prvia Autorizao (ou legalidade) Mais um princpio oramentrio clssico, segundo o qual a arrecadao de receitas e a execuo de despesas pelo setor pblico deve ser precedida de expressa autorizao do Poder Legislativo. O princpio se acha legitimado pelo art. 165, inciso III, da Constituio. 7 - Princpio da publicidade O contedo oramentrio deve ser divulgado (publicado) nos veculos oficiais de comunicao para conhecimento do pblico e para eficcia de sua validade. Este princpio consagrado no art. 37 da CF de 88: "A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia e, tambm, ao seguinte: ..." Princpio oramentrio clssico, segundo o qual as leis de natureza oramentria (LOAs e Crditos Adicionais), como qualquer outra lei, s adquirem validade depois de publicadas em veculo com abrangncia suficiente

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    para propiciar o conhecimento do seu contedo pelos funcionrios pblicos e pela populao em geral... Por sua importncia e significao e pelo interesse que desperta, o oramento pblico deve merecer ampla publicidade. Formalmente, o princpio cumprido, pois, como as demais leis, publicado nos dirios oficiais. A publicidade ideal, porm, envolve as mesmas questes ligadas clareza. Resumos comentados da proposta oramentria deveriam ser amplamente difundidos, de forma que possibilitassem ao maior nmero possvel de pessoas inteirar-se das realizaes pretendidas pelas administraes pblicas. Mais do que um princpio oramentrio, um princpio constitucional que norteia todos os atos da administrao pblica, em complemento ao aspecto formal, incluindo os atos relativos a pessoal e os de natureza financeira, patrimonial e contbil. O maior objetivo desse princpio oferecer o carter informacional aos atos pblicos, na busca da to propalada transparncia dos gastos pblicos. Essa regra est prevista no artigo 37 da Constituio Federal, quando estabelece os princpios de administrao pblica: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. A publicidade um princpio bsico da atividade do poder pblico no regime democrtico, aplicando-se tambm ao oramento, que a pea fundamental da atividade governamental. 8 - Princpio da Unidade O oramento deve ser uno, ou seja, deve existir apenas um oramento para dado exerccio financeiro Dessa forma integrado, possvel obter eficazmente um retrato geral das finanas pblicas e, o mais importante, permite-se ao Poder Legislativo o controle racional e direto das operaes financeiras de responsabilidade do Executivo. So evidncias do cumprimento deste princpio, o fato de que apenas um nico oramento examinado, aprovado e homologado. Alm disso, tem-se um caixa nico e uma nica contabilidade. O princpio da unidade respaldado legalmente atravs do Art. 2 da Lei 4.320/64 e pelo 5 do art. 165 da CF 88.

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    Princpio oramentrio clssico, segundo o qual o oramento de cada pessoa jurdica de direito pblico, de cada esfera de governo (Unio, Estados ou Municpios), deve ser elaborado com base numa mesma poltica oramentria, estruturado de modo uniforme e contido num s documento, condenveis todas as formas de oramentos paralelos. No Brasil esse princpio se acha consagrado no art. 2 da Lei n 4.320/64, que estabelece: A Lei de Oramento conter a discriminao da receita e despesa de forma a evidenciar a poltica econmico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princpios da unidade universalidade e anualidade. Acha-se expresso, tambm, no art. 165 da Constituio, cujo 5 estabelece: A lei oramentria anual compreender: I - o oramento fiscal referente aos poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo poder pblico; II - o oramento de investimento das empresas ...; III - o oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculados. 9 - Princpio da Universalidade A Lei Oramentria deve incorporar todas as receitas e despesas, ou seja, nenhuma instituio pblica deve ficar fora do oramento. O princpios da UNIVERSLIDADE mais um e ltimo do princpios oramentrios clssico, que determina que todas as receitas e todas as despesas devem ser includas na lei oramentria. Esse princpio est definido nos arts. 2 e 6 da Lei 4.320/64:

    Art. 2. A Lei de Oramento conter a discriminao da receita e despesa de forma a evidenciar obedecidos os princpios da unidade, universalidade e anualidade e Art. 6. Todas as receitas e despesas constaro da Lei de Oramento pelos seus totais, vedadas quaisquer dedues.

    Temos, alm dos artigos acima citados o princpio da Universalidade evidenciado tambm nos arts. 3 e 4 da referida Lei, conforme abaixo:

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    Art. 3- A Lei de Oramento compreender todas as receitas, inclusive as de operaes de crdito autorizadas em Lei.

    Pargrafo nico. No se consideram para os fins deste artigo as operaes de crdito por antecipao da receita, as emisses de papel moeda e outras entradas compensatrias no ativo e passivo financeiros.

    Art. 4- A Lei de Oramento compreender todas as despesas prprias dos rgos do governo e da administrao centralizada, ou que por intermdio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2.

    O princpio da universalidade habitualmente complementado pela regra do oramento bruto (que veda quaisquer dedues), estabelecida pelo art. 6 da Lei n 4.320/64, acima citado. Somente a partir de 1988 as operaes de crdito foram includas no oramento. Alm disso, as empresas estatais e de economia mista, bem como as agncias oficiais de fomento (BNDES, CEF, Banco da Amaznia, BNB) e os Fundos Constitucionais (FINAM, FINOR, PIN/PROTERRA) no tm a obrigatoriedade de integrar suas despesas e receitas operacionais ao oramento pblico. Esses oramentos so organizados e acompanhados com a participao do Ministrio do Planejamento (MPO), e no so apreciados pelo Legislativo. A incluso de seus investimentos no Oramento da Unio justificada na medida que tais aplicaes contam com o apoio do oramento fiscal e at mesmo da seguridade. 10 - Oramento Bruto O oramento deve apresentar valores brutos, sem deduo. J deixamos bem destacado que a necessidade de controle dos gastos pblicos fundamentou bastante a maturao de princpios oramentrios. Se qualquer fato chega a afetar as receitas pblicas, diminuindo o volume que realmente deveria entrar em caixa, a ocultao desse fato geraria insegurana, desinformao e, quem sabe, algum prejuzo futuro ao ente pblico. A contabilidade pblica tem como uma de suas funes a prestao de informaes fidedignas sobre o patrimnio e o oramento, a fim de que decises por parte dos responsveis sejam baseadas em dados corretos. Desse

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    modo, dedues, abatimentos, diminuies que afetam o conjunto das receitas pblicas devem ser consideradas no oramento. essa preocupao com a transparncia e a fidedignidade das informaes oramentrias que baseia o princpio do oramento bruto, cujo teor complementar ao princpio da universalidade. Enquanto a universalidade estabelece que todas as receitas e todas as despesas devem constar do oramento, o princpio do oramento bruto acrescenta a observao pelos seus valores brutos, sem dedues. Assim, se for o caso de se fazer uma deduo a uma receita, o ente pblico no pode apenas registrar o valor lquido a ser arrecadado. Tanto a arrecadao bruta quanto a deduo devem ser consideradas na elaborao da pea oramentria. Vamos agora comentar os princpios oramentrios conhecidos como princpios complementares: Princpio do Equilbrio o princpio oramentrio, de natureza complementar, segundo o qual, no oramento pblico, deve haver equilbrio financeiro entre receita e despesa. Esse princpio est contido na Lei n 4.320/64: (Art. 7- Em casos de dficit [desequilbrio oramentrio], a Lei de Oramento indicar as fontes de recursos que o Poder Executivo fica autorizado a utilizar para atender sua cobertura), pelo art. 167 da Constituio, especialmente pelos seus incisos II, III e V, que insistem no equilbrio entre os compromissos e as disponibilidades e entre as novas alocaes e as fontes compensatrias, e por vrias normas da LRF. Na Constituio de 1988 temos uma postura realista em face do dficit oramentrio, alm de entrar no mrito de sua prpria conceituao. Pela sistemtica de classificao das contas oramentrias no Brasil, o dficit aparece embutido nas chamadas Operaes de Crdito que classificam tanto os financiamentos de longo prazo contratados para a realizao de obras, as operaes de curto prazo de recomposio do caixa e que se transformam em longo prazo pela permanente rolagem e a prpria receita com a colocao de ttulos e obrigaes emitidos pelos tesouros nacionais, estaduais e, at,

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    municipais. A Constituio em vigor preferiu atacar o chamado dficit das operaes correntes. Na adoo de uma postura mais realista a CF\88 props o equilbrio entre operaes de crdito e as despesas de capital. O art. 167, inciso III, veda: "a realizao de operaes de crditos que excedam o montante das despesas de capital..." A CF\88 diz claramente que o endividamento s pode ser admitido para a realizao de investimento ou abatimento da dvida. Ou seja, deve-se evitar tomar dinheiro emprestado para gastar com despesa corrente, mas pode pegar emprestado para cobrir despesa de capital (o dficit aqui permitido). Essa uma norma lgica e de grande importncia para as finanas pblicas do Pas. Na verdade, a Regra de Ouro reforada na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, art. 12, 2): "O montante previsto para as receitas de operaes de crdito no poder ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei oramentria." Princpio da exatido Esse princpio determina que as estimativas devem ser to exatas quanto possvel, de forma a garantir pea oramentria um mnimo de consistncia para que possa ser empregado como instrumento de programao, gerncia e controle. Indiretamente, os autores especializados em matria oramentria apontam os arts. 7 e 16 do Decreto-Lei n 200/67 como respaldo ao mesmo. Princpio oramentrio, de natureza complementar, segundo o qual as estimativas oramentrias devem ser to exatas quanto possvel, a fim de dotar o Oramento da consistncia necessria para que esse possa ser empregado como instrumento de gerncia, de programao e de controle. Uma das caractersticas do princpio da EXATIDO o envolvimento com questes tcnicas e ticas. Princpio da Flexibilidade Princpio oramentrio, de natureza complementar, segundo o qual, embora a execuo oramentria deva se ajustar, no essencial, programao aprovada pelo Poder Legislativo, necessrio atribuir um certo grau de flexibilidade ao Poder Executivo para que esse possa ajustar a execuo s contingncias operacionais e disponibilidade efetiva de recursos.

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    Conforme argumenta Giacomoni (2005, p.272): Seria impraticvel se, durante sua execuo, o oramento no pudesse ser retificado, visando atender a situaes no previstas quando de sua elaborao ou, mesmo, viabilizar a execuo de novas despesas, que s se configuraram como necessrias durante a prpria execuo oramentria. Em termos estritamente oramentrios, (h tambm a flexibilidade financeira, que o Governo utiliza por intermdio da Programao Financeira de Desembolso e do mecanismo do contingenciamento), o mecanismo utilizvel o crdito adicional, que so classificados em suplementares, especiais e extraordinrios. O princpio da flexibilidade oramentria acha-se acolhido entre as normas legais (art. 7 da Lei n 4.320/64:

    A lei de oramento poder conter autorizao ao Executivo para abertura de crditos suplementares at determinada importncia.) e constitucionais (art. 165, 8: A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao da receita, nos termos da lei.).

    Princpio da Programao Princpio da programao ou do planejamento: um dos mais modernos princpios oramentrios que surgiu com a evoluo dos conceitos e tcnicas oramentrias. De acordo com esse princpio, o oramento deve evidenciar os programas de trabalho, servindo como instrumento de administrao do governo, facilitando a fiscalizao, gerenciamento e planejamento. De acordo com esse princpio, os programas regionais devem estar em consonncia com o Plano Plurianual (PPA). No existe despesa fora da categoria de programao Princpio oramentrio, de natureza complementar, segundo o qual o oramento pblico deve ser estruturado sob a forma de programao, isto , deve expressar o programa de trabalho de cada entidade do setor pblico, detalhando por meio de categorias apropriadas, como, onde e com que amplitude o setor pblico ir atuar no exerccio a que se refere a Lei Oramentria. No Brasil, esse princpio se acha acolhido nas normas do Decreto-lei n 200/67, sobretudo nos arts. 16 a 18 (Art. 16. Em cada ano, ser elaborado um oramento-programa, que pormenorizar a etapa do programa plurianual a ser

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    realizada no exerccio seguinte e que servir de roteiro execuo coordenada do programa anual) e nas disposies dos arts. 165 a 167 da Constituio, que exigem compatibilidade do projeto de lei oramentria com as metas e prioridades fixadas pela LDO e pelo PPA. A Lei n 4.320/64, apesar de no trazer no seu texto, referncias sobre Oramento-Programa, foi a grande impulsionadora da tcnica do oramento-programa, definindo, logo no seu art. 2, que :

    A Lei de Oramento conter a discriminao da receita e despesa de forma a evidenciar a poltica econmico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princpios da unidade, universalidade e anualidade.

    5 - Princpio da Regionalizao Conforme define Sanches (2004, p.305), Princpio oramentrio de natureza complementar, segundo o qual os oramentos do setor pblico devem ter a sua programao regionalizada, ou seja, detalhada sobre a base territorial com o maior nvel de especificao possvel para o respectivo nvel de Administrao. O princpio da regionalizao est contemplado no art. 165, 7 da Constituio, que dispe: Os oramentos previstos no 5, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, tero entre suas funes a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critrio populacional. Esse principio preconiza que o oramento pblico deve ser elaborado sobre a base territorial com o maior nvel de especificao possvel, de forma a reduzir as desigualdades inter-regionais, segundo critrio populacional.

    06. RESUMO DOS PRINCIPIOS ORAMENTRIOS

    Com relao aos princpios oramentrios mostramos abaixo um pequeno resumo sobre os mais relevantes para que o aluno tenha uma viso deste assunto: Estes princpios j foram objeto de nossa aula acima, onde mostramos detalhadamente cada uma delas e outros.

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    Princpio da Exclusividade De acordo com este princpio, a Lei Oramentria (Oramento) no conter dispositivo que no seja exclusivamente relativo previso de receita e fixao de despesa. expressamente vedado que assim seja, ver art. 165, 8, da CF. Princpio da Programao Este um princpio que deve ser interpretado de forma que busque a conjugao entre o oramento e o plano de governo e s aes polticas do administrador. H necessidade da programao das despesas, haja vista, que cada rgo responsvel por sua execuo. Princpio do Equilbrio Oramentrio o necessrio equilbrio que deve haver entre as receitas auferidas e as despesas ali compreendidas. Princpio da Anualidade (ou periodicidade) Este princpio relativo periodicidade do oramento, visto que, o seu prazo de durao determinado. o estabelecimento do que podemos chamar de validade temporal do oramento (Art. 34 da Lei 4.320/64). Princpio da Unidade O oramento de ser apresentado em documento oramentrio, isto , a pea oramentria deve ser nica, um nico Projeto de Lei (unidade em sentido formal). Deve haver ainda uma unidade de orientao poltica, a programao em conformidade com as polticas e as aes promovidas pelo Governo (unidade em sentido material). Princpio da Universalidade o princpio pelo qual se torna imprescindvel que todas as receitas e despesas pblicas devem constar no oramento. Todas as receitas e despesas relativas aos rgos administrativos de quaisquer naturezas, bem como informa o art. 165, 5 da CF:

    Oramento Fiscal Oramento de Investimento Oramento da Seguridade Social

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    Princpio da Legalidade aquela clssica norma que torna obrigatria a observncia da lei pelo agente pblico. Este fica vinculado aos ditames da lei oramentria no que diz respeito previso e arrecadao de receitas e implementao das despesas, bem como da prpria execuo do oramento. Princpio da Transparncia Oramentria Este princpio encontra-se atrelado a outros dois princpios: o da publicidade e moralidade pblica. Implica em uma srie de atos que daro transparncia aos atos referentes ao Oramento Pblico, possibilitando ao cidado o acompanhamento da gesto pblica oramentria, a fiscalizao da aplicao de seus recursos, controle de arrecadao, etc. Princpio da Publicidade Este princpio est previsto no art. 37 da Constituio e abrange toda a Administrao Pblica e tem aplicao exclusiva no oramento quando impe a publicidade de todos os atos a ele referentes, desde a sua edio e passando pelos atos de execuo, controle e cumprimento da lei oramentria. Princpio da No Vinculao de Receita de Impostos Segundo este princpio, veda-se que sejam destinadas as receita pblicas proveniente da arrecadao da espcie tributria imposto, a qualquer rgo, fundo ou despesa especficos. Institudo um imposto, a receita de sua arrecadao, deve integrar o oramento sem que haja prvia destinao com exceo, claro, ao disposto no art. 167, IV, CF.

    07. RESUMO FINAL

    Oramento Pblico Conceito. Natureza Jurdica. Princpios Oramentrios. Leis Oramentrias O oramento, numa viso moderna, um instrumento de ao do Estado. Por intermdio do oramento o Estado mensura e descreve a atividade pblica em seus mltiplos aspectos: poltico, econmico, social, jurdico etc.

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    Em termos tradicionais representa o conjunto de receitas e despesas atinentes atividade pblica num determinado tempo. Nesse sentido um documento tcnico-contbil que espelha o financiamento estatal frente aos gastos pblicos. A pea oramentria contempla, tambm, o crdito pblico. Sob o ponto de vista jurdico o oramento tem a natureza jurdica de lei. Vrios princpios regem a temtica do oramento e revelam as propriedades especficas do conjunto de lei que formam o sistema oramentrio brasileiro. Os mais cobrados em provas de concursos so: universalidade, anualidade, exclusividade, unidade, no-afetao. O princpio da universalidade designa a propriedade que tem o oramento de prever todas as receitas e despesas, incluindo os fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta dos poderes; os investimentos em empresas em que a Unio tenha participao majoritria; o oramento da seguridade social. O princpio da anualidade indica que o oramento necessita ser elaborado anualmente. Contudo nos dias atuais, tal princpio perdeu sua importncia tendo em vista planos plurianuais que veremos mais adiante. Alguns doutrinadores chegam a dizer que, em verdade, esse princpio deixou de existir. O princpio da exclusividade significa que a lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita, nos termos da lei (artigo 165, 8 da CF). O princpio da unidade exige o agrupamento de todas as receitas e despesas em um nico documento oramentrio. J o princpio da no-afetao diz respeito proibio constitucional de vinculao de receita de impostos a rgo, fundo ou despesa, salvo algumas excees, especialmente, aquelas atinentes repartio de receitas tributrias entre os entes polticos. Em suma, os valores orados, salvo raras excees, devem estar disponveis para utilizao de forma ampla e de acordo com a necessidade do governo nas diferentes reas de atuao. LEIS ORAMENTRIAS

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    No sistema oramentrio brasileiro temos trs leis oramentrias, a saber: o plano plurianual, a lei de diretrizes oramentrias e a lei oramentria anual. O plano plurianual-PPA- estabelece um planejamento de aes governamentais para perodos mais longos (quatro anos). Representa a definio, de forma regionalizada, das diretrizes, objetivos e metas da administrao pblica federal para as despesas de capital (investimentos, inverses financeiras e transferncias de capital) e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de durao continuada. A lei de diretrizes oramentrias-LDO - compreender as metas e prioridades da administrao pblica federal, incluindo as despesas de capital para o exerccio financeiro subsequente, orientar a elaborao da lei oramentria anual, dispor sobre as alteraes na legislao tributria e estabelecer a poltica de aplicao das agncias financeiras oficiais de fomento. Referida lei, como o prprio nome j diz, indica as prioridades e objetivos do Estado para ano subsequente. Trata-se de lei anual. A lei oramentria anual LOA - representa a lei que estipula as receitas e despesas de todos os poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, incluindo as fundaes mantidas pelo poder pblico. Ademais disso, a referida lei conter o oramento de investimento das empresas sob controle majoritrio da Unio e o oramento da seguridade social, incluindo todos os rgos, fundos e fundaes vinculados ao poder pblico. conhecido popularmente como o ORAMENTO PROPRIAMENTE DIDO Para facilitar seu estudo informamos que os princpios oramentrios esto descritos no Manual Tcnico de Oramento 2013, da SOF, disponvel em http://www.contasabertas.com.br/WebSite/documentos/mto_2013_1.pdf, assim transcritos: 3.2.1. UNIDADE OU TOTALIDADE O oramento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar um nico oramento. Este princpio mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, e visa evitar mltiplos oramentos dentro da mesma pessoa poltica. Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exerccio financeiro, devem integrar um nico documento legal dentro de cada nvel federativo: LOA.

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    3.2.2. UNIVERSALIDADE A LOA de cada ente federado dever conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, rgos, entidades, fundos e fundaes institudas e mantidas pelo poder pblico. Este princpio mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, recepcionado e normatizado pelo 5o do art. 165 da CF. 3.2.3. ANUALIDADE OU PERIODICIDADE O exerccio financeiro o perodo de tempo ao qual se referem a previso das receitas e a fixao das despesas registradas na LOA. Este princpio mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964. Segundo o art. 34 dessa lei, o exerccio financeiro coincidir com o ano civil (1o de janeiro a 31 de dezembro). 3.2.4. EXCLUSIVIDADE Previsto no 8o do art. 165 da CF, estabelece que a LOA no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa. Ressalvam-se dessa proibio a autorizao para abertura de crditos suplementares e a contratao de operaes de crdito, ainda que por ARO, nos termos da lei. 3.2.5. ORAMENTO BRUTO Previsto no art. 6o da Lei no 4.320, de 1964, preconiza o registro das receitas e despesas na LOA pelo valor total e bruto, vedadas quaisquer dedues. 3.2.6. NO VINCULAO DA RECEITA DE IMPOSTOS Estabelecido pelo inciso IV do art. 167 da CF, este princpio veda a vinculao da receita de impostos a rgo, fundo ou despesa, salvo excees estabelecidas pela prpria CF.

    08. QUESTES COMENTADAS

    1 - CESPE - PROCURADOR FEDERAL/2007- Julgue o item a seguir com relao aos Princpios Oramentrios: Com base no direito financeiro, julgue o item subsequente. Considere que na lei oramentria anual de 2006, alm da previso da receita e fixao da despesa, tenha havido autorizao para recebimento antecipado de valores provenientes

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    de venda a termo de bens imveis pertencentes Unio. Essa autorizao inconstitucional por ferir o princpio oramentrio da exclusividade. Certo Errado GABARITO: Errado O princpio da exclusividade oramentria determina que s dever constar na lei oramentria anual matria referente previso de receita e fixao de despesa (art. 165, 8, CF). Tal norma existe para se evitar o que a doutrina denomina de "caudas oramentrias" ou "oramentos rabilongos" que so a introduo no oramento de matrias alheias s finanas pblicas. Porm, existem duas excees regra acima que no devemos nos esquecer para efeito de questes de provas , que so: - a autorizao para abertura de crditos suplementares; - as operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita, nos termos da lei. Essas operaes de crdito por antecipao de receita relacionam-se, em verdade, com a prpria matria oramentria. Tais operaes visam cobrir um dficit de caixa, permitindo ao Executivo a obteno de emprstimos. O art. 38 da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar n 101/00) determina que a operao de crdito por antecipao de receita cumprir as exigncias do art. 32 e as exigncias relacionadas no dispositivo. Portanto, tal questo acima esta respaldada nas excees constitucionais, inexistindo violao ao princpio da exclusividade, de forma que a afirmativa da questo est ERRADA.

    02 - (FCC - 2007 - TRE-MS - Analista Judicirio) A determinao "cada entidade de Governo deve possuir um oramento", est contida no Princpio da: a) Unidade. b) Universalidade. c) Singularidade. d) Exclusividade. e) Competncia. GABARITO: A

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    UNIDADE OU TOTALIDADE O oramento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar um nico oramento. Este princpio mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, e visa evitar mltiplos oramentos dentro da mesma pessoa poltica. Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exerccio financeiro, devem integrar um nico documento legal dentro de cada nvel federativo: LOA.

    3 - (CESPE Analista Administrativo ANTAQ 2009) Prevista na lei oramentria anual, a autorizao para abertura de crditos suplementares uma das excees de cumprimento do princpio do oramento bruto. Certo Errado Gabarito: Errado A autorizao para abertura de crditos suplementares uma das excees ao princpio da exclusividade e no Oramento Bruto como dito na questo. Art. 165, CF Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecero: 8 A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita, nos termos da lei. PRINCPIO DA EXCLUSIVIDADE

    Regra: Lei Oramentria deve conter apenas previso de receita e fixao de despesas.

    No entanto, admitem-se autorizaes para:

    Abertura de Crditos suplementares;

    e contratao de operaes de crdito, mesmo que por antecipao de receita.

    4 - (CESPE Analista Ambiental -Administrao e Planejamento -MMA 2008) A apurao e a divulgao dos dados da arrecadao lquida,sem a indicao das dedues previamente efetuadas a ttulo de restituies, fere o princpio da discriminao.

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    Certo Errado Gabarito: Errado A apurao e a divulgao dos dados da arrecadao lquida > no arrecadao lquida, e sim, arrecadao bruta. Segundo o art. 6 da Lei 4.320\64: Art. 6 (Lei. 4.320/64) Tdas as receitas e despesas constaro da Lei de Oramento pelos seus totais, vedadas quaisquer dedues. A questo fala de arrecadao lquida, sem indicao de dedues ento porque houve dedues, o que proibido pelo art. 6. fere o princpio da discriminao > errado, o artigo acima trata do princpio do Oramento Bruto. O princpio do Oramento Bruto impede a incluso apenas dos montantes lquidos e determina a incluso de receitas e despesas pelos seus totais, no importando se o saldo liquido ser positivo ou negativo.

    05 - (CESPE/AGU/2008) O oramento um ato administrativo da administrao pblica. CERTO ERRADO GABARITO: Errado A lei oramentria tem natureza de ato administrativo, mas no um ato administrativo. Trata-se de uma lei, em sentido formal.

    6 - (FGV/PROCURADOR/TCM-RJ/2008) A determinao de que os oramentos sejam aprovados por lei formal se pauta no princpio da exclusividade. Certo Errado GABARITO: Errado No e pelo princpio da EXCLUSIVIDADE que os oramentos devem ser aprovados por lei formal e sim pelo princpios da LEGALIDADE.

    7 - (FCC/ANALISTA/MP-PE/2006) Os decretos de transposio, remanejamento e transferncia de crditos oramentrios no se sujeitam ao princpio da legalidade. Certo Errado GABARITO: Errado Os decretos referidos na questo tratam de modificaes nas classificaes oramentrias que esto sujeitos ao principio da LEGALIDADE.

    8- FCC- 2012 TER-PR ANALISTA JUDICIRIO

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    O princpio oramentrio que prev a coexistncia de vrios oramentos que, no entanto, devem ser consolidados em uma s Lei Oramentria Anual o princpio da a) Exclusividade. b) Especificao. c) Totalidade. d) No afetao das receitas. e) Periodicidade. GABARITO: C O Princpio da Unidade (Totalidade) tem como BASE CONSTITUCIONAL o art. 165, 5 da CF/88 Como BASE INFRACONSTITUCIONAL temos o art. 2, Lei n 4.320/64 Este princpio estabelece que o oramento deve ser "uno", ou seja, cada esfera do governo deve possuir apenas uma LOA. No pode haver mais de um oramento em cada unidade governamental. No entanto, o 5 do art. 167 da CF/88 estabelece uma tripartio do oramento: o Oramento Fiscal, o Oramento da Seguridade Sociale o Oramento de Investimento das Empresas Estatais. Essa sistemtica tem como objetivo garantir maior transparncia e independncia a cada um deles.

    09 - FUNCAB -2012- MPE-RO ANALISTA AUDITORIA correto afirmar, de acordo com o texto constitucional que fundamenta o Princpio da Exclusividade e associado Lei n 4.320/64, que: a) permitida a abertura de crditos adicionais, de qualquer valor, destinados ao reforo de dotao oramentria especiais, desde que precedida de exposio de justificativa e comprovada a existncia de recursos disponveis para cobrir as despesas decorrentes. b) permitida a abertura de crditos adicionais especiais e extraordinrios, de qualquer valor, desde que precedida de exposio de justificativa e comprovada a existncia de recursos disponveis para cobrir as despesas decorrentes. c) Pode ser includa na lei oramentria a autorizao para abertura de crditos adicionais se destinados ao reforo de dotao oramentria suplementar, desde que indicada a origem dos recursos para cobrir as despesas decorrentes. d) No pode ser includa na lei oramentria qualquer matria estranha ao oramento, no podendo nela constar a autorizao para abertura de crditos adicionais, que devero ser aprovados emlei especfica. e) pode ser includa na lei oramentria a autorizao para abertura de um valor limitado de crditos adicionais destinados ao reforo de dotao

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    oramentria suplementar, desde que precedida de exposio de justificativa e comprovada a existncia de recursos disponveis para cobrir as despesas decorrentes. GABAROTO: E O contido na letra E est correto de conformidade com o Art.7 da Lei 4.320\64. ART. 7 - A LEI DE ORAMENTO PODER CONTER AUTORIZAO AO EXECUTIVO PARA: I - ABRIR CRDITOS SUPLEMENTARES AT DETERMINADA IMPORTNCIA, OBEDECIDAS AS DISPOSIES DO ART. 43. ART. 43 - A ABERTURA DOS CRDITOS SUPLEMENTARES E ESPECIAIS DEPENDE DAEXISTNCIA DE RECURSOS DISPONVEIS PARA OCORRER DESPESA E SER PRECEDIDA DE EXPOSIO JUSTIFICATIVA. Art. 7 - Fica o Poder Executivo autorizado a abrir crditos suplementares, observados os limites e condies estabelecidos neste artigo, desde que as alteraes promovidas na programao oramentria sejam compatveis com a obteno da meta de resultado primrio estabelecida no Anexo de Metas Fiscais da LDO-2012, para as seguintes finalidades: I - suplementao de subttulo, at o limite de 30% (trinta por cento) do respectivo valor, constante desta Lei, mediante gerao adicional de recursos ou anulao parcial de dotaes oramentrias da mesma empresa; (...) O Princpio Oramentrio da Exclusividade fala que a LOA deve conter, apenas, matria exclusiva quanto previso de receitas e a fixao de despesas, ou seja, assuntos de cunhos estritamente financeiro, porm como sabemos existe ressalva a essa vedao, pois, no se inclui a autorizao para crdito suplementares e contratao de operaes de crdito ainda que por antecipao de receitas, aquele diz respeito a abertura de crdito que se tornou insuficiente durante a execuo oramentria, ento dessa forma entendemos que esse crdito j existia na previso oramentria, apenas no foi o suficiente para contemplar todas as despesas, sendo que ele necessita de prvia autorizao legislativa em lei especial, podendo constar na prpria lei do oramento.

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    Em funo do acima exposto o GABARITO da questo a OPAO E abaixo transcrita e) pode ser includa na lei oramentria a autorizao para abertura de um valor limitado de crditos adicionais destinados ao reforo de dotao oramentria suplementar, desde que precedida de exposio de justificativa e comprovada a existncia de recursos disponveis para cobrir as despesas decorrentes.

    10 - ESAF 2013 DNIT TECNICO DE SUPORTE A respeito do princpio oramentrio da exclusividade, correto afirmar: a) determina que na Lei Oramentria Anual sejam includas somente matrias relacionadas fixao da despesa e previso da receita, alm das orientaes para as modificaes na lei tributria. b) exige que a Lei Oramentria Anual no contenha matria estranha previso da receita e fixao despesa, exceto a autorizao para abertura de crditos adicionais e a contratao de operaes de crdito. c) trata-se de conceito relacionado proibio de que o oramento de uma esfera de governo contenha matria oramentria de outras esferas. d) est relacionado competncia exclusiva do Congresso Nacional em legislar sobre matria oramentria e fixao dos gastos do governo. e) est relacionado com a competncia exclusiva do chefe do poder executivo em enviar ao poder legislativo a proposta de lei oramentria anual. GABARITO: B PRINCPIO DA EXCLUSIVIDADE vedado incluir da lei oramentria qualquer matria diferente de despesa ou receita, pois antigamente se inclua, por exemplo, concesso de terras e aumento de salrios aos servidores. A lei oramentria deve conter apenas receitas e despesas. Art. 165, 8 da CF: A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa, no se incluindo na proibio a autorizao para abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito, ainda que por antecipao de receita, nos termos da lei. Exceo: autorizao para abertura de crditos suplementares e contratao de operaes de crdito.

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    11 - CESPE 2012- IBAMA-TECNICO ADMINISTRATIVO A existncia do oramento fiscal, da seguridade social e de investimento das empresas contraria o princpio oramentrio da exclusividade. Certo Errado GABARITO: Errado Os Oramentos: Fiscal, de Investimento e da Seguridade Social no contrariam o princpio da exclusividade. Temos no art. 165 da CF, que informa o significado do citado princpio: "A lei oramentria anual no conter dispositivo estranho previso da receita e fixao da despesa...".

    12- (FGV/PROCURADOR/TCM-RJ/2008) O princpio da unidade oramentria, expressamente previsto na Constituio de 1988, significa que o oramento, para ser mais eficaz, dever ser elaborado em um documento legal nico. Certo Errado GABARITO : Errado O que torna a questo errada o contido na Lei 4.320/64 que prev explicitamente a adoo do princpio da unidade quanto lei oramentria dos entes federados no Brasil, e no a Constituio de 1988.

    13- (FCC/ANALISTA/TJ-AP/2009) O princpio da unidade o que preconiza a existncia de um nico documento oramentrio, consolidando as receitas e despesas dos municpios no oramento dos estados, e dos estados no oramento da Unio. Certo Errado GABARITO: Errado O oramento deve ser uno, ou seja, cada ente governamental deve elaborar um nico oramento. Este princpio mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, e visa evitar mltiplos oramentos dentro da mesma pessoa poltica. Dessa forma, todas as receitas previstas e despesas fixadas, em cada exerccio financeiro, devem integrar um nico documento legal dentro de cada nvel federativo: LOA. O principio da UNIDADE tambm conhecido com TOTALIDADE no preconiza qualquer agregao entre oramentos de entes distintos.

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    A edio de uma nica lei oramentria pela UNIAO,ESTADOS e MUNICPIOS que da suporte a UNIDADE ORAMENTRIA atualmente vigente.

    14- (FCC/PROCURADOR/TCE-RO/2010) O princpio da unidade expressa que a lei oramentria deve ser uma pea s e o texto constitucional o consagra ao dispor que a lei oramentria anual compreender o oramento fiscal, o oramento de investimento e o oramento da seguridade social. Certo Errado GABARITO: Certo SOBRE O PRINCIPIO DA UNIDADE, SOMENTE PARA VOC RECAPITULAR O princpio da unidade respaldado legalmente atravs do Art. 2 da Lei 4.320/64 e pelo 5 do art. 165 da CF 88. Princpio oramentrio clssico, segundo o qual o oramento de cada pessoa jurdica de direito pblico, de cada esfera de governo (Unio, Estados ou Municpios), deve ser elaborado com base numa mesma poltica oramentria, estruturado de modo uniforme e contido num s documento, condenveis todas as formas de oramentos paralelos. No Brasil esse princpio se acha consagrado no art. 2 da Lei n 4.320/64, que estabelece: A Lei de Oramento conter a discriminao da receita e despesa de forma a evidenciar a poltica econmico-financeira e o programa de trabalho do Governo, obedecidos os princpios da unidade universalidade e anualidade. Acha-se expresso, tambm, no art. 165 da Constituio, cujo 5 estabelece: A lei oramentria anual compreender: I - O oramento fiscal referente aos poderes da Unio, seus fundos, rgos e entidades da administrao direta e indireta, inclusive fundaes institudas e mantidas pelo poder pblico; II - o oramento de investimento das empresas ...; III - o oramento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e rgos a ela vinculados.

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    15 - (FCC/ANALISTA/TRT-GO/2008) O princpio da universalidade admite excees no tocante fixao das despesa. Certo Errado GABARITO: Errado No temos na doutrina e na legislao, excees a princpio da universalidade. A LOA de cada ente federado dever conter todas as receitas e as despesas de todos os Poderes, rgos, entidades, fundos e fundaes institudas e mantidas pelo poder pblico. Este princpio mencionado no caput do art. 2o da Lei no 4.320, de 1964, recepcionado e normatizado pelo 5o do art. 165 da CF

    16 - FCC-2006-TER-AP ANALISTA JUDICIRIO No que diz respeito ao oramento pblico, a formulao de objetivos e o estudo das alternativas da ao futura para alcanar os fins da atividade governamental; assim como a reduo dessas alternativas de um nmero muito amplo a um pequeno e, finalmente, a prossecuo do curso da ao adotada, referem-se ao princpio da a) programao. b) unidade. c) universalidade. d) estabilidade oramentria. e) exclusividade.

    GABARITO: A PRINCPIO DA PROGRAMAO \ PLANEJAMENTO - O oramento deve expressar as realizaes e objetivos da forma programada e planejada. Vincula as normas oramentrias consecuo e finalidade do PPA e aos programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento. PRINCPIO DO PLANEJAMENTO OU DA PROGRAMAO est contido na CF/88 art. 165 e 174 Decorre da prpria evoluo tcnica do oramento, que passa de mero instrumento de identificao de tetos e objetivos de despesas, para o estabelecimento do programa de trabalho do governo, com a especificao de objetivos e metas a serem perseguidos. O programa se torna a mo de ligao entre as funes de planejamento, oramento e administrao. O Princpio da Programao est ligado ao plano de ao governamental, na medida em que vincula as normas oramentrias consecuo e finalidade do

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    Plano Plurianual e aos dos programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento.

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    09. QUESTES ACIMA SEM OS COMENTRIOS

    01 - CESPE - PROCURADOR FEDERAL / 2007- Julgue o item a seguir com relao aos Princpios Oramentrios: Com base no direito financeiro, julgue o item subsequente. Considere que na lei oramentria anual de 2006, alm da previso da receita e fixao da despesa, tenha havido autorizao para recebimento antecipado de valores provenientes de venda a termo de bens imveis pertencentes Unio. Essa autorizao inconstitucional por ferir o princpio oramentrio da exclusividade. Certo Errado 02 - (FCC - 2007 - TRE-MS - Analista Judicirio) A determinao "cada entidade de Governo deve possuir um oramento", est contida no Princpio da: a) Unidade. b) Universalidade. c) Singularidade. d) Exclusividade. e) Competncia. 3 - (CESPE Analista Administrativo ANTAQ 2009) Prevista na lei oramentria anual, a autorizao para abertura de crditos suplementares uma das excees de cumprimento do princpio do oramento bruto. Certo Errado

    4 - (CESPE Analista Ambiental - Administrao e Planejamento - MMA 2008) A apurao e a divulgao dos dados da arrecadao lquida,sem a indicao das dedues previamente efetuadas a ttulo de restituies, fere o princpio da discriminao CERTO ERRADO. 05- (CESPE/AGU/2008) O oramento um ato administrativo da administrao pblica. CERTO ERRADO 6 - (FGV / PROCURADOR / TCM-RJ / 2008) A determinao de que os oramentos sejam aprovados por lei formal se pauta no princpio da exclusividade. Certo Errado 7 - (FCC / ANALISTA / MP-PE / 2006) Os decretos de transposio, remanejamento e transferncia de crditos oramentrios no se sujeitam ao princpio da legalidade. Certo Errado 8 - FCC- 2012 TER-PR ANALISTA JUDICIRIO O princpio oramentrio que prev a coexistncia de vrios oramentos que, no entanto, devem ser

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    consolidados em uma s Lei Oramentria Anual o princpio da a) Exclusividade. b) Especificao. c) Totalidade. d) No afetao das receitas. e) Periodicidade. 09 - FUNCAB -2012- MPE-RO ANALISTA AUDITORIA correto afirmar, de acordo com o texto constitucional que fundamenta o Princpio da Exclusividade e associado Lei n 4.320/64, que: a) permitida a abertura de crditos adicionais, de qualquer valor, destinados ao reforo de dotao oramentria especiais, desde que precedida de exposio de justificativa e comprovada a existncia de recursos disponveis para cobr