Caderno de Direito Processual Penal

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  • 8/16/2019 Caderno de Direito Processual Penal

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    DIREITO PROCESSUAL PENAL I

    Crime –> jus puniendi -> Processo Penal -> Esado democr!ico de Direio

    CARACTERISTICAS do processo penal:

    1 – Autonomia: o direito processual não é submisso ao direito material, isto porque temprincípios e reras pr!prias e especiali"antes#

    $ – Instrumentalidade: é o meio para %a"er atuar o direito material penal, consubstanciando ocamin&o a ser seuido para a obten'ão de um pro(imento )urisdicional (*lido#

    + – ormati(idade: é uma disciplina normati(a, de car*ter dom*tico, inclusi(e com

    codi%ica'ão pr!pria#-retensão é a inten'ão de subordinar interesse al&eio ao pr!prio#

    A lide sure do con%lito de interesses quali%icado pela pretensão resistida# o embate criminal,teremos, de um lado, a pretensão do estado de %a"er (aler o direito material, aplicando apena ao caso concreto, e, do outro, o status libertatis do imputado, que s! pode ser apenadoap!s o de(ido processo leal#

    A'ão: o Estado não pode se omitir# Tem o de(er de air, cabendo.nos o direito publicosub)eti(o de obter uma decisão acerca do %ato ob)eto do processo#

    -rocesso: procedimento em contradit!rio / rela'ão )urídica processual#

    -rocedimento é a sequencia de atos praticados no processo# Rela'ão )urídica processual é one0o que une e disciplina a conduta dos su)eitos processuais em suas lia'es recíprocasdurante o desenrolar do procedimento#

    2ireitos 3undamentais 4 E%eti(idade da San'ão

    PROCESSO PENAL "ARANTISTA

    • en&um inocente condenado• en&um culpado impune

    5 arantismo penal não é simplesmente lealismo, pois a teoria est* calcada numa (isãote!rica de um direito pr!prio de um Estado social e democr*tico# 6 di"er: ao tempo em que oin(estiado ou réu não pode ser mais (isto como um ob)eto na instru'ão processual, e simcomo um su)eito de direitos, a submissão do )ui" 7 lei não é mais 7 letra da lei de modoacrítico e incondicionado, senão uma su)ei'ão 7 lei desde que coerente com a Constitui'ão(ista como um todo#

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    uma primeira acep'ão, arantismo desina um modelo normati(o de direito# )* numaseunda acep'ão, o arantismo desina uma teoria )urídica de (alidade e e%eti(idade comocateorias distintas não somente entre si, mas também acerca da e0ist8ncia e (i8ncia dasnormas# 5 )ui" não tem obria'ão )urídica de aplicar as leis in(*lidas, ainda que (ientes#

    -elo prisma de uma terceira acep'ão, arantismo desina uma %iloso%ia política que impe aodireito e ao estado a cara da )usti%ica'ão e0terna con%orme os bens )urídicos e os interessescu)a tutela e arantia constituem precisamente a %inalidade de ambos#

    uma síntese, os princípios %undamentais do arantismo penal são os seuintes: principio daretributi(idade ou da sucessi(idade da pena em rela'ão ao delito cometido9 principio dalealidade: in(i*(el se coitar a condena'ão de aluém e a imposi'ão de respecti(apenalidade se não &ou(er e0pressa pre(isão leal9 principio da necessidade ou da economiado direito penal: somente se de(e recorrer ao direito penal quando absolutamentenecess*rio, ele de(e ser a ultima ratio9 principio da lesi(idade ou as o%ensi(idade do ato:além de típico, o ato de(e causar e%eti(a lesi(idade ou o%ensi(idade ao bem )urídicoproteido9 principio da materialidade9 principio da culpabilidade: a responsabilidade criminalé do aente que praticou o ato – em caso de du(ida in d;bio pro reu

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    . Concentra'ão 3un'es:

    # Acusar e )ular a mesma pessoa

    5 principio inquisiti(o é caracteri"ado pela ine0ist8ncia de contradit!rio e de ampla de%esa,com concentra'ão das %un'es de acusar, de%ender e )ular em uma %iura ;nica @)ui"# 5

    procedimento é escrito e siiloso# Centrali"a no )ui" a estão da pro(a, com a possibilidade desua produ'ão sem necessidade de pro(oca'ão das partes#

     Acusatório: Réu su)eito de direitos

    . Separa'ão 3un'es:

    # Acusar e Bular

    5 sistema acusat!rio é o adotado no rasil# Tem como características %undamentais asepara'ão entre as %un'es de acusar, de%ender e )ular, con%eridas a personaens distintos#5s princípios do contradit!rio, da ampla de%esa e da publicidade reem todo o processo9 o!rão )ulador é dotado de imparcialidade9 o sistema de aprecia'ão das pro(as é o do li(recon(encimento moti(ado#

    ão adotamos o sistema acusat!rio puro, e sim o não ortodo0o, pois o maistrado não é umespectador est*tico na persecu'ão, tendo, ainda que e0cepcionalmente, iniciati(a probat!ria,e podendo, de outra banda, conceder &abeas corpus de o%icio e decretar prisão pre(enti(a,bem como ordenar e modi%icar medidas cautelares#

    5 2ireito penal %oi criado para proteer bens )urídicos, essa é a sua missão#

    5 ideal é que ninuém mate ninuém, mas isso %ica apenas no plano ideal# Duando aconteceum crime sure para o Estado o direito de punir @discussão, &o)e, se de(eria ser de(er depunir#

    5 Estado pode punir de qualquer modo ão# 5 Estado não pode combater crime praticandocrimes, aí entra o processo penal, que reulamenta como ser* e0ercido o jus puniendi.

    5 C!dio de -rocesso -enal s! pode ser lido 7 lu" da Constitui'ão#

    $>>F – =udan'a em 1+F artios do C--

    5 C-- precisa respeitar direitos %undamentais, cerne da constitui'ão %ederal#

    Duanto mais direitos %undamentais para o réu, menos condenados# Se %a" necess*rio ac&ar

    um meio termo, o equilíbrio# 2i%erenciar direitos %undamentais de e0aeros, tal(e" atéarantir o m*0imo, mas aqueles que realmente são %undamentais#

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     -rocesso -enal Garantista: E0pressão muito utili"ada, mas o que é garantismo penal 

    H* duas %aces:

    1ª - Nenhum inocente deve ser condenado.

    . ão &* como reparar nem ao menos um ;nico dia de um inocente preso in)ustamente# =asisso não quer di"er que a de%esa pode tudo#

    2ª - Nenhum culpado fique impune.

    . H* uma tolerncia randíssima 7 impunidade &o)e# Se cometeu determinado ato, oindi(iduo de(e arcar com as conseqJ8ncias do mesmo# Se a prisão ser(e para %ins ocultos,isso é outra discussão#

    O$S%& Esa'sica CN(&

    • K>L dos crimes %oram %urtosMroubos# 2e cada + parlamentares, 1 é réu em processopenal#

    E)isem dois principais Sisemas&

    1º - Inquisitivo.

    Consolidado a partir da idéia de inquisi'ão da ire)a na idade média#

    2uas -rincipais Características: 1N# Réu é ob)eto do processo, uma coisa# Sem nen&umdireito %undamental, típico de ditaduras, de abusos por parte do Estado# $N Concentracão das%un'es de acusar e )ular na mesma pessoa, o Inquisidor# 2itado popular: Duem tem um )ui" como inquisidor, tem 2eus como de%ensor#

    2º - Acusatório.

    -rocura.se, &o)e, e(oluir para um sistema denominado acusat!rio, 1N# 5 réu passa a sersu)eito de direitos, independente do crime praticado# $N# A separa'ão das %un'es de )ular eacusar, quem )ula não acusa e quem acusa não )ula#

    O5 -romotor pode pedir absol(i'ão# Pma (e" pedida, o (ui* pode condenar

    +, Correne: Sim# +FQ C--# 5 Bui" não est* (inculado ao pedido de absol(i'ão do =inistério-;blico# Arumento: Se o )ui" %icar (inculado, quem estar* )ulando é o promotor#

    , Correne: ão# Corrente do Tribunal Constitucional da Espan&a e Suprema Corte da

    Arentina# Arumento: Sistema acusat!rio# Duando o =- pede absol(i'ão, não &* mais quemacuse# Se o Bui" condena, ele também est* acusando, o que é (edado#

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    PRINC.PIOS

    + - A#PLA DE/ESA&

      .  Auto Defesa: 3eita pelo pr!prio réu# -ara os americanos: Da in the !ourt. 5 65RIGATRIA, direito de %icar calado#

    S;mula Q$+ do ST3: no processo penal, a %alta de de%esa constitui nulidade absoluta, mas asua de%ici8ncia s! o anular* se &ou(er pro(a de pre)uí"o para o réu#

    -or esse principio, a parte tem plena liberdade de, em de%esa de seus interesses, alear %atose propor meios de pro(a, eis que a de%esa representa inquestiona(elmente um interessepublico, essencial em um estado democr*tico de direito#

    Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério

    Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ouseu defensor.Parágrafo único. Não se aditirá, entretanto, recurso daparte que não ti!er interesse na refora ou odi"ca#ão dadecisão.

    Consiste no direito do réu de participa'ão e de presen'a# H*, também, o direito departicipa'ão que consiste no direito do réu de estar presente no ato de produ'ão de pro(as arespeito do %ato contra si imputado# Apesar da obriatoriedade dos direitos de presen'a eparticipa'ão serem asseurados pelo )ulador, sob pena de nulidade, permite.se que o réue(entualmente (en&a a abrir mão de tais direitos, se)a permanecendo calado no ato do

    interroat!rio, se)a optando pela op'ão de não comparecimento na pratica de atosprocessuais, como o interroat!rio e a oiti(a de testemun&as#

    Art. $%&. 'e o acusado não atender ( intia#ão para ointerrogat)rio, recon*eciento ou qualquer outro ato que,se ele, não possa ser reali+ado, a autoridade poderá andarcondu+ilo ( sua presen#a.Parágrafo único. O andado conterá, alé da orde decondu#ão, os requisitos encionados no art. -5$, no que *efor aplicá!el.

    oo, esse artio de(e ser lido de %orma a compatibili"*.lo com a constitui'ão e de(e se le(ar

    em conta que o réu pode abrir mão de tal direito# 5 réu tem o direito de permanecer calado eisso não pode ser interpretado em seu pre)uí"o#

     . Defesa Técnica: 3eita pelo Ad(oado# 5RIGATRIA, mesmo não &a(endo indica'ão porparte do réu, o ad(oado tem que estar presente, &a(er* a nomea'ão de umad(oadoMde%ensor# -ossí(el ad(oar em causa pr!pria#

    Art. $%/. Nen*u acusado, ainda que ausente ou foragido, seráprocessado ou 0ulgado se defensor.Art. $%$. Ao acusado enor darseá curador.Art. $%-. 'e o acusado não o ti!er, serl*eá noeado defensor

    pelo 0ui+, ressal!ado o seu direito de, a todo tepo, noearoutro de sua con"an#a, ou a si eso defenderse, caso ten*a*abilita#ão.Parágrafo único. O acusado, que não for pobre, será obrigado apagar os *onorários do defensor dati!o, arbitrados pelo 0ui+.

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    Art. /15. O acusado, que for preso, ou coparecer,espontaneaente ou e !irtude de intia#ão, perante aautoridade 0udiciária, no curso do processo penal, seráquali"cado e interrogado.

    Duando nomeado pelo réu, o de%ensor ser* constituído, recebendo ainda a denomina'ão

    técnica de procurador#Art. $%%. A constitui#ão de defensor independerá deinstruento de andato, se o acusado o indicar por ocasião dointerrogat)rio.

    =esmo que o réu este)a %oraido, e portanto re(el, poder* constituir de%ensor, não podendo o )ui" nomear.l&e de%ensor dati(o#

     Defensor Dativo: ad(oado nomeado por um Bui"#

    2e%ensor dati(o é aquele nomeado pelo )ui" ao acusado que não ten&a ad(oado constituído#

    Art. $%2. 'al!o oti!o rele!ante, os ad!ogados e solicitadoresserão obrigados, sob pena de ulta de ce a quin*entos ilréis, a prestar seu patroc3nio aos acusados, quando noeadospelo 4ui+.

    5 de%ensor dati(o não tem poderes para substabelecer# Esse de%ensor não é obriado arecorrer da senten'a condenat!ria, uma (e" que os recursos são reidos pelo principio da(oluntariedade#

     Defensor Ad "oc : é nomeado somente para aquele ato#

    2e%ensor ad &oc é aquele nomeado pelo )ui" para determinados atos processuais, na &ip!tesede o de%ensor, constituído ou dati(o, embora de(idamente intimado, in)usti%icadamente nãocomparecer ao ato ou dei0ar de reali"*.lo#

    Art. $%5. O defensor não poderá abandonar o processo senãopor oti!o iperioso, a critério do 0ui+, sob pena de ulta dece a quin*entos ilréis.Parágrafo único. A falta de copareciento do defensor, aindaque oti!ada, não deterinará o adiaento de ato algu doprocesso, de!endo o 0ui+ noear substituto, ainda que

    pro!isoriaente ou para o s) efeito do ato.

    A de%esa pode ser subdi(idida em de%esa técnica @e%etuada por pro%issional &abilitado eautode%esa @reali"a pelo pr!prio imputado# A primeira é sempre obriat!ria# A seunda est*no mbito de con(eni8ncia do réu, que pode optar por permanecer inerte, in(ocando inclusi(eo silencio#

    5 ST3 consara na s;mula n#UQ$+, ao tratar da de%esa técnica, que no processo penal, a %altade de%esa constitui nulidade absoluta, mas a sua de%ici8ncia s! o anular* se &ou(er pro(a de

    pre)uí"o para o réu# 6 nulo o )ulamento da apela'ão se, ap!s a mani%esta'ão nos autos darenuncia do ;nico de%ensor, o réu não %oi pre(iamente intimado para constituir outro @s;mulaK>F#

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    H* necessidade de nomea'ão de de%ensor para o%erecimento da resposta 7 acusa'ão, quandoo acusado não apresent*.la no pra"o leal @art# +VW, X$U, C--#

    A ampla de%esa não se con%unde com a plenitude de de%esa# A plenitude de de%esa autori"a autili"a'ão não s! de arumentos técnicos, mas também de nature"a sentimental, social e atémesmo de política criminal, no intuito de con(encer o corpo de )urados#

    Cia01o: -essoal @rera, temos que ter certe"a que o réu %oi citado, que o mesmo ten&acon&ecimento de que est* sendo processado# Se o réu est* em local incerto, posso %a"er acita'ão por E2ITA, mas de(e ser obser(ado o art# +WW C--# ão comparecendo o réu e nemnomeando ad(oado, o processo e a prescri'ão %icarão suspensos# A re%orma de $>>F alterouo +W$ para admitir cita'ão por &ora certa quando o réu se oculta para não ser citado,nin#u$m pode ser %eneficiado pela sua própria torpe&a.

    Art. -%%. 'e o acusado, citado por edital, não coparecer, neconstituir ad!ogado, "carão suspensos o processo e o curso do pra+oprescricional, podendo o 0ui+ deterinar a produ#ão antecipada daspro!as consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisãopre!enti!a, nos teros do disposto no art. -/$. 6eda#ão dada pelaei n8 9.$7/, de /7.2./99%:

    ; /o As pro!as antecipadas serão produ+idas na presen#a doMinistério público e do defensor dati!o. Parágrafo acrescentado pelaei n8 9.$7/, de /7.2./99%:

    ; $o

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    o processo, a participa'ão se d* por meio das comunica'es dos atos processuais, o que éreali"ado pela cita'ão, intima'ão e noti%ica'ão#

    II – (portunidade de manifesta)*o: elemento do contradit!rio que a parte ten&a

    oportunidade de mani%esta'ão# 5 )ui", em um processo, de(e dar ci8ncia as partes de todosos atos e sobre eles as partes tem o direito de se mani%estar#

    A doutrina tradicional entende contradit!rio nesses dois elementos: ci8ncia de tudo eoportunidade da parte se mani%estar# =as, atualmente, principalmente no processo penal,com re%le0os no processo ci(il, se area um terceiro elemento, qual se)a: obriatoriedade do )ui" de apreciar todas as alea'es das partes#

    III + (%ri#atoriedade do jui& apreciar todas as teses: coloca o )ui" dentro do contradit!rio#=esmo que contradit!rias, o )ui" de(e analisar todas as teses le(antadas pelas partes# 5 )ui"passa a ter um de(er de apreciar tudo que %oi le(antado pelas partes# Yisando arantir ocontradit!rio real e não apenas o nominal#

    IN5U6RITO POLICIAL E CONTRADIT4RIO

    . E0iste contradit!rio na %ase do inquérito policial

    Inquérito não é processo, mas sim %ase de in(estia'ão# ão e0iste réu no inquérito, pois oinquérito é apenas uma %ase de in(estia'ão# -ode e0istir suspeito, indiciado, acusado etc#

    Em rera, é %eito na policia#

    -ara se condenar aluém, de(e ser baseado nas pro(as que estão presentes no processo, enão no inquérito, C-I etc# Em rera, mas e0istem e0ce'es#

    E0istem tr8s correntes:

    A – Posi01o radicional no direio 7rasileiro: como o inquérito s! in(estia, como nãoe0iste, portanto, acusa'ão, o inquérito não precisa ter contradit!rio#

    – Posi01o da OA$: a ampla de%esa não de(e e0istir s! durante o processo, mas tambémno inquérito# -ara se de%ender de(e se ter ci8ncia e oportunidade, nada mais do que ocontradit!rio# -ara essa seunda corrente, se quer se d* uma (erdadeira ampla de%esa, de(ese arantir o contradit!rio até mesmo na %ase de inquérito# Contradit!rio pleno na %ase doinquérito#

    C – Posi01o do ST/: é uma posi'ão mista# Criou a sumula (inculante 1Z para que se adoteuma lin&a intermediaria# 5 ST3 (ai di%erenciar na %ase do inquérito pro(as )* produ"idas depro(as que estão sendo produ"idas# A importncia dessa di%erencia'ão est* na preocupa'ãode que se %or a(isar tudo para quem est* sendo in(estiado, corre.se um risco de que aspessoas apauem os pr!0imos passos da in(estia'ão#

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    Em rela'ão ao que est* sendo produ"ido ou que ser* produ"ido não pode ter# =as o que )* %oiprodu"ido pode ter o contradit!rio#

    STF Súmula Vinculante nº 14 - PSV 1 - DJe nº 59/2009 - Tribunal Pleno de 02/02/2009 -DJe nº 2/2009! "# 1! em 9/2/2009 - D$ de 9/2/2009! "# 1%ce&&o a Pro'a& Documentada& em Procedimento (n'e&ti)at*rio "or +r),o comom"et.ncia de Polcia Judiciria - Direito de Dee&a  direito do deen&or! no intere&&e do re"re&entado! ter ace&&o am"lo ao& elemento& de"ro'a 3ue! documentado& em "rocedimento in'e&ti)at*rio realiado "or *r),o comcom"et.ncia de "olcia udiciria! di)am re&"eito ao e6erccio do direito de dee&a#

    8 – (UI9 NATURAL :ART% ;< ===II E LIII?&

    777V(( - n,o 8a'er uo ou tribunal de e6ce,o:

    ;((( - nin)u

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    -romotor natural: &o)e &* essa discussão# ão se pode escol&er qual o promotor que(ai acusar# H* no =- também uma pre(ia di(isão de atribui'es entre os seusmembros# Compet8ncia é s! para )ui", pois s! )ui" tem )urisdi'ão# Essa di(isão nãoprecisa ser iual a da )usti'a# Se se escol&e o promotor, pode se utili"ar isso para obem ou para o mal# H* também suspei'ão e impedimento dos membros do =-#

    ão &* deleado natural# 6 possí(el que o deleado se)a alterado de acordo com cada caso#

    @ – DURABO RA9OAEL DO PROCESSO :ART% ; L==III – EC @;? – PROCESSO SE#DILAES INDEIDAS&

    ;77V((( - a todo&! no =mbito udicial e admini&trati'o! &,oa&&e)urado& a rao'el dura,o do "roce&&o e o& meio& 3ue )arantam a

    celeridade de &ua tramita,o#

    2e %ato, da )usti'a tardia deri(a um estran&o e parado0al sentimento de impunidade, porparte da sociedade, e de in)usti'a ou despropor'ão, por parte do réu, se)a quando o pleito é )ulado procedente ou improcedente#

    Pm rande obst*culo para %a"er (aler esse direito di" respeito 7 aus8ncia de pre(isão lealacerca do tempo de dura'ão dos processos criminais#

    Art. 412. O procediento será conclu3do nopra+o á>io de 9& no!enta: dias.

    Ar% @% O desa3orameno am7m poder! serdeerminadoF em ra*1o do comproGado e)cessode serGi0oF ouGidos o jui* presidene e a pareconr!riaF se o julHameno n1o puder serreali*ado no pra*o de :seis? mesesF conadodo rJnsio em julHado da decis1o de pronKncia% +< Para a conaHem do pra*o re3erido neseariHoF n1o se compuar! o empo deadiamenosF diliH2ncias ou incidenes deineresse da de3esa% < N1o MaGendo e)cesso de serGi0o ou

    e)is2ncia de processos aHuardando julHamenoem uanidade ue ulrapasse a possi7ilidade deaprecia01o pelo Tri7unal do (KriF nas reuniesperidicas preGisas para o e)erc'cioF o acusadopoder! reuerer ao Tri7unal ue deermine aimediaa reali*a01o do julHameno%Ar% @QQ% Na audi2ncia de insru01o e julHamenoF aser reali*ada no pra*o m!)imo de Q :sessena? diasFproceder-se-! omada de declara0es do o3endidoF inuiri01o das esemunMas arroladas pela acusa01o epela de3esaF nesa ordemF ressalGado o disposo noar% dese CdiHoF 7em como aos esclarecimenosdos periosF s acarea0es e ao reconMecimeno de

    pessoas e coisasF inerroHando-seF em seHuidaF oacusado% +< As proGas ser1o produ*idas numa s audi2nciaFpodendo o jui* inde3erir as consideradas irreleGanesFimperinenes ou proelarias%

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    < Os esclarecimenos dos perios depender1o deprGio reuerimeno das pares

    5 e0cesso de pra"o le(a a ilealidade da prisão cautelar, independente de qual se)a ain%ra'ão#

    2ura'ão ra"o*(el do processo é clausula pétrea Sim# 5 poder re%ormador pode criar clausulapétrea ão, s! o poder oriin*rio#

    6 impossí(el de%inir o que é pra"o ra"o*(el do processo em abstrato# -ode ser que emdeterminado processo, Q anos se)a um pra"o ra"o*(el, em outro, $, etc#

    5 principio da dura'ão ra"o*(el do processo de(e ser analisado caso a caso# Esse não é umprincipio somente penal# Ele também é (*lido no processo ci(il, e também nos processosadministrati(os#

    A doutrina ma)orit*ria di" que se de(e analisar tr8s critérios# São tr8s critérios simultneosque de(em ser analisados para (er se um determinado processo cumpriu o pra"o ra"o*(el#5uais sejam:

    I – !omple,idade da causa: se a causa é comple0a o processo tende a demorar mais, énatural# Ainda mais &o)e em que o )udici*rio (i(e um momento por estatística#

    Se o processo é mais comple0o, naturalmente o processo (ai durar um pra"o maior# Adura'ão ra"o*(el do processo de(e le(ar em conta a comple0idade da causa#

    Esse não é um problema e0clusi(o do rasil# a Europa, a It*lia é o país que mais so%re

    condena'ão pelo %ato do processo não acabar em um pra"o ra"o*(el#

    Pm processo, naturalmente, é demorado# 5 problema é quando essas demoras (ão alem donormal#

    II – !omportamento das partes: se é a pr!pria parte que est* contribuindo para a demora do )ulamento, ela não pode reclamar da demora da resolu'ão do mesmo#

    2e(e se analisar se, de aluma %orma, a parte contribuiu para a demora do andamento doprocesso#

    III – !omportamento do estado jui& : de(e se analisar o comportamento de todo o estado#2e(e se (eri%icar em cada caso concreto onde est* a demora#

    A constitui'ão di" que o numero de )uí"es de(e ser proporcional ao n;mero de &abitantes e ademanda#

    5 ideal é que o processo acabe em pra"o ra"o*(el#

    C5SEDPECIAS -EA YI5A[5

    A constitui'ão que tanto que o )ui" cumpra com esse pra"o ra"o*(el, que o art# V+ pre(8 queo )ui" que ti(er processos conclusos além do pra"o ra"o*(el, o mesmo não pode serpromo(ido nem por antiuidade# Isso de(e ser em caso de não &a(er uma )usti%icati(ara"o*(el#

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    H* um problema de %alta de estrutura no )udici*rio#

    I – Indeni&a)*o civil : o estado tem que indeni"ar# Isso %a" com que se ere uma no(a a'ão# 5CB tem (arias representa'es por e0cesso de pra"o – é também uma %orma de tentarcumprir com a dura'ão ra"o*(el do processo#

    II – Atenuante inominada: é uma atenuante que não est* pre(ista e0pressamente na lei# 5estado (iola o direito do réu de ser )ulado em pra"o ra"o*(el# Este réu ter* a sua penaredu"ida porque o estado o colocou na condi'ão de réu alem do pra"o ra"o*(el#

    Aluns autores c&eam a de%ender a tese do réu ser absol(ido#

    -rincípio da insini%icncia: Duando não se atine materialmente o bem )urídico#

    5 problema de insini%icncia impr!pria é que muitas (e"es a demora do processo torna semnen&uma %un'ão a pena# Essa demora %a" com que não &a)a nen&um bene%ício em punir oréu# Caso real )ulado em =inas: (iciado em droas que pratica um %urto para manter o (icio#

    ; – NE $IS IN IDE# :/ATO?&

    ão e0iste re(isão criminal pro societate

    inuém pode responder duas (e"es pelo mesmo 3ao# 3ato é di%erente de crime#

    Sempre, quando se estuda esse principio, (em o caso de um %ilme risco duplo

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    . evis*o criminal e a%solvi)*o por jui& a%solutamente incompetente: e0istem duascorrentes#

    Caso: Crime %ederal# 5 réu %oi processo, )ulado e absol(ido na )usti'a estadual com transitoem )ulado#

    C5RRETE =I5RITARIA: principio do )ui" natural de(e pre(alecer sobre o ne bis in idem# Al!ica da minorit*ria é que se o réu %oi absol(ido por um )ui" absolutamente incompetente, adecisão não é (*lida pois não %oi respeitado o )uí"o natural, desse modo, ele poderia simso%rer uma no(a condena'ão – a senten'a não teria (alidade# 5 principio do ne bis in idemnão é utili"ado#

    C5RRETE =AB5RIT\RIA: o poder )udici*rio é uno# ão é )usto %a"er com que o réu so%rano(amente todo o processo – o mal de ser réu# Se o estado errou, ele não podeposteriormente colocar o réu sob a condi'ão no(amente de réu# -ena de banquillo< – penade sentar no banco dos réus# Entendimento adotado pelo STB no in%ormati(o $+W#

    Se %or caso de condena'ão, e a decisão (ier de um )uí"o incompetente, a decisão é anulada,pois o réu s! pode ser condenado pelo )uí"o competente# A corrente em questão %ala noscasos de senten'a absolut!ria#

    -ela corrente ma)orit*ria, é utili"ado o principio do ne bis in idem#

    . Ne %is in idem e e,tin)*o da puni%ilidade com %ase na certid*o de ó%ito falsa a pena nãopode passar da pessoa do réu# Réu, no processo penal, não transmite, di%erente do cí(el# o

    cí(el passa no limite da &eran'a#

    C5RRETE =I5RIT\RIA: ne bis in idem – o réu não pode responder duas (e"es pelo mesmo%ato# 5 que se pode %a"er com isso é processo o réu por crime de %alsi%ica'ão de documentos#Ele não pode mais responder pelo crime oriin*rio, pois pre(alece o principio do ne bis inidem#

    C5RRETE =AB5RIT\RIA: o ST3 decidiu que a senten'a que e0tinue a punibilidade combase em certidão de !bito %alsa é uma senten'a ine0istente# Se ela é ine0istente ela nãoe0iste# Se ela não e0iste pode prosseuir com a mesma a'ão, loo, não é uma no(a a'ão, por

    isso, não cabe se %alar em ne bis in idem# esse caso, o réu pode responder no(amente pelomesmo %ato, pois é como se ele esti(esse respondendo pelo mesmo %ato que até então esta(asem senten'a# o entanto, como ainda não &* senten'a, a prescri'ão ainda est* correndo#Sem pre)uí"o da a'ão penal pela %alsidade, ou se)a, além de tudo o réu responde pelo crimede %alsidade#

    ão se admite que o estado pretenda com a seunda a'ão penal suprir %al&as do primeiroprocesso, mas quando, em (erdade, não &ou(e um processo serio, sem qualquer risco para oréu, não &* moti(o para in(ocar a prote'ão do ne bis in idem#

    5 principio do não risco duplo impede no(o processo pela simples altera'ão da condi'ão doréu de autor para participe ou da mudan'a do elemento anímico#

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    Se de um ato e0iste a possibilidade de o réu ter cometido mais de um crime, não &* que sein(ocar esse principio para impedir que o réu responda pelo seundo crime#

    5 ST3 (em decidindo que na &ip!tese de o arqui(amento do inquérito ser e%etuado com basena atipicidade da conduta, esse arqui(amento tem o condão de impedir um no(o processosobre aquele %ato#

    – LEALDADE PROCESSUAL OU $OA-/6&

    ST3: e0iste no processo penal, mas por não ter pre(isão no C-- o )ui" não pode aplicar apena para litincia de m* %é#

    As partes t8m obria'ão de se portar com lealdade# 5 c!dio de processo penal não tem apena de litincia de m* %é que tem no c!dio de processo ci(il# 5 supremo di" que tem oprincipio, mas que se a parte (iola o principio, o )ui" não pode aplicar a pena de litincia dem* %é porque o C-- não tem a mesma pre(isão que o C-C#

    5 erro do supremo é que não &a(eria nen&um problema em aplicar o C-C de modosubsidiaria# A ;nica conseqJ8ncia é moral – depende do tipo de abuso processual que se est*%alando# -ois aluns abusos t8m pre(isão especi%ica de medidas#

    5 art# +U do C-- di" que o )ui" pode aplicar o C-C subsidiariamente#

    A corrente minorit*ria é aquela que de%ende que pode aplicar a pena para litincia de m* %éno processo penal#

    – PRINCIPIO DO NE#O TENETUR SE DETE"ERE&

    Considerando a cara probat!ria e0iida em casos criminais para demonstra'ão daresponsabilidade criminal, a pro(a enética pode ser determinante no resultado do processoem uma rande maioria dos casos# Entretanto, a col&eita compuls!ria do re%erido materialenético encontra aluns !bices# 5 primeiro é o direito 7 pri(acidade# 5 seundo é o direitodo in(estiado ou acusado de não produ"ir pro(a contra si mesmo# Cabe se ressaltar, ainda,que o direito 7 pri(acidade não é um direito absoluto#

    A col&eita de material biol!ico do acusado ou do in(estiado para e0ame enético somente

    se )usti%ica se e0istirem indícios pré(ios de autoria e materialidade# 5 principio daproporcionalidade pode iualmente coibir a col&eita de material enético quando &ou(er risco7 interidade %ísica ou 7 sa;de do in(estiado ou do acusado#

    Duanto ao principio de que ninuém é obriado a produ"ir pro(a contra si mesmo, o mesmonão est* e0pressamente pre(isto em lei# -ara abran8.lo de(e alarar o sentido do direito aosil8ncio#

    Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório,reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzilo à sua presença.

    !arágra"o #nico. $ mandado conterá, al%m da ordem de condução, osrequisitos mencionados no art. &'2, no que (he "or aplicá)el.

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    2e(e.se salientar que o %ato de o réu não ser obriado a produ"ir pro(a contra si mesmo nãoo impede de colaborar nas in(estia'es e na elucida'ão do %ato criminoso# 2e iual %orma,não acoberta medidas daqueles que pretendem di%icultar ou destruir os meios de pro(a dapratica do crime#

    . /rinc0pio Nemo tenetur se dete#ere e interro#atório do acusado: na %ase de interroat!rio, oréu tem o direito de permanecer calado# 5 que o sil8ncio protee é apenas o %ato que possaincriminar o réu, sendo que, em tese, o %ato que sir(a de suporte para condenar terceiro nãoest* enlobado pelo principio, sal(o, e(identemente, se, ao %alar do terceiro, &ou(er apossibilidade de incriminar a si pr!prio#

    . /rinc0pio Nemo tenetur se dete#ere , o%ri#atoriedade de teste de %afmetro de DNA eoutras formas de coa)*o:

    -RI=EIRA C5RRETE . minorit*ria: entende ser impossí(el a submissão do réu a qualquerpericia contra sua (ontade, não se podendo e0trair da recusa nen&uma presun'ão de culpa# 5

    recon&ecimento desse direito não sini%ica impunidade, porquanto apenas se est* limitandoum meio de pro(a, podendo ser utili"ados os outros meios leais aptos a pro(arem aimputa'ão#

    SEGP2A C5RRETE – ma)orit*ria: de%ende a possibilidade de su)ei'ão do réu a e0amescompuls!rios#

    o processo penal, o depoimento de um policial é equi(alente ao de um particular, sendoambos relati(os# 2e(e se atentar para o principio da proporcionalidade#

    A con%issão do réu s! pode ser usada contra ele se &ou(er renuncia ao direito de não produ"irpro(a contra si mesmo# Em decorr8ncia do principio da não produ'ão de pro(as contra simesmo, o acusado não pode ser coaido a participar da reconstitui'ão do crime, ou a%ornecer r*%icos para a reali"a'ão de pericia#

    2ireito ao silencio:

    ão &* direito de mentir# inuém é obriado a produ"ir pro(a contra si mesmo#

    A C3 não %ala nesse principio, não &* na constitui'ão escrito que ninuém é obriada aprodu"ir pro(a contra si mesmo# Isto est* pre(isto no -acto de São Bosé da Costa Rica#

    A C3 de FF (ai tratar da espécie, o principio do emo tenetur se deteere é 8nero, aconstitui'ão trata da espécie: direito ao sil8ncio#

    A posi'ão ma)orit*ria entende que o -acto de São Bosé da Costa Rica não %oi introdu"idocomo norma constitucional#

    5 direito ao silencio se mani%esta na %ase cl*ssica de interroat!rio – quando o réu éperuntado quanto ao %ato# 3oi uma e(olu'ão &ist!rica#

    # 5riem: suriu na Inlaterra, porque antes queria se conseuir a qualquer modo a

    con%issão#ão tem sentido precisar que o réu con%esso para que o )ui" o condene# Ele de(e sercondenado pelas pro(as# 5 %ato do réu %icar calado, em tese, não pode tra"er nen&umpre)uí"o para a sociedade e para o processo#

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    3oi uma oriem para proteer o cidadão# Entretanto, &* muitas distor'es no rasil#

    5 estado de(e respeitar o direito do réu em %icar calado# o rasil, o réu (ai depor, respondeuma perunta, outra não, etc# 5 indi(iduo tem direito ao sil8ncio total ou parcial

    2ependendo da mentira, a mesma é considerada crime# em toda mentira é destipi%icada,

    alumas são# o rasil s! tem %also testemun&a, mas o réu não é testemun&a# Se a mentirati(er tipi%icada no c!dio, o réu ser* acusado do no(o crime que (em a cometer com amentira#

    o rasil, se aceita que o réu e0er'a o seu direito de sil8ncio parcialmente#

    Se o indi(iduo assume um crime que não %e", essa pr*tica também é considerado crime#

    5 simples %ato de mentir, por si s!, não é crime#

    # -reso: a constitui'ão %ala que o preso tem direito ao sil8ncio# A constitui'ão disse

    menos do que de(eria, pois o réu não precisa estar preso para ter direito ao sil8ncio#Dualquer in(estiado, não precisa nem ser réu, pois o direito ao sil8ncio (ale desde a%ase policial#

    # =iranda 0 Ari"ona: necessidade de quando a pessoa é pra"o ser a(isada 7 mesmo odireito que ela tem de %icar calada# A pessoa de(e ser a(isada, não ser(e o arumentoenérico de que ninuém pode alear descon&ecimento da lei# 5 rasil aplica essal!ica# Se a policia não a(isar o réu do seu direito de %icar calado, a con%issão é nula#

    # Réu: testemun&a não tem direito ao sil8ncio# Se a testemun&a cala, é crime de %also

    testemun&o# ATENAO: o SP-RE=5 recon&ece que se a perunta %eita a testemun&apode de alum modo incriminar a pr!pria testemun&a ela tem direito ao sil8ncio#

    2o sil8ncio não se tira nada, nem pra condenar e nem pra absol(er#

    # ão testemun&a:# -erd;rio crime nos EPA: não tem no rasil# 6 o réu que mente no interroat!rio# Seele quiser %icar calado, ele tem o direito# =as se ele optar por %alar, ele de(e di"er a(erdade#

    2##A e ba%?metro:

    6 possí(el obriar o suspeito a %ornecer material biol!ico para a in(estia'ão criminal

    A questão cí(el, o art# $+$, CC, di" que o se o indi(iduo se recusa a %a"er o e0ame, presume.se que se)a culpado# Esta op'ão leislati(a não é paci%ica#

    o crime, no rasil, interpreta.se que não pode obriar o réu a %a"er o 2A contra a sua(ontade#

    5 principio não di" que o indi(iduo não pode produ"ir pro(a contra (oc8# A pala(ra c&a(e noprincipio é que ninuém pode ser 5RIGA25#

    # C5RRETE =AB5RITARIA . rasil: ão pode ser obriado a %a"er## C5RRETE =AB5RIT\RIA – EPA, Espan&a, It*lia, Aleman&a e -ortual: pode obriarporque &* um interesse publico# -or essa corrente, pode.se obriar o réu a col&er 2A#ão &* nen&um risco para a interidade %ísica do réu#

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    a%?metro: não &* um direito natural de diriir (eiculo, então o estado pode impordeterminadas restri'es para que o indi(iduo condu"a um (eiculo#

    a Aleman&a, a tolerncia é "ero para bebida e (olante#

    o rasil, o supremo entende ainda que o indi(iduo não é obriado a %a"er o ba%?metro# =as

    de(e.se se parar a questão penal com a administrati(a# A reten'ão do (eiculo e da carteira éuma medida de direito administrati(o#

    Crime abstrato e crime concreto#

    5 STB %ala que o indi(iduo não é obriado a %a"er o ba%?metro# E a ;nica pro(a é a medi'ãode quantas miliramas e0iste de *lcool no sanue#

    – ESTADO DE INOCENCIA :PRESUNBO DE NBO CULPA$ILIDADE?&

    ;V(( - nin)u

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    A prisão processual não (iola o principio da inocente, pois o %undamento dela não é se o réu éinocente ou culpado#

    ão &* pra"o para %larante#

    ão se pode ter uma e0ecu'ão pro(is!ria para pre)udicar o réu, apenas para bene%ici*.lo#

    Sumula K1W, ST3#

    STF Súmula nº >1 - 24/09/200? - DJ de 9/10/2003, p. 6; DJ de 10/10/2003, p. 7; DJ de13/10/2003, p. 6 #Pro)re&&,o ou %"lica,o (mediata de @e)ime Aeno& Se'ero %nte& do Tr=n&ito em Jul)adoda Sentena ondenat*ria - %dmi&&ibilidade  %dmite-&e a "ro)re&&,o de re)ime de cum"rimento da "ena ou a a"lica,o imediata dere)ime meno& &e'ero nela determinada! ante& do tr=n&ito em ul)ado da &entenacondenat*ria#

    A rera é que todo crime era uma indeni"a'ão# -ode.se, durante o processo penal alienar obem dos réus ou (iola a presun'ão de inoc8ncia A no(a lei de la(aem de din&eirodetermina que o )ui" %a'a a aliena'ão durante o processo# Aliena'ão de bens é para arantir aindeni"a'ão cí(el, não esta se discutindo a prisão#

    o processo penal, a (itima é a rande esquecida# Se o aressor não ti(er condi'es%inanceiras de arcar com as despesas da (itima, cabe ao estado custe*.las#

    ão &* du(ida que o principio em comento éo que mais so%re (iola'ão, inclusi(e por parte dapr!pria sociedade, que considera a condi'ão de réu su%iciente para penali"ar o indi(iduo#=uitas (e"es, a imprensa trans%orma o processo penal em um espet*culo, en(ol(endo oacusado de tal %orma que, ainda que sobre(en&a sua absol(i'ão, a san'ão )* ter* sidose(eramente imposta, pelo simples %ato de ter ostentado a condi'ão de réu#

    A prisão pre(enti(a, como medida ra(osa, somente pode e0istir se não &ou(er outro meiomenos ra(e de proteer a ordem publica# 6 de se destacar também que, por ob(io, se no%inal do processo o réu não tem a mínima probabilidade de so%rer como san'ão a pena deprisão, não é possí(el admitir a prisão durante o processo, pois seria totalmentedesproporcional ter uma prisão processual mais ra(e do que a pr!pria pena a ser aplicadapela pratica do crime#

    A C3 e0pressamente asse(era que a presun'ão de inoc8ncia é (*lida até o transito em )ulado da senten'a criminal#

    5utra questão rele(ante é a possibilidade de (enda de bens do réu antes do transito em )ulado como %orma de arantir patrim?nio para a e(entual repara'ão do pre)uí"o, pore0emplo, ao er*rio# Trata.se de uma opera'ão neutra que não trar* pre)uí"o para opatrim?nio do réu, uma (e" que, se ao %inal do processo %or absol(ido, ser* ressarcido empec;nia com os (alores que %icaram depositados até o transito em )ulado# E(identementeque se, por e0emplo, %or leiloado um im!(el e e0istir, até a senten'a de absol(i'ão, uma

    (alora'ão, não acompan&ada pela corre'ão do montante obtido com o leilão na &asta publica,pode o réu postular a correspondente indeni"a'ão#

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    6 paci%ico na doutrina e na )urisprud8ncia que a constitui'ão de FF não permite em &ip!tesenen&uma a prisão para in(estia'ão# 2e %ato, partindo da premissa inquestion*(el de que aprisão processual é uma e0ce'ão, que s! de(e ser adotada em situa'es e0tremas, éincompatí(el a prisão para %ins de in(estia'ão#

    – IN DU$IO PRO REO = IN DU$IO PRO SOCIETATE :RECE$I#ENTO DENUNCIA EPRONUNCIA?&

    -ode acontecer de que um processo termine com du(idas# 5 ideal é que o )ui" sempre ten&acerte"a da culpa ou da inoc8ncia# Entretanto, e0istem situa'es em que o )ui" não temcerte"a# E0istem duas possibilidades de erro: C52EAR P= I5CETE E AS5YER P=CP-A25#

    5 menos ra(o é absol(er um culpado do que condenar um inocente# a du(ida, absol(a o

    réu#A de%esa não de(e pro(ar que o réu é inocente, basta que ela coloque o processo em du(ida#5 ideal é que o )ui" ten&a certe"a de sua decisão e não absol(a por %alta de pro(as# =as nomundo real, nem sempre o ideal acontece na realidade#

    A doutrina ainda repete que na %ase de recebimento de denuncia e da pronuncia, a du(ida éem %a(or da sociedade – in d;bio pro societate#

    H* dois momentos processuais, recebimento da denuncia @quando o )ui" aceita a peti'ãoinicial ou na pronuncia, o )ui" de(e trans%ormar a pessoa em réu, pois não se est* se

    decidindo se ele é culpado ou inocente#

    Como conseqJ8ncia da ado'ão do in d;bio pro réu é que, na (erdade, o ?nus da pro(a noprocesso penal é todo da acusa'ão# 5ra, se a acusa'ão não pro(ar os %atos e o )ui"permanecer em du(ida, a absol(i'ão é medida que se impe# -or conseuinte, o réu nãoprecisa pro(ar sua inoc8ncia#

    Art. *'6. A pro)a da alegação incum+irá a quem a "izer, sendo, por%m,"acultado ao uiz de o"-cio&/( ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produçãoantecipada de pro)as consideradas urgentes e rele)antes, o+ser)andoa necessidade, adequação e proporcionalidade da medida1&(( determinar, no curso da instrução, ou antes de pro"erir sentença, arealização de dilig3ncias para dirimir d#)ida so+re ponto rele)ante

    ão cabe ao réu demonstrar a sua inoc8ncia, mas sim ao =- demonstrar a culpa do réu#Cabe salientar ainda que o réu não tem sequer o de(er de cooperar com a col&eita daspro(as, quanto mais o de pro(ar9 toda(ia, não cooperar é completamente distinto deatrapal&ar ou destruir pro(as, %atos que autori"am a decreta'ão da prisão pre(enti(a do réu#

    A doutrina e a )urisprud8ncia ma)orit*ria apontam que, nos momentos processuais dapronuncia e do recebimento da denuncia, de(e pre(alecer o in d;bio pro societate, uma (e"que não se trata de condenar aluém, mas apenas de (iabili"ar o prosseuimento doprocedimento#

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    +Q – PRINCIPIO DA ERDADE REAL :alm da dKGida ra*o!Gel?&

    6 um principio que a doutrina mais moderno di" não e0istir pois não é possí(el ao )ui"alcan'ar a (erdade#

    5 )ui" não de(e se contentar com o que as partes le(a ao processo, com uma simples

    (erdade %ormal, pois na pratica, muitas (e"es o que est* no processo não é o que aconteceuno mundo dos %atos# 5 )ui" de(e ter a (erdade real#

    Atualmente, condena.se o réu não porque tem inteira certe"a que ele é culpado# Condena.oporque não tem du(ida ra"o*(el de que não %oi ele# Se ti(esse uma du(ida ra"o*(el, ele de(eser absol(ido#

    5 entendimento para o )ui" atualmente não é que ele ten&a que conseuir uma (erdade real#6 que se ele não ti(er uma du(ida ra"o*(el, ele pode condenar o réu# 2u(ida ra"o*(el éaquela que uma pessoa analisando os %atos não encontre pro(as su%icientes de que o réu é

    culpado#5 principio em tela de%ende que o processo penal não pode admitir ou se contentar apenascom a (erdade %ormal, ou se)a, com a (erdade processuali"ada, mas de(e alme)ar que osautor se)am o espel&o %iel do %ato ocorrido no mundo da (ida#

    2u(ida ra"o*(el é uma du(ida baseada na ra"ão e no senso comum# 6 uma du(ida que umapessoa ra"o*(el possui ap!s cuidadosamente sopesar todas as pro(as#

    ++ – PU$LICIDADE&

    Interna: é aquela para as partes# Ela não pode ser limitada, sal(o raras e0ce'es# E0terna: é aquela para toda a sociedade# essa publicidade pode ser limitada, daí que

    sure o termo errado de processo siiloso ou em seredo de )usti'a

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    assist3ncia dos escri)ães, do secretário, do o"icial de ustiça queser)ir de porteiro, em dia e hora certos, ou pre)iamente designados. *7 Se da pu+licidade da audi3ncia, da sessão ou do ato processual,puder resultar esc8ndalo, incon)eniente gra)e ou perigo depertur+ação da ordem, o uiz, ou o tri+unal, c8mara, ou turma, poderá,de o"-cio ou a requerimento da parte ou do 9inist%rio !#+lico,determinar que o ato sea realizado a portas "echadas, limitando o

    n#mero de pessoas que possam estar presentes. 27 As audi3ncias, as sess5es e os atos processuais, em caso denecessidade, poderão realizarse na resid3ncia do uiz, ou em outracasa por ele especialmente designada.

    A rera é que o processo se)a publico, inclusi(e a audi8ncia# A idéia do principio é queninuém quer se e0por ao ridículo mediante o publico# 5 )ulamento do publico limita o poderdo estado# 6 uma e(olu'ão#

    ão e0iste pena de e0ecra'ão publica#

    A publicidade ampla é rera eral no processo penal, e consiste na possibilidade plena de osatos do )udici*rio transcorrerem a portar abertas, ou se)a, sem quaisquer restri'es deacesso ao publico, permitindo uma plena %iscali"a'ão da comunidade, e não somente daspartes interessadas no processo#

    A publicidade não é absoluta, podendo ser restrinida em certas situa'es em que o interessedo publico em eral de(er* ceder em %ace do outro interesse preponderante no caso concreto,a )usti%icar o seredo, desde que se)a preser(ado o n;cleo essencial do principio# Duando issoocorre, isto é, quando &* limita'es ao principio, di".se que a publicidade é restrita#

    A publicidade pode ser limitada quando puder acarretar escndalo, incon(eniente ra(e ouperio de perturba'ão da ordem, situa'es que atualmente se ara(am com o interesse damídia nos processos criminais, não raramente com um ob)eti(o puramente sensacionalista,que merece ser coibido pelo )ulador e pelas partes, incluindo.se ai o =-, )* que tal !rãotambém tem por missão constitucional (elar pela ordem )urídica e pelos interesses sociais eindi(iduais indisponí(eis#

    A intercepta'ão tele%?nica corre em seredo de )usti'a, tendo em (ista que alem de captar ascon(ersas do in(estiado ou acusado, acaba captando con(ersa'es intimas e da (ida pri(adade terceiros, relati(os a %atos totalmente estran&os 7s in(estia'es ou ao processo#

    5 depoimento do in(estiado ou réu, muito embora se)a considerado um meio de de%esa,pode se re(elar, em certas situa'es, importante meio de pro(a, sendo cada (e" mais usualnas in(estia'es e processos criminais lan'ar mão da colabora'ão processual de co.autoresou participes, (isando a elucida'ão dos crimes – dela'ão premiada#

    + – PRINCIPIO DA PROI$IBO DE UTILI9ABO DE PROAS ILICITAS&

    Em tema de processo penal, nem sempre os %ins )usti%icam os meios, de modo a (alidar a

    utili"a'ão de todo o qualquer instrumento que se re(ele ;til 7 descoberta da (erdade dos%atos, ainda que esta (erdade se)a apenas relati(a#

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    Tem.se que a pro(a ileal é cateoria na qual se inserem a pro(a ilícita e a ileítima: aquelase d* quando (iolada uma norma de direito substancial e esta na medida em quedesrespeitada a ordem processual#

    Art. *'4. São inadmiss-)eis, de)endo ser desentranhadas do processo,as pro)as il-citas, assim entendidas as o+tidas em )iolação a normas

    constitucionais ou legais.:* *7 São tam+%m inadmiss-)eis as pro)as deri)adas das il-citas, sal)oquando não e)idenciado o ne;o de causalidade entre umas e outras,ou quando as deri)adas puderem ser o+tidas por uma "onteindependente das primeiras.:2 27

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    A intercepta'ão tele%?nica somente é (alidada em situa'es e0cepcionais, a %im de permitir oreular e0ercício da persecu'ão criminal, proteendo outros direitos %undamentais doscidadãos#

    2e(e.se entender como intercepta'ão ambiental a col&eita num determinado espa'o %ísico deelemento sonoro ou (isual, isolado ou con)unto, sem que os pr!prios participantes –interceptados, da con(ersa ou de certo ato ten&am con&ecimento da capta'ão ou mesmo dapresen'a de um terceiro# -ara que se)a con%iurada a intercepta'ão, é preciso que a con(ersacaptada conten&a conte;do pri(ati(o ou con%idencial#

    A obser(a'ão ambiental é caracteri"ada pelo con&ecimento de um ou aluns dos obser(adosacerca do reistro, %eito por terceiro, de som, de imaem ou de ambos# Tal qual aintercepta'ão, na obser(a'ão ambiental a con(ersa eMou imaem captada de(e ter car*tersiiloso#

    A ra(a'ão ambiental ou simplesmente capta'ão ambiental clandestina é aquela por meio da

    qual os reistros são e%etuados por alum ou aluns dos participantes da con(ersa ou do atode ob)eto da capta'ão# Ine0iste a %iura de um terceiro, ou se)a, é um dos participantes quereali"a o reistro#

    As intercepta'es ambientais de(em %icar su)eitas ao controle da autoridade )udici*ria# Asra(a'es ambientais e as obser(a'es, em rera, independerão de ordem )udicial, por seremreali"adas com o consentimento, ainda que parcial, dos en(ol(idos# A (alidade de taisprocedimentos eralmente estar* condicionada 7 ine0ist8ncia do de(er de siilo e ao intuitode compro(ar a inoc8ncia do respons*(el pela capta'ão, (itima por sua (e" da in(estidacriminosa#

    -ode.se entender que a reali"a'ão de obser(a'ão ou ra(a'ão ambiental com o ;nico ee0clusi(o prop!sito de incriminar aluém, que descon&ece o recurso probat!rio contra eleutili"ado, de(e ser inadmitida no mbito da persecu'ão criminal#

    H* casos ainda em que nem mesmo com pre(ia autori"a'ão )udicial se admite aintercepta'ão ambiental# 6 o caso das comunica'es entre ad(oado e seu constituinte#

    5 direito ao silencio de(e ser arantido em todas as %ases do processo# oo, apermissibilidade de policiais ra(arem clandestinamente con(ersas in%ormais com o preso,sem que ele se)a cienti%icado do seu direito de %icar calado, a%ronta não apenas o direito aosilencio, como também se a%asta das %ormalidades leais pr!prias do procedimento criminal#

    As capta'es ambientais, quando não se reali"am em %a(or da tese de de%esa, podem colidircom o pri(ileio contra a autoincrimina'ão, que arante ao acusado não apenas apossibilidade de permanecer calado %rente 7 autoridade policial ou )udici*ria sem que isso opre)udique, mas também o de(er desta de alert*.lo do direito dele ao silencio#

    o que tane ao encontro %ortuito de pro(as, e0istem tr8s correntes que discorrem sobre oassunto:

    -RI=EIRA C5RRETE: A primeira de%ende a total impossibilidade de se utili"ar, noprocesso a pro(a encontra %ortuitamente#

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    SEGP2A C5RRETE: adota um entendimento intermedi*rio, admitindo a pro(aencontrada %ortuitamente desde que e0ista uma cone0ão entre ela e a pro(a que seesta(a procurando#

    TERCEIRA C5RRETE: de%ende a total (alidade do encontro %ortuito de pro(as, desdeque a atua'ão estatal este)a completamente dentro da lealidade#

    A lei V$VWMVW e0ie o preenc&imento de tr8s requisitos para que o )ui" de%ira a intercepta'ãotele%?nica: a e0ist8ncia de indícios de autoria9 a compro(a'ão de que não e0iste outro meiode pro(a9 e que o %ato in(estiado se)a punido com pena de reclusão#

    ão &* pra"o =a0imo para a intercepta'ão, sendo e0iido apenas que o )ui" %undamento de1Q em 1Q dias o preenc&imento dos requisitos para a manuten'ão da medida#

    A intercepta'ão pode ser tele%?nica, quando terceiro capta a con(ersa, (ia tele%one, entreduas ou mais pessoas, ou ambiental, quando a con(ersa mantida entre duas pessoas écaptada em qualquer recinto %ora o tele%one# A primeira possibilidade é reulada pela lei

    V$VWMVW# o caso da capta'ão do som ambiente, por %alta de pre(isão leal, &* entendimentono sentido de não ser aceita como pro(a#

    A decisão que autori"ar a reali"a'ão da intercepta'ão de(er* ser %undamentada# Pma (e"de%erida pelo )ui" o pedido de intercepta'ão tele%?nica, a autoridade policial é quem condu"ir*os procedimentos relati(os, os quais poderão ser acompan&ados pelo =-#

    A decisão, que de%ere ou inde%ere o requerimento de inutili"a'ão, est* su)eita ao recurso deapela'ão#

    5 que é uma pro(a ilícita 6 uma pro(a produ"ida com (iola'ão 7 lei# Duando se tortura,(iola.se um direito %undamental# Yiola um direito material#

    -ro(a ilícita não anula processo, a pro(a é que não é (*lida# A pr!pria pro(a é que não éconsiderada (*lida#

    A doutrina %ala em pro(a ileítima, é quando (iola uma rera de direito processual#

    Teoria dos %rutos da ar(ore en(enenada também c&amada de pro(a ilícita por deri(a'ão: elacontamina todas as pro(as que dela %orem deri(adas#

    -ro(a ilícita a %a(or do réu: é paci%ico que o réu pode utili"ar a pro(a ilícita# Duando se %ala

    em pro(a ilícita a %a(or do réu, e que ele pode us*.la, na pratica, %ala.se em pro(a ilícita porum inocente# A rera é que se %ale em estado de necessidade do réu#

    A proibi'ão de pro(a ilícita é diriida ao estado# 6 uma limita'ão ao poder do estado#

    o );ri, a pro(a ilícita anula o processo, por não se saber se o )urado usou ou não usou apro(a ilícita#

    -ro(ar de modo ilícito é o mesmo que não pro(ar, pois o )ui" sabe que é (erdade, mas nãopode condenar o réu#

    5 direito não pode partir da premissa de que o estado tem autori"a'ão para descumprir asreras que ele pr!prio imp?s para ele#

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    A corte entende que nunca pode se (iolar direitos %undamentais – essa é a correntema)orit*ria# A corrente minorit*ria entende que o estado pode torturar em crimes de tra%icode droas, terrorismo etc#

    A corrente ma)orit*ria em caso de pro(a ilícita a %a(or da sociedade é que a mesma não podeser utili"ada# A corrente minorit*ria pode desde que utili"ado o principio da proporcional#

    Ca)orecimento pessoalArt. &:/ Au;iliar a su+trairse à ação de autoridade p#+lica autor decrime a que % cominada pena de reclusão!ena detenção, de * =umB a 6 =seisB meses, e multa. *7 Se ao crime não % cominada pena de reclusão!ena detenção, de *' =quinzeB dias a & =tr3sB meses, e multa. 27 Se quem presta o au;-lio % ascendente, descendente, cDnuge ouirmão do criminoso, "ica isento de pena.

    E4CE[]ES 2A -R5YA IICITA:

    Duando a pro(a ilícita é produ"ida por particular: o ST3 entendeu que essa distin'ãonão cabe# Isto é, para ele tanto %a" se a ilicitude %oi do particular ou do estado# Asuprema corte americana %a" essa distin'ão#

    oa.%é: nos EPA a suprema corte americana aceita# B* no rasil, não se entra nadiscussão se o indi(iduo est* ou não de boa %é, pois a analise é ob)eti(a e nãosub)eti(a# ão importa se ele est* de boa ou m* %é#

    . 35TE I2E-E2ETE:

    a teoria da %onte independente a pro(a é produ"ida de dois modos:

    5 supremo decidiu que não &* porque recon&ecer a ilicitude da %onte, uma (e" que uma, porsi s!, )* é ilícita# São duas %ontes:

    ^ maneira licita:

    ^ maneira ilícita:

    . 2ESC5ERTA IEYITAYE: s! &* uma %onte e esta é ilícita# ão se trabal&a com a idéia deduas %ontes# Esta %onte ;nica é ilícita#

    A ilicitude %oi em (ão, porque a pro(a seria obtida de qualquer modo# 2e %ato, a pro(a s! %oiprodu"ida por um meio, mas c&earia 7quela pro(a por outros meios#

    E0cepcionalmente, torna.se a descoberta ilícita, em licita# =esmo sem a (iola'ão, a pro(asuriria#

    TEORIA DA DESCONTA#INABO DO (UL"ADO&

    Art# 1QK, XZU, C--: %oi (etado#

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    A tese de%ende que o )ui" que tem contato com a pro(a ilícita %icaria contaminado pelamesma# Pma (e" que mesmo que ele não a usasse de maneira e0pressa a pro(a obtida pormeios ilícitos, a mesma poderia %ormar o con(encimento intimo do )ulador# -or isso, o )ulador de(eria ter que ser substituído# 5 rasil não adotou essa teoria, pois ela abremarem para abusos#

    o rasil, o %ato do )ui" declarar uma pro(a ilícita, não o torna suspeito#

    - ENCONTRO /ORTUITO DE PROAS&

    5 encontro %ortuito de pro(as, se)a ob)eto @encontra pro(as que não esta(am sendoprocuradas ou sub)eti(o @encontra pro(as sobre quem não esta(a procurando,

    1 – 5 – R54I: é adotada na Aleman&a# -roíbe o encontro %ortuito de pro(as# 5 estadode(e respeitar direito %undamentais# 5 direito penal é do %ato e não do autor# As pro(as queinteressam são as relati(as aquele crime ob)eto de in(estia'ão# Tudo que não %or ob)eto de

    in(estia'ão e %or descoberto, de(e ser desconsiderado#$ – 3AYI5 G5=ES . 2E-E2E: A2=ITE SE H5PYER C5E45 ETRE -R5YA -R5CPRA2A EA EC5TRA2A 35RTPITA=ETE: pode ser (*lida ou não o encontro %ortuito, depende se apro(a que %oi encontrada %ortuitamente ti(er rela'ão com a pro(a que esta(a.se procurando#ão tendo rela'ão, a pro(a do crime é considerada# Essa corrente e0ie a compro(a'ão deum ne0o entre a pro(a encontrada %ortuitamente e a que esta(a sendo buscada# Se esse ne0oe0istir, a pro(a é (*lida, se não e0istir, a pro(a é nula#

    + – YAE SE=-RE: STB – 5 H\ -R5II[5ES E4CE[5 .^ F#V>WMV1 – ESCRIT5RI5A2Y5GA25: é sempre permitida as pro(as encontradas %ortuitamente#

    CUIDADO: &* uma e0ce'ão na terceira corrente: é e estatuto da ordem# -roibiu o encontro%ortuito de pro(as em escrit!rio de ad(oados# Atualmente, o )ui" s! pode mandar %a"erbusca de apreensão do ad(oado, quando o ad(oado cru"ar a %ronteira @sendo in(estiadocomo criminoso# Se o ad(oado esti(er na condi'ão de ad(oado e ele não esti(er sendosuspeito de participa'ão no crime, ele é in(iol*(el# esse caso, o )ui" não pode %a"er a busca#

    A partir do momento que ele cru"a a %ronteira, o )ui" pode mandar %a"er a busca, mas aindaassim, o encontro %ortuito não é (*lido#

    Se não ti(er nada a (8 com a pro%issão de ad(oado, essa e0ce'ão não é (*lida# Essa reras! é (*lida se ti(er rela'ão com a pro%issão de ad(oado, se %or de car*ter pessoal não seaplicada essa e0ce'ão#

    Se %or um %ortuito que ten&a ne0o com a pro(a que esta(a.se procurando, pode ser utili"adaa pro(a#

    - PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE&

    Esse principio se subdi(ide em + subprincipios:-ara que a proporcionalidade possa ser analisada, de(e se analisar os subprincipios# ão éuma alea'ão em abstrato#

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    1 – A2EDPA[5: é aptidão9 é a idoneidade da medida, é uma rela'ão de meio e %im# 2e(e seanalisar se a medida é e%ica" e adequada#

    $ – ECESSI2A2E: s! se )usti%ica restrinir um direito se não &ou(er outra possibilidade deresol(er a situa'ão# 6 a ultima ratio# Se pode conseuir o resultado se (iolar um direito, não )usti%ica produ"ir a pro(a# ão se )usti%ica, se puder se conseuir a pro(a por outro meio#

    + – -R5-5RCI5AI2A2E E= SETI25 ESTRIT5: toda medida tem um e%eito colateral# 5dano causado pela medida não pode ser maior do que as (antaens# 2e(e se (eri%icar as(antaens e des(antaens da medida#

    São requisitos cumulati(os#

    S! pode interceptar tele%one se o crime %or punido com reclusão#

    - EDABO DE PROTEBO INSU/ICIENTE – DE/ICIENTE&

    6 um principio pouco %alado no rasil# 6 a outra %ace do principio da proporcionalidade#

    6 um principio que e0i)a que o estado ten&a uma leisla'ão penal que %uncione# Due permitaa puni'ão de culpados, que prote)a os bens )urídicos rele(antes#

    Até $>>Q, se o estuprador casasse com a (itima, não &a(eria mais crime# Atualmente esseentendimento não é mais (*lido#

    +8 – PRINCIPIO DA #OTIABO E I#PARCIALIDADE DO (UI9&

    Art# V+, I4 da C3#

    =oti(ar é )usti%icar a decisão tomada, %ornecendo uma arumenta'ão con(incente, indicandoa leitimidade das escol&as %eitas pelo )ui"#

    ão é (alida a %undamenta'ão enérica, e, além disso, o )ui" é obriado a apreciar todas asteses le(antadas pela de%esa como arantia da moti(a'ão da decisão#

    Cabe ressaltar ainda que não é possí(el se %alar em moti(a'ão implícita#

    Duestão polemica é a da moti(a'ão per relationem, que acontece quando, ao %undamentar, o )ui" %a" re%erencia a outros atos, ou a outros processos com id8ntico teor %*tico e )urídico#

    5 )ulador de(e sopesar todas as pro(as produ"idas, sem pre(al8ncia de uma sobre outra,e0pondo, e0austi(amente, na senten'a, os moti(os que o le(aram ao con(encimento#

    5 )ulador de(e moti(ar a sua decisão de recebimento da denuncia#

    Art. :*. A den#ncia ou quei;a conterá a e;posição do "ato criminoso,com todas as suas circunst8ncias, a quali"icação do acusado ou

    esclarecimentos pelos quais se possa identi"icálo, a classi"icação docrime e, quando necessário, o rol das testemunhas.

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    -ro(a indu(idosa da ocorr8ncia de um %ato delituoso, na &ip!tese, e pro(a ou indícios deautoria, apurados em inquérito policial ou nas pe'as de in%orma'ão que acompan&am aacusa'ão: é neste bin?mio que, para esta postura, consiste o %undamento tido comoindispens*(el para a acusa'ão, sem o qual ine0iste )usta causa para a instaura'ão doprocesso criminal#

    Bustamente para arantir a imparcialidade do )ulador, e0iste uma situa'ão especi%ica em queo )ui" não precisa moti(ar sua decisão, a saber, quando recon&ece a sua suspei'ão por %orointimo# E0iir a %undamenta'ão pode %a"er com que o maistrado não se declare suspeito, oque seria inadequado#

    A Constitui'ão (ai e0iir que toda decisão )udicial se)a %undamentada# Todo poder emana dopo(o, mas os )uí"es não são eleitos# 5 )udici*rio é um poder em que não é eleito pelo po(o#2e onde (em a leitimidade do poder )udici*rio A questão parte da %undamenta'ão, pois o )ui" é obriado a %undamentar as decises#

    3undamenta'ão de(e ser detal&ada# A %undamenta'ão não é enérica, de(e ser%undamentada os %atos e o direito#

    ão &* %undamenta'ão implícita porque %undamentar é e0plicitar a ra"ão#

    Pma senten'a sem %undamenta'ão é tida como nula, para a maior parte dos doutrinadores,pois a parte tem o direito de saber o porque %oi condenada#

    Senten'a sem %undamenta'ão é di%erente de senten'a com %undamenta'ão sucinta# Pmarande discussão é a c&amada moti(a'ão per relatione#

    A %undamenta'ão per relatione é quando se %undamenta com alo que )* e0iste no processo#-ea.se, por e0emplo, %a" re%erencia a uma outra senten'a# 6 per%eitamente possí(el essetipo de %undamenta'ão# Em penal essa pratica de(e ter uma certa cautela#

    5 );ri é uma e0ce'ão, pois ele não precisa %undamentar as suas decises# unca se sabeporque um )urado condenou ou absol(eu um réu# 5 );ri é o pr!prio po(o )ulando e o po(onão precisa dar e0plica'es a si mesmo#

    +@ – PRINCIPIO DA I#PARCIALIDADE&

    -ara a acusa'ão e a de%esa de(em ser asseurados os mesmos direitos, possibilitando.l&esid8nticas possibilidades de alea'ão, de pro(a e de impuna'ão, en%im, em condi'es deiualdade processual#

    -ara asseurar a e%eti(a paridade de armas, o )ui" de(e suprir, em car*ter assistencial, asde%ici8ncias de%ensi(as de uma parte que a coloquem em posi'ão de in%erioridade em rela'ão7 outra, para que ambas concretamente se apresentem nas mesmas condi'es e acesso 7tutela )urisdicional dos seus interesses#

    %PTG;$ ((D%S (HT(A%IBSArt. &40. Eas intimaç5es dos acusados, das testemunhas e demaispessoas que de)am tomar conhecimento de qualquer ato, seráo+ser)ado, no que "or aplicá)el, o disposto no

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    :7 A intimação do 9inist%rio !#+lico e do de"ensor nomeado será

    pessoal.

    . SISTE=A 2E YE2A[]ES E GARATIAS

    5 )ui" de(e ser imparcial# 5 )ui" por ser imparcial %a" uma %undamenta'ão s!bria, equilibrada,o )ui" de(e ter um linua)ar desapai0onado# 5 )ui" não pode ter interesse nem que condene enem que absol(a#

    6 um principio que se subdi(ide em dois:

    Imparcialidade ob)eti(a: não basta que o )ui" saiba que ele é imparcial, aos ol&os dasociedade ele tem que ser imparcial#

    Imparcialidade sub)eti(a: o )ui" tem que (eri%icar se ele, de alum modo, pode teralum interesse naquele processo# Se de alum modo ele ti(er interesse no processo,

    ele não pode )ular#

    5 )ui" possui tr8s arantias e tr8s ob)e'es#

    . -R5II[]ES – ART# VQ, par*ra%o ;nico – Q (eda'es9 o )ui" não pode receber custa, nãopode ter ati(idade política partid*ria9 ###

    %rt# 95# $& ue& )oam da& &e)uinte& )arantia&C( - 'italiciedade! 3ue! no "rimeiro )rau! &* &er ad3uirida a"*& doi& ano& de e6erccio!de"endendo a "erda do car)o! ne&&e "erodo! de delibera,o do tribunal a 3ue o uie&ti'er 'inculado e! no& demai& ca&o&! de &entena udicial tran&itada em ul)ado:(( - inamo'ibilidade! &al'o "or moti'o de intere&&e "úblico! na orma do art# 9?! V(((:((( - irredutibilidade de &ub&dio! re&&al'ado o di&"o&to no& art ?>! 7 e 7(! ?9! K 4º! 150!((! 15?! (((! e 15?! K 2º! (#Par)rao único# %o& ue& < 'edadoC( - e6ercer! ainda 3ue em di&"onibilidade! outro car)o ou un,o! &al'o uma dema)i&t

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    II – IA=5Y_YE: o )ui" não pode ser retirado de sua comarca, sal(o interesse publico# a )usti'a %ederal, os )uí"es substitutos são inamo(í(eis tanto quanto os )uí"es titulares# asestaduais é di%erente#

    III – IRRE2PTIII2A2E 2E YECI=ET5S:

    CPI2A25: a suspei'ão por %oro intimo não precisa ser moti(ada# Se o pr!prio )ui" ti(er que%alar o moti(o, )* não ser* mais %oro intimo#

    +; – PRINCIPIO DA APLICABO I#EDIATA&

     5 direito processual penal adotou o principio da aplica'ão imediata, seundo o qual o atoprocessual de(e ser praticado de acordo com a lei (iente no momento de sua reali"a'ão#

    Assim, não &* que se %ala, em rera, em retroati(idade ou ultrati(idade da lei processualpenal, ainda que mais benina, pois ela se aplica desde loo, sem pre)uí"o da (alidade dosatos reali"ado sob a (i8ncia da lei anterior#

    Art. 27 A lei processual penal aplicarseá desde logo, sem preu-zo da)alidade dos atos realizados so+ a )ig3ncia da lei anterior.

    -or meio desse principio, tem.se as seuintes conseqJ8ncias:

    5s atos processuais reali"ados sob a éide da lei anterior se consideram (*lidos9

    As normas processuais t8m aplica'ão imediata, reulando o desenrolar restando doprocesso9 A lei processual penal é irretroati(a, mesmo que se)a mais bené%ica – di%erente do

    direito penal9 5 autor do crime não tem o direito adquirido de ser )ulado pela lei processual (iente

    ao tempo em que ele ocorreu, mas apenas que a lei no(a respeite as arantiasconstitucionais do de(ido processo leal#

    + – PRINCIPIO DO DEIDO PROCESSO LE"AL&

    Este principio é tratado, por rande parte dos doutrinadores, como um principio mãe, ou se)a,do qual deri(am todos os demais princípios#

    Art# QU, IY – ninuém ser* pri(ado da liberdade ou de seus bens sem o de(ido processoleal9

    5 ST3 entende que a alea'ão de (iola'ão ao de(ido processo leal não pode ser(ir de%undamento para a utili"a'ão do recurso e0traordin*rio#

    2e(ido processo leal %ormal: obser(ncia de predeterminadas reras para os casos a

    serem )ulados 2e(ido processo leal material: e0i8ncia de que essas reras se)am ra"o*(eis#

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    + – PRINCIPIO DA ORALIDADE&

    Esse principio tem a pretensão de (iabili"ar a dura'ão ra"o*(el do processo, bem como tentarobriar um maior contato do )ui" com as pro(as# Esse principio é conseqJ8ncia da ado'ão dosistema acusat!rio#

    5 processo oral impe o uso adequado da linuaem técnica, que, sem perder o seu riorcienti%ico, de(e ser clara, precisa e acessí(el também para o senso comum#

    Art. :0'. o ocorrido em audi3ncia será la)rado termo em li)ro próprio,assinado pelo uiz e pelas partes, contendo +re)e resumo dos "atosrele)antes nela ocorridos. &0 *7 Sempre que poss-)el, o registro dos depoimentos do in)estigado,indiciado, o"endido e testemunhas será "eito pelos meios ou recursosde gra)ação magn%tica, estenotipia, digital ou t%cnica similar, inclusi)eaudio)isual, destinada a o+ter maior "idelidade das in"ormaç5es. &*0 27 Eo caso de registro por meio audio)isual, será encaminhado àspartes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição.

    A oralidade aora passa a ser a rera do procedimento comum – ordin*rio, sumario esumaríssimo no C--, alme)ando a implementa'ão da dura'ão ra"o*(el do processo e daampla de%esa e buscando o aprimoramento da )urisdi'ão penal#

    UNIDADE II& SISTE#A DE INESTI"ABO PRELI#INAR&

    . 2ireito %undamental:

    • ão aplica'ão ne bis in idem:

    -orque esta %ase de in(estia'ão é um direito %undamental 6 uma %ase importante parae(itar acusa'es in%undadas# essa %ase é errado que se use o termo R6P# Se não ti(esseessa %ase de in(estia'ão preliminar, a pessoa seria primeiro acusada para queposteriormente &ou(esse a in(estia'ão#

    -ara que uma pessoa (ire réu, de(e &a(er indícios de autoria e pro(as de materialidade

    deliti(a# S! dessa %orma que pode &a(er denuncia#5 ob)eti(o da in(estia'ão preliminar, qualquer que se)a a sua modalidade, é conseuirindícios de autoria e materialidade deliti(a# Essa %ase é muito importante, entretanto, elanão pune ninuém, pois ainda não &* acusa'ão, &* apenas in(estia'ão#

    ão é uma etapa obriat!ria# 6 possí(el que &a)a o o%erecimento da denuncia sem a %asede in(estia'ão preliminar#

    Bustamente pelo %ato de não ter um réu e uma a'ão penal, é que não (ai se aplicar o nebis in idem nessa %ase# Isso sini%ica que pode se ter dois inquéritos policiais, um inquérito

    e uma C-I apurando o mesmo crime#

    Esse principio não se aplica na %ase de in(estia'ão preliminar – é paci%ico no supremo#

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    A persecutio criminis apresenta dois momentos distintos: o da in(estia'ão e o da a'ãopenal# Esta consiste no pedido de )ulamento da pretensão puniti(a, enquanto a primeira éati(idade preparat!ria da a'ão penal, de car*ter preliminar e in%ormati(o#

      I - CPIF ; 8F C/&

    %rt# 5L# $ on)re&&o Hacional e &ua& a&a& ter,o comi&&e& "ermanente& e tem"orria&!con&tituda& na orma e com a& atribuie& "re'i&ta& no re&"ecti'o re)imento ou no atode 3ue re&ultar &ua cria,o#K ?º %& comi&&e& "arlamentare& de in3u

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    usca e apreensão domiciliar: s! pode ser autori"ada pelo )ui" toado# A C-I para quepossa %a"er busca a apreensão precisa de autori"a'ão )udicial para tanto# Inclui o localonde se e0erce a pro%issão#

    Intercepta'ão tele%?nica: s! )ui" pode mandar interceptar tele%one# CPI2A25: C-Ipode quebrar siilo tele%?nico# o siilo, a C-I não tem acesso as con(ersas, sabe.se

    apenas para quem %oi %eita lia'ão e de quem recebeu lia'ão – não tem acesso 7scon(ersas# B* na intercep'ão tele%?nica, a policia tem acesso ao *udio, 7 con(ersa –atine %rontalmente 7 intimidade e, por isso, precisa passar pelo cri(o de um  jui*penal, pois um )ui" ci(il não pode autori"ar# C-I pode quebrar siilo banc*rio#

    INESTI"ABO DIRETA PELO #P&

    Espécie de in(estia'ão preliminar#

    -romotor de )usti'a: membro o ministério publico estadual#-rocurador da rep;blica: membro do ministério publico %ederal# 6 a mesma coisa que opromotor de )usti'a, porém este é do =- estadual#

    6 uma in(estia'ão %eita diretamente %eita pelo promotor, sem a inter%er8ncia da policia# Adiscussão não é te!rica, é e0tremamente pratica#

    5 inquérito ci(il é presidido pelo =- e ob)eti(a reunir elementos para a propositura da a'ãoci(il publica# -ode per%eitamente embasar a'ão de mbito criminal#

    Assim, poderia o promotor de )usti'a instaurar procedimento administrati(o in(estiat!rio, ecol&er os elementos que repute indispens*(eis, dentro das suas atribui'es, para (iabili"ar apropositura da a'ão penal#

    STJ Súmula nº 2?4 - 13/12/1999 - DJ 07.02.2000Aembro do Aini&t

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    $ – Teoria tridimensional do sistema acusat!rio: por essa teoria, são tr8s %un'es separadas –in(estiar, acusar e )ular# 5 deleado in(estia, não acusa nem )ula9 o )ui" )ula, ele nãopode nem in(estiar e nem acusar9 o promotor acusa, mas também não pode )ular e nemin(estiar#

    + . A constitui'ão %ala que o =- %a" o controle e0terno da ati(idade policial . Art# 1$V, YII, C3#desse modo, se a policia abusa, é papel do =- controlar o abuso da policia# Se o pr!prio =-in(estiando, ele teria superpoderes e ninuém o controlaria#

    %rt# 129# S,o une& in&titucionai& do Aini&t

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    momento a constitui'ão di" que é e0clusi(o apurar in%ra'ão, mas a e0clusi(idade é em serpolicia )udici*ria#

    K 4º N& "olcia& ci'i&! diri)ida& "or dele)ado& de "olcia de carreira! incumbem!re&&al'ada a com"et.ncia da Gni,o! a& une& de "olcia udiciria e a a"ura,o deinrae& "enai&! e6ceto a& militare

    A e0clusi(idade não é em apurar in%ra'ão, tanto é assim que C-I pode apurar in%ra'ão#

    A policia tem a incumb8ncia de preser(ar a pa" social e inter(ir nos con%litos medianteati(idade in(estiati(a tendente a apurar in%ra'es que (en&am a ocorrer#

    A policia administrati(a ou de seuran'a tem car*ter eminentemente pre(enti(o, e (isa, como seu papel ostensi(o de atua'ão, impedir a ocorr8ncia de in%ra'es#

    A policia )udici*ria, de atua'ão repressi(a, ae, em rera, ap!s a ocorr8ncia de in%ra'es,(isando anariar elementos para a apura'ão da autoria e constata'ão da materialidadedeliti(a# A policia )udicial tem a %un'ão primordial de elabora'ão do inquérito policial#

    5 inquérito )udicial era tratado pela antia lei de %al8ncias e consistia em um procedimentopreparat!rio para a a'ão penal, presidido pelo )ui" de direito, e irriado pelo principio docontradit!rio e da ampla de%esa#

    Z – Art# 1$V, YIII, C3: %ala que o promotor pode requisitar, dentro do inquérito @ordem,diliencias do deleado de policia# 2esse modo, por conseqJ8ncia, o promotor pode requisitara diliencia que ele ordenou ao deleado# Isso, reali"ara diliencia que ele mandou que odelado %i"esse, nada mais é do que in(estiar#

    V((( - re3ui&itar dili).ncia& in'e&ti)at*ria& e a in&taura,o de in3u

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    in(estia é o tribunal# As in(estia'es são presididas pelos !rãos de c;pula de cadacarreira#

    As in(estia'es en(ol(endo autoridades que o"am de %oro por prerroati(a de %un'ão nãopoderão ser %eitas pelo deleado de policia, pois as in(estia'es de(em tramitar perante otribunal onde a re%erida autoridade des%ruta do %oro pri(ileiado#

    E0istem posicionamentos contr*rios no ST3 a respeito desse assunto de prerroati(a de %oro#5 posicionamento mais recente reputa que o indiciamento de aentes que ten&amprerroati(a de %oro é nulo#

    E=ISTE U#A PEC NO CON"RESSO 5UE 5UER PROI$IR E=PRESSA#ENTE 5UE O #PINESTI"UE& es! PEC Giola clausula prea

    Inurio policial&

    6 o con)unto de diliencias reali"adas pela policia )udici*ria para a apura'ão de uma in%ra'ãopenal e sua autoria, a %im de que o titular da a'ão penal possa inressar em )uí"o#

    5 inquérito também contribui para a decreta'ão de medidas cautelares no decorrer dapersecu'ão penal, onde o maistrado pode tom*.lo como base para pro%erir decises aindaantes de iniciado o processo, como por e0emplo, a decreta'ão de prisão pre(enti(a ou adetermina'ão de intercepta'ão tele%?nica#

    Súmula 444: ?@ !edada a utili+a#ão de

    inquéritos policiais e a#es penais e cursopara agra!ar a penabaseB.

    5 inquérito é um procedimento de índole eminentemente administrati(a, de car*terin%ormati(o, preparat!rio da a'ão penal# Ree.se pelas reras do ato administrati(o em eral#

    . -rocedimento administrati(o presidido por deleado de policia com ob)eti(o de encontrarindícios de autoria e pro(a: materialidade deliti(a:

    6 o meio mais utili"ado no rasil# 6 o meio tradicional de %a"er a in(estia'ão no rasil#

    Inquérito policial é um procedimento do processo administrati(o presidido pelo deleado depolicia que (ai tentar encontrar indícios de autoria e pro(a de materialidade deliti(a# As duascoisas são cumulati(as# Tanto uma coisa, quanto outra de(em ser encontradas#

    1 – CARACTER_STICAS 25 IDP6RIT5 -5ICIA:

    2iscricionariedade: o deleado de policia condu" as in(estia'es da %orma que mel&or

    l&e aprou(er# 5 ruma das diliencias est* a caro do deleado, e os arts# WU e KU doC-- indicam as diliencias que podem ou de(em ser desen(ol(idos por ele# S! nãopoder* inde%erir a reali"a'ão do e0ame de corpo de delito, quando a in%ra'ão praticadadei0ar (estíios#

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    Art. 67 Fogo que ti)er conhecimento da prática da in"ração penal, aautoridade policial de)erá( dirigirse ao local, pro)idenciando para que não se alterem o estadoe conser)ação das coisas, at% a chegada dos peritos criminais12(( apreender os o+etos que ti)erem relação com o "ato, apósli+erados pelos peritos criminais1&((( colher todas as pro)as que ser)irem para o esclarecimento do "ato

    e suas circunst8ncias1(> ou)ir o o"endido1> ou)ir o indiciado, com o+ser)8ncia, no que "or aplicá)el, dodisposto no ll, deste Fi)ro, de)endo o respecti)otermo ser assinado por duas testemunhas que (he tenham ou)ido aleitura1>( proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareaç5es1>(( determinar, se "or caso, que se proceda a e;ame de corpo dedelito e a quaisquer outras per-cias1>((( ordenar a identi"icação do indiciado pelo processo datiloscópico,se poss-)el, e "azer untar aos autos sua "olha de antecedentes1(G a)eriguar a )ida pregressa do indiciado, so+ o ponto de )istaindi)idual, "amiliar e social, sua condição econDmica, sua atitude e

    estado de 8nimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contri+u-rem para a apreciação do seutemperamento e caráter.Art. 47 !ara )eri"icar a possi+ilidade de ha)er a in"ração sido praticadade determinado modo, a autoridade policial poderá proceder àreprodução simulada dos "atos, desde que esta não contrarie amoralidade ou a ordem p#+lica.

    Apesar de não &a(er &ierarquia entre )uí"es, promotores e deleados, caso os dois primeirosemitam requisi'es ao ultimo, este est* obriado a atender, por imposi'ão leal#

    Art. *&. (ncum+irá ainda à autoridade policial

    ( "ornecer às autoridades udiciárias as in"ormaç5es necessárias àinstrução e ulgamento dos processos1(( realizar as dilig3ncias requisitadas pelo uiz ou pelo 9inist%rio!#+lico1((( cumprir os mandados de prisão e;pedidos pelas autoridades udiciárias1(> representar acerca da prisão pre)enti)a.

    Escrito: os atos produ"idos oralmente serão redu"idos a termo# ada impede queoutras %ormas de documenta'ão se)am utili"adas, de maneira a imprimir maior%idelidade ao ato, %uncionando como %erramenta complementar 7 %orma documental,como a ra(a'ão de som eM ou imaem na oiti(a dos suspeitos, testemun&as e

    o%endidos na %ase preliminar#

    Art. 7 @odas as peças do inqu%rito policial serão, num só processado,reduzidas a escrito ou datilogra"adas e, neste caso, ru+ricadas pelaautoridade.

    Siilo: ao contrario do que ocorre no processo, o inquérito não comporta publicidade,sendo procedimento essencialmente siiloso# Este siilo, contudo, não se estende nemao maistrado nem ao membro do =-#

    Art. 20. A autoridade assegurará no inqu%rito o sigilo necessário àelucidação do "ato ou e;igido pelo interesse da sociedade.!arágra"o #nico. Eos atestados de antecedentes que lhe "oremsolicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotaç5es re"erentes a instauração de inqu%rito contra os requerentes.

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    2e(e.se di%erenciar o siilo e0terno das in(estia'es, que é aquele imposto para e(itar adi(ula'ão de in%orma'es essenciais do inquérito ao publico em eral, por intermédio dosistema midi*tico, do siilo interno, que é aquele importo para restrinir o acesso aos autosdo procedimento por parte do indiciado eM ou do seu ad(oado#

    ão e0iste siilo para o ad(oado no inquérito policial e não l&e pode ser neado o acesso 7ssuas pe'as nem ser neado o direito 7 e0tra'ão de copias ou %a"er apontamentos#

    STF Súmula Vinculante nº 14 - PSV 1 - DJe nº 59/2009 - Tribunal Pleno de02/02/2009 - DJe nº 2/2009! "# 1! em 9/2/2009 - D$ de 9/2/2009! "# 1%ce&&o a Pro'a& Documentada& em Procedimento (n'e&ti)at*rio "or +r),ocom om"et.ncia de Polcia Judiciria - Direito de Dee&a  direito do deen&or! no intere&&e do re"re&entado! ter ace&&o am"lo ao&elemento& de "ro'a 3ue! documentado& em "rocedimento in'e&ti)at*riorealiado "or *r),o com com"et.ncia de "olcia udiciria! di)am re&"eito aoe6erccio do direito de dee&a#

    Ha(endo documenta'ão do material probat!rio, que )* %a" parte dos autos do inquérito, não&* ra"ão para impedir o acesso# Ha(endo arbítrio por parte da autoridade, admite.se omane)o do mandado de seuran'a, da reclama'ão constitucional ao ST3 e até mesmo de HC,caso se possa constatar, mesmo que indiretamente, risco de o%ensa 7 liberdade de locomo'ãodo indiciado, sem pre)uí"o da responsabilidade por abuso de autoridade#

    5%icialidade: o deleado de policia de carreira, autoridade que preside o inquéritopolicial, constitui.se em !rão o%icial do estado#

    5%iciosidade: &a(endo crime de a'ão penal publica incondicionada, a autoridade policialde(e atuar de o%icio, instaurando o inquérito e apurando prontamente os %atos, &a)a(ista que, na &ip!tese, sua atua'ão decorre de imperati(o leal dispensando, pois,qualquer autori"a'ão para air#

    Art. '7 Eos crimes de ação p#+lica o inqu%rito policial será iniciado( de o"-cio1(( mediante requisição da autoridade udiciária ou do 9inist%rio

    !#+lico, ou a requerimento do o"endido ou de quem ti)er qualidadepara representálo. *7 $ requerimento a que se re"ere o n7 (( conterá sempre queposs-)elaB a narração do "ato, com todas as circunst8ncias1+B a indi)idualização do indiciado ou seus sinais caracter-sticos e asraz5es de con)icção ou de presunção de ser ele o autor da in"ração,ou os moti)os de impossi+ilidade de o "azer1cB a nomeação das testemunhas, com indicação de sua pro"issão eresid3ncia. 27 o despacho que inde"erir o requerimento de a+ertura deinqu%rito ca+erá recurso para o che"e de !ol-cia. &7 Hualquer pessoa do po)o que ti)er conhecimento da e;ist3ncia dein"ração penal em que cai+a ação p#+lica poderá, )er+almente ou por escrito, comunicála à autoridade policial, e esta, )eri"icada aproced3ncia das in"ormaç5es, mandará instaurar inqu%rito. :7 $ inqu%rito, nos crimes em que a ação p#+lica depender derepresentação, não poderá sem ela ser iniciado.

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    '7 Eos crimes de ação pri)ada, a autoridade policial somente poderáproceder a inqu%rito a requerimento de quem tenha qualidade paraintentála.

    B* nos crimes de a'ão penal publica condicionada e a'ão penal pri(ada, isto é, naqueles queo%endem de tal modo a (itima em sua intimidade que o leislador ac&ou por bem condicionar

    a persecu'ão criminal 7 autori"a'ão desta, ou con%erir.l&e o pr!prio direito de a'ão, aautoridade policial depende daquela permissão para poder atuar#

    Ha(endo dela'ão an?nima em crime de a'ão penal pri(ada, não poder* a autoridade policialiniciar o inquérito sem a pre(ia autori"a'ão da (itima# 2a mesma %orma, se terceiro %or 7deleacia no luar do o%endido, o inquérito não ter* de%larado#

    Indisponibilidade: a persecu'ão criminal é de ordem publica, e uma (e" iniciado o

    inquérito, não pode o deleado de policia dele dispor#

    Art. *4. A autoridade policial não poderá mandar arqui)ar autos de

    inqu%rito.

    Inquisiti(o: as ati(idades persecut!rias %icam concentradas nas mãos de uma ;nicaautoridade e não &* oportunidade para o e0ercício do contradit!rio ou da ampla de%esa#a %ase pré.processual não e0istem partes, apenas uma autoridade in(estiando e osuposto autor da in%ra'ão normalmente na condi'ão de indiciado#

    Como não &ou(e a participa'ão do indiciado ou suspeito no transcorrer do procedimento,

    de%endendo.se e e0ercendo contradit!rio, não poder* o maistrado, na %ase processual,(aler.se apenas do inquérito para pro%erir senten'a condenat!ria, pois incorreria em clara(iola'ão ao te0to constitucional#

    A idéia de que o contradit!rio e0ie partes é um doma %also# Contradit!rio é o direito departicipar de um procedimento que l&e possa tra"er aluma espécie de repercussão )urídica9não tem como pressuposto a e0ist8ncia de partes ad(ers*rias#

    5 inquérito de(e %uncionar como procedimento de %iltro, (iabili"ando a de%lara'ão doprocesso quando e0ista )usta causa, mas também contribuindo para que pessoas nitidamente

    inocentes não se)am processadas# Autoritariedade: o deleado de policia é autoridade publica# 2ispensabilidade: se os elementos que (en&am lastrear a inicial acusat!ria %orem

    col&idos de outra %orma, não se e0ie a instaura'ão do inquérito#

    Art. *2. $ inqu%rito policial acompanhará a den#ncia ou quei;a,sempre que ser)ir de +ase a uma ou outra.

    $ . C5=-ET`CIA:

    Art. :7 A pol-cia udiciária será e;ercida pelas autoridades policiais noterritório de suas respecti)as circunscriç5es e terá por "im a apuraçãodas in"raç5es penais e da sua autoria.*

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    !arágra"o #nico. A compet3ncia de"inida neste artigo não e;cluirá a deautoridades administrati)as, a quem por lei sea cometida a mesma"unção.

    6 certo que os deleados t8m atribui'ão, tendo em (ista que o termo compet8ncia é a %etoaos )uí"es, sini%icando a delimita'ão da )urisdi'ão#

    Critério territorial: deleado com atribui'ão é aquele que e0erce suas %un'es nacircunscri'ão em que se consumou a in%ra'ão# Circunscri'ão sini%ica a delimita'ãoterritorial na qual o deleado e0erce as suas ati(idades#

    Critério material: pelo critério material, temos a sementa'ão da atua'ão da policia,com deleacias especiali"adas na in(estia'ão e no combate a determinado tipo dein%ra'ão, a e0emplo das deleacias especiali"adas em &omicídios, entorpecentes, %urtose roubas, etc#

    Critério em ra"ão da pessoa: le(a.se em considera'ão a %iura da (itima, tais como asdeleacias da mul&er, do turista, do idoso, dentre outras#

    ada impede, nas comarcas que e0ista mais de uma circunscri'ão policial, que a autoridadecom e0ercício em uma delas ordene diliencias em outra, independentemente de precat!riasou requisi'es, podendo ainda prontamente atuar em ra"ão de %atos que (en&am a ocorrerem sua presen'a#

    Art. 22. Eo istrito Cederal e nas comarcas em que hou)er mais deuma circunscrição policial, a autoridade com e;erc-cio em uma delaspoderá, nos inqu%ritos a que estea proce