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ESTUDO DOS FATORES QUE DISCRIMINAM OS ESTILOS DE APRENDIZAGEM DOS ACADÊMICOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS Cleston Alexandre dos Santos (UFMS-CPTL/FURB) [email protected] Edilson Bacinello (FURB) [email protected] Nelson Hein (FURB) [email protected] 1

ESTUDO DOS FATORES QUE DISCRIMINAM OS ESTILOS DE ...cbc.cfc.org.br/comitecientifico/images/stories/slides/332C.pdf · aprendizagem: um estudo empírico com alunos do curso de ciências

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ESTUDO DOS FATORES QUE DISCRIMINAM OS ESTILOS DE

APRENDIZAGEM DOS ACADÊMICOS DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Cleston Alexandre dos Santos (UFMS-CPTL/FURB)

[email protected]

Edilson Bacinello (FURB)

[email protected]

Nelson Hein (FURB)

[email protected] 1

AGENDA

• 1. INTRODUÇÃO

• 2. REFERENCIAL TEÓRICO

• 3. METODOLOGIA

• 4. ANÁLISE DOS DADOS

• 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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1. INTRODUÇÃO

• Buscar conhecer o estilo de aprendizagem dos alunos e os fatores que discriminam, passa a ser de fundamental importância para uma possível revisão de conceitos referentes às abordagens realizadas pelos professores em sala de aula, permitindo uma maior compreensão sobre o que pensa o outro lado da composição referente ao ensino-aprendizagem.

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• A questão norteadora da pesquisa é a seguinte:

• quais são os fatores que discriminam os estilos de aprendizagem dos acadêmicos do curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau (FURB)?

• Deste modo, o objetivo principal do presente trabalho é:

• evidenciar os fatores que discriminam os estilos de aprendizagem dos acadêmicos do curso de Ciências Contábeis da FURB.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

• 2.1 Estilos de Aprendizagem

“A identificação dos estilos de aprendizagem torna-se importante no sentido de estimular uma ligação entre o ensino e os modos como os alunos preferem aprender e, dessa forma, os alunos demonstram melhores resultados e um desejo mais forte de aprender” (GIVEN, 2002, p. 175).

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• 2.2 Estilo de aprendizagem de David A. Kolb

• Kolb (1984) destaca que o processo de aprendizagem oriundo da experiência determina, como também atualiza o desenvolvimento potencial de cada indivíduo.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Estilo de Aprendizagem Descrição

Estilo acomodador As pessoas adaptam-se bem às circunstâncias imediatas, aprendem fazendo coisas

(pela prática), aceitando desafios, tendendo a agir menos por lógica e mais pelo que

sentem. Nesse estilo, no momento de resolver um problema, pode ser que confie

mais nas pessoas para conseguir informações do que em sua própria análise.

Estilo assimilador Os indivíduos dão mais importância para um sentido lógico da teoria do que sua

prática. Além disso, os acadêmicos se sobressaem quando buscam entender uma

grande quantidade de informações e conseguem impor uma maneira concisa e lógica

para os fatos.

Estilo convergente Os alunos se destacam quando encontram o uso prático das ideias e teorias, tem

preferência por trabalhar com situações ou problemas técnicos, a temas sociais e

interpessoais. Os alunos também têm a capacidade de resolver problemas e tomar

decisões que se baseiam em encontrar soluções para questões ou problemas.

Estilo divergente Os alunos atuam melhor quando observam cenários concretos de diversos pontos de

vista, e são mais observadores do que atuantes nas situações impostas. Atuam

também de forma eficiente nas situações que exigem novas ideias, possuem

características como criativos, geradores de alternativas, compreendem as pessoas e

reconhecem os problemas

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Fonte: Kolb; Fry (1975); Cerqueira (2000); Barros (2011).

3. METODOLOGIA

Para a primeira parte da pesquisa, foi utilizado o questionário fechado, dividido em 2 partes e contendo no total 6 perguntas. A questão 6 foi subdividida em 12 sentenças no inventário de estilo de aprendizagem, tendo como propósito identificar o estilo de aprendizagem predominante dos acadêmicos entrevistados.

A pesquisa foi realizada nos meses de maio e junho de 2015, constituindo-se primeiramente na aplicação de questionários a 116 acadêmicos do curso de Ciências Contábeis da FURB dos 271 matriculados e com frequência no curso. Do total pesquisado foram descartados 15 questionários.

Como tratamento estatístico, foi adotada a análise descritiva dos dados, na sequência, foi aplicado o teste de Análise Discriminante, utilizando-se o software SPSS versão 22.0.

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CATEGORIA OPÇÕES

O grau em que as questões de pesquisa foram cristalizadas Estudo formal

O método de coleta de dados Interrogação/comunicação

O poder do pesquisador de produzir efeitos nas variáveis que

estão sendo estudadas

Ex post facto

O objetivo do estudo Descritivo

A dimensão de tempo Transversal

O escopo do tópico – amplitude e profundidade – do estudo Estudo estatístico

O ambiente de pesquisa Ambiente de campo

Classificação da pesquisa

Fonte: Cooper & Schindler (2003)

4. ANÁLISE DOS DADOS

• 56,44% (57) dos pesquisados tem até 20 anos de idade;

• 69,31% (70) são do gênero feminino;

• 14,9% (15) são do primeiro semestre, 12,9% (13) do segundo, 27,7% (28) do terceiro, 7,9% (8) do quarto, 13,9% (14) do quinto, 8,9% (9) do sexto, 6,9% (7) do sétimo e 6,9% (7) do oitavo semestre;

• 49,50% (50) já atuam na área de contabilidade;

• 85,15% (86) informaram que atuam em empresas privada;

• Levando-se em consideração o tempo de dedicação aos estudos em casa ou na biblioteca por semana, 52,48% (53) de 2 a 4 horas.

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4. ANÁLISE DOS DADOS

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Gráfico 1 – Estilo de Aprendizagem

Fonte: Dados da Pesquisa

47,5%

(48)

24,8%

(25) 16,8%

(17) 10,9%

(11)

Legenda: média geral das disciplinas

cursadas (MG), média em contabilidade

I (CONT), reprovações por nota (RN),

reprovações por falta (RF), a idade

(IDADE) e disciplinas canceladas

(CANC).

4. ANÁLISE DOS DADOS

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Na Tabela 3 é apresentado os autovalores para cada função discriminante. Os resultados

revelam que a primeira função discriminante apresenta um percentual de 78,3%, ou seja, contribuiu de

forma mais significativa para demonstrar as diferenças entre os grupos.

Na sequência, a Tabela 4 apresenta os valores de Lambda de Wilks, sendo que na primeira e

segunda linha têm-se funções significativas.

4. ANÁLISE DOS DADOS

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A Tabela 6 indica a contribuição de cada variável para cada função discriminante. Dessa

forma, as variáveis que estão indicadas com asterisco são as mais relevantes para a

determinação de cada função discriminante.

4. ANÁLISE DOS DADOS

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

• Com base nos resultados obtidos e analisados, foi possível identificar o estilo de aprendizagem predominante dos alunos do curso.

• Foi constatado que 47,5% (48) dos pesquisados que tiveram os questionários validados, possuem o estilo de aprendizagem convergente, o que corrobora com os achados de Reis et al. (2012).

• Esses acadêmicos caracterizados com o estilo convergente possuem um estilo de aprendizagem que revela que as pessoas se destacam quando se trata de encontrar o uso prático das ideias e teorias, prefere manejar situações ou problemas técnicos, a temas sociais e interpessoais.

• Na Análise Discriminante, considerando que Lambda de Wilks varia de 0 a 1 e tem como propósito testar a existência de diferenças nas médias entre os grupos para cada variável, foi possível observar que há diferença, ou seja, separação entre os grupos.

• As variáveis que melhor representam a separação são MG e as disciplinas RN, seguido da média em CONT I e disciplinas RN.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

• Por outro lado, disciplinas RF, CANC e idade são as variáveis que tem menos força para discriminá-los, pois apresentam os maiores Lambdas de Wilks.

• Com base no exposto, conclui-se que o objetivo da pesquisa foi alcançado, e que tão importante quanto saber o estilo de aprendizagem do acadêmico em Ciências Contábeis é saber explorar o estilo para um melhor ensino-aprendizagem.

• Os resultados alcançados neste estudo limitam-se com alunos do curso de Ciências Contábeis da FURB.

• Portanto, recomenda-se que sejam feitas novas investigações sobre a identificação e comparação dos fatores discriminantes dos estilos de aprendizagem dos alunos que cursam Ciências Contábeis e Administração em outras regiões.

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