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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS ASPECTOS MORFOLÓGICOS DE Sapajus flavius e S. libidinosus E OCORRÊNCIA DO PARASITISMO INTESTINAL (Molineus torulosus) EM PRIMATAS NEOTROPICAIS DO GÊNERO Sapajus Max Bruno Magno Bacalhao Médico Veterinário 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DE Sapajus flavius e S.

libidinosus E OCORRÊNCIA DO PARASITISMO

INTESTINAL (Molineus torulosus) EM PRIMATAS

NEOTROPICAIS DO GÊNERO Sapajus

Max Bruno Magno Bacalhao

Médico Veterinário

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DE Sapajus flavius e S.

libidinosus E OCORRÊNCIA DO PARASITISMO

INTESTINAL (Molineus torulosus) EM PRIMATAS

NEOTROPICAIS DO GÊNERO Sapajus

Max Bruno Magno Bacalhao

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Romão Guerra

2014

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Ciência Animal do Centro

de Ciências Agrárias da Universidade

Federal da Paraíba, como parte das

exigências para a obtenção do título de

Mestre em Ciência Animal.

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Ficha Catalográfica Elaborada na Seção de Processos Técnicos da

Biblioteca Setorial do CCA, UFPB, campus II, Areia – PB

B116a Bacalhao, Max Bruno Magno. Aspectos morfológicos de Sapajus flavius e S. lividinosus e ocorrência do

parasitismo intestinal (Molineus torulosus) em primatas neotropicais do gênero Sapajus / Max Bruno Magno Bacalhao. – Areia - PB: CCA/UFPB, 2014. 34 f. : il. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) - Centro de Ciências Agrárias. Universidade Federal da Paraíba, Areia, 2014. Bibliografia. Orientador (a): Ricardo Romão Guerra.

1. Patologia animal 2. Animais silvestres 3. Macaco-prego - morfologia I. Guerra, Ricardo Romão (Orientador) II. Título.

UFPB/BSAR CDU: 591.2(043.3)

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FICHA DE AVALIAÇÃO

Nome : BACALHÁO, Max Bruno Magno

Título: Aspectos Morfológicos de Sapajus flavius e S. libidinosus e Ocorrência

do Parasitismo Intestinal (Molineus torulosus) em Primatas Neotropicais do

Gênero Sapajus

DATA: ______/_______/______

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________

Prof. Dr. Ricardo Romão Guerra

Orientador – DCV/CCA/UFPB

____________________________________________

Prof. Dra. Katerin Elena Bohorquez Grondona

Primeiro Membro – DCV/CCA/UFPB

___________________________________________

Prof. Dr. Antônio Flávio Medeiros Dantas

Segundo Membro - DMV/CSTR/UFCG

Dissertação apresentada à

Universidade Federal da

Paraíba- UFPB, como parte

das exigências para obtenção

do título de Mestre em Ciência

Animal.

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

MAX BRUNO MAGNO BACALHAO - Nascido em 14 de março de 1987, no

município de Campina Grande, estado da Paraíba. Ingressou no curso de Medicina

Veterinária na Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos, em

maio de 2004. Obteve o título de Médico Veterinário em dezembro de 2008.

Trabalhou como diretor do Departamento de Vigilância Sanitária da Prefeitura

Municipal de Ingá no estado da Paraíba, no período de janeiro a novembro de 2009.

Ainda em 2009, montou um laboratório de diagnóstico de brucelose e tuberculose de

acordo com o PCETB/MAPA, onde trabalha até o momento. Atua na clínica médica

e diagnóstico de pequenos e grande animais, como autônomo. Ingressou no

Programa de Pós Graduação em Ciência Animal do Centro de Ciências Agrárias da

Universidade Federal da Paraíba no processo seletivo 2012.1. Iniciou como

coordenador de Vigilância Sanitária da Prefeitura Municipal de Juripiranga em junho

de 2013. Ingressou no Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Cirurgia e

Reprodução de Equinos pela IBVET outubro de 2013.

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DEDICATÓRIA

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DE Sapajus flavius e S.

libidinosus E OCORRÊNCIA DO PARASITISMO

INTESTINAL (Molineus torulosus) EM PRIMATAS

NEOTROPICAIS DO GÊNERO Sapajus

Dedico essa Dissertação especialmente à minha mãe

(in memorian) Ivete dos Santos Cruz, que sempre

acreditou no meu potencial e sempre me deu forças

para continuar e enfrentar os problemas com a

cabeça erguida e com muita seriedade.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, por mostrar todos os meus

caminhos trilhados e ter me dado força de superá-los.

Agradecer a minha família, que sempre acredita e apoia minhas decisões, em

especial ao meu Tio Carlos Bacalhao (TIO NENA), que sempre me deu subsídios

para uma boa educação e me estimulou a sempre crescer e almejar sempre mais.

Ao Programa de Pós Graduação em Ciência Animal, por abrir vagas para o

aperfeiçoamento e capacitação no ramo acadêmico.

Ao orientador Ricardo Romão Guerra, por me fazer pesquisar uma espécie de

animal que nunca pensaria em trabalhar antes, me fazendo observar o quão

importante os animais silvestres são para com a fauna e flora do Brasil e do Mundo.

Ao Prof. e amigo Ricardo Barbosa Lucena, por chegar na Instituição em

momento tão oportuno e pela dedicação, paciência para com o trabalho realizado e

para comigo.

Ao amigo Thiago Nery, pelas ajudas e informações prestadas para execução

do trabalho.

Aos técnicos de laboratório, Temístocles companheiro de longas datas e

trabalhos, Ana Luzia que conheci recentemente, mas adquirimos uma boa amizade

e me ajudou bastante no laboratório de histopatologia e a Osmário pelos momentos

de conversas e descontração no setor de anatomia.

Aos alunos de graduação Millena e Raul, que tanto me ajudaram, onde

usaram suas horas dedicando-se a realização desse trabalho e Dandarya que me

informou sobre a seleção da Pós Graduação.

A todos colegas da primeira turma do mestrado, em especial “a galera da

resenha”, Osvaldo, Iacome, Tércio, Domingos, pelas noites de estudos e de farras e

também aos da segunda turma, Ayodhya, Carla e Mauro.

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E por último, mas não menos importante, a minha esposa Sayonara, que

compartilhou momentos incríveis, dos quais tiveram seus altos e baixos durante todo

o mestrado e foi ela que me deu força e paciência para continuar na labuta.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS .................................................................................................. iii

Capítulo 1 ............................................................................................................. iii

LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. iv

Capítulo 1 ............................................................................................................. iv

Capítulo 2 ............................................................................................................. iv

RESUMO GERAL ....................................................................................................... v

ABSTRACT ................................................................................................................ vi

CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................... 01

CAPÍTULO I – DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DE DUAS ESPÉCIES DE Sapajus

ENCONTRADAS NA PARAÍBA: S. libidinosus E O RECÉM-REDESCOBERTO E JÁ

CRITICAMENTE AMEAÇADO MACACO-PREGO-GALEGO ................................... 04

RESUMO ............................................................................................................ 06

ABSTRACT ......................................................................................................... 06

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 07

MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................... 09

RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................... 10

Características fenotípicas e biométricas ..................................................... 10

Topografia .................................................................................................... 12

Anatomia ...................................................................................................... 13

CONCLUSÃO ..................................................................................................... 14

COMITÊ DE ÉTICA E BIOSSEGURANÇA ......................................................... 14

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 14

i

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CAPÍTULO II – ULCERATIVE AND GRANULOMATOUS ENTERITIS ASSOCIATED

WITH Molineus torulosus PARASITISM IN NEOTROPICAL PRIMATES ................. 21

Abstract ............................................................................................................... 23

Conflict of interest ............................................................................................... 29

References .......................................................................................................... 29

REFERÊNICAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 32

ii

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LISTA DE TABELAS

CAPÍTULO I - DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DE DUAS ESPÉCIES DE Sapajus

ENCONTRADAS NA PARAÍBA: S. libidinosus E O RECÉM-REDESCOBERTO E JÁ

CRITICAMENTE AMEAÇADO MACACO-PREGO-GALEGO ................................... 04

Tabela 1: Medidas biométricas externas, peso e medidas biométricas internas de

macacos das espécies Sapajus flavius e Sapajus libidinosus oriundos do

CETAS-IBAMA/Cabedelo-PB ............................................................................. 19

iii

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LISTA DE FIGURAS

CAPÍTULO I - DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DE DUAS ESPÉCIES DE Sapajus

ENCONTRADAS NA PARAÍBA: S. libidinosus E O RECÉM-REDESCOBERTO E JÁ

CRITICAMENTE AMEAÇADO MACACO-PREGO-GALEGO ................................... 04

Figura 1 – Imagens fotográficas representativas de Sapajus flavius. A) Arcada dentária: a-incisivos superiores e inferiores, b-caninos inferiores. B) Crânio macerado de S. flavius: a-canino inferior, b-pré-molares inferiores, c-molares inferiores. C) Topografia in situ de S. flavius: a-pulmões, b-coração, c-fígado, d-vesícula biliar, e-omento, f-estômago, g-intestino grosso. D) Língua: a-papilas fungiformes, setas-papilas valadas. E) Língua: a-língua, b-esôfago, c-traqueia, seta-epiglote. F) Pulmão: a-lobo cranial direito, b-lobo medial direito, c-lobo caudal direito, d- porção cranial do lobo cranial esquerdo, e-porção caudal do lobo cranial esquerdo, f-lobo caudal esquerdo. G) Cavidade abdominal: a-fígado, b-estômago. H) Fígado: a-lobo hepático medial direito, b-lobo hepático lateral direito, c-lobo hepático medial esquerdo, d-lobo hepático lateral esquerdo, e-processo caudado do lobo caudado. I) Baço: a-extremidade ventral, b-extremidade dorsal. J) Imagem topográfica ex situ das vísceras do S. flavius: a-língua, b-esôfago, c-pulmão direito, d-pulmão esquerdo, e-fígado, f-estômago, g-baço, h-intestino grosso, i-cólon descendente, j-intestino delgado, l-rim, m-diafragma, seta-entrada da traquéia. ................................................................. 20

CAPÍTULO II – ULCERATIVE AND GRANULOMATOUS ENTERITIS ASSOCIATED

WITH Molineus torulosus PARASITISM IN NEOTROPICAL PRIMATES ................. 22

Figure 1- Photographic image and photomicrographies of small intestine of capuchin monkeys. (A) Serosa parasitaries nodules (arrows). (B) Granuloma, eosinophilic, with fibrosis, adult trichostrongylids, and eggs, etiology consistent with Molineus torulosus. Sections of nematodes are surrounded by cellular debris, many viable and degenerate inflammatory cells and further surrounded by a thick fibrous capsule. (C) Nematodes are surrounded by viable and degenerate neutrophils. Note the external cuticular ridges (arrowheads) and pseudocoelom (P). (D) The lamina propria and superficial submucosa are expanded by inflammatory cells, composed of epithelioid macrophages, lymphocytes and eosinophils. ..................................... 31

iv

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ASPECTOS MORFOLÓGICOS DE Sapajus flavius e S. libidinosus E

OCORRÊNCIA DO PARASITISMO INTESTINAL (Molineus torulosus) EM

PRIMATAS NEOTROPICAIS DO GÊNERO Sapajus

RESUMO GERAL

O Sapajus flavius, conhecido popularmente como, macaco-prego galego e macaco-

prego-dourado, ainda descrito, erroneamente como Cebus flavius está criticamente

em perigo de extinção e sua população, de no máximo 26 comunidades está

reduzida a poucos indivíduos, com grupos isolados entre si, devido ao grande

desmatamento da sua área de distribuição, a Mata Atlântica do nordeste brasileiro.

Acreditava-se que essa espécie estivesse extinta há quase 3 séculos. Contudo,

em 2006, foram encontrados alguns exemplares na Mata Atlântica dos estados

brasileiros do Pernambuco e da Paraíba. Em 2008 e 2009 conseguiram-se os

primeiros nascimentos dessa espécie em cativeiro, no Zoológico de São Paulo, SP e

no CETAS/IBAMA, Cabedelo, PB, respectivamente. Para o estudo biométrico e

morfológico foram utilizados 8 carcaças e 5 exemplares vivos da espécie Sapajus

flavius e 12 carcaças da espécie Sapajus libidinosus, as quais, não obtiveram

diferenças significativas entre si. Foram realizadas necropsias de 20 carcaças do

gênero Sapajus sp., dos quais, 4 S. flavius, 5 S. libidinosus e 2 S. apella

apresentaram nódulos na serosa intestinal causados pelo parasita intestinal

Molineus torulosus. O presente estudo pretende estabelecer pela primeira vez os

padrões biométricos externos e do trato digestório, a topografia visceral e relatar a

ocorrência de parasitas intestinais nas populações mantidas em cativeiro no

CETAS/IBAMA de Cabedelo, PB e Parque Zoológico Arruda Câmara da Prefeitura

Municipal de João Pessoa, PB.

Palavras-chaves: morfologia, conservação, animais silvestres, macaco-prego.

v

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MORPHOLOGIC ASPECTS OF Sapajus flavius AND S. libidinosus AND THE

OCCURRENCE OF INTESTINAL PARASITISM (Molineus torulosus) IN

NEOTROPICAL PRIMATES IN THE Sapajus GENUS

ABSTRACT

The Sapajus flavius, popularly known as, Galician monkey and golden capuchin

monkey, further described erroneously as Cebus flavius is critically endangered and

its population of no more than 26 communities are reduced to a few individuals,

groups isolated from each other, because of the deforestation of its distribution area ,

the Atlantic Forest in northeastern Brazil. It was believed that the species was extinct

for nearly 3 centuries. However, in 2006, some specimens were found in the Atlantic

Forest of the Brazilian states of Pernambuco and Paraíba . In 2008 and 2009 there

was success in the first birth of this species in captivity the São Paulo Zoo, SP and

CETAS/IBAMA, Cabedelo, PB, respectively. For the biometric and morphological

study 8 carcasses and 5 live specimens of Sapajus flavius and 12 carcasses of

species Sapajus libidinosus were used, which did not obtain significant differences

amongst themselves. Autopsies of 20 carcasses of gender Sapajus sp were

performed, of which, 4 S. flavius, 5 S. libidinosus and 2 S. apella showed nodules in

the intestinal serosa caused by intestinal parasites Molineus torulosus. This study

aims to establish first the external and the digestive tract biometric patterns, visceral

topography and report the occurrence of intestinal parasites in populations kept in

captivity in CETAS / IBAMA Cabedelo, PB and Arruda Zoological Park Chamber of

the City Hall of John Pessoa, PB.

Keywords: morphology, conservation, wildlife, capuchin monkeys

vi

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CONSIDERAÇÕES GERAIS

O macaco-prego-dourado ou macaco-prego-galego (Sapajus flavius) é uma

espécie de macaco-prego que há muito se acreditava estar extinta. Atualmente existem

apenas 26 populações ou áreas de relato com um número não catalogado de

indivíduos em fragmentos de Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Paraíba e

Pernambuco (OLIVEIRA & LANGGUTH, 2006; GUIMARÃES, 2012). A Paraíba com

aproximadamente 15 populações é o estado com maior número de registros (SILVA et

al., 2009). Entretanto, em estudo realizados nesse estado, Sevciuc & Valença-

Montenegro (2007) identificaram apenas 131 indivíduos em dois fragmentos de Mata

Atlântica. Ainda podem ser encontrados indivíduos no Parque Ecológico Chico Mendes,

no Zoológico de São Paulo e no CETAS/IBAMA de Cabedelo, PB (OLIVEIRA &

LANGGUTH et al., 2006). Estas espécie encontra-se na Lista Vermelha da International

Union of Conservation of Natura, como criticamente ameaçada de extinção (INCN,

2010).

O naturalista alemão Georg Marcgrave, membro da comitiva do Conde Maurício

de Nassau, foi primeiro autor a publicar descrições do S. flavius, ele esteve no Nordeste

entre 1637 e 1644, tendo o estadoPernambuco como base. Este autor descreveu o

animal como “caitaia”, um animal de pelo longo, amarelo-claro, cuja cabeça era

arredondada e não proeminente, com nariz pequeno e cauda arqueada. Uma pintura

de Alvert Eckhout, artista plástico alemão que também esteve no Brasil junto com

Nassau, retrata com fidelidade o mesmo macaco-prego galego (OLIVEIRA &

LANGUTTH, 2006).

Em 1774, Johann Schreber, pintou um exemplar da espécie que veio a chamar

Simia flavia. Tal artista não guardou em coleção científica o exemplar da espécie

pintado, sabendo-se apenas que se tratava de um animal vindo do Brasil. Até 2006

desconhecia-se esta espécie, e ninguém sabia se representava um animal existente

(VALENÇA-MONTENEGRO, 2011; GUIMARÃES, 2012), até que Pontes et al. (2006)

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2

publicou a descoberta de uma nova espécie demacaco, designado como Cebus

queirozi. Essa espécie foi encontrada em um fragmento de Mata Atlântica do estado

Pernambuco às margens norte do Rio São Francisco em um grupo de 18 indivíduos. Na

verdade se tratava do S. flavius, espécie redescoberta aproximadamente 3 séculos

após sua primeira descrição (OLIVEIRA & LANGGUTH et al., 2006; VALENÇA-

MONTENEGRO, 2011).

Até recentemente (LYNCH ALFARO et al., 2012a, b; GARBER et al., 2012) o S.

flavius era chamado de Cebus flavius. Ainda hoje estaespécie é erroneamente

chamada de C. flavius por alguns autores (VALENÇA-MONTENEGRO, 2011). Esta

mudança na classificação taxonômica ocorreu primeiramente em 2001 por Silva Junior.

Este autor propôs a divisão dos macacos-pregos em 2 subgêneros: Cebus para os

conhecidos como caiararas, mais esguios, distribuídos do Rio Amazônas para o norte, e

Sapajus para os macacos-pregos, mais robustos e muitas vezes caracterizados por um

topete na cabeça, espalhados do Rio Amazônas para o sul, na mata atlântica, cerrado e

caatinga (LYNCH ALFARO et al., 2012a). Hoje, através de amplas análises genéticas

(LYNCH ALFARO et al., 2012b; RYLANDS et al., 2008), ficou demonstrado que os

Cebus e Sapajus são considerados inclusive gêneros distintos. Sendo assim, o C.

flavius passa a ser classificado como S. flavius, uma espécie, há pouco tempo

conhecida apenas por uma pintura do século XVIII, com quase nenhum estudo

científico (GUIMARÃES, 2012) e já criticamente ameaçado de extinção.

O macaco-prego-galego é um exemplo de macaco arbóreo, com registros de

utilização de ferramentas (GUIMARÃES, 2012). Esta habilidade é raríssima em

macacos arbóreos (FALÓTICO, 2011), entretanto comum em espécies do gênero

Sapajus (GARBER et al., 2012; LYNCH ALFARO et al., 2012a). Outra particularidade

da espécie é que a mesma possui os maiores grupo já registrados para macacos-

pregos, com registros de grupos com 40 (RODRIGUES et al., 2010) e 68 indivíduos

(BEZERRA, 2011).

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3

A dieta desses animais é composta de 77,06% de itens vegetais, 21,7% de

invertebrados e 0,7% de mel e favos de mel, sendo costumeiro o consumo de cana-de-

açúcar (VALENÇA-MONTENEGRO, 2011). No aspecto da dieta, essa espécie também

é singular, consumindo menor quantidade de táxons vegetais (entre 16-34 táxons)

registrados (VALENÇA-MONTENEGRO, 2011) que outros macacos-pregos (47-73

táxons) (SUSCKE, 2009).

Para a espécie S. flavius existe apenas relatos da biometria externa de um único

indivíduo (PONTES et al., 2006), não havendo, portanto, um perfil biométrico para a

espécie, tampouco uma caracterização da topografia visceral e uma da histológica do

sistema digestório. No que tange à saúde da espécie, existem apenas estudos sobre a

ecologia realizados na Estação Experimental de Camaratuba e na Reserva Particular

do Patrimônio Natural Engenho Gargaú, ambas na Paraíba (FIALHO & GONÇALVES,

2008; SEVCIUC & VALENÇA-MONTENEGRO, 2007) foram realizados.

Sendo assim, frente às lacunas de conhecimento sobre a espécie, em vias de

extinção, o presente estudo objetivou obter informações sobre aspectos morfológicos

externos e do trato digestório, além das condições de saúde e estudo das causas

mortes dos animais, por meio de exames patológico e histopatológico de uma

população mantida em cativeiro no CETAS/IBAMA de Cabedelo, PB.

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4

CAPITULO I

DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DE DUAS ESPÉCIES DE

Sapajus ENCONTRADAS NA PARAÍBA: S. libidinosus E O

RECÉM-REDESCOBERTO E JÁ CRITICAMENTE AMEAÇADO

MACACO-PREGO-GALEGO

Manuscrito submetido à revista Ciência Rural.

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5

Fo r

Ciência Rural

Descrição morfológica de duas espécies de Sapajus encontradas na Paraíba: S. libidinosus e o recém-

redescoberto e já criticamente ameaçado macaco-prego- galego

Journal: Ciência Rural

Manuscript ID: Draft

Manuscript Type: Original Article

Keyword: Conservação, Taxonomia, Morfologia, Sapajus flavius

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6

Descrição morfológica de duas espécies de Sapajus encontradas

na Paraíba: S. libidinosus e o recém-redescoberto e já criticamente

ameaçado macaco-prego-galego

Morphological description of two species of Sapajus found in

Paraíba: S. libidinosus and the newly descoveredy and endangered

Macgrave´s capuchin monkey

Max Bruno Magno BacalhaoI Millena de Oliveira FirminoII Raul Antunes Silva SiqueiraII

Ayodhya Cardoso RamalhoII Tarsila Almeida CavalcanteIII Thiago Ferreira Lopes NeryIV

Ricardo Romão GuerraI*

RESUMO

O Sapajus flavius e o libidinosus são duas espécies de macacos-pregos

encontrados no Estado da PB. O S. flavius ou macaco-prego-galego foi

recentemente redescoberto e está criticamente ameaçado de extinção, sendo

encontrado em fragmentos remanescentes de mata Atlântica do litoral do RN, PB,

PE e AL. O S. libidinosus tem uma distribuição e população maior, coexistindo do o

S. flavius na PB, entretanto, ocupando o oeste da PB, na caatinga. Frente à lacuna

no conhecimento sobre estas espécies foi realizada a descrição morfológica das

mesmas, envolvendo biometria externa, dos órgãos do trato gastrointestinal,

topografia visceral e a descrição anatômica. Apesar de a literatura descrever o S.

flavius como o menor dos Sapajus, concluímos que não há diferenças morfológicas

entre as espécies estudadas. Tais informações servem de subsídios para melhores

manejos visando a conservação das espécies e ajudar na classificação taxonômica

desse gênero recentemente modificado.

Palavras-chave: conservação, taxonomia, morfologia, Sapajus flavius.

ABSTRACT

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The Sapajus flavius and libidinosus are two species of capuchin monkeys

found in the PB Estate. S. flavius or Macgrave´s capuchin monkey was recently

rediscovered and is now critically endangered , found only remaining fragments of

Atlantic forest in RN , PB , PE and AL coast. S. libidinosus has larger population

and distribution, coexisting with S. flavius on the PB, however, occupying the

western PB, in the semi-arid. Since there is a lack of in knowledge on these species

was conducted morphological description of them, involving external and

gastrointestinal tract biometry, visceral topography and anatomical description.

Although the literature describing S. flavius as the lesser of Sapajus, we conclude

that there are not morphological differences between species. Such information

subsidizes best management practices for the conservation of the species and help

in the correct taxonomic classification of this genus recently modified.

Key-words: conservation, taxonomy, morfology, Sapajus flavius.

INTRODUÇÃO

O macaco-prego-dourado ou macaco-prego-galego (Sapajus flavius) é uma

espécie de macaco-prego que há muito se acreditava estar extinta, sendo

redescoberta recentemente (PONTES et al., 2006). Tais autores por pensar que se

tratava de uma nova espécie, a denominou erroneamente (OLIVEIRA & LANGGUTH

et al., 2006; VALENÇA-MONTENEGRO, 2011) como Cebus queirozi. Atualmente

existem apenas 26 populações ou áreas de relato com um número não catalogado

de indivíduos em fragmentos de Mata Atlântica do Rio Grande do Norte, Paraíba e

Pernambuco (OLIVEIRA & LANGGUTH, 2006; GUIMARÃES, 2012). Estando a

espécie incluída na Lista Vermelha da International Union of Conservation of Natura

como criticamente ameaçada de extinção (INCN, 2010).

Até recentemente (LYNCH ALFARO et al., 2012a, b; GARBER et al., 2012) o

S. flavius era chamado de Cebus flavius, ainda hoje tal espécie é, erroneamente,

chamada de C. flavius por alguns autores (VELENÇA-MONTENEGRO, 2011,

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TEIXEIRA et al., 2013). Tal mudança na classificação taxonômica ocorreu

primeiramente com SILVA (2001), que propôs a divisão dos macacos-pregos em 2

subgêneros: Cebus para os caiararas, mais esguios, distribuídos da Amazônia para

o norte, e Sapajus para os macacos-pregos, mais robustos e caracterizados por um

topete na cabeça, espalhados da Amazônia para o sul, na mata atlântica, cerrado e

caatinga (LYNCH ALFARO et al., 2012a). Hoje, através de amplas análises

genéticas (LYNCH ALFARO et al., 2012b; RUSSELL et al., 2013), ficou

demonstrado que os Cebus e Sapajus são gêneros distintos. Sendo assim, o C.

flavius passa a ser classificado como S. flavius, espécie a pouco conhecida apenas

por uma pintura do século XVIII, com quase nenhum estudo científico (GUIMARÃES,

2012; TEIXEIRA et al., 2013) e já criticamente ameaçado de extinção.

No Estado da Paraíba outra espécie de Sapajus coexiste, entretanto,

diferentemente da primeira que habita principalmente a faixa litorânea e fragmentos

de mata atlântica, o Sapajus libidinosus habita principalmente a caatinga (LYNCH

ALFARO et al., 2012b; RYLANDS et al., 2013). O S. libidinosus ocorre no Brasil

central e nordeste, a oeste e norte do rio São Francisco, e leste do rio Araguaia,

ocorrendo nos estados do Maranhão, Piauí, leste e centro do Rio Grande do Norte,

noroeste da Paraíba e oeste de Pernambuco e Alagoas. Há ocorrência também em

Minas Gerais, ao norte do rio Grande (RYLANDS et al., 2013). Seu estado de

conservação, ao contrário do S. flavius, é pouco preocupante (RYLANDS &

KIERULFF, 2008; RYLANDS et al., 2013).

A caracterização biométrica para essas duas espécies de primatas

neotropicais são incipientes. Existe apenas um trabalho publicado abordando a

biometria externa de um espécime de S. flavius (MENDES PONTES et al., 2006) e

nenhum para S. libidinosus. Estudos sobre a morfologia geral de tais espécies

inesistem. Mesmo para outras espécies de primatas não-humanos neotropicais são

escassos os estudos, sendo a maioria dos estudos envolvendo primatas do “velho

mundo”.

Sendo assim, frente às lacunas de conhecimento, o presente trabalho

objetivou caracterizar morfologicamente duas dessas espécies de primatas

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neotropicais encontradas no Estado da Paraíba, o S. flavius e o S. libidinosus,

através de populações mantidas em cativeiro, contribuindo para a elucidação da

divisão taxonômica da subfamília em questão, ainda controversa por alguns autores

(GUIMARÃES, 2012), e provendo subsídios para procedimentos clínicos, cirúrgicos

e nutricionais.

MATERIAL E MÉTODOS

Os S. flavius estudados foram oriundos de uma população de 8 indivíduos

vivos (7 machos e 1 fêmea), mantidos em cativeiro no CETAS/IBAMA em Cabedelo,

PB, situado na Mata do Amém; 4 carcaças (2 machos e 2 fêmea), oriundos também

de animais que vieram a óbito no CETAS/IBAMA e 1 fêmea oriunda do Parque

Zoobotânico Arruda Câmara em João Pessoa, PB (doado pelo CETAS). Os S.

libidinosus estudados foram oriundos de animais que vieram a óbito no

CETAS/IBAMA, sendo 7 machos e 5 fêmeas.

Os animais vivos foram contidos fisicamente com Puçá, em seguida, contidos

quimicamente com Xilazina 2% (2mg/Kg) associado a Cetamina 10% (10mg/Kg). Os

pesos dos animais para preparação das doses foram subjetivos, avaliando a relação

tamanho/massa corporal. Após a sedação os mesmos foram pesados em balança

pediátrica eletrônica (Welmy) e as medidas biométricas externas aferidas, sendo

elas: cabeça-corpo, cauda, patas, orelha, tíbia, fêmur, úmero e rádio-ulna,

circunferência do crânio, tórax e abdômen.

As carcaças também tiveram o peso e a biometria aferida. As mesmas foram

submetidos a necropsia sendo realizada uma incisão na linha Alba. As vísceras do

trato gastrointestinal (TGI) (dente canino, língua, esôfago cervical e torácico,

curvatura maior do estômago, intestino e ceco) foram medidas com auxílio de fita

métrica e paquímetro digital. Também foi avaliada a relação intestino/tamanho

corpóreo. A topografia das vísceras e a morfologia dos órgãos do sistema digestório

e respiratório foram descritas e catalogadas através de câmera digital (Kodak

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EasyShare M340, 10.2 MP). Os parâmetros biométricos foram comparados entre as

espécies pelo Test t (P≤0,05) no programa MiniTab.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Características fenotípicas e biométricas

As espécies estudadas possuíam fenótipos diferentes. As características

fenotípicas do S. flavius são descritas como diferentes das outras espécies de

Sapajus sp., devido seu menor peso, topete menos evidenciado e por possuírem os

pelos do corpo uniformemente amarelo-dourado (MENDES PONTES et al., 2006;

OLIVEIRA & LANGGUTH, 2006). Os animais estudados corroboram essas

descrições, a exceção do peso. Verificamos que o S. flavius possuiu o mesmo peso

do S. libidinosus, contrariando a literatura, pelo menos nesses espécimes do

Estado da Paraíba, que foram apreendidas pelo CETAS/IBAMA.

Os S. flavius estudados apresentaram dimorfismo sexual, uma vez que os

machos adultos eram mais robustos e tinham de uma prega escura sem pelos na

região ventral do pescoço, característica essa descrita apenas no espécime de

PONTES et al. (2006). Tal dimorfismo sexual é menos notório no S. libidinosus e

nas outras espécies de Sapajus (RYLANDS et al., 2013).

Os S. libidinosus possuiam coloração que tende a um amarelo ou bege, com

os membros de cor escura tendendo ao preto, assim como o topete, que possuia

forma espessa, conforme já descrito para a espécie em outras regiões do Brasil

(RYLANDS et al., 2005). Tal espécie já fora classificada como subespécie de S.

apella (GROVES et al., 2005). Os S. apella são mais escuros, mais numerosos,

apresentam maior distribuição geográfica entre os Sapajus, possuem diversas

subespécies e extendem-se até outros países como Equador, Bolívia e Peru

(ALVES et al., 2012; EISENBERG & REDFORD, 1999; GROVES et al., 2005;

LYNCH ALFARO et al., 2012a).

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As espécies de Sapajus estudadas, assim como as demais, diferem dos

Cebus, anteriormente mantidos no mesmo gênero (SILVA et al., 2001) por serem

mais robustos (ALFARO et al., 2012) e pela maior proeminência cranial (SILVA et

al., 2001). As medidas biométricas externas dos S. flavius e S. libidinosus

encontram-se no Tabela 1.

Foi verificado que não há diferenças biométricas externas significativas entre

os S. flavius e os S. libidinosus, entretanto, quando esses foram comparados com

3 exemplares de S. apella (dados não publicados), também mantidos no

CETAS/IBAMA, observou que estes tendem a possuir peso, comprimento de fêmur,

tíbia, cauda, circunferência crânio e de abdômen maiores que as outras duas

espécies. Tais resultados não corroboram PONTES et al. (2006); os mesmos

descrevem o S. flavius, no Estado de Pernambuco como sendo menor que as

demais espécies de Sapajus, entretanto, demonstramos que pelo menos no Estado

da Paraíba, o S. flavius e o S. libidinosus também são semelhantes

biometricamente.

VALENÇA-MONTENEGRO (2011), estudando populações livres de S.

flavius, também no Estado da Paraíba, descreve machos e fêmeas (jovens e

adultos) (2,172±320,95kg e 1,657±231,55kg, respectivamente), com pesos

semelhantes aos encontrados nesse trabalho. Ambos os valores para machos ainda

são menores que o macho de S. apella (2,505kg) mantido no mesmo

CETAS/IBAMA de Cabedelo, PB. PONTES et al. (2006) descrevem, em uma

população de Pernambuco, um S. flavius ainda maior com 2,920 kg e medidas para

cabeça-corpo, pé, tíbia, fêmur, mão, úmero e rádio, respectivamente de 40; 12; 15,3;

12; 8,4; 11,6 e 12,6 cm. Entretanto, esse animal possuiu cauda (41 cm) e orelha (2,9

cm) menores que em nosso estudo para a mesma espécie. A descrição biométrica

externa do espécime de PONTES et al. (2006) é a única existente para S. flavius

até o presente trabalho.

Apesar de mais numerosa e conhecida que o S. flavius, não existem estudos

biométricos para o S. libidinosus, apenas estudos comportamentais, visto que

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ambas as espécies utilizam-se de ferramentas rudimentares fato raro, mesmo para

primatas (CANELE et al., 2009; FALÓTICO et al., 2011).

Mesmo para outros primatas neotropicais, valores biométricos são raros. Para

circunferência abdominal os únicos valores encontrados são para bugio-ruivo

(machos 35,5; fêmeas 24,9 cm), macaco-da-noite (macho 8,6; fêmea 7,0 cm) e

mico-de-cheiro (macho 5,56; fêmea 3,07 cm) (SOUZA, 2013). Desses, apenas os

bugios-ruivos apresentam tal medida maior que as espécies por nós estudados.

A biometria do TGI (Tabela 1) também demonstrou não haver diferenças

entre as espécies estudadas. Tal semelhança demonstra a paridade entre os hábitos

alimentares das espécies. Não há na literatura estudos acerca da biometria do TGI

de primatas neotropicais..

Topografia

Observou-se consonância visceral entre as duas espécies estudadas.

Seguindo sentido crânio-caudal, observou a língua tendo como limite rostral os

dentes incisivos, caudal a laringe, lateral os dentes pré-molares e molares, dorsal o

palato duro e ventral com o músculo milo-hióide. O esôfago estendeu-se desde a

laringe cranialmente até o estômago caudalmente, percorrendo ao lado da taqueia

na vista esquerda do pescoço, passando pela cavidade torácica e penetrando na

cavidade abdominal com limite no cárdia. A traqueia seguiu medialmente no

pescoço vista ventral, estendendo-se da laringe até a bifurcação dos dois brônquios

na cavidade torácica. O pulmão foi dividido em dois hemipulmões independentes. O

fígado encontrou-se em íntimo contato com o diafragma pela face diafragmática e

com o estômago, curvatura menor, pela face visceral, sendo dividido em lobações,

assim como descrito para S. apella (ALVES et al., 2007). O estômago estendeu-se

do esôfago cranialmente até o intestino delgado caudalmente; sendo localizado na

porção crânio-lateral esquerda do abdomen. As alças intestinais se encontraram em

contato com o estômago na porção lateral-esquerda, com o fígado crânio-lateral

direito e com o baço na porção ventral (Figura 1C, J).

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Anatomia

Anatomicamente os órgãos também apresentaram semelhanças entre as

duas espécies, sendo assim, descritos conjuntamente. As espécies apresentaram

quantidade total de 36 dentes, distribuídos em duas arcadas dentárias, superior e

inferior, com fórmula dentária I2, C1, PM3, M3 em cada, assim como cuxiú de nariz-

vermelho (PINTO, 2008) e macaco-aranha (PAIS, 2011) (Figura 1A, B). Na língua foi

possível visualizar macroscopicamente 3 papilas valadas localizadas na base da

língua, sendo duas paralelas entre si e uma numa posição mais centro-caudal. As

papilas filiformes puderam ser observadas por toda extensão da língua (Figura 1D)

corroborando LOBO et al. (2014) para catita. A traqueia está situada caudal a laringe

(Figura 1E), seguindo medialmente até sua entrada na cavidade torácica e continua

até sua bifurcação terminal sobre o coração. A porção torácica desvia-se para a

direita, onde cruza o arco aórtico e relaciona-se latero-dorsalmente com o esôfago.

Os anéis de cartilagem possuem formato de “C” com músculo liso completando a

circunferência, á semelhança de carnívoros, cavalo (KONIG & LIEBICH, 2009), S.

apella (LEONEL et al., 2013) e macaco-de-cheiro (PINHEIRO et al., 2012).

Os hemipumões foram divididos em lobações, o lado direito possuiu lobos

cranial, médio, caudal e acessório; o lado esquerdo possuiu parte cranial e caudal

do lodo cranial e lobo caudal, a semelhança de lêmures (MAKUNGU et al., 2013)

sauim (CHAGAS et al., 2012). O hemipulmão direito era maior; ambos apresentaram

uma base (superfície diafragmática), um ápice, duas extremidades (costal e medial)

e três bordas (dorsal, ventral e basal) (Figura 1F) como a maioria das espécies

(KONIG & LIEBICH, 2004).

O estômago estava localizado na porção crânio-lateral esquerda do abdômen

(Figura 1G) apresentando formando comum a carnívoros domésticos (DYCE et al.,

2010). O fígado encontrava-se em íntimo contato com o diafragma pela face

diafragmática, corroborando ALVES et al. (2007) para S. apella e com o estômago

(curvatura menor), pela face visceral. Sendo as lobações: lobo lateral esquerdo, lobo

medial esquerdo, lobo quadrado, lobo medial direito, lobo lateral direito e processo

caudado (Figura 1H), sendo essa lobação comparável entre os animais domésticos

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ao suíno (KONIG & LIEBICH, 2004). O baço estava localizado na região hipogástrica

esquerda e apresentava coloração vermelho-vivo, possuindo extremidade dorsal,

mais afilada, e extremidade ventral, mais larga (Figura 1I), dentre os animais

domésticos, o que mais se aproxima em formato é o cão (DYCE et al., 2010). Tais

informações anatômicas para essas duas espécies tem importância, pois servem

como subsídios para intervenções clínicas e cirúrgicas nessas espécies.

CONCLUSÃO

O presente estudo estabelece pela primeira vez o perfil morfológico do S.

flavius e do S. libidinosus encontrado na Paraíba. Conclui-se, ao contrário do que

é encontrado na literatura, que o S. flavius não é menor e mais leve que as demais

espécies de Sapajus, sendo não significantes as diferenças para o S. libidinosus,

pelo menos no Estado da Paraíba. Tais informações servem de subsídios para

melhores estratégias de pesquisa, manejo nutricional, manejo clínico e cirúrgico das

espécies estudadas, visando sua conservação através de projetos de soltura, além

de ajudar na classificação taxonômica desse gênero recentemente modificado.

COMITÊ DE ÉTICA E BIOSSEGURANÇA

Execução através do convênio com o IBAMA n° 02019.00129/2009-12, liberação

da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) n° 0710/12 e SISBIO nº 35565-1.

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FIGURAS E TABELAS

Tabela 1- Medidas biométricas externas, peso e medidas biométricas internas de macacos das espécies Sapajus flavius e Sapajus libidinosus oriundos do CETAS-IBAMA/Cabedelo - PB.

Medidas biométricas externas S. flavius S. libidinosus

cm

Cabeça-Corpo 38,400±4,615a 36,292±3,093

a

Cauda 43,000±4,528a 42,083±2,811

a

Pé 7,660±0,365a 7,800±0,886

a

Pé com dedo 11,300±0,731a 11,800±0,789

a

Tíbia 12,600±0,894a 12,542±1,322

a

Fêmur 11,900±1,025a 11,708±0,689

a

Mãos 4,320±0,356a 4,050±0,358

a

Mãos c/ dedo 7,480±0,415a 7,725±0,685

a

Úmero 10,800±1,037a 10,042±1,233

a

Rádio 11,000±0,707a 10,333±0,913

a

Circ. Crânio 23,400±1,517a 22,833±1,193

a

Circ. Tórax 24,700±2,168a 22,933±1,621

a

Circ. Abdomen 17,520±2,297a 16,875±2,144

a

Orelha 3,700±0,742a 3,645±0,450

a

g

Peso 1,746±0,374a 1,565±0,303

a

Macho Fêmea Macho Fêmea

1,90±0,62 1,67±0,29 1,65±0,25 1,45± 0,36

Medidas biométricas do TGI S. libidinosus S. flavius

cm

Dente Canino 1,301±0,283a 1,351±0,037

a

Língua 5,025±0,171 a 5,175±0,386

a

Esôfago Cervical 5,581±2,323 a 5,325±1,053

a

Esôfago Torácico 7,033±1,95 a 6,050±1,684

a

Estômago Curvatura maior

17,089±2,080 a

19,001±2,464 a

Intestino 220,203±11,967 a 218,821±6,702

a

Ceco 4,461±1,140 a 5,125±0,629

a

Relação intestino/ tamanho

corporal

5,963±0,702 a

5,892±0,646 a

Comparação das médias das variáveis de biometria externa, interna e peso aplicando-se o Test t. Letras

diferentes representam significância ao nível de 5%.

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Figura 1 – Imagens fotográficas representativas de Sapajus flavius. A) Arcada dentária: a-incisivos superiores e inferiores, b-caninos inferiores. B) Crânio macerado de S. flavius: a-canino inferior, b-pré-molares inferiores, c-molares inferiores. C) Topografia in situ de S. flavius: a-pulmões, b-coração, c-fígado, d-vesícula biliar, e-omento, f-estômago, g-intestino grosso. D) Língua: a-papilas fungiformes, setas-papilas valadas. E) Língua: a-língua, b-esôfago, c-traqueia, seta-epiglote. F) Pulmão: a-lobo cranial direito, b-lobo medial direito, c-lobo caudal direito, d- porção cranial do lobo cranial esquerdo, e-porção caudal do lobo cranial esquerdo, f-lobo caudal esquerdo. G) Cavidade abdominal: a-fígado, b-estômago. H) Fígado: a-lobo hepático medial direito, b-lobo hepático lateral direito, c-lobo hepático medial esquerdo, d-lobo hepático lateral esquerdo, e-processo caudado do lobo caudado. I) Baço: a-extremidade ventral, b-extremidade dorsal. J) Imagem topográfica ex situ das vísceras do S. flavius: a-língua, b-esôfago, c-pulmão direito, d-pulmão esquerdo, e-fígado, f-estômago, g-baço, h-intestino grosso, i-cólon descendente, j-intestino delgado, l-rim, m-diafragma, seta-entrada da traquéia.

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CAPÍTULO II

ULCERATIVE AND GRANULOMATOUS ENTERITIS

ASSOCIATED WITH Molineus torulosus PARASITISM IN

NEOTROPICAL PRIMATES

Manuscrito submetido à revista Parasitology International.

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Elsevier Editorial System(tm) for Parasitology International Manuscript Draft

Manuscript Number:

Title: Ulcerative and granulomatous enteritis associated with Molineus torulosus parasitism in neotropical primates

Article Type: Case Report

Keywords: Sapajus flavius; Primates from the new world; Northeast Brazil; Diagnostic; Trichostrongylidae

Corresponding Author: Dr. Ricardo

Guerra, Corresponding Author's

Institution: UFPB

First Author: MAX BRUNO MAGNO BACALHAO, Veterinarian

Order of Authors: MAX BRUNO MAGNO BACALHAO, Veterinarian; RAUL ANTUNES SILVA SIQUEIRA, STUDENT ; MILLENA DE OLIVEIRA FIRMINO, STUDENT; THIAGO FERREIRA LOPES NERY, Veterinarian; Ricardo Oliveira Lucena, Doctor; Ricardo Guerra

Abstract: Eleven cases of Ulcerative and granulomatous enteritis associated with Molineus torulosus parasitism are presented in different species of neotropical primates of the Sapajus genus. All of the affected monkeys had been apprehended by the environmental police and were being treated in a rehabilitation center for wild animals. The clinical history was of weight loss and debility. During the necropsy, several nodules were found on the duodenum and proximal jejunum wall, with ulcers on the adjacent intestinal mucous, including the nodules in the pancreas of four monkeys. Historically, it was observed eossinophilic granulomas in the small intestine, associated with fibrosis, eggs and adult models of Trichostrongylidae, etiology consistent with Molineus torulosus. Other findings included secondary pneumonia, caused by Staphylococcus aureus, suggesting that this parasite predisposes the neotropical primates to infections by other opportunistic agents. The present work describes the first cases of parasitism in Sapajus flavius, a species previously considered extinctand recently rediscovered, and presents the occurrence of M. torulosus in two other species, Sapajus libidinosus and Sapajus apella.

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Ulcerative and granulomatous enteritis associated with Molineus

torulosus parasitism in neotropical primates

Max Bruno Magno Bacalhaoa, Raul Antunes Silva Siqueira

b, Millena de Oliveira Firmino

b,

Thiago Ferreira Lopes Neryc, Ricardo Barbosa de Lucena

a, Ricardo Romão Guerra

a*

aPost-Graduation Program in Animal Science, Department of Veterinary Science. Federal University of Paraíba

(UFPB),Campus II, 58700-000, Areia, PB, Brazil. E-mail: [email protected]*Author for correspondence

bAcademic of Veterinary Medicine, Department of Veterinary Science.Federal University of Paraíba (UFPB)

c Zoo and

Botanical Park Arruda Câmara of João Pessoa, Paraíba, Brazil

Abstract

Eleven cases of Ulcerative and granulomatous enteritis associated with

Molineus torulosus parasitism are presented in different species of neotropical

primates of the Sapajus genus. All of the affected monkeys had been apprehended by

the environmental police and were being treated in a rehabilitation center for wild

animals. The clinical history was of weight loss and debility. During the necropsy,

several nodules were found on the duodenum and proximal jejunum wall, with ulcers

on the adjacent intestinal mucous, including the nodules in the pancreas of four

monkeys. Historically, it was observed eossinophilic granulomas in the small intestine,

associated with fibrosis, eggs and adult models of Trichostrongylidae, etiology

consistent with Molineus torulosus. Other findings included secondary pneumonia,

caused by Staphylococcus aureus, suggesting that this parasite predisposes the

neotropical primates to infections by other opportunistic agents. The present work

describes the first cases of parasitism in Sapajus flavius, a species previously

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considered extinctand recently rediscovered, and presents the occurrence of M.

torulosus in two other species, Sapajus libidinosus and Sapajus apella.

Keywords: Sapajus flavius; Primates from the new world; Northeast

Brazil;Diagnostic;Trichostrongylidae.

The genus Sapajus comprehends neotropical primates, from the Cebidae

family, subdivided in different species, found in big part of the Brazilian territory [1].

Some species of primates from this genus are included in the list of the critically

threatened of extinction [2], like the case of the Macgrave´s capuchin monkey (Sapajus

flavius), a species endemic of Northeast Brazil, considered for a long time extinct and

recently rediscovered in parts of the Atlantic Rainforest [3].

The knowledge of the helminthic fauna pertinent to the Brazilian neotropical

primates, including the Sapajus genus, is insufficient. Few studies refer to the

description of parasites in the wild New World primates [4], and are even more rare the

studies that correlate the parasitism with the clinical and pathological aspects in these

animals [5]. The parasite Molineus torulosus (Nematoda, Trichostrongylidae) has been

described in neotropical primates, as Sapajus apella (previously Cebus apella), Aotus

sp. and Saimiri sp., in some areas of South America [6,7,4], but there still are few

descriptions of this parasite in primates in Brazil [8]. In the authors’ knowledge,

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there is no description of this parasitism in Sapajus libidinosus. As a result of the few

models of wild Sapajus flavius or kept in captivity, there is no description of the

occurrence of the parasites in this species.

The present study has the purpose of describing the occurrence of M. torulosusin

different species of parasites of the Sapajus genus kept in a center of rehabilitation in

the northeast of Brazil, including the first description of this parasite in S. flavius and

Sapajus libidinosus, and evaluate the clinical and pathological aspects associated with

the infection by this parasite.

Eleven capuchin monkeys were identified with nodules in the intestinal serosa

in a study involving 20 necropsies of capuchins of three different species, performed

in the Histology Laboratory and Veterinary Pathology of the Federal University of

Paraíba. The capuchin monkeys with intestinal lesions were classified and identified

as four of the Sapajus flavius specie, five Sapajus libidinosus and two Sapajus

apella, originated from a center of rehabilitation of wild animals in the State of

Paraíba, northeast of Brazil (CETAS/PB). The primates were submitted to necropsy

after natural death, with a historic of progressive weight loss and weakness. A

complete necropsy was performed on all of the animals, all of the lesions and

fragments of all the internal organs were identified and described, including the

samples of skin and brain, were placed in 10% neutral buffered formalin. The sample

was embedded in paraffin, sectioned at 3 μm-thick pieces and stained with

haematoxylin and eosin (H&E). The histopathological lesions were described, including

a detailed identification and description of the structures of the parasites associated to

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the lesion.

The necropsy findings on all of the primates included emaciation and multiple

grayish-tan nodules of 0.5-2 cm in diameter, at times convalescent, forming masses in

the small intestine serosa, predominately duodenum, the first third of the jejunum, and

also in the pancreas of four primates (Figure 1A). Some nodules would invade the

intestinal mucous and submucosa, with contiguity to the intestine’s lumen in the form

of ulcers up to 5 mm in diameter, covered with fibrin and hemorrhage. In the cut, the

nodules presented thick and firm walls, with a necrotic friable center, at times

mineralized. In two cases It was possible to observe the presence of adult worm, with

approximately 1 cm in length (Figure 1B, C). The mesenteric lymph nodes were

enlarged and reddish. Microscopic examination of the small intestine revealed

markedly expansion and compression of the tunica muscularis and elevation of the

overlying serosa in the granulomas. The granulomas are composed of numerous

epithelioid macrophages, eosinophils, degenerate and viable neutrophils surrounding

multiple cross and tangential sections of adult nematodes, eggs and eosinophilic

homogenous material (Splendore-Hoeppli material) (Figura 1B, C). The granulomas

are surrounded by a discontinuous fibrous capsule which is subtended by numerous

lymphocytes and plasma cells. Multifocally, there are bands of collagen throughout the

granuloma. The nematodes are up to 120 µm; have a 5 µm thick cuticle with evenly

spaced longitudinal cuticular ridges; a pseudocoelom; platymyarian/coelomyarian

musculature; and a prominent digestive tract lined by few multinucleate cells with a low

brush border. Eggs are 30-50 µm in diameter and thin shelled. Previously described

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inflammatory cells extend into the overlying serosa and superficial submucosa and

mildly expand the lamina propria (Figure 1D). Ulcerated areas of the intestine

contained numerous viable and degenerate polymorphs and granulation tissue.

Diffusely, there is mild follicular hyperplasia of the gut-associated lymphoid tissue.

In two monkeys, the large mesenteric blood vessels and vessels at the periphery of

the granulomas were altered by the worms and Molineus eggs. In the pancreas of the

four hosts, neutrophilic and lymphocytic periductular pancreatitis with intraductular

nematodes and eggs were observed, associated with mild desquamation of

epithelium. Five hosts also had mild, subacute lymphoplasmacytic mesenteric and

pancreatic lymphadenitis. Invasion of the host’s vascular system (mesenteric) induced

fibrin thrombi associated with Molineus eggs.

In the other evaluated organs, no lesions associated with Molineus eggs

parasitism were observed. Other intercurrent lesions included traumatic lacerations

on the skin, pneumonia, pleuritis and pulmonary abscess associated with the infection

by Staphylococcus aureus.

In the authors’ knowledge, the present work described the first cases of the

parasitism by M. torulosus in blond capuchin (S. flavius). A species of non-human

neotropical primates until recently considered extinct in nature, rediscovered and

currently included in the red list of the species with high risk of extinction [2]. Despite

the primates of the present study present other intercurrent lesions, non-related to the

parasitism by M. torulosus, the high parasitic infestation, associated to severe ulcers in

the small intestine certainly contributed to stress, weight loss and cachexia, resulting in

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severe debilitation and consequently infection by opportunist bacteria, like

Staphylococcus sp. The knowledge of any illness that affects animals threatened by

extinction is fundamental so that the programs of rehabilitation and conservation of the

species succeed. Fluke morphology, size, tissue location, and host, in the present

case, were consistent with an identification key of Molineus torulosus [6].

M. torulosusis a small parasite from the Secernentea class, Strongylida

order and Trichostrongylidae suborder, that affects the upper digestive system,

including pylorus, small intestine and occasionally the pancreas, but it never affects the

terminal portion of the jejunum or the ileum [4]. In the present study, the pancreatic

lesions were moderate or discrete from subacute to chronic character. However the

intestinal lesions were severe, characterized by accentuated inflammation, ulceration

and hemorrhage. Different from the lesions caused by other trichostrongylus

that basically resulted in peeling and subsequently inflammation of the epithelium

digestório, the parasitism by M. torulosus in primates cause profound lesions on the

intestinal wall, resulting on the perforation of the epithelium, as well as of the

propria mucosae and muscularis mucosae [9]. The cycle of life of these parasites is still

not fully known, it is known that the infective larvae (L3) penetrates the epithelium

and burrows into the submucosa, with subsequent larvae maturation and deposits

eggs, occurring the formation of the submucosal granulomas. The eggs are expelled

through channels from the granuloma into the intestinal lumen. The host’s vascular

system invasion results in the formation of fibrin thrombus. Alternatively, the

extraintestinal migration by the hematogenous route (via portal vein) or by direct

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tissue penetration has, as consequence, chronic pancreatitis. Due to the major severity

of the lesions when compared to the parasitism by other trichostrongylus, the capuchin

monkeys possibly represent unnatural hosts of M. torulosus [9]. In our study, the

lesions had similar severity in different species of capuchin evaluated, suggesting that

the genus Sapajus presents similar susceptibility to the infection by M. torulosus.

In conclusion, the present study represents the first description of the parasitism

in blond monkeys and demonstrates that the infection by M. torulosuscan cause

severe debility in these primates, comprehending their quality of life and

predisposition to the infection by other pathogens. Consequently, the parasitism

by M. torulosuss hold always be considered and investigated in Sapajus sp. with

history of progressive weight loss and debility, since the different species of

primates of this genus show signs and lesion similar before this parasite.

Conflict of interest

We declare that we have no conflict of interest

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Figure 1- Photographic image and photomicrographies of small intestine of capuchin monkeys. (A) Serosa parasitaries nodules (arrows). (B) Granuloma, eosinophilic, with fibrosis, adult trichostrongylids, and eggs, etiology consistent with Molineus torulosus. Sections of nematodes are surrounded by cellular debris, many viable and degenerate inflammatory cells and further surrounded by a thick fibrous capsule. (C) Nematodes are surrounded by viable and degenerate neutrophils. Note the external cuticular ridges (arrowheads) and pseudocoelom (P). (D) The lamina propria and superficial submucosa are expanded by inflammatory cells, composed of epithelioid macrophages, lymphocytes and eosinophils.

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