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Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 1
PRESTAO DE CONTAS DO PREFEITO
EXERCCIO DE 2012
Municpio de Florianpolis
Data de Fundao 23/03/1726
Populao: 433.158 habitantes (IBGE - 2012)
PIB: 9.806,53 (em milhes)
(IBGE - 2010)
1110
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 2
S U M R I O
INTRODUO ...................................................................................................... 4
1.1. MANIFESTAO DO PREFEITO MUNICIPAL ............................................. 5
1.2. RESTRIES APURADAS NA ANLISE PRELIMINAR (RELATRIO N
2096/2013) ............................................................................................................ 5
2. CARACTERIZAO DO MUNICPIO ............................................................. 32
3. ANLISE DA GESTO ORAMENTRIA ..................................................... 34
3.1. Apurao do resultado oramentrio ..................................................................... 35
3.2. Anlise do resultado oramentrio ......................................................................... 36
3.3. Anlise das receitas e despesas oramentrias ...................................................... 37
4. ANLISE DA GESTO PATRIMONIAL E FINANCEIRA ................................ 45
4.1. Situao Patrimonial ............................................................................................... 45
4.2. Anlise do resultado financeiro .............................................................................. 46
4.3. Anlise da evoluo patrimonial e financeira ......................................................... 47
5. ANLISE DO CUMPRIMENTO DE LIMITES .................................................. 51
5.1. Sade ....................................................................................................................... 51
5.2. Ensino ...................................................................................................................... 53
5.2.1. Limite de 25% das receitas de impostos e transferncias ............................... 53
5.2.2. FUNDEB............................................................................................................. 55
5.3. Limites de gastos com pessoal (LRF) ....................................................................... 58
5.3.1. Limite mximo para os gastos com pessoal do Municpio ............................... 58
5.3.2. Limite mximo para os gastos com pessoal do Poder Executivo ..................... 59
5.3.3. Limite mximo para os gastos com pessoal do Poder Legislativo ................... 60
6. DO FUNDO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANA E DO
ADOLESCENTE - FIA ......................................................................................... 62
7. DO CUMPRIMENTO DA LEI COMPLEMENTAR N 131/2009 E DO
DECRETO FEDERAL N 7.185/2010 ................................................................. 64
8. DO CUMPRIMENTO DO ARTIGO 42 DA LEI DE RESPONSABILIDADE
FISCAL - LRF ...................................................................................................... 68
9 - AUDITORIA OPERACIONAL SISTEMA DE FISCALIZAO DE TRNSITO
NO MUNICPIO DE FLORIANPOLIS ............................................................... 72
10. RESTRIES APURADAS .......................................................................... 73
11. SNTESE DO EXERCCIO DE 2012 ............................................................. 75
1111
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 3
CONCLUSO ..................................................................................................... 76
ANEXO ............................................................................................................... 79
APNDICE .......................................................................................................... 80
1112
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 4
PROCESSO PCP 13/00414755
UNIDADE Municpio de Florianpolis
RESPONSVEL Sr. Drio Elias Berger - Prefeito Municipal
ASSUNTO Prestao de Contas do Prefeito referente ao ano de 2012 - Reinstruo
RELATRIO N 5414/2013
INTRODUO
O Tribunal de Contas de Santa Catarina, no uso de suas
competncias para a efetivao do controle externo consoante disposto no artigo
31, 1, da Constituio Federal e dando cumprimento s atribuies assentes
nos artigos 113 da Constituio Estadual e 50 e 54 da Lei Complementar n
202/2000, procedeu ao exame das Contas apresentadas pelo Municpio de
Florianpolis, relativas ao exerccio de 2012.
O presente Relatrio abrange a anlise do Balano Anual do exerccio
financeiro de 2012 e as informaes dos registros contbeis e de execuo
oramentria enviadas por meio eletrnico, buscando evidenciar os resultados
alcanados pela Administrao Municipal, em atendimento s disposies dos
artigos 20 a 26 da Resoluo n TC-16/94 e artigo 22 da Instruo Normativa n
TC-02/2001, bem como o artigo 3, I da Instruo Normativa n TC-04/2004.
A referida anlise deu-se basicamente na situao Patrimonial,
Financeira e na Execuo Oramentria do Municpio, no envolvendo o exame
de legalidade e legitimidade dos atos de gesto, o resultado de eventuais
auditorias oriundas de denncias, representaes e outras, que devem integrar
processos especficos, a serem submetidos apreciao deste Tribunal de
Contas.
No que tange a anlise da situao Patrimonial e Financeira foram
abordados aspectos sobre a composio do Balano, apurao do resultado
financeiro e de quocientes patrimoniais e financeiros para auxiliar a anlise dos
resultados ao longo dos ltimos cinco exerccios.
Registre-se que a mdia regional indicada no presente relatrio
corresponde respectiva Associao de Municpios que abrange Florianpolis,
sendo que as mdias apresentadas foram geradas em 04/12/2013.
Com referncia a anlise da Gesto Oramentria tomou-se por base
os instrumentos legais do processo oramentrio, a execuo do oramento de
forma consolidada a apurao e a evoluo do resultado oramentrio,
1113
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 5
atentando-se para o cumprimento dos limites constitucionais e legais
estabelecidos no ordenamento jurdico vigente.
1.1. MANIFESTAO DO PREFEITO MUNICIPAL
Procedido o exame das contas do exerccio de 2012 do Municpio, foi
emitido o Relatrio n 2096/2013, integrante do Processo PCP 13/00414755.
Referido Processo foi tramitado ao Exmo. Auditor Relator, que
autorizou a DMU efetuar a abertura de prazo para manifestao do Responsvel
poca, Sr. Drio Elias Berger - Prefeito Municipal, sobre as restries contidas
no Relatrio supra, em observncia ao disposto no art. 52 da Lei Complementar
n 202/2000 e art. 57, 3 do Regimento Interno, o que foi efetuado atravs do
Ofcio TCE/DMU n 16.792, de 22/10/2013.
Conforme solicitao do Exmo. Auditor Relator, o Prefeito Municipal,
pelo Ofcio s/n de 25/11/2013, apresentou alegaes de defesa (assim como
remeteu documentos) sobre as restries contidas no aludido Relatrio, estando
anexadas s folhas 911 a 1095 dos autos.
Assim, retornaram os autos a esta Diretoria para a devida reinstruo.
1.2. RESTRIES APURADAS NA ANLISE PRELIMINAR
(RELATRIO N 2096/2013)
1.2.1 RESTRIES DE ORDEM LEGAL
1.2.1.1 Obrigaes de despesas liquidadas at 31 de dezembro de
2012 contradas pelo Poder Executivo sem a correspondente
disponibilidade de caixa de RECURSOS ORDINRIOS e
RECURSOS VINCULADOS para o pagamento das
obrigaes, deixando a descoberto DESPESAS ORDINRIAS
no montante de R$ 76.639.915,57 e DESPESAS
VINCULADAS s Fontes de Recursos (FR 0 - R$
17.983.604,30; FR 18 e 19 - R$ 198.660,50; FR 65 - R$
609.026,60; FR 72 - R$ 3.194.204,93 e FR 78 - R$
184.508,75), no montante de R$ 22.070.674,83, evidenciando
o descumprimento do artigo 42 da Lei Complementar n
101/2000 (Captulo 8, deste Relatrio).
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
1114
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 6
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel s fls. 912 a 939 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
O Responsvel trouxe baila alguns aspectos preliminares,
os quais passa-se ao exame:
1) Banco Santos Excluso no Ativo Financeiro do saldo da
Conta n 12.515-2, no valor de R$ 10.951.984,20, a ttulo de
Proviso para Perdas
O Gestor alega que o saldo desta conta foi considerado pelo
Tribunal de Contas de 2004 a 2011 como Ativo Financeiro
Disponvel e cita a Deciso n 3.466/2007, que determinou o
arquivamento do Processo n PDI 06/00429660.
Sobre a anlise das contas de 2004, o Responsvel trouxe
cpia de parte do Relatrio n 3.560/2005, de instruo (fls.
976 a 981 dos autos). Contudo, este Relatrio preliminar. O
Relatrio de Reinstruo o n 5.046/2005.
Consta no item A.4.2.2.1, do Relatrio n 5.046/2005,
observao acerca da existncia de valores no Ativo
Financeiro, a ttulo de Responsabilidades Financeiras,
Suprimentos e Aplicao no Banco Santos, inclusive com a
seguinte ressalva:
Somados, estes valores montam R$
26.260.911,19, reduzindo o Ativo Financeiro para
R$ 25.891.460,45 e por consequncia elevando
o dficit financeiro para R$ 53.708.778,97.
Esta ressalva teve o objetivo de evidenciar que havia valores
registrados no Ativo Financeiro que no estavam em
conformidade com os Princpios Contbeis. Todavia a
Instruo considerou que foi o primeiro mandato completo
aps a edio da Lei Complementar n 101/2000 e que
caberia a advertncia.
Nas contas do exerccio de 2008 a situao se repetiu. Diante
da reincidncia, a Diretoria de Controle dos Municpios ajustou
o resultado financeiro, segundo item A.4.2.3 do Relatrio n
1115
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 7
5.034/2009, o que foi acolhido no Voto do Relator Original do
Processo.
Assim, o posicionamento tcnico da Diretoria e do Auditor
Relator, que acompanhou a anlise das referidas contas,
foram na mesma direo. Inclusive o Voto apresentado na
sesso era no sentido da emisso do parecer pela rejeio
das contas.
Ocorre que foi adotado o Parecer do MPjTC e acolhido como
voto divergente, culminando com o Parecer Prvio n
285/2009, que recomendou Cmara de Vereadores a
aprovao das contas do exerccio de 2008.
Frisa-se, porm, que a Diretoria de Controle dos Municpios e
o Relator entenderam pela obrigao de ajuste do Ativo
Financeiro.
Neste exerccio (2008), o Gestor, em sua resposta, trouxe a
Deciso n 3.466/2007, referente ao processo de autos
apartados das contas de 2004.
A irregularidade que constou no Processo PDI n
06/00429660 foi a da Transferncia do valor de R$
30.549.343,24 do Fundo Municipal de Previdncia Social para
a Prefeitura Municipal, caracterizando desobedincia Lei
9717/1998, art. 6, V, artigo 18 e 38 da Orientao Normativa
SPS n 02/2002 c/c art. 8, pargrafo nico, da Lei
Complementar n 101/00.
O Tribunal Pleno, assim decidiu:
6.1. Determinar o arquivamento dos presentes
autos, em razo da inexistncia da irregularidade
apontada pela Instruo, haja vista que as regras
fixadas pelas Resolues ns. 2652/1999 e
3244/2004 no se aplicam aos recursos prprios
da Prefeitura Municipal de Florianpolis, que no
estavam aplicados no Fundo Previdencirio por
inexistente.
Depreende-se da deciso citada, que o arquivamento se deu
pelo entendimento de que os recursos financeiros no
estavam investidos no Fundo Previdencirio, em 2004, por
inexistente poca, e que as regras fixadas pelas Resolues
1116
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 8
ns 2.652/1999 e 3.244/2004 no se aplicam ao caso em
questo. Portanto, a Deciso n 3.466/2007 no trata da
questo de contabilizao do saldo do Banco Santos dentro
do Ativo Financeiro.
Nesse sentido preciso deixar consignado que no existe
nenhum pronunciamento deste Tribunal de Contas, dando
conta que tal valor deveria ser considerado para todos os
efeitos legais como um Ativo Financeiro.
O Ativo Financeiro por excelncia representado por valores
numerrios, ou crditos e valores realizveis, ou seja, que
sero realizados (transformados) em numerrio, conforme
estabelece o art. 105, 1 da Lei n 4.320/64. Logo, se um
determinado ativo no pode ser transformado em numerrio,
ou se essa realizao bastante duvidosa, tal ativo no pode
ser considerado financeiro.
Contabilmente, diante da situao ftica da decretao da
falncia do Banco Santos S/A em 20 de setembro de 2005,
caberia ao municpio realizar uma Proviso para Perdas em
Investimentos, visando demonstrar no Balano Patrimonial o
valor realmente suscetvel de realizao. At porque, se a
falncia foi decretada pelo Poder Judicirio, bvio que a
massa falida no possui bens suficientes para pagar todos os
credores, logo, esse valor no ser realizado.
O Responsvel se manifesta tambm sobre as contas de
2011, onde no teria sido efetuado o ajuste em questo.
Sobre este exerccio h que se fazer algumas ponderaes.
Em primeiro lugar, a anlise das contas de ano de final de
mandato diferente daquelas que no se referem a exerccio
de final de mandato, principalmente pela necessidade de
apurao do artigo 42 da Lei de Responsabilidade Fiscal nos
ltimos anos da gesto dos Prefeitos.
Sendo assim, o exame das contas de 2011, sob o aspecto
financeiro, deu-se de forma mais sinttica, com base no
Balano Anual. E pelo Balano Patrimonial no foi possvel
identificar esta situao do saldo do Banco Santos. At
porque o Anexo 14 do Balano demonstra os saldos
agrupados e no se debruou sobre os razes contbeis do
1117
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 9
Sistema e-Sfinge.
Como nas contas de 2011 no se procedeu a anlise mais
detalhada e aprofundada da composio financeira, em razo
da no apurao do artigo 42, da LRF, e como o Balano
Patrimonial no permitiu a identificao deste saldo (o saldo
aparece dentro de uma conta sinttica denominada Outros
Bancos), no foi possvel a realizao do ajuste.
Outro fator que pesa nesta argumentao, que o prprio
Responsvel aduz que 75% da equipe de Auditores que
examinou as contas de 2011 tambm o fez em 2012,
evidenciando que no houve alterao dos procedimentos
tcnicos ou quebra de critrios, mas diferena da sistemtica
de anlise, por conta das peculiaridades dos exerccios (final
de mandato).
Em 2012, por exemplo, foram realizadas vrias auditorias,
para fins de subsidiar a anlise das contas, e nem por isso
outro municpio poderia afirmar que Florianpolis foi
beneficiado pelo fato de no ter sido auditado.
Assim, ao efetuar a anlise das contas de 2012, com maior
nfase nas disponibilidades e compromissos financeiros, a
Diretoria de Controle dos Municpios, como sempre o faz nos
anos de final de mandato, aprofundou a anlise deste aspecto
e identificou, via Sistema e-Sfinge, o Saldo do Banco Santos
de R$ 10.951.984,20, como Outros Bancos, com a descrio
da conta bancria de Proviso para perdas Investimento
Banco Santos. Diga-se que a descrio utilizada para a conta
bancria no adequada, tendo em vista no tratar-se de
uma proviso, e sim, o saldo da referida conta bancria. At
porque, provises de ativo possuem natureza credora
(chamadas contas redutoras ou retificadoras), enquanto que
as contas bancrias possuem natureza devedora.
Deste modo, resta claro que a Diretoria de Controle dos
Municpios sempre pautou sua anlise em critrios objetivos e
imparciais, primando pelo juzo tcnico e que no houve
qualquer ajuste indito, alterao de metodologia ou algo que
se possa afirmar na tentativa de denegrir o trabalho realizado
pelo seu corpo funcional.
1118
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 10
Ante o exposto, entende-se que tais valores no podem
integrar o Ativo Financeiro.
2) COMCAP Excluso no Ativo Financeiro no valor de R$
10.039.784,40, a ttulo de Valores em
Trnsito/Responsabilidades Financeiras
O Responsvel afirma que se trata de despesas executadas,
pagas e no empenhadas por falta de dotao oramentria.
H que se louvar a sinceridade do responsvel, que vem
perante esta Corte de Contas confirmar que executou mais de
dez milhes de reais de despesas sem autorizao legislativa,
e sem o prvio e obrigatrio empenho, conforme lei em vigor
desde 1964 (Lei n 4.320/64, art. 60).
Na prtica o que ocorreu foi o seguinte (fls. 1099/1101):
Ao longo do exerccio de 2012 a unidade COMCAP
Companhia de Melhoramentos da Capital realizou uma srie
de despesas, tais como: contribuies a entidades de
previdncia privada, auxlio-alimentao, obrigaes
tributrias e contributivas, principal da dvida contratual
resgatada, outros servios de terceiros - pessoa fsica,
vencimentos e vantagens fixas, etc., que totalizaram o valor
de R$ 10.347.272,86.
Esse montante foi realizado sem autorizao legislativa e sem
o empenho prvio, conforme histrico do prprio registro
contbil, vide fls. 1099/1101.
Quando da realizao dessas despesas o recurso financeiro
era transferido da conta 1.1.1.1.2.99.22 - Banco do Estado de
Santa Catarina para conta 1.1.2.6.9.00.00 - Outros Valores
em Trnsito.
De acordo com o Plano de Contas - essa conta Outros
Valores em Trnsito - registra a transferncia de saldos
bancrios entre contas da Unidade Gestora, entre unidades
gestoras de mesma gesto ou entre conta nica do INSS e do
Tesouro Nacional, ou seja, a referida conta jamais poderia ser
utilizada para o caso em tela, tendo em vista que o numerrio
no est em trnsito, e sim, j est na posse do fornecedor da
1119
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 11
COMCAP.
Durante o exerccio de 2012 foram efetuados alguns
empenhos dessas despesas, que totalizaram o valor de R$
1.622.904,98, quando do empenhamento dessas despesas e
aps a liquidao, os recursos registrados em Outros Valores
em Trnsito retornavam para conta Bancos, sendo ento
efetuado contabilmente o pagamento do fornecedor, repita-se,
contabilmente, tendo em vista que o fornecedor j havia
recebido o referido valor.
Nesse sentido, considerando o saldo inicial de R$
1.315.416,52 e as despesas executadas a margem da
legislao que totalizaram o valor de R$ 10.347.272,86,
menos os valores que foram baixados aps o empenhamento
no valor de R$ 1.622.904,98, restaram no Ativo Financeiro na
citada conta o valor de R$ 10.039.784,40.
Registra-se que no so necessrios muitos argumentos, nem
jurdicos e nem contbeis, para compreender que valores que
no esto mais em poder da administrao pblica no
podem ser considerados ativos financeiros, aptos para
abertura de crditos adicionais, bem assim para cobrir
eventuais resultados oramentrios deficitrios.
Nos termos do ordenamento jurdico, constitui crime ordenar
despesa no autoriza por lei, conforme art. 359-D, do Cdigo
Penal Brasileiro.
O artigo 167, II, da Constituio Federal, assim dispe:
Art. 167. So vedados:
[...]
II - a realizao de despesas ou a assuno de
obrigaes diretas que excedam os crditos
oramentrios ou adicionais;
Esta situao extremamente grave. O municpio de
Florianpolis realizou gastos, sem a existncia de oramento
e efetuou os pagamentos. A Constituio Federal veda
expressamente esse procedimento.
A Deciso normativa n 06/2008, alterada pela Deciso
1120
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 12
Normativa n 11/2013, no seu artigo 9, diz que:
Art. 9 As restries que podem ensejar a
emisso de Parecer Prvio com recomendao
de rejeio das contas prestadas pelo Prefeito,
dentre outras, compem o Anexo I, integrante
desta Deciso Normativa, em especial as
seguintes:
I
II ORAMENTO - Realizao de despesas ou
assuno de obrigaes diretas que excedam os
crditos oramentrios e adicionais (Constituio
Federal, art. 167, II).
Alguns municpios catarinenses possuem oramento
semelhante ao valor da irregularidade que ora se discute. Em
princpio, seria como se esses municpios tivessem executado
todas as despesas sem autorizao oramentria para tal,
descumprindo no s a Constituio Federal, mas vrias
outras normas legais oramentrias e financeiras (Lei n
4.320/64, Lei Complementar n 101/2000, etc).
Mesmo com esta situao de grave afronta, a Unidade
registrou o valor de R$ 10.039.784,40, pago sem dotao
oramentria, como um recurso disponvel seu, dentro do
Ativo Financeiro.
Ora, este valor j foi pago aos credores, no retornar aos
cofres do Municpio. Houve, sim, irregularidade nos
procedimentos contbeis e nos atos dos gestores que
ordenaram tais despesas, em flagrante ofensa Constituio
e demais normas legais aplicveis matria, que permitiram
essa distoro do Balano Patrimonial.
Como aceitar que este valor possa servir de lastro financeiro
para a assuno de compromissos se j foi totalmente
utilizado, carecendo somente de regularizao contbil?
Novamente reporta-se, que nas contas do exerccio de 2004
houve ressalva sobre a existncia de saldo de
Responsabilidades Financeiras dentro do Ativo Financeiro,
indicando a necessidade de ajuste, ainda que a origem era
totalmente diferente, pois do valor de R$ 5.615.241,81, R$
5.381.186,91 referiam-se a lanamento na responsabilidade
1121
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 13
do Ex-Prefeito Srgio Grando.
A situao em comento mais grave, pois s a realizao de
despesas sem crditos oramentrios j poderia ensejar a
recomendao de parecer pela rejeio das contas, conforme
Deciso Normativa n 06/2008.
Diante do exposto, a Instruo entende que o valor dos
gastos da COMCAP, pagos, sem o devido empenhamento,
no podem compor o Ativo Financeiro do Municpio.
3) Incorporao ao Passivo Financeiro do valor de R$
9.573.223,73, de despesas liquidadas, empenhadas e
canceladas e/ou no empenhadas
Este valor teve origem na resposta da atual gesto ao Ofcio
Circular n 7.020/2013.
O Responsvel inicialmente menciona o Decreto n 10.447,
de 19/12/2012 (fls. 1013/1014), que no seu artigo 1
estabelece o dia 10 de dezembro de 2012, como prazo final
para o empenhamento das despesas da Prefeitura Municipal,
das Fundaes, das Autarquias, dos Fundos e da Empresa de
Economia Mista, excetuando to somente as despesas
referentes a folha de pagamento, os encargos sociais e
trabalhistas, os contratos da dvida fundada e outras despesas
eventuais, desde que devidamente justificadas e autorizadas
pelo Prefeito Municipal (pargrafo nico do artigo 1).
E assevera que grande parte das despesas relacionadas e
ajustadas no Passivo Financeiro tem datas em documentos
fiscal/outros posterior data fixada pelo Decreto n
10.447/2012.
A questo que o Decreto supra deveria limitar a 10 de
dezembro a realizao de gastos pblicos. Limitar somente o
empenhamento e permitir a realizao das despesas significa
deixar de registr-las na contabilidade.
A contabilidade, enquanto Cincia, regida por Princpios e
Normas, no deve se constituir em meio para evidenciar o
resultado oramentrio e financeiro desejado pela
Administrao, ignorando o dever de representar fielmente a
1122
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 14
real situao da Entidade.
A partir do momento em que a contabilidade deixa de
escriturar as despesas, os demonstrativos contbeis perdem a
sua confiabilidade e os resultados apurados se tornam
fictcios.
A Lei Complementar n 101/2000, j no artigo 1, preza pela
responsabilidade na gesto fiscal, planejamento,
transparncia e equilbrio nas contas pblicas. Porm, tudo
isto deve ser buscado de forma efetiva, controlando os gastos
e no simplesmente ordenando o no registro das despesas.
Toda despesa pblica (oramentria) precedida de prvio
empenho, conforme artigo j citado da Lei n 4.320/64, logo,
no um decreto municipal que teria o condo de permitir a
realizao de despesa oramentria sem prvio empenho, o
gestor deve conter a realizao dos gastos, ou seja, aps a
despesa executada no permitido proibir o devido
empenhamento.
Se a despesa est liquidada, deveria ter sido empenhada
previamente, tal como determina a Lei (federal) n 4.320/64.
Assim, repassar estas obrigaes administrao municipal
seguinte, sem constar no Balano Anual, bastante grave e
compromete o planejamento financeiro.
A seguir, a Instruo analisar alguns pontos trazidos pelo
Responsvel sobre este item.
a) Despesas relacionadas em duplicidade
As notas de empenho n.s 304, 327, 3427, 3500, 3504 e
3609, no montante de R$ 289.647,78, foram informadas em
resposta ao Ofcio Circular n 7.020/2013 como despesas de
exerccios anteriores e como despesas liquidadas e no
empenhadas.
Alm disso, a nota de empenho n 303, da ordem de R$
2.638,48 ser desconsiderada, pelo mesmo motivo, ainda que
no suscitado pelo Responsvel.
Assim, a Instruo ir desconsiderar o valor de R$
1123
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 15
292.286,26, da Prefeitura Municipal, para evitar duplicidade,
ou seja, razo assiste ao responsvel.
As notas de empenho ns 303 e 304, no montante de R$
74.658,65 sero desconsideradas tambm para fins de gastos
com pessoal.
No que concerne ao IPUF, a nota de empenho n 108/2013,
no valor de R$ 750,00, foi informada duas vezes ao Tribunal
de Contas e tambm ser desconsiderada.
b) Despesas referente rescises dos cargos comissionados
no valor de R$ 890.610,89
Analisando-se os decretos, constata-se que so datados de
dezembro de 2012, mas com vigncia a partir de 01/01/2013.
A Instruo ir desconsiderar este valor da apurao do
resultado oramentrio, financeiro, gastos com pessoal e
apurao do artigo 42, tendo em vista que as rescises se
efetivaram somente no exerccio de 2013 (fls. 1036/1037).
c) Despesas empenhadas, liquidadas e canceladas do Fundo
Municipal de Sade, da ordem de R$ 1.709.227,64
Analisando-se os motivos dos cancelamentos informados via
Sistema e-Sfinge, verifica-se que so situaes normais que
ocorrem no dia-a-dia da administrao pblica (liquidao
indevida, empenhamento em dotao/elementos de despesa
imprprios, fontes de recursos imprprias, etc.), que no se
caracterizam como irregularidades.
A Instruo ir desconsiderar este valor da apurao do
resultado oramentrio, financeiro e apurao do artigo 42,
como bem ponderou o responsvel nesse ponto.
d) Despesas sem aceite da Prefeitura Municipal
Do valor informado no item A.2 do Ofcio Circular n
7.020/2013 para a Prefeitura Municipal (R$ 3.767.573,72), h
que se retirar as duplicidades (R$ 292.286,26) e as rescises
dos cargos comissionados (R$ 890.610,89), permanecendo
em discusso o saldo de R$ 2.584.676,57. Deste, o
1124
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 16
Responsvel reconhece R$ 1.126.486,94, que foram
empenhados como despesas de exerccios anteriores e no
informados na resposta ao Ofcio Circular n 7.020/2013.
A Instruo encontrou mais duas notas de empenho
empenhadas como despesas de exerccios anteriores (NEs
ns 1.735 e 3.485), que importam em R$ 32.502,83 (vide fls.
1103 e 1104). Assim, sero considerados como despesas
liquidadas e no empenhadas em 2012 na Prefeitura
Municipal o valor de R$ 1.158.989,77.
Por consequncia, o valor de R$ 1.425.686,80, da Prefeitura
Municipal, ser desconsiderado para fins de apurao do
resultado oramentrio, financeiro e artigo 42.
e) Repasses a entidades pela Fundao Municipal de
Esportes
Adotando-se o mesmo critrio, a Instruo realizou consulta
ao Sistema e-Sfinge, no intuito de verificar se os repasses em
questo foram empenhados no exerccio de 2013, como
despesas de exerccios anteriores. No foram localizados
empenhos a este respeito.
Desta forma, o valor de R$ 836.027,71, informado em
resposta ao Ofcio Circular n 7.020, ser desconsiderado
para fins de resultado oramentrio, financeiro e artigo 42.
Segue quadro com os valores remanescentes para ajuste:
QUADRO RESUMO
ITEM UNIDADE MOTIVO VALOR
A.2 Prefeitura Desp. liquidadas e
no empenhadas
1.158.989,77
A.2 Prefeitura Desp. de Exerccios
Anteriores
2.742.681,62
A.2 Franklin Desp. de Exerccios
Anteriores
1.700,00
A.2 FLORAM Desp. de Exerccios
Anteriores
351.957,88
A.2 FMAS Desp. de Exerccios
Anteriores
853,38
A.2 IPUF Desp. de Exerccios 145.628,75
1125
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 17
Anteriores
A.2 FME Desp. de Exerccios
Anteriores
16.823,03
TOTAL 4.418.634,43
Com relao ao valor reconhecido pelo Responsvel,
conforme fl. 925 dos autos (R$ 4.384.243,12), a diferena
reside na incluso das notas de empenho n.s 1.735, 3.485 e
303 (R$ 35.141,31) e a excluso da nota de empenho n 108
(R$ 750,00).
4) IPTU/2013 lanado no exerccio de 2012
Os artigos 115 e 116, do Cdigo Tributrio Nacional assim
dispem:
Art. 115. Fato gerador da obrigao acessria
qualquer situao que, na forma da legislao
aplicvel, impe a prtica ou a absteno de ato
que no configure obrigao principal.
Art. 116. Salvo disposio de lei em contrrio,
considera-se ocorrido o fato gerador e existentes
os seus efeitos:
I - tratando-se de situao de fato, desde o
momento em que se verifiquem as circunstncias
materiais necessrias a que produza os efeitos
que normalmente lhe so prprios;
II - tratando-se de situao jurdica, desde o
momento em que esteja definitivamente
constituda, nos termos de direito aplicvel.
J o artigo 142, do mesmo Diploma prev:
Art. 142. Compete privativamente autoridade
administrativa constituir o crdito tributrio pelo
lanamento, assim entendido o procedimento
administrativo tendente a verificar a ocorrncia
do fato gerador da obrigao correspondente,
determinar a matria tributvel, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito
passivo e, sendo caso, propor a aplicao da
penalidade cabvel.
No caso do IPTU, o fato gerador a propriedade, o domnio
1126
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 18
til ou a posse de bem imvel por natureza ou por acesso
fsica, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do
Municpio (artigo 32, do CTN).
O IPTU pago anualmente. O Imposto relativo ao exerccio
de 2013, por exemplo, deve ter por fundamento a pessoa que
se enquadre na situao descrita no pargrafo anterior
naquele ano.
A proposio da Lei (municipal) n 397/2010 provocou este
descompasso. O artigo 1, que alterou o artigo 240 da Lei
Complementar n 07/1997, estabeleceu que o lanamento
ser feito com base na situao jurdica do fato gerador e
base imponvel no ms de novembro. Todavia, o lanamento
ocorrido em novembro/2012 se refere ao IPTU de 2013. Como
cobrar o Imposto de um contribuinte que vendeu seu imvel
em dezembro, por exemplo?
Transcreve-se trecho da muito bem posta colocao do Exmo.
Juiz, nos autos do Processo 023.12.066886-9:
A atividade legislativa, por definio, representa
o poder de inovar originariamente no universo
jurdico. O legislador tem espectro de escolha
naturalmente avesso a restries, pois sua
misso exatamente criativa. Claro que ele est
adstrito a superiores disposies normativas,
mormente da Constituio Federal. Mas, tirante
essa evidente delimitao constitucional, no
existem amarras em desfavor do Poder
Legislativo. A validade do ato legislativo
dependeria de investigao muito clara a
constitucionalidade ou no, que pode ser formal
(desrespeito ao processo legislativo) ou material
(ofensa a ditame da prpria Constituio).
Percebeu-se, todavia, que essa concesso de
liberdade quase irrestrita ao legislador (salvo os
casos de ofensa direta Constituio) poderia
ser perniciosa. No h direitos absolutos nem
pode haver exerccio de poder sem submisso a
juzo finalstico. O legislador tambm est sujeito
anlise crtica quanto ao bom uso do grave
poder que lhe outorgado. Advoga-se um
controle teleolgico, sustentando-se que a
atividade legislativa livre na proporo do seu
bom uso. Fora da, est sujeita censura,
mesmo que no se encontre, de maneira frontal,
ofensa constitucional. Surge, ento, a doutrina
1127
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 19
do abuso de poder legislativo...
Sob o aspecto oramentrio, cita-se colocao tambm muito
bem posta pelo Exmo. Juiz:
O IPTU receita relevante para um Municpio.
Se a previso ordinria de pagamento para
2013 (volto ao exemplo), porque a receita e
isso todos sabem se destina a suportar os gastos
do mesmo perodo. Incentivando-se, entretanto,
o recolhimento em 2012, desviam-se valores do
ano subsequente para o atual. Antecipa-se,
enfim, receita. Isso vetado pelo art. 37, inc. I,
da Lei de Responsabilidade Fiscal (lei nacional
que tem carter cogente para todas as esferas
de poder). Ali se menciona, certo, a proibio
de pagamento em antecipao ao fato gerador,
mas se v bem o objetivo: obstar que a
Administrao tenha receitas antes do momento
que seria natural.
Em 19/12/2012, o Prefeito Municipal sancionou a Lei
Complementar n 454/2012, alterando o artigo 240 da Lei
Complementar n 07/1997 (retornou o lanamento para o
ltimo dia de janeiro de cada ano) e revogou o pargrafo 1
(concede 20% de desconto para o pagamento at o primeiro
dia til do ms de janeiro). Desta forma, percebe-se mudana
de procedimento.
O Administrador est sujeito ao cumprimento de diversos
limites constitucionais e legais. No ltimo ano de mandato,
surge a obrigao de cumprimento do artigo 42 da Lei de
Responsabilidade Fiscal.
A arrecadao de IPTU correspondeu a mais de 12% da
receita da Prefeitura Municipal em 2012. Possui grande
relevncia. Alm disso, no mnimo 40% devem ser destinados
sade e educao. Ao antecipar o ingresso destes recursos,
o Administrador prejudica a Gesto seguinte, que conta com
estes recursos para cumprir o seu oramento e o seu plano de
governo.
Hoje enfrentamos problemas srios de recolhimento das
contribuies previdencirias. Ao primeiro sinal de dificuldade
financeira, os Gestores deixam de escriturar e pagar os
valores patronais e at a parte retida dos servidores.
1128
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 20
Apropriam-se desses recursos em prol do equilbrio
oramentrio e financeiro.
Quer dizer, a contabilidade desconfigura a real posio da
Entidade, pois no registra as suas obrigaes e o gestor
seguinte fica com o encargo de concluir o parcelamento e
efetuar os lanamentos no Passivo Permanente. E ainda fica
a cargo do errio arcar com os juros e multas do
parcelamento, em decorrncia da m gesto dos recursos
pblicos.
Algum pode suscitar: mas a receita segue o regime de caixa.
Qual receita? O IPTU do exerccio de 2020, lanado em 2013,
sem sequer saber quem ter a propriedade do imvel naquela
data? H que haver limite para estas aes.
A receita oramentria segue, sim, o regime de caixa. O artigo
35, da Lei (federal) n 4320/64 prev isto. Mas receita
legalmente constituda. Em novembro de 2012 o fato gerador
do IPTU ainda no estava consumado.
O Responsvel em sua defesa chama de esdrxulo o
procedimento adotado por esta Corte de Contas, por sacar
significativa soma de recursos financeiros arrecadados no
exerccio de 2012, a ttulo do IPTU de 2013. E este valor s
no foi maior pela interveno do prprio Tribunal de Contas,
por ocasio da apreciao do processo de denncia DEN
12/00532179 e do Poder Judicirio.
Se no houvesse a atuao destes rgos, o volume de
recursos seria ainda maior, comprometendo sobremaneira a
gesto de 2013. Isto sim, no se pode concordar. Como
aplicar em sade, educao, cumprir com todas as
obrigaes, se os recursos do IPTU de 2013, que respondem
por mais de 12% da arrecadao da Prefeitura, j poderiam
ter sido usados em 2012 ou servidos para equilibrar as
contas pblicas?
Se h tanta convico do Responsvel sobre a legalidade da
Lei Complementar n 397/2010, de definir o fato gerador como
novembro de cada ano e de que a receita pertence a 2012,
porque sancionar a Lei Complementar n 454/2012?
Ante o exposto, mantm-se o entendimento que restou
1129
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 21
confirmado atravs da Medida Cautelar concedida por este
Tribunal de Contas no processo n DEN 12/00532179, da
lavra do Exmo. Sr. Auditor Gerson dos Santos Sicca,
conforme segue:
Em vista disso, com fulcro no poder geral de cautela
reconhecido ao Tribunal de Contas, no art. 308 do Regimento
Interno da Corte e, por analogia, na Instruo Normativa n
05/2008, reconhecidos o fumus boni iuris e o periculum in
mora, CONCEDO A MEDIDA CAUTELAR para que a
Prefeitura Municipal de Florianpolis se abstenha de utilizar
os recursos provenientes da antecipao da receita
tributria do exerccio de 2013 e efetue o seu bloqueio,
devendo estes valores serem registrados no Ativo Financeiro,
na rubrica Bancos, em conta vinculada, com contrapartida
no Passivo Financeiro, na rubrica Receitas a classificar,
sendo que, somente no primeiro dia do exerccio de 2013
haver baixa do Passivo Financeiro e correspondente
lanamento do valor at ento recolhido na Receita
Oramentria, com a conseqente liberao dos recursos
para uso nas despesas ordinrias.
Quanto ao saldo financeiro ajustado apresentado pelo
Responsvel de R$ 44.231.965,37 (fl. 938) h que se
desconsiderar o valor de R$ 25.872,10, referente aos Restos
a Pagar no Processados de 2012 (tais valores no foram
considerados no clculo do art. 42), apurando-se o resultado
negativo de R$ 44.206.093,27.
O Responsvel relaciona as suficincias e insuficincias das
fontes vinculadas nas fls. 938 e 939 dos autos, que totalizam
R$ 15.583.363,05 (saldo positivo). Ocorre que o resultado
financeiro apresentado pelo Gestor (R$ - 44.231.965,37)
constitudo pelo resultado das fontes ordinrias e pelo
resultado das fontes vinculadas.
Assim, se as fontes vinculadas apresentaram resultado
positivo de R$ 15.583.363,05, no h como as fontes
ordinrias produzirem o valor negativo de R$ 28.648.602,32,
como demonstra-se a seguir.
Portanto, como ponto de partida, a Instruo ir refazer o
quadro trazido pelo Responsvel, considerando os prprios
dados do Gestor, para posteriormente incluir os ajustes
1130
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 22
necessrios:
Saldo Financeiro Consolidado 43.834.931,59
(-) Saldo Financeiro Cmara 28.714,64
(-) Saldo Financeiro Fundo Prev. Financeiro 58.493.911,07
(-) Saldo Financeiro Fundo Previdencirio 29.544.271,25
(+) Restos a Pagar no Processados de
2012
25.872,10
Saldo Financeiro Ajustado -44.206.093,27
(-) Suficincia de Recursos Fontes
Vinculadas
15.583.363,05
Saldo Financeiro Recursos Prprios
(conforme dados do Responsvel)
-59.789.456,32
Assim, o clculo apresentado pelo Administrador, que
evidencia insuficincia de recursos ordinrios de R$
28.648.602,32, est equivocado, pois a suficincia de
recursos vinculados aumenta a insuficincia de recursos
prprios, para que se chegue ao resultado financeiro negativo
ajustado do Balano, conforme quadro anterior.
Especificamente sobre as fontes de recursos, tem-se o que
segue:
Recursos Vinculados Fonte 0 (COMCAP)
A DMU procedeu o ajuste das disponibilidades da COMCAP,
em decorrncia da existncia de despesas executas, pagas e
no empenhadas, cujo valor encontra-se registrado no Ativo
Financeiro da entidade.
Este ponto j foi objeto de anlise por ocasio do presente
item, permanecendo o expurgo.
Recursos Vinculados Fonte 18
O Responsvel encaminhou quadro indicando que o valor de
Depsitos de Diversas Origens a Pagar na fonte 18 seria de
R$ 125.725,51. Todavia, conforme documento fl. 1097 dos
autos, a Unidade informou via Sistema e-Sfinge o saldo inicial
de DDO no exerccio de 2013, de R$ 355.355,62, que deve
ser o mesmo do encerramento de 2012.
1131
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 23
Deste modo, a Instruo considerou este valor na apurao
do artigo 42 da LRF.
Recursos Vinculados Fontes 65 e 78
O Responsvel aduz que no existe este recurso na
contabilidade. No incio do exerccio foi verificada uma falha
de configurao no sistema e as mesmas foram alteradas
para fontes 23 e 24.
Ocorre que no houve a correo desta situao junto ao
Sistema e-Sfinge, de modo que as informaes foram
enviadas incorretamente, indicando as fontes 65 e 78.
A Instruo manter os dados informados via Sistema e-
Sfinge.
Recursos Vinculados Fonte 72
O Responsvel alega que os precatrios so pagos com
recursos ordinrios e por exigncia, so contabilizados como
fonte 72.
No que pese assistir razo ao Prefeito, o fato que se a
Instruo passar o valor de R$ 3.194.204,93, relativo s notas
de empenho n.s 13.920, 13.923 e 13.924, da fonte 72 para a
fonte 0, no implicar em alterao da apurao do artigo 42,
pois tanto a fonte 72, quanto a fonte 0 esto negativas, ou
seja, no caso de alterao a fonte 72 ficaria zerada e o saldo
da fonte 0 ficaria mais negativo nesse mesmo valor.
Alm disso, houve o ajuste referente ao saldo do Banco
Santos (R$ 10.951.964,20) nas disponibilidades da fonte 0
(recursos ordinrios) e referente s despesas liquidadas e no
empenhadas em 2012 (R$ 4.418.634,43).
Aps as anlises e consideraes acerca dos esclarecimentos
prestados e documentos encaminhados, permanece a
restrio, porm, nos valores apresentados no Captulo 8 e
item 10.1.1, ambos deste Relatrio.
1132
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 24
1.2.1.2 Dficit de execuo oramentria do Municpio (Consolidado)
da ordem de R$ 79.913.431,49, representando 8,10% da
receita arrecadada do Municpio no exerccio em exame,
aumentado em 137,75% pela excluso do supervit
oramentrio do Instituto/Fundo de Previdncia e/ou
Fundo/Fundao/Autarquia de Assistncia ao Servidor, em
desacordo ao artigo 48, b da Lei n 4.320/64 e artigo 1, 1,
da Lei Complementar n 101/2000 (LRF), parcialmente
absorvido pelo supervit financeiro do exerccio anterior - R$
24.032.454,44 (item 3.1).
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel s fls. 939 e 940 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
Em suas alegaes sobre este item, o Responsvel apresenta
novo quadro do resultado oramentrio consolidado com
dficit de R$ 44.132.292,13.
Em suma, a diferena entre os valores evidenciados pela
Instruo e os apurados pelo Gestor, se referem ao montante
das despesas liquidadas e no empenhadas em 2012, ao
IPTU de 2013 arrecadado em 2012 e s despesas da
COMCAP realizadas e pagas sem dotao oramentria.
Estes argumentos j foram analisados no item 10.1.1, deste
Relatrio.
Desta forma, mantm-se a restrio, contudo, sob os valores
apresentados nos itens 3.1 e 10.1.2, ambos deste Relatrio.
1.2.1.3 Dficit financeiro do Municpio (Consolidado) da ordem de R$
74.768.243,06, resultante do dficit oramentrio ocorrido no
exerccio em exame, correspondendo a 7,58% da Receita
Arrecadada do Municpio no exerccio em exame (R$
986.162.491,14), em desacordo ao artigo 48, b da Lei n
4.320/64 e artigo 1 da Lei Complementar n 101/2000 LRF
(item 4.2).
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
1133
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 25
Manifestao da Unidade:
Manifestao do responsvel s fls. 940 a 942 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
Em suas alegaes sobre este item, o Responsvel apresenta
novo quadro do resultado financeiro consolidado com dficit
de R$ 27.679.157,76.
Em suma, a diferena entre os valores evidenciados pela
Instruo e os apurados pelo Gestor, se referem conta do
Banco Santos, ao montante das despesas liquidadas e no
empenhadas em 2012, ao IPTU de 2013 arrecadado em 2012
e s despesas da COMCAP realizadas e pagas sem dotao
oramentria.
Estes argumentos j foram analisados no item 1.2.1.1, deste
Relatrio.
Desta forma, mantm-se a restrio, contudo, sob os valores
apresentados nos itens 4.2 e 10.1.3, ambos deste Relatrio.
1.2.1.4 Ausncia de realizao de despesas, no primeiro trimestre de
2012, com os recursos do FUNDEB remanescentes do
exerccio anterior no valor de R$ 721.953,77, mediante a
abertura de crdito adicional, em descumprimento ao
estabelecido no 2 do artigo 21 da Lei n 11.494/2007 (item
5.2.2, limite 3).
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel s fls. 942 e 943 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
O Responsvel diverge do saldo do FUNDEB de 31/12/2011,
apresentado no relatrio das contas do exerccio de 2011.
Argumenta que ocorreram ajustes contbeis. No detalhou e
nem trouxe documentos a fim de que se pudesse averiguar o
momento em que se deram tais ajustes e qual a sua natureza.
Por outro lado, reconhece que no houve a abertura de
crdito adicional para aplicao deste saldo e busca dar nova
interpretao ao artigo 21, 2, da Lei n 11.494/2007.
1134
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 26
O referido dispositivo assim estabelece:
Art. 21. Os recursos dos Fundos, inclusive
aqueles oriundos de complementao da Unio,
sero utilizados pelos Estados, pelo Distrito
Federal e pelos Municpios, no exerccio
financeiro em que lhes forem creditados, em
aes consideradas como de manuteno e
desenvolvimento do ensino para a educao
bsica pblica, conforme disposto no art. 70 da
Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
1o
2o At 5% (cinco por cento) dos recursos
recebidos conta dos Fundos, inclusive relativos
complementao da Unio recebidos nos
termos do 1o do art. 6o desta Lei, podero ser
utilizados no 1o (primeiro) trimestre do exerccio
imediatamente subseqente, mediante abertura
de crdito adicional.
O caput do artigo cria a obrigatoriedade de utilizao dos
recursos no exerccio financeiro em que lhes forem
creditados. O 2, autoriza a utilizao de at 5% no primeiro
trimestre do exerccio imediatamente subsequente, mediante
abertura de crdito adicional.
Est claro que a regra a utilizao dentro do exerccio em
que ocorrer a arrecadao. A possibilidade contida (podero)
no 2 para a utilizao de at 5% e no para a abertura do
crdito adicional, ou seja, restando saldo para o exerccio
seguinte, obrigatoriamente ser aberto crdito adicional.
Assim, o valor a ser aplicado at o final do primeiro trimestre
dever ser realizado atravs da abertura de crdito adicional,
no h faculdade para isto.
Equivocada, portanto, a interpretao dada pelo Responsvel
ao dispositivo legal que fundamenta a restrio, pelo que se
mantm o apontamento.
1.2.1.5 Despesas inscritas em Restos a Pagar e/ou despesas
registradas em DDO com recursos do FUNDEB sem
disponibilidade financeira, no valor de R$ 99.330,25, em
desacordo com o artigo 85 da Lei n 4.320/64 (Sistema e-
1135
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm#art70http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9394.htm#art70Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 27
Sfinge).
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel fl. 943 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
O Responsvel alega que o valor apresentado pelo Tribunal
na coluna Depsitos e Outras Obrigaes est incorreto (R$
355.355,62). Contudo, este dado foi informado via Sistema e-
Sfinge pela prpria Unidade, conforme Balancete do Razo
fl. 1.097 dos autos.
Assim, o valor foi extrado das informaes prestadas pela
Unidade.
Nesta oportunidade, no houve a remessa de documentos
comprobatrios.
Aps a anlise procedida, propugna-se pela manuteno da
restrio.
1.2.1.6 Valores imprprios lanados no Ativo Financeiro, no montante
de R$ 20.991.768,60, em decorrncia de valores lanados
indevidamente no Ativo Disponvel da Prefeitura (proviso
Banco Santos, Conta devedora) e valores lanados
indevidamente no Ativo Realizvel da Comcap (despesas no
empenhadas), superestimando o Ativo Financeiro do
Municpio, em afronta ao disposto nos artigos 35, 85 e 105, I,
1 da Lei n 4.320/64 (Quadro 11-A);
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel s fls. 943 a 945 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
O Responsvel se pronunciou no sentido de que j se
manifestou sobre a situao do saldo do Banco Santos e das
despesas realizadas pela COMCAP no item 1.2.1.1, que j foi
objeto de anlise pela Instruo.
1136
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 28
Diante de todo o arrazoado, naquele item, permanece a
restrio.
1.2.1.7 Divergncia, no valor de R$ 28.207,74, entre as
Transferncias Financeiras Recebidas (R$ 328.414.820,13) e
as Transferncias Financeiras Concedidas (R$
328.443.027,87), evidenciadas no Balano Financeiro
Anexo 13 da Lei n 4.320/64, caracterizando afronta ao artigo
85 da referida Lei (fl. 409 dos autos).
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel s fls. 944 e 945 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
O Responsvel assevera que este valor se refere a
lanamento indevido da Cmara Municipal, conforme
esclarecimento a seguir transcrito:
Ocorre que foi repassado o duodcimo para
Cmara em anos anteriores para suprir todas as
suas despesas. Ficaram Restos a Pagar, que
passaram para 2012, mas todos com cobertura
financeira. No final de 2012, a Cmara cancelou
restos a pagar no valor de R$ 28.207,74 e
devolveu este dinheiro para a Prefeitura.
Na Prefeitura foi lanada como receita de
Restituio e a Cmara, indevidamente, lanou
como Transferncia Financeira Concedida.
Como so poderes separados, apenas depois da
consolidao foi verificada esta diferena. A
Cmara j havia remetido o e-Sfinge e o
Balanos j tinham sido todos assinados por
gestores que no voltariam depois, uma vez que
houve mudana de gesto.
Este valor foi apontado em Nota Explicativa de
Balano.
Depreende-se dos esclarecimentos prestados que houve erro
de lanamento contbil, provocando a divergncia
apresentada entre as transferncias financeiras recebidas e
concedidas, do Balano Consolidado.
Assim, mantm-se a restrio.
1137
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 29
1.2.1.8 Divergncia, no valor de R$ 20.765.103,21 (R$ 11.307.945,94
(R$ 20.991.768,60 - R$ 9.683.822,66) decorrente dos ajustes
no Ativo Financeiro, restando o montante de R$ 9.457.157,27,
decorrente de divergncias contbeis), apurada entre a
variao do saldo patrimonial financeiro (R$ -98.800.697,50) e
o resultado da execuo oramentria Dficit (R$
79.913.431,49), considerando o cancelamento de restos a
pagar de R$ 1.877.837,20, em afronta ao artigo 102 da Lei n
4.320/64.
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel s fls. 945 e 946 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
O Responsvel procurou demonstrar a composio da
divergncia e os fatos contbeis extra oramentrios que
afetaram aumentativamente e diminutivamente a variao
financeira.
Analisando-se os valores percebe-se que a divergncia tem
origem basicamente nos seguintes fatos:
(+) Incorporao de Ativos e
Desincorporao de Passivos
COMCAP
5.983.157,31
(+) Baixa de DDO inscrita indevidamente
Integrao Social
3.705,04
(-) Desincorporao de Ativos e
Incorporao de Passivos
COMCAP
15.388.610,29
(-) Inscrio de Restos a Pagar PMF 27.201,59
(-) Divergncia apurada no item 1.2.1.7,
deste Relatrio
28.207,74
(=) Total 9.457.157,27
Os valores da COMCAP possuem relao com as despesas
executadas sem dotao oramentria (itens 1.2.1.1 e
1.2.1.6).
As demais divergncias so oriundas de falhas e ajustes,
conforme item 1.2.1.7 e documento fl. 946 dos autos.
1138
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 30
Diante do exposto, mantm-se a restrio.
1.2.1.9 Divergncia, no valor de R$ 82.767,48, entre o saldo
apresentado na Demonstrao da Dvida Flutuante Anexo
17 (R$ 152.784.338,67) e o saldo do Passivo Financeiro
constante do Balano Patrimonial Anexo 14 da Lei n
4.320/64 (R$ 152.701.571,19), caracterizando afronta aos
artigos 85 e 105 da referida Lei (fls. 410 e 417 dos autos).
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel fl. 947 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
A restrio em comento se refere divergncia entre o Saldo
da Dvida Flutuante apresentado no Anexo 17 e o saldo do
Passivo Financeiro constante no Balano Patrimonial Anexo
14.
Analisando-se os respectivos demonstrativos observa-se que
a divergncia tem origem no saldo do exerccio anterior.
O Relatrio n 4.009/2012, de apreciao das Contas do
exerccio de 2011, demonstra o saldo final de Restos a Pagar
de R$ 62.108.419,23 e da conta Outras Obrigaes a Curto
Prazo da ordem de R$ 56.626,07. Estes valores tambm
esto registrados no item 4.1 deste Relatrio.
Alm disso, a Unidade emitiu nota explicativa sobre a
diferena que ora se discute, segundo fls. 418 a 420 dos
autos.
Considerando que a divergncia possui origem no saldo do
exerccio anterior, no havendo problemas na movimentao;
considerando que a Unidade emitiu nota explicativa
apontando a diferena dos Anexos gerados pelo Sistema e-
Sfinge em comparao com o Balano documental,
desconsidera-se a restrio.
1139
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 31
1.2.1.10 Ausncia de disponibilizao em meios eletrnicos de acesso
pblico, no prazo estabelecido, de informaes
pormenorizadas sobre a execuo oramentria e financeira,
de modo a garantir a transparncia da gesto fiscal com os
requisitos mnimos necessrios, em descumprimento ao
estabelecido no artigo 48-A, I e II, da Lei Complementar n
101/2000 alterada pela Lei Complementar n 131/2009 c/c o
art. 7, I, itens "a" e "c" e II, item "b" do Decreto Federal n
7.185/2010 (Captulo 7);
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel s fls. 947 e 948 dos autos.
Consideraes da Anlise Tcnica:
O Responsvel alega que a pesquisa efetuada pela DMU no
site da Prefeitura Municipal ocorreu em 11/10/2013, em
perodo diverso do exerccio das contas em exame.
Alm disso, encaminhou documento (fl. 1.090 dos autos)
comprovando que, no dia 10/04/2013, a Prefeitura lanou o
novo Portal da Transparncia, portanto alterando o site da
gesto anterior.
Afirma ainda que as informaes sobre a execuo
oramentria e financeira eram divulgadas pelo Centro de
Informtica e Automao do Estado de Santa Catarina
CIASC, atravs do Sistema Integrado de Apoio ao Controle
interno SIACI.
A Diretoria de Controle dos Municpios vem monitorando os
sites das Prefeituras com o objetivo de verificar o
cumprimento da Lei Complementar n 131/2009.
No que pese o Captulo 7 do Relatrio indicar que o acesso se
deu em 11/10/2013, o prprio Administrador informa que
utilizava o SIACI. Alm disso, extrai-se do quadro fl. 65 do
Relatrio n 4.009/2012, de apreciao das contas do
exerccio de 2011, cujo acesso aconteceu em 03/05/2012, o
seguinte:
1140
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 32
I QUANTO AO CONTEDO
DESPESA
(art. 48-A, I, da Lei Complementar n 101/2000 e art. 7, I, do Decreto
Federal n 7.185/2010)
a) o valor do empenho,
liquidao e pagamento.
NO
CUMPRIU O Municpio no disponibiliza o valor do empenho, nem o valor pago. Apenas os valores datados de Dezembro de 2009, 2010 e 2011, e um link para as despesas Liquidadas de 2009 2011. No detalha sobre natureza da despesa e nem a Fonte de Recursos que financiaram o gasto. Tambm no permitiu o acesso sobre a pessoa beneficiria do pagamento, sobre os procedimentos licitatrios e o bem fornecido/servio prestado.
c) a classificao
oramentria,
especificando a unidade
oramentria, funo,
subfuno, natureza da
despesa e a fonte dos
recursos que financiaram
o gasto.
NO
CUMPRIU
Fonte: Site da Prefeitura Municipal Portal da Transparncia Data de acesso 03/05/2012
Constata-se tambm que este Sistema no disponibiliza as
informaes sobre o lanamento da receita.
Desta forma, no restou atendido o inciso II, do artigo 48-A,
da Lei Complementar n 131/2009, que assim dispe:
Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II
do pargrafo nico do art. 48, os entes da
Federao disponibilizaro a qualquer pessoa
fsica ou jurdica o acesso a informaes
referentes a:
I
II quanto receita: o lanamento e o
recebimento de toda a receita das unidades
gestoras, inclusive referente a recursos
extraordinrios.
1.2.1.11 Realizao de despesas, no montante de R$ 19.257.046,39,
liquidadas e no empenhadas no exerccio de 2012 (R$
9.573.223,73, informadas atravs da Resposta ao Ofcio
Circular e R$ 9.683.822,66, referente a despesas no
empenhadas da COMCAP), em desacordo com os artigos 35,
II e 60 da Lei n 4.320/64 (Conforme fls. 688 a 738 dos autos
e Apndice, deste Relatrio)
(Relatrio n 2096/2013, de Prestao de Contas do Prefeito, Anlise Preliminar)
1141
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 33
Manifestao da Unidade:
Manifestao do Responsvel fl. 948 dos autos
Consideraes da Anlise Tcnica:
O Responsvel informa que a restrio dever ser reavaliada,
em razo das manifestaes sobre as despesas executadas e
no empenhadas pela COMCAP (itens 1.2.1.1 e 1.2.1.7) e
despesas liquidadas e no empenhadas em 2012 (item 1.2.1.1).
Considerando que os fatos j foram analisados por ocasio dos
itens supra citados, em que parte dos argumentos foram aceitos,
a Instruo propugna pela manuteno da restrio, contudo, no
valor de R$ 14.102.457,09 (R$ 9.683.822,66 e R$ 4.418.634,43).
luz das ponderaes de ordem tcnica referentes s justificativas
apresentadas pelo responsvel, por ventura do cumprimento das disposies
contidas no art. 52 da Lei Complementar n 202/2000 e art. 57, 3 do
Regimento Interno, conforme consta do item 1.2, as contas relativas ao exerccio
de 2012 passam a apresentar os seguintes dados:
2. CARACTERIZAO DO MUNICPIO1
A Ilha de Santa Catarina visitada por navegadores de vrias
nacionalidades desde o incio do sculo XVI. Fundada por bandeirantes paulistas
em fins do sculo XVII, com o nome de Nossa Senhora do Desterro,
Florianpolis no passava de uma modesta vila de pescadores. Conquista em
1726 a sua emancipao poltica e recebe, entre 1748 e 1756, expressivas levas
de colonizadores aorianos e madeirenses. Com a independncia do Brasil,
Desterro se torna capital da Provncia de Santa Catarina. J no sculo XX,
rebatizada como Florianpolis, a cidade reafirma sua vocao como prestadora
de servios, em especial depois da chegada da iluminao pblica e da
inaugurao da Ponte Herclio Luz, em 1926. Com a implantao da
Universidade Federal, entre os anos de 1950 e 1960, e a inaugurao da BR-
101, na dcada de 1970, Florianpolis firma-se como grande plo turstico
estadual.
1 Disponvel em: www.sc.gov.br/portalturismo
1142
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 34
O Municpio de Florianpolis tem uma populao estimada em
433.1582 habitantes e ndice de Desenvolvimento Humano de 0,853. O Produto
Interno Bruto alcanava o valor de R$ 9.806.533.682,004, revelando um PIB per
capita poca de R$ 23.282,20, considerando uma populao estimada em
2010 de 421.203 habitantes.
Grfico 01 Produto Interno Bruto PIB
Fonte: IBGE 2009
No tocante ao desenvolvimento econmico e social mensurado pelo
IDH/PNUD/2010, o Municpio de Florianpolis encontra-se na seguinte situao:
2 IBGE - 2012 3 PNUD - 2010 4 Produto Interno Bruto dos Municpios IBGE/2010
0,00
2.000.000.000,00
4.000.000.000,00
6.000.000.000,00
8.000.000.000,00
10.000.000.000,00
Mdia GRANFPOLIS MUNICPIO
950.317.021,55
9.806.533.682,00
PIB EM REAIS
1143
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 35
Grfico 02 ndice de Desenvolvimento Humano IDH
Fonte: PNUD 2010
3. ANLISE DA GESTO ORAMENTRIA
A anlise da gesto oramentria envolve os seguintes aspectos:
demonstrao da apurao do resultado oramentrio do presente exerccio,
com a demonstrao dos valores previstos ou autorizados pelo Poder
Legislativo; apurando-se quocientes que demonstram a evoluo relativa do
resultado da execuo oramentria do Municpio; a demonstrao da execuo
das receitas e despesas, cotejando-as com os valores orados, bem como a
evoluo do esforo tributrio, IPTU per capita e o esforo de cobrana da dvida
ativa. Por fim, apura-se o total da receita com impostos (includas as
transferncias de impostos) e a receita corrente lquida.
Segue abaixo os instrumentos de planejamento aplicveis ao
exerccio em anlise, as datas das audincias pblicas realizadas e o valor da
receita e despesa inicialmente oradas:
Quadro 01 Leis Oramentrias
LEIS DATA DAS AUDINCIAS RECEITA ESTIMADA
1.630.020.015,00 PPA 7874/2009 31/03/2009
LDO 8652/2011 13/04/2011 DESPESA FIXADA
1.630.020.015,00 LOA 8798/2011 No Informado
0,66
0,68
0,70
0,72
0,74
0,76
0,78
0,80
0,82
0,84
0,86
BRASIL SANTA CATARINA Mdia GRANFPOLIS MUNICPIO
0,727
0,744 0,740
0,850
1144
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 36
3.1. Apurao do resultado oramentrio
O confronto entre a receita arrecadada e a despesa realizada, resultou
no Dficit de execuo oramentria da ordem de R$ 48.438.244,26,
correspondendo a 4,51% da receita arrecadada.
Aps os ajustes da receita e despesa o municpio apresentou Dficit
de R$ 52.856.878,69.
Salienta-se que o resultado consolidado, Dficit de R$ 52.856.878,69,
composto pelo resultado do Oramento Centralizado - Prefeitura Municipal,
Dficit de R$ 61.818.611,15 e do conjunto do Oramento das demais Unidades
Municipais Supervit de R$ 8.961.732,46.
Excluindo o resultado oramentrio do Regime Prprio de
Previdncia e/ou Fundo/Fundao/Autarquia de Assistncia ao Servidor, o
Municpio apresentou Dficit de R$ 74.758.842,19.
Ressalta-se que o Dficit em questo foi parcialmente absorvido
pelo supervit financeiro do exerccio anterior (R$ 24.032.454,44), conforme
demonstrado na apurao da variao do patrimnio financeiro (item 4.2, deste
Relatrio).
Assim, a execuo oramentria do Municpio pode ser demonstrada,
sinteticamente, da seguinte forma:
Quadro 02 Demonstrao do Resultado da Execuo Oramentria (em Reais) 2012
Descrio Previso/Autorizao Execuo % Executado
RECEITA 1.630.020.015,00 1.074.817.373,96 65,94
DESPESA (considerando as alteraes oramentrias)
1.711.919.229,81 1.123.255.618,22 65,61
Dficit de Execuo Oramentria 48.438.244,26
Resultado Oramentrio Consolidado Ajustado
RECEITA 1.630.020.015,00 1.074.817.373,96 65,94
DESPESA (considerando as alteraes oramentrias)
1.711.919.229,81 1.127.674.252,65 65,87
Dficit de Execuo Oramentria 52.856.878,69
Resultado Oramentrio Consolidado Excludo RPPS e/ou Fundo/Fundao/Autarquia de Assistncia ao Servidor
Dficit Consolidado Ajustado
Supervit do RPPS e/ou Fundo/Fundao/Autarq
uia de Assistncia ao Servidor
Dficit excludo RPPS e/ou
Fundo/Fundao/Autarquia de Assistncia ao
Servidor
RECEITA 1.074.817.373,96 88.654.882,82 986.162.491,14
DESPESA 1.127.674.252,65 66.752.919,32 1.060.921.333,33
1145
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 37
Resultado de Execuo Oramentria
52.856.878,69 21.901.963,50 74.758.842,19
Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.
** No Clculo da EXECUO DAS DESPESAS, foi considerado o montante de despesas
realizadas no exerccio informada no Anexo 02 Resumo Geral da Despesa (R$
1.113.571.795,56, fls. 40 a 41 dos autos), somadas as despesas da Comcap, no montante de R$
9.683.822,66, executadas no exerccio de 2012, sem passar pela execuo Oramentria,
lanadas indevidamente no Ativo Realizvel da Unidade (ver apndice).
Quadro 02 A Ajustes do Resultado Oramentrio Consolidado
Descrio Valor
Prefeitura Municipal: Despesas liquidadas e no empenhadas (ajuste do exerccio atual) Vide Apndice
3.901.671,39
Demais Unidades (exceto Instituto/Fundo de Previdncia): Despesas liquidadas e no empenhadas (ajuste do exerccio atual) Vide Apndice
516.963,04
Total adicionado na Despesa Oramentria 4.418.634,43
Obs.: Sobre a divergncia entre a variao do patrimnio financeiro ajustado sem RPPS e o
resultado da execuo oramentria ajustada sem RPPS, vide restrio anotada no item
Restries de Ordem Legal do captulo Restries Apuradas, deste Relatrio.
Obs.: A receita no montante de R$ 88.654.882,82, assim como a despesa no montante de R$
66.752.919,32, consideradas as Transferncias Financeiras, se referem exclusivamente ao
RPPS.
Obs.: Com relao s despesas liquidadas e no empenhadas no exerccio em anlise, vide
restrio anotada no item Restries de Ordem Legal deste Relatrio.
Obs.: Com relao aos valores imprprios lanados no Ativo Realizvel no exerccio em anlise
da Unidade Prefeitura Municipal, vide restrio anotada no item Restries de Ordem Legal deste
Relatrio.
3.2. Anlise do resultado oramentrio
A anlise da evoluo do resultado oramentrio facilitada com o
uso de quocientes, pois os resultados absolutos expressos nas demonstraes
contbeis so relativizados, permitindo a comparao de dados entre exerccios
e Municpios distintos.
A seguir exibido quadro que evidencia a evoluo do Quociente de
Resultado Oramentrio do Municpio de Florianpolis nos ltimos 5 anos:
1146
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 38
Quadro 03 Quocientes de Resultado Oramentrio Ajustado e s/ RPPS 2008-2012
ITENS / ANO 2008 2009 2010 2011 2012 1 Receita realizada 654.464.468,23 739.285.448,31 851.019.584,49 921.119.806,81 986.162.491,14
2 Despesa executada 662.104.507,60 757.796.756,50 847.491.098,91 929.370.086,53 1.060.921.333,32
QUOCIENTE 2008 2009 2010 2011 2012 Resultado Oramentrio (12) 0,99 0,98 1,00 0,99 0,93
Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado e anlise tcnica.
O resultado oramentrio pode ser verificado por meio do quociente
entre a receita oramentria e a despesa oramentria. Quando esse indicador
for superior a 1,00 tem-se que o resultado oramentrio foi superavitrio
(receitas superiores s despesas).
Grfico 03 Evoluo dos Quocientes de Resultado Oramentrio: 2008 2012
Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.
3.3. Anlise das receitas e despesas oramentrias
Os quadros que sintetizam a execuo das receitas e despesas no
exerccio trazem tambm os valores previstos ou autorizados pelo Legislativo
Municipal, de forma que se possa avaliar a destinao de recursos pelo Poder
Executivo, bem como o cumprimento de imposies constitucionais.
No mbito do Municpio, a receita oramentria pode ser entendida
como os recursos financeiros arrecadados para fazer frente s suas despesas.
A receita arrecadada do exerccio em exame atingiu o montante de R$
1.074.817.373,96, equivalendo a 65,94% da receita orada.
0,990,98
1,000,99
0,93
0,88
0,90
0,92
0,94
0,96
0,98
1,00
1,02
1,04
2008 2009 2010 2011 2012
Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios
1147
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 39
As receitas por origem e o cotejamento entre os valores previstos e os
arrecadados so assim demonstrados:
Quadro 04 Comparativo da Receita Oramentria Prevista e Arrecadada (em Reais): 2012
RECEITA POR ORIGEM PREVISO ARRECADAO %
ARRECADADO
Receita Tributria 482.525.429,00 416.685.007,17 86,36
Receita de Contribuies 65.418.205,00 58.915.094,08 90,06
Receita Patrimonial 18.814.409,00 45.264.129,82 240,58
Transferncias Correntes 462.542.038,00 407.733.127,98 88,15
Outras Receitas Correntes 206.032.878,00 62.161.336,86 30,17
Receitas Correntes Intra-Oramentrias 45.867.104,00 37.645.442,36 82,08
RECEITA CORRENTE 1.281.200.063,00 1.028.404.138,27 80,27
Operaes de Crdito 165.992.111,00 22.468.335,06 13,54
Alienao de Bens 8.711.113,00 - -
Amortizao de Emprstimos 250.856,00 476,75 0,19
Transferncias de Capital 173.865.872,00 23.944.423,88 13,77
RECEITA DE CAPITAL 348.819.952,00 46.413.235,69 13,31
TOTAL DA RECEITA 1.630.020.015,00 1.074.817.373,96 65,94 Fonte: Dados do Sistema e-Sfinge Mdulo Planejamento e Demonstrativos do Balano Geral
consolidado.
Grfico 05 Composio da Receita Oramentria Arrecadada: 2012
Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.
Tributria 38,77%
Contribuies 5,48%
Patrimonial 4,21%
Transferncia Corrente37,94%
Outras Correntes 5,78%
Correntes Intra-Oramentrias 3,50%
Operaes de Crdito 2,09%
Amortizao de Emprstimos 0,00%
Transferncias de Capital 2,23%
1148
mailto:c@[11571]mailto:c@[11572]mailto:c@[11573]mailto:c@[11577]mailto:c@[11578]mailto:c@[11579]mailto:c@[11580]mailto:c@[11581]mailto:c@[11582]Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 40
O grfico anterior apresenta a relao de cada receita por origem com
o total arrecadado no exerccio. Destaca-se que parcela significativa da receita,
37,94%, est concentrada nas transferncias correntes.
Um aspecto importante a ser analisado na gesto da receita
oramentria pode ser traduzido como esforo tributrio. O grfico que segue
mostra a evoluo da receita tributria em relao ao total das receitas correntes
do Municpio.
Grfico 06 Evoluo do Esforo Tributrio (%): 2008 2012
Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.
Relativamente s receitas arrecadadas, deve-se dar destaque s
receitas prprias com impostos no exerccio da competncia tributria
estabelecida constitucionalmente e exigida pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Nesse sentido, destaca-se no grfico a seguir a evoluo do IPTU
arrecadado per capita nos ltimos 5 (cinco) anos.
44,9542,36
44,9842,83 42,06
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
35,00
40,00
45,00
50,00
2008 2009 2010 2011 2012
Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios
1149
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 41
Grfico 07 Evoluo Comparativa do IPTU per capita (em Reais): 2008 2012
Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados, IBGE e anlise tcnica.
A Dvida Ativa apresentou o seguinte comportamento no exerccio em
anlise:
Quadro 05 Movimentao da Dvida Ativa (em Reais): 2012
Saldo Anterior Inscrio Atualizao,
juros e multa
Proviso
(lquida) Recebimento
Outras
Baixas
Saldo
Final
412.213.504,74 46.463.052,22 0,00 0,00 33.576.440,43 3.189.974,84 421.910.141,69
Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados.
Importante tambm analisar a eficincia na cobrana da dvida ativa
ao longo dos ltimos cinco anos. O grfico seguinte mostra o percentual de
dvida ativa recebida em relao ao saldo do exerccio anterior:
223,57244,66
302,23284,53
240,34
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
2008 2009 2010 2011 2012
Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios
1150
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 42
Grfico 08 Evoluo do Esforo de Cobrana da Dvida Ativa (%): 2008 2012
Fonte: Demonstrativos dos Balanos Gerais consolidados e anlise tcnica.
No tocante as despesas executadas em contraposio s oradas
(incluindo as alteraes oramentrias), segundo a classificao funcional, tem-
se a demonstrao do prximo quadro:
Quadro 06 Comparativo entre a Despesa por Funo de Governo Autorizada e Executada: 2012
DESPESA POR FUNO DE GOVERNO
AUTORIZAO (R$) EXECUO (R$) % EXECUTADO
01-Legislativa 41.440.751,00 37.610.115,09 90,76
02-Judiciria 7.071.067,84 7.066.173,99 99,93
04-Administrao 189.327.118,47 138.964.141,53 73,40
06-Segurana Pblica 53.075.161,49 41.546.842,73 78,28
08-Assistncia Social 40.599.482,56 33.082.667,14 81,49
09-Previdncia Social 86.740.848,01 79.750.924,38 91,94
10-Sade 249.140.161,82 226.750.278,13 91,01
11-Trabalho 41.802.989,71 14.841.332,64 35,50
12-Educao 302.146.786,01 240.561.665,80 79,62
13-Cultura 25.465.558,03 8.486.242,83 33,32
15-Urbanismo 345.984.771,85 98.974.135,45 28,61
16-Habitao 9.935.000,00 292.810,49 2,95
17-Saneamento 176.726.379,43 135.787.083,06 76,83
18-Gesto Ambiental 36.733.870,00 13.959.154,50 38,00
19-Cincia e Tecnologia 59.992,00 44.500,00 74,18
23-Comrcio e Servios 21.584.512,41 10.266.193,91 47,56
26-Transporte 8.012.000,00 - -
5,26
6,91
13,14
9,60
8,15
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
20,00
2008 2009 2010 2011 2012
Municpio Mdia GRANFPOLIS Mdia dos Municpios
1151
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 43
DESPESA POR FUNO DE GOVERNO
AUTORIZAO (R$) EXECUO (R$) % EXECUTADO
27-Desporto e Lazer 19.880.136,16 5.268.103,77 26,50
28-Encargos Especiais 36.893.009,02 30.003.252,78 81,33
99-Reserva de Contingncia 19.299.634,00 - -
TOTAL DA DESPESA 1.711.919.229,81 1.123.255.618,22 65,61
Fontes: Dados do Sistema e-Sfinge Mdulo Planejamento e Demonstrativos do Balano
Geral consolidado.
A anlise entre despesa autorizada e executada configura-se
importante quando se tem como objetivo subsidiar o parecer prvio, permitindo
identificar quais funes foram priorizadas ou contingenciadas em relao
deliberao legislativa no tocante ao oramento municipal.
O grfico seguinte demonstra o cotejamento entre as despesas
autorizadas e executadas segundo as funes de governo. Trata-se de uma
representao grfica do Quadro anterior.
Grfico 09 Despesa Oramentria por Funo de Governo Autorizada x Executada: 2012
Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado e anlise tcnica.
A evoluo das despesas executadas por funo de governo est
demonstrada no quadro a seguir:
Quadro 07 Evoluo das Despesas Executadas por Funo de Governo (em Reais): 2008 2012
DESPESA POR FUNO DE GOVERNO
2008 2009 2010 2011 2012
01-Legislativa 26.548.464,37 30.920.835,81 29.521.432,19 34.643.390,94 37.610.115,09
02-Judiciria 6.944.216,82 16.253.751,98 5.921.921,92 7.409.673,18 7.066.173,99
90,7699,9373,4078,2881,4991,9491,0135,5079,6233,3228,612,9576,8338,0074,1847,560,0026,5081,33
0,00 200.000.000,00 400.000.000,00
01-Legislativa02-Judiciria
04-Administrao06-Segurana Pblica08-Assistncia Social
09-Previdncia Social10-Sade
11-Trabalho12-Educao
13-Cultura15-Urbanismo16-Habitao
17-Saneamento18-Gesto Ambiental
19-Cincia e Tecnologia23-Comrcio e Servios
26-Transporte27-Desporto e Lazer
28-Encargos Especiais99-Reserva de Contingncia
AUTORIZAO
EXECUO
1152
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 44
DESPESA POR FUNO DE GOVERNO
2008 2009 2010 2011 2012
04-Administrao 121.882.130,30 128.999.147,77 129.547.324,94 139.446.085,70 138.964.141,53
05-Defesa Nacional 4.490,00 - - - -
06-Segurana Pblica 9.083.567,06 9.119.552,55 32.906.608,40 35.704.954,98 41.546.842,73
07-Relaes Exteriores 93,53 - - - -
08-Assistncia Social 23.163.034,46 26.063.801,68 21.921.362,41 26.267.356,00 33.082.667,14
09-Previdncia Social 38.757.600,05 47.309.376,28 58.621.477,81 67.137.142,15 79.750.924,38
10-Sade 122.859.930,09 151.994.358,82 178.371.218,33 204.023.378,50 226.750.278,13
11-Trabalho 6.612.624,09 8.954.444,78 8.332.544,53 9.227.336,81 14.841.332,64
12-Educao 146.284.075,31 174.843.236,09 197.696.215,41 221.109.314,85 240.561.665,80
13-Cultura 11.233.851,21 21.553.066,67 6.334.733,42 6.920.111,67 8.486.242,83
15-Urbanismo 112.276.790,06 116.904.659,57 77.427.168,48 71.515.703,38 98.974.135,45
16-Habitao 8.322.070,24 8.618.536,60 1.448.459,82 580.865,09 292.810,49
17-Saneamento 21.674.174,97 21.763.623,98 103.453.639,68 108.876.162,06 135.787.083,06
18-Gesto Ambiental 3.310.654,91 6.800.265,00 11.306.773,93 12.845.338,30 13.959.154,50
19-Cincia e Tecnologia - - 125.170,00 86.565,65 44.500,00
23-Comrcio e Servios 3.757.188,79 6.302.036,84 10.378.745,11 14.658.025,39 10.266.193,91
26-Transporte 12.025,70 - 147.727,60 31.370,49 -
27-Desporto e Lazer 4.373.434,64 5.021.079,79 5.114.956,52 4.939.359,83 5.268.103,77
28-Encargos Especiais 19.342.340,29 14.946.658,90 15.214.856,40 19.014.409,30 30.003.252,78
TOTAL DA DESPESA REALIZADA 686.442.756,89 796.368.433,11 893.792.336,90 984.436.544,27 1.123.255.618,22
Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.
No quadro a seguir, demonstra-se a apurao das receitas decorrente
de impostos, informao utilizada no clculo dos limites com sade e educao.
Quadro 08 Apurao da Receita com Impostos: 2012
RECEITAS COM IMPOSTOS (includas as transferncias de impostos)
Valor (R$) %
Imposto Predial e Territorial Urbano 104.103.382,66 19,34
Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza 171.331.665,36 31,82
Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer Natureza 40.353.730,11 7,50
Imposto s/Transmisso Inter vivos de Bens Imveis e Direitos Reais sobre Bens Imveis
55.734.918,00 10,35
Cota-Parte do IPVA 59.887.248,21 11,12
Cota-Parte do IPI sobre Exportao 1.905.574,00 0,35
Cota-Parte do FPM 91.044.433,93 16,91
Cota do ITR 21.066,40 0,00
Transferncias Financeiras do ICMS - Desonerao L.C. n 87/96 608.520,70 0,11
Receita de Dvida Ativa Proveniente de Impostos 12.029.733,81 2,23
1153
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 45
RECEITAS COM IMPOSTOS (includas as transferncias de impostos)
Valor (R$) %
Receita de Multas e Juros provenientes de impostos, inclusive da dvida ativa decorrente de impostos
1.347.964,71 0,25
TOTAL DA RECEITA COM IMPOSTOS 538.368.237,89 100,00
Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.
O ingresso de recursos provenientes de impostos tem importncia na
gesto oramentria municipal, eis que serve como denominador dos
percentuais mnimos de aplicao em sade e educao.
Da mesma forma, o total da Receita Corrente Lquida (RCL),
demonstrado no quadro seguinte, serve como parmetro para o clculo dos
percentuais mximos das despesas de pessoal estabelecidos na Lei de
Responsabilidade Fiscal.
Quadro 09 Apurao da Receita Corrente Lquida: 2012
DEMONSTRATIVO DA RECEITA CORRENTE LQUIDA DO MUNICPIO Valor (R$)
Receitas Correntes Arrecadadas 1.044.055.168,70
(-) Deduo das receitas para formao do FUNDEB 53.296.472,79
(-) Compensao entre Regimes de Previdncia 612.000,12
(-) Contribuio dos Servidores ao Regime Prprio de Previdncia e/ou Assistncia
34.995.281,17
TOTAL DA RECEITA CORRENTE LQUIDA 955.151.414,62
Fonte: Demonstrativos do Balano Geral consolidado.
4. ANLISE DA GESTO PATRIMONIAL E FINANCEIRA
A anlise compreendida neste captulo consiste em demonstrar a
situao patrimonial existente ao final do exerccio, em contraposio situao
existente no final do exerccio anterior; discriminando especificamente a variao
da situao financeira do Municpio e sua capacidade de pagamento de curto
prazo.
1154
Prestao de Contas de Prefeito Municpio de Florianpolis exerccio de 2012 - Reinstruo 46
4.1. Situao Patrimonial
A situao patrimonial do Municpio est assim demonstrada:
Quadro 10 Balano Patrimonial do Municpio de Florianpolis (em Reais): 2011 2012
ATIVO 2011 2012
PASSIVO 2011 2012
Financeiro 177.116.764,57 196.536.502,78
Disponvel 173.329.193,80 185.477.033,95
Bancos Conta Movimento 36.595.929,15 19.912.573,08
Bancos Conta Vinculada 1.563.192,44 3.350.239,67
Aplicaes Financeiras de Recursos Prprios
76.835.561,59 40.301.198,06
Aplicaes Financeiras de Recursos Vinculados
58.334.510,62 121.913.023,14
Realizvel 3