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ANO 1 Nº 46 29/05/2011 R E V I S T A R E V I S T A InterBuss InterBuss Leia também nesta edição: • Busscar terá recurso julgado dia 06/07 • Campinas tem ônibus sabotados • O “Ônibus Brasil” em sua essência - 2 A empresária Niege Chaves, da Metropolitana, entregou à São Paulo os primeiros ônibus movidos a etanol do país A PIONEIRA A PIONEIRA

Revista InterBuss - Edição 46 - 29/05/2011

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  • ANO 1N 46

    29/05/2011

    R E V I S T AR E V I S T A

    InterBussInterBuss

    Leia tambm nesta edio: Busscar ter recurso julgado dia 06/07 Campinas tem nibus sabotados O nibus Brasil em sua essncia - 2

    A empresria Niege Chaves, da Metropolitana, entregou So Paulo os primeiros nibus movidos a etanol do pas

    A PIONEIRAA PIONEIRA

  • CONTEDO DE QUALIDADE COM RESPONSABILIDADE

    REVISTA

    InterBuss

    EM VIRTUDE DE PROBLEMAS TCNICOS, ESTA EDIO FOI PUBLICADA COM DOIS DIAS DE ATRASO, MAS SEM PREJUZO AO CONTEDO. PARA COMPENSAR, APRXIMA EDIO (N 47) SER PUBLICADA NAPRXIMA SEGUNDA-FEIRA, DIA 6/6. AGRADECEMOS A COMPREENSO!

    INFORMAO COM QUALIDADE

  • Foto

    : Luc

    iano

    Ron

    cola

    to

    N E S T A E D I O

    EDITORIAL Sindicatos e as greves .................... 4

    PSTER Ailton Florncio da Silva ......................... 14

    MURAL Os sociais da Revista InterBuss..................... 22

    COLUNISTAS Adamo Bazani ..................................... 26

    LTIMA HORA Morre o prof. Waldemar Stiel ............. 19

    Revista na RedeOs sites do grupo Portal InterBuss so atualizados frequentemente com novos contedos. Fiquem atualizados com eles:

    REVISTA ELETRNICAAcesse nosso contedo tambm na revista eletrnica, todos os dias, 24h por dia, em:www.portalinterbuss.com.br/revista

    NOTCIASVeja notcias do setor de transportes atua-lizadas diariamente em nosso site:www.portalinterbuss.com.br/revista

    GALERIAS DE IMAGENSNossas galerias so atualizadas semanal-mente com fotos, desenhos e contedos enviados por diversos colaboradores de todo o Brasil. Veja em:www.portalinterbuss.com.br/galeria

    Tudo no site: www.portalinterbuss.com.br

    A SEMANA EM 10 TEMPOS ......................................... 5

    Edio nmero 46 Domingo, 29 de Maio de 2011 Concluda s 13h21 Esta edio tem 28 pginas

    COLUNISTAS Jos Euvilsio Sales Bezerra ................. 16

    FOTOS DA SEMANA As melhores do Portal InterBuss.. 20

    CAMPINAS nibus so sabotados em garagens ......... 24

    MATRIA DA SEMANA nibus a Etanol j roda em SP .. 10

    COLUNISTAS Marisa Vanessa N. Cruz ....................... 23

    COLUNISTAS Luciano Roncolato ................................ 18

    Foto da capa: Luciano Roncolato

    COLUNISTAS William Gimenes .................................. 20

    A Semana em 10 Tempos Pgina 9A Semana em 10 Tempos Pgina 9

    EMTU BUSCA SOLUO PARA APRECRIA REA 5 DE SO PAULO

    EMTU BUSCA SOLUO PARA APRECRIA REA 5 DE SO PAULO

    Frota da regio a mais antigade todos os setores

  • E D I T O R I A L

    A Revista InterBuss uma publicao semanal do site Portal InterBuss com distribuio on-line livre para todo o mundo.Seu pblico-alvo so frotistas, empresrios do setor de transportes, gerenciadores de trnsito e sistemas de transporte, poder pblico em geral e admiradores e entusiastas de nibus de todo o Brasil e outros pases.

    Todo o contedo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crdito dado sempre ao fi-nal de cada material. O material produzido pela nossa equipe protegido pela lei de direitos autorais e sua reproduo autorizada aps um pedido feito por escrito, e enviado para o e-mail [email protected]. As fotos que ilustram todo o material da revista so de autoria prpria e a reproduo tambm autorizada apenas aps um pedido formal via e-mail. As imagens de autoria terceira tm seu crdito dis-ponibilizado na lateral da mesma e sua autorizao de reproduo deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferncia da Revista InterBuss. A im-presso da revista para fins particulares previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

    InterBussREVISTA PARA ANUNCIAR

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    CONTATOA Revista InterBuss um espao democrtico onde todos tm voz ativa. Voc pode enviar sua sugesto de pauta, ou at uma matria completa, pode enviar tambm sua crtica, elogio, ou simplesmente conversar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de reprteres. Envie seu e-mail para revista@por-

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    A EQUIPE INTERBUSSA equipe do Portal InterBuss existe h nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De l pra c, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sem-pre para trazer tudo para voc em primeira mo com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algu-mas pessoas usam de m f, tentando ter acesso a pes-soas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que de nossa equipe.Por conta disso, instrumos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss so devidamente identificados com um crach oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo den-tro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e no estiver devidamente identifi-cada, no tem autorizao para falar em nosso nome, e no nos responsabilizamos por informaes passa-das ou autorizao de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dvida, por favor entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.

    Greve. Essa a palavra adorada por sindicalistas e odiada pela populao. Greve nos transportes, ento, uma situao pior ainda. Quantos usurios j foram prejudicados pelas in-contveis greves em um setor prioritrio da nossa sociedade? S em 2011 j aconteceram greves em Natal (RN), Salvador e Vitria da Con-quista (BA), Metr, CPTM e a provvel greve de Campinas (SP). O ato de paralisao do servio em busca de uma causa comum surgiu no governo de Getlio Vargas (dcada de 30), mas s foi de fato reconhecida em 1946, com a Consolidao das Leis do Trabalho (CLT). A partir da os sindi-catos ganharam fora, e at poder. Hoje, o direito de greve est previsto na Constituio Federal, mas desde que haja a comunicao prvia, em veculo de comunicao de grande circulao na regio onde a greve vai ocorrer, com 72 horas de antecedncia. Desde ento, os movimentos ganharam fora. E os sindicatos tambm. Greves surgindo, cada vez maiores, sempre na luta por um benef-cio em conjunto, seja uma melhoria na condio do trabalho, no salrio, na forma de pagamento. Mas, na mesma medida que a fora do tra-balhador ganha poder, a figura do sindicalista tambm cresce. E comeam as disputas polticas internas. Antes, unidos em defesa de um todo o conjunto de trabalhadores a ele ligado. Hoje, uma disputa de interesses, poderes e at dinheiro, uma luta quase individual. E o trabalhador, se sente representado? Pode at ter a sensao, mas no isso que acontece na prtica. Quantas vezes trabalhadores so in-duzidos a compactuar com uma greve que no querem participar? E se tentarem furar, podem sofrer os mais variados tipos de retaliao. Isso quando a prpria greve no sabotada pela cha-

    pa de oposio do sindicato. E a populao? Que se lixe, pensam muitos. Afinal, estamos defendendo o nosso in-teresse. Um interesse deles que gera a antipatia nos principais consumidores: a populao. Mui-tos sindicalistas, e agora falando especificamente dos de transportes, se esquecem que no fazem um favor para a populao. O usurio j paga impostos, tarifas absurdamente caras, e tem que lidar com nibus em condies adversas de ma-nuteno e limpeza, funcionrios mal treinados e mal educados, e ainda ter que concordar e apoi-los em uma greve em que os nibus no circulam, afetando o deslocamento para o estudo e, principalmente, trabalho, correndo o risco de perder o emprego que eles, grevistas, tm garan-tido, mesmo parados? E tem ainda o lado dos empresrios, que tm que arcar com manuteno e conserto de veculos quebrados pelos manifestantes que impedem os tericos fura-greves de cumprir a sua obrigao? Fora o tempo de conserto destes carros, prejudicando, mais uma vez, a popula-o. Neste lado os sindicalistas de transporte no pensam, ou simplesmente ignoram. Alis, a posio deles mais se assemelha a um palanque. Dizem uma poro de palavras de ordem, morte aos empresrios, vamos fazer valer nos-sos direitos, e ovacionado. Um show, com toda a pompa. S que este sindicalista chefe est na linha de frente? ele que, no dia seguinte ao fim da greve, vai ouvir usurios reclamando, xingan-do, dos malefcios que esta paralisao trouxe? J que a greve um direito do tra-balhador, est previsto em lei, e j que se cria sindicato para todas as reas, onde est o sindi-cato dos usurios prejudicados pelo sindicato dos rodovirios?

    As greves esuas consequncias

    Do Leitor

    Este espao para voc deixar a sua opinio sobre nosso contedo. Para isso, entre em contato atravs do e-mail [email protected]. Na prxima e-dio, publicaremos sua opinio neste espao.

    Contatos em geral

    Nota da redao: Agradecemos o con-tato Andr! Primeiramente pedimos descul-pas pela demora na resposta de sua primeira mensagem. Estamos com um grande acmulo de e-mails de diversos assuntos no [email protected] e provavelmente o seu contato acabou passando sem ser respondido. Estamos preparando grandes novidades para daqui a algumas edies e uma delas envolve fotos e empresas antigas. Aguarde mais um pouco e com certeza voc se surpreender com nosso novo contedo! Quanto ao fim da Via-o Caprioli realmente algo bastante triste, pois uma empresa com 83 anos de tradio em nossa regio, porm o nome acabou no entrando na negociao. uma pena, mas es-peramos que os servios das linhas rodovirias melhore um pouco, o que a Caprioli vinha deixando de lado j h algum tempo, priori-zando o fretamento e o turismo.

    Estou indignado com vocs por que vocs no responderam a minha pergunta so-bre fazer matrias sobre nibus que no existe mais, ou pelo menos arrumar alguma foto de nibus antigos como: Expresso Aliana, Ex-presso So Joo e Expresso Mirante. Gostaria de dizer tambm que v a reportagem sobre a Caprioli e acho uma pena que no mais vou ver esses nibus, acho eles muito bonitos, principalmente os da Marco-polo G6.

    Sugesto e Caprioli

    Andr OliveiraMogi Guau/SP

  • A S E M A N A E M 1 0 T E M P O S

    Busscar ter recurso julgado pelo 12 TRT no prximo dia 6 de julho

    DE 22 A 28/05/2011

    Contrariada com a deciso em primeira instncia em favor dos funcionrios, a Busscar nibus recorreu em janeiro da de-ciso na 12 TRT (Tribunal Regional do Tra-balho 12 Regio), que marcou o julgamento do recurso para o prximo dia 6 de julho, em Florianpolis. A sesso est marcada para comear s 13h30 e ainda no dar um futuro definitivo para os salrios atrasados dos fun-cionrios. Por ser a segunda instncia, caso no obtenha sucesso novamente, a Busscar ainda poder continuar recorrendo. Em dezembro do ano passado, em substituio ao juiz Nivaldo Stankiewicz, da 4 Vara do Trabalho de Joinville, a magistrada Patrcia Andrades Gameiro Hofstaetter, de-cidiu manter o bloqueio dos bens do Grupo Busscar e de seus acionistas, Rosita Nielson (majoritria), Claudio Nielson e Fabio Niel-son. Essa mesma deciso j havia sido tomada por meio de liminar em julho de 2010, pelo juiz Stankiewicz. O bloqueio foi pedido pelo Sindi-cato dos Mecnicos, depois que a empresa comeou a atrasar os salrios. A ideia garan-tir os direitos trabalhistas dos funcionrios em caso de falncia da Busscar ou falta de compromisso do grupo. A iniciativa do sin-dicato salvou a queima do que restava de valor do grupo. Agora, com o julgamento marcado, pelo menos saberemos os prximos passos, que acreditamos ser amplamente favorveis aos trabalhadores, destaca o presidente do

    5Revista InterBuss

    Foto: Luciano Roncolato

    Encarroadora no concordou com deciso em primeira instncia, que beneficiou funcionrios

    sindicato, Joo Bruggmann. Outra deciso da juza questionada pela Busscar sobre os pagamentos dos sa-lrios. A magistrada decidiu que a empresa deveria pagar os crditos atrasados e qui-tar em dia (at o 5 dia til de cada ms) os demais que vencerem, sob pena de multa de 1% do salrio de cada trabalhador. Essa pe-nalidade, porm, s ser aplicada aps 15 dias do trnsito em julgado. Isso quer dizer que a

    Busscar s pagar multa pelo descumprimen-to de suas obrigaes quando no houverem mais recursos, em ltima instncia. Aps mais de 18 meses de crise, a Busscar j deve 13 salrios atrasados aos fun-cionrios, 25% do 13 de 2009 e o dcimo terceiro de 2010. Rescises trabalhistas no esto sendo pagas e os depsitos de FGTS no so feitos h mais de dois anos, de acordo com o Sindicato dos Mecnicos. (Jornal Floripa)

    nibus encarroado pela Busscar em operao: produo ainda continua muito morosa

    RJ: Leblon e Ipanema vo ganhar corredores A zona sul do Rio de Janeiro vai ga-nhar mais quatro corredores exclusivos para nibus at o fim do ano, conforme informou o subsecretrio municipal de Transportes, Carlos Maiolino, durante um seminrio sobre BRS (Bus Rapid System) no centro do Rio na ltima quarta-feira (25). As novas faixas exclusivas vo fun-cionar nas avenidas Visconde de Piraj e Pru-dente de Moraes, em Ipanema, e nas avenidas Ataulfo de Paiva e General San Martin, no Leblon. De acordo com o subsecretrio, ruas So Clemente e Voluntrios da Ptria, em

    Botafogo, na zona sul, as ruas Conde de Bon-fim e Haddock Lobo, na Tijuca, e rua Vinte e Quatro de Maio e avenida Marechal Hermes, no Mier, na zona norte tambm devem rece-ber os corredores exclusivos. Mas ainda no h previso para a implantao do projeto, que tambm deve chegar ao centro nas ave-nidas Presidente Vargas e Rio Branco e rua Primeiro de Maro.

    Corredores em Copacabana Os corredores exclusivos para ni-bus j funcionam em Copacabana, na zona sul, na avenida Nossa Senhora de Copacabana

    e nas ruas Barata Ribeiro e Raul Pompia. Inaugurado em fevereiro, o corredor da avenida Nossa Senhora de Copacabana foi a primeira faixa exclusiva do bairro. J nas ruas Barata Ribeiro e Raul Pompia, o projeto foi implantado em abril. Nas faixa exclusivas, os nibus so obrigados a parar nos pontos indicados pelo seu BRS, sendo impedidos de pararem em outros pontos. Na Nossa Senhora de Copaca-bana, h 15 paradas. Os motoristas que no obedecerem as regras do BRS (Bus Rapid System) sero multados em R$ 53,20. (R7)

  • 6 Revista InterBuss

    A S E M A N A E M 1 0 T E M P O S

    Grupo de atores leva alegria aos nibus de Quito, no Equador

    Foto

    : AFP

    Um grupo formado por seis atores transformou os nibus do Equador em verda-deiros palcos ambulantes depois que passou a contar histrias de livros atravs de atos a mil-hares de usurios desse meio de transporte em uma tentativa de recuperar a memria do pas. Trata-se do festival Memoriandante, que terminou na ltima segunda-feira (23) e com o qual os seis atores apoiados pelo Minis-trio de Cultura alteram o dia a dia de uma viagem de nibus para relatar histrias urba-nas, cantar amorfinos (ritmo musical do litoral equatoriano) e recitar poesias. O objetivo do Memoriandante ir-romper no espao pblico e quebrar um pou-co da rotina das pessoas para que escutem as histrias, disse Agncia Efe Hugo Palacios, responsvel pelo projeto. s vezes se pensa que a poesia para determinados espaos, como os acadmicos, e para certo tipo de gente. Achamos que a poesia deve sair dos livros para instalar-se em qualquer corao, ressaltou Palacios. Esperar, portanto, que as pessoas com-paream a um teatro no o objetivo deste gru-po, que sobe nos nibus com uma boa dose de humor para arrancar os sorrisos dos presentes. Com tantos problemas sociais e econmicos importante provocar um sorriso, disse Javier Surez, de 35 anos, que, graas a uma das atrizes da equipe, teve que improvisar para atuar em uma das estaes de nibus de Quito. A ideia que a memria viaje nos nibus, v s estaes, s esquinas e s caladas, disse Palacios. Ele afirmou ainda que muitos dos poemas e contos que so recitados pelos atores

    tm a ver com personagens que ajudaram a for-mar a identidade do pas, embora eles tambm contem histrias cotidianas. O projeto tem despertado o interesse dos passageiros. Muitos chegam a interagir com os narradores e at mesmo a participar das atu-aes, que duram apenas alguns minutos. Outros, no entanto, mostram indife-rena: alguns simplesmente porque so distra-dos, enquanto outros acham que devero pagar pela atuao, segundo uma das organizadoras do festival, que disse gostar quando h engarra-famentos, pois os nibus so obrigados a andar mais devagar, o que ajuda os artistas - que mui-tas vezes fazem malabarismos - a no cair. Espero que a memria se transforme em um pombo-correio que sempre chegue a seu destino e que nunca, nunca caia no esquecimen-to, ressaltou Palacios ao trmino de uma das apresentaes em um nibus, junto com duas atrizes. Palacios explicou que as roupas usadas por eles so simples, j que o grupo no quer chamar a ateno pelo vesturio, mas por suas palavras. Alm de poesia local e latino-ameri-cana e histrias urbanas, os narradores tambm escreveram alguns textos, muitos com uma boa dose de romantismo, como um que diz: que-ria ser um passarinho com patinhas de algodo para voar at seu peito e tocar-te o corao. O passageiro Carlos Caluqu acom-panhou com ateno cada uma das atuaes e aprovou o projeto: vale a pena tentar produzir todas as coisas boas, pois, se no tentamos, no sabemos os timos resultados que podem ger-ar. (Terra)

    Grupo se apresenta nos corredores dos coletivos urbanos de Quito

    O acidente aconteceu anteontem (27) por volta das 19:30h o nibus da empresa gua-nabara se chocou com uma pick up modelo strada, na Br-010 prximo ao municipio de Ri-bamar Fiquene, deixando trs pessoas mortas. Segundo informaes da polcia rodoviaria federal o nibus seguia de Impe-ratriz-MA com destino a Teresina-PI, trans-portando em mdia 30 pessoas no interior do grande veculo. Num trecho prximo ao municpio de Ribamar Fiquene tentando uma ultrapassagem perigosa o nibus acabou batendo em uma pick up que vinha sentido Porto Franco- imperatriz.No acidente foram necessrias 6 ambulncias, infelizmente trs pessoas foram arremessadas para fora do nibus e no resistiram aos feri-mentos e acabaram morrendo.Entre as vtimas esto me e filha que viajavam juntas no onibus e um senhor que viajava sozinho,os outros feri-dos foram levados para o hospital de Imperatriz. Ainda segundo a Polcia Rodoviria,o motorista do nibus fugiu e o motorista da pick-up foi encaminhado para o hospital de Impera-triz com ferimentos leves. (180Graus)

    Acidente com nibus da Guanabara deixa trs mortos no MA

    A Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e a Secretaria Municipal do Idoso lanaram, na ltima sexta-feira (27), s 13h, no Terminal Urbano, a campanha de con-scientizao aos usurios do transporte cole-tivo para que respeitem os assentos reservados aos idosos nos nibus. A campanha foi criada aps um pro-cesso participativo com 20 grupos de idosos, de todas as regies da cidade, acompanhados pela Secretaria do Idoso que discutiram o tema Segurana do Idoso no Transporte Coletivo e propuseram aes de conscientizao. A proposta vencedora veio do Grupo de Convivncia do Idoso do Conjunto Armin-do Guazzi e prev afixao de cartazes no in-terior dos nibus com a mensagem: Respeite os idosos hoje, para que no futuro voc seja respeitado. O lanamento da campanha ter tam-bm a participao do Grupo de Convivncia de Idosos do Jardim Sabar, com apresentao do Rap do Idoso. O grupo ira cantar msica que foi idealizada especialmente para o tema respeito ao idoso no transporte coletivo. (As-sessoria de imprensa do Metrolon e Bonde)

    Londrina lana campanha pelo respeito a idosos

  • 7Revista InterBuss

  • 8 Revista InterBuss

    A S E M A N A E M 1 0 T E M P O S

    Porto Alegre tem nibus com adesivos da Copa

    Um grupo de pessoas depredou trs nibus que realizam o transporte coletivo de Goinia na noite da ltima quinta-feira. O pro-blema ocorreu no terminal praa da Bblia, por volta das 19h, em decorrncia da interrupo temporria dos servios. Segundo a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), cinco mil pessoas faziam um protesto contra o aborto prximo do terminal impedindo a circulao nas principais vias de acesso. O servio teve de ser interrompido por 25 minutos.

    Foto: Divulgao

    Ainda no se sabe se parte dos mani-festantes aproveitaram a ocasio para protestar contra o recente reajuste da tarifa, que passou de R$ 2,25 para R$ 2,50, ou se usurios se revolta-ram com a paralisao temporria do servio e iniciaram o quebra-quebra, impedindo o retor-no do servio. A Polcia Militar foi chamada para conter a situao. De acordo com a corporao, os policiais apenas negociaram com o grupo que acabou liberando o terminal. Ningum foi preso durante a ocorrncia. (Terra)

    Um dos doze nibus da Carris que foram adesivados com temas da Copa de 2014

    Trs nibus da prefeitura de Porto Alegre comearam a circular na ltima tera-feira (24) com adesivos alusivos Copa de 2014. Os veculos fazem parte de um lote de 12 cole-tivos da Carris, a empresa estatal de nibus da capital gacha, que vo rodar na cidade com imagens relacionadas ao evento. A identidade visual foi concebida pelo gabinete de comunicao social da prefeitura. De acordo com o prefeito Jos Fortunati, a deco-rao dos veculos tem o objetivo de preparar a populao para receber o Mundial de Futebol. A idia implantar o esprito da Copa na ci-dade, trazendo o engajamento da populao, acrescentou o secretrio extraordinrio da Copa em Porto Alegre, Joo Bosco Vaz no evento de lanamento do projeto, realizado na tarde da ltima tera-feira. Doze intinerrios foram selecionados para receber os adesivos. (Portal Copa 2014)

    Terminal para e passageiros depredam nibus em Goinia

    Sorocaba em estado de greve Os nibus do transporte urbano de So-rocaba e Votorantim circularam anteontem com os faris acesos, indicando o estado de greve da categoria, que pode paralisar o servio nos prxi-mos dias. Os trabalhadores do transporte coleti-vo decidiram fazer a mobilizao aps rejeitarem, em assembleias, a proposta patronal de reajuste de 7,39% nos salrios, aumento de R$ 70,00 na participao nos lucros e resultados (PLR) - que passaria dos atuais R$ 600,00 para R$ 670,00 -, reajuste no tquete-refeio para R$ 14,00, e contratao de apenas 20 agentes de bordo at o dia 02 de janeiro de 2012. A paralisao dever comear 0h da tera, 31/5, caso o setor patro-nal no apresente uma proposta que esteja mais prxima das reivindicaes da categoria. Uma nova rodada de negociao entre Sindicato e empresas, com a intermediao da Urbes Trnsito e Transporte, est em andamento. A data-base da categoria 1 de maio e as reivindicaes dos trabalhadores so: re-posio da inflao segundo o IGP-M/FGV, que est em 10,60%; PLR no valor do piso salarial do motorista; contratao de, no mnimo, mais 100 agentes de bordo; incluso de clusula no Acordo Coletivo que determina que a empresa deva ar-car com o pagamento de salrio e demais benef-cios ao trabalhador que tiver alta do INSS e no for considerado apto a voltar ao trabalho pelo mdico da empresa; alm da manuteno dos de-mais benefcios conquistados. A categoria rene aproximadamente 4 mil trabalhadores, entre motoristas e funes de apoio, como mecnico, eletricista, funileiro, pintor, entre outras. (Jornal Cruzeiro do Sul)

    Foto

    : Ter

    ra

    nibus da Metrobus teve as janelas arrancadas durante protesto dos passageiros

  • 9Revista InterBuss

    Bernardino Ferreira disse que as viaes e a EMTU esto se alinhando. Abriu-se um ca-nal na rea tcnica para identificar as neces-sidades da regio, que diferente das outras regies pela sua complexidade. Pelas linhas intermunicipais da rea 5 - as sete cidades e parte da Capital - circu-lam mais de 900 nibus, que atendem pblico dirio que passa de 250 mil pessoas. Ferreira no falou sobre os motivos que fizeram fracassar as tentativas de licita-o. Qualquer outro comentrio prejudi-cial. Vamos celebrar o novo momento. Para o presidente da Transportes Coletivos Parque das Naes, Carlos Sfio, a aproximao um comeo, mas preciso que seja bom para todos, usurio e empresas. Presidente da Rigras Transporte Co-letivo e Turismo, Nivaldo Aparecido Gomes disse que o debate a forma para se alcanar o objetivo de sempre prestar o melhor servio. Para o presidente da EMTU, um dos maiores problemas do Grande ABC a idade dos nibus que, na mdia, mais velha do que no restante da regio metropolitana de So Paulo. (Dirio do Grande ABC)

    nibus metropolitanos no terminal de Campinas:a regio recebeu novas promessas e implantao do Bilhete nico Metropolitano est em pauta

    EMTU/SP busca sada para imbrglio que emperra as licitaes da rea 5 Aqui a rea mais desequilibrada. Assim o presidente da Empresa Metropoli-tana de Transportes Urbanos, Joaquim Lopes da Silva Jnior, classificou o servio de nibus intermunicipais no Grande ABC. A avaliao se explica. Enquanto nas outras quatro reas da regio metropolitana de So Paulo a renovao dos transportes est em curso desde 2006, na regio, chamada de rea 5, as quatro tentativas de abrir licitao foram frustradas. O ltimo edital foi lanado em dezembro, deveria ser concludo em janeiro, mas foi encerrado, sem concorrentes. E se publicarmos novamente, ficar vazia mais uma vez, afirmou Silva Jnior. A reformulao das concesses uma forma de determinar padres de quali-dade, como exigir das empresas a renovao das frotas e novos estudos de demanda para dimensionamento das linhas, o que contribui para a melhoria do servio. Os empresrios justificam, desde 2005, quando as negociaes comearam, que, da forma como lanada, a licitao no economicamente vivel. Mesmo com edital vazio, a EMTU estuda como fazer acor-dos com as viaes. Silva Jnior entende que, quando sarem do papel, os principais proje-tos para o transporte pblico no Grande ABC iro provocar mudanas na demanda de pas-sageiros e na distribuio dos deslocamentos. O impacto da chegada do VLT (Ve-culo Leve Sobre Trilhos), que vai ligar a regio ao Metr, do Expresso ABC, que so trens de maior velocidade, e de outro possvel VLT, entre Santo Andr e Guarulhos, ainda no pode ser medido, segundo o presidente. Tudo isso deixa o cenrio incerto. Se no temos a demanda a ser licitada, no te-mos a receita estimada, e se no temos receita e demanda, no podemos determinar o que deve ser exigido, afirmou Silva Jnior. Nessa fase transitria, a sada, ainda

    segundo o presidente da EMTU, pode ser buscar para o Grande ABC uma proposta que seja o equilbrio dos contratos celebrados nas demais reas. Mas uma discusso a ser feita jun-to com o Ministrio Pblico. preciso cons-truir esse entendimento com o governo do Estado, explicou. Segundo Silva Jnior, o debate com as empresas da regio j foi aberto. Vamos estabelecer critrios mnimos de atendimento para assegurar que as prestadoras de servio ofeream qualidade e conforto para os pas-sageiros.

    Empresas avaliam que o momento debuscar soluo Como justificativa para recusar os editais, os empresrios j disseram que me-lhor seria dividir a regio em dois consrcios e que a operao das linhas no cobriria os custos. Desta vez, porm, sinalizam que pode haver acordo. Gerente jurdico da AETC/ABC (Associao das Empresas de Transporte Coletivo do ABC), o advogado Francisco

    Frota da rea 5 da Grande So Paulo a mais antiga do sistema

    Foto: Luciano Roncolato

    nibus urbano em Blumenau sobe para R$ 2,75 A partir do dia 11 de junho os usuri-os do transporte coletivo desembolsaro R$ 0,18 a mais pela passagem. O prefeito Joo Paulo Kleinbing divulgou nesta sexta-feira a deciso de aumentar para R$ 2,75 a tarifa. A passagem do vermelhinho subiu para R$ 3,60. Os 7% de reajuste seguem a sugesto do Seterb de calcular, provisoriamente, o valor atravs do ndice Nacional de Preos ao Consumidor (INPC). O prefeito decidiu tam-

    bm encaminhar um projeto de lei Cmara de Vereadores, que pode mudar o processo administrativo que determina o preo da pas-sagem de nibus, transferindo do Executivo a responsabilidade de dar a palavra final sobre o reajuste. Se aprovado pelos vereadores, o Conselho Municipal de Trnsito e Trans-portes de Blumenau (Comtranblu) ficar res-ponsvel por determinar o clculo e fixar a

    tarifa do transporte coletivo, ou seja, passar a ter poder deliberativo. A mudana alterar a lei orgnica do municpio e a legislao que criou o conselho. Os R$ 2,75 que passam a ser cobra-dos na catraca a partir do dia 11 surgiram atravs de reunies de uma comisso especial formada por economistas, assessoria jurdica e presidente do Seterb, alm de representantes do Sescon e CRC. (Dirio Catarinense)

  • 10 Revista InterBuss

    M A T R I A D A S E M A N A

    CHEGOU EABALOUCHEGOU EABALOU

    Empresa mais nova a operarno sistema paulistano est htrs anos na cidade e j revolucionatrazendo para o Brasil a primeira frota denibus movidos a etanol; primeiros dez j esto nas ruas

    Luciano Roncolato com Scania,Metropolitana e CAIO Induscar

    O transporte urbano da capital paulista recebe neste ms o primeiro lote de 50 nibus movidos a etanol. A incluso dos veculos frota da cidade resultado de uma parceria entre a Prefeitura de So Paulo, Via-o Metropolitana, Razen, Scania e UNICA. Os novos nibus so do modelo K 270 4x2 e possuem motores de ltima ge-rao, que atendem s exigncias da legisla-o brasileira de emisso de gases poluentes

    Conama P7, prevista para entrar em vigor no Brasil em 2012, alm da EEV (Enhanced Environmentally Friendly), norma da Unio Europeia. De acordo com convnio firmado em novembro de 2010 com a Prefeitura de So Paulo, a Scania responsvel pela produo dos motores e chassis, a carroceria montada pela Caio, a Metropolitana a operadora, a UNICA fornecer o etanol e a Razen ser res-ponsvel pelo fornecimento do combustvel final e instalao da infraestrutura de arma-zenagem e de abastecimento.

    A Metropolitana investiu mais de R$ 20 milhes, financiados pelo BNDES, para a renovao de 50 veculos de uma frota de 330 nibus urbanos. Os novos modelos movidos a etanol devem circular principalmente nas linhas Jardim Miriam Vila Gomes; Jardim Miriam Terminal Princesa Isabel e Jardim Luso Terminal Bandeira. So Paulo recebeu o primeiro ni-bus-demonstrao a etanol em 2007, por meio do projeto BEST (BioEthanol for Sustainable Transport), coordenado no Brasil pelo CEN-BIO IEE/USP, em uma iniciativa indita da

  • 11Revista InterBuss

    Busscar VB Elegance Scania da Viao Caprioli, a ltima compra de carros novos que a empresa vez antes de ser

    vendida: marca desaparecer a partir de agostoDetalhes de um dos dez nibus entregues na quinta-feira passada

    Fotos: Luciano Roncolato

    Empresa mais nova a operarno sistema paulistano est htrs anos na cidade e j revolucionatrazendo para o Brasil a primeira frota denibus movidos a etanol; primeiros dez j esto nas ruas

    Scania, parceiros e do poder pblico. Aps um perodo de demonstrao, o veculo des-pertou o interesse de outros parceiros, pos-sibilitando a entrega de um segundo nibus movido pelo combustvel em 2009. Juntos, os veculos-demonstrao j percorreram mais de 180 mil quilmetros, transportando pas-sageiros em diversas linhas da regio metro-politana. O nibus movido a etanol a nica tecnologia disponvel comercialmente que pode atender em curto prazo, Lei de Mu-danas Climticas do Municpio de So Pau-

  • M A T R I A D A S E M A N A

    O prefeito de So Paulo, Gilberto Kassab, dirigiu um dos nibus, dando uma volta no local

    lo, que prev a reduo de 30% das emisses de gases de efeito estufa (GEE`s) at 2012. Atualmente, circular na cidade de So Paulo 15 mil nibus movidos a diesel. Caso fossem substitudos por modelos movi-dos a etanol, o impacto ambiental seria equi-valente a uma frota de somente 3 mil nibus. A grande vantagem do etanol como combustvel no transporte pblico urbano o ganho ambiental com a reduo de emisses de poluentes. Ressalta-se que a disponibi-lidade e as perspectivas para a produo do etanol somadas s vantagens ambientais ofe-recem uma srie de benefcios, como a di-versificao da matriz energtica no setor de transportes e a utilizao de um combustvel nacional, cuja infraestrutura de distribuio j existe. A cidade de So Paulo detm a maior frota de nibus do Estado, responsvel pela deteriorao da qualidade do ar no centro urbano, que compromete a sade da popula-o. Esta uma das razes da importncia da introduo desta nova tecnologia na cidade, alm do cumprimento da Lei de Mudanas Climticas.

    O evento Bastante tpico, o evento que apre-sentou os primeiros dez nibus do lote de cinquenta adquiridos pela Metropolitana de So Paulo contou com a presena de diver-sas personalidades polticas e do universo dos transportes, como os empresrios Thiago Felicio, do grupo NIFF e Maria Beatriz Setti Braga, da Metra. Aos convidados, logo na entrada foram oferecidas barras de rapadura. Nela, estava a inscrio: feita 100% de cana-de-acar. No caf oferecido foi servido o legti-mo caldo-de-cana, tambm como aluso aos veculos movidos a etanol.

    Sobre os parceiros

    Caio A encarroadora de nibus Caio Induscar lder na produo de carrocerias urbanas no Brasil. Tem seu escritrio central localizado na cidade de So Paulo e o parque fabril na cidade de Botucatu, SP, com uma rea de 280.000 m e 90 mil m de rea construda e capacidade de produo para cerca de 40 carrocerias ao dia. Ainda conta com cerca de 3500 mil colaboradores, participando do crescimento do polo industririo da regio e do Brasil. Os acionistas da empresa tambm tm forte atuao no mercado de transporte coletivo, comercializao de chassis, veculos comerciais e de passeio, entre outros. Sua produo atende a todos os seg-mentos: rodovirio, urbano, turismo, freta-mento, escolar, executivo e de carga, com uma vasta linha de modelos: rodovirios; urbanos,

    incluindo articulados e biarticulados; midis; micros e minis. Em 2011 a marca Caio completa 65 anos de tradio. No ano de 1946, a empresa Caio iniciou suas atividades j como encar-roadora de nibus e, em 1982, a fbrica de Botucatu foi inaugurada oficialmente. Em ja-neiro de 2001, um novo Grupo, constitudo por empresas de transporte de pessoas, assu-miu, por meio da empresa Induscar, o parque fabril e o direito de uso e comrcio dos produ-tos da marca Caio. O grupo atua tambm na venda de veculos comerciais, chassis para nibus, caminhes e automveis nacionais e

    importados. No ms de maro de 2009, por meio de um leilo, a Induscar passou a ser dona da marca Caio e parque fabril. Hoje Caio Induscar, empresa que completa 10 anos em 2011. A carroceria Millennium II, que a usada no projeto, foi desenvolvida para ofe-recer conforto e segurana, com alta produ-tividade na relao custo-benefcio. Possui design arrojado, com o perfil de veculo leve e resistente, e baixo custo de manuteno e peas de reposio. Aplica-se a motores tra-seiros e centrais, nas verses: urbano, piso baixo e articulado.

    12 Revista InterBuss

    Tablete de rapadura oferecido aos convidados do evento

  • Nige Chaves ladeada pelas funcionrias da Metropolitana que estiveram no evento

    Ficha Tcnica do projeto desenvolvi-do em parceria com a Scania. Especificaes (mm): / Comprimen-to - 13.260 / Largura - 2.500 / Altura Interna - 2.150 - Parte alta / 2.660 - Parte baixa / Al-tura Externa - 3.156 / Lotao - 32 sentados, 53 em p, 01 PPD, 01 Cobrador, 01 Motorista / Acessibilidade: 01 rampa do lado direito e uma rampa do lado esquerdo. / Portas: 02 portas lado direito e 02 portas lado esquerdo.

    CENBIO um grupo de pesquisa em bioe-nergia do Instituto de Eletrotcnica e Ener-gia da Universidade de So Paulo (IEE/USP). Atua na pesquisa e desenvolvimento de es-tudos tecnolgicos, econmicos, polticos e socioambientais referentes converso e uso da biomassa, aplicao dos biocombustveis lquidos, em parceria com grupos nacionais e internacionais, nos setores cientfico, tec-nolgico, industrial e agroindustrial. H doze anos vem promovendo o uso da biomassa como um mecanismo para o desenvolvi-mento sustentvel do Brasil e como uma fonte eficiente de energia capaz de gerar empregos, principalmente nas reas rurais. Desde sua concepo, o CENBIO tem se distinguido por centralizar informaes sobre o tema a partir de fontes nacionais e internacionais, buscando novos intercmbios de modo a es-tender o uso da biomassa a todo o pas. Estas informaes so disseminadas por meio do site http://cenbio.iee.usp.br, da publicao da Revista Brasileira de Bioenergia e por meio da organizao de seminrios e workshops com os setores envolvidos.

    Metropolitana A Metropolitana (www.grupome-tropolitana.com.br) faz parte do Consrcio Unisul que opera a rea 6 Zona Sul da Capi-tal com uma frota de cerca de 30 veculos. Ini-ciou suas operaes em So Paulo em 2008 e faz parte do Grupo Metropolitana, formado por empresas de transporte de passageiros e de solues de tecnologia aplicada ao trans-porte. Hoje o Grupo tem cerca de 3.200 fun-cionrios com frota de mais de 760 veculos que operam aproximadamente 70 linhas de nibus na cidade de So Paulo e na Regio Metropolitana do Recife. A cada ms, realiza cerca de 12 milhes de viagens. Com Certificaes 14001 e 9001, o Grupo j recebeu entre outros prmios o da Bienal de Marketing ANTP e Qualidade Propeq. Pioneira no investimento em nibus movidos a etanol para o transporte pblico urbano no Pas, a Metropolitana faz parte do Grupo Metropolitana, fundado em 1982, em Recife, Pernambuco. Com faturamento anual de R$ 260 milhes, o Grupo, presidido por Niege Chaves, formado por empresas de

    13Revista InterBuss

    transporte urbano e de solues de tecnologia aplicada ao transporte.

    Razen Razen (www.raizen.com) a em-presa resultante do processo de integrao dos negcios da Shell e Cosan. Est entre as cinco maiores empresas do Brasil em fatura-mento, com valor de mercado estimado em R$ 20 bilhes e cerca de 40 mil funcionrios, posicionando-se como uma das mais compe-titivas na rea de energia sustentvel no mun-do. A Razen responder por uma produo de mais de 2,2 bilhes de litros de etanol por ano para atendimento ao mercado interno e externo. Alm do etanol, as atuais 24 usinas produzem 4 milhes de toneladas de acar e tm 900 MW de capacidade instalada de produo de energia eltrica a partir do baga-o da cana. Na rea de combustveis, a joint venture comercializar aproximadamente 20 bilhes de litros para os segmentos de trans-porte e indstria e para a sua rede formada por 4.500 postos de servio com as marcas Shell e Esso.

    Scania A Scania (www.scania.com.br)

    referncia mundial em veculos pesados movidos a etanol e participa como patrocina-dora oficial do Ethanol Summit 2011. Desde a dcada de 1980, a montadora sueca trabalha no desenvolvimento e na fabricao de mo-tores movidos por esse combustvel renov-vel. Atualmente, mais de 800 nibus Scania abastecidos com etanol brasileiro circulam na Europa, principalmente na cidade de Estocol-mo, que assumiu o compromisso ter a metade do transporte de passageiros em sua regio central movida por biocombustveis at 2012.

    UNICA A Unio da Indstria de Cana-de-Acar (UNICA www.unica.com.br) a en-tidade representativa das principais unidades produtoras de acar, etanol (lcool com-bustvel) e bioeletricidade da regio Centro-Sul do Brasil, principalmente do Estado de So Paulo. As usinas associadas a UNICA so responsveis por mais de 50% da produo nacional de cana e 60% da produo de etanol. Na safra 2010/11, o Brasil produziu aproxima-damente 620 milhes de toneladas de cana, matria-prima utilizada para a produo de 37,8 milhes de toneladas de acar e 27,4 bilhes de litros de etanol.

    O presidente da Scania, Sven Antonsson, Jos Chaves, Nige Chaves e Maria Beatriz Setti Braga

    Fotos: Luciano Roncolato

  • R E V I S T A

    InterBussAilton Florncio da SilvaAilton Florncio da Silva

  • 16 Revista InterBuss

    Jos Euvilsio Sales BezerraC I R C U L A N D OMiracatu Registro

    De So Paulo Miracatu, fiz o tradi-cional pinga-pinga: nibus municipal de So Paulo at o Terminal Joo Dias, Linha 5 do Metr at o Capo Redondo, Linha 001 Parque Paraso da EMTU at o Valo Velho e 030TRO Barnabs at Juquitiba. Em Juquitiba, peguei o suburbano 4790 Cafezal da Soamin at a Serra do Cafezal. Chegando por l, por volta das 12h, sigo a recomendao que uma funcionria do Graal me deu da ltima vez em que estive l e aguardei um Intersul. Mais ou menos quinze minutos de espera e aparece um nibus. Esse opera a linha Barra Funda Ilha Comprida. Dou sinal e o motorista para. Pergunto a ele as tarifas. Ele res-ponde: at Miracatu, R$ 12,00; at Ilha Compri-da: R$ 20,00. Perguntei se passava por Registro. Ele me disse que no. Ento, sigo com ele at Miracatu. O carro era um Paradiso G7. Muito bonito. O corredor apertado dos G6 da Intersul continuam presentes em seus G7. Algo curioso o monitor, que fica em cima da cabeceira dos bancos, grudado no porta pacotes. Ocupa um espao enorme. Acho que deveria ser retrtil, como os Caio Giro: se no usar, ele dobra e fica recolhido no teto. Bem mais prtico e evita transtornos aos mais altos. Por volta das 12h50 chegamos Mira-catu. Mais alguns minutos e chega o suburbano da Intersul que seguir para Registro. Por volta das 13h10, o motorista comea a receber os pas-sageiros. O sistema de entrada meio compli-cado. O nibus tem duas catracas. Na primeira voc paga a passagem. O motorista faz o re-gistro da passagem em um aparelho ao lado do caixa e, depois, entrega um carto, que o pas-sageiro passa no validador e que libera a pas-sagem. Esse carto, o passageiro deve guardar consigo pois precisar dele novamente na sada

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    Marcopolo Torino Scania F230 da Princesa dos Campos

    Apache Vip MBB OF1722M da Intersul

    Mercedes BenzMonobloco O371,ex-CMTC

  • 17Revista InterBuss

    do nibus. Pra descer, ele vai passar por uma se-gunda catraca. Nesta, dever depositar o carto no validador que, assim, libera a sada. A porta central, onde est o elevador, s abre para cadei-rantes. Achou complicado? Imagine o tempo que o motorista gasta pra receber os passageiros durante o trajeto... s 13h15 o nibus parte de Miraca-tu. Partiu com metade da lotao, diferente da minha primeira visita cidade, quando o via abarrotado de gente. Logo entrou na BR116, sentido Curitiba. A primeira passagem foi por um distrito mais afastado de Miracatu. O nibus d uma volta no pequeno vilarejo e logo volta Rodovia. Mais a frente, entra em Juqui. Nessa cidade o nibus d uma senhora volta. D a im-presso de passar por todos os bairros da cidade, tantas foram as ruas pelas quais ele passou. Em uma das ruas, ocorre aquilo que eu imaginava: uma fila de passageiros. Com um procedimento to burocrtico de cobrana de passagem, o motorista levou uns cinco minutos at que todos pudessem entrar no nibus. Mais a frente, outro enrosco: a catraca de sada travou e o passageiro no conseguiu descer. E l foi o motorista, pacientemente, tentar liberar a ca-traca. Depois de muitas tentativas, ele conseguiu fazer o aparelho funcionar direito. A catraca li-berou a passagem do passageiro. Por volta das 14h50, o nibus chega Rodoviria de Registro. O portal de boas-vindas cidade da Rodoviria muito bonito. Desci do nibus e logo fui almoar. Aps o almoo, fiquei nos arredores da Rodoviria tirando fotos por ali. As linhas, majoritariamente, so da Intersul e da Princesa dos Campos. As linhas da Intersul so basica-mente as Rodovirias e algumas poucas subur-banas. Uma delas, inclusive, operada com um Alpha ex-Sambaba. Como o que opera aquela linha de Miracatu, o de Registro tambm no est na melhor de sua forma fsica: sujo, com al-guns pontos de ferrugem na lataria... T na hora de uma boa funilaria. As demais linhas suburbanas da Inter-sul so para Miracatu e Juqui que, aparente-mente, tem uma linha suburbana direta partin-do de Registro, mas com bem menos horrios. O nibus que me levou Registro voltou com o letreiro Juqui. Essas linhas, alm dos Apache Vip II MBB OF1722, tem em sua frota Apache S21 MBB OF1417 e Apache Vip MBB OF1417. As linhas Rodovirias da Intersul vm de So Paulo e Santos e seguem para outras ci-dades do Vale do Ribeira, como Cajati e Eldo-rado. As linhas que vm dessas cidades com destino So Paulo e Santos tambm passam por essa Rodoviria. J a Princesa dos Campos possui linhas suburbanas que descem para Jacupi-ranga, Sete Barras, Cajati e Pariquera-Au. Ela possui carros com frota variada: Comil Svelto, Marcopolo Viale e Marcopolo Torino G6 e G7.

    Marcopolo Paradiso G7 da Intersul

    Caio Alpha MBB OF1620, ex-Sambaba, da Intersul

    Marcopolo Torino GV Volks da Transp. Barro BrancoAlguns desses carros tem motor traseiro e vidro fum. Mas os destaques da frota da Princesa so os Marcopolo Torino G7 Scania F230. Eles possuem uma configurao muito interessante. Alm dos vidros-fum tambm possuem porta-pacotes interno, no estilo nibus rodovirio. No F230, o som do motor muito parecido com o do MBB OF1722M, o que pode decepcionar os amantes da barulheira da srie F encerrada nos anos 90. Quanto s linhas municipais, as o-peradoras so todas do Grupo Mina do Vale. A frota bastante diversificada: tem de Busscar Urbanus Marcopolo Torino G7, em diversas

    linhas. Tem at Marcopolo Torino GV ex-Cu-ritiba, rodando pela Transportes Barro Branco, uma das empresas do Grupo. Ao lado da Rodoviria, em um posto de gasolina desativado, usado como mangueiro dos carros da Princesa dos Campos, havia ainda um Monobloco O371 ex-CMTC com propaganda de um grupo de Forr. No mnimo, inusitado. Embora no tenha conhecido o centro de Registro, essa viagem foi muito proveitosa. Infelizmente, pelo horrio em que cheguei ci-dade, no poderia seguir para o centro. Mas s a Rodoviria e o seu belo portal de entrada j so um convite para novas visitas.

  • 18 Revista InterBuss

    Luciano RoncolatoH O B B Y & D I V E R S OConhecendo o nibus Brasil em

    sua essncia - Parte 2

    Dando continuidade anlise do site nibus Brasil em sua essncia, nesta coluna irei comentar um pouco sobre o item nibus mais buscados ontem, que mostra na pgina inicial as trs fotos mais acessadas no dia an-terior. Essa simples parte do site responsvel pela grande disputa que h no hobby hoje em dia, disputa essa criada pelos prprios hobby-stas que postam fotos no site. Essa seo foi re-denominada pelos hobbystas de Top 3, e a maioria dos participantes do site travam uma verdadeira guerra para figuraram en-tre essas trs imagens.Vale de tudo: ficar co-mentando na prpria foto vrias vezes, pub-licar o link da prpria galeria em fotos dos outros, fazer campanha nas redes sociais como Twitter, Orkut e Facebook, ficar implo-rando pelo MSN pra que todos seus contatos faam comentrios e visitem a foto candi-dada a Top 3 para que ela chegue a aparecer na to famigerada seo. Afinal, o que tudo isso contribui para o site e para o hobby? Par-ticularmente, pra mim todas essas aes no colaboram com nada, apenas ajudam a dis-seminar a discrdia, a competio e a raiva entre os colecionadores. O pior de tudo que a prpria mo-derao do site no tem nada a ver com essa competio, pois a seo na pgina inicial acabou tendo seu objetivo deturpado pelos prprios usurios. Uma coisa feita com muita importncia h dois dias, quando entrou no

    ar a nova pgina inicial do site foi a diminu-io da importncia do chamado Top 10 Usurios, que rankeia os usurios que mais enviaram fotos nos ltimos dez dias, reti-rando as fotos desses usurios e fazendo uma listagem bem menor, no canto direito da tela. Com o tempo esse ranking vem a perder a importncia e vai acabar ficando de lado por parte dos usurios. um ponto positivo pois uma competio a menos a acontecer. Bom, ao menos essa a tendncia, s o tempo nos dir como que vai ficar. Mas vamos voltar a nos focar no chamado Top 3. J que essa simples parte do site foi transformada num verdadeiro ranking nacio-nal de fotografias de nibus, nada mais lgico que as fotos cheguem at l da forma natural, por mrito do fotgrafo, e no por um pro-cesso e politicagem que beira o absurdo. Um dos motivos que podem fazer a foto chegar a ser Top 3 a discusso, onde a foto pode gerar alguma dvida ou iniciar um grande debate, na maioria das vezes saudvel. Por conta do grande nmero de mensagens enviadas na foto, consequentemente os aces-sos crescem e a foto chega ao ranking buso-lgico. O problema que at isso tem sido usado como ttica para que a foto tenha um alavancamento das visualizaes. Pedaos de nibus, veculos acidentados, avarias em geral e detalhes irrelevantes so alguns artifcios usados para que a foto torne-se polmica e

    consequentemente vire lder de visualizao. Na semana passada tivemos um exemplo cls-sico disso, onde foi postada uma foto que at agora no sei do que , e j tinha mais de 200 visualizaes em cerca de 12 horas. Tambm choveram comentrios com crticas e, por in-crvel que parea, alguns elogiaram! Nem sa-biam o que estavam vendo mas elogiaram. O que me faz refletir sobre esse Top 3 a motivao para tal rankeamento. Que diferena faz uma determinada foto ficar um ou mais dias nesse ranking? Vai render algu-ma compensao financeira ao autor da ima-gem? O autor vai ficar famoso ou vai ganhar algum concurso? Pra mim o reconhecimento de um trabalho no hobby vem da humildade, cordialidade e simpatia. Hoje em dia h vri-os colecionadores principiantes que fazem de tudo para estarem nesse tal de Top 3 e so um verdadeiro poo de arrogncia, achando que s porque tem contato com coleciona-dores mais antigos tm o direito de pisar em cima dos outros. Se voc colecionador quer ser re-conhecido pelo seu trabalho, pelas suas fotos, pelas suas viagens, primeiramente seja humil-de e aprenda com os mais velhos. Lembrem-se tambm que nem todos os colecionadores mais antigos so famosos. H muitos bri-lhantes acervos ocultos de propriedade de co-lecionadores desconhecidos da maioria. Ou seja, so pessoas que em nenhum momento

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  • 19Revista InterBuss

    fizeram ou fazem questo da fama no hobby e montaram verdadeiros acervos histricos ao longo de vrios anos. E convenhamos, ser famoso no hobby traz algum benefcio? Al-guma empresa de nibus vai dar passagem de graa por voc ser famoso? Faa amizades, amplie seu conhecimento e seu acervo e faa jus ao respeito a qual tem direito para que conquiste cada vez mais o respeito dos de-mais. Outra coisa que gostaria de comen-tar nesta edio o fato curioso de algumas fotos de um mesmo veculo ser mais visua-lizadas e comentadas que outras. H alguns dias no meu Twitter tenho comentado que no basta voc fazer uma bela foto para ser bem visualizado, voc tem que fazer parte de alguma panela no site para que sua foto no passe batida. Na semana passada uma das fotos mais visualizadas foi a do carro nmero 17000 da Empresa Gontijo, de autoria do mineiro Kleisson Gonalves. E detalhe: a foto chegou l por mrito prprio, pois o autor no fez campanha eleitoral para que ela ficasse en-tre as trs mais vistas. Porm, ao menos nos trinta dias anteriores foram publicadas cerca de trs fotos do mesmo veculo, e a soma das

    visualizaes das mesmas no chegam ao que essa foto que virou Top 3 teve em pouqus-simos dias. Por que isso? A foto realmente fi-cou muito bonita, tirada noite com reflexo em uma poa dgua, mas as outras trs ante-riores tambm estavam muito boas. H vrios fatores que notei que le-vam a esse pico de visualizao em algumas imagens. O primeiro o que disse algumas linhas acima: voc fazendo parte de alguma panela, com certeza voc ser bastante papa-ricado. No foi esse o caso na foto do amigo Kleisson, mas notei outros possveis pontos. Algumas empresas tm suas fotos supervalorizadas e idolatradas por fs. Se sua foto estiver espetacular e algum co-lecionador mais antigo ou famoso faz al-gum comentrio, puxa ao menos mais uns dez comentrios atrs, alavancando as visua-lizaes. Se tal pessoa comentou, ento quer dizer que a foto realmente boa. Agora, se tal pessoa viu e no comentou, ento no preciso perder o meu tempo comentando ou vendo em tamanho real. O nibus Brasil transformou-se em uma verdadeira rede social busolgica. s vezes ocorrem alguns atritos, brigas fteis, postagens de fotos sem qualidade nenhuma

    com o nico objetivo de polemizar, e muito mais. E essa supervalorizao de algumas fo-tos o resultado desse convvio social dentro do site. o mesmo que uma propaganda na TV: se determinado ator usa tal produto, eu tambm vou usar, pois bom. No OB, se tal pessoa comentou, eu tambm vou comentar, e assim por diante, gerando um efeito cascata.Uma coisa que irrita por l so as postagens de links de galerias prprias. H pessoas que postam no Twitter e/ou nas suas prprias fo-tos o link de sua galeria s para ela voltar a fi-gurar no item ltimos comentrios e tentar ganhar mais umas visualizaezinhas. No mais fcil voc postar fotos regularmente e criar o costume nos usurios do site para que visualizem regularmente a sua pgina? dose ter que ficar olhando links repetidos em di-versas fotos, todos os dias. Isso tpica ttica de simples fotologs. Creio que o objetivo do site est muito alm disso, e a moderao tem trabalhado para coibir essa prtica em caso de exageros. Os usurios devem fazer seu p-blico e fideliz-lo, pois assim que entrarem no site tero o hbito de automaticamente visi-tarem a sua galeria. mais fcil e mais tico. Na prxima coluna voltarei a falar sobre o nibus Brasil. Fiquem ligados!

    L T I M A H O R A

    H pessoas que ficam na histria pelo que so. H outras pelo que fazem. No caso de Waldemar Correa Stiel, pelos dois motivos. Considerados um dos maiores pesqui-sadores dos transportes brasileiros e um apaixo-nado pelo setor, Waldemar morreu na tarde deste domingo no INCOR Instituto do Corao, em So Paulo. Com 90 anos de idade, ele no resistiu a problemas cardacos. Waldemar Correa Stiel foi responsvel por reunir e eternizar importantes informaes sobre nibus e bondes, sua especialidade, ao longo de seu trabalho. Desde jovem colecionava fotos, informaes, folhetos e dados. Ele fez trs livros sobre o tema:Histria dos Transportes Coletivos em So Pau-lo (1978)Histria do Transporte Urbano do Brasil (1984)nibus: uma histria do Transporte Coletivo e

    do Desenvolvimento (2001) A obra de Waldemar Cor-rea Stiel uma das principais fontes de pesquisas nos dias de hoje quando o assunto como os sistemas de mo-bilidade se desenvolveram. Conheo o Waldemar desde os 14 anos de idade. Um grande amigo. Ele saa para tirar fo-tos de bondes e tinha uma paixo pelo assunto. Eu gosto de transportes desde os 03 anos de idade e ele me incentivou ainda mais disse o tambm pesquisador Ayrton Camargo e Silva. Ele pesquisava com paixo. Foi uma das principais referncias no Brasil quando o as-sunto era bondes e trlebus, principalmente complementou Mrio dos Santos Custdio, que tambm realiza pesquisas histricas e mantm acervos fotogrficos sobre transportes. Todos so unnimes em dizer que em

    sue trabalho de pesquisa, Waldemar Correa Stiel conseguia unir dois aspectos importantes para retratar de maneira fiel e humana a histria: ele usava conhecimento tcnico e razo junto com o amor pelo que fazia. Sem o traballho de Waldemar, muitas informaes e fotos sobre os transportes, um setor que est inserido no dia a dia das pessoas, e cuja a histria ajuda a entender vrios aspectos do crescimento do Pas e at de alguns erros do passado, poderiam estar perdidas.

    Adamo Bazani

    HISTRIA DOS TRANSPORTES PERDE O PROF. WALDEMAR CORREA STIEL, AOS 90 ANOS

  • 20 Revista InterBuss

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    lato

    William GimenesC O L U N I S T A SDe Mogi-Guau a Piracicaba

    Na coluna de hoje vou contar um pouco sobre o roteiro que fiz a algumas ci-dades do interior paulista no dia 14/05, e retratar o transporte nas cidades visitadas. Sa de So Paulo no Vissta LO da Cristlia para a cidade de Mogi-Gua-u, no horrio das 06h16, na poltrona 3. Uma agradvel viagem, com uma parada na rodoviria de Campinas e outra na de Mogi-Mirim, chegando na antiga capital da Cermica s 8h55. Logo que cheguei cidade vi uma placa da Viao Mogi-Guau, operadora do transporte local, com os horrios das suas 14 linhas. A frota bem nova e os intervalos so regulares e baixos para uma cidade de 87 mil habitantes. Fui ao Centro de Mogi-Guau a p e de l peguei a linha urbana da Viao Santa Cruz para a vizinha Mogi-Mirim, uma viagem bem curta e com grande sobe-e-desce de passageiros. Entre as duas cidades tambm possvel se deslocar de nibus rodovirio, sendo de Cometa ou de Cristlia, nas linhas entre So Paulo, Campinas e as cidades da regio. Ao rodovirio peca negativamente o fato dele no passar nos Centros dos dois municpios, pois suas rodovirias esto longe desses locais. Chegando Rodoviria de Mogi-Mirim vi que quem opera o transporte na cidade a Viao Santa Cruz, com uma pin-tura bem simples e 9 linhas, todas saindo do Terminal Rodovirio. Logo em seguida fui ao guich da Santa Cruz comprar uma passagem para Limeira no carro das 12h20, um Viaggio G6 1050. Logo o veculo encostou na plata-forma, embarcou os passageiros e saiu rumo SP-47 e a Terra da Laranja Lima, passando antes pela pequena Engenheiro Coelho. Cheguei na mal-cuidada Rodoviria de Limeira s 13h20 e fui direto ao guich da VB saber o horrio do prximo suburbano para Rio Claro, que era s 15h30. Nesse meio tempo resolvi ir at o Centro da cidade e ao shopping Ptio Limeira, mas antes passei pelo

    Rpido Sudeste, que ganhou nova pintura quando a AVA a vendeu para a Santa Cruz

    Limeirense, urbana de Limeira, ainda opera com duas pinturas: a nova ( esquerda) e a antiga ( direita)

    Rpido So Paulo, operadora urbana de Rio ClaroTerminal (na verdade um ponto de ni-bus em formato de L) e vi as duas empresas (Limeirense e Sudeste) e suas 25 linhas ope-rando. A Limeirense tem muito mais carros do que a Sudeste, e a conservao dos carros das duas empresas tima, alm da frota bem nova. s 15h30 eu e mais de 70 passage-iros embarcamos no Urbanuss Pluss da VB para Rio Claro, sendo que a linha passa tam-

    bm por Cordeirpolis e Santa Gertrudes, duas cidades que no contam com transporte municipal. 50 minutos depois estvamos em frente ao Rio Claro Shopping, onde descobri que a prxima partida para Piracicaba seria s 17h. Resolvi esperar o de 18h e conhecer o shopping e o centro da cidade. A Estao Ferroviria de Rio Claro hoje um terminal urbano para as 21 linhas municipais da Rpido So Paulo, que tem

  • 21Revista InterBuss

    Um dos vrios carros antigos que ainda operam em Piracicaba

    Santa Cruz, operadora urbana de Mogi Mirim, e Viao Mogi Guau, que opera na cidade de mesmo nome

    Nova Rodoviria de So Jos dos Campos

    Urbanos de Americana: Viao Cidade de Americana e Viao Princesa Tecel, ambas com pintura padronizadauma frota bem envelhecida, com muitos car-ros oriundos de outros estados (com placas como GVI e MSP). Voltei para o Rio Claro Shopping e embarquei para Piracicaba em um Millenium da VB, que fez o trajeto at o Piracicaba Shopping em 33 minutos. O sistema de transporte de Piraci-caba conta com 101 linhas e seis terminais: Central, Piracicamirim, Vila Snia, So Jorge, Paulicia e Cecap, todos inaugurados no in-cio da dcada de 90. A cidade conta com mui-tos veculos velhos, como Busscar Urbanus 92 e 96, Vitrias 94 e Alphas 98 e 99. Mas um sistema organizado, com os horrios das linhas afixados nos pontos dos terminais. Por ser um sistema de pintura padronizada, no sei quantas empresas l operam. Por volta das 20h cheguei na recm-reformada rodoviria de Piracicaba, onde embarquei para So Paulo em um Paradiso G7 K-340 da Viao Piracicabana. O veculo entrou primeiramente em Santa Brbara do Oeste, onde as 12 linhas so operadas pela Viao Barbarense (VIBA) e a Rodoviria deixou de ser aquela improvisada para ser hoje um pequeno, porm agradvel terminal. Logo em seguida o nibus entrou na pul-sante cidade de Americana, onde o Terminal Rodovirio est bem afastado do Centro, mas o municpio conta com um Terminal urba-no, por onde passam as 48 linhas da Viao Cidade de Americana (VCA) e da Princesa Tecel e algumas da EMTU. Todo este roteiro acabou s 22h45, quando desembarquei na Rodoviria do Tiet.

    Viao Barbarense, que opera sob interveno da prefeitura local

  • 22 Revista InterBuss

    M U R A L

    Colecionadores, frotistas epessoas ligadas ao setor detransportes estaro aqui,todas as semanas

    10/07/2010 Os amigos Fernando Andrade e Chailander Borges durante uma volta no metr de So Paulo, aps algumas fotos no Tiet.

    Envie voc tambm a sua foto com sua equipe e veja-a aqui. O e-mail [email protected]

    A S F O T O S D A S E M A N ANovidades da semana e outras publicadas no Portal InterBuss: www.portalinterbuss.com.br

    1. Vissta da Pluma em Belo Horizonte, em foto de Fbio Henrique 2. Novo Torino da Verdemar, por Josenilton Cavalcante da Cruz 3. Novo Torino da TIL, tambm por Josenilton Cavalcante da Cruz.

    E ATENO: A PARTIR DE JUNHO AGALERIA DE IMAGENS DO PORTALINTERBUSS VOLTA A SER ATUALIZADASEMANALMENTE! ENVIE SUAS FOTOSPELO SISTEMA DE ENVIO AUTOMTICOE NA MESMA SEMANA A FOTOJ PODE IR AO AR. FIQUE LIGADO!

  • 23Revista InterBuss

    Foto

    : Mar

    isa Va

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    ruz

    Marisa Vanessa N. CruzV I A G E N S & M E M R I AO primeiro dia da operao dos

    nibus movidos a etanol

    27 de maio de 2011. Chegou a hora de andar nos novos nibus movidos etanol da Viao Metropolitana. Uma das aquisies mais esperadas do ano no s para a empresa e sim para os entusiastas da regio, valeu a pena esperar, principalmente por receber seus primeiros nibus com chas-si Scania. Dias antes dos nibus nas ruas, fiz os clculos e realmente a primeira linha a receber os nibus, acertando na lata, foi a 6358 (Jardim Luso Terminal Bandeira). Cheguei no Terminal Bandeira s 18h47. Com vrias filas enormes, me perdi um pouco para localizar o ponto fi-nal da linha, e depois eu encontrei. Quinze minutos depois, aparece na plataforma 13 o 6 3763. Eu estava na segunda fila, j que a primeira fila estava cheia de gente. Os pas-sageiros da primeira fila comearam a subir. s 19h07, o motorista deu partida no ni-bus, mas no ligava. Deu partida de novo, e tambm no ligava. Foram inmeras ten-tativas frustradas at que o fiscal da linha foi em direo ao motor traseiro do nibus, acompanhando o por qu de no ligar. So-mente s 19h12 o motorista conseguiu dar partida e, com os passageiros todos felizes, iniciou a viagem.

    s 19h14 chegou no ponto final o 6 3764. Subi no nibus, e vi a bela im-presso do interior do veculo. Fui a pas-sageira nmero 810, segundo a catraca. As-sim que iniciou a viagem, o nibus pegou congestionamento na Av. 9 de Julho, pois h um trecho da avenida que no possui corredor exclusivo. Enquanto isso, observei cada detalhe do novo nibus. Ali na frente, h um display LCD de dois dgitos e meio colado na caixa de itinerrios para que os passageiros pudessem acompanhar a velo-cidade real do veculo mas no estava fun-cionando. s 19h42 o novo veculo saiu da Av. 9 de julho. Fez os contornos para entrar na Av. Brasil, com muitos carros frente. Naquele momento o sistema de trnsito da cidade tinha 196 quilmetros de lentido, tinha muitos carros e o nibus estava com dificuldade para locomover. Aps trafegar na Av. Brasil, s 20h03 chegou no ponto de parada em frente ao porto principal do Parque do Ibirapuera. Ainda no tinha pas-sageiros em p, tornando a viagem ainda mais agradvel. J no corredor da Av. Ibirapuera, o veculo comeou a fluir, livrando dos con-

    gestionamentos dos automveis ao lado. Observei que o barulho no interior do co-letivo estava mais silencioso que os veculos convencionais, o que uma grande vanta-gem. E o interior do Millennium para K270 4x2 achei um pouco mais amplo que os Millennium para O-500U 4x2. O veculo trafegou com tranqi-lidade e s 20h25, debaixo de uma garoa forte, entrou no novo corredor Diadema-Brooklin que ir fazer aniversrio no final de julho. s 20h55 entrou no centro do bairro do Jardim Miriam, pela praa princi-pal e pela Av. ngelo Cristianini e s 21h02 o veculo chega ao ponto final, localizado na Av. Senador Vitorino Freire, na divisa com a cidade de Diadema. Adorei a ex-perincia de andar neles! Na TV Globo, foram anunciadas as trs linhas que rodaro com aqueles nibus sem informar o seu nmero da linha, o que induziu a erro para alguns telespectadores da regio de Vila Campestre. A reprter anunciou uma das linhas Jardim Miriam Terminal Princesa Isabel mas existem duas linhas diferentes com os mesmos pontos de origem e destino, e para no confundir os telespectadores, ela deveria mencionar o nmero da linha que 509M. A linha 6338, que tem um trajeto 90% diferente da 509M e ambos os pontos finais ficam no mesmo local, passa na Vila Campestre, um bair-ro que fica entre o Jabaquara e a Avenida Cupec, e com certeza os moradores de l ficaram felizes por um tempo, mas depois iro perceber aos poucos que os nibus iro para a 509M. A linha 6358 foi a linha principal da antiga Viao Cana nos anos 70. Em 1987, j na outra razo social como Viao Urbana Zona Sul, cedeu a linha 6358 para a CMTC e pegou outra linha como troca. Em janeiro de 1992, a Paratodos recebeu a linha e ps os novos Ciferal Alvorada para rodar, e de l pra c, no recebeu algum nibus novo at chegar a esta oportunidade. Adendo coluna anterior Continuando com a sesso Pla-cas de veculos naquela verso de 1970, a primeira viao que adquiriu as placas ver-melhas de duas letras e quatro dgitos em seus nibus foi a Viao Nossa Senhora do Socorro, hoje extinta. Em fevereiro de 1977, o seu segundo nibus emplacado como HW-0016 sofreu uma coliso traseira contra um nibus da Viao Jurema na Avenida Santo Amaro.

  • 24 Revista InterBuss

    C A M P I N A S

    Uma ameaa iminente. O Sindi-cato dos Trabalhadores Em Transportes Rodovirio de Campinas e Regio (STRCR) divulgou na ltima quinta-feira (26/05) em um veculo de comunicao da cidade o aviso da greve da categoria, que comear em 01/06 (quarta-feira). Na verdade, desde o incio da semana a paralisao assunto entre os mo-toristas e cobradores das cinco empresas de nibus da cidade de Campinas (VB Trans-portes, Expresso Campibus, Itaja Transport-es, Coletivos Pdova e Onicamp Transportes). A Revista InterBuss tentou, du-rante trs dias, contato com o presidente do STRCR, Matusalm de Lima. Ele o nico que pode dar entrevistas, disse um dos fun-cionrios em contato feito na sexta-feira. Em todas as tentativas, a resposta era a mesma: Ele est em reunio agora. Apesar disso, a reportagem apurou que os grevistas esto pedindo 6,3% de aumento para repor a infla-o do perodo, alm de 15% de aumento real.

    E reunio tambm a palavra de or-dem na Associao das Empresas de Trans-porte Coletivo Urbano de Campinas (Trans-urc). A empresa divulgou que est fazendo reunies com o sindicato para tentar chegar a um acordo antes do incio da paralisao. A primeira proposta, de 6,31% de aumento real, no foi aceita pelos trabalhadores, em assembleia na ltima tera-feira (24/05). Porm, o fato da entidade de classe ter feito a publicao numa quinta-feira confundiu a populao, que acha que a manifestao ter incio na segunda-feira, o que no verdade. Se a greve acontecer de fato, quase 1 milho de passageiros podem ser prejudicados. A ltima greve da categoria acon-teceu em 2009. Foram trs dias de paralisa-o que prejudicaram 600 mil passageiros. poca, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou que 70% da frota rodasse nos horrios de pico, e 50% nos entrepicos. Porm, nem 100 nibus (o que representava aproximadamente 10% da frota) circularam. Muitos foram depredados nas prprias gara-

    gens, por piquetes montados pelos grevistas que proibiam a sada de quem queria traba-lhar e amenizar o sofrimento do passageiro. Alm da greve propriamente dita, o prejuzo populao durou mais quatro dias, j que vrias linhas estavam com as frotas desfal-cadas. s empresas, restou o prejuzo com o custo da manuteno dos veculos quebrados pelos grevistas. Outro fator pode atrapalhar ainda mais o caminho do passageiro este ano. Em 2009, havia cerca de 400 permissionrios de micro-nibus operando na cidade. Hoje, este nmero no ultrapassa os 270, j que, nestes dois anos, o servio Seletivo foi extinto (e cerca de 40 permisses foram baixadas), mesmo com alguns incorporados ao sistema alternativo (como chamada a operao feita pelas cooperativas); vrios permissionrios desistiram da operao; e permisses foram rescindidas pela Empresa Municipal de De-senvolvimento de Campinas (Emdec), rgo que gerencia o sistema. S para se ter uma ideia, at 28 de maio foram baixadas mais

    Felipe Pereira

    SABOTAGEMESTREIA GREVE

    Durante a greve de 2009 os nibus circularam em comboios organizados e escoltados pela Guarda Municipal e pela Polcia Militar para garantir a volta pra casa da populao

    Fotos: Divulgao Prefeitura de Votuporanga

    SABOTAGEMESTREIA GREVEnibus so sabotados dentro de garagens dias antes de uma greve anunciadanibus so sabotados dentro de garagens dias antes de uma greve anunciada

    Foto

    : Luc

    iano

    Ron

    cola

    to

  • 25Revista InterBuss

    de 60 permisses. O sistema agoniza. Vrias linhas das cooperativas tm desfalques de operao no dia a dia. Se a greve acontecer, a situao destas linhas pode piorar, j que, pro-vavelmente, muitos permissionrios vo ten-tar recompor os caixas operando em linhas mais rentveis. J sobre a Regio Metropolitana de Campinas, boatos de que cidades como Hortolndia e Monte Mor tambm podem parar foram ouvidos durante toda a semana por moradores e usurios dos transportes. As informaes, porm, so desencontradas. Como o Sindicato no retornou os contatos da equipe da Revista InterBuss, infelizmente no h como confirmar a veracidade, assim como no se sabe se linhas administradas pela Empresa Metropolitana de Transportes Urba-nos (EMTU) podem parar tambm.

    Sabotagem e vandalismo em 110 nibus da VB complicam vida do passageiro E como se no bastasse o anncio da greve, duas aes de vandalismo e sabotagem levantam suspeitas. A empresa atingida foi a VB Transportes e Turismo, que opera nas reas 1 e 3 da cidade. Na garagem do Jardim Cristina (rea 1), na madrugada de tera-feira (24/05), 40 carros tiveram as chaves furtadas por pessoas ainda no identificadas. A situao s no se complicou porque a empresa possua chaves reservas. Logo, a operao nas linhas no foi prejudicada, e, em algumas delas, as escalas foram invertidas para que os horrios pudes-sem ser cumpridos. Mas a situao foi pior na garagem do bairro Bonfim (rea 3). L, na madruga-da da quinta-feira (26/05), 70 nibus foram vandalizados. Vinte e um veculos tiveram as chaves furtadas, mas puderam circular, en-quanto outros 49 carros no puderam rodar em 17 linhas, prejudicando cerca de cinco

    mil passageiros. Chama ateno que todas as reas operadas pela empresa foram atingidas (confira quadro completo abaixo). Os ataques teriam acontecido na madrugada, j que s 4h15 foram notados os primeiros sinais do vandalismo. Na regio de Baro Geraldo, a linha mais afetada foi a 315 (Center Santa Genebra / Terminal Mercado III). J nos Amarais, a linha 316 (Parque Cidade / Corredor Central) teve trs veculos articulados danificados, e a 317 (Jardim So Marcos / Jardim So Jos), que teve quatro convencionais atacados, tor-naram a vida do morador da regio muito mais complicada. A regio da Abolio teve trs linhas com reduo de frota, sendo que a 345 (Jardim Carlos Loureno / Jardim Santa-na via Estao Cidade Judiciria) e 349 (Vila Formosa / Terminal Metropolitano) foram as mais afetadas, com trs veculos a menos em cada. As linhas 348 (Vila Marieta / Esta-o Cidade Judiciria) e 371 (Estao Parque Prado / Shopping Pq. Dom Pedro) perderam quatro veculos cada uma. Finalmente, den-tre os destaques, as linhas 350 (Gargantilha / Estao Cidade Judiciria) e 382 (Cambu / Campinas Shopping) tiveram dois carros de cada uma delas danificados. Os atrasos na o-perao chegaram a trs horas. Mas no foram s os nibus que foram danificados. A fiao telefnica da ga-ragem tambm foi cortada. A empresa ficou trs dias sem qualquer forma de contato tele-fnico. Para evitar novos casos, as empresas esto reforando a segurana nas garagens. Os casos foram levados Polcia Militar, e bo-letins de ocorrncia foram feitos. As investi-gaes j comearam.

    Para empresas, atos de vandalismoe sabotagem tm explicao Quem fez isto sabe como a rotina de uma garagem, sabe como funciona, afir-

    mou Paulo Barddal, assessor de imprensa da Transurc, em entrevista rdio CBN Campi-nas. O assessor fez uma revelao surpreen-dente: as empresas esto sendo ameaadas. As empresas esto recebendo ligaes de pes-soas bastante irresponsveis que ficam amea-ando colocar fogo nos nibus que fazem o transporte dos motoristas e cobradores [ne-greiro], acusou. Para a Transurc, a disputa dentro do prprio Sindicato pode contribuir para a incitao da violncia e de informaes plan-tadas e inverdicas sobre as paralisaes. Sa-bemos que existe uma disputa muito grande pelo poder no sindicato da categoria. Sabe-mos tambm que, no final do ano, vai acon-tecer uma eleio onde concorrem, alm da chapa da situao, duas chapas de oposio, explicou. Essas pessoas [que fazem ameaas] confundem as coisas, e aproveitam a data-base da categoria, que em maio, e do uma conotao poltico-sindicalista para o fato, completou. O assessor da empresa disse tam-bm que o reajuste pedido pelos grevistas totalmente fora da realidade do nosso pas. Notamos que, alm das negociaes que es-tamos fazendo, existem vrias aes paralelas para prejudic-las e at incitar os trabalha-dores adeso da possvel greve, falou. Bard-dal citou a falsa informao de que o reajuste j havia sido dado, e que o valor seria repas-sado populao. Esta notcia correu a cidade no meio da semana, assustando os usurios do transporte. A associao das empresas operado-ras do transporte no admite a irresponsabili-dade e os atos de violncia. Essas pessoas, s vezes em defesa de interesses particulares ou de carreira sindical nessa disputa eleitoral, es-quecem que a cidade depende do transporte, e que a populao no pode ficar na mo de-las, exclamou Barddal.

    Linhas afetadas pelo vandalismo nos carros da VB 3 Regio de Baro Geraldo(1 carro) 315 Center Santa Genebra / Terminal Mercado III (2 carros) 331 T. B. Geraldo / Rodoviria e 333 T. B. Geraldo / Corredor Central(3 carros) 330 H.C. Unicamp / Corr. Central e 332 T. B. Geraldo / T. Metrop. - Unicamp Regio dos Amarais(3 articulados) 316 Pq. Cidade / Corr. Central e (4 carros) 317 J. S. Marcos / J. S. Jos Regio da Cidade Judiciria(3 carros) 353 Alphaville-Miriam / Est. Exped. e (2 carros) 350 Gargantilha / Cid. Judiciria Regio da Abolio(4 carros) 359 Jardim Esmeraldina / Estao Cidade Judiciria(3 carros) 345 J. C. Loureno / J. Santana-Cid. Judiciria e 349 Vl. Formosa/T. Metrop.(2 carros) 346 Jardim Carlos Loureno / Circular Centro Regio do Parque Prado(4 carros) 348 V.Marieta / Est .Cid. Judiciria e 371 Est. Pq. Prado / Shop. Dom Pedro Outras regies(4 carros) 360 Castelo / Jardim Proena(2 carros) 382 Cambu / Campinas Shopping

    Salrios dos motoristas e cobradores aps o acordo

    de 2009

    Motorista de articuladoR$ 1.440,00

    Motorista de nibusconvencional/padronR$ 1.385,00

    Motoristas de micro e midi-nibusR$ 1.050,00

    CobradoresR$ 615,00

  • 26 Revista InterBuss

    No mesmo perodo, venda de carros cresceu 9% e de motos cerca de 20%

    Adamo BazaniN O S S O T R A N S P O R T EDemanda dos transportes

    pblicos cai 30% em 10 anos

    O setor de transportes pblicos, principalmente o de nibus, vive um grande desafio. Como se tornar atrativo e financeira-mente vantajoso se os custos de operao, por conta da falta de prioridade no espao urbano s aumentam, e ao mesmo tempo, o nmero de passageiros, que financiam o sistema, tem decado ano aps ano? O que ocorre com os nibus urba-nos pode ser comparado ao que ocorreu com os transportes areos, s que ao contrrio. No setor de aviao, com uma nova postura empresarial, as companhias conseguiram di-minuir os custos, reduzindo para o bsico, mas dentro da qualidade mnima espera, o padro dos atendimentos. Isso diminuiu o valor das tarifas e atraiu mais passageiros. Com mais passageiros, foi possvel diminuir ainda mais o valor das passagens. Com os nibus urbanos, o nmero de passageiros s cai e os custos aumentam, mas com uma diferena: ao contrrio do setor areo no possvel reduzir ainda mais o pa-dro de qualidade dos servios dos nibus. O nibus responsvel por mais de 80% dos deslocamentos urbanos em todo o Pas. E atualmente sinnimo de sofrimento: lentido, demora, lotao, riscos e veculos nem sempre seguros. E com o trnsito cada vez mais com-plicado nas cidades, com os nibus que trans-

    portam por unidade muito mais passageiros que os carros sem receber nenhum tipo de prioridade no espao pblico, at por questo de democracia do uso do espao urbano, op-erar este tipo de transporte est mais dispend-ioso. Por isso que corredores exclusivos, do tipo BRT Bus Rapid Transit como os de Curitiba, que tm veculos novos, prioridade, pontos de ultrapassagem e permitem paga-mento antes do embarque , alm de acessi-bilidade, so considerados alternativas emer-genciais para um problema que j deveria ser tratado h muito tempo. Todo este cenrio deixa o nibus ur-bano mais caro e espanta passageiros. Um levantamento realizado pelo Ipea Instituto de Pesquisas Econmicas apli-cadas revela que de 1997 a 2007, o nmero de pessoas que suam o transporte pblico, principalmente por nibus, o principal modal do Pas, caiu 30%. Ao mesmo tempo, desde 1995, andar de nibus ficou muito mais caro e superou os aumentos de salrios da populao e muito. Desde 1995, as tarifas de nibus urbanos subi-ram 60% acima do INPC ndice Nacional de Preos ao Consumidor acumulado. Enquanto de 1997 a 2007, o nme-ro de passageiros de nibus urbanos caiu no Brasil, as vendas de carros de passeio, que

    ganharam at estmulos fiscais na poca do governo de Lus Incio Lula da Silva, cresce-ram 9%. J as vendas de motos, que tambm tiveram incentivos fiscais, registraram alta de 20%.

    TREM E METR TM MAISPASSAGEIROS QUE OFERTA O que as pessoas que usam os trens e metrs das principais cidades brasileiras sen-tem na pele literalmente com lotaes excessi-vas e desconfortos cada vez maiores, a pesqui-sa do Ipea conseguiu expressar em nmeros. O aumento de oferta de trem e metr, e das malhas ferrovirias urbanos, no chega nem de longe do crescimento do nme-ro de passageiros. De 1997 a 2007, a malha do metr em todas as cidades do Pas subiu 26% e a de-manda cresceu 54,6%. J em relao aos trens urbanos, a situao pior ainda, de 1997 a 2007, o nme-ro de passageiros subiu 150% e as malhas ferrovirias s se expandiram 8%, de acordo com o Ipea. Para o Instituto de Pesquisas Econmicas Aplicadas, isso reflexo da maior periferizao das cidades, da insatisfao com os nibus e de uma demanda reprimida por transporte ferrovirio.

    AINDA O LDER Mas os nibus no Brasil ainda pre-dominam nos transportes pblicos, o que mostra que solues imediatas que so ne-cessrias, e a longo prazo, pela limitao do modal ferrovirio em vrias regies, passa por uma melhoria nos sistemas de nibus urba-nos em todo o Pas. E aumentar a quantidade de nibus no a soluo, segundo os especialistas. Os sistemas devem ser mais rpidos, com polti-cas que realmente privilegiem os transportes pblicos, em especial os nibus. Os nmeros dos transportes co-letivos por nibus no Brasil impressionam qualquer nao e refletem verdadeiras fortu-nas. Em todo o Pas so 230 mil nibus registrados, aproximadamente. Esse nmero corresponde ao dobro da frota norte-ameri-cana e a seis vezes a frota da Frana. Por dia so 50 milhes de brasileiros transportados que deixam nas catracas mais de R$ 10 bil-hes. E por incrvel que parea, todo este sistema pode se tornar invivel se no houver um conjunto de aes integradas, entre em-presas e poder pblico, para deixar o nibus atrativo, pois do jeito que esto vrios siste-mas locais, na primeira oportunidade, o pas-sageiro no v a hora de deixar os nibus de lado.

    Foto

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    De 1997 a 2007, segundo o Ipea, o nmero de passageiros caiu 30%, mas o valor das passagens superaram 60% a inflao. As vendas de carros e motos cresceram de 9% a 20%respectivamente. Apesar da alta demanda, a Avenida Paulista, por exemplo, se torna um dos trechos que mais apresentam custos para os nibus operarem por causa do para e anda e falta de prioridade de verdade

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