40
Sistema integrado implantado em meados dos anos 80 na região da capital capixaba é um exemplo de eficiência. Conheça-o neste edição O eficiente Projeto Transcol na Grande Vitória REVISTA INTERBUSS INTERBUSS REVISTA ANO 2 • Nº 51 03 de Julho de 2011 • Entrevista com o designer Paulo Gandolfo • Especial com fotos antigas da Caio • Conheça Indaiatuba e suas belezas Leia também nesta edição: EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO O eficiente Projeto Transcol na Grande Vitória

Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Embed Size (px)

DESCRIPTION

 

Citation preview

Page 1: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Sistema integrado implantado em meados dos anos 80 na região dacapital capixaba é um exemplo de eficiência. Conheça-o neste edição

O eficienteProjeto Transcolna Grande Vitória

REVISTAINTERBUSSINTERBUSSREVISTA

ANO 2 • Nº 51 03 de Julho de 2011

• Entrevista com o designer Paulo Gandolfo• Especial com fotos antigas da Caio• Conheça Indaiatuba e suas belezas

Leia também nesta edição:

EDIÇÃO ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO

O eficienteProjeto Transcolna Grande Vitória

Page 2: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

REVISTA INTERBUSS, 1 ANO.51 EDIÇÕES DEPOIS, SÓ

TEMOS UMA COISA A LHES DIZER: MUITO OBRIGADO!

Conquistamos o mercado, nos firmamos, fomos reconhecidos pelas grandes empresas, recebemos o seu prestígio e chegamos

até aqui com muito trabalho, seriedade e empenho.A todos vocês que nos prestigiaram durante essas 51 primeiras edições e continuam nos prestigiando, nosso muito obrigado!

E nesta edição de aniversário, um presente para você: novo layout, matérias especiais

e muito mais conteúdo. Vivencie a novaRevista InterBuss!

Page 3: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

REVISTA INTERBUSS, 1 ANO.51 EDIÇÕES DEPOIS, SÓ

TEMOS UMA COISA A LHES DIZER: MUITO OBRIGADO!

Conquistamos o mercado, nos firmamos, fomos reconhecidos pelas grandes empresas, recebemos o seu prestígio e chegamos

até aqui com muito trabalho, seriedade e empenho.A todos vocês que nos prestigiaram durante essas 51 primeiras edições e continuam nos prestigiando, nosso muito obrigado!

INTERBUSSREVISTA

1 ano informando com qualidade

Page 4: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Projeto Transcol: o eficiente transporte no ES

B E M - V I N D O S À R E V I S T A I N T E R B U S SNESTA EDIÇÃO: 40 PÁGINAS

Conheça o sistema de transporte integrado da Grande Vitória 12

| A Grande Matéria

| A Semana Revista

Mais de 66milhões viajaram em 2010Levantamento foi feito pela ANTT e integrará o conjunto de estudos que norteará a licitação das linhas interestaduais de ônibus 7| Entrevista

Paulo Gandolfo e suas belaspinturas de frota por todo o BrasilDesigner paulista fez o layout de frota de dezenas de empresas que conhecemos e conversou com nossa equipe. Republicação de textoda edição 25 26

| Especial Caio

Encarroçadora paulista completa 65 anos; Vamos recordar os bons temposSessão de fotos dos anos 70 e 80, auge da encarroçadora paulists supertradicional no mercado de urbanos, resgata a história da empresa quecompleta 65 anos em 2011 18

Projeto Transcol: o eficiente transporte no ES

Page 5: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

ANO 2 • Nº 51 • DOMINGO, 3 DE JULHO DE 2011 • 1ª EDIÇÃO - 00h05 (2ª)

COLUNISTAS José Euvilásio Sales BezerraSistema por Consórcios 24

COLUNISTAS Adamo BazaniNovo Horizonte acionada pela Justiça 38

A SEMANA REVISTAAs notícias da semana no setor de transportes 7

A SUPER MATÉRIAConheça o sistema Transcol, da Grande Vitória 12

EDITORIALCarta do Editor 6

SEU MURALA seção especial do leitor 11

COLUNISTAS Fábio Takahashi TanniguchiA hora do seu tablet 33

COLUNISTAS Marisa Vanessa N. CruzMudanças no Rio de Janeiro 25

COLUNISTAS William GimenesBrasília 32

AS FOTOS DA SEMANAAs fotos que foram destaque na semana 34

VIAGEM DE FLECHA AZULEmoção e homenagem na despedida 22

PÔSTERMarcopolo Paradiso G7 1200 MBB O-500RS 20

Márcio Douglas Ribeiro Venino

A NOVA REVISTA INTERBUSSUm ano de sucesso 30

DIÁRIO DE BORDO Tiago de GrandeDe São Paulo a Indaiatuba 36

ESPECIAL CAIOGabrielas, Amélias e Bela Vista 18

Conheça o sistema de transporte integrado da Grande Vitória

| Editorial

Carta do EditorAo longo dessas 50 edições foram publicadas mais de 1000 páginas de material, baixados mais de 65 mil vezes diretamente do site,isso sem contar adistribuição online 6| Excursão e Despedida

Homenagem e despedidamarcam viagem de Flecha AzulÚltima excursão da Comunidade Oficial do Orkut da Viação Cometa foi marcada pela emoção dahomenagem ao companheiroLeonardo Martin e a despedida de um dos maiores símbolos dasestradas de todo o Brasil 22

DEU NA IMPRENSAAs notícias da imprensa especializada 10

ENTREVISTA Paulo GandolfoRepublicação da entrevista com o designer 26COLUNISTAS Luciano RoncolatoAmigos no hobby 28

Page 6: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Uma publicação da InterBuss Comunicação Ltda.

DIRETOR-PRESIDENTE / EDITOR-CHEFELuciano de Angelo Roncolato

JORNALISTA RESPONSÁVELAnderson Rogério Botan (MTB)

EQUIPE DE REPORTAGEMFelipe de Souza Pereira, Tiago de Grande, Luciano de Angelo Roncolato, Chailander de Souza Borges, Ander-son Rogério Botan

EQUIPE FIXA DE COLUNISTASMarisa Vanessa Norberto da Cruz, José Euvilásio Sales Bezerra, William Gimenes, Adamo Bazani, Thiago Bo-nome, Luciano de Angelo Roncolato e Fábio Takahashi Tanniguchi

REVISÃOAnderson Rogério Botan e Luciano de Angelo Ronco-lato

ARTE E DIAGRAMAÇÃOLuciano de Angelo Roncolato

AGRADECIMENTOS DESTA EDIÇÃOAgradecemos por ter colaborado com esta edição: Franz Hecher, Wilson Roberto Degressi Míccoli e Gus-tavo de Albuquerque Bayde

SOBRE A REVISTA INTERBUSSA Revista InterBuss é uma publicação semanal do site Portal InterBuss com distribuição on-line livre para todo o mundo.Seu público-alvo são frotistas, empresários do setor

de transportes, gerenciadores de trânsito e sistemas de transporte, poder público em geral e admiradores e entusiastas de ônibus de todo o Brasil e outros países.

Todo o conteúdo da Revista InterBuss provenientes de fontes terceiras tem seu crédito dado sempre ao fi-nal de cada material. O material produzido pela nossa equipe é protegido pela lei de direitos autorais e sua reprodução é autorizada após um pedido feito por es-crito, e enviado para o e-mail [email protected]. As fotos que ilustram todo o material da revista são de autoria própria e a reprodução também é autor-izada apenas após um pedido formal via e-mail. As ima-gens de autoria terceira têm seu crédito disponibilizado na lateral da mesma e sua autorização de reprodução deve ser solicitada diretamente ao autor da foto, sem interferência da Revista InterBuss. A impressão da re-vista para fins particulares é previamente autorizada, sem necessidade de pedido.

PARA ANUNCIAREnvie um e-mail para [email protected] ou ligue para (19) 9636.1087 e converse com nosso setor de publicidade. Você poderá anunciar na Revista InterBuss, ou em qualquer um dos sites parceiros do grupo InterBuss, ou até em nosso site principal. Temos diversos planos e com certeza um deles se encaixa em seu orçamento. Consulte-nos!

PARA ASSINARPor enquanto, a Revista InterBuss está sendo disponibi-lizada livremente apenas pela internet, através do site www.portalinterbuss.com.br/revista. Por esse motivo, não é possível fazer uma assinatura da mesma. Porém, você pode se inscrever para receber um alerta assim que a próxima edição sair. Basta enviar uma mensagem

para [email protected] e faremos o ca-dastro de seu e-mail ou telefone e você será avisado.

CONTATOA Revista InterBuss é um espaço democrático onde todos têm voz ativa. Você pode enviar sua sugestão de pauta, ou até uma matéria completa, pode enviar também sua crítica, elogio, ou simplesmente conver-sar com qualquer pessoa de nossa equipe de colunistas ou de repórteres. Envie seu e-mail para [email protected] ou [email protected]. Procuramos atender a todos o mais rápido possível.

A EQUIPE INTERBUSSA equipe do Portal InterBuss existe há nove anos, desde quando o primeiro site foi ao ar. De lá pra cá, tivemos grandes conquistas e conseguimos contatos com os mais importantes setores do transporte nacional, sem-pre para trazer tudo para você em primeira mão com responsabilidade e qualidade. Por conta disso, algumas pessoas usam de má fé, tentando ter acesso a pessoas e lugares utilizando o nome do Portal InterBuss, falando que é de nossa equipe.Por conta disso, instruímos a todos que os integrantes oficiais do Portal e Revista InterBuss são devidamente identificados com um crachá oficial, que informa o nome completo do integrante, mais o seu cargo den-tro do site e da revista. Qualquer pessoa que disser ser da nossa equipe e não estiver devidamente identifi-cada, não tem autorização para falar em nosso nome, e não nos responsabilizamos por informações passa-das ou autorização de entradas dadas a essas pessoas. Qualquer dúvida, por favor entre em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (19) 9636.1087, sete dias por semana, vinte e quatro horas por dia.

Há exatamente um ano entrava no ar a primeira edição da Revista InterBuss. Com o formato blog, começamos a nos aproximar ainda mais dos empresários, colaboradores do setor de transportes, fabricantes e fornece-dores, admiradores e colecionadores de todo o Brasil e alguns lugares do mundo. Após seis edições nesse formato, optamos por mudar o formato, deixá-lo mais próximo de uma re-vista real e por isso chegamos a esse formato que estamos até hoje. Fomos a segunda revista do seg-mento a utilizar o formato Flip e PDF e hoje várias outras publicações seguem esse mo-delo. Ao longo dessas 50 edições foram publicadas mais de 1000 páginas de material, baixados mais de 65 mil vezes diretamente do site, isso sem contar a distribuição online, sobre a qual não temos informações precisas. Nesse tempo publicamos diversas matérias especiais, trouxemos novidades do mercado, entrevistamos grandes nomes do setor e colocamos a Revista InterBuss junto

com as principais publicações especializadas do mercado, tudo bom muito trabalho e em-penho de toda nossa equipe. Já consolidados no mercado, a partir desta edição entramos em uma nova fase. Es-tamos apresentando a vocês um novo layout, com novas seções, mais conteúdo e mais in-teratividade. Não deixe de ver na seção espe-cial tudo o que a nova Revista InterBuss traz para vocês de novo a partir desta edição. A ideia da revista, no início, era ofe-recer mais uma possibilidade de informação a todos os amantes de ônibus, frotistas, cola-boradores do setor e órgãos públicos gestores de sistemas de transporte de todo o Brasil. A maioria das publicações impressas circulam com periodicidade muito longa e muitas ve-zes a notícia chegava muito atrasada. Grandes lançamentos de montadoras chegavam primeiro à internet e depois iam para as revis-tas impressas, que acabavam servindo apenas para colecionismo ou para recortar fotos. Com a Revista Eletrônica InterBuss, que foi o nome utilizado entre as edições 1

Cartado editor

Contatos em geral

A N O S S A O P I N I Ã O| Editorial e 6, a ideia era compilar e organizar melhor

essas notícias que eram ventiladas na internet de qualquer jeito. Além do que, na maioria das publicações especializadas a maioria do conteúdo produzido não é feito por jornalis-tas especializados em transporte ou, mais es-pecificamente, em ônibus. No cast da Revista InterBuss temos ao menos três jornalistas com larga bagagem no ramo de ônibus e que conhecem os produtos do mercado. Após a formatação para o padrão atual, a interatividade cresceu e também ga-nhamos mais espaços para ilustrações, o que estava relativamente faltando. A partir disso, o crescimento foi cada vez maior. Estamos a-inda estudando a ideia de levar a revista para as bancas em breve. A Revista InterBuss chega ao seu primeiro ano de vida carregando a credi-bilidade trazida pelo Portal InterBuss há dez anos, credibilidade essa nos dada por você, leitor, que sempre confiou na seriedade e na competência do nosso empenho e trabalho durante todo esse tempo. Esperamos continuar trazendo o melhor do transporte nacional e internacional todas as semanas, gratuitamente, para você, que nos prestigia a tanto tempo e nos ajudan-do a nos aperfeiçoarmos cada vez mais. Sejam bem-vindos à nova Revista InterBuss. Vivencie!

REVISTAINTERBUSS Expediente

Page 7: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

66 milhões viajaram entreestados em 2010 no Brasil

A Agência Nacional de Trans-portes Terrestres (ANTT) divulgou os números de uma pesquisa elaborada para subsidiar a elaboração do Plano de Outor-gas do Serviço de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros. Ao todo, estima-se que 66,7 mil-hões de passageiros utilizaram ônibus in-terestaduais para viajar pelo Brasil no ano passado. O levantamento, feito de dezem-bro de 2009 a abril de 2010, analisou 2.412 linhas de serviços interestaduais com extensão superior a 75 quilômetros de distância. Foram estabelecidos 179 pontos cuja observação permitiu acesso a dados importantes como demanda manifesta, oferta de transporte e tempo médio de via-gem. De acordo com a pesquisa, a região Sudeste responde pela metade do total de passageiros do serviço, tanto em partidas como em chegadas. O maior fluxo

Luciano Roncolato

Pesquisa

de usuários do serviço ocorre entre São Paulo e Minas Gerais. Os paulistas foram os que mais utilizaram o serviço em 2010: 14 milhões de passageiros. Em média, o maior movimento é observado nas sextas-feiras e nos fim de semana, com volume quase 10% maior que

o observado de segunda a quinta. Quase 70% dos passageiros viajavam sozinhos, 16% eram ou estavam acompanhados de idosos, 1,8% eram ou acompanhavam de-ficientes, 7,2% eram crianças, 5% do total estavam isentos de pagamento e 1,4% pa-gou meia passagem.

BRASIL VIAJANTE • Ônibus encostados em parada interestadual: movimento crescente

Novo ônibus entrará em circulação nesta 2ª

A partir da próxima segunda-feira (4), Santo André terá mais um novo ôni-bus em operação. O veículo faz parte dos 17 que serão incluídos na frota ainda neste ano e prestará serviços na linha I-05 (Vila Rica – Estação Utinga). O ônibus já está adaptado para fa-cilitar o acesso de pessoas com deficiência física, além de contar com espaços para

acomodar cadeira de rodas e cão-guia, além de assentos destinados às pessoas obesas. O secretário da Secretaria de Ob-ras e Serviços Públicos (SOSP), Alberto Rodrigues Casalinho, afirma que os novos ônibus contemplarão usuários de diversas regiões da cidade. “Os novos veículos vão melhorar a prestação do serviço e também servirão para agilizar o deslocamento da população para a região central do mu-nicípio”, destaca. A cidade tem atualmente 48 linhas regulares atendidas por 398 ônibus, sendo 81 com acessibilidade. Por mês, são trans-

portados 5,1 milhões de passageiros. A idade média da frota está em torno de três anos. A intenção da secretaria é diminuir cada vez mais a idade média da frota que roda em Santo André. A SA-Trans, empresa que admin-istra o sistema de transportes, também ini-ciou a distribuição de prospectos informa-tivos para a população. O material contém um mapa das linhas municipais, informa-ções sobre gratuidade, dicas para tornar as viagens mais agradáveis e os telefones das operadoras do sistema. O folheto pode ser retirado nos terminais urbanos e prédios públicos do município.

A S E M A N A R E V I S T ADE 26 DE JUNHO A 2 DE JULHO DE 2011

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 07

Pesquisa encomendada pela ANTT mostra levantamento feito em mais de 2,4 mil linhas em operaçãoatualmente• Agora [email protected]

Santo André

• RD [email protected]

Para este ano está prevista a renovação de um lote de 17 ônibus; cidade tem 48 linhas

Page 8: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Ônibus tomba após estouro de pneu e fere 15 em Ribeirão Preto

Jorn

al A

Cid

ade

Um ônibus com 16 trabalhadores ru-rais tombou na tarde da uúltima quinta-feira (30), no km 318 da rodovia Anhanguera, que liga Jardinópolis a Ribeirão Preto, depois que um dos pneus dianteiros estourou. Dois não quiseram ser socorridos, mas 13 foram socorridos nas UBDSs (Unidades Básicas Distritais de Saúde) do Castelo Branco e do Quintino Facci 2 e um foi levado à Unidade de Emergência do HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão. Todos passam bem. Houve conges-tionamento de 5 km por duas horas e meia e

uma das faixas da via ficou interditada. O motorista do ônibus, Ari Rubin, de 53 anos, disse que sentiu o estouro e o veículo virou para o lado esquerdo da via. “Tentei ti-rar para o lado direito, mas bati o ônibus na mureta.” O grupo saiu de Orlândia para tra-balhar em uma granja em Rincão. Sete deles escaparam pelas janelas e os demais foram socorridos. Segundo a Polícia Rodoviária, o ônibus, que é de uma empresa de Nuporanga, estava em boas condições. A perícia técnica esteve no local e deve apontar as causas do acidente.

Sem uma proposta convincente das empresas transporte coletivo de Porto Velho, trabalhadores decidiram, em assembléia real-izada na tarde da última quarta-feira (29), que entraram em greve a partir de segunda-feira, se até lá a proposta de reajuste salarial não for mel-horada. Os trabalhadores reivindicam reajuste de 20%, equivalentes ao aumento salarial pro-metido pelos empresários desde o último au-mento da tarifa de ônibus, em fevereiro deste ano. As empresas aumentaram a tarifa 13% com a justificativa de que melhoria a estrutura dos ônibus, aumentaria a frota e o salário dos funcionários. No entanto, oferecem apenas 6% de reajuste aos trabalhadores, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Urbano (Sitetuperon). Na segunda-feira (27), uma mani-festação de motoristas e cobradores deixou milhares de pessoas sem transporte coletivo no inicio da manhã, em Porto Velho. A paralisação atrasou a chegada ao trabalho, a escola e outros compromissos de milhares de usuários. Com a greve por tempo indeterminado, apenas 30% da frota deve circular e os usuários voltaram a so-frer transtornos.

Porto Velho poderá ficar sem ônibus a partir de amanhã

As recentes denúncias de corrupção no governo de Campinas/SP estão paralisan-do alguns grandes projetos para o transporte da cidade. Há a especulação de que os recur-sos que estão sendo disputados com outras cidades através do PAC 2 estejam cada vez mais distantes. Há alguns dias foi anunciado o iní-cio da operação de ônibus híbridos na cidade em caráter experimental, porém a informa-ção acabou sendo engolida pelo turbilhão de denúncias que recaem sobre o alto escalão municipal. O projeto dos híbridos já é de al-guma data, mas acabou ofuscado pelas últi-mas informações divulgadas pela imprensa.

Denúnciasparalisam projetospara o transporte

A S E M A N A R E V I S T AAcidente

BOAS CONDIÇÕES • Policial orienta o trânsito no local do acidente; ônibus estava em boa condição

• A [email protected]

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS08

Greve

• Jornal Nortã[email protected]

Campinas

• Da Redaçã[email protected]

A Prefeitura do Rio estabeleceu a ve-locidade máxima de 50km/h para os ônibus que circulam nas ruas da cidade. A medida, publicada ontem no Diário Oficial do Município, inclui co-letivos municipais, micro-ônibus, veículos de transporte escolar e de passageiros, mesmo que sob regime de fretamento, e ônibus de linhas que vêm de outras cidades enquanto trafegarem no Rio. O limite também deve ser respeitado nos corredores preferenciais, os BRS, em Copaca-bana. A multa por excesso de velocidade pode chegar a R$ 574,61. O secretário municipal de transportes, Alexandre Sansão, afirma que a

Ônibus terão que trafegar a 50km/hRio de Janeiro

• O [email protected]

redução é medida preventiva devido ao cresci-mento do transporte público. A fiscalização será realizada através de radares e agentes da CET-Rio. A medida se baseia em estudos técnicos realizados pela companhia de tráfego, que com-provaram o excesso de velocidade dos ônibus em determinados horários. A implantação de novos corredores preferenciais em Ipanema e Leblon, ainda este ano, também foram levados em con-sideração para a redução. A regra não vale para algumas vias de trânsito rápido, como a Av. Bra-sil e Linha Amarela. Também estão fora do limite Aterro do Flamengo, Auto Estrada Lagoa-Barra, Av. Nações Unidas, Linha Vermelha, Perimetral, Viaduto do Gasômetro e túneis, entre outras.

Page 9: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Manaus

dos Advogados do Brasil (OAB) e entidades ci-vis organizadas para mostrar os veículos e apre-sentar os devidos certificados. “Queremos comprovar que não são ônibus camuflados ou maquiados, como se diz por aí, mas sim unidades inteiramente novas e modernas”, adiantou-se Marcos Cavalcante, à frente da SMTU, que continuou: “Cada seg-mento da sociedade está interessado na chegada destes ônibus: o prefeito, nós (SMTU), os em-presários e, principalmente, a população, que precisa de um transporte coletivo de melhor qualidade”, acredita. Cavalcante prevê que 60% das novas unidades cheguem no fim do mês de agosto, enquanto os 40% restantes dos veículos desem-barquem em Manaus em outubro. Atraso nos documentos, na linha de produção e questões de logística atrapalharam. 1.000 é quantos ônibus estão previstas para renovar a frota do trans porte público de Manaus. O novo número é 200 a mais do que o estabelecido pelo Edital de Licitação, que pre-via a entrega de 858 ônibus novos, sendo 144 articulados, 78 micro-ônibus e 636 convencio-nais.

Chegada de frota nova ganha prazo maior Os novos ônibus prometidos para re-novar a frota de Manaus, que seriam entregues em meados deste mês, tiveram o prazo pror-rogado em 60 dias. A anuncio foi feito nesta terça-feria (28) pela Superintendência Municipal de Trans-portes Urbanos (SMTU), após seu titular, Mar-cos Cavalcante, visitar as fábricas e constatar atraso nas linhas de produção devido as solici-tações de outras cidades nas mesmas empresas. Estima-se, agora, que pelo menos 600 dos mil novos veículos desembarquem na capital ama-zonense no fim do mês de agosto. De acordo com o SMTU, a possibili-dade de prorrogação está prevista no Edital de Licitação que autoriza a concessão de prazo para as empresas de transporte coletivo, em decorrência das dificuldades de produção dos ônibus nas fábricas do Sul do País. Cavalcante visitou as fábricas de chassis e encarroçado-ras localizadas no Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro e constatou a so-brecarga na produção. “As empresas montadoras não estão à disposição de Manaus. Elas recebem pedidos de outros lugares também”, afirma Cavalcante, co-mentando que o mercado, atualmente aquecido, também prejudica a prioridade de Manaus em renovar sua frota, que será a mais nova do Bra-sil: “Disparadamente. Enquanto a idade média dos ônibus no País é de três, três anos e meio, aqui será menos de dois anos, ou 1,86 anos para ser exato. Isso representa uma renovação de 2/3 da nossa frota atual”, revelou o superintendente. Ainda de acordo com ele, outro fator que contribuiu no atraso dos veículos foi a buro-cracia dos bancos na hora de realizar os emprés-timos para as empresas vencedoras da licitação. “Nenhum banco vai emprestar R$ 300 milhões sem saber para onde ou para quem esse dinheiro vai, além dos documentos que eles exigem, que não são liberados rapidamente. Há

todo um processo por trás disso, que é difícil de administrar”, comenta, mas reconhecendo os esforços das empresas em se agilizar.

Mil novos ônibus Quando o edital foi lançado, a pre-visão era de que 858 novos ônibus passariam a circular pelas ruas de Manaus, renovando a frota para, aproximadamente, três anos. Porém, Cavalcante revelou que as em-presas (São Pedro, Expresso Coroado, Global, Rondônia, Transtol, Nova Integração, Líder, Via Verde e City Transportes) aproveitaram a liberação do empréstimo e compraram mais un-idades do que estava previsto, somando quase mil novos veículos. Reajuste virá com renovação da frota A SMTU afirmou que a nova tarifa do transporte coletivo só entrará em vigor quando a primeira remessa dos novos ônibus chegar a Manaus. Antes disso, a Superintendência pro-moverá um ato público com a presença da im-prensa, do Ministério Público Estadual (MPE), Assembleia Legistativa do Amazonas (ALE), Câmara Municipal de Manaus (CMM), Ordem

ENVELHECIDA • Frota da cidade é antiga e será praticamente toda substituída

Norberto dos Santos K

ünzli

• A Crí[email protected]

Curitiba

Ligeirão vai chegar a todas as regiões até 2013

O prefeito de Curitiba (PR), Lu-ciano Ducci, afirmou à reportagem do site R7, na última sexta-feira (1º), que o ônibus Ligeirão, com capacidade para 270 passage-iros, vai atender todos os eixos da cidade até 2013. Atualmente o coletivo de 28 metros faz duas linhas, uma que liga o Alto Boqueirão ao centro, com somente quatro paradas, e a

linha Pinheirinho-Linha Verde-Centro. Se-gundo Ducci, já foi lançada a licitação para o Ligeirão que deve atender o eixo norte-sul. - Agora nós lançamos a licitação para um outro eixo, que é o norte-sul de Cu-ritiba. Assim, ano que vem teremos mais um eixo e, em 2013, o eixo leste-oeste. De acordo com o prefeito, o trans-porte público de Curitiba atende hoje a uma demanda de quase 2 milhões de passageiros

por dia, por meio de uma rede de 2.000 ôni-bus. O Ligeirão que já está em circulação desde março deste ano passa pelos corre-dores dos coletivos e só para em alguns pon-tos. - Ele reduz o tempo médio de via-gem em praticamente 50%. Ele melhora bas-tante o tráfico. Se for de carro no horário de pico, ou com o ônibus, o usuário chega mais rápido de ônibus.

[email protected]

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 09

Page 10: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

MAN quer interligação com Volkswagen e Scania

Em meio a grandes discussões no mercado brasileiro de caminhões, a fabri-cante chinesa Shacman chega ao país para acirrar ainda mais a briga de caminhões na faixa acima dos 360 cv de potência. “No Brasil, os caminhões Shacman terão con-figurações especialmente desenhadas para a realidade do nosso mercado”, garante João Comelli, diretor de produto da Shac-man. A princípio, a fabricante importará dois modelos com configurações 4x2 e 6x4. Os veículos contarão com motores Cum-mins de 385 e 420 cv de potência - isto é, a versão ISM de 11 litros, com sistema de injeção common rail. Os caminhões já aten-

dem a legislação de emissão de poluente Proconve P7, equivalente a Euro 5, e pos-suem outros apelos técnicos fortes, como eixos MAN com redução nos cubos de roda e transmissão Eaton com 12 velocidades ou Fast com 16, ambas mecânicas com over drive. Sabendo das exigências do mer-cado brasileiro, a fabricante está apostan-do também em itens de série para firmar seus passos no país. Os caminhões irão sair de fabrica equipados com ar-condicio-nado e airbag. “Trata-se de um caminhão brasileiro montado na China e que atenderá plenamente às expectativas e necessidades dos transportadores brasileiros”, diz o ex-ecutivo. Com as primeiras unidades prontas

SINERGIA • Ônibus com chassis Volksbus e Scania: fusões aceleram estreitameto com a MAN

Com o objetivo de obter um cresci-mento lucrativo sustentável em todos os mer-cados e um desenvolvimento produtivo das empresas agregadas, a diretoria da MAN SE, reunida em Assembleia Geral, em Munique, defendeu uma estreita colaboração da MAN, Scania e Volkswagen. “O Conselho Fiscal e a diretoria continuam convencidos de que podem ser criadas sinergias substanciais nos setores das vendas, desenvolvimento e produção”, disse o porta-voz da empresa, Dr. Georg Pach-ta-Reyhofen. O Grupo Man, com atuação em diferentes mercados, aposta em um crescimento do setor entre sete a 10% em 2011. A proposta de maior cooperação entre as empresas esta baseada nos requisitos técni-cos que estão cada vez mais complexos no setor de caminhões e ônibus. Outro forte argumento e a concorrência que está cada vez mais intensa, especialmente com a crescente participação mundial das marcas chinesas. Com a sinergia, a diretoria da MAN SE defende ainda que as empresas estariam se ajustando aos ciclos de desenvolvimento que estão cada vez mais re-duzidos, especialmente no que se refere às leis ambientais cada vez mais exigentes. Em uma colaboração estreita todos os parceiros envolvi-dos ficariam ainda mais poderosos. Com a recuperação dos mercados eu-ropeus de veículos comerciais, o ano de 2010 foi de grande sucesso para o Grupo MAN. Gra-ças a isso, o conglomerado teve um inicio de 2011 muito forte, registrando um aumento de

Chinesa Shacman Caminhões chega ao Brasil

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS10

D E U N A I M P R E N S ARESUMO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DA IMPRENSA ESPECIALIZADA

Transpo Online

• Do site Transpo [email protected]

Transporte Mundial

• Do site da Transporte [email protected]

26% nos pedidos no primeiro trimestre. Nesse período, o faturamento do grupo alcançou 3,7 bilhões de euros. O quadro positivo se deveu, princi-palmente, a bem-sucedida estratégia BRIC do Grupo MAN que fechou 2010 com grandes avanços em diferentes mercados. No Brasil, por exemplo, a MAN Latin América, se man-teve líder do setor de caminhões pelo oitavo ano consecutivo. Na Rússia, a MAN Truck & Bus é líder de mercado entre os fabricantes principais do ocidente. As atenções agora estão voltadas para a China que é considerada um dos maio-res mercados de crescimento tanto no setor de veículos comerciais como no negócio dos mo-

tores a diesel de grande porte e das turbomáqui-nas. A previsão da MAN SE é que esse desempenho se mantenha ao longo de 2011, fechando o ano com crescimento da ordem de sete e 10%. Embora esteja em franca expan-são em mercados estrangeiros, a MAN não vai perder a Europa de vista. “A nossa estratégia internacional deve ser vista em estreita ligação com a Europa. Só assim podemos compensar diferentes conjunturas econômicas e prolongar os ciclos de vida dos produtos e tecnologias”, disse o porta-voz. A Europa continuará marcan-do o ritmo em nível tecnológico, complemen-tada com desenvolvimentos no Brasil.

Luciano Roncolato

para desembarcarem já na próxima semana no Brasil, a Shacman está se preparando para oferecer uma rede de concessionárias adequada para atender todo o território na-cional. E, segundo informações da asses-soria de imprensa da fabricante, os proje-tos já estão em fase de desenvolvimento e incluem ainda a construção de um centro logístico de peças de reposição. Tudo deve sair do papel até janeiro de 2012. A Shacman é a marca da Shaanxi Heavy Duty Automobile CO., LTC. para o Brasil e outros países do MERCOSUL. Sediada na cidade de Xi’na, da cidade de Xi’an, província de Shaanxi, na região cen-tral da China, a fabricante produz camin-hões há 40 anos e possui capacidade de produção de 70 000 veículos por ano.

Page 11: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

S E U M U R A LFOTOS, EVENTOS, OPINIÃO E CARTAS

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 11

Em Curitiba

ENVIADA PELA REDAÇÃOOs amigos William Schimitt, Franz Hecher, Kevin William e Matheus Novacki passeandopelos terminais de Curitiba no último dia 25 de junho. A foto é de Luciano Roncolato.No passeio esteve prsente também o amigo Alex Miljcovic.

Carta do Leitor

Nota da Redação • Agradecemos o con-tato Emílio! Primeiramente agradecemos o elogio! Estamos sempre trabalhando para trazer a vocês leitores o melhor do transporte. Quanto às entrevistas, estamos com ao me-nos duas já prontas para serem publicadas e estamos programando outras. Caso tenha algum questionamento a algum empresário específico, envie sua pergunta para [email protected]. Na eventualidade de entrevistarmos a pessoa, faremos o seu ques-tionamento.

Olá aos amigos da Revista Inter-Buss! Começo parabenizando-os pelo ex-celente projeto, mostrando que é possível in-formar aos admiradores de ônibus as grandes novidades do mercado com muita seriedade. Gostaria de saber de vocês se há a intenção de entrevistar alguns grandes em-presários do ramo de transportes no Brasil e caso sim, se nós leitores podemos enviar al-gumas sugestões de perguntas.

Entrevistas

Emílio Peche • Juiz de Fora/MG

Pesquisa da SemanaVISITE NOSSO SITE E RESPONDA:

Você acha que a Busscar ainda poderá voltar um dia aproduzir com força total, mesmo com a grave crise?www.portalinterbuss.com.br/revista

Nostalgia - Evento10 de Maio de 2008

Bus Brasil Fest - Edição JundiaíA exposição realizada anualmente na cidade de São Paulo teve uma edição especial na cidade de Jundiaí, onde as empresas locais levaram os principais ônibus de suas frotas para expor no Parque da Cidade. Os ônibus ficaram a disposição dos visitantes durante todo o dia. Participaram da exposição a Viação Leme, a Viação Jundiaiense, a PRM Turismo, a Auto Viação TrêsIrmãos e a Rápido Luxo Campinas. Na foto, colecionadores de São Paulo, Itu e Jacareí posam para fotos após prestigiarem o evento.

Page 12: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

EFICIÊNCIAUm dos mais de 80 ônibus articulados que integram vários terminais fechados na Grande Vitória

Seja bem-vindo ao Projeto TranscolEficiente sistema de transporte metropolitano da Grande Vitória ainda é pouco conhecido no Brasil. Nossa reportagem esteve na região e mostra como funciona o Projeto Transcol, que está em vigor desde 1986 e integra várias cidades da capital capixaba

A G R A N D E M A T É R I A

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS12

Seja bem-vindo ao Projeto TranscolEficiente sistema de transporte metropolitano da Grande Vitória ainda é pouco conhecido no Brasil. Nossa reportagem esteve na região e mostra como funciona o Projeto Transcol, que está em vigor desde 1986 e integra várias cidades da capital capixaba

Page 13: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Luciano Roncolato

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 13

Page 14: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

O Brasil é muito carente em siste-mas de transportes públicos inteligentes. O mais conhecido nacionalmente é o da cidade de Curitiba, concebido nos anos 70 durante a gestão do urbanista Jaime Lerner, que trans-formou a cidade num grande canteiro de o-bras e abriu vários corredores exclusivos para ônibus. Desde então, o sistema cresceu e no-vas vias segregadas foram abertas. Hoje, o sistema local apresenta saturações potenciais, mesmo com a chegada de novos biarticula-dos para acrescentar à frota. Para a Copa de 2014, algumas ampliações estão previstas, o que deverá melhorar e muito a qualidade do transporte para a população. Uma cidade brasileira que também tem um sistema integrado inteligente e rela-tivamente pouco conhecido é Vitória, capital capixaba. O sistema Transcol, que integra as principais cidades da região metropolitana da capital, é bastante interessante e possibilita a transferência gratuita entre terminais por in-termédio de ônibus grandes e novos. Nessa Grande Matéria de estreia, vamos conhecer um pouco desse sistema, mas antes vamos falar um pouco da Região Metropolitana da Grande Vitória.

A RMGV A região é formada por sete mu-nicípios: a capital Vitória, Vila Velha, Ca-riacica, Serra, Viana, Guarapari e Fundão. Somente nessa região está concentrada quase metade da população capixaba (cerca de 46%). É nessa região também que se produz a maior parte da riqueza do Estado (por volta de 58%). Apesar desses grandiosos números, a região ocupa apenas 5% de todo o ter-ritório do Estado. A região toda em 2000 estava com cerca de 1,48 milhão de habi-tantes, tendo Vila Velha como a mais popu-losa (cerca de 345 mil habitantes), seguida de Cariacica (324 mil), Serra (322,5 mil), Vitória (292 mil), Guarapari (88 mil), Viana (53 mil) e Fundão (13 mil). Os territórios das cidades são bem curiosos. Apesar de ser capital, Vitória tem a menor área: 95,22km², com uma densidade populacional de 3065 habitantes por km². O maior território é o de Guarapari, com 599km² e densidade de 147 hab/km², seguida de Serra (552,70km² e 583 hab/km²), Viana (311,08km² e 171 hab/km²), Fundão (287,68km² e 45 hab/km²), Cari-acica (273km² e 1182 hab/km²) e Vila Velha (211,37 km² e 1632 hab/km²) A região toda tem uma área de 2331,01 km² e uma densi-

dade populacional de 617 hab/km² em média.

O TRANSCOL Até o final dos anos 80, todas as linhas metropolitanas da região da Grande Vitória convergiam para o centro de Vitória, travando o trânsito local. Com o objetivo de reestrutar e reorganizar essas linhas, o Instituto Jones dos Santos Neves criou o Projeto Transcol, que em 1984 foi incorpo-rado ao Programa de Aglomerados Urbanos (AGLURB), programa esse coordenado pela Empresa Brasileira de Transportes Urbanos

(EBTU). O projeto foi financiado pelo Banco Mundial e complementado pelo BNDES. Para iniciar o projeto, foi criada a CETURB-GV (Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória), órgão estatal com o objetivo de organizar institucional-mente o sistema, gerenciar os serviços exis-tentes e enfim implantar o Projeto Transcol. A transferência da gestão do sistema, do DE-TRAN-ES para a CETURB-GV, aconteceu em 1986. Nesse mesmo ano começou a implan-tação do sistema. As empresas começaram a

A G R A N D E M A T É R I A

ANTIGO LAYOUT • Ainda usado parcialmente, layout de linhas alimentadoras e troncais

ESPECIAL • Layouts dos veículos com ar-condicionado

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS14

• Luciano [email protected]

• Revisão e fotos de Franz [email protected]

Page 15: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

apresentar dificuldades no cumprimento das novas tabelas horárias e passaram a apresen-tar diversas irregularidades operacionais, o que resultou na aplicação de sete mil multas na época. Foi a primeira vez em que houve a implantação de um quadro de horários para garantir a regularidade do sistema. Até então, as linhas não tinham horários fixos. Para melhorar a situação, foi im-plantado o telefone 158 para que a população fizesse denúncias. As principais eram o não cumprimento de horários, falta de cortesia dos motoristas e superlotação dos veículos. Assim, os horários de circulação das linhas passaram a ser divulgados e para que a popu-lação ajudasse na fiscalização começaram a ocorrer reuniões periódicas com lideranças comunitárias. Em 1989 foram inaugurados os primeiros terminais (Carapina, Itacibá. Laranjeiras e Vila Velha), possibilitando a in-tegração física entre as linhas alimentadoras e troncais, através de complementação da tarifa (anos mais tarde a tarifa seria unificada) e os primeiros veículos de motorização traseira (padron) foram adquiridos para dar início efetivamente à fase final do projeto. Nessa época, as empresas operado-ras estavam com dificuldades para se adap-tar às novas normas. Por conta disso, a CE-TURB-GV adquiriu os primeiros 100 ônibus do tipo padron (todos monoblocos Mafersa M-210 Turbo) e iniciou as operações das linhas troncais. Os veículos eram facilmente notados pelas inscrições “Propriedade do Povo” e “Governo do ES” nas laterais. Mais tarde, devido às dificuldades de manutenção da frota, a CETURB os repassou à iniciativa privada para que esta fosse responsável pela manutenção e operação dos carros. Com di-versos problemas de verbas, não apenas para manutenção dos veículos, parte da encomen-da feita à Mafersa foi cancelada, e apenas 87 destes ônibus operaram efetivamente, sendo que 13 foram para a CMTC, de São Paulo (eram os veículos que circularam com uma pintura de cor amarela e números de ordem fora do comum em São Paulo no começo da década de 1990). Nos anos 90 o sistema está efetiva-mente implantado e passa a figurar entre os melhores do país. O Transcol já conta com frota padronizada, novos terminais e vias devidamente pavimentadas onde os ônibus circulam. A partir de 1999 novas modalidades começam a ser implantadas pela CETURB-GV, como o serviço Mão Na Roda, inaugu-rado em fevereiro de 2000, para transporte exclusivo de cadeirantes. No mesmo ano, foi implantado o transporte complementar, feito com micro-ônibus para locais de difícil acesso. Os veícu-los vieram com pintura diferenciada em tons

pastéis de laranja e amarelo, mas posterior-mente receberam o layout padrão das linhas alimentadoras. Ainda em 2000 entrou em circulação o sistema seletivo, com micro-ônibus dotados de ar condicionado, poltronas rodoviárias, cortinas e tarifa diferenciada. A partir de 2005, a CETURB-GV permitiu que as empresas operadoras utilizas-sem ônibus convencionais de chassi com mo-tor dianteiro nas linhas tronco. Até então, era uma exigência do sistema a operação deste tipo de linhas pelos veículos tipo padron com motorização traseira e suspensão automática. A medida liberando as mudanças foi justifi-

cada pelo corte de custos dos veículos e ma-nutenção do valor da tarifa. Em abril de 2007 o Transcol implantou o sistema de bilhetagem eletrônica e em 2008 foi dado início ao pro-jeto Transcol III, com a construção de quatro novos terminais (Jacaraípe, Itaparica, São Torquato e Jardim América). Ainda em 2008, o sistema ganhou os primeiros ônibus dota-dos de elevador para cadeirantes e a frota foi unificada num novo layout mais harmonioso, desenvolvido pelo mineiro Armando Villela, deixando de lado a distinção entre cores dos veículos que operavam as linhas alimentado-ras (azuis) e troncais (amarelos). O terminal

MULHERES • Niége Chaves ladeada pelas funcionárias da Metropolitana no evento

SELETIVO • Dois momentos: o atual layout e o antigo

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 15

Page 16: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

A G R A N D E M A T É R I A

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS16

Laranjeiras foi modernizado, recebeu uma nova plataforma para linhas alimentadoras e reentregue em 2009.

LÓGICA DO SISTEMAE MUNICIPAIS O sistema Transcol atende a grande parte da região metropolitana da Grande Vitória. As únicas cidades ainda não con-templadas são Fundão e Guarapari, que estão mais distantes de Vitória e foram incorpora-das há menos tempo ao bloco. O sistema dispõe hoje de dez termi-nais assim localizados:

Na cidade da Serra:Terminal LaranjeirasTerminal CarapinaTerminal Jacaraípe

Na cidade de Cariacica:Terminal de ItacibáTerminal de Jardim AméricaTerminal Campo Grande

Na cidade de Vila Velha:Terminal do IBES

Terminal de Vila VelhaTerminal Itaparica Terminal de São Torquato

Os terminais permitem integração física entre linhas sem complementação de tarifa e estão interligados através de linhas troncais (interterminais, paradoras), expres-

ARTICULADOSLayout antigo e novo dos

veículos articulados do Transcol

Page 17: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 17MUNICIPAIS • Transcol em algumas cidades, municipal de Vitória e Sanremo em Vila Velha

sas (possuem trechos específicos de para-das) e especiais (paradas somente para de-sembarque – operação nos picos). Vitória não possui mais uma estação de integração desde 2009, quando foi desativado o Termi-nal Dom Bosco, localizado próximo ao an-tigo aquaviário de mesmo nome, porém, de estrutura provisória até que os novos termi-nais do projeto Transcol III ficassem pron-tos. Apesar de Vitória não possuir seu próprio terminal, os terminais de São Tor-quato, em Vila Velha, e o de Jardim Améri-ca, em Cariacia, recém-inaugurados, ficam próximos à divisa com a capital e absor-veram a maioria das linhas do antigo Dom Bosco. O sistema é operado atualmente por doze empresas. São elas: Grande Vitória, Praia Sol, Satélite, Serrana, Serramar, Santa Zita, Netuno, Nova, Vereda, Unimar, Met-ropolitana e Santa Paula. Os seletivos são o-perados por dois consórcios: Serra e Centro-Sul, formados pelas empresas que operam no próprio Transcol e ainda estão juntas no serviço Mão na Roda é operado pelo Con-sórcio da Cidadania. De acordo com dados do CETURB-GV para o mês de maio deste ano, a frota to-tal do sistema é de 1596 carros, sendo 1459 operantes, 1378 convencionais, 111 padrons, 81 articulados e 26 micros, com uma média de idade de 3,03 anos para os convenciona-is, 8,00 para os padrons e 3,07 para os ar-ticulados. Foram transportados 17.012.964 passageiros, sendo 6.949.904 pagantes e 7.317.330 oriundos de vale-transporte. Nesse mês, 593.367 passageiros são da mo-dalidade escolar gratuito. O Transcol há al-gum tempo passou a fornecer transporte gra-tuito para alguns alunos depois de constatar por meio de pesquisas que a evasão escolar estava muito grande, e a principal causa era a falta de dinheiro para o pagamento de pas-sagens. Por conta da eficiência do Transcol, a maioria das cidades não dispõem de sistemas municipais. As únicas exceções são as cidades de Vila Velha, que conta com um serviço de ônibus operado pela empresa Sanremo, esse que só agora será integrado ao Transcol (in-tegração tarifária), e a cidade de Vitória, que dispõe de linhas municipais operadas pelas empresas Tabuazeiro, Grande Vitória e Uni-mar, sendo que as duas últimas são também operadoras do metropolitano Transcol. A tarifa do sistema Transcol é de R$ 2,30. É possível transitar por mais de 60km. gastando apenas esse valor e integrando quan-tas vezes for necessário nos terminais localiza-dos nos cinco principais municípios. Conheçam a Grande Vitória e o inter-essante sistema Transcol!

Page 18: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

E S P E C I A L C A I O 6 5 A N O S

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS18

A revista InterBuss, no ano em que a CAIO completa 65 anos de história, traz com exclusividade um especial em 5 edições das car-rocerias que mais fizeram sucesso. O especial seguirá em ordem cronológica, apresentando os produtos desenvolvidos entre a década de 70 até os tempos atuais, mostrando que a tecnologia e a evolução sempre estiveram presentes nos con-ceitos da CAIO. Fundada em 1946, a CAIO (Compan-hia Americana Industrial de Ônibus) teve sua presença marcada pela qualidade e pela estrutura oferecida à fabricação de seus produtos. A CAIO sempre desenvolve seus produtos em acordo com os mais rigorosos padrões de qualidade, e em conformidade com os órgãos competentes. Pensando no conforto dos passageiros a CAIO também volta sua visão ao acabamento interno

Anos 70 e 80 de muito sucesso

Primeira parte

Seleção histórica de fotos mostra algumas das carrocerias de aplicação urbana maisproduzidas entre os anos 70 e 80 no Brasil• Thiago [email protected]

e em acessibilidade, contando além o design ex-terno, deixando as estradas mais bonitas com os modelos desenvolvidos. Em 2001 a CAIO passa a ser dirigida por um novo grupo de investidores fundando assim a INDUSCAR. Abaixo a relação das carrocerias que mais fizeram sucesso nesses 65 anos de história.Micros: Verona, Carolina, Carolina IV, Carolina V, Piccollo e PiccolinoUrbanos: Tupi, Jaraguá, Bela Vista, Bela Vista I, Gabriela, Gabriela II, Amélia, Amélia II, Vitória, Vitória II, Alpha, Alpha II, Alpha III, Papa-Fila, Apache S21, Apache Vip, Millennium, Millen-nium II, Mondego H, Mondego HA , Mondego L, Mondego LA, Top Pus, Top Bus PB, Apeche Vip 2 e Apache S22.Rodoviários: Aritana, Bossa Nova, Corcovado, Gaivota, Itaipu, Jubileu, Marta Rocha, Papa-Léguas e Squalo. Nesta edição a revista apresentará o Bela Vista, Gabriela e Amélia.

Page 19: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

RETROSPECTIVA DAS CARROCERIAS DE MAIOR SUCESSO DA ENCARROÇADORA DE BOTUCATU/SP

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 19

Page 20: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

REVISTAINTERBUSSM Á R C I O D O U G L A S R I B E I R O V E N I N OR I O D E J A N E I R O / R J • U T I L

Page 21: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011
Page 22: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

V I A G E M D E F L E C H A A Z U L

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS22

Dia 11/06: um dia esperado por mim e pelos meus amigos da comunidade oficial da Via-ção Cometa, pois esta data se realizaria mais uma viagem de Flecha Azul. Dessa vez, rumo a Monte Sião, Jacutinga e Pouso Alegre. Às 08h10, galera reunida, todos ansiosos, e de repente o comandante Wagner dá a partida no Flecha Azul 1333 (antigo 7333). Aquela manhã nublada deu lugar a um belo dia ensolarado, um pouco frio, mas um dia perfei-to para pegar a estrada. E lá fomos nós. Marginal Tietê, Rodovia Presidente Dutra, Rodovia Fernão Dias, uma parada rápida no Graal de Mairiporã, onde realizamos mais uma seção de fotos. De re-pente, fomos surpreendido com a passagem do Fle-cha Azul 7444 rumo a Belo Horizonte (linha São Paulo x Belo Horizonte). Ele passou que nem um foguete, fazendo daquela subida de Mairiporã uma reta, arrancando suspiro de todos que ali estavam. Para o nosso 1333, a subida foi fácil também. Um detalhe do nosso carro que nos chamou a atenção foi o som do motor, pois estava bem afinado. O car-ro enfrentou numa boa todos os obstáculos. Saímos da Fernão Dias e entramos na cidade de Bragança Paulista. Acessamos a rodovia que dá acesso ao Cir-cuito das Malhas, uma rodovia simples que exige atenção. Muitas curvas, quase todo seu trajeto é sem acostamento ,mas ela proporciona muitas paisa-gens, montanhas, muito verde, vale a pena pegar o carro e fazer esse trajeto. Chegando em Monte Sião, é hora das

Passeio de despedida e homenagem

Despedida emocionante

Última excursão de Flecha Azul organizada pela comunidade ofical da Viação Cometa no Orkut teve homenagem ao amigo Leonardo Martin, fiel passageiro das viagens• Anderson [email protected]

• Complementado por WilsonRoberto Degressi Mí[email protected]

• Revisado por Felipe [email protected]

compras e fazer mais fotos. Fui conhecer a cidade e, olha, o lugar é muito lindo. Cercada de montanhas e muitas, mas muitas lojas de roupas, fábricas de confecções. Ambiente familiar, eu recomendo, de-pois das compras, uma pausa para bate-papos. As ruas da cidade são estreitas, mas o Wagner tirou de letra. A manobra que ele fez não é para qualquer um, e mereceu palmas. Mudamos o rumo da via-gem. Ao invés de paramos em Jacutinga, seguimos para a “terra do menino da porteira”, Ouro Fino, e pelo próprio fomos recebidos. Bem na entrada da cidade há um monumento em sua homenagem. Hora de mais fotos, a cidade também é muito linda e pacata. Depois de muitas fotos, hora de seguir via-gem. Avançamos mais um pouquinho e chegamos em Borda da Mata, e por fim Pouso Alegre. Uma voltinha no centro e fomos em direção à Rodovia Fernão Dias rumo a São Paulo. Uma parada na churrascaria Cometa, almoço, e o momento espe-rado foi a homenagem ao nosso amigo Leonardo Martin, que nos deixou esse ano, vítima de um aci-dente de carro. A emoção tomou conta, mas procu-rei não me expressar. Muitas e muitas fotos, a presença do funcionário mais antigo da Cometa, o senhor Amaragy, também foi marcante. Ele se aposentou como inspetor, mas a história é mais longa. Ele entrou na Cometa em 1960, sendo registrado no Departamento de Estradas e Roda-gem com o número 003. Se aposentou em 1985, mas dirigiu raridades como Morubixaba, e foi mo-torista fixo, e único, dos carros 550 (Imperial reen-carroçado pela Striulli), e 2014 (Jumbo C, Ciferal Líder com chassi Scania BR-110 sueco). O legal de conversar com ele é as história de quando ele dirigia na linha Rio x São Paulo. Uma pessoa espetacular, iluminada. Depois da homenagem, continuamos rumo a São Paulo, com uma outra parada de 15

minutos entre Cambuí e Camanducaia, no posto Itasul. De repente, sobe outro Flecha Azul rumo a Belo Horizonte, proporcionando outro momento de alegria. Na saída do posto fomos surpreendidos por um acidente de caminhão, nada grave. Depois de uma hora parados na Fernão, rumo à Sampa, passando a divisa, já estavamos em Bragança Paulista, Atibaia foi ficando para trás, e de repente pedágio de Mairiporã. Andamos bem, lembra que eu disse que o motor estava afinado? Pois então, acessamos a Dutra e em seguida já estavamos na Marginal, que, por sinal, estava muito linda com a nova iluminação. Chegando ao Terminal Tietê, hora de despedir de todo mundo, de ir para casa. Nisso, o Thiago Maciel me chama e diz: “e aí, vai embora do que?”. Respondi: “Ah, eu vou de Cristália, quero terminar essa viagem a bordo de outro Scania”. Ele insiste para ir de Cometa, mas tinha certeza que viria uma série 82 da vida. De tanto insistir, comprei a passagem para Campinas, poltrona 36, plataforma 07, descendo a escada me deparo com vários carros série 82, 72 e 22. Fiquei meio frustado, mas vi uma vaga entre os carros, e, do nada, me aparece o Flecha Azul 1329 (antigo 7329). Eu não tava acreditando, pois já tinha um

Page 23: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

EXCURSÃO DA COMUNIDADE DA COMETA NO ORKUT

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 23

certo tempo que não andava de Flecha partindo de Sampa. Quando o motorista deu a partida, eu e o Thiago fomos para o fundo, pois o carro tava vazio. A minha ficha ainda não tinha caido, na Marginal fez duas paradas para pegar passageiro, e na Rodovia dos Bandeirantes mostrou que es-tava firme e forte. Em uma hora e dez minutos já estávamos na avenida Lix da Cunha. Ao chegar-mos na Rodoviária de Campinas outra surpresa: estava estacionado mais dois Flechas: o 1339 (antigo 7339) e o 1335 (antigo 7335). Nossa, sem palavras, foi mais uma viagem inesquecível. Só tenho a agradecer a Deus por me proporcionar isso. Conclusão: do trajeto entre Pouso Alegre e Camanducaia, existiu uma parada (senti-do BH) na antiga Impala. No sentido São Paulo, a parada da Cometa era a churrascaria Cometa, hoje dominada pela Gontijo. De toda essas viagens que eu fiz com a comunidade, notei a reação, a surpresa de algumas pessoas ao ver um Flecha Azul. Bate recordação de alguma viagem, nostalgia. Só quem viveu isso sabe, mas hoje o progresso é quem fala mais alto. Agora, só recordação. Acesse o site:http://www.viacaocometacoo.com.br

EMOÇÃO • Última viagem de Flecha Azul da Viação Cometa teve homenagem aopassageiro cativo Leonardo Martin, que faleceu em um desastre automobilístico este ano

Page 24: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Sistema por Consórcios Desde a semana passada, as viações Pirajuçara e Miracatiba estão operando uma das linhas da Viação Cidade Verde, a 395TRO Itapecerica da Serra/Jardim das Oliveiras – São Paulo/Metrô São Judas. A troca de empresas se deve ao excessivo número de reclamações que a linha recebia, por conta de atrasos e demora nas partidas. Como a empresa não tinha frota para acrescentar à linha, de modo a diminuir os intervalos e aumentar as partidas, as duas par-ceiras do Consórcio Intervias assumiram a op-eração. O curioso nessa história, é que as duas operadoras estão fazendo um trabalho superior em termos de qualidade, se comparado ao ser-viço prestado pela Viação Cidade Verde. Um caso raro de um plano de emergência que saiu melhor que a operação formal. Surgem comen-tários de que os moradores da região, receosos de que a antiga operadora volte, já preparam um abaixo-assinado para solicitar a permanência das duas operadoras substitutas na região. Uma operação conjunta de uma linha por duas empresas não chega a ser algo inédito. Nas linhas municipais de São Paulo há algumas linhas operadas por mais de uma empresa. São linhas que tem muito boa demanda e que são alvos de disputa interna dentro do próprio Con-sórcio. Uma realidade diferente da 395TRO, linha com demanda majoritariamente local, mas que não pode ser operada com o descaso com a qual estava sendo. De todo o modo, o fato da operação conjunta estar sendo bem sucedida é em boa parte devido ao sistema de Consórcios, que a cada dia, está se tornando presente na maioria dos sistemas de transporte das cidades brasileiras. Na operação por Consórcios, não é só uma empresa é que fica responsável por uma área, e sim um conjunto de empresas. Mesmo aquelas que não operam diretamente uma região, neste sistema, elas acabam tornando-se co-responsáveis pela qualidade ou pela defi-ciência na operação. Na troca temporária – ou não – de empresas que citei, isso pode ser ob-servado. As próprias operadoras substitutas melhoraram a operação das linhas em questão, diferente da maioria dos casos semelhantes, onde a operação, com a justificativa de ser feita em “caráter precário”, manteria o mesmo nível de ruindade. As viações Pirajuçara e Miraca-tiba, por serem parceiras da Cidade Verde no Consórcio Intervias, tem tanta responsabilidade em manter uma boa operação nessa linha quan-to a própria operadora. Muitas pessoas podem ver com desconfiança a operação por Consórcios, com a justificativa de que “os grandes podem sufo-car os pequenos” – isso pra não citar os Con-sórcios formados por uma única empresa, que ficam com enormes áreas, monopolizando a

operação. É uma alegação lógica e, de fato, isso pode acontecer mesmo. Mas, na minha visão, não seria muito diferente se o sistema tradicio-nal, “por lotes” de linhas, prevalecesse. Como ocorreu em São Paulo no passado, um mesmo interessado poderia ir adquirindo as empresas menores da mesma maneira que um consor-ciado mais forte pode ir adquirindo as outras empresas consorciadas. Um sistema de operação por con-sórcios ideal seria aquele em que as empresas consorciadas tivessem um porte semelhante. Isso possibilitaria que as outras pudessem su-prir mais facilmente a fata de uma delas, em um caso extremo de impossibilidade ou se alguma deixar ou não puder operar. Infelizmente, isso ainda é pouco questionado nas licitações que ocorrem no transporte urbano do país. Mas, fica aqui a sugestão.

ASTERISCOS* Os novos Caio Millennium II Scania K124, movidos a etanol, adquiridos pela VIM – Viação Metropolitana de São Paulo, vem um indicador de velocidade colocado no painel superior in-terno do ônibus. Uma iniciativa interessante, até pro passageiro mais rebelde saber que os

CIRCULANDO José Euvilásio Sales [email protected]

02/07/11 • REVISTAINTERBUSS24

obrigatórios 50km/h, permitidos nos corredores de ônibus da cidade, são facilmente atingidos, coisa que muitos desses parecem não acreditar.

* Falando em veículos movidos a etanol, a Tupi – Transporte Urbanos Piratininga Ltda, de São Paulo, vai adquirir também algumas unidades do veículo. Serão dez Caio Millennium Scania K124, desta vez quinze metros.

* Desde o dia 29 de junho, a linha 4 do Metrô passou a operar até às 21h, de segunda a sexta-feira. A idéia inicial era operar até a meia-noite mas, para agilizar os testes e possibilitar o início da operação comercial de toda a linha o mais rá-pido possível, optou-se por encerrar a atividade comercial às 21h e usar essas três horas restan-tes para a continuação dos testes operacionais da linha.

* Um ano de Revista InterBuss e um ano de col-una. Agradeço a você, leitor, que nos acompan-hou em todo esse período e peço que continue conosco nos próximos períodos. Críticas, co-mentários, correções ou sugestões à esta coluna, escrevam para [email protected] . Um abraço e até a próxima semana.

MUDANÇA • Miracatiba, uma das novas operadoras, no lugar da Cidade Verde

José Euvilásio Sales Bezerra

Page 25: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

REVISTAINTERBUSS • 02/07/11 25

RJ: Linha 233 agora é 333, 302 e 303!! Leitores, para quem ainda não sabe, desde o final de 2010, com a implantação dos novos corredores de ônibus, do bilhete único, dos consórcios e do novo lay-out para os ôni-bus na cidade do Rio de Janeiro, parte de suas linhas de ônibus tiveram seus números modi-ficados. Nas definições de 1963, as linhas que começam com 1 passam em corredores da zona sul em direção ao centro. Os que começam com 2 passam em corredores da zona norte até o centro e os que começam com 3 passam em corredores da zona oeste para o centro. O que vale é o corredor em que cada linha percorre, baseado em ‘Árvores de Numeração’ – cada trajeto recebia o seu número da linha. Valia. Agora com as definições de 2010, não é mais o corredor onde passa para ter atribuído o seu número. Agora é pela sua região de origem. A linha 233, com seu trajeto nor-mal (sem derivações) sai da Rodoviária e prossegue em direção à Barra da Tijuca, mais precisamente no Terminal Alvorada. Antiga-mente, a linha recebeu seu número por passar pelo corredor norte (bairros da Tijuca e Está-cio), daí recebeu o número 2. E por ser criada por volta dos anos 70, fugiu um pouco à regra pois quase todas as linhas 22x cuja direção é Tijuca já estavam ocupadas e pegou o núme-ro 233, diferentemente do trajeto de Lins, Boca do Mato, etc. que são dos grupos 23x. Mas agora a linha mudou para 333, partindo assim de sua origem – a Barra da Tijuca fica na zona oeste, e daí recebeu um ‘3’. Suas outras derivações da 233, a ‘Rodoviária-Recreio’ recebeu a número 302 e a ‘Rodoviária-Barra da Tijuca via Linha Amarela’ recebeu o número 303. Para mim, seguir o padrão de 1963 baseado em corredores é fundamental, mas mudar os padrões para o atual deixou a orga-nização das linhas um pouco confusas, pois os números não dizem mais nada o seu tra-jeto. Pelo menos, encontrei uma vanta-gem: cada número contém só e somente um trajeto (há exceções, escritas mais adiante). A linha 233 tinha pelo menos três trajetos diferentes e agora os mesmos recebem seu único número. Isso facilita enormemente um usuário que às vezes lê somente o número da linha mas não lê suas derivações.

Outras mudanças Estive observando mudanças de ou-tras linhas de ônibus, e vi que até a 175, linha famosa que o cantor Gabriel o Pensador fez a música pra ele, mudou de número. Agora é a

308. Sua extensão até Recreio dos Bandeiran-tes mudou para 314 e a 175 via Linha Ama-rela, pelo que eu entendi, foi extinta e a 179 via Linha Amarela que fazia quase o mesmo trajeto, passou a ser a linha 315. Todas as linhas que começaram com M ou com S tiveram seus números substituí-dos. A famosa S-20 que passa na Orla é a 360, por exemplo. E a M92 mudou de número para 321. Só não entendi os ‘SVA324’ e ‘SVB324’ que talvez devem ser linhas que tem poucas partidas e que atribuíram o mesmo número mas inseriram umas letras a mais. As ex-ceções são ‘SR’ – serviço rápido, ‘SV’ – ser-

VIAGENS & MEMÓRIA Marisa Vanessa N. [email protected]

viço variante e ‘SP’ – serviço de prolonga-mento – esses aí não encontrei até agora uma fonte do que essas letras significam, eu só chutei. Não entendo até hoje por quê o site Rio Ônibus (www.rioonibus.com) não está atualizado com os novos números das linhas. O jeito mesmo é procurar em blogs e sites de imprensa do Rio de Janeiro para locali-zar quais são os novos números. Exemplo: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1186489&page=42 - é uma das pági-nas que mostra sua relação de linhas atualiza-das.

NOVIDADES • Linha 233, que atualmente é 333

Gustavo de A

lbuquerque Bayde

Page 26: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS26

E N T R E V I S T A P A U L O G A N D O L F OESSA ENTREVISTA JÁ FOI PUBLICADA NA EDIÇÃO NÚMERO 25

Talvez pelo nome você pode não con-hecer, mas pelas pinturas desenvolvidas por ele com certeza você conhece Paulo Gandolfo. Designer de longa data, Gandolfo, como é mais conhecido, fez as belíssimas pinturas da Ouro Verde para os novos Marcopolo G7 comprados pela empresa, além do novo padrão visual da em-presa Princesa do Norte, também usado na Ma-noel Rodrigues. A Revista InterBuss conversou com Gandolfo, que nos contou um pouco de sua história.

• Desde quando você está no mercado de design? Desde 1978 quando ingressei na Uni-versidade Mackenzie

• Como se deu o seu interesse pelo design grá-fico? Sempre gostei de artes em geral, tam-bém fui músico.

• Qual foi seu primeiro projeto gráfico? Como ele foi desenvolvido? Foram trabalhos para a Faculdade en-trega final de trabalhos

• Qual foi seu primeiro projeto para ônibus? Como foi o desenvolvimento dele? Foi para CMTC uma linha especial chamada “ Executivo”

• Houve algum projeto para ônibus que foi mais difícil que os demais? Qual foi e por qual mo-tivo? O Piracicabana foi bem trabalhoso, pois o Prefeito da época queria um projeto ecológico, pois estavam despoluindo o Rio Piracicaba. Desenvolvi um peixe, com um astral simpático, mas para chegar a esse peixe foram muitos e muitos estudos.

Mestre depinturas muito conhecidas

Design de frotas

Grande parte das pinturas de frotas queconhecemos é trabalho do designer PauloGandolfo, que falou com nossa equipe

Para a época o projeto foi muito radical pois usei cores fortes, e impactantes.

• Quando você elabora algum projeto de pintura de frota para ônibus, é feito apenas um projeto, baseando-se no que o cliente pede, ou são feitas várias opções para escolha? Chego a desenvolver mais de 60 dese-nhos e esboços para um projeto, optando para os 3 em que entrego ao cliente.

• Há algum projeto seu, em geral, que já foi pre-miado? Caso sim, quais foram os contemplados? Em Primeiro lugar foram dois, Metra Class e o segundo LUFT Transportes

• Tem algum projeto seu que você acha que é o mais importante da sua carreira, e que é usado como carro-chefe? Trato meus projetos como filhos, todos tem sua importância.

• Alguns de seus projetos mais recentes seguem basicamente uma linha onde é facilmente identi-ficar que você é o autor dele. Você segue algum padrão ou se inspira em algo para a elaboração dos projetos? Não sou totalmente livre, mas algumas curvas são marcantes.

• Uma das pinturas mais marcantes elaborada por você é o da VB Transportes. Como se deu a elaboração desse projeto? O primeiro projeto foi para a Rápido Luxo, pois existia um logo, que eram três bone-cos sentados. Criei então o que as pessoas chamam de “Nó”, ou ainda “viadutos” mas na verdade é a mesma conotação da pessoa sentada em uma poltrona.

Quando o Sr. Belarmino adquiriu a VB, eu fiz um up – grade nesse logo, estourando em toda a lateral do veículo o logo.

• As pinturas da Breda Sorocaba e da Real de São José dos Campos tem alguns traços de semel-hança. Esse artifício foi proposital, já que eram empresas de um mesmo grupo? Eram do mesmo empresário e ele gos-taria de ter uma ligação entre as empresas.

• O seu mais recente trabalho para ônibus, o novo layout da Auto Viação Ouro Verde, ficou espe-tacular e foi muito elogiado. Ele foi elaborado especialmente para o modelo G7 da Marcopolo? Como foi o desenvolvimento dessa arte? Foi elaborado especialmente para o G7, o Sr. Samoel também queria uma imagem mais moderna, já que a pintura antiga estava de-fasada para essa carroceria e já tinha a vida útil de mais de 15 anos....

• Qual projeto você levou mais tempo para elabo-

Page 27: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 27

ESSA ENTREVISTA JÁ FOI PUBLICADA NA EDIÇÃO NÚMERO 25

rar? E por que? O trabalho de criação é sempre muito exaustivo mas vale a pena, pela recompensa dos elogios, e sempre pensando na segurança e visi-bilidade dos veículos.

• A renovação do layout de empresas tradicio-nais é mais difícil que o de empresas mais recen-tes? Houve algum caso em que você teve certa dificuldade para aplicar uma nova pintura? É sim, pois quando uma imagem de uma grande empresa está sólida, sempre é difícil mudar os conceitos, mas depois da aprovação, ela é imediatamente substituída, pelo novo pa-drão visual.

• Há algum projeto em andamento que você pode adiantar para os nossos leitores? Não, esse ano já estou com todos os projetos aprovados e já começou a entrega das veiculos. Em breve verão rodando por essas es-tradas.Paulo F. Gandolfo - www.gandolfo.com.br

Page 28: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

O hobby como refúgio dos nossos problemase a oportunidade de grandes amizades

Atendendo a pedidos dos nossos leitores, a partir desta edição este espaço dedicado à análise do hobby de ônibus passa a ser semanal. Agradeço a todos os amigos leitores que prestigiam esse espaço todas as semanas e enviam sugestões e opinam através do Twitter, do Facebook e do Orkut. Muito obrigado mesmo! Nesta primeira edição semanal vou deixar um pouco de lado as análises acerca do site Ônibus Brasil em sua essência para abordar outro assunto de suma importância no hobby, que é a convivência. O hobby hoje está extremamente ofensivo, com insultos e provocações vindos de todos os cantos, trans-formando tudo em uma grande batalha. Em toda a sociedade há diferenças e muita gente consegue se tolerar, porém em outros setores a intolerância impera e tudo se torna mais ás-pero e amargo, e no hobby não é diferente. Pra quem pensa que é só no hobby que acontecem esses graves atritos, recordo de um caso emblemático que até ganhou noto-riedade sobre dois fã-clubes da Madonna que brigavam com frequência pra que um deles tornasse oficial, em detrimento ao outro. Ou seja, brigas acontecem em todos os lugares. Infelizmente isso tem se intensifi-cado nos últimos meses sobretudo em sites

especializados. Um fenômeno tem se tornado comum e tem agravado a situação, que é o aparecimento e o crescimento de “equipes”. Nota-se esse grande crescimento no site Ôni-bus Brasil e em outros sites, além do apare-cimento de páginas especializadas montadas por essas “equipes”. O curioso é saber o que elas fazem. Tem alguma instituição, associa-ção mantida por elas? Por que fazer parte de ‘equipes’ de fotos? Isso muda alguma coisa no hobby? Acho legal essas formações para consolidação de uma amizade, mas apenas para fotos, acho desnecessário pois também acaba acirrando a disputa entre os grupos. Num hobby onde tirar foto primeiro de uma novidade é mais importante que a qualidade e o colecionismo, a criação de equipes chega a soar como complicada. Por um lado, acredito no fortalecimento de laços de amizades mas vejo com certo receio. Pode parecer demagogia ou balela, mas a amizade no hobby é algo possível. A grande maioria ainda não descobriu isso e acaba forjando certos coleguismos apenas por interesses pessoais. Relato aqui para vocês a minha experiência. Hoje, no meu círculo social pes-soal, 90% dos meus amigos (não confundam amigos com colegas) vieram do hobby. A

convivência, as histórias de vida, as coin-cidências e acontecimentos fizeram com que nos cruzássemos e criássemos um vínculo bastante grande, somado ao mesmo gosto: ônibus. Durante o tempo dividimos nossos problemas, nossas alegrias, conversamos so-bre diversos assuntos e nesses interelaciona-mentos, o assunto menos comentado acaba sendo o que justamente nos uniu: os ônibus. No hobby ainda acontece muito de se misturar amizade com coleguismo, sem contar os jogos de interesse que norteiam tudo isso. É comum muita gente sair falando que é “amigo” de algum colecionador mais antigo só para conseguir um pouco mais de credi-bilidade. É quando você chega pra pessoa e comenta: “Você conhece tal pessoa?”, e ela responde “claro, é meu amigo, conversamos pelo Fotolog e pelo Ônibus Brasil e ele gosta da empresa tal também”. Das duas, uma: ou a pessoa não sabe o que é o significado da palavra amigo, ou está forçando a barra pra se aparecer. Há também aqueles que saem juntos uma vez para fazer fotos e já acham que o coleguismo passou para a amizade, ou con-heceu em algum evento. Quem sabe muito bem disso são as chamadas “celebridades” do hobby. Algumas pessoas foram levadas a

Luci

ano

Ronc

olat

o

HOBBY & DIVERSÃO Luciano [email protected]

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS28

Page 29: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

certos pedestais por colecionadores mais no-vos por conta de suas bandeiras levantadas ou por fazerem muito bem a “política da boa vizinhança”, enquanto muitos outros colecio-nadores de altíssima qualidade que vivem no ostracismo são ignoradas. O legal é que não houvesse diferenciação, que todos fossem no mesmo patamar, deixando de canto apenas os “bagunceiros” que deterioram o hobby e o tornam repulsivo e mal visto por empresas e empresários do setor. É muito fácil você discernir quem virou seu amigo e quem está andando com você apenas por interesse ou conveniência. Comece pelo empréstimo da sua câmera. Você emprestaria ela pra essa pessoa que con-sidera como amigo? Caso sim, já é um bom passo porém ainda você terá que descobrir se a pessoa não está forçando a barra apenas por interesse em usar o seu equipamento. É aí que entra a confiança e o convívio. Convide a pessoa para ir em algum lugar que não tenha nenhuma relação com ônibus, confidencie a ela algumas coisas, deixe ela fazer o mesmo. Nisso a amizade começa a florescer ou des-camba de vez. Outro fator importante nos relacio-namentos sociais é a lembrança da pessoa. Fique sem internet por duas semanas e veja quem vai lhe ligar nesse período. Hoje em dia é muito fácil manter um círculo grande de convívio social na internet, porém quan-do você fica sem ela é que você vê quem é realmente seu amigo e lhe dá um telefonema perguntando se você está bem, se aconteceu alguma coisa, seja de qualquer parte do Brasil for. Um telefonema de um minuto não mata ninguém e além do que ainda existe telefone público para a pessoa ligar-lhe. Geralmente entre colecionadores isso acontece muito pouco. Vamos pegar como exemplo o que acontece no Ônibus Brasil. Lá são criadas algumas “celebridades instantâneas”, que são os colecionadores que mais postam ou mais comentam. Para muita gente, receber um comentário de determinadas pessoas é uma glória infinita. Ao deixarem o site ou pararem de postar fotos e comentar por alguns dias, no começo a turma ainda comenta, mas de-pois... você cai no esquecimento. Ninguém mais lembra da sua existência. E como ficam aqueles comentários no seu auge que diziam “nossa amigo parabéns, blá blá blá”, vários comentários assim tentando fazer você pen-sar que ganhou um novo amigo? Outro assunto que eu gostaria de abordar aqui, aproveitando o gancho das amizades no hobby é a vida de cada colecio-nador. Conversando, conhecendo e ouvindo muita gente há alguns anos já, notei que a grande maioria (não todos) que estão no hobby hoje têm ou tiveram algum problema ou dificuldade na vida pessoal. Já ouvi muito de colecionadores problemas pessoais como dificuldades financeiras, ausência de pai e/ou mãe, alcoolismo, violência doméstica, in-

tolerância de pais e/ou irmãos, assassinatos, doenças graves na família, dificuldade de re-lacionamento interpessoal, local de moradia impróprio, entre vários outros. Sempre que possível tentei ajudar algumas dessas pessoas de alguma forma seja com um passeio, seja com uma palavra de conforto. Quem me conhece sabe que também tenho problemas pessoais. Meu empenho em querer fazer novas amizades, fortalecer as existentes, tentar melhorar um pouco o con-vívio no hobby, etc, é uma forma de distra-ção. Por tudo isso, devemos ter muito cuidado quando fazemos alguma crítica ou insultamos alguém nos sites, etc. pois não sabemos o que acontece ali. Um grande exemplo que cito são as câmeras. Concordo plenamente que há a necessidade de haver um bom senso pois há muita gente que não tem discernimento do que pode e o que não pode ser postado. E ad-mito aqui também que eu mesmo já fiz duras críticas a alguns fotógrafos e a algumas fo-tos pela qualidade das mesmas, inclusive até ironizei várias delas como alguns puderam acompanhar através das redes sociais as quais faço parte, mas sei que por trás de cada imagem daquela pode haver uma mancha na vida daquela pessoa. O nosso hobby é com-posto de pessoas, em sua maioria, de pessoas de baixo poder aquisitivo e geralmente com um dos problemas que citei há pouco. Mui-tos não têm condições de adquirir sequer uma câmera fotográfica do modelo mais simples e mais barata que for mas têm o desejo de fazer uma imagem e postar para figurar ao lado dos “grandes figurões” do hobby que fazem as fotos mais baladadas da internet. Outros, com muito esforço e/ou insistência para os pais ou para parentes acabam adquirindo câmeras mais simples e acabam sendo engolidos por potentes equipamentos e comentários irôni-cos de outros hobbystas sobre a qualidade de suas fotos. Conheço algumas pessoas que não tinham condições de adquirir um equipa-mento melhor e não aguentaram a pressão de outros colecionadores que viviam criticando as suas fotos e acabaram tendo problemas na vida pessoal, aliás mais um problema pois já tinham dentro de cada diversas dificuldades.Não serei hipócrita a ponto de dizer que eu não faço críticas, como disse há pouco. Eu também critico e até peço desculpas para al-guém a qual dirigi algum comentário ofen-sivo ou crítica pesada sobre fotos, já que na maioria das vezes acabo agindo por impulso e no calor do momento. Reitero o meu pe-dido de desculpas por algum comentário de-sagradável que eu tenha feito. Lembro aqui também que esse negó-cio de câmera melhor, câmera não sei o que é pra lá de chato. A que eu tenho comprei há exatamente um ano e meio e pouquíssimas vezes falei em público qual modelo ela é, pois pra mim isso não é importante. Falo quando alguém pergunta mas não fico explanando que tenho tal câmeta, etc, apesar que no Ôni-

bus Brasil, com a exibição do EXIF, fica mais fácil descobrir com que câmera foi feita cada foto. Temos que por em mente que muita gente faz com câmeras simples o que poucos não fazem com semi-profissionais. O desejo por equipamentos mais potentes é óbvio, isso ocorre em todos os segmentos. Quem, por exemplo, que tem um carro mais antigo não gostaria de poder comprar um carro último modelo? Porém as possibilidades daquele momento impedem isso e mantém-se os pés no chão, não dando um passo maior do que a perna. Quando for possível, compra-se. En-quanto isso, segue-se com o que tem. É comum lermos nas redes sociais um exibicionismo exacerbado de nomes de modelos de câmeras por pessoas querendo se aparecer em cima de outras. Isso acaba des-pertando o desejo em pessoas mais humildes que já são execradas do hobby pela qualidade de suas fotos e não tem condições de comprar um equipamento mais sofisticado e gera um problema social. Não é difícil ouvir histórias de pessoas que se lamentam ou brigam com os pais ou com as pessoas com quem moram para poderem compra-lo uma câmera com mais recursos. Na coluna passada ainda cheguei a dar algumas dicas de fotos, dicas essas que são perfeitamente absorvíveis por qualquer tipo de câmera, seja aparelho de telefone ce-lular, seja câmera simples, seja semi-profis-sional. Basta aplicar e ver os resultados. Nessa edição de estreia da coluna semanal gostaria de fazer um agradecimento público que acabei esquecendo de fazer na se-mana passada. No feriado de Corpus Christi estive na cidade de Curitiba onde tive a opor-tunidade de conhecer alguns colecionadores que ainda não conhecia pessoalmente e aca-bei selando novas amizades. Apesar de con-versar com eles há algum tempo, só conheci-os pessoalmente nesses dias, como o William Schimitt e o Kevin William (o filho do dono da escola hehehe), tive a oportunidade de rever meus grandes amigos Diego Almeida, André Corrales, Isaac Matos e Matheus No-vacki e ainda conheci pessoalmente o Alex Miljcovic, cuja amizade iniciou-se com uma simples comentário no Ônibus Brasil. Por conta desse site também tive a grande oportunidade de conhecer pessoal-mente a figuraça do Franz Hecher, que foi diretamente de Salvador para a capital pa-ranaense. Não houve quem não se contagiasse com sua alegria, humildade e espontaneidade. A prova disso está no meu Orkut, onde colo-quei algumas fotos da viagem. Poucas vezes ri tanto como nesses dias, e foi mais um que conheci através do Ônibus Brasil. É a prova que é possível usar o site para a promoção do bem, fazer novas amizades e melhorar nossas vidas. Após a viagem tive a certeza que no meu rol de grandes amigos o Franz está lá. Obrigado por tudo!

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 29

Page 30: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

A N O V A R E V I S T A I N T E R B U S S

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS30

1 ano dededicação e uma novarevista

Conheça a nova Revista

A partir desta edição a Revista InterBuss ganha novo layout, novas seções e muito maisconteúdo. É nosso presente de aniversário para você que nos prestigia há um ano A Revista InterBuss completa um ano hoje e entra em uma nova fase. A principal mu-dança é o novo layout, que está sendo apresen-tado nessa edição. Com um visual mais leve, o novo layout foi estudado criteriosamente pelos nossos designers e testado para se adaptar às necessidades da revista e dos nossos leitores. Todas as matérias agora contarão com o nome e e-mail do autor, para que o leitor possa entrar em contato com ele, caso assim desejar, sem necessidade de enviar mensagens para o e-mail coletivo da revista, o que muitas vezes demorava para ser respondido. As matérias foram reorganizadas em novas seções, e outras foram criadas para que o leitor tenha um conteúdo mais detalhado e preciso da informação. Confiram as mudan-ças:

BEM-VINDO A REVISTA INTERBUSS Nosso novo índice abre em duas pá-ginas, com menu mais detalhado e preciso.

A SEMANA REVISTAEsse é o novo nome d’A SEMANA EM 10 TEMPOS. Sem necessidade de trazer obriga-toriamente dez notícias da semana, a nova seção continuará trazendo um resumo da se-mana, sempre em três ou quatro páginas, com o número de notícias variando de acordo com

a importância.

COLUNAS Nossos articulistas agora têm espa-ços mais bem definidos, com número e taman-ho de imagens padrão. Todos agora têm e-mail para contato direto de nossos leitores.

DIÁRIO DE BORDO Reformulado, agora trará dicas de viagem com pontos turísticos, gastronomia e destaques das cidades visitadas. Incluirá as di-cas da antiga seção Vá, Mas Visite.

PÔSTER Conta agora com detalhes da empre-sa dona do veículo fotografado.

AS FOTOS DA SEMANA A partir de agora, a seção trará fotos de ônibus publicadas em diversos outros sites e fotologs, não mais só do Portal InterBuss. Serão em média doze páginas por semana.

DEU NA IMPRENSA Um resumo rápido do que foi publi-cado nos outros órgãos de imprensa especial-izado em ônibus na semana.

MURAL DO LEITORNessa nova seção, inclui-se o antigo mural,

carta do leitor, enquetes e erratas.

SEÇÕES MENSAISA partir de hoje, a revista conta com quatro seções especiais, que serão as maiores da re-vista. São elas:A GRANDE MATÉRIA - Sempre com uma ma-téria mais aprofundada sobre o transporte em nosso país. Sai sempre na primeira semana do mês.

UM ANO DE REVISTA INTERBUSSReveja algumas das principais capas que publicamos nessas últimas 50 edições

Nº 6 • Edição experimental de testes

Nº 25 • Especial Scania recorde de paginas: 64

Page 31: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 31

ENTREVISTA - Personalidades do transporte nacional fala à nossa equipe. Publicada na se-gunda semana do mêsCAMPINAS - Seção especial dedicada ao trans-porte da cidade de Campinas, com grandes ma-térias. Publicado na terceira semana do mês.A EMPRESA - Toda quarta semana de cada mês vamos trazer uma grande matéria com empresas que fizeram e fazem história no país. Nos meses com cinco semanas, na

última também traremos grandes matérias.

Atendendo a pedidos, os textos da revista serão disponibilizados em um novo site, cerca de 24h depois da revista entrar no ar. O novo site estará no ar nos próxi-mos dias. O objetivo é facilitar a leitura do nosso conteúdo para quem tem dificuldade para visualizar em flash ou PDF. Também estamos trabalhando num novo projeto em

parceria, onde o alcance da revista será am-pliado.

Nas próximas edições poderemos fazer novos ajustes para adaptar totalmente o nosso novo layout. Ficamos também no aguardo da opinião de vocês, sobre as mu-danças. Entrem em contato conosco e dê sua opinião! [email protected]

UM ANO DE REVISTA INTERBUSSReveja algumas das principais capas que publicamos nessas últimas 50 edições

Nº 7 • Edição de estreia no atual formato Nº 13 • Matéria da nova frota da Garcia Nº 14 • Especial traz nova pintura da Ouro Verde

Nº 35 • Luto pela morte de Leonardo Martin Nº 36 • Volare WFly em primeira mão Nº 42 • Primeira a trazer o Volvo B270F

Page 32: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Brasília No mês de junho estive na cidade de Brasília aproveitando a promoção das empresas Real Expresso e Rápido Federal, que colocar-am passagens a R$ 10,00 para vários destinos. Aproveito então para contar aqui na Revista In-terbuss como é o transporte por ônibus na Capital Federal, onde estive pela primeira vez em 2007. Muitas das informações foram me passadas pelo amigo Clébio Júnior, busólogo da cidade. O DF conta com 2337 carros em 799 linhas (segundo a DFTrans) e 21 permissio-nárias, sendo 14 empresas (Viplan, Condor, Lo-taxi. Planeta, Pioneira, Satélite, Cidade Brasília, Viva Brasília, Rápido Brasília, Veneza, TCB, São José, Riacho Grande e MCS) e 7 coopera-tivas (Coopatram, Alternativa, Cootarde, Coo-brataete, Coopatag, Coopertran, Cootransp). A TCB é uma empresa estatal, vinculada ao GDF, e opera somente o grupo de linhas de número 108, sendo elas muito importantes: uma é a circular que passa nos dois lados da Esplanada, outra vai para a Nova Rodoviária e a outra vai para a Rodoferroviária (desativada), passando por todo o Eixo Monumental. Não há integração nas linhas do DF, mas há 29 terminais abertos em quase todas as cidades satélites e “setores” (bairros), além de alguns pontos do Plano Piloto. A maior de todas é a Rodoviária do Plano Piloto, onde saem mais de 110 linhas para todo o DF além das linhas para cidades de Goiás (urbanas e rodoviárias), as quais falaremos abaixo. A Rod. P. Piloto (é assim que aparece no letreiro dos ônibus), na minha opinião, é a mais bagunçada do Brasil, com mui-tos came-lôs e veículos particulares estacionados no meio dos ônibus. E tem também seus pontos turísticos, como a Pastelaria Viçosa e o Rodo-burger Lanches, que fazem parte da gastronomia brasiliense. As linhas do DF são um pouco con-fusas, muitas vão até a área central mas não che-gam à Rodoviária do Plano, passando somente na W3 Sul ou Norte. Os pontos de ônibus, a exceção do existente na frente do Páteo Brasil Shopping, não são sinalizados com a lista de linhas que ali passam. Eu mesmo só consigo andar de ônibus dentro do Plano Piloto. Para as cidades satélites, como Taguatinga, Guará, Águas Claras e Ceilân-dia, utilizo-me do Metrô. A frota do DF não é o que se pode chamar de uma frota nova, mas em comparação à primeira vez que estive na cidade a renovação foi boa, há muitos carros novos, mas ainda há Alphas e Vitórias rodando. A conservação, pelo menos nas linhas mais centrais, melhorou bas-tante. A TCB padronizou sua frota com os Mil-lenium 2 com ar-condicionado. Há transporte seletivo (11 linhas, tarifa de R$ 3,20), operado pelas empresas Condor e Lotáxi e conhecidos pela população como “Zebrinhas”. Também há

o seletivo do Aeroporto Juscelino Kubitscheck até a Esplanada: custa R$ 8,00. Há várias tarifas de ônibus no DF, dependendo da quilometragem da linha. As mais curtas custam R$ 2,00. As mais longas, R$ 3,00. A linha que liga a Rod. P. Piloto à Esplanada e Praça dos Três Poderes custa R$ 1,50 (tem duração de 15 minutos). Além das linhas que rodam no DF,existem as linhas interestaduais urbanas (e algumas rodoviárias também), gerenciadas pela ANTT e que vão para municípios de Goiás conhecidos como “Entorno”. Cidades goianas em que nada lembram o estado de Goiás, pois o vínculo é quase todo com Brasília, sendo que as principais cidades são Planaltina, Valparaíso

e Luziânia, marcadas infelizmente pela violên-cia e pobreza aparentes às margens da BR-050. As principais empresas são a Vian, a Vialuz, a Taguatur, a ESA e a Rápido Planaltina. As duas últimas se destacam por utilizar-se de carros com chassi Scania. Há muitos veículos velhos na frota da Vian e da Vialuz, como Vitórias e Urbanus ex-Goiânia. Sobre a viagem em si: a Real Ex-presso e a Rápido Federal fazem um bom ser-viço de São Paulo a Brasília. Peca um pouco o fato de terem tirado a água mineral dos veículos e o despreparo de alguns motoristas e fiscais. As paradas dessa linha ocorrem no Graal Coral, em Pirassununga, no Graal Antares, em Uberaba, e no Posto JK, em Catalão (GO).

COLUNISTAS William [email protected]

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS32

MUNICIPAL • Apache Vip do transporte municipal integrado da região do DF

INTERESTADUAL • Semi-urbano que faz interestadual entre o DF e GO

Page 33: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 33

Tablets: a hora de comprar um está chegando Nesta semana, o Governo Federal di-vulgou a lista dos seis primeiros fabricantes que terão redução de impostos para a fabricação de tablets no Brasil. São elas: Aiox, Envision, Mo-torola, MXT, Positivo e Samsung. Dentre os fabricantes listados, apenas Motorola e Samsung já produzem tablets no Bra-sil, a preços no mesmo patamar de notebooks com desempenho razoável. Esse é um dos mo-tivos dos tablets não terem deslanchado. Ainda é raro encontrar pessoas com tablets, na maioria das vezes, um iPad (e, possivelmente, seu dono é um “Applemaníaco”). Será que um tablet não é útil? Ou será que as pessoas comuns ainda não conseguiram encontrar sua verdadeira utilidade exatamente porque desistem de pensar nisso quando vêem o preço e levam o notebook com preço compatível? Na minha opinião, a segunda pergunta merece uma resposta positiva. As pessoas ainda não pensaram na utilidade do tablet que trata-se uma experiência mais apurada das atividades que saturam a paciência (e a visão) do usuário de smartphone. Acessar a internet fica relativamente prejudicado no smartphone pela tela pequena. Usar aplicativos e acertar onde clicar na tela touchscreen vira uma tarefa de mestre para os mais desajeitados na tela menor do smartphone. Ver o Google Maps com o Street View ou usar o GPS também não é uma experiência tão agradáv-el no smartphone como pode ser no tablet. Todas essas coisas também poderiam ser feitas também num netbook ou num notebook, mas não com a mesma portabilidade e facilidade de uso do tablet. Portanto, o tablet veio para preencher o abismo entre o netbook e o smartphone. Mas as funcionalidades dos tablets não param por aí. O Samsung Galaxy Tab atual, por exemplo, ainda possui TV digital e analógica na versão brasileira e faz ligações (usando um fone Bluetooth). Tudo bem que ligar de um tablet não parece algo muito fácil, mas pode quebrar um galho para quem já está com o equipamento ligado em cima da mesa e precisa fazer alguma ligação ou ficar esperando recebê-la. Recentemente, várias matérias em re-vistas e jornais apontam o uso de tablets em colé-gios particulares como um modo de dinamizar as aulas. Inclusive essas escolas já possuem na lista de material escolar o iPad ou fornecem aos alu-

nos o equipamento ou um similar com sistema Android. E esse uso deve crescer ano a ano, já que as experiências estão mostrando resultados muito positivos, segundo a imprensa. Vamos voltar ao assunto do primeiro parágrafo. Depois de ouvir tudo isso, provavel-mente já está com vontade de pesquisar os preços de tablets no mercado. Fica o aviso para quem ia fazer isso: os preços ainda estão altos, sem a redução de impostos do Governo Federal. Mas o consumidor já deve estar alerta para o início da comercialização dos tablets já com incentivo. A Samsung, que já fabrica o Galaxy Tab de 7 polegadas com Android 2.2 (Froyo) em sua unidade na cidade de Campinas/SP, deverá usar os incentivos do governo já para comercializar a nova versão do produto, o Galaxy Tab 10.1 (com 10.1 polegadas) e Android 3.1 (Honeycomb). A previsão é que o lançamento do produto no mer-cado brasileiro seja ainda neste mês. Não se sabe ainda se o fabricante lançará o Galaxy Tab 10.1 já com preço reduzido compatível com a redução de impostos ou se lançarão agora na faixa do atu-al Galaxy Tab e esperarão até o Natal para baixar o preço. Os consumidores que compraram ou, pelo menos, gostaram do Galaxy Tab atual, espe-ram que a Samsung continue olhando o mercado brasileiro com atenção especial, como fez com a antiga versão do tablet, customizada com TV digital e analógica só para o nosso mercado, pas-sando a oferecer diferenciais em relação aos out-ros fabricantes, que apenas copiam o produto já fabricado nas outras plantas. Sobre o Xoom (com Android 3.0 - Honeycomb), que já é fabricado pela unidade brasileira da Motorola em Jaguariúna/SP (região de Campinas), ainda não há previsão oficial

nem rumores sobre uma data para a redução de preços. Porém, espera-se que ela deva acontecer assim que os produtos já beneficiados acabarem chegando às lojas. Dos outros fabricantes listados, inclu-sive a Positivo, o público espera o lançamento de seus tablets para o mercado brasileiro. Há uma quase certeza de que todos virão com sistema operacional Android, e com preços bem mais acessíveis que os concorrentes, por se tratarem de marcas alternativas. Sobre o Android em si, a versão adap-tada de fato aos tablets é a 3.0 (Honeycomb) e sua atualização, a 3.1 (de mesmo nome). Porém, quem ainda está juntando dinheiro deve esperar a versão 4.0 (Ice Cream Sandwich), que oferecerá experiência adaptada tanto para tablets como para smartphones, aumentando a compatibi-lidade de programas e adaptação melhor às res-oluções (bem) diferentes de tela. Smartphones não podem ser equipados com o Honeycomb e, por isso, os programadores ainda não se sentem à vontade para desenvolver especificamente para essa versão do sistema, uma vez que ainda são a maioria das máquinas equipadas com o sistema operacional do Google. Já sobre o iPad, há uma série de promessas dos chineses para início da produção ainda neste ano. Porém, pode haver ainda uma série de mudanças e adiamentos. A falta de engenheiros é algo que a Foxconn já está identificando, uma vez que o início da produção já foi adiado por esse motivo. Conclusão: junte já um dinheiro e com-pre um tablet assim que começarem a sair as uni-dades com redução de preço. Os usuários dizem que quem começa a usar um tablet, passa a tê-lo como necessidade e não abre mão.

PARADA DIGITAL Fábio T. [email protected]

TABLETS • Da esquerda para a direita: Samsung Galaxy Tab 10.1 e Motorola Xoom

Foi lançado o Caio Apache S21 com chassi Volksbus 17.240OT para o jogo Midtown Madness 2. O veículo foi modelado por Law 3D, Itachi e Kaio 3d e convertido para o MM2 por André VV (Red Stroke). O veículo possui configuração do ligeirinho de Curitiba, com as portas elevadas do lado esquerdo. Porém, não há ainda ne-nhum add-on que adicione paradas elevadas de BRT para download. Mas não deixa de ser um veículo interessante. O download do Apache S21 pode ser feito através do link: http://www.4shared.com/file/ZP-p30iCd/MM2BR_Apache_S21_Ligeirinho.html. E vamos aguardar alguma alma bondosa fazer corredores de ônibus com paradas de em-barque em nível.

NÃO DEIXE DE DAR UMA OLHADA NOCaio Apache S21 - VW 17.240OT (para Midtown Madness 2)

A partir de hoje, como você deve estar vendo, a Revista InterBuss está de cara nova. Uma diagramação mais moderna, mais atual, deixando a iden-tificação das seções da revista muito mais fácil. Além disso, a adoção de novas fontes para títulos e legendas de imagens tirou da revista aquele ar excessivo de publicação aspirante à impressão. Além disso, ao longo das próximas semanas, você verá também uma revista mais completa, com reportagens e matérias com conteúdo exclusivo. Ficam os parabéns para a equipe de edição e finalização da revista. E um grande agradecimento aos leitores. Sem vocês, a revista não ex-istiria e todo o trabalho da equipe seria em vão.

No dia 17 de julho, não haverá a coluna de Fábio Tanniguchi pois ele estará em viagem. A coluna volta normalmente no dia 31 de julho.

Pequena nota sobre a nova Revista InterBuss

Page 34: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

JONESMarcopolo Paradiso G7 1200 MBB O-500RS • Real Expresso

A S F O T O S D A S E M A N AÔnibus Brasil • www.onibusbrasil.com

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS34

JOÃO VICTORNeobus Spectrum Road Volksbus 17 230 EOD • Fretur

COSME SOUZA OLIVEIRAMarcopolo Paradiso G7 1050 MBB O-500RS • Breda

WESLEY QUEIROZMarcopolo Viaggio GV 1000 Volvo B7R • RD Transportes

ELIZIAR MACIEL SOARESMonobloco MBB O-400R • UTIL WILLIAM SCHIMITT

Marcopolo Paradiso G6 1550LD Scania K380 • Leads

Page 35: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

SELEÇÃO DAS MELHORES FOTOS PUBLICADAS EM SITES ESPECIALIZADOS NA SEMANA

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 35

Henrique Simões • hsimoesbhz.blogspot.com

HENRIQUE SIMÕESNeobus Spectrum Road 370 MBB O-500RS • UTIL

Bahia Blog Bus • bahiablogbus.blogspot.com

FELIPE PESSOA DE ALBUQUERQUEMarcopolo Torino 99 Volksbus 16 210CO • Praia Grande

Ônibus & Cia. • onibusecia.fotopages.com

REGINALDO ALVESComil Campione MBB O-500R • Paraibuna

Bus In Focus • businfocus.portalinterbuss.com.br

JULIANO SOUZACaio Vitória MBB OF-1318 • Ilhabela

Speed Bus Minas • speedbusminas2.blogspot.com

GUSTAVO CÉSARMarcopolo Paradiso G6 1200 Scania K420 • Gontijo

SULBUS • sulbus-sulbus.blogspot.com

ALAIN GUSTAVO MELOMarcopolo Paradiso G7 1200 MBB O-500RSD • Ouro e Prata

Page 36: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

A linha São Paulo x Indaiatuba é uma linha com demanda média, as partidas são de hora em hora em ambos os sentidos. A cidade de Indaiatuba fica a aproximada-mente 105km da capital paulista, o trajeto é feito pela Rodovia dos Bandeirantes e Rodo-via Santos Dumont, passando também pelo Aeroporto de Viracopos em Campinas, sen-do uma boa opção também para moradores das regiões do Ouro Verde, São Domingos, Jardim Fernanda e outros bairros de Campi-nas próximos ao Aeroporto. O trajeto é feito em média com 1:15 minutos até o Aeroporto e até Indaiatuba em 1:40 minutos.

A VIAGEM Cheguei no Tietê em cima do horário para a partida das 15 horas, só deu tempo de comprar a passagem e descer correndo para o embarque, o carro já estava lotado a minha passagem era a penúltima e no corredor. Embarquei e fui ao meu lugar e logo senti o primeiro problema, a falta de espaço interno dos novos G7 da VB, são 46 poltronas apertadíssimas, e eu que tenho uma estatura alta sofri um pouco, mas para uma viagem curta é até aceitável, outra coisa que notei foi a falta dos copinhos de água, todas as vezes que andei nessa linha tinham, e dessa vez a geladeira estava vazia. Exatamente no horário saímos do Tietê e logo chegamos a Marginal, domingo a tarde, sem transito nenhum, é até difícil de acreditar que estamos em São Paulo, e com menos de 15 minutos já entramos na Rodovia

dos Bandeirantes, na minha opinião uma das melhores rodovias do país, transito fluindo muito bem, a exemplo da Marginal, e nesse clima de calmaria seguimos por mais alguns kms até sairmos de São Paulo, passarmos pelo Pedágio de Caieiras e já com 40 minu-tos de viagem sairmos definitivamente da Grande São Paulo, e entrar na primeira cidade do Interior: Jundiaí. Em Jundiaí há o entroncamento en-tre as rodovias Bandeirantes e Anhanguera, a grande maioria das linhas de ônibus sai da Bandeirantes e entra na Anhanguera, que passa pelos perímetros urbanos de Jundiaí e Campinas. Poucas linhas seguem pela Ban-deirantes, e a linha de Indaiatuba faz isso, continuamos pela Bandeirantes, passando ap-enas por fora de Jundiaí, a única visão que te-mos da cidade é a direita alguns prédios bem ao fundo. Outra parte interessante desse tre-cho é a passagem na cidade de Itupeva, pelo Shopping Serra Azul (Shopping em forma de passarela sobre a rodovia), e os Parques Temáticos Hopi Hari e Wet N’ Wild. A passa-gem por esse trecho, no Km 72 da Bandeiran-tes dá-se com 50 minutos de viagem. E com poucos kms mais a frente entramos na cidade de Campinas, e é dentro do trecho de Campi-nas, no km 82 que saímos da Bandeirantes para pegar a Rodovia Santos Dumont, rumo ao Aeroporto e Indaiatuba. A Santos Dumont também é uma rodovia muito boa, asfalto bom, duplicada e com boa infra-estrutura, faz a ligação entre as cidades de Campinas e Sorocaba, passando por Indaiatuba, Salto e Itu. E na Santos Dumont começam as

paradas para desembarque, esse trecho desde a Bandeirantes até o Aeroporto a Santos Du-mont passa por alguns bairros de Campinas, e os moradores desses bairros usam essa linha para ir e vir de São Paulo, e ao chegarmos no acesso ao Aeroporto já tínhamos parado várias vezes e o ônibus que saiu de São Paulo lotado, já estava com menos da metade dos lugares ocupados, entramos na estrada de acesso a Viracopos e logo chegamos ao ponto de parada dos ônibus que servem o Aero-porto, que é bem na entrada do Terminal de Passageiros, lá não desceu ninguém, percebi que muitas pessoas utilizam essa secção da linha para descer nos bairros a beira da Santos Dumont mesmo. E contornando uma peque-na rotatória logo estamos de volta a estrada de acesso ao aeroporto, no sentido inverso voltando a rodovia. Voltando a Santos Dumont, logo

D I Á R I O D E B O R D O

Pela melhor rodovia do Brasil

São Paulo X Indaiatuba - Via Viracopos

Viagem de São Paulo a Indaiatuba convida seus passageiros a conhecerem a melhor rodovia do Brasil, a Rodovia dos Bandeirantes

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS36

• Tiago de [email protected]

DIVERSÃO • O parque tem diversas opções de lazer para crianças e adultos. Na quarta imagem, o veículo da viagem, feita pela Rodovia dos Bandeirantes, a SP-348

Page 37: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

após o aeroporto tem um pedágio, que fica bem próximo a divisa de municípios, e logo chegamos a cidade de Indaiatuba, o trecho de rodovia é pequeno e no segundo acesso a cidade deixamos a rodovia para trás, ent-rando em Indaiatuba pela Avenida Visconde de Indaiatuba, nessa avenida há 2 pontos de desembarque onde o ônibus particamente esvazia, ficando apenas eu e mais 2 pessoas para o trecho final que é curto, pelas avenidas Visconde de Indaiatuba e Presidente Vargas, para chegarmos a pequena rodoviária que fica na entrada do centro da cidade, e a viagem assim termina com 1:37 de percurso.

Vá mas Visite:Parque Ecológico de Indaiatuba Indaiatuba é uma cidade pequena, com aproximadamente 100.000 habitantes, está situada no Pólo Turístico do Circuito das

Frutas, aonde junto com cidades vizinhas é um região forte na produção de frutas, e tam-bém com opções de turismo ligadas a essa produção, e além disso, Indaiatuba pertence a RMC (Região Metropolitana de Campinas).A cidade, como a grande maioria das cidades pequenas do interior, é bem calma, pacata, com quase nenhum movimento nas ruas, ar limpo, e a população muito educada. A maior atração turística da ci-dade, é o Parque Ecológico, que corta com sua área verde grande parte da cidade, é de fácil acesso, próximo ao centro e ao terminal rodoviário. O Parque Ecológico “corta” a cidade em 80% da sua totalidade, possuindo ao longo de sua extensão, bosques, lagos, jardins, áreas de recreação, campos de futebol, vôlei, uma pista de bicicross oficial, uma pista de skate profissional, uma raia de remo olímpico, eq-

uipamentos de ginástica, uma praça de even-tos e um teatro multidisciplinar. São 15 quilô-metros de pistas de caminhadas e cooper, além de ciclovias. Hoje o parque ecológico de Indaiatuba tornou-se, segundo seu criador, o arquiteto e urbanista Ruy Ohtake, o maior parque ecológico em extensão do Brasil. O parque é margeado pela Ave-nida Fábio Roberto Barnabé, e na avenida há bares, restaurantes, casas de show, e lá se concentra boa parte do agito noturno da ci-dade. O Parque Ecológico tem diversões para todos os tipos de publico, e também é um ótimo lugar para se curtir um pouco de verde, calmaria e ar puro, vale muito a pena conhecer a pequena e simpática Indaiatuba, e indo a Indaiatuba, não deixe de dar uma pas-sadinha no Parque Ecológico, é diversão na certa!

DICAS DE VIAGEM • TURISMO NACIONAL • GASTRONOMIA • TRECHOS E ROTAS

REVISTAINTERBUSS • 03/07/11 37

DIVERSÃO • O parque tem diversas opções de lazer para crianças e adultos. Na quarta imagem, o veículo da viagem, feita pela Rodovia dos Bandeirantes, a SP-348

Page 38: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

Determinação é da Justiça Federal depois de ação do Ministério Público. A empresa terá de reservar dois assentos gratuitos para idosos com renda de até 2 salários mínimos e conceder desconto de 50% para os demais lugares

Viação Novo Horizonte terá de transportar idosos de graça em linhas interestaduais

O cumprimento do Estatuto do Idoso ainda não tem sido uniforme por parte de algumas empresas de ônibus de serviços interestaduais e internacionais. Enquanto algumas viações já têm apresentado fidelidade aos dispositivos do estatuto, outras usam o direito judicial de contestá-lo, mesmo segundo as normas, e há companhias que simplesmente não cumprem a lei. O Ministério Público Federal tem acompanhado os casos e a Justiça mostra-se atenta aos descumprimentos das normas legais. Desta vez, foi a Viação Novo Horizonte, empresa de grande atuação en-tre o Sudeste e o Nordeste brasileiros. A juíza federal Cláudia Rinaldi Fernandes, da 14º Vara Federal Cível de São Paulo, determinou em sentença que a empresa conceda gratuitamente dois assentos de seus ônibus para idosos com renda igual ou inferior a dois salários mín-imos e o restante dos assentos do veículo para pessoas nestas condições devem ser vendidos com desconto de 50% na passa-gem. É o que prevê a Lei 10.741, de 2003, Estatuto do Idoso. A Viação Novo Horizonte tem até 60 dias para cumprir a determinação da juíza e além de oferecer os dois lugares gratuitos e os demais com 50% de descon-to, será obrigada a manter avisos em locais visíveis em todos os pontos de venda de passagem sobre este direito. De acordo com levantamento do Ministério Público Federal, a Viação Novo Horizonte não estava cumprindo esta norma do Estatuto do Idoso. Para isso, o órgão se baseou nas 313 multas por não conceder os dois es-paços gratuitos e em outras 314 por não oferecer o desconto de 50% pelos demais espaços. As penalidades foram aplicadas pela ANTT – Agência Nacional de Trans-portes Terrestres, responsável pelo ger-enciamento e fiscalização dos transportes interestaduais e internacionais por ônibus. Além disso, a Viação Novo Hori-zonte foi alvo de outras multas pelo mes-mo motivo entre os anos de 2007 e 2009. Em sua defesa, a Viação Novo Horizonte alegou que não havia regula-mentação para a aplicação da lei e a com-

pensação aos transportadores pela gratui-dade ou descontos e que o cumprimento do Estatuto poderia desequilibrar ou deixar inviáveis financeiramente os serviços de transportes. A juíza Cláudia Rinaldi, na sen-tença discorda que os benefícios possam provocar desequilíbrio financeiro ao siste-ma de transportes ou à empresa. Para a magistrada, há mecanismos que garantem este equilíbrio mesmo com as gratuidades. É impossível “de se cogitar que o descumprimento deriva de eventual prejuízo financeiro ao qual a prestadora

de serviço estaria sujeita. Isso porque ex-istem mecanismos de garantia do equilí-brio econômico-financeiro dos contratos firmados com as concessionárias ou per-missionárias”. Ela também afirmou que a viola-ção desmotivada do Estatuto do Idoso não pode serquer ser tolerada. A Viação Novo Horizonte pode ser multada em R$ 1000,00 por idoso que não for transportado de graça, no caso da ocupação dois assentos para pessoas com renda de até 2 salários mínimos, ou por idoso que não tiver 50% de desconto no valor das passagens nos demais assentos.

DETERMINAÇÃO • A juíza da 14ª Vara Federal Cível de são Paulo, Cláudia Rinaldi Fernandes, determinou que num prazo de 60 dias, a Viação Novo Horizonte, empresa com atuação mais forte no Sudeste e Nordeste brasileiros, ofereça dois assentos gratuitos para idosos com renda de até dois salários-míminos e 50% de desconto para os idosos nos demais lugares de cada ônibus, em cumprimento ao Estatuto do Idoso, Lei 10.741, de 2003. Apesar da lei, a empresa não estava oferecendo os benefícios o que rendeu 313 multas pela não gratuidade e 314 pela não concessão do desconto, aplicadas pela ANTT, de acordo com levantamento do Ministério Público Federal. A empresa alega que não há uma regulamentação de formas de compensação à gratuidade e à tarifa mais baixa e que o cumprimento o Estatuto do Idoso provoca desequilíbrio financeiro no sistema rodoviário e nos cofres da empresa.

NOSSO TRANSPORTE Adamo [email protected]

03/07/11 • REVISTAINTERBUSS38

Page 39: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

ESTE ESPAÇO ESTÁRESERVADO PARA VOCÊ E PARA O SEU PRODUTO! ANUNCIE NA REVISTAINTERBUSS E ENTRE NA CASA DE MILHARES DEPESSOAS DIARIAMENTE!

ENVIE SEU E-MAIL [email protected] SAIBA COMO ANUNCIAR!É RETORNO GARANTIDO!

INTERBUSSREVISTA

1 ano informando com qualidadeINTERBUSS

Page 40: Revista InterBuss - Edição 51 - 03/07/2011

CONTEÚDO DE QUALIDADE COM RESPONSABILIDADE

A REVISTA INTERBUSS QUER LHE OUVIR! ENVIE UM E-MAIL [email protected] DÊ SUA OPINIÃO SOBRENOSSAS MATÉRIAS,COLUNISTAS, REPORTAGENS. FAÇA SUGESTÕES E CRÍTICAS. SUA PARTICIPAÇÃO NO NOSSO DIA-A-DIA É MUITO IMPORTANTE PARA NÓS! PARTICIPE CONOSCO E FAÇA UMA REVISTA CADA VEZ MELHOR! AFINAL, ELA É FEITA PARA VOCÊ!

INTERBUSSREVISTA

1 ano informando com qualidadeINTERBUSS