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Revista EmbalagemMarca 080 - Abril 2006

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Edição de abril de 2006 da revista EmbalagemMarca.Visite o site oficial da revista http://www.embalagemmarca.com.br e o blog http://embalagemmarca.blogspot.com

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Mais um indício de caminho certom março último iniciamos a distri-buição de EMBA-

LAGEMMARCA na Argentina, fato anunciado ao mercado durante a feira Argenplás, recentemente realizada em Buenos Aires. Esse foi o passo inicial de um esforço para alcançar outros países da América Latina, como está contado na reportagem da página 45. Tal decisão tem o objetivo de atender solicitações de leitores de fora do Brasil interessados em tomar conhecimento de novidades e tendências regis-tradas em nosso país tanto na indústria fornecedora quanto do lado dos usuários.

Trata-se de um interesse compreensível, consideran-do-se a dimensão da eco-nomia nacional, a boa qua-lificação da infra-estrutura produtiva e, no caso especí-fico, o reconhecido nível da criação e da produção das embalagens em nosso país. Em suma, procuramos levar a esse público o que ele há tempos vinha nos pedindo, tanto por escrito quanto, pes-soalmente, em eventos dos quais a equipe da revista par-ticipa com regularidade. Para completar, amigos no Brasil sempre reiteravam a impor-tância de fazer este veículo ultrapassar fronteiras.Não temos a pretensão de

suprir de forma final a busca daquele tipo de informações por parte de nossos vizi-nhos de idioma espanhol. Modestamente, queremos levar a eles o mesmo que oferecemos aos nossos lei-tores de língua portuguesa e que de modo geral tem sido aprovado. Nos dias imedia-tos à colocação da versão de EMBALAGEMMARCA em espanhol em nosso site, houve expressivo aumento do número de acessos ori-ginários de países em que aquele é o idioma oficial. Vemos isso como mais um indício de que continua-mos no caminho certo. Até maio.

Nos dias imediatosà colocação daversão da revistaem espanhol emnosso site, houveexpressivo aumentodo número deacessos origináriosde países em queaquele é oidioma oficial

Wilson Palhares

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CelulósicasDe olho na Copa, rede varejista acondiciona chocolate numa “bola” de papel cartão

VidroBusca por margens reacende interesse por embalagens de vidro na Conservas Olé

MercadoEvolução do segmento gourmet continua a puxar desenvolvimen-tos de embalagens para cafés

PlásticasEm garrafa de PET, marca da Coca-Cola quer ampliar consu-mo local de água com sabor

DecoraçãoPela primeira vez no Brasil potes de margarina usam rotulagem in-mold

Entrevista: Iorley LisboaProfissional de embalagens do Pão de Açúcar fala de inovação na gestão de marcas próprias

Higiene e belezaAvon capricha em pote de novo Renew. Meta é evidenciar lide-rança em cosméticos antiidade

RotulagemTermoencolhível estréia em óleos vegetais e avança em potes cúbicos e paralelepípedos

PlásticasCEO de dona de tecnologia de degradação rápida de plásticos vem ao país em missão didática

Diretor de RedaçãoWilson Palhares

[email protected]

ReportagemFlávio Palhares

[email protected] Kamio

[email protected] Haberli Silva

[email protected] Deorsola

[email protected]

Departamento de ArteCarlos Gustavo Curado (Diretor de Arte)

[email protected]é Hiroshi Taniguti (Assistente)

AdministraçãoMarcos Palhares (Diretor de Marketing)

Eunice Fruet (Diretora Financeira)

Departamento [email protected]

Karin TrojanWagner Ferreira

Circulação e AssinaturasMarcella de Freitas Monteiro

Raquel V. [email protected]

Assinatura anual: R$ 99,00

Público-AlvoEM BA LA GEM MAR CA é di ri gi da a pro fis sio nais que ocu pam car gos de di re ção, ge rên cia e su per vi são em em pre sas integrantes da ca deia de em ba la gem. São profissionais envolvidos com o desenvolvimento de embalagens e com poder de decisão colo-cados principalmente nas indústrias de bens de consumo, tais como alimentos, bebidas, cosméticos e medicamentos.

Filiada ao

Impressão: Congraf Tel.: (11) 5563-3466

EMBALAGEMMARCA é uma publicação mensal da Bloco de Comunicação Ltda.Rua Arcílio Martins, 53 • Chácara Santo

Antonio - CEP 04718-040 • São Paulo, SPTel. (11) 5181-6533 • Fax (11) 5182-9463

Filiada à

www.embalagemmarca.com.br

O con teú do edi to rial de EM BA LA GEM MAR CA é res guar da do por di rei tos au to rais. Não é per-mi ti da a re pro du ção de ma té rias edi to riais pu bli ca das nes ta re vis ta sem au to ri za ção da Blo co de Co mu ni ca ção Ltda. Opi niões ex pres sas em ma té rias as si na das não re fle-tem ne ces sa ria men te a opi nião da re vis ta.

3 Editorial A essência da edição do mês, nas palavras do editor

58 Almanaque Fatos e curiosidades do mundo das marcas e das embalagens

34

52 Conversão e Impressão Produtos e processos da área gráfica para a produção de rótulos e embalagens

32 Panorama Movimentação no mundo das embalagens e das marcas

6 Display Lançamentos e novidades – e seus sistemas de embalagens

56

28 Internacional Destaques e idéias de mercados estrangeiros

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Índice de AnunciantesRelação das empresas que veiculam peças publicitárias nesta edição

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Reportagem de capa: Consumo de baixa renda

As recentes estratégias em embalagem que visam conquistar o cada vez maior

público de renda apertada no Brasil

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48 Equipamentos Lançamentos em bens de capital para linhas de embalagem

nº 80 • abril 2006

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Brasilata(11) 3871-8500www.brasilata.com.br

In Propaganda(11) 3645-3072www.inpropaganda.com.br

Lata para toalete felina

Efeito invisível em aerossol e roll-on

Em versões aerossol e roll-on, Rexona Crystal é a nova linha de desodorantes femininos antitranspirantes da Unilever. Sua formulação minimiza os resíduos brancos que os antitranspirantes comuns costumam deixar na pele e na roupa após a aplicação. Em sintonia com a identidade visual da marca, as cores branca e azul predominam nas embala-gens de Rexona Crystal. A infor-mação sobre a “proteção invisível” do produto ganhou destaque nos rótulos. O design das embalagens é da Milstein/Ravel, da Argentina. A Unilever preferiu não divulgar os fornecedores das embalagens.

A lata com fechamento plástico Bat-plus, da Brasilata, acaba de ser adotada por um novo produto do segmento pet, o Celcat. Trata-se de um mineral higiê-nico para gatos, com grânulos derivados do mineral natural Zeocel, proveniente de cinzas vulcânicas. Colocado nas bandejas dos gatos, o mineral elimina os odores e a umidade e remove as substân-cias contaminantes de dejetos fecais e da

urina. Após os 30 dias de duração de seus princípios ativos, o Celcat ainda pode ser reaproveitado como adubo. “A lata propor-ciona facilidade de uso, tampa prática e pode ser reutilizada, trans-mitindo ao produto a concepção de status e qualidade”, entende Fernando Borsatto, da área de marketing da Celta Brasil, a fabrican-te do Celcat. O design gráfico da embalagem é da In Propaganda.

Mineral higiênico escolhe solução da Brasilata

Rexona ganha fórmula avançada

Para lançar seu novo sabonete vegetal Corpus, a Yakult Cosmetics optou por uma embalagem desenhada bem ao estilo de seu país de origem, o Japão: cores claras e traços discretos. Seguindo uma tendência de mercado, o produto chega às lojas em cartu-cho de papel cartão, produzido pela Congraf em duas cores com cartão da Ibema. Com design assinado pela própria Yakult, a caixi-nha comporta duas barras de 90 gramas.

Design límpido, umaopção para diferenciarCartucho sóbrio marca sabonete da Yakult

Ibema (42) 3220-7400www.ibema.com.br

Congraf(11) 5563-3466www.congraf.com.br

Milstein/Ravel+54 (11) 4552-3242www.milsteinravel.com.ar

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Após mais de 60 anos cativos das caixinhas de papel cartão no mercado brasileiro, os Chiclets Adams saem da tradicional caixinha amarela pela primeira vez. A goma de mascar da Cadbury Adams ganha também o formato stick, em barras, com cinco unidades e em dois novos sabores: morango e uva. A novi-dade integra o plano de rejuvenescimento da marca, para atingir os jovens de 14 a 18 anos. “O formato stick lembra os chicles importados, o que atrai o público mais jovem”, explica Marcel Sacco, diretor de marketing da Cadbury Adams. As novas embalagens flexíveis dos Chiclets são produzidas pela Inapel em laminado composto por dois filmes de BOPP seláveis – um

transparente e outro branco metalizado, com alta barreira a umidade, oxigênio, luz e aroma. A arte das embalagens é da HUB Brasil, escritório brasileiro da agência internacional de desenvolvimento de marcas Cornerstone/HUB.

HUB Brasil(11) 3083-5253www.hubbrasil.com.br

Inapel(11) 6462-8800www.inapel.com.br

Chiclets Adams agora têm versão stick para ampliar consumo entre adolescentes

Para melhorar a exposição nos pontos-de-venda e estimular o consumo de seus chás em bares, restaurantes e hotéis, a Leão Junior está lançando a Caixa Display Seleções, um sortimento de 60 sachês de chás nos sabo-res camomila, erva-doce e chá preto, além do tradicional Matte Leão. Em papel cartão, a nova embalagem foi desenhada pela Kommdesign e é produzida pela Gráfica Serena.

Sortimento em caixa especialPapel cartão pode explorar canal para chás Leão Junior

Gráfica Serena(41) 3014-2424www.graficaserena.com.br

Kommdesign(41) 3029-2131www.kommdesign.com.br

Aurora 75 é o vinho de classe superior que a Cooperativa Vinícola Aurora lança em come-moração aos 75 anos de sua fundação. Trata-se de um corte das melhores uvas Cabernet Sauvignon, Merlot e Cabernet Franc (a mescla clássica da região de Bordeaux, na França) da safra 2002, selecionadas ainda nos vinhedos, de parreiras escolhidas. Com design da Plano Global Pro Design, a embalagem da especialidade é composta por garrafa da Saint-Gobain, rótulo da Igel e cartucho da Embanor Artes Gráficas.

Ode ao jubileu de brilhanteGarrafa especial brinda os 75 anos da Aurora

Embanor Artes Gráficas(54) [email protected]

Igel(51) 3041-8300www.igel.com.br

Plano Global Pro Design(54) [email protected]

Saint-Gobain(51) 3598-1422www.sgembalagens.com.br

Flexíveis, nova arma de uma marca sessentona

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B+G designers(11) 5051-1446www.bmaisg.com.br

Converplast(11) 6462-1177www.converplast.com.br

Disposta a ampliar o con-sumo brasileiro de lenços de papel, a Kimberly-Clark acaba de lançar seus lenços Kleenex em quatro novos cartuchos de papel cartão, todos em formato de cubo.

As embalagens levam papel cartão da Klabin e são impressas pela Ibratec em off-set em até seis cores. O projeto visual foi elaborado pela DBOX Design e, por meio de motivos variados

(inclusive com licenciamen-tos da Disney), visa direcio-nar cada embalagem a um público: homens, mulheres e crianças. Cada caixinha com-porta 100 unidades do pro-duto na versão extra macio.

Em novos lenços, um motivo para cada narizKimberly-Clark lança cartuchos de Kleenex focados na segmentação de públicos

Popular na região Sul, a marca Isabela, da M Dias Branco, que chancela mais de 40 versões de biscoitos e 30 tipos de massas, está de cara nova. Seu logotipo e suas embalagens foram redesenhados pela B+G designers, ganhando um padrão uniforme. Nos diversos tipos de embala-gens flexíveis utilizados pela marca, todos produzidos pela Converplast, a B+G desig-ners trabalhou com janelas, linhas retas e ilustrações, para facilitar a visualização dos produtos e despertar appetite appeal.

Madrinha mais jovialAlimentos Isabela têm visual remoçado

Força da Yoki Alimentos, a linha de snacks de amendoim teve embalagens reformuladas pela agência Zauberas. Agora há volumes menores, de 40 gra-mas e 70 gramas, e imagens dos pro-dutos ganharam maior destaque nas flow packs, para facilitar a identi-ficação de cada item – amendoim salgado com pele, salgado descascado, descas-cado temperado, doce pralinê e tipo japonês. As flow-packs combinam PET, BOPP e polietileno e são impressas pela própria Yoki, com material fornecido pela Terphane e pela Santa Rosa Embalagens.

Mais destaque em versões menoresVersões de bolso ampliam mix da Yoki

Santa Rosa Embalagens(11) 3622-2300www.santarosaembalagens.com.br

Terphane(11) 6014-3960www.terphane.com.br

Zauberas(11) [email protected]

Ibratec(11) 4789-4200www.ibratecgrafica.com.br

DBOX Design (11) 3721-4509www.dboxdesign.com.br

Klabin(11) 3046-5800www.klabin.com.br

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Aposta em aquecimentoNestlé lança caixas de sorvetes pascais

Gráfica 43(47) [email protected]

M Design(11) 3839-0969www.mdesign.art.br

Santa Rosa Embalagens(11) 3622-2300www.santarosaembalagens.com.br

A Kopenhagen investiu 600 000 reais em ações vol-tadas à Páscoa, entre elas a reformulação das embalagens de seus ovos. Cartuchos de papel cartão, produzidos pela

Gráfica Mattavelli, apresen-tam toda a linha pascal da empresa, composta por ovos para crianças (Chumbinho e Pastilhas Dragê), mulhe-res (Nhá Benta Maracujá e

Fruit Sensation) e homens (Língua de Gato e Nhá Benta Special). O design dos estojos é da Sister Studio, parceira da Kopenhagen em projetos de embalagem.

Todas as especialidades postas em cartuchosKopenhagen reformula embalagens de Páscoa generalizando o uso do papel cartão

Mattavelli(11) 3342-2121www.mattavelli.com.br

Sister Studio [email protected]

Ponta-de-lança da Hershey’s para a Páscoa, a caixa com bombons Kisses Maxi passou por uma reno-vação visual, com o objetivo de ter seu apelo como presente reforçado. O trabalho coube à Design Absoluto, que, a fim de gerar impacto no ponto-de-venda, decidiu dar maior destaque à marca da fabricante, ampliando a área ocupada pelo logotipo. A caixa de papel cartão do produto, com janela, é fabricada pela Jofer.

O Kisses Maxi para presentear

Design Absoluto(11) 3071-0474www.designabsoluto.com.br

Jofer(18) 3643-4000www.jofer.com.br

Caixa com janela dá maior apelopascal a bombons da Hershey's

Sorvete na Páscoa? Se for de chocolate, por que não? É o raciocínio por trás de duas novidades pas-cais da Nestlé com embalagens desenha-das pela M Design. A primeira é um Ovo de casca de choco-late recheado com sorvetes de gianduia

e de avelã. Com apelo de presente, o Ovo é apresentado numa caixa de papel cartão em que sobressaem tons de vermelho, bordô e dourado, além de uma janela transparente de acetato. A outra novidade, o picolé de cho-colate Orélio, tem forma de cabeça e orelha de coelho, e é vendido individualmente ou em multipack cartonada com cinco unidades. A caixa do Ovo e a multipack do Orélio são da Gráfica 43. O flow pack do picolé, em filme de BOPP perolado, é da Santa Rosa Embalagens.

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amais as marcas dependeram tanto dos menos abonados. Um consenso entre institutos de pes-quisas, o de que hoje no Brasil,

por baixo, 70% do consumo de não-duráveis se dão por uma classe definida como CDE, formada por indivíduos com renda mensal inferior aos 1 800 reais, faz piscar a luz de alerta em um número crescente de indústrias. No ano passado, o consumo realizado pelo chamado mercado popular brasileiro evoluiu 7%, segundo leitura do instituto de pesquisas LatinPanel. Assim é fácil entender por que dez entre dez executivos por trás de grandes nomes em alimentos, bebidas, produtos de higiene e outros itens rotineiros esforçam-se para entender os gostos e hábitos das massas e criar modelos de venda dirigidos, com pre-cisão cirúrgica. Não bastasse a já conhecida tubainização, o avanço das marcas regionais disparado nos anos 90, as marcas fortes agora vêem, às vésperas de um aumento do salário mínimo, a renda do trabalhador dis-putada também por novos sonhos de consu-mo – celular, DVD player, toca-MP3, TV de tela plana (é ano de Copa...). O quadro todo é favorável às marcas B, e até aos produtos genéricos, sem marca.

Pressionadas a encontrar o caminho do eldorado situado na base da pirâmide social, as empresas de bens de altíssimo giro têm investido em pesquisas de campo, em revisão de seus métodos de distribuição e, especial-mente, na criação de novas apresentações para seus produtos. A razão é singela, ainda que nem todas as empresas tenham acorda-do para ela: embalagens podem ser aliadas eficazes dos modelos para cativar a baixa renda e torná-la consumidora fiel. Por isso a Procter & Gamble aplica 30% de seu fatu-ramento global anual – nada menos que 1,9 bilhão de dólares – na criação de produtos para o povão. Por isso a Unilever gasta alto,

reportagem de capa >>> consumo

JPor Livia Deorsola

dos gastos das classes CDE são feitos no

pequeno varejo

49%

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Conquistar o consumidor popular tornou-se um imperativo para as grandes marcas. Embalagens as ajudam

No embalo da b aixa renda

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Em 2005, a população de baixa renda

aumentou seu poder de

consumo em

7%

desde os anos 90, em estudos base-ados no chamado marketing etnográfico, cujo método é embasado por con-ceitos da antropologia, para lançar embalagens ao gosto das massas. Por isso a Johnson & Johnson brasileira acaba de despender 25 milhões de reais em proje-tos de produtos mais aces-síveis, com embalagens sob medida para o contingente com orçamentos apertados.

Tradicionalmente voltada ao público mais abastado, a J&J recentemente foi atrás de detalhes minuciosos do comportamento do consumidor de baixa renda. Meses atrás, a empresa montou um quiosque no Largo Treze, região popular de São Paulo. Da experiência vie-ram duas certezas: existe na baixa renda um desejo repri-mido de adquirir seus produ-tos; e esse consumidor não se importa que sejam produtos com embalagens menos sofisticadas.

Dos estudos aos projetos“Optamos por oferecer preços mais acessí-veis em embalagens compatíveis”, afirma Ricardo Wolff, gerente de Projetos para Consumidores de Baixa Renda da Johnson & Johnson. Um dos resultados foi o lançamento da Essencial, versão para o Nordeste do clás-sico curativo Band-Aid, marca líder em seu segmento com 60% de share. O cartucho do produto, produzido pela Emibra, traz apenas dez unidades e tem preço sugerido (1,10 real) estampado em seu frontal. Outra força da J&J, o absorvente Sempre Livre, ganhou uma embalagem popular, uma flexível da

Conquistar o consumidor popular tornou-se um imperativo para as grandes marcas. Embalagens as ajudam

No embalo da b aixa renda

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Canguru Embalagens contendo oito unida-des – duas a menos que na porção original. Não se trata de produto maquiado. O Sempre Livre popular tem distribuição especial, vol-tada ao pequeno varejo – canal de 49% das compras da classe CD, de acordo com o LatinPanel.

Prática similar fora adotada pela Danone em meados do ano passado com o Danoninho. O queijinho ganhou uma versão com apenas duas forminhas, em vez das tradicionais oito, também com preço impresso na embalagem. Com a versão menor custando 79 centavos, em vez de média de 3,90 reais da bandeja clássica, a Danone apostava na importância que o público de baixa renda dá à compa-ração de preços unitários de produto. “É um consumidor atento ao custo-benefício oferecido”, diz Alberto Bendicho, gerente de Inteligência de Mercado e Comunicação da Danone. A versão menor também respondia a um curioso fato observado pela fabricante: donos de mercadinhos e padarias de periferia costumavam quebrar as bandejas useiras do produto e vender o Danoninho por forminha.

Hoje, a Danone comemora um aumento de 2,2% da presença do queijinho petit suisse em domicílios de classe C, atingindo 19% desses lares. “Conseguimos oferecer uma opção top de linha ao público de renda baixa sem alterar o produto”, afirma Bendicho.

Outro caso providencial de embalagem popular para o varejo de vizinhança vem da Kimberly-Clark. A empresa observou que as embalagens com 36 unidades de suas fraldas da Turma da Mônica encalhavam em comércios de bairro. Desse modo, versões com duas e três unidades, em pacotes produzidos pela Rhotoplás, foram lançadas pela empresa. A Kimberly-Clark não revela números de vendas da novidade, porém afirma que o plano deu certo. Até por isso, destinará 50 milhões de dólares para o lançamento de 16 novos produtos com o mesmo perfil ainda neste ano.

Os casos da Johnson & Johnson, da Danone e da Kimberly-Clark fazem coro à tese do aclamado especialista em estratégias C. K. Prahalad, autor de best-sellers sobre consumo popular e hoje um dos mais requi-sitados palestrantes de eventos corporativos. Segundo esse guru indiano, fracionar emba-lagens é a saída mais sensata para cooptar a baixa renda. Por quê? Porque esse consumi-dor também venera as marcas líderes, mas, não raro, recebe por dia ou semanalmente. Pensadas naqueles com contracheque men-sal, as embalagens tradicionais muitas vezes tornam-se excludentes para os que compram picado. Como exemplo, Prahalad gosta de citar a Unilever indiana, que aumentou a inserção de seus xampus nas classes popu-

FRAÇÕES – Mais em conta, versões reduzidas ajudam a ampliar venda de marcastradicionalíssimas

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lares com sachês em doses pequenas. A Unilever brasileira vem tentando fazer o mesmo. Há quase um ano, lançou embalagens compactas de seus desodorantes líderes de mercado Rexona e Axe, respectivamente em roll-on e aerossol, a preços três vezes menores que os das versões regulares. Os lançamentos levaram em consideração o desejo do público de baixo poder aquisitivo em consumir deso-dorantes mais sofisticados que aqueles em frascos squeezable (que liberam o produto quando apertados). De lá para cá, o Rexona Compact saltou de 2% de participação para 5,6% no mercado nordestino.

Mais que as fraçõesO fracionamento, porém, não é unanimidade entre as estratégias de embalagem buriladas para agarrar a base da pirâmide. Os pacotões econômicos, que vicejaram nos anos 70 e 80 sob a lógica de seduzir o consumidor a levar para casa quantidades maiores que as das embalagens-padrão em nome de uma econo-mia de cerca de 20%, mas que perderam a

ATENDIMENTO – Unilever lançou Axe e Rexona em aerossol e roll-on: carência do consumidor CD

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18 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006

força com o controle inflacionário e a perda de sentido das compras de mês, são prezados por empresas como a Procter & Gamble. No ramo de fraldas, importante por crescer 13% ao ano nos volumes de vendas da empresa, foi tomado o caminho inverso ao da Kimberly-Clark. A P&G colocou no mercado embala-gens tamanho-família da marca Pampers, com 42 unidades.

Disposta a lançar mão de diferentes estra-tégias em embalagem para ampliar negócios na classe CD, a Johnson & Johnson também abraça o tamanho família em sua marca de protetores diários Carefree. Na versão econô-mica, um cartucho de papel cartão da Emibra acondiciona quarenta unidades do produto a 4,90 reais, preço proporcionalmente bem menor que o da embalagem clássica, uma plástica flexível com 15 protetores vendida a 3 reais. Os diferentes materiais utilizados em cada variante fazem supor, uma vez que a Johnson & Johnson não confirma, um aspec-to para o qual cada vez mais empresas em busca do sucesso na baixa renda mostram-se atentas: os custos implicados pelos materiais de embalagem. Embora as embalagens plás-ticas sejam bastante reconhecidas por seu custo acessível, a volatilidade dos preços do petróleo preocupa as indústrias, pois aumen-tos gerariam inevitáveis repasses nos preços finais dos produtos – e incrementos que pare-cem mínimos para os consumidores do topo da pirâmide podem suscetibilizar a base.

Uma comprovação dessa teoria pôde ser notada em recentes declarações da Rio de Janeiro Refrescos, engarrafadora de Coca-

Cola para o Rio e para o Espírito Santo. Em notas de jornais fluminenses, a empresa deixou clara a sua insatisfação com os preços voláteis dos plásticos e do alumínio. Seria um sinal de que as garrafas retornáveis de vidro poderão ganhar reforço ainda maior entre as franqueadas da Coca-Cola? A empresa não se posiciona a respeito, mas pode-se crer que sim. Em 2002, a operação brasilei-ra da gigante em refrigerantes, vendo pela primeira vez seu share cair abaixo dos 50% com o ataque das tubaínas, decidiu contra-atacar relançando uma família de vasilhames

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BIG – P&G aposta em versões tamanho gigante para ampliar consumo de fraldas nas massas

VAIVÉM – Garrafas de vidro retornáveis, como

a de 200 mililitros, permitiram à Coca-Cola

retomar mercado perdido

DISTINÇÕES – Flexível é a apresen-tação original do Carefree, da J&J. Cartuchos com 40 unidades é a solução econômica para o povão

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retornáveis – dentro da qual, aliás, apareceu uma garrafinha pocket money, de 200 milili-tros, vendida a 50 centavos nas periferias. A Coca-Cola terminou 2005 com 63% de share, um indício de que a valorização do vidro, material com pouca volubilidade de preços, funcionou.

Povão puxa sachêsBuscando criar uma versão popular do Leite Ninho para a praça nordestina, a Nestlé colo-cou o produto, tradicionalmente vendido em lata, numa versão em embalagem flexível, fornecida pela Santa Rosa Embalagens. Mais em conta do que as latas de aço, o uso dos saquinhos veio da percepção de que o Ninho é o leite em pó preferido das mães das classes

ALTERNATIVA – Sachês barateiam o Ninho, leite em pó preferido das mães de baixa renda no Nordeste

SIMPLICIDADE – J&J escolheu envelopes para os sabonetes populares. Outras linhas são

apresentadas em papel cartão

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lançado em embalagem flexível da Canguru Embalagens, e não em cartuchos de papel cartão, como a empresa fez em linhas mais sofisticadas. “Na escolha por uma embala-gem, além dos testes de compatibilidade com o produto, avaliamos o público a que ela se destina. Já neste ponto analisamos os gastos e optamos por aquela de melhor custo-bene-fício”, diz Armando Albarelli, responsável pelo departamento de Desenvolvimento de Embalagens da J&J. “Assim, o produto já nasce com o custo otimizado”.

Mas talvez o setor em que a troca de materiais tenha se dado em maior vulto seja o de sabões em pó. Em 2005, marcas fortes desse mercado, como Ariel e Ace, da Procter & Gamble, substituíram os cartuchos por bolsas flexíveis de polietileno, da Rhotoplás. Motivo: os sachês, por serem de plástico, resistem melhor ao manuseio por donas-de-casa que lavam mais roupa em tanques do que em máquinas. A Unilever contra-atacou com o líder Omo, também em versão flexí-vel, com 2 quilos. No caso dos sabões em pó, as marcas poderosas viam sua liderança corroída em 9% de 2000 para 2005, confor-me dados da ACNielsen (veja reportagem em EMBALAGEMMARCA nº 73, setembro de 2005).

A verdade é que o campo das embala-gens pode render uma série de estratégias para conquistar a baixa renda, e não faltam exemplos de como a embalagem certa pode determinar a recusa ou a rendição do con-sumidor popular às marcas. Para empresas como as multinacionais, que constatam ven-das estagnadas no topo da pirâmide e não têm outra saída senão eleger o consumidor emergente para o sustento do crescimento de seus negócios, vale o recado de estreitar a intimidade com o público e levar em conta questões industriais na hora de traçar pla-nos. Na opção por embalagens menores, por exemplo, o custo relativo da embalagem na escala industrial é maior. “A razão que justi-fica o investimento é não deixar escapar para as marcas de combate a demanda dos consu-midores de renda baixa”, analisa o designer e consultor de marcas Lincoln Seragini. Dessa forma, lucros imediatos são sacrificados em nome de uma conquista duradoura dos seto-res mais pobres da sociedade.

de baixo poder aquisitivo na hora de alimen-tar o bebê, embora para o restante da família elas comprem marcas alternativas.

Ação parecida também foi tomada pela Johnson & Johnson em sua recente estréia no segmento de sabonetes para adultos das clas-ses menos abastadas. Um conjunto de quatro barras, vendidas a 68 centavos cada, foi

Canguru Embalagens(48) 3461-9000 www.canguru.com.br

Emibra(11) 4748-2199www.emibra.com.br

Rhotoplás(11) 4199-2555www.rhotoplas.com.br

Santa Rosa Embalagens Flexíveis(11) 3622-2300www.santarosaembalagtens.com.br

BRIGA DE GIGANTES – Flexíveis ganharam força na disputa de líderes do mercado de sabão

em pó por lares de renda comprimida

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da gráfica Nova Página, de Cajamar (SP), a produtora do cartucho. Aliás, nas faces da embalagem – com visual projetado pela Mazz Design com natural ênfase no verde e amarelo – também se encontra impresso um calendário: a tabela de jogos da Copa da Alemanha. Artilheiros e países campeões das Copas anteriores também são destacados em algumas das paredes.

Produzido com papel cartão da Suzano, o cartucho da Bola é impresso em off-set cinco cores mais verniz base água. Fechadas manualmente por um sistema de lingüetas e selos adesivos de proteção na linha da pro-dutora do chocolate, a Fruitland (Chocolates Araucária), de Campos do Jordão (SP), as embalagens contam ainda com aplicações de relevo, nas seis estrelas posicionadas em seu frontal, e de informações em braile. “Trabalhamos outros projetos de embalagens de alimentos com corte e vinco diferencia-dos, e eles deverão chegar ao mercado em breve”, diz Angélica, da Nova Página.

arcas próprias, por que não?, também podem explorar a oca-sião da Copa do Mundo para fomentar vendas por meio de

embalagens promocionais. Notório pelo estí-mulo à criatividade no campo da apresen-tação de produtos, o Grupo Pão de Açúcar/Companhia Brasileira de Distribuição já acordou para essa tática. Com a Páscoa a tiracolo, a companhia lançou uma Bola de Chocolate num inventivo cartucho de papel cartão, cujas múltiplas faces simulam o for-mato esférico das bolas de futebol.

“A idéia do projeto veio de literaturas de protótipos e de um calendário de uma rede de fast food”, relata Angélica Guerreta, da área de desenvolvimento de embalagens

celulósicas >>> chocolates

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Copa inspira Pão de Açúcar a lançar chocolate em “bola” de papel cartão

Bola dentro

Nova Página(11) 3531-7000www.novapagina.com.br

TABELINHA – Cartucho destaca seis estrelas em relevo no frontal e calen-dário da Copa no verso

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Mazz Design(11) 3842-7880www.mazz.com.br

Suzano0800 055 5100www.suzano.com.br

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m dos maiores regozijos do setor vidreiro em 2005 foi a retomada de clientes em vegetais em conserva,

mercado que vinha escapando de seus potes para as latas de aço. As recon-quistas incluíram uma importante for-madora de opinião desse segmento, a Conservas Olé, com distribuição em todo o território nacional alimentada por fábricas no Rio Grande do Sul e em Goiás. A volta ao vidro permitiu à Olé fintar o problema das margens compri-midas. Daí o fato de a empresa prosse-guir com a estratégia, lançando agora novos itens em potes de vidro: uma seleta de Ervilha e Cenoura e Molhos de Tomate nas versões Tradicional, Manjericão e Azeitonas.

Segundo o gerente de marketing da Olé, Odilon Roberto Oliviéri, as emba-lagens de vidro têm a missão de ampliar a base consumidora da marca nos gran-des centros urbanos brasileiros. “É onde

vidro >>> conservas e molhos

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Por maiores margens, Olé amplia adoção depotes de vidro em conservas e atomatados

Drible certeiro

se concentra o público mais exigente, mais afeito ao vidro e que, em função de suas rotinas atribuladas, mais neces-sita de praticidade”, entende o executi-vo. A menção à conveniência tem expli-cação: os potes de vidro de 310 gramas da Olé, supridos pela Owens-Illinois do Brasil e decorados com rótulos auto-adesivos da Mack Color, são selados com as afamadas tampas abre-fácil da Metalgráfica Rojek.

A readoção do vidro implicou na descontinuidade da abre-fácil nas latas que permanecem sendo utilizadas pela Olé. Assim, a indústria de conser-vas circunscreve cada material a um nicho de preço. O vidro fica encarre-gado das vendas nas faixas premium. “A transparência, a maior adaptação ao armazenamento na geladeira e o aproveitamento de 100% do conteúdo contam pontos a favor do vidro para o consumidor mais abonado”, explica Oliviéri.

MISSÃO – Linha em vidro visa aumentar penetração da Olé nas grandes cidades

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Mack Color(11) 6195- 4499www.mackcolor.com.br

Um novo conceito de fornecimen-to é proposto pela Owens-Illinois do Brasil, grande produtora de embalagens de vidro. Batizado Total Packaging Solutions, o plano da vidraria é oferecer uma abordagem sistêmica, trabalhan-do-se, num pacote só, design, estrutura, fechamento e deco-ração de embalagens. “Tudo é pensado dentro da mesma lógi-ca, o que diminui equívocos no resultado final”, afirma o desig-

ner Fábio Mestriner, da Packing Design, um dos responsáveis pela iniciativa. Segundo Arthur Almeida Prado de Assumpção, gerente de marketing da O-I do Brasil, a solução integrada agiliza os projetos, encurtando caminhos. “As etapas são feitas internamente ou encaminhadas a parceiros do projeto”, explica Assumpção. Detalhes sobre o Total Packaging Solutions podem ser obtidas com a O-I do Brasil.

O-I propõe soluções ponta a ponta

Metalgráfica Rojek(11) 4447-7900www.rojek.com.br

Owens-Illinois do Brasil(11) 6542-8000www.oidobrasil.com.br

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or mais de três décadas a sigla PPFP, definidora da estrutura papel/polieti-leno/foil de alumínio/polietileno, sus-tentou-se na Unilever americana como

construção paradigmática para embalagens flexí-veis de alimentos desidratados – misturas em pó para molhos, lámens e outros pré-preparados. Agora, avanços tecnológicos da área de filmes começam a abalar essa tradição. A companhia está promovendo a substituição da camada de alumínio por um filme de polipropileno biorien-tado (BOPP) metalizado e de alta barreira da Toray Plastics. A troca envolve os pouches dos alimentos secos das bandeiras Knorr e Lipton e, diz a Unilever, resulta em ganhos em custos de produção, proteção e imagem do produto.

Michael Hughes, gerente de tecnologia de embalagem da Unilever Foods, conta que o filme metalizado substituto, da linha Torayfan, provou garantir barreiras superiores ao oxigê-nio e à umidade em testes de benchmarking. Mais importante ainda foi a demonstração de resistência superior ao rasgo. Ocorre que os grânulos e massas dos produ-tos secos muitas vezes apre-sentam bordas pontiagudas, arriscando furar as embala-gens, especialmente durante o processo de acomodação nas caixas de despacho. Com a película de alumínio eram recorrentes puncturas microscó-picas, imperceptíveis a olho nu, mas que acabavam por reduzir a vida dos produtos.

Outras vantagens de proces-so saltaram aos olhos da Unilever Foods e da convertedora das fle-xíveis, a American Packaging, de Rochester, Nova Iorque. Por receber um avançado tratamento corona, o filme plástico metalizado propiciou redução de custos com selantes na laminação, sem prejuízo de performan-

ce. “É um significativo benefício econômico se pensarmos na selagem de centenas de milhões de pouches”, lembra Hughes. Noves fora, a cons-trução modificada também se adaptou aos equi-pamentos form-fill-seal que a Unilever Foods já possuía. Havia um temor de que os ritmos variáveis de trabalho da linha de embalagem da companhia causassem stress à nova estrutura, mas isso não se verificou.

Numa mudança que poderá ser notada pelo trade e pelo público, o filme plástico solucio-nou o problema estético das rugas e vincos que as embalagens anteriores adquiriam durante as etapas de distribuição e com o manuseio pelo consumidor no ponto-de-venda. Tirado o alumí-nio e colocado o filme plástico, com memória (a capacidade de os plásticos retornarem ao estado inicial após torções), as marcações são agora temporárias, sem resultar em pacotes rotos nas lojas. Na Unilever, as vantagens da troca já atiçam sua adoção em nível global, como padrão

para flexíveis de alimentos secos. Sucursais européias e a australiana da Unilever já esta-riam prestes a testar a novidade. “Tudo leva a crer que a adoção mundial acontecerá”, opina Hughes.

P

O sanduíche pode mudarNa Unilever americana, troca da camada de alumínio por filme de BOPPmetalizado acena a um novo padrão de flexíveis para alimentos secos

American Packaging+1 (800) 551-8801www.ampkcorp.com

Toray Plastics+1 (401) 294-4511www.torayfilms.com

REVIRAVOLTA – Flexíveis das marcas Knorr e Lipton: vantagens na troca do alumínio por BOPP metalizado

abril 2006abril 2006abril

Mais importante ainda foi a demonstração de resistência superior ao rasgo. Ocorre que os

gens, especialmente durante o processo de acomodação nas caixas de despacho. Com a película de alumínio eram recorrentes puncturas microscó-picas, imperceptíveis a olho nu, mas que acabavam por reduzir a

Outras vantagens de proces-so saltaram aos olhos da Unilever Foods e da convertedora das fle-xíveis, a American Packaging, de Rochester, Nova Iorque. Por receber um avançado tratamento corona, o filme plástico metalizado propiciou redução de custos com selantes na laminação, sem prejuízo de performan-

para flexíveis de alimentos secos. Sucursais européias e a australiana da Unilever já esta-riam prestes a testar a novidade. “Tudo leva a crer que a adoção mundial acontecerá”, opina Hughes.

BOPP metalizado

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Certas empresas já enxergam nas embalagens sopradas de PET atri-butos vendedores para mercados que sempre alegaram objeções às resinas commodities, casos de cosméticos e produtos premium de higiene pessoal. Uma delas é a Haal Verpakkingen, fabricante holandesa de itens de toucador. A companhia aposta num fras-co paralelepípedo de PET de 300 mililitros, com alta transparência e design inovador, para comercializar uma nova linha de sabonetes líqui-

dos. Segundo a RPC Kutenholz, filial alemã do grupo europeu de embalagens RPC e responsável pelo desenvolvimento do recipien-te, a claridade do PET permite ao consumidor visualizar o produto e a ação da válvula pump, e as pare-des da embalagem proporcionam um efeito visual multidimensional, reforçando uma percepção de pro-duto de qualidade.RPC Kutenholz+49 476-2890www.rpc-kutenholz.de

Sopro de inovação para os lavabos

Tradicional feriado americano celebrado em 17 de março, o St. Patrick’s Day – ou, em bom português, o dia de São Patrício, padroei-ro da Irlanda – motivou a Anheuser-Busch a soltar nos Estados Unidos uma cerveja Bud Light vestida a caráter para a ocasião. A edição comemora-tiva fiou-se numa gar-rafa de alumínio de 16 onças líquidas (cerca de 475 mililitros), suprida pela Exal, com fortes “equities” irlandeses: a cor verde e estam-pas de trevos de qua-

tro folhas. Adotadas no ano passado com grande sucesso (veja EMBALAGEMMARCA nº 74, outubro de 2005), as garra-fas de alumínio da Anheuser-Busch agora são litografadas com tintas ultravioleta que as fazem brilhar sob holofotes de luz negra, presentes em diversos bares americanos. “As embalagens estão mais divertidas e inovadoras, para o deleite do consumidor”, defi-ne Rick Leininger, diretor de marketing da marca Bud Light na Anheuser-Busch. Exal (Argentina)+54 (23) 2249-6226www.exal.com

Uma homenagem a São Patrício

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Dispenser de PET enobrece sabão líquido de fabricante holandês

Garrafa de alumínio liga Bud Light a padroeiro da Irlanda

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café vive um bom momento no Brasil. Segundo números do setor, a safra 2006/2007 renderá 42 milhões de sacas, ante 32,9

milhões de sacas em 2005/2006. O consumo interno deve aumentar 5,5% em 2006, ou quatro vezes a média de crescimento mun-dial, dado que deve ter atiçado a rede de cafeterias Starbucks a anunciar o ingresso no país. Vendem-se máquinas de torrefação num volume sem par nos últimos anos. As expor-tações também evoluem – e de produto com maior valor, já embalado, saída consensual para fazer daquele que é o maior exportador mundial de grão verde há 300 anos melhorar a imagem de marca e ampliar sua rentabili-dade. “O segmento de cafés especiais con-tinua crescendo a taxas próximas de 10% e o Brasil ainda participa pouco desse nicho, cerca de 5%”, alerta o economista José Roberto Mendonça de Barros em recente artigo do diário O Estado de S. Paulo.

Não se pode negar, contudo, que cada vez mais empresas do setor fazem sua lição de casa. Ao fim do ano passado, o preço médio do quilo de café, indicador de agre-gação de valor, apresentava um crescimento de 33,91%. O viés positivo se sustenta. No entender da Abic – Associação Brasileira da Indústria de Café, o quadro espelha o estouro dos cafés gourmet, acondicionados em nobres embalagens. Quase um ano atrás, EMBALAGEMMARCA abordava casos de mer-cado desse gênero (edição nº 69, maio de 2005). A tendência mantém-se em alta, a partir de ações eloqüentes de cafeicultores.

Cartão e metal no vácuoVeja-se o caso do café gourmet em pó Santa Lúcia. A marca acaba de ampliar seu port-fólio de embalagens com três cartuchos de papel cartão, produzidos pela Cartonagem São Luiz, de Franca (SP). Como nas emba-lagens flexíveis de alta barreira já utilizadas pela torrefadora, as caixas estampam em

mercado >>> cafés

OLatas, cartuchos, pouches. Eis as embalagens puxadas pelos cafés gourmet

Mais empurrões nobres

sua fronte a ilustração estilizada de um bispo tomando cafezinho, criada pelo artis-ta plástico Gustavo Rosa. Outra marca de cafés gourmet que já vinha investindo em embalagens buriladas e possui novidades é a Café do Centro. A empresa está lançando uma linha de cappuccinos gourmet, nas ver-sões regular e light, em latas da Metalúrgica Mococa, com sistema de fechamento da mineira Tecnoplast e da Sonoco For-Plas. “As vendas de cappuccino têm crescido tanto quanto as de café expresso”, comenta Alexandre Petroni, gerente de vendas do Café do Centro. Os cappuccinos da empresa são distribuídos no varejo mais sofisticado, como o Supermercado Santa Luzia e o Empório Santa Maria, e já foram exportados para o Japão no fim do ano passado.

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EXTENSÃO – Café Santa Lúcia agora aposta também em cartuchos sofisticados

INOVAÇÃONova Ploc Off, com vácuo,foi projetada pela Brasilata

para exportar marca de torrefadora

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abril 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 29

Brasilata(11) 3871-8500www.brasilata.com.br

Cartonagem São Luiz(16) 3727-3466www.cartonagemsaoluiz.com.br

Embalagens Flexíveis Diadema(11) 4066-7833www.embalagensdiadema.com.br

Metalúrgica Mococa(19) 3656-9300www.metalurgicamococa.com.br

Polo Films(11) 3707-8270www.polofilms.com.br

Sonoco For-Plas(11) 5097-2750www.sonocoforplas.com.br

Tecnoplast(35) [email protected]

Terphane(11) 6014-3951www.terphane.com.br

Latas, aliás, podem aproveitar ainda mais a carona do vácuo no segmento premium de cafés. De olho nisso, a Brasilata coloca no segmento uma nova embalagem metálica ideal para café torrado e moído, a Ploc Off VP – Vacuum Packaging. Como o nome denuncia, a lata conserva o conteúdo com vácuo, da mesma forma que certas embala-gens flexíveis. O desenvolvimento da Ploc Off VP foi motivado pelo interesse de um cliente da Brasilata, o Café Toleno, em exportar para os Estados Unidos.

Para criar a condição de vácuo no sistema de fechamento da lata, a solução encontrada pela equipe técnica da Brasilata foi recobrir o anel com plastissol, um vedante largamente utilizado em embalagens de alimentos e bebi-das. O perfil da tampa plástica também foi modificado para garantir a vedação perfeita e manter o vácuo residual. “Trata-se de uma inovação que une a resistência, a segurança e a beleza da litografia da lata de aço com a flexibilidade e o fácil manuseio da tampa plástica”, diz o diretor-superintendente da Brasilata, Antonio Carlos Teixeira Álvares. A Ploc Off VP seria apresentada oficialmente na feira Cannex ’2006, no início de abril, em Cingapura, com fechamentos nos diâmetros 99 milímetros e 73 milímetros.

Flexíveis aguçam o faroNaturalmente, o bom cenário dos cafés gour-met resulta num quadro sintomático no setor de flexíveis, o maior supridor de embalagens do mercado de cafés.

Tome-se o caso da Polo Films. Uma semana depois de informar a injeção de 100

milhões de reais em uma nova linha de polipropileno biorientado (BOPP)

(veja a seção Panorama desta edição), a empresa anunciou mais 90 milhões de reais de investimentos em uma fábrica de filmes de poliéster bio-

rientado (BOPET), muitís-simo utilizados na produção de

almofadas (pillow packs) e emba-lagens a vácuo para cafés. Atualmente,

o mercado interno contava com apenas um fornecedor, a Terphane – que,

a propósito, também investiu em ampliação de capacidade instalada

no fim de 2005. “A ampliação das opções de fornecimento deve acelerar os avanços técnicos em embalagem de café”, entende Sérgio Hamilton Angelucci, diretor comer-cial da Embalagens Diadema, líder em emba-lagens flexíveis para café no Brasil. Segundo ele, um dos principais efeitos pode ser a maior velocidade da adoção do trilaminado poliéster/alumínio/polietileno nas embala-gens do setor, construção mais sofisticada e com maiores propriedades de barreira que a poliéster/poli comum nas almofadas. “É o caminho aguardado, uma vez que o mercado felizmente está cada vez mais nivelado por cima, tanto em produto quanto em apresenta-ção”, diz Angelucci.

ESTEIRA – Café do Centro lança Cappuccinos em latas da Mococa. Alta

do produto ajuda

TENDÊNCIA – Leque maior de produtores locais de filmes pode acelerar adoção deflexíveis mais protetoras

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Polo investe em BOPP...Após abrir duas linhas de produção de filmes de polipropileno biorienta-do (BOPP) em sua unidade gaúcha de Montenegro (RS) nos últimos cinco anos, a Polo Films, empresa do grupo químico Unigel, acaba de anunciar a construção de uma terceira.

...Rumo às 100 000 toneladasO investimento na nova linha, que terá capacidade anual de 30 000 tonela-das e será inaugurada em meados de 2007, chega a 100 milhões de reais. “Caminhamos rumo às 100 000 tone-ladas por ano”, diz Jorge Cardoso, dire-tor-superintendente da empresa. Os filmes de BOPP da Polo são utilizados principalmente na produção de emba-lagens flexíveis para alimentos e cigar-ros, rótulos e fitas adesivas.

Prevenção às filasQuem planeja visitar a feira de negó-cios em embalagens Pack Expo International 2006, a ser realizada de 29 de outubro a 2 de novembro próxi-mos em Chicago, nos Estados Unidos, pode obter credenciais com desconto de 50% no site www.packexpo.com. O PMMI, organizador do evento, informa que os tíquetes promocionais, no valor de 25 dólares e válidos para o período integral da feira, estarão disponíveis até 10 de outubro.

Organograma renovadoProdutora de bisnagas e tampas, a C-Pack anuncia mudanças em sua estrutura. Edson Eisele assumiu a assessoria de novos projetos, voltada especialmente à construção das novas instalações da empresa. Renata Saurin Felin é a nova gerente de Qualidade, e terá como meta a obtenção da certifica-ção ISO 9001:2000 em 2007. O recém-criado NQP – Núcleo de Qualidade de Produtos terá como titular Gabriela Mayer Vieira.

Diadema com ISOA Embalagens Flexíveis Diadema acaba de conquistar o ISO 14001, certificado referente a políticas de responsabi-lidade ambiental. A empresa já era certificada pelo ISO 9001.

“A indústria terá condições de elevar sua produção a partir do segundo trimestre deste ano, o que possibilitará acomodar taxas de crescimento de 5% a 7%, sem pressões de custo”

Salomão Quadros, coordenador de Análises Econômicas da FGV – Faculdade Getúlio Vargas,

sobre o possível quadro para 2006. Nesse prognóstico, o mercado de embalagens apresentará

um crescimento moderado da produção, de 2% a 3%. Em estudo feito para a Abre – Associação

Brasileira de Embalagem e divulgado em março, Quadros aponta que a indústria brasileira de

embalagem retraiu 1,26% em produção física em comparação a 2004, gerando 31,3 bilhões de

reais. O destaque coube às embalagens plásticas, que cresceram 3,14% no período.

Largamente utilizados nas vendas de eletrônicos, itens de informática, cosméticos e peças de construção, entre outros produtos, os blisters plásticos do tipo concha (clam-shell) não gozam lá de grande reputação entre os americanos. Numa enquete da revista Consumer Reports, eles foram eleitos “as embala-gens menos amigá-veis ao consumidor”. Segundo a publi-cação, o principal pró das conchas, o de dificultar furtos e violações de mercadorias nas lojas, obriga o consu-midor a “lutar” com elas após as com-pras, em furiosas tentativas de abertu-

ra que duram em média nove minutos. Bordas cortantes das embalagens,

resultantes dessas brigas, ocasionaram mais de 300 000 atendimentos ambu-latoriais nos Estados Unidos, em 2003. Tal quadro inspira novas soluções em embalagem. Uma delas vem da MeadWestvaco, a controladora da bra-sileira Rigesa: uma

concha que alia papel cartão de altís-sima resistência a poliéster. A emba-lagem, batizada Nutralock, preserva a propriedade anti-furtos, é reciclável e está em fase inicial de prospecção.www.meadwestvaco.com

Conchas vivem um problema de imagemIrado, consumidor americano pede blisters mais amigáveis

Pressão da gigante?

Segundo notícia publicada pela revista Veja no início de abril, a AmBev estaria pronta para construir uma fábrica de gar-rafas de vidro, que teria capa-cidade de suprir 50% de seu consumo na região Sudeste. “A idéia está deixando em polvoro-sa boa parte dos fabricantes de garrafa, que hoje têm ociosos

20% de sua capacidade de produção. Mas há quem ache que a gigante das cervejas usa o projeto apenas para pressio-nar seus fornecedores de garra-fa”, assinala a nota. Procurada por EMBALAGEMMARCA, a AmBev não confirmou nem desmen-tiu a informação. Será ou não espuma?

AmBev estaria prestes a fabricar garrafa própria

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Paulo Sérgio Peres, dire-tor da Klabin e presidente da ABPO – Associação Brasileira do Papelão Ondu-lado, é o novo presidente da ABRE – Associação Brasileira de Embalagem. Ele substitui

o designer Fábio Mestriner, da Packing Design, que dei-xou o cargo no fim de feve-reiro. Peres conduzirá a prin-cipal entidade de classe do setor de embalagens durante o biênio 2006-2007.

ABRE tem novo presidenteDiretor da Klabin irá comandar a entidadePaulo Sérgio Peres, dire-tor da Klabin e presidente da ABPO – Associação Brasileira do Papelão lado, é o novo presidente da ABRE – Associação Brasileira de Embalagem. Ele substitui

ABRE tem novo presidenteDiretor da Klabin irá comandar a entidade

Se de um lado a indústria e o comér-cio reclamam da desaceleração dos negócios, de outro as máquinas regis-tradoras do varejo fazem supor um des-colamento entre discurso e prática. Um recém-divulgado estudo da ACNielsen mostra que o consumo de massa no Brasil evoluiu em 2005. Em 157 catego-rias de produto monitoradas, 63% delas cresceram mais de 3% em volume no ano passado, e apenas 11% caíram. Outro dado do estudo: o segmento de alto preço vem recuperando importân-cia no grupo de marcas líderes. Veja o posicionamento de preço das marcas líderes no Brasil nos últimos três anos.

A retomada do maior preço no topoEvolução do consumo em 2005 premiou marcas premium

Mais uma transformadora inicia a oferta de embalagens plásticas de degradação ace-lerada. É a Poly Blow, de São Bernardo do Campo (SP). A princípio, a linha especial, denominada Poly Bio, abrange bisnagas para silicone e selantes em geral e frascos para os segmentos farmacêutico, químico e veterinário, produtos de força da empresa. “Já temos em vista frascos e garrafas para cosméticos e embalagens para alimentos”, diz David Pulido Perez, gerente de marke-ting da Poly Blow. A origem da tecnologia é mantida em sigilo, sob a alegação de proteção de um diferencial competitivo. “Conseguimos oferecer a nova linha com repasses irrisórios, até absorvendo custos dependendo da escala”, argumenta Perez.(11) 4178-0011 • www.polyblow.com.br

Maior oferta de oxi-biodegradáveisPoly Blow lança bisnagas e frascos de degradação acelerada

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Preço alto

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ucesso no Japão, nos Estados Unidos, na Europa e até aqui ao lado, na Argentina, onde já responde

por 30% das vendas de águas engarrafa-das, a água com sabor é a nova aposta da Coca-Cola para o Brasil, mercado em que tal bebida vive quase na clan-destinidade. Confiante na decolagem do produto por aqui, a Coca-Cola acaba de nacionalizar sua marca Aquarius de águas “diferentes”. Nos sabores limão e laranja, a novidade apareceu em março, em garrafas de PET de 510 mililitros, no interior paulista – região em que 70% das vendas de águas se devem às classes A e B, alvos primários da marca.

Lá fora, as águas Aquarius têm per-fil diferente. Também são enriqueci-das com sabores, mas têm proprieda-des isotônicas. Por isso, as garrafas do tipo caramanhola, típicas das bebidas esportivas, são suas principais emba-lagens internacionais (veja o quadro). Transposta para cá sem o apelo isotôni-co, a Aquarius ganhou garrafas de PET identificadas em formato e cor (azul)

plásticas >>> águas minerais

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Sem fama no Brasil, mercado de águas com sabor pode crescer com nacionalização da marca Aquarius

Um peixe fora d’água?

com as useiras e vezeiras do mercado de águas. O design da embalagem é da própria Coca-Cola. As garrafas são produzidas pela Amcor PET Packaging, pela Engepack e tam-bém pela divisão de embalagens do grupo chileno Andina, contro-lador da Rio de Janeiro Refrescos, grande engarrafadora de Coca-Cola para o Sudeste. Não foram infor-mados os fornecedores dos rótulos nem das tampas.

De acordo com a fabrican-te, a Aquarius terá a missão de sacudir o mercado de água engar-rafada no Brasil, caracterizado por pouca diferenciação e baixa percepção de valor – aspectos refletidos no cotidiano, confor-me assinala a diretora de marke-ting da Coca-Cola Brasil, Andréa Mota. “Quando nos perguntam o que queremos beber, muitas vezes respondemos ‘nada – só água’”, reflete a executiva. “Nossa intenção é quebrar esse estigma de que a água não tem graça nem sabor”.

CARONA Garrafas da Aquarius: equities das embalagens de água mineral

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AÇÃO

Na Europa, onde tem prestígio na categoria de isotônicos, a Coca-Cola Aquarius é também reconhecida como vanguardista em embalagem. Meses atrás, o rótulo da bebida na França, um termoencolhível feito com filme de TPE-G (um elastômero termo-plástico) rendeu à sua fornecedo-ra, a Sleever, um dos troféus do Prêmio Francês de Embalagem. Ocorre que o TPE-G possui um diferencial ambiental. As máqui-nas selecionadoras das estações

européias de reciclagem conse-guem identificar rapidamente as garrafas de PET decoradas com TPE-G, facilitando a separação dos rótulos das embalagens por flotação (suspensão em meio líquido). A Sleever também desenvolveu tintas e adesivos especiais para o material, que não interferem no processo de reciclagem. O filme de TPE-G já possui aprovação de recicladores franceses, alemães, suíços e escandinavos.

Lá fora, roupa com bônus ambiental

Amcor PET Packaging(11) 4589-8000www.amcor.com

Engepack(11) 2149-8800www.engepack.com.br

Sleever(11) 5641-3356www.sleever.com

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decoração >>> alimentos

Aguardada, estréia do rótulo in-mold em pote de margarina ocorre em tacada da Dixie Toga

Enfim, chegouendência mundial, o uso do in-mold (IML) para a decoração de potes plásticos de margarinas vinha sendo aguardado no mercado brasileiro. Pois bem. A estréia acaba de acontecer, a rebo-

que de uma parceria entre a Dixie Toga e a Sadia, dona da Qualy, marca líder do mercado de margarinas, com cerca de 24% de share. Três SKUs da família de margarinas Qualy Light com sabor (Mel, Queijo Tipo Suíço e Peito de Peru) agora têm potes com in-mold – rótulos aplicados às embalagens plásticas rígidas no momento de seu sopro ou injeção, no interior dos moldes.

A novidade em decoração passa a concorrer no seg-mento de margarinas com o dry off-set – a tradicional impressão direta no corpo e na tampa das embalagens –, com os auto-adesivos e com os rótulos termoencolhíveis. Os novos rótulos das versões saborizadas de Qualy Light são aplicadas em potes de polipropileno de 250 gramas, produzidos por injeção de ciclo rápido e parede fina na

TNO MOLDE – Potes de parede fina recebem o rótulo durante a injeção

DIV

ULG

AÇÃO

planta industrial da Dixie Toga de Votorantim (SP). “Os itens estão sendo lançados em março e devem estar nas gôndolas já no início de abril”, disse a EMBALAGEMMARCA Régis Sá, coordenador de marketing da divisão de emba-lagens industriais da Dixie Toga. O in-mold labeling ainda é pouco utilizado no Brasil. Projetos como o da Sadia prometem ampliar a acessibilidade à tecnologia.

Dixie Toga: (11) 5516-2096 • www.dixietoga.com.br

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36 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006

Um modelo para muitas indústrias

entrevista >>> Iorley Lisboa

última virada de século marcou tam-bém uma guinada no negócio de marcas próprias do Pão de Açúcar. Até então, o maior grupo varejista brasileiro seguia o mercado, isto é, delegava seu aval a

produtos de primeiro preço com embalagens insossas. Sucedeu-se a reciclagem. Cabeças-de-ponte de um novo modelo de vendas, calcado em qualidade, as marcas da casa passaram a ganhar embalagens requintadas, mira-das no giro. Deu certo. Além de maior caixa, os itens, melhor apresentados, até renderam prêmios de emba-lagem ao conglomerado criado pelos Diniz. Como uma companhia de distribuição atingiu o status de formadora de opinião em embalagem, posição almejada por várias das suas indústrias abastecedoras? Boa parte do mérito cabe ao departamento técnico criado à época da revisão de estratégia. Seu gerente, Iorley Lisboa, ex-projetista de embalagens da Johnson & Johnson brasileira, deu a seguinte entrevista a EMBALAGEMMARCA no Centro de Inovação de Marcas Próprias do Pão de Açúcar – um anexo da sede da corporação, na região paulistana dos Jardins –, que ajuda a entender o sucesso.

O que motivou o Grupo Pão de Açúcar/Companhia Brasileira de Distribuição a rever seu modelo de negó-cios de marcas próprias? As vendas iam mal?Na verdade, o povo comprava, mas tendia a não recom-prar. Caiu a ficha. Focar somente preço, ofertando produ-tos genéricos, comprometia a imagem da corporação. O consumidor constrangia-se ao adquirir marcas próprias. Ele as escondia em seus carrinhos, colocando por cima delas as marcas líderes. Decidiu-se pausar o negócio. Houve revisão de fornecedores e pesquisas sobre gostos

e necessidades do público. Os dados foram tabulados e concluímos que nossos consumidores tinham mudado. Eles estavam mais críticos e mais exigentes em todas as classes sociais. A empresa percebeu que era necessário se alinhar aos anseios desse novo comprador para ganhar rentabilidade com marca própria. Por isso, resolveu-se criar toda uma estrutura interna de indústria dentro do varejo para desenvolver produtos e embalagens. Hoje, contamos com gerentes de produto, engenheiros de alimentos, nutricionistas, enfim, pessoas de indústria. Temos gente egressa da Johnson & Johnson, da Natura, da Unilever, da Nestlé... A única diferença real para uma grande indústria é que não há produção.

Outras redes varejistas também têm investido mais em suas marcas próprias, mas não ao ponto de terem uma área de criação de embalagens. Por que o Pão de Açúcar formou uma equipe interna desse gênero?Porque ficou claro que a embalagem seria nossa princi-pal aliada nas vendas, uma vez que não somos líderes. Aonde podemos buscar seduzir e encantar o consumi-dor? Na embalagem. O produto dá o suporte de quali-dade, claro, pois só uma roupagem bonita não garante vendas continuadas. Um departamento de garantia de qualidade nos dá aval, realizando testes internos ou terceirizando outros para o Cetea (Centro de Tecnologia de Embalagens do Ital – Instituto de Tecnologia de Alimentos). Aqui, no nosso Centro de Inovação de Marcas Próprias, fazemos estudos com o consumidor, testes cegos, palestras, tudo para chegarmos a produtos com benchmarking. Nossa filosofia é empatar com as marcas líderes ou até superá-las, não só em performance de produto, mas em apresentação. A embalagem vende!

O gerente de desenvolvimento de embalagens

do Grupo Pão de Açúcar explica como foi possível

reerguer um combalido negócio de marcas

próprias priorizando inovações em embalagem

STU

DIO

AG

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38 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006

(enfático) Isso é comprovado por estudos sérios, viven-ciamos isso no nosso dia-a-dia. Antigamente víamos na TV muita propaganda de produto. O que temos hoje? Cerveja, companhia telefônica e banco. Pouca indústria. Toda a responsabilidade de venda recaiu sobre a emba-lagem. Infeliz é a empresa que não tem essa consciência. Para quem não é líder, a qualidade do produto não é o que mais conta na decisão de com-pra. O consumidor experimenta a embalagem diferenciada. Com con-teúdo bom, ele recompra.

Quais foram as atitudes iniciais da divisão de embalagens logo após a sua criação?Uma das primeiras coisas foi refor-çar o contato com agências a fim de mexer nos visuais das embala-gens de cada bandeira – na época, Barateiro, hoje CompreBem, Extra e Pão de Açúcar. Depois, feitas as reestruturações gráficas, voltamos a medir comportamentos em loja. Propusemos comparações de nos-sas novas embalagens com as dos líderes e houve aprovação unâni-me, com afirmações do tipo “ah, agora eu compro marca própria”, “agora está legal”. A dissimula-ção da marca própria nos carrinhos de supermercado diminuiu. Foram sinais iniciais de que o foco em embalagem de qualidade era uma estratégia sustentável.

Quase ao mesmo tempo em que a marca líder do seg-

mento de salgadinhos estreava embalagens flexíveis com filme plástico fosco (matte), cerca de um ano atrás, o Pão de Açúcar fazia o mesmo em seus snacks de marcas próprias. Como a companhia monitora tendências para inovar no ritmo da grande indústria?Contamos com a parceria de fabricantes de matérias-primas, como Braskem, Suzano, CSN, de transfor-

madores de variadas áreas e de escritórios de design. Por vocação, também estamos antenados com o que acontece no varejo. Não nos metemos em questões industriais, mas sabemos quais são as tendên-cias em embalagem e buscamos nos antecipar, lançar na frente e formar categorias.

Inovações em embalagem muitas vezes acarretam custos maiores. Como a companhia equaciona a oferta de embalagens inovadoras ou similares às das marcas líderes com a premissa da marca própria, a de oferecer preço de gôndola mais em conta?Óbvio que sempre temos preços target para o ponto-de-venda, e produtos muito caros não ven-dem. A intimidade com a cadeia de embalagem ajuda muito. Exemplo: para lançarmos as latas expandidas de óleos do Pão de Açúcar, que nos renderam um prêmio da WPO

(Organização Mundial de Embalagem), nos sentamos com o fornecedor do produto, com a CBL, a fabrican-te da lata, com a CSN, a fornecedora da chapa de aço

“Fabricantes de

matérias-primas,

transformadores e

escritórios de design

são nossos parceiros.

Sabemos quais são

as tendências em

embalagem e buscamos

nos antecipar, lançar

na frente e formar

categorias”

entrevista >>> Iorley Lisboa

ARTILHARIA – Óleos e conservas em latas expandidas e sabão em pó em lata com

batoque: sucessos de vendas

STU

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40 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006

da lata, e com a Packing Design. Sem negociações estratégicas, ganha-ganha, eu teria um negócio inviá-vel na ponta do lápis. Só que os parceiros entenderam que formar uma categoria não é só do nosso interesse. Temos uma ferramenta para fazer disso realidade, o ponto-de-venda, e queremos inovação com saídas boas para todos em médio prazo. Business é isso. Logo, vale negociar com transparência e visão, buscando uma oportunidade única: transformar o mercado propondo inovação, até formando categorias. O retorno é um diferencial de ima-gem coletivo. Em óleos, vemos a lata perdendo espaço para o PET. Por que isso ocorre?

Basicamente por custos...Custos, tudo bem, mas eu acho que faltou pensar em sentar, conversar. Que norte eu busco? Qual meu objetivo? O que vai ser do meu negócio daqui a “x” anos? Na hora em que você começa a buscar essas respostas, os conceitos e sua meto-dologia de trabalho mudam. Essa é a cultura, esse é o DNA que temos aqui: evitar ao máximo que o ime-diatismo contamine o incentivo ao lado criativo, aos modelos de venda com visão.

A proposta mais sinérgica de agre-gar os elos de valor da embalagem para criar inovações já garante vantagens competitivas em relação ao setor produtivo?Sem dúvida. Por investirmos em diferenciação, muitas

inovações em embalagem acabam chegando primeiro a nós. Sempre costumo avisar: se você tem uma inova-ção em embalagem na gaveta que outras empresas se recusaram a ouvir, converse conosco. Temos agilidade, e isso é um tremendo diferencial. Numa indústria, um projeto de embalagem passa por diversos poderes de decisão. Aqui as decisões estão delegadas a equipes, que

têm confiança da presidência e do conselho. Enquanto uma indústria tradicional demora um ano, um ano e meio para lançar um produto, nós levamos quatro meses.

A ousadia em embalagem não pro-voca melindres dos fornecedores do Grupo? Já houve chiadeira em relação a algum projeto da casa?Não há rivalidade. Os fornecedores são nossos parceiros e suas marcas clássicas também são vitais para os negócios do Pão de Açúcar. Uma vez aconteceu um conflito com a Nestlé, pois ela considerou o visual da embalagem de um achocolata-do nosso conflitante com o dela. Houve um acordo de cavalheiros e mexemos na nossa embalagem. Não é de nosso interesse ser “me too” (“eu também”, em inglês) de ninguém, nós queremos formar opinião. Ética é básica. Se ocor-rer insatisfação com alguma das nossas embalagens, e constatarmos

que o outro lado tem razão, nós nos retratamos sem pro-blema. Mas também há casos de designs nossos que... Bom, não vale a pena comentar. (risos)

entrevista >>> Iorley Lisboa

“Por investirmos

em diferenciação,

muitas inovações em

embalagem acabam

chegando primeiro a

nós. Enquanto uma

indústria demora um

ano, um ano e meio

para lançar um

produto, nós levamos

quatro meses”

VANGUARDA – Sintonia com tendências assegurou estréias de embalagens de snacks com filme fosco e sacolas oxi-biodegradáveis

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42 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006

entrevista >>> Iorley Lisboa

Falemos em números de vendas. O que as embalagens caprichadas retornaram concretamente à companhia?Veja só: dos segmentos em que nós participamos nas lojas, em quase 70% deles nós somos líderes. Os óleos em lata expandida nos renderam um incremento de 30% a 40% sobre as vendas anteriores. Com o sabão em pó Extra, em lata da Brasilata, que ganhou 12 prêmios, sendo quatro deles internacionais e nos ajudou a conquistar o troféu de Empresa do Ano no Prêmio Abre de 2004, as vendas também cres-ceram entre 30% e 40%. Ninguém bate nossos salgadinhos de marca própria em nossa rede. No fim do ano passado lançamos frutas em calda em latinhas expandidas de 200 gramas, da Bertol, que se tor-naram um sucesso de vendas, pois o mercado oferecia latas muito gran-des, inadequadas ao público single. Vi pessoas comprando o produto só pela aparência, pela lata diferente. Na linha GoodLight, do Pão de Açúcar, tivemos altas expressivas em vendas com embalagens inova-doras de pratos prontos. Também em 2005 nós promovemos o rede-sign de embalagens de sazonais, frutas secas para o Natal. Embora eu não tenha números, posso dizer que esse projeto gerou um lucro significativo.

O Pão de Açúcar também adotou em algumas lojas uma embalagem cuja eficácia não pode ser medida em ven-das, as sacolas de boca de caixa produzidas com plás-ticos de degradação acelerada. Essa inovação foi bem aceita? Há planos de ampliar sua adoção?A aceitação foi ótima. Ganhamos em imagem. É uma ação que se soma aos projetos ambientais do Grupo Pão de Açúcar, como o incentivo à reciclagem, que também foi reforçado em alertas à importância da separação de resíduos de embalagem por tipo de material, estampados nas sacolas do tipo camiseta, e em ações de coleta seleti-va nas lojas do Grupo. Queremos intensificar, daqui para a frente, o uso da embalagem oxi-biodegradável. Outra ação nossa com caráter social é que todos os cartuchos de papel cartão que utilizamos em nossas marcas pró-prias são dotados de informações em braile. Pensamos em estudar meios de aplicar esse suporte aos deficientes visuais em outros tipos de embalagem, por exemplo nas plásticas flexíveis.

Existe atenção às embalagens de marcas próprias de outros países? Como o senhor posiciona as embalagens do Pão de Açúcar frente às embalagens das cadeias varejistas internacionais?Monitoramos insistentemente o que é feito pelas mar-cas próprias européias, através de viagens, da internet e do nosso sócio francês, com quem temos sinergia

muito grande (o grupo varejista Casino, detentor de 50% do con-trole da Companhia Brasileira de Distribuição). Um parâmetro para nós é a inglesa Tesco, que chega até a vender seus produtos de marca própria fora de sua rede e é focada em qualidade e em inovação em embalagem. Compare nossas emba-lagens com as da Tesco e você verá que estamos ali, em pé de igualdade. O Pão de Açúcar é benchmark no Brasil em marca própria. Mas tam-bém queremos ser referência mun-dial. Os prêmios internacionais indi-cam que estamos na estrada certa.

Não adianta projetar embalagens inovadoras, impactantes, sem des-tacá-las devidamente no ponto-de-venda. Como ficam as marcas pró-prias na política de gerenciamento de categorias nos supermercados do Grupo Pão de Açúcar?A marca própria é hoje um dos maiores bens da corporação, como

o próprio Abílio Diniz (atual presidente de conselho) faz questão de transmitir. Ela é uma grande empresa dentro do Grupo, e pode crescer muito mais. Por isso, nossas marcas próprias dividem com as marcas fortes os melhores locais de venda nas lojas, na linha dos olhos do consumidor. Trata-se de uma extensão da política que rege o desenvolvimento das embalagens da casa.

É possível antecipar detalhes sobre os projetos de inova-ção atualmente tocados pelo seu departamento?Por estratégia, guardamos sigilo. Hoje, todos vigiam o Pão de Açúcar também. Posso dizer que estamos estu-dando projetos com a Saint-Gobain para embalagens de vidro de novas categorias. Acabamos de lançar, de carona na Páscoa e na Copa do Mundo, uma bola de cho-colate com cartucho diferenciado, em formato esférico (veja detalhes na página 22). Teremos outras novidades ligadas à Copa e outros lançamentos inovadores no decorrer do ano. Pode esperar.

“A marca própria é

hoje uma grande

empresa dentro do

grupo, e pode crescer

muito mais. Por isso,

nossos produtos

dividem com as marcas

fortes os melhores

locais de venda nas

lojas, na linha dos

olhos do consumidor”

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44 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006

inco anos atrás, a linha de cosmé-ticos antiidade Renew, da Avon, vendia 140 000 unidades por ano no Brasil. Em 2005, as vendas

unitárias fecharam em 4 milhões. A linha de combate aos sinais do tempo tornou-se uma menina-dos-olhos da empresa, mas também atraiu o interesse de rivais, especialmente da Natura. Naturalmente, a concorrência mais renhida exige embalagens com maior apelo vendedor. Por isso, a líder do mercado de cosméticos rejuvenescedores dedicou extrema atenção à criação do visual de seu novo Creme Facial Intensivo Antiidade Renew Alternative, produto resultante de cinco anos de pesquisas e que une o poder medicinal de plantas orien-tais com a alta tecnologia americana.

higiene e beleza >>> design

C

Em novo creme anti-sinais, Avon busca ainda maior sofisticação em embalagem para distanciar-se da concorrência

Rugas, rusgase apuro visual

O pote do produto, produzido pela maior vidraria mexicana de embalagens, a Vitro, teve design desenvolvido pela própria Avon, com base nas cores e no layout do mesmo creme lançado recentemente nos Estados Unidos. A contribuição brasileira se dá na embalagem secundária do produto. O cartucho de papel cartão do Renew Alternative é produzido pela gráfica paulistana Congraf. “As características da embalagem comunicam ao público que o produto é de alta tecnologia e oferece ao consu-midor o que há de mais inovador no tratamento antiidade”, diz o diretor de pesquisa e desen-volvimento da Avon para a América Latina, João Hansen. “Temos o desafio de estar sem-pre atentos aos anseios de nosso público e às novidades que possam ser desenvolvidas, para que a embalagem continue a ser uma aliada na conquista dos consumidores”.

Para divulgar o Renew Alternative, a Avon investiu 21 milhões de reais em ações que envolvem campanha publicitária na mídia impressa e eletrônica, patrocínios de progra-mas de TV, catálogos, displays e guias de orientação às revendedoras, entre outras. Outra

ação de vulto tem a ver com embalagens. Mais de 10 milhões de amostras grátis do

produto serão distribuídas ao público, em sachês de 1,1 grama. As embalagens

flexíveis promocionais são das brasi-leiras Mappel e Embalarte. Quanto aos próximos passos em produtos e embalagens da linha Renew, a Avon avisa: metrossexuais, pre-parem-se. “Temos um projeto de antiidade masculino para o ano que vem”, afirma Silvana Cassol, vice-presidente de marketing da Avon brasileira.

Congraf(11) 5563-3466www.congraf.com.br Embalarte(11) 4138-8080 www.embalarte.com.br Mappel(11) 4346-6377www.mappel.com.br Vitro+1 (800) 766-0600www.vitro.com

DAQUI – Embalagens secundárias de papel cartão são impressas

pela Congraf

DE LÁ – Pote de vidro, da mexicana Vitro, segue o mesmo design da versão americana do creme

FOTO

S:

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AÇÃO

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ara quem continua acreditando no mercado exter-no, mesmo com a atual política cambial, uma velha máxima continua válida: para vender, é preciso que

os compradores estejam cientes de que a oferta existe.Por isso, em meados de 2005 a Bloco de Comunicação,

editora responsável por EMBALAGEMMARCA, tomou uma decisão ousada, anunciada ao mercado durante a Argenplás, feira do setor de plásticos que ocorreu em Buenos Aires entre 20 e 24 de março. Com a edição nº 79, de março de 2006, a revista ganhou uma versão em espanhol, iniciando um pro-cesso de expansão da distribuição pela América Latina.

“O mercado brasileiro é muito importante para os demais países da região, e por isso há grande interesse em se saber o que ocorre por aqui”, explica Marcos Palhares, diretor de marketing de EMBALAGEMMARCA. “As revistas locais priorizam informações dos países em que são produ-zidas, o que gera uma carência de notícias vindas do Brasil.” É essa lacuna que EMBALAGEMMARCA vai suprir, ajudando a promover o setor brasileiro de embalagens em países que constituem mercados importantes.

A editora, preocupada manter a mesma qualidade grá-fica e editorial que consolidou EMBALAGEMMARCA como referência no mercado brasileiro, optou por ampliar a tira-gem da revista com os textos em português, e distribuí-la dessa forma nos países vizinhos. “Desde seu lançamen-to, a revista veicula ações especiais de amostragem que seriam difíceis de replicar numa versão traduzida”, explica Palhares. “Nesse estágio, por questões industriais, produzir uma revista em espanhol seria economicamente inviável, mas pensando no conforto do leitor disponibilizamos em nosso site a versão integral das reportagens em castelhano.” Os interessados podem, inclusive, “folhear” a revista virtual com os textos traduzidos.

EMBALAGEMMARCA inicia distribuição para outros países da América Latina

Sem fronteiras

institucional

P

com os textos traduzidos.

TRADUÇÃO – Versão em castelhano da revista virtual já está no ar

www.embalagemmarca.com.br

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46 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006

inha-se a sensação, não muito tempo atrás, de que o rótulo termoencolhível permaneceria por anos

e anos circunscrito à decoração de produtos como cosméticos e bebidas com algum valor agregado. Aos pou-cos aquela noção cai por terra, liqui-dada por casos como o agora mos-trado pela Bunge. Seu novo Cyclus Saúde pinta como o primeiro óleo vegetal brasileiro a trajar o filme plástico aplicado sob calor. Para a fabricante, o rótulo inusitado na cate-goria irá comunicar de modo claro a fórmula nobre e o atributo funcional da novidade.

Composto por sementes de soja, canola e girassol, o Cyclus Saúde garante reduzir riscos cardiovascula-res com doses de ômega 3 e ômega 6, a um preço médio de 5 reais no varejo. O posicionamento em faixa premium favoreceu o uso do termo-encolhível, mais caro que o rótulo plástico mais popular da seção de óleos, a banda de polipropileno bio-rientado (BOPP). “A contrapartida ao custo é a adaptação ao design arrojado, pois o termoencolhível conforma-se a superfícies curvas e complexas, cada vez mais exigidas nas embalagens”, coloca Armando Luís Monteiro, gerente de vendas sul-americanas da ITW Canguru Rótulos, a fornecedora ligada ao projeto. O Cyclus Saúde aproveita esse deta-lhe. Por causa do termoencolhível, sua garrafa de PET, produzida pela Amcor PET Packaging, pôde ganhar

um perfil slim e mais ergonômico.De PVC, o filme empregado no

rótulo do novo óleo é importado de variadas fontes ligadas ao grupo americano ITW e suporta contra-ção de até 62%. Baterias de testes de encolhimento foram conduzidas para que a arte do rótulo, criada pela agência Pande e impressa em sete cores em flexografia, não distorcesse e se adaptasse às ranhuras da garrafa, projetadas para evitar colapsos estru-turais durante o ciclo de vida do pro-duto. Obtido o resultado satisfatório, a Bunge instalou um túnel de enco-lhimento na sua unidade de Gaspar (SC), a responsável pela produção de óleos, margarinas e maioneses.

Partiu da Bunge a opção por dei-xar a parte superior da garrafa des-coberta, permitindo ao consumidor visualizar o conteúdo da embalagem, num jogo de contraste com o rótu-lo opaco. Mais que isso, a cabeça transparente destaca, através de duas gravações em relevo, o logotipo de Cyclus, marca guarda-chuva de pro-dutos funcionais e de apelo saudável (o detalhe não aparece no ângulo da foto ao lado, de divulgação). Na interpretação de Ubaldo Mota, geren-te de marketing da Bunge, o investi-mento em diferenciação de embala-gem rendeu à empresa “o único óleo da categoria que segue as tendências do mercado de embalagens, apresen-tando um design moderno”. A torcida da fabricante, agora, é para o consu-midor compensar todo esse esforço de desenvolvimento.

decoração >>> alimentos

T

Graças a lançamento funcional da Bunge, rótulo termoencolhível, presente em um número crescente de produtos, estréia nas prateleiras de óleos vegetais

Óleo no ciclo de expansão

Amcor PET Packaging(11) 4589-8000www.amcor.com

ADIÇÃO – Com termoencolhível, maior valorpercebido que com a usual banda de BOPP

ITW Canguru Rótulos(11) 3044-2366www.itw-autosleeve.com

Pande(11) 3849-9099www.pande.com.br

DIV

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AÇÃO

Page 47: Revista EmbalagemMarca 080 - Abril 2006

avanço dos termoencolhí-veis no mercado brasileiro deve muito aos projetos de máquinas para a adaptação

desses rótulos às embalagens de formato cubado e paralelepípedo. Afinal, a gran-de difusão inicial dos filmes contráteis ocorreu nos recipientes cilíndricos, que, por não terem frente e verso definidos, facilitam a aplicação. Já os potes com faces planas exigem centralização do rótulo e deformações exatas da impres-são, a fim de se obter a apresentação desejada na contração da decoração. Uma das principais contribuintes para a superação desses obstáculos é a STM, produtora de equipamentos automáti-cos para inserção de termoencolhíveis e representante local dos rótulos da argen-tina Zanniello, hoje aplicados numa série de produtos nacionais.

Os projetos de decoração de potes cubados remontam ao fim de 2004, quando a STM envolveu-se no lança-mento da maionese Vigor. O objetivo da cliente era fazer seu pote, produzido pela Huhtamaki, ser reutilizado pelo

consumidor, à guisa de um Tupperware. Para tanto, a STM propôs a aplicação de um termoencolhível da Zanniello com uma linha micro-serrilhada, para facilitar a retirada do rótulo após o término do produto.

Também para a Vigor, a STM recen-temente participou da estréia da nova linha de margarinas Leco com sabores. A aplicação dos rótulos é feita pelo equipamento EPET AB 140 COP, de fabricação nacional. No fim de 2005, a empresa entregou uma segunda máquina aplicadora para a Fibrasa, no Espírito Santo, destinada à colocação de rótulos da Zanniello nos potes das margarinas Leco de 250 gramas e 500 gramas. “Nossas máquinas possuem alimenta-dor de potes e descarga com empilha-dor automático e podem decorar até 150 potes por minuto”, destaca Ricardo Chorovicz, do departamento comercial da STM/Zanniello. “Já os nossos rótulos podem assimilar os mehores processos de impressão e aplicações como metali-zação, tratamento fosco e sistema ultra-violeta, entre outros”.

O

Máquinas da STM dão eficácia à aplicaçãode termoencolhíveis em potes de faces planas

Cai como luva

decoração >>> alimentos

AMOLDAMENTO – Maioneses e margarinas: nobreza com inserção exata dos rótulos

STM: (11) 6191 6344 • www.stm.ind.br

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AÇÃO

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48 >>> EmbalagemMarca >>> abril 2006

mão você não tem um câmbio favorável, incentivador.

Em que extensão a atual situ-ação está afetando o setor de bens de capital no Brasil?O problema não se restringe apenas à entrada de máquinas. Hoje entram também os produ-tos acabados. Com isso, temos máquinas paradas, e não há a

necessidade de investimento em equi-pamentos. O mercado interno, dessa forma, não consegue absorver o que se deixa de exportar. No decorrer do tempo, isso pode levar a um proces-so de desindustrialização do país. O governo tem de tomar muito cuidado com o que está acontecendo. Hoje vemos fábricas multinacionais mudan-do alguns centros de produção do Brasil para outros países. Em multina-cionais, a análise é simples: se o Brasil está dando prejuízo, vai-se embora do Brasil. Não existe sentimento nacio-nalista. Na Abimaq temos visto vários exemplos de empresas fazendo isso. O que também se vê é empresa maquian-do equipamento importado para pas-sar por produto nacional e conseguir financiamento. Tudo isso vai levar a uma desindustrialização do Brasil, e nós vamos exportar só commodities, sem nenhum valor agregado.

Isso não seria perder as conquistas dos últimos anos?É uma pena, pois nos últimos anos as máquinas brasileiras cresceram muito em tecnologia, ganharam credibilidade internacional. Existem hoje, por exem-plo, fabricantes brasileiros que expor-tam máquinas já com o logotipo de fabricantes europeus, que as vendem como se fossem fabricadas por eles.

entre os expositores brasileiros na Argen-plás, feira dirigida ao setor plástico que

ocorreu em Buenos Aires entre 20 e 24 de março último, os que mais tinham a lamentar eram os fabricantes de equipamentos. As críticas centravam-se num alvo comum: o real sobrevalo-rizado. Numa entrevista exclu-siva concedida a EMBALAGEMMARCA, Maristela Simões de Miranda, da Dire-toria Estratégica de Financiamentos da Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamen-tos e diretora comercial da fabricante de máquinas Maqplas, alerta para os riscos que a atual política cambial traz para o setor industrial brasileiro.

Quais são os maiores desafios que o fabricante brasileiro de equipamentos enfrenta para exportar para outros países da América Latina?O grande problema hoje é a taxa de câmbio, o real valorizado. Isso torna o valor de nossos equipamentos muito ruim para a exportação. Estamos per-dendo não só para os equipamentos asiáticos. Hoje já estamos perdendo também para equipamentos america-nos e europeus. Os equipamentos euro-peus estão chegando com preço muito similar aos nossos, às vezes cerca de 15% mais caros que os brasileiros, mas, como eles têm mais tradição, nós acabamos perdendo a concorrência.

Há algum tipo de financiamento que possa minimizar o impacto da super-valorização?Não temos como fazer mágica. Para compensar o câmbio forte, precisa-ríamos ter juros baixos. E esse não é

DNa Argentina, setor de máquinas vocifera contra os juros altos e o câmbio irreal

Rumo à desindustrialização

bem o caso do Brasil. A Abimaq tem feito vários pleitos para sensibilizar o governo de que essa perda de com-petitividade dos equipamentos é um problema sério, na medida em que não é só o fabricante de bens de capital que está sendo abalado. Toda a cadeia produtiva está sendo afetada pela atual taxa cambial. Nós deixamos de fabricar equipamentos, mas toda a nossa cadeia também deixa de fabricar. Com o passar do tempo, perde-se essa cadeia, porque ela acaba saindo do país. Os primeiros a perder são os nossos forne-cedores, que acabam saindo do Brasil para se instalar em outras regiões, em outros países. Formar novamente essa cadeia é muito difícil. E o governo não está se dando conta disso.

Mas o governo alega estar incentivan-do as exportações...Na Maqplas, estamos investindo há vários anos em uma estrutura para exportação, acreditando naquilo que o governo falou, e ainda fala, de que as empresas devem investir em exporta-ção. Estamos aqui na Argenplás junto com outras empresas, com o apoio da Apex, que é um programa governa-mental destinado a promover as expor-tações. É um contra-senso. Numa mão você tem um incentivo para divulgar o seu produto para exportar, e na outra

CONTRA-SENSO Para Maristela, não

adianta incentivar exportações com

real valorizado

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razida ao Brasil menos de cinco anos atrás, a tec-nologia d2w, da inglesa Symphony, vem sendo o

principal catalisador da difusão no país das embalagens plásticas de degrada-ção acelerada – ou oxi-biodegradáveis, na expressão que define a decomposi-ção mais veloz desses materiais sob a ação de agentes naturais como água, raios solares e microorganismos. Mais de 60 transformadores nacionais de embalagens já trabalham com a d2W, avalizados pela RES Brasil, sua licen-ciadora no país. Em março, o CEO da Symphony, o inglês Michael Laurier, veio pela segunda vez ao Brasil, a fim de acompanhar os negócios e dar pros-seguimento a uma missão que consi-dera crucial: esclarecer o empresariado local sobre a tecnologia de oxi-biode-gradação e suas conformidades legais. EMBALAGEMMARCA aproveitou a oca-sião para conversar com o executivo.

O senhor visitou o Brasil duas vezes nos últimos meses. Que fatores chama-ram sua atenção quanto à divulgação dos plásticos de degradação acelerada no país?A confusão causada por algumas asso-ciações representantes da indústria de plásticos. Houve confusões na inter-pretação de regras internacionais sobre embalagens compostáveis. Algumas pessoas acharam que elas abarcariam também as embalagens oxi-biodegradá-veis. Mas são coisas diferentes. Por isso, associações tomaram uma posição con-denatória quanto aos plásticos oxi-bio-degradáveis, divulgando informações desencontradas ou não recomendando o seu uso entre as indústrias. Muitas empresas usuárias de embalagens que estavam interessadas na tecnologia aca-baram retrocedendo. Em alguns desses

plásticas >>> degradação acelerada

TConfusão acerca dos plásticos oxi-biodegradáveis faz inglês bisar visita ao país

Encontros e desencontroscasos houve migração, por exemplo, do polietileno para o papel, aumentan-do custos e os volumes de resíduos, ou então a manutenção dos plásticos comuns, que podem levar até 400 anos para se degradar na natureza. Esclarecer dúvidas do mercado foi a principal intenção de minhas visitas ao Brasil.

Há uma série de pressões governa-mentais e de leis severas relativas ao impacto ambiental das embalagens na Europa. Por aqui as indústrias não enfrentam o mesmo rigor. Essa situação enfraquece o apelo das embalagens oxi-biodegradáveis no Brasil?A situação na Europa também é con-fusa e sujeita a pesados debates, como em outros países. Em alguns meses a posição européia a respeito das emba-lagens oxi-biodegradáveis deverá ficar mais clara, e o Brasil poderá seguir a mesma linha. Até lá, entretanto, não há motivo para o processo afetar a difusão de tecnologias como a nossa, uma vez que o FDA e padrões europeus deter-minam que ela é segura para o solo e para o contato com alimentos. Diversas corporações de grande porte já utilizam a tecnologia d2w em mais de 35 países ao redor do mundo.

A tecnologia d2w da Symphony inicial-mente se difundiu no negócio de emba-lagens plásticas flexíveis no Brasil. O senhor vê potencial para embalagens rígidas também? Como se encontra o cenário europeu no tocante aos tipos de embalagens oxi-biodegradáveis que já são utilizadas?Aplicações da tecnologia em embala-gens rígidas são possíveis e na Europa alguns trabalhos já foram feitos com

garrafas para leite e água mineral. A maioria dos produtos oxi-biodegradá-veis ainda é de descarte em curto prazo, como sacolas de varejo, envoltórios para alimentos e sacos para lixo.

Já existem mais de 60 convertedores brasileiros testando ou já produzin-do embalagens com os aditivos da Symphony. O senhor esperava esse desempenho em tão pouco tempo?Ficamos impressionados, mas não sur-presos, porque os transformadores não alteram seus processos produtivos e o custo da tecnologia é bastante acessível. Numa época em que crescem a preo-cupação ambiental e a necessidade por plásticos para carregar bens e protegê-los, os oxi-biodegradáveis são soluções imediatas para a indústria e para o consumidor defenderem uma posição pró-ambiental sustentável.

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RUÍDO – Para Laurier, comunicação errônea retardou a oxi-biodegradabilidade no Brasil

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dade. Essa função é coberta pelo 3-dX, plug-in para o Adobe

Illustrator que integra o produto DeskPack. O 3-dX deixa um canal aberto entre a criação bidimensional e a visualização 3D, facilitando o trabalho dos designers e a compreensão dos pro-jetos. Segundo Jan De Roeck, diretor de marke-ting da Esko, a adição do plug-in é resultado de um sinal do mercado. “Mais de 90% dos proje-tos de embalagens são preparados no Illustrator, o programa preferido dos designers”.

Escopo ampliadoTerceira versão da suíte Scope aumenta leque de ferramentas e propõesinergia ainda maior para aperfeiçoar a pré-impressão de embalagens

anivete suíço para a pré-produção de embalagens, a suíte de softwares Scope chega à sua terceira versão em abril. O pacote de programas

da belga Esko vem conquistando adeptos ao redor do mundo com uma abordagem atraente: transformar todas as etapas que antecedem a impressão de embalagens num processo colabo-rativo, aberto à participação de todos os elos da cadeia produtiva, para a obtenção do tripé maior qualidade, prazos menores e racionalização de custos. Em resumo, a proposta é de sinergia, e o Scope 3 promete tornar mais fácil obtê-la.

Para as etapas de design estrutural e gráfico, o Scope 3 afina os métodos de visualização 3D de projetos, para tornar testes e provas os mais realísticos possíveis. A versão 7.0 do ArtiosCAD, o componente de design estrutu-ral do Scope, vem na suíte com mais opções de formatos para a importação de arquivos de modelos CAD, bem como uma gama expandida de aspectos de substratos, que cobrem todos os materiais de embalagem – papelão, papel cartão, plásticos etc.

Uma aposta da Esko no Scope 3 é mostrar como o design de embalagens pode se tornar um processo tridimensional com alta interativi-

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Quem também se esforça para divulgar uma suíte de programas para gerir de forma integrada os processos de pré-impressão, impressão e acabamento de emba-lagens e outros artigos gráficos é a Heidelberg. O Prinect, sistema da titã alemã para o gerenciamen-to ponta a ponta de gráficas, vem recebendo tratamento vip nos mais recentes eventos mundiais do setor gráfico, e quer formar uma forte base usuária no mercado brasileiro.

O sistema baseia-se numa

trinca de ferramentas distintas. O Prinect Production Solutions é composto por diferentes softwares que permitem o trabalho on-line de equipamentos de pré-impressão, impressão e acabamento. Uma vez integrados, os dados de acerto dos equipamentos saem da pré-impressão diretamente para os equipamentos inerentes – proces-so que incide na redução do tempo de acerto em cada fase do fluxo de trabalho. Nesse processo, o gráfico ganha subsídios para identi-ficar gargalos e definir estratégias

de investimento em maquinário. Já o Prinect Color Solutions gerencia cores oferecendo uma ferramenta para padronizá-las em todos os equipamentos de pré-impressão e impressão da gráfica. Por fim, o Prinect Management Solutions é uma espécie de administrador vir-tual: promove soluções de gestão da gráfica, regendo orçamentos, compras, custos, planejamento, controle de produção e até o moni-toramento da entrega de trabalhos aos clientes.

O Prinect permite às gráficas

Prinect, da Heidelberg, mira as gráficas rumo ao downsizing

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AÇÃO

dade. Essa função é coberta pelo 3-dX, plug-in para o Adobe

Illustrator que integra o produto DeskPack.

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AÇÃO

GERAL – Pacote do Scope 3 abrange dos rascunhos às saídas de máquina de embalagens

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março 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 53

O casamento com pa-drões da Adobe vai além. As ferramentas de workflow do Scope 3 utilizam o PDF 1.6 como linguagem nativa para edição de trabalho, provas de páginas e ripagem. Elas tam-bém são compatíveis com a versão 1.3 do Adobe JDF (Job Definition Format), formato de arquivo criado para que todas as ferramentas de produção de uma gráfica “falem” a mesma língua, independentemente de marca. Com a linguagem Adobe XMP, todos na cadeia de criação da embalagem têm aces-so a dados críticos embutidos nos arquivos de design, de produção e na saída de RIP. Os fluxos de colaboração e aprovação também são dinami-zados com a nova versão 6.0 do WebCenter, o comunicador on-line integrado ao Scope, agora com novas ferramentas para comparação.

Em gerenciamento de cores o Scope 3 introduz uma nova ferramenta para retículas, a fim de otimizar impressões flexográficas. O PerfectHighlights responde a desafios como a impressão de papelão ondulado, que muitas vezes é feita com chapas poliméricas com grande profundidade de relevo. Nesses casos, pontos de luz dispersos muitas vezes não con-seguem se manter estáveis ao longo da tiragem. O PerfectHighlights garante essa estabilidade. Assim, não só os usuários das embalagens ganham uma impressão melhor, mas os con-vertedores de papelão ondulado obtêm uma forma de diferenciar sua qualidade de impressão daquela da concorrência.

Esko(11) 5583-1311www.esko.com

Heidelberg+55 (11) 5525 4500www.heidelberg.com

PALETA – DeskPack amplia funcionalidade CAD do Adobe Illustrator, programa preferido dos designers de embalagens

instalarem os módulos de acordo com sua conveniên-cia e necessidade em cada fase de produção. Assim como os gerenciadores de serviços gráficos mais atu-ais, o Prinect abraça o for-mato JDF (veja explicação no texto sobre o Scope).

A Heidelberg do Brasil irá promover na ExpoPrint Latin America, evento a ser realizado em maio em São Paulo, o Prinect Experience, evento que explica todos os processos do Prinect e que fez barulho nas feiras internacionais Drupa 2004 e Print & Converting 2005.

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À MÃO – Prinect gerencia processos produtivos e até mesmo a administração de gráficas

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Inteligentes...Um estudo da Faculdade de Ciências da Universidade de Amsterdã, apre-sentado na semana passada em uma conferência de informática na Itália e depois publicado no jornal The New York Times, demonstra que etiquetas de identificação por radiofreqüência (RFID) podem ser contaminadas por vírus digitais. Isso pode ocorrer de dois modos: com códigos maliciosos e pane do sistema por sobrecarga de dados (buffer overflow).

...Mas suscetíveisSegundo o estudo, os vírus, a partir de uma só etiqueta, podem corrom-per estoques inteiros. Indústrias não gostaram do estudo. Mas os pesqui-sadores envolvidos demonstraram na prática a eficácia de sua tese, “conta-minando” uma etiqueta inteligente.

Atenções no Sol NascenteNilpeter, Gallus, MPS, Gidue, HP Indigo, Lintec e Omet são alguns dos nomes que participarão do Label Summit Japan, a se realizar no fim de abril em Tóquio. A expectativa em torno do evento é grande. O Japão responde por 52% do mercado de rótulos asiático e é o segundo maior consumidor de rótulos do mundo.

Mais uma HeidelbergFocada no segmento promocional, a Gráfica Romus, de São Caetano do Sul (SP), adquiriu uma impressora Speedmaster SM 74-4+L com verniz em linha, da Heidelberg. A meta é aumentar a produtividade nos tra-balhos de médio formato. A Romus espera um aumento de 30% na pro-dução em 2006.

Certificação completadaA Suzano Papel e Celulose acaba de receber para as suas unidades flo-restais de São Paulo e Minas Gerais, a certificação OHSAS 18001, norma internacional que atesta o uso das melhores práticas de gestão de segu-rança e saúde ocupacional junto aos seus colaboradores. Essa conquis-ta completa o processo iniciado em 2001, quando as áreas da Bahia e do Espírito Santo foram certificadas. Agora, toda a unidade florestal da empresa possui a OHSAS 18001.

BRICs, eldorados também para rótulos

A economia global mais e mais volta os olhares para os chamados BRICs, sigla cunhada para definir o bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e China, países em rápida industrialização – portanto, com vastas oportunidades de negócios. A situação não é diferente para a indústria de rótulos e etiquetas.

Enquanto no Japão, nos Estados Unidos e no Oeste Europeu o mer-cado de rótulos provavelmente crescerá a médias anuais de 5% a 7% nos próximos cinco anos, nos BRICs essas taxas se manterão com folga na casa dos dois dígitos. Veja as previsões para cada um desses países emergentes.

BRASILMesmo sem espetáculo de crescimento, o mercado nacio-nal de rótulos e etiquetas evolui consistentemen-te. Ele deverá manter médias anuais de cres-cimento de 18% pelo menos até a próxima Copa do Mundo.

RÚSSIAVem sendo o país de maior crescimento para o negócio de rótulos auto-ade-sivos nos últimos três anos. Para especialistas, o mercado local de rótulos manterá índices de cres-cimento de 17% nos próximos anos.

ÍNDIASediou em fevereiro, pela primeira vez, a rodada de negócios Label Summit, realizada em vários países. Estudos prevêem que seu mer-cado de rótulos crescerá a taxas anuais de 18% a 23% nos próxi-mos cinco anos.

CHINARótulos e emba-lagens repre-sentam 48% de todos os servi-ços de impres-são no país de Mao, em franco crescimento. O mercado chinês de rótulos deve-rá ter evoluções anuais de 15% a 20% pelo menos até 2007.

Fontes: FINAT e Tarsus Group

Brasil, Rússia, Índia e China manterão alta nos próximos anos

A brasileiríssima Cachaça Sagatiba ganhou destaque na capa da primeira edição trimestral de 2006 da revista FINAT Labelling News, órgão oficial da FINAT, a associa-ção mundial da indústria de rótulos auto-adesivos e pro-dutos afins. Produzido pela

Prodesmaq, hoje CCL Label, o sistema de rotulagem da garrafa da Sagatiba, em que sobressaem o no-label look e o efeito lupa da imagem interna do con-tra-rótulo, foi um dos pre-miados do Concurso de Rótulos FINAT de 2005.

Auto-adesivo brasileiro em evidênciaBoletim setorial destaca a Cachaça Sagatiba

Prodesmaq, hoje CCL Label, o sistema de rotulagem da

que sobressaem o no-label

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abril 2006 <<< EmbalagemMarca <<< 55

De olho na tendência de peque-nas e médias tiragens, a Gráfica e Editora Sarapuí, especializada no segmento de embalagens, adquiriu uma impressora Roland 500, da alemã MAN, representada no Brasil pela Intergrafica Print & Pack. O equipamento, capaz de realizar trabalhos em seis cores com verniz, é ideal para a atuação no merca-

do meia folha. Segundo Danilo Storti Garcia, diretor comercial da Sarapuí, os pedidos de pequenos volumes incorriam em problemas de custo no trabalho com folha inteira, que muitas vezes tinham de ser absorvidos pela gráfica. Com a MAN Roland 500, que atin-ge cadência de até 18 000 folhas por hora, a capacidade produtiva

da Sarapuí deve ser otimizada em até 40%. Os principais clientes da Sarapuí estão na indústria farma-cêutica. Hoje, os laboratórios res-pondem por 60% do volume de produção da empresa. (11) 6115-3400www.graficasarapui.com.br(11) 5522-5999www.ippgroup.net

Gráfica Sarapuí investe em mercado meia folhaIntenção é atender à maior demanda de pequenas e médias tiragens de embalagens

Komori, nova estrela da EstrelaOff-set dará competitividade a gráfica catarinense de rótulos

Com vocação para a conversão de rótulos e etiquetas adesivas, a cata-rinense Gráfica Estrela quer ver sua produção em off-set – que, ao lado da flexográfica, corresponde a 50% dos serviços da empresa – dobrada em pouco tempo. Para tanto, a empresa acaba de adquirir uma impressora japonesa Komori, modelo Lithrone S 640+C. A máquina, comercializada no Brasil pela Gutenberg Máquinas e Materiais Gráficos, tem capacidade para impressão em até seis cores, mais aplicação de verniz. “O inves-timento foi feito para incrementar a competitividade, reduzir custos e melhorar a produtividade, uma vez que o modelo é automatizado”, diz Cesário Rogério, gerente geral da Gráfica Estrela.(49) 3441-0200www.graficaestrela.com.br(11) 3225-4400www.gutenberg.com.br

Duas vias de promoção com adesivosSoluções da Novelprint valorizam embalagens de cereais

A gaúcha Cerealista Albaruska encontrou uma maneira criativa de destacar seus arrozes Natural Ser e Arroz de Pilão nas seções de grãos. Os frontais da sacaria dessas mar-cas recebem a aplicação de etique-tas auto-adesivas do tipo bula, da Novelprint. Com informações sobre o produto e seu modo de preparo, a peça pode ser destacada e guar-dada pelo consumidor. “Já somos conhecidos como ‘o arroz do seli-nho’”, conta Nelson Londero, diretor da Albaruska. Cerca de 600 000 etiquetas são consumidas por mês pela cerealista. Outra solução da Novelprint, stickers promocionais auto-adesivos, ganharam o verso do rótulo do Neston 3 Cereais, da Nestlé. As figurinhas, para colecio-nar, destacam temas da animação A Era do Gelo 2.(11) 3768-4111www.novelprint.com.br

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AÇÃOSOLUÇÕES – Arrozes da Albaruska adotaram

bula (acima); Neston 3 Cereais, da Nestlé, figurinhas colecionáveis (abaixo)

PLUS – Melhoroff-set na Estrela

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Anunciante Página Telefone Site

Alcan/Cebal 3 (11) 4723-4722 www.cebalbrasil.com.br

Arco Convert 11 (11) 6161-8099 www.arco.ind.br

Aro 19 (11) 6462-1700 www.aro.com.br

Brasil Multimídia 33 (11) 5678-7798 www.brasilmultimidia.com.br

CCL Label 7 (19) 3876-9300 www.ccllabel.com.br

Colacril 35 (44) 3518-3500 www.colacril.com.br

Congraf 30-31 (11) 5563-3466 www.congraf.com.br

C-Pack 4ª capa (11) 5562-8671 www.c-pack.com.br

Diadema 25 (11) 4066-7833 www.embdiadema.com.br

Dixie Toga 21 (11) 5516-2096 www.dixietoga.com.br

Easy Pack 27 (11) 4582-9188 www.easypack-brasil.com.br

Elo Design 53 (11) 3871-9942 www.elopress.com.br

Fispal 49 (11) 5694-2666 www.fispal.com

Gumtac/Pimaco 45 (21) 2450-9707 www.gumtac.com.br

Imaje 47 (11) 3305-9455 www.imaje.com.br

Indexflex 5 e 13 (11) 3618-7100 www.indexflex.com.br

Integral Pack 27 (11) 5533-1076 www.integralpack.com.br

Interplast 51 (47) 3451-3000 www.interplast.com.br

Kromos 23 (19) 3879-9500 www.kromos.com.br

Luxepack 43 (11) 5521-4325 www.luxepack.com.br

Maddza Máquinas 33 (35) 3722-4545 www.maddza.com

Markem 9 0800 13 2020 www.markem.ind.br

Master Print 33 (41) 2109-7000 www.mprint.com.br

Moltec 27 (11) 5523-4011 www.moltec.com.br

Poly-Vac 3ª capa (11) 5693-9988 www.poly-vac.com.br

Rio Polímeros 41 (21) 2157-7777 www.riopol.com.br

SetPrint 53 (11) 2133-0007 www.setprint.com.br

Simbios-Pack 53 (11) 5687-1781 www.simbios-pack.com.br

Sonoco For-Plas 53 (11) 5097-2750 www.sonocoforplas.com.br

Speranzini Marketing 27 (11) 5685-8555 www.speranzini.com.br

STM 39 (11) 6191-6344 www.stm.ind.br

Studio AG 27 (11) 5581-5974 www.studioag.com.br

Technopack 19 (51) 3470-6889 www.technopack.com.br

Tetra Pak 2ª capa (11) 5501-3262 www.tetrapak.com.br

Uniflexo 17 (11) 4789-5946 www.uniflexo.com.br

Wheaton 37 (11) 4355-1800 www.wheatonbrasil.com.br

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A Braga Produtos Adesivos, preocupada em atender, ouvir e transformar em soluções as necessidades de seus clientes, pre-za pela imagem que é refletida nos veículos em que anuncia. É neste aspecto que a credibilidade, o conteúdo editorial e gráfico de alta qualidade da EmbalagemMarca fazem dela uma referên-cia no mercado de embalagens. Com informações atualizadas e sintonizadas com as mudanças do mercado, a revista trata o “mundo da embalagem” da maneira como deve ser visto: com o valor e a importância que tem na vida das pessoas.

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Almanaque

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VOCÊ SABIA?A receita do café tipo cappuccino

foi criada nos anos 1940, na Itália,

a partir da mistura de pó de grãos

nobres, leite vaporizado, açúcar e

canela em pó. O nome se deveria à

semelhança entre a cor da bebida

e a da vestimenta dos monges

capuchinhos, ou cappuccini em

italiano (no singular, cappuccino).

A Cervejarias Kaiser Brasil, hoje

Femsa Cerveja Brasil, foi a primeira

cervejaria a estampar um número

de atendimento ao consumidor em

seus rótulos. Foi em 1992.

Será coisa secular?Dizem que o xote deriva da polca escocesa, ou schotisch, uma popular dança de salão dos ale-mães. Curiosamente, atri-bui-se origem germânica também à xiboquinha, bebida que virou moda nos forrós de ultimamen-te. Seria uma receita do imigrante tedesco Hans Wolfgang Mehster popu-larizada em Itápolis, inte-rior paulista, na década de 50. Os clientes do res-taurante do qual Mehster era cozinheiro teriam aportuguesado o nome original do drinque,schepöken, por assonância, e deu no que deu. Há quem acredite que regar xotes com shots de xibo-quinha pode ser tradição antiga, importada dos bailes alemães. Mas a versão oficial é que a bebida se apegou aos arrasta-pés na praia capixaba de Itaúnas, perto de onde era fabricada, já como Xiboquinha, marca registrada da Philadelphia, nos anos 90. Seguiu de lá para os forrobodós de todo o Brasil.

Pesquisas puseram giz no tacoAté o início do século passado era comum a aplicação de verbas de publicidade a esmo, valendo-se apenas de fé na tacada. Prestando serviços a indústrias como avalia-dor de especificações técnicas de produtos, o engenheiro americano Arthur C. Nielsen (ao lado) notou como esses tiros no escuro afligiam os executivos. Eureca. Ele encetou uma rotina de peregrinações a lojas

em variados pontos de seu país, rastreando desempenhos de mar-cas, e passou a ofertar às indústrias

um serviço até então inédito: pesquisas de mercado. Nielsen criou o conceito de market share e abriu, em 1923, uma empresa para explorar o filão das estatísticas de merca-do, a ACNielsen. Foi um

giz para as tacadas de marketing dali em diante.

os executivos. Eureca. Ele encetou giz para as tacadas de marketing

My name is Boca...Herói das peças publicitárias do Cepacol, o enxaguatório bucal da Sanofi-Aventis, o Bond Boca foi criado pelo publicitário Cláudio Sendim no início dos anos 80. Como o personagem deixa claro, Sendim o rascu-nhou tendo em mente Roger Moore, o ator britânico que à época personificava o agente secreto James Bond, o 007, no cinema. Os traços de Boca foram refinados pelo cartunista Spacca. Serginho Leite, o humo-rista, emprestava seu gogó ao herói nas animações, produzi-das pela Briquet Filmes. Mais recentemente, Boca adquiriu ar menos formal, deixando o summer com lenço e a gravata borboleta no closet.borboleta no closet.

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