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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Química Bacharelado Edna Dourado da Silva Estefani Marcela da Silva Genaro Isabela Cavalcante de Camargo Soraia Suelen Ferreira da Silva DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE E IODO CONTIDOS EM AMOSTRAS DE SAIS DE COZINHA COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE LINS-SP LINS SP 2012

UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Edna ... · O sal de cozinha é constituído por uma mistura de diversos sais, tendo o cloreto de sódio como o sal predominante

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Química Bacharelado

Edna Dourado da Silva

Estefani Marcela da Silva Genaro

Isabela Cavalcante de Camargo

Soraia Suelen Ferreira da Silva

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE E IODO

CONTIDOS EM AMOSTRAS DE SAIS DE COZINHA

COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE LINS-SP

LINS – SP

2012

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EDNA DOURADO DA SILVA

ESTEFANI MARCELA DA SILVA GENARO

ISABELA CAVALCANTE DE CAMARGO

SORAIA SUELEN FERREIRA DA SILVA

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE E IODO CONTIDOS EM

AMOSTRAS DE SAIS DE COZINHA COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE

LINS-SP

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Bacharelado em Química, sob a orientação do Profa Terezinha Fiala Modesto.

LINS – SP

2012

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Silva, Edna Dourado da; Genaro, Estefani Marcela da Silva; Camargo, Isabela Cavalcante de; Ferreira, Soraia Suelen da Silva.

Determinação do teor de iodo e umidade contidos em amostras de sais de cozinha comercializados na cidade de Lins-SP / Edna Dourado da Silva; Estefani Marcela da Silva Genaro; Isabela Cavalcante de Camargo; Soraia Suelen da Silva Ferreira. – – Lins, 2012.

52p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Química Bacharelado, 2012.

Orientador: Terezinha Fiala Modesto

1. Sal. 2. Hipotireoidismo. 3. Bócio. 4. Alimentos iodados. I Título.

CDU 54

S578d

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EDNA DA SILVA DOURADO

ESTEFANI MARCELA DA SILVA GENARO

ISABELA CAVALCANTE DE CAMARGO

SORAIA FERREIRA DA SILVA

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE E IODO CONTIDOS EM

AMOSTRAS DE SAIS DE COZINHA COMERCIALIZADOS NA CIDADE DE

LINS/SP

Trabalho de conclusão de Curso, apresentado ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium, como requisito obrigatório, para obtenção do título de

Bacharel em Química.

Aprovada em ___/___/___

Banca Examinadora:

Prof(a) Orientador(a): Terezinha Fiala Modesto

Titulação: Especialista em Química

Assinatura: ___________________________

Prof. Avaliador: Olayr Modesto Junior

Titulação: Mestre em Química

Assinatura:___________________________

Prof. Avaliador: João Artur Izzo

Titulação: Mestre em Comunicação

Assinatura:___________________________

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente, a Deus por tudo

que proporciona na minha vida. A minha família, meu pai

Antonio e minha mãe Maria, as minhas irmãs Renata e

Monique, pois confiaram em mim e me deram apoio nos

momentos difíceis.

Aos meus amigos, que me apoiaram e que sempre

estiveram ao meu lado durante esta longa caminhada, em

especial ao meu querido amigo Jose Antonio Oliveira, e a

minha grande amiga Meire(Amiga-irmã), que muitas vezes

compartilhei momentos de tristezas, alegrias, angústias e

ansiedade, mas que sempre esteve ao meu lado me apoiando

e me ajudando. Não poderia deixar de dedicar também este

trabalho a Fabiana Menezes amiga especial, que me ajudou a

descontrair nos momentos de maior tensão. A vocês meus

amigos dedico este trabalho e todo meu carinho.

A estes dedico meu trabalho, sem a ajuda, confiança e

compreensão de todos este sonho não teria se realizado.

Amo vocês.

Edna

Dedico este trabalho a pessoas muito especiais. Minha

mãe, Adriana, que mesmo por vezes distante, nunca deixou

de estar presente em todos os meus momentos mais

importantes. Obrigada pelo dom da vida e pelo amor que

dedicas a mim. Dedico também a meu padrasto Giuliano,

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minha avó Nayr, e minha irmã Bárbara, que serviram de base

para minha formação pessoal. Se hoje nasce em mim o

orgulho de uma profissão, é porque lá atrás aprendi com

vocês que ser uma profissional faz de mim mais humana, trás

sentido a minha vida. Sendo vocês uma continuação de mim,

sei que hoje dou um pouco mais de sentido à vida de cada

um de vocês. Aos anjos que Deus mandou de presente para

minha vida, aos quais chamo carinhosamente de amigos, em

especial Juliana, Bruno, Flaviana, Gesiane e Cynthia, que

ajudaram na conclusão deste trabalho, seja na elaboração

dele ou na manutenção da felicidade durante meus dias

difíceis, obrigada por tudo, eu amo cada um de vocês.

Estefani

A minha família

Dedico este trabalho aos meus pais, meu irmão e meu

namorado que sempre estiveram ao meu lado me ajudando e

me apoiando em todos os momentos com muito amor,

carinho e dedicação. Agradeço a todos vocês por tudo, e foi

graças a essa força e estímulos que me deram que eu

consegui chegar até aqui. A conquista não é só minha, é

nossa!

Amo muito vocês.

Isabela

Aos meus familiares

Dedico este trabalho a minha família, a minha mãe

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Dirce e ao meu irmão Lucas, que me apoiaram nas horas

mais difíceis desta jornada. Dedico também a minha avó

Francisca (in memorian), as minhas tias Luzia e Solange, que

compartilharam comigo desta realização e me deram forças

para nunca desistir.

Não posso deixar de agradecer ao meu noivo Paulo, o

qual me apoiou, me confortou, foi paciente para ouvir os

meus desabafos e soube me dizer a palavra certa nos

momentos de maiores dificuldades, sempre me dando forças

para a conclusão deste importante capítulo em minha vida.

Sem vocês não conseguiria realizar este sonho, vocês

são muito importantes para mim. Obrigada por tudo!

Amo vocês!

Soraia

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus;

Que nos deu a oportunidade de chegarmos até aqui, nos

apoiando e nos confortando em meio a tantas tribulações.

Aos professores e a Orientadora;

Que sempre se mostraram dispostos a nos ajudar, com

muita paciência, carinho e dedicação. Foi com a ajuda de

todos vocês que estamos concretizando um grande sonho,

podemos dizer com certeza que hoje, nós somos Químicos.

Aos Amigos da faculdade;

Agradecemos o apoio e a ajuda de todos, tornando-se

inesquecíveis por estarem sempre ao nosso lado, com certeza

farão muita falta. Desejamos que todos consigam alcançar

seus objetivos com muito sucesso.

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“Agradeço todas as dificuldades que enfrentei se não fosse

por elas eu não teria saído do lugar. As facilidades nos

impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam

muito”.

Chico Xavier

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RESUMO

O trabalho teve por objetivo determinar o teor de iodo e umidade em amostras de sais de cozinha, comercializados na cidade de Lins-SP. Por ser um produto empregado diariamente na dieta populacional, foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde para ser fonte de suplementação de iodo na alimentação. O iodo é um micronutriente necessário à síntese dos hormônios tireoidianos e esses, por sua vez, controlam atividades do coração, rins e ovários. A carência de iodo na dieta provoca distúrbios no organismo durante a gestação ou em qualquer outra fase da vida, sendo o bócio na fase adulta e o cretinismo no período gestacional, os mais graves. O excesso de iodo no organismo também é prejudicial e está relacionado com o Hipotireoidismo e a síndrome de Hashimoto. O sal deve conter um teor igual ou maior de 20 a 60 miligramas de iodo por quilograma de produto, sendo este adicionado ao processo como iodato de potássio. Para verificar se os sais de cozinha comercializado em Lins-SP atendem as especificações para iodo e umidade, foram adquiridas 10 amostras de marcas distintas nos mercados da cidade. As analises foram realizadas no laboratório do UNISALESIANO, segundo a metodologia do Instituto Adolfo Lutz. Os resultados apontaram que 10% das amostras são não conformes para teor de iodo. Para umidade, a não conformidade foi de 40% das amostras. Palavras-Chave: Sal, Hipotireoidismo, Bócio, Alimentos iodados.

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ABSTRACT

The study aimed to determine the iodine content and moisture contained in samples of kitchen salts, commercialized in the city of Lins-SP, for being it is a product used daily in the population diet, was chosen by the World Health Organization to be source of iodine supplementation in the alimentation. Iodine is a necessary micronutrient for the synthesis of thyroid hormones and these, in turn, control the activities of the heart, kidneys and ovary. The lack of iodine in the diet causes disorders in the organism during pregnancy or at any other stage of life, being the goiter in adulthood and the cretinism in the gestational period, the most serious. The excess of iodine in the body also is detrimental and is related to Hypothyroidism and Hashimoto's syndrome. The salt must contain a content equal to or greater than 20 to 60 milligrams of iodine per kilogram of product and this being added to the process as potassium iodate. To verify if the kitchen salts commercialized in Lins-SP meet the specifications for moisture and iodine, were purchased 10 samples of different brands in the markets of the city. The analyses were performed in the laboratory of UNISALESIANO, according to the methodology of the Instituto Adolfo Lutz. The results showed that 10% of the samples are not conforming to iodine content. For moisture, the non-compliance was 40% of the samples.

Keywords: Salt, hypothyroidism, goiter, iodine foods.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ilustração da mulher de Ló sendo transformada em estátua de sal

durante a fuga das cidades de Sodoma e Gomorra. .......................... 17

Figura 2: Leonardo Da Vinci, The Last Supper. A Ultima Ceia, 1495-1498. ..... 18

Figura 3: Fluxograma do processo de produção do sal comum ....................... 22

Figura 4: Fluxograma do processo de produção do sal refinado. ..................... 24

Figura 5: Falta de iodo causa bócio .................................................................. 28

Figura 6: Padronização da solução de tiossulfato de sódio. ............................. 37

Figura 7: Adição de iodeto de potássio. ............................................................ 38

Figura 8: Mudanças de coloração. .................................................................... 38

Figura 9: Embalagem da amostra A de sal ....................................................... 47

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Características e aplicações do sal .................................................. 25

Quadro 2: Manifestações Clínicas de Deficiência de Iodo. ............................... 29

Quadro 3: Tipos de sais analisados. ................................................................. 33

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Secagem das amostras e valores de umidade ................................. 40

Tabela 2: Teor de iodo em mg/Kg de sal. ......................................................... 44

Tabela 3: Características físicas e químicas dos diferentes tipos de sal. ......... 46

Tabela 4: Recolhimento do sal Norsal . ............................................................ 47

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

DDI - Distúrbios Por Deficiência de Iodo

IAL - Instituto Adolfo Lutz

INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade

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Industrial

MS - Ministério da Saúde

OMS - Organização Mundial da Saúde

PIQ - Processo de Inspeção da Qualidade

RDC - Resolução da Diretoria Colegiada

TSH - Hormônio Estimulante da Tireóide

T3 - Triiodotironina

T4 - Tiroxina

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14

CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................. 16

1 HISTÓRIA E PRODUÇÃO DO SAL ............................................................... 16

1.1 História do sal ...................................................................................... 16

1.2 Produção do sal ................................................................................... 19

1.3 Processo de produção do sal .............................................................. 20

1.3.1 Processo de produção do sal comum ........................................... 21

1.3.2 Processo de produção do sal refinado .......................................... 23

1.4 A importância do sal no organismo ...................................................... 26

1.5 Implicação da adição de iodo no sal .................................................... 27

1.6 Panorama da qualidade do sal comercializado no Brasil ..................... 31

CAPÍTULO II - MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................ 33

2 METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE E

IODO NO SAL DE COZINHA............................................................................ 33

2.1 Ensaio para determinação de umidade ............................................... 34

2.1.1 Material ......................................................................................... 34

2.2 Preparo e padronização das soluções ................................................. 35

2.2.1 Solução indicadora de amido ........................................................ 35

2.2.2 Solução de ácido sulfúrico 0,5 mol.L-1 ........................................... 35

2.2.3 Solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol. L-1 .................................. 36

2.2.4 Padronização da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol. L-1 ....... 36

2.2.5 Solução de tiossulfato de sódio 0,005 mol.L-1 ............................... 37

2.3 Determinação de iodo adicionado na forma de iodato ......................... 37

CAPITULO III - RESULTADOS E DISCUSSÕES ............................................. 40

3 AVALIAÇÕES DE ÚMIDADE E DO TEOR DE IODO ................................ 40

CONCLUSÃO ................................................................................................... 49

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REFERÊNCIAS ................................................................................................ 50

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INTRODUÇÃO

O sal de cozinha é constituído por uma mistura de diversos sais, tendo o

cloreto de sódio como o sal predominante. São extraídas diversas quantidades

de sal no mundo, porém, só uma pequena parte desta quantia está disponível

para consumo. O seu uso é visto desde os tempos neolíticos, onde o mesmo

era utilizado como conservante alimentício (FINOSAL, 2012).

Foi à causa de grandes conflitos gerados na história, por ter um valor

precioso entre os antigos. Era visto como dádiva entre os Deuses, como

símbolo de bruxaria e como moeda em operações de compra e venda.

Também foi citado em diversas passagens na Bíblia Sagrada, dentre elas, a

mais conhecida, encontra-se no livro de Gêneses, onde cita a desobediência

da mulher de Ló, a qual foi transformada em estátua de sal (ROMANI;

NORSAL, 2012).

Houve tempos em que o sal era vendido por preços abusivos, pelo fato

de ter se tornado o monopólio da época. Hoje em dia, não é tão valorizado,

pois, trata-se de uma matéria-prima bem corriqueira e abundante, no Brasil, a

região do Rio Grande do Norte é a predominante na produção de sal

(NORSAL, 2012).

São inúmeras suas utilidades, dentre as quais, se encaixa no uso

culinário, na produção da soda caustica, do cloro, da barrilha, do ácido

clorídrico, do vidro, do alumínio, de plásticos entre outras. (FINOSAL, 2012).

O sal destinado a fins alimentícios foi escolhido pelo Ministério da Saúde

como suplementador de iodo a população, em razão do seu consumo diário. A

falta de iodo pode gerar grandes transtornos, tais como o Bócio, doença

causada pelo aumento da glândula tireoidiana. O excesso de iodo também

acarreta danos a saúde, como por exemplo, o Hipotireodismo, causador de

uma deficiência na produção de hormônios tireoidianos, e há também a

Síndrome de Hashimoto, onde o próprio organismo age contra a tireoide,

podendo gerar o Hipotireoidismo por carência dos hormônios triiodotironina

(T3) e tiroxina (T4) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2012).

Diante da importância desempenhada pelo iodo no organismo humano

e, sendo o sal de cozinha a principal fonte deste mineral na dieta, o presente

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trabalho tem por objetivo determinar o teor de iodo e umidade presentes em

amostras de sais de cozinha, de marcar diversas, comercializadas no município

de Lins-SP.

O capítulo I apresenta a história do sal, ressaltando a utilização do

mesmo desde os tempos remotos até os dias atuais, e os riscos gerados a

saúde pela falta ou excesso de iodo.

O capítulo II apresenta a metodologia para determinação de iodo e

umidade, os resultados e discussão de acordo com a legislação e finalmente a

conclusão.

O sal torna-se um fator de suma importância no que se diz respeito à

saúde pública, pois é através dele que se faz o controle da inserção do iodo à

alimentação.

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CAPÍTULO I

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1 HISTÓRIA E PRODUÇÃO DO SAL

1.1 História do sal

O comum sal de cozinha, cujo nome deriva-se do grego hals e halos, é

uma substância de grande importância na vida humana. Seu uso já se constata

desde os tempos remotos, onde era utilizado para a salga de alimentos, sendo

este um método de conservação. (CHEMELLO, 2005).

Na China, a regulamentação do comércio do sal era muito lucrativa ao

governo, tanto que em 110 a.C., o Imperador chinês Han Wu Di, estabeleceu o

monopólio do comércio do sal, onde ficaria sujeito a pena de morte, aquele que

não respeitasse o monopólio. (ROMANI, 2012).

Era costume entre gregos e romanos usá-lo como moeda em suas

operações de compra e venda e para a remuneração dos soldados,

designando a palavra salário, do latim salarium; sendo também considerado

símbolo da sabedoria. Em 250 a.C., o exército romano, após vencer os

cartagineses, salgou suas terras para que estas se tornassem inférteis.

(ROMANI, 2012).

Na mitologia grega, Homero, rei do mar, deu como presente de

casamento a Peleus o sal, que na antiguidade, associava-se a dádiva dos

deuses tanto à religião, quanto à bruxaria. Várias culturas acreditavam que o

sal tinha poderes místicos, era usado em rituais, para afastar demônios e como

fonte de purificação (FINOSAL, 2012).

Os esotéricos usavam-no para limpeza da aura, quando esta se

encontrava saturada, ele a restaurava. O banho de água e sal também era

bastante utilizado por eles, porém, havia um ritual no qual deveria ser seguido,

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tomava-se o banho normalmente, com um recipiente contendo água e sal

grosso ao lado. Em seguida, despejava-se a água com sal apenas do pescoço

para baixo e quando fosse se enxugar, a toalha deveria apenas absorver a

água (FINOSAL, 2012).

A Bíblia Sagrada ressalta várias passagens do sal, uma delas vista no

antigo testamento, no livro de Levíticos 2:13 cita o termo “aliança de sal”, que é

vista como uma relação que não pode ser quebrada. No Livro de Reis 2:21, é

registrada as qualidades purificadoras do sal, porém, em contrapartida, o

Salmo 107, nos versículos 33,34 e 35 relatam que Deus castigava os cruéis,

transformando os seus rios em desertos, e terra fértil em pântano de sal. Em

Juízes, 9:45, Abimilech destruiu a cidade de Shechem e semeou-a com sal. Em

Gêneses, 19:26 consta que na fuga da cidade de Sodoma um anjo ordenou

que os habitantes não olhassem para trás, porém, a mulher de Ló

desobedeceu à ordem, e ao olhar para trás, foi transformada em estátua de sal.

A figura 1 ilustra a mulher de Ló sendo transformada em estátua de sal.

Figura 1: Ilustração da mulher de Ló sendo transformada em estátua de sal durante a fuga das cidades de Sodoma e Gomorra.

Fonte: Revista Eletrônica Zoom, 2005.

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No novo testamento, em Mateus 5:13 Jesus declara “Vós sois o sal da

terra, mas se o sal tiver perdido o seu sabor, com o que haveremos de

salgar?”. Este versículo designa o sal como forma de conservação da união

com Deus e uma forma de dar gosto à vida.

Na Última Ceia, obra de Leonardo Da Vinci, é visto que o saleiro

encontra-se derramado ao lado de Judas Iscariotes, um dos doze discípulos,

demonstrando sua traição a Jesus (CHEMELLO, 2005).

A figura 2 ilustra a última ceia feita entre os doze discípulos de Jesus.

Figura 2: Leonardo Da Vinci, The Last Supper. A Ultima Ceia, 1495-1498.

Fonte: Wikipédia, 2012.

O sal foi causa de grandes rebeliões, como exemplo, pode-se citar a

revolução acontecida em 1789 na França, devido a uma taxa chamada

Gabelle. A Gabelle era um imposto sobre o sal, onde a produção do mesmo

era um monopólio do Estado, e cada habitante tinha a obrigação de comprar

anualmente pelo menos 7 libras de sal do governo ao preço de 50 a 60 vezes

maior que o preço básico. Esta taxa foi extinta após o rei ter sido decapitado

durante a Revolução Francesa (NORSAL, 2012).

Na década de 1930 na Índia, diante de taxas abusivas cobradas pelos

ingleses, teve início o movimento da desobediência civil, liderado por Ghandi,

um líder político e espiritual, que obteve mais de 250 milhões de seguidores

hindus, que sempre viram nele a encarnação viva de todos os ideais do povo e

da dignidade (NORSAL, 2012).

Em 1631, Portugal estabeleceu um monopólio em que proibia a extração

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19

do sal no Brasil, fazendo com que os brasileiros que tinham acesso abundante

ao sal, fossem obrigados a comprá-lo por um preço abusivo da metrópole

portuguesa. Porém, o estabelecimento deste monopólio, coincidiu com a

descoberta do ouro em Minas, fazendo com que a produção do sal se

intensificasse, com o intuito de atender a demanda de toda aquela região

(DUARTE, 1942).

Segundo Sousa (1988), no fim do século XVIII, com a ameaça que a

metrópole portuguesa vinha sofrendo para o fim do sistema colonial, em 1801,

o Príncipe Regente D. João VI, aboliu o monopólio de extração do sal, tornando

livre o comércio deste bem tão precioso. É importante notar, que os efeitos da

abolição deste monopólio demorariam a ser sentidos, em virtude do processo

primitivo de exploração, que teve de ser retomado com quase um século de

atraso. Em 1937, o Brasil era um dos maiores produtores de sal do mundo,

sendo que entre nós, o sal já era bem conhecido de várias tribos indígenas,

porém, seu consumo tornou-se maior a partir do final do século XVII, tendo

como motivo o desenvolvimento da pecuária, e ainda, o sal até os dias de hoje

é muito utilizado no ciclo do couro.

O sal deixou na história registros marcantes de sua importância,

escavado desde os tempos neolíticos, ele emergiu rapidamente como

poderoso instrumento econômico e político. Hoje em dia, ele não é tão

valorizado, pois se trata de uma matéria-prima bem corriqueira e abundante, é

encontrado no mar, na terra e em pântanos, e pode até mesmo ser fabricado.

Dentre suas inúmeras finalidades, é utilizado no uso culinário, na produção da

soda cáustica, do cloro, da barrilha, do ácido clorídrico, do vidro, do alumínio,

de plásticos e muitos outros produtos químicos, estando presente em 104 dos

150 produtos químicos mais importantes (FINOSAL, 2012).

1.2 Produção do sal

Atualmente, no Brasil, a água do mar é a principal fonte de produção de

sal em pontos situados na área litorânea e que tenham condições climáticas e

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20

topográficas favoráveis e economicamente rentáveis (SILVA; 2001).

A ANVISA, através da resolução RDC nº 28, de 28 de março de 2000,

define que o sal para consumo humano tem que ser extraído de fontes

naturais, sendo obrigatório a iodação.

Para garantia de uma boa produção, a matéria prima, o sal bruto, não

pode ter passado por nenhum outro processo senão o de lavagem, e também

deve ser protegida de contaminantes químicos, físicos, microbiológicos e de

qualquer tipo de praga que venha agir como contaminante. Desde a obtenção

de matéria-prima até a distribuição do produto final devem se seguir todos os

padrões higiênicos sanitários, para garantir a boa qualidade do sal para

consumo humano (Resolução RDC nº 28, de 28 de março de 2000).

Segundo Refimosal (2012), no Brasil existem dois Estados que lideram a

produção de sal, sendo eles o Rio Grande do Norte na região conhecida como

Pólo da Costa Branca e o Rio de Janeiro na Região dos Lagos, em ambos o

sal marinho é obtido pelo bombeamento da água do mar para as salinas de

evaporação.

1.3 Processo de produção do sal

Segundo ISAL (2012), o sal pode ser produzido de três formas:

Mineração subterrânea: É feita como qualquer outra extração de

minerais, através de câmaras de acesso até grandes depósitos de

sal, que ficaram presos no fundo do mar, devido o movimento das

placas tectônicas. Depois de removido ele é triturado e levado para a

indústria onde passara pelo processo de refinamento e adição de

aditivos.

Mineração por solução: Com o movimento das placas tectônicas

alguns depósitos de sal são empurrados para fora, facilitando assim

o trabalho das mineradoras que não precisam extraí-lo, apenas iram

dissolver esse sal em água para transportar ate a indústria, onde

essa solução passará pelo processo de evaporação para extração

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21

do sal e assim estará pronto para ser refinado.

Evaporação solar: É feita através de grandes salinas a beira dos

mares, onde a água fica exposta ao sol durante dias para completa

evaporação, restando apenas sal para ser lavado, seco e refinado.

O processo de produção do sal deve ser supervisionado por gerentes e

supervisores de produção que devem ter o conhecimento necessário sobre o

padrão de identidade e qualidade do sal e demais exigências para o produto,

sendo assim, capazes de gerenciar riscos potenciais e adotar as medidas

necessárias para corrigi-los, fazendo com que o processo de produção do sal

obedeça às normas prescritas pela RDC nº 28, de 28 de março de 2000.

No Decreto nº 75.697, de 6 de maio de 1975, foi estabelecido duas

variações de sal, o sal comum e o sal refinado. O sal comum abrangeria tipos

como o sal grosso, sal peneirado, sal triturado, sal moído; já o sal refinado

abrangeria o sal refinado extra e o sal refinado úmido.

De acordo com a RDC nº 28, de 28 de março de 2000, para cada tipo de

sal produzido, a empresa deve elaborar o fluxograma do processo de

produção, ordenado, unidirecional, evitando contaminação cruzada entre os

processos.

1.3.1 Processo de produção do sal comum

Segundo o Decreto nº 75.697, de 6 de maio de 1975, ficou estabelecido

que os tipos de sais classificados como comuns serão distinguidos pelas suas

características granulométricas, ou seja, o tamanho dos grãos. O sal grosso

sem especificações granulométricas, o sal peneirado com retenção máxima de

5% (cinco por cento) na peneira nº 4 (quatro) com 4,76mm (quatro inteiros,

setenta e seis centésimos de milímetros) de abertura, o sal triturado com

retenção máxima de 5% (cinco por cento) na peneira nº 7 (sete), com 2,83mm

(dois inteiros e oitenta e três centésimos de milímetros) de abertura e o sal

moído com retenção máxima de 5% (cinco por cento) na peneira nº 18

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22

(dezoito), com 1,00mm (um milímetro) de abertura.

De acordo com Taviusa (2012), o sal comum não sofre nenhum

processo posterior ao de lavagem e limpeza para remover qualquer impureza

que o mesmo possa ter adquirido enquanto estava na salina, pois ele é

totalmente natural.

O fluxograma da figura 3 mostra as operações para obtenção do sal

classificado como comum.

Figura 3: Fluxograma do processo de produção do sal comum

Fonte RDC nº 28, de 28 de março de 2000.

A bomba de água é utilizada na captação da mesma, e é feita

diretamente do mar para os reservatórios. O reservatório é o primeiro estágio

de evaporação de água do mar para aumentar a concentração de sal. No

processo de transferência para a salina 1 a água já se encontra mais

concentrada, e o ambiente esta salino. Já na salina 2 não há quase água, e

algumas empresas usam micro-crustáceos como o Artêmia salina para retirar

impurezas do sal. No cristalizador, ocorre a evaporação completa das águas,

restando apenas os cristais de sal úmido. No processo de extração, as grandes

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23

máquinas entram nos cristalizadores e fazem grandes montes de sal, que ficam

assim por cerca de três dias, e o pouco de água restante evapora-se por

completo. No processo de lavagem o sal está concentrado, e nela utiliza-se

uma salmoura saturada e controlada, que evita a dissolução do sal e reduz o

teor de impurezas. Na peneira, separam-se os cristais de sais em sal grosso,

sal peneirado, sal triturado, sal moído, e o sal que será levado para as

refinarias. Na centrífuga, o sal é seco, depois é enviado até as máquinas

empacotadoras, que se encarregam pelo controle de embalagem, peso e

enfardamento do sal. No final, o sal passa pelo Processo de Inspeção da

Qualidade (PIQ), onde é verificado a quantidade de iodo e de anti-umectantes,

também são feitas outras determinações analíticas para saber se o mesmo

está dentro dos parâmetros de qualidade estabelecidos pela ANVISA e se está

pronto para ser distribuído para venda (RDC nº 28, de 28 de março de 2000;

TAVIUSA 2012).

1.3.2 Processo de produção do sal refinado

No Decreto nº 75.697, de 6 de maio de 1975, ficou definido que o sal

refinado abrange tipos como o sal refinado extra e o sal refinado úmido, que

quando adicionados de anti-umectantes podem ser designados como “Sal de

mesa”.

Segundo o Decreto nº 75.697, de 6 de maio de 1975, o sal refinado, de

todos os tipos, obedecerá à retenção máxima de 5% (cinco por cento) na

peneira nº 20 (vinte), com 0,84mm (oitenta e quatro centésimos de milímetros)

de abertura, e à retenção de 90% (noventa por cento) na peneira número 140

(cento e quarenta) com 0,105mm (cento e cinco milésimos de milímetros) de

abertura.

Assim, o sal que não serviu para a moagem em outra empresa salineira

é vendido para as refinarias, chegam nessas refinarias ainda em seu estado

bruto e é armazenado no estoque. Do estoque, é levado para a linha de

produção onde é lavado com uma salmoura saturada e controlada, que evita a

sua dissolução e reduz o teor de impurezas. Depois é enviado para a

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24

centrífuga, onde é seco, evaporando a água utilizada no processo anterior. É

enviado para a peneira, onde separa os cristais, e elimina os que não iram

servir para o refinamento. Durante o refinamento adiciona-se o iodo e também

o anti-umectante. Agora o sal é levado até as máquinas empacotadoras, que

se encarregam pelo controle de embalagem, lote, peso e enfardamento do sal.

Após esse último processo o sal passa pelo PIQ, onde são feitas análise do

teor de iodo e anti-umectante e também outras determinações analíticas para

saber se o mesmo está dentro dos parâmetros de qualidade estabelecidos pela

ANVISA e está pronto para ser distribuído para venda (RDC nº 28, de 28 de

março de 2000; REFIMOSAL; FINOSAL 2012).

O fluxograma da figura 4 mostra o processo de produção do sal

classificado como refinado.

Figura 4: Fluxograma do processo de produção do sal refinado.

Fonte: RDC nº 28, de 28 de março de 2000.

1.4 Aplicações Atuais do sal

No setor alimentício para cada tipo de aplicação existe um sal

compatível, dependendo sempre do processo ou produto industrial desejado

(NORSAL, 2012).

O cloreto de sódio é o constituinte básico de muitos compostos

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25

químicos, sendo o principal componente do sal de cozinha. O NaCl é também

matéria-prima básica para muitos compostos químicos como o carbonato de

sódio, o sulfato de sódio, o acido clorídrico, os fosfatos de sódio, o clorato de

sódio, clorito de sódio e o hidróxido de sódio, conhecido também pelo nome

comercial de soda cáustica, sendo responsável por 45% do consumo de sal

nos Estados Unidos (SHREVE; BRINK,1997).

O quadro 1 mostra os tipos de sais e suas aplicações na indústria

alimentícia.

Quadro 1: Características e aplicações do sal

Tipo de Sal Característica Aplicação

Sal Refinado com Iodo Alta fluidez e resistência à

umidade do ar

Alimentos prontos em

geral, sopas, caldos,

temperos.

Sal Refinado sem Iodo Preparo de alimentos onde

o iodo possa comprometer

o produto final

Embutidos e temperos em

geral

Sal Refinado isento de

qualquer tipo de aditivo

Isento de aditivos Preparação de salmouras

em indústrias de

conservas e cosméticos,

O sal refinado com baixa

dureza química,

Baixa dureza química Tingimento de tecidos, e

na indústria têxtil.

O sal com granulometria

grossa e irregular, sem

aditivos.

Isento de aditivos,

granulometria grossa.

Indústrias químicas e de

rações animais.

O sal moído com iodo

Granulometria uniforme e

com a adição de iodo

Aplicações em laticínios,

alimentação humana e

animal.

O sal moído sem iodo

Granulometria uniforme e

sem a adição de iodo

Alimentação humana e

animal, e em processos

onde a presença de iodo é

prejudicial.

O sal granulado com

cristais finos e isento de

aditivos

Isento de aditivos Indústrias de salmouras

alimentícias, indústrias de

margarinas e maionese.

O sal de granulometria

irregular

Boa fluidez e isento de

aditivos

Preparação de salmouras

em geral e para indústrias

de alimentação animal

Fonte: Norsal, 2012

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26

1.4 A importância do sal no organismo

O cloreto de sódio é indispensável para a saúde humana, pois ele é uma

das principais fontes de sódio e cloro. Estima-se que 30 a 40% do sódio

presente em nosso corpo, concentram-se nos ossos. O sódio tem um papel

importante em nosso organismo, ele regula o volume do plasma sanguíneo, é

essencial na absorção de glicose, atua nas funções celulares e na transmissão

de impulsos nervosos, permitindo o funcionamento do nosso cérebro e o

controle das nossas funções vitais (OLIVEIRA; MARCHINI, 1998).

A sua absorção acontece de forma rápida, parte do intestino para os

rins, lá ele é filtrado e retorna imediatamente para o sangue. Uma parte do

sódio é eliminada do nosso organismo através da urina, e a outra através do

nosso suor, no entanto, um aumento de sódio em nosso organismo é detectado

através da sensação de sede. O cloro, também contido no sal, é fundamental

para o processo digestivo, sendo base para o suco gástrico do nosso

estômago, sendo secretado como ácido clorídrico, e inclusive, ajuda a manter o

equilíbrio ácido base e auxilia o transporte de gás carbônico das células

sanguíneas para os pulmões (OLIVEIRA; MARCHINI, 1998).

Através do Decreto nº 75.697, de 6 de maio de 1975, a ANVISA

estabelece os padrões de identidade e qualidade do sal para consumo

humano, onde recomenda-se que o sal se apresente em forma cristalina, com

granulação uniforme, sendo inodoro e tendo sabor salino-salgado próprio, e

que não contenha nenhum tipo de impurezas capazes de provocar alterações

no alimento.

A OMS (2011), recomenda o consumo de 2000mg de sódio diariamente,

o que equivale em média de 5 a 6 gramas de sal, cerca de uma colher de chá.

Porém, os brasileiros ultrapassam esse limite, consumindo cerca de 12

gramas, valor muito acima do recomendado.

As crianças devem consumir menos sal que os adultos. É recomendado

que os pais não acrescentem sal na dieta das crianças até os dois anos de

idade, pois o leite materno e os alimentos já têm o papel de suprir as suas

necessidades de sódio. Isso evita que a criança se acostume com alimentos

muito salgados, pois nessa fase já se forma o padrão gustativo. Já os idosos

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27

devem consumir menos sal por terem a facilidade de reter mais sódio,

causando a hipertensão, podendo gerar lesões no cérebro, coração, rins e

olhos (REFIMOSAL, 2012).

Uma ingestão deficitária de sal, também pode acarretar problemas a

saúde, havendo um consumo menor que 1 grama por dia por adultos, faz com

que haja uma alteração no perfil lipídico do organismo, este por vez, aumentará

os índices de colesterol ruim, promovendo o depósito da gordura nas paredes

das artérias. É necessário também, ter muito cuidado com o consumo de sal

em excesso, pois a maioria das pessoas apresenta sensibilidade ao sal,

decorrendo da resposta da pressão arterial frente à variação do conteúdo de

sal contido na dieta, o que faz com que o organismo acumule sódio com mais

facilidade, devido a incompetência funcional dos rins causada pela hipertensão,

dificultando a excreção de líquidos e sódio nas quantidades desejáveis, de

modo que, consequentemente, irá afetar os rins, levando também a um

aumento da pressão sanguínea, causando a hipertensão (REFIMOSAL, 2012).

Em virtude da importância do consumo de sal para a saúde, torna-se

necessário o monitoramento periódico da qualidade do sal de cozinha

disponível para o consumo da população (SILVA; et al., 2010).

1.5 Implicação da adição de iodo no sal

Assim como o cloreto de sódio, o iodo é uma substância indispensável

para a saúde humana. O Ministério da Saúde (2012) selecionou o sal como

alimento de suplementação de iodo à população, pelo fato de que o iodo deve

ser introduzido ao nosso organismo em pequenas quantidades, sendo assim, o

sal cumpre esse papel, por ser consumido em pequenas quantidades

diariamente.

A Lei Ordinária n° 1944, de 14 de agosto de 1953, dispõe a

obrigatoriedade da iodação do sal no Brasil, visto que o fornecimento de iodeto

de potássio ou sódio imprescindível à iodação do sal fica sob responsabilidade

do Ministério da Saúde, devendo o mesmo ser fornecido a preço de custo as

empresas salineiras.

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28

A carência de consumo de iodo causa durante a gravidez, diversos

problemas, como o aborto, má formação do feto, nascimento de crianças pré-

maturas ou com cretinismo (MAHAN; STUMP, 2005).

O cretinismo é o mais grave problema associado com a deficiência de iodo, um defeito congênito do desenvolvimento físico e mental causado pela carência de iodo durante o desenvolvimento fetal. Os hormônios tireoidianos maternos atravessam pouco ou nada a placenta. Dessa forma, o feto é dependente de suas próprias secreções da tireóide, da maturação da própria função hipotalâmica e da oferta de iodo na alimentação da mãe, que atravessa prontamente a barreira placentária. Uma grande proporção da população mundial tem risco de deficiência de iodo, que pode provocar o bócio simples ou atóxico. Quando a oferta de iodo é deficiente, o estímulo prolongado do TSH determina hiperplasia das células do folículo tireoidiano e a glândula tireóide aumenta de tamanho. (OLIVEIRA; MARCHINI, 1998).

Já nas primeiras fases do desenvolvimento infantil, pode acarretar

distúrbios nas funções psicomotoras, atraso no crescimento, diminuição na

capacidade de concentração e aprendizado (MAHAN; STUMP, 2005).

A figura 5 ilustra um caso de bócio acarretado pela carência de consumo

de iodo.

Figura 5: Falta de iodo causa bócio

Fonte: Controle da adição de iodo no sal reduz casos de bócio, Boletim informativo, 2004, p. 5

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29

Na fase adulta, a carência de consumo de iodo provoca o bócio, doença

conhecida popularmente como "papo", causadora do aumento da glândula

tireóide, localizada na região do pescoço. Em estágios mais avançados, essa

doença pode gerar insuficiência respiratória, dificuldades para engolir, dores e

desconfortos no pescoço (MAHAN; STUMP, 2005).

De acordo com Oliveira e Marchini (1998), apesar da carência de iodo

ser uma das principais causas do bócio simples, ela não é a única. Há

substâncias contidas em determinados alimentos que podem acarretar o bócio,

bloqueando a absorção do iodo no organismo. Tal substância encontra-se em

pêssego, amêndoas, soja, entretanto, há outra substância conhecida como

pregoitrina, encontrada no repolho, couve e nabo, que quando transformado

em goitrina, interfere juntamente com o uso do iodo. O uso excessivo de

antibióticos e a deficiência de enzimas responsáveis pela liberação dos

hormônios tireoidianos, também podem causar o bócio.

O Quadro 2 aborda manifestações clínicas causadas pela deficiência de

iodo durante a gestação até a fase adulta.

Quadro 2: Manifestações Clínicas de Deficiência de Iodo.

Fetos

Aborto Prematuridade Anormalidades congênitas Aumento da mortalidade perinatal Aumento da mortalidade infantil Cretinismo neurológico Cretinismo mixedematoso (nanismo, deficiência mental) Defeitos psicomotores

Recém nascidos Bócio neonatal Hipotireoidismo neonatal

Crianças e adolescentes

Bócio Hipotireoidismo juvenil Função mental diminuída Retardo no desenvolvimento físico

Adultos

Bócio e suas complicações compressivas Hipotireoidismo Função mental diminuída Hipertireoidismo induzido pelo iodo

Fonte: Ciências Nutricionais, 1998.

O consumo de iodo em excesso, também acarreta danos a saúde,

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30

podendo causar hipotireoidismo clínico e sub clínico, definido como um

aumento do Hormônio Estimulante da Tireóide (TSH) no sangue, fazendo com

que a glândula hipófise trabalhe muito para manter a produção de hormônios

tireoidianos, necessitando de um estímulo extra da hipófise para manter a

produção normal de hormônios, e a tireóide auto-imune, mais conhecida como

síndrome de Hashimoto, tendo como principal sintoma a inflamação da tireóide,

onde o próprio organismo fabrica anticorpos contra a tireóide, provocando a

destruição da glândula ou a redução da sua atividade, o que pode levar ao

hipotireoidismo por carência na produção dos hormônios triiodotironina (T3) e

tiroxina (T4) (MAHAN; STUMP, 2005).

A TSH é um hormônio produzido pela glândula pituitária, que se localiza

no cérebro, sendo esta, responsável pelo funcionamento satisfatório do nosso

corpo e pela estimulação dos hormônios T3 e T4. A função principal do T4 é a

sua interação juntamente com o sangue a uma proteína transportadora de

hormônios tireoidianos, a qual permite que o T3 percorra a corrente sanguínea

e se junte aos tecidos-alvos para exercer a sua função metabólica reguladora

(OLIVEIRA; MARCHINI, 1998).

De acordo com dados disponibilizados pela ANVISA (2012), a

quantidade de iodo que o nosso organismo necessita em toda nossa vida é

mínima, o que equivale a uma colher de chá, devendo ser adicionado na forma

de iodeto ou iodato. Porém, o consumo diário recomendado de iodo é de 130

microgramas para adultos e 200 microgramas para gestantes e lactantes.

No Brasil, foi implantado um projeto chamado Thyromobil, feito pelo do

Conselho Internacional para Controle de Distúrbios por Deficiência de Iodo

(DDI) com apoio do MS, no ano de 2000, para averiguar as ocorrências

causadas por carência de iodo. Foram selecionados 17 municípios de seis

estados brasileiros, avaliando um grupo de 1.977 alunos entre 6 a 12 anos,

através da análise da urina e de amostras de sal consumidas pelos alunos em

suas residências e comercializadas nos comércios locais. Houve uma coleta de

1.325 amostras de sal e 1.013 de urina, dentre estas foi possível encontrar uma

preponderância de bócio em 1,4%, mostrando que o Brasil encontra-se abaixo

do limite máximo de 5% determinado pela OMS (BOLETIM INFORMATIVO

ISSN 1518-6377, 2004).

Sendo o sal indispensável para o consumo humano e avaliando os

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riscos à saúde da população, torna-se necessário analisar o produto para

verificar a sua qualidade, e confirmar se estão sendo adotados os critérios da

legislação atual e as exigências do Código de Proteção e Defesa do

Consumidor (SILVA; et al., 2010).

1.6 Panorama da qualidade do sal comercializado no Brasil

O ter de iodo em sal para fins alimentício tem sido pesquisado em

diferentes regiões brasileiras, a fim de verificar se o produto atende aos

parâmetros da resolução RDC n° 130, de 26 de maio de 2003, onde

recomenda-se que o sal contenha um teor igual ou maior de vinte à sessenta

miligramas de iodo por quilograma do produto.

Através de estudos feitos por MAZON; et al analisaram 31 amostras de

sal de cozinha de marcas nacionais, comercializadas na região de Campinas-

SP no período de 2008 a 2010. Os resultados mostraram que 10% das

amostras estavam não conformes com a legislação.

Amostras de diferentes marcas de sal de cozinha, adquiridas no

comércio da região metropolitana de Campinas-SP, foram analisadas para

determinação de teores de iodo e umidade. Os resultados obtidos mostraram

que todas as amostras estavam dentro do padrão para o consumo humano.

(COSTA; et al., 2012).

Em Roraima, dados da Secretaria de Saúde, mostra que entre 44

coletas realizadas no ano de 2010, apenas uma apresentou teor de iodo

inferior a 20mg/Kg.

Em setembro de 2010, a ANVISA interditou lotes de três marcas de sal

de cozinha popularmente conhecidas no mercado. Os resultados das análises

mostraram que as amostras estavam irregulares tanto com quantidades acima

do permitido, quanto como com quantidades abaixo do que os teores

permitidos por lei. Através da análise, também foi encontrado carbonato de

sódio na composição de uma determinada marca de sal, aditivo este proibido

pela legislação sanitária (REPÓRTERDIARIO, 2010).

SILVA; et al, analisaram sete amostras de sal de cozinha consumidos na

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cidade de Zé Doca-MA, e obtiveram como resultado que o teor de iodo

apresentou-se abaixo do pré-estabelecido pela Portaria 218 da ANVISA-MS.

Em 1998, o INMETRO realizou análise em 15 marcas de sal de cozinha,

sendo 14 nacionais e 1 importada, consumidas nos estados da Bahia, Minas

Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,

Santa Catarina, Amazonas e Paraná. O resultado mostrou que cinco marcas

apresentavam teor de iodo inferior ao especificado pela legislação vigente.

Na cidade de Ponta Grossa-PR, foram escolhidas aleatoriamente para

análise, cinco marcas comerciais de sal refinado de cozinha e uma marca de

sal grosso, e como resultado do estudo foi observado que das seis amostras,

quatro estavam com excesso de iodo (PEREIRA; et al., 2008).

Estudos feitos por D.A.L. Silva, M.F.S. Santana, A.S. Mendes,

analisaram três amostras de sais de cozinhas comercializados nas redes de

supermercados da Região Metropolitana de Belém-PA. Os resultados

mostraram que as amostras estavam dentro do padrão para o consumo

humano.

Em Teresina-PI, foram analisadas seis amostras de sal moído, de

marcas distintas, comercializados nesta mesma cidade, tendo como resultado

que uma amostra estava fora do padrão exigido por lei. (MENESES, P.S.R;

OLIVEIRA, F.C.).

Gama; et al, analisaram sete amostras distintas de sal de cozinha

comercializados na comércio local de Palmas-TO, obteve-se como resultado

que todas as amostras estavam coerentes com os teores previstos na

legislação vigente.

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CAPÍTULO II

MATERIAIS E MÉTODOS

2 METODOLOGIA PARA DETERMINAÇÃO DO TEOR DE

UMIDADE E IODO NO SAL DE COZINHA

As análises foram feitas com base nas Normas Analíticas do Instituto

Adolfo Lutz, Métodos físico-químicos para análise de alimentos

e Procedimentos e determinações gerais I Edição Digital, realizadas no

laboratório do UNISALESIANO de Lins-SP.

Foram realizadas as análises de determinação de umidade e

determinação de iodo adicionado na forma de iodato em 10 amostras de sal, de

marcas e fabricantes distintos, adquiridas aleatoriamente nos mercados da

cidade. Para cada marca foi atribuída uma letra.

O quadro 3 aborda as diferentes marcas de sal e os seus tipos.

Quadro 3: Tipos de sais analisados.

Marcas de Sal Tipos de Sal

A Comum moído Iodado

B Refinado Iodado

C Comum moído Iodado (Marinho)

D Refinado Iodado

E Refinado extra, Iodado

F Comum tipo 1 moído iodado

G Refinado Iodado

H Comum moído Iodado

I Comum moído Iodado (Marinho)

J Refinado Iodado

Fonte: As autoras, 2012

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34

2.1 Ensaio para determinação de umidade

2.1.1 Material

Foram utilizados para realização desta análise:

Estufa a 150°C;

Balança analítica;

Dissecador com sílica em gel;

Cápsula de porcelana;

Pinça;

Espátula de metal.

2.1.2 Procedimento

Secar a cápsula em estufa à 150ºC por 2 horas.

Esfriar em dessecador.

Anotar a massa da cápsula vazia.

Adicionar 5g da amostra.

Anotar a massa da cápsula mais a massa da amostra.

Levar para secagem em estufa à 150ºC por 3 horas.

Esfriar em dessecador.

Anotar a massa da cápsula mais amostra seca e fria.

O procedimento deve ser realizado até peso constante da amostra.

2.1.3 Cálculo

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100x N

------------ = umidade a 150ºC por cento massa/massa (1)

P

Onde:

N = n° de gramas de umidade (perda de massa em g).

P = n° de gramas da amostra.

2.2 Preparo e padronização das soluções

As soluções empregadas na determinação do iodo como iodato foram

preparadas segundo a metodologia descrita por BACCAN (2001).

A determinação do iodo, adicionado na forma de iodato, foi feita

seguindo a metodologia do Instituto Adolfo Lutz (2008).

2.2.1 Solução indicadora de amido

Pesar 0,5 gramas de amido e misturar com 50 mL de água destilada.

Aquecer até ebulição, com suave agitação.

Filtrar se necessário.

Essa solução, por não conter conservante, deve ser preparada na hora

do uso.

2.2.2 Solução de ácido sulfúrico 0,5 mol.L-1

Colocar aproximadamente 100 mL de água destilada em balão

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volumétrico de 250 mL.

Pipetar 7 mL de ácido sulfúrico concentrado e dissolver na água do

balão, sob agitação suave.

Completar o volume para 250 mL.

2.2.3 Solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol. L-1

Pesar 2,5 gramas de tiossulfato de sódio penta hidratado e dissolver em

100 mL de água destilada recentemente fervida e resfriada.

Acrescentar uma ponta de espátula de carbonato de cálcio e deixar

descansar por 24 horas, tendo o cuidado de acondicionar a solução ao abrigo

da luz.

2.2.4 Padronização da solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol. L-1

Pesar 0, 1362 gramas de dicromato de potássio seco em estufa a 1200 C

por 2 ½ horas.

Transferir o sólido para erlenmeyer de 250 mL, com auxilio de 50 mL de

água destilada.

Adicionar ao meio, 1 grama de iodeto de potássio e 4 mL de ácido

clorídrico concentrado. O meio torna-se castanho.

Homogeneizar e titular com solução de tiossulfato de sódio até a cor

castanha mudar para verde amarelada. Neste ponto, adicionar 3 mL de solução

indicadora de amido, o que faz com que o meio fique azul. Continuar a titulação

até a mudança da coloração para o verde.

Anotar o volume gasto e calcular a concentração real da solução.

A figura 6 mostra a coloração atingida pela solução de tiossulfato de

sódio após ter sido padronizada.

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Figura 6: Padronização da solução de tiossulfato de sódio.

Fonte: As autoras, 2012

2.2.5 Solução de tiossulfato de sódio 0,005 mol.L-1

Pipetar 25 mL de solução de tiossulfato de sódio 0,1 mol. L-1 e transferir

para balão volumétrico de 500 mL.

Completar o volume com água destilada. Acondicionar a solução ao

abrigo da luz.

2.3 Determinação de iodo adicionado na forma de iodato

Pesar 10 gramas da amostras e transferir para erlenmeyer de 250 mL,

com auxílio de 200 mL de água deionizada.

Agitar até dissolução.

Adicionar 5 mL de solução de ácido sulfúrico 0,5 mol.L-1.

Adicionar 0,1 grama de iodeto de potássio e 2 mL de solução indicadora

de amido.

Titular com solução padrão de tiossulfato de sódio 0,005 mol.L-1, até

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mudança de cor de azul para incolor.

Fazer a titulação em triplicata. Anotar os volumes gastos e calcular o

teor de iodo na amostra em miligrama de iodo por quilograma de sal.

Figura 7: Adição de iodeto de potássio.

Fonte: As autoras, 2012

A figura 7 ressalta a mudança na coloração das amostras analisadas

após a adição do iodeto de potássio. Antes da adição do mesmo, a solução da

amostra de sal encontrava-se transparente, após a adição houve a mudança

para a coloração amarelo.

Figura 8: Mudanças de coloração.

(a) Mudança de cor após adição (b) Mudança de cor após titulação de amido com tiossulfato Fonte: As autoras, 2012

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A figura 8 mostra a coloração obtida após a adição da solução

indicadora de amido e a coloração obtida após a realização da titulação com

tiossulfato de sódio. Ressaltando que após a adição da solução indicadora de

amido, onde se obteve a coloração roxo-azulado, foi feita a titulação com a

solução de tiossulfato de sódio até que amostra voltasse à coloração

transparente inicial.

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CAPITULO III

RESULTADOS E DISCUSSÕES

3 AVALIAÇÕES DE ÚMIDADE E DO TEOR DE IODO

Segundo IAL (2008), todos os alimentos possuem água em sua

composição. A determinação de umidade do sal é utilizada para indicar sua

pureza, pois não somente a água é removida, mas também há outros

compostos que se volatilizam nessas condições. Portanto a secagem do sal é

necessária para uma melhor avaliação do produto final.

Na tabela 1 encontram-se os valores utilizados para o cálculo do teor de

umidade do sal e os seus respectivos resultados.

Tabela 1: Secagem das amostras e valores de umidade

SAL Cápsula seca (g)

Cápsula + Sal (g)

1º Pesagem Cápsula

+ Sal (seca) (g)

2º Pesagem Cápsula

+ Sal (seca) (g)

3º Pesagem Cápsula

+ Sal (seca) (g)

Massa perdida

(g)

% de umidade

A 61,104 66,113 66,024 66,026 66,025 0,088 1,76

B 63,098 68,099 68,082 68,082 68,082 0,017 0,34

C 102,942 107,944 107,912 107,913 107,913 0,032 0,63

D 78,980 83,977 83,950 83,950 83,950 0,027 0,54

E 77,809 82,809 82,790 82,791 82,791 0,018 0,36

F 95,216 100,218 100,212 100,212 100,212 0,006 0,12

G 84,594 89,594 89,579 89,579 89,580 0,015 0,30

H 60,523 65,528 65,493 65,492 65,492 0,035 0,70

I 82,131 87,134 87,096 87,096 87,096 0,039 0,77

J 80,878 85,878 85,869 85,868 85,869 0,009 0,18

Fonte: As autoras (2012)

Foram feitos os cálculos de umidade seguindo as normas do IAL, e foi

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constatado que as marcas B, D, E e G estão acima do limite máximo de

umidade permitido, pois ambos são sais do tipo refinado e o teor máximo

permitido para esse tipo de sal é de 0,200%. As demais marcas estão dentro

do limite máximo permitido.

Para a análise de índice de iodo foi realizada a padronização da solução

de tiossulfato de sódio, pelo fato de o mesma não ser um padrão primário. Por

ser um sal hidratado Na2S2O3.5H2O, não se tem certeza do número de

moléculas de água. Deste modo, prepara-se uma solução com concentração

aproximada e titula-se a mesma contra uma massa conhecida de dicromato de

potássio, previamente seco em estufa.

A reação entre o tiossulfato de sódio e o dicromato de potássio acontece

de maneira rápida em proporções estequiométricas, e com mudança de cor no

ponto final da titulação.

A titulação ocorre em duas etapas, ou titulação de retorno. Inicialmente,

ocorre a reação entre os íons dicromato e o iodeto, representado na equação

2.

Cr2O72- + 14 H+ + 6 I- -> 3 I2 + 2 Cr3+ + 7 H2O (2)

Nesta fase, o íon iodeto é oxidado e passa para a forma de iodo

molecular. O iodo molecular possui coloração castanha. Já o cromo sofre

redução, passando de 6+ para 3+, sendo que neste estado de oxidação sua cor

é verde. Embora na solução coexistam o iodo de cor castanha e o íon cromo

3+ de cor verde, a cor predominante do meio é o castanho.

Ao dar início à titulação com o tiossulfato de sódio, o íon tiossulfato

reage com o iodo molecular, provocando a redução do mesmo à iodeto,

conforme representado na equação 3.

2 S2O32- + I2 -> S4O6

2- + 2 I- (3)

A solução indicadora de amido é adicionada no momento em que a cor

da solução se torna verde amarelada. O amido forma com o iodo molecular um

complexo azul arroxeado que desaparece assim que todo I2 for reduzido à I-,

indicando assim o ponto final da titulação. Como no meio há presença de

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cromo 3+, o ponto final da titulação é determinado pela mudança de cor do azul

para o verde, devido ao íon Cromo Trivalente.

A concentração real da solução é feita pela estequiometria da reação e

do volume de solução de tiossulfato de sódio gasto na titulação, considerando

que a proporção molar entre o íon dicromato e o tiossulfato, embora em

equação diferentes, é de 1 mol de dicromato para cada 6 mols de tiossulfato.

Uma massa de 0, 1362 grama de dicromato de potássio, contém

exatamente 0,1 grama de dicromato que, quando transformada em mol,

representa 0, 00046 mol de dicromato. A partir de uma regra de três conforme

a equação 4, tem-se que:

(4)

Isso quer dizer que é necessário 0, 00276 mol de tiossulfato para reduzir

todo o iodo gerado na reação entre o íon dicromato e o íon iodeto,

representados na equação 1. Então, a cor do meio reacional muda de azul para

verde, no momento em que se completa a adição dessa quantidade de matéria

de tiossulfato, através da solução que está na bureta e se quer determinar sua

concentração real.

Sabendo que o volume médio de solução de tiossulfato de sódio gasto

na titulação foi de 17,83 mL ou 0,01783 litros e que, a quantidade de matéria

contida neste volume é de 0,00276 mol, calcula-se a concentração real da

solução através da equação 5.

C = n/V = 0,00276 mol/0,01783 L = 0,1548 mol/L (5)

Onde:

C= Concentração da solução de tiossulfato de sódio em mol.L-1.

n= Quantidade de matéria de tiossulfato de sódio.

V= Volume gasto na titulação.

A partir da solução de tiossulfato, cuja concentração real é de

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0,1548mol.L-1, faz-se a adequada diluição para se obter nova solução de

concentração 0,005 mol.L-1, para ser empregada na análise de iodo, conforme

determina a metodologia empregada. Pela equação 6, calculou-se o volume

necessário da primeira solução, para se obter 500 mL de solução 0,005 mol.L-1

.

Ci x Vi = Cf x Vf (6)

Vi = Cf x Vf / Ci = 0, 005 mol. L-1 x 500 mL/ 0, 1548 mol. L-1

Vi = 16,15 mL

Onde:

Ci= Concentração inicial da solução de tiossulfato de sódio.

Vi= Volume inicial.

Cf= Concentração final da solução de tiossulfato de sódio.

Vf= Volume final

Para medir exatamente 16,15 mL, usou-se bureta de 10 mL, cuja

graduação varia de 0,05 mL. O volume calculado foi transferido para balão

volumétrico de 500 mL e em seguida completado com água destilada

recentemente fervida e resfriada.

A solução de tiossulfato é armazenada ao abrigo da luz, porque quando

exposta ocorre reação de precipitação de enxofre sólido, alterando assim a

concentração da mesma.

A determinação do iodo é feita como iodato, porque é na forma de iodato

de potássio que o mesmo é adicionado ao sal no Brasil.

A análise é feita em duas etapas, sendo que a primeira consiste em

adicionar à solução da amostra, um excesso de íons iodeto e de ácido sulfúrico

de modo a promover a oxidação do iodeto a iodo molecular, conforme

representado na equação 7.

IO3- + 5 I- + 6 H+ -> 3 I2 + 3 H2O (7)

Sabendo que o iodo molecular reage com o íon tiossulfato, conforme

representado na equação 3, é através da titulação do mesmo com solução de

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tiossulfato 0,005 mol.L-1, que se determina o teor de iodo na amostra.

A tabela 2 contém os volumes de solução de tiossulfato de sódio 0,005

mol.L-1 gasto na titulação das amostras e o teor de iodo calculado.

Tabela 2: Teor de iodo em mg/Kg de sal.

Amostra

Volume gasto nas titulações

(mL)

Média dos volumes

(mL)

Teor de iodo mg/Kg

1ª 2ª 3ª

A 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 ± 0,00

B 4,15 4,15 4,15 4,15 43,89 ± 0,00

C 4,35 4,45 4,30 4,37 46,18 ± 0,81

D 4,00 4,05 3,95 4,00 42,30 ± 0,53

E 4,15 4,25 4,05 4,15 43,89 ± 1,06

F 3,90 3,75 4,05 3,90 41,24 ± 1,59

G 3,40 3,40 3,60 3,50 37,01 ± 1,22

H 3,20 3,30 3,20 3,25 34,37 ± 0,61

I 5,40 5,30 5,45 5,37 56,84 ± 0,81

J 3,50 3,30 3,20 3,25 34,37 ± 1,62

Fonte: As autoras, 2012.

A proporção estequiométrica entre o íon iodato e o tiossulfato é 1 mol de

IO3- para 6 mols de S2O3

2-.

A amostra B gastou 4,15 mL de solução de tiossulfato para titular todo

iodo gerado na equação 7. Através da equação 8, calcula-se o número de mol

de tiossulfato que reagiu.

n = C x V = 0, 005 mol/L-1 x 0, 00415 L = 2,075 x 10-5 mol (8)

Onde:

n= Quantidade de matéria de tiossulfato de sódio.

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C= Concentração da solução de tiossulfato de sódio em mol. L-1.

V= Volume gasto na titulação.

A quantidade de matéria de tiossulfato é aplicada na equação 9 para

determinar a quantidade de matéria de iodato.

(9)

Cada mol de IO3- tem 1 mol de iodo e 3 mols de oxigênio, então, pode-

se afirmar que há 3,46 x 10-6 mol de iodo em 10 gramas da amostra.

Sabendo que 1 mol de iodo tem 126,9 gramas, calcula-se a massa de

iodo na equação 10.

m1 = n x M = 3,46 x 10-6 mol x 126,9g . mol-1 = 4,39 x 10-4 g (10)

Onde:

m1= Massa de iodo em grama.

n= Quantidade de matéria de iodo.

M= Massa molar do iodo.

A massa de iodo em 10 gramas da amostra é de 4,39 x 10-4 grama ou

0,4390 miligrama.

Aplicando os valores de massa da amostra e do iodo na equação 11

tem-se a proporção do iodo na amostra em miligrama de iodo por quilograma

da amostra.

Teor de iodo = 0,4390mg/0,01 Kg amostra = 43,90mg iodo/kg da

amostra.

(11)

A ANVISA estabelece diversos tipos de análises para verificar a

qualidade do sal disponível no mercado para consumo, estas, são feitas para

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garantir se as boas práticas de produção estão sendo adotadas pelos

fabricantes.

Considerando os riscos que a não conformidade pode acarretar a

saúde do consumidor, a tabela 3 expressa as quantidades máximas e mínimas

que podem ser encontradas no sal, segundo Anexo II do Decreto n° 75.697 de

06/05/1975.

Tabela 3: Características físicas e químicas dos diferentes tipos de sal.

Tipo

Impurezas Composição provável NaCl

(por diferença

Valores Máximos (em %) Valores mínimos

Um

idad

e

Inso

lúveis

Cálc

io

Mag

nésio

Su

lfato

CaSO4 MgSO4 MgCl2

Base úmida

Base seca

Sal tipo 1

2,500 0,100 0,070 0,050 0,210 0,237 0,068 0,146 96,95 99,45

Sal tipo 2

3,000 0,200 0,140 0,080 0,420 0,476 0,105 0,233 95,99 98,98

Sal refinado

extra 0,100 0,050 0,030 0,020 0,100 0,102 0,035 0,050 99,66 99,76

Sal refinado

0,200 0,100 0,100 0,100 0,400 0,339 0,200 0,237 98,92 99,12

Sal refinado úmido

4,000 0,096 0,095 0,095 0,382 0,325 0,192 0,227 95,16 99,12

Fonte: Adaptado do Anexo II do Decreto n° 75.697 de 06/05/1975

Conforme previsto no artigo 1º, da RDC n° 130 de 26 de março de 2003,

o sal só poderá ser consumido se contiver o teor igual ou superior a 20 (vinte)

miligramas até o limite máximo de 60 (sessenta) miligramas de iodo por

quilograma de produto.

Os teores de iodo encontrados para as amostras analisadas, conforme

visto na tabela 2, mostra que a amostra identificada pela letra A, cujo teor de

iodo é de 0 mg/Kg, é imprópria para consumo humano. Em situação parecida,

a ANVISA através da RE n0 2.227 de 14/05/2010, apreendeu em todo território

nacional o sal comercializado com a marca Miramar do fabricante Norte

Salineira S.A., por conter teor de iodo abaixo do limite mínimo, 20 miligramas

por quilograma do produto.

A Tabela 4 mostra uma adaptação do anexo da RESOLUÇÃO - RE N°

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2.227, de 14 de maio de 2010, constando as informações sobre o sal

apreendido comercializado com a marca Miramar do fabricante Norte Salineira

S.A.

Tabela 4: Recolhimento do sal Norsal .

Produto Marca Peso

líquido

Teor de iodo

(mg/Kg) Lote

Laudo /Instituição

Número do Registro no MS

Validade Fabricante

/UF

Sal Moído Iodado

Miramar 1 Kg 16,91 9011 DZ 2797.00/2009/

FUNED 4.7189.0003.001-0 01/01/2011

Norte Salineira S/A Indústria e

Comércio Norsal

Fonte: Adaptado da RESOLUÇÃO - RE N° 2.227 de 14de maio de 2010

Ainda sobre a amostra A, o rótulo desta marca, figura 9, é ilustrada com

produtos naturais e ainda contém os dizeres “NATURAL DE VERDADE”, o que

pode levar o consumidor, a considerar essa marca de melhor qualidade em

relação aos demais.

Figura 9: Embalagem da amostra A de sal

(a) Frente (b) Verso

Fonte: Autoras, 2012.

Para saber se a ausência de iodo nesta marca era constante ou apenas

um caso isolado, uma nova amostra foi adquirida e o teste foi repetido, tendo

sido obtido o mesmo resultado de 0 miligrama de iodo. O que evidencia que o

PIQ dessa empresa não está atuando de maneira adequada, o que faz com

que o consumidor fiel para essa marca esteja sendo privado da suplementação

de iodo recomendado pela OMS.

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As demais amostras estão conforme para o teor de iodo.

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CONCLUSÃO

Os resultados mostraram que há maior número de amostras não

conforme para o teor de umidade, sendo 40% das mesmas, em relação ao teor

de iodo que foi de 10%.

O maior teor de umidade lesa o consumidor, sendo que o mesmo paga

por sal quando na verdade esta levando uma quantidade maior de água. Já a

ausência de iodo no sal, é uma infração prevista em lei, passível de

recolhimento do produto, por ser proibido expor ou comercializar sal para o

consumo humano com teor de iodo abaixo de 20 ou superior a 60 miligramas

por quilograma do produto.

Além de não conter iodo, a amostra não conforme apresenta um rótulo

que pode causar no consumidor a idéia de ser um produto mais “natural”, o que

expõe ainda mais o consumidor fiel, que fica sujeito a ausência da

suplementação do iodo pelo consumo de sal.

Dentro do processo de produção de sal para o consumo humano, está o

PIQ, que tem como finalidade a verificação da qualidade do sal, para que o

mesmo possa ser distribuído para a comercialização.

Diante dos resultados obtidos, observamos não conformidades no sal, o

que comprova que este importante de processo de produção não foi efetuado

corretamente. É de suma importância, ressaltar que o profissional responsável

por este processo, no caso o químico, não está cumprindo com o seu dever, o

de agir com responsabilidade e verdade em suas análises, ainda mais se

tratando de um produto alimentício tão importante quanto o sal.

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REFERÊNCIAS

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