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P A R T E 1
Principais Temas Discutidos na Justia do Trabalho
Antes de adentrarmos no contedo prtico da presente obra, imprescindvel que passemos ao leitor as noes mnimas dos principais temas discutidos no mbito da Justia do Trabalho, os quais so fundamentais para que o candidato, quer atue na qualidade de patrono do reclamante, quer atue como advogado do reclamado, possa no exame de ordem desenvolver seu raciocnio jurdico, funda-mentando a petio inicial, a defesa, ou mesmo o recurso cabvel.
Vamos a eles.
1.1. GRATUIDADE DE JUSTIA
Na Justia do Trabalho, a teor do artigo 14, da Lei no 5.584/1970, a assistncia judiciria prestada exclusivamente ao trabalhador, por intermdio do sindicato da categoria profissional qual pertence o obreiro.
A assistncia judiciria, prevista na Lei no 1.060/1950, ser prestada ao tra-balhador que perceber salrio igual ou inferior ao dobro do mnimo legal, ficando assegurado igual benefcio ao trabalhador de maior salrio, uma vez provado que sua situao econmica no lhe permite demandar, sem prejuzo do sustento pr-prio ou da famlia. Por sua vez, o artigo 790, 3o, da CLT estabelece que o benefcio da justia gratuita pode ser concedido por juiz ou tribunal de qualquer instncia, a requerimento ou de ofcio, atendidos os requisitos legais.
Com a edio da Lei no 7.115/1983 (art. 1o), deixou de ser obrigatria a apre-sentao do atestado de pobreza, bastando que o interessado, de prprio punho, ou por procurador com poderes especficos, sob as penas da lei, declare na petio inicial que no tem condies de arcar com as custas e despesas processuais sem prejuzo do prprio sustento ou de sua famlia.
muito comum numa inicial trabalhista existir pedido de gratuidade de Justi-a, principalmente em funo da hipossuficincia do trabalhador para arcar com o pagamento de custas e demais despesas processuais.
Por outro lado, no h qualquer bice a que o trabalhador esteja assistido por advogado particular e requeira os benefcios da gratuidade de justia, sendo muito comum tal ocorrncia.
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 17 11/11/2015 10:19:38
OAB (2 fase) PROCESSO DO TRABALHO Aryanna ManfredinitRenato Saraiva18
Na petio inicial, este requerimento realizado logo aps cabealho da pea inaugural (endereamento, qualificao das partes e identificao da pea), antes da exposio dos fatos. No exame de ordem, dependendo dos dados do problema, voc poder utilizar este requerimento, principalmente se a questo informar, por exemplo, que o trabalhador ganha at dois salrios mnimos, ou que est desem-pregado em funo de ter sido imotivadamente dispensado.
Todavia, nos ltimos anos verificamos que as diversas bancas examinadoras no tm colocado no espelho de correo a obrigatoriedade de meno da gratui-dade de justia. Por isso, aconselhamos que voc somente requeira os benefcios da justia gratuita caso o problema assim determine.
Exemplificativamente, teramos:
Do benefcio da justia gratuitaNos termos do art. 14, 1o, da Lei no 5.584/1970, das Leis n.os 1.060/1950
e 7.115/1983 e do art. 790, 3o, da CLT, o Reclamante declara para os devidos fins e sob as penas da Lei, ser pobre, encontrando-se desempregado e no tendo como arcar com o pagamento de custas e demais despesas proces-suais sem prejuzo do prprio sustento e de sua famlia, pelo que requer os benefcios da justia gratuita.
Vale destacar que a parte contrria poder, em qualquer fase da lide, reque-rer a revogao dos benefcios de assistncia, desde que comprove a inexistncia ou o desaparecimento dos requisitos essenciais sua concesso (art. 7o da Lei no 1.060/1950, observe que o presente artigo consta como revogado pelo art. 1.072, inc. III, do NCPC, Lei n. 13.105, de 16 de maro de 2015, entrando em vigor aps de-corrido 1 ano da data de sua publicao oficial). Portanto, nada impede que numa contestao, atuando como patrono do reclamado, voc requeira a revogao dos benefcios da gratuidade de justia, desde que atendidos os requisitos legais.
1.2. HONORRIOS ADVOCATCIOS
Tema polmico nos domnios do processo do trabalho diz respeito, nas lides decorrentes da relao de emprego, condenao ou no do sucumbente em ho-norrios advocatcios, havendo forte dissenso doutrinrio e jurisprudencial, com a formao de duas correntes.
A primeira corrente, minoritria, entende que os honorrios advocatcios em caso de sucumbncia so sempre devidos ao advogado, tendo em vista o disposto no artigo 133 da CF/1988, nos artigos 20 do CPC e 22 da Lei no 8.906/1994.
Com efeito, o artigo 133 da CF/1988 menciona que o advogado indispensvel administrao da justia, sendo inviolvel por seus atos e manifestaes no exer-ccio da profisso, nos limites da lei.
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 18 11/11/2015 10:19:38
P A R T E 2
Passo a Passo das Peas Processuais
C A P T U L O 1
Reclamao Trabalhista
1.1. ESTRUTURA DA RECLAMATRIA TRABALHISTA
A reclamatria trabalhista observar a seguinte estrutura:
I Preliminar de Mrito;
II Mrito;
III Pedidos;
IV Requerimentos Finais.
Segue modelo:
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA DO TRABALHO DE _____
NOME DO RECLAMANTE, qualificao e endereo completos, vem, respeitosa-mente, perante Vossa Excelncia, por intermdio de seu advogado adiante assi-nado (procurao anexa), com escritrio profissional no endereo completo, onde recebe intimaes e notificaes, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:
RECLAMATRIA TRABALHISTA pelo rito (...)
em face de NOME DA RECLAMADA, qualificao e endereo completos, pelas razes de fato e de direito a seguir expostas.
I PRELIMINAR DE MRITO
A TRAMITAO PREFERENCIAL DO FEITO:
Idoso (art. 71 da Lei no 10.741/2003 e art. 1.211-A do CPC).
Portador de doena grave (art. 1.211-A do CPC).
Dissdio que verse exclusivamente sobre salrio ou empregador falido (art. 652, pargrafo nico, da CLT).
II MRITO
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 95 11/11/2015 10:19:45
OAB (2 fase) PROCESSO DO TRABALHO Aryanna ManfredinitRenato Saraiva96
1. DO VNCULO DE EMPREGO (os itens dependero da proposta, sendo este apenas um exemplo)
Fato
Fundamento
Pedido
III PEDIDOS
(Repetio dos pedidos constantes no mrito da RT).
IV REQUERIMENTOS FINAIS
O Reclamante requer a NOTIFICAO da Reclamada para apresentar resposta Reclamatria Trabalhista, sob pena de revelia.
A PRODUO de todos os meios de PROVA em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, a oitiva de testemu-nhas, prova pericial e juntada de novos documentos.
Por fim, requer a PROCEDNCIA dos pedidos, com a condenao da Reclamada ao pagamento de todas as verbas postuladas, acrescidas de juros e correo mo-netria.
Atribui-se causa o valor superior a 40 salrios mnimos.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB no
Segue anlise detalhada de cada um dos itens da reclamao trabalhista.
1.2. ENDEREAMENTO
A competncia territorial definida pelo artigo 651 da CLT, sendo, em regra, o juzo do local da prestao dos servios:
Art. 651 da CLT. A competncia das Varas do Trabalho determinada pela localida-de onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar servios ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. 1o Quando for parte no dissdio agente ou viajante comercial, a competncia ser da Vara da localidade em que a empresa tenha agncia ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, ser competente a Vara da localizao em que o empre-gado tenha domiclio ou a localidade mais prxima. 2o A competncia das Varas de Conciliao e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissdios ocorridos em agncia ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasilei-
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 96 11/11/2015 10:19:45
Parte 2t1"440"1"440%"41&"4130$&446"*4 97
ro e no haja conveno internacional dispondo em contrrio. 3o Em se tratando de empregador que promove realizao de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, assegurado ao empregado apresentar reclamao no foro da celebrao do contrato ou no da prestao dos respectivos servios.
O endereamento de uma reclamao trabalhista simples e deve ser realiza-do da seguinte maneira:
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ______ VARA DO TRABALHO DE ______
Ateno! O ltimo espao deve ser preenchido com o local da prestao do servio; se esta informao no estiver na pro-posta, devemos deix-lo em branco.
Na comarca onde no houver juiz do trabalho, a lei poder investir o juiz de direito da jurisdio trabalhista (art. 112 da CF). Nesse caso, o endereamento deve ser realizado do seguinte modo:
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ______ VARA CVEL DA COMAR-CA DE ______
1.3. QUALIFICAO DAS PARTES
Normalmente, a Banca no informa todos os dados necessrios para a qualifi-cao completa das partes. Diante disso, o Examinando poder utilizar a expresso qualificao e endereo completos ou utilizar o gnero destes dados (ex.: nacio-nalidade, estado civil etc.). O candidato no deve criar dados, como, por exemplo, um endereo, sob pena de identificao de prova.
Exemplo:
NOME DO RECLAMANTE, qualificao e endereo completos, vem, respeitosa-mente, perante Vossa Excelncia, por intermdio de seu advogado adiante assi-nado (procurao anexa), com escritrio profissional no endereo completo, onde recebe intimaes e notificaes, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:
RECLAMATRIA TRABALHISTA, pelo rito ______
em face de NOME DA RECLAMADA, qualificao e endereo completos, pelas razes de fato e de direito a seguir expostas.
OU
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P A R T E 3
Peas Exame de Ordem
EXAME DE ORDEM II (2010.2)
Kelly Amaral, assistida por advogado particular no vinculado ao seu sindicato de classe, ajuizou reclamao trabalhista, pelo rito ordinrio, em face do Banco Fi-nanas S/A (RT no 1234/2010), em 13.09.2010. A reclamante afirma que foi admitida em 04.08.2002 para exercer a funo de gerente de agncia, e que prestava servios diariamente de segunda a sexta, das 9h s 20h, com intervalo para repouso e ali-mentao de 30 minutos dirios, apesar de no se submeter a controle de ponto. Seu contrato extinguiu-se em 15.07.2009, em razo de dispensa imotivada, quando recebia salrio no valor de R$ 5.000,00, acrescido de 45% a ttulo de gratificao de funo.
Aduziu, ainda, que desde a sua admisso, e sempre por fora de normas cole-tivas, vinha percebendo o pagamento de auxlio educao, de natureza indenizat-ria, para custear as despesas com a instruo de seus dependentes. O pagamento desta vantagem perdurou at o termo final de vigncia da conveno coletiva de trabalho de 2006/2007, sendo expressamente revogado no instrumento normativo posterior aplicvel categoria profissional dos bancrios, no tendo sido renovado o direito percepo do referido auxlio nos instrumentos normativos subsequen-tes. Em face do princpio da inalterabilidade contratual, sustentou a incorporao do direito ao recebimento desta vantagem ao seu contrato de trabalho, configuran-do direito adquirido, o qual no poderia ter sido suprimido pelo empregador.
Em janeiro de 2009, a reclamante foi nomeada para exercer o cargo de delega-da sindical de representao obreira, no setor de cultura e desporto da entidade. Inobstante, tal estabilidade foi dispensada imotivadamente, por iniciativa de seu empregador. Inobstante no prestar atividades adstritas ao caixa bancrio, por iso-nomia, requer o recebimento da parcela quebra de caixa, com a devida integrao e reflexos legais.
Alegou, tambm, fazer jus isonomia salarial com o sr. Osvaldo Maleta, re-adaptado funcionalmente por causa previdenciria, e por tal, desde janeiro/2008 exerce a funo de GERENTE GERAL DE AGNCIA, ou seja, com idntica funo ao au-tor da demanda, na mesma localidade e para o mesmo empregador e cujo salrio fixo superava R$ 8.000,00, acrescidos da devida gratificao funcional de 45%. Alega tambm a no fruio e recebimento das frias do perodo 2007/2008, inobstante admitir ter se retirado em licena remunerada por 32 dias durante aquele perodo aquisitivo.
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 379 11/11/2015 10:20:22
OAB (2 fase) PROCESSO DO TRABALHO Aryanna ManfredinitRenato Saraiva380
Diante do exposto, POSTULOU a reintegrao ao emprego em face da estabili-dade acima perpetrada, ou indenizao substitutiva, e a condenao do banco em-pregador ao pagamento de 02 horas extraordinrias dirias, com adicional de 50%, de uma hora extra diria, pela supresso do intervalo mnimo de uma hora e dos reflexos em aviso-prvio, frias integrais e proporcionais, dcimo terceiro salrio integral e proporcional, FGTS e indenizao compensatria de 40%, assim como dos valores mensais correspondentes ao auxlio educao, desde a data de sua supres-so at o advento do trmino de seu contrato, do recebimento da parcela denomi-nada quebra de caixa, bem como sua integrao e reflexos nos termos da lei, dife-renas salariais e reflexos em aviso-prvio, frias integrais e proporcionais, dcimo terceiro salrio integral e proporcional, FGTS + 40%, em face de pleito equiparao e frias integrais 2007/2008, de forma simples e acrescidos de 1/3 pela no concesso a tempo e modo. Pleiteou, por fim, a condenao do reclamado ao pagamento de indenizao por danos morais e de honorrios advocatcios sucumbenciais.
Considerando que a reclamao trabalhista foi ajuizada perante a 1a Vara do Trabalho de Boa Esperana/MG, redija, na condio de advogado contratado pelo banco empregador, a pea processual adequada, a fim de atender aos interesses de seu cliente.
EXAME DE ORDEM II (2010.2) RESOLUO
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1a VARA DO TRABALHO DE BOA ESPERAN-A MG
Processo no 1234/2010
O BANCO FINANAS, qualificao e endereo completos, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelncia, por intermdio de seu advogado adiante assinado (procu-rao anexa), com escritrio profissional no endereo completo, onde recebe intima-es e notificaes, com fulcro no art. 847 da CLT, OFERECER:
CONTESTAO
Reclamatria Trabalhista que lhe move KELLY AMARAL, j qualificada nos autos em epgrafe, pelas razes de fato e de direito a seguir expostas.
I PRELIMINAR DE MRITO
1. Inpcia da petio inicial
A reclamante, na petio inicial, postula o pagamento de indenizao por danos morais, sem, contudo, articular os fundamentos de fato e de direito que amparam sua pretenso.
Segundo estabelece o art. 295, pargrafo nico, I, do CPC, a petio inicial inepta, dentre outras hipteses, quando lhe faltar pedido ou causa de pedir, sendo o que aconteceu com o pedido de indenizao por danos morais, em que a Reclamante no apresentou a causa de pedir quanto ao mesmo.
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 380 11/11/2015 10:20:22
Parte 3t1&"4o&9".&%&03%&. 381
Esclarece-se que luz do art. 301, III, do CPC, a inpcia da inicial deve ser ana-lisada em preliminar de contestao.
Diante do exposto, requer a extino do processo sem resoluo do mrito, nos moldes dos arts. 267, I, e 295, I, do CPC (indeferimento da petio inicial) e, suces-sivamente, com fulcro no art. 267, IV, do CPC (ausncia de pressupostos de consti-tuio e de desenvolvimento vlido e regular do processo), em relao ao pedido de indenizao por danos morais, por ser tratar de pedido inepto.
Sucessivamente, caso no seja acolhida a preliminar, requer a anlise dos de-mais itens a seguir expostos.
A Reclamante postulou em sua reclamatria trabalhista, ajuizada em 13.09.2010, parcelas que retroagem data de sua admisso, que ocorreu em 04.08.2002.
Com base no art. 7o, XXIX, da CF e art. 11, I, da CLT, o direito de ao quanto a crditos resultantes das relaes de trabalho prescreve em cinco anos, contados da data do ajuizamento da ao (Smula 308, I, TST).
Diante do exposto, requer a extino do processo, com resoluo do mrito, nos termos do art. 269, IV, do CPC, quanto s parcelas postuladas anteriores aos ltimos 5 (cinco) anos contados do ajuizamento da ao, ou seja, anteriores a 13.09.2005.
Sucessivamente, caso no seja acolhida a prescrio, requer a anlise dos de-mais itens a seguir expostos.
1. Reintegrao
A Reclamante postulou a reintegrao ao emprego, ou a equivalente indenizao substitutiva, tendo em vista a suposta estabilidade adquirida em janeiro de 2009 por ter sido nomeada para exercer o cargo de delegada sindical de representao obreira.
No assiste razo Reclamante, pois, conforme estabelece a OJ no 369 da SDI-I do TST, o delegado sindical no beneficirio da estabilidade provisria prevista no art. 8o, VIII, da CF/1988, a qual dirigida, exclusivamente, queles que exeram ou ocupem cargos de direo nos sindicatos, submetidos a processo eletivo.
Diante do exposto, requer a improcedncia do pedido de reintegrao, bem como de indenizao substitutiva.
2. Horas extras e intervalo
A Reclamante postulou a condenao do Reclamado ao pagamento de 02 (duas) horas extraordinrias com adicional de 50% por laborar de segunda a sexta-feira das 9h s 20h, bem como o pagamento de mais uma hora extra pela supresso do intervalo intrajornada mnimo de 01 (uma) hora e seus reflexos.
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 381 11/11/2015 10:20:22
OAB (2 fase) PROCESSO DO TRABALHO Aryanna ManfredinitRenato Saraiva382
No assiste razo Reclamante, pois, consoante dispe a Smula no 287 do TST, para o gerente geral de agncia bancria presume-se o exerccio de encargo de gesto, aplicando-se-lhe o art. 62, II, da CLT. Tal artigo estabelece que no so abrangidos pelo regime do captulo da durao da jornada de trabalho os gerentes, assim considerados os exercentes de cargo de gesto, aos quais se equiparam, para efeito do disposto neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial, que recebem gratificao de funo superior a 40%. Assim sendo, a Reclamante, por ser gerente geral de agncia e perceber gratificao de funo de 45%, no se submete ao controle de jornada de trabalho, no fazendo jus s horas extras pleiteadas.
Diante do exposto, requer a improcedncia do pedido de 2 horas extras dirias e do intervalo intrajornada, bem como de seus reflexos.
3. Parcela quebra de caixa
A Reclamante postulou o recebimento da parcela quebra de caixa, com a devida integrao e seus reflexos legais, alegando isonomia ao cargo de caixa bancrio.
No assiste razo Reclamante, pois tal parcela devida somente ao caixa ban-crio, uma vez que suas atividades demandam uma maior responsabilidade ao lidar diretamente com dinheiro. Logo, incabvel a percepo da parcela quebra de caixa pela Reclamante, que exerce funo de gerente geral de agncia.
Diante do exposto, requer a improcedncia do pedido de recebimento da parcela quebra de caixa, bem como de seus reflexos.
4. Auxlio-educao
O Reclamante postulou os valores mensais correspondentes ao auxlio-educa-o, desde a data de sua supresso at o advento do trmino de seu contrato.
No assiste razo ao reclamante, pois luz da Smula no 277 do TST as clusu-las normativas dos acordos coletivos ou convenes coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente podero ser modificadas ou suprimidas mediante negociao coletiva de trabalho, e, no presente caso, a vantagem perdurou at o termo final de vigncia da conveno coletiva de trabalho de 2006/2007, sendo expressamente revogada no instrumento normativo posterior, tornando indevido ao auxlio-educao a partir de ento.
Diante do exposto, requer a improcedncia do pedido do reclamante.
5. Equiparao salarial
A Reclamante postulou equiparao salarial ao Sr. Osvaldo Maleta, readaptado funcionalmente por causa previdenciria, afirmando estarem presentes os requisitos da Smula no 6 do TST e art. 461 da CLT, pleiteando isonomia salarial e seus reflexos.
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 382 11/11/2015 10:20:22
Parte 3t1&"4o&9".&%&03%&. 383
No assiste razo Reclamante, pois, de acordo com o determinado pelo art. 461, 4o, da CLT, o trabalhador readaptado em nova funo por motivo de deficincia fsica ou mental atestada pelo rgo competente da Previdncia Social no servir de paradigma para fins de equiparao salarial.
Diante do exposto, requer a improcedncia do pedido de equiparao salarial, bem como de seus reflexos.
6. Frias 2007/2008
A Reclamante postulou o pagamento de frias integrais do perodo aquisitivo de 2007/2008 de forma simples e acrescidas de 1/3 pela no concesso a tempo e modo. Entretanto, afirmou ter se retirado em licena remunerada por 32 (trinta e dois) dias durante aquele perodo aquisitivo.
No assiste razo Reclamante, pois, conforme institui o art. 133, II, da CLT, no ter direito a frias o empregado que no curso do perodo aquisitivo permanecer em gozo de licena, com percepo de salrios, por mais de 30 (trinta) dias.
Diante do exposto, requer a improcedncia do pedido de frias.
7. Honorrios advocatcios
A Reclamante postulou o pagamento de honorrios advocatcios sucumbenciais.
No assiste razo Reclamante, pois, consoante preveem as Smulas nos 219, I, e 329 do TST e o art. 14, caput e 1o, da Lei no 5.584/70, nas relaes de emprego, os honorrios so devidos apenas quando a reclamante preencher os requisitos para ser beneficirio da justia gratuita e o advogado estiver vinculado ao sindicato. Assim sendo, no h qualquer amparo legal pretenso da Reclamante, posto que no presente caso, a Reclamante est assistida por advogado particular, no fazendo jus, portanto, aos benefcios aos honorrios advocatcios.
Diante do exposto, requer a improcedncia do pedido de honorrios.
IV REQUERIMENTOS FINAIS
Diante do exposto, requer a produo de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal do Reclamante, sob a consequncia de confisso.
Por fim, requer o acolhimento da preliminar de mrito para que seja determinada a extino do processo, sem resoluo do mrito, nos moldes dos arts. 267, I, e 295, I, e, sucessivamente, 267, IV, todos do CPC, em relao ao pedido de indenizao por danos morais.
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 383 11/11/2015 10:20:22
OAB (2 fase) PROCESSO DO TRABALHO Aryanna ManfredinitRenato Saraiva384
Requer, sucessivamente, o acolhimento da prejudicial de mrito para que seja determinada a extino do processo, com resoluo do mrito, com base no art. 269, IV, do CPC, quanto s parcelas anteriores aos ltimos cinco anos contados do ajuizamento da ao. E, por fim, gradativamente, ainda, no mrito, requer a impro-cedncia de todos os pedidos do Reclamante, condenando-a ao pagamento de custas processuais.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB n
EXAME DE ORDEM II (2010.2) ESPELHO DE CORREO
Quesitos Avaliados Faixa de Valores Nota
ENCAMINHAMENTO ADEQUADO juiz do trabalho da 1a vara do USBCBMIPEF#PB&TQFSBOB.(
0,00 a 0,25
Indicao das partes envolvidas Banco Finanas S/A e Kelly Ama-ral (contestao art. 847 da CLT).
0,00 a 0,25
PRELIMINAR inpcia; danos morais; ausncia de causa de pedir. 0,00 a 0,30
Indicao das normas arts. 267, I, e 295, I, pargrafo nico, am-bos do CPC.
0,0 a 0,2
PREJUDICIAL Arguio da prescrio quinquenal 0,0 a 0,3
Indicao da norma art. 7o99*9EB$' 0,0 a 0,2
HORAS EXTRAS, INTERVALOS E REFLEXOS gerente geral de agncia sem controle de horrio no tem horas extras nem su-presso de intervalo improcedncia.
0,0 a 0,3
Indicao das normas art. 62, II, da CLT; Smula no 287 do TST. 0,0 a 0,2
ALTERAO CONTRATUAL LESIVA E INTEGRAO AUXLIO-EDU-CAO validade temporal da CCT improcedncia.
0,0 a 0,3
Norma aplicvel Smula no 277, I, do TST. 0,0 a 0,1
Alterao no afronta o art. 468 da CLT. 0,0 a 0,1
ESTABILIDADE reintegrao ou indenizao Delegado sindical no tem estabilidade falta de representao eletiva improcedn-cia.
0,0 a 0,3
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 384 11/11/2015 10:20:22
Parte 3t1&"4o&9".&%&03%&. 385
Quesitos Avaliados Faixa de Valores Nota
Indicao da norma OJ no 369 da SDI-1 do TST. 0,0 a 0,2
QUEBRA DE CAIXA pagamento e integrao: atividade exercida no enseja percepo da parcela improcedncia.
0 \ 0,1 \ 0,2\ 0,3\ 0,4 \ 0,5
EQUIPARAO SALARIAL impossibilidade: paradigma em rea-daptao impede pleito equiparatrio improcedncia.
0,0 a 0,3
Indicao da norma art. 461, 4o, da CLT. 0,0 a 0,2
FRIAS VENCIDAS E NO USUFRUDAS: licena remunerada supe-rior a 30 dias dentro do perodo aquisitivo improcedncia.
0,0 a 0,3
Indicao da norma art. 133, II, da CLT. 0,0 a 0,2
HONORRIOS ADVOCATCIOS no preenchimento dos requisi-tos improcedncia.
0,0 a 0,15
Indicao das normas Lei no 5.584/70 e (0,05) Smulas nos 219, I, e 329 do TST (0,05).
0,0 a 0,1
REQUERIMENTOS acolhimento da preliminar de inpcia (0,05) e prescrio quinquenal (0,05), e, no mrito, improcedncia dos pedidos (0,10) e protesto pelos meios de prova admitidos em Di-reito (0,05).
0,0 a 0,25
NOTA FINAL
EXAME DE ORDEM III (2013.3)
Em face da sentena abaixo, voc, na qualidade de advogado do reclamante, deve-r interpor o recurso cabvel para a instncia superior, informando-a acerca de preparo porventura efetuado.
VARA DO TRABALHO DE SO JOO DE PDUA
Processo no 644-44.2011.5.03.0015 procedimento sumarssimo
AUTOR: RILDO JAIME
RS: 1) SOLUES EMPRESARIAIS LTDA. e 2) METALRGICA CRISTINA LTDA.
Aos 17 dias do ms de fevereiro de 2011, s 10 horas, na sala de audincias desta Vara do Trabalho, o Meritssimo Juiz proferiu, observadas as formalidades legais, a seguinte
SENTENA
Dispensado o relatrio, a teor do disposto no artigo 852, I, in fine da CLT.
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P A R T E 4
Exerccios de Peas
I RECLAMAO TRABALHISTA
EXERCCIO 1
Murilo Fininho foi contratado, na data de 15 de outubro de 2008, pela empresa Heart Attack Grill Ltda., para trabalhar na cidade de Florianpolis/SC, como garom, mediante salrio de R$ 1000,00. O empregado afirma que uma das especialidades da Lanchonete era o sanduche denominado quadruple bypass com 4 hambrgue-res: 1 quilo de carne e 8000 calorias. Alega que recebia dos clientes cativos, em mdia, R$ 200,00 mensais de gorjeta, as quais no eram computadas para o clculo das verbas trabalhistas.
Desde o incio do contrato de trabalho, a empresa servia diariamente aos empregados, no horrio do lanche, o que chamava de vale-infarto, ou seja, um quadruple bypass e um refrigerante ou um sanduiche natural e um suco, sendo a escolha deste, o que correspondia a R$ 150,00 mensais. A supervisora da lanchone-te sempre ressaltava que tal vantagem no correspondia ao salrio, mas sim a um agrado aos funcionrios para que divulgassem os produtos da empresa. Com base nesse argumento, em outubro de 2009 o empregador resolveu unilateralmente suprimir tal benefcio.
A jornada de trabalho semanal do reclamante ocorria de segunda a sexta-feira, das 8h s 16h40min, com 40 minutos de intervalo para descanso e alimentao. Aos sbados, laborava das 19h s 22h52min, horrio em que normalmente o ltimo cliente ia embora conduzido ao seu carro em uma cadeira de rodas por uma das garonetes vestida de enfermeira. A empresa, ento, era fechada, sendo que o ltimo nibus que servia o local de trabalho passava nas proximidades da mesma s 22h. A empresa, ento, colocava disposio do reclamante um veculo para conduzi-lo at sua casa, o que demorava em mdia 45 minutos.
O Senhor Fininho relata que foi descontado do seu salrio um dia de trabalho e o descanso semanal remunerado relativo a uma semana do ms de novembro de 2010, em razo de ter faltado ao trabalho para comparecer em juzo como parte no processo em que estava litigando contra seu antigo empregador, muito embora tivesse apresentado certido da Justia do Trabalho confirmando suas alegaes.
Em 09.03.2012, quando carregava uma mesma bandeja cheia de lanches, uma criana atravessou correndo sua frente e ele caiu no cho. Antes mesmo de
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conseguir se levantar, sua supervisora, Patrcia Carrask, saiu do caixa e se dirigiu a ele gritando que era um incompetente, afirmando que foi um erro ter contratado um empregado to magrinho e fraco para trabalhar na empresa. Furiosa, demitiu-o na frente de todos por justa causa alegando desdia e exigindo que antes de sair da empresa, ele limpasse toda aquela sujeira. Sentindo-se humilhado na frente de todos aqueles clientes, o empregado comeou a chorar, fez a limpeza como ela mandou e saiu da empresa. Apesar de tudo, no recebeu suas verbas rescisrias at o momento.
Passados mais de 30 dias do episdio, o reclamante pede que voc o repre-sente nesta ao. Ele relata que recebeu as frias relativas aos perodos aquisitivos 2008/2009 e 2009/2010 e os dcimos terceiros salrios dos anos anteriores ao da resciso. Admite ainda que recebia adicional noturno.
Na qualidade de advogado do reclamante, apresente a medida processual ca-bvel para a defesa de seus direitos.
EXERCCIO 1 RESOLUO
EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA _____ VARA DO TRABALHO DE FLORIA-NPOLIS/SC
MURILO FININHO, garom, qualificao e endereo completos, vem, respeitosa-mente, perante Vossa Excelncia, por intermdio de seu advogado adiante assinado (procurao anexa), com escritrio profissional no endereo completo, onde recebe intimaes ou notificaes, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR:
RECLAMATRIA TRABALHISTA, pelo rito ordinrio
em face de HEART ATTACK GRILL LTDA., qualificao e endereo completos, pelas razes de fato e de direito a seguir expostas.
I MRITO
1. Gorjetas
O reclamante recebia, em mdia, R$ 200,00 mensais de gorjetas dos clientes da Lanchonete reclamada, sem que tal parcela fosse computada no clculo das demais verbas trabalhistas.
Nos termos do art. 457, caput, da CLT, as gorjetas integram a remunerao do empregado, de modo que as verbas calculadas sobre esta, como as frias (art. 142 da CLT), dcimo terceiro salrio (art. 1o, 1o, da Lei no 4.090/62) e FGTS (art. 15 da Lei no 8.036/90) devem ser pagas considerando o valor recebido a tal ttulo.
Diante do exposto, requer a integrao do valor das gorjetas remunerao do reclamante para fins de gerar reflexos em dcimo terceiro salrio, frias acrescidas de 1/3 e FGTS (depsitos e multa de 40% do FGTS).
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Parte 4t&9&3$$*04%&1&"4 467
Requer, ainda, a anotao do valor mdio das gorjetas na CTPS do reclamante, uma vez que luz do art. 29, 1o, da CLT, na mesma deve ser registrada a estimativa das gorjetas recebidas pelos empregados.
2. Salrio in natura
Desde o incio do contrato de trabalho, a reclamada servia aos empregados diariamente, no horrio do lanche, o que chamava de vale-infarto, isto , um quadruple bypass e um refrigerante ou um sanduiche natural e um suco, o que correspondia a R$ 150,00 mensais. Tal vantagem no era computada no salrio do reclamante para o clculo das verbas trabalhistas. Em outubro de 2009, o emprega-dor resolveu unilateralmente suprimir tal parcela.
Nos moldes do art. 458 da CLT e da Smula no 241 do TST, a alimentao compre-ende-se no salrio, para todos os efeitos legais. Assim, os R$ 150,00 mensais pagos pelo empregador a ttulo de alimentao devem integrar o seu salrio para fins de clculo das verbas contratuais e rescisrias.
A supresso da alimentao concedida espontaneamente pelo empregador des-de o incio do contrato do trabalho implica a reduo salarial unilateral, o que vedado pelo art. 7o, VI, da Constituio. Outrossim, trata-se de alterao contratual ilcita, visto que causa prejuzo ao empregado, sendo, portanto, vedada pelo art. 468 da CLT e Smula no 51, I, da CLT. Uma vez concedida, tal vantagem incorporou-se ao salrio do reclamante, no podendo ser retirada.
Diante do exposto requer a condenao da reclamada ao pagamento dos valores suprimidos desde outubro de 2009 at o trmino do contrato de trabalho, bem como a integrao de tal parcela ao seu salrio para fins de reflexos nas verbas contra-tuais e resilitrias em aviso-prvio, dcimo terceiro integral e proporcional, frias acrescidas de 1/3 integrais e proporcionais e FGTS (depsitos e multa de 40%). Por fim, requer que tal valor seja registrado na CTPS do reclamante, nos termos do art. 29, 1o, da CLT.
3. Do intervalo intrajornada
A jornada de trabalho do reclamante, de segunda a sexta-feira, ocorria das 8h s 16h40min, com apenas 40 minutos de intervalo para descanso e alimentao.
luz do art. 71 da CLT, o empregado que trabalha mais do que 6 horas dirias tem direito de usufruir de intervalo de, no mnimo, 1 hora, o qual no foi observado.
Diante do exposto, requer a condenao da reclamada ao pagamento da hora cheia acrescida do adicional de 50%, nos moldes do art. 71, 4o, da CLT e da Smula no 437, I, do TST, bem como, por se tratar de verba de natureza salarial (Smula no 437, III, do TST), seus reflexos em verbas contratuais e resilitrias, em DSR, aviso-pr-vio, dcimo terceiro salrio integral e proporcional, frias integrais e proporcionais acrescidas do tero constitucional (1/3) e FGTS (depsitos e multa de 40%).
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4. Do intervalo interjornadas e descanso semanal remuneradoO reclamante laborava nos sbados das 19h0 s 22h52min e iniciava sua jorna-
da de trabalho na segunda feira s 08h, totalizando um perodo de descanso de 33 horas e 8 minutos entre as duas jornadas de trabalho, computando-se o descanso semanal remunerado.
Nos termos do art. 66 da CLT, entre duas jornadas de trabalho dever haver um perodo mnimo de 11 horas consecutivas para descanso e, conforme estabelecem os arts. 7o, XV, da CF, 67 da CLT e 1o da Lei no 605/49, ser assegurado a todo empregado um descanso semanal remunerado de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, prefe-rencialmente aos domingos. Sendo assim, o reclamante tinha direito a 35 horas de intervalo entre a jornada de trabalho de sbado e a de segunda, uma vez que entre elas estava o repouso semanal remunerado. Intervalo este que no foi observado.
Diante do exposto, requer a condenao da reclamada ao pagamento como extra das horas faltantes para completar o intervalo de 35 horas, acrescidas do adicional de 50%, j que luz da OJ no 355 da SDI-1 do TST, nesses casos, aplica--se analogicamente o art. 71, 4o, da CLT e Smula no 110 do TST, bem como seus reflexos em verbas contratuais e resilitrias, em DSR, aviso-prvio, dcimo terceiro salrio integral e proporcional, frias integrais e proporcionais acrescidas do tero constitucional (1/3) e FGTS (depsitos e multa de 40%).
5. Das horas in itinereAos sbados, o reclamante laborava at s 22h52min, horrio em que normal-
mente o ltimo cliente ia embora. O ltimo nibus que servia o local de trabalho, no entanto, passava nas proximidades da mesma s 22h. A empresa, ento, colocava disposio do reclamante um veculo para conduzi-lo at sua casa, o que demorava em mdia 45 minutos.
Nos moldes do art. 58, 2o, da CLT, o tempo despendido pelo empregado at o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, no ser computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difcil acesso ou no servido por transporte pblico, o empregador fornecer a conduo.
Ressalte-se que, nos termos da Smula no 90, II, do TST, a incompatibilidade entre os horrios de incio e trmino da jornada do empregado e os do transporte pblico regular circunstncia que tambm gera o direito s horas in itinere.
Assim, o tempo despendido pelo reclamante, em conduo fornecida pelo re-clamado, do local de trabalho para sua casa, em razo da incompatibilidade entre o horrio de trmino de sua jornada de trabalho aos sbados e o horrio do ltimo nibus, lhe assegura direito s horas in itinere. Desta forma, os 45 minutos que permanecia no trajeto devem ser computados em sua jornada de trabalho. Uma vez que este perodo extrapolava a jornada mxima semanal devido seu pagamento com o acrscimo de 50% (Smula no 90, V, do TST).
Diante do exposto, requer a condenao da reclamada ao pagamento do tempo do percurso, 45 minutos semanais, acrescido do adicional de 50% (arts. 7o, XVI, da CF e 59, 1o, da CLT), bem como seus reflexos em verbas contratuais e resilitrias, em DSR, aviso-prvio, dcimo terceiro salrio integral e proporcional, frias integrais e proporcionais acrescidas do tero constitucional (1/3) e FGTS (depsitos e multa de 40%).
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6. Adicional noturno
Aos sbados, o reclamante laborava at s 22h52min, sendo conduzido pelo empregador at a sua casa em percurso que durava 45 minutos, tempo este em que tambm se considera disposio do empregado.
luz do art. 73, caput e 1o, da CLT, devido o adicional de 20% sobre o valor da hora diurna pelo trabalho executado entre as 22 horas e as 5 horas do dia seguinte.
Diante do exposto, requer a condenao da reclamada ao pagamento do adicio-nal de 20% pelas horas laboradas no perodo noturno, bem como seus reflexos em verba contratuais e resilitrias, em DSR, aviso-prvio, dcimo terceiro salrio integral e proporcional, frias integrais e proporcionais acrescidas do tero constitucional (1/3) e FGTS (depsitos e multa de 40%).
7. Desconto salarial
A reclamada descontou do salrio do reclamante um dia de trabalho e o descan-so semanal remunerado relativo a uma semana do ms de novembro de 2010, em razo do reclamante ter faltado ao trabalho para comparecer em juzo como parte no processo em que estava litigando contra seu antigo empregador, muito embora tivesse apresentado certido da Justia do Trabalho confirmando suas alegaes.
Nos moldes do art. 473, VIII, da CLT, o empregado poder deixar de comparecer ao servio sem prejuzo do salrio pelo tempo que se fizer necessrio, quando tiver de comparecer a juzo. Interpretando tal artigo, o TST consolidou na Smula no 155 o entendimento de que as horas em que o empregado falta ao servio para compa-recimento necessrio, como parte, Justia do Trabalho, no sero descontadas de seus salrios. Da mesma forma, estabelece o art. 6o, 1o, a, da Lei no 605/49 que nas hipteses do art. 473 da CLT, a remunerao do descanso semanal no poder ser descontada.
Diante do exposto, requer a condenao da reclamada devoluo do dia de trabalho e remunerao do descanso, descontados de seu salrio.
8. Reverso da dispensa por justa causa em dispensa sem justa causa
Em 09.03.2012, quando carregava uma bandeja cheia de lanches, uma criana atravessou frente do reclamante e ele caiu no cho. Por esse motivo, foi despedido por justa causa por desdia, sem receber qualquer verba rescisria.
No houve a prtica da desdia, prevista no art. 482, e, da CLT, imputada ao reclamante, posto que este no agiu com preguia, falta de ateno, desleixo, negligncia ou qualquer conduta correlata. Derrubou os lanches, pois caiu no cho quando uma criana atravessou sua frente.
Diante do exposto, requer a reverso da dispensa por justa causa em dispensa sem justa causa e a condenao da reclamada ao pagamento das verbas rescisrias prprias dessa modalidade de dispensa, quais sejam: saldo de salrio (9 dias), avi-so-prvio (39 dias), dcimo terceiro salrio (4/12), frias integrais simples acrescidas de 1/3 relativas ao perodo aquisitivo 2010/2011 e frias proporcionais acrescidas de 1/3 (6/12), e multa de 40% do FGTS.
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Requer, ainda, as guias para levantamento do FGTS e percepo do seguro-de-semprego (Smula no 389, TST) e anotao da data de sada na CTPS do reclamante, considerando o aviso-prvio indenizado (art. 29, 2o, c, da CLT e OJ no 82 da SDI-1 do TST).
9. Multa do art. 467 da CLT
Requer que o pagamento das verbas rescisrias incontroversas seja realizado em primeira audincia, sob pena de multa de 50%, nos termos do art. 467 da CLT.
10. Multa do art. 477, 8o, da CLT
A reclamada dispensou o reclamante por justa causa sem lhe pagar as verbas rescisrias, as quais encontram-se em atraso, uma vez que foram decorridos mais de 30 dias da dispensa.
luz do art. 477, 6o, b, da CLT, quando o aviso-prvio no for cumprido, as verbas rescisrias devem ser pagas no prazo de 10 dias corridos, sob pena de multa de 1 salrio do reclamante, prevista no art. 477, 8o, da CLT. Em razo do atraso, portanto, o reclamante faz jus a tal multa.
Diante do exposto, requer a condenao do reclamante ao pagamento da multa do art. 477, 8o, da CLT.
10. Multa do art. 477, 8o, da CLT
A reclamada dispensou o reclamante por justa causa sem lhe pagar as verbas rescisrias, as quais encontram-se em atraso, uma vez que foram decorridos mais de 30 dias da dispensa.
luz do art. 477, 6o, b, da CLT, quando o aviso-prvio no for cumprido, as verbas rescisrias devem ser pagas no prazo de 10 dias corridos, sob pena de multa de 1 salrio do reclamante, prevista no art. 477, 8o, da CLT. Em razo do atraso, portanto, o reclamante faz jus a tal multa.
Diante do exposto, requer a condenao do reclamante ao pagamento da multa do art. 477, 8o, da CLT.
11. Indenizao por danos morais
Como referido, em 09.03.2012, quando carregava uma bandeja cheia de lanches, uma criana atravessou frente do reclamante e ele caiu no cho. Antes mesmo de conseguir se levantar, sua supervisora Patrcia Carrask saiu do caixa e se dirigiu a ele gritando que era um incompetente, afirmando que foi um erro ter contratado um empregado to magrinho e fraco para trabalhar na empresa. Furiosa, o despediu na frente de todos por justa causa alegando desdia, exigindo que antes de sair da em-presa o reclamante limpasse toda aquela sujeira. Sentindo-se humilhado na frente de todos os clientes, o empregado comeou a chorar, mas antes de ir embora fez a limpeza como ela mandou.
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Encontram-se presentes todos os requisitos da responsabilidade civil, previstos nos arts. 186 e 927 do CC, quais sejam: culpa, dano e nexo. Observe:
A culpa est presente na conduta da reclamada de ofender o reclamante na frente de todos os demais empregados e clientes da empresa. O dano, por sua vez, est configurado pela profunda humilhao pela qual passou o reclamante na frente de todos os que estavam presentes na lanchonete, chegando inclusive a chorar. Tendo em vista que o dano decorreu da conduta ilcita do empregador, est demons-trado o nexo causal.
Destaca-se, ainda, que a violao do artigo 5o, V e X, da CF, que sustenta a in-violabilidade da intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas, sendo-lhes assegurado o direito indenizao pelo dano moral decorrente de sua violao.
Diante do exposto, tendo em vista que a Justia do Trabalho competente para processar e julgar pedidos de danos morais e patrimoniais decorrentes das relaes de trabalho (art. 114, VI, da CF e Smula no 392 do TST), requer a condenao da reclamada ao pagamento de indenizao por danos morais em valor a ser arbitrado pelo juiz.
12. Honorrios advocatcios
Tendo em vista que o jus postulandi foi revogado pelo art. 133 da CF, requer a condenao da reclamada ao pagamento de honorrios advocatcios em razo da mera sucumbncia, no importe de 20%, nos moldes do art. 20 do CPC.
II PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer:
a) a integrao do valor das gorjetas remunerao do reclamante para fins de gerar reflexos;
b) a condenao da reclamada ao pagamento dos valores suprimidos desde outubro de 2009 at o trmino do contrato de trabalho, bem como a integrao de tal parcela ao seu salrio para fins de clculo dos reflexos;
c) a condenao da reclamada ao pagamento da hora cheia acrescida do adicio-nal de 50%, bem como seus reflexos;
d) a condenao da reclamada ao pagamento como extra das horas faltantes para completar o intervalo de 35 horas, acrescidas do adicional de 50%, bem como seus reflexos em verbas contratuais e resilitrias;
e) a condenao da reclamada ao pagamento do tempo do percurso, 45 minutos semanais, acrescido do adicional de 50%, bem como seus reflexos em verbas con-tratuais e resilitrias;
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OAB (2 fase) PROCESSO DO TRABALHO Aryanna ManfredinitRenato Saraiva472
f) a condenao da reclamada ao pagamento do adicional de 20% pelas horas laboradas no perodo noturno, bem como seus reflexos em verba contratuais e re-silitrias;
g) a condenao da reclamada a devoluo do dia de trabalho e remunerao do descanso descontados de seu salrio;
h) a reverso da dispensa por justa causa em dispensa sem justa causa e a condenao da reclamada ao pagamento das verbas rescisrias prprias dessa mo-dalidade de dispensa e, ainda, as guias para levantamento do FGTS e percepo do seguro-desemprego, e anotao da data de sada na CTPS do reclamante, conside-rando o aviso-prvio indenizado;
i) o pagamento das verbas rescisrias incontroversas em primeira audincia, sob pena de multa de 50%;
j) a condenao do reclamante ao pagamento da multa do art. 477, 8o, da CLT;
l) a condenao da reclamada ao pagamento de indenizao por danos morais em valor a ser arbitrado pelo juiz.;
m) a condenao da reclamada ao pagamento de honorrios advocatcios em razo da mera sucumbncia, no importe de 20%.
III REQUERIMENTOS FINAIS
Diante do exposto, requer:
a) a notificao da reclamada para oferecer resposta Reclamatria Trabalhista, sob pena de revelia e confisso quanto matria de fato; e
b) a produo de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a prova documental, o depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas. Por fim, a procedncia dos pedidos com a condenao da reclamada ao pagamento das verbas pleiteadas, acrescidas de juros e correo monetria.
Atribui-se causa o valor acima de 40 salrios mnimos.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB no
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EXERCCIO 1 ESPELHO DE CORREO
QUESITOS AVALIADOS FAIXA DE VALORES NOTA
1. ENDEREAMENTO
Endereamento Vara do Trabalho de Florianpolis/SC (0,10); qualificao da parte (0,10); indicao da espcie de ao ao/reclamatria trabalhista (0,10).
0,00 / 0,10 / 0,20 / 0,30
2. MRITO GORJETAS
Pedir a integrao do valor das gorje-tas remunerao para fins de gerar reflexos (0,05). Fundamento: art. 457, caput, da CLT (0,50).
Pedir anotao do valor mdio das gorjetas na CTPS (0,05). Fundamento: art. 29, 1o, da CLT. (0,50).
0,00 / 0,05 / 0,10 / 0,15 / 0,20 /
3. MRITO SALRIO IN NATURA
Pedir a integrao dos valores da ali-mentao pagos pelo empregador (0,30). Fundamento: art. 458 da CLT (0,60).
0,00 / 0, 30 / 0,60 / 0,90
3. MRITO DO INTERVALO
INTRAJORNADA
O empregado que cumpre mais de 6 horas dirias tem direito a usufruir de, no mnimo, 1 hora de intervalo (0,05). Fundamento: art. 71 da CLT (0,10).
Pedir o pagamento da hora cheia acrescida de 50% (0,05). Fundamento: art. 71, 4o, da CLT (0,10); Smula no 437 do TST (0,10).
Pedir reflexos por ser tratar de verba de natureza salarial (0,05). Fundamento: Smula no***EP545
0,05 / 0,10, 0,15, 0,20, 0,25 / 0,25
/ 0,30 / 0,35 / 0,40 / 0,45 / 0,50
/ 0,55
4. MRITO DO INTERVALO
INTERJORNADAS E DESCANSO
SEMANAL REMUNERADO
Entre duas horas de jornada, o empre-gado tem direito a 11 horas consecu-tiva de descanso (0,05). Fundamento: art. 66 da CLT (0,10). assegurando ao empregado descanso semanal re-munerado de 24 horas consecutivas preferencialmente aos domingos, to-talizando 35 horas de descanso (0,05). Fundamento: arts. 7o97EB$'
67 da CLT (0,10) e 1o da Lei no 605/49 (0,10).
0,00 / 0,05 / 0,10 / 0,15 / 0,20 /
0,25 / 0,30 / 0,35 / 0,40 / 0,45 /
0,50
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P A R T E 5
Questes de Exame de Ordem Comentadas
EXAME DE ORDEM II
1. (OAB/FGV II EXAME 2010.2) Em ao trabalhista, a parte reclamante postulou a condenao da empresa reclamada ao pagamento de horas ex-traordinrias e sua projeo nas parcelas contratuais e resilitrias especifica-das na inicial. Ao prego da Vara Trabalhista respondeu o empregado-recla-mante, assistido do seu advogado. Pela empresa, compareceu o advogado, munido de procurao e defesa escrita, que explicou ao juiz que o preposto do empregador-reclamado estaria retido no trnsito, conforme telefonema recebido. Na referida defesa, recebida pelo Juiz, a empresa alega que o re-clamante no trabalhou no horrio apontado na inicial e argui a prescrio da ao, por ter a resilio contratual ocorrido mais de dois anos depois do ajuizamento da reclamao trabalhista, o que restou confirmado aps a exi-bio da CTPS e esclarecimentos prestados pelo reclamante.
Em face dessa situao hipottica, responda, de forma fundamentada, s indagaes a seguir.
a) Que requerimento o advogado do reclamante dever fazer diante da situ-ao descrita? Estabelea ainda as razes do requerimento.
Resposta: O advogado do reclamante deve postular a decretao da revelia, com confisso do reclamado quanto matria ftica, pois ao contrrio do que ocorre na Justia Comum, na Justia do Trabalho a revelia no decorre da falta de defesa, e sim da ausncia do ru ou de seu representante legal em audincia, sendo que a presena do advogado no elide a ausncia do preposto, acarretando a revelia (art. 844 da CLT e Smula no 122 do TST).
b) Com base em fundamentos jurdicos pertinentes seara trabalhista, o pedido dever ser julgado procedente ou improcedente?
Resposta: Uma vez que a relao de trabalho teve fim apenas dois anos aps o ajuizamento da reclamao trabalhista, no h prescrio bienal extintiva da ao a ser declarada, porquanto esta ocorre quando a ao proposta mais de dois anos aps o trmino da relao contratual (arts. 7o, XXIX, da CF e 11, I, da CLT). A revelia decorrente do no comparecimento do reclamado em audincia tem por efeito a confisso quanto matria de fato, sendo
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OAB (2 fase) PROCESSO DO TRABALHO Aryanna ManfredinitRenato Saraiva624
assim, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pelo reclamante na pe-tio inicial, portanto, deve-se admitir que o empregado laborou em regime de horas extras, devendo serem julgados procedentes os pedidos de horas extras e suas projees nas parcelas contratuais. Entretanto, deve ser rejei-tado o pedido de projees das horas extraordinrias nas verbas resilitrias, visto que a ao foi proposta enquanto ainda no havia ocorrido a resilio contratual, tratando-se, portanto, de um pedido no determinado, incidente sobre verbas resilitrias desconhecidas na poca do ajuizamento da recla-mao (art. 128 c/c o art. 460, ambos do CPC correspondem, respectivamen-te, aos arts. 141 e 492, do NCPC).
ESPELHO DE CORREO
QUESITOS AVALIADOS FAIXA DE VALORES NOTA
ITEM A. Dever requerer a aplicao da revelia e confisso da matria ftica advogado com defesa e procurao no elide revelia (0,20).
Indicao da norma: Smula no 122 do TST (0,10).
Razes: na JT a revelia decorre da ausncia da parte (0,20).
Indicao da norma: art. 844 da CLT (0,10).
0,00 / 0,10 / 0,20 / 0,30 / 0,40 /0,50 / 0,60
ITEM B. Procedente, em parte. Embora a prescrio seja matria de direito, no incide prescrio bienal extintiva quanto a con-trato em curso. (0,15).
No pode ser conhecido pedido de integrao em parcelas de-correntes de terminao contratual que ainda no havia se ope-rado quando do ajuizamento (0,20).
Indicao das normas: art. 7o, XXIX, da CF e arts. 128 e 460 da CPC* (0,30).
* Observe que no NCPC (Lei n. 13.105/2015) os dispositivos cita-dos tm por correspondentes os arts. 141 e 492.
0,00 / 0,15 / 0,20 / 0,30 / 0,35 /
0,45/ 0,50 / 0,65
2. (OAB/FGV II EXAME 2010.2) Um membro do conselho fiscal de sindica-to representante de determinada categoria profissional ajuizou reclamao trabalhista com pedido de antecipao dos efeitos da tutela, postulando a sua reintegrao no emprego, em razo de ter sido imotivadamente dispen-sado. O reclamante fundamentou sua pretenso na estabilidade provisria assegurada ao dirigente sindical, prevista nos arts. 543, 3o, da CLT e 8o, inciso VIII, da CF/88, desde o registro de sua candidatura at 01 (um) anos aps o trmino de seu mandato. O juiz concedeu, em sede liminar, a tutela antecipada requerida pelo autor, determinando a sua imediata reintegrao,
Renato_e_Aryanna_2aFase_Proc_Trab_5ed_17x24.indb 624 11/11/2015 10:20:50